rodovias&vias edição 58

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RODOVIAS&VIAS

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Fazer voc chegar l ser a estrada entre a produo e o consumo.

CCR. POR AQUI QUE A GENTE CHEGA L. Um dos maiores grupos privados de infraestrutura da Amrica Latina. Um dos maiores investidores em projetos de responsabilidade social do Pas. Contribui para o crescimento e o desenvolvimento das regies onde atua.

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RODOVIAS&VIAS

Administra mais de 2.400 km de rodovias, por meio de suas nove concessionrias, nos Estados de SP, RJ e PR.

www.grupoccr.com.brRODOVIAS&VIAS 3

1. Morro Agudo, Santa Catarina 2. Copacabana, Rio de Janeiro 3. Kelstein, Alemanha

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Geobrugg protege pessoas e infraestruturas contra as foras da naturezaTecnologia Sua de sistemas testados e certificados para proteo de pessoas e infra-estruturas contra queda de rochas, deslizamentos, corridas detrticas e instabilidade de taludes de solo ou rocha. Feitos de arame de ao de alta resistncia (1770N/mm2) e com galvanizao especial nossos sistemas so alternativas seguras e ecologicamente corretas estruturas de concreto, sendo custo-eficientes e de rpida e prtica instalao. Barreiras Contra Queda de Rochas Barreiras contra Corridas Detrticas Barreiras para deslizamentos Superficiais Estabilizao de Taludes Cortina contra desmoronamentos Envelopamento de grandes blocos Para um estudo preliminar de soluo para o problema ou risco natural que voc enfrenta nas obras que atua entre em contato consoco atravs do e-mail [email protected]

Geobrugg AG Protection Systems Rua Visconde de Piraj, 82 sl. 606 Ipanema - Rio de Janeiro RJ 22410-003 Brasil Fone +55 21 3624.1449 Fax +55 21 2522.8187 www.geobrugg.com [email protected]

ity Swiss Qual

editorialAno 12 - Edio 58 - Outubro/2011Distribuio dirigida e a assinantes Uma publicao da Rodovias Editora e Publicaes Ltda. CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05

Rua Professor Joo Doetzer, 280 Jardim das Amricas - 81540-190 - Curitiba/PR (41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br [email protected] - Grfica Capital tiragem - 30 mil exemplares A tiragem desta edio de 30 mil exemplares comprovada pela BDO Auditores Independentes.

Diretoria-Geral Dagoberto Rupp

[email protected]

eDitor-chefe Davi Etelvino (SC 02288 JP)

A quAlidAde do que recebemos

[email protected]

pelo que gastamosomo nada mais liberal que um conservador no poder, a chegada do PT ao comando da Nao, nem de longe significou uma ruptura com o sistema capitalista. Pelo contrrio, assegurou um papel ainda mais relevante ao capital privado. Parceiros e no antagnicos, governo e iniciativa privada, encontraram na unio de esforos o aprimoramento da infraestrutura que o pas precisava para crescer. Neste contexto, o processo de concesses de rodovias emblemtico. Mais do que desonerar o estado do alto custo de manter suas rodovias, o governo encontrou na experincia, a chance de aprimorar seus prprios modelos de gesto de obras e manuteno de estradas. A agilidade muito maior da iniciativa privada permite tambm avanos tecnolgicos e alinhamento aos mais modernos conceitos em aplicao no mundo. Esta revista, que tem Rodovia at no nome, sempre instada a se posicionar a respeito da questo da concesso de rodovias no Brasil. Se a pergunta vier de algum debate de alto nvel, respondemos com duas ponderaes. A primeira vai ao encontro do bvio. Afora os custos dos bens e servios que podem embutir o preo dos pedgios, justo de que s paga quem usa. Quanto aos preos finais que as pessoas vo pagar em suas mercadorias, resta saber se tambm esto computando a agilidade que a boa estrada trs, e as vidas que poupa. Uma segunda questo gera mais polmica e normalmente acirra o debate. No seria mais proveitoso debater mais a renda dos brasileiros e menos os nossos custos? medida que o pas cresce econmica e socialmente, e que assumamos o nosso papel de nao rica e desenvolvida, o debate vai se deslocar para a qualidade do que recebemos pelo que gastamos, e no pelo gasto em si. Neste dia, provvel que a concluso seja de que, sem prejuzo da constante necessidade de aprimoramento, a concesso sim instrumento importante na democratizao e melhoria de um dos preceitos maiores de uma nao evoluda: ir e vir com conforto e segurana. Desejamos uma boa leitura, pois nossa misso gerar informaes que melhorem a capacidade de nossos leitores para produzir perguntas e respostas. Central de Jornalismo

editor Uir Lopes Fernandes

Projeto grfico e ilustraes [email protected]

[email protected]

C

conselho eDitorial Dagoberto Rupp Joo Rodrigo Bilhan Carlos Marassi

[email protected] [email protected] [email protected]

relaes de mercado Joo Rodrigo [email protected]

Paulo Roberto Luz

financeiro Jaqueline Karatchukadministrativo Paula Santos

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[email protected]

Joo Claudio Rupp

[email protected]

Joo Augusto Marassi

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Fbio Eduardo C. de [email protected]

Mnica Cardoso

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Edemar Gregorio

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comercial (Dec) Paulo Roberto Luz Joo Claudio Rupp

central de jornalismo Carlos [email protected]

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Davi Etelvino

Leandro Dvorak

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Leandro Dvorak

Joo Augusto Marassi Rodrigo M. Nardon

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Paulo Negreiros

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Leonardo Pepi Santos

marketing e comunicao

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Leonilson Carvalho Gomes Estanis [email protected]

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Marcelo Ferrari

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auditoria e controller Marilene [email protected]

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Uir Lopes Fernandes

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Dagoberto Rupp FilhoCarolina Gregrio

logstica

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Juliano Grosco Juvino Grosco

[email protected] [email protected]

Marcelo C. de Almeida Alexsandro Hekavei

[email protected] [email protected]

atendimento Mari Iaciuk [email protected] Raquel Coutinho Kaseker [email protected] Clau Chastalo

Ricardo Adriano da Silva

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Alcio Luiz de Oliveira Filho reviso Mirian Sakurada Webdesign Fernando Beker Ronqueilustraes Marco Jacobsen

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Ana Cristina Karpovicz Maria C. K. de [email protected] [email protected]

Maria Telma da C. Lima Paulo Fausto Rupp

[email protected] [email protected]

[email protected]

Janete Ramos da Silva

[email protected]

rePortagem esPecial itlia Luiz Salgado Ribeiro

colaboradora Angieli Maros

Artigos assinados no refletem necessariamente a opinio da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.

NDICEPOLtICA 28Metr Curitibano to louvvel quanto questionvel

CAPA 34O Brasil j tem uma das maiores malhas rodovirias do mundo sob operao privada

O FIM DAs PRAAs 40 ExCLUsIvA9Universalizao dos sistemas free flow se aproxima

ENtREvIstA 44Moacyr Servilha Duarte, Presidente da ABCr

OhL 46Da Espanha para o Brasil

PRF 52Parceiros da segurana

ECONOMIA 54MRIO RODRIgUEs JUNIOR, DIREtOR DA ANtt

Fala sobre o papel da Agncia de regular um setor em franco crescimento no pas.

Petrobras - guas profundas

qUEM PENsA L 14 EM tEMPO NO MERCADO ChARgE INFOPgINA NA MEDIDA16 22 85 86 88

AEROPORtOs 58Menores e melhores em So Paulo

ENgENhARIA 62De olho nos acidentes geogrficos

64 PEDEstREs 66Governo do Distrito Federal d passagem aos pedestres

FERROvIAs 70Expanso e demanda profissional

IMAgEM DO Ms 94

INtERNACIONAL 80Lies da Itlia

ARtIgO

96

glavio leal para, MESTRE EM ENgENhARiA DE PRoDUo, ESPECiAliSTA EM logSTiCA EMPRESARiAl E iNTERNACioNAl

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nesta edio:

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concessesAvanam no Brasil

AEROPORtOs

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ECONOMIA

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FERROvIAs

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exclusiva

Diretor Da agncia nacional De transportes terrestres ANTTo Diretor da Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT, Mrio Rodrigues Junior, conversou com a rodovias&vias sobre o tema que capa desta edio. o engenheiro ps-graduado em Engenharia de Transportes e com experincia de 30 anos de atuao no setor, j trabalhou em instituies relevantes, como o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de So Paulo (DER-SP) e na Desenvolvimento Rodovirio SA (Dersa). hoje, na ANTT, fala sobre o papel da Agncia de regular um setor em franco crescimento no pas, um trabalho fundamental que contribui para a transformao da gesto rodoviria nacional e a realidade do transporte nas estradas.RODOVIAS&VIAS 9

mrio rodrigues Junior

Fotos: Rodovias&Vias/Paulo Negreiros

exclusiva

rodovias&vias: Qual a importncia de uma agncia reguladora no ambiente de negcios em que as concesses rodovirias esto inseridas? Mrio rodrigues: Poderia citar uma centena de pontos, mas, relaciono algumas das principais, sem desconsiderar a importncia dos demais. Manter adequada explorao da infraestrutura outorgada; harmonizar interesses e conflitos entre as concessionrias, os usurios da infraestrutura e as populaes lindeiras; promover a regulamentao e fiscalizao dos contratos; definir o nvel de servio de infraestrutura. Qual o potencial brasileiro para novas concesses rodovirias? existem muitos trechos viveis para este formato? Se a questo fosse apresentada h cerca de dez anos, possivelmente, poderamos imaginar que a disponibilidade de trechos com atratividade concesso estaria perto do esgotamento, mas, com o crescimento do pas no ritmo acelerado, podemos afirmar que hoje existem vrios projetos passveis de concesso

imediatamente. Quanto segunda parte da questo, podemos definir imediatamente a BR-101 no estado do Esprito Santo, j em processo licitatrio; outros trechos em anlise, tais como, BR-040 Braslia Juiz de Fora, BR-116 Divisa BA/Mg Divisa Mg/RJ. Ainda, a ANTT est estudando outros modelos, o que permitiria novas concesses com conceitos que diferem do modelo atualmente adotado, viabilizando assim novos trechos com baixa atratividade. alguns contratos de concesses se encerram nos prximos anos. H possibilidade de serem prorrogados? A Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT, avalia todos os cenrios possveis, estudando rodovia por rodovia com vistas a adequar os contratos s reais necessidades do usurio. Para isso, pode ser necessrio acrescentar grande volume de novos investimentos nas rodovias j concedidas, sendo necessrio reequilibrar e repactuar os contratos, o que pode ser efetuado de duas formas: por reajuste tarifrio ou por

Com o CresCimento do pas no ritmo aCelerado, podemos afirmar que hoje existem vrios projetos passveis de concesso imediatamente.

