roteiro de direito previdenciário parte i

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1 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Direito da Seguridade Social, segundo Sérgio Pinto Martins: é o conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. A Seguridade Social brasileira, como prevê o caput do art. 194 da CF/88, é um conjunto integrado de ações nas áreas de previdência social, assistência social e saúde. A previdência social é um conceito simples, é uma espécie de seguro social, denominado social em razão de atender a sociedade contra os riscos sociais. Os riscos sociais, que estão previstos no art. 201 da CF/88, são os infortúnios que qualquer pessoa está sujeita ao longo de sua vida, como doenças, acidentes, invalidez, velhice, etc. PREVIDENCIA SOCIAL Tem regime geral de caráter contributivo (não existe benefício sem contribuição) e filiação obrigatória, seu principal objetivo é assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, desemprego involuntário, infortúnios estes elencados no art. 201, I a V, da Carta Magna. SAÚDE A saúde é tida como um elemento socioideológico fundamental do Estado. É finalidade básica, garantia mínima de qualquer Estado tendente ao desenvolvimento. Tem previsão normativa constitucional em nosso sistema nos arts. 196 a 200 da CF e nas Leis 8.212/91 (art.2º) e 8.080/1990.

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Direito Previdenciário

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    DIREITO PREVIDENCIRIO

    Direito da Seguridade Social, segundo Srgio Pinto Martins: o

    conjunto de princpios, de regras e de instituies destinado a estabelecer um

    sistema de proteo social aos indivduos contra contingncias que os

    impeam de prover suas necessidades pessoais bsicas e de suas famlias,

    integrado por aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, visando

    assegurar os direitos relativos sade, previdncia social e assistncia

    social.

    A Seguridade Social brasileira, como prev o caput do art. 194 da

    CF/88, um conjunto integrado de aes nas reas de previdncia social,

    assistncia social e sade.

    A previdncia social um conceito simples, uma espcie de

    seguro social, denominado social em razo de atender a sociedade contra os

    riscos sociais. Os riscos sociais, que esto previstos no art. 201 da CF/88, so

    os infortnios que qualquer pessoa est sujeita ao longo de sua vida, como

    doenas, acidentes, invalidez, velhice, etc.

    PREVIDENCIA

    SOCIAL

    Tem regime geral de carter contributivo (no existe

    benefcio sem contribuio) e filiao obrigatria, seu

    principal objetivo assegurar aos seus beneficirios meios

    indispensveis de manuteno, por motivo de

    incapacidade, idade avanada, desemprego involuntrio,

    infortnios estes elencados no art. 201, I a V, da Carta

    Magna.

    SADE

    A sade tida como um elemento socioideolgico

    fundamental do Estado. finalidade bsica, garantia

    mnima de qualquer Estado tendente ao desenvolvimento.

    Tem previso normativa constitucional em nosso sistema

    nos arts. 196 a 200 da CF e nas Leis 8.212/91 (art.2) e

    8.080/1990.

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    ASSISTENCIA

    SOCIAL

    Tem carter universal e independente de contribuio, por

    isso se assemelha ao instituto da sade. Seus objetivos

    principais esto agrupados nos insc. I a V do art. 203 da

    CF/88, visando sempre o auxlio ao hipossuficiente,

    aquelas pessoas com total desprezo social.

    INTRODUO PREVIDNCIA SOCIAL

    Regimes bsicos ou obrigatrios:

    a) Regime Geral de Previdncia Social (art. 201 da CF/88)

    b) Regime prprio de previdncia (art. 40 da CF/88)

    c) Regime dos militares (art. 142, 3, X da CF/88)

    REGIMES COMPLEMENTARES:

    a) Previdncia complementar privada (art. 202 da CF/88)

    b) Previdncia complementar pblica (art. 40, 14 a 16, da CF/88

    CONCEITOS

    1.1 Segurado: todo trabalhador que contribui mensalmente para a

    Previdncia Social. So as pessoas indicadas na Lei, compulsoriamente

    filiadas a Previdncia Social, contribuindo diretamente para o custeio social das

    prestaes. Nos termos do artigo 9 e seus pargrafos do Decreto n

    3.048/99, de forma compulsria, a pessoa fsica que exerce atividade

    remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem

    vnculo de emprego, a ttulo precrio ou no, bem como aquele que a lei define

    como tal, observadas, quando for o caso, as excees previstas no texto legal,

    ou exerceu alguma atividade das mencionadas acima, no perodo

    imediatamente anterior ao chamado perodo de graa. Tambm segurado

    aquele que se filia facultativamente e espontaneamente Previdncia Social,

    contribuindo para o custeio das prestaes sem estar vinculado

    obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdncia Social RGPS ou a outro

  • 3

    regime previdencirio qualquer. Portanto, existem duas espcies de segurados:

    os obrigatrios e os facultativos1.

