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7/18/2019 RFPETROResumoAula1D Inter Privado http://slidepdf.com/reader/full/rfpetroresumoaula1d-inter-privado 1/22 Direito Internacional Privado O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Cooperação Jurídica Internacional ............................................................................. 2 1.1 Carta Rogatória ..................................................................................................... 2 1.1.1 Tipos de Carta Rogatória ................................................................................ 4  1.1.2 Rito Processual ............................................................................................... 4 1.2 Homologação de Sentenças Estrangeiras ............................................................. 6 1.2.1 Requisitos para a Homologação de Sentença Estrangeira............................. 8 1.2.2 Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros .......................................... 10 1.2.2.1 Requisitos para a Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros ...... 13 1.3 Extradição............................................................................................................13 1.3.1 Tipos de Extradição ...................................................................................... 15  1.3.2 Processamento da Extradição ...................................................................... 15  1.3.3 Requisitos da Extradição .............................................................................. 18 

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros

doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

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Sumário 

1. Cooperação Jurídica Internacional ............................................................................. 2 

1.1 Carta Rogatória ..................................................................................................... 2 

1.1.1 Tipos de Carta Rogatória ................................................................................ 4 

1.1.2 Rito Processual ............................................................................................... 4 

1.2 Homologação de Sentenças Estrangeiras ............................................................. 6 

1.2.1 Requisitos para a Homologação de Sentença Estrangeira ............................. 8 

1.2.2 Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros .......................................... 10 1.2.2.1 Requisitos para a Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros ...... 13 

1.3 Extradição ............................................................................................................ 13 

1.3.1 Tipos de Extradição ...................................................................................... 15 

1.3.2 Processamento da Extradição ...................................................................... 15 

1.3.3 Requisitos da Extradição .............................................................................. 18 

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1. Cooperação Jurídica Internacional

Trata-se de tema muito importante a todo tempo, tendo em vista que a cada dia avida em sociedade se encontra mais globalizada, graças ao enorme avanço nos meios de

comunicação e de transporte. A exemplo, hoje uma passagem aérea partindo do Rio de

Janeiro para Buenos Aires é mais barata do que uma partindo para Fortaleza.

Neste passo, torna-se mais frequente a integração entre Estado, pelo que institutos

de cooperação jurídica internacional tornam-se cada vez mais essenciais.

Não fosse só, trata-se de tema atual, devido às investigações no caso FIFA, sobre o

qual o MPF brasileiro está invocando informações e pedindo provas à justiça da Suíça para

estabelecer o quanto de dinheiro foi remetido para esses países e de que maneira houveessa remessa. Esse tipo de informação jurídica faz parte de uma cooperação entre a justiça

suíça e a brasileira.

A cooperação jurídica internacional se manifesta através de três institutos:

a) carta rogatória

b) homologação de sentenças estrangeiras

c) extradição

1.1 Carta Rogatória

Como dito anteriormente, torna-se cada vez mais usual que brasileiros viajem pela

América do Sul, tendo em vista os altos preços cobrados pelas empresas aéreas em

passagens para cidades brasileiras.

Imagine-se que um brasileiro, de férias na Argentina, ao atravessar uma das largas

avenidas de Buenos Aires, acaba presenciando um atropelamento.

Deste fato social em diante, as autoridades argentinas irão qualificá-lo e liberá-lo

para suas férias na cidade, retornando ao Brasil e seguindo com sua vida normal.

Na Argentina, será aberto um inquérito, que dará origem a um processo penal

presidido por um juiz que, em dado momento, precisará produzir provas, sendo a principal

delas a oitiva da testemunha brasileira.

  Como o juiz argentino poderá ouvir a testemunha, que reputa essencial, que

se encontra no Brasil?

Não faria sentido nem receber o juiz no Brasil nem ordenar que o brasileiro vá até a

capital argentina para testemunhar o fato.

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O razoável, portanto, seria o juiz argentino colocar em um papel as perguntas que

faria à testemunha caso na sua presença estivesse. Após realizar a quesitação, abriria às

partes para quesitos complementares e, então, por ser juiz estrangeiro1, deverá fazer uma

carta rogatória2, para que a justiça brasileira produza as provas por ele, ou seja, que coopere

 juridicamente com a justiça argentina.

Assim, no Brasil, o primeiro passo será verificar se o pedido pode ou não ser

atendido, ou seja, se é legítimo e compatível com a ordem pública brasileira, servindo como

um filtro de admissibilidade. Trata-se do juízo de delibação, um juízo de cabimento.

Com efeito, o juízo de delibação era realizado pelo STF, como guardião da

Constituição e órgão máximo. Recentemente, pela EC 45/04, que trouxe a Reforma do Poder

Judiciário, mitigou-se o juízo de delibação, dividindo-o entre STF e STJ: com o STF ficou

apenas a extradição, cabendo os demais institutos da cooperação jurídica internacional ao

STJ.

 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas

rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Neste passo, a carta rogatória é apresentada a juízo de delibação a ser realizado pelo

STJ, entendendo ou não pelo cabimento do pedido.

Obviamente, a tendência é de aceitar o pedido estrangeiro, mas se faz necessário o

 juízo de delibação, pois pode ser que o pedido não seja compatível com o ordenamento

 jurídico brasileiro.

Exemplo: a mesma carta rogatória do exemplo argentino poderia ser do governo

iraniano, pelo que poderia constar no pedido que fossem utilizados meios de tortura para a

obtenção da prova testemunhal, o que não seria atendido pela justiça brasileira.

