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Relatório de impacto ambiental - Rima 1 Sumário Sumário Sumário Sumário Sumário Introdução ------------------------------------------------------------------------- 5 Vamos combinar? ---------------------------------------------------------------- 9 Explicando a obra --------------------------------------------------------------- 19 O meio ambiente na região de influência da RB - 116/RS ---------- 27 As áreas de influência do projeto -------------------------------- 29 Área Diretamente Afetada - (ADA) -------------------------------- 30 Área de Influência Direta - (AID) ---------------------------------- 31 Área de Influência Indireta - (AII) ---------------------------------- 31 As opções do projeto, a escolha da alternativa e as questões ambientais ----------------------------------------------- 33 Análise integrada ------------------------------------------------------- 36 Os passivos ambientais ----------------------------------------------- 51 Os impactos da duplicação da Rodovia BR - 116/RS ----------------- 59 Meio Físico Produção e espalhamento de material particulado no ar associada à movimentação de terra --------------------------64 Geração de ruído associada às intervenções ------------------66 Assoreamento do sistema de drenagem da rodovia associada à intervenção para a estabilização de talude de corte e execução de talude de aterro ------------------------ 67 Instabilização do talude (durante fase inicial) associada à intervenção para a estabilização de talude de corte e execução de talude de aterro --------------------------------------69 Instabilização pontual das margens do rio / represa (durante fase inicial da intervenção) associada à implantação de OAEs ------------------------------------------------70 Possibilidade de redução (pontual) da velocidade do fluxo do curso d’água associada à intervenção para alargamento de obras de arte (pontes e viadutos) ------------71

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SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

Introdução ------------------------------------------------------------------------- 5

Vamos combinar? ---------------------------------------------------------------- 9

Explicando a obra --------------------------------------------------------------- 19

O meio ambiente na região de influência da RB - 116/RS ---------- 27

As áreas de influência do projeto -------------------------------- 29

Área Diretamente Afetada - (ADA) -------------------------------- 30

Área de Influência Direta - (AID) ---------------------------------- 31

Área de Influência Indireta - (AII) ---------------------------------- 31

As opções do projeto, a escolha da alternativa eas questões ambientais ----------------------------------------------- 33

Análise integrada ------------------------------------------------------- 36

Os passivos ambientais ----------------------------------------------- 51

Os impactos da duplicação da Rodovia BR - 116/RS ----------------- 59

Meio Físico

Produção e espalhamento de material particulado noar associada à movimentação de terra --------------------------64

Geração de ruído associada às intervenções ------------------66

Assoreamento do sistema de drenagem da rodoviaassociada à intervenção para a estabilização de taludede corte e execução de talude de aterro ------------------------ 67

Instabilização do talude (durante fase inicial) associadaà intervenção para a estabilização de talude de corte eexecução de talude de aterro --------------------------------------69

Instabilização pontual das margens do rio / represa(durante fase inicial da intervenção) associada àimplantação de OAEs ------------------------------------------------70

Possibilidade de redução (pontual) da velocidade dofluxo do curso d’água associada à intervenção paraalargamento de obras de arte (pontes e viadutos) ------------71

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Aumento da taxa de assoreamento do rio / represaassociado à intervenção para alargamento de obrasde arte (pontes e viadutos) -------------------------------------72

Início e/ou aceleração dos processos erosivos -------------74

Alteração da qualidade da água superficial esubterrânea no entorno da rodovia provocadapor vazamentos de óleos e graxas de máquinasenvolvidas na execução das obras, ou porusuários da rodovia, assim como contaminaçãopor esgoto sanitário e lixo sólido -----------------------------76

Meio Biótico

Supressão da vegetação arbórea e de ambientesterrestres ------------------------------------------------------------78

Supressão de ambientes transitórios -------------------------79

Aumento do efeito-barreira no deslocamentode animais -----------------------------------------------------------81

Afugentamento da fauna -----------------------------------------82

Atropelamento de animais --------------------------------------83

Meio Socioeconômico

Geração de emprego e renda ----------------------------------84

Incremento da economia regional ----------------------------86

Interferência no fluxo de veículos e pedestres emodificação da malha viária ----------------------------------87

Ocorrência de acidentes ----------------------------------------89

Alteração da qualidade de vida da população ------------90

Aumento do fluxo populacional para a região------------ 92

Alteração e/ou destruição de sítios arqueológicos ------- 93

Melhoria do tráfego e aumento da segurançados usuários --------------------------------------------------------94

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Interferências com comunidades indígenas -----------------94

Interferências com o uso e ocupação da terra ---------------95

Programas ambientais ------------------------------------------------------97

Programa de gestão e supervisão ambiental ---------------- 99

Plano ambiental para a construção ---------------------------101

Programa de prevenção e controle doprocesso erosivo ---------------------------------------------------102

Programa de gerenciamento de resíduos sólidos eefluentes líquidos ------------------------------------------------ 102

Programa de monitoramento e controle de ruídosdurante a fase de instalação do empreendimento ------- 103

Programa de monitoramento e controle da poluiçãoatmosférica durante a fase de instalaçãodo empreendimento--------------------------------------------- 104

Programa de recuperação de áreas degradadas epassivos ambientais -----------------------------------------------104

Programa de monitoramento da qualidadeda água ---------------------------------------------------------------105

Programa de monitoramento de fauna ebioindicadores----------------------------------------------------105

Programa de monitoramento e controle deatropelamento da fauna ----------------------------------------107

Programa de controle de supressão de vegetação -------110

Programa de educação ambiental destinado àscomunidades lindeiras ao empreendimento --------------- 112

Programa de educação ambiental destinado aostrabalhadores da obra------------------------------------------- 114

Programa de prospecção, monitoramento e resgatearqueológico (portaria IPHAN n° 230/02) -------------------115

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Programa de comunicação social para as populaçõesdo entorno do empreendimento ----------------------------------115

Programa de apoio à relocação da populaçãodiretamente afetada pela implantaçãodo empreendimento------------------------------------------------- 117

Plano de ação e emergência para transportede produtos perigosos na fase deoperação do empreendimento---------------------------------- 118

Programa de monitoramento e conservaçãoda flora ------------------------------------------------------------------120

Programa de apoio à comunidade indígena -----------------122

Conclusão -----------------------------------------------------------------------125

Equipe técnica responsável ---------------------------------------------- 131

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Você está começando a ler um documento que foi escrito paraajudar as pessoas a entender um projeto previsto para a sua região.Não é um documento isolado, pois faz parte de um processo cujafunção mais importante é informar à sociedade acerca de possíveisalterações no meio ambiente.

Essas alterações podem ser causadas por uma obra ou por umconjunto delas que, por poderem causar alterações ambientais, pre-cisam de autorização do Poder Público. Este, por sua vez, precisaouvir a sociedade para dar ou não as autorizações necessárias à rea-lização dessas obras.

Por conta disso, é fundamental que as informações relativas aum projeto que pode provocar alterações como essas sejamfornecidas a dois tipos de público: ao público especializado e aopúblico não-especializado. Portanto, nesse processo estão previstosdois tipos de documentos: os documentos técnicos e os documen-tos não-técnicos. Este que você está começando a ler faz parte dosegundo conjunto – e é, talvez, o mais importante deles.

Os documentos do primeiro conjunto possuem uma linguagemtécnica. Isso quer dizer que foram preparados para serem lidos porespecialistas, por pessoas que conhecem bastante, pelo menos, umdos assuntos abordados. Este aqui, não. Este foi escrito para pessoasque não são especialistas. Estamos falando do Relatório de Im-pacto Ambiental – que nós podemos chamar desde já de Rima. Éisso mesmo, vamos logo perdendo a cerimônia com este texto por-que ele deve ser um documento sério, mas que não precisa ser sisu-do, sem-graça, metido a besta.

Embora seja um relatório escrito, o Rima deve ter uma lingua-gem de conversa, daquele jeito que provoca perguntas e respostasdiretas. E uma boa conversa deve ter uma introdução, isto é, devecomeçar do começo, como a gente diz no dia-a-dia. No entanto,conversa boa é aquela em que todo mundo entende um pouco doassunto. E o assunto desse Rima é a duplicação de uma rodovia –melhor dizendo, a duplicação de um trecho da importantíssima ro-dovia BR - 116/RS.

A duplicação de uma rodovia é uma obra que envolve cente-nas - às vezes, milhares - de profissionais especializados. Como todagrande obra, um projeto dessa natureza causa modificações no meioambiente. A construção de uma nova pista provoca alterações napaisagem, na vida das pessoas e no comportamento dos animais,por exemplo. Essas alterações precisam ser explicadas para as pesso-as da região.

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Não importa se essas pessoas terão ou não as suas vidas modi-ficadas pela construção da nova pista. Todos os moradores e usuári-os da rodovia devem ser muito bem informados a respeito das alte-rações que ocorrerão. É um dever de quem vai construir uma obradesse tamanho informar – e bem direitinho – à população sobre oque vai mudar quando a obra estiver pronta, mas, também, sobretudo o que vai acontecer enquanto ela estiver sendo construída.

As normas em nosso País são bem claras. O dever de quemquer fazer uma obra que pode causar modificações significativasno ambiente é informar a população acerca das mudanças pre-vistas. E a melhor maneira possível de fazer isso é esclarecer aspessoas usando uma linguagem bem sincera e simples. E essa é afunção do Rima. Veja bem, a coisa funciona assim: o que vaimudar para melhor? Tem que dizer. O que vai mudar para pior?Tem que dizer. Onde não vai mudar nada? Tem que dizer. É a lei!

Entretanto, as normas também garantem que se algo for mu-dar para pior, as providências devem ser tomadas antes. Quandoos especialistas descobrem que uma determinada obra vai mudaralguma coisa para pior, o empreendedor ou o Poder Público devesugerir formas de compensar essas mudanças – ou, se for o caso,outras opções de projeto. Os estudos devem, no mínimo, sugerirformas de diminuir essas alterações.

Qualquer grande obra provoca mudanças no ambiente ondeé feita. Mas, como diz o velho ditado: “Não se faz uma omeletesem quebrar ovos”. Desse modo, uma obra, dependendo da suaimportância, pode causar modificações ambientais até em lugaresdistantes dela. Quer um exemplo? Imagine que você precise com-prar cimento para construir a sua casa e que esse cimento venhade uma indústria que esteja, digamos, em outro estado. A obra dasua tão desejada casinha pode estar causando modificações na vidade pessoas que estão bem distantes. Essas modificações podem serruins, mas podem ser boas também. Se a fábrica de cimento estápoluindo o ar daquela cidade, é ruim. Se a fábrica de cimento estácriando empregos e gerando renda para os habitantes daquela ci-dade, é bom. Em outras palavras, a construção da sua casa podeestar ajudando a melhorar ou a piorar a vida de pessoas como vocêe que moram bem distantes da sua rua.

Com isso, é importante que o cidadão saiba, sempre, quaissão as modificações que um projeto traz para a sua região, parapoder decidir se é contra ou a favor dessa obra. Mas, esse cida-dão não deve se preocupar demais, pois as leis ambientais brasi-leiras são muito boas e protegem os direitos do cidadão. Se aquelafábrica que fornece o cimento para a construção da sua casa esti-ver poluindo o ar de uma cidade, ela vai ser obrigada a instalarfiltros nas chaminés, para evitar a poluição. Não fazer isso podedar multa e até cadeia para os responsáveis.

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No caso de uma obra que ainda vai ser construída, a lei obri-ga que sejam feitos estudos ambientais completos, para fazer pre-visões sobre todas as alterações significativas possíveis. Depoisque esse estudo é concluído, ele deve ser traduzido para umalinguagem bem simples, garantindo assim que as pessoas interes-sadas entendam essas previsões e que medidas sejam tomadaspara que a obra obedeça à lei.

O documento que transforma a linguagem complexa utiliza-da pelos especialistas em informações compreensíveis para a mai-oria das pessoas é o Rima. É esse documento que você está co-meçando a ler agora e que fala sobre o projeto de adequação dacapacidade e duplicação da rodovia BR - 116/RS.

Não deixe de ler este Rima até o fim. Embora ele tenha sidofeito com uma linguagem bem simples, é normal que uma pessoanão entenda uma informação ou outra. Se esse for o seu caso,não desista. Peça ajuda a alguém ou entre em contato conosco.

É muito importante que você esteja bem informado, porquesó um cidadão bem informado pode decidir acertadamente. E issoé muito importante para o futuro da sua cidade, do seu estado,do seu país.

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VVVVVamos combinar?amos combinar?amos combinar?amos combinar?amos combinar?Existe um ditado muito usado no interior do Brasil que diz: “Com-

binado não é caro”. As pessoas do interior de Minas Gerais, por exem-plo, costumam usar essa expressão para dizer que antes de se começaruma negociação, deve-se deixar muito claro quais são as regras e osprocedimentos que serão utilizados.

No popular Jogo do Bicho, há uma expressão equivalente: “Valeo que está escrito”.

Portanto, este documento precisa ter, antes de tudo, informaçõesclaras sobre as razões pelas quais ele foi elaborado desta forma. Ouseja, com uma linguagem bem simples.

Primeiramente, vamos falar sobre a Constituição da República Fe-derativa do Brasil, ou, simplesmente, a Constituição. Essa é a chamada“Lei Maior” do nosso país, desde de 5 de outubro de 1988. Ela nos diz,no seu artigo 225, que todos nós temos direito a um meio ambienteequilibrado e que ele é de uso comum do povo e essencial à sadiaqualidade de vida.

As autoridades, segundo a Constituição, têm obrigação de defen-der o meio ambiente, mas, também, as comunidades têm o dever depreservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Pois bem, a Constituição, em seu artigo 225, parágrafo 1º , incisoIV estabelece como incumbência do poder público:

Em outras palavras, o que a Constituição exige é que antes de sefazer uma obra ou uma atividade qualquer que possa trazer modifica-ções importantes ao meio ambiente, as autoridades devem exigir estu-dos profundos sobre essas modificações.

Mas a nossa “Lei Maior” diz mais. Você notou o uso da palavra“publicidade” no texto? Então pense nela da seguinte forma: os estu-dos ambientais devem ser conhecidos do público. Em outras palavras,não basta somente estudar. Nós temos que fazer com que a populaçãoentenda o que se estudou e quais os resultados desses estudos.

Para isso, temos que entender a diferença entre dois documen-tos: o EIA e o Rima. Aí você pode estar se perguntando: “Mas, por queeu tenho que saber dessas coisas?”

“Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ati-vidade potencialmente causadora de significativa degrada-ção do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental,a que se dará publicidade”.

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Vamos dar uma olhadinha no que diz a Constituição, que, noseu art. 5º, inciso LXXIII, determina que:

Está vendo a sua importância, cidadão? Não é pouca coisa,não. E é por isso mesmo que você deve estar muito bem informado.Para isso, deve começar entendendo a diferença entre o EIA e o Rima.

Mas, antes, vamos falar um pouco mais sobre os seus direitos.

A principal lei que trata do meio ambiente no Brasil tem o nú-mero 6.938 e é de 31 de agosto de 1981. Ela nos diz que a PolíticaNacional de Meio Ambiente, conhecida como PNMA, tem entre assuas prioridades a difusão de tecnologias de manejo do meio ambi-ente e a formação de uma consciência pública sobre a necessidadede preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológicono Brasil.

Em outras palavras, você precisa ser bem informado sobre osavanços obtidos pelos estudos feitos no Brasil sobre o meio ambien-te, para poder ter consciência da importância de se desenvolver opaís, sem destruir a nossa qualidade de vida.

A lei determina que, o Conselho Nacional do Meio Ambiente– ou, simplesmente, Conama – seja o órgão consultivo e deliberativodo Sisnama, isto é, o Sistema Nacional do Meio Ambiente. Para quevocê não se perca, vamos simplificar: é o Conama que propõe aogoverno as formas de se cuidar bem do meio ambiente.

O Conama não é composto apenas por pessoas do governo.Ele é um colegiado, isto é, possui representantes de diversos setoresdo governo e da sociedade civil. Suas reuniões são públicase, muitas vezes, tem como resultado documentos chamadosde Resoluções.

A Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986,condiciona o licenciamento de atividades modificadoras do meioambiente à elaboração de estudo de impacto ambiental e respecti-vo relatório de impacto ambiental, aquele mesmo que a gente cha-ma de Rima. Em outras palavras, o governo só autoriza o início dasobras que podem alterar o meio ambiente depois de analisar o EIA eo Rima. Dependendo das características do projeto, quem faz essaanálise são os técnicos do Ibama ou os técnicos dos órgãos de meioambiente dos estados.

“Qualquer cidadão é parte legítima para propor açãopopular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio públicoou de entidade de que o Estado participe, à moralidadeadministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio históricoe cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isentode custas judiciais e do ônus da sucumbência”

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O EIA e o Rima são documentos que devem ser elaborados portécnicos e especialistas contratados pelas empresas responsáveis pe-los projetos e fazem parte das exigências necessárias para que o órgãoambiental forneça as licenças ambientais necessárias para que as obrassejam feitas e, também, para que, depois de prontas, o empreendi-mento possa começar a operar.

Explicando melhor: a primeira licença concedida pelo órgãoambiental é chamada de Licença Prévia ou, simplesmente, LP. Essalicença é concedida após a análise do EIA e do Rima – e somentequando o projeto em questão é ambientalmente viável. Em outraspalavras, se alguém quiser fazer uma obra que vai afetar muito forte-mente o meio ambiente, o órgão ambiental pode não liberar a LP. Issoquer dizer que a obra não pode ser feita daquela maneira ou naquelelocal, por exemplo. Nesse caso, os responsáveis pelo projeto vão terque refazer os seus estudos ou desistir do projeto. A LP, ao ser fornecida,traz as exigências a serem cumpridas para que a segunda licença sejaobtida.

A segunda licença necessária é chamada Licença de Instalaçãoou, simplesmente, LI. Para que ela seja obtida, os responsáveis pelaobra deverão entregar ao órgão licenciador um documento que reúnetodas as medidas que serão tomadas para diminuir as alterações quea obra trará ao meio ambiente. Uma vez obtida a LI, as obras podemcomeçar.

Somente quando as obras terminam é que a terceira – e última –licença é fornecida. Ela tem o nome de Licença de Operação ou, sim-plesmente, LO. Mas, não basta terminar a obra para obter a LO. Asexigências feitas pelo órgão licenciador ambiental devem ser cumpri-das para que o processo de licenciamento seja completado. Aindaassim, a LO precisa ser renovada, de tempos em tempos, pelos res-ponsáveis pela operação do empreendimento.

De qualquer modo, para a concessão dessas licenças, a Resolu-ção nº 1 do Conama exige que o EIA seja bastante completo eaprofundado. Ele deve conter mapas, tabelas e muitos, muitos dados– que são resultados de estudos, pesquisas e viagens aos locais quesofrerão influência da obra.

O Rima, por outro lado, deve fazer com que a população, emgeral, possa ser informada sobre as conclusões do EIA. Não são docu-mentos semelhantes. A Resolução nº 1 determina que o Rima sejaapresentado à população de forma objetiva e adequada à suacompreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagemacessível, de modo que se possam entender as vantagens e desvanta-gens do projeto, bem como todas as consequências ambientais desua implantação.

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Vejamos um exemplo que pode dar uma boa idéia da dife-rença entre um EIA e um Rima. Imagine que alguém queira cons-truir uma barragem em um determinado rio. Vamos chamar essealguém de empreendedor. Pois bem, para atender à legislaçãoambiental, o empreendedor deve contratar uma equipe de especi-alistas para estudar as modificações ambientais que essa barragemvai causar. Essa equipe vai estudar o solo, os animais, as plantas, omodo de vida das pessoas e muitas outras coisas. Tudo isso parasaber como é o meio ambiente antes da construção da barragem epara fazer previsões a respeito das modificações que irão ocorrer.

Agora vamos supor que os especialistas na vida dos peixes derio tenham terminado os seus estudos. Eles vão ter que escreverum relatório sobre esses estudos, para que os especialistas em pei-xes de rio que trabalham no Ibama ou nos órgãos estaduais demeio ambiente leiam e analisem os resultados. Esse relatório faráparte do EIA.

Então, vamos supor que nesse relatório esteja escrito que:

Você entenderia um texto como esse? Provavelmente não, anão ser que você seja um especialista no estudo dos peixes de rio,não é? Por isso mesmo, esse texto só deve aparecer no EIA – que éuma conversa entre especialistas.

No Rima, essa mesma informação deve ser dada de outra ma-neira. De uma maneira simples, de modo que seja possível paraaqueles que não são especialistas entenderem a conclusão daque-les estudos profundos e detalhados.

Nesse ponto, você deve estar curioso. Mas, afinal o que signi-fica aquele texto complicado? Veja só uma forma simples de sedizer a mesma coisa:

Assim a gente entende, não é? Ora, se vai ser construída umabarragem naquele rio, é lógico que o vai-e-vem dos peixes vai seralterado e a população precisa saber disso, principalmente os pes-cadores, antes de ser chamada a opinar se é a favor ou contra aconstrução da barragem.

“As espécies reofílicas serão afetadas pela transforma-ção do regime lótico para o regime lêntico”

“Os peixinhos vão ser prejudicados quando o rio virarum lago.”

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O documento que usa uma linguagem simples para dizer coi-sas que vieram de estudos complicados é o Rima. É esse mesmo quevocê está lendo, antes de ser chamado a opinar sobre a adequaçãoda capacidade e a duplicação da Rodovia BR - 116/RS.

Para que você entenda como e quando será chamado aopinar vamos ver o que determina o Conama, por meio da Resolu-ção nº 9, de 1987:

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O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – Conama, nouso das atribuições que lhe conferem o Inciso II, do Artigo 7º, do Decre-to nº 88.351, de 1º de junho de 1983, e tendo em vista o disposto naRESOLUÇÃO/conama/N.º 001, de 23 de janeiro de 1986, RESOLVE:

Art. 1º – A Audiência Pública referida na RESOLUÇÃO/conama/N.º 001/86, tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo doproduto em análise e do seu referido Rima, dirimindo dúvidas e recolhen-do dos presentes as críticas e sugestões a respeito.

Art. 2º – Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitadopor entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinqüenta) ou maiscidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização de audiên-cia pública.

§ 1º – O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimentodo Rima, fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura doprazo que será no mínimo de 45 dias para solicitação de audiência públi-ca.

§ 2º – No caso de haver solicitação de audiência pública e nahipótese do Órgão Estadual não realizá-la, a licença concedida não terávalidade.

§ 3º – Após este prazo, a convocação será feita pelo ÓrgãoLicenciador, através de correspondência registrada aos solicitantes e dadivulgação em órgãos da imprensa local.

§ 4º – A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aosinteressados.

§ 5º – Em função da 1ocalização geográfica dos solicitantes, e dacomplexidade do tema, poderá haver mais de uma audiência pública so-bre o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental –Rima.

Art. 3º – A audiência pública será dirigida pelo representante doÓrgão licenciador que, após a exposição objetiva do projeto e do seurespectivo Rima, abrirá as discussões com os interessados presentes.

Art 4º – Ao final de cada audiência pública será lavrara uma atasucinta.

Parágrafo Único – Serão anexadas à ata, todos os documentosescritos e assinados que forem entregues ao presidente dos trabalhosdurante a seção.

Art. 5º – A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servi-rão de base, juntamente com o Rima, para a análise e parecer final dolicenciador quanto à aprovação ou não do projeto.

Art. 6º – Esta Resolução entra em vigor na data de suapublicação.

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Como você reparou, tomamos a liberdade de realçar os pon-tos mais importantes do texto, para chamar a sua atenção para aimportância da Audiência Pública. Uma das finalidades dela é ex-plicar para a população o que está escrito no EIA e no Rima. Outrafinalidade é escutar o que as pessoas têm a dizer sobre o projeto,suas críticas, observações e sugestões. Por isso é importantevocê comparecer à Audiência Pública, na data que será divulgadapelos meios de comunicação.

