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RAZÃO E EMOÇÃO CAPÍTULO 29 PÁG: 1
Razão e Emoção
Novela de
Rômulo Guilherme
RAZÃO E EMOÇÃO CAPÍTULO 29 PÁG: 2
CENA 01. LAGOA. RESTAURANTE. INTERIOR. TARDE
Cont. imediata da última cena. Dora e Lucas dialogando
no ritmo. Lucas vai aumentando o tom de voz no meio do
diálogo, se alterando sem se dar conta.
Dora - Eu só te pedi um tempo, Lucas.
Lucas - Quanto mais vou ter que esperar, Dora?
É isso que quero saber de você.
Dora - Acha que essa situação é confortável
pra mim?
Lucas - Pra mim também não é.
Dora - Te disse que é só o tempo de sair a
adoção. Tenha mais um pouco de
paciência.
Lucas - Essa adoção pode levar anos... Quer
que eu fique nessa incerteza?
Dora - Quero ficar com você, Lucas. Me
envolvi por você...
Lucas - Mas não é isso que está parecendo.
Dora - Tente entender.
Lucas - No fundo acho que você se sente
confortável com essa situação e usa a
desculpa da adoção pra ir empurrar com a
barriga tudo isso.
Dora - (sentida) Acha isso mesmo?
Lucas pega na mão de Dora em cima da mesa e segura
firme.
Lucas - Olha bem no fundo dos meus olhos e me
diz o que você sente por mim.
Dora percebe os olhares das outras pessoas no
restaurante.
Dora - Por favor, Lucas. Vamos continuar essa
conversa em um local mais reservado. As
pessoas já estão olhando.
Lucas - Pouco me importa.
Dora - (firme) Mas a mim importa!
Lucas bebe um pouco de água, tentando se acalmar.
Corta para:
CENA 02. RESTAURANTE INÊS. INT. TARDE
Raul, Carolina, Lívia, Inês e Eduardo em uma mesa mais
diante da outra. Os garçons recolhem os pratos.
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Carolina - Que almoço adorável.
Raul - A comida aqui está a cada dia melhor,
Inês. Parabéns.
Inês - Obrigado, Raul. Todos aqui cozinham
com amor. (t) Vamos tomar um café no meu
escritório?
Carolina - (animada) Vamos. Adoro café.
Lívia - Não vou demorar muito. Minha cabeça
está começando a doer.
Corta para:
CENA 03. RESTAURANTE INÊS. ESCRITÓRIO. INT. TARDE
Mesmos personagens. Apenas Lívia não toma café.
Raul - (termina o café) Eu já vou indo. Tenho
muito trabalho pra finalizar no
escritório.
Raul dá um beijo em Carolina.
Carolina - Nos vemos mais tarde.
Raul se despede e saí.
Carolina - Vamos lá pra casa, Lívia. Você toma um
remédio, dorme um pouco, enquanto eu
tomo conta do Eduardo.
Lívia fica na dúvida, incerta.
Inês - Vai, Lívia. Assim você pode descansar
também. Reclamou que estava se sentindo
tão fadigada.
Lívia - Ta bom, ta bom... Eu vou. (olhando pra
Eduardo) Melhor dizendo, vamos.
Carolina - Te faço cafuné até você dormir, como
eu fazia quando você era pequena e
acordava no meio da noite assustada,
depois de ter tido um pesadelo.
Lívia - (achando ruim) Recordar o passado não,
né, mamãe. Bebe esse café logo e vamos.
Carolina termina seu café.
Inês - Recordar o passado é viver, Lívia.
Carolina - (concordando) É isso aí! Estou pronta.
Corta para:
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CENA 04. RESTAURANTE INÊS. FRENTE. EXTERIOR. TARDE
Carolina, Lívia e Eduardo acabam de sair do
restaurante. Roberto já abre a porta do carro.
Lívia - A senhor sabe ser bem agradável quando
quer.
