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ria do Direito doTrabaiho reveJa que além daquealâo 1, mola propuleore do coniralo de trabalho, desde as "as m a n i f e s t a ç õ e s dos trabaíbadores na defesa de seus as condições adequadas de trabalho sempre n no roi óos pmbtemas mais importantes a resolver. efeito, a defesa do meio ambiente sadio sempre a kjta dos trabalhadoras e a açdo sirxjfca! e, nio MB, trata-se de tema qua ainda hoje exige toda atenção, inda não foi equaclonadc seberatonsmente. dficamos que a segurança dos trabalhadores, em boe Ckjs locais d e trabalho e em determinadas atividades, nio quada, além de não haver preocupação com a educação tpTBgadores e empregados para a prevenção dos n s c o s a £tão expostos. al a importância de um livro de qualidade que cuide das is referentes á integridade física do trabalhador, como :)ue n08 traz o Professor e Mestra Denis Domíngues Pedro Pauto Teixeira Manus Ministro do Tribunal Superior do Trabalho

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ria do Direito doTrabaiho reveJa que além d a q u e a l â o 1, mola propuleore do coniralo de trabalho, desde as "as m a n i f e s t a ç õ e s dos trabaíbadores na defesa de seus

a s c o n d i ç õ e s adequadas de trabalho sempre n n o roi óos pmbtemas mais importantes a resolver.

efeito, a defesa do meio ambiente sadio sempre a kjta dos trabalhadoras e a açdo s i rx j fca! e, n i o

MB, trata-se de tema qua ainda hoje exige toda atenção, inda n ã o foi equaclonadc seberatonsmente. dficamos que a s e g u r a n ç a dos trabalhadores, em boe Ckjs locais de trabalho e em determinadas atividades, nio quada, a l é m de não haver preocupação com a e d u c a ç ã o tpTBgadores e empregados para a p r e v e n ç ã o dos n s c o s a £tão expostos.

al a i m p o r t â n c i a de um livro de qualidade que cuide d a s is referentes á integridade física do trabalhador, como :)ue n 0 8 traz o Professor e Mestra Denis D o m í n g u e s

Pedro Pauto Teixeira Manus Ministro do Tribunal Superior do Trabalho

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D E N t S O O W I N G U E S H E R M I D A

AiMigaao. Uostn « m D>r»Ho ConaOtudonal pttê PUOSf. C j V W W l j s f a am Dtmto Oa Ewnomm a Oa EfnptBsê paia FGV/SP

om Davto Tnbtíláno pato IB£T — InsâMo BfasJairj d& T J M M D S . Cüctaanadoi fíagional ao EMXM Sinana Oa Aàmaou.

Pwtossof aa J r V v s r s j t f M Poimio — campua Saraao

AS NORMAS DE PROTEÇÃO MÍNIMA DA INTEGRIDADE RSICA DO TRABALHADOR

e a sua Proteção nos Direitos Individual e Coletivo do Trabalho

( T i T f T Í T f T r w T f T i T r B

E D I T O R A

S A O P A L f L O

D a d » i n t v n a e l o n a l i dv C a t a l D g i ç l a na Publ lcaçlo (CIP) (C tmara Braallslra do Livro. S P , Braall)

Hamuda. [>«nla D o m k H F H As n o r m u d » pnMeçao nJnuna da MagddaiM

n^cs da Trapatiada^ — e s eua protaçAo n u d r e H u mdMduai o cclelivo do Uãbelho < Dania [>jriiriguea

Henrulfl, — Sflo PAÜIO : LTr, £007

BlbliogrBTld I S B N 07â-a £ ' 3 e i - icec i^

1. D n i i D àytàaZ C * a * o do vabtPio 3. H e g n l M o cc^efiva do rrabavio i. Tiabaifíadoret — Saiide I. THulo.

(J7-3e71 CPU-347 .121 . l3á ' .OT

(ndlcaa para catálogo alaTamátlcD:

1. EMaiD A t n e g o d a ^ C M M M da traboCio d M i D d o Irtfjtfw 3 4 7 . 1 3 1 . 1 : 3 3 t «

( C ó d . 343&8)

G T o d o i » t d i r t i l a t m c r T a d a i

E D I T O R A L T D A .

K M Apa. '41 — CUP 6120^994 — Fwmã tllf Ítí*-i7U — Fmt (It) 3m-9im Sót r a a l A SF MrwMÍ www^j^mM

Outubro, 2007

Dedico este livro, que é produto da essôncia do meu ser.

aAlaraNennque PJnro ea Manoel AJvti Pinio. e s p í f f í t j s de hs que iluminaram »

sempre ffurtunarão os caminhos da minha vtda. exemplos de amor. de fé,

de abnegado e de vida.

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' s V j O T ^ E * I • t i . .

C A P Í T U L O 1

O D I R E r r O À V I D A

í.Conaidereçòea iniciais

De o u ^ tofma n5o podena fncisr-f» osta obra s e n ã o c o í n o e s í u -do do direito â vida O campo do astudo j u r í d i c o soore o dirorto â v x J a é por dornas amplo, havendo á necassidftdo de ò e h m iarmoa a m a t ô i l a de i n v e u l i y e ç ã o , f i u n d o o « tina que pretendemos perseguir.

Nesse C a p í t u l o buscamos encontrar o que ô protegido peto ordma-menlo j u r í d i c o sob a lorma de inviolatmidade do direrlo à vida" constante do caput do â j t . 5 * da C F / B B , para que, a pafík de e n t ã o , possamos apHcara p m l e ç ã o jurfdtoa à integridade ffsjca como i m â a ç ã o â atividade normativa via n e g o d a ç ã o coletiva de trabalho.

2. O objetivo do Direito trente ao bem "vida "

A g e r a ç ã o da vÉSa. c o m o é Ptivlo. é papel da natureza e l r a v é e de iormas que ffcc s ã o p r O p n a s e que p o ó e r n , sim. ser objeto tio inlorven-ç ã o direta da atividade humana principalmente frMite ao atual grau da e v o l u ç ã o da tecnologia g e r é t i c a e ã s perspectivas de e v o l u ç ã o da mesma.

O que queramos e&darecer aqui ê que o papel do Direito n ã o é gerar D tjem'Vida", o que lhe serie irnpoaalvel a t r a v é s de eua t u n ç é o d e regular deontotogicaiiienie o conpoilamer^o humano intersubjetivo, mas protegera Vida", proleger n ã o s ú a sue o w s t é r K i a rnirwna, mas t a m b é m garantir o seu desenvotvimerito de acordo com a ó b c a que a sociedade lhe imprimir.

Assim, o nosso objeto de i n v e s t i g a ç ã o é a p r o t e ç ã o constitucional do bem Vide", na forma como é tutelada pela p r ó p r i a C o n s t i t u i ç ã o atra­v é s , inclustve, de i i H J t a ç õ e s constiluctenaks que se inserem riease cem-po rxmnaliva.

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CorifOfTne evokJi a soaodade, conforme novoa valores e necessidades se agregam ao elemenio Vida", surgem novos direitos fundamentais, novas c o n c e p ç õ e s da Vida" s serem protegidas. Se nurn primeiro momento talava-se somente em vida conx) integridade tlaica, hoje, como veremos, o Direito trata de vida digna, vida social, vida privada, vida do ponto de vista g e o ó t k » etc.

Essa i n f o T n a ç f l o sobre a origem doa direftog fundamentafa como a c e p ç õ e s do direilo a uida que devern ser tuteladas pelo direito feva-nos á c o n c l u s ã o de que a busca do conceito conalllucionai de vida deve advir de uma i n t e r a ç ã o entre os mais diversos direitos tundamemais.

Se de um lado o prisma '^isico-biològico"'^^ é essencial para a exls-t â n c i a da Vida" em sua compielude, de outro lado n ã o é real dizermos que h â r e l a ç S o de Identidade entre o concerto constriucionai de vida a o coricerto f t s k t o - t i i o l õ g l c o de Vida".

C*Amokiçso do termo "vida" no Dketto ConetttuckMBi

O c o n c ô t t o que remos hoje de VWa" na C o n s t i t u i ç ã o Federal do l í t e e é produto da e v o l u ç ã o da sociedade. nSo se leslnngindo ao coricei-10 e n t ã o pensado pelo Poder Constituinte O r i g i n á r i o , mas se ampliando a cada dia.

Pietro de J&&us tcva Alarcón^' a p ò n à a e x i s t ô n d a de 4 (quatro) a c e p ç õ e s de Vida" na C o n s i r t u i ç ã o de 180$, dividindo-as em ' a c e p ç õ e * l r a A i o n a i s ' e ' a c e p ç ã o iriovadora'. .

O Autor apresenta como a c e p ç õ e s "i rar tckinals"™ aqueCas j á am­plamente © s t u a a a a s peia doutrina e j d sertmentadaa no mundo j u r í d i c o , quais setam:

a. a Integridade ffHlca do ser humano:

b. o homem como sujeito livre e autodeterminado;

C. o homem como sujeito social, b c - i í ^ , .

{3} Artolamoa a eicprauAo " tnvna tiãco4Àiaótppa~ p v a d H l g n a r a c o n c ^ ç t e d a vida c o n » timçtta manutenção das ostniUtfU • u i a c i e r i E i i c u r rvrabâl leu humanas . (4) Patnmónki Genérico Humana e í u e çfoleçào na CorvaTuçdo FaOeraJ da J9Ò8 o. 1 8 7 ? 19. (&J liJem, Ibklem, p. 190-314. ^

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E aponta ASaíCói\. corno a c e p ç ã o 'inovadora'"', a tutela da \^da humana a partir da ót ica g e n é t i c a . N â e podemos t a m b é m deixar de ob­servar que a doutrina t a m b é m acrescenta entre as a c e p ç õ e s Inovadoras è tutela de vide. a l é m da tutela pela ó t i c a g e n é t i c a , t a m b é m a tutela frente ã c i b e r n é t i c a e à i n f o r m á t i c a , a l é m da p r o t e ç ã o em r a l a ç ã o á glo-b a l j z a ç â o ^ .

É venjadefro que todas essas a c e p ç õ e s de v U i n l o ougirom ao acaso, mas foram resultados de um Jongo processo h i B l õ r l a i e m que foi W dilatando o conceito de vWa e, c o n s e q ü e n t e m e n t e , viu-se a necessi­dade de uma p r o t e ç ã o mais ampEa pelo Direito.

A p r o t e ç ã o da vida humana è dialética, se confuntindoasua e v o l u ç ã o c o r n a d o Direito e, perficularinenie, com a e v o l u ç ã o do D í r s K o ConsTitu-donaJ, o que se comprova examinando-se a p r e o c u p a ç ã o da p o s U i v a ç ã o constitucional, a partir da Magna Cana. p a s s a n c f ô pelas D e c l a r a ç õ e s da Drenos por C o n s t i t u i ç õ e s consideradas marcos na bj$l6da j u r í d i c a do mundo com a C o n s t i t u i ç ã o s o v i é t i c a e a C ò n s l i l u í ç ã o de 11'iavnar iamà-a n d a com a D e d a r a ç â o Universal dos Direitos do Homem, com a prc4e-ç i o do direito â vKja*"' Pode-se a t é dizer que o conjunto positivado de liberdades e garantias forma o desdobramento do direito a viver, seja direito a existir, direito a conviver, ou direito a vivar protegido dos impac­tos e choques do convuislonado mundo contemporâneo^''.

Francisco Padro Jucá. ú L s s e r t a n d o sobre os direitos tundameritals do trabalhadcx'. conceitua direllos tundamemais como iFt i conjunto de dkertos que. porsue natureza e papei desempenhado rxj contexto, ser­vem de fundamento para a c o n s t r u ç ã o oo ser qualificado como humarto, ttto é. aqueles sem os q u a « n ã o se pode entender a c o n d i ç ã o humana desse seh^^^e acrescenta, a respeito da v a r i a ç ã o do c o n t e ú d o do direito á vida TKJ tempo, que:

"... os valores, especial e deslacadamenie o Justo, sobrepairam, integram o universo fundamentalmente da o r g a n i z a ç ã o cultural da sociedade, pertinindo ao seu I m a g i n á r i o , ao seu caldo de curtuia como categoria ideai a, em r a z ã o disto, serve de r e í e r é n d a a mainz

(O) Mim, JbUbm. p. 21S-240. ^ (TJROMTTA, Anor SayAo, O r M a ftjxMmgnttã nas lOaçúéa da W r f i o . p. 107-117. |S) ALAFICÒN. Pl9ro W JtSUt L m , Cp.OB' .p.35. |9) lüWii. (10) P B difsilos inütruuais lunoamenale do írabaShsàor fo NASCIMENTO. Amaim MuBcaro, (cjord.j. A rrsnsiçdo tio DimUo Oo Trabalho no Biotil. p J S * .

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na tormuiflçtio das nonnas de c:onduta que s ã o o b r i g a t ó r i a s aos mambros daquela comunidade, oa medida em que estas normas buscam, com maior ou manor fideikiada. materializar, como repre-M n É a g i O i e*to vator nas suas r e p e r c u s s õ e s e rebatirrienlos á s n e o a « i k b d a a de irida social / ^'

TemrH. pob. o conceito de dirsilgs tundamemais como sendo o COr i fUiÉo de n o m m j u r i d k ^ que t ê m por otiieivo a p io^ vtda em todas as suas a c e p ç õ e s absorvidas pski Direito, contendo no MuarMecedenlo noimalivo a d e s c r i ç ã o abstrata de um compcrtamento, p b r t g a t ú r i o , proibido ou permitido, que realiza a p r o t e ç ã o do direito á v i d a .

Passamos, agora, a analisar tal e v o l u ç ã o s e m â n t i c a da vida em 30U t r o l a m â n i o j u r í f l c ú , wctaiecArido que a abrvdagom s e r á agueia sufi­ciente á d e l i m r t a ç á o e c o m p r e e n s ã o da r n a t é r i a especifica ob|eto dessa i f e s e r t a ç ã o , n á o se pretendendo t raçar mmuoas ou m â e x õ e e aprofundadas a respefto da cada ama dos g e r a ç õ e s da diraitos tundamantais.

5.1. A p r o t e ç ã o da Integridede flalce d o l e r h u m a n o

Inidalmenla. cultueva-se a m a n u t a n ç A o da e i o s t ã n c i a humane, prcf-b n d o - s e a M e m j p ç à o d o p r í K o s s o v T i a l . i s t o a . da v i d a b f o t o ^ ^ HGÊSB

momento, a a c e p ç ã o jurirfica de vtda tem r e i a ç ã o de identidade como " e x i s t ê n c i a t w t l ò g i c a '

Como afirma MarcorVddf^GaCio o sagnlBcado de "integndede f ís i ­ca', que t a m b é m A danorrmada de 'direito à vida", 'ffireilo ã integnòacl f l corporaT e 'direilo à aaiide", retere-ae á comptetude ou perie ç ã o , ou soja. o qua n ã o eotrau r e d u ç ã o B a suscetJ vM de se manter integro ou de se desenvolver normalmenie, porque eott leso, logo. o bem da rmegrida-de f í s i c a edefmiOo como lado de ser f í s i c o da pessoa, perceprvel medF ante os sentidos, estando esse bem na hierarquia dos bens rnaiseievfr dos, o bem da vldai^''.

