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Ano VIII - nº 37 Agosto / Setembro 2017 www.antaq.gov.br EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE O PROJETO DE COLETA SELETIVA NAS EMBARCAÇÕES DE PASSAGEIROS DA NAVEGAÇÃO INTERIOR NA REGIÃO AMAZÔNICA, QUE A ANTAQ REALIZOU EM SANTARÉM (PA) RIO LIMPO, AMAZÔNIA VIVA Foto: M a Luiza Gusmão

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Ano VIII - nº 37 Agosto / Setembro 2017

www.antaq.gov.br

EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE O PROJETO DE COLETA SELETIVA NAS EMBARCAÇÕES DE PASSAGEIROS DA NAVEGAÇÃO INTERIOR NA REGIÃO AMAZÔNICA, QUE A ANTAQ REALIZOU EM SANTARÉM (PA)

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2 Ano VIII | nº 37 | Agosto / Setembro de 2017

Jornal Navegando a Notícia

(versão impressa)

Ano VIII - N° 37 - Agosto/Setembro 2017

Adalberto Tokarski

Diretor-Geral

Mário Povia

Diretor

Francisval Mendes

Diretor

Produção

Assessoria de Comunicação Social - ANTAQ

Yara Rodrigues da Assunção

Chefe da Assessoria de Comunicação Social

Jorge Lúcio

Jornalista

Rodrigo Duhau

Jornalista

Amanda Gusmão

Estagiária/jornalismo

Maurício Marcelo | Tikinet

Designer Gráfico

Maria Inez Vaz Dias Albuquerque

Relações Públicas

Críticas e sugestões:

Ouvidoria: 08006445001 ou (61) 2029-6576

Assessoria de Comunicação Social (ASC)

SEPN Qd. 514 - Conj. E - 1° andar - Asa Norte

CEP: 70760-545 - Brasília - DF

Telefone: (61) 2029-6520

[email protected] - www.antaq.gov.br

EXPEDIENTE

CARTA AO LEITOR

Preservar o meio ambiente deve estar na lista de prioridades de

qualquer órgão e de qualquer cidadão. Pugnar por um mundo mais

sustentável é contribuir para que todos tenham uma vida mais saudável

e mais digna. A ANTAQ vem fazendo sua parte.

No final de julho, a Agência realizou em Santarém (PA) o “Projeto

de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros da Navegação

Interior na Região Amazônica”, uma ação que teve como parceiras

a Companhia Docas do Pará, a prefeitura e a Fundação Esperança.

Durante as atividades, foi lançada a campanha “Rio limpo,

Amazônia viva”.

Nesta edição especial do Navegando a notícia, o leitor poderá saber

como foi o projeto, que teve importante participação da comunidade

de Santarém. Cidadãs e cidadãos acompanharam as atividades do

projeto e puderam perceber de forma prática a verdadeira relevância

de se manter os rios da Região Amazônica limpos. Os rios brasileiros

são fonte de vida e de riqueza. Sem eles, a cidade sofre, a região

sofre, o país sofre.

O projeto contou com um seminário quando foram discutidos

diversos temas, entre eles a sustentabilidade da navegação interior,

coleta seletiva, gestão ambiental, boas práticas sanitárias. Houve,

ainda, distribuição de copos sustentáveis nas embarcações, a 1ª

Caminhada “Rio Limpo, Amazônia Viva”, e a coleta de resíduos

eletrônicos.

Trata-se de um projeto dentro de uma visão de serviço adequado,

a ser prestado pela navegação, onde a questão ambiental é uma das

questões envolvidas.

Portanto, foram três dias intensos de atividades. O principal objetivo

foi conscientizar a população de que a dignidade de suas vidas

passa pela preservação dos rios, que significam sustento, meio de

locomoção, lazer e, acima de tudo, vida.

Boa leitura.

Rios para a vida

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1º Encontro da Navegação Sustentável na Amazônia

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Aconteceu, em 27 de julho, em Santarém, a abertura do 1º Encontro da Navegação Sustentável na Amazônia. O evento foi

organizado pela ANTAQ, em parceria com a Companhia Docas do Pará, a prefeitura e a Fundação Esperança, além disso, fez parte da primeira ação do “Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros e Cargas da Navegação Interior na Região Amazônica”.

