revista vinda e natureza ed. 170

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A REVISTA 9 anos C O M V O C Ê E O M E I O A M B I E N T E Edição 170 - Dezembro - R$ 11,00 “Adotando o meio ambiente por inteiro” Alternativa de combate ao javali Governo estuda medidas para conter a proliferação Páginas 10 e 11 Proteção à Mata Atlântica Bom Jardim da Serra na lista dos protetores Página 12 Lages promove Natal sustentável Quase 100% da decoração vêm do reciclável Página 17 Mobilização pela inscrição ao CAR A proposta é evitar atraso na regularização Página 14 Desastre ambiental de Mariana Lama tóxica deixou um rastro de destruição à vida. Páginas 4 à 6.

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BIENTEEdição 170 - Dezembro - R$ 11,00 “Adotando o meio ambiente por inteiro”

Alternativa de combate ao javaliGoverno estuda medidas para conter a proliferação Páginas 10 e 11

Proteção à Mata AtlânticaBom Jardim da Serra na lista dos protetores Página 12

Lages promove Natal

sustentávelQuase 100% da decoração

vêm do reciclávelPágina 17

Mobilização pela inscrição

ao CARA proposta é evitar

atraso na regularização Página 14

Desastre ambiental de Mariana

Lama tóxica deixou um rastro de destruição à vida. Páginas 4 à 6.

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ContatoRua: Presidente Roosevelt, 344Centro – CEP: 88.504 – 020Lages – Santa CatarinaFone: (49) 9148-4045E-mail: [email protected]

Diretor GeralPaulo Chagas Vargas

Consultoria AmbientalBióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

Jornalista ResponsávelBetina Pinto - Reg. SC 01940 - JP

Diagramação e Projeto GráficoRevista Vida & Natureza - Caroline Colombo A. Costa

Tiragem e Impressão2.000 exemplaresGráfica Sul Oeste / Concórdia

8 | DE OLHO NO AMBIENTEEspera-se o cumprimento da promessa

4, 5, 6 E 7 | ESPECIAL: TRAGÉDIA DE MARIANAConsequências do maior desastre ambiental do país

16 | SIMPÓSIO INTERNACIONAL Um dia inteiro de debates sobre

sustentabilidade

“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Índice

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Edição 170 | Ano 09 Lages, Santa Catarina - Brasil Capa: Divulgação

12 | CIDADE ATUANTE NA PRESERVAÇÃOBom Jardim da Serra entre os que mais

protegem o bioma

Expediente

Visão“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão“Fazer com que todos tenham oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a consciência futura”.

14 | CONCLAMAÇÃO PARA O CARAtraso no Cadastro Ambiental Rural

10 E 11 | JAVALIS AINDA SEM COMBATEGoverno estuda forma de conter a proliferação

17 | LAGES FAZ NATAL SUSTENTÁVELToda a decoração é ambientalmente correta

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Paulo Chagas

Em se tratando de meio ambiente, o que mais preocupa é o falta de consciência, e principalmente comprometimento da maioria

da população, em todos os recantos do mundo. Embora as políticas que apregoam a necessidade de cuidar ou preservar a natureza estejam na legislação, a atitude da proteção recai a poucos, infelizmente. O problema é a falta de comunicação e informação que possam avançar para dentro das famílias, e delas, partir a verdadeira consciência.

Outro dia ouvi alguém dizer: “afinal, como é que a população futura vai receber o planeta?”. É um questionamento que cabe às pessoas de agora refletirem. Nós seremos sim os verdadeiros culpados ou responsáveis pelo que os seres que ainda nem vieram ao mundo vão encontrar, seja na conservação ou destruição dos recursos naturais. Caso você refletir um pouco, verá o quanto a nossa influência sobre o futuro será primordial na preservação. Caso contrário, além de condenarmos as novas gerações, seremos amaldiçoados por não termos cumprido nossa obrigação de ter preservando enquanto havia tempo.

Porém, não são somente as pessoas comuns da sociedade que precisam fazer a sua parte. No mundo está para acontecer uma nova discussão. E, o que se percebe, é que falta de vontade política dos países membros da Convenção Quadro das Nações

Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), em especial os países desenvolvidos. Eles precisam enfrentar seriamente os problemas provocadores e provenientes da crise climática. A constatação é triste. Depois de mais de duas décadas de negociações pouco tenha sido feito.

E o que se espera, é que agora, nestes dois dias de discussão (30/11 e 11/12 de 2015), em Paris, os 196 países membros que se reuniram na Conferência das Partes (COP), tenham efetivamente entrado em um consenso sobre qual será o rumo que a Convenção de clima irá dar ao Planeta. É preciso, mais do que nunca, que os acordos definidos globalizem os problemas, que o evento tenha valido a pena, e possa substituir o esvaziado e combalido Protocolo de Kyoto, único instrumento legal da Convenção. Por parte das organizações e movimentos sociais talvez esta tenha sido a última COP de clima com grande mobilização nas ruas. Por isso a agenda parisiense foi tão relevante, para que possa nos dar ânimo e força, e criado espaços de convergência e propostas concretas que deem continuidade às sínteses, ao mesmo tempo em que pavimentem os caminhos futuros.