É de i n e q u í v o c a r e l e v â n c i a para o aer tiumano o direito â Jntegntia-de f í s i c a , afTBvAe d o q u t f se prologe • i n c o à j m è d a d e do corpo e da mer^te. por meio da c o n e w B ç ã o da higxlez f i s k » e da kictdez mentai da pes­soa, opondo-se a quaiquer ato que venha a c o m p r o m e t é - k a s e, assim, C ú n d e n a m - s s os atoa contra a intagndade tieica. refeitanrto-se. social e

(11) UWn, OMêm. p 26C (13] S M H á r w F a . irarvplanre da óigãos a lÉrtíioa da penonaMOada. p. iee-lML

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individualmente, l e s õ e s causadas £ nomiafidade funcionai do corpo hu­mano, sob os ponios de vista a n a l ê m i c c . Eisiològico e psiguico^'^-

Aesim. eniendemoscomc integridade t í s i c a a m a n u t e n ç ã o da ana-lomia (tomia a estrutura dos elementos que c o m p õ e m o oorpo i w i a -no""). da Rsiotagia Uvocessos fiBco-qulmicos que ocorrem n a i c é l u l a s , tecidos. ò i g ã o a e M H M M i s e que s á o r e s p o r i £ á v e i s p e t e t u T K i o r w T ^ normal dos serea humanos ' ) e da psique (astTutu'a rrierrtal ou pSK^Jica do » e r humano''^) humanoe, serido que a ofensa á jntegndada tisica humana recetM o nome de T e s ã o corporar, conceituada por Oefíon Cnxe e Detion Croce Júnior como "quakiuer dano ocasionado A n o r m a l i d B d e do corpo humano, quer do ponto de vista a n a t ô m i c o , quer do f i s i o l ó g i c o ou mefitaT^'^.

Uuanto as frvmas de otiaiaa A integndade f íaica fuanana, a Macfcci-na Legal utiliza o termo "ofensa â miegodade ffsica' pOA « danos de natureza a n a t ô m i c a e "ofensa á s a ú d e ' para danos t i i i o l ò g l c o a • men­tais, c x > r T » d e s t o c a o c l á s s i c o r n a g i s l è r t o da M e < S o n a L ^ ^ JúnofôJ.B. de Ottveirg Costa Júr>ior

'A d e n s a ã irrregnOade c o r p c v a í objativa-se pelo dano a n a t ô m i c o : • a o o r t a c ã o , squimose, ferida incisa, fenda l á c e r o - c o n i u s a . tenda p v i e i r a r á e . l u x a ç ã o . fralurB. c í c a i r t z , m u d a ç ã o , a m p u t a ç ã o , etc. Exista l e s ã o , ainde que ao dano a n a l A m í c o n ã o comasponda a ne-rÊTum dano funcional, como pode suceder no caso de e s c o r i a ç õ e s Pu de equirnoses (...) A otensa á saúde se oxçti&ssa madianie per­t u r b a ç õ e s tunctonaie: a H e r a ç O a a na sensibilidade gerai ou e s p e c í ­fica, na motricidade. naslunpOaeiMOMairvQS (digeslAo, r e s p f r B ç ã o , c i r c u l e ç ã o , e x c r e ç õ e s ) , atividade aexual, no pnquamo. As pertur­b a ç õ e s f u n c i ú r i a i f i As vezes a l c a n ç a m Hensidada a d u r a ç ã o sufr-ciefite para c a r a d a r ^ uma doença^ Exitis M k i mMmo q i A o dai3o turxxoiW r i â o acorrparihAr-se de a ã e r a ç ã o onaiOndoa | c ^ ^ ern p e r t u r b a ç õ e s mentais prcvlndas de Irauncts pafqulcos).^*'

No que tanga ã Integridade mental, este é um dos direitos da per­sonalidade, imporxio a todos o devar de respeda; a estrutura p s í q u i c a de

rM|H0UMB8 fWonio (coBHt-j. J luuiti i íkXonêho Om L K ^ Ptumi^ma (1S) idmL (1S> Èfauí (17) Uanoel Os Ua^dna Lagal. p 11S. (1H) Uçõma Oe Medicina Leçel. p 2Z1.

oulrerm. seja por a ç õ e s diretas ou Indiretas, seja em tratamentos psico­l ó g i c o s , seja. ainda, em atos repressivos, sendo preciso resguardar os componentes identificadores da estivtura interna da pessoa, suas con­v i c ç õ e s , i d é i a s , m o t í o de pensar etc., de forma que a e t e n s a à integridade p s l c o t í s i c a representa muitas v a r i a ç õ e s , por abrange rgravame ã s a ú d e , à e s t é t i c a , ã mente, entre outros^^^^

A i m p o r t â n c i a da Integridade f í s i c a do ser humano é i n d i s c u t í v e l , vez que è a t r a v é s do corpo humano, formado de aparelhos, sistemas, t e d d o s e c é l u l a s que o e s t r u l u r a m ™ ! , que a pessoa humana realiza a sua m r s s ã o no mundo tático'^>, que atua no mundo c o r p ó r e o , deixando a sua marca e realizando o seu destino.

5 - 2 . O B direitos fundamentais de prfmelrs g e r a ç ã o

Em e s p e d a í a p ó s a R e v o l u ç ã o Francesa, passou o conceito j u r í d i c o de vida a agregar a c a r a c t e r í s t i c a de a u t o d e t e r m i n a ç ã o humana, de liber­dade. A partir d a í . a vida somente é integral quando se tem liberdade. Surgiu, e n t ã o , a necessidade de se espeaficar aquilo que é de d o m í n i o p ú b l i c o e o que é de d o m í n i o privado, regulando-se o quantum que o Estado pode interferir na particularidade humana, na liberdade do c i d a d ã o . Surgem d a í os direitos tundamantais de primeira g e r a ç ã o ' ^ ' . A autode­t e r m i n a ç ã o do homem, transladada especialmente para a 'liberdade

419)DINiZ, Maria Hslsna, O o&aiXi aíual Oo biodSfello, p. I S O - I S I . (20) C A T A O , Marconi * i Ô, op. cH... p. 174.

(21) BITTAR, CarloE Albaria, Os diioiSos da personalidade, p. 79. (22) A doinhnB c D a t ü i r a u t í l l z a r - s e das a x p r d & a O s â " g e r a ç ã o " e " d i r r e n s ã o " para camcter i^r c a d a uma das e c e p ç ò e s j u r í d i c a s da "vida'. Tiala-se da e x p i a s s õ e s ] ã c o n e o l i d a d ã s , mcllvu pelo qual as iitilizaircts na presenie trabalho, eerri. entretanio, deixar de enfaUzar a e x t s i â a c j a da algqma p o ^ m i c ã quanto ã u ü l i z a ç ã D das mesmas, oomo aponta Aryon Seyão RvtVia. quo pjclDro adaliu aa e x p r e s a õ e a fairlioe". "nai­pes' ou "grupos' de dlreitus fujidantaniars, sob s a r g u m e n t a ç ã o de que 'Usual é o emprego do v o c á b u l o g e r a ç ^ e pare designar a s famElias (naipes ou grupos] de cUreitoa tundacnentait N â o se bula, p c r á m , de g e r a ç õ e s , e s l a s s a Eucedem coni o passar do lecnpo, umas lomarn o Jygei d a s oiiiras. N ã o 9 o que ocorre, p o r é m , cora os direilas fundarnenlais. A r a v a í a ç ã o dos cUreitoe de dalerminado naipe n ã o (az dasapa-recor os aniorloras O s diferentes grupos de d í r e i l o a fundamentais exislem aimultana-emente, concomllanteniente, sendo I m p e n s á v e l a s u p r e s s ã o dos direllos de primeira a segunda ' g e r a ç õ e s ' peFo Falo de s e revelar ume loroeira ' g e r a ç ã o ' . E acrescenla o Sayão Roíifia que n ã o s e justifica a d e n o i n i n e ç ã o " d i m e n s õ e s " , vez que a mesma s ú adquire legilimdade quando alusiva a certo e detsiminado direito, mas s e revata i m p r ó ­pria pare designar os grupos de direitos lundamenlais C l . ROMITA ArFon S a y ã o , op. Cit p. 99-90.

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Oe contratar^, eravistacomo umatormadalgualar" os homens. Isto é, somente senam iguais aquelas que p o s s u í s s e m libardade.

Trata-ss de uma a c e p ç ã o que, ã é p o c a , compatibilizava-se com o sistema liberal que preconizava, f u n õ a m e n l a i m e n l e , a liberdade individu­al, prendendo-se à i d é i a de que o poder central deve se afastar de tudo aquilo que n ã o seja essenciai para manter os direitos Individuais do ser humano, passando a ler i m p o r t â n c i a o i n d i v í d u o e o individualismo, a liberdade e a proprledadtf como narra ManosI Gonçalves Fénsim Fúho:

"Desde a R e v o l u ç ã o de 1789, o regime constitucional é associado à garantia dos direitos fundamentais. N ã o é ocioso recordar que a ü e d a r a ç â o d o s Direitos do Homem e d o C i d a d ã o (art. 16) condici­onou á p r o t e ç ã o dos diroitcs individuais a p r ó p r i a e x i s t â n c i a da C o n s t i t u i ç ã o .

Tal exagero tinha uma s i g n i f i c a ç ã o profunda. Ir>dicava em alto e bom som o objetivo do govemo em prol da C o n s t i t u i ç ã o escrita, qual seja, o estatidecimento em í a v c r d o i n d i v í d u o de uma esfera a u t ô n o m a de a ç ã o , delimitando assim o campo de i n t e r f e r ê n c i a l e g í t i m a do Estado com qualquer um."*^'

Á v i d a , nesse momento h i s t ó r i c o , reiteramos, era vista como s i n õ -nirrw de liberdade, como s i n ô n i m o de l i m i t a ç ã o da a t u a ç ã o estalai sobre o homem, agora considerado como "cidadão", como ensina Francisco Teixeira, dtado por J o i o Marcos Castilho Morato.

X> Estado n ã o pode violar esles direitos. Ao c o n t r á r i o , deve reco-n r t e c â - l o s e assegurar o seu exercido por cada i n d i v í d u o , isto trans­forma o i n d i v í d u o em um c i d a d ã o , na medida em que ele é reconhe­cido como portadorda direitos e pode, assim, cobrar do Estado a liberdade de e x e r c é - l c s contra todo e qualquer poder arbi t rár io im­posto a ele sem seu consentimento,'^

5 . 3 , O s direitos fundamentais de segunda g e r a ç ã o

Quando da R e v o l u ç ã o inOuslriai, no i n í c i o do s é c u l o XX, surgiu a v F s ã o de necessidade de m a n u t e n ç ã o da s u b s i s t ê n c i a do Homem, agre-gando-se ao conceito jurfffico de vida a "Vida com qualidarfe", a wda com

(23) MOFlATO, Jo&D Marcos C a s t i ü w , GTobaUsmo s HeiúbiSizaçBo r / a õ H f l M H , p, 17-20 (24) F E R R E I R A FILHO. Manoel G o n ç a l v e s , Curso de Dirano ConsOliicioiiat. p. 286. (25) C^L cjí. p. 19.

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dignidaoe, a necos&xJado de B i t e r v e n ç A o do Fsiado nas r e l a ç õ e s j u r í d i -cafi no sentido de renlar igualar os p ó l o s diversos dessas r e l a ç õ e s , m u ' n i d a n ò o o hipossuticlente de c o n d i ç õ e s para se manler socialmenre vivo. Dessa necessidade surgem os direitos 1maan>entais de segunda g e r a ç ã o .

O pantxama vMdo durante a R e m t i j ç f l o Irxjusinal desiacava-sepela e x p l o r a ç ã o do ser hurneno A í n t n x k t ç ã o da m á q u i n a a vapor e dos rno-d e r r x » sistemas de p r o d u ç ã o em sene. com e r e d u ç ã o do numere de irabaNiadores na piama das t â o n c a s e c o r w e q ü e r t e aurrtento do deeem-prego, criou um horizonte perfeito para a e x p l o r a ç ã o da m ã o - d e - o b r a , bem descrito por Sebastião Geraldo de Ot'vens

' A R e v o l u ç ã o industrial veio alterar o c e n á r i o e gerar novos e gra­ves p r o ò l e m d b . O incremento da p i o J u ç á u eni s é i i e deixou ã moa' tra a fragilidade do fiomem na c o m p e t i ç ã o desleal com a m á q u i n a ; ao lado dos lucros crescentes e da e x p a n s ã o capilalisla aumenta-waoi paradoxaimenle a m i s é r i a , o r i ú m e r o de doerfes e rnutiadOB, (tos ó r f ã o s 0 das viuvas, nos sombrios a m b « e n t e s de trabaltio

ConlarKk) com a sorte ou com o insdnto de s o ò r e v r v é n c i a , cabia ao p r ò p n o O^toalhador zeter pela sua defesa diante do ambiente de trabalho agressivo e pengoso, porque as engrenagens aceleradas e expostas das engenhocas de e n t ã o estavam acima da s a ú d e ou da v i d a ^ d e s p r e z í v e r do o p e r á r i o . Segundo as c o n c e p ç õ e s da é p o c a (o laissez-faire). os a d -dentes, as l e s õ e s e as entenriKtedes eram sut>produtos da atividade empresarial e a p r e v e n ç ã o ora i n c u m b ê n c i a dc propno trabalhador

O fiomem, frente ao capriaiante >á bastante desenvolvido e rxxi ido pelas diretrizes do sistema liberal, via-sa como mero Tnstaimenlo de p r o d u ç ã o " , num c e n â n o onde as m á q u i n a s , os bens produzidos e os lucros dos detentores dos meios de p r o d u ç ã o tinham valor aupsnor â p r ó p r i a vida humane.

A t ã o batalhada liberdade contratual, fruto em especial da Revolu-ç ã o Francesa, lomou-ee uma a m a contra o p r O p r » homem. A doutrina

btUtnMviaí F i h ç a n | i K i « C H , M n n t a i t e erm náeçàc A oMtK p M U a qu* ocu-pAm pOta DpOAto at IAÍAÇAO, cufi « u p e r i o r l M A r a i pAnna* hripõr twteiAralrnfm cHUAiisa comrAfealt, qu« o mpocsuliciente nAo t*m conttiçoos de decuTir. c«MndD-•W m f r t e ou ncuA-lAA mm bloco CT. SILVA. Lull 4 « PuTiO Pn^epA dA. A M o f -cabpb ek> Oreao Oo Tr^teni. p 22-2'. (27) PrtKQçác tUfkÊK* » tebOt do i r a f a t i a d n . p 6243.

do tihssez-totfB^, com a n â o i n t o r v e n ç è o estalai nos coniraioe, bans-f o m > o u - S « no p u t h a l que levava o ser humano ã sua p r ó p r i a d e s t r u i ç ã o , Dxposto a c o r i d i ç õ e s de trabalho degradantes, como relata o saudoso Orlando Teixeira da Costa

*Com a i n v e n ç ã o da m ã q u m a , a ferramenta que era usada pelo trabalhador foi pof ela subedtuida, daj deccrrendo a c o n c e r i r a ç ã o dos m e o f i de p r o d u ç ã o , pnropatotente no saior InduMiaL Ao m mo terripo em que se operava essa m u d a r i ç a . a p r o d u ç ã o aiteten-tava e beiateava. desesOmulando aa ^ h r i d a ú e a maraniarde artesa-nai t , o (|ua rowltou r « p r i v a ç ã o dite nstrunierlos de I r a b a ^ a n ã g o a a r t o t i t o , pois u custo da maquinaria s ó se tomou e c a s s í -vela quem podia dispof decapitai acumulado ou associado.

