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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 1 http:// www.antoniofernandopeltier.prosaeverso.net

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 1

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 2(orelha)

VIDA, MORTE, PAIXÃO E SORTE. Verdadeiramente sou menino...Gosto novo, moda, canção,atualidades, danças, emoções,sem noção dos perigos...Sou perito em viver ilusões, cada ilusão...Já tirei há tempos, os pés do chão,e,não é agora que novamente os fincarei...Oh, não!

Ao envelhecer deve-se perder o tinoretribuindo tudo aquilo que se fez...Se houve frustração, esquece, toca o sino,canta o hino de tua vida, outra vez...

Ainda há muito tempo para tudo,pro amor e pro eterno e divino conteúdo,o que passou, passou em liquidez!

Aposta tua vida que prossegueno mistério de saber-se onde se vai,seu ministério tanto faz ser longo ou breve, aproveita o momento mais e mais... (Sorrisos, enfim e/ou, seus ais!...)

As pessoas são alegres ou tudo é triste

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 3E não muda nada se perder, sendo infeliz...Abre o peito, o coração e os braços...(E sede com sede, se lhe concede,dono no seu próprio nariz!)

Pensa firme: Além, alhures, nova vida...Sua experiência, se, se esgota, zera, se renovae nada levará de seu, daqui deste lugar...Dará início a uma outra lida, noutra esfera!

O único bem que levará para o alémé o seu Deus interior e ainda bem...Mesmo que sua memória se faça esquecida, mas, sua Glória recriá-la há, no seu “zen”!

Fernando Peltier

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 4

ONariz

do Dono...

Edições COLUNATTAAraci / Bahia, 2011

Copyright 2011by

Fernando Peltier

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 5

Direitos desta edição reservados aFernando Peltier

Contatos:antoniofernandopeltier.prosaeverso.net(site do Escritor/Recanto das Letras)

[email protected](e-mail e msn)

[email protected](e-mail)

[email protected](orkut)

cirandadoteatropeltier.blogspot.com(blog)

peltierarttemtudo.blogspot.com (blog)

Celulares:(75) 9121.0975 – 8144.9468 – 9903.1323

ÍNDICEPag.: Título:03 I Agradecimentos

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Peltier, Fernando, O NARIZ DO DONOARACI : EC, 2011.

112 p. 2. Poesia. I. Título – 1ª ediçãoISBN:

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 604 II Apoios Culturais Estruturais05 III Dedicatória06 IV Prefácio08 V O Nariz do Dono...10 VI Na Palma da Calma da Alma12 VII O Hoje e o Amanhã...14 VIII Circo Bamboleio17 IX Deus, Amor e Bem19 X O Dom da Esperança21 XI Soltando o Verbo Amar23 XII Permanências!25 XIII Teus Olhos e o Riso27 XIV Nossas Bocas28 XV Como Amar uma Mulher30 XVI Se me Dão32 XVII Papo Furado, Costurado...35 XVIII Desnascer pra Renascer37 XIX Esplendourada Jacobina!40 XX No Quintal dos Quintanas...42 XXI Clarice, Clara, Clarice45 XXII As Mulheres que Deus me Deu!49 XXIII Os Homens que Deus me Deu!51 XXIV Tatiana52 XXV De Pai pra Filha55 XXVI Mauro, Astral Áureo59 XXVII Uma Filha Chamada Fernanda60 XXVIII Simplesmente Nanda...62 XXIX Tarcila63 XXX Quem virá... Quem veio?64 XXXI Poema à filha Tâmi67 XXXII Sonhei com você, Tamara!69 XXXIII Panny Lane71 XXXIV Socorro!73 XXXV Lugares & Lembranças74 XXXVI Dia Após Dia75 XXXVII Quando Envelhecermos!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 777 XXXVIII Dia Cinza78 XXXIX Teu Olhar no Meu...79 XL Cumplicidade82 XLI Asas da Imaginação83 XLII Sentimento Essencial84 XLIII Ser Poeta86 XLIV Nada Há de Melhor Nesta Vida87 XLV Descubro em minhas Mãos um

Tesouro!90 XLVI Minha Máxima Você!92 XLVII Escrito nas Constelações94 XLVIII Água Sou, Oh!... Não Sou Só H2O!96 XLIX Esplendor de Amor97 L Escola Utopia98 LI Ocaso por Acaso100 LII Pensamentos Desvairados102 LIII Escreveu, não leu... O Palco é Meu!104 LIV Quem descobriu o Brasil foi Luiz “Lua”

Gonzaga107 LV Fim de Mundo109 LVI Senhorita Arte111 LVII Corre-Chapéu!112 LVIII Flor da Pele114 LIX O Tempo e o Contratempo115 LX Partituras116 LXI Muro de Berlim118 _ DOIS POEMAS À LIBERDADE:- LXII I - Liberdade Pão do mor119 LXIII II - Liberdade Fruta-Pão

AGRADECIMENTOS

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 8

Sem a adesão dessas sensíveis pessoas, este meu sonho concreto seria impossível ou imprevisível. E...

Maria Edneide Torres Silva PinhoGidalti MouraVera Jacobina

“Um sonho sonhado sozinho é só um sonho. Um sonho sonhado junto é

realidade.”(Raul Seixas)

APOIOS CULTURAIS ESTRUTURAIS

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Prefeitura Municipal de AraciPortal FolhaFolha dos MunicípiosRestaurante Nutry-Light

DEDICATÓRIA

A Vera Jacobina.

Aos irmãos:

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 10Augusto (Gugu) e Francisco (Kiko), em memória. Myrian (Nena), Ruy, Jorge, Hedwiges (Dida), Márcia, Tânia, José Roberto, Luzia, Nelson.

Aos filhos

Tatiana, Mauro, Fernanda, Tarcila e Tamara.

E netos:

Phillipe, Pedro e Valentina.

Paulo da Farmácia do Paulo.

Aos alunos:

De todos os tempos.

Amigos:Em todo o sempre.

PREFÁCIOO dramaturgo e poeta, Fernando Peltier, autor da poesia e deste livro homônimo, “O Nariz do Dono”, escrevia desde cedo, algo que ainda não sabia definir, sequer, classificar. Seria verso, seria prosa? Pouco importava, escrevia seus sentimentos desde criança e não mostrava a ninguém. Como todo iniciante na arte de escrever e expressar, e, em sua

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 11insegurança de adolescente, temia erros ou incompreensões, ou ainda mais, as críticas, embora sem consciência, do que seria a crítica. Um dia, desavisada e desatinadamente, fez um de seus versos caírem em mãos de alguém a quem respeitava inteligência e sensibilidade, um então futuro grande poeta baiano e brasileiro chamado Wally Salomão, entre outras conquistas, a de se tornar parceiro de Caetano Veloso. E Wally lhe disse: “Peltier, bonito e forte o que escreveu! Você leva jeito pra coisa!” E as “salomânicas” palavras de seu amigo mudaram tudo em sua vida. O que escrevera e o que Wally leu:“Dizem que eu sou tipo erudito,mas eu não passo de um penico,que o tempo mal passadodeixou esquecido, debaixo da camae fiquei enferrujadopor um mijo velho e ardido”.Dali, ele passou a escrever mais e mais, e, ainda muito mais, a falar e a cantar szinho pelas ruas de Jequié, cada novo pensamento que sua mente produzia. Essa revolução interna se deu no ano da graça de 1962.Tempos depois, Lívia Sales, uma sua ex-aluna, dessas que lhe seguiram todas as trajetórias na arte e na vida, inventou de fazer, às escondidas noites de uma editora onde trabalhava, a digitação de suas poesias e a

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 12transformá-las num livro que se chamou “Escola Utopia”. Isso em 1997, após já haver publicado seu primeiro livro de dramaturgia “Nós Te Atramos”. Ela dizia: “Peltier, cadê aquelas suas poesias, que quando eu, ainda criança e aluna no Colégio Comercial de Serrinha, achava lindas? Vamos fazer um livro com elas?!” E ele respondia: “Não, Livinha, eu não creio que possa publicar coisas minhas tão pessoais. Só eu mesmo gostaria.” Ela, inquieta dizia: “Só você, não, porque eu adoro o que você escreve e quero que as pessoas possam compartilhar disso comigo.”

Fernando Peltier é teatrólogo: Ator, Diretor e Produtor Teatral com formação superior na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, onde fizeram-lhe bacharel, mas ele sempre criou suas peças para montar seus próprios espetáculos, já com versos e músicas. Ele adora lidar no teatro com crianças e jovens por acreditar que o são mais suscetíveis a querer mudar o mundo, tornando-o mais sensível. E esta é a sua busca incessante, muitas vezes incompreendida! (Vera Jacobina - Professora, Poetisa, Artista Plástica e Produtora Cultural).

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O NARIZ DO DONO...(Musicada pelo autor).

Que não sejas responsável pelo que exista de pior...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 14Mas, muito mais pelo que possastransformar sempre em melhor...

Planta uma árvore,canta uma canção,abriga a naturezadentro do teu coração!...

Escreve, dize o que pensascom toda sinceridade...Vive sempre vida intensacom toda dignidade...

Aplica uma palavra mágicaa quem precisa de atenção...Leva contigo a esperançadoando a quem está à margemou andando na contramão...

Luta, não para de lutar!Vencer é paradigmade quem quer ser campeão...

Pensa a vida como um todo,sempre um sim, antes de um não...Toma o universo inteirocomo sendo um teu parceiro...Não tenta comprar felicidade,isso, independe de dinheiro.

