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RODRIGO DANÚBIO QUEIROZ MIRCEA ELIADE E A EXPERIÊNCIA DO ESPAÇO E DO TEMPO NO SAGRADO E NO PROFANO

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RODRIGO DANÚBIO QUEIROZ

MIRCEA ELIADE E A EXPERIÊNCIA DO ESPAÇO E DO

TEMPO NO SAGRADO E NO PROFANO

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A memória de meu pai Manoel Queiroz Netto.

A minha filha Sophia.

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―Quando o homem, pela primeira vez, ergueu os olhos

para o céu, não foi para satisfazer a uma curiosidade

meramente intelectual. O que realmente buscava no céu

era seu próprio reflexo e a ordem do seu universo

humano.‖

Ernst Cassirer

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................5

2 MIRCEA ELIADE, UM ESBOÇO

BIOGRÁFICO..............................................9

3 A DUALIDADE

SAGRADO/PROFANO..............................19

4 O HOMEM RELIGIOSO E O HOMEM

PROFANO..................................................24

5 A CONCEPÇÃO DO ESPAÇO .................32

6 A CONCEPÇÃO DO TEMPO...................53

7 A CAMUFLAGEM DO TEMPO SAGRADO DO

MITO NO MUNDO

MODERNO.................................................72

8 CONCLUSÃO............................................85

9 REFERÊNCIAS................................................90

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1. INTRODUÇÃO

O homem moderno é possuidor de um novo modo de ser

diferente daqueles que foram seus ancestrais, os homens

primitivos. Está oposição se encontra principalmente pela

forma de percepção da realidade, isto é, de como o ser

humano compreende o mundo em sua volta. Para o

homem primitivo a realidade tem seu inicio a partir do

surgimento de um ser supra-humano. Este ser, ou seres, é

o principio de todas as coisas criadas no mundo, ou seja,

não há possibilidade de conceber uma realidade senão a

partir de seres míticos que foram responsáveis pela origem

de toda a realidade. O universo existencial do mundo

arcaico conservou-se através dos mitos, dos símbolos e

costumes que, mesmo com transformações no decorrer do

tempo, deixam ver ainda claramente o seu sentido. Dessa

forma, compreendemos que o homem primitivo se

comportava como mais uma criatura que fazia parte do

cosmos ordenado por seres sobrenaturais. Percebe-se

então que as experiências de Espaço e de Tempo são

primordiais para o homem primitivo manter-se em contato

com o universo sagrado. O filósofo romeno Mircea Eliade

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nomeou esse modo de viver como homo religiosus. Por

outro lado, encontramos o homem moderno, ou não-

religioso, que fundamenta sua existência em sua própria

razão. Quer dizer, este homem não-religioso procura

estabelecer sua existência dessacralizando, sempre que

necessário, sua realidade. Em outras palavras, na tentativa

de compreender o mundo pelo meio racional o homem

moderno se esforça em negar as superstições de seus

antepassados. Porém, se o homem a-religioso colocou-se

em posição de se esvaziar das referências existenciais de

seus antepassados, significa dizer que se reconhece ainda

sobreviver raízes do homem religioso no mundo moderno.

Partindo da consideração de que existem dois modos de

existir no mundo, o que nos interessa aqui é analisar como

Mircea Eliade apresenta sua compreensão de Espaço e de

Tempo na experiência existencial do homo religiosus em

contraposição ao homem não-religioso. Como já

observamos o Espaço e o Tempo é de vital importância

para compreensão do modo de ser religioso. Assim, o

presente trabalho se propõe a pensar estas experiências a

partir das seguintes questões: Como é o modo de ser

religioso e o modo de ser não-religioso? O que é o sagrado

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e o profano? Como o homem primitivo vivencia o Espaço

e o Tempo e que importância essas concepções implicam?

O homem moderno se posiciona no Espaço e no Tempo

semelhantemente aos seus antepassados? O Espaço e o

Tempo são, por natureza, reversíveis? De que maneira o

homem religioso se esforça para manter-se o máximo de

tempo possível num universo sagrado e,

conseqüentemente, como se apresenta sua experiência

total de vida? Qual é a função do mito na vida do homem

religioso? Se o homem moderno se esforçou e continua a

se esforçar em dessacralizar o mundo, existe ainda a

possibilidade de se perceber o sagrado? Se sim, o sagrado

se manifesta ou se camufla na vida do homem não-

religioso? Como isto ocorre?