Não fosse só, muitas vezes é tênue a distinção do que seria prova lícita e ilícita em

ordenamentos jurídicos diferentes.

Exemplo: é característica da produção de provas na justiça americana o flagrante

forjado, como a infiltração de policiais americanos em quadrilha de traficantes. No Brasil,

contudo, o flagrante forjado é prova ilícita, sendo necessário um juízo técnico de cabimento,

 justamente para apreciar se será aceitável no ordenamento nacional o pedido estrangeiro.

1

 Juiz estrangeiro não ordena, não julga e nem diligencia em território brasileiro por não ter jurisdiçãono local.

2 Rogar é pedir humildemente, tratando-se a carta rogatória de um pedido, portanto.

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Após o STJ examinar e reputar procedente a carta rogatória, ele, então, aprova o

pedido estrangeiro e determina que o pedido seja executado, por meio do exequatur , que é,

portanto, uma ordem de cumprimento.

Importante ressaltar que não será o STJ quem cumprirá, pois isso caberá ao juiz

federal de onde a prova será realizada.

 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

 X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta

rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as

causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

Assim, conclui-se que, após juízo de delibação realizado pelo STJ e consequente

exequatur  a carta rogatória, essa é cumprida por juiz federal.

1.1.1 Tipos de Carta Rogatória

São dois os tipos de carta rogatória:

a) carta rogatória passiva: é aquela recebida pelo Brasil, que é o Estado requerido.

Trata-se da carta que será aqui cumprida se entendido procedente o pedido estrangeiro.

b) carta rogatória ativa: é aquela requerida pelo Brasil, que é o Estado requerente,

portanto, a ser cumprida em Estado estrangeiro.

Exemplo: após a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014, pode ser que muitas

mulheres vão à Defensoria Pública requerendo ação de alimentos no exterior para os filhos

tidos aqui de estrangeiros. Deverá, portanto, haver a citação dos pais estrangeiros, o que

será feito por carta rogatória.

Tudo o que foi falado até o momento se refere à carta rogatória passiva, pois, a uma,

não há como se estudar a forma de execução nos países que não o Brasil, já que haverá

especificidades, e também por não ser o tema objeto de provas de concurso público.

1.1.2 Rito Processual

O rito processual da carta rogatória está previsto na Resolução nº 09 do STJ, que

também é aplicada para a homologação de sentença estrangeira.

RESOLUÇÃO Nº 9, de 4 de maio de 2005

 Art. 1º Ficam criadas as classes processuais de Homologação de Sentença Estrangeira e

de Cartas Rogatórias no rol dos feitos submetidos ao Superior Tribunal de Justiça, as

quais observarão o disposto nesta Resolução, em caráter excepcional, até que o Plenário

da Corte aprove disposições regimentais próprias.

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Parágrafo único. Fica sobrestado o pagamento de custas dos processos tratados nesta

Resolução que entrarem neste Tribunal após a publicação da mencionada Emenda

Constitucional, até a deliberação referida no caput deste artigo.

 Art. 2º É atribuição do Presidente homologar sentenças estrangeiras e conceder

exequatur a cartas rogatórias, ressalvado o disposto no artigo 9º desta Resolução.

 Art. 3º A homologação de sentença estrangeira será requerida pela parte interessada,

devendo a petição inicial conter as indicações constantes da lei processual, e ser

instruída com a certidão ou cópia autêntica do texto integral da sentença estrangeira e

com outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos e autenticados.

 Art. 4º A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação pelo

Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente.

§1º Serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriamnatureza de sentença.

§2º As decisões estrangeiras podem ser homologadas parcialmente.

§3º Admite-se tutela de urgência nos procedimentos de homologação de sentenças

estrangeiras.

 Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira:

I - haver sido proferida por autoridade competente;

II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;

III - ter transitado em julgado; e

IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor

oficial ou juramentado no Brasil. Art. 6º Não será homologada sentença estrangeira ou concedido exequatur a carta

rogatória que ofendam a soberania ou a ordem pública.

 Art. 7º As cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios.

Parágrafo único. Os pedidos de cooperação jurídica internacional que tiverem por objeto

atos que não ensejem juízo de delibação pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda que

denominados como carta rogatória, serão encaminhados ou devolvidos ao Ministério da

 Justiça para as providências necessárias ao cumprimento por auxílio direto.

 Art. 8º A parte interessada será citada para, no prazo de 15 (quinze) dias, contestar o

 pedido de homologação de sentença estrangeira ou intimada para impugnar a carta

rogatória.

Parágrafo único. A medida solicitada por carta rogatória poderá ser realizada sem ouvir

a parte interessada quando sua intimação prévia puder resultar na ineficácia da

cooperação internacional.

 Art. 9º Na homologação de sentença estrangeira e na carta rogatória, a defesa somente

 poderá versar sobre autenticidade dos documentos, inteligência da decisão e

observância dos requisitos desta Resolução.

§ 1º Havendo contestação à homologação de sentença estrangeira, o processo será

distribuído para julgamento pela Corte Especial, cabendo ao Relator os demais atos

relativos ao andamento e à instrução do processo.

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§ 2º Havendo impugnação às cartas rogatórias decisórias, o processo poderá, por

determinação do Presidente, ser distribuído para julgamento pela Corte Especial.