Será sempre feliz,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 15sim, será sempre feliz,quem mandar no seu nariz!

Dizeres de Ernesto “Che” Guevara:

“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética.”

“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no

mundo, então somos companheiros.”

“Derrota após derrota até a vitória final.”Hay que endurecer-se,

pero, sin perder la ternura, jamás!”

Esta poesia e sua música são o meu hino de vida no trabalho, à família, aos alunos e amigos, porque

eu faço uma leitura da vida desse jeito. E dentro dessa lógica que eu a escolhi como título

deste livro. NA PALMA DA CALMA DA ALMA

Leio linhas na palma,oração que me acalma,palmilhar de minha alma,festejos sem traumas,lampejos de calma,a traçar o destinoem salvas de palmas!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 16Trago um tempo menino,e, à tona me inclino,intuitivamente, me empino,fortuito me ensinodesejos de tinode um ser beduíno.

Entôo meu hino...num moto contínuocontinuo contíguocontando contigo,por todo um desígniode um romântico fino,vida segue sorrindo!

Se sou palma,eu aplaudo!Se na calma,o meu laudodo lado da alma,o meu caldo.Ih, não escaldo!Eu não sou Romualdo,portanto, não fraudoa palma da calma da alma!

Minha flama, se inflama,é o AMOR que me chamae obedeço ditamese haja alguém que me amepra que eu nunca reclame!

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O HOJE E O AMANHÃ...

Sinto muito temorem dizer assim,como será o dia seguinte?...Que amanhã, enfim,vai ser um novo dia.

Nada sabemos de pronto,Prefiro, portanto, viver intenso ponto o hoje, com amor e requinte.

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Quando te chamo de mãeeu quero te ver como filhae se assim eu te invocoquero ser, sim, tua ilha...Com nosso amor todo ao redor,palmilhando nossa trilha,sempre, e principalmente hoje.

Hoje eu sei que te tenhocomo sei que assim me queres,nosso amor é um engenhoque engendra caracterese ao futuro me empenho,e, à minha manha aderes...

Mas gosto de ter pés no chãovivendo a cada momento sem preocupaçãode lançar sonhos ao vento...Destarte, vivo tranqüilo,sem medo da vida e do vãoque perpassam em nossa lidaqual tenebroso tufão!

Tiremos proveito presente,pois, o amanhã é deserto.Hoje o futuro é premente,auroras de ermos incertos...

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CIRCO BAMBOLEIO

O circo aqui chegoue nem disse ao que veio,apenas aplainou,e depois de estar no meioda tal Praça das Nações,qual um disco voadordoou sua cor ao que era feio.

E também muita emoçãoao povão que interveioacorrendo em turbilhãonuma alegria sem freio...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 20Palhaçada engraçada,equilibristas sem receios,de despencar da corda irada,meio bamba e bamboleio,num suspense em gargalhadade ninguém pisar no freio...

Sem falar numa rumbeirade pré-nome Raimunda,feia, gorda e tão sem eirade cara, de corpo e rotunda...(Quis dizer, de bunda!)Inda teve o garoto Batmanvoando da ribanceira,complementando a zoeira!

E houve quem entrasse de graça,por baixo da lona grosseira,no cochilo do capataz da praça,que varou a noite inteirao sono da domingueiraemendado à cachaçade toda segunda-feira...

Comemos sim, muita pipocasalgadinha na manteiga,coca-cola e eis que se tocade gargalhar noite inteira,todo o tempo em que o ciscotocar o pobre e o ricoassim como sempre,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 21eu fico deslumbrado com o circo...

Mil beijos para a menina,garota amiga e marota,que viajou bem comigodos poleiros à bancada fina,tendo pago o ingresso e o mico...de amar a todo circocomo se fosse uma sina...

Olhinhos brilhando, eu digo,no vesperal quase noite,escurinho da arquibancada,sem medo de tudo ou de nada,em meio aos ventos e açoitesnos sonhos daquele circo...Sem taco, sem teco, nem tico!...

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DEUS, AMOR E BEM.

Deus nos dá os dons,na música, nas cores, os tons,na vida, nossas missões...E no amor e na lida, as emoções.

Que mais precisaremosao pleno de nossa existência,se é somente no zen,que somos a própria essência?

Por que desperdiçarmos nossa influência no sentido só do bem e de ser total decência,senão, na consciência do além?

O amor depende de nós,o amor universal como a fozde frondoso rio fundamental

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 23a rasgar o ventre da terra...

Assim, a vida se encerranum furor monumental,parindo mais e mais amor demaisnum oceano transcendental.

Sem o amor, sem o bemsó se dá bem o próprio desamor e o mal.Juntemo-nos, pois, em torno do amor e do bem,dando mãos e corações num imensurável carnaval.

Posto quê, gente é para ter dignidade e ser decente, afinal!

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“Gente é pra brilhar e não para morrer de fome!...”

(Caetano Veloso)O DOM DA ESPERANÇA

Um dia ainda sorrio da vida,que sempre sorriu da lidano nosso dia a dia,trajetória de cólica e remexida,respingada nas dores dessa vida.

O pior problema hoje,no amanhã, a gargalhadapresa sim, em nosso alforje,centelha de uma fornadados problemas tidos onteme hoje, questão solucionada...

Não e nunca o desesperodeve-nos tomar por inteiro,deixando-nos em parafuso,fuso confuso desordeirode pensamentos infusos,de males despenhadeiros

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 25princípios de precipíciosde covis de desesperos...

Amar-se a si e acima de tudo e de todos...Um pouco abaixo de Deus.Ter em mãos vassoura e rodo,água fluente e limpa de egos e eus,provocando uma faxina interna,um jogo de certezas eternasno poder do nosso interno Deus!E viva a nossa vida sentidanos destinos de searas e missões,que à nossa própria vida,o Criador concedeu!

E fé em nós próprios,afastando-nos dos opróbriosdas desditas esquisitas,que a sina da saga da lidasábia nos prometeu...

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“Enfim, nada como um dia após o outro com uma noite no meio, como o recheio

de um sanduíche!...”(Dito popular)

SOLTANDO O VERBO AMAR

“No princípio foi só o verboe o verbo estava em Deus!...”

Depois...fez-se luz resplandecente,auge dos pensamentos meus...

E um sol, uma lua, um céua mirarem-se em todo maruma poeira de nuvens,então, a nos encantar...

Assim fizemo-nos do simples barro,um para o outro num amor raro,obra divina ímpar,transparência terna e limpaa se nos consolidar...

Tanta bondade do Criadorresgatando-nos de outrora dorpara imantarmo-nos num só calor,agora e para sempre: tanto fervor.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 27

E o Anjo do bem maiorabençoando-nos elevoue dando-nos tais bênçãosde suas mãos, tocou trombeta e proclamou: Para todo sempre,que se eternize o nosso amor!Após tanta tormenta e borrascas,em nossas vidas, lidas de ambos,deram-se escambos de enrascastransformados em jardins plenos de flor.

E a luz lá do início,insistente como vícioclareou o precipíciocomo pára-quedas na quedae depois, à tona nos tornouconsagrando-nos em princípioforça-mor do nosso amor...

Com essa força do nosso amor,dedico esses versos à Vossa Majestosacriatura cheia de vida e fulgor...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 28

PERMANÊNCIAS!

Ainda vivo,sobrevivo,re-inventoum inverno furtivo,que escorregade minhas mãosem busca de um verão...

Esquecera de mimantes de entrarno teu viver...Sinto um tom carmimsobrepondo o batomdos teus lábiosque eu não mordi.

Esquivas-te de mimnos caminhos que não seguimos,assim, não prosseguimospra podermos prosseguir.

Mas eu queroum verão de trégua,quilômetros e léguasbem distante daqui,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 29na lonjura de nósarregalo os faróisde cada olho atrozde incertezas de ti...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 30TEUS OLHOS E O RISO...

Ilumino-me...Teus olhos, teu riso,

Há perigo!Teus olhos e o riso...

Olhos abrolhofurtos furtivos.

Roubo teu olhar e teu sorriso...Teus olhos, teu riso

Mais e maiseu me inclino.

Encanto-me!...Teus olhos e o riso...

A certeza disso tudoé tudo isso que preciso,aventuras desventuradasventuras de viver perigosamenteem meio aos teus perigos...

Vício?...Teus olhos, teu riso...

E em sendo sonho,acordo-me da utopia,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 31contento-me e me confortoem transformar tudo em poesia...

Alegoria?...Teus olhos e o riso...Prisão de minha alforria.

Liberdade?...Teus olhos, teu riso...

Sorriso do teu olharno olhar do teu sorriso...

É só o que eu preciso!

NOSSAS BOCAS

Tua boca tem sabor de coisa louca,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 32nos teus beijos tanta coisa em coisa pouca,tão macios, os teus lábios em minha boca,na carícia que apraz sensações loucas...

Nossos toques, línguas quentes, se espocam em artifícios, benéficos, fogos tocame se trocam nas salivas, vozes roucas,arrepiam nossos poros, tocam os sinos,sinfonia dos clarins de anjos-niñosanuncia a nova era dos destinose se celebram mil amores clandestinos...

Num amor-amante intenso feito hino,que cantamos em louvor ao nosso tino,crocitando como águia, em grave e fino,o nosso orgasmo viajante e peregrino.

COMO AMAR UMA MULHER...

A mulher é a obra mais perfeitada Divindade Criadora!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 33Admiro a mulher acimadas maiores forças humanas...Elas todas são o jardimque eu jamais conseguiria plantarpelo deslumbramentoque cada uma me causaria...(Tivesse eu essa tarefa).