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exclusiva

A concesso um dos instrumentos que o governo se utiliza para atender a grande demanda no setor de infraestrutura. Em minha opinio, com a concesso, o maior beneficiado o Sistema como um todo, com boa gesto e grandes investimentos os resultados no nosso segmento so altamente relevantes. Com a melhora de acessibilidade, teremos desenvolvimento nas regies, aumento da capacidade produtiva e, principalmente, aumento de segurana para os Usurios. existe uma previso de como sero as concesses no futuro? o atual formato o que mais se adapta realidade brasileira ou deve haver mudanas? As concesses do Presente esto mantendo o formato adotado no ltimo leilo com pequenas adequaes. As concesses do Futuro, sendo prximo, adotaro o mesmo formato ou, ainda, com possveis ajustes definidos por envolvidos na questo. uma evoluo constante. Quanto ao melhor formato que se adapta realidade brasileira, podemos atestar que depende sempre da realidade econmica do momento. prorrogao de prazo. A ANTT recentemente aprovou uma resoluo que trata da metodologia de fluxo de caixa marginal, que representa a forma de como ser efetuada, nos contratos de concesso, a incluso de novos investimentos que no foram previstos inicialmente no Plano de Explorao da Rodovia (PER). Tambm a forma de remunerao que ser ajustada, respeitando os parmetros atuais, e no os do contrato original, tais como: Taxa interna de Retorno - TiR, Trfego Real, Preos dos investimentos de Mercado, etc. Quem o maior beneficiado atravs de um contrato de concesso, o governo que tem uma rodovia a menos para cuidar, a empresa que arrecada com o pedgio ou o usurio que tem uma pista em excelentes condies? Qual o grau de flexibilidade das concessionrias que atuam no Brasil? fcil dialogar com os empresrios? o dilogo com os contratados tem se demonstrado adequado, sempre no sentido de melhor atender o usurio, respeitando as condies contratuais. a aNTT est acompanhando o movimento para implantao de prticos eletrnicos, em substituio s praas de pedgio? Como seria? A ANTT, alm de acompanhar toda a evoluo tecnolgica do setor, est desenvolvendo um Projeto Piloto para a implantao de Free Flow. A questo ainda um pouco complexa, pois temos vrios fatores que devem ser avaliados, como, por exemplo, criar um sistema confivel, seguro e de baixo custo, alm de atender a todas as necessidades operacionais.

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exclusiva

No Brasil, o atual sistema de praas penaliza o frete, pois os caminhes so mais tarifados porque fazem trechos maiores e no escapam das praas. Com os prticos, mais gente paga e fica menor o preo final. Como dever ser o sistema de cobrana para quem no tem equipamento on board? inicialmente a questo de penalizao dos fretes constantemente contestada uma vez que a melhoria das condies das rodovias reduz custos de manuteno, operao, etc, etc, etc. J abordamos o possvel benefcio que a adoo de prticos traria aos Usurios, na questo anterior, mas, tambm, alertamos as pendncias operacionais que poderiam ocorrer na adoo do sistema, sendo o principal benefcio a maior equidade tarifaria, ou seja, pagar pelo que usar. A cobrana nesse sistema pressupe que todos os usurios tenham equipamentos on board. isso ser uma realidade com o SiNiAVE, mas existem outros problemas, como cobrar? legislao, etc...o chip pr pago pode ser uma soluo.

um ambiente seguro para os investidores e marcos regulatrios estveis? Sem dvida. Nosso marco regulatrio extenso e moderno, contamos com profissionais de alta qualidade para termos uma regulao de altssimo nvel. os investidores e empresrios esto hoje muito mais confiantes no Brasil. Uma das caractersticas que prezamos muito manter e respeitar os contratos existentes, e cada vez mais estamos fortalecendo isso, ajustando e buscando sempre a modernizao. Qual o recado que a agncia pode deixar para o mercado e para o investidor, nacional e internacional, sobre o futuro prximo das concesses no Brasil? hoje o Brasil, com suas perspectivas de crescimento, ter um potencial muito grande para novas tecnologias, a prpria agncia est implantando um sistema de rodovias inteligentes com tecnologia de ponta. Tenho certeza que ser algo indito no Brasil, onde teremos um monitoramento completo de todas nossas rodovias, com classificaes. Teremos a ficha completa dos veculos em nossas rodovias, vamos ampliar a segurana. Enfim, o mercado todo est cada vez mais buscando novas tecnologias e melhores condies para o usurio. o free flow vai ser uma realidade. o Brasil tende a crescer e cada vez mais utilizar estas tecnologias.

pagar pelo que usar: a Cobrana nesse sistema pressupe que todos os usurios tenham equipamentos on board.

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quem peNsA a infraestrutura lEm seus mais de 12 anos de histria e letras circulando pelo Brasil, a rodovias&vias esteve, somente nos ltimos 12 meses, no foco de ateno dos mais importantes representantes da nao. A Presidente da Repblica Dilma Rousseff, governadores de estado, ministros, e deputados so nossos protagonistas e nossos leitores, em todas as regies do Pas. Afinal, quem pensa a infraestrutura, l rodovias&vias.Fotos: Rodovias&Vias

Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Governador de So Paulo Lenidas Cristino, Ministro da Secretaria Especial de Portos

Raimundo Colombo (PSD-SC), Governador de Santa Catarina14 RODOVIAS&VIAS

Jaques Wagner (PT-BA), Governador da Bahia

Renato Casagrande (PSB-ES), Governador do Esprito Santo

Dilma Rousseff (PT), Presidente da Repblica

Confcio Moura (PMDB-RO), Governador de Rondnia

Beto Richa (PSDB-PR), Governador do Paran

Romrio De Souza Faria (PSB-RJ), Deputado Federal

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em tempo

cinturo das guas do Cearo governador do Cear Cid gomes e o ministro da integrao Nacional Fernando Bezerra assinam, no incio de outubro, o termo de compromisso para o projeto executivo do Cinturo das guas do Cear (CAC). o projeto envolver todo o Estado, com um conjunto de canais e adutoras com extenso de trs mil quilmetros, para dar segurana hdrica a 92% da populao cearense. o investimento total previsto de R$ 7 bilhes, sendo que os recursos para o primeiro trecho (estimado em R$ 1,3 bilho) esto assegurados no Programa de Acelerao do Crescimento (PAC).Foto: Divulgao

melhores Condies de trfegoos principais troncos rodovirios do pas apresentaram melhora nas condies de trfego em relao ao ano passado. o que mostra o guia Estradas 2012, nico mapeamento brasileiro que avalia as principais estradas do territrio nacional. Segundo o levantamento, os trechos crticos da edio anterior caram de 1.978 quilmetros para 822, uma melhora de 58,5%. Segundo o guia, Roraima foi responsvel por recuperar 363 quilmetros e o Amazonas, 155. Em todo o pas, somente Maranho e gois tiveram melhora similar. Cerca de 230 quilmetros das principais estradas maranhenses saram da situao ruim, diminuindo os trechos precrios para 122 quilmetros. J gois zerou seus entroncamentos virios mais importantes que estavam em m conversao.16 RODOVIAS&VIASFoto: Rodovias&Vias/Leandro Dvorak

Rodovia BR-060/GO.

em tEMPO

o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) aprovou emprstimo no valor de R$ 1,7 bilho logum logstica para a implantao de um duto para o transporte de etanol e instalao de centros coletores do produto. o sistema logstico de transporte de etanol a ser implantado faz parte do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e contempla 1.330 km de dutos, com capacidade de transporte de 20,8 milhes de metros cbicos por ano e dez terminais de armazenamento de etanol. o sistema ligar as principais regies produtoras de etanol aos centros consumidores, bem como a terminais martimos para exportao e/ou cabotagem do etanol para outros centros consumidores do pas. o emprstimo financiar a primeira etapa do projeto e dos terminais. o projeto contribuir ainda para a consolidao do Brasil no mercado internacional de produo e comercializao de etanol.

Foto: Divulgao

logstica do etanol

nova liCitao para Br-135/mao Departamento Nacional de infraestrutura de Transportes DNiT j acionou a projetista responsvel para que sejam promovidos, no menor prazo possvel, os ajustes que contemplem todas as intervenes necessrias para a imediata licitao da obra de duplicao da BR-135 no Maranho. Segundo o DNiT, trata-se de uma obra de engenharia com vrios desafios tcnicos, devido s condies geolgicas do terreno e da macia ocupao da faixa de domnio do traado da rodovia por diversos tipos de interferncia, tais como: adutoras, instalaes eltricas, cabeamento ptico, alm da existncia de 18 km de uma ferrovia instalada ao longo do acostamento da BR. A duplicao de 26 km na BR-135/MA, nesse trecho, uma obra do Programa de Acelerao de Crescimento (PAC), priorizada por sua importncia para o Estado do Maranho.

BR-135 / Colinas-MA.

Foto: J. Wilson

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emtEMPO

E o BNDES tambm aprovou recentemente um financiamento de US$ 226 milhes ao estaleiro STX oSV Niteri S.A. para a construo de trs navios de apoio a plataformas de petrleo. As embarcaes foram encomendadas pelo armador DoF Navegao ltda. Com investimento total de US$ 390 milhes, o projeto integra o Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e os recursos do financiamento so provenientes do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Essas trs embarcaes vo suprir parte da demanda de navios de apoio offshore que prestam servios s plataformas martimas de petrleo na plataforma continental brasileira. Elas fazem parte do programa da Petrobras de ampliao e modernizao da frota de apoio martimo.

terminal martimo de passageiros do porto de fortalezao Ministro dos Portos, lenidas Cristino, anunciou a publicao do Edital de licitao para a Construo do Terminal Martimo de Passageiros do Porto de Fortaleza, na modalidade de concorrncia com critrio de julgamento por menor preo global. A licitao ser realizada pela Companhia Docas do Cear (CDC). o valor mximo estipulado para a contratao pela CDC de R$ 130.012.078,52. Podero participar quaisquer empresas interessadas com funcionamento no Brasil, consorciadas ou isoladamente. o Terminal Martimo de Passageiros do Porto de Fortaleza contempla: o Terminal de Passageiros com infraestrutura semelhante aos terminais de aeroportos, com restaurante, Correios, Polcia Federal, ANViSA, lojas de convenincias e souvenires etc.. Um novo cais de atracao com 350 metros de extenso e 14 metros de profundidade, preferencial para navios de passageiros, uma vez que nos perodos de baixa estao o cais receber outros tipos de navios. E uma Retrorea com 40 mil m (ptio para armazenagem de contineres). A previso da CDC que as obras de construo do empreendimento iniciem em 2012 e finalizem em 2013, com funcionamento efetivo em 2014, ano que o Brasil sediar a Copa do Mundo de Futebol.Foto: Ascom

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Foto: Divulgao

apoio offshore

em tEMPO

A Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da Repblica (SAC) j abraou definitivamente o discurso pela concesso de aeroportos federais. Segundo informaes da SAC os aeroportos esto sendo concedidos. Nos ltimos oito anos, o governo brasileiro j concedeu ferrovias, rodovias e energia eltrica. Em 22 de agosto de 2011, foi concedido o primeiro aeroporto federal brasileiro, o de So gonalo do Amarante, no Rio grande do Norte e justifica-se ao afirmar que nos ltimos anos houve um crescimento muito forte da demanda pelo uso dos servios dos aeroportos no Brasil. A mdia mundial de crescimento no movimento de passageiros foi de 40%, de 2003 a 2010. No Brasil, o aumento foi de 118%, no mesmo perodo. Esse aumento faz com que haja uma necessidade crescente de investimentos para a manuteno da qualidade no atendimento nos aeroportos e para a adoo de padres internacionais de operao. Assim, o governo brasileiro avalia que, como em outros segmentos da economia, a parceria com a iniciativa privada vai viabilizar com mais rapidez os investimentos, a troca de experincias e a absoro das melhores prticas no setor.

r$ 25 bilhes at 2014o setor sucroenergtico, aliado minerao, logstica, e metal-mecnica eleva as projees de investimentos levantadas pelo governo de gois para os prximos anos. As previses indicam a entrada de R$ 25 bilhes at 2014. Do total de investimentos, 32% correspondem ao setor sucroenergtico e 17,9% na minerao. As intenes de investimentos so projees de uma pesquisa da Secretaria de Planejamento de gois, que j atraiu, somente em 2011, mais de R$ 10 bilhes em novos investimentos no estado.

