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REVISTA THEOBROMA

Janeiro-março 1974

AnoiV N?l

Publicação rrimesual de­dicada à divulgação de in· vestigação científica rela­cionada com problemas agro· nõmicos e sócio-econômi­cos de áreas cacaueiras. Editada pelo Centro de Pes­quisas do Cacau (CEPEC), DePa"amenlo da Comissão Executiva do Plano da La­voura Cacaueira (CEPLAC). f

COMISSÃO EDITORIAL

Alúm, Paulo d"' T. Cruz, Luiz C. Sales, José C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Ai<ken, William M. Alencar, Maria H. Alvim, Ronald Barroco, H.O,Jio E. Barros, Raimundo S. Cabala R .• F. Percy Carletto, Geraldo A. Loureiro, Edmar S. Maravalhas, Nelson Mariano, Antônio H. Medeiros, Arnaldo G. Menezes, José A. S. Miranda, Emo Ruy de Pereira, Clovis P. Rocha, Hermínio M. Silva, Luiz F. da Silva, Pedriro Ventocilla, José A.

Endereço para correspon­dência (Adreu for cnrre· spondence):

Revisra Theobroma Cenrro de Pesquisas do Cacau (CEPEC). Caixa Posral 7 4~-600- habuna-Bahia

Brasil

Tiragem 3.000 exemplares

CONTEÚDO

l. tdentidade e caracteriz<lção taxonô­mica prelimintJt das mosq uinbas Forcipomyia (Diptera, Ceratopogo­nidae) associadas com a poliniza­ção do cacaueiro na B<lhia. S. de J. S01ia e W.W. Wirth . .............. _

Identification and preliminary tax­onomic characterizatíon of Forci­pomyia midges (Diptera, Cera topo· gonidae) related to the pollination of cacao in Bahia. (Summary)p.l2.

2, Zoneamento agrícola da região ca­caueira baiana. L. F. da Silva, A. H. Mariano e A.C. da C.P. Dias, .....

Agricultura! zoning of the Bahian co­coa region. (Summary) p. 27.

3. Cuatro especies de trips en el cscao de Tabasco, Mexico. R.M. Johan· sen N ...... .

Four species of thrips on cocoa in Tabasco, Mexico. (Summary) p. 38.

4, Nemutodes o/ the cocoa region of Ba­hia, Brazil. 111. Plant parasitic and free-living nematodes in tbe rizospheres o/ six di!ferent plant species. R.D. Sharma e P.A.A. Loof. ...................... . ................ .

Nematôdios da região cacaueira da Bahia, Brasil. III. Nematódios pa­rasitos e não parasitos na rizos­fera de seis diferentes espécies de plantas. {Resumo) _p. 43.

NOTA

Segunda reunião regional americana do

3

13

29

"

grupo de Phytophthora palmivora. 4-4

Second American regional meeting of PhytophthOTa palmívora group. p. 48.

IDENTIDADE E CARACTERIZAÇÃO TAXONOMICA PRELIMINAR

DAS MOSQUINHAS Forcipomyia

(DIPTERA, CERATOPOGONIDAE) ASSOCIADAS COM A POLINIZAÇÃO

DO CACAUEIRO NA BAHIA•

Saulo de Jesus Soria•• Willis w. Wirtb •u

A caracterização taxonômica das mesquinhas Forcipomyia spp. tem por objetivo o seu reconheci­mento nos estudos de caráter eco­nômico, que estão sendo conduzi­dos na região cacaueira da Bahia. Essa caracterização é considerada preliminar, porquanto foi baseada em um número reduzido de elemen­tos taxonômicos, facilmente medi­dos em adultos de ambos os se­xos. Concomitantemente são des­critos os hábitos das mesquinhas em função da polinização do ca­caueiro.

A literatura sobre a taxonomia de Forcipomyia é rica devido à grande diversidade de espécies existentes neste gênero. Saunders (10) dividiu inicialmente o gênero Forcipomyia em oito subgêneros

com base nos caracteres dos es­tados imaturos. Novos subgêneros foram sucessivamente adiciona­dos~ à medida que o estudo do gênero Forcipomyia avançava, Dessart (2, 3) elaborou uma chave para a identificação das espécies polinizadoras do cacaueiro e ou­tras do gênero Forc;_pomyia, que ocorrem no Congo, Africa. Saun­ders (9), Wirth (16) e Dow e Wirth (4) desenvolveram chaves para as espécies neotropicais e as neárti­cas dos subgêneros Tbyridomyia e Syntbrydomyia. Wirth (17) des­creveu espécies neotropicais do subgênero Microbelea.

Winder e Silva (13, 14), em co­laboração com W.W. Wirth, pesqui­saram a complexa fauna de dípte­ros nos cacauais da Bahia, pro-

'*Recebido para publicação em novembro, 1973. ** Ph.D., Divisão de Entomologia, CEPEC.

'*"'"'Ph.D., U. S, Department of Agriculture, e/o U. S. National Museum, Washington D.C. 20560, U,S.A.

Revista Theobroma, CEPEC, Ilhéus, BITisil, 4 (I J: 3. 12. }an.-mar. 1974.

3

curando principalmente as mosqui­nhas Forripomyia, em criadouros naturais e nas flores do cacauei­ro.. Vârios substratos orgânicos, presentes nos cacauais, demons­traram o;er criadouros de Forcipo­m) ia spp., particularmente as Bro­meliaceae epífitas, das quais emergiram exemplares de F. (Pro­

jordpomria), reconhecidos como polinizadores importantes em ou­tras áreas da América.

"''o presente trabalho, não se pretende fazer a revisão completa do assunto, uma vez que estudos mais aprofundados, baseados nas descrições dos estados imaturos correspondentes ao presente ma­terial, estão sendo conduzidos sob a liderança de W. W. W irth do La. boratório de Entomologi~ Siste­mâtica, do Departamento de Agri­cultura dos Estados Unidos da América (USDA).

:\IATERIAL E :\1ÉTODOS

A determinação qualitativa e quantitativa, dinâmica populacio­nal e polinização pelas mosqui­nhas Porcipomyia spp. foram estu­dadas em quadras experimentais do CEPEC, município de Ilhéus, BA, nos anos de 1972 e 1973.

Na terminologia usada, a deno­minação F.uforcipomyia Malloch (7) para o subgênero Proforcipo­myia Saunders (10) volta a ter va­lidez por prioridade de descrição, segundo a opinião de Wirth (18). No presente trabalho, a relação tarsal (T.R.) é o resultado da di-

4

visão do comprimento do primeiro tarsômero pelo comprimento do segundo (7). A relação antena! (A.R.), nas fêmeas, é o compri­mento combinado dos cinco flage­lômeros distais dividido pelo com­primento combi9ado dos oito flage­lômeros precedentes (3). Nos ma­chos, a A.R. é o comprimento com­binado dos cinco flagelômeros dis­tais dividido pelo comprimento combinado dos oito flagelômeros precedentes (3). O comprimento da asa, de acordo com a terminologia adotada por Wirth (15), é medido a partir do arculus basal até o extre­mo distai da asa; a relação costal (C. R.), também de acordo com Wirth (16), é o comprimento da cos­ta medido a partir do arculus basal até o extremo distai da célula ra­dial secundária dividido pelo com­primento da asa.

Para determinar qualitativa e quantitativamente as mosquinhas Porcipomyia spp., três operários treinados em reconhecê-las nos cacauais efetuaram coletas diárias sistemáticas em 108 árvores eti­quetadas. As coletas foram feitas das 8:00 às 10:00 horas, no perío­do de 15 de abril a 28 de novem­bro de 1972.

Quando descoberta numa flor, a mosquinha era capturada e a flor imediata'll.ente encerrada em um vidro com 2,5 em de diâmetro e 11 em de comprimento. As mos­quinhas capturadas eram conduzi­das ao laboratório, onde eram mortas e conservadas e'll álcool a 70% para estudos taxonômicos.

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1.

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Cada exemplar fêmea era disse­cado com o auxilio de um estereo­microscópio, segundo a metodolo­gia de Saunders (11), separando-se e orientando-se a cabeça, uma asa e o abdômem. A genitalia ma~culi­na foi separada com os três últi­mos segmentos abdominais para permitir a observação das suas estruturas internas e externas; do mesmo modo, procedeu-se com a cabeça, tórax e asa para medição das antenas, tarsos, asas e outras estruturas. As estruturas foram cobertas com lamínulas para se­rem estudadas posteriormente ao microscópio. As medições das asas e demais estruturas foram feitas sob aumentos de 20x e 80x, respectivamente, usando-se escala micrométrica.

RESUL T !\DOS E DISCUSSÃO

F. (Euforcipomyia)

Quarenta e seis mosquinhas fo­ram coletadas individualmente em 46 flores no ato da polinização. O número total de flores observa­das foi de 327.000 durante o perío­do de amostragem (101 dias). O número total de mosquinhas coleta­das em atitude de descanso nas flores, assim como em botões flo­rais e pontas secas de folha, foi de 487 fêmeas e 158 machos. A relação entre o número de flores disponíveis e o de mosquinhas polinizadoras foi de 7.122:1; no entanto, a taxa de flores disponí­veis sobre o total de mosquinhas Forcipomyia presentes nos ca­cauais foi de 508:1.

5

As mosquinhas fêmeas coleta­das no ato da polinização foram todas enquadradas no subgênero F. (Euforcipomyia) Malloch e se apresentaram em dois grupos prin­cipais, separados entre si pelo tamanho das espermatecas, a saber:

F. (Euforcipomyia) sp. 1. Ca­racteriza-se por ter espermatecas piriformes, marcadamente desi­guais (Quadro 1 e Figura 18). A espermateca maior tem compri­mento médio de 70 micra e largura de 50 micra. A espermateca me· nor tem comprimento de 57 micra e largura de 40 micra, A T .R. média foi de 1,97 e a A.R. foi de 1,13. O comprimento médio da asa, a partir do arculus, foi de 0,80 mm; a largura média foi de 0,36 mm na sua maior expansão e a C.R. foi 0,54.

F. (Euforcipomyia) sp. 2. Ca­racteriza-se por ter espermatecas quase iguais (Quadro 1 e Figura lC). Cada espermateca tem com~ primento médio de 64 micra e lar­gura média de 49 micra. A dife­rença dimensional entre as es­permatecas é de apenas 3 micra em comprimento. Outras caracte­rísticas subgenéricas foram T.R. média de 1,63; A.R. média de 1,03; comprimento da asa de 1,04 mm; largura 0,42 mm e C.R. de 0,52. Como se vê, existe uma no­tável diferença entre os tamanhos das asas de F. (Euforcipomyia) sp. 2 e F. (Euforcipomyia) sp, 1, sendo a primeira maior que a se­gunda. Esta espécie foi recente­mente identificada como F. (Eu­forcipomyia) spatulifera Saunders.

Quadro 1 - ( flrnc teristicas de c spc'cies poli111zadoras do subgê11em Euforcipomyia, Jcimeas (' machos. 1/l>éus , Babia. 19"'2 73 .

Fêmeas Machos Elementos taxonômtcos

sp. l sp. 2 (não diferenciados)

Comprimento da asa (mm) 0,80 1,04 1,05 Largura da a~a (mm) 0,36 0,42 0,34

Espermateca maior D1âmetro ma10r (mícron) 70 64 Diâmetro menor (mícron) 50

Espermatcc~ m<'nor Diâmetro mawr (mícron) 57 Diâmetro menor (mícron) 40

Relação tarsal (T.R.) 1,97 Relação antena) (A.R.) 1,13 Relação costal (C.R.) 0,54

N~ mdivíduos estudados

O exame dos machos mostrou os dois upodemas bas istilares unidos em ângulo agudo, caracte­rística da F. (/:'ujorcipom)ia) sens. lat. (Quadro 1 e Figura lD). A me­dição dos elementos morfológicos externos permitiu a ca racter ização de um grupo subgenérico único com T.R. média de 1,62 (Quadro 1), A. R. média de 0,98, compri­mento e largura méd10s da asa de 1 ,OS mm e 0,35 mm, respectiva­mente, c C.R . de 0,48. Este grupo prov«velmentc será subd ivid ido em vá ri <Js espéc 1es, q uand o um número m<ns represcn (<.~tivo de caructer íst1C<JS for medido para su<1 curactcr 17-<~Çilo.

Ohscr va<..ôes f<•JIHs soh o mi ­e roscf,pw nns 4f, flores visitad;,::;

lO

49

1,68 1,62 1,03 0,98 0,52 0,48

14 23

pelas mosquinhas, no ato de po­ltnização, indicmam que somente em 52% dos casos o pólen foi de­posita do no es l!lo e estigma flo­rais. A ocorrência limitada de polinizações (52%) na presente amostragem parece ter sido 1 n­fluenciada pe lo pouco te mpo que as mosquinhas pe rmaneceram n<ls flores . I sto teve lugar enquanto a mosquinha andava e prova\'<J a super f ície inter ior dos estami­nóides . Nessa ocasião, eventual ­mente, a mosqu in h a entr<.~ra n;:Js conch::is das péta l as, onde o pólen ader i u ao seu dorso. O csp.u; o ent re o estigma e os es taminóides pa reciél pcrm1 tlf a pássagem do inseto, mas nn1) da SUU Cé1rga de gr~os de pólen, que ficava dcpo­sitHdil no cst 1gma nu sua passa -

..

Figura 1 - A. Fêmea de Forcipomyia (Euforcipomyia) sp., 30x: B. Espermatecas de F. (Euforc ipomyia) sp. 1: C. Espermatecas de F. (Euforcipomyia) sp. 2; D. Genitalia masculina de F. (Euforcipomyia) sens. lat. 11/Jéus, Bahia, 1972/ 73.

gem. Esta mecamca de poliniza­ção concorda com as observações feitas por Billes (1) e Posnette (8), em Trinidad, e Hernandez (5), na Costa Rica. Neste mesmo país, Soria (12) regis trou um período de 10 a 45 minutos necessários para que as mosquinhas efetuassem uma polinização típica.

7

Forcipomyia sens. lat.

O gênero Forcipomyia, na Ba­hia, apresenta grande variabilida­de, de acordo com as determina­ções feitas por Wirth (Quadro 2). Com base nas variações da T .R. para o gênero Forcipomyia, medi ­das em exemplares co letados no

Quadro 2 - Mosqui71has Forcipomyia coletadas nas flores do cacau­eiro. Ilhéus, Bahia, 197P.

Mosquinhas -Fêmeas Machos ·~ (número) (número) I F. (Hujorcipomyia) sp. 1 139 71 ' }:'

F. (EMforcipom_via} spp. 18 2 F. (Microhf.'/ea) fuliRinosa (Meigen) 12 27 F. (Mir:rohelea) erioph"ora (Williston) 3 4 F, (Mir:rohelea) squamosa Lub; 8 2 F. (Microhdea) sp. 2 F. (Fwcipomyia) genualis (Loew) 16 9 F. (Forcípomyia) pictoni Macfie 2 F, (Forc:ipomyia) sp. 1 I 13 F, (Forc:ipomvia) sp. 2 4 2 F, (Rhvnchoforcipomyia) brachyrhynchus

Wirth & Dow I F, (Lasiohelea} stylifera Lutz 6 F. (Lasioht'/ea) sp. 1 3 I Dasyhelea sp. B 4 I

*Determinadas por W. W. Wirth, ARS-USDA.

CEPEC, foi comprovada a maior freqüência das mosquinhas Eufor­cipomyia (T.R. 1,3-2,0) nas flo­res (Quadro 3). Somente F. (Eu­forâpomyia) Malloch comportou-se como polinizadora das flores do cacaueiro. O índice elevado de polinização observado na região cacaueira da Bahia, no período de abril a agosto de 1973, esteve aparentemente relacionado com a freqüência das mosquinhas Euior­cipomyia nos cacauais.

Os estudos baseados na con­formação dos parâmeros e apode­mas internos da genitalia mascu-

8

na indicaram, até hoje, a presença dos subgêneros Fuforcipomyia, La­siobelea, Forcipomyia e Micro­helea e das mosquinhas Dasyhelea como categorias predominantes nos cacauais da Bahia (Figura 2). Machos de Euforcipomyia com pa­râmeros fusionados como arco gó­tico (10) não foram encontrados polinizando as flores do cacaueiro na Bahia. Vale salientar que Kauf­mann (6) registrou, na África, a ação polinizadora dos machos Forcipomyia squamipennis Ingram & Macfie, razão porque o seu pa­pel nessa operação deve ser estu­dado também na Bahia.

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Quadro 3 - Freqüência de exemplares de Forcipomyia co/etados em cacaueiros, agrupados de acordo com os valores de relação tarsal (T.R.) de Saunders (1956). Ilhéus, Bahía, 1973.

;p ....,. Exemplares 4es~tqs.

"faixa 1' .R. pelas _espermatecas Freqüência Proporçolo

relativa <\J Critério m · 0,50 :.. I ,29 Iguais 47 (PfirtipotJ~:yiaJ Desieuais 21 68 I

1,30-,;;;:,2,00 Iguais 147 /fl!fEÚfon:ff,omyi4) Desi~is 72 219 3

~OI- 3,()() Iguais 9 Desiguais 7 16 '< I ___: aforcipo,.yial- ... ... •

Subgênero E •f"n:if>o"'1"' Forci{XJIIIJill Forcip.>•yi11 ~icrohlet> Uasyhl~a

h .... ~ ~ ~ f:ró 6mJ f/0 Gnitt>litl

. .

A.R. 0.98 "' 0.81 LOó l.20

T.R. 1.62 0.-18 0.52 0.43 2.50

C. R. 0.48 0.41 "' 0.43 o.so

Figura 2 - Sinopse comparativa dos quatro elementos morfol6gicos que caracterizam quatro subgêneros de Forcipomyia e um de Dasyhelea, Ilhéus, Bahia, 1972/73.

AGRADECIMENTOS

Ao Engenheiro Agrônomo Pedrito Silva, por sua entusiástica dedi­cação à revisão do trabalho. Aos Eng~ Agr~ João Manuel Abreu e José A. Ventocilla, pelas críticas, Ao B.S. William Martin Aitken, pela revi-

9

s:w rh1 rl'sumo ('1\1 inl',l<'s, (' ao Sr. Florisvaldo A. Galvão, pela ajuda na rt'<l<l~',hl d(' .1rt igo.

LITER:\TVR1\ CITADA

L BILLES, D. J. Pollination of Tl>eobruma cncao L in Trinidad. B. W.L Tropical Agriculture (Trinidad) 18(8):151-156. 1941.

2. DESSART, P. Contribution a l'etude des Ceratopogonidae (Diptera); TI. Revision des Fordpomria congolais descrits par le Dr. Geotghebuer, Bulletin Annuel de Societé Royale Belge 97: 315-376. 1961.

3. ____ Contribution a l'étude des Ceratopogonidae (Diptera); VII. Bruxelles, Institut Royal de Sciences Naturelles de Belgique 72(2):1-151. 1%3.

4. DOW, M. I. e WIRTH, W. W. Studies on the genus Forcipomyia sp. 2. The Neartic species of the subgenera Thyridomyia and Synthridomyia (Diptera, Ceratopogonidae), Annals of the Entomological Society of America 65(1):177-201. 1972.

5. HERNANDEZ, J. lnsect pollination of cacao (Theobroma cacao L.) in Costa Rica. Ph.D. Thesis. Madison, University of Wisconsin, 167 p. 1965.

6. KAUFMANN, T. Correspondência particular. 1973.

7. MALLOCH, J.R. Some aditional records of Chiromidae Illinois. Bulletin of Illinois State Laboratory of Natural History 11:305-363. 1915.

8. POSNETTE, A.F. Pollination of cacao in Trinidad. Tropical Agriculture (Trinidad) 21:115-118. 1944.

9. SAUNDERS, L.G. On the life history, morphology and sistematic position of Apelma Kieffer and Thyridomyia n. gen. (Diptera Nemt. Ceratopogonidae). Parasitology 17:252-277. 1925.

10. Revision of the Genus Forcipomyia based on characteres of all stages. Canadian Journal of Zoology 34:657-705. 1956.

11. Methods for studying Forcipomyia midges with special reference to cacao pollination species {Diptera, Ceratopogoni­dae). Canadian Journal of Zoology 37:33-51. 1959.

12. SORIA, S. Studies on Forcipomyia spp, midges (Diptera, Ceratopo­gonidae) related to the pollination of Theobroma cacao L. Ph.D. Thesis. Madison, University of Wisconsin, 142 p. 1970.

lO

/

'

13. WINDER, J.A. e SILVA, P. Cacao pollination: Microdiptera of cacao plantations and some of their breeding places. Bulletin of Entomological Research 61:651-655. 1972.

14. ____ e Pesquisas sobre a polinização do cacaueiro por insetos na Bahia, Revista Theobroma (Brasil) 2(3):36-46. 1972.

15. WIRTH, W.W. The Heleidae of California, Publications Entomology 9:95-266.

University !952.

of California

16. ____ The Neotropical Forcipomyia midges of the subgenus Thyridomyia Saunders (Diptera, Ceratopogonidae). Studia Entomologica 13(1-4):429-440. 1970.

17. ____ The Neotropical Forcipomyia (Microhelea) species related to the caterpillar parasite F. fuliginosa {Diptera, Ceratopogo­nidae). Annals of Entomological Society of America 65{3): 564-577. 1972.

18. __ _ Correspondência particular. 1973.

RESUMO

São descritos vários caracteres taxonômicos de mosquinhas Forcipo­myia spp. adultas e os seus hábitos de polinização no cacaueiro. Fo­ram medidos alguns caracteres morfológicos em adultos machos e fê~

meas, para duas espécies de F. (F.uforcipomyia), preliminarmente deno­minadas sp. 1 e sp. 2. Sugere-se que o nome subgenérico F.uforcipomyia Malloch (1915) seja usado no lugar de Proforcipomyia Saunders {1956). F, (F.uforcipomyia) spp., F. (Lasiohelea) spp. e F, (Microhelea) spp. foram identificados de acordo com a genitalia dos machos. Estes taxa e as mosquinhas Dasyhelea spp. são freqüentemente encontrados nas flores do cacaueiro, nunca, porém, efetuando qualquer atividade poli­nizadora. Após examinar uma amostra de 327.000 flores, concluiu-se que as mosquinhas F. (F.uforcipomyia) são as principais responsáveis pela polinização do cacaueiro na Bahia. Tal qual ocorre em outras regiões, observaram-se depósitos maciços de pólen quando a mosquinha Euforcipomyia caminha nas superfícies interiores dos estaminóides e prova o tecido epidérmico vermelho. Ao que parece, o espaço entre os estaminóides e o estigma é suficientemente grande para que o inseto passe sozinho, mas não os grãos de pólen, que ficam acumulados no estigma, caracterizando a polinização típica da Euforcipomyia no ca­caueiro.

11

IDENTIFICATION AND PRELIMINARY TAXONOMIC CHARACTERIZATION

OF Forcipomyia MIDGES (DIPTERA, CERATOPOGONIDAE) RELATED TO THE POLLINATION

OF CACAO IN BAHIA

SU:\'IM.-\RY

Severa! taxonomic characters of adult Forcipomyia spp. midges and their pollinating habits in cocoa are described. Morphological charac­ters,. based on adult males and females for two species of Forcipomyia (Euforcipomyia) were measured. It is suggested that the subgenus of Euforcipomyia Malloch (1915) be used in preference to its present name Pro/orcipom)'ia Saunders (1956). Forcipomyia (Euforcipomyia) spp., F, (Lasiohelea) spp. and F. (lllicrohelea) spp., were identified according to their male genitalia, These and the closely related Dasyhel(:a spp. midges were frequently found in cocoa flowers but no pollinating activity was observed. From over 327,000 flowers examined it is concluded that it is the F. (Euforcipomyia) midges which are mainly responsible for pollination of cocoa in Bahia. Similar to descriptions from other regions it was found that massive pollen deposits ocurred when the Euforcipo· myia midge was walking and probing on the inner surfaces of the stam­inodes, lt appears that the space between the staminodes and the stigma is large enough for only the midge to pass through, the pollen grains being left on the stigma as a massive deposit, considered char­acteristic of Eufordpomyia pollination of cocoa.

12

I ..

ZONEAMENTO AGRÍCOLA DA REGIÃO CACAUEIRA BAIANA'

Luiz F erre ira da Silva** Antônio Henrique Mariano*** Antônio C. da C.P. Dias ****

A região cacaueira baiana, aqui entendida, circunscreve uma área de aproximadamente 91.000 km 2 e é constituída de 89 municípios, 73 dos quais produtores de cacau (1) e os demais estreitamente ligados a estes por relações de natureza sócio-econômica. Trata-se de uma área de economia eminentemente cacaueira, responsável por quase 95% da produção brasileira de ca­cau, cujo cultivo se distribui em 400.000 ha. Estende-se do vale do Baixo Jequiriçá, ao Norte, ao vale do Baixo Mucuri, ao Sul, e comporta uma população estimada em 250 milhões de cacaueiros (3).

Apesar da existência de outras atividades agrícolas (seringueira, coco-da-Bahia, dendê e piaçava) e pecuária, a Região é tida como e· conomicamente monocultora. C are-

ce, portanto, de aproveitamento ra­cional de seus recursos naturais, haja vista ser dotada de caracte­rísticas peculiares ao desenvolvi­mento econômico: vias de acesso aos grandes centros de consumo (Rio de Janeiro, Salvador, Vitória e Belo Horizonte), facilidades de assistência técnica e aquisição de insumos, porto inte•rnacional e po­tencialidade agro-pastoril.

Efetivamente, há necessidade de se proceder o zoneamento agrí­cola dessa região, que permitirá diagnosticar as possibilidades de aproveitamento agrícola dos seus solos. Através de estudos de so­los, clima e topografia (fisiogra­fia), o presente trabalho objetiva, em primeira aproximação, fornecer informações para fins de planeja­mentos diversos,

* Recebido para publicação em março, 1974.

** Eng.-Agr~, Divisão de Solos, CEPEC.

*** M.S., Divisão de Genética, CEPEC.

**** M.S., Divisão de Solos, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC,Jlhéus, Brasil, 4(1): 13-28. Jan.-mar. 1974.

13

ASPECTOS PF.DOLÓGICOS

Do ponto de vista pedológico, a região cacaueira da Bahia se cons­titui em uma área complexa, cuja variação de solos se relaciona com a diversidade geológica. Apresenta 30 unidades cartográficas (Qua­dro 1), as quais se encontram per­feitamente caracterizadas e clas­sificadas (11).

Há uma dominância de solos ve­lhos (Oxisols), em conseqÜência pobres, de maior ocorrência na fai­xa costeira úmida, derivados de sedimentos desgastados do Terciá­rio e outros materiais pseudo-au­tóctones do Pré-Cambriano (9).

Por outro lado, dentro desta fai­xa tropical úmida, ainda se encon­tram solos relativamente jovens,

Qúadro 1 - Legenda de identificação dos solos da região cacaueira baiana.

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Sol'os Ultisols <<>m

8 textl;lral

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Solos

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Solos eom B incipiente

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Solos com B Spodosols podzólico

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Cortr;éituaçiq

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Meso!tóÚeos h

1Hstrôlicos <

Endo-distróficos d

Eqtro?ficoS

Distróficos

Eutrófi.cos

Eutróficol'l

Mesotróficos

Distrófkos

14

Unidades ca'rtográfkase

2 3 4 5

6 7

• • lO

·'13 ,14

', :: 17 18

19

20

22

Continua

. ..

• •

Quadro 1 - Continuação

Solos pouco Entisols Distróficos 23 desenvolvidos 24

Solos orgânicos Histosols Mesotróficos 25

Solos Aridisols Eutróricos 26

Indi!eretlci&dOB Inceptisols I 27 Entisols Mesottóficos 28

Tipos de 29 Jerrellos ~ 30

a - Saturação de bases 1n3ior que 50% em todo o perfil b- " " entre 30 e 50% " " '' " c - " " " menor que 30'l"b " " " " d- Horizonte A mesotrófico e horizonte 8 distrófico e - Unidades çartográficas :

1. Argiustolls 2. Tropudults variação Il:llbuna 3. Camaçlln 4 . .. .. Morro Redondo S. .. .. São Paulinho 6. Nazaré 7. Cururupe 8. São Ma teus 9. Vargito

!0. Itagimirim !1. Tropudalfs !2. Haplustalfs !3. Hllplortho>ts variação T11buleiro !4 . Haplustoxs Tabuleiro !5 . Haplortho>ts Cristalino

ricos em bases trocáveis, oriundos de rochas intermediárias ou bási­cas, nos quais o cacaueiro se de­senvolve bem.

A oeste, já em clima de transi­ção, na zona pastoril, grandes fai­xas de solos férteis se derivam de rochas gnaissicas do complexo cristalino, cuja pedogênese está estreitamente relacionada com a mudança climática.

Nos grandes rios - notadamente Pardo, Jequitinhonha e Mucuri -

15

16. Haplustoxs vllriação Cristalino 17. .. .. Chapada 18. Umbriorthoxs 19. Eutrortho>tS 20 . Eutropepts 21. Dystropepts 22. Tropaquods 23. Quartzipsamments variação Catru 24. Quart:<:ipsamments var. Areias Costeiras 25. Troposaprists 26. Solos semi-áridos 27. Solos Aluviais 28. Solos Hidromórficos 29. Mangues 30. Ch11rcos.

são encontrados solos de aluvião, ricos, devido sobretudo ao proces­so de colmatagem desses rios que, periodicamente, lançam um lodo fértil sobre as camadas sedimen~ tadas anteriormente (10).

Finalmente, a noroeste, surgem os solos férteis das caatingas e, em posição de altiplano, os terre­nos velhos do planalto sul-baiano.

ASPECTOS CLIMÁTICOS

Com base em estudos de Frota (5), Santos (8) e Domingues e Keller

(4), o clima da Região é caracteri­zado a seguir em suas diversas feições

O elemento mais importante na caracterização do clima dessa re­gião parece ser a precipitação, con­tribuindo os diversos regimes plu­viométricos para imprimir à paisa­gem nuanças fisiográficas.

De um modo geral, pode-se dis­tinguir duas regiões climáticas mar­cantes: uma úmida, na faixa cos­teira, cuja precipitação anual é su­perior a 1.000 mm - chegando até 2.297 mm (Valença)- e outra mais seca, mais para o interior, compre­cipitação inferior a 750 mm.

As abundantes chuvas no lito­ral são devidas à ação dos ventos alísios que desempenham importan­te papel na génese das chuvas na Região. São ventos muito úmidos, devido ao longo trajeto sobre o oceano, que, penetrando no Conti­nente, sofrem súbita ascensão e, conseqÜentemente, descompressão adiabática que provoca um abaixa­mento da temperatura, especial­mente no inverno.

Avançando em direção ao oeste, observa-se que a umidade vai di­minuindo sensivelmente, de forma gradual, começando a se fazer sen­tir o regime pluviométrico de uma estação seca que, mais para o in­terior, torna -se bem marcante. Tudo indica que, aí, existe menor influ­ência dos ventos alísios, predomi­nando as chuvas de verão.

A freqüência das chuvas, inde­pendentemente da sua quantidade,

!6

varia bastante desde 55 dias em Poções até 225 em Gandu, ocorren­do a maior freqÜência na faixa c os­te ira.

A:.: temperaturas se mantêm com relativa uniformidade, apresentan­do médias elevadas e pequenas oscilações no decorrer do ano. As médias anuais são de aproximada­mente 24°C, com índices médi<JS mais elevados (26°C) nos meses de verão e mais baixos nos de in­verno, nunca atingindo, porém, va­lores médios inferiores a l8°C.

Quanto à umidade relativa do ar, a Região apresenta uma média anual de 78%, com valores médios superiores a 80% na costa, bastan­te correlacionados com o regime pluviométrico.

Para fins de interpretação das condições agrícolas, dividiu-se a Região em três zonas climáticas, descritas a seguir.

Clima úmido. Faixa próxima ao litoral, com uma largura média de 50 km, precipitação superior a 1.000 mm, temperatura em torno de 24°C e umidade relativa acima de 80%, ocorrendo as máximas pluviomé­tricas de fevereiro a julho. Não possui estação seca definida, ape­sar de, na faixa mais afastada do litoral (últimos 10 km), já se evi­denciar uma tendência (dados dos últimos 6 anos) de período seco (agosto a setembro /"utubro).

Encontram-se nesu. faixa os municípios de Valença, C.amamu,

... ,.

'

Ubaitaba, Taperoá, Cairu, ltuberá, Ibirapitanga, Maraú, ltacaré, Uru­çuca, ltajuípe, ltabuna, Ilhéus, Bu­erarema, Una, Canavieiras, Bel­monte, Porto Seguro, Itamaraju, Mucuri, Caravelas e outras, res­ponsáveis por mais de 90% da pro­dução de cacau da Bahia.

Clima de transição. Zona de es­tação seca definida (3 a 4 meses), com vegetação típica semi-caduci­fólia. Caracteriza-se pela preci­pitação mediana (800 a 1.100 mm) e temperaturas elevadas, Abrange toda a zona pastoril representada pelos seguintes municípios mais importantes: Itapetinga, Itororó, Itambé, Potiraguá, ltarantim, Mai­quinique, ltaju do Colônia, Ipiaú, Guaratinga, Medeiros Neto, Ibira­puã, ltagibá, ltagi e Jtanhém.

Clima seco. Faixa oeste da Re­gião, de precipitação aquém de 800 mm e estação seca de mais de 5 meses (abril a setembro). A vege­tação é xerófila (acatingada) nas áreas de altitude inferior a 600 m, e caducifólia (mata-cipó) no pla­nalto sul-baiano (mais de 750 m de altitude). Compreende os municí­pios de Jequié, Manoel Vitorino, Anagé, Vitória da Conquista, Po­ções, Cândido Sales etc.

ASPECTOS TOPOGRÁFICOS

Utilizando-se imagens de radar na escala de 1-250.(X)Q, elaborou-se o mapa esquemático dos principais tipos de relevo da Região (Figu­ra 1), descritos a seguir:

17

Relevo praticamente plano. Com­preende as restingas, formadas pe­la sedimentação marinha regressi­va, os deltas, resultantes da depo­sição de materiais na embocadura dos rios, em ambiente salobro, e as planícies aluviais oriundas da colmatagem dos rios (Pardo, Jequi· tinhonha e Mucuri).