Durante a abertura do evento, foi lançada a campanha “Rio Limpo, Amazônia Viva”. Foi assinada, ainda, a Carta de Santarém pelo diretor-geral da ANTAQ, Adalberto Tokarski, e pelo prefeito Nélio Aguiar.

Para Tokarski, a ANTAQ sempre vem trabalhando para a sustentabilidade da Região Amazônica. “Precisamos conscientizar o usuário. Precisamos ter os coletores adequados e a reciclagem, transformando o resíduo em valor. A conscientização tem de ser de todos, e a ANTAQ é mais uma parceira.”

Para o diretor-geral, “a intenção da ANTAQ é contribuir para a conscientização da população, é dar o exemplo. É fundamental que os resíduos sejam descartados adequadamente, impedindo a propagação de doenças e mau cheiro, além desse lixo ser matéria para reciclagem. Essa melhoria no descarte de resíduos vem com ações práticas e rotineiras como essa que a Agência está realizando em Santarém”, destacou Tokarski, afirmando que a Agência é apenas uma peça nesse contexto.

O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, destacou o evento. Afirmou que a iniciativa da ANTAQ contribuirá

com a educação ambiental do município. “Precisamos conscientizar o cidadão para que descarte seu resíduo no lugar adequado. A consciência ambiental é um desafio. Nós utilizamos ainda muitos produtos descartáveis. Devemos reduzir essa utilização. A conscientização ambiental deve acontecer desde criança. Esse projeto tem de ser abraçado pela sociedade e a sociedade já tem maturidade para preservar nossos rios. Agradecemos a ANTAQ por iniciar essa ação com a nossa cidade”, disse.

Para Vicente Ferreira Sales, administrador do porto de Santarém, é fundamental que essa ação alcance toda a Região Amazônica. “Devemos acabar com a contaminação dos nossos rios. Espero que esse projeto seja um primeiro passo para manter os nossos rios limpos.”

O diretor do Instituto Esperança, Juarez Souza, afirmou que a instituição sempre será parceira de ações que visem desenvolver a Região Amazônica. “Uma de nossas funções é apoiar projetos que possam contribuir para a sustentabilidade de nossa região.”

Temas

O evento contou com quatro blocos, quando foram discutidos diversos temas, entre eles a sustentabilidade da navegação interior; gestão ambiental no transporte aquaviário; responsabilidade socioambiental da cidade de Santarém; boas práticas sanitárias nas embarcações; turismo sustentável; e educação ambiental.

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Norma de Registro de Instalações de Apoio ao Transporte Aquaviário é tema de palestra

Durante sua palestra no 1º Encontro da Navegação Sustentável na Amazônia, o especialista em Regulação da ANTAQ, Aglair Cruz, abordou

a Resolução Normativa nº 013/2016-ANTAQ, que dispõe sobre o registro de instalações de apoio ao transporte aquaviário. Esse normativo foi desenvolvido para adequar as instalações portuárias de cargas e de passageiros, principalmente na Amazônia. Com o registro, os proprietários de terminais poderão conseguir financiamentos para investimentos e se estruturar melhor para oferecer instalações de qualidade para toda a sociedade. “Esse foi o objetivo da ANTAQ quando publicou essa resolução”, disse o especialista, destacando que o registro consiste no cadastramento, de caráter discricionário, perante a ANTAQ, das instalações não passíveis de outorga de autorização de que trata o art. 8º da Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013.

