ricardo reis
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características deste heterónimo de F. PessoaTRANSCRIPT
Ricardo ReisRicardo Reis
O Poeta da RazãoO Poeta da Razão
• Discípulo de Discípulo de CaeiroCaeiro, como o Mestre Mestre aconselha a aceitação calma da ordem das coisas e faz o elogio da vida campestre,
indiferente ao social.
«pagão por carácter», segue Alberto Caeiro no amor da vida rústica, junto da natureza. Mas, enquanto o Mestre, menos culto e complicado, é um homem franco e alegre, Ricardo Reis Ricardo Reis é um ressentidoé um ressentido
• CaeiroCaeiro propunha saber versaber ver, a obra de ReisReis sugere-nos saber saber contemplarcontemplar, ou seja, ver intelectualmente a realidade.
• ReisReis, tal como CaeiroCaeiro, aconselha a aceitar a ordem das coisas e gozar a vida pensando o menos possível, um pouco ao jeito das crianças - «Depois «Depois pensemos, crianças pensemos, crianças adultas, que a adultas, que a vida/Passa e não fica vida/Passa e não fica (...)».(...)».
As As afinidades entre afinidades entre CaeiroCaeiro e e ReisReis restringem-se aos aspectos restringem-se aos aspectos
apontados:apontados:
• é notória a vivacidade é notória a vivacidade e a ingenuidade, o e a ingenuidade, o prazer e a alegria, a prazer e a alegria, a naturalidade e naturalidade e espontaneidade do espontaneidade do Mestre CaeiroMestre Caeiro
• no no discípulo Reis discípulo Reis tudo tudo é calculado, é calculado, ponderado, reflectido e ponderado, reflectido e bem perceptível num bem perceptível num tom triste que tom triste que transparece na sua transparece na sua poesia e que é, poesia e que é, certamente, resultante certamente, resultante de uma atitude de uma atitude racionalracional
A poesia de Ricardo Reis Ricardo Reis acusa a influência de HorácioHorácio
• HORACIANISMOHORACIANISMO- carpe diem carpe diem :vive o momento
- áurea mediocritas: a felicidade possível no sossego do campo (proximidade da Caeiro)
Forma exageradamente trabalhada: – os latinismos, os poemas demasiadamente intelectuais, a sintaxe latinasintaxe latina, a odeode e o uso frequente do hipérbatohipérbato, como em latim.
PAGANISMOPAGANISMO - crença nos deuses e na
civilização da Grécia (desprezo pelo cristianismo)
- Culto do beloCulto do belo, como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida
-intelectualização das emoções
- medo da morte
Sofre e vive o drama da transitoriedade doendo-lhe o desprezo dos deuses.
• Fugacidade do tempo• Consciência da efemeridade da vida• Fatalidade (medo) da morte
• Para enfrentar esse medo da morte, defende que é preciso viver cada instante que passa, sem pensar no futuro, numa perspectiva epicurista de saudação do “carpe diem”.
• Mas essa vivência do prazer de cada momento tem que ser feita de forma disciplinada, digna, encarando com grandeza e resignação esse Destino de precariedade, numa perspectiva que tem raízes no estoicismo.
Epicurismo
• Busca de uma felicidade relativa através da ataraxia - ausência de perturbação - e da aponia - ausência de dor.
• «Carpe diem» - gozar em profundidade o momento presente.
• moderação nos prazeres• fuga à dor• ataraxia( tranquilidade
capaz de evitar a perturbação)
Estoicismo
• Apatia – aceitação calma e serena das leis do Destino, da ordem das coisas e a indiferença face às paixões e aos males para atingir a felicidade.
• Valorização da razão em detrimento das emoções que merecem a indiferença.
• abdicação da lutar• autodisciplina
• A filosofia de Reis filosofia de Reis é a de um epicurismo epicurismo tristetriste, pois defende o prazer do momento, o «carpe diem», como caminho para a felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos.
Faz dos Gregos o modelo da sabedoria (aceitação do
Destino de forma digna e activa)
““Segue o teu Segue o teu destino, destino, Rega as tuas Rega as tuas plantas, plantas, Ama as tuas Ama as tuas rosas.”rosas.”
Com este heterónimo, Pessoa projecta-se na Antiguidade Clássica.
Ricardo Reis é o poeta Ricardo Reis é o poeta clássico:clássico:
cultiva a ode e recorre
frequentemente à mitologia e aos latinismos.
Preconiza o regresso à Grécia Antiga por considerá-la um modelo de perfeição.
Os gregos como modelo de sabedoria, Os gregos como modelo de sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir pois souberam aceitar o destino e fruir
o bem da vida.o bem da vida.
• Tem consciência de que não nos podemos opor ao destino, mas antes aceitá-lo com naturalidade, como a água segue o curso do rio, sem lhe resistir.
O homem, sujeito do Fado, não tem liberdade
“Porque, só na ilusão da liberdade
A liberdade existe.”
“Como acima dos Deuses O Destino
É calmo e inexorável.”
Linguagem e estilo• Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita
corresponde uma expressão perfeita Forma métrica: Ode
• Estrofes regulares em verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo
• Verso branco
• Recursos frequente à assonância, à rima interior e à aliteração
• Predomínio da subordinação
• Uso frequente do hipérbato
• Uso frequente do gerúndio e do imperativo
• Uso de latinismos
• Metáforas, eufemismos, comparações
• Estilo construído com muito rigor e muito denso