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O Poder da Mente Roger Baum

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O Poder da Mente

Roger Baum

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Copyright © 2007 da edição: Editora DCL – Difusão Cultural do Livro

DIRETOR EDITORIAL: Raul Maia

EDITORA: Eliana Maia Lista

ASSISTENTE EDITORIAL: Ana Claudia Vargas

TRADUÇÃO: Luiz Roberto S. S. Malta

REVISÃO TÉCNICA: Elisabeth Torii

REVISÃO DE PROVAS: Ana Paula de Mello Castilho Cecília Madio

GERENTE DE ARTE: Sandro Silva Pinto

CAPA E PROJETO GRÁFICO: 13treze Design

DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINAL: Entreletras Júlio Giusti Balisa José Marcos Rigamont

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Paula Thomaz

SUPERVISÃO GRÁFICA: Roze Pedroso

GERENTE DE VENDAS E DIVULGAÇÃO: Lina Arantes Freitas

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Baum, Roger O poder da mente / Roger Baum. — São Paulo : DCL, 2007.

ISBN 978-85-368-0229-9

1. Mente – Corpo 2. Parapsicologia I. Título.

06-9191 CDD – 133.8

Índices para catálogo sistemático:

1. Poder mental : Parapsicologia 133.8

1a edição • agosto • 2007

Editora DCL – Difusão Cultural do Livro Ltda.Rua Manuel Pinto de Carvalho, 80 – Bairro do Limão

CEP 02712-120 – São Paulo/SPTel.: (0xx11) [email protected]

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SUMÁRIO

Introdução ............................................... 9

PRIMEIRA PARTE

O fenômeno PK ................................................... 11

Diversas teorias sobre o fenômeno PK .......... 12

As “proezas” de Home .................................. 12

As teorias de Maxwell .................................. 13

A partícula pósitron ...................................... 14

Uma teoria popular ...................................... 14

As propriedades físicas dos metais ................ 15

O fenômeno da ressonância ......................... 16

A telecinese ....................................................... 18

Controvérsias originadas pela telecinese ....... 20

Angelica Cottin ........................................... 21

Eusapia Palladino .............................................. 22

Novos fatos ................................................. 25

As fraudes de Eusapia Palladino ................... 26

Novas investigações ..................................... 27

Outros médiuns de telecinese ......................... 29

Daniel Douglas Home ................................. 29

Os irmãos Davenport .................................. 31

Os irmãos Schneider .................................... 32

O decalque .................................................. 34

Nina Kulagina ............................................. 37

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A misteriosa mesa de Porreras ...................... 38

A mesa de Nulles ......................................... 38

As conclusões do professor D’Arbó .............. 41

Explicações sobre a telecinese ........................ 43

Clariaudiência ................................................... 45

O caso da Sorbonne ..................................... 45

O caso de Aleister Crowley .......................... 46

A parapsicologia como ciência que estuda

os poderes da mente ........................................... 48

O medo da verdade ...................................... 49

O verdadeiro conhecimento ......................... 50

Fantasmas e aparições ........................................ 52

Os fantasmas na Inglaterra .......................... 52

O fato .......................................................... 54

Os fantasmas da Torre de Londres ............... 55

Sugestão, hipnotismo e magnetismo,

três poderes mentais de grande importância ..... 57

O que é o psiquismo transcendental ............. 57

Sugestão ...................................................... 57

Sugestão anormal ........................................ 58

Curandeirismo ............................................ 61

Fascinação ................................................... 64

Como as impressões externas atuam ............. 65

Hipnotismo ................................................. 68

Magnetismo ................................................ 69

Outros estados derivados do poder da mente ..... 70

Letargia ....................................................... 70

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Catalepsia .................................................... 71

Sonambulismo ............................................ 72

Desdobramento da personalidade ................ 73

Perda dos cinco sentidos .............................. 74

Ação do magnetismo a distância e a

prazo fi xo..................................................... 75

SEGUNDA PARTE

O desenvolvimento dos poderes psíquicos ......... 76

Os fenômenos espontâneos .......................... 77

As condições para o desenvolvimento ........... 78

As correntes cósmicas .................................. 79

Como conseguir êxito na vida ....................... 80

As três leis do êxito ...................................... 81

Arrastados pela maré ................................... 82

Agindo em prol do bem-estar fi nal ............... 82

Como estas leis se aplicam ao

desenvolvimento psíquico ............................ 83

Regras a seguir ............................................. 84

O cultivo dos dons espirituais e psíquicos ......... 85

O desenvolvimento dos poderes psíquicos .... 86

Controle dos fenômenos .............................. 87

Exercícios para o desenvolvimento

do poder mental ........................................... 87

O domínio do Eu ......................................... 88

Como o espírito nos une .............................. 89

A meditação ................................................ 89

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O poder do pensamento ............................... 90

O uso da vontade ......................................... 91

O autodesenvolvimento essencial ................. 92

O medo e como eliminá-lo ................................. 92

A fé salva aquele que naufraga ...................... 93

Os efeitos nocivos do temor sobre o corpo .... 94

Medo X Razão ............................................ 95

Emoções malignas ....................................... 96

Como uma enfermidade é provocada

pelo medo .................................................... 97

O medo é contagioso ................................... 98

O medo de ser hipnotizado .......................... 99

O magnetismo pessoal ......................................100

As existências inesgotáveis ..........................101

O fator físico ..............................................102

O fator mental ............................................102

O fator espiritual ........................................103

Como infl uir sobre os outros .......................104

Como impedir a infl uência alheia ................107

Aplicação saudável ......................................107

A telepatia ........................................................108

Como a telepatia atua .................................108

Os diversos tipos de mensagens telepáticas ..109

A telepatia e suas experiências práticas ........110

Como garantir o êxito .................................111

Experiências mais complicadas ....................112

Como impedir que as más infl uências afetem o

nosso psiquismo..........................................113

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A clarividência .................................................114

Clarividência subjetiva ................................115

Clarividência objetiva .................................115

Clarividência de raios X ..............................116

Clarividência cataléptica .............................116

Clarividência telepática e outras ..................117

Diagnóstico por clarividência ......................119

A explicação da clarividência .......................120

Teoria do sentido astral ...............................120

Teoria da infl uência espiritual .....................121

Teoria do tubo astral ...................................121

Teoria da criação da forma de pensamento ...121

Teoria da percepção direta ...........................121

Por que e como vemos na clarividência? .......122

Exercícios de desenvolvimento ....................123

A polarização e como usá-la ........................124

A fé e a crença .............................................125

Os fatores de desenvolvimento

da clarividência ...........................................126

Como distinguir o verdadeiro do falso .........127

A solução do mistério..................................127

Os sonhos ...........................................................129

O que é dormir? ..........................................129

Os sete sonhos mais comuns .......................130

As causas dos sonhos ..................................131

A interpretação dos sonhos .........................131

Os casos de POLTERGEIST ......................................132

O estudo do poltergeist ................................133

Um caso de poltergeist ................................... 135

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Roger Baum

INTRODUÇÃO

Atualmente, nem os pesquisadores mais retrógrados se

atrevem a negar que o ser humano possui uma espécie

de sexto sentido que é, defi nitivamente, o Poder Mental.

Esse Poder Mental é uma faculdade inerente a todos

os seres humanos, embora algumas pessoas tenham essa

capacidade mais desenvolvida do que outras, da mesma

forma como ocorre, por exemplo, com a inteligência ou o

desenvolvimento muscular. Não existe ser humano que seja

exatamente igual aos demais. Isto se dá não só no aspecto

físico, como no cerebral, no moral e no psíquico.

Cada ser humano é único, afi rmação que vale

também para o sexto (ou talvez sétimo?) sentido, que é

o Poder da Mente.

Este poder possibilita uma série de fenômenos,

muitos dos quais ainda sem explicação óbvia, como a

telepatia, o poltergeist, o movimento de objetos a distância,

a clarividência etc.

Atualmente, existem máquinas e até câmeras fo-

tográfi cas criadas para detectar e registrar com exatidão

a manifestação de tais fenômenos e o grau de poder de

indivíduos mais dotados.

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O Poder da Mente

Neste livro que ora se inicia, porém, pretendemos

nos limitar aos diversos Poderes Mentais que, em

maior ou menor grau, todos possuímos, sendo possível

desenvolvê-los mediante certas técnicas aplicadas com

a devida constância.

Se o objetivo fosse apenas demonstrar o Poder

Mental como força psíquica inerente aos homens, bastaria

estudar individualmente os diversos fenômenos e as suas

aplicações determinadas por seu possuidor.

Entretanto, neste livro, o Poder Mental é abor-

dado como ramo da Parapsicologia, ciência ainda não

reconhecida pelos mais céticos, cujo campo de estudo são

os fenômenos que se afastam do contexto normal huma-

no e, podemos dizer, também do divino – no sentido do

Universo desconhecido, cujas forças ainda permanecem

ignoradas em sua maior parte.

Sabemos que somente uma parte mínima do

cérebro humano é utilizada. Pois bem: o Poder capaz de

originar fenômenos paranormais tão assombrosos, como a

telepatia ou a clarividência, resulta do uso de uma porção

maior que o normal de regiões cerebrais.

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Roger Baum

PRIMEIRA PARTE

O FENÔMENO PK

Em 1975, durante um programa da Televisão Espa-

nhola, especifi camente no programa “Directísimo”,

os telespectadores presenciaram um espetáculo certamen-

te insólito. Uri Geller foi capaz de dobrar uma colher de

metal usando apenas “a força da sua vontade”.

Os fenômenos não pararam aí. Um prato que-

brou-se após ser delicadamente esfregado. Em seguida,

o israelense pôs em funcionamento um relógio que estava

parado havia muitos anos, deformou uma pequena chave

e terminou a atuação reproduzindo com grande exatidão

um desenho que horas antes o apresentador do programa

tinha feito e colocado em um envelope fechado.

Fez ainda mais: atendendo ao pedido de Uri Geller,

centenas de telespectadores comprovaram que o poder da

mente podia ser compartilhado: realizaram eles mesmos,

proezas em seus lares, como dobrar garfos e colheres e

pôr em funcionamento relógios imprestáveis.

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O Poder da Mente

Antes e depois desse programa, Uri Geller apresen-

tou a sua força mental perante numerosos auditórios do

mundo inteiro, ensejando debates quase violentos, pró e

contra sua capacidade mental. Alguns aceitavam os fenô-

menos como manifestação autêntica do poder da mente,

enquanto para outro, o fato não passava de truque.

Embora o fenômeno de dobrar objetos metálicos

já fosse conhecido havia séculos, sendo muito comum na

fenomenologia PK, coube a Uri Geller, mediante a popu-

larização que obteve, torná-lo conhecido mundialmente.

DIVERSAS TEORIAS SOBRE O FENÔMENO PK

Diversas teorias foram desenvolvidas a respeito do

fenômeno PK. Algumas admitem que o fenômeno pode

ocorrer fora do âmbito dos sentidos conhecidos, enquanto

outras procuram enquadrá-lo nas leis já conhecidas.

Entre as diversas teorias, destacam-se as que pro-

curam explicar os fenômenos físico-químicos ocorridos

pela intervenção da pessoa por meio da ação intermole-

cular, apoiadas na “escala de magnitude molecular”. Cabe

recordar algumas experiências históricas, realizadas por

médiuns conhecidos, como Home e Eusapia Palladino.

AS “PROEZAS” DE HOME

Em diversas ocasiões, Home “fracionou” a essência

do limão em seus vários componentes, destilou álcool

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contido em alguns licores e separou a essência das fl ores

– tudo diante de testemunhas de reconhecida seriedade,

como o químico William Crookes, a quem era muito

difícil enganar neste conhecimento.

Também pode ser considerado como feito seme-

lhante a “transferência” de partículas corantes azuladas,

quando a médium Eusapia Palladino fazia trejeitos como

se estivesse usando uma lapiseira da referida cor.

AS TEORIAS DE MAXWELL

Para explicar esses fenômenos, alguns pesquisa-

dores do começo do século XX recorreram às teorias do

físico Clark Maxwell, para quem o conhecimento humano

das coisas é meramente estatístico, sendo ignorado por

completo o que ocorre em cada molécula isoladamente.

Deste modo, se imaginarmos um ser inteligente, mas

diminuto o bastante para atuar em escala molecular, essa en-

tidade, denominada “demônio de Maxwell” , poderia repetir

todas as proezas de Home, separando fi sicamente o perfume

de uma fl or, extraindo o álcool da aguardente etc.

Maxwell acrescentava que, se tais façanhas são

impossíveis tão-somente em razão de a nossas dimensões,

a faculdade PK poderia dar ao ser humano a possibilidade

de realizá-las, uma vez que se trata de energia aplicada a

porções de matéria extremamente diminutas, ou seja, às

moléculas individuais.

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O Poder da Mente

A PARTÍCULA PÓSITRON

Outra teoria, ainda mais audaciosa, atribui os

fenômenos PK a uma partícula chamada pósitron. Esta

entidade, nascida de sugestões matemáticas puramente

hipotéticas, carece de carga, e, em repouso, possui massa

igual a zero. Com relação à sua origem, H. A. C. Dobbs

supõe que ela seja formada a partir de partículas normais

de matéria, ou seja, núcleos ou elétrons.

Estas propriedades extraordinárias, que lhe permi-

tem ser batizada de “partícula fantasma”, fazem pensar no

pósitron como o fator de inter-relação entre a matéria, a vida

e o pensamento. Concretamente, pode-se imaginar que os

fenômenos de telecinese, de levitação e, principalmente, de

psicocinese têm como base um efeito antigravitacional, de

origem psíquica, provocado pelo pósitron.

UMA TEORIA POPULAR

A teoria mais popular é a que considera o efeito PK

como uma transmissão de ondas eletromagnéticas. Bem

aceita até o começo do século XX, esta hipótese resolvia

o problema que atormentava os parapsicólogos da época:

afi nal, eles eram seres vivos ou fantasmas?

Na época, a telepatia era explicada como um pro-

cesso análogo à radiotransmissão, efetuado de mente a

mente, e os fenômenos de tipo físico-psicocinético foram

analisados de forma semelhante. A descoberta, em 1924,

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Roger Baum

dos processos elétricos cerebrais constituiu um novo e

sólido argumento a favor desta teoria.

A possibilidade de correntes elétricas cerebrais já

tinha sido levada em conta havia muito tempo, mas foi

o psiquiatra alemão Hans Berger quem, em meados dos

anos 1920, conseguiu o primeiro registro eletroencefa-

lográfi co (EEG) humano, caracterizado pelas chamadas

ondas alfa, de freqüência 8-12 Hz.

Apesar de tudo, a teoria eletromagnética foi aban-

donada gradualmente, já que não podia explicar várias

manifestações parapsicológicas, como a pura clarividência

e a precognição. Finalmente, a teoria das ondas eletromag-

néticas perdeu completamente o crédito nos experimentos

levados a cabo na “Fundação da Mesa-Redonda”, pelo

telepata holandês Peter Hurkos. Os referidos experimen-

tos consistiram em fechar Peter Hurkos numa câmara

de Faraday, (um recinto fabricado com cobre e ligado a

um gerador de 250 mil volts, o que o torna totalmente

isolante) dando-se a circunstância de que a comunicação

telepática foi celebrada em condições melhores estando

o telepata dentro da câmara do que fora dela.

AS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS METAIS

A impossibilidade de outros fatores físicos darem

origem a fenômenos PK, concretamente o ato de dobrar e

de romper metais, levou alguns cientistas modernos, como

o professor John Taylor, a pensar nos campos eletromag-

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O Poder da Mente

néticos de força como explicação menos inconsistente que

a ciência atual poderia oferecer para os poderes de Uri

Geller e outros como ele.

O metal é um corpo sólido, cujos elementos constitu-

tivos, ou íons, estão dispostos de maneira ordenada, ocu-

pando os nós de uma rede cristalina especial. Estes íons,

ou átomos do metal que perderam um elétron, mantêm-se

em equilíbrio mediante cargas negativas (gás eletrônico)

que se deslocam livremente entre eles.

A estrutura descrita explica muitas das proprieda-

des físicas dos metais, como a excelente condutividade

elétrica, por exemplo.

Entretanto, a estrutura cristalina dos metais não é

totalmente rígida. Na realidade, os íons efetuam oscilações

de pequena amplitude em torno dos nós, que são menores

quanto mais baixa a temperatura. Com a elevação da tem-

peratura, cresce a amplitude das oscilações dos corpúsculos

até que todo o edifício cristalino desmorona, dando origem

a deformações como as que Geller produz.

Porém, o exame das colheres de prata que Uri Geller

dobrou não demonstrou elevação de temperatura nas peças,

o que levou o professor Taylor a buscar outro possível fator

deformador, como o fenômeno da ressonância.

O FENÔMENO DA RESSONÂNCIA

Na Física clássica, quando a freqüência de uma

oscilação excitante como a da corrente elétrica cerebral

coincide com a freqüência própria do corpo excitado (por

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exemplo, o metal de uma colher), a amplitude da oscilação

deste alcança um valor máximo. Diz-se então que o exci-

tante e o excitado encontram-se em ressonância.

Os fenômenos de ressonância desempenham um

papel muito importante na mecânica. O número de giros

das máquinas não pode coincidir com a freqüência da os-

cilação das partes submetidas às trepidações, a fi m de evitar

amplitudes que possam representar um perigo de ruptura

ou de avaria, conhecida como fadiga do metal.

Um regimento que atravessa uma ponte marchando

pode provocar na estrutura metálica da ponte amplitudes

de oscilação que engendram tensões muito superiores às

previstas, podendo chegar a derrubar a ponte. Existem

casos bem conhecidos a respeito.

Seja como for, mesmo reconhecendo a capacidade

que a ressonância tem de dobrar e fraturar metais, é difícil

imaginar que este processo seja devido à capacidade bioe-

létrica humana, entre outras razões, porque:

1. O campo eletromagnético originado pelos pro-

cessos elétricos do cérebro é tão tênue que é incapaz de

dar conta da intensidade do PK e da distância em que,

por vezes, opera. O descobridor da eletroencefalografi a,

Hans Berger, demonstrou a impossibilidade de as ondas

EEG originarem fenômenos psicocinéticos.

2. As ondas eletromagnéticas são limitadas pelos

obstáculos materiais e sua intensidade diminui na razão do

quadrado da distância, o que não ocorre no fenômeno PK.

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O Poder da Mente

3. A freqüência das ondas cerebrais beta, ou seja, das

ondas EEG geradas por uma pessoa acordada e com os olhos

abertos, é quase análoga à corrente alternada (50 Hz), e não

se sabe a capacidade desta última de produzir fenômenos de

dobra nos condutores metálicos pelos quais passa.

Além disso, não se deve esquecer que, nos últimos

anos, a reputação de Uri Geller foi tornando-se cada vez mais

duvidosa, uma vez que suas atuações em público começaram

a ser rodeadas de circunstâncias que prejudicavam a investi-

gação honesta. Com isso, aumentou a convicção de que o PK

não pode ser explicado mediante teorias físico-químicas.

A TELECINESE

Entre a série de manifestações de classifi cação Psi-

Kappa (PK) atribuídas ao poder da mente humana,

encontra-se a telecinese, uma das mais cativantes. Trata-se

de um fenômeno muito singular entre os produzidos no

âmbito da moderna parapsicologia.

Telecinese é a faculdade, da qual determinadas

pessoas são dotadas, de infl uir diretamente sobre obje-

tos, movendo-os a distância sem tocá-los e sem utilizar

nenhum meio auxiliar – apenas o poder mental.

Essa faculdade já foi estudada pela Sociedade

de Pesquisas Psíquicas desde sua fundação, em 1882, é

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Roger Baum

considerada como uma manifestação extraordinária do

que então se conhecia como “objetos enfeitiçados” ou

movimentados por “duendes”. Entretanto, as manifes-

tações desta classe de fenômenos são muito anteriores

aos estudos na referida Sociedade. A infl uência da

mente sobre os objetos é um fato que remonta à mais

longínqua Antiguidade.

Com efeito, os historiadores gregos e romanos

narram com eloqüência os portentosos fenômenos

produzidos por sacerdotes egípcios. Moisés, aprendiz

da classe sacerdotal egípcia, foi capaz de provocar uma

série de fenômenos que deixaram o faraó e os próprios

sarcedotes tão assombrados e assustados, que a saída

dos judeus do Egito foi permitida, segundo relata a

Bíblia (Êxodo).

As milenares narrações da Índia também se

referem a fenômenos telecinéticos, embora com nomes

diferentes.

Na época atual, são freqüentes os relatos de qua-

dros que caem subitamente ou portas e janelas que se

abrem e se fecham violentamente, sem qualquer motivo

aparente. A popularidade que alcançaram, durante algum

tempo, as chamadas “casas mal-assombradas”, ou a crença

tão difundida na existência de “duendes” em determinados

lugares, são testemunho fi el da presença constante dos

fenômenos telecinéticos nos sítios mais diversos e nos

ambientes mais díspares. Apesar disso, até a fundação

da Sociedade de Pesquisas Psíquicas em Londres, estes

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O Poder da Mente

apaixonantes casos não eram analisados sistematicamente.

Um dos fundadores da Sociedade, o fi lólogo Frederic

William Henry Myers, perguntou-se em 1903:

Poderia emanar do organismo humano uma

força capaz de pôr objetos em movimento sem

nenhum contato físico com eles?

O próprio Myers propôs uma resposta, esclare-

cendo a questão:

Se isto fosse possível, produzir-se-ia um fenô-

meno de telecinese.

A força capaz de originar movimentos em objetos

situados a distância foi denominada por Myers de telergia.

CONTROVÉRSIAS ORIGINADAS PELA TELECINESE

Embora a existência do efeito seja admitida,

alguns cientistas rejeitam o nome telecinese como defi -

nição para o fenômeno. Para eles, o nome telecinese não

corresponde à realidade, pois não se trata de um movi-

mento (kinesis) levado a efeito de longe (tele), e sim de

um movimento efetuado pelo contato da telergia.

