rodapé | 04 | 2010

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esta edição da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, o SESC vem apostando Nem oficinas, debates, mesas redon- das, rodas de contação de histórias, rodas de discussões. Você deve estar se perguntando: mas já não tinha tudo isso nos anos anterio- res? A resposta é sim. Só que neste ano a pro- gramação vem com todo gás! O projeto aumentou sua demanda de oficinas, oferecendo-as desde o segundo até o último dia da Aldeia, além de não se limitarem ao teatro. Outra novidade é o workshop Ateliê compra-se dança, com Oscar Malta, de Pernambuco; de cinema; e do Ateliê aberto à comunidade, vivência com os alagoanos, Rosivaldo Reis e Lúcia Galvão, de Artes Visuais. Já na área de literatura, a palestra Mitologia: o reino de contos, com Marcos Henrique Rêgo, do Rio de Janeiro; e o Intercâmbio Literário, com a Trupe SESC Gogó da Ema de Contadores de História e o Núcleo SESC de Formação e Pesquisa na Arte de Contar Histórias (Nufopes). Confira as sinopses das oficinas abaixo. Um Pedaço de Mim Facilitadora: Consuelo Maldonado/ Equador Sinopse: oficina dirigida para atores e atrizes que desejem experimentar a construção cênica a partir de um exercício autoral. Buscando dentro de cada um dos mitos que os conformam. Mas, o intuito não é reproduzir a realidade e sim construir outra; A Voz, Uma Sonoridade Viva Facilitadora: Mérida Urquia/ Cuba Sinopse: a oficina tem como objetivo explorar as técnicas sonoras, propor o autoconheci- mento vocal e a compreensão semântica do texto dramático, a emotividade implícita nos significados dos textos e o pensamento na construção da personagem para desenvolver a fala de possíveis personagens; Pensamentos Giratórios – A Poética do Teatro Infantil na Comtemporâneidade Facilitador: Cia. Voar de Teatro/ DF e Adriana Ferraz/ AL Sinopse: a atividade será um espaço para reflexão e discussão sobre o tema proposto; Objeto Vivo Facilitador: Cia. Voar de Teatro de Bonecos/ DF Sinopse: oficina de composição e animação de personagens destinada a adolescentes e adultos. Visando a iniciação de personagens a partir de materiais recicláveis; O Silêncio, a Precariedade e o Drama Facilitador: Henrique Fontes/ RN Sinopse: oficina de criação dramatúrgica, tendo como pontos de partida o encontro silencioso dos criadores, as histórias de vidas dos participantes e estímulos dramáticos dados pelo oficineiro. Para se inscrever basta levar 1kg de alimento não perecível ao SESC Centro. Aldeia 2010 amplia oferta de oficinas Texto: Joelle Malta | Foto: Fabrício Alex Barros rodapé Realização: segunda-feira | 30 de agosto de 2010 | Ano 3 | nº 04 + Você conhece a galeria NaCasa? | p. 3 Cruzadinha | p. 4 Entrevista com Mérida Urquía | p. 2 Cinco oficinas serão ministradas durante a 5ª Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, além de outras atividades como um workshop e uma palestra SESC guerreiro das alagoas Momento da oficina Pedaço de Mim, ministrada por Coco Maldonado, no dia 28 de agosto. As reflexões lançadas pelos debatedores | p. 3

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Quarto número do terceiro ano do jornal Rodapé, que tem como objetivo fazer a cobertura dos 9 dias do projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas.

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esta edição da Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, o SESC vem apostando Nem oficinas, debates, mesas redon-

das, rodas de contação de histórias, rodas de discussões. Você deve estar se perguntando: mas já não tinha tudo isso nos anos anterio-res? A resposta é sim. Só que neste ano a pro-gramação vem com todo gás!

O projeto aumentou sua demanda de oficinas, oferecendo-as desde o segundo até o último dia da Aldeia, além de não se limitarem ao teatro.

Outra novidade é o workshop Ateliê compra-se dança, com Oscar Malta, de Pernambuco; de cinema; e do Ateliê aberto à comunidade, vivência com os alagoanos, Rosivaldo Reis e Lúcia Galvão, de Artes Visuais. Já na área de literatura, a palestra Mitologia: o reino de contos, com Marcos Henrique Rêgo, do Rio de Janeiro; e o Intercâmbio Literário, com a Trupe SESC Gogó da Ema de Contadores de História e o Núcleo SESC de Formação e Pesquisa na Arte de Contar Histórias (Nufopes). Confira as sinopses das oficinas abaixo.