Carolina - Não entendi. É um elogio?
Lívia - Uma observação pontual. E sim, um
elogio também.
Carolina sorri.
Carolina - Vamos?
Lívia concorda, indo pro seu carro levando Eduardo.
Carolina segue em direção ao seu. Ela entra e Raul
fecha a porta.
Corta para:
CENA 05. CARRO CAROLINA. INTERIOR. TARDE
Carolina no banco de trás.
Carolina - Vai valer a pena ser essa sogra que
não sou e que nunca vou ser com a
Inês...
Roberto entra, ouvindo o final do que Carolina fala.
Roberto - Falou comigo?
Carolina - Liga esse carro e vamos embora pra
casa.
Corta para:
CENA 06. CARRO LÍVIA. INTERIOR. TARDE
Lívia coloca o sinto de segurança. Ajeita e retrovisor
e olhando pra Eduardo do espelho fala:
Lívia - Vai se acostumando com sua avó, meu
filho. Essa daí é uma caixa de
surpresa...
Corta para:
CENA 07. RESTAURANTE. ESCRITÓRIO. INTERIOR. TARDE
Inês mexe em alguns papéis. Nilo na sua frente.
Inês - Obrigado por você ter tomado conta de
tudo aqui pra mim. Sem você, meu amigo,
eu nem sei o que seria de mim. Você já
quebrou tantos galhos meus. Põem mais
esse na conta.
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Nilo - Te devo muito obrigação, Inês. Você me
ajudou quando eu mais precisava, naquele
período em que eu.../
Inês - (corta) Não vamos lembrar isso agora.
Nilo - Tudo bem. (t) Mas me conta. Como foi
esse almoço com a venenosa da sua sogra
junto?
Inês - Por incrível que parece foi tranqüilo,
sem alfinetadas, críticas, nem nada
disso.
Nilo - Ela é uma cobra ardilosa. Cuidado,
minha amiga. Acho que ela está armando
um bote.
Inês - É isso que a Lívia também acha.
Nilo - Ta vendo? Se a própria filha tem essa
impressão, é bom ficar com os dois olhos
bem abertos.
Inês - Lívia não falou desse jeito como você
falou, mas sente que a mãe está armando
alguma.
Nilo - Dessa mulher você pode esperar de tudo
e mais um pouco.
Corta para:
Cena 08. AP. MAFALDA. SALA JANTAR. INT. TARDE
Mafalda e Jeferson almoçam.
Mafalda - Eu não entendi foi nada quando ele
apareceu sozinho, dizendo que estava com
vontade de dançar comigo.
Jeferson - E aí?
Mafalda - Dançamos, conversamos rápido e ele foi
embora.
Jeferson - Será que o Raul está dando em cima da
senhora?
Mafalda - Antes eu nunca imaginei que ele fosse
capaz disso, com mulher alguma, diante
da solidez e do amor que eu achei que
existia no casamento dele com a
Carolina. Mas depois de hoje, não sei de
mais nada.
Jeferson - E a senhora, sente algo por ele?
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Mafalda - (reage) É claro que não, Jeferson. Que
pergunta boba. Apenas amizade antiga, de
anos.
Jeferson - Só perguntei...
Mafalda - Nunca olhei pro Raul com olhos
maliciosos.
Jeferson - A senhora podia arrumar um namorado,
sabia? É bonita, está com tudo em cima,
animada...
Mafalda - Sua mãe não tem mais idade pra isso
não, Jeferson.
Jeferson - Besteira sua. Tem muitas senhoras, até
com mais idade, que arrumam vários
namorados por ai, nesses eventos de
idosos que acontecem.
Mafalda - Engraçado, que enquanto uns filhos
querem evitar que as mães namorem, você
querendo que eu arrume um namorado...
Jeferson - É porque eu amo a senhora e quero te
ver bem.
Mafalda sorri.
Mafalda - Eu estou bem, Jeferson. Não se
preocupe que sua mãe está ótima sozinha.
