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s ingu la r Lista de exercícios – 2ºs anos – Ensino Médio – Tarde – Profª Rosana Soares 01 - (UFRR/2010) Estudante vítima de acidente morre no dia do aniversário Uma coincidência da vida selou o destino de um jovem estudante, que morreu na madrugada de ontem, dia em que completaria 18 anos. Ele estava internado há cinco dias no Hospital Geral de Roraima, vítima de um acidente de trânsito, no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas com Surumu, no bairro São Vicente. www.folha.com.br/fbv/notícia. Ed. 5572 de 11-11-09. Assinale a única alternativa INCORRETA: Veja a frase: “O jovem estudante estava internado há cinco dias no Hospital Geral de Roraima, vítima de um acidente de trânsito”. a) O sujeito da frase é “uma coincidência da vida”. b) O sujeito da frase é “jovem estudante”. c) “morreu” é um verbo da segunda conjugação. d) Avenida Getúlio Vargas é um substantivo próprio. e) “Ele estava internado...”. Esta frase não possui verbo de ação. 02 - (FGV /2010/Janeiro) Considere a tira e analise as afirmações. I. A resposta esperada pela menina era “a rua”. II. Na frase de Mafalda, no segundo quadrinho, Miguelito é o sujeito da oração. III. Em português, o sujeito de uma oração pode ser inexistente, como em “Choveram reclamações na empresa por causa do apagão na Internet.” IV. A resposta de Miguelito seria compatível com a pergunta: Ao prefeito cabe que responsabilidade? Pela leitura das afirmações, conclui-se que a) nenhuma delas está correta. b) apenas I e III estão corretas. c) apenas II e III estão corretas. d) apenas III e IV estão corretas. e) todas elas estão corretas. 03 - (FUVEST SP/2008/2ª Fase) Para Pirandello, o cômico nasce de uma “percepção do contrário”, como no famoso exemplo de uma velha já decrépita que se cobre de maquiagem, veste-se como uma moça e pinta os cabelos. Ao se perceber que aquela senhora velha é o oposto do que uma respeitável velha senhora deveria ser, produz-se o riso, que nasce da ruptura das expectativas, mas sobretudo do sentimento de superioridade. A “percepção do contrário” pode, porém, transformar -se num “sentimento do contrário” – quando aquele que ri procura entender as razões pelas quais a velha se mascara, na ilusão de reconquistar a juventude perdida. Nesse passo, a velha da anedota não mais está distante do sujeito que percebe, porque este pensa que também poderia estar no lugar da velha e seu riso se mistura com a compreensão piedosa e se transforma num sorriso. Para passar da atitude cômica para a atitude humorística, é preciso renunciar ao distanciamento e ao sentimento de superioridade. Adaptado de Elias Thomé Saliba, Raízes do riso.

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singular

Lista de exercícios – 2ºs anos – Ensino Médio – Tarde – Profª Rosana Soares

01 - (UFRR/2010)

Estudante vítima de acidente morre no dia do

aniversário

Uma coincidência da vida selou o destino de um jovem estudante, que morreu na madrugada de ontem, dia em que

completaria 18 anos. Ele estava internado há cinco dias no Hospital Geral de Roraima, vítima de um acidente de trânsito, no

cruzamento das avenidas Getúlio Vargas com Surumu, no bairro São Vicente.

www.folha.com.br/fbv/notícia. Ed. 5572 de 11-11-09.

Assinale a única alternativa INCORRETA:

Veja a frase: “O jovem estudante estava internado há cinco dias no Hospital Geral de Roraima, vítima de um acidente de

trânsito”.

a) O sujeito da frase é “uma coincidência da vida”.

b) O sujeito da frase é “jovem estudante”.

c) “morreu” é um verbo da segunda conjugação.

d) Avenida Getúlio Vargas é um substantivo próprio.

e) “Ele estava internado...”. Esta frase não possui verbo de ação.

02 - (FGV /2010/Janeiro) Considere a tira e analise as afirmações.

I. A resposta esperada pela menina era “a rua”.

II. Na frase de Mafalda, no segundo quadrinho, Miguelito é o sujeito da oração.

III. Em português, o sujeito de uma oração pode ser inexistente, como em “Choveram reclamações na empresa por causa do

apagão na Internet.”

IV. A resposta de Miguelito seria compatível com a pergunta: Ao prefeito cabe que responsabilidade?

Pela leitura das afirmações, conclui-se que

a) nenhuma delas está correta.

b) apenas I e III estão corretas.

c) apenas II e III estão corretas.

d) apenas III e IV estão corretas.

e) todas elas estão corretas.

03 - (FUVEST SP/2008/2ª Fase) Para Pirandello, o cômico nasce de uma “percepção do contrário”, como no famoso

exemplo de uma velha já decrépita que se cobre de maquiagem, veste-se como uma moça e pinta os cabelos. Ao se perceber

que aquela senhora velha é o oposto do que uma respeitável velha senhora deveria ser, produz-se o riso, que nasce da ruptura

das expectativas, mas sobretudo do sentimento de superioridade. A “percepção do contrário” pode, porém, transformar-se num

“sentimento do contrário” – quando aquele que ri procura entender as razões pelas quais a velha se mascara, na ilusão de

reconquistar a juventude perdida. Nesse passo, a velha da anedota não mais está distante do sujeito que percebe, porque este

pensa que também poderia estar no lugar da velha – e seu riso se mistura com a compreensão piedosa e se transforma num

sorriso.

Para passar da atitude cômica para a atitude humorística, é preciso renunciar ao distanciamento e ao sentimento de

superioridade.

Adaptado de Elias Thomé Saliba, Raízes do riso.

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a) Considerando o que o texto conceitua, explique brevemente qual a diferença essencial entre a “percepção do contrário” e o

“sentimento do contrário”.

b) “Ao se perceber que aquela senhora velha é o oposto do que uma respeitável velha senhora deveria ser, produz-se o riso

(...)”.

Sem prejuízo para o sentido do trecho acima, reescreva-o, substituindo se perceber e produz-se por formas verbais cujo sujeito

seja nós e é o oposto por não corresponde. Faça as adaptações necessárias.

04 - (UNESP SP/2003)

Corte na Aldeia

– A minha inclinação em matéria de livros (disse ele), de todos os que estão presentes é bem conhecida; somente poderei

dar agora de novo a razão dela. Sou particularmente afeiçoado a livros de história verdadeira, e, mais que às outras, às do

Reino em que vivo e da terra onde nasci; dos Reis e Príncipes que teve; das mudanças que nele fez o tempo e a fortuna; das

guerras, batalhas e ocasiões que nele houve; dos homens insignes, que, pelo discurso dos anos, floresceram; das nobrezas e

brasões que por armas, letras, ou privança se adquiriram. [...]

[...]

– Vós, senhor Doutor (disse Solino) achareis isso nos vossos cartapácios; mas eu ainda estou contumaz. Primeiramente,

nas histórias a que chamam verdadeiras, cada um mente segundo lhe convém, ou a quem o informou, ou favoreceu para

mentir; porque se não forem estas tintas, é tudo tão misturado que não há pano sem nódoa, nem légua sem mau caminho. No

livro fingido contam-se as cousas como era bem que fossem e não como sucederam, e assim são mais aperfeiçoadas.