Ü o n c o m i t a n l e r r t e n t e H os p r o p r i e t á r i o â das m á q u i n a s s ã puderam Cfwrá-las recrutando a mão-de-obra i n d i s p e n s á v e l . Como. entre­tanto, ela era abundante. H c o n t r a t a ç ã o passou a ser leita a p r e ç o vil. pois suieito a lei da otena e da procura, em que o t ratat to hu­mano é visto como uma mercadoria.

As c o r x í ç õ e s e oa locais de Trabalte. outrossim, eram os piores p o s s í v e i s , o que implicava em verdadeira afronta ã dignidade da pessoa humana do trabalhador. Com isso, o nível de vkJa do obreiro baixou a n í v e i s nunca antes atingidos.

A tudo isso o Ê s i f l d o assistia i m p a s s í v e l , como moro espectador erKarregado de manter a ordem quando necessArx). pois o seu papei resumia-se a garantir o krvre e x e r c í c i o da ecorxxm. s e g m l o os p a d r õ e s ftierais vigentea na é p o c a . ' ^

A d i f e r e n ç a de poderea e c o n ô m i c o , pc4flico ecuí tural entre as partes componentes da r e l a ç ã o de trabalho era um d e s p r o p ó s i t o . O t r a b o í i a d o r . hlpossuficaenle, passou a viver ã m e r c ê da vontade do empregador.

Naacia, na terceira d é c a d a do s é c u l o XX, em r a z ã o da necessidade de soluoonar tal d e s e q u i l í b r i o rias r e l a ç õ e s laborais, o Estado Sodol em s i K u t r t i i i ç ã o ao Estado ü b e r a L M n Ú D que o advsote d e s ^ de Estada, identificado douliirariemerite corrn Esiatto Sodal de D r e ^

(291 Pcuxnfn AüinAnaih pMo toMaeim pwMAur hi Mm • ipm M i ( ' — - • n -fr Airtir í r t i m i i r u m i ãirl-fitini l lnititiliafciiiil j

Pciarifl a todam ( c o W M a A d » . pnipnto qm p IV enlaclB Oa rwcAdo, iFuiada a inter w ç f l o da EdadD n u rptAçflw JuriiSoai Om OIFAIID pnvaW, produana o b«m-«sia- de

(29) O Dnrnao do TtaOêXio am AOfiMdA FnciaArDa p. ia- ia

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inlckiij-se em virtude dos narrados acontecimentos pol í t icos, s o c j â i s e e c o n ô m i c o s o linha entre suas f u n ç õ e s a i n t e r v e n ç ã o do Estado na reJe-ç ã o j u r í d i c a trabalhista, fixando direitos m í n i m o s aos Irabalhadores, bus­cando equilibrar o vincuLo entre os c i d a d ã o s trabalhadores a o s detento­res dos meios de p r o d u ç ã o ^ ™ . Segadas Vianna narra com detalhes a queda do modelo liberal:

"O sistema liberal, que se julgava c o n s t r u í d o sobre c subjeth/lsmo dos direitos indlvidueis, ' c o m e ç o u a perder em altanaria e em im-p o r t à r > c i a à medida que se ia escoar>do o momento pol í t ico e eco-n ã m i c o em que fora p o s s í v e l a sua f o r m a ç ã o , combatido por uma nova realidade que se desenvolvera, e uma realidade onde já n ã o achava apoio a antiga doutrina'.

Se • liberalismo (...) n ã o á , por si s â , gerador de desigualdade, é certo entretanto que, g r a ç a s a ele, e è sua sombra, fiaviam sido cometidos os maiores abusos dos fortes contra os fracos, tendo sido anulada a liberdade, e o p r ó p r i o Estado, em vez de simples assistente dos aconte­cimentos, passara, sob o d o m í n i o do capitalismo, a ser um instrumento de o p r e s s ã o contra os menos favorecidos. A a f i r m a ç ã o de Paíadosáe-f i n a bem o que sucedera: "A liberdade sem freios s e r á a causa da bruta­lidade e da u s u r p a ç ã o se f i á desiguakiade nas f o r ç a s individuais^, e rea­firmava o preceito de Lacordaim: "Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, é a liberdade que escraviza, é a lei que liberta"."*^''

Como e x p õ e Maurício Godinho Delgado— destacando que essa nova v i s ã o de p r o t e ç ã o do direito â vjda tem origens em fatores e c o n ô m i ­cos, sociais e p o l í t i c o s - :

'Do ponto de vista econômico, s ã o fatores que propiciaram as con-d l ç õ e s f a v o r á v e i s (...): de um Jado, a u t i l i z a ç ã o da f o r ç a detrabdho livre mas subordinada como instrumento central da r e i a ç ã o de p r o d u ç ã o pelo novosIsTema produtivo emergente; de outro iado, a c i r c u n s t â n c i a de esse novo sistema produtivo t a m b é m gerar e desenvolver uma distinta modalidade de o r g a n i z a ç ã o do processo produtivo, a chamada grande indústria. Essa nova r r o d â f i d a -de suplantou as formas primitivas de o r g a n i z a ç ã o da p r o d u ç ã o , consubstanciadas no artesanato e na manufatura (...)

Do ponto de vista soda/, s ã o fatores (.,.): a c o n c e n t r a ç ã o prole­t á r i a nas sociedades e u r o p é i a e norte-americana em tome das

(30) A L A R C Ó N . P i e l í o de Jesus Lora. op aS. p. 73-79 (31) SUSSEKir^D. Arnaldo, 91 a!, Insilnitçóes tte DUBUO do T^abelho. p. 36.

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grandes cidades industriais; o surgimento de uma Inovadora identi­f i c a ç ã o profissional entre as grandes massas obreiras, a partir de um mesmo uriverso de e x e r c í c i o de sua f o r ç a de trabalho — uni­verso consubstanciado no estabelecimento ou empresa.

Finalmente, do ponto da V\s\a poiítlco, s ã o fatores que conduziram ao surgimento do D r e i í o do Trabalho as a ç õ e s gestadas e desen­volvidas rro plano da sociedade C M Í e do Estado, no sentido de fixar preceitos objetivos para a c o n r r a l a ç ã o e gerertciamenJo da f o r ç a de trabalho componente do sistema produtivo e n t ã o estruturado.'^

5 .4 . O s direitos fundamentais de terceirti g e r a ç ã o

Os a v a n ç o s t e c n o l ó g i c c s , com a maior capacidade do homem de intervir na natureza, explorando-a, juntamente com uma realidade retra­tada pela irresponsabilidade do homem em seu ato de e x p l o r a ç ã o dos recursos naturais fez com que surgisse a p r e o c u p a ç ã o com a p r o t e ç ã o da p r ó p r i a humanidade, uma p r o t e ç ã o que tem por objetivo a manuten­ç ã o da e x i s t ê n c i a humana, mas n ã o somante sob um retererrofal indivi­dual, mas sob toda a humanidade. Surgem dessa nova p r e o c u p a ç ã o os direitos fundamentais de terceira g e r a ç ã o , conforme descrtfo por José Frarídsco fíezek.

•Vieram a qualificar-se como de 'segunda g e r a ç ã o " os direitas e c o n ô m i c o s , sociais e culturais de que cuida a parte final da Decla­r a ç ã o de 1943. A idéia c o n t e m p o r â n e a dos direitos humanos de tercei ra g e r a ç ã o " lembra o enfoque dado à m a t é r i s pelos t e ó r i c o s marxistas, pouco entusiasmados oom o zelo — a í e g a d a m e n t e excessivo — por direitos individuais, e propensos a concentrar sua p r e o c u p a ç ã o nos direitos da coletividade a que p e r t e n ç a o i n d i v í d u o , noladamente no piano do desenvolvi m e n l o e ó c l o - e c o -n õ m i c o . Vanguardas do pensamento ocidental alargam o hori­zonte desses direftos humartos s o c i e t á r i o s , trazendo ã mesa tases novas, como a do direito à paz. ao meio ambiente, ã co-propnedada do patrímõnfo úomum do gênero humano. O problema inerente a esses direitos do terceira g e r a ç ã o é , como pondera Pierre Dupuy, o de Identificar seus credores e devedores. Com efeito, quasa todos os direitos individuais de ordem civrl, p o l í t i c a , e c o n ô m i c a , socjal e cuJtural s ã o operacionalmente r e d a m á v e i s , por parte do

(32) D E L G A I X í , MavrJclo GoOinho, Curso de Diioao do Tfjttalhü, p 37-38.

InJtffcluo. à â < > » i n i H r u ç ã o e aos d e m a è a p o d o f o q w W f c i J o x a i M U Esiado pairtal. ou em seu Estado de resadincla o u t i É n a U o . AM coiOM 90 i w n a m menos Bknples quaralo ee c i á d a de seber de quem exigiremos oue garanta r>t>sao dlroAo GK> ò e s e n v o l v i m e n -lo, a paz ou ao meio ambienle

Os direitos fundamentais de terceira g e r a ç A o ainda fie e r x n n i m n em fase de m a t u r a ç ã o e lAm como m f a r é n c t a a p r o t e ç ã o de dirertoe denominados metaindividtiais. rsto é. aqueles que rronscendem o rndívf' duo isoladamonre considerado^^', que excedem o ârnOito estritamente individual mas n á o cbegam a íx>fistrtulr interesse p ú b l i c o , onde se in­cluem os diteiros difusos — que s ã o os inlerefifies de grupos menos determinados de pessoas, entreas quais Inexisre vinculo j u r í d i c o muito preciso'*' — . coíetrvos — que compreendem direitos de uma categoria (Merrninada, Oü peto rnerioe d e t e r n i i n ã v e l d* p M S O M " * — • domOff&ObOM—que decorrem de uma odQwn oomum'^, con^veenden-do os integrantes detemijnados ou d e t e r m i n é v e i f i de grupo, categoria ou daaae de pessoas que c o m p a r t ü w m prajulzoe d M « J v a i s , oriundos das m M m a s d r o u n s t ã n c i a s ™ .

Como afirme Veattíc. citado por LofaAiarcórf^. s ã o identificados Cinco direitofl chamados de tiatemidade, ou d » terceira geração, a sa-ber. o direito ao desenvoivtinmto, o direito à paz. o difeito ao meio am~ btente. odirottodepropriedachsobreopalnrhôrthcomumdahümank^ deeo direito de ccmuoJcação. ^.^^^ ^ ^

5.5. Aa mala rxnraa g e r a ç õ e s de dlrattoa tundamantais a o atual concafto c o n a ü t u c t o n a l de direito a vida

A doutnna aponta, aluaimenie, paia a a jdf i tência de rnais I r è s es-p é c t e s de d ã e l l u a lundamenlois, que o&o os de quaiia, qukiiia e sexla g e r a ç õ e s . , . ..

(33) OttVHtF hOttnêOOtial PÚbMooi curic «JsiTkinfar, p. 222 723 (3*) U A W C U 9 0 . FMxlQllD d» Camargo. Inlwmmé IMUIKM txtootUo » ^^MmmçÊB

m Man. M a n , p. 21. 00) iaiat. 137] Ft -OMEMO J o M O n t O o Brtti. Manu^ dê MMikim da cmxMiOf. p. 39 130) MAZ1LU. Hugo NIgra. A dotna dos Í W H H d O n ÍMI fjíio: rmia atnbtenim. contumxKf 4 aunat « M f H w itluso$ e cohBuot, p 0 (3e> Op. ( A p. 00.

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titoquetarigeaMOramtefurylariteoiaisdeQuarrngeração asmais recenieG descobertas na á r e a da biologka, maas eepecifkcamerie no campo da g e n é t i c a , com as c o n s e q ü e n t e s p r e o c u p a ç õ M quanto à forma como o fwmem pode intervir no p a i r i m õ n i o g e n é í k » fiumano, â p r o f t l e m à l i c a do direito de p r t v a c i d a d e e a o a e l e i i o â da pubbcídEKto do peirirrbõráo ge­n é t i c o de determkudo ser humano, a forma como o d i r e é o deve tutelar as i>ivas forriias i t e ' g e r a ç ã o ' d e seres hurnâTHte, entre O I A m a e a u n ^ ligados è btolecrxjlogia"^, levaram a mais uma a m p i a ç â o do c o n t e ú d o |uríd>co da %1da', agregando-lhe o c a r á t e r ger>étlCO"'^ Dai surge mais uma g e r a ç ã o de direitos f u í x l a m o n t a l s , a quarta g e r a ç ã o

Como drieitos fundamentais ò e qutnla g e r a ç ã o , temos os direitos relaoonados á p r o t e ç ã o de vkJa frente à u t ü i z o ç é o doe conheomontos iomeodos oeia ooemenca e pela inTormâtxte. corripraenoendo-se ader-rtôtica como a c i ê n c i a que oOf^iva o estudo comparativo doe sistemas e mecanismos de controla a u t o m á t i c o , r e g u l a ç ã o e c o m i K i i c a ç ã o nos se­res vtvoe e naa m á q M a i M é a xifoimártca como o coniunte de conheci-mentos cientfficM « l é o n i c o * que posstoKtam o (ratamemo a u t o m á t i c o de i n f o r m a ç ã o por meio de equipamentos e procedvnento* da á r e a de processamento de dados (computadores e p r o g r a m a s ) ™

Sob a d e n o m i n a ç ã o de ' direitos fundamentais de 6' o e r a ç ã o " , te­mos a p r o t e ç ã o do sar humono frente aos efeitos denjuirurilus ü a globa­l i z a ç ã o , envolvendo os direitos â democracia, â i n f o r m a ç ã o correta e ao p f ü r é k e m o (sociedade composla de v â i i o s grupos ou centroe de poder)'^-

Essa v i s ã o , de certa forma croncplógica, do surgimento dos drertos fundamentais nos possCAna n ã o s ó a c o n s t a t a ç ã o de que todas as de-n o m r a d a s ' g e r a ç õ e s ' de direitos fundamentaiftliiTi comoortgem a am-p é a ç ã o 0 0 c o n t e ú d o de V d a ' para o Dreitoe, oonsideredas gfobatmenle. levom-rxis ã c o n d u s ã o sobre o atual c o n t e ú d o ccnsulLKional de vida.

Em suma. o atual OOTKXHIO constituctona) de vida o ò r f l n g e aa ae-gutofes c o n c e p ç õ e s : i H a g n b l t d é Aátoa do ser humanoe oe drerfos funda­mentais de pnmeira. aegunda, Imavra. quarta, qumta e sexia gerações.

