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1 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DIRETORIA DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE COORDENAÇÃO GERAL DE MANEJO PARA CONSERVAÇÃO ROTEIRO METODOLÓGICO PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DA FAUNA BRASILEIRA Março, 2012

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSI DADE DIRETORIA DE PESQUISA, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DA BIODIVERSIDADE

COORDENAÇÃO GERAL DE MANEJO PARA CONSERVAÇÃO

ROTEIRO METODOLÓGICO PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE

CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES DA FAUNA BRASILEIRA

Março, 2012

2

SUMÁRIO

Lista de Anexos ................................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4

METODOLOGIA UTILIZADA ......................................................................................... 6

NÍVEL TAXONÔMICO PARA AVALIAÇÃO ............................................................. 6

CONCEITOS ................................................................................................................... 7

AVALIAÇÃO REGIONAL, NACIONAL E GLOBAL ............................................... 12

CATEGORIAS DE RISCO DE EXTINÇÃO ............................................................... 13

CRITÉRIOS ................................................................................................................... 16

Como aplicar os critérios............................................................................................ 17

ATORES DO PROCESSO ............................................................................................ 18

PARCERIA COM A UICN ........................................................................................... 19

ROTEIRO METODOLÓGICO ......................................................................................... 19

DEFINIÇÃO DA EQUIPE ............................................................................................ 20

Ponto Focal ................................................................................................................. 20

Coordenador de Táxon ............................................................................................... 21

Equipe técnica ............................................................................................................ 21

ETAPA PREPARATÓRIA ........................................................................................... 22

Passo 1. Reunião Inicial ............................................................................................. 22

Passo 2. Compilação de dados ................................................................................... 25

Passo 3. Divulgação e Consultas ................................................................................ 27

Consulta direta aos especialistas ............................................................................ 27

Consulta ampla ....................................................................................................... 28

Revisão dos formulários de informações ............................................................... 28

Passo 4. Reunião Preparatória .................................................................................... 28

ETAPA DE AVALIAÇÃO ........................................................................................... 30

Passo 5. Oficina de Avaliação .................................................................................... 30

Preparativos ............................................................................................................ 30

Oficina .................................................................................................................... 31

Passo 6. Edição das informações................................................................................ 35

ETAPA FINAL .............................................................................................................. 36

Passo 7. Validação e Publicação ................................................................................ 36

LISTA NACIONAL OFICIAL DAS ESPÉCIES DA FAUNA BRASILEIRA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO ...................................................................................... 39

INSTRUÇÃO PARA O PROCESSO ADMINISTRATIVO ............................................ 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 41

3

Lista de Anexos

Anexo 1 – Modelo de Ordem de Serviço para Ponto Focal

Anexo 2 – Modelo de Ofício Convite para Coordenador de Táxon

Anexo 3 – Modelo de Formulário de Informações para Avaliação de Espécies

Anexo 4 – Instruções para padronização de mapas

Anexo 5 – Modelo de Ofício para Sociedades Científicas

Anexo 6 – Modelo de Texto para Divulgação na Página do ICMBio

Anexo 7 – Modelo de Ofício Convite para Participação em Oficinas

Anexo 8 – Modelo de Certificado para Participantes da Oficina

Anexo 9 – Modelo de Formulário de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies

Anexo 10 – Modelo de Documento de Registro Diário do Resultado das Avaliações

Anexo 11 – Modelo de Documento Final da Oficina

Anexo 12 – Modelo de Declaração de Cessão de Uso Não Comercial de Imagens

Anexo 13 – Modelo de Formulário de Solicitação de Eventos na ACADEBio

4

INTRODUÇÃO

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, em 1992, o Brasil tornou-se signatário da Convenção sobre

Diversidade Biológica – CDB, ratificando-a em 1994. Um dos principais compromissos

assumidos pelos países membros da CDB é o desenvolvimento de estratégias, políticas,

planos e programas nacionais de biodiversidade. O governo brasileiro, em consonância

com estas orientações, com o art. 225 da Constituição e com a Lei nº 6.938, de 31 de

agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, através da

Resolução CONABIO nº 3 de 21 de dezembro de 2006, estabeleceu as Metas Nacionais

de Biodiversidade, entre elas: uma lista amplamente acessível das espécies brasileiras

formalmente descritas de plantas, animais vertebrados, animais invertebrados e

microorganismos; uma avaliação preliminar do estado de conservação de todas as

espécies conhecidas de plantas, animais vertebrados e seletivamente dos animais

invertebrados, em nível nacional; todas as espécies reconhecidas oficialmente como

ameaçadas de extinção no país contempladas em Planos de Ação; 100% das espécies

ameaçadas efetivamente conservadas em Áreas Protegidas; redução de 25% na taxa anual

de incremento de espécies da fauna ameaçadas na Lista Nacional e retirada de 25% de

espécies atualmente na Lista Nacional. Esta tarefa está dividida entre o Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Instituto Chico Mendes de Conservação

da Biodiversidade, responsáveis pelas informações referentes à flora e fauna,

respectivamente.

A Portaria Conjunta MMA e ICMBio nº 316, de 9/9/2009, define que caberá ao

ICMBio a avaliação das espécies, a elaboração das Listas Nacionais da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção e a Elaboração dos Planos de Ação para as espécies ameaçadas.

Esse processo é conduzido pela Coordenação Geral de Manejo para a Conservação –

CGESP da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade –

DIBIO deste Instituto.

Considerando a diversidade da fauna brasileira, serão avaliados, conforme orienta

a CDB, todos os vertebrados e algumas ordens ou famílias de invertebrados que podem

ser considerados como indicadores de qualidade ambiental. A CGESP estabeleceu como

meta concluir a avaliação destas espécies até 2014. Para a realização plena destas

atividades a CGESP estabeleceu um processo contínuo e articulado entre suas três

Coordenações, de forma que a Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da

Biodiversidade (COABIO) conduz a avaliação das espécies, identificando quais espécies

5

estão em risco de extinção; a Coordenação de Planos de Ação (COPAN) elabora os

planos de ação para estas espécies, implementa e supervisiona o cumprimento das ações

de conservação e a melhoria do estado de conservação destas espécies; a Coordenação de

Análise e Prognósticos da Biodiversidade (COAPRO), monitora os riscos, traça

prognósticos e avalia a efetividade das ações de conservação embasando o trabalho das

outras coordenações, de forma que cada etapa possa sempre ser aperfeiçoada em um

processo cíclico e contínuo.

Neste contexto, a avaliação do estado de conservação das espécies é um passo

inicial e essencial, o primeiro diagnóstico para se saber o que é preciso fazer e quais

espécies precisam de ações mais urgentes.

A avaliação do estado de conservação da fauna brasileira é realizada por grupos

taxonômicos e conta com ampla participação de pesquisadores vinculados às Sociedades

Científicas e às instituições de ensino e pesquisa. O processo de avaliação é composto por

7 passos, distribuídos em três etapas: Etapa Preparatória, que inclui a definição da equipe

institucional e pesquisadores que contribuirão na avaliação do grupo taxonômico em

questão e a compilação de dados referentes a cada espécie a ser avaliada; Etapa de

Avaliação propriamente dita, quando em oficina de trabalho com a participação dos

pesquisadores envolvidos, e baseado nas informações compiladas na etapa anterior, é

avaliado o grau de risco de extinção de cada espécie, utilizando-se categorias e critérios

estabelecidos pela União Internacional para Conservação da Natureza – UICN; Etapa

Final, de edição dos resultados da oficina e envio para validação das categorizações e a

publicação oficial do Instituto Chico Mendes, propiciando uma divulgação ampla e ágil

das informações e dando visibilidade e transparência ao processo.

6

METODOLOGIA UTILIZADA

A metodologia utilizada para avaliação do estado de conservação das espécies

brasileiras foi desenvolvida pela UICN (União Internacional para Conservação da

Natureza), é amplamente utilizada em avaliações do estado de conservação de espécies

em nível global e já adotada por diversos países. Tal metodologia consta de categorias e

critérios utilizados para se definir o risco de extinção das espécies, é produto de amplas

discussões entre a UICN e a comunidade científica ligada à Comissão de Sobrevivência

de Espécies, e é constantemente revisada. A primeira versão das categorias e critérios foi

desenvolvida em 1994, e atualmente utiliza-se a versão 9.0, de 2011.

Os processos de avaliação conduzidos pela UICN são realizados em nível global,

considerando-se a população total da espécie, em todo o globo. Uma avaliação em nível

nacional, como a que o Brasil se propôs a realizar, é considerada pela UICN como uma

avaliação “regional” e algumas diretrizes adicionais devem ser observadas.

NÍVEL TAXONÔMICO PARA AVALIAÇÃO

As avaliações devem ocorrer preferencialmente no nível taxonômico de espécie, e

estas devem ser sempre identificadas pelo binômio gênero-espécie. Excepcionalmente

uma espécie pode ser avaliado no nível de subespécie, desde que haja justificativa para

isso (por exemplo, se uma subespécie está sob uma ameaça que não atinja o restante da

espécie) e que a espécie como um todo já tenha sido avaliada.

Espécies ainda não descritas também podem ser excepcionalmente avaliadas,

desde que atendam as seguintes condições:

���� Existir um entendimento geral de que a forma não descrita é uma espécie válida;

���� A descrição da espécie deve estar em andamento;

���� Sua avaliação neste momento ajudará na sua conservação;

���� Deve ser fornecida informação clara sobre a distribuição da espécie;

���� O pesquisador responsável pela proposta da nova espécie e a instituição que contém o

material coletado deve ser identificado;

���� Deve ser incluído nome comum local se houver, e se não houver, deve ser criado, para que

possa ser usado para indicar claramente a identidade deste táxon sem qualquer implicação

sobre a validade científica.