Descreve o cavaleiro como era bem que os houvesse, as damas quão castas, os Reis quão justos, os amores quão

verdadeiros, os extremos quão grandes, as leis, as cortesias, o trato tão conforme com a razão. E assim não lereis livro em o

qual se não destruam soberbos, favoreçam humildes, amparem fracos, sirvam donzelas, se cumpram palavras, guardem

juramentos e satisfaçam boas obras. [...] Muito festejaram todos o conto, e logo prosseguiu o Doutor:

– Tão bem fingidas podem ser as histórias que merecem mais louvor que as verdadeiras; mas há poucas que o sejam; que

a fábula bem escrita (como diz Santo Ambrósio), ainda que não tenha força de verdade, tem uma ordem de razão, em que se

podem manifestar as cousas verdadeiras.

(Francisco Rodrigues Lobo, Corte na Aldeia)

A leitura do último período do fragmento de Rodrigues Lobo revela que o escritor valeu-se com elegância do recurso à elipse

para evitar a repetição desnecessária de elementos. Com base nesta observação,

a) aponte, na série enumerativa que começa com a oração “se não destruam soberbos”, os vocábulos que são omitidos, por

elipse, nas outras orações da série;

b) considerando que as sete orações da série enumerativa se encontram na chamada “voz passiva sintética”, indique o sujeito

da primeira oração e as características de flexão e concordância que permitem identificá-lo.

05 - (FGV /2010/Janeiro) Analise a tira.

(Folha de S.Paulo, 10.12.2008)

a) No primeiro quadrinho, a palavra Deus ocorre na fala das duas personagens. Explique a função sintática que ela assume em

cada uma dessas ocorrências.

b) No segundo quadrinho, a personagem afirma: Preciso de provas. Supondo que ela utilizasse uma frase completa, com as

informações do seu interlocutor, reescreva a frase que resultaria dessa mistura, iniciando com Preciso de provas e justificando

a escolha dos elementos que devem unir as informações.

06 - (UFTM MG/2009/Janeiro) Leia o texto.

Aceleração tecnológica

Em média, os bioplásticos são 30% mais caros que os plásticos convencionais. Apesar do preço alto, estima-se que eles

possam representar 10% do total do mercado brasileiro em 2012. De olho nesse potencial, a belgo-argentina Solvay Indupa

assinou um contrato com a cooperativa de produtores de álcool e açúcar Copersucar para o fornecimento do etanol que será

usado na fabricação de PVC. Na mesma linha de parcerias, a gigante do setor Dow Chemical buscou a Crystalsec para montar

o primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo na região do Triângulo Mineiro, com investimentos estimados em 1,5 milhão

de reais.

A produção de cana estará lado a lado com a fábrica de plásticos.

(Exame, 24.09.2008)

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a) Reescreva a frase, flexionando adequadamente o verbo auxiliar no futuro do presente e o verbo principal no particípio: 1,5

milhão SER + INVESTIR para montar o primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo.

b) Reescreva a expressão – ... para o fornecimento do etanol... – transformando fornecimento em verbo, e explique a alteração

sintática ocorrida com etanol.

07 - (FGV /2011/Janeiro) Analise a tira.

Observe a função sintática da expressão “o carnaval”, no primeiro quadrinho, e de “adiamentos”, no segundo. As palavras

grifadas desempenham essas mesmas funções sintáticas, respectivamente, em:

a) Não temos mais desculpas. / Quando é a Páscoa?

b) Vamos enfrentar a realidade. / Não temos mais desculpas.

c) Vamos festejar a Páscoa. / Basta de preocupações.

d) Chega de reclamações. / Quando é o Carnaval?

e) Aproxima-se o Natal. / Basta de reclamações.

08 - (ITA SP/2002) Leia, a seguir, o texto em que Millôr Fernandes parodia Manuel Bandeira:

Que Manuel Bandeira me perdoe, mas

VOU-ME EMBORA DE PASÁRGADA

Vou-me embora de Pasárgada

Sou inimigo do Rei

Não tenho nada que eu quero

Não tenho e nunca terei

Vou-me embora de Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

A existência é tão dura

As elites tão senis

Que Joana, a louca da Espanha,

Ainda é mais coerente

do que os donos do país.

(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S.Paulo, mar. 2001.)

Os três últimos versos de Millôr Fernandes exprimem:

a) a inconseqüência dos governantes.

b) a má vontade dos políticos.

c) a ignorância do povo.

d) a pobreza de espírito das elites.

e) a loucura das mulheres no governo.

09 - (PUC PR/2001/Janeiro) Observe a frase que segue:

“Não posso lhe garantir que todos estarão presentes à sua festa de formatura”.

Do enunciado acima, pode-se afirmar que a parte sublinhada desempenha a função de:

a) sujeito de posso,

b) objeto direto de posso,

c) objeto indireto de posso,

d) objeto direto de garantir,

e) objeto indireto de garantir.

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10 - (UNIFOR CE/2002/Julho) É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, como cidadãos eleitores e

normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no governo. Mas é igualmente verdade que a possibilidade

de ação democrática começa e acaba aí.

O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem,

nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única real força que governa o mundo e, portanto, o seu país e a sua pessoa.

Refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular à parte dele sempre em aumento, gerida pelas empresas

multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a

democracia aspira.

Todos sabemos que é assim e, contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua

dos fatos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e atuante, quando dela pouco mais nos resta

que um conjunto de forças ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica.

(José Saramago – Trecho do discurso pronunciado no “Fórum de Porto Alegre”, realizado em janeiro de 2002)

Refiro-me, obviamente, ao poder econômico.

A função sintática do termo sublinhado acima é a mesma do termo também sublinhado na frase:

a) continuamos a falar de democracia.

b) efeito visível sobre a única real força.

c) por uma espécie de automismo verbal.

d) gerida pelas empresas multinacionais.

e) de acordo com estratégias de domínio.

11 - (EFOA MG/1999) Bechara afirma:

1. “Os complementos dos verbos transitivos diretos recebem o nome de objeto direto (isto é, complemento não encabeçado por

preposição necessária).”

2. “Os complementos dos verbos transitivos indiretos recebem o nome de objeto indireto (isto é, complemento encabeçado por

preposição necessária).”

(BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 9. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1964. p. 254)

Entendendo “necessária” como “requerida pela intenção comunicativa do emissor” e dadas as frases

1. “Comi do bolo de aniversário” e “Comi o bolo de aniversário”

2. “Obedeço a meus superiores” e “Obedeço meus superiores”

analise os complementos em (1) e (2) e mostre em que os exemplos contradizem Bechara nas suas explicações entre

parênteses.

12 - (UEG GO/2011/Janeiro) Leia o texto.

ONU APOSTA NA PRODUÇÃO DE PINHÃO MANSO COMO BIOCOMBUSTÍVEL

Duas organizações das Nações Unidas ligadas à agricultura, a Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação

(FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), apostam no potencial do cultivo da Jatropha curcas,

conhecida como Pinhão Manso, para produzir biocombustível e beneficiar agricultores pobres.

Para estas organizações, o Pinhão Manso cresce "razoavelmente bem em zonas áridas e em solos degradados de utilidade

marginal para a agricultura" e "pode ser transformado em um biodiesel menos contaminante do que o de origem fóssil a fim de

oferecer às famílias rurais pobres um combustível para produzir luz e cozinhar". A notícia foi recebida com entusiasmo por

agricultores que cultivam a planta.