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COMPROMETIMENTO

PALAVRA DO EDITOR

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Por Caio Santos - Jornalistas Livres

Quem chega em Gesteira, distrito rural no município de Barra Longa, MG, nun-

ca vai imaginar que antes passava um córrego com água cristalina e ha-via um campo verde amplo na frente, onde bois e cavalos pastavam. Por-que quem chegar hoje em Gesteira não verá um pasto, nem um animal ou um riacho. Verá apenas uma gi-gantesca lagoa de barro escuro onde antes era um vale. Os moradores descrevem para mim, entre o luto e a saudade, a paisagem onde cres-ceram e que, provavelmente, nunca mais verão na vida.

“Antes esta paisagem daqui era tudo verdinho com uma pastagem e tinha um rio com água clarinha. Acabou tudo.” — diz Clau-

diano da Costa, morador de Gesteira.

Mais de trinta dias após a queda das barragens da mineradora Samar-co, ainda se desconhece todas as ex-tensões do impacto ecológico libera-do na forma de 62 milhões de litros de lama residual da mineração. O barro de rejeitos saiu de Bento Rodrigues, na cidade histórica de Mariana, em Minas, e ainda percorrerá mais de 850 km até chegar ao mar, deixando um rastro de destruição à fauna, à flo-ra e às comunidades que estiverem em seu caminho.

Só é preciso observar a área des-truída — seja do leito do rio, seja do espaço — para compreender que é um dos maiores desastres ambientais na história do Brasil. No entanto, ainda há muitas perguntas buscando entender como esta tsunami de lama afetou todo um ecossistema. Aqui está um panorama do que já sabemos.

• Entre o luto e a saudade:

um panorama do maior desastre

ambiental do Brasil. Entenda

as consequências da enxurrada de

lama de rejeito da mineração

Mariana: As consequências do maior desastre

ambiental do Brasil

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Para ter compreensão do impacto é preciso primeiro entender qual é o conte-

údo da enxurrada de lama que vêm das minas. Segundo a mineradora Samarco, as barragens apenas con-tinham rejeitos de minério de ferro e manganês, misturados basicamente com água e areia. A empresa insiste que o material é inerte, não causan-do danos ao ambiente ou à saúde. No entanto, análises do Serviço Au-tônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, ES, mostram a pre-sença de diversos metais pesados na água do Rio Doce, como arsênio, mercúrio e chumbo.

Estes elementos são extrema-mente tóxicos ao ambiente e à saúde humana, sendo absorvidos nos cor-pos dos diferentes organismos e di-ficilmente eliminados. Normalmente, eles acumulam nos tecidos de seres vivos e, com o tempo, na própria ca-deia alimentar. Ao ingerir a carne ou folhas contaminadas, o metal pesa-do não é processado, envenenando o bicho ou pessoa que consumiu a comida intoxicada. Com o tempo, os metais pesados podem gerar proble-mas sérios à saúde, como câncer, úlceras e danos neurológicos.

Na tarde de sábado, 14/11, o go-vernador de Minas Gerais, Fernan-

do Pimentel, apresentou um laudo da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) negando a existência de metais pesados na água e contrariando os laudos de Baixo Guandu. Nesta quinta-feira, 12/11, uma equipe de pesquisa-dores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também foi coletar amostras da lama e da água no Rio Doce para apurar o grau da devastação e verificar, entre outros aspectos, a presença de metais pe-sados. Ainda resta esperar os resul-tados da investigação dos cientistas mineiros, que devem chegar no de-correr da semana

No entanto, mesmo sem ar-sênio e mercúrio e ao con-trário do que a mineradora

sugere, a lama está longe de ser ino-fensiva. Apesar da presença do ferro e manganês não significar um perigo à saúde, estes elementos causam consequências profundas à terra.

“O ferro (e o manganês) tem uma facilidade muito grande de reação, sendo um ligante por sua própria

natureza. No caso, essa lama vai for-mar uma capa muito dura devido à presença do ferro. A tendência é fa-zer uma ligação muito forte e ficar so-bre a superfície formando uma cros-ta” — diz a professora do Instituto de Geociências da UFMG e especialista em geologia ambiental, Leila Mene-gasse. Segundo ela, esta cobertura poderá impedir a infiltração da água e também cobrirá a própria vegeta-

ção, tornando o ambiente estéril.“As raízes ficam soterradas, de-

saparece a possibilidade da fotossín-tese porque a água fica muito turva e as folhas ficam todas fechadas pela deposição de materiais. As plantas que entrarem em contato com essa lama certamente irão morrer” acres-centa o professor do Instituto de Ci-ências Biológicas (ICB) da UFMG, Francisco Barbosa.

