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1 Revista TiposJulho 2013

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Trabalho de Produção e Análise de Imagem II (Diagramação de revista) UniverCidade 2013.1

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Sumário

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Para que é que precisamos da Helvetica?

Resguardar atipografia épreservar oconhecimento

Dilemas datipografia

O 50º aniversário da Helvetica - uma família de fontes criada em 1957, reacende uma polêmica que já vem alguns anos atrás e que merece a pena retornar.

Entrevista com Claudio Rocha, autor de livros com “Projeto Tipográfico - Análise e Produção de Fontes Digitais” e “ Tipografia Comparada: 108 Fontes Clássi-cas Analisadas e Comentadas.

Como escolher a tipografia ade-quada? Saiba a importância que elas tem para o visual e para a leiturabilidade do texto.

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EditorialHá muito se foi o tempo em que o Design era um raro ofício. De lá para cá a sociedade afluente e global intensificou e acelerou seus processos de comunicação. Claro que o Design não perdeu seu apelo, nem o designer seu charme, mas é inegável que ele, atendendo a tantas demandas, multiplicou sua presença por todos os campos. Apesar de tudo, essa multidão de profissionais não significa companhia, nem impede que cada um venha a se sentir pessoal e profissionalmente isolado. Esse é o problema: para uma vida de trabalho plena, precisa o designer se relacionar com a coletividade dos que, como ele, no mesmo campo atuam. O jovem designer (ou a jovem designer), com sua estação de trabalho preparada para lhe prover eficiência, precisão, versatilidade e rapidez parece ser profissional mais completo do que aqueles que lhe foram anteriores. Mas essa comodidade muitas vezes o isola, e lhe custa viver numa certa solidão digital. O resultado é, apesar de tantas vantagens, poder subsistir um sentimento de que há menos satisfação, na vida e na carreira.

Diretores: Ana Paula Teixeira, Marcia Soter, Marcos Peregrina Go-mez, Robson Monte

Executivos de Negócios:Ana Paula Viegas, Andrea Balsi, Caio Souza, Camila Folhas, Carla Andrade, Carolina Briganó, Cristiano Per-sona, Daniela Serafim, Julio Tortorello, Lucas Nogueira, Marcello Almeida, Marcelo Cavalheiro, Marcio Bezerra, Marcus Vinicius, Maria Lucia Strotbek, Michelle Motta Preuss, Rafael Cammarota, Regina Maurano, Renata Mio-lli, Roberta Kyrillos Fairbanks Barbosa, Rodrigo Toledo, Viviane Martos

Gerente: Virginia Any

Executivos: Bruno José Ferreira, Eduardo Chedid, Felippe Had-dad Chimirri, Fernanda Melo, Flávia Magalhães, Juliana Compagnoni, Karen Augusto Ferreira, Karine Grigório, Luis Fernando Lopes , Reinaldo Murino, Roberta Maneiro, Shirlene Pinheiro

Diretora de Marketing: Louise Faleiros

Gerente de Marketing: Carolina Melo Catto

Gerente de Publicações: Flávia Merlo

Analistas: Jessica Castro, Melina Fiuzza

Estagiárias: Jessica Nicoletti, Patricia Bergo, Carolina Jannini Calvis, Mayara Benetti Banci

Designers: Gabriel Sanchez, Clayton Dick, Rachel Silv

Revista Tipos Av. Presidente Vargas, 1543/801 CEP: 21021-000 - Rio de Janeiro - RJ Telefone/fax: (21) 2233-4000/ 2233-3000www.revistatipos.com.brE-mail: [email protected]

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Para que é que precisamos da

Helvetica?

O 50º. aniversário da Helvetica – uma família de fon-tes criada em 1957 pelo suíço Max Miedinger – foi o pretexto para rodar um documentário que ilustra a expansão dele conhecido typeface. Reacende-se uma polémica que já vem de alguns anos atrás e que merece a pena retomar. Vejamos porquê.