§ 3º Revel ou incapaz o requerido, dar-se-lhe-á curador especial que será pessoalmente

notificado.

 Art. 10 O Ministério Público terá vista dos autos nas cartas rogatórias e homologações

de sentenças estrangeiras, pelo prazo de dez dias, podendo impugná-las.

 Art. 11 Das decisões do Presidente na homologação de sentença estrangeira e nas cartas

rogatórias cabe agravo regimental.

 Art. 12 A sentença estrangeira homologada será executada por carta de sentença, no

 Juízo Federal competente.

 Art. 13 A carta rogatória, depois de concedido o exequatur, será remetida para

cumprimento pelo Juízo Federal competente.§1º No cumprimento da carta rogatória pelo Juízo Federal competente cabem embargos

relativos a quaisquer atos que lhe sejam referentes, opostos no prazo de 10 (dez) dias,

 por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, julgando-os o Presidente.

§2º Da decisão que julgar os embargos, cabe agravo regimental.

§3º Quando cabível, o Presidente ou o Relator do Agravo Regimental poderá ordenar

diretamente o atendimento à medida solicitada.

 Art. 14 Cumprida a carta rogatória, será devolvida ao Presidente do STJ, no prazo de 10

(dez) dias, e por este remetida, em igual prazo, por meio do Ministério da Justiça ou do

Ministério das Relações Exteriores, à autoridade judiciária de origem.

 Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogados a Resoluçãonº 22, de 31/12/2004 e o Ato nº 15, de 16/02/2005

1.2 Homologação de Sentenças Estrangeiras

Trata-se de tema mais cobrado nas provas, pois mais recorrente na carreira do que a

carta rogatória.

É cada vez mais comum que estrangeiros, principalmente europeus, venham morar

no Brasil para aqui exercerem sua profissão. Mais usual, ainda, é que o casamento desses

com brasileiras.

Exemplo: Paolo e Laura, italianos, se casam em Roma. Após uma crise no casamento,

decidem se divorciar consensualmente em Roma. Paolo, engenheiro mecânico, trabalha na

FIAT, na Itália, e recebe proposta para gerenciar uma fábrica no Brasil. Aceitando a proposta,

vem morar no Brasil e se apaixona por uma brasileira, querendo com ela casar.

O italiano, embora divorciado na Itália, não poderá casar com a brasileira.

Para que se entenda essa impossibilidade, há que se analisar a diferença entre ato

 jurídico realizado no exterior e sentença estrangeira:

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a) ato jurídico realizado no exterior: é válido no Brasil, independentemente de

qualquer conduta posterior. A única exceção se dá no caso do ato jurídico realizado no

exterior ferir a ordem pública, a moral e os costumes nacionais.

Frise-se ser recomendada a averbação no Consulado Brasileiro no exterior, mas não

se trata de condição de validade, mas sim para produzir efeitos contra terceiros e se dar

publicidade, por exemplo.

Exemplo1: um brasileiro que, morando em Londres, resolve fazer um testamento,

deixando bens que se encontram no Brasil e na Inglaterra para herdeiros e legatários que

estão no Brasil. O testamento, como um ato jurídico, será perfeitamente válido no Brasil,

sendo base para a sucessão testamentária a ser realizada no Brasil.

Exemplo2: casamento entre brasileiros em Las Vegas. O casamento é um ato jurídico,

sendo perfeitamente válido no Brasil.

Exemplo3: brasileiro que compra um apartamento em Nova York. Essa compra será

válida no Brasil, devendo fazer constá-la no imposto de renda.

Observação: o professor costumava dar como exemplo o casamento homoafetivo

entre um brasileiro e um inglês, por ser permitido na Inglaterra. Ainda que fosse um ato

 jurídico realizado no exterior, não seria o casamento válido no Brasil, por aqui não ser

permitido. Contudo, com o posicionamento recente do STF, ao equiparar à entidade familiar

a união homoafetiva, o professor tende a achar que seria válido.

b) sentença estrangeira: não é válida no Brasil, pois juiz estrangeiro não tem

 jurisdição que alcance território nacional.

Exemplo: no exemplo anterior de italianos, divórcio não é ato jurídico, mas sentença

estrangeira, continuando casado para o direito brasileiro, não podendo casar-se com a

brasileira.

Voltando à situação fática do exemplo do italiano que embasa o tema, o estrangeiro

deverá ingressar com ação específica no Brasil, a ser proposta no STJ, para a homologaçãoda sentença de divórcio proferida pelo juiz italiano.

 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas

rogatórias; (Incluída  pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 

Homologada a sentença estrangeira, passará o italiano a ser considerado divorciado

também no Brasil, podendo casar com a brasileira.

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Cabe ressaltar que com relação à homologação de sentenças estrangeiras, o Brasil

adota a melhor posição que existe no mundo.

Com efeito, são três as posições, duas muito radicais e a brasileira:

1ª posição: segundo a qual, como nada que juiz estrangeiro decide vale no outro

país, se faz necessário que se ajuíze nova ação no outro país, a começar do zero, com

conhecimento e instrução, para que se profira nova decisão na justiça local.

Trata-se de posição ruim, pois pode ser que haja duas decisões diferentes para o

mesmo caso.

2ª posição: segundo a qual o que o juiz estrangeiro decidiu valerá no território local,

podendo ser executada.

Configura-se como outro entendimento ruim, pois o Estado mostra-se em posição

subalterna a outro, o que viola a soberania do país que se submete à decisão de juiz

estrangeiro.

