rodovias&vias edição 57

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RODOVIAS&VIAS

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RODOVIAS&VIAS

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editorialAno 12 - Edio 57 - Setembro/2011Distribuio dirigida e a assinantes

Uma publicao da Rodovias Editora e Publicaes Ltda. CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05 Rua Professor Joo Doetzer, 280 Jardim das Amricas - 81540-190 - Curitiba/PR (41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br [email protected] - Grfica Capital tiragem - 30 mil exemplares A tiragem desta edio de 30 mil exemplares comprovada pela BDO Auditores Independentes.

Diretoria-Geral Dagoberto Rupp

[email protected]

ONU, SEGURANA AREA E PORTOSste ms de setembro especialmente importante para ns, brasileiros. Pela primeira vez, uma mulher inaugurou o debate anual da Assembleia Geral da ONU. Ficou a cargo da nossa Presidente da Repblica, a Excelentssima Sra. Dilma Rousseff, em Nova Iorque, a tarefa que foi do diplomata Oswaldo Aranha na 1.a Sesso Especial da Assembleia, em 1947. Com um discurso contundente, Dilma pediu pela adeso do Estado palestino como membro pleno da organizao. Para ela, esse reconhecimento ajudar a obter uma paz duradoura no Oriente Mdio, e assinalou que apenas uma Palestina livre e soberana poder atender aos pedidos de Israel por segurana. Por falar em segurana mundial, setembro ms de alerta para os americanos, que no dia 11 lembram o maior atentado terrorista da histria. O que poucos brasileiros sabem que tambm em um ms de setembro, em 1988, um avio foi sequestrado, quando seguia de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, para um objetivo parecido. Frustrado com a situao do pas, um desempregado pretendia jogar o avio contra o Palcio do Planalto e matar o ento Presidente, Jos Sarney. Relembramos essa histria em uma matria especial desta edio. Muito vivo, Sarney hoje assiste do Senado Federal a uma revoluo que bem poderia ter acontecido em seu governo. Ao longo dos 8,5 mil km da costa brasileira, circulam os navios que transportam nada menos que 90% das nossas exportaes. Conversamos com especialistas, autoridades do setor e visitamos diversos portos em todo o Brasil para nossa reportagem de capa, que voc tem agora em mos. Boa leitura. Central de Jornalismo

eDitor-chefe Davi Etelvino (SC 02288 JP)[email protected]

[email protected]

relaes de mercado Joo Rodrigo Bilhan

E

conselho eDitorial Dagoberto Rupp Joo Rodrigo Bilhan Carlos Marassi

[email protected] [email protected] [email protected]

financeiro Jaqueline KaratchukadministratiVo Paula Santos

[email protected]

Paulo Roberto Luz

[email protected]

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Mnica Cardoso

Joo Claudio Rupp

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Joo Augusto Marassi

[email protected]

comercial (Dec) Paulo Roberto Luz Joo Claudio Rupp

Fbio Eduardo C. de [email protected]

[email protected]

Edemar Gregorio

[email protected]

[email protected]

Leandro Dvorak

[email protected]

central de jornalismo Carlos [email protected]

Joo Augusto Marassi Rodrigo M. Nardon

[email protected] [email protected]

Davi Etelvino

[email protected]

Leandro Dvorak

marketing e comunicao

[email protected]

Paulo Negreiros

[email protected]

Leonardo Pepi Santos

[email protected]

[email protected]

Leonilson Carvalho Gomes Estanis [email protected]

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auditoria e controller Marilene [email protected]

Paula Mayara

Marcelo Ferrari

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Oberti Pimentel

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logstica Juliano Grosco Juvino Grosco

Uir Lopes Fernandes

[email protected] [email protected]

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Dagoberto Rupp FilhoCarolina Gregrio

[email protected] [email protected]

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Marcelo C. de Almeida

Alexsandro Hekavei

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Projeto grfico e ilustraes [email protected]

Ricardo Adriano da Silva

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Alcio Luiz de Oliveira Filho

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reViso Karina Dias Occaso

atendimento e assinaturas Mari Iaciuk [email protected] Raquel Coutinho Kaseker [email protected] Clau Chastalo

Webdesign Fernando Beker Ronqueilustraes Marco Jacobsen

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[email protected] [email protected]

Ana Cristina Karpovicz Maria C. K. de [email protected]

colaboradores Carlos Guimares Filho

Maria Telma da C. Lima Paulo Fausto Rupp

[email protected] [email protected]

Janete Ramos da Silva

[email protected]

Artigos assinados no refletem necessariamente a opinio da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.

NDICEso paulo 24Governos federal e estadual selam acordo

Capa 32Portos do Brasil -- o setor que responsvel por 90% das exportaes

plaNejaMEnto 36 exclusIva9Plano Nacional de Logstica Porturia

dragageM 40Programa federal melhora o acesso aos terminais

EntrEVista 44Ministro dos Portos, Lenidas Cristino

so franCIsCo 47Um dos portos mais antigos do pas

so sEbastIo 48CId goMEs, goVerNaDor Do cear Vindo de famlia de polticos, Cid Gomes, que j foi consultor do BID nos EUA, conta com exclusividade como administrar pela segunda vez o estado do Cear Um porto em busca de eficincia

passageiros 50Investimento para navios cruzeiros

eM tEMpo No MErCado chargE InfopgiNa Na MEdIda

14 19 80 82 84

portugal 54Porto de Lisboa

ateNtado 58Em 1988, o Brasil viveu horas de terror

64 CEar 66Investimentos que valorizam o turismo

iMageM Do Ms 94

aquaplanagEM 72Perigo em dia de chuva

artIgo

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NegCIos 90Concrete Show 2011

cludio albuquerque, MBA PElA FUNDAO GEtUlIO vARGAS, FAlA SOBRE A OCUPAO DA FAIxA DE DOMNIO.

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nesta edio:

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portos

O transporte pelas guas do Brasil

so pauloDilma e Alckmin do as mos por So Paulo

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avIaoPiloto evita atentado contra o Palcio do Planalto

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eNgenharIaAlta velocidade e pista molhada podem resultar em aquaplanagem

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exclusiva

cid GOmES GOvERNAdOR dO cEaRFerreira Gomes em Sobral (norte em 27 de 1963. Cid filho depoltica jnasceuFerreiraIrmoMariado Cear),CiroFerreiraabril depai se O Jos Euclides e de Jos Santos Gomes, teve contato com a na infncia. mais novo de Gomes, viu o tornar Prefeito de Sobral na dcada de 1970. Presidiu o Centro Acadmico do Curso de Engenharia da Universidade Federal do Cear (UFC), onde se formou engenheiro civil. Aos 32 anos de idade, tornou-se o mais jovem Presidente da histria da Assembleia legislativa do Cear. Depois de dois mandatos como Prefeito da cidade Natal (reeleito em 2000), mudou-se para os Estados Unidos, onde foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento em 2005. No ano seguinte, de volta ao Brasil, disputou as eleies para Governador do Cear e venceu no primeiro turno, feito conquistado novamente quatro anos depois, quando foi reeleito governador.RODOVIAS&VIAS 9

Fotos: Joselito Silveira

exclusiva

rodovias&Vias: como o senhor, que um homem pblico por opo e engenheiro por formao, avalia a situao da infraestrutura de transportes do brasil? cid Gomes: O Brasil est crescendo em um ritmo acelerado, mas existe uma clara defasagem entre as necessidades do pas e a situao da infraestrutura de transportes. Esse gargalo formado compromete o crescimento brasileiro e exige aes urgentes. Atualmente, o Brasil corre contra essa defasagem e os resultados comeam a ser percebidos, como, por exemplo, o empenho do governo federal em modernizar e ampliar portos e os aeroportos para a Copa do Mundo de 2014, bem como buscar projetos inovadores que reduzam as distncias entre os es-

tados como o projeto do trem-bala e que sejam encontradas solues para a mobilidade urbana nas grandes cidades, como o financiamento de vlts e metrs. como est a relao com a prefeitura de Fortaleza para preparar a cidade para a copa do Mundo? Estamos trabalhando em parceria. Conforme o programa previsto pela Fifa, cabem ao governo do estado as obras de reforma, ampliao e modernizao do Estdio Castelo e duas estaes do metr de Fortaleza e a linha Parangaba-Mucuripe, tambm do metr. Na primeira ao, o estdio j apresenta 40% de suas obras concludas e a concluso est prevista para dezembro de 2012, o que torna

Vale ressaltar que o Castelo a niCa arena do nordeste que pode sediar uma partida de semifinal da Copa de 2014, por ter capacidade acima de 67 mil pessoas.

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existe a neCessidade de busCarmos parCerias junto ao governo federal e tambm junto a instituies financeiras internacionais, como o banco interamericano de desenVolVimento (bid). Creio que estamos no Caminho Certo, mas sempre preCiso avanar mais.

o Cear apto para ser uma das sedes da Copa das Confederaes. vale ressaltar que o Castelo a nica arena do Nordeste que pode sediar uma partida de semifinal da Copa de 2014, por ter capacidade acima de 67 mil pessoas, quando o mnimo exigido 60 mil. Quanto s aes de mobilidade urbana, os projetos esto concludos e at o fim do ano acontecero os processos licitatrios. qual a participao do estado no porto do Pecm? A Companhia de Integrao Porturia do Cear (Cearportos) uma empresa de economia mista do governo do estado do Cear. Atualmente, o porto do Pecm um dos principais do Brasil. No perodo de janeiro a agosto deste ano, o porto movimentou 2,095 milhes de toneladas, 20% acima do perodo correspondente de 2010. O porto do Pecm, segundo a Secex [Secretaria de Comrcio Exterior, rgo do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio], lder na movimentao de frutas, com participao de 31%; segundo

na exportao de calados e na movimentao de algodo; e terceiro em produtos siderrgicos. A participao do porto do Pecm dever crescer ainda mais. Em agosto passado, foi inaugurado o terminal de Mltiplas Utilidades (tMUt), que permitir quintuplicar a capacidade na movimentao de contineres. Percebemos um volume grande (centenas de milhes) investido em obras de transporte. os recursos disponveis so suficientes para o que o estado necessita? Obras de transporte so consideradas de grande custo, pelo prprio volume de recursos que necessitam, que incluem tambm desapropriaes, e por demandarem tempo em sua execuo, alm de, normalmente, causarem transtornos durante o perodo de obras. Mas quando concludas, as obras trazem desenvolvimento e qualidade de vida para a populao. Por isso,RODOVIAS&VIAS 11

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existe a necessidade de buscarmos parcerias junto ao governo federal e tambm junto a instituies financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Creio que estamos no caminho certo, mas sempre preciso avanar mais. como funciona o programa Proestradas 2011? O Proestradas tem o objetivo de melhorar a qualidade das rodovias estaduais que tenham sofrido com a quadra invernosa e com a sobrecarga de veculos que fugiram das ms condies das BRs. O prazo para a concluso de 100 dias. O Proestrada tem trs fases: a primeira destinada manuteno da trafegabilidade; a segunda voltada para a recuperao da rede viria, com servios mais complexos, como drenagens, recapeamentos e reconstruo de trechos maiores; e a terceira refere-se correo de trechos rodovirios concludos e que sofreram algum tipo de dano nessa fase no existe custo por parte do estado, j que os trechos ainda esto sob garantia das empresas. Neste ano, o programa recebeu R$ 73,7 milhes. as obras do metr de Fortaleza esto prximas de serem concludas. o senhor a favor de investir neste tipo de transporte e ampliar o sistema? Claro que sim. As grandes cidades tm enfrentado inmeros desafios no ordenamento de seu trnsito. A necessidade de se aumentar a oferta de transporte pblico de qualidade em substituio aos carros de passeio tem sido um dos objetivos de governo para desafogar as vias e melhorar a mobilidade urbana da populao. O primeiro trecho do metr de Fortaleza, a linha Sul, est perto de ser concludo. A linha Sul vai ligar o Centro de Fortaleza at o municpio de Pacatuba, na Regio Metropolitana. So 24 km de extenso em via dupla, sendo 18 km de superfcie, 3,8 km subterrneo e 2,2 km em elevado. A obra tem um investimento de R$ 1,705 bilho. Atualmente, cerca de 90% das obras civis da linha e das12 RODOVIAS&VIAS

estaes foram executadas. A previso que as obras civis sejam finalizadas at o fim deste ano. At o fim de 2012, devem ter incio o teste com passageiros e a operao comercial. Em 2013, sero feitos os ajustes finais. Alm disso, recuperamos a linha Oeste, que liga o Centro de Fortaleza ao municpio de Caucaia, na Regio Metropolitana, e estamos iniciando a licitao do ramal Parangaba-Mucuripe e a linha leste do metr de Fortaleza. As aes de modernizao no sistema de transporte tambm acontecem no interior do estado. Na regio do Cariri, implantamos o metr de superfcie que liga os municpios de Juazeiro do Norte ao Crato, com trens feitos inteiramente no interior cearense e que se transformou em referncia em mobilidade urbana, j que praticamente ressuscitou a indstria ferroviria nacional, que desde o fim dos anos 70 no produzia um vago. Alm disso, estamos tambm implantando o metr de Sobral, na regio norte do estado, e que est com obras bem avanadas.