Sede do Governo de Gois.

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

aeroportos concedidos

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no mercado

aquisies no mercaDo logstico brasileiromercado atrai investidores, mas anlise mais detalhada das empresas diminui o valor dos negcios. oferta de compra inicial pode cair em at 50%.De acordo com o especialista em logstica Antonio Wrobleski, quando o pas cresce 5%, por exemplo, a demanda por servios de logstica aumenta em 15%. ou seja, as companhias especializadas se expandem trs vezes mais rpido do que a economia em geral. Algumas dobraram de tamanho, seguidamente, nos ltimos trs anos. Essas empresas, mantidas as atuais condies econmicas, continuaro a ser fonte interessante de retorno. Uma projeo que j comeou a atrair fundos de investimento internacionais. A disposio desses grupos colocar cerca de R$ 10 bilhes no setor de logstica brasileiro. E a porta de entrada natural para esse capital a aquisio de participao em empresas j atuantes. Estima-se que esse tipo de transao, apenas no primeiro semestre de 2010, movimentou, no total, cerca de US$ 600 milhes. um bom negcio tanto para as empresas do setor como para os investidores. A companhia adquire capital para expandir sua capacidade de operao e atender a demanda, cada vez mais especializada, do setor. Em contrapartida, o retorno do investimento garantido e muito atrativo, afirma Wrobleski, scio da AWRo logstica e Participaes. Esse processo, no entanto, est esbarrando em uma falta de eficincia das companhias especializadas. Em muitos casos, o faturamento alto, mas o lucro baixo. o prprio crescimento do setor, muitas vezes, esconde esse problema de gesto. Algumas empresas dobraram, mas no souberam administrar bem essa expanso. isso no quer dizer que no seja lucrativa, pelo contrrio. Mas uma anlise mais minuciosa, presente nesse tipo de negociao, percebe que falta ainda um planejamento mais apurado para o setor, explica o especialista, diretamente envolvido na realizao de alguns desses negcios.

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Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

no mercado

De trem pela mata atlnticacompanhia oferece passeio pela serra do mar no paran em uma ferrovia centenria.So 110 quilmetros viajando pela maior rea preservada de Mata Atlntica do Brasil e por uma ferrovia com 125 anos de histria. o Trem da Serra do Mar Paranaense, operado pela Serra Verde Express, parte diariamente de Curitiba rumo cidade de Morretes e aos domingos chega tambm em Paranagu, no litoral paranaense. So aproximadamente 3 horas de viagem. Alm da serra em si, as cidades que ficam no percurso so outra atrao. Morretes, Antonina, Paranagu so cidades histricas e de grande riqueza ecolgica e cultural. A construo da ferrovia comeou oficialmente em fevereiro de 1880. Considerada impraticvel por inmeros engenheiros europeus poca, a obra teve incio em trs frentes simultneas: entre Paranagu e Morretes (42 km), entre Morretes e Roa Nova (38 km) e entre Roa Nova e Curitiba (30 km). Para a obra, foram recrutados mais de 9.000 homens, que ganhavam entre dois e trs mil ris por jornada. A maioria deles vivia em Curitiba ou no litoral, e era composta de imigrantes que trabalhavam na lavoura. o esforo e ousadia de trabalhadores braais, engenheiros e outros profissionais resultou numa das mais ousadas obras da engenharia mundial. Depois de cinco anos, a ferrovia foi inaugurada em 02 de fevereiro de 1885. Em seus cento e dez quilmetros de extenso, a ferrovia guarda centenas de obras de arte da engenharia: so 13 tneis ativos e 1 desativado, 30 pontes e inmeros viadutos de grande vo. Destacam-se a Ponte So Joo, com 55 metros de altura, e o Viaduto do Carvalho, que liga os tneis 4 e 5, assentado sobre cinco pilares de alvenaria na encosta da rocha - a passagem por esse trecho provoca a sensao de uma viagem pelo ar, como se o trem estivesse flutuando. Foi a primeira obra com essas caractersticas a ser construda no mundo.

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

no mercado

contra o lcool na Direoambev doa mil bafmetros ao detran, numa mobilizao contra o uso indevido de lcool.Entre as aes em todo o Brasil para difundir a relevncia das prticas de consumo responsvel de bebidas alcolicas, a Ambev fez uma doao de 1000 bafmetros ao Estado do Paran, na fbrica da companhia, no centro de Curitiba. o diretor geral do Detran-PR, Marcos Elias Traad da Silva, recebeu os aparelhos, simbolicamente, das mos de Ricardo Rolim, diretor de Relaes Socioambientais da Ambev. Representando o governador Beto Richa, Traad da Silva se disse honrado em participar da ao. isto visa promoo da vida, da manuteno da responsabilidade e do consumo consciente, tanto dentro, quanto fora da Ambev. Sempre digo que beber prazer, no sofrer, e uma ao como essa, que fortifica a educao para o trnsito, fundamental. Ter a parceria de uma empresa como a Ambev s ressalta a importncia de cada um nesse compromisso com a vida, afirmou ele.Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

Participaram do evento representantes da prefeitura de Curitiba, da Agncia Curitiba de Desenvolvimento, da Associao Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), da Associao Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e do Sindicato de hotis, Restaurantes, Bares e Similares de Curitiba. outra ao na capital paranaense foi a visita a bares e restaurantes, a exemplo do que ocorreu em todo o pas. Acompanhados dos presidentes da Abrasel e da Abrabar, os diretores Ricardo Rolim e Sergio Ustulin distriburam cartazes do Movimento +iD em diversos estabelecimentos. o objetivo engajar os proprietrios para coibir a venda de bebidas alcolicas a menores de idade. o smbolo +iD faz parte de uma campanha voltada aos pontos de venda para estimul-los a pedir o Rg antes de comercializar bebidas alcolicas. A inteno de que onde o selo +iD estiver presente signifique que aquele local cumpre a legislao, que probe a venda de lcool para menores de 18 anos.

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no mercado

ritmo logstica a primeira a utiliZar o ciotempresa a primeira a utilizar o cdigo criado pela antt para monitorar a emisso de frete no pas.A Ritmo logstica a primeira empresa a emitir uma viagem com o Cdigo identificador da operao de Transporte (Ciot). A ao se deu atravs da Repom, companhia fundada em 1993, que inovou o conceito de administrao do pagamento de frete, oferecendo solues inteligentes e integradas gesto de todos os processos ligados a este, agregando valor cadeia logstica. A resoluo n 3.658/2011 da Agncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regulamenta a remunerao dos caminhoneiros autnomos, proibindo a carta-frete, solicita que os contratantes de frete cadastrem suas operaes de transporte por meio de uma administradora de meios de pagamento eletrnico de frete, como a Repom, sendo essa responsvel pela gerao do Cdigo. o Ciot consiste em um cdigo numrico que, aps gerado e informado por uma empresa homologada pela ANTT, dever constar no contrato de frete ou no Conhecimento de Transporte Rodovirio de Cargas (CTRC). A Ritmo logstica (capital formado 65% pela All e 35% pela ouro Verde) chega para atender um mercado com grandes oportunidades de crescimento no segmento intermodal, principalmente no agronegcio, e em operaes de produtos com alto valor agregado.

Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

no mercado

engenHaria ferroViriaa all oferece curso para engenheiros que querem se especializar no transporte ferrovirio.

A Amrica latina logstica (All), empresa de logstica e concessionria ferroviria, est com inscries abertas at dia 30 de outubro, para o Programa de Engenheiros 2012. Elas podem ser feita pelo site All Engenheiros. o programa de vagas para engenheiros na All foi criado, em 2005, para suprir a falta de cursos especficos sobre ferrovias. Para formar mo de obra especializada, a concessionria desenvolveu internamente, em parceria com Centro de Pesquisa e Estudos Ferrovirios Cepefer e a Universidade Positivo, um curso de ps-graduao em Engenharia Ferroviria, reconhecido pelo MEC. As aulas so ministradas em Curitiba (PR), nas instalaes da universidade corporativa da All, e tratam sobre sistemas de infraestrutura logstica ferroviria.

Para se inscrever, o candidato precisa ter se formado entre dezembro de 2009 e dezembro de 2011 em qualquer rea da engenharia. Aps a seleo, que inclui etapas de dinmicas de grupo, entrevistas e painel com superintendentes e diretores, os candidatos so inseridos em um programa que dura um ano. Ao longo do perodo, o engenheiro All passa por treinamento on the job, mdulos de desenvolvimentos de competncias gerenciais, treinamento em metodologia Seis Sigma, alm de realizar o curso de ps-graduao em engenharia ferroviria. Por ano, o Programa da All recebe cerca de 5 mil inscries. Atualmente, 13% dos engenheiros que entram na empresa por meio do programa ocupam cargo de gerncia e outros 72% so coordenadores.

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RODOVIAS&VIAS

Foto: Divulgao

Poltica

soluo para

A soluo?