São passíveis de registro a construção, exploração e ampliação das seguintes instalações de apoio ao transporte aquaviário, localizadas fora da área do porto organizado: instalações flutuantes fundeadas em águas jurisdicionais brasileiras, inclusive interiores, em posição georreferenciada, devidamente homologadas pela Marinha do Brasil, sem ligação com instalação localizada em terra, utilizadas para recepção, armazenagem e transferência a contrabordo de granéis sólidos, líquidos e gasosos; instalações com acesso ao meio aquaviário destinadas exclusivamente à construção e/ou reparação naval; instalações destinadas ao apoio ao transporte aquaviário de insumos, equipamentos, cargas de

projeto e recursos humanos necessários à execução de obras de infraestrutura, cujas operações são desativadas na sua conclusão; instalações portuárias públicas de pequeno porte exploradas, diretamente ou por meio de convênios de delegação ou cooperação, ou outro instrumento equivalente, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); e instalações de pequeno porte para apoio ao embarque e desembarque de cargas e/ou passageiros destinadas ou provenientes do transporte aquaviário, desprovidas de guindastes de pórtico, esteiras de granéis sólidos, torres de transferência e descarregadores de barcaça contínuos, entre outros.

As instalações registradas junto à ANTAQ devem seguir determinadas diretrizes: adoção de procedimentos operacionais que evitem perda, dano ou extravio de cargas e bagagens, minimizem riscos ao meio ambiente e custos a serem suportados pelos usuários; melhoria contínua da qualidade, segurança e eficiência na movimentação de cargas e passageiros; garantia da efetividade dos direitos dos usuários; garantia da modicidade e da publicidade de tarifas e preços praticados, quando aplicável; observância das normas de segurança da navegação emanadas pela autoridade marítima; e observância da disponibilização de informações à ANTAQ, nas formas e prazos previstos pela Agência.

Documentação necessária para o registro

Ficha de registro devidamente preenchida;Duas imagens de satélite da instalação;Comprovante de direito de uso e fruição do terreno; eComprovante de regularidade fiscal.

Importante

Caso o proprietário de instalação portuária não consiga apresentar o comprovante de direito de uso do terreno e a documentação comprobatória de regularidade perante as Fazendas Estadual e Municipal, desde que justifique o porquê dessa dificuldade, a ANTAQ poderá aceitar uma declaração, escrita de próprio punho, atestando a posse justa e de boa-fé da área, bem como de que não possui registro de processo de falência, recuperação judicial ou extrajudicial.

Números

A ANTAQ já emitiu 36 registros desde 2014. Há, na Agência, 95 requerimentos em análise: 89 na Região Norte, quatro na Sudeste, uma na Nordeste e uma na Sul.

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Agência demonstra preocupação com malha hídrica devido aos resíduos nela lançados

A malha hídrica vem apresentando sinais de comprometimento pela disposição inadequada de materiais não degradáveis e acúmulo de

resíduos diversos.” A afirmação foi do diretor-geral da ANTAQ, Adalberto Tokarski, que palestrou durante o 1º Encontro da Navegação Sustentável na Amazônia, evento que aconteceu em Santarém (PA). O tema da palestra foi “ANTAQ e Sustentabilidade da Navegação Interior”.

Tokarski listou os objetivos do Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros e Cargas da Navegação Interior na Região Amazônica: aprimorar os procedimentos para gestão dos resíduos pelas embarcações e instalações portuárias; apresentar cartilha sobre o tema para os passageiros; apresentar material educativo para a tripulação e instalação portuária.

O diretor-geral informou que aproximadamente nove milhões de passageiros por ano utilizam cerca de 600 embarcações que trafegam em 249 linhas longitudinais (dentro do estado) e em 59 linhas longitudinais interestaduais. Além disso, são 52 milhões de toneladas movimentados no transporte longitudinal, levando-se em conta as navegações de longo curso, cabotagem e interior.

O diretor da ANTAQ, Mário Povia, foi o moderador de um dos blocos. Povia ressaltou a importância da coleta seletiva nas embarcações. “É fundamental que haja essa conscientização, e a ANTAQ, com essa ação, vai ao encontro dessa educação ambiental que deve envolver toda a comunidade. A coleta seletiva nas embarcações também faz parte da prestação de serviço adequado que essas embarcações devem fazer para atender o usuário.”

Este bloco contou também com a participação de Cristiane Andrade, supervisora de Relação Porto-Cidade e Meio Ambiente da Companhia Docas do Pará (CDP), que destacou a responsabilidade socioambiental da autoridade portuária e as ações que a CDP desenvolve com a comunidade, entre elas balé, música, caratê, leitura de histórias e educação ambiental.