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em tempo

otC brasil em outubroA Offshore technology Conference-Brazil (OtCB) ser realizada no Rio de Janeiro entre 4 e 6 de outubro. A conferncia estar centrada na tecnologia de explorao offshore e em guas profundas internacionais. O objetivo oferecer aos participantes e expositores um programa tcnico. A exposio promete abordagem dos mais recentes avanos tcnicos. Desafios e oportunidades para o setor de explorao offshore e em guas profundas e ultraprofundas, no Brasil e em regies internacionais, esto na pauta. OtC Brasil o primeiro evento OtC da Offshore technology Conference realizado fora dos Estados Unidos.

leilo da vaspA 1. vara de Falncia do Estado de So Paulo fez o leilo de peas dos avies-sucata da vasp que estavam no aeroporto de Congonhas, na capital paulista, e foram desmontados. O certame permitiu lances pela internet e presenciais, na Casa Portugal, em So Paulo. No total, foram 20 lotes, com quadros antigos, roupes de primeira classe nunca usados, uniformes de aeromoas e comandantes, maquetes de avies, brevs de comandantes, talheres e bons. O dinheiro arrecadado com o leilo ser destinado aos credores da companhia area, falida em 2008.14 RODOVIAS&VIASFoto: Clayton de Souza

em tEMpo

Em meio chuva e ao frio que atingiram a cidade de Porto Alegre, os gachos comemoraram a Revoluo Farroupilha, no dia 20 de setembro. Durante o tradicional desfile, eles pediram uma partilha dos royalties do pr-sal entre todos os estados brasileiros. Na ocasio, tambm foram distribudos pelo governo do estado panfletos com informaes sobre a partilha dos recursos do pr-sal, e alguns carros traziam a mensagem: O pr-sal para todos os brasileiros. A camada do pr-sal est localizada na altura dos estados do Esprito Santo, Rio de Janeiro, So Paulo, Paran e Santa Catarina.

reforma nos bondes de santa teresaO Detro vai financiar as obras de recuperao do Sistema de Bondes de Santa teresa, com o repasse de R$ 31 milhes para a Central. Este anncio foi feito por Rogrio Onofre, Presidente do Detro (Departamento de transportes Rodovirios) e interventor do Sistema de Bondes, nomeado este ms pelo Governador Srgio Cabral. Os primeiros R$ 20 milhes sero repassados at dezembro, e o restante, ao longo de 2012. A previso de que todo o servio de recuperao do Sistema de Bondes de Santa teresa esteja concludo em cerca de um ano.Foto: Carlos Magno

Foto: Caroline Bicocchi

Gachos querem os royalties do pr-sal

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em tEMpo

diVulGada nova data para its 2011O ItS 2011 (Itaja trade Summit) e o Frum NetMarinha, que precisaram ser adiados por causa das recentes inundaes em Itaja/SC, sero realizados nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2011 no Centreventos, conhecido como Pavilho da Marejada. A nova data foi definida em reunio com o Prefeito, Jandir Bellini, e a Secretria de turismo, Maria valdete Orci de Campos. O ItS 2011 reunir cerca de 60 expositores, dos setores de logstica, comrcio internacional e transportes, vindos de diferentes regies do Brasil e Mercosul. A quarta edio do evento tambm contar com frum de debates sobre temas relacionados aos segmentos e palestras, destinado a profissionais de empresas exportadoras, importadoras, prestadoras de servios e equipamentos. J possvel efetuar novas inscries no site . A participao na feira de negcios e no frum gratuita.ITS 2010.

Foto: Divulgao

marCo regulatrio para ferroViasPara o Especialista em Direito Empresarial e advogado da Estrada de Ferro Paran Oeste S.A. (Ferroeste), lincoln tadeu Cerkunvis, as novas normas do marco regulatrio, editadas pela Agncia Nacional de transportes terrestres (ANtt), direcionam por qual sistema trilhar o transporte ferrovirio no Brasil. Com regras mais claras e objetivas, a ANtt busca dar maior efetividade na prestao de transporte pblico ferrovirio ao redefinir os procedimentos sobre Direito de Passagem e trfego Mtuo, afirma lincoln. Segundo o especialista, as novas diretrizes tambm tornam mais fcil o acesso de novos usurios interessados em transportar seus produtos por meio do modal ferrovirio.

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Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

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marCo regulatrio para ferroVias iiOutro ponto importante para que as questes sejam devidamente praticadas tem a ver com metas de produo por trecho e com a segurana para prestao de servio pblico de transporte ferrovirio de cargas. lincoln Cerkunvis afirma que o formato conferido desestatizao das malhas ferrovirias no Brasil contribuiu para agravar a falta de compartilhamento da infraestrutura ferroviria entre as concessionrias, bem como de usurios desse transporte. Nesse aspecto, as normas editadas perfazem um nico objetivo: ajustar diferenas existentes para efetivar o uso compartilhado das estruturas das concessionrias, no intuito de viabilizar o transporte ferrovirio, enaltecendo a interdependncia entre as concessionrias, garante. lincoln afirma, ainda, que a incluso de regras mnimas e especficas a serem seguidas por concessionrias, usurios e operadores de transporte multimodal tornar essa modalidade mais eficiente e econmica.Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

asfalto.comEst no ar, desde o incio do ms, o site . Como o nome diz, a pgina traz tudo o que relativo ao material to usado na pavimentao em todo o mundo. Nela, de uma maneira simples e rpida, o usurio tem acesso a informaes do setor de pavimentao no pas, encontra um guia de empresas, instituies pblicas, entidades e profissionais atuantes na rea, assim como informaes tcnicas, notcias, produtos e servios.

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no mercado

O Brasil est entre os maiores fabricantes de nibus do mundo.Em 2 de julho de 1959, por sugesto do Sr. Fritz Weissmann, ento Diretor-Presidente da encarroadora de nibus Ciferal, da cidade do Rio de Janeiro, foi criada a Associao Nacional dos Fabricantes de nibus (Fabus), entidade que congrega os fabricantes de nibus no Brasil. As encarroadoras de nibus que compareceram, Ciferal Comrcio e Indstria S.A., Cia. Americana Industrial de nibus, Cia. Autocarrocerias Cermava, Carbrasa Carroarias Brasileiras S.A., Carrocerias vieira Com. e Ind. S.A., foram consideradas fundadoras da associao. Durante balano realizado em 2009, quando a entidade comemorou 50 anos, alguns nmeros mostraram a fora do setor no Brasil. Somado, o patrimnio das associadas Fabus ultrapassa R$ 1 bilho. A rea construda dos imveis chega a 393.000 m2. E o nmero de empregados, que em 2008 era de 24.172, cresceu para 25.799 no ano seguinte. As empresas fabricantes de carroarias para nibus no Brasil tm condies de atender encomendas para quaisquer tipos de nibus, sobre os mais diversos modelos de chassis existentes. O Brasil , atualmente, o quarto maior produtor mundial de nibus, atrs da China, ndia e Rssia. Em agosto do ano passado, foram produzidas pelas associadas Fabus 2.888 carroarias, entre nibus urbanos, rodovirios, intermunicipais, micro-nibus e mininibus. Neste ano, tambm em agosto, a quantidade subiu para 3.445, sendo que mais da metade so carroarias de nibus urbanos e pouco mais de 20% de nibus rodovirios.Foto: Divulgao

PROdUO CRESCENTE

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no mercado

COdESA Em ASCENSOo porto de Vitria consolida sua posio competitiva no cenrio brasileiro e internacional, apresentando grande incremento em sua movimentao.junho foram armazenadas 108 mil toneladas, o que gerou uma receita de R$ 1,273 milhes. A marca representa o momento atual da empresa, que, aps longo planejamento financeiro, vem operando com supervit, fato que j lhe permitiu rever seu passivo trabalhista. Destacando o perodo, Hugo Amboss Meron, Diretor -presidente Interino da Codesa, ressalta os importantes investimentos sinalizados pelo governo federal para o porto de vitria, que chegam a R$ 514 milhes, j inseridos no PAC 1 e PAC 2. Entre os principais projetos, destacam-se o investimento de R$ 110 milhes na dragagem de aprofundamento e derrocagem e recursos em torno de R$ 120 milhes para Os nmeros so animadores: o complexo porturio do Esprito Santo movimentou US$ 20,4 bilhes em exportaes e importaes de janeiro a junho de 2011. Nos beros e terminais do porto de vitria, os dados impressionam. Por exemplo, a utilizao das instalaes da retrorea do Cais de Capuaba, em vila velha, teve aumento de 334% em 2010 (com relao a 2009). A receita gerada na armazenagem de carga, nos dois perodos, tambm cresceu 128%, passando de R$ 1,216 milho para R$ 2,778 milhes. Isso gerou para a Codesa o valor acumulado nos dois anos de R$ 3,994 milhes. Agora em 2011, os nmeros da retrorea de Capuaba j so bastante positivos: de janeiro a obras de conteno e ampliao do Cais Comercial de vitria. O restante do investimento ser voltado a estudos, projetos e obras relativos implantao do novo Complexo Porturio na costa do Esprito Santo, alm de dragagem em Barra do Riacho, construo de plataforma operacional no Dolfin de Atalaia, entre outros. O porto finaliza, tambm, as providncias para arrendamentos de nove reas e instalaes porturias. O porto de vitria direciona sua estratgia para atender, com excelncia, ao prspero mercado ligado explorao de petrleo e gs na regio, com crescimento acentuado pelas recentes descobertas de pr-sal na costa do Sudeste.