É importante deixar bem claro que as pessoas que são con-tra, as pessoas que são a favor, as pessoas que não tem opiniãoformada e as pessoas que querem saber mais devem comparecer.Mas, antes devem ler o Rima. Não importa se vão ler sozinhos ouem grupos. Você pode – e deve – discutir o que diz o Rima comseus amigos, com sua família, na igreja, no sindicato, no bar, ouseja, em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Isso é importanteporque todo projeto traz modificações para o meio ambiente, prin-cipalmente os grandes projetos. Algumas podem ser evitadas,outras podem ser diminuídas e outras podem ser compensadas.E você precisa participar dessa discussão, pois a sua vida podemelhorar ou piorar com as modificações que um projeto ou umaobra trazem.

A análise pelo órgão ambiental competente dos estudosambientais apresentados faz parte dos procedimentos que com-põem o licenciamento ambiental. A solicitação de audiência pú-blica, quando couber, pode levar a um pedido de esclarecimentose complementações pelo órgão ambiental, como conseqüência dasaudiências públicas.

Portanto, o deferimento ou indeferimento do pedido de li-cença, nos casos em que as audiências públicas são indicadas, sãoprofundamente ligados aos resultados obtidos nesses eventos.Desse modo, o órgão ambiental é o agente que executa procedi-mentos de uma decisão tomada em um processo participativo,podendo, inclusive, suspender ou cancelar uma licença expedidaquando ocorrer, por exemplo, a omissão ou falsa descrição de in-formações relevantes que subsidiaram a sua expedição.

Em resumo: a legislação ambiental brasileira atribui à socie-dade a responsabi l idade na part icipação no processo delicenciamento ambiental, estando o órgão licenciador encarrega-do de, após efetuar a análise técnica do EIA e do Rima, promover arealização da audiência pública. Nesse contexto, a audiência pú-blica representa a única oportunidade de participação direta dasociedade, sob a forma de perguntas e respostas à equipe técnicaencarregada da elaboração do EIA e do Rima.

Informação é, em última análise, o que está em questão. Ouseja, a legitimação desse processo só pode ocorrer a partir da ga-

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rantia de que as informações necessárias à tomada de decisãoforam validadas por mecanismos confiáveis e, só depois, transmiti-das à sociedade – obrigatoriamente, em um padrão acessívelde linguagem.

Nesse ponto, vamos encerrar essa parte da conversa, fazendoum pequeno resumo antes de prosseguir:

1. Sua participação nas discussões que envolvem obrase projetos que alteram o meio ambiente éimportantíssima;

2. Para participar, é preciso estar bem informado;

3. O documento que traz as informações necessárias éo Rima;

4. O Rima deve ter uma linguagem simples para quetodos possam compreendê-lo;

5. Mesmo sendo simples, o Rima só diz o que o EIApermite dizer;

6. O EIA é um documento complexo feito por especialistas e para outros especialistas lerem e analisarem;

7. Mesmo assim, o EIA é um documento público e vocêpode ter acesso a ele;

8. Numa conversa, não é só uma pessoa que fala;

9. A sua hora de falar é na Audiência Pública;

10. Antes de falar, leia este Rima até o final.

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Inicialmente, devemos considerar que estamos falando de umempreendimento. Em palavras simples, trata-se de uma obra que en-volve responsabilidades e exige muitos colaboradores. A organiza-ção privada ou órgão público que possui a responsabilidade pelaobra é chamado de empreendedor. Nesse caso, o empreendedor é oDepartamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).

O DNIT é o órgão executor da política de transportes determi-nada pelo Governo Federal. Trata-se de uma autarquia federal, istoé, uma entidade auxiliar da administração pública estatal autôno-ma e descentralizada da administração pública brasileira. O DNIT é,portanto, uma entidade da administração indireta com patrimônioe receita próprios, porém tutelados pelo Estado.Essa independênciapermite que o órgão execute atividades típicas da Administração Pú-blica, que requeiram para seu melhor funcionamento gestão admi-nistrativa e financeira descentralizada.

O DNIT é vinculado ao Ministério dos Transportes e foi criadoem fevereiro de 2002 para desempenhar as funções relativas à cons-trução, manutenção e operação de infra-estrutura dos transportesrodoviário, ferroviário e aquaviário sob administração direta da União.Para tanto, conta com recursos da União para a execução das obrase é dirigido por um Conselho Administrativo e por sete diretores no-meados pelo Presidente da República.

Portanto, aqui no Rima, quando nos referirmos ao empreen-dedor estaremos falando do DNIT e quando falarmos do empre-endimento estaremos nos referindo às obras de adequação dacapacidade e duplicação da rodovia BR - 116/RS, no trechoentre a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grandedo Sul e o município de Jaguarão, na fronteira entre o Brasile o Uruguai. O objeto de estudo é o segmento de 219,4 km situa-do entre o entroncamento com a BR 290 (no km 291,20) e o acessoao município de Pelotas (no km 510,62).

A BR 116 é uma das mais importantes rodovias do Brasil, comuma extensão total de 4.534km. Ela começa no município de Forta-leza, capital do Estado do Ceará e percorre o Brasil de norte a sul atéa fronteira com o Uruguai. A rodovia corta os seguintes Estados: RioGrande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Ceará.

A BR 116 faz parte do corredor que liga o norte do Estado doRio Grande do Sul à fronteira com o Uruguai e ao porto marítimo deRio Grande. Nesse trajeto a rodovia passa pelos municípios deEldorado do Sul, Guaíba, Barra do Ribeiro, Mariana Pimentel, Ser-tão Santana, Tapes e Sentinela do Sul. A rodovia está submetida à

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ação de tráfego intenso há mais de 40 anos, devido à sua importân-cia estratégica e ao fato de constituir-se na menor ligação terrestrepavimentada entre Porto Alegre e a região sul do estado.

A implantação pioneira do trecho da BR 116 que vai do en-troncamento com a BR-290 até o rio Araçá, bem como os serviçosiniciais de sua pavimentação, estiveram sob a responsabilidade doDepartamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) até o fimdo ano de 1960. No início do ano de 1961 o trecho passou à admi-nistração federal. As obras de pavimentação da pista simples atual-mente existente foram executadas entre os anos de 1958 e 1959,pela empreiteira Stersul S.A.

Na malha rodoviária no Rio Grande do Sul, a rodoviaBR - 116/RS inicia-se na divisa SC/RS (na ponte sobre o rio Pelotas,Passo do Socorro, entre Lajes e Vacaria), indo até Jaguarão, com aextensão total de 653,8 km.

O principal objetivo dessa duplicação da BR - 116/RS é trazermelhorias ao intenso tráfego entre os municípios diretamente influ-enciados, desde a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Gran-de do Sul até o município de Jaguarão. Atualmente, essa pista carac-teriza-se por um número elevado de acidentes, com prejuízos mate-riais e grandes riscos à vida de pessoas e animais.

Além disso, o crescimento das relações comerciais e do turis-mo, proporcionado pelas melhorias na locomoção, permite melho-rar muito a integração dessa área com o restante da região Sul. Issofortalece as economias regionais, uma vez que o desenvolvimentoda região depende do desenvolvimento da malha viária, que porsua vez depende do dinamismo da economia regional e das rela-ções políticas entre o Brasil e os países vizinhos, como o Uruguai.

A diminuição do tempo de deslocamento influencia diretamen-te no cotidiano das pessoas. Entretanto, a BR - 116/RS apresentacaracterísticas – de traçado e qualidade de asfalto, por exemplo –incompatíveis com o tráfego atual, que se expande continuamenteno trecho analisado.

Esse trecho abrange diversos municípios da porção leste do RioGrande do Sul, tais como Guaíba, Barra do Ribeiro, Tapes, Arambaré,Camaquã, São Lourenço do Sul, e Pelotas. Quase todos os segmen-tos da economia gaúcha estão representados nesses municípios e,portanto, estamos falando de uma estrada que é responsável peloescoamento da produção até o porto do Rio Grande – e que, além

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Quadro 1- Condições da BR 116/RS

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Atenção!ENTRONCAMENTO BR-290(B)(P/ PÂNTANOGRANDE) - P/GUAÍBA

291,2ao

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Sinalização horizontal e verticaldeficientes.Pista em obras de

recuperação.Elevado volume detráfego.Trecho concessionado à

Concepa.Condiçõesrazoáveis.Cuidado.

Guaíba, Eldorado do Sul.

Atenção!P/GUAÍBA -

ENTRONCAMENTO BR-470/RS-350 (P/CAMAQUÃ)

299,9 ao397,8

Deficiência nos acostamentos e nasinalização.Trecho sob a

administração do Estado.Estáconcessionado.

Guaíba, Barra do Ribeiro,Mariana Pimentel, Sentinelado Sul e Tapes, Camaquã(acesso a Arambaré).

Boa viagem!ENTRONCAMENTO BR-

470/RS-350 (P/CAMAQUÃ) -ENTR BR-293(B)

397,8ao

529,9

Trecho em boas condições.Estáconcessionado à ECOSUL, pelaUnião.Cuidado na travessia de

Pelotas.

Camaquã, Cristal, SãoLourenço do Sul, Turuçu,

Pelotas.

disso, destaca-se por ser um dos trechos do chamado “Corredor doMercosul”. Mas, é uma estrada que precisa de melhorias, pois, deacordo com informações do DNIT, a BR - 116/RS apresenta atual-mente as seguintes condições:

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Antes de irmos direto ao ponto, convém fazer uma combinação impor-tante, para facilitar o seu entendimento. Como estamos falando o tempo todode água, solo, plantas, bichos e pessoas, para simplificar a história, combine-mos desde já que:

ª Meio biótico: fauna e flora – e suas relações;

ª Meio físico: água, rochas, ar etc – e suas relações;

ª Meio antrópico: pessoas e suas relações.

Agora vamos em frente.

Conforme já foi dito, a rodovia BR - 116/RS começa na divisa SC/RS e temuma extensão total de 653,8 km. Mas, atenção: o objeto deste Rima é o peda-ço de 219,4 km de comprimento, situado entre o entroncamento com a BR 290(no km 291,20) e o acesso ao município de Pelotas (no km 510,62).

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Entretanto, uma coisa que falta dizer é: qual é a área de influên-cia desse projeto? Isso é muito importante por, basicamente,duas razões.

A primeira delas é que a legislação ambiental exige que os res-ponsáveis pelo empreendimento contratem especialistas para defi-nir qual é essa região. Assim, os autores do estudo de impactoambiental – que a gente chama de EIA, lembra? – devem começarseu trabalho pela definição da área que vai ser estudada. Para isso,devem buscar conhecer muito bem tanto o projeto, quanto a regiãoque o projeto influenciará.

A segunda razão é que existem influências diretas e influênciasindiretas em toda e qualquer obra ou projeto que seja implantado.Vamos dar um exemplo, ou melhor, vamos voltar àquele exemploda construção da sua casa. Nesse caso, considere que você estejacomprando material de construção na loja do seu bairro ou contra-tando um pedreiro que mora na sua cidade ou construindo a suacasa em um terreno que antes estava vazio ou colocando entulhode obras na calçada ou, ainda, fazendo barulho de construçãono ouvido do seu vizinho. Nesses casos, você está provocando mu-danças no ambiente próximo à sua futura residência. É uma influên-cia direta.

Por outro lado, se o material para a sua obra vem de locaismais afastados ou se o seu pedreiro vai fazer a feira em outra cidade,a construção da sua casa estará influenciando outras regiões. É umainfluência indireta.

É claro que a influência da construção de uma casa é muitopequena, quando comparada com a construção de uma estrada, deum porto ou de uma barragem. Por isso mesmo, você não é obriga-do a fazer estudos ambientais completos para construir a sua casa.

Entretanto, no caso de projetos como o da Adequação da Ca-pacidade e Duplicação da Rodovia BR - 116/RS, esses estudos sãoimportantíssimos. Mas, veja bem, as influências de qualquer grandeprojeto podem ser boas ou ruins para a região.

Então, vamos combinar mais uma vez? A área de influênciapode ser direta ou indireta e a influência pode ser boa ou ruim. Osestudos ambientais é que mostram essas diferenças.

A implantação de um empreendimento do setor rodoviário de-pende muito do seu. Dessa forma, para analisar as mudançasque podem ser causadas pela duplicação da Rodovia BR - 116/RS,vamos considerar aqui dois tipos de influência direta e um tipo deinfluência indireta:

a) Área Diretamente Afetada - (ADA)

Para uma rodovia, considera-se como Área Diretamente Afeta-da (ADA) a faixa de domínio, ou seja, uma extensão de 60m, sendo

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No restante do subtrecho, a pista existente foi implantada comseu eixo posicionado a 20 m do limite da faixa de domínio para olado direito e 40m para o lado esquerdo.

Levando em conta a duplicação da BR - 116/RS, a ADA ficouestabelecida com uma extensão de 100 m, sendo 50m para cadalado. Essa é a área dos estudos para a obra propriamente dita e paraos estudos ambientais.

Também fazem parte da ADA as áreas destinadas à instalaçãodos canteiros de obras, acessos, botas-fora, jazidas, acampamentos,obras de drenagem e todas as estruturas de apoio onde houver inter-venção ambiental direta durante o processo de construção.

b) Área de Influência Direta - (AID)

As obras em uma estrada modificam a paisagem, muitas vezesprovocando a retirada da vegetação e, conseqüentemente, alteran-do os locais onde habitam os animais. A movimentação de terra parafazer aterros é um exemplo dessas modificações.

Os aspectos da construção de uma rodovia fazem com que sejaconsiderada como Área de Influência Direta (AID) para os meios físi-co e biótico a área correspondente a uma faixa com 5 km de largura,sendo 2,5 km de cada lado da rodovia.

A definição da AID para o meio antrópico abrangeu os municí-pios que irão sofrer diretamente os impactos da duplicação daBR - 116/RS ou seja: Pelotas, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal,Camaquã, Arambaré, Sentinela do Sul, Tapes, Mariana Pimentel, Barrado Ribeiro, Guaíba e Eldorado do Sul.

c) Área de Influência Indireta - (AII)

A delimitação da AII foi feita com a ajuda de imagens de saté-lite da situação atual da ocupação em faixas de 50 km, sendo 25kmpara cada lado do traçado, ao longo das margens da rodovia.

Entretanto, o critério utilizado para a definição da AII varioupara os diferentes diagnósticos físicos, bióticos e antrópicos realiza-dos. O raio estipulado pela equipe técnica do meio físico inclui osimpactos diretos e indiretos que serão impostos pela implantaçãoda obra.

Em relação ao meio biótico, a AII ficou estabelecida por inter-médio do estudo de todos os cursos d’água de pequeno porte quecruzam a rodovia, além do curso do rio Camaquã, entre a confluên-cia com o rio Camaquã Chico e a foz.

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Já a AII do meio socioeconômico é composta pelas microrregiõesàs quais os municípios seccionados pela BR 116 pertencem. AsMicrorregiões Geográficas foram estabelecidas pelo Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando as característi-cas socioeconômicas e naturais.

A seguir, apresenta-se o quadro das Microrregiões Geográficasde Pelotas, Camaquã e Porto Alegre a serem consideradas no EIA,bem como os municípios nelas localizados.

Quadro 2 – AII do meio socioeconômico

Microrregião Geográfica dePelotas

Microrregião Geográfica deCamaquã

Microrregião Geográfica dePorto Alegre

Arroio do Padre ArambaréAlvorada

Canguçu Barra do Ribeiro Araricá

Capão do Leão CamaquãCachoeirinha

Cerrito Cerro Grande do Sul Campo Bom

Cristal ChuviscaCanoas

Morro Redondo Dom Feliciano Eldorado do Sul

Pedro Osório Sentinela do SulEstância Velha

Pelotas TapesEsteio

São Lourenço do SulGlorinha

TuruçuGravataí

Guaíba

Mariana Pimentel

Nova Hartz

Nova Santa Rita

Novo Hamburgo

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Baseando-se em estudos técnicos sobre o traçado atual daBR - 116/RS, o DNIT definiu a forma da duplicação, que será feitapelo lado esquerdo, seguindo paralela e junto à pista existente.Quando falamos em lado esquerdo, estamos dizendo: a duplica-ção será feita pelo lado esquerdo de quem está indo de Porto Ale-gre para Pelotas.

Entretanto, em alguns pontos específicos, essa duplicação po-derá ser transposta para o lado direito. A análise detalhada dasopções de traçado indicou a travessia de Cristal pelo lado direitocomo solução mais adequada, por exemplo.

Outro caso ocorre entre o Arroio Santa Isabel e a cabeceiranorte da ponte sobre o Arroio Pelotas onde, em dois segmentos,houve necessidade de o traçado da duplicação ser feito com umainversão da posição relativa das pistas. No primeiro segmento, porcausa de um arroio e no segundo por causa da instalação existentepara controle de cargas dos veículos, no km 510. Nos dois casos, oinício e o fim das duas transposições acima coincidem com trechosem curva horizontal da rodovia existente, dando, com isso, melhorcontinuidade visual ao traçado e minimizando os custos.

Na elaboração de um Rima é necessário – e obrigatório, se-gundo as normas em vigor – estudar as opções possíveis para umdeterminado empreendimento. Então, além de considerar as op-ções de engenharia, como você acaba de ver, é preciso comparar oprojeto com outras soluções possíveis. Mais ainda, é precisofazer um estudo sobre o que ocorreria na região caso nadafosse feito.

O segmento da BR - 116/RS em estudo atualmente enqua-dra-se como rodovia de classe I-B, com pista simples, desenvolven-do-se predominantemente em zona plana, com velocidade diretrizde 80 km/h. Não existe controle de acesso, as conversões e retor-nos encontram-se liberados, as interseções não apresentam padro-nização, em extensão considerável o acostamento encontra-se de-gradado, as travessias urbanas não receberam tratamento adequa-do e as condições gerais de segurança e fluidez deixam a desejar.

O significativo volume de tráfego, com elevada participaçãode veículos de carga, juntamente com o aumento de demanda porconta do Mercosul, torna necessidade evidente de duplicação depistas, em curto prazo. A rodovia, após duplicada, deverá se en-quadrar como de classe I, com pista dupla, desenvolvendo-se emzona plana, com controle parcial de acesso, de acordo com as “Normaspara o Projeto Geométrico de Rodovias”, do DNIT.

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Consequentemente, deverão ser atingidos os seguintes be-nefícios fundamentais:

ª Redução do índice de acidentes;

ª Compatibilização dos acessos e interseções existentes aopadrão estabelecido;

ª Redução do custo do transportecomo conseqüência direta das melhorias dascondições de operação.

ª Redução dos custos do tempo deviagem de passageiros e do tempo de entre-ga de mercadorias

Com a não duplicação da rodovia emestudo, a precariedade das condições de trá-fego existentes deverá continuar ou piorarem função do aumento do fluxo de veículos,crescimento e adensamento da populaçãohumana, notadamente nas sedes urbanastranspassadas pela BR - 116/RS.

Outro agravante é a deterioração natu-ral das condições da rodovia existente, cujaqualidade tende a piorar cada vez mais, emfunção do aumento do seu uso intensivo epelas condições a que está exposta.

Portanto, a opção “não-fazer”, ou seja, não realizar o projetode duplicação, limitaria o desenvolvimento econômico e social daregião, uma vez que o fortalecimento da infraestrutura de trans-porte é elemento fundamental para o escoamento da produção dosmunicípios envolvidos.

As técnicas de construção de estradas atualmente existentesfavorecem a duplicação de uma obra com um menor custo orça-mentário e ambiental, proporcionando melhor qualidade aoprojeto. A aplicação de determinadas tecnologias consideraa viabilização da obra em compatibilidade com a conserva-ção ambiental.

Assim, na AID e na AII, os especialistas fizeram um diagnósti-co ambiental preliminar que, depois de aprimorado, resultou naelaboração do documento chamado Estudos de Impacto Ambientalou, simplesmente, EIA. Baseado nisso é que podemos, mais umavez, combinar algumas coisas. Só assim nós poderemos ter certezade que, nesta conversa, estamos falando o mesmo idioma.

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Em primeiro lugar, quando são analisados os impactosambientais esperados com a implementação de um empreendimen-to devem ser analisadas duas situações possíveis na região: com ousem o empreendimento em funcionamento.

Os especialistas chamam essas situações de cenários. Imagi-nar cenários permite uma previsão dos efeitos positivos e negativosda construção do empreendimento sobre a área de influência. Mas,é importante lembrar que um cenário não é uma certeza e, sim,uma situação provável para a região.

Em segundo lugar, vamos chamar de impactos ambientais asmudanças que a duplicação da BR - 116/RS vai provocar no meioambiente da região onde vai ser feita a obra. Essas mudançaspodem ser na vegetação, na vida dos animais, na vida das pessoas,na água, no solo, ou seja, sobre qualquer uma das partes que com-põem o meio ambiente.

Em terceiro lugar, precisamos saber que esses impactos podemser positivos ou negativos. Os impactos positivos são aqueles quepodem trazer melhorias. Os impactos negativos são aqueles quepodem provocar algum tipo de problema.

Em quarto lugar, é preciso considerar que, no Rima, não bastadizer quais são os impactos ambientais do empreendimento. É ne-cessário, também, dizer quais as medidas que serão tomadas. Paraos impactos positivos, devem ser pensadas medidaspotencializadoras, ou seja, o que deve ser feito para aumentar osefeitos positivos de um determinado impacto.

Para os impactos negativos , devem exist ir medidasmitigadoras ou medidas compensatórias. As medidas mitigadorassão aquelas que diminuem o impacto negativo. As medidas com-pensatórias são aquelas que, como o próprio nome diz, servem paracompensar um impacto negativo que não pode ser evitado.

A simples duplicação da BR - 116/RS não garantirá a melhoriado cenário ambiental da região. Existem duas possibilidades a se-rem consideradas com a inserção do empreendimento:

ª Duplicação da BR - 116/RS com as adequadas técnicasde engenharia e de conservação ambiental, respeitando as exigênci-as legais , e;

ª Duplicação da BR - 116/RS sem as adequadas técnicasde engenharia e de conservação ambiental, desrespeitando asexigências legais.

Todas a previsões foram realizadas com base na primeira hi-pótese, que leva em consideração o prosseguimento adequado do

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licenciamento ambiental, onde as normas de construção e asnormas ambientais serão aplicadas para a correta inserçãodo empreendimento.

Dessa forma, todas as precauções em relação à implementaçãodo projeto serão observadas, tanto pela parte construtivaquanto pela equipe responsável pela adequação ambientaldo empreendimento.

Assim, o cenário de implantação da duplicação da BR - 116/RStorna-se favorável, desde que as ações ambientais propostas no EIAe aprovadas pelo órgão ambiental responsável pelo licenciamentodo empreendimento sejam cumpridas.

Análise integradaAnálise integradaAnálise integradaAnálise integradaAnálise integrada

A análise aqui apresentada foi desenvolvida a partir da integraçãodas características do empreendimento com os resultados do diag-nóstico ambiental, de forma a permitir o estabelecimento de inter-relações dos produtos gerados em um contexto espacial e a definiçãodos principais cenários possíveis nas áreas de influência.

As análises foram desenvolvidas visando definir áreas mais sen-síveis do ponto de vista da conservação da biodiversidade e as prin-cipais intervenções na ocupação humana. Buscam compreender aestrutura e a dinâmica da região, destacando-se os aspectos maisrelevantes e os pontos julgados críticos no contexto ambiental.

O trabalho teve objetivos:

ª Inter-relacionar os componentes antrópicos, bióticos e fí-sicos avaliados na fase de diagnóstico;

ª Avaliar a situação atual da qualidade ambiental da áreade influência;

ª Identificar, para os três meios (antrópico, biótico e físico)os locais com maior fragilidade e sensibilidade aos impactos,objetivando maiores cuidados durante as fases de execução das obras.

O trecho analisado secciona 12 municípios do Rio Grande doSul, sendo eles: Pelotas, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal,Camaquã, Arambaré, Sentinela do Sul, Tapes, Mariana Pimentel, Barrado Ribeiro, Guaíba e Eldorado do Sul, os quais contemplam quasetodos os segmentos da economia gaúcha.

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O trecho em estudo é, portanto, responsável pelo escoamentoda produção até o porto do Rio Grande. Além disso, destaca-se porser um dos trechos do Corredor do Mercosul. Estes municípios estãolocalizados a oeste da Lagoa dos Patos, entre o sudoeste da regiãometropolitana de Porto Alegre e o norte do Canal de São Gonçalo.