    Existe 5 espcies de segurados obrigatrios:

    1) EMPREGADO: o conceito de segurado empregado mais amplo do

    que o conceito de empregado da CLT, englobando o empregado rural, o diretor

    empregado e todos os trabalhadores que tenham suas relaes de emprego

    regidas por legislao especial, aeronauta; advogado empregado, etc.

    Ser Empregado previdencirio:

    a) aquele que presta servio de natureza urbana ou rural empresa, em

    carter no eventual, sob sua subordinao e mediante remunerao inclusive

    como diretor empregado;

    b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporrio, definida

    em legislao especfica, presta servio para atender a necessidade transitria

    de substituio de pessoal regular e permanente ou a acrscimo extraordinrio

    de servios de outras empresas;

    c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

    trabalhar como empregado em sucursal ou agencia de empresa nacional no

    exterior;

    d) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para

    trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria

    do capital votante pertena a empresa brasileira de capital nacional;

    e) aquele que presta servio no Brasil a misso diplomtica ou a

    repartio consular de carreira estrangeira e a rgos a elas subordinados, ou

    a membros dessas misses e reparties, excludos o no brasileiro sem

    residncia permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislao

    previdenciria do pas da respectiva misso diplomtica ou repartio

    consular;

    f) o brasileiro civil que trabalha para a Unio, no exterior, em organismos

    oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo,

    1 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de, e LAZZARI, Joo Batista. Manual de Direito Previdencirio. 16

    edio. Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 149.

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    ainda que l domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da

    legislao vigente do pas do domiclio;

    g) o brasileiro civil que presta servios Unio no exterior, em reparties

    governamentais brasileiras, l domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local

    de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006,

    este desde que, em razo de proibio legal, no possa filiar-se ao sistema

    previdencirio local.

    h) o bolsista e o estagirio que prestam servios a empresa, em

    desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008;

    i) o servidor da Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio, includas

    suas autarquias e fundaes, ocupante, exclusivamente, de cargo em

    comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao;

    j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Municpio, bem como o das

    respectivas autarquias e fundaes, ocupante de cargo efetivo, desde que,

    nessa qualidade, no esteja amparado por regime prprio de previdncia

    social;

    l) o servidor contratado pela Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio,

    bem como pelas respectivas autarquias e fundaes, por tempo determinado,

    para atender necessidade temporria de excepcional interesse pblico, nos

    termos do inciso IX do art. 37 da Constituio Federal;

    m) o servidor da Unio, Estado, Distrito Federal ou Municpio, includas

    suas autarquias e fundaes, ocupante de emprego pblico;

    n) revogado

    o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de servios notariais e

    de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou

    pelo Regime Geral de Previdncia Social, em conformidade com a Lei n 8.935,

    de 18 de novembro de 1994; e

    p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde

    que no vinculado a regime prprio de previdncia social;

    q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em

    funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime prprio de

    previdncia social;

  • 5

    r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa fsica, na forma

    do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exerccio de

    atividades de natureza temporria por prazo no superior a dois meses dentro

    do perodo de um ano.

    2) EMPREGADO DOMSTICO: aquele que presta servio de natureza

    contnua e de finalidade no lucrativa a pessoa ou famlia no mbito residencial

    destas.

    3) CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: uma espcie genrica de segurado,

    na qual so includos trabalhadores que no se enquadram em nenhuma das

    outras espcies de segurados obrigatrios (empregado, empregado domstico,

    trabalhador avulso e segurado especial).

    A arrecadao dos contribuintes individuais a partir da Lei n 10.666/2003,

    se d da seguinte maneira:

    1) Se o contribuinte individual prestar servio para uma pessoa fsica,

    caber a ele mesmo o recolhimento da contribuio *GPS (Guia de

    Previdncia Social). Ex.: mdico e paciente.