Foto: Divulgao

no mercado

UmA ROdOviA COm viA PARA ANimAiSa rodovia do sol a primeira do pas a ter um programa de proteo da fauna silvestre.Muita gente que utiliza a Rodovia do Sol (ES-060), no Esprito Santo, no imagina que, em pontos estratgicos embaixo do pavimento, esto faunodutos, caminhos construdos para permitir a travessia de animais silvestres que moram s margens da rodovia. Dentro deles, a RodoSol, concessionria do Sistema Rodovia do Sol, instalou sensores que disparam cmeras fotogrficas que ajudam a monitorar a passagem dos bichos nos faunodutos, registrando a utilizao da via. Alm disso, uma equipe analisa as pegadas dos animais para saber qual a contribuio dos faunodutos para evitar os atropelamentos dos animais e possveis acidentes causados pelos bichos. O resultado que em sete anos de projeto foram contabilizados 2.339 bichos, entre mos-peladas, tatus, lagartos, cucas, lontras, pacas, cachorros-do-mato, capivaras, entres outros. O trabalho j rendeu reconhecimentos alm das divisas do Esprito Santo, em forma de prmios ambientais, e apenas uma parte do Programa de Proteo da Fauna Silvestre, desenvolvido pela RodoSol. Alm dos faunodutos, o programa inclui a implantao de passagens areas instaladas nas reas mais altas da rodovia, onde os animais com cosFoto: Divulgao

tumes arborcolas podem efetuar uma travessia segura da rodovia. tambm feito o monitoramento da fauna morta por atropelamento, o resgate da fauna debilitada e o programa de educao e comunicao ambiental com os usurios, moradores lindeiros e colaboradores da Rodosol. trata-se de uma iniciativa indita no Brasil e uma oportunidade mpar para o desenvolvimento de uma cincia fundamental para o desenvolvimento econmico e sustentvel do pas: a Ecologia de Rodovias, que pode contribuir para a adoo de medidas capazes de reduzir o impacto ambiental das rodovias na fauna silvestre, explica o Consultor de Meio Ambiente e Coordenador do Programa, Ricardo Braga.

no mercado

US$ 2,5 bi PARA TERmiNAiS AT 2015recursos privados sero aplicados em ampliaes para aumentar a movimentaoTerminal de Containers de Paranagu.

Investimentos macios na ampliao de beros de atracao, na rea interna dos terminais, na compra de equipamentos porturios e na qualificao da mo de obra devem impulsionar ainda mais a movimentao de contineres nos portos brasileiros at 2015. A previso de investimentos privados para os prximos cinco anos, contados a partir 2011, de US$ 2,5 bilhes. Aliadas s obras do programa de dragagem da Secretaria de Portos, as ampliaes previstas pretendem adequar os terminais para a recepo de grandes navios, o que deve comear com embarcaes de 10 mil contineres e chegar, futuramente, aos Super Post Panamax. todos os terminais esto investindo ao mesmo tempo, com processos na Antaq para a realizao dessas obras, afirma o Presidente Executivo da Associao dos terminais de Contineres de Uso Pblico (Abratec), Srgio Salomo. Em entrevista Agncia CNt de Notcias, ele elogia a rapidez com que a agncia reguladora do setor aquavirio tem analisado os pedidos de autorizao das empresas e lembra que, alm de empreendimentos aprovados nos portos do Rio de Janeiro e de Paranagu (PR), existem solicitaes para terminais nos portos do Rio Grande (RS) e de Santos (SP). A Abratec trabalha com uma estimativa de crescimento de 7% na movimentao de contineres este ano, em relao aos 4,8 milhes de unidades movimentadas em 2010. Salomo lembra que desde a privatizao dos servios porturios, no final da dcada de 1990, foram aplicados US$ 2,5 bilhes na modernizao dos terminais, o que aumentou a produtividade na operao de contineres em 525% entre 1998 e 2010. O executivo conta que a movimentao de carga nos portos brasileiros passou de oito contineres para, em mdia, 50 contineres por hora sob a administrao privada. J tem casos que atingem 100 contineres por hora. Para o dirigente da Abratec, o gargalo ainda so os acessos aos portos, principalmente por via rodoviria, que dependem de investimentos da Unio, dos estados e dos municpios.

Foto: Rodovias&Vias Leonardo Pepi

so paulo

dESEnvOlvimEnTO

UNidOS PElO

Rodovias&Vias registrou, durante a produo desta edio, mais um dia importante para a infraestrutura nacional, quando governantes transpem divergncias polticas por uma causa maior o desenvolvimento e a melhoria da vida das pessoas. Enquanto sela-se a unio entre os mais importantes administradores pblicos do pas, dois novos e relevantes empreendimentos ganham vida: a hidrovia Tiet-Paran e o trecho Norte do Rodoanel Mrio Covas.

Fotos: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

Governador Alckmin e Presidente Dilma em momento de trgua em So Paulo.24 RODOVIAS&VIAS

unidos pelo desenvolvimentoem Ototalpelasinvestimentos anunciados duas parcerias entre o governo do estado de So Paulo e o govolto a So Paulo para uma nova etapa de parceria republicana, desta vez com o Governador Geraldo Alckmin; para atender grandes demandas do estado e da cidade de So Paulo e de cidades da Regio Metropolitana. So obras fundamentais para o desenvolvimento do estado e, portanto, do Brasil, disse a Presidente Dilma Rousseff durante o evento no Palcio dos Bandeirantes. Dilma acrescentou que o convnio para a construo da hidrovia um passo fundamental na direo da mudana do modal de transportes de cargas no pas, mas que isso no significa descuidar do modal rodovirio, predominante no Brasil. Estamos aqui tambm para tratar do trecho Norte do Rodoanel. Por isso que acho muito importante essa cerimnia, tanto a da manh [em Araatuba, no lanamento da hidrovia] quanto a da tarde, pois elas integram um processo que considero extremamente importante para o desenvolvimento do nosso pas. Sabemos que So Paulo uma referncia de dinamismo econmico para o Brasil. Sabemos tambm que a cidade de So Paulo tem hoje um aglomerado humano de propores de

verno federal ultrapassa os R$ 3 bilhes. Uma parte ser destinada construo da hidrovia tiet-Paran (R$ 1,5 bilho) e outra para o trecho Norte do Rodoanel (R$ 1,72 bilho). No caso do trecho Norte do Rodoanel, o total previsto de investimentos ultrapassa os R$ 6,5 bilhes, e o R$ 1,72 bilho citado refere-se somente participao federal no empreendimento. Os nmeros foram anunciados ao longo do dia, em que a Presidente, Dilma Rousseff, e o Governador de So Paulo, Geraldo Alckmin, mostraram ao Brasil que possvel deixar de lado divergncias polticas e focar no que realmente interessa para a populao da mais habitada regio da Amrica latina a Regio Metropolitana de So Paulo. Foram dois eventos, um em Araatuba, no interior paulista, e outro no Palcio dos Bandeirantes. No primeiro, foi lanada a pedra fundamental do estaleiro da hidrovia tiet-Paran e, no segundo, a assinatura do termo de autorizao do incio da construo do trecho Norte do Rodoanel.

sabemos que so paulo uma refernCia de dinamismo eConmiCo para o brasil. que a cidade de so paulo tem hoje um aGlomerado humano de propores de Grande impacto.Presidente da Repblica do Brasil

Dilma Rousseff

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so paulogrande impacto. Duas questes ficam muito importantes aqui: a questo das cargas e do transporte de pessoas. tirar o transporte de cargas do centro de So Paulo uma obrigao da nossa parte. Aqui se junta de forma muito clara a obrigao econmica e social. Acredito que hoje um momento muito especial, adicionou a Presidente Dilma Rousseff. tambm presente na cerimnia do Palcio dos Bandeirantes, o Ministro dos transportes, Paulo Passos, afirmou ao Governador do estado de So Paulo que seu Ministrio e suas equipes, sobretudo do Departamento Nacional de Infraestrutura em transportes (DNIt), atualmente sob o comando do General Jorge Fraxe, esto disposio de So Paulo para apoiar esta tarefa grande que tem o estado. Passos lembrou, ainda, que o governo federal esteve presente como parceiro nas obras dos trechos Oeste e Sul do Rodoanel e vai apoiar a construo do tramo norte do Rodoanel por entender que este um projeto que interessa a So Paulo e ao Brasil.

maiS dE R$ 1,5 bi PARA A hidROviAO Governador Geraldo Alckmin e a Presidente Dilma Rousseff assinaram o Protocolo de Intenes para investimentos em obras na hidrovia tiet-Paran, administrada pelo Departamento Hidrovirio do Estado de So Paulo (DH). O documento representa a liberao de mais de R$ 1,5 bilho para a implantao de programa para realizao de melhorias na hidrovia. Do total, R$ 900 milhes so provenientes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC-2) e R$ 600 milhes do governo estadual. O recurso ser usado para projeto de modernizao e ampliao dos 800 km da tiet-Paran no trecho paulista, de um total de mais de 2.400 km em toda a hidrovia, que transportou, em 2010, 5.776 milhes de toneladas de cargas como milho, soja, leo, madeira, carvo e adubo. Alm disso, como lembrou Alckmin, o estado de So Paulo o maior produtor de

este um projeto que interessa a so paulo e ao brasil.Ministro dos Transportes

Paulo Srgio Passos

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Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

unidos pelo desenvolvimento

Foto: Gilberto Marques

Lanamento da pedra fundamental do Estaleito Rio Tiet.

acar e lcool do mundo, e o escoamento acontece todo via caminho at o porto de Santos. Com a hidrovia, ser por barcaas at o entroncamento com a ferrovia e depois ao porto. Os recursos sero investidos para alargar pontes, em derrocamento, apro-

fundamento do canal para no mnimo 3 m de profundidade, ancoradouro de espera nas reclusas, e prolongamento da hidrovia at Piracicaba, onde haver integrao modal com a ferrovia atualmente administrada pela Amrica latina logstica (All).

Foto: Gilberto Marques

Governador mostra o percurso da hidrovia Presidente.RODOVIAS&VIAS 27

so paulo

ROdOANEl TREchO nORTE uma obra metropolitana, mas de importncia para todo o estado. E tambm nacional, porque interliga o maior aeroporto brasileiro, que Cumbica, com o maior porto da Amrica do Sul, que o porto de Santos. Ento uma obra estratgica para facilitar o acesso ao aeroporto e tambm ao porto. Ns queremos o menor preo possvel para fazer a asa Norte do Rodoanel, declarou o Governador Geraldo Alckmin durante a assinatura do termo de Compromisso, que permitir a liberao de R$ 1,72 bilho de recursos federais para as obras do trecho Norte do Rodoanel Mrio Covas. O termo de Compromisso foi firmado entre o Ministrio dos transportes, o DNIt, a Secretaria Estadual de logstica e transportes e a Dersa Desenvolvimento Rodovirio S.A. O custo estimado do empreendimento de R$ 6,51 bilhes; desse total, R$ 2,79 bilhes vm de recursos prprios do estado de So Paulo, R$ 2 bilhes de financiamento do

governo estadual no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e R$ 1,72 bilho da Unio. Dividido em seis lotes, o trecho Norte tem o incio das obras previsto para maro de 2012, e estima-se que todo o Rodoanel esteja concludo em novembro de 2014. A parceria entre os diferentes entes da federao foram bem ilustradas nas palavras finais do Governador paulista ao citar Mrio Covas, o patrono do Rodoanel: Gostaria de lembrar com saudade algumas palavras do Mrio Covas, que alguns anos atrs, em um discurso falando em defesa da democracia, disse: Quando falo em seriedade, no falo em honestidade. vou mais longe do que isto. Falo em integridade, falo na capacidade que cada um tem de se conduzir de forma adequada, em cada circunstncia, em cada movimento, fazendo com que a poltica seja colocada num plano superior a cada um dos polticos. Ao fazermos isso, ns certamente estamos contribuindo para a tica na poltica. Acredito, Presidenta Dilma, que isso que ns estamos fazendo hoje aqui, disse Geraldo Alckmin.

uma obra metropolitana, mas de importncia para todo o estado. e tambm nacional, porque interliga o maior aeroporto brasileiro, que CumbiCa, Com o maior porto da amriCa do sul, que o porto de santos.