Relevo suave ondulado. Área dos tabuleiros típicos, caracteriza­dos por suas formas aplainadas de topo achatado e cortados por vales de seção transversal em forma de "U" (7). Inclui-se também o pla­nalto sul-baiano de superfície pe­neplanizada e altitude superior a 750 m.

Relevo ondulado. Área essen­cialmente integrada por seql.iência de colinas arredondadas de mode­lado suave, muitas vezes associa­das a uma topografia ondulada de topos concordantes (tabuleiros).

Relevo forte ondulado, Compre­ende as cristas baixas e os pata­mares nivelados do Pré-Cambriano, geralmente de direção SW-NE. To­pografia formada por outeiros e morros (elevações de 100 a 200 m de altitude relativa) com declives fortes.

Relevo movimentado, Consti­tuídodas cristas altas do Pré-Cam­briano e encostas ou áreas dissec­tadas do planalto sul-baiano. Su­perfície de topografia vigorosa, com predominância de formas aci­dentadas, apresentando desnivela­mentos relativamente grandes e de­clives fortes ou muito fortes.

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Figura 1 - Principais tipos de relevo da região cacaueiro baiana.

18

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Em síntese, como é mostrada no Quadro 2, trata-se de uma região com mais de 42% de topografia a­centuada, sem possibilidades, por­tanto, de utilização com máquinas agrícolas. Mais de 30% de suas á­reas não apresentam quaisquer im­pedimentos (relevo suave, sem pe­dregosidade e boas condições físi­cas do solo) à mecanização e o restante, ligeiros impedimentos, sobretudo pela presença de pedras superficiais e/ou más condições físicas do solo.

ZONEAMENTO AGRÍCOLA

As condições edafo-climáticas e a topografia constituem os fato­res mais importantes para a sele­ção dos cultivos de uma região. Os aspectos edafo-climáticos, chama­dos também de aspectos ecológi-

cos, tem relação com o uso agrí­cola da terra e com a vegetação natural (6), enquanto a topografia, aspecto agrícola, possui maior i­dentidade com a agricultura em si.

O clima, sobretudo pela presen­ça e duração de um período seco, o solo, pela sua fertilidade, textura e profundidade efetiva, e a topo­grafia, pelas suas formas de relevo (altitude relativa, declividade e pedregosidade) permitem, através da integração de seus parâmetros, estabelecer zonas de distintas po­tencialidades agro-pastoris .

Isto posto, procedeu-se, em pri­meira aproximação, ao zoneamento agrícola da Região (Quadro 3 e Fi­gura 2). Para tanto, foi ela dividi­da em oito macrozonas (fatores e­dafo-climáticos) e 23 áreas agríco­las (adição do 3? fator, a topogra­fia), descritas a seguir.

Quadro 2 - Distribuição das classes de relevo na região cacaueira baiana .

Áreas (km) Possibilidade de mecanizaçilo

Fonnas de relevo agrícola

Praticamente plano 4.880 5,40 Ligeiros problemas (condições físicas dos solos).

Suave ondulado 27.800 30,79 Área ideal, sem quaisquer impedimentos.

' Ondulado 18.960 21,01 Problemas com pedregosidade

' em grande parte da área.

Forte ondulado 21.200 23,48 Sem possibilidades de mecanização.

Movimentado 17.440 19,31 Sem possibilid.ades de mec.ani~.açAo.

19

Clima tímido

(I) Solos fértei.s medi.anamPnte profundos. Correspondem aos Alfi-

sois, Ultisols mesotróficos, Dys­tropepts, Aluviais e Hidromórficos. São caracterizados pelo médio e alto índice de saturação de bases,

Quadro 3- Alternativas de utilização agro-pastoril e zoneamento agrí­c:ola da rr:gião cacaueira baiana.

C~ima

11

Úmido

lU

!V

v

Trensiçio

VI

• Fádes topogtá4co

I

2

3

4

5

6

7

8

9

to

11

12

13

14

15

16

17

18

20

Área (tm1

1.320

520

1.280

$.240

490

3.560

320

13.120

4.840

4.120

1.040

3.960

4.840

5.680

4.800

6.400

7.160

4.520

• PoaaibUidadn agrícolas

cacau (solos argilosos • bem drenadm~) e c:ul· tivos de subsistência.

Cacau e frutleulturfl,

Cà~u e pntagens.

Cacau e reflorestamento

Pastagen&_:(regitmt in-­tensivo) e"cuttivotJ anuais.

Coco-da-Baia, caju e abacaxi.

Serin.gueiJ"a, dendê, cana-de-açúcar, pimen· t.-c:lo·teino, cravo-da­lndia e cultivos anua.is..

Seringueira, dendê, pi· menta--do-reino, cravo­da-índia

Pastagens

Refl(IJ'estarnento

Cultivos anuais

Fruticultura

Pastagem;

Pastagens e refloresta· mento

Cultivos anuais

Pastagens

Pastagens e reservas norestais {topos).

Continua

'

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' .

vn

VIU

19

20

21

22

23

920

2.640

3.840

9.800

1.920

Palnl& rorrageira, tn.11·

mona, sisal, algodio perene e girassol.

Pastagens

Reserva florestal

Olericultura

Fruticultura subtropi­cal, café e pastagens (regime de conCina­mento).

I -Solos férteis de profundidade mediana II - Solos férteis rasos

V -Solos pobres VI -Solos férteis

VII -Solos férteis VIII - Solos pobres

III - Solos pobres e arenosos IV - Solos pobres argilosos

I. Praticamente plano 2. Ondulado 3. Forte ondulado 4. Movimentado 5. Ondulado 6. Praticamente plano 7. Forte ondulado 8. Suave ondulado 9. Ondulado

10. Forte ondulado 11. Movimentado 12. Sua v e ondulado

pH moderadamente ácido, boa ca­pacidade de retenção de umidade e presença de minerais primários em quase todo o perfil.

Área de pouco mais de 6.000 km', com vocação agrícola para a cacauicultura em sua maior parte. Dado a ocorrência de manchas cuja reduzida profundidade ou deficiên­cia de drenagem torna o solo limi­tante para a agricultura, as fazen­das não possuem, de modo geral, toda a sua área ocupada com esse cultivo (2).

A diversificação agrícola das fazendas poderá possibilitar o to-

21

13. Ondulado 14. Forte ondulado 15. Movimentado 16. Ondulado 17. Forte ondulado 18. Movimentado 19. Sua v e ondulado 20. Forte ondulado 21. Movimentado 22. Suave ondulado 23. Ondulado

tal aproveitamento dessas áreas, com grandes benefícios sociais pa­ra a população rural. Entretanto, sendo esparsas e reduzidas as á­reas disponíveis para essa prática, não se pode esperar uma diversifi­cação com amplos reflexos na eco­nomia local. Objetivando-se uma diversificação de efeito principal­mente social, poder-se-iam utilizar as áreas planas de baixadas com cultivos de subsistência, as ondu­ladas com fruticultura e as demais com pastagens e reflorestamento.

(11) Solos férteis rasos. Terre­nos de características quase idên-

""

'L/Mil ÚMIDO

(Jl SOLOS fÉRTEIS

OE PROFUNOIOAOE MEOIANA

I. Pro,comonto ~lano l'..Ondu>ado 3- F"''" or>dulado 4 Movimontodo

(ll)SOLOS HRTEIS RASOS

5 On4'""do

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lllll SOLOS POBRES ARE,.OSOS '-'>r----G;;';I ,, 6.Prolioomonl< plano 7 fotto on<*Jiodo

[IV) SOLOS POBRES ARGILOSOS

8. Suo•• ondulado 9. Ondulado 12 F orlo ..,dulado II.M .. ImoMa<lo

CLIMA DE TRANSIÇ.lO

lVI SOLOS POBRES

12 Suo•• ondulado 13 Otlduiodo 14 Fone ondulodo 15. Mo•imoniMo

(VllSOLOS FERTEIS

16 O...dula4o 17 For lo ondulado 18 Movlmontodo

CliMA SECO (VII)SOLOS FERT~IS

19 Sua .. ondulado 20FO<to ..,dulodo 21.Movimentodo

(VJIUSOL.OS POBRES

22 Su••• ondulado 23 Ondulado

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Figura 2- Zoneamento agrícola da região cacaueira baiana.

22

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ticas às do grupo anterior, diferin­do basicamente no tocante à pro­fundidade efetiva, que não excede 50 em. Correspondem aos Eutro­pepts cuja pequena cubagem não fornece condições a um armazena­mento de água capaz de satisfazer às exigências do cacaueiro.

Estes solos, que abrangem pe­quenas áreas e são de preço ele­vado, são excelentes para cultivos de pequeno porte. São recomendá­veis para pastagens desde que ex­plorados em regime intensivo. Po­dem igualmente ser utilizados com cultivos anuais de subsistência devido principalmente ao seu fácil acesso e proximidade às maiores cidades da Região (Itabuna, Ilhéus, etc.), onde o poder aquisitivo e população possibilitam preço com­pensador para os produtores. Área de 480 km1

(111) Solos pobres arenosos. So­los de textura excessivamente le­ve, tais como: Quartzipsaments e Tropaquods, cuja potencialidade agrícola se restringe a cultivos psamófilos como a piaçava (Attalea funifera Mart), coco-da-Bahia (Co­cos nucifera L.), caju (Anacardium occidentale L.) e abacaxi (Ananas sativus Schult.). Área de 3.880 km'.

(IV) Solos pobres argilosos. Compreendem os Oxisols (Haplor­toxs) e Ultisols (distróficos), cuja limitação principal de utilização agrícola é a baixa fertilidade, ape­sar de possuirem boas condições físicas. Trata-se de solos com saturação de bases inferior a 30%, alta saturação de alumínio, pH áci-

do e baixa reserva de minerais primários. Área de 23.080 km1 •

Possuem uma significativa área de topografia suave (13.000 km1).

que deve ser reservada para culti­vos de seringueira (Hevea brasili­ensis Muell Arg.), dendê (Elaeis guineensis Jacq.), cravo-da-Índia (Eugenia cariophyllata Thunb.), pimenta-do-reino (Piper nigrum L.), guaraná (Paullinia Cupana H.B.K.) e cana-de-açúcar (Saccharum offi­cinarum L.). Muitos desses culti­vos poderão se estender às áreas onduladas.

As pastagens e reflorestamento têm seu melhor aproveitamento nos solos de topografia forte ondulada e movimentada respectivamente.

Outros cultivos que poderão ser localizados também nos Oxisols de topografia suave são os de ci­clo curto principalmente pela pre­sença de estradas de escoamento, facilidade de mecanização e baixo preço das terras.

Clima de transição

(V) Solos pobres. Oxisols do grupo Haplustoxs, os quais, muitas vezes, apresentam o horizonte A (O - 30 em) com fertilidade media­na diferindo, portanto, dos Oxisols de clima úmido, cuja pobreza quí­mica é praticamente homogênea em todo o perfil. Área de 19.280 km'.

Desde que convenientemente manejados, podem ser utilizados com cultivos anuais, especialmen-

23

te nas áreas de topografia suave, fruticultura nos relevos ondulados e pastagem nas demais áreas, po­dendo ser associadas com reflores­tamento.

(VI) Solos férteis, Pertencem a este grupo, principalmente, os Ar­giustolls e Haplustalfs, que se ca­racterizam pela alta saturação de bases, argila de atividade elevada, pH praticamente neutro, minerais primários em todo o perfil e pro­fundidade efetiva entre 50-150cm.

Possuem problemas de defici­ência de água (clima e profundida­de do solo) e, em grande parte da área, impedimentos ao uso de ma­quinaria agrícola (topografia e/ou pedregosidade). Constituem-se nas melhores áreas de pastagem daRe­gião, sobretudo pela riqueza de seus solos. Área de 18.080 km'.

Possivelmente, o mais racional seria a utilizaçãodestes solos com pastagens nas áreas de relevo a­centuado e cultivos anuais nas zo­nas intermontanas não pedregosas de relevo ondulado, aproveitando­se as boas condições edafo-climá­ticas.

Clima seco

(VII) Solos férteis. Região semi­árida, altitude em torno de 450 m, relevo variável e fertilidade alta, algumas vezes com problemas de salinidade (zonas abaciadas). Área de 7.400 km 2

Pelas condições climáticas ad­versas e pouco desenvolvimento do

24

solo são terrenos de baixa poten­cialidade agrícola, a não ser para cultivos adaptados, tais como a palma forrageira (Opuntia spp.), mamona (Ricinus communis L.). sisal (Aga!Je rigida Mill) e girassol (Helianthus annus L.), que devem ser reservados para as áreas de re­

levo suave. Também podem ser uti­lizadas com pastagens as zonas de topografia forte ondulada, deixando as áreas movimentadas para reser­vas florestais.

(VIII) Solos pobres. Oxisols de altitude (relevo de altiplano acima de 750 m), dotados de excelentes condições físicas e baixa fertilida­de natural. Área de 11.720 km'.

As áreas mais planas prestam­se perfeitamente para a mecani:.;a­ção agrícola. As de posição aba­ciada e altitude acima de 900 m oferecem melhores condições para a exploração agrícola. Dado sua riqueza em matéria orgânica e con­dições desfavoráveis ao desenvol­vimento de muitas enfermidades, devem ser reservados à olericultu­ra. Além destas vantagens, a liga­ção dessas áreas com os centros consumidores, por estradas asfal­tadas tornam-nas por demais pro­missoras às atividades aí desen­volvidas. Já as áreas com relevo ondulado, poderão ser aproveitadas com cafeicultura, fruticultura sub­tropical e pastagens (regime de confinamento).

OISCIJSS.o\.0 E CONCLUSÕES

Como se depreende, a região cacaueira baiana possui excelen-

'

tes condições agrícolas e suas pe­culiaridades permitem uma diver­sificação agro-pecuária bastante ampla, graças à variedade de seus solos, clima e topografia.

Economicamente, a área mais importante é a zuna cacaueira pro­priamente dita {solos férteis, me­dianamente profundos, clima úmi­do), caracterizada pela predomi­nância de relevo acentuado e/ou pedregoso, cuja opção mais racio­nal de utilizacão agrícola é o ca­caueiro, pelas suas exigências e qualidades de planta preservadora das condições ambientais. É evi­dente a necessidade de uma ca­cauicultura implantada com mate­rial genético mais produtivo e con­duzida com técnicas modernas. Si­multaneamente, para aproveitamen­to de áreas impróprias para a ca­cauicultura, pode ser conduzida uma diversificação ao nível de pro­pr;edade com finalidades predomi­nantemente sociais.

Outra zona de importância para ~ Região é a pastoril {solos fér­teis, clima de transição), cujos so-

los férteis estão sendo subutiliza­dos. Além das pastagens, que de­vem ser melhor manejadas, há con­dições de obtençao de altas produ­ções em cultivos anuais, nas áreas de topografia ondulada (não pedre­gosa), cuja atividade agrícola deve ser considerada, haja vista a dis­ponibiiidude de áreas e a carência de plantas alimentícias na Região.

De alta potencialidade agríco­la, por outro lado, é a zona dos ta­buleiros sul-baianos (solos pobres), cuja topografia e condições físicas permitem uma tecnologia agrícola avançada (insumos modernos e me­canização agrícola), com possibi­bilidades de aproveitamento com cultivos perenes dos trópicos úmi­dos, para a qual deve s~r dirigido um plano objetivo de diversificação.

Em síntese, trata-se de uma re­gião com excelentes perspectivas de aproveitamento agrícola, cujas nuanças de solos, fatores climáti­cos e topografia, aliados às boas condições de infra-estrutura, per­mitem uma diversificação técnica e economicamente racional.

i\GRAOECDIENTOS

Aos Eng.-Agr'?s Kozen Igue e Paulo Frota, pelas sugestões na elabo­ração do texto.

LITl-:R.o\TLJR,\ CITADA

1. ÁLVARES-AFONSO, F.M. Características do sistema da produção: cacau, seringa, coco, dendê, piaçava, pecuária de corte, ali­mentícios. In Seminário de Desenvolvimento Regional Integra-

25

do, Itabuna, Bahia, Brasil, 8 a 13 de junho, 1970. Introdução à região cacaueira, Itabuna, Centro de Pesquisas do Cacau. v. 2. pp. 4-63

2. ALENCAR, M.H. Aspectos da concentração da produção de cacau e da estrutura fundiária na região cacaueira do Estado da Bahia. Itabuna, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau. Comunicação Técnica n~ 3 7. 1970. 27 p.

3. BARROCO, H.E. A importância econômica da reg1ao cacaueua para a Bahia e para o Brasil. A economia cacaueira: produção e ten­dência. Út Seminário de Desenvolvimento Regional Integrado, ltabuna, Bahia, Brasil, 8 a 13 de junho, 1970. Introdução à região cacaueira. ltabuna, Centro de Pesquisas do Cacau. V· 3. pp.4-11.

4. DOMINGUES, A.J .P. e KELLER, E.C. de S. Bahia. Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Geografia, 1958. 310 p.

S. FROTA, P.C.E. Notas sobre o clima da região cacaueira baiana. Ca­cau Atualidades (Brasil) 9 (2): 17-24. 1972.

6. JAN BEEK, K. et al. Interpretação preliminar da carta de solos da região cacaueira. In Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 1~. Piracicaba, São Paulo, Brasil, 19 a 30 de julho, 1%5.

7. LEÃO, A.C. e SILVA, L.F. da. Fotointerpretação aplica~a a estudos de solos na região cacaueira baiana. In Congreft,.C! -Brasileiro de Cartografia, 6~. Rio de Janeiro, 15 a 22 de ju~, 1973.

8. SANTOS, R.F .A. dos. Chuvas na Bahia, máximas e mínimas. Salva­dor, Ministério da Viação e Obras Públicas, 1962. s.p.

9. SILVA, L.F. da. Possibilidades de aproveitamento agrícola dos so­los da região cacaueira baiana. Cacau Atualidades (Brasil) 9 (4), 10-14. 1973.

10. et ai. Solos dos vales dos rios Pardo e Jequitinhonha da Bahia. ltabuna, Brasil. Centro de Pesquisas do Cacau. Co­municação Técnica n~ 16. 1%8. 30 p.

11. et al. Solos da região cacaueira baiana. Itabuna, Brasil, Centro de Pesquisas do Cacau, 276 p. (Datilografado).

26

>.

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RESUMO

Com base em fatores climáticos, pedológicos e topográficos, conside­rados fundamentais na seleção de cultivos, procedeu-se o zoneamento agrícola da região cacaueira baiana. Para tanto foi ela dividida em oito macro-zonas e 23 áreas agrícolas, as quais são descritas no presente tra­balho e dadas suas mais viáveis possibilidades de aproveitamento agro­pastoril.

Dentre as zonas delimitadas, três são enfatizadas pela sua importân­cia econômica e/ou geográfica: A. zona cacaueira propriamente dita, para a qual se recomenda uma cacauicultura melhor manejada e aproveitamento das áreas vizinhas com cultivos de subsistência a nível de fazenda; B. zona pastoril, de solos férteis subutilizados, para a qual recomenda-se aproveitar as áreas onduladas (não pedregosas) com cultivos anuais e ra· cionalizar o manejo das pastagens; e C. zona dos tabuleiros úmidos sul­baianos, considerada de alta potencialidade agrícola, com possibilidades de aproveitamento com cultivos perenes dos trópicos úmidos, tendo em vista as boas condições físicas (externas e internas) dos seus solos.

Finalmente, conclui-se que a Região tem excelentes perspectivas de aproveitamento agrícola, dado suas boas condições de infra-estrutura e variedade edafo-climática.

AGRI~.l(.RAL ZONING OF THE BAHIAN COCOA REGION

SUMMARY

From the various climatic, pedologic and topographic data available, the Bahian cocoa region has been divided up into eight micro-regions and 23 agricultura! areas. Each has been outlined giving the most favorable methods for their agricultura! utilization.

Of the different zones three are given special attention due to their economic and/or geographical importance: (i) The present cocoa zone for which a better management for the actual cocoa is recommended together with the use of neighboring areas for subsistence crops to be grown at the farm size levei; (ii) The grassland zone with its underutilized fertile soils, for which annual crops are recommended especially on the stone free un­dulating areas together with a better management of the existing pastures; (Ui) The Southern Bahian humid lowland plateau zone, which is considered to have great agricultura! potential in particular f't,b~N~ tropical tree

"~"t. C.-fo e ~'\~ - ~P. 27 vç ., !BLIOTECA 0•· c/ D ~ ... ,.., . . "

cwps due to the excellent physical charucteristics (both internai and ex­lt'rna!) of its soils.

In summury it is concluded that the overali region has good possibilities for the future as regards agricultura! utilization, given its advanced infra­structure and good edapho-climatic conditions.

28

CUATRO ESPECIES DE TRIPES EN EL CACA O

DE TABASCO, MEXICO *

Roberto M. ]ohansen Naime**

E! propósito dei presente traba­jo es informar sobre los trips (Thysanoptera) que habitao en las plantas de cacao dei Estado de Tabasco, México. Muchas veces se considera y se generaliza en México que, cuando hay trips en el cacao, son necesariamente de la especie Selenolhrips rubrodnc:tus {Giard), dando lugar a errares, con esas afirmaciones. Las especies aqui consideradas pertenecen al suborden Terebrantia y son: Sele­nothrips ruhrocinctus (G i a rd), Prankliniella parvula Hood, Seri­colhrips im)ersus Hood y /.euco­thrips piercei V<li. theohromae Priesner.

La primera especie fue noticia­da y estudiada como plaga dei ca­cao en México, aproximadamente desde 1952 (3, 4, 5, 7, 11). Actual­mente su presencia ha sido com· probada fuera dei cacao, en el al­mendro (J'erminalia catappa) (8, 11, 12).

F. parvula, es una plaga común en e! plátano (Musa paradisíaca) donde lleva a cabo su ciclo vital, pero ha sido observada también causando manchas necróticas fo· liares en el cacao. Existen ante­cedentes de su presencia en el follaje dei cacao en Panamá e In­dias Occidentales (10) y como po­linizador en Colombia (1).

El S. int)ersus ha sido descrito como una especie frecuente en pastos (9). No hay datas que per­mitan tener ante.cedentes de la es­pecie en México y menos en plan­tas de cacao.

Por lo que respecta a L. pier­cei, existe el antecedente de haber sido colectada en follaje joven de cacao en Surinám (9) y no hay mención sobre su presencia en México. Moulton (9) menciona que la especie l.eucothrips piercei Morgan, sí existe en México, pero no en la planta de cacao.

* Recibido para publicación en marzo de 1972. ** Hiólogo, Laboratorio de Entomologia, Colegio Superior de Agricultura

Tropical, Secretaría de Agricultura y Ganadería. Cárdenas, Tabasco, México.

R<'vista Theobroma. (fj'fl~. 1/hé,.s. Brasil, 4!1): 29-38. Jan.-mar. 1974.

29

MATERIALES Y METODOS

Las colectas fueron realizadas en las plantas de alimentación, mediante un pincel humedecido en una solución de alcohol 96°, ácido acético al 5% y agua, en la pro­porción 95:3:2, conservando los ejemplares en frascos, con la mis­ma solución. Después fueron deshi­dratados con alcoholes de 70; 80; 90; 96 e 100°, aclarados con xilol y m~ntados entre porta y cubre­objetos con bálsamo dei Canadá, para su identificación. Las ob­servaciones fueron hechas con mi­croscopio compuesto de campo claro a menor aumento (60x) y mayor aumento (100x). Las micro­fotografías fueron hechas con pelí­cula de grano fino, usándose ade­más filtros azul, verde claro y amarillo para contrastar. Todos los ejemplares quedaron depositados en la colección dei autor.

RESULTADOS Y DISCUSION

Descripción de las especies

S. rubrocinctus

Los estados inmaduros, larva, prepupa y pupa (Figuras 1, 2, 3, 4 y 5) son de color amarillo trans­parente en algunos ejemplares, contrastando con anaranjado y ade­más, con un característico cintu­rón de pigmento rojo, generalmente en los tres primeros segmentos ab­dominales. Las larvas están des­provistas de rudimentos alares y tienen en el extremo abdominal una característica corona de cer-

30

I

Figura 1 - Selenotrips rubro­cinctus. Larva de primera fase, en vista verltral. 32x. Filtro azul.

das largas, negras; son muy acti­vas y se les observa generalmente con el abdomen encorvado hacia arriba, transportando una esfera de líquido excremental de color obs­curo. Abundao sobre todo cerca de las nervaduras central y secunda­rias de la hoja. La prepupa se ca­racteriza por la aparición de los rudimentos alares pequenos y transparentes, y las antenas diri­gidas bacia adelante. La pupa se distingue dei estado anterior, por el mayor desarrollo de los sacos alares, la posición de las antenas dirigidas sobre el dorso y además, cerca de su madurez se pueden

Figura 2 - Selenotrips rubro­cinctus. Larva en segunda fase en vista ventral. 32x. Filtro verde.

distinguir pupas masculinas y fe­meninas, por la aparición de los genitales externos en ambos ca­sos. Los dos estados son vir­tualmente inmóviles y reposan en grupos generalmente cerca de los márgenes externos de las hojas.

Adulto

Hembra, macróptera. L a r g o 0,96-1,54 mm (Figura 6). De color café ambarino en algunos ejem­plares especialmente los jóvenes; y en muchos ejemplares, esta co­loración es casi negra especial­mente en el abdomen, pero los úl-

31

Figura 3 - Selenotrips rubro­cinctus. Prepupa en uista dorsal. 32x. Piltro verde }' azul.

timos segmentos abdominales son siempre más claros; la cabeza y el tórax son en general de un tono más claro que el abdomen; las coxas y fémures, café, igual ai tórax; tíbias i gua I mente cafés per o ligeramente amarillentas en los extremos distales; tarsos de colo­ración amarilla muv clara. Alas anteriores de color uniformemente café, con pubescencia. Alas pos­teriores con la mitad externa salpi­cada de café, la mitad basal de un tono más claro. La superfície ex­

terna de) cuerpo presenta una or­namentación a base de surcos y crestas que formao áreas poligo-

Figura 4 - Selenotrips rubro­cinctus. Pupa masc-ulina e11 z•ista dorsal. J.?x. Piltro azul. (,\'rjte~e

la plac-a gl'nital f'll e/ e>.lrt>IIIO de/ ahdomen ),

nales. J~s cua les dan un as pecto caracteris t i co de mallu : las ante­nas con el segmento I v 11, café, JII claro tru.,slúcido, hgeramente s alpicado con café, grtsáceo en la mitad distai : TV tgual ui antertor ; V mttad basul translúcida y obs­curecido con café en la distai; VI café; VII y Vlll café grisáceo claro.

Macho, macróptero. Lurgo 1,31 mm. (Figuro 7). En general con la misma colornci6n que la hembra, pero de cucrpo mucho más delgado Las ah•s son relativumcnte más

32

Figura 5 Se lenotrí ps rubro-cinctus. Pufm lt menma en ris ta 1 entra/. 3.:?\ . l'iltm azul ) 1 Prde. (,\ 'ritese e/ 01 r,poçitor).

cortas; el abdomen achatado en el extremo y con tres pares de espi­nas cortas lanccolr.das en el dorso del novena segmento <tbdominal.

Localidad: Cárdenas y La Chonlolpa, en el Estado de Ta­basco, y Ros11no·lzapa, en el Es­tado de Chiapas.

Hospcderas: cncao r almC'ndro.

1 ~. pan ufa

LüS lan·as jóvenes dcl pnmer eswdro son de calor blanquecino

'.

Figura 6 - Selenotrips rubro­cinctus. t\dulto bembra t 11 l"Ísta

dorsal. 32x. Filtro azul.

transparente mientras que las del segundo estadia son de calor ama­ri llento que en algunos casos es más fuerte (Figura 8). Son muy acti­vas en las inflorescenctas del plá­tano donde abundao y causao man­chas necróticas de color purduzco.

De los estados prepupa y pupa, no tenemos ejemplares, pero de acuerdo com De Leon (2) son es­tados de reposo en la tierra adya­cente a la planta de alimentación.

Adulto

Hembra, macróptera. Lurgo 1,1-1,3 mm (Figura 9). De colar café

33

Figura 7 - Se!enotrips rubro· cinctus. trlulto mac-ho 1!11 riS/a nmlral. Jl.\. Filtro azul.

cla~o; abdomen con los segmentos apicales de un tono más obscuro; fêmures cafés, más claros apical­mente; tíbias y tarsos amaríllo claro. Las alas anteriores de calor café v las posteriores claras; an­tenas con los segmentos l-li y IV-VUT de calor café, el 11 es el más obscuro; lll amarillo grisáceo; IV-V más claros basalmente. La cabeza y protórax, con algunas estrías trnnsversa!es en su super­Cicie dorsal.

Macho, macróplero (Figura 10). De color amanllo claro, con una mancha parduzca en med1o de los terguitos 2-8. Alas anteuores ela-

Figura 8 - Frank liniella par­vula. Lan·a en s<•gunda fase cn 1 ista dorsal. J2x. Fdtm amarillo.

ras; antenas cnsi blancas; los seg­mentos IV-V obscurecidos, con gris ap1calmente; VI-VIII grises.

Local1dad: Cárdenas v La Chontalpa, en el Estado d~ Ta­basco: X1co, Texolo, Coatepcc \' jalapa, en el Estado de Veracruz.

Hospeder.1s: huevecillo v esta­dios l~trV<Jrios cn lus inflorescen­cias, tanto cn pie, como las tira­das en el suclo: los ndultos, tanto en inflorcsccncias como cn frutos de plátuno. En follaje llerno de cacao, fldultos solnmente.

34

Figura 9 - Frankliniella par­vula. Adulto hembra en l'ista dor­sal. 19x. Filtro azul ) amarillo.

S. im ersus

Hembra, macróptera (Figura 11). De color uniformemente amarillo claro, algo ambarino a los lados, extremo abdominal, tórax \' cono bucal; con algunas manchas cafés en el protórax, dos en el metascu­tum y una a cada lado de los ter­guitos abdominales 11-VIl. Las an­tenas con los segmentos 1-llf gn ses; lV-Vlll café negruzco. Al~s anteriores blanco transparente, con las venas de color anaraniado claro. La cabeza y et tórax· con arrugas transversales conspícuas. Las patas y abdomen presentan

Figura 10 - Frankliniella par­vula. Adullo macl>o 1!11 tisla dor­sal, J.h. f-'illro terde.

pubescenc1a, especialmente a am­bos lados de este último. Ojos café obscuro; ocelos con el crecí­ente de color anaranjado rojizo.

Macho, macróptero (Figura 12). Virtualmente semejante a la hem­bra en coloración pero de menor tamaiio v más delgado. Destaca la fuerte coloracíón anaranjada de los testículos.

Localidad· Cárdenas, en el Es­tado de T~basco.

Hospederas: follaje tierno de cacao.

Figura 11 - Sericothrips inver­sus. ,\dullo l>embra en 1 isla dor· sal. 19x. Pi/lro 1 erde v amard/().

L~ piercei

Hembra, macróptera (Figura 13 ). Largo 0,49-0,58 mm. De color blan­quecino amarillento en general, pe­ro el tórax, cono bucal y O\'iposi­tor de un tono más fuene. Alas an­teriores blanco transparente, con una conspícua mancha de color rejo vivo entre las bases de las ante­nas. Ojos negruzcos y los oce los con el crec1ente de color rojo \'ÍVO.

La superficie de! cuerpo lisa.

Localidad· Cárdenas, en el Es­tado de Tabasco.

Hospederas: follaje tierno de caca o.

35

Fi~ura 12 - Sericothrips inver­sus . ,\du/tr, marl•n ,.,, I 'Í~Ia dorsttl. J.h 1:iltro a::ul.

C 0'\Cl l <,lO' I .._

De las obsen:aciones realiza­d.ts se puede hacer el siguiente <.ln<~llsts por espccte:

ruhrl)cÍintu~. Las les10nes nc:-cróttcas que produce en los te­jidos foliares v cn el fruto, son causadas pnncip.1lmente por los cstadtos larvari<>S. Los estados de prepupa y pupa son de rcposo. Los adultos caus.1n t;~mbtén daõos de consideración, siendo muy uclt­vos en el follajc, llores v frutos. El ciclo de vida completo se lleva a cabo en la mtsma pl<~nt:.~ de ali-

36

Figura 13 - Leucothrips pter­cei. t ar theobromae. ,\clultn l>«·m­hra <'11 1 isla 1 entrai, J2,, I tltr() 1 c>rdf!.

mentación, tanto en c I cr.cao corno en el almendro. Es probable que el almendro sea una hospedem im­portante, sobre todo St el cacao est<t cercano.

f'. pan ufa. Esta especte ha estado b«jo estudio cn Tabasco para conocer su ciclo d(~ \'Jda (2) v la forma de combut irl;1 química­mente (6). Se sabe que Jus larvas se alimentao y des,trrullan en las flores dei plátano donde provocan lesiones como manchas parduzcas. lõ:t prepupa y la pupa pasan este ciclo en el suelo ;1dvacente a lu

planta de alímentación v los adul­l<·'i pululan en las flores y frutos. En la localidad de Tabasco, un al­to porcentaje de las plantacíones de plátano están infestudas y

extste la circunstancia de que al­gunos cacaoteros son sombreados con estas plantas, de tal manera que esto podría explicar. a prime-

ra VtSta, la presencia de los adul­tos en el c&cao.

Por lo que respecta a 5. inver­~IH y 1 •. piercei, no tenemos aún datos sobre sus ctclos de vida y podemos mencionar que ambas es­pecies causan manchas necróticas foliares en el cacao, sin mayor importancta económka.

L I TERATURA CITADA

1. DE FRANCO, T.H. Catálogo provisional de los insectos encontra­dos en el cacaolero, en Colombia. In Conferencia Interame­ricana de Cacoo, 7a, Palm tra, Colombia, 1958. Palmira, Colombia, Ministerio de Agricultura, ,1958. pp. 231-239.

2. DE LEÓN, ] . Comunicaciones personales acerca dei ciclo de vida de FrallkliniPIItt tJart ula, Hood. Cárdenas, México, Coleg10 Superior de Agricultura Tropical, Secretaria de Agucultura y

Gaoadería. 1972.

3. EL CACAOTERO, cultivo y plagas. México, D.F. Secretaria de Agricultura ~ Ganadería, Dirección General de Agncultura en cooperación con Du-Pont, México. pp. 33-38. 1952.

4. EL CULTIVO del cacao, insectos dei cacao. México, D.F. Secre­taria de Agrtculturã y Ganadería, Dirección General de Agu­cultura. pp. 62-70. 1953.