Um Pedaço de Mim Facilitadora: Consuelo Maldonado/ EquadorSinopse: oficina dirigida para atores e atrizes que desejem experimentar a construção cênica a partir de um exercício autoral. Buscando dentro de cada um dos mitos que os conformam. Mas, o intuito não é reproduzir a realidade e sim construir outra;

A Voz, Uma Sonoridade VivaFacilitadora: Mérida Urquia/ CubaSinopse: a oficina tem como objetivo explorar as técnicas sonoras, propor o autoconheci-mento vocal e a compreensão semântica do texto dramático, a emotividade implícita nos significados dos textos e o pensamento na construção da personagem para desenvolver a fala de possíveis personagens;

Pensamentos Giratórios – A Poética do Teatro Infantil na Comtemporâneidade Facilitador: Cia. Voar de Teatro/ DF e Adriana Ferraz/ AL Sinopse: a atividade será um espaço para reflexão e discussão sobre o tema proposto;

Objeto VivoFacilitador: Cia. Voar de Teatro de Bonecos/ DFSinopse: oficina de composição e animação de personagens destinada a adolescentes e adultos. Visando a iniciação de personagens a partir de materiais recicláveis;

O Silêncio, a Precariedade e o DramaFacilitador: Henrique Fontes/ RNSinopse: oficina de criação dramatúrgica, tendo como pontos de partida o encontro silencioso dos criadores, as histórias de vidas dos participantes e estímulos dramáticos dados pelo oficineiro.

Para se inscrever basta levar 1kg de alimento não perecível ao SESC Centro.

Aldeia 2010 amplia oferta de oficinas

Texto: Joelle Malta | Foto: Fabrício Alex Barros

roda

Realização:

segunda-feira | 30 de agosto de 2010 | Ano 3 | nº 04

+Você conhece a

galeria NaCasa? | p. 3

Cruzadinha | p. 4

Entrevista comMérida Urquía | p. 2

Cinco oficinas serão ministradas durante a 5ª Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas, além de outras atividades como um workshop e uma palestra

SESC guerreiro das alagoas

Momento da oficina Pedaço de Mim, ministrada por Coco Maldonado, no dia 28 de agosto.

As reflexões lançadas pelos debatedores | p. 3

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entrevista

Mérida Urquía

Texto: Renato Medeiros | Fotos: Jacqueline Pinto

Rodapé: Como se deu o contato com o SESC Alagoas?

Mérida Urquía: Eu estava apresentando a peça 'Mãe Coragem' no Rio de Janeiro e o Thiago Sampaio, técnico de teatro do SESC daqui de Alagoas, assistiu e gostou. Algum tempo depois, ele me convidou para participar desse projeto e cá estou.

R: De que maneiras você espera contribuir com a 5ª Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas?

MU: Primeiramente, preciso dizer que fiquei muito agradecida com o convite. Aqui eu irei conduzir debates, juntamente com mais dois colegas – Henrique Fontes e Coco Maldonado –, promovendo o intercâmbio entre artistas. E a gente sabe que esse tipo de experiência sempre dá frutos, é sempre positiva. Além disso, tem a oficina que eu vou ministrar. Espero poder compartilhar conhecimentos sobre o fazer do teatro.

R: Fale um pouco sobre a oficina A Voz, Uma Sonoridade Viva, que você irá ministrar hoje (30).

MU: A oficina durará seis horas, de 8h às 11h e de 12h às 15h. Nela, será realizado um traba-lho prático entre os participantes, sobre as condições expressivas, sonora e corporal, dos atores em cena. Ou seja, levarei para eles algumas técnicas de como potencializar as

possibilidades expressivas tanto do corpo quanto da voz.

R: Esta não é a sua primeira vez no Brasil. Você já assistiu espetáculos de outras regiões do país. Que semelhanças e diferenças você enxerga entre o teatro brasileiro e o de outros países da América Latina?