Uma espécie não descrita será identificada com o nome do gênero e a abreviatura

sp. A descrição da espécie deve ser publicada até no máximo 4 anos após sua avaliação,

caso contrário a avaliação será desconsiderada.

7

Não são avaliados os seguintes casos:

���� Híbridos;

���� Níveis taxonômicos infra-específicos tais como formas, subvariedades, variedades

de subespécies, etc;

���� Táxon domesticado (no caso de uma espécie possuir tanto indivíduos domésticos

quanto silvestres, apenas a população silvestre deve ser avaliada; animais ferais

derivados de uma fonte doméstica não devem ser incluídos);

���� Táxon extinto antes de 1.500 DC;

���� Táxons infra-específicos ainda não descritos;

���� Níveis taxonômicos superiores (ou seja, acima do nível da espécie).

CONCEITOS

Para que a avaliação seja conduzida corretamente, alguns conceitos essenciais

precisam ser considerados. Alguns destes conceitos são necessários para a condução de

avaliações nacionais. Outros são úteis para a aplicação dos critérios, que serão descritos

adiante. A seguir a relação dos principais conceitos (IUCN, 2011):

I. População e tamanho da população

O termo “população” é utilizado num sentido próprio nos critérios da UICN que é

diferente das definições biológicas habituais, sendo definida como o número total de

indivíduos da espécie, significando o mesmo que “população global”. Por razões

funcionais, essencialmente devidas às diferentes formas de vida, o tamanho da população

é avaliado apenas pelo número de indivíduos maduros.

II. Subpopulações

Subpopulações são definidas como grupos da população, separados

geograficamente ou de outra forma, entre os quais há poucas trocas demográficas ou

genéticas (geralmente um migrante ou gameta bem sucedido por ano ou menos).

III. Indivíduos maduros

O número de indivíduos maduros é o número de indivíduos conhecido, estimado

ou inferido capaz de se reproduzir. Na estimativa deste número devem ser levados em

consideração os seguintes pontos:

���� Indivíduos maduros que nunca irão produzir novos recrutas não devem ser contados (ex.: as

densidades são demasiado baixas para ocorrer fertilização).

8

���� No caso de populações com desvio da proporção entre sexos (adultos ou reprodutores) é

apropriado utilizar estimativas mais baixas para o número dos indivíduos maduros, que

considerem este aspecto.

���� Quando o tamanho da população flutua, deve-se utilizar uma estimativa mais baixa. Na

maioria dos casos esta será muito mais baixa do que a média.

���� As unidades reprodutoras de um clone devem ser contadas como indivíduos, exceto quando

estas unidades sejam incapazes de sobreviver isoladas (ex. corais).

���� No caso de táxon que naturalmente perde todos ou uma parte dos indivíduos maduros numa

fase qualquer do seu ciclo de vida, as estimativas devem ser feitas no momento apropriado,

quando os indivíduos maduros estão prontos para a reprodução.

���� Indivíduos reintroduzidos têm que ter produzido descendentes viáveis antes de serem

contados como indivíduos maduros.

IV. Tempo geracional

A duração do tempo geracional é a idade média dos progenitores da coorte atual

(i.e. dos indivíduos que acabam de nascer). A duração do tempo geracional reflete assim

a taxa de renovação dos indivíduos reprodutores numa população. A duração do tempo

geracional é maior do que a idade da primeira reprodução e menor do que a idade do

indivíduo reprodutor mais velho, exceto em táxon que se reproduz apenas uma vez.

Quando a duração do tempo geracional de uma população sob ameaça se altera, deve ser

usada a duração do tempo geracional natural, anterior à perturbação.

V. Redução

A redução é um declínio no número de indivíduos maduros de pelo menos uma

quantidade (%) estabelecida sob o critério, durante o período de tempo (em anos)

especificado, embora esse declínio não tenha de ser contínuo. Uma redução não deve ser

interpretada como parte de uma flutuação, a não ser que haja boas evidências para isso. A

fase decrescente de uma flutuação não será normalmente considerada como uma redução.

VI. Declínio continuado

Um declínio continuado é um declínio recente, em curso ou previsto (que pode ser

suave, irregular ou esporádico) e que é presumível que continue a não ser que se tomem

medidas de recuperação. As flutuações não serão normalmente consideradas como

declínios continuados, mas um declínio observado não deve ser interpretado como uma

flutuação a não ser que haja evidências para isso.

9

VII. Flutuação acentuada

Pode-se dizer que ocorre uma flutuação acentuada quando o tamanho da

população ou a área de distribuição varia extrema, rápida e freqüentemente, tipicamente

com uma variação superior a uma ordem de magnitude (i.e. um aumento ou decréscimo

de dez vezes).

VIII. Fragmentação severa da população

O termo “fragmentação severa” refere-se à situação na qual o aumento do risco de

extinção da espécie resulta do fato de que a maior parte dos seus indivíduos se encontra

em populações pequenas e relativamente isoladas. Estas pequenas populações podem

extinguir-se e ter uma reduzida probabilidade de recolonização.

A fragmentação deve ser avaliada em uma escala apropriada para o isolamento

biológico da espécie considerado. Táxons com alta mobilidade têm maior facilidade de

dispersão, e não são tão vulneráveis ao isolamento causado pela fragmentação do habitat.

Táxons com baixa mobilidade são menos eficientes para se dispersar a longas distâncias e

mais facilmente isolados pelo efeito da fragmentação do habitat. A fragmentação do

habitat natural pode ser usada como evidência direta para fragmentação da população de

táxons com pouca habilidade de dispersar.

IX. Extensão de ocorrência – EOO

A extensão de ocorrência é definida como a área contida dentro do menor limite

imaginário contínuo que possa ser traçado para englobar todos os pontos conhecidos,

inferidos ou projetados da presença atual de uma espécie, excluindo os casos de errantes e

visitantes. Esta medida pode excluir descontinuidades ou disjunções no interior das áreas

globais de distribuição de uma espécie (ex. grandes áreas de habitat claramente

inadequado).

A EOO pode freqüentemente ser medida por um mínimo polígono convexo (o menor

polígono no qual nenhum ângulo interno seja maior que 180 º e que contenha todos os pontos

de ocorrência) (IUCN 2001).

X. Área de ocupação – AOO

A área de ocupação é definida como a área que é ocupada por uma espécie no

interior da sua “extensão de ocorrência”, excluindo os casos de errantes e visitantes. Esta

medida reflete o fato de que uma espécie geralmente não ocorre por toda a sua extensão

de ocorrência, a qual pode conter porções de habitats inadequados ou desocupados. Em

10

alguns casos (ex. sítios de nidificação colonial insubstituíveis, sítios de alimentação

cruciais para táxon migratório) a área de ocupação é a menor área essencial, em qualquer

fase do ciclo de vida, para a sobrevivência das populações de uma espécie. O tamanho da

área de ocupação é uma função da escala em que é medida, que deve ser apropriada aos

aspectos biológicos relevantes da espécie, à natureza das ameaças e dos dados

disponíveis. Para evitar inconsistências e erros nas avaliações, causados pela estimativa

de áreas de ocupação em escalas diferentes, pode ser necessário padronizar as estimativas

pela aplicação de um fator corretivo de escala. É difícil estabelecer regras para a

padronização, já que diferentes tipos de táxon têm diferentes relações área/escala.

XI. Localização

O termo localização define uma área, geográfica ou ecologicamente distinta, na

qual uma única ameaça pode afetar rapidamente todos os indivíduos da espécie

considerado. O tamanho da localização depende da área abrangida pela ameaça e pode

incluir parte de uma ou mais subpopulações. Quando uma espécie é afetado por mais de

uma ameaça, a localização deve ser definida considerando a ameaça mais séria.

A justificativa para o número de localizações deve incluir a referência da ameaça

mais séria e plausível, e como ela afeta a espécie.

XII. Análise quantitativa

Uma análise quantitativa é definida aqui como qualquer forma de análise para

estimar a probabilidade de extinção de uma espécie, baseada no conhecimento do seu

ciclo de vida, requisitos de habitat, ameaças e quaisquer opções de gestão específicas. A

Análise da Viabilidade da População (Population Viability Analysis – PVA) é uma

dessas técnicas. A análise quantitativa deve fazer uso integral de todos os dados

relevantes disponíveis. Numa situação em que haja pouca informação, os dados

disponíveis podem ser usados para obter uma estimativa do risco de extinção (por

exemplo, estimar o impacto de um acontecimento estocástico no habitat). Na

apresentação dos resultados da análise quantitativa, os pressupostos (que devem ser

apropriados e defensáveis), os dados usados e suas incertezas ou o modelo quantitativo

utilizado devem estar documentados.

XIII. População reprodutora

Uma população ou subpopulação que se reproduz dentro de uma região, seja todo

o ciclo reprodutivo ou alguma parte essencial dele.

11

XIV. População silvestre

Uma população dentro de sua área de distribuição natural, onde os indivíduos são

resultado de uma reprodução natural (quer dizer, não são resultado de liberações ou

deslocamentos com intervenção humana). Se uma população é o resultado de uma

introdução benigna que tenha sido bem sucedida, a população é considerada silvestre.