S. HECHT, O. Nota acerca de s~/~notJ.rips ruhrocinctus (Giard), plaga del cacaotero. Fitófilo (México) 6(5):33-42. 1952.

6. !BARRA, G.E., GARCIA, R. y F'AVELLA, A. Combate de trips de! fruto dei plátano con tratamtcntos de insecticida y bolsas de poltetilcno. VH Congreso Nacional de Entomología. Folia Entomológica de México n~ 23-24:64-65. 1972.

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8. MEDINA G., S. The Thysanopteru o f Puerto Rico. UnJverstly o f Puerto Rtco, Agrtcullural Expenment Station, Technical Paper 32. 159 p. 1%1

9. MOULTON, D. The Th'" ... noptera of South America 11. Re\ista de Entomologio (P .... sil) 3(1):99-106. 1933.

37

10. MOULTON, O. The genus Frankliniella Karny,with keys for the determination of species (Thysanoptera). Revista de Ento­mologia (Brasil) 19(1-2): 55-114. 1948.

11. SILVA, P. Tripes do cacaueiro - causador do queima da folha e da ferrugem do fruto. Cacau Atualidades (Brasil) 1(9 -10): 1-4. 1964.

12. WOLCOTT, G.N. The insects of Puerto Rico. Thysanoptera. journal of Agriculture of University o{ Puerto Rico 32(1): 94-102. 1948.

RESUMEN

Frecuentemente se afirma que solamente el Selenothrips rubrocinctus (Giard) es el responsable por los daíios causados en los cacaotales de México, Sin embargo, se encontrá que los thrips Frankliniella parvula Hood, Sericothrips inversus Hood y Leucothrips piercei var. theobromae Priesner son también plagas dei cacaotero. Por la primera vez estas tres especies son noticiadas en cacaoteros de México. Los hábitos, ciclos de vida y distribución de las cuatro especies de thrips, son mencionadas en este estudio.

FOUR SPECIES OF THRIPS ON COCOA IN TABASCO, MEXICO

SUMMAR\'

lt is often said that only the thrips Selenothrips rubrocinrtus (Giard) is responsible for damage in the cocoa plantations of Mexico, However, it was found that the thrips Frankliniella parvula Hood, Sericothrip:-; inversu:-; Hood and Leucothrips piercei var. lheobromae Priesner are also pests of cocoa. This is the first time that these three species have been reported on cocoa in Mexico. Habits, life cycles and distribution of all the four thrips species are mentioned.

' 38

NEMATODES OF THE COCOA REGION OF BAHIA, BRAZIL

[[[ - PLANT PARASITIC AND FREE-LIVING NEMATODES IN THE RHIZOSPHERES OF SIX DIFFERENT PLANT SPECIES•

Ravi Datt Sharma** Pieter Aart Albertus Loof***

The occurrence and distribution of nematodes from the rhizospheres of different crops in the cocoa region of Bahia has already been widely reported (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7). This paper presents informa­tion on the plant parasitic and free-living nematodes from six different plant species hitherto nnsampled for nematodes.

\IATJ.:RIALS ASD METHODS

As a part of general nematode survey started in May, 1971, 13 soil and root samples were taken from the following plant species: 1'heobroma grandiflora, T. bicolor, Erythrina glauca, (;/adiolus sp., Momordíca charantia and Psidium gua;al!a. Two samples were taken each from E, glauca, Gladiolus sp. and T. grandiflora, one from M. charantia and T. bicolor and five

from P. gua;al!a. The samples from T. grandiflora and T. bicolor were collected at CEPLAC's Junior School of Agriculture (EMARC), Uruçuca, the remainder being sampled at the Cocoa Research Center (CEPEC) in Ilhéus. The methods involved in the extraction of the nematodes, including their further permanent mounting, follow those previously described by Sharma and Loof (1).

RESUL TS ANO DISCUSSION

The plant parasitic and free­living nematodes found in the dif­ferent samples are listed in Tables 1 and 2 respectively.

Of all the plant parasitic nematodes Helicotvlenchus dihys· lera was the dominant species. Except for 11. californicus, Macro·

* Received for publication in August, 1973. ** D.Sc, (Agric), Division of Entomology, CEPEC.

*** Dr .. Department of Nematology, Binnenhaven·lS, Agticultural University, Wageningen, The Netherlands.

Revista Theobroma. CEPEC, Ilhéus, Brasil, 4 (l): 19-43. ]an .. mar. 1974 ·

39

Table 1 - Frequency of occurrence of planl parasilic nematodes associated with six different plant species in 13 samples in lhe cocoa region of Bahia.

Frequency of occunence t'Jematodes

Plant species ,., of samples .... 1Jasiri11 sp. l>o/ichodor11s sp, 1/e/icoty/encbus sp.

E, F o A

H. ctlliforniciiS H. áihysltra Hewticyc/iophora cf, /oofi \4acroposthoflia cf. or~tala M. onottnsis

c A,B,C,O,E,F c

3 2 1 l

11 I 1 4 1 3 1 2 1 1 6 6 3 1 s

c A,B

'tftloidog) ne sp. D .\f. incognita .\f. lha me si

C, O, F D

Paratri< hodor11s cbristiei Peltam;gratus sp.

C, O F

P. ho/de,aui Rol) /enchullts rf'uifor•is X íphinnna sp. X. bret icfJ/1,•

c A,D,E C, O, E A,B

X. ifacoiMIII X . I.,,,,,. o

A, C

A. Theobroma grandiflora; B. Theobroma bicolor: C. Erythrina glauca; D. Gladiolus sp., E. Mormordica charautia: e F. Psidium guajava.

posthonia cf. ornata and Xipl>inema brel'icolle, ali the plant parasitic nernatodes listed in Table 1 have already been reported from a wide range of plant species in Bahia (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7). Out of 46 genera and 74 species of free­living nematodes found in this survey, 34 genera and 44 species have already been recorded pre­viouslv from Bahia (1, 2).

40

Bearing in mind the large number of nematodes found it is recommended that a systematic nernatode survey of ali the impor­tant crops of the cocoa region of Bahia be undertaken to determine their role as plant parasite both under laboratory and fie ld condi­tions. Such a study may reveal many unrecorded nematode species of economic importance.

Table 2 - Frequency of occurrem e offree·lit i11g nematotles associ­atedwith six different fJianf species ir1 lJ samples in the cocoa region o/ Bahia.

Nematodes

Achrot~~llllora sp. AcroiH/es sp. Aciitroltli,,s sp. Al•i•.s sp. A•l'ltitlelt~s sp. A. Ctlrulitl•s Á. tlol•ch•r•s A•~itiMyl•••as sp Apbeletrch•s IIVe•tle

porcd•i•.lhls sp. • ohiMSÍCti.JIIIIIS . cf, ptlrtlnlllroCBCII$ IITollu•oU/u sp. xcmcb••• sp. . ••pllcolle tiS rroty/e /JIIIS COTQIItlllls aslatritl sp. elontlir• sp. • cblvlctiJUitlllls • cf. fOIIIui • ten111tle•s eiontl~tellll leru

Carchmolllimus for,os•s C, piz11i

bitwootlr11s tr11nsr t~~~lensis obhonch11s sp. ryploncb•s tlbno,.is r pios Ct1J11•r coroul11s ipthero/'bortl sp. orylaitul111s sp. • clavat•s • cf. spical•s utlorylai,•s sp. • ettersbergensis • grtln111ijerus

•• ,.inutus eJerocephlllobus sp.

11. JongrcaMáatus • pulchrr

rouus lorzgtcaudatlls

Frequency of occurrence

Plant species

F o c A,B,C,O,E,F A, F E D o D.E,F O,F A,C,D c c B A, O c o A,B,F A,B A A c F O, F c C, O, F c D,F F C, O, F B F A,B,C,O,E,F F A,C,O,E,F C, O c C,D,F o F, E

41

N? of samples

1 2 6 6 2 1 1 1 4 4 a 1 1 1 2 2 2 5 3 1 1 1 1 3 1 s 1 2 1 5 1 1

10 1 9 3 1 4 2 2

Continued

Tahle ? - Continued

lotoncbus sp. I. c f. Ir i c l>ur145 Leptatlchus sp. l.. gramtlos rts

,\trsodo')·la(•us sp. \I. parasllhtilis .'tlt•r.rJrhabditis sp. ,\1, paucipapillala M iconchus sp. MCJnhp;tera sp. ,'tly/rmchulus sp. ,\1: index :\1. mírwr .''h golaimus sp. Oif!olaimelltJ sp. O.Yidirus sp. O. tropicus Poliouchulrts sp. Prirmchu/us rnuscorum PrismauAoimus inlermedius ProdrHvlaimus sp. PrtJII' ptonr hus sp. Psli<•11chu.s sp. P. cC. hilar~llus RhabdUis sp. .\pomnchulu.<; denlalus Thomenema sp. r. catalc:anlii '/. mauritianum '1. lririosum '/ rischisloma arenicola T) lencJm/ai,rllus sp. 'f. cf. "'agnide11s 1')·/uchus sp.

A, C 8 A, C D C, E, F D,F F D A, E, F D A,D,F F C, O D,F A A,B,C,F A F A A,D A,B,C,D,F B,C A E D B,D A, F A,C,D,E,F F, O F D D,F A,D.F D

3 1 3 2 3 3 1 1 3 1 5 1 2 2 1 5 1 1 1 2 7 2 1 1 1 2 2

10 2 1 2 3 ~ 1

1\. Theobroma gra,Jdif/ora; B. Theobroma hicolor; C. Erythrina glauca; D. (./adinlus sp.; E. Momordica charanlia; e F. Psidium guajava.

LITERATURE CITED

1. SHARMA, R.D. and LOOF, P.A.A. Nematodes associated with different plants at the Centro de Pesquisas do Cacau, Bahia. Revista Theobroma (Brasil) 2(4):38-43. 1972.

2. and Nematodes of the Cocoa Region of Bahia, Brazil. I - Plant -parasitic and frec-living nematodes associated

42

with rubber (1/<'I'C?O hrrl\ilieus is Muell.-Arg). Revi~tn Thcobrom<t (Brasil) 3(1):36-41. 1973.

3. and SHER, S./\. Nematodes associated with banunu in Ra-hia, Brazil. Ciêncic1 e Cultura (Brastl) 25(7):665-668. 1973.

4. and . Nematodes associated with c1trus 1n 8<th1a, Braz i L Ciência e Cultura (Brasil) 25(7):668-672. 1973.

S. and Nematodes of lhe Cocoa Region of Bahia, Braz i!. li - Occurrence and distribution of plant paras li ic nematodes associated with cocoa ( Theohroma cacao L.). Re­vista Theobroma (Brasil) 3(3):17- 24. 1973.

SUMMARY

Ten genera and 19 species of plant parasitic and 46 genera and 74 species of free-living nematodes were found in 13 samples collected from the rhizospheres of six different plant species: Tb(!ohmma J.!'OII­dt flora. T. bicolor, Er\1/lrina Rlauca. \lomordica cbora111ia and Pstdimn f!llajar·a. The most common plant parasitic species encountred in the samples was H elico/y/enchus dihrs ter a. The nematodes Rol\ lellcbulus rl!ntformis, Xipbinema sp., X. t•tdgare, Do/ichodorus sp., and t\facro­postho1lia mzoe11sis were found in 30-50% of the samples.

NEMATÓDIOS DA REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA, BRASIL. 111 - NEMATÓDIOS PARASITOS E NÃO PARASITOS

NA RIZOSFERA DE SEIS DIFERENTES ESPÉCIES DE PLANTAS

R E S U ~tO

Em 13 amostras de solo coletadas na rizosfera de 1'beobroma grandi­flora, T. bicolor, Erythrina glauca, Gladiolus sp., ,\fomordica charantia e Psidium guajava, foram encontrados 10 gêneros e 19 espécies de nematódios parasitos e 46 gêneros e 74 espécies de nematódios não parasitos (de vida livre). A espécie mais freqüente de parasitos de plantas encontrado nas amostras foi lfelicotylenchus dihystera. Rotv· [(!nchulus reniformis, Xiphin(!mf1 sp., X. t•uLKare, Dolichodoms sp. e ,\facroposthonia onoeTISis foram encontrados em 30-50% das amostras.

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SEGUNDA REUNIÃO REGIONAL AMERICANA DO GRUPO DE Phytophthora palmivora

Guayaquil, Equador, 8 a 23 de junho de 1973

RESUMO DOS TRABALHOS APRESENTADOS

Foram apresentados oito trabalhos na seção destinada ao Phytoph­ra palmivora, com discussões sobre podridão parda e cancro.

1. Uma nova espécie de Phytophthora, denominado P. megasperma, foi registrada em cacaueiro, na Venezuela, Este organismo causa uma doença denominada Mancha de Agua ou podridão aquosa e é encontrado numa região daquele país, A inoculação dos ramos, folhas e frutos ocasionou reprodução dos sintomas da enfermidade em vários cultivares. O fungo é bem diferente do P. palmivora, sendo homotálico, Com a apli­cação de Cupravit, foi obtido algum controle em frutos afetados pela podridão. (Lilian C. de Reyes, Estación Experimental de Caucagua, Venezuela).

2. Também na Venezuela, quatro espécies do gênero Phytophthora foram registrados com isolados dos frutos do cacaueiro: P. palmivora, P. megasperma, P. parasitica e P. syringae. A inoculação de semen­tes, ramos e frutos ocasionou reprodução de sintomas com todas as espécies, A sua agressividade, entretanto, varia de espécie para espécie. (Lilian C. de Reyes e llumberto Reyes, Estación Experi­mental de Caucagua, Venezuela).

3. Estudos efetuados na Jamaica demonstraram que os frutos podem ser contaminados pelo Phytophthora proveniente de um cancro locali­zado no tronco da árvore. O cancro também pode ter início a partir de um fruto contaminado, pelo crescimento do fungo através do pedúnculo, atingindo o tronco. Durante a estação seca, os cancros atravessam um período de inatividade total. Práticas sanitárias e pulverização são importantes na redução da incidência de cancro e prodidão parda. (Caroll Henry, Jamaica).

4. O uso de suspensão de zoospórios para inocular frutos demons­trou que estes são altamente susceptíveis quando novos (2 meses);

44

esta susceptibilidade decresce quando os frutos tem 3 meses e aumenta novamente com a idade, até o seu amadurecimento. Em testes de inocu­lação de frutos, com base no diâmetro da lesão, os cultivares Catongo, CC-42, Sca-6 e UF-29 mostraram maior resistência. (j. Laurence, UCA, Turrialba, Costa Rica).

S. Experimentos de campo feitos na Estação Experimental La Lola, Costa Rica, durante 6 anos, demonstraram que os cultivares CC-42, UF-29 e CC41 tiveram baixa percentagem de frutos com podridão parda enquanto CC10 e UF-667 tiveram uma alta percentagem de frutos ataca­dos. Os cultivares CC45, UF-668 e UF-221 deram uma percentagem intermediária. Escape, mais do que a resistência à doença, pode estar incluída em alguns dos resultados desses experimentos. A lesão dos frutos, 6 dias após a inoculação, demonstrou tendências semelhantes às encontradas com Catongo, que também mostrou resistência. (j. Soria, lfCA, Turrialba, Costa Rica).

6. Pesquisas feitas na Bahia, Brasil, deram informações sobre di­versos aspectos da epidemiologia e controle da podridão parda. O pe­ríodo crítico para infecção de frutos na Bahia é de maio a setembro. Fatores climáticos relacionados à incidência da enfermidade incluem deficit de pressão de vapor, número de dias chuvosos e número de horas de chuva. A redução da sombra diminuiu o número de frutos contamina­dos. O uso de Kocide 101 e Cobre Sandoz deu bom resultado no controle da podridão parda, com duas ou quatro pulverizações anuais. Sca-6, Sca-12, alguns cultivares da série Catongo e seleções TSH e TSA mos­traram resistência ao P. palmivora com a inoculação dos frutos. Medidas de saneamento são também recomendadas para um controle mais eficien­te. (H. A1, Rocha, CEPEC, Ilhéus, Bahia, Brasil).

7. Em testes feitos com diversas culturas da coleção da Universidade da Califórnia, Riverside, inclusive isolados de diversos países e dife­rentes hospedeiros, isolados de P. palmivora mostraram variações quanto à morfologia e patogenicidade. Baseado nos cancros desenvolvi­dos nos caules de seedlings um isolado (Gana), por exemplo, era alta­mente patogênico em relação ao Sca-6; sua patogenicidade era interme­diária quanto ao UF -29 e baixa em relação ao Catongo. A patogenici­dade de um isolado da Costa Rica era intermediária em relação ao Sca-6, baixa em relação ao UF -29 e alta em relação ao Catongo. Outros isolados evidenciaram variações similares. (G. A. Zentmyer, Univer· sidade da Califórnia, Rir1erside, E.V,A.).

8 A resistência de sete cultivares de cacau em relação a quatro isolados do fungo (Costa Rica, Ceilão, Gana e Brasil) foi testada pelo método de inoculação em caule de seMlings. Sca-6 e UF -29 demons-

45

traram resistência a três dos quatro isolados. Pound 12 demonstrou ser muito susceptível a todos eles. Em geral, CC42, UF -613, Catongo e UF-221 mostraram reações intermediárias, sendo resistentes a alguns isolados e com resistência intermediária em relação a outros. (G, A, Zentmver, Universidade da Califórnia, RitJerside, E.U.A.).

RECOMENDAÇÕES

Gerais

É preciso aumentar os contactos e comunicações entre os pesquisa­dores de fitopatologia que trabalham com enfermidades do cacaueiro nos diversos países americanos.

As agências governamentais, bem como as indústrias, devem dar ênfase e publicidade à importância das enfermidades que afetam o ca­caueiro. Maior cgoperação entre os países produtores de cacau deve ser encorajada. E necessário dar maior ênfase aos programas de ex­tensão, de maneira que informações atualizadas sobre os problemas do cultivo do cacau sejam levadas rapidamente aos cacauicultores.

Aumentar os estudos básicos em relação às enfermidades que afetam o cacaueiro, especialmente :\lonilia e \'assoura-de-bruxa. (Marasmiusper­nic:iosus), Estudos adicionais deste tipo também são necessários com relação à podridão parda, Ceratoc_ystis e Fusarium. Estes devem incluir pesquisas detalhadas sobre aspectos tais como fisiolo!'!:ia do fungo, esporulação, radiação solar e genética dos organismos causadores da enfermidade bem como sobre epidemiologia. Muitos desses aspectos podem ser enfatizados em diversos laboratórios dos Estados Unidos.

No campo, intensificar os estudos de epidemioi.ogia, relações do meio-ambiente, práticas agronômicas e de cultivo, inclusive nutrição, que podem ser usadas na redução da incidência de enfermidades.

Desenvolver uma metodologia padronizada e usá-la nos testes de resistência para avaliação dos diversos tipos de tratamento e controle das diferentes enfermidades. Condições do meio-ambiente, inoculação e plantas para material de pesquisas devem ser, tanto quanto possível, uniformes de maneira que se possa :..dequadamente avaliar os resultados obtidos nos diversos países.

Intensificar as pesquisas sobre o processo infeccioso, inclusive estudos de propagulos infectivos, relação entre quantidade de inóculo e infecção e fatores que influenciam a infecção.

46

Aumentar os estudos sobre controle com produtos químicos, especial­mente podridão parda, .\lvnilia e vassoura-de-bruxa, inclusive pesquisas com novos fungic1das sistêmicos e métodos de aplicação. Problemas de resíduos também devem ser considerados.

Conduzir estudos detalhados, in \'i\'o, sobre esporulação e germina­ção dos diferentes pató~enos.

Comparar o comportamento dos diversos cultivares em relação aos diferentes patógenos e estudar a interrelação e interação das diversas enfermidades.

Para testes comparativos de resistência a enfermidades feitos em diferentes localidades, alguns clones comuns devem ser ~sados in­clusive aqueles já conhecidos pela sua susceptibilidade generali~ada ao patógeno específico. Isto é particularmente significativo em relação à podridão parda devido à sua ampla distribuição pelo mundo.

Intensificar os estudos e fisiologia de maneira a aspecto do seu controle.

\'a ssoura -dP -bruxa

de ecologia, meio-ambiente, epidemiologia facilitar o escape à enfermidade como um

Específicas

Aumentar as pesquisas sobre a relação do meio-ambiente quanto à infecção. Intensificar os estudos sobre controle com produtos químicos por aspersão foliar e fungicidas sistêmicos.

.\lonilia

Aumentar as pesquisas sobre o ciclo de vida do fungo, incluindo fa­tores que envolvem a produção e germinação de esporos, identificação do estágio sexual e estudos fisiológicos e biológicos.

Podridão parda

Intensificar os estudos sobre efeitos do meio-ambiente (umidade, deficit de pressão de vapor, sombra e sol) e fatores de culti\'o, indusive fertilização, no desenvolvimento da enfermidade.

Selecionar diversos clones comuns para testar a resisto:'ncia ao 1'/,ylofJ/•Ihora em diferentes localidades, usando paw isto pe\1, menos um que Rej;~ conhecido por sua alta suRceptihilidade.

47

Estudar a relação entre quantidade e tipo de inóculo usado (espo­rângios, zoosporos, clamidosporos e oosporos) e infecção do fruto,

Estudar mais detalhadamente a relação entre Phytophthora palmiiJora e outras espécies de Phytupbthora (registradas na Venezuela) e pes­quisar a existência destas espécies em outras áreas cacaueiras,

Intensificar os estudos sobre variações na patogenicidade do P. palmiiJora, isolados dos diferentes países e diferentes hospedeiros com o objetivo de identificar raças e também desenvolver uma série de clo­nes diferenciais.

Continuar e intensificar as pesquisas sobre saneamento em relação à red~ção de enfermidades, incluindo ítens como tratamento do solo e do tronco com fungicidas para reduzir o inóculo, remoção de frutos e trata­mento de casqueiro.

Fusarium

Maior número de trabalhos de v e ser feito com o objetivo de encontrar uma técnica para reproduzir a enfermidade em plantas adultas. Deve-se dar ênfase à determinação das condições do meio-ambiente que favorecem a infecção e desenvolvimento da enfermidade. Mais trabalhos devem ser feitos para determinar a relação entre os diferentes tipos de galhas produzidas pelo fungo.

SECOND AMERICAN REGIONAL MEETING OF Phytophthora palmivora GROUP Guayaquil-Ecuador, June 8-23-1973

SUMMARY OF PAPERS PRESENTF:D

Eight presentations were made in the session on black pod, with discussion of canker as well as black pod.

1. A m•w species of Phytophtbora on cocoa, designated as P. me­gasperma, was reported from Venezuela. This organism causes a dis­ease termed Mancha de Agua or watery rot, in one region of Venezuela. Inoculations of stems, leaves and fruit resulted in disease production in severa! cultivars. The fungus is very distinct from P. palmivora,

48

being homothallic. Some contrai was obtained of fruit rot by application of Cupravit. (l.ilian C, de Reyes, Estación Exp<!rimental de CaucaRua. V ene zue la).

2. In another report on Phytophthora on cocoa in Venezuela, four species of the genus were iisted as isolated from pods: P. palmivora, P. mf'gasperma, P. parasitü:a, and P. syringae. Inoculations of seeds, stems, and pods resulted in disease production with all four species, with variation in aggressiveness in the different species. (Li/ian C. de Reyes and ltumberto Reyes, Estación Experimental d"' Caucagua, Venezuela.

3. Studies in Jamaica showed that pods can become infected with Phytopbthora from a canker on the trunk. Also P. palmivora can grow from an infected pod into the trunk to initiate a canker. Cankers undergo a period of dormancy during the dry season. Sanitation and spraying are both important in reducing the incidence of canker and black pod. (Caroll Henry, Jamaica).

4. Inoculations of pods with zoospore suspension showed that susceptibility is high when the pods are young (2 months old), then decreases when pods are 3 months old, and increases again with age until pods become mature. In inoculation tests with pods, Catongo, CC42, Sca-6, and UF29 were the most resistant, based on measure­ments of lesion diameter. (]. Laurence, IICA, 1'urrialba, Costa Rica).

5. In field trials at the La Lo la Experiment Station in Costa Rica over a 6-year period, the cultivars CC42, UF29 and CC41 had low percentages of deseased pods, whereas CCIO and UF667 had very high percentages of deseased pods, and the cultivars CC45, UF668, and UF221 were intermediate. Disease escape rather than resistance may be involved in some of these results of field trials. Pod lesions 6 days after inoculation showed similar trends with Catongo also showing resistance. (]. Soria, IICA, Turrialba, Costa Rica).

6. Research in Bahia, Brazil, provided information on a number of phases of black pod epidemiology and control. The criticai period for pod infection in Bahia is from May to September; climatic factors related to disease incidence included vapor presswe deficit, number of rainy days, and number of hours with rain. Reducing shade resulted in reduced pod rot. Kocide 101 and Copper Sandoz gave good contrai of black pod with either low volume or conventional spraying. Sca-6 and Sca-12, some Catongo cultivars and selections of TSH and TSA showed resistance to P. palmivora in pod inoculations, Sanitary meas­ures also are recommended for control. (H.M.. Rocha, CI!PEC, Ilhéus, Brasil),

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7. Isolates of P. palmivora were found to vary in morphology and pathogenicity, in tests with many cultures from the collection at the University of California, Riverside, involving isolates from various countries and different hosts. Based on cankers developed from stem inoculation of seedlings, an isolate from Ghana, for example, was highly pathogenic to Sca-6 intermediate in pathogenicity to UF29, and low in pathogenicity to Catongo. Pathogenicity of an isolate from Costa Rica was intermediate to Sca-6 low to UF29, and high to Catongo. Similar variation was evident with other isolates. (G. A. Zentmyer, Universíty of California, Riverside, V.S.A.).

8. Resistance of seven cultivars of cocoa to four isolates of the fungus (Costa Rica, Ceylon, Ghana, Brazil) was tested by the stem inoculation method. Sca-6 and UF29 were resistant to three of the four isolates. Pound 12 was very susceptible to ali four isolates. In gen­eral, CC42, UF612, Catongo, and UF221 showed intermediate reactions, being resistant to some isolates, and intermediate in resistance or susceptibility to others. (G. A. Zentmyer, University of California, Riverside, V.S.A.).

RECOMENDATIONS

General

lncre<.~sed contact and communication is needed between cocoa disease research workers in the various countries in the Americas.

Governmental agencies as well as industry should emphasize and publicize the importance of cocoa diseases. lncreased cooperation between the various cocoa producing countries should be encouraged. More extension emphasis is needed, so that current information on cocoa problems can become readily available to the growers.

Increase basic studies in relation to diseases of cocoa, especially on Monilia pod rot, and witches broom, caused by Marasmius perniciosus, Additional studies of this type are also needed on black pod, Cerato­cystis, and Fusarium. This should include detailed investigations of such aspects as fungus physiology, sporulation, radiation and genetics of the causal organisms and epidemiology. These aspects could be emphasized in severallaboratories in the U.S.

Under field conditions, intensify studies of epidemiology, of environ­mental relations, agronomic and cultural practices including nutrition, that could be used to reduce disease incidence_

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Develop and agree upon uniform methOOs to use in testing resistance and in evaluating different types of contrai treatments in relation to various diseases. Conditions of environment, inoculum and plant material should be as uniform as possible in order to adequately evalu­ate responses in different countries.

Intensify research on the infection process, including studies of infective propagules, relation between the amount of inoculum and infection, and factors influencing infection.

Increase studies of chemical control, especially of black pod, Monilia, and witches broom, including research on new systemic fun­gicides and methOOs of application. Residue problems must also be considered.

Conduct detailed studies in vivo on sporulation and germination in the severa! disease problems.

Compare responses of different cultivars to the different pathogens, and study interrelationships and interactions between the severa! dis­eases.

For comparative tests of resistance to the diseases in different localities a few common clones should be used, including some that are known to be generally susceptible to the particular pathogen. This is particularly significant in relation to black pOO, with its world-wide distribution.

Intensify ecological, environmental, epidemiological and physiologi­cal studies so that disease avoidance or escape can be facilitated as one aspect of controlling these diseases.

SPECIFIC

Witchs Broom

Increase research on environmental relationship in regard to infection. Inte~s~fy studies on chemical control by foliar sprays and systemic fungtctdes.

Monília

Increase research on the Iife cicle of the fungus, including studies of factors involved in spore production and germination, identification

51

of the sexual stage, and physiological and biological studies of the fungus.

IUack Pod

Intensify studies of the effect of environmental (moisture, vapor pressure deficit, shade and suo), and cultural factors including ferti­lization, on the development of black pod.

Select severa! common clones to test for resistance to Phytophthora in different localities, using at !east one that is known to be generally vety susceptible.

Study the relation between amount of inoculum and type of inoculum (sporangia, zoospores, chlamydospores, oospores), and infection of pods.

Study further the relationship between Phytophthora palmivora and the other species of Phytophthora reported from cocoa in Venezuela, and search for these species in other cocoa areas.

lncrease studies on variation in pathogenicity of P. palmivora isolates from different countries and different hosts with the aim of designating races and also developing a series of differential hosts.

Continue and increase research on sanitation in re!ation to disease reduction, including such items as treating the soil and the trunk with fungicides to reduce inoculum, pod remova!, and treatment of pod piles,

Pusarium

• More work should be conducted with the purpose of finding a

technique to reproduce the disease on fully grown plants.

Emphasis should be given to the determination of the environmental conditions that favor ínfection and disease development,

More work is needed to determine the relation between the different types of galls incited by this fungus,

52

REVISTA THEOBROMA

Abril-junho 1974

Ano IV N~ 2

Publicação uimesual de­dicada ã divulgação de in­vestigação científica rela­cionada com problema~ agro­nõmicos e sócio-econõmi­cos de áreas cacaueiras. Editada pelo Centro de Pes­quisas do Cacau (CEPEC), Departamento da Comissão E:~ecutiva do Piano da La­voura Cac:aueira (CEPLACl.

COMISSÃO EDITORIAL

A! vim, Paulo de T. Cruz, Luiz C. Sales, Josê C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Aitken, William M. Alencar, Maria H. Alvim, Ronald Barroco, Hêlio E. Barros, Raimundo S. Cabala R., F. Percy Carleuo, Geraldo A. Loureiro, Edmar S. Maravalhas, Nelson Mariano, Anrõnio H. Medeiros, Arnaldo G. Menezes, José A. S. Miranda, Emo Ruy de Pereira, Clovis p. Rocha, Hermínin M. Silva, Luiz F. da Silva, Pedrito Ventocilla, José A.

Endereço para correspon­dência {Adress for corre­spondente);

Revista Theobroma Centro de Pe~quisas do Cacau (CEPEC). Caiu Postal 7 4~.600 - lta~na-Bahia

Brasil

Tiragem

3.000 e:remplfres

CONTEÚDO

1, Indução da produção em cacaueiro com uso de atomizador motorizado portátil na Bahia, Brasil. S. de J. Soria. 3

Mechanical pollination of cocoa using motorised knapsack sprayers .in Bahia, Brazil. {Summary}. p. 12.

2. Um método colorímétrico simples para determinação dJl intensidade de contaminação com fumaça em a­mêndoas de cacau. P.R.F. Ber­bert, T.F. Bsqu.ivel e N. Marava-lhas. 14

A colorimetric method for determining the intensity of smoke contami­nation in cocoa beans. (Summary). p. 19.

3. Economicitkldedos insumos modernos em fazendas de cacau. ].A. de S. Meneses, B. Paniago, H.P. La-deira e A.L. Bandeira. 21

Economic aspeds of modero inputs used in Bahian cocoa farms. (Sum­mary). p. 32.

4. Observações citológicas run células mães de polem de cacaueiros. G. A . Carletto. 34

Cytological aberrat.ions of lhe pollen mother cells in Theobroma cacao L. (Summary). p. 39.

INDUÇÃO DA PRODUÇÃO EM CACAUEIRO COM USO DE ATOMIZADOR MOTORIZADO PORTÁTIL

NA BAHIA, BRASIL*

Saulo de f esus Soria **

A colheita de cacau da Bahia é feita em duas épocas do ano. Uma delas, denominada regionalmente temporão, ocorre no primeiro se­mestre e a outra, denominada safra, no segundo.

Devido à escassez de insetos polinizadores no período novem­bro-janeiro, tem-se notado um de­ficit de polinização natural por ocasião do temporão. Este fato parece refletir-se diretamente so­bre a produção, tanto assim que o temporão, nas lavouras comerciais do CEPEC, foi aproximadamente um terço da safra nos últimos 4 anos***. Na Bahia, em geral, ana­lisando-se a média anual das co­lheitas nos últimos 16anos (152.844 toneladas), constata-se uma dife­rença de cerca de 10.000 em favor

da safra****· Por outro lado, nos principais países produtores da África, a produção concentra-se praticamente em um período, que corresponde à safra baiana. Esta ocorrência coloca o temporão da Bahia em posição relativamente privilegiada no âmbito internacio­nal, uma vez que o produto é posto no mercado numa época em que os países competidores não dispõem de produção. Do exposto pode-se concluir que há uma vantagem evi­dente em se reforçar o temporão, seja através de polinização artifi­cial, seja de outro método de efi­ciência técnica e econômica com­provada .

Com base nessa premissa, rea­lizou-se o presente trabalho, com o objetivo de estimar a viabilidade

• Recebido para publicação em abril, 1974. ** Ph.D., Divisão de Fitoparasitologia, CEPEC .

••• ........ Dados fornecidos pelo Setor de Produção do CEPEC, 1973 .

Dados fornecidos pela Divisão de S6cio·Economía, CEPEC.

Revista Tbeobromu. CEPEC, IlMus, Brasil, 4 (2): 3 -13. Abr.-jun. 1974

3

da indução da polinização em ca­caueiros mediante o uso de atomi­zadores. A economicidade do mé­todo é medida em termos do lucro proporcionado pelo adicional de produção devido ao tratamento.

REVISÃO DE LITERATURA

O uso de atomizadores para in­duzir a polinização de cacau tem sido um método bem sucedido nas variedades autocompatíveis. Knoke e Saunders (3), em Costa Rica, in­duziram um aumento do número de frutos com a aplicação de insetici­das por atomizadores. Soria (8), também em Costa Rica, incremen­tou 3 e 4 vezes o rendimento nos tratamentos pela atomização de água e vento, respectivamente, comparados com a testemunha. So­ria e Cerdas (6) observaram aumen­tos significativos na produção de cacau, agitando flores de clones autocompatíveis com vassouras de sorgo. Posteriormente, os mesmos autores (7) conseguiram, com poli­nização manual, aumentar a produ­ção até 10 vezes em relação à po­linização natural.