Cristiane Andrade também destacou o Projeto de Educação Ambiental para Todos (Peat), que oferece ações de sensibilização junto aos passageiros e tripulação de embarcações fluviais visando estimular a prática da coleta seletiva e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da população, entre outras atividades.

O Especialista em Saneamento Ambiental, José Palheta, apresentou diversos conceitos relacionados ao meio ambiente e dados sobre a coleta de resíduos que acontece em Santarém. No município, 70% da coleta acontece à noite. A cidade conta com oito caminhões compactadores e uma van de coleta de resíduo hospitalar.

Instituições

Representantes do Sest/Senat, da Companhia Docas do Pará (CDP), da Fundação Esperança, da Cargill e da Bertollini apresentaram suas ações sociais em benefício do meio ambiente durante o evento.

Odenildo Brito, representante do Sest/Senat, apresentou o projeto Prancha de Stand up Paddle de Garrafa Pet. “O projeto visa unir a prática de esporte à consciência ambiental”, afirmou Brito, destacando que a preservação do meio ambiente vem com educação. “A educação é a base para que os cidadãos tenham consciência ambiental.” Marijara Serique, da Fundação Esperança, apresentou o Projeto de Educação Ambiental para Todos (Peat).

O encontro se encerrou com um bloco do qual o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ANTAQ, Marcos Maia Porto, foi o moderador. Participaram desse painel a coordenadora de Produção Associada ao Turismo do Ministério do Turismo, Anna de Oliveira Leal, que abordou o tema “Turismo Sustentável”; o técnico em Gestão Pública da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Reinaldo Carvalho, que falou sobre o projeto “Rios da Amazônia Livres do Lixo”; e o secretário-adjunto da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Reinaldo Magalhães, que detalhou o Projeto Orla Brasil.

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Ação de educação ambiental na orla deSantarém

Vou pedir que meus tripulantes guardem esse copo como eles guardam a escova de dente”, disse José Cardoso Seade, 66 anos, proprietário

da embarcação Seamar IV, que recebeu um copo sustentável nesta sexta-feira (28) na orla do Rio Tapajós, em Santarém. A distribuição de copos sustentáveis foi uma das ações realizadas pelos servidores da ANTAQ e por funcionários da Companhia Docas do Pará e fez parte do “Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros da Navegação Interior na Região Amazônica”, ação que a Agência está desenvolvendo no município paraense, em parceria com a prefeitura, a CDP e a Fundação Esperança.

Seade conta que sua embarcação faz a linha Santarém-Macapá e Macapá-Santarém, viagens que duram aproximadamente 30 horas. “Nesses trajetos, são utilizados cerca de quatro mil copos descartáveis”, contou o proprietário da embarcação. “Meus 18 tripulantes vão receber um copo desse. Achei a ideia fantástica, pois contribui para a diminuição de lixo e para a preservação do nosso meio ambiente e dos nossos rios”, afirmou Seade.

A orientadora pedagógica, Stefane Lima, 26 anos, também recebeu o copo sustentável. Ela mora e trabalha em Monte Alegre (PA). “Acredito que a ideia

da distribuição desses copos é muito relevante. Em minha escola, nós já conscientizamos os alunos a trazerem suas canecas para diminuir o uso de copos descartáveis”, disse Stefane, informando que tem 500 alunos. “Se pensarmos bem, em meia hora apenas, já se desperdiçam muitos copos descartáveis.”

Os servidores da ANTAQ e os colaboradores da CDP se dirigiram para orla, quando realizaram a ação de educação ambiental junto aos passageiros e aos proprietários de embarcações. Nos três dias do “Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros e Carga da Navegação Interior na Região Amazônica”, que se iniciou no dia 27 e terminando em 29 de julho, foram distribuídos 4.200 copos e 2.100 kits, coletados alimentos e resíduos eletrônicos, entregues sacolas sustentáveis, distribuídas cartilhas sobre coleta seletiva e sobre os direitos e deveres dos usuários de embarcações.