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RODOVIAS&VIAS

Um anncio de investimentos em mobilidade urbana em mais uma capital brasileira sempre bem- vindo e digno de ser comemorado, j que as cidades vivem no limiar do congestionamento eterno. Carros individuais no devem ser o nico modo de se locomover na urbe, mas o exemplo do recm oficializado Metr Curitibano to louvvel quanto questionvel. Rodovias&Vias cobriu o evento de lanamento do projeto na capital paranaense, e pela opinio dos polticos presentes, inclusive da Presidente da repblica Dilma rousseff e do Governador do Estado Beto richa, a ideia boa, e seu valor, justo.para negar a importncia do Eno d metropolitana que ele atenMetr Curitibano se lembrarmos que a regio

der j possui trs milhes de pessoas (e at o trmino de suas obras certamente este nmero ser maior). Assim como no se pode ignorar o fato de que Curitiba possui uma das maiores densidades veiculares do Brasil so 1.140 novos carros entrando em circulao toda semana, segundo o prefeito de Curitiba luciano Ducci. Ainda que as obras do Metr Curitibano (como j est sendo chamado desde o lanamento do projeto no evento que aconteceu em meados de outubro) provavelmente no ficaro prontas antes da Copa de 2014, o prefeito Ducci reforou que existem outras em andamento e que faro diferena, tanto para o evento esportivo, como para o futuro do municpio. So obras que ficaro como legado para o futuro e o metr ser uma renovao para o sistema de transportes da cidade, disse o prefeito no evento oficial. E justamente este, talvez, o ponto mais questionvel de toda a empreitada. As crticas surgiram antes mesmo de o projeto voltar aprovado do Planalto Central.Estao do futuro Metr Curitibano.RODOVIAS&VIAS 29

PolticaA mais representativa vem de um dos principais protagonistas da criao e desenvolvimento do modelo de transportes curitibano, que no s revolucionou o sistema da cidade, como serviu de exemplo e modelo para metrpoles em todo o mundo o ex-prefeito e ex-governador Jaime lerner. Segundo o urbanista responsvel pela fama do sistema mundialmente conhecido como BRT Bus Rapid Transit - , os investimentos em sistemas metrovirios so excessivamente altos e custosos, enquanto valores menores poderiam melhorar muito o que j est feito e pronto em termos de transportes de superfcie, ou seja, os nibus e suas canaletas e corredores de circulao, ciclovias, e espaos para pedestres. Entretanto no o que entende o governo federal, tampouco o estadual e municipal. Considerado um dos melhores projetos do Brasil e justamente por esta razo aprovado pela Unio o Metr Curitibano receber recursos das trs instncias de governo. Para reduzir o custo do empreendimento, o governo estadual estuda conceder iseno do imposto Sobre Circulao de Mercadorias e Servios (iCMS) para as obras. Para o secretrio estadual do Planejamento, Cassio Taniguchi, a medida pode contribuir para baratear a tarifa do metr. Estamos estudando o assunto, mas possvel que o governo realize algum incentivo nesse sentido, que poder desonerar os gastos nas obras e as passagens, garante o secretrio. um momento histrico para Curitiba e para o Paran. Ser um projeto de integrao dos modais existentes, pois no podemos esquecer que o transporte de Curitiba vanguarda para o Pas e o mundo, disse o governador Beto Richa, que lembrou tambm que a chegada do metr na cidade vai permitir a substituio de 110 nibus que atualmente circulam na superfcie. Sero 8.500 toneladas de carbono a menos na atmosfera, diariamente, graas retirada destes nibus de circulao, acrescentou o prefeito de Curitiba luciano Ducci.

Foto: Rodovias & Vias/Leonilson Gomes

Metr Curitibano conta com a participao do poder municipal, estadual, e federal.30 RODOVIAS&VIAS

soluo para a soluo?

preocupao com a quesTo urbANAEntre as justificativas mais enfatizadas, veio da prpria Presidente da Repblica Dilma Rousseff, a declarao de que todos querem ter seu carro prprio, mas no possvel que veculos individuais sejam a nica forma de locomoo nas cidades. o metr um instrumento de democratizao do espao urbano e permite uma reduo imensa das emisses de gases de efeito estufa, o que algo importante para a qualidade de vida das pessoas. E a presidente lembrou que alm do metr existe um conjunto de obras com financiamento do governo federal, como o Corredor Aeroporto Rodoferroviria, que atender o pblico visitante para a Copa de 2014 e o setor hoteleiro e a rodovias&vias ampliar o foco nessas obras em sua edio de dezembro, que ser dedicada Mobilidade Urbana. Temos de usar todos os modais sem preconceito, reforou Dilma Rousseff no lanamento oficial do projeto do Metr Curitibano, que deve ser licitado em 2012. Apesar de tantos argumentos favorveis, fica a pergunta: Mais de R$ 2 bilhes e um custo por quilmetro que beira os R$ 160 milhes para a construo de um sistema metrovirio so a soluo para uma cidade pioneira em solues em transportes?

metr curiTibANoliNhA Azul(norte sul)estaes 21 quilmetros 22 km3 km em via elevada e 19 km subterrneos

capaciDaDe 400 mil pAssAgeiros/diAna primeira fase

frota 25 TreNs

recursos

r$ 1 bilho pac mobiliDaDe / goVerno feDeral r$ 750 milhes financiamentos

(r$ 300 milhes do governo estadual e r$ 450 milhes do municpio de curitiba)

r$ 500 milhes parcerias pblico-priVaDas (ppps)

total : r$ 2,250 bilhes

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Apesar das crticas, as concesses avanam. O Brasil j tem uma das maiores malhas rodovirias do mundo sob operao privada e a tendncia no exclusividade nacional. No mundo todo, ganha espao a nova modalidade de gesto rodoviria.

mAs eficieNTe

polmico,

Foto: Rodovias & Vias/Alexsandro Hekavei

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olmico, mal compreendido e odiado, o pedgio avana no Brasil. Ele j realidade em nove estados, onde existem 54 trechos concedidos operando, constituindo-se em uma das maiores malhas do mundo com cobrana de tarifa. Apesar dos crticos, h relativo consenso de que o sistema de concesso de operao a nica soluo eficaz e confivel para a manuteno de rodovias no Brasil. o problema que algum tem que pagar a conta, e, nesse caso, o usurio quem paga diretamente. A reside a averso brasileira ao pedgio. Boa parcela da populao brasileira cultua o hbito de receber benesses

P

governamentais, mesmo que de baixa qualidade. Afinal, temos uma das maiores cargas tributrias do planeta. o atendimento sade, por exemplo, embora precrio, pblico e gratuito; a educao bsica gratuita, apesar de oferecer ensino ruim e professores desmotivados. h ainda remdios gratuitos, bolsa escola, bolsa famlia, previdncia que indeniza quem nunca contribuiu, sem falar nos programas sociais dos estados e municpios que subsidiam energia eltrica, gua tratada, habitao, alimentao, transporte pblico, e toda sorte de favores que s a inslita poltica brasileira capaz de produzir.

Rodovia Castelo Branco, SPRODOVIAS&VIAS 35

capa

por que pagar pArA TrAfegAr?Se tudo de graa, por que pagar para trafegar em uma rodovia? Curiosamente, aqui no Brasil, so as pessoas que no dirigem, no possuem carros e praticamente no trafegam em rodovias, as que mais demonizam o pedgio. A maioria esmagadora dos usurios, embora no goste de pagar, admite que rodovias operadas por concessionrias so melhores, mais rpidas e mais seguras. A explicao mais provvel para esse fenmeno que as pessoas de renda mais baixa se apropriam, sem elaborar, do discurso de polticos oportunistas, recorrentes em perodos eleitorais. E tambm porque esses grupos so os mais acostumados a receber gratuidades do poder pblico. o mundo real, entretanto, diferente. os governos tm dificuldades cada vez maiores para construir e manter rodovias. Uma das causas exatamente o aumento dos gastos sociais, cuja demanda crescente. outra, tambm evidente, a dificuldade natural que os governos tm para contratar a imensa

gama de servios e fornecedores que a operao rodoviria necessita. As licitaes, por exemplo, tm complicada burocracia, exigem editais complexos e detalhados, projetos executivos que no existem, e nunca esto livres do trfico de influncia e dos interesses polticos. Com isso, ficam merc dos rgos de controle, como o Ministrio Pblico, os Tribunais de Contas, CgU, e outros que, no raro, cancelam contratos, paralisam obras por vrios anos, gerando imbrglios jurdicos e institucionais quase sem sada, encarecendo e postergando obras urgentes e necessrias. Na edio nmero 40, de julho/agosto de 2010, Rodovias&Vias abordou detalhadamente esse problema. outro entrave para as licitaes, so as querelas entre licitantes, muitas delas indo aos tribunais, esperando meses e at anos para serem julgadas. Como as rodovias no podem esperar e o trfego implacvel, vemos, por todos os lados, rodovias pblicas esburacadas, sem sinalizao, tomadas pelo mato, na mais bem acabada demonstrao de desleixo com o patrimnio pblico e desrespeito com a vida dos que dependem das rodovias.

Os governos tm dificuldades cada vez maiores para construir e manter rodovias.36 RODOVIAS&VIAS

polmico, mas eficiente

Foto: Rodovias & Vias/Davi Etelvino

Defasagem nos preos impedia avano do pedgio nos Estados Unidos.

peDgio aVana No muNdoA crise econmica mundial de 2008/2009 parece ter sido o estopim de uma onda mundial rumo concesso de rodovias. Vrios pases americanos, europeus, africanos e asiticos esto implantando ou ampliando a tarifao pelo uso das rodovias como forma de bancar os investimentos. Segundo Moacyr Servilha Duarte, presidente da ABCR (entrevista completa na (pgina 46), at a China tem o seu programa de pedagiamento. E muito maior que o nosso, revela. l so os municpios e as provncias que esto se livrando dos gastos com estradas. E as crticas no so diferentes da nossa, brinca Servilha Duarte. l tambm se ouve que o pedgio alto, que o melhor negcio do mundo, a coisa mais rentvel do planeta, isso est seguidamente nos jornais chineses, diz. l a imprensa pode ser censurada em matrias polticas, mas tem liberdade nas matrias econmicas, revela Servilha Duarte. Nos Estados Unidos, o pedgio no avanou porque no havia indexao, e as tarifas eram as mesmas de 15 ou 20 anos atrs. os preos ficaram defasados e esto agora sendo majorados pesadamente. h uma lei federal que probe pedgio nas interstates, que foram construdas com financiamento federal. h presso dos estados para

mudar isso e quem pode j est fazendo concesses pesadamente, garante o presidente da ABCR. outra coisa l que igual no Brasil, segundo Moacyr Servilha Duarte, que a crtica no tem bandeira: onde os governos so democratas, os republicanos so contra o pedgio. onde os governos so republicanos, os democratas que gritam, concluiu.

As coNcesses no brasilFoi, em 1993, no governo do presidente itamar Franco, que ocorreram as primeiras licitaes de concesso de rodovias. Em 1994, foi assinado o primeiro contrato, o da ponte Rio Niteri. De l para c, mesmo criticadas, as rodovias pedagiadas avanaram incrivelmente no Brasil. Em 1995, eram quatro concessionrias, em 1997, seis, e, em 1998, trinta e uma. hoje j so 54, operando mais de 15 mil km de rodovias, a maior parte de rodovias federais. A exceo So Paulo, o estado mais desenvolvido do pas, onde a maioria das rodovias com operao privada estadual, e onde o governo no tem receio de dividir com as concessionrias a manuteno das rodovias. o estado mais rico da federao tem a maior malha rodoviria pavimentada do pas (34.650 km), dos quais 11.650 km so de rodovias municipais, 22.000 km de rodovias estaduais, e 1.050 km de estradas federais. Com essa extensa malha, 90% da populao paulista est a menos de 5 km de uma rodovia asfaltada.RODOVIAS&VIAS 37