Dois municípios, Guaíba e Eldorado do Sul, estão situadosna Região Metropolitana de Porto Alegre e apresentam taxas ele-vadas de crescimento demográfico. Os demais municípios sofre-ram sucessivos desmembramentos ao longo dos últimos decêni-os, o que explica os processos demográficos de evasão e estabili-dade. Os desmembramentos ocorridos, especialmente nos aglo-merados com sede urbana localizada às margens da BR - 116/RS,dão a exata dimensão da importância desse acesso viário.

As facilidades de escoamento de produtos e de fluxo de pes-soas, por motivos de trabalho e estudo, permitiram a indepen-dência econômica das localidades e o consequente aumentodemográfico, sendo que os municípios de médio e pequeno por-te (estes mais estruturados) serviram como pólo para utilizaçãode serviços de infra-estrutura básica (educação e saúde), bemcomo para a oferta de postos de trabalho.

Sob o ponto de vista geológico as áreas estudadas, apesarde originalmente constituírem-se de locais brejosos ou sujeitos àinundação agrícola, encontram-se, atualmente, drenadas e trans-formadas em lavouras de arroz.

O trecho da rodovia BR 116 em estudo abrange três baciashidrográficas do Estado, quais sejam: bacia do Guaíba, bacia doCamaquã e bacia do Mirim-São Gonçalo. Entre essas, a bacia doCamaquã é a maior e mais destacada sob o ponto de vista dadiversidade faunística. Entre os principais formadores do rioCamaquã e, por conseguinte, importantes para a bacia estão osarroios Sutil, da Sapata, Evaristo, dos Ladrões, Maria Santa, doAbrânio, Pantanoso, Boici e Torrinhas. Em sua extensão, a rodo-via intercepta 21 cursos d´água.

Os principais usos do solo na área de influência referem-seà agricultura intensiva, com lavouras de várias culturas, principal-mente de arroz, alterando profundamente a topografia e a vege-tação original da área. Também, grandes áreas são utilizadas paraprodução de madeira através do cultivo de pinus e eucalipto, alémdo uso de grandes extensões para a pecuária.

Com isso, a área apresenta a cobertura vegetal atual bastan-te alterada e em vários pontos descaracterizada, no que tange àcobertura vegetal original. A paisagem sofre uma modificaçãogradual, de muito alterada, mais próxima ao município de Porto Ale-

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gre, a menos alterada na direção sul, voltando a ser mais alterada nofinal do trecho, próximo a Pelotas.

Em geral, ao longo da faixa de domínio, a vegetação arbórearestringe-se a pequenos capões isolados e matas ciliares ao longo doscursos d’água. A maioria dos capões, ao longo da faixa de domínio,abriga espécies características de estágios iniciais de regeneração,tais como:

ª Capororocas;

ª Chá-de-bugre;

ª Chal-chal;

ª Aroeira-brava;

ª Murta;

ª Aroeira-vermelha.

Nos capões em estágio médio de regeneração e nas matasciliares, observam-se espécies como:

ª Figueira-do-mato;

ª Açoita-cavalo;

ª Guajuvira;

ª Branquilho;

ª Pitangueira;

ª Tarumã-de-espinho.

Em alguns locais, onde o solo perma-nece constantemente úmido, formam-se osmaricazais, cuja formação é composta ex-clusivamente pelo maricá. Nesses locaistambém é comum o desenvolvimento decorticeiras-do-banhado que aparecem, ge-ralmente, agrupadas.

As matas ciliares presentes na faixade domínio encontram-se bem alteradasquanto à composição florística e à estru-tura originais. As espécies são, na maio-ria, pioneiras, e o sub-bosque, quando

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presente, é pouco desenvolvido, principalmente nos locais ondehá pisoteio do gado e o solo freqüentemente encharca. A maioriados cursos d’água encontra-se assoreada em decorrência de práti-cas comuns na região – a atividade agrícola, a supressão de matasnativas e a extração de areia, por exemplo.

Separando o trecho da rodovia a ser duplicado em margemesquerda (Leste) e direita (Oeste), na direção de Porto Alegre aPelotas, observa-se que as duas margens apresentam característi-cas particulares em relação à paisagem, revelando dois ambientesdistintos e, ao mesmo tempo, apresentam similaridades em rela-ção ao uso e ocupação do solo.

Trata-se de um trecho extenso, que apresenta na AII e AIDuma paisagem heterogênea e antropizada. Essa paisagem é influ-enciada pela planície costeira na porção leste e principalmente peloPlanalto Sul-Rio-Grandense na porção oeste, onde se situam ascotas mais altas da Área de influência Indireta, com a presença daSerra do Sudeste.

Nessa direção estão localizadas as Serras do Herval e de Ta-pes. Na porção leste há predomínio de áreas utilizadas para a agri-cultura e áreas ocupadas por árvores, seguidas de áreas de campo.Destaca-se nessa margem a presença de maior quantitativo de cor-pos d‘água. Por outro lado, na porção oeste, existem mais áreasúmidas e predominam o solo exposto e as áreas de agricultura, se-guidas das áreas de campo.

A área foi considerada de alto potencial arqueológico. Nosmunicípios que integram a AID foram registrados mais de 140 síti-os arqueológicos. Nenhum deles está situado nas áreas destinadasà duplicação da BR - 116/RS. Entretanto o alto potencial arqueo-lógico da área indica a possibilidade de existência de sítios naque-le local.

Além disso, o diagnóstico antropológico apontou a existên-cia de Terras Indígenas (TI) já demarcadas pela Fundação Nacionaldo Índio (FUNAI) ao longo do trecho da BR 116 a ser duplicado.Além das TI demarcadas, outros agrupamentos indígenas localiza-dos na área lindeira do traçado reivindicam a demarcação desuas terras.

Foram localizadas duas TI diretamente afetadas pelas obras:TI Águas Brancas (município de Arambaré) e TI Ponta da Formiga(município de Tapes).

As TI que se encontram na área de influência direta da dupli-cação são a TI Cantagalo, nos municípios de Viamão e Porto Ale-gre, e a TI Pacheca, localizada em Camacuã.

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As áreas indígenas reivindicadassão a TI Estiva (em Viamão), Lomba doPinheiro (em Porto Alegre) e Kapi’i ovy(em Pelotas).

A demanda para implantação daestrutura da rodovia atual e toda a infra-estrutura de apoio necessáriaà conclusão da obra impôs a modificação física da paisagem. A cober-tura vegetal e as áreas úmidas, em especial a situada na faixa direta-mente afetada, foram amplamente alteradas, em conseqüência tam-bém do uso da terra que se fez ao longo dos anos.

Em diversos trechos da rodovia BR - 116/RS foi observadoo represamento de áreas úmidas por meio de valas de irrigaçãodos arrozais e de drenagem da estrada, e também dos açudespara animais.

Pode-se concluir que a área de influência da rodovia apresentarelativa qualidade ambiental, tendendo a processo que desfavorecema manutenção dessa qualidade. Por ser uma região com concentraçãode áreas urbanas e com atividades humanas degradadoras do ambi-ente natural, apresenta baixa suscetibilidade ao impacto ambiental,uma vez que já está bastante impactada.

No entanto, o incremento do desenvolvimento da regiãoviabilizará perdas ambientais que poderão ser revertidas com utiliza-ção de mecanismos mitigadores das futuras atividades, bem comocompensações ambientais que proporcionem até mesmo ganhosambientais.

O início do trecho em estudo transpõe pequenos aglomeradosrurais e a sede do município de Guaíba. A 1km do início do trecho(km 291+197), do lado direito, há um pequeno aglomerado com ca-racterísticas rurais, composto por aproximadamente 30 residências.Há também uma estrada vicinal seccionando a BR - 116/RS, utilizadapor produtores rurais. Haverá pouca interferência nesse aglomeradocom a duplicação da rodovia.

Tanto na AID como na ADA a vegetação arbórea nativa é poucoexpressiva, e ocorre apenas em algumas áreas de maricazais próximasao delta do Guaíba. Nessa porção, entre a saída de Porto Alegre e achegada a Guaíba, há ocorrência de expressivas áreas úmidas, carac-terizadas como banhados, presentes nas unidades de conservação (UC)que ocorrem nessa região.

As UC integram áreas contíguas e representam duas categoriasdiferentes, ambas sobre gestão da SEMA e regulamentadas pelo Siste-ma Nacional de Unidades de Conservação (SNUC): unidade de pro-teção integral, representada pelo Parque Estadual do Delta do Jacuí; eunidade de uso sustentável, Área de Proteção Ambiental Deltado Jacuí.

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Nessas áreas estão concentradas as áreas de vegetação nativase os ambientes para refúgio de espécies da fauna. Também, próximoa essas áreas, ocorrem corticeiras-do-banhado, espécie imune aocorte, segundo o Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul(Lei Estadual n° 9.519, de 21 de janeiro de 1992).

O trecho que corta a sede do município de Guaíba é densa-mente habitado, e a malha urbana estende-se por ambos os ladosda rodovia, sugerindo intensa travessia de pedestres. O impacto daobra seria minimizado com a implantação de duas passarelas no lo-cal, previstas no projeto da rodovia (km 300+430 e km 301+900).

Uma interferência relevante ocorre numa ocupação irregularlocalizada na margem esquerda da rodovia, adjacente ao bairroCohab, em Guaíba. Nesse caso, a duplicação se aproxima de algu-mas residências ali localizadas. Ao todo, a ocupação irregular possui500 moradores e foi iniciada há três anos.

Logo após essa ocupação encontram-se três bairros no ladodireito da rodovia: Bonfim Novo, Nova Guaíba e São Francisco. Oaumento populacional nos últimos anos incentivou a ocupação ir-regular dos espaços vazios que existiam entre eles, o que resultouna conurbação dos três bairros em um grande aglomerado urbano.Na ocasião das entrevistas para este trabalho, o trecho da rodoviaem frente aos supramencionados bairros estava em obras.

É importante salientar que no trecho do município de Guaíbaé grande a dependência de parte da população que habita as proxi-midades da rodovia pelo transporte público, seja para o centro dacidade ou para Porto Alegre. Isso implica a travessia da BR - 116/RSpara acessar os pontos de embarque e desembarque.

Seguindo em direção sul, pelo trecho da rodovia, na margemdireita ocorrem muitas áreas de reflorestamento de pinus e deeucalipto. Também seguindo em direção ao município de Barra doRibeiro, na margem esquerda da rodovia, na AID, essas áreas de re-florestamento estão presentes.

Os corpos d’água, representados porarroios, rios e tributários presentes nessa re-gião, quase não apresentam vegetação ciliarnas suas margens e essa vegetação quandoocorre está bem descaracterizada, ou seja,pouco conservada.

Junto às margens da rodovia, concen-trados principalmente na sua margem es-querda, são visualizadas diversas pequenasbarragens de açudes, utilizadas tanto paradrenar água para irrigação, quanto para osanimais de criação.

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Distante aproximadamente 4km do arroio Passo Fundo (Km303+000), na margem direita da rodovia, localiza-se o distrito de Pe-dras Brancas. A maior parte da área urbanizada é distante da rodovia,mas há grande dependência pelo transporte público para os desloca-mentos até a sede do município.

As principais estradas vicinais e municipais foram consideradasno projeto com a implantação de acessos para a BR - 116/RS.

Em Barra do Ribeiro, junto ao trevo de acesso ao município (km319+700), localiza-se o distrito de Passo Grande, uma aglomeraçãourbana que se estende pelos dois lados da rodovia, com cerca de 200casas. Por situar-se no meio de um longo trecho com curvas suaves egrandes retas, os veículos passam em grande velocidade, muitas vezessem respeitar a sinalização. Os moradores queixam-se do grande nú-mero de acidentes e constantes casos de atropelamento. Nesse localnão está projetada nenhuma passarela para pedestres.

Junto ao acesso para o município de Mariana Pimentel, próximoao arroio Ribeirinho (km 327+900), fica a localidade de Passo da Es-tância, com aproximadamente 50 casas. A maior parte das casas situa-se do lado esquerdo da rodovia.

Ressalta-se que esse trecho em análise apresenta alguns arroioscom mata ciliar melhor conservada, como é o caso do arroio Ribeiro,no km 330+600, no qual os ambientes naturais a ele conectados ain-da estão bem conservados e são áreas potenciais para abrigar a faunada região, constituindo-se também como corredores ecológicos.

No arroio Ribeiro foram registrados o gato-maracajá, o tamanduá-mirim, a lontra, o veado-virá e a paca. Todas essas espécies de mamífe-ros estão listadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinçãono Rio Grande do Sul.

A partir desses dados, é possível admitir que a região próxima aoscursos d’água tem significativa importância ecológica para a persistên-cia de tais espécies da fauna e da flora. Portanto, essas áreas apresen-tam maior suscetibilidade a sofrer alteração na sua configuração atual,tendo em vista a qualidade ambiental que apresentam.

Além disso, ao longo da rodovia, em ambos os lados, foram ob-servados diversos açudes, os quais requerem atenção especial, e outrosarroios de menor porte que o Ribeiro.

Com relação aos fragmentos florestais, do km 331+200 ao359+200, há presença de faixas estreitas de vegetação arbórea nabeira da estrada. A maior parte dessa vegetação apresenta-se em es-tágio inicial de regeneração. Tais fragmentos serão diretamente afe-tados durante a duplicação da rodovia, pois deverão ser suprimidos,

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salvo quando ocorrer espécies imunes ao corte que deverãoser transplantadas.

Nesses casos de interferência direta sobre a flora e fauna, osimpactos, apesar de serem mais localizados, gerarão perda dehabitats, afugentamento da fauna e, até atropelamento da fauna, semedidas de prevenção não forem tomadas desde a fase preliminarde execução das obras.

No acesso a Sertão Santana (km 337+000), no lado direito darodovia, localiza-se o distrito de Douradilho, pertencente à Barrado Ribeiro. Atualmente residem 500 famílias, em uma malha urba-na que pouco interfere na rodovia.

Em seguida, na área de influência do empreendimento, fora daárea diretamente afetada, porém próxima à rodovia (km 347+200),no município de Barra do Ribeiro, há a ocorrência de uma UC nacategoria de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) deno-minada de Capão Grande. A RPPN é uma área privada, que tem oobjetivo de conservar a diversidade biológica permitindo, apenas,atividades de pesquisa científica e de visitação para fins turísticos,recreativos e educacionais.

A presença de lavouras de arroz na AID da rodovia é constantee, associados a essas lavouras ocorrem campos alagados. Destaca-sea usina de beneficiamento de arroz Agropar, próxima ao arroioAraçá (km 351+339), na margem direita da rodovia, no municípiode Tapes.

No cruzamento da rodovia com a RS-717 fica a localidade deNova Tapes, com aproximadamente 100 casas, sendo a maior partedelas do lado esquerdo da rodovia. A faixa de domínio do lado es-querdo, em frente a um posto de abastecimento, é ocasionalmenteutilizada como pátio de manobra e estacionamento, mas de modogeral há pouca interferência da obra com a malha urbana. Já existeum trevo de acesso implantado, e o principal aspecto a ser conside-rado é a travessia dos moradores para o acesso aos pontos de ôni-bus nos dois lados da rodovia.

Não há nenhum acesso projetado no cruzamento daBR - 116/RS com a Estrada Municipal de Banhado do Meio.

Nos km 359+200 e 371+200, na faixa da AID, foramregistrados alguns fragmentos de vegetação arbórea em estágio avan-çado de regeneração.

No km 378+401 destaca-se o arroio Velhaco por apresentarboa conservação de suas matas ciliares, de modo a servir de rota dedispersão e refúgio para as espécies da fauna silvestre ocorrentesna região e que se encontram em situação de ameaça. No arroio

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foram registradas espécies da fauna ameaçadas de extinção no Estado:tamanduá-mirim, gato-mourisco, lontra, veado-virá e a paca, ressaltan-do assim a importância dos cursos d’água para a persistência de espéci-es da fauna e da flora.

Outra área mais densamente habitada que merece destaque é aVila São Pedro, em Camaquã, localizada no km 395+600. Nesse localo projeto prevê uma passarela para a travessia de pedestres, pois namargem direita há grande concentração de indústrias e do lado esquer-do há uma vila residencial, cujos moradores realizam a travessia daBR - 116/RS para acessar os locais de trabalho. Além disso, os morado-res deslocam-se com freqüência para a sede municipal, e precisamacessar os pontos de ônibus em ambos os lados da rodovia.

A zona urbana Camaquã é tangenciada pela rodovia. Esse local éo que apresenta maior adensamento populacional em toda a extensãodo projeto, concentrada principalmente no lado direito da rodovia, ondese situam os bairros Carvalho Bastos, Cohab, Olaria, Getúlio Vargase Viegas.

Embora quase toda a malha urbana de Camaquã se desenvolvapara o lado direito da rodovia, há uma aglomeração considerável nolado esquerdo, entre o km 397+180 e o acesso Norte a Camaquã,chamada Vila São Luiz. Trata-se de comunidade de baixa renda, compouca infra-estrutura e altamente dependente dos serviços oferecidospor outros bairros do município, motivo pelo qual os deslocamentos etravessias da rodovia são frequentes. Além disso, é visível a pressão porocupação e adensamento do local, embora o plano diretor de Camaquãtente direcionar o crescimento para o lado direito da rodovia.

No restante da zona urbana, o lado esquerdo da rodovia temdensidade populacional muito baixa, há poucas indústrias e infra-estruturas, entre elas a comporta do Perímetro de Irrigação do ArroioDuro, um sistema de canais de irrigação que distribui água captada nabarragem situada a noroeste do centro da cidade.

A baixa densidade provavelmente foi o motivo de não terem sidoprevistas passarelas neste trecho. Entretanto, convém salientar que aduplicação da BR - 116/RS, em estudo, pode induzir o aumento dadensidade urbana naquele local, o que demandaria a implantação depassarelas em médio prazo.

No município de Cristal a rodovia BR - 116/RS atravessa a zonaurbana, separando o bairro Olaria – um dos mais populosos – do cen-tro da cidade. O fluxo de pedestres é intenso em ambas as margens daestrada, e as travessias são constantes.

Entre a passarela proposta no projeto (km 426+680) e o viadu-to de acesso ao município (km 427+520) localiza-se a estação rodo-viária, na margem direita da rodovia. A estação também é utilizada

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como terminal para as linhas de ônibus escolar do município, e du-rante as visitas ao local observou-se que a travessia de escolaresera frequente.

Vila Formosa é uma ocupação irregular que se desenvolveu naantiga estrada que ligava Porto Alegre a Pelotas, e estende-se por cer-ca de dois quilômetros, sem interferências na rodovia. O acesso à lo-calidade fica a 1800 metros a partir do trevo de Cristal (km 427+550),em direção a Camaquã, no lado direito da rodovia.

Próximo ao km 428+170, o rio Camaquã possui matas ribeiri-nhas que constituem os maiores remanescentes da Floresta EstacionalSemidecidual Ribeirinha do Estado. Esse rio também é o principalcorpo d´água da área de influência da duplicação da rodoviaBR - 116/RS, no trecho entre Porto Alegre e Pelotas.

A atual rodovia BR - 116/RS cruza a mata ciliar do Baixo RioCamaquã, uma das áreas consideradas pelo Ministério do Meio Am-biente como prioritárias para a Conservação da Biodiversidade, apre-sentando prioridade extremamente alta.

Junto à mata ciliar do rio Camaquã e no seu entorno foramregistrados espécies de mamíferos como o tamanduá-mirim, a lontra,o veado-virá, o gato-maracajá, o gato-do-mato-grande, o gato-mouriscoe a paca, que se encontram ameaçados de extinção no Estado.

Essa situação coloca essa região em condição de significativo valorecológico, devido à raridade e ao grau de ameaça que apresentam asespécies da fauna que ali foram encontradas. Conforme afirmado an-teriormente, essa região é considerada de prioridade extrema para aconservação, porque é nela que muitas dessas espécies encontramhabitat para se estabelecer e corredores para se dispersar, tendo emvista as condições e recursos que essa mata ribeirinha disponibiliza.

Depois que a estrada atual cruza o Rio Camaquã até o km469+000 há presença de alguns fragmentos florestais em estágio mé-dio e avançado de regeneração na AID, principalmente margeandoarroios e rios. Também foi constatada a presença de um afloramentorochoso na margem esquerda da rodovia, próximo à ponte sobre o rioCamaquã. Esse afloramento abriga espécies de anfíbios e de répteis.

Após o Rio Camaquã a região apresenta intensa ocorrência deáreas de campos nativos, que atualmente são utilizados como pasta-gens. Os campos naturais do Rio Grande do Sul são geralmente ex-plorados sob pastoreio contínuo e extensivo, ocorrendo períodos debaixa pressão de pastejo, nas épocas favoráveis ao crescimento deforragem, e alta pressão na época desfavorável.

A fertilidade natural dos solos das áreas campestres, em geral, ébaixa. Com o efeito negativo do forrageio animal, sem um retorno dos

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nutrientes, por meio da adubação, ocorre uma diminuição de espéci-es forrageiras de boa qualidade, dando lugar ao estabelecimento deespécies ruderais. O tipo normal de utilização/manejo inadequadodos campos da região causa um processo de degradação progressivo.

Ao atravessar o município de São Lourenço do Sul destaca-se ainterferência à comunidade de Coqueiros. A comunidade se desen-volveu em torno de um posto de abastecimento com o mesmo nome,situado no lado direito da rodovia, próximo ao acesso para o distritode Pacheca (km 455+200). São aproximadamente 200 casas, em si-tuação de posse irregular, distribuídas nos dois lados da rodovia. Aconfiguração espacial do povoado é tipicamente rural, sem grandesinterferências na rodovia, e a principal questão para os moradores emrelação à duplicação é a travessia, para acesso dos pontos de ônibus.

Junto ao entroncamento da RS - 265 (km 465+500), onde já háum trevo implantado, há um pequeno agrupamento de residênciasno lado esquerdo da rodovia, cujos proprietários trabalham emchácaras próximas. Na ocasião da visita não havia construções nafaixa de domínio da rodovia, e haverá pouca interferência paraos moradores.

No município de Turuçu, próximo ao Km 474+020, apesar doprocesso de degradação conferido aos campos nativos que são utili-zados como pastagens, prevalecem as áreas de campos que se encon-tram com o melhor estado de conservação de toda área de estudo,embora os mesmos sejam usados atualmente como pastagens.

Nas coxilhas há ocorrência de afloramentos rochosos, podendoviabilizar o estabelecimento de espécies endêmicas. Na regiãode Turuçu, não foram registradas espécies ameaçadas de extinção e/ou raras.

Na AID, ocorrem algumas formações florestais de grandes ex-tensões em estágio médio a avançado de sucessão, principalmentepróximos aos rios e aos arroios da região. As matas ciliares configu-ram-se importantes corredores ecológicos, tornado-se relevantes paraconservação da flora e da fauna. Para a duplicação da rodovia, seránecessária a construção de novas pontes sobre esses arroios, o quecausará a supressão de vegetação em algumas porções dessas matasciliares levando, consequentemente, à perda de habitat e aoafugentamento da fauna local.

Também estão presentes, em ambas as margens da rodovia,aproximadamente no km 476, campos alagados, que são ambientesimportantes para conservação, pois abrigam espécies de peixes,anfíbios e répteis aquáticos, além de serem freqüentados poraves limícolas.

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A cerca de um quilômetro a norte do ponto onde será instala-do o viaduto (km 483+000), em Turuçu, há uma pequena aglome-ração urbana deslocada da malha urbana principal da cidade,mas que ainda é considerada parte do bairro Centro. São aproxima-damente 60 casas, quase todas do lado direito da rodovia, em umarua que parte do acesso ao posto de abastecimento e acaba300m depois.

Nas coxilhas há ocorrência de afloramentos rochosos, poden-do viabilizar o estabelecimento de espécies endêmicas. Na regiãode Turuçu, não foram registradas espécies ameaçadas de extinção e/ou raras.

Na AID, ocorrem algumas formações florestais de grandes ex-tensões em estágio médio a avançado de sucessão, principalmentepróximos aos rios e aos arroios da região. As matas ciliares configu-ram-se importantes corredores ecológicos, tornando-se relevantespara conservação da flora e da fauna.

Para a duplicação da rodovia, será necessária a construçãode novas pontes sobre esses arroios, o que causará a supressãode vegetação em algumas porções dessas matas ciliares levando,consequentemente, à perda de habitat e ao afugentamentoda fauna local.