    2) Se o contribuinte individual prestar servio em uma pessoa jurdica,

    caber a esta descontar e recolher a contribuio do contribuinte individual a

    seu servio. Ex.: mdico e hospital.

    Foi formada essa categoria com a unificao do empresrio, do

    autnomo e do equiparado ao autnomo.

    Enquadram-se como contribuintes individuais os seguintes trabalhadores:

    a) A pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade

    agropecuria, a qualquer ttulo, em carter permanente ou temporrio, em rea

    superior a 4 (quatro) mdulos fiscais; ou, quando em rea igual ou inferior a 4

    (quatro) mdulos fiscais ou atividades pesqueira, com auxlio de empregados

    ou por intermdio de prepostos; ou ainda nas hipteses dos 9 e10 deste

    artigo.

    A partir de 2008 com a Lei n 11.718/2008, para que o produtor rural se

    enquadre como contribuinte individual, deve estar presente pelo menos uma

    das seguintes condies: 1) ele deve explorar atividade agropecuria em rea

  • 6

    superior a quatro mdulos fiscais; OU 2) ele deve utilizar-se de empregados

    por mais de 120 dias por ano.

    b) A pessoa fsica, proprietria ou no, que explora atividade de extrao

    mineral garimpo, em carter permanente ou temporrio, diretamente ou por

    intermdio de prepostos, com ou sem o auxlio de empregados, utilizados a

    qualquer ttulo, ainda que de forma no contnua.

    c) O ministro de confisso religiosa e o membro de instituto de vida

    consagrada, de congregao ou de ordem religiosa;

    d) Revogada pela Lei n 9.876/99.

    e) O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial

    internacional do qual o Brasil membro efetivo, ainda que l domiciliado e

    contratado, salvo quando coberto por regime prprio de previdncia social.

    f) o diretor no empregado e o membro de conselho de administrao na

    sociedade annima;

    g) todos os scios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e

    indstria;

    h) o scio gerente e o scio cotista que recebam remunerao decorrente

    de seu trabalho e o administrador no empregado na sociedade por cotas de

    responsabilidade limitada, urbana ou rural;

    i) o associado eleito para cargo de direo em cooperativa, associao ou

    entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o sndico ou

    administrador eleito para exercer atividade de direo condominial, desde que

    recebam remunerao;

    j) quem presta servio de natureza urbana ou rural, em carter eventual, a

    uma ou mais empresas, sem relao de emprego;

    l) a pessoa fsica que exerce, por conta prpria, atividade econmica de

    natureza urbana, com fins lucrativos ou no;

    m) o aposentado de qualquer regime previdencirio nomeado magistrado

    classista temporrio da Justia do Trabalho, na forma dos incisos II do 1 do

    art. 111 ou III do art. 115 ou do pargrafo nico do art. 116 da Constituio

    Federal, ou nomeado magistrado da Justia Eleitoral, na forma dos incisos II do

    art. 119 ou III do 1 do art. 120 da Constituio Federal;

  • 7

    n) o cooperado de cooperativa de produo que, nesta condio, presta

    servio sociedade cooperativa mediante remunerao ajustada ao trabalho

    executado; e

    p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e

    18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo

    recolhimento dos impostos e contribuies abrangidos pelo Simples Nacional

    em valores fixos mensais;

    Quem presta servio de natureza urbana ou rural, em carter eventual, a

    uma ou mais empresas, sem relao de emprego (os biscateiros). No deve

    ser confundido com o trabalhador avulso de servio, que presta servio a

    diversos tomadores de servio, sem relao de emprego. A diferena principal

    que o trabalho avulso no apresenta caracterstica de eventualidade.

    4) TRABALHADOR AVULSO: aquele que, sindicalizado ou no, presta

    servio de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vnculo

    empregatcio, com a intermediao obrigatria do rgo gestor de mo de obra

    ou de sindicato da categoria.

    De acordo com o art. 9, VI, do Decreto n 3.048/99, so considerados

    trabalhadores avulsos:

    a) O trabalhador que exerce atividade porturia de capatazia, estiva,

    conferncia e conserto de carga, vigilncia de embarcao e bloco;

    b) O trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza,

    inclusive carvo e minrio;

    c) O trabalhador em alvarenga (embarcao para carga e descarga de

    navios);

    d) O armador de embarcao;

    e) O ensacador de caf, cacau, sal e similares;

    f) O trabalhador na indstria de extrao de sal;

    g) O carregador de bagagem em porto;

    h) O prtico de barra em porto;

    i) O guindateiro; e

  • 8

    j) O classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em

    portos.