MU: Já vi espetáculos brasileiros em São Paulo, no Rio, em Londrina... Há muito teatro no Brasil, mesmo que nem tudo seja bom. Mas é assim também nos outros países. De maneira geral, percebo que o teatro que se faz no Brasil rompe esquemas, é anárquico. Em Buenos Aires também se faz muito teatro. Agora há lá muitas peças undergrounds, de câmara, nas casas das pessoas, em garagens. Tem também o teatro comercial, com os atores famosos da televisão; o teatro de riso fácil; e o movimento do teatro de grupo, que é de onde eu venho. O teatro de grupo é aquele que faz pesquisa, investigação e que, ainda bem, consegue sobreviver mesmo que seja mais difícil levar o público às casas de espetáculos. No Peru e na Colômbia também há muito teatro.

na boca de mateuFotos: Jacqueline Pinto

Frequento sempre o Teatro Deodoro e o Cen-tro de Convenções. Como sou pedagoga bus-co conhecer melhor as atividades que mos-tram a nossa cultura e repassar o que aprendi para meus alunos. Pra mim a escolha do local acontece através da divulgação mesmo, é preciso saber o que vai acontecer para me programar.

Quais os espaços culturais de Alagoas que você mais freqüenta? Por quê?

EdneideMoraes

SuellenMartins

Técnica Socorrista do Samu Fisioterapeuta

A cultura é essencial para a descoberta do ser humano, portanto, sempre estou presen-te em espaços culturais, valorizando os artis-tas da nossa terra. Frequento sempre o tea-tro de Arena dependendo dos espetáculos que estão sendo apresentados e do dia que estão em cena, porque o Centro aos domin-gos é muito esquisito e fica difícil o acesso.

Sempre que tenho conhecimento de atividades culturais procuro ir, mas sinto muito falta de divulgação destes espaços. Eu sempre vou ao Centro Cultural do Sesi e no Espaço Cultural da Ufal. Este espaço do SESC estou conhecendo agora, pois não sabia das atividades que são realizadas.

EdneuzaMoraes Pedagoga

Mateu (ou Mateus) é o cara pintada que anuncia as boas novas no Guerreiro.

Todos os lugares passam pela mesma

situação: nas grandes cidades é mais fácil

produzir grandes espetáculos; já nas

cidades pequenas é mais comum o teatro de

grupo.

Mérida UrquíaAtriz e diretora de teatro

érida Urquía é cubana, mas vive na Colômbia há 15 anos. É atriz e diretora, integrante da Cia Ensamblaje Teatro, que tem 25 anos de Mexistência. Na entrevista abaixo, ela fala sobre sua atuação na 5ª

Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas e de como percebe o teatro brasileiro.

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ual a medida da verdade do meu espetáculo? Essa foi a pergunta lançada para reflexão na tarde de ontem (29) durante o debate do Qespetáculo Nós, nus e os outros, da Cia. de Teatro Animus. Questões

como a ousadia de encenar um texto de Jean-Paul Sartre no primeiro trabalho do grupo e o porquê de montar este texto, foram levantadas. “Será que não foi se jogar dentro de uma armadilha?”, questionou o performer Jorge Schutze, que assistia ao debate.

“Antes de qualquer coisa, é muito válido montar Sartre, sobretudo porque seus textos jamais serão démodés ou temporais. Seu teatro existencialista, denso e difícil, aborda o universo de dentro e de fora do individuo”, contou a debatedora Mérida Urquía. O artista quando tem suas ideias talvez as possua, muito claras para si, mas será que ele se preocupa com o que quer e para quem vai dizer? Com quem vai dialogar? O sentido do espetáculo passa pelo entendimento da obra.

Os debatedores reforçaram ainda que toda obra merece mergulho, pesquisa e investigação. O público entende a peça quando, e se, ela estiver muito bem compreendida pelos atores. É necessário a apropriação do texto pra si, para que não haja a sensação de que as palavras não sejam direcionadas para o público, de que a platéia não se sente tocada e não-participante do espetáculo. A dica que fica é: arriscar mais e não se limitar.

Aprendendo a correr riscos

Galeria NaCasa é mais uma opção para asartes plásticas em Alagoas

seu jofre falou fica a dica

A Obra de Cláudio Santoro e Guerra-PeixeConjunto GYN Câmara

Segunda etapa do Sonora Brasil, o maior projeto de circulação musical do país. Neste ano o tema é ‘Música Brasileira do Séc. XX – A Obra de Cláudio Santoro e Guerra-Peixe’. Serão apresentados duetos, solos e obras para canto dos dois autores.

O que é?