"Ao contrário de outros biocombustíveis importantes, como o milho, o Pinhão Manso não é utilizado como alimento e pode

ser cultivado em terras degradadas, onde não crescem plantas alimentícias", diz o relatório.

EFE. ONU aposta na produção de Pinhão Manso como biocombustível.

Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 jul. 2010. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/770754-onu-aposta-

na-producao-de-pinhao-manso-como-biocombustivel.shtml>.

Acesso em: 28 set. 2010. (Adaptado).

a) A passagem de uma sentença da voz passiva para a voz ativa ou vice-versa exige determinadas transformações sintáticas.

Levando isso em conta, passe a sentença “A notícia foi recebida com entusiasmo por agricultores que cultivam a planta” para a

voz ativa.

b) Explique por que a passagem da frase “o Pinhão Manso não é utilizado como alimento” para a voz ativa é dificultada no

contexto em que aparece.

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13 - (UNESP SP/1999) AMOR DE PERDIÇÃO

E Simão Botelha fugindo à claridade da luz e ao voejar das aves, meditando, chorava e escrevia assim as suas meditações:

“O pão do trabalho de cada dia, e o teu seio para repousar uma hora a face, pura de manchas: não pedi mais ao céu.

Ache-me homem aos dezesseis anos. Vi a virtude à luz do teu amor. Cuidei que era santa a paixão que absorvia todas as

outras, ou as depurava com o seu fogo sagrado.

Nunca os meus pensamentos foram denegridos por um desejo que eu não possa confessar alto diante de todo o mundo. Dize

tu, Teresa, se os meus lábios profanaram a pureza de teus ouvidos. Pergunta a Deus quando quis eu fazer do meu amor o teu

opróbrio.

Nunca, Teresa! Nunca, ó mundo que me condenas!

Se teu pai quisesse que eu me arrastasse a seus pés para te merecer, beijar-lhos-ia. Se tu me mandasse morrer para te não

privar de ser feliz com outro homem, morreria, Teresa!”

in: CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de Perdição –A Brasileira de Prazins. São Paulo:Difusão Européia do Livro, 1971, p.

151.

Observe, no fragmento de Amor de Perdição, o período “Se teu pai quisesse que eu me arrastasse a seus pés para te

merecer, beijar-lhos-ia.” e responda:

a) Quais são os pronomes átonos que se acham contraídos na forma lhos e que funções sintáticas exercem na oração em que

se encontram?

b) A que personagem do texto se refere o possessivo seus em “que eu me arrastasse a seus pés”?

14 - (UFTM MG/2004) Considere o trecho para responder à questão de número

O que o sistema linfático conduz é a linfa, um fluido clarinho formado principalmente por células linfócitas e macrófagas,

famosas por tirar bactérias e outros bichos de circulação.

O trecho – ... um fluido clarinho formado principalmente por células linfócitas e macrófagas ...– em relação à expressão a linfa

estabelece uma relação

a) opositiva.

b) exemplificativa.

c) explicativa.

d) expletiva.

e) contrastiva.

15 - (UNESP SP/2003)

Soneto

Deserta a casa está... Entrei chorando,

De quarto em quarto, em busca de ilusões!

Por toda a parte as pálidas visões!

Por toda a parte as lágrimas falando!

Vejo meu pai na sala, caminhando,

Da luz da tarde aos tépidos clarões,

De minha mãe escuto as orações

Na alcova, aonde ajoelhei rezando.

Brincam minhas irmãs (doce lembrança!...),

Na sala de jantar... Ai! mocidade,

És tão veloz, e o tempo não descansa!

Oh! sonhos, sonhos meus de claridade!

Como é tardia a última esperança!...

Meu Deus, como é tamanha esta saudade!...

(José Bonifácio, o Moço. Poesias. São Paulo:Conselho Estadual de Cultura, 1962)

Visita à Casa Paterna

Como a ave que volta ao ninho antigo,

Depois de um longo e tenebroso inverno,

Eu quis também rever o lar paterno,

O meu primeiro e virginal abrigo:

Entrei. Um Gênio carinhoso e amigo,

O fantasma, talvez, do amor materno,

Tomou-me as mãos, — olhou-me, grave e terno,

E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)

Em que da luz noturna à claridade,

Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?

Uma ilusão gemia em cada canto,

Chorava em cada canto uma saudade.

(Luís Guimarães Junior, Sonetos e Rimas)

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Para atender a necessidades de ritmo e de rima, os poetas praticam com naturalidade e freqüência inversões e deslocamentos

no padrão de disposição dos termos na oração (sujeito, verbo, complementos). Partindo desta constatação, analise a estrutura

sintática das frases “Brincam minhas irmãs na sala de jantar” e “Chorava em cada canto uma saudade” e, logo após,

a) reescreva-as na ordem que seus termos apresentariam de acordo com o padrão mencionado;

b) demonstre as identidades que há entre as duas orações no que diz respeito às funções sintáticas dos termos que as

constituem.

16 - (UNIMAR SP/2001)

I. As mulheres julgam os homens volúveis.

II. Rivaldo e seus companheiros da seleção brasileira são amados das mulheres.

III. Os homens são julgados inconstantes pelas mulheres.

IV. Desenvolvemos profundo respeito à arte.

V. Eles se amam de qualquer maneira.

Assinale a alternativa em que as palavras grifadas estão corretamente analisadas:

a) objeto indireto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adnominal;

b) predicativo do sujeito, adjunto adverbial, predicativo do objeto, objeto indireto, adjunto adverbial;

c) predicativo do sujeito, agente da passiva, predicativo do sujeito, objeto indireto, adjunto adverbial;

d) predicativo do objeto, agente da passiva, predicativo do sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial;

e) agente da passiva, predicativo do objeto, complemento nominal, adjunto adverbial, predicativo do sujeito.

17 - (PUC RJ/2008/Janeiro)

Texto 1

Esquecer algumas coisas facilita lembrar outras

Esquecer uma informação menos importante, mediante um processo de memória seletiva, torna mais fácil lembrar um

dado mais relevante, segundo um estudo elaborado por cientistas dos Estados Unidos. Para chegar a esta conclusão, que a

revista científica britânica “Nature Neuroscience” traz em sua última edição, os especialistas fizeram ressonâncias magnéticas

em indivíduos enquanto estes tentavam lembrar associações de palavras que tinham aprendido anteriormente. 5Durante os exames, os cientistas analisaram o comportamento do córtex pré-frontal, a parte do cérebro que participa do

processo de recuperação das informações armazenadas na memória. Como se fosse uma competição em que uma informação

vence quando outra é descartada, quanto maior o número de coisas que os pesquisados esqueciam, menos ativo o córtex pré-

frontal se mostrava, isto é, menos recursos o cérebro precisava usar para recuperar uma informação.

Portanto, para os indivíduos que participaram da experiência, foi muito mais simples lembrar uma associação de palavras ao

esquecer outras.

Adaptado de texto disponível em: Yahoo Notícias, <http://br.noticias.yahoo.com>, 03 de junho de 2007.

Texto 2

Esquecimento de impressões e conhecimentos

Também nas pessoas saudáveis, não neuróticas, encontramos sinais abundantes de que uma resistência se opõe à

lembrança de impressões penosas, à representação de pensamentos aflitivos. [...]