Também estão presentes, em ambas as margens da rodovia,aproximadamente no km 476, campos alagados, que são ambientesimportantes para conservação, pois abrigam espécies de peixes, an-fíbios e répteis aquáticos, além de serem freqüentados por aves.

A cerca de 1km ao norte do ponto onde será instalado o viadu-to (km 483+000), em Turuçu, há uma pequena aglomeração urbanadeslocada da malha urbana principal da cidade, mas que ainda éconsiderada parte do bairro Centro. São aproximadamente 60 casas,

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quase todas do lado direito da rodo-via, em uma rua que parte do acessoao posto de abastecimento e acaba300m depois.

Com exceção da fábrica de cou-ros Lange, atualmente desativada, ealgumas poucas residências, a malhaurbana de Turuçu estende-se apenasdo o lado direito da rodovia. Entre-tanto, a possibilidade de expansãourbana e o acesso a colônias ruraisdo lado esquerdo foram contempla-dos no projeto, com a instalação doviaduto de acesso.

Mais ao sul do município, quando a antiga estrada de acessoa Pelotas encontra-se com a rodovia BR - 116/RS, há uma concentra-ção de casas do lado direito da rodovia, cujo acesso é feito por umavia marginal, em uma cota inferior à da rodovia em estudo. Esseassentamento estende-se até o acesso à Colônia São Domingos, tam-bém do lado direito da rodovia, e ainda é chamada de “Centro”pelos moradores.

Nessa região ocorrem ainda cursos d’água expressivos, como exem-plo, tem-se o arroio Corrientes (km 491+588), o arroio Contagem (km503+031) e o arroio Pelotas (km 511+500), que se conectam a outrosambientes, a partir de suas faixas ciliares e, por isso, constituem impor-tantes rotas de dispersão para a fauna.

Em relação às espécies de mamíferos amostradas no segmentoestão o gato-maracajá, o gato-do-mato-grande, o gato-mourisco, a lon-tra, o veado-virá e a paca, todos ameaçados de extinção no Estado eregistrados nos arroios supracitados.

Destacam-se duas áreas consideradas prioritárias para a conser-vação da biodiversidade, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Sãoelas: a Várzea do Canal de São Gonçalo, com prioridade extremamen-te alta, e a Mata Ciliar do Rio Piratini, com prioridade muito alta.

A várzea do Canal de São Gonçalo é constituída por grandes ba-nhados permanentes e campos inundáveis que se enquadram comoáreas importantes para as aves.

Próximo ao município de Pelotas o ambiente volta a sernotadamente urbanizado e nas áreas naturais há predomínio dos cam-pos, que apresentam estado ruim de conservação, e poucas formaçõesflorestais. A vegetação do município de Pelotas apresenta campos na-turais que ocorrem nas coxilhas e uma cobertura vegetal ao redorde 60%.

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Atualmente, a vegetação nativa da região encontra-se muito re-duzida. Na região da planície costeira do RS, onde dominavam os cam-pos nativos, desenvolveu-se inicialmente a pecuária extensiva, e, maisrecentemente, a monocultura do arroz associada com a criação de gado.

Nos levantamentos de campo, confirmaram-se esses padrões na AID.São ambientes bastante alterados e propícios para o estabelecimento deplantas ruderais. O mesmo se constatou nas áreas úmidas, que tem suavegetação modificada por intervenção antrópica, principalmente nos açu-des e valas de irrigação.

Em Pelotas, situado a aproximadamente 15 km do trevo de acessonorte, em direção a Turuçu, fica o distrito de Corrientes, cujo acesso éfeito pelo lado direito da rodovia. São aproximadamente 86 famílias resi-dentes e a situação de posse é irregular.

Assim como em Turuçu, as casas estão distribuídas pela antiga es-trada de acesso a Pelotas, que corre ao lado da BR - 116/RS, a distânciasvariáveis. A principal interferência causada pela duplicação seria a dificul-dade de travessia para acesso aos pontos de ônibus, de acordo comos moradores.

Próximo do fim do trecho da rodovia em estudo, junto ao acesso àVila Santo Antônio (km 511+295), fica a comunidade conhecida comoPosto Branco (provavelmente em decorrência da proximidade com oposto de cobrança de pedágio da rodovia). Há aproximadamente 150casas, distribuídas ao longo da estrada rural, do lado esquerdo da rodo-via. A situação de posse é irregular e as condições urbanas são precárias.A maior interferência será a travessia da rodovia para acesso aos pontosde ônibus.

O bairro Vila Princesa localiza-se na entrada norte da cidade dePelotas, com acesso pela BR - 116/RS (margem esquerda). Atualmenteestima-se que o bairro abrigue mais de mil famílias, sendo que a situaçãoda propriedade é regularizada na maioria dos casos. O loteamento res-peitou a faixa de domínio da rodovia, sendo a principal interferência adificuldade de travessia da rodovia duplicada, para acesso aos pontos deônibus do lado oposto da rodovia.

Os passivos ambientaisOs passivos ambientaisOs passivos ambientaisOs passivos ambientaisOs passivos ambientais

O passivo ambiental, em uma explicação simplificada, pode serentendido como a “dívida” do empreendedor, relacionada com as ques-tões ambientais. Esta dívida pode ser conseqüência, por exemplo, dacontaminação do solo ou da água. Outro exemplo é o não-cumprimentode compromissos firmados com órgãos oficiais de controle ambiental.

Os passivos ambientais da duplicação da BR - 116/RS são originá-rios da implantação da rodovia existente, São áreas utilizadas para a ob-tenção de materiais de construção, pelas interferências geradas sobre

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as estruturas urbanas e pela inadequação de dispositivos de drenagem.Também estão incluídos os eventos externos à faixa de domínio, decor-rentes do uso e manejo inadequado do solo por terceiros que podemcomprometer a segurança e a integridade do corpo rodoviário.

Para identificação e posterior caracterização dos passivosambientais foram executadas as seguintes atividades:

ª inspeção ambiental mediante a observação analíticado passivo;

ª documentação fotográfica dos passivos encontrados;

ª identificação dos processos de transformação ambiental quederam origem aos passivos identificados;

ª caracterização ambiental dos passivos e de seus proces-sos causadores.

Na área estudada foram detectados tipos bem distintos de passi-vos ambientais que possuem origens facilmente definidas. É importantedestacar que a forma de relevo da região tem influência direta na for-mação ou alteração do passivo em questão.

Pode-se compreender melhor essa situação quando se leva emconsideração que os passivos existentes, por exemplo, nas áreas do Pla-nalto Sul Rio-Grandense podem sofrer maior ação devido à propensãoà erosão desse tipo de relevo.

A maior parte dos taludes da faixa de domínio da rodovia estásofrendo a ação da chuva e desmoronando, ou correm esse risco. Estãoem mau estado de conservação. Nos casos observados ao longo do tra-jeto, verifica-se que em muitos trechos, os taludes estão sem a cobertu-ra vegetal.

As áreas de empréstimos não recuperadas e identificadas às mar-gens da BR - 116/RS também são caracterizadas como passivosambientais. Esses locais de exploração podem estar inseridos tantona faixa de domínio da rodovia, como também em sua zona da influên-cia indireta.

A utilidade dessas áreas para a construção da nova rodovia estáligada ao fornecimento de materiais de construção civil extraídos depedreiras, saibreiras e materiais de aterramento (solo); e, ainda, locaisde acumulação dos entulhos da própria obra como os depósitosde bota-fora.

Muitas dessas áreas se foram abandonadas após sua explora-ção resultando em impactos ambientais que podem se expandirpara a rodovia ou para a faixa de domínio. Além disso, é comum

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que estes impactos atinjam drenagens, uma vez que a região pos-sui um regime de chuvas bem distribuídas ao longo do ano.

As conseqüências dos impactos ambientais podem se mos-trar maiores do que os já causados pela própria exploração dosmateriais. Portanto, é importante que depois de utilizadas e ex-ploradas, essas áreas sejam recuperadas.

Tratando-se do projeto de duplicação derodovia já existente, os passivos ambientais atri-buídos meio socioeconômico são associados avárias situações existentes na faixa de domínioe no seu entorno imediato. Entre os espaços ur-banos localizados às margens da rodovia estãoos municípios de Guaíba, Camaquã, Cristal,Turuçu e Pelotas. Os espaços rurais estão pre-sentes tanto na faixa de domínio como na áreade influência indireta.

Outras importantes situações existentes emrodovias já implantadas são depósitos de resí-

duos domésticos e industriais localizados na beira da estrada eocupações irregulares. A BR - 116/RS pode ser caracterizada pelaocupação heterogênea do solo – aglomerados com diferentesgraus de densidade populacional, travessias de sedes urbanas,áreas destinadas a cultura de arroz, pecuária, reflorestamento,indústrias, aldeamentos indígenas, por exemplo.

Convém salientar que os projetos de duplicação de rodoviastendem a solucionar os passivos de grande magnitude atribuídosà rodovia original. Entretanto, é recomendável que a implanta-ção de medidas mitigadoras e programas ambientais sejam efica-zes para que a duplicação, por sua vez, não gere mais passivosambientais.

Em rodovias de intensa ocupação, salientando que nos pon-tos extremos do trecho estão localizadas as duas regiões maispopulosas do estado (Região Metropolitana de Porto Alegre eregião de Pelotas) ocorrem significativas pressões, o que poderiacomprometer a integridade de grande parte da faixa de domínioda rodovia.

Ao longo da BR 116 não foram identificados locais utiliza-dos irregularmente como depósitos de resíduos sólidos urbanosou industriais.

É importante observar que a maioria dos passivos ambientaisé resultante da ausência ou da ineficácia de medidas preventivase de monitoramento e controle das áreas de faixa de domínio edaquelas destinadas à duplicação da rodovia. Um dos exemplos

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de passivos ambientais mais freqüentes em rodovias é a constru-ção de domicílios e estabelecimentos comerciais na faixa de domínio.

Na maior parte do traçado a duplicação ocorrerá na mar-gem esquerda do atual traçado da rodovia, no sentido Porto Alegre-Pelotas. A faixa de domínio, de acordo com os projetos, estende-sepor 20m do lado direito e 40m do lado esquerdo da pista atual daBR - 116/RS.

Em pontos específicos, o traçado da duplicação excederá os 40mdestinados à duplicação, como na travessia urbana de Camaquã e napassagem inferior de acesso a Tapes, por exemplo. No trecho estuda-do foram observados vários locais de ocupação da faixa de domínio.Esse passivo socioambiental requer a implantação de programade reassentamento.

Para o meio biótico o impedimento dos processos de intercâm-bio ecológico por corte de áreas, risco a áreas protegidas e a biótoposecológicos importantes e pressão sobre ecossistemas terrestres eaquáticos são os principais passivos decorrentes da implantaçãode uma rodovia.

A supressão vegetal e a conseqüente fragmentação de áreas le-galmente protegidas, em muitos casos, correspondem a um passivode ocorrência inevitável decorrente da implantação da rodovia e estárelacionado em maior grau na faixa de domínio. Nos locais em que apaisagem é fragmentada, os animais precisam de caminhos naturaispara se movimentar e migrar. Isso causa o aumento de atropelamen-tos da fauna e impactos para os ambientes naturais.

Para identificação e posterior descrição dos passivos ambientaisforam executadas as seguintes atividades:

ª vistoria na área e identificação da localização do passivo;

ª caracterização da supressão de vegetação nas áreas legal-mente protegidas quanto a presença e/ou ausência de mata ciliarmargeando os arroios e rios e quanto ao estado de conservação;

ª registro fotográfico dos passivos encontrados.

Foram identificados e vistoriados os arroios e rios que a rodoviaBR - 116/RS intercepta no trecho de Guaíba a Pelotas. Foram obtidasinformações sobre o estado de conservação da vegetação que osmargeia, com ênfase para a área próxima a faixa de domínio.

O estado de conservação dessas faixas de matas ciliares próxi-mas a rodovia varia desde bom estado de conservação, até áreas commaior grau de degradação. Nesse último caso a degradação foi acele-rada tanto por ações humanas, quanto por eventos naturais.

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A mata ciliar que acompanha arroios e rios, próxima a rodovia,foi considerada degradada, mas ainda possui condições de retornara uma condição próxima da original.As matas ciliares em melhor es-tado de conservação e/ou que desempenham função de corredorecológico na área de influência direta estão, nos lotes 1 e 2, na mar-gem dos arroios Ribeiro, Araçá, Teixeira e Velhaco, e nos lotes 3 e 4,na margem dos Rios Evaristo, Camaquã e Pelotas e dos Arroios San-ta Isabel e do Pinto.

Outros ambientes naturais, mesmo que margeados por áreasde agricultura e/ou pastagem, estão conectados a esses arroios e atu-am como rota de dispersão para a flora e fauna e refúgio para espé-cies da fauna. Como ação mitigadora dos passivos, durante a dupli-cação da rodovia, aconselha-se que sejam implantadas passagenssecas de fauna nos trechos da rodovia melhor conservados e/ou queforam registradas espécies da fauna ameaçadas de extinção e na qualexiste vegetação florestal em ambas as margens da rodovia. Projetosde adequação das pontes poderão ser necessários.

Outros ambientes apresentam a vegetação ciliar perturbada,ao mesmo tempo mostram-se com condições favoráveis a umaresiliência natural. Nesses ambientes o processo de antropizaçãoaltera a composição e estrutura da vegetação deixando-a heterogê-nea, principalmente devido ao efeito de borda ou dinâmica de cla-reiras. Nesses casos, as ações de recuperação de passivos devemprever adensamento de vegetação e implantação de passagens se-cas para a fauna.

Em alguns arroios verificou-se que a mata ciliar apresenta-semuito degradada em função da forte ação antrópica, devido à urba-nização e a expansão agropecuária presenciada na área. Em outroscasos, a devastação é tão grande, que na margem do curso d´águanão há vegetação florestal, como é o caso dos arroios Alcides Dias eDuro. Nesses locais, a recuperação de passivos, a revegetação e/ouadensamento com espécies nativas ribeirinhas poderá criar condi-ções favoráveis a uma resiliência desses ambientes. Para o programater êxito é necessária avaliação mais detalhada do grau de degrada-ção, entre os quais se destacam os processos erosivos.

A mata ciliar do arroio de Ribeirinho é um exemplo de APPque próxima à rodovia está degradada, entretanto está conectada aoutros fragmentos florestais e vegetações ribeirinhas, nesse caso, como Arroio Ribeiro e Araçá, contribuindo assim para a dispersão depropágulos da flora e deslocamento de fauna.

Cabe ressaltar, que a maioria dos passivos ambientais é resul-tante da ausência ou da ineficácia de medidas preventivas e demonitoramento e controle das áreas de faixa de domínio e próximasdesta. Ao longo da rodovia BR - 116/RS foi observado que próximasà faixa de domínio, áreas legalmente protegidas estão sendo utiliza-

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das de forma inadequada descaracterizando a paisagem e asfunções ecológicas proporcionadas pelas matas ribeirinhas aomeio ambiente.

Quando se olha na perspectiva de passivo ambiental, dandoenfoque nas APP´s, constata-se que, ao longo do trecho a ser dupli-cado, a rodovia intercepta um número significativo de cursos d´águaem diferentes estados de conservação. Considerando o passivoambiental gerado decorrente da supressão da vegetação nestas áre-as legalmente protegidas, e conseqüente impedimento de processosde intercâmbio genético e o aumento de risco de atropelamentos defauna. Os planos de recuperação de passivo ambiental deverão mi-tigar e/ou compensar os impactos negativos ao meio ambiente pro-porcionando melhoria na qualidade ambiental dessas áreas de pre-servação permanente através de medidas enquadradas na legisla-ção ambiental vigente.

Independentemente do estado de conservação das matasciliares que margeiam os arroios interceptados pela rodovia atual, apreservação ou restauração das florestas ao longo dos rios se faznecessária e fundamenta-se no amplo espectro de benefícios queesse tipo de vegetação traz ao ecossistema, exercendo função prote-tora sobre os recursos naturais bióticos e abióticos.

Uma estratégia concomitante com as descritas a cima para re-cuperação de passivos é o investimento em unidades de conserva-ção já existentes próximas à rodovia ou em áreas prioritárias para aconservação, definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, tais como:Várzea do Canal de São Gonçalo, Mata Ciliar do Rio Piratini e MataCiliar do Baixo Rio Camaquã.

É importante que as áreas selecionadas englobem o maior nú-mero possível de ecossistemas representativos na área de influência(florestas, campos e banhados). Ações mitigadoras desse tipo pode-rão contribuir com a conservação de habitats importantes para aflora e fauna características da área de influência de estudo, favore-cendo a resiliência de ambientes impactados e a manutenção dadiversidade genética e de espécies, assim como de comunidades ede ecossistemas.

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Os impactos da duplicaçãoOs impactos da duplicaçãoOs impactos da duplicaçãoOs impactos da duplicaçãoOs impactos da duplicaçãoda Rodovia BR - 116/RSda Rodovia BR - 116/RSda Rodovia BR - 116/RSda Rodovia BR - 116/RSda Rodovia BR - 116/RS

A análise dos impactos ambientais decorrentes da duplicaçãoda BR - 116/RS desenvolveu-se em três etapas:

ª Etapa 1 – Identificação das ações geradoras de im-pactos ambientais e correlação entre cada uma das atividadesprevistas com os respectivos aspectos ambientais.

ª Etapa 2 – Identificação, caracterização e avaliação dospossíveis impactos ambientais.

ª Etapa 3 – Proposição de medidas e elaboração damatriz de avaliação de impactos.

A equipe responsável pela elaboração do EIA analisou os prin-cipais aspectos técnicos dos empreendimentos e os procedimentosconstrutivos elaborados para o desenvolvimento da obra, sendoidentificadas todas as atividades previstas que implicassem potenci-ais alterações ambientais.

Foi realizada uma análise da caracterização e do diagnósticoda ADA e da AID, considerando os meios físico, biótico esocioeconômico, para então selecionar aqueles que poderão apre-sentar uma importância maior, em função do tipo de empreendi-mento proposto.

Conforme a matriz de impactos, foram adotados os seguintescritérios:

Meio

Indica sobre qual meio – f ís ico (F), biótico (B) ousocioeconômico (S) – o impacto irá surtir seus efeitos. Em alguns ca-sos o impacto poderá afetar mais de um meio ao mesmo tempo.

Natureza

Indica quando o impacto tem efeitos positivos (POS) ou nega-tivos (NEG) sobre o meio ambiente.

Forma

Como se manifesta o impacto, ou seja, se é um impacto direto(DIR), decorrente de uma ação do empreendimento, ou se é um im-pacto indireto (IND), decorrente de outro ou outros impactos gera-dos diretamente ou indiretamente por ele.

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Fase de Ocorrência

Indica em que fase do empreendimento o impacto se manifesta,podendo ser nas fases de projeto (PRO), implantação (IMPL) e/ou ope-ração (OPER).

Abrangência

Indica os impactos cujos efeitos se fazem sentir no local (LOC)ou que podem afetar áreas geográficas mais abrangentes, caracteri-zando-se como impactos regionais (REG). Considerou-se como efeitolocal àquele que se restringe à ADA e regional aquele que se refletena AID.

Temporalidade

Diferencia os impactos caracterizando-os como de curto prazo(CP), de médio prazo (MP) ou longo prazo (LP).

Duração

Critério que indica o tempo de duração do impacto, podendoser permanente (PER), temporário (TEMP) ou cíclico (CIC).

Reversibilidade

Classifica os impactos como reversíveis (REV) ou irreversíveis (IRR).Permite identificar que impactos poderão ser integralmente reversí-veis a partir da implementação de uma ação ou poderão apenas sermitigados ou compensados.

Probabilidade

A probabilidade ou freqüência de um impacto será Alta (ALT) sesua ocorrência for quase certa e constante ao longo de toda a ativida-de, Média (MED) se sua ocorrência for intermitente e Baixa (BAI) sefor quase improvável que ele ocorra.

Magnitude

Refere-se ao grau de incidência de um impacto sobre o fatorambiental, podendo ser de grande (GRA), média (MED) ou pequena(PEQ) magnitude. A magnitude de um impacto é, portanto, tratadaexclusivamente em relação ao fator ambiental em questão, indepen-dentemente da sua importância por afetar outros fatores ambientais.

Importância

Refere-se ao grau de interferência do impacto ambiental sobrediferentes fatores ambientais, estando relacionada estritamente

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com a relevância da perda ambiental, por exemplo, se houverextinção de uma espécie ou perda de um solo raro, embora depouca extensão. Ela é grande (GRA), média (MED) ou pequena(PEQ), na medida em que tenha maior ou menor influência sobreo conjunto da qualidade ambiental local.

Significância

É classificada em três graus, de acordo com a combinaçãodos níveis de magnitude, importância, ou seja, pouco significati-vo (PS), significativo (S) e muito significativo (MS). Quando a mag-nitude ou a importância apresentar níveis elevados, o impacto émuito significativo; quando apresentar níveis médios, é significa-tivo e, finalmente, quando a magnitude e/ou a importância sãopequenas, o impacto poderá ter pouca significância.

Avaliação da Significância dos Impactos Potenciais

Importância

Magnitude

Grande Média Pequena

Grande MS MS S

Média MS SPS

Pequena S PS PS

Convenções: MS - Muito Significativo; S - Significativo e PS -Pouco Significativo

Abaixo são descritos os principais fatores geradores de im-pactos relacionados à implantação e operação da duplicação ro-dovia BR 116/RS, conforme seqüência cronológica de ocorrência.

Etapa de Implantação

A etapa de implantação consiste na preparação do terrenopara o inicio da execução do projeto até o final da construçãoda rodovia. Nesta etapa ocorrerão os principais impactosgerados em um empreendimento rodoviário, tendo em vistaas seguintes atividades:

ª Contratação de mão de obra;

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ª Abertura de acessos de serviço;

ª Limpeza do terreno;

ª Utilização de material de empréstimo;

ª Utilização de jazidas e pedreiras;

ª Terraplanagem;

ª Transporte dos materiais;

ª Preparação da estrutura;

ª Pavimentação;

ª Drenagem e obras-de-arte especiais.

Etapa de Operação

Esta etapa consiste na liberação da via ao tráfego, e essa libe-ração só será concedida pelo DNIT depois de atendidas todas aspremissas definidas pelas normas que regem a malha viária federal.Nessa fase ocorrem algumas intervenções:

ª Conservação de rotina;

ª Manutenção ou reabilitação do pavimento;

ª Melhorias operacionais;

ª Conservação de emergência.

Essas atividades, conforme suas naturezas poderão provocarimpactos positivos ou negativos sobre o meio ambiente.

Meio FísicoMeio FísicoMeio FísicoMeio FísicoMeio Físico

A. Produção e espalhamento de material particulado noar associada à movimentação de terra

A supressão ou retirada da vegetação ede ambientes terrestres é um impacto negati-vo de ocorrência inevitável nesse tipo de obra.Ela provoca perda de habitats, principalmen-te na faixa de domínio e na área de influênciadireta do empreendimento. As atividades re-lacionadas à implantação da rodovia, comoterraplanagem e aterramento das áreasrequeridas pelo projeto são as principais cau-

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sas da supressão. Outros impactos ao meio biótico são consequênciadesses efeitos.

Ao longo do trecho a ser afetado pela supressão vegetal, foiconstatada a presença de espécies imunes ao corte. São espéciesprotegidas por lei cuja retirada deve ser autorizada pelo órgãoambiental, considerando a possibilidade de transplante e plantio denovas espécies como compensação. Na ADA encontram-se figueirase corticeiras, além de butiás, ameaçados de extinção.

Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Pequena

Significância Significativo

Medidas Recomendadas:

Umedecer os caminhos de serviço, especialmente em tem-po seco e em áreas habitadas; promover fiscalização e manuten-

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ção dos equipamentos e máquinas para correta emissão de gasesnos níveis aceitáveis segundo as normas em vigor.