E aqui ressaltamos mais uma d e t i m i i a ç â o material deste obra, que toca espedficamente o m a n u t e n ç ã o da vida conto nlegndede fiaicâ, anal-

|40) tetscnDlDga é CDncWMH DOU» a i s r f w t a de m-rninijlM M utani k n l * -rfrmB de genes etitrv > V H Wam ( t i w i ^ n v m s . p b r b a ou 1*11—1 r— [ n c n — M induamais a COSTA. Sár^o O — n P—D da Olaasána m — m t i g l t — 2004. 1411 ALARCÓN. PMni d * j H Õ t m Op tf p. 67-100. (421 ROMTrA. AUDTI SAyOO. Cp. tf. p. 107- tOO (431 f(Mm KjiUein. p 110-116.

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sando oa tiiteles rTtetenais da n e g o c i a ç ã o c o i e t í v a de trabalho frente hs nonnas jurMicas estatais que t ê m por o b t a t í v o zeLar pela m a n u t e n ç ã o da anekvnta (lorma e estrutura doe elemsnlDB que c o m p õ e m o coipo huma­no), de lisloloÇRa (processos lisaco-qufrncos que ocorrem nas c é l u l a s , tecidos, ó r g ã o s e sistemas que S á o r e s p o n s á v e i s pek) tunaonameolo normal dos seres humanos) e da psique (estrutura mental ou p s í q u i c a do ser humano) do ser humano tiabaihador.

5, Oa princípios incidentes na atuação da proteção Jurídica ao bem "vido"

Na a t u a ç ã o da p r o t e ç ã o constitucional ã "vida", muitos c h o t p M afio presencradoe. alguns aconTocem com outros bens juridicamanla tutelados (com normas jurldtcas que protegem outros bens j u r í d i c o e q u t n ã o a vida (flretamente). outros em r e l a ç ã o ao p r ó p r i o direito à vida (choques entre direrfos fundarnentais), seja de mais de um i i d i v l d u o ™ ,

de um mesmo i n d i v í d u o

5 á o n e c e s s á r i a s r e f e r ê n c i a s que dirijam o i n t é r p r e t e na s o l u ç ã o desses cheques Qe interesses j u r í d i c o s que d e v e r ã o ser enfrentados no desenvolvimento dessa obra. Dal fazermos uso dos princípios, institutos easea que, como ensina Paulo César Conraáo, s ã o utilizados, r>o campo da C i ã n c i a do Direito, para denotar as diretrizes que Iluminam a compre­e n s ã o de setores normativos (mais ou merxJS abrangentes, segundo o caso), imprimindo-lhes c a r á t e r de unidade e servirxkj. em virtude dessa mesma unidade, de fator do a g r e g a ç ã o das normas integrantes doa apon­tados setores^,

E o c o r K e é o apresentado por PaxA> César Canrado. a desperto de trator espedtirarnente de pnricipkis luridtoos, compatibiliza-se, em seu á m a Q D . com a d e t u i i ç ã o g e n é r i c a de p n n c í p t o c o m o sendo s i n ô n i m o de c o m a ç o , de primeiro, de inaugurai, de estrutura.

Luiz Alberto David AiavfO e Vidal Serrano Nunes J ú n i o r apontam que os p r i n c í p i o s s ã o regras-mestras dentro do sistema positivo, devendo

(44) Adolamos s e x p i e s s á o "choqua « r i i r e d i r â i l o G fundamBriiaJa de mais Oe um Indi­v í d u o ' para nos lefsrirrros ã s i t u a ç ã o em que direilos fundainenlais de p e u o u c t r a r B n i e £ anirafn em dxjque em d e l e r m i n a E i â s i t u a ç ã o CDrcreta 1451 AdaomcA a enp^iSa "choque smie djreiias lunoamenlajs de um T IM ITM mdrvj-dtio' pAia r e f e t É n c i a a s i t u a ç ã o conc /«ia de cci l i i lo e n u s g e r a ç o e e Oa iMitnot lundamaraiB tf LMH pesa pecsoa

J 4 Q CONHADO, P a t f i C ã f i â r . i t f H b ç ã d ã r * « H Geiat t»/•manao OM. pZS-

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aer klentificados dentro da C o n s t i t u r ç ã o de cada Estado as estrtjtures b é v i c a s . cs fundamentos e os alicerces desse sistema e que, realizando lais i d â n t r f i c a ç õ e s , estaremos i d e n l i h c â n o o os f x É n c j p i o s consUtucto-naiS"" . E Carfcs An Sundle/d. por sua vez, entetide que os p r i n c í p i o s s ã o i d é i a s centraisde um sistema, ao qual d ã o sentido l ó g i c o , harmoni­oso, racional, permitindo a c o m p r e e n s ã o ò e seu r n o ò o de organizar-se"*".

Quanto á i m p o r t â n c i a dos pnncipics, Inleressante a frção de Lenio Luiz Srreck no sentido de que os p n n c í p i o s constitucionais assumem i m p o r t â n c i a í m p a r ne Estado D e m o c r á t i c o de Direito, s ^ d o a p r ó p r i a c o n d i ç ã o de possibilidade da C o n s t i t u i ç ã o porque conformadores de seu n ú c l e o p o l í t i c o , naquilo que se denomina rio c o n t e m p o r â n e o const i tuc íO-nalismo da relação de pertínènda entre as n o r m a s ™ .

Para o oCfeto do presente estudo, que confronta, em v á r i a s oportu-nidadfts, a vida como integridade fisica com outros bens, em especiaE com os bens e c o n ô m i c o s e as c o n s e q ü ê n c i a s do direito de propoedade, n e c e s s á r i o á o esludo do princípio da dignidade da pessoa humana, do pnncipiò aa primazia do direito à vida e do piincíph da concordância prática ou da harmonização.

6 . 1 . O p r i n c í p i o da dignidade da peasoa humana

N ã o se pode, logo de Inrcio. deixar de destacar a i m p o r t â n c i a do principio da dignidade da pessoa humana na estrutura constitucional do Estado Brasileiro, definido como Estado D e m o c r á t i c o da Direito pelo ari. 1^ da C F / e â , que aponta em seu inciso fll a dignidade da pessoa humana como um dos rundamentos da R e p ú t i l i c a Federativa do BrasU.

A qualidade de '^_ndamenio" da flepíWca Federativa do Brasil s ó pode verdadeirarrenle ser v a l o r . z a d a q u ã n ò o buscamos o real significa­do do tonno l u í x l a m e n t o " que, cogundo AuròUo Quarque de Holanda Ferreira, é t i a s e . alicerce, r a z õ e s em q u ô se funda, r a z ã o , motivo"'"'.

Assim, n ã o h á como se admlllr. seja polít ica, seja juridicamente, qualquer ato Juridicoi^" no Brasil que n ã o cumpra o requisito de reconhe-

147] Op dl. p.59 14S) FunOBiTViitos de diiailo pública, p 137. (40) S T R E C K . Lenio Luiz. JuristH^ CormWuoonMS e HarmertèuÜca — Ume f V » CrtticB do Diredo. p 413. (50) F E R R E t f U . Aiaáiü B u 3 w « ^fejiBtf. ianaiXcnéfBasLkiffxPoitü^josa.p 264. (51) Sobra O concahD de ale fxt^w. Uewt 8em»fdai de Meêo afnr^ e u r O n m o* u n c o m ttlD s a n s u e 56jcfl> s s n s u tf a b |uH<>co, aquole c o n » sendo -o tfo rjOOco

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cer e proteger a ú i g n i r i a d e da pessoa humana e. pertindo-se do p r i n c í p i o de que o funcionamento estatal n ã o deponde exclusivamente dos atos da a d m i n i s t r a ç ã o p ú b l i c a , todos os atos doa c i d a d ã o s , em especial os caracterizados pela interauQjetividade (onde age o Direito), devem, da mesma fonna, zelar pela dignidade da pessoa humana.

A p r e v i s ã o do p r i n c í p i o da dignidade da pessoa humane nes Cons-A u l ç b e s é t e n d ê n c i a que tomou t o r ç a no p e r í o d o p ó s - S e g u n d a Guerra mundial, como forma de responder à s atrocidades nazistas que a t é hoje marcam a c o n s c i è n c l â humana, como uma das maiores marcas da no-Cividade do homem contra o seu semelhante.

Aponta Edilson Pereira Nobre Júnior que. na atualidade, pauta a t e n d ê n c i a dos í J r d e n a m e n t o s no reconhecimento do ser humano como o centro e o flm do Direito. Essa i n c l i n a ç ã o , r e f o r ç a d a depois da t r a u m á t i ­ca b a r b á r i e nazi-fasclsla, encontra-se p i a s n í a d a pela a d o ç ã o , â guisa de valor b á s i c o do Estado D e m o c r á t i c o de Direilc, da dignidade da pessoa humana"^. Mesmo ponto ó ratificado por frí^lVbffga/iffSaffeíno senti­do de que apenas ao longo do s é c u l o XX o, ressalvada uma ou outra e x c e ç ã o , t ã o somente a partir da Segunda Querra Mundial, a dignidade da pessoa humana passou a ser reconhecida e>:pressamente nas Cons­t i t u i ç õ e s , rtotadamente a p ó s ter sido consagrada pela D e c l a r a ç ã o Uni­versal da O N U d e l S ê â ' ' ' ^

c ü f O suporte f á l i c o lenha tyymo cerne urna a x i e i 1 i H i T a ç â c consciente ife vontade, dinghJe a oDter irm resultado Juildicemente piolegtdo ou nfio-prabido e p o s s í v e l " e este como "lãlD j u r í d i c o que tem po! elemento nucLear do s u p a l e E á i k » m a n i l e s i a ç â o ou d e c l a r a ç ã o unilateral ds voritada cujos elerlcs j u n ü k o s sso p r e f l x ã d o a pelas normas j u í f c b o a E a I n v a j l ã v e l f i , nào cabendo â s pesscae q ü e l g u e r poder de escolija da cate­goria J u r í d i c a ou de e e l r u t u r a ç ã o do c o n t e i í d o das r e l a ç ò e a jundicas respectivas" { Cf-M E L L O , Marcos Semardes da. Teoiia do íato jmíiÔGo, P- 115 e 135)- CdSiôdio da Piedade Uítalduío Mtanda e s c l a r e ç a qua quando Be laia em ato J u r í d i c o sem qulquer EHiira dosi^piaffio cornplementar, lanfo w pode ffjsrer significar uma aiinptsa o l u a ç ã o d a vontade, u r coinporlamento da que resultern oeitos eferba j u r í d i c o s por exclusiva obra da lei, ainda que o seu auior os n&o tenha quartdo ou ptevieto. como s a pode quBfer sJghUrcar • r t e g ú c l o j u r í d i c o , cx>e consiste numa d e d a r a ç ã e que enerioriza um cedo conleOdo de vontade e ntediante a qual D seu autor ee p r o p õ e ctnar delerminados ofeHoe que a iei dota de jundicidadB ( C í . MIRANDA. C i i s i õ d i o da Piedade Ubaldino. reoris geiaS do negócio iitrkUco, p. 21'Z?}. Esdarece-aa l a m b â m que nesse IrahabKi utilizamoB o termo aio juridicc lanfc como ato J u r í d i c o Selo senso, quanto como e í o j u r í d i c o ^dcio sensu ou n e g ó c i o jundrco, envolvendo n ã o sò atoa de particulares, como t a m D á m OB estatais, inctusive aqueles relerentes â p r o d u ç ã o normativa,

(52) O Dii&lo luasileifo e o pnnclpio da dignidade da pessoa humana, passim. (53) Dignidade da pessoa humana e tUmiios íundameniais na Constifuiçãa Federai de ídSS. p. 65.

Essa I n f o r m a ç ã o h i s t ó r i c a é bastante ralavante pam constatarmos qus a p r o t s ç ã o da dignidade da pessoa humana surge como uma res­posta ao estigrna da d e s t r u i ç ã o liumana patrocinada pelo nazismo, o que i n f l u e n c i a r á por demais guando da c o n c e i t u a ç ã o do p r i n c í p i o em d i s c u s s ã o .

Atualmente, ganha vulto no mundo a irrflXTtanda da pessoa huma­n a — e x p r e s s ã o que melhor evoca os valores éiifjos do que oa termos i n d i v í d u o , c i d a d ã o , homem — como categoria f ikisóf ioa porque muitas vezes é o p r ó p r i e v s b r de ser humano que e s t á sondo posto em causa. Assim, a pessoa humana é hoje considerada como o mars n o t á v e l , s e n ã o raiz, de todos os valores, devendo, por isso mesmo e dentro de uma v i s ã o a n l r o p o c ê n t r i c a , ber o objetivo tinal da norme juridica, ser a base do Direito, revelando, assim, c r i t é r i o essencial para conferir legiti­midade a toda ordem jurídica'^'.

Se de um lado é I n c o n t e s t á v e l a i m p o r t â n c i a do p r i n c í p i o da digni­dade da pessoa humana, de outro h á que se destacar a a t i s t r a ç ã o que circunda o conceito desse instituto, principaimerite porque o art. 1" da GF/8a, a despeito de introduzi-lo con>o fundamento da R e p ú b l i c a Fede­rativa do Brasil, n ã o apresenta o seu conceito, deixando ao I n t é r p r e t e essa f u n ç ã o .

A l i á s , esse rrvidelo de o m i s s ã o á adotado pelos Constituintes de v á r i o s Estados. Para tal, basta ioltura do art. 3^ Oa C o n s t i t u i ç ã o da Re­p ú b l i c a ItafTana CTutti i citíadini hanno pari dignitá sodale e sono eguali davaníi allá lege...*^. do art. 1*' da C o n s l l l u f ç ã o da R e p ú b l i c a Portu­guesa i"^Portugal é uma República soberana, baseada, entre outros valo­res, na dignidade da pessoa tiumanaena vontade popular e empenhada na c o n s f m ç ã o de uma sociedade livre, fusta e solidária^), do art. 1 , Item 1, da C o n s t l t u ç ã o A l e m ã C Die w ü r d e des Menschen Ist unantasltiar. 31 zu achten and zu schQtzen ist verpflichtung aliar staalichen G e w a l f ' ^ e do art. 10, item 1, C o n s t i t u i ç ã o Espanhola {'La dignidad de Ia persona. los deiecbos invioiables que ie son inheientes, ei íibre dosanoilo de Ia

154) F A G U N D E S J Ú N I O R . J o s ã Cabral Pflreira. 'Limites da c i ã n c i a 9 O roEpalto £ dignidade huniena" Irr. SANTOS, Maiia Celaara Cordairo UlW, etodí íBf l t i . dência da vtdB. o3 novos desafíos, p. 271. (55) T i a d ü ç ã o unasQ. 'Todos os cidadãos lém a mesma dignidade social e são prolegidos perante atai ° (56) T r a d u ç ã o nossa' 'A dignidade do ser liumaito 6 miangívet. Todos os podôiea públicos lém a otdgação de a igspeflar s a piolegô^.

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personaítdaa. ei rsspeto a Ia ley y a kts derechos de tos demús son fundamenta dei otOenpolilKoy de Ia paz acKMle'^)F^^

Nesse sentido, cabe ao n i i é r p r e i e da C o n s d t u t ç ã o a busca do real c » n l M k t o < t o p d r v : f p n d e ( f 7 a d a d e d r i p e s « a e b i M n B n a n ã o sendo í ó d i M MriMAo a r t e a p o i s s e r m â da e x p r e s s ã o 'cfenldade óa pessoa humana'.