O ponto de vista aqui desenvolvido – de que as lembranças aflitivas sucumbem com especial facilidade ao esquecimento

motivado – merece ser aplicado em muitos campos que até hoje lhe concederam muito pouca ou nenhuma atenção. 5Assim,

parece-me que ele ainda não foi enfatizado com força suficiente na avaliação dos testemunhos prestados nos tribunais, onde é

patente que se considera o juramento da testemunha capaz de exercer uma influência exageradamente purificadora sobre o

jogo de suas forças psíquicas. É universalmente reconhecido que, no tocante à origem das tradições e da história legendária

de um povo, é preciso levar em conta esse tipo de motivo, cuja meta é apagar da memória tudo o que seja penoso para o

sentimento nacional. FREUD, Sigmund. Fragmento de Sobre a psicopatologia da vida cotidiana. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. VI,

Tradução dirigida por Jayme Salomão, Rio de Janeiro: Imago, 1996, p. 152-153.

a) Os Textos 1 e 2 tematizam o esquecimento, associando sua ocorrência a fatores distintos. Diga quais são esses fatores e

compare-os quanto à sua natureza.

b) No experimento descrito no Texto 1, que relação foi observada entre a menor atividade do córtex pré-frontal e o

desempenho dos participantes na tarefa proposta?

c) Leia o período abaixo, extraído do Texto 2 (linhas 5-7), e retire o termo oracional que exerce a mesma função sintática de

muito divertida em O menino achou muito divertida a comédia.

“Assim, parece-me que ele ainda não foi enfatizado com força suficiente na avaliação dos testemunhos prestados nos tribunais,

onde é patente que se considera o juramento da testemunha capaz de exercer uma influência exageradamente purificadora

sobre o jogo de suas forças psíquicas.”

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18 - (ESPM SP/2007/Julho) O vocábulo “Amor” exerce função sintática de:

a) Aposto, constituindo-se também numa Apóstrofe.

b) Vocativo, constituindo-se também numa Apóstrofe.

c) Predicativo, constituindo-se também num Eufemismo.

d) Vocativo, constituindo-se também num Anacoluto.

e) Aposto, constituindo-se também numa Perífrase.

19 - (UNIRIO RJ/1996) “APELO”

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, pra dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde,

esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a

imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão,

ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte

de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua

presença a todas as aflições do dia, com a última luz na varanda.

E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade.

Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada.

Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando.

Venha para casa, Senhora, por favor.”

DALTON TREVISAN, “Apelo”, em “O Conto Brasileiro Contemporâneo” (seleção de textos, introdução e notas bibliográficas por

Alfredo Bosi) 2ª ed., São Paulo, Cultrix, 1977, p.190.

O número de ocorrências de VOCATIVO, no texto, corresponde a:

a) dois.

b) três.

c) quatro.

d) cinco

e) seis

TEXTO: 1 - Comum à questão: 20

TUDO VERDE NA GROELÂNDIA

As geleiras da Groelândia estão derretendo tão rapidamente que, em alguns lugares, os níveis glaciais baixaram 10 metros

num único ano. A constatação é de um grupo de cientistas da fundação Gary Comer, entidade americana que estuda as

mudanças bruscas do clima no planeta. Para os pesquisadores, o território dinamarquês se tornou um laboratório gigante das

transformações ambientais. O recuo do gelo e o desnudamento das rochas deram espaço a liquens e até a plantas mais

desenvolvidas, além de resgatarem traços da agricultura viking extinta no século 15, quando a temperatura caiu tanto que

nenhuma civilização resistiu ali. Hoje, a novidade ressuscita o verde e os fazendeiros. O aparente bom pasto é apenas a ponta

de um grande problema ecológico.

( Terra, ed. 162, out. 2005, p.25.)

20 - (PUC PR/2006/Janeiro)

“A constatação é de um grupo de cientistas da fundação Gary Comer, entidade americana que estuda as mudanças

bruscas do clima no planeta.”

O enunciado destacado tem a função de:

a) referir-se ao Estados Unidos.

b) explicar as mudanças bruscas no clima.

c) caracterizar as mudanças climáticas.

d) explicar o que vem a ser a fundação Gary Comer.

e) referir-se aos cientistas e suas habilidades.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 21

Código virtual

A linguagem dos chats não é tão absurda quanto parece, desde que seja usada na hora e no lugar certo

Para a geração que cresceu em frente ao computador, escrever por códigos é tão natural quanto falar. Abreviações como vc

(você) e pq (porque) são usadas dezenas de vezes enquanto os internautas batem papo. As abreviações assustam os puristas

do idioma. E até entre os viciados em internet há quem abomine esse linguajar. Um grupo de fóruns PCs, uma comunidade de

discussão virtual, lançou a campanha Eu sei escrever a fim de moralizar a língua portuguesa. A turma tem uma comunidade

no Orkut destinada a combater o que ela chama de “analfabetismo virtual” (...).

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21 - (UFRR/2006) O subtítulo do texto contém:

a) 01 oração subordinada adverbial comparativa e 01 oração subordinada adverbial condicional;

b) duas orações subordinadas comparativas e uma oração coordenada assindética;

c) uma oração subordinada reduzida e uma oração subordinada adverbial condicional;

d) 01 oração coordenada adjetiva restritiva e 01 oração coordenada adjetiva explicativa ;

e) 01 oração coordenada sindética adversativa e 02 orações subordinadas adjetivas explicativas.

TEXTO: 3 - Comum à questão: 22

TEXTO IV

ROMANCE II OU DO OURO INCANSÁVEL

Mil bateias1 vão rodando

sobre córregos escuros;

a terra vai sendo aberta

por intermináveis sulcos; 05

infinitas galerias

penetram morros profundos.

De seu calmo esconderijo,

o ouro vem, dócil e ingênuo;

torna-se pó, folha, barra, 10

prestígio, poder, engenho...

É tão claro! – e turva tudo:

honra, amor e pensamento.

Borda flores nos vestidos,

sobe a opulentos altares, 15

traça palácios e pontes,

eleva os homens audazes,

e acende paixões que alastram

sinistras rivalidades.

Pelos córregos, definham 20

negros, a rodar bateias.

Morre-se de febre e fome

sobre a riqueza da terra:

uns querem metais luzentes,

outros, as redradas2 pedras.

25Ladrões e contrabandistas

estão cercando os caminhos;

cada família disputa

privilégios mais antigos;

os impostos vão crescendo 30

e as cadeias vão subindo.

Por ódio, cobiça, inveja,

vai sendo o inferno traçado.

Os reis querem seus tributos,

– mas não se encontram vassalos. 35

Mil bateias vão rodando,

mil bateias sem cansaço.

Mil galerias desabam;

mil homens ficam sepultos;

mil intrigas, mil enredos 40

prendem culpados e justos;

já ninguém dorme tranqüilo,

que a noite é um mundo de sustos.

Descem fantasmas dos morros,

vêm almas dos cemitérios: 45

todos pedem ouro e prata,

e estendem punhos severos,

mas vão sendo fabricadas

muitas algemas de ferro.

(MEIRELES, Cecília. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.)

1peneiras de madeira

2depuradas, selecionadas

22 - (UERJ/2005/2ª Fase) Há no poema de Cecília Meireles construções a que se atribui duplo sentido em virtude da natureza

poética do discurso.

a) A expressão Por ódio, cobiça, inveja (v. 31) desempenha dupla função sintática.

Aponte a palavra responsável por essa ambigüidade e identifique as funções sintáticas dessa expressão.

b) Na última estrofe, narra-se uma seqüência de ações que giram em torno da busca de riqueza. O verso e estendem punhos

severos (v. 46) expressa, entretanto, um duplo sentido.