Entre os vários métodos de po­linização artificial avaliados por Arevalo (1), o manual foi o mais eficiente para elevar os rendimen­tos. Os métodos ensaiados de or­denho (despetalamento), pincela­mento e atomização só elevaram os rendimentos e tornaram-se ren­táveis quando aplicados sobre o clone autocompatível UF-221. A maior frutificação resultante da

4

aplicação dos tratamentos incre­mentou a perceritagem de frutos pe­cos e diminuiu o índice de semen­tes. Medina (5), no Equador, incre­mentou significativamente a pro­dução usando a polinização ma­nual, mas fracassou nesse propó­sito quando soprou flores do ca­caueiro com ar puro e/ou inseti­cidas mediante atomizador motori­zado portátil. A polinização ma­nual foi considerada anti-econô­mica devido ao elevado custo da operação. O consenso geral na li­teratura é que a polinização mecâ­nica com atomizadores e outros equipamentos é efetiva somente nas variedades autocompatíveis.

A disponibilidade de uma flora­ção razoavelmente intensa durante os meses de novembro, dezembro e janeiro, na região cacaueira da Bahia (9), coincidente com uma baixa taxa de fertilização, estimu­lou a condução de estudos sobre polinização mecânica, como um artifício para suplantar a falta de insetos polinizadores nesse pe­ríodo.

MATERIAL E MÉTODOS

Cento e vinte cacaueiros de variedade Comum, com espaçamen­to irregular e idade aproximada de 50 anos, foram selecionados e eti­quetados dentro de uma plantação na área experimental do CEPEC. Ilhéus, Bahia. Seis parcelas de 10 árvores cada foram comparadas com uma quantidade equivalente

de parcelas testemunhas, num de­senho experimental de blocos <lO

acaso (parcelas pareadas).

Na mesm<~ áre<~ experimental, num bloco arbitrariamente denon'!J­nado testemunha adicional, foram selecionadas outras 20 árvores da mesma idade e tamanho menor, nas quais eram contados semanalmente todas as flores e bilros presentes para acompanhar a flutuação natu­ral de floração. Este bloco não fez parte do desenho experiment<~l

mencionado, pois pretendeu apenas destacar um parâmetro adicional de floração em condições vegetativas diferentes.

Um atomizador FONTAN JLO, tipo L77L, de fabricação alemã, foi usado para soprar as flores. Em sua máxima aceleração, a máquina produz um jato de ar de intensida­de equivalente a um vento de 51 quilômetros por hora, medido a 1,5 metros de distância a partir da boca do atomizador (distância mé­dia entre esta e as inflorescên­cias). Nestas condições, as flores foram agitadas violentamente até o ponto em que aquelas não fertili­zadas, e de mais de 2 dias de ida­de, eram arrancadas da árvore. As flores foram sopradas 6 vezes, em dias alternados, nas primeiras ho­ras da manhã, durante a floração de janeiro de 1973.

' A eficiênci<~ do tratamento face

a testemunha foi determinada con-tando-se semanalmente as flores bilros e frutos maduros colhido~ por árvore e pesando-se as semen-

5

tes frescas. O peso seco foi cal­culado na base de 40'7o do peso úmido, de acordo com a recomen­dação feita pela Divisão de Gené­tica do CEPEC.

Para o estudo dos custos ope­racionais, foram coletados os se­guintes dados: horas totais e ho­ras efetivas de trabalho dos operá­rios no campo, manutenção e de­preciação do atomizador, combus­tível consumido, transporte de pes­soa\ e máquinas para o campo e preços do cacau no mercado local por ocasião da venda. O cálculo do custo operacional foi baseado em metodologia sugerida por Boss e Pond,citado por Brandão (2),que consiste em considerar os fatores de custo para manutenção da má­quina, depreciação, juros e reparos.

A soma desses fatores consti­tui o custo anual que, dividido pe­lo número de dias trabalhados, re­presenta o custo diário de opera­ção da máquina, ao qual deverão ser adicionados os gastos variá­veis de operação (combustível, lu­brificante, mão-de-obra etc.).

A depreciação (O) constitui a relação entre o preço de aquisição da máquina (P) e sua duração pro­vável (vida útil}, em anos (T}:

p D - -- sendo P =Cr$ 1.500,00

T T.:: 5 anos

Os juros são calculados a par­tir da taxa que incide sobre o capi-

tal investido (preço de aquisição + depreciação). Essa é arbitrária, mas eleve ser pelo menos igual à menor taxa que este capital obteria a prazo fixo nas entidades finan­ceiras oficiais (12~ a. a.).

O valor pera reparos é também estabelecido através de uma taxa arbitrária (1~) sobre o preço de aquisição, de acordo com a análise de investimento e inflação feita por Machline (4).

Estabeleceu-se ainda um custo adicional relativo ao transporte que, na prática, ocorre, seja feito em veículo, animal ou pelo operá-

rio a pé. No (Weseafle caso, oade se utilize-.- pick-ap Fout F-75, o custo de baDSpolte foi estmado em C4 O.SO/ba. de acordo co. cálcaJos feitos pelo Setor de Tauas­pca-tes da CEPLAC (1973).

RESI1TADOS E DfiCnssÃO

Fie« tã- e ___.,ele ele Oc:n- ­cio

Os resultados dos estudos de flutuação de floração no tratamea­to, coap;u:ados COla a testeCDUJJha, ao ~.t.ei.ro se.estre de 1973 (Fi­gura 1). indicam que os cacaueiros

I • 7 J

F1gura 1 - Distribuição da [loTação, frrdifialfM:J ~ /IJrM•çMJ J~ CIICII•

nas áreas de sopTo e testl!munha. llhiiiS, Babi4. Br~il, l~s~•estr~. 197J.

6

mostraram três picos destacados de floração (janeiro, março- abril e junho). Dos três picos, somente

0 primeuo f01 aproveitado para in­duzir a frutificação. Os outros dois, particularmente o segundo, que foi o ma1S intenso, foram dei­xados para poliniZação hvre (aber­ta).

Verificou-se uma grande varia­ção entre as intensidades de flo­ração das árvores amostradas, in­dependentemente da época do ano. A média das flores nas 60 árvores da testemunha experimental (apro­ximadamente 400 flores/planta) mostrou-se 10 vezes maior que a das 20 árvores da testemunha pa­ralela (Quadro 1).

Flutuação de lrutificação e indu­ção de produção

Temporão

A curva correspondente à co­lheita do primeiro semestre (Figu­ra 1) apresentou uma elevação a partir de junho para tratamento e testemunhas, mas com intensida­des s igmficativamente diferentes . A frutificação no tratamento incre­mentou após seis aplicaçõés de sopro, até um limite de 20 frutos por árvore. Este número permane­ceu relativamente estável até ju· nho, época em que se iniciou a co­lheita do temporão. A tendência da cu1va correspondente à teste­munha indicou um incremento lento

Quadro 1 - Média de [loTes por árvore nas áreas testemunha t!xperi· mental (a) e adicional (b). CEPEC, ilhéus, Bahia, Brasil, janeiTo·feve­reiro, 1973.

Testemunha Testemunha Data experimental (a) adicional (b)

Jaa. 5 20 2 12 500 46 19 1000 118 26 600 44

Fev. 2 200 32 9 70 6

Média/árvore 398 41 Taxa aproximada a/b 10:1

(a) Média de 60 árvores (b) Média de 20 árvores

7

300+ (300 + 1.500) 12 + 150 100

de frutificação a partir de janeiro, que foi marcadamente acelerado a partir de maio (Figura 1). X: =

180

= Cr$ 3,70 /dia Os resultados relacionados com

indução de produção (Quadro 2) in­dicam que o sopro triplicou o ren­dimento no primeiro semestre, com­parado com a testemunha.

onde: D = depreciação da máquina

Receita líquida e lucro = valor máximo

vida útil

Os resultados com relação ao cálculo de custos foram os seguin­tes:

J = Juros do investimento

Custo diário do trabalho da mã­quina (X):

= (valor da máq. + deprec.) taxa 100

R = reparos (10% do custo inicial) X= D+J+R =

N N = dias de utilização

Quadro 2 - Cacau mole (Jeg) f!roduzido por parcela de lO cacaueiros nos tratamentos de sopro e testemunha. Ilhéus, Bahia, Brasil, 197).

I~ S...atre 2~ Semeatre Total

Sopro• Teatemunha Sopro Teatemunba Sopro Teatemunh.a

1,90 0 ,85 60,95 47, 10 62,85 47,95

11 ,05 1,40 34,45 39,05 45,50 40,45

13,10 1,75 43,75 28,00 56,85 29,75

9,65 2,75 69,15 63,28 78,80 66,03

7,15 0,90 48,80 59,25 55,95 60,15

3,25 8,85 50,85 64,25 54,10 73, 10

Total 46,10 16,50 307,95 300,93 354,05 317,43

Peao aeco (ki) .. 18,44 6,60

* O Jllto dt• nr rot aplicado somente no primeiro seme11tre. • • Daseodo em recomendação da Divisão de Genética, CEPEC (peso seco=

40% do pello do cacau mole).

8

Foram arbitrariamente tomados 180 dtas de utilização anual média da máquina, embora, no presente trabalho, tenham stdo uttltzados apenas 6 dtas, uma vez que, na prática,a máquinatemoutros usos.

Ao capttal de Cr$ 65,70, inves­tido no tratamento sopro (Quadro 3), correspondeu uma receita líqui­da de Cr$ 5,34 (Quadro 4)- ou se­ja, 8% sobre esse capital - 6 me­ses após o início do processo. O lucro talvez pudesse ser awnentado intensificando-se o insumo sopro, particularmente no que se refere ao número de aplicações e número de operários ativos, pois o custo atri­buído a transporte ficaria quase in­variável dentro dos limites de ca­pacidade de transporte do carro.

Safra

A safra, resultante da pohniza­ção natural das flores entre março e junho, foi quantitativamente do­mtnante, comparada ao temporão (Quadro 2). A colheita das áreas experimentats ocorreu a partir de setembro, estendendo-se até prin­cípios de janeiro de 1974 e foi par­ttcularmente e levada nesse perío­do. Completada esta, procedeu-se a análise de variação da colheita total do ano para as áreas de tra­tamento e testemunha. A colheita total no tratamento sopro foi apro­ximadamente igual à encontrada na testemunha (Quadro 2). A mé­dia anual de rendimento foi de2,36 e 2,12 kg de cacau seco/árvore para as áreas de tratamento e tes­temunha, respectivamente.

Quadro 3 - Custo total atribuído ao msumo sopro. Ilhéus, Bahia. Bra · si/, 1973.

I B••••lftuton

Atoalndor (J-dM de t Hlea) 3 3,78• U,IG CoabQatl"l - paollaa (U.._) 24 .. , .. 11,60 Lalatlflc.ate - 6Jeo 2 T (lltrw) I ••• 6,00 lllo-de..tn (lHas)•• 24 1,10 24,00 -c.,._...._.._ ........ ~(A) 59.7G Traaporte ............... (lia) (8) 12 G,50 ••• c.. .......... ~~(A+., -

• Valor esUmado com base no custo duírao de trabalho da máquina (jornada de 8 horas).

*• Considerou-se um salário mínimo de Cr$ 240,00/mês, sem Incluir os encar­gos SOClQlS.

9

Quadro 4 - Receita líquida adicional proporcionada pelo insumo so­pro, com base na produção de 60 cacaueiros. no pe,;odo do "temporão". tlhlus, Bahia, Brasil, 1913.

Áreas Produçlo Receita Cuato Rece1ta

peso aeco (lti) bruta (Cr$) • total (Cr$) líquida (Cr$)

Sopro 18,44 110,64 65,70 44,94

Te a temunha 6,60 39,60 39,60

ao sopro 11,&4 71,04 65,70 5,34

• Foi considerado o preço de Cr$ 90,00 por arroba (15 kg) de cacau seco.

Quando se usou como critério de comparação as produções se­mestrais, encontrou-se uma dtfe­rença altamente signtficahva entre a produção do primeiro semestre frente à do segundo: a colhetta obtida no segundo semestre (safra) foi 12,5 vezes maior que a do pu­meiro. Esta superioridade quanti­tativa na safra/1973 determinou que as diferenças altamente signi­ficativas entre tratamentos no pri­meiro semestre, ficassem insigni­ficantes no segundo.

CONCLUSÕES

1. A prática de sopro, nas con­dições experimentais descutas, mostrou-se eficiente como método, triplicando a produção nas planta­ções comerciats de cacau Comum autocompatível trabalhadas, duran­te o primeiro semestre;

2. A técnica de sopro tncre­mentou o lucro no primeiro período

10

de produção do ano (temporão), dentro dos limites das condições ambientais reinantes de floração, custo de insumos e mercado de venda do produto na respectiva época de colhetta;

3. O rendtmento anual (tempo­rão + safra) não foi significativa­mente incrementado pelo tratamen­to sopro;

4. Ensaios de avaliação de pro­dutos químicos agrícolas que utili­zam jato de ar como vetor, devem incluir uma testemunha adacional para isolar a vauável correspon­dente ao pegamento adicional de­vido ao jato de ar; e

S. Considerando-se que a apli­cação de sopro foi feita somente em um período do ano, em uma po­pulação de cacaueiros com uma média de 400 flores/planta, há ne­cessidade de se repetir o experi­mento sob diferentes condições de

intensadade de florac;-Jo e em me­ses d aferentes parii ~wa la ar ~H é

que ponto a aplicação do sopro é economacamente v1ável.

Aos Eng.-Agr?s Fernando Vello, Geraldo Carletto, Pedrito Silva, João l\t . de Abreu e ao 8. Se. Wdham Martin Aitken,1 pela revisão do artigo e sugestões, aos Eng.-Agr~ Maria Helena Alencar. Nilson de Matos Sab1• no. Ubaldo Santos e Economasta Áureo Brandão, pela onentação no cál ­culo de custos e receita líquada; aos Eng.-Agr?s José A. Ventocilla e Cláudto Miranda, pelos dados de produção da área, e ao Sr. Florisvaldo A. Galvão, pela ajuda na redação do trabalho.

LITERI\TURA CITADA

1. AREVALO, R.A . Evoluación de cuatro metodos de polinización artifi­cial en cacao (I hf'obromo cacao L.J. Thesis Magister Science. Tumalba, Costa R1ca, Instituto Interamencano de Ciências A­grícolas, 39 p.l972.

2 BRANDÃO, E.D. Aulas de Administração Rural. Viçosa, MG, Escola Supenor de Agricultura, 105 p. 1958. (mimeografado).

3. KNOKE, J .K. e SAUNDE.RS, J. Induced frutt set of Theobroma cacao L. b} mastblower apphcations of insecticides. Journal of Eco­nomic Entomology 59(6) : 1427-1430. 1966.

4. MACHLINE, C. Anãhse de investimentos e inflação. Revista de Ad­ministração de Empresas 6(18) : 51-123. 1966.

S. MEDINA, L.M.F. Efecto de las polintzaciones artific1ales y entorno­filas en el rendamtento de! cacao. Tesas de Ingeniero Agrono­mo. Faculdad de Agronomia y Vetennaria, Universidad de Guayaquil, Ecuador, 44p. 1973.

6. SORIA, J. e CERDAS, M Pohnizac10nes por movimientos de flores con escobilla de sorgo. Cacao (Costa Rica) 11(3):8-9. 1966.

7. ----e . Rendimiento de I cacao en relación con polma-

zacaón artifícaal y abonamiento. Cacao (Costa Rica) 15(3)·11-12. 1970.

11

8. SORIA, S. de J. Studies on Forcil'o-ric spp. aidges (Dipled.. Cen.to­pogonidae) related to tbe polliaatiom o( Tk._., c•uo L. Dissertation Abstracts IntematioaaU 31(5):2744-B. 19m.

9. VELLO, F. Fatores relacionados com a pol.iaüzação~ tertilizaçlio e produção do cacaueiro na Bahia. Il!léss. Bahia. Brasil, Centro de Pesquisas do Cacau, 26 p. (~)-

RESUMO

Na região cacaueira da Bahia, tem-se obsenr.ldocolbeitas aeoores du­rante a primeira metade do ano, motivadas aparentesaente pela falta de agentes polinizadores no período de floração que vai de aovemko a ja­neiro. Foi aventada e testada experimentalDeatte a hipótese de que a apli­cação de um jato de ar proveniente de um atomõzadot motorizado portãtil poderia induzir polinização nas flores da variedade c-, autocompatí­vel. As aplicações do jato de ar triplicaram o remlimeoto de cacau seco em relação com a testemunha, durante o pimeim seiik!She de 1973. A re­ceita líquida obtida foi equivalente a 8% do capital investido oo t:Jatamen­to, 6 meses após o início do processo.

Por outro lado, o rendimento dumote todo o aoo não foi significativa­mente incrementado, pois uma safra excepciooa~me gmnde. equivalente a 12,5 vezes o temporão, aparentemente obscwecen os resultados obtidos no primeiro semestre. Sugere-se que a técnica de sap-o é válida unica­mente nas plantações de variedades autocom.pativeis.

MECHANICAL POLLINATION OF COCOA USING MOTORISED KNAPSACK SPRA YERS

IN BAHIA, BRAZIL

SUMMAB.Y

In the Bahian cocoa region, the cocoa harvest dwing the first 6 months of tbe year is usually less than the secood, a fact« attributed to tbe low leveis of insect pollinators between November adl January. A trial car­ried out by blowing air, using a motorised lmapsack SpGiyet, over tbe flowers of the self-compatible variety Com- in ao aUempt to indnce mechanical pollination, tripled the yield compared to the untreated plots. However, the net profit computed of the 6 montht period was equivalent to only 8% of the treahnent costs.

12

Due to the very high yields of the second 6 month period for the two areas, the accumulated yields for whole year show little difference be­tween the treatments. It is to be remembered that increasing pollination by blowing air is only valid for self-compatible cocoa varieties,

.. ..

13

UM MÉTODO COLORIMÉTRICO SIMPLES PARA DETERMINAÇÃO DA INTENSIDADE DE CONTAMINAÇÃO

COM FUMAÇA EM AMÊNDOAS DE CACAU *

Paulo Romeu F. Berbert ** Terezinha F. Esquivei***

O cheiro de fumaça é conside­rado defeito grave em cacau porque amêndoas contaminadas, quando u­tilizadas na fabricação de choco­late, dão-lhe um gosto desagradá­vel de fumaça, Tal tipo de conta­minação ocorre quando as amêndoas entram em contato direto com fu­maça durante a secagem artificial em secadores a lenha, ou mesmo durante a secagem natural, em bar­caças. No primeiro caso, a conta­minação é devida à existência de vazamento na chapa tubular do se­cador, ou ao fato de a chaminé do secador ser mais baixa que a cume­eira do mesmo. No segundo caso, o cacau é contaminado com fumaça proveniente de fogão a lenha ou de candeeiro de iluminação existentes em residências construídas sob as barcaças. Devido a este problema,

com a finalidade de fazer melhorar a qualidade do cacau brasileiro, o Governo proibiu a exportação de cacau contaminado com fumaça (1). Para melhor controle do cumprimen­to de tal resolução, a CEPLAC, Órgão do Governo Federal, tem a­berto novos Postos de Classifica­ção de cacau em vários locais das zonas produtoras e tem feito cam­panhas junto aos cacauicultores com a finalidade de torná-los mais esclarecidos sobre o problema.

Atualmente, a classificação do cacau, no que diz respeito à con­taminação de fumaça, é feita chei­rando-se, uma por uma, 300 amên­doas que foram cortadas longitudi­nalmente. O grau de contaminação é expresso em função da percenta­gem de amêndoas encontradas com

* Recebido para publicação em junho, 1974. ** Eng.-A.,-?, Divisão de Fitologia, CEPEC.

*** Farmacêutica Bioquímica, Divisão de Bioengenharia, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, Ilhéus, Brasil, 4 (2): 14-20. Abr.-;un. 1974.

14

cheiro de fumaça. Este método é insatisfatório uma vez que leva em conta apenas o número de amêndoas contaminadas, não considerando a intensidade de contaminação.

A existência de um método para detecção e quantificação de fuma­ça, menos subjetivo e mais preciso que o método em uso, seria de gran­de utilidade para um melhor contro­le da qualidade do cacau. Pensou­se então em um método colorimé­trico, no qual extratos de amostras quaisquer pudessem ser compara­dos visualmente ou espectrofoto­metricamente com extratos padrões provenientes de amostras com dife­rentes graus de contaminação de fumaça. Após diversas tentativas com diferentes solventes orgânicos, tais como álcool etílico, álcool me­tílico, benzo! etc., notou-se que ál­cool etílico a 96% é o que melhor extrai os componentes da fumaça, adquirindo uma coloração amarela mais intensa que no caso dos de­mais solventes. Além disso, o ãl­cool etílico a 96%, quando compa­rado com solventes mais polares, como por exemplo o álcool metíli­co, apresenta a vantagem de ser um mau solvente para os pigmentos existentes na amêndoa de cacau.

Sendo a determinação da quan­tidade absoluta de fumaça um pro­cesso impraticável no caso, pelas dificuldades analíticas que apre­senta, procurou-se um método ca­paz de quantificá-la de maneira re­lativa, comparando-se o extrato do lote de amêndoas do qual se deseja

conhecer o grau de contaminação de fumaça com extratos padrões provenientes de lotes de cacau com percentagens conhecidas de amên­doas uniformemente enfumaçadas.

A finalidade do presente traba­lho é descrever um método simples e prático para determinar, de ma­neira mais precisa que a técnica em uso, a intensidade de contami­nação de fumaça em amêndoas de cacau. Espera-se que tal método• possa ser utilizado nos Postos de Classificação e por outros interes­sados, facilitando dessa maneira o controle da qualidade do cacau brasileiro para exportação, no que se refere a cheiro de fumaça. Tra­balho preliminar sobre o assunto foi publicado recentemente (5).

MATERIAIS E MÉTODOS

Para obtenção de amêndoas uni­formemente contaminadas com fu­maça a serem utilizadas no preparo de extratos padrões, colocou-se cerca de 20kg de cacau fermentado em bandeja de madeira com fundo de tiras separadas entre si cerca de 0,5 em, semelhante à bandeja de fermentação de Rohan (6). Em seguida, procedeu-se a secagem em fogo brando, produzido por le­nha, com a bandeja a 1,5 m doso­lo. Durante o dia, as amêndoas eram revolvidas freqüentemente e, à noite, a bandeja era coberta com lona, permanecendo o fogo aceso. Após 72 horas, o fogo foi retirado e a secagem continuou, ao sol, até

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as amêndoas alcançarem cerca de 7% de umidade. Prepararam-se a­mostras de 100 g misturando-se 2; 5; 10; 25 e 50% de amêndoas contaminadas, com amêndoas li­vres de fumaça, todas elas inteiras e com casca. Cada amostra assim preparada foi colocada em erlen­meyer de 500 ml, ao qual se adi­cionaram 33,3 ml de álcool etíli­co a 96%. O conteúdo foi agitado por 5 minutos em um agitador ro­tativo de 60 a 260 ciclos por mi­nuto, .de Eberbach Corp., Ann Arbor, Michigan, a 1/4 de volta abaixo da sua velocidade máxima. Para cada tipo de amostra, foram feitas três repetições, de cujos extratos fil­trados foram lidas as respectivas absorvâncias num espectrofotôme­tro Zeiss, modelo PQM 11 - M4Q III, a 325 m11. Como blank, utili­zou-se o extrato de um lote de 100g de amêndoas livres de fumaça. De cada uma das três repetições de cada tratamento, foram retirados 10 ml, os quais, depois de mistu­rados, foram colocados em tubos de ensaio de 200/25 que, em se­guida, foram fechados a fogo, ob­tendo-se assim os padrões para comparações visuais.

Procurou-se relacionar a colo­ração dos extratos obtidos com o gosto de fumaça detectável no pro­duto final. Utilizando-se amêndoas do mesmo lote contaminado com fumaça, foram então confecciona­das barras de chocolate de amos­tras preparadas de maneira idên­tica à descrita. Essas barras fo­ram testadas organolepticamente,

utilizando-se um painel de degus­tação, para determinar o nível mí­nimo de contaminação de fumaça que pode ser detectado pelo pala­dar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As leituras espectrofotométricas dos diversos extratos alcoólicos padrões, a 325 mp., forneceram as absorvâncias apresentadas no Qua­dro 1.

Quadro 1 - Absorvâncias a 325 m11 dos diversos extratos padrões contaminados com fumaça.

Porcentagem de amêndoas

contaminadas

2 5

lO 25 50

Absorvâncias

(325m")

0,110 0,200 0,380 0,910 1,800

Sugere-se que estes sejam con­siderados os extratos padrões. Quaisquer outros padrões com es­sas mesmas percentagens de conta­minação que venham a ser prepara­dos posteriormente devem possuir aquelas absorvâncias. Os padrões com as percentagens de contami­nação acima mencionados dão mar­gem a uma comparação visual con­veniente para uso rotineiro na clas­sificação de cacau. É possível, entretanto, a depender da conveni-

16

ência, prepararem-se extratos pa­drões com qualquer intensidade de contaminação em relação aos pa­drões preparados inicialmente. Pa­ra isto, basta se observar as ab­sorvâncias na curva de calibração obtida a partir daqueles padrões (Figura 1). Por exemplo, caso haja necessidade de serem preparados extratos padrões com 3% e 6% de contaminação de fumaça, a curva de calibração mostra que suas ab­sorvâncias deverão ser respectiva­mente 0,130 e 0,250.

A fumaça constitui-se princi­palmente de uma mistura de subs-

0,40

1,20

~ • 1,00 " " • 0,80 • o z •• > 0,60 • o • • • 0,40

0,20

4 8 " "

tâncias fenólicas (2, 3, 4), que po­dem sofrer leves alterações quali­tativas conforme sua origem. Tal fato, apesar de não ser problema no caso da avaliação visual dos extratos, pode resultar em varia­ções significativas na análise es­pectrofotométrica, caso as fontes de origem da fumaça sejam muito divt:rsas. Como o conhecimento das absorvâncias é importante no preparo dos extratos padrões,estes deverão então sempre ser prepara­dos com amêndoas contaminadas com fumaça proveniente da queima de madeira. Somando-se este fato ao alto custo do equipamento e ne­cessidade de mão-de-obra especia-

20 ,. ,. •• PERCENTAGENS OE AMÊNDOAS CONTAMINADAS

Figura 1 - Curva espectrofotogramétrica de calibração, apresentando a intensidade relativa de contaminação por fumaça, em percentagem de amêndoas contaminadas, e suas respectivas ahsorvâncias.

17

lizada, leituras feitas com espec­trofotômetro ou colorímetro, apesar de mais sensíveis, não seriam con­venientes no caso. Os padrões se­riam preparados em laboratórios e­quipados com o instrumental ne­cessário e distribuídos para os Postos de Classificação e demais interessados. Na utilização usual do método, a intensidade de conta­minação de fumaça em um lote qual­quer de amêndoas seria avaliada pela simples comparação visual de seu extrato com os estratos pa­drões.

A contaminação mínima passí­vel de detecção pelo painel de 'de­gustação foi ao nível de 3,5% de amêndoas contaminadas. O teor máximo de contaminação por fuma­ça admissível em amêndoas de ca­cau, quando determinado pelo mé­todo proposto, deve estar, portan­to, em torno de 3%.

Os extratos padrões não podem ser utilizados indefinidamente uma vez que suas colorações são alte­radas pela luz e diferenças das in­tensidades de suas cores são ob-

servadas a partir do terceiro mês, Na prática, esse inconveniente po­de ser contornado pelas seguintes possibilidades, dentre outras:

a, Manutenção dos extratos padrões na ausência de luz;

b. Renovaçãodos extratos padrões a cada 3 meses;

c, Formulação de extratos de co­lorações semelhantes aos pa­drões que não sejam alterados com o tempo ou pela ação de luz; e

d. Utilização de escalas de cores com base na coloração dos ex­tratos padrões,

Ainda que não forneça os teores absolutos de fumaça, mas somente valores relativos de intensidade de contaminação, o presente método é mais sensível e bem mais exato que o utilizado atualmente no Bra­sil, pelo que se espera que o mes­mo venha a ser utilizado nos Pos­tos de Classificação de cacau e por outros interessados.

AGRADECIMENTO

Os autores expressa~ seu reconhecimento ao Eng. Químico Edmar Loureiro, pela colaboração prestada na execução dos testes organolép­ticos.

LITERATURA CITADA

1. BASTOS, G.A.C. Padronização e classificação do cacau. Cacau Atua­lidades (Brasil) 11(2): 9-18. 1974.

18

í

2. FIDDLER, W., WASSERMAN, A.E. e DOERR, R.C. Smoke flavor frac­tion of a liquid smoke solution. Journal of Agricultura! Food Chemistry 18(5): 934-936. 1970.

3. ISSENBERG, P., KORNREICH, M.R. e LUSTRE, A.O. Recovery of phenolic wood smoke components from smoked foods and model systems. Journal of Food Science 36:107-109. 1971.

4. KORNREICH, M.R. e ISSENBERG, P. Determination of phenolic wood smoke components as trimethysilyl ethers. Journal of Agricultura! Food Chemistry 20(6): 1109-1112. 1972.

S. MARAVALHAS, N., BERBERT, P.R.F. e ESQUIVEL, T.F. Um método fácil para determinação de cheiro de fumaça. Cacau Atualida­des (Brasil) 10(4): 2-4. 1973.

6. ROHAN, T.A. Processing of raw cocoa for the market. Rome, FAO, 1%3. p. 109.

RESUMO

Foi desenvolvido um método colorimétrico simples para determinar a intensidade de contaminação de fumaça em amêndoas de cacau. O método é baseado no fato de substâncias normalmente encontradas em material contaminado por fumaça serem francamente solúveis em álcool etílico a 96%, ao qual dão uma cor amarela característica. A intensidade dessa cor é proporcional à quantidade de fumaça e pode ser medida no compri­mento de onda de 325 m11- Para fins práticos, o método permite uma de­terminação visual satisfatória, comparando-se os extratos dos lotes de cacau a serem classificados, com extratos padrões. Espera-se que este método possa ser utilizado nos Postos de Classificação de cacau com a finalidade de se detectar cacau contaminado com fumaça.

A COLORIMETRIC METHOD FOR DETERMINING THE INTENSITYOF SMOKE CONTAMINATION

IN COCOA BEANS

SUMMARY

A simple colorimetric method was developed for determining the inten­sity of smoke contamination in cocoa beans. The tar compounds typically

v':. DOCiJMENTAC.f to>,•" o h

~~- <; .14: 6 , 6 BIBLIOTECA ~oi;.

,~ q ' ~ ' .n1 .• c:, ·c;.

found with smoke contamination are freely soluble in ethyl alcohol %% giving a characteristicyellow color theintensity of which càn be assessed both visually and spectrophotometrically. For practical purposes the meth­od permits an accurate visual determination by comparing prepared stand­ards with samples made on the spot from any lot of cocoa beans. Such a method is expected to be used at the cocoa grading stations to detect smoke contaminated cocoa beans.

20

ECONOMICIDADE DOS INSUMOS MODERNOS EM FAZENDAS DE CACAU•

José Alexandre de Souza Menezes** Euter Paniago *** Hércio Pereira Ladeira**** Antonio Lima Bandeira****

A CEPLAC vem, desde 1%4, orientando e estimulando os ca­cauicultores no uso de melhores métodos e modernos fatores de produção e, ao mesmo tempo, pro­porcionando meios para a amplia­ção das áreas de cultivo (1). Espera-se que os acréscimos de produção, obtidos através do uso de recursos maio;; eficientes, pos­sam diminuir os custos marginais de produção e que tal fato resulte na expansão da própria oferta do produto, em condições competi­tivas.

Aceita-se, em geral, que o ob­jetivo do agricultor, ao adotar inovações, é basicamente obter uma vantagem econômica a qual depende, em princípio, de como se comportam as produtividades físi-

cas dos insumos modernos utili­zados, das relações de preços desses fatores e do produto re­sultante.

Todavia, a introdução de ino­vações com a finalidade de mo­dernizar a agricultura, nem sem­pre redunda em benefícios a nível de fazendas.

Com respeito a fertilizantes, Schuh e Tollini (3) opinam que os agricultores poderão incorrer em grandes perdas, se não tomarem decisões corretas acerca da quantidade e do tipo de fertili­zante a usar.

A Teoria Econômica pressupõe que a firma opere no sentido de maximizar lucros sob condições em que cada recurso deva ser

*Recebido para publicação em agosto, 1973. * Resumo da tese inlitulada"Produtividade e Taxa Marginal de Retomo de

Insumos Modemos em Fazendas de Cacau, Região Cacaueira da Bahia, Ano Agrícola 1971 172~, apresentada pelo primeiro autor à Universidade Federal de Viçosa para obtenção do grau de ~Magister Scientiae".

** M.S., Divisão de Sócio-Economia, CEPEC. *** Ph.D., Departamento de Economia Rural, Universidade Federal de Viçosa

(DER-UFV), Viçosa, MG. **** M.S .. DER-UFV.

Revista Theobwrna. CBPBC, Ilhéus, Brasil, 4(2):21-33. Abr.-;r.m. 1974.

21

• . ,

usado no nível em que o valor do seu produto marginal iguale o preço do referido recurso.

Os insumos modernos, reco­mendados pela CEPLAC, reque­rem inversões adicionais cujos retornos dependem das suas pro­dutividades marginais e do preço do produto obtido. O problema se afigura na incerteza de se saber se o valor da produtividade mar­ginal dos recursos é suficiente­mente alto para cobrir tais inver­sões,- dada certas condições de preços.

A utilização, a nível de fazen­da, dos insumos modernos reco­mendados pela CEPLAC conduz a duas importantes indagações: 1. É o valor da produtividade margi­nal desses insumos adequado no presente nível de uso? e 2. Qual a taxa marginal de retorno desses insumos?

Tais indagações motivaram o presente estudo cujo objetivo consiste em analisar a produtivi­dflde e taxa marginal de retorno dos recursos utilizados na produ­ção de cacau, principalmente in­sumos modernos recomendados pe­la CEPLAC, em fazendas de ca­cau da Bahia, no ano agrícola de 1971/72. Especificamente, .procu­rou-se:

1. Estimar e examinar o valor do produto marginal dos recursos e insumos modernos;

2. Estimar as elasticidades par­ciais e totais de produção dos recursos e insumos modernos; e

3. Estimar e analisar o retorno lí-

22

quido marginal e a taxa margi­nal de retorno dos recursos e insumos modernos.