XV. Introdução benigna

Uma tentativa de estabelecer uma espécie, com propósito de conservação, fora de

sua área de distribuição registrada, mas dentro de um habitat e área ecogeográfica

apropriada. Esta é uma ferramenta de conservação factível somente quando não existem

áreas remanescentes dentro da distribuição histórica da espécie.

XVI. Táxon Errante

Uma espécie que é encontrado atualmente somente de forma ocasional dentro dos

limites de uma região.

XVII. Táxon Visitante

Uma espécie que não se reproduz em uma região, mas ocorre de forma regular

dentro de seus limites, atualmente ou durante algum período do último século. Para

definir os limites entre visitantes e errantes, pode ser utilizado uma porcentagem

predeterminada da população global encontrada na região ou previsibilidade da

ocorrência.

XVIII. Propágulos

A entidade viva capaz de dispersar e de produzir um novo indivíduo maduro, por

exemplo, esporos, sementes, frutas, ovo, larva. Gametas e pólen não são considerados

propágulos nesse contexto.

XIX. Efeito resgate

Processo mediante o qual a imigração de propágulos resulta em uma redução no

risco de extinção para a população em questão.

12

XX. Sumidouro

Área em que a reprodução local de uma espécie é menor que a mortalidade local.

O termo é geralmente utilizado para referir-se a uma subpopulação que experimenta uma

imigração a partir de uma fonte onde a reprodução local é mais alta que a mortalidade

local.

AVALIAÇÃO REGIONAL, NACIONAL E GLOBAL

O termo regional é utilizado para indicar qualquer zona geográfica em nível

submundial, seja continente, país, estado ou província. Ao se avaliar o estado de

conservação de uma espécie da fauna brasileira, a primeira consideração a fazer é se a

espécie é endêmica ao território nacional. Para espécies endêmicas, a avaliação nacional

equivale à avaliação global da espécie. Se a espécie não é endêmica, diferentes situações

podem ocorrer: (1) pode tratar-se de uma subpopulação isolada; (2) pode tratar-se de

táxon que visita o território nacional apenas ocasionalmente, e que pode ou não se

reproduzir na região; ou (3) pode tratar-se de parte de uma população, definida apenas

por uma fronteira geográfica, em que os indivíduos podem migrar de ou para outras

populações fora dessa fronteira.

Espécies que migram para outras regiões durante parte do ano podem ser afetadas

pelas condições do habitat de lá. Durante a avaliação brasileira, portanto, é preciso

atenção nos casos em que a população da espécie dentro do território nacional é apenas

uma parte da população global. Nestes casos será necessário incluir informações

adicionais sobre o restante da população ou subpopulações que se encontram fora do

território nacional.

A avaliação regional é realizada em dois passos e difere ligeiramente dependendo

se a espécie se reproduz ou não dentro da região. As populações externas podem

influenciar o risco de extinção da população regional, alterando a categorização para um

nível mais alto ou mais baixo.

Para populações que se reproduzem em território nacional, o primeiro passo é

conduzir uma avaliação padrão, resultando em uma categorização preliminar. Todos os

dados utilizados devem ser referentes à população regional, não à população global. O

segundo passo é investigar a existência e o estado de populações da espécie fora da

região. Se a população regional for isolada, a categoria definida na avaliação preliminar

se mantém. Se populações fora da região afetam o risco de extinção regional, a categoria

deve ser alterada para um nível mais apropriado. A população regional pode receber

migrantes de fora, criando um efeito resgate, o que tende a diminuir o risco de extinção

13

na região e nesse caso, deve se reduzir a categoria definida no primeiro passo, em um

grau. Por outro lado, se a população na região é um sumidouro, incapaz de se sustentar

sem a entrada de novos imigrantes E a fonte extra-regional está em declínio, o risco de

extinção da população regional aumenta, e a categoria definida inicialmente deve ser

elevada em um grau. Caso não se conheça a influência das populações de fora no risco de

extinção regional, a categoria inicial deve ser mantida.

Para populações visitantes, que não se reproduzem em território nacional, em

primeiro lugar deve ser considerada a diferença entre um visitante e um errante, pois esse

último não pode ser avaliado. Os dados usados devem se referir à população regional, não

à população global. Para se projetar de forma correta uma redução na população ou um

declínio continuado pode ser necessário examinar as condições fora da região,

particularmente na área de reprodução. Também é essencial distinguir verdadeiras

mudanças e flutuações na população de mudanças momentâneas, que pode ser devido a

um clima desfavorável em determinado ano, por exemplo. No segundo passo, devem ser

consideradas as condições ambientais dentro e fora da região e haverá redução no risco

definido no primeiro passo apenas se as condições ambientais estiverem estáveis ou

melhorando.

CATEGORIAS DE RISCO DE EXTINÇÃO

Uma espécie pode ser enquadrada em onze categorias distintas de acordo com o

grau do risco de extinção em que se encontra. Por convenção, sempre que houver

referência a determinada categoria utiliza-se o nome em português e a sigla original em

inglês, entre parênteses. Nessa categorização, uma espécie pode ser considerada:

Extinta (EX) – Extinct

Extinta na Natureza (EW) – Extinct in the Wild

Regionalmente Extinta (RE) – Regionally Extinct

Criticamente em Perigo (CR) – Critically Endangered

Em Perigo (EN) – Endangered

Vulnerável (VU) – Vulnerable

Quase Ameaçada (NT) – Near Threatened

Menos Preocupante (LC) – Least Concern

Dados Insuficientes (DD) – Data Deficient

Não Aplicável (NA) – Not Applicable

Não Avaliada (NE) – Not Evaluated

Observação: Regionalmente Extinta, nesse caso, se equivale a “Extinta no Brasil”.

14

As espécies consideradas Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável, são

aquelas que necessitam de ações de conservação em um futuro imediato.

CATEGORIAS DE RISCO DE EXTINÇÃO

EXTINTA (EX)

Uma espécie é considerada Extinta quando não restam quaisquer dúvidas de que o

último indivíduo tenha morrido. Uma espécie está presumivelmente Extinta quando

exaustivos levantamentos no habitat conhecido e/ou potencial, em períodos

apropriados (do dia, estação e ano), realizados em toda a sua área de distribuição

histórica, falharam em registrar a espécie. As prospecções devem ser feitas durante um

período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica da espécie em questão.

EXTINTA NA NATUREZA (EW)

Uma espécie está extinta na natureza quando sua sobrevivência é conhecida apenas em

cultivo, cativeiro ou como uma população (ou populações) naturalizada fora da sua

área de distribuição natural. Uma espécie está presumivelmente Extinta na Natureza

quando exaustivos levantamentos no habitat conhecido e/ou potencial, em períodos

apropriados (do dia, estação e ano), realizados em toda a sua área de distribuição

histórica, falharam em registrar a espécie. As prospecções devem ser feitas durante um

período de tempo adequado ao ciclo de vida e forma biológica da espécie em questão.

REGIONALMENTE EXTINTA/ EXTINTA NO BRASIL (RE)

Categoria para uma espécie quando não há dúvida razoável de que o último indivíduo

potencialmente capaz de se reproduzir na região tenha morrido ou desaparecido da

natureza, ou no caso de ser uma espécie visitante, o último indivíduo tenha morrido ou

desaparecido da natureza, na região. A fixação de limite de tempo para a inclusão

como RE não deve ser anterior a 1.500 D.C.

CRITICAMENTE EM PERIGO (CR)

Uma espécie é considerada Criticamente em Perigo quando as melhores evidências

disponíveis indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E (explicados

adiante) para Criticamente em Perigo, e por isso considera-se que está enfrentando um

risco extremamente alto de extinção na natureza.

15

EM PERIGO (EN)

Uma espécie é considerada Em Perigo quando as melhores evidências disponíveis

indicam que se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Em Perigo, e por isso

considera-se que está enfrentando um risco muito alto de extinção na natureza.

VULNERÁVEL (VU)

Uma espécie está Vulnerável quando as melhores evidências disponíveis indicam que

se cumpre qualquer um dos critérios A a E para Vulnerável, e por isso considera-se que

está enfrentando um risco alto de extinção na natureza.

QUASE AMEAÇADO (NT)

Uma espécie é considerada Quase Ameaçada quando, ao ser avaliada pelos critérios,

não se qualifica atualmente como Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável,

mas está perto da qualificação ou é provável que venha a se enquadrar em uma

categoria de ameaça num futuro próximo.

MENOS PREOCUPANTE (LC)

Uma espécie é considerada Menos Preocupante quando é avaliada pelos critérios e não

se qualifica como Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulnerável ou Quase

Ameaçada. Espécies de distribuição ampla e espécies abundantes são incluídas nesta

categoria.

DADOS INSUFICIENTES (DD)

Uma espécie é considerada com Dados Insuficientes quando não há informação adequada para

fazer uma avaliação direta ou indireta do seu risco de extinção, com base na sua distribuição

e/ou estado da população. Uma espécie nesta categoria pode estar bem estudada e a sua

biologia ser bem conhecida, mas faltam dados adequados sobre a sua distribuição e/ou

abundância. Classificar uma espécie nesta categoria indica que é necessária mais informação e

que se reconhece a possibilidade de que pesquisas futuras poderão mostrar que a classificação

em uma categoria de ameaça seja apropriada. É importante que seja feito uso de toda

informação disponível. Se há pouca informação sobre a espécie, mas existe suspeita de que

alguma ameaça ocorra sobre ela, mais estudos são necessários e deve ser classificada como

DD. Por outro lado, ainda que não se tenha muitas informações sobre a espécie, mas há

indícios de que seja comum, com alta resiliência ou que tenha distribuição ampla, deve ser

enquadrada como LC.