F è m a n o b Ferreira dos S a l t o s apresente a emstftncta de 3 flifta) c o n c e p ç õ e s da f ü ^ i i O a f t e da pessoa huptiana o (ixtvkluflBsmo, o Irans-pefBonalfsmo e o pereonalbmo. oom aa seguintes c a r a c t e n s t í c a s ' " ' :

O individualisrno oeraderiza-se pelo e n t e n d í m â r t t o de que cada homem, culdancla dos seus infaressos, protege e reaTiza, í n d i r e t e m a n l a , 03 interesses coletivos. Seu ponto do parlidH é, portanlo. o i n d i v í d u o . Tratfl-fifl de uma c o n c e p ç ã o liberaBslH (InriMriiwJlsmnhijrgiiflfl). norte r* diraftoa rundamentais seriam Inatos e anterioras ao Estedo e impostea coíTX) hnWtes â ativkteda « M M B L Por e s u COncrepção. i m e r ^ ^ Itf <nm o %n de a t f v s g u M t e s a u t e n o r r é i i to MwhSucL p r e s e ^ ^ o u i o r i o n ü do Podar PuMco. r o n cor^tto entiB e i a ^ ^ p r t v S e g t e - » o Inttviduti.

O transpersorallsmo é unia C Ò n e e p ç É o Oposta ao individuoKsmo. defendando qua è realizando o bem de I D I J M que se salvaguardam oe interesses individuais. Inexrstindo harmonia e s p o n t â n e a entre o bem do ir>dkviduo o o bem ò o lodo, devem prosperar, sempre, OB valores coleti­vos. ^ 4 « o a - a a . por essa c o n c e p ç ã o , a peesoa humane como velor supre­mo, aflnriando-se que a digriidade da pessoa humana é realizada no cotetrvo. T « m c e m e c o n c e Q ü â n c i a a landtecis de. na n t e r p r e l a ç ã o do <tiaito, l imitBr-MSlMntedesmtavordiJ f f JSUaoe'^

O pofsonfliwmo re|eite as c o n c e p ç õ e s trytiriOualiste e cotetiviste. n s g M d o a s a p Q n l m i d s d e da harmonia entm intffvkJuo e sooedade BUscs a c o m f w f l b N l T B ç â o « m m valores mdhriduate a valores coletivos paitlndu da d i s t i n ç ã o entre moivlOuo e psaaos. S * no individualismo exsite-» o homem abstraiu, tfpico do i i b e t e l i a i r i o b u r o u â e , no personalismo o indnritiuo Tteo é apenas uma paite. Como Umapsdra-de-edriicio no lodo,

Vn T r a O U C é O I M f c -A tfyiÉSltf tf a M « > flMMm tão t w n « * s ™ d M F W i i w S g tf M O M B O S O S . O/mpeSo ptis im t pta tfnMH doa ouKoa tào ttfujmrmrmx tf ortfm pcetx* a dS peeaocÈà.' (Ur Os IbSoa se r f i m s u a ^ i i « • v ^ t f r u nncttba l o m « m k k » do lA* jwimjtfitfto.luv.hfjAeMSO m-'2-3iOüS

çm ftSMéto ntitftf i i in IBF tf dgmiaat tf p s w tnxtmna pHtfn, («te « S n

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ela â. n á o obstante, uma r o í m a do mais alto g ê n e r o , uma pessoa, em santdo amplo — o que uma unidade coletiva jamais pode s e i ^ L

A desperto de o p i n t ã e s diversas, antaridernos que a c o n c e p ç ã o IrvVvIduallBte ã a que melhor sc compahbrlrza com s d g n ã J s d e da pes­soa humana prevista r a C f ^ M d n o e / G ú n ç a f m s f í m h i f l V t e r « t e C i O -na a dKjnktede da pessoa humana corrte O raconhadmsnlo de que . para o Direito Constitudonal braaaatro. a pessoa humana lem uma « c p u d a d e prOprte e constitui um vetor am si mesmo, que n ã o pode ser sacnhcado a qualquer Interesse c o l e l í v o " .

Nesse sentido, o conceito de dignidade da pessoa humana aproid' me-se do direito que cada m d í v i d u o lem de a l c a n ç a r a p r ó p n a felirride-da'. n ã o de simplesmente eOstir. mas de lhe ser gaiantida a busca por uma e i ü s t è n c i a feliz, como expl iCA Lua Ataerta Devd Araura

'A v>da em sociedade E a t o * r t d « M p w n Í i r q M M l n J v i d ^ contretn suafeticioade.aaubtfn atenr- E. n o c a a o d o t r a n a e g ü a i . a

. telicidadesopodete9ffccriquistadaaimadria(^paraarTiudan-ç a de sexo, oa&o seja do seu irieresae Ao anaksar os pedidoe, portarno, o Poder J ü d i o â r a deve i i i t e r p r e t a r s C o r i f i t i a j i ç ã o . c o n l ^ me os p r i n c í p i o s conetitucionalfi, efipedalmanta o fundamento do Estado D e m o c r á t i c o de D i r e í l o . que tem oomo objetivo assegurara dignidade da pessoa humaria."^'

O c o n t e ú d o do principio da dignidade da pessoa humane n á o gera como eleito somente um comportamanto do EstoOo no sartido de prover a tfMrdade do o d a d ã o , mas t a m b é m atos oomis&ivos que v i a b á i z e m a Duaca pelo c i d a d ã o de sua leJodade

Uarcu3 Vinidus Xavier de Oirvetra destaca a r e l a ç d o entre a topd' grafie do pnncjpio da dignidacM da pessoa humana na C o n s t i t u i ç ã o Fe­deral de 19BB (art. 1 ° ) e o s a u g r a u d e i m p o r t ã r i c i a r i ã o s õ i u r i d í c B . CXH110 Umbam poiioca:

"O principio da dignidade da passoa humana e s t á insculpido na r n a i i e m b l e m á t i c a norma da C o n s t i t u i ç ã o , o ari. 1°, norma que traz e m « i toda a carga da e s p e r a n ç a qua anos de dttndura n á o con-aeguHrem sufocar. Sejundicamenteeledelineia lodo o a r c a b o u ç o j u r í r i c o brasieao.devanctoaeiW de turva p r i m á r i a p a r a q u a i q u é f

mt C B — « á n t a f A CnnMBl f fc tf » » f . p 14 m 4 pntagao oonsmudoaM õo c w w n t f , p. ID6,

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\í\i0tptetaçàú consi i tüclonâlrnârttâ adequada, j á que veicula p r í n d p i o s i n d e c l i n á v e i s como o princCpio republicano, o principio federativo, o principio de eetedo constitucional, principio da liberdade, princi­pio da soberania popular ele, polilicamente ele significa a v i t ó r i a da liberdade contra a o p r e s s ã o , da paz contra a belicosidade, do hu­manismo contra o lecnicismo desumanizante

Nesse mesrno compasso, Luiz Alberto David Araújo, em seu estu­do sobre a p r o t e ç ã o c^stitucional do transexual, atinna que:

" ü i n t é r p r e t e deve retirar do Texto Constitucional os valores para sua tarefa. A dignidade da pessoa humana d e v e r á servir de taro! para a busca da efetividade dos direitos constitucionais. Em rela­ç ã o à p r o t e ç ã o constitucional do transexual, por exemplo, a digni­dade da pessoa humana r e v e s l i r - s e - á de principio n e c e s s á r i o e b á s i c o para a sua p r o t e ç ã o constitucional/^^

Sob o ponto de vista interpretativo, o p r i n c í p i o da dignidade da pes­soa humana i m p õ e um vaJor interpretattvo no sentido de que a constru­ç ã o da norma j u r í d i c a deve ter como elemento a x i o f ó g i c a a busca da felicidade do ser humano, sendo que essa busca da felícLdade' demanda n ã o s ó a liberdade f í s i c a da passoa, convi t a m b é m a m a n u t e n ç ã o das c o n d i ç õ e s materiais n e c e s s á r i a s ao alcance dos objetivos individuais.

Assim, terrKrs que, na s o l u ç ã o de conflitos da p r o t e ç ã o constituci­onal á vida seja com outros bens juridicamente tutelados (cem normas j u r í d i c a s que protegem outros bens j u r í d i c o s que n ã o a vida diretamen­te), seja em r e l a ç ã o ao p r ó p r i o direito â vida (choques entre direitos fun­damentais), envolvendo mais de um i n d i v í d u o ou um mesmo i n d i v í d u o , aplicaremos o pr í tx r íp io da d i ^ i d a d e da pessoa humana soQ o enfoque individuallsla, conforme p o s i ç ã o j á fixada.

Destaquemos, porf í n , os enstoamenlos de Marta Nste/w D m z que, enfrentando a i n f l u ê n c i a do p r i n c í p i o da dignidade da pessoa humarte na s d ü ç â o d s q u e s t õ e s do Biodireito e da B i o é t i c a , entende que:

'Urge (.,.) a i m p o s i ç ã o de limites ã moderna medicina, reconhecerh do-se que o respeito ao ser humano em todas as suas tases evo­lutivas (antes de nascer, no nascimento, no viver, no sofrer e no morrer) s ó é a l c a n ç a d o se se estiver atento ã dignidade humana. (...) O respeito ã vida humana digna, paradigma bioético, deve estar

( 6 4 ) Cofisrdeiaçoss em tomo do pnocipio Oa dignidade da pessos humene. peasim. (65) dí p. 104.

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presente na é t i c a s no ordenamento j u r í d i c o de todas as socieda­des humanas. (...) A C o n v e n ç ã o sobre Direitos Humanos B Biome-dicina, que foi adotada pelo Conselho da Europa em t 9 de novem­bro de 1996, a p ô s advertir no P r e â m b u l o que c mau uso da biologia e da medicina pode conduzir à p r á t i c a de atos que colocam em risco a dignidade h u m ^ a , prescreve em seu art. 2° que "os inte­resses e o bem-estar do ser humano devem prevalecer sobre o interesse isolado da S í x i e d a d e ou da c i ê n d a " . Como e n t ã o ficar inerte diante de a g r e s s õ e s á dignidade de seres humanos ou do respeito á v i d a humana sob o pretexto de buscar novos b e n e f í c i o s para a humanidade? Como silenciar diante de injustiças cometidas contra a pessoa humana, aceitando que os fins justificariam os meios?'^

6.2. O princrplo do primado do direito ã vida

É ó b v i o que n ã o h á Direito sem vida. Se o Direito tem por objetivo regrar o componamenio humano intersubjetivo afim de garantir a manu­t e n ç ã o da sociedade, n ã o haveria r a z ã o para a e x i s t ê n c i a do drretto, para a e x t s t ê n c l a ó e normas j u r í d i c a s , se n ã o houvesse sujeito para aplica­ç ã o doa mesmos, se n ã o existissem seres humanos sobre os quais incidissern as normas.

Da mesma forma, n ã o existiria S í x s e d a d e sem vida humana, motivo pelo qual a p r o t e ç ã o do bem "vida" é requisito sfne qua non para a manu­t e n ç ã o da sociedade e, por c o n s e q ü ê n c i a {ubi soctetas. íbijus), para a e x i s t ê n c i a do Direito, tomando-se tal p r o t e ç ã o valor supremo para a so­ciedade e para o D r e í i o Trata-se de uma c o n c l u s ã o l ó g i c a .

A supremacia da vida t a m b é m tem f u n d a m e n t a ç ã o em sentido material, revelando-se como valor supremo para o ser humano, a l á m de f u n d a m e n t a ç ã o formai, vezque o Consliluinte petrificou a inviolabi­lidade do direito à vfda, a t r a v é s do ari, 60, § 4 ' , inciso fV, da C o n s t i t u i ç ã o Federa!, consagrando-a com essa p o s i ç ã o na escala normativat^.

Dessas letras iniciais surge o princípio Oo primado do direito à vida. segundo o qual a vida tem prioridade sobre todas as coisas, uma vez que a d i n â m i c a do mundo neia se c o n t é m e sem ela nada t e r á sen-

(66) DINIZ, Msria Helens. O asOdo atual do Bktdlrslto, p. 1B-I9. ( 6 7 ) A L A R C Ó N , P Í B I I D de Jesús lüia, op- cll-, p. 1 8 2 - 1 6 3 .

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tido B. por c o r o l á r i o , o direito á v i d a p r e v a t o c o r á s ^ r e qualquer outro, seja ele o de liberdatte religiosa, de iritoresse e c o n ô m i c o , de Interesse pol í t ico e t c i « L

Haverido conflito entiB dois direitos, inckJi ré o p r i n c í p i o do primado do mais r e i e v a n t e i ™ , superando hierarquicamente o direito á vida, sob qualquer um de seus enfoques (integridadeffsfca e moral, direitos funda­mentais de primeira, segurida, terceira, quarta, quinta e sexta g e r a ç õ e s ) , qualquer outro bem j u r í d i c o . Sobre O valor do bem "vida", dtamos Marconi ao Õ CaTão:

XI dktíto è vida e s t á inserido entre os direitos de personalidade de ordem f í s i c a , ocupaixio p o s i ç ã o de m á x i m a i r r ipoi tãncia como bem maior no â m b i t o j u r í d i c o , pois, ao seu redor e como c o n s e q ü ê i x j i a de sua e x i s t ê n c i a , todos os demais bens g r a v i t a m , " ™ '

A indisponibil Idade do direilo à vida t a m b é m ô uma c o n s e q ü ê n c i a da p o s i ç ã o a x i o l ò g i c a supenor da "vida" sobre os demais bens j u r í d i c o s , o que é, m c t u s í v e , r e f o r ç a d o pela iefra expressa do capul do art. 5" da Lei Fundamenta de 1988 ("...garantindo-se aos brasileiros e aos es­trangeiros residentes no P a í s a inviolabilidade do direito á v i d a . . . ' ' ) .

Trata-se t a m b é m de um direito de c a r á t e r negativo, impondo-se peki respeito e pela o b s e r v â n c i a que a todos os membros da sociedade se exige, e, em virtude disso, tem-se a ineÍFCÓcia de qualquer d e c l a r a ç ã o de vontade de i n d i v í d u o que implique n e g a ç ã o a esse direito, visto que n ã o s e poda tirar a vida humana, por si ou poroutrem, mesmo sob con­sentimento em r a z ã o do c a r á t e r supremo do bem da vida, consagrado p d a ordem j u r í d i c a brasileira^'^. Desse mesmo entendimento partilha Piôtro de Jesús Lora Aíatcórt.

"Diz a norma [ait. 5^., oaput. da C o n s t i t u i ç ã o Federal de ISesF^ que o direito ã vida é i n v l o i á v e i , portanto, ao abrigo de qualquer v i o i â n c l a , i n t o c á v e J . i n t a n g í v e l . Em homenagem ã supremada do Diploma Constitucional, e com fundamento no art. 60, § 4^, inciso IV, pode-se inferir que qualquer projeto de emenda tendente a abo­lir a inviolabilidade do direito á vida seria inconstitucional. Tamttem um projeto de lei, uma lei ou ato normativo, pode ser declarado

(68) DINIZ, Maiia HeJena, op. Õ L p. 2S. (69) SOsm. (70) Op. Cil. p 1 S 9

(71) tdem (72) Obaervapão no&sB.