Não obstante, diz-se também que os autores que

desejam negar a existência da telecinese, visto que ela se

realiza mediante alguma forma de contato, desviam o tema

para uma discussão estéril de simples nomenclatura.

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Roger Baum

O certo é que, como em quase todos os fenômenos

estudados pela paraciência, não existe uma explicação

racional que responda a todas as interrogações. Ou seja,

a causa ou as causas capazes de produzir tais efeitos con-

tinuam ignoradas e criam confusão a respeito dos fatos

telecinéticos ou psicocinéticos.

A possibilidade de uma força mental desconhecida

ser projetada a distância com poder sufi ciente para mo-

ver objetos ou móveis constitui uma das hipóteses mais

admitidas nos círculos científi cos dedicados à pesquisa

parapsicológica. De certo modo, talvez fosse mais correto

falar em psicocinese do que em telecinese, uma vez que a

ação resulta da telergia.

Essa conclusão foi encontrada após numerosos

estudos, pesquisas, experimentos e análises. Não há a

menor dúvida de que ela se produz espontaneamente, de

forma consciente ou inconsciente, e de que sua existência

é um dos desafi os mais apaixonantes que a parapsicologia

propõe aos pesquisadores de todos os tempos.

Como prova disso, existem inúmeras evidências

que corroboram os resultados obtidos durante as pesquisas

levadas a efeito pelos cientistas. Vejamos, como exemplo,

o caso de uma garota de catorze anos.

ANGELICA COTTIN

Angelica Cottin compareceu perante os membros

da Academia de Ciências de Paris em 9 de março de 1846,

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O Poder da Mente

apresentada por vários médicos que se declaravam inca-

pazes de achar uma explicação para o caso dela: Angelica

tinha encantado a casa em que vivia.

Na casa localizada na aldeia de Bourgvigny, na

Normandia, as mesas moviam-se, os objetos mudavam de

lugar e as portas e janelas se abriam e fechavam sozinhas,

sem interferência de ninguém. Os familiares da garota

pediram ao pároco da aldeia que a exorcizasse, mas o bom

sacerdote preferiu, prudentemente, entregar Angelica

aos médicos, que também não conseguiram identifi car a

origem de fatos tão insólitos.

Por este motivo, Angelica Cottin foi conduzida à

presença dos integrantes da Academia de Ciências, para

que fosse devidamente examinada. Não obstante, ante

a presença imponente dos pesquisadores não ocorreu

nenhum dos fatos assombrosos registrados na aldeia,

levando a douta assembléia à seguinte conclusão:

As comunicações dirigidas a esta Academia

referentes à senhorita Angelica Cottin devem

ser consideradas como nulas ou inexistentes.

EUSAPIA PALLADINO

Em 1854, na pequena aldeia de Minervino, em Apulia,

na Itália, nasceu aquela que foi talvez a mais famosa

telecinesista de todas as épocas: Eusapia Palladino.

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Roger Baum

Órfã desde pequena, viu-se obrigada a ocupar-se

de trabalhos no campo, razão pela qual não pôde compa-

recer à escola senão durante poucos meses. Na verdade, era

analfabeta. Entretanto, ela era excepcionalmente capaz de

originar efeitos telecinéticos os mais deslumbrantes.

Ao redor dela, os objetos se movimentavam, ou-

viam-se ruídos e produzia-se toda espécie de fenômenos

inesperados. Após ser examinada por diversos médicos,

Eusapia foi levada a Nápoles a fi m de ser apresentada

ao mais célebre psiquiatra da época, Cesare Lombroso.

Este, que já tinha sido informado dos dotes da jovem

Eusapia, convocou outros colegas a fi m de procederem a

uma escrupulosa investigação.

Sumamente céticos, os doutores examinaram cuida-

dosamente o aposento onde o exame seria realizado. Não

contentes, amarraram as mãos e os pés de Eusapia, tendo

dois cientistas colocado os pés em cima dela, de forma que

fi casse imobilizada. Várias velas foram acesas no recinto

para que a jovem pudesse ser devidamente observada.

O que ocorreu a seguir superou em muito a ca-

pacidade de assombro daqueles pesquisadores. Logo que

Eusapia começou a concentra-se, uma campainha colocada

sobre uma escrivaninha trasladou-se até a mesa ao redor da

qual estavam reunidos os cientistas. Quase imediatamente,

uma mesa da sala contígua penetrou lentamente na sala em

que se realizava a sessão, sem que ninguém a tocasse.

Como é fácil supor, Lombroso e os demais não

puderam ocultar o assombro, sendo obrigados a render-

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O Poder da Mente

se à evidência. Em seguida, publicaram um manifesto

declarando que lamentavam (principalmente Lombroso)

ter negado, de maneira tão repetida e obstinada, os fatos

e a possibilidade de sua realização.

A popularidade de Eusapia Palladino, a partir de

1891, ultrapassou todas as fronteiras. Depois daqueles

experimentos, cientistas do mundo inteiro visitaram a

jovem para submetê-la a observações.

Em sua residência, em Milão, Eusapia recebeu a

visita do escritor e pesquisador Alexander Nikolaievich

Aksakov, procedente de Moscou; do futuro prêmio Nobel

de Medicina, Charles Richet, de Paris; do barão Karl

de Prel, da Alemanha; do grande astrônomo Giovanni

Schiaparelli, entre muitos outros.

Depois de uma longa série de sessões levadas a efeito

durante aquele ano, os integrantes da comissão científi ca

encarregada de comprovar os fenômenos originados por

Eusapia declararam taxativamente que “nas condições em

que tiveram lugar, nenhum dos fenômenos produzidos

poderia ter sido provocado por meios artifi ciais”.

Em todas as sessões, Eusapia provocou assombro

genuíno nos pesquisadores, originando fenômenos tele-

cinéticos de todos os tipos. Para registrar devidamente os

fenômenos, os cientistas utilizaram câmeras fotográfi cas,

placas luminosas e até telas fosforescentes. Os joelhos e os

pés da jovem eram sempre controlados por pesquisadores

que se postavam ao lado dela.

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Roger Baum

NOVOS FATOS

Entre 1893 e 1894, o professor Julius Ochrowicz

convidou a jovem a ir até Varsóvia a fi m de submetê-la

a experimentos.

Da Polônia, onde foi submetida a controles elé-

tricos, Eusapia foi para a França, tendo ali participado

de diversas sessões, controladas pelo professor francês

Charles Richet, pelos ingleses Oliver Lodge e Frederic

W. Myers, pelo parapsicólogo alemão Barão Alber von

Schrenck-Notzing e pelo casal Sidgwick. Os experimen-

tos tiveram lugar na ilha mediterrânea de Rouband, junto

de Toulon, no castelo de Carqueiranne.

Naquele local, enquanto os cientistas prendiam

as mãos de Eusapia entre as deles, um piano próximo do

local onde estava a jovem começou a tocar sem que nin-

guém premesse as teclas. Para obter uma verifi cação mais

efetiva do fenômeno e também para evitar que Eusapia

pudesse produzi-lo com algum objeto oculto na boca,

Richet colocou a mão entre os dentes da examinada. Pois

bem: em que pese ela estar com as mãos dominadas e com

a boca sob controle direto, as teclas do piano voltaram a

soar de maneira inconfundível.

Tempos depois, Richard Hodgson pediu à Socie-

dade de Pesquisas Psíquicas da Inglaterra que convidasse

Eusapia a fi m de examiná-la.

Após de mais de vinte sessões celebradas em

Cambridge, a comissão investigadora, composta, além do

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O Poder da Mente

próprio Hodgson, por Sidgwick, Myers e Lodge, declarou

unanimemente a existência de fraudes nos fenômenos

levados a efeito por Eusapia Palladino.

AS FRAUDES DE EUSAPIA PALLADINO

Segundo os membros da mencionada comissão, os

pés e as mãos de Eusapia movimentavam-se a uma velo-

cidade assombrosa, produzindo a falsa impressão de um

fenômeno psíquico. Para Myers, “trata-se de um truque

que deve ter sido praticado inúmeras vezes, pois de outro

modo não seria possível atingir tal grau de perfeição”.

Henry Sidgwick também declarou: “as manobras

descobertas em Cambridge demonstraram que Eusapia

Palladino é uma embusteira; por conseguinte, recomendo

que suas representações sejam repelidas”.

A despeito da gravidade das acusações, Eusapia

continuou suas experiências diante de testemunhas da

Europa inteira. Numa dessas apresentações, realizada

no Instituto Psicológico Geral de Paris, o doutor Robert

Amadou assegurou haver observado que Eusapia tinha

conseguido movimentar as folhas de uma planta utili-

zando um fi o de cabelo previamente arrancado por ela

própria. “Vários membros do Instituto, advertidos por

Amadou, também viram a fraude.”

Mesmo assim, no fi m de 45 sessões, os pesquisa-

dores declararam:

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Roger Baum

“Os deslocamentos (avanços ou retrocessos e

elevações parciais ou completas) de certos objetos

pesados, como cadeiras e mesas, estão provados por

registros. Alguns movimentos parecem originar-

se pelo simples contato das mãos ou das roupas da

pessoa investigada, embora às vezes tais movi-

mentos tenham lugar sem o menor contato.”

NOVAS INVESTIGAÇÕES

Em 1908, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas da

Inglaterra propôs a Eusapia uma nova série de experimen-

tos. Com este propósito, quando já tinham falecido Myers,

Sidgwick e Hodgson, três novos pesquisadores vieram a

Nápoles com a intenção de examinar Eusapia.

Durante a sessão, ela conseguiu levantar uma mesa,

movimentar uma cadeira e deslizar um cadeirão para a

frente e para trás, com movimentos alternados.

Enquanto produzia estes fenômenos, a jovem per-

maneceu com as mãos atadas aos braços da cadeira na qual

estava sentada, e seu vestido foi bem recolhido (usavam-

se, então, roupas muito amplas), para que não pudesse

entrar em contato com nenhum dos objetos da pesquisa, e

Fielding, um dos pesquisadores, estava estendido no chão

e segurava com suas mãos os pés de Eusapia.

Ante a evidência, os pesquisadores realizaram

onze sessões durante as quais observaram mais de qua-

trocentos fenômenos.

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O Poder da Mente

Depois desse trabalho estafante, os três membros

da Sociedade de Pesquisas Psíquicas redigiram um in-

forme, no qual declaravam:

“Eusapia Palladino não foi surpreendida em

fraude nem uma só vez.”

E o resumo do informe acrescentava:

“Vemo-nos obrigados a reconhecer que os fenômenos

produzidos por Eusapia só podem ser explicados por

meio da intervenção de um fator totalmente alheio

às capacidades físicas normais.”

A despeito do grande valor desta declaração, dois

anos mais tarde, enquanto efetuava uma série de experi-

mentos nos Estados Unidos, Eusapia foi surpreendida várias

vezes cometendo fraude. A controvérsia chegou ao limite

máximo em torno de sua pessoa e de seus dotes excepcionais.

Deviam classifi cá-la como embusteira vulgar? Será que o

prestígio dela se devia a seu poder de sugestão?

Charles Richet, na obra Trinta anos de pesquisa

psíquica, após haver assistido a mais de duzentas sessões

com Eusapia, afi rmou:

“Inclusive, ainda que não houvesse no mundo ou-

tras manifestações como as realizadas por Eusapia

Palladino, suas atuações bastariam para demons-

trar cientifi camente a realidade da telecinese.”

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Roger Baum

Os truques aos quais Eusapia Palladino indubita-

velmente recorreu durante a sua dilatada carreira foram

considerados apenas como “lamentáveis incidentes numa

carreira extraordinária...”

OUTROS MÉDIUNS DE TELECINESE

DANIEL DOUGLAS HOME

Aquele que é considerado o mais importante realiza-

dor de fenômenos telecinéticos nasceu em Currie,

perto de Edimburgo, na Grã-Bretanha, em 20 de março

de 1833. Aos nove anos de idade, emigrou com os pais

para os Estados Unidos, onde residiu algum tempo.

Aos dezessete anos, após interessar-se pelos

fenômenos parapsicológicos, descobriu em si mesmo

faculdades paranormais poderosas. Em sua presença, ob-

jetos moviam-se e ouviam-se pancadas misteriosas, entre

outros fenômenos não menos inexplicáveis e espetaculares

produzidos por ele.

Em 1855, Home regressou à Inglaterra, onde ini-

ciou uma intensa relação com os meios metapsíquicos da

época. Este momento marca o início da sua extraordinária

carreira em diferentes áreas da parapsicologia.

Com referência a suas assombrosas experiências

telecinéticas, o visconde de Adare, escritor e pesquisador,

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O Poder da Mente

em cuja mansão Daniel D. Home levou a cabo muitos

de seus experimentos, cita em sua obra Experiences in

Spiritualism with Daniel D. Home (Londres, 1869):

“Em plena luz, repetidamente, e nas mais di-

versas circunstâncias, Douglas Home conseguiu

movimentar objetos situados em diferentes

lugares. Numa das sessões, ele levantou uma

mesa no ar dezessete vezes, e em outra ocasião

a mesa fi cou suspensa a quase meio metro do

chão durante vários minutos. Outra vez, a

mesa ergueu-se a sessenta centímetros do chão,

deteve-se e continuou elevando-se até um

metro e meio...”

Por sua vez, a Sociedade Dialética de Londres,

após presenciar uma das extraordinárias atuações de

Daniel Home, publicou um informe, no qual declarou:

“Existe uma força capaz de movimentar objetos pesados

sem contato pessoal; essa força depende da presença de

seres humanos”.

Apesar de seus extraordinários dotes, Home teve

que enfrentar detratores. Porém, a despeito disso, suas

atuações excepcionais acabaram por superar a maioria

das dúvidas e um bom número de oponentes acabou por

se converter em importantes testemunhas.

A um deles, o pesquisador Phillip Davis, Home

confessou pouco antes de morrer:

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Roger Baum

“Servi-me dos conceitos espíritas para dar a

minhas atuações uma aparência mística que

é muito grata às massas, mas jamais acreditei

na intervenção dos espíritos na execução dos

fenômenos que produzi.”

Desta maneira, Home determinou claramente

um fato que podia resultar decisivo nas pesquisas poste-

riores: a segurança de que os fenômenos psicocinéticos e

telecinéticos deviam ser atribuídos a forças procedentes

do ser humano, desestimulando qualquer interpretação

de índole espírita.

OS IRMÃOS DAVENPORT

Seguiram-se a Daniel Douglas Home, em ordem

cronológica e de importância, os irmãos Davenport.

Durante a década de 1860 a 1870, nos Estados

Unidos, causou verdadeira sensação a aparição de um

fenômeno extraordinário, aparentemente de caráter tele-

cinético. Os causadores de tais fenômenos foram os irmãos

Davenport, que deram diversas exibições públicas de seus

supostos dotes paranormais.

Nas exibições, os irmãos eram atados de braços

e pernas em suas respectivas cadeiras, sendo o público

convidado a comprovar a fortaleza e a segurança das

ataduras, inclusive chegando a revistá-los em busca de

algum artifício ou mecanismo oculto que pudesse ser

utilizado como truque. Em ato contínuo, uma escuridão

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O Poder da Mente

quase completa tomava o ambiente e vários instru-

mentos musicais começavam a surgir, fl utuando no ar e

interpretando melodias muito simples.

Os instrumentos iam aparecendo um após outro.

No fi m, o estrondo de todos juntos tornava-se ensur-

decedor. A exibição acabava de maneira repentina. As

luzes eram acesas depois de os instrumentos se desva-

necerem, e os irmãos Davenport novamente podiam ser

vistos solidamente amarrados em suas cadeiras. Era um

espetáculo magnífi co e assaz surpreendente, sem que

ninguém pudesse detectar a mínima sombra de fraude

na atuação dos irmãos.

Mas, certa ocasião, um espectador pediu para

amarrar, ele próprio, os dois irmãos. Tendo o indivíduo

amarrado muito bem a dupla, a sessão resultou em fracasso.

Depois do descrédito, os Davenport tentaram refazer-se

na Inglaterra, sem êxito, seguindo para o anonimato.

OS IRMÃOS SCHNEIDER

Willy e Rudy Schneider nasceram, respectivamen-

te, em 1903 e 1908, na localidade de Braunau-Am-Inn,

que signifi ca “Braunau junto ao rio Inn” (a mesma cidade

em que nasceu Adolf Hitler), na Áustria, no seio de uma

família muito afeiçoada às práticas espíritas.

Com a idade de dezesseis anos, Willy já demons-

trava certos dotes parapsicológicos, movimentando objetos

e móveis apenas com a sua presença, sem tocá-los.

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Roger Baum

Quando se inteirou desta circunstância feno-

menológica, o Barão von Schrenck-Notzing, grande

pesquisador, visitou a família Schneider diversas vezes,

para examinar o jovem Willy.

Este, que à época estudava odontologia, acabou mu-

dando-se em 1921 para Munique, capital da Baviera, onde

residia o supracitado barão, protagonizando ali inúmeras

sessões, nas quais submeteu-se a todo tipo de provas.

Numa sessão, celebrada em 4 de maio de 1922,

um professor de física da Universidade de Munique foi

testemunha dos movimentos de uma mesa, da elevação

de uma campainha que soava, do erguimento de um lenço

do chão até uma mesa e de uma caixa de música que soou

sem que fosse tocada.

Noutra sessão, o ganhador do prêmio Nobel de

Literatura, Th omas Mann, autor de A montanha mágica

e de Morte em Veneza, observou como um lenço evoluía

várias vezes ante seus olhos, sem que ninguém o tocasse.

O célebre escritor fi cou tão assombrado com o fato, que

o descreveu com as seguintes palavras:

“O lenço tinha erguido-se a partir do chão e

fl utuava no ar. À vista de todos, com movi-

mento rápido, seguro, enérgico e quase sempre

gracioso, o lenço elevou-se até a lâmpada. Raios

me partam se minto. Aconteceu perante meus

olhos atentos. E não aconteceu uma vez, mas

nove vezes...”

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O Poder da Mente

Tempos depois, nos meses de setembro e outubro,

Willy foi submetido a observações no Instituto Psicológico

de Munique, a pedido do professor Erich Becher, famoso

fi lósofo, psicólogo e naturalista. Durante as referidas

sessões, observou-se com a máxima clareza como uma

papeleira (tipo de móvel com gavetas, alto) erguia-se do

chão, como uma máquina de escrever datilografava sozinha

e, de novo, como uma caixa de música tocava sozinha.

As experiências continuaram com grande intensida-

de, enquanto o poder telecinético do jovem Willy causava

maravilha e assombro entre os professores e pesquisadores.

Por fi m, em março de 1925, a saúde dele piorou, obri-

gando-o a abandonar os experimentos que à época realizava

em Londres, tendo sido internado numa clínica suíça.

O DECALQUE

Entretanto, após a retirada do irmão mais velho,

Rudi, o menor da família, iniciou também uma fulmi-

nante carreira semelhante à do irmão Willy, como se

fosse um autêntico decalque daquele. Em 1929, Rudi

foi convidado a visitar Londres a fi m de ser submetido

a estudos pelos membros do Laboratório Nacional de

Pesquisas Psíquicas. Harry Price, um dos observadores

mais assíduos destas sessões, escreveu:

“A autenticidade das manifestações produzidas

pelo jovem Schneider durante suas sessões im-

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Roger Baum

pressionou centenas de pessoas, entre as quais

se contam cientistas, médicos, comerciantes e

jornalistas...”

No mesmo livro, intitulado Rudi Schneider, pu-

blicado em 1930, Price relatou experiências pessoais dos

seguintes fenômenos provocados por Rudi:

“...fortes movimentos das cortinas, desliza-

mentos de uma papeleira e de uma mesinha de

café, repicar de campainhas, música espontânea

numa cítara de brinquedo, pancadas perceptí-

veis na mesa...”

Em nome do Conselho do Laboratório Nacional

de Pesquisas Psíquicas, Rudi recebeu um certifi cado

que testemunhava favoravelmente sobre a autenticidade

daqueles surpreendentes fenômenos.

Um ano depois, em 1930, Rudi foi examinado em

Paris pelo doutor Eugene Osty. Nas sessões celebradas no

Instituto Metapsíquico, foram usados pela primeira vez

raios infravermelhos para detectar qualquer anomalia ou

truque na conduta do jovem. Entretanto, não foi detectada

qualquer anomalia ou fraude.

Tempos depois, em outras pesquisas levadas a

efeito em Londres por membros da Sociedade de Pes-

quisas Psíquicas, chegou-se à conclusão de que, no caso

do jovem Rudi, qualquer forma de manipulação era

impossível. Os cientistas presentes às sessões concluíram

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O Poder da Mente

que os movimentos a distância conseguidos por Rudi

Schneider eram causados por uma “força invisível à luz

normal que, além disso, possui a qualidade de impedir a

ação das câmeras fotográfi cas”.

Porém, pouco depois, as faculdades de Rudi come-

çaram a diminuir, progressiva e rapidamente. Tentativas

posteriores foram totalmente infrutíferas. Rudi Schneider

tinha perdido as faculdades telecinéticas.

Durante um tempo bastante prolongado, os estudos

telecinéticos foram abandonados. Muitas fraudes haviam

sido descobertas em muitos países europeus e isso contribuiu

em grande parte para o desinteresse dos pesquisadores.

Entretanto, alguns parapsicólogos estranharam o

silêncio. O próprio Keller perguntou:

“Será que este silêncio se deve, quiçá, às cir-

cunstâncias de uma época prestes a se defrontar

com novas descobertas científi cas na física, na

química, na biologia e na psicologia? Será que

talvez o motivo se ocultava por detrás das ago-

niantes pressões a que foram submetidos homens

e povos perto de sofrerem a sangrenta catástrofe

da Segunda Guerra Mundial? Ou por causa,

mais tarde, das conseqüências da mesma?”

Só é possível responder por meio de conjecturas.

Contudo, com o decorrer do tempo, algumas questões

puderam ser esclarecidas. A telecinese, como expressão

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Roger Baum

paranormal de uma série de fenômenos, não estava

extinta. De certa forma, ela ressuscitaria das mãos da

psicocinese.