Para Marcos Garbe, técnico em Regulação, que está lotado no Posto Avançado de Santarém da ANTAQ, “a ação é relevante, pois visa à redução do uso do copo descartável. Isso contribuirá com a conscientização do cidadão, que saberá mais sobre a importância da sustentabilidade”.

Os diretores da ANTAQ, Adalberto Tokarski e Mário Povia, também participaram da ação na Orla. “É um trabalho de conscientização que estamos fazendo aqui, e isso está relacionado também à prestação de serviço adequado que cobramos dos proprietários de embarcação”, afirmou Tokarski, ressaltando que a Agência, a prefeitura e a CDP devem ser parceiras nesse processo de conscientização ambiental. Para Povia, a ANTAQ está fazendo sua parte, visto que “a questão do meio ambiente deve envolver todos os órgãos”.

A ação contou também com a parceria do Sest/Senat, que montou um estande na Praça Tiradentes, onde as cidadãs e os cidadãos receberam informações odontológicas, psicológicas, fisioterápicas, nutricionais, além de terem sua pressão arterial aferida.

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Caminhada reúne cerca de 2500 mil pessoas

Em 28 de julho, em Santarém, realizou-se a 1ª Caminhada “Rio Limpo, Amazônia Viva”, que fez parte do “Projeto de Coleta Seletiva nas

Embarcações de Passageiros e Carga da Navegação Interior na Região Amazônica”, ação que a Agência desenvolveu no município paraense.

Cerca 2500 pessoas participaram da caminhada. O percurso se iniciou na Praça Tiradentes e seguiu até a Praça do Pescador. Para participar da caminhada, os cidadãos tiveram de levar um quilo de alimento não perecível, o que dava direito a um kit, com camisa e copo sustentável. “Essa iniciativa foi muito interessante. Foi uma boa maneira de mobilizar as pessoas para que preservem nossos rios, para que diminuam o uso de copos descartáveis”, disse a autônoma Eliana Marques, 34 anos, moradora de Santarém, que estava com a família reunida para participar da caminhada.

Resíduos eletrônicos

Antes da caminhada, a população de Santarém deu mais um exemplo de ação sustentável. As

cidadãs e os cidadãos levaram até a Praça Tiradentes resíduos eletrônicos para que a Descarte Correto, empresa localizada em Manaus, cuidasse de forma apropriada desses resíduos. Foram doados produtos de tecnologia da informação, de telecomunicações e eletrodomésticos, que totalizaram 3 toneladas.

O diretor da empresa, Alessandro Dinelli, explica que depois da coleta os produtos passam por um processo de triagem e de classificação. Logo em seguida, há a fase de descaracterização, a montagem, manutenção, limpeza e embalagem, conforme o caso. “Isso acaba gerando computadores em bom estado, por exemplo, para serem encaminhados a centros profissionalizantes e a organizações sociais. Se não conseguimos reutilizar, nós transformamos em matéria-prima e fazemos sua destinação. Por exemplo, o ferro, que segue para siderurgia”, explica Dinelli.

O diretor da empresa fala que a Descarte Correto faz coleta de diversos resíduos, entre eles estão notebooks, netbooks, celulares, hds, placas de rede, placa de som, teclados, estabilizadores.

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A relevância da campanha

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O Porto de Santarém, administrado pela Companhia Docas do Pará - CDP e preocupado com o grande volume de resíduos gerados nas

embarcações, celebrou uma parceria com a Fundação Esperança e há mais de dez anos ocorrem diversas atividades no âmbito do Projeto Educação Ambiental para Todos (Peat), fomentando a sustentabilidade ambiental e capacitando diversos atores, como empregados e usuários do porto, ambulantes que comercializam seus produtos próximo ao acesso do terminal de passageiros do porto, bem como a população em geral do entorno da área portuária.