Texto por Paulo HeitlingerFevereiro de 2007

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Quando o editor suíço Lars Müller publicou o seu livrinho Hommage to Helvetica (que entretanto está à venda a bom preço nas lojas da FNAC), argumentava que “este typeface sabe fazer tudo, e é neste aspecto que é genial ... Tive vontade de publicar este livro para reagir contra a inflação das fontes. Temos hoje cerca de 30.000 fontes, mas que não servem para grande coisa. Em vez de inventar novas fontes, valia mais renovar a tipografia com as fontes existentes. É este o caminho para o qual aponta o sucesso da Helvetica”. Em resposta a Lars Müller, tenho a argumentar que para um suíço a Helvetica pode servir para muitas aplicações, mas para mim não serve para grande coi-sa, pois falta-lhe qualquer personalidade tipográfica. Ça manque du charme, diriam os franceses. Temos milhares de fontes disponíveis para as mais variadas aplicações, de modo que a questão pertinente será: Para que é que nós precisamos ainda dessa letra de horripilante estética, criada à cinquenta anos para at-ender às necessidades de clientes à procura de uma letra “despersonalizada”, “neutral”, apta a garantir-lhes um fácil acesso a um mercado global?

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O trend da globalização persiste

Historial da Helvetica

A resposta, embora não goste dela, é simples. Em pleno século XXI, a Hel-vetica continua em uso, por força do persistente revivalismo que nos aflige há anos. O conceituado designer e crítico canadiano Nick Shinn, denun-ciando os maléficos efeitos da author-ity of mass fashion, escreveu: «A Hel-vetica regressou em grande. Na rua, vemo-la em campanhas publicitárias de empresas tão diferentes como a IBM e The Gap. Nas vendas online, está sempre no topo das listas das fontes mais vendidas...»

A fonte que o typeface designer e ensaísta Nick Shinn apelida com toda a pertinência face of uniformity tem vindo a ocupar posições para as quais nuncafoi concebida, mas os de-signers contemporâneos, com medo de afirmar as suas raizes culturais e os contextos regionais, preferem a «fonte sem personalidade». Nunca uma fonte tão estéril, de tão fraca legibilidade e pobre estética teve uma proliferação tão virulenta – nefastos efeitos da globalização em princípios do século XXI...

A Helvetica é a fonte mais associada à tipografia suíça do pós-guerra e à «Escola Internacional», por causa da sua crónica falta de personalidade. Surgiu nos anos 50, na conjuntura de recuperação económica depois da Segunda Guerra Mundial. Inúmeras empresas alemãs e suíças, ávi-das de se lançarem de novo nos mercados internacionais, precisavam de uma letra clara, neutral, moderna, interna-cional, com boas relações com todos os países e culturas – com as características da Suíça, portanto...

O importante era que essa letra fosse «moderna» e que não tivesse qualquer associação nacional, ou qualquer filiação cultural específica. Especialmente na Alemanha do pós-guerra procurava-se uma fonte neutra, que não lembrasse o vergonhoso passado nazi do país, que, agora «democratizado» de fachada, o queria ultrapassar o mais depressa possível. O tipo eleito pelas empresas multina-cionais foi a Helvetica, a fonte da globalização dos anos 60 e 70 (e, como já veremos, também do século xxi).

Nos anos 20 e 30, tinham sido os adeptos da Bauhaus os que exigiam uma tipografia universal, apta para todas as aplicações, todos os fins, todos os idiomas e todas cul-turas. Nessa época, as reinvidicações dos vanguardistas causaram pouca ressonância; muito mais tarde, depois da guerra, a indústria e o comércio tinham finalmente captado a mensagem, e exigiam: “Venha uma letra universal!”

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Sucesso Mundial

A Helvetica foi desenhada para ser uma versão modernizada da Akzidenz Grotesk (propriedade da H. Berthold AG). Começou por ser comercializa-da como Neue Haas Grotesk, por se tratar de uma reformulação da Haas Grotesk (propriedade da fundição Haas, a empresa que encarregou Max Miedinger de modernizar a fonte).