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inconslituciona! quando se manifeste c o n t r á r i o ao postulado cons­titucional da inviolabilidade do bem j u r í d i c o . Constata-se, essim, a ongrnartdade que possui o direito á v i d a en­quanto ttireilo f u n d a m e n t a l . ' ™ '

Portanto, do estudo do p r i n c í p i o do primado do direito à vida, extra­í m o s os seguintes pontos ú t e i s para esta d i s s e r t a ç ã o :

— no confronto entre o bem •Vida" e qualquer outro t>em j u r í d i c o , sempre p r e v a l e c e r á a vida, por ser axioiogicamente superior, e;

— o bem "vida" á i n d i s p o n í v e l , seja pelo titular desse bem. seja por terceiros, com ou sem o consentimento do seu titular.

BB. O pr incipio da concordância prática ou da barmontzGçeo

N e c e s s á r i o enfrentarmos a d i s c u s s ã o sobre qual a c o n d i ç ã o do direito mais tradicional á vida, isto é , vida como Integridade f í s i c a frente aos demais direitos fundamentais.

Alguns autores apontam o direito à vida física"^' como absoluto, í n a -í a s l á v e i , i n t a n g í v e l frente a qualquer s i t u a ç ã o . Tal v i s ã o afasta o real cor>-t e ú d o do conceito constitucional de vWa, c o m o j ó exposto antenomienle.

interessante como aiguns Autores^'*' no inldo da suas investiga­ç õ e s apontam enfaticamente o c a r ^ r 'absoluto" do direito á inlangibiti-dabe do direito à vida b i o l ó g i c a e, no desenvolvimento de suas teses, findam por, tíiocando o direito à vida b i o l ó g i c a ( a c e p ç ã o b i o l ü g i c a - e x l s -lendal da vida, vida como integridade í í ^ c a ) em determinadas s i t u a ç õ e s extremas (como a do doente terminai), com outros drrailos fundamentais como O principio da dignidade da pessoa humana e o principio da proibi­ç ã o da tortura ou de tralamerrto desumano ou degradante, v ê - t o supera­do. Parece, á s vezes, exialir um certo estigma na a f i r m a ç ã e da relelivi-z a ç ê o do direito ã vida f í s i c a .

(73) op. dl. p. ia?-183. (74) üEilizarTiOâ nesse trabalho as entuestôsfi "vida llsica". "vida biológicB' e "vlfta fí^qo-biolôgica" no sentiflo do vida sob a concepção de Iniagflüade física", de manu-lonçâo da analomia, dslologle e peique hümanas. (75) Citóinos como exemple Marfa Hdena Diniz qus, i>a sua obra O Eeíado Aluai Oo Bioòiisifo. defendo o pnncipio do pnmEido do dlreflo è vida (páginas 25 e 26 da citada obra), trate a vida « u n o bem absoluto o. BO analisar o "direito 3 mode digna" (péginas 317 a 361 da cbta), as aspódes de abotlo não onmFüBlimdae pala Diiaiio brasileiro (páginas 29 a 101 da obra), acaba por consideiar ratetiva a vida om delomlnadas siliiagõeB,

— 49 —

Ao m—mo tempo « f p gu* h á estigna. h â u m » a r M o ç à f ) ou ato i n d l « r e n Q f t M l i i l i ç i B « M u o ç õ M o l V M 4 « M k M z a g i o do ( M t o á p r o t e ç á o à vkfa como IntoLFlitoga h w c é . eomo no caso do at>orte sso-tmemal tponmiido pote ordenamenio j u r í d t e o p á l n o noa h i p ó t e u s de gravidez por estupro). d i a a c M M l â de Jlkdbxte do crtme ds homicldki pela e x t e i é n c i a de legllfena ( M M etc.

N ã o ae tem d ú v i d a de que n á o h ã que se falarem direllos quando inexiati d ser hianano, quando n ã o hA uma vide f Mca a asr tuteteda. Trata-se de premtssa imporente. mas nAodAf lKaou detenrwntepara a anaiise da r e t e e v i z a ç 4 0 Ou rteo d O M tonÉD I n n t o a OUtfO* dvMoa fmdamentM - x

Emsndemo* que • snAfiu doe tecoe de tensão existentes soire c ã í e « ü a t u n c t e f T i e n m i i a s w e s o r procedida sob doiasrfoque*.

9- quando a » s t e ainconáncta de dnsrfos / L v i d a r n e n í a a de m a á r de Ltne pessoa nem meamo caso cUlcitou. T e n x » como exemptoe dessa s h u a ç â o a tegltrma defesa S o estadode nocesnldade''*. em que ee admite o sacnf ICFO da vida ffaica de uma peeaoa em prol da w n i É W •. i i I da wiOa iisica de ouoe posoDu nume dstemunoda sau-B ç A o de teto em que oomante podeoe ee menter a vtda fisice de ume:

b. quando existe • c o n c o n è n c i a da dveMoe fundamemale inaden-tosnuntemeerrtepeseoerHjrndMerTTitoKtoGeeoconcrelo, Temoe oomo exompio d M M medtodade a ortetteiãsàa^^' na h I p ó t e M de paciente teirmnaL em te<4ãã ^ IrBegndade f loica e • d l ^ nldade da pessoa tejrrvrte, ' -

Em ambas aamodtodndeeentendenteg que d g v o b e v e í uma Inler-p i ^ t i D d M n o r m » p f Q É t f v M do "dWlO * vidaT fobeteVdMde tfM tem (ActteO'Bvando em c o n e a d e r a g ã d o prtectote intaipr^ ooidincte ptMca ou h e i m o n t z a ç ã o , peto quei M i n i p õ ^ c>yTtetopçAo doe berii í i r t e k x » KjndamonM ern oonfte lar o eacrittcte iMal de une em r e l a ç ã o eoc ouiroa. Concorrendo v é r t M normas corwlilucionajs sobre um moemo caso corKrelo. dever-ee-A

(7fl) F l g u í M aponiaafi& rio GrVftpo Penal BiatÜdio ( D « r e l o - L e i n. 7 S W W I %m eau en, 23. Inclaoa p « ip, coma c a u H t nau(lar>tBi da entliuridicUwla (77) A onoMnefiia * • « n o u u « « H I qua • m o t f ocon^ no I * M morwnto r « E u r > l í n « m « i c , ^ DCMT, t taa™ » ú f o i M W para a m « r K j i e r . t f o u rtto nucei n a o * K x r W d a Q pKMnia a a p a n » H r w c é n ™ , gue o^AtíÊumm o t 0 > g t « v U n

— SO —

procww a o m i p o e i ç é o anire as meomoe, rrteondo-te tovM e C M i A ^ ^ manloe reciprocoe de torma a conaegur iene h e m i a n a e ç i o ou concor-d ã n c t e prAtice entre as meemas

Aflrmamoe que o direilo â vnte conxj imegrldBde ffstca, como isnv M m M dematt dffneneAM do direite è vkte { r ã w l o e tundameri^ s â o rotativos frente A concorrAncia (focoe d « t e n s ã o que podem ser vretos como antinumlas aparentes deniru do sistema jur ídico consiituclortal) comoulroadlreilosfundamentaJa. - - ^ . '

7 . M e t a « M ú d P

tfWe e seOde s ã o tennps muio edutodoa, W M nem eempre bem d e m » . Tinte H j da l e r m o B t ^ ntMee V M M O A O ( A s e d n como E I -n ú n é m e « . « m ouea& opodunidadB. antoi idoi conto teatteitoe total­mente estanquei, sem a devxla i r ter - r e t a ç A o

N A o M i d e n t l c t a ú e B ^ t m ^ i d B ~ a ' s a u d e ^ m a s . sim, uma r e t o ç á o de irrfenu d e p e n d è n c a entre esses dota neOtutoa Em reeHade o d l r e « o ã s a ú d e é verdadeiro desdobramerite do dreno â vida*^.

O (ireite A vida, de natureza irtervKlual de cada o d a d á c , retere-se n ã o eomente ao vnpedrnerito de ates que certem de forma m s l a n i ã n e a a vida do MThUMno. como t o m b õ m oquetes aioe que de forma gradativa diminuam • M p s c W n a de vida do se< humano.

E, rsooMomoe, O termo vkta « , peta G o n e n u i ç ã o Federal, tratado como %ida com q u a i d a d e ' ™ a n ã o como mera aúbrevkte*", oque teva â neoMtadade de p r o t e ç ã o do i n d i v í d u o oonira q u t a q u e r t a l u a ç á o que MjA Cte>A2 de tw causar q u e t o ^ eferlo negeOvo qu* patM reduzir a « u a qutehtededevhte.

A s a ú d e pode ser anaiisada segundo t r ê s lipoe de obordagani. a ostdeca, a piospect^a e a ^ s i r a t e g i r r a Snhn * n t e q u a e t o á ã D o . a e e i j d e â H o u s é n o a de d o e n ç a . Trata-se de i#ne w i o enencItovniiiteQtoPva eque durante muito tampo toi adotada patee proAssionata do carnpo da s a ú d e * " .

[Taj A H A ü J O , Luiz Albwto Davkl. e NUNES JUNIOH. V-flai Serram. í p crf . p 414 (78) C o n c e p ç à ú tf wda sob o enfoque Oo p r i n c í p i o tf O i i F i i i í a t f tf pessoa humana. (M) A 4 i p r « i a o '•obrowlda' â aqui utilizada no HiiTido tf i s t i ú m a n o de m B n u l e r i ç A f ) r n a u b ú n c * Do w n m w o sem que Mja cooMivatf a •ntoedtftf h M n e c M á r t a A l e A i i r a ç S o p » i o h c m m tf saus a n s & O í infllviajaie • DOtai^oi. obrtaaAianOo o A l c v u tf - f t f c t f o a -

fll) SOUTO, C ^ í M F m r a . S a í » u T t f i t f X P UTM r w * ^ om j n t f r n r t j p SD

- =1 —

a o a t r a b a k t i â d o r e s d c : ! » i i '5 individuais pravislos no art. 5 da Lei Mai­or, conforma aPaivo transe nlo:

"... axifitam, na C o n s t i t u i ç ã o , regras imposftivas enfétcas. que afas­tam a viaMidada |uridica de condutas ÍEScal izatònas e de controto da p r e s t a ç ã o de s e r v i ç o s qua agndam a Alwntade e dignidade b á s i ­cas da pessoa nafurar do trabalhador. IIustratiuamanla, a regra ge­rai da igualdade de todos perante a lek o da Tnvioiabilidade do d í r e i -

- iBé vida, à liberdade, ã igualdade, â s e g u r a n ç a e á piopriedade" W - 5". caput CF/Q&). T a m b é m a regra geral de que " n i n g u é m s e r á submebdo... a tratamento desumano ou degradante" fart. III, CF/88]. Ainda a regra que deoiara "tnviotávsif i a í n t u r u d a d e , a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à i n d e n i z a ç ã o pelo dano motcrial ou moral decorrente de sua viola­ç ã o " (art, 5*. X. CF/8a). Por f im as ragras gerais c l á s s i c a s no sen­tido de que " n i n g u é m s e r á privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo tegaT (art,5*. Ut e UV, CF/sa},

Todas essas regras e p r i n c í p i o s gerais, portanto, cham uma fron­teira i n e g á v e l ao exercido das f u n ç õ e s f i s c a i i z a t ó r i a s e de controle no contexto e m p r e g e l í c i o , colocando na tranca ilegalidade medi­das que venham agredir ou cercear a liberdade e dignidade da pes­soa que trabalha empregatidamenle no país."™^

Portanto, a a i â s t õ n c t a Oe p r o t e ç õ e s e s p e c í f i c a s ao trabalhador no art. 7^ da C o n s t i t u i ç ã o Fedsrai n ã o atasis a i i » d è n o i a , nas r e l a ç õ e s j u r í d i c a s e m p r e g a t í c i a s , dos dispositivos protelivos g e n é n c o s , e x t e n s í ­veis a todos oe c i d a d ã o s , previstos no art. 5" da Lei Maior a noutras normas j u r í d i c a s constitucionais.

Taf a f i r m a ç ã o é enfrentada t a m b é m pete b g i c â j u í d k t a . Sabemos que a C o n s t i t u i ç ã o Federal de 1988 encontm-se logicamente drvxMa Hiti T í l u l o s " . que c o n t é m "Capítulos'', que contem "artigos", que c o n t ê m Tnasos" e "parágrafos",

Essa dMs5o leva em c o n s i d e r a ç ã o coriceltos tógicos baseados na "teoria das dasses', no sentido de que uma classe é um conjunto de i n d i v í d u o s que preefv;f>em alguns repuisdos da a d m i s s ã o e que fazem com que entre etes hafa Ktentidade em determinado aspedo.

E a p r ó p r i a teoria das classes, traz-nos a n o ç ã o de "subciasse", corrio sendo um conjunto inserto em outro conjunto de maior d i m e n s ã o .

(68) Op. ca., p. 636-636.

conjunto maior esse que abrange todos os elementos do conjunto me­nor. Sobre a teoria de classe, transcrevamos os ensinamanlos de A/fred TefSkf.

"De Ias funciones proposicionales con una variable litTs se afirma a menudo. que expresan una determinada p r o p t e ü a d de objetos, pro-piedad ateeis a los objetos que Ia satisiacen y s ó i o a é s t o s (por ^emplo, te f u n c ã ô n propostcional <x es drvisitie por 2> expresa dei n ú m e r o x i a p r o p i e d a d d e s e r d i v i s i b t e por2, o d e s e r p a r ) La clasB que coTesponOe a esta t u n c i ó n c o n t e n d r á . pues, como ele­mentos, todos loa objetos poseedores de Ia oiteda propiedari, y a n t e g ú n atro. Oe esta forma, a Ioda propiedad de objetos se te p o d r á hacer corresponder un^ clase u n í v o c a m e n t e determinada. Ahora bien, U i n i b i é n eu verdadera Ia reciproca: a Ioda classe ae Ie pude asignar una propiedad posa Ida exdusivamento por los elementos de dicfia ctesse, a sabor ia propiedad do pedanecor a eHa, Por esto no es necessano, en Ia o p i n i ó n de muchos Lógicos, distinguir entre los conceptos de dase y propiedad; on outras palabias, una <deoria do propFedados> especial s e r í a innecesana.siendo sufici­ente ia teoria oe cases.'*'

Em suma, a "ciasse" envoNe todos os elementos que c o m p õ e m as S ü b c l a s s o s rieia insedas. E n ã o tornos d ú v i d a de que, seguindo a Cons-l i l u i ç ã o tal d i v i s ã o í ó g i c a . tomos, de uma formai global, os "títulos" como classes envolvendo os "capí tu los' como subdasses.

Portanto, os elementos contidos nas subciassas de uma mesma daseeou, melhor dizendo, incasu. os artigos que c o m p õ e m "capítulos" do um inasmo t f t u l o ' devem ser h a r r n ô r o c o B entre si, i m p o s s i t i i l í l a n d o , assrm, a c o n t r a d i ç ã o entre termos, a incompatibilidade eritre tais ele­mentos.