Estas questões revelam a necessidade de entender e

conhecer as situações assumidas pelo homem religioso, na

tentativa de compreender outras formas de perceber o

mundo, pois este transforma a sua vida num ritual. Será

que a razão, isto é, a ciência, realmente dá conta de

explicar o mundo? Segundo Eliade, as grandes crises do

homem moderno têm, mesmo que bem dissimulado, uma

crise religiosa. Tal crise se dá na medida em que o homem

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moderno se lança no mundo sem consciência de seu

sentido de existir nesse mundo. Embora a maior parte das

situações assumidas pelo homo religiosus das sociedades

primitivas e das civilizações arcaicas foram sendo

ultrapassados pela história, ainda permanecem vestígios de

suas modalidades de ser que contribuíram para que

tornássemos aquilo que somos hoje, fazem parte, portanto,

de nossa história. ―Se estamos impossibilitados de reviver

tais experiências, pelo menos podemos imaginar a sua

repercussão na vida dos que por elas passaram. Uma vez

que o Cosmo era uma hierofania e a existência humana

estava sacralizada [...]‖. (ELIADE, 1979, p.109) Que

raízes são essas? Nosso ponto de partida para reflexão

dessas questões se fundamenta nas pesquisas de Mircea

Eliade. Como veremos adiante em sua biografia, ele

dedicou a sua vida acadêmica em compreender a

existência do sagrado e da vida religiosa sempre a partir

de uma leitura fenomenológica.

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2. MIRCEA ELIADE, UM ESBOÇO BIOGRÁFICO

Mircea Eliade nasceu em 09 de março de 1907 em

Bucareste, capital e maior cidade da Romênia. Considera-

se, como ele mesmo afirma1, uma síntese cultural de dois

principados que faziam parte do reino de seu país, a saber,

Moldávia e Olténia. De seu pai, que era militar e nascido

na Moldávia, herdou a melancolia, o interesse pela

Filosofia, pela poesia e certa passividade perante a vida.

Por parte de mãe que era olténia, adquiriu uma energia que

o deixava inquieto. Nascido em um lar católico ortodoxo e

considerado burguês, aos treze anos de idade já obtinha

autorizações dos pais para fazer pequenas viagens, gosto

este que o acompanhou por toda a sua carreira de

pesquisador das religiões. Outro prazer que o acompanhou

desde jovem foi o da escrita, Mircea publicou seu primeiro

artigo aos treze anos de idade intitulado: “Como descobri

a pedra filosofal”. Tratava-se de um pequeno conto

cientifico que foi apresentado para um concurso aberto

entre todos os liceus da Romênia, Eliade ganhou o prêmio

em primeiro lugar. Desde jovem tornou-se poliglota,

aprendendo o italiano, inglês, francês e alemão. Mais

1 Cf. ELIADE, 1987, p. 12

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tardiamente aprendeu o hebraico, o sânscrito e o pársi

(idioma falado no oriente médio de origem Persa).

Em outubro de 1925 inscreve – se na faculdade de letras e

de Filosofia da universidade de Bucareste. Neste período a

Romênia se encontrava numa atmosfera intelectual de

liberdade e descobertas de suas próprias raízes culturais

como também de culturas diferentes. Neste contexto,

Eliade se interessou pela alquimia e principalmente pelo

orientalismo. Seu interesse se deu na tentativa de buscar

outras formas de explicar o homem europeu além do

pensamento de Kant, Hegel e Nietzsche. Isto é, Eliade

percebia a necessidade de resgatar a importância de raízes

esquecidas pelo homem moderno. Como ele mesmo

afirma; ―Sentia que não podemos compreender o destino

humano e o modo especifico de ser do homem no universo

sem se conhecer as fases arcaicas da experiência‖.

(ELIADE, 1987, p.20)

No ano de 1928 Mircea Eliade viaja à Roma para

participar de um seminário e trabalhar sua tese “A

Filosofia Italiana de Marsílio Ficino a Giordano Bruno”.

Na sua visita a biblioteca descobre o primeiro volume da

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―Historie de La Philosophie indienne” de autoria do

professor Surendranath Dasgupta. Mircea se interessa

bastante pelo assunto e escreve duas cartas para a Índia.

Uma endereçada ao professor Dasgupta comunicando o

desejo de trabalhar sob sua orientação na Universidade de

Calcutá estudando o sânscrito e a Filosofia indiana e outra

carta para o então mecena de Dasgupta, o maharaja

Manindra Chandra Nandy de Kassimbazar solicitando a

oportunidade de um apoio financeiro para seus estudos em

Calcutá. Os resultados destas cartas foram positivos, ou

seja, ambos aceitando e apoiando seu pedido. Assim, logo

após a defesa de sua tese de licenciatura em 1929, Mircea

embarca em sua jornada para Índia ao encontro do

professor Dasgupta, em busca do conhecimento indiano.

Na Índia, Eliade sob orientação de Dasgupta estudou

profundamente e ―existencialmente‖ a cultura indiana.

Além disso, fez questão de apreender a praticar o ioga.

Sem perder, contudo, a sua forma de conceber o mundo

ocidental (Weltanschauung). No período em que ficou nas

Índias (1929-1931) Eliade aprendeu através do Sâmkhya2

2 Sâmkhya é o sistema filosófico indiano que foi desenvolvido

concomitantemente com o ioga. A palavra significa "Enumeração" ou

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e no ioga que o homem, o universo e a vida não são

produtos da ilusão. Ao contrário, a vida é real, o mundo é

real e se pode conquistar o mundo e dominar a vida. Isto

ocorre quando a vida é alterada por uma experiência de

santificação. O filósofo romeno aprendeu também a

importância dos símbolos, isto é, a representação de

imagens que significam algo de sagrado capaz de revelar

os valores do mundo espiritual. Descobriu o chamado

―homem neolítico‖, ou seja, o homem que ainda possui

traços de civilizações arcaicas, fundadas sobre a

agricultura marcadas por vestígios religiosos e culturais

que servem como ferramentas para se compreender no

mundo. O homem arcaico, segundo o pensador romeno, é

aquele que se percebe como um organismo vivo que faz

parte do ciclo da natureza, homem que encara a vida como

um movimento cíclico natural e ao mesmo tempo

espiritual onde ele nasce, envelhece, morre e volta a

ressurgir.