Os dois compositores participaram ativamente da estruturação das bases da música erudita contemporânea no Brasil a partir da relação que mantiveram com o Movimento Música Viva, em 1939. Um deles ainda enveredou pela fusão de elementos populares da cultura nordesti-na, criando um novo conceito musical.

Por que assistir?

O grupo GYN Câmara foi formado especial-mente para esta edição do projeto Sonora Brasil e é composto por músicos profes-sores da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O Conjunto

segunda-feira | 30 de agosto | 20h

Teatro SESC Jofre Soares

Rua Barão de Alagoas, 229, Centro

Entrada franca.

Quando e onde?

Texto: Renato Medeiros

Texto: Joelle MaltaFoto: Divulgação

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elo segundo ano, a Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas fomenta o Pdiálogo com as outras linguagens

artísticas. Em apoio às artes plásticas, o Rodapé apresenta aos leitores a galeria NaCasa, que vem se tornando um espaço onde os artistas que produzem em Alagoas podem mostrar e comercializar suas obras. Ao todo, já são mais de cinco exposições coletivas realizadas em pouco mais de um ano de existência.

A arquiteta Renata Marques, idealiza-dora do espaço, conta que teve a ideia de

transformar seu escritório de arquitetura em galeria de arte depois que começou a pesquisar sobre o assunto. “Como eu só usava uma sala do prédio, resolvi transformar o restante em galeria”, revela. Com essa iniciativa, Renata Marques vem se tornando uma espécie de marchand, ajudando os artistas na comercialização das obras.

A galeria NaCasa está localizada na Praça Rayol, 772, no bairro de Jaraguá. Aberta das 8h às 12h e das 14h às 17h. Entrada franca.

Percebi que Alagoas produzia

muita arte e queria que outras pessoas vissem

isso. Como eu só usava uma sala do prédio,

resolvi transformar o restante em galeria.

Renata MarquesArquiteta

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Informativo produzido pelo Serviço Social do Comércio de Alagoas - SESC para o projeto Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas 2010

Coordenador Artístico-Cultural: Guilherme RamosTécnico de Teatro: Thiago SampaioTécnico Assistente: Fabrício Alex BarrosEstagiário de Teatro: Gustavo FélixPlanejamento Gráfico e Diagramação: Renato MedeirosTextos:Barbara Esteves | Fabrício Alex Barros | Gustavo Félix | Jacqueline Pinto | Joelle Malta | Morena Melo | Renato Medeiros | Thiago Sampaio

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, neces-sariamente, a opinião do SESC Alagoas.

Workshop Ateliê Compra-se Dança, Oscar Malta (PE). De 31/08 a 02/09, das 14h às 17h. Teatro SESC Jofre Soares. Inscrições: 1kg de alimento não perecível, no SESC Centro. 20 vagas.

Pensamentos Giratórios A Poética do Teatro Infantil na Contemporaneidade, Cia. Voar Teatro de Bonecos (DF) e Adriana Ferraz. Das 8h às 11h e de 12h às 15h, no Espaço Cultural da Ufal. Inscrições: 1kg de alimento não perecível, no SESC Centro. 20 vagas.

Guerreiro Vencedor Alagoano, com Mestre Juvenal Leonardo. Às 9h30, no SESC Jaraguá. Entrada franca.

Espetáculo Uma Noite em Tabariz , da Cia. do Chapéu. Às 19h, noTeatro de Arena Sérgio Cardoso, Centro. Entrada: R$ 2,00 + 1kg de alimento ou R$ 4,00.

Música: Orquestra de Tambores, da Cia. de Teatro e Dança Muro Imaginário. Às 16h30, na Praça Marechal Deodoro, Centro. Entrada franca.

cruzadinha

rodapéexpediente amanhã

galeria

1. Alagoano que foi técnico da seleção brasileira de futebol.

2. Poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos, expostos para venda pendurados em cordas.

3. Forma de expressão em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade.

4. Escritor do poema Negra Fulô.5. Músico e compositor alagoano que teve

várias músicas em temas de novelas.6. Conhecido também como desafio, é uma

mescla entre poesia e música,em que predomina o improviso.

7. Uma das principais obras de Graciliano Ramos. Tem entre seus personagens Fabiano e baleia.

Abaixo a solução da cruzadinha do terceiro

número do Rodapé 2010:

Confira a solução da cruzadinha desta edição amanhã, no quinto número do Rodapé 2010.

Fotos: Jacqueline Pinto e Renato Medeiros

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