B. Geração de ruído associada às intervenções

Os registros destes impactos se darão nas fases de instala-ção e operação da rodovia, com diferentes graus de importância.Nas fases de instalação e construção, as principais fontes de ruí-dos serão os equipamentos utilizados durante a execução dasobras, com especial destaque para a execução de terraplenagem,cortes e aterros e o transporte de material das explorações de ja-zidas de solos, de empresas terceirizadas, até o local das inter-venções. Esse processo, além de atingir os operários em ativida-de, também atingirá a população residente nas proximidades.

Os ruídos são decorrentes de motores (freqüentemente mo-vidos a óleo) utilizados para transporte (caminhões) de peças emateriais e para serviços de escavação e perfuração (páscarregadeiras, tratores, geradores, compressores, perfuratrizes) demaciços terrosos e rochosos.

A emissão de ruídos representa ainda, nestas fases, impactotemporário sobre os indivíduos da fauna local que, pela própriamobilidade, poderão se afastar do incômodo durante as operaçõesmais ruidosas.

Com a finalização das obras na rodovia, a emissão de ruídos,bem como de gases, deverá retornar a um nível, provavelmente, poucoabaixo do atual, uma vez que as melhorias provocarão um “alívio”do tráfego, o que aumentará a velocidade média, principalmentedos caminhões, fazendo com que os mesmos se aproximem da faixade menor emissão.

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Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Média

Significância Muito Significativo

Medidas Recomendadas:

Controlar a emissão de ruídos dos equipamentos por meio daperiódica e correta manutenção nos mesmos, assim como evitar otrabalho noturno e o uso de explosivos indiscriminadamente.

C. Assoreamento do sistema de drenagem da rodovia asso-ciada à intervenção para a estabilização de talude de corte eexecução de talude de aterro

Materiais terrosos decorrentes de escavação ou provenientesde jazidas de aterros podem ser carreados, principalmente duranteeventos de chuvas intensas, pelas águas pluviais até os sistemas dedrenagem da rodovia (valas, canaletas, etc), assoreando-os.

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Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Indireto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Médio prazo

Duração Cíclico

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Grande

Significância Muito Significativo

Medidas Recomendadas

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas de pro-jeto deverão ser obedecidos, em relação à drenagem de estradas deacesso e aos tipos de traçado;

ª Fazer manutenção e limpeza do sistema regularmente eprincipalmente em época que antecedem ao período de chuva;

ª Todos os taludes de cortes e/ou aterros, terão que ser de-vidamente protegidos, em tempo hábil, a fim de também proteger asinstalações e preservar o terreno contra a erosão, através da utiliza-ção de revegetação e alocação de dispositivos de drenagem e con-tenção (cerca-filtro);

ª Os serviços de terraplenagem deverão ser planejados, comobjetivo de evitar processos erosivos ao longo de sua utilização;

ª Dever-se-á garantir sempre a não ocorrência de erosãoou transporte de sedimentos para os cursos d’água e/ou talvegues;

ª Após exauridas, as áreas de exploração devem ser devi-damente recuperadas para evitar o carreamento de material.

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D. Instabilização do talude (durante fase inicial) associadaà intervenção para a estabilização de talude de corte e execu-ção de talude de aterro

Freqüentemente, em sua fase inicial, as estabilizações de talu-des de corte e aterro podem demandar serviços de escavação ou dedeposição de grandes volumes de material terroso. Nesta fase é mai-or o risco de instabilização dos taludes, que podem se movimentarantes que venham a ser adequadamente estabilizados.

Este impacto está associado à presença dos taludes de corte eaterro presentes nos projetos de engenharia, bem como aos taludesque atualmente encontram-se em processo de degradação e fazemparte da lista dos passivos ambientais encontrados ao longo daBR - 116/RS.

Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação/Operação

Abrangência Local

Temporalidade Médio prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

Medidas Recomendadas:

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas de pro-jeto devem ser obedecidos, em relação ao sistema de drenagem deáguas pluviais das estradas de acesso e aos tipos de traçado;

ª Todos os taludes de cortes e/ou aterros, devem ser devi-damente protegidos, em tempo hábil, a fim de também proteger asinstalações e preservar o terreno contra a erosão, através da utili-

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zação de revegetação e alocação de dispositivos de drenagem econtenção (cerca-filtro);

ª Evitar, sempre que possível, obras na estação chuvosanas áreas sujeitas a instabilização;

ª Em rampas íngremes, deve ser evitado que o materialretirado da escavação, para implantação da obra, fique exposto epossa rolar para jusante;

ª Os blocos de rocha que se apresentem em posição pe-rigosa deverão ser removidos ou estabilizados. Não é aconselhá-vel a utilização de explosivos para desmonte de matacões em áreasconsideradas suscetíveis a escorregamento;

ª Dever-se-á usar sempre equipamentos leves ou até mes-mo de operação manual nas áreas mais críticas;

ª Dever-se-á instalar bermas transversais à faixa para re-duzir o escoamento superficial das águas pluviais, diminuindo,assim a intensidade da erosão hídrica, sempre que comprovadaa necessidade;

ª A faixa de domínio e demais terrenos atingidos peloserviço de construção, deverão apresentar, após a restauração,boas condições de estética e visibilidade.

E. Instabilização pontual das margens do rio / represa(durante fase inicial da intervenção) associada à implantaçãode OAEs

A implantação de obras de arte especiais, em sua fase inici-al, tem em seus projetos, a necessidade de escavações nas mar-gens para implantação de pilares. Nestas fases, é maior a possibi-lidade de ocorrência de processos localizados (pontuais) deinstabilização, no entorno dos pontos escavados.

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Medidas Recomendadas

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas de pro-jeto devem ser obedecidos em relação à intervenção às margensdo rio;

ª Dever-se-á usar sempre equipamentos leves ou até mes-mo de operação manual nas áreas mais críticas;

ª Deverá ser minimizada a hipótese de redução da seçãode escoamento do corpo d’água;

F. Possibilidade de redução (pontual) da velocidade do flu-xo do curso d’água associada à intervenção para alargamentode obras de arte (pontes e viadutos)

Os fluxos dos cursos d’água podem ser reduzidos nos casos deimplantação de pilares ou quaisquer outras obras instaladas em seusleitos. Estas obras poderão funcionar como barreiras ao deslocamen-to das águas, reduzindo pontualmente o fluxo, causando zonas deturbilhonamento. Em áreas propícias ao alagamento, este tipode impacto é de grande monta e sazonal, podendo ser previstoe eliminado.

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Médio prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Baixa

Magnitude Pequena

Importância Grande

Significância Significativo

Avaliação do Impacto

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Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Médio prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Baixa

Magnitude Pequena

Importância Pequena

Significância Significativo

Medidas Recomendadas

ª Evitar a formação de pontos de turbilhonamento, pormeio de construções que maximizem a passagem da água de formarápida e eficiente;

ª Em casos extremos, onde as estruturas do empreendi-mento promoverem redução da área de escoamento, viabilizar umaabertura do canal de escoamento natural para a retomada do flu-xo original.

G. Aumento da taxa de assoreamento do rio / represa asso-ciado à intervenção para alargamento de obras de arte (pontese viadutos)

Durante a realização de serviços para implantação de pontessobre rios e represas, a mobilização de materiais, as escavações e asimplantações de aterros, principalmente na região das margens, podedeixar expostos materiais granulares e particulados que, quando em

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contato com águas pluviais (durante temporais), podem ser carreadospara os rios e represas, aumentando a taxa de assoreamento destescorpos d’água durante a intervenção.

Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Médio prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Grande

Significância Muito Significativo

Medidas Recomendadas

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas deprojeto devem ser obedecidos, em relação ao sistema de drena-gem de águas pluviais das estradas de acesso e aos t iposde traçado;

ª As áreas que atravessem terrenos sujeitos a inundaçãoe que tenham sido executados inadequadamente deverão ser me-lhoradas, objetivando o restabelecimento das condições naturaisda rede de drenagem, por meio da implantação de bueiros, gale-rias, pontilhões;

ª Todos os taludes de cortes e/ou aterros, terão que serdevidamente protegidos, em tempo hábil, a fim de também pro-teger as instalações e preservar o terreno contra a erosão, atravésda utilização de revegetação e alocação de dispositivos de drena-gem e contenção (cerca-filtro);

ª Os serviços de terraplenagem deverão ser planeja-dos, com objetivo de evitar processos erosivos ao longo desua utilização;

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ª Dever-se-á garantir sempre a não ocorrência de erosãoou transporte de sedimentos para os cursos d’água e/ou talvegues;

ª Executar, sempre que possível / viável tecnicamente, dis-positivos como bacias de infiltração e dissipadores de energia.

H. Início e/ou aceleração dos processos erosivos

Nas áreas de relevo escarpado, montanhoso e forte ondulado,poderão ocorrer alterações localizadas nas condições de estabilida-de dos terrenos, bem como a instalação de processos erosivos, quan-do ocorrer qualquer intervenção com cortes e terraplanagem, face àexposição dessas áreas, que apresentam suscetibilidade à erosãoextremamente alta sob a ação das chuvas, devido não somente adeclividade como também à pequena espessura dos solos e ao gra-diente textural dos solos.

Qualquer desmatamento nessa área poderá dar início à ero-são laminar de moderada a forte e em sulcos, que podem evoluirpara ravinamentos de escoamento superficial concentrado, alteran-do a estabilidade das encostas existentes, caso não sejam adotadasmedidas preventivas e corretivas durante a fase de implantação doempreendimento. Esse impacto pode, também, gerar problemas noscorpos d’água próximos pelo carreamento de sólidos.

Algumas vertentes de declividades moderadas ou fortes das ele-vações daquelas unidades físicas de paisagem já apresentam feiçõeserosivas decorrentes das atividades antrópicas (principalmente a re-tirada da vegetação) tais como sulcos, ravinas e cicatrizes de movi-mentos de massa anteriores.

As obras de terraplanagem, corte e aterros podem produzir umimpacto de natureza pontual e temporária. Entretanto, não devemocorrer alterações que possam comprometer, de forma marcante, aqualidade ambiental dessas áreas. Devem ser adotadas medidasmitigadoras que incluam métodos construtivos específicos onde hou-ver maior suscetibilidade à erosão e movimentos de massa.

As obras de contenção e controle de erosão, citadas na relaçãode medidas mitigadoras, se implantadas, podem perfeitamente im-pedir o surgimento desse impacto.

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Medidas Recomendadas

ª Evitar, sempre que possível, intervenções em áreas consi-deradas de restrição sob o ponto de vista construtivo (declividadeacima de 30º, associada a terrenos sujeitos à erosão).

ª Definir as obras especiais nos trechos de maior fragilida-de, no que se refere à estabilidade de taludes.

ª Implantar revestimento vegetal nos trechos mais suscetí-veis à erosão. Recomenda-se o plantio de gramíneas associadas aalgumas leguminosas.

ª Execução de drenagem eficiente da faixa de domínio daBR a fim de assegurar o escoamento das águas. Durante a aberturada faixa, dever-se-á evitar que o material escavado interfira com osistema de drenagem construído.

ª Localização de áreas críticas (trechos de maior fragilidadefísica).

ª Definição das obras especiais nos trechos de maior fragi-lidade, no que se refere à estabilidade de taludes.

ª Elaboração de projeto de estabilização e proteção da fai-xa de domínio da BR e outras áreas terraplenadas circunvizinhas, apartir do cadastramento de rampas, taludes e sondagens geotécnicas.

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Indireto

Fase de Ocorrência Implantação/Operação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Média

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

Avaliação do Impacto

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ª Monitoramento ao longo das rampas de maioresdeclividades e nos terrenos mais suscetíveis à erosão, visando detec-tar a formação de sulcos erosivos, fraturas no solo, principalmenteonde houver vegetação mais nova, ausente ou alterada, que indi-que terrenos instáveis sujeitos a formação de ravinas, voçorocasou escorregamentos;

ª Conservação e observação do comportamento das obrasde contenção realizadas, verificando as deficiências que possam ocor-rer no sistema de drenagem, vegetação plantada, obstrução dedrenos, evitando novas instabilizações;

ª Durante o monitoramento do sistema de drenagem, seráefetuada, constantemente, a limpeza das canaletas pluviais;

ª Aplicação e recomposição periódica de material de pre-enchimento nos sulcos de erosão porventura formados;

ª Acompanhamento do desenvolvimento da vegetaçãoplantada.

I. Alteração da qualidade da água superficial e subterrâ-nea no entorno da rodovia provocada por vazamentos de óleose graxas de máquinas envolvidas na execução das obras, ou porusuários da rodovia, assim como contaminação por esgoto sani-tário e lixo sólido

Equipamentos mecânicos como compressores, geradores e ou-tros tipos de máquinas necessárias à execução de obras civis, fazemuso de óleos e graxas como lubrificantes, além de serem alimenta-dos por combustíveis fósseis, elementos de alto potencial de polui-ção quando atingem o solo e aqüíferos subterrâneos.

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Avaliação do Impacto

Meio Físico

Natureza Negativo

Forma Indireto

Fase de Ocorrência Implantação/Operação

Abrangência Regional

Temporalidade Médio prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Média

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

Localização dos Pontos de Impacto

A contaminação, durante a obra, poderá ser deflagrada nas áreasde apoio ao empreendimento, ou seja, nos canteiros-de-obras, usi-nas de asfalto e britadores. Poderá haver também contaminação dolençol por meio de acidentes que envolvam o transporte de cargasperigosas, agravado pela presença do lençol freático na superfície,muito comum ao longo da rodovia.

Medidas Recomendadas

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas de pro-jeto deverão ser obedecidos, em relação à drenagem de estradas deacesso e aos tipos de traçado;

ª Estabelecer e aplicar normas e procedimentos para cole-ta, filtragem e recuperação de graxas e óleos em locais específicos,instalação de caixas separadoras de água e óleo em áreas de mano-bra e manutenção de máquinas.

ª Os critérios especificados nas instruções técnicas de pro-jeto deverão ser obedecidos, em relação às construções sanitáriasde apoio;

ª Estabelecer e aplicar normas e procedimentos para cole-ta, filtragem e recuperação de esgoto sanitário e lixo sólido.

ª Deve-se implementar durante e depois das obras um pro-grama específico para acidentes com produtos perigosos.

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Meio BióticoMeio BióticoMeio BióticoMeio BióticoMeio Biótico

A. Supressão da vegetação arbórea e de ambientes ter-restres

A supressão ou retirada da vegetação e de ambientes terrestresé um impacto negativo de ocorrência inevitável nesse tipo de obra.Ela provoca perda de habitats, principalmente na faixa de domínioe na área de influência direta do empreendimento. As atividadesrelacionadas à implantação da rodovia, como terraplanagem eaterramento das áreas requeridas pelo projeto são as principais cau-sas da supressão. Outros impactos ao meio biótico são consequênciadesses efeitos.

Ao longo do trecho a ser afetado pela supressão vegetal, foiconstatada a presença de espécies imunes ao corte. São espéciesprotegidas por lei cuja retirada deve ser autorizada pelo órgãoambiental, considerando a possibilidade de transplante e plantiode novas espécies como compensação. Na ADA encontram-se figuei-ras e corticeiras, além de butiás, ameaçados de extinção.

Avaliação do Impacto

Meio Biótico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Grande

Significância Muito Significativo

Esse impacto ocorrerá em vários locais ao longo do trecho darodovia a ser duplicada. A maior parte da vegetação a ser suprimida

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está localizada na beira da estrada ou margeando arroios e rios in-terceptados pela rodovia atual.

Embora a vegetação na área de influência apresente-se bas-tante descaracterizada quanto à cobertura original e alterada quan-to o estado de conservação, os fragmentos existentes desempenhamimportantes funções de proteção do solo e dos recursos hídricos re-gionais e na manutenção da diversidade da região.

Medidas Mitigadoras:

ª Adotar medidas preventivas durante as atividades na fasede implantação do empreendimento, garantindo a menor supressãopossível para implantação da obra;

ª Executar plantio compensatório de mudas de espéciesnativas;

ª Estocar a porção orgânica dos solos para posteriorreaproveitamento das coberturas das superfícies expostas;

ª Controlar as espécies exóticas invasoras durante o pro-cesso de recuperação da área;

ª Realizar o resgate de flora e fauna;

ª Antes de desmatar, identificar as espécies imunes ao cor-te e passíveis de transplante;

ª Implantação do Programa de Controle de Supressão deVegetação.

B. Supressão de ambientes transitórios

A supressão de ambientes transitórios é um impacto negativo eocorre em maior grau na área de influência direta. A terraplanagemé a principal atividade responsável pelo impacto negativo nesses am-bientes. Exemplo desses ambientes são os banhados e os camposalagáveis, ambos encontrados ao longo do trecho a ser duplicado.

Os ambientes transitórios registrados na área de influência es-tão muito descaracterizados, devido o uso do solo na região nas últi-mas décadas. Muitas áreas de banhado e campo alagável foram subs-tituídas por culturas de arroz. Entretanto, em vários pontos esses am-bientes ainda desempenham, mesmo com limitações, suas funçõesecológicas e servem de abrigo para a fauna.

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Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Alta

Importância Alta

Significância Muito Significativo

Medidas Mitigadoras:

ª Limitar o desmatamento e a limpeza as áreas estritamen-te necessárias;

ª Implantação do Programa de Resgate de Flora e Fauna;

ª Implantação do Programa de Controle de Supressão deVegetação;

ª Executar plantio compensatório de mudas de espéciesnativas.

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C. Aumento do efeito-barreira no deslocamento de animais

O surgimento de barreiras ao deslocamento da fauna é umimpacto negativo e de ocorrência inevitável na área de influência doempreendimento. Como já existe a barreira para os animais, a du-plicação da rodovia implicará a diminuição de sua permeabilidadee o aumento no risco de atropelamentos.

A imposição de obstáculos ao livre deslocamento da fauna podeculminar no isolamento reprodutivo de populações animais, alémde influenciar nas populações vegetais que tem suas sementesdispersas pela fauna. Esse impacto está relacionado diretamentecom aumento da largura da rodovia e, por isso, ocorrerá em todoo trecho.

Avaliação do Impacto

Meio Biótico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Curto prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Alta

Importância Alta

Significância Muito Significativo

Medidas Mitigadoras:

ª Implantação de passagens secas para a fauna terrestre,tais como pontilhões e túneis, em áreas que são importantes corre-dores ecológicos na região;

ª Implantação de mecanismos que diminuam a probabili-dade de atropelamentos, tais como redutores de velocidade;

ª Realização de palestras de sensibilização ambiental paraos trabalhadores envolvidos na implantação da rodovia;

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ª Realização de palestras de sensibilização ambiental paraos moradores da área de influência do empreendimento.

ª Realização de campanhas de sensibilização ambiental paraos usuários da rodovia.

D. Afugentamento da fauna

O afugentamento da fauna é um impacto negativo e de ocor-rência inevitável na área de influência do empreendimento. Duran-te a fase de implantação das obras, a circulação de pessoas e o trân-sito de máquinas podem afugentar os animais. Já durante a fase deoperação, o aumento do ruído promovido pelos veículos aumentaráo efeito de afugentamento de animais na área.

Esse impacto está relacionado com o aumento do trânsito narodovia e com o ruído produzido pelo tráfego, estando localizadoem toda sua extensão. Poderá ser intensificado durante a fasede implantação do empreendimento, nas áreas onde estarão os can-teiros de obras e nos trechos onde estarão executando as obrasde duplicação.

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Avaliação do Impacto

Meio Biótico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Curto prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Alta

Importância Média

Significância Significativo

Medidas Mitigadoras

ª Restrição de circulação de pessoas e máquinas;

ª Implantação do Programa de Controle de Supressão deVegetação.

E. Atropelamento de animais

O atropelamento de animais silvestres é um impacto negativoe de ocorrência inevitável na área de influência do empreendimen-to, que começa durante a implantação e estende-se até a operação.Assim como os impactos de efeito de barreira e afugentamento deanimais a abrangência é regional e tem duração permanente.

Esse impacto é diretamente relacionado com o aumento doefeito barreira. Com o aumento da rodovia os atropelamentos serãomais prováveis de acontecer durante a operação, mas durante afase de implantação o risco também aumenta, devido à presençade máquinas.

Não é possível estabelecer a localização precisa desse impac-to, pois os deslocamentos dos animais são imprevisíveis. Porém, po-dem ser citados locais onde se espera maior incidência de atropela-mentos, tendo em vista o nível de conservação dos ambientes emtorno da rodovia.

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Esses locais, normalmente, são próximos dos arroios ou riosque cruzam a rodovia e possuem matas ciliares relativamente maisconservadas e características de ambientes ribeirinhos.

Avaliação do Impacto

Meio Biótico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Curto prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Grande

Significância Muito Significativo

Medidas Mitigadoras

Utilização de sinalização e redutores de velocidade. Implan-tação de Programa de educação ambiental e monitoramentode fauna.

Meio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio Socioeconômico

A. Geração de emprego e renda

A implantação ou duplicação de rodovias éum empreendimento com elevado grau de geraçãode empregos. Os postos de trabalho ofertados ocu-pam em especial a mão-de-obra de operários, con-siderada como mão-de-obra não qualificada ousemi-qualificada, embora também sejam geradosempregos especializados.

A geração de empregos representa um rele-vante benefício social, caracterizado como sendode grande magnitude no contexto socioeconômicoregional, sendo de ocorrência certa.

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A oferta de empregos irá beneficiar os trabalhadores da re-gião de influência do empreendimento, gerando renda familiar eincrementando a economia local, dado o fundamental efeitomultiplicador deste setor. Apesar do dinamismo que caracteriza aeconomia regional (em especial a Região Metropolitana de PortoAlegre e a região de Pelotas), a geração de novos empregos, aindaque temporários, gera uma diversificação nas atividades econômi-cas de significativa importância.

Esse impacto positivo propicia, de imediato, uma queda noíndice de desemprego e aumento da renda individual e familiardos trabalhadores. O aumento da renda tende a gerar melhoria daqualidade de vida familiar, através de maior acesso aos bensde consumo.

Em complemento, ainda deve-se mencionar a geração de em-pregos indiretos, embora de difícil quantificação, sobretudo nos se-tores de apoio ao empreendimento, tais como: transporte, alimen-tação, máquinas e equipamentos, combustíveis e outros.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Positivo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Pequena

Significância Significativo

Medida Mitigadora e/ou Compensatória

Os municípios da região certamente dispõem de grande partedo contingente necessário para os cargos e postos de trabalho ge-rados pela duplicação da BR 116. Porto Alegre e Pelotas, cidadesimportantes situadas nas duas “pontas” do trecho a ser duplicado,

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certamente acabarão por centralizar essas demandas. Entretanto,outros municípios menores também podem ser considerados quan-do da contratação de mão-de-obra.

A medida que poderá ser tomada para potencializar esse im-pacto positivo é o registro de mão-de-obra qualificada e não qua-lificada de trabalhadores residentes e de pequenas empresas loca-lizadas nos municípios da Área de Influência, em parceria com as-sociações comunitárias, ONGs e órgãos públicos. Esse registro po-derá ser um dos itens do Programa de Comunicação Social. Dessaforma, os municípios podem se tornar parceiros e não concorren-tes quando se trata da oferta de postos de trabalho.

Dessa forma, a mão-de-obra local deverá ter preferência nacontratação pelas empresas responsáveis pela duplicação daBR - 116/RS. Uma vez que o empreendedor prioriza a mão-de-obralocal, consegue evitar o incremento de custos originados pela trans-ferência de trabalhadores de outras regiões e, por esse motivo, oimpacto positivo poderá ser potencializado.

Outra medida para potencialização desse impacto são os cur-sos de treinamento e outras qualificações que a mão-de-obra con-tratada porventura venha a ter no decorrer da obra e no momentoda dispensa. O treinamento da mão-de-obra permite que o traba-lhador procure empregos mais qualificados e, por conseqüência,com melhor remuneração.

B. Incremento da economia regional

A geração de empregos e a respectiva massa salarial a serauferida pelos trabalhadores vão beneficiar vários setores econô-micos locais e regionais, com ênfase as atividades de comércio (ali-mentação, vestuários, calçados, móveis e utensílios do lar, materi-ais de construção e reparação, farmácias), bem como setores deserviços (higiene pessoal, restaurantes, lanchonetes, lazer) os quaisserão diretamente beneficiados ao longo da execução das obras.Ao longo do trecho já implantado da BR 116, é possível verificara existência de comércio e serviços de atendimento aos usuáriosda rodovia.