MATERIAL E MÉTODO

Origem dos dados

Os dados utilizados no presen­te trabalho provêm de um projeto de contabilidade agrícola, condu­zido em 80 fazendas de cacau -localizadas nos principais muni­cípios produtores da Bahia - sob orientação do Departamento de Extensão da CEPLAC (DEPEX). Esse projeto tem o objetivo de oferecer aos~ cacauicultores par­ticipantes um processo simples e racional para medir os resultados alcançados em suas atividades agrícolas e desenvolver o hábito de utilizar a contabilidade agríco­la como um instrumento de admi­nistração. Além disso, o projeto visa a coletar dados para deter­minar padrões e requerimentos de mão-de-obra para as práticas agrí­colas, insumos modernos, dispên­dios, margens de lucro da empresa por roça*, gastos e rendimentos de mão-de-obra sob regimes de traba­lho por empreitada ou por diária. As unidades selecionadas para o projeto estavam enquadradas em critérios tais como: empresa de fácil acesso e com área entre 20 e 200 hectares; agricultores cons­cientes, dispostos a participarem do projeto, receptivos a mudanças tecnológicas, alfabetizados e com

* O termo "roça" refere-se às divi­sões, em áreas produtivas, das fa­zendas de cacau.

idade adequada para o desempenho da tarefa.

Modelo conceitual

Tendo em vista os objetjvos do estudo e o número de observações utilizáveis no que diz respeito a graus de liberdade e outros aspec­tos estatísticos, escolheu-se como instrumento de análise a função de produção tipo Cobb-Douglas, expressa em termos logarítmicos,

Avaliação e especificação das variáveis

De acordo com os objetivos do estudo, foram definidas as se­guintes variáveis para a constru­ção de equações que permitissem explicar a produção de cacau:

Y - Produção de cacau (arrobas). X, - Valor de uso da terra com

cacauais (cruzeiros). X

2 -Área com cacauais produti­

vos (hectares). X1 - Investimento em animais de

serviço (cruzeiros). X4 - Investimento em benfeitorias

(cruzeiros). X5 -Investimento em equipamen­

tos (cruzeiros). X6 - Mão-de-obra em tratos cultu­

rais (cruzeiros). X7 - Mão-de-obra em beneficia­

mento (cruzeiros), X8 - Despesas diversas (cruzei-

ros). x. -Inseticida (sacos). X,o- Inseticida (cruzeiros). X, - Fungicida (sacos). X11 - Fungicida (cruzeiros). X11 - Fertilizantes (sacos).

Xu- Fertilizantes (cruzeiros). X,. -Calcário dolomítico (sacos). X16 -Calcário dolomítico (cruzei-

ros). x,7 - X1 + x4 + x. X,.-X6 +X7 X19 - X, 0 + X,1

~o- X,4 + X,6

XH - x20 + X,o Xa- X2o + X, 2

X11 - X,9 + X20

X24 - X18 + X"

Renda bruta X,,-

Custos totais variável

auxiliar assumida para intro­duzir o efeito da adminis­tração na função de produ­ção. Esta variável foi uti­lizada por Ladeira (2).

23

Sabe-se que a função de produ­ção é um relacionamento entre o produto físico obtido e os recur­sos físicos utilizados, daí a con­veniência de se mensurar esse re­lacionamento em unidades físicas apropriadas. Todavia, devido à necessidade de se agregar insu­mos, medidos em unidades hetero­gêneas e cuja medição só pode ser feita em unidades homogêneas, fêz-se a agregação usando-se ter­mos de valor. Sabe-se que, se existir outra relação que não seja competição perfeita para os mer­cados de fatores e do produto, a medição das variáveis em termos de valor pode causar tendenciosi­dade (4). Foi assumido, neste es­tudo, para a medição das variáveis da função de prOO ução de Cobb­Douglas, especificadas em termos de valor, a existência de merca-

dos de competição perfeita. Esta pressuposição é feita com base em razões lógicas, desde que não é conhecida a natureza dos merca­dos de fatores e do produto, atra­vés de estudos empíricos, para a região estudada.

Na avaliação das vanaveis, considerou-se a produção de ca­cau (Y), no ano agrícola 1971/72. A variável terra com cacauais (X1), refere-se ao fluxo de servi­ços prestados na produção pelos cacauais produtivos, fluxo esse que foi calculado através de de­preciação linear, pelo período de 50 anos. Os investimentos em animais de serviço (X,), benfei­torias (X 4 ) e equipamentos (X 5 )

referem-se ao fluxo de serviços prestados, o qual foi calculado através de sua depreciação além de se considerar os reparos e ma­nutenção. As variáveis mão-de­obra para tratos culturais (X,) e mão-de-obra para beneficia­mento (X1) foram medidas em cruzeiros, dada a dificulda­de de expressá-las em unidades físicas. As despesas diver­sas (X8 ) referem-se a várias des­pesas não enquadráveis nas cate­gorias já descritas. Os insumos modernos foram medidos em termos de valor e em físicos. Os preços dessas variáveis foram estabele­cidos com base no valor do dinhei­ro empregado em cada uma delas. O preço da variáve I dependente (Y) foi estimado em Cr$23,33 por arroba. Para as variáveis inde­pendentes, arbitrou-se uma taxa de juro$ para cada cruzeiro inves­tido.

24

Procedeu-se ao ajustamento dos parâmetros das equações de regressão pelo processo de esti­mação de mínimos quadrados.

RESULTADOS E DISCUSS,\0

Resultados estatísticos

Os dados foram ajustados pelo método dos mínimos quadrados à equação tipo Cobb-Douglas, ex­pressa em termos logarítmicos. Dentre as várias equações ajusta­das, uma delas sobressaiu-se por apresentar coeficientes de regres ­são altamente significativos e ou­tros indicadores estatísticos com características desejáveis para a análise econômica. As variáveis componentes desta equação estão expressas no Quadro 1, onde se observa que:

a. Todos os coeficientes de re­gressão da equação escolhida apresentam-se com o sinal es­perado;

b. Todos os coeficientes de re­gressão apresentam estimativas confiáveis no que tange ao ní­vel de significância estatística (teste t);

c. A equação escolhida apresenta alto coeficiente de determina­ção múltipla (R2

), sendo aproxi­madamente igual a 0,99, indi­cando que cerca de 99% da va­riação total de Y é explicada pela variação das variáveis in­dependentes;

d. Não foi observada, na matriz de correlação simples, presença da multicolinearidade, entre as variáveis independentes;

Quadro 1 -Valores eslalísticos das lJariát•eis da equação, ajustada para a produção de cacau. Região cacaueira bai011a. ano agrícola 1971 /72 .

Variáveis

Xt -Terra com cacauais (Cr$) Xs - Despesas diversas (Cr$) X17- Benf., animais e equip. (Cr$) Xts- Mão-de-obra (Cr$) X23- Insumos modernos (Cr$) X2s- Administração

Constante de regressão (a) 0,546.

Coefic. de regressão

0,221 0,048 0,14Q 0,437 0,108 0,914

Erros padrão

0,021 + +

0,007 +. 0,014 •• 0,026-+ t

0,017 ~ +

0,033 + t-

Coeficiente de determinação múltipla (R2) • 0.99. Estatística de Durbin Watson (d) 2,149. + + Significante ao nível de 1%.

e. O teste de Durbin-Watson, para os resíduos, sugere ausência de correlação serial ou perturbação no termo do erro.

A representante da equação es­colhida, para análise econômtca, em forma logarítmica é:

log y = 0,5460 + 0,2210 log xl + 0,481 log X, +0,1495 log X17 + 0,4368 log xl. + 0,1082 log XH + O, 9142 log X25 •

Análise econômica

O Quadro 2 apresenta o uso atual (médio) dos recursos nas fa­zendas estudadas e a produção média obtida. Dos valores expos­tos, calculou-se que, para se pro­duzir 2.460 arrobas de cacau, va­lor considerado como média geo­métrica da produção das 80 fazen­das, o custo total foi de aproxi­madamente Cr$34.420,00 (média

25

geométrica). Considerando-se o pre<,:o médio anual de cacau, no período de 1971/72 (Cr$23,33), para uso tota I dos recursos e para a produção de 2.460 arrobas, as­sinalou-se uma renda líquida apro­XJmada de Cr$22.960,00. Fazendo­se o cálculo para 1.000 arrobas, tem-se o custo total igual a Cr$ 13.990,00, renda bruta de Cr$23.330,00 e renda líquida de Cr$9.340,00. Assim, a renda bruta auferida no ano considerado paga o fluxo dos serviços dos fatores terra , capital em benfeitorias, ani­mais e equipamentos, mão-de-obra, despesas diversas e insumos mo­dernos. E sobram Cr$9.340,00/ 1.000 arrobas para remunerar a capacidade empresarial da firma.

Para se observar como cada recurso influi no custo total, foi calculada a participação percen­tual de cada uma das principais categorias de recursos (Quadro 3).

Quadro 2 - I'rodu('ào e u<;o atual dos recursos r1as fazendas de carau estudada<;, Rf!git7o racauC'ira baiana, ano agrícola 1971 /72.

Especifícaçllo

Produção de cacau Área da fazenda Valor de uso da terra Valor de uso das benfeitorias Valor de uso dos equipamentos Capital investido em anim. de aerv. Mi<Hie-obra para tratos culturais MAo~e-obra pua beneficiamento Despesas diversas Inseticidas Fungicidas Fertilizantes Calcário dolomitico

*Média geométrica.

Unidade

arroba h a Cr$ Cr$ Cr$ Cr$ Cr$ Cr$ Cr$ saco saco saco saco

Quantidade*

2.460,00 49,50

5.532,00 3.748,00

334,00 1.097,00 5.319,00 6.092,00 2.356,00

23,00 3,00

136.00 6,00

Quadro 3 - Participação do.-; recursos utilizados pelas fazendas de cacau no custo totul tie protiuçilo. Região cacaueiro baiana. ano agríco · la 1971/72.

Recursos % do custo total*

Valor de uso da terra com cacauais Valor de uso de benfeit., animais e equipamentos Mão-de-obra

18 20 39 15 Insumos modernos

Despesas diversas

*Média geométrica.

As elasticidades parciais de produção, representadas pelos coeficientes de regressão do mo­delo selecionado, na média para cada recurso, mantido os outros constantes, são apresentadas no Quadro 4. Os resultados indicam que:

a. Um aumento de 10% no valor do capital do fluxo de serviços prestados por benfeitorias, an i-

26

8

mais e equipamentos (X 17 ) de­terminaria um aumento de 1,5"/o na produção de cacau.

b. Um aumento de 10"/o no recurso de mão-de-obra (X,.) determina­ria um aumento de 4,4"/o na pro­dução de cacau.

c. Um aumento de 10% no valor dos recursos insumos modernos (X,) acarretaria um aumento de 1,1% na produção de cacau.

d. Um aumento de 10% no fluxo de

Quadro 4 - Flasttcidade'> parciais de produção tios recursos, envol­uitlos na produção tie cacau. Região cacaueiro baiana, ano agrícola 1971 /72.

Recursos

Terra com cacauais

Elasticidade parcial de produçlo {bi) *

Benfeitorias, animais e equipamentos Despesas diversas

0,221 0,149 0,048 0,437 0,108

Mão-de-obra Insumos modernos

* bi = Coeficientes das variáveis independentes da regressão e que no modelo escolhido equivale à elasticidade parcial de produção.

serviços prestados pelo recurso terra com cacauais (X,), resul­taria em um acréscimo de 2,2% na produção de cacau.

e. Um aumento de 10% nas despe­sas diversas (X,) acarretaria um aumento de 0,5% na produ­ção de cacau.

Observou-se que as elasticida­des parciais de produção são posi­tivas e menores que a unidade. Na média, 1sso sugere que os fa­zendeuos estão operando com os recursos, como considerados, na amphtude racional de produção.

Caso se aumentasse de 10% todos os fatores simultaneamente, a produção aumentaria de 9,63%.

O teste estatístico comprovou que a soma dos coeficientes de regressão é igual à unidade. Não foi incluído na soma o coeficsente da variável auxlliar adm1n1stração (XH ), pois poderia ser sugendo que o retorno, possivelmente cres­cente, era devido à administração, e não à escala.

A efíciênc1a do uso dos recur­sos na produção de cacau, com in­sumos modernos, foi avaliada a­través da relação do valor dos oro­dutos marginais dos fatores (VPM) e seus respectivos preços (Pxi) (Quadro 5). Notou-se que os VPM para os recursos considerados na média são sempre maiores que seus respectivos preços, o que sugere que os recursos, apesar de estarem sendo usados na amplitu­de racional de produção, não sa­tisfazem à condição do emprego no nível óhmo. Para alcançar este nível, todos os recursos devem ser incrementados.

Pressupondo condições de com­petição perfeita para produto e fa­tores de produção, obteve-se a es­timativa do retorno líquido margi­nal (RLM), subtraindo-se do valor do VPM o preço do recurso (Pxi). A TMR foi obtida divid1ndo-se o RLM pelo Pxi. É aqui admitido que, no ponto onde ocorre o nível de emprego ótimo de recurso, o RLM e a TMR são iguais a zero; 1sto é, ambos podem ser pos1tivos

27

Quadro 5 - Valor do produto marginal (VPM) dos recursos e seus respectivos preços. Região cacaueiro baiana, ano agrícola 1971/72.

Recursos

Terra com cacauais Despesas diversas Benfeitorias, animais e equip. Mio-de-obra Insumos modernos

e decrescerem até atingirem o ní­veL de emprego ótimo dos recur­sos e, então, tornarem-se nega­tivos.

Para o ponto definido pela mé­dia, o RLM representa o benefício líquido que se obtém nesse ponto pelo aumento de uma unidade no recurso.

O RLM e a TMR foram calcula­dos para os recursos, na média e no nível atual de uso, e são apre­sentados no Quadro 6. Observou-se que as maiores TMR são advindas de terras com cacauais (X1) e mão­de-obra (X,.). As TMR propiciadas por insumos modernos (X23) são maiores em valor absoluto que as advindas de despesas diversas (X,) e benfeitorias, animais e equipamentos (X17 ).

Naturalmente, surge aqui o in­teresse em se conhecer como a TMR varia quando o preço do ca­cau aumenta ou diminui, permane­cendo tudo o mais constante. Esta relação será aqui proposta como uma elasticidade possível de ser computada entre pontos bem próxi­mos, por:

28

Preço do recurso VPM

E•

1,18 1,09 1,18 1,09 1,08

PFM.Xi

PXi

py

TMR

2,29-t 1,169 1,439 2,070 1,335

onde: E = elasticidade PFM 5 Produto físico mar­ginal Xi - Recurso Pxl = Preço do recurso con­siderado. Py = Preço do produto. TMR = Taxa marginal de re­torno.

O Quadro 7 mostra que, perma­necendo tudo o mais constante, as elasticidades da TMR dos recursos sugerem que, a uma variação de 1% no preço do cacau, a TMR para os recursos considerados variará no mesmo sentido, sendo de 2,05% para a terra com cacauais (X

1),

14,86% para as despesas diversas (X2), 5,59% para benfeitorias, ani­majs e equipamentos (XI?), 2,19% para mão-de-obra (X11) e 5,22% para insumos modernos (~ 1).

No Quadro 6, observa-se que, ao nível do preço atual para o ca­cau (Cr$23,33), a TMR dos insu­mos modernos (X~,) é de 23,6% e é relativamente menor que a TMR para mão-de-obra (Xu) e terras com cacauais (X1). Os resultados

Quadro 6- Retorno líq11ido marginal (RLM) e taxa mar~inal de retomo fT.URJ ptiTa os recursos envolv idos na produção de cacau. no nível atual tfe •so. Região caca•eira hnia11a, ano agrícola 197 1/72.

Recursos

Terra com cacauais Despesas diversas

RLM (Cr$)

TMR (%)

94,4

Benfeitorias, allimais e equipamentos lU o-de-obra

1,114 0,080 0,259 0,980 0,255

7,2 21,9 89,9 23,6 las1U1106 modernos

Quadro 7- 1:/asliciJaJe da TMR e• rt!lação ao fJreço do cacau. Re­gião caca11eira baiana, ano agríco­la 1970/71.

Recursos

Teml com caca .. ill Despesas diversas Benfeitorias lllo-de-obna .......,.....,_

2,05 14,86

5,59 2,19 5,22

apresentados no Quadro 7, por sua vez, sugerem que as elasticidades da TMR para insumos modernos (Xu) é relativamente maior que para terras com cacauais {X1 ) e mão-de-obra (X .. ). Disto se infere que, aumentando o preço (Py) do cacau, aumentam a TMR de terra com cacauais (X,), mão-de-obra (Xu) e insumos modernos (X2); a TMR de insumos modernos (X,), porém, aumentará mais, pois é re­lativamente mais elástica. Dimi­nuindo o pr-eço do cacau, diminui ­rá a TMR de terra com cacauais (X,), mão-de-obra (X,.) e insumos modernos (X73), sendo que a TMR

de msumos modernos <Xn) dimi­nuirá mais, uma vez que é relati­vamente mais elástica.

CONCLUSÕF.S

Nas condições atuais de uso e preço dos fatores e preço do pro­duto, os resultados finais da ex­ploração permitem remunerar todos os fatores utilizados.

Os recursos considerados na produção de cacau estão situados individualmente dentro da amplitu­de racional de produção, visto que as elasticidades parciais de pro­dução são positivas e menores que a unidade.

Um aumento de 10% nos mves­timentos em cada um dos fatores terra com cacauais (X,), despesas diversas (Xa), benfeitorias, ani­mais e equipamentos (X17 ), mão­de-obra (X,.) ou insumos modernos (X21), mantendo-se os demais cons­tantes, acarretará um aumento de 2,2%; 0,5%; 1,5%, 4,4% ou 1,1%, respectivamente, na produção de cacau.

29

'

Todos os recursos c-onsiderados no modelo podem ter seus usos incrementados, uma vez que o va­lor de suas produtividades margi­nais são maiores que seus respec­tivos preços.

A soma dos expoentes da fun­ção ajustada é, estatisticamente, igual à unidade e define um retor­no constante à escala.

Os insumos modernos (X,.), as­sim como os demais recursos, se forem aumentados à margem, apre­sentam resposta econômica favo­rável. A taxa marginal de retorno para insumos rnodernos (X,) é de 24%.

Dentro das possibilidades de produção, deve-se incrementar os investimentos nos recursos usados na produção de cacau, segundo a ordem seguinte· 1. Terra com ca­cauais (X,); 2. Mão-de-obra (Xu); 3. Insumos modernos (X"); 4. Benfeitorias, animais e equipamen­tos (X11 ) e 5 Despesas diversas

(X.).

Aumentando o preço do cacau, (tudo o mais constante) aumentará a TMR de todos os recursos utili­zados na produção. A TMR de in­sumos modernos (Xll), porém, au­mentará mais que as de terra com cacauais (X,) e mão-de-obra (X,.), uma vez que é mais elástica.

AGRADECIME:\ITOS

Ao DEPEX, especialmente ao Eng'? Agr. Edmundo P. Mandarino e agrônomos participantes do projeto de contabilidade agrícola, pela coleta das informações sem as quais não seria possível a execução do presente trabalho, e à Eng? Agr. Maria l-lelena Alencar, pelas constantes sugestões.

LITERATURA CITADA

1. A L VIM, P. de T. e ROSÁRIO, M. Cacau ontem e hoje. ltabuna, CEPLAC, 1972. 83 p.

2. LADEIRA, H.P. Produtividade dos recursos na produção de cacau, região cacaueira, Bahia. Tese de M.S. Viçosa, MG, Universida­de Federal. 1971. 75 p.

3. SCHUH, G.E. e TOLLINl, H. Análise econômica de ensaios de adu­bação. In Reunião Brasileira de Fertilidade de Solo, 7a., Itabu­na, Bahia, Brasil, 1972.

4. TEIXEIRA FILHO, A.R. An economic evaluation of methodology employed in the estimation of farm levei production functions. Ph.D. Thesis. s.l. Purdue University. 1970. 199 p.

30

5. TOLLINI, H. Indústria de fertilizantes na América Latina: Preços relativos a requisitos de desenvolvimento. Viçosa, MG, Uni­versidade Federal, 1971, 8 p. (mimeografado).

RESUMO

O presente estudo focaliza a utilização, a nível de fazenda de cacau, no Sul da Bahia, dos insumos modernos recomendados pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), no ano agrícola 1971/72. Esses insumos demandam inversões adicionais e os retornos a esses investimentos dependem da produtividade marginal desses recursos e do preço do produto obtido. Tal fato não permite saber se 0 valor da produtividade marginal é suficiente para cobrir tais inversões.

Os objetivos específicos do estudo foram: 1. Estimar e analisar o valor do produto físico marginal dos recursos e insumos modernos; 2. Estimar as elasticidades parciais e totais de produção; e 3. Estimar e analisar o retorno líquido marginal e a taxa marginal de retorno.

Para estudar aspectos ligados à fase produtiva, usaram-se dados provenientes do projeto de Contabilidade Agrícola conduzido nas fa­zendas pelos produtores e orientado pela CEPLAC.

Foram ajustadas funções de produção do tipo Cobb-Douglas, por regressões, usando-se a técnica dos quadrados mínimos.

Entre as equações ajustadas, foram apresentadas quatro e, entre elas, escolhida uma, por se apresentar com coeficientes de regressão altamente significativos e outros indicadores estatísticos com carac­terísticas desejáveis do ponto-de-vista estatístico, com vistas à aná­lise econômica.

O produto obtido e os recursos utilizados foram medidos em arrobas (15 kg) e pelo valor do fluxo de serviços prestados, respectivamente.

A elasticidade parcial de produção indicou que todos os fatores de produção, inclusive insumos modernos, estão positivamente relacionados com a produção do cacau. Um aumento de 10% em investimentos com insumos modernos aumentaria em 1,1% a produção de cacau. Os produ­tores de cacau estão atuando no estádio racional de produção sem, contudo, atingir ao ótimo econômico. É necessário aumentar o uso de todos os recursos considerados. Nas condições atuais de uso desses recursos, os resultados finais permitem remunerar todos os fatores de produção.

31

A taxa marginal de retorno foi estimada em 94,4% para terras com cacauais; 7,?% para despesas diversas; 21,9% para fluxo de serviços em benfeitorias, animais de serviços e equipamentos; 89,9% para mão-de-obra e 23,6% para insumos modernos. O retorno líquido marginal indicou que, para o próximo cruzeiro investido em terras com cacauais, haverá lucro de Cr$ 1,11; Cr$ 0,08 para despesas diversas; Cr$ 0,26 para benfeitorias animais e equipamentos; Cr$ 0,98 para mão-de-obra e Cr$ 0,25 para insumos modernos.

Os resultados sugerem que os insumos modernos aplicados em ca­cauais baianos são rentáveis. Esta rentabilidade, porém, aproximada­mente igual a 24%, pode ser aumentada mais rapidamente que a dos ou­tros recursos, dado o comportamento do preço desses insumos, orienta­ção da pesquisa agrícola e elasticidade da taxa marginal desses mesmos insumos ser mais sensível às variações de preço de cacau que a dos demais recursos.

ECONOMIC ASPECTS DF MODERN INPUTS USED IN BAHIAN COCO A F ARMS

SUMMARY

The present study considers the utilization of the modero inputs such as fertilizers, fungicides, insecticides, etc recommended by Co­missão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) in cocoa production, at the farm levei in southern Bahia during the agricultura! year 1971/72. Considering that these inputs require additional invest­ments and the return of these investments depends on the marginal productivity of the resources and the price of the product obtained, the problem seems to be the uncertainty of knowing whether the value of the marginal productivity is sufficient to cover that investment.

The specific objetives of this study were; 1) to estimate and analyze the value of the marginal physical product of the resources and modero inputs, 2) to estimate the partia! and total elasticities of production, and 3) to estima te and analyze the marginal net return and the marginal mte of return of investment.

The data used to study the relevant aspects of cocoa production were obtained from farm records from the Agricultura! Records Project conducted by CEPLAC. These farms, which comprised a distinct population, kept records in a uniform manner. All utilized fertilizers, herbicides and fungicides according to CEPLAC's recomendations.

32

Cobb-Douglas production functions were estimated using the ordinary least squares technique. Four regression equations were estimated, of which one was chosen for detailed analysis. Its regression coeffi­cients were highly significant. Also included in the analysis were other indicators, such as the corre!ation matrices. These demonstrate desirable characteristics from a statistical point of view and also provide insights for economic analysis.

The production obtained was measured 10 units of arrobas (1 arroba '" 15 kg), and the resources utilizeJ were measured by the value of the flow of services rendered.

The partia} elasticities of production suggested that ali the factors, including modero inputs, made a positive contribution to the production of cocoa. An increase of 10% in investments in modero inputs causes a 1.1% increase in the physical production of cocoa. Constant returns­to-scale were implied by the analysis,

The results suggest that the cocoa producers studied are producing at the rational stage of production although the economic optimum has still not been reached. lncreases are implied in the levei of use of all resources considered.

Under current conditions of resource use, the conclusion is reached that the output obtained is adequate to remunerate ali the factores of production.

The results suggested that the modero inputs applied in Bahia cocoa production are profitable, but this profitability, approximately equal to 24%, could be increased more rapidly than that for other inputs, given the behavior of the prices of modern inputs, given the orientation of agricultura! research, and given that the elasticity of the marginal rate of return on investment for modem inputs is more sensitive to varia­tions in the price of cocoa than is that for the other resources,

The marginal rate. of return for land in cocoa production was esti­mated at 94.4%; for miscellaneous expenditures, 7.2%; for flow for services of improvements, livestock and equipment, 21.9%; for manual labor, the estimated rate for return was 89.9% and for the modero inputs, 23.6%. The marginal net return on working capital indicates that for the next cruzeiro invested in land in cocoa production, there is a gain of Cr$ l.ll; for miscellaneous expenditures, Cr$ 0.08; for buíldings, livestock and equipment, Cr$ 0.26; for manual labor Cr$ 0.98, and for modero inputs, Cr$ 0.25.

® ® ®

33

OBSERVAÇÕES CITOLÓGICAS EM CÉLULAS MÃES DE POLEM

DE CACAUEIROS * Geraldo Adami Carletto **

Embora se constitua numa plan­ta de grande importância econômi­ca, o cacaueiro não tem recebido dos biologistas a devida atenção no que se refere aos aspectos cito­genéticos relacionados com a pro­dução.

Enriquez (1) observa que os tra­balhos existentes sobre a estrutura cromossômica do cacaueiro são es­cassos e versam sobre o número, tamanho, forma e processo meiótico de divisão das células mães de po­lem (CMP).

Recentemente, Opeke e Jacob (4) mostra ram que o clone autoin­compatível Na-32 apresenta asso­ciações cromossômicas mono, bi e tetravalentes, diferentes da asso­ciação teórica esperada para um di-

plóide. Por este motivo, formula­ram a hipótese de que o cacaueiro seria uma tetraplóide e que estas irregularidades no pareamento dos cromossomos poderiam servir para explicar o fenômeno de incompati­bilidade.

A necessidade de maiores co­nhecimentos sobre os mecanismos citogeoéticos do cacaue1to motivou a presente investigação.

MA TERIA L E MÉTODO

O presente trabalho foi realizado no Centro Tropical de Ensino e In­vestigação do Instituto l nterameri­cano de Ciências Agrícolas (IICA­CTEI), Turrialba, Costa Rica, uti­lizando-se os clones autocompatí-

• Recebado pora publlcação em fevereiro, 1973. • Extraado do tese Ulhtulada "Estudo dos mecanismos detemanantes de graus

de autocom.,.tíb&lidade em Theobroma cacao L. •, apresentada ao UCA­CTEI, Turriatba, Costa Rica, para obtenção do título de Maglster Scientiae.

•• !11. S., Di•isio de Genética, CEPEC.

Ret•ísla TJ.cobroma. CE:.PEC., Ilhéus, Brasil, 4 (2) · 34 -40. Abr. -Jun. 1974.

34

veis ICS-1, UF-667, UF-29 e seus luõridos com os autoincompatíveis Sca-6 e DIC-67.

Foram coletados, em todos os cultivares, botões florais joveos e flcxes abertas no mesmo diâ, entre 7 e 12 horas da manhã. Os botões florais foram fixados em Cacnoy 6: 3 : 1, poc 36 horas, em baixa tem­peratura, para observação das CMP. As associações cromossômicas das CMP foram observadas em metafase I através de preparações temporá­rias coloridas com aceto-carmim.

A coleta das flores para obser­vação da normalidade dos grãos-de­polem foi feita em bolsas de polie­tileno revestido internamente com papel de filtro umedecido. Consi­derou-se normal todo grão-de-polem colorido pelo Cottoa bJue e que a­presentasse .a forma esférica típica. Para efeito de uniformização de a­mostragem, somente foram conside­rados aqueles grãos que estavam dentro da área previamente estabe­lecida no campo visual do micros­cópio.

ltESUL TADOS

Nos Quadros 1 e 2, são apresen­tados os resultados de observações do pareamento de cromossomos de CMP de clones autocompatíveis e seus lu"bridos com um pai autoin­compativeL

Os clones UF -667 e UF -29 apre­sentaram um número de associações cromossômicas bivalentes maior do

Quadro 1- Associações cromos sômicas das células mães de polem (CMP) em metáfase 1 dos clones ••tocom/)atíveis.

X!CMP

l 3 2 3 I I 1

11 2 I

9 J I 1

I

o 2 4 1 3 9 4

o I 4

• 2 .. •

Aaaocs.çaea•

B m ICI- 1

10 o 9 o I o I I 7 I 4 1 5 2

UF- 667

10 o I 1 5 2

UF- 29

lO o 9 o • o

' 2

• Associações: 1-mooovalentes; n­bivalentes e m - trivalentes.

que a do ICS-1. Estes valores in­dicam que existe maior uniformida­de no processo da divisão das CMP para formação dos grãos-de-polem nos dois primeiros cultivares. Nos híbridos com um pai autoincompatí­vel observou-se uma baixa freqüên­cia de associações bivalentes.

Partindo do pressuposto de que se deveria encontrar uma relação perfeita entre a freqüência de pare­amento normal dos cromossomos e a normalidade dos grãos-de-polem, foram procedidas as observações

35

Quadro 2-A'>.'oocioções cromos· ~tJmíco~ dt> célula~ mde.s áe polem f(. MJ>J em metáloH' f dr~s híhridos.

N! CMP

4 3 2 2 2 1

.. 3 2 2 2

.. 4 2 I I I

3 5 3

3 5 I 3 I I

As•oc'-ç6e• •

11 DI

ICS - 1 aJIIC- 67

o 2 4 6 I 7

lO 9 8 7 8 5

o o o o I I

ICS - 1 x Sca -6

o .. 3 I 8

lO

• 1 8 3

o o I 1 l

UF - 667 • Sca-6

o 2 4 6 I 3 8

lO 9 8 7 8 7 3

o o o o I I 2

UF - 667 x IIIC - 67

o 4 2 I 5 2

lO 8 9 8 6 6

o o o I 1 l

UF -29 11 IIIC - 67

.. 2 8 ~ 7 o

8 9 6 6 5 7

o o o I 1 2

• As~ocaaçõe,:; · 1- monovalenlcs; 11 -bavah>nh.•s e 111 - lravalentes.

constantes dos Quadros 3 e 4. nos clones autocomp;itíveis e em seus híbndos com um dos pais autoin · compatíveis. As percentagens mé­dias de pólens norma1s foram bas ­tante altas (91% a 99%), tanto nos clones como em seus hibrtdos.

DISC USS;\o t-; CONCLUSÕES

Tanto os clones uutocompatívei:; (JCS-1, UF -667 e UF -29) como os seus híbndos com os clones auto­incompatíveis (Sco.~ -6 e IMC-67) a­presentaram dSSOC1ações cromos­sômicas mono, bi e trivalentes na formação de gametas. Estes resul­tados divergem do reg1strado por Opeke e Jacob (4) que encontraram associações cromossômicas mono, bi e tetravalentes no cultivar Na-32. Da1 formularem a hspotese de que o cacaueuo seria um tetraplóide e que essas irregularid<.1des no p<.~re<J · mento de cromossomos poderiam servir de base, também, para expli ­car o fenômeno da 1ncompat iblll ­dade.

36

Os resultados da presente mves · t igação. juntamente com as mforma­ções de Muõoz Orteg<~ (3}. que o número bás1co de cromossomos de todas as espécies do gênero Theo­hromo é 2n = 20, e Knight (2). que polípló1des Induzidos em cacauei­ros têm o comportnmenlottplcodes ­sas plantilS, sugt>rem que a hipó· tese formulada por Opeke e Jacob (4)deva ser objeto de estudos ma1s profundos.

Quadro 3 - \"ti mero á e grãos-dt!-pol~m norma i\ (\' J. anormais ( ;\N J <'

pcrcentagt'l'l médio de normais f"ó ~) de algum, c fones .

j N~ da observaçio

l 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

I 20

~N

ICS- 1 N AN

43 49 27 56 34 54 47 44 45 72 56 44 92 86 44 56 77 28 31 87

7 6 8 4 2 3 3 1 7 6 7 8 8 4 2 5 1 6 4 8

1072 100

91,47

Considerou-se que a normalidade do polem poder ia estar relacionada com a alta freqüência de associa­ções cromossômicas biva lentes no processo de div1são das CMP. Os valores encontrados para pólens norma1s (91 a 99%) indicam que não há relação entre os dois fenôme­nos, uma vez que não se cumpriu a expectação teórica tanto nos culti­vares autocompatíve1s como nos

UF - 667

N AN

43 34 32 38 28 66 47 37 30 34 34 39 33 42 37 70 46 67 39 43

o o 2 o 1 o o o 2 o l 1 o o 1 2 o 1 o o

839 11

98,57

UF - 29 N AN

41 28 43 32 29 46 32 37 38 29 28 42 35 38 32 56 28 44 49 39

1 o 2 4 4 1 o 1 2 o 3 2 3 o o o o 3 1 o

746 27

96,50

seus híbrido.<; com clones amazô­nicos autoincompatíveis. Os va !o­res de polem normais encontrados servem para determinar graus de fertshdade em cacaueiros e não aJudam à explicação do comporta­mento de cacaue1ros incompatíveis.