16

CRITÉRIOS

Há cinco critérios quantitativos que são utilizados para determinar se uma espécie

está ameaçada de extinção e qual categoria de risco de extinção em que se encontra

(Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável). A maioria deles inclui subcritérios

que são usados para justificar mais especificamente a classificação de uma espécie em

determinada categoria.

Os cinco critérios são:

A. Redução da população (passada, presente e/ou projetada);

B. Distribuição geográfica restrita e apresentando fragmentação, declínio ou flutuações;

C. População pequena e com fragmentação, declínio ou flutuações;

D. População muito pequena ou distribuição muito restrita;

E. Análise quantitativa de risco de extinção (por exemplo, PVA - Population Viability

Analysis).

NÃO APLICÁVEL (NA)

Categoria de uma espécie considerada inelegível para ser avaliada em nível regional.

Uma espécie pode ser NA por não ser uma população selvagem ou não estar dentro da

sua distribuição natural, ou por ser um errante na região. Também pode ser NA

porque ocorre em números muito baixos na região ou trata-se de um nível taxonômico

mais baixo do que o considerado elegível (abaixo do nível de espécie ou subespécie).

NÃO AVALIADA (NE)

Uma espécie é dita Não Avaliada quando ainda não foi avaliada sob os critérios

UICN.

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Como aplicar os critérios

A. Redução da População (Declínio medido ao longo de 10 anos ou 3 gerações – o que for mais longo):

Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU) A1 ≥ 90% ≥ 70% ≥ 50%

A2, A3, A4 ≥ 80% ≥ 50% ≥ 30%

A1. Redução da população observada, estimada, inferida ou suspeitada de ter ocorrido no passado, sendo as causas da redução claramente reversíveis E compreendidas E tenham cessado baseado em um ou mais dos itens (a) a (e). A2. Redução da população observada, estimada, inferida ou suspeitada de ter ocorrido no passado, sendo que as causas da redução podem não ter cessado OU não ser compreendidas OU não ser reversíveis, baseado em um ou mais dos itens (a) a (e). A3. Redução da população projetada ou suspeitada de ocorrer no futuro (até um máximo de 100 anos), baseado em um ou mais dos itens (a) a (e). A4. Redução da população observada, estimada, inferida, projetada ou suspeitada, sendo que o período de tempo deve incluir tanto o passado quanto o futuro (até um máximo de 100 anos), e as causas da redução podem não ter cessado OU não ser compreendidas OU não ser reversíveis, baseado em um ou mais dos itens (a) a (e).

(a) observação direta; (b) índice de abundância apropriado para o táxon; (c) declínio na área de ocupação (AOO), extensão de ocorrência (EOO) e/ou qualidade do habitat; (d) níveis reais ou potenciais de exploração; (e) efeitos de táxons introduzidos, hibridação, patógenos, poluentes, competidores ou parasitas.

B. Distribuição geográfica restrita e apresentando fragmentação, declínio ou flutuações:

Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU) B1. Extensão de ocorrência < 100 km² < 5,000 km² < 20,000 km²

B2. Área de ocupação < 10 km² < 500 km² < 2,000 km²

E pelo menos 2 dos seguintes itens: (a) severamente fragmentado, OU número de localizações

= 1 ≤ 5 ≤ 10

(b) declínio continuado em um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de ocupação; (iii) área, extensão e/ou qualidade do habitat; (iv) número de localizações ou subpopulações; (v) número de indivíduos maduros. (c) flutuações extremas em qualquer um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de ocupação; (iii) número de localizações ou subpopulações; (iv) número de indivíduos maduros.

C. População pequena e com fragmentação, declínio ou flutuações:

Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU) Número de indivíduos maduros < 250 < 2.500 < 10.000

E C1 ou C2 C1. Um declínio continuado estimado de pelo menos:

25% em 3 anos ou 1 geração 20% em 5 anos ou 2 gerações

10% em 10 anos ou 3 gerações

C2. Um declínio continuado E (a) e/ou (b): (a i) número de indivíduos maduros em cada subpopulação:

< 50 < 250 < 1.000

(a ii) ou % indivíduos em uma única subpopulação =

90–100% 95–100% 100%

(b) flutuações extremas no número de indivíduos maduros

D. População muito pequena ou distribuição muito restrita:

Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU) D. Número de indivíduos maduros < 50 < 250 D1. < 1.000

VU D2. Área de ocupação restrita ou número de localizações sob uma ameaça futura plausível de levar o táxon à condição de CR ou EX em curto prazo.

D2. tipicamente: AOO < 20 km² ou Número de localizações ≤ 5

E. Análises quantitativas indicando que a probabilidade de extinção na natureza é de:

Criticamente Em Perigo (CR) Em Perigo (EN) Vulnerável (VU)

≥ 50% em 10 anos ou 3 gerações ≥ 20% em 20 anos

ou 5 gerações ≥10% em 100 anos

18

Para informações mais detalhadas sobre a metodologia utilizada, consultar os

guias IUCN/Species Survival Commission: Guidelines for Using the IUCN Red List

Categories and Criteria, Version 9.0, 2011 e Guidelines for Application of IUCN

Red List Criteria at Regional Levels: Version 3.0, 2003.

ATORES DO PROCESSO

O processo de avaliação está sob a coordenação da COABIO/CGESP, e a

execução está a cargo da COABIO e de 10 Centros de Pesquisa e Conservação:

CMA – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos;

CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres;

CENAP – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros;

CEPTA – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais;

CPB – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros;

CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas;

CECAT – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e

Caatinga;

TAMAR – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas;

CEPAM – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica;

RAN – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios.

Cada Centro assume a avaliação do grupo taxonômico de sua atribuição

institucional. Grupos taxonômicos que não estão no escopo de nenhum centro foram

distribuídos entre eles ou o processo de avaliação é conduzido diretamente pela

COABIO.

Para cada grupo taxonômico, é preciso definir uma série de atores:

���� Um servidor para atuar como Ponto Focal do processo;

���� Um Coordenador de Táxon;

���� Equipe de técnicos para levantar e compilar as informações sobre cada espécie;

���� Rede de pesquisadores especialistas para rever, acrescentar, confirmar, atualizar e

validar as informações e efetuar as avaliações.

Pode ser necessária a contratação de bolsista ou consultor especializado para

reforçar a execução do processo.

19

PARCERIA COM A UICN

Em agosto de 2010 foi assinado um Termo de Reciprocidade entre o ICMBio e a

UICN com o objetivo de qualificar a realização da avaliação, conservação e recuperação

das espécies ameaçadas de extinção. Esta cooperação inclui aspectos relacionados à

Capacitação, com realização de cursos sobre Aplicação de Categorias e Critérios UICN e

Metodologia de Avaliação e Facilitação de Oficinas; realização de oficinas conjuntas para

avaliações globais e brasileiras; divulgação recíproca das respectivas agendas de

avaliação dos grupos taxonômicos; validação do resultado das avaliações de espécies

endêmicas brasileiras como avaliações globais.

ROTEIRO METODOLÓGICO

O roteiro descrito a seguir detalha passo a passo a condução do processo de

avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira. Deve ser seguido

para cada grupo taxonômico a ser avaliado. A primeira providência é a escolha do Ponto

Focal e do Coordenador de Táxon segundo perfis pré-estabelecidos e atribuições

específicas. O processo consta de três etapas que podem ser divididas em sete passos

básicos.

ETAPAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

ETAPA PREPARATÓRIA Passo 1. Reunião inicial de planejamento

Passo 2. Compilação de dados

Passo 3. Consultas e divulgação

Passo 4. Reunião preparatória para oficina

ETAPA DE AVALIAÇÃO Passo 5. Realização da oficina de avaliação

Passo 6. Edição das informações

ETAPA FINAL Passo 7. Validação e publicação

20

DEFINIÇÃO DA EQUIPE

Ponto Focal

O Ponto Focal é indicado pelo Coordenador do Centro de Pesquisa responsável

pelo grupo taxonômico a ser avaliado e deve ser preferencialmente servidor daquele

Centro, ou diretamente vinculado à COABIO. É recomendável que este servidor trabalhe

ou tenha trabalhado com o grupo taxonômico em questão, de forma a ter fluência nos

termos e jargões técnicos específicos e que tenha bom relacionamento com especialistas

da área. Esta indicação deve ser discutida entre o Coordenador do Centro e a COABIO,

aprovada pela CGESP e oficializada através de ordem de serviço do diretor da DIBIO

(Modelo no Anexo 1).

O Ponto Focal faz a interlocução entre os diferentes atores envolvidos, e suas

atribuições incluem:

���� Acompanhar e apoiar as atividades desempenhadas pelo Coordenador de Táxon;

���� Disponibilizar as informações referentes ao processo para a COABIO;

���� Formalizar e alimentar o processo administrativo referente ao grupo taxonômico

sendo avaliado;

���� Organizar as reuniões inicial e preparatória;

���� Conduzir a etapa de compilação de dados;

���� Supervisionar o preenchimento e ajustes dos formulários de informações em

consonância com as orientações da COABIO;

���� Contatar e apoiar os pesquisadores envolvidos;

���� Organizar a Oficina;

���� Acompanhar a Oficina e produzir o documento final;

���� Supervisionar a edição final dos formulários após a Oficina;

���� Organizar o material para a validação e publicação.