NINA KULAGINA

A partir de 1965, começaram a surgir notícias dos

possíveis dons telecinéticos de Nina Kulagina, mas até 1968

não foi possível levar a cabo, por parte dos peritos ocidentais,

qualquer pesquisa para comprovação dos fenômenos.

Uma testemunha dos fenômenos foi o doutor

Ullman, diretor do Centro Médico Maimônides, do

Brooklyn, Nova York, que observou como Kulagina con-

seguia movimentar pequenos objetos apenas passando a

mão sobre eles, estando a certa distância dos mesmos.

Segundo o doutor G. A. Sergeiev (do Laboratório

Utkomsky) à época investigador soviético, que estudou

o interessante caso,

“a maioria das pessoas mantém uma tensão

elétrica três ou quatro vezes mais elevada

nas partes posteriores do cérebro do que nas

anteriores. Já no cérebro de Nina Kulagina,

a tensão mensurável na parte posterior é cin-

qüenta vezes mais alta do que na anterior”.

A partir de 1970, Nina Kulagina foi mostrando

dons cada vez mais extraordinários, fazendo fl utuar no

ar todo tipo de objetos pequenos e bolas.

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O Poder da Mente

A MISTERIOSA MESA DE PORRERAS

Este é um caso autêntico, como o caso de Belmez,

dentro do território espanhol, e como o da mesa de Nulles,

que descreveremos mais adiante.

Na província de Tarragona, na Espanha, no povoa-

do de Porreras, a partir de certo dia, uma velha mesa tor-

nou-se um autêntico espetáculo, e as pessoas aproveitavam

o tempo livre para se deslocarem até o referido povoado,

perto de Reus, a fi m de consultar a enigmática peça.

Os curiosos aproximavam-se da mesa e lhe formu-

lavam perguntas, que ela respondia segundo a inspiração

do momento. Foram muitos os casos presenciados, e todos

estão de acordo em que ali não havia nenhum truque,

mesmo considerando-se a boa-fé de quase todos os as-

sistentes, sendo tampouco possível acreditar cegamente

em tais afi rmações.

Entretanto, não foi a mesa de Porreras que cha-

mou a atenção científi ca, mas sim a de outro povoado da

mesma província, Nulles.

A MESA DE NULLES

Segundo um relato feito pelo professor D’Arbó,

os fatos ocorreram da seguinte maneira:

Entre os que assistiam às demonstrações da mesa

de Porreras, achava-se em certa ocasião a família Saumell,

e os três irmãos fi caram tão assombrados e intrigados ao

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Roger Baum

ver como aquela mesa movimentava-se, que ao regressarem

ao seu povoado, Nulles, decidiram fazer uma prova por

conta própria com uma velha mesa de nogueira que estava

abandonada num canto da casa deles. Efetuaram as provas,

e, ante seu genuíno assombro... a mesa ergueu-se do chão!

Aquilo foi uma faísca que fez o povo arder de emoção.

Naturalmente, a notícia propagou-se rapidamente por

toda a comarca e por toda a província. Todos ansiavam

ver a mesa mover-se, perguntando-lhe coisas, às quais a

mesa respondia, ou então viam-na dançar, caminhar sobre

dois pés e subir e descer uma escada.

Nulles era um pequeno povoado de aproxima-

damente quinhentos habitantes, localizado na divisão

administrativa de Valls. Se antes era praticamente des-

conhecido, a partir desse caso ocorreu um espetacular

aumento de visitantes, especialmente nos dias festivos.

O número de visitantes na casa dos Saumell tornou-se

tão grande, que a mesa foi removida para a Câmara

Municipal. Posteriormente, foi levada para o bar do

povoado, onde todos podiam vê-la, admirá-la e pergun-

tar-lhe o que quisessem. Para participar da experiência

era necessário pagar cinqüenta pesetas, cuja arrecadação

era destinada a um fundo comum para construir um

complexo esportivo no povoado.

Pois bem: a questão apresenta vários aspectos

interessantes. Em primeiro lugar, para mover a mesa de

Nulles era indispensável colocar as mãos sobre ela. Esta-

belecendo contato com a mesa por meio do dedo polegar

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O Poder da Mente

e do dedo mínimo de cada mão unidos, conseguia-se que

ela se movimentasse com maior intensidade. A mesa

também se movimentava quando alguém tocava com os

dedos separados, porém não tanto e nem tão bem.

As pessoas que conseguiam movimentar a mesa com

maior efi cácia eram os irmãos Saumell: Mari Carmen, Rosa

María e Juan. Dos três, Rosa María era quem se destacava.

O professor D’Arbó levou a cabo uma série de

experimentos e viu claramente que quando Rosa María

retirava as mãos de cima da mesa, esta se movimentava

muito mais fracamente ou cessava todo movimento, o

que indicava claramente que a jovenzinha (na ocasião

dos experimentos, Rosa María tinha só dez anos) era

o elemento catalisador do fenômeno, possuindo maior

sensibilidade psicofísica, própria da puberdade.

Não obstante, acrescenta D’Arbó, não era apenas

Rosa María que conseguia movimentar a mesa, posto

que todas as pessoas que tentaram alcançaram êxito, com

maior ou menor intensidade.

Era possível formular perguntas à mesa sobre o

passado e o futuro, embora com relação a este ela fra-

cassasse completamente, diferentemente do que ocorria

com relação ao passado. Em razão disso, concluiu-se que

a mesa de Nulles não era precognitiva.

A mesa caminhava sobre os pés se isto lhe fosse

ordenado, com a imposição prévia das mãos sobre ela.

Também, pelo mesmo sistema, levantava uma pessoa

com até noventa quilos sentada sobre ela.

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Roger Baum

Às vezes, segundo a vontade do manipulador, a

mesa dançava: enquanto Rosa María com uma das mãos

fazia gesticulações, como que dirigindo uma orquestra,

com a outra apoiada sobre a superfície da mesa ia diri-

gindo-a para que acompanhasse o ritmo.

Não obstante, o que mais deixava as pessoas estu-

pefatas era o fato de a mesa subir e descer escadas. Diz o

prof. D’Arbó: “Até chegarmos a Nulles com uma equipe

completa da Televisão Espanhola, a mesa apenas passeava

pela escada da Câmara Municipal de Nulles. Porém, para o

programa Giravolt, a mesa foi levada para a rua e permitiu-

se um ‘passeio’ por uma antiga escadaria do povoado.

“Com relação às possíveis levitações ou suspen-

sões no ar, devo esclarecer que não são certas,

posto que nunca, em nenhum momento nem

em nenhuma ocasião, a mesa perdeu contato

com o solo. Embora a mesa se erga, ela o faz

só com três pés, e o quarto continua apoiado

fi rmemente no chão. Se a mesa levitasse sozi-

nha, seria um exemplo claro de telecinese, mas

não é o caso.”

AS CONCLUSÕES DO PROFESSOR D’ARBÓ

Segundo a opinião do professor D’Arbó, com base

na teoria de Chevreult apresentada ofi cialmente na França

em 1854, posteriormente confi rmada e aceita por cien-

tistas da categoria de Faraday e Babinet, os movimentos

da mesa de Nulles e também os da de Porreras têm as

seguintes causas:

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O Poder da Mente

“A mesa de Nulles move-se do mesmo modo que se movem as outras mesas com as mesmas caracte-rísticas conhecidas no mundo todo, por uma série de movimentos neuromusculares produzidos pelo ser humano, de tipo inconsciente, originados pelo subconsciente, como uma reação nervosa que o ser humano exterioriza através dos dedos da mão, sem sequer saber disso conscientemente.

É por esta mesma razão que a mesa responde cor-retamente às perguntas formuladas sobre tempos passados ou presentes, perguntas para as quais os próprios operadores que têm as mãos sobre a mesa conhecem consciente ou inconscientemente as res-postas e as exteriorizam, facilitando o acerto.

Por exemplo: pode-se perguntar à mesa quantas mãos há sobre ela, e a mesa sempre acerta. Por outro lado, perguntada sobre quantas chaves ou cigarros alguém leva no bolso, a mesa pode fracas-sar, uma vez que a resposta depende do que saiba – ou não – o subconsciente de quem pergunta.

A mesa pode responder a todo tipo de perguntas, mas de fato são as próprias pessoas que se pergun-tam e respondem a si mesmas, manejando a mesa, razão pela qual ela fracassa estrondosamente quando se trata de perguntas relativas ao futuro, a menos que o interrogador tenha faculdades de clarividência.

Se alguém com faculdades parapsicológicas interagir com a mesa, seja médium ou pessoa ex-traordinariamente sensível, certamente infl uirá

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Roger Baum

diretamente sobre ela e conseguirá fazê-la respon-

der corretamente a perguntas futurológicas.”

Estas são as palavras do professor D’Arbó, que

esteve em Nulles com a equipe de TV e realizou diversas

provas. Entretanto, cabe-nos dizer agora:

Se a mesa de Nulles, como a de Porreras e outras

que existiram pelo mundo afora com idênticas faculdades,

move-se somente devido ao que poderíamos chamar de

“pressão do subconsciente”, através dos dedos da mão,

como é que o próprio professor D’Arbó assinalou que a

mesa movimentava-se mais e melhor sob o comando de

Rosa María? É indiscutível, então, que os movimentos

da mesa de Nulles eram dirigidos pelo poder mental da

– então – pequena Rosa María e talvez de alguns curio-

sos que, eles próprios ignorando o fato, possuíam poder

mental superior ao dos demais circunstantes.

EXPLICAÇÕES SOBRE A TELECINESE

A telecinese consiste, sem sombra de dúvida, em um

poder da mente, talvez muito mais espetacular do

que a telepatia, que, mesmo assim, é o mais interessante

e primordial de todos.

Não existe uma explicação defi nitiva e clara para a te-

lecinesia. Os pesquisadores e cientistas que se dedicam a esta

classe de fenômeno têm opiniões diversas sobre o assunto.

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O Poder da Mente

O professor Hans Bender, por exemplo, diz:

“Os fenômenos telecinéticos parecem ser motiva-dos por descargas afetivas, e por isto não atingem só a física, mas também a medicina.”

Por sua vez, H. C. Berendt garante, como carac-terística fundamental do fenômeno, o fato de que os casos mais espetaculares costumam produzir-se na presença de jovens, sobretudo impúberes ou, no máximo, já na puberdade:

“Ao que parece, nesta idade os problemas não resolvidos traduzem-se em profundas tensões psíquicas que se projetam telecineticamente para o exterior.”

Oscar González Quevedo afi rma:

“O inconsciente tem uma inteligência admi-rável... ainda que encontre muita difi culdade para se manifestar, tornando-se essa difi culdade especialmente notável nos casos experimentais, inclusive tratando-se dos mais bem dotados. Não é possível obrigar o inconsciente a sair de sua espontaneidade para se submeter a moldes preestabelecidos.”

Ultimamente, métodos mais sofi sticados de com-provação têm ajudado na busca de uma resposta satisfatória. Como diz Hans Bender:

“Somente a investigação científi ca e os métodos apropriados de observação e de experimentação são capazes de nos colocar frente uma resposta

adequada.”

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Roger Baum

CLARIAUDIÊNCIA

Em parapsicologia dá-se o nome de clariaudiência à

faculdade mental de ouvir vozes misteriosas, sempre

de origem paranormal. Na maioria das vezes trata-se das

vozes de pessoas falecidas que conheciam o indivíduo que

as percebe, enquanto em outras ocasiões são de espíritos

ou entidades desconhecidos.

A clariaudiência é um fenômeno muito raro em

pessoas sãs, embora muitos médiuns, em estado de transe,

possam captar ruídos, vozes, sons e melodias.

Às vezes, captam-se palavras soltas, ao estilo das

psicofonias comuns, ou parágrafos que contêm uma

mensagem, que quase sempre é de advertência e até

premonição.

O termo parapsicológico é usado como sinônimo

de hiperacusia, considerado uma hiperestesia auditiva,

embora existam casos incompreensíveis de audições para-

normais que nada têm a ver com uma agudeza incomum

aos ouvidos.

O CASO DA SORBONNE

Certo professor da Universidade de Paris, a Sor-

bonne, avistou o espectro de um de seus colegas jogando

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O Poder da Mente

livros no chão, ao mesmo tempo que dizia: “Não preciso

de mais nada...”

Pois bem: o fenômeno ocorreu pouco depois de o

referido colega ter falecido.

Existe uma multidão de casos parecidos, os quais

constituem, como assinala seu nome, clarividência audi-

tiva, seja ou não acompanhada de visão.

Se os parapsicólogos não demonstram muito in-

teresse por tais fenômenos, isto se deve a que os mesmos

são, em numerosas ocasiões, alucinações auditivas, razão

pela qual entram no terreno da psicologia.

Em geral, este tipo de alucinação tem relação

estreita com determinada excitação patológica dos re-

ceptores sensoriais do cérebro ou com afecção difusa do

sentido nervoso, originada por infecção ou intoxicação,

como no delirium tremens.

O CASO DE ALEISTER CROWLEY

As alucinações, visuais ou auditivas, estão relacio-

nadas, ao que parece, a uma dissolução da consciência e ao

mecanismo psicológico da projeção. Ou seja, o enfermo

projeta seus sentimentos sobre o mundo exterior na forma

de percepção, atualizando algumas de suas idéias latentes.

Deste modo, algumas pessoas crêem ser perseguidas

por vozes que as insultam, outras obedecem cegamente à

ordem de matar alguém porque uma voz desconhecida

assim o ordena, ou efetuam algum ato incomum porque

receberam ordens de outro mundo.

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Roger Baum

Existe também a audição colorida, que consiste na

associação de algumas aparências visuais com sensações

auditivas. Nestes casos a percepção do som surge acompa-

nhada da percepção de determinada cor. Estas sensações

são arbitrárias e variam segundo as pessoas.

Um caso extraordinário de clariaudiência é o de

Aleister Crowley, o ocultista e mago inglês, que a si mes-

mo denominou “A Grande Besta 666”, como referência

ao Anticristo anunciado no Apocalipse.

Em 1904, enquanto estava no Cairo, uma voz estra-

nha, que se identifi cou como sendo o seu anjo da guarda

Aiwass, ditou-lhe, em várias sessões, o que se transformou

no Th e Book of the Law ou Liber Legis (O Livro da Lei).

Esse Livro da Lei contém, em forma de versos,

rituais esotéricos, segredos mágicos, profecias e refe-

rências aos deuses do Egito. Obcecado pelo ocultismo,

Crowley proclamou com sua obra, o início de uma nova

era que devia durar pelo menos dois mil anos. Na obra,

ele prediz a destruição da civilização atual e apresenta

um guia para a construção da nova era, com uma nova

civilização.

Será que a misteriosa voz do anjo Aiwass era

uma projeção do subconsciente de Crowley? Ou era

um espírito superior? Até o momento, todos os parapsicó-

logos do mundo têm sido incapazes de responder estas

perguntas.

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O Poder da Mente

A PARAPSICOLOGIA COMO CIÊNCIA QUE ESTUDA OS PODERES DA MENTE

Existe, indiscutivelmente, um imenso domínio a

explorar. A busca da natureza do ser humano, de

suas possibilidades e de suas faculdades desconhecidas

é uma das tarefas mais estimulantes que se pode propor

aos homens do futuro.

Não resta a menor dúvida de que é possível

chegar ao conhecimento e à comunicação com “all and

everything” (tudo e todas as coisas), como disse Gurdjieff .

Os objetivos a levar em conta são transcendentais.

Na atualidade, busca-se elevar todos os recordes

esportivos. Por exemplo, gasta-se quantia imensa de

dinheiro no aprimoramento da raça eqüina, enquanto

ninguém se preocupa particularmente com o homem que,

como escreveu o abade Breuil, mal saiu das cavernas do

neolítico, possuidor das mesmas capacidades intelectuais

e morais de seus antepassados distantes.

Por sua vez, a parapsicologia caminha em busca

de outras verdades, de outras possibilidades, que se en-

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Roger Baum

contram ao nível de um pensamento planetário, o que lhe

permite sair da rotina, dos nacionalismos, dos racismos e

de todos os chauvinismos.

Quem é que já compreendeu um fato patente:

quando uma descoberta fl utua no ar, sem comunicação

material, homens situados em pontos antipodais do planeta

muitas vezes descobrem a mesma coisa quase no mesmo

instante?

Os grandes descobrimentos sempre têm um nasci-

mento espontâneo em diferentes pontos do globo, quase

na mesma hora. Sem dúvida, somente a parapsicologia

é capaz de explicar o mistério dos maias e o da ilha da

Páscoa e do anão do Vale de Tiwaqa.

O MEDO DA VERDADE

A parapsicologia, para os que têm medo, é a opor-

tunidade de auto-conhecimento e de libertação de seus

tormentos. Mas quem é que tem medo? Primeiro, os que

se acham bloqueados pela angústia metafísica da morte

próxima, quer encerrando-se em obscura religiosidade,

quer exprimindo um agnosticismo mal-alinhavado.

Têm medo também aqueles cuja atitude interior é

diferente da moral que expressam, e cujas noções de bem

e mal são antropocêntricas: o bem para eles, o mal para

os demais. Estes têm muito medo de que seja possível

visitar seu “quartinho dos fundos mental” e por isso não

se arriscam a assinar um cheque em branco contra o

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O Poder da Mente

próprio inconsciente. Sentem medo os que, após supera-

rem a idade na qual criaram ou inventaram, encerram-se

em seu passado ou em suas paixões. Há também quem

tem medo de perder o posto que ocupa, uma vez que as

novas verdades poderão fazê-lo perder a falsa segurança

alicerçada em conhecimento defasado.

O VERDADEIRO CONHECIMENTO

A parapsicologia permite conhecer o poder da mente

humana, na condição de ciência das faculdades, dos grandes

poderes, dos privilégios mal conhecidos pelo homem. Por-

tanto, é uma ciência-farol de todas as outras ciências. Como

disse Baudelaire: “É um farol que ilumina mil cidadelas”.

Para que serve a parapsicologia, ciência dos poderes

mentais? Ela serve, por exemplo, para crer no velho bonzo

de Saigon que certo dia pôde ensinar o coração de um

jovem bonzo que se suicidou ateando fogo em si mesmo,

anunciando antecipadamente que achariam seu coração

intacto, sem queimar. (Este fato foi divulgado pela imprensa

de diversos países, entre eles a França, no Paris-Match.)

Com toda certeza, o jovem bonzo concentrou todo o seu

poder psíquico para que a previsão se concretizasse.

Serve a parapsicologia, outrossim, para que o Dalai

Lama possa afi rmar que existem no Himalaia grandes

iogues de levitação, capazes de desintegra-se. Ao morrer,

eles são encerrados num local do Potala, que é aberto

três dias depois, quando não restam mais que roupas e

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Roger Baum

botões. O professor Caycedo, de Barcelona, testemunhou

o caso.

Também em Viena, no palácio de Schöenbrunn,

conta-se que, no dia em que faleceu o Aguiazinha,1 sua

única amiga, uma fêmea de estorninho, também morreu.

A este respeito, Louisa Rhine, que em vida foi

esposa do célebre dr. Rhine, o grande parapsicólogo norte-

americano do século XX, colecionou também numerosos

testemunhos relacionados a cães.

Rezat Bayer, presidente da academia de parapsi-

cologia turca, juntamente com o professor Stevenson, da

Universidade de Colúmbia (EUA), apresentou um núme-

ro impressionante de casos de reencarnação de homens e

mulheres. Tratava-se de pessoas que recordavam sua vida

anterior encerrada brutalmente, no corpo das quais era

possível ver os sinais das brutalidades cometidas contra

elas. Além disso, eram capazes de descrever a casa, a cidade

ou o povoado onde tinham vivido em outra existência.

São casos atuais, fáceis de serem comprovados.

Finalmente, a parapsicologia serve para pensar

no futuro e para desenvolver uma forma de pensar uni-

versalista, sem se desligar da realidade e das ações e da

vida material. A parapsicologia serve para a descoberta

e o desenvolvimento dos poderes mentais humanos, dos

quais se deve fazer bom uso.

1 O “Aguiazinha” era o fi lho de Napoleão Bonaparte e Maria Luísa da Áustria, coroado como Rei

de Roma quando nasceu e que jamais chegou a reinar, tendo, ao contrário, vivido até sua morte

prematura como prisioneiro no castelo de Schöenbrunn, quase esquecido por sua própria mãe.

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O Poder da Mente

FANTASMAS E APARIÇÕES

O ser humano possui, no sonho, o poder mental de

evocar pessoas e fatos, normalmente deturpados,

embora às vezes sejam vistos com claridade diáfana, como

se fossem reais. Na maioria dos casos, os sonhos evocam

acontecimentos ou pessoas queridas, ou seja, são mani-

festações pretéritas. Entretanto, existem exemplos do que

se denomina “sonhos premonitórios”, ou seja, proféticos.

Deles, como bem se sabe, a Bíblia e outros livros sagrados

de diferentes religiões estão repletos.

Isto indica que o poder da mente é capaz de reproduzir

fatos, acontecimentos e pessoas do passado ou de tempo mais

ou menos futuro. Entretanto, será que este poder mental não é

capaz de evocar as mesmas visões em estado de vigília? Neste

caso, essa poderia ser a explicação para a aparição de fantasmas

e outras evocações sumamente surpreendentes.

OS FANTASMAS NA INGLATERRA

Este caso está relacionado com a fotografi a, mas é

possível que as fotos obtidas e que continham o mistério

só tivessem gravado o que foi evocado pelo poder mental

de algum(ns) dos participantes.

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Roger Baum

O fato aconteceu como segue:

Algum tempo atrás, cinco jovens espeleólogos

(exploradores de cavernas) ingleses descobriram, por

acaso, um fato sangrento ocorrido havia mais de du-

zentos anos. O descobrimento ocorreu devido a uma

série de fotografias feitas na gruta de Guidebeok,

na velha mina de Tor, situada em Winnats Pass, no

condado de Derby.

Para tirar as fotos, seguindo a norma, o fotógrafo

prendeu a respiração para que o bafo produzido por ela

em ambiente de baixa temperatura, como na caverna, não

prejudicasse a nitidez da fotografi a.

