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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? Ricardo Resende – Direito do Trabalho – Aulas 13 a 21 Material Escrito referente às vídeo-aulas do tema Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho Marcador: Aula 13 1 SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO O empregado não presta serviços O empregado não presta serviços O empregador não paga salários O empregador paga salários O tempo de afastamento não é, em regra, computado como tempo de serviço O tempo de afastamento é computado como tempo de serviço Obs.: na suspensão ficam sustadas as principais cláusulas do contrato de trabalho, mas não todas, pois permanecem válidas as obrigações acessórias, especialmente aquelas consistentes em obrigações negativas (não fazer ou deveres de abstenção). Marcador: Aula 14 Hipóteses de suspensão (situações-tipo): 1. faltas injustificadas 2. suspensão disciplinar (art. 474 da CLT) 3 - suspensão do empregado estável para ajuizamento de inquérito para apuração de falta grave (art. 494, c/c o art. 853 da CLT) 4 - art. 476-A, da CLT – afastamento para participação em curso de qualificação profissional 5 - art. 543, §2º, da CLT – afastamento para exercício de cargo de dirigente sindical, exceto no caso de existir previsão de pagamento de salários e demais verbas ao empregado, seja em contrato, seja em instrumento coletivo Marcador: Aula 15 6 - Súmula 269 do TST – afastamento de empregado eleito diretor de sociedade anônima (S. A.), salvo se permanecer a subordinação inerente à relação de emprego 7 - afastamento por doença, a partir do 16º dia (art. 59 da Lei nº 8.213/1991). 8 - greve (art. 7º da Lei nº 7.783/1989). 1 O Marcador indica o ponto em que começa a exposição de determinado assunto na vídeo-aula correspondente, e deve ser utilizado para facilitar a localização de determinado ponto para estudo e/ou revisão.

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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?

Ricardo Resende – Direito do Trabalho – Aulas 13 a 21

Material Escrito referente às vídeo-aulas do tema

Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho Marcador: Aula 131

SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO O empregado não presta serviços O empregado não presta serviços

O empregador não paga salários O empregador paga salários

O tempo de afastamento não é, em regra, computado como tempo de serviço

O tempo de afastamento é computado como tempo de serviço

Obs.: na suspensão ficam sustadas as principais cláusulas do contrato de trabalho, mas não todas, pois permanecem válidas as obrigações acessórias, especialmente aquelas consistentes em obrigações negativas (não fazer ou deveres de abstenção). Marcador: Aula 14 Hipóteses de suspensão (situações-tipo): 1. faltas injustificadas 2. suspensão disciplinar (art. 474 da CLT) 3 - suspensão do empregado estável para ajuizamento de inquérito para apuração de falta grave (art. 494, c/c o art. 853 da CLT) 4 - art. 476-A, da CLT – afastamento para participação em curso de qualificação profissional 5 - art. 543, §2º, da CLT – afastamento para exercício de cargo de dirigente sindical, exceto no caso de existir previsão de pagamento de salários e demais verbas ao empregado, seja em contrato, seja em instrumento coletivo Marcador: Aula 15 6 - Súmula 269 do TST – afastamento de empregado eleito diretor de sociedade anônima (S. A.), salvo se permanecer a subordinação inerente à relação de emprego 7 - afastamento por doença, a partir do 16º dia (art. 59 da Lei nº 8.213/1991). 8 - greve (art. 7º da Lei nº 7.783/1989).

1 O Marcador indica o ponto em que começa a exposição de determinado assunto na vídeo-aula correspondente, e

deve ser utilizado para facilitar a localização de determinado ponto para estudo e/ou revisão.

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9 - licenças não remuneradas em geral 10 - aposentadoria por invalidez (art. 475, caput, da CLT, c/c a Súmula 160 do TST, c/c os arts. 43 e 47 da Lei 8.213/91) 11 - prisão provisória do empregado 12 - art. 483, §1º, c/c o art. 472 da CLT – afastamento para cumprimento de encargo público (diferente do serviço militar). Marcador: Aula 16 13 - art. 472 da CLT c/c os arts. 16 e 60 da Lei nº 4.375/1964 – afastamento para prestação do serviço militar obrigatório (ainda que seja obrigatório o recolhimento de FGTS e que o tempo de afastamento conte como tempo de serviço para fins de indenização e estabilidade (art. 4º da CLT). O importante é que, em regra, não são devidos salários). Outras hipóteses: - Art. 473, VI, da CLT; - art. 61, caput, da Lei do Serviço Militar. Lei 4.375/1964: Art. 61. Os brasileiros, quando incorporados por motivo de convocação para manobras, exercícios, manutenção da ordem interna ou guerra, terão assegurado o retorno ao cargo, função ou emprego que exerciam ao serem convocados e garantido o direito à percepção de 2/3 (dois terços) da respectiva remuneração, durante o tempo em que permanecerem incorporados; vencerão pelo Exército, Marinha ou Aeronáutica apenas as gratificações regulamentares. § 1º Aos convocados fica assegurado o direito de optar pelos vencimentos, salários ou remuneração que mais lhes convenham. Questão de concurso anterior, em que a FCC considerou a prestação do serviço militar causa de suspensão contratual: (Analista – Área Judiciária – TRT da 11ª Região – FCC – 2005) 44. A interrupção do contrato de trabalho corresponde à cessação temporária e parcial dos efeitos do contrato de trabalho. São hipóteses de interrupção do contrato de trabalho o afastamento do empregado em razão de (A) falecimento do cônjuge e auxílio-doença superior a 6 meses. (B) aposentadoria por invalidez e licença-paternidade. (C) prestação do serviço militar e alistamento eleitoral. (D) colação de grau e doação de sangue. (E))casamento e alistamento eleitoral. Marcador: Aula 17 14 - afastamento por acidente de trabalho, a partir do 16º dia (art. 59 da Lei nº 8.213/1991). No caso de afastamento por acidente de trabalho não importa se deve o empregador recolher o FGTS e/ou se o tempo de afastamento é computado como tempo de serviço. O importante é que não são devidos salários Decreto 99.684/1990 (Regulamento do FGTS): Art. 28. O depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de interrupção do contrato de trabalho prevista em lei, tais como: I - prestação de serviço militar ; II - licença para tratamento de saúde de até quinze dias;