Prefiro sentir-lhes o perfume,iluminar-me no seu lume,admirar cada caule...(Embora os espinhos nos seus corações),afinal tudo é perfeitograças às imperfeições!

Despetalá-las?Só na certezade que seus gomosnão se desprenderiamem minhas mãose nem se perderiam!...

Amá-las?Ah, já seria desejar demais!...

Contemplá-las sim e paciente,muito ciente a esperar, enfim, apenas,que uma delas me permitadar-lhe, assim, o meu carinhoe recebê-lo de volta em nosso ninho,porque uma já é tanto e tão tudo,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 34que não me caberia neste mundo,amar além de uma e ser profundo!...

SE ME DÃO!

Se me dão uma bolatenho um mundoe organizo uma pelada na hora...

Se me dão um carrinho...viajo fundo, vou ao mundo...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 35construo um autódromo

(Sozinho e num segundo...)

Se me dão letrasfalo, escrevo profundocozinho uma sopa porreta...

Se me dão a tecer,num tear me transformo diverso:eu canto, eu rimo, eu verso...

...Sou tão controverso,que me faço invernoe de verões, cubro o universo.

Se me dão carinho tenho tudoe me dou todo inteirinhoem todo conteúdo...

Se me dão ignorânciasrecolho-me às suas insignificâncias.Se me dão um Deussou feliz inteiro,esqueço dores e dinheiro...

Mas, o que me quiserem dar,dêem-me agora, em vida,que me ofertem de tudo!...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 36(Mas, com maldade banida.)

PAPO FURADO, COSTURADO...(Diálogo Internético)

Ela:- Queres comigo, namorar?

Ele:- Claro que quero!

Ela:

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 37- Hã... Descreva-se pra mim...

Ele:- Ah, sim, assim:

Ela:- Como, assim?

Ele:- Assim, assim...

Ela: - Só?!

Ele:- Nem tanto, nem tão pouco,Um pouco mais, tão louco!Nem velho, nem moço,nem tico nem taco...Nem magro, nem gordo...Nem crível, nem incrível......Sensível! Sirico-tico.Nem lusco, nem fusco ...

Ela:Lusco-fusco?

Ele:No lusco do fusco...Ofusco!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 38Ela:- Ah, começo a ficar interessada,quero saber mais...

Ele:- Nem tico, nem taco, já disse... Predisse, emplaco!Nem pobre, nem rico, sorriso!

Ela:- É bem o meu tipo......Quando enfim nos encontrarmos,quando a luz se esparramar,como vou reconhecer-lo?

Ele:- No arriar das malas, em pelo!Ela:- Que roupa estará usando?

Ele:- Em pelo, já disse...nu, inteirinho pra tu!

Ela:- Ih, ganhou-me, de vez!...Vai então, despido de tudo?...

Ele:- “Almado”, só alma, desarmado de tudo.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 39Sem palavras, fico mudo... O meu silêncio é o conteúdo.

Ela:- Bravos! Então, caluda! Aproveita, vêm e gruda.

DESNASCER PRA RENASCER(Réquiem a Michael Jackson)

Exponho minha tristeza e pesar,diante da conturbação globalizada deste mundo.

Nossos ídolos continuam sendo os mesmose não é à toa que isto existe assim a ermo...

Vai-se uma estrela dita pop,como um dia foram-se outras ditas rock,difícil administrarem-se sensibilidadesdiante de um universo de banalidades.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 40Aqui dentro, bem no âmago do coração,cada dia dou de cara com a decepçãoe ainda respiro fundo e encontro alentopara cantar, compor, o advento de uma canção.

Canção que fale de amores sem nomese de tantos, que nos facultem matar a fomee a sede de ver tudo a se transformar,como crisálida em borboleta a se tornar.

Tantos que já se foram, outros surgirãodas cinzas desses primeiros, a esperança,que por certo, há de nascer em cada criançapara que a vida siga seu curso em ascensão.

Minha tristeza é toda a dor de um planetaque um dia, quiçá, sirva de alimento e assim prometatrans-nascer e transmutar-se em viva alegriacomo o ar e que se respire tão puroo quanto o verdadeiro amor em euforia!

Que contaminem a todos, lento e de mansinhocom vírus novos, renovados de carinhos,chovendo pétalas de rosas e de outras flores,pra não dizerem que eu jamais falei de espinhosou declararem que eu jamais falei de amores.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 41

ESPLENDOURADA JACOBINA!

Lugar de gentecom o nariz na frentedona do próprio!Lugar de vida inteligente!

Viva Jacobina,município e cidadeque contagia de fluidos maravilhosos...Artes & gentes...

(Arte + tesão = artesão & alma calma & cultura,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 42da máxima ao artesanato, que lhe é “the must”!)

A própria natureza pertinenterevela a beleza femininaem atitude bailarina!Bailas elegância e ganas de dançarcomo a árvore que se embalana melodia do ventoe ritmo do tempo...

Amo-te, perfeita Jacobina,com grande apetite...Deusa do Amor, se me permite!

Tua riqueza “potâmica”amante poligâmica,reflete como espelhoo azul ímpar e únicodo teu céu festejado por Gagárin...Jacobina, eterna terra azul!

E até o majestoso Soltão apaixonado pela Lua,vacila e enciúma, cio e sina,esse meu amor por Jacobina!

Cidade “esplendourada”...Ouro e tons multicores de arrebol!Auroras das alvoradas...Enlouqueceres de entardeceres!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 43

Trilhas de filhos e filhas,bandeirantes desbravam matas semi-virgens...Sentimentos rodeados de amores como ilhase sensações esfuziantes são vertigens...

E à noitinha,em tua luminescente luminosidadeviras um presépio em realidadeque alegra e faz festa em nossa visão,abrindo novas trilhas ao nosso coração!

Eis Jacobina,a cidade, o lugar que me fascinacom seus rios a entrecortá-la as entranhase os montes aos montes,a cercá-la envolvente e que façanhas!...Cascatas e cataratas,amores e trilhas nas matas...Jacobina, minha mina de ouro...Amo-te desde sempre, MEU TESOURO!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 44

TEM HISTÓRIA:Trabalhei como Caixeiro Viajante pelos idos anos 70 e fazia a praça, em Jacobina, onde a cada quinzena, tinha que visitar, e, desde o primeiro instante, apaixonei-me pelas montanhas e por suas águas. Em Jacobina eu conheci Vera, cujo sobrenome e espécie de titulação artística têm Jacobina, é Vera Jacobina.

Amores à primeira vista! NO QUINTAL DOS QUINTANAS...

Não apenas os Quintanas,mas, os Moraes, versos, frases,os Andrades e Andradas,as pessoas e os Pessoas, camaradas...e por que não, os Peltierese os Peixotos, então?...Puros prazeres...

Ah, há um amor de costas largase mentes profundasde sensibilidades fecundas,apesar dos rococós e barafundas...Das “despoesias”, indisposições e displasias...

Fazer o quê?...Poetar, meus caros...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 45“Poemizar”, minhas caras-metades “poêmicas” polêmicas, quem não há de?...

Derramar chuvas de versos,cataratas de rimas...Pororocas de almasnum grande dilúviopara que a nova arcaressurja com sua marca,de sob a água suja!

É ou Noé?

Poetar...“Poemizar” é precisopra o viver se tornar possível!Sem isso, nada provável.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 46

E reforço, afirmando:

Sem poesia, sem lhaneza e sensibilidade, não resta no coração

humano, senão, cinzas!...CLARICE, CLARA, CLARICE

Na treva da escuridãode um sertão então sem lua...imaginávamos todos,os meninos amarelosque ocupam aquelas mal calçadas ruas,para hoje, em mal traçadas linhasinda perguntar, como seria Clarice,lua clara, só meiguice...(ah, mas que doidice!)como seria Clarice, nua?E o melaço dos seus olhospovoava-nos os sonhos,breando as ilusões,púberes  carentes,desiludidos, tristonhos...e o fogo aceso das adivinhaçõesclareava os desejosde vãs imaginações.

Clarice um dia se foi

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 47pra longe, distante daqui,mas nunca em tempo algumem nenhum onde...(será que ela ainda se esconde?)... esquecemos Clarice,a inspiração, nossa fonte...de beber água transluz...nem que, se o Pai nos desse uma cruz,inda seria ela, divina  Clarice, essa luz!Clarice ,Clara, ClariceQue bom que o poeta perguntando-nos, disse:

(*) “que mistério tem Claricepra guardar-se assim tão firme no coração?...”

(*) José Carlos Capinam em Clarice, música de Caetano Veloso.