Quem se aproximar do Rio Doce, seja em Minas seja no Espíri-to Santo, verá ele amarronzado, es-curo e com diversos detritos boian-do. Essa imagem não é apenas feia e desagradável, ela também é extre-mamente danosa à vida aquática. Esse barro, mesmo diluído, torna á água turva e barra a passagem de raios solares, escurecendo o rio e impedindo que algas façam fotos-síntese. O baixo nível de oxigênio na água é insustentável para os ani-mais, fazendo com que, em um ato de desespero, muitos peixes sim-plesmente pulem fora d’água.

Se em cima cadáveres boiam, embaixo o rio encolhe. “Toda essa área que recebeu uma carga de segmentos irá sofrer um processo de deposição de material no fundo do rio. Isto vai aumentar a altura da calha e, a grosso modo, vai entupir o rio” explica o coordenador do Cen-tro de Pesquisas Hidráulicas, Carlos Barreira Martinez. O processo é in-tensificado pela destruição da mata auxiliar, ainda existindo a possibi-lidade de a lama cobrir as nascen-tes, diminuindo consideravelmente o volume da água. Este perda não significa apenas menos água, mas

compromete sua qualidade e a torna imprópria para o uso.

Os mananciais oriundos do Rio Doce são usados para abastecer diversas comunidades rurais, seja para o uso pessoal, seja para irriga-ção de plantações ou consumo pelo gado. Essas comunidades rurais se-rão profundamente afetadas e não poderão recorrer ao rio mais. Mes-mo considerando apenas a popu-lação urbana, a enxurrada de lama passa por, no mínimo, 23 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, o que representa meio milhão de pes-soas com a torneira seca.

Lama Tóxica?

O Fim da Vegetação

Rio Doce Morto

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A cidade mais afetada pe-los rejeitos da Samarco é também a maior da bacia

do Rio Doce: Governador Valadares, MG, com 280 mil habitantes. Mesmo a 300 km de Mariana, sua SAAE, em laudo preliminar da água, encontrou um nível de turbidez oitenta vezes maior do que o tolerável, além de ní-veis de ferro que chegaram a superar treze mil vezes o tratável. Esta con-

dição insalubre do rio fez com que o abastecimento de água fosse cortado no domingo, 08/11. Dois dias após a interrupção, a prefeita Elisa Costa de-clarou estado de calamidade pública.

“Todo o dia esse caos. Todo dia gente transportando água. Todo mundo carregando água como pode”, descreve de Marcos Renato, habitante da cidade. Em longas filas, a população gasta horas em pontos

de distribuição de água, sofrendo, além da seca e da sede, das altas temperaturas. “Estamos atendendo normalmente nas unidades de saúde e nos preparando para possíveis do-enças que venham a surgir pela falta de água e pelo uso da água contami-nada. Enfim, a situação aqui não está nada fácil” comenta Flávia França, médica local e membro da Rede de Médicas e Médicos Populares.

É importante lembrar que o rio não é só água em movimento, mas também funciona como transporte de nutrientes para o mar, que acabam sustentando diversos organismos. Coincidentemente, na foz do Rio Doce, ocorre também o encontro de correntes marinhas do Sul e do Norte, formando um “rodamoinho” de água de cerca de setenta quilômetros de di-âmetro. Esta área é rica em nutrientes e também reúne espécies marinhas

de todo o mundo. Por isso, segundo o diretor da Estação de Biologia Mari-nha Augusto Ruschi, o biólogo e ecó-logo André Ruschi, a foz do Rio Doce se torna uma dos maiores pontos de desova de peixes marinhos do mundo.

“É o maior criadouro do Oceano Atlântico. Todos os grandes peixes do Oceano, do hemisfério sul e nor-te, vêm para lá se reproduzir, sen-do um fenômeno impar. É uma das regiões marinhas mais importantes

do planeta e, da costa brasileira, é a mais sensível de todas”. A chegada de diversos rejeitos da mineração significa um risco para todo o ecos-sistema do oceano. Como ainda res-ta a chance da presença de metais pesados na lama, há a possibilidade de contaminação da imensa biodi-versidade do local. Todos os seres vivos, desde o minúsculo plâncton ao gigante marlim, podem acabar envenenados por estes elementos.

Restam ainda muitas dúvidas em relação a como e quanto o am-biente será afetado pela lama da Samarco. Mas uma merece desta-que: é possível recuperar o estra-go? Ainda é muito cedo para afirmar com certeza, porém se estipula que o volume de água do rio talvez será o primeiro a normalizar.