3ª posição: posição intermediária, adotada no Brasil, segundo a qual não há que se

examinar o mérito, ajuizando-se novo processo, nem acatar o que foi decidido pela justiça

estrangeira; pelo bom senso, a justiça brasileira irá verificar se o processo está dentro de

princípios que para o Brasil são inarredáveis, ou seja, será identificado se aquele processo

respeita a lei brasileira.

Exemplo: o Brasil admite um divórcio3 realizado de forma administrativa, em cartório,

quando não há interesse de menor. Sendo realizado um divórcio administrativamente na

Itália, mas que envolva menores, esse não será homologado no Brasil.

A posição brasileira, portanto, é resumida ao juízo de delibação, realizando-se um

filtro de admissibilidade.

Do mesmo modo, caberá ao STJ analisar se é aceitável ou não a decisão no plano

interno, na forma da Resolução nº 09 do próprio STJ.

1.2.1 Requisitos para a Homologação de Sentença Estrangeira

Os pressupostos para a homologação de sentença estrangeira encontram-se

previstos no artigo 5º da Resolução nº 09 do STJ, bem como no artigo 15 da LINDB, sendo

requisitos procedimentais, formais e materiais:

3

  Frise-se que até 1977 o Brasil não admitia o divórcio. Àquela época, era comum que “socialites”brasileiras fossem ao Uruguai se divorciar, como forma de dar satisfação à sociedade. Contudo, continuavamcasadas, pois, como o Brasil não admitia o divórcio, não poderia homologar.

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Resolução nº 09 do STJ

 Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira:

I - haver sido proferida por autoridade competente;

II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;

III - ter transitado em julgado; e

IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor

oficial ou juramentado no Brasil.

LINDB

 Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os

seguintes requisitos: 

a) haver sido proferida por juiz competente; b) 

terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a

execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal 4. (Vide art.105, I, i da

Constituição Federal). 

a) tradução juramentada:  requisito procedimental. Não há como o STJ homologar

sentença que esteja em idioma diverso do vernáculo.

b) autenticação consular5: requisito procedimental. No exterior, o cartório brasileiro

é o Consulado Brasileiro, onde são realizados todos os atos burocráticos e cartoriais.

c) a sentença estrangeira deve ter transitado em julgado: deve ser comprovada a

definitividade6 da decisão, ou seja, que essa não admite mais recursos.

d) competência do juízo: a sentença deve ter sido proferida por autoridade

competente, sob pena de violação ao devido processo legal, o que gera nulidade absoluta,

sendo impassível a sentença estrangeira de homologação.

e) citação válida das partes ou ter sido legalmente verificada a revelia: frise-se que avalidade da citação deve ser aferida de acordo com o direito estrangeiro.

f) observância do contraditório e ampla defesa: sob pena de violação ao devido

processo legal, o que gera nulidade absoluta, sendo, nesse caso, impassível a sentença

estrangeira de homologação.

4 Hoje, é competência do STJ.5  Com efeito, não há Consulado Brasileiro em todos os países do mundo, mas haverá Consulado

Brasileiro que atenda a todos os países, pois pode ser que o Consulado Brasileiro em um Estado estrangeiroabranja mais de um país. A exemplo: o Consulado Brasileiro na França também abarca Luxemburgo.

6 Ressalvada a ação rescisória, pois aqui se fala em recursos simples.

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g) o que for decidido no Estado estrangeiro não pode agredir a ordem pública

nacional: o que foi decidido no Estado estrangeiro não pode ir contra o que o direito

brasileiro admite.

Assim, provados tais requisitos, será homologada a sentença estrangeira, sendo essa

a regra.

Excepcionalmente, se admitia uma exceção no ordenamento brasileiro: as sentenças

declaratórias sobre o estado de pessoas independeriam de homologação, na forma do

parágrafo único do artigo 15 da LINDB, que assim dispunha:

 Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os

seguintes requisitos: Parágrafo único. Não dependem de homologação as sentenças meramente

declaratórias do estado das pessoas.  (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 

Ocorre que a Lei 12.036/09 revogou essa disposição, assim, a única exceção que

existia não mais existe.

Assim, todas as sentenças estrangeiras para valerem no Brasil devem ser

homologadas pelo STJ.

Observação: existe, no âmbito do Mercosul7, o Protocolo de “Las Leñas”, que trata

da cooperação jurídica internacional. Frise-se que esse tratado não dispensa a extradição, o

exequatur  ou a homologação de sentença estrangeira para os países do Mercosul, pois se

assim o fizesse seria inconstitucional. O que o tratado faz é agilizar, desburocratizar esses

trâmites.

Exemplo: uma carta rogatória vinda da Alemanha pode demorar 6 meses para ser

cumprida; advinda do Paraguai, pode ser cumprida em 2 meses.

1.2.2 Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros

Na área negocial, direito empresarial, há mais casos de homologação de laudoarbitral, pelo que importante a análise do tema, pois pode ser objeto de provas.

Com efeito, o direito estrangeiro está anos-luz a frente do direito brasileiro.

Por isso, no exterior, o que se procura é a solução alternativa de conflitos, como a

negociação direta, a mediação, a arbitragem, a conciliação, sendo todas essas alternativas

mais incentivadas do que o ajuizamento de ação.

7 Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela.