A primeira versão foi apresentada em 1957, na feira graphic 57, realizada em Lausanne. Esta fonte, então chamada Helvetia, foi introduzida no mercado paralelamente à famosa Univers, de Adrian Frutiger.

Pouco depois, a fundição alemã D. Stempel AG comprou os direitos da Helvetia, adicionou-lhe vários pesos e graus de condensado e rebaptizou-a com o nome de Helvetica, relançan-do-a em 1961. Nessa época, já 50% do capital da D. Stempel AG se en-contrava em posse da Linotype AG, representando dentro do grupo Lino-type o sector de «tipos metálicos de fundição» para composição tradicio-nal, manual – a fotocomposição tinha começado por volta do ano de 1955.

A Helvetica não teve por auxiliar de parto um conceito estrutural como aquele que Adrian Frutiger inteli-gentemente deu à sua Univers, quando inventou uma sistemática nu-mérica para calibrar os pesos e graus de condensação/expansão. Esta falta de sistemática reflectiu-se na pobre estética das variantes e tornou ne-cessário um redesign, lançado como Neue Helvetica em 1980.

Apesar destes entraves, a Helvetica foi a fonte de maior sucesso nos anos 60 e 70 – pelo menos, foi a fonte mais usada. Substituiu rapidamente a anti-ga Akzidenz Grotesk de 1897, que, no jocoso dizer de Erik Spiekermann, já mostrava “muitas rugas”.

A sua falta de personalidade nacional ou regional – é com todo o direito que é chamada «a fonte sem carácter» – foi

por vezes compensada pelo emprego de cor, por exemplo, em posters pub-licitários. De resto, a imaginação cria-tiva dos que optaram pela Helvetica ficava reduzida a explorar as formas acentuadamente geométricas, a com-por em ângulos diagonais e/ou a tirar partido da vasta gama de pesos e cor-tes da letra que passou a ser a fonte universal e global da segunda metade do século XX.

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A fonte das multinacionaisA partir da década de 1960, inúmeras empresas interna-cionais adoptaram a Helvetica para a sua comunicação. A Lufthansa, a conselho de Otl Aicher, adoptou-a para Cor-porate Typeface. A KLM, a American Airlines e outras com-panhias aéreas seguiram este trend. Depois veio a BASF, consórcio químico-farmacêutico que nessa época já ocu-pava em todo o globo 300 oficinas de impressão, além de inúmeras agências de publicidade. Também os consórcios Bayer e Hoechst, outros dois gigantes do ramo químico, passaram a usar a Helvetica em qualquer parte do mundo onde fizessem negócio. No ramo automóvel, seguiram-se a Opel e depois a BMW, que usa hoje uma fonte parecida com a Helvetica. A MAN e a AEG optaram igualmente pelo “tipo sem características”.

Decididamente, a omnipresente Helvetica passou a ser cono-tada como uma fonte «moderna, progressista, cosmopolita, internacional». Mas na realidade, continuou a ser uma fonte de pobre estética, pacatamente burguesa, estridentemente abor-recida, sem charme, sem elegância – e falha de qualquer tem-peramento, vitalidade ou emoção. Por isso mesmo, a Hel-vetica foi a campeã do Estilo Internacional, opção preferida por mestres do desenho gráfico, como os suíços Max Bill e Josef Müller-Brockmann. Passados 45 anos depois da introdução, a Linotype listava 115 diferentes membros da família de fontes Helvetica hoje presente no mercado ...um longo bocejo tipográfico.

Um flagelo chamado ArialA Helvetica tem sido violentamente pi-rateada – outra expressão da sua ubiqui-dade e popularidade. Quem não queria investir no produto original, comprava um dos múltiplos clones, muito mais baratos: cópias ainda piores que o original, chamadas “Swiss”, “Geneve”, “Zürich”, etc. De mal a pior, a degrada-ção continuou quando a ainda jovem Microsoft decidiu pouparse a aqui-sição da Helvetica e encomendou, em 1982, a fonte Arial à Monotype. A Arial, um dos Windows core fonts, integra-dos no pacote do sistema operativo, é outra fonte de inigualável banalidade e consegue ser mais feia que o original. Entretanto, até a Microsoft já notou isso; na nova versão do Windows, a Helvetica e a Times já não fazem parte dos core fonts...