Analisando de torma msi3 c:ipr>cffica OG T í t u l o s ' da CooGti tuLção Federal de 1988, podemoevenficar que o "Capitulo r de cada T í t u l o tem. em si, regras g e n é r i c a s , a p ü c á v e i s a todos os demais c a p í t u l o s . Oe-monatremos:

— tito T í t i J o 11 — "Dos dtrertce e garantias fundameniab—. o Capftu-to I trata dos tSreilos e deveres jndMduau e coletrwos', que s ã o regras de c o n t e ú d o g e n é r i c o a p l í c ã v e i s a todos os demais C a p í t u l o s desse Titulo:

(60) TAPSKI, « t r e J . íffíwhicaôn a Is Lógica, p. 9S-I0O, ._

— 55 —

— No Titulo III — Dfl o r g a n i z a ç á o do Estado — . o C a p í t u l o 1 trata '• Tta o r g a n i z a ç ã o po^Ftko-administnnva''. que c o n t é m regras gerata

sobre a o r g a n i z a ç ã o e que s e r ã o aplicadas aos Capituloe de H e Vil, que tratam de cada unidade da o r g a n i z a ç ã o p o l í b c o - a d m i n í s -irattva ndvidutamonte ( C ^ U o iJ — "Oa ü r i ã o ' , Capitulo ktl - "Dos Eatadoa Fudaradoa'- Gapiiulo JV — "Dos M u n i c í p i o s ' ; C^LMO V

, — D o a s t n t o F a d e r a l . . . ' ) ;

— No THub VII — "Oa O í d o m E c o n ô m i c a a Rnaricoira", o Capllulo ' I t i a t a ' t ) o s p d r i c í p l o s g e m t a d a a 1 M a a d e e c o n õ m k : â ' , q u o c o r i T é m

^ ' regras geron sobre a atividade e c o n ô m i c a a que s e r ã o apttcadas •oa C a p í t u l o s seguinlofi, mars e s p e c í f i c o s como o C a p í t u l o H que nomiatiza a pol í t ica urtmna, o CapllulO III que normaliza a pol í t ica agrtoolB e hj r id iár ia e o C a p l l u b IV que Trata do sistema financairo nAcionat

^ ' - r t o l M V n — T t e O M m S o c t e r . o a t o â J o l M d a s T N s p o -•lOÔM Gerab" da ordem aocial e q u « s e r ã o apicarte a temas

, ftspecrticos contidos nos C a p í t u l o s seguintes, como rio C a p í t u l o 11 — "Oa seguridade s o c a r no Capftito Ifl — ' D a e d u c a ç ã o , da cutu-ra e d o desporto', no Capitulo tV — "Da c i ê n c i a o tecnologia'', e t c

As e x c e ç õ e s a tal c o n s t a t a ç ã o s á o somente os T í t u l o s I a IX, que ante o teor dos mesmos, n ã o possuem C a p í t u l o s .

Tal d e m o n s t r a ç ã o tem como otjJeOvo a l c a r i ç a r a o o n d u s ã a de que m denominados "Caprtutó r dc cada T í t u l o " da C o n s t i t u t ç ã o Federal exercerri a í u n ç ã o de emitir regras g e n e i K i u que s e r ã o aplicadas a Io­dos o « demais C a p í t u b s a ele pertencentes, que tratam de temas mais e s p e c í f i c o s , corforme rai:iocjnio ababio:

— o art. 7*da C o n s t i t u i ç ã o Federai de 1968 encontra-se inseito no C a p í t u l o II {'Dos Direitos Sociais') dg Titulo ü ("Dos Dirartoe e Qa-

, nnOas Fundamentais);

• — o C f l p f S j l o I Oo T í t u l o II da CF/H8, q u t trata "Dos direitos e deve­ras individuais a coletivos" (orl. 5^) emite regras gerais a s e w n aplicadas aos C a p í t u l o s II ('Dos direitos sociais), m c D a nacionaJi-dada"). IV n>te Direitos Poimcoe~) e v (-Dos partidos polít icoe"):

— os ertigos que c o m p õ e m o Capftito II (T)os í > i e r t o s Sooets") do TniAo II r O o s direitos e garantias fundamenlais') devem ser nler-pretados levando em c o n s i d e r a ç ã o as r e ^ a s g e n é r i c a s contidas rte C t a p r M 1 (l>7s cireitos e devBiH incfvKluaB A l é m

— 56 —

de que è s r e l a ç õ e s juridktee emprogaticias s á o a p l i c á v e i s os dia-posilTvos gerais de p r o t e ç ã o do ser humano.

Aos trabalhadores, a l é m da garantia ds viiegnctoda hsKa, t a m b é m s â o a p l i c á v e i s todas as dimensfies de direitos l u n d a m e n t a t ó .

RMpeitando os iimiiea d « a M < l M e í t a ç ã c , somos capazes, ante o todo ariahsado, M efliTTter que a C o n a l l u i ç ã o =ederal M 1 9 6 8 g a r a r t t a

mtegndade t í s i c a do trabalhador, cabendo-nos investigar corro essa In­tegridade é protegida.

- 5 T -

promovida p e b grupo muHidisciplInar envolvido na o r g a n i z a ç ã o do processo de trabalho com o objativo de tomar o trabalho mala com­p a t í v e l com as c a r a c t e r í a t i o a s individuais de cada trabalhador;

— e s l r u l i i r a ç ã o do processo de trabalho com o fim de aurrienlare quaiKlade de vida dos trabalhadores, possibilitando o alcance por cada um doa irabalttadores de um meitiof bem-estar e s a b s f a ç è e pessoal e proAssionaf;

— e í e h w a a t u a ç ã o do empregador e dos ó r g ã o s estatais competen­tes no tratamento, na r e a b i J i t a ç á o a na r e i n s e r ç ã o no mercado de trabalho dos trabalhadores acometidos por algum efeito m a l é f i c o do processo de trabalho; e

— I i i r u r i n d ç ã o e treinamento aoa Irabalhadores.

É momento de s é afirmaF que esse modela trazido pela etapa da qualidade de vkla do trabalhador ó exatamente o que melhor se compe-l i A z a com o conceito atual de p r o t e ç ã o do direrto à v k í a que enwofve a o b e d í ã n c t e ao principio oa dignrdade da pessoa humana imposto pelo arL 1 ^ III, da C o n s t i t u i ç ã o Federal de 198B, ao direilo constitucional do trabalhador a " r e d u ç ã o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de riormas de s a ú d e , higienes s e g u r a n ç a " (art. 7°. XXII, da CF/&8), ao direito g e n é r i c o ã s a ú d e , que é "dever do Estado garantido mediante p o l í t i c a s sociais e e c o n ô m i c a s que visem è r e d u ç ã o do risco de d o e n ç a e de outros agravos' (art. 1 9 6 d a C F / e 8 ) , a v f l t o n z a ç ã o d o t r a b a i h o (art. 170 da CF/B8) 6 ao pfimsdo do trabalfio coma base da ordem social do Estado brasileiro (art 193 db CF/B8).

Em suma, é esse o modelo de r e l a ç S o t r a b a P h o - s a ú d e capaz de cumprir a p r o t e ç ã o do direito à vida de acordo com a sua c o n l i g u r a ç ã o atual (abrangendo n ã o s ó a integridade f í s i c a e rriental do ser humano, mas que t a m b é m é adjetivado pelas sers g e r a ç õ e s de direitos funda­mentais que se estruturaram a t é a presente data).

( 1 0 6 ) FtanwtsmoB D iBitoi oo itorr 5 . 5 do capilulQ I tfsta d^Bsertação.

— 9 0 —

C A P Í T U L O Ul

O DIREITO E A P R O T E Ç Ã O DA VIDA NO PROCESSO DE TRABALHO

T. C o n s i d e r a ç õ e s iniclala

Analisados o atual conceito j u r í d i c o de vida, os efeitos do pro­cesso do trabalho na inlegiidado f í s i c a do trabalhador e o modelo de r e l a ç ã o i r a b a l h o - s a ú d e mais comyahvel com a C o n s t i t u i ç ã o FederaJ de 19BB, partimos, agora, para o estudo do papel do Direito na reali­z a ç ã o da p r o t e ç ã o â vida na l o m a imposta pela C o n s t i t u i ç ã o Federai de 1988.

2. O Direito e o seu Instrumento de atuação

O homem é um ser social, sendo a w v é n d a em sociedade um requisito para a sua s o b r e v i v ê n c i a (Aristóteles )& dizia que o homem é um 'animal polibco'). É verdadeiro t a m b é m que, corno afirmou TTwmas Hobbies em "O Leviatã'. 'o homem é lobo do hornem", isto é, o ser humano tem uma p o t ê n d o de d e s l i u i ç ã o de seu p r ó x i m o , g e í a ü a pela hjta de interesses.

A fim de compattoilizar as í t o a s assertivas actfna, surgiu o 'Esta­do", que tem o objativo de organizara sociedade, iimriando a liberdade de seus membros, com o objetivo de a l c a n ç a r o "bem comum", isto é, a teiicidade de todos.

O insinimento utilizado pelo Estado para 'organizar a sociedade é o Direito, e mais especificamente as noimas j u r í d i c a s , que s ã o coman­dos (ordens), produzidos polo Estado, que t ê m em seu cerne a conces­s ã o de direitos e a d e t e r m i n a ç ã o de o b r i g a ç õ e s , comando esse de c a r á ­ter o b r i g a t ó r i o , ante o etemenlo coercitivo r>eto exrslenfe-

N ã o se tem c o n s e g u K k » um conceito ú n i c o de direito, n ã o s ó pela variedade de elemenios que apresenta, mas t a m b é m porque o termo "direito" é a n á l o g o , pois ora designa a "norma", ora a ' a u t o r i z a ç ã o ou

permtasAo' dada pela norma de ter ou fazer o que ala n ã o p r o í b e , ore a "qualidade do justo', exigindo tantas d e t i n i ç O e s quantas forem es reaih dados a que se apkxre" ,

O ser humano é ^tagir iDpor n « k r e z « , riAo s6 peto Inotlnio s o c t é -irel. m u t a m b é m por toi^ d e « M b M g A n c í a . q u * I tedemonstrs que A fnr ihor VTver em eociedade pare atingir seus obJeUvos. O h o n v m é « e -Bandtemento c o e x i s i é n c i â . p o i s n ã o ojiisle apenas, mas ooeirisle, isto é , vive necessanamenla em c o m p a n h B de outros i n d i v í d u o s . Com isso. e s p o n l â n e a e a t é irtconscientemente, â levado a formar grupos sociais, famiiia, escola, a s s o c i a ç õ e s esportivas, recreativas, culturais, rehgtosas. profissionais, aodedades agrfcdaa. mercamis. industriais, g r é n u o s , par-

l i d O S p o l l Ü C O B O l C , " , , , , . . . U h ^ C < - T . N . , , Em virtude dessas c a r a c t e r M i c u . •tfahi loram os indlvfduov en­

tre si r e t a ç õ e a de c o o r d e n a ç ã o . s u b o r d l n a ç A o , k n t e g r a ç é o e d e J k m l I a ç A o , r e l a ç õ e a e a u a que nflo so d ã o « e m o corMMmAante ^terscirnento de normas de o r g a n i z a ç á o da conduta eocal.

Conto o t e r hurrteito e n i X r i t í v ^ M em esiado cctf iv ivoi^^ a i n i e f » g i r , enconirando-se eob a i n f l u ê n c i a de algitos homens e estt sempre irfiirenciarido outros. £ como Iode toleraçdo perturtia os Indiv í ­duos em c o m u n i c a ç ã o reciproca, para que a sociedade possa c o n é e r -var-se é predso deimHar a atividade das paosoas que a c o r r ^ i õ e m , me-d u n t e n o r m u J u r í d i c a s .

Temos, assmi, qi teo Diirefto a t u a s o b r e o c o f i t e O í l M i é r t D f t u m é n o n t e r s u b f e t i ^ ' l a t o é , sobre as '-ririiiTm i r n neriwi hiannnna i f i i r o l i f i n a fHdroe seres humortos. sento o Direto Positivo o jurfdkns esiat>elecidas pelo poder polibco nus se i m p õ e , regulando a vkla social de um dado povo em determmBda é p o c a .

É mediante normas J u r í d i c a s que o tXratto pretende obter o equill-brfo snripi, Impedindo a desordem e o « dAHtns, procurando pmiegor o s â L K t o a a moral p ú b l i c a , resguerdando OS direitos e a liberdade das p e u o u . -,r.. ,

3L 4 í N i n n a A i r M c e « e p r M é p i O d t V M

Num Esiadorar igidopetoprTOptodatogMHli<hGlK>trdoart . S> da C o r v n u i ç f l o Federal), raahza-se o Direto quando ae aplice, a um

(i)Dmiz, U M H i É n C [ v n p d n d o » n r r [ X b ç t o zie-zra

— W —

caso concreto, uma norma jurfdice, que é produlo de i n t e r p r e t a ç ã o de enuncrados prescritivos. i n t e r p r e t a ç ã o essa tpre teva em cor-eJderaçáo os vetores adocodos pela aooedade e busca a Justiça pcira o caao concreto

Iam fl, nn f i i r i rMan ria waiTãcnnrtnrftTito reniin temoa tagw fctoiM qua d u i w i M T h a i n o n t e a J o » . Wmnn fatores de­vem ser a r i a u s é d o a frvnre to fato to Brasi ser, dedaredamarita. confor-meart 1 ' d a O o n s t i t i A Ç ã o Federei de 1988. u r n ^ E s i a t o D e n t o c r á t i c o de Direito", dasse essa de Estado que possui nuances especificas que interferem rUrMamante na c o m p o s i ç ã o e na harTnonizaç&O doa latores que instrumentalizam o Direlio. Pare lal d e m o n s t r a ç ã o , aprasantertios a d e l i n i ç ã o a as caracienaticas do Estado D e m o c r á t i c o da Direito no Bra­sil a t r e v é s do m a g i s t é n o de tjosé Afonso úa Silva: •

'A c o n f g u r a ç A o do EsTaào Detnocràtfco de Dfretto nSo significa •pensa unir formalmente os conceitos de Estado D e m o c i é b c o e Estado de Direito Constale, naverdade, na t ; n a ç ã o d e u m c o r ) c e i l o novo, qdS leva em conta oe g o n c e ü o s dos etomeraoe comporiarv l i a , fnaa os supera na medkla e m qua hcorpoia um oomponerVe r e v o l u d o n á t o d é l r s n é t o r m a ç f l o to s I M u a q ü o , ^

' A daíTKicracto que o Estado DerTKicrttco ite Dvsto pseira h é to ser urn p n x a s t o to c o n v r v é n o a socid riuma s o c t o t o * Wre. (Mrta (art 3", ^ , am que • poder e m a r â do povo que deve ser exarado em proveio do povo, toetamenleou p y repruju W t o l toijs (art 1 ^ p a r á y B t o i > T t o ) : p t o t o ^ M a . p o r i x c e n v c é ^ a p a r * x ^ te do pCM) rte procesto d a c t e ú t o e na " o r m a ^ tos s k » to governo plUteM porque resperte a pluralidade de Idéias, o/teras e etnias e pniaupto MSlm Q diãtogc ariiro opiniões e pensarnen^ e a posfltMMato to c o n v i v ê n c i a de formas de o r g a n i z a ç ã o e nteres-ses difererites da sododade; h á de ser um pnx:esso de U b e r a ç ã o da p u n o a humana tlafi formas d « o p r e s s ã o que nao doponto apenae dO reconheamento fumuil de certos direitos individuais, políticos e sod-alft. mas espedalrrienie da v i g ê n c i a de c o n d i ç õ e s e c o n ô m i c a s sus­c e t í v e l de tavorecer o seu plerx> exercfcia'^

D M M p é t t e f l M poetemos extrair que o papel to "Esteto D é m o -c f a t t c o t o D t r é l o ^ é i p i ^ M í v a ç é o da c o n v i v ê n c i a sooai (possibiiitar a vkte harmcritosa em sodedade). numa sociedade í v r e ( n ã o opnmida, I -vrepara cuiTuér os seus voteres) a justa (como reaiizeçãoda j u s t i ç a '

{ 3 ) S I L V A JDM U n » tf C w tf tovtf Consmudond PceOnQ. p 1 « {4> M m m m P I 0 9 .