Mais tarde, as fotos foram reveladas e a cópia

do fotograma 5 chamou a atenção dos jovens explo-

radores, pois nela havia algo que não tinha sido visto

no interior da caverna. O aspecto era de uma nebulosa

fi gura feminina nua, com uma mão apoiada nos quadris,

numa postura clássica, que aparecia na parte superior

direita da foto.

Quanto mais estudavam a imagem, mais crescia

o assombro do grupo. Como não acharam nenhuma

explicação para o fenômeno, enviaram a foto e o relato

do ocorrido a uma revista internacional, especializada

em espeleologia. As pessoas da revista assombraram-se

ainda mais que os jovens, razão pela qual convocaram o

fotógrafo mais experiente em grutas da Inglaterra.

Após examinar a foto durante aproximadamente

cinco minutos, o especialista garantiu que a impressão era

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O Poder da Mente

autêntica. Cada vez mais surpresos, os jovens levaram a

foto a diversos médiuns espíritas, sem lhes dar qualquer

explicação prévia ou mesmo fazer algum comentário. A

reação de todos foi unânime: tratava-se, sem dúvida, da

imagem do espírito feminino de uma mocinha brutal-

mente assassinada.

Então os jovens espeleólogos iniciaram uma exaus-

tiva investigação nos livros e arquivos da região em busca

de comprovação para a tese do assassinato.

O FATO

Em 1758, um jovem casal estava prestes a casar-se

na localidade próxima de Peak Forest, que era um sítio

onde casais cujas famílias não aprovavam seus amores

podiam casar-se livremente. Cinco operários que tra-

balhavam perto de uma mina de Odin fi caram sabendo

dos planos do jovem casal. Percebendo que os jovens

levavam um saquinho de moedas, resolveram segui-los. O

casal não conseguiu fugir de seus perseguidores e ambos

acabaram brutalmente assassinados e jogados no poço

de uma mina próxima. Os dados históricos conhecidos

indicam tratar-se da velha mina de Tor.

Também é histórico que os dois jovens vinga-

ram-se depois de mortos. Um dos assassinos quebrou

o pescoço no mesmo cenário do crime. Outro faleceu

ali perto, esmagado por uma pedra. O terceiro foi en-

contrado enforcado e o quarto morreu após longos e

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Roger Baum

duros sofrimentos. O quinto e último confessou o crime

no leito de morte, o que permitiu que os cadáveres dos

jovens amantes fossem encontrados mediante escavações

efetuadas na mina.

Pelo visto, houve outros casos de encantamento

nessa mina, mas até a presente data, unicamente os

cinco jovens espeleólogos conseguiram fotografar, com

uma câmara “Instamatic”, e de maneira autêntica, sem

nenhum engano, o fantasma da moça assassinada há

duzentos anos.

OS FANTASMAS DA TORRE DE LONDRES

E. L. Swift, guardião das jóias da coroa inglesa,

certa vez descreveu, com profusão de detalhes, a fantástica

aparição de uma forma cilíndrica, semelhante a um tubo

de vidro cheio de um fl uido azul e branco, que se movi-

mentava em torno de seus aposentos, na Torre Martin. A

manifestação também foi vista e sentida por sua esposa,

mas não por seu fi lho e nem por sua cunhada.

Alguns dias depois, um integrante do serviço de

guarda morreu de espanto, literalmente, ao ver aparecer

diante de seus assombrados olhos um ser gigantesco, como

um osso, que vinha da porta da câmara das jóias da coroa.

Diz-se que a Torre Martin é visitada pelo espírito

do lorde Northumberland, seguramente o oitavo conde

deste título, o qual, ali estando preso por ter tomado parte

num suposto complô a favor da rainha Maria Stuart (exe-

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O Poder da Mente

cutada por ordem de Elisabete I), faleceu misteriosamente

de três feridas a bala. Seu irmão, o sétimo conde, foi

decapitado na mesma Torre, e seu fi lho, o nono conde,

esteve encarcerado ali durante longos anos, embora seja

ignorado o local exato.

O fantasma de uma jovem princesa tem sido entre-

visto ao redor da Torre Sangrenta, e Ana Bolena, a esposa

de Henrique VIII, costuma aparecer na Torre Branca, na

mansão real da Torre Verde e em São Pedro ad Vincula,

onde ainda está enterrada e onde, às vezes, aparece sem

cabeça, sendo reconhecida por seus trajes.

Também têm sido vistos os fantasmas de Lady

Salisbury, decapitada por ordem do mesmo Henrique

VIII, e o de Sir Walter Raleigh. O último fantasma a

aparecer na sinistra Torre de Londres é o de Lady Jane

Grey, visto no 4030 aniversário de sua execução.

Diz também a lenda, ou a tradição, que a desgraça

perseguiu os que um dia executaram alguém nas masmor-

ras da Torre de Londres, se bem que isto não seja rigoro-

samente exato a não ser em poucos casos isolados.

A conclusão lógica que se pode extrair desses

fatos, que em sua maioria parecem comprovados, é que

talvez alguns dos guardiães da Torre, ou inclusive os

próprios muros, as próprias pedras do recinto, possuam

alguma força, uma espécie de poder mental, capaz de

fazer aparecer os espíritos dos que morreram violenta-

mente. Mas, será que isto é possível?

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Roger Baum

SUGESTÃO, HIPNOTISMO E MAGNETISMO, TRÊS PODERES MENTAIS DE GRANDE IMPORTÂNCIA

O QUE É O PSIQUISMO TRANSCENDENTAL

O psiquismo transcendental abrange todas as manifes-

tações do espírito, em estados que se afastam, do que

se considera como normalidade, em que são oferecidas

provas incontestáveis, embora inconclusivas, de seu poder

de irradiação, de sua lucidez, de sua penetrabilidade, de sua

perceptibilidade. A estes estados denomina-se sugestão,

hipnotismo e magnetismo.

SUGESTÃO

A sugestão é um estado em que o espírito experi-

menta permanentemente as sensações ou idéias que lhe

são sugeridas. A sugestão aqui referida é a anormal.

Sugerir é inculcar uma idéia em outra pessoa, seja

de que tipo for. Sugestão é o estado em que se tem como

certa a idéia sugerida, que como tal é preconizada.

Quando uma criança nasce, a primeira coisa que os

pais fazem é sugerir-lhe a idéia de sua paternidade. Depois,

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O Poder da Mente

de tudo quanto a rodeia e, mais tarde, de seus deveres

infantis. A criança cresce, vai para a escola e o professor

sugere-lhe a idéia das letras, dos números, da escrita e

outras disciplinas. Cresce mais ainda e seus amigos, e tam-

bém seu amado ou amada, constantemente lhe sugerem

novas idéias que se arraigarão, ou não, em sua mente. A

pessoa pode, ou não, acreditar nas sugestões que lhe são

apresentadas, dependendo de que isto fi que sugerido em

maior ou menor grau. Assim funciona o mecanismo da

sugestão e, em conseqüência, do espírito.

Esta é a sugestão normal, que pode calcar-se no

critério pessoal e no raciocínio, e que, baseando-se nas

idéias sugeridas e admitidas como certas, pode remontar

ao ideal indutivamente e descer aos detalhes dedutiva-

mente.

SUGESTÃO ANORMAL

A sugestão anormal ou paranormal é a que viola

toda idéia sugerida e admitida como boa e certa, criando

um meio fi ctício e um estado extranormal no indivíduo

sugestionável e sugestionado. O mecanismo desta suges-

tão paranormal é exatamente igual ao da normal, mas os

resultados são muito diferentes.

Para produzir a sugestão mental em condições

paranormais, é preciso ter ascendência sobre a pes-

soa a sugestionar e, conseqüentemente, lograr que a

referida pessoa renuncie à sua liberdade, voluntária e

decididamente.

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Roger Baum

Então, apresenta-se aquilo que se conhece como

“estado de individualidade”, ou seja, a passividade no juízo,

no raciocínio e na volição, e a concordância absoluta com

as idéias que são sugeridas à pessoa. Depois desse estado

vem o da sugestão total, que é a credulidade cega e abso-

luta com relação a quanto lhe indique o sugestionador.

O agente sugestionador começa dizendo à pes-

soa, por exemplo, que está fazendo muito frio, um frio

intensíssimo, e a pessoa, se tiver sido bem sugestionada,

começará a tremer e a procurar algo com que se resguardar

do frio que se apodera de seu corpo.

Este estado apresenta uma particularidade que

lhe dá uma importância muito grande, consistindo em

tudo aquilo que, no estado de vigília ou sugestão normal,

apreende-se com difi culdade, aqui se aceita com extrema

facilidade. Por exemplo: difi cilmente se fará com que

um alcoólatra passe a detestar a bebida mediante uma

sugestão normal, mas na paranormal ele entenderá per-

feitamente os argumentos contra a bebida e renunciará

a ela, o que dá a idéia do poder benéfi co da sugestão

paranormal bem aplicada.

Uma idéia da razão de ser do fenômeno que

descrevemos pode ser alcançada se nos fi xarmos no que

acontece com a sugestão normal. Os dois mecanismos são

idênticos. Pois bem: que motivos uma criança tem para

crer que seu pai é Ernesto e não Miguel? E que motivos

tem para acreditar que o A não é o J e vice-versa? Que

motivos tem para saber que o verbo não é o substantivo,

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O Poder da Mente

nem este a preposição? Somente o fato de que foi colocada

em sua mente a semente da sugestão. Uma vez bem sugestio-

nado, por mais que se diga ao menino que seu pai é Miguel e

não Ernesto, ele jamais acreditará. Toda informação contrária

se desmoronará ante a convicção adquirida pela sugestão.

Para tirá-lo de tal convicção será preciso sugestioná-lo de

novo, colocando-o previamente em estado de credulidade, o

mesmo no qual se achava no início da sugestão normal.

O que acabou de ser dito sobre o sugestionador e o

sugestionado é aplicável conjuntamente à pessoa do suges-

tionado, ou seja, alguém pode se auto-sugestionar, coisa que

fazemos com muito mais freqüência do que percebemos.

Por exemplo: pensamos na realização de um

plano e damo-lo por realizado com tais características

de certeza, que podemos dizer que o assistimos avançar

de fase em fase, até chegar à conclusão, vendo-o, apal-

pando-o. Este é um fenômeno de sugestão própria, ou

seja, de auto-sugestão.

Em outras ocasiões, a auto-sugestão não é tão alen-

tadora: quando pensamos, por exemplo, na morte de uma

pessoa querida ou odiada, ou ainda em perseguições das quais

podemos ser vítimas, estas auto-sugestões são tão funestas

que podem conduzir à monomania e à esquizofrenia.

Portanto, é necessário precaução contra as su-

gestões e as auto-sugestões, tanto mais porque é muito

difícil determinar onde termina a sugestão normal e onde

começa a paranormal.

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Roger Baum

CURANDEIRISMO

É na sugestão paranormal, mais do que na nor-

mal, que entra em ação o curandeirismo. Denominam-se

“curandeiros” os que curam enfermos, ou tentam curá-

los, sem terem estudo de medicina ou outro título para

tal. Na melhor das hipóteses, utilizam-se de beberagens

à base de ervas e outros expedientes similares. Na maio-

ria das vezes, as curas ocorrem pela simples imposição

das mãos.

Sem receio de exagero e sempre dentro da crença

em sua existência real, Jesus Cristo, que viveu dois mil

anos atrás, foi o maior curandeiro que já existiu.

A ciência mística afi rma que se trata de milagres,

e efetivamente tal foi o caso por se tratar de situações

de cura por meios paranormais, ou seja, que escapam

à compreensão e à realidade do materialismo. Diz-nos

o Evangelho de Mateus:

Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando

nas sinagogas, pregando a boa nova do reino

e curando toda enfermidade e toda doença

no povo. E sua fama se estendeu por toda a

Síria e lhe traziam todos os que padeciam de

algum mal, os que se queixavam de diferentes

enfermidades e dores, endemoniados, lunáticos

e paralíticos, e os curava.

(...)

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O Poder da Mente

E então um leproso, aproximando-se, postou-

se diante dEle dizendo: “Senhor, se queres,

podes limpar-me”. E Ele, estendendo sua mão,

tocou-o dizendo: “Quero, fi que limpo”. E ime-

diatamente desapareceu a lepra.

Tendo entrado em Cafarnaum, aproximou-se

dEle um centurião, suplicando: “Senhor, meu

servo jaz em casa paralítico, sofrendo muito”.

E Jesus lhe disse: “Eu irei e o curarei”. E res-

pondendo, disse o centurião: “Senhor, eu não

sou digno de que entres em minha humilde

morada; dize só uma palavra e meu servo fi cará

são. Porque também eu sou um subordinado,

mas tenho soldados à minha disposição, e digo

a um: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem;

e a meu escravo: Faze isto, e ele o faz”. Ao ou-

vir isto, Jesus se maravilhou e disse aos que o

seguiam: “Em verdade, em verdade lhes digo,

que em ninguém em Israel encontrei tanta fé.

Digo-lhes que virão muitos do Oriente e do

Ocidente e se sentarão à mesa com Abraão,

Isaac e Jacó no reino dos Céus; em troca, os fi lhos

do reino serão lançados às trevas exteriores, e

ali haverá pranto e ranger de dentes”. Então,

disse Jesus ao centurião: “Vai e faça-se contigo

segundo creste”. E naquele momento o servo

fi cou curado.

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Roger Baum

Neste caso, achamo-nos ante uma cura a dis-

tância, ou seja, com projeção distante do poder mental.

Vejamos o milagre da cura da hemorragia, segundo o

Evangelho de Lucas:

Uma mulher que padecia de fl uxo de sangue

fazia doze anos, e que gastara com médicos

todos os seus haveres, sem conseguir ser por

nenhum curada, aproximando-se por detrás,

tocou a orla de seu manto (de Jesus), e instan-

taneamente cessou o fl uxo de sangue. Jesus disse:

“Quem me tocou?”. Como todos o negavam,

disse Pedro e os que o acompanhavam: “Mestre,

as multidões te rodeiam e te oprimem”. Mas

Jesus disse: “Alguém me tocou, pois me dei conta

de que uma força saiu de mim”.

Uma força (ou virtude) era sem dúvida o poder

emanado de seu cérebro, de sua mente. Deve ser levado em

conta, além disso, que somente Lucas (embora os outros

Evangelhos também relatem esta cura) se refere à perda

de “força” (virtude) por parte de Jesus. Talvez pelo fato de

Lucas ser médico? É bem possível. Mateus e Marcos, os

outros evangelistas que falam desta cura, não eram médi-

cos (embora os Evangelhos lhes sejam apenas atribuídos,

o que indica não haver certeza sobre a verdadeira autoria

dos relatos), enquanto Lucas o era, razão pela qual podia

estar inteirado do poder mental e seus efeitos sobre o

corpo humano e as doenças do mesmo.

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O Poder da Mente

Curandeirismo existe e sempre existiu em todos os

tempos. Em algumas ocasiões, muitos médicos utilizam

a hipnose e a sugestão para curar seus pacientes, particu-

larmente quando se trata de enfermidades de caráter ner-

voso, pois quase todas as pessoas nervosas são altamente

sensíveis e, portanto, facilmente sugestionáveis.

FASCINAÇÃO

A fascinação é outro aspecto da sugestão, e os

resultados são os mesmos.

Para sugestionar é indispensável utilizar a lingua-

gem oral ou escrita, sobretudo a primeira. Já para fascinar,

é necessário impressionar com o olhar de uma maneira

súbita, enfeitiçadora e, cintilante, sustentada ou fugaz,

segundo os casos.

Diz-se, judiciosamente, que o olhar exprime tudo,

ou seja, que pelo olhar é possível exprimir as idéias nas

quais se baseia a sugestão. Portanto, pelo olhar podemos

sugestionar. Esta é uma dedução lógica que não tem

réplica, levando-se em conta a primeira premissa.

Todo amante compreende o que lhe diz o olhar

de sua amada. Toda mãe entende o que seu filhinho

quer lhe exprimir com o olhar. Todos nós entendemos

no olhar do próximo o amor, o ódio, a incompreensão,

o interesse.

Existe aqui, todavia, um dilema: compreende-se

que a sugestão repetida inculca uma idéia que acaba por

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Roger Baum

formar um estado, mas não se compreende tão depressa

que o olhar obtenha os mesmos efeitos. Qual será o

processo que se dá?

Observemos o efeito que um olhar produz em nós.

Aparentemente, quem nos olha não nos envia nada de

material, quer nos olhe com amor, com ódio, com interesse

etc. Entretanto, sentimos terror, carinho, simpatia, bem-

estar, atração, submissão, respeito, indiferença e outros

estados de ânimo, segundo os olhares recebidos, que

iniciam em nós uma comoção involuntária. Dizemos que

um olhar nos impressionou e isto é uma grande verdade.

Mas por que é que nos impressionou, por que tocou tanto

nossa sensibilidade?

Simplesmente porque por meio do olhar nos é

transmitida uma força vigorosamente ativa, capaz de fazer

com que o sistema sensorial vibre mais rápido ou mais

lentamente do que o normal.

COMO AS IMPRESSÕES EXTERNAS ATUAM

É do conhecimento geral que o ser humano é

dotado de cinco sentidos, por meio dos quais percebe

todas as sensações externas e exterioriza os próprios

sentimentos.

Com efeito: por meio dos olhos o ser humano vê os

objetos, por meio dos ouvidos escuta os sons, por meio do

nariz capta os odores, fala e degusta pela boca, e por meio

das mãos, dos pés e de toda a pele percebe os objetos.

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O Poder da Mente

Mas é necessário nos aprofundarmos mais na

questão e compreender como se vê, se ouve, se fala, se

degusta, se apalpa e se cheira.

Referem-se aos olhos, à boca, ao nariz, às mãos

etc., os fenômenos perceptivos mencionados, não porque

tais órgãos vejam, ouçam ou falem, mas sim porque ne-

les estão radicados nervos encarregados de conduzir ao

aparelho sensorial comum, que é o cérebro, as respectivas

impressões, de forma que se as sensações chegassem ao

encéfalo por outros meios, os referidos órgãos fi cariam

sem utilidade.

É preciso levar em conta também que sensações

como o som ouvido e o sabor degustado não afetam os olhos,

os ouvidos ou o paladar de uma maneira particular e privativa

da respectiva sensação, mas sim de modo geral e comum a

todas as sensações, que é a vibração, ainda que cada som e

cada visão tenham em si um número distinto de vibrações.

Dito com outras palavras: todas as impressões que chegam

ao encéfalo ou centro sensório comum são como as do tato

quando se toca um pedaço de gelo e um carvão em brasa,

que podem variar com respeito ao ritmo ou sensação da

impressão, mas não com respeito à sua natureza, posto que

todas as sensações procedem do contato com o objeto.

Conseqüentemente, ver, ouvir, falar, degustar, chei-

rar e apalpar resultam de sensações que são os efeitos de

modos vibratórios, tal como se obtêm diferentes sons de

uma guitarra segundo a corda que se toque, ainda que o

impulso dado à corda seja o mesmo para todos os tons.

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Roger Baum

Isto compreendido, já é possível entender os efei-

tos do olhar, pois este fi ca reduzido a um maior ou menor

impulso dado a nosso sistema nervoso, como uma sacu-

didela produzida pela força impulsiva da vontade própria

ou alheia, refl etida por meio dos órgãos da visão, como

outra sacudidela de igual origem é a que refl ete nossa voz,

nossa mão num golpe e nosso paladar num asco.

Claro está que essa sacudidela nos afeta de maneira

ativa, produzindo um estado de consciência em consonân-

cia: se nos afeta de modo passivo, passivo também será o

estado que produzirá em nós, e assim sucessivamente com

todos os demais. Conclui-se, então, que o estado psíquico

em que nos revelamos estará sempre em consonância

com o meio que nos circunda, provocado por sugestão

ou causado pela auto-sugestão.

Pois bem: se o olhar é um modo de manifestação

como outro qualquer, e seus efeitos podem ser e são tão

radicais como os da voz, tudo quanto foi dito antes é

aplicável ao caso, visto que a sugestão e a fascinação, no

fundo, são a mesma coisa.

Além do olhar, qualquer objeto brilhante também

pode servir como agente fascinador. A luz é a força

vibratória que se comunica com o encéfalo pelo nervo

óptico, e toda luz pode decompor-se em prismas ou

feixes de maior ou menor vibração, segundo o objeto que

lhes sirva de interferência. Logo, o resultado em todos

os casos será o mesmo que o dos efeitos do olhar.

Na realidade, também existe a autofascinação, da

mesma forma como existe a auto-sugestão.

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O Poder da Mente

HIPNOTISMO

Se a fascinação é uma fase da sugestão, o hipno-

tismo transcende a ambas.

Ao transpor os limites da credulidade e da su-

gestão, entra-se num período de sonolência que, em

progressão crescente, chega ao sonambulismo lúcido. Os

fenômenos que o sono em tal estado apresenta são tão

variados e ricos, que sua descrição não será apresentada

agora, bastando dizer, por enquanto, que o estado hipnó-

tico confunde-se freqüentemente com o magnético.

O hipnotismo transcendente da sugestão ori-

gina-se, como esta, da submersão do indivíduo em

transe profundo, mediante um contínuo fl uxo de idéias,

como que emanadas do hipnotizador e refl etidas pelo

sujeito, sempre refl etindo a vontade do primeiro – a

não ser que o segundo tenha chegado ao sonambulis-

mo lúcido. Neste caso, terá tornado-se independente

de seu tutor, seu guia, para agir por conta própria, e

de modo certamente bastante perigoso, pois a pessoa

adquire faculdades muito extraordinárias, em geral

inconcebíveis e não apreciadas.

Quando a pessoa volta ao estado de vigília, pode

recordar ou não o que se passou. Finalmente, toda pessoa

hipnotizada, como a pessoa fascinada, demonstra vontade

fraca e pode sofrer de um transtorno nervoso de suma

gravidade se não for comedida e, sobretudo, rigorosa com

o hipnotizador.