No mês janeiro de 1931, Mircea Eliade deixa Calcutá e

volta para sua terra natal a pedido de seu pai para se

"Conta". Muito antigo, desenvolveu uma psicologia e ontologia

sofisticada, que é a base do sádhana ou prática do ioga.

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apresentar ao exercito romeno onde presta serviço militar

no 1º regimento de artilharia antiaérea, em Bucareste. No

ano de 1933 obtém o doutorado em Filosofia ao apresentar

sua tese intitulada ―Yoga: Essai sur les origines de la

mystique Indienne” (Ioga: ensaio sobre a origem do

misticismo indiano), é nomeado assistente do professor

Näe Ionescu e abre seu curso sobre o ―Problema do mal na

Filosofia indiana‖. Até 1940, Eliade oferece vários cursos

na área da Filosofia da Religião até ser nomeado no

mesmo ano como adido cultural junto da delegação da

Romênia em Londres. Entretanto, em 1941, devido ao

consentimento romeno de liberar a entrada de tropas

nazistas em seu território Mircea é transferido para Lisboa

para exercer a mesma função antes designada. Durante

este período ocorreram multiplicações dos fascismos, a

queda do regime nacional-socialismo na Alemanha e na

Romênia instaurou-se o regime comunista. Essas

alterações políticas, principalmente em seu país natal -

pois Eliade era contra o regime implantado na Romênia –

fizeram com que o ―pesquisador dos mitos‖ optasse não

mais em voltar ao seu país de origem, mas em querer

―salvar‖ a herança cultural romena.

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Assim, eu escolhi o modelo dos profetas.

Politicamente, não havia aí solução, nesse

instante: apenas mais tarde. Aquilo que

era importante, para mim como para todos

os emigrantes romenos, era saber como

salva a nossa herança cultural, como

continuar a criar no seio desta crise

histórica. (ELIADE , 1987, p.63)

Mircea muda-se para França, agora não mais como adido

cultural, em 1945 após a morte de sua primeira esposa

Nina Mares após onze anos de casamento. É convidado

pelo professor Dumézil3 a dar cursos livres na École dês

Hautes Études. Neste período a Romênia entra num

processo político e histórico que não agrada Eliade. A

partir daí, ele passa a encarar sua ausência da pátria como

período de exílio. Experiência esta que o próprio

considerou como um processo de iniciação. Encontra na

França alguns amigos de Bucareste, Emil Cioran, Eugene

Ionescu, Nicolas Herescu e Stephanie Lupasco. Em

outubro de 1948 funda a revista Lucearfarul (A estrela do

amanhãl, revista dedicada a publicar trabalhos de

escritores romenos no exílio. Em 1950 casa com Christinel

3 George Dumézil, antropólogo e filólogo francês nascido em 1898,

em Paris, e falecido em 1986, na mesma cidade. Seu trabalho é

reconhecido pela criação de uma nova abordagem na ciência da

mitologia comparada, com base num quadro teórico inspirado na obra

do sociólogo francês Émile Durkheim.

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Cottesco e viaja para a Itália para fazer conferências à

convite da Universidade de Roma. Neste mesmo ano

participa da primeira conferência Eranos4 em Ascona,

Suíça, onde se encontra com pensadores renomados como

Jung, van de Leeuw e Louis Massignon. Mircea Eliade

sempre se considerou, por ser romeno, herdeiro de uma

cultura situada em dois universos opostos, a saber:

ocidente-oriente, que implica no confronto de tradicional-

moderno, mística-religião e contemplação ao espírito

crítico. E, embora considerado um exilado, nunca esteve

tão longe de sua pátria mãe, pois para ele pátria é ―a língua

que falo com ela (esposa) e com os meus amigos, mas

acima de tudo com ela; a língua em que sonho e com que

escrevi o meu diário‖. E acrescenta:

Mas não existe nem contradição nem

tensão entre o mundo e a pátria. Não

importa onde, há sempre um centro do

4 Eranos é a designação dada a um grupo intelectual de pensadores

dedicados aos estudos da espiritualidade. Seus encontros ocorreram a

partir de 1933 na Suíça. Este nome é derivação da palavra grega que

significa banquete, onde não existiria um anfitrião a prover os

convidados, mas onde todos contribuiriam com sua comida. O grupo

de Eranos foi fundado por pela inglesa estudiosa do espiritualismo

Olga Froebe-Kapteyn em 1933, e as conferências deste grupo

ocorreram anualmente em sua propriedade desde então - às margens

do Lago Maggiore, próximo a Ascona na Suíça. O filósofo e teólogo

alemão Rudolf Otto também participou deste grupo.