    5) SEGURADO ESPECIAL: segundo o art. 12, VII, da Lei n 8.212/91,

    toda pessoa fsica residente em imvel rural ou em aglomerado urbano ou rural

    prximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda

    que com o auxlio eventual de terceiros a ttulo de mtua colaborao na

    condio de:

    a) produtor, seja proprietrio, usufruturio, possuidor, assentado, parceiro

    ou meeiro outorgados, comodatrio ou arrendatrio rurais, que explore

    atividade:

    1. agropecuria em rea de at 4 (quatro) mdulos fiscais; ou

    2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exera suas atividades nos

    termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000,

    e faa dessas atividades o principal meio de vida;

    b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faa da pesca profisso

    habitual ou principal meio de vida; e

    c) cnjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos

    de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alneas a e b

    deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar

    respectivo.

    O artigo 195, 8, da Constituio, oferece tratamento diferenciado

    queles que, trabalhando por conta prpria em regime de economia familiar,

    realizem pequena produo, com a qual retiram sua subsistncia. o dispositivo

    constitucional determina que a base de clculo das contribuies Seguridade

    Social destes seja o produto da comercializao de sua produo, criando

    assim regra diferenciada para a participao no custeio.

    1.2 SEGURADO FACULTATIVO: a pessoa autorizada em

    determinadas circunstncias a ingressar e situar-se no regime previdencirio

    por vontade prpria. Ex.: os maiores de 16 anos que se filiam de forma no

  • 9

    compulsria ao regime da previdncia social. So exemplos de segurado

    facultativo: dona de casa, estudantes, sndicos de condomnio quando no

    remunerados, brasileiro que acompanha cnjuge que presta servio no

    exterior, desempregados, presidirios no remunerados, estudantes bolsistas,

    brasileiro residente no exterior.

    1.3 Trabalhador rural: toda pessoa fsica que, em propriedade

    rural ou prdio rustico, presta servios de natureza no eventual a empregador

    rural, sob a dependncia deste e mediante remunerao.

    1.4 Empregado eventual: aquele que presta servio de natureza

    urbana ou rural em carter eventual a uma ou mais pessoas, sem relao de

    emprego

    1.5 Dependentes: no contribuem diretamente para o custeio da

    previdncia social. So assim designados por subordinarem-se

    economicamente ao segurado, de forma mtua, parcial ou total. A legislao os

    enumera vedado o acrscimo de pessoas ali no contempladas. A

    dependncia nitidamente econmica e financeira, sem natureza moral. So 3

    as classes de dependente:

    a) Cnjuge companheira/o e filhos menores de 21 anos ou invlidos,

    desde que no tenham sido emancipados entre 16 e 18 anos de idade.

    b) Pais

    c) Irmos no emancipados, menores de 21 anos ou invlidos.

    PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE

    O artigo 17 do Decreto 3.048/99 prev as hipteses de perda da

    qualidade de dependente, agrupando-as em quatro grupos:

    1) CNJUGE: pela separao judicial ou divrcio, enquanto no lhe

    for assegurada a prestao de alimentos, pela anulao do casamento, pelo

    bito ou por sentena judicial transitada em julgado.

  • 10

    2) COMPANHEIRO(A): pela cessao da unio estvel com o

    segurado ou segurada, enquanto no lhe for garantida a prestao de

    alimentos.

    3) DEPENDENTES EM GERAL: pela cessao da invalidez pelo

    falecimento.

    4) FILHO E O IRMO DE QUALQUER CONDIO: Ao

    completarem 21 anos de idade, salvo invlidos, desde que a invalidez tenha

    ocorrido antes: a) de completarem 21 anos de idade; b) do casamento: c) do

    incio do exerccio de emprego pblico efetivo; d) da constituio de

    estabelecimento civil ou comercial ou da existncia de relao de emprego,

    desde que, em funo deles, o menor com 16 anos completos tenha economia

    prpria; ou e) da concesso de emancipao, pelos pais, ou de um deles na

    falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de

    homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver

    16 anos completo.