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Roger Baum

MAGNETISMO

Ainda que semelhante ao hipnotismo nos fenôme-

nos menos transcendentais e idêntico nos transcendentais,

o magnetismo diferencia-se daquele radicalmente, tanto

em sua forma de atuar como na origem dos fatos que re-

presenta.

Assim como a fascinação é conseguida pelo olhar

e com o uso de um objeto brilhante, o magnetismo é

provocado por passes ou sopros.

Dá-se o nome de “passes magnéticos” à imposição

de mãos sobre a cabeça da pessoa e às correntes fl uídicas

que se estendem da cabeça aos pés ou aos braços e mãos,

tendo o magnetizador as mãos estendidas com as pontas

dos dedos um pouco para baixo.

Os passes transversais são os que o magnetizador

aplica levando as mãos completamente estendidas e

dando as correntes transversais como indica a palavra.

Estes passes são utilizados para desvirtuar tudo que se

fez mediante os passes longitudinais.

A teoria dos passes baseia-se na certeza de que o

homem irradia uma força, a força nêurica ou teúrgica,

que atua sobre o caráter homogêneo da pessoa e produz

a aceleração ou desaceleração no ritmo das vibrações.

Aplicam-se as mãos porque se admite que os pontos pelos

quais melhor fl ui esta força são as palmas das mãos e as

pontas dos dedos.

Usam-se também sopros cálidos ou frios, e suaves

ou fortes, com igual fi nalidade e idêntico motivo.

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O Poder da Mente

Quando o magnetizador atua sobre uma pessoa,

sua intenção é somente a de magnetizá-la. Quando deseja

acabar com este estado, sua vontade deve ser manifestada

de igual maneira. Ou seja, não há interferência da vontade

do magnetizador em toda a gama de fenômenos que a

pessoa venha a produzir durante o seu período de magne-

tização; estes fenômenos têm de ser livres, espontâneos e

comprobatórios da faculdade de quem os provoca, sendo,

pois, os mais estimados entre todos os das diferentes séries

que a parapsicologia estuda.

OUTROS ESTADOS DERIVADOS DO PODER DA MENTE

LETARGIA

Um dos primeiros fenômenos que se apresenta no

hipnotismo e no magnetismo é o da letargia, que

consiste na insensibilidade que permite, por exemplo,

furar a pele com uma agulha, ou cauterizá-la com ferro

incandescente, sem que a pessoa sinta dor.

No estado letárgico chega a ser possível atravessar

a pessoa com uma espada sem que brote sangue pela

ferida, ou que o paciente apresente qualquer queixa.

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Roger Baum

Esta espécie de anestesia tem seu oposto na hipe-

restesia, que é outro dos fenômenos que estão subjacentes

ao magnetismo e ao hipnotismo, e que consiste em causar

feridas, hemorragias, tatuagens etc., sem tocar na pessoa,

e só por efeito da vontade, ou seja, com o poder mental.

O doutor Borjón relatou o seguinte caso:

Outro dia, depois de adormecer a pessoa, um dos

professores escreveu o nome dela com um estilete

sobre os dois antebraços, dizendo-lhe: “Esta noi-

te, às quatro horas, você dormirá e sangrará pelas

linhas que acabo de traçar em seus braços”.

Na hora mencionada, a pessoa adormeceu,

os caracteres traçados na pele apareceram em

relevo e em vermelho vivo, e apareceram gotas

de sangue, assinalando o traçado.

Com relação à forma de atuar, o mecanismo é o

mesmo que os apresentados para a sugestão, a fascinação

e o hipnotismo, ou seja, o poder mental.

CATALEPSIA

Como a letargia, a catalepsia pode ser parcial ou

total. Nos dois casos, a parte afetada adquire a rigidez e

a resistência do aço. É possível moldar o corpo às formas

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O Poder da Mente

mais violentas e anormais, sem receio de que a pessoa

mude-as. Ela permanecerá da forma como foi deixada até

permanecer a vontade expressa do hipnotizador.

Nesse estado, produz-se a insensibilidade. Outra

curiosidade que este fenômeno oferece é a de permitir

colocar a pessoa em estado de hemicatalepsia, condição

em que um dos lados permanece insensível, letárgico,

enquanto o outro não.

Tanto para a catalepsia como para a letargia é

necessário que a pessoa não tenha mergulhado nos graus

mais profundos da hipnose, inclusive estando desperta

e se dando conta do que acontece. Em contrapartida, o

mesmo não ocorre quando o fenômeno é originado por

magnetismo, já que neste todas as manifestações devem

ser precedidas de um sono profundo.

SONAMBULISMO

Com o sonambulismo, inicia-se a série de fenô-

menos hipnóticos nos quais a pessoa não se dá conta

do que faz.

Na realidade, este estado não é peculiar a nenhum

fenômeno mencionado anteriormente – é a todos. O que

se pode verdadeiramente garantir é que em determinado

grau apresenta-se a lucidez e o êxtase religioso, casos es-

tes que não têm nada de absoluto, posto que o primeiro

abarca numerosas fases e o segundo é tão intenso quanto

o desejo do hipnotizador.

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Roger Baum

DESDOBRAMENTO DA PERSONALIDADE

Sem o desdobramento da personalidade não se

explicaria a grande quantidade de fenômenos que jus-

tamente mantêm este campo de ação, ultrapassando os

limites da pessoa.

Nos desdobramentos, surge da pessoa uma forma

fl uídica, vaporosa, que é o que os ocultistas chamam de

astral, e que constitui indiscutivelmente o agente da sensi-

bilidade e da percepção muito além do sistema nervoso.

Garantem os videntes que este duplo, que se ex-

terioriza em forma de torvelinhos, normalmente ocupa

uma distância mais ou menos afastada do organismo

físico, aparentando radiações, enquanto outras vezes vai

até onde deseja ir em graus mais profundos da hipnose,

ou seja, no sonambulismo lúcido, e lá para onde se dirige

o hipnotizador ao chegar a este estado.

Na verdade, só assim se explicam as simpatias e

antipatias insuperáveis, aparentemente injustifi cadas, visto

que não se baseiam nem na beleza nem na sabedoria, nem

no favor recebido ou em outra causa objetiva.

Seja ou não assim, o certo é que sem prévio desdo-

bramento da personalidade não dá para entender muitos

fenômenos, entre os quais podem consignar-se os registrados

na história, como a ubiqüidade de Jesus Cristo, Santo Antô-

nio de Pádua, São Francisco de Assis e outros, sem falar nos

casos de Apolônio de Tiana, Swedenborg, Franz Haller, e

assim sucessivamente, preenchendo uma extensa lista.

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O Poder da Mente

PERDA DOS CINCO SENTIDOS

Um fato curioso observado em todas as pessoas é

a percepção de que, da mesma forma como é possível dar

aos sentidos maior agudeza perceptiva, também é possível

anular, ao menos em parte, sua percepção.

No momento em que uma pessoa está para ser

desperta da hipnose, ordena-se: “Você vai esquecer com-

pletamente tudo que aconteceu”. Em seguida, desperta-se

a pessoa. Ela não se recordará de nada, absolutamente

nada do que um minuto antes estava fazendo, ou por

que estava passando, ainda que incitemos sua memória

apontando os fatos ou relatando-os detalhadamente.

“Quando você despertar, terá esquecido o que

acabo de lhe dizer, mas tal dia e tal hora você fará isto

e aquilo...” Dizendo isso a outra pessoa, por exemplo, a

despertamos. De volta ao estado normal, a pessoa não

recordará senão que tal dia e tal hora terá de executar o

ordenado.

Pois assim como a memória, pode-se fazer desa-

parecer a visão. Se o hipnotizador ordena a uma pessoa

que ao despertar não veja determinada letra, tal objeto, tal

homem, ela ao despertar não os verá, por mais empenho

que ponha nisso e mesmo que esteja constantemente

vendo o que não deve ver. O mesmo acontece com os

demais sentidos, e tudo isto pode acontecer igualmente

no estado de vigília como no de sonambulismo, e ime-

diatamente após a crise hipnótica ou só depois de alguns

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Roger Baum

dias ou meses. O professor Ochorowitz realizou estes

experimentos com grande êxito, inclusive fi xando um

prazo de três meses para a execução de suas ordens.

AÇÃO DO MAGNETISMO A DISTÂNCIA E A PRAZO FIXO

Quando um hipnotizador ou magnetizador domi-

na a mesma pessoa várias vezes, estabelece com ela certa

afi nidade de domínio que lhe permite, estando a distância,

exercer sobre a pessoa o mesmo poder, como se estivesse

presente. Basta uma palavra, transmitida mentalmente,

para que a pessoa sinta sua infl uência e obedeça-lhe ce-

gamente. Assim, ao magnetismo une-se a telepatia.

Um dos primeiros, na época moderna, a exercer

este poder foi o professor Ochorowitz. Ocorreu da se-

guinte forma:

Ochorowitz hipnotizava uma senhora para curá-la

de sua doença, e certo dia não pôde chegar à hora costu-

meira para dar-lhe as oportunas sugestões. Indo visitar

outro enfermo, ocorreu-lhe no caminho deixar adorme-

cida a senhora em questão, ordenando-lhe que dormisse

três horas, ao cabo das quais deveria acordar, vestir-se e ir

vê-lo em seu consultório, levando consigo a receita feita

no dia anterior.

Ochorowitz anotou minuciosamente a hora em

que tinha efetuado a sugestão, que era dez da manhã,

continuou seu caminho e retornou para casa ao meio-

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O Poder da Mente

dia e meia. Às duas, chegou a enferma com a receita nas

mãos, e relatou-lhe que às dez horas tinha adormecido,

enquanto lia um romance de Júlio Verne (autor que, entre

parênteses, nada tem de soporífero), que despertara à uma

hora, e que não sabia por que teve vontade de vestir-se e ir

visitar o médico, levando a receita que ele tinha-lhe dado

na véspera para ver se desejava modifi cá-la. Quer dizer, a

sugestão tinha cumprido-se em todas as suas partes.

Depois, Ochorowitz experimentou a sugestão a

distância muitas vezes, sempre com grande êxito, assim

como o fi zeram Richet, Rochas, Iodka e outros. Tudo

confi rma a afi rmação de que o poder da mente sugestiona

e hipnotiza a distância.

SEGUNDA PARTE

O DESENVOLVIMENTO DOS PODERES PSÍQUICOS

Ao se falar dos poderes mentais, é muito natural dese-

jar saber de que forma eles podem desenvolver-se, e

ainda que não seja este o propósito da presente obra, será

realmente conveniente discorrer um pouco acerca da melhor

maneira de fi carmos predispostos a esse desenvolvimento.

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Roger Baum

OS FENÔMENOS ESPONTÂNEOS

Para começar, é oportuno dar algumas noções de ca-

ráter geral a pessoas que tenham experimentado fenômenos

espontâneos em estado de vigília e àqueles que tenham tido

sonhos especiais, que julgam ter um signifi cado particular,

embora sem compreender qual seja.

Estes fenômenos espontâneos costumam pertencer

ao tipo mais simples de mediunidade, embora, na realidade,

sejam ao mesmo tempo um indício de poder psíquico, apesar

de pouco terem a ver com as verdadeiras mensagens medi-

únicas. São o resultado de certos poderes internos.

Quem experimenta fenômenos desta natureza

deve manter a saúde física na melhor condição possível,

a fi m de que suas energias não se esgotem e para que

o corpo possa continuar são e a mente clara para seus

juízos e critérios.

É essencial não recorrer a nenhuma espécie de

estimulante. Isto se aplica não só ao álcool, como ao chá

e ao café, sem falar nas drogas de qualquer classe, visto

que excitam os nervos e a imaginação, e amiúde originam

manifestações que não são fenômenos psíquicos autênti-

cos, mas somente resultado de transtorno nervoso.

Por outro lado, é recomendável utilizar frutas em

geral, sobretudo as ácidas, como a pêra, o pêssego, a maçã,

a cereja e o limão ou a laranja, uma vez que o sumo dessas

frutas atua sobre o fígado e limpa o sangue. Naturalmente,

estas precauções só devem ser adotadas pelos que desejam

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O Poder da Mente

participar seriamente destes estudos, estando decididos a

experimentar os fenômenos mais importantes.

É preciso exercitar a mente em todos os canais

saudáveis. Não há por que fi car “matutando” excessi-

vamente ou refl etindo em demasia sobre as próprias

condições mentais.

É preciso aprender a viver fora da cabeça, di-

gamos assim, ou seja, no cosmo. Não é preciso fi car se

perguntando continuamente o que acontece no cérebro,

pois, caso contrário, seguramente a pessoa tropeçará em

difi culdades. Em resumo: é preciso levar uma vida sadia

e ativa e, nos repousos necessários entre os fenômenos

experimentados, pensar o menos possível.

AS CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO

Para conseguir determinadas manifestações, não

é recomendável, por um lado, sentar-se e esperar por

elas ou, por outro, tentar obtê-las durante mais de vinte

minutos ou meia hora todos os dias. No início, bastam

cinco minutos ou no máximo dez. Este período de tempo

pode ir se ampliando em paralelo com os progressos

alcançados. Isto é especialmente importante, e deixar de

cumprir esta regra é uma das grandes razões dos perigos

a que se vêem expostos os médiuns.

Supondo que alguém lhe apareça e dê conselhos

com relação ao caminho a seguir, certamente, não é

prudente obedecer sem examinar se é justo ou sensato

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Roger Baum

o conselho, sem usar o próprio critério quanto ao acerto

desse conselho.

Mesmo supondo que quem apareceu seja real-

mente um espírito (estamos agora falando do poder

paranormal de evocar certas entidades espirituais), existe

sempre a possibilidade de que se apresente um espírito

malicioso ou embusteiro, fi ngindo dar um bom conselho,

quando na realidade só quer enganar.

Também cabe a possibilidade de a fi gura vista ser

meramente produto da imaginação do subconsciente.

Isto ocorre com freqüência, embora a fi gura pareça real

e o conselho pareça justo.

AS CORRENTES CÓSMICAS

Existem no mundo algumas correntes cósmicas

que vão em todas as direções, correntes de idéias contradi-

tórias que podem penetrar em nossa mente inconsciente,

inclusive contra a nossa vontade.

Algumas correntes são benéfi cas, enquanto outras

são prejudiciais. Certas pessoas são bastante fortes para

alcançar êxito contra os maiores obstáculos, enquanto

outras conseguem salvar-se parcialmente; mas algumas

não se salvam de jeito nenhum. Por este motivo, ocorrem

êxitos e fracassos na vida. Em parte, isto depende das

infl uências externas, e em parte de nós próprios. Não

somos capazes de controlar as infl uências externas, exceto

de maneira indireta, por meio de nós mesmos.

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O Poder da Mente

COMO CONSEGUIR ÊXITO NA VIDA

Essa é a explicação para uma grande falha que

muitas pessoas cometem, imaginando que sempre podem

conseguir que as circunstâncias ajustem-se à sua vontade

e conveniência. Mas isto só é verdade em parte.

O certo é que jamais devemos querer exercer nosso

poder mental sobre os demais, mas sim sobre nós mesmos,

de maneira que isto nos faça mais fortes, mais positivos,

mais capacitados e mais efi cientes; e é assim, ao nos de-

senvolvermos neste sentido, que obteremos o triunfo.

A melhor maneira de controlar as circunstâncias é

controlar as nossas forças internas, a fi m de chegarmos a ser

melhores e mais competentes, com o que já gravitaremos para

melhores circunstâncias. É preciso recordar que “o semelhante

atrai o semelhante”. E como disse o doutor Larson:

As pessoas que fracassam e continuam fracas-

sando, fazem assim porque a força de sua mente

se acha habitualmente em estado negativo, ou

é mal orientada. Se o poder mental não atuar

positivamente e de maneira construtiva, vi-

sando a um determinado objetivo, a pessoa não

consegue triunfar.

Se a mente não for positiva, é negativa. As

mentes negativas fl utuam ao sabor da corrente.

Devemos nos lembrar de que estamos no centro

de todo tipo de circunstâncias, algumas a nosso

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Roger Baum

favor e outras contra nós. Temos que traçar

nosso caminho ou vagar à deriva, conduzidos

pela corrente. Quase todas as correntes da vida

humana fl uem para o mundo comum e inferior.

Portanto, ao se deixar levar pela corrente, o in-

divíduo decai e o objetivo proposto fracassa.

AS TRÊS LEIS DO ÊXITO

Para conseguir êxito mental e espiritual (a mesma

regra aplica-se ao êxito material) é necessário observar

três regras fundamentais:

(a) Ter idéia clara do que se deseja. Sem objetivo

defi nido, não é possível alcançar grandes triunfos, posto

que a pessoa desperdiça energias rodeando o problema,

sem se dirigir ao ponto determinado.

(b) Ter pensamentos positivos e não negativos, o

que não signifi ca cerrar os dentes, franzir o cenho e querer

dominar o mundo. Signifi ca, ao contrário, possuir calma

e serenidade, segurança consigo mesmo e a convicção

íntima e certa do triunfo. Fisicamente, este estado de

coisas pode ser experimentado como uma sensação de

todo o sistema nervoso.

(c) Todas as idéias têm de ser construtivas, ou

seja, edifi cantes e tendentes ao objetivo a ser alcançado.

Se o indivíduo gastar uma pequena fração que seja de

sua energia pensante em outra direção qualquer, ele não

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O Poder da Mente

poderá pretender ir muito longe em seu objetivo. Pensar

construtivamente signifi ca que é preciso ter idéias coeren-

tes e contínuas sobre aquilo que se deseja conseguir.

Quanto mais cedo se aprender isto, mais cedo se

alcançará o êxito. Os obstáculos da vida atual oferecem

grandes difi culdades. Até certo ponto, no entanto, podem

ser considerados como apoios para o caráter e o progresso,

pois quanto mais obstáculos tiver que superar, mais forte

será o caráter da pessoa. Ao mesmo tempo, pode-se cair

no exagero, e sempre se paga caro por isto.

ARRASTADOS PELA MARÉ

Quando se faz o melhor visando a conseguir algo

– e todo mundo sabe interiormente quando trabalha

bem – e as difi culdades parecem multiplicar-se ante o

progresso realizado, sob certas condições pode-se supor

que não é este o momento apropriado para buscar aquele

objetivo, razão pela qual é prudente considerar que as

circunstâncias estão impedindo exatamente que marche-

mos para um desastre. É possível ver-se arrastado pelas

correntes em vez de poder tirar proveito delas.

AGINDO EM PROL DO BEM-ESTAR FINAL

Existem certas correntes cósmicas que se entrecru-

zam em todas as direções através do universo psíquico.

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Roger Baum

Quanto mais sensíveis ou receptivos formos a elas, mais

perceberemos quanto a nossa vida é guiada e dirigida por

um controle inteligente, maior que o nosso.

Todos cremos saber exatamente o que queremos

fazer, e o que é melhor para nós, mas nem sempre é

assim. Para uma mente mais ampla e mais abrangente

que a nossa, o contrário do que queremos poderá pare-

cer melhor para nosso bem-estar fi nal. Assim, é muito

possível que nossas experiências dolorosas possam ser

interpretadas como tendentes a nos conceder, posterior-

mente, o bem-estar.

COMO ESTAS LEIS SE APLICAM AO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO

Pois bem: vamos agora aplicar o que acabamos

de dizer ao desenvolvimento psíquico. Sabemos que

existem forças magnéticas e espirituais que atuam sobre

nós, provenientes de diferentes direções, no mundo todo.

Algumas são positivas, outras não. Temos que aprender

a ser sensíveis às correntes benéfi cas e a fechar a mente

às maléfi cas. Como conseguir isto?

Em primeiro lugar, é necessário que o estudante

realmente interessado em obter esta orientação faça certos

sacrifícios. Ele não pode estar no mundo e, ao mesmo

tempo, alcançar a perfeição espiritual. O cultivo do Eu

espiritual não é o mesmo que o cultivo do Eu psíquico.

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O Poder da Mente

REGRAS A SEGUIR

1. Antes de tudo, é necessário cuidar da saúde.

Caso contrário, a pessoa pode chegar a um esgotamento

nervoso e à obsessão.

2. É necessário conservar o bom senso bem nítido,

bem como o interesse pelas coisas do mundo. Caso con-

trário, o juízo fi ca desequilibrado.

3. É necessário cultivar a simpatia, a harmonia e

o interesse em relação ao próximo.

4. É necessário cultivar a sensibilidade pessoal

por meio das linhas psíquicas comuns, mediante alguns

exercícios especiais. Depois de alcançar alguns fenômenos

psíquicos, seremos muito mais receptivos do que antes.

5. É preciso cultivar constantemente o que po-

deríamos chamar de “uma atitude de escuta da alma”.

Quando houver dúvida a respeito de alguma questão, a

pessoa deve retirar-se para um local tranqüilo e perguntar

a seu Eu mais elevado qual o caminho a seguir.

De início, as respostas serão vagas e indefi nidas,

mas, à medida que se progride no desenvolvimento, elas

irão tornar-se cada vez mais claras. Mediante o progresso

nesse ponto, a pessoa sentirá como as correntes cósmicas

circulam através dela e, isto alcançado, será apenas uma

questão de desenvolvimento pessoal.

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Roger Baum

O CULTIVO DOS DONS ESPIRITUAIS E PSÍQUICOS

Existem duas maneiras de considerar os fatos: obser-

vá-los de fora ou experimentá-los a partir de seu

interior. Ao contemplar um limão, observamo-lo a partir

do exterior. Jamais poderemos experimentá-lo a partir

de seu interior, a menos que nos tornemos como o limão.

Só a mente pode experimentar sensações semelhantes.

Nossa mente pode experimentar interiormente e

ver objetivamente as suas sensações. Pelo que sabemos,

no mundo todo só ela é capaz de realizar tal coisa.

Toda experiência psíquica é, conseqüentemente,

interior ou sensitiva. Jamais alguma outra pessoa que

não o próprio indivíduo pode senti-la, embora essa ex-

periência permita que ele aprenda e compreenda o estado

mental que outra pessoa vivencia.

