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IMUNOMODULAÇÃO PELO “POINT INJECTION” NO ACUPONTO “BAI HUI” EM BOVINOS VACINADOS CONTRA A BRUCELOSE E O CARRAPATO Boophilus microplus (Canestrini, 1889) RICARDO JOSÉ BOTTECCHIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ. Abril DE 2005

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IMUNOMODULAÇÃO PELO “POINT INJECTION” NO ACUPONTO

“BAI HUI” EM BOVINOS VACINADOS CONTRA A BRUCELOSE E O

CARRAPATO Boophilus microplus (Canestrini, 1889)

RICARDO JOSÉ BOTTECCHIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ.

Abril DE 2005

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IMUNOMODULAÇÃO PELO “POINT INJECTION” NO ACUPONTO

“BAI HUI” EM BOVINOS VACINADOS CONTRA A BRUCELOSE E O

CARRAPATO Boophilus microplus (Canestrini, 1889)

Ricardo José Bottecchia

Tese apresentada ao Centro de

Ciências e Tecnologia Agropecuária da

Universidade Estadual do Norte

Fluminense, como parte das exigências

para obtenção do título de Doutor em

Produção Animal, Área de

Concentração em Sanidade Animal.

Orientador Prof. Marcio Manhães Folly

Campos dos Goytacazes, RJ

Abril de 2005

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XXXX.XX

XXX

Bottecchia, Ricardo José

IMUNOMODULAçÃO PELO “POINT INJECTION” NO ACUPONTO

“BAI HUI” EM BOVINOS VACINADOS CONTRA A BRUCELOSE E O

CARRAPATO Boophilus microplus

Universidade Estadual do Norte Fluminense. CCTA. 2005

xv. nº f: il..............................

Marcio Manhães Folly

I. Referência orientador. II. Referência Instituição. Instituto. III.

Título

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IMUNOMODULAÇÃO PELO “POINT INJECTION” NO ACUPONTO

“BAI HUI” EM BOVINOS VACINADOS CONTRA A BRUCELOSE E O

CARRAPATO Boophilus microplus (Canestrini, 1889)

RICARDO JOSÉ BOTTECCHIA

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologia Agropecuária

da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das

exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal,

Área de Concetração em Sanidade Animal.

Aprovada em -----/-----/------

Comissão Examinadora:

Carlos Eurico Travassos, PhD. Professor, CCCTA UENF

Gilberto Brasil Lignon,PhD., Pesquisador, EMBRAPA-CNPAB

Maria Angélica , PhD, Professor, CCTA UENF

Marcio Manhães Folly, PhD, Professor CCTA UENF(Orientador)

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Ä todos os seres do planeta

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AGRADECIMENTOS

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BIOGRAFIA

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................15

2 REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................17

2.1 ACUPUNTURA...............................................................................................17

2.1.1 Homeostasia nos seres vivos ..................................................................17

2.1.2 Adaptação dos animais ao meio externo.................................................19

2.1.3 Estado pré-patológico..............................................................................19

2.1.4 Liberação de substâncias neuro reguladoras. .........................................20

2.1.5 Bem estar e imunidade............................................................................21

2.1.6 Medicina oriental e imunidade.................................................................22

2.1.7 Os pontos de Acupuntura (acupontos) ....................................................23

2.1.8 “Point-injection”........................................................................................25

2.1.9 Localização do acuponto Bai Hui e Raiz do nervo ciático .......................25

2.1.10 Acupuntura e imunidade..........................................................................26

2.2 BRUCELOSE .................................................................................................30

2.2.1 .Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e

Tuberculose .......................................................................................................30

2.2.2 Vacinação contra a brucelose .................................................................32

2.2.3 Diagnóstico e apoio laboratorial ..............................................................33

2.3 CARRAPATO .................................................................................................38

2.3.1 Ciclo de vida do Boophilus microplus(CANESTRINI, 1889) ....................38

2.3.2 Hospedeiros ............................................................................................39

2.3.3 Meio ambiente .........................................................................................43

2.3.4 Prejuízos Causados Pela Infestação de Carrapatos ...............................48

2.3.5 Imunobiologia da Relação Parasito Hospedeiro......................................52

2.3.6 Observações Clínico-patológicas Causadas Pelos Carrapatos aos

Hospedeiros .......................................................................................................54

2.3.7 Desenvolvimento do antígeno Bm 86......................................................55

3 CAPITULO 1Titulação de anticorpos antiB19 em bovinos vacinados via point

injection com vacina contra Brucelose B19 no acuponto Bai Hu...............................59

3.1 Resumo ..........................................................................................................60

3.2 Absrtract .........................................................................................................61

3.3 Introdução.......................................................................................................62

3.4 Materiais e Métodos .......................................................................................64

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3.4.1 Unidade Experimental .............................................................................64

3.4.2 Inoculação da vacina e coletas de sangue..............................................64

3.4.3 Coleta de soros sangüíneos dos animais estudados ..............................65

3.4.4 Kit Diagnóstico.........................................................................................65

3.4.5 Análise estatística....................................................................................66

3.5 Resultados e discussão..................................................................................66

3.6 Conclusão.......................................................................................................68

4 Capitulo 2 Efeito da BM86 aplicada no acuponto BaiHui no controle do

Boophilus microplus em bovinos ...............................................................................69

4.1 Resumo ..........................................................................................................70

4.2 Abstract ..........................................................................................................71

4.3 Introdução.......................................................................................................72

4.4 Materiais e Métodos .......................................................................................74

4.4.1 Unidade experimental..............................................................................74

4.4.2 Vacina GAVAC® ......................................................................................74

4.4.3 Inoculação da vacina contagem das teleóginas e coletas de sangue .....74

4.4.4 Coleta de sangue dos animais ................................................................75

4.4.5 Análise sorológica dos níveis de anticorpos anti - rbm86........................75

4.5 Análise estatística...........................................................................................76

4.5.1 Simulação da infestação. ........................................................................77

4.6 Resultados e Discussão .................................................................................78

4.6.1 Análise da infestação ..............................................................................78

4.6.2 Análise sorológica ...................................................................................92

4.7 Conclusão.....................................................................................................100

5 Capitulo 3 Dinâmica da população de B. microplus em bovinos submetidos a

retirada manual diária de teleóginas. ......................................................................102

5.1 Resumo ........................................................................................................103

5.2 Abstract ........................................................................................................104

5.3 Introdução.....................................................................................................105

5.4 Materiais e Métodos .....................................................................................106

5.4.1 Manejo da Propriedade. ........................................................................106

5.4.2 Histórico do Manejo...............................................................................107

5.4.3 Alimentação...........................................................................................108

5.4.4 Manejo Zootécnico: ...............................................................................109

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5.4.5 Manejo sanitário ....................................................................................110

5.4.6 Manejo da Ordenha...............................................................................110

5.4.7 Contagem e Retirada das Teleóginas ...................................................110

5.4.8 Análise estatística..................................................................................110

5.4.9 Simulação da infestação. ......................................................................111

5.5 Resultados e Discussão ...............................................................................112

5.6 Conclusões...................................................................................................120

6 CONCLUSÃO GERAL .....................................................................................121

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................123

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RESUMO

Palavras-chave: Bai Hui – poit injection – Gavac – Brucella B19 – B.Microplus

Esta tese orientou-se em possíveis fatores que influenciam entre as raças taurina e

zebu à resistência ao carrapato Boophilus microplus, estes fatores são por parte do

zebu, uma melhor resposta local à picada da larva (hipersensibilidade) e uma mais

eficiente auto limpeza. Seguindo este ponto de vista delineou-se três experimentos

que visaram avaliar a influência destes dois fatores separadamente sobre a

população do carrapato B.mciroplus em bovinos infestados naturalmente de duas

propriedades. A técnica do Point injection uma variante mais atual da milenar

acupuntura, que se baseia em estimular os pontos de acupuntura com a injeção de

substâncias nestes pontos, vem demonstrando entre outras atividades uma ação

imunomoduladora em coelhos quando esta é aplicada ao acuponto Bai Hui (VG 20).

Desconhecendo-se a influência do uso da técnica do point injection no acuponto Bai

Hui no sistema imunológico de bovinos, num primeiro experimento procurou-se

durante sete meses avaliar a resposta de anticorpos anti brucela B19 em novilhas

vacinadas via subcutânea e via acuponto Bai Hui por meio do Elisa Indireto. Num

segundo experimento o “point injection” no acuponto “Bai Hui” utilizando a vacina

contra carrapatos Gavac foi testado para averiguar se ocorreria interação positiva

entre a técnica e a produção de anticorpos anti BM86, e se essa interação iria refletir

na performance da vacina via controle da população de carrapatos durante sete

meses. No terceiro experimento implantou-se a retirada manual de proteógenas e

teleógenas em uma propriedade particular por 24 meses e a dinâmica populacional

do carrapato B.microplus foi monitorada semanalmente para avaliar os efeitos desta

ação mecânica no nível de infestação. Os resultados do primeiro experimento foi

uma diferença significativa a favor do point injection no acuponto Bai Hui,

confirmando uma melhor resposta à produção de anticorpos e uma possível

imunomodulação à nível humoral. No segundo experimento a produção de

anticorpos no tratamento do point injection foi significativamente inferior ao

tratamento via subcutânea da Vacina Gavac TM, porém o tratamento Bai Hui foi

significativamente melhor no controle do carrapato bovino, indicando uma interação

positiva entre o point injection aplicado no acuponto Bai Hui e a Vacina Gavac

indicando uma possível imunomodulação à nível celular. No terceiro experimento a

retirada manual de teleógenas e partenógenas influenciou a dinâmica de população

do carrapato bovino na propriedade ajudando ao controle da população de

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carrapatos. Conclui-se então que o point injection no acuponto Bai Hui em bovinos

apresentou ação imunomoduladora humoral com a vacina contra brucelose e uma

provável ação imunomoduladora à nível celular com a vacina Gavac e que a retirada

manual de teleógenas e partenógenas controlou a carrapatose bovina dentro da

propriedade. Como conclusão geral os resultados sugerem que os tratamentos que

visaram melhorar a resposta inflamatória à picada do carrapato e melhorar a

eficiência na auto limpeza ao carrapato, contribuíram para um melhor controle do

B.microplus dentro das duas propriedades.

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ABSTRACT

Key words: Bai Hui – poit injection – Gavac – Brucella B19 – B.Microplus

This thesis was guided in possible factors that influence between the taurine races

and zebu to the resistance to the tick Boophilus microplus, these factors are on the

part of the zebu, a better local answer to the bite of the larva (hipersensibility) and a

more efficient solemnity cleaning. Following this point of view was delineated three

experiments that sought to evaluate the influence of these two factors separately on

the population of the tick B.mciroplus in bovine infested naturally of two properties.

The Point injection technique a more current variant of the millenarian acupuncture,

that bases on stimulating the acupuncture points with the injection of substances in

these points, is demonstrating among other activities an immunomodulator action in

rabbits when this is applied to the acupoint Bai Hui (VG 20). being Ignored the

influence of the use of the point injection technique in the acupoint Bai Hui in the

immunologic system of bovine, in a first experiment was sought for seven months to

evaluate the answer of antibodies ant brucella B19 in cows vaccinated subcutaneous

road and Bai Hui acupoint through Indirect Elisa. In a second experiment the " point

injection " in the acupoint " Bai Hui " using the vaccine against ticks Gavac was

tested to discover if it would happen positive interaction between the technique and

the production of antibodies ant BM86, and if that interaction would contemplate in

the performance of the vaccine through control of the population of ticks for seven

months. In the third experiment it was implanted the proteógenas and teleógenas

retreat manual in a private property for 24 months and the population dynamics of the

tick B.microplus it was weekly monitored to evaluate the effects of this mechanical

action in the infestação level. The results of the first experiment were a significant

difference in favor of the point injection in the acuponto Bai Hui, confirming a better

answer to the production of antibodies and a possible imunomodulation to level

humoral. In the second experiment the production of antibodies in the treatment of

the point injection was inferior significantly to the treatment subcutaneous of the

Vacina Gavac TM, however the treatment Bai Hui was significantly better in the

control of the bovine tick, indicating a positive interaction among the point applied

injection in the acuponto Bai Hui and the Vacina Gavac indicating a possible

imunomodulação to at cellular level. In the third experiment the teleógenas and

partenógenas retreat manual influenced the dynamics of population of the bovine tick

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in the property helping to the control of the population of ticks. It is concluded then

that the point injection in the acuponto Bai Hui in bovine presented action

imunomoduladora humoral with the vaccine against brucelose and a probable action

imunomoduladora to at cellular level with the vaccine Gavac and that the teleógenas

and partenógenas retreat manual controlled the bovine carrapatose inside of the

property. As general conclusion the results suggest that the treatments that sought to

improve the inflammatory answer to the bite of the tick and to improve the efficiency

in the solemnity cleaning to the tick, contributed inside to a better control of

B.microplus of the two properties.

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1 INTRODUÇÃO

O mar de informações que emerge da cultura humana é tão impressionante

quanto maravilhoso. Os homens de ciência se banham nele todos os dias a procura

da razão e da inspiração, embora muita das vezes envolto em seus

questionamentos, nem se dêem conta da sua imensidão. Os oceanos são vários,

praias diversas e sedutoras e paisagens que vão desde as antigas tradições dos

povos indígenas, como a arte de curar da medicina tradicional Chinesa, até a

ecologia mãe das complexas informações racionais e pontuais da ciência.

Discussões sobre a origem das informações do conhecimento humano no seu

ampto, tiveram e terão participação não menos importante na construção social,

moral e tecnológica.

Muitas hipóteses tem sido lançadas e comprovadas ao longo dos anos em

teses e estudos experimentais em medicina veterinária. A aplicabilidade destas

comprovações é um dos prinicipais desejos de quem as gera, assim como de grande

parte da sociedade que as financia. Dentre as hipóteses defendidas por alguns

autores para os possíveis fatores que influenciam entre as raças taurina e zebu à

resistência ao carrapato Boophilus microplus, encontra-se por parte do zebu, uma

melhor resposta local à picada da larva (hipersensibilidade)e uma mais eficiente auto

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limpeza, isto provavelmente se deve a co evolução do carrapato B.microplus com os

zebuídeos o que não aconteceu com os taurinos.

Orientado-se por este ponto de vista delineou-se três experimentos que

visaram avaliar a influência destes dois fatores separadamente sobre a população

do carrapato B.mciroplus em bovinos infestados naturalmente de duas propriedades,

ou seja melhorar a reação inflamatória à larva de carrapato através de agentes

imunomoduladores e fornecer uma ajuda a auto limpeza de vacas leiteiras de alto

grau de sangue holandêz.

A técnica do Point injection uma variante mais atual da milenar acupuntura,

que se baseia em estimular os pontos de acupuntura com a injeção de substâncias

nestes pontos, tem demonstrado entre outras atividades uma ação

imunomoduladora em coelhos quando esta é aplicada ao acuponto Bai Hui (VG 20).

Devido ao fato de se desconhecer através de resultados publicados à

influência do uso da técnica do point injection no acuponto Bai Hui no sistema

imunológico de bovinos, num primeiro experimento procurou-se avaliar a resposta de

anticorpos anti brucela B19 em 22 novilhas com a idade entre 3 a 6 meses

vacinadas via subcutânea e via acuponto Bai Hui por meio do Elisa Indireto, num

período de sete meses .

No segundo experimento o “point injection” no acuponto “Bai Hui” utilizando a

vacina contra carrapatos Gavac foi também testado para averiguar se ocorreria

interação positiva entre a técnica e a produção de anticorpos anti BM86, em 20

novilhas meio sangue hoalndês-zebu e se essa interação iria refletir na performance

da vacina via controle da população de carrapatos. Para isto foram monitoradas

durante 26 contagens num período de mais ou menos sete meses.

No terceiro experimento implantou-se a retirada manual diária de proteógenas

e teleógenas em uma propriedade particular por 24 meses em 15 vacas em lactação

e a dinâmica populacional do carrapato B.microplus foi monitorada semanalmente

para avaliar os efeitos desta ação mecânica no nível de infestação.

Os dados coletados foram tabulados e analisados estatisticamente quanto a

sua homocedacidade, efetuou-se a análise de variância, a comparação de suas

médias, assim como as devidas correlações e regressòes.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ACUPUNTURA

2.1.1 Homeostasia nos seres vivos

Os estudos sobre comportamento animal e os recentes conhecimentos sobre

homeostasia e neurofisiologia são alguns campos de pesquisa que podem nos levar

a entender melhor os mecanismos de interação e influências do meio ambiente

externo e interno na saúde dos seres, gerando a partir daí respostas para os

mecanismos de ação de modernas e antigas terapias (Homeopatia, Acupuntura e

Fitoterapia) já consagradas por seus resultados.

A homeostasia é definida como a habilidade de um indivíduo em manter

condições internas constantes frente a um ambiente externo variante (RICKLEFS,

1993). O sistema que regula e mantém a homeostasia interna do corpo é

denominado sistema homeostático. A vitalidade de todos os animais, seja do

unicelular ao pluricelular, depende da eficiente operação deste sistema regulador

que controla as condições ambientais dentro de seus corpos.

O controle deste sistema é operado através de mecanismos que

funcionalmente conectam “inputs” aos “outputs”. Nos mamíferos, alguns operam via

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simples ligação nervosa, outros via complexas ligações nervosas através do cérebro,

envolvendo em alguns casos, efeitos hormonais.

Numerosos impulsos chegam ao sistema regulador do animal através da via

neuro sensorial. A luz infringida ao animal, a temperatura ao seu redor e a pressão

na sua superfície, junto com som, cheiro, sabor e outros fatores menos óbvios tais

como gravidade, dão ao animal informações sobre o seu meio ambiente. Mesmo

dentro desta complexa via neuro sensorial ainda que alguns processos de regulação

corporais sejam afetados por “inputs” simples, algumas respostas envolvem sinais

múltiplos “inputs” simples e primários que podem ser interpretados sob a luz de

experiências prévias e comparadas com outros “inputs” a modo de construir um mais

acurado e mais complexo quadro do meio ambiente e das suas trocas relevantes.

Isto pode iniciar não somente respostas complexas, dependendo de experiências

prévias, como novas trocas corporais tais como a liberação de hormônios, que por si

só, terão um importante efeito no controle do sistema (BROOM & JOHSON, 1993)

A conseqüência de um animal receber um sinal sensorial do seu ambiente

pode ser uma reação tão simples como o fechar de uma pálpebra, ou tão complexo

quanto uma resposta de emergência ou fuga sob a influência de catecolaminas que

leva a ajustes fisiológicos do sistema cardiovascular, respiratório, metabólico e

hormonal, junto com alguma resposta comportamental integrada (GUYTON, 1991).

Em um curto espaço de tempo estas respostas normalmente têm a função de

promover a homeostasia no animal, preparando-o para as mudanças necessárias a

sua sobrevivência. Experimentos realizados por (HUANG et al., 1996) sugerem

haver a participação da acupuntura na modulação da homeostasia melhorando a

estabilidade da função celular.

A pele e a membrana das mucosas são as interfaces entre o meio ambiente

externo e o interno; sendo já comprovada a participação bastante efetiva dos pontos

de acupuntura neste processo neuro sensorial (SHIRAISHI et al., 1995; GUAN et al.,

1990; KASHIBA e UEDA,. 1991).

LIU et al.(1990), demonstrou haver uma relação entre a acupuntura e fortes

exercícios físicos na produção de descargas rítmicas nas fibras nervosas, o que

causa liberação de opióides endógenos e ocitocina, substâncias algumas delas

hormonais, que induzem trocas funcionais em diferentes órgãos do sistema,

influenciando na homeostase.

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O sistema de controle hormonal está sujeito à influências nervosas tal como o

sistema de controle nervoso é afetado por hormônios (WEST, 1990). Estes dois

componentes de resposta de um animal para o seu meio ambiente podem ser vistos

como elementos de um combinado sistema de controle que determinam a fisiologia

do animal e seu comportamento .

2.1.2 Adaptação dos animais ao meio externo

Uma característica dos mecanismos nervosos que interagem o ser com o

meio ambiente (comportamento) é o declínio na sua resposta quando eles estão

expostos a estímulos repetidos, (GUYTON,1991). Essa “adaptação”, termo utilizado

em evolução, é definida nos estudos de comportamento animal, como uma

tendência à manutenção da estabilidade mental e corporal (FRASER &

BROOM,1990).

Os animais viveram vários milhões de anos independentemente dos humanos

e tiveram que se adaptar ao meio ambiente em que viviam. Há mais de 5 mil anos os

animais tem sido controlados através da domesticação por apenas, e mantido-os em

confinamento só há poucas décadas. Assim, a influência de alguns milênios antes

da domesticação animal, que começou na antiga Pérsia, hoje denominada Irã, tem

seu peso nas mudanças impostas durante as últimas poucas décadas. Algumas

mudanças ocorreram e outras deverão continuar ocorrendo, mais muitas

características são resistentes a mudanças. BROOM & JOHSON (1993) cita que o

que ROTHSCHILD tem dito para os humanos pode muito bem ser aplicado

igualmente para outros animais: “Nós somos cativos dos genes que nos permitiram

sobreviver num mundo pré-histórico e hostil”.

Um ponto crucial sobre a evolução da adaptação para as vicissitudes do meio

ambiente físico e social é que uma parte importante desta, tem sido o

desenvolvimento de uma complexa apreciação das interações do indivíduo com o

mundo no qual ele vive, o que nós chamamos de sentimentos (DAWKINS, 1990).

2.1.3 Estado pré-patológico

Seria surpresa se animais domésticos como os nossos que têm todos uma

elaborada organização social, não tivessem sensações similares aos nossos,

existindo assim um potencial para a dor, o que é de grande importância quando se

consideram questões biológicas e morais no seu trato.

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De acordo com CABALLERO citado por BROOM & JHONSON (1993) , as

mudanças ocorridas no estilo natural de vida, causadas pela implantação do sistema

industrial de produção animal, trouxeram uma importante redução na possibilidade

de manifestar condutas individuais especificamente na organização dos indivíduos e

na capacidade para desenvolver atividades e condutas próprias da espécie,

ocasionando assim que os animais percam o controle do seu habitat, e respondam

de uma forma diferente dos padrões normais a uma série de estímulos externos,

sendo essas respostas obtidas através dos mecanismos psicobiológicos e

neuroendocrinológicos (GENTLE, 1992).

Segundo MOBERG (1987a,b), o estado pré-patológico é reconhecível por

uma variedade de anormalidades no comportamento, na fisiologia, na função do

sistema imune e na reprodução.

Quando a homeostasia falha ocorre a doença e até mesmo a morte, e a

doença é uma luta para manutenção do balanço homeostático em nosso tecidos

SELYE (1976). Esta hipótese é também defendida filosoficamente, como a principal

causa das patologias na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) sendo registrada pela

primeira vez no Nei Jing Su Wen, sobre o Equilíbrio dos Meridianos (770-476 a.C):

A formação de uma energia perversa ou de uma doença no homem surge do

Yin ou do Yang. As doenças dos meridianos Yang na superfície do corpo acontecem

em geral, por terem sofrido uma agressão mórbida do vento, da chuva, do frio ou da

umidade, tendo uma influência por fatores externos ou cósmicos. As doenças que

surgem nos meridianos Yin no interior estão relacionadas a um desiquilíbrio

alimentar ou a um cotidiano irregular. O desiquilíbrio do Yin e do Yang dificulta a

relação entre a alegria e a raiva e é quando a doença surge no interior” (HE, 1999).

2.1.4 Liberação de substâncias neuro reguladoras.

Segundo SCHIMIDT citado por BROOM & JOHNSON (1993), várias espécies

de estímulos bombardeiam os animais continuamente. Os estímulos que atingem os

animais variam em tempo (frequência e duração), intensidade (densidade e área),

modo (visual, paladar, emocional, etc..).

As variações nos padrões de adaptação são um aumento no ganho do

sistema hipersensibilidade e sensibilidade reduzida ao estímulo hiposensibilidade.

A hiposensibilidade tem sido objeto de atenção especial por causa da sua

relação com o alívio da dor, ou analgesia. Segundo o Brambell (1965). “Todos

mamíferos podem por pressuposto ter o mesmo aparato nervoso que o dos seres

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humanos para a dor.” Os pássaros tem uma complexidade similar aos mamíferos , e

os peixes têm receptores funcionais da dor (ROVAINEN & YAN, 1985).

Estímulos nocivos podem estar associados com algum tipo de supressão da

dor devido a liberação de substâncias pelo SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

(ANDERSON et al., 1989 e KOMISARUK & LARSON, 1971). A possibilidade de

alguns animais se auto narcotizarem, como um meio de tentar se adaptar em

condições difíceis por um período prolongado, tal como um confinamento, tem sido

sugerido por BROOM (1968b, 1988).

BONICA et al.(1990) demonstraram através da acupuntura que três tipos de

substâncias locais participam na transdução periférica de estímulos nociceptivos em

impulsos nociceptivos (dor). Estas substâncias são encefalinas, endorfinas e

dinorfinas, que são quimicamente correlatas às drogas opióides usadas como

analgésicos (AMIT & GALLINA, 1986 e BECKER, 1987). Os opióides tais como

endorfinas, encefalinas e dinorfinas estão envolvidos em alguns mecanismos de

controle corporal no cérebro (AKIL et al.,1984), incluindo a liberação de prolactina,

hormônio luteinizante e do crescimento (GROSSMAN & REES, 1983), e a percepção

da dor.

Os receptores de opióides no cérebro não têm um número fixo e podem variar

por alguns fatores incluindo isolamento social, choque elétrico durante a

alimentação, restrição de movimentos e o uso de agonistas e antagonistas

(BONNET et al., 1976).

2.1.5 Bem estar e imunidade

Tentativas para adaptação incluem funcionamento do sistema de reparação

corporal, defesas imunológicas, respostas fisiológicas de emergência e uma

variedade de respostas através do comportamento. Em um indivíduo que está

sofrendo, a capacidade de se adaptar é menor se comparada a um indivíduo que

não está sofrendo. (BROOM & JOHSON, 1993)

Os sentimentos subjetivos de um animal são um importante aspecto do seu

bem-estar. Segundo DAWKINS (1990), sofrimento ocorre quando sentimentos

subjetivos desagradáveis são agudos ou contínuos por um longo tempo,

impossibilitando o animal de expressar suas ações através das quais reduziriam os

riscos para sua vida e reprodução nestas circunstâncias. O sofrimento é um dos

mais importantes aspectos da pobreza do bem-estar, por isto devemos tentar

identificá-lo e tentar preveni-lo. Níveis imunológicos são correlatos com os níveis de

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bem-estar (KELLEY, 1980; BROOM, 1988; FRAZER & BROOM, 1990). Quando o

bem-estar está em um bom nível, o sistema imune trabalha efetivamente para deter

patógenos.

Animais que encontram dificuldades em se adaptar muitas vezes demonstram

alguns graus de imunosupressão (KELLEY,1980). Estados de tensão encontrados

em aves trazem como conseqüências importantes a imunodepressão, o atraso no

desenvolvimento e uma conversão alimentar ineficiente (GROSS & SIEGEL, 1981).

Medidas da função do sistema imunológico podem ser usadas como indicadores de

baixo nível de bem-estar a longo prazo. Uma maneira óbvia de descobrir

dificuldades na habilidade de combater doenças pelos animais é a contagem de

células brancas de amostras colhidas do sangue ou de outros fluídos corporais.