A poesia original de Capinam disse assim:ClariceCaetano VelosoComposição: Capinan / Caetano VelosoHá muita genteApagada pelo tempoNos papéis desta lembrançaQue tão pouco me ficouIgrejas brancasLuas claras na varandasJardins de sonho e cirandasFoguetes claros no arQue mistério tem Clarice

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 48Que mistério tem ClaricePra guardar-se assim tão firme, no coraçãoClarice era morenaComo as manhãs são morenasEra pequena no jeitoDe não ser quase ninguémAndou conosco caminhosDe frutas e passarinhosMas jamais quis se despirEntre os meninos e os peixesEntre os meninos e os peixesEntre os meninos e os peixesDo rio, do rioQue mistério tem ClariceQue mistério tem ClaricePra guardar-se assim tão firme, no coraçãoTinha receio do frioMedo de assombraçãoUm corpo que não mostravaFeito de adivinhaçõesOs botões sempre fechadosClarice tinha o recatoDe convento e procissãoEu pergunto o mistérioQue mistério tem ClaricePra guardar-se assim tão firme, no coraçãoSoldado fez continênciaO coronel reverênciaO padre fez penitênciaTrês novenas e uma trezenaMas Clarice

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 49Era a inocênciaNunca mostrou-se a ninguémFez-se modelo das lendasFez-se modelo das lendasDas lendas que nos contaram as avósQue mistério tem ClariceQue mistério tem ClaricePra guardar-se assim tão firme, no coraçãoTem que um diaAmanhecia e ClariceAssistiu minha partidaChorando pediu lembrançasE vendo o barco se afastar de AmaralinaDesesperadamente linda, soluçando e lentamenteE lentamente despiu o corpo morenoE entre todos os presentesAté que seu amor sumissePermaneceu no adeus chorando e nuaPara que a tivesse todaTodo o tempo que existisseQue mistério tem ClariceQue mistério tem ClaricePra guardar-se assim tão firme, no coração

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 50Para Clarice Bacelar, amiga hoje e musa na

juventude.

AS MULHERES QUE DEUS ME DEUMinha mãe me deutraço forte de perfil,pé firme, fé e crença no Credo...Chão e céu de puro anil.

Veio uma primeira filha,cujo teto fiz com tatofiz o teto para ti,Tatiana e tive tréguaDezenas e dezenas de léguas,entregas todas totais.

Veio uma filha segundae muitas certezas profundasde amar, tentei te dar...E dei até um dos meus nomes,justo aquele que tem fé:

Fernanda,que a vida se faça cirandade tudo que possa dar pé.

À filha terceira filha,um azul celestialdistingue-se no arco-írisnum prismático cristal,que sai dos olhos de Tarcila

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 51e se torna universal.À quarta filha, seguindo a trilhadei força de um touro,força muito interior,toda de dentro pra fora...Incenso, mirra, ouro,da vida, pois, era o que eu herdara,ao juntar punhados de um tudopra dedicar a Tamara.

Já tive muitas mulheres,todas as que eu desejei,mas, creio, não faça registro,nenhuma mais eu dediqueitanto amor com que amei Vera,deveras, só a ela, insisto,meu ser integral entreguei.

(Pura ilusão, quimera!)Hoje eu já tenho outra Vera,Com um amor mais verdadeiro(e nada como uma Vera após a outra,sucedendo a marota, que me causou bancarrota!) Desde sempre, trilha e sinaela... Vera de Jacobina,a vereda que irei seguir.

São estas as minhas mulheres,o meu mundo em torno do fêmeo,minha alma que é bem feminina

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 52deu-me alto astral como prêmio...Mães, filhas, companheiras,tecelãs, artesãs, parideiras...

Elas sim me emprenharampara eu pôr e dar luz à soleira e laje,que sustentam os sonhosque me deixam de bobeira...

Para ser F de FERNANDO,de eFêmero, de Fêmea,Fê de Fornalha,reFazenda Fazendo o ZEN,PH de Pharmacia,karma de armazém.

OS HOMENS QUE DEUS ME DEU

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 53Como disse anteriormente,o meu mundo gira em torno do fêmeo...E o Pai me deu as mulheres que mereci:Mãe, irmãs, esposa, filhas, amigas, cúmplices!Mas não me esquivarei de dizer,que Ele também me deu homens, que amo tanto!Senão, vejamos:o Pai do Céu me deu seu Filho e me preencheu de um Divino Espírito Santo!

Deu Jorge, o pai da Terra, que me ensinou lisura e honestidade e deu muitos irmãos: Augusto, meu ídolo, tutor e mentor intelectual... (Mas o Pai, o quis de volta e o retornou para perto de Si, muito justo, de valor!) Recordo assim com carinho, quem primeiro me incentivou nas coisas da arte.Ruy, sujeito bom e pacato, ordeiro e exemplar recato...Jorge II, inteligente e culto, tresloucado Fluminense e amigo.Zé Roberto – laço firme, braço forte!Nelsão, meu Papai Noel e de toda a família,Quico, de quebra, irmão e grande amigo e todos juntos, irmãos de verdade.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 54Deu-me apenas um filho e eu homenageei minha mãe:Mauro, meu orgulho de tê-lo, único rebento e de amá-lo tanto...Ele, que se parece tanto comigo,no jeito de se relacionar e no sorriso aberto e franco!

Dezenas de excelentes amigos, tarefa difícil enumerá-los...Considerem-se, pois, entre os primeiros pois são, também, por mim amados.Aqueles que  assim se sentirem por se saberem em suas consciências e atitudes comigoe nas minhas ações com eles, os meus verdadeiros amigos.

Deus também deu à minha vida para alegrá-la, João Gilberto, que me faz a mente aberta num

“ser” também aberto...Tom Jobim, a dar sentido ao “meu mim”...

Chico Buarque,que me traz os sonhos a que neles, eu

embarque...Gilberto Gil e Caetano Veloso,

que siga eu minhas veredas, sempre zeloso...Vinícius de Moraes, aos vícios bons,

emocionais... Ariano Suassuna para que sentimentos

essenciais, eu reúna!...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 55Nada a tolher minha vida e/ou regrá-la!

TATIANA

Com o tatofiz o tetopra ti,Tatiana...

Contigo,tive tréguae entrego o que trago:Um estandarte,uma mensagem.

Guarda em tiuma certeza,um punhadode coisa poucafaz uma riqueza!

Ama a verdade!Nunca te apresses,crê no amor,num cliquee ele acontece.

Faz do teu amor uma armacontra toda maldade.Toma contigo o amor.Ama o amor!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 56DE PAI PRA FILHA!

Como definiria o amorque está dentro em nósarraigado no peito,coração assim afeito,na mente e na alma,cuidadosamente calma,sem bater queixo no frio...como o trajeto calmo e mansode um paciente rio,desde a nascente até a foz?

Como expressar esse calor humanopor alguém que vem de nós,do infinito de nosso âmago?Teria ou seria prenda, textura, sabor,embocadura, fé com fervor,A mesma fé que dedicamosao nosso Deus Criador,ao nos sentirmos, um pouco, esse Deusque em mim e ao mundo concedeuesse dom procriador?...

Sinto, vejo-me qual uma ilhaparadisíaca, descoberta em meioa um oceano, numa luz que brilhacom intensidade crescente, e creio,que é esse o AMOR por uma filha,e declaro sem receiode me perder nessa trilha,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 57mas, muito mais me encontrandopor ter cumprido o deverdo encantamento de ser paide tão preciosa filha.

Táti, Tatí, Tatiana,Minha pequenina gigante,a primícia das minhas colheitasde uma safra exuberanteentre flores e frutoscom excelente conceito5 lavras, muita gana!...Todo amor como preceitopara se cumprirem as escriturasde um mundo pleno e perfeito!

Tati, Tatí, Tatiana,que também já deu seus frutosnos seus filhos, os meus netos...(Lipe e Pepeu, um tesouro absoluto!)E assim vai-se cumprindoos mandamentos sem vetos...e um novo mundo surgindo,o universo assumindoos mais frondosos projetos,de inteligência humanizadapor homens dignos e retos.

Eis aqui minhas respostasàs perguntas, nos primeiros versos,serei breve e confesso

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 58resumindo-as em proposta,numa palavra só, com fervor,todo o sal e o açúcar do AMOR!

Daí eu digo e dito receitapara que se ponham em mesa postacom ingredientes e apostasbaseadas nesse AMOR!

Para Tatí,Tatiana, minha obra-prima número 1, a 1ª dentre os 5 filhos.

MAURO, ASTRAL ÁUREO!... (DE PAI PRA FILHO)

Enquanto o obstetra dizia:Você só faz o que gostae lá vinham as filhas...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 59(Podia-se fazer aposta!...) 

Mas, após a primeirade uma trilhaveio um mancebo...(A quarta pétala de um trevo!..) 

E quis homenagear minha mãe.Já não era tão cedo!...(Maura me ensinou a não ter medo!...) 

Enquanto a sua mãedesejava pôr meu nome:Antonio Fernando(A seguir-me, caminhando!...) 

E depois de Tatiana,veio ele, Mauro!Acrescido de Fernando.(Nos 2 nomes, homenagens. Bacana!...)

Foi ele, sempre, um meninode precioso tino,engraçado comediante...(... E sempre esfuziante!...) 

Cheio de históriase de apelidoscolocados a cada instante...(Todos eram como glórias!...) 

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 60Lico, Maurico, Lico Meu...Mau, Ma-mau, Maurinho,de espirituosidade constante.(Só o "Lico Meu" o irritava bastante!...)

Nunca me deu trabalho: sincero, honesto, centrado, zen, por isso,eu o chamo de Mau do Bem...(Mau de bom... Mal de bem!...)

Nada!... Mauro do bem, do bom bem, jamais o bombem!Ambientalista, economista,(pacifista, artista, altruísta!)

O homem do amor de minha vida,sem esquecer Jorge, meu paie Augusto, irmão, me encaminharam na lida...(Nesse filho único, é onde eu me acho!...)

Meu filho, meu ícone, minha arquitetura,meu sorriso, meu jeito, orquestra e partitura,na doçura de ser, o saber convencer, se inclina...(Que prêmio, meu Deus, dádiva Divina!)Ninguém mais consegue a todos envolver...Um verdadeiro iluminado ser

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 61(para alguém se encantar,  basta o conhecer!...)

Na sua verve, em sua alma...Uma doçura que embevece e que acalma!(É só ternura!...)