Por fim, falta responder à pergunta feita no título deste artigo: Para nada.

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Resguardar a tipografia é preservar o conhecimento

Texto por Tânia GalluzziMarço de 2012

Nascido em 1957, aos 10 anos Claudio Rocha desenhava letras. Na escola era ele o responsável pela diagramação do jornal do grupo de teatro e aos 17 já diagramava as revis-tas e materiais impressos do Idort. Ele estava na lida muito antes de surgir a denominação designergráfico, à qual deu corpo e importância com seu conhecimento técnico e cria-tividade. Artista gráfico completo e grande conhecedor de tipos, Claudio Rocha atuou como catalisador para a pri-meira geração de typedesigners brasileiros em meados da década de 90 com iniciativas como a revista Última Forma Typography, em 1997. Publicação independente, reunia pessoas que tinham alguma relação com a criação e o de-senho de letras, como Rubens Matuck, Guto Lacaz, Arnaldo Antunes, Tide Hellmeister e Eduardo Bacigalupo, figurando como um dos primeiros meios de divulgação da tipografia brasileira na comunidade internacional do design.Mergulhado na escassa literatura sobre o tema, Claudio, entre idas e vindas como freelancer e profissional contrata-do (foi diretor de criação na Seragini Design), virou designer gráfico especializado no segmento editorial. Ou melhor: tradutor visual, nas suas próprias palavras, uma vez que sua função é entender uma necessidade mercadológica e materializá-la em uma peça gráfica.Da semente atirada pela Última Forma nasceu, em 2000, a revista Tupigrafia, trazendo um olhar instigante e sensível sobre as manifestações contemporâneas sobre a tipografia no Brasil e no mundo, idealizada em parceria com Tony De Marco. No período que morou na Itália, entre 2007 e 2009, Claudio lançou a revista Tipoitalia, além de colaborar com museus, promover workshopse dar palestras.Antes disso, em 2004, criou, ao lado de Claudio Ferlauto e Marcos Mello, a Oficina Tipográfica São Paulo com o ideal de recuperar a linguagem peculiar do sistema de impressão tipográfica e inserir esse meio de comunicação como um recurso de estilo dentro do universo digital. Agregando ateliê de composição manual e impressão tipográfica, a oficina posicionou-se como um laboratório no qual se ex-perimentava a linguagem dos tipos de metal e de madeira e onde aconteciam workshops abertos aos interessados em conhecer essa técnica. Em 2005, a Oficina transformou-se em uma organização não governamental, sendo transferida posteriormente para a Escola Senai Theobaldo De Nigris, com a qual mantém um convênio com a missão de preser-var a cultura gráfica no País.

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Hoje Claudio Rocha, autor de livros como Projeto Tipográfico – Análise e Produção de Fontes Digitais e Tipografia Comparada: 108 Fontes Clássicas Analisadas e Comentadas, divide-se entre a rotina da Ofi-cina Tipográfica, as aulas que ministra como professor de Tipografia e projetos pessoais.Nesta entrevista, ele fala sobre a validade da tipografia como pro-cesso de impressão na atualidade e a possibilidade de combiná-la com as novas tecnologias.

Qual o papel da tipografia hoje?