Geraldo Alckmin

Governador do Estado de So Paulo

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unidos pelo desenvolvimento

tRECho oEStEAv. RAiMUNDo PEREiRA DE MAGALhES

SERRA DA CANtAREiRA

tRECho LEStE GUARULhoS

Av. FERNo DiAS

Av. iNAJAR DE SoUZA

So PAULo

trecho Nortelote 1: A ExtENSo SER DE 6,42 kM lote 2: tER ExtENSo DE 4,88 kM

RoDoANEL

incio na Avenida Raimundo Pereira de Magalhes, final do trecho oeste. Neste trecho, ser construdo um tnel de 1.150 m e 13 obras de arte especiais (oAe). Situado dentro do municpio de So Paulo. Nesse lote, sero construdos dois tneis (com 350 m e 850 m) e oito oAe.

lote 3: NESSE tRECho, AS oBRAS SERo EM 3,62 kM DE ExtENSo

Situa-se dentro do municpio de So Paulo. sero construdos dois tneis (com 1.650 m e 1.070 m) e duas oAe. Passar pelos municpios de So Paulo e Guarulhos e far a interseco com a Rodovia Ferno Dias. o tnel nesse trecho ter 290 m de extenso e 35 oAe. Situa-se no municpio de Guarulhos. Nesse lote, ser construdo um tnel de 1.087 m e 15 oAe. Entre as cidades de Guarulhos e Aruj, finalizando o trecho na Rodovia Presidente Dutra, ligando o trecho Leste do Rodoanel. No h tnel nesse lote e haver 38 oAe.

lote 4: ESSE tRECho tER ExtENSo DE 9,10 kM

SP

lote 5: A ExtENSo DESSE tRECho DE 7,88 kM

lote 6: ESSE tRECho tER 11,96 kM DE ExtENSo

$

r$ 6,51 BiLhES

INvEStIMENtOS

vM DE RECURSoS PRPRioS Do EStADo DE So PAULo

r$ 2,79 bilhes r$ 2 bilhes

DE FiNANCiAMENto Do GovERNo EStADUAL No BANCo iNtERAMERiCANo DE DESENvoLviMENto (BiD)

DA UNio

r$ 1,72 bilhoFonte: DersaRODOVIAS&VIAS 29

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E velejando ns pela costa, na distncia de dez lguas do stio onde tnhamos levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro, muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada.

O TRANSPORTE PElaS guaS dO bRaSil

Foto: Divulgao

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carta de vaz de Otrecho dadescrevePerovermeCaminha a pequena laguna hoje chamada Coroa

lha, um distrito da cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Foi exatamente ali que o comandante Cabral mandou rezar uma missa, a primeira no territrio que ele julgava ser das ndias Ocidentais. E foi ali, num local determinado como porto seguro, que comeou a histria do transporte no Brasil. A laguna escolhida pelo comando da frota foi o marco zero da navegao no pas, hoje com sua imensa costa de 8.500 km crivada de portos, marinas, iate clubes, atracadouros e trapiches dos estados banhados pelo Atlntico, apenas Piau e Sergipe no tm portos. A geografia do litoral brasileiro favorece a instalao de terminais martimos, pela variedade de reentrncias e acidentes geogrficos favorveis. De Porto Seguro at Itapo/ SC, que abriga um dos mais recentes portos a entrar em operao no pas, o Brasil vem construindo uma histria neste modal de transportes. O setor porturio movimenta anualmente perto de 700 milhes de toneladas de mercadorias, mandando para fora mais de 90% das exportaes brasileiras, segundo dados da Secretaria de Portos (SEP), rgo ligado diretamente ao gabinete da Presidncia da Repblica os portos fluviais e lacustres so responsabilidade do Ministrio dos transportes.

PORTOSO sistema porturio brasileiro composto de 37 portos pblicos, entre martimos e fluviais. Desse total, 18 so delegados, concedidos ou tm sua operao autorizada administrao por parte dos governos estaduais e municipais. Existem ainda 42 terminais de uso privativo e trs complexos porturios que operam sob concesso iniciativa privada. (Dados da Secretaria Especial de Portos)RODOVIAS&VIAS 33

OS PORTOS E TERminaiS maRTimOS dO bRaSil ESTO ASSim diSTRibUdOSAmAzONAS: PORTO dE manauS PAR: PORTO dE SanTaRm PORTO dE bElm TERminal PETROqumicO miRamaR PORTO dE vila dO cOndE AmAP: PORTO dE macaP mARANhO: PORTO dO iTaqui TERminal dE alumaR TERminal da POnTa da madEiRa CEAR: TERminal PORTuRiO dO PEcm PORTO dE fORTalEza RiO GRANdE dO NORTE: TERminal SalinEiRO dE aREia bRanca PORTO dE naTal PARAbA: PORTO dE cabEdElO PERNAmbUCO: PORTO dE REcifE PORTO dE SuaPE AlAGOAS: PORTO dE macEi TERminal bRaSkEm SERGiPE: TERminal inciO baRbOSa bAhiA: PORTO dE SalvadOR PORTO dE aRaTu TERminal madRE dE dEuS PORTO dE ilhuS ESPRiTO SANTO: PORTO dE baRRa dO RiachO PORTO dE viTRia PORTO dE TubaRO TERminal dE PRaia mOlE TERminal maRTimO dE POnTa ubu

RiO dE jANEiRO: PORTO dE fORnO PORTO dE niTERi PORTO dO RiO dE janEiRO PORTO dE iTagua TERminal dE angRa dOS REiS PORTO dE angRa dOS REiS SO PAUlO: TERminal dE SO SEbaSTiO PORTO dE SO SEbaSTiO PORTO dE SanTOS TERminal maRTimO dE cubaTO PARAN: PORTO dE PaRanagu PORTO dE anTOnina TERminal da POnTa dO flix SANTA CATARiNA: PORTO dE iTaPO PORTO dE SO fRanciScO dO Sul PORTO dE navEganTES PORTO dE iTaja PORTO dE imbiTuba PORTO PESquEiRO dE laguna

RiO GRANdE dO SUl: PORTO dE ESTREla PORTO dE PORTO alEgRE PORTO dE PElOTaS PORTO dE RiO gRandE34 RODOVIAS&VIAS

O bRaSil TEm8,5 mil km dE COSTA NAvEGvEl 700 milhES dE TONElAdAS mOvimENTAdAS ANUAlmENTE 90% dAS ExPORTAES OCORREm PElOS PORTOSSiSTEma PORTuRiO bRASilEiRO

37 PORTOS PbliCOS(ENTRE mARTimOS E flUviAiS)

Destes, 18 so delegados, concedidos ou tm sua operao autorizada administrao por parte dos governos estaduais e municipais.

42 TERmiNAiSdE USO PRivAdO

3 COmPlExOS PORTURiOSOPERAm SOb CONCESSO iNiCiATivA PRivAdA

7 COmPANhiAS dOcaScompanhia docas do Par (CDP) Portos de Belm, Santarm e vila do Conde. companhia docas do cear (CDC) Porto de Fortaleza. companhia docas do rio Grande do Norte (Codern) Portos de Natal e Macei, alm do terminal Salineiro de Areia Branca. companhia docas do estado da bahia (Codeba) Portos de Salvador, Ilhus e Aratu. companhia docas do esprito Santo (Codesa) Portos de vitria e Barra do Riacho. companhia docas do rio de Janeiro (CDRJ) Portos do Rio de Janeiro, Niteri, Angra dos Reis e Itagua. companhia docas do estado de So Paulo (Codesp) Porto de Santos.Fonte: SEP

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Plano Nacional de Logstica Porturia (PNLP) representa a retomada do planejamento no setor porturio.

Um PlANO PaRa OS PORTOS

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

Porto de Vitria, ES.36 RODOVIAS&VIAS

o transporte pelas guas do brasilobjetivos, Com trs principaispor meio de bem especficos, o PNlP acusa as necessidades atuais e, pesquisa, definir as aes para curto, mdio e longo prazos dentro do sistema porturio nacional. Do Departamento de Sistemas de Informaes Porturias da SEP, luis Claudio Santana Montenegro enumera os alvos a serem atingidos: Primeiro, temos que definir o conjunto de projetos e aes para ampliar a capacidade porturia de forma a atender a demanda provocada pelo crescimento acelerado e sustentado da economia brasileira. Depois, definir o arranjo institucional que suporta os investimentos necessrios expanso do sistema. E, por ltimo, definir o modelo de gesto que torne os portos mais eficientes e reduza o custo da logstica nacional, explica Montenegro. O PNlP est sendo desenvolvido em cooperao entre a SEP, a Universidade Federal de Santa Catarina e o porto de Rotterdam, da Holanda, que referncia na Europa. Os aspectos institucionais e de gesto esto sendo aprofundados por meio da cooperao entre a SEP e o BNDES, em estudos desenvolvidos por consrcio liderado pela empresa Booz & Company.

cROnOgRama1. EtAPA

CONClUSO dO PNlP SE dAR Em TRS ETAPASSETEmbRO

3020112. EtAPA

PlANO NACIONAl

3020123. EtAPA

janEiRO

DEtAlHAMENtO DA MODElAGEM INStItUCIONAl E DE GEStO

maRO

302012

PlANO DE ExPANSO DOS 15 PRINCIPAIS PORtOS NACIONAIS

Fotos: Divulgao

Porto de Rotterdam.RODOVIAS&VIAS 37

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RESulTadOSO resultado prtico do PNlP esperado por Montenegro inclui um diagnstico detalhado do setor em seis reas principais: Economia e finanas, meio ambiente, infraestrutura, operaes, logstica, e institucional e gesto, explica ele. Alm disso, ser possvel fazer projees, verificar tendncias e cenrios de demanda e oferta para os prximos 20 anos. teremos plano de aes com projetos de infraestrutura e gesto e plano de expanso detalhado dos principais portos, para curto (emergencial), mdio e longo prazo, conclui Montenegro. No dia 11 de agosto, uma equipe de rodovias&Vias esteve em Fortaleza/CE para a solenidade de inaugurao do terminal de Mltiplas Utilidades ou terminal de Mltiplo Uso (tMUt) do porto do Pecm. Na ocasio, acompanhando a Presidente da Repblica, Dilma Rousseff, e o Governador do Cear, Cid Gomes, o Ministro dos Portos, lenidas Cristino, anunciou o aporte de R$ 30 milhes para a segunda etapa da ampliao do terminal porturio do Pecm. Calcula-se que os ltimos investimentos no terminal tenham gerado aproximadamente 1.100 empregos diretos. Alm do tMUt, foram inaugurados o prolongamento da ponte de acesso ao novo per e o espigo de pedra que protege o porto e sua bacia de evoluo.

dO PORTO dO PEcm Um per com dOiS bEROS dE aTRacaO

O TERminal dE mlTiPlO uSO (TmuT)

profUndidade dE 18 m

REa dE 800 mil m PARA A ESTOCAGEm TRANSiTRiA dE CONTiNERES

no dia 11 de aGosto, uma equipe de rodovias&vias esteVe em fortaleza (ce) para a solenidade de inauGurao do terminal de mltiplas utilidades (tmut) do porto do pecm.

Fotos: Rodovias & Vias/Paulo Negreiros

Terminal Multimodal do Porto do Pecm.38 RODOVIAS&VIAS

o transporte pelas guas do brasil

teremos plano de aes Com projetos de infraestutura e gesto e plano de expanso detalhado dos principais portos, para curto (emerGencial), mdio e lonGo prazo.