HELLER & JEPPESEN (1985), demonstrou que taxas de eosinófilo / linfócito em

mink foram afetadas, por prende-los com pequenas braçadeiras de arame.

Os anticorpos são constituídos de cinco tipos diferentes de imunoglobulinas,

IgA, IgE, IgG IgD e IgM que são produzidas pelos β linfócitos. A produção de

anticorpos específicos podem trazer informações valiosas sobre o bem-estar

(ZANELLA et al.,1995).

A produção de anticorpos é afetada pelas interleucinas produzidas por uma

das formas de linfócitos-T. Tais medidas da redução dos níveis de anticorpos são

um modo indireto de medir a dificuldade que um animal está encontrando para se

adaptar ao meio ambiente. Estas medidas da atividade das células T podem ser

usadas como indicadoras do grau de bem-estar dos animais (BARTA, 1983;

MONJAN & COLLECTOR, 1977).\

2.1.6 Medicina oriental e imunidade

Conceitos holísticos de saúde ocidentais e antigos conceitos orientais

Chineses e Indianos têm o mesmo objetivo com relação a tratamentos contra a

doença e assim têm orientado tratamentos baseados em dieta, medicamentos,

exercícios físicos, psicológicos e outros que restauram o balanço da energia vital ou

o equilíbrio entre o meio ambiente externo e interno para que automaticamente seja

restaurada a saúde de uma forma mais completa e duradoura. Excluindo-se é lógico

os casos onde danos irreparáveis à saúde já tenham ocorrido.

Na medicina holística quando surge a doença recomendam-se tratamentos

que ajudam a melhorar as defesas naturais do corpo. O conceito holístico é um dos

princípios básicos da Medicina Tradicional Chinesa(MTC).

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O sistema imune dos animais é parte caracterizado como tendo respostas

específicas tais como a produção pelo corpo de anticorpos específicos para

antígenos, e uma resposta não específica, que consiste de uma resposta geral

sistêmica para substâncias indesejáveis.

Na MTC não existe o conceito de imunidade, como entendido ou definido em

termos da fisiologia ocidental. Em lugar disto ,existe o conceito de defesa do

organismo a ataques externos. Este ataque é visto como uma agressão por forças

externas, as quais a medicina ocidental, até pouco tempo ignorava. Os excessos

externos da MTC incluem trauma, pestilência, e os clássicos Seis Excessos (o vento,

o frio, o calor do verão, a umidade, a secura e o fogo). Esses Seis Excessos

invadem a superfície do corpo através dos pontos de acupuntura, especialmente na

cabeça, pescoço e costas e se não são repelidos ganham o interior dos corpos e

atacam os orgãos internos.

Na Medicina Alopática a utilização de vacinas é uma das formas encontradas

para estimular um dos componentes da defesa natural do organismo.

As informações quanto aos benefícios e malefícios da aplicação de vacinas

estão atualmente contraditórias. Algumas vacinas têm sido acusadas de causar

reações adversa tais como: problemas respiratórios (ODENT, 1994\), suceptibilidade

a desenvolver a doença de Crohn's e a desenvolver colite ulcerativa. (THOMPSON,

1995), aumento do risco de artrite (BENJAMIN, et al., 1992) e desenvolvimento de

sarcoma (KASS et al., 1993).

Na MTC não existe indicações quanto à aplicação de vacinas, porém a

acupuntura(AP) tem ação comprovada sobre o sistema de defesa natural e muitas

pesquisas que envolvem AP e imunidade tem se utilizado do monitoramento das

trocas na bioquímica do sangue e da resposta clínica. A maioria destes resultados

foram obtidos em animais (ROGERS, 1992).

2.1.7 Os pontos de Acupuntura (acupontos)

Acuponto é uma região da pele em que é grande a concentração de

terminações nervosas sensoriais, Essa região está em relação íntima com nervos,

vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (WU, 1990). Sua

estimulação possibilita acesso direto ao SNC (FARBER & TIMO-IARIA, 1994).

Estudos morfofuncionais identificaram plexos nervosos, elementos vasculares

e feixes musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos.

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Outros receptores encapsulados, principalmente o órgão de Golgi do tendão e

bulbos terminais de Krause também podem ser observados (HWANG, 1992).

Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos

acupontos. Nesse sentido, Zhai apud HWANG (1992) verificou que ratos adultos

possuem contagens de mastócitos significativamente mais altas nos acupontos que

em outros locais. Além disso, os acupontos possuem propriedades elétricas diversas

das áreas adjacentes: condutância elevada, menor resistência, padrões de campo

organizados e diferenças de potencial elétrico (ALTMAN, 1992). Por isso, são

denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele (PBRP) e podem ser

localizados na superfície da pele através de um localizador de pontos.

Em ratos, há uma correlação positiva entre o desenvolvimento pós-natal de

PBRP e o aumento da contagem de mastócitos no tecido conjuntivo da derme

nestes PBRP. KENDALL (1989) verificou que, em acupontos de ratos e humanos,

podem ser observadas junções entre mastócitos e fibras nervosas aferentes e

eferentes imunerreativas para o neurotransmissor substância P (SP).

Segundo HWANG (1992), junções específicas mastócito-célula nervosa foram

observadas nos acupontos, bem como relatos de degranulação de mastócitos no

acuponto após sua estimulação com agulha.

Funcionalmente, os mastócitos estão intimamente relacionados às reações de

hipersensibilidade imediata, inflamação neurogênica e enfermidades parasitárias.

Devido à gama de estímulos e agentes capazes de ativar o mastócito, tem sido

também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador de respostas

inflamatórias agudas não relacionadas com hipersensibilidade imediata (Galli apud

ABEL, 1995). Sabe-se, por exemplo, que mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8),

um potente agente quimiotático para neutrófilos (MÖLLER et al., 1993).

A combinação das características descritas tornam o ponto de acupuntura

extremamente reativo ao pequeno estímulo causado pela inserção da agulha

(KENDALL, 1989). Segundo GUNN et al. (1976), os acupontos podem ser divididos

em tipo I ou pontos motores; tipo II, localizados nas linhas medianas posterior e

anterior (ou dorsal e ventral) do organismo e tipo III, que apresentam leitura difusa

com neurômetro. Quanto à sua localização, os acupontos dos membros estão

situados sobre linhas que seguem o trajeto dos principais nervos e vasos

sangüíneos, os do tronco, ao nível da inervação segmentar, local onde nervos e

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vasos sangüíneos penetram a fascia muscular e os da cabeça e face, próximos aos

nervos cranianos e cervicais superiores (KENDALL, 1989).

2.1.8 “Point-injection”

O “point injection”, método bastante popular na acupuntura veterinária e

humana, reúne duas vantagens: é mais rápida que AP clássica com agulhas e

eletroacupuntura e produz estímulos no local que podem durar por 1 hora ou mais

após a injeção. Os pontos são escolhidos de maneira usual.

Precauções com relação à higiene de material e do local a ser aplicado

devem ser tomadas. As agulhas devem ser inseridas na profundidade correta, sendo

escolha da solução ampla e de preferência pessoal, podendo ser utilizados

medicamentos, hormônios, vitaminas e até antígenos.

Injeção salina aplicada duas vezes ao dia durante 7 dias no ponto BL 13

curou 90% dos casos de pneumonia lobar, comparado com um índice de 84% da

taxa de cura feita pelo uso de penicilina e streptomicina (ZHANG et al, 1984)

2.1.9 Localização do acuponto Bai Hui e Raiz do nervo ciático

O acuponto Bai Hui estálocalizado no espaço compreendido entre a última

vértebra lombar e a primeira sacral, deste local também emerge uma das raizes do

nervo ciático.

Figura 1 Localização acuponto bai Hui

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Figura 2 Localização da raiz do nervo ciático

2.1.10 Acupuntura e imunidade

A acupuntura é utilizada para ativar o sistema imune, influenciando na

imunidade celular específica e não específica, alguns pontos tais como: LI04, 11;

ST36; GB39; SP06; GV14; BL11, 20, 23-28 e CV12 são indicados como

imunoestimulantes, sendo que alguns ao contrário são indicados como

imunosupressores como é o caso do BL52 (ROGERS, 1991). O acuponto BaiHui

posterior cujo significado é o ponto das cem reuniões, localiza-se sobre a linha

mediana dorsal, na borda antero-superior do sacro dos animais e entre as suas

indicações está a de ponto de tonificação geral da região posterior(RUBIN, 1983)., e

imunoestimulante em coelhos (LIGNON, 2000).

Experimento realizado na Faculdade de Veterinária de Botucatu demonstrou

bons resultados em eqüinos ao associar uma redução do uso de prostaglandina

aplicada no ponto de acupuntura BaiHui posterior (point injection ) (LUNA, 1999).

BIANCHI et al.(1991) mediu níveis de beta-endorfina na periferia de células

mononucleares e indução mitogênica de proliferação de linfócito T nos pacientes em

tratamento com acupuntura tradicional. A AP tradicional aumentou os níveis de

opióide nas células imunes e a proliferação de linfócitos. Os resultados foram

considerados consistentes com a hipótese que a AP modula a resposta imune no

homem, além disto, AP ativa o sistema nervoso simpático ativando linfócitos

auxiliares FUJIWARA (1991).

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BIHARI et al.(1995). testou estímulos de eletroacupuntura (EAP) nos pontos

ST36, SP06, LI04 e GV14 em cabras (grupo A), ou GB39, SP10, LI11 e LV03 (grupo

B) o que causou um aumento significante nos títulos de anticorpos de 1:7.5

(controle) para 1: 22.5 e 1:20, respectivamente, contra o antígeno de Salmonella

cinco dias após a inoculação. Os título de anticorpos apresentaram um aumento

gradual, respectivamente, para 1:1440 e 1:1120 no 14o dia, contra 1:320 do controle.

Depois disto declinou para 1:120, 1:90 and 1:15, respectivamente, no 30o dia. Não

houve diferença significante nos títulos de anticorpos entre os dois grupos de

animais estimulados com acupuntura.

O efeito da acupuntura e moxabustão (aquecimento da pele sobre o ponto do

acupuntura com auxílio de um bastão de moxabustão –Artemisia vulgaris - em

brasa) sobre as funções imunológicas está intimamente relacionado ao local da

estimulação. Uma diferença significativa é notada quando são estimulados

acupontos ou não-acupontos e também entre estímulos dados a diferentes

acupontos.

A moxabustão, teve sua influência testada na função das plaquetas e nas

atividades fibrinoliticas e coagulantes. Reportou-se um acréscimo na fagocitose e no

mecanismo de defesa OKSAKI et al.(1990).

ROGERS (1992) cita um dos primeiros trabalhos para monitorar a modulação

do sistema imune (Zhongjing Medical School, abstracts Chinese Medical Journal, 12,

1958) onde aplicou-se duas doses de (0,1 mL/dose) de vacina contra a cólera, tifo e

paratifo. O relato declara ser a dose aplicada um sétimo da dose normal, no ponto

ST 36. Após a aplicação eles agulharam o ponto três vezes por semana e

examinaram então o sangue três vezes a intervalos regulares. Os resultados

demonstraram maiores taxas de lise , duração de efeito mais longa , mais alto título

antibacteriano, maior persistência dos anticorpos após a vacinação e maior titulação.

LIGNON et al. (2000) ao injetar Micoplasma no ponto Baihui posterior em coelhos

observou diferenças significativas na produção de anticorpos, tanto em machos

como em fêmeas sendo para os machos computada a maior produção de anticorpos

entre os dois sexos.

Nos dias de hoje é conhecido o fato que a acupuntura é usada com sucesso

para o tratamento de certas doenças crônicas, alguns autores supõem que a

acupuntura estimula alguns nervos sensoriais ou o sistema nervoso autônomo e

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induz a recuperação da normalidade da circulação sangüínea (NISHIJO, 1997; TAM,

1975; WILIAMS, 1991).

Existem evidências que a acupuntura induz a um decréscimo na taxa de

batimento cardíaco (NISHIJO et al., 1997). Para HIDETOSHI et al (2002) este

fenômeno pode estar associado com o estímulo pela acupuntura de nervos

parassimpáticos e com isto uma subsequente normalização da circulação

sangüínea., assim eles especulam que este estímulo dos nervos parassimpáticos

possa também modular certas funções do sistema imune. Esta hipótese se baseia

no fato que o sistema imune comprovadamente é modulado por estímulo do sistema

nervoso autônomo(KAWAMURA, 1997;KAWAMURA, 1999 ; MINAGAWA, 2000;

SUZUKI, 1997; TOYABE, 1997 E YAMAGIWA, 2001)

Um dos exemplos que podemos utilizar para defender esta hipótese é a de

que granulócitos tem em sua superfície celular maior número de receptores

adrenérgicos que receptores colinérgicos enquanto que linfócitos albergam mais

receptores colinérgicos que adrenérgicos em sua superfície (SUZUKI, 1997 E

TOYABE, 1997). Uma alta taxa de expressão de receptores adrenérgicos em

linfócitos considerados primitivos como as células NK cells e células NKT tem sido

demonstrado por alguns autores (BEM-ELIYAHU, 2000; HSUEH, 1999; NAGAO,

2000; SONDERGAARD, 1999; MINAGAWA, 2000 E YAMAGIWA, 2001)

Como resultado fenômenológico desta característica encontrada nestas

células sangüíneas, a atividade do sistema fagocítico (granulócitos), tende a

aumentar quando o sistema nervoso simpático é dominante enquanto que a do

sistema imune linfócitos) tende a aumentar quando o sistema nervoso

parassimpático é o dominante. Por isso pessoas que sofrem qualquer tipo de

estresse (maior produção de adrenalina) tendem a ter um alto nível de granulócitos

no sangue. Sendo assim se a acupuntura estimula os nervos parassimpáticos, torna-

se coerente considerar a possibilidade do sistema imune ser modulado pela

acupuntura.

HIDETOSHI et al (2002) demonstrou que a eletro-acupuntura eventualmente

modula o padrão de leucócitos no sangue periférico. Neste estudo a eletro

acupuntura foi aplicada em jovens voluntários. O primeiro passo foi medir a

proporção dos granulócitos e linfócitos dos voluntários para que se pudesse formar

três grupos entre eles:

(1) granulocitosis e linfocitopenia;

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(2) granulocitopenia e linfocitosis; e

(3) padrão normal.

Com a administração da acupuntura, o perfil dos sujeitos do grupo 1 com

relativamente baixos níveis de granulócitos e altos níveis de linfócitos, trocou

enquanto que o altos níveis de granulócitos e os baixos níveis de linfócitos do grupo

2 também trocou. Em outras palavras, a aplicação da eletroacupuntura fez com que

uma tendência a normalizar o padrão dos leucócitos fosse observada. Neste mesmo

experimento observou-se que a acupuntura induz a um estímulo dos nervos

parassimpáticos, resultando em um decréscimo da taxa de batimento cardíaco.

Sugerindo assim possíveis mecanismos pelos quais a acupuntura pode melhorar as

condições de pacientes com algumas doenças crônicas.

É uma característica da acupuntura manter a função imunológica em um

estado ótimo, regulando seus mecanismos. Em geral, a acupuntura pode restaurar a

homeostase de um organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em

hipofunção. MENG (1992) classifica essa situação como um efeito regulatório de

dupla direção, mas essas ações dependem do estado de saúde do organismo em

questão.

Segundo o Research Group of Acupuncture Anesthesia (1979), o efeito da

eletroacupuntura no acuponto Hegu ou Zusanli sobre a imunidade celular em

setenta pacientes submetidos a operações cirúrgicas, variou de acordo com o status

imunológico de cada paciente. O teste de transformação blástica, o teste sheep

eritrocyte (SE) roseta não ativo e o teste SE roseta ativo mostraram que ocorreu

estimulação da imunidade celular, principalmente em indivíduos com níveis baixos

ou normais desta, enquanto naqueles com altos níveis de imunidade celular, ocorreu

um decréscimo. Isso sugere que essa técnica tem um efeito regulador sobre a

imunidade celular.

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2.2 BRUCELOSE

2.2.1 .Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose

A brucelose, causada por Brucella abortus, esta disseminada por todo o

território nacional, porém a sua prevalência e distribuição regional não esta bem

caracterizada. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte como o gado

de leite, afetando também a população de bubalinos.

O último diagnóstico de situação da brucelose bovina em nível nacional foi

realizado em 1975, tendo sido estimado a porcentagem de animais soropositivos em

4,0% na Região Sul, 7,5% na Região Sudeste, e especificamente na região do

município de Campos dos Goytacazes, RJ De MELO (2001) encontrou um índice

médio de positividade de 11% similar ao da média total das regiões Norte e Noroeste

do estado do Rio de Janeiro. No Brasil, os índices de prevalência sõ: na Região

Centro-Oeste, de 6,8%, 2,5% na Região Nordeste e 4,1% na Região Norte de MELO

(2001). Posteriormente, outros levantamentos sorológicos por amostragem,

realizados em alguns estados, revelaram pequenas alterações na prevalência de

brucelose: no Rio Grande do Sul a prevalência passou de 2,0%, em 1975, para 0,3%

em 1986; em Santa Catarina passou de 0,2%, em 1975, para 0,6% em 1996, é

sabido atualmente que este estado tem o melhor índice no Brasil devido a

implantação de um sistema de controle da Brucelose utilizando vacinações em

fêmeas novas; no Mato Grosso do Sul a prevalência estimada em 1998 foi de 6,3%,

idêntica ao valor encontrado em 1975 para o território Mato-grossense; em Minas

Gerais passou de 7,6%, em 1975, para 6,7%, em 1980; no Paraná, a prevalência

estimada em 1975 foi de 9,6%, passando para 4,6% de bovinos soropositivos em

1989. Os dados de notificações oficiais indicam que a prevalência de animais

soropositivos se manteve entre 4% e 5%, no período de 1988 a 1998. Em 1999,

foram liberadas pelo Ministério de Agricultura (MA), 5,5 milhões de doses de vacina

contra brucelose, dos quais 2,5 milhões foram consumidas em Minas Gerais, em

virtude deste estado já ter implantado um programa de vacinação obrigatória.

O governo federal atento a estes dados resolve então através do Ministério da

Agricultura implantar o Programa nacional de controle e erradicação da Brucelose e

da Tuberculose (PNCEBT), cujos objetivos específicos são:

a. Baixar a prevalência e a incidência de novos casos de brucelose e de

tuberculose;

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b. Criar um número significativo de propriedades certificadas que ofereçam ao

consumidor produtos de baixo risco sanitário.

A estratégia de ação deste programa é clara: a certificação de propriedades

livres e de propriedades monitoradas, de adesão voluntária, será um instrumento

que os produtores e o setor agro-industrial poderão utilizar para agregar valor aos

seus produtos, o que poderá vir a ser viabilizado através da criação de um selo de

qualidade sanitária ou de outros incentivos criados pela própria indústria. Assim

sendo, este não é um programa apenas do governo federal e dos governos

estaduais mas sim um projeto que visa envolver o setor produtivo e suas

comunidades, o setor industrial e os consumidores, não esquecendo os médicos

veterinários que atuam no setor privado. Em outras palavras, o setor público vai

atuar como agente certificador dentro de um processo que envolve diretamente toda

a cadeia produtiva.

Serão também aplicadas medidas sanitárias compulsórias de eficácia

comprovada, como a vacinação de bezerras contra a brucelose e o controle do

trânsito de animais destinados à reprodução, objetivando baixar a prevalência e

incidência de casos destas doenças até níveis compatíveis com ações sanitárias

mais drásticas, que caracterizam um programa de erradicação. Prevê-se que no

espaço de uma década seja possível reduzir a prevalência de propriedades afetadas

para valores próximos a 1%, nos estados que implantarem o programa dentro do

cronograma previsto.

Para garantir a qualidade técnica das ações do programa, estão sendo

propostas uma série de medidas que visam:

(a) capacitar médicos veterinários e laboratórios, tanto oficiais como privados;

(b) padronizar e modernizar os métodos de diagnóstico utilizados;

(c) permitir as ações de fiscalização e monitoramento que cabem ao serviço oficial

de defesa sanitária animal; e

(d) melhorar a integração deste com o serviço oficial de inspeção de produtos de

origem animal.

Dentro deste programa também estão definidas algumas propostas técnicas,

como:

• Vacinação contra a brucelose

• Certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose

• Certificação de propriedades monitoradas para brucelose e tuberculose

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• Controle do trânsito de reprodutores e normas sanitárias para participação em

exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais

• Credenciamento e capacitação de médicos veterinários

• Diagnóstico e apoio laboratorial

• Participação do serviço oficial

• Educação sanitária

2.2.2 Vacinação contra a brucelose

A vacina que mais vem sendo utilizada mundialmente para prevenir a

brucelose é a B. abortus cepa B19 (NICOLETTI, 1990). Ela foi descrita pela primeira

vez em 1930 isolada originalmente do leite de uma vaca Jersey contaminada com

uma cepa virulenta em 1923, esta cepa após ter sido esquecida e mantida em

laboratório em temperatura ambiente por mais de um ano, tornou-se atenuada,

podendo induzir proteção imune em vacas.

A eficácia da vacina depende de algumas variáveis incluindo, idade de

vacinação, dose, rota e prevalência da brucelose nos rebanhos vacinados.

(NICOLETTI, 1990). A cepa B19 é uma organismo atenuado de morfologia lisa

normalmente sem a habilidade de crescimento na presença de eritritol (JONES et

al., 1965).

Apesar da cepa 19 ser de baixa virulência para o gado, vacinar vacas prenhes

pode resultar em abortos. Este evento é raro, ocorrendo em uma porcentagem que

varia de 1 até 2.5% nas condições de campo (MINGLE, 1941; MANTHEI, 1952 E

BECKETT, 1985). Alguns organismos isolados da cepa B19 de abortos são hábeis

em crescer na presença de eritritol ( BECKETT E MC DIARMID, 1985).

Um efeito colateral com ocorrência pouco freqüente da vacinação com a cepa

B19 é o desenvolvimento de uma artropatia associada com complexos antigênicos

imune de Brucella sem porém ter relação com organismos vivos nas juntas afetadas

(BRACEWELL E CORBEL, 1980; CORBEL E CORBEL; NICOLETTI et al., 1986).

A presença de lipopolissacarídeos (LPS) com anel “O” na cepa 19 explica a

presença e persistência de anticorpos em soro seguindo a administração desta

vacina. Estes anticorpos são detectados em ensaios sorológicos usados para

diagnóstico de brucelose e são o maior problema associado com a vacinação com a

cepa 19 já que prejudicam na diferenciação entre animais vacinados e infectados. A

presença e a persistência destes anticorpos também vão depender da idade, dose e

rota de vacinação (NICOLETTI, 1990), e sua produção atrapalha o uso contínuo da

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vacinação incompatíveis com aplicações simultâneas do teste prejudicando os

procedimentos para o controle da brucelose.

A estratégia da vacinação dentro do (PNCEBT) como foi relatado antes,

objetiva baixar de forma considerável a prevalência da brucelose bovina e bubalina

no Brasil. Passando ser obrigatório vacinar todas as fêmeas daquelas espécies,

entre 3 e 8 meses de idade, com amostra B19. Em propriedades certificadas

recomenda-se que as bezerras sejam vacinadas até 6 meses de idade, de forma a

minimizar a possibilidade de reações vacinais nos testes oficiais de diagnóstico. Este

programa implica em aumento significativo da produção de vacina B19 e,

conseqüentemente, será necessário estabelecer rotina de estimativa de demanda

anual e de organização da distribuição do produto, à semelhança do que hoje é feito

para a vacinação contra febre aftosa. A vacinação de fêmeas adultas, que seria útil

em regiões e propriedades com alta prevalência de infecção, só será permitida com

imunógenos que não interfiram nos testes de diagnóstico, após aprovação e nas

condições definidas pelo MA.

Os programas de vacinação contra brucelose teve inicio em 2001.

Estabelecendo-se um prazo, até dezembro de 2003, para cada estado implantar em

todo o seu território a obrigatoriedade de vacinação de bezerras contra a brucelose.

A vacinação contra brucelose só poderá ser realizada sob responsabilidade de

médicos veterinários, que deverão estar cadastrados no serviço oficial de defesa

sanitária animal de seu estado de atuação. Espera-se que até dezembro de 2010 ao

menos 75% da população de fêmeas adultas tenha sido vacinada, entre 3 e 8 meses

de idade. Quando esta meta for atingida, a prevalência de brucelose deverá situar-

se em níveis que permitam passar à fase de erradicação.

2.2.3 Diagnóstico e apoio laboratorial

A brucelose pode ser diagnosticada definitivamente por isolamento e

identificação. Seu primeiro relato foi feito por Bruce e co-autores em 1887 quando

eles isolaram Brucella melitensis de militares em Malta. A doença foi isolada de

cabras infectadas. Bang em 1897 foi o primeiro a isolar de vacas que abortaram

Brucella abortus, enquanto Brucella suis teve sua primeira descrição relatada por

Taum 1914. As três espécies acima de Brucella compreendem a mais importantes

espécies que contém O-polissacarídeo (OPS) na parede celular. O OPS é parte do

lipopolissacarideo (LPS) molécula quimicamente definida como: homopolímero de

4,6-dideoxi-4-formamida-alfa-mannose, ligada via ligações 1,2-glicosidicas (BUNDE

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et al. 1987). Outras espécies importantes que não contém OPS quantificável na

parede celular são a Brucella ovis, isolada por MacFarlane em 1952 e Brucella canis

descrita por Kimberling em 1966. As três espécies contendo OPS são

diagnosticadas sorologicamente usando tanto a célula inteira ou o lipopolissacarídeo

liso (SLPS) extraído quimicamente enquanto que B. ovis e B. canis são

diagnosticadas usando o lipopolissacarídeo rugoso (RLPS) ou proteínas antigênicas

(BLASCO, 1990). Brucella neotomae e algumas espécies que foram isoladas de

mamíferos marinhos (ainda sem designação oficial), podem ser detectadas

sorologicamente usando antigeno de B. abortus (NIELSEN et al. 2001). Devido a

epitopes comuns presentes no SLPS de B. abortus, B. melitensis e B. suis,

virtualmente todos os testes sorológicos destas bactérias utilizam antígeno de B.

abortus (OIEa e OIEb) enquanto a espécies rugosas das Brucellas são

diagnosticadas usando antígenos de cada especifico para cada espécie (BLASCO,

1990 E CARMICHAEL, 1990).

A resposta de anticorpos a B. abortus em vacas consiste de uma resposta

primária de IgM , que varia dependendo da rota de exposição ao antígeno, a dose

da bactéria e o estado de saúde do animal (BEH,1973; BEH, 1974 E ALLAN, 1976).

A resposta da IgM é seguida quase que imediatamente pela produção de

anticorpos IgG1 e bem depois por pequenas quantidades de IgG2 e IgA ( CORBEL,

2002).

Muitas reações cruzadas, surgem como resultado da exposição a outros

microorganismos diferentes da Brucella sp. ou devido a antígenos ambientais, e

estas reações são principalmente geradas pela IgM (CORBEL 2002). Por isto testes

sorológicos que medem IgM não são desejados já que poderá ocorrer resultados

falso positivos, levando o teste a ter baixa especificidade. Os anticorpos IgG2 e IgA

aumentam tardiamente a exposição e estão usualmente presentes em pequenas e

inconsistente quantidades. O principal isótopo para testes sorológicos é o IgG1

(LAMB1979; NIELSEN, 2001 E BUTLER, 1986). Por isto ensaios nos quais

predominam a quantificação de IgG1 são os mais utilizados.