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III - licença por acidente de trabalho ; IV - licença à gestante; e V - licença-paternidade. Outros efeitos jurídicos decorrentes da suspensão contratual: art. 471 da CLT Retorno ao trabalho após cessada a suspensão: - iniciativa do empregado; - prazo: 30 dias (Súmula 32 do TST), exceto para as hipóteses de afastamento para cumprimento do serviço militar obrigatório e de outro encargo público de longa duração. Marcador: Aula 18 Hipóteses de interrupção (situações-tipo): 1 - art. 473 da CLT: Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; Observação: para o professor, o prazo é de 9 dias e m caso de falecimento de cônjuge, pai, mãe ou filho (art. 320, §3º, da CLT); II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; Observação: para o professor, o afastamento é de 9 dias, conforme art. 320, §3º, da CLT (motivo de gala). III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; Observação: Hipótese substituída pela licença-pater nidade, de 5 dias, conforme art. 7º, XIX, da CRFB, c/c o art. 10, §1º, do ADCT. IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). Observação: Cuidado! Este afastamento não se confunde com a prestação do serv iço militar obrigatório em si, que como vimos é hipótese de suspensão do contrato de trabalho. Ne ste caso, trata-se apenas de exigências prévias, como alistamento, etc. VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. Importante: este artigo deve ser memorizado, pois geralmente é cobrado em sua literalidade, especialmente pela FCC.

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2 - férias (art. 7º, XVII, da CRFB) 3 - feriados (art. 1º da Lei 605/1949) 4 - repouso semanal remunerado – RSR (art. 7º, XV, da CRFB) Da mesma forma, configuram hipóteses de interrupção os demais descansos trabalhistas remunerados (intervalos intrajornada remunerados, como, por exemplo, o do digitador, o intervalo para amamentação, previsto no art. 396 da CLT, etc) 5 - licença-paternidade (art. 7º, XIX, da CRFB, c/c o art. 10, II, §1º, do ADCT) Substituiu a hipótese prevista no art. 473, III, da CLT. 6 - primeiros 15 dias de afastamento por acidente de trabalho ou doença (art. 60, §3º, da Lei 8.213/1991) - ver art. 75, §3º, do Decreto 3.048/1999. Marcador: Aula 19 7 - licenças remuneradas em geral e outras faltas justificadas - art. 131, IV, da CLT 8 - art. 625-B, §2º, da CLT - atuação de empregado como conciliador em CCP 9 - lockout 10 - participação em eleições em virtude de convocação da Justiça Eleitoral Art. 98 da Lei nº 9.504/1997 – direito ao dobro dos dias de trabalho 11 - participação como jurado em sessões do Tribunal do Júri 12 - art. 395 da CLT – aborto comprovado por atestado médico oficial 13 - interrupção dos serviços na empresa, resultante de causas acidentais ou de força maior (art. 61, §3º, da CLT). 14 - afastamento para inquérito por motivo de segurança nacional (primeiros 90 dias) – art. 472, §5º, da CLT 15 - aviso prévio – art. 488 da CLT - período de redução de jornada ou 7 dias corridos ao final do prazo do aviso prévio - aviso prévio indenizado seria caso de interrupção contratual? Marcador: Aula 20 16 - licença-maternidade (art. 7º, XVIII, da CRFB, c/c o art. 71 da Lei 8.213/1991, e art. 392-A da CLT)

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No sentido da classificação da licença-maternidade como hipótese de interrupção do contrato, já se posicionou a ESAF (AFT – 1998): 09- Não constitui causa de interrupção do contrato de trabalho: a) licença da gestante b) ausência por motivo de doença até o 15º dia de afastamento c) greve, quando houver pagamento dos dias parados por decisão da Justiça do Trabalho ou acordo d) férias e) eleição para cargo de diretor da empresa

