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99 A REVISTA DA PEQUENA EMPRESA NO PARANÁ Revista trimestral nº6 Ano2 Set/09 Bernt Entschev: líder influencia as pessoas pelo seu comportamento Boas práticas de governança tornam empresas mais transparentes e competitivas Gestão compartilhada 4ª edição da Semana da Pequena Empresa De 5 a 9 de outubro, Sebrae/PR comemora Dia da Micro e Pequena Empresa Internacionalizar é um bom negócio Programa ensina pequenas empresas a conquistarem o mercado externo CAPACITAÇÃO COMPORTAMENTO TENDÊNCIA ASSOCIATIVISMO FEIRAS E EVENTOS SERVIÇO MERCADO GIRO PELO PARANÁ

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A revistA dA pequenA empresA no pArAná

revista trimestral nº6 Ano2 set/09

Bernt Entschev: líder influencia as pessoas pelo seu comportamento

Boas práticas de governança tornam empresas mais transparentes e competitivas

Gestãocompartilhada

4ª edição da Semana da Pequena EmpresaDe 5 a 9 de outubro, Sebrae/PR comemora Dia da Micro e Pequena Empresa

Internacionalizaré um bom negócioprograma ensina pequenas empresas a conquistarem o mercado externo

CApACitAção ComportAmento tendênCiA AssoCiAtivismo FeirAs e eventos serviço merCAdo Giro pelo pArAná

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Índice

PÁG. 06 – ENTREVISTAA força da classe médiaConfira entrevista com o jornalista Paulo Henrique Amorim. Para ele, classe C é o grande mercado consumidor.

PÁG. 52 – FEIRAS E EVENTOSInovação para a construção civilTambém em outubro, de 28 a 30, Maringá sedia o ENINC 2009, aberto para toda a cadeia produtiva do setor.

PÁG. 08 – CAPAGestão compartilhadaO sucesso de uma empresa depende da forma como ela é geren-ciada e a governança corporativa é uma tendência.

PÁG. 16 – CAPACITAÇÃOLíder 2.0Para ser líder, mais que dedicação, é necessário ter atitude. Revista Soluções ouve especialistas sobre o assunto.

PÁG. 26 – COMPORTAMENTORegulamentação operacionaliza Lei Geral208 dos 399 municípios do Paraná já criaram leis para micro e pequenas empresas.

PÁG. 80 – MERCADOSistema facilita comércio de produtos alimentíciosEquivalência de inspeção dará agilidade ao sistema que libera para a venda produtos de origem animal no Paraná.

PÁG. 22 – COMPORTAMENTOParaná quer formalizar 55 mil até 2010Conheça a história de trabalhadores informais que passarão a ter direitos previdenciários e empresariais.

PÁG. 30 – TENDÊNCIAA Cultura do RERevitalizar espaços urbanos pode ser uma alternativa para aque-cer o comércio e o turismo.

PÁG. 34 – TENDÊNCIAO valor da gestão ambientalCertificações ganham espaço e Sebrae/PR sai na frente com o SIGA.

PÁG. 40 – TENDÊNCIAInformatização com ‘inteligência’75% das pequenas empresas têm computador, mas desafio é usar sistemas que incrementem os negócios.

PÁG. 44 – ASSOCIATIVISMOCooperação na fronteiraCDT-AL é um elo importante na troca de informações sobre em-preendedorismo entre os países da América Latina. Saiba mais.

PÁG. 47 – ARTIGOJosé Cezar Castanhar aborda nesta edição as Certificações ISO.

PÁG. 48 – FEIRAS E EVENTOSFIAR 2009Sebrae/PR leva soluções empresariais para Rosario, na Argenti-na. Confira como foi a participação na maior feira agroalimentar do país vizinho.

PÁG. 58 – FEIRAS E EVENTOSMelhor Feira do Empreendedor 2008Paraná, que prepara edição 2010, vence premiação regional con-cedida pelo Sebrae Nacional.

PÁG. 60 – FEIRAS E EVENTOSUm ‘desfile’ de competitividadeParaná Business Collection destaca o potencial da indústria têxtil e do vestuário no Estado.

PÁG. 50 – FEIRAS E EVENTOSSemana da Pequena EmpresaEm comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, Sebrae/PR realiza em outubro semana de atividades, com foco no empreendedorismo.

PÁG. 57 – ARTIGOCarlos Hilsdorf ensina, de forma didática, como agregar valor e aumentar seus lucros.

PÁG. 75 – MERCADOInternacionalizar é um bom negócioPrograma auxilia pequenas em-presas a se qualificarem e aten-derem as exigências do merca-do externo.

PÁG. 66 – SERVIÇOSolução ajuda indecisosPortal oferece mais de 240 opções de negócios, com informações sobre mercado, capital de giro e custos. Confira.

PÁG. 70 – MERCADOSPED leva TI às empresasEmpresários de micro e pequenas empresas precisam estar aten-tos às novas regras do Fisco.

PÁG. 84 – MERCADOPequenos descobremoportunidadesNichos inexplorados, territorialização, associativismo e formação de APLs projetam produtos de pequenas em-presas.

PÁG. 88 – MERCADOO poder do varejoConheça os resultados do VarejoMAIS, programa do Sistema Fecomércio/PR e Sebrae/PR em todo o Estado.

PÁG. 92 – GIRO PELO PARANÁUm apanhado dos acontecimentos e eventos envolvendo o Sebrae/PR, nas regiões centro-sul, noroeste, norte, oeste e su-doeste do Estado.

PÁG. 96 – ARTIGOAllan Marcelo de Campos Costa, diretor-superintendente do Sebrae/PR, avalia os efeitos do Empreendedor Individual.

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EditorialSebrae/PR – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná

Jefferson NogaroliPresidente do Conselho Deliberativo

Allan Marcelo de Campos CostaDiretor Superintendente

Julio Cezar AgostiniDiretor de Operações

Vitor Roberto TioquetaDiretor de Gestão e Produção

Expediente

CoordenaçãoRenata TodescatoGerente de Marketing e Comunicação

Edição/Jornalista ResponsávelLeandro DonattiRegistro Profissional - 2874/11/57-PR

Reportagens: Adriana Ribeiro, Adriano Oltramari, Andréa Bordinhão, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Ellen Taborda, Giselle Ritzmann Loures, Katia Michelle Pires, Leandro Donatti, Luciana Baroni, Maria Duarte, Mirian Gasparin, Octávio Rossi e Sílvio Oricolli.

Fotos: Claiton Biaggi, Cristiane Shinde, Hugo Harada, Luiz Costa, Marcos Zanella e Wilson Vieira.

Colaboraram nesta edição: Adriana Schiavon Gonçalves, Dianalu Almeida Caldato, Leandro Krug Batista, e Paula Andreia de Castro.

[email protected]://asn.sebraepr.com.br

Críticas e comentários, mande um e-mail para [email protected]

Anuncie na Revista Soluções: pub l i c i dade . re v i s t aso l [email protected]

ImpressãoArtes Gráficas Renascer Ltda. (Mult-graphic)

Design Gráfico e DiagramaçãoIngrupo//chp Propaganda

Tiragem20 mil exemplares

PeriodicidadeTrimestral

ISSN 1984-7343

Prezado leitor, nesta edição, a Revista So-luções encarta uma pesquisa de opinião. Queremos saber o que você acha desta pu-blicação que já está na sua sexta edição, seu conteúdo, e pontos que precisam ser melho-rados e trabalhados. Precisamos ainda medir questões logísticas como periodicidade. Hoje, a Revista Soluções circula a cada três me-ses. “Para você, qual a periodicidade ideal?” é uma das perguntas do questionário.

Por que estamos realizando uma pesquisa junto aos nossos leitores? Porque assim como acontece nos projetos desenvolvidos pelo Sebrae/PR hoje, para nós, o sucesso de uma proposta como a Revista Soluções de-pende de uma construção coletiva. E ninguém melhor que você para nos ajudar nesse pro-cesso. As suas opiniões e os seus interesses serão a base de nossas decisões. O Sebrae/PR faz questão disso!

Também precisamos saber sobre a aplicabi-lidade dos conteúdos abordados. A Revista Soluções procura tratar dos assuntos mais atuais no mundo corporativo, sempre focando o empreendedorismo e as micro e pequenas

Renata Todescato,gerente de Marketing e Comunicação do Sebrae/PR

Boa notícia! O Paraná registrou um aumento no número de empresas abertas nos seis primei-ros meses deste ano. A maioria delas, micro e pequenas empresas. De acordo com números da Junta Comercial do Paraná, foram abertas de janeiro a junho deste ano 28.207 novas empresas. Em 2008, o total foi de 26.454. Ou seja, 1.753 empresas a mais em 2009.

O número de empresas que fecharam as portas no primeiro semestre deste ano também é um indicador de que a crise não atingiu de forma tão avassaladora os pequenos negócios como se projetava. O número registrado de empresas fechadas foi menor se comparado com o ano passado: deram baixa 8.988 empresas em 2009, contra 9.223 em 2008.

Uma das explicações para esse resultado positivo é o otimismo dos empreendedores que, mesmo diante do cenário extremamente negativo, mantiveram-se firmes na ideia de abrir novos negócios, respaldados por políticas de incentivos fiscais. Já para justificar a redução no número de empresas fechadas, podemos, por exemplo, apontar o uso do planejamento antes de abrir uma pequena empresa como possível variável. Empresários preparados sobrevivem mais.

Nesta edição, o leitor confere entrevistas, artigos de opinião, matérias de serviço e reportagens especiais sobre diversos temas: associativismo, mercado, comportamento, capacitação, tendên-cias, feiras e eventos. Material jornalístico que tem como objetivo reforçar conceitos, divulgar no-vidades e agregar ainda mais conhecimento aos empresários de micro e pequenas empresas.

Destaque para a matéria de capa que trata de governança corporativa e também para a reportagem especial que aborda a importância da gestão socioambiental pelas empresas. Dois temas muito comuns em grandes empresas, mas ainda pouco explorados pelas pequenas.

A sexta edição da Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná traz ainda reportagens sobre liderança, Empreendedor Individual, municipalização da Lei Geral, revitali-zação de espaços urbanos, inovação na construção civil, oportunidades de negócios, SPED, novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios e internacionalização focada nas micro e pequenas empresas.

Boa leitura!

Leandro Donatti, o editor

empresas. Uma tarefa que, para ter validade efetiva, precisa demonstrar-se útil para você.

A pesquisa é simples. Basta preencher e enviar gratuitamente pelos Correios ou responder pelo site www.sebraepr.com.br. Ajudem-nos nessa construção, afinal a Revista Soluções é para você!

Construção coletiva

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Paulo Henrique Amorim

Por Andréa Bordinhão

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A força da classe médiaPara jornalista, classe C é o grande mercado consumidor que vai ajudar os países emergentes a continuarem crescendo

EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

A classe média está aumentando seu consumo e tem mais acesso ao crédito. Esta é a dobradinha que o jornalista Pau-lo Henrique Amorim, conhecido por seus comentários sobre questões econômicas em programas televisivos, usa para res-saltar o crescimento econômico do Bra-sil. Ele esteve em Curitiba no último dia 21 de julho para participar do lançamento da promoção “Liquida Curitiba”, promovi-da pela Associação Comercial do Paraná (ACP) com o apoio do Sebrae/PR.

De acordo com o jornalista, a consolida-ção da classe média é o fenômeno que está garantindo o crescimento econômico do Brasil, principalmente no cenário de crise financeira que atingiu os países ricos desde setembro do ano passado. Para Amorim, o aumento do poder de consumo e a facilidade e confiabilidade no crédito estão fazendo com que a classe C seja o grande motor da economia nacional.

O consumidor da classe média, descreve Amorim, é “ávido” para prosperar. Por isso busca educação e, consequentemen-te, atinge aumento de renda e faz a cadeia econômica crescer. Além disso, a popula-ção desta faixa de renda tem, agora, mais

acesso ao crédito e está mais confiante na sua capacidade de pagamento, inclusi-ve em longo prazo. “Isso é da essência do sistema capitalista e isso é uma novidade para a sociedade brasileira”, afirma. E os reflexos deste processo, salienta, benefi-ciam diretamente as médias e pequenas empresas, que hoje “são as que mais em-pregam”.

Amorim não nega que o bom momento econômico do Brasil foi ajudado pelos pro-blemas financeiros nas maiores potências mundiais. Entretanto, mesmo com a pro-ximidade da extinção da crise, o jornalis-ta é otimista em relação à continuidade do crescimento dos países emergentes. “Estamos no meio de uma explosão sem precedentes no mundo e o ritmo de cres-cimento voltará a se acelerar nos países emergentes que compõem o BRIC (sigla para designar os quatro países emergen-tes do mundo - Brasil, Rússia, Índia e Chi-na) quando passarem os efeitos da crise”, afirma. A Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná acompanhou a palestra do jornalista no Sebrae/PR. A seguir, alguns trechos da conversa com Paulo Henrique Amorim.

Revista Soluções - Como o senhor vê as perspectivas econômicas para o Brasil a médio prazo? Amorim - A nova força da classe média brasileira foi o que fez o Brasil segurar a crise, que fez o Brasil domar a crise. O País pela primeira vez conseguiu demons-trar que tem uma economia que reside na classe média e não no mercado externo. O polo dinâmico está na classe média. Agora eu acho que o pior da crise mundial já pas-sou. O Brasil enfrentou a crise e no ano que vem deve crescer à base de 4% ao ano. A China deve voltar a crescer acima de 10%. E pronto. A economia fez a cur-va, foi embora.

Revista Soluções - A classe média está consolidada, portanto?Amorim - A classe C cresceu 25% entre dezembro de 2002 e abril de 2008. E hoje representa 54% da pirâmide de ren-da brasileira. Nós já somos um país de classe média. E o mais importante elemen-to no crescimento da classe média é que aumentou o emprego formal. Estamos no meio de uma explosão sem precedentes no mundo e o ritmo de crescimento vol-tará a se acelerar no BRIC quando pas-sarem os efeitos da crise que atingiu os países mais ricos. A distribuição de renda entre ricos e pobres no mundo está se estreitando. Há um espaço grande para explorar as economias domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos consumidores entrarão na classe média.

Revista Soluções - E qual o perfil do con-sumidor da classe média?Amorim - As classes C, D e E são nor-malmente mais jovens. Esse público tem um apetite de ascensão social insaciável. Essas pessoas querem estudar, querem melhorar e todos sabem que educação é igual à renda. Cada ano que o filho fica na escola a mais que o pai significa au-mento de 10% na renda. Ele quer ganhar dinheiro, quer subir, quer a casa própria, quer deixar para o filho uma vida melhor. O salário mínimo é um outro fator impor-tante. Nos últimos 10 anos, o Brasil tem promovido aumento real do salário míni-mo e isso tem sido importante fator da expansão dessa classe média. E é impor-tante lembrar também que esse público está conectado à internet. A rede mundial de computadores tem 62 milhões de usu-ários no Brasil. Este é o meio de comu-nicação que mais cresce em penetração no País. O público é jovem, tem dinheiro, estão todo tempo online e adoram com-prar. É o mecanismo certo para vender

para o jovem. O Brasil é o país que passa mais tempo online no mundo. As pessoas ficam três vezes mais tempo online do que assistindo televisão.

Revista Soluções - Quais os efeitos dire-tos desta consolidação para os empresá-rios de pequenas e médias empresas?Amorim - É um mecanismo de retroali-mentação. Os empresários (de pequenas e médias empresas) estão se beneficiando do aumento do emprego com carteira as-sinada, do aumento do salário mínimo real e do aumento dos programas de apoio social. Tudo isso faz com que o comér-cio tenha comprador. E com dinheiro nas lojas o comércio se movimenta, contrata e todo sistema se beneficia. E hoje o se-tor que mais contrata, de maneira geral, é a pequena e média empresa. Uma das consequências mais fascinantes desse fenômeno, na minha opinião, é o fato de que há uma migração crescente da mão-de-obra feminina do emprego doméstico para o emprego na área de serviços e co-mércio. Ou seja, as mulheres com mais escolaridade vão para empregos fixos, para se beneficiar de todas as vantagens da carteira assinada.

Revista Soluções - Durante a crise, então, o Brasil se sustentou na demanda interna?Amorim - A demanda interna é a chave da expansão do crescimento econômico do Brasil. E quando falamos em demanda in-terna, estamos falando de um consumidor ávido para dar prosperidade à sua família, aos seus filhos. Pela primeira vez o Brasil deixou de ser uma economia dependente do comércio externo para ser como toda sociedade capitalista forte, ou seja, uma sociedade que se baseia no dinamismo da demanda doméstica. Além disso, tem a questão do crédito. Está acontecendo o fenômeno da “banqueirização” da classe média brasileira. A classe média entrou na onda da utilização maciça de crédito, o que significa aumento da capacidade de tomar dívida e por mais tempo. O sistema capitalista vive de crédito e de confiança, vive de confiar em que amanhã a vida econômica vai permitir o pagamento das dívidas assumidas. Isso é da essência do

sistema capitalista e isso é uma novidade para a sociedade brasileira. A demanda de crédito é a locomotiva que puxa a eco-nomia do mundo. Como exemplo, hoje as classes C, D e E detêm 67% dos cartões de crédito do País.

Revista Soluções - O Brasil está se con-solidando como uma das principais econo-mias do mundo?

porque obrigou os empresários a reduzir seu endividamento e investir em tecnolo-gia, especialmente em tecnologia de ges-tão. Além disso, houve a valorização do Real. Nossa moeda se valorizou para o nível de antes da crise porque o superávit comercial brasileiro se revigorou, ou seja, as empresas brasileiras conseguiram con-tinuar exportando. E agora o Brasil, que diversificou sua pauta de exportação, pode continuar vendendo aos países emergen-tes, como a China.

Revista Soluções - Apesar do crescimen-to, quais as principais dificuldades que os empresários de pequenas empresas ainda encontram para tocar seus negócios atu-almente?Amorim - Nós temos os empecilhos de sempre, que são a carga tributária e a ren-da, que poderia ser maior. Ainda há muita desigualdade de renda no Brasil. Há dificul-dades na burocracia que atinge a atividade comercial de uma maneira geral. Mas, de qualquer forma, tudo isso é atenuado pelo fato de que a economia voltou a crescer.

“Há um espaço grande para explorar as economias domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos consumidores entrarão na classe média.”

Paulo Henrique Amorim,jornalista

Amorim - Os membros do BRIC represen-tam 50% da economia do mundo. Isso se deve à queda das economias ricas, mas também porque as economias dos países que estavam embaixo foram capazes de subir, emergir. Cerca de 60% da produção econômica saem dos países em desenvol-vimento e houve aumento do intercâmbio comercial Sul-Sul. Os países do BRIC per-ceberam que os melhores fregueses são os que estão no Hemisfério Sul e inver-teram a tendência centenária de se fazer negócios Norte-Norte. E o Brasil tem uma vantagem. Diferente dos outros países do BRIC, temos uma constituição que funcio-na, um regime democrático, falamos to-dos a mesma língua, não há conflitos étni-cos e religiosos, não temos problemas de fronteira, não disputamos com ninguém nosso espaço, temos sol, água, terra e liberdade interna.

Revista Soluções - De que forma a cri-se ajudou no crescimento e consolidação econômica do País?Amorim - Eu acho que a crise foi vantajosa S

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As ferramentas de gestão têm sido apontadas por especialistas em Ad-ministração como um dos papéis fundamentais para a estruturação das atividades das empresas. Há quem diga que o sucesso de uma empresa depende exclusivamente da forma como ela é gerenciada. Nesse sentido, uma boa governan-ça corporativa proporciona aos ad-ministradores, proprietários, acio-nistas ou cotistas de uma empresa a gestão estratégica e o efetivo mo-nitoramento da direção executiva da companhia.

Mas, afinal de contas, o que é gover-nança corporativa? Muitas são as definições para essa prática. Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança cor-porativa é um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monito-radas, envolvendo os relacionamen-tos entre acionistas/cotistas, con-selhos e administração, diretorias, auditorias independentes e conse-lhos fiscais.

Para o coordenador do IBGC no Paraná, Marcio Kaiser, hoje se re-conhece cada vez mais que a go-vernança corporativa é importante para a geração de valores das em-presas, pois além de ajudar a dimi-nuir os custos de capital e melhorar o acesso a financiamentos públicos ou privados, a governança contri-bui também para a perenidade das companhias. Diante desse quadro, a demanda por essa prática profis-sional vem aumentando nos últimos anos.

Kaiser explica que o primeiro pon-to a se considerar em governança corporativa é a elaboração de um acordo de acionistas, que muitas vezes é confundido com o estatuto da empresa. “O acordo é um instru-mento privado, ou seja, um acordo entre os sócios, e vai muito além do estatuto da empresa. É esse acor-do que vai regular os assuntos ex-clusivos da família e da empresa, no caso de empresa familiar. Um acor-do de acionistas vai determinar, por exemplo, como os herdeiros pode-rão ingressar na empresa e esta-belecerá a questão dos salários dos membros da família”, explica.

Segundo o coordenador do IBGC no Paraná, depois do acordo de acionistas a segunda etapa da go-vernança, corporativa é adequar a gestão da empresa. “As micro

Governança corporativa

Gestão compartilhadaCom boas práticas de governança, companhias tornam-se mais transparentes e mais competitivas

Por Mirian Gasparin

e pequenas empresas têm neces-sidade de se profissionalizar. Mas de forma alguma isso significa que os membros da família não possam participar da gestão. Eles podem sim, mas devem ser preparados para assumir seus cargos”, afirma Kaiser.

Feito o acordo de acionistas e ade-quada a gestão da empresa, parte-se para a terceira etapa da gover-nança corporativa, que é a criação de um conselho. “Em caso de pe-

Marcio Kaiser, coordenador do IBGC

quenas empresas, o conselho não se faz necessário”, observa o coor-denador do IBGC no Paraná. Código de boas práticas

O IBGC tem um código que é consi-derado a principal referência sobre as boas práticas de governança do Brasil. O documento, chamado de Código das Melhores Práticas em Governança Corporativa, foi elabo-rado após análise de documentos similares no exterior e extensos debates entre associados da enti-dade, que procuraram adaptá-lo à realidade corporativa brasileira. O Código está subdividido em seis capítulos: Propriedade (sócios), Conselho de Administração, Ges-tão, Auditoria Independente, Con-selho Fiscal, Conduta e Conflito de Interesses. O documento apresenta também os quatro princípios bá-sicos da governança corporativa, que são a transparência, equidade, prestação de contas e responsabi-lidade corporativa.

Lançado em 1999, o Código das Melhores Práticas está em sua terceira versão. Atualmente seu conteúdo está sendo revisto e será submetido à audiência públi-ca antes de sua publicação. As modificações do código refletem as constantes discussões e o aprofundamento dos temas liga-dos à governança corporativa, motivo que fez do documento re-ferência nacional em conduta de gestão empresarial, e nas esco-las de negócios.

Na sua primeira edição, o Código concentrou-se no funcionamen-to, composição e atribuições dos conselhos de administração, re-fletindo claramente a tendência dominante na época e a partir de reflexões sobre a Lei das Socie-dades Anônimas, então vigente, e das discussões e conclusões de um grupo de empresários reunido em abril de 1997. A se-gunda versão, de abril de 2001, tratou do princípio da equidade entre acionistas. A terceira, de

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março de 2004, é marcada pela inclusão do princípio de responsabi-lidade corporativa. Sistema SebraeUm bom exemplo de governança corporativa está no Sebrae. O di-retor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, explica que o Sebrae não é uma empresa privada, mas tem uma gestão privada de recur-sos públicos. “A governança corpo-rativa do Sistema Sebrae é muito importante porque os conselhos deliberativos estaduais e federal cumprem a função de um conselho de administração comparado com uma empresa privada”, afirma.

No conselho do Sebrae, explica Carlos Alberto dos Santos, têm as-sento representantes dos setores produtivo, acadêmico, governo e de diferentes grupos que influenciam, direcionam e aprovam os planos de trabalho, propõem ações cotidia-nas para que a Diretoria Executiva possa se concentrar no desenvolvi-mento de ações que estão vincula-das ao direcionamento estratégico

As decisões não são de um, mas do grupo e sempre todos, de alguma forma, têm a colaborar

e que são definidas nos respectivos conselhos.

De acordo com o diretor de Ad-ministração e Finanças do Sebrae Nacional, a governança corporativa da instituição é sofisticada e com-plexa devido às peculiaridades do Sistema, que se assemelha a uma parceria público e privada, em espe-cial, porque os recursos devem ser aplicados em ações e programas voltados aos pequenos negócios e à competitividade dessas empresas no mercado. “O critério da eficiên-cia do Sebrae é o resultado das em-presas atendidas pela instituição”, destaca.

Entidades unidasNo Paraná, o Conselho Deliberati-vo do Sebrae/PR é um exemplo de gestão compartilhada, de governan-ça corporativa que traça as estraté-gias e diretrizes do Sebrae a serem executadas pela Diretoria Executiva, com a fiscalização do Conselho Fis-cal. “Formado por entidades parcei-ras, representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições

de crédito e do governo, a governan-ça funciona como uma Assembleia Geral, soberana, que representa a tomada de decisões de forma de-mocrática”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli.

Nogaroli, que assumiu a presidência do Conselho do Sebrae/PR no final do ano passado e que atualmente também comanda o Conselho Supe-rior da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecu-árias do Paraná (Faciap), diz que os modelos de gestão compartilhada são muito mais eficientes que os modelos caracterizados pela cen-tralização, porque os temas coloca-dos em pauta são abordados sob as mais diferentes perspectivas. “As decisões não são de um, mas do grupo. Sempre todos, de alguma forma, têm a colaborar, a contribuir para a melhor decisão”, assinala.

O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por 13 entidades: Agên-cia de Fomento, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Centro de Integração de Tecnologia do Paraná

(Citpar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Fede-ração das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Esta-do do Paraná (Faciap), Federação das Associações de Micro e Peque-nas Empresas do Paraná (Fampe-par), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio), Sebrae Nacional, Se-cretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Universidade Fe-deral do Paraná (UFPR).

O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Cam-pos Costa, diz que a governança corporativa, no Brasil, tornou-se uma exigência para as empresas acompanharem os novos tempos. Esse fenômeno, terminologia utili-zada por muitos especialistas, foi acelerado pela privatização, desre-gulamentação da economia e glo-balização. “O ambiente corporativo hoje está muito mais competitivo se comparado com o ambiente de dez anos atrás. Por isso, o Sebrae/PR aposta na governança corporativa, porque, para nós, é um modelo de como bem gerenciar. Todas as de-cisões tomadas pela Diretoria Exe-cutiva são amadurecidas, revisadas e reformuladas nesse processo.”

Para Allan Marcelo de Campos Cos-ta, o Sebrae/PR dispõe de algumas vantagens, como por exemplo um Conselho Deliberativo eclético. “Te-mos representantes de entidades empresariais, de instituições finan-ceiras, de instituições de ensino, do setor produtivo, do poder público e da iniciativa privada. Cada entidade ou instituição com sua expertise, mas todas com as suas ações foca-das e comprometidas no desenvolvi-mento do Estado e no fortalecimento do empreendedorismo e das micro

Carlos Alberto dos Santos, diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional

Sede do Sebrae/PR, em Curitiba

Jefferson Nogaroli, presidente do Conselho Delibera-tivo do Sebrae/PR

Allan Marcelo de C. Costa, diretor-superintendente do Sebrae/PR

Reunião mensal do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

e pequenas empresas. Isso acaba sendo muito vantajoso, porque to-dos contribuem com parte de seu conhecimento. Ganha o Sebrae/PR, que passa a ter uma gestão mais eficiente; ganham os empreendedo-res e empresários, que têm à dispo-sição melhores soluções empresa-riais e ganha a sociedade, que pode contar com organizações de apoio ao desenvolvimento transparentes”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae/PR. (Colaborou nesta reportagem Leandro Donatti)

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Foto: Agência La Imagen

Para saber mais sobre governan-ça corporativa, acesse o site do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (www.ibgc.org.br). No site, você pode inclusive conhecer o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, que passa atualmente por uma revisão. Basta clicar no link Publicações. O site da HSM, líder na formação de execu-tivos no mundo, também sempre traz artigos de especialistas sobre o tema. Acesse www.hsm.com.br.

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Conheça as entidades que formam o Conselho do Sebrae/PR AGÊNCIA DE FOMENTO

A Agência de Fomento do Para-ná S.A. é uma instituição finan-ceira que opera prioritariamen-te com recursos próprios, que são aplicados no financiamento de iniciativas compatíveis com a política de governo do Estado. Através de seus programas, e em parceria com secretarias e outros órgãos do Estado, os re-cursos são direcionados à oferta de crédito e financiamentos sem burocracia e em condições favo-ráveis de taxas, prazos e garan-tias. www.afpr.pr.gov.br

BANCO DO BRASIL

A missão do Banco do Brasil é ser a solução em serviços e intermediação financeira, aten-der às expectativas de clientes e acionistas, fortalecer o com-promisso entre os funcionários e a empresa e contribuir para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Com 24,6 milhões de clientes correntistas, 15,1 mil pontos de atendimento em 3,1 mil cidades e 22 países, o Ban-co do Brasil é hoje a maior insti-tuição financeira do País. www.bb.com.br

CAIXA ECONÔMICA

A Caixa Econômica Federal é o principal agente das políticas públicas do governo federal e, de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões de brasileiros. Isso porque a Caixa – uma empresa 100% pública – atende não só os seus clientes bancários, mas todos os traba-lhadores formais do Brasil, es-tes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desempre-go; beneficiários de programas sociais e apostadores das lote-rias. www.caixa.gov.br

CITPAR

O Centro de Integração e Tec-nologia do Paraná é uma Oscip que se dedicou durante 21 anos a prestar atendimento na área de tecnologia a órgãos de gover-no, universidades e entidades da iniciativa privada. Como Eu-rocentro, realizou muitos encon-tros empresariais de países da Comunidade Europeia e América Latina. Várias empresas que hoje se encontram instaladas no Paraná foram influenciadas direta ou indiretamente pelo CITPAR.