O Ponto Focal deve possuir boa capacidade de articulação, motivação e interesse

no tema, organização e facilidade de comunicação. O Ponto Focal deve obrigatoriamente

ter treinamento na utilização dos critérios e metodologia de avaliação, tendo sido

aprovado em curso de aplicação de categorias e critérios UICN, oferecido periodicamente

aos servidores pelo ICMBio em parceria com a UICN. Caso não tenha no momento de

sua nomeação, esse treinamento será providenciado pela COABIO.

21

Coordenador de Táxon

O Coordenador de Táxon é um especialista da comunidade científica, responsável

por toda a orientação e decisões científicas relacionadas à avaliação. O CT será indicado

pelo Coordenador do Centro de Pesquisa e Conservação e aprovado pela Coordenação-

Geral de Manejo para Conservação que formalizará a participação. O Modelo do ofício

convite encontra-se no Anexo 2.

Um Coordenador de Táxon deve possuir o seguinte perfil:

���� Ser integrante ativo da comunidade científica nacional e internacional e possuir boa

capacidade de articulação e boa relação com instituições de pesquisa, órgãos

governamentais, ONGs, entre outros;

���� Ter envolvimento ativo com a UICN através de participação em seus grupos de

especialistas (SSG);

���� Possuir publicações na área de ecologia, biogeografia, sistemática e/ou biologia da

conservação de espécies do grupo;

���� Conhecer as atividades antrópicas que causem impactos significativos sobre o grupo

em avaliação.

O CT deve possuir conhecimento da metodologia UICN, e caso não possua, deve

participar de treinamento oferecido pela COABIO.

O CT deve trabalhar em contato permanente com o Ponto Focal. Suas principais

atribuições são:

���� Articular e coordenar a participação de pesquisadores nacionais e internacionais que

tenham contribuições relevantes para a avaliação de cada espécie, garantindo a

consolidação de informações atualizadas nas áreas de sistemática, biogeografia,

ecologia, biologia da conservação, identificação taxonômica, ameaças, e

recomendações de ações de conservação e pesquisa necessárias;

���� Avaliar e coordenar a integração dos dados e informações provenientes da

bibliografia, das consultas amplas e das consultas dirigidas à comunidade científica;

���� Organizar e coordenar cientificamente a Oficina de Avaliação.

Equipe técnica

Equipe de técnicos (analistas ambientais, bolsistas e consultores) dos Centros de

Pesquisa e Conservação responsável pela compilação de dados, organização das

informações e apoio ao Ponto Focal. Aos técnicos que participarem ativamente da tarefa

22

de compilação de dados será dado o crédito de “compilador” na ficha técnica da espécie

que será publicada.

Com toda a equipe definida, inicia-se o processo.

ETAPA PREPARATÓRIA

Passo 1. Reunião Inicial

Para dar início ao processo, é necessária a realização de uma reunião entre o

Coordenador de Táxon, Ponto Focal e COABIO, com os seguintes objetivos:

a. Nivelamento dos envolvidos;

b. Definição do grupo de espécies a ser avaliado;

c. Proposta de cronograma;

d. Identificação de demandas;

e. Construção da rede de especialistas;

f. Formas de divulgação;

g. Definição das responsabilidades.

a. Nivelamento dos envolvidos: em cada reunião de início de processo, um

representante da COABIO faz uma explanação sobre os compromissos do ICMBIO para

cumprir as metas da CDB, a parceria com a UICN, razões para se utilizar a metodologia,

tirar dúvidas sobre metodologia, critérios e conceitos utilizados na avaliação. Nesse

momento também é importante repassar para os presentes cada etapa do processo, e rever

juntos os formulários de informações sobre a espécie e o formulário de avaliação. Esse

nivelamento é importante para que não haja diferenças no modo de pensar e conduzir o

processo entre os diferentes atores envolvidos na coordenação.

b. Definição do grupo de espécies a ser avaliado: A premissa básica é que será

realizada avaliação de todas as espécies de vertebrados. Portanto, há necessidade de

definição de espécies a serem avaliadas somente em duas situações:

23

I. Para avaliação de grupos de invertebrados, e neste caso, os presentes na reunião

devem chegar a um consenso sobre quantas e quais espécies serão avaliadas.

II. Para avaliação de grupo de vertebrados com número grande de espécies e nesse caso a

escolha é simplesmente para se definir quais espécies serão avaliadas primeiro, o

número de espécies que serão avaliadas por oficina e quantas oficinas serão

necessárias para completar a avaliação de todo o grupo.

A divisão deve ser preferencialmente taxonômica e em último caso, biomática,

justificando-se os critérios para essas escolhas. Em hipótese alguma deve ser realizada

uma oficina para avaliar apenas espécies que já constam de listas regionais ou da nacional

e do Livro Vermelho. É importante que todos os pesquisadores envolvidos tenham a

clareza de entendimento de que o processo atual não trata de uma revisão da lista de

espécies ameaçadas já existente e sim da avaliação do estado de conservação de todas as

espécies de vertebrados e seletivamente de invertebrados da fauna brasileira.

c. Proposta de cronograma: a reunião inicial também deve produzir um cronograma

prevendo os prazos para cada tarefa: compilação de dados e preparação dos formulários

de informações, consultas aos especialistas e retorno dos formulários, edição, preparação

de mapas, etc. e já propor uma data para a realização da(s) oficina(s) de avaliação.

d. Identificação de demandas: este é o momento para o Ponto Focal, que irá coordenar

a execução do processo, identificar as necessidades de pessoal e meios para garantir a

realização da avaliação. Estas demandas devem ser encaminhadas a CGESP para análise

e providências, caso autorizado.

e. Construção da rede de especialistas: este também é o momento para que os

integrantes da reunião troquem informações e conhecimentos sobre quem são os

especialistas que serão consultados e convidados a participar do processo, e elaborem

uma lista preliminar com nomes, instituições e contatos, e assim iniciem a montagem da

rede de especialistas. Estes especialistas devem possuir trabalhos e publicações sobre o

grupo taxonômico, mais especificamente sobre biogeografia, biologia da conservação ou

aspectos relacionados às principais ameaças às espécies.

24

f. Formas de divulgação: É preciso estabelecer estratégias de divulgação do processo

de avaliação deste conjunto de espécies tanto no meio acadêmico quanto para o público

em geral. Além das informações que serão disponibilizadas na página do ICMBio e/ou

dos Centros, várias outras formas podem ser combinadas, como inserir link em páginas

das Sociedades Científicas e Instituições de Ensino e Pesquisa participantes do processo;

Distribuir folder do Processo de Avaliação; Participar de Eventos Científicos

relacionados ao tema e que estejam previstos para o período, etc.

g. Definição das responsabilidades: durante a reunião deve ser acertada a divisão de

tarefas entre o PF, CT, consultor se houver, e demais técnicos do Centro/COABIO

envolvidos. As tarefas que precisam ser executadas são essencialmente: contatar os

especialistas, compilar informações sobre as espécies, confeccionar mapas de

distribuição, finalizar os formulários de informações e cuidar da divulgação. O mais usual

é que o CT coordene a compilação de dados, faça o contato com os especialistas e revise

a versão final dos formulários de informações. A confecção dos mapas e a divulgação

Recomendação:

Para ser produtiva, uma oficina deve ter duração total de 3 a 5 dias, incluindo

abertura, avaliações (em uma ou mais equipes), plenárias diárias (quando houver mais

de um grupo de trabalho) e encerramento. Deve ser planejada com um máximo de 10

espécies para ser avaliadas por equipe de trabalho, por turno (manhã/tarde). Assim, se

o conjunto dos especialistas convidados puder ser dividido em duas ou mais equipes,

esse número pode ser multiplicado. Por outro lado, dividir em muitas equipes pode

dificultar a contribuição dos especialistas, além de aumentar o tempo necessário para

as plenárias. Sendo assim, é recomendável que se trabalhe com no máximo 3 equipes.

Dessa forma, mesmo uma oficina com duração de 5 dias e trabalhando com 3 equipes

(reservando a primeira manhã para abertura e o último dia para plenária final e

encerramento, trabalhando então em 7 turnos) seria capaz de avaliar em torno de 200

espécies. Embora outras variáveis devam ser consideradas, tais como quantidade de

informação disponível sobre cada espécie e experiência dos participantes, esse número

deve ser usado como referência ao se planejar uma oficina de avaliação. Para aqueles

grupos que possuem menos de 200 espécies, deve-se procurar fazer uma única oficina.

Acima desse número, deverá ser dividido em mais de uma oficina.

25

ficam a cargo do próprio PF ou outro técnico do Centro ou ainda um consultor

especializado.

A reunião inicial deve ser registrada em documento onde conste data,

participantes, pauta, decisões e encaminhamentos. Deve ser digitada durante a reunião e

ao final assinada por todos. Este documento deve ser incluído no processo administrativo.

Passo 2. Compilação de dados

Para organizar as informações sobre cada espécie, a equipe de técnicos do Centro,

e/ou consultores contratados, supervisionados pelo Ponto Focal devem realizar uma

revisão bibliográfica e compilação de dados da literatura, sob coordenação científica do

CT.