A tipografia é uma tecnologia superada há duas gerações. Foi substituída pelo processo offset e agora pela impressão digital. Só que os parâmetros da tipografia, seus princípios, foram preserva-dos. Resguardar a tipografia é preservar o conhecimento. Nosso objetivo é cultural, didático. Quem cria ou produz peças em tipo-grafia tem a oportunidade de desenvolver o raciocínio visual, deve trabalhar com os aspectos físicos do grafismo e não grafismo, lidar com os espaços vazios, experiências que a computação gráfica não possibilita. Na tipografia, o designer e o gráfico se complementam e o conhecimento da técnica amplia a bagagem profissional de quem se dedica a ela. Por suas características, a tipografia permite efeitos únicos que o gráfico pode explorar. Algumas editoras, como a Cosac Naify, utilizam a tipografia na impressão da capa de seus livros como um recurso de estilo, bus-cando a linguagem visual própria desse sistema.

Claudio Rocha

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Ainda há gráficas produzindo impressos em tipografia no Brasil?

É possível unir a impressão tipográfica e a digital?

Quais são os planos da Oficina Tipográfica para este ano?

Você citou uma editora que utiliza a tipografia em seus produtos. Como está a procura pela tipografia como um recurso visual?

O uso é marginal. A tipografia teve uma sobrevida com a impressão de talonários, hot stamping e para numeração de impressos. No interior e nas periferias ainda se faz envelopes e cartões de visita em tipografia, mas muitas impressoras estão sendo transformadas e utilizadas para corte e vinco. O uso comercial é bem restrito, mes-mo porque muitos profissionais que pos¬suíam o conhecimento dessa técnica já se aposentaram.

Um recurso é tirar uma prova de prelo de uma composição com tipos de metal ou de madeira e também de um clichê tipográfico e transformá-¬los em arquivo digital através do seu es¬ca¬nea¬men¬to. Fizemos isso recentemente aqui na Oficina Tipográfica para a programação vi¬sual de uma exposição, com-pondo palavras com tipos de madeira, digitalizando as provas desse ma¬te¬rial e gerando arquivos digitais para impressão em offset. O inverso também é possível. Elaborar um projeto no computador, produzir um fotolito e a partir deste fazer um clichê para impressão em tipografia. O que determina é a linguagem que se pretende para o projeto, a proposta do trabalho.

Estamos dando continuidade à catalogação do acervo da Ofi-cina e da Escola Senai. No ano passado recebemos doações importantes, como a do Sesc Pompeia, que repassou para a Oficina uma grande quantidade de tipos históricos. Estamos re-organizando todo esse material. Na área didática vamos manter os mesmos cursos que já estávamos oferecendo: Composição Manual, no qual o Marcos Mello apresenta o sistema e a lingua-gem da composição com tipos móveis e da impressão tipográfica como recurso formal no design gráfico; Gravura Tipográfica, sob minha direção, onde exercitamos as possibilidades da linguagem tipográfica na produção de cartazes; e Técnicas de Encaderna-ção para Designers, também conduzido pelo Marcos. Também pretendemos nos concentrar na experimentação e na busca da excelência técnica, materializando produtos gráficos e editori-ais da própria Oficina. A OTSP não tem fins lucrativos. Vivemos de apoios e dos produtos que desenvolvemos. Pretendemos aproveitar a vocação edi¬to¬rial da Oficina para dar corpo a pro-jetos com caráter cultural.

Nesse aspecto, o processo tipográfico é bastante valorizado. Existem oficinas tipográficas com uma nova proposta surgindo em São Paulo, em Goiânia, em Belo Horizonte e outras cidades. A tipografia virou um nicho de mercado e vem sendo utilizada, tanto no Brasil quanto em paí¬ses como a Itália, na produção de livros, cartazes, convites, em peças com pequenas tiragens, em projetos culturais. Há mercado, porém limitado.

Claudio Rocha

Claudio Rocha

Claudio Rocha

Claudio Rocha

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Dilemasdatipografia

Texto por Luciana MartinsNovembro de 2012

Se você tem um blog, site ou faz algum tipo de atividade que en-volve o uso de fontes, provavelmente deve saber a importância que elas tem para o visual e para a leiturabilidade do texto. Diante disso e de uma variedade enorme de fontes disponíveis, uma pergunta é inevitável: como escolher a tipografia adequada? Pensando nisso, a Revista Tipos resolveu trazer algumas dicas para vocês. Vamos lá!