FACIAP

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) representa hoje 247 associações comerciais e um universo de mais de 40 mil empresas em todo o Estado. A entidade é uma das maiores instituições do sistema no Bra-sil, com atuação em 70% dos municípios paranaenses. As as-sociações comerciais estão pre-sentes nas principais cidades, que representam juntas 95% do Produto Interno Bruto (PIB) para-naense. www.faciap.org.br

FAEP

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná tem como objetivo o estudo, a coordena-ção, defesa e representação legal da categoria econômica rural, tal como agricultura e pecuária, buscando soluções para as questões relacionadas aos interesses econômicos, so-ciais e ambientais do produtor. É responsável pela orientação aos seus filiados, em sindica-tos rurais. www.faep.com.br

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FAMPEPAR

A Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná desenvol-ve projetos que buscam o for-talecimento de associações de pequenas empresas em todo o Estado. O trabalho consiste na realização de palestras e na capacitação de lideranças e em-presários. A entidade represen-ta as micro e pequenas empre-sas no Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

FECOMÉRCIO

O Sistema Fecomércio Sesc Senac-PR dá ao empresário do comércio as melhores condi-ções possíveis de sobrevivência e sustentabilidade do seu negó-cio, numa época em que a com-petição pelo cliente é cada vez mais acirrada. A intenção da Federação é ampliar cada vez mais suas ações com qualida-de e abrangência, contribuindo para o desenvolvimento do Esta-do. www.fecomerciopr.com.br

FIEP

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná - Fiep, Ciep, Sesi, Senai e IEL - é uma enti-dade de representação da indús-tria do Paraná. Braço político-institucional da indústria, a Fiep é a voz da indústria paranaense, a quinta maior do Brasil. A Fede-ração presta assessoria direta aos sindicatos empresariais fi-liados à entidade, que represen-tam mais de 30 mil indústrias, que geram 670 mil postos de trabalho. www.fiepr.org.br

OCEPAR

O Sistema Ocepar é formado por três sociedades sem fins lucrati-vos que, em parceria, se dedi-cam à representação, fomento, desenvolvimento, capacitação e promoção social das cooperati-vas paranaenses: o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná - Ocepar, o Serviço Nacional de Aprendiza-gem do Cooperativismo - Sesco-op PR e a Federação e Organiza-ção das Cooperativas do Estado do Paraná - Fecoopar. www.ocepar.org.br

SEIM

A Secretaria da Indústria, do Co-mércio e Assuntos do Mercosul existe para promover a articula-ção do governo do Paraná com o setor privado. Entre suas prin-cipais linhas de ação, estão o es-tímulo à criação de empresas e a promoção das exportações. A SEIM executa programas e pro-jetos visando implantar e coorde-nar a política governamental para os setores secundário e terciário da economia do Estado. www.seim.pr.gov.br

SEBRAE NACIONAL

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma enti-dade privada sem fins lucrativos que tem como missão promover em todo o País, de norte a sul, a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos das micro e pequenas empresas. A instituição foi criada em 1972, como resultado de iniciativas pioneiras que tinham como foco estimular o empreendedorismo no Brasil. www.sebrae.com.br

UFPR

A Universidade Federal do Pa-raná é a mais antiga universida-de do Brasil e símbolo de Curi-tiba. Envolta por uma história de muitas conquistas, desde 1912 a UFPR é referência no ensino superior para o Estado e para o Brasil. Símbolo maior da cultura paranaense, a UFPR demonstra sua importância e excelência através dos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, além de suas áreas de extensão e pesquisa. www.ufpr.br

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Comando EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

O mundo está em constante mudança e não é por acaso que as personalidades que lideram empre-sas e comunidades devem se adequar a essas alterações. O consultor César Souza, autor de di-versos livros, defende a formação de “um novo líder”, chamado de Líder 2.0, que seria capaz de lidar com a evolução.

Com sólida experiência como executivo, César Souza foi até 1998 vice-presidente da Odebrecht of América Inc, radicada em Washington nos Es-tados Unidos, e sócio-diretor do Monitor Group, até 2001, empresa fundada por Michael Porter. Desde então, atua como consultor para diversas companhias, nas áreas de estratégia, marketing e recursos humanos.

Recentemente, César Souza participou do Fórum Global de Liderança, que aconteceu no Estação Convention Center, em Curitiba, reunindo os mais conceituados nomes. “Liderança é a arte de in-fluenciar pessoas. Não é cargo nem posição so-cial, nem sinônimo de carisma. O líder também não nasce pronto. Ninguém nasce líder, aprendemos a ser líder. Infelizmente, vivemos um verdadeiro apa-gão da Liderança, no mundo político, empresarial, educacional, familiar. Precisamos formar Líderes 2.0, para uma nova realidade”, define.

Líder 2.0Para especialista, liderança é a arte de influenciar as pessoas, não é cargo, não é posição e muito menos sinônimo de carisma

Por Katia Michelle Pires

O Líder 2.0, explica o consultor, é quem reúne cinco forças:

1. Oferece causas, em vez de apenas empregos, tarefas ou metas. O Líder 2.0 oferece às pessoas aquilo que mais dese-jam: uma bandeira, uma razão para suas vidas. Acredita que as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até mesmo a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma causa, um porquê para o seu cotidiano;

2. Forma outros líderes, em vez de apenas seguidores. O Líder 2.0 não se satisfaz em ter atrás de si um grupo de pessoas seguindo fielmente o rumo traçado e recompensado pela sua lealdade. É aquele que tem em torno de si pessoas capazes de exercer a liderança quando necessário. Cria mecanismos, atitudes e posturas que estimulam o desenvolvimento do líder que existe dentro de cada um com quem convive. Forma, as-sim, outros líderes, seu maior legado para o futuro da orga-nização;

3. Lidera 360 graus, em vez de apenas 90 graus. O Líder 2.0 atua onde faz diferença. Não comanda apenas uma equipe de subordinados dentro das paredes de uma empresa. Exerce a liderança também “fora”, para cima e para os lados: lidera clientes, parceiros, comunidades e influencia chefes, colegas e acionistas;

4. Surpreende pelos resultados, em vez de fazer apenas o combinado. O Líder 2.0 não é aquele que apenas chega aonde anunciou antes. Não basta cumprir metas. É aquele que faz mais do que o combinado, surpreende pelos resultados inco-muns que obtém de pessoas comuns. Sabe “compatibilizar” o hoje com o amanhã. Garante o presente, enquanto constrói o futuro;

5. Inspira pelos valores, em vez de apenas pelo carisma. O Líder 2.0 constrói um mapa de atitudes em torno de valores que são explicitados, disseminados e praticados. Cria um cli-ma de ética, integridade, confiança, respeito, transparência, aprendizado contínuo, inovação, paixão, humildade. Educa pelo exemplo. Prima pela coerência entre o que diz e o que faz. Lidera a si mesmo antes de pretender liderar os outros.

César Souza, consultor

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Para César Souza, vivemos uma ca-rência de líderes nas escolas, nas comunidades, na vida política. “Se quisermos criar famílias mais felizes, empresas mais saudáveis e comuni-dades mais solidárias, precisamos mudar a nossa forma de pensar so-bre a liderança e a nossa maneira de exercer a liderança”, ensina.

Quando questionado sobre o “boom” do termo liderança e a proliferação de cursos sobre o tema, o consul-tor faz uma crítica. “Infelizmente, a maioria desses cursos e livros so-bre liderança está formando líderes para uma realidade que já não exis-te mais. No máximo formam geren-tes mais eficientes em vez de líde-res eficazes. A liderança tal qual a conhecemos hoje está com os dias contados. O Líder 1.0 deve ser es-tudado em aulas de História e não mais em aulas de Administração ou Gerenciamento. Precisamos de Lí-deres 2.0 nas nossas empresas.”

Como então os empresários podem se proteger? “Existem muitos cur-sos que prometem formar líderes em 24 horas, como se fosse um passe de mágica. Mas não adianta tentar aprender técnicas, pois lide-rança não é uma questão técnica. Trata-se de uma questão de atitu-des”, aconselha César Souza.

Ver como o líder age, é na opinião do consultor, a melhor forma de identificá-lo. “O exemplo é a ação, é a essência. Não adianta um belo discurso, nem diplomas de cursos de liderança. O melhor é na hora do sufoco, da ação. Por exemplo, sem-pre digo que ‘as estrelas brilham na escuridão’ e na hora da crise é que dá para distinguir o joio do trigo. Como o líder se comporta”, diz.

Para César Souza, as cinco forças do Líder 2.0 ajudam a identificar o líder. “Sugiro que cada leitor dessa matéria se faça cinco perguntas in-convenientes: Será que ofereço uma causa à minha equipe ou apenas estou cobrando metas e tarefas? Será que estou formando outros lí-deres ou apenas seguidores? Será que faço mais que o combinado ou apenas “bato metas”? Será que lide-ro também clientes, fornecedores, comunidades ou lidero apenas uma equipe dentro da empresa como se fosse um mero chefe? Será que

“Um líder pode ser o presidente da República ou o síndico do prédio. Basta saber identificar”, ensina o headhunter (caça-talentos) Bernt Entschev, que também comparti-lhou sua experiência no Fórum Glo-bal de Liderança. Para ele, o líder tem um papel indispensável na con-dução dos negócios e, portanto, é fundamental identificar líderes em potencial no mundo corporativo. E como identificar os líderes? Ents-chev também dá dicas: “Um líder é aquele que consegue influenciar as pessoas com seu comportamento’’, diz, salientando que existem vários tipos de líderes.

Uma pessoa pode ser líder em um ambiente e em outro não, na avalia-ção de Entschev. E a personalidade de liderança sempre vai aparecer quando se junta mais de uma pes-

Na direção certaA empresária Kuniko Maeda, de To-ledo, no oeste do Paraná, sabe bem a importância da liderança no mundo dos negócios. Proprietária de uma loja de produtos médico-hospitalares que comercializa mais de 30 mil itens e gera três empregos diretos e sócia de uma pizzaria que tem cerca de 30 funcionários, Kuniko precisa “liderar” o tempo inteiro para garan-tir o sucesso de seus negócios.

Ela acredita, no entanto, que a liderança não está ligada ao au-toritarismo. “Pelo contrário. Mui-ta gente confunde liderança com comando, mas não é só isso. Um líder deve, antes de tudo, se fazer respeitar e conquistar as pessoas pela confiança’’, ensina.

Bernt Entschev, headhunter

Há duas formas de ser um líder: ou pela característica inata ou aprendendo técnicas de liderança, mas sempre a pessoa deve olhar para dentro de si e questionar

Para ela, um líder é um cidadão completo que influencia pela com-petência e capacidade de compre-ender o meio em que está. “E essa competência vale tanto para a for-mação profissional como espiritual’’, diz. Como líder de duas empresas, ela relata que é preciso estar sem-pre presente nos negócios e em contato com tudo o que acontece dentro da empresa.

“A liderança está na sabedoria de saber cobrar, mas também de sa-ber confiar’’, diz. Para ela, essa competência já nasce com a pes-soa e pode ser observada no grupo de amigos, na escola ou mesmo em escalas maiores, na sociedade, em cargos políticos, por exemplo.

Cabe ao líder, portanto, motivar sis-temática e periodicamente as pes-soas que confiam nele. “É importan-te dinamizar esse processo para ter um melhor resultado. Um bom líder deve propor reuniões, saber escu-tar as pessoas, motivá-las e acima de tudo manter-se atualizado’’. So-bre sua própria experiência, Kuniko é categórica: “Um líder deve obter respeito, sem gritar, sem pressio-nar. Deve se impor, colocar limites, mas também saber ser amigo’’.

Prever o futuro, ou seja, ter a capacidade de saber o que pode acontecer no mercado antecipadamente, reunindo informações sobre o assunto;1

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Conseguir ordenar o serviço a ser feito;

Conduzir subordinados;

Abraçar a causa (muitos líderes acabam fazendo sacrifícios pela função, como o caso de Getúlio Vargas, como exemplifica o consultor);

Conquistar a admiração das pessoas.

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Como ser um líder em cinco l ições, por Bernt Entschev

Para saber mais sobre o tema, leia o livro “Você é do tamanho dos seus sonhos”, de César Souza.

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Kuniko Maeda, empresária

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inspiro os outros por valores ou apenas pelo carisma e hierar-quia? Essas perguntas ajudam a perceber se você está sendo um líder.”

Papel indispensávelFalar em liderança é quase sem-pre associar o termo às gran-des personalidades que marca-ram a história mundial. Gandhi, Hitler, Nelson Mandela e Che Guevara são alguns exemplos de nomes que influenciaram ge-rações e mudaram a forma de pensar de milhares de pessoas. Mas a liderança não está asso-ciada apenas a grandes dimen-sões. É uma característica que está presente na personalidade das pessoas, de forma inata ou adquirida, em todas as etnias e classes sociais e nos negócios, desde uma multinacional até uma pequena empresa.

soa. “No mundo dos negócios, essa liderança é fundamental para condu-zir decisões e dar o direcionamento essencial para o sucesso do empre-endimento. Ou fracasso.” Conforme ressalta Entschev, que tem mais de duas décadas de experiência na área de Executive Search e já foi eleito o 4º Melhor Headhunter do Brasil pelo Canal RH, há lideranças positivas e negativas.

“E há duas formas de ser um lí-der”, de acordo com ele. “Ou pela característica inata ou aprenden-do técnicas de liderança.’’ Para o headhunter, a pessoa deve olhar para dentro de si mesma e ques-tionar os seus anseios e que papel ela quer desempenhar. “Há líderes e seguidores e é preciso saber o que se pretende, honestamen-te’’, conclui.

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Aproximadamente 55 mil empre-endedores que trabalham na infor-malidade devem se formalizar no Paraná até o final de 2010. A esti-mativa é do Sebrae/PR que, desde 1º de julho, com a entrada em vigor do Empreendedor Individual, presta diariamente orientações para infor-mais de todo o Estado que buscam a formalização. O Empreendedor In-dividual é uma figura jurídica instituí-da pela Lei Complementar 128/08 que alterou dispositivo do Estatuto Nacional da Microempresa e Em-presa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, com o objetivo de facilitar a formalização de mani-cures, pintores, costureiras, carpin-teiros, cabeleireiros, artesãos, sa-pateiros, entre outras profissões.

Empreendedor individual EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Paraná quer formalizar 55 mil até 2010Conheça a história de trabalhadores informais que, a partir de agora, passarão a ter direitos previdenciários e empresariais

Por Leandro Donatti

Na informalidade, os empreende-dores não têm direitos previden-ciários nem direitos empresariais. De acordo com o Anuário do Tra-balho Sebrae/Dieese 2008, exis-tem aproximadamente 565 mil tra-balhadores informais no Estado. O prestador de serviços de pinturas e letreiros, Isaías Rosa, conhece bem as desvantagens de trabalhar sem garantias. Aos 52 anos, espera que o Empreendedor Individual lhe traga mais alívio e segurança. O pintor, que está na atividade há 37 anos, em Londrina, no norte do Estado, espera não passar mais pelo sufoco ao qual se submeteu há dois anos, quando se acidentou no exercício da profissão e viu-se desamparado. Isa-ías foi parar no hospital porque que-brou o braço ao cair de uma escada.

dividual, além de vantagens previ-denciárias como aposentadoria, auxílio-doença e auxílio-maternidade, também terá a vantagem de poder emitir nota fiscal. Será possível ainda participar de licitação ou entrar nas chamadas dispensas de licitação. O Sebrae/PR ressalta a importân-cia do CNPJ para o empreendedor. Com o documento, ele terá poder de negociação, poderá comprar de atacadistas e abrir conta em bancos como pessoa jurídica, com taxas e juros especiais. O informal precisa ter clareza sobre a natureza do seu empreendimento, pois serão acei-tos apenas negócios que não ferem a legislação local.

O dia a dia do pedreiro Francisco Al-ves de Oliveira, 63 anos, também não é nada fácil. Seu Francisco foi o primeiro empreendedor informal a procurar orientações sobre o Em-preendedor Individual, no Sebrae/PR, em Curitiba. Ele trabalha há 20 anos como autônomo e vê a formalização de seu ofício como uma forma de ter reconhecimento profissional e conquistar mais clientes. “Formali-

zado, vou pegar mais serviços, terei benefícios do INSS (Instituto Nacio-nal do Seguro Social) e penso em empregar mais uma pessoa. Perco muito trabalho atualmente porque não tenho nota fiscal para fornecer”, conta o pedreiro, que mora em São José dos Pinhais, na Grande Curiti-ba, mas exerce a maioria de suas atividades na Capital.

Paulo Cesar Kaspreski também pro-curou o Sebrae/PR assim que soube que poderia virar um empreendedor individual. Paulo Cesar tem há três anos seu próprio empreendimento. Ele atua na limpeza comercial de te-lhas e pisos em Pato Branco, no su-doeste do Paraná. O empreendedor conta que tem acompanhado o as-sunto pelo noticiário. “Eu já sentia a necessidade de formalizar a empre-sa. Agora ficou mais simples e mais barato, o que vai fazer a gente ante-cipar essa decisão.” A necessidade a que Paulo se refere veio com o tempo. Ele conta que foi divulgando seu próprio negócio com o trabalho e as oportunidades foram aparecen-do. Contudo, por não ter uma em-

Quem aderir, além de vantagens previdenciárias como aposentadoria, também poderá emitir nota fiscal

Isaías Rosa, pintor

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Ficou desesperado porque não ti-nha seguro. “Para poder receber o pagamento pelo serviço que eu já tinha começado, saí do hospital sem me recuperar direito e voltei ao trabalho assim mesmo”, conta. Além do direito ao benefício auxílio-doença, o trabalhador vê outras vantagens na formalização. “Não vou mais perder oportunidades de trabalho por falta de nota fiscal e CNPJ (Cadastro Nacional para Pes-soa Jurídica). Acho que vai melho-rar muito e todo mundo só tem a ganhar com essa lei”, aposta Isaías, que está ansioso para ser reconhe-cido como o mais novo Empreende-dor Individual de Londrina.

De acordo com a nova legislação, quem aderir ao Empreendedor In-

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presa formal, muitas vezes perdeu serviços. “Com essa chance, forma-lizado, posso participar de concor-rências públicas e ampliar mercado também na iniciativa privada.”

ExpectativaMarlete Falasca Roth é costureira em Maringá, no noroeste do Esta-do. Para ajudar na renda da famí-lia, compra retalhos em grandes confecções da cidade e, com arte, delicadeza e, acima de tudo, profis-sionalismo, transforma os retalhos em lençóis. “Trabalho há anos cos-turando e vendendo meus lençóis, sempre na informalidade, agora po-derei abrir minha empresa e conse-guir garantias às quais tenho direi-to”, aposta Dona Marlete, que ficou ansiosa antes mesmo de o Portal do Empreendedor (www.portaldo-empreendedor.gov.br), pelo qual são feitas as formalizações, aceitar inscrições no Paraná.

Para se tornar empreendedor indivi-dual, os informais precisam inscre-ver-se. Todo o processo de forma-lização é feito pela internet.“Quem sabe, virando empreendedora indi-vidual, poderei até contratar uma pessoa para me ajudar”, projeta a costureira.

além dos portais dos órgãos envol-vidos. A orientação e o atendimento dire-to a esse público estão sendo feitos pelo Sebrae, Fenacon e sindicatos filiados. Os escritórios de contabilida-de integrantes do Simples Nacional farão, gratuitamente, o registro e a primeira declaração anual des-ses empreendedores individuais, de acordo com a Lei 128/08, que ins-tituiu o Empreendedor Individual.

PerfilPesquisa qualitativa realizada pelo Sebrae Nacional com 543 informais brasileiros mostra que 70% dos en-trevistados consideram a formalida-de mais vantajosa do que a informa-lidade. Além disso, 75% afirmam não ter medo da formalização.

A mesma pesquisa revela que a maioria dos informais está satisfeita com o trabalho que realiza, porém enfrenta graves problemas, como falta de dinheiro para participar de capacitações e treinamentos, de financiamentos para investir em infraestrutura e de divulgação de seus negócios.

De acordo com a Pesquisa Econo-mia Informal Urbana (Sebrae/IBGE, 2003), 64% das pessoas ocupadas neste setor são do sexo masculino; 36% têm ensino fundamental in-completo; 37% dos donos de em-preendimentos informais têm entre

ço - exceto locação de mão-de-obra e profissões regulamentadas por lei - com receita bruta anual de até R$ 36 mil. Os interessados, que pagarão entre R$ 52,15 e R$ 57,15 de tributos, devem ter no máximo um funcionário com renda de até um salário mínimo mensal ou piso da categorial profissional.

Empreendedores do comércio e da indústria pagarão um valor fixo men-sal de 11% sobre o salário mínimo - hoje R$ 51,15 - referente ao INSS pessoal, mais R$ 1,00 de ICMS (Im-posto Sobre a Circulação de Merca-dorias e Serviços). Prestadores de serviços arcarão com os mesmos 11% sobre o mínimo mais R$ 5,00 de ISS (Imposto Sobre Serviços). Já os profissionais que atuam em ativi-dades mistas (indústria ou comércio com serviços) pagarão os 11% do mínimo mais R$ 1,00 de ICMS e R$ 5,00 de ISS.

As empresas que já são formais po-derão aderir em janeiro de 2010, prazo que se repetirá anualmente, de acordo com as regras do Sim-ples Nacional. Os empreendedores interessados na formalização pode-rão buscar informações nas cen-trais de relacionamento do Sebrae (0800 570 0800), do INSS (135) e da Receita Federal do Brasil (146),

Marlene Falasca Roth, costureira

Podem se formalizar empreendedores da indústria, comércio e serviço, com receita bruta anual de até R$ 36 mil

Com a mesma expectativa de Dona Marlete, José Aparecido de Araújo, 38 anos, também sonha em virar empresário. José Aparecido tem um carro de som, que ele chama de “propaganda móvel”. Há seis anos trabalha na informalidade no Bairro Canceli, em Cascavel, região oeste. Sustenta sua família com o dinheiro que recebe pelo trabalho no carro de som. “É muito complicado. Sem-pre fico com medo da fiscalização, trabalho apenas no bairro, onde já sou conhecido, sem muitas pers-pectivas de crescimento”. Hoje, José Aparecido vê no Empreende-dor Individual a chance de sair da informalidade. “Agora poderei traba-lhar dentro da lei, emitir nota fiscal e quem sabe até expandir meu ne-gócio, pois sei que o projeto inclui vários benefícios.”

RegrasPodem se formalizar empreendedo-res da indústria, comércio e servi-

Mais informações sobre o Em-preendedor Individual, acesse o Portal do Empreendedor, em www.portaldoempreendedor.gov.br. O portal contém uma série de informações úteis e traz as vantagens e obrigações para quem quer se formalizar.

Com CNPJ, o empreendedor passa a ter poder de negociação e pode abrir conta em bancos como pessoa jurídica, com taxas e juros especiais

25 e 39 anos de idade, enquanto 46% estão entre 40 e 59 anos.

DemandaA procura por informações sobre o Empreendedor Individual é inten-sa no Sebrae/PR, desde 1º julho, quando a nova legislação entrou em vigor em todo o Brasil. Além de atendimentos, o Sebrae realizou seminários regionais em Curitiba, Maringá, Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão e Londrina, para discutir a proposta com as entida-

Seminário em Curitiba

Consultor entrega cartilha sobre Empreendedor Individual para feirante

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des parceiras diretamente envolvi-das no processo.

Na Capital, consultores do Sebrae/PR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar-PR) e Secretaria de Abastecimento de Curitiba percor-reram as principais feiras livres de Curitiba e entregaram cartilhas e panfletos com informações sobre o Empreendedor Individual. (Colabo-raram nesta reportagem Adriano Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Giselle Ritzmann Loures, Luciana Baroni e Octávio Rossi)

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Mais de a metade dos municípios do Paraná já instituíram legislações es-pecíficas para micro e pequenas em-presas. Levantamento do Sebrae/PR mostra que 208 dos 399 municípios do Paraná já criaram Leis Gerais Muni-cipais. Criaram, mas isso não significa que todos regulamentaram o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o que na prática impede que muitos benefícios da legislação, insti-tuída no final de 2006, cheguem aos empreendedores e empresários.

Os municípios têm um papel estraté-gico, em todo o Brasil, para que a Lei Geral torne-se operacional de fato. “A regulamentação é o primeiro passo para termos uma ação mais concreta em favor das micro e pequenas em-presas. Por isso, é importante que os municípios façam um esforço para que não só implantem Leis Gerais Mu-nicipais, como também regulamentem a legislação, especifiquem como pre-tendem colocar em prática os benefí-cios que são concedidos ao segmen-to”, explica o coordenador estadual de Políticas Públicas do Sebrae/PR, Cesar Rissete.

A mobilização, a regulamentação, as compras governamentais, os proce-dimentos simplificados, a integração de cadastros são alguns pontos da Lei Geral que podem fazer a diferença nos municípios, no que diz respeito ao sucesso dos pequenos negócios. Por exemplo, nas compras governamen-tais, nas quais as micro e pequenas empresas têm preferência em licita-ções de até R$ 80 mil, de acordo com a Lei Geral, essa preferência vai se tra-duzir em geração de mais empregos e renda nas próprias cidades, uma vez que fortalece o mercado local.

O coordenador estadual de Políticas Públicas do Sebrae/PR ressalta a

Municípios EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

É importante que os municípios façam um esforço para que não só implantem Leis Gerais Municipais, comotambém regulamentema legislação

Regulamentaçãooperacionaliza Lei Geral208 dos 399 municípios do Paraná já criaram legislações específicas para micro e pequenas empresas; próximo passo é regulamentar

Por Adriano Oltramari e Leandro Donatti

Município de Pato Branco/PR

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importância do papel regulamentador dos municípios, tomando como exem-plo a figura jurídica que instituiu des-de julho o Empreendedor Individual. É importante que os municípios se pre-parem para atender os empreende-dores que buscarão a formalização. Quem se formalizar como Empreen-dedor Individual, além dos registros no CNPJ, na Junta Comercial e na Previdência Social, também terá li-cença especial da prefeitura para funcionamento imediato.

Mas, para isso, os futuros empreen-dedores individuais terão que assinar o Termo de Ciência e Responsabilida-de, com efeito de Alvará de Licença de Funcionamento Provisório, a ser enviado para a Junta Comercial. As prefeituras, num prazo de até 180 dias, terão que confirmar o alvará de funcionamento. “A concessão de al-vará provisório e definitivo, variando se a atividade é de risco ou não, será feita dentro das prefeituras. É no mu-nicípio que acontecerá o arranjo final de todo esse processo. É onde a lei sai do papel para a prática. Logo, as prefeituras que instituírem sistemas de concessão de alvará mais ágeis, cumprirão a legislação e atenderão com mais presteza às demandas”, descreve Rissete.

RegulamentaçãoA Associação dos Municípios do Su-doeste do Paraná (AMSOP) trabalha para que os 42 municípios que a integram estejam em dia com seus deveres em relação à Lei Geral. Na região sudoeste, todos os municípios já criaram Leis Gerais Municipais. O tema vem sendo tratado desde 2007. A discussão do momento é a regulamentação. “O processo de re-gulamentação já estava encaminha-do, porém a entrada em vigor da Lei Complementar 128/08 (do Empre-

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endedor Individual) forçou novos ajustes”, observa Celito Bevilaqua, secretário executivo da AMSOP.

“A Lei Geral tem que ser encarada pelos municípios como uma ferra-menta de desenvolvimento”, anali-sa Bevilaqua. Segundo ele, outro ponto importante é que a munici-palização da Lei Geral mexeu com questões tributárias. “Dos 42, apenas seis municípios não fize-ram alterações em seus códigos (tributários). Uma ação provocada pela Lei Geral que certamente vai beneficiar não só os empreende-dores, empresários, mas a maio-ria dos contribuintes municipais”, projeta o secretário executivo da AMSOP.

A estimativa da Associação é que a partir da regulamentação, os mu-nicípios do sudoeste estejam pron-tos para emitir o alvará provisório para estabelecimentos comerciais que não apresentem riscos num prazo não maior de 48 horas.

Em Pato Branco, a regulamentação da Lei Geral passa também pela ins-talação da Sala do Empreendedor no prédio da prefeitura. De acordo com o secretário de Finanças, Mau-ro José Sbarain, a prefeitura pre-para-se para disponibilizar um local para atender os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas.