Considerando-se a localização e a inserção do empreendimentono contexto regional, pode-se afirmar que diversos setores da eco-nomia serão diretamente beneficiados com a duplicação da BR 116.

É necessário lembrar ainda que a injeção desses recursos fi-nanceiros - salários e investimentos - nas atividades econômicas lo-cais e regionais também contribuirão para o aumento da arrecada-ção de impostos. Isso permitirá aos governos locais dispor de maisrecursos para investir em educação, saúde e infra-estrutura, aumen-tando a oferta de serviços públicos, com a conseqüente melhoria nobem-estar da população.

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Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Positivo

Forma Indireto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Médio prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Média

Magnitude Média

Importância Pequena

Significância Significativo

Medida Potencializadora

Uma das medidas apropriadas para potencializar os efeitosbenéficos sobre as atividades econômicas locais e regionais consistena ampla conscientização dos trabalhadores da obra e de suas famí-lias, do empreendedor e também dos empreiteiros responsáveis pelaconstrução civil da importância de se valerem de estabelecimentoslocalizados nos municípios da área de influência do projeto para osuprimento das suas necessidades, beneficiando e incentivando dessaforma as atividades produtivas e de serviços locais e regionais.

C. Interferência no fluxo de veículos e pedestres e modifi-cação da malha viária

As atividades de implantação necessárias à duplicação daBR - 116/RS exigirão a movimentação de veículos leves e pesadosbem como o transporte de máquinas e equipamentos geralmentenecessários à execução de obras civis de tal porte. A intensificação

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do tráfego de veículos lentos e máquinas de grande porte representaum aumento do fluxo, um impacto adverso e temporário que preju-dicará a qualidade de vida dos usuários das rodovias e estradasvicinais próximas ao empreendimento.

Uma vez que os veículos lentos e as máquinas de grande portesejam inseridos no escopo da obra, o fluxo deverá retornar aos pata-mares anteriores, ampliando-se o tráfego apenas com a movimenta-ção temporária (fase de construção) de caminhões necessários parao transporte de insumos (ferro, aço, cimento, brita, trilhos, lastros,dormentes, combustíveis) necessários às obras civis. Esse impacto érelevante, principalmente ao considerarmos as comunidades próxi-mas ao empreendimento, as estradas seccionadas pela rodovia e assedes comunitárias.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

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Medida Mitigadora e/ou Compensatória

É importante que já na fase de construção, sejam tomadas asmedidas necessárias para a correta implantação dos acessos já pre-vistos no projeto de duplicação da BR - 116/RS.

A minimização desse transtorno também deverá contar comum amplo serviço, através da implantação de Programa de Comuni-cação Social para informar, esclarecer e orientar a população huma-na residente ao longo do traçado de implantação do projeto sobreas implicações da implantação da rodovia.

D. Ocorrência de acidentes

A circulação de veículos e de maquinário necessário para a im-plantação do empreendimento poderá causar acidentes e atropela-mentos, envolvendo os trabalhadores da obra e a população resi-dente nas Áreas Diretamente Afetada e de Influência Direta.

Nas entrevistas realizadas com moradores da área de influên-cia, a principal preocupação era o aumento do risco de acidentes eatropelamentos com a duplicação da BR - 116/RS.

Outro aspecto desse impacto negativo abrange o risco de aci-dentes com animais domésticos, uma vez que a rodovia passa porvários aglomerados urbanos e sedes municipais. A posse responsá-vel de animais domésticos pode ser um dos itens a ser abordadopelo Programa de Comunicação Social.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Alta

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

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Medida Mitigadora e/ou Compensatória

Durante a fase de construção haverá aumento do fluxo de ve-ículos leves e pesados, além da movimentação de máquinas e equi-pamentos necessários à implantação do empreendimento, fato esseque irá apresentar transtornos temporários para os habitantes loca-lizados ao longo do traçado previsto para a rodovia.

Para minimizar os transtornos temporários devem ser adotadasmedidas adequadas à interferências dessa natureza, dentre elas:

ª orientação aos motoristas para a condução e procedimen-tos adequados no tráfego de veículos, máquinas e equipamentos degrande porte;

ª sinalização adequada quanto a situações de risco, peri-go, desvios, contornos;

ª adoção de normas para a redução de velocidade em pon-tos críticos que representam potencial de ocorrência de acidentes;

ª cuidados especiais deverão ser adotados para locais demaior movimentação de pessoas, em especial nas imediaçõesde escolas.

E. Alteração da qualidade de vida da população

A instalação e utilização do acampamento pelos trabalhado-res e os serviços específicos da obra geram alterações inerentes naspequenas aglomerações, como a produção de detritos orgânicos,recicláveis, químicos e efluentes sanitários. A disposição e o acúmulodesses detritos e efluentes em locais inadequados contribui para apossível proliferação de vetores de doenças, como ratos e insetos,bem como para a poluição dos córregos da região.

Esses problemas podem acarretar no comprometimento da saú-de da população da Área Diretamente Afetada e de InfluênciaDireta. Vale observar que os locais para disposição dos resíduos só-lidos, na maioria das cidades do trecho, estão se adaptando aosparâmetros exigidos para obras com essa finalidade, excetuando-seas sedes urbanas.

Como se trata de uma rodovia já existente, poucos entrevista-dos se mostraram preocupados com o ruído e as vibrações inerentesa esse tipo de via, em se tratando das obras de duplicação.

Entretanto, as obras de duplicação também podem acarretarno incômodo sonoro da população das Áreas Diretamente Afetadae de Influência Direta. A poluição atmosférica, presente na maioriadas atividades da fase de implantação do projeto resulta em proble-mas de saúde da população do entorno da obra, especialmente pró-ximo à escolas, postos de saúde, aglomerados urbanos e rurais esedes municipais.

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Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Médio

Magnitude Média

Importância Pequena

Significância Pouco Significativo

Medida Mitigadora e/ou Compensatória

Para este impacto é necessária a adoção de medidasmitigadoras, com a remoção periódica dos detritos gerados pela obrae pelos trabalhadores, bem como o acompanhamento da disposi-ção dos mesmos em aterros sanitários adequados.

Em relação a poluição sonora é necessária a adoção de algu-mas medidas, sendo observados os horários normais de funciona-mento das máquinas, com manutenção periódica do maquinário,que deve estar dentro dos padrões técnicos exigidos.

A implantação do Programa de Comunicação Social, atravésdo qual a população tenha facilidade para se comunicar como empreendedor pode auxiliar no processo. Através do contatocom as comunidades, o empreendedor também poderá evitar situ-ações de conflito e avaliar constantemente quais os incômodoscausados pela obra, os quais interferem com a qualidade de vidada população.

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Deverá ocorrer um controle efetivo dos principais vetores dedoenças, com monitoramento constante, inclusive nas propriedadesao longo do traçado, para evitar a deposição de resíduos. Os traba-lhadores deverão se submeter a exames admissionais, demissionais eperiódicos para detecção de qualquer tipo de doença.

F. Aumento do fluxo populacional para a região

A geração de postos de trabalho associada ao dinamismo daeconomia local tende a gerar fluxo populacional para a região. Cabesalientar que esse tipo de fluxo é comum em obras desse porte repre-sentando, porém, um impacto negativo, pois essa mobilidade nãoé planejada.

Esse impacto tem como prováveis conseqüências: pressão pormoradia popular, ocorrência de ocupações irregulares, ocorrência deDST, doenças endêmicas e epidêmicas, ampliação das demandas porserviços sociais (educação, saúde, saneamento básico) e aumento daviolência urbana.

Entretanto é importante ressaltar que os municípios e nvolvidosjá dispõem desse contingente de trabalhadores, não sendo necessá-ria a contratação de mão-de-obra de pessoas de outros municípios.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Indireto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Regional

Temporalidade Médio prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Reversível

Probabilidade Médio

Magnitude Médio

Importância Médio

Significância Significativo

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Medida Mitigadora e/ou Compensatória

A contratação de mão-de-obra local poderá ser uma medidaque mitigue esse impacto, restringindo o afluxo para a região umavez que os municípios já possuem esse contingente de trabalhado-res. As empresas construtoras deverão priorizar a mão-de-obra local,divulgando imediatamente o preenchimento dos quadros funcionaisem locais apropriados para tal.

G. Alteração e/ou destruição de sítios arqueológicos

Poderá haver impactos ao patrimônio cultural, histórico e arque-ológico, associados ás atividades necessárias para a duplicação da ro-dovia, especialmente naquelas que interferem na topografia e na es-trutura do solo. Como a profundidade da interferência é variável,poderão ocorrer alterações ou destruições de sítios arqueológicos.

O diagnóstico arqueológico apontou a probabilidade de altaincidência nos municípios da área de influência, com a ocorrênciade inúmeros sítios arqueológicos registrados, especialmente no mu-nicípio de Camaquã. Com a duplicação da BR - 116/RS, a profundi-dade das alterações do solo pode revelar sítios arqueológicosnão mapeados.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Implantação

Abrangência Local

Temporalidade Curto prazo

Duração Temporário

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Médio

Magnitude Médio

Importância Médio

Significância Significativo

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Medida Mitigadora

Para esse impacto, a medida é a implantação do Programa deProspecção e Resgate, com acompanhamento de profissionais nasatividades relacionadas à implantação da rodovia.

H. Melhoria do tráfego e aumento da segurança dos usuários

O impacto positivo mais significativo desse empreendimento éa própria duplicação da BR - 116/RS. Dessa forma, esse incrementona infra-estrutura de transporte estabelece condições favoráveis paraa segurança dos usuários e melhoria do fluxo de veículos.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Positivo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Operação

Abrangência Regional

Temporalidade Longo prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Grande

Importância Pequena

Significância Significativo

Medida Potencializadora

A medida potencializadora para esse impacto positivo é a di-vulgação de informações de modo sistemático nos principais veícu-los de comunicação, sobre a finalidade de implantação da obra.

I. Interferências com comunidades indígenas

Ao longo da BR - 116/RS estão localizadas Terras Indígenas (TIs)já demarcadas pela FUNAI – Fundação Nacional do Índio.

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Foram localizadas duas Terras Indígenas diretamente afetadas(ADA) pelas obras: TI Águas Brancas (município de Arambaré) e TIPonta da Formiga (município de Tapes). Já na área de influência dire-ta (AID) da duplicação foram identificadas as TI Cantagalo, nos mu-nicípios de Viamão e Porto Alegre, e a TI Pacheca, esta última locali-zada em Camaquã.

Além das TIs demarcadas, outros agrupamentos (acampamen-tos) indígenas, localizados na área lindeira do traçado, reivindicam ademarcação de suas terras. As áreas indígenas reivindicadas são a TIEstiva (em Viamão), Lomba do Pinheiro (em Porto Alegre) e Kapi’iovy (em Pelotas).

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Instalação e Operação

Abrangência Local

Temporalidade Longo prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

Medida Mitigadora

Sendo estas áreas legalmente protegidas, este caso requer nego-ciações especiais entre o empreendedor (DNIT), FUNAI e os própriosindígenas, na busca de soluções específicas.

J. Interferências com o uso e ocupação da terra

A região do empreendimento é bastante heterogênea no que serefere a sua ocupação. Existem grandes propriedades dedicadas à pe-cuária extensiva, reflorestamento e rizicultura.

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Por se tratar de rodovia já implantada, existem ainda várias ocu-pações na faixa de domínio, ou mesmo áreas serem desapropriadas.

Avaliação do Impacto

Meio Socioeconômico

Natureza Negativo

Forma Direto

Fase de Ocorrência Instalação e Operação

Abrangência Local

Temporalidade Longo prazo

Duração Permanente

Reversibilidade Irreversível

Probabilidade Alta

Magnitude Média

Importância Média

Significância Significativo

Medida Mitigadora

Como medida mitigadora será implantado o Programa de apoioa realocação da população diretamente afetada.

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Programas ambientaisProgramas ambientaisProgramas ambientaisProgramas ambientaisProgramas ambientais

A implantação de um projeto como a duplicação daBR - 116/RS requer de seus empreendedores cuidados de pro-teção, manejo e recuperação do meio ambiente. Para isso énecessária a elaboração dos Programas Ambientais.

Esses programas são destinados a garantir a execução dasmedidas mitigadoras e compensatórias, além do acompanha-mento de todo o processo de operação da rodovia, ou seja, oMonitoramento Ambiental.

Na elaboração dos programas são definidos ações e prazos,além do comprometimento do empreendedor com as medidas pro-postas. Nunca é demais lembrar que medidas mitigadoras são aque-las que visam a diminuir os impactos ambientais e medidas com-pensatórias são aquelas que são utilizadas para compensar os im-pactos inevitáveis.

Os programas ambientais elaborados para a mitigação de im-pactos têm sua duração vinculada ao término da obra, já os progra-mas que objetivam a compensação dos impactos ambientais podemter medidas e ações permanentes, como por exemplo, a criação deunidades de conservação.

A duplicação de uma rodovia é um empreendimento dinâmi-co, onde várias etapas são implementadas paralelamente. Portanto,os programas aqui propostos estarão em andamento independen-temente do cronograma geral da obra, mas andarão conforme asdiversas fases comuns à implantação do projeto.

De forma a tornar viável a implantação dos programasambientais, sem tratar de assuntos afins com programas distintos,serão criados subprogramas ambientais. Isso diminuirá o número deprogramas e facilitará o acompanhamento das ações e medidas de-finidas para a mitigação e compensação ambiental.

A responsabilidade pela execução dos programas é do DNIT,pois as medidas mitigadoras e compensatórias devem ser de respon-sabilidade do empreendedor. Contudo, as parcerias com o governomunicipal, estadual e federal, e, ainda, com empresas e instituiçõesde ensino, devem ser buscadas.

Programa de gestão e supervisão ambientalPrograma de gestão e supervisão ambientalPrograma de gestão e supervisão ambientalPrograma de gestão e supervisão ambientalPrograma de gestão e supervisão ambiental

A duplicação da BR - 116/RS está associada a impactosambientais distintos nas fases de implantação e operação. Paraminimizar e evitar esses impactos os especialistas propõem um con-junto de medidas mitigadoras e programas ambientais.

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Tendo em vista garantir a qualidade e o cumprimento dessesprogramas os técnicos elaboraram o Sistema de Gestão Ambiental,que permitirá uma integração das ações ambientais às das obras,segundo procedimentos e acompanhamento específicos, com obje-tivo de controlar e minimizar os impactos já identificados.

Dessa forma, a transparência de ações, o bom relacionamentocom as comunidades, a tomada de uma postura ambientalmentesaudável, a permanente preocupação com a qualidade de seus pro-cessos e serviços, assim como a garantia da segurança do homem eda propriedade fazem com que a preocupação com as questõesambientais deixem de ser apenas uma exigência legal e passem a serincorporadas ao projeto.

O objetivo básico do programa é o de garantir que o empreen-dimento tenha uma condução ambiental adequada feita por meiode procedimentos que disponham de mecanismos eficientes para aexecução e controle das ações ambientais. A finalidade principal doPGA é assegurar o padrão de qualidade ambiental desejado duran-te as fases de implantação e operação do empreendimento.

O programa é voltado para os trabalhadores da obra eprestadores de serviços, bem como a comunidade em geral. Os be-nefícios gerados pela correta execução do PGA garantem qualidadeambiental e melhores condições de trabalho dos envolvidos direta-mente com as obras.

O PGA tem independência operacional do sistema em relaçãoàs obras propriamente ditas, com capacidade de tomar as decisõesreferentes à execução das ações ambientais com ampla autonomia.

O PGA será constituído por duas equipes: Equipe de Supervi-são Ambiental das Obras e Equipe de Acompanhamento dos Planose Programas, não vinculados diretamente à obra, as quais serão in-terligadas por um Coordenador Geral, que será o responsável pelogerenciamento das duas equipes, desempenhando também o papelde canal de comunicação entre o empreendedor, o sistema delicenciamento ambiental e as comunidades locais.

O programa permanecerá ao longo de todo o período do em-preendimento, ou seja, nas fases de pré-obras, obras e operação.Serão contratadas equipes de trabalho e definidas as atividades eresponsabilidades de cada integrante.

Serão realizadas atividades de levantamento e coleta de da-dos, tanto primários quanto secundários, para elaboração dos pro-gramas, para que estes atendam da melhor maneira possível àsexigências ambientais e sejam executados de forma a causar o me-nor impacto possível.

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Na fase de implantação do PGA o marco inicial é a instalaçãodo canteiro de obras. Nessa etapa do empreendimento serão im-plantados os diversos programas propostos para o controle ambientalda obra. Serão realizadas vistorias periódicas com elaboração de re-latórios de andamento das atividades, bem como reuniões periódi-cas para acompanhamento das obras além da proposição de medi-das corretivas, quando necessárias.

À época da emissão da Licença de Instalação (LI), obrigatoria-mente, os programas deverão ser implantados e os monitoramentosestarão em andamento. Os programas ambientais são requisitos bá-sicos no processo de licenciamento ambiental.

Plano ambiental para a construçãoPlano ambiental para a construçãoPlano ambiental para a construçãoPlano ambiental para a construçãoPlano ambiental para a construção

Determinadas etapas do processo construtivo geram danos aomeio ambiente e atingem tanto os trabalhadores quanto as popula-ções locais, tendo como resultado, a diminuição da qualidade devida durante a implantação do empreendimento. Esses impactospodem ser facilmente minimizados e até mesmo eliminados, quan-do são tomadas as providências necessárias durante o andamentodas obras, garantindo-se o bem estar daqueles que estão direta eindiretamente ligados ao empreendimento.

O plano indica um conjunto de ações a serem seguidas peloempreendedor e empreiteiros durante a execução das atividadesconstrutivas e cria uma rotina de monitoramento dessas atividades.

As medidas previstas não afetam diretamente o público, po-rém indiretamente as comunidades localizadas nas proximidades dasáreas de extração e na frente de obras podem ser consideradas comoalvo do programa, bem como os operários ligados à implantaçãodo empreendimento.

O programa disciplinará as atividades realizadas pelos ope-rários, no sentido de minimizar os impactos gerados pelos seguin-tes equipamentos:

ª Extração de material de construção para uso direto naconstrução civil;

ª Transporte de material de construção;

ª Construção dos aterros;

ª Formação de taludes em cortes de estrada;

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ª Implantação de canteiro de obras;

ª Implantação de Obras de Arte Especiais.

O acompanhamento e avaliação do programa serão realiza-dos pela Supervisão Ambiental da Obra em conjunto com os órgãosambientais licenciadores da esfera federal e estadual.

Programa de prevenção e controle do processoPrograma de prevenção e controle do processoPrograma de prevenção e controle do processoPrograma de prevenção e controle do processoPrograma de prevenção e controle do processoerosivoerosivoerosivoerosivoerosivo

O Programa de Controle de Processos Erosivos deverá cuidardas condições ambientais dos terrenos expostos que sofreram alte-rações no relevo e no sistema natural de drenagem, ao longo dafaixa de domínio.

Serão criados mecanismos que diminuam a possibilidade deformação de processos erosivos e controlem a movimentaçãode terra, eliminando os processos erosivos causados pelas ativida-des construtivas e pelos passivos ambientais ao longo do trecho aser duplicado.

Programa de gerenciamento de resíduos sólidosPrograma de gerenciamento de resíduos sólidosPrograma de gerenciamento de resíduos sólidosPrograma de gerenciamento de resíduos sólidosPrograma de gerenciamento de resíduos sólidose efluentes líquidose efluentes líquidose efluentes líquidose efluentes líquidose efluentes líquidos

A implantação de um empreendimento como a duplicação daBR116/RS gera resíduos sólidos e efluentes. Efluentes são produtoslíquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou provenientes dosesgotos domésticos. Podem ser lançados no meio ambiente, trata-dos ou não.

A legislação ambiental brasileira, por meio de resoluções, dis-ciplina a destinação final desses resíduos. O ambiente de obra deveadequar-se a uma rotina de trabalho que atenda a essa legislação,no sentido de minimizar o impacto da obra sobre o meio ambiente.

O objetivo do programa é criar mecanismos na rotina de tra-balho da obra para o controle da destinação final dos resíduos sóli-dos e efluentes líquidos. Serão criados locais para a destinação finalde resíduos sólidos e construídas fossas sépticas.

O programa tem como público-alvo as comunidades que resi-dem nos municípios atravessados pelas obras de duplicação, umavez que a geração de resíduos e efluentes oferece pressão sobre osaterros sanitários e lixões.

Serão classificados os tipos de resíduos produzidos pela obra esua destinação será realizada de forma conforme a legislação.

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O programa seguirá as seguintes etapas:

ª Classificação dos resíduos;

ª Criação de locais para a separação de resíduos segundoa legislação;

ª Correta destinação dos resíduos.

O programa possui relação com outros relacionados à educa-ção ambiental, uma vez que busca a criação de rotinas para os traba-lhadores e encarregados da obra.

O acompanhamento e avaliação do programa serão realizadospela Supervisão Ambiental da Obra, em conjunto com os órgãosambientais licenciadores da esfera federal e estadual.

Programa de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle deruídos durante a fase de instalação doruídos durante a fase de instalação doruídos durante a fase de instalação doruídos durante a fase de instalação doruídos durante a fase de instalação doempreendimento.empreendimento.empreendimento.empreendimento.empreendimento.

O programa visa à redução da emissão de ruídos por parte domaquinário que a obra utiliza, prevendo o uso de Equipamentos deProteção Individual (EPI) por parte dos operários. Além disso, o pro-grama também é voltado para a população que reside nas proximi-dades das obras de duplicação.

Para a execução do programa será realizado um monitoramentodas áreas de maior emissão de ruídos, realizado em campanhas peri-ódicas, e fiscalização do uso de EPI por parte dos operários.

As etapas para a implementação do programa são:

ª Cadastro dos locais de maior emissão de ruído;

ª Execução de medidas para a diminuição da pressão so-nora nos locais de maior emissão de ruídos;

ª Distribuição e fiscalização do uso de EPI.

A necessidade de uso de EPI por parte dos operários poderá serabordada por meio de palestras ou seminários.

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Programa de monitoramento e controle daPrograma de monitoramento e controle daPrograma de monitoramento e controle daPrograma de monitoramento e controle daPrograma de monitoramento e controle dapoluição atmosférica durante a fase de instalaçãopoluição atmosférica durante a fase de instalaçãopoluição atmosférica durante a fase de instalaçãopoluição atmosférica durante a fase de instalaçãopoluição atmosférica durante a fase de instalaçãodo empreendimentodo empreendimentodo empreendimentodo empreendimentodo empreendimento

O programa visa a diminuir a emissão de poluentes atmosféri-cos. O controle da poluição atmosférica é importante para a manu-tenção do ambiente de obra, bem como das habitações localizadasnas proximidades da obra e das áreas de apoio, tais como pedreiras ecaixas de empréstimo.

Serão criadas rotinas de trabalho e mecanismos para orientaçãodos operários com o intuito de diminuir ao máximo a emissão depoluentes para a atmosfera. Isso será feito por meio da diminuição daemissão de material particulado, de equipamentos para aspersão deágua e de ambientes para a manutenção de veículos.

Os públicos alvos são os operários da obra e a população lindeiraàs obras. O programa criará rotinas de trabalho para diminuir a polui-ção atmosférica gerada pela obra, contando com as seguintes etapas:

ª Localização de setores de maior emissão de materialparticulado;

ª Localização dos pontos críticos de emissão de gases;

ª Implementação das medidas mitigadoras.

Programa de recuperação de áreas degradadasPrograma de recuperação de áreas degradadasPrograma de recuperação de áreas degradadasPrograma de recuperação de áreas degradadasPrograma de recuperação de áreas degradadase passivos ambientaise passivos ambientaise passivos ambientaise passivos ambientaise passivos ambientais

Um programa de recuperação das áreas degradadas deve ser vol-tado para as áreas atingidas diretamente pelas atividades de constru-ção da rodovia, além daquelas que atualmente estão em franco pro-cesso de degradação. Portanto, serão criados mecanismos para a recu-peração das áreas degradadas.

As áreas de empréstimo e áreas de drenagem, ou seja, todas asáreas de intervenção mais intensiva, deverão ter a sua vegetação repos-ta. O material genético resgatado em etapas anteriores subsidiará asatividades de plantio e semeadura direta, produção de mudas em vi-veiro e o plantio de mudas.