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Em um mundo moderno, com processo civilizado, ajuizar ação é ultima ratio, se

prestando a justiça para as grandes questões nacionais, questões que afetem interesse

comum, de alta complexidade.

Assim, as questões do dia-a-dia devem ser satisfeitas por meios alternativos.

No Brasil, a ótica é exatamente inversa, sendo o ajuizamento da ação a primeira

atitude tomada para a solução de lides, mentalidade atrasada, pois a justiça é morosa,

burocrática, mal aparelhada e, muitas vezes, corrupta.

Enquanto no Brasil se consagra a inafastabilidade do Poder Judiciário, princípio

consagrado no inciso XXXV do artigo 5º da CRFB, no resto do mundo vislumbra-se a

afastabilidade do mesmo. Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a

direito;

Do mesmo modo, no mundo negocial consagra-se essa afastabilidade do Poder

Judiciário no caso de conflito no âmbito contratual, até porque se duas empresas brigarem e

levarem a lide para apreciação judicial, elas irão falir antes da solução, pois elas precisam de

capital de giro e solução imediata.

Assim, nos contratos é inserida a cláusula de hardship, impondo uma negociação

direta entre as partes; não sendo satisfatória, resolve-se pela cláusula compromissória,sendo a solução por arbitragem a escolhida.

Neste passo, resta muito mais corriqueiro se levar um laudo arbitral estrangeiro ao

STJ do que uma sentença estrangeira, pois é assim que se resolvem as demandas

empresariais no dia-a-dia.

No Brasil, a arbitragem é tratada pela Lei 9.307/96, pelo que cabível aqui o que foi

trazido para a homologação de sentença estrangeira:

A Lei Arbitral ainda vai além: com a homologação pelo STJ, o laudo arbitral

estrangeiro passa a ter efeito de título executivo judicial, entrando direto na execução,portanto.

Ressalte-se que a cultura brasileira é tão atrasada que a OAB arguiu perante o STF a

inconstitucionalidade da Lei 9.307/96, por violar o princípio da inafastabilidade do Poder

Judiciário, o que não foi acatado pelo STF, entendendo que, se respeitado na arbitragem o

devido processo legal, uma vez homologado o laudo, poderá ser ele executado.

A seguir exemplo da Plataforma P-36 para se verificar a importância do assunto: a

plataforma, em um acidente gravíssimo, explode e naufraga, matando 11 trabalhadores.

A Petrobras foi condenada por imprudência, imperícia e negligência, pois ficou

evidenciado que, para “aparecer” para a opinião pública como autossuficiente no petróleo,

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para colocar a plataforma em funcionamento o mais rápido possível, passou por cima das

mais elementares regras de segurança.

Frise-se que o fato de agir com imprudência, imperícia e negligência não é coberto

pelo seguro. Assim, só de seguro o valor era de U$500.000.000,00, (quinhentos milhões de

dólares), sem contar lucros cessantes, dano ambiental e repercussões.

Depois de condenada, ajuizou a Petrobras ação de regresso contra a empresa

Marítima, empresa terceirizada para realizar a conversão da P-36 de navio para plataforma

(era originariamente um navio, o que foi realizado no Canadá, inclusive), o que era muito

comum.

Alegou a Petrobras que muito do que foi condenada seria culpa da Marítima e nãodela, como foi o caso de alegação de se usar material de péssima qualidade, pois respondeu

a Petrobras que havia pago por material de excelente qualidade, optando a empresa

terceirizada, sem sua anuência, por trocar o material, visando ao lucro.

Ocorre que no contrato internacional celebrado pela Petrobras e a Marítima,

internacional, pois realizado no Canadá, constava cláusula compromissória8  que dispunha

que eventuais litígios seriam resolvidos pela Câmara Arbitral de Nova York.

Assim, a ação de regresso foi interposta em Nova York, o que gerou um laudo

arbitral, que precisou ser executado no Brasil, pois queria a Petrobras reaver o dinheiro no

Brasil da empresa terceirizada que também era brasileira.

Por ser uma matéria de alta complexidade técnica, demorou a Câmara Arbitral de

Nova York 8 meses para proferir decisão transitada em julgado, entendendo procedente o

pedido da Petrobras, pois deveria a Marítima ressarci-la.

Para tanto, deveria a Petrobras, para executar a terceirizada, homologar o laudo

arbitral estrangeiro, a fim de ingressar com ação no Brasil, já que homologado pelo STJ,

passaria a Petrobras a ter um título executivo judicial.

Neste passo, homologado o laudo em 4 meses, resolveu-se uma questão queenvolvia aproximadamente U$1bi em 12 meses, prazo esse que no juízo daria, talvez, apenas

para a citação das partes.

Quando a Petrobras ganhou na Corte Arbitral e entrou com a homologação, o

advogado da Marítima pediu uma reunião de diretoria na empresa, tamanha a seriedade da

questão. Isso porque não haveria mais possibilidade de recursos, partindo-se logo para a

execução.

8 Acionada a justiça, o juiz deve extinguir o feito sem resolução de mérito.

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Sugeriu a diretoria que impedisse o advogado a homologação do laudo arbitral

estrangeiro, o que só poderia ser realizado se observado algum requisito não cumprido para

a homologação do mesmo.