“Já temos o espaço, móveis e equi-pamentos. A sala é uma boa estra-tégia para a informação. Quem tiver dúvidas, poderá vir direto no espaço que a prefeitura vai disponibilizar, com um servidor para atender”, es-pecifica. O secretário de Finanças confirma ainda que Pato Branco aguarda a votação do projeto que regulamenta a Lei Geral, que já está na Câmara Municipal, mas enquanto isso vai arrumando os procedimen-tos para atender principalmente os informais que podem ser enquadra-dos no Empreendedor Individual.

O que deve conterA mobilização no Paraná em torno da criação de leis municipais para micro e pequenas empresas e sua regulamentação começou logo após a entrada em vigor da legislação fe-deral, no início de 2007. As Leis Ge-rais Municipais, como têm sido cha-madas pelas prefeituras e câmaras

que já concluíram a primeira etapa do processo de municipalização, complementam itens já previstos na Lei Geral de âmbito nacional.

O Sebrae/PR, por meio de convê-nios com associações de municípios em todo o Estado, tem orientado para que as legislações municipais contenham regras quanto à insta-lação e implementação de comitês gestores municipais, cadastros sincronizados, procedimentos sim-plificados, estímulo à inovação, ao cooperativismo e ao associativismo, assistência técnica a produtores ru-rais, dentre outras.

Outro item que merece acolhimen-to, pelas legislações municipais, é o que trata da participação preferen-cial de micro e pequenas empresas em licitações públicas. As empresas que faturam até R$ 2,4 milhões por ano podem participar exclusivamen-te de licitações públicas com valo-res até R$ 80 mil. A administração pública pode ainda garantir por lei a subcontratação de micro ou pe-quenas empresas até 30% do total licitado. Levantamento feito pelo Ministério do Planejamento estima que, se a participação das micro e pequenas empresas aumentar dos atuais 17% para 30% das aquisi-ções públicas da União, estados e municípios, será gerado por ano no País cerca de 1 milhão de novos empregos.

As Leis Gerais Municipais não pre-cisam obrigatoriamente conter dis-

transformar a lei em um instrumen-to de desenvolvimento local. Para isso, desenvolveu metodologias e está colocando à disposição dos municípios assessoria técnica.

Desenvolvimento Local Os municípios do Paraná que já ins-tituíram Leis Gerais Municipais têm à disposição a partir de agora um programa específico do Sebrae/PR, focado no desenvolvimento a partir das micro e pequenas empresas. O Programa de Desenvolvimento Local Fundamentado na Lei Geral das Mi-croempresas e Empresas de Peque-no Porte, com duração de dois anos e meio, tem como objetivo institucio-nalizar a Lei Geral nos municípios, criando assim um ambiente legal e favorável aos pequenos negócios e contribuindo para o desenvolvimen-to dos municípios.

O Programa tem uma metodologia própria e prevê, por exemplo, a formação de Agentes de Desenvol-vimento, que serão indicados pelas prefeituras e capacitados pelo Sebrae/PR, e a criação de Comitês Gestores, formados por represen-tantes do poder público, de entida-des empresariais e de instituições de apoio ao desenvolvimento dos municípios. Os Agentes de Desen-volvimento ajudarão na implantação de ações, enquanto os Comitês Gestores responderão pela gover-nança do Programa nos municípios e pela regulamentação e aplicação das Leis Gerais Municipais.

O Programa trabalha as temáticas previstas na Lei Geral, como des-burocratização, acesso ao crédito, desoneração tributária, acesso à tecnologia, dentre outras, mas an-tes faz um raio-x do ambiente para os pequenos negócios. O Índice de Desenvolvimento para Micro e Pe-quenas Empresas (ID-MPE), lançado pelo Sebrae/PR, em parceria com o Instituto Brasileiro de Produtivida-de e Qualidade (IBQP), no final do ano passado, é um dos balizadores que será utilizado no Programa. O ID-MPE avalia o estágio de evolução do ambiente empresarial, institucio-nal e de mercado nos municípios.

Os representantes dos Comitês Gestores se reunirão periodicamen-

te para discutir os pontos fortes e fracos e as oportunidades e desa-fios dos municípios, sob o ponto de vista empresarial. Bem como medi-rão indicadores primários, seguindo os moldes de excelência da Funda-ção Nacional de Qualidade (FNQ). O diagnóstico, que servirá de base para um plano de desenvolvimento local, trabalhará todas essas variá-veis. Para a implantação dos planos de desenvolvimento locais, os municípios terão apoio técnico das entidades e instituições de apoio. O Sebrae/PR, por exemplo, pretende disseminar ainda mais soluções em-presariais nos municípios. A meto-dologia prevê ainda a realização de

workshops, encontros e assessoria especializada.

“Esse Programa é de fundamental importância porque cria uma agenda de trabalho, pactuada entre institui-ções locais, entidades empresariais, federações e Sebrae/PR, em favor do desenvolvimento dos municípios a partir dos pequenos negócios. As micro e pequenas empresas repre-sentam 99% dos estabelecimentos formais e respondem por 60% dos empregos com carteira assinada no Paraná e no Brasil. O que mostra que o empreendedorismo é uma ex-celente oportunidade para o desen-volvimento”, diz Cesar Rissete.

A Lei Geral tem que ser encarada pelos municípios como uma ferramenta de desenvolvimento

As Leis Gerais Municipais complementam itens já previstos na Lei Geral, de âmbito nacional

positivos pertinentes à tributação, o que tem sido um engano recorrente no processo de discussão de sua implantação. Os prefeitos e verea-dores têm autonomia para comple-mentar a Lei Geral, criando facilida-des e incentivos próprios.

O Sebrae/PR tem auxiliado os mu-nicípios a implantarem os mecanis-mos da lei, desde a parte legal com a oferta de um CD-ROM contendo uma proposta de lei municipal e as-sessoria especializada gratuita, até a elaboração e acompanhamento de um plano de ação para efetivamente

Mapa do Paraná com a indicação dos municípios que já implantaram Leis Gerais.

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Revitalização EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Uma fábula, cuja origem e autoria se perderam no tempo, conta a história de uma rua precária e mal cuidada. As casas eram sujas e as fachadas decadentes. Certo dia, uma moradora decidiu arrumar o seu jardim. Limpou, plantou flores e logo viu sua casa mudar. Mas não foi só isso. Influenciados pela atitude da moradora, os vizinhos decidiram eles próprios arrumarem suas casas e jardins e logo perceberam uma verdadeira transformação na região. Bastou apenas uma iniciativa. A his-tória, que já foi contada em várias versões e culturas, pode ser usada para ilustrar um fenômeno cada vez mais recorrente em cidades de todo o mundo, a Cultura do RE.

O termo é utilizado pela consultora Beth Furtado para mostrar como palavras como reciclar, reinventar, restaurar e reutilizar podem trans-formar a paisagem urbana. Exemplos não faltam, como ela mesma cita. No Brasil, o conhecido Pelourinho, em Salvador, na Bahia, e a recente transformação da Praça Roosevelt, em São Paulo, em ponto de encon-tro cultural, a partir da iniciativa de um grupo de teatro, mostram como regiões antes consideradas deca-dentes podem se tornar núcleos de prosperidade se houver ação conjun-ta entre o poder público e privado e, acima de tudo, a participação da sociedade.

“A partir da beleza física, há a inser-ção de negócios, que traz um novo frescor para a região e é capaz de movimentar o potencial econômico do espaço”, analisa Beth Furtado. Sócia diretora da Alia Consultoria em Marketing, ela atua há mais de duas décadas nas áreas de marke-ting e comunicação. Escreveu livros como “Horizontes do Consumo” e “Desejos Contemporâneos” e é colu-nista do Programa Comercial & Cia On Radio, veiculado na BandNews,

Por Katia Michelle Pires

Cultura reinventadaCada vez mais difundida, a Cultura do RE (Reciclar, Reinventar e Reencantar) transforma regiões degradadas em atrativos cultural e comercial

em São Paulo. Para ela, a experiên-cia de cidades brasileiras e norte-americanas (como Manhattan, por exemplo) mostra a importância de se revitalizar os espaços tanto para os moradores e comerciantes locais como para a cidade em geral. Mas a consultora ressalta: “Não basta ape-nas uma maquiagem. É preciso inse-rir elementos novos”. E elementos culturais e arquitetônicos são funda-mentais para essa transformação, como defende Beth Furtado.

Ela ressalta a importância do envol-vimento e parceria do poder público e privado nas iniciativas de revitali-zação dos espaços. “Não tem como ser uma atividade isolada”, salienta. Além disso, é preciso levar em con-ta que transformações não aconte-cem de um dia para o outro. “É um processo demorado, que envolve também uma mudança de hábito cul-tural”, comenta. E nem sempre as transformações radicais dependem apenas de fatores externos. Os pró-prios moradores ou comerciantes da região devem sentir quando é hora de mudar, buscar recursos e pro-mover uma “revolução” para movi-mentar o espaço e trazer benefícios coletivos.

É hora de mudar?“O comerciante deve mudar sem-pre”, exemplifica Beth Furtado. Para ela, se uma rua voltada ao comércio está decadente, a culpa não deixa de ser dos próprios comerciantes. “É preciso estar em constante renova-ção. Não dá para achar que o cliente vai entrar no estabelecimento só por-que a casa está de portas abertas”, diz a consultora ressaltando que o consumidor é “mutante” e, portanto, o comerciante deve acompanhar a evolução e não parar no tempo. Para Beth Furtado, todas as cidades têm espaços com potencial de prosperi-dade. Avaliar essas regiões, investir

A Cultura do RE mexe com todos e mostra que todos têm direito à renovação

Beth Furtado, consultora em varejo

Logomarca do projeto de revitalização da Rua Riachuelo

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Evento Vitrines na Calçada, realizado em julho na Rua Riachuelo, em Curitiba

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e realizar ações conjuntas são inicia-tivas que fazem não apenas a cidade crescer, mas as pessoas enquanto cidadãs.

Em Curitiba, um exemplo recente da prática da Cultura do RE é um projeto que está sendo colocado em prática na Rua Riachuelo, centro da cidade. Uma ação conjunta entre a Prefeitura de Curitiba, o Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR está movimentando um espaço que já tem grande potencial comercial, mas que estava se deteriorando por uma série de fatores.

O processo de revitalização come-çou com a reinauguração do prédio do antigo Paço Municipal, na Praça Generoso Marques. O espaço que também abrigou o Museu Paranaen-se e que estava em avançado estado de deterioração foi totalmente res-taurado e transformado em unidade cultural do SESC Paraná. O restauro foi o ponto de partida para a revitali-zação da Rua Riachuelo, um comple-xo de cerca de cinco quadras da Rua Riachuelo, que leva até outra Praça: a 19 de dezembro.

Para fazer parte da mudança, os empresários da região - potencial-

parcerias também são importantes nesse sentido. “Não dá para ‘varrer’ os usuários de drogas e prostitutas que eventualmente frequentavam o local para outro lugar, mas eu acre-dito que as pessoas se sentem im-pactadas com a mudança, com a limpeza da rua, por exemplo, e que isso pode modificar também o modo das pessoas agirem”, salienta, com-plementando: “A Cultura do RE é uma cultura que mexe com todos e mostra que todos têm direito à re-novação.” A especialista em varejo conta que, no princípio, nem todos os comerciantes olharam a mudan-ça com bons olhos, mas que a ade-são já é cada vez maior. Tanto que no primeiro evento para mostrar o projeto, o Vitrines na Calçada, reali-zado no dia 12 de julho, o clima era de otimismo e camaradagem.

DiagnósticoO Vitrines na Calçada foi formatado a partir da análise de dados levan-tados em um estudo realizado pelo Sebrae/PR, na região do entorno do Paço da Liberdade - SESC Para-ná. O levantamento destacou quais eram as necessidades e oportuni-dades na região, o que resultou no Diagnóstico do Ambiente Econômico e Empresarial do Paço da Liberdade. Esse trabalho é fruto da percepção de empresários, consumidores e tu-ristas.

O diagnóstico apontou, entre outros fatores, as características gerais das empresas; o poder aquisitivo de consumidores; principais produtos procurados; e principais investimen-tos que melhorariam o movimento do comércio na região. Outro ponto de destaque levantado no diagnós-tico foi o potencial de trabalhar a Riachuelo como um eixo que aborda um conceito, ou seja, uma rua que apresenta uma vocação. Esses da-dos deram subsídios para o Projeto da Nova Rua Riachuelo - A Rua do Reciclar, do Reinventar e do Reen-cantar.

Novo ânimoPara a consultora do Sebrae/PR e gestora do projeto, Walderes Bello, a revitalização do centro de Curitiba está dando um novo ânimo aos em-presários. “Juntos, eles perceberam que podem promover mudanças em seus negócios e na região onde atu-am. O Vitrines na Calçada contagiou,

mas foi apenas uma amostra do que pode ser feito quando há conjugação de esforços. Mostrou que a união das empresas participantes traz re-sultados positivos, como aumento das vendas, da circulação de pesso-as”, avalia.

“Muitos empresários redescobriram a vocação comercial de suas lojas, o que é muito importante porque ganham os empresários, os consu-

midores e a comunidade em geral”, ressalta Walderes Bello. Segundo a gestora, a revitalização da região é fruto de um processo de integra-ção que começa a ganhar vida pró-pria. Sobretudo porque conta com o apoio técnico de entidades como o Sebrae/PR, Fecomércio/PR, SESC, SENAC e Prefeitura, cada uma con-tribuindo com o seu conhecimento e especialidade.

EntusiasmoA empresária Regina Soares Nas-cimento, dona do Brechó Curitiba Semi-Novos, participou do evento, aprova a reforma da rua e é entu-siasta do projeto. Para ela, o volume de vendas do brechó deve aumentar com as alterações. Alguns empresá-rios apostam também na divulgação dos seus produtos, que deve ser ampliada com as reformas. “Que-remos mostrar para as pessoas o que nós temos aqui e a revitalização vai nos ajudar nesse processo”, aposta Jerson Mattos, proprietário da Eletromóveis.

A expectativa é que até o primeiro semestre de 2010 essa revitaliza-

Regiões decadentes podem se tornar núcleos de prosperidade se houver ação conjunta entre o público e privado

Vitrine na rua, montada por lojista da Riachuelo

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ção esteja concluída, mudando defi-nitivamente o cenário de uma região que antes parecia abandonada. E assim como na fábula, bastou ape-nas uma iniciativa. E a participação de todos.

Regina Soares Nascimento, empresária

Jerson Mattos, empresário

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mente habitada por lojas de móveis usados e brechós - foram convidados a participar de reuniões para discu-tir as vantagens da revitalização dos seus negócios, desde a recuperação de suas fachadas, passando pelo vi-sual merchandising (de mercado) e modernização da gestão de suas em-presas. Eles também terão direito a linhas de crédito que podem facilitar a reforma de cada ambiente.

PotencialAparecida de Fátima Nogarolli, espe-cialista em varejo, contratada para o projeto de revitalização do entorno do antigo Paço Municipal, ressalta que a rua já tinha um potencial para re-vitalização. “Uma vocação para um comércio específico”, explica. Mas faltava estrutura para uma mudança radical, e é aí que entra o poder pú-blico e privado. Além das linhas de créditos facilitadas, oferecidas pelo Banco do Brasil, a Prefeitura vai mo-dificar a rua, fazendo reformas e me-lhorias, como a instalação de fios de luz subterrâneos.

Sobre uma possível elitização do es-paço, uma das inevitáveis contrapar-tidas questionáveis dos processos de revitalização, a especialista diz que as

O nome da fábula citada nessa re-portagem é Vestido Azul, conheça na íntegra em http://www.f9.felipex.com.br/f9/contos.htm

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SIGA EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Ações de responsabilidade socioam-biental já se tornaram comuns no mundo corporativo, mas ainda são uma realidade um pouco distante da maioria das micro e pequenas em-presas. Papel, plástico, lixo. Tudo é reciclável e reaproveitável. Grandes empresas, aparentemente sensíveis a temas como a variação climática, a poluição de rios e mares, a ma-tança indiscriminada de animais e o desmatamento de florestas, inves-tem, cada vez mais, em campanhas encabeçadas por Organizações Não Governamentais (ONGs) de apoio ao meio ambiente. Muitas ações já vira-ram documentários na tevê.

Mesmo assim, com tantos exem-plos de ações e informações sobre as questões relacionadas ao meio

O valor da gestão ambientalCertificações ganham espaço no cenário empresarial;Sebrae/PR sai na frente com solução para micro e pequenas empresas

ambiente, o planeta está em risco e as micro e pequenas empresas, pre-sentes fortemente em todos os pa-íses, também precisam fazer a sua parte. A palavra de ordem no mundo corporativo é sustentabilidade, base-ada nas pessoas, no meio ambiente e na saúde financeira das empre-sas. Conceito que também deve ser aplicável ao dia a dia dos pequenos negócios. Catástrofes naturais, nun-ca antes vistas e que ganham espa-ço nos noticiários, despertam essa preocupação. Quem já se perguntou de onde vem todas as coisas e para onde vão quando nos desfazemos delas? Sa-bemos, por exemplo, o quanto é importante separar o lixo? No dia a dia, ao tomar um cafezinho na

Por Andrelise Daltoé

empresa, poderíamos lavar o copo de plástico, antes de depositar no cesto do lixo específico para plásti-cos. “Na minha empresa só temos um local para todo o lixo. Afinal, fi-caria inviável ter duas ou três cestas de lixo, ao lado de cada mesa. E tem mais, se toda vez que eu tomar café no dia, eu levantar para colocar em um lugar específico, vou perder mui-to tempo. O pessoal recolhe meu lixo e leva meus copinhos sujos de café também”, explicaria rapidamente um empresário nada consciente às mudanças de comportamento que o meio ambiente exige. Pensando na responsabilidade que todos os empresários têm e em pe-quenas ações que podem fazer a di-ferença no dia a dia dos negócios, o Sebrae/PR desenvolveu um progra-ma para micro e pequenas empre-sas: o SIGA - Solução Integrada de Gestão Ambiental, que ensina como agir respeitando o meio ambiente. “A proposta, fruto de uma discussão de quase dois anos pelo corpo téc-nico do Sebrae/PR, tem como ob-jetivo sensibilizar e colocar as micro e pequenas empresas, de fato, no caminho da sustentabilidade, pro-porcionando um modelo de gestão ambiental que vai além do conven-cional, que considera aspectos téc-nicos como legislação, minimização de desperdícios e responsabilidade socioambiental”, explica o diretor de Gestão e Produção do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta.

A ideia é trabalhar, de forma integra-da e participativa, ações que envol-vam colaboradores e empresários, diz o diretor. “Vivemos um momento no qual a consciência da importância de se preservar o meio ambiente é fundamental. Os empresários tam-bém precisam fazer a sua parte. E organizações como o Sebrae/PR têm o dever de ampliar a cultura com relação a ações mais respon-sáveis.” Com o SIGA, os colaborado-res serão ecoagentes, capacitados como gestores e disseminadores da nova cultura na empresa. Eles serão responsáveis diretos. Vão monitorar e implantar ações de gestão ambien-tal. Com os ecoagentes devidamente capacitados, o copo de plástico do cafezinho será reaproveitável e não vai mais para o lixo comum da em-presa. Ele terá destinação correta. O diretor de Controle de Recursos Ambientais do IAP, Harry Luiz Ávila Telles, diz que o Sebrae/PR se tor-nará um grande aliado no trabalho de licenciamento, monitoramento e fiscalização que o IAP realiza em micro e pequenas empresas do Pa-raná. “Com a implantação do SIGA, vamos evoluir e agilizar grande parte dos processos.” O IAP também fará cursos de qualificação e capacitação para formar e orientar os técnicos do Sebrae/PR. “Depois disso, eles poderão, por exemplo, auxiliar os empresários no processo de licen-ciamento ambiental, conforme as exigências do IAP, evitando assim, multas futuras.” Segundo Telles, a empresa que im-plantar o SIGA terá mais segurança ao encaminhar um projeto para o IAP, por exemplo. “Acredito também que com esse trabalho mais perso-nalizado, por parte do Sebrae/PR, o empresário ganhará agilidade no processo.” Segundo ele, para pre-servar o meio ambiente e respeitar as pessoas, a empresa, indepen-dente do seu porte, precisa ter uma cota de responsabilidade e basear-se em ações de sustentabilidade. “Qualquer empresa está direta ou indiretamente ligada ao governo e à sociedade. Não dá para escapar desse fato. Por isso, precisa seguir as leis.” Todo material didático do SIGA foi preparado para despertar mudan-ças culturais em colaboradores e empresários, segundo o gerente da Unidade de Gestão Estratégica

A ideia é buscar um modelo de gestão ambiental, com atenção à legislação, fim dos desperdícios e responsabilidade socioambiental

Vitor Roberto Tioqueta, diretor de Gestão e Produção do Sebrae/PR

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(UGE) do Sebrae/PR, Luiz Marcelo Padilha. “Tentamos fugir dos jar-gões. Não queremos ser ‘profes-sores’ em meio ambiente, do que é certo ou errado, mas sensibilizar os empresários sobre a importância da sua preservação. Isso já tem sido feito pelo próprio corpo técnico do Sebrae/PR em palestras, seminá-rios, treinamentos, consultorias. O diferencial do SIGA é provocar uma atuação de forma integrada, envol-vendo empresários e colaborado-res. Queremos sugerir mudanças, ações concretas, com resultados.” A intenção é provocar naturalmente

a mudança de mentalidade do em-presário. O consultor do Sebrae/PR, Amberson Bezerra, cita o exemplo de uma pequena empresa que, dia-riamente, gera uma pilha de papéis com aproximadamente 50 folhas. Com a implantação do SIGA, essa empresa terá que reduzir a quan-tidade de papéis. “O ideal é zerar, mas como trabalhamos de acordo com a realidade de cada empresa, caso não seja possível, imaginamos que a pilha de 50 folhas diárias con-siga ser diminuída em pelos menos 80%. Já teremos um grande avan-ço. E o que fazer com as 10 folhas de papel diárias sem destino?”

as pilhas para depositar no nosso posto de recolhimento, temos a cer-teza que estamos fazendo a nossa parte.” Mais clientesA Gráfica Imprecolor, também em Cascavel, recentemente conquistou a Certificação FSC (Forest Steward-ship Council, em português, Conse-lho de Administração de Florestas), por tratar de produtos com origem em plantações florestais geridas de forma sustentável. A certifi-cação veio reforçar ainda mais o interesse da gráfica em aperfeiçoar suas práticas. Segundo o proprietário, Gilberto Boi-ta, estudos realizados por institui-ções especializadas e independentes comprovaram que papéis reciclados e brancos, certificados e produzidos com desempenho ambiental adequa-do, são a melhor opção existente no mercado para as instituições que querem diminuir os impactos ambien-tais. Para o empresário, qualquer investimento com atenção especial ao meio ambiente é sempre um bom negócio, apesar de não apresentar resultados imediatos.

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Camila Gnoato, empresária

EconegóciosO SIGA é uma solução economica-mente viável para resíduos. O pro-grama identifica oportunidades de negócios, o que passa a ser cha-mado de econegócio. Uma pequena empresa que trabalha na fabricação de camisetas poderá doar seus re-talhos para uma instituição carente da cidade onde atua. Talvez, hoje ela já o faça. O diferencial é que os técnicos do Sebrae/PR farão, nesse caso, um estudo de viabilidade econômica, que irá gerar renda de forma orga-nizada para essa entidade. Assim, a doação passa a ser uma ação, tam-bém, de sustentabilidade. A empre-sa desenvolve o seu papel responsá-vel na comunidade onde atua. A administradora e gerente finan-ceira da Distribuidora de Plásticos e Tecidos Estrela Verde, em Cascavel, oeste do Estado, Camila Gnoato, ad-quiriu com o tempo uma consciência ambiental. “Estamos constantemen-te procurando produtos de fibras naturais ou reciclados para comer-cializar. Alguns, nós já conseguimos substituir, mantendo e até mesmo aumentando a qualidade.” Na Estrela Verde, o lixo é separado e foi montado um posto de coleta de pilhas e baterias. Segundo Camila, o mais importante é o trabalho de conscientização com os colaborado-res. “Aproveitamos os horários das aulas de ioga, que ocorrem na em-presa três vezes por semana, para despertar a consciência e a cultura ecológica, para que os nossos cola-boradores coloquem em prática es-sas ações também em suas casas.” Outra medida que já foi adotada na empresa tem relação com o mate-rial de expediente. “Tudo é reciclado ou certificado, até mesmo as cane-tas.” Ela diz que gostaria de fazer muito mais e sabe que é possível, tanto que tem novos projetos para este ano. Um deles é a implantação de um jardim comestível no pátio da empresa. Camila lamenta que poucas empresas tenham esse tipo de preocupação e elogia a iniciativa do Sebrae/PR com o SIGA. “Com essas pequenas ações, já conseguimos diminuir, por exem-plo, o consumo de papel e, quando vemos um colaborador chegar com

Gilberto Boita, empresário

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A responsabilidade socioambiental deve ser aplicada dentro e fora dos muros da empresa, começa em casa

Foi assim na Gráfica Imprecolor. “Os custos de produção perma-necem praticamente os mesmos, mas, como somos a primeira grá-fica da região e a 11ª no Brasil a conquistar a Certificação FSC, já temos procura de novos clientes.” Com seu exemplo, recomenda aos empresários de qualquer segmento que iniciem, o mais rápido possível, algum tipo de ação socioambiental. “Todo investimento em meio am-biente dará retorno a longo prazo e isso o empresário precisa ter bem claro, para não desistir.” Amberson Bezerra concorda com Gilberto Boita. Ao apli-car o conceito de sustenta-bilidade em seu empreen-dimento, o empresário não só poderá ver o crescimento da em-presa e dos lucros a longo prazo, como se sentirá bem com os impactos positivos que causará ao seu redor. Com isso, os empresários de pequenas em-presas começam

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mento do mercado nos últimos tem-pos: a constatação da necessidade de atestar qualidade, posteriormen-te respeito ao meio ambiente e tam-bém responsabilidade social”, diz o consultor do Sebrae/PR. Um ponto importante do SIGA é que a pequena empresa poderá ter a certificação parcial. Depois da ava-liação inicial, ela recebe uma lista-gem com os itens que precisam ser adequados para a gestão ambien-tal. Se ela tiver condições financei-ras para resolver apenas uma par-te dos itens, receberá certificação proporcional. “Vamos pensar num caso, onde um dos itens seja a substituição do sis-tema de energia de uma empresa. Isso teria um custo elevado e seria inviável naquele momento. Mas os outros itens, a empresa poderia cumprir. Nesse caso, ela se com-promete apenas com aquilo que pode cumprir e recebe certificação proporcional. Dessa forma, não limi-tamos o selo à questão financeira”, explica Amberson Bezerra. Na sua avaliação, qualquer empre-sa moderna precisa seguir requisi-tos fundamentais. “É um respaldo no mercado, algo que garante a própria sobrevivência do negócio. Pode-se interpretar isso como um planejamento estratégico da em-presa. Se o empresário quer fa-zer sua empresa crescer, tem de preservar seu produto e contribuir para a qualidade. Com responsabili-dade e sem agredir o meio ambien-te.” (Colaborou nesta reportagem Leandro Donatti)

O diferencial do SIGA é provocar uma atuação de forma integrada, envolvendo empresários e colaboradores

a entender, mesmo que de forma ainda lenta, que desperdícios, am-biente de trabalho ruim e o não cumprimento da legislação vigente são práticas que podem se trans-formar em lacunas na responsabili-dade socioambiental, se não forem cumpridas conforme determinados parâmetros. A responsabilidade socioambiental deve ser aplicada dentro e fora dos muros da empresa. “Responsabili-dade sociombiental começa na pró-pria casa, depois alcança o mundo lá fora”, avalia Amberson Bezerra, lembrando que o processo de reco-nhecer as falhas e mudar costuma ser muito difícil. “Qualquer adequa-ção envolve negociações comple-xas, treinamento e muito diálogo para deixar tudo transparente. Nós estamos preparados para trabalhar essas questões. É uma maneira de pensar na imagem da empresa a longo prazo.” Certificação No SIGA, os técnicos do Sebrae/PR farão a avaliação e o monitoramento de todo trabalho com as empresas que aderirem ao programa. A em-presa assinará um termo de com-promisso, ainda na primeira fase, que servirá de base para a avalia-ção dos resultados. Depois que a empresa implantar 100% do que foi recomendado no termo de compro-misso, ela recebe uma certificação. “O selo se tornará um diferencial para o mercado. O debate sobre certificações empresariais deixa muito claro a evolução do pensa-

PARA SABER MAIS SOBRE O TEMA, ACESSE:

Fases de implantação

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Site do Instituto Ethos – www1.ethos.org.br; Site do CEATS – Cen-tro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor www.ceats.org.br; Site da Revista Primeiro Plano – www.primeiropla-no.org.br; Revista Eletrônica de Res-ponsabilidade Social – www.respon-sabilidadesocial.com. Informações sobre o SIGA podem ser obtidas no Sebrae/PR.

SIGA

Objetivo

Proporcionar modelo de Gestão Ambiental,

considerando aspectos técnicos como legis-

lação, minimização de desperdícios e respon-

sabilidade socioambiental, de forma integra-

da e participativa, entre colaboradores e as

ações da empresa.