Mas morre aqui o que te contei sobre o
Raul, viu?
Jeferson - É claro, mãe. Não confia no seu filho?
Mafalda - Se eu não confiasse, não tinha te
contado isso, Jeferson. Mas é sempre bom
reforçar. (t) Agora chega de falar de
mim... Vamos falar de você e da Nicole.
Em que pé estão?
Jeferson - De pouco a pouco, sinto que estou
avançando. Com a Nicole tem que ser um
processo lento e gradativo, nada de
rompante.
Mafalda - Torço muito pra vocês voltarem.
Jeferson - Não vai demorar, mãe. logo estaremos
namorando novamente.
Corta para:
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CENA 09. RUA TRANQUILA. CARRO DORA. INT. EXT. TARDE
Carro parado num lugar reservado. Dora no volante,
Lucas ao seu lado.
Dora - Se põem no meu lugar, Lucas. Minha
situação é muito mais complicada do que
a sua.
Lucas - Separa.
Dora - Acha que é fácil assim?
Lucas - E é, Dora. Basta querer e estar
disposta a encarar o novo, sem medo, de
peito aberto.
Dora - Você está querendo se afastar de mim?
Corta para:
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COMERCIAL 1
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CENA 10. RUA TRANQUILA. CARRO DORA. INT. TARDE
Cont. imediata. Lucas e Dora no ritmo.
Lucas - Pelo contrário. Quero ficar mais
próximo de você do que nunca. Por isso
vim ter essa conversa com você.
Dora - No fundo acho que você tem razão ao
dizer que é medo. Que estou usando a
adoção pra evitar a separação.
Lucas - Mas o que te pretende a esse
casamento? Se você gostasse mesmo do seu
marido, você não tinha se entregando a
mim como você se entregou, Dora.
Dora - Não me pressiona mais, Lucas. Por
favor. Eu juro pra você que vou resolver
isso, mas é algo que não se resolve com
pressão.
Lucas - Só te peço pra não demorar muito. Não
me cozinha em banho Maria, pois não
mereço isso.
Dora - Eu sei. Só te peço mais um tempo.
Lucas - Te amo, Dora. Nunca se esqueça disso.
E pra ter você só pra mim eu espero o
tempo que for.
DORA - Obrigado.
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Lucas e Dora trocam um beijo intenso.
Corta para:
CENA 11. ANGRA. EXTERIOR. TARDE
Takes lindíssimos da cidade. Corta para:
CENA 12. CASA CHICO. INTERIOR. TARDE
Suelen e Chico almoçam.
Chico - Está divino esse bobo de camarão,
filha. (levantando o prato) Põem mais...
Suelen pega o prato e lhe serve mais.
Suelen - Sem exagerar, pai. Depois fica aí
reclamando de dor na barriga.
Chico - Se eu morrer, morro feliz. Sempre comi
tudo o que quis comer, fiz tudo o que
quis fazer...
Suelen - Para de falar assim, pai. O senhor vai
viver muito ainda.
Chico - A morte chega pra todo mundo, Suelen.
Suelen - Mas não precisa ficar falando nela,
principalmente na hora do almoço.
Chico - Tudo bem.
Tempo.
Suelen - O Lucas me deu uma flor hoje mais
cedo.
Chico - (animado) E aí?
Suelen - Me entregou, falou umas coisas e foi
embora.
Chico - Não rolou nem um beijo?
Suelen - No rosto só.
Chico - (lamenta) Poxa. Mas foi um bonito
gesto.
Suelen - Sim, que me surpreendeu. Será que foi
um sinal que finalmente ele está me
enxergando com uma mulher, completamente
apaixonada por ele?
Chico - Pode ser, Suelen. Mas espere, deixa-o
se aproximar no tempo e jeito dele.
Tenha paciência, Suelen.
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Suelen - É isso que mais estou tendo. Um saco
enorme de paciência!