“A natureza é muito mais forte do que podemos imaginar. Com o pas-sar do tempo e muito lentamente os rios vão se recuperando. A vida dos tributários vai voltar a ocupar o rio e ele, em uma ou duas décadas, vai se recuperar. O que é muito tempo.” afirma o coordenador do Centro de Pesquisas Hidráulicas, Carlos Bar-reira Martinez. No entanto, para que isto ocorra é necessário que a lama se dilua e escorra para outras áre-as, o que só é possível com a ação da chuva. A estiagem que a região

sudeste enfrenta é um agravador deste cenário, atrasando muito uma possível revitalização do Rio Doce.

Obviamente, a biodiversidade animal e vegetal da região não pode esperar décadas para ver o rio no-vamente. “O conjunto de seres vivos vai estar todo ameaçado e vários desses organismos vão desapare-cer, ainda que, vamos esperar, seja localmente. Eventualmente alguns desses organismos podem ter a chance de voltarem a colonizar es-sas áreas. Para que isso aconteça, vai precisar de tempo. No entanto, outros organismos não vão ter a chance de colonizar porque requer um tempo muito mais longo para que as cadeias alimentares se res-tabeleçam” explica o professor do ICB da UFMG, Francisco Barbosa. Ele estima que o começo dessa re-cuperação só irá acontecer em um

futuro distante, precisando de 20 a 30 anos para a maioria dos diversos processos se sucederem.

Mas, se este prazo já é muito grande no continente, no oceano, ele é ainda maior. O especialista em biologia e ecologia marinha, André Ruschi lembra que a chegada de nu-trientes ao oceano depende dos ciclos da maré, definidos pelos movimentos dos astros, como a lua e o sol: “A cada onze anos, com as enchentes, as cheias carregam grandes quanti-dades do material do rio para o mar”.

Como a região também é onde ocorre a confluência de espécies e correntes de todo o Oceano Atlân-tico, sendo uma das áreas de maior biodiversidade no mundo, o impacto, segundo o cientista, representará um atraso de séculos ao ecossistema.

Reportagem: Caio Santos

Milhares de pessoas sem água

Um Oceano Inteiro Afetado

Recuperação?

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DE OLHO NO AMBIENTE

Na viagem aos Estados Unidos, no final de junho deste ano, em declaração conjunta dos governos do Brasil e dos Estados

Unidos, a presidente Dilma Rousseff assinou compromisso de, até 2030, recuperar 120 mil km² de florestas. Ela se comprometeu ainda a zerar o desmatamento ilegal em 15 anos. Por outro lado, o governo brasileiro diz no documento que as fontes renováveis, tanto para geração de energia como para biocombustíveis, devem representar entre 28% e 33% do total de recursos usados, também até 2030. A meta não inclui a energia hidrelétrica. São exemplos de fontes renováveis o sol, vento e a biomassa. A intenção é diminuir o uso de fontes que se esgotam, como petróleo e carvão. Infelizmente, é difícil de acreditar. A prática é que gera incerteza. Há promessa também de fazer estoque de carbono por meio de reflorestamentos e da restauração florestal, atingindo mais de 12 milhões de hectares até 2030. Quem viver verá. Caso se cumpra o prometido, por certo, o Brasil poderá usufruir dos benefícios, inclusive, o da redução das emissões de gases de efeito estufa.

A promessa

Depois de aproximar as pessoas dos locais em que vivem ou de lugares em que nunca estiveram por meio do Google Street View,

uma nova ferramenta tecnológica promete mostrar a situação real dos seis ambientes naturais brasileiros. Trata-se do MapBiomas, plataforma desenvolvida pelo Observatório do Clima, rede de ONGs que atuam na agenda climática do Brasil, em parceria com o Google. A ferramenta deverá mostrar a situação real da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, através de análise de dados e imagens de satélites, com resolução de até 30 m x 30 m, no período de 1985 a 2017. Na primeira etapa, a ser executada ainda esse ano, serão analisadas imagens captadas entre 2008 e 2015. No próximo ano, o período a ser analisado será de 1985 a 2015 e, em 2017, serão analisadas as imagens até 2016, com detalhamento.

Desmatamento

Em evento paralelo a 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizado na Embaixada brasileira em Paris, gestores públicos e

pesquisadores apontaram a renovação da matriz energética brasileira como uma das principais medidas para que o País atinja a meta de corte de emissões apresentada às Nações Unidas. No País, as fontes renováveis correspondem, hoje, a 78% da geração de energia --a expectativa do Ministério de Minas e Energia é que esse percentual chegue a 84,4% até o fim de 2015. O dado supera em mais de três vezes a média mundial, com apenas 20,3% de fontes renováveis e mais de 40% provenientes do carvão.