1.2.2.1 Requisitos para a Homologação de Laudos Arbitrais Estrangeiros

Frise-se que os requisitos são os mesmos da sentença estrangeira, necessitando

apenas de adaptação:

a) tradução juramentada 

b) autenticação consular 

c) definitividade do laudo arbitral: não devem ser mais admitidos recursos. As regras

da Corte Arbitral estão elencadas em documento, estando previstos os prazos e condições

para recurso. Demonstrado o transcurso do prazo, restaria imutável a decisão.

d) competência do juízo arbitral: a demonstração quase sempre é feita

simplesmente pela juntada do contrato celebrado entre as partes, pois ali está a cláusula de

eleição, estabelecendo qual seria o juízo arbitral competente. Não havendo cláusula de

eleição, o juízo competente será o do lugar em que foi celebrado o contrato.

e) citação válida das partesf) observância do contraditório e ampla defesa 

g) o que for decidido no Estado estrangeiro não pode agredir a ordem pública

nacional: na arbitragem há um senão muito interessante. A Lei 9.307/96 fixa quais são as

matérias arbitráveis:

Lei 9.307/96

 Art. 1º 

 As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir

litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 

Deve ser verificado se a matéria arbitrada no exterior é arbitrável no Brasil, já que osmétodos nos demais Estados estão sendo cada dia mais expandidos, enquanto o Brasil ainda

se encontra muito acanhado sobre a matéria.

1.3 Extradição

Trata-se de um instituto muito antigo, que veio do costume internacional.

Com efeito, na cabeça de um agente delituoso, após o cometimento do delito, o

primeiro pensamento que surge é o de como fazer para ficar impune pelo crime, pelo que

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fugir do país em que se encontra é uma saída que se afigura coerente e eficaz para a

impunidade.

Ocorre que, ao se perceber esse tipo de movimentação, os países, para se

protegerem, estabeleceram entre si um instituto de cooperação jurídica internacional

chamado extradição.

Observação: não se trata a extradição de instituto de proteção de direito individual.

Esse é o asilo.

Exemplo: descobre o Brasil que o Fernandinho Beira-Mar, condenado, consegue fugir

para a Colômbia.

Sob pena de agredir a soberania do Estado estrangeiro, não poderá o Brasil enviar aPolícia Federal para que essa atue fora do território brasileiro.

Assim, poderá o Brasil pedir a cooperação do país estrangeiro para que o agente

delituoso possa ser preso e devolvido.

O país estrangeiro atuará, sem dúvidas, por mais de um motivo:

a) em uma outra ocasião, pode ser que o Brasil seja solicitado para cooperar;

b) não há interesse algum para o Estado estrangeiro em manter um criminoso em seu

território.c) o crime, a cada dia, se torna mais transnacional, envolvendo, assim, mais de um

país, a exemplo do tráfico.

d) todo país busca estar bem um com o outro, pois isso significa maiores

exportações, por exemplo.

Frise-se que a extradição não deve ser confundida com a entrega.

Pelo Tratado de Roma, de 2000, a sociedade internacional criou o Tribunal Penal

Internacional (TPI), para suprir um hiato existente no direito internacional de inexistência de

Tribunal pré-estabelecido e legitimado para julgar crimes contra a humanidade.

Exemplo: crimes de genocídio e crimes de guerra.

Até então, todos os julgamentos realizados foram feitos por Tribunais de Exceção,

 julgamentos, portanto, que já se iniciam ilegitimados, fragilizados, embora os crimes fossem

de alta gravidade.

Um exemplo foi o Tribunal de Nuremberg, que julgou os criminosos que cometeram

crimes contra a humanidade na Segunda Guerra Mundial. Foi um Tribunal criado pelos

vencedores da guerra para julgar os vencidos após a ocorrência dos fatos.

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O TPI possui jurisdição contra esse tipo de marginal, podendo requisitar, ao descobrir

que o criminoso está em determinado território, àquele país que o prenda e o entregue ao

Tribunal para que seja julgado.

Não se trata de extradição, embora os conceitos sejam os mesmos, sendo a diferença

a quem o criminoso será “entregue”: 

Extradição – de país para país

Entrega – de país para o Tribunal Penal Internacional

Ressalte-se que a diferença de fundo, o que pode ser objeto de provas de concurso, é

que não o Brasil não pode extraditar um brasileiro, mas poderá entregá-lo ao TPI.

1.3.1 Tipos de Extradição

A extradição pode ser:

a) ativa ou passiva:  mesmo raciocínio da carta rogatória; a ativa é a pedida pelo

Brasil, enquanto a passiva é a recebida pelo Brasil.

b) instrutória ou executória:  é instrutória quando se pede a devolução de algum

criminoso para bem instruir um processo penal em andamento, ou seja, ainda não há a

definitividade de uma sentença penal condenatória.

Já a extradição executória é a requerida quando já há uma sentença penal

condenatória transitada em julgado e o criminoso foge.

Exemplo: no caso de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil que fugiu para

a Itália, já há decisão condenatória do STF transitada em julgado. A intenção do Brasil é que

a pessoa seja devolvida para que cumpra a pena a ele imposta.

1.3.2 Processamento da Extradição

O ponto mais delicado sobre a extradição é a forma como a mesma se processa.

A seguir, o caso de Cesare Battisti, para que se possa tratar do tema na prática:

A Itália identifica que Cesare Battisti, assassino de quatro pessoas, condenado na

Itália à prisão perpétua9, está foragido há anos. Descobre, então, que o assassino vive no

Brasil, com identidade falsa e aqui cometendo crimes.