Admitem-se como preliminares os resultados obt1dos no presente trabalho, uma vez que as observa-

37

Quadro 4- Núm~ro de gri!os-de-polem normais (N), anormais (A .'l), e percentagem d~ normais i!f.N) de alguns cultivares híbridos.

UF-f67a UF-667 X JCS-1 X ICS-1 X UF-29 X I N~ da Scll-6 IIIC-67

!Pbservaçio N AN N AN

1 89 2 53 o 2 62 4 63 3 3 45 2 88 o 4 43 1 40 1 5 78 1 44 3 6 94 1 44 2 7 72 l 101 18 8 38 2 81 1 9 41 o 142 3

10 56 l 27 42 11 36 o 44 3 12 74 l 89 o 13 62 o 74 o 14 46 1 27 1 15 36 4 94 7 16 93 4 64 5 17 36 2 99 3 18

. 37 4 78 1

19 43 1 49 o 20 62 o 101 6

I. 20 1143 32 l4cr2 99

"N 9'1:rl 93.40

ções do pareamento de cromosso­mos não puderam ser feitas em pró­fase (paquiteno e diacnesis) e sim em metáfase I, face ao pequeno ta-

IIIC-67 Sca-6 IMC-67 N AN N AN N AN

33 o 32 o 36 1 45 o 38 2 83 o 38 o 39 1 42 o 49 o 51 o 60 1 63 1 41 o 39 o 64 o 32 1 46 o 49 o 37 4 118 o 67 o 43 4 51 o 42 1 32 6 46 o 34 o 34 6 67 9 31 5 32 1 63 o 40 o 43 2 56 o 39 o 30 1 75 o 48 o 32 o 60 2 66 o 37 2 74 8 38 4 42 1 83 4 64 o 39 2 60 o 32 1 56 o 44 3 41 o 51 1 43 2 58 3 44 2 58 o

941 15 786 36 1204 30 98",48 95,62 97,33

manho dos cromossomos e às difi­culdades encontradas na coloração das células, onde substânc1as co­mo mucilagens também se coloriam.

AGR·ADECIMENTO

Desejo expressar sinceros agradecimentos ao Dr. Jorge Soria e Dr. Carl Moh, pela ouentação dada.

38

.I

I

I

LITERATURA C ITADA

1. ENRIQUEZ C., G.A. Revisión de literatura de citogenetica en cacao. s.n.t. 9 p. (Mecanografado)

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RESUMO

O estudo citológiCO das células mães de polem (CMP) de cacaueiros autocompatíveis e seus híbridos com um pa1 autoincompativel mostrou o aparecimento de assoc1ações cromossômicas mono, bi e trivalentes no processo de formação de grãos-de-polem.

Considerou-se que a normalidade do polem poderia estar relacionada com a freqüência de associação cromossômica bivalente no processo de divisão das CMP. Entretanto, os valores encontrados para pólens nor­mais, tanto nos cultivares autocompatíveis como nos seus híbridos com um pai autoincompatível, ind1cam que não há relação entre esses fenô­menos.

CYTOLOGICAL A BERRA TIONS OF THE POLLEN MOTHER CELLS

IN Theobroma cacao L.

S UMMARY

Mono, bi- and trivalent chromosomal pairing was observed 1n the pollen grain formation process for both self-compatible cocoa and cocoa hybrids

39

where one of the parents was self-compatible. It had been considered that pollen viability was related to the frequency of bivalent chromosomal pairing in the division of the pollen mother cell. However, values found for viable pollen grains for both self-compatible cultivars and cultivars with one self-incompatible parent indicate there is no relationship be­tween viability and frequency of bivalent chromosomal pairing.

40

REVISTA THEOBROMA

Julho-serembro 1974

Ano IV N~ 3

Publicaçio nimesrrod de­dicada à divulgaçio de in­vestigação dendfica reJa· cionada com problemas agro· nômkos e sócio-econômi­cos de áreas cacaueiras. Editada pelo Cenuo de Pes­quisas do Cacau (CEPEC), Departamen<o da Comissio E:ucutiva do Plano da La­voura Cacaueira CCEPLAC).

COMISSÃO EDITORIAL

Alvim. Paulo de T.

Cruz, Luiz C. Sales, Josil' C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Aitken, 1Villiam M. Alencar, Maria H. Alvim. Ronald Barroco, Hil'lio E. Barros, Raimundo S. Cabala R., F. Percy Carteuo, Geraldo A. Loureiro, Edmar S. Maravalbas, Nelson Mariaoo, Antônio H. Medeiros, Arnaldo G. Menezes, José A. S. Miranda, Emo Ruy de Pereira, Clovis P. Rocha, Hermínio M. Silva, Luiz F. da SHva, Pedri<o Veotocilla, José A.

Endeteço para correspon• dênda (Adress for corre• spnndence):

Revista Tbeobroma Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC). Caixa Postal 7 45.600- ltabuna·Bahia

Brasil

Titagem 3.000 e:remplares

CONTEÚDO

I. The possible role of abscisic acid and cytokinins in growth rhythms of Theobroma cacao L. R. Al­uim, P. de T. Aluim, R. LOf'etrzi e P. F. Satmders.

Fitormônios e ritmos de crescimen­to em Theobrorrza cacao L. (Re­sumo) p. 11.

2. Mortalidade dos politri.zadOf'es Forci­pomyia spp, (Diptera, Ceralopo­gonidae) causada pela aplicm;do de inseticidas nos cacauais bai­anos. S. de]. Soria e]. M. A-breu, ----------·-·-

Mortality of Forcipomyia spp. midges (Diptera, Ceratopogonidae) fol­lowing insecUcide applicaUons in Bahian cocoa plantations. (Summary) p. 25.

J, Nematodes of tbe cocoa regicm of Bahia, Brazil. IV - Ne-todes in the rhizospherr>s of pepper (Piper nigrum L.) and clave (Eu­genia caryophyllata Thunb.), R. D. Shamra e P.A.A. Loof. _____ _

Nematódios da regilo cacaueira da Bahia, Brasil. IV - Nematódios na rü:osfera de pimenta-do-reioo (Piper nigr- L.) e cravo-da-In­dia (Eugenia caryophyllala Thunb.). (Resumo) p. 31.

NOTA

Palogenicidade do Bacillus thuringiensis Berliner ccmlra o .. _ndarov4" da seringueira (Erinnyis ello l...) (Lepidoptera:Sphingidae). ]. M.

A breu. ·····---- --·-····-····-····-·----

Pathogenicity of Bacillu.s tburingietrsis Berliner against the rubber leaf caterpillar (Erinnys ello L.) (Lepidoptera: Sphingidae). p. 35.

l

ll

26

ll

THE POSS!BLE ROLE OF ABSCISIC ACID AND CYTOKININS

L .•

IN GROWTH RHYTHMS OF Theobroma cacao

R. Alvim ** P. de T. AI vim*** R. Lorenzi **** P. F. Saunders ****

In the State of Bahia, Brazil, cacao buds are usually dormant between May and August. From September to April the tree shows intermittent growth, when periods of rest alternate with periods of profuse bud activity, the latter com­prising two main llushings in Sep­tember;October and February/March, sometimes with two or three minor ones between October and Febru­ary (3).

The influence that climatic fac­tors exert upon growth periodicity of tropical species is not so easy to understand as in plants of tem­perate regions, where well defined changes in environmental condi­tions occur. Nevertheless, cycles of Ieaf flushing in the cacao tree are undoubtedly under the influence

of such factors. Temperatures below 28°C were reported to be unfavour­able to flushing (8). A relatively small temperature rise during the rest period (from 21-23 to 24-27°C) has been suggested to be neces­sary for leaf bud burst in Bahia (3). Bud growth in Trinidad was also correlated with the occurrence of a relatively dry period after the rainy season or, conversely, with the beginning of rains after a dry period (11). The March/April flush of ca­cao in Ghana was associated with the onset of rains (9). Cacao in Bahia undergoes intensive flushing when rains follow a dry spell (4). Observations under controlled soil moisture conditions have shown that depletion of soil water results in abundant flushing almost imme­diatety after cacao has been wa-

* Received for publication in July, 1974. Portion of a Ph.D. thesis submitted to the University of Wales, Aberystwyth, Wales, U. K.

** Ph.D., Division of Plant Physiology, CEPEC. ... Ph.D., Division of Plant Physiology, CEPEC . Ph.D., Department of Botany and Microbiology, University of Wales. Aberystwyth, Wales, U. K.

Revi.~la Theobroma. CEPEC, Ilhéus, Brasil, 4 (3}: J -12. juf.-sel. J<J74.

3

tered, whilst plants continuously irrigated eventually cease flushing (14). The frequency and quantity of raios also affect leaf fali in ca­cao, which occurs in greater inten­sity during the dry periods. Leaf abscission in Bahia takes place throughout the year, but is partic­ularly conspicuous during the major peaks of leaf flushing (3).

On the other hand, bud growth in cacao appears to be held in check simply by correlative inhi­bition exerted by the mature leaves of the shoot, since defoliation ex­periments have been shown effec­tive in bringingabout flushing even from May to August, the response being proportional to the number of leaves removed (3).

In view of these facts, Alvim et al (4) proposed an explanation for the growth rhythm of cacao from September to April, when tempera­ture in Bahia is not a limiting fac­tor. The hypothesis postulates a hydroperiodic reaction to the envi­ronment, which would involve hormonal changes, starting with a possible increase in the abscisic

acid (ABA) content of the mature leaves, triggered by a dry spell, and the consequent formation of abscission layers in these !eaves. lt is well known that water stress can bring about large increases of ABA in leaves of many species (13, 16, 19) and that this inhibitor is involved in abscission (17). As a consequence of leaf abscission, the amount of ABA translocated

4

from the leaves to the shoot tips would decrease. Bud growth would be expected to occur soon after the abscission process starts or, in case of severe drought, with the onset of rains, as a result of a shift in thehormonalcontent of the termi­nal buds towards growth promoting substances. The defoliation exper­iments cited above have also been taken to indicate that promoters produced by the roots are involved in the contrai of bud growth in ca­cao. This possibility is supported by the observation that if some branches are girdled bud growth is promoted on intact branches.

The following account describes the identification of abscisic acid and the detection of cytokinin ac­tivity in extracts of cacao buds. Additionally, the hypothesis that short periods of water stress in­cresse the ABA content of cacao leaves and that defoliation is ca­pable of modifying the inhibitor/ promoter balance of the terminal buds of this plant have been tested.

MATERIALS i\ND METHODS

Abscisic acid was identified in cacao huds by comhined gas-liquid chromatography /mass spectroscopy. Leaf buds were harvested in liquid nitrogen and freeze-dried at the Centro de Pesquisas do Cacau in Bahia, Brazil, and then sent by air mail to the University of Wales, in Aberystwyth, U. K., where they were extracted and purified f o r qualitative analysis by gas-liquid

chromatography (GLC) by the meth­od of Lenton et al (10).

A severe drought (total rainfal! of approximately 60 mm) occurred in the area se!ected for the de­foliation experiment durin-g t h e months of January and February and atl trees were dormant when the treatments were applied. The treatments given consisted of de­foliating five equally illuminated shoots from each of 20 cacao trees on three separate occasions (14, 19 and 24/2/73). One hundred ter­minal buds were harvested from each treatment on the day follow· ing the !ast defoliation. At the same time an equal number of con­trol buds were excised from shoots which had been left intact. On this date, des pite the little rainfa ll, bud growth was apparent in the shoots which had been defoliated on 14/2 and 19/2/73. Quantitative analysis of ABA by GLC was performed as described by Alvim (5). Brief!y, radioactive abscisic acid was ad­ded as internai standard and the tis­sues were homogenized and ex­tracted in 80% aqueous methanol, using 100 ml of solvent per gram dry weight of buds. The methanol was evaporated and the resulting aqueous solutions centrifuged and acidified to pH 2.6. ABA was then extracted in three equal volumes of diethyl ether. The remaining aque­ous fractions were kept frozen for cytokinin bioassays and the ether layers were combined, reduced to dryness, taken up in a suitable volume of 5% sodium bicarbonate and their pH was adjusted to 7.0.

5

The resulting solutions were slurried in water washed polyvinyl­pyrrolidone powder, filtered, acid­ified to pH 2.6 and re-extracted in ether as before. After evapora­tion of the ether the extracts were chromatographed on plates, methylated matographed.

thin-layer and gas-chro-

Aqueous phases from the first ether partition were taken to pH 8.0 and extracted in three equal volumes of water saturated normal butano!. The butano! was dried and the residues redissolved in a small volume of 80% ethanol for pape r chromatography in iso­propanol: ammonia : water, 10: 1 : 1 (v/v/v). Soybean callus assays (12) were performed with an amount of extract equivalent to 1.54 grams dry weight of buds. These bioas­says were repeated twice.

The effect of moisture stress on the ABA content of cacao leaves was determined by applying differ­ent irrigation regimes to 6 month old seedlings growing in 12 x 28 em pots. Water which had been applied daily was stopped on dif­ferent days so that the plants were harvested after 8, 6 or 4 days of no water. Each treatment consisted of 10 seedlings from each of which five selected leaves wer~ har­vested. The tissues were macer­ated, extracted and analysed as previously described. The water potential of the leaves was meas­ured at harvest by means of a pres­sure chamber (15).

RESllL TS :\ND DISC'USSION

In Figure 1 the ABA contents of leaves subjected to various leveis of moisture stress are presented and in Figure 2 the variation in leaf water potential. As the period of imposed drought increased there was in increase in the amount of ABA found in the leaves. After 8 days of no water wilting had still not occurred in the test plants al­though this did start to develop 10 days after water began to be with­held in some of the border plants, when very low leaf water potentials were found for these plants (Fig­ure 2).

r-100

i 80 ,---• • r o ~ 60 ,---• • -' 40 • o a • 20 • •

control 4 • 8 doys withouf wof.,.

Figwe 1 - Absr::isic acid con· tents o/ cacao leaves sub;ected to a varying uumher o/ days of ím­posed drought.

6

-· . ! -· ' ! -10

• -: -IZ

" -· ' ' • • • " Do,. ••••u• •••n

Figure 2- Changes in leaf water potential in plants suh;ected to díf/erent leveis of moisture stress.

Figure 3 shows the effect of de­foliation on the amount of ABA in the buds. In Figure 4 are shown the results for the soybean callus bioassays. Following defoliation ABA leveis decreased markedly and cytokinin activity increased, both effects occurring before bud out-growth.

Combined gas-liquid chromato­graphic/mass spectroscopy con­firmed the identity of the A B A peak previously recorded by gas­liquid chromatography alone .

The hypothesis that shoot growth is influenced by a hormone formed in the roots was first put forward by Went (18), who used the name caulocaline to refer to this hypo­thetical root promoter. More re­cently,Doorembos (6)sugested that

lO

8

o 6 S! ' ~ • 4

2

Day• aft•r defoliation

Figure 3 - The elfect of defoliation on the ABA content of cacao huds. Concentrations expressed as J1- ABA/g dry weight represented by hatched columns andas J1- ABA/100 buds by open columns.

growth periOOicity is under the in­fluence of inhibitory substances prOOuced by the leaves and stim­ulating factors originating in the roots. The evidence obtained in the present work gives support to this view and is in agreement with suggestion by Alvim et ai (4) con­cerning the role of ABA in the con­trai of shoot growth in cacao. Dur­ing the inter-flush periods growth of cacao buds seems to be held in check by a direct inhibitory effect of ABA prOOuced by the foliage. The results indica te also t h a t

7

cytokinnins play an important role in the mechanism of flushing .

An analogy could be tentatively traced between the processes lead­ing to an inter-flush period in the cacao tree and the gradual decrease of extension growth occurring dur­ing the preparative stages for dor­mancy in temperate species (5). In both cases, an inhibitor/promoter balance appears to be involved. rt• rould be suggested that, with the development of an increasing leaf area, more and more ABA is tmns­Iocated from the leaves to the grow-

' "

o

Figure 4 - The effect of defoliation on the cytokinin activity of ca. cao buds, as assessed by tbe soybean callus bioassay. Kinetin contrais in p./l.

ing points and larger amounts ofroot cytokinins are diverted to the leaves. The inhibitor/promoter ratio in the shoot tips would consequently be gradually increased. A situation may be reached in which the leaf area attains a criticai value, at which the action of ABA totally over­comes the growth effects of cyto­kinins and other promoters. For growth to be resumed following this state of total cone la tive inhibition, the criticai leaf area would have to be somewhat reduced. Perhaps at this stage a dry spell, which appears to enhance or even to be obligatory for the renewal of growth in some species, would exert its role. A criticai number of water stressed leaves could increase ABA leveis to the point of inducing

3

the formation of abscission layers. These layers would act as barriers against both the diversion of root cytokinins to the leaves and leaf ABA to the shoot tips, thus trig­gering the mechanism of growth flushes.

It is noteworthy thut leaf ab­scission in cacao is highly corre­lated with soil moisture: when a dry petiod follows a wet or medium period, leaves of different ages are shed intensively. In plants continuously irrigated many of the original leaves still remain after nearly 600 days and these plants stop flushing (14). It is also rel­evant that young cacao plants do not show the seasonal growth peri­odicity of mature trees, flushing

episodically throughout the year, even during periods of lower tem­peratures and shorterdays(2). This may have ontogenic reasons, but could be equally due to the fact that the total leaf area of small plants is not large enough to main­tain the apex inhibited through an adverse ABA/cytokinin balance when large supplies of cytokinins are available from a rapidly devel­oping root system. A similar situa­tion occurs in other intermittently growing species (1, 7). lt is known that cacao trees on the outskirts of a plantation flush earlier that those in the centre (8), this proba­bly being the result of higher ex­posure to the factors which in­crease transpiration and could lead to an earlier formation of abscis­sion layers. The correlation be­tween flushing of cacao and maxi-

mum air temperatures reported by Humphries (8) could also be due to the indirect effect of high tempera­tures on transpiration. Alvim et ai (4) observed that when a drought occurred in June/July, 1971, which are normally the wettest months of the year in Bahia, an off-season leaf fali was followed by a con­spicuous flushing in July/August. Flushing during this period of the year is rarely ohserved in Bahia.

The above mentioned observa­tions together with the results re­ported in this work, lend support to the theory according to which internai moisture stress, apparently because of its effect on ABA/cyto­kinin balance within the vegetative buds, would be the primary stimu­lus for synchronous growth flushes in mature cacao trees as normally observed under field conditions.

LITERATVRE CITED

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SUMMARY

Abscisic acid was identified in extracts of cacao buds by combined gas-liquid chromatography/mass spectroscopy. Cytokinin activity was de­tected in these extracts by biological assay. Both hormones were found to vary in concentration in response to defoliation treatments. ABA lev­eis in the leaves increased following depletion of soil moisture. The possible role of these hormones in the control of bud growth is discussed.

lt is suggested that a feed-back inhibition may operate in cacao and other species of intermittent growth, in that shoot growth can eventually become limited by a criticai leaf area, According to this hypothesis, internai moisture stress, which appears to be a prerequisite for synchro­nous flushing of cacao under field conditions, would trigger the hormonal control of bud growth, thanks to its effect on leaf shedding or on the for­mation of abscission layers,

FITORMONIOS E RITMOS DE CRESCIMENTO EM Theobroma cacao L.

RESUMO

Através de cromatografia gas-líquida e espectroscopia de massa, iden­tificou-se ácido abscísico em extratos de gemas vegetativas do cacaueiro . Constatou-se ainda a presença de citocininas nestes extratos, através de sua atividade no crescimento de calos cotiledonais de soja.

11

As concentrações desses hormônios nas gemas terminais variaram quando se retiraram as folhas de seus ramos. Mostrou-se ainda que os nÍ\'eis de ácido abscísico nas folhas aumentam à medida que diminui a disponibilidade de água para a planta.

Discutem-se os possíveis papéis desses hormônios na dormência da gema vegetativa do cacaueiro.

12

MORTALIDADE DOS POLINIZADORES Foccipomyia spp. (DIPTERA, CERATOPOGONIDAE)

CAUSADA PELA APLICAÇÃO DE INSETICIDAS NOS CACAU AIS BAIANOS*

Saulo de f esus Soria ** João Manuel Abreu***

O uso de inseticidas com amplo espectro de ação, como o BHC, pa­ra combater as pragas do cacaueiro na Bahia, tem originado controvér­sias. Não se conhece em profun­didade o grau de benefício dessa prática em confronto' com a sua in­fluência sobre as populações de polinizadores.

A avaliação do efeito de inseti­cidas na entomofilia do cacaueiro tem sido feita por métodos indire­tos, nos quais foram considerados a polinização, frutificação e produ­ção, na pressuposição de que es­tes fenômenos são o resultado da interferência dos polinizadores.Car­dona (1), na Colômbia, estudou a influência de sete inseticidas na polinização e frutificação do ca­caueiro, tendo verificado que o BHC e o Dieldrin, nas dosagens comerciais foram os menos preju-

diciais. Stelzer e colaboradores (12), na Costa Rica, concluíram que aplicações de Dieldrin ou de DDT não tiveram efeito adverso na polinização do cacaueiro, tendo, pelo contrário, proporcionado maior produção. Ainda na Costa Rica, Knoke e Saunders (7), ao estudarem a influência doCarbaryl, Malathion, Dieldrin e Dimetoato no desenvol­vimento da flor e produção de fru­tos, constataram que o Carbaryl aumentou a produção total de fru­tos, enquanto o Malathion, Dieldrin e Dimeotato, em ordem decrescen­te, tiveram efeito adverso, quando comparados com a pulverização com água.

Em Gana, Entwistle e Hurd (4) realizaram experimentos para veri­ficar o efeito de pulverizações mensais com Lindane e Dieldrin sobre a polinização e fertiliZação

* Recebido para publicação em 11gosto, 1974. ** Ph.D., Divisão de Fitopan•sitologia, CEPEC.

*** M.S., Divisão de Fitopt~rasitologia, CEPEC.

Reuista Tbeob,oma. CEPEC, Ilhéus. B'asif, 4(3): IJ-25. ]ui-sei. 1974.

13

das fi<)res do cacaueiro e número de mosquinhas ceratopogonideas. Os resultados obtidos mostraram que estes inseticidas provocaram diminuição de população dos inse­tos polinizadores, não se encon­trando diferenças aparentes na sua densidade e nos índices de fertili­zação. Sobre este experimento, Entwistle (3) opina que os resulta­dos negativos do efeito do Lindane e Dieldrin sobre os níveis de poli­nização e frutificação podem ser intensificados quando são tratadas grandes áreas por um período muito prolongado. Estudos realizados por Ventocilla (14), na Bahia, indicam que o BHC 1% (pó), aplicado por meio de helicóptero provocou uma insignificante diminuição na polini­zação dos cacaueiros.

Num estudo preliminar efetuado pelos autores, em agosto de 1972, no CEPEC, Ilhéus, Bahia, foi veri­ficado que o polvilhamento de ca­cauais com BHC 1 ,5% provocou um declínio de 90% na população de Forcipomyia spp. O estudo foi efe­tuado em área onde estavam sendo feitas amostragens diárias de poli­nizadores para determinação das curvas de flutuação populacional. A falta de um esquema apropriado de experimentação para determinar mortalidades, considerando a flu­tuação em área não polvilhada, não permitiu estabelecer conclusões sobre o efeito do inseticida nestas populações.

Com base nos trabalhos acima referidos, foi realizada a presente

pesquisa para avaliar o efeito de três inseticidas em termos de mor­talidade de polinizadores. O nome Forcipomyia, neste trabalho,abran­ge as espécies Forcipomyia (For· cipomyia) genualis (Loew) e, em menor freqüência, F. (Forcipomyia) pictoni Macfie e F. (Fordpomyia) spp. (10). O nome Euforcipomyia abrange as espécies Forcipomyia (Euforcipomyia) sp. 1 e, em menor

freqüência, F. (Euforcipomyia) spa­tulifera Saunders (10).

MA.TERIA.L E MÉTODOS

Os ensaios que se descrevem a seguir foram conduzidos em áreas experimentais do CEPEC durante as épocas de maior intensidade de população de polinizadores (maio­agosto)*, nos anos de 1973 e 1974,

Ensaio I.

Nesse ensaio, foi feita a ava­liação da mortalidade de Eufor­cipomyia e Forcipomyia como re­sultado de polvilhamentos c o m BHC 1,5%, Carbaryl 7,5% e Para­thion metílico 1,5%, aplicados à ra­zão de 16 kg/ha. Para cada inse­ticida, foi destinada uma parcela de 625m2

, em cujo centro foram to­mados, ao acaso, 10 cacaueiros, sob os quais foram estendidos len­çóis de 4 x 4 m. A seguir, proce-

14

* Observação feít!l pelo putor princi­pal em pesquisa pinda em anda­mento.

deu-se ao tratamento das parcelas, às primeiras horas da manhã. As coletas dos insetos foram feitas 2; 6 e 24 horas após o tratamt:nto. Ao final destas coletas, procedeu-se ao tratamento de choque das árvo­res amestradas com BHC 12%, de acordo com o método de Collyer (2). As coletas dos indivíduos mor­tos pelo tratamento de ch(Xjue foram feitas 2; 6 e 24 horas após a sua aplicação. Foi usada uma lupa ma­nual com aumento de lOx para dis­tinguir microdípteros dos demais microinsetos presentes nos lençóis. Os microdípteros de cada árvore foram coletados e acondicionados em frascos pequenos com álcool 70% e conduzidos ao laboratório para posterior identificação gené­rica e quantificação com o auxílio de estereomicroscópio. A popula­ção adulta total foi calculada so­mando-se o total de insetos mortos devido à ação de cada inseticida ao total de insetos mortos por apli­cação do BHC 12%.

Ainda neste ensaio, foram utili­zadas duas parcelas adicionais, com níveis de floração contrastan­tes, também com 625 m2

, em cujo centro foram tomados, ao acaso, 10 cacaueiros. Nestas parcelas, fo­ram avaliadas, pelo método de cho­que, as populações dos polinizado­res a fim de verificar a interferên­cia da floração sobre a sua popu­lação.

Ensaio 11.

Efetuado 1 ano após o ensaio anterior, do qual diferiu pelo ta-

15

manho das parcelas ( 2.500 m'), método de contagem da população adulta total e por terem sido toma­dos, ao acaso, cinco cacaueiros no centro das parcelas. Como no en­saio anterior, foi empregado o mé­todo de choque, tendo sido soma­dos os números de insetos mortos encc·ntrados nos lenç:'.iis 24 horas após a aplicação do inseticida (tra­tamento) e número de insetos mor­tos por aplicação do BHC 12%. A diferença de tamanho das parcelas se deveu a um dos objetivos do en­saio, ou seja, verificar os efeitos da bordadura sobre as avaliações de mortalidade.

Ensaio 111.

Neste ensaio, foi feita a ava­liação da mortalidade de Forci­pomyia spp., contando-se o núme­ro de insetos sobreviventes após polvilhamento com BHC 1,5% apli­cado à razão de 16 kg/ha em duas parcelas de 2.500 m2 cada. No meio de cada uma delas, foram etiqueta­das 36 plantas, nas quais era'll efe­tuadas amostragens semanais das populações.

As amostragens foram feitas pe­la observação visual dos poliniza­dores presentes nos botões florais, pétalas, estaminóides, sépa!as, á­pices secos de folhas e frutos pe­cos até a altura de 1,80 m, entre as 8:00 e 10:00 horas, antes e de ... pois do polvilhamento, sendo os dados registrados em cartões indi­viduais para cada árvore (9).

A avaliação foi feita comparan­do-se o número de indivíduos oh-

!:'ervados nas 36 árvores tratadas, em relação às 36 não tratadas. A percentagem de mortalidade dos polinizadores foi calculada pela fórmula de Henderson e Tilton (5).

% = 100 11 - AxB CxD

em que

A = número de insetos contados após o polvilhamento;

B = número de insetos contados na testemunha, antes do pol­vilhamento;

C = número de insetos contados antes do polvilhamento;

D = número de insetos contados na testemunha, depois do pol­vilhamento.

Os dados foram tomados sema­nalmente, por um período de 21 di­as, para se observar se ocorreria restauração da população aos ní­veis anteriores ao polvilhamento.

RESULTADOS

Ensaio I.

A mortalidade de Buforcipomyia e Forcipomyia, após a aplicação do BHC 1,5%, foi de 75 e 36%, respec­tivamente. As mortalidades, após a aplicação do Parathion metílico, foram de 44 e 46% para Euforcipo· myia e Forcipomyia, respectivamen­te, enquanto que pela ação do Car­baryl foram de 68 e 69%, respecti­vamente (Quadro 1).

A tendência das curvas de mor­talidade de Euforcipomyia e Forci­pomyia por ação do BHC mostra que a mortalidade mais elevada o­correu 2 horas após o tratamento, caindo a níveis mínimos 6 horas a­pós o mesmo e, daí em diante, au­mentou em graus variáveis mas não atingiu os níveis iniciais (Figuras 1 e 2). A tendência das curvas de mortalidade, sob a ação do Para­thion metílico e do Carbaryl, para os mesmos polinizadores, foi simi-

Quadro 1 - Populações de Forcipomyia spp. e sua mortalidade (%) 24 horas após o polvilhamento com diversos inseticidas (avaliação feita pe­lo método de choque). CEPEC, julho, 1973.

Inseticida Bu(orcipomyia ForcitJomyia

N? % N? %

BHC 1,5% 740 75 993 36

Carbaryl 7,5% 34 68 63 69

Parathion metílico 1,5% 35 44 52 46

16

~ o ~ • o • ~ w • o o c N

z ~ o • w o

o • w • 'O z

400

200

" M. PARATHION l,S%

10

lO CARBARYL 7,S%

6

2L-.---~----~----r---~----~---2 6 10 14 10 22

HORAS APÓS TRATAMENTO

Figura 1- ,'tlortalidade de F. (Euforcipomyia) spp. após polvilhamen­tos com inseticidas em parcelas experimentais do CEPEC, Bahia, Brasil, agosto-setembro /73.

17

400 8HC 1,~%

200

~ o ~ « o 2 .. ~ w « 20 N. PARATHION I, 5 CJb o o c

" N

z

" 10 o • w • o

o « w 2 -~ z

20

CAR8ARYL 7,S% lO

10

• 2 • 10 14 10 22 24

HORAS APÓS TRATAMENTO

Figura 2 - Mortalidade de F. (Forcipomyia) spp. após polvilhamento com inseticidas em parcelas experimentais do CEPEC, Bahia, Brasil, agosto-sete mbro/7 3.

18

:<

lar à encontrada para o BHC (Fi­guras 1 e 2).

Os resultados relacionados com a abundância de polinizadores face a níveis contrastantes de floração (Quadro2) indicaram que as popula­ções de polinizadores na parcela com densidade baixa de floração foi mais do que o dobro da encon­trada na parcela com densidade alta de floração (32 vezes superior).

Ensaio 11.

Os resultados relacionados com a determinação de mortalidade pelo método de choque indicaram que as de Euforcipomyia e Forcipomyia, após aplicação de BHC 1,5% (Qua­dro 3), foram 79% para ambas as espécies. As mortalidades de Eu· forcipomyia, após aplicação de Carbaryl e Parathion metílico, fo­ram de 70 e 83%, respectivamente,

enquanto para Porcipomyia foram de 66 e 87%, respectivamente.

Ensaio 111.

Os totais de mosquinhas encon­tradas nas 36 árvores amostradas na área tratada e testemunha podem ser observados no Quadro 4. Sobre os totais apresentados neste qua­dro, foi observada uma mortalidade de 91% de mosquinhas Porcipomyia spp.

Os resultados relacionados com a determinação do período d~ res­tauração das populações (QuadroS) na parcela polvilhada, face à tes­temunha, indicaram que o nível ini­cial de população, aproximadamen­te 166 mosquinhas por parcela, foi recuperado 1 semana após o polvi­lhamento, seguido de um incremen­to progressivo nas 2 semanas de observação seguintes.

Quadro 2- Número de flores e populações acumuladas de Forcipomyia spp. em duas parcelas de 10 cacaueiros cada, com densidade contrastan­te de floração. CEPEC, julho, 1973.

Floração

Densidade alta (A)

Densidade baixa (B)

Relação A/B

Número de flores '

2896

90

32/1

19

.._ Níveis de populações

Euforcipomyia Forcipomyia

294 422

740 983

1/2 1/2

Quadro 3 - Populações de Forcipomyia spp. e sua mortalidade (%), 24 horas após o polvilhamento com diversos inseticidas, em duas par. celas de cinco cacaueiros cada (avaliação feita pelo método de cho· que). CEPEC, julho, 1974.

Euforcipomyia Forcipomyia Média

BHC 1,5- Tratamento 31 64 Choque 8 17

% 79 79

Carbaryl 7,5% Tratamento 30 53 Choque 13 27

% 70 66 68

Parathion metílico 1,5% Tratamento 66 137 Choque 14 21

% 83 87 85

Quadro 4 - Totais de mosquinhas Forcipomyia spp. encontradas nas 36 árvores tratadas e não tratadas antes e depois da aplicação do BHC 1,5%. CEPEC, julho-agosto, 1974.

Tratamento Testemunha

Antes

Insetos 166

Mortalidade (%)

DISCUSSÃO

A avaliação de populações de polinizadores em parcelas com ní­veis contrastantes de floração per· mitiu comprovar que o método de choque utilizado nos dois primeiros

Depois Antes Depois

14 224 221

91

ensaios é o mais eficiente porque não depende da floração, mas sim da disponibilidade de insetos.

20

Comparando a mortalidade dos inseticidas em relação aos dois grupos de polinizadores (Quadro 3),

Quadro 5 - Flutuação dsa populações de Forcipomyia spp. amostra• das em 36 árvores em área polvilhada com BHC 1,5% face à área teste­munha. CEPBC, julho-agosto, 1974.

Variãvel Data de contagem

29-7 31-7 6-8 13-8 20-8

Tratamento * 166 14 136 224 284

Testemunha 224 221 92 162 484

* As árvores foram polvilhadas em 30 de julho.

verificou-se ser o Parathion metí­lico o mais nocivo (85% de mortali· dade), seguido do BHC (79ro) e, p« último, do Carbaryl (68%).