Durante essa tarefa, é preciso manter o foco no objetivo que é a avaliação do

estado de conservação da espécie. O levantamento de dados deve ser dirigido às

informações necessárias à aplicação dos critérios (ver quadro abaixo). Para avaliar o risco

de extinção de uma espécie, não é necessária a utilização de toda e qualquer informação

existente sobre ela, portanto não há necessidade de uma compilação extensa da literatura

existente. Esta fase não deve ultrapassar 4 meses de duração.

Informações necessárias para as avaliações

Distribuição Geográfica

� Qual a extensão da área de ocorrência da espécie e qual é a área de ocupação (área

ocupada pela espécie dentro desta extensão)?

� Estas áreas estão diminuindo, aumentando, estão estáveis ou essa informação é

desconhecida?

� Existe fragmentação de habitat?

26

População

� Qual a estimativa do número total de indivíduos maduros? Se essa informação não

estiver disponível, então qual o tamanho da população total e qual costuma ser a

proporção de indivíduos não reprodutivos (infantes, juvenis, etc)?

� O tamanho da população está estável, aumentando, diminuindo ou a informação é

desconhecida? Qual é a tendência para o futuro?

� Qual o tempo geracional para a espécie? (para análise de declínio populacional)

� Se o tamanho da população está declinando qual a porcentagem de declínio e em que

período de tempo isso ocorreu ou está previsto ocorrer? Se possível, esta informação

deve abranger um período de três gerações ou dez anos, - o que for maior.

� Existem subpopulações? Há informações sobre fluxo gênico ou de indivíduos entre

estas subpopulações?

� Ocorrem flutuações na população? (sejam naturais ou causadas por fator externo)

Quão severas são essas flutuações?

História de vida e ecologia

� Informações tais como longevidade, biologia reprodutiva, fecundidade, habilidade de

dispersão, área de uso, nível trófico e uso do habitat podem ser relevantes para a

avaliação da vulnerabilidade da espécie às pressões e impactos.

Ameaças

� Que tipo de ameaça está afetando a espécie? Como afeta (declínio populacional,

perda de habitat, degradação do habitat, etc) e qual a intensidade? Essa ameaça

ocorreu no passado e já cessou ou ainda está ocorrendo? Existe alguma ameaça com

alta probabilidade de ocorrer no futuro e vir a causar declínio populacional

significativo?

� Quanto da área e da população será rapidamente afetado pela principal ameaça a

espécie? Em quantas dessas localizações a espécie ocorre?

� Onde, dentro da área de ocorrência da espécie, localizam-se essas ameaças? A

incidência dessa ameaça é difusa ou localizada?

Conservação

� Que medidas já foram tomadas que tenha reduzido ou podem vir a reduzir o

declínio na distribuição geográfica da espécie ou na população?

� Que pesquisas ou medidas de conservação devem ser postas em prática para

melhorar a situação da espécie?

27

Estas informações são registradas em um formulário de informações, conforme

modelo no Anexo 3. Junto a cada campo do formulário, encontram-se perguntas que

orientam seu preenchimento.

Um formulário de informações para cada espécie deve ser preenchido com os

dados encontrados na literatura seguindo as orientações do Coordenador de Táxon. Cada

formulário deve indicar no campo “Nome dos Colaboradores” o nome dos técnicos

responsáveis por seu preenchimento. Os nomes de outros colaboradores serão

adicionados no decorrer do processo.

As informações sobre distribuição geográfica e coordenadas dos pontos de

ocorrência são encaminhadas ao responsável pela elaboração dos mapas de

ocorrência/ocupação, que pode ser um técnico do Centro, da COAPRO ou consultor

contratado para esse fim. Orientações para elaboração dos mapas são fornecidas pela

COAPRO. No anexo 4, orientações para padronização de mapas para espécies terrestres.

Passo 3. Divulgação e Consultas

Consulta direta aos especialistas

O Coordenador de Táxon deve estabelecer um contato preliminar com aqueles

especialistas que foram indicados na reunião inicial para fazer parte do processo de

avaliação, indagando sobre o interesse em participar e disponibilizando a lista das

espécies que estão sendo avaliadas no momento, de forma que o pesquisador indique com

quais espécies pode contribuir.

Os formulários de informações previamente preenchidos são enviados aos

especialistas, solicitando revisão das informações, complementação e correções

pertinentes.

Ao encaminhar os formulários aos especialistas, é preciso informá-los sobre o

cronograma programado e estabelecer prazo para devolução.

Os especialistas precisam estar cientes do tipo de informações que são necessárias

para a avaliação e preferencialmente terem conhecimento sobre os critérios e categorias

UICN. Disponibilizar essas informações através de páginas ou, de preferência, enviando

diretamente a cada um deles, otimiza o processo.

Deve ser incluído no processo administrativo documento com lista das espécies

sob avaliação, nome dos especialistas consultados e indicação daqueles que enviaram

contribuições. Os nomes destes devem ser incluídos no formulário de informações, no

campo “Nome dos Colaboradores”, bem como o nome de quem tenha enviado

contribuições através da consulta ampla.

28

Essa consulta e a integração das informações devem durar no máximo 2 meses.

Consulta ampla

Para garantir uma ampla divulgação do processo e a possibilidade de participação

de outros pesquisadores além daqueles convidados diretamente a contribuir, formulários

de informações em branco devem ser encaminhados às Sociedades Científicas

relacionadas ao grupo taxonômico em questão. Nos Anexos 3 e 5 encontram-se

respectivamente modelo do formulário de informações e modelo do ofício às Sociedades

Científicas.

Esses formulários de informações também são disponibilizados nas páginas do

ICMBio e dos Centros de Pesquisa e Conservação, juntamente com um resumo sobre o

processo, a lista de espécies sob avaliação, o nome dos Coordenadores de Táxon e Ponto

Focal envolvidos.

Para receber as contribuições via internet deve ser informado um endereço

eletrônico institucional.

Esta forma de consulta deve começar logo após a reunião inicial, e finalizar cerca

de um mês antes da oficina, de forma a ficar disponível ao público por um período

extenso. No anexo 6, exemplo de informação que deve ser disponibilizada na página do

ICMBio.

Revisão dos formulários de informações

Com antecedência de pelo menos 75 dias da data marcada para a oficina, os

formulários devem retornar ao Ponto Focal, que então organiza as informações dos vários

colaboradores em um formulário único e encaminha ao Coordenador de Táxon para

conferência dos dados. Todas as informações adicionais sobre distribuição geográfica são

revisadas e utilizadas para refinar os mapas.

O Coordenador de Táxon, analisando o nível de preenchimento de cada

formulário, pode considerar necessário devolvê-los aos especialistas solicitando mais

detalhamento.

Todos os mapas e formulários precisam estar prontos antes da oficina.

Passo 4. Reunião Preparatória

Com as consultas finalizadas e os formulários de informações em fase de revisão,

é preciso organizar uma reunião de preparação da oficina, com a participação da

29

COABIO/CGESP, Coordenador de Táxon e Ponto Focal. Esta reunião deve ser realizada

no mínimo dois meses antes da data prevista para a realização da oficina.

Esta reunião tem como pauta:

���� Conferir o nível de preenchimento dos formulários e da elaboração de mapas;

���� Fechar a data para oficina e cidade de realização;

���� Definir lista de participantes da oficina;

���� De acordo com o número de espécies a ser avaliadas, estipular duração da oficina

em dias e preparar a programação, incluindo abertura do evento, palestra de

nivelamento, avaliação de cada espécie, plenária, encerramento;

���� De acordo com o número de espécies a ser avaliadas e com o número de

participantes, definir o número de grupos de trabalho e respectiva equipe de

trabalho para a oficina, que deve ser composta por um facilitador/moderador, um

relator e uma terceira pessoa para apoio, para cada grupo de trabalho definido;

���� Resolver pendências que ainda existam.

Uma avaliação do andamento dos trabalhos define se o cronograma original

previsto na reunião inicial está mantido ou se é necessária alguma alteração.

Alguns critérios devem ser observados para selecionar os Especialistas que serão

convidados para a oficina:

���� Dar preferência àqueles que tenham participado ativamente na compilação e síntese

dos formulários;

���� Incluir especialista que por algum motivo não tenha contribuído no preenchimento

dos formulários, mas que sabidamente possui as informações fundamentais para a

avaliação de espécies do grupo;

���� Incluir pelo menos um taxonomista com bom conhecimento da biogeografia do

grupo;

���� Sempre que possível, incluir uma pessoa com conhecimentos específicos sobre as

ameaças que atingem as espécies.

30

O número de participantes não deve ser muito grande de forma a tornar as

discussões pouco produtivas, mas deve haver representantes de todas as regiões do país

onde as espécies ocorrem, e devem estar representados todas as áreas de conhecimento,

como ecólogos, taxonomistas, conservacionistas, especialistas em uso e manejo, etc.

Durante a reunião deve ser digitado o documento de registro, ao final assinado por

todos. Este documento deve ser incluído no processo administrativo e nele deve constar

data, participantes, pauta, decisões e encaminhamentos, bem como a indicação da

viabilidade ou não de realização da oficina e a data adequada. Este documento é entregue

ao Coordenador Geral de Manejo para a Conservação que após analisá-lo, decide sobre a

realização e data da oficina, e levando em conta as dimensões do evento, define a forma

de realização, se contrato de empresa especializada incluindo reserva de salas e

auditórios, hospedagem para os convidados, alimentação, transporte aeroporto/hotel ou

apenas reserva de salas e auditório em prédios institucionais e pagamento de diárias aos

convidados.