Como foi escrito antes a vacina B19 foi e vem sendo ainda muito importante

para alguns programas de controle e de erradicação da brucelose, entretanto, antes

do desenvolvimento de ensaios primários de ligações, a comprovação das distinções

sorológicas não eram fáceis, principalmente devido a prática muito comum de se

vacinar fêmeas com mais de 10 meses de idade. Permitindo uma redução do nível

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de anticorpos antes da maturidade sexual. Estes reações foram em muito diminuídas

com o desenvolvimento do Imunoensaio Enzimático Indireto (IELISA) o competitivo,

(CELISA) e o Ensaio de Polarização Fluorescente (FPA), e nestes dois últimos é

eliminado quase todo o anticorpo residual vacinal.( NIELSEN, 2000 E NIELSEN,

2001), assim também como o desenvolvimento da vacina , B. abortus RB51, que

contém pouquíssima quantidade de OPS na superfície celular (SCHURIG et al.,

1991).

O reconhecimento do valor destes testes sorológicos tem sido lento e o uso

da RB51 está começando a ser difundido. Este quadro leva a inumeráveis

dilemas de diagnóstico e a quarentena e até mesmo ao sacrifício de alguns animais

não infectados.

Sabendo que eficácia de um programa nacional de combate a qualquer

doença depende em parte da qualidade e padronização dos meios de diagnósticos

utilizados, no contexto do PNCEBT, foram então determinados quais os testes de

diagnóstico indireto da Brucelose aprovados e seus critérios de utilização e

interpretação, e estes são:

(1) a prova do antígeno acidificado tamponado, que é muito sensível e de fácil

execução, será o único teste de triagem, realizado por médicos veterinários

credenciados;

(2) os animais que reagirem àquele teste poderão ser submetidos a um teste para

confirmação, o 2-Mercaptoetanol, que é mais específico, sendo esta prova

executada em laboratórios credenciados ou em laboratórios oficiais

credenciados;

(3) a prova de fixação de complemento, ou outra que a substitua, será utilizada por

laboratórios oficiais credenciados para efeitos de trânsito internacional e para

diagnóstico de casos não conclusivos ao teste do 2-Mercaptoetanol;

(4) o teste do anel em leite (Ring Test) será utilizado para monitoramento da

condição sanitária de propriedades certificadas;

(5) a prova de soroaglutinação rápida em placa pode ser utilizada até junho de

2002, nas condições definidas pelo MA.

Os testes acima mencionados colocam o diagnóstico de brucelose no Brasil

em sintonia com os padrões internacionais e, em particular, com as recomendações

do Código Zoosanitário Internacional. Entretanto, o próprio MA declara que pretende

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atualizar e melhorar o padrão de diagnóstico, à medida que novos e melhores testes

forem surgindo no mercado.

2.2.3.1 Elisa indireto.

O elisa indireto é extensivamente usado para a detecção e ou titulação de

anticorpos específicos da amostras advindas de soro. A especificidade do ensaio é

direcionada pelo antígeno aderido a placa, o qual pode ser altamente purificado e

caracterizado ou relativamente bruto ou não caracterizado. Após a adição e

incubação do antígeno, as placas são lavadas para a retirada dos antígenos não

aderidos. Soro contendo anticorpos contra este antígeno devem então ser diluído

em uma solução tampão o que previne a adsorsão não específica de proteínas para

alguns sítios livres nos poços não ocupados por antígenos(tampão de bloqueio).

O soro após esta operação pode então ser adicionado a um dos 96 poços da

placa em uma única ou várias diluições dependendo da finalidade. Após a

incubação, os poços são lavados para retiradas dos anticorpos não aderidos. A

ligação do anticorpo pode então ser detectada após a incubação, com uma simples

diluição de anticorpos anti-espécies conjugados para uma enzima que são diluídos

em tampão de bloqueio e depositados na placa. A quantidade de ligação de

anticorpos específico ao antígeno é quantificada após adicionar-se reagentes

cromógenos. Tais ensaios oferecem vantagens adicionais sobre testes diretos desde

que somente um único anti-espécie conjugado se faz necessário para titular o

anticorpo de animais de uma única espécie.

Ensaios imunoenzimáticos vem sendo avaliados por alguns anos em sua

performance como teste de diagnóstico para detectar anticorpos de Brucella abortus

em soro. Ambos CELISA e IELISA tem várias vantagens sobre testes

convencionais, sendo que a principal vantagem é a do anticorpo ser detectado ao

reagir com o antígeno diretamente sem ter a participação de uma função secundária,

como ocorrem nas aglutinações, precipitações ou ativação de complemento

(NIELSEN E KWOK, 1995). O IELISA detecta anticorpos, incluindo IgG1 produzido

contra outras bactérias, tais com Yersinia enterocolitica 0 : 9 (NIELSEN et al., 1996),

Possivelmente diminuindo a sua especificidade.

A sensibilidade do IELISA é melhor que a do CELISA, e a especificidade é

mais baixa que a do CELISA para o gado vacinado com B. abortus cepa 19. Além

do mais , o IELISA não é hábil para diferenciar o gado vacinado com a B. abortus

cepa 19 de gado infectado com as cepas do campo ou anticorpos resultados da

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exposição de microorganismos que causam reação cruzada neste teste (NIELSEN,

1995 E SARAVI, 1995). O IELISA pode ser útil com um teste de levantamento em

áreas onde a vacinação não seja obrigatória e a prevalência da brucelose é baixa.. A

especificidade do IELISA é melhor do que a do BPAT e do RBT, os quais são os

testes oficiais de levantamento na Argentina. O CELISA, que foi desenvolvido pelo

definir CFIA, provou ter maior especificidade que o IELISA. Dados anteriores com

este teste revelaram melhora neste por usar LPS de O-polysacarídeo derivado de

sLPS como um antígeno e EDTA/EGTA no tampão usado para a diluição das

amostras de soro para reduzir reações não específicas ( NIELSEN, 1994 E

NIELSEN, 1995).

Os dados indicam que o CELISA foi eficaz em diferenciar animais vacinados com B.

abortus cepa 19 de animais infectados com B. abortus.

Problemas com anticorpos residuais são agravados por vacinação com B.

abortus cepa 19 fora do período oficial (10 meses de idade) e/ou vacinação de

adultos que pode se tornar popular em alguns rebanhos com alta incidência de

brucelose. Vacinação com B. abortus cepa RB51 é vantajosa (SCURIG et al., 1991).

Além do mais a vacinação com esta cepa não interfere com os testes sorológicos

que utilizam antígenos sLPS. A aplicação do CELISA é recomendada por sua

reprodução e a facilidade da sua padronização. Algumas publicações tem

apontados os benefícios da metodologia do ELISA. Considerando nossas condições

de campo (alta prevalência de Brucelose e vacinação obrigatória de fêmeas),O

CELISA pode ser um teste confirmatório ideal para os testes de levantamento

oficiais como o BPAT ou o IELISA em ordem de se ter uma padronização maior da

metodologia e uma melhor precisão. O uso de ambos ELISAs pode ser de ajuda não

somente para melhorar a qualidade dos resultados, mais também reduzir os custos

do diagnóstico. O baixo custo dos testes promovido pela redução no número de

reações falso positivas permitem a curto prazo a amortização dos custos dos

equipamentos do ELISA ao quais podem ser utilizados para outros testes com

ELISA. Laboratórios regionais podem utilizar da mesma tecnologia, reduzindo erros

de interpretação.

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2.3 CARRAPATO

2.3.1 Ciclo de vida do Boophilus microplus(CANESTRINI, 1889)

O ciclo de vida do carrapato Boophilus. Microplus, (CANESTRINI,

1889)divide-se em fase de vida livre e fase de vida parasitária. A fase de vida livre

inicia-se após a queda da teleógina ingurgitada com o período de pré-postura, que

tem, em média, duração de dois a três dias, podendo se estender a mais de 90 dias,

passando, posteriormente, à fase de ovopostura, que dura em torno de 17 a mais de

90 dias e, em seguida, à fase de eclosão, para a qual são necessários de cinco a

dez dias, podendo, no entanto durar até mais de 100. Após o nascimento das

neolarvas, é necessário um período de quatro a 20 dias para que se tornem larvas

infestantes. Portanto, o tempo de vida livre do carrapato dos bovinos gira em torno

de 28 a 51 dias, podendo se estender a mais de 300 dias. Além disto as larvas

podem ficar mais de seis meses sem se alimentar. Em condições ótimas de

temperatura e umidade, a queda/ postura/ eclosão tem duração de um mês

(GONZALES, 1974).

A fase de vida livre sofre interferências climáticas, trazendo alterações nos

seus períodos, que são especialmente afetados pela umidade e temperatura.

A fase de vida parasitária é praticamente constante em todas as regiões

(Gonzales, 1975), e inicia-se quando a larva infestante instala-se no hospedeiro

passando a ser larva parasitária e transformando-se em metalarva, sendo

necessários cinco dias, em média, para esse período, podendo variar entre três a

oito dias. São necessárias várias transformações para que o parasito chegue ao

estádio adulto, sendo apresentados, a seguir, os seus respectivos períodos de

duração: de metalarva a ninfa (5 a 10 dias, em média 8); de ninfa a metaninfa (9 a

23 dias, 13 em média). Nesta fase, já há diferenciação entre os sexos, e a

transformação de metaninfa para neandro necessita de 18 a 28 dias, com 14 dias

em média, passando a gonandro em 2 dias, permanecendo no animal por mais de

38 dias. A transformação de metaninfa para neógina é feita em torno de 14 a 23

dias, sendo, em média, de 17 dias, passando à partenógena em três dias e à

teleógina em dois dias. O início da queda das teleóginas ocorre no 19o dia da

infestação, sendo, em média, entre o 22o e 23o dias (GONZALES,1974).\ De forma

mais simples, o ciclo do B. microplus para o Brasil-Central é descrito por FURLONG

(1993).

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Na fase de vida livre, são necessários em torno de três dias para a pré-

postura; de três a seis semanas para a postura; de vinte e dois a trinta dias para a

eclosão das larvas e de dois a três dias para o fortalecimento de suas cutículas,

transformando-as em larvas infestantes. O autor afirma, ainda, que a cada postura

uma fêmea produz de 2000 a 3000 ovos. Na fase parasitária são necessários, em

média, de 18 a 26 dias para a fixação, alimentação, troca de cutícula, fase adulta e

acasalamento, assim como para a alimentação, ingurgitamento e queda das fêmeas.

Os machos permanecem mais tempo sobre o bovino e se acasalam com outras

fêmeas. O ingurgitamento e queda da fêmea do B. microplus são bastante rápidos.

Demonstrou-se que, em parte, fêmeas ingurgitadas que têm crescimento de 4-6 mm

(10-30 mg), podem atingir um rápido final de ingurgitamento à noite, chegando a 8-

11 mm (150-250 mg) e se destacando do animal nas primeiras horas do dia. Porém,

os padrões de ingurgitamento se diferenciam entre as estações, assim como em

bovinos estabulados, sugerindo que este sofre uma influência do ambiente externo,

principalmente de luz e temperatura. A contagem de carrapatos de 4,5 a 8,0 mm de

comprimento em um dia, demonstrou fornecer uma confiável estimativa do número

de carrapatos ingurgitados caindo no dia seguinte, e tem sido adotada para a

determinação do número de carrapatos nos bovinos (WHARTON & UTECH, 1970).

Segundo VERÍSSIMO e OLIVEIRA (1994), a contagem de carrapatos na região

anterior, entre a cabeça e a escápula, tem 90,9% de correlação, simplificando o

método de WHARTON e UTECH (1970).

2.3.2 Hospedeiros

2.3.2.1 Diferença de resistência entre espécies

O hospedeiro preferencial do B. microplus é o bovino, sendo que as maiores

infestações ocorrem em Bos taurus e as menores em Bos indicus. Ovelha, cavalo,

veado, cão, cabra, homem e outros também podem ser hospedeiros, mas apenas

em épocas de grande infestação nas pastagens (GONZALES, 1974).

Estudos do comportamento do B. microplus em infestações artificiais (UFRRJ)

e naturais em bovinos, caprinos e eqüinos (mestiços e nascidos no Estado do Rio de

Janeiro) conduzidos em propriedades localizadas nos municípios de Itaguai , Nova

Iguaçu e Paracambi, demonstraram que os caprinos e eqüinos podem ser

hospedeiros do B. microplus, porém não com a mesma eficiência dos bovinos No

primeiro estudo foram feitas infestações artificiais com larvas de origem bovina e

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eqüina, sendo comparadas, posteriormente, não tendo sido possível obter fêmeas

ingurgitadas de eqüinos e caprinos infestados artificialmente. Os parâmetros

estudados foram: peso das teleóginas, período de pré-postura, período de postura,

peso da postura, número de ovos, índice de produção de ovos, período de

incubação, período e percentagem de eclosão. O período de postura e também o

período de eclosão foram significativamente maiores nas fêmeas oriundas de

eqüinos. O percentual de eclosão não alterou significativamente. Todos os outros

parâmetros foram significativamente maiores nas fêmeas oriundas de bovinos,

demonstrando um prolongamento da fase de vida livre e menor produção dos

carrapatos oriundos dos eqüinos. No segundo estudo feito através da infestação

natural em propriedades que criavam eqüinos ou caprinos em conjunto com bovinos,

verificou-se que a prevalência de B. microplus em eqüinos foi de 4,1%, e em

caprinos de 1,3%. Isso demonstra que nesta região estas duas espécies não são

hospedeiros alternativos do B. microplus; porém, são capazes de desenvolver pelo

menos uma geração em equídeos e podem reinfestar bovinos, dando

prosseguimento ao ciclo (BITTENCOURT et al., 1990).

2.3.2.2 Diferenças de graus de infestação nas diferentes regiões do corpo dos

bovinos

Os carrapatos não se distribuem de forma homogênea pelo corpo dos animais

que parasitam, alguns estudos demonstraram as regiões dos bovinos mais

infestadas.

Através de contagens de partenógenas e teleóginas em vacas holandesas

preto/ branco, durante 2 anos, BRUM et al. (1987) verificaram que 58,8% dos

carrapatos localizaram-se nas regiões da virilha, pata traseira e úbere. Os locais

menos parasitados foram cabeça, região escapular, costelas e flanco, representando

2,8% do total. No pavilhão auricular, citado como local de preferência do B.

microplus por GONZALES (1975), não foi encontrado nenhum parasito.

Comparando-se a resistência de bovinos de seis graus de sangue holandês-guzerá

ao carrapato B. microplus, através de contagem no lado esquerdo dos animais,

OLIVEIRA E ALENCAR (1990) incluíram no modelo estatístico os efeitos das regiões

corpóreas (RC). Para tanto, dividiram o animal em três regiões corpóreas e

chegaram à seguinte conclusão: o maior número de carrapatos foi encontrado na

região posterior (todo o quarto traseiro), seguida da região anterior (da cabeça à

região por trás da escápula) e finalmente a região mediana (da pós-escapular à pré-

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crural). Houve também interação entre RC e grupo genético, sugerindo-se que a

magnitude das diferenças entre as regiões depende do grupo genético do animal.

2.3.2.3 Influência da raça bovina na resistência ao Boophilus microplus

Alguns fatores como sexo, idade, hierarquia e outros, que afetam a

resistência dos bovinos aos carrapatos, são discutidos na literatura sendo que um

dos de maior importância e com grande consenso entre os autores é a raça.

Vários autores demonstraram a maior resistência dos zebuínos ao carrapato

quando comparados aos taurinos (VILLARES, 1941; GONZALES, 1975; MORAES et

al., 1986; OLIVEIRA E ALENCAR, 1990; OLIVEIRA et al., 1989; UTECH et al., 1978;

MADALENA et al., 1985). Segundo GONZALES (1975), os primeiros a relatarem tal

fato foram Wharton et al. (1970). Esta diferença foi demonstrada inclusive nos

cruzados, sendo que, quanto maior o grau de sangue zebuíno, maior a resistência

ao carrapato (VILLARES, 1941; OLIVEIRA e ALENCAR, 1990; LEE, 1979; UTECH

et al., 1978).

Há diferentes explicações para a diferença da resistência entre taurinos e

zebuínos ao carrapato. Segundo GONZALES (1975), muitos técnicos tentaram

explicar tal característica, pelo fato dos zebuínos possuírem mais glândulas

sebáceas na pele, produzindo odores que afastariam o carrapato, assim como maior

mobilidade geral do animal e de sua pele, o que possivelmente faz com que se

defenda melhor da infestação. VERÍSSIMO (1991) explicou que o sistema de

alimentação da larva de B. microplus depende de uma reação inflamatória que se

inicia no momento da fixação da larva. Os zebuínos apresentam uma reação

inflamatória mais intensa que o gado europeu e seu comportamento sangüíneo leva-

o a proceder a uma auto-limpeza mais eficiente, o que contribuiria para um equilíbrio

carrapato/hospedeiro, sendo, nestes animais, a infestação mínima. Segundo a

autora, não é interessante para o parasita matar o hospedeiro, uma vez que isso

afetaria sua própria sobrevivência, comentando que o B. microplus está bem

adaptado ao seu hospedeiro natural, o Bos indicus, mas que o Bos taurus foi

introduzido em área enzoótica de B. microplus, desenvolvendo um problema agudo

por causa da sua incapacidade para controlar o número de parasitas; sugerindo

inclusive que animais susceptíveis podem morrer caso não sejam banhados por

acaricidas. MORAES et al. (1986) concordam, responsabilizando essa diferença de

resistência à maior reação de hipersensibilidade dos zebuínos e uma maior

eficiência no ato de autolimpeza.

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Estudos sobre a diferença de resistência das raças bovinas européias,

nacionais e zebuínas ao B. microplus demonstraram que o primeiro grupo é mais

susceptível que os demais, inclusive havendo diferença entre a susceptibilidade de

cada raça dentro dos grupos, assim como diferenças individuais dentro da mesma

raça. Os critérios de comparação utilizados foram o número e tamanho dos

carrapatos, acima de 4,0 mm (VILLARES, 1941), ou seja, contaram-se apenas as

teleógenas.

Os resultados da comparação da susceptibilidade natural de zebuínos da raça

Gir com a de taurinos da raça Holandesa em condições de elevada tensão ambiental

de infestação, demonstraram que na interpretação ecológica da dinâmica da

interação de carrapatos, ambiente e bovino, vê-se que os taurinos contribuíram

diariamente com pelo menos 15 vezes o número de teleógenas caídas no pasto,

comparado aos zebuínos que teriam 15 vezes maior eficiência para se livrar destas

larvas. Além disso, entre a 6a e 8a semanas, morreram os dois taurinos mais

susceptíveis, e os mais resistentes no 63o e 110o dias. Os zebuínos todos

sobreviveram, apresentando apenas dermatite e emagrecimento.

Os autores observaram que não houve diferença significativa entre os grupos

quanto a endoparasitas e outros ectoparasitas que pudessem contribuir para o

estado mórbido ou a mortalidade observadas (MORAES et al., 1986).

Segundo o desenvolvimento do estudo acima, os autores observaram os

seguintes resultados parciais: duas semanas após o início do estudo, a carga

parasitária dos taurinos já era maior que a dos zebuínos; na 6a semana, a contagem

média de partenógenas era da ordem de 15 vezes maior nos taurinos, nos zebuínos

as contagens médias de larvas e ninfas apresentaram picos da ordem de 1/4 dos

encontrados em taurinos; o número de carrapatos adultos permaneceu próximo de

zero nos zebuínos, mas não nos taurinos (MORAES et al., 1986).

A resistência não afeta apenas a contagem de carrapatos. As fêmeas

ingurgitadas produzidas por bovinos da raça Santa Gertrudis apresentavam

dimensões (comprimento, largura e altura) e peso menores que aquelas produzidas

em animais da raça Aberdeen Angus (MARADAY & GONZALES, 1984).

Comparando-se a resistência das raças Canchim e Nelore, através de infestação

artificial (OLIVEIRA & ALENCAR 1990) e infestação natural, (OLIVEIRA et al., 1989)

demonstraram que a diferença ocorre em qualquer estação do ano e há efeito

significativo na interação raça X estação. GUARAGNA et al. (1992) também

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observaram os efeitos de ano, estação e raça, estudando infestações artificiais em

tourinhos holandeses e mantiqueiras, de 1 e 2 anos, sendo os primeiros

considerados menos resistentes, apesar das duas raças serem consideradas

suscetíveis. Neste estudo, não houve diferença significativa para a idade.

2.3.3 Meio ambiente

2.3.3.1 Influência dos fatores sazonais no ciclo do Boophilus microplus

Vários autores demonstraram a influência dos fatores sazonais no ciclo de

vida dos carrapatos e a conseqüente diferença de infestações nos animais, de

acordo com o clima da região em que vivem e com a época do ano. Como visto

anteriormente, a fase de vida livre é bastante influenciada, principalmente pela

temperatura e umidade.

Foi demonstrado que contagens de carrapatos em bovinos, em condições

experimentais padronizadas, quando feitas na mesma estação do ano,

apresentavam maior correlação (0,39-0,40) que em estações diferentes (0,24).

Observou-se que há influência da carga de carrapatos sobre a correlação, sendo

máxima quando igual a 185 carrapatos/animal. O aumento do tempo decorrido entre

as contagens diminuiu a correlação (MADALENA et al, 1985). OLIVEIRA et al.

(1989) demonstraram que, além do efeito relacionado às estações do ano, há

diferença significativa na interação raça X estação.

O clima da região Sudeste do Brasil permite o desenvolvimento e a

sobrevivência do carrapato durante o ano todo, em níveis mais que suficientes para

causar perdas. Porém, o período seco, de temperaturas mais baixas, entre os meses

de abril e setembro, prejudica o desenvolvimento da fase de vida livre, fazendo com

que o ciclo se alongue (FURLONG, 1993).

Estudos sobre a biologia, ecologia e controle do B. microplus no município de

Pedro Leopoldo -MG, no período de novembro de 1983 a novembro de 1987,

detectaram quatro gerações de carrapatos, encontrando larvas nas pastagens e

infestações nos animais durante todo o ano. Todos os períodos da fase não

parasitária mostraram-se altamente influenciados pelas condições climáticas, sendo

mais longos nos meses frios (março a julho) e mais curtos nos mais quentes

(setembro a março) (MAGALHÃES, 1989).

Distinguiram-se dois picos principais do B. microplus, examinando-se bovinos

em quatro fazendas na região metalúrgica de Minas Gerais, próximas a Belo

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Horizonte; o primeiro de setembro a dezembro, final do período seco e início das

chuvas, e o segundo nos meses de abril, maio e junho, após as chuvas mais

intensas e início da seca (MORENO, 1984).

Na Estação Experimental de Pindamonhangaba/SP, GUARAGNA et al.

(1988) encontraram um efeito altamente significativo entre estação do ano X número

de carrapatos, com as seguintes médias: primavera: 21,73; verão: 73,75; outono:

93,10 e inverno: 9,2. Sendo a infestação média encontrada de 49,58 �6,48

teleóginas / animal. Para este estudo foram utilizadas novilhas leiteiras do tipo

Mantiqueira, infestadas naturalmente por B. microplus.

Pode-se concluir que na Região Sudeste há quatro gerações de carrapatos

que se desenvolvem por todo ano, tendo seu ciclo de vida mais curto e maiores

infestações na “época das águas”, ou seja, nos meses entre setembro e março;

portanto, a época mais recomendada para proceder ao controle químico de forma

estratégica.

Em estudo realizado no município de Pelotas/RS, através de contagens de

partenógenas e teleóginas em vacas holandesas preto e branco, de março de 1980

a fevereiro de 1982, BRUM et al. (1987) encontraram três gerações de carrapatos

por ano, tendo no outono o maior pico. Em sua discussão, diz que tendo encontrado

a geração maior entre os meses de março a abril, seus resultados guardam

coincidência com os achados de SUTHERST e MOORHOUSE (1972), que

encontraram as maiores infestações entre março e junho. Reportando a BRUM et al.

(1987), que observou maiores índices de postura e eclosão entre dezembro e

fevereiro nesta região, comprovando que fêmeas caídas nesta época foram

responsáveis pela produção de larvas que deram o pique no outono. Já as

teleóginas que caíram no outono, tiveram índices de postura e eclosão baixos (

BRUM et al., 1987) e, por isso, havia poucas larvas viáveis na primavera.

A variação sazonal do B. microplus no Planalto Catarinense (Lages) foi

estudada no período de março de 1979 a fevereiro de 1982, tendo sido encontrados

os menores níveis de infestação de agosto a novembro e os maiores de janeiro a

abril, sendo a correlação entre os três anos superior a 76% (SOUZA et al., 1988). Os

autores demonstraram que seus achados se explicam pela baixa ocorrência de

eclosão nos períodos de abril a agosto e da concentração destas eclosões entre

janeiro e fevereiro, fenômeno verificado por SOUZA et al. (1986).

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Os meses que apresentaram maiores infestações na Região Sul do país

foram de janeiro a junho; isso vem demonstrar a influência do clima da região no

ciclo de vida do carrapato; portanto, há a necessidade do conhecimento do clima

onde se pretende proceder a um controle efetivo.

2.3.3.2 Influência das pastagens na viabilidade do estádio de vida livre do Boophilus

microplus

Vários estudos foram feitos para verificar a influência de certas pastagens na

sobrevivência dos estádios de vida livre dos carrapatos, assim como a relação com o

grau de infestação dos bovinos mantidos em pastagens de diferentes espécies.

Espécies que têm alto poder letal para larvas de B. microplus foram

demonstradas através dos seguintes resultados: Melinis minutiflora (Beauvois)

(capim-gordura ou meloso) produziu 10% de mortalidade nas larvas em dez dias e

Brachiaria brizantha (Hochstetter ex A Richard) Stapf (capim-morundu) 80,71% de

larvas mortas no dia cinco da infestação. Os autores observaram que o Andropogon

gayanus (andropogon) não apresentou efeito prejudicial às larvas (BARROS E

EVANS, 1989). THOMPSON et al. (1978) estudaram várias espécies de pastagem,

demonstrando seus efeitos nas larvas de vida livre de B. microplus e sugerindo sua

utilização no controle, de acordo com a situação epidemiológica encontrada, como

será apresentado a seguir:

Melinis minutiflora reduziu severamente a população de carrapatos, levando

ao risco de diminuição da imunidade contra agentes de doenças por eles

transmitidos, sendo aconselhado para regiões marginais às zonas de carrapatos e

Andropogon gayanus pareceu reduzir a infestação inicial e mantê-la constantemente

baixa, além de demonstrar um curto período de sobrevivência de larvas de apenas

12 dias, sugerindo-o para zonas endêmicas. Brachiaria decumbens (Stapf) e

Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf (capim-jaraguá ou provisório) tiveram infestação inicial

alta e a mantiveram alta por longo período. Penisetum clandestinum (Hochstetter ex

Chiovenda) e Cynodon dactylon (Pers.) (grama-estrela) podem ter alguma

propriedade contra carrapatos, pois tiveram uma infestação mais alta que o capim-

gordura, porém menor que a brachiaria e o jaraguá. Nessas gramíneas houve a

manutenção da infestação e não a completa eliminação das larvas, como no caso do

capim-gordura.

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Brachiaria decumbens é a que manteve a infestação em níveis mais altos e

por mais longo tempo, além de ter apresentado a maior média de dias de larva

infestante.