A mortalidade mais elevada ob­servada no segundo ensaio, quando comparada à do primeiro, foi aceita como a mais confiável, pois os seus resultados foram obtidos de árvores mais protegidas da afluên­cia de insetos das áreas adjacentes às parcelas tratadas. A possibili­dade de penetração de insetos até as cinco árvores etiquetadas, no centro das parcelas de 2.500 m2 , no segundo ensaio, é muito menor que a de atingirem as lO árvores mar­cadas no centro das parcelas de 625 m2 utilizadas no primeiro en­saio.

A mortalidade iniciai elevada pode ser atribuída à ação do inseti­cida aplicado. O decréscimo do número de insetos mortos, no in· tervalo de 2 a 6 horas após o trata­mento, pode ser atribuído à dimi· nuição da população de adultos, eliminados pelos inseticidas. O aumento do número de insetos mor-

21

tos no intervalo entre 6 e 24 horas após o tratamento foi atribuído à emergência de adultos dos criadou­ros naturais bem como ao transpor­te casual pelas correntes aéreas de populações das áreas não tra­tadas.

A mortalidade calculada com base na contagem visual de insetos vivos nas diversas partes do ca­caueiro foi elevada (91%), quando comparada com a mais alta encon­trada pelo método de choque (79%). Esta última - que abrange a popu­lação total do ambiente - foi acei­to como a mais conclusiva, tendo em vista que a contagem visual está mais sujeita a falhas humanas que o método de choque. Apesar disso, a amostragem visual permi­tiu acompanhar a flutuação das po­pulações por um período determi· nado até se obter a restauração da população.

Considerando-se que as taxas de crescimento das populações de insetos no ecossistema do cacaual ainda são desconhecidas, é prema· turo discutir o que ocorreria com

essas populações após a aplica­ção eventual ou periódica de inse­ticidas. Estudos de Knipling (6) com outros insetos mostraram que um nível inferior a 80% de mortali­dade manteria a população estável desde que ela apresentasse uma taxa de crescimento normal cinco vezes maior em cada geração. Ten­do em vista que as mortalidades avaliadas pelo método de choque (admitidas como conclusivas) foram de 79; 68 e 85% para o BHC 1,5%, Carbaryl 7,5% e Parathion metílico 1,5%, respectivamente,e que a taxa de crescimento normal de Forcipo­myia e Euforcipomyia é provavel­mente superior à mencionada por Knipling (6), conclui-se que os ní­veis mencionados de mortalidade manteriam as populações estáveis.

O controle químico de inset~ é altamente eficiente em termos de número de insetos mortos quanào a população é alta, mas ineficiente quando ela é baixa (6). De acordo com os resultados do presente tra­balho, sabe-se que os níveis popu­lacionais originais são restabele­cidos 1 semana após a aplicação do inseticida; donde se conclui que essas aplicações, em épociis de baixo nível populacional das mos­quinhas, teriam pouco efeito na po­linização do cacaueiro. Além dis­so, a disponibilidade de ovos, lar­vas e pupas dos polinizadores, protegidos nos criadouros naturais (11), provavelmente facilitou a rá­pida restauração das populações.

A persistência do poder residual do BHC nos solos de clima tempe-

22

rado é de 2 anos (8), a do Parathion metílico, 45 dias e a do Carbaryl, 9 dias (13). Estes inseticidas, em confronto com outros, de efeito re­sidual mais prolongado, são mais seguros, evitando a acumulação de tóxicos no ambiente, bem como os efeitos nocivos aos polinizadores.

Os dados aqui apresentados po­dem ser usados como uma explica­ção para os resultados encontrados por Ventocilla (14), Cardona (1), Stelzer e colaboraàores (12), Knoke e Saunders (7) e Entwistle e Hurd (4), nos quais não foram encontra­das mudanças significativas nos níveis de polinização e/ou frutifi­cação do cacaueiro após ensaios com inseticidas no campo.

CONCLUSÕES

1. A mortalidade de Euforcipomyia após aplicação de BHC 1,5%, a­valiada pelo método de choque, foi de 79% enquanto utilizando a fórmula de Henderson e Tilton foi de91%. As mortalidades des­te inseto por aplicação do Para­thion metílico e Carbaryl exclu­sivamente pelo método de cho­que foi de 83 e 70%, respectiva­mente.

2. A mortalidade de Forcipomyia por aplicação do BHC 1,5% ava­liada pelos métodos de choque e de Henderson e Tilton atingiu níveis de 79 e 91% respectiva­mente. As mortalidades deste inseto por aplicação de Para­thion metílico e Carbaryl, exclu-

sivamente pelo método de cho­que, foram de 87 e 66%, respec­tivamente.

3. O Parathion metílico foi o inse­ticida que causou, em conjunto, mortalidade mais elevada (85%), seguido do BHC (79%) e doCar­baryl (68%).

4. A abundância do Euforcipomyia e Forcipomyia não está relacio­nada com a disponibilidade de flores.

S. O método de choque (knock-down) para avaliar mortalidade de poli­nizadores mostrou-se o mais efi­ciente, pois a avaliação não de­pende da disponibilidade de fio-

res por árvore e sim da presença de insetos.

6. A restauração das populações de polinizadores é iniciada 24 ho­ras após o tratamento, atingindo os níveis originais 1 semana a­pós a aplicação dos inseticidas.

7. O combate às pragas do cacau­eiro com BHC 1,5%, Parathion metílico 1,5% ou Carbaryl 7,5%, na dosagem de 16 kg/ha, aplica­dos nas épocas de renovação de folhas - quando as populações dos polinizadores se encontram em níveis mais baixos -, não compromete a sua sobrevivência e, conseqüentemente, íl polini­zação do cacaueiro.

AGRADECIMENTOS

Aos Eng.·Agr'?s Pedrito Silva e José A. Ventocilla, pelas sugestões apresentadas na elaboração deste artigo.

LITERATURA CITADA

1. CARDONA, E. Influencia de siete insecticidas en la polinización y fructificación dei cacao y breve estudio de los insectos polinizadores. Cacao en Colombia 2:41-61. 1953.

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4. ENTWISTLE, H.M. e HURD, J. The effects of insecticides on pol­lination, flower setting and numbers of pollinator insects. 17J West African Cocoa Research lnstitute. Annual Report 1957 · 58. Tafo, Ghana, 1959. pp. 42- 44.

23

S. HENDERSON, C.F. e TILTON, E.W. Tests with acaricides against the brown wheat mite. Journal of Economic Entomology 48 (2)' 157- 161. 1955.

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10.

11.

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14. VENTOCILLA, J.A. Efeito do BHC sobre as mosquinhas Ceratopo­gonideas polinizadoras do cacaueiro. In Conferência Interna­cional de Pesquisas em Cacau, 2a., Salvador e Itabuna, Bahia Brasil, 19- 26 de novembro, 1967. Memórias. ltabuna, Centro de Pesquisas do Cacau, 1969. pp. 287-289.

RESUMO

O BHC 1,5%, Parathion metílico 1,5% e Carbaryl 7,5% foram usados em experimentos de campo na dosagem de 16 kg/ha para avaliar o seu

24

efeito sobre populações de F.uforcipomyia e Porr:ipomyia, os dois grupos de insetos mais importantes para a polinização do cacaueiro.

As contagens de mosquinhas mortas foram feitas 2; 6 e 24 h após a aplicação do inseticida. Após a última contagem, foi feito um tratamento de choque (knock down) com BHC 12%, para calcular a sua população total e as respectivas percentagens de mortalidade. Ambos os grupos de mosquinhas foram afetados pelos inseticidas. O Parathion metílico foi o mais tóxico (85% de mortalidade) seguido do BHC (79%) e Carbaryl (68%). A mortalidade mais elevada foi registrada no intervalo de 2 h após a aplicação dos inseticidas. A população das mesquinhas iniciou a re~

cuperação 24 h após o polvilhamento com o BHC e dentro de 1 semana ultrapassou os níveis originais, Após a aplicação de Carbaryl e Para­thion metílico, precisa-se provavelmente do mesmo período para a recupe­ração dos níveis originais de população dos insetos. Isto sugere que, nas dosagens empregadas e com intervalos apropriados entre os polvilha­mentos - períodos entre lançamentos de folhas -, esses inseticidas não são prejudiciais à sobrevivência das mesquinhas polinizadoras do ca­caueiro.

MORTALITY OF F orcipomyia spp. MIDGES (DIPTERA, CERATOPOGON!DAE)

FOLLOWING INSECTICIDE APPLICATIONS IN BAHIAN COCOA PLANTATIONS

SUMMARl'

Three insecticides BHC 1.5%, Methyl Parathion 1.5% and Carbaryl 7.5% were used in field trials at the rate of 16 kg commercíal product per hectare to assess their relative toxicity on Euforcipomyía and Forcipo­myia populations, the two midge groups chiefly responsible for the pol­lination of cocoa.

Dead midge counts were made 2, 6 and 24 hours after insecticide ap­plication. Following the 24 hours collection a 12% BHC knock-down ap­plication was made to calculate total adult population and thereby the respective mortality percentages. Both midge groups were equally af­fected by each insecticide. Of the three insecticides, Methyl Parathion was the most toxic - 85% mortality, followed by BHC - 79% and Carba­ryl 68%. Highest mortality was recorded for the 2 hours collection. The midge population started to recover within 24 hours of the BHC treatment and within 1 week had surpassed the pre-application leveis. This sug­gests that at the given dosages and with sufficient time intervals between applications the above insecticides, particularly BHC are not prejudicial to the overall survival of either of the two cocoa pollinating midges •

25

NEMATODES OF THE COCOA REG!ON OF BAHIA, BRAZIL. IV - NEMATODES IN THE RHIZOSPHERES

OF PEPPER (Piper nigrum L.) ANO CLOVE (Eugenia caryophyllata Thunb.) *

R avi Datt Sharma ** Pieter Aart Albertus Loof***

8oth pepper (Piper nigrum L.) and clove (Eugenia caryophyllata Thunb,), used as spices or condi­ments in flavouring foodstuffs, are being increasingly planted in the rainforest zone of Bahia. The total area in pepper and clove is vari­ously estimated as 268 ha and 588 ha respectively with corresponding yields of ahout 195 and 133 tonnes (1,6).

As part of a general nematode survey carried out between May, 1971 and May, 1974 in the southern part of the State of Bahia, soil and root samples were collected both from pepper and clove. Sampling involved both heal[hy and diseased plants.

The symptoms of the sick pep­per vines were characterized by stunting, bronzing and interveinal yellowing of leaves, followed by

complete yellowing and defoliation, dieback and the gradual death of the vines. Root systems of such vines were severely galled and cracked due to what appeared to be heavy root-knot nematode in­festatíon. The sick plants had very low fruit production or no fruit at ali. In one location the heavily galled system of diseased vines were also black and detetiorated, possibly due to combined attack by nematodes and Fusarium solani F. piper.

Some clove trees showed dete­riorated root system and progres­sive drying of leaves resulting in death of the trees,

This paper deals with plant par­asitic and free-living nematodes found in some rhizospheres of pep­per and clove in Bahia.

* Received for publication in September, 1973. H Oivision of Phytoparasitology, CEPEC. ... R<•vi~ta 'l'ht•{)hrmna. C/:'1'/:'C, 1/hPus, fJ,a.~il. 4 (3}: 26. 32. ]ul-set. 1974.

26

MATERIALS AND METIIODS

Eighteen soil and root samples were taken, nine being from pepper plantations and nine from c I o v e plantations.

Of the pepper samples four were taken from one property in Una and other five from three properties in Ituberá. The clove samples carne from six farms in Ituberá.

The methods for extraction of the nematodes and subsequently mounting for permanent slides, are described by Sharma and Loof (9).

RESUL TS ANO DISCUSSION

The results of the survey are listed in Tables 1 and 2. The root­knot nematode, Meloidogyne incog­nita was the dominant species found associated with pepper yel· lows, a finding also observed by Sher et ai (13) in Thailand. From a literature search (2, 3, 5, 7, 12, 13, 14) it would appear that Aphe­lenchoides sp., Discocriconemella limitanea, Dolichodorus sp., Heli­cotylenchus sp., H. dihystera, Tri­chodorus sp. andXiphinema vulgare have been found for the first time in association with pepper in the field. Radopholus similis, the u­sual cause of serious yellows was not found in our samples, but some of the field symptoms were quite s i m i 1 a r to those described by Thorne (13)and Van derVecht (14). It is realized that identical symp­toms may be produced by different root-infesting nematode species.

27

R. similis was recently reported associated with some banana plant importations in Bahia (8) and it must be hoped that measures will be taken to limit its spread.

The spiral nematode H. dihys­tera was the dominant species found associated with clove. Doli­chodorus sp., H. dihystera, M. in­cognita, Rotylenchulus reniformis and Trichodorus sp., were common to both pepper and clove whereas Aphelenchoides sp., D. limitanea, Helicotylenchus sp. and X. vulgare were associated only with pepper. The root-knot nematode, Meloido­gyne sp. reported by Ghesquiere (4) was not found in our samples. The association between clove and the five species listed in Table 1 is considered as the first of its kind.

Baseei on the results of previous surveys (9, 10, 11), out of the 29 genera and 38 species of free-liv­ing nematodes listed in Table 2 12 species are recorded for th~ first time in Bahia namely: Acro­beloides sp., Bastiania acarayen­sis, Cruznema lambdiense, Dory­laimoides parvus, lotonchus cf. risoceiae, Monohystera villosa, My­lonchulus brachiuris, Prismarolai­mus sp. Prodorylaimus hamatus Sporonchulus sp. Trischistoma pel~ lucidum and Tylenchus leptosoma.

CONCLUSION

The root-knot nematode, Meloi­dogyne incognita is probably a se­rious pest of pepper in Bahia and praticai means of control should

>( Table 1 - Plant parasitic nematodes found associated with pepper

(Piper nigrum L.) and clave (Eugenia caryophyllata Thunb.) in the Cocoa Region of Bahia.

Genus I Species

Apbelencboídes sp.

Discocriconemella /imitanea

Oolichodorus minor

Helicotylenchus sp.

H. dihystera

Meloidogyne incognita

Rotylenchulus reniformis

Trichodorus sp.

Xiphinema vulgare

* Number of positive samples.

Pepper (9 samples)

2

1

2

1

6

9

2

1

1

Ocurrence * Clave

(9 samples)

o o 1

o 7

2

2

4

o

Table 2- Free·living nematodes found associated with pepper (Piper nigrum) and clove (Eugenia caryophyllata Thunb.) in the Cocoa Region of BaMa.

Genus I Species

Achromadora sp

Acrobeles sp. Acrobeloides sp. Alaimus sp. Aphelenchus avenae Aporcelaimellus sp.

A. obtusicaudatus A. cf. paracentrocercus Axoncbium amplicole

nas;imtyleptus sp.

+ == present :: absent

28

Occurrence * Pepper

(9 samples)

+ + + + +

+ + +

Clove (9 samples)

+ + + + +

+ +

Table 2 - Continued

Genus I Species

Rastiania acarayensis Cobbonchus sp. Cbronogasler sp. Cruznema lambdiense

Dorylaimellus sp. Dorylaimoides parvus Eudorylaimus sp. E. ettersbergensis E. granuliferus (group) E. cf. minutus Heterocephalobus longicaudatus lotonchus sp. I. cf, risoceiae Mesodorylaimus parasubitilis Mesorhabditis sp. M. cf. paucipapillata Monohystera villosa Mylonchulus minar ,\1, bracbyuris Prlsmatolaímus sp. Prodorylaimus hamatus Rhabditis sp. Sporonchulus sp. S. dentatus Thornenema sp. Trischistoma pellucidum Tylenchus leptosoma Zeldia sp.

+ :: present == absent

be considered. While the burrowing nematode Radopholus similis. well known from pepper, banana and

29

Occurrence * Pepper

(9 samples

+ +

+

+ + +

+ + + +

+

+ + + + + + + + + + +

Clove (9 samples)

+ + + + + + + + + + +

+ +

+

+

citrus, was not encountered in our samples, it is recommended that strict quarantine measures should

be taken to prevent its spread, es~ pecially bearing in mind that the CEPLAC Diversification Scheme

plans to ptomote increased clave and pepper plantings within the Bahian cocoa region.

LITERATURE CITED

1. CASTRO NETO, A. de, et al. O cravo-da-lndia na região cacaueAüCa, estudo preliminar. In Ilhéus, Bahia, Brasil. DEPEX/CEPL , Informe, July, 1972. 10 p.

2. CHRISTIE, J .R. The yellows disease of citrus. Plant disease Re­porter 41 : 267- 268. 1957.

3. DELACROIX, H. Pathologie vegetale rnaladies vermiculaires.ITA-S~ une maladie du proivier (Piper nigrum L) en Cochichine. gn­culture Pratique de Pays Chauds. 1:672-680. 1901-02.

4. GESQUIERE, J. Laboratoire d'Entomologie d'Eala (Equateur). Re­ports de l'entomologiste. Bulletin Agricole du Congo Belge 12:703- 732. 1921.

5. LUC, M. aitd GUIRAN, G. de. Les nematodes associés aux plantes de l'Ouest Africain. Liste preliminaire. Agronomie Tropicale 15(4): 434-449. 1960.

• 6. MANDARINO, E. Relatório sobre a pimenta-do-reino na Bahia. In

Ilhéus, Bahía, Brazil. CEPLAC/DEPEX, Informe, 1974.

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8. SHARMA, R. O. Nematóide cavernícola atacando a bananeira na Ba­hía. Cacau Atualidades (Brazil) 11 (1): 4-6. 1974.

9. and LOOF, P.A.A. Nematodes associated with different

10.

plants at the Centro de Pesquisas do Cacau, Bahia. Revista Theobroma (Braz i!) 2 (4): 38-43. 1972.

---;:-c-e- and Nematodes of the Cocoa Region of B~hi~. Hrazil. I - Plant parasitic and free-living nematodes ~ssociated wlth ruhber (llevta brasiliensis Muell. Arg.). Re­vist~ Theohroma (Erazil) 3(1):36-41. 1973.

30

11. SHARMA, R.D.and LOOF, P.A.A. Nematodes of theCocoaRegion of Bahia, Brazil. III - Plant parasitic and free-living nematodes in the rhizospheres of six different plant species. Revista Theobroma (Brazil) 4 (1): 39-43. 1974.

12. SHER, S.A., CHURAM, C. and PHOLCHARDEN, S. Pepper yellows disease and nematodes in Thailand. FAO Plant Protection Bulletin 17 (2): 33. 1%9.

13. THORNE, G. Principies of nematology. New York, McGrow-Hill, 1961. 553 p.

14. VECHT, ]. van der. Op planten parasiterende aaltjes (Tylenchidae). In Kalshoven, L.G.E., ed. De plagen van de cultuurgewassen in Indonesie. s'Gravenhage, W. van Hoeve, 1959. pp. 16-42.

SUMMARY

Eighteen soil and root samples collected from the rhizospheres of pepper (Piper nigrum L.) and clave (Eugenia caryophyllata Thunb.) re­vealed the presence of nine species of plant parasitic nematodes. Nem­atodes common to both pepper and clove were Dolichodorus sp., Helico­tylenchus dihystera, Meloidogyne incognita, Rotylenchulus reniformis and Trichodorus sp. Besides the above mentioned nematode species, Aphelenchoides sp., Discocriconemella limitanea, Helicotylenchus sp . and Xiphinema vulgare were also associated with pepper. Out of 29 genera and 38 species of free-living nematodes recorded in this survey, 12 species are recorded for the first time in Bahia namely: Acrobeloides sp., Bastiania acarayensis, Cruznema lambdiense, Dorylaimoides parvus, lotonchus cf. risoceiae, Monohystera villosa, Mylonchulus brachyuri.s, Prismatolaimus sp., Prodorylaimus hamatus, Sporoncbulus sp., Trischis­toma pellucidum and Tylenchus leptosoma.

NEMATÓDIOS DA REGIÃO,CACAUEIRA DA BAHIA, BRASIL IV - NEMATODIOS NA RIZOSFERA

DE PIMENTA-DO-REINO (Pipec nigrum L.) E CRA VO-DA-INDIA (Eugenia caryophy !lata Thunb.)

RESL'MO

Em 18 amostras de solo e raízes coletadas na rizosfera de pimenta-do­reino (Piper nigrum L.) e cravo-da-lndia (Eugenia caryophyllata Thunb.)

31

foi detectada a presença de nove espécies de nematódios parasitas. Os nematódios associad"Js a ambos os cultivos são: Dolichodoms sp., lleli­cotylenchus dihystera, Me!oidogyne incognita, Rotylenchulus reniformis e Trichodorus sp. Além destes, Aphelenchoides sp., Disc::ocriconemella limitanea, Helicotylenchus sp. e Xiphir1ema z•l!_lf!.are foram encontrados associados somente à pimenteira, Dos 29 gêneros e 38 espécies de nematódios não parasitas, 12 novas espécies são encontradas pela pri­meira vez na Bahia, a saber: Acrobeloides sp., Bastiania acarayensis, Cruznema !ambdiense, Dorylaimoides partJUS, fotonchus cf, risoceiae, ,\tonohystera vil/asa, Mylonchulus brachyuris, Prismatolaimus sp., Prodo­rylaimus hamatus, Sporonchulus sp., Trischistoma pellucidum e Tylen­

chus leptosoma.

32

NOTA

PATOGENICIDADE DO Bacillus thuringiensis BERLINER

CONTRA O "MANDAROVA" DA SERINGUEIRA ( E•innyis ello L.) (LEPIDOPTERA : SPHINGIDAE).*

João Manuel Abreu**

A lagarta da mariposa Erinnyis ello L. é a praga mais importante que ataca a seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), o segundo cultivo mais importante da região cacaueira da Bahia. A lagarta se alimenta das folhas e, durante os surtos mais severos, causa a desfolhação completa de grandes plantações.

O sucesso alcançado nos últimos 20 anos com a aplicação do Bacillus thuringiensis Berliner contra mais de 137 espécies de insetos das ordens Lepidoptera, Hymenoptera, Diptera e Coleoptera (1) motivaram a realiza­ção de um ensaio explorativo para determinar a patogenicidade desta bactéria contra E. ello. O ensaio constou de cinco tratamentos e qua­tro repetições. As lagartas foram coletadas no campo e permaneceram 1 dia em repouso no laboratório. Cinco lagartas do 3? instar foram confi­nadas em cubas de vidro (14 em de diâmetro e 5 em de altura), cobertas com placas de Petri contendo papel de filtro umedecido. Duas cubas de vidro foram usadas para cada repetição. As lagartas foram alimentadas com folhas de seringueira previamente mergulhadas em diluições de es­poros de 8. thuringiensís (Dipel, pó molhável-Abbott Laboratórios do Brasil) e secas ao ar. A partir do segundo dia, todas as lagartas rece­beram o mesmo alimento da testemunha. A percentagem de mortalidade foi calculada 1;3;5 e 7 dias após o início do ensaio. Ao final do ensaio, as fezes secas ao ar (11% de umidade) foram pesadas para determinar a quantidade relativa de alimento ingerida.

* Recebido para publicação em março, 1974.

* Realizado com recursos do Convênio SUDHEVEA /CEPLAC.

** M.S., Divisão de Fitoparasitologia, CEPEC.

Revista Theobroma, CBPEC, Ilhéus, Brasil, 4 (3}: 33-36. ]ul.- set. 1974.

33

O Quadro 1 mostra as percentagens de mortalidade e o peso das fezes das lagartas. De um modo geral, a mortalidade cresceu com o aumento da concentração de esporos e o númerv de dias após o tratamento, embora não tenha atingido a eliminação total das lagartas. A mortalidade na testemunha foi elevada, provavelmente por deficiência na manipulação das lagartas. Em termos de peso de fezes, a análise mostrou que as di· ferenças entre os tratamentos foram significativas ao nível de 1% de pro· habilidade. As lagartas doentes deixam de se alimentar.

Quadro 1 - Mortalidade e peso de fezes de lagarta de E. e !lo ali­mentadas com folhas de seringueira tratadas com o Bacillus thutingien­sis. CBPEC, 1973.

Mortalidade (%) Peso de fezes

Diluições * Dias após o tratamento (g)

I 3 5 7

1: 1.000 5 33 48 70 11,9 2: 1.000 3 38 53 70 9,0 3: 1.000 lO 50 60 80 8,2 4: 1.000 8 70 80 88 3,0

Testemunha 3 13 23 45 23,9

* A diluição 1: 1.000 contém 25 x 10 6 esporos/ ml.

A conclusão provisória desse ensaio é que os esporos do 8. thurin· giensis, em todas as concentrações usadas afetam drasticamente a ca­pacidade alimentar da lagarta E. ello provocando a sua morte. Novos ensaios deverão ser feitos com o aprimoramento da técnica de manipula· ção do materiaL É preciso registrar que as lagartas utilizadas no ensaio foram trazidas para o CEPEC de uma plantação distante 150 km e que, apenas 1 dia de repouso no laboratório não é suficiente para a sua re­cuperação. A adição de um espalhante adesivo à suspensão de esporos deverá também melhorar a eficiência do tratamento.

LITERATURA CITADA

1. HEIMPEL, A.M. A criticai review of Bacillus thuringiensis var. thuringiensis Berliner and other crystaliferous bacteria. An­nual Review of Entomology 12: 287-322. 1967.

34

PATHOGENICITY OF Bacillus thuringiensis BERLINER AGAINST THE RUBBER LEAF CATERPILLAR

(Eriooyis ello L.) (LEPIDOPTERA : SPHINGIDAE).

The caterpillar of the hawkmoth Eri1myis ello L. is the most destruc­tive insect pest of the rubber tree (Hevea brasiliensis Muell Arg.), the principal diversification crop grown in the Bahian cocoa region. The caterpillar feeds on the young leaves and in severe outbreaks can cause the complete defoliation of large areas.

Due to the success over the last 20 years of the crystal·forming bac­teria against more than 137 insect species from the orders Lepidoptera, Hymenoptera, Diptera and Coleoptera (1), an explorative laboratory test was carried out with Bacillus thuringiensis Berliner to determine its pathogenicity against E. ello. The experiment consisted of four concen· tration treatments together with a control, with four replicates of each. Catterpillars were collected from a rubber estate and kept at rest for one day in the laboratory. Five caterpillars of the 3rd instar were placed in deep culture dishes (14 em diameter, 5 em high) with the inside of their loose fittinglids covered with moistened filter paper. Two culture dishes were used for each replicate. The test caterpillars received for 1 day air-dtied young fully expanded rubber leaves previously dipped in the various spore solutions of B. thuringiensis (Dipel (wettable powder), Abbott Labs). From the second day onwards all caterpillars were fed on undipped rubber leaves. Mortality (%) was calculated 1, 3, 5 and 7 days after the start of the treatment. At the end of 7 days the air-dried faeces (11% moisture) were weighed to detennine relative food consumption.

Mortality and faeces weight for the different treatments are shown in Table 1. Although mortality increased in relation to time and spore con­centration, a 100'1c. kill was not achieved in any of the treatments. The unexpectedly high mortality among the control caterpillars is attributed to poor handling techniques. The differences in faeces weight, signif­cant at the 1% levei, show that the bacteria caused the caterpillars to stop eating.

The preliminary conclusions which can be drawn from this experiment clear!y show that even at a concentration of 1 : 1000 the spores of H. thuringiensis drastically diminish the appetite of the E. e/lo caterpillar and can kill it. However further laboratory experiments are required in which the handling techniques are improved. lt is worth remembering that the caterpillars used in this trial carne from a rubber estate over 150 km from the CEPEC research station and the one day rest in the laboratory

35

Table 1. M.ortality and we;gbt offaeces of E. ello caterpWars fed with rubber leaves dipped in B. thuringiensis spore solutions at CBPBC, 1973.

Mortality (%) Weight of faeces

Concentration Days after Treatment (g)

I 3 5 7

1:1000• 5 33 48 70 11.9 2' 1000 3 38 53 70 9.0 3' 1000 lO 50 60 80 8.2 4: 1000 8 70 80 88 3.0

Control 3 13 23 45 23.9

• 1 : 1000 concentration contains 25 x 1 O ti esporos/ml

was not sufficient for the caterpillars to recuperate. The addition of a spreader would also improve the efficacy of the bacteria treatment.

36

REVISTA THEOBROMA

Outubro-Dezembro 1974

Ano IV N~ 4

publicação trimesnal de­dicada à divulgação de in­vestigação científica rela­cionada com problemas agro­nômicos e sócio-econômi­cos de iress cacaueiras. Editada pelo Centro de Pes­quisas do Cacau (CEPEC), Departamento da Comissão Ezecutiva do Plano da La­voura Cacaueira (CEPLAC).

COMISSÃO EDITORIAL

Ahim, Paulo de T.

Cruz, Luiz C. Sales, Jos~ C. de Vello, Fernando

ASSESSORES CIENTÍFICOS

Ailken, WiUiam M. Alencar, Maria H. Alvim, Ronald Barroco, H~lio E. Buros, Raimundo S. Cabala R., F. Percy Carleuo, G"raldo A. Loureiro, Edmar S. Maravalbas, Nelson Mariano, Antônio H. Medeiros, Arnaldo G. Menezes, José A. S. Miranda, Emo Ruy de Pereira, Clovis P. Rocha. Hermínio M. Silva. Luiz F- da Silva, Pedrito Ventocilla, JDS~ A.

Endereço para correspon­dência (Adress for corre· spondence):

Revista Tbeobroma Centro d., Pesquisas do Cacsu (CEPEC). Cai:u Postal 7 4~.600- ltabuna-Bahia

Brasil

Tiragem 3.000 exemplares

CONTEÚDO

1. Pbysiological responses of cacao lo environmental factors. P. de T. Alvim, A.D. Machado e F. Vello.

Influência de fatores Qmbientais sobre a fisiologia do cacaueiro. {Resu·

mo). p. 24

2. Nematódios da região cacaueira do Espírito Santo, Brasil - I - Nema· tódios associados a o cacaueiro (Theobroma cacao L.) R.D. Sharma e S.A. Sher.

Nematodes of the Cocoa Region of Espírito Santo, Brazil - I - Nem­atodes associated with c o c o a (Tbeobroma cacao L.). (Summary) p. 30

3. Fatores qut? influem na captura dt? Eri.nnyis ello L. (Lepdoptera: Sphin· gidae) por armadilhas luminosas.

].M. Abreu. --·-·-·····-········-···--

The influence of some factors on Hght trap catches of the bawkmoth Erin­nyis ello L. {Lepdoptera: Sphingi­

dae). (Summary). p. 43

3

26

32

PHYSIOLOGICAL RESPONSES OF CACAO TO ENVIRONMENTAL FACTORS *

Paulo de Tarso Alvim** Antonio Dantas Machado*** Fernando Vello ****

In a previous review on physi­ology and ecology of the cacao tree (6) an attempt was made to summarize and appraise available information on effects of environ­mental factors on shoot-growth rhytms,cambial activity, flowering, fruit growth, and cherelle wilt. A few papers dealing with growth and flowering rhythms of cacao havt" appeared since then (7, 9, 15, 21, 22, 23, 24, 25). In Brazil, additional research has been car­ried out during the last 6 years on physiological responses of cacao to environmental factors. Although most of these studies in Brazil are still in progress it is felt that some of the results so far obtained are worth discussing in the light

of recent findings reported in the literature. This paper will review studies on leaf water potential, growth rhythms (flushing and leaf fall), flowering, and fruit devel­opment.

LEAF WATER POTENTIAL

Field measurements of leaf wa­ter potential were made with the pressure chamber technique (26). The method consists of enclosing an excised leaf in a pressure chamber, with the petiole pro­jecting through the lid and applying a gas pressure (nitrogen) until sap exudes from the cut surface. The pressure necessary to displace the sap is taken to be equivalent to

* Received for publication in December, 1974.

* Presented at the Intemational Cocoa Research Conference. Trinidad and Tobago, January 9-18, 1972.

** Ph.D .• Division of Phyto1ogy, CEPEC . ... ****

M.S., Division of Phytology, CEPEC. Present address: Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. M.S .• Division of Genetics, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, Ilhéus, Brasil, 4(4): 3·25. Out.-dez. 1974.

3

the tension or water potential in the xylem before excising the leaf.

lnitial trials were performed by sampling Ieaves at random over the whole tree, a procedure that soon proved to be inadequate since wide variation was observed in water potential in leaves of the same tree, and even for the same branch. Subsequent measurements were oriented toward the influence of leaf age and position on its wa­ter balance.

Figure 1 shows diurna! variation in water potential of 4-month-old leaves taken from the upper part o f the tree, all facing in the same direction. The measurements were made hourly on a cloudy day in a

• "

- ' -. - , - ' - '

600 800 D 00 1200 "'00 1600 1800

H O UI!

"

" "

Figure 1 -Diurna/ variation in water potentíal o/ 4-month-old ca­cao leaves.

4

field where a leaf retention exper­iment was being conducted. This permitted an securate estimate of leaf age. The number of leaves sampled, which was never less than five, varied according to the degree of variability found in ex­ploratory measurements.

Differences in leaf water poten­tial within the hourly samples were small, especially in those taken in the early morning and at dusk. Water potential decreased (became more negative) progres­sively to midday, then increased during the afternoon.

Water potential of leaves of different age and with the same position in relation to the sun was evaluated using 4, 7 and lO month­old-leaves. The results (Figure 2) followed the pattern already de­scribed with respect to diurna! variation, with no clear differences shown in water potential of Ieaves of different ages.

Since leaves having the same position on the tree with uniform orientation in relation to the sun showed no significant differences in water potential, independently of leaf age, water potentials of shaded leaves and those exposed to the sun were determined. Ten­month-old Ieaves were sampled from the upper part of the trees (leaves directly exposed to the sunlight) and compared with shaded Ieaves taken from the lower part of the tree.

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Figure 2 - Diurna/ variation in water potential o/ leaves o/ dif­ferent ages.

Substantial differences in wa­ter potential occured as illustrated in Figure 3. The three pairs of curves shown were obtained on alternate days and provide a good example of the effect of atmos­phere humidity of leaf water po­tential in the absence of a soil moisture stress. The first pair of curves refers to a cloudy day, dur­ing which it rained between 10:30 and 11:30 a.m.; the middle pair to a brighter day with a rain shower around 9:20 a.m.; and the third pair to a clear and warm day with­out rain. The water potential of the upper exposed, leaves was ap­preciable lower than that of shaded leaves, and the difference was accentuated with decrease in rel-

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Figure 3 - Diurna! variations in leaf water as related to air tempera­lrae and relative humidity, for J dilferent days.