Explique sua duplicidade dentro da estrofe.

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TEXTO: 4 - Comum à questão: 23

TEXTO I

Procura da poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.

Não há criação nem morte perante a poesia.

(...)

Não faças poesia com o corpo,

esse excelente, completo e confortável corpo,

[tão infenso à efusão lírica.

(...) 05

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.

(...)

Não dramatizes, não invoques,

não indagues. Não percas tempo em mentir.

(...)

Não recomponhas

tua sepultada e merencória infância.

(...) 10

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

(...)

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. 15

Espera que cada um se realize e consume

com seu poder de palavra

e seu poder de silêncio.

(...)

Chega mais perto e contempla as palavras.

Cada uma 20

tem mil faces secretas sob a face neutra

e te pergunta, sem interesse pela resposta,

pobre ou terrível, que lhe deres:

Trouxeste a chave?

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987.)

TEXTO II

A escolha das palavras

A eficiência de uma comunicação lingüística depende, em última análise, da escolha adequada das palavras, e a arte de bem

falar e escrever é chamada, com razão, a arte da palavra.

Essa escolha é, em regra, muito mais delicada e muito menos simples do que à primeira vista poderia parecer. 05

O sentido de uma palavra não é essencialmente uno, nitidamente delimitado e rigorosamente privativo dela, à maneira de um

símbolo matemático.

Há uma complexidade imanente, que se apresenta sob diversos aspectos.

(...)

Em matéria de sinonímia, é preciso, antes de tudo, ressalvar que não há a rigor o que muitas gramáticas chamam os sinônimos

perfeitos: eles só existem como tais nas listas dessas gramáticas. 10

Todos decorrem das significações diversas que adquire uma mesma coisa, de acordo com os diversos interesses que tem

para nós; um conceito “neutro” se concretiza em duas ou mais denominações, segundo valores específicos, e é assim que a

palavra construção, que nos faz ver o conjunto arquitetônico, cede lugar a prédio para objetivar o bem imóvel. É o interesse, e

também a incerteza das apreciações, que explica o fato de nos parecer haver muitas vezes à nossa escolha duas palavras

sinônimas, como justo e equitativo ou castigar e punir para qualificar uma ação ou um procedimento.

(CÂMARA JR., J. M. Manual de expressão oral e escrita. Rio de Janeiro: J. Ozon,1961.)

23 - (UERJ/2006/2ª Fase) Observe a construção sintática dos seguintes trechos do texto II:

A eficiência de uma comunicação lingüística depende, em última análise, da escolha adequada das palavras, e a arte de bem

falar e escrever é chamada, com razão, a arte da palavra. (l. 1 - 2)

É o interesse, e também a incerteza das apreciações, que explica o fato... (l. 13 - 14)

a) Dois constituintes do primeiro trecho não são essenciais para a compreensão de seu conteúdo.

Transcreva-os e explicite a informação que cada um acrescenta aos argumentos do autor.

b) Reescreva o segundo trecho de modo que a expressão o interesse e a incerteza desempenhe a função de sujeito composto.

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TEXTO: 5 - Comum à questão: 24

BEM-AVENTURADOS

Bem-aventurados os pintores escorrendo luz

Que se expressam em verde

Azul

Ocre 5Cinza

Zarcão!

Bem-aventurados os músicos...

E os bailarinos

E os mímicos 10

E os matemáticos...

Cada qual na sua expressão!

Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia...

A impura linguagem dos homens!

Mário Quintana

24 - (UFF RJ/2007) Em relação à sintaxe do texto Bem-aventurados, afirma-se que:

a) o substantivo pintores (v. 1) é modificado por uma oração com função de adjunto adnominal;

b) o pronome pessoal se (v. 2) estabelece coesão textual, apontando um referente que o sucede;

c) a repetição da conjunção coordenativa E (v. 8,9,10) reproduz, sem intenção estilística, um emprego freqüente na oralidade;

d) a expressão é que (v. 12) introduz um predicado nominal, na construção do período;

e) a anteposição de impura (v. 13) reitera a colocação freqüente dos adjetivos no registro coloquial.

TEXTO: 6 - Comum à questão: 25

Leia o fragmento abaixo, do conto A cartomante de Machado de Assis. Depois, responda à pergunta.

“Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só o estava, mas via-a

estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se

lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela

Rua das Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda Velha, olhando de passagem para a

casa da cartomante.”

25 - (FGV /2003) Leia o fragmento abaixo, do conto A cartomante de Machado de Assis. Depois, responda à pergunta.

“Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só o estava, mas via-a

estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se

lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela

Rua das Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda Velha, olhando de passagem para a

casa da cartomante.”

Qual é o sujeito de ser amada, no texto. Explique.

TEXTO: 7 - Comum à questão: 26

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

Fonte: PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e idéia de Portugal. Mem

Martins: Europa-América [19-].

26 - (UEL PR/2007/1ª Fase) Em “Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal”. A expressão Ó mar salgado

classifica-se, sintaticamente, como:

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a) Sujeito, pois expressa o ser de quem se diz algo.

b) Objeto, pois completa o sentido do verbo transitivo direto.

c) Vocativo, pois expressa o ser a quem se dirige a mensagem do narrador.

d) Complemento nominal, pois completa a idéia expressa por um nome.

e) Aposto, pois explica e identifica o termo a que se refere o narrador.

TEXTO: 8 - Comum à questão: 27

Texto 2:

Na Idade Média, no início dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as crianças misturavam-

se com os adultos assim que eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas, poucos anos depois

de um desmame - ou seja, aproximadamente, aos sete anos de idade. A partir desse momento, ingressavam imediatamente na

grande comunidade dos homens, participando com seus amigos jovens ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias.

O movimento da vida coletiva arrastava numa mesma torrente as idades e as condições sociais, sem deixar a ninguém o

tempo da solidão e da intimidade. Nessas existências densas e coletivas, não havia lugar para um setor privado. A família

cumpria uma função - assegurava a transmissão da vida, dos bens e dos nomes – mas não penetrava muito longe na

sensibilidade.

(...)

A família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo da preocupação dos

adultos. Ela correspondeu a uma necessidade de intimidade e também de identidade: os membros da família se unem pelo

sentimento, o costume e o gênero de vida. As promiscuidades impostas pela antiga sociabilidade lhes repugnam. Compreende-

se que essa ascendência moral da família tenha sido originariamente um fenômeno burguês: a alta nobreza e o povo, situados

nas duas extremidades da escala social conservaram por mais tempo as boas maneiras tradicionais, e permaneceram

indiferentes à pressão exterior. As classes populares mantiveram até quase nossos dias esse gosto pela multidão. Existe

portanto uma relação entre o sentimento da família e o sentimento de classe. Em várias ocasiões, ao longo deste estudo,

vimos que eles se cruzavam. Durante séculos os mesmos jogos foram comuns às diferentes condições sociais; a partir do

início dos tempos modernos, porém, operou-se uma seleção entre eles: alguns foram reservados aos bem-nascidos, enquanto

outros foram abandonados ao mesmo tempo às crianças e ao povo. As escolas de caridade do século XVII, fundadas para os

pobres, atraíam também as crianças ricas. Mas a partir do século XVIII, as famílias burguesas não aceitaram mais essa

mistura, e retiraram suas crianças daquilo que se tornaria um sistema de ensino primário popular, para colocá-las nas pensões

ou nas classes elementares dos colégios, cujo monopólio conquistaram. Os jogos e as escolas, inicialmente comuns ao

conjunto da sociedade, ingressaram então num sistema de classes. Foi como se um corpo social polimorfo e rígido se

desfizesse e fosse substituído por uma infinidade de pequenas sociedades - as famílias - e por alguns grupos maciços - as

classes. As famílias e as classes reuniam indivíduos que se aproximavam por sua semelhança moral e pela identidade de seu

gênero de vida. O antigo corpo social único, ao contrário, englobava a maior variedade possível de idades e condições.