Muitas vezesaprendi suas liçõescomo filho e pai pródigo de muitas devoções!(São e foram tantas emoções!...)

Por tudo isso e muito maisdescrever-lhe, faz-se difícil...(De ficar isento de me comover!...) 

Eis Mauro... astral áureo e em sua paz me restauro!(Nessa intensa luz, eu brilhoe lanço confetes, de pai pra filho!...) 

Todo o meu orgulho nelee eu juro que borbulho de amor por ele.(E sempre farei festa com muito barulho!...)

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 62

UMA FILHA CHAMADA FERNANDA

Uma filhachamada Fernanda!Jeito simples...Jamais simplório,de enxergar a vida.

Misteriosase malandra,toda florida!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 63

Uma filha Nanda,não é pra quem quer....É só pra quem puder,ou pra quem dá pé.

Proteção divina...Até nas horas traquinaso branco de oxaláé paz pra assegurar...História de vidanas estrelas escrita!nasceu pra vencer...

E a naturezaque a emoldura...É configuração de beleza pura...

SIMPLESMENTE NANDA...

Nanda...uma filha chamada Fernanda! Jeito simples...Jamais simplório,de enxergar a vida.

Misteriosa,qual salamandra...Se malandra,fica toda florida! 

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 64

Uma filha Nanda, não é pra quem quer.... É só pra quem pode!!! Ou pra quem dá pé.

Proteção divina... Até nas horas traquinas,o branco de Oxaláé paz pra assegurar...

História de vidanas estrelas escrita!Nasceu pra vencer... E a natureza que a emoldura...É a confirmação de uma beleza pura...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 65

TARCILATivesse com que tinta, com que reciclado papel e te pintaria, filha, assim como és: branquinha, pequenininha, loirinha, olhinhos azuis.

Soubesse com o que desenhare te riscaria assim, exatamente o que és,sem tirar, nem por:

Magricela, tão bela!...Cabelos de trigo,amarelados, encaracoladoscomo o pequeno Príncipe!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 66

Soubesse com que te orquestrar,te faria sinfonia, fantasia, como és:Flauta, violino, oboé, fagote, viola de amor.

Mas, como nada tive eu com o que te fazer,senão, com amor, muito, todo o amor e a argila do barro do Criadore moldei-te com deleitee te fiz como tu és: TARCILA.

QUEM VIRÁ?... QUEM VEIO?

Grávido da gravidez de Vera,ávido duma avidez veemente, quimera!Quem viria?... Um filho ou uma filha?...Quem virá, Quem veio?

Vinde a mim, Tamara,ou vinde a mim, Vinícius!Que tenha a minha cara,mas não herde meus vícios.

Vinde como um dia eu vim,vim, vi, vivenciei, vivi, venci.Viva o vinho!Vingue o pão do Pai!

Bem vinda seja, obra prima,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 67relíquia do criador,poema de tão rica rima,equação do mais puro amor.

Criatura criativa do Criador,que venha para o mundo mudar,que traga mirra, incenso, ouro,com a força do signo de touro,vinde em renovada poesiaà Terra reciclar tons de outonos,verões de Vera, reflorir primaveras,invernos agasalhar.

POEMA À FILHA TAMI!

Deus é tão pura bondadee me dá tanta felicidadenessa filha magistral...aquela que sempre me fezuma ilha de alto astraluma porção de amortendo em torno o esplendorde um brilho monumental...

Toda vida a minha vidaserá sempre ao teu amornão existe neste mundooutro igual com tal fervor:

Minha querida caçulao meu coração configura

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 68essa paixão principal...

Nasceste pra ser diferentetão tranqüila e tão genteestudiosa e cientedos deveres conscientee nos compromissos renhida.

Não, não haverá nesta lidaquem te desvie de mimnem noutra vida espiritualque se nos leve daqui...

Sei que onde quer que váslevas em tua memóriatodo momento de glóriaque juntos passamos em paz,do futebol às gulodicesdo nosso Bahêêêa e às pizzariasde vivências, meninicesbesteiradas, gaiaticesinolvidáveis, jamais!

Não quero causar ciúmea ninguém de nossas lidas,mas, guardo em mim teu perfumecom a mais perfeita acolhida...

Tam, Tam-Tam, TamiTaminha, Tamara...esse teu pai se prepara

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 69pro abraço que viránalgum dia de alegriaque em teus braços vir tomar...os meus braços, qual poesia!...

Toda fila andatoda mágoa passasó o Pai comandae refaz a graça,pois um pai é um paiem qualquer circunstânciae toda dor acaba,na vida de inconstâncias.Mesmo um criminoso,um ser defeituoso,um monstro culposo,tem amor filial...Por isso eu acreditopela luz celestialque ainda virá o diadessa nossa alforriade liberação do malou numa cantoriado nosso amor perfeitocom base de nobre jeitode amor filho-paternal, ou paterno-filial.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 70

Para Tamarinha , dileta filha-caçula. SONHEI COM VOCÊ, TAMARA!

Ontem, eu sonhei com você!Não, não foi aqui, tempo presente...Pude por assim dizer,o quanto sinto sua falta e que saudades "da gente"!

E ao abraçar-lhe e sentir-lhe diante de mim, em minha frentenaqueles tempos idosde um passado tão recente:

Você, pequenina, minha menina num vestidinho azul e branco,nos meus braços sorrindo e soluçando,olhando em meu rosto e dizendo:Pai, porque fizeram isso com a gente?

E eu lhe disse que nada fizerama não ser aumentar o nosso amore adiar o nosso reencontro pra ser ternoe que essa pergunta eu fiz ao Pai Eterno.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 71

Ainda não obtive resposta,mas aguardo piamente,e quem espera sempre alcança,se ainda vivo eu for...que Deus Nosso Senhortraga-nos ao convívio de sempre!

Por ora não pude abraçá-lapelo vestibular fantástico,nem vou abraçá-la, talvez ainda,na mais próxima conquista do nosso Bahia!... Tudo adiado “sine” dia...

Adiado, jamais perenizado, a ser tristonho,mas, que ainda chegará esse dia!Por enquanto nosso beijo e abraçofica nos planos dos sonhos...

E se eu morrer antes desse tempo,minha alma iluminará seus caminhos,posto quê, pai é pai e não contratempo...e a vida não resume em redemoinhos...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 72O único amor eterno, abaixo de Deus, é

o amor paterno -materno -filial!Com o meu terno e incondicional

paterno amor!PENNY LANE

Penny Lane é um lugar que está dentro de mim...Um lugar pra se gostar de ir e vir...00Suas figuras quão tão ricas, sim,e estão dentro de mim...

In Penny Lane há um barbeiro a ver fotografiasde clientes, gente VIP e nós, talvez...Um banqueiro passeando ianuma noite fria, chuva fria

Penny Lane é o meu país,é o meu lugar...Vem minhas fantasias inspirar E os sonhos realizar

Em Penny Lane há um bombeiro que ama sua rainha,põe no colo sua foto, peladinhae sorri feliz pra sua vida,limpando um carro-pipa.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 73Penny Lane é o meu país, é o meu lugar...Vem minhas fantasias inspirare os sonhos realizar...Em Penny Lane,a enfermeira sai de um hospital,dia duro, atendimento pré-natal...Vende flores no subúrbio, sim,quando é noite, enfim...

Penny Lane é um lugar que está dentro de mim,liberdade e um gostar de ir e vir...Suas figuras são tão lindas, sim,cá dentro de mim, bem em mim...

Penny Lane é o meu país, o meu lugar...Vem minhas fantasias inspirare os sonhos realizar...

Penny Lane é o meu país é o meu lugar...Fantasias inspirare os sonhos realizar...Penny Lane in!Prummmmmmmmmmmmmmmm!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 74

Versão de “Penny Lane” de Lennon & McCartney para o musical “BeatleCaetanus”,

de autoria própria.SOCORRO!

Socorro!Preciso de alguémSocorro!Não de qualquer bemSocorro!E você sabe quemSocorro!...

Quando você partiuMaria do Perpétuo Socorro,fiquei desesperado,quase que eu morro...

Passei quatro semanassofrendo a lhe esperar,por isso, agora clamo,volta e vem me amar!

Ajude-me, se puder, pois estou male pra o que der é viernão estou normal...

Volte, por favor

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 75Seja legal,Pode vir, por mim.

Quando eu era jovem,Bem mais jovem que hoje eu souNunca precisei de ajuda,Mas agora estou...

Já me senti muito seguroJá fui senhor de mimEstou vivendo num escuroAcenda-me assim.

Ajude-me se puder, pois estou mal e pra o que der e vierNão estou legal...

Venha, por favor, seja legaL... Pode vir,Por mim...Help me! Help me yooou...

Idem à música “Help”, de Lennon &

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 76McCartney para o mesmo musical.

LUGARES & LEMBRANÇAS

Há lugares e eu me lembro,apesar, de viver buscando um só...E as mudanças que vivemos,não pra sempre, mas pra ser melhor...Todo canto teve, enfim, o seu momento,momentos de amor, amizade e dor.

Todo encanto de viver cada eventoe pensar que o sofrer nos faz melhor...Dos amores que tivemos,uns se foram e outros tão aqui, certamente estão vivendodas lembranças de um tempo,que foi tão feliz... Mas ninguém foi para mim assim tão plenoe nem tão eterno, o quanto você foi, mas, ninguém foi para mim assim tão pleno,que pudesse me fazer lhe esquecer depois...

Idem à música “In My Life”, de Lennon & McCartney para o mesmo musical.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 77DIA APÓS DIA...