Energia positiva

Bastante louvável a proposta da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), em valorizar os profissionais da imprensa catarinense

que constroem trabalhos jornalísticos com o tema ambiental. No último dia 3 de novembro, foram entregues as premiações aos escolhidos na 8ª edição do Prêmio, nas categorias Mídia Impressa, Mídia Eletrônica e Internet. Ao todo, foram 115 reportagens inscritas nas três categorias. Cada vencedor ganhou R$ 5 mil e as menções honrosas R$ 2 mil cada. Os 23 vencedores regionais receberam troféus e certificados.

Prêmio de Jornalismo

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Técnicos do Governo do Estado de Santa Catarina estão atentos à problemática da proliferação do javali em várias regiões do

território catarinense, mas precisam efetivar as técnicas apontadas

O Governo de Santa Catarina estuda alter-nativas técnicas, se-

guras e ambientalmente corre-tas para acabar com uma praga que vem destruindo plantações na região serrana. Durante o Ciclo de Palestras Estratégicas na noite de segunda-feira, 23 de novembro, na Associação Empresarial de Lages (Acil), o secretário de Estado adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, foi questionado sobre o

assunto e destacou as ações do Governo para solucionar o pro-blema que vem causando prejuí-zos aos produtores rurais.

Na Acil, Airton Spies explicou que, após audiência pública rea-lizada no primeiro semestre deste ano, em Lages, por proposição do deputado estadual Gabriel Ribei-ro, foi criado um grupo de trabalho para elaborar um relatório sobre a situação e sugerir alternativas.

Assim, a Secretaria da Agri-cultura prepara junto com a Polí-

cia Militar, Polícia Ambiental, Polí-cia Federal e Ibama um conjunto de ações para ampliar o abate nas propriedades. Três principais estratégias são estudadas e de-vem ser colocadas em prática.

Já na terça-feira, 24, o secre-tário de Desenvolvimento Regio-nal de Lages, João Alberto Duar-te, tratou do assunto com o novo comandante da Polícia Ambiental de Lages, major Adair Alexandre Pimentel, e com o sargento Ale-xandre Rodolfo.

Estratégias para

acabar com a

praga do JAVALI na Serra

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A primeira estratégia consis-te em estimular e facilitar o abate por parte dos ca-

çadores devidamente registrados, obtendo a autorização junto à Polícia Ambiental. A segunda é incentivar os produtores rurais a fazerem o contro-le, já que conhecem a rotina de hábi-tos e circulação dos javalis em suas propriedades. Neste caso, a própria Secretaria da Agricultura poderia oferecer treinamento e até subven-cionar armadilhas específicas para a captura dos animais.

A terceira estratégia a ser adotada diz respeito à captura de fêmeas dos javalis. Elas receberiam um chip e se-riam soltas. E como a tendência é de as fêmeas se juntarem em grupo aos demais membros da espécie, isso fa-cilitaria o trabalho dos caçadores, que poderiam rastreá-las por meio de um sinal emitido por antena, localizá-las e abater vários animais ao mesmo tempo. A utilização de equipes es-pecializadas para patrulhamentos e abates também é estudada junto ao comando da Polícia Militar.

“O javali é uma espécie exótica e representa não apenas um risco econômico à produção agropecu-ária. A sua presença em exces-so compromete espécies nativas como os pássaros, já que o javali come os ovos dos ninhos, afeta os catetos e outros animais importan-tes para o ecossistema. As estraté-gias de abate são muito coerentes, bem discutidas, com conhecimento técnico e científico e precisam ser feitas com a maior urgência possí-vel”, diz Airton Spies.

Abate deve respeitar o bem-estar animal

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O secretário da Agricultura descarta a morte de java-lis por envenenamento,

pois a prática, ainda que utilizada em outros países para combater porcos selvagens que também atacam plan-tações, pode ocasionar a intoxicação de animais de outras espécies e, além disso, seria interpretada como um ato muito cruel.

“Os animais não podem sofrer durante o abate. Não se pode ma-tar uma fêmea amamentando seus filhotes nem deixar um animal agoni-zando por vários dias seguidos devi-do a um tiro mal disparado. Isso po-

deria gerar uma ação contrária aos interesses dos produtores, que preci-sam se livrar dessa praga, mas sem crueldade. Isso tudo deve ser feito dentro de padrões que respeitem o bem-estar animal e sejam reconhe-cidos pela sociedade como uma prá-tica necessária, porém, feita com o devido rigor técnico e sanitário”, diz o secretário.

Sobre a carne dos javalis mortos, Airton Spies lembra que o Estado não pode, por legislações sanitárias, permitir o consumo de produtos não inspecionados fora dos estabeleci-mentos de abate.

“Se vamos abater muitos ani-mais, poderia parecer uma coisa óbvia transportar essa carne para vender no mercado. Mas como não temos a inspeção nesse processo, não temos uma alternativa que nos dê segurança, por isso a comerciali-zação é proibida”.