Certos genótipos de Stylosanthes sp. não só aumentam a mortalidade de B.

microplus (larvas) e Ammblyomma variegatum (larvas e ninfas), como previnem que

tenham acesso ao hospedeiro. Dos 15 genótipos testados, o S. scabra (Vog.) e o S.

viscosa (Sw.) foram os que demonstraram maior poder de letalidade e o S.

guianensis (Sw.) menor efeito, concluindo-se que a utilização de Stylosanthes

integrada com outros métodos de combate ( como acaricidas) deve ser examinada

(ZIMMERMAN et al., 1984).

Outro estudo corrobora o fato de que Melinis minutiflora (capim-gordura), S.

scabra e S. viscosa têm poder de repelência e morte (mais promissoras para o

controle) e ainda que a antixenose por S. scabra impede que as larvas subam nas

folhas. O capim-gordura e o S. viscosa também afugentam as larvas que tenham

conseguido subir. O capim-elefante é favorável à sobrevivência das larvas, assim

como a brachiaria em menor intensidade. Concluiu também que o número de larvas

infestantes decresce com o passar do tempo em todas elas e que o capim-gordura,

em 20 dias, reduziu o número de larvas infestantes a 4,7% no verão e 30,3% no

outono (FARIAS et al.,1986).

A mesma autora observou que no outono todas tiveram um número superior

de larvas. As causas citadas para explicar este comportamento foram: ajustes do

experimento; a diminuição da atividade glandular da forrageira e a diminuição do

metabolismo das larvas com menor desgaste energético. Foi observado também que

Stylosanthes scabra foi o que teve o comportamento mais homogêneo no verão e

outono.

O Stylosanthes tem um potencial para combate aos carrapatos (diminui a

chance de bons sítios de oviposição, diminuindo, assim, a viabilidade da

reprodução); porém, este potencial pode ser afetado por vários fatores (crescimento,

fungos, queimadas e outros), deixando claro que não substitui o combate químico ou

a resistência do hospedeiro, mas pode ser usado como mais um fator no combate

integrado (SUTHERST e WILSON).

O capim-gordura tem um efeito repelente para larvas de carrapatos Boophilus

australis, que pode ser considerado incompleto, pois não impede que estas subam

no capim. No caso das larvas serem mortas por prolongada exposição ao capim em

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condições naturais e artificiais, apenas o cheiro não tem poder deletério suficiente. A

morte das larvas por exposição parece ser pela exaustão daquelas que ficam

grudadas na secreção e por asfixia. As plantas novas por terem maior número de

pêlos glandulares que secretam óleo devem apresentar maior efeito (De JESUS,

1934).

Foram encontradas contagens mais altas de carrapatos B. microplus em

animais em pasto de Brachiaria decumbens que aqueles que se encontravam em

pastos de Andropogon guayanus, Melinis minutiflora ou pastagens naturais. As

contagens de larvas nas pastagens demonstraram uma tendência similar.

O estudo foi conduzido em área de savana na Colômbia, em animais

padronizados em peso e em outros parâmetros de saúde, inclusive sangüíneos

(AYCARDY et al., 1984). Podemos concluir, portanto, que: Melinis minutiflora

(capim-gordura) tem poder repelente incompleto pelo cheiro e letalidade por

exaustão e asfixia, e a Brachiaria brizantha (capim-morundu) tem poder de

letalidade, mas não de repelência, segundo vários autores citados acima.

Andropogon gayanus, segundo BARROS e EVANS (1989), não demonstrou

qualquer atividade contra carrapato, já segundo THOMPSON et al. (1978), mantém

a infestação em níveis baixos constantemente. Brachiaria decumbens e Hyparrhenia

não têm qualquer efeito contra carrapatos. Pennisetum clandestinum e Cynodon

dactylon podem ter alguma propriedade contra carrapatos, mas mantêm a

infestação, não eliminando-a por completo. Brachiaria decumbens é a que mantém a

infestação em níveis mais altos e por mais longo tempo, além de ter a maior média

de dias de larva infestante, quando comparada com capim-gordura, capim-

andropogon, capim-jaraguá, grama-estrela e Pennisetum clandestinum

(THOMPSON et al., 1978).

Segundo FARIAS et al. (1986), a brachiaria é favorável à sobrevivência das

larvas, porém em menor intensidade que o capim elefante. Alguns genótipos de

Stylosanthes têm efeito carrapaticida e dificultam o acesso de larvas ao hospedeiro,

sendo o S. scabra e o S. viscosa os mais eficientes e o S. guianensis o que

apresenta menor efeito.

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2.3.4 Prejuízos Causados Pela Infestação de Carrapatos

O carrapato é um ectoparasita hematófago, cujo prejuízo aos bovinos

geralmente é causado pelas teleóginas. A fêmea ingere de 0,5 a 3,0 ml de sangue

em toda a sua vida. o macho não se alimenta, porém outras formas imaturas o

fazem, na sua maioria, de líquidos linfáticos. Com isso, o animal perde peso, produz

menos leite e o enfraquecimento é generalizado, o que leva à pré-disposição a

doenças (GONZALES, 1975; FURLONG, 1993).

Em uma revisão bibliográfica feita por FURLONG (1993) sobre os prejuízos

causados pelos carrapatos aos bovinos, foram citados os seguintes aspectos:

1 - o desconforto (irritação) provocado pelos parasitos não permite que os bovinos

pastem normalmente, diminuindo a taxa diária de conversão do alimento em carne

e/ou leite. A inoculação da saliva do carrapato na pele dos bovinos desencadeia

uma reação alérgica, com liberação de grande quantidade de histamina, principal

responsável pela irritação (TATCHELL, 1987 citado por FURLONG, 1993);

2 - a espoliação constante a que são submetidos os bovinos parasitados, segundo

GONZALES (1975, citado por FURLONG, 1993), varia de 0,5 a 3 mL a quantidade

de sangue ingerido por uma teleógina (fêmea ingurgitada). SUTHERST et al. (1979),

citado por FURLONG (1993) estimaram em 1 kg de peso vivo a perda média de

peso de um bovino após ser picado por 1.400 carrapatos. Especificamente sobre

perdas e ganhos de peso, TURNER e SHORT (1972), citado por FURLONG (1993),

estimaram que pode variar de 7,7 a 77 kg/animal/ano a perda provocada por

carrapatos na Austrália, em função das populações médias encontradas. BRANCO

et al. (1987), citado por FURLONG (1993), trabalhando com animais Hereford e

Ibagé, no Rio Grande do Sul, encontraram diferenças de ganhos de peso de 34,5 e

17,3kg, respectivamente, e HOLROYD et al. (1987), citado por FURLONG (1993), na

Austrália, obtiveram ganhos de 17 kg, num período de três anos, entre animais com

controle eficaz de carrapatos e parasitados;

3 - as lesões da pele que, além de serem prejudiciais às indústrias de couro, com

repercussão no preço final do produto, são portas de entrada de bactérias e larvas-

de-mosca (berne e miíase) (COURO, 1984 citado por FURLONG, 1993);

4 - a transmissão dos agentes do complexo “tristeza parasitária”, que causam

doença com elevado grau de morbidez, sem contudo prejudicar o carrapato no seu

desenvolvimento, pelo menos no que concerne à Babesia spp (GUGLIELMONE et

al., 1989 citado por FURLONG, 1993);

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5 - além desses prejuízos, ditos biológicos, existem aqueles mais claramente

percebidos pelos produtores - os econômicos, que são causados pelos gastos

mensais com insumos e mão-de-obra necessários para o controle, e que variam

conforme o tamanho da população de carrapatos no rebanho e com a freqüência

dos tratamentos carrapaticidas.

Em levantamento nacional realizado em 1983/84, o Ministério da Agricultura

estimou em um bilhão de dólares anuais os prejuízos causados pelo B. microplus no

País, sendo 40% desse total relativo à diminuição da produção de leite. Constatou-

se a presença do carrapato durante os doze meses do ano em 66,04% dos 2 048

municípios investigados, e o carrapato é mais freqüente que o berne e a bicheira em

61,24% das vezes. De acordo com o levantamento feito pelo Sindicato das

Indústrias de Defensivos Animais (SIN-DAM), o País gastou, em 1986, US$

13,800.00 na compra de carrapaticidas, representando 15% do total gasto com

defensivos (HORN, 1988 citado por FURLONG, 1993).

Vários outros autores descreveram os prejuízos causados pelos carrapatos

aos bovinos, podendo esses serem divididos em biológicos, afetando o hospedeiro e

a produção, ou econômicos, em conseqüência dos custos das perdas produtivas e

do combate a esses parasitas. No Brasil, a sua importância pode ser demonstrada

pela afirmação de LEITE (1988), de que “o B. microplus está presente em 100% dos

rebanhos destinados à produção leiteira da Região Sudeste brasileira”.

Um panorama dos prejuízos que podem ser causados pela infestação desses

parasitas foi elaborado por SUTHERST (1983), demonstrando que os carrapatos

afetam a saúde e o conforto dos animais, e isso determina também a qualidade do

gado produzido, assim como seu comércio, sendo, portanto, um problema local da

fazenda e um problema público. Como custos diretos, os autores citam: perda de

peso vivo, perdas na produção de leite, prejuízo no couro e as perdas por febre do

carrapato causadas por Babesia bovis, B. bigemina e Anaplasma marginale, além

das perdas indiretas pelo controle químico. Os mesmos autores demonstraram que

se pode fazer uma análise quantitativa da perda de peso causada por carrapatos,

multiplicando-se o coeficiente de perda de peso causado por uma fêmea ingurgitada

(d), pela população de carrapatos que afeta o gado. Os valores estimados de “d”

variam entre 0,3g e 1,5-2,0g, dependendo de vários fatores, como: idade dos

animais, estações do ano, estado nutricional, resistência, desafio larval e outros.

Pela dificuldade de se estimar esse valor para cada situação particular, adota-se

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como valor médio 0,6g por carrapato. Porém, é citado que nos trópicos, onde o gado

é altamente resistente e exposto a um desafio larval muito intenso, o valor mais

apropriado seria de 1,5 a 2,0g. O número de fêmeas ingurgitadas no gado, sem

nenhuma medida de controle, é o parâmetro mais relevante para relatar as perdas

de peso vivo, e depende, principalmente, da variação geográfica (que favorece ou

não o estádio de vida livre) e da raça do rebanho (Bos taurus sem tratamento

químico teve alta mortalidade e Bos indicus erradicou o B. microplus em latitudes ao

Sul). Esses autores estimaram as perdas de peso vivo na Austrália, sendo que estes

resultados foram obtidos em gado cruzado Bos taurus X Bos indicus para corte,

assumindo d= 0,6 g/carrapato.

Pelos dados, verifica-se demonstraram que nas regiões subtropicais o

carrapato não é problema econômico no gado cruzado, mas nos trópicos as perdas

são grandes, o que sugere, como alternativa para essas regiões, aumentar o sangue

de Bos indicus ou aumentar a nutrição no período seco para melhorar a resistência

dos animais.

Um melhor controle químico também pode ajudar. A análise das perdas de

peso vivo são complicadas não só pelos fatores inerentes ao uso do peso vivo como

indicador da condição animal, mas também pelo fenômeno do crescimento

compensatório. Esse crescimento compensatório usualmente contribui com 6-8 kg

das perdas induzidas por carrapatos e representa uma boa recuperação dos animais

que eram livres de carrapatos. O gado na Austrália é abatido na estação chuvosa,

quando está em melhores condições. O abate precede ou coincide com a parada de

crescimento da população de carrapatos, o que não oferece para os animais

afetados oportunidade para se recuperarem e compensarem a falta de tratamento

para carrapatos. Estudos conduzidos por SUTHERST et.al. (1983) corroboram os

dados de perda de peso por teleógina, e constataram que as perdas no verão são

maiores que no inverno, independente da densidade de carrapatos.

SUTHERST (1983) comentou, ainda, que não há como medir a população de

carrapatos em cada habitat do mundo, o que nos força a fazer predições por meio

de modelos. O modelo CLIMEX levou em conta apenas os fatores climáticos. Um

modelo posterior, Tick 1, incorporou mudanças sazonais favorecendo a análise da

influência do clima para os carrapatos e para o gado, e possibilitando melhores

predições. O efeito potencial de perdas de peso vivo por B. microplus para

determinado tipo de gado de corte pode ser substancial, mas deve ser levada em

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conta também a produtividade. Na América do Sul e África, além de ter de se

considerar a produtividade dos animais e a sua resistência ao B. microplus, há a

resistência a outros carrapatos. Entretanto, a experiência com o B. microplus é a

melhor aproximação de análise de outros carrapatos. Hoje, já há vários modelos que

podem ser utilizados em análises para o B. microplus.

Outras perdas citadas por SUTHERST (1983) foram os prejuízos severos ao

couro causados pelo B. microplus. Alguns outros gêneros sugam em áreas mais

restritas, onde a pele não tem tanto valor, porém alguns Boophilus sugam em partes

mais nobres do couro. As perdas só podem ser observadas depois do couro

processado; por isso, áreas do couro que possuem o B. microplus têm menor valor.

Na Austrália, o desconto padrão era de 10%. Em 1983, os preços caíram em torno

de 0,80-1,0 dólares australianos por quilo (A$/Kg) e já chegou a A$ 2,00 por couro.

As perdas por prejuízo no couro chegam a vários milhões de dólares/ano. Em 1973,

estimou-se uma perda de A$ 6,7 milhões na Austrália.

A perda global deve ser enorme, levando-se em conta que existem vários

países endêmicos para o B. microplus, com rebanhos extensos. Como exemplo,

foram citados a Argentina, com 15 milhões de cabeças e o Brasil com 100 milhões

de cabeças de gado, na época desse estudo, entre outros países. Ainda são citadas

as perdas pelas chamadas “tristezas parasitárias”. Perdas de gado por infecções por

Babesia bovis (BABÉS, 1893), Babesia bigemina (SMITH e KILBORNE, 1893) e

Anaplasma marginale (THEILER, 1910) têm sido mínimas após o desenvolvimento

das vacinas. O valor estimado de perdas na Austrália em 1973 era de A$ 220.000,

enquanto perdas na Ásia, África e América do Sul eram de milhões pela falha de

proteção com as vacinas. No Zimbawe, a falha dos programas de banhos durante a

guerra de Independência resultou em perdas de um milhão de cabeças de gado,

principalmente por babesiose e anaplasmose. No Sul da África, perdas com

babesioses são um problema contínuo, com 8.000 mortes em Midland Natal em

1971, por exemplo. Na Malásia e Korea, as perdas com gado importado são

extremamente sérias e alguns já estavam sendo vacinados. Nas Américas Central e

do Sul, as perdas por doenças, cujos agentes são transmitidos por carrapatos, não

parecem ter sido bem documentadas; entretanto, sem dúvida, já existiam. Além de

todas as perdas acima, que podem ser consideradas como perdas diretas

produzidas pelo parasitismo, observam-se as perdas indiretas pelo controle químico.

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O custo realístico do controle químico tem que incluir capital, trabalho, substâncias

químicas e resistência.

Ainda hoje o B. microplus e as doenças do complexo das tristezas

parasitárias são endêmicos no Brasil, causando grandes prejuízos, que são pouco

estimados em um rebanho de aproximadamente 151 milhões de cabeças,segundo o

ANUALPEC (1999).

Em um estudo conduzido na Austrália por SING, JOHNSTON e LEATCH

(1983), por sete anos consecutivos, em gado de corte submetido a controle

estratégico com três banhos ao ano, exceto no primeiro e segundo anos, que

corresponderam a cinco e quatro banhos respectivamente, demonstrou-se que a

relação custo/benefício do controle carrapaticida é altamente positiva, sendo que

nessa análise foram incluídos o custo dos acaricidas, mão-de-obra, equipamento e

sua manutenção e ainda a vacinação contra as Babesia ssp e Anaplasma ssp, e

como benefícios foram encontrados o ganho de peso e a comercialização dos

animais. Os animais jovens, entre 27 a 29 meses de idade, tiveram um ganho médio

de 45 kg por cabeça a mais comparados com animais não tratados, ocorrendo ainda

a morte de dois animais pela alta infestação.

No caso das vacas, o ganho médio do grupo tratado foi em torno de 35

Kg/cabeça e não houve morte, nem diferença na fertilidade do grupo controle.

Quanto às perdas de produção de leite, foram demonstradas perdas de 182 litros de

leite por animal em lactação ou o equivalente a 5 300 toneladas anuais de manteiga

em bovinos infestados na Austrália e também em Cuba (CORDOVÉS, 1997).

2.3.5 Imunobiologia da Relação Parasito Hospedeiro.

Ao vermos esse panorama dos prejuízos que podem ser causados pela

infestação de carrapatos, torna-se interessante entender mais profundamente como

o carrapato afeta a saúde do animal parasitado.

O início da alimentação do carrapato sobre um animal que nunca foi exposto

a infestação por este parasito, é caracterizado pelo reconhecimento de imunógenos

salivares por parte de células da epiderme e da derme que se concentram no sítio

da mordida. O tipo de imunógeno introduzido difere de acordo com a fase do ciclo

biológico do parasito. Proteínas e outras moléculas imunógenas presentes na saliva

do carrapato, podem ser processadas por células de Langerhans e macrófagos, ou

por células dendríticas, e finalmente são apresentadas aos órgãos linfáticos

secundários e aos linfócitos T. Os linfócitos T reconhecem os imunógenos do

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carrapato e os complexos de histocompatibilidade, nas células apresentadoras de

antígeno. Os linfócitos T (helper 1 e helper 2) ativados, irão liberar linfocinas que

funcionarão como imuno-reguladores, permitindo a geração da resposta mediada

por células e anticorpos. Os linfócitos T influenciam ainda as reações de

hipersensibilidade retardada, incluindo a resposta de hipersensibilidade cutânea por

infiltração de basófilos que ocorre durante a alimentação do carrapato (WILLADSEN,

1980). Imunógenos, células apresentadoras de antígenos, linfócitos T e citoquinas

contribuem para a ativação dos linfócitos B, os quais irão produzir os anticorpos que

atuarão contra os carrapatos. A resposta primária do parasito é inibir a resposta de

hipersensibilidade e a reação dos anticorpos do hospedeiro, entretanto são

necessárias maiores informações para o entendimento das interações das defesas

do hospedeiro com o carrapato.

A saliva do carrapato quando introduzida na pele de um hospedeiro pouco

sensível, causa a degranulação de mastócitos e basófilos, possivelmente mediante a

hidrólise enzimática, produzida por enzimas salivares (ALLEN, 1979; KEMP &

BOURNE, 1980). Portanto são liberados fatores quimiotáticos e vaso ativos que

podem contribuir com o pequeno influxo de leucócitos observado nos sítios de

ligação do carrapato nas primeiras exposições do animal (SAUER, 1995). A

formação de C5a, a partir da via alternativa do complemento, pode também

contribuir com os influxos celulares no local (ROBERTS & KERR, 1976).

Os carrapatos podem modular a resposta natural e adquirida do hospedeiro,

pois a saliva deste parasito possui inibidores da via alternativa do complemento, de

anafilatoxinas e de adesinas. Além disso, a saliva reduz a formação de citoquinas

pelo macrófagos, o que é importante na resposta inicial contra o carrapato.

As exposições repetidas ao parasito, faz com que o carrapato entre em

contato com os elementos da reposta imune do hospedeiro, logo os imunógenos

salivares estimulam a resposta de memória de linfócitos T e B.

Em animais resistentes, os basófilos e histaminas são atraídos ao sítio de

ligação do carrapato com o hospedeiro, por mediadores e linfócitos T. Assim, o

complemento é ativado pelo via alternativa ou clássica, pela presença do anticorpo

ligado ao antígeno e os basófilos e mastócitos degranulam quando o complexo

antígeno/anticorpo ocupa o receptor celular.

Na imunidade adquirida, os mecanismos específicos que interrompem a

alimentação e reduzem a ovoposição, são pouco conhecidos.

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2.3.6 Observações Clínico-patológicas Causadas Pelos Carrapatos aos

Hospedeiros

A reação do hospedeiro à alta infestação por B. microplus inclui irritação,

sarna ou coceira, pontos hemorrágicos, formação de pápula, edema, hiperemia e

inflamação acompanhadas de alopécia no sítio de penetração. Ao final de 30 dias de

exposição, os achados dos constituintes do sangue são: proteína total diminuída

significativamente, com diminuição de albumina e um insignificante aumento de

globulina. As mudanças microscópicas observadas consistem em invasão superficial

do extrato córneo, resultando em hiperqueratose, acantose e micro-abcessos. A

derme revela infiltração de células mononucleares, do tipo linfócitos e neutrófilos,

nos sítios das picadas. Há dilatação dos vasos sanguíneos, com acumulação

linfática em torno desses e aumento de secreções sebáceas e sudoríparas. Esses

resultados são oriundos de um estudo que foi conduzido em oito bezerros cruzados

de Jersey, sendo quatro infestados artificialmente com 5000 larvas de B. microplus e

os outros quatro servindo de controle. Todos foram mantidos por um período de 30

dias e os constituintes bioquímicos do soro (proteína total, albumina e globulina) dos

dois grupos eram estimadas no dia 10, 20 e 30 da infecção (HAZARI et al., 1991).

O efeito imunodepressivo da infestação experimental com B. microplus nos

linfócitos do sangue periférico de bovinos e na produção de anticorpos no

hospedeiro para antígeno protéico (ovoalbumina) foram estudados por INOKUMA et

al. (1993). A infestação por B. microplus causou um decréscimo marginal no

percentual de linfócitos T no sangue periférico dos bovinos, sendo isso observado

tanto em baixas (5000 larvas) como em altas (40000 larvas) infestações, iniciando

na 2a infestação e progredindo até o fim da 4a A porcentagem de linfócitos B em

gado altamente infestado era menor que no gado não infestado (gado controle) após

a 4a infestação A resposta do sangue periférico no gado infestado para a

phytohemaglutinina foi sempre menor que no gado livre de carrapatos após a 2a

infestação. Não se notou diferença significativa entre os 3 estádios da infestação de

carrapatos (uma semana antes do pico de adultos ingurgitados/o meio do pico/ uma

semana após todos os carrapatos terem se desprendido). A saliva do B. microplus

(100 M1 ml –1 ) suprimiu 47% da resposta do sangue periférico bovino para a

phytohemaglutinina “in vitro”. A produção de anticorpos no gado infestado foi

examinada durante a 3a e 4a altas infestações; o gado infestado demonstrou uma

diminuição na resposta contra a ovoalbumina depois da Segunda imunização.

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Esses autores comentam que esse efeito supressivo da saliva pode contribuir

para uma menor resposta do sangue periférico num gado infestado de carrapatos, e

ainda que o efeito imunossupressivo da infestação por carrapatos pode ser um

importante mecanismo de sobrevivência ou de transmissão de agentes de doenças

no rebanho.

Alguns animais, após reiteradas infestações por carrapatos, apresentam uma

resistência adquirida que varia de acordo com as raças bovinas, podendo ser

considerada como um método de controle imunológico natural, mas que geralmente

é insuficiente para controlar as infestações.

As características predominantes do gado existente no Estado do Rio

de Janeiro, que é constituído de cruzamentos de gado holandês e zebuíno, e

que possui uma imunidade natural aos carrapatos intermediária entre o gado

europeu e asiático, é favorável para a utilização de vacina recombinante como

meio de controle de carrapatos.

2.3.7 Desenvolvimento do antígeno Bm 86.

Os antígenos relacionados com a imunidade adquirida (natural), são

normalmente aqueles presentes nas partes do parasito diretamente ligadas ao

hospedeiro. Essa relação, faz com que, devido as adaptações que ocorrem na

evolução da relação hospedeiro / parasito, muitas vezes o uso desse antígeno na

imunização artificial, não seja eficiente. Durante os últimos anos se vem procurando

usar novos antígenos para induzir de forma artificial a imunidade do hospedeiro.

Estes antígenos, chamados “ocultos”, não participam diretamente na interação

hospedeiro / parasito. Por exemplo, SCHLEIN & LEWIS (1976) vacinaram coelhos

com tecido muscular da mosca Stomoxys calcitrans e observaram que as mesmas,

após a alimentação, apresentaram lesões musculares.

A primeira sugestão para a utilização de novos antígenos para imunização de

animais contra o carrapato, foi proposta por GALUN (1975). As observações de

GALUN indicaram a possibilidade de produzir vacinas contra o B. microplus com o

emprego dos novos antígenos funcionais, também chamados antígenos ocultos, os

quais podem ser classificados como aquelas moléculas de importância fisiológica

para o parasito e que normalmente se encontram alheias a interação hospedeiro /

parasito.

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Vários antígenos ocultos de Boophilus microplus foram isolados, sendo o

mais conhecido deles o Bm86, uma glicoproteína de superfície de membrana das

células digestivas do intestino médio de fêmeas de B. microplus. A proteína Bm86,

tem peso molecular determinado em 89000 D e ponto isoelétrico entre 5,1 e 5,6

RAND et al. (1989), isolaram clones de cDNA relacionados com a

glicoproteína Bm86 os quais foram purificados e homogeneizados.

RODRIGUEZ et al. (1994), empregando técnicas de radio-imunoensaio e

cDNA-PCR, também isolaram e amplificaram o gene que codifica o antígeno Bm86

de B. microplus, expressando-o em vários sistemas, incluindo a levedura meilotrófica

P. pastoris. Esta expressão induziu um aumento no potencial imunogênico, pois a

molécula é secretada na forma glicosilada, originando partículas de 20-36 nm de

diâmetro, denominadas também de antígeno recombinante - rBm86. A proteína

Bm86 teve sua capacidade imunogênica mantida quando foi obtida por via

recombinante, possibilitando a produção de vacinas comerciais.

A vacina comercial foi então produzida em grande escala, utilizando-se a

levedura – P. pastoris - na qual se introduziu o gen codificante para a proteína Bm86

(MONTERO, pág 7).

2.3.7.1 Ação da vacina sobre o hospedeiro e o parasita

A vacina é capaz de induzir uma resposta imunológica que permite manter os

parasitas sob controle, tendo uma perspectiva de proteção mais longa, sem os

problemas ambientais causados pelos acaricidas químicos.

O efeito sobre os carrapatos que parasitam os bovinos vacinados, tem sido

estudados histologicamente, observando-se uma ruptura das células digestivas,

seguida por uma penetração de células do hospedeiro na hemolinfa do parasito,

sem observar-se dano algum nos tecidos salivares. A vacinação provoca lesões

expressivas no parasito durante a fase adulta, mas nas fases larvais, os danos não

são tão importantes, geralmente levando apenas a um retardamento no

desenvolvimento da ninfa.

Sabe-se atualmente, que o sistema complemento tem função essencial na

resposta imune que ocorre contra o antígeno de mucosa e é a causa de parte das

lesões provocadas no intestino dos carrapatos. A importância da participação do

complemento nos eventos degenerativos no intestino do parasito foi comprovada ao

se verificar que carrapatos alimentados com soro bovino de animais vacinados,

porém livres do complemento, não apresentaram as lesões características. As

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células intestinais lesadas pela vacina, são as células digestivas, cuja função

essencial é realizar a endocitose e digestão intracelular do sangue, que é o alimento

fundamental do carrapato

O mecanismo de ação do antígeno vacinal Bm 86 no carrapato, pode ser

resumido da seguinte maneira: o sangue do animal vacinado, contém altos níveis de

anticorpos e de outros elementos mediadores da resposta imune, tal como o

complemento. Quando o sangue deste bovino vacinado é ingerido pelo carrapato, os

anticorpos específicos se fixam ao antígeno, e, neste caso à superfície das células

digestivas do parasito, onde ocasiona severos danos morfo-fisiológicos. As

alterações morfológicas mais freqüentemente observadas em carrapatos

ingurgitados, sobre animais imunizados são: alterações na conformação e na

coloração, o parasito torna-se achatado e avermelhado devido a ruptura da glândula

acessória dos órgãos reprodutivos. Estes danos podem ser observados pela

redução do número e do tamanho das fêmeas alimentadas; redução da ovoposição

e na fertilidade dos ovos; o que provoca a queda no potencial reprodutivo dos

carrapatos em gerações sucessivas e leva a diminuição das populações nas

pastagens (COBON et al., 1995; RODRIGUEZ et al., 1995b).