Dia após dia, quando acordo com o sol,me encontro no céu com as nuvens, me sinto pequeno e tão sóe vem um desejo tão fortede sair abraçando o mundo,tento encontrar meu norte pra sair de um poço fundo...

Mas a vida é devagar,quase que me faz parar,falta luz no coração...

Noite após noite por sobre o lençol,encontro no céu com as estrelas e fico pensando tão só,no que poderia fazerpra acabar com este frio profundo, que congela o meu coração e arrasa com o meu mundo...

Mas a vida é tão banal e o amor tão desigualpra quem vive em solidão...Esta vida devagar, quase que me faz parar,falta luz no coração...

Versão de “Day After Day”, de Lennon & McCartney.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 78QUANDO ENVELHECERMOS...

Plena velhice, cabelo escasso, pele enrugada... Será que ainda vamos sair por aí, de braços dados, dois namorados?E bem tarde à noite, quando chegar, o que vamos fazer?Você vai me amar, vou lhe alimentarquando envelhecer...Uh uh uh uh!...

Você também vaificar entrevadinha,cada vez, mais minha!

Eu vou lhe dar o meu fusível, se a luz faltar, tricotar um suéter à beira do fogo,se apagar a chama, a gente acende de novo.

Cuidar do jardim,Cooper matinal...Que mais vamos querer,você vai me amar, vou lhe alimentar...Quando envelhecer...A gente também pode alugar uma big cabana no verão, se o orçamento der...Netos a nos curtir,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 79Vera, João e Davi.

E na lareira, enfim a sós, poder descansar, escrever cartinhas pros parentes distantes, ser feliz é um sempre constante.

Você vai ser minhae eu serei seu, sim, vamos poder!Você vai me amar, vou lhe alimentar, quando envelhecermos!

Idem à música “When I’m Sixty-four”, de Lennon & McCartney para o mesmo musical.

DIA CINZAE eis que o mar tão cinzaespalhe a dor pelo universo...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 80e estes versos, meu amor,façam-se manhã infinda,e esta noite enfim seráimensa para o nosso amor.

Vem e faz-se azulno azul do dia...vem amar nesse marque é hoje de um intenso cinzavagueia na areia branca,espraia a tristeza, fica só...nesta manhã tão pouca luz.

Se hoje a manhã é tristea noite será tambémpois não há noite alegresem o requinte azul do dia.

Anseios nesta noite...que enganos tens?a não ser que sopre o açoitedentro do meu coraçãobata forte e traga a pazpaz para o nosso amor!

Versão à música “The Long And Winding Road”, de Lennon & McCartney.

TEU OLHAR NO MEU...

Quando tu vens,vens assim...Tu chegas e dizes:

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 81- Como tu estás tão bonito!

Então, eu respondoprontamente, esse teu dito,meus olhos se encantamquando te fitam...

É o espelhodesses meus olhos,é o meu olhara te refletir...

É minha almaquando se acalma,e esparge a luzdos olhos teus...

Versão à letra da música “While My Guitar Gentle Weeps”, de George Harrison.

CUMPLICIDADE

Que olhos poetassão os teus olhos nos meus.Derramam, declamamversos em luz,tanto assédio

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 82assim me seduz.

Que olhar poema,poeta, os olhos teus...Dizem silentesem rimas aos meusamo-te, amo!Que até me induza outros versos também,tanto assim,tudo em profunda mudez:

Oh!... Oh!...Quero-te, quero!Escapam, destacamum brilho intenso,um luar tão imensoteus olhos meus.

Só versos expus,poesia em cascata...Numa enxurrada de lágrima a rolarum arco-íris se expande no ar...

Que olhos poetas,são esses olhos nos meus!

Derramam, declamam versos em luz,tanto assédio assim me seduz.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 83Quis,quero esse teu olhar nos meus!...

Insisto,que olhar poeta, meu Deus!

Oh! Oh!Quanta certeza de um amor infinito...Eis o que eu vi nos teus olhos,no fundo dos olhos vi...

Mil sonhos vivi,só no teu olhar decifreio quanto é rico esse céu só de amor...E viver de só brisa, tal e qual beija-flor.

Quis,quero teus olhos nos meus...

Imploro,que olhar poesia, Deus meu!

Oh! Oh!Tanta ternuradeixei mergulharum brilho intenso,um luar tão imensonesses teus olhos meus!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 84Quis... quis...Assim, eu quis...

Versão à música “She’s Leaving Home”, de Lennon & McCartney.

ASAS DA IMAGINAÇÃOBeija flores,beija mãos,zumbe, zune...

Voa, voa, voar, avião...Cavalinho de Deus,cavalinho do cão,quantas asas tem sua imaginação?...

Vai no alto e vem rasteiro,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 85traz cantar no seu zumbir brejeiro,asas, amor, sonhos, brinquedose mil sustos pra pregar...

Na gente, nos bichinhose até no arvoredo,sapo dribla sem medo...

Bebe água da lagoa,lambe o mel, não faz a toae quando bem quer,cavalinho pára no ar.

Por isso é que é de Deus,por isso é que é do cão...e faz tanta estripuliaque não tem explicação!

(Musicado pelo autor)SENTIMENTO ESSENCIAL

Estar com vocêé viver viajandoou buscando cores,colhendo flores,extraindo da vidaa essência melhor,provar dos frutos,dar forma ao brutotendo a certezada força do amorsem sentir medo.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 86

TEM HISTÓRIA:No recital “Soy Loco Por Ti, Serrinha”, oportunidade do lançamento do meu 4º livro “Teatro Nosso Cada Dia”, novembro de 2006, na AABB, em Serrinha, a minha, então aluna de Teatro, pequenina e talentosíssima atriz, Beatriz Batista, com apenas 6 anos de idade, no meio da apresentação, entrava em correria desabalada pelo fundo da platéia e vinha gritando:- Peltier, Peltier, Peltier...Subia no palco e eu a acolhia nos braços, então, ela declamava pra mim esta poesia. Um momento emocional, não apenas para mim, mas para todo o público que lotava o local.

SER POETA

Ser poeta é manter a porta abertapara quem quiser entrar...

É sofrer na dor, sem dó da dore transformar sofrimentoem versos líricos de amor...

Ser poeta é o poder de exprimira liberdade de inventardesde a licença poéticasem comprometer a métrica,permanecendo, sim, a estéticaprevalecendo-se da ética,conquanto lhe seja séptica!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 87

Ser poeta é ter sempre bom humorpra sorrir da própria dora expor uma alegria,que nunca faz parcerianem rima com o seu fulgor...

Ser poeta é acertar um alvosem ter arco e seta...É fazer da curva, a retae da reta a curva incertapara atingir sua metano âmbito do seu amor.

O poeta tem nos olhos uma clareira.e no peito uma lareirapra aquecer-se em vão do frio,ou quando, em estado de fossaou vice-versa em verso e prosa.

Ser poeta é ser poeta,indecifrável, indescritível, o ser poeta!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 88

Ser poeta é confiar e se deixar conduzir pela intuição, pela alma!...

NADA HÁ DE MELHOR NESTA VIDA...

Nada de melhor há nesta vidaque andar, enfim, pela estrada a foracom o amor que nos é tão querida e sem relógio... Pra não se perder e se perder na hora.

Nada há, enfim, de mais gostosoque uma boa conversa fiadae a certeza de ser honrado e honrosoem não pagar jamais a dívida acumulada.

Não há nada de mais prazerosoque o carinho bem-bom da amada,um xodó, um chamego fogosoe a certeza de trilhar nessa estrada.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 89Se de dia o sol irradiaao calor desse amor festejado...Se à noite, açoita a ventaniacobertor de estrelas, redobrado.

E assim tenho, enfim, alegriade um viver tão feliz, sem temor,passo a vida compondo poesia,melodia inspirada no amor.

DESCUBRO EM MINHAS MÃOS UM TESOURO...

Uma paixão de sobressalto,jamais preconcebida!

Heureca! Achei-as e as imponho ao alto

Resgatei-as num grito e num grande salto!Minhas mãos...

Existirá para mim algo no mundomais profundo qual fecundo,que as minhas próprias mãos?

Com elas eu tateioe à mulher amada

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 90toco suave os seios!Sensações inexplicadas...

Mãos que transmitem dor e alegriaque vêm do âmago da minha poesiaao escrever, teclar, expressartudo da alma em folia...

Mãos que prazeres me deramde construir minha vidapra nunca fazê-la perdidae de tantos que a mim vieram...

(Vierem ou virão à vida, senão!)Mãos, dedos, linhas-traços, texturas, embaraços, que marcaram-me partiturasà luta que me impuseram,pelo bem ou pelo bem que me fizeram.

Minhas mãos que juntas oram,pedindo aos que sempre imploramamor, saúde, paz, harmonia,sobretudo, a alforria aos que tanto esperam...

Mão que lembra mãe,(no M que espalma da palma!)Decerto o pão que se ganheno trabalho a se dedicaremas mãos de minha própria alma...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 91Se nervosas, de repente me acalmamMormente, se nos respaldamdo que nos podem ofertar...Amálgamas de vidas e almas!

Mãos minhas, perfeitasminhas mãos, refeitassegurem minha cabeçanas causas do coração!

Essas duas preciosidades,quando, às vezes empunhadasao poder de Deus impregnadaspodem curar enfermidades...Que descoberta incrívelsó agora e nesta horadesperto para o impossívelque as mãos nos podem doar.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 92

“E o operário adquiriu uma nova dimensão:

A dimensão da Poesia!”(Vinícius de Moraes em “O Operário em Construção”, Poema Épico)

MINHA MÁXIMA É VOCÊ!