O mesmo sucede com os fenômenos psíquicos. Se

alguém experimenta um fenômeno deste caráter, não pode

compartilhar esse conhecimento com as outras pessoas, salvo

de modo indireto. Para que os outros compreendam o fenô-

meno, terão de também experimentá-lo por si mesmos.

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O Poder da Mente

Por este motivo é tão difícil para as pessoas do-

tadas de acentuado psiquismo expressar e explicar para

os demais o caráter e as sensações dos fenômenos que

vivenciam. Como tudo é sumamente simbólico, e nossa

linguagem é muito pobre na expressão de tais símbolos,

amiúde se torna muito difícil explicar exatamente o que

signifi cam ou representam.

O DESENVOLVIMENTO DOS PODERES PSÍQUICOS

Ainda ignoramos o que são, na realidade, os poderes

psíquicos. Eles podem até ser hereditários, compreendendo

três ou quatro gerações, como qualquer outro dom físico.

Em algumas pessoas, este poder aparece já na infância,

como integrante de sua constituição. Não obstante, a

maioria das pessoas desenvolve posteriormente esse poder,

como resultado dos experimentos, ainda que, em muitos

caso manifeste-se primeiro o poder mental, dando lugar a

manifestações de pouca importância, como a adivinhação

de algum fato, ou a profecia de uma morte etc.

Existem pessoas que conservam o poder durante

toda a vida. Outras só o experimentam durante alguns

anos ou alguns meses e, em alguns casos raros, durante

apenas alguns minutos.

Em certos casos, o poder mental termina repenti-

namente, em outro perde-se gradualmente, com o passar

dos anos. É por isso que muitos médiuns espíritas ou

sensitivos exibicionistas recorrem à fraude, quando vão

perdendo o poder.

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Roger Baum

CONTROLE DOS FENÔMENOS

Quando se obtêm fenômenos psíquicos, seja qual

for o caráter dos mesmos, ainda se está fazendo expe-

riências com forças e leis desconhecidas, que ainda se

ignora em que consistem, tal como os primeiros cientistas

experimentaram a eletricidade.

De todo modo, é possível atualmente controlar

a eletricidade de maneira perfeita. Isso permite supor

que, com o tempo, também será possível controlar os

fenômenos psíquicos, embora ainda não seja conhecida

a essência interna do poder psíquico. Se o conseguirmos,

será com base no trabalho.

EXERCÍCIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PODER MENTAL

Todos os exercícios mentais contribuem para de-

senvolver o poder da mente até certo ponto, embora em

diferentes direções. Apresentamos aqui alguns métodos

que podem ser seguidos para o cultivo e o desenvolvi-

mento do Eu psíquico e do centro espiritual do nosso ser,

distintos dos fenômenos puramente físicos.

Antes de tentar controlar as forças externas, é

fundamental compreendermo-nos e aprendermos a

exercer autocontrole.

Pode-se aprender muito por meio da chamada

“introspecção”, ou seja, a atenção para com o Eu interior.

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O Poder da Mente

Se o fi zermos fechando os olhos, experimentaremos uma

sensação especial gerada pela descoberta da verdadeira

natureza do Eu interior.

É possível descobrir, por exemplo, que a referida

sensação nos ilude constantemente, como a felicidade, e

quando alguém crê ter atingido o Eu, na verdade trata-

se de um estado mental passado, que resta apenas como

recordação.

É conveniente praticar a introspecção alguns mi-

nutos todos os dias. Você surpreenderá-se com o amplo

desenvolvimento nesta área, aumentando ainda mais a

capacidade de entrar em contato consigo mesmo. O Eu

interior fi ca como que iluminado.

O DOMÍNIO DO EU

Esta prática conduz ao hábito de escapar das

percepções sensitivas, ou dos sentidos, às quais todos nós

estamos mais ou menos escravizados. Quando alguém

foge das referidas percepções e consegue retrair-se mais

e mais em si mesmo, experimenta uma sensação de rea-

lidade e a capacidade de perceber a verdade das coisas de

forma jamais sonhada.

A verdade existe. Não a percebemos pelo simples

motivo de existir, entre ela e nós, o véu dos sentidos. Se

erguermos o véu, perceberemos a verdade com clareza

meridiana, como vista à luz do dia.

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Roger Baum

O domínio sobre o Eu põe o indivíduo em contato

com as grandes correntes de força magnética do Universo,

de modo que ele não se sente mais esgotado nem necessita

de energia nervosa. O Universo é uma fonte ilimitada de

energia. Só precisamos aprender a aproveitá-la, condição

a ser alcançada mediante métodos de desenvolvimento

psíquico utilizados, na quantidade conveniente.

COMO O ESPÍRITO NOS UNE

Com o aumento do desenvolvimento espiritual, per-

cebemos que existe irmandade universal e que nada se acha

separado do resto. Não estamos separados do nosso próximo.

Estamos todos unidos na grande Inteligência universal e

infi nita que tudo combina. Com respeito a isso, cada um de

nós é, aparentemente, um ser separado cujas folhas sussurram

entre si e cujos ramos se roçam uns nos outros aos impulsos

da brisa, amiúde entrelaçados uns com os outros.

Da mesma maneira, estamos unidos no Universo

espiritual, do qual fazemos parte. Psiquicamente, estamos

todos unidos uns aos outros.

A MEDITAÇÃO

A meditação pode ser considerada como um mé-

todo por meio do qual despertamos nosso Eu interior e,

freqüentemente, também nossos sentidos espirituais ou

astrais, a fi m de que funcionem em outro plano.

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O Poder da Mente

Se este processo de desenvolvimento for efetuado

corretamente, ergueremos muros de poder ao nosso re-

dor que os outros não poderão derrubar nem mediante

infl uências mentais ou hipnóticas, embora desejem

fazê-lo. Estaremos recobertos por uma esfera de energia

através da qual nada passará contra a nossa vontade.

O PODER DO PENSAMENTO

Todos os pensamentos que enviamos ao Universo

têm um propósito defi nido e exercem certo efeito, tanto

sobre nós mesmos como sobre as outras pessoas.

Os pensamentos são substância sólida. Podemos

criar um pensamento da mesma forma que podemos

construir um automóvel ou uma mesa. Uma vez criado,

é impossível prever quanto tempo durará sua ação ou

quando cessará.

Se os pensamentos forem bons, generosos e úteis,

certamente retornarão a nós como bumerangues, junto

com a felicidade e as forças que acumularam de outros

de caráter semelhante, em seu vôo pelo espaço.

Da mesma forma, os pensamentos maus regressam

a nós, e sempre com mais força para o mal. Portanto, é

necessário cultivarmos pensamentos elevados, cheios de

bondade.

Ao se dar conta disso, algumas pessoas passam a ter

medo de pensar em tudo, com receio dos efeitos posterio-

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Roger Baum

res ou secundários. Isto é um grave erro. A expressão é a

primeira lei da vida. Temos de aprender a nos expressar.

A diferença fundamental entre um ser vivo e um cadáver

é que o primeiro pode se expressar e o segundo, não.

Não devemos temer nos expressar com clareza

em qualquer sentido. Inclusive, a expressão de nossos

sentimentos e de nossas emoções corporais é plenamente

justifi cada. Numa convicção de paixão, nada há de que

se envergonhar. O mal é precisamente o abuso de tais

paixões ou emoções.

O USO DA VONTADE

O poder da vontade pode ser utilizado para o

bem ou para o mal, pois ele possui uma força enorme

em ambas as direções.

Num caso, temos, como resultado do exercício de

tal poder, vários fenômenos psíquicos, curas maravilhosas

e todas as diversas realizações e sucessos deste mundo.

No outro, temos os fenômenos de bruxaria, magia negra

e atos prejudiciais, ou o próprio crime.

Tudo depende do canal ao qual dirigimos a energia

de nossa vontade. A alma precisa aprender a descobrir e

experimentar por si mesma, antes de considerar-se uma

entidade totalmente viva e desenvolvida. Isto compre-

endido, poderemos dirigir toda a nossa atenção para o

cultivo e domínio das energias que possuímos.

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O Poder da Mente

O AUTODESENVOLVIMENTO ESSENCIAL

É necessário o cultivo do Eu e da alma antes de nos

dedicarmos ao desenvolvimento dos fenômenos psíquicos.

Precisamos aprender a nos conhecer, a conservar um equi-

líbrio justo e cuidadoso do critério pessoal, da simpatia,

da intuição e da compreensão. Se não possuirmos estas

qualidades, nunca desenvolveremos um poder mental

verdadeiro. Ao contrário, por exemplo no mediunismo,

podemos atrair inteligências nocivas ou mentirosas, graças

à atração de nossa aura magnética.

Portanto, é necessário aconselhar o estudante a

praticar os exercícios de autodesenvolvimento antes de

cultivar os poderes psíquicos externos.

O MEDO E COMO ELIMINÁ-LO

Há quem tenha medo do poder mental e por isso não

o desenvolva. Neste caso, o indivíduo é seu próprio

e pior inimigo.

Na maioria das vezes, o homem cria as enfermida-

des de que padece. Na pesquisa psíquica, constata-se que

a maioria das pessoas padece mais pelo medo do que por

outra razão qualquer, sendo isto uma emoção depressiva;

mas em nove casos de dez, tais temores são totalmente

injustifi cados. Quase sempre a pessoa tem medo por nada.

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Roger Baum

Destruiu as pontes antes de chegar a elas... Se tivesse

refl etido um instante, teria compreendido que as coisas

terríveis que ela tanto teme jamais acontecerão, que a

maioria das experiências que busca são de natureza tal

que não deve temê-las.

A FÉ SALVA AQUELE QUE NAUFRAGA

O medo não é só inútil, mas também prejudicial,

sob dois aspectos: em primeiro lugar, ele ajuda a induzir

ou a provocar as condições temidas. Como disse Jó:

O que eu tanto temia se abateu sobre mim.

Jó pensava e temia tanto certas condições que

acabou por criá-las, pois, do contrário, jamais teriam se

abatido sobre ele. O professor e fi lósofo William James

deu-nos um exemplo perfeito de como o medo acaba

por se apresentar:

Suponhamos que estou escalando os Alpes e

tenho a infelicidade de me achar numa posição

da qual só me pode salvar um grande salto.

Como jamais passei por essa experiência, ignoro

se possuo a destreza sufi ciente para dar o salto

com êxito. Espero e confi o não falhar, e ordeno

a meus pés que executem o salto sem dar atenção

às emoções subjetivas que talvez frustrariam

ou impediriam o salto. Suponhamos que, ao

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O Poder da Mente

contrário, predominem o temor e a desconfi ança

ou que me sinta incapaz de fazer algo que

nunca fi z; que vacilo. Ao fi nal, cansado pela

posição e tremendo, num instante de desespero

me lanço, perco o pé e caio no abismo. Em tal

caso (e isto é um entre mil), o mais prudente

consiste em acreditar no que se deseja, já que

a fé é uma condição preliminar indispensável

para a realização do objetivo. Existem casos em

que a fé cria sua própria verifi cação e compro-

vação. “Crê e serás salvo”, “duvida e perecerás”.

A única diferença baseia-se, pois, na grande

vantagem que a fé oferece.

A lição a ser aprendida é que não se deve temer o

desconhecido ou o que não se vê, até que haja uma causa

real para isto. Só assim a pessoa estará predisposta a ex-

perimentar todas as manifestações antes tão temidas.

OS EFEITOS NOCIVOS DO TEMOR SOBRE O CORPO

Em segundo lugar, o medo exerce efeito destrutivo

e deprimente sobre o corpo. Esgota a vitalidade, diminui o

ritmo respiratório e incapacita o indivíduo para qualquer

tarefa séria, para qualquer trabalho racional. O medo

limita todo pensamento de senso comum.

O medo deve ser sempre evitado, pois de nada nos

serve e prejudica todo mundo.

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Roger Baum

Existem dois tipos de medo: o instintivo e irracio-

nal e o refl exo ou consciente. O primeiro é uma relíquia do

nosso primitivismo ancestral, do qual compartilham todos

os animais. Não podemos nos desprender dele, mas em

geral, ele é momentâneo e podemos sobrepujá-lo, exceto

em raros momentos durante os quais sentimos o impulso

de fugir, o que exige expressão imediata.

Não obstante, este medo instintivo pode ser domi-

nado pela mente. Após rápida refl exão, a razão nos diz que

não há motivo de temor e que devemos nos envergonhar

de nós mesmos por termos medo. Também, geralmente,

não é este o medo que devemos combater, visto que é

mais físico do que mental, e de breve duração.

MEDO X RAZÃO

O medo consciente mental é o que mais nos

atormenta e o que devemos aprender a curar. Em nossa

civilização, estamos sufi cientemente adiantados para saber

que tudo é natural, que não há nada sobrenatural, nem

mesmo para os que crêem no espiritismo.

Devemos forçar nossa mente a meditar e, me-

diante o exercício da razão e da vontade, não temer tais

acontecimentos, mas sim, aceitá-los e agradecer por eles.

Por “tais acontecimentos” nos referimos aos fenômenos

derivados da telepatia, ou do poder de evocar espíritos

durante sessões. Em nenhum desses casos existem mo-

tivos de receio.

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O Poder da Mente

É certo que muitas pessoas fi cam inquietas com

a escuridão. Sentem medo, como o que muitas crianças

e animais experimentam. Um cachorro que entra num

quarto escuro latirá e procurará sair dali o mais rapida-

mente possível. Só o gato aprecia a escuridão e já sabemos

que, proverbialmente, os gatos gostam de fantasmas, coisa

que não acontece com os cães.

É possível que nisso exista mais verdade do que

parece. Sabe-se que o diabo ortodoxo é conhecido como

“o príncipe das trevas e dos poderes tenebrosos” e que

todas as más ações se acham associadas a ele. Por outro

lado, Cristo disse: “Eu sou a Luz do mundo”. A luz

sempre acompanhou as manifestações espíritas e outros

fenômenos ocultistas.

O que há a fazer, pois, para impedir o domínio de

um pensamento malsão, de um poder maligno, é combatê-

lo, resistir a ele, fazer-lhe frente, forte e valorosamente,

com decisão e calma. Com isso, o poder ou o pensamento

se derreterão ante o ataque, como o orvalho se derrete

com os raios do sol matutino.

EMOÇÕES MALIGNAS

Horace Fletcher, no livro A felicidade, diz coisas

muito interessantes acerca do medo, que defi ne como “a

manifestação de um pensamento assustado”. E “pensa-

mento assustado”, segundo o autor, é: a sugestão, auto-

imposta ou autopermitida, de inferioridade. É, ao mesmo

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tempo, uma causa e um efeito do egoísmo. É a torneira

da maldade.

O corpo é um espelho no qual se refl etem todos os

estados anímicos. Talvez o medo seja uma das condições

mentais de caráter mórbido que se refl ete com os mais

catastrófi cos efeitos sobre o ser humano.

O doutor Jack Tuke, em sua obra A infl uência da

mente sobre o corpo humano, cita vários exemplo autênticos

de enfermidades causadas pelo medo e pelo temor. A

loucura, a idiotia, a paralisia de vários músculos e órgãos,

o suor copioso, o encanecimento prematuro dos cabelos,

a calvície, um choque seguido de uma anemia fatal, a

má-formação do embrião e até as enfermidades da pele

podem ser devidas, em muitos casos, ao medo e a outros

transtornos mentais.

COMO UMA ENFERMIDADE É PROVOCADA PELO MEDO

O medo atua sobre o corpo principalmente para-

lisando os centros nervosos, de maneira especial os dos

nervos vasomotores, produzindo não apenas o tensiona-

mento muscular, como também congestões capilares de

toda espécie.

É interessante saber que o medo e todas as

emoções depressivas de natureza similar servem para

constranger ou contrair o corpo, enquanto a alegria, o

amor, o altruísmo e todas as emoções de índole elevada

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O Poder da Mente

provocam relaxamento físico e mental, abrindo todas as

portas mentais e psicológicas do organismo.

O termo “morrer de medo” não é uma mera ex-

pressão, mas sim, fundamenta-se em leis fi siológicas e

psicológicas muito válidas.

O MEDO É CONTAGIOSO

O medo tem o poder peculiar de ser muito con-

tagioso. Em condições adequadas, o medo manifestado

por uma pessoa comunica-se instantaneamente a todos

os presentes. Todos sentem calafrios ao longo da espinha,

fi cam com os pêlos eriçados e um suor frio escorre-lhes

pelo corpo.

Isto demonstra o profundo efeito que esta emoção

exerce sobre as funções corporais e também com que

facilidade se pode ter medo sem razão.

O medo tem o poder de quase parar o coração e

de paralisar todo o sistema nervoso. O medo também

causa profunda fadiga, como se demonstrou por meio de

experiências muito delicadas. Um modo natural e normal

de superar o medo em tais condições é abrir a mente à

fé e à confi ança.

Deixemos que as forças físicas combinem-se com

a fé e a saúde. Deixemos que fi nalmente o medo seja

apagado, desterrado da mente. Pode-se conseguir isso

mediante o raciocínio, mesmo que seja necessário reali-

zar um esforço de vontade. Uma determinada oposição,

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acompanhada de confi ança, fé na devida proteção e fé em

nossos poderes, serão de grande ajuda para vencer este

monstro enorme que é o medo.

O MEDO DE SER HIPNOTIZADO

O que acabou de ser dito é aplicável à ação das in-

fl uências hipnóticas, que muitas pessoas temem bastante.

Elas temem ser hipnotizadas por algum operador distante

e este temor, às vezes, passa a ser uma autêntica fobia.

Ninguém pode ser hipnotizado contra a própria

vontade por alguém que está longe. Sensações dessa

natureza resultam de imaginação exagerada, jamais de

infl uência externa. Um indivíduo sempre se hipnotiza

a si próprio, enquanto o hipnotizador limita-se a dirigir

seus poderes mentais para certos canais do presumível

hipnotizado. Se este resiste à sugestão, como todas as

pessoas, em princípio, podem fazer, é impossível que seja

hipnotizado.

A única condição em que alguém pode ser

hipnotizado a distância ocorre quando um operador

já hipnotizou a pessoa muitas vezes e repetidamente

sugere a essa pessoa, no transe hipnótico, que se torne

mais sugestionável, por exemplo, para conseguir dor-

mir terá que pensar em seu hipnotizador. Com isso,

pode-se conseguir que a pessoa torne-se tão sensível

ao fi m de determinado tempo, que esta condição acabe

corporifi cando-se.

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O Poder da Mente

Seja como for, são casos anormais e, na realida-

de, raras vezes acontecem o que qualquer hipnotizador

experiente confi rmará. Isso demonstra quão absurdo é

o temor à sugestão telepática a distância, efetuada por

algum hipnotizador a quem a pessoa medrosa talvez

jamais tenha visto. É algo totalmente ilusório, razão pela

qual não há motivo para medo. A vontade do ser humano,

devidamente praticada e exercitada, é suprema.

O MAGNETISMO PESSOAL

Sempre – e isto é bem conhecido – existem diferenças

entre uma personalidade positiva e uma negativa,

entre um indivíduo que naturalmente tem êxito e um que

não o tem. O primeiro parece atrair a fortuna, a felicidade,

a sorte. O segundo faz com que tudo isto fuja dele.

Não é preciso que uma pessoa positiva diga algo

ou execute algum ato para que seja possível intuir o po-

der que vibra em seu interior. Da pessoa positiva parece

irradiar um tipo de força irresistível. Muitas vezes, sem

dúvida, entramos numa sala ou num elevador e, imedia-

tamente, sentimos a forte personalidade e a presença de

um indivíduo dessa classe, um possuidor do magnetismo

natural em quantidade.

Talvez o afortunado ignore a sua condição. Talvez

mal se dê conta da força que possui, embora, na maioria

das vezes, saiba-o.

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Roger Baum

Devidamente desenvolvido e utilizado, este poder

tem ajudado a forjar os grandes homens da História. To-

dos nós podemos cultivar e desenvolver a referida força

em grande extensão mediante prática adequada. O grau

de desenvolvimento da mesma fará com que obtenhamos

êxito, não só em realizações materiais, como também em

aspectos elevados do espírito e da mente, até níveis que a

pessoa normal jamais conseguirá alcançar.

AS EXISTÊNCIAS INESGOTÁVEIS

É necessário ter em mente que existe uma fonte

ilimitada de energia cósmica e que a mesma pode desen-

volver o magnetismo pessoal até o ponto desejado. Há que

se ter muita confi ança em si mesmo e nas próprias forças,

uma vez que a confi ança própria faz nascer a confi ança

nos demais. O medo debilita o cérebro que planeja e a

mão que executa.

Ao falar com outras pessoas, devemos usar ade-

quadamente o poder da sugestão. Sem que a pessoa note,

podemos constantemente dar sugestões que se fi xem na

sua mente.

Finalmente, não é razoável desperdiçar o magne-

tismo que possuímos nutrindo hábitos nervosos, como

fi car batendo o pé no chão ou os dedos sobre a mesa,

andar para cima e para baixo em casa, repetindo gestos

desnecessários. Poupar energia equivale a recebê-la em

quantidade maior, o que é sempre altamente benéfi co.

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O Poder da Mente

O FATOR FÍSICO

O magnetismo pessoal depende de vários fatores.

Antes de tudo, é necessário gozar de perfeita saúde física.

Sem ela, a virilidade é escassa. O êxito depende, em grande

parte, da presença de nossa resistência. Os políticos, por

exemplo, precisam demonstrar uma personalidade muito

dominante. É necessário fortalecer a constituição vital. Para

isso, os órgãos internos precisam estar em condição ótima.

É necessário realizar exercícios adequados todos

os dias, durante alguns minutos, para estimular o funcio-

namento do organismo. A este respeito, sugerimos que o

estudante consulte obras sobre cultura física.

Os movimentos em que se dobra o corpo de uma

forma ou de outra são muito úteis. Os exercícios de res-

piração profunda, que servem para expandir os pulmões,

o peito e o diafragma, são também muito úteis. Se for

possível estimular o plexo solar e os órgãos internos, as

correntes vitais do corpo serão benefi ciadas.