Ariès, Philippe. Historia Social da Criança e da Família. 2ª. ed. Rio de

Janeiro: LTC Editora, 1981. pp. 194-6.

27 - (PUC RJ/2007/Julho)

a) – Observe:

1. “Mas a partir do século XVIII, as famílias burguesas não aceitaram mais essa mistura(...)” –

voz ativa

2. Mas a partir do século XVIII, essa mistura não foi mais aceita pelas famílias burguesas ... –

voz passiva analítica

Realize a transposição da frase abaixo para a voz passiva analítica, processando modificações, se necessárias:

“O antigo corpo social único, ao contrário, englobava a maior variedade possível de idades e condições.”

b) – No texto 1 - Feliz Aniversário, a festa de aniversário da matriarca é motivo para o encontro da família. De acordo com o

texto 2, “os membros da família se unem pelo sentimento, o costume e o gênero de vida.” Qual desses três fatores melhor se

relaciona com a reunião familiar descrita no texto 1? Justifique a sua resposta.

TEXTO: 9 - Comum à questão: 28

TEXTO II

Jardim da infância

Qualquer vegetal, pássaro, inseto

ou tremor de vento e onda

me tocam mais

que o mais acrílico artefato

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5e platinado aço da sala.

Há dois minutos um bem-te-vi pousou

nas grades do terraço, beliscou algo amarelo

e livre se foi marrom para o telhado.

Ah, minhas mesas, móveis, cama. 10

Eu não amaria sequer esses livros

se não soubesse da matéria orgânica

condensada em suas páginas.

Periquitos se coçam e piam na gaiola

fazendo amor sobre os poleiros 15

entre olhagens que me folham.

Estou comprando esses fascículos com tudo sobre plantas.

Tanto mais eu vivo

mais quero saber de ardísias e bocárnias,

peperônias e gloxínias.

20

Não sei como puderam nascer sem mim, em outras terras,

as edelweiss, blue bonnets, tulipas e cerejeiras.

Como pude respirar todo esse tempo

sem a diferença entre hibiscos e gardênias,

confundindo tumbérgias com hipocampos, 25

dama-da-noite com dama das camélias,

eu,

desmemoriado cavaleiro da rosa,

sem brincos de princesa,

trombetas e espadas de São Jorge,

30

mal sabendo que era na casa de Tia Antonieta

que nasciam as violetas africanas.

(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Que país é este? e outros poemas.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.)

TEXTO III

Vila dos confins

Não há bicho mais velhaco do que urubu roceiro, morador em zona de criação, mal-acostumado pelo daninho vício de comer

umbigo de bezerro recém-parido.

Lá está o peste, de plantão. Refestelado1 que só ele, no galho alto do pé de angico esquecido no meio do pasto. Passa

homem, passa mulher e menino, passa boi, cavaleiro passa. A gente dobra o corpo, 5deita mão em pedra. O urubu raciocina:

mede o mal-inclinado do passante, calcula o tamanho e o peso da pedra, adivinha até aonde pode chegar aquele meio quilo de

maldade. Pensa, pensa e repensa ligeiro, e continua pousado do mesmíssimo jeito. A cabo-verde alça vôo, zunindo, e vai bater

no tronco do pé de angico, dois metros abaixo do alvo: beleza de tinido faz a pedrada, que o pau é seco, rijo, ocado pelo fogo –

por isso mesmo sonoroso também. Há tipos que respondem com 10

fedorento arroto de desprezo. Outros, porém, mal abrem o

bico em um bocejo de pouco caso e repegam no cochilo: soneca matreira, que estão mas é de olho fechado de mentira,

tomando nota de tudo quanto acontece de importante pela redondeza. A gente grita, xinga, sapateia, se desespera e berra os

mais feios palavrões. Que o quê! Urubu nem cheirou nem fedeu. E continua quentando sol, vigiando a vaca chegadinha no

amojo2 que, mais hora menos hora, solta a cria ainda boba do susto

15no rapado jaraguá

3 do pastinho-de-bezerro.

O fazendeiro busca em casa a fogo-central e volta ao pasto, disposto a acabar com a maldita assombração. Do alto do pau, o

urubu pombeia4 a providência. E, quando o enjerizado aponta na porteira do curral, longe ainda, mas de espingarda na mão, o

urubu galeia5 as juntas das pernas engomadas de piche, estica as asas de picumã, e demuda de pouso. Comigo não, violão!

De pau-de20

fogo não não, Seu Bastião!

Vai-se embora o negro-preto, voando barulhento que nem máquina de trem de ferro subindo ladeira custosa, fluque-fluque,

fluque-fluque. Bicho excomungado!

(PALMÉRIO, Mário. Vila dos confins. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.)

Vocabulário:

1refestelado – acomodado despreocupadamente

2amojo – disponibilidade de leite para a amamentação

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3jaraguá – espécie de capim

4pombeia – observa, espreita

5galeia – sacode, balança

28 - (UERJ/2007/2ª Fase) Observe os adjetivos sublinhados nas seguintes passagens dos textos II e III, respectivamente:

e livre se foi marrom para o telhado. (l. 8)

Vai-se embora o negro-preto, voando barulhento que nem máquina de trem de ferro (l. 21)

Ambos exercem a mesma função sintática, mas apenas no exemplo extraído do poema a construção gramatical surpreende o

leitor com um efeito estilístico especial.

Identifique a função sintática comum aos adjetivos sublinhados. Em seguida, explique por que o efeito estilístico é

surpreendente apenas no exemplo extraído do poema.

TEXTO: 10 - Comum à questão: 29

Com os medicamentos disponíveis é possível curar praticamente todos os casos de tuberculose. Entretanto, a longa

duração do tratamento, a necessidade do emprego de vários medicamentos em associação e o seu uso contínuo fazem com

que a terapêutica seja pouco prática.

As pesquisas atuais vão em dois sentidos: um, a duração, e outro, o emprego intermitente de drogas. Os resultados

obtidos até agora são animadores. (...)

A elevação da resistência geral do paciente constituiu até há poucos anos a base do tratamento da tuberculose.

Aconselhava-se o repouso absoluto no leito durante as 24 horas, aliado à superalimentação.

Embora o repouso continue a ser fundamental, a maneira de encará-lo mudou bastante. Indica-se um repouso relativo,

permitindo que o paciente deixe o leito para sua toilette. Além disso, é essencial o repouso psíquico, procurando iniciar a

psicoterapia e a reabilitação do paciente desde o início do tratamento. A duração deste repouso dependerá do tipo de lesão e

da constituição psicossomática do paciente, havendo tendência cada vez maior à sua redução.

No que se refere à alimentação, aconselha-se uma dieta balanceada, de acordo com as necessidades energéticas do

paciente. Em caso de anorexia, raramente há necessidade de medicação especial, pois com o uso da isoniazida verifica-se

rápido retorno do apetite. A antiga superalimentação é condenada.