Benefícios Economia gerada devido à minimização de des-perdícios. Exemplo: redução de consumo de energia, água, matéria-prima e insumos;Ganhos financeiros com a comercialização de subprodutos advindos de processos de geren-ciamento de resíduos. Exemplo: venda de mate-rial reciclado;Adequação ambiental na empresa, de acordo com a legislação do setor;Credibilidade e fortalecimento da imagem da empresa, de acordo com a legislação do setor;Credibilidade e fortalecimento da imagem da empresa reconhecidos pela sociedade;Desenvolvimento da cultura ambiental, inovação e empresas mais competitivas.

disseminadores da implementação do SIGA na empresa.

Implantação e monitoramento – Os ecoagen-tes, munidos do plano de ação, farão a im-plantação e a gestão das ações propostas. Avaliação de resultados – Acompanhamen-to, por parte do Sebrae/PR, para a avaliação das ações implantadas na empresa.

Certificação/Selo – Se as ações acordadas no termo de compromisso estiverem 100% implementadas, a empresa receberá o certi-ficado de conformidade.

Sensibilização – Proporcionar uma visão ge-ral da solução, para que o empresário tenha ciência da importância da implantação da gestão ambiental na sua empresa.

Análise ambiental – Realizar na empresa diag-nóstico integrado considerando três aspectos, sendo eles de legislação, de desperdício, de responsabilidade socioambiental adotados pela empresa. Os técnicos do Sebrae/PR fazem uma espécie de fotografia geral da empresa.

Formação de ecoagentes – Capacitar equi-pe de colaboradores da empresa, denomina-dos ecoagentes, para que sejam gestores e

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Uso de tecnologia EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Informatização com ‘inteligência’75% das micro e pequenas empresas utilizam computador; desafio é usar sistemas que cruzem informações e incrementem os negócios

A maioria das micro e pequenas em-presas brasileiras já descobriu as vantagens da tecnologia para alavan-car os negócios. Mas muitas outras ainda não aderiram à era digital.

Pesquisa realizada pelo Sebrae/SP, no final de 2008, revela que 75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam microcomputadores e 71% delas têm acesso à internet.

No Paraná, o cenário é parecido com a média nacional: 73% das mi-cro e pequenas empresas possuem computador, conforme o levanta-mento. Na Região Sul, o Estado fica atrás de Santa Catarina. No estado vizinho, 81% das micro e pequenas empresas possuem computador. Já no Rio Grande do Sul, o percentual é um pouco menor, de 70%.

O objetivo da pesquisa foi identificar o grau de utilização de equipamen-tos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e o grau de importância dado pelos empresários a essas ferramentas. Para se ter uma ideia, na área de serviços, 68% dos empresários brasileiros usam o computador para acessar a internet e 59% para cadastrar os clientes.

Apenas 27% fazem controle de esto-que informatizado e 1% faz o contro-le financeiro dessa maneira. Já no comércio, 50% fazem controle de estoque pelo computador e 2% fa-zem controle financeiro. Outro dado que chama a atenção é que 34% das empresas com computador dis-seram ter software para adminis-trar, de forma integrada, atividades do negócio como compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques. O restante, 66%, não utiliza.

O empresário Joel da Silva, de Dois Vizinhos, sudoeste do Paraná, é um exemplo de empreendedor que se beneficia das facilidades oferecidas pela tecnologia. Ele abriu sua empre-sa, a Joel Motos, em 2003.

Com o passar dos meses, a carteira de clientes de Joel foi crescendo, e com isso o estoque da loja também. Logo, ele abandonou o chamado “ca-dernão” para controlar o movimento e resolveu investir em um programa de computador para dar suporte à gerência da loja.

“Compramos um programa pronto, em 2004, mas não supria nossas necessidades. Então, em 2005,

adquirimos um (programa) com as-sistência”, conta. “Em 2008 troca-mos novamente, atualizando. Pago uma mensalidade e recebo assis-tência. É um impacto pequeno no orçamento, que vale a pena”, diz o empresário, que paga R$ 250 men-sais pelo sistema, incluindo a assis-tência. “Se um cliente reclamar de algu-ma peça ou serviço e eu não tiver controle do que foi feito e trocado, tenho zero de razão para argumen-tar com ele e questionar”, comenta Joel. “Evitar arcar com problemas já me compensa o investimento no sis-tema”, avalia o empresário.

Hoje, todo o movimento da loja de Joel é controlado pelo programa: caixa, estoque, cadastro de clien-tes, contatos, troca de peças, da-tas dos atendimentos. “Temos com-putadores, todos interligados. O do administrativo, do caixa e do balcão. No caixa e no balcão, por exemplo, posso limitar as informações que fi-cam disponíveis nas máquinas, pois nem todos precisam desse acesso. Assim, o administrativo controla tudo”, explica.

Por Maria Duarte

Silvania e Joel Silva, empresários

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66% das empresas com computador disseram não ter software para administrar, de forma integrada, atividades do negócio

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O empresário compara seu sistema de computadores à luz numa indús-tria. “É uma ferramenta para mim como a luz para alimentar uma in-dústria. Se eu fico sem o sistema, é uma escuridão”, ilustra.

Uso inteligente das informações

A gerente da Unidade de Ges-tão do Conhecimento (UGC) do Sebrae/PR, Lilian Langwinski, cha-ma a atenção para o fato de que não basta ter computadores e ou-tras facilidades da tecnologia, é pre-ciso saber usar essas ferramentas de maneira eficiente para o negócio. “O empresário precisa aprender a fazer uso sistemático da informa-ção, seu monitoramento e análise. Para esse monitoramento, podem ser utilizadas ferramentas gratui-tas, tais como sites de busca e redes sociais.”

gerada pela tecnologia, ela não está ajudando a empresa e, pior, pode estar distraindo a atenção quanto ao foco do negócio”. “Para ser bem usada, a tecnologia necessita de pesquisas periódicas, de conversas com clientes, fornecedores e até concorrentes”, aconselha Belletti.

A era da internetAs vantagens que a tecnologia pode trazer às empresas - grandes, mé-dias ou pequenas - são destacadas também pelo professor Luiz Augusto Pelisson, do Departamento de Infor-mática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para o professor, além dos computadores e de uma rede, a internet é uma fer-ramenta que não pode ser ignorada pelos empresários.

“Quem não tem, está perdendo mercado”, avalia Pelisson. “O cliente hoje vai buscar informações sobre as empresas e a concorrência na in-ternet. Por isso é interessante tam-bém cadastrar aqueles clientes que quiserem, encaminhar mala-direta ou outras informações interessan-tes da empresa. Afinal, quem não é visto não é lembrado”, alerta o pro-fessor, lembrando que na internet não importa se a empresa é grande ou pequena. Para todos os bolsosClaudinei Benzi, diretor executivo da Totvs, empresa de Tecnologia da In-formação, desmistifica a ideia de que tecnologia e inovações são apenas para empresas de grande porte. Ele cita que para o varejo há produtos disponíveis na faixa de preço entre R$1,5 mil e R$ 2 mil. “Há soluções simples e de baixo custo”, diz.

Benzi acredita que os empresá-rios estão cada vez mais conscien-tes da necessidade de investir em tecnologias, para dar inteligência aos computadores. “No Paraná, as micro e pequenas empresas pre-cisam de ferramentas de gestão.” Segundo Benzi, investir em softwa-re, por exemplo, pode ajudar a dar mais sustentação e competitividade aos negócios.

Claudinei Benzi, empresário

O empresário precisa aprender a fazer uso sistemático da informação, seu monitoramento e análise

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“Às vezes (os empresários) até utili-zam a tecnologia, mas não de manei-ra sistemática e organizada, usando por exemplo o computador só para escrever ou guardar uma agenda”, alerta o consultor do Sebrae/PR, Luiz Eduardo Belletti. “Além disso, é possível pesquisar nichos de mer-cado, o que as redes sociais estão discutindo sobre certos produtos, pesquisar preços, ficar de olho na concorrência e até descobrir o que certos grupos de consumidores não toleram na concorrência, evitando erros”, complementa o consultor. “Hoje tudo isso é possível pela web. A tecnologia não pode ser um fim em si mesma, mas um meio, uma ferramenta”, comenta o consultor. Belletti reforça que o foco tem que ser o negócio. “Não adianta se dis-trair com a tecnologia. A internet, por exemplo, é sedutora, você pode passar horas navegando. O foco precisa ter relação com o negócio”, alerta o consultor.

Segundo Belletti, “se não for possível mensurar qual a economia (de tem-po ou recursos) ou a receita extra

ACESSO A TECNOLOGIAS75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam computador71% contam com acesso à internet91% usam telefone celular Para baixar a pesquisa completa, acesse:

http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/estudos_tematicos/tecnologia_informacao

Software integrado = compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques. Fonte dos quadros: Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae/SP

Uso de microcomputadores nas MPEs brasileiras

Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta “Há quantos anos sua empresa utiliza microcomputadores?”

Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta “Há quantos anos o sr.(a) utiliza internet em benefício da empresa?”

Uso de internet nas MPEs brasileiras

Proporção de MPEs que possuemmicrocomputadores (por UFs)

Principais finalidades na utilização de microcomputadores

Outros equipamentos de informáticautilizados nas empresas

Nota: 100% – total de empresas entrevistadas.(*) Outras finalidades = pesquisa de fornecedores, controle de compras e ven-da, emissão de boletos, comunicação (e-mail, Skype, MSN, Voip), segurança e apicações específicas à atividade.

Nota: 100% – total de empresas entrevistadas.(*) = matricial, jato de tinta, laser e multifuncional

Empresas com software para administrar, de forma

integrada, atividades do negócio

34% possuem

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Apenas uma rua. Para muitos em-presários de micro e pequenas em-presas brasileiras que atuam na re-gião de fronteira, essa é a distância que os separam de um mercado que pode ser promissor. Mas, para apro-veitar as oportunidades nos países vizinhos, é preciso antes conhecer bem outras realidades comerciais e culturais. A cooperação entre os pa-íses é o caminho mais indicado para aproximar as diversas realidades do empreendedorismo nessas regiões e promover o desenvolvimento de projetos comuns, baseados na con-fiança e no intercâmbio de conheci-mento.

“O desafio de atravessar fronteiras é enorme”, explica a professora da Uni-versidade Federal do Paraná (UFPR), Zandra Balbinot, doutora em Gestão Internacional pela HEC, em Montre-al, no Canadá. Segundo ela, o prin-cipal obstáculo a ser superado pelos países que buscam a integração e a cooperação, é o conhecimento uns dos outros e a compreensão da cul-tura, política, sociedade, economia e legislação das partes envolvidas. “É mais ou menos como um casamen-to. À medida que se toca em pontos mais específicos, a aliança começa a degringolar.”

De acordo com a professora da UFPR, o empreendedor de fronteira

EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Cooperação na fronteiraSebrae CDT-AL é um elo importante na troca de metodologias e informações sobre empreendedorismo entre os países da América Latina

Por Ellen Taborda

tem vantagem de saber o que acon-tece do outro lado, mas pode errar ao supor que conhece a nação vi-zinha como um todo. “A cultura de fronteira é diferente do restante do país.” Quando se fala em arranjos e composições entre países, a situ-ação tende a ficar mais complexa. Exige das partes envolvidas um es-forço extra em nome da integração. “É um processo gradual. A cultura da cooperação facilita o processo de desenvolvimento. O objetivo é que grupos alcancem a capacidade de agir coletivamente, com objetivos comuns”, explica o diretor de Ope-rações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini.

Para o analista de Assuntos Inter-nacionais do Sebrae Nacional, Pau-lo Volker, a principal dificuldade dos empreendedores que atuam nas re-giões de fronteira são os marcos le-gais diferenciados entre os países. “Mas, ao mesmo tempo em que ele enfrenta complexidades, também tem oportunidades”, afirma. Um exemplo de ponto positivo é o me-lhor aproveitamento das variações do câmbio ao seu favor. Segundo Volker, um fato que preocupa são as grandes assimetrias existentes entre um lado e outro da fronteira, que têm que diminuir. “A importa-ção da pobreza e da miséria não interessa”, diz.

Integração

É fundamental que instituições sem muitas assimetrias conversem para que a integração ocorra mais facilmente

Zandra Balbinot, doutora em Gestão Internacional

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A especificidade dos territórios de fronteira levou o Sebrae Nacional, numa aliança de peso entre o Sebrae/PR, Itaipu Binacional, Fun-dação Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e Banco Interamericano de De-senvolvimento (BID), a inaugurar, em maio deste ano, em Foz do Iguaçu, o Centro de Desenvolvimento de Tec-nologias para Integração Transfron-teiriça de Micro e Pequenas Empre-sas do Mercosul e América Latina (Sebrae CDT-AL). É a primeira uni-dade do Sistema Sebrae para o de-senvolvimento de micro e pequenas empresas em regiões de fronteira.

O Sebrae CDT-AL, que funciona nas dependências do PTI, foi idealizado para desenvolver tecnologias que facilitem a integração produtiva e a transferência de metodologias e so-luções para as empresas da região. Outra atribuição é a capacitação de empreendedores em projetos em-presariais entre os países de frontei-ra. “Os primeiros passos para apro-ximar os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em torno de uma pauta focada no empreendedoris-mo, no fortalecimento das micro e pequenas empresas”, complementa Julio Agostini.

Moura, nesses primeiros meses de atividade, o Sebrae CDT-AL já iniciou o processo de estruturação de apoio ao projeto Ñandeva (de fortalecimen-to ao artesanato da tríplice frontei-ra – Brasil, Paraguai e Argentina) e Profronteira (de desenvolvimento do sudoeste do Paraná e oeste de San-ta Catarina na região de fronteira com a Argentina).

“Foram desenvolvidas e testadas duas metodologias-piloto, em elabo-ração de projetos e de planejamento estratégico participativo, que foram aplicadas e transferidas para insti-tuições e parceiros do Brasil, Para-guai e Argentina. Com mais de 40 técnicos e parceiros capacitados de instituições dos três países”, afirma Rolim de Moura.

O Sebrae CDT-AL também deve re-alizar três workshops de empreen-dedorismo, entre agosto e outubro, com participantes do Paraguai, Bra-sil e Argentina. Uma rede de parcei-ros públicos e privados será forma-lizada no Seminário Internacional de Cooperação Produtiva Transfrontei-riça, programado para outubro.

Elos de confiançaSegundo a professora Zandra Balbi-not, o Sebrae CDT-AL é “uma exce-lente ideia” para construir mecanis-mos de criação de elos de confiança

entre os países. “Não é impor, é sentar e descobrir quem é o parcei-ro. E para o parceiro também desco-brir quem é o Brasil. E saber como é que se faz negócio nesses países”, analisa.

A doutora em Gestão Internacional avalia que esse conhecimento torna-rá mais fácil qualquer negociação, o que abrirá, com mais segurança, novos mercados para as micro e pequenas empresas. “As pequenas têm poucos recursos. Se ‘quebra-rem a cara’ fora do Brasil, podem acabar tendo que fechar as portas aqui dentro.”

Para unir economias tão diferentes, Zandra acredita que os países de-vem conversar de igual para igual. “Não deve haver imposição, nem sentimento de opressor e oprimido. É fundamental que instituições sem muitas assimetrias conversem para que a integração ocorra mais facil-mente.” De acordo com ela, também é importante que sejam colocadas, claramente, as possibilidades de ga-nhos reais para ambos os lados.

Para o analista Paulo Volker, do Sebrae Nacional, o projeto de inte-gração só funciona quando o par-ceiro reconhece a importância da iniciativa, “que deve ser apresentada de maneira clara, num processo de discussão”. O diretor de Operações do Sebrae/PR concorda e diz que é fundamental a sensibilização das en-tidades dos países envolvidos numa cooperação técnica, por exemplo. “Todos precisam se envolver no pro-cesso. A pactuação precisa ser fir-me e representar uma composição de vontades entre as partes”, desta-ca Julio Agostini.

A cultura da cooperação facilita o processo de desenvolvimento e seu objetivo é que grupos alcancem a capacidade de agir juntos

Fronteiras do BrasilO Centro faz parte do plano de in-ternacionalização do Sebrae e con-tará com recursos financeiros de R$5,8 milhões até 2011. O Projeto Fronteiras do Brasil, como foi batiza-do, tem o BID como parceiro. A ins-tituição internacional viu na proposta brasileira uma iniciativa interessante de promover cooperações técnicas entre instituições de apoio às micro e pequenas empresas dos países. De acordo com Volker, o Sebrae já cons-tituiu uma rede de parcerias com Argentina, Uruguai e Paraguai. No futuro, os demais países da Amé-rica Latina também deverão ser atingidos.

Segundo o consultor do Sebrae/PR em Foz do Iguaçu, Luiz Rolim de

Julio Cezar Agostini, diretor de Operações do Sebrae/PR

O tema dispõe de uma biblio-grafia extensa. Seguem algu-mas sugestões de livros, para aprofundar o assunto: Relações internacionais contemporâne-as: da construção do mundo liberal à globalização, de José Flávio Sombra Saraiva, Editora Paralelo; Argentina y Brasil en el Mercosur; políticas comunes y alianzas regionales, de Mario Rapoport, Grupo Editor Latino-americano; Cooperação, Inte-gração e Processo Negociador: a construção do Mercosul, de Alcides Costa Vaz, IBRI; Diplo-macia brasileira: palavras, con-textos e razões, de Luiz Felipe Lampreia, Lacerda Editora.

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Artigo

José Cezar Castanhar

José Cezar Castanhar é engenheiro civil, doutor em Gestão e professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

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A trajetória das empresas é marcada por etapas que têm características e desafios distintos. Na fase da criação de um novo negócio, o desafio para o empreendedor é o de estar atento para identificar oportunidades com potencial econômico e construir alianças estraté-gicas para “colocar o negócio no ar”, com o mínimo de recursos possível. Na fase seguinte, de consolidação do negó-cio, a atenção se volta para a ampliação do mercado e das fontes de financia-mento. Nessas fases iniciais do negó-cio, o empresário usualmente utiliza um estilo de gestão em que características empreendedoras como capacidade de inovar, agir de forma proativa, assumir riscos e aproveitar oportunidades que surgem em ambientes turbulentos ou favoráveis são determinantes para o êxito do negócio. A terceira fase caracteriza-se pelo crescimento acelerado e continuado. Nesta fase, o estilo de gestão base-ado na intuição, no improviso e na capacidade empreendedora do seu criador não é mais suficiente. O desa-fio nesta fase é dotar a empresa de competências que permitam aprimo-rar os sistemas empresariais de ges-tão (finanças, operações, controle, comercialização, marketing, gestão de pessoas, etc).

A demora em reconhecer a necessi-dade de investir no aperfeiçoamento gerencial ou a decisão de fazer esse investimento de forma fragmentada e descontínua costuma estar na base do fracasso de empresas que tiveram uma trajetória inicial bastante exitosa e promissora. Uma estratégia interes-sante para implementar as melhorias gerenciais de forma integrada e, ao mesmo tempo, agregar valor para a empresa, pode ser a obtenção das Certificações ISO, sendo as mais co-nhecidas as famílias de normas deno-minadas ISO 9.000 e ISO 14.000.

As normas são estabelecidas pela In-ternational Organization for Standardi-

Certificações ISO:o que são e seus benefícios

zation (ISO) e resultaram de estudos sistemáticos originados em diversos países para estabelecer padrões de gestão voltados para a melhoria con-tínua de qualidade de processos, pro-dutos e serviços, tendo como objeti-vo final a satisfação dos clientes (ISO 9.000) ou o controle dos impactos ambientais de atividades empresariais (ISO 14.000). A certificação é con-ferida por instituições independentes acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Existem atual-mente cerca de 30 instituições acre-ditadas, sendo duas delas do Paraná.

A empresa que solicita a certificação poderá contratar previamente uma consultoria para se preparar para o processo, dependendo do estado atu-al dos seus processos gerenciais.

O processo de certificação compreen-de, então, “matar dois coelhos com uma única cajadada”. Por um lado, para obter a certificação, a empresa deve adequar seus sistemas de ges-tão às exigências da norma, o que requer um processo integrado e si-multâneo de aperfeiçoamento desses sistemas. Por outro lado, a obtenção da certificação funciona como um aval externo sobre a qualidade dos siste-mas de gestão da empresa e do seu comprometimento com o bom atendi-mento de seus clientes e com o im-pacto ambiental das suas atividades. Pesquisa recente do INMETRO con-firma que a obtenção da certificação traz benefícios objetivos para a ima-gem das empresas certificadas. As-sim, segundo a pesquisa, 75% das empresas consideram que a qualida-de intrínseca dos produtos fornecidos por empresas certificadas é de me-lhor qualidade, 67% consideram que o atendimento é melhor nos forne-cedores certificados e mais de 75% consideram que o tratamento das re-clamações realizadas junto a um for-necedor certificado é melhor do que o

realizado pelos não certificados. Fica claro que a certificação, além de con-tribuir para a melhoria gerencial num sentido amplo, funciona como uma estratégia de marketing para a empre-sa, ajudando a empresa a ampliar seu mercado. Esse auxílio pode ser ainda mais importante para a estratégia de internacionalização de empresas, onde o Certificado ISO pode compensar o fato de a empresa ser desconhecida num determinado mercado.

Curiosamente, segundo o INMETRO, o número de certificações conferidas a empresas brasileiras ainda é muito baixo, com um estoque de empresas certificadas pouco superior a 30 mil, desde o início desse processo no País na década de 1980. Assim, os recur-sos eventualmente destinados para a obtenção dessas certificações podem ser considerados um investimento de alto retorno, seja pelos benefícios ob-jetivos que pode trazer, seja porque diferencia a empresa no universo em-presarial, o que é crucial num mundo globalizado em que a competição se torna cada vez mais acirrada. S

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Cooperação

O Sistema Sebrae levou em maio deste ano soluções empresariais para Rosario, na Argentina. A enti-dade, representada pelo Sebrae/PR, participou da Feira Internacional da Ali-mentação de Rosario (FIAR 2009). Rosario fica na província de Santa Fé, região argentina fortemente liga-da ao agroalimento e agroengenha-ria e reconhecida como polo agroali-mentar e exportador.

No estande da entidade, foram

FIAR 2009Sebrae divulga soluções em empreendedorismo, agronegócio e turismo na maior feira agroalimentar da Argentina

Por Leandro Donatti

que podem ajudar no fortalecimento do empreendedorismo em Rosario. A cooperação é importante porque representa uma troca de informa-ções e de experiências”, disse o pre-sidente do Conselho Deliberativo.

Nogaroli falou para uma plateia de empresários argentinos sobre o acordo de cooperação iniciado há cerca de oito meses, parte de uma estratégia de internacionalização do Sistema Sebrae, para fortalecer o empreendedorismo nos países da América Latina que fazem fronteira com o Brasil.

“Temos programas e projetos que podem ser adaptados à realidade argentina e que servirão de apoio nesse intercâmbio. As micro e pe-quenas empresas brasileiras e ar-gentinas têm excelentes experiên-cias que podem ser compartilhadas. Com isso, contribuímos cada vez mais para a integração do Merco-sul”, destacou Nogaroli.

O governador de Santa Fe, Hermes Binner, falou da política econômica argentina e destacou a importância da cooperação com o Brasil. “Nos-sos povos vivem em irmandade, o Paraná tem experiências extraordi-nárias em agricultura familiar, que podem nos ajudar muito.”

Para o prefeito de Rosario, a coope-ração é importante e a participação do Sebrae/PR na FIAR 2009 foi fru-to dessa aproximação das entidades e instituições dos dois países. O côn-sul do Brasil em Rosario e coorde-nador da FIAR 2009, Ricardo Diab, agradeceu o apoio e a participação do Sebrae/PR. “A FIAR é um evento consolidado na Argentina”, disse.

A FIAR 2009, que aconteceu no Salão Metropolitano de Rosario, inovou mais uma vez, com oportu-nidades comerciais e exposição de empresas para mais de 25 países participantes. Ao todo, foram 22 mil metros quadrados de exposição, divididos em sete salões temáticos: carnes, vinhos, panificação, tecnolo-gia para o leite, soluções tecnológi-cas, inovações e salão gourmet.

apresentadas soluções em empreen-dedorismo, agronegócio e turismo, e também algumas parcerias como o Paraná Business Collection e o Cen-tro de Desenvolvimento de Tecnolo-gias para Integração Transfronteiriça de Micro e Pequenas Empresas do Mercosul e América Latina (Sebrae CDT-AL).

O Sebrae e a Prefeitura de Rosa-rio firmaram uma parceria durante a Feira. O presidente do Conselho

Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli, e o prefeito de Rosario, Mi-guel Lifschitz, assinaram um acordo de cooperação técnica. O Sebrae/PR presta desde então assessoria à Pre-feitura de Rosario com o objetivo de transferir tecnologia no apoio ao de-senvolvimento de pequenas empresas, visando à futura criação de um serviço de apoio às micro e pequenas empre-sas em território argentino.

“O Sebrae/PR tem soluções empresariais

Cooperação com Rosario prevê a adaptação de programas e projetos do Sebrae à realidade argentina

Um grupo de empresários parana-enses participou da FIAR 2009 e também fez visitas técnicas. Uma delas foi à Sancor Argentina, coope-rativa de laticínios. Todos empresá-rios que visitaram a FIAR participam dos projetos de agronegócio desen-volvidos pelo Sebrae/PR.

O estande do Sebrae/PR, de 100 metros quadrados, trouxe também produtos apoiados por projetos de-senvolvidos pela entidade no agro-negócio, em diversas áreas como associativismo, inovação, tecnologia e mercado.

Foram expostos: café orgânico (Or-ganivida), mel (Coofamel), cachaça (Quaty) e açúcar mascavo (Curió), do oeste do Paraná; cafés especiais do norte Pioneiro; mel e açúcar mas-cavo (Coopafi), doces (Cascatinha); bolacha, pé de moleque e rapadura (Agroindústria Terra Boa), melado (Pé de Cana), cachaça (Coachaça); vinhos da ABEVI (Betiatto, Frâncio, Graciani, Confrades), bolacha (Bis-coitos Bace), açúcar mascavo (Cana Vivo); e geleia de uva e doce de figo (Agroindústria Graciani), todos do sudoeste do Paraná. S

Estande do Sebrae/PR na FIAR 2009

Da esquerda para a direita: Ricardo Diab, Miguel Lifschitz, Hermes Binner, Clara García e Nogaroli, abertura oficial da FIAR 2009

Nogaroli, com a comitiva paranaense na FIAR 2009

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Semana da Pequena Empresa

5 de outubro é o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. A data, instituída simbolicamente para mar-car o início da vigência do primeiro Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, em 5 de outubro de 1999, é motivo de co-memoração para o Sebrae/PR. Afinal de contas, o Sebrae/PR foi criado há mais de 36 anos para apoiar, no Paraná, empreendedores e empre-sários de pequenos negócios com o sonho de se transformarem em em-presários bem-sucedidos.

As micro e pequenas empresas for-

Soluções para todosEm comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, o Sebrae/PR realiza, de 5 a 9 de outubro, a quarta edição da Semana da Pequena Empresa

Por Leandro Donatti

EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

desde 2006, a Semana da Peque-na Empresa. O evento, que neste ano será de 5 a 9 de outubro, tem como principal objetivo apresentar, para o Estado, como o Sebrae/PR pode ser um aliado importante para quem já é empresário e também para os empreendedores que bus-cam ser donos do próprio negócio. Os preparativos para a quarta edi-ção da Semana da Pequena Empre-sa já começaram.

Especialistas de renome nacional se-rão convidados para falar sobre em-preendedorismo. As palestras-mag-nas serão realizadas em Cascavel, Curitiba, Londrina, Maringá e Pato Branco, cidades paranaenses onde estão localizadas as cinco regionais do Sebrae/PR. Já estão confirma-das as presenças de Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei; Carlos Hilsdorf, economista; Waldemar Niclevicz, alpinista; Mar-cos Pontes, astronauta; e Waldez Ludwig, consultor de empresas. A programação especial será ofere-cida gratuitamente, para mostrar à sociedade como o empreendedo-rismo, com planejamento e infor-mação, pode render bons frutos. A taxa de sucesso das micro e peque-nas empresas no Paraná, conforme pesquisa nacional (a mais recente) divulgada em agosto de 2007, gira em torno de 75%. A pesquisa ana-lisou a mortalidade dos pequenos negócios abertos entre os anos de 2003 e 2005 e os fatores de so-brevivência e fechamento nos dois primeiros anos após sua abertura, considerado o período mais críti-co. Ou seja, de cada 100 negócios abertos no Paraná, 75 em média dão certo, conseguem manter-se de portas abertas.

Os outros 25 negócios que não

sobrevivem revelam ter algo em co-mum, também segundo a pesquisa. Seus empreendedores não busca-ram qualquer auxílio técnico para o gerenciamento dos negócios e toma-da de decisões. Muitos agiram por impulso e sem qualquer respaldo técnico, o que para o Sebrae/PR é causa certa para a mortalidade de micro e pequenas empresas. “A Semana da Pequena Empresa é um evento feito para mostrar a impor-tância da informação no mundo dos negócios”, diz a gerente de Marke-ting e Comunicação do Sebrae/PR, Renata Todescato.