ETAPA DE AVALIAÇÃO

Passo 5. Oficina de Avaliação

Preparativos

Com os formulários preenchidos, mapas elaborados, data definida e lista de

convidados pronta, outras providências precisam ser tomadas para preparar a oficina.

Todas as oficinas serão realizadas preferencialmente na ACADEBio.

O quadro a seguir apresenta uma lista de atividades necessárias para o

planejamento da oficina. Essas tarefas são institucionais e devem ser divididas entre o

Ponto Focal e a COABIO, de acordo com o caso.

31

Lista de verificação dos preparativos da oficina

� Preparar convite conforme modelo (anexo 7) e lista de convidados com respectivas

instituições e endereços;

� Enviar convites oficiais;

� Providenciar solicitação de passagens para convidados e colaboradores;

� Preparar e enviar programação detalhada do evento;

Oficina realizada na ACADEBio:

� Contatar setor responsável na ACADEBio, para detalhamento das necessidades em

formulários próprios (Anexo 14): hospedagem, infra-estrutura (salas, auditório,

serviços e equipamentos necessários), transporte, refeições;

Caso seja contratada empresa de eventos:

� Contatar setor de eventos na Assessoria da DIPLAN, para detalhamento das

necessidades: definir local, hospedagem, infra-estrutura (salas, auditório, serviços

e equipamentos necessários), transporte, refeições;

Caso não seja contratada empresa de eventos:

� Providenciar solicitação de diárias para os participantes que estiverem fora de

domicílio;

� Definir local do evento (verificar número de salas);

� Providenciar equipamentos e materiais necessários (projetor, telas de projeção,

computadores, impressora, internet);

� Solicitar ao setor de eventos na Assessoria da DIPLAN, o serviço de coffee break;

Providências gerais:

� Imprimir os mapas de distribuição geográfica de cada espécie;

� Providenciar certificado aos participantes (modelo no anexo 8);

� Preparar material gráfico (programa, folheto, pastas);

� Preparar comunicado à imprensa.

Oficina

Abertura da oficina: A manhã do primeiro dia é reservada aos procedimentos de

abertura, com apresentação de representante do ICMBio, apresentação de convidados de

instituições parceiras quando for o caso, e palestra de nivelamento sobre a metodologia

de avaliação e uso dos critérios UICN.

32

Checagem da lista de espécies: É recomendado que na tarde do primeiro dia, antes de

iniciar as avaliações de cada espécie, seja conferida toda a lista de espécies que serão

avaliadas, identificando-se possíveis problemas taxonômicos, a fim de consensuar entre

os presentes como cada caso será tratado.

Avaliação: Para conduzir a avaliação de cada espécie durante as sessões de trabalho, os

formulários de informações são lidos em grupo com auxílio de projetor de forma que os

presentes possam validar as informações, corrigir ou acrescentar dados importantes e

revisar os mapas de distribuição da espécie. Todos os dados devem estar acompanhados

de referência bibliográfica ou citados como “Comunicação Pessoal”. Dados não

publicados que não puderem ser citados, não serão utilizados. A partir dessas

informações, a espécie é avaliada segundo os critérios e categorias da UICN e preenche-

se o formulário de avaliação (anexo 9).

Os trabalhos são conduzidos por um facilitador com experiência no uso da

metodologia e aplicação de critérios UICN, que também atua como moderador,

controlando as inscrições das falas e o tempo. A leitura dos formulários pode ser

conduzida pelo coordenador de táxon ou qualquer pessoa presente, enquanto um relator

deve registrar em tempo real todas as alterações realizadas nas informações. A

recomendação é que o terceiro integrante da equipe se responsabilize pelo controle e

registro das alterações nos mapas de distribuição geográfica e por registrar as sugestões,

dúvidas e ponderações que forem levantados pelo grupo durante os trabalhos e que sejam

considerados relevantes para ser discutido nas plenárias e/ou registrados em documento.

Plenárias diárias: Ao fim de cada dia de trabalho é realizada uma plenária onde cada

grupo apresenta o resultado com as espécies avaliadas naquele dia, as categorias em que

cada uma foi enquadrada, os critérios utilizados e a justificativa. Após considerações de

todos e se necessário, revisão na categorização de alguma espécie, o documento com o

resultado diário das avaliações é impresso e assinado por todos os presentes na plenária

(modelo no anexo 10). Este é o resultado oficial da oficina e faz parte do processo

administrativo.

Estas plenárias também são o momento de debater em conjunto qualquer dúvida

ou sugestão que um grupo tenha levantado.

33

Recomendação: Quando, na plenária diária, a categorização de uma espécie indicada

pelo grupo de trabalho for questionada pelos demais participantes, a espécie em

questão pode ser destacada no documento do dia com uma ressalva de que, caso até o

último dia da oficina, novas informações sejam incorporadas ao formulário de

informações de forma a alterar a categoria, a alteração será registrada. Caso contrário,

permanece válida a primeira categoria sugerida.

Reuniões diárias da equipe coordenadora: Diariamente é aconselhável que toda a

equipe ICMBio envolvida na coordenação do evento (facilitadores, moderadores,

relatores) se reúnam para verificação do andamento da oficina, identificação de pontos

passíveis de melhorias, definição de mudança de estratégias ou de condução dos

trabalhos, de forma a garantir e qualificar o cumprimento das metas.

Plenária final: Essa sessão pode envolver uma discussão geral sobre o resultado das

avaliações. Situações especiais sobre as quais o grupo de trabalho não tenha chegado a

uma decisão segura também devem ser discutidas nesta sessão.

A sessão plenária deve ser registrada no Documento Final da Oficina (Anexo 11)

onde constarão todos os encaminhamentos, todos os temas debatidos durante a semana

que o grupo considere relevante registrar, todos os prazos acordados e quaisquer outras

divisões de tarefas que tenham ficado pendentes. Deve ser digitada por um relator durante

a sessão e ao final assinada por todos. Este documento deve ser incluído no processo

administrativo.

O quadro abaixo mostra as atividades que precisam ser realizadas durante a

oficina. Para o bom andamento dos trabalhos, essas tarefas devem ser previamente

distribuídas entre o Ponto Focal, o Coordenador de Táxon e os demais colaboradores.

34

Tarefas durante a oficina

Primeiro dia:

� Monitorar logística (horário de chegada dos participantes, hospedagem);

� Distribuir material (pastas, programação, etc);

� Anunciar palestras e palestrantes;

� Proferir abertura;

� Apresentar o processo;

� Apresentar metodologia;

� Conduzir acordos de convivência;

� Orientar os participantes sobre divisão de salas e lista de espécies.

Durante a avaliação:

� Preparar lista de presença diária (manhã e tarde);

� Conduzir leitura dos formulários;

� Registrar alterações nas fichas;

� Conduzir a aplicação dos critérios e definição de categorias;

� Moderar os grupos de trabalho;

� Controlar o ritmo do trabalho, pausas para café e almoço;

� Registrar pontos relevantes levantados pelo grupo;

� Registrar as alterações nos mapas;

� Preparar relatórios diários com os resultados das avaliações;

� Supervisionar e guardar equipamentos.

Durante as plenárias diárias:

� Conduzir e moderar a reunião plenária;

� Apresentar o resultado das avaliações do dia de cada grupo;

� Controlar inscrições;

� Registrar a memória da reunião plenária.

Durante a plenária final:

� Definir divisão de responsabilidades pós-oficina entre todos os participantes;

� Definir prazos;

� Redigir a memória e encaminhamentos da plenária;

� Colher assinaturas;

� Entregar certificado aos participantes.

35

Avaliação do Risco de Extinção de xxxxx (xxx xxxxxx)

(submeter Foto da espécie e Mapa de distribuição em arquivos separados)

Ordem: Família:

Nomes comuns por região/língua:

Sinonímia/s:

Notas taxonômicas:

Categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil:

Justificativa (português e inglês):

Histórico das avaliações nacionais anteriores (registre as avaliações anteriores em ordem cronológica):

Justificativa para a mudança (se a categoria mudou em relação à última avaliação, qual o motivo? Mudança genuína no estado de conservação da espécie; novas ou melhores informações disponíveis; informações incorretas usadas anteriormente; mudanças taxonômicas; aplicação incorreta dos critérios na avaliação anterior; utilização de outras categorias ou critérios):

Avaliações em outras escalas (Citar quaisquer avaliações da espécie seja global ou estadual):

(Os itens abaixo podem estar separados ou em um único texto corrido, a critério dos autores e de acordo com a quantidade de informações disponíveis)

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:

POPULAÇÃO (incluindo informações sobre tendência populacional e se há contribuições de indivíduos de fora do Brasil):

HABITAT e ECOLOGIA:

AMEAÇAS E USOS:

AÇÕES DE CONSERVAÇÃO (existentes e propostas):

PRESENÇA EM UCs:

PESQUISAS (relevantes para conservação, existentes e necessárias):

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Passo 6. Edição das informações

Após a realização da oficina, a Equipe Técnica faz uma revisão das informações e

mapas de distribuição geográfica com as atualizações consensuadas pelos Especialistas

durante a Oficina. Em seguida este material deve ser organizado pelo ponto focal em

formato de ficha técnica e enviado à COABIO para providências relacionadas à validação

e publicação. Deve ser produzida uma ficha técnica para cada espécie, com o título:

“Avaliação do risco de extinção de (nome popular da espécie), (nome científico da

espécie)”.