Luis Claudio Santana MontenegroDepartamento de Sistemas de Informaes Porturias / SEP

PORTONAVE. O CAMINHO CERTO DOS BONS NEGCIOS.A Portonave um terminal porturio privado, localizado em Navegantes, que tem a competncia como marca. Com infraestrutura completa para movimentao de cargas em contineres, tecnologia de padro internacional e expertise em cargas congeladas, ela se destaca com aes sociais e uma rigorosa poltica de preservao ambiental. Por isso, reconhecida com as certificaes ISO 9001, ISO 14001 e ISPS Code. A Portonave busca a prpria superao para entregar satisfao em todos os continentes.

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A navegao est melhor e mais segura em diversos portos do Brasil devido ao Programa Nacional de Dragagem.

QUANTO mAiS fundO, mElhOR

Foto: Rodovias & Vias/Oberti Pimentel

Porto do Rio de Janeiro.40 RODOVIAS&VIAS

o transporte pelas guas do brasildo ms, No inciolenidas o Ministro dos Portos, Cristino, anunciou mais uma obra concluda pela Sefundidade. Isso mudar por completo a dinmica da movimentao, que, segundo dados da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), poder aumentar em at cinco vezes. O Programa Nacional de Dragagem foi desenvolvido pela Secretaria de Portos da Presidncia da Repblica, que tambm gestora de todo o programa. De acordo com o Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Porturio, Rogrio de Abreu Menescal, o PND foi criado por meio da lei 11.610/2007, que contempla as obras de dragagem, com a remoo do material sedimentar submerso e a escavao/derrocamento do leito, alm da manuteno da profundidade e de aes de licenciamento ambiental. As obras de aprofundamento (dragagens e derrocamentos) so financiadas com investimentos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). Dentro do PND, est sendo colocado em prtica um conceito indito, denominado dragagem por resultado. Compreende a contratao das obras em carter contnuo, com o objetivo de

cretaria de Portos no Programa Nacional de Dragagem (PND): a concluso da dragagem de aprofundamento do porto do Rio de Janeiro, que estava em execuo desde 2010. De acordo com o governo federal, foi investido nesta primeira fase o valor de R$ 138,6 milhes, com recursos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). Foram retirados 3,9 milhes de m3 de sedimentos, o que deixou o porto com a profundidade de 15 m em alguns trechos. Na rea 1, por exemplo, no canal de acesso aos terminais de Contineres do Cais do Caju, ser permitido agora o trfego de navios de 8 mil tEUs (unidades equivalentes a 20 ps), sem contar com a nova bacia de evoluo, que ter um dimetro de 440 m, suficiente para o giro de um navio do tipo Panamax. Agora, o porto deve ser beneficiado com uma segunda etapa, no valor de R$ 95 milhes, que dever ser licitada em 2012 e ter reas de at 17 m de pro-

ObRaS cOncludaS PElO PndRECifE (PE) - dEzEmbRO dE 2009 RiO GRANdE (RS) - jUlhO dE 2010 ANGRA dOS REiS (Rj) - jUlhO dE 2010 iTAGUA (Rj) - NOvEmbRO dE 2010 ARATU E SAlvAdOR (bA) - NOvEmbRO dE 2010 RiO dE jANEiRO (Rj) - AGOSTO dE 2011

ObRaS Em andamEnTO PElO PndCAbEdElO (Pb) fORTAlEzA (CE) NATAl (RN) SANTOS (SP) - dRAGAGEm E dERROCAmENTO SO fRANCiSCO dO SUl (SC) iTAjA (SC)RODOVIAS&VIAS 41

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as obras de aprofundamento (draGaGens e derrocamentos) so financiadas com investimentos do programa de aCelerao do CresCimento (paC).Foto: Rodovias & Vias/Paulo Negreiros

Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Porturio

Rogrio de Abreu Menescal

manter as condies de profundidade estabelecidas no projeto por at cinco anos, prorrogvel uma nica vez por at um ano. Outra inovao que o programa estabelece a participao de empresas internacionais no processo licitatrio, explica Menescal. At agora, a maior draga utilizada pelo PND a Charles Darwin, de propriedade

da empresa Jan de Nul. ela que est fazendo, junto com outra menor, a dragagem dos acessos aquavirios ao porto de Itaja (SC). Sua cisterna faz a retirada de 30,5 mil m3 de sedimento por operao. J foram retirados mais de 7,4 milhes de m3 de material do fundo do canal do Complexo Porturio de Itaja, onde esto os portos de Itaja e Navegantes.

Fotos: Rodovias&Vias/Marcelo Almeida

Draga Charles Darwin no Porto de Itaja, SC.42 RODOVIAS&VIAS

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ENTREviSTa

lenidas Cristino

Para esta reportagem, Rodovias&Vias foi ouvir a autoridade mxima no setor porturio nacional. O Ministro dos Portos, Lenidas Cristino, demonstra em suas palavras que a praticidade est na desburocratizao das atividades. Ele acredita no desenvolvimento com a participao efetiva da iniciativa privada e mantm o pensamento de expanso, sempre.

Fotos: Rodovias&Vias/Marcelo Almeida

rodovias&Vias: Na sua avaliao, por que o brasil ficou tanto tempo sem se preocupar com nossos portos? lenidas cristino: No se trata de falta de preocupao, mas da consequncia de decises equivocadas, tomadas no passado, em que se supunha que o afastamento completo do Estado, inclusive do seu papel de planejador, seria a melhor forma de resolver o setor porturio nacional. Hoje, est claro que44 RODOVIAS&VIAS

no se pode abrir mo da preocupao social do Estado na formulao de polticas pblicas para questes estratgicas nacionais. A SEP absorveu essa diretriz governamental e hoje realiza investimentos e aes estruturantes que provocam a induo e a ordenao da participao do setor privado na formao de um sistema porturio integrado, eficiente e capaz de absorver as demandas do nosso crescimento.

o transporte pelas guas do brasilexiste uma estatstica em relao movimentao de mercadorias antes e depois da criao da Secretaria especial de Portos? Sim, em 2007, ano da criao da SEP, o pas movimentava cerca de 750 milhes de toneladas pelos portos. Em 2010, movimentamos 830 milhes de toneladas, com crescimento de cerca de 100 milhes de toneladas em relao a 2009. Nosso desafio formar as bases e promover as aes para que possamos movimentar, em 2030, a demanda projetada de nossa economia, que da ordem de 2,5 bilhes de toneladas. Isso trs vezes mais do que movimentamos no ltimo ano. vale tambm registrar que nesse mesmo perodo, desde a criao da SEP, saltamos da 61.a colocao no ranking do ndice de Desempenho logstico, medido pelo Banco Mundial, para a 41.a posio no ltimo levantamento, em 2010. Nossa meta estar entre os 10 primeiros do ranking at 2022. como a relao com as empresas privadas que utilizam os terminais do brasil? H uma cooperao por melhorias na logstica em geral ou elas visam exclusivamente o lucro? A participao privada imprescindvel para garantir a modernizao e o aporte de investimentos necessrios ao setor. temos a convico que, com a determinao das polticas pblicas adequadas pela SEP, o setor poder se beneficiar do melhor que o setor privado pode proporcionar e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade dos nossos portos com servios de alto nvel e custos mundialmente competitivos. qual a principal fragilidade dos portos brasileiros? Hoje, questes burocrticas da falta de integrao das diversas autoridades que atuam na realizao do comrcio exterior atravs dos portos brasileiros so o nosso maior desafio. A criao de um sistema integrado de atuao da comunidade porturia emergencial e tem sido tratada de forma estratgica pela SEP e qual nossa maior virtude? temos um complexo porturio com 34 portos martimos pblicos e 129 terminais privativos, ainda com um enorme potencial de expanso ao longo de uma costa de mais de 8.500 km, e a real expectativa de crescimento sustentado que nos colocar como uma das maiores economias do mundo em poucos anos. Esse cenrio digno de dar inveja a qualquer grande potncia econmica mundial.

em 2010, moVimentamos 830 milhes de toneladas, com CresCimento de CerCa de 100 milhes de toneladas em relaCo a 2009. nosso desafio formar as bases e promoVer as aes para que possamos movimentar, em 2030, a demanda projetada de nossa economia, que da ordem de 2,5 bilhes de toneladas.

Lenidas CristinoMinistro dos Portos

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Um dos mais antigos do pas, o porto de So Francisco do Sul/SC foi onde a expedio de Binot Paulmier de Gonneville encontrou refgio, em 1504.

PORTO dE SO fRanciScO

Foto: Divulgao

Porto de So Francisco do Sul, SC.

expanso: alm dos cinco beros atuais, h mais dois previstos. Em julho do ano passado, comemorando 55 anos de histria como autarquia, o porto foi homenageado na Cmara de vereadores de So Francisco. Para este ano, est previsto o lanamento do livro Histria do Porto de So Francisco do Sul, com texto da jornalista Nelci terezinha Seibel e fotos de ureo Berger. Ser uma cidade porturia era o destino natural de So Francisco do Sul, graas geografia privilegiada da baa da Babitonga. Esta conformao geogrfica, por sinal, vai alm, pois no outro lado do canal que leva ao porto est

a Ali comeavaestprpria histria do municpio, o segundo da histria do Brasil. O porto em plena fase de

funcionando, desde o ano passado, o porto de Itapo, um dos mais modernos do pas.

O PROjETO dE ExPanSOAtualmente sob a presidncia de Paulo Cezar Corsi, o porto de So Francisco vem desenvolvendo um projeto de expanso, com melhorias no sistema eltrico, recuperao e reforo de trs beros, dragagem e derrocagem para alargamento do canal de acesso para 120 m e aprofundamento para 14 m, rede de drenagem da rea primria do porto, derrocagem da laje da Cruz, construo de centro operacional, implantao de anel rodoferrovirio e construo de mais dois beros.RODOVIAS&VIAS 47

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PORTO dE SO SEbaSTiONovos parmetros para a eficincia.

Fotos: Rodovias&Vias/Estanis Neto

Porto de So Sebastio, SP.

porturia permeada Aoperaosrie de procedimenpor uma tos que visam incrementar a segu-

rana e aumentar a eficincia na movimentao de grandes volumes de carga. No porto que leva o nome do Santo Milans (o mesmo So Sebastio que d nome cidade onde est instalado), tambm assim. Porm, suas novas diretrizes administrativas apontam um diferencial competitivo importante para uma cadeia produtiva mais sustentvel. Ao contrrio do que o leitor regular da Rodovias&vias provavelmente espera ao chegar a uma regio porturia,

com ruas estreitas e a sujeira tpica dos granis espalhados, o porto de So Sebastio, administrado pela Companhia de Docas de So Sebastio, brao da Secretaria de Estado dos transportes do Estado de So Paulo, um porto limpo. Ao menos na rea do porto pblico, per leandro Amaral, onde estava solidamente amarrado o Grande Espagna, espcie de navio cegonha, em uma ocasio que marcou a volta da movimentao de veculos para importao e exportao aps um hiato de trs anos. Nesta operao em especfico, foram movimentados 4.500 automveis da Fiat e da volkswagen.