A Itália, portanto, requer a extradição de Cesare pelo seguinte processo10:

9 Pior penalidade no país, pois lá não há pena de morte.

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O pedido, como qualquer outro ato no direito internacional, é feito pela via

diplomática11, o elo entre países.

Assim, a Itália requer ao Ministério das Relações Exteriores, também conhecido como

Itamaraty, que o criminoso seja preso e mandado de volta àquele país, para que lá seja

executada a pena.

Ocorre que não caberá ao Ministério das Relações Exteriores decidir algo, pois ele é

apenas o contato entre as partes, o meio de comunicação.

Absorvida a demanda, o Ministério das Relações Exteriores a repassará para o órgão

do Poder Executivo que tem como atribuição específica o objeto da demanda. Sendo a

extradição matéria jurídica, o órgão será o Ministério da Justiça.

Ministério das Relações Exteriores

(Itamaraty)

Ministério da Justiça

Chegando ao Ministério da Justiça, o Ministro da Justiça receberá do Itamarati uma

documentação oficial12  da Itália, revestida de fé pública, portanto, em que é informada a

situação fática, in casu, os crimes cometidos por Battisti, sua condenação na Itália e a

descoberta de que se encontra foragido no Brasil, no seguinte endereço, utilizando nome e

falso e aqui cometendo novos crimes.

O Ministro da Justiça, ao ler o pedido de extradição, deverá convocar a Polícia

Federal, órgão subordinado ao Ministério em questão, ordenando a prisão daquele agente

delituoso.

Frise-se que não há que se falar em presunção de inocência, pois há um documento

oficial indicativo, pelo que a única presunção é a em favor do país estrangeiro.

Não fosse só, o STF já decidiu que a primeira atitude cabível é a prisão do

extraditando, pois só se pode discutir extradição se o indivíduo estiver preso. Isso porque

10 Será tratada a extradição passiva, pois a ativa requer conhecimentos das leis de outros países.11

  Errado, portanto, se dizer que a Itália pediu ao STF a extradição, pois não há comunicação deEstados estrangeiros e o STF.

12 Não se trata de denúncia apócrifa, portanto.

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caso o criminoso não esteja preso, ao descobrir o processo de extradição, ele fugirá, pelo

que não haverá o que se discutir entre os países.

Preso o indivíduo, deverá ser oferecido a ele dar as suas versões sobre os fatos, pois,

até então, só se escutou o país estrangeiro.

A fim de que reste garantido um devido processo legal, com assistência de um

advogado e contraditório e ampla defesa, deve-se sair do âmbito de Poder Executivo e

passar para o Poder Judiciário, STF, para que este realize o juízo de delibação.

Ministério das Relações Exteriores

(Itamaraty)

Ministério da Justiça

STF13 

(juízo de delibação)

Frise-se, porém, que o STF nunca julgará o indivíduo extraditando, pois nenhumTribunal brasileiro terá jurisdição que alcance os crimes cometidos em país estrangeiro. Ao

STF caberá apreciar o pedido da Itália, no caso, decidindo se o pedido está adequado ou não

à lei brasileira, julgando-se o pedido, portanto.

CRFB

 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

STF

Estado estrangeiro Réu

Assim, à Itália caberá provar que o que está sendo pedido respeita o direito

brasileiro, enquanto ao indivíduo preso caberá provar que o que está sendo pedido

desrespeita a lei brasileira. Portanto, os fatos já ocorridos, o crime em si, não será discutido.

13 Sempre foi do STF a competência e assim continuou após a EC 45/04.

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Examinado o pedido de extradição pelo STF, o STF se posicionará e, entendendo que

o direito brasileiro resta respeitado, ao final, autorizará14 a extradição. Caso seja o pedido

ilegal, por exemplo por um crime prescrito, aí sim o STF não autorizará a extradição,

encerrando-se o processo.

Autorizada a extradição, o processo será remetido ao Presidente da República, que,

como chefe de Estado, responsável pela política internacional, portanto,

discricionariamente, decidirá se deve deferir ou negar a extradição.

Frise-se que a decisão do Presidente da República não estará vinculada à autorização

pelo STF, pelo que o único e maior exemplo é justamente o do caso Battisti, pois o STF

autorizou a extradição, tendo o Lula, presidente à época, negado a mesma.

Ministério das Relações Exteriores

(Itamaraty)

Ministério da Justiça

STF

(juízo de delibação)

Presidente da República

Ressalte-se que quem representava Battisti era Luís Roberto Barroso, maior

advogado brasileiro, enquanto quem representava a Itália era Bulhões Carvalho, um dos

maiores escritórios do país. Alegou-se, em recurso, que a decisão de Lula era ilegal, devido atratado de reciprocidade celebrado entre os países.

O STF firmou jurisprudência no sentido de não poder rever decisão presidencial, pois

seria essa decisão intocável, sequer podendo reconhecer, portanto, qualquer recurso.

1.3.3 Requisitos da Extradição

São requisitos para a procedência do juízo de delibação do STF:

14 Não há que se falar em deferimento, concessão de extradição, mas sim de autorização.

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a) nacionalidade do extraditando: podem ocorrer três situações práticas diferentes:

a.1 nacional do Estado requerente: hipótese autorizada pelo STF. 

Exemplo1: Brasil pedir a extradição do Fernandinho Beira-Mar, que se encontra

foragido na Colômbia.