5

ative humidity. Since all data were taken during a relatively rainy pe­riod it is clear that the daily var­iation in water potential of cacao leaves is much more dependent on relative humidity of the air than on soil water availability. Natural~ ly, during periods of prolonged drought soil moisture supply be­comes increasingly important in influencing leaf water balance.

In a recent experiment on ef­fects of shade removal on pedod­icity of leaf fali and leaf flushing of cacao, leaf water potentials were measured in an open atea and in a densely shaded ones. The selected areas were near each oth­er and had similar slope and soil characteristics. The initial results (Table 1) showed that leaves in the shaded area were under con­siderably less water stress than the leaves in the open area. Dif­ferences in water potential be­tween upper and lower leaves were minimal wheteas there was wide variation for the same leaves in the unshaded plot. In addition, tem-

perature of the upper sunlit leaves in the unshaded plot was 10° c higher than amhient temperature. As expected, such a difference was not observed with the lower and shaded leaves of both plots.

GROWTH RHYTHMS

In spite of growing in areas with little seasonal variation in climate, patticularly with regatd to temperature and day-lenght, ca­cao, like many tropical trees does not grow continuously thtoughout the year but behaves as an inter­mittently growing evergreen, ex­hibiting petiods of intensive leaf growth alternating with periods of vegetative rest. These growth ~ulses are generally recognized as "seasonal" in the sense that they are repeated at about the same time of year, varying accord­ing to region but within a region usually showing little change from Y.ear to year. Attention will be given in this discussion to the role played by environmental fac­tors in control of shoot flushing and leaf abscission.

Table 1 - Ef!ect of shade and time of day on leaf water potential.

Time

10:00

12:00

14:00

Leal water potential (bars)

With shade No shade

Upper leaves Lower leaves Upper leaves Lower leaves

-6.3 ± 0.9 -4.3 ± 0.4 -13.7:!: 1.2 -5.3 ± 0.6

-5.0 ± 0.2 -4.3 ± 0.4 -12.4:!: 0.2 -7.3:!:1.1

-4.9 ± 0.1 -4.2 ± 0.1 -12.7 ± 0.4 -6.1±0.9

6

Age eUect

When studying growth rhythms of trees it is most important to recognize that juvenile plants be­have very differently from_ adult plants. Greathouse, Laetsch and Phinney (15) recently studied growth rhythms of young cacao plants (about 1 year old) undd~r controUed environmental con I­

ti.ons (29°C; 75-100% telative hu­midity; 600 ft C light intensity, and 12-hr photo-period). The growth cycle 0 { a shoot showed an aver­age duratiort of about 65 days, and in their opinion, once this cycle was compteted a new flushing cycle automatically started, pro­vided environmental conrlitions wete suitable for growth. Great~ house et ai (15) observed that plants unrler controlled conditions were not synchronous with each other with regard to shoot-growth "as it appears to be in the field" (sic). and concluded thttt their data "strongly suggested that ftushing was conttolled by an endogenous mechanism".

The fact that young c a c a o plants are asynchronous with re­gard to growth rhythms is w e ll known (5, 6). Equally well known is the fact that mature plants in the field exhibit ctose s-ynchrOf\iSm in growth behaviour. Jhe underly­ing physiological reasons for this difference between matute and ju­venite plants are not well under­stood. There is little doubt, how­ever that growth rhythm of m:ilture plants in the field is strongly con-

trotled by environmental factors and not by endogenous rhythms.

Internai factors

Whatever the nature of the ex­ternai stimulus which induces growth flushes in cacao, thete is Iittle doubt that internai factors -be they growth promoters, growth inhibitors, nutrients, ora balance of such internai requirements -a r e obviously involved in the mechanism of growth and rest. With certain species of temperate regions, some progress has been made on endogenous hormones controlling growth rhythms (8, 10, 13, 30). ln the case of cacao, good data are scarce but some indirect evidence illustrates the role of in­tern<tl factors in the mechanism of flushing,

Studies in Brazil (6, 7) and in the Camerouns (9) have shown tbat ftusbing and leaf fali are closely related phenomena. Intensive leaf fali invariably occurs simultane­ously of just before or after an intensive flush of shoot growth. Ordinarily, the main flush .in Ba­hia occurs in September-October and is followed by two or three minot Hushes between November and April, with flushing in Febru­ary-March usually second in im­portance. Maximum leaf fall as a rule t<:~kes place soon after the in­tensive growth flush of September­October. From May to mid-Septem­ber the plants remain in a state of

7

rest, with practically no f!ushing and very limited leaf-fall taking place (Figure 4).

Two hypothesis may be sug­gested to explain the synchronism between leaf-fall and flushing; a) the concentration of an inhibítor responsible for bud dormancy and originating in the leaves is re­duced as a consequence of leaf abscissíon, thus triggering bud ex­pansion; b) flushing imposes a strain for nutrients and/or hor­mones, which would acce!erate

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senescence and abscission of old leaves. The first hypothesis is supported by the fact that flushing can be induced during any period of the year by means of heavy pruning or by various degrees of defoliation. Studies in Bahia have shown that leaf remova! caused intensive flushing even during a period when plants normally are in a state of rest (e.g. in June) (7).

In 1971, a drought ocurred dur­ing June/July, normally the wet­test period of the year in Bahia,

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Figure 4- Bi-weekly data on flusbing of cacao in ]uçari, Bahia, from July 1969 to Novemher 1971, Data are expressed in% o/ hud break and number of newly formed [eavq, together with data on leaf fall/m' /week, temperature, rainfall, and cumulative soil moisture defícit and excess.

8

causing off-season leaf-drop which was immediately followed by in­tensive flushing in July-August (Figure 4). This was the first time in many years that flushing was

0 bserved in Bahia during this period.

As shown in Figure 4 1 leaf fall in October 1969, October 1970, and Decembet 1971 occurred 2-3 weeks after flushing. This does not necessary invalidate the first hypothesis, as the abscission }ayer is obviously formed before actual leaf shedding takes place and could therefore precede onset of flushing .

A growth prometer moving from the roots to the shoots through the phloem also appears to play an imporlant role in the mechanism of flushing. The indirect evidence which appears to justify the as­sertion is the following (7): a) when a complete ring of bark is removed from the trunk or from one of the main branches of a cacao tree thereby preventing upward phloem transport, flushing is in­hibited in the wholc tree or in the ringed branch, respectively; h)

when all but one of the ma in branches are ring-barked, the un­girdled branch is stimulated to f 1 u s h off-season, whereas ali ringed branches do not flush (sug­gesnng that the growth prometer originating in the roots moved in higher concentrations to the un­girdled branch}; c) flushing is also inhibited when some lateral roots are "pruned" by opening a trench about 25 em deep with a circumfer­ence 2 m in diameter around the tree,

Competition for food between growing pods and shoots also ap­pears to reduce flushing intensity. This was observed in the seed garden plots of the CacaoResearch Center, in ltabuna, Bahia, in 1970 and 1971, Plants of the Catongo cultivar about 4-5 years old, which had been intensively hand polli­nated to produce hybrid seeds ex­hibited very little flushing when compared with otherCatongo plants in the same area which had not been hand pollinated. Heavy fruit setting on the hand pollinated plants also appeared to be respon­sible for die-back and even death of a few trees. Die-back symptoms disappeared and normal flushing was promptly resumed when the af­fected plants were stripped of ali fruits.

9

Environmental factors

Ear!ier theories about the ef­fect of environmental factors on growth rhythms of cacao were re­viewed in a previous paper ( 6 ). Research carried out between 1966 and 1972 (7, 24, 25} gives support to a theory f i r s t suggested by McDonald (19) which attributed particular importance to the P.ffect of soil moisture and/or air relative humidity on flushing. On the basis of field studies in Brazil, the fol­lowing hypothesis was proposed to explainthe re\ationship between moisture availability and flushing (7): a) decreased rainfall (or in­creased moisture stress) induces leaf abscission; b) abscission breaks bud dormancy (because of

reduced production o{ ar. inhibitor or dormancy inducing substance originating in Jeaves); c) flushíng occurs soon after abscission or, under conditions of severe mois­ture stress, after the onset of rains.

Sale (25) demonstrated that each time cacao plants were watered following a period of soil mois­ture deficiency vigorous flushing occutted about 10 days after wa­terir.g. Many of the f!ushes were produced from axillary buds as well as from terminal buds. Plants which were irrigated frequently flushed less vigorous than droughted plants and only at the terminat buds, with peaks of flush­ing occurring every S-6 weeks. In spite of flushing Iess intensively, the total leaf area was higher for the ftequently watereO plants than for droughted ones because of re­duced leaf shedding or longer Jeaf of the former. Sale (21) also de­monstrated under controlled ccm­ditions that flushing was not in­duced by increase in temperature above 83°F, as previously ad­vanced by Humphries (17) and Gteenwood and Posnette (16), or by increase in temperature range {thermo-periodicity) as suggested in earlier papers of Atviro(2). Sale (21) found however, that the inter­vais between flushes were reduced when temperature was raised, with plants growing at 74 ° F flushing approximately every 95 days and plants growing 80 o F and 86 a F flushing every 36 and 20 days, respectively.

10

Figure 4 shows data on flushing and leaf shedding injuçari, Bahia, from July 1969 to November 1971, together With data on r a in f a 11, roean tempetature, and cumulattve soil moisture deficit and excess. Flushing was recorded on 20 plants, about 12 years otd, by weekly counting of newly formed leaves on 200 weU exposed shoots (10 shoots per plant). The percent­age of shoots initiating flushing (bud break) was also recorded at weekly intervals. Twenty, 1 sq.m wooden boxes were placed under the trees for weekly counting of leaf fall. For the sake of simplic­ity, dat<' on bud bteak and number of newly formed leaves are pre­sented for 2-week intervals.

Cumulative soil moisture defi­cits were estimated foBowing the method of Smith (27), assuming a soil depth (root space) of 45 em, an apparent specific gravity of the soil of 1.4, a field capacity of 32% and a wílting point of 16%. These values give a ~K" value of 0.01, anrl a water retention capacity of lOOmm. The cumulative soil mois­ture excess was derived from the balance between tainfall and po­tential evapotranspiration. Data on solar radiation as measured with a solarigraph, relative humidity, and vapour pressure deficit, were <'liso analysed in this study but are not included in Figure 4 as they did not show any correlatíon with growth rhythms.

By comparing the data on flush­ing with that on cumulative soil

woisture deficit and excess - and to a lesser extent with rainfall at 10-day interva1s - it becomes ap­parent that periods of increased bud break and subsequent leaf ex­pansion were always prec~ded by a peüodof soit moisture depletion. In most cases the beginning of a flushing cycle took place simul­taneously with/or soon after the {irst rainy days following a rela­tively dry period. There were cases, however, (e.g. in Decembet 197 O) when flushing apparently started before the onset of rain. Further studies e.re needed to de­termine whether a dry-wet se­quence is always necessary to initiate flushing or if moisture de­pletion. alone can trigger flushing (provided it does not reach the pointof checkinggrowth ot causing wilting).

The importance of moisture stress in breaking dormancy has been clearly demonstrated for cof­fee flower buds (3). Moistu~e stress was shown to be an essential pre­requisite for breaking dormancy, but anthesis could take place only following irrigation 01 rain. A siro­ilat type of responSe to a relative­ly dry period followed by a wet one has been observed in citrus, in connection With Howering and flushing cycles (11) and probably is of common occurrence among tropical trees, The term "hydro­periodicity" has been suggested for this physiological response to a succession of dryness and wet­ness (S).

11

Special attention should be giv­en to the fact tb.at between 1963 and 1970 (6, 7), f!ushing had neve r been reported in Bahia during the months of May to August, which cotresponds to the period of reta. tively frequent rainfall, reduced solar radiatíon and low tempeta­tute. In 1971 intenSive leaf fali followed by vigorous flushing C'i>

curred for the first time during the month of July, and this was clear­ly associated with an unusually severe drought which ocurred in June (Figure 4). Temperature and solar radiation showed no apparent relationship to this off season flush. These results seem to indi· cate that the absence of flushing normally observed ftom May to Au­gust in Bahia cannot be attributed to low temperature or low solar radiation, as previously believed (6, 7), but to normal absence of moistwe stress during the period.

In Sa1e's experiments(25) plants w h i c h were frequently watered (''wet treatment~) did not flush at all after they reached the age of about 2 years, whereas plants of the same age but previously sub­mitted to soil moisture stress ex­hibited vigorous flushing. Sale carried out his e'ltpetiments with plants aged 12 to 30 months and it seems likely that the "juvenility effect" overshadowed responses to the water regime during the eat­lier part of his experiments, i. e., when plants were younger. He a­greed with the previous suggestion of Alvi:m, Machado and Gtangier (7) that watet stress caused the

buds to develop to a stage where they were ready to grow and ap­peared to be a "necessary require­ment for the plants to continue to either initiate or expand new leaves ''. Sale recognize that this conclusion did not invalidate the suggestion of Cheesman (12) "that the absence of a dry season may be wholly favourable to cacao -for under most field conditions it is probable that soil water would be depleted occasionally to at least 50%, and thus provide any growth check that might be neces­sary for continued flushing".

1t is well known that c a c a 0

g r ow in g without shade flushes much more intensively than does shaded cacao. This probably is associated with higher internai moisture stress in unshaded plants, as shown by our studies on the effect of shade on leaf wa­ter potential.

Studies with species of temper­ate regions have shown that mois­ture stress increases the amount of abscisic acid in the leaves this apparently being the ma in fac~ tor controlling leaf shedding (30). Abscisic acid has been found also to impose bud dormancy in some species (8, 10, 13,29, 30). Our previ­ous hypothesis to explain the ef­fect of moisture depletion on flush­ing could be tentatively rewritten as follows:

a) Moisture stress increases the concentration of abscisic acid, thus accelerating senescense and leaf shedding;

12

h) Translocation of abscisic acid or another rest-imposing sub­stance from the leaves to buds decreases as a result of forma­tion of abscission layer or be­cause of actual !eaf drop;

c) Buds start growing;

d) Shoots and leaves expand, pro­vided water is available for growth.

FLOWERING

As in the case of flushing, age effects and internai factors de­serve attention when studying the influence of environmental factors on the flowering cyc!es of cacao.

1\ge effect

The age at which cacao starts producing flowers in the field varied a great deal with genetic origin and cultural practices. Un­

.der good management conditions most of the new hybrids now bein~ planted in Brazil start flowering at an age of about 18 months after transplanting to the field. An ex­treme case of genetically control­led premature flowering was ob­served by Soria (28) on some seed­lings of pure criollo cacao from Mexico, which began to produce normal flowers at the age of 3 months when the cotyledons had not yet fallen from the plants. Plants growing in nutrient solution under greenhouse conditions in Bahia, usually start producing flowers at the age of about 12 months from seed. Unselected amelonado plants under traditional

cultural pract:ices used by farmers · Bahia take from 3 to 4 years, on m . the average, to start flowenng.

As previously reported (6), the flowering cycle of mature cacao

tants in Bahia follows a Tk.arly :stabilished seasonal pattern, with practically no flowers appearing during the months of July, August, September or October. In young plants flowering is reduced but not completely arrested during t h e same period. The difference be-

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tween mature and young p 1 a n t s with regarei to flowering has re­cently been confirmed in a study comparing the flowering cycle of the cultivar Catongo aged 5, 12 and 23 years old growing in neigh­boring areas, in Uruçuca, Bahia. To estimate flowering intensity, the soil surface under each tree was covered with a layer of sand a nd the number of unfertilized flowers falling on the sand was counted at intervals of 2or 3 days. Figure 5 shows the total number

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'------------- MONTHS Figure 5- Montbly flower production in Catongo trees, aged 5, 12, and

23 years, in Uruçuca, Bahia, from November 1970 to Dece~ber 1971 (av­erage for eight trees in each age group). Data for a stenle 12 year old tree which produced only one pod during the period of the study, are in­cluded for comparative purpose (see text).

13

of flowers produced per month (av­erage ofeight trees for each group) from November 1970 to November 1971. Attention should be called to the fact that because of the very wide changes in the number of flowers during the course of this study - particularly in the case of older plants - a loga­rithmic scale was used. As shown in Figure 5 seasonal variability in flowering increased in direct proportion to plant age. The 23-yea,r-old plants produced about 10 times more flowers than the 5-year­old plants during the peak of flow­ering (February-April) and about 10 times less during the low flow­ering period (August-September). The figures for the 12 year old plants fell between the other two age groups.

lt may be possible that the mi­croclimate around the plant rather than plant age is responsible for the difference between mature and young plants with regard to flow­ering and cropping patterns. A­mong other things, younger plants,

because of their lower leaf area index, receive more solar energy per unit-leaf area than older plants, and this might be one important factor associated with the differ­ence in their response to varia­tions in climate. Another possibil­ity is that older plants, because of their larger proportion of non­photosynthetic tissues (roots, trunks etc) or large "sink", would be more easily depleted of flower­forming substances than younger

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plants. Further research is obvi­ously needed on this point.

Internai factors

A chemical stimulus originating in the leaves and moving down through the inner bark (phloem) appears to play an important role in the mechanism of flowering. This can be demonstrated by re­moving a ring of bark from the trunk of mature cacao trees. Stud­ies in Brazil have shown that following such stem girdling dur­ing the normal blooming season, flowering was very profuse on the portion of the trunk above the ring and was completely arrested bellOVI the ring, this response occurring within 2-3 weeks following treat­ment. Accumulation of photosyn­thates and/or flowering hormones is apparently responsible for the enhancement of flowering above the stem girdle. Similar responses to bark ringing has been reported for citrus (14).

The fruit load of the plant also affects flowering intensity. This was observed during the course of our study on the effect age. One of the 12 -year-old Catongo plants included by chance in the experi­ment has proven to be practically sterile, as it produced only one pod during the course of the study. The flowering cycle of this plant is also included in Figure 5 (12 years without fruits). lt not only bloomed nmch more heavily than the normal bearing 12-year-old plants, but showed a relatively

slight decrease in flowering ftom July to November when other plants, irrespective of age, showed much Iower flowering intensity. Together with our observations on the effect of ringing, these results seem to indicate that fruits com~ pete with flowers for a substance or substances (which could very well be carbohydrates) whose con­centration is related to flowering intensity. Competition be t w e e n f r u i t s and flowers is known to play an important role in deter· mining flowering intensity of other trce crops, such as citrus (18).

Environmental factors

Accurate data on- flowering cy­cles of cacao have been obtained at the Experimental Station in Ju­çari, for a period of 38 months (January 1968 to February 1971), using 12 clonal plants which about 8-years-old at the beginning of the study. A circular nylon sheet about 3 m in diameter was placed under the canopy of each tree at a height of about 50 em from the ground, resembling an inverted umbrella with the trunk of the cacao tree as the central rod. The number of flowers which dropped into the umbrella was recorded every two days. The average number of flow­ers per day/plant is given in Fig­ure 6 for 10-day intervals. Data on cumulative soil moisture deficit and excess, calculated by the method mentioned under growth rhythm as well as data on mean temperature, are also presented. In Figure 6 other climatological

data, such as solar radiation as measured by a solarigraph, cela­tive humidity, and vapor pressure deficit, did not seem to show any relevant relationship with the flow­ering data and will not be included in this disc..ussion.

As shown in Figure 6, the pe­riod of intensive flowering usually occurred from November to June, whereas the months of least flow­ering were August to October. Pte· vious studies carried out at anoth· er station (Uruçuca) with older trees (6) showed minimum flow­ering from June to September. It is not known if this discrepancy is due to difference in climate, age of trees, varietal differences, or methods of study. It must be rec­ognized, however, that the obser­vations of Figure 6 as well as of Figure 5, were more accurately taken than those previously re­ported, and are thus probably more reliahle.

15

In previous studies on flowering carried out in Bahia (6) it was suggested that the decrease in flowering from June to September was a result of low temperature alone. Because temperature drop in Bahia starts in May, when flow­ering is still quite intensive, it was postulated that the effect of low temperature was indirect in the sense that it first affected veg­etative growth which in turn af­fected flowering, this accounting for the time lag between supposed cause and effect. This the ory needs now to be revised in view

DATE Figure 6 - Flowering intensity of cacao as expressed in number of

flowers/pl~nt/day (mean figures for 12 clonal plants), in Juçari, Bahia, together wtth data on temperature and cumulative soil moisture deficit and excess, at 10 day intervals from January 1968 to March 1971.

of recent findings. As shown in our studies on flushing (Figure 4), temperature did not show any re~

lationship with growth rhythms of cacao. lntensive bud break and leaf expansion could take place even during period when tempera~ tures were relatively low (e.g., in July 1971). Sa!e (23) also did not find support for an "indirect" ef~ fect of temperature on flowering. He confirmed that low temperature decreased flowering, but the effect

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seemed to be direct. We are in~

clined to think that reduced flow~ ering in Bahia from ]une ~July to September~October is caused by internai competition between fruits and flowers, with the effect of low temperature apparently being of lesser importance. As will be shown !ater (Figure 8) the peri.od of maximum fruit load in Bahia, as expressed in total dry weight of hanging pods, coincides with the period of minimum flowering.

The flowering season for plants in our studies occurred from No~ vember to )une. It is worth point~ ing out that the beginning of this season coincided every year with the period when plants had the lowest fruit load (Figure 8), This lends support to our hypothesis about the importance of internai competition between fruits a nd flowers. It appears from our re~

sults that, as longas this compe~ tition exists, flowering shows practically no res ponse to changes in environmental conditions. Only after the plants reach the period of minimum fruit !oad or decreased internai competi.tion between fruits and flowers, blooming becomes responsive to environmental con~ ditions, and exhibits wide flue~ tuation from time to time. lt is well established that flowering of cacao is inhibited during period of moisture stress (1, 4, 6, 20, 25). 1t has also been demonstrated that flowering becomes particularly pro~ fuse after the first heavy rains following an extended dry period (6),

By investigating the data on cumulative soil moisture deficit and excess with the number of flowers per plant (Figure 6) during the flowering season, it may be observed that periods of increased flowering were u;>ually preceded by a relatively dry period followed by a wet period and that decreased flowering was associated either with a dry spell (e.g. April 1970) or excessive soil moisture (e,g. December 1968, December 1969,

February 1970, and November 1970), In some instances, such as in December 1970 and january 1971, increased flowering appeared to result from decreased soil mois~ ture following a period of moisture excess.

Sale (25) obtained profuse flow~ ering in potted cacao plants v.~hen~ ever the soil was watered follow~ ing a period of moisture stress, and concluded that flower initiation had been enhanced during the dry period and only flower growth was inhibited by moisture deficiency. With regard to coffee, the flower buds remain in a state of complete rest for as long as the plants are frequently watered and kept under high atmospheric humidity, a "dry~ shock" being appatently needed for rest breaking (3), As pointed out by Sale(25)this does not seem to be the case with cacao, as the flower buds do not go through a rest period imposed by high water potential, some flowering always occurring even under conditions of frequent watering or high hu~ midity. Sale (24) also demonstrat~ ed, under controlled conditions, that profuse flowering can be in~ · duced by transfening the plants from a low (50-60%) and medium (70~80%) relative humidity to a high one (90~95% ).

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It is worth pointing out that flowering of citrus in tropical a~ reas has been shown to be con· trolled by alternations between dry and rainy periods and that in irrigated citrus orchards it is pos~

sible to induce out of season flow­ering by irrigation following a drought stress (11).

From the foregoing discussion it may be concluded that the maio factors controlling flowering of cacao appear to be, internally, the competition between fruits and flowers, and externally, the alter­nation between dry and wet peri­ods, ot hydroperiodicity of the en­vironment.

FRUIT PHYSIOLOGY

Cacao harvesting in Bahia u­sually extends for about 8 or 9 months, Le. from mid-April to mid­January. Plants up to 4-6 years old, tend to produce fruits through­out the year, hut the crop is usu­ally much reduced from mid-Janu­ary to mid-April. In August-Sep­tember the crop from mature plants is also reduced but its production is not completely stopped. The harvest from Aptil to August is referred to as "temporão" or mid­crop, and from September to mid­January, •safra" or maio crop. The cropping pattern shows some var­iation from year to year but on the average there is practically no difference between "temporão" and "safra" in volume of production.

Temperature effect on fruit development

In a study carried out with the white seeded cultivar "Catongo", it was found that the period from

18

pollination to' ftuit ripening varied in Bahia from 140 to 205 days, the average being 167 ± 0,78 days. As previously reported (6) when pods of the "temporão" crop (pollinated in November-January and harvested in April-August) were compared with the "safra" crop (pollinated in March-June and harvested in September-January) it was found that the former matured in 140-175 days whereas the latter took 168-205 days reach rcaturity.

A highly significant negative corre lation was found between the number of days from pollination to harvest and the mean temperature during the period. Based on this correlation the following equation was developed to estimate the number of days from pollination to harvest for the Catongo cultivar in Bahia:

N = 2500

T-9 Where N is the number of days and T the daily mean temperature (0 C) during the period.

Figure 7 gives the estimated number of days from pollination to harvest for fruits set at different periods of the year calculated olf the basis of the above equation, using the mean temperature values for Uruçuca, Bahia.

Seasonal changes in fruit Ioad

In order to estimate changes in fruit load during the year, careful pod counts were made monthly on

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the same 12 clonal plants used in the study on flowering cycles. Fig­ure 8 shows the monthly numbers of harvested pods, developing pods, and wilted cherelles. On the basis of a previous study on changes in pod dry weight as re~

Figure 7 - Tbeoretical periods hetween fruil setling (pollination) and barvesl, expressed in days, as a function of date of pollina· tion. Dates on the curve were cal­culated on the assumption that pollination occurred on the first day of each month. In Bahia, as a rule, there is no crop between mid· january and mid-April.

lated to fruit age (6), and using the final number of harvested pods as a reference, the total dry weight of the hanging pods could be es­timated. Wilted cherelles were not included in this estimation. As indicated in Figure 8, the period of maximum fruit load on a dry weight basis did not coincide with the period of maximum num­ber of pods per tree. As a rule, the latter occurred from March to July with the peak in May/June,

Figure g _ Pod counts at monthly intervals for 12 clonal plants from }anuary 1968 to February 1971, in Juçari, Bahia, together witb estimated total dry weight of pods per plant/month.

19

whereas the former carne about 3 months later, with the peak in Au­gust/September. The period of minimum fruit load occurred from December to February, As previ­ously stated, changes in flowering intensity appeared to be related to changes in fruit load.

Very likely, internai competition between fruit growth and vegeta­tive growth (flushing, root a n d cambial growth) plays an important r o l e in determining changes in fruit load during the year. In other words, when externai conditions are favorable for growth (October­A p r i l) the vegeta tive sink in­cresses and fruit load decreases;

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when is arrested (May-September) the vegetative sink decreases and fruit Ioad increases, This hypoth­esis implies that vegetative tissue always are the strongest sinks and that changes in fruit Ioad during the year are primarily due to en­vironmental effects on vegetative growth, this in turn affecting fruit­ing,

Seasonal changes in fruit setting

In our study on flowering and fruit Ioad at Juçari, data on fruit setting were also obtained by counting the number of n e w I y formed pods at monthly intervals, Results are presented in Figure 9 together with data on w i 1 te d

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Figure 9- Fruit setting, cheridle wilt, percentage of settingfno.newly formed pods x 100/total number o/flowers), and estimated total dry weight of pods per plant, at monthly intervals, in 12 clonal plants grown in Ju· çari, Bahia, from January 1968 to Fehruary 1971.

20 t

cherelles. Also included are data

011 the percentage of setting (nurn­ber of newly forrned pods x 100/ numberof flower)and the estimated fruit load on a dry weight basis.

B y comparing these results with Figure 6 it-will be noticed that the heaviest fruit setting pe­riods occurred when the plants were flowering heavily but the percentage of setting reached its peak (up to 85.7%) during the low­flowering periods. The population of pollinating insects shows great variation during the year (31) but changes in the ratio of pollinating insects to nurnber of flowers ap­pear to be related more to this

wide variation in percentage of setting.

In earlier papers (6) the ab­sence of crop in Bahia from rnid­January to mid-April was attributed to reduced flowering in July-Oc­tober, Results in Figure 9 indicate quite clearly that the actual cause was not absence of fruit setting in in July-October but greater loss of young cherelles overruling fruit se t ti n g during that period. As shown Figure 9 the incidence of cherelle wilt appears to be related to fruit load. This indicates that, under the conditions of this study cornpetition between fruits probably was the main cause of wilt.

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31. WINDER, J.A. and SILVA, P. Current research on insect pollination of cacao in Bahia. In InternationalCocoa Research Conference, 4th, Trinidad and Tobago, January, 1972. 14 p.

SUMMARY

Effects of environmental factors on leaf water potential, growth rhyÍ:hms, flowering, and fruit development of cacao are discussed in the Iight of recent research in Brazil and elsewhere. Some plant factors, such as age and internai competition between fruits and flowers must be considered when studying growth and flowering responses to environ­mental factors, Flushing and leaf abscission were found to be correlated with each other. Among various environmental factors studied in con­nection with flushing, moisture stress appeared to be the most criticai one, both for bud break (flushing initiation) and leaf abscission. Rain following a dry period apparently stimulates intensive flushing (in­cluding leaf expansion). No support has been found for earlier theories according to which flushing would &e controlled by changes in air tem­perature.

Flowering seems to be controlled internally by competition with fruits (fruit load) and externally by a succession of dry-wet periods. The term ,.hydroperiodicity~ is proposed to refer to growth and flowering responses to a dry wet sequence. Flowering is inhibited by extended dry periods as well as by excessive soil moisture,

Data on leaf water potential, fruit setting, rate of fruit development, and seasonal changes in fruit load, are also discussed in connection with environmental influence.

INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE A FISIOLOGIA DO CACAUEIRO

RESUMO

São discutidos à luz de pesquisas recentes, efetuadas no Brasil e no exterior, os efeitos de fatores ambientais sobre o potPncial de água das

24

J folhas, o ritmo de crescimento, a floração e o desenvolvimento do fruto do cacaueiro. Alguns fatores da planta, tais como idade e competição interna entre frutos e flores devem ser considerados no estudo das res­postas de crescimento e floração a fatores ambientais. Encontrou-se que o fluxo de crescimento e a abscisão das folhas se correlacionam mutua­mente. Entre os vários fatores ambientais estudados em relação aos flu­xos de crescimento, a deficiência hídrica parece ser o mais crítico, tanto para a abertura das gemas (iniciação do lançamento) como para a absci­são da folha. A chuva logo após período seco aparentemente estimula o fluxo foliar intensivo (inclusive desenvolvimento foliar)]Não se encon­trou apoio para as teorias anteriormente formuladas segundo as quais os fluxos foliares seriam controlados por mudanças na temperatura ambi­ental.

A floraçãc parece ser controlada internamente pela competição com os frutos (carga de frutos) e externamente por uma sucessão de períodos secos e úmidos. O termo "hidroperiodicidade" é sugerido para designar a correlação entre crescimento e floração em resposta a uma seqüência de período seco-úmido. A floração é inibida por um período seco prolon­gado bem como por excesso de água no solo.

Dados sobre o potencial de água em folhas, frutificação, taxa de crescimento do fruto e mudanças sazonais na carga de frutos são tam­bem discutidos em relação à influência do ambiente.

.. .. ..

25

NEMA TÓDIOS DA REGIA O CACAUEIRA DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

I - NEMATÓDIOS ASSOCIADOS AO CACAITFIRO (Theobroma cacao L.)•

R avi Datt Sharma ** Samuel Alexis Sher***

Pouco se sabe a respeito de ,lematódios associados com o ca­caueiro no Espírito Santo; as in­formações disponíveis sobre o as­sunto são de Sharma (4). Em vista disso, um levantamento nematoló­gico sistemático foi efetuado na região cacaueira desse Estado com o objetivo de determinar a ocorrên­cia e distribuição dos nematóides fitoparasitas associados com di­versos cultivos de modo geral, e no cacaueiro, de modo particular.

M.-\TERIAIS E MÉTODOS

O levantamento foi conduzido em 27 propriedades, distribuídas em três municípios do Espírito San­to (Unhares, Colatina e São Ma­teus), no período de outubro de 1971 a março de 1974. Foram co­letadas 89 amostras de solos e

raízes de cacaueiros sadios e do­entes. A amostragem e extração dos nematódios foram realizadas segundo técnica de Sharma e Loof (5). Para a identificação e monta­gem permanentes desses nemató­dios, foi utilizado o processo des­crito por Sharma e Sher (6). Os lo­cais de amostragem bem como o número de amostras, sintomas a­presentados pelas plantas e tipos de solos estão mencionados no Quadro 1. Os sintomas apresenta­dos pelas plantas doentes foram anteriormente descritos por Sharma e Sher (6).

RESULTADOS

F oi detectada uma população mista de 20 gêneros e 26 espécies de nematóides fitoparasitas (Qua­dro 2), Os gêneros encontrados com

* Recebido para publicação em agosto, 1974. ** D.Sc. (Agric.), Divisão de Filoparasilologia, CEPEC.

*** Ph.D., Universidade da Califórnia, Riverside, Cal., E.U,A.

Revista Theobrom<l. CEPEC, llhtfus, Brasil, 4(4}: 26-31. Out.-dez. 1974.

26

Quadro 1- Levantamento nematologico do cacaueiro no Espírito Santo (locais de coleta, número de amostras, sintomas apresentados pelas plan­tas e tipo de solo), outubro/71 a março/74.

Locais de coleta (Fazendas e municípios)

Angélíca (Ll Batista (L) Boa Esperança (C) Brazilãndia (L) Brejo Grande (L) Bugrinha (L) Contendas (L) Esperança (C) Est. Exp. Minist, Agricultura (L) Est. Exp. Filogônio Peixoto (L) Goiana (L) Guanabara (L) Grafite Sossego (L) Havaí (L) lpanema (L) lpiranga (L) Paraíso (L) Piraquê (L) Relíquia (L) Santo Antônio (L) Santa Rita (L) Santa Terezinha Siio Jorge (SM) Sãc Pedro (SM) São Sebastião (L) Tris Marias (L) Vila Nova (L)

Municípios: (L) = Linh11res (C)= Co latina

(SM) = São Ma teus

mais freqüência foram: Helicoty· lenchus, Meloidogyne, Hemicrico­nemoides, Xiphinema, Criconemoi­des e Paratylenchus. Foram cons­tatadas também em todas as amos­tras, espécies saprofíticas e pre­dadoras.

Criconemoides mauritiana, Do­lichodorus sp., Gracilacus aculen-

N~de

amostras Sintomas Tipos de solo

2 D,S Franco 3 SD