    Ao art. 74. da Lei de benefcios, a MP de 664 de 2014, acrescentou o

    1, que diz:

    1 No ter direito penso por morte o condenado pela prtica de

    crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado.

    2 O cnjuge, companheiro ou companheira no ter direito ao

    benefcio da penso por morte se o casamento ou o incio da unio

    estvel tiver ocorrido h menos de dois anos da data do bito do

    instituidor do benefcio, salvo nos casos em que:

    I - o bito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao

    casamento ou ao incio da unio estvel; ou

    II - o cnjuge, o companheiro ou a companheira for considerado

    incapaz e insuscetvel de reabilitao para o exerccio de atividade

    remunerada que lhe garanta subsistncia, mediante exame mdico-

    pericial a cargo do INSS, por doena ou acidente ocorrido aps o

    casamento ou incio da unio estvel e anterior ao bito.

  • 11

    1.6 Carncia: o tempo mnimo de contribuio que o trabalhador

    precisa contribuir/comprovar para ter direito ao benefcio. o tempo

    correspondente ao nmero mnimo de contribuies mensais, indispensveis

    para que o benificirio faa jus ao benefcio. O perodo de carncia

    observado a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas

    competncias.

    Portanto, para o segurado ter direito ao recebimento de alguns benefcios

    previdencirios, deve recolher certo nmero de contribuies.

    O cumprimento da carncia pressupe no apenas o pagamento da

    contribuio. Tambm imprescindvel que as contribuies sejam recolhidas

    mensal ou trimestralmente, nos termos do art. 261, 15, do Decreto n

    3.048/99.

    PERODO DE CARNCIA: ART. 26 da Lei n 8.213/91

    Os benefcios dos dependentes (penso e auxilio-recluso) ERAM isentos

    de carncia! Porm, com a MP 664 de 2014 necessrio que o segurado

    falecido tenha contribudo, no mnimo 24 meses, antes de falecer, salvo nos

    casos em que o segurado esteja em gozo de auxlio-doena ou de

    aposentadoria por invalidez. O auxlio-recluso, que antes no tinha carncia,

    tambm passaria a exigir dois anos de carncia, pois sua regra de clculo

    idntica ao clculo do benefcio da penso por morte

    Sempre que o benefcio por incapacidade decorrer de acidente de

    qualquer natureza, haver iseno de carncia, ou seja, auxlio-acidente no

    tem carncia. Nesse contexto, bom lembrar que o acidente de qualquer

    natureza poder dar ensejo aposentadoria por invalidez, ao auxlio-doena e

    ao auxlio-acidente. Da mesma forma, no tem carncia o benefcio de penso

    por morte nos casos de acidente do trabalho e doena profissional ou do

    trabalho.

    - Os servios da previdncia social (servios social e reabilitao

    profissional) so isentos de carncia.

    - O salrio-famlia isento de carncia.

  • 12

    - O salrio-maternidade s isento de carncia para a empregada, a

    trabalhadora avulsa e a domstica.

    - Os benefcios dos segurados especiais so isentos de carncia. Porm,

    a concesso de seus benefcios est condicionada comprovao do exerccio

    de atividade rural ou da pesca artesanal em perodo equivalente a carncia do

    benefcio.

    TERMO INICIAL DA CARNCIA:

    Conforme o disposto no art. 27 da Lei n 8.213/91, para cmputo do

    perodo de carncia, sero consideradas as contribuies:

    I referentes ao perodo a partir da data da filiao ao RGPS, no caso

    dos segurados empregados e trabalhadores avulsos;

    II realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeiro

    contribuio sem atraso, no sendo consideradas para este fim as

    contribuies recolhidas com atraso referentes a competncias anteriores, no

    caso dos segurados empregados domstico, contribuinte individual, especial e

    facultativo.

    TERMO INICIAL DA CARNCIA:

    A partir da data da filiao ao RGPS:

    SEGURADOS EMPREGADOS;

    TRABALHADORES AVULSOS e;

    CONTRIBUINTE INDIVIDUAL a servio da empresa (a partir de abril de

    2003) Lei n 10.666/2003

    A partir da data do efetivo pagamento da primeiro contribuio sem

    atraso:

    EMPREGADO DOMSTICO

    CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

    SEGURADO ESPECIAL

    SEGURADO FACULTATIVO

    Fundamento: art. 33, 5 da Lei n 8.212/91.