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problemAs pela frenteSe at aqui tem sido relativamente cmodo para os governos licitar e conceder rodovias no Brasil, o horizonte comea a escurecer, prenunciando as primeiras tempestades. A justia tem confirmado os contratos dos governos com os concessionrios, punindo quem no respeitar o que foi acordado. No Rio grande do Sul, termina, em 2013, o prazo de concesso de 15 anos dos atuais contratos. E o caso j est na justia. As concessionrias alegam que houve vrias quebras de contrato ao longo do perodo, como interrupo na arrecadao e reduo unilateral de tarifas, o que provocou claro desequilbrio econmico-financeiro na operao. A ex-governadora tucana Yeda Crusius negociou uma prorrogao no prazo de concesso para zerar essa pendncia, reduzir tarifas e acrescentar investimentos, mas no conseguiu a anuncia do governo federal, que dono da maior parte das rodovias. os convnios de delegao para o estado foram denunciados e esto na justia. Faltando menos de dois anos para o final do contrato, as concessionrias no sabem a quem se reportar estado ou unio e a justia ter que decidir o que fazer com o alegado prejuzo. A melhor sada parece ser um acordo, prorrogando os contratos por mais alguns anos, o que

exige ao menos duas virtudes dos governantes: coragem poltica e nenhuma averso ao lucro, esta, muito distante dos dogmas polticos do PT gacho. No Rio de Janeiro, a concessionria Ponte S.A., que administra a Ponte Rio Niteri, est negociando com a unio a prorrogao do contrato de 20 anos que termina em 2015. A moeda de troca a necessidade urgente de interligar a ponte com a linha vermelha, o que desafogaria o congestionamento na Avenida Brasil e daria maior fluidez ponte. Tambm est em jogo melhorar o acesso a Niteri. As duas obras tm prazo de execuo de trs anos e esto oradas em R$ 220 milhes. A ANTT acena com uma prorrogao de cinco anos no prazo da concesso ou aumento de tarifa de 53,36%, sem prorrogao da concesso. No Paran, depois de oito anos de brigas campais com o MST e batalhas judiciais, todas patrocinadas pelo truculento governador Requio, as concessionrias voltam a respirar e j conversam com o governador tucano Beto Richa, que quer ver obras das concessionrias em todo o estado. o problema conseguir a necessria anuncia do governo federal para uma prorrogao do prazo de concesso. As concessionrias tambm alegam desequilbrio econmico-financeiro desde os tempos do governo Jaime lerner, agravadas nos

As concesses NO BRAsIL2006-2010

8,48 milhes de veculosFORAM AtENDIDOs NAs RODOvIAs

4,5 bilhes de veculos

PAssARAM POR CANCELAs DE PEDgIOs

EstE MOvIMENtO gEROU UM FAtURAMENtO BRUtO

de R$ 38,1 bilhesRODOVIAS&VIAS

As CONCEssIONRIAs38

investiRAm R$ 12 bilhes

FORAM RECOLhIDOs EM tRIBUtOs

R$ 7,2 bilhes

polmico, mas eficienteltimos oito anos. o perodo de concesso no Paran de 24 anos, dos quais mais de 14 j transcorreram.

os nmeros Do pedgio No brAsilDados da Associao Brasileira de Concessionrias de Rodovias (ABCR), referentes ao perodo 2006-2010, mostram que, nestes cinco anos, as cancelas de suas afiliadas registraram a passagem de 4,5 bilhes de veculos, com faturamento bruto de R$ 38,1 bilhes. S em obras, o setor investiu cerca de R$ 12 bilhes, sendo R$ 3,5 bilhes somente em 2010. Nestes cinco anos, o setor recolheu R$ 7,2 bilhes em tributos e fez atendimento nas rodovias a 8,48 milhes de veculos. Entre 2006 e 2010, as concessionrias pavimentaram 1.100 km de novas rodovias, recapearam 21.400 km de pista e fizeram 1.089 km de novos acostamentos. Tambm implantaram 246 km de terceiras faixas em trechos de aclive. A segurana foi ampliada com a construo e reforma de 553 passarelas para pedestres, 921 mil metros de defensas metlicas e 474 mil metros de barreiras de concreto. obras de drenagem, que garantem mais segurana durante perodos de chuva, foram feitas em todos os trechos concedidos.

Foto: Rodovias & Vias/Alexsandro Hekavei

Trecho da OHL Centrovias (SP-255): So Paulo o estado com o maior nmero de rodovias concedidas.

553 pAssARelAsPARA PEDEstREs

CONstRUO E REFORMA DE

1.100 km de novAs RodoviAs 246 km de teRceiRAs fAixAsEM tREChOs DE ACLIvE IMPLANtARAM

As CONCEssIONRIAs PAvIMENtARAM

FIzERAM 1.089 km

de novos AcostAmentos

E RECAPEARAM 21.400 km

921 mil metRos

DE DEFENsAs MEtLICAs

474 mil metRos

DE BARREIRAs DE CONCREtORODOVIAS&VIAS 39

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Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

faro a cobrana eletrnica automtica do pedgio. o chamado free-flow (passe sem parar).

o fim Das praas Prticos eletrnicos automticos a cada 10 ou 20 km

Nos prximos anos veculos no precisaro mais parar em praas de cobrana sistemas free-flow ganharo espao.

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importantes Entre os temas mais de Rodovias que sero discutidos no Stimo Congresso Brasileiro e Concesses (Foz do iguau, de 24 a 27 de outubro de 2011), est a implantao do sistema free-flow em todas as rodovias pedagiadas do pas, eliminando as praas e as cancelas de cobrana como conhecemos hoje. o sistema pode comear a operar dentro de trs ou quatro anos, assim que o Denatran implantar totalmente o SiNiAV - Sistema de identificao Automtica de Veculos.

placa eleTrNicAPara quem nunca ouviu falar, o SiNiAV foi institudo pelo Contran, por meio da Portaria 212, publicada em 2006 e alterada em julho de 2011. Ele torna obrigatrio o uso de TAgs (placas eletrnicas) em todos os veculos automotores, eltricos, reboques e semirreboques, que transitem por vias terrestres brasileiras. Pela resoluo do Conselho Nacional de Trnsito (Contran), a implantao do SiNiAV tem prazo definido, devendo iniciar em 01 de janeiro de 2012 e ser concludo at o dia 30 de junho de 2014. Alm das placas eletrnicas instaladas nos veculos, o sistema ter antenas leitoras, centrais de processamento e sistemas informatizados. Conforme a Resoluo, a placa eletrnica ser individualizada e ter um nmero de srie nico e inaltervel para cada veculo. Cada placa eletrnica dever conter, obrigatoriamente, as seguintes informaes que, uma vez gravadas, no podero ser alteradas: nmero serial nico, nmero da placa do veculo, nmero do chassi e cdigo Renavam. Com esse sistema, ao passar por um posto policial rodovirio, o veculo identificado eletronicamente e exibir, mesmo em movimento, todo seu status, simplificando a fiscalizao. o sistema j foi testado, e est sendo desenvolvido por empresas que pretendem participar da licitao que vai implantar a identificao eletrnica em toda a frota brasileira.

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Foto: Divulgao

Tecnologia contribui cada vez mais para monitoramento de veculos nas rodovias.

prticos em lugar de prAAsCom o SiNiAV funcionando, ser possvel universalizar o Via Fcil e o Sem Parar, retirando, inclusive, as cancelas. Seria o fim das praas de pedgio como conhecemos hoje. Prticos eletrnicos fariam o registro da passagem dos veculos pela rodovia. Com esse sistema, o motorista no para mais para pagar a tarifa. Uma vez identificado, o dbito feito ao gosto do fregus. As formas de pagamento ainda precisam ser definidas, mas podem ocorrer nos mesmos moldes do Via Fcil ou Sem Parar. Mas haver outras opes de pagamento aos motoristas, como o TAg pr-pago ou com o pagamento posterior, como o cliente preferir, at mesmo pelo telefone. Essa estratgia de cobrana ser ainda objeto de estudos e testes, e ser discutida pelos concessionrios no Stimo Congresso em Foz do iguau e, certamente, exigir legislao especfica. A utilizao do sistema pelo pedgio, com a tecnologia TAg RFiD (identificao por radiofreqncia), j est sendo testada em So Paulo no complexo Anhanguera/Bandeirantes pela STP, e na concessionria Rota das Ban42 RODOVIAS&VIAS

deiras pela empresa DBTRANS. A vantagem desse sistema poder tarifar os que atualmente no passam pelas praas de pedgio, e, portanto, no pagam, diz o diretor-presidente da Associao Brasileira de Concessionrias de Rodovias (ABCR) Moacyr Servilha Duarte, um dos mais entusiasmados com a possibilidade. Se mais gente paga, a tarifa fica menor para todos, diz o dirigente da ABCR. Ele cita como exemplo a Via Dutra (que liga So Paulo ao Rio de Janeiro), onde atualmente apenas 10% dos veculos que a utilizam pagam a tarifa. 90% so de veculos que usam a Dutra como uma avenida, circulando entre cidades prximas onde no existem praas de pedgio. Segundo Servilha Duarte, estudos recentes indicam que os veculos que pagam pedgio na Dutra, rodam, em mdia, 120, 130 km, e os que no pagam, rodam 20, 30 km. Se fosse colocado um prtico a cada 10 ou 20 km na Dutra, diz o diretor, seria possvel reduzir a tarifa final, para quem viaja do Rio a So Paulo, pela metade. isto vale, em maior ou menor grau, para todos os trechos concedidos, garante Servilha Duarte, exceto na Ponte Rio Niteri, onde 100% dos usurios j so tarifados.

o fim das praas

caminHes peNAlizAdosoutro exemplo emblemtico est no Paran, lembra Servilha Duarte. A concessionria Ecovia, que opera a BR277, entre Curitiba e o litoral, estima que fora do perodo de safra e da temporada de vero, mais de 70% dos veculos, que trafegam nos 175 quilmetros administrados pela concessionria, no pagam um centavo de pedgio, porque h apenas uma praa em todo o trecho, no alto da serra do mar, a 23 km de Curitiba. igualmente, se fossem colocados prticos a cada 10 ou 20 km, a tarifa poderia ser muito menor. A vantagem mais significativa da implantao desse sistema seria o abrandamento do custo dos fretes, pois so os caminhes que geralmente fazem o maior trecho e que, fatalmente, passam pelas praas de pedgio e so penalizados com

a tarifa cheia. Parece absurdo, mas no sistema atual, o caminho quem subsidia o automvel de passeio, pois alm de no pagar a tarifa, beneficiado pela boa qualidade da rodovia e pelos servios de socorro mecnico e de acidentes.

Sistemas eletrnicos de cobrana por quilmetro rodado podero reduzir custos dos fretes.