Antes de tudo, é interessante compreender o que significa tipografia e diferenciá-la da tipologia. Originalmente, tipo-grafia é a impressão dos tipos, uma forma de arte pouco utilizada nos dias de hoje graças ao uso do computador. Já a tipologia é o estudo da formação dos tipos, que são os desenhos de uma determinada família de fontes, como Verdana, Arial e Helvetica, por exemplo. Apesar dessa diferenciação, geralmente utiliza-se o termo tipografia en-globando as duas coisas, assim como se costuma chamar de “fonte” o que originalmente seria chamado de “tipo”.Outro aspecto importante e que você já deve ter visto por aí, refere-se à classificação das fontes. Se você notar nos sites de download de fontes, elas costumam ser divididas em quatro grupos básicos: Sans- Serif, Serif, Script, Dingbat.

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16 Revista Tipos• Julho 2013

Com toda essa variedade de fontes, é normal que você fique indeciso ou confuso sobre qual tipografia escolher. Para tentar auxiliar nessa tarefa, o Google criou um serviço que é uma boa mão na roda. O Google Web Fonts é uma biblioteca de fontes que podem ser utilizadas em seus sites e visualizadas por qualquer internauta sem a necessidade de realizar o download delas para suas respectivas máqui-nas. São mais de quinhentas opções de fontes gratuitas. E se você precisar de fontes para download, existem vários sites que disponibilizam, como é o caso do dafont.com.Para quem utiliza as fontes em sites ou blogs, é importante lembrar que não é possível ter total controle sobre como o seu texto vai aparecer na tela, podendo ocorrer também uma mudança na aparência de acordo com o navegador utilizado pelo visitante. Sendo assim, ao criar o site e es-colher a fonte, você deve ter em mente a usabilidade e op-tar por uma tipografia que tenha um visual agradável e fácil de ler em qualquer configuração.

Além disso, outros fatores também precisam ser levados em consideração, como é o caso do tamanho e do con-traste. O tamanho da fonte dependerá do layout e do con-teúdo do site. Não existe nenhuma receita para isso, mas vale lembrar que o tamanho padrão para títulos varia entre 18 e 29 pixels e entre 12 e 14 pixels para o corpo do texto.No que se refere ao contraste – diferença entre a cor do texto e do plano de fundo -, é importante evitar combi-nações de cores que dificultem a leitura do usuário. Evite fontes claras em fundo claro ou escuras em fundo escuro. “Tipografia é transformar um espaço vazio num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se você tem uma deter-minada informação ou um texto manuscrito e precisar dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara, que possa ser lida sem problema; ISSO É TIPOGRAFIA. Tipografica pode ser também algo que que não precisa ser lido. Se você gosta de transformar partes dessa informa-ções em algo mais interessante, pode fazer algo ilegível, para que o leitor descubra a reposta. Isso também é pos-sível, e isso também é tipografia. Escrita à mão é tipogra-fia. Fazer letras à mão também é tipografia. Tipografia é a arte de escolher o tamanhp correto, o comprimento certo da linha, de escolher as diferentes espessuras das infor-mações do texto. Ela pode incluir cor, que dá um outro significado à palavra. Se você imprimir algumas partes em vermelho, elas se trasformam numa outra informação. A tipografia inclui regras para o uso de linhas, formas positi-vas e negativas, aplicações de retícula, letras em diferen-tes constrastes de claro-escuro e de tamanho pequenos e grande” como disse Wolfgang Weingart, como isso, para ajudar, vale se colocar no lugar do leitor e pensar se a lei-tura será agradável para ele. O que é agradável para você provavelmente será também para o seu leitor.

A tipografia é um dos pilares do Design Gráfico e uma matéria necessária ao

curso de Design.

Para o designer que se espe-

cializa nessa área, a tipografia se revela a um dos aspectos mais com-

plexos do design gráfico

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