O carro-chefe do referido projeto é a intervenção diária realizada pelos agentes (alunos do curso de Gestão Ambiental do Instituto Esperança de Ensino Superior - Iespes) nas embarcações que atracam no porto com o objetivo de sensibilizar os passageiros a descartar os resíduos gerados em coletores disponibilizados nas embarcações. Após alguns anos de árduo trabalho junto aos passageiros das embarcações, a CDP necessitou disponibilizar um número maior de coletores para armazenamento provisórios dos resíduos que eram recebidos das embarcações.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários conheceu o projeto e comprou a ideia iniciando uma série de tratativas com o objetivo de replicar a boa prática para a Amazônia. A CDP e a Fundação Esperança embarcaram na ideia e após meses de tratativas aconteceu o I Encontro da Navegação Sustentável da Amazônia com o lançamento da campanha “Rio Limpo, Amazônia Viva”, que fez parte do “Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiro da Navegação Interior na Região Amazônica”, no período de 27 a 29 de julho de 2017, em Santarém.

A campanha “Rio Limpo, Amazônia Viva” já traz a mensagem em sua apresentação. Cada pessoa

que participou da programação da campanha com as atividades de entrega de resíduo eletrônico, recebimento de mudas ornamentais e medicinais e a caminhada certamente de alguma forma foi tocada. A Amazônia é rica em quantidade de recursos hídricos, entretanto, a qualidade desses vultosos volumes de água em muitos municípios brasileiros já alcançou valores considerados em desconformidade à legislação pertinente aos diversos usos do recurso hídrico. A ideia era plantar uma sementinha, convencer a população em geral que cada um de nós possui papel fundamental para manutenção desse rio, no caso de Santarém, o Rio Tapajós. Possuímos responsabilidades diante do meio ambiente. Podemos fazer diferente. Convencer o máximo de pessoas de que lugar de lixo não é no rio.

A caminhada da campanha “Rio Limpo, Amazônia Viva” foi fundamental para mobilização social e consolidação da ideia da cidadania participativa, pois foi possível juntar um número expressivo de pessoas e divulgar materiais e informações de forma lúdica e interativa. A comunidade doou alimentos, participou efetivamente. Podemos considerar que a campanha foi aderida por um grande número de pessoas e talvez algumas dessas tenham se tornado agentes multiplicadores, mostrando para a Amazônia as vantagens de promover a sustentabilidade ambiental.

Os recursos hídricos propiciam diversos usos, como meio de transporte, fornecimento de alimento, água para consumo, impacto positivo na economia através do turismo, esportes aquáticos, balneabilidade, paisagismo, etc. Mas que existe a contrapartida de cada um, a começar pelo descarte adequado dos resíduos. Vamos comprovar que é possível, sim, viver em harmonia com a natureza.

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Cristiane Andrade – supervisora de Relação Porto-Cidade e Meio Ambiente da Companhia Docas do Pará (CDP)

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Projeto realiza quatro oficinas em Santarém

O “Projeto de Coleta Seletiva nas Embarcações de Passageiros e Carga da Navegação Interior na Região Amazônica” contou também com a

realização de quatro oficinas, que aconteceram no dia 28 de julho.

A Oficina 1 foi de reaproveitamento de descartáveis, tendo como responsável Reinaldo Carvalho, representante da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas/PA). O objetivo foi ensinar, na prática, as formas de aproveitamento de resíduos, que normalmente são descartados nos lixões da cidade, tais como copos descartáveis e garrafas pet, entre outros.

A Oficina 2 abordou o tema “Boas práticas sanitárias dentro das embarcações” e teve 24 inscritos. Os responsáveis foram Edivandro Mota Guimarães e Valter Moura de Souza, ambos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A oficina serviu para instruir os participantes sobre boas práticas de higiene nas atividades a cargo da tripulação, tais como gestão de resíduos, higiene na cozinha e manuseio de alimentos.

Já a Oficina 3, com 30 inscritos, foi relativa às resoluções da ANTAQ e se dividiu em dois tópicos. Foram coordenadores das oficinas Aglair Cruz de Carvalho, da Gerência de Autorização de Instalações

Portuárias, e Marcos Maia Porto, da Gerência de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ANTAQ.