O FATOR MENTAL

É necessário, também, adestrar a mente e cultivá-la,

visando a certas orientações e canais. Se melhorarmos a

memória, e isto pode ser alcançado por diversos méto-

dos, a nossa personalidade psíquica será fortalecida, uma

vez que a personalidade se apóia na memória. É preciso

cultivar a atenção em todos os temas e não se deve, ja-

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Roger Baum

mais, executar uma ação de forma automática, sem plena

consciência do que se faz. Por exemplo: se a pessoa coloca

um objeto numa prateleira de uma estante, é necessário

anotar isso mentalmente a fi m de podermos mais adiante

lembrar onde guardamos o objeto. Nada deve ser feito

sem a devida concentração.

Muitas pessoas sofrem esquecimentos que de-

nunciam um poder de atenção muito débil e uma mente

dispersa. O grau de superação é indicado pela sua capa-

cidade de concentração, ou seja, o seu poder. Nada há que

outorgue tanto poder e força à mente como a repetição

dos exercícios de concentração.

O FATOR ESPIRITUAL

O desenvolvimento espiritual também ajuda podero-

samente o cultivo do magnetismo pessoal, atraindo a ajuda

de determinadas energias espirituais que respaldam o corpo.

Elas recarregam o corpo da mesma forma como os motores

elétricos podem ser carregados, ou seja, com energia externa.

É possível atrair este poder situando-se a pessoa em certa

condição receptora que convide sua entrada.

Todos os pensamentos negativos tendem a erigir um

muro entre a pessoa e o seu guia externo. As atitudes afi rma-

tivas, por outro lado, têm o efeito de atrair poder adicional.

As idéias e emoções também exercem o mesmo

efeito. Se a pessoa analisar suas sensações internas en-

quanto elabora uma idéia ou experimenta certa emoção,

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O Poder da Mente

constatará que os impulsos egoístas centrados em si

tendem a contraí-la mental e fi sicamente. A pessoa vai

encolhendo-se, restringindo-se, em razão de uma ação

interna que impede toda ajuda ou infl uência exterior.

Em contrapartida, se os pensamentos ou idéias são

de amor e amizade, o indivíduo tende a expandir-se, pois

estes sentimentos abrem as comportas da alma, deixando

penetrar uma força mais elevada.

COMO INFLUIR SOBRE OS OUTROS

O magnetismo pessoal tem função muito im-

portante na condução dos negócios. Se alguém deseja

alcançar certo objetivo, consegui-lo-á antes se possuir

personalidade magnética. As regras seguintes, podem

auxiliar no desenvolvimento do magnetismo pessoal.

1. Antes de chegar à presença da pessoa com a qual

deseje conversar, procure invocar mentalmente a imagem

dela e assuma uma atitude mental positiva.

Não conseguindo isso, procure manter a atitude

positiva no decorrer da entrevista. Se alguém, desde o

início, assume de 60% a 75% do domínio mental ou da

iniciativa, restam para a outra pessoa apenas de 25%

a 40% do terreno existente entre ambas. Assumindo a

porcentagem maior da iniciativa, o outro será forçado a

assumir a quantidade que restar, bem menor.

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Roger Baum

2. Na presença da pessoa com a qual irá conversar,

procure olhá-la fi xamente nos olhos, mantendo o olhar

e a atenção até ganhar o primeiro ponto. Se for possível,

não permita que a atenção dela nem seus olhos vagueiem,

até capturar todo o seu interesse e simpatia.

Tenha em mente a importância de captar o olhar

da pessoa ao tocar num ponto de interesse, a fi m de

obrigá-la a escutar o que vovê diz. Por outro lado, não

é possível olhar uma pessoa nos olhos continuamente,

razão pela qual é necessário afastar o olhar quando forem

abordados temas de importância menor.

Muitos representantes comerciais utilizam esta

técnica durante as vendas. Atraem a atenção do provável

comprador para a ilustração de um livro, solicitando que

esta seja vista ou analisada, e falam dela por um momento.

Depois, fecham o livro e fazem uma observação conci-

sa e rápida, atraindo a atenção espontânea do suposto

comprador para seu rosto e olhos. Neste momento, ao

dedicar plena atenção ao vendedor, o interlocutor se acha

aberto à sugestão e à argumentação daquele, que talvez

peça a assinatura do ouvinte em algum documento. Sob

a infl uência da personalidade do vendedor, o comprador

não terá mais remédio senão assinar.

Portanto, os olhos desempenham um papel im-

portante no cultivo do magnetismo pessoal. É necessário

cuidar deles e fortalecê-los mediante vários exercícios

capazes de ajudar a desenvolver o poder visual.

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O Poder da Mente

Por exemplo: olhar fi xamente um objeto durante

vários segundos sem deixar o olhar se desviar e sem

pestanejar. No início, é quase certo conseguir isso por

apenas alguns instantes. Entretanto, o poder crescerá

gradualmente. Na etapa seguinte do treinamento, procure

olhar um objeto muito brilhante durante vários minutos

de cada vez, sem que isto afete os olhos.

Ao olhar outra pessoa nos olhos, não se deve fazê-lo

displicentemente. Ao contrário, deve-se pôr no olhar toda

a força da personalidade, infl uenciando quem ouve.

Naturalmente, estas práticas podem ser utilizadas

tanto para bons como para maus propósitos. As pessoas que

se empenham em cultivar os traços mais elevados do caráter

compreenderão prontamente a necessidade de usar qualquer

poder que as ajude a conseguir somente bons propósitos.

3. Os passes para baixo são para adormecer. Al-

guns acrescentam ênfase ao discurso, impressionando o

interlocutor. Mesmo assim, não é necessário gesticular

demasiadamente, pois isto prejudica o que se expõe, em

vez de ajudar. Alguns passes, executados nos momentos

mais propícios, serão de grande valor.

4. Não fale apressadamente e nem de modo atra-

palhado. Se você der a impressão de estar com pressa, o

interlocutor se mostrará impaciente. Procure apresentar

suas idéias pronunciando as palavras corretamente, com

naturalidade e clareza. Quanto mais descansado alguém

se apresentar, mais receptivo o ouvinte será. Ao mesmo

tempo, é preciso aparentar decisão e praticidade.

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Roger Baum

COMO IMPEDIR A INFLUÊNCIA ALHEIA

Se for necessário afugentar uma infl uência alheia,

para não ser infl uenciado por ela, procure impedir que a

pessoa capture o seu olhar no momento psicológico do

diálogo; afaste-se cuidadosamente, medite e analise as

palavras do seu interlocutor, sem se deixar seduzir por

elas nem por seus modos.

Olhe o interlocutor a intervalos, entre frases inte-

ressantes, quando provavelmente ele não estará olhando

fi xamente para você. Mantenha a mente numa atitude

positiva e não se apresse em nada. A capacidade de dizer

“não” quando a ocasião exigir e agarrar-se a ela é uma das

premissas mais essenciais do êxito, como atestam muitos

homens que chegaram ao alto do pódio.

APLICAÇÃO SAUDÁVEL

Estes exercícios para o desenvolvimento do mag-

netismo pessoal trarão resultados benéfi cos especialmente

para pessoas dotadas de poderes psíquicos mais acentua-

dos, porque tendem a impedir e a se contrapor, em larga

escala, às práticas subjetivas do mediunismo, por exemplo,

equilibrando a personalidade e acentuando o aspecto

positivo e subjetivo do Eu interior. Quem desenvolve os

poderes mentais, inclusive no dia-a-dia, deve dar atenção

aos princípios que enunciamos e desenvolver o caráter

seguindo tais diretrizes. Tais pessoas constatarão que

isto as ajuda grandemente a conservar o justo equilíbrio,

numa condição que chamamos de “saúde”, que abrange

tanto o aspecto físico quanto o mental.

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O Poder da Mente

A TELEPATIA

Telepatia, leitura do pensamento, leitura da mente,

transferência de idéias. Estes termos têm o mesmo

signifi cado, ou seja, a capacidade de impressionar a mente

de outra pessoa com um pensamento ou com algumas idéias

defi nidas, sem utilizar os caminhos normais dos sentidos.

O termo telepatia foi cunhado por F. W. H.

Myers em 1882, e deriva de duas palavras gregas: tele =

distância, e pathos = sentimento. Por esta razão, signifi ca,

literalmente, “sentir a distância”, embora o signifi cado

generalizado seja leitura do pensamento.

COMO A TELEPATIA ATUA

Na realidade, ainda se desconhece como a telepa-

tia atua. Alguns cientistas, como Sir William Crookes,

sentiam-se propensos a crer que as vibrações do éter

viajam de um cérebro a outro, como as mensagens pelo

telégrafo sem fi os. Outros, pelo contrário, objetam que

esta explicação é insufi ciente e que não há provas de que

existam ondas cerebrais.

Myers disse: “A vida tem o poder de manifestar-se

à vida”, e, de momento, temos de nos contentar com esta

simples declaração.

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Roger Baum

É quase certo que a telepatia funciona, não entre as

mentes conscientes de duas pessoas, mas sim por meio do

subconsciente, este vasto campo da mente. A mensagem

enviada de uma mente a outra faz o seguinte trajeto:

Da mente consciente ao inconsciente de A, daí

até o inconsciente de B e daí até o consciente do próprio

B. O processo do inconsciente ao consciente em B é de

exteriorização, que tão freqüentemente vemos nos sonhos,

na leitura da bola de cristal e em outros fenômenos.

Isto explica, satisfatoriamente, por que recebemos

mensagens telepáticas freqüentemente quando estamos a

ponto de adormecer. É possível que as mensagens tenham

sido recebidas uma ou duas horas antes, mas sua exterioriza-

ção era impossível até que a consciência cessasse sua atividade

com os assuntos do cotidiano. O momento que precede o

adormecer é quando o inconsciente tem oportunidade para

entregar a mensagem recebida momentos antes.

OS DIVERSOS TIPOS DE MENSAGENS TELEPÁTICAS

As mensagens telepáticas podem ser visuais, caso

em que assumem a forma de retratos, desenhos, fi guras,

palavras escritas ou impressas etc. Podem ser auditivas,

quando assumem a forma de palavras faladas. Também

podem ser emocionais, quando a pessoa experimenta

certa depressão ou, ao contrário, excitação. Nas mensa-

gens volitivas, a pessoa sente o imperioso desejo de fazer

determinada coisa.

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O Poder da Mente

As mensagens telepáticas podem ser originadas

por pessoas vivas ou por pessoas mortas. Como elas

são transmitidas a partir do inconsciente (quiçá sob a

orientação e supervisão do consciente), freqüentemente

chegam com mais efi cácia durante o sono, no estado de

transe, sob a infl uência de alguma droga, no delírio, no

momento da morte etc.

A TELEPATIA E SUAS EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS

Os seguintes exercícios práticos permitem de-

monstrar satisfatoriamente que a telepatia existe e que,

praticada continuamente, ela pode ser reduzida a um

processo simples.

A pessoa deve escolher um amigo por quem te-

nha simpatia física, mental e moral. Um dos dois será

o transmissor e o outro o receptor. Este permanecerá

sentado numa poltrona confortável, na extremidade

de um aposento bem amplo, bem ventilado. É melhor

que, ao menos nas primeiras tentativas, esteja vendado

ou com os olhos bem fechados, e que se posicione de

costas para o emissor, com uma caneta e um bloco de

papel nas mãos. O aposento deve estar mergulhado em

certa penumbra.

O emissor deve estar sentado a uma mesa, olhando

as costas do amigo, com outro bloco de papel e caneta

nas mãos. Uma luz forte iluminará o bloco, deixando o

resto do aposento em semi-escuridão.

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Roger Baum

Então, o emissor traçará no bloco um símbolo,

que pode ser uma fi gura geométrica, como um círculo,

um triângulo, um quadrado... Em seguida, deve olhar

fi xamente a fi gura desenhada, tentando impressionar o

receptor. Cada tentativa não deve superar um minuto.

COMO GARANTIR O ÊXITO

A atitude mental durante as experiências é muito

importante. É preciso empenhar-se para que o receptor “veja”

o desenho, mas o emissor não deve se cansar, pois franzir

as sobrancelhas ou tensionar os músculos não ajudará na

transmissão da fi gura. Ao contrário, pode atrapalhar.

Por outro lado, é necessário que haja plena confi an-

ça em que o receptor captará a mensagem enviada. Não

se pode perder a confi ança nisto nem por um instante.

É preciso, com efeito, afi rmar-se que o outro já captou o

símbolo. Tampouco se deve fi car ansioso ou preocupado.

É preferível imaginar que os pensamentos próprios voam

até o outro de maneira defi nida, seja em forma da fi gura,

seja com palavras defi nidoras da mesma, como círculo,

quadrado, ou o que for.

O receptor, por sua vez, deixará sua mente o mais

“em branco” possível e traçará no bloco qualquer fi gura

ou impressão que lhe venha à mente, por mais estranha

que seja. Acima de tudo, é necessário jamais desanimar

com os erros.

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O Poder da Mente

EXPERIÊNCIAS MAIS COMPLICADAS

Uma vez conseguido o que se pretende com a ex-

periência dos desenhos, podem ser tentadas outras provas

mais complicadas, como adivinhar cartas do baralho, mui-

to boas para este propósito. O maço deve ser misturado a

cada vez, e é fácil calcular a porcentagem de adivinhações,

visto que ha probabilidade média de erro.

Após essas experiências, pode-se tentar trans-

ferência de dor. O remetente se beliscará ligeiramente

em várias partes do corpo com os dedos e se picará com

uma agulha, e comprovará se o outro consegue localizar

corretamente as diferentes partes. Se o receptor for bom,

a localização será constante, mais ou menos como se ele

próprio fosse beliscado ou picado.

Depois, podem ser realizadas provas de olfato e

paladar. Isto é feito, por exemplo, com alho, noz-moscada,

pimenta, açúcar e substâncias similares, cheiradas e degusta-

das separadamente, com o cuidado de posicionar o emissor

bem longe do receptor, para que a experiência seja válida.

Muitas pessoas capazes conseguirão dizer pron-

tamente qual a substância cheirada ou degustada pelo

emissor. Uma vez conseguida esta demonstração, aumen-

tar-se-á a distância entre as duas pessoas, até ser possível

efetuar as mesmas provas com muitos metros de distância

separando ambas.

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Roger Baum

COMO IMPEDIR QUE AS MÁS INFLUÊNCIAS AFETEM O NOSSO PSIQUISMO

Estas simples experiências demonstram, até aos

mais céticos, a existência da telepatia, fazendo com que as

pessoas se tornem mais sensíveis à recepção de mensagens

de outros seres, vivos ou mortos. Desta maneira, cultiva-se

a sensibilidade às mensagens telepáticas, o que é muito

positivo desde que as provas não sejam levadas a exageros,

conduzindo a habilidade para direções equívocas.

Em condições normais e saudáveis, a mente não se

deixará afetar por impressões enviadas sem sua permissão,

visto que será mais difícil recebê-las, por muito que o

emissor tente. A mente sempre se protege contra o fácil

acesso de outras mentes. É muito raro que uma pessoa

fi que impressionada contra a própria vontade. Algumas

pessoas acreditam que outras podem infl uir em sua mente

a distância, obrigando-as a executar certos atos. Muitos

acreditam que deste modo podem ser hipnotizados,

porém, na quase totalidade dos casos estas crenças são

ilusórias e sem nenhuma base válida.

Se examinarmos friamente tais fatos, comprova-

remos que eles se apóiam somente na imaginação e que,

freqüentemente, indicam desequilíbrio mental. Não se

trata, necessariamente, de loucura, embora a pessoa possa

chegar a este estado se permitir que sua imaginação passe

dos limites, continuando a acreditar em tais absurdos

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O Poder da Mente

mesmo depois de lhe ter sido demonstrado repetidas

vezes quão infundadas são suas crenças e temores. Uma

das causas da loucura é justamente crer de maneira per-

sistente em algo que não é verdade.

O estudante que pratica a telepatia dentro de li-

mites razoáveis e que segue cuidadosamente os métodos

para o desenvolvimento do poder mental, não deve ter

medo de impressionar ou infl uenciar outras pessoas contra

a própria vontade. Em quase todos os casos, estas infl uên-

cias são imaginárias e, quando existem, a pessoa que tem

domínio sobre si mesma e que fortaleceu seu espírito é

capaz de repeli-las, impedindo a infl uência telepática,

quer procedente de vivos, quer de mortos.

A CLARIVIDÊNCIA

Como o nome indica, clarividência signifi ca “ver com

clareza”.

Na linguagem psíquica, porém, signifi ca muito

mais. Atualmente a palavra é utilizada para agrupar e

classifi car, mais do que para explicar, um grande número

de fenômenos mentais que provavelmente algum dia

poderão ser explicados de outra maneira.

Existem diversos tipos de clarividência. Diferentes

autoridades na matéria sustentam defi nições diferentes

das diversas subdivisões. Vejamos quais são:

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CLARIVIDÊNCIA SUBJETIVA

A clarividência subjetiva é a condição psíquica do

ser humano (um médium) que capacita as inteligências do

mundo dos espíritos a manipular seus centros nervosos

da visão, de modo a impressionar e fotografar retratos

ou imagens sobre seu cérebro, vistos então por ele como

visões sem a ajuda do olho físico.

Estas imagens podem ser espirituais ou materiais,

passadas ou presentes, remotas ou próximas, ocultas ou

descobertas, ou, simplesmente, podem existir na imagi-

nação do médium comunicante.

CLARIVIDÊNCIA OBJETIVA

A clarividência objetiva é o poder psíquico ou a

função psíquica ou mental de ver seres, objetos ou coisas

espirituais objetivamente, por meio da sensação espiri-

tual que satura o mecanismo físico da visão, sem o qual

a clarividência seria impossível.

Poucas pessoas nascem com este poder. Se ele é

desenvolvido em algumas e não em outras, é totalmente

casual. Sua extensão é regida pelo ritmo de vibração sob

o qual atua, de maneira que um clarividente pode ver

objetivamente coisas espirituais que outro não vê devido

ao grau de diferença na intensidade do poder.

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O Poder da Mente

CLARIVIDÊNCIA DE RAIOS X

A clarividência de raios X é uma forma de clari-

vidência que compartilha as características dos raios X e

parece objetiva. O clarividente que a possui pode ver os

objetos físicos sem que a matéria intervenha; pode per-

ceber as partes internas do corpo humano, diagnosticar

as enfermidades e observar as operações de cicatrização

e de decadência corporal.

CLARIVIDÊNCIA CATALÉPTICA

A clarividência cataléptica acontece quando o corpo

está em estado de transe, como se estivesse adormecido,

induzido pela força hipnótica exercida por um espírito

encarnado ou desencarnado, embora também possa ser

auto-induzida por alguém de grande poder mental. Em

semelhante estado, o espírito abandona o corpo e pode,

por sua própria vontade ou mediante a sugestão do

hipnotizador, viajar a lugares distantes, observando com

clareza o que ocorre em tais paragens, tanto espiritual

como materialmente.

Acontece às vezes, neste estado, de os pensamentos

do espírito serem expressos durante a viagem pelos lábios

do corpo físico e as imagens entrevistas serem enviadas

através do referido corpo físico. Isto se deve ao fato de

existir um cordão espiritual que conecta o corpo físico ao

espírito, capaz de transmitir vibrações entre ambos. En-

quanto esse cordão não se romper, o espírito pode regressar

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ao corpo. Quando se rompe, ocorre o que denominamos

de “morte”. Nesta forma de clarividência, produz-se uma

mescla de visão espiritual objetiva e subjetiva.

CLARIVIDÊNCIA TELEPÁTICA E OUTRAS

A clarividência telepática é a percepção subjetiva

de uma imagem em forma de pensamento, transmitida

a distância.

O tipo de clarividência cataléptica é com fre-

qüência chamado de clarividência viajante, porque o

espírito parece viajar, após abandonar o corpo, visitando

diferentes lugares.

Quando a mente da pessoa dotada de pode-

res psíquicos parece retroceder no tempo e recorda

acontecimentos que normalmente não poderiam ser

lembrados, ocorre a chamada retrocognição. Se, por

outro lado, a mente da pessoa excepcionalmente do-

tada parece viajar para o futuro e ver cenas ou lugares

impossíveis de serem vistos de outra maneira, ocorre

previsão, profecia ou precognição.

Existem também a clarividência direta e a indireta.

No primeiro caso, apenas a mente do sensitivo trabalha

ou funciona. O segundo ocorre quando o sensitivo atua

por meio de um canal intermediário e trabalha junto

com outra mente.

Em oposição à clarividência telepática, temos a

clarividência independente, havendo casos de clarivi-

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O Poder da Mente

dência recíproca, na qual duas pessoas se vêem ao mesmo

tempo e permutam suas visões.

Chama-se êxtase a clarividência caracterizada pelo

abandono do corpo e pela visita a esferas espirituais.

Leadbeater dividiu a clarividência em três sub-

divisões:

– Clarividência no tempo;

– Clarividência no espaço;

– Clarividência direta.

Nestas três espécies de clarividência, os sentidos

astrais ou espirituais estão tão alertas que percebem planos

de atividade desconhecidos para nós.

A clarividência também pode ocorrer nos sonhos, nas

visões com a bola de cristal etc., assim como a clariaudiência,

que corresponde à clarividência, mas na qual se obtêm as

informações por meio dos ouvidos, e não pelos olhos. Neste

caso, as mensagens são ouvidas ao invés de vistas.

A clarividência, que também recebe o nome de

telestesia, pode, pois, manifestar-se de formas muito va-

riadas. A mais comum é a clarividência espontânea, na

qual o sensitivo vê imagens de pessoas ausentes ou cenas

distantes. Os sonhos clarividentes são muito comuns.

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Roger Baum

DIAGNÓSTICO POR CLARIVIDÊNCIA

Existe um tipo de clarividência mental que

permite à pessoa ver o interior do corpo de outra e

diagnosticar enfermidades com a mesma clareza como

se o exame tivesse sido feito na mesa cirúrgica. Esta é

a forma de visão psíquica que Andrew Jackson Davis

possuía em alto grau, embora outras pessoas também

a possuam.

Outra forma de clarividência é a que permite

descobrir metais no subsolo, ou fontes e lençóis de água.