Corta para:
CENA 13. PRÉDIO FACULDADE. FRENTE. EXTERIOR. TARDE
Nicole acaba de sair de dentro do prédio, quando
Jeferson aparece no seu carro.
Jeferson - Vem, entra. Te levo em casa.
Nicole - Estou de carro.
Jeferson - Vamos tomar um suco na lanchonete
então.
Corta rápido para:
CENA 14. FACULDADE. LANCHONETE. INTERIOR. TARDE
Nicole e Jeferson bebem um suco ou algo assim.
Nicole - Como soube que eu estava aqui?
Jeferson - (brinca) Estava te seguindo.
Nicole - (rindo) Bobo.
Jeferson - A empregada me disse. Conseguiu
reabrir sua matrícula?
Nicole - Vão analisar meu pedido. E você,
desistiu do seu MBA nos Estados Unidos?
Não falou mais nada.
Jeferson - Adiei. Não conseguiria ficar longe de
você.
Jeferson rouba um beijo de Nicole.
Nicole - Estão tão animada em voltar a estudar.
Nem sei porque eu parei.
Jeferson - Na época lembro de você falando que
estava confusa com seu curso. Se
continuava fazendo moda ou fazia
pediatria.
Nicole - Um curso nada a ver com o outro.
Jeferson - Né?
Eles riem.
Jeferson - E nossa ida pra Angra? Está de pé?
Nicole - Vamos sim. Aproveito pra me despedir
dessa vida ociosa que tinha e me
preparar pra enfiar a cabeça nos
estudos. Me formar.
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Jeferson - Que bom te ver assim, Nicole. Anima,
cheia de energia e disposição pra tocar
a vida.
Nicole - Você me ajudou muito a sair da fossa
em que eu estava, Jeferson. Tenho muito
que te agradecer.
Jeferson - Me agradece me amando muito. Não me
abandonando.
Corta para:
Cena 15. AP. CAMILA. INTERIOR. TARDE
Cínara está no celular, pulando de alegria, super
feliz. Camila sem entender nada.
Cínara - (cel.) Tudo bem... Entendi sim. Amanhã
no horário marcado estarei aí...
Cínara desliga e abraça Camila.
Camila - (curiosa) Que foi, mulher? Ganhou
algum prêmio?
Cínara - Não, mas quase isso.
Camila - Então fala logo. Sabe como sou
curiosa.
Cínara - Era do recursos humanos da Creont’s.
(cheia de si) Você agora está falando
com a mais nova funcionária da
joalheria.
Camila - (surpresa) Jura?
Cínara - Amanhã vou levar os documentos pra
assinarem minha carteira.
Camila - Você nasceu com o bumbum virado pra
lua mesmo, viu. Ta doido. Eita mulher
pra ter sorte na vida.
Cínara - Está dando tudo tão certo, que estou
até com medo.
Camila - Temos que comemorar. Já gastar o
dinheiro que você ainda nem recebeu.
Cínara - Faço questão de pagar. Ainda tenho
grana que recebi da demissão do
quiosque.
Camila - Vamos onde?
Cínara - Num restaurante top. Você que entende
mais disso escolhe.
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Camila - Tudo bem.
Cínara - Vamos comemorar com estilo.
Corta para:
CENA 16. AP. DORA. QUARTO DELA. INTERIOR. TARDE
Dora está chorando no colo de Nancy.
Nancy - Que foi, Dora? Você está me deixando
preocupada chorando desse jeito.
Dora - Estou me sentindo tão perdida,
confusa...
Dora levanta o rosto, olhando pra Nancy.
Nancy - O que aconteceu?
Dora - (direto) Me apaixonei por outro
homem... pelo Lucas.
Corta para:
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COMERCIAL 2
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CENA 17. AP. DORA. QUARTO DELA. INTERIOR. TARDE
CONT. IMEDIATA. DORA E NANCY, QUE ESTÁ SURPRESA.
Nancy - O pescador?
Dora - Ele mesmo.