Conteúdo e estrutura das fichas técnicas:

36

ANEXO

(obs: este anexo não será submetido ao revisor)

Local e Data da Avaliação (mês/ano): _______________________, ____/_____ Organizador(es) (aquele(s) que adequaram o material para a publicação). Avaliadores (todos os especialistas que participaram da oficina). Compilador(es) (o grupo de pessoas que compilou as informações nos formulários). Colaborador(es) (todos os que enviaram informações, publicações, cederam fotos, ou outros).

As fotos cedidas por especialistas devem ser acompanhadas de declaração de

cessão de uso dos autores, conforme modelo no anexo 13.

ETAPA FINAL

Passo 7. Validação e Publicação

Durante a oficina de avaliação, as espécies avaliadas receberam classificações de

acordo com seu risco de extinção, utilizando as categorias e critérios estabelecidos pela

UICN, sendo categorizadas como Extinta (EX), Extinta na Natureza (EW),

Regionalmente Extinta (RE), Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN), Vulnerável

(VU), Quase Ameaçada (NT), Menos Preocupante (LC), Dados Insuficientes (DD) ou

Não Aplicável (NA).

Os objetivos do processo de validação são: 1) verificar se a aplicação dos critérios

condiz com as informações presentes na ficha técnica e 2) padronizar, dentro do possível,

a aplicação de critérios entre grupos avaliados.

A validação dos resultados das avaliações é realizada através da submissão das

informações e categorias de cada espécie à revisão por dois membros da comunidade

científica com experiência na aplicação de categorias e critérios UICN para verificação

da coerência entre a categoria indicada e a informação registrada nas fichas.

As fichas técnicas com informações e categoria de risco de extinção de cada

espécie serão divulgadas através de publicação oficial anual do Instituto Chico Mendes,

em versões impressa e eletrônica.

37

Definição de revisores ad hoc

Diversos especialistas com experiência na aplicação das categorias e critérios

UICN serão convidados a integrar cadastro de revisores e serão consultados sobre sua

disponibilidade para atuar como revisor no momento oportuno.

Para propiciar uma maior imparcialidade e transparência ao processo, os revisores

serão especialistas que não trabalham com o grupo taxonômico em questão.

Fluxo e procedimentos para validação e publicação das avaliações

As fichas técnicas organizadas pelo ponto focal são enviadas à COABIO que

conduz o processo de validação. Cada grupo taxonômico conta com um editor específico

que envia as fichas técnicas para os revisores registrados. As fichas técnicas de cada

espécie são enviadas a, pelo menos, dois revisores ad hoc, cuja função é verificar se a

aplicação das categorias e critérios UICN está correta e coerente com as informações

disponíveis sobre a espécie e se a justificativa da categoria está adequada.

A distribuição das atividades e o passo a passo da submissão das fichas técnicas

para os revisores estão resumidos nas tabelas abaixo.

Passo Equipe Técnica Ponto Focal COABIO (Editor) Revisor

1

Revisa as informações contidas nos formulários e

mapas de distribuição geográfica com as

atualizações provenientes da Oficina.

2 Envia os formulários de

informações ao PF

3 Organiza os formulários

de informações em formato de ficha técnica.

4 Envia as fichas técnicas à

COABIO.

5 Seleciona os revisores.

6

Envia as fichas técnicas aos

revisores, e estipula prazo para retorno.

7 Envia

parecer à COABIO.

8 Repassa os pareceres ao PF e

CT, conforme a necessidade.

Os pareceres dos revisores podem levar a 3 situações distintas que requerem

procedimentos específicos para os passos seguintes. Os passos podem ser repetidos várias

vezes, caso necessário, até que se alcance o consenso.

38

Situação 1: Os dois revisores sugerem apenas ajustes de forma.

A COABIO faz os ajustes necessários e encaminha as fichas técnicas para

publicação.

Situação 2: Um ou os dois revisores solicitam melhoria na justificativa da categoria ou

levantam dúvidas em relação a parte do conteúdo.

Passo Ponto Focal e Coordenador(es) de Táxon COABIO (Editor)

9 Concilia o conteúdo dos dois pareceres e

envia ao PF e CT.

10 Fazem as adequações às sugestões dos revisores (quando necessário consultando os avaliadores) e

retornam à COABIO.

11 Verifica se as sugestões dos revisores

foram atendidas.

12 Retorna ao PF e CT se as alterações não

estiverem satisfatórias ou encaminha para publicação.

Situação 3: Um ou os dois revisores põem em dúvida a categoria indicada, podendo ou

não indicar outra categoria. Caso os pareceres dos dois revisores sejam divergentes, a

ficha técnica será enviada a um terceiro revisor antes de ser encaminhado ao ponto focal.

Passo Ponto Focal e Coordenador(es) de Táxon COABIO (Editor) Revisor

9 Concilia o conteúdo dos dois

pareceres, utilizando o terceiro se necessário, e envia ao PF e CT.

10 Consultam os avaliadores.

11

Com consenso do grupo, complementam as informações, respondem os questionamentos, melhoram a

justificativa ou acatam a indicação do(s) revisor(es) alterando a categoria inicial.

12 Retornam a ficha técnica à COABIO.

13 Verifica se as considerações dos

revisores foram atendidas e retorna a ficha técnica aos revisores ou ao PF e

CT para refazer passos 10 a 12.

14

Revê a nova justificativa se a categoria foi alterada

ou faz avaliação da contra-argumentação dos especialistas e retorna a

ficha técnica à COABIO.

15 Encaminha para publicação ou

devolve ao PF e CT para nova rodada de ajustes.

39

Caso haja discordância entre os avaliadores e o revisor, cabe ao Editor gerenciar

os ajustes e tomar decisões, em último caso. Para auxiliar esta decisão, caso haja

questionamentos sobre as informações utilizadas para a definição da categoria, mais um

revisor, neste caso especialista no grupo taxonômico pode ser consultado, desde que não

tenha participado diretamente do processo de avaliação.

Ao final do processo, a ficha técnica validada é encaminhada para publicação.

Anualmente, as fichas técnicas validadas serão reunidas em uma publicação

oficial do Instituto Chico Mendes sobre o processo de avaliação da fauna brasileira, em

versão digital e impressa.

Artigos científicos elaborados pelos participantes do processo de avaliação são

bem-vindos e serão publicados na Revista Biodiversidade Brasileira, seguindo as regras

editoriais da mesma.

LISTA NACIONAL OFICIAL DAS ESPÉCIES DA FAUNA BRASIL EIRA

AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Uma lista com as espécies categorizadas como “Extinta”, “Extinta na Natureza”,

“Extinta no Brasil”, “Vulnerável”, “Em Perigo” e “Criticamente Em Perigo”, as três

últimas acompanhadas dos critérios utilizados e da justificativa para essa categorização

será encaminhada anualmente pelo ICMBio para o Ministério do Meio Ambiente, com

proposta para revisão das Instruções Normativas nº 3, de 27 de maio de 2003 e nº 5, de 21

de maio de 2004, de forma a possibilitar uma atualização anual da Lista Nacional Oficial

das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Propõe-se que a publicação da

lista atualizada seja lançada todos os anos no dia 22 de setembro, dia da Defesa da Fauna,

e para tanto, resultados parciais do processo de avaliação serão enviados ao MMA até o

dia 22 de abril de cada ano.

As espécies categorizadas como “Dados Insuficientes” comporão lista específica

que será divulgada junto às Instituições de Ensino e Pesquisa, de forma a incentivar maior

número de estudos e geração de dados.

40

INSTRUÇÃO PARA O PROCESSO ADMINISTRATIVO

O processo administrativo referente a cada grupo taxonômico avaliado deve

conter:

1. Projeto aprovado;

2. Indicação pelo Centro de Pesquisa e Conservação do nome do Ponto Focal e dos

técnicos que farão parte do processo;

3. Ordem de serviço para o Ponto Focal;

4. Indicação pelo Centro de Pesquisa e Conservação do nome do Coordenador de

Táxon;

5. Convite ao Coordenador de Táxon e respectiva resposta;

6. Contrato de consultor se houver, com respectivo plano de trabalho e cronograma;

7. Registro da reunião inicial;

8. Documento contendo lista das espécies a ser avaliadas;

9. Nome dos especialistas consultados e registro dos que enviaram contribuições;

10. Lista de sociedades científicas as quais foi enviado ofício de consulta;

11. Impressão da página do ICMBio com a divulgação do processo e da consulta

ampla;

12. Impressão das páginas das Sociedades Científicas com a divulgação do processo

se houver;

13. Registro da reunião preparatória;

14. Lista de convidados para a oficina e cópia do ofício padrão enviado;

15. Programação da oficina;

16. Documentos de Registro Diário do Resultado das Avaliações com lista de

espécies avaliadas, categorias e critérios, por dia, por grupo de trabalho;

17. Documento Final da Oficina com deliberações e encaminhamentos da sessão

plenária.

18. Cópia das fichas técnicas prontas em CD.

41

BIBLIOGRAFIA

IUCN Standards and Petitions Subcommittee. 2011. Guidelines for Using the IUCN Red List Categories and Criteria. Version 9.0. Prepared by the Standards and Petitions Subcommittee of the IUCN Species Survival Commission in September 2011. http://www.iucnredlist.org/documents/RedListGuidelines.pdf

IUCN. 2003. Guidelines for Application of IUCN Red List Criteria at Regional Levels:

Version 3.0. IUCN Species Survival Commission. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, UK. ii + 26 pp. http://www.iucnredlist.org/documents/reg_guidelines_en.pdf