  • 13

    1.7 Perodo de graa: aquele perodo que mesmo o segurado no

    estando contribuindo ele continua amparado pela Previdncia Social, e poder

    pleitear um benefcio. o prazo em que o segurado mantm seus direitos

    perante a Previdncia Social aps deixar de contribuir. Isso serve tanto para o

    empregado como para o contribuinte individual. O prazo poder variar de 3 a

    36 meses, conforme estabelecido no artigo 15 da Lei 8.213/91.

    1) Manuteno da qualidade de segurado por 12 meses para o segurado

    que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdncia Social

    ou estiver suspenso ou licenciado sem remunerao;

    2) Aumentado para mais 12 meses (12+12) se o segurado pagou 120

    contribuies ou mais, sem interrupo que acarrete a perda da qualidade

    segurado, sendo esta a segunda hiptese;

    3) Segurado retido ou recluso, que ter, como perodo de graa, 12

    meses aps o livramento;

    4) Segurado facultativo mantm a qualidade de segurado por 6 meses

    aps cessar as contribuies;

    5) Segurado incorporado s Foras Armadas para prestar o servio

    militar, ter qualidade de segurado at 3 meses aps o licenciamento.

    6) Desemprego involuntrio comprovao junto ao rgo do Ministrio

    do Trabalho e do Emprego, + 12 meses, podendo alcanar, portanto, at 36

    meses de perodo de graa.

    7) Segurado estar em gozo de um benefcio previdencirio, sem limite de

    prazo.

    PERODO DE GRAA x PERODO DE CARNCIA:

    PERODO DE GRAA: o indivduo NO est contribuindo, mas continua

    ostentando a qualidade de segurado.

    PERODO DE CARNCIA: o indivduo est contribuindo, mas ainda no

    possui direito ao benefcio.

  • 14

    1.8 Trabalhador rural: toda pessoa fsica que, em propriedade rural ou

    prdio rustico, presta servios de natureza no eventual a empregador rural,

    sob a dependncia deste e mediante remunerao.

    1.9 Empregado eventual: aquele que presta servio de natureza urbana ou

    rural em carter eventual a uma ou mais pessoas, sem relao de emprego.

    Principais diferenas entre:

    2. FILIAO

    De acordo com o art. 20 do Decreto3.048/99 filiao o vnculo jurdico

    que se estabelece entre pessoas que contribuem para a previdncia social e

    esta, do qual decorrem direitos e obrigaes.

    A Previdncia tem o direito de receber as contribuies e o dever de

    prestar os benefcios e servios queles que cumprirem todas as exigncias

    legais.

    O filiado conhecido como segurado.

    Existem duas espcies de filiao: OBRIGATRIA E FACULTATIVA.

    A REGRA: a filiao obrigatria, automtica.

    J a FACULTATIVA: representa ato volitivo, gerando efeito somente a

    partir da inscrio e do primeiro recolhimento, no podendo retroagir e no

    permitindo o pagamento de contribuies relativas a competncias anteriores

    data da inscrio.

    3. INSCRIO

    O art. 17 da lei 8.213/91 remete ao Decreto n 3.048/99, o qual diz que

    considera-se inscrio de segurado para os efeitos da Previdncia Social o ato

    pelo qual o segurado cadastrado no RGPS, mediante comprovao dos

    dados pessoais e de outros elementos necessrios e teis a sua caraterizao.

    o ato formal de cadastramento.

    A filiao ato s do segurado, porm a inscrio cabe tanto aos

    segurados como aos dependentes deste.

  • 15

    O EMPREGADO E TRABALHADOR AVULSO: a inscrio ocorre pelo

    preenchimento dos documentos que os habilitem ao exerccio da atividade,

    formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, e pelo

    cadastramento e registro no sindicato ou rgo gestor de mo de obra, no caso

    de trabalhador avulso;

    EMPREGADO DOMSTICO: pela apresentao de documento que

    comprove a existncia de contrato de trabalho;

    CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: pela apresentao de documento que

    caracterize a sua condio ou o exerccio de atividade profissional, literal ou

    no; ART (ANOTAAO DE RESPONSABILIDADE TCNICA).