Outros efeitos jurídicos decorrentes da interrupção: art. 471 da CLT (os mesmos da suspensão) Retorno ao trabalho após cessada a interrupção: - imediato Aplicação nos contratos a termo: Consideradas as hipóteses de suspensão e interrupção nos contratos a prazo determinado, surgem duas correntes principais: 1ª) Majoritária na doutrina e na jurisprudência: O contrato termina na data estipulada, independentemente da ocorrência de hipótese de suspensão ou interrupção. 2ª) Minoritária, defendida por MGD: Respeita-se o prazo previamente fixado, porém prorroga-se o termo final para o dia seguinte àquele em que finda a causa de suspensão ou interrupção. Marcador: Aula 21 Questões de concurso: (AFT 2003 – ESAF) 11- A propósito das regras legais que tratam da suspensão e da interrupção do contrato de trabalho, assinale a resposta certa. a) O afastamento do emprego por período superior a seis meses, em razão de licença requerida pelo trabalhador, desobriga o empregador de conceder-lhe as vantagens atribuídas à categoria no período. Errado, pois a licença sem remuneração, desde que lícita, é claro, é hipótese de suspensão contratual, garantindo-se ao empregado, quando do retorno ao trabalho, as vantagens atribuídas à categoria no período de afastamento, nos termos do art. 471 da CLT. b) O empregado aposentado por invalidez tem seu contrato interrompido durante o período necessário à efetivação do benefício, desde que possa retornar ao emprego caso recupere a capacidade laborativa. Errado, tendo em vista que a aposentadoria por invalidez suspende o contrato de trabalho por tempo indeterminado.

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c) A suspensão do labor em razão de férias configura h ipótese de interrupção contratual, ainda que não haja a prestação laboral devida pelo empregado no período . Assertiva correta. d) Há interrupção contratual quando o empregado deixa de prestar serviços em razão de eleição para cargo de direção sindical, não recebendo salários de seu empregador. Errado, pois trata-se de suspensão contratual, ante o não recebimento de salários pelo empregador. e) Considera-se suspenso o contrato durante o período necessário à tramitação de inquérito judicial para apuração de falta grave de dirigente sindical, ao final julgado improcedente. Errado. A suspensão do empregado para instauração de inquérito para apuração de falta grave suspende o contrato de trabalho. Entretanto, caso o inquérito não confirme a ocorrência da falta grave (seja julgado improcedente, portanto), são devidos os salários do período, razão pela qual a suspensão converte-se em interrupção. (AFT 2006 – ESAF) 11- Acerca das hipóteses de suspensão e interrupção do contrato de trabalho, assinale a opção correta. a) O afastamento previdenciário por motivo de acidente do trabalho a partir do 16º dia é considerado caso de suspensão do contrato de trabalho, mas o afastamento, também a partir do 16º dia, por motivo de doença, é hipótese de interrupção. Errado. Tanto o afastamento por doença quanto por acidente de trabalho são, a partir do 16º dia, hipóteses de suspensão contratual, tendo em vista que o empregador só paga salários até o 15º dia, e a partir daí a remuneração do trabalhador fica a cargo do INSS (benefício). b) A aposentadoria por invalidez suspende o contrato de trabalho pelo prazo de cinco anos, após os quais há conversão irretratável em aposentadoria definitiva, causa então motivadora do rompimento do pacto até então suspenso. Errado. Nos termos da Súmula 160 do TST, “cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei”. c) Os depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) são devidos no caso de licença por acidente do trabalho, mas apenas até o 15º dia. Errado. Os depósitos fundiários são devidos ao longo de todo o afastamento em decorrência de acidente de trabalho, não obstante seja hipótese de suspensão contratual a partir do 16º dia. É um dos casos de suspensão mitigada (ou com ressalvas), nos quais o legislador adotou a política de dividir com o empregador parte do ônus do afastamento. d) De um modo geral, nas interrupções – chamadas de su stações provisórias por alguns – fica atingida apen as a cláusula de prestação obreira de serviços, tanto que persiste a obrigação principal do empregador, consistente no pagamento do salário . Assertiva correta. e) Na suspensão do contrato de trabalho em virtude de doença, que assim se considera a partir do 16º dia de afastamento, como há ampla sustação das recíprocas obrigações contratuais, então não há cômputo do período para fins de contagem do período aquisitivo de férias. Errado. O tempo de afastamento conta normalmente para fins de aquisição de férias, exceto se o período de afastamento exceder de seis meses, ainda que descontínuos, hipótese em que o empregado perde o direito ao período aquisitivo de férias somado antes do afastamento. (ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – TRT23 – FCC – 2007)

36. Considera-se hipótese de suspensão do contrato de trabalho

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(A) o afastamento do trabalho até três dias consecutivos em virtude de casamento. (B) os intervalos intrajornadas remunerados. (C) o afastamento do trabalho por motivo de doença, até 15 dias. (D) a participação pacífica em greve sem o recebimento de salário. (E) o período em que o empregado estiver em gozo de férias. Gabarito oficial: “D”