Em experiência realizada com gado holandês e mestiço a campo, em

piquetes, RODRIGUEZ et al. (1995a) observaram redução significativa do número

de teleóginas sobre os hospedeiros, durante 36 semanas de desafio, concluindo que

o antígeno recombinado em P. pastoris, designado GAVACTM, pode ser indicado

para controlar populações de B. microplus em gerações sucessivas nas pastagens.

VANEGAS et al. (1995), observaram que a imunização sistemática dos

bovinos, com antígenos vacinal rBm86 reduziu o número de tratamentos acaricidas

no rebanho, assim como a incidência das hemoparasitoses.

RODRIGUEZ et al. (1995a) em teste sob condições controladas, usando

rBm86 frente duas cepas mexicanas de B. microplus, Mora e Tuxpan, resistentes a

carrapaticidas organofosforados e piretróides, observaram a redução do número de

carrapatos sobre o hospedeiro, obtendo eficácia de 56% a 58%, respectivamente.

Os autores assinalam que, no início, não observaram diferenças entre o número de

carrapatos sobre os animais vacinados e controle, assim como na morfologia e

aspecto destes, se não a partir de 48 e 58 dias após a primeira dose para a cepa

Tuxpan e Mora, respectivamente.

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Em teste de estábulo MASSARD et al. (1995a), obtiveram resultados de 40%

na redução do número de teleóginas em animais vacinados em relação ao grupo

controle. Outros parâmetros avaliados foram: redução no peso das fêmeas (6.2%);

redução nas posturas (8.0%) e a redução da fertilidade dos ovos (10.0%).

Considerando os diferentes índices verificados, a eficiência integral deste antígeno

frente a cepa brasileira de B. microplus, atingiu 51%.

RODRIGUEZ et al. (1995b); observaram que a vacina reduziu as infestações

de carrapatos nos rebanhos estudados, não obstante, a resposta imune dos animais

a campo ter tido variação, dependendo da região, raça, indivíduo e fatores

climáticos. Com este trabalho realizado em Cuba, foi possível reduzir o número de

banhos com carrapaticidas de 26 ao ano em 1997 para 2,5 ao ano em 2000. O

mesmo trabalho informa que o gasto com acaricidas foi reduzido de 208 litros no

primeiro ano (1997) para 22 litros no último ano de avaliação (2000). Um efeito

importante observado ao longo de todo o tratamento experimental é a redução

significativa na incidência de Babesiose (MONTERO et al., 2001).

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3 CAPITULO 1Titulação de anticorpos antiB19 em bovinos vacinados via

point injection com vacina contra Brucelose B19 no acuponto Bai Hu

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3.1 Resumo

A prática de se aplicar as mais variadas substâncias em pontos de acupuntura em

medicina veterinária, tem demonstrado interação entre a substância aplicada e o

ponto de acupuntura, entre estas interações está a da aplicação de antígenos em

determinados pontos produzindo imunomodulação. Este experimento utiliza esta

técnica e aplica a vacina contra a brucelose B 19 no ponto de acupuntura VG 20

também denominado Bai Hui posterior. Vinte e duas novilhas com idade variando

entre três a seis meses, pertencentes ao plantel da Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO. R.J.) da Estação

Experimental de Seropédica (E.E.S.) Foram divididas em dois lotes. O lote número 1

teve a dose recomendada pelo fabricante da vacina de brucelose B19 aplicada via

subcutânea e o lote número 2 teve a dose recomendada pelo fabricante aplicada no

acuponto Bai Hui. Durante sete meses foi coletado sangue da veia jugular dos

animais com intervalo mensal. O soro produzido das sete coletas de cada animal

foram examinados quanto a sua reação frente ao antígeno B19 para quantificar a

titulação anticorpos anti B19 em Kit diagnóstico (Elisa Indireto). Após a leitura dos

títulos os dados foram tabulados e passaram por tratamentos estatísticos onde

foram observados resultados altamente significativos P<0.01, que definiram que a

aplicação do antígeno B19 no acuponto Bai Hui foi superior a da aplicação do

antígeno B19 via subcutânea na produção de anticorpos antiB19. Concluiu-se então

que a aplicação de vacina contra brucelose B19 no ponto VG 20 Bai Hui posterior

apresentou ação imunomoduladora da parte humoral.

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3.2 Absrtract

The practice of applying the most varied substances in acupuncture points in

veterinary medicine, it has been demonstrating interaction between the applied

substance and the acupuncture point, among these interactions it is the one of the

application of antigens in certain points producing imunomodulação. This experiment

uses this technique and it applies the vaccine against the brucelose B 19 in the

acupuncture point VG 20 also denominated Bai Hui. Twenty two cows with age

varying among three to six months, belonging to the plantel of the Company of

Agricultural Research of the State of Rio de Janeiro (PESAGRO. R.J.) of the

Experimental Station of Seropédica (E.E.S.) they were divided in two lots. The lot

number 1 had the dose recommended by the manufacturer of the brucelose vaccine

B19 applied subcutaneous road and the lot number 2 had the dose recommended by

the manufacturer applied in the acuponto Bai Hui. For seven months blood of the

jugular vein of the animals was collected with monthly interval. The produced serum

of the seven collections of each animal was examined with relationship your reaction

front to the antigen B19 to quantify the titulação antibodies anti B19 in Kit diagnosis

(Indirect Elisa). After the reading of the titles the data were tabulated and they went

by statistical treatments where results were observed significant P highly <0.01, that

defined that the application of the antigen B19 in the acuponto Bai Hui was superior

the one of the application of the antigen B19 saw subcutaneous in the production of

antibodies antiB19. It was ended then that the vaccine application against brucelose

B19 in the point VG 20 Bai subsequent Hui presented action imunomoduladora of the

part humoral.

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3.3 Introdução

A brucelose animal é uma doença que afeta vários animais domésticos e

selvagens e resulta da infecção por meio de uma bactéria do gênero Brucella. Estas

bactérias gram negativas, formam um taxon geneticamente coerente que está

relacionado mais especificamente para Ochrobactrum e um pouco mais distante de

Agrobacterium e Rhizobium dentro do sub-grupo 2 das Proteobacteriaceae.

Baseando-se nas diferenças observadas nas preferências por hospedeiros

associado com certas características fenotipicas, este genero têem classificado

atualmente dentro de si seis espécies B. abortus (vaca), B. canis (cães), B.

melitensis (ovelhas e cabras), B. neotomae (rato), B. ovis (ovelha) e B. suis (suínos)

(CORBEL e BRINLEY MORGAN, 1984). Recentemente, foram descritos tipos

distintos de Brucella infectando mamíferos marinhos. Estes provavelmente

representam vários genótipos adicionais diferentes (BRICKER et al., 2000)

Muitas das espécies de Brucella conhecidas são transmissíveis para o ser

humano e podem causar sérios transtornos à sua saúde, o que faz da brucelose

uma importante zoonose. A Brucella é um parasito intracelular facultativo, e sua

patogenia assim como a natureza da resposta imune protetora está muito

relacionada com essa propriedade (CHEERS, 1984).

Devido as sérias conseqüências econômicas e médicas da brucelose, existe

um esforço mundial para se diagnosticar os animais portadores e prevenir a infecção

através do uso de vacinas (NICOLETTI, 1990).

Diferentes antígenos são responsáveis por ativarem o processo de formação

de anticorpos (ZHAN et al., 1993).

A molécula de lipopolissacarideo (LPS) é indutora de resposta imunológica, e

isto está intimamente relacionado com o fenotipo da colônia.

A Brucella pode se apresentar em meio de cultura com morfologias lisas e

rugosas, e com algumas cepas apresentando um fenótipo mucóide (WHITE e

WILSON, 1951). Existe a possibilidade de mudança deste fenótipo porém é

impossível para colônias lisas tornarem-se rugosas espontaneamente enquanto

algumas cepas rugosas de Brucella podem reverter para morfologia lisa. Estas

trocas parecem ser mediadas principalmente através da modulação ou deleção do

gene da sintase perosamina , wboA ou de outros genes responsáveis por outros

estágios na síntese de LPS (GODFROID, 1998; GODFROID, 2000 e

VEMULAPALLI, 1996).

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Geralmente a troca da morfologia das colônias de lisa para rugosa está

associada com uma diminuição da sua virulência.

O que define se a morfologia da colônia será lisa ou rugosa é a composição

da molécula de LPS da Brucella. Organismos oriundos de colônias de morfologia lisa

tem moléculas de LPS contendo um polissacarideo “O” constituido de um

homopolimero de perosamina (N-formil-4-amino,4,6-dideoxi mannose), enquanto

organismos oriundos de colônias de morfologia rugosa não tem ou possuem apenas

uma porção truncada desta cadeia em suas moléculas de LPS(CAROFF, 1984 e

MORENO, 1984)

O anel “O” tem um papel central no diagnóstico sorológico da brucelose isto

devido a ele ser um antígeno imunodominante indutor de respostas na maioria dos

animais expostos as Brucella (lisa), por isto a maioria dos testes de diagnósticos

sorológicos estão baseados na detecção de anticorpos para o anel “O”. O nível de

atuação do anel “O”é menos decisivo na formação da proteção imune porque ele

pode estimular apenas anticorpos bactericidas anti Brucella que promovem um

limpeza da bactéria da circulação, e estes terão pouco efeito em organismos

intracelulares e respostas mediadas celulares envolvendo macrófagos ativados e

particularmente o requerimento de células T citotóxicas(PAVLOV, 1982; ZHAN, 1993

e MURPHY, 2001), o que é necessário para uma melhor proteção contra a

brucelose. As respostas celulares mediadas são melhores se estimuladas por

vacinas vivas ou potencialmente pelo uso de injeções múltiplas de antígenos

protetores apropriados na presença de adjuvantes que favoreçam os seus

mecanismos.

A maioria das vacinas que obtiveram sucesso tem utilizado derivados vivos

atenuados de Brucella spp. No Brasil a preocupação com a doença levou o

Ministério da Agricultura a criar o Programa Nacional de Controle e Erradicação da

Brucelose e da Tuberculose(PNCEBT), no qual se tem definidas algumas metas

para Baixar a prevalência e a incidência de novos casos de brucelose e de

tuberculose, entre elas no caso da brucelose estão a vacinação com a vacina B19

em todo rebanho nacional.

Com relação a esta meta do (PNCEBT) existe é claro sempre a necessidade

e a preocupação de se desenvolver métodos que possam melhorar a resposta

imunológica da vacina B19, por isto o objetivo deste trabalho é investigar a

interferência da produção de anticorpos induzida pela aplicação da vacina B19 em

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ponto de acupuntura, quantificando estes com um dado Kit de diagnóstico(ELISA

indireto) e de alguma forma contribuir para a melhoria da qualidade do programa

desenvolvido pelo Ministério da agricultura(M.A.). O objetivo deste capitulo foi o de

quantificar a produção de anticorpos de animais em ponto de acupuntura contra a

Brucelose através de Kit diagnóstico Elisa e compará-la com o resultado sorológico

obtido de animais vacinados via subcutânea.

3.4 Materiais e Métodos

3.4.1 Unidade Experimental

Foram utilizados 22 fêmeas com idade compreendida entre 3 a 6 meses de

idade pertencentes ao plantel da PESAGRO .RJ. Estação Experimental de

Seropédica.

3.4.2 Inoculação da vacina e coletas de sangue

As novilhas foram divididas em dois lotes iguais contendo 11 indivíduos

fêmeas, com peso e idades semelhantes. Cada lote recebeu um tipo de tratamento

diferente.

Todos os animais foram identificados e alojados em pasto composto de capim

Rabo de Burro(Cynodum dactylon), Grama Batatais(Paspalum Notatus) e Capim

Colonião(Panicum maximum). O período experimental foi de 7 meses.

As inoculações de antígeno segundo o protocolo de LIGNON (2000), e as

coletas de sangue foram realizadas de acordo com o esquema apresentado na

tabela 1. Para injetar a Vacina foram utilizadas seringas hipodérmicas descartáveis

com capacidade para 10 ml. Para ser mais preciso quanto ao ponto de aplicação foi

utilizado um detector de pontos de acupuntura (“Tester” da Cosmotron.). O primeiro

lote recebeu uma dose de 2 ml da vacina aplicada via subcutânea conforme

recomendação do fabricante. O segundo lote recebeu 2 ml da vacina aplicada no

ponto de acupuntura Bai Hui.

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Tabela 3.1 Cronograma de inoculação de antígeno, e coleta de sangue nas novilhas

Tempo (dias) 0 30 60 90 120 150 180

Inoculação 1a x X x X x x

Coleta de sangue pré-imune 1a 2a 3a 4a 5a 6a

3.4.3 Coleta de soros sangüíneos dos animais estudados

Procedeu-se a coleta de sangue de todos os animais do experimento, através

de punção veno-jugular utilizando-se agulhas nº 16G 1½ e tubos de ensaio estéreis.

As amostras foram transportadas ao laboratório, centrifugadas a 1000G por 10

min. e os soros sangüíneos obtidos foram estocados em alíquotas em tubos tipo

“eppendorf” a temperatura de -20º C. As coletas de sangue foram realizadas nos dias

0 , 30, 60, 90, 120, 150, 180 e 210.

3.4.4 Kit Diagnóstico

Os soros foram analisados pelo teste imunoenzimático CHEKIT®

BRUCELLOTEST, Dr. Bommeli, Suíça

A placa foi equilibrada à temperatura ambiente e após isto diluiu-se a 1 : 200 os

soros coletados e os soros controles com a solução de lavagem e diluição e foi

distribuido 200 µl da diluição para cada dois poços. Por fim cobriu-se então as

microplacas e incubou-se durante a noite (14 à 18 h) entre +2°C e +8°C

(=temperatura do refrigerador). Após a incubação, retirou-se o liquido dos poços e

colocou-se 300 µl de solução de lavagem sendo a operação repetida duas vezes

num total de 3 lavagens. Depois desta fase diluiu-se o conjugado CHEKIT-anti-IgG-

Ruminant monoclonal à 1 : 200 com a solução de diluição e distribuiu-se 200 µl do

conjugado diluído nos poços a placa foi coberta e incubada à 25°C durante 30

minutos. Lavou-se outra vez as placas com definido anteriormente e iniciou-se a

distribuição de 200 µl da solução cromógena por cada poço, cobrindo a microplaca

e incubando à temperatura ambiente (temperatura ótima +25°). Por fim iniciou-se a

leitura dos resultados em spectrophotometro à 405 nm Os resultados foram

interpretados através do Calculo das média das densidades óticas (DO) dos

resultados testados pela dupla (M.DOx) assim como do controle positivo (M.DOpos). e

do controle négativo (M.Donég), os valores médios dos poços testados e do controle

positivo são corrigidos subtraindo do valor do controle negativo

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3.4.5 Análise estatística

Os dados sobre os títulos de anticorpos dos soros coletados durante os 7

meses, foram tratados com a intenção de verificar se os pressupostos requisitos

básicos, aditividade, independência, normalidade e homogeneidade estavam

satisfeitos para tal, efetuou-se o calculo dos erros experimentais estimados para

delineamentos inteiramente casualizado (êij (êij = Yij-mi), erros esses necessários

para avaliar a homogeneidade (homocedasticidade) de variâncias pelo Teste de

Chocran, avaliada a homogeneidade dos dados, foram então realizados com os

dados originais obtidos, a análise de variância, o Teste de Tukey, o Teste de

correlação de Pearson e a análise de Regressão linear com o software

SAEG(Júnior, 2001).

3.5 Resultados e discussão

Os dados encontrados na tabela 3.2 encontramos o resultado da análise da

variância, na qual aparece a diferença significativa entre os tratamentos.

Na tabela 3.3 encontramos a comparação entre as médias o que demonstra a

superioridade do tratamento Bai Hui que apresentou uma média de 1.0866 de D.O.

sobre o tratamento Controle que apresentou média de 0.8549 D.O.

Tabela 3.2 Resultado da análise de variância dos títulos de anticorpos anti B19 dos tratamentos Bai Hui e Fora do ponto de todo experimento.

F.V. SIGNIF

TRAT 0.00012

MÊS 0.000000

Legenda 1) F.V. fonte de variação 2) SIGNIF significância 3) TRAT tratamento

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Tabela 3.3 Teste de médias

TRAT MÉDIAS

BaiHui 1.0866 A

F. ponto 0.8549 B

Legenda 1) TRAT tratamentos 2) Bai Hui tratamento Bai Hui 3) F. ponto Tratamento fora do ponto Bai Hui Na tabela 3.4 encontramos todos os valores médios observados das leituras

dos soros coletados durante o experimento, onde notamos que a única diferença

significativa entre os tratamentos foi a do mês sete( tabela 3.5), apesar de em todas

as leituras termos observado uma leitura superior desde a primeira leitura a favor do

acuponto Bai Hui.

Tabela 3.4 Quadro com médias dos títulos de anticorpos anti B19 dos dois tratamentos durante os sete meses MÊS MÉDIAS Bai Hui MÉDIAS F. ponto

4 1.3695 A 1.1146 A

5 1.2976 A 1.0895 A

6 1.2395 A 0.9439 A

3 1.2201 A 0.9237 A

2 1.1274 A 0.8960 A

7 1.0895 A 0.7579 A

1 0.2629 B 0.2585 B

Legenda 1) MÉDIAS Bai Hui médias dos títulos observados durante os sete meses do tratamento Bai Hui 2) MÉDIAS F. ponto médias dos títulos observados durante os sete meses do tratamento fora do acuponto Bai Hui

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Tabela 3.5 Teste de médias dos títulos observados nos dois tratamentos no sétimo mês

TRAT MÉDIAS

BaiHui 1.0895 A

F. ponto 0.7579 B

Legenda 1) TRAT tratamentos 2) Bai Hui títulos observados no tratamento Bai Hui 3) F.ponto títulos observados no tratamento fora do acuponto Bai Hui Os dados observados na análise de variância demonstram um efeito

imunoestimulante causado pela interação do estímulo do acuponto Bai hui através

do point injection com a utilização da vacina contra Brucelose com antígeno.

Os achados ainda não tinham sido relatados em Bovinos e demonstram uma

tendência de atividade imunomoduladora do acuponto Bai Hui já relatada em

trabalhos anteriores.

LIGNON (2000) trabalhando com coelhos relatou a atividade

imunomoduladora com tendência a apresentar uma melhor resposta em machos do

que fêmeas, assim como QINGLAN (1991) destaca que o número de leucócitos ou a

fagocitose podem estar aumentados nas seguintes situações: moxabustão no

acuponto Mingmen (04VG) em camundongos e Baihui (20VG) e Shenshu (23B) em

coelhos;

3.6 Conclusão

O point injection com a vacina contra a Brucelose B19 no acuponto Bai Hui

apresentou através de Elisa indireto, títulos de anticorpos anti B19 maiores que

quando aplicada via subcutânea.

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4 Capitulo 2 Efeito da BM86 aplicada no acuponto BaiHui no controle do

Boophilus microplus em bovinos

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4.1 Resumo

O controle do carrapato B. microplus é de fundamental importância para a pecuária

nacional assim como a diminuição da contaminação ambiental derivada dos

compostos químicos comumente utilizados no controle deste ectoparasita. A

vacinação é uma arma muito promissora e todo esforço para melhorar sua ação

merece atenção. A vacina Gavac que tem com seu antígeno a proteína Bm86 tem

sido testada e sua atividade contra o carrapato tem sido registrada em torno de 50%.

Um dos fatores relacionados como importantes na diferença entre o nível de

resistência ao carrapato B. microplus entre as raças zebu e taurina é uma melhor

resposta inflamatória local (celular)à mordida do carrapato por parte do Gado zebu.

A interação entre substâncias como antígenos e o ponto de acupuntura VG 20 Bai

Hui posterior tem sido testadas sugerindo a ocorrência de imunomodulação, o que

torna interessante verificar se na aplicação do antígeno Bm86, neste acuponto

ocorreria tal interação, ou seja melhor resposta inflamatória celular e humoral. Por

isto este experimento utilizou a vacina Gavac contendo 2 mg de Bm86 por dose

injetada em dois tratamentos um via subcutânea e outro via Bai Hui em 20 novilhas

com idade variando entre 18 e 22 meses que foram divididas em dois lotes iguais.

As doses foram aplicadas nos dias 0, 28, 49 e 119 e semanalmente foram contados

o número de partenógenas e teleógenas num total de 26 contagens. Nas primeiras

sete semanas foram coletados da veia jugularde todas as novilhas sangue para

análise posterior do título de anticorpos por Kit diagnóstico desenvolvido para

anticorpos antiBm86. Os dados das contagens de carrapatos e da titulação de

anticorpos antiBm86, foram tabulados e tratados estatisticamente, os resultados

obtidos foram uma diferença altamente significativa P<.0.01 para o tratamento Bai

Hui com média geral de 10 carrapatos sobre o tratamento controle sendo a média

geral deste tratamento 25 carrapatos e com relação à titulação de anticorpos

antiBm86 houve também uma diferença altamente significativa P<0.01 sendo que o

tratamento controle foi superior ao tratamento Bai Hui Concluiu-se então que ocorreu

uma interação entre a vacina Gavac e o acuponto Bai Hui com relação ao controle

do número médio de carrapatos, e que o antígeno Bm86 aplicado no Acuponto Bai

Hui teve sua capacidade antigênica diminuída, sugerindo uma imunomodulação da

parte celular.

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4.2 Abstract

The control of the tick B. microplus is of fundamental importance for the national

livestock as well as the decrease of the derived environmental contamination of the

chemical compositions commonly used in the control of this ectoparasita. The

vaccination is a very promising weapon and all effort to improve your action it

deserves attention. The vaccine Gavac that has with your antigen the protein Bm86

has been tested and your activity against the tick has been registered around 50%.

One of the related factors as important in the difference among the resistance level to

the tick B. microplus among the races zebu and taurine it is a better local

inflammatory answer (bitten celular)à of the tick on the part of the Cattle zebu. The

interaction among substances as antigens and the acupuncture point VG 20 Bai

subsequent Hui has been tested suggesting the imunomodulação occurrence, what

turns interesting to verify in the application of the antigen Bm86, in this acuponto it

would happen such interaction, or be better cellular inflammatory answer and

humoral. For this reason this experiment used the vaccine Gavac containing 2 mg of

Bm86 for dose injected in two treatments a subcutaneous road and other road Bai

Hui in 20 novilhas with age varying among 18 and 22 months that were divided in two

same lots. The doses were applied on the 0, 28, 49 and 119 and they were weekly

counted the partenógenas number and teleógenas in a total of 26 counts. In the first

seven weeks they were collected of the vein jugularde all the novilhas blood for

subsequent analysis of the title of antibodies for Kit diagnosis developed for

antibodies antiBm86. The data of the counts of ticks and of the titulação of antibodies

antiBm86, they were tabulated and treated estatisticamente, the obtained results

were a difference highly significant P <.0.01 for the treatment Bai Hui with general

average of 10 ticks on the treatment control being the general average of this

treatment 25 ticks and with relationship to the titulação of antibodies antiBm86 there

was also highly a difference significant P <0.01 and the treatment control was

superior to the treatment Bai Hui. It was concluded then that it happened an

interaction among the vaccine Gavac and the acuponto Bai Hui with relationship to

the control of the medium number of ticks, and that the antigen applied Bm86 in

Acuponto Bai Hui had your capacity reduced antigênica, suggesting an

imunomodulação of the cellular part.

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4.3 Introdução

O carrapato Boophilus microplus (Canestrini, 1887) constitui em sério problema

para a pecuária, nos países de clima tropical e subtropical, pois além das perdas

produtivas inerentes a ação espoliadora do carrapato, esse agente também é

considerado um importante vetor de enfermidades, influenciando diretamente no

aumento dos custos de produção, pois determina gastos com medicamentos,

assistência técnica e acaricidas.

O método de controle do carrapato mais utilizado é o banho com produtos

químicos (acaricidas) que devido principalmente ao uso inadequado, atualmente,

considerando o crescente surgimento de cepas resistentes, apresenta sérias

limitações para controlar esse parasito.

O uso indiscriminado dos carrapaticidas tem sido associado a problemas de

intoxicação, e além de deixar resíduos no leite e na carne deve-se considerar a

contaminação do meio ambiente.

Visando minimizar o uso desses produtos, há algumas décadas vários estudos

relativos ao controle imunológico dos carrapatos vem sendo realizados.

Cientistas da Austrália e de Cuba conseguiram isolar antígenos da superfície

de células do aparelho digestivo do Boophilus microplus. Os imunógenos

denominados Bm86 e Bm91 foram estudados, e em 1972 ALGER & CABRERA e

mais tarde GALUN (1975), indicaram que era possível o uso de vacinas no controle

de artrópodes. Em 1993 foi então produzida a vacina cubana – GAVAC – tendo sido

iniciada a sua aplicação em 1995.

Sabendo-se da importância do controle dos carrapatos e dos riscos inerentes

ao uso dos acaricidas, este trabalho se propõe a modificar a via de aplicação da

vacina contra carrapatos e avaliar os resultados obtidos, bem como gerar

metodologias para o controle de carrapatos, que possa beneficiar o produtor e

reduzir a contaminação do meio ambiente por produtos químicos tóxicos.

No Brasil pouco se conhece da vacina GAVAC. Excetuando-se os

experimentos realizados em gado bovino mestiço (raças zebuínas e taurinas), na

Fazenda Resgate, no município de Bananal, São Paulo por equipe coordenada pelo

Prof. Dr. Carlos Luiz Massard, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

(UFRRJ), no ano de 1995, existe pouca experiência no uso desse produto.

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Entretanto a sistematização do controle de carrapatos pode permitir o uso

integrado da vacina e a redução dos banhos carrapaticidas, diminuindo o custo de

produção e a disseminação de doenças infecto-contagiosas.

Em alguns estudos, a efetividade da vacina anti carrapatos demonstou ser de

55 a 100% na redução do número de carrapatos e seu uso combinado com

acaricidas químicos pode ser uma chave para uma combinação de tratamentos para

controlar a população de carrapatos(RODRIGUEZ, 1995a; 1995b ;REDONDO, 1999)

A proteína Bm86 é um antígeno escondido “concealed antigen” e por esta

razão tem que ser dada periodicamente para manter o nível adequado de anticorpos

para induzir danos aos carrapatos. As células intestinais dos carrapatos se lisam

quando estes carrapatos ingerem sangue de bovinos imunizados ativamente com o

antígeno Bm86, provavelmente via complemento que media aos mecanismos de

defesa do hospedeiro(WILLADSEN, 1989; KEMP, 1989). Entretanto, algumas cepas

de B. microplus mostram baixa susceptibilidade aos anticorpos desenvolvidos em

bovinos vacinados com a proteína recombinante Bm86 (COBON, 1995; GARCIA-

GARCIA,1989)

Nas últimas décadas numerosos estudos vem sendo devotados ao uso de

adjuvantes para aumentar a resposta imune à antígenos Estes esforços tem sido

particularmente importante nos anos mais recentes já que o desenvolvimento de

subunidades sintéticas purificadas e vacinas recombinantes, são geralmente pobres

em imunogenicidade.