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

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entreVista

MoaCYr ServilHa DUARTE

O presidente da ABCr revela aos nossos reprteres os principais desafios do programa de concesses de rodovias e diz que o pedgio veio para ficar, no s no Brasil, mas em todo o mundo.

rodovias&vias os contratos de concesses no Brasil j ultrapassaram a metade da vigncia e est chegando a hora de renovar, prorrogar ou relicitar. No caso de concesses onerosas a prorrogao mais complicada? Servilha Duarte - No. So Paulo onerosa, mas no houve problema. onde existe problema, mais perto do fim, no Rio grande do Sul. So 15 anos, j estamos no 13 ano. Elas terminam em 2013. So, em grande parte, rodovias federais, tal como no Paran. misto de rodovias federais delegadas com rodovias estaduais. o que aconteceu l no Rio grande do Sul que a ex-governadora Yeda Crusius quis fazer uma negociao com as concessionrias. Renovao dos prazos, incluir investimentos, baixar tarifas, uma discusso igual s outras. houve um consenso entre o governo do estado e as concessionrias. Mas era necessria a anuncia do governo federal, para prorrogar os convnios de delegao.44 RODOVIAS&VIAS

Por questes de natureza poltica, o governo federal no concordou com a prorrogao dos convnios de delegao, que vencem agora em outubro. Sem sada, a governadora denunciou os convnios. Em tese os contratos voltariam para o governo federal. o governo federal no aceitou e h uma pendncia. hoje os contratos do Rio grande do Sul no so administrados nem pelo governo federal, nem pelo governo estadual. Est havendo uma discusso poltica. o governo estadual mudou, agora do mesmo partido do governo federal, o que deveria facilitar as coisas, mas no facilitou. hoje est no limbo. H uma rejeio do brasileiro pelo pedgio? Como o comportamento do usurio no exterior? A rejeio ao pedgio a mesma no mundo inteiro. Ns temos acompanhado a concesso de rodovias e a cobrana de pedgio na China. Eles tm um programa

entrevistagrande de concesses, muito maior que o nosso. Eles precisam de estrada e liberaram a cobrana. A gente imagina que a imprensa na China totalmente censurada. Pode ser em matria poltica, de interesse do regime. Em matria econmica a imprensa livre. Voc vai ver que o questionamento igualzinho: o melhor negcio do mundo. A coisa mais rentvel do mundo. o pedgio caro. Por que estou pagando por uma estrada que eu j paguei? Nos Estados Unidos, a mesma coisa. Pela situao poltica e econmica que o pas vive, eles esto fazendo duas coisas: aumentar a quantidade de rodovias pedagiadas e aumentar a tarifa das que j so pedagiadas. Como na Amrica no tm indexao, as tarifas esto defasadas. Nos contratos novos, eles j esto incluindo uma forma de correo. A lei federal, que criou as inter states, proibia que os estados pedagiassem as rodovias quando financiadas pelo governo federal. hoje tem um movimento muito grande para derrubar essa proibio e os governos dos Estados, onde podem, j esto fazendo a concesso. Politicamente o problema similar ao do Brasil. Se o governador republicano os democratas so contra. Quando os democratas so governo os republicanos so contra. Mas, de qualquer forma, os contratos tm sido a salvaguarda das concessionrias, e tm sido respeitados pela justia? Sim, e nisso o Paran foi emblemtico para os concessionrios. Quando o ex-governador Jaime lerner fez aquele ato, baixando unilateralmente a tarifa em 50%, ns conseguimos derrubar na justia e com isso criamos um padro de reconhecimento legal. o de que o contrato regular, e que a tarifa pode ser reajustada como estabelecido nos contratos. No Paran, quando o governador Roberto Requio assumiu em 2003, ele promoveu uma CPi que teve um deputado estadual do PT como relator. Passaram-se cinco meses e, para a frustrao do governador, constatou-se que o contrato era regular. Algumas anlises polticas mostram que o combate ao pedgio no d voto em eleio majoritria, mas tem grande influncia na eleio proporcional. Vereadores e deputados tiram vantagem desse combate hipottico. Ns temos experincia disso. Em 2002, no Paran, o Requio se elegeu governador, no porque ele era contra o pedgio. o adversrio dele, lvaro Dias, tambm tinha um discurso contra. Em So Paulo, o PSDB, no governo Mrio Covas, implantou o pedgio e est no poder h 16 anos. Quando o governo administra rodovia, ele pensa apenas em obras. Ele faz a obra e retorna depois de dez anos para recapear, ou quando cai uma ponte. Para a concessionria diferente, voc opera a rodovia. A rodovia tem que ser operada e conservada. hoje a rodovia uma artria, com trfego intenso e precisa ser operada. Por mais competente que seja o governo, ele no tem capacidade de gesto. os governos no possuem mecanismos de gesto? Tem uma fotografia, tirada aps o ltimo grande terremoto que atingiu o Japo, que circula na internet. Em seis dias eles refizeram um trecho de estrada. Todos ficaram impressionados com a rapidez dos japoneses. Ningum notou que foi uma concessionria que resolveu aquilo rapidamente. imagina se o governo mobiliza isso? No mobiliza, em qualquer lugar do mundo. o pedgio est consolidado no Brasil? Na nossa viso o programa est consolidado. No porque ns queremos, mas porque uma necessidade. o pedgio ficar mais palatvel com a evoluo da tecnologia, como por exemplo, a eliminao das praas de pedgio e a cobrana eletrnica por trecho percorrido, o que pode acontecer em futuro prximo. Vai permitir melhor fluxo e tarifas adequadas, com a cobrana do trecho efetivamente percorrido por todos os usurios.

Imagem que rodou o mundo depois de terremoto no Japo de rodovia concedida.RODOVIAS&VIAS 45

capa

Da espanHa

pArA o brAsile Maior grupo em nmero de concessionrias

em quilmetros de rodovias concedidas do Pas, a espanhola OHL administra cinco trechos vitais no Brasil. Fomos em todos os trechos e trouxemos, at voc, o que foi feito.

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

Autopista Ferno Dias OHL, regio de Extrema-MG.

2008, quando grupo esApartir deohl passoudasoprincipais panhol a administrar e operar cinco novos lotes

rodovias federais brasileiras, os cenrios nos quais essas rodovias esto inseridas comearam a mudar progressivamente. Sem condies de estar o tempo todo presente em rodovias com vida prpria, o governo federal delegou a misso iniciativa privada para que, literalmente, transformasse as rodovias em empresas.46 RODOVIAS&VIAS

Quem viajou por alguma das cinco rodovias antes de 2008, provavelmente, no esqueceu as dificuldades que enfrentou. Pista esburacada, sinalizao ruim, falta de manuteno e nenhum apoio operacional. Quase quatro anos depois, as mudanas so vistas, percebidas, sentidas e comemoradas por quem est viajando por essas vias, e por quem mora ou trabalha em torno delas.

autopista rgis biTTeNcourTDesde 2008, os 402,6 quilmetros da BR-116 que ligam So Paulo a Curitiba so administrados pela concessionria Autopista Rgis Bittencourt. Um movimento frentico de veculos, em especial de carga, dia e noite, exige ateno mxima da concessionria. Jos Davi Francisco de oliveira, 50 anos, empresrio s margens da rodovia h seis. Assim como a grande maioria dos que tm a Rgis Bittencourt na rotina, ele convicto em afirmar que a concesso foi muito positiva, especialmente para a comunidade do bairro dos Barnabs, municpio de Juquitiba (PR). Ele mora a um quilmetro da sua empresa e pelo menos cinco vezes ao dia atravessa de carro, de um lado para outro, por uma passagem inferior construda sob a autopista. Alm de segurana o dispositivo faz a funo de retorno, possibilitando mais mobilidade naquele ponto. S temos que agradecer. havia morte toda semana, por causa de atropelamento ou acidente. Desde que o retorno foi concludo aqui na frente, nada mais aconteceu. Prximo ao viaduto foi construda uma passarela, mas que, se-

gundo oliveira, alguns insistem em no utilizar. Embaixo da passarela j houve trs atropelamentos, um com vtima fatal. o povo tem que respeitar, usar a passarela. interditavam a rodovia, brigaram por essa passarela, queimaram pneu na pista. hoje tem passarela e ainda tem gente que passa pela pista. Ao longo da Rgis, nos lugares mais povoados e de maior circulao de pedestres e ciclistas, a concessionria construiu 30 passarelas novas. As passarelas so responsveis diretas na reduo dos ndices de vtimas fatais por acidentes na rodovia, que, em 2011, j caiu 34%. A concessionria tambm realizou obras de drenagem em 300 quilmetros e aes de conteno de inundaes na regio de Taboo da Serra e Embu.

conDies De TrAfegAbilidAdeSegundo o Diretor Superintendente da Autopista Rgis Bittencourt, Eneo Palazzi, as intervenes realizadas pela concessionria incluem os trabalhos iniciais de recuperao da rodovia, que se apresentava em estado crtico por falta de manuteno e investimentos macios na restaurao do pa-

vimento. Temos mais de 80% do pavimento em condies de referncia, garante Palazzi. Est em andamento um programa de reforo e alargamento de pontes e viadutos, para adequao estrutural e funcional dessas obras de arte. Mas nossa mais importante atuao foi conseguir, aps praticamente 20 anos, iniciar e dar andamento duplicao da Serra do Cafezal, acrescenta o diretor superintendente. As obras de duplicao nas duas extremidades da Serra do Cafezal esto em andamento por sete quilmetros, entre o km 337,2 e o km 334; e em quatro quilmetros, entre o km 363 e o km 367. Em julho de 2010 a duplicao comeou na altura do Distrito Barnabs e agora seguem com obras de terraplanagem e execuo de aterros para a concluso destes dois primeiros trechos. Na metade do ms de outubro a concessionria tornou pblico, atravs do Dirio oficial da Unio, que requereu ao iBAMA, a licena de instalao para as obras de duplicao entre o km 344 e km 363. Aps a anlise e anuncia da licena de instalao a concessionria poder colocar fim ao desejado trabalho de duplicar, por completo, a Rodovia Rgis Bittencourt.Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

Rgis Bittencourt - dispositivo construdo no Distrito Barnabs, Juquitiba.RODOVIAS&VIAS 47

capa

autopista liTorAl sulUma das mais bonitas do Brasil, a rodovia que liga as regies metropolitanas de Curitiba e Florianpolis tem 382,3 quilmetros em pista dupla. instrumento para o desenvolvimento industrial e turstico da regio, a Autopista litoral Sul passou a ser responsvel por parte do trecho conhecido como Corredor do Mercosul. Alm das BRs 376 e 101, a concessionria tambm opera e administra o Contorno leste de Curitiba e, futuramente, o Contorno de Florianpolis.

br-376 na regio de so jos dos pinhais-pr.

iNTerveNesDesde o inicio da concesso, foram restaurados 300 quilmetros de pavimento. De acordo com Antnio Mrcio Protta, Diretor Comercial da ohl Brasil e ex-Diretor Superintendente da Autopista litoral Sul, 109 obras de arte especiais (entre pontes, viadutos e passarelas) foram reparadas. Alm disso, 300 quilmetros receberam sinalizao horizontal e 8.474 placas incrementaram a sinalizao vertical das rodovias. Entre as intervenes de grande importncia esto a melhoria de 12 acessos rodovia e implantao de cinco novas passarelas, adiciona Protta. Desde 2008, devido s chuvas que afetaram o Paran e Santa Catarina, a concessionria teve que administrar situaes de deslizamento de terra e conteno de encostas. Alm da geografia da serra, a engenharia de dcadas atrs contribui para a instabilidade de alguns pontos. J recuperamos 106 trechos e estamos trabalhando em outros 20, adianta o diretor superintendente para rodovias&vias.