Exemplo2: Itália pedir a extradição de Battisti, que se encontra no Brasil.

a.2 nacional do Estado requerido: hipótese não autorizada pelo STF, na forma

do artigo 5º, LI da CRFB.

Exemplo: casal homoafetivo de brasileiros foi passear nos EUA, quando, em um

quarto de hotel americano, um homem mata o outro e volta para o Brasil. Os EUA, portanto,

pediram a extradição do brasileiro.

 Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime

comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico

ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

Trata-se de regra quase mundial a não extradição de nacional, mas a Itália, por

exemplo, admite a extradição de nacional. A condição, portanto, para a negativa de

extradição de Battisti para o Brasil residiria na reciprocidade, pois, se a situação fosse

inversa, Brasil não extraditaria o indivíduo.

Frise-se que o Brasil não extraditará o nacional, mas o julgará, pelo que não restará o

nacional impune, caso de extraterritorialidade da lei penal, prevista pelo artigo 7º, I e II do

CP.

CP

 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de

Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou

 fundação instituída pelo Poder Público;

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

II - os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

b) praticados por brasileiro;

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade

 privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

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a.3 nacional de um terceiro Estado: não se trata de pedido nem de Estado

requerente nem requerido. É hipótese autorizada pelo STF.

Exemplo: traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, que vivia em São Paulo,

fingindo sem outra pessoa. Preso, os EUA requereram a extradição de Abadía, alegando que

o mesmo mandava drogas para o território americano, tendo, portanto, competência para

 julgá-lo. No caso, o Estado requerente é os EUA, o Estado requerido é o Brasil e o

extraditando é nacional da Colômbia.

b) natureza do delito: na forma da CRFB, não será concedida extradição de

estrangeiro por crime político ou de opinião.

 Art. 5º, LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de

opinião;

Assim, o STF irá apreciar a natureza do crime:

- crime comum: o que é crime, como o homicídio, estupro, aborto, roubo.

- crime político ou de opinião: não se trata de crime, na verdade, mas injusta

perseguição do Estado estrangeiro.

Exemplo: um cubano, ao bradar em Havana que deveria haver eleições para

Presidente, será preso. Caso consiga fugir para o Brasil, não será concedida a extradição para

Cuba, pois não se verifica a prática de crime, mas sim a livre expressão do pensamento.

 Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Ao decidir o STF por ser crime político, não cabendo a extradição, caberá asilo, de

modo a proteger aquele indivíduo.

Quando Presidente do Brasil, Lula era amigo de Mahmoud Ahmadinejad,  então

Presidente do Irã, que veio ao Brasil fazer uma visita. Foi realizada no dia da visita uma

passeata LGBT, o que causou estranheza a Ahmadinejad, pois no Irã não há gays, já que ser

gay é crime, inclusive, passível de pena de morte.

Caso um gay iraniano fuja para o Brasil, ele não será extraditado, pois não se trata de

crime, mas sim de orientação sexual, verificando-se uma injusta perseguição do Irã, cabendo

asilo, portanto.

Frise-se não mais se trata de cooperação jurídica internacional, entre Estados, pois,

mas de asilo, uma proteção à incolumidade física e à vida da pessoa humana.

Proteção à vida humana Asilo

Proteção a interesse repressor de Estado Extradição

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Obviamente, no caso Battisti, o advogado insistiu nesse requisito, alegando tratar-se

de perseguido político, tendo em vista a contraposição da ditadura imposta à época e o seu

caráter revolucionário.

Contudo, Celso Antônio Bandeira de Mello, relator do processo no STF, entendeu, em

seu voto, que matar duas pessoas com tiros na nuca jamais seria um crime político, mas sim

um crime comum.

c) gravidade do delito: a extradição é um, processo complexo, já que envolve

advocacia e diplomacia internacionais e, portanto, muito dinheiro. Assim, a lei brasileira

estabelece que a extradição só será realizada caso se compense.

São crimes de natureza grave aqueles com pena em abstrato superior a um ano, casocontrário serão crimes de bagatela, não admitida a extradição.

Do mesmo modo, não será admitida a extradição no caso de crime prescrito.

Com efeito, para fins de prescrição, haverá a lei do Estado requerente e a do Estado

requerido. Neste passo, prevalece a jurisprudência no STF que, ao avaliar a prescrição, deve

ser utilizada a lei mais benéfica ao extraditando.

d) tipo da pena: a pena a ser aplicada no Estado estrangeiro deve ser admitida no

ordenamento jurídico brasileiro. Caso seja uma pena vedada pela CRFB, não será admitida a

extradição. Art. 5º, XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

A exemplo, no pedido de extradição de Battisti, Bulhões Carvalho deixou claro que a

Itália aceitaria convolar a prisão perpétua em pena privativa de liberdade pelo máximo de 30

anos.

e) tratado ou promessa de reciprocidade: aplicação da Lei de Talião (“Olho por olho,

dente por dente”). Se determinado país pede a extradição, esse país deverá sentar com

aquele para o qual a pede para assinar um papel onde se comprometa a agir do mesmo

modo, caso, um dia, a situação seja inversa.

Não havendo um tratado prévio, não haveria problema, assinando-se um

documento, na hora, de compromisso de reciprocidade futura.

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Exemplo: Ronald Biggs, assaltante do trem pagador inglês, foragido no Brasil, teve

sua extradição requerida pela Inglaterra, tendo sido negada pelo STF, pois a Inglaterra se

recusou a assinar com o Brasil uma promessa de reciprocidade.