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o transporte pelas guas do brasilO adjetivo limpo tambm refere-se cor azul das guas cuja sade foi atestada diante de ns pelo grande nmero de aves que pescavam indiferentes aos trabalhos e s balsas operadas pela Dersa perto dali. A partir desta constatao, a equipe sentiu no ar uma vocao que seria confirmada ainda naquele mesmo dia em uma conversa com o Diretor-Presidente da Companhia de Docas, Casemiro trcio Carvalho: a de que a nova orientao do porto mesmo a busca por uma rotina operacional menos impactante ao meio ambiente. A maioria das empresas, ao elaborar seus produtos e procedimentos, esto atentas diminuio de emisses, reciclagem e outras atitudes corretas do ponto de vista ambiental. Porm, acabam no exercendo controle sobre a forma como seus produtos chegam s prateleiras para o consumidor que opta por este produto justamente pelo apelo responsvel que ele tem. A logstica acaba sendo responsvel por uma pegada que o produto originalmente no tinha, explica trcio, ao entrar em detalhes sobre o que ele chamou de logstica verde. A operao do porto de So Sebastio deve voltar-se tambm para este aspecto, pois trata-se de um diferencial de mercado que qualifica todos os envolvidos na cadeia produtiva. Um dos cuidados a serem adotados como prtica neste sentido, por exemplo, o tratamento da gua de lastro dos navios.

AjUdA dOS SanTOStal qual So Francisco, o porto de So Sebastio favorecido pela configurao natural, um canal prximo Ilha Bela. considerado uma joia para a navegao de carga. Com profundidades mnimas de 18 m e mximas de 25 m, ele possui capacidade de movimentao de cerca de 400 mil toneladas por ano, que passam por canais cuja largura nunca inferior a 300 m e que em sua abertura mxima chegam a 550 m. Ao que parece, So Sebastio est se preparando para retribuir toda esta generosidade ao meio ambiente.

a maioria das empresas esto atentas diminuio de emisses, reciclaGem e outras atitudes corretas do ponto de Vista ambiental. porm, aCabam no exerCendo Controle sobre a forma como seus produtos cheGam as prateleiras.Casemiro Trcio CarvalhoDiretor-Presidente da Companhia Docas de So Sebastio

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Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

PORTO SEGURO PaRa PaSSagEiROS

Uma alternativa para incrementar a quantidade de leitos durante eventos como a Copa do Mundo, os cruzeiros vo encontrar melhor infraestrutura em todo o litoral do pas.

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o transporte pelas guas do brasilEstado de Paulo (CoACompanhia Docas doobrasdo ms,Soprocesso lidesp) deflagrou, no incio o citatrio para execuo das de construo e ade-

quao para alinhamento do cais de Outeirinhos. A obra vai agregar maior estrutura de atendimento demanda por leitos na regio durante a realizao do maior evento esportivo do mundo, a Copa de 2014.

A ObRaCom a execuo de 1.320 m de cais, entre os armazns 23 e 29, o porto de Santos oferecer a possibilidade de atracar at seis navios de passageiros na regio de Outeirinhos. Calcula-se um ganho de aproximadamente 15,4 mil leitos de alta qualidade. trata-se de uma obra marcante, que pode colocar Santos entre os cinco maiores em relao movimentao de passageiros no mundo, destaca Jos Roberto Serra, Presidente da Codesp, Autoridade Porturia de Santos.

dEmandaSantos tem um perfil diferenciado no segmento de cruzeiros martimos, pois registra fluxo de 90% de passageiros em embarque e desembarque, o que gera uma forte demanda de infraestrutura pelo significativo trnsito de bagagens e passageiros. A situao torna-se ainda mais complexa quando navios atracam em cais a at 1,5 km do terminal onde ocorrem os registros de embarque ou desembarque e todo o processo de transferncia da bagagem, causando significativo impacto na operao rodoferroviria do porto e desconforto para os passageiros. A ltima temporada em Santos registrou 1,1 milho de passageiros em 284 escalas, atingindo taxa mdia de crescimento de 30% por temporada, gerando receita total de cerca de R$ 230 milhes. Com a obra concluda, possibilita-se o crescimento da oferta para at 2,5 milhes de passageiros por temporada. O alinhamento do cais possibilitar que as profundidades passem do mnimo, 4,5 m (no trecho da Marinha do Brasil) e de 7,5 m (no cais do terminal de Passageiros), para 15 m, permitindo a atracao dos maiores navios que chegam a Santos. Feita em duas fases, a obra deve ter sua primeira etapa concluda em abril de 2013 e a segunda em dezembro de 2013. De acordo com nota tcnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama), o empreendimento foi classificado como de baixo impacto, dispensando a elaborao de EIA-Rima. todo o empreendimento est avaliado em R$ 325 milhes. A licitao, na modalidade de concorrncia pblica pelo menor preo oferecido, poder contar com a participao de empresa individual ou sociedade regularmente estabelecida no pas ou, ainda, consrcio de empresas de engenharia com experincia em obras similares, desde que com capital social mnimo de R$ 30 milhes. A abertura das propostas ocorre dia 10 de outubro de 2011, s 10 horas.RODOVIAS&VIAS 51

Cruzeiro no Porto de lhus, BA.

capa a oportunidade surGida com a copa de 2014 e com os joGos olmpicos de 2016 nos permitiu fazer uma srie de proposies, de forma a aCelerar a adequao das instalaes porturias, ofereCendo leitos em navios.Departamento de Revitalizao e Modernizao Porturia / SEPFoto: Rodovias & Vias/Paulo Negreiros

Antonio Mauricio Ferreira Netto

SElEO E adEquaOSegundo Antonio Mauricio Ferreira Netto, do Departamento de Revitalizao e Modernizao Porturia da SEP, um planejamento estratgico identificou a necessidade de adequar as instalaes porturias de modo a oferecer melhores condies para atender crescente demanda do turismo martimo, que entre 2004 e 2009 teve um aumento de 347% no nmero de passageiros. A oportunidade surgida com a Copa de 2014 e com os Jogos Olmpicos de 2016 nos permitiu fazer uma srie de proposies, de forma a acelerar a adequao das instalaes porturias para suprir a deficincia de

leitos nas redes hoteleiras locais, oferecendo leitos em navios para garantir a acomodao dos turistas durante os jogos e, como legado, atender de forma conveniente demanda do turismo martimo aps esses eventos, explica Antonio Mauricio. A SEP selecionou os portos objeto da interveno levando em considerao dois critrios: a localizao do porto em cidade-sede da Copa 2014 e portos com dragagem de aprofundamento no Programa Nacional de Dragagem (PND/PAC). A SEP acredita que os investimentos a serem realizados, da ordem de R$ 800 milhes, podero suportar as obras necessrias a garantir, com qualidade e de forma adequada, o acrscimo de mais de 66 mil leitos (baseados nos valores mdios atuais) nas cidades-sede.

PORTOS quE TERO mElhORiaS nOS TERminaiS TuRSTicOSSalvadOR REcifE naTal mucuRiPE (fORTalEza)RODOVIAS&VIAS

RiO dE janEiRO SanTOS manauS

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capa

Possivelmente um dos mais antigos do mundo (historiadores acreditam que at mesmo antes dos Fencios j havia atividade humana por l), o porto de Lisboa sempre funcionou como um portal da Europa para o mundo.

dO ATlNTiCO

POnTO dE EncOnTRO

Foto: Divulagao

Porto de Lisboa.54 RODOVIAS&VIAS

ponto de encontro no atlnticoas clippers Daoscaravelas, galeesoedesenvolmodernos cruzeiros, petroleiros e mercantes, a histria e tudo vale a pena se a alma no pequena. E como vale. O porto possui um valor bruto de produo equivalente a 4,5 bilhes de euros, cerca de 2% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) portugus. toda a movimentao empurrada pelos 40 mil postos de trabalho gerados por ele. Curiosamente, o porto de lisboa encontrou na gesto pblica as condies para continuar em crescimento. A gestora APl (Administrao do Porto de lisboa) , na verdade, uma Sociedade Annima de Capitais Exclusivamente Pblicos. tutelado por dois Ministrios (na parte setorial, pelo Ministrio de Obras Pblicas, transportes e Comunicaes, via Secretaria de Estado dos transportes; e na parte financeira, pelo Ministrio das Finanas e da Administrao Pblica, via Direo-Geral do tesouro e Finanas), o porto de lisboa foi, e continuar a ser, de longe, o principal porto portugus.

vimento de Portugal so, em ltima anlise, a histria da navegao comercial. O trampolim de Portugal para o domnio de suas colnias ultramarinas talvez seja o espao que o porto de lisboa ocupa na cabea da maioria dos brasileiros. Palco da fuga de Dom Joo vI e companhia para c quando os franceses bateram s portas da capital portuguesa com seus canhes, em 29 de novembro de 1807, nas palavras de um lisboeta que se encontra o resumo de uma saga que comeou tambm por ele: mar salgado, quanto do teu sal so lgrimas de Portugal! Difcil escrever sobre o encontro do tejo com o Atlntico sem fazer referncias histria que nos cara e marca o incio da nossa identidade como pas. Fernando Pessoa ainda complementaria magistralmente: valeu a pena?

Em 2010,

O PORTO dE liSbOa:- mOvimEnTOu 12,3 milhES dE TOnEladaS dE CARGAS POR viA mARTimA; - REcEbEu 3.097 EmbaRcaES, SENdO 2.579 dE bANdEiRA ESTRANGEiRA; - fOi EScala dE 299 naviOS dE cRuzEiRO, COm 448.497 PASSAGEiROS; - PERmiTiu O TRanSPORTE dE 28.531.370 PESSOaS viA NAvEGAO flUviAl; - TEvE nO bRaSil SEu PRinciPal mERcadO dE imPORTaO (12,5%), fRENTE dE ESPANhA (11,2%), fRANA (9,5%), iNGlATERRA (9,4%) E hOlANdA (8,7%).

liSbOA

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vP-375:

TERROR na POnTE aREaH 23 anos, no ms de setembro, um avio da Vasp foi sequestrado em pleno voo. A inteno do sequestrador era jogar a aeronave contra o Palcio do Planalto para matar o Presidente Jos Sarney.

Foto:Rodovias & Vias/Paulo Negreiros

O Palcio do Planalto era o alvo do terrorista Raimundo Nonato.

maior atentado terrorista da histria, o ataque s torres Gmeas, completou dez anos neste 11 de setembro. O que pouca gente sabe que ele teve uma verso brasileira. Mesmo no obtendo xito (o plano era jogar o avio contra o Palcio do Planalto), a passagem marcou a histria da aviao nacional. O caso descrito detalhadamente por Ivan SantAnna no livro Caixa-Preta: o Relato de trs Desastres Areos Brasileiros (Ed. Objetiva), que reconstitui trs acontecimentos reais envolvendo avies do Brasil.

O

vP-375 terror na ponte area rene os captulos que contam sobre o voo da vasp que, depois de sua ltima escala, em Belo Horizonte, seguiria para o Rio de Janeiro, onde a linha terminava. No dia 29 de setembro de 1988, o tratorista maranhense desempregado Raimundo Nonato decidiu acertar as contas com o ento Presidente Jos Sarney, que para ele seria o culpado pela situao que o pas enfrentava: desemprego e inflao. A vingana consistiria em jogar o avio contra o Palcio do Planalto, em Braslia. Raimundo embarcou com um revlver calibre 32 e uma caixa de munio. Naquele tempo, o aeroporto de Belo

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vp-375: terror na ponte areaHorizonte no possua equipamento de raio-x e o tratorista sabia disso. Minutos antes de se iniciarem os procedimentos de pouso no Rio de Janeiro, Raimundo entrou em ao: aos tiros, invadiu a cabine de comando. O copiloto, ao tentar pegar um instrumento de comunicao, foi atingido com um projtil na cabea e morreu na hora. A partir desse momento, o piloto, comandante Fernando Murilo, comeou a se tornar heri. Ao receber a ordem de mudar a rota em direo a Braslia, praticou aes para ganhar tempo e controlar psicologicamente o atirador. Usando o cdigo 7.500 (interferncia ilcita, no aeronautiqus), avisou a torre de comando a respeito do sequestro, sem que o sequestrador percebesse.