Nancy - Eu já tinha percebido um clima entre
vocês...
Dora - Ficou na cara assim?
Nancy - Não. Eu é que te conheço muito bem,
Dora.
Dora - Não estou sabendo lidar com essa
situação, Nancy. O que eu faço?
Nancy - Coloca na balança seu coração e veja
pra qual desses dois homens ele pende.
Dora - Eu me culpo por isso.
Nancy - Ninguém tem culpa de se apaixonar,
Dora. Ninguém manda no coração.
Dora - Deixei me enredar nessa situação e
agora estou sentindo que perdi o
controle dela.
Nancy - Pense em qual desses homens te faz
feliz de verdade, te provoca aquela
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sensação gostosa de quando estamos
apaixonados...
Dora abraça Nancy, se aconchegando nela.
Dora - Nem sei o que seria da minha vida sem
você cuidando de mim, me dando conselho.
Nancy - Pra mim você é como uma filha, Dora. E
uma mãe é pra dar carinho, conselho e
puxar orelha também.
Dora - Me faz aquele mingau de aveia, que só
você sabe fazer? Eu nem toquei na
comida...
Nancy - Faço sim.
Dora dá um beijo em Nancy e as duas se abraçam.
Fusão para:
CENA 18. CASA CHICO. INTERIOR. NOITE
Suelen vem da cozinha com duas sacolas. Chico está
fazendo palavras cruzadas no sofá da sala.
Suelen - Tem bobo ainda, pai. Quando o senhor
sentir fome é só esquentar no
microondas.
Chico - Vai onde?
Suelen - Na casa do Lucas. Não sou mulher de
esperar sentada. Sou mulher de agir!
Suelen sai.
Chico - (orgulhoso) Essa filha que eu tenho...
Não duvido nada de que ela acaba
fisgando o Lucas de vez!
Corta para:
CENA 19. CASA LUCAS. PORTA. INTERIOR. NOITE
Lucas abre a porta. É Suelen, carregando duas sacolas.
Suelen - Vim fazer um jantar pra você. Ou
melhor, pra nos dois. Posso entrar?
Corta para:
CENA 20. CASA LUCAS. COZINHA. INTERIOR. NOITE
Suelen está mexendo nas panelas, ao mesmo tempo em que
termina de picar algo na bancada. Lucas aparece.
Lucas - Está cheirando tanto...
Suelen - Já está quase pronto.
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Lucas - Que honra você cozinhar pra mim. Qual
será o cardápio?
Suelen - Surpresa. Abre o vinho enquanto isso,
que já, já coloco a mesa.
Lucas - Tudo bem.
Lucas vai pra sala. Suelen satisfeita.
Corta para:
CENA 21. MANSÃO RAUL. EXTERIOR. NOITE
Corta rápido para:
CENA 22. MANSÃO. SALA. INTERIOR. NOITE
Raul acaba de preparar uma bebida pra ele e Carolina,
que está sentada no sofá.
Carolina - Insisti pra que a Lívia ficasse pro
jantar, mas ela não quis.
Raul - Aos poucos vocês estão voltando a
manterem a boa relação que deve existir
entre mãe e filha.
Carolina - Me deu tanta saudade de quando nossos
filhos eram pequenos, correndo por essa
casa, na piscina... Não vejo a hora do
Eduardo crescer, pra encher essa casa de
alegria, que só uma criança consegue
dar.
Raul - Eles crescem rápidos.
Carolina - Crescem a deixa os pais em segundo
plano. Não vê o Gustavo? Mal nos liga.
Raul - Ele liga sim, sempre que pode. O
Gustavo tem a vida atarefada dele nos
Estados Unidos. Uma rotina que não cruza
com a nossa.
Carolina - Mas tem quanto tempo que ele não vem
aqui nos visitar?
Raul - Ele nos cobra também uma visita. Desde
que ele se mudou pra lá, fomos apenas
uma vez e isso tem quase dez anos.