    FACULTATIVO: pela apresentao de documento de identidade e

    declarao expressa de que no exerce atividade que o enquadre na categoria

    de segurado obrigatrio; PESQUISAR QDO INCIOU A POSSIBILIDADE DE

    CONTRIBUIR FACULTIVO.

    SEGURADO ESPECIAL: pela apresentao de documento que comprove

    o exerccio de atividade rural. A inscrio do segurado especial ser feita de

    forma a vincul-lo ao seu respectivo grupo familiar e com ter, alm das

    informaes pessoais, a identificao da propriedade em que desenvolve a

    atividade e a que ttulo, se nela reside ou o Municpio onde reside e, quando for

    o caso, a identificao e inscrio da pessoa responsvel pela unidade familiar.

    Admite-se a inscrio pos morten do segurado especial

    Vale ressaltar que caso o segurado especial no seja o dono do imvel

    rural ou proprietrio da terra onde desenvolve sua atividade, o integrante do

    grupo familiar dever informar no ato da inscrio, o nome do parceiro, meeiro

    outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado.

    Com relao a inscrio, necessrio chamar a ateno para o seguinte

    fato. A inscrio do empregado e do trabalhador avulso ser efetuada

    diretamente na empresa, sindicato ou rgo gestor de mo de obra e a dos

    demais segurados ser feita diretamente no INSS.

    EM REGRA, para os segurados, a inscrio ocorre aps a filiao, exceto

    para o segurado facultativo, cuja filiao pressupe a inscrio e o pagamento

    da primeiro contribuio previdenciria.

  • 16

    3.1 INSCRIO DO DEPENDENTE

    No h mais a inscrio dos dependentes que era procedida pelo

    segurado. Agora, incumbe ao prprio dependente do segurado promover a sua

    inscrio quando do requerimento do benefcio a que estiver habilitado.

    IDADE MNIMA PARA FILIAAO: 16 anos, exceto trabalhador

    aprendiz (14 anos).

    RELAO DOS BENEFCIOS EM ESPCIE

    10 BENEFCIOS PREVIDENCIRIOS + 2 SERVIOS

    4 APOSENTADORIAS

    - Aposentadoria especial

    - Aposentadoria por idade

    - Aposentadoria por invalidez

    - Aposentadoria por tempo de contribuio

    3 AUXLIOS

    - Auxlio-acidente

    - Auxlio-doena

    - Auxlio-recluso

    2 SALRIOS

    - Salrio-famlia

    - Salrio-maternidade

    1 PENSO

    - Penso por morte

    2 SERVIOS

    - Servio Social

    - Reabilitao profissional

    Os benefcios sero estudados na seguinte ordem:

    1) Benefcios por incapacidade

    - Auxlio-doena

  • 17

    - Aposentadoria por invalidez

    - Auxlio-acidente

    2) Salrios

    - Salrio-maternidade

    - Salrio-famlia

    3) Benefcios dos dependentes

    - Penso por morte

    - Auxlio-recluso

    4) Aposentadorias programveis

    - Aposentadoria por idade

    - Aposentadoria por tempo de contribuio

    - Aposentadoria especial

    UNIDADE III BENEFCIOS POR INCAPACIDADE

    3.1 Auxlio doena previdencirio (art. 60 da Lei n 8.213/91)

    3.1.1 Requisitos legais

    3.1.2 Carncia de Reingresso

    3.1.3 Data do Incio do Benefcio

    3.1.4 Deveres do beneficirio

    3.1.5 Valor do Benefcio

    3.1.6 Cessao do Benefcio

    3.2 Auxlio-doena acidentrio

    3.3 Aposentadoria por Invalidez

    3.3.1 Requisitos legais

    3.3.2 Deveres do beneficirio

    3.3.3 Data do Incio do benefcio

    3.3.4 Valor do benefcio

    3.3.5 Cessao do benefcio

    3.3.6 Grande Invalidez adicional de 25%

    3.4 Auxlio-Acidente

    3.4.1 Requisitos legais

    3.4.2 Segurados com direito ao auxlio-acidente

  • 18

    3.4.3 Fato Gerador

    3.4.4 Carter Indenizatrio

    3.4.5 Data do Incio do benefcio

    3.4.6 Manuteno do benefcio

    3.4.7 Valor do benefcio

    3.4.8 Reabertura do auxlio-doena

    3.4.9 Cessao do beneficio