Tudo vira você,tudo gira em você,porque eu lhe amo...

Tudo representa vocêe pressinto em vocêminha razão de viver.

Meu pensamento é vocêvocê que me alentacom o seu cantar acalanto,que me acalentae me faz exultar de alegrianas curas do meu pranto.

Você, só você ao máximo,elevada à máxima potência,do tamanho do meu pensamento.Para mim você é ciência!

Exulto tudo em você...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 93- Minha oração do poder.

Meu querer-bem-querer,minha máxima é você,porque eu lhe amo.

Após a poesia, toda a poesia,me basto mudo, eis o tudo.Maximizo-me em você!

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ESCRITO NAS CONSTELAÇÕES

Alguém me tirou de vocêe teve que devolver!Brinquem com Deuse zombem do destino:O que é do homemoutra mulher não tomanem da menina, o menino...É meu, tem registro, está escrito,nos livros sagrados,no Alcorão, na Bíblia...Nos murais e nos papiros,na Enciclopédia, em Os Lusíadas...Na pedra Roseta, de Champollion,no Coliseu, Olimpus,na Baixa do “Sapateiró”,onde a mãe do guarda vendia “fató”!Na Colina do Bonfim,na Santa de Serrinha,nas Missões, em Jacobinana Foz do Iguaçu,na Amazônia pororocas,onda azul de Amaralina,na fiel Torre Eiffel,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 95no Cristo Corcovado Redentor...Está scrito nas estrelasda Constelação do Amor...Na poesia de Viníciuse no suingue de Djvanna juba dos caracóisdo leãozinho Caetano...em tudo estará escrito,em latim, português, alemão,inglês, francês, em sânscrito,nos hieróglifos do Egito,e riscos-rabiscos, dialetos e idiomas,da China e do Japão:

AMO... AMO... AMO... AMO... AMO VOCÊ!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 96

ÁGUA SOU, OH!... NÃO SOU SÓ H2O!

Água sou, ó!...Não sou só H20...Água rasa, água funda,água arrasa quando inunda!Em toda água onde se afunda,água do rio, água do mar,águas, torrentes do mundo,água que trouxe e que levao navegante fecundo...Água corrente,água parada,cristalina,ou deteriorada,água chuva,água neve,água turva,água que se bebe...Água da guerra,água da paz!Água destrói,água que fazágua da boa,água lagoa,água da má,água-forte,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 97aguarrás!Aguardente,água jaz!Água jazz,Água vida,água morte,água azar,água sorte,água contumaz...Quanto mais água, mais água!...Água foz,água atroz!

Não se vive no mundo sem águae nem vive feliz que tem mágoa.Água lava a roupa,água que se banha,a água lava, lava, lava tudo,a água só não lava a língua dessa gente...

Água que se afaga...Da água se faz sopa...faz remédio, faz garapa.

Água viva... Viva a água!

Sem água, não há vida!...http://www.antoniofernandopeltier.prosaeverso.net

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 98ESPLENDOR DE AMOR

Se eu disser que vou te amar,eu quero um tudo...Se eu disser que já te amei,eu me perdi...Emaranhado de desejose loucuras... Estapafúrdio, com teus beijosme envolvi...Quis, quero e vou ter sempre o meu refúgionos teus braços à pronta-entrega e com fervore se eu disser que já te amonão estou confuso, pois, desde sempre só a ti, me refluí...Se eu já disse que te amei e estou voltando da viagem que fizemos ao esplendor...E se não disse que te amo,oh, que engano!...Reabro o panodas cortinas em novo dramapara louvar o nosso amorque há em mim e em ti!

ESCOLA UTOPIA

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 99

Educar é construir pirâmides de sonhoscom tijolos da realidadenas auroras do porvir.

Instruir é lapidar o cristal dum espelho,onde se pode ver por dentrouma visão monumental:Caleidoscópio de vidas.

Sensibilizar é a chaveque desvenda o futuro,oráculo que ultrapassa os muros,decretando AMOR! PAZ!

A escola é esta chaveque abre para um crescimento,determinando o tamanhodo engrandecimento.

É o compromisso com o respeitoàs gerações de confiança,a manter sempre acesaa chama ardente da esperança!Trate a criança e o jovem com carinho e

respeito, antes que lhe agridam com desrespeito e violência!

OCASO POR ACASO

Envelhecer é lindo

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 100como o pôr-do-sol...Não por acaso,que o ocaso modifica as cores,doura a natureza,faz tudo mudar.Quão rara belezasão cabelos brancos,pele enrugada de quem viveu bonitoalegrias, tristezas,amanheceu cada diaritos de doar vida, energia,cantos, contos,quantos encontros a perpetuar!...

Quem pensa que tudo acabaquando a juventude esvaiengana-se redondamentedeixa o sonho que desaba,trai–se a si, oh, como trai!...Renuncia à vida prementetristeza e doença atrai.Toda idade, todo o tempotem fascínio e tem encantos,todo o amor tem seu exemplo,qual passarinho, o seu canto.O prazer que há na vidaindepende de idade,todo amor tem sua horatoda dor, sua melhora,todo dia, sua aurora...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 101

Esse que envelhecee nunca teme,nem pensa na mortecomo fim, enfim...Porque morte é dia,alvorada, anoitecer,renovação eterna,semente somentevidas a renascer.Em cada vida novatudo pra aprender.

Esse que envelhece assimé tão lindo simcomo o arreboldo entardecer,na perspectiva do re-amanhecer.

Ser velho, idoso, é apenas uma circunstância, mas é também, um

“hand-cap” na vida. Ser arcaico, antigo, é atraso!

PENSAMENTOS DESVAIRADOS

Desde que você partiu, partiu-se tudo na partida,haja vista, um repartido coração enternecido.Há lembranças, sim, de tudo o que era a minha vida...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 102E o que vivemos de intenso e nos mínimos detalhes,só restou desilusão pelos bens ou pelos males...

A toalha pendurada com seu nomeainda no banheiro me consome...Na cozinha, o cheiro de alho com azeite de oliva,ainda hoje me cativa, encho a boca de saliva!

Sem falar no vinho do Portoque nos deixava absorto,numa sede ao nosso corpoum ao outro degustar,em tresloucado paladar...

Os deslizes de barbeira em nosso carrose eu ali falasse, achava que era sarro!...

Lembro o acarajé apimentado com chopinho,tantos lances de amor e velados com carinhos...

Como não lembrar das coreografias nos ensaios do teatro,com requinte e tão bons tratos, que me deixavam encantado.

Aquele jeito que é só dela em seu andar de bailarina,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 103lhe amar foi meu pecado,foi meu “carma”, minha sina...

Sinto ainda espalhado pelo ar que eu respiroa fragrância delicada, o nosso “Sonata em Blue”a exalar pelo quarto, ainda hoje, eu suspirosentindo o cheiro gostoso de seu corpo inteiro nu.

Nosso amor, coisa de doido, coisa de amor doído,suavemente gigante, sussurrando os seus gemidos...Ainda agora ouvi sua voz, mas que pensamento atroz...É tão forte a sua presença, nessa ausência tão algoz.

Surgiste em minha mente, qual a fantasia dos contos das “Mil e Uma

Noites”, em apenas um segundo:-Ah, pensamento vagabundo!

ESCREVEU, NÃO LEU... O PALCO É MEU!

Não quero jamais ser um velho...Proíbo! Nem me chamem de idoso!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 104Lembrando tão só ferro-velho,“ser-sucata”, a deletar da vida, o gozo.

Proponho nomenclatura novapara mim ou pra quem nunca“já deu o que tinha que dar!”Imprestável, dependente, uma ova!

Quem vivencia somente o bemnão deve sentir-se “findoso”, infeliz,triste, sozinho, doente, em repouso..,Só quem se vê tão só a ruir, vem!

Cruz Credo ser pessoa aposentada!Jamais desertar do alento da ativa:Meu barco nunca estará à deriva!Está falando com a pessoa errada.

Que tal me chamarem “vindoso”,pois estarei sempre vindo e jamais indo, aberto ao amor e à vida...Melhor ainda, “vidoso”, impregnado de vida?

“Minha vida é um palco iluminado...”Vivo sempre vestido de douradoe comigo será sempre assim: Escreveu não leu, o palco é meu!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 105

QUEM DESCOBRIU O BRASILFOI LUIZ “LUA” GONZAGA!

Tua lida, seu andar pelo paísa chorar a triste partida,numa nau de quatro rodas,ou numa Maria Fumaça,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 106a dedicar sua vida:

“O trem danou-se naquelas brenhassoltando fogo, comendo lenhacomendo lenha, soltando brasa,tanto queima quanto atrasa!”

Com fé suprema em Jesus,na Senhora Rainha do Mundono “padin Ciço Rumão”,e ainda no Frei Damião,juro pelo Sinal da Cruz...A palmilhar o país com devoção.

“Piriri... piriri... piriri...piriri... piriri... piriri...”

Singrasse terras recortandoserras como aventureiroe descansasse, como fez o “Criador”,enfim, num dia, feliz...

Deitou o chapéu de couro como bem quise a sanfona branca, seu tesouro.Não bastasse o verdejante olhar da faceiraa se espalhar na lavoura brasileira,dando festa pras bandas dos Caririse a asa-branca do sertão, o vôo batesse,quando a chuva chegasse, em arribação,no cantar e no toque da sanfona brejeira.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 107Eis o nordeste, e no sertão, a canção verdadeira.