Fotos: Divulgao

Atentado terrorista de 11 de setembro: o maior da histria.

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mANObRA indiTaO mais impressionante estava por acontecer. tentando desequilibrar e desarmar Raimundo Nonato, o comandante Murilo executou duas manobras inditas na aviao com um Boeing 737-300. Primeiro um tonneau (l-se tun, que um giro em torno do prprio eixo), em seguida um parafuso, o que fez todos os 97 passageiros, e por um instante at mesmo o piloto, pensarem que o avio se espatifaria no cho. Com uma impressionante percia e j quase sem combustvel, o comandante retomou a aeronave e pousou no aeroporto Santa Genoveva, em Goinia.

AO TOCAR O SOlO, A SEGUNdA TURbiNA PAROU dE fUNCiONAR. NO hAviA mAiS NENhUmA GOTA dE COmbUSTvEl

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vp-375: terror na ponte area

TOnnEauO AviO giRa Em TORnO dE SEu PRPRiO EixO, mANTENdO UmA TRajETRia hORizOnTalNESSE mOmENTO, UmA TURbiNA PAROU dE fUNCiONAR POR fAlTA dE COmbUSTivl

PaRafuSOO PilOTO PROvOca a PERda dE SuSTEnTaO PARA dEPOiS mERgulhaR a aEROnavE NUmA ESPiRAl dESCENdENTE

O sequestrador ordenava que reabastecessem o avio para poder seguir para Braslia e concluir seu plano. Depois de alguma negociao, aceitou trocar de aeronave. Iria pegar um Bandeirante, que seria pilotado pelo comandante Murilo, rumo capital federal. Era uma armadilha para Nonato. Um atirador espreitava dentro do Bandeirante. O tiro, dado precipitadamente, quase ps tudo a perder. Enfurecido, Nonato atirou contra o comandante, que tentou se esquivar. A bala acertou a perna do nosso heri. A essa altura, soldados e outros atiradores alvejavam Raimundo Nonato, que

foi atingido trs vezes. Ele foi imobilizado, e o sequestro acabou com o copiloto morto, o restante da tripulao e os 97 passageiros a salvo e o comandante Murilo transformado em heri. Poucos dias depois, perto de receber alta, Raimundo Nonato morreu no hospital. Apesar de misteriosa, a morte foi atestada pelo famoso legista Badan Palhares como sendo decorrncia de uma infeco. rodovias&Vias conversou com o autor do livro Caixa-Preta, o escritor Ivan SantAnna, que um dos maiores entendidos neste acontecimento, e tambm com o Comandante Fernando Murilo.

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ENTREviSTa

ivan SantAnna

Fotos: Rodovias & Vias/Oberti Pimentel

Best-seller, aviador, financista. So vrias as facetas da polivalente e acessvel personalidade que recebeu a equipe de Rodovias&Vias para uma conversa sobre a espantosa histria do VP-375 e seus personagens, que poderiam ter sado de uma de suas fices. O estilo que consagrou sua obra literria, extenso de sua persona, est presente na fala ponderada e didtica. Por trs da icnica armao dos culos ao estilo BL, Ivan SantAnna reclinou-se em uma poltrona e, com naturalidade, iniciou a entrevista que voc confere a seguir.rodovias&Vias: como foram escolhidos os casos narrados no livro caixa-Preta? em especial, por que escolheu falar sobre o VP-375? Ivan SantAnna: Bom, eu sou piloto e gosto de aviao. Sempre me interessei por desastres areos, sempre soube que escreveria um livro-reportagem sobre o assunto. Nunca tive dvidas sobre quais eventos escrever, pois os trs narrados no Caixa-Preta at ento eram os mais emblemticos da aviao comercial brasileira o RG-820 em Paris, o vP-375 do Murilo, que at um episdio curioso porque quase ningum se lembra, talvez por causa das Olimpadas em Seul, e o RG-354, do Garcez, que todo mundo lembra. qual sua opinio a respeito de raimundo Nonato? ele era louco, bandido ou um cidado comum em um dia de fria? Raimundo Nonato Alves da Conceio,62 RODOVIAS&VIAS

ele era louco. Um cara introvertido, que estava deprimido por falta de emprego. tinha trabalhado no Iraque at, mas tinha dio do Sarney. Culpava o Sarney pela inflao, pela recesso e o desemprego, e decidiu se vingar. Foi a primeira vez na histria, com exceo dos camicazes (pilotos suicidas japoneses da Segunda Guerra Mundial), que algum pensou em jogar um avio contra um alvo. E ocorreu 13 anos antes do 11 de setembro. tanto que, na poca em que ocorreu o ataque s torres Gmeas, vrias associaes de pilotos dos Estados Unidos entraram em contato para saber da histria do vP-375, que tinha sido o primeiro do gnero no mundo. e a morte de raimundo, bastante controversa e misteriosa, no? O Raimundo foi assassinado. veja bem, ele levou um tiro na bunda. O mdico que atendeu ele deu alta. Ele no chegou nem

vp-375: terror na ponte areaao CtI [Centro de tratamento Intensivo], saiu do semi-intensivo, foi para o quarto e no quarto ele morreu. O policial federal que estava tomando conta do Raimundo comentou com o Murilo: Esse cara vai morrer. Agora, quem mandou matar, se foi o Sarney, o Romeu tuma, o plenamente inbil negociador da vasp (que durante a ao se referia apenas com insultos ao sequestrador), no se sabe. Como ele foi morto? Parece que com uma injeo, mas a histria a seguinte: eu no pus no livro porque eu no tenho certeza. impossvel ter certeza. Nenhum mdico em Goinia deu o atestado de bito para o Raimundo. tiveram que chamar o Fortunato Badan Palhares, famoso pelos laudos do Mengele e do PC Farias, para fazer isso. E ele colocou l na causa mortis: anemia falsiforme, que, por sinal, tem muitas ocorrncias no Maranho. Agora, se o Raimundo tinha mesmo ou no, muito difcil saber. O fato que uma doena que leva anos pra matar. Na minha opinio, ele foi morto. o comandante Murilo executou duas manobras inditas com boeing [tonneau e parafuso], s quais, na teoria, a aeronave no resistiria, no entanto resistiu. Voc acredita que ele imaginava ser possvel ou foi um ato de desespero? Bem, deixa eu explicar as manobras [pega uma miniatura de 737]. voc traz o avio para uma posio de subida muito acentuada e ele no consegue subir, entra em pr-Stoll [perda de sustentao] e, antes que o nariz da aeronave comece a cair, voc d um pedal pra um dos lados. Isto um parafuso. Uma manobra obrigatria para todo piloto. todo piloto aprende a fazer parafuso no treinamento. Quando se treina em aeroclube, eles ensinam. Porm, no uma manobra homologada para Boeing. Muito menos o tonneau. Nesta ltima, voc vira o avio de cabea para baixo. O Murilo primeiro fez o tonneau para tentar desequilibrar o Raimundo, em seguida fez o parafuso. Provavelmente ambas as manobras foram fruto do desespero, porque uma das turbinas tinha parado por falta de combustvel e a outra estava parando. O Murilo queria pousar em Santa Genoveva, o Raimundo disse para ir a So Paulo. Neste momento, o comandante Murilo se deu conta de que o cara era louco mesmo e ia matar todo mundo. O curioso que so duas manobras to inviveis para um 737 que a prpria Boeing continua no recomendando-as em nenhuma hiptese nem colocou nos manuais, apesar de ter reconhecido o feito. apesar de hoje haver muito mais segurana nos aeroportos, voc acredita que seja possvel um episdio novamente no brasil, de repente durante a copa ou as olimpadas? Eu acredito que sim, mas no necessariamente durante os eventos. fcil concentrar a segurana quando ela necessria durante um curto perodo de tempo. por isso que no Super Bowl [final do campeonato de futebol americano dos Estados Unidos] nunca houve problema, por exemplo. O x da questo o dia a dia dos aeroportos. H falhas na segurana, natural, mas durante os eventos certamente haver reforos na vigilncia. Se algum quiser fazer algo similar ao que o Raimundo fez, certamente conseguiria faz-lo, mas no partindo de grandes aeroportos, de Guarulhos, Confins. Faria a partir de um aeroporto do interior que tivesse como destino esses grandes aeroportos, para transportar um artefato explosivo ou algo do tipo.

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ENTREviSTa

capito fernando murilo

Protagonista de um dos casos mais espantosos da aviao comercial mundial, em que recursos acrobticos foram utilizados como ferramentas do desespero, o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva recebeu uma das equipes de Rodovias&Vias para uma conversa exclusiva. A serenidade da fala e a clareza de raciocnio do comandante parecem totalmente incompatveis com as palavras fortes mas necessrias e verdadeiras que permeiam sua histria, em um depoimento emocionante que voc acompanha a partir de agora.rodovias&Vias: Voc um heri nacional, em um episdio de envergadura mpar no brasil e no mundo. Porm, o VP-375 parece ter ficado no ostracismo da memria das pessoas. o que acontece? Comandante Murilo: A memria do brasileiro curta. Naturalmente curta. Alm do que, foi em 88, h 23 anos. Acaba caindo no esquecimento. Este assunto voltou tona agora por conta do acontecido em 2001, o 11 de setembro. H uma certa similaridade nos eventos, com a diferena principal que eles conseguiram seu intento. Depois64 RODOVIAS&VIAS

Foto: Rodovias & Vias/Oberti Pimentel

que aconteceu o fato comigo, eu comecei a brigar muito por portas blindadas nas aeronaves. Se a minha porta fosse blindada, ele no teria conseguido entrar. bem, o raimundo deu vrios disparos... . Ele rodeou a fechadura com tiros, mas se fosse prova de balas ele teria desistido. Enquanto isso, estvamos em trs na cabine: eu, vngelis e Renhe. O Renhe foi atingido na perna por um dos disparos e estava perdendo muito sangue. Eu pedi a ele que deixasse o Renhe ir

para a traseira do avio para ser atendido. Com muito custo, ele deixou. logo em seguida, ele baleou o vngelis [Salvador Evangelista, copiloto morto na ao] na cabea, quando ele foi pegar o microfone. Acho que ele deve ter pensado que o vngelis ia reagir, pegar uma arma ou coisa parecida. Foi a que deu pra perceber que o raimundo era louco? Ah, sim. Muito intransigente. Ele estava alucinado. No foi preparado para o que queria fazer e ainda por cima no en-