(Por Pablo Gomes – Jornalista - Gerência de Comunicação da SDR Lages)

Estratégias para facilitar a caça, armadilhas e até o uso da tecnologia

O javali é um mamífero de médio a grande porte que pode chegar aos 167 cm de comprimento e a 130 kg de peso. São por isso, animais de grande robustez física exibindo uma forma arredondada, mas com patas curtas e fortes.

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Lançado no dia 11 de novem-bro pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Institu-

to Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica traz os dados mais re-centes sobre a situação de cidades do Estado de Santa Catarina. O municí-pio de Bom Jardim da Serra foi a cida-de catarinense que mais preservou o bioma no período de 2000-2014, com 93% de vegetação natural, em com-paração com a área original – o que a coloca na terceira posição no ranking nacional de preservação. Já a capital do Estado, Florianópolis, é a segunda capital com maior área proporcional de vegetação natural do país, com 25%. A vegetação natural inclui, além das florestas nativas, os refúgios, vár-zeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas.

A cidade do Estado com número mais expressivo

de desflorestamento entre 2000 e 2014 foi Itaiópolis,

com 5.805 hectares de supressão de

vegetação nativa.

Neste ano, os dados atualizados e o histórico das cidades abrangidas pela Lei da Mata Atlântica poderão ser acessados no hotsite ‘Aqui Tem Mata’, que acaba de ser lançado e apresenta de forma simples e interativa as áreas remanescentes de Mata Atlântica no país. Com opções de busca por loca-lidade, mapas interativos e gráficos, a ferramenta está disponível para web, tablets e celulares, permitindo que os dados estejam acessíveis a qualquer usuário e possam ser reutilizados com finalidades de educação e defesa da proteção da floresta.

Atualmente, a Mata Atlântica é a floresta mais ameaçada do Brasil, com

apenas 12,5% da área original preservada.

O ranking de desmatamento do Atlas dos Municípios, com dados de 3.429 cidades brasileiras, é encabe-çado pela cidade piauiense de Eliseu Martins, que teve supressão vegetal de 4.287 hectares (ha) no período entre 2013 e 2014. Por outro lado, outras duas cidades desse Estado, Tamboril do Piauí e Guaribas, lideram

a lista das cidades mais conserva-das, com 96% da vegetação natural. No recorte do período 2000-2014, a cidade campeã de desmatamento no Brasil é Jequitinhonha, com 8.708 hectares desmatados.

(Por Máquina Public Relations)

• Fundação SOS Mata Atlântica lançou hotsite ‘Aqui Tem Mata’, que mostra de forma interativa índices de desmatamento de 3.429 cidades no período 2013-2014

Bom Jardim da Serra está entre três cidades brasileiras que mais preservam a Mata Atlântica

1° Tamboril do Piaui

PI - Bioma: 17,6%Vegetação Natural: 96%

PI - Bioma: 59,3%Vegetação Natural: 96%

SC - Bioma: 100%Vegetação Natural: 93%

2° Guaribas

3° Bom Jardim da Serra

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• Estudantes despertam para a educação ambiental a partir de projetos organizados dentro das escolas

Seminário aborda arte e educação ambiental

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Chapecó - Artistas, educadores, ambientalistas e técnicos participaram entre os dias 24 e 25 de novembro, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, do II Seminário: Arte--educação ambiental e qualidade de vida por meio da pedagogia de proje-tos. O evento foi uma iniciativa da As-sociação de Cultura, Educação, Meio Ambiente e Tecnologia (Acemat), de-senvolvido com o apoio da Prefeitura de Chapecó, por meio da Secretaria Municipal de Educação.

O objetivo do encontro foi contri-buir com as ações da Rede Municipal de Ensino, por meio de atividades que

estimulem ações dentro da escola, a partir de projetos que incentivam a consciência ecológica. A ideia é sensibilizar os estudantes da através do contato com o meio ambiente, orientações, recuperação de áreas degradadas, viabilização de projetos, oficinas pedagógicas, palestras edu-cativas, plantio de árvores e flores, trilhas de interpretação ambiental, entre outras ações que estimulem a consciência ambiental. A intenção é que essas ações sejam realizadas, na prática, nas escolas.

O evento contou ainda com ex-posição de banners e lançamento

da 2ª edição da revista Práticas de Educação Ambiental: Arborização na Qualidade de Vida. De acordo com a Secretária Municipal de Edu-cação, professora Astrit Tozzo, “é sempre um privilégio ser parceiro de ações tão importantes e que fazem a diferença na formação dos alunos. Enfatizar, desenvolver e estimular ações que incentivam a consciência ecológica é uma construção que ini-cia cedo na escola e que trará gran-des resultados para o futuro do meio ambiente”, disse.

Texto: Camila Almeida/ Divulgação/ PMC.