A acupunutra tem sido indicada para a aplicação de antígenos em ponto de

acupuntura o que vem sendo testada como uma nova via de imunização em

coelhos, apresentando resultados significativos na produção de anticorpos(LIGNON,

2000), além de influenciar positivamente na resposta homeostática dos animais o

que sem dúvida melhora a adaptação às variações ambientais sofridas por eles no

dia a dia.

O objetivo deste experimento foi o de utilizar o acuponto BaiHui como via

alternativa para aplicação da BM86, e observar seu efeito no controle do B.microplus

durante um período de 6 meses(26 contagens).

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4.4 Materiais e Métodos

4.4.1 Unidade experimental

Este trabalho foi realizado nas instalações do Sistema Integrado de Produção

Agroecológica (SIPA) no município de Seropédica no Estado do Rio de Janeiro

distando aproximadamente 80 quilômetros do centro da cidade do Rio de Janeiro,

com as seguintes coordenadas: 45 ′S, Long. 430. 41 ′W, Alt. 30 m, com uma

precipitação pluviométrica anual média de 1.253 mm; com os maiores valores

mensais em janeiro e os menores em julho. A estação seca estende-se de junho a

agosto, ocorrendo as chuvas mais abundantes no verão. A temperatura média anual

é de 23,200 C sendo a média de fevereiro (26,500 C.) a mais elevada do ano e a de

julho (20,000) a mais baixa.

4.4.2 Vacina GAVAC®

Neste experimento, foi testado a vacina GAVAC®, aplicada em 20 bovinos

mestiços, todos fêmeas, pesando entre 150 e 200 kg pertencentes ao plantel da

PESAGRO RJ, mantidos em regime de pastagem na área do SIPA.

4.4.3 Inoculação da vacina contagem das teleóginas e coletas de sangue

As doses foram aplicadas, em lotes da animais os quais contiam 10

indívíduos cada lote, nos dias zero, 28, 49, 126, 238, conforme recomendação do

fabricante, sendo 200 micrograma por cada dose, a aplicação do antígeno no

acuponto Bai Hui seguiu o protocolo de acordo com LIGNON , (2000). Por ocasião

das vacinações e semanalmente durante os dois primeiros meses foram coletados

sangue de todos os animais, utilizando-se tubos a vácuo vacutainer de 10 mL sem

anticoagulante, para avaliação de níveis de anticorpos vacinais. A dosagem do nível

de anticorpos vacinais foi realizada com técnicas biomoleculares de imunoensaio

específicas (ELISA).

Todos os animais foram identificados e já se encontravam vacinados contra

Brucelose, Ravia e Clostridiose conforme procedimento padrão da PESAGRO.RJ..

As novilhas foram alojadas em pasto com 5 hectares composto de capim Cynodum

dactylon (Rabo de Burro), Paspalum Notatus (Grama Batatais) e Panicum maximum

(Capim Colonião). O piquete já havia sido previamente utilizado por outros bovinos

parasitados por carrapatos, não sendo realizada nenhuma infestação artificial das

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novilhas ou do pasto sendo a infestação natural. O período experimental foi de + ou

– 6 meses correspondendo 26 contagens.

As contagens das teleóginas ingurgitadas de B. microplus, com tamanho

acima de 4,5 mm, de todo hemisfério direito de cada animal, seguiu método descrito

por WHARTON e UTECH(1970). As 26 contagens dos carrapatos, foram iniciadas

no dia da primeira aplicação da Vacina Gavac seguindo assim semanalmente até a

vigésima quinta contagem e um mês após a vigésima quinta. Para injetar A Vacina

Gavac foram utilizadas seringas hipodérmicas descartáveis com capacidade para 10

mL. Para ser mais preciso quanto ao ponto de aplicação foi utilizado um detector de

pontos de acupuntura (“Tester”, Cosmotron,.). Cada animal do primeiro lote recebeu

uma dose de 2 mL da vacina Gavac, aplicado via intra muscular conforme

recomendação do fabricante. Os animais do segundo lote receberam 2 mL da vacina

Gavac aplicado no ponto de acupuntura “Bai Hui”.

4.4.4 Coleta de sangue dos animais

Procedeu-se a coleta de sangue de todos os animais do experimento, através

de punção veno-jugular utilizando-se agulhas n.º 16G 1½ e tubos Vacutainer de 10

mL. As amostras foram transportadas ao laboratório, centrifugadas a 1000 rpm por

10 min e os soros sangüíneos obtidos foram estocados em alíquotas em tubos tipo

“eppendorf” a temperatura de -20º C. A coleta dos soros, foram feitas nos dia 0

(antes da vacinação), e nos dias O, 7, 14, 28, 35, 42, 49, após a vacinação

completando o acompanhamento sorológico.

4.4.5 Análise sorológica dos níveis de anticorpos anti - rbm86

A análise dos níveis de anticorpos, anti-rBm-86 no soro sangüíneo dos

animais foi realizada utilizando-se o kit diagnóstico AUBIODOT anti-Bm 86TM, de

acordo com a metodologia descrita por MACHADO & SANTIZO (1995).

Esta análise semi-quantitativa é baseada no teste de imunoensaio indireto em

fase sólida, que emprega sondas de ouro coloidal, e visualizadas com reveladores

de prata. Esta metodologia consiste no uso de placas de poliestireno branco, com

escavações circulares sensibilizadas com antígenos recombinante Bm 86.

De acordo com a metodologia de MACHADO & SANTIZO (1995), as amostras

de soro foram pré-diluídas em forma dupla seriada com solução. No caso de

presença de anticorpos específicos, estes reagiram na região Fab com o antígeno

imobilizado sobre a fase sólida.

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Após a primeira lavagem, empregou-se conjugado de proteína A

(recombinante)-ouro coloidal, para a detecção dos imunocomplexos formados

através da reação com as regiões Fc disponíveis das moléculas de anticorpos

implicadas.

Depois da segunda lavagem, a reação foi visualizada finalmente pela adição de

reveladores físicos a base de íons de prata, dando lugar as reações “in situ” de cor

marrom escuro, cuja intensidade é diretamente proporcional à concentração de

anticorpos presentes nas amostras.

A interpretação dos resultados foi realizada por espectrofometria em aparelho

leitor de ELISA,. Para determinar o título final da amostra tomou-se como padrão o

controle positivo incluído na placa com título de 1/1280, tomando este mesmo título

como “cut off”: aplicou-se a fórmula 1/1280. 2n, onde n foi o número de diluições

sucessivas que expressem uma leitura espectrofotométrica comparável ou maior ao

controle positivo.

Para cada animal avaliou-se oito amostras, segundo coleta descrita

anteriormente; com cinco determinações para cada amostra (títulos de 1:1280 a

1:10240) totalizando 45 determinações por amostra estudada.

4.5 Análise estatística

Para avaliar o comportamento dos níveis de anticorpos circulantes, utilizou-se

a média dos títulos observados em cada data da coleta; empregando-se o programa

“EXCEL” versão 7,0 na obtenção da curva.

Dos dados obtidos tanto da leitura dos soros quanto das teleóginas, foram

calculados os devidos erros e aplicado o teste de homogeneidade de variância para

após isto serem então processadas as análises de variância no programa SAEG

(Júnior, 2001) e avaliar seus níveis de significância. Os dados das 26 contagens,

foram tratados com a intenção de verificar se os pressupostos requisitos básicos,

aditividade, independência, normalidade e homogeneidade estavam satisfeitos para

tal, efetuou-se o calculo dos erros experimentais estimados para delineamentos

inteiramente casualizado (êij (êij = Yij-mi), erros esses necessários para avaliar a

homogeneidade (homocedasticidade) de variâncias pelo Teste de Chocran, avaliada

a homogeneidade dos dados, foram então realizados com os dados originais

obtidos das 26 contagens, a análise de variância, o Teste de Tukey, o Teste de

correlação de Pearson e a análise de Regressão linear com o software

SAEG(Júnior, 2001)

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4.5.1 Simulação da infestação.

Neste experimento a infestação dos animais ocorreu de forma natural. Para

simulação do impacto na pastagem e nos próprios tratamentos do ciclo biológico

completo do carrapato, os dados gerados nas 26 contagens foram submetidos a um

tratamento com os parâmetros descritos em um modelo básico para simulação da

biologia e controle do carrrapato segundo WEID-HAAS et al., 1983.

Os parâmetros foram os seguintes:

Número de ovos por fêmea A = 3000

Fração de sobrevivência da larva fora do hospedeiro: B = 0.495742

Fração de larvas colhidas semanalmente pelo hospedeiro: C = 0.0114736

Fração de sobrevivência das larvas, ninfas e adultos no hospedeiro: D= 0.6299605

Fração de sobrevivência de teleóginas fora do hospedeiro: E= 0.5625

Fração de sobrevivência dos ovos: F= 0.8660

Com estes parâmetros foi montada a seguinte equação Y=ExNxAxFxBxCxD,

sendo Y = ao número provável de adultos encontrados no hospedeiro após um ciclo

completo. e N = número de teleóginas encontrada no hospedeiro.

Houve também a adaptação dos parâmetros descritos por WEID-HAAS, 1983,

pois os seus parâmetros não premiavam a influência causada pela Vacina GAVAC

na diminuição do índice de postura (8%) e na diminuição do índice de sobrevivência

dos ovos(10%).

Procurou-se então correlacionar entre e dentro das três épocas e os dados

climáticos oriundos da Estação Experimental de Seropédica, já que vários autores

em estudos de sazonalidade, sugerem haver uma correlação entre as variações

climáticas e o número de carrapatos encontrados tanto no pasto como nos bovinos(

SHORT & NORVAL, 1981; EVANS 1979; SUTHERST, 1983). Por último os dados

oriundos das análises sorológicas do sangue coletado durante as 7 semanas

(primeira época), foram tratados com a intenção de verificar se os pressupostos

requisitos básicos, aditividade, independência, normalidade e homogeneidade

estavam satisfeitos para tal, efetuou-se o calculo dos erros experimentais estimados

para delineamentos inteiramente casualizado (êij (êij = Yij-mi), erros esses

necessários para avaliar a homogeneidade (homocedasticidade)? de variâncias pelo

Teste de Chocran, avaliada a homogeneidade dos dados, foram então realizados

com os dados originais obtidos das 7 semanas, a análise de variância(Anovag), o

Teste de Tukey, o Teste de correlação de Pearson e a análise de Regressão

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linear(Regrelin) com o software SAEG(Júnior, 2001)

4.6 Resultados e Discussão

4.6.1 Análise da infestação

A análise dos dados do experimento foi dividido em três tempos no primeiro

deles todos os dados gerados da contagem de carrapatos (26 contagens) foram

tratados conforme definido acima e então após o teste de Chocran, aplicou-se a

análise de variância e o teste de Tukey para comparação das médias.

Conforme demonstrada na Tabela 4.1, os tratamentos e as semanas

demonstraram diferenças significativas, ocorrendo a interação semana x tratamento.

O Teste de Tukey, demonstrou diferenças significativas entre o tratamento dose no

acuponto BaiHui e o tratamento controle. Tabela 4.2

Tabela 4.1- Resultado da análise de variância das 26 contagens oriundas dos animais testados nos dois grupos

F.V. Q.M. SIGNIF.

TRAT 29944.00 0.00008

SEM 5469.837 0.00003

SEM X

TRAT

1901.864 0.04962

F.V. – fonte de variação Q.M. – quadrado médio Signif.- significância TRAT – tratamento SEM – semanas Tabela 4.2- Teste de média para as contagens de carrapato das 26 contagens

TRAT MED

F. acuponto 25 A

BaiHui 10 B

1) Med – média dos carrapatos dos animais tratados 2) F. acuponto – grupo e animais fora do acuponto 3) Bai Hui – grupo de animais dentro do acuponto

Valores seguidos de letras iguais, maiúsculas não diferem significativamente entre si

pelo teste de Tukey (p<0,01)

O alto valor do Coeficiente de variação(192.7), devido a valores contrastantes

encontrados nas contagens de carrapatos em alguns indivíduos dentro dos

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tratamentos influenciaram a amplitude, fazendo com que apesar de em quatorze

semanas terem ocorridos diferenças entre os dois tratamentos foi constatado

somente nas semanas 14, 15 16 e 18 uma diferença altamente significativa pelo

Teste de Tukey (p<0,01) entre os tratamentos Controle e BaiHui (Tabela 4.3).

Dentro do tratamento fora do ponto pelo Teste de Tukey (p<0,01)a semana 14

é a que apresenta o maior número médio de carrapatos diferindo significativamente

do grupo. (Tabela 4.3).

Dentro do tratamento dose no ponto BaiHui nas semanas 14,15, 16, e 18 não

houve diferença significativa pelo Teste de Tukey (p<0,01) (Tabela 4.3).

Gráfico 4.1- Número médio de carrapatos por tratamento durante as 26 contagens Legenda1) Fora do ponto – grupo de animais fora do acuponto 2) Bai Hui – grupo de animais dentro do acuponto Bai Hui 3) CONTAGENS – número da contagem de carrapatos

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

C 1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16 C17 C18 C19 C20 C21 C22 C23 C24 C25 C26

CONTAGENS

DIA

S D

E C

AR

RA

PA

TO

S

Bai Hui Fora do Ponto

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Tabela 4.3- Teste de médias dentro e entre os tratamentos nas contagens 14, 15, 16 e 18

TRAT MED

Cont.14

MED

Cont.15

MED

Cont.16

MED

Cont.18

F. ponto 105 A a 72 A b 69 A b 56 A b

BaiHui 24 B a 18 B a 23 B a 22 B a

Legenda: Valores seguidos de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não diferem significativamente entre si pelo teste de Turkey (p<0,01)

Sabendo-se que a média assim como a amplitude pode ser muito influenciada

por valores extremos, pois a medida que aumenta o N, aumenta-se a chance de

encontrarmos valores contrastantes, decidiu-se formar um ranking composto com as

cinco maiores contagens dentro dos tratamentos em cada animal posicionando-os

dentro das semanas, para avaliar se a média e a amplitude do número de carrapatos

contados nos animais dentro dos tratamentos nas semanas 14, 15, 16 e 18

consideradas diferentes estatisticamente com alta significância, estavam sendo

influenciadas por altos valores encontrados em inexpressivo número de animais

dentro de cada tratamento.

Gráfico 4.2- Números de animais participantes do ranking, nas contagens de carrapatos 14, 15, 16 e 18 dos tratamentos Bai Hui e Fora do ponto

Legenda 1) Fora do ponto – grupo e animais fora do acuponto Bai Hui 2) Bai Hui – grupo de animais dentro do acuponto Bai Hui 3) C – Ordem numérica da contagem de carrapatos

02468

10

C14 C15 C16 C18

Contagens

m. A

nim

.

Bai Hui Fora do Ponto

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O resultado pode ser observado no gráfico 4.2, no qual aparecem os números

de animais e sua localização no ranking das contagens 14, 15, 16 e 18.

Tabela 4.4- Número de animais e média por tratamento no ranking nas contagens 14, 15, e 18

TRAT Cont 14 med Cont 15 med Cont 16 Med Cont 18 Med

Bai Hui 7 (70%) 33 3 (30%) 40 5 (50%) 41 3 (30%) 61

F. ponto 8 (80%) 149 5 (50%) 145 6 (60%) 109 3 (30%) 127

Total anim. 15 (75%) 8 (40%) 11(55%) 6 (30%)

Legenda 1) Med – média dos carrapatos dos animais tratados 2) Total anim.- total de

animais nas contagens 3) F. do ponto – grupo e animais fora do acuponto. 4) Bai

Hui. Bai Hui – grupo de animais dentro do acuponto Bai Hui. 5) Cont – contagem de

carrapatos

Conforme pode ser observado (gráfico 4.2 e Tabela 4.4) na semana 14, 15,

16 e 18 o número de animais do tratamento Bai Hui de acordo com o ranking foram

respectivamente, 7(70%), 3(30%), 5(50%) e 3(30%) sendo a média de infestação

dentro do tratamento entre os animais do ranking, 40, 41 e 61. Dentro do tratamento

Controle o número de animais foram respectivamente 8(80%), 5(50%), 6(60%) e

3(30%) sendo a média de infestação de carrapatos entre os animais do ranking 149,

145, 109 e 127. Pelos dados acima fica claro a participação de 15(75%), 8(40%),

11(55%) e 6(30%)do total de animais utilizados neste experimento na formação das

médias e suas diferenças altamente significativas dentro da semana 14, 15, 16 e 18.

A semana 15 é a única a apresentar valores diferentes entre os tratamentos,

indicando uma homogeneidade do número de participantes de cada tratamento

dentro das semanas observadas. Os valores individuais em cada tratamento, podem

ser observados na tabela abaixo.

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Tabela 4.5- Valores individuais de carrapatos das contagens 14, 15, 16 e 18

Cont 14 Cont 15 Cont 16 Cont 18

Animal Bai Hui F.pont. Bai Hui F.pont. Bai Hui F.pont. Bai Hui F.pont

1 77 A 340 A 85 A 323 A 115 A 361 A 94 A 168A

2 48 A 223 B 25 A 147 B 29 A 108 B 74 A 133 A

3 36 A 222 B 21 A 102 B 28 A 84 B 15 A 86 A

4 26 A 137 C 17 A 70 B 22 A 65 B 14 A 81 A

5 25 A 85 C 16 A 40 C 15 A 32 B 13 A 73 A

6 13 A 31 D 7 A 37 C 11 A 30 B 7 A 16 B

7 12 A 7 D 5 A 4 C 7 A 5 B 5 A 3 B

8 8 A 4 D 5 A 0 C 6 A 4 B 3 A 3 B

9 4 A 3 D 0 A 0 C 4 A 2 B 2 A 1 B

10 0 A 1 C 0 A 0 B 0 A 0 B 0 A 0 B

1) F.pont. – grupo de animais fora do acuponto Bai Hui 2) Bai Hui – grupo de

animais dentro do acuponto Bai Hui 3) Cont – contagem de carrapatos por semana

Valores seguidos de letras iguais, maiúsculas não diferem significativamente entre si

pelo teste de Tukey (p<0,05)

Como demonstrado na Tabela 5, as semanas em que foi constatada

diferenças significativas entre os dois grupos, no grupo Bai Hui não se encontra

diferença significativa dentro do tratamento entre os animais do grupo, já dentro do

tratamento F. acuponto, entre os animais encontramos diferenças significativas. O

que parece demonstrar uma homogeneidade no grupo Bai Hui.

Após os primeiro resultados gerados, passamos a um segundo tempo, no

qual foi dividido o experimento em 3 épocas distintas, a primeira época compreende

a contagem de carrapatos desde a primeira contagem e aplicação da primeira dose

do antígeno BM86, até a sétima contagem, a segunda época vai da aplicação da

terceira dose de BM86 até a décima sétima contagem e a terceira época vai da

aplicação da quarta dose de BM86 até a última contagem.

Procurou-se então correlacionar entre e dentro das três épocas e os dados

climáticos oriundos da Estação Experimental de Seropédica, RJ, já que vários

autores em estudos de sazonalidade, sugerem haver uma correlação entre as

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variações climáticas e o número de carrapatos encontrados tanto no pasto como nos

bovinos (SHORT & NORVAL, 1981; EVANS 1979; SUTHERST, 1983).

Os resultados da análise de correlação de Pearson das variáveis na Tabela

4.6, demonstram valores positivos de correlação e sua significância para as variáveis

contagem de carrapatos nos tratamentos Bai Hui e Fora do acuponto, durante as

três épocas, demonstrando uma correlação positiva dentro das 3 épocas e entre os

dois primeiros períodos. A terceira época se destaca das demais não apresentando

correlação com as outras épocas.

Tabela 4.6- Índices de correlação e significância do número de carrapatos entre e dentro dos períodos com relação as contagens

VAR VAR.

OBS

COR. Signif

CAR1 CAR2 .9161 .0019

CAR1 CAR3 .8561 .0070

CAR1 CAR4 .8848 .0041

CAR2 CAR3 .8061 .0143

CAR2 CAR4 .8436 .0085

CAR3 CAR4 .9902 .0000

CAR6 CAR5 .8917 .0035

Legenda 1) CAR 1 , 3, 5 – Grupo de animais do acuponto Bai Hui. 2) CAR 2, 4, 6 -

Grupo de animais fora do acuponto Bai Hui 3) CAR1 e CAR2 época 1 - CAR3 e

CAR4 época 2 – CAR5 e CAR6 época 3

Após os resultados do teste de Pearson foi realizada a análise de regressão

de cada época.

Os gráficos 4.3, 4.4 e 4.5, representam as três épocas com as devidas linhas

de tendência e seus valores de R2 (regressão). Nas duas primeiras épocas os

valores de R2 estão altos dentro do modelo polinomial, o que indica que a equação

proposta pelo teste (função alternativa), pode ser usada como modelo de regressão

linear da relação funcional do número de carrapatos (variável dependente e o

conjunto de variáveis independentes), enquanto que o mesmo modelo quando

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aplicado a terceira época apresentam valores de R2 muito baixo, indicando que o

modelo proposto não se aplica a terceira época.

Gráfico 4.3- Regressão linear com valor de R2 e equação da 1a ëpoca da contagem média de carrapatos dos dois tratamentos.

Legenda. CAR2 Fora do acuponto Bai Hui - CAR1 acuponto BAI HUI

Gráfico 4.4- Regressão linear com valor de R2 e equação da contagem média de carrapatos da 2a ëpoca

Legenda 1) CAR3 acuponto Bai Hui – CAR4 fora do acuponto Bai Hui

y = 0,9393x2 - 0,6821x + 7,8571

R2 = 0,8345

y = 0,681x2 - 1,5548x + 5,8714

R2 = 0,7966

0

20

40

60

0 2 4 6 8

Contagens

Car

rap

ato

sCAR1 CAR2

Polinômio (CAR2) Polinômio (CAR1)

y = 5,0631x2 - 26,423x + 30,8

R2 = 0,925

y = 1,1405x2 - 5,6738x + 6,4714

R2 = 0,9305

-50

0

50

100

150

0 2 4 6 8

Contagens

Car

rap

ato

s

CAR3 CAR4

Polinômio (CAR4) Polinômio (CAR3)

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Gráfico 4.5- Regressão linear com valor de R2 e equação da contagem média de carrapatos da 3a ëpoca

Legenda 1) CAR5 acuponto Bai Hui – CAR6 fora do acuponto Bai Hui

Os dois resultados observados nos dois testes aplicados (Correlação e

Regressão Linear), reforçam a confirmação que existe uma correlação positiva entre

e dentro das épocas 1 e 2 e uma não correlação entre as épocas 1 e 2 com a época

3 durante as contagens. Este tipo de análise demonstrou que a divisão em épocas

favoreceu o entendimento que durante as duas primeiras épocas as influências

sobre o ciclo biológico foram fracamente afetadas pela vacina e que na terceira

época devido a não correlação com as outras duas e um alto valor de R2 dentro da

época 3 demonstrava uma interferência diferente no ciclo biológico do carrapato que

pode ter sido provavelmente causado pela Quarta dose da vacina nos dois

tratamentos

A análise de correlação pelo Teste de Pearson (tabela 4.6) também encontrou

valores significativos de correlações positivas para as variáveis temperatura média

da primeira época e temperatura mínima da primeira época com as variáveis

contagem de carrapatos Bai Hui e Controle tanto entre como dentro das duas

épocas.

y = -0,9048x2 + 2,4595x + 27,557

R2 = 0,3844

y = -0,7095x2 + 4,3548x + 7,9714

R2 = 0,3281

0

20

40

60

0 2 4 6 8

Contagens

Car

rap

ato

s

CAR5 CAR6

Polinômio (CAR6) Polinômio (CAR5)

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Tabela 4.6- Índices de correlação da temperatura média e mínima da primeira época com o número de carrapatos com relação as contagens

Variavel Var obs Corr. Signif

TEM1 CAR1 .6686 .0503

TEM1 CAR2 .8105 .0135

TEM1 CAR3 .8390 .0091

TEM1 CAR4 .8639 .0061

MIN1 CAR1 .7703 .0214

MIN1 CAR2 .8937 .0033

MIN1 CAR3 .7971 .0159

MIN1 CAR4 .7994 .0155

TEM1 MAX1 .9296 .0012

TEM1 MIN1 .8768 .0048

Legenda. 1) TEM1 – temperatura média da época 1. 2) MIN1 – temperatura mínima

da época 1.

Tabela 4.7- valores de temperatura média, mínima, umidade e chuva nas contagens da primeira época

Cont cont 0* cont 1 cont 2 cont 3 cont 4 Cont 5 cont 6 cont 7

TEM OC 21,37 21,8 22,3 22,4 20,9 24,2 23,2 25,4

UMID % 70 67,9 78,1 65,7 81,6 75,1 85,2 70,2

MIN 17,5 17 19,1 18,3 17,9 20,2 20,4 21,1

IP 0,6 0,7 97,9 0,1 41,6 9,7 6 0

Legenda 1) I.P. – Indice pluviométrico 2) UMID – Umidade relativa do ar 3) TEM –

temperatura 4) MIN – Temperatura mínima 5) Cont - Ordem numérica da contagem

*Valores de dados climatológicos da semana anterior ao começo do experimento.

Segundo Pereira (1982) citando o trabalho de RECHAV E MALTZAHN o ovo

é a forma do estágio evolutivo mais sensível a dessecação e que ovos de

B.decoloratus mantidos sob temperaturas de 20 e 25 0C e umidade relativa do ar

menor que 75% em laboratório, em seu experimento não eclodiram.

Segundo WILKSON(1970) a ordem crescente de resistência de larvas de

carrapatos ao frio é B. microplus, B.decoloratus e B.annulatus, e a ordem crescente

a dessecação é B. microplus, B.annulatus e B.decoloratus.

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Os dados meteorológicos fornecidos pela PESAGRO R.J., indicam que dentro

do período que compreendeu a primeira época a temperatura média foi 22.7 0C ± 1.5 0C, e que a umidade média foi de 74.2% ± 6.9%, sendo a umidade média do período

que compreendeu as 26 contagens 73.2% ± 1.78 e a temperatura média 24.9 0C ±

5.2 0C. entre os dias 20 a 23 de outubro de 2001, choveu um total de 97.1mm.

A correlação positiva encontrada na gráfico 4.7 indica que quando as

temperaturas média e mínima subiam o número de carrapatos também subiam nos

dois tratamentos durante a primeira época e que também existiu tal correlação para

a segunda época da contagem de carrapatos com as temperaturas média e mínima

da primeira época.

A confirmação de alguns autores quanto aos índices de temperatura e

umidade influenciarem na eclosão e resistência de larvas, indica que possivelmente

o aumento progressivo de temperatura (correlação positiva) melhorou a eclosão dos

ovos e a sobrevivência das larvas, influenciando na infestação dos carrapatos nas

duas épocas.

Nas contagens 8, 9 10, 11, 12 e 13 (dezembro 2001 e janeiro 2002), incluídas

dentro da época 2, foram encontrados valores muito reduzidos de carrapatos para os

dois grupos. A contagem número 8 está situada imediatamente após a primeira

época ter atingido os mais altos índices de carrapatose encontrados dentro dela,

demonstrando ter ocorrido alguma influência externa que atingiu aos dois

tratamentos da mesma forma e no mesmo tempo. Esta influência se encontra

expressa entre a oitava contagem até a décima terceira.