Haverá a recuperação de todas as áreas degradadas ou em pro-cesso de degradação e de passivos ambientais associados ao empreen-dimento. O programa apresentará uma série de medidas que compo-rão as seguintes etapas:

ª Mapeamento das áreas degradadas e de passivos ambientais;

ª Definição do projeto de recuperação;

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Programa de monitoramento da qualidadePrograma de monitoramento da qualidadePrograma de monitoramento da qualidadePrograma de monitoramento da qualidadePrograma de monitoramento da qualidadeda águada águada águada águada água

O programa prevê estudos de qualidade de água dos princi-pais rios que cruzam o empreendimento ou que contribuem paramananciais utilizados no abastecimento público das comunidadespróximas. O monitoramento da qualidade de água visa atender osseguintes objetivos básicos:

ª Obtenção de informações para realizar o diagnósticomais completo possível das bacias no trecho sob influênciado empreendimento;

ª Verificação da qualidade das águas antes, durante e apósas obras;

ª Sugerir ao empreendedor medidas eficazes de controleambiental.

O monitoramento da qualidade das águas que serão intercep-tadas pelas obras de duplicação visa a minimizar os impactos sobreos cursos d’água durante o período de implantação da obra.

Será realizada uma etapa de coleta de água em cursos previa-mente determinados pela coordenação do programa. De posse des-tes dados, será realizado monitoramento das drenagens intercepta-das, com o objetivo de verificar possíveis alterações decorrentesdas obras.

As etapas de execução do PMQA são:

ª Determinação das drenagens a serem realizadas ascoletas;

ª Coletas para a definição do “background”;

ª Monitoramento com coletas periódicas.

Programa de monitoramento de faunaPrograma de monitoramento de faunaPrograma de monitoramento de faunaPrograma de monitoramento de faunaPrograma de monitoramento de faunae bioindicadorese bioindicadorese bioindicadorese bioindicadorese bioindicadores

Os objetivos do Programa de Monitoramento de Fauna são:

ª Enriquecer o banco de dados da fauna da região, consi-derando aqueles obtidos nas campanhas de diagnóstico, obtendoum quadro mais completo da estrutura das comunidades, por meiode levantamentos da fauna de peixes, anfíbios, répteis, avese mamíferos;

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ª Identificar ambientes utilizados como refúgio, sítios dealimentação, dessedentação e reprodução pela fauna terrestre naárea de influência do empreendimento, mapeando e avaliandoseus habitats;

ª Monitorar os indicadores de composição, riqueza, diver-sidade, equidade e dominância entre as espécies que compõem ascomunidades da fauna na área de influência do empreendimento;

ª Avaliar parâmetros populacionais das espécies e identifi-car potenciais ameaças;

ª Promover a conservação das espécies ameaçadas;

ª Compor parcerias e estratégias de ação junto à comuni-dade local para obter sucesso no programa, e assim prevenira perda de biodiversidade em decorrência da implantaçãodo empreendimento.

Serão realizados monitoramentos e a elaboração dos relatóri-os de andamento ao término de cada campanha, contendo a sínte-se dos dados obtidos e a análise integrada das informações.

O alvo do Programa Monitoramento de Fauna é a área de in-fluência direta da duplicação da BR - 116/RS.

O Programa de Monitoramento de Fauna contempla uma ava-liação sazonal das populações da fauna por meio de campanhastrimestrais. Os grupos estabelecidos para o monitoramento são ospeixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Os pontos de amostragem estabelecidos para osmonitoramentos são as áreas mais conservadas ao longo da área deinfluência do empreendimento, sendo também os mesmos locaisavaliados na elaboração do EIA.

As etapas do Programa de Monitoramento de Fauna são:

ª pedido de l icença de fauna para realização dosmonitoramentos;

ª realização de campanhas de monitoramento de faunatrimestrais, que deverão ser iniciadas durante a implantação doempreendimento com duração de dois anos;

ª elaboração de relatórios de andamento ao término decada campanha de monitoramento.

O Programa de Monitoramento de Fauna deverá iniciar suasatividades durante a implantação do empreendimento, esten-dendo-se por dois anos com realização de campanhas trimes-trais. Os relatórios das campanhas deverão ser entregues doismeses após o término das mesmas.

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Programa de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle dePrograma de monitoramento e controle deatropelamento da faunaatropelamento da faunaatropelamento da faunaatropelamento da faunaatropelamento da fauna

Muitas espécies de animais silvestres utilizam as estradasem seus deslocamentos diários, estando sujeitas a serem mortaspor veículos motorizados. Tendo em vista tratar-se de um ambi-ente no qual a taxa de mortalidade é naturalmente elevada, asrodovias exercem forte ação de filtragem sobre a fauna, se tra-tando de um agente seletivo bastante atuante.

A ação seletiva dá-se em todos os grupos e classes de ta-manho. Os atropelamentos são um importante fator de morta-lidade para aproximadamente 2,5% das espécies ameaçadas noRio Grande do Sul.

O processo de duplicação de rodoviasé usualmente acompanhado por um aumen-to na freqüência de acidentes envolvendo afauna que habita os trechos adjacentes àsestradas. Isso acontece porque aumenta oefeito barreira, ou seja, a área a ser trans-posta pelos animais.

A mitigação deste tipo de impacto éusualmente realizada pela implantação deestruturas que facilitem de forma segura atravessia ou impeçam a passagem da faunapela rodovia, sendo que a necessidade deuso e o sucesso destes mecanismos encon-tram-se diretamente correlacionados com otipo de fauna impactada pela estrada.

A mitigação dos atropelamentos está baseada na implanta-ção de túneis, pontes, cercas, refletores e placas de sinalização. Aintegração de dados reunidos nos diversos estudos consultados per-mite traçar algumas diretrizes gerais que devem nortear a escolha ea instalação de mecanismos de mitigação de atropelamentos, comoapresentado a seguir:

ª Mecanismos de transposição devem ser implantados, prefe-rencialmente, em locais onde a cobertura florestal ou declives ocorramnos dois lados da rodovia;

ª Túneis devem ser instalados em áreas distantes dos centrosurbanos e demais locais que representem fontes de ruídos;

ª Devem ser implantados diversos túneis, no sentido de seadequarem à distribuição natural das populações;

ª Uma linha de espécies arbóreas gera uma barreira visual,enquanto muros auxiliam reduzindo ruídos;

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ª Túneis devem ser acompanhados por cercas;

ª Túneis largos são mais eficientes que túneis estreitos;

ª Túneis pequenos podem aumentar muito os ruídos;

ª Túneis devem ser concebidos objetivando adequá-los àsespécies mais sensíveis do local;

ª A criação de um corredor de vegetação conduzindo o ani-mal ao túnel é uma ferramenta útil em áreas nas quais existam frag-mentos florestais próximos, porém não adjacentes, à estrada.

Considerando que o sucesso do mecanismo de transposição e asbarreiras dependem diretamente do tipo de organismo existente na áreaestudada, o diagnóstico do quadro de atropelamentos de uma rodoviana fase anterior à sua duplicação.

Trata-se de uma ferramenta importante para a elaboração de prog-nósticos ambientais, bem como para viabilizar a tomada de decisão noprocesso de elaboração e disposição espacial de estruturas de transpo-sição de fauna (“passabichos”) ou de barreiras (cercas) que visam aminimizar os impactos gerados pelos atropelamentos.

Os objetivos do programa, cuja ênfase é no entorno de uni-dades de conservação,são:

ª Realizar um inventário das espécies de vertebrados terres-tres (anfíbios, répteis, aves e mamíferos) atropelados na rodovia, bemcomo a abundância dos óbitos;

ª Enriquecer o banco de dados da fauna da região, conside-rando aqueles obtidos nas campanhas de diagnóstico e demonitoramento;

ª Identificar os trechos da rodovia onde há o maior númerode atropelamentos de fauna;

ª Localizar os principais pontos de travessia de fauna;

ª Identificar os pontos mais adequados para a implantaçãode mecanismos que venham a reduzir os atropelamentos da fauna naárea em estudo;

ª Identificar e planejar as melhores estratégias para a mitigaçãodos impactos gerados pela duplicação da rodovia sobre a fauna;

ª Monitorar o uso das passagens de fauna implantadasna rodovia.

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A realização dos monitoramentos com a metodologia sugerida ea elaboração dos relatórios de andamento ao término de cada campa-nha, contendo a síntese dos dados obtidos e análise integrada das in-formações, é o principal indicador do programa.

O alvo do programa é a área de influência direta da duplicação daBR - 116/RS.

Com vista ao melhor desenvolvimento e alcance dos objetivospropostos, o programa de Monitoramento será dividido em duas eta-pas, uma durante a implantação do empreendimento e outra durantesua operação.

Na primeira etapa, serão realizados inventários da fauna atrope-lada, que trarão subsídios para definição dos trechos mais críticos paraos animais e locais mais utilizados para travessias. Com esses dadosserá possível a proposição de locais de mecanismos que venham a re-duzir os atropelamentos da fauna na área em estudo.

Na segunda etapa do programa, será avaliada a efetividade dosmecanismos propostos e instalados na rodovia, por meio demonitoramentos direcionados.

As etapas do programa são:

ª pedido de licença de fauna para realização das coletas deanimais atropelados e realização dos monitoramentos;

ª realização de oito campanhas de inventário da faunaatropelada, que deverão ser iniciadas durante a implantaçãodo empreendimento;

ª elaboração de relatórios de andamento ao término de cadacampanha de inventário de fauna atropelada.

ª realização de quatro campanhas de monitoramento daspassagens de fauna, que deverão ser iniciadas durante a operaçãodo empreendimento;

ª elaboração de relatórios de andamento ao término decada campanha de monitoramento das passagens de fauna.

O programa deverá iniciar suas atividades durante a implanta-ção do empreendimento, estendendo-se até um ano de sua opera-ção. Os relatórios das campanhas deverão ser entregues dois mesesapós o término das atividades.

O acompanhamento e avaliação das atividades do programaserão realizados por intermédio de relatórios entregues dois mesesapós o término das campanhas de campo.

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Programa de Programa de Programa de Programa de Programa de cccccontrole de ontrole de ontrole de ontrole de ontrole de sssssupressão deupressão deupressão deupressão deupressão devvvvvegetaçãoegetaçãoegetaçãoegetaçãoegetação

A duplicação de uma rodovia gera intervenções nas popula-ções de fauna e flora presentes na área de influência direta devidoa diversos fatores, tais como: a supressão da vegetação para a cons-trução dos canteiros de obras, manutenção, conservação e opera-ção rodoviária.

Esses espaços abrangem a mobilização de maquinaria refe-rente às obras de pavimentação, áreas de jazida, empréstimose bota-foras, desvios, caminhos de serviço, além dos pontosdestinados aos acampamentos das empreiteiras e dos trajetosprogramados para os veículos de transporte de pessoal emateriais envolvidos.

Devido a essas intervenções em áreas naturais preservadas éfundamental traçar estratégias para a conservação dos diversos gru-pos de fauna terrestre e flora local. As fases de desmatamento sãoos momentos mais críticos para a fauna e flora, pois há supressãode habitats gerado pelo corte da vegetação.

Por esse motivo é necessário o adequado planejamento dodesmatamento para que os animais presentes na área suprimidapossam se deslocar para outras áreas, e se necessário, proceder àcaptura da fauna que não consiga deslocar-se sozinha.

O objetivo principal do programa é reduzir o impacto geradopela perda de habitats decorrente do desmatamento das áreas deinfluência direta do empreendimento, por meio da conservação deuma parcela da diversidade genética da flora local, propiciando asua recuperação durante a fase de implantação e de operação dapista duplicada da rodovia BR - 116/RS e a manutenção do fluxogênico entre populações do entorno.

As metas do programa de controle de supressão vegetalpara a fauna são:

ª Elaborar um projeto de resgate de fauna terrestre paraobtenção de autorização de resgate junto ao IBAMA;

ª Determinar o direcionamento do corte da vegetação aser seguido pela equipe de desmatamento;

ª Realizar a captura e soltura dos animais que não tive-rem condições de escapar da inundação por recursos próprios, composterior liberação.

ª Encaminhar ao centro de reabilitação os animais feridos;

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As metas do programa de controle de supressão vegetal paraa flora são:

ª Levantar áreas prioritárias para a efetuação do salvamentoe da conservação da flora;

ª Resgatar a flora das áreas atingidas diretamente pela im-plantação do empreendimento;

ª Localizar, mapear e transplantar espécies imunes ao cortee ameaçadas de extinção quando passíveis de transplante, encontra-das na área diretamente afetada pela duplicação da BR - 116/RS.

O alvo do Programa de Monitoramento e Controle de Atropela-mento de Fauna (com ênfase no entorno de Unidades de Conserva-ção) é a área diretamente afetada pelo empreendimento que deveráocorrer supressão de vegetação.

A supressão da vegetação para abertura de acessos, construçãodos canteiros de obras e limpeza do reservatório causam transtornosàs populações de animais presentes na área afetada pelo empreendi-mento. Para mitigar esses impactos, é necessário que haja um plane-jamento do desmatamento. O corte da vegetação deverá serdirecionado sempre no sentido contrário ao da rodovia, de maneiraque a fauna possa se deslocar sem correr risco de atropelamentos.Essa etapa de desmatamento deverá ocorrer nos períodos previstosnos licenciamentos.

Para que o planejamento seja executado de maneira ordenadaé necessário seguir uma cronologia de trabalho, descrita a seguir:

ª Treinamento da equipe de corte;

ª Vistoria das áreas de corte;

ª Acompanhamento do desmatamento.

A equipe de resgate de fauna deverá acompanhar a equipe decorte para que, quando houver necessidade, possa proceder com acaptura da fauna que porventura não consiga se deslocar. Caso al-gum animal seja encontrado ferido deverá ser encaminhado ao CPTRe os encontrados em boas condições de saúde, deverão ser resgata-dos e liberados na cota de altitude acima do limite do desmatamento.

A equipe de flora deverá realizar o resgate e a relocação de epífitase a identificação e marcação de espécies ameaçadas de extinção e/ouimunes ao corte. Essas atividades deverão ser executadas prévia e jun-tamente aos trabalhos de desmatamento das áreas de implantaçãodas estruturas.

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As espécies imunes ao corte que deverão ser trans-plantadas conforme a Lei Estadual nº 9.519, de 1992. Paraos indivíduos que não serão indicados para transplantedeverá ser feita uma descrição justificando os motivosda decisão.

As etapas previstas para o Programa de Controle deSupressão de Vegetação são:

ª Treinamento da equipe de corte

ª Vistoria na área de corte

ª Determinação de áreas para relocar epífitas etransplantar indivíduos arbóreos ameaçados de extinçãoe imunes, passíveis de transplante, que serão encontra-dos na área de supressão vegetal e indicados para trans-plante pela equipe executora.

ª Acompanhamento do desmatamento e execu-ção do resgate de fauna e flora e da identificação e mar-cação de espécies ameaçadas de extinção e imunesao corte.

ª Elaboração de relatórios mensais durante afase de desmatamento na área do empreendimento.

Programa de educação ambientalPrograma de educação ambientalPrograma de educação ambientalPrograma de educação ambientalPrograma de educação ambientaldestinado às comunidades lindeiras aodestinado às comunidades lindeiras aodestinado às comunidades lindeiras aodestinado às comunidades lindeiras aodestinado às comunidades lindeiras aoempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimento

A utilização dos recursos naturais de maneira sus-tentável exige uma visão integrada e sistemática. O Pro-grama de Educação Ambiental é o meio utilizado pelo empreende-dor para divulgação de informações que dizem respeito aos aspec-tos mais gerais e aos temas específicos que enfoquem a relação domeio ambiente com a duplicação da BR - 116/RS.

O objetivo geral do Programa de Educação Ambiental éinformar e sensibilizar a sociedade em geral a respeito da suarelação com o meio ambiente, buscando a compreensão dainterdependência entre os seus diversos componentes e da possi-bilidade de uso sustentável dos recursos naturais.

Ao final do programa espera-se que o público atendido te-nha somado conhecimento e elementos que permitam a articula-ção e a participação mais consciente na sociedade. Além disso, es-

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pera-se que o público atendido possa ser multiplicador dos conhe-cimentos adquiridos.

A realização do programa é prevista para todas as escolas dasáreas lindeiras à rodovia, com a participação da integralidade dosalunos nelas matriculados.

A princípio o público já identificado é formado pelos usuáriosatuais e futuros da BR - 116/RS e alunos das escolas localizadas nosmunicípios que fazem parte da área de influência.

Nas escolas localizadas no entorno imediato da rodovia, o Pro-grama poderá estabelecer uma grade de cursos de educação ambiental,gerando multiplicadores de conhecimento. Os próprios alunos pode-rão auxiliar nas campanhas específicas do Programa, desde a concep-ção até a implantação.

Para os funcionários das empresas construtoras tambémdeverá haver uma grade de cursos, alertando sobre a legislaçãoambiental vigente, que proíbe a caça e a pesca. Tambémsão necessárias palestras sobre métodos contraceptivos e doençassexualmente transmissíveis.

É importante que os componentes de cada público-alvo sejamcapazes de apontar os problemas da região onde vivem, construindoa própria temática de abordagem do programa.

Os recursos metodológicos a serem utilizados são reuniões, pa-lestras, cursos, oficinas, cartilhas, boletins e folders – que devem seradequados ao público.

As etapas previstas para o Programa de Educação Ambientalsão as seguintes:

ª Identificação dos problemas ambientais, especialmente osrelacionados à construção e operação da duplicação da BR 116/RS.

ª Levantamento de escolas e outras instituições em que sepossa implantar o PEA de forma sistemática.

ª Realização de reuniões e oficinas iniciais com os diferentespúblicos do PEA, para se estabelecer as temáticas específicasde cada grupo.

ª Planejamento das reuniões, palestras e oficinas temáticas.

ª Realização das reuniões, palestras e oficinas.

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Programa de educação ambiental destinado aosPrograma de educação ambiental destinado aosPrograma de educação ambiental destinado aosPrograma de educação ambiental destinado aosPrograma de educação ambiental destinado aostrabalhadores da obratrabalhadores da obratrabalhadores da obratrabalhadores da obratrabalhadores da obra

Além do Programa de Educação a ser realizado com a popu-lação lindeira à BR 116/RS, diretamente afetada pela duplicação,os trabalhadores devem ser considerados como públicoespecífico, pois suas atividades intervêm de forma direta nomeio ambiente.

Os trabalhadores responsáveis pela construção da pistaduplicada são considerados essenciais no relacionamento com as pes-soas residentes nas áreas lindeiras da BR - 116/RS e na atuação nasfrentes de serviço, em relação à preservação do meio ambiente.

Para que ambos os aspectos (relacionamento com as pessoas dacomunidade e com o meio ambiente) sejam tratados de forma ade-quada, é necessária a construção coletiva de um Código de Condutaa ser respeitado pelos trabalhadores.

Para que esse código seja seguido e tenha caráter sensibilizador,não-punitivo, a participação dos trabalhadores é essencial, especial-mente no ciclo de palestras e oficinas e serem realizadas.

Inicialmente, é importante centralizar o cadastramento dos tra-balhadores da obra, inclusive aqueles que são provenientes de em-presas terceirizadas. Esse cadastro deve ser atualizado constantemen-te, sendo desejável que todos os trabalhadores tenham participadode alguma forma do Programa de Educação Ambiental.

Com base nesse levantamento, um cronograma de palestras eoficinas será apresentado e o código de conduta será paulatinamenteconstruído e implementado. O código deve conter, como pontode partida, as proibições legais de caça e pesca nas matas e riosda região.

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Programa de prospecção, monitoramentoPrograma de prospecção, monitoramentoPrograma de prospecção, monitoramentoPrograma de prospecção, monitoramentoPrograma de prospecção, monitoramentoe resgate arqueológico (portaria IPHAN n°e resgate arqueológico (portaria IPHAN n°e resgate arqueológico (portaria IPHAN n°e resgate arqueológico (portaria IPHAN n°e resgate arqueológico (portaria IPHAN n°230/02)230/02)230/02)230/02)230/02)

A conclusão do diagnóstico arqueológico indica que na área deinfluência direta da rodovia o potencial arqueológico é alto, havendoregistro no IPHAN de sítios arqueológicos, especialmente no municí-pio de Camaquã.

Além das exigências legais aqui cabíveis, o Programa deMonitoramento, Prospecção e Salvamento Arqueológico justifica-sena medida em que ocorrerão alterações superficiais de diferentes pro-fundidades para a implantação da rodovia. Nos locais destinados àduplicação da BR - 116/RS não foi registrada a ocorrência de sítiosarqueológicos. Entretanto, poderão ocorrer alteração de sítios queexistam no local.

O programa tem por objetivo principal o acompanhamento daobra, monitorando as possíveis intervenções da obra em sítios arque-ológicos. Na ocorrência de sítios na área de duplicação da Rodovia,haverá prospecção e resgate, de acordo com a avaliação dos técnicosque realizam o monitoramento.

A principal meta do programa é atender à legislação vigenterelacionada ao patrimônio cultural e arqueológico, realizando asintervenções necessárias para o andamento das obras de duplicaçãoda BR - 116/RS.

O programa abrange o traçado de duplicação da BR 116 e asintervenções complementares, inerentes a esse tipo de obra, comoestradas de serviço, jazidas e bota-fora.

O início das obras de duplicação é também o ponto de partidapara o monitoramento arqueológico dos trabalhos executados na ro-dovia. O monitoramento é realizado diariamente, com a inspeção vi-sual do solo alterado e dos sedimentos retirados ao longo de todo otrecho de implantação da rodovia.

Uma equipe multidisciplinar é responsável pelos trabalhos a se-rem executados. Cabe ao IPHAN normalizar, orientar, emitir a per-missão de pesquisa arqueológica e fiscalizar a devida execução dosalvamento arqueológico.

Programa de Programa de Programa de Programa de Programa de cccccomunicação omunicação omunicação omunicação omunicação sssssocial para asocial para asocial para asocial para asocial para aspopulações do entorno do empreendimentopopulações do entorno do empreendimentopopulações do entorno do empreendimentopopulações do entorno do empreendimentopopulações do entorno do empreendimento

Esse programa está baseado no inter-relacionamento entre o em-preendedor e a população diretamente ou indiretamente afetada pela

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implantação do empreendimento. Suas ações básicas estão centradasna definição do público, dos instrumentos e dos meios para que o es-paço de comunicação entre empreendedor e população se estabeleçade forma eficaz.

Desse modo, as informações sobre natureza, importância estraté-gica, implantação, andamento das obras e operação da duplicação daBR - 116/RS serão compartilhadas com o público interessado.

Todas as intervenções do empreendimento sobre a população,identificadas pelo EIA e ocorridas em função da implantação da obra,deverão ser abordadas pelo programa. Todas as medidas adotadas peloempreendedor, no sentido de prevenir, mitigar ou compensar tais inter-venções também deverão ser divulgadas.

A divulgação de informações permite uma análise coerente sobreos impactos positivos e negativos e quais as atitudes a serem tomadaspela população e pelo empreendedor. Por isso, o programa tem porobjetivo principal o estabelecimento de uma via de comunicação entreo empreendedor e os diversos segmentos envolvidos no projeto.

Haverá a divulgação de informações claras e precisas, para quenão haja equívocos e conflitos em relação à obra de duplicação daBR - 116/RS, minimizando os possíveis problemas e conflitos em rela-ção à população das áreas de influência e os diversos segmentosda sociedade.

O programa abrange a ADA, AID e AII estipuladas para o meiosocioeconômico.

Prevê-se para a implantação do programa as seguintes ativi-dades:

ª Compilação e organização dos estudos e informações exis-tentes sobre a BR - 116/RS;

ª Identificação e confirmação dos impactos, medidas e pro-gramas apontados pelo EIA;

ª Identificação de público-alvo;

ª Identificação e seleção de formas e veículos de informaçãodisponíveis, bem como suas potencialidades de custos e do públicoque atingem;

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ª Montagem de cronograma com as reuniões;

ª Divulgação das primeiras informações sobre a duplicação;

ª Implantação do programa propriamente dito.