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Região se mobiliza para agilizar as inscrições no CAR• Há municípios que estão muito atrasados no cadastramento. A preocupação é fazer com que se agilizem, pois, não vai haver mais prorrogação do prazo

Otacílio Costa é o município mais avançado com quase 60% cadastrados

Lages - O primeiro Fórum Re-gional do Cadastro Ambiental Rural – CAR realizado na tarde de quin-ta-feira (03), no auditório da Amures superou todas as expectativas de participação de entidades regio-

nais. Ao menos 60 pessoas entre técnicos das prefeituras, sindicatos, associações rurais, Epagri, Polícia Ambiental e Udesc compareceram ao evento que objetiva inscrever os imóveis rurais numa base de dados

Lages - Desde o dia 24 de novembro, Lages tem novo comandante da Polícia Ambiental. Trata-se do major Adair Alexandre Pimentel. O novo comandante substitui o major Frederick Rambusch, que passará a atuar no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Em contato com o secretário João Alberto, o major Adair Pimentel conversaram sobre as estratégias do Governo de SC de combate ao javali nas plantações da região e se colocaram à disposição um do outro para trabalharem juntos, assim como já ocorria com Rambusch. Pimentel se criou em Lages, onde atuou na própria Polícia Ambiental de 2001 a 2005. Depois, morou por dez anos em Gaspar, atuando no Batalhão da Polícia Militar em Brusque. Agora, retorna a Lages para ficar mais próximo dos seus familiares.

Lages conta com novo comandante da Polícia Ambiental

que integra todas as informações ambientais das propriedades.

Segundo dados apresentados pelo engenheiro florestal da Amures André Bortolotto Buck e pelo coorde-nador de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages Denilson Padilha, a região da Amu-res ainda está bem defasada com as inscrições do CAR. O município mais avançado é Otacílio Costa com 59,83% das propriedades inscritas. Neste caso, um dos motivos é que a Klabin agilizou o cadastramento de suas propriedades.

Mas há casos como Cerro Negro com apenas 10,44% e Bom Jardim da Serra com 14,1% de inscrições con-firmadas. Na região da Amures, são 28.191 imóveis rurais que tem até iní-cio de maio para regularizar a situa-ção perante o CAR. Caso contrário, o dono do imóvel sofrerá restrições por parte de órgãos públicos como não poder contratar operações de crédito e perder os benefícios do Pronaf.

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Lages - O “Simpósio Internacio-nal de Desenvolvimento Sustentável”, ocorreu na quarta-feira, 18 de dezem-bro último junto ao Centro Universitário Facvest – Unifacvest. O evento reali-zado nos três turnos do dia reuniu cer-ca de 1,5 mil pessoas dentre docentes doutores e pós-doutores da própria instituição, além de convidados, mes-tres, pesquisadores e acadêmicos da Unifacvest. Com foco na sustentabili-dade e desenvolvimento sustentável, o evento pode ser acompanhado em tempo real via internet através do site http://www.unifacvest.net/.

No período da manhã, ocorreram três mesas redondas, que foram me-diadas pelo professor Dr Mario Ce-sar Brinhosa: 1ª) Sustentabilidade: Perspectivas, Empresas, Educação e Mulheres, com a participação dos professores Dr. José Correia Gonçal-ves e Léa Schwatz Back; prof. Dra. Maria Isabel Vieira Branco e prof. Dr. Miro Hildebrando.

A Segunda mesa redonda, in-titulada Bioética, Espaço Natural e

Sustentabilidade, com a participação dos professores doutores: Henrique Bitencourt; Mario Cesar Brinhosa e João Frederico Mangrich dos Passos; As atividades do período da manhã foram encerradas com as apresenta-ções dos trabalhos da terceira mesa redonda do evento, Impacto Ambien-tal e Mobilidade Humana, integrada pela professora Dra. Maria Benta Cassetari Rodrigues e professor Dr José Vergílio da Silva. Prestigiaram o evento no período da manhã, o ge-rente de educação da GERED de La-ges, Humberto Aloísio de Oliveira e o presidente da Associação de Impren-sa da Serra Catarinense (ASSISC), jornalista Paulo Chagas.

No período da tarde, foram feitas a apresentação de trabalhos organi-zados em quatro mesas redondas: 4ª) Ensino, Gestão, Tecnologia e Susten-tabilidade; 5ª) Ciência, Meio Ambiente e Sustentabilidade; 6ª) Desenvolvi-mento, Realidade e Sustentabilidade; 7ª) Recursos Naturais, Mineração e Produção de Alimentos.

Abertura Oficial

No período da noite, na progra-mação do Simpósio, a solenidade de abertura oficial, com a presença de autoridades convidadas e também o anfitrião e reitor da instituição, profes-sor Geovani Broering.