O mês de Dezembro de 2001 apresentou o mais alto índice pluviométrico

dentro do período experimental sendo de 170 mm. RAWLINS citado por PEREIRA

(1982) estudando os fatores que influem na variação da densidade populacional de

B.microplus na Jamaica, verificou que precipitações pluviais de 5 a 15 mm por mês

precedem aumento significativo nas populações desta espécie de carrapato,

garantindo condições adequadas para desenvolvimento embrionário e sobrevivência

larval, enquanto que precipitações maiores que 15 mm contribuem para baixa

densidade populacional de B.microplus, devido à um aumento do gasto energético.

No gráfico 4.6 observa-se o efeito da correlação negativa (-0.339) entre o

índice pluviométrico e o número médio de carrapatos dos dois tratamentos e o efeito

da terceira dose da vacina no período compreendido entre a contagem 8 e a 13.

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Gráfico 4.6- Número médio de carrapatos dos grupos Fora do ponto e Bai Hui e chuva do período compreendido entre a oitava e a décima terceira contagem dezembro de 2001 até Janeiro de 2002.

Legenda 1) CARR. Número médio de carrapatos 2) I.P. Índice pluviométrico 3) Bai

Hui Número médio de carrapatos do acuponto Bai Hui 4) Número médio de

carrapatos do tratamento Fora do acuponto Bai Hui 5) I.P Índice pluviométrico

Tabela 4.8 Valores de temperatura média, mínima, umidade e chuva nas contagens 8, 9,10, 11, 12, 13, 14 e 15 de Dezembro de 2001 até janeiro de 2002

Dezembro 2001 Janeiro 2002 CONT

8 9 10 11 12 13 14 15

TEMP 24,7 26,6 25,4 26,2 24,6 27 25,6 23,6

UMID 68,3 70,5 78,8 73,9 77,1 67,1 75,5 75,9

MIN 20,1 22,4 21,3 22,2 20,9 23,1 21,8 20,9

I.P. 26,6 9,8 44,8 85,5 3,4 0 39,5 4,5

Legenda 1) TEMP temperatura média 2) UMID ümidade 3) MIN temperatura mínima

4) I.P. índice pluviométrica 5) CONT ordem numérica da contagem

020406080

100

C8 C9 C10 C11 C12 C13

CONTAGENS

CA

RR

/ I.P

.

Bai Hui Fora do ponto I.P.

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Tabela 4.9. Índices de correlação e significância das chuvas da primeira época com a contagem média dos carrapatos da última época

Variavel Var. obs Corr. Signif

I.P.1 CAR5 .6804 .0463

I.P.1 CAR6 .7794 .0194

Legenda 1) I.P.1 índice pluviométrico da época 1

Os resultados da tabela 4.9 demonstraram uma correlação altamente

significativa, entre a chuva da época 1 e as contagens de carrapatos dos dois

tratamentos dentro da época 3.

O fenômeno denominado “Spring Rise”, que é o aumento da densidade

populacional de carrapatos na primavera (SNOWBAL,1957), é diretamente

influenciado pela temperatura e umidade que são baixas durante o inverno, o que

faz com que o tempo para completar o ciclo biológico se alongue (Pereira, 1982 ,

SUTHERST, 1983 e WILKSON, 1970) Quando entra a primavera com o aumento da

temperatura e da precipitação pluviométrica, aumentam as chances de

sobrevivência dos ovos e larvas oriundos de fêmeas que sobreviveram ao outono,

aumentando a densidade populacional de carrapatos.

As correlações positivas observadas da contagem de carrapatos dos dois

primeiros períodos e a temperatura média do primeiro período, podem ter

influenciado a densidade populacional do último período, com as chuvas observadas

na primeira época que apresentam uma alta correlação positiva com a contagem do

último período.

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Gráfico 4.7- Somatório da épocas na simulação do potencial de infestação por carrapato entre outubro de 2001 até maio de 2002

Legenda 1) Somatório Carr. Somatório do número de carrapatos de cada tratamento

2) Bai Hui – número de carrapatos do tratamento Bai Hui 3) Fora do Ponto –

Número de carrapatos do tratamento fora do acuponto Bai Hui.

Tabela 4.10-Indíces de previsão de infestação por carrapato por épocas

Período

Tratamento P0 P1 P2 P3

Bai Hui 129 4780 3789 4187

F. ponto 169 8732 14106 7739

Legenda 1) P0 – Período 0 2) P1 – Período 1 3) Período 2 4) Período 3

Os dados utilizados para a simulação da infestação foram tomados dos três

períodos e encontram assim definidos na figura 7 e na tabela acima:

P0 Dados da primeira contagem

P1 Compreende o somatório dos dados colhidos da primeira contagem até a sétima

P2 Compreende o somatório dos dados colhidos da 7 contagem até a 17

P3 Compreende o somatório dos dados colhidos da 17 contagem até a 26

O gráfico 4.7 demonstra os valores encontrados após aplicada a fórmula de

simulação confeccionada com os parâmetros de WEID-HAAS et al., 1983, aos dados

-10000-5000

05000

1000015000

2000025000

Ep. 0 Ep. 1 Ep. 2 Ep.3

Épocas

So

mat

óri

o C

arr.

Bai Hui

Controle

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coletados. No primeiro período a função utilizada foi montada com os parâmetros

originais do modelo de simulação de (WEID-HAAS et al., 1983 ), enquanto que o

segundo e o terceiro período foram utilizados as transformações destes parâmetros,

já que após a terceira dose, segundo RODRIGUEZ, 1995, os níveis de anticorpos

necessários ao controle do carrapato já estaria no nível ótimo.

Dentro do tratamento Bai Hui entre os três períodos não há uma variação

significativa entre eles, o mesmo não se podendo dizer com relação ao tratamento

controle como já demonstrado anteriormente pelo teste de Análise de variância e

Tukey.

O que se pode conferir com esta visão sobre as quantidades projetadas é que

o somatório de cada época em cada tratamento demonstra uma dinâmica

interessante, tabela 4.10. Primeiro com relação ao somatório do primeiro período,

nos dois tratamentos os números projetados, apresentam entre eles uma diferença

de quase 4000 carrapatos a favor do tratamento controle o que demonstra a

possibilidade de uma pressão muito grande deste tratamento sobre a dinâmica de

infestação da pastagem para o segundo período, já que a relação encontrada foi que

de cada teleógina contada semanalmente cinco completariam o ciclo.

No somatório do segundo período, já com uma relação menor esperada que

foi de 1 para 4, foram encontrados valores mesmo assim ainda muito mais altos na

diferença entre os dois tratamentos já na ordem de 10.000 carrapatos a favor do

tratamento controle, enquanto que no tratamento Bai Hui ao contrário houve uma

pequena redução no seu somatório do período confirmando a dinâmica apresentada

no tratamento Bai Hui de homogeneidade, e assim outra vez previu-se uma pressão

maior ainda para a próxima época exercida pelo grande aporte de carrapatos feito

por intermédio do tratamento Fora do ponto.

No somatório do terceiro período os valores observados fogem do esperado e

encontramos quase a mesma diferença entre os tratamentos encontrada no primeiro

período de mais ou menos 4000 a favor do tratamento controle e com os números

esperados voltando ao patamar do esperado no fim do primeiro período,

demonstrando o que parece ser a interferência esperada pela vacina no tratamento

controle (54%), (RODRIGUEZ, 1995), já no tratamento Bai Hui houve um pequeno

acréscimo demonstrando ao final desta época a tendência que ele apresentava

desde o começo.

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4.6.2 Análise sorológica

Tabela 4.11-Análise de variância dos índices sorológicos dos dois tratamentos na época 1

F.V. Q.M. SIGNIF

TRAT .8757734E+

08

0.01523

SEM 1910003E+

08

0.00065

Legenda 1) Q.M.- quadrado médio 2) F.V. - Fonte de variação 3) SIGNIF.

Significância 4) TRAT – tratamento 5) SEM - semana

Por último os dados oriundos das análises sorológicas do sangue coletado

durante as 7 semanas (primeira época), foram tratados com a intenção de verificar

se os pressupostos requisitos básicos, aditividade, independência, normalidade e

homogeneidade estavam satisfeitos para tal, efetuou-se o calculo dos erros

experimentais estimados para delineamentos inteiramente casualizado (êij (êij = Yij-

mi), erros esses necessários para avaliar a homogeneidade (homocedasticidade) de

variâncias pelo Teste de Chocran, avaliada a homogeneidade dos dados, foram

então realizados com os dados originais obtidos das 7 semanas, a análise de

variância(Anovag), o Teste de Tukey, o Teste de correlação de Pearson e a análise

de Regressão linear(Regrelin) com o software SAEG(Júnior, 2001)

Conforme demonstrada na tabela acima (Tabela 4.11) os tratamentos e as

semanas demonstraram diferenças significativas, não ocorrendo a interação semana

x tratamento. O Teste de Tukey, demonstrou diferenças significativas entre o

tratamento Bai Hui e o tratamento controle. (Tabela 4.12)

A contagem 7 (tabela 4.13) foi a única contagem onde foi identificada através

do Teste de Tukey uma diferença significativa entre os tratamentos Bai Hui e o

tratamento controle.

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Tabela 4.12- Teste de médias geral, dos índices sorológicos da época 1

Trat Medias

F.ponto 5659 A

Bai Hui 2409 B

Legenda 1) Trat – tratamentos 2) F.ponto – fora do acuponto Bai Hui 3) Bai Hui –

acuponto Bai Hui 4) Medias – medias das leituras sorológicas

Tabela 4.13- Teste de médias da contagem 7 na época 1

Trat Medias

F.ponto 15010

Bai Hui 5934

Legenda 1) Trat – tratamentos 2) F.ponto – fora do acuponto Bai Hui 3) Bai Hui –

acuponto Bai Hui 4) Medias – medias das leituras sorológicas

Tabela 4.14- Índices de correlação e significância dentre e entre os níveis sorológicos e a contagem média de carrapatos da primeira época

Variavel Var. obs Corr. Signif

S.B CAR1 -.7399 .0286

S.B CAR2 -.8113 .0134

S.B SG .9801 .0001

S F.P. CAR1 -.7962 .0161

S.F.P. CAR2 -.8616 .0063

Legenda 1) S.B. – Soro do tratamento Bai Hui 2) S.F.P. – Soro do tratamento Fora

do acuponto Bai Hui 3) CAR1 – Número médio de carrapatos do tratamento Bai Hui

da época 1 4) CAR2 - Número médio de carrapatos do tratamento fora do acuponto

Bai Hui da época 1 5) Corr. – Índice de correlação

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A análise da Correlação de Pearson (tabela 4.14)demonstrou altos valores de

correlação negativa entre o número de carrapatos e os valores sorológicos,

indicando que quando a contagem sorológica aumentava para os dois tratamentos

descia o número de carrapatos, e que a correlação entre os títulos alcançados entre

os dois tratamentos tinham uma alta correlação positiva.

Conforme pode ser visto no gráfico na primeira época após a quarta

contagem na qual foi aplicada a segunda dose da Bm86 nos dois tratamentos os

índices de leitura conseguidos pela aplicação da Bm86 no acuponto Bai Hui, foram

bem inferiores a do alcançado pela via fora do ponto.

Gáfico 4.8- Regressão linear com valor de R2 e equação dos índices médios de carrapatos da 1a ëpoca

Legenda. CAR2 Fora do acuponto Bai Hui - CAR1 acuponto BAI HUI

y = 0,9393x2 - 0,6821x + 7,8571

R2 = 0,8345

y = 0,681x2 - 1,5548x + 5,8714

R2 = 0,7966

0

20

40

60

0 2 4 6 8

Contagens

Car

rap

ato

s

CAR1 CAR2

Polinômio (CAR2) Polinômio (CAR1)

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Gráfico 4.9- Regressão linear com valor de R2 e equação dos índices médios sorológicos da 1a ëpoca

Legenda 1) Dos – Títulos de anticorpos anti Bm86 observados nos tratamentos por

Densidade ótica 2) Semanas – Semanas das coletas de sangue 3) Bai Hui – título

de anticorpos anti Bm 86 alcançados pelo tratamento Bai Hui 4) Fora do Ponto -

título de anticorpos anti Bm 86 alcançados pelo tratamento fora do acuponto Bai Hui

Conforme pode ser visto nos gráficos acima (4.8 e 4.9)apesar dos valores na

primeira época para a contagem de carrapatos não terem atingidos níveis de

diferença significativos entre os dois tratamentos pelo Teste de Tukey, os

tratamentos em nível sorológico atingiram valores entre si com diferenças

significativas pelo mesmo Teste de Tukey, para a primeira época. Quanto ao nível

de correlação dentro dos tratamentos em seu perfil sorológico e a contagem de

carrapatos a correlação foi altamente positiva.

A análise de regressão dos valores sorológicos e de carrapatos dentro dos

dois tratamentos também atingiram um alto valor de R2, o que reforça os resultados

conseguidos com os altos índices de correlação positiva dentro deles e os alto índice

de correlação negativa entre os dois tratamentos durante as contagens.

Os índices sorológicos médios alcançados dentro do tratamento Controle

estão na faixa encontrada por RODRIGUEZ (1995) para um mesmo período.

y = 656,62x2 - 3069,2x + 3345,7

R2 = 0,928

y = 228,58x2 - 948,49x + 1073,9

R2 = 0,9194

-10000

0

10000

20000

0 2 4 6 8

Contagens

Do

s

Bai Hui Fora do ponto

Polinômio (Fora do ponto) Polinômio (Bai Hui)

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Figura 4.10- Números de animais do ranking, nas contagens 2, 4, 5, 6 e 7

Legenda 1) Fora do ponto – grupo e animais fora do acuponto Bai Hui 2) Bai Hui –

grupo de animais dentro do acuponto Bai Hui 3) C – Ordem numérica da contagem

de carrapatos

Nas semanas 2, 4, 5, 6 e 7 ao observarmos os dados do Gráfico 4.10 vemos

o número de animais do tratamento Bai Hui e os do tratamento Controle.

Nesta primeira época foram aplicadas duas doses uma na contagem um,

outra na contagem 4, conforme podemos observar nos gráficos 8, 9 e 10 durante

este período, na contagem quatro as médias dos valores sorológicos ainda estão

baixos e as médias dos números de carrapatos estão praticamente iguais, não

apresentando significância dentro dos tratamentos. A contagem 4 aparece no

ranking e o número de animais que participam nos dois tratamentos é 6(30% do

total) sendo destes 5 (50%) dos animais do tratamento Bai Hui e 1(10%) dos animais

do tratamento Controle.

Na contagem 7 uma semana antes de ser aplicada a terceira dose temos

valores sorológicos bem diferentes da contagem 4 para os dois tratamentos que

nesta contagem apresentam estatisticamente diferença significativa entre suas

médias, sendo que dentro do tratamento Ba Hui a média está a dois terços abaixo

da média do tratamento Controle que atinge nível médio correlato ao encontrado por

Rodriguez(1995) , enquanto que as médias das contagens de carrapatos, apesar de

não serem significativas já apresentam médias bem distintas e um número elevado

de animais participando 13(65%) dos 20 animais e tendo a participação de 8(80%)

dos animais do tratamento Bai Hui e 5(50%) dos animais do tratamento Controle.

-5

0

5

10

C2 C4 C5 C6 C7

Contagens

m. A

nim

.

Bai Hui Fora do Ponto

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Tabela 4.15 Número de animais por tratamento no ranking nas contagens 2, 4, 5, 6 e 7

TRAT Cont. 2 Cont 4 Cont 5 Cont 6 Cont 7

Bai Hui 1 (10%) 5 (50%) 5 (50%) 3 (30%) 8 (80%)

F.ponto 1 (10%) 1 (10%) 4 (4)%) 2 (20%) 5 (50%)

Total. anim. 2 (10%) 6 (30%) 9 (45%) 5 (25%) 13 (65%)

Legenda 1) Med – média dos carrapatos dos animais tratados 2) Total anim.- total de

animais nas contagens 3) F. do ponto – grupo e animais fora do acuponto. 4) Bai

Hui. Bai Hui – grupo de animais dentro do acuponto Bai Hui. 5) Cont – Ordem

numérica da contagem de carrapatos

Os resultados encontrados com a formação dos títulos de anticorpos

(soroconversão) dentro do tratamento controle estão condizentes com o observado

na literatura e enquanto que os títulos do tratamento Bai Hui se encontram bem

abaixo do tratamento controle. O resultado é contrário ao encontrado por LIGNON

(2000) ao injetar Mycoplasma em coelhos e também contrário ao experimento 1

deste trabalho na página xyz no qual foi injetado vacina B19 no mesmo acuponto em

11 novilhas. Os resultados conseguidos com a eficácia demonstrada pelo tratamento

Bai Hui sobre o tratamento controle não pode ser explicada com a produção de

anticorpos formados pela via humoral já que os índices necessários para controle do

Boophilus microplus como o definido por RODRIGUEZ (1995), de acordo com as

projeções advindas da primeira época não foram alcançados.

A explicação poderia vir então, de uma característica da acupuntura que é a

de manter a função imunológica em um estado ótimo, regulando seus mecanismos

tanto humorais como celulares. Em geral, a acupuntura pode restaurar a

homeostase de um organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em

hipofunção. (MENG ,1992 e HIDETOSHI et al ,2002), essa situação tem um efeito

regulatório de dupla direção, mas essas ações dependem do estado de saúde do

organismo em questão.

O acuponto é uma região da pele em que é grande a concentração de

terminações nervosas sensoriais, Essa região está em relação íntima com nervos,

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vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (WU, 1990). Sua

estimulação possibilita acesso direto ao SNC (FARBER & TIMO-IARIA, 1994).

Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos

acupontos. Nesse sentido, Zhai apud HWANG (1992) verificou que ratos adultos

possuem contagens de mastócitos significativamente mais altas nos acupontos que

em outros locais. KENDALL (1989) verificou que, em acupontos de ratos e humanos,

podem ser observadas junções entre mastócitos e fibras nervosas aferentes e

eferentes imunerreativas para o neurotransmissor substância P (SP).

Segundo HWANG (1992), junções específicas mastócito-célula nervosa foram

observadas nos acupontos, bem como relatos de degranulação de mastócitos no

acuponto após sua estimulação com agulha. Funcionalmente, os mastócitos estão

intimamente relacionados às reações de hipersensibilidade imediata, inflamação

neurogênica e enfermidades parasitárias.

Devido à gama de estímulos e agentes capazes de ativar o mastócito, tem

sido também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador de respostas

inflamatórias agudas relacionadas com hipersensibilidade imediata (Galli apud

ABEL, 1995). Sabe-se, por exemplo, que mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8),

um potente agente quimiotático para neutrófilos (MÖLLER et al., 1993).

Reações de hipersensibilidade são comumente vistas no local da mordida do

carrapato, com degranulação de mastócitos, eosinófilos e infiltração de neutrófilos. A

histamina induz a rejeição do carrapato através da inibição da produção de saliva e

o engurgitamento (PAINE, 1983) e um dos aspectos intrigantes é a ocorrência de

proteínas aderentes à imunoglobulinas nas glândulas salivares de várias espécies

de carrapatos (WANG, 1995) demonstrando uma provável ligação da histamina na

rejeição de um grande números de hospedeiros, com a descoberta de uma proteína

aderente com alta afinidade para histamina.

Em recente estudo sobre o efeito da acupuntura e moxabustão na

hipersensibilidade induzida em cobaias e cães por carrapatos da espécie

Rhipicephalus sanguineus, SCOGNAMILLO-SZABÓ (1999) observou que a

moxabustão, aplicada na fase de sensibilização em cobaias, prolongou a reação

tardia ao teste cutâneo de hipersensibilidade e diminuiu o número de eosinófilos no

local, ambos de forma significativa. Além disso, a acupuntura, realizada durante a

manifestação de reação de hipersensibilidade imediata induzida por antígenos do

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carrapato em cães, foi capaz de diminuir a intensidade da reação de maneira

significativa

Existem evidências que a acupuntura induz a um decréscimo na taxa de

batimento cardíaco (NISHIJO et al., 1997). Para HIDETOSHI et al (2002) este

fenômeno pode estar associado com o estímulo pela acupuntura de nervos

parassimpáticos e com isto uma subsequente normalização da circulação

sangüínea., assim eles especulam que este estímulo dos nervos parassimpáticos

possa também modular certas funções do sistema imune. Esta hipótese se baseia

no fato que o sistema imune comprovadamente é modulado pelo sistema nervoso

autônomo(KAWAMURA, 1997;KAWAMURA, 1999 ; MINAGAWA, 2000; SUZUKI,

1997; TOYABE, 1997 e YAMAGIWA, 2001)

Um dos exemplos que podemos utilizar para defender esta hipótese é a de

que granulócitos tem em sua superfície celular maior número de receptores

adrenérgicos que receptores colinérgicos enquanto que linfócitos albergam mais

receptores colinérgicos que adrenérgicos em sua superfície (SUZUKI, 1997 e

TOYABE, 1997).

Como resultado fenômenológico desta característica encontrada nestas

células sangüíneas, a atividade do sistema imune celular (fagocítico/granulócitos),

tende a aumentar quando o sistema nervoso simpático é dominante enquanto que a

do sistema imune humoral(linfócitos) tende a aumentar quando o sistema nervoso

parassimpático é o dominante. Por isso pessoas que sofrem qualquer tipo de

estresse (maior produção de adrenalina) tendem a ter um alto nível de granulócitos

no sangue. Sendo assim se a acupuntura estimula os nervos parassimpáticos, torna-

se coerente considerar a possibilidade do sistema imune ser modulado pela

acupuntura.

HIDETOSHI et al (2002) demonstrou que a eletro-acupuntura

eventualmente modula o padrão de leucócitos no sangue periférico. Segundo o

RESEARCH GROUP OF ACUPUNCTURE ANESTHESIA (1979), o efeito da

eletroacupuntura no acuponto Hegu ou Zusanli sobre a imunidade celular em

setenta pacientes submetidos a operações cirúrgicas, variou de acordo com o status

imunológico de cada paciente. O teste de transformação blástica, o teste sheep

eritrocyte (SE) roseta não ativo e o teste SE roseta ativo mostraram que ocorreu

estimulação da imunidade celular, principalmente em indivíduos com níveis baixos

ou normais desta, enquanto naqueles com altos níveis de imunidade celular, ocorreu

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um decréscimo. Isso sugere que essa técnica tem um efeito regulatório sobre a

imunidade celular.

O acuponto Zusanli tem entre uma das suas ações reconhecidas a

imunomodulação e localiza-se numa região que é inervada pelo ciático e ( MA, 2005)

demonstrou que estímulos neste acuponto também interferem na taxa de batimento

cardíaco, assim como o acuponto C 7 reforçando os achados da interferência pela

acupuntura no sistema imune através do sistema nervoso encontrados por

HIDETOSHI et al (2002).

As palavras Bai Hui significam cem encontros e justamente o acuponto que

leva este nome tem entre suas indicações as de imunomodulação (LIGNON, 2000 e

) e de tonificante de toda região do quarto posterior (RUBIN, 1983), que se encontra

intimamente associada com a irrigação do nervo ciático que tem sua origem e

inserção na coluna vertebral entre as vertebras L6-S1 eS2 localização do acuponto

Bai Hui (veja figura 2).

Através de contagens de partenógenas e teleóginas em vacas holandesas

preto/ branco, durante 2 anos, Brum et al. (1987) verificaram que 58,8% dos

carrapatos localizaram-se nas regiões da virilha, pata traseira e úbere.

OLIVEIRA e ALENCAR (1990) incluíram no modelo estatístico os efeitos das

regiões corpóreas (RC). Para tanto, dividiram o animal em três regiões corpóreas e

chegaram à conclusão, que o maior número de carrapatos foi encontrado na região

posterior (todo o quarto traseiro), local de influência do acuponto Bai Hui.

A aplicação da vacina no acuponto Bai Hui demonstrou que o estímulo deste

acuponto forneceu uma melhor homeostasia dos animais tratados otimizando a

resposta celular imune e tonificando toda região posterior, fazendo com que os

animais respondessem de algum modo melhor a infestação de carrapatos observada

desde o começo do experimento.

4.7 Conclusão

Dentro das condições experimentais e as influências ambientais submetidas

aos animais, os dados sugerem que:

1- o tratamento Bai Hui foi superior ao tratamento Fora do ponto

2- houve uma interação positiva entre a Vacina Gavac e o estímulo com o “Point

injection” no acuponto Bai hui

3- o tratamento Bai Hui amortizou o impacto da infestação nos animais do grupo

Controle.

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4- o tratamento controle foi superior ao tratamento Bai Hui na titulação de anticorpos,

anti Bm 86.

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5 Capitulo 3 Dinâmica da população de B. microplus em bovinos

submetidos a retirada manual diária de teleóginas.

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5.1 Resumo

O controle estratégico da carrapatose bovina é mais uma das alternativas limpas

para reduzir os efeitos negativos deste ectoparasita à produção animal. Existem

várias formas e entre elas estão o rodízio de pastagens, melhoramento e seleção de

raças e indivíduos mais resistentes, assim como instalação de pastagens com

efeitos prejudiciais ao ciclo biológico do carrapato. A diferença de resistência entre

as raças tem sido estudada e um dos fatores relacionados como importantes nesta

diferença o nível de resistência ao carrapato B. microplus entre as raças zebu e

taurina é por parte do Gado zebu além de melhor resposta inflamatória local

(celular)à mordida do carrapato, há também uma mais eficiente auto limpeza. Neste

experimento procuramos utilizar o fator auto limpeza e verificar se haveria mudança

na dinâmica populacional do carrapato B. microplus de uma propriedade com

bovinos leiteiros com alto grau de sangue holandêz se fosse aplicada na

propriedade a retirada manual diária de telógenas e partenógenas de 15 vacas em

lactação durante a ordenha. Durante 24 meses foi aplicado este manejo além da

contagem semanal de carrapatos com mais de 4.5mm de um lado do corpo. Os

dados auferidos foram então arranjados de forma a separar os 24 meses em duas

épocas assim divididas época 1 compreendida entre março de 2003 até fevereiro de

2004 e época 2 compreendida entre março de 2004 até fevereiro de 2005, cada

época foi também separada em 4 estações outono, inverno, primavera e verão

assim como cada estação foi dividida em 3 meses. Os resultados das análises

estatísticas revelaram uma diferença altamente significativa P<0.01 entre as duas

épocas tendo a época 1 uma média de carrapatos e a época 2 uma média de

xxxcarrapatos. Dentro da época 1 entre as estações também ocorreu uma diferença

altamente significativa P<0.01 sendo as médias das estações outono, inverno,

primavera e outono .Dentro das estações da época 1 a única em que houve

diferença significativa entre os meses foi a da primavera que obteve as seguintes

médias. Na época 2 não houve diferença significativa entre e dentro das estações

sendo as médias do outono, inverno, primavera e verão. Concluiu-se então que a

dinâmica populacional do carrapato B. microplus sofreu uma grande influência com a

retirada manual diária dos carrapatos e que este tipo de manejo além de ser nulo de

contaminação ambiental, pode ser de grande ajuda no controle do carrapato B.

microplus.