O acompanhamento do Programa de Comunicação Social deve-rá ser realizado Por meio de avaliações sistemáticas com a populaçãoafetada. Essas avaliações devem considerar o alcance e a clareza dasinformações prestadas em diversas fases do programa.

Programa de apoio à relocação da populaçãoPrograma de apoio à relocação da populaçãoPrograma de apoio à relocação da populaçãoPrograma de apoio à relocação da populaçãoPrograma de apoio à relocação da populaçãodiretamente afetada pela implantação dodiretamente afetada pela implantação dodiretamente afetada pela implantação dodiretamente afetada pela implantação dodiretamente afetada pela implantação doempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimento

Com a duplicação da rodovia, várias áreas serão objeto de desa-propriação. Entretanto, muitas dessas áreas não possuem titulação,sendo áreas de ocupação irregular. Essas áreas são geralmente ocupa-das por famílias de baixa renda, sendo necessária a relocação assisti-da dessas famílias, para que elas não retornem a ocupar as margensda rodovia a ser duplicada.

Ao final do programa espera-se que a faixa de domínio es-teja desocupada, permitindo o andamento das obras conformecronograma pré-estabelecido e que as famílias relocadas obte-nham melhoria de qualidade de vida

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A abrangência do programa é a ADA, onde foram identificadasfamílias que ocupam irregularmente as áreas destinadas à duplica-ção da rodovia. Um dos pontos de relocação já identificados é aocupação irregular localizada junto ao loteamento da COHAB, nomunicípio de Guaíba.

As etapas do programa são:

ª Identificação dos locais onde será necessária a relocaçãodos moradores;

ª Cadastramento dos moradores e demarcação dos do-micílios;

ª Realização do diagnóstico socioeconômico específicodessa população;

ª Estabelecimento das diretrizes básicas do Programa, ten-do por base o Diagnóstico e a participação da população em todasas fases do Programa.

Plano de ação de emergência para transportePlano de ação de emergência para transportePlano de ação de emergência para transportePlano de ação de emergência para transportePlano de ação de emergência para transportede produtos perigosos na fase de operação dode produtos perigosos na fase de operação dode produtos perigosos na fase de operação dode produtos perigosos na fase de operação dode produtos perigosos na fase de operação doempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimentoempreendimento

O plano visa definir as providências, as atribuições e os recur-sos utilizados em caso de ocorrência de situações emergenciais du-rante a operação do empreendimento. Considera-se primordial o

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tratamento de acidentes com produtos perigosos, uma vez que, emdeterminados locais, a possibilidade de contaminação do lençolfreático é grande devido à sua proximidade com a superfície.

Serão elaboradas medidas de pronto atendimento às emergên-cias na frente de obra, canteiros e áreas de extração de materialde construção.

O público do programa é formado pelas comunidades lindeiras,pelos operários da obra e por todos os demais potencialmente afe-tados por acidentes nos canteiros de obra.

A partir do mapeamento dos pontos críticos, será elaboradoum documento com procedimentos-padrão para a armazenagem eo transporte de produtos perigosos. Serão criados procedimentospara ação contenção de vazamentos e demais acidentes que pos-sam ocorrer ao longo da BR - 116/RS, além da realização demapeamento dos pontos críticos e sua representação em sistema deinformação geográfica, para que se possam tomar as decisões levan-do-se em consideração os aspectos espaciais das ocorrências.

As etapas do programa são:

ª Descrição os procedimentos para transporte earmazenamento de produtos perigosos, a partir da delimitação dasáreas de risco;

ª Organização de um sistema de vigilância para pronto aten-dimento a acidentes, interagindo os diversos agentes com os pode-res públicos locais e regionais, bem como possíveis entidadesprivadas que possam fornecer implementos para a minimizaçãodos impactos.

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Programa de monitoramento e conservaçãoPrograma de monitoramento e conservaçãoPrograma de monitoramento e conservaçãoPrograma de monitoramento e conservaçãoPrograma de monitoramento e conservaçãoda florada florada florada florada flora

Os resultados obtidos do diagnóstico permitem que se perce-ba que, ao mesmo tempo em que a região do empreendimento en-contra-se num grau elevado de alteração, abriga um número signifi-cativo de espécies vegetais e de fauna associada. Assim, necessita-seum planejamento de monitoramento da flora que tenha em vista oacompanhamento do sucesso das atividades de salvamento e resga-te de flora que serão executadas durante e após a implantação darodovia duplicada, além da orientação das medidas de conservação.

O objetivo principal do programa é selecionar estratégias e di-retrizes para que os impactos sejam reduzidos ou compensados afim de contribuir com a manutenção da biodiversidade e a regenera-ção parcial do habitat e da vegetação.

As metas do programa são:

ª estabelecer um plano de ações com as atividades neces-sárias para mitigação dos impactos sobre as espécies da flora;

ª ampliar o conhecimento científico sobre a flora regional;

ª selecionar áreas prioritárias para receber o materialresgatado;

ª identificar os indivíduos que necessitem manejo;

ª relocar as espécies de epífitas resgatadas durante odesmatamento;

ª transplantar as espécies imunes ao corte e ameaçadas deextinção passíveis ao transplante.

Os alvos do Programa de Monitoramento e Conservação daFlora são, principalmente, a área de influência direta e a área direta-mente afetada.

As etapas do programa são:

ª levantamento de áreas prioritárias para a relocação e/outransplante;

ª localização e marcação de espécies protegidas por lei;

ª transplantes e relocações;

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ª monitoramento das epífitas relocadas;

ª monitoramento das espécies imunes e ameaçadas deextinção transplantadas;

ª elaboração de relatórios mensais de acompanhamentodas atividades.

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Programa de apoio à comunidade indígenaPrograma de apoio à comunidade indígenaPrograma de apoio à comunidade indígenaPrograma de apoio à comunidade indígenaPrograma de apoio à comunidade indígena

O diagnóstico antropológico apontou a existência de Terras Indí-genas (TI) já demarcadas pela FUNAI ao longo do trecho em estudo,além de outros agrupamentos indígenas, localizados na área lindeirado traçado, que reivindicam a demarcação de suas terras

.Foram localizadas duas TI diretamente afetadas pelas obras: TI

Águas Brancas (município de Arambaré) e TI Ponta da Formiga (municí-pio de Tapes). As TI que se encontram na área de influência direta daduplicação são as TI Cantagalo, nos municípios de Viamão e Porto Ale-gre, e a TI Pacheca, localizada em Camacuã. As áreas indígenasreivindicadas são a TI Estiva (em Viamão), Lomba do Pinheiro (em PortoAlegre) e Kapi’i ovy (em Pelotas).

As sociedades indígenas brasileiras são nômades ou seminômadese os índios Guarani do Rio Grande do Sul não fogem a essa regra. Ouseja, ainda que a maioria das áreas indígenas se localize fora da áreade influência do empreendimento, existem diversos grupos indíge-nas do litoral e do interior perambulando pelas estradas, pedindo es-molas ou vendendo artesanatos para sobreviver.

O Programa de Apoio às Comunidades Indígenas tem por finali-dade mitigar os impactos identificados, visando à proteção das TI. Des-sa forma, deverá propiciar uma convivência sadia e proveitosa entre apopulação indígena e o empreendimento.

Com isso, essas comunidades poderão garantir seu território emanter sua cultura e tradições, e até mesmo beneficiar-se da duplica-ção da BR116/RS, assim como o restante da população.

O Programa de Apoio às Comunidades Indígenas destina-seàs aldeias Guarani que serão influenciadas pela duplicação da ro-dovia, ou seja:

ª TI Águas Brancas (município de Arambaré), cuja áreademarcada é de 230 ha, e a população estimada é de 230 índios;

ª TI Ponta da Formiga (município de Tapes);

ª TI Cantagalo, com área demarcada de 286 ha nos municípi-os de Viamão e Porto Alegre. Sua população estimada é de 159 índios;

ª TI Pacheca, esta última localizada em Camaquã, cuja popu-lação estimada é de 27 índios, numa área de 1.852 ha.

Dois grupos básicos de procedimentos deverão ser desenvolvi-dos. O primeiro é relacionado ao aprofundamento dos estudos de ca-

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racterização da população indígena, considerando sua extrema mobili-dade. O segundo diz respeito ao desenvolvimento de ações visando aresguardar os interesses dessas comunidades e a oferecer compensa-ções pelas interferências.

Serão desenvolvidos:

ª levantamento de material bibliográfico, arqueológico,etnográfico e histórico referente aos Guarani na região litorânea;

ª levantamento de material documental e consultas nos ar-quivos de entidades indigenistas no Rio Grande do Sul;

ª tomada de depoimentos de índios Guarani, contemplandosua visão a respeito da duplicação da BR - 116/RS;

ª levantamento e mapeamento das aldeias ocupadas e deso-cupadas e locais de paradeiros e de ocupação temporária;

Deverão ainda ser desenvolvidas técnicas de comunicação, edu-cação ambiental e de apoio a tais comunidades, de modo a preservar osinteresses dessas comunidades

Para evitar a ocupação irregular dos territórios indígenas e aciden-tes na estrada, deverá ser instalada uma sinalização adequada nos aces-sos à área indígena e na travessia da rodovia em suas proximidades.Uma das possíveis ações é a construção de redutores de velocidade notrecho considerado.

O monitoramento dessas populações indígenas, deverá levar emconta outros acampamentos ou possível retomada de antigosacampamentos, entre outras mudanças, caso ocorram novos mo-vimentos migratórios.

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ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão

Neste ponto da nossa conversa, vamos falar sobre o que se podeconcluir a respeito do conjunto de impactos ambientais – depois detantos estudos realizados. Esses impactos referem-se à Adequaçãoda Capacidade e Duplicação da Rodovia BR - 116/RS que, comotodo projeto desse porte, traz modificações ao meio ambi-ente das regiões de influência.

A adequação da capacidade e duplicação da rodoviaBR - 116/RS, entre os quilômetros 291,1 e 510,2, representa umaimportante obra de infraestrutura, com potencial de fortes efeitospositivos sobre a economia do Estado do Rio Grande do Sul.

Os estudos realizados permitem afirmar que as prováveis alte-rações ambientais que as obras irão causar devem ser analisadas le-vando em consideração três aspectos muito importantes acerca daárea estudada:

1. A área apresenta-se bastante heterogênea, pois sofre, atu-almente, influências de diversas atividades humanas, tais como o cul-tivo de arroz, a formação de pastagens, a criação de gado, o reflores-tamento com cultivo de espécies de pinus e eucalipto e a concentra-ção de núcleos urbanos em variadas proporções;

2. A área apresenta a cobertura vegetal atual bastante alte-rada e em vários pontos descaracterizada, no que tange à coberturavegetal original. A paisagem sofre uma modificação gradual, de mui-to alterada, mais próxima ao município de Porto Alegre, a menosalterada na direção sul, voltando a ser mais alterada no final do tre-cho, próximo a Pelotas;

3. A movimentação de solo necessária para a expansão ur-bana já existente na região provocou a alteração das característicasdas formas do relevo terrestre e processos de erosão do solo quegeraram assoreamento dos rios, lagos e banhados, modificando-os.

Sendo assim, o risco que a duplicação da rodovia poderia tra-zer, ou seja, da aceleração da degradação ambiental já existentena região. Mesmo com a intensa atividade na área de influênciada rodovia, alguns impactos negativos atingirão os ambientes natu-rais existentes.

Durante as atividades de duplicação poderá ocorrer a perda dehabitats decorrente da retirada da vegetação. Como conseqüência,a fuga de animais pode intensificar a ocorrência atropelamentos e oaumento das atividades de caça. Será evitado com a execução doconjunto de medidas mitigadoras e compensatórias anteriormenteapresentadas neste Rima.

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É importante lembrar que esses impactos poderão serminimizados e/ou até evitados com a implementação de atividadesmitigadoras e compensatórias. Por exemplo, a recomposição vegetalé uma medida enquadrada na legislação ambiental vigente, que esta-belece o plantio de espécies nativas com a finalidade de recuperaçãodessas áreas.

Essa recomposição será executada principalmente nas áreas depreservação permanente (APP) ao longo dos corpos d´água presentesna área de influência direta e indireta do trecho em questão, paraincrementar a conectividade entre ambientes, principalmente entreUC, o que poderá criar rotas de dispersão de animais.

No caso dos atropelamentos de fauna, é recomendável que en-tre as medidas mitigadoras estejam as passagens secas de fauna, quedevem ser instaladas junto a locais que se configuram como corredo-res ecológicos para a flora e fauna.

Locais como margens alagadas, banhados e açudes são ambien-tes propícios para a fauna. Sabe-se que a duplicação da rodovia im-plicará impactos nesses ambientes, com o aterro dos corpos d’água.Para mitigar esses impactos é importante avaliar os locais onde estãosituados esses ambientes para adequar o projeto de ampliação pro-curando excluir essas margens do futuro canteiro de obras.

Os impactos negativos mais significativos no meio antrópico sãoas interferências no uso e ocupação da terra e interferências com co-munidades indígenas. Para tais impactos os programas ambientais de-verão prever no Plano Básico Ambiental as soluções que compensemadequadamente esses impactos.

Portanto sejam de pequeno, médio ou grande porte, algumasmedidas devem ser adotadas para diminuir ou compensar os impac-tos causados. No âmbito geral, o empreendimento trará alterações –positivas e negativas – significativas para toda a região.

Os segmentos analisados sofrerão diferentes alterações com di-ferentes graus de magnitude e importância de impactos, de acordocom as características específicas de cada trecho ressaltadas no pre-sente estudo.

Os impactos serão, em geral, de menor grau devido à intensaatividade humana na área, provocada pela urbanização, pelas lavou-ras de arroz e pelas pastagens. Mesmo assim, são necessárias açõesque possam mitigar os danos.

Cabe ressaltar que a melhoria na acessibilidade que a duplica-ção da rodovia trará recursos para a orientação sustentável do desen-volvimento da região. Além disso, por ser um dos trechos do Corredordo Mercosul, possui relevante cunho geopolítico, a medida em que

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consolida a integração da região Sul com os países limítrofes, no caso,o Uruguai.

Também é importante lembrar que a duplicação da rodovia esti-mulará a atuação do Poder Público na região. Além disso, o aumentoda arrecadação de impostos, uma conseqüência da dinamização quea duplicação trará para a economia regional, dará condições às prefei-turas de exercer, de forma mais efetiva, a sua capacidade de melhoraras condições de vida dos habitantes da região.

Tudo isso só é possível se os programas ambientais recomenda-dos pelos estudos realizados forem efetivamente implementados. Aimplementação desses programas deve ser fiscalizada não apenas pe-los órgãos competentes, mas, principalmente pelas comunidades, pormeio das suas associações, das ONG, de seus vereadores, ou seja, pormeio de todas as suas formas de participação e de representação.

É sempre bom lembrar que um projeto afeta as comunidadesmuito antes de serem iniciadas as obras. A simples movimentaçãode técnicos e pesquisadores na área já é um justificado motivo paraas conversas entre os moradores sobre as possíveis razões paraaquela novidade.

Desse modo, um dos impactos já provocados pelo projetoé a própria expectativa da população com o empreendimento, frus-trada em diversas ocasiões. Esse é um tipo de impacto de grande mag-nitude e importância. Mitigá-lo é muito difícil. Compensá-lo é maisdifícil ainda.

Os estudos realizados apontam para a viabilidade ambiental doprojeto, considerando, principalmente, que os principais processos cau-sadores de degradação ambiental e da qualidade de vida das popula-ções residentes já estão instalados atualmente e que a obra, em si,pouco irá contribuir diretamente para a introdução de novos proces-sos de degradação.

Por todas essas razões e, principalmente, pela qualidade eabrangência dos estudos realizados, a avaliação apontada pelo EIAé no sentido de que a duplicação da rodovia, é ambientalmente viá-vel e adequada a uma visão de desenvolvimento sustentável paraa região.

E por aqui podemos encerrar nossa conversa. Mas, não se es-queça: na conversa não é só uma pessoa que fala. Agora é a sua vezde discutir, perguntar e dar a sua opinião. É para isso que existe oRima. Para você se informar muito bem, antes de formar uma opinião.

Esperamos você na Audiência Pública. Até lá!

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Razão social: DNIT – Departamento Nacional de Infraestruturade Transporte - CNPJ: 04.892.707/0001-00

Endereço: Setor de Autarquias Norte - Quadra 3 - Ed. Núcleos dosTransportes - Bloco A - Brasília-DF - CEP: 70.040-902

Telefone/Fax: (61) 3315 4000 Fax: 3315 4084

Cadastro Técnico Federal: 671360

Representantes legaisRepresentantes legaisRepresentantes legaisRepresentantes legaisRepresentantes legais

Diretor: Luiz Antônio Pagot - CPF: 435.102.567-00

Endereço: Setor de Autarquias Norte - Núcleos dos TransportesQuadra 3 - Bloco A - Brasília-DF - Telefone: (61) 3315 4665

Coordenador do Projeto: Jair Sarmento da SilvaCPF: 092.354.500-04

Endereço: Setor de Autarquias Norte - Núcleo dos TransportesQuadra 3 - Bloco A - Brasília-DF - Telefone: (61) 3315 4185

Pessoa de contatoPessoa de contatoPessoa de contatoPessoa de contatoPessoa de contato

Coordenador do Projeto: Ivar Gomes de OliveiraCPF: 579.920.101-91

Endereço: Setor de Autarquias Norte - Núcleo dos TransportesQuadra 3 - Bloco A - Brasília-DF - Telefone: (61) 3315 8354

E-mail: [email protected]

ConsultoraConsultoraConsultoraConsultoraConsultora

Razão Social: STE Serviços Técnicos de Engenharia S.A.CNPJ: 88849773/0001-98

Endereço: SCS Qd. 04 - Bloco A - Ed. Vera Cruz - 3º AndarBrasília-DF - CEP: 70304-913 - Telefone: (61) 3315 6000Fax:3315-6006 - CREA: 22230/RS

Cadastro Técnico Federal: 344667

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Representante legalRepresentante legalRepresentante legalRepresentante legalRepresentante legal

Nome: Arq.º Roberto Lins Portela NunesCPF: 184.376.560-87

Endereço: SCS Qd. 04 - Bloco A - Ed. Vera Cruz - 3º AndarBrasília-DF -Telefone: (61) 3315 6000E-mail: [email protected]

Pessoas de contatoPessoas de contatoPessoas de contatoPessoas de contatoPessoas de contato

Nome: Eng.º Fábio Araújo Nodari - CPF: 358.852.030-91Endereço: SCS Qd. 04 - Bloco A - Ed. Vera Cruz - 3º AndaBrasília-DF - Telefone: (61) 3315 6000E-mail: [email protected]

Nome: Ruy Carlos Tolentino - CPF:564.884.241-49

Endereço: SCS Qd. 04 - Bloco A - Ed. Vera Cruz - 3º AndarBrasília-DF - Telefone: (61) 3315 6000E-mail: [email protected]

Dados da equipe técnica multidisciplinarDados da equipe técnica multidisciplinarDados da equipe técnica multidisciplinarDados da equipe técnica multidisciplinarDados da equipe técnica multidisciplinar

Fábio Araújo Nodari - Engenheiro Civil - CREA-RS 78091-Dregistro no IBAMA nº 442329 - Coordenador Gera

Ruy Carlos Tolentino - Biólogo - CRBIO 37584/4registro no IBAMA nº 355601 - Coordenação Técnica

Daniel Irigoyen Bolsoni - Engenheiro Civil - CREA-RS 64125registro no IBAMA nº 672291 - Coordenação Meio Físico

Alexandre Bugin - Engenheiro Agrônomo - CREA-RS 048191registro no IBAMA nº 250151 - Coordenação Meio Biótico

Adriano Souza da Cunha - Biólogo - CRBIO 09021-03registro no IBAMA nº 196483 - Coordenação Fauna

Carla Moraes - Socióloga - DRT - 255 - registro no IBAMAnº 97.418 - Coordenação Meio Socioeconômico

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Meio BióticoMeio BióticoMeio BióticoMeio BióticoMeio Biótico

Juliano Ferrer dos Santos - Biólogo - CRBIO 53089-03registro no IBAMA nº 1550290 - IctiofaunaCaroline Zank - Bióloga - CRBIO 34553-03 - registro no IBAMA nº 1533176 - Herpetofauna

Daniel Franco Netto de Borba Rocha - Biólogo - CRBIO 34134-03registro no IBAMA nº 1686409 - Herpetofauna

Mauricio da Silveira Pereira - Biólogo - CRBIO 63445-03 registrono IBAMA nº 356726 - Avifauna

Fábio Dias Mazim - Ecólogo - registro no IBAMAnº 529627 - Mastofauna

Fábio de Freitas Lisboa - Biólogo - CRBIO 34834-03registro no IBAMA nº 1542496 - Flora

Bianca Espíndola de Abrão - Bióloga - CRBIO 58459-03registro no IBAMA nº 2169712 - Flora

Marcos Vinícius Daruy - Biólogo - CRBIO 45550-03registro no IBAMA nº 17311507 - Elaboração demapas de vegetação

Juliano Moraes de Oliveira - Biólogo - CRBIO 45427-03registro no IBAMA nº 4005028 - Flora

Marla Sonaira Lima - Bióloga - CRBIO 58878-0registro no IBAMA nº 3307746 - Flora

Rogério Both - Biólogo - CRBIO 34219-00registro no IBAMA nº 4043080 - Espacialização dacobertura vegetal

Mariane Elis Beretta - Bióloga - CRBIO 53012-03 - Flora

Meio FísicoMeio FísicoMeio FísicoMeio FísicoMeio Físico

Érico de Castro Borges - Geólogo - CREA-DF: 10.290/D registrono IBAMA nº 327725 - Geologia

Carla Volpato Citadin - Engenheira Civil - CREA-RS 091407registro no IBAMA nº 2023052 - Avaliação de impactos

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Edmar Cabral da Silva Junior - Geólogo - CREA-DF: 10.752/Dregistro no IBAMA nº 248719 - Geologia

Claudia Laport Borges - Geógrafa - CREA-DF: 15751/Dregistro no IBAMA nº 3503589 - Geomorfologia

Marcelo Leal - Químico - CRQ-RS 05201042/Dregistro no IBAMA nº 3974340 - Recursos Hídricos

Alexandre de Oliveira Eniz - Físico - CPF: 564.336.891-91registro no IBAMA nº 533701 - Ruído

Flávio de Queiroz Costa - Engenheiro Civil - CREA- PE 20.865/Dregistro no IBAMA nº 3995799 - Engenharia Civil

Roberto de Paula Pinto - Agrônomo - CREA-DF 11. 590/Dregistro no IBAMA nº 648094 - Solos

Gislene Maria dos Santos Nogueira - Geógrafa - CREA-DF 7.998 /Dregistro no IBAMA nº 3975141 - Geoprocessamento

Meio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio SocioeconômicoMeio Socioeconômico

Cervantes Gonçalves Ayres Filho - Arquiteto - CREA-PR 84749/Dregistro no IBAMA nº 3.278.887 - Socioeconomia

Leila Loezer - Arquiteta - CREA-PR-89270/D - Socioeconomia

Catarina de Martins e Garófalo - Geógrafa - CREA-DF 14349/Dregistro no IBAMA nº 1825109 - Socioeconomia

Gislene Monticelli - Arqueóloga - LP-9400751registro no IBAMA nº 1.094.461 - PatrimônioArqueológico e Histórico-Cultural

Ana Maria Cappelleti - Arqueóloga - Patrimônio Arqueológico eHistórico-Cultural

Eliandro da Silveira - Auxiliar - Apoio de campo

Bernardete Caprioglio de Castro - AntropólogaComunidades tradicionais, quilombolas e indígenas

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Emiliano Castro de Oliveira - Geólogo - Assistente de campo

Gabriela Tálamo Fontaneta - Geóloga - Assistente de campo

Consultoria técnicaConsultoria técnicaConsultoria técnicaConsultoria técnicaConsultoria técnica

Ivan Dutra Faria – Químico Registro MEC: L 88.603, registro IBAMAnº 594.944, Doutor em Desenvolvimento Sustentável

Programação visual do RimaProgramação visual do RimaProgramação visual do RimaProgramação visual do RimaProgramação visual do Rima

Maira Taboza de Moraes - Designer Gráfica - Formada emArtes Plástica