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RODOVIAS&VIAS

Foto: Rodovias & Vias/Oberti Pimentel

da espanha para o brasil

autopista plANAlTo sulSo 412,7 quilmetros da rodovia BR-116, fazendo a ligao da capital paranaense divisa dos estados de Santa Catarina e Rio grande do Sul. Construda entre as dcadas de 1940 e 1950, ainda quase toda em pista simples. De acordo com o Diretor Superintendente da Autopista Planalto Sul, Arthur de Vasconcellos Netto, um dos pontos fortes da concessionria o atendimento ao usurio: Durante todo o ano, nas 24 horas do dia, so mantidas viaturas de resgate, no total de 11 ambulncias e 10 guinchos, apoiados por cinco viaturas de inspeo de trfego. Eles so coordenados pelo CCo (Centro de Controle operacional), localizado na cidade de Rio Negro, e garantem a prestao de servios de excelncia aos usurios. Segundo Netto, o nmero de acidentes, e consequentemente de mortes, cairia ao adotar medidas preventivas. o ndice poderia ser menor se os motoristas cumprissem a legislao de trnsito, lembra o diretor superintendente.

duplicAoNo municpio de Fazenda Rio grande, na regio metropolitana de Curitiba, a ponte sobre o Rio iguau marca o incio das obras. Ser feita uma ponte nova na pista norte, do lado do acostamento. A duplicao, que comea na Fazenda Rio grande se estender at Curitiba, com o viaduto do Distrito industrial, no km 116,5 e o Trevo da Vila Pompia, no km 117,7. Ao todo sero 25,4 km de obras, do km 117,3, em Curitiba, at o km 142,70 em Mandirituba. A previso a de que as obras sejam concludas at fevereiro de 2016. Com a inteno de atender o desenvolvimento integrado da regio metropolitana de Curitiba, a prefeitura prolongou o traado da linha Verde (traado urbano da rodovia), at Fazenda Rio grande. As obras deste trecho, tiveram seus projetos ampliados reservando espao para passagem exclusiva do transporte coletivo.

autopista planalto sul liga a capital paranaense divisa de santa catarina com o rio grande do sul.

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

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autopista flumiNeNseA concessionria Autopista Fluminense responsvel pelos 320 quilmetros da rodovia BR-101/RJ, no trecho que atravessa o estado do Rio de Janeiro, de Niteri divisa com o Esprito Santo. Dos 320,1 quilmetros de extenso, 261,2 so de pista simples e 58,9 de pista dupla. Sua importncia na rede rodoviria brasileira de promover a ligao entre as regies Sudeste e Sul do Pas. relevante sob o ponto de vista econmico, pois conecta a regio norte da costa litornea do estado do Rio de Janeiro e suas bacias petrolferas. Alm disso, permite o acesso aos destinos tursticos da Regio dos lagos, como Bzios e Cabo Frio. o volume dirio mdio (VDM) de trfego mais alto nas proximidades de Niteri, com cerca de 90 mil veculos.

Na regio de Silva Jardim, Casimiro de Abreu e Maca, o VDM de 12 mil veculos. No trecho prximo divisa com o Estado do Esprito Santo, esse nmero cai para seis mil veculos. o trfego composto por 75% de veculos leves e 25% de veculos pesados. rodovias&vias percorreu todo o trecho da Autopista Fluminense. Vimos uma pista em excelentes condies. Pavimento restaurado em praticamente todo o trecho, acostamento em boas condies, sem degrau, obras de drenagem, tudo isso garantindo segurana ao usurio. Pontos de restaurao, construo de terceira faixa e obras de duplicao esto em andamento nesta rodovia. Dos 176 quilmetros de duplicao entre Campos dos goytacazes e Rio Bonito, previstos em contrato, 56 j tiveram as obras iniciadas.

boas Condies e vocao turstica.

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Foto: Rodovias & Vias/Leonilson Gomes

da espanha para o brasil

autopista ferNo diAs562,1 quilmetros da rodovia BR-381 ligam as cidades de So Paulo (SP) e Belo horizonte (Mg). Esse trecho administrado pela concessionria Autopista Ferno Dias. os volumes de trfego so mais altos nos trechos entre Bragana Paulista (SP) e So Paulo, e igarap (Mg) e Belo horizonte, em ambos os sentidos da rodovia. o trfego composto por 50% de veculos comerciais, 49% de veculos de passeio e 1% de motocicletas. Para o Diretor Superintendente da Autopista Ferno Dias, omar de Castro Ribeiro Junior, conforto e segurana dos usurios so objetivos perseguidos pela concessionria. Executamos limpeza da faixa de domnio e manuteno constante ao longo de todo o trecho. isso proporciona uma melhora considervel na visibilidade da rodovia, proporcionando mais segurana e sensao de bem- estar ao se trafegar numa pista limpa, afirma. intervenes de grande volume em obras de arte e no pavimento tambm

so competncias da concessionria. Um dos problemas encontrados era o desnvel da pista nas obras de arte especiais oAEs (pontes e viadutos). Ribeiro Junior conta como isso foi solucionado: Fizemos o nivelamento do pavimento nos encontros das pontes e viadutos em todo o trecho. Quando assumimos a rodovia, o desconforto provocado pelos baques nos encontros das oAEs era muito grande. Uma das primeiras aes da Concessionria foi corrigir esses desnveis em praticamente todas as oAEs do trecho sob Concesso. Uma das maiores intervenes em andamento na Autopista Ferno Dias o Contorno de Betim, que ter 10 quilmetros de extenso e est com a primeira parte em fase de finalizao. Alm disso, outras aes como obras de conteno de encostas e aterros, implantao de novas passarelas, novos trechos de acesso (como Piracaia e Bragana Paulista) e campanhas peridicas de conscientizao fazem parte do cotidiano da concessionria.

a administrao privada trouxe dias melhores para a br-381.

Foto: Rodovias & Vias/Leonardo Pepi

RODOVIAS&VIAS

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capa

parceiros Da

A Polcia rodoviria Federal PrF enfrenta todos os dias o rduo trabalho de garantir a vida nas estradas. Esta segurana vai alm de coibir comportamentos de risco ao volante. Passa tambm pelo combate a crimes nas estradas, 24 horas por dia. Em rodovias sob concesso, a parceria entre a PrF e as concessionrias se torna um reforo extra pela busca da segurana para os usurios das vias. Rodovias&Vias ouviu a Diretora-Geral do Departamento de Polcia rodoviria Federal, a inspetora Maria Alice Nascimento Souza, sobre esta relao entre o poder pblico e o setor privado.

segurANA

O apoio areo cada vez mais importante nas estradas.52 RODOVIAS&VIAS

principais desafios da Um dossegurana dos usuriosPolcia Rodoviria Federal certamente lutar pela das estradas brasileiras. A rdua batalha da PRF para diminuir o nmero de mortes nas estradas que ultrapassam os milhares de vtimas todos os anos em acidentes vem ganhando novos reforos. Com o advento das concesses em trechos federais chegaram tambm novos recursos que so importantes aliados do trabalho da PRF. Alm disso, as manutenes sob responsabilidade das concessionrias, que administram as rodovias, tornaram-se mais frequentes, sendo outro fator de aumento da segurana. A segurana nas rodovias tem como base trs fatores primordiais: as condies da via (sinalizao, pavimento e traado), as condies do veculo, e a atitude do motorista. No tocante aos trechos concessionados temos um reflexo direto no primeiro fator: a manuteno constante notria e as condies de trfego so mais adequadas de modo que o escopo de fatores que podem trazer riscos e contriburem para acidentes de trnsito reduzido, ob-

serva a Diretora-geral do DPRF, Maria Alice Nascimento Souza, em entrevista para rodovias&vias. A diretora-geral Maria Alice tambm lembra outra medida que contribui com o trabalho da corporao: a ampliao da fiscalizao eletrnica de velocidade. realizada em convnio com a PRF, e de grande importncia porque o comportamento de risco adotado nas estradas desestimulado. Atualmente o excesso de velocidade est diretamente relacionado maioria e gravidade dos acidentes atendidos em rodovias, acrescenta. Na viso da diretora, a Polcia Rodoviria Federal v as concessionrias de rodovias como parceiras no desenvolvimento de aes para um trnsito seguro e para o atendimento de qualidade populao. Atravs da integrao possvel a realizao de aes que interfiram positivamente no atual cenrio, desde a identificao de pontos crticos e a adoo de medidas preventivas at a realizao de campanhas de trnsito especficas para as diversas realidades regionais, conta Maria Alice Nascimento Souza.

maria aliCe nasCimento souza, sociloga, natural do estado do paran, e policial de carreira com 26 anos de servios prestados instituio a primeira mulher a assumir a direo geral de uma instituio poliCial de mbito naCional no brasil.

RODOVIAS&VIAS

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economia

iNvesTiNdo em guas profunDasEm outubro de 2011, a Petrobras, uma das maiores empresas brasileiras e do mundo, completou 58 anos. Os investimentos de mais de US$ 224 bilhes, previstos para o perodo 2011 2015, representam outro marco na histria da Companhia criada por Getlio Vargas. o maior plano de investimentos de sua existncia. O objetivo de tornar o Brasil protagonista no mercado global de petrleo e gs to grandioso quanto a prpria empresa, mas ao mesmo tempo levanta dvidas e apreenso aos olhos de investidores e setores polticos, sobretudo em tempos incertos da economia mundial.

Fotos: Agncia Petrobras

s turbulncias que pairam no ar da economia global atualmente parecem atingir tambm as guas profundas dos mares da costa brasileira, palco de uma das mais desafiadoras empreitadas da Petrobras: a explorao do Pr-Sal, j em andamento. Desde o incio do debate acerca da explorao do petrleo em guas profundas, representantes do mercado de capitais, e da classe poltica, levantaram questionamentos acerca dos riscos desta operao.Alcanar petrleo em profundidades de milhares de metros em alto mar no tarefa simples, tampouco financeiramente barata.54 RODOVIAS&VIAS

A

E justamente diante deste desafio, a Petrobras anunciou o maior investimento de sua histria de 58 anos: US$ 224,7 bilhes previstos para o perodo 2011 2015. Segundo a assessoria de comunicao da companhia, com isso a Petrobras prev instalar 19 grandes projetos de produo at 2015, adicionando 2,3 milhes de barris por dia (bpd) sua capacidade de produo. Ser adicionado, em cinco anos, volume superior ao que a empresa conseguiu produzir em 58 anos. fato que o Pr-Sal j produz. hoje so 150 mil barris/dia. E dele depende a meta de aumentar a produo para quase dois milhes de barris/dia at

Investindo em guas turbulentas

ns j produzimos no pr-sal. temos muitos desafios, mas as oportunidades so muito maiores.Jos Sergio GabrielliPresidente da Petrobras

2020. Ainda assim, o mercado parece ctico, e as preocupaes de uma nova catstrofe como ocorreu com a BP ou um encolhimento das margens de lucro devido aos altos custos da explorao profunda, refletem-se diretamente no valor das aes da Petrobras, que nunca estiveram to baixas. Segundo corretoras que atuam no mercado de

capitais, as aes da Petrobras desvalorizaram 30%, somente em 2011. Durante evento do setor ocorrido no ms de setembro, no Rio de Janeiro, o presidente da Petrobras, Jos Sergio gabrielli, ressaltou que o pr-sal no mais um sonho. Ns j produzimos no pr-sal. Temos muitos desafios, mas as oportunidades so muito maiores.