(Atualização terapêutica.)

29 - (UNESP SP/2007/Julho) No fragmento, há um distanciamento do enunciador, que se traduz pelo emprego constante da

voz passiva sintética, na qual aparece a palavra se. Com base nessa constatação, reescreva o último período do texto,

passando-o para esse tipo de voz passiva. Explique por que razão o recurso de distanciamento é usado nesse texto.

TEXTO: 11 - Comum à questão: 30

(O Estado de S. Paulo, 1/12/2003.)

30 - (UFMT/2009/Janeiro) Em relação aos recursos lingüísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.

a) No primeiro quadrinho, o pronome isso retoma Todo mundo busca a felicidade!

b) A palavra Haroldo, no último quadrinho, tem a função de aposto.

c) Em Eu não!, a elipse serve para evitar a repetição de parte da frase anterior.

d) O pronome lhe, no último quadrinho, na linguagem padrão deveria ser substituído pelo pronome o.

e) Na única fala de Haroldo, a palavra que, nas três ocorrências, é conjunção integrante.

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TEXTO: 12 - Comum à questão: 31

Sub Solo 1

“Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não uma solução.” Os versos de

Drummond me desabaram na cabeça assim que saí do elevador no andar errado, num prédio da Berrini, e dei com um piso

inteiro de restaurantes; uma praça de alimentação submersa em toneladas de concreto, no centro empresarial de São Paulo.

Então assim é o mundo – pensei –, aqui que estão as pessoas normais. As pessoas que têm emprego, FGTS, férias

remuneradas, chefes que admiram e/ou detestam, colegas com quem competem e se comprazem, horário de almoço e happy

hour, todo mundo, enfim, que sai de casa toda manhã para trabalhar num escritório, em vez de caminhar, só, em direção a

uma edícula, no fundo do quintal.

Eu leio sobre o mundo com frequência, nos jornais. De vez em quando, leio livros sobre o mundo. Pensando bem,

estudei o mundo por cinco anos, na Faculdade de Ciências Sociais, mas raramente vou até ele, e precisei do choque daquela

praça de alimentação para dar-me conta de quão distante nós estávamos – eu e o mundo. Para um escritor, poucas

constatações podem ser mais trágicas.

Posso me acabar de ler Shakespeare, Dostoievski, Kafka e Goethe, mas os verdadeiros Macbeths, Ivans

Karamazovs, Gregors Sansas e Faustos estão entre as máquinas de café e os scanners, tiram fotinhos na portaria e alimentam

as catracas com seus crachás. Nos 20 andares acima daquelas bandejas, todo dia, sonhos medram ou murcham, homens

competem, traem, fofocas são discretamente difundidas, alguém entregará o que tem de mais precioso em nome de uma

causa; a glória e o fiasco espocam, das oito da manhã às sete da tarde. Como posso querer ser um escritor se só trato com o

ser humano por e-mail? Se só o vejo amistoso e calmo, no cinema ou num restaurante, no fim de semana?

Voltei ao elevador decidido a raspar essa barbicha calculadamente desleixada, meu crachá de escritor, que pretende

dizer, ingenuamente, “não faço parte do mundo” – e arrumar um emprego na Berrini. Pode ser de quinto auxiliar de

almoxarifado ou subanalista de cafezinho, não importa. Só preciso ter acesso ao coração do mundo. Uma vez ali dentro,

ouvirei as moças falando mal do chefe na fila do Subway, descobrirei o que planejam os jovens de terno na mesa do Súbito,

verei a felicidade do garoto do interior que acabou de ser contratado e o ódio de seu vizinho de baia, que não foi. Depois, e só

depois, poderei voltar para minha edícula e tentar escrever algo que preste. Algo que, um dia, espero, chegue aos pés do

último verso do poema de Drummond: “ Mundo, mundo, vasto mundo, mais vasto é meu coração.”

(Antonio Prata. O Estado de S.Paulo, 31.05.2009. Adaptado)

31 - (FGV /2010/Janeiro) Atente para as formas verbais dos segmentos:

a) Uma vez ali dentro, ouvirei as moças falando mal do chefe na fila do Subway, descobrirei o que planejam os jovens de terno

na mesa do Súbito, verei a felicidade do garoto do interior… . Os verbos ouvirei, descobrirei e verei, no contexto, indicam uma

ação concluída? Explique.

b) … fofocas são discretamente difundidas… . Articule outra possibilidade de voz passiva da frase, sem alterar o tempo do

verbo.

TEXTO: 13 - Comum à questão: 32

“Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma

trapalhada econômica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas

revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá ...vir a ser riscado do mapa da

Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal”.

(Queirós, Eça. As Farpas. 1872.)

32 - (IBMEC/2010/Julho) Em “Nós estamos num estado comparável somente à Grécia”, o termo grifado exerce a função de

a) predicativo do sujeito

b) complemento nominal

c) adjunto adnominal

d) aposto

e) adjunto adverbial

TEXTO: 14 - Comum à questão: 33

Leia o poema de Augusto dos Anjos.

Psicologia de um Vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas –

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há-de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!

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33 - (UNCISAL/2010) O último verso da 2.ª estrofe – Que se escapa da boca de um cardíaco – funciona sintaticamente como

a) complemento da forma verbal sobe-me.

b) complemento nominal do adjetivo análoga.

c) caracterizador do substantivo ânsia (última palavra do verso anterior).

d) caracterizador do substantivo boca.

e) complemento nominal da expressão uma ânsia análoga.

TEXTO: 15 - Comum à questão: 34

Baleia 1

A cachorra Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam

num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos

beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. 5

Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário

de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato,

impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de

moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.

[...]

(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 82ª ed. São Paulo: Record, 2001, p. 85.)

34 - (UDESC SC/2011/Janeiro) Assinale a alternativa em que a classificação sintática apresentada ao final da oração esteja

em desacordo com o termo destacado.

a) “amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados” (ref. 5) – objeto direto

b) “as costelas avultavam num fundo róseo” (ref. 2) – sujeito

c) “Fabiano imaginara” (ref. 5) – núcleo do predicado

d) “Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas” (ref. 5) – adjunto adverbial de lugar

e) “enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas” (ref. 5) – objeto direto

TEXTO: 16 - Comum à questão: 35

Eu lia o meu livrinho quando a sucessão de gritos – “ahhh”… “ehhh”… – picotou a noite de domingo. A impressão que tive

foi de alguém sendo esfolado no andar de cima. Não fui o único a saltar da poltrona, assustado, tentando descobrir de onde

vinha aquela esganiçada voz feminina: no meu prédio e no que fica ao lado, meia dúzia de pescoços se insinuaram na moldura

das janelas enquanto o alarido – “ihhh”… “ohhh”… – prosseguia.

(Humberto Werneck. O espalhador de passarinhos.)

35 - (FGV /2011/Janeiro) Observando o emprego do pronome relativo que, nas duas ocorrências grifadas no fragmento, é

possível afirmar:

a) na primeira ocorrência, substitui um objeto direto; na segunda, vem no lugar de um sujeito.

b) em ambos os casos, a relação que estabelece é de simples e objetiva coordenação.

c) na primeira ocorrência, trata-se do sujeito da ação; na segunda, de um adjunto adverbial.

d) na primeira ocorrência, há uma relação de posse; na segunda, de referência ao receptor da ação.

e) em ambos os casos, a palavra não exerce função sintática, mas de simples realce.