Na sequência, a palestra “In-vestigação Socioantropológica da Gestão, Administração e Economia da Educação”, ministrada pela pro-fessora Dra. Alicia Eugenia Olmos, de Córdoba (Argentina). Na mesma noite, o evento teve continuidade com a realização de mais duas me-sas redondas: Educação, Acesso às Minorias e Espaço Urbano; e Susten-tabilidade: Objeto, Cidadania, Biotec-nia e Desenvolvimento Regional.

Os trabalhos comunicados no Simpósio serão publicados pela re-vista Synthesis do Centro Univer-sitário Facvest – Unifacvest, com a autorização dos autores.

Texto: Adriana Palumbo

Universidade realiza Simpósio Internacional de Desenvolvimento Sustentável

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Lages - Além de reunir milhares de pessoas todos os anos no Centro e bairros, o Natal Felicidade é voltado à sustentabilidade, tanto que pratica-mente 100% dos motivos decorativos foram produzidos a partir da recicla-gem de garrafas PET, reutilização de pneus em toda a extensão do Túnel Encantado da Rua Nereu Ramos e a utilização de lâmpadas de LED, que dão todo o brilho do evento, consu-mindo pouca energia. O evento inicia terça-feira (1), no largo da Catedral Diocesana.

Estima-se que há cerca de R$ 800 mil somente em motivos deco-rativos das edições de 2013 e 2014 do Natal Felicidade, entre bolas, árvores, anjos, velas e luzes que fazem parte do patrimônio do muni-

cípio e, com sua conservação, ga-rantem que mais pontos da cidade sejam decorados, com significativa economia de recursos.

O Natal Felicidade está cami-nhando para ser um evento susten-tável. Para tanto, receberá um selo de evento neutro Instituto Vianei, que mostrará a neutralização de impacto ambiental voltado à iluminação e toda a decoração. “Fizemos o inventário sobre a emissão de carbono que iria emitir na atmosfera. Convertemos es-ses dados em toneladas e com isso dispomos da plantação de árvores nativas nas propriedades de agricul-tores familiares e tribos indígenas, para neutralizar a emissão de gás carbônico do evento”, explica Luiz Henrique Pocai, do Instituto Vianei.

Natal Felicidade foca na preservação do meio ambiente

• Estima-se que há cerca de R$ 800 mil somente em motivos decorativos das edições de 2013 e 2014 do Natal Felicidade, entre bolas, árvores, anjos, velas e luzes

que fazem parte do patrimônio do município

O Natal Felicidade será o primeiro grande evento de Lages a neutralizar as emissões de carbono

e segundo Luiz Henrique, este é o primeiro passo para que a cidade concretize ações socioambientais e futuramente possa expandir para outras regiões do Estado. “Que-remos parabenizar ações desse cunho, para que empresas e even-tos tenham essa visão e abram portas para essa iniciativa”, desta-ca. Durante o lançamento do Natal Felicidade, na manhã de sexta-feira (27), o prefeito Elizeu Mattos as-sinou o documento que formaliza essa parceria entre a administração municipal e o Instituto Vianei.

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Convencionalmente cons-truído com madeira de reflorestamento, um

curral de aproximadamente 300 metros quadrados, segundo João Batista Cândido, idealizador des-ta inovação, custa em média R$ 15.000,00, sem a mão de obra. A economia na construção do cur-ral com pneus velhos foi tanta, que nas contas do produtor rural, foram gastos apenas R$ 300,00, uma vez que os pneus usados foram doados.

Para construir o curral, foram necessários, além dos pneus ve-lhos, algumas estacas de madeira reflorestada, pregos e uma motos-

serra para fazer as tiras com os pneus. A complexidade construção é bem baixa, o que fica evidente é a criatividade do produtor rural e a inovação promovida por ele. Além de economizar muito dinheiro esta ideia dá uma nova vida a um mate-rial que muitas vezes era inutilizado.

Seguindo o exemplo, o vereador de Lages, Agessander Belezinha, através de Moção Legislativa, solicita ao Executivo Municipal, que seja cria-do parceria com agricultores da Re-gião Serrana, para que utilizem pneus velhos, na construção de currais e outras bem feitorias, contribuindo para preservação do meio ambiente.

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VISÃO SUSTENTÁVEL

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AÇÃO

Produtor rural mineiro usou pneus para construir curral• A reutilização de materiais é uma alternativa barata e ecologicamente sustentável para sanar problemas do dia a dia. Pensando nisso, um produtor rural de Campos Gerais (MG) construiu um curral com pneus velhos economizando dinheiro e beneficiando o meio ambiente.

O problema dos pneus velhos

Pneus jogados na natureza acumulam água no seu interior, servindo de local para a pro-liferação de mosquitos trans-missores de doenças, como a dengue e febre amarela, e quando queimados podem cau-sar incêndios, pois cada pneu é capaz de ficar em combustão por mais de um mês, liberando mais de dez litros de óleo no solo contaminando a água do subsolo aumentando a poluição do ar. Com essa ideia pode di-minuir os efeitos de poluição.

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