Carolina - Por culpa sua, Raul. Que sempre está
sempre tempo pra coisas, por causa do
trabalho. (t) Queria mesmo que ele
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voltasse a morar aqui no Brasil, com a
gente.
Raul - Temos que ter orgulho de tudo o que
nosso filho conquistou, Carolina.
Advogado, trabalhando em um grande
escritório em Nova York...
Carolina - Ele ainda namora aquela Colombiana?
Muito bonita, aliás.
Raul - Parece que já terminaram.
Carolina - O Gustavo está na idade de se casar e
pensar em ter um filho. Estabilidade
profissional ele já possui. Me dar um
outro neto.
Raul - Não começa a querer controlar a vida
dos nossos filhos, Carolina. Já chega de
como você faz com a Lívia.
Carolina - (reage) Sou mãe, não posso comentar da
vida dos meus filhos?
Cleide aparece.
Cleide - O jantar já está na mesa.
Raul - Ótimo. Estou morrendo de fome...
Raul termina sua bebida e vai pra sala de jantar,
deixando Carolina ali.
Corta para:
CENA 23. MANSÃO. SALA JANTAR. INTERIOR. NOITE
Carolina e Raul estão jantando. Carolina de cara
amarrada.
Carolina - Será que sou assim uma péssima mãe?
Que não pode nem pensar e comentar sobre
a vida dos filhos que é já criticada,
rechaçada?
Raul - O problema é como você fala, Carolina.
Parece que está sempre querendo
comandar, controlar a vida deles.
Carolina - Toda mãe só quer o bem dos filhos.
Raul - Os filhos crescem, seguem seus
caminhos. E só cabe a nos pais
aconselhar e torcer pelo sucesso,
felicidade de cada um deles.
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Carolina - Como vocês me pintam parece que sou
vilã de novela, irmã da Nazaré e tia da
Carminha.
Raul - (sarcástico) Pelo drama que você faz,
podia mesmo ser atriz de filme,
novela... Ia ganhar muitos prêmios de
melhor atriz dramática.
Carolina - (dramática) Um dia vocês vão
reconhecer e me dar valor. Mas aí já
poderá ser tarde de mais...
Raul acha graça.
Corta para:
CENA 24. MADUREIRA. RUAS. EXTERIOR. NOITE
Corta rápido para:
CENA 25. CASA VIRGÍNIA. COZINHA. INTERIOR. NOITE
Amanda, Virgínia e Clóvis estão jantando.
Clóvis - Já fechou a mala, filha?
Amanda - Fecho e abro toda a hora, pai. Estou
sempre lembrando de alguma coisa,
conferindo...
Virgínia - Meu coração está tão apertado por
saber que você vai viajar, ficar esse
tempo fora. Você nunca ficou tanto tempo
fora, Amanda.
Amanda - É por pouco tempo, mãe.
Virgínia - Mas sei que é uma viagem importante
pra você, pra sua profissão.
Clóvis - Logo nossa filha estará de volta...
(t) Falando em filha de volta, notícias
da Cínara?
Corta para:
CENA 26. RESTAURANTE LUXO. INTERIOR. NOITE
Cínara e Camila em uma mesa. Cínara olha pra tudo
deslumbrada, Camila o cardápio de vinhos.
Cínara - Que ligar chique...
Camila - Não queria um restaurante bacana. Pois
então.
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Cínara - Vamos comer e beber bem hoje, amiga.
Não precisa economizar.
Cínara pega o outro cardápio. Corta para Maurício e
Dora entrando no restaurante, sendo atendidos pelo
maître. Corta de volta pra mesa de Camila, que percebe
e cutuca Cínara, concentrada no cardápio.
Cínara - Olha o preço desse vinho...
Camila - Veja quem acabou de chegar.
Cínara olha pra Dora e Maurício sendo conduzidos em
direção a uma mesa.
Corta para:
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FIM DO CAPÍTULO
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