vp-375: terror na ponte areatendia nada de aviao. Ele estava determinado, [o leme faz o avio ir esquerda ou direita, e o prodisposto a passar por cima de tudo e todos. fundor determina se a aeronave sobe ou desce]. e as manobras, como foi que decidiu por faz-las? ento, logo aps as manobras, voc voou Bom, pra comear, o avio grande no tem es- mais alguns quilmetros e... trutura pra fazer um parafuso. um volume muito No! Eu estava voando em crculos sobre a grande e trata-se de uma manobra violenta. Foi pista. Quando sa do parafuso, j sa para a pisa manobra que nos salvou, mas uma manobra ta, para aterrissar. Coloquei o flap pra baixo, o muito radical. veja, o combustvel estava no final, trem, e pousei. e o imbecil queria ir pra So Paulo! Ele encostou o revlver na minha cabea, a eu pensei: Morrer, e acionou a reverso [procedimento que ineu vou morrer de qualquer jeito, ento que seja verte a rotao das turbinas e ajuda a desacelebrigando. A eu pus rar o avio]? o nariz [da aeronaNo, porque o motor ve] pra baixo, fiz o no estava funcionantonneau e ele no do. Assim que eu toquei caiu. Depois do tontirar o aVio do parafuso foi um o cho, o motor direito neau fiz o parafuso. esforo to grande que eu ainda parou tambm, zerou o A ele caiu. sentia dores musCulares nos braos e tanque. Pra voc ter ideia, o APU [turbina auxiliar no peito vrios dias depois. de energia eltrica que Mesmo com o queima apenas combuscorpo do Vngelis tvel residual] parou logo forando os condepois. Da tiveram incio troles? as negociaes. Ele queria um caa, mas ns esMesmo assim. tirar o avio do parafuso foi um esforo to grande que eu ainda sentia dores mus- tvamos no meio da pista! Um caa no conseculares nos braos e no peito vrios dias depois. Pra guiria pousar ali de jeito nenhum. A arrumaram voc ter uma ideia, na fixao da calda, o avio tem um Bandeirante cargueiro, sem escada. Ele disse: os chamados parafusos de cisalhamento, e somente vem comigo. voc meu refm. A eu falei: t quando h um esforo muito grande eles quebram. bom, vamos l. Descemos e o apoiei pra ele suNo caso, quebraram-se o do leme e o do profundor bir no Bandeirante. No que eu pus a cabea pra dentro, um tiro zuniu pela minha orelha, de forma ensurdecedora [havia um atirador dentro da nova aeronave]. Eu me assustei e larguei as pernas dele e ele caiu. Rapidamente ele se levantou e mirou no meu peito e atirou. Eu pulei e o tiro atravessou a minha perna. Nisso balearam ele. o que voc sente em relao a ele? Eu fiquei muito chocado quando ele matou o vngelis. Muito chocado mesmo. Porque o vngelis, alm de ser uma tima pessoa, era muito meu amigo. Frequentava minha casa, p! Mas ele acabou indo embora tambm, esse Raimundo. Agora, o que eu senti mesmo foi medo. Os mdicos vieram me falar, quando eu estava no hospital, que ele ia receber alta antes de mim. Esse cara vai me matar, eu pensei. Falei que ele ia ser solto e ia me matar. Os mdicos disseram que, se pudessem, dariam uma injeo nele. Mas dois dias depois ele morreu. de uma forma controversa... Dizem que foi uma infeco generalizada, mas acredito que ele foi mesmo morto.Capito Murilo no final dos anos 80, poca em que voava pela Vasp.RODOVIAS&VIAS 65

Fotos: Arquivo Pessoal

cear

infRaESTRuTuRa PaRaO governo do estado do Cear est investindo em melhorias rodovirias para renovar sua malha e infraestrutura. So obras de pavimentao, duplicao, restaurao e ainda aeroporturias, alm dos preparativos para o incio das obras da ferrovia Transnordestina em seu territrio. A revitalizao da infraestrutura e as obras rodovirias so estmulo ao turismo, um dos pontos fortes da economia do Nordeste.

TOdOS OS mOdAiS

Fotos: Divulgao

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infraestrutura para todos os modaisinfraestrutura cearense possui vrios projetos em andamento. Sua malha rodoviria est recebendo reforos, sendo renovada com obras de pavimentao, duplicaes e restauraes. Uma das frentes de atuao o Programa de Restaurao das Estradas do Cear (Proestradas 2011), idealizado em maio deste ano. De acordo com o governo cearense, o programa serve para restaurar as rodovias estaduais, prejudicadas pelas fortes chuvas deste ano e pelo aumento do fluxo de veculos pesados, que fogem das rodovias federais em situaes precrias. Dividido em trs fases, o Proestradas 2011 teve seus primeiros 30 dias voltados para operaes de limpeza das margens das rodovias (roo mecanizado e manual) e operaes de tapa-buracos. Em uma segunda fase, foram realizados trabalhos mais pesados, de recuperao da malha viria por meio da aplicao de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) e outros tipos de correes do pavimento mais profundas. Uma terceira fase, paralela s outras duas, foi o acompanhamento de rodovias que apresentaram defeitos na sua construo e tiveram que ser corrigidas, sem nenhum nus para o estado. Para o Superintendente do Departamento Estadual de Rodovias (DER-CE), Srgio Azevedo, o Departamento como um todo e os chefes dos distritos operacionais esto de parabns por terem realizado um excelente trabalho, indo alm das metas inicialmente previstas dentro dos 100 dias, destaca. Durante este perodo, houve intervenes, quer de roo, de tapa-buracos ou mais profundas, nos mais de 6 mil km de rodovias do estado. Foram investidos no programa cerca de R$ 84,5 milhes.

A

Fortaleza, CE.

Srgio Azevedo, Superintendente do DER-CE.RODOVIAS&VIAS 67

cear

REfOROS liTORNEOSO titular da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), Adail Fontenele, destaca tambm que, alm do Proestradas, o estado atua na pavimentao de rodovias importantes para o desenvolvimento do Cear. extremamente gratificante vermos o trabalho das equipes do DER e da Seinfra serem transformados em impulsores de melhorias significativas para a populao, seja na fluidez do trfego, seja nas melhorias das condies de segurana, seja na economia dos custos de transporte, destaca o Secretrio. O litoral oeste do Cear foi um dos pontos que ganharam reforos para seu potencial turstico graas a obras em andamento, como a pavimentao da CE-176. O trecho liga o municpio de Amontada aos distritos de Aracatiara e Icara. Os servios j esto praticamente concludos e proporcionaro melhores condies de acesso s praias do municpio, como Caetanos, Icara e Moitas, entre outras. O trecho tem 50,8 km de extenso e passou por terraplenagem, pavimentao, revestimento asfltico, drenagem, servios auxiliares, conservao. Faltam, agora, apenas as sinaliza-

es horizontal e vertical. Foram investidos cerca de R$ 17,1 milhes oriundos do Programa de Desenvolvimento do turismo (Prodetur) em convnio com a Secretaria do turismo (Setur). tais investimentos, segundo o secretrio de turismo do Estado do Cear, Bismarck Maia, representam mais para o futuro do estado nordestino: durante muitos anos, o Cear viveu do turismo de lazer e precisava avanar e fortalecer outros setores para que no ficasse dependente apenas deste tipo de turismo, que j nossa vocao. Estamos criando estruturas aeroporturias, ampliando e reformando rodovias, construindo sistemas de abastecimento de gua e esgotamentos sanitrios, e se estamos fazendo tudo isso, precisamos tambm investir no turismo de negcios e incentivar este setor que, atualmente, o que deixa mais recursos para a nossa populao, afirma o secretrio. Os gastos per capita dirios realizados pelos turistas do segmento de negcios e eventos quase o dobro em relao ao turismo de lazer. Os investimentos em melhorias da malha viria tambm beneficiam a regio serrana do estado. Os 69,4 km do trecho entre Granja e viosa (CE-311) foram pavimentados, e a CE-362, ligando Massap

precisamos tambm investir no turismo de negCios e incentiVar este setor que, atualmente, o que deixa mais reCursos para a nossa populao.

Secretrio de Turismo do Estado do Cear

Bismarck Maia

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infraestrutura para todos os modais

Fotos: Divulgao

Rodovia CE-025.

a Sobral, est na fase final dos servios de restaurao de seus 18 km. As melhorias beneficiam o roteiro de serras e auxiliam na integrao dos estados de Cear e Piau, aproximando-os ainda mais. Na CE-386, ligao entre os municpios de Crato e Farias Brito, 43 km foram restaurados. O investimento de R$ 23 milhes faz parte do Programa Rodovirio do Estado do Cear (Cear III), que est melhorando as condies da malha rodoviria, restaurando ou pavimentando trechos. As melhorias, segundo o Gerente do 10.o Distrito Operacional do DER, luiz Salviano, tem reflexos positivos

imediatos na atividade econmica da regio e no transporte de passageiros. A situao se repete no litoral leste do estado. A CE-040 est sendo duplicada no trecho entre o entroncamento da CE-453 e Cascavel (28 km) e no trecho Cascavel at Beberibe (16,5 km), num total de 44,5 km. Na CE-025 (Avenida Maestro lisboa), o principal acesso s praias da rea leste da Regio Metropolitana de Fortaleza, como Porto das Dunas, Beach Park e Prainha, tambm recebe investimentos de melhorias. O DER-CE prev a entrega de ambos os trechos at dezembro.

As obras beneficiam praias como a do Beach Park.RODOVIAS&VIAS 69

cearOs 44,5 km em fase de duplicao da CE-040 esto recebendo servios de terraplenagem. Postos de energia esto sendo retirados, pontes esto sendo construdas, a via est recebendo asfalto. Alm da construo de todo o lado novo do pavimento, a obra tambm prev a restaurao do lado da pista j existente. A duplicao deixar a rodovia com duas pistas de rolamento de 3,5 m de largura cada uma, totalizando 7 m de largura, acostamento e calha central. Cerca de 150 homens trabalham nas obras. O trecho rodovirio da CE040 tem incio em Messejana, na Avenida Perimetral, e estende-se at o municpio de Aracati. trata-se de uma das principais sadas de Fortaleza, que chega a registrar um movimento de cerca de 50 mil veculos/dia (nos dois sentidos), em perodos de feriados prolongados. O fluxo na CE-040, entre Fortaleza e Cascavel, ultrapassa os 4 milhes de veculos/ano (nos dois sentidos, ida e volta, sendo a metade Fortaleza-Cascavel e a outra metade Cascavel-Fortaleza).

POR AR E POR TRilhOSO Cear investe tambm em novos aeroportos. Segundo informaes oficiais, j esto em construo os aeroportos de Aracati (litoral leste), Camocim (litoral oeste) e tau. Est em fase de estudos e projetos a ampliao do aeroporto de Juazeiro do Norte, no Cariri. A meta ter um aeroporto em um raio de 100 km2. Em relao ao modal ferrovirio, o governo do Cear segue em ritmo acelerado nos preparativos para o incio das obras da ferrovia transnordestina. As desapropriaes das terras para a implementao da ferrovia avanam no estado. J foram liberados 210 km contnuos para a colocao dos trilhos em terras cearenses, mais de um tero dos aproximadamente 526 km do trecho da ferrovia no Cear. A Justia j concedeu a imisso de posse, ltima etapa do processo de desapropriao, em outros 240 km do total a ser desapropriado. A empresa transnordestina logstica S.A. (tlSA) a responsvel pela construo da ferrovia que corta parte do Nordeste em mais de 1.700 km.

Foto: Divulgao

Obras de duplicao na rodovia CE-040.70 RODOVIAS&VIAS

O futuro est nos trilhos e o Brasil vai bem de TremTodos sabem que a ferrovia foi o meio de transporte mais importante do sculo XIX e que, no sculo XX, o predomnio foi das rodovias. Mas a maior parte das pessoas ainda no percebeu que os trilhos voltaro a ditar o rumo dos transportes no sculo XXI.

Universidade Federal de Juiz de ForaJuiz de Fora | MG

27 e 28 | Outubro | 2011

A realidade atual das ferrovias muito diferente do que foi no passado. As locomovas de hoje so robustas, equipadas com tecnologia de ponta, como computador de bordo e sistema de rastreamento por GPS, entre outros recursos, e toda a movimentao das composies monitorada distncia por modernos Centros de Operao e Controle. O grande avano das ferrovias de carga no Brasil no acontece por acaso. Desde que assumiram a operao da malha ferroviria, as concessionrias j invesram mais de R$ 24 bilhes. Esses invesmentos viabilizaram os resultados que o setor apresenta nos dias de hoje. Entre 1997 e 20