O primeiro tópico teve como objetivo a troca de informações e instruções a respeito da Resolução 13/2016, da ANTAQ, que Aprova a Norma que Dispõe Sobre o Registro de Instalações de Apoio ao Transporte Aquaviário, detalhando quais os casos em que se dá sua aplicação. Já o segundo tópico teve como objetivo trocar informações e discutir a respeito da Resolução 2190/2011, da ANTAQ, que Aprova a Norma para Disciplinar a Prestação de Serviços de Retirada de Resíduos de Embarcações, dando conhecimento dos motivos que a levaram a ser editada e suas aplicações na prática.

Por fim, a Oficina 4 abordou o Projeto Orla Brasil e teve 27 inscritos. O coordenador foi o Reinaldo Magalhães Redorat, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e teve o objetivo de discutir a gestão integrada da Orla da Cidade de Santarém, no âmbito do Projeto Orla, que busca o ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União. Nessa oficina, foram apresentadas as fundamentações que levaram a União a desenvolver a nova proposta de atuação em todas as orlas e praias brasileiras, estejam elas na costa marítima ou em águas interiores, estendendo, dessa maneira, os benefícios que atingiam apenas os municípios costeiros.

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Navegando a notícia Ano VIII nº 37 Agosto / Setembro de 2017

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Diretores da ANTAQ e prefeito assinam Carta de Santarém

Os rios amazônicos têm vocação natural para o transporte fluvial, sendo o principal meio de deslocamento de bens e pessoas e de comunicação entre as comunidades da Região

Norte do Brasil

Trecho da Carta de Santarém

Drante o 1º Encontro da Navegação Sustentável na Amazônia realizado no final de julho, em Santarém (PA), foi assinada a Carta de Santarém.

Os diretores da ANTAQ, Adalberto Tokarski (geral) e Mário Povia, e o prefeito do município paraense, Nélio Aguiar, assinaram o documento.

No texto, ANTAQ e Prefeitura de Santarém se comprometem a tomar iniciativas com vistas a promover ações permanentes de conscientização junto aos passageiros e às empresas prestadoras do serviço de transporte aquaviário em relação à importância da coleta seletiva dos resíduos das embarcações.

Além disso, serão realizadas ações para fortalecer parcerias com instituições públicas e privadas que possam colaborar na consolidação do sistema de coleta seletiva dos resíduos, de sua reciclagem e disposição final adequada; e para buscar o engajamento de outros municípios e atores regionais nessas ações, como condição para que o problema da poluição dos rios da Região Amazônica seja enfrentado por todos, com efetividade.

No documento, ANTAQ e Prefeitura de Santarém destacam que os rios amazônicos são portadores de valor econômico e imaterial inestimável para a região e que as embarcações promovem o transporte aquaviário têm papel estratégico a cumprir na conservação dessas vias. A carta considera, ainda, “a dimensão regional e mundial da região hidrográfica da Amazônia, que ocupa sete milhões de quilômetros quadrados, dos quais 3,8 milhões de quilômetros quadrados localizados em território brasileiro, envolvendo os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá”.

De acordo com a carta, ANTAQ e Prefeitura de Santarém assumem o compromisso de somar esforços para que seja adotada a coleta seletiva de resíduos sólidos

em todas as embarcações de transporte de passageiros e cargas que se utilizam dos terminais localizados no município paraense, em conformidade com o disposto no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos e com os requisitos de prestação de serviço adequado.

Outro ponto que o documento destaca são “os gravíssimos impactos ao meio ambiente causados pela disposição inadequada dos resíduos sólidos nas cidades, com reflexos diretos nos rios e chegando a atingir as águas oceânicas”. Além disso, há “o significativo volume de resíduos sólidos gerados pelas embarcações de transporte de passageiros e cargas, que acaba se somando ao lixo produzido na cidade e podendo contaminar as águas diretamente”.

“Os rios da região hidrográfica da Amazônia exercem papel essencial sobre a dinâmica socioambiental das comunidades tradicionais e ribeirinhas, que dependem da pesca para obtenção de seu sustento e, portanto, da preservação dos recursos hídricos”, destaca um trecho da Carta de Santarém.

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