708 m

recordes muNdiAis de produo dA peTrobrs por lmina DguaencHoVa en-1-rJs

1977

124 m

pirana rJs-232

1983

293 m

marimb rJs-376D

1988

492 m

1027 m

marlim mrl-4

1994

roncaDor rJs-436

1999

1853 m

roncaDor ro-21

2003

1886 m

Fonte: Agncia PetrobrasRODOVIAS&VIAS 55

economia

alm Do pr-sAlComo prova de que as oportunidades so muito maiores, citando o presidente da companhia, aes que integram o gigantesco plano de investimentos surgem em reas variadas de atuao da empresa. Alm dos quase dois milhes de barris por dia advindos do pr-sal at 2020, a Petrobras espera alcanar a produo de nada menos que 4,9 milhes de barris/dia no mesmo perodo, graas ao reforo que dever surgir da perfurao de mais de 1.000 poos offshore nos prximos cinco anos. Aumento na produo, demanda por novas refinarias. Quatro novas esto nos planos da companhia, o que tambm manter as importaes de deriva-

dos em patamares menores caso as refinarias no existissem com o aumento da produo (sem elas as importaes de derivados saltariam de 5% para 40% e causariam grande impacto na balana comercial brasileira). Paralelamente os investimentos tambm atendero a rea de fertilizantes, e a Petrobras tambm poder se tornar a maior produtora de etanol do Pas at 2015 e alcanar, com a participao de parceiros, 12% do mercado brasileiro. Com tantas ambies, parece pouco provvel que a empresa permanea sendo vista com to pouco apreo pelos investidores e o mercado em geral por muito tempo. Nos prximos anos, se tais metas forem alcanadas, seu valor subir na mesma proporo, ou mais. o tempo dir, mas os seus 58 anos de experincia certamente no devem ser desconsiderados.

Ilustrao: Agncia Petrobras

O Pr-Sal j produz 150 mil barris/dia.56 RODOVIAS&VIAS

RODOVIAS&VIAS

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Os aeroportos estaduais de So Paulo esto nos planos de investimentos do Governo do Estado. So mais de r$ 60 milhes somente em 2011 para melhorias que vo desde novas esteiras para bagagem at sinalizao de pistas, ptios e acessos. Os trabalhos so de responsabilidade do Departamento Aerovirio do Estado de So Paulo Daesp , e so importantes para atender o constante crescimento da demanda por voos no Brasil, fruto de um misto de concorrncia acirrada no setor, com o advento da nova classe mdia, graas a uma economia aquecida nos ltimos anos.

mAis forA para os pequenos

Fotos: Rodovias & Vias/Alexsandro Hekavei

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aeroportospesar das turbulncias despontarem nos cus da economia mundial e recesses aproximarem-se de diversos pases, aqui no Brasil, o governo paulista mostra viso de longo prazo oportuna e coerente ao investir nos seus aeroportos estaduais. Mais do que apenas garantir que eles continuem funcionando, investir nos aeroportos de menor porte, que atendem o interior do estado mais populoso do Pas, tambm assegurar que o crescimento do movimento de passageiros e de cargas areas tenha qualidade no futuro. A tendncia de crescimento no movimento destes aeroportos regionais j aconteceu no exterior, em pases como os Estados Unidos, por exemplo, anos atrs. Agora este movimento est em plena ascenso no Brasil. Tanto que companhias areas que souberam aproveitar estes aeroportos historicamente esquecidos, ganharam mercado, e estabeleceram-se onde ningum marcava presena. No Brasil, o caso mais emblemtico o da companhia Azul linhas Areas Brasileiras. A empresa soube aproveitar a demanda por voos regionais utilizando aeronaves de menor porte e fabricadas nacionalmente

A

pela Embraer. Resultado: no primeiro ano de atuao transportou 1 milho de passageiros e, em 2011 (at o final de setembro), 12 milhes.

obrAs em 31 aeroportosCom viso semelhante sobre a importncia estratgica destes terminais regionais, o governo do Estado de So Paulo anunciou investimentos relevantes. Segundo informaes oficiais, os 31 aeroportos, administrados pelo Departamento Aerovirio do Estado de So Paulo (Daesp), recebero R$ 542 milhes para modernizao e melhorias na infraestrutura. As obras abrangem a implantao de equipamentos de raio-x e esteiras, torre de controle, revitalizao de sinalizao, recapeamento de pistas, construo de novo terminal de passageiros e compra de novos veculos contra incndio. E em 2011, so R$ 68,5 milhes com previso de licitao e incio de obras, segundo o Daesp. os aeroportos que recebero mais recursos nesta primeira etapa so os de Araatuba, So Jos do Rio Preto, Ribeiro Preto, e Presidente Prudente (veja quadro).

$$60 RODOVIAS&VIAS

$

ribeiro preto........................r$ 10 milhes bauru............................................r$ 5,2 milhes araatuba................................r$ 21 milhes marlia................................r$ 7,3 milhes presiDente pruDente......r$ 9,9 milhes so Jos Do rio preto.....r$ 10,8 milhes Votuporanga........................r$ 4,3 milhes

$

total..........................r$ 68,5 milhes

Mais fora para os pequenosAlm das melhorias em andamento, diversas obras j foram concludas pelo Daesp em 2011, nestes mesmos aeroportos, e em outros como os de Avar, Campinas/Amarais, Jundia, Piracicaba, e itanham. So obras de ampliao da rea de estacionamento de veculos, ampliao das vias de txi e pavimentao do ptio de aeronaves, recuperao de cobertura de terminal de passageiros, remoo de borracha da pista de pouso e decolagem, entre outras. o Daesp vinculado secretaria de logstica e Transportes do Estado de So Paulo e em 2011 os aeroportos sob sua responsabilidade receberam quase 1,7 milho de passageiros e 310.711 aeronaves (no acumulado at o ms de agosto, segundo estatsticas publicadas em seu portal oficial).

O aeroporto de So Jos do Rio Preto est entre os que mais recebero investimentos na primeira fase de obras.RODOVIAS&VIAS 61

ENgENhARIA

de olho Nos aciDentes geogrficosTopgrafo ajuda a identificar solues tcnicas e econmicas para a realizao de obras virias em meio a montanhas, rios, chapadas e canais. Demanda pelo profissional especializado deve aumentar nos prximos anos.

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Foto: Rodovias&Vias / Leonardo Pepi

RODOVIAS&VIAS

DE OLhO NOs ACIDENtEs gEOgRFICOs

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ENgENhARIAque o Aexpresso que diz naturais,Brasil bonito por natureza deve-se muito geografia. As belezas como rios, montanhas, chapadas, vales, entre outras formaes, so reconhecidas, inclusive no mbito internacional, como um patrimnio da nao. Contudo, essas representaes do relevo brasileiro se tornam grandes desafios para a engenharia quando necessrio desenvolver projetos como a construo de pontes, viadutos e/ou estradas, por exemplo. Neste momento, o trabalho do profissional especializado em topografia determinante para o sucesso da obra. Ele o responsvel pelo levantamento, com grau de preciso adequado, ao nvel de detalhamento necessrio exigido pelos projetos, o que proporciona ao projetista um bom diagnstico de todas as condicionantes que vo impactar nas solues tcnicas. o trabalho do topgrafo engloba tanto a parte de campo e processamento dos dados quanto a representao fiel do relevo sobre o qual ser desenvolvido o projeto de engenharia viria. isso de fundamental relevncia para o sucesso do empreendimento, diz o engenheiro civil Neimar Akira Miquitera, que trabalhou no setor de projetos virios do instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (ippuc). o trabalho do topgrafo representa um dos pilares da execuo de um projeto. o alto grau de confiabilidade no levantamento topogrfico evita que as obras de engenharia passem por adequaes e correes intempestivas durante a execuo, j que todos os fatores do relevo foram previstos e resolvidos na soluo global da fase de projeto. Do contrrio, caso fosse necessrio modificar o projeto de infraestrutura, inevitavelmente ocorreria elevao dos custos. A topografia bem feita um dos fatores fundamentais ao desenvolvimento do projeto. Dificilmente ser obtido um projeto de qualidade, com as melhores solues tcnicas ao menor custo possvel, se no houver primeiramente uma boa topografia, ressalta Akira.

Foto: Rodovias&Vias / Davi Etelvino

Topgrafo em obra acompanhada por Rodovias&Vias na Venezuela.64 RODOVIAS&VIAS

DE OLhO NOs ACIDENtEs gEOgRFICOs

desAfio VistaDe maneira geral, os acidentes geogrficos so interferncias, as quais o trabalho de topografia busca identificar ainda na fase de estudos preliminares do projeto, para evitar o fator surpresa ao longo do trabalho. Essa uma das justificativas para que projetos de grandes obras sejam divididos em etapas de trabalho, de acordo com as complexidades e nveis de detalhamento gradativamente crescentes e coerentes com a relevncia dos obstculos e decorrente custo para a soluo de projeto. Assim, quando um acidente geogrfico de relevncia identificado, um dos caminhos recomendveis investigar a extenso do imprevisto a fim de avaliar, entre as possveis alternativas tcnicas e econmicas, a mais adequada continuidade da obra. o Brasil apresenta uma gama bastante variada de acidentes geogrficos, conforme a regio do territrio nacional. os mais comuns so baas, canais, chapadas e mesas, esturios, colinas e montanhas, restingas, ravinas, rios e vales.

mercaDo brAsileiroo profissional topgrafo indispensvel em diversas modalidades de servios: construo civil, empresas petrolferas, rgos pblicos como prefeituras, empresas de diversos ramos de atuao, como saneamento, telecomunicao, energia eltrica, entre outras. Apesar do amplo campo de atuao, o mercado brasileiro tem uma deficincia deste tipo de mo de obra. E o problema poder ser agravado num futuro prximo em razo dos eventos esportivos que o Brasil receber Copa do Mundo de 2014 e olimpadas de 2016. os investimentos que o governo federal tem feito na rea de infraestrutura, como construo naval e hidreltrica, tambm contribuem para expor o problema. Para obter mo de obra capacitada suficiente para atender a demanda de investimentos e garantir a continuidade dos projetos, evitando que os investidores recuem devido falta de profissionais, entidades do terceiro setor j esto mobilizadas para treinar iniciantes e aperfeioar profissionais de topografia.

Foto: Rodovias&Vias / Leonardo Pepi

A geografia brasileira favorece e torna amplo o campo de atuao dos topgrafos. Apesar disso, a carncia de profissionais no mercado evidente.RODOVIAS&VIAS 65

pedestres

v A p

Governo do Distrito Federal d passagem aos pedestres

Fotos: Rodovias&Vias/Paulo Negreiros

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RODOVIAS&VIAS

v a pDistrito Federal ganhar 100 mil obreve. caladasfase de licitao a com acessibilidam de de em Est em2

construo dos passeios, que sero implantados em vrios pontos do Distrito Federal. o cronograma das implantaes ser definido conforme a demanda das administraes regionais.

Ao todo sero investidos R$ 8 milhes em caladas e meios-fios, com rampas para acesso dos portadores de necessidades especiais. o processo para caladas em concreto polido com oito centmetros de espessura, o que deve garantir durabilidade e dar beleza ao cenrio.

Projeto Orla: concluso do calado da Asa Norte.RODOVIAS&VIAS 67

pedestres

prAzosSegundo o secretrio de obras, oto Silvrio guimares, o objetivo comear os trabalhos assim que todos os prazos forem cumpridos. Nossa inteno atender, no menor tempo possvel, a uma das grandes demandas da populao que a construo de caladas com acessibilidade, diz, acrescentando q