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visia na forma exposta por A t o t í a s TeWes J ú n / o r c o m o " a d a p t a ç ã o recí ­proca da pluralidade dos entes, sua c o n e x ã o * haimonia-f^k).

O papel da lei no Estado D e m o c r á t i c x i de O í r e l o t a m b é m é enfoca­do por JoséAlonso da Silva.

• O prlnctoto <Ja lega Wade é t a m b é m urn pitocipto basilar do D e m o c r á t i c o de Direito. É da e s s é r t c i a Oo sou concerto subordinar­ã o à C o n e T i t u I ç a o e fundar-se na legalidade d e m o c i ã í i c a . Sufeita ae. como lodo Estado de Direito, ao t m p é n o da lei, mas da lei que roaJIZB o principio da igualdade o da j u s t i ç a rteo pela sua generali­dade, mas pela busca da i g u a J i z a ç â o das c o n d i ç õ e s dos social­mente desiguais. Deve, pois, ser destacada a r e i e v â n c i a da lei no Estado D e m o c r á t i c o de Direilo. nflo apenas quanto ao seu oon-cefto tormal de ato j u r í d i c o abstrato, gerai, o b r i g a t ó r i o e modificatfvo da ordem j u r í d i c a existente, mas t a m b é m ã sua tonçáo de regula-m e n i a ç â o tijrxJan'ief4aj. p r o d ü i t t o soQunto isn p r o c o í ^ ^ tituaooal qualificado, A ler ê efeijvomente aio oficial de maior realce na v*da poirbca. Ato de d e c i s â c poi r i íca por ©xceiôncia. e por meio dela, enquanto emanada da a t u a ç f l c da vontade popular, que o poder eslatal propicia ao viver social modos predeterminados de conduto, de maneira que os membros da sociedade saibam, de a n t e m ã o , como guiar-se na r e a l i z é Ç A o do seus inreresses.''*

O instrumento de f o r m a ç ã o da noima j u r í d i c a é exalameniB a in­t e r p r e t a ç ã o , visra como o procedimento de à»leE>ção do significado de um deiernifriadc enwxaado p r e s c r f ü v o . aparlir da i n i e r a ç ã o entra o ms-i R m e n f o de o b s e r v a ç é o ( o texto legal) e & coisa observada (a s i i u a ç á c fâSca cofKiBla. com todas as suaa p e c i i é f l n d B d e s ) , lendo c o r r » finalida­de a p r á t i c a do Direito.

A i n t e r p r o l a ç ã o f u r f í t c a á verdadeiro ato de anundação^'^, nos mor­des e j t p o a i o » por J o s é LuizFionrP'. q u « realiza H f u n ç ã o do homionizar

( G ) T H . L E S J Ú N I O R , Atades. Diícuíno. UnBcagam a Jaatiça. p.33. 16) Op. ca. p. no. ( 7 ) EnufBiBcAQ e o Bio de « x j n c i a r , que A a anunctaçéD. é B ttàacat^ ito horwm na h i « 6 n a - . 410 «. iBmpDralzer. espaoafizAi • a d c f l í » B Ingun^wn (Tampo, sapato e K a c o m o c a O B^Ias enuwahvas) DU. cccno a e s í T a flefTunaJp, ataao por PIOÍP. B anunoaçao * i j ™ n a ™ m í da l í n g u a por ixn *to t x t i M à t f tf u f t o c â c ã o » tfpíqAB» B f w i a c X j ' * a n s t á n c a tf rrwlBc«(L « a • n e o i n a i f a v B M n ç A a a -•latf. taw p — J p—aBom. t fcwmi i > n r i a i p m u f m a n a tfsesirjioressemBot» vSkmm M wtmmstM HIUÍTIIIIIII sob a fema tf d isci iso- Cl . FKWiN J O M UXÍ, AÍ

astúaas tf a n u n c f a p í o . As c s M g o t f s tf pessoa, espaço e i&npo, p. 31. (6) A s asEbEMs tf ffrji^açáí. As categonas ae pmasos. c^jaço e ian%30k p. 31.

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O B Instrumentos de r e a i i z a ç â o . d o Direito em deiermirwdo caso concreto, tendo como seu produto (enunciado) a norma jur íd ica.

A noima jurfdica é o reEuilado de um processo de t i a r m o n l z a ç a o da fatores O n t e n x a t a ç ã o ) e que é s e e h a r m o n i z a ç ã o , pare a c o n s t r u ç ã o to nomte f isMca. é l a i a Iswrato em c o n s x t o r a ç â ^ rfslicas do caso concreto em a n ã H s e . isto ê, o caso concreto assume um duplo papel passivo, tim primeiro de i n a d è n d a de vatores sociais e da j u s U ç a para ef&to de alcance da norma jurfdica e um segwido de i n c t o ô n c l a da p r ó p r i a nomia j u r í d i c a , regulando o comporiomento-

Vamos nos atentar, agora, ao processo de i r i d d â n c i a da norma j u r í d i c a no caso concreto, e s p e c í t i c a m e n l o no sentido da se InvostigaT a astmtura interna da norma juríBtoa.

De que forma a norma j u r í d i c a incide no caso concreto? A t r a v é s da i m p l i c a ç ã o ensterrio e n í r e o antecedente e o c o n s e q ü e n t e dessa noima. que é bem analisada por Loonvaí Vüanovs:

"O r e v e s t í r n e n t o verbal das riorma furtoicas pr^Oivas r>M uma forma p a d r ã o VorTom-se nas peculiaridades de cada kfioma e em estruturas gramaticais vanadas. Gerelmenla, usam o indicati-vo-presente ou indicativo-tuturo, modo verta! esse que oculta o verbo propriamente d e ô n t i c o Odever-sertrarsparecenoverbo ser acompanhado de adjetivo participial: "esiá obngado", "oslé faculta­do ou permitido", "está proibido" (sem falarem outros verlx>s. como "Txxter" no presente [AjfutumitoirKtiCBtivo). Transparece, mas n â o aparece com e v i d ê n c i a tormaJ. Ê preciso reduzi' as ulUmas moda-i k t e t o e v e f t t a t e ã e e i r u t i K a l o f T n a É a M d a l i n g u a g ^ lógH^aparase obter a fórmula "se se d á um fato F Quatquer. então o suieifo S\ deve fazer ou deve omitir ou poder fazer ou omitir conduta C ante outro su/eito S~, que representa o primeiro membro da p r e p o s i ç ã o j u r i d í o â completa.

Como se v é . no interior desta f ó r m u l a , destacamos a hipótese e a tese (ou o pressuposto e a c o n s e q ü ê n d a j . A estrutura interna des­se primeiro membro da p r o p o s i ç ã o j u r í d i c a articula-se em forma togioa de i m p l i c a ç ã o , a h i p ó t e s e implica a tese ou o antecedente fem sentido formaO rtnpfcca o c o n s e q ü e n t e . A h i p ó t e s e é o doscritar de p o s s í v e l s i t u a ç ã o í á l i c a do murxto (natural ou social, m d u s í v e ) , cuja o c o r r é T K i a na reabdade verifica o descrrto na tepólese. N ã o cabe, como (issemos, interpretara h i p ó t e s e como p r o p o e i ç ã o pres-cntive ("se a l g u é m morre, deve ser a s u c e s s ã o de seus bens" nada se prescreve na h i p ó t e s e ) E descritiva, mas sem valor v o r í t e t i v o .

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O ü ô r dizer, verificado o feio j u r í d i c o , no suporte t á t c o , ou n â o verifi­cado, a h i p ó t e s e n á o adquire valor-de-verdade. Mas a h i p ó t e s e da p r o p o s i ç ã o normativa do Direito temem va/er especifico; vale, tem validade jur íd ica, foi posta consoante processo previsto no interior do sistema j u r í d i c o . (...) Diremos: o d e ô n t i c o n á o reside na h i p ó t e s e como tal, mas no vinculo entre a h i p ó t e s e e o tese. Deve ser o vincuio implicadonaS. Em outro giro: deve ser a i m p l i c a ç ã o entre h i p ó t e s e etese."^

Assim, lemos que, a p ó s a i n t e r p r e t a ç ã o , encontramos uma estnj-tura l ó g i c a (que é a p r ó p r i a norma jcridica) composla de d d s Iragmenlos, o antecedente— que descreve uma s i t u a ç ã o de fato permitida, proibida ou o b r i g a t ó r i a — e o conseqüente—que i m p õ e determinado comporta­mento ou efeito j u r í d i c o — sendo que ambos os fragmentos e s t ã o unidos por uma r e l a ç ã o de i m p l i c a ç ã o (se acontecer o antecedente, e n t ã o deve sor o c o n s e q ü e n t e ) gerada pefo modal d e ô n f i c o g e n é r i c o "deve ser". No InleriDr do c o n s e q ü e n t e (tese) temos a r n c i d ô n c i a de modal d e ô n t i c o e s p e c í f i c o , que pode ser"^ p r o t o i d o - í V ) , "ó obrigado"(0) e "é permitido "(P).

Temos, assim, esquematicamente, a seguinte "estrutura p r i m á r i a " da norma j u r í d i c a : -D( h -> cr"".

Chama-se de "estrutura p r i m á r i a " em r a z ã o da e x i s t ê n c i a de uma "estrutura s e c u n d á r i a " da n o r m a j u r í d i c a , sobre a quaJ apresentamos as palavras de Vilanova:

" Seguimos a teoria da estrutura dual da norma juridica: consta de duas partes, que se denominam norma p r i m ó n a e norma s e c u n d á ­ria. Naquela, estatuem-se as r e l a ç õ e s d e ô n t i c a s direrfos/deveres, como c o n s e q ü é r > c i a da v e r i f i c a ç ã o de pressupostos, fixados na pro­p o s i ç ã o descritiva de s i t u a ç õ e s f á t i c a s ou s i t u a ç õ e s j á juridica­mente qualificadas; nesta, preceituam-se as c o n s e q ü ê n c i a s san-c i o n a t â i i a s , no pressupocto do n ã o - c u m p r i m o n t o do e s t a t u í d o na nonna determinante da conduta juridicamente devida.

(...) O DIreito-norma. em sua integralidade constitutiva, c o r n p õ e -se de duas partes. Denominemos, em sentido inverso do da teoria ketseitiana, norma prímária a que estatui d l r e i i o s ^ d e v e r e s í s e n t i d o amplo) e norma secundária a que vem em c o n s e q ü ê n c i a da inob-

O) VILANOVA, Louriva], As EsinjUiras Lógicas s o Si^Bma Oo CW&to PosiOvo'. p. aS Sfi. (10) Tal que 'D" s i m b o i i í a • moda! O e õ n l i c o g e n ê i H » -Deve sef. H" a h i p á i ^ s e , "C" o c o n s e q ü a n l e e - • conector l ó g i c o c o n d i c i ü i i a l (qua, ne i i n g ü a g f l m r.io l o r m a i i z a i í a , significa "se e n t ã o

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s e i v â r K x a t o c o n d u l a devida, juatamemeparasantnonar seu inadíni-pJemento [ i m p õ 4 a coalivamente ou dar-lhe conduta substitutiva re-paradora). As d e n o m i n a ç õ e s adjetivas "pnmárta" s - s e c u n d á r i a " n ã o exprimem r e l a ç õ e s de ordem temporal ou causai, mas de antece­dente l ó g i c o para c o n s e q ü e n t e l ó g i c o T ' "

Finalizando a a n á l i s e da norma j u r í d i c a como testrutura lógica", apresentamos a "fórmula" completa da norma jur íd ica ( p r i m á r i a mais se­c u n d á r i a ) :

'•DK-[D(h->c)]('^}->S<'^T

O que pretendemos com essa e x p o s i ç ã o é formar a estrutura con­ceitua! n e c e s s á r i a para o estudo de como o Direito é capaz de protegera vida na sua c o n c e p ç ã o áf uai, a t r a v é s de normas j u r í d i c a s que objelivaiTi a p r o t e ç ã o da vida e que. para cumprimento de tal fim, t è m em seu ante­cedente um conjunto de condutas desejadas pelo Direilo que tenham por objetivo: m a n t e r á integridade f í s i c a do ser humano deforma digna, dar-lhe a u t o d e t e r m i n a ç ã o (1^ g e r a ç ã o de direitos fundamentais), possibili­tando ao ser humano as c o n d i ç õ e s materiais para a sua s u b s i s t ê n c i a (2^ g e r a ç ã o de direitos fundamentais), impedindo que os a v a n ç o s t e c n o l ó g i ­cos e a i r f l u ã n a a da g l o b a l i z a ç ã o , bem como o comportamento do ho­mem em r e i a ç ã o à natureza, indusive quanto â s atividades com a lecno-bgia g e n é t i c a , com a c i b e r n é t i c a , a i n f o r m á t i c a , a l ó m da g l o b a l i z a ç ã o , ponham em risco a e x i s t ê n c i a da humanidade (3^, 4*, 5" e 6^ g e r a ç õ e s de dlrertos fundamentais).

Isto é. no entecedente dessas normas o que teremos é a p r o i b i ç ã o de cfxidutas que sejam o b s t á c u l o à m a n u t e n ç ã o da wda. a o b r i g a ç ã o ou a p e r m i s s ã o tía p r á t i c a de comportamentos que gerem s i t u a ç õ e s de e s t í m u l o ã m a n u t e n ç ã o da estrutura vital humana.

Assim, cabe ao Direilo, observando as o c o r r ê n c i a s do mundo con­creto, s t í e c i o n a r os componamentos c ^ a z e s de gerar efeitos m a l é f i c o s à vida humana, tjem como aqueles capazes de estimular e dignificar a vida humana, e regular tais condutas a t r a v é s de normas j u r í d i c a s .

(11) Op crf, p. I I V I I Z (12) Tal que "D' airtiboltze o moda! deóribi» geniilco 'Dave ser", -i-r a hipótese, "Co conseq&ente e ° o conector lógicd condicional (que, r t llrigiiagen não lonnãli^add, significa , enlào .". (13) Tal qus S' slrriboliza a norma aecundârla, da c o n t e ú d o santionatoito pelo naa comprimarilo da n o í r n a piliriana, o aiínbDliz& ' n à o ' . isio e. o não comprinteniti da nomia prliriâria "•(ti-íc)", o prtiriairo °D" simboliza o moda! deâniico g e n é r i c o [Deví-sar) que implica o não cumpnmento da rtorma pnmána à norma secundana.

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