Segundo a gerente, para enfrentar a concorrência e atender consumi-dores cada vez mais exigentes, os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas preci-sam estar preparados, aliar plane-jamento e conhecimento, para não perderem as oportunidades que se apresentam com a globalização. “O Sebrae/PR é um parceiro importan-te nesse processo, porque desenvol-ve soluções sob medida para os pe-

quenos negócios, respeitando suas particularidades e aumentando seu grau de competitividade.”

Renata Todescato lembra que, com o apoio do Sebrae/PR, a taxa de su-cesso das micro e pequenas empre-sas pode chegar a 80%, de acordo com levantamentos internos feitos pela entidade com participantes do Programa Próprio, uma solução que auxilia na abertura planejada de uma empresa. “Os empreendedores e empresários devem estar recep-tivos às mudanças. A Semana da Pequena Empresa é um momento de atualização e de adquirir novos conhecimentos. Para o Sebrae/PR, uma oportunidade de mostrar o que de melhor oferece para os peque-nos negócios”, assinala

É um momento de atualização e aquisição de novos conhecimentos

Mais informações sobre como participar da Semana da Pe-quena Empresa podem ser ob-tidas pelo 0800 570 0800.

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Semana da Pequena Empresa, terceira edição

Movimentação da Semana

Semana da Pequena Empresa 2008

mam atualmente um dos segmentos que mais movimentam a economia. Isso é fato no Paraná, no Brasil e no mundo. Os pequenos negócios ge-ram empregos, renda e dão dinamis-mo às cidades. O empreendedorismo também está presente no campo, com a profissionalização do agrone-gócio. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 6 milhões de micro e pequenas empresas formais e mais de 10 milhões informais.

O Anuário do Trabalho 2008, levan-tamento realizado pelo Sebrae Nacio-

nal e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos (Dieese), aponta 450 mil empresas formais no Paraná e 565 mil informais. As micro e pequenas empresas respondem por 60% dos empregos com carteira assinada no Brasil, dado confirmado no Estado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os pe-quenos negócios movimentam 38% da massa salarial no País e 44% no Estado.Motivos para apoiar o empreende-dorismo não faltam. Razão pela qual o Sebrae/PR promove anualmente,

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

ENINC

Inovação para a construção civilDe 28 a 30 de outubro, Maringá, no noroeste do Paraná, será palco de encontro nacional, aberto para toda a cadeia produtiva do setor

Por Octávio Rossi

A inovação ainda não é uma prática comum na construção civil brasilei-ra. Especialistas são categóricos ao afirmar que, apesar de responder por uma fatia significativa do Pro-duto Interno Brasileiro (PIB), cerca de 5% do total, a construção civil é, talvez, o único setor da economia que ainda não se industrializou por completo, não deu um salto tecno-lógico significativo. Setores como a agricultura e a produção têxtil, que até bem pouco tempo estavam num mesmo patamar, mostram-se mais propensos a absorver as mudan-ças.

“A inovação na construção civil foi de certa forma significativa na década de 1990 e anos 2000, mas aquém do que de fato precisaria ser para melhorar os patamares de produti-vidade, reduzir custos, avançar na qualidade, segurança e impacto am-biental”, explica a engenheira civil, mestre e doutora em Engenharia, Maria Angélica Covelo Silva, direto-ra da NGI Consultoria e Desenvolvi-mento Ltda. “As inovações no setor foram predominantemente puxadas pela indústria de materiais e siste-mas construtivos.”

Segundo Maria Angélica, há neces-sidade de se criar uma cultura da inovação no setor, na qual as em-presas - pequenas, médias e gran-des - passem a investir mais em tecnologia da informação e metodo-logias de gestão da produção. “Na construção civil, a inovação está re-lacionada a ganhos de produtivida-de, qualidade e desempenho para o cliente, possibilidade de redução de custos e diferenciação competitiva. Esses são requisitos, obtidos com a inovação, que se tornam necessá-rios para competir no mercado.”

Com o objetivo de contribuir para a formação de uma cultura da ino-vação e levar tecnologia às micro e pequenas empresas da constru-ção civil, o Sebrae/PR, Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sindus-con-NOR/PR) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) promovem em Maringá, noroeste do Estado, em outubro próximo, a segunda edição do Encontro Nacio-nal de Inovação na Construção Civil (ENINC 2009). A ideia é reunir no Centro de Eventos Araucária em-presários de vários segmentos da

cadeia produtiva da construção civil do Paraná.

Durante o evento, que acontece de 28 a 30 de outubro, os participan-tes assistirão a uma série de painéis e conferências com autoridades, especialistas de renome nacional, representantes de entidades, dire-tores de empresas e empresários que possuam produtos e serviços inovadores para o setor. Está pro-gramado também um showroom de materiais e equipamentos inova-dores, apresentação de produtos desenvolvidos com tecnologias que proporcionem ganho de qualidade e produtividade, e oficinas técnicas, para a demonstração de modernas práticas construtivas.

Em pauta, o que há de mais moder-no em produtos, processos cons-trutivos e oportunidades, dentre os quais: lean construction, Sistema Steel Frame, Built to Suit, Progra-mas Setoriais de Qualidade (PSQ), especificação e normatização téc-nica de produtos, alvenaria racio-nalizada com blocos cerâmicos, pré-moldados de concretos, Siste-ma Tilt-up, Sistema PEX, alvenaria estrutural com blocos de concreto, fachadas em vidro, responsabilida-de civil, exigências construtivas da Caixa Econômica Federal, gestão ambiental no canteiro de obras e reciclagem de resíduos.

Ritmo aceleradoPara o coordenador estadual da Construção Civil do Sebrae/PR, Ed-valdo Pires Correa, o setor tem se revelado estratégico para o desen-volvimento econômico do Paraná, com base na mão-de-obra emprega-da e no valor agregado que circula em toda a cadeia produtiva. “O ce-nário atual é de oportunidades e de grande demanda para as construto-ras, profissionais e empresas liga-das à cadeia produtiva. A inovação é um ingrediente importante para as oportunidades não se perderem”, assinala.

A construção civil cresce no Paraná e no País, lembra Edvaldo Correa. Os programas lançados recente-mente pelo governo federal, que possibilitaram acesso fácil e rápido ao crédito imobiliário, impulsionam o setor. Segundo relatório da Cadeia Produtiva da Construção do Sebrae/PR, o setor da construção civil represen-ta 9,18% de todo o Produto Inter-

Na construção civil, a inovação melhora a produtividade, reduz custos, representa avanço na qualidade, segurança e impacto ambiental

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no Bruto (PIB) paranaense. O Estado possui aproximadamente 16 mil em-presas ligadas diretamente ao setor da construção e as micro e peque-nas empresas representam 90% desse total.

De olho no crescimentoO consultor do Sebrae/PR, Jover-si Rezende, diz que a escolha por Maringá para sediar o ENINC 2009 deve-se à estrutura que a cidade oferece, além de possuir inúmeras obras em andamento e também ser-vir de sede para muitas empresas do ramo. “A inovação é uma realidade. O ENINC 2009 é uma ferramenta para mostrar aos empresários de micro e pequenas empresas o que há de mais moderno e oferecer novas for-mas para gerir a empresa, pensando sempre em tecnologias que possibili-tem crescimento”, afirma.

O consultor do Sebrae/PR em Ma-ringá também destaca a parceria, para a realização do evento. O ENINC tem até, o momento, o apoio da As-sociação dos Engenheiros e Arquite-tos de Maringá (AEAM), do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetu-ra do Paraná (CREA-PR), do Centro

Universitário de Maringá (Cesumar) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

MotorNa avaliação da diretora da NGI Con-sultoria e Desenvolvimento, a inova-ção sempre será “o motor dos mer-cados” que, mesmo em momentos de crise, estão em profunda transfor-mação devido às mudanças do perfil e características do consumidor, do cenário econômico e das condições de competitividade. “A empresa que não introduz algum tipo de inovação a médio ou longo prazo pode ser su-plantada por outras e pode perder mercado. Não será um desafio se a empresa der os passos certos”, ensi-na Maria Angélica. A inovação requer metodologia, conhecimento e investi-mento. “Mas, acima de tudo, visão empresarial para enxergar suas van-tagens.”

O empresário da construção civil que enxergar todos os ângulos da inova-ção - gestão, tecnologia, processos, produtos, etc - pode desenvolver so-luções inovadoras com criatividade e baixo investimento. Mas, alerta Ma-ria Angélica, é preciso entender que a construção civil envolve engenharia,

o que requer algum investimento. As empresas do setor que não reinves-tem no negócio ou reinvestem uma taxa muita baixa de suas receitas correm o risco de operar num pata-mar abaixo do que é necessário para assegurar tecnologia, desempenho dos produtos, segurança no trabalho e gestão do impacto ambiental da ati-vidade de construção.

O engenheiro Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira Filho, empresário e presidente do Sinduscon-NOR/PR, afirma que inovar também é planejar custos e investir em equipamentos. “Em um primeiro momento, a inovação gera um custo, porém com o tempo esse custo diminui e é absorvido pelo mercado. Vale lembrar que a inova-ção também pode ser tratada como marketing estratégico para a empre-sa e deve ser bem aproveitada.”

Necessidade“A inovação não é capricho, é uma necessidade. As empresas precisam inovar constantemente e trazer no-vos conceitos para seu dia a dia, bus-cando sempre novas informações e formas de atender seus clientes da maneira mais satisfatória possível, focando em qualidade e redução do

Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira, empresário e presidente do Sinduscon-NOR/PR

Nilson Tortato, empresário

desperdício”, afirma o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cezar Augusto Ro-mano, que recentemente participou no Sebrae/PR, em Curitiba, de um evento sobre a inovação na constru-ção civil, acompanhado de outros dois especialistas em inovação da instituição, Hélio Gomes de Carvalho e Dálcio Roberto dos Reis.

Segundo os estudiosos da UTFPR, em 20 anos, as empresas que não investirem em inovação estarão fora do mercado. “Os processos de inovação dependem muito da capacitação de pessoas. É por isso que ela deve começar dentro das instituições de ensino, para que os empresários e futuros empresários consigam investir em um processo sistemático contínuo, com mentali-dades voltadas para a inovação”, diz Dálcio dos Reis. Pesquisas recentes revelaram que as micro e pequenas empresas que investem em inova-ção gastam, em média, R$1 mil para adequar seus processos, ge-rando retornos financeiros que vão muito além desse custo. “Observar o funcionário, por exemplo, é uma excelente maneira de gerar econo-mia para a empresa. É simples e fá-cil, mas muitas vezes o empresário acaba se esquecendo desse deta-lhe”, assinala o professor.

Segundo os estudiosos da UTFPR, em 20 anos, as empresas que não investirem em inovação estarão fora do mercado

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ResultadosO número de micro e pequenas em-presas que passam a apostar na inovação, como diferencial no mer-cado, ganha densidade no Paraná. Na Grande Curitiba, multiplicam-se, a cada ano, os exemplos de como a inovação pode fazer a diferença na construção civil. O empresário Nil-son Luis Tortato, da Olaria Tortato, em São José dos Pinhais, buscou o auxílio de profissionais qualifica-dos pelo Sebrae/PR e pela UTFPR, para introduzir soluções simples, mas inovadoras, na sua empresa. O empresário melhorou os processos de controle, financeiro e de redução do desperdício de materiais em sua empresa.

“Não dávamos muita importância para a diferença de centimetragem na confecção dos produtos, o que acarretava em grande desperdício ao final de um ano. Adaptar a fábri-ca para corrigir esse problema aju-dou a reduzirmos o preço e aumen-tarmos a qualidade dos produtos oferecidos às construtoras e consu-midores finais”, contabiliza Tortato. O empresário também destaca que os avanços dependeram de um pro-cesso, na sua avaliação delicado, de busca de informações e mudança de mentalidade. “Essencialmente foi mais uma ação comportamental do

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que um grande investimento em ter-mos de capital. A partir do momento em que melhoramos os processos de gestão dentro da fábrica, os fun-cionários passaram a aceitar essa nova metodologia de trabalho e isso já pode ser percebido em termos de retorno financeiro efetivo”, afirma. A fábrica de artefatos de concreto Ouro Preto, localizada em Campo Largo, é outro exemplo de gestão focada na inovação. O empresário Rimones José Vorakoski investiu na padronização de materiais para a

O empresário que enxergar todos os ângulos da inovação pode desenvolver soluções com criatividade e baixo investimento

Rimones José Vorakoski, empresário

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Para saber mais sobre o tema, acesse www.facadiferente.com.br ou www.finep.gov.br/imprensa/sala_imprensa/manual_de_oslo.pdf. O Mo-vimento Faça Diferente é uma iniciativa do Sebrae Nacional que traz uma série de 120 programas de rádio, veiculados em todo o País. Cada epi-sódio, com duração média de três minutos, apresenta aos empresários oportunidades de como inovar, sair da mesmice e melhorar os resul-tados dos negócios. Já o Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica tem por objetivo orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. No Brasil, a primeira tradução para o português foi produzida e divulgada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em meio eletrônico, em 2004. A edição mais recente do Manual de Oslo, de 2005, agrega as atualizações apresentadas na terceira edição do documento.

ENINC 2009

Data: de 28 a 30 de outubro

Local: Centro de Eventos Araucária

Cidade: Maringá

Público: micro e pequenas empresas (construtoras de obras residenciais, públicas, comerciais e industriais; projetistas como arquitetos, enge-nheiros civis, engenheiros eletricistas e afins; indústrias cujos produtos são aplicados na construção civil, como olarias e fábricas de lajes de concre-to; empresas de transformação de produtos, como vidraçarias e empre-sas de esquadrias de alumínio; pro-fissionais autônomos, como pintores, pedreiros, encanadores e empreitei-ros; imobiliárias; lojas de materiais de construção e outras revendas de produtos ligados ao setor; empre-sas de coleta de resíduos sólidos da construção civil)

Mais informações: (44) 3220-3474

fabricação de produtos; diminuiu o espaço de transporte, de uma má-quina para outra, gerando economia em tempo de trabalho; e passou a utilizar agregados maiores, para a produção de materiais resistentes, substituindo o cimento. “Com es-sas medidas básicas, passamos a produzir um produto de maior qua-lidade, com menos desperdício de tempo e material, nos garantindo 47% a mais de economia”, comenta satisfeito o proprietário da Ouro Pre-to. (Colaboraram nesta reportagem Luciana Baroni e Leandro Donatti) S

Artigo

Carlos Hilsdorf

Carlos HilsdorfPalestrante do Congresso Mundial de Admi-nistração (Alemanha), Carlos Hilsdorf é econo-mista, pós-graduado em Marketing pela FGV e consultor de empresas. Autor do best seller “Ati-tudes Vencedoras”, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero, é referência nacional em desenvolvimento humano. Site oficial: www.carloshilsdorf.com.br

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A margem de lucro que se pode obter na produção e venda de qualquer produto e serviço não depende somente da qualidade e dos custos envolvidos na sua fabricação e comercialização, mas do quanto de valor conseguimos agregar aos produtos e ser-viços e oferecer aos nossos clientes finais, lembrando sempre que é o valor efetiva-mente percebido pelo cliente que conta. Ficar preso à competição via preço é muito perigoso e acaba sendo ruim para todos, diminuindo cada vez mais as margens de lucro no segmento e prejudicando a saúde financeira dos negócios.

Vamos observar como cresce a margem de lucro, à medida que agregamos valor, neste exemplo envolvendo “compra de café”:

1) Eu posso comprar café em grão direto do produtor. Neste caso, estarei compran-do uma commoditie e o preço é definido pelos brokers (corretores) na Bolsa de Mercadorias & Futuros. A saca de café (do mesmo tipo e qualidade) do produtor A será vendida pelo mesmo preço da do produtor B em um mesmo momento do mercado.

2) Eu posso comprar o café industrializado, moído, solúvel, granulado, em pó ou ins-tantâneo, como produto em um supermer-cado. Eu pago muito mais caro, proporcio-nalmente, por esse produto industrializado do que quando compro café como com-moditie. Por quê? Porque o processo de industrialização agregou valor e, ao fazer isso, aumentou a margem de lucro.

3) Eu posso comprar café em uma cafe-teria ou confeitaria e, neste caso, estou comprando o serviço deste café ter sido preparado e servido para mim. Neste caso, o café custará proporcionalmente mais caro do que quando o compro como produto. Esta empresa agregou valor atra-vés do serviço de prepará-lo e servi-lo.

4) Eu posso comprar café em uma cafe-teria onde existam diferenciais no prepa-ro, um serviço de atendimento superior e uma atmosfera envolvente e memorá-vel. Neste caso, eu estarei comprando uma experiência!

Agregue valor e aumente seus lucros!

Se você pensar que um copo de capuccino na Starbucks, nos Estados Unidos, custa em média 15 dólares (aproximadamente 30 reais), você perceberá que a margem de lucro aumentou exponencialmente. Você não compra o capuccino, compra a experiência de tomar capuccino na Starbucks.

É o mesmo que ocorre se você comer fondue em Gramado, no inverno, em um aconchegante restaurante no estilo ale-mão. Você não está comprando e pagando apenas pelo fondue, mas pelo ambiente, pelo serviço, pela experiência de comer fondue em Gramado, no Rio Grande do Sul, no inverno, em um ambiente de atmosfera tão especial.

Em todos os segmentos da economia po-demos vender qualquer “mercadoria” como commoditie, produto, serviço ou experiên-cia. Tudo depende do seu posicionamento. O mesmo café ou capuccino em duas ca-feterias diferentes na mesma cidade e até na mesma rua podem apresentar uma dife-rença de mais de 100% no seu preço final. As pessoas não compram sempre apenas o café. Compram o conjunto de benefícios, diferenciais e experiências que compõem comprar este café da sua empresa e não de outra! Seu café deve tornar-se “único”!

Quando você encanta seus clientes e agrega mais valor a seus produtos e serviços, está garantindo que poderá escapar da prejudicial guerra de preços, vendendo valor.

Se seu único diferencial é preço, então você não tem diferencial nenhum!

Claro que, na maioria dos casos, agregar mais valor aumenta seus custos, mas lembre-se, a margem de lucro aumenta de maneira mais que proporcional, por isso vale a pena. Além disso, em muitos casos, para agregar mais valor, melhorando a qualidade do serviço e da experiência, você precisa investir muito mais consciência e atitude que dinheiro.

O grande segredo é oferecer aos seus clientes uma maior percepção de valor, oferecer o maior valor pelo melhor (não menor) preço. Hoje, você não precisa pra-ticar preços minúsculos, precisa oferecer mais valor que a concorrência pelo mes-

mo preço e, se quiser margens maiores, ofereça uma experiência, um conceito e um posicionamento tão especiais que o cliente tenha orgulho de pagar mais para fazer negócios especificamente com você!

Prepare-se para vencer! Assim agem os empreendedores. Procure o Sebrae e descubra como agregar mais valor e encantar seus clientes. S

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

PrêmioO Sebrae/PR venceu o Prêmio Me-lhor Feira do Empreendedor Circui-to 2008 - no Bloco Regional Sul/Sudeste, numa disputa com as uni-dades do Sebrae de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O anúncio oficial foi feito em Brasília, em junho deste ano.

A Feira do Empreendedor do Para-ná, realizada em Londrina de 14 a 17 de agosto de 2008, ficou entre as três vencedoras nacionais, jun-to com a de Mato Grosso do Sul, considerada a melhor feira no Bloco Regional Norte/Centro-Oeste, for-mado pelo Sebrae/MS, Sebrae/TO e Sebrae/PA, e com a do Rio Gran-de do Norte, no Bloco Regional Nor-deste, representado pelos Sebrae de Sergipe, Piauí, Ceará, Pernam-buco e Rio Grande do Norte.

“A Feira do Empreendedor é uma ação que tem como objetivo pro-mover o desenvolvimento do empre-endedorismo no Estado. A edição 2008, realizada em Londrina, foi muito mais que uma vitrine de opor-tunidades para empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. Foi uma ação que mobi-lizou todo o Estado, em prol do em-preendedorismo”, diz o diretor-su-perintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa.

Segundo ele, “foi um evento que nasceu de um compromisso com-partilhado e se traduziu num ins-trumento de desenvolvimento que vai fazer a diferença nos próximos anos, quando novos empreendimen-tos que nasceram durante a Feira passem a ser estruturados.”

Para Allan Marcelo de Campos Cos-ta, o recebimento do Prêmio sela o trabalho desenvolvido pela entidade que, no Paraná, atende os 399 mu-nicípios com soluções para quem quer ser empresário e quem já é.

O diretor-superintendente do Sebrae/PR anuncia que o Paraná participará novamente do circuito nacional da Feira do Empreendedor em 2010. Diversas cidades do Es-tado já manifestaram interesse em sediar o maior evento de empreen-dedorismo do Brasil. O Sebrae/PR ain-da não definiu a cidade-sede, nem a data da realização.

“Mostramos aos empreendedores e empresários de todo o Estado que o Sebrae/PR oferece soluções

Melhor Feira do Empreendedor 2008!Evento estadual, realizado em Londrina, vence premiação regional concedida pelo Sebrae Nacional

empresariais, com oportunidades concretas de novos negócios e todo conhecimento técnico de apoio. A Feira do Empreendedor é um evento completo por disponibilizar o que de melhor o Sebrae tem num só even-to”, diz André Basso, consultor do Sebrae/PR em Londrina e o então gestor da Feira do Empreendedor 2008.

Memória

Em 2010, o Sebrae/PR realiza mais uma edição da Feira do Empreendedor, em local e data a serem definidos

Movimentação em Londrina, durante a Feira em 2008

Durante a Feira do Empreendedor do Paraná, em Londrina, foram realizados 191 eventos de conhe-cimento, com a participação de 11.002 empreendedores de todo o Estado. Palestras sobre os mais variados temas ligados ao empreen-dedorismo complementaram a área de exposição, na qual 92 empresas ofereceram mais de 100 oportuni-dades reais de negócios.

Ao todo, o Sebrae/PR, com o apoio de associações comerciais, prefeitu-ras e entidades parceiras, mobilizou 231 caravanas, com 7.129 empre-endedores e empresários de micro e pequenas empresas. Toda a pro-gramação da Feira foi gratuita. Com as palestras-magnas, proferidas por personalidades de renome na-cional, a entidade arrecadou quase quatro toneladas de alimentos não perecíveis, doadas para instituições de caridade.

A edição do ano passado foi a quar-ta realizada no Estado. A primeira foi em Curitiba, em 1997; a se-gunda em Arapongas, em 1998 e a terceira novamente em Curitiba, em 2004. Em 2008, um dos des-taques do evento foi o “Espaço Jo-vem”, focado no empreendedorismo entre jovens.

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Por Leandro Donatti

Feira do Empreendedor do Paraná 2008

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Paraná Business CollectionEm fevereiro de 1990, Cléia Ma-ria Mira Mazoti confeccionou uma camiseta, a primeira peça de rou-pa com a marca da sua empresa, em Joaquim Távora, região norte do Paraná. Nos fundos da casa, a pequena confecção, batizada de Mi-ravest, era gerenciada por Cléia em parceria com a irmã. Hoje, perto de comemorar 20 anos à frente da empresa, a fundadora da Miravest colhe os frutos de uma gestão foca-da na busca por resultados.

A profissionalização e o comprome-timento da empresária Cléia trans-formaram a pequena confecção de ‘fundo de quintal’ em uma empresa que gera 96 empregos diretos e produz uma média de 18 mil peças de roupas por mês em um barracão próprio, construído com recursos próprios. Uma vitória para a empre-sária, filha de uma costureira e que sempre gostou de moda.

Com duas marcas próprias, “Mi-ravest” e “Altas Horas”, as roupas criadas por dois estilistas são con-feccionadas para atender o público feminino. Ao todo, 36 representan-tes são responsáveis por comercia-lizar as peças produzidas em Joa-quim Távora para lojas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catari-na, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Pernambuco, Goi-ás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Para apresentar as marcas, pro-duzidas pela empresa e ampliar o leque de contatos comerciais, Cléia

Um ‘desfile’ de competitividadeRealizado pelo Sebrae/PR e Sistema Fiep, evento destaca o potencial da indústria têxtil e do vestuário no Estado

Por Giselle Ritzmann Loures Cléia Maria Mira Mazoti, empresária

Rudimar Mariga, empresário, e o representante comercial Luiz Renato Machado

esteve em Curitiba em maio deste ano para participar do showroom de negócios, realizado durante o Para-ná Business Collection. O evento é uma iniciativa do Sebrae/PR e Fe-deração das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Conselho da Indústria do Vestuário, e reuniu, de 25 a 29 de maio, cerca de 10 mil empresários, especialistas, pro-fissionais e estudantes de moda.

Na terceira edição, o Paraná Busi-ness Collection se consolida como um importante evento que integra moda e varejo e cria canais de re-lacionamento entre empresários de pequenas empresas e grandes

grifes, lojistas e representantes co-merciais. E a quarta edição já tem data marcada, será de 22 a 26 de fevereiro de 2010, no Cietep, em Curitiba “A experiência foi muito positiva. Participar do showroom do Paraná Business Collection foi importante para realizar novos con-tatos, em um evento que mostra a qualidade da moda produzida no Es-tado”, avalia a empresária Cléia, da Miravest.

O Showroom de Negócios do Para-ná Business Collection reuniu 25 empresas de todas as regiões do Estado, que mostraram a qualidade e a criatividade da moda paranaen-

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Desfile da Picnic Delefante

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se e, também, a competitividade das empresas para lojistas, compradores de redes de lojas e boutiques de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Paraná. Em quatro dias de showroom, as empresas movimenta-ram aproximadamente R$ 5 milhões em negócios fechados e prospecta-dos. Cifra que ultrapassou 10% em média a mais que o valor apurado na segunda edição do evento, em 2008.

A principal proposta do Paraná Busi-ness Collection é consolidar o Paraná como um estado produtor de moda, referência na qualidade das marcas paranaenses e, ainda, divulgar a Marca Paraná.

Rudimar Mariga, da Akamizaria Con-fecções, também participou do show-room. “Conhecemos clientes novos no evento, houve a prospecção de negócios e ainda estamos negocian-do com os contatos que fizemos du-rante o showroom”, diz o empresá-rio, que levou ao evento as marcas “Vip Reserva” e “Aquela Moça”. “Par-ticipar do showroom foi importante para que as pessoas conhecessem a empresa e, também, fortalecer a imagem da empresa com aqueles clientes que já a conhecem.”

“Tenho interesse em participar da próxima edição”, antecipa Mariga. O empresário, filho de alfaiate e costu-reira, fundou a Akamizaria em 2001, em Cascavel, região oeste do Para-ná. A fábrica produz de 12 a 15 mil peças de roupas por mês, e 80% da produção são direcionados para o mercado de São Paulo, na moda-lidade private label. “Atendemos 12 grifes nacionais nesse sistema, com

produção exclusiva para essas mar-cas”, diz o empresário. Já as peças da “Vip Reserva” e “Aquela Moça”, criadas e desenvolvidas pela Akami-zaria para o público masculino e fe-minino, respectivamente, são comer-cializadas em lojas no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.

EstreantesMiravest e Akamizaria participaram pela primeira vez do Showroom de Negócios do Paraná Business Col-lection. Outras confecções também fizeram sua estreia no evento, entre elas a Misma, a Chek e a Krindges. Thais R. Romanini Conceição, sócia-proprietária da Misma, empresa lo-

calizada em Curitiba, decidiu dedicar seu trabalho para impulsionar o pe-queno negócio fundado pelos pais. Thais fez faculdade de Administração e há dez anos participa da gestão da empresa, que soma uma trajetória de 15 anos no mercado.

No segmento de fitness, sport wear e moda praia, a Misma produz pe-ças que são comercializadas em três lojas próprias na capital paranaense. Consciente da importância de lançar no mercado produtos que atendam às necessidades de seus clientes, há sete anos Thais passou a contar com a criatividade de um estilista. “Senti-mos a necessidade de ter um profis-sional com esse perfil na empresa”, observa a empresária.

“Participamos do Showroom de Ne-gócios do Paraná Business para lan-çar a marca no mercado de atacado e tornar a empresa conhecida nesse mercado. E esse objetivo foi alcança-do. Fizemos contatos com o merca-do de Santa Catarina e também de outras regiões do Brasil, que conhe-ceram nosso produto”, conta a em-presária. Thais diz ainda que durante o showroom também “tirou” pedidos e que tem interesse em participar da próxima edição do evento.

Criar uma “marca de estrada”, que vestisse mulheres elegantes e fosse levada a vários estados por repre-sentantes comerciais, fez com que o empresário Carlos Pechek lançasse, em 2001, a marca Chek. A fábrica em Mandaguaçu, região noroeste do Paraná, produz uma média de 15 mil peças por mês e emprega, direta-mente, 160 funcionários. Da “estra-da” para as “araras” do Showroom de

Negócios do Paraná Business Collec-tion, o empresário avalia que a parti-cipação foi importante pela prospec-ção de clientes. “Fui para mostrar a cara”, diz Pechek.

Na empresa, um estilista é respon-sável por criar as coleções da Chek e outro está sendo preparado. “Esse profissional está cursando moda e trabalha conosco”, conta. O empre-sário Carlos Pechek também é pre-sidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindvest) e ressalta a importância de preparar profissionais para atuarem no setor. Além de participar do Showroom de Negócios, a proposta da Chek para o verão 2010 também pode ser confe-rida na terceira noite de desfiles do Paraná Business Collection.