Nestes casos, normalmente o sensitivo anda sobre o ter-

reno com um galhinho em forma de forquilha na mão,

em geral de aveleira. De repente, o ramo ergue-se ou

abaixa-se, indicando a existência de água ou minério no

terreno. Esta clarividência é conhecida cientifi camente

como radiestesia.

Não faz muito tempo, Vincent N. Turvey, de

Londres, desenvolveu um tipo novo e especial de

clarividência. Chamou-a de fonovidência pelo simples

motivo de receber as impressões ou intuições ao falar por

telefone com algum amigo distante, e só assim. Trata-se

de uma forma de sensibilidade que pode ser conseguida

se o sensitivo a desenvolve adequadamente.

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O Poder da Mente

A EXPLICAÇÃO DA CLARIVIDÊNCIA

A clarividência tem sido explicada de várias ma-

neiras, com teorias que apresentaremos sucintamente.

TEORIA DO SENTIDO ASTRAL

Existe um órgão astral ou espiritual que correspon-

de a cada órgão sensorial físico. Vemos os objetos através

do olho físico e ouvimos com o ouvido do corpo físico.

Quando vemos por meio da clarividência, ao contrário,

utilizamos o olho espiritual ou astral.

Os órgãos sensoriais do espírito funcionam num

plano espiritual e servem ao corpo espiritual após a morte,

da mesma forma como os sentidos físicos servem no plano

terrestre, atuando no plano físico de atividade.

Se a clarividência não for cultivada na devida di-

reção, podem aparecer difi culdades, já que tanto a visão

material como a espiritual podem ser usadas ao mesmo

tempo, permitindo ao sensitivo ver dois mundos em vez

de apenas um, razão pela qual ele não estará seguro ao

sair de casa, por exemplo, sobre se pisará na calçada ou

se cairá num buraco enorme, que são as duas coisas que

eventualmente vê diante de si. Muitas pessoas caíram

nesta condição, bastante difícil de ser revertida.

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TEORIA DA INFLUÊNCIA ESPIRITUAL

Segundo esta teoria, a clarividência ocorre não

apenas pelo poder da pessoa, mas também por meio da

instrumentação de um espírito que vê cenas distantes e com

elas impressiona telepaticamente a mente do sensitivo.

TEORIA DO TUBO ASTRAL

De acordo com esta teoria, o clarividente constrói

uma espécie de telescópio formado por matéria astral e

vê através dele. Neste caso, as fi guras aparecem pequenas

e muito distantes.

TEORIA DA CRIAÇÃO DA FORMA DE PENSAMENTO

De acordo com esta teoria, criamos uma forma-

pensamento, (forma mental), na localidade que deseja-

mos visitar e essa forma utilizamos pensamento como

ponto de observação. Vemos e ouvimos, então, com os

olhos e os ouvidos dessa forma.

TEORIA DA PERCEPÇÃO DIRETA

Esta teoria afi rma que as infl uências exteriores não

desempenham qualquer papel nos fenômenos, e sim, que

somos nós mesmos que percebemos as cenas distantes

mediante o processo de autoprojeção.

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O Poder da Mente

Entretanto, se o sensitivo está ausente, vendo a cena

distante, como pode também estar presente animando seu

corpo e falando tal como sucede em muitos casos?

No começo de seu desenvolvimento, a maioria dos

sensitivos vê formas e fi guras preferencialmente a outro

tipo de fenômenos, e pergunta-se a que se devem as visões.

Existem sensitivos que ouvem com mais facilidade do que

vêem, mas esta é a exceção, não a regra.

POR QUE E COMO VEMOS NA CLARIVIDÊNCIA?

A explicação possível é a seguinte: o ser humano

utiliza os olhos mais do que qualquer outro órgão dos

sentidos. Nossa consciência ativa está mais ligada à

visão do que aos outros sentidos. Os centros visuais do

cérebro são empregados mais do que os outros, fato que

fi ca demonstrado pelos sonhos, nos quais vemos fi guras

e raramente ouvimos palavras.

Nossa memória, com efeito, também se compõe

de símbolos visuais. Se pensamos numa pessoa, nós re-

produzimo-na visualmente diante de nós, razão pela qual

ela se converte numa imagem memorizada.

Como essas regiões da mente e do cérebro são

muito ativas, basta um desenvolvimento especial desta

faculdade para conseguirmos ver objetos e fi guras na

clarividência.

É necessário apenas cuidar dessa faculdade mental

um pouco além do habitual, para que ela ultrapasse os

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Roger Baum

limites dos sentidos físicos e desenvolva os correspondentes

órgãos sensoriais do espírito. A clarividência e outras facul-

dades psíquicas dependem, em muitos casos, da liberação

parcial do espírito e dos condicionamentos do corpo, e

oferecem aos correspondentes órgãos sensoriais psíquicos

os estímulos de um maior grau de sutileza e elevação.

Os exercícios a seguir ajudarão o leitor a desen-

volver a faculdade da clarividência, se já a possui de

modo latente.

EXERCÍCIOS DE DESENVOLVIMENTO

1. Sente-se numa cadeira cômoda, num local em

penumbra. Imagine-se diante de um tubo aberto em ambas

as extremidades. Uma das extremidades encaixa-se nos seus

olhos e a outra está voltada para o espaço infi nito.

Imagine que o tubo é oco e que lhe permite ver

perfeitamente através dele. Direcione o tubo para a casa

de algum amigo e, mentalmente, entre em algum dos apo-

sentos da casa e procure descobrir se há alguém presente.

Em caso afi rmativo, tente averiguar quem é a pessoa e

qual o seu aspecto. Anote cuidadosamente o que enxergar.

No dia seguinte, ou mais tarde, você poderá comprovar

até que ponto a visão foi correta.

2. Inicie da mesma forma que antes. Na outra

extremidade do tubo, supondo que ela se ache a uma

distância de cem metros, tente ver nitidamente o rosto

de um amigo. Procure divisar os traços do rosto, cada vez

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O Poder da Mente

mais nitidamente. Isto feito, atraia-o gradualmente até

você mediante a força da vontade, até que ele se encontre

a apenas um metro de distância. Então você conseguirá

distinguir perfeitamente todas as suas feições. O êxito

neste exercício indica um progresso signifi cativo na cla-

rividência. Você poderá começar a infl uir sobre outras

pessoas, a distância, ao mesmo tempo em que verá o rosto

delas diante de si.

Então é preciso desejar que a pessoa vista faça

algo. Se isto for praticado com insistência, sempre se

obtém êxito ao fi nal, sendo possível infl uir, sem a menor

dúvida, nos demais.

A POLARIZAÇÃO E COMO USÁ-LA

A capacidade de infl uenciar determinada pessoa

ou objeto distante chama-se “polarização”. O sensitivo

polariza uma passagem ou canal através da atmosfera até

o ponto desejado, canal este que facilita a comunicação

psíquica em ambas as direções.

Durante os experimentos, é muito importante

manter o objeto ou a pessoa na mente com toda a clareza

e concentrar-se nela. Caso contrário, todo o esforço malo-

grará. O sensitivo compreenderá que existe uma multidão

de correntes astrais em diversas direções, que tendem a

desintegrar as correntes formadas por ele. A menos que

as suas correntes sejam muito potentes, não conseguirão

superar as correntes astrais.

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Roger Baum

Durante as experiências, é necessário sempre ter

certeza – principalmente no início – de que a consciência

esteja concentrada no próprio corpo, não permitindo que

voe ao espaço juntamente com o pensamento. Somente

a vontade deve viajar, enquanto a consciência deve ser

mantida dentro do corpo físico. Caso contrário, podem

ocorrer alguns transtornos. É preciso sempre conservar

o ponto de partida ou centro focal.

A FÉ E A CRENÇA

No desenvolvimento da clarividência, é preciso

lembrar que a fé e a crença tendem a potencializar as

faculdades latentes, enquanto a incredulidade exerce efeito

contrário, impedindo qualquer tipo de desenvolvimento.

Este fenômeno ocorre em todas as atividades psíquicas.

A clarividência é uma faculdade que todos os seres

da espécie humana possuem, em diversos graus. Existem

indícios de que, a cada geração, o poder de clarividência

aumenta. Com o tempo, indiscutivelmente, todos seremos

clarividentes com a mesma facilidade com que atualmente

vemos com os olhos físicos.

Na verdade, a posse de fortes intuições e sentimen-

tos, ou a sensação de compreender as emoções alheias, por

exemplo, são apenas cintilações efêmeras de clarividência

sem desenvolvimento, que permitem pesquisar a mente

da pessoa com a qual se está conversando.

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O Poder da Mente

OS FATORES DE DESENVOLVIMENTO DA CLARIVIDÊNCIA

A concentração é um fator importante para o

cultivo da clarividência. É preciso adestrar a mente para

pensar em determinado objeto durante vários minutos

sem descanso e sem permitir que outro pensamento

penetre na consciência.

É necessário praticar a contemplação de um

objeto até que seja possível fazê-lo durante dois ou três

minutos, sem pestanejar nem se cansar. É preciso culti-

var os exercícios de respiração profunda e, na inspiração,

conscientizar-se de que se está inalando a energia vital

do Universo. Da mesma forma, cada vez que expiramos,

eliminamos as infl uências negativas que podem ter pe-

netrado no nosso corpo.

Outro fator importante para o desenvolvimento da

clarividência é a visualização. É preciso adotar o costume

de invocar mentalmente um rosto ou uma cena vistos

pela primeira vez, tentando recordar cada detalhe, com

nitidez cada vez maior, até poder divisar tudo mental-

mente. Então, é preciso tentar a projeção do rosto ou da

cena no espaço, como se os víssemos fora do corpo, como

entidades reais e não imaginadas.

Para obter a clarividência muito, ajudam as ex-

periências com bola de cristal e outros métodos adivi-

nhatórios.

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Roger Baum

COMO DISTINGUIR O VERDADEIRO DO FALSO

O estudante sempre formula esta pergunta: “Como

posso distinguir o real do irreal, o verdadeiro do falso, as

visões das alucinações?”.

Especialmente para o estudante, é extremamente

difícil, pois só com a prática se adquire habilidade su-

fi ciente para discernir. Por isso, no início da autêntica

clarividência só se podem aceitar visões e fi guras apa-

recidas mediante experiências, e ver se conduzem a um

grau defi nido de progresso.

Para concluir, algumas palavras a respeito das

teorias sobre clarividência:

Todas as teorias já enunciadas sobre a clarividência

possuem um fundo de verdade. Em casos particulares,

todas são exatas, embora nenhuma seja capaz de explicar

todos os tipos de clarividência. A teoria da infl uência

espiritual é válida em alguns casos, em outros, é a da

clarividência direta teoria, e assim sucessivamente.

A SOLUÇÃO DO MISTÉRIO

Com relação à difi culdade de um clarividente

animar seu corpo e falar por meio dele, achando-se

psiquicamente em outro lugar, onde também se mostra

ativo psiquicamente, isto pode ser explicado pela supo-

sição de que só uma parte de seu Eu psíquico fi ca com o

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O Poder da Mente

corpo, enquanto a parte mais ativa de seu espírito realiza

a viagem ou a excursão, permanecendo ligada ao corpo

físico por meio de um cordão.

Às vezes esta conexão é chamada de “fi o de prata;”

ela constitui o canal de comunicação entre o espírito e

o corpo, já que o espírito não pode regressar ao corpo

se o referido fi o se romper, condição em que ocorre a

“morte” do corpo. Estes acidentes são muito raros, mas

já aconteceram.

Na clarividência, a conexão continua intacta e a

comunicação entre o corpo e o espírito se produz através

do referido cordão, permanecendo a consciência ativa ani-

mando o corpo, enquanto a visão clarividente tem lugar

através do telescópio mencionado anteriormente.

Nestes casos não existe a menor difi culdade para

entender o que se vê, embora este tipo de clarividência

não seja tão sofi sticado como o anterior, em que o Eu

psíquico abandona o corpo e empreende uma viagem

ou excursão por si mesmo, conhecida como “viagem ou

projeção astral”.

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OS SONHOS

Geralmente, os sonhos acontecem durante o sono.

Não obstante, existe uma forma especial de imagi-

nar cenas, que pode ocorrer na vigília. A isto se chama de

“sonhar de olhos abertos”, ou “sonhar acordado”.

Falando, porém, dos sonhos comuns, é necessário

esclarecer algo a respeito da sua natureza e dos seus fe-

nômenos. Passamos quase um terço da vida dormindo,

razão pela qual se trata de um conhecimento extrema-

mente importante.

O QUE É DORMIR?

Diversas teorias foram formuladas para explicar a

necessidade de dormir, embora nenhuma tenha sido plena

e satisfatoriamente aceita. Existe a teoria química, que supõe

que o ato de dormir sirva para eliminar do corpo as substân-

cias tóxicas que se formaram no cérebro durante o dia.

Outros sugerem que o sono seja devido a certas

condições especiais da circulação sangüínea do cérebro.

Há ainda os que crêem que o sono deve ser explicado pela

ação de certas glândulas, enquanto para outros ele se deve

ao relaxamento muscular. Alguns poucos defendem que

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O Poder da Mente

a falta de estímulos externos é condição sufi ciente para

o sono profundo.

Entretanto, essas teorias não servem para explicar

os fatos. Com isso, chegamos à conclusão de que é quase

impossível achar uma teoria realmente verdadeira sobre o

ato de dormir, a menos que se admita a presença de uma

força vital e a existência de um espírito humano individual,

que se retira mais ou menos completamente do corpo du-

rante as horas em que este dorme e obtém revigoramento

e nutrição espiritual ou astral durante o repouso físico.

OS SETE SONHOS MAIS COMUNS

Existem sete tipos de sonhos que todas as pessoas

experimentam alguma vez na vida. São eles:

– Estar caindo.

– Voar.

– Estar trajado inadequadamente.

– Não poder fugir de algum animal ou pessoa

ruim, que o persegue.

– Sentir-se arrastado irresistivelmente para um

local perigoso.

– Ter um desejo realizado.

– Ter de viajar e não conseguir encher a mala

ou algo semelhante.

Alguns desses sonhos podem ser explicados de um

modo, e outros de outro, mas, generalizando, pode-se afi r-

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Roger Baum

mar que todos os sonhos comuns, como os que acabamos

de mencionar, têm as seguintes causas:

– Estímulos físicos;

– Associação mental inconsciente;

– Imaginação inconsciente.

Deixando de lado o terreno subconsciente, existe

outro, o “supraconsciente”, embora os psicólogos moder-

nos ortodoxos ainda não tenham reconhecido isto.

AS CAUSAS DOS SONHOS

Assim, os estímulos físicos dão origem aos sonhos.

A associação produz muitos sonhos do seguinte modo:

uma idéia ou objetivo da mente traz consigo outro rela-

cionado com o anterior, e todo o armazém mental une-se

em diversas associações, motivo pelo qual os sonhos são

muito mais variados que nossas associações conscientes.

Fora isso, o chamado fator “imaginação” amplia-se muito

porque a mente lógica e consciente permanece adormeci-

da em grande parte, o que origina os vôos da imaginação,

aceitos durante o sonho como algo possível e lógico.

A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

Em função disso, nada nos parece absurdo quando

sonhamos, por mais ridícula que seja a situação, pois

jamais a consideramos como tal até estarmos despertos

e refl etirmos sobre o que sonhamos.

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O Poder da Mente

A miscelânea curiosa de idéias que compõe a maioria

dos sonhos apresenta uma assombrosa semelhança com

os arroubos do delírio e da loucura. Muitos cientistas

escreveram obras em que assinalam a grande semelhança

entre os sonhos e as extravagâncias da loucura.

A característica principal de quase todos os sonhos

é seu simbolismo. De todas as experiências humanas, os

sonhos são as mais simbólicas. Representam os desejos,

os anseios, as emoções, os pensamentos, que enchem o

subconsciente e que se associam formando o que conhe-

cemos como “complexos”.

Também existem os “sonhos recorrentes”, isto é, os

que se repetem sistematicamente. Estes, na maioria das

vezes, devem-se a causas mais complicadas e obscuras

que as dos sonhos comuns.

OS CASOS DE POLTERGEIST

O poder mental manifesta-se realmente nos casos

de poltergeist (termo alemão que signifi ca “espírito

brincalhão”). Trata-se de certos fenômenos nos quais

se vê uma clara ação de PK ou psicocinese, cujo agente

costuma ser uma criança ou, no máximo, um adolescente,

sempre presente no local dos fenômenos.

Nos casos de poltergeist é freqüente ver objetos e

móveis não muito pesados serem deslocados, vidros serem

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quebrados, oscilações da corrente elétrica e outros fatos

aparentemente inexplicáveis.

Em quase todos os casos, a ação é totalmente in-

consciente, já que o sujeito somente presencia os fenômenos,

sem se dar conta de que são provocados por ele. Quando a

pessoa muda de lugar, os fenômenos cessam. Em algumas

ocasiões, os fenômenos acompanham-na, ou seja, passam a

ocorrer no lugar para onde a pessoa se deslocou.

Na realidade, pode-se falar em crises, produzidas

de forma irregular e descontrolada, com períodos em que

“a intensidade do fenômeno chega a um ponto culminan-

te, para decair gradualmente e não aparecer até a próxima

crise, tempos depois”.

Esta fenomenologia consta de diversos elementos:

– Inconsciência dos atos;

– Ação sobre diferentes tipos de materiais;

– Recepção de energia de diferente magnitude;

– Ação inteligente.

O ESTUDO DO POLTERGEIST

Atualmente, não há dúvidas que o poltergeist se

deve ao poder da mente exercido pelo sujeito sobre os ob-

jetos que se movem, muitas vezes violentamente (também

portas e janelas podem abrir e fechar estrepitosamente,

sem que haja nenhuma corrente de ar para justifi car o

movimento).

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O Poder da Mente

Dedicaram-se ao estudo do poltergeist muitos parap-

sicólogos, entre os quais se destacam os norte-americanos

Pratt e Roll, o inglês George Owen e alguns outros.

Seja como for, o estudo desses fenômenos é

complexo e muito difícil, já que são muito raros os casos

estudados completamente, desde o começo até o fi m.

As causas normais acabam por ser eliminadas,

atribuindo-se sua origem a causas desconhecidas. Não

obstante, observou-se que os fatos giram sempre em torno

de uma pessoa de caráter instável.

Infelizmente, em muitas ocasiões, os cientistas

que estudam estes casos são obrigados a contentar-se

em ser apenas testemunhas dos efeitos ou escutar outras

testemunhas dos fatos. Conseqüentemente, é quase

impossível que haja observação direta dos fenômenos

desde o princípio. Às vezes, nem durante a ocorrência,

propriamente.

Algumas pessoas atribuem a produção dos fenô-

menos poltergeist não ao poder mental de um sujeito físico,

mas a espíritos brincalhões e maliciosos que nos rodeiam,

a fi m de chamar nossa atenção ou nos assustar. Entretanto,

atualmente esta teoria caiu em descrédito.

Seja como for, os fatos são autênticos e ninguém

pode negá-los, mesmo desconhecendo as suas verdadeiras

causas. O poltergeist, em suma, pode ser defi nido como

manifestação externa e extrema da capacidade mental,

causada por um agente que sofre de grande desequilíbrio

emocional, manifestando o seu problema desta forma.

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Roger Baum

Uma criança que pense que seus pais não lhe dão

a devida atenção pode recorrer, inconscientemente, à

produção de fatos poltergeist só para exprimir seu desgosto

e para atrair o interesse sobre si.

UM CASO DE POLTERGEIST

É famoso, entre os muitos casos de poltergeist

estudados por cientistas e parapsicólogos, o ocorrido em

1972, na cidadezinha alemã de Scherfede. O já citado

Hans Bender foi incumbido de estudar o fenômeno.

O fato começou na casa de um magistrado do distri-

to. O referido magistrado informou que um dia apareceram,

de forma inexplicável, várias poças de água em diversas

partes da casa. Avisados, os encanadores não acharam

nenhuma avaria ou infi ltração nos encanamentos.

Semanas mais tarde, apareceram manchas de

umidade no teto e nas paredes, motivo pelo qual os en-

canadores voltaram a examinar cuidadosamente a casa

toda. Informaram que a causa devia ser externa, pois não

havia nenhum encanamento furado.

Outro dia, estando a família reunida, ouviram

água cair no chão no quarto contíguo. Correram para lá

e viram várias poças de água. Depois, estando os enca-

nadores mais uma vez na casa, ouviram gritos de socorro

na casa ao lado, onde um grande jorro de água caía do

pavimento superior, escada abaixo, até a sala. Alguns

vizinhos acudiram, conseguindo tirar a água com baldes

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O Poder da Mente

e secando tudo com toalhas e panos. A origem da água

permanecia totalmente desconhecida.

Os fatos ocorreram também em outras casas, durante três dias. Os encanadores cortaram a água, mas as poças continuaram aparecendo. Finalmente, pegaram uma amostra da água e submeteram-na a análise, que revelou tratar-se de água corrente da cidadezinha, talvez procedente diretamente dos encanamentos ou da calefação (a Alemanha é um país frio, motivo pelo qual os encanamentos para aquecimento são parte habitual das construções).

Naqueles dias, a fi lha menor do magistrado tinha sido repreendida pelos pais de algumas de suas amigas. Eles alegavam que a menina, ao sair, do banheiro de suas casas sempre deixava o chão todo molhado e com manchas nas paredes.

Não obstante, durante os três dias dos acontecimen-tos, ela não esteve nas casas.

Tentou-se realizar uma bateria de testes para estudar a personalidade da menina e saber se ela sofria de problemas emocionais, condição presente em quase todos os casos de poltergeist, mas a menina não consentiu em ser examinada.

Neste caso, quando os parapsicólogos chegaram, os fatos já tinham terminado, razão pela qual Bender teve de se conformar com as narrações das testemunhas e com as observações diretas de fotografi as das poças de água e das

manchas de umidade deixadas pela água.

Será que a fi lha do magistrado era o agente?

Jamais se saberá a resposta, mas os fatos e as fotos

estão aí, dando um testemunho incontestável.