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5.2 Abstract

The strategic control of the bovine carrapatose is more one of the clean alternatives

to reduce the negative effects of this ectoparasita to the animal production. Several

forms exist and among them they are the rodízio of pastures, improvement and

selection of races and more resistant individuals, as well as installation of pastures

with harmful effects to the biological cycle of the tick. The resistance difference

among the races has been studied and one of the related factors as important in this

difference the resistance level to the tick B. microplus among the races zebu and

taurine it is on the part of the Cattle zebu besides better local inflammatory answer

(bitten celular)à of the tick, there is also a more efficient solemnity cleaning. In this

experiment we tried to use the factor solemnity cleaning and to verify if there would

be change in the population dynamics of the tick B. microplus of a property with

bovine milkmen with high degree of blood holandêz if it was applied in the property

the retreat manual telógenas daily rate and partenógenas of 15 cows in nursing

during it milks her. For 24 months this handling was applied besides the weekly count

of ticks with more than 4.5mm on a side of the body. The gained data were arranged

in way then to separate the 24 months in two times divided like this time 1

understood among March of 2003 to February of 2004 and time 2 understood among

March of 2004 to February of 2005, each time it was also separate in 4 stations

autumn, winter, spring and they will see as well as each station it was divided in 3

months. The results of the statistical analyses revealed a difference highly significant

P <0.01 among the two times tend the time 1 an average of ticks and the time 2 a

xxxcarrapatos average. Inside of the time 1 among the stations happened also highly

a difference significant P <0.01 being the averages of the stations autumn, winter,

spring and autumn .Dentro of the stations of the time 1 the only in that there was

significant difference among the months the one of the spring that obtained the

following averages was. 2 there was not significant difference at that time among and

inside of the stations being the averages of the autumn, winter, spring and they will

see. It was concluded then that the population dynamics of the tick B. microplus

suffered a great influence with the retreat manual daily rate of the ticks and that this

handling type besides being null of environmental contamination, it can be of great

help in the control of the tick B. microplus.

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5.3 Introdução

O carrapato dos bovinos, Boophilus microplus (Canestrini, 1887), está

amplamente distribuído no território nacional, sendo reportado em pelo menos 95,6%

dos municípios brasileiros (HORN, 1983).

O hospedeiro preferencial do B. microplus é o bovino, sendo que as maiores

infestações ocorrem em Bos taurus e as menores em Bos indicus. Ovelha, cavalo,

veado, cão, cabra, homem e outros também podem ser hospedeiros, mas apenas

em épocas de grande infestação nas pastagens (GONZALES, 1974).

Dada a sua especificidade parasitária para com os bovinos, a manutenção e o

estabelecimento de populações de B. microplus tornam-se dependentes,

principalmente, da distribuição bovina no Brasil, uma vez que somente algumas

poucas áreas não permitem o estabelecimento dessa espécie de carrapato, devido a

características climáticas extremas.

Associado a sua ampla distribuição geográfica, o B. microplus torna-se ainda

mais importante pelo inúmeros prejuízos causados à pecuária nacional, sejam

diretos ou indiretos. Um panorama dos prejuízos que podem ser causados pela

infestação desses parasitas foi elaborado por SUTHERST (1983), demonstrando

que os carrapatos afetam a saúde e o conforto dos animais, e isso determina

também a qualidade do gado produzido, assim como seu comércio, sendo, portanto,

um problema local da fazenda e um problema de ordem pública. O crescimento

contínuo da população bovina e de sua produtividade vem sendo acompanhado de

grandes mudanças nos tipos de criação dos bovinos.

A densidade animal média de bovinos, que na década de 40 era menor que

0,4 cabeça/ha/ano, passou para 0,8 cabeça/ha/ano no final da década de 80

(LEITE,1988). As pastagens vêm sendo melhoradas no sentido de produzir maior

massa verde e suportar maiores densidades animais, e as raças bovinas vêm sendo

continuamente selecionadas, exclusivamente para uma maior produtividade,

omitindo-se a questão da resistência aos parasitos. Todos esses fatores, aliados ao

uso inadequado de drogas carrapaticidas (ROCHA, 1996), têm favorecido os

carrapatos, que causam prejuízos cada vez maiores à pecuária nacional.

No presente trabalho são reportados dados de dois anos de observações

semanais da infestação pelo B. microplus em vacas em lactação mantidas em

pastagem, submetidas a retirada manual diária das teleóginas. A literatura nacional e

internacional é vasta quanto à dinâmica populacional desse parasito em bovinos.

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Entretanto, o comportamento de B. microplus estará sempre influenciado pelas

condições ambientais e do hospedeiro em uma determinada área, sendo que muitos

desses fatores são de responsabilidade direta do homem, ou seja, da forma e do

manejo do sistema de criação bovina.

5.4 Materiais e Métodos

No Início do experimento eram 30 as vacas em lactação destas quinze vacas

se mantiveram em lactação durante os 24 meses em que ocorreu o experimento.

Destes quinze animais os dados foram coletados sendo todas elas mestiças

holandês/zebu, com alto grau de sangue holandêz e com diferentes números de

lactações.

A Fazenda Arca de Noé localizada no município de Sapucaia no interior do

estado do Rio de janeiro, foi escolhida para desenvolver este experimento devido a

algumas características e que sem dúvida elas ajudariam muito a coletar dados mais

interessantes.

Entre as características estão primeiramente o seu tipo de produção de leite

que é o denominado leite orgânico, e que necessita por isto mesmo de um elevado

grau de pureza quanto ao nível de contaminação do produto.

Segundo a propriedade apresentava um alto grau de infestação com o

carrapato bovino, devido a manejo deficiente no seu controle de tal parasitose o que

fazia com que os animais apresentassem um estado orgânico de baixa qualidade.

5.4.1 Manejo da Propriedade.

Este é um resumo do manejo da propriedade na parte da produção animal

retirada do relatório da Associação dos Produtores Biológicos do Rio de Janeiro

(ABIO) de 8 de janeiro de 2003, um mês antes do inicio do experimento.

ÁREA (ha)

TOTAL: 119 ha

CULTIVADA: sob manejo orgânico: 119 ha

sob manejo convencional: ---

Aromáticas e Medicinais: ---

Olerícolas: ---

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Perenes: Capineira ( 3 ha ) e Cana-de-açúcar ( 2 ha )

Cereais: ---

Pastagens: 70 ha

EM POUSIO: ---

EM MATA: ~ 36 ha

5.4.2 Histórico do Manejo

Desde a aquisição da propriedade em 1995 até o ano de 2000 a propriedade

praticava a produção convencional de leite. O uso de fertilizantes químicos não era

aplicado, apenas corretivos da acidez do solo.

5.4.2.1 Na alimentação:

Os produtos fibrosos eram produzidos de forma simples com apenas o emprego de

esterco e chorume da produção leiteira, o consumo de ração era excessivo sem

critérios técnicos específicos.

5.4.2.2 No controle sanitário:

Foi no ano de 2000 o último uso rotineiro de produtos alopáticos como a Ivermectina

e a cipermetrina.

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Tabela 5.1 : ANIMAIS

Plantel atual

Espécie Raça Macho

Fême

a Proced. Finalidade

Equina Mangalarga

5 local trabalho

Bovina Girolanda 48 Leite Bovina Girolanda 6 Repro. e

Trabalho

Observações quanto a aquisição dos animais:

A maior parte do rebanho foi gerada na propriedade com os animais adquiridos na

época da compra da propriedade.

5.4.3 Alimentação

Tabela 5.2: Concentrado

Espécie Idade Cons. Raçào /dia

Ingredientes ração

Percent. Ingred.org.

Bovina Bezerras até 6 meses

1 kg Farelo trigo, f. soja*, fubá

0 %

Bovina 6 meses a 1 ano

Farelo trigo, f. soja*, fubá

0 %

Bovina Novilhas Farelo trigo, f. soja*, fubá

0 %

Bovina Vacas De acordo com a produtividade

Farelo trigo, f. soja*, fubá

0 %

*Eventualmente utiliza-se o farelo de algodão em substituição ao Farelo de

soja.

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Tabela 5.3: Alimentação verde

Espécie de planta Área Adubação Observações Capineira Capim elefante 2 ha Esterco e

chorume

Pastagem Brachiária 70 ha Silagem Capim elefante 1 ha Esterco e

chorume

Feno Capim gordura 1 ha Produzido Polpa cítrica Laranja Comprada

Cevada Cevada Comprada Outros

Tabela 5.4: Controle sanitário

Exames Espécie Doença Vacinação Control. Verm. Tuberc. Brucel.

Bovina Brucelose F de banana Sim Sim Bovina Raiva Bovina Aftosa

5.4.4 Manejo Zootécnico:

5.4.4.1 Manejo dos bezerros

Os bezerros não tomam o colostro diretamente da vaca, não tendo contato direto

com as mães e após o nascimento são acondicionados em casinhas individuais

protegidas e presos por corrente ao pescoço, recebem leite diariamente além de

receberem como complemento uma pequena quantidade de ração, feno e capim

picado e água.

Os bezerros machos são vendidos e um a cada dez é preservado para futura

venda como touro.

5.4.4.2 Manejo das vaca.

O número de vacas em lactação é de 30 animais, com peso médio de 550 kg.

As vacas se reproduzem por inseminação artificial, quando estão próxima da

parição são colocadas no piquete maternidade próximo ao estábulo.

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5.4.5 Manejo sanitário

Observou-se o uso do fumo de rolo no tratamento de berne e carrapatos, o

responsável foi aconselhado da necessidade de troca do produto.

A incidência de mastite é grande, sendo que está sob controle a cerca de 3

meses.

Observou-se a grande incidência de papilomatose nos animais do rebanho, com

grande dificuldade para o seu controle.

5.4.6 Manejo da Ordenha

A ordenha é manual realizada 2 vezes ao dia, sem a presença do bezerro ao pé

da vaca. É feito um controle leiteiro diário dos animais em lactação.

É feita uma assepsia nos tetos dos animais antes da ordenha com água clorada

e toalha de pano, após a ordenha os tetos são imersos em iodo glicerinado.

Após o inicio do experimento não foi modificado o manejo das vacas em lactação

até o fim do experimento.

5.4.7 Contagem e Retirada das Teleóginas

De fevereiro/2003 a janeiro/2005, contagens de fêmeas ingurgitadas de B.

microplus, de comprimento maior ou igual a 4,5 mm, foram realizadas no lado

esquerdo do corpo de todos os animais (adaptação da técnica de WHARTON &

UTECH, 1970), a cada sete dias. A média aritmética do número médio de carrapatos

presente nos 15 animais foi calculada para cada contagem. Dados climáticos de

temperatura média e pluviosidade correspondentes ao período do estudo foram

obtidos diretamente na área.

5.4.8 Análise estatística

Os dados coletados durante 24 meses, foram tratados com a intenção de

verificar se os pressupostos requisitos básicos, aditividade, independência,

normalidade e homogeneidade estavam satisfeitos para tal, efetuou-se o calculo dos

erros experimentais estimados para delineamentos inteiramente casualizado (êij (êij

= Yij-mi), erros esses necessários para avaliar a homogeneidade

(homocedasticidade) de variâncias pelo Teste de Chocran, avaliada a

homogeneidade dos dados, foram então realizados com os dados originais obtidos

das 26 contagens, a análise de variância, o Teste de Tukey, o Teste de correlação

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de Pearson e a análise de Regressão linear(Regrelin) com o software SAEG(Júnior,

2001).

5.4.9 Simulação da infestação.

Como os métodos de controle do B. microplus afetam a densidade da

população ao longo do tempo e são suficientemente complexos, eles requerem não

somente extensas pesquisas de bioecologia, como também o auxílio de métodos

computacionais para quantificar as interações epidemiológicas (WEIDHAAS et al.,

1983). Nesse sentido, SUTHERST & DALLWITZ (1974) consideraram que o

comportamento dos modelos de simulação é animador e instrutivo, auxiliando na

implementação de programas integrados de controle, na análise e na compreensão

da inter-relação de cada componente do sistema de vida do carrapato de forma

rápida e econômica.

Neste experimento a infestação dos animais ocorreu de forma natural. Para

simulação do impacto na pastagem e nos próprios tratamentos do ciclo biológico

completo do carrapato, os dados gerados nas 29 contagens foram submetidos a um

tratamento com os parâmetros descritos em um modelo básico para simulação da

biologia e controle do carrrapato (Weid-haas et al., 1983 ). Os parâmetros foram os

seguintes:

Número de ovos por fêmeas, A = 3000

Fração de sobrevivência da larva fora do hospedeiro, B = 0.495742

Fração de larvas colhidas semanalmente pelo hospedeiro, C = 0.0114736

Fração de sobrevivência das larvas, ninfas e adultos no hospedeiro, D= 0.6299605

Fração de sobrevivência de teleóginas fora do hospedeiro, E= 0.5625

Fração de sobrevivência dos ovos, F= 0.8660

Com estes parâmetros foi montada a seguinte equação Y=E*N*A*F*B*C*D,

sendo Y = ao número provável de adultos encontrados no hospedeiro após um ciclo

completo. e N = número de teleóginas encontrada no hospedeiro.

Houve também a adaptação dos parâmetros descritos por Weid-has, pois os

seus parâmetros não premiavam a influência causada pela Vacina GAVAC na

diminuição do índice de postura(8%) e na diminuição do índice de sobrevivência dos

ovos(10%).

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5.5 Resultados e Discussão

O experimento para fins de tratamento estatístico foi dividido em duas épocas

e em cada época quatro estações. A primeira época foi de março de 2003 até

fevereiro de 2004 compreendendo as quatro estações outono, inverno, primavera e

verão. A segunda época foi de março de 2004 até fevereiro de 2005,

compreendendo as quatro estações outono, inverno, primavera e verão.

Tabela 5.5 Quadro de análise de variância das contagens das partenógenas e telógenas durante os 24 meses nas duas épocas, nas quatro estações de cada época e nos meses das estações das épocas.

Fonte de

variação

Quadrado médio Significância

Época Outono 48163,73 0,000

Meses 66,71112 ******

Época inverno 9424,900 0,000

Meses 14,70001 ******

Época primavera 4284,907 0,000

Meses 237,5445 0,007

Época verão 3763,603 0,000

Meses 17,74444 ******

* - Não significativo

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Tabela 5.6 Médias de partenógenas e teleógenas, lado esquerdo dos bovinos, outono 2003 a verão 2005

OUTONO INVERNO PRIMAVERA VERÃO MÊSES

ÉPOCA 1 (2003/2004)

1

2

3

56 Aa

56 Aa

54 Aa

31 Ba

30 Ba

26 Ba

25 Ca

20 Cab

17 Cb

19 Ca

18 Ca

17 Ca

MÉDIA 55 A 29 B 21 BC 18 C

MÊSES ÉPOCA 2 (2004/2005)

1

2

3

12 Da

8 Da

7 Da

10 Da

9 Da

6 Da

8 Da

8 Da

4 Da

6 Da

4 Da

4 Da

MÉDIA 9 D 9 D 7 D 5 D

Valores seguidos de letras iguais, maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05)

Verifica-se na tabela 5.6 que os meses não influenciaram dentro das estações

outono, inverno e verão da época 1 e nas estações outono, inverno, primavera e

verão da época 2, não ocorrendo diferença significativa do número de carrapatos

nestas estações dentro da época. A único que destoou foram os meses da estação

da primavera dentro da época 1.

A época 1(2003/2004) apresentou mais carrapatos do que a época

2(2004/2005) e se diferenciou significativamente.

A tabela 2 mostra ainda que as estações climáticas da época 1 diferenciaram

significativamente entre si no número de carrapatos. Aplicado o teste de Tukey para

comparação das médias, a maior quantidade de carrapatos foi encontrado no

outono(média de 55) , seguido do inverno(média de 29) e depois a primavera(média

21) não se diferenciando do verão(média 18). Já na época 2 não houve diferença

significativa dentro e entre as estações com as médias respectivamente 9, 9, 7 e 5.

Os animais que participaram do experimento tem um elevado grau de sangue

Holandêz..

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Procurou-se neste trabalho discutir os dados gerados com resultados

encontrados em outros estudos de dinâmica de população principalmente estudos

sazonais, devido ao tratamento utilizado ser um ato mecânico que atinge

diretamente a dinâmica populacional do carrapato B.microplus, por interferência no

ciclo biológico, e seus possíveis efeitos residuais(diminuição da população,

adaptação, etc...) sobre o meio ambiente estarem ligados a ecologia dos carrapatos.

Neste trabalho o hospedeiro foi utilizado como isca para capturar nos locais

de infestação dentro da propriedade os carrapatos e após a retirada manual dos

carrapatos do hospedeiro, interromper seu ciclo biológico e sua possível

proliferação.

Há de se considerar que ao começar o experimento em março de 2003 as

médias encontravam-se altas dentro da propriedade e que o início da retirada

influenciou a dinâmica populacional dos carrapatos na propriedade.

No Gráfico 5.1 vemos o número médio encontrado nas estações dentro das

duas épocas com os seus valores correspondentes gerados através da equação

montada com os parâmetros de (WEIDHAAS, 1983) para simulação da possível

infestação durante os dois anos de experimento.

Gráfico 5.1 Valores médios de carrapatos encontrados nas duas épocas e seus valores projetados pela simulação.

Legenda 1) CAR – somatório original da contagem dos carrapatos nas épocas 1 e 2

2) CARPRO - somatório projetado da contagem dos carrapatos nas épocas 1 e 2 3)

E1 e E2 – ëpoca 1 e época 2 4) Carrapatos – número de carrapatos

0

100

200

300

400

E1

E2

Épocas

Car

rap

ato

s

CAR CARPRO

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Os valores projetados ajudam a amplificar o efeito de infestação através da

equação facilitando a visualização da diferença da população de carrapatos que

infestariam os bovinos com a contagem média obtida no experimento.

Na tabela 5.1 está expressa a diferença significativa entre as duas

épocas, entre as estações dentro da época 1 e dentro da estação primavera nas

épocas 1 e 2. Estas observações estão de acordo com SUTHERST(1983) e

VIANNA(2001) que depois de observar a população de B. microplus, em novilhos

concluíram que há uma grande variação no tamanho das populações de carrapatos

dentro e entre os anos.

As médias encontradas na época 1 durante o outono 55, inverno 29,

primavera 21 e verão 18, demonstram uma diminuição progressiva o que não está

em concordância com os relatos encontrados no trabalho de GUARAGNA et

al.(1988) no qual existiu um efeito altamente significativo entre estação do ano X

número de carrapatos, com as seguintes médias: primavera: 21,73; verão: 73,75;

outono: 93,10 e inverno: 9,2.

O clima da região Sudeste do Brasil permite o desenvolvimento e a

sobrevivência do carrapato durante o ano todo, porém, o período seco, de

temperaturas mais baixas, entre os meses de abril e setembro, prejudica o

desenvolvimento da fase de vida livre, fazendo com que o ciclo se alongue

(FURLONG, 1993).

Moreno, 1984 relata em seu trabalho que, distinguiram-se dois picos

principais do B. microplus, examinando-se bovinos em quatro fazendas na região

metalúrgica de Minas Gerais, próximas a Belo Horizonte; o primeiro de setembro a

dezembro, final do período seco e início das chuvas, e o segundo nos meses de

abril, maio e junho, após as chuvas mais intensas e início da seca.

VIANNA (2001) em seu estudo de sazonalidade em Seropédica, relatou ter

encontrado maior quantidade de carrapato no inverno enquanto que entre as outras

estações não houve diferença, apesar de no verão ter sido computada a menor

média de infestação de carrapatos, discordando de nossos resultados.

A maior média de carrapatos encontrada foi no começo do experimento na

estação de outono da época 1 e na época 2 foram as estações outono e inverno.

Através da Correlação de Pearson, o valor mais alto de correlação entre as

estações foi a da correlação positiva entre a estação outono da época 1 com a

estação inverno da época 2 Tabela 3, isto que dizer que quando a média de

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carrapato subia na estação de outono da época 1 a média de carrapatos também

subiu na estação inverno da época 2.

A segunda mais alta correlação positiva foi a estação inverno da época 1 com

a estação outono da época 2, ou seja o inverso da primeira, o que parece configurar

uma correlação entre as estações entre as épocas, sugerindo um aumento da

infestação média nas quatro estações dentro das duas épocas, que coincide com a

época mais fria do ano(tabela 5.7), a maior quantidade de fêmeas encontradas no

inverno, quando comparada com a menor quantidade encontradas no verão neste

trabalho, concorda com os achados de HARLEY(1966) e LEGG(1930) citado por

VIANNA(2001) que a quantidade de fêmeas de carrapatos encontrados no solo foi

menor nos meses quentes e maior nos meses frios, concordando com os dados

encontrados por VIANNA(2001).

SUTHERST & MOORHOUSE (1972), SUTHERST et al.(1979), SUTHERST et

al. (1983), SUTHERST (1983), ALVES-BRANCO et al. (1987), SOUZA et al. (1988b)

e PALOSCHI & BECK (1989), relatam maiores médias de fêmeas ingurgitadas no

período do outono-inverno. Esses autores relacionaram as variáveis climáticas, as

condições fisiológicas e a raça como as principais determinantes na variação da

população de carrapato B. microplus.

Segundo (MAGALHÃES, 1989), todos os períodos da fase não

parasitária mostraram altamente influenciados pelas condições climáticas, sendo

mais longos nos meses frios (março a julho) e mais curtos nos mais quentes

(setembro a março).

Tabela 5.7 Correlações de Pearson positivas entre o número de carrapatos das estações de inverno da época 1 e época 2 e outono da época 1 e época 2

VAR VAR CORR SIGN

OUT1 INV2 .5191 .0001

INV1 OUT2 .3949 .0036

Legenda 1) OUT1 e OUT2 – outono das épocas 1 e 2 2) INV1 e INV2 – inverno das

épocas 1 e 2 3) Var – variáveis 4) CORR – índice de correlação e 5) SIGN –

siginificância

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Tabela 5.8 temperatura média mensal do período relativo ao experimento

Mêses 2003 2004 2005

Jan 23 23

Fev 24 22

Mar 25 23

Abr 23 23

Mai 19 19

Jun 19 18

Jul 18 18

Ago 18 18

Set 19 22

Out 22 22

Nov 23 22

Dez 25 23

Gráfico 5.2 Regressão linear, valor de R2 e equação da Contagem média de carrapatos da época 1

Legenda 1) CAR – contagem média de carrapatos

Na época 1 como podemos notar no gráfico 2 os valores de R2 estão altos

dentro do modelo polinomial, o que indica que a equação proposta pelo teste

(função alternativa), pode ser usada como modelo de regressão linear da relação

funcional do número de carrapatos(variável dependente e o conjunto de variáveis

independentes), isto quer dizer que pode-se prever os valores de infestaçào com o

y = 0,4713x2 - 10,032x + 70,432

R2 = 0,9293

020406080

0 3 6 9 12 15

MÊSES

CA

R

CAR Polinômio (CAR)

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relação ao tempo com uma precisão de 92.9% com a equação proposta, o que

demonstra que os dados refletem de uma maneira praticamente uniforme a

interferência do tratamento aplicado.

Após a estação do outono temos uma queda vertiginosa altamente

significativa na média de carrapatos que foi de 55 para 29 no inverno da época 1.

Na tabela 4 podemos observar as temperaturas médias destas duas épocas e

notamos os mais baixos índices dentro do ano entre os meses de maio até

setembro, reforçando as discussões acima.

Na época 2 os valores médios não se diferenciaram entre si, tendo sido

respectivamente nas estações de outono 9, inverno 9, primavera 7 e verão 5.

Gráfico 5.3 Regressão linear, valor de R2 e equação da Contagem média de carrapatos das estações da época 2

Legenda 1) CAR – Contagem média de carrapatos 2) ESTAÇÕES – estações

climáticas da época 2

Na época 2 (gráfico 5.3)observamos o alto valor de R2 99,8% o que

demonstra que os dados refletem de uma maneira praticamente uniforme a

interferência do tratamento aplicado.

y = -x2 + 0,6x + 27,5

R2 = 0,998

0

10

20

30

0 1 2 3 4 5

ESTAÇÕES

CA

R

CAR Polinômio (CAR)

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Gráfico 5.4 Regressão linear, valor de R2 e equação da Contagem média de carrapatos das estações das época 1 e 2

Legenda 1) CAR – Contagem média de carrapatos 2) ESTAÇÕES – estações

climáticas da época 1 e 2

Na época 1 e 2 (gráfico 5.4)observamos o alto valor de R2 94,6% o que

demonstra que os dados refletem de uma maneira praticamente uniforme a

interferência do tratamento aplicado durante todo o experimento.

A retirada manual das partenógenas e teleógenas durante o período de 24

meses demonstrou uma influência uniforme na dinâmica de população de carrapatos

na propriedade, na qual o grau de sangue da raça holandêza é muito alto.

Vários autores demonstraram a maior resistência dos zebuínos ao carrapato

quando comparados aos taurinos (VILLARES, 1941; GONZALES, 1975; MORAES et

al., 1986; OLIVEIRA e ALENCAR, 1990; OLIVEIRA et al., 1989; UTECH et al., 1978;

MADALENA et al., 1985).

Resultados da comparação da susceptibilidade natural de zebuínos da raça

Gir com a de taurinos da raça Holandesa em condições de elevada tensão ambiental

de infestação, demonstraram que na interpretação ecológica da dinâmica da

interação de carrapatos, ambiente e bovino, vê-se que os taurinos contribuem

diariamente com pelo menos 15 vezes o número de teleógenas caídas no pasto,

comparado aos zebuínos que teriam 15 vezes maior eficiência para se livrar destas

larvas(MORAES et al., 1986).

VERÍSSIMO (1991) e MORAES(1986), relatam que o sistema de alimentação

da larva de B. microplus depende de uma reação inflamatória que se inicia no

momento da fixação da larva. Os zebuínos apresentam uma reação inflamatória

mais intensa que o gado europeu e seu comportamento sangüíneo leva-o a

y = 4,1726x2 - 55,851x + 201,8

R2 = 0,946

050

100150200

0 2 4 6 8 10

ESTAÇÕES

CA

R

CAR Polinômio (CAR)

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proceder a uma auto-limpeza mais eficiente, o que contribuiria para um equilíbrio

carrapato/hospedeiro, sendo, nestes animais, a infestação mínima.

A retirada manual das partenógenas e telógenas na tentativa de mimetizar o

comportamento de uma auto limpeza mais eficiente, apesar de ser trabalhosa no

início, em animais de origem taurina, pois se torna quinze vezes mais trabalhosa

com relação aos animais de origem zebu, demonstrou ser uma opção para um

melhor equilíbrio carrapato/hospedeiro, tornando o alto nível de infestação

encontrado no começo do experimento na primeira época (55 carrapatos )em uma

baixa infestação (9, 9, 7 e 5 carrapatos) com menos tempo gasto com a retirada e

com efeitos benéficos diversos à criação, como melhor bem estar, estado de saúde

e performance, sem o perigo de resistências e contaminações ao meio ambiente, e

uma menor dependência do produtor aos insumos externos.

5.6 Conclusões.

Dadas as condições experimentais a retirada manual de partenógenas e teleógenas

influenciou significativamente na dinâmica de população do carrapato B. microplus,

demonstrando ser uma opção para o controle da carrapatose bovina.

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6 CONCLUSÃO GERAL

Dentro das condições observadas nos três experimentos, conclui-se que a utilização

no controle do B. microplus, dos dois fatores identificados como importantes na na

resistência natural ao carrapato do boi, pode ser de ajuda no controle deste

ectoparasita.

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