Da pequena Ampére, cidade do su-doeste do Paraná, a Krindges trouxe para o showroom três marcas pro-duzidas pela empresa: “Guilherme Ludwer”; “Docthos” e “Aicone”. A confecção soma uma trajetória de 32 anos na criação e desenvolvimen-to de moda masculina. Nas duas uni-dades da empresa, uma em Ampére e outra em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, a capacidade de produção pode chegar a 200 mil peças de roupas por mês. Cerca

de 100 representantes comerciais levam para as vitrines de lojas, es-palhadas por diversas regiões do Brasil, as três marcas de roupas criadas pela Krindges.

“Foi interessante participar do show-room. Realizamos um cadastro com os contatos desses novos clientes e passamos para nossos represen-tantes visitarem”, diz Stela Máris Giese Krindges, gerente de marke-ting da Krindges e que há 12 anos trabalha na empresa. Para Stela, um dos destaques do Paraná Bu-siness Collection foram os desfiles, pela projeção que as empresas con-quistam ao apresentar suas cole-ções na passarela.

Moda e negóciosAlém de reunir empresas paranaen-ses em um Showroom de Negócios, uma experiência bem-sucedida já consolidada nas duas edições ante-riores do evento, em 2009, o Para-ná Business Collection apresentou como novidade antecipar as ten-dências dos estilistas para o verão 2010, com a realização do evento em maio.

Os compradores convidados para o Paraná Business Collection

Thais Romanini Conceição, empresária

Stela Máris Giese Krindges, empresária, e Ivoni Potrick, funcionária

Carlos Pechek, empresário

Desfile de Fabio Bartz

Desfiles mostram criatividade em alta

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Movimentação intensa no lounge do Sebrae/PR

conheceram a qualidade, o estilo e a competitividade da indústria da con-fecção paranaense nos mais varia-dos segmentos. As 25 empresas do showroom trouxeram para Curitiba peças em moda feminina, masculi-na, infantil, fitness, malharia e moda praia.

Além do showroom, a passarela tam-bém foi outra vitrine-destaque do Pa-raná Business Collection. Em cinco dias de desfiles, Silmar Alves, Jeffer-son Kulig, Fabio Bartz, All Purpose, Lucia Figueredo, Lafort, Lua More-na, Picnic Delefante, Chek e Raffer, apresentaram suas coleções Verão 2010.

A programação do Paraná Business Collection ainda contou com eventos paralelos, que estimularam o debate sobre a moda produzida no Estado. Estudantes e profissionais da área participaram de uma oficina de cria-ção, com o tema “Pesquisa de Moda e Análise de Tendências de Mundo”, ministrada pela estilista Karlla Girotto.

Um ciclo de palestras, com especia-listas, discutiu temas relacionados à indústria da moda. Ao final do ciclo, as análises e observações levantadas durante as palestras foram aborda-das na mesa-redonda “Perspectivas para o Mercado Paranaense”. Ainda como tema do debate, os planos de ação, resultantes do Fórum Setorial

Empresas que partici-param do Showroom

de Negócios

do Setor Têxtil e Vestuário, o impac-to do cenário global e retração dos mercados na indústria da confecção e na produção da moda do Paraná foram discutidos.

Fechando a programação do even-to, 12 finalistas do 6º Prêmio João Turin de Incentivo a Novos Desig-ners desfilaram suas criações na passarela do Paraná Business Col-

Akamizaria(Cascavel); All Purpose(Santo Antonio do Sudoeste); Atitude Jeans/Nítido(Cianorte); Camoa Brasil(Curitiba);

Chek(Mandaguaçu);

Deepsky/Lunegil(Barracão);

Dijuly´s - Mark Jeans (Santo Antonio do Sudoeste);

Dona Dita (Rolândia);

Fabio Bartz (Curitiba);

Fatiota (Santa Helena);

Get Shape (Curitiba); Krindges (Ampére); Lua Morena(Londrina); Lucia Figueredo (Cianorte); Madame Lulu (Maringá);

Meteora (Curitiba); Miravest (Joaquim Távora);

Misma (Curitiba); Otero Confecções (Curitiba); OU (Cianorte);

Oyster (Cianorte);

Raffer (Francisco Beltrão);

Rezzum/Nighteen (Maringá); Risca de Giz (Francisco Beltrão);

Traymon (Santo Antonio do Sudoeste).

A dimensão da indústria têxtil e do vestuário no Paraná

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Segundo dados do Departa-mento Econômico da Federa-ção das Indústrias do Estado do Paraná, são 5,4 mil indústrias, a maioria micro e pequenas empresas;

As empresas empregam qua-se 90 mil trabalhadores, o que representa 6,8% de todos os empregados do setor no País;

No Paraná, o setor é o segundo que mais emprega entre toda a indústria do Estado. Um dos destaques da indústria parana-ense é a descentralização da produção. Existem indústrias em todas as regiões do Estado, com destaque para a região

Norte, que concentra mais de 2.200 empresas, representan-do 42% do total de indústrias do setor no Paraná. Também possuem alta concentração de empresas as regiões Noroeste (18,71%) e Metropolitana de Curitiba (13,13%);

O setor produz 150 milhões de peças ao ano e fatura anualmen-te R$ 4 bilhões;

No ranking da Associação Bra-sileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), que mede a participação do PIB Têxtil e de Confecção, o Estado aparece entre os quatro principais polos produtivos do Brasil.

lection. Sob o tema “Passaporte para a Moda”, inspirado nas Catara-tas do Iguaçu, foram inscritos 152 trabalhos de 14 cursos de moda do Estado. Gilmara Aparecida Liques, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, foi a grande vencedora e levou o troféu assinado pelo artista plástico Valdir Francisco e, também, uma viagem para Milão (Itália). S

Desfile da Raffer Desfile de Silmar Alves

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

O empreendedor indeciso, que sonha em ser empresário de uma micro ou pequena empresa no Paraná, mas que ainda tem dúvidas sobre qual o melhor negócio para investir, conta agora com mais um apoio. É o Ideias de Negócios, um serviço disponibilizado pelo Sebrae Nacional e oferecido gratuitamente pelo Sebrae/PR no Portal:www.sebraepr.com.br.

Solução para empreendedores indecisosPortal do Sebrae/PR oferece mais de 240 opções de negócios, com informações sobre mercado, processo produtivo, capital de giro e custos

Ideias de negócios

Por Luciana Baroni

São mais de 240 títulos, com apre-sentações de negócios, noções de mercado e informações sobre loca-lização, exigências legais, estrutura, pessoal, equipamentos, matéria-pri-ma/mercadoria, processo produti-vo, automação, canais de distribui-ção, investimentos, capital de giro, custos, diversificação/agregação de valor, divulgação, tributação, eventos, entidades, normas técni-cas, glossário, dicas de negócio, ca-racterísticas específicas do empre-endedor de cada setor específico e bibliografia complementar.

Os candidatos a empresário têm acesso às informações, focadas por ramos de negócios, de forma didática. Segundo o coordenador estadual de Empreendedorismo do Sebrae/PR, Emerson Cechin, o ser-viço é rico em informações e ajuda na tomada de decisão. “Conhecer o ramo de atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimen-to constituem algumas medidas que o empreendedor tem de levar em consideração na hora de montar o seu negócio. Isso exige um aprofun-damento de seus conhecimentos analisando dezenas de oportunida-des de negócios”, afirma Cechin.

Dentre as opções disponíveis no Ideias de Negócios estão orienta-ções para quem quer, por exemplo, abrir uma academia de ginástica, uma empresa de animação de fes-ta infantil, de alimentos congelados, aluguel de trajes para casamento, banca de revistas, borracharia, brechó, floricultura, casa de sucos, chaveiro, curso de idiomas, cyber café, gráfica, hotel para animais domésticos, home office (escritório em casa), mercearia, marcenaria, padaria, pizzaria, pastelaria, pousa-da, restaurante self-service (onde os próprios clientes se servem), representação comercial, tradução de textos, vidraçaria, videolocadora, dentre outras.

“Muitos empreendedores procuram o Sebrae/PR interessados em virar empresários, mas sem noção do que pretendem. Os títulos ofereci-dos como Ideias de Negócios aca-bam sendo úteis por que trazem informações de apoio, que ajudam na decisão”, diz a consultora do Sebrae/PR em Curitiba, Clarice Fidalski. A consultora explica que a entidade estimula a consulta, em todo o Estado, sobretudo aos em-

preendedores que participam do Programa Próprio, uma solução do Sebrae/PR que ensina para quem quer ser empresário o passo a pas-so da abertura planejada de uma empresa.

Depois de consultar o Ideias de Ne-gócios, é importante que o futuro empresário invista na elaboração de um plano de negócios, que também pode ser desenvolvido com base em um roteiro descritivo presente no Portal do Sebrae/PR, intitulado “Como Elaborar um Plano de Negó-cio”.

Análise de mercadoO candidato a empresário Ricardo Vieira de Almeida, que também tra-balha no setor de instrumentação industrial e eletrônica de uma em-presa de laticínios, é um exemplo de empreendedor com disposição para montar um negócio, mas que até bem pouco tempo atrás não ti-nha noção alguma de como deveria proceder com relação às questões administrativas de uma empresa.

O engenheiro desenvolveu em Pon-ta Grossa, há aproximadamente um ano, um protótipo de robô que realiza inspeções em tubulações, facilitando o trabalho de alcance a espaços onde não é possível que o homem chegue e que, hoje, é realizado com cabos de apenas 6 metros de extensão, que criam a necessidade de uma série de per-furações nos canos. O robô criado por Ricardo Vieira de Almeida fun-ciona por comando de rádio e che-ga a alcançar até 250 metros de distância da pessoa que o opera.

Ricardo Vieira de Almeida, candidato a empresário

Conhecer a atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimento são medidas que o empreendedor deve levar em conta

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Brasil Robots, uma pequena empre-sa que vai fornecer os serviços do protótipo e, possivelmente num futu-ro próximo, trabalhar na produção e venda dos robôs”, comemora.

Segundo Ricardo Vieira de Almeida, os serviços de tecnologia de inspe-ção ainda pertencem a um nicho muito carente de informação no Brasil, especialmente quando envol-vem robótica. “Estou tentando estu-dar os equipamentos e o laboratório de eletrônica do SENAI/PR, fazendo testes na indústria e pesquisando na internet empresas que atuam nesse ramo. A parte prática, de estudos de mercado e noções administrati-vas, pretendo aprender após fazer cursos e ter muito auxílio de con-sultores do Sebrae/PR. É um ramo muito novo, ainda a ser pesquisado, especialmente para mim, que nunca havia tido noções de empreendedo-rismo”, constata.

ConhecimentoSandro Roza e sua mulher, Romina Roza, são nutricionistas, mas já ti-nham noções de administração de empresas quando decidiram ser em-presários no ramo de alimentação. Mesmo assim, eles também procu-raram o Sebrae/PR para montar um plano de negócios detalhado quando decidiram abrir seu segun-do restaurante. “Já conhecíamos o mercado de Curitiba, pois nosso primeiro restaurante já funciona há quatro anos, mas sabíamos que precisávamos nos aprimorar para montar essa filial, já que o mercado muda de região para região e iría-mos investir num segmento diferen-te, o à la carte (quando os clientes fazem seus pedidos com base no cardápio). Até o momento, estamos seguindo as orientações e o plano de negócios que foi elaborado há um ano e três meses, e tudo está correndo bem.”

Sobre o serviço oferecido pelo Sebrae/PR, o Ideias de Negócios,

“É uma grande inovação nessa área. Percebi que, no Brasil, não existiam equipamentos que realizassem esse tipo de trabalho, mesmo havendo uma demanda latente. Foi então que resolvi montar esse protótipo”, comenta o engenheiro. Porém, com o robô funcionando e, a partir das solicitações de empresas que ma-nifestaram interesse em alugá-lo, o engenheiro se deparou com uma nova realidade, para a qual ainda não estava preparado.

“Não passo de uma pessoa que gosta de robôs e ele-trônica, nunca fui empresá-rio, não sabia como montar um negócio e nunca en-tendi nada de mercado. O Sebrae/PR tem me ajuda-do muito nessa empreitada e, hoje, estou estudando a viabilidade para montar a

Depois de definir o ramo em que pretende atuar, o futuro empresário precisa investir na elaboração de um plano de negócios

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Sandro Roza sugere aos candidatos a empresário que o acessem como uma forma de conhecer melhor a área de atuação pretendida. Segun-do ele, por experiência própria, para investir num negócio, é preciso sa-ber o máximo possível sobre área de atuação pretendida, como loca-lização, estrutura necessária, pes-soal, equipamentos, organização do processo produtivo, investimentos, capital de giro, entre outros. “No nosso caso, a reunião de todas es-sas informações de forma detalha-da nos ajudou a conseguir um finan-ciamento que foi fundamental para a realização deste sonho”, analisa o empresário.

Para consultar a lista de opções de negócios, acesse o Portal do Sebrae/PR, www.sebraepr.com.br. Basta cli-car no ícone Ideias de Negócios.

Os 5 ramos mais acessados:

Café expresso

Casa de sucos

Ateliê de costura

Restaurante self-service

Assistência técnica em informática

Agricultura orgânica

Agroenergia

Apicultura

Aquicultura e Pesca

Artesanato

Café

Carne

Comércio Varejista

Construção Civil

Cosméticos

Couro e Calçados

Cultura e Entretenimento

Derivados de Cana

Floricultura

Fruticultura

Horticultura

Leite e Derivados

Madeira e Móveis

Mandiocultura

Metal Mecânica

Ovinocaprinocultura

Petróleo e Gás

Química e Plásticos

Rochas Ornamentais

Serviços

Turismo

Têxtil e Confecções

Confira a lista de setores de atuação que podem ser consultados no link Ideias de Negócios do portal: www.sebraepr.com.br

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Sandro Roza e a mulher Romina, empresários

Protótipo do robô desenvolvido por Ricardo Vieira de Almeida

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

A criação do Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED), há dois anos, pelo governo federal, está exigindo um grande esforço das empresas que precisam se adequar às novas regulamenta-ções do Fisco. Os empresários que correm contra o tempo para encaminhar suas informações fis-cais e contábeis de acordo com as novas regras sabem que quem não se adaptar ou enviar dados errados aos órgãos controladores poderá receber multas e penalida-des.

Estão vinculadas ao SPED, por enquanto, as pessoas jurídicas sujeitas ao acompanhamento dife-

Novas regras

SPED leva tecnologia da informação às empresasEmpresários de micro e pequenas empresas precisam estar atentos às novas regras do Fisco; sistema gera negócios para empresas de TI

Por Adriana Ribeiro

renciado do Ministério da Fazenda e Receita Federal, indicadas pela Co-ordenação Especial de Acompanha-mento dos Maiores Contribuintes (COMAC), e as empresas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real. Neste caso, as empresas precisam ter uma receita bruta total, no ano-calendário ante-rior, superior a R$ 48 milhões.

Nesse processo que inicialmente envolve cerca de 30 mil corpora-ções de todo o Brasil, mas que tam-bém atingirá micro e pequenas em-presas a curto prazo, o empresário que ainda não se informou sobre o tema deve ter atenção redobrada. O alerta é do coordenador estadu-

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A EFD é um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escri-turações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos dos estados e da Secre-taria da Receita Federal do Brasil. Também consiste em um conjunto de registros de apuração de impos-tos referentes às operações e pres-tações praticadas pelo contribuinte. Este arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via inter-net, ao ambiente SPED. Já a NF-e, um documento de exis-tência digital, gerado e armazenado eletronicamente que documenta as operações de prestação de servi-ços.

Segundo Ricardo Pereira, os em-presários de micro e pequenas em-presas do Paraná precisam ficar atentos, de quando o seu software precisará de adequação às regras da Receita e buscar auxílio junto aos seus fornecedores de softwa-re ou empresas de software que já fizeram essas readequações. O coordenador informa que já existem no Paraná algumas empresas de TI especializadas no assunto, o que fa-cilita o processo.

“Apesar de ainda não haver um pra-zo para que as micro e pequenas empresas se adequem às regras, os empresários precisam colher o máximo de informações. O SPED vai exigir o uso da TI, o que, nos pe-quenos negócios, ajuda a elevar o patamar de competitividade.” Para os empresários de TI, o coordena-dor sugere que apostem nesta

oportunidade de negócios e bus-quem qualificação para oferecer so-luções em SPED específicas para as pequenas empresas. “Atualmente, a oferta ainda está focada nas gran-des empresas.”

OportunidadesOs primeiros fornecedores de so-luções em TI no Paraná começa-ram a enxergar o SPED como uma oportunidade de negócio, logo que entrou em vigor a NF-e. Desde en-tão, empresas de TI, algumas de pe-queno porte, passaram a oferecer serviços de readequação de siste-mas e capacitação sobre o SPED. O Paraná possui atualmente 178 empresas produtoras de software e destas pelo menos 10% já têm solu-ções ou estão adequando sistemas para atender às regulamentações do SPED.

A MobiOn está envolvida no sistema nacional desde 2005. “A empresa foi uma das primeiras a ingressar no projeto. Em 2006, nossos pro-fissionais atuaram diretamente na definição dos padrões de comunica-ção fazendários, fornecendo inclusi-ve software para a Receita Federal”, conta José Manuel Catarino Barbo-sa, diretor comercial da MobiOn.

O empresário considera que a im-plantação do SPED se tornou uma oportunidade de mercado para as empresas de tecnologia. Mas o di-retor acredita que esta oportunida-de, que tem um tempo limitado, é vantajosa apenas as empresas de TI que já possuem maturidade tecnoló-gica. “Quem não estiver preparado vai quebrar e, além do mais, irá pre-judicar os empresários.”

Ricardo Pereira diz que o novo siste-ma está provocando gradualmente um aumento nas receitas das em-presas desenvolvedoras de softwa-re. “É que as empresas atingidas pelo SPED estão sendo obrigadas a fazer readequações dos softwares que já eram oferecidos por seus fornecedores. E esse processo tem um custo”, explica. O coordenador estadual de TI do Sebrae/PR também diz que esta movimentação pode trazer novos clientes para as empresas que es-tão investindo em capacitação. É o caso da Softpharma, empresa de Cascavel, oeste do Estado, que faz parte do Arranjo Produtivo Local de

al de Tecnologia da Informação do Sebrae/PR, Ricardo Almeida Pereira. O SPED, explica o coorde-nador, foi instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, e faz parte do Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC) do Go-verno Federal.

O sistema está sendo considera-do pelos especialistas como uma das maiores revoluções digitais, no campo da contabilidade, já vistas no País. De modo geral, consiste numa modernização da sistemática atu-al do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos con-tribuintes às administrações tribu-tárias e aos órgãos fiscalizadores. Para as empresas de TI, sem dúvi-da, o SPED passou a ser uma opor-tunidade de negócios que só tende a crescer. O SPED é composto por Escritura-ção Contábil Digital (ECD) e Escritu-ração Fiscal Digital (EFD), que pas-saram a valer recentemente, e pela Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em vigor no País desde abril de 2006. O sistema é uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas dos governos federal, estadual e municipal. A ECD foi instituída para fins fis-cais e previdenciários e deverá ser transmitida pelas pessoas jurídicas. Estão compreendidos nesta versão digital os livros: Diário, Razão, Ba-lancetes Diários, Balanços, Fichas de Lançamento e Auxiliares, quando existirem, que deverão ser assina-dos digitalmente.

Tecnologia, Informática e Comunica-ção (APL-TIC) do Oeste do Paraná, que tem apoio do Sebrae/PR.

A empresa pretende lançar até o fim deste ano um módulo adequa-do à nova legislação do SPED, para atender o varejo farmacêutico, públi-co-alvo da Softpharma. Isso porque, futuramente, as farmácias também terão que se adequar ao SPED, as-sim como pequenas e médias em-presas de outros setores.

Enquanto isso não acontece, técni-cos da Softpharma estão viajando o País oferecendo palestras para orientar e conscientizar os empre-sários e também contadores sobre o novo sistema. Com o tema “Inova-ções da Legislação Fiscal”, as pales-tras tiveram início em janeiro deste ano e já aconteceram em sete ci-dades de Mato Grosso do Sul e dez cidades catarinenses. A empresa programa agora a capacitação em

20 cidades de São Paulo e Minas Gerais. Leandro Lorenzetti, diretor comer-cial da Softpharma, explica que as palestras são gratuitas e promovi-das com a ajuda de um patrocina-dor. Mas de olho no mercado, a Softpharma espera vender a solu-ção que está desenvolvendo para pelo menos 300 empresários de todo o País.

Demanda em altaA EBS Sistemas também oferece treinamento para seus clientes. A empresa, de Curitiba, já possui um software contábil há 22 anos. Como a solução é modular, a empresa pre-cisou fazer adequações para que o produto passasse a atender as exi-gências do SPED. Todo o trabalho teve a ajuda de contabilistas. Marilucia Rodrigues da Silva, direto-

Leandro Lorenzetti, empresário

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O SPED é composto por Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

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ra comercial da EBS, conta que a procura pelo produto está em pleno vapor. O termômetro, segundo ela, são os cursos oferecidos aos clien-tes. Só este ano, a empresa promo-veu quatro cursos que atenderam 120 interessados. A diretora comercial da EBS acre-dita que o SPED está fazendo com que as empresas de TI assumam um novo papel junto aos seus clientes. “Até então nossa missão era infor-matizar um processo de negócio e gestão, mas agora nossa atividade passa a ter um caráter de gerencia-mento. Passamos a ter responsabi-lidade contábil”, diz. Para aproveitar essa onda e tirar proveito dela, Lorenzetti diz que as software house (fabricantes de sof-tware) devem incluir o tema SPED na atual estratégia da empresa. Outra dica é adequar seus produtos e serviços aos princípios contábeis e fiscais, estar atenta ao calendá-rio exigido pelo Fisco e dar preços adequados aos produtos e soluções que oferecem. Por fim, divulgar no mercado que a sua empresa está adequada à nova legislação. Divisor de águasLorenzetti acredita que o SPED será um divisor de águas. “O momento eliminará do mercado as empresas com pouca capacidade de inova-ção”, diz. Catarino Barbosa, da MobiOn, tam-

bém acredita nisso. Ele lembra que o mercado da tecnologia está “cheio de aventureiros” e que os empresá-rios precisam ter alguns cuidados na hora de adquirir uma solução. Uma prova disso, segundo ele, é que há dois anos o cadastro da Receita Fe-deral tinha 50 desenvolvedores de software cadastrados para oferecer equipamentos capazes de emitir NF-e. Hoje, no Brasil, este número chega a 500 e entre eles há até pessoas físicas. É por isso que todo cuidado é pou-co. Com mais responsabilidade as empresas desenvolvedoras de sof-tware não podem colocar no mer-cado um produto que não atenda a todas as exigências do Fisco. Qual-quer dado transmitido errado online para a Receita Federal acarretará em multas aos empresários. Para o diretor da MobiOn, na hora de comprar uma solução o empre-sário não deve pensar apenas no preço. Ele deve avaliar a experiência da empresa fornecedora, se ela usa uma tecnologia de vanguarda ou se ainda trabalha com um sistema obsoleto, e quais são seus clientes. Catarino Barbosa aconselha ainda que o empresário entre em conta-to com esses clientes para saber o grau de satisfação que eles têm com relação ao produto que adqui-riram.

PAF-ECF - Em junho deste ano, o Centro Universitário Filadélfia (Uni-fil), com sede em Londrina, norte do

Estado, foi credenciado como órgão técnico para análise funcional do Programa Aplicativo Fiscal - Emis-sor de Cupom Fiscal (PAF-ECF). O PAF-ECF é um software que contro-la o funcionamento das impressoras que emitem cupom fiscal utilizadas por diversos estabelecimentos co-merciais.

O Unifil e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), empresa pú-blica com sede em Curitiba, são as duas únicas entidades credenciadas no Paraná a emitir laudos de análise funcional de PAF-ECF. O uso do PAF-ECF para gerenciar a emissão dos cupons fiscais nas transações comerciais do contri-buinte passa a ser obrigatório a partir de 1º de outubro de 2009. A determinação é do Conselho Nacio-nal de Política Fazendária (CONFAZ) e objetiva padronizar as normas seguidas pelos desenvolvedores do Programa Aplicativo Fiscal de todo o País para adequação à legislação tributária nacional. (Colaboraram nesta reportagem Cleide de Paula e Leandro Donatti)

Os empresários de micro e pequenas empresas do Paraná precisam ficar atentos sobre as adequações necessárias às regras da Receita quanto aos processos contábeis, fiscais e também tecnológicos como o software de gestão

Para saber mais sobre o SPED, leia Big Brother Fiscal – Na Era do Conhecimento, do administra-dor Roberto Dias Duarte. A pu-blicação, feita em parceria com a Mastermaq e com a Zethos Consulting, é o primeiro livro do Brasil que aborda o SPED.

Marilucia Rodrigues da Silva, empresária

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Sem fronteiras

A internacionalização de uma em-presa é muito mais que conquistar o mercado externo, é também um diferencial de competitividade no próprio País, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras está cada vez mais acirrada. Com o desafio de internacionalizar as micro e pequenas empresas do Paraná, o Sebrae/PR lançou em junho deste ano um programa para os empre-endedores que querem conquistar o mercado internacional.

O Programa de Internacionalização para as MPEs do Paraná iniciou como um projeto-piloto para um gru-po de empresários em Curitiba. A in-tenção é estender, ainda em 2009, a proposta para todo o Estado. A primeira turma de empresários in-teressados no comércio exterior recebeu gratuitamente orientações sobre como se internacionalizar.

Para o Sebrae, explica o gerente da Unidade de Desenvolvimento de So-luções (UDS), Agnaldo Castanharo, a internacionalização não se resume a exportar, mas também a impor-tar, fazer acordos de parcerias com empresas no exterior para vender para terceiros, fornecer produtos e comprar e vender tecnologia, rea-lizar pesquisas cooperadas com instituições internacionais.“É um processo amplo, que permite às empresas de pequeno porte tornarem-se mais compet i t i v as dentro e fora

Internacionalizar é um bom negócioPrograma do Sebrae/PR auxilia pequenas empresas paranaenses a se qualificarem e atenderem às exigências do mercado externo

do País. Queremos consolidar sua articulação e integração junto ao mercado mundial.”

O Programa de Internacionalização para MPEs do Paraná funciona em três etapas. A primeira consiste num atendimento coletivo, com du-ração média de uma hora e meia. Para participar, basta os empre-sários interessados buscarem orientação pelo 0800 570 0800. A segunda, trata-se de um auto-diagnóstico, realizado pelo próprio empresário na sua empresa ou residência, por meio da internet, no site www.internacionalizacao.sebrae.com.br. A terceira etapa prevê uma consultoria especializa-da, com duração de uma hora, em Comércio Exterior, no valor de R$ 40.

“O cliente pode partici-par de qualquer uma das fases; o ideal é que ele siga a sequência.

No entanto, não é obrigatória a participação em todas as etapas”, assinala o consultor do Sebrae/PR, Rafael Tortato. Ele lembra que a participação das micro e pequenas empresas no comércio exterior bra-sileiro e paranaense ainda é tímida, representa cerca de 2% do volume total de exportações. “Com a globa-lização, as pequenas empresas têm condições de ganhar o mercado externo, mas, para isso, precisam estar preparadas.”

Por Mirian Gasparin e Leandro Donatti

EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

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AprendizadoPreparação que a empresária Rita de Cassia Graf adquiriu só com o tempo. Há três anos, sua empresa, a Dentro D´Água, em funcionamento há 12 anos em Curitiba, virou forne-cedora de peças de vestuário para natação para a espanhola Mosconi do Brasil. A Dentro D´Água foi indica-da para o representante da empre-sa espanhola no Brasil, que estava com dificuldades para conseguir um fornecedor que entregasse produtos com qualidade e no prazo. “Tivemos de fazer uma série de mudanças e adaptações, a começar pela instala-ção de um programa de computador para controlar o estoque e os pe-didos e garantir uma comunicação online e eficiente com os represen-tantes da empresa no Brasil e na Espanha. Tudo para garantir a quali-dade e especificações dos produtos fornecidos”, lembra Rita de Cassia.

Hoje, a Dentro D´Água é um exem-plo de pequena empresa que for-nece cerca de 4 mil peças ao mês para a Mosconi, que, por sua vez, comercializa produtos para nata-ção em todo o Brasil. Em meses de pico, a produção mensal da Den-tro D´Água fica entre 5 mil e 6 mil peças. “Acabei aprendendo muito com a internacionalização da nossa empresa. Criar um espaço para a Mosconi em nossa empresa, seja

no nosso sistema de informática, seja no nosso estoque, seja no nos-so setor de modelagem, acabou nos fortalecendo empresarialmente.” “A bandeira da nossa empresa se for-taleceu, passamos a virar referên-cia na produção de vestuário para natação”, afirma a empresária, que comemora outra vitória recente, re-sultado do esforço que a empresa teve ao se internacionalizar.