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GABARITO: 1) Gab: B 2) Gab: A 3) Gab: a)"percepção do contrário" implica distanciamento do outro, gerando um sentimento de superioridade da parte daquele que vê, pois este percebe uma realidade que o outro ignora (no caso, o ridículo da situação). Já "sentimento do contrário" implica proximidade do outro, buscando entender as razões do comportamento alheio. b)Ao percebermos que aquela senhora velha não corresponde ao que uma velha senhora deveria ser, produzimos o riso. Obs.: seguindo as orientações dadas, fatalmente haverá prejuízo para o sentido do texto. Em "produz-se", o riso é espontâneo; já em "produzimos", o riso é provocado. 4) Gab: a)"em o qual se não" é estrutura elíptica que deve ser repetida na leitura da série. b)Como se trata de voz passiva, o sujeito paciente é "soberbos", justificando a utilização do verbo "destruir" no plural. 5) Gab: a)No primeiro caso, Deus é um sujeito (pratica a ação expressa pelo verbo da oração e concorda com esse verbo); no segundo caso, é agente da passiva (pratica a ação expressa pelo verbo, mas não concorda com ele) b)Começando com as informações da segunda fala e articulando-as com as da primeira obtém-se: Preciso de provas de que você é filho de Deus. No caso, houve a necessidade da preposição de e da conjunção que, completando o sentido do substantivo provas, na formação de um período composto. 6) Gab: a)1,5 milhão será investido para montar o primeiro pólo alcoolquímico integrado do mundo. b)…para fornecer etanol... O termo 'etanol' passou a completar o verbo fornecer, assim, etanol transforma-se, sintaticamente, em objeto direto. 7) Gab: E 8) Gab: D ou A "Os donos do país" são as "elites", ou parte delas, que são objeto da observação anterior do humorista ("as elites tão senis"). A "incoerência" dos "donos do país" pode ser associada à "pobreza de espírito" mencionada na alternativa d. As demais alternativas não são aceitáveis porque não é correto associar "donos do país" nem aos "governantes" e aos "políticos" (a e b), que muitas vezes não são mais do que representantes dos tais donos, nem muito menos ao "povo" (c), que se situa no pólo oposto ao das elites, ou à "loucura das mulheres no governo" (e), pelo fato de ser mulher e rainha a personagem louca mencionada nos versos da paródia de Millôr Fernandes (assim como no original de Manuel Bandeira). A alternativa a é a que mais se presta a confusão, dado que a falta de coerência pode ser descrita como "inconseqüência". Ocorre, porém, que a identificação de "donos do país" com "governantes" nem encontra apoio no texto, nem, necessariamente, nos fatos (o famoso livro de Raymundo Faoro, de título semelhante, é uma demonstração disso). Não obstante, é de temer que, num teste impreciso como este (como se poderia determinar a que grupo de fato se refere a expressão "donos do país"?), a Banca Examinadora tenha considerado a alternativa a como correta. 9) Gab: D

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10) Gab: A 11) Gab: não fornecido 12) Gab: a)Agricultores que cultivam a planta receberam a notícia com entusiasmo. b)A dificuldade em passar a frase para a voz ativa reside principalmente no fato de que o agente da passiva – que ocuparia o lugar de sujeito gramatical na voz ativa – não está expresso na sentença, de modo que ela ficaria incompleta sintaticamente se fosse colocada na voz ativa (não utiliza o Pinhão Manso como alimento). 13) Gab: a)Na forma pronominal “lhos”, aparecem contraídos os pronomes átonos lhe e os, que exercem, respectivamente, as funções sintáticas de adjunto adnominal e de objeto direto. Observação: embora exista uma forte tendência em classificar, nesse caso, o lhe como adjunto adnominal, a boa literatura especializada contempla a possibilidade de classificá-lo como objeto indireto – por exemplo, em beijar as mãos a El-Rey (beijar-lhe as mãos). b)Em vista da correlação de pessoas e da compatibilidade de sentido, o pronome possessivo “seus”, neste contexto, só pode ter como referência o pai de Teresa. 14) Gab: C 15) Gab: a) “Minhas irmãs brincam na sala de jantar”; “Uma saudade chorava em cada canto”. b) Ambas as orações apresentam as seguintes funções sintáticas: verbo – sujeito – adjunto adverbial de lugar. A diferença entre elas, quanto à distribuição dos termos, está em que o adjunto adverbial se encontra no fim da primeira oração e no meio (entre o verbo e o sujeito) da segunda. 16) Gab: A 17) Gab: a)O Texto 1 associa o esquecimento a fatores de natureza neurofisiológica: processos de memória seletiva relacionados ao modo como o cérebro armazena e recupera informações. O Texto 2, por sua vez, vincula o esquecimento a fatores de ordem psicológica: forças psíquicas ligadas à necessidade de evitar lembranças particularmente aflitivas e desagradáveis. b)A menor atividade do córtex pré-frontal foi relacionada a um melhor desempenho dos pesquisados na tarefa experimental envolvendo associações de palavras. c)O termo oracional que exerce a mesma função sintática da expressão destacada é “capaz de exercer uma influência exageradamente purificadora sobre o jogo de suas forças psíquicas”. (A função sintática nos dois casos é predicativo). 18) Gab: B 19) Gab: C 20) Gab: D 21) Gab: A 22) Gab: a)Preposição por. Agente da passiva e adjunto adverbial de causa. b)anto significa o gesto de exigir ouro e prata (busca da riqueza) como a entrega dos punhos às algemas (privação da liberdade). 23) Gab: a)em última análise / com razão em última análise: acrescenta um raciocínio conclusivo

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com razão: expressa idéia de confirmação b)Uma dentre as alternativas: São o interesse e a incerteza das apreciações que explicam o fato... O interesse e a incerteza das apreciações é que explicam o fato... O interesse e a incerteza das apreciações explicam o fato... 24) Gab: A 25) Gab: No período “Rita estava certa de ser amada”, a oração destacada é uma subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo, que pode ser desdobrada da seguinte maneira: de que (ela) era amada. Como na oração desdobrada, na reduzida o sujeito está oculto (ou elíptico), referindo-se a Rita. 26) Gab: C 27) Gab: a)Ao contrário, a maior variedade possível de idades e condições era englobada pelo antigo corpo social único. b)O costume é o fator que se relaciona com o texto 1. No conto, as personagens reúnem-se apenas para atender a um costume, a uma regra social: a comemoração do aniversário da matriarca da família. Não havia sentimento que as mobilizasse para esse encontro, e seus valores e estilos de vida eram completamente diferentes. 28) Gab: Predicativo do sujeito. O adjetivo marrom indica a cor natural do pássaro, mas empregado como predicativo serve para qualificar o movimento. 29) Gab: O último período do texto – "A antiga superalimentação é condenada" – reescrito na voz passiva sintética fica Condena-se a antiga superalimentação. O uso da voz passiva sintética permite o distanciamento do enunciador, uma vez que, nessa estrutura frásica, o enunciador ou agente da ação (agente da passiva) não vem expresso. Tal recurso é adequado à natureza do texto, de caráter informativo e científico. 30) Gab: B 31) Gab: a)Os verbos indicam, no contexto, uma ação projetada no futuro, pelo fato de o narrador almejar relacionar-se afetivamente com o mundo. b)Fofocas discretamente se difundem. 32) Gab: B 33) Gab: C 34) Gab: A 35) Gab: A