Rumo ao Rio de Janeiro e São Paulo, as capitais do capital...Cortasse assim a fita de um Portal Brasil nordeste,inaugurando a cultura viva de um povo caboclocom seus versos, sua voz, seus encantos, seu rebocode homem bom, humilde, cabra da peste.

Descobriste o Brasil, tiraste o manto,retiraste do Brasil todo o seu véu...Despertaste o gigante adormecidoao relento, entorpecido, dormindo ao léue deste ao país-continente o azul e o céu

A beleza da flor do mandacarudando o sinal da chuva milagrosa,que desfaz a seca e traz a festa “for alls”:Forró, baião, xaxado, xote, maracatu...Alegria no amor em verso e prosafazendo do Brasil seu grande mote!

Quem descobriu o Brasil foi um ser cheio de lua e solofertando ao mundo essa nossa cultura crua,mostrando o nordeste, e no fundo,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 108o seu povo fecundo, nos vários tons do arrebol...

Quem descobriu o Brasil cumpriu sua sagaE o seu descobridor foi e Luiz “Lua” Gonzaga!

“Quando o verde dos teus “zóio” se “espaiá” na “prantação”...

(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)

FIM DE MUNDO!

Ouvi dizer que nossa Terravai virar ponta-cabeça,que o pólo norte vai pro sule o sul, creio, desvaneça!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 109

A luz do dia pelo sol,sem o lume, obscureça,que a noite em caracol,alongue lenta, só clareza...

Que o sertão se torne mare o mar vire sertão...Que natureza e vida andem pela contramão de toda sua beleza.

Antes que todo o ser-vivo, morrae a sobrevida, feneça!Sabendo de tal profecia,vou viver em anarquia,comprando tudo fiadopra não pagar, nem ser cobrado...

Vou roubar o amor dos outrose me sentir assim tão soltoe jamais injuriado...

Fundarei uma autarquiaou então crio uma ONGe na peteca ou ping-pong,dos últimos dias a passar...vou curtir toda folia,beber, cair de boca na piaaté a hora que chegarda Terra ser destruída!

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 110Se der pé, irei a pée até Marte,carimbado o passaportenuma nave construídaum foguete de alto porte,autografado o meu encarte...

Já sobrevivi a enfarte,não é agora e sem demoraque chegou a minha horada minha vida ter um corte:Nunca terei essa sorte!

Pois, que a Terra que se acabe,e até o diabo que se enrabe...Só não verão minha mortecom zombaria à minha sorte!...

SENHORITA ARTE

Quem sou eu?Quem eu sou?Eu sou a Arte, muito prazer!Estou em toda parte, podes crer!

Do lápis da criançaao papel que explode em cor

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 111ou na alma de quem dançapasso a passo com fervor...

Sou a própria emoçãona função de um ator,sutileza reveladano pincel de um pintor...

Beleza, a mais divina,sou eterna e tão menina,desta vida a esperançae do bem toda a pujança.

Estou no céu, no mar, no ar,passarinho que voa em bandoa assumir todo o comandode tudo o que há de belo...

Da corrente eu sou elo,sentimentos de paixão,moro em todo coraçãoe onde tem amor, eu zelo...Felizmente eu sou assimum beija-flor beijadordando um beijo em cada florque encontrar no teu jardim!

Eu sou Artee em toda parte, com prazer!

Sou quem sou

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 112eu sou quem sou...sou quem soue podes crer!

Musicada por Luciano Bahia. Publicada no Recanto das Letras.

Código de Áudio / Texto: T1382286 CORRE-CHAPÉU!

Quem “quisé culabrá”vá “ponhando” em meu “chapé”...Quem ajuda ganha o “cé”0vale o que “quisé butá”bote chicle, bote balae “inté papé” de balaou “palitin” de picolé...Tudo dentro do “chape”’!...

Pra dá olé e faze “ôla”vale “inté” coisinha tola,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 113porque “tudo vale a penase a alma “né” pequena...”pois, “inté” a alma máA gente pode “reciclá”e quem quase nada tem“ind’assim” pode “botá”!

Um beijinho de criançavale mais do que vintém...Um carinho “inté” um cheiroe o que vem do coração,vale mais do que dinheiro,vale mais do que milhão!Oi... oi... oi... oi!...

Musicada por Luciano BahiaPostada no Recanto das Letras,.

Código do Texto/Áudio: T2119149À FLOR DA PELE

À flor da peletesão impele,ninguém impede...censura é vã!

À cor da peleo amor conferetudo adere...estrada é chã!

Tua pele é pétala

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 114o meu ser desliza,minha vida, acéfalaassim concretiza...

Tua pele é pétala,o meu ser desliza,minha vida acéfalaassim concretiza...

A flor da pelese me concedenada impele,senão tesão...

Na flor da pele, de tua peleo meu olhar, meu olhar refleteO quanto acometeminha emoção!

Tua pele é pétala,o meu ser desliza,minha vida, acéfala...assim, concretiza!                               Tua pele é pétala,o meu ser desliza,minha vida, acéfala...assim, concretiza...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 115

Musicado por Victor LópezPostado no Recanto das Letras

Código do Texto / Áudio: T1911735O TEMPO E O CONTRATEMPO

O Tempo passae o passatempo do tempoé ver o tempo passare o nosso tempo que passanão passa de um contratempo...

A gente sabeque o melhor cimentodo viver bem ligadoé um cimento temperadoque faz a liga do ser...

E quê,a única eternidade é a do amor

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 116que muda de par ou endereçonos leva do hoje ao futuroe do futuro ao recomeço!

Mas não cessa de assim ser...pra não perder-se no apreço.

O passatempo do tempoé o nosso viver contra o tempobuscando sempre novo temponum tempo de se renascer.

PARTITURASPartituras,rupturas estruturais,vidas partidas,frágeis figuras,almas perdidasnoites escurascondicionais...

Composições,melodias, poesias,harmonias em vão,retalhos de rotos retratos,destroços de amoresem uma canção.

Mil beijos e abraçosjogados no mato!...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 117

E a vida é a artede engolir partituras,partir tanta amargura,desatar tantos nós...nos encontros das águaspororocas de mágoasneste mundo atroz!

Musicada por Antony Figo. Postada no Recanto das Letras, Código do Texto/Áudio:

T1269089

MURO DE BERLIM

Vinte anos sem o muroda vergonha sem futuro,que alegria da euforia!Vinte anos de alforria,exemplo à humanidade...

Foi-se o muro de Berlime os irmãos podem-se verse tocar, se abraçar,podem juntos projetarliberdade e embevecer...

Abaixo o comunismo,a tirania do nazismo,abaixo a opressão,todo excesso e recessão,abaixo a tirania,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 118os regimes militares,abaixo todo "ismo"e o colonialismode todo capitalismo!

Homens sempre livrespra sentir, pra pensar,expressar, consumir...pra sair, pra chegar,pra fugir, pra voltar,pra, enfim, decidiro seu próprio porvir!

Abaixo a miséria e a fomeo desrespeito e a corrupção,o pensamento imposto pela religião!

Abaixo também os direitos desumanosem nome dos "direitos humanos!"E abaixo as drogas, inclusive dos dogmas!...

“Há homens que lutam um diae são bons.

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 119Há aqueles que lutam por um ano...

Esses são ainda melhores.Mas há os que lutam toda uma vida!...

Eles são imprescindíveis!

(Bertold Brecht)DOIS POEMAS À LIBERTAÇÃO:I - LIBERDADE, PÃO DO AMOR!

Dia longo,vida curta...Suor, senzala, amor,o que restou do desamor!...Esperança na criançanascer livre, sem temor...

Companheirinha, companheira,diz, mostra-me a verdade,você que me conforta.Se fizemos algum malfoi sem maldade.

Segue em vida procurandoo que em toda a vida entregou,desde as paisagens perdidasaté as terras com que sonhoudas livres aves, o cântico quântico...

Liberdade é o bem da vida

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 120Liberdade é o pão do amorLiberdade, unção remidaLiberdade, sol-tutor

II - LIBERDADE FRUTA-PÃO

Preso num escuro preconceitosem ter norte, rumo ou preceitosinto a liberdade pulsar no peitomáquina de um sonho imperfeito.

Coração torna frutos refeitos em cada ilusão.Estranhas frutas em árvores secasdesabam pecas dos galhos no chãoenxovalhos de orvalhos.

Cada fruto é um sonho, é sementee renasce mormente como fruta-pão,anima e alimenta, recria e alenta...Sonho novo é ilusão que aumentaàs Áfricas do além-mar,dos atlânticos sem par

Um dia se juntam braços de irmãosdescascam a batata, a cebola e o limãorenasce alegria em revoluçãoe na luta a tez escura encandeia,quilombo se torna cidade...Negrinho se esbalda, acesa dança,

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 121lua cheia no auge do céu clareia.

É a liberdade que engendra a esperança.A liberdade é um solespargindo raios de dignidadeem direção a toda a humanidade...

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 122

EDIÇÕES COLUNATTA

DADOS TÉCNICOS E CRÉDITOS:

Título: O Nariz do Dono...Autor: Fernando PeltierConcepção: Fernando PeltierImpressão: Araci-Ba.

Copy Desk: Vera Jacobina

Capa:Design: Cláudio Paulo Criação / Editoração: Danilo VíctorRealização:

1ª Edição: Dezembro, 2011.Este livro foi publicado no formato 155 x 215 mm

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O NARIZ DO DONO... Fernando Peltier 123Tipo: Constantia, corpo 12Editoração eletrônica Impressão em Off-set

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