“O marketing da Mosconi é muito forte e, aliado com o nosso traba-lho, passamos a ser referência no mercado interno. Conseguimos li-cenciamento da marca Flamengo e produzimos roupas de natação também para o Clube de Regatas Flamengo”, conta Rita de Cassia. A empresária diz que a internacio-nalização também ajudou a redire-cionar o foco do negócio. A Dentro D´Água produz, além de roupas para natação, moda praia e fitness. “O mercado de biquínis está saturado, até por-que muitos polos produ-tores estão localizados em regiões mais quen-tes que Curitiba. Ao adaptarmos nossa pro-dução para a Mosconi, acabamos descobrindo nossa vocação para o mercado de roupas de natação”, assinala.

As pequenas empresas do Paraná ocupam o terceiro lugar no ranking das exportações por estado, atrás de São Paulo e Rio Grande do Sul

Rita de Cassia Graf, empresária

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Prospecção de mercadoParalelamente ao Programa de In-ternacionalização para MPEs do Pa-raná, o Sebrae/PR tem promovido eventos com foco na Prospecção de Mercados Internacionais. A ideia é re-alizar ciclo de eventos com diversas Câmaras de Comércio do Paraná. A proposta é que cada Câmara de Comércio parceira realize também, conjuntamente com o Sebrae, even-tos em cidades-polo como Maringá, Londrina, Cascavel e Pato Branco.

O primeiro evento foi em junho, numa parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Portugal do Para-ná. Em pauta, “Portugal - Porta de Entrada para Negócios com a Euro-pa”. “Portugal é um país irmão do

serem explorados pelas micro e pe-quenas empresas: Portugal, Ango-la, Moçambique, Guiné e Macau. Almeida Pinheiro explica que a lín-gua portuguesa é considerada uma aliada no momento das negocia-ções com esses países e que mui-tas empresas brasileiras ainda não perceberam que se estiverem pre-paradas, num momento econômico favorável para o câmbio, podem se deparar com um grande potencial para vendas nos países da língua portuguesa. Angola, por exemplo, é um país que precisa de todos os tipos de tecno-logias e é um dos que mais cresce no mundo, depois de três décadas de uma sangrenta guerra civil. Al-meida Pinheiro lembra que o país

Brasil. Os empresários de micro e pequenas empresas de olho no mer-cado português puderam conhecer os principais requisitos para buscar parcerias com os portugueses, bem como tiveram uma visão da deman-da dos consumidores portugueses. E vice-versa. Esse tipo de troca de experiências é bom para as micro e pequenas empresas dos dois paí-ses”, avalia Rafael Tortato.

OportunidadesPara o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Pa-raná, Luis Alberto Palma Almeida Pi-nheiro, a quantidade de oportunida-des no exterior é bem maior do que o número de empreendedores bra-sileiros que as estão aproveitando. Ele cita como grandes mercados a

Evento Prospecção de Mercados Internacionais, com a Câmara do Comércio Brasil-Portugal no Paraná

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possui 17 milhões de habitantes; até 2020, o número deve saltar para mais de 20 milhões de pesso-as. Só no ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cres-ceu 28%, ou seja, sete vezes mais que o PIB brasileiro. Estudo realizado pela Agência Bra-sileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao governo federal, identificou boas possibilidades de negócios em An-gola para produtos, como frutas, carnes, peixes, aparelhos e instru-mentos mecânicos, ferramentas eletromecânicas, máquinas para a industrialização de alimentos e be-bidas, aparelhos para trabalhar pe-dra e minério, produtos de metais não-ferrosos, plásticos, produtos cerâmicos, vidros, embarcações e veículos automotores.

AssociativismoAs micro e pequenas empresas do Paraná ocupam o terceiro lugar no ranking das exportações por estado, ficando atrás apenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Em 2007, o segmento exportou US$ 356,8 mi-lhões, sendo que o maior número de vendas ao exterior se destinou aos Estados Unidos, Argentina, Itá-lia, Paraguai e Espanha, de acordo com o Conselho de Comércio Exte-rior da Associação Comercial do Pa-raná (ACP).

Para o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Paraná

a associação é uma boa opção para as pequenas empresas que querem se lançar no mercado internacional, mas que não se sentem capazes de buscarem sozinhas. “Cerca de 20 ou 30 empresas trabalhando em conjunto podem produzir em maior escala, especializar-se em etapas no processo produtivo, obter vanta-gens no acesso ao crédito e dividir os custos operacionais do processo de exportação ou de desenvolvimen-to de tecnologia.” Almeida Pinheiro cita como exem-plo a American Soybean Associa-tion (ASA), entidade que representa os produtores de soja nos Estados Unidos. “Depois de se associarem à ASA, os pequenos produtores de soja dos Estados Unidos instalaram escritórios em Portugal, de onde efetuam vendas do produto para o Mercado Comum Europeu. Por que os brasileiros não podem fazer o mesmo?”, indaga o vice-presidente da Câmera de Comércio Brasil-Por-tugal no Paraná. QualificaçãoComo resultado do empenho para exportar, as empresas também aca-bam tornando-se mais competitivas no mercado interno, reforça o em-presário Marcelo Ávila, diretor da TechResult, empresa de Curitiba.

A empresa é provedora de soluções em tecnologia para o mercado corpo-rativo, nas áreas da construção civil, distribuição e logística, setor florestal e industrial, e tem como objetivo ser referência nacional em Gestão e Tec-nologia da Informação pela qualidade dos serviços prestados. Desenvolve também sistema sob medida, forne-cendo soluções personalizadas para atender às necessidades específicas de cada cliente.

Fundada em 2003, com recursos da Financiadora de Estudos e Proje-tos (Finep), a TechResult há um ano e meio ingressou no mercado exter-no realizando negócios com o Japão e Estados Unidos. “A crise mundial chegou a afetar o fechamento de al-guns contratos, mas há quatro me-ses nossos negócios estão superan-do as expectativas”, afirma Ávila.

A TechResult tem projetos de forma cooperada e agora está se unindo à Mira Sistemas, empresa também com sede em Curitiba, que atua no

Quando o empresário importa uma máquina, também está importando tecnologia que vai refletir em mais competitividade

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Evento Prospecção de Mercados, realizado pelo Sebrae/PR e Câmara Brasil-Portugal

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mercado internacional. A previsão é que até o final do ano deixará a condição de pequena empresa para se tornar uma empresa de médio porte e, a partir de 2010, passa-rá a atuar nas mesmas condições de uma Sociedade Anônima (S/A) para poder comprar ou incorporar outras empresas.

Para Marcelo Ávila, o mercado ex-terno exige mais preparação por parte das empresas, porém a sua internacionalização permitirá encon-trar um vasto potencial à sua fren-te. No caso de software, o número de negócios pode triplicar. Já o re-torno do investimento no mercado internacional é duas vezes maior, informa o empresário. “Na área de Tecnologia da Informação, nós

encontramos pela frente um mer-cado de US$ 20 bilhões”, conclui.

MercosulNos dias 16 e 17 de setembro, em-presários interessados em investir no processo de internacionalização de suas empresas e fechar parce-rias com os países vizinhos ao Brasil tiveram um encontro em Foz do Igua-çu, região oeste do Paraná. Aconte-ceu na cidade o Encomex Mercosul – Encontros de Comércio Exterior. Durante dois dias, foram realizados seminários, painéis e oficinas, com palestras ministradas por represen-tantes de setores, público e priva-do, nacionais e internacionais, so-bre comércio exterior. O encontro intensificou o debate sobre como promover a integração dos países pertencentes ao Mercado Comum do Sul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e também a Venezuela.

O Programa de Internacionalização para MPEs estava na programação do Encomex. Consultores do Sebrae apresentaram a iniciativa e presta-ram consultorias aos empresários interessados em ampliar o leque de negociação de suas empresas com os países vizinhos. O Sebrae ainda promoveu no evento palestras sobre os desafios e oportunidades para micro e pequenas empresas brasileiras no mercado de fronteira, e apresentações de casos de em-presas das regiões sul, centro-oeste e norte do País, que já buscaram a internacionalização.

A coordenadora nacional do Pro-grama de Internacionalização para

Internacionalização é também um diferencial de competitividade no próprio País, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras é acirrada

MPEs, Louise Alves Machado, expli-ca que no encontro, os empresários tiveram a oportunidade de compre-ender como a internacionalização pode aumentar a competitividade da empresa, inclusive no mercado in-terno. “Quando o empresário impor-ta uma máquina, ele também está importando tecnologia, que vai refle-tir em mais competitividade para a sua empresa. Isso já é um processo de internacionalização, para o qual o empresário precisa estar prepa-rado”, avalia.

Já o analista do Sebrae Nacional, Iuri Andrade, diz que a entidade está criando uma metodologia para intensificar o processo de interna-cionalização, com foco no mercado de fronteira. “É uma ação que está sendo pilotada nos estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso para en-tender como acontece a dinâmica das relações com os países que fa-zem fronteira com esses estados. Essa ação faz parte do Programa de Internacionalização para MPEs e essa metodologia, que deve ficar pronta em outubro, será levada a outras regiões do Brasil”, explica Iuri. (Colaborou nesta reportagem Giselle Ritzmann Loures)

Atendimento coletivo do Programa de Internacionalização para MPEs, em Curitiba

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Sites indicados, para aprofundar seu conhecimento em internacionalização:

www.internacionalizacao.sebrae.com.br; www.portaldoexportador.gov.br;www.bb.com.br;www.braziltradenet.gov.br; www.apexbrasil.com.br;www.encomex.gov.br/mercosul.

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EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Unificação“Vai facilitar a vida de todo o mun-do, porque poderemos vender para outros municípios e também para outros estados. Além disso, vai permitir pensarmos também em exportar.” A conclusão é do produ-tor e empresário Marcelo Francisco Braga, dono da Braga Doces, em Mandaguaçu, município próximo de Maringá, no noroeste do Paraná, sobre a unificação da fiscalização municipal, estadual e federal sob o ‘guarda-chuva’ do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuá-ria (Suasa), que, em síntese, trata da questão de segurança alimentar e sanidade de produtos de origem animal, vegetal, insumos e serviços.

O Paraná é o primeiro estado habi-litado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a adotar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), o que confere equivalência à legislação federal so-bre o assunto ao Serviço de Inspe-ção Municipal (SIM) e ao Serviço de Inspeção do Paraná/Produtos de Origem Animal (SIP/POA). A habi-litação ocorreu no dia 22 de junho deste ano. Com isso, os produtos que não tenham o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) poderão ser comercializados em todo o Brasil. E, a exemplo da Braga Doces, que está no mercado há 13 anos, vai bene-ficiar centenas de pequenas agroin-dústrias paranaenses, devido ao rito mais curto e custo menor para a ob-tenção do selo Sisbi/POA.

Marcelo Braga diz que, dos 16 tipos de doce de leite com frutas que pro-duz atualmente, tem licença estadu-al para comercializar apenas três, restringindo, com isso, a expansão do negócio. Por essa razão, o produ-tor entende que a adoção do Suasa permitiria que aumentasse o portfo-lio de doces certificados e, assim, fossem colocados mais produtos em outros municípios paranaenses e até mesmo em outros estados.

“Eu considero o atual sistema ul-trapassado, porque se tenho auto-rização para vender dentro do mu-nicípio, por ter o SIM, por que não posso vender em uma cidade vizi-nha? Ora, se temos de cumprir a lei, observando o controle sanitário e a manipulação dos alimentos, com instalações dentro do padrão, não há motivo para restringir o mercado em que posso atuar. Por isso, a nova

Sistema facilita comércio de produtos alimentíciosEquivalência de inspeção dará agilidade ao sistema que libera para a venda produtos de origem animal no Paraná, primeiro estado habilitado pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento

Por Sílvio Oricolli

legislação vai facilitar a vida de todo mundo, e todos, do empresário ao consumidor, incluindo funcionários, saem ganhando”, avalia. O empresário garante que se tives-se a certificação, haveria aumen-to de demanda, o que contribuiria para elevar a produção diária para 500 vidros de 700 gramas de doce ante a média de 200 unidades atu-ais. “No mínimo, estaria no merca-do nacional. Ocorre que, durante muito tempo, não me preocupei em crescer. No entanto, de quatro anos para cá, depois de um curso que fiz no Sebrae/PR, surgiu a von-tade de mostrar a cara e aumentar a produção, enfim desenvolver a agroindústria”, revela.

Marcelo Braga, que também é pre-sidente da Associação Regional da Agroindústria (Area), com sede em Maringá, mas abrangência no no-roeste e norte do Paraná, funda-da há dois anos e oito meses e com 65 associados, diz que até o ano que vem é possível que os pequenos em-preendimentos

O novo sistema vai romper barreiras que impedem a expansão da agricultura familiar

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consigam autorização para vender os produtos no Estado todo e mes-mo no País. “Estamos trabalhando bastante neste sentido, envolvendo deputados, prefeituras e até o pes-soal de mercados. E o Sebrae/PR tem promovido reuniões mensais visando acelerar o processo. Mas também precisamos do engajamen-to do maior número de prefeituras”, comenta.

O Sebrae/PR, para auxiliar as agroindústrias de alimentos a se prepararem com a entrada em vi-gor das novas regras, tem realizado atividades de orientação junto a co-operativas e associações, informa a coordenadora estadual do Agro-negócio do Sebrae/PR, Andreia Claudino. O trabalho começou no noroeste do Estado e a intenção é expandi-lo para todo o Paraná. De acordo com a coordenadora esta-dual, o novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios facilita a abertura de novos mercados. A co-ordenadora destaca que os proce-dimentos de auditoria continuam os mesmos, ou seja, a necessidade de garantia da qualidade é um requisi-to para que agroindústrias possam aderir ao novo sistema. “Pensando nisso, em 2010, o Sebrae/PR tra-balhará fortemente com as agroin-dústrias na implantação das Boas Práticas de Fabricação – BPF, ponto de partida para que a qualidade es-teja garantida e então seja possível na prática aderir ao Sisbi/Suasa.” A nova política, explica Andreia Clau-dino, aliada à garantia da qualidade, proporcionará às agroindústrias paranaenses a ampliação do raio de comercialização, promovendo a competitividade desses empreendi-mentos. “O Sebrae/PR elegeu o

agronegócio como um dos setores estratégicos da entidade, pela alta concentração de agroindústrias no Paraná”, assinala. A coordenadora estadual lembra que as propriedades rurais devem ser encaradas como pequenas empresas.

Na frenteApós a assinatura do termo de ade-são Sisbi/POA, do Suasa, entre os secretários de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, e de Agricultura e Abasteci-mento do Paraná (Seab), Valter Bian-chini, em meio ao lançamento do Pla-no Safra 2009-2010, em Londrina, na região norte, Kroetz avaliou que a medida vai tornar mais competitiva a indústria e o comércio paranaenses, enquanto Bianchini, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que “o siste-ma vai romper barreiras que impe-dem a expansão da agricultura fami-liar”. E observou ainda que a adesão pode contribuir para a abertura de mercados importantes para a peque-na agroindústria familiar.

O veterinário João Carlos Rocha Al-meida, chefe da Divisão do Serviço de Inspeçao de Produtos de Origem Ani-mal do Estado do Paraná (SIP/POA) da Seab, explica que o sistema já se encontra em fase de implantação no Estado porque “iniciamos o processo no começo de 2008”, quando foram enviadas propostas ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e agendadas auditorias pelo Departa-mento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa para avaliar como estava o serviço de ins-

peção no Estado.

A primeira auditoria foi realizada em março de 2008, mais com o senti-do de orientar os técnicos. Em maio deste ano, foi realizada a segunda auditoria, de caráter operacional, quando os auditores federais visita-ram várias empresas, que haviam demonstrado interesse em fazer parte do Sisbi/POA, na área de de-rivados de carnes, leite, mel, ovos e peixes. “Depois disso, os auditores nos mandaram o relatório da audi-toria indicando o que faltava para atender a legislação. Como nos ade-quamos às exigências, o Paraná foi o primeiro estado habilitado para o serviço no País”, explica. Atualmen-te, estão registradas no SIP/POA 472 empresas que produzem alimentos de origem animal.

Melhora da qualidadeAlmeida diz que a adoção do Sisbi/POA encontra muita resistência, espe-cialmente por parte das grandes empresas, que temem o aumento da concorrência no mercado inter-no, por entender que todos pode-rão comercializar seus produtos no Brasil. “Mas não é bem assim, pois quem quiser entrar no mercado, tem de cumprir todo um processo de pré-requisitos. E para exportar, precisa ter registro no SIF (Serviço de Inspeção Federal)”, comenta. E acrescenta ainda que esse é “um momento fantástico para as peque-nas agroindústrias, mesmo porque é complicado para elas consegui-rem o SIF, devido à burocracia, o que demora muito tempo.”

O chefe do SIP/POA da Seab afirma que o Sisbi/POA vai contribuir mui-to para se ter um processo mais rá-pido no atendimento às empresas. “Ocorre que as inspeções munici-pais têm agilidade muito maior para atender as empresas e o trâmite é mais rápido também.” Isso se dá porque o município solicita a inclu-são de seu sistema de inspeção no Sisbi/POA, obtendo, assim, a equi-valência de inspeção da legislação federal, garantindo a segurança ali-mentar e assegurando que o pro-duto está dentro dos padrões para o consumo humano. “A partir daí, o estabelecimento que tiver esse reconhecimento poderá vender o produto no Brasil todo”, comenta Almeida, ao adiantar que Cianorte, no noroeste, e Cascavel, no oeste,

foram os dois primeiros municípios paranaenses que pedirem a inscri-ção no sistema.

Ele lembra que, em um congresso do Dipoa, em Florianópolis (SC), fi-cou claro que o presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva havia determinado que, até 2010, 500 municípios bra-sileiros deveriam ter aderido ao sis-tema. “No entanto, em junho, em Salvador, conseguimos reunir che-fes e técnicos de inspeção de 12 estados, que representam quase 3,3 mil municípios”, esclarece.

No dia 3 de agosto foi realizado, em Curitiba, o primeiro treinamento no novo sistema com 12 fiscais dos estados que já pediram a inscrição, que são, além do Paraná, a Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. “Com isso, o Paraná obteve o reco-nhecimento efetivo no sistema, que será implantado, inicialmente, em seis empresas ‘sipadas’. A partir daí, será estendido para as demais interessadas”, explica, ao acrescen-tar que o sistema contribuirá para melhorar a qualidade dos produtos, “mesmo porque ajuda a diminuir o problema dos clandestinos e o fim da fraude econômica. Aliás, o Minis-tério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura, junto com o Ministé-rio Público e a Polícia Federal, vão agir com rigor contra essas frau-des, que consistem em colocar ex-cesso de água no frango, no suíno e no pescado e adulteração do leite e do mel”, esclarece.

Mais em contaPara Norberto Ortigara, secretário do Abastecimento de Curitiba, cada vez mais aumenta a necessidade de se abrir canais de comercializa-ção especialmente para a pequena agricultura familiar, diante dos em-pecilhos para acessar o mercado, principalmente pela dificuldade de ter o selo de controle de qualidade. “Estamos discutindo com os demais municípios da região metropolitana a possibilidade de se instituir um consórcio para operar o serviço de inspeção recíproco, ou seja, que atendesse a todos os municípios, dentro da legislação. Entendemos que isso resultaria em ganho co-letivo, a começar pela redução de despesas”, conceitua.

Ortigara diz que atualmente é muito caro para uma pequena empresa

Inácio Kroetz, secretário do Ministério da Agricultura

Norberto Ortigara, secretário municipal

Valter Bianchini, secretário de Estado

A adesão pode contribuir para a abertura de mercados importantes para a pequena agroindústria

obter a autorização para comerciali-zar a sua produção. “Não se propõe abrandar a legislação, mas median-te auditoria do Estado e da União, determinar a capacidade técnica e a metodologia de trabalho para tornar mais ágil e mais barato o serviço por meio do consórcio”, diz, lembrando, por exemplo, que, em Curitiba, existem 400 açougues, 40 peixarias, 230 supermercados e 21 hipermercados e que, em 17 municípios dos 26 que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, existem 169 mil bovinos, 3,3 mil bubalinos, 133 mil suínos, 11,5 mil caprinos, 27 mil ovelhas e a produção diária de leite é de 51 mil litros, entre outros. A população é estimada em 2,4 milhões de pes-soas. “Um serviço de inspeção de qualidade, por exemplo, permitirá a um produtor de Balsa Nova colocar a produção no mercado de Curitiba, o que não pode ser feito hoje, se ele tiver apenas o SIM”, defende. S

Para saber mais detalhes das novas regras que afetam a co-mercialização de produtos ali-mentícios no Paraná, acesse www.seab.pr.gov.br. O site da Secretaria de Estado da Agricul-tura e Abastecimento traz escla-recimentos, legislação e docu-mentos sobre o tema. Acesse ainda o site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento no www.agricultura.gov.br, que contém detalhes do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.

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A valorização de recursos e atividades locais tem levado os produtos de mi-cro e pequenas empresas paranaen-ses a se destacarem em mercados competitivos. São exemplos de va-riados produtos produzidos nas dife-rentes regiões do Estado que, com o passar do tempo, ganham projeção, identidade e, em alguns casos, uma ‘marca registrada’. Quem já não ouviu falar da força do jeans de Cianorte? Dos móveis de Arapongas? Dos bonés de Apucarana? Da cachaça do oeste e sudoeste do Paraná? Dos cafés do Norte Pioneiro? Do mel de Santa He-lena e Ortigueira? Dos cosméticos de Curitiba e Região? Da moda bebê de Terra Roxa? E do artesanato Ñandeva da região de fronteira?

Os exemplos são muitos e listá-los um a um, sem ser traído pela memória, é impossível. Dentre as estratégias en-contradas pelos empresários de mi-cro e pequenas empresas do Paraná, para conquistar o mercado, estão a aposta em novos nichos, a territoriali-zação, o associativismo e a constituição

Especialização EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Pequenos descobremoportunidadesNichos inexplorados, territorialização, associativismo e formação de arranjos produtivos projetam produtos de micro e pequenas empresas

Por Cleide de Paula

de arranjos produtivos locais.

Das regiões sudoeste e oeste do Pa-raná surgem cachaças produzidas de maneira artesanal, com aromas exclusivos e gostinho de cooperação que estão conquistando apreciadores no Brasil e no mundo. Para chegar à comercialização, a Cachaça do Su-doeste, nome comercial da bebida produzida pela Cooperativa Coachaça, percorreu um longo caminho. Exigiu esforço e planejamento de 27 produ-tores, localizados em 18 municípios da região. Trajetória semelhante tra-çou a Cachaça Quaty. Resultado do trabalho de 30 produtores do oeste, que transformaram a bebida base da caipirinha no principal produto da Co-operativa Copercachaça.

Na região norte do Estado, cerca de 100 cafeicultores iniciaram há três anos um novo ciclo. Atentos à deman-da crescente por cafés especiais e às novas exigências dos consumidores, eles uniram interesses e constituíram a Associação de Cafés Especiais do

Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). Pautados pela cultura da eficiência, comercializam cafés de alta qualida-de, produzidos sob o uso intensivo de novas tecnologias, melhoria da gestão e conquista de certificações. Tanta de-dicação e planejamento valem a pena, uma saca de 60 quilos de café espe-cial chega a valer R$840, enquanto que uma saca de café comum gira em torno de R$250. O mercado-alvo desses produtores são lojas especia-lizadas na venda de café em grãos e cafeterias do Brasil e exterior.

Para o professor da Universidade Es-tadual de Londrina (UEL) Mário Nei Pacagnan, doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Admi-nistração e Contabilidade da Univer-sidade de São Paulo (FEA/USP), a especialização é um bom caminho para os empreendedores e empre-sários de pequenos negócios. “As mi-cro e pequenas empresas só têm a ganhar com a especialização de pro-dutos. Quanto mais se especializam, maior será a sua capacidade de ren-

tabilização. Ao contrário das grandes empresas, os empresários de micro e pequeno negócios, por estarem em maior contato com os clientes, têm mais agilidade para detectar mudan-ças e constituir relacionamentos du-radouros com o mercado”, analisa.

Pacagnan considera que as micro e pequenas empresas levam vantagem no atendimento de determinados nichos de mercado. “Se comparadas às grandes corporações, as pequenas empresas são mais eficientes na atuação dos nichos em razão de fatores como a capacidade que os em-preendimentos têm de responderem rapidamen-te às necessidades do mercado, possuírem uma estrutura enxuta, terem facilidade de sinergia com outras empresas e atitu-des empreendedoras”, explica o professor.

A especialização é um bom caminho para os empreendedores e empresários de pequenos negócios

Marca Cafés Especiais do Norte Pioneiro

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Vantagem competitivaTendo em vista que a competitivi-dade das empresas é fortemente influenciada por fatores externos como infraestrutura, políticas públi-cas, marcos regulatórios, centros de educação e dependência de mão-de-obra, a reunião de uma cadeia produtiva em um Arranjo Produtivo Local (APL), por exemplo, torna-se uma vantagem competitiva a mais. Um bom exemplo de empresas que alcançaram sucesso concentradas geograficamente é o município de Apucarana, no norte do Paraná.

Com uma produção anual de apro-ximadamente 60 milhões de peças de bonés, a cidade responde por mais da metade da produção nacio-nal do setor. Os empresários da re-gião especializaram-se tanto no ne-gócio que estão aptos a atender às mais variadas necessidades como na confecção de bonés destinados ao uso promocional, à fabricação de peças exclusivas com a marca dos clientes, à produção de bonés de marcas próprias, aos bonés de-senvolvidos e produzidos sob enco-menda para grandes grifes da moda e à confecção de bonés para uso profissional.

Na opinião de Pacagnan, o domínio de algumas habilidades contribui para que os empresários sejam bem-sucedidos nos nichos escolhidos. “O desenvolvimento de habilidades em

inovação e vocação empreende-dora, a capacidade de superação e motivação da equipe e o espírito investigativo são essenciais para o sucesso dos empreendedores e em-presários”, afirma.

Segundo o doutor em Administra-ção, é possível sim, que um empre-sário de pequena empresa adapte o seu produto ou serviço de maneira a atender às necessidades exclusivas de clientes potenciais. “Uma dica in-teressante é observar o que os de-mais concorrentes têm feito e ofer-tado aos clientes. Depois disso, os interessados no segmento, devem adaptar seus produtos ou serviços com possíveis diferenciais que não incorram em elevação exagerada de preços”, aconselha Pacagnan.

Para os empresários interessados em identificar as brechas de mer-cado deixadas pelas grandes em-presas, o professor sugere o uso de algumas técnicas do marketing. “As pesquisas de mercado são mui-to interessantes, especialmente as desenvolvidas pelo Sebrae que dão uma visão do todo e abrem espaço para análises mais específicas de tendências, e demandas ocultas”, recomenda Pacagnan.

Ferramenta poderosaContudo, apenas uma gestão bem feita não garante o sucesso do ne-gócio. O especialista em Marketing e Comunicação Corporativa, Eloi Za-netti, também escritor e palestran-te, nota que muitos empresários de micro e pequenos negócios não uti-lizam o marketing adequadamente, seja por desconhecimento ou falta de tempo. “O marketing é uma fer-

ramenta poderosa. Projeta e faz

Desenvolvimento sustentávelO que era uma saída para driblar a dependência da agricultura na dé-cada de 1960 fez de Arapongas, norte do Paraná, o segundo maior polo moveleiro do País e o primeiro do Paraná, um exemplo bem-suce-dido de como a especialização e o associativismo trazem resultados e como a marca ganhou projeção. Hoje, a cada 100 móveis fabricados no Brasil, 10 são de Arapongas.

O grande diferencial desses fabri-cantes é a aposta no desenvolvi-mento sustentável. Todas as fa-bricantes de móveis do município, cerca de 170 empresas, utilizam madeira certificada e destinam cor-retamente cerca de 200 toneladas de resíduos diariamente. Para evitar a escassez de matéria-prima, as fa-bricantes mantêm o SIMFLOR, uma fazenda que cultiva eucalipto nativo, com objetivo de desenvolver a auto-sustentabilidade da madeira para o polo nos próximos anos.

Questionado sobre a tendência de segmentação de mercado para os próximos anos, Pacagnan compre-ende que o fator tempo será uma das principais demandas dos con-sumidores. “Sem dúvida, algo que não podemos ignorar é a fragilida-de do processo de diferenciação. O consumidor é um alvo que se move muito rapidamente. Os empresários devem analisar a utilidade de forma e utilidade de tempo dos produtos que serão ofertados daqui para frente, pois, a cada dia que passa,

as pessoas se tornam mais críticas em suas compras e mais avessas a falhas, erros e dispendio de esfor-ço que leve à perda de tempo, filas, demoras e atrasos”, avalia o profes-sor.

Para Zanetti, entrar no mundo virtual é uma boa estratégia de marketing para micro e pequenas empresas alavancarem seus negócios. “A in-ternet deve ser utilizada porque abre fronteiras. É fácil, barato e rápido. Para as empresas localizadas em pequenas cidades, também indico o uso das rádios locais. Dá um bom resultado. A participação das ativida-des comunitárias regionais e o apoio às atividades e comemorações do município são maneiras poderosas da empresa criar uma identidade”, comenta Zanetti.

A comunicação com o mercado é outra dica do profissional de como utilizar as ferramentas de marketing. “Antes de tudo, o empresário de pe-quena empresa tem que se preocu-par em se mostrar para o mercado. Tem que se importar com isso, ter essa consciência. A comunicação é fundamental. O uso dos veículos de comunicação é muito importante. Tem que buscar a mídia gratuita. É importante ser notícia. Se der, o empresário com pouco dinheiro pode contratar uma assessoria de imprensa, o que traz bons resulta-dos. Uma citação em um meio de comunicação vale muito. Basta ter uma boa história, um bom produto”, finaliza Zanetti.

A cultura do marketing tem que entrar dentro da empresa e permear todos os setores, de forma integrada

Eloi Zanetti, profissional de Marketing

o empresário subir, mas tem que ser tratada com atenção constan-te. Não é algo que dá para se fazer um dia e parar. A cultura marque-teira tem que entrar dentro da em-presa e permear todos os setores, de forma integrada. Todos têm que participar e ajudar. O que é muito comum é que, ao primeiro sucesso, o empresário para todo o procedi-mento que vinha desenvolvendo e não evolui, justo na hora em que ele tem que se empenhar mais”, adver-te Zanetti.

Justificar o não uso das técnicas de marketing porque é complicado e oneroso não convence Eloi Zanetti. “Marketing não é algo caro e sofisti-cado. Tem que apostar na simplici-dade das coisas. Para os empresá-rios de micro e pequenas empresas é até mais fácil fazer marketing. Eles podem começar a pensar em como vender o seu produto ou serviço. Para isso, têm que definir bem o pú-blico que querem atingir. Isso exige tempo, concentração e criatividade. Tenho observado que gerentes e empresários permanecem tão volta-dos para a ação que não têm tempo nem energia para pensar nas estra-tégias de vendas e negócios, mas é justamente pelo trabalho da estra-tégia e do pensamento que serão julgados”, assinala o escritor.

Pesquisas de mercado dão uma visão do todo e abrem espaço para análises mais específicas de tendências e demandas ocultas

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Portal do Boné divulga ações do APL de Apucarana

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O poder do varejoO poder do varejo

Comércio EntrevistaCapacitaçãoComportamentoTendênciaAssociativismoFeiras e EventosServiçoMercadoGiro pelo Paraná

Parceria do Sistema Fecomércio/PR e Sebrae/PR atende mais de 1,5 mil micro e pequenas empresas do varejo, em 68 municípios do Estado

Por Leandro Donatti

Parceria do Sistema Fecomércio/PR e Sebrae/PR atende mais de 1,5 mil micro e pequenas empresas do varejo, em 68 municípios do Estado

Por Leandro Donatti

As empresas do comércio varejista do Paraná estão mais competitivas, mais preparadas para enfrentar a concor-rência acirrada, fruto da globalização da economia. Parte desse avanço vem de uma experiência bem-sucedida fir-mada entre o Sebrae/PR e o Sistema Fecomércio/PR em 2005, que tem mudado o perfil do comércio parana-ense. É o VarejoMAIS – Mais Vendas, Mais Competitividade, um programa focado para o comércio varejista, com o apoio e orientações de consultores e especialistas em varejo.

O Programa atende atualmente 1,5 mil micro e pequenas empresas do co-mércio, espalhadas em 68 municípios do Paraná. Até o final do 2008, já ha-via atendido cerca de 5,3 mil empre-sas e 15,6 mil empresários, gerentes e funcionários. Segundo o coordena-dor estadual do Varejo do Sebrae/PR, Osmar Dalquano, o Programa é um sucesso porque faz os empresários do setor a pensar o negócio de forma efetiva, com visão de mercado, estra-tégia e planejamento. “As ações do VarejoMAIS preveem ainda missões técnicas nacionais e internacionais, uma oportunidade para os empresá-rios reverem os conceitos aprendidos durante o Programa.”

Durante o VarejoMAIS, os lojistas aprendem como melhorar e ampliar a gestão da carteira de clientes, de-finir novos produtos, serviços e pro-cessos, aprimorar a administração da loja, desenvolver a equipe de trabalho, fidelizar clientes, aumentar o volume de vendas e a qualidade dos serviços ofertados a consumidores cada vez mais exigentes. Temas como ven-das, promoções, visual de loja, mar-keting, recursos humanos, finanças,

atendimento, inadimplência, entre ou-tros, também são trabalhados com os empresários. Dividido em modalidades, o Varejo-MAIS leva soluções sob medida às empresas. O VarejoMAIS - Câmara da Mulher Empreendedora é exclusivo para empresárias filiadas à entidade. O VarejoMAIS Multisetorial reúne empre-sários de um mesmo segmento, como lojas de autopeças, iluminação, floricul-turas, por exemplo. Uma estratégia que dá a oportunidade aos empresá-rios discutirem problemas comuns e encontrar soluções em conjunto.

O VarejoMAIS 2ª Fase é para empre-sários que já fizeram o Programa, mas querem continuar. E o VarejoMAIS em Ação, uma versão mais compac-ta do Programa, para empresas do comércio varejista de municípios de menor porte.

Mais competitividadeEm Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, a empresária Iraci dos Santos Ruaro participa do VarejoMAIS desde o início de 2008 e até o que julgava sem interesse para o seu ramo de ne-gócio, descobriu que era importante. Iraci tem uma empresa de alimentos no ramo de panificação e bolos e, graças ao Programa, participou de treinamentos e recebeu consultorias. Iraci conta que dentro do VarejoMAIS resolveu integrar a turma do curso de vitrinismo, mesmo achando que não seria útil para a sua empresa. “A gen-te trabalhou com gestão, liderança e quando foi para o vitrinismo não via como utilizar isso na minha empresa. Mas, pelo contrário, aproveitei as in-formações e o resultado me surpre-endeu”, testemunha.

Até 2008, Sebrae/PR e Fecomércio já haviam atendido 5,3 mil empresas e 15,6 mil empresários, gerentes e funcionários

Iraci dos Santos Ruaro, comerciante

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A empresária conta ainda que infor-matizou a gestão e ganhou em lucra-tividade. “A gente sabia que vendia, mas não sabia quanto e como. Hoje, temos tudo controlado, o custo de cada ingrediente para a formação de preço dos produtos, quanto pro-duzimos, quanto vendemos, onde temos que investir, enfim, trabalha-mos com mais seguranças graças à gestão dos processos”, completa. Iraci, que dirige sua empresa junto com a sua família, acredita que os resultados foram positivos. “No ge-ral, dá para afirmar que ganhamos em competitividade, pois pudemos aplicar o que se aprendeu no dia a dia da empresa”, conclui a empresá-ria beltronense.

Com o VarejoMAIS, o empresário Rafael Luiz Nava Ferro, de Casca-vel, oeste do Estado, também se sente mais preparado para enfren-tar o mercado. “Conseguimos au-mentar o lucro, bem como a com-petitividade da nossa empresa”, afirma. Farmacêutico e proprietário da Farmácia Medicinal, Nava Fer-ro diz que “aprendemos muito com todas as etapas do Programa.” “Aplicamos várias soluções apre-sentadas durante o treinamento e logo percebemos mudanças positi-vas”, destaca.

Nava Ferro aponta o visual da loja e as atitudes de sua equipe de vende-dores, que também participaram de um curso, como os principais dife-renciais. “Melhoramos e adequamos

a apresentação da loja, tanto inter-na como externa, de acordo com o perfil do nosso cliente e agora es-tamos colhendo os resultados.” Ele afirma que o VarejoMAIS é o grande responsável pelo aperfeiçoamento e crescimento de sua empresa. Se-gundo ele, todas as etapas do pro-grama são adequadas à realidade do mercado e por isso aplicáveis. “Considero o programa fundamen-tal para todo empresário que quiser crescer, independente da área que atua, inclusive já recomendei para vários amigos empreendedores.”

Mais faturamentoA proprietária da loja de calçados Capellazzi, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, Rosalina Cappellazi, procurou o Sebrae/PR após rece-ber indicações de amigos, ao perce-ber que a loja não estava faturando conforme seu planejamento inicial. Participando do VarejoMAIS, moda-lidade Multisetorial, há dois meses, Rosalina passou a posicionar seu empreendimento de uma manei-ra diferenciada, com base em um trabalho minucioso de captação de dados de mercado e concorrência, realizado com acompanhamento de consultores do Sebrae/PR e Feco-mércio. “A partir dos cursos e das visitas dos consultores, percebemos a importância de formalizar todo tipo de dado para mensurar resultados. Com um plano completo, descobri-mos que o ponto fraco de nossa loja não era exatamente o que imaginá-vamos”, comenta Rosalina.

Segundo ela, a loja foi criada com a ideia inicial de atingir o público de Classe B da região, mas, após oito meses de funcionamento, a empresária percebeu que seu real público-alvo, a população da região, pertencia às Classes B/C. “O Va-rejoMAIS nos ajudou muito a partir do momento em que identificamos essa dificuldade e, agora, também está nos ajudando a reformular a loja para atingir nosso público e aumentar nossas vendas. Estamos

cursando o segundo módulo do Programa, com foco em visual de loja e nós mesmos estamos fazen-do algumas alterações nas vitrines, buscando atender as necessidades do nosso cliente. O mais importante é que o consultor nos ensina a fa-zer mudanças no empreendimento e nós mesmos podemos agir, sem precisar pagar um profissional para fazer isso”, conclui.

Mais planejamento

Há 25 anos no mercado da constru-ção civil, a empresária de Maringá, no noroeste do Estado, Tânia Reis Leal Tavares, administra sua loja de forma dinâmica e planejada. Tama-nha dedicação lhe rendeu o título de Referência no Prêmio “O Melhor do VarejoMais 2008”. “A premiação é muito importante, mas o mais valio-so foi a satisfação em utilizar todos os conhecimentos das consultorias dentro da minha empresa e com os meus funcionários e colaboradores”, diz. A empresária, que participa da Câmara da Mulher Empreendedora, destaca que, com o VarejoMAIS, soube identificar problemas e solu-cioná-los, capacitar funcionários e destacar os pontos positivos e dina-mizá-los. “Por conta disso, estamos em constante evolução”, assinala.

Depois de trabalhar dez anos como gerente da Esporte Camisa 10, Nilza Christ de Carvalho, 43 anos, perce-beu que a companhia, especializada

em artigos esportivos, caça, pesca e camping, passava por dificulda-des. Em setembro de 1999, decidiu adquirir parte da empresa e passou de funcionária à proprietária. A em-preendedora nem imaginava o que lhe aguardava pela frente. “Foi um início difícil. A empresa estava des-capitalizada e não tínhamos acesso ao crédito porque não possuíamos bens para oferecer como garantia”, lembra Nilza.

Determinada a tornar seu negócio bem-sucedido, a empresária de Apu-carana, norte do Estado, integrou,

em 2006, o VarejoMAIS e, a partir de então, vem aprimorando sua ges-tão e colhendo bons resultados. “De lá para cá, foram muitas mudanças. Com o apoio das consultorias, apren-di a importância de ter um controle financeiro e de estoque e a investir, sempre que possível, recursos pró-prios. Melhorei a comunicação visu-al da loja, mudando a iluminação, o piso, as paredes, a vitrine, a exposi-ção e apresentação dos produtos”, conta Nilza. (Colaboraram nesta re-portagem Adriano Oltramari, Andre-lise Daltoé, Cleide de Paula, Luciana Baroni e Octávio Rossi)

Para saber mais sobre o Varejo-MAIS – Mais Vendas, Mais Com-petitividade, acesse o Portal do Sistema Fecomércio: (www.fecomerciopr.com.br) e o Portal do Sebrae/PR (www.sebraepr.com.br).Rafael Luiz Nava Ferro,

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Lojistas aprendem como melhorar e ampliar a gestão da carteira de clientes, definir novos produtos, serviços e processos

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Sebrae/PR EntrevistaTendênciaComportamentoMercadoFeiras e EventosCapacitaçãoServiçoAssociativismoGiro pelo Paraná

Atitude SebraeOs empresários de academias, óticas e lojas esporti-vas das regiões de Curitiba, Londrina e Maringá não podem perder essa oportunidade. O Sebrae/PR e o Sistema Fecomércio/PR lançaram em agosto o Atitude Sebrae, um programa completo com treina-mentos, consultorias, palestras, cursos e acompa-nhamento. Feito sob medida para os três setores, o Atitude Sebrae ensina como crescer com segurança e superar os obstáculos, com informações sobre fi-nanças, recrutamento e seleção de pessoas, rela-cionamento e fidelização de clientes, indicadores de resultado e comunicação visual de lojas.

Para se inscrever é fácil, ligue para 0800 570 0800 ou preencha formulário de inscrição no: www.atitudesebrae.com.br

Tour virtualOs empresários de micro e pequenas empresas que participam ou queiram parti-cipar do Prosperar - Programa de Excelência em Performance Empresarial podem ‘navegar’ no site do Programa. Basta acessar o www.sebraepr.com.br/prosperar e conhecer a ideia por meio de um tour virtual. Lançado neste ano, o Prosperar já beneficia cerca de 700 micro e pequenas empresas no Paraná. Os empresários avaliam e medem a excelência da gestão e a competitividade dos negócios, valen-do-se dos critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) que são liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Tudo inicia quando os interessados se inscrevem para o Programa em qualquer uma das unidades do Sebrae/PR e fazem um autodiag-nóstico que analisa o ambiente empresarial, a gestão e os processos da empresa. Isso é feito sob a orientação de consultores da entidade e acontece em sala de aula, durante cinco encontros que totalizam 20 horas. Ao final desse período, a empresa já tem condições de potencializar seus pontos fortes e desenvolver um plano de ação para seu desenvolvimento.

Líder na ArgentinaO presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamoto, lançou no final de julho o Programa Líder, na fron-teira entre o Paraná, Santa Catarina e Argentina. Embora já realizado em Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, será a primeira vez que o Pro-grama atenderá outro país do Mercosul, no caso, a Argentina. O lançamento ocorreu durante encontro na cidade de Dionísio Cerqueira, fronteira seca com Barracão (PR) e Bernardo de Irigoyen (Província de Misiones-Argentina). O Líder terá a participação do Sebrae/PR, Sebrae/SC, Fórum de Integração Mu-nicipal Transfronteiriço, Consórcio Intermunicipal da Fronteira e Projeto de Desenvolvimento do Sudoeste

do Paraná e Oeste de Santa Catarina na Região da Fai xa de Fronteira com o Extremo-Oriente da Argentina (Profronteira). O público-alvo do Programa são empre-sários, prefeitos e líderes ligados ao terceiro setor. O Líder é um programa de mobilização, formação e inte-gração de lideranças para o desenvolvimento regional. Um trabalho que vai estimular e alinhar os mais de 30 municípios envolvidos no Profronteira, direcionando as ações propostas para sensibilizar as lideranças para o desenvolvimento regional integrado. O Programa vai acontecer em sete módulos - três etapas em 2009 e quatro em 2010. Paraná e Santa Catarina receberão três etapas e a Argentina também terá uma.

Sebrae/PR no shoppingO Sebrae/PR instalou um ponto de atendimento no Shopping São José, em São José dos Pinhais, muni-cípio da Região Metropolitana de Curitiba. O espaço, uma experiência inédita do Sebrae, no Paraná, está em funcionamento há cerca de dois meses e conta com atendentes que prestam consultoria gratuita a empresários e futuros empresários, tanto das lojas do shopping, quanto de toda a comunidade local. O ponto de atendimento também é responsável pela realiza-

ção de eventos de capacitação, treinamentos e orien-tações para legalização de empresas, marcas e pa-tentes, franquias, acesso ao crédito, cooperativismo, exportação e importação, impostos e contribuições, modelos de contratos, publicações, além de fornecer informações relacionadas a finanças, marketing e re-cursos humanos. A iniciativa da criação do ponto de atendimento é parceria entre o Sebrae/PR e a Asso-ciação Comercial de São José dos Pinhais (ACIAP).

Os dekasseguis, nipo-brasileiros que vivem tempora-riamente no Japão em busca de novas oportunida-des, terão, a partir de setembro, um novo serviço de apoio no Japão. É a Central de Relacionamento Dekassegui Sebrae, para os dekasseguis que preten-dem retornar ao Brasil e abrir uma micro ou peque-na empresa. O lançamento oficial da linha telefônica 0120 98 2366 será no dia 7 de setembro, durante o Brazilian Day Japan. A Central de Relacionamento é um projeto-piloto do Sebrae Nacional que terá como

ponto de apoio o Sebrae/PR. Todas as ligações fei-tas por dekasseguis no Japão cairão automatica-mente na Central de Relacionamento do Sebrae/PR, com sede em Curitiba. Os dekasseguis poderão tirar dúvidas sobre gestão e soluções empresariais ofere-cidas pelo Sebrae como o Programa Dekassegui Em-preendedor e demais temas de interesse. O serviço ainda dispõe de consultorias a distância. Técnicos no Brasil esclarecem dúvidas técnicas de dekasseguis no Japão.

Central de atendimento

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Cafés especiaisRepresentantes da cadeia produtiva do café na Es-panha desembarcaram em julho no norte do Esta-do. A comitiva, formada por especialistas, conhe-ceu o Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, iniciativa do Sebrae/PR e da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). Os espanhóis conheceram fazendas cen-tenárias na região. Na oportunidade, negociantes industriais, baristas (preparadores de café) e degus-tadores percorreram as lavouras, acompanharam a colheita que é realizada mecânica ou manualmente e conferiram as fases do processamento do café como a secagem, classificação e armazenagem. Os cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná são res-ponsáveis pela produção de aproximadamente 50% dos grãos colhidos no Estado. Atualmente, a região conta com 7.500 médios e pequenos produtores distribuídos em 45 municípios.

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Educação EmpreendedoraHistórias, metáforas, citações de grandes pensado-res e experiências de vida. Esse foi o tom da pales-tra “Imaginação e Encantamento: a educação para o empreendedorismo”, ministrada por Rubem Alves no final de julho, em Curitiba. Bacharel em Teolo-gia, psicanalista, professor emérito da Unicamp e autor de diversas publicações, o educador Rubem Alves esteve em Curitiba a convite do Sebrae/PR. A entidade elegeu como uma das sete ações estraté-gicas, para os anos de 2009 e 2010, promover a educação e a cultura empreendedora entre crianças e jovens. Na palestra, que aconteceu no auditório do Sebrae/PR e foi transmitida ao vivo, via internet (pelo www.sebraepr.com.br), Alves dividiu com uma

plateia de educadores e consultores a sua larga vi-vência como um estudioso do processo de aprendi-zagem e como o educador pode auxiliar seus alunos a aprender verdadeiramente. Para ele, o princípio de todas as ações humanas é o desejo. “O ato de tentar ensinar? Não, talvez o certo fosse o ato de despertar o desejo do aluno. Com o desejo, há uma transformação rápida na sua cabeça que desperta a inteligência e a inteligência é a ponte que liga o desejo ao objeto desejado”, disse Alves. Segundo o educador, o professor deve oferecer algo prazero-so para o estudante. “Não quero ensinar regras de como ser professor. Quero ensinar um jeito de ser professor”, disse Alves.

Pesquisa em vídeoO Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR disponibi-lizam, desde julho, pela internet, vídeos sobre a Pes-quisa Conjuntural do Comércio do Paraná. A ideia é levar aos empresários do comércio varejista um re-sumo dos principais dados apurados na pesquisa, em

forma de uma entrevista com perguntas e respostas. O economista e consultor da Fecomércio, Vamberto Santana, responsável pela coleta e análise dos dados, é o entrevistado da jornalista Adriane Werner, âncora dos programas. A Pesquisa Conjuntural do Comércio do Paraná produz indicadores de curto prazo, men-sais, que permitem acompanhar e avaliar o desem-penho do comércio varejista no Estado. A amostra é formada por empresas escolhidas, de acordo com critérios estatísticos. A área de abrangência é consti-tuída pelas cidades de Curitiba e Região Metropolita-na, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Região Oeste. Esses municípios representam uma população de 5,1 milhões de habitantes. São pesqui-sados 14 ramos de atividades. Os primeiros vídeos da parceria Fecomércio/PR e Sebrae/PR - um deles que explica a metodologia da pesquisa - já estão disponí-veis e podem ser acessados pelos sites: www.sebraepr.com.br e www.fecomerciopr.com.br

High-techRegina Martelli, coordenadora de moda do jornalismo da Rede Globo, falou para um grupo de empresários do setor de cosméticos, no dia 30 de junho, no auditó-rio do Sebrae/PR em Curitiba. Na palestra “Compor-tamento e Atitudes do Novo Consumidor da Indústria da Beleza”, Regina Martelli deixou um recado para o setor: os empresários precisam investir em pesquisa, tecnologia e inovação. A oferta de produtos de beleza cresce a cada dia e só fideliza o cliente o empresário de olho nas novidades. Outra dica da especialista: vai-dade não é mais só prerrogativa feminina. Os homens também são consumidores. Regina Martelli esteve em Curitiba a convite do Sebrae/PR, numa ação do Projeto Cosméticos do Paraná.

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Um grupo de eletricistas, encanadores e pintores, que fazem parte dos núcleos setoriais do Projeto Obra Nota 10, parceria entre Sebrae/PR e Associação Co-mercial e Industrial de Cascavel (ACIC), realizou em julho a primeira edição do Projeto Obra Feliz é 10, na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cascavel. Mais de 30 empreendedores e representantes de pequenas empresas prestadoras de serviço fizeram uma ação comunitária para con-sertar encanamentos, reparar a parte elétrica, trocar lâmpadas, tomadas e inclusive pintar paredes, portas

e janelas. Essa mesma ação já havia sido feita no ano passado, no Recanto da Criança, também em Casca-vel. O material para o trabalho foi doado por fornece-dores locais. O Projeto Obra Nota 10 é uma iniciativa que une toda a cadeia da construção do oeste para-naense na busca pela melhoria dos níveis de qualidade e competitividade do setor. O Projeto é coordenado pelo Sebrae/PR, Sinduscon/Oeste e Fiep-Senai e ob-jetiva fortalecer empresas, reduzir o custo final das obras e ampliar as oportunidades para as pessoas adquirirem seu imóvel.

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Mutirão da solidariedade

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formalizar vale a pena. E é isso que a Lei do Empreendedor Individual busca proporcionar. Na sua essência, a Lei simplifica enormemente o processo de formalização da Empresa Indivi-dual e prevê o pagamento de tributos que não ultrapassam os R$57,15 para empresas que faturem até R$ 36.000 por ano.

Em contrapartida, os informais que optarem pela formalização passam a contar com uma série de benefícios inalcançáveis até então. O Empreende-dor Individual obtém o seu número de CNPJ. A partir daí, pode emitir notas fiscais e, dessa forma, tem acesso a todo o mercado formal composto por grandes empresas e governos que necessitam do documento fiscal para todas as suas operações; pode con-tratar empréstimos e financiamentos como pessoa jurídica, o que se traduz em taxas de juros muito mais civiliza-das do que aquelas praticadas para pessoas físicas; passa a ter cobertura previdenciária e a contar com amparo em caso de doença e afastamento, além de adquirir direito a aposenta-doria. Dessa forma, o resultado da equação se altera significativamente, e o benefício da formalização passa a ser evidente e significativo.

Finalmente, a Lei do Empreendedor In-dividual transforma o discurso de que “justiça é tratar os diferentes de ma-neira diferente” em algo efetivo e tan-gível. E ao fazê-lo, torna possível para o enorme contingente de empresas informais adquirir o que chamamos de Cidadania Empresarial. É o direito de existir! O direito de fazer parte do mundo real, com dignidade e oportuni-dade para crescer e se consolidar.

Por isso, entendemos o advento da Lei como uma revolução. Não ape-nas econômica, mas principalmente, de cidadania. É a micro e a pequena empresa ampliando sua importância e consolidando o seu papel de mola propulsora do desenvolvimento do País, ocupando o espaço que é seu por direito. Essa é, sem dúvida, uma grande conquista!

Artigo

Allan Marcelo de Campos Costa

Allan Marcelo de Campos Costa é diretor-superintendente do Sebrae/PR. Mestre em Gestão Empresarial pela Funda-ção Getúlio Vargas e Mestre pela Univer-sidade de Lancaster, Inglaterra, tem MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC Busi-ness School, é pós-graduado em Desenvol-vimento Gerencial pela FAE/CDE e cursou o Programa de Desenvolvimento de Diri-gentes Empresariais do INSEAD, França. Coautor do livro “Electronic Business in De-veloping Countries”, possui artigos publica-dos no Brasil e no exterior, em países como Chile, África do Sul, Reino Unido, Holanda, Hungria e Eslovênia.

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No último dia 1º de julho, teve início uma das mais importantes revoluções na economia do nosso País com a en-trada em vigor da Lei do Empreende-dor Individual. Muito mais do que uma simples lei que assegura aos empre-endedores individuais um tratamento diferenciado e justo, trata-se de um fantástico instrumento de desenvolvi-mento e geração de riqueza.

A informalidade, historicamente, cons-titui um dos mais graves problemas na economia brasileira. Ela gera prejuízos para todos os lados. Perdem o País e a sociedade, uma vez que informais não contribuem com o pagamento de tributos; perdem as empresas formal-mente constituídas, que são obriga-das a enfrentar concorrência desleal; perdem clientes dessas empresas in-formais, que não têm qualquer ampa-ro legal para assegurar seus direitos como consumidores; e, principalmen-te, perdem os próprios informais, que existem à margem de todo o sistema legal, econômico e financeiro, e, por-tanto, sem qualquer tipo de direito ou oportunidade.

Entretanto, analisar a questão da eco-nomia informal exige a compreensão de um ponto essencial: ninguém é informal porque quer! Os milhões de empreendedores que atuam na infor-malidade, na ampla maioria das ve-zes, lá estão porque não têm alterna-tiva. A formalização, antes do advento da Lei, trazia uma série de complica-ções e entraves burocráticos e obri-gava o empreendedor ao pagamento de tributos excessivos e injustos. Em outras palavras, representava pratica-mente uma sentença de morte para qualquer microempresa nascente e carente de oportunidades para se de-senvolver. Em suma, a única alternati-va para sobreviver quase sempre era permanecer na informalidade.

Como em quase tudo na vida, tudo gira em torno de uma simples equa-ção de custo x benefício. O princi-pal combustível para o processo de formalização é a percepção, por parte do empreendedor, de que se

Cidadania empresarial

Analisar a questão da economia informal exige a compreensão de um ponto essencial: ninguém é informal porque quer!

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REGIONAL SUDOESTE Pato BrancoAvenida Tupi, 333 - Bairro Bortot – CEP: 85.504-000Fone: (46) 3220-1250 – Fax: (46) 3220-1251

EsCriTório – Francisco Beltrãorua são Paulo, 1212 - sala 01 - Bairro Centro – CEP: 85.601-010 Fone: (46) 3524-6222 – Fax: (46) 3524-5779

REGIONAL CENTRO-SUL Curitibarua Caeté, 150 - Bairro Prado Velho – CEP: 80.220-300Fone: (41) 3330-5800 – Fax: (41) 3330-5768/ 3332-1143

EsCriTório – Guarapuavarua Arlindo ribeiro, 892 - Bairro Centro – CEP: 85.010-070Fone: (42) 3623-6720 – Fax: (42) 3623-6720

Ponta Grossarua XV de Novembro, 120 - Bairro Centro – CEP: 84.010-020Fone: (42) 3225-1229 – Fax: (42) 3225-1229

REGIONAL NOROESTE MaringáAvenida Bento Munhoz da rocha Neto, 1116 – Bairro Zona 07 – CEP: 87.030-010 Fone: (44) 3220-3474 – Fax: (44) 3220-3402

EsCriTório – Campo MourãoAvenida Manoel M. de Camargo, 1111 – Bairro Centro – CEP: 87.302-080Fone: (44) 3523-5386 – Fax: (44) 3523-5386

Paranavaí rua Mato Grosso, 1874 A – Bairro Centro – CEP: 87.702-030Fone: (44) 3423-2865 – Fax: (44) 3423-2794

UmuaramaAvenida Brasil, 3404 – Bairro Zona i – CEP: 87.501-000Fone/fax: (44) 3622-7028 – Fax: (44) 3622-7065

REGIONAL NORTELondrinaAv. santos Dumont, 1335 – Bairro Aeroporto – CEP: 86.039-090Fone: (43) 3373-8000 – Fax: (43) 3373-8005

EsCriTório – Apucaranarua osvaldo Cruz, 510 13º andar – Bairro Centro – CEP: 86.800-720Fone: (43) 3422-4439 – Fax: (43) 3422-4439

Ivaiporãrua Professora Diva Proença, 1190 – Bairro Centro – CEP: 86.870-000 Fone: (43) 3472-1307 – Fax: (43) 3472-1307

Jacarezinhorua Dr. Heráclio Gomes, 732 – Bairro Centro – CEP: 86.400-000Fone: (43) 3527-1221 – Fax: (43) 3527-1221

REGIONAL OESTECascavelAvenida Pres. Tancredo Neves, 1262 – Bairro Alto Alegre – CEP: 85.805-000Fone: (45) 3321-7050 – Fax: (45) 3226-1212

EsCriTório – Foz do Iguaçurua das Guianas, 151 – Bairro Jardim América – CEP: 85.864-470 Fone: (45) 3522-3312 – Fax: (45) 3573-6510

ToledoLargo são Vicente de Paulo, 1333 – 3º andar – sala 30 e 31 – CEP: 85.900-210 Fone: (45) 3252-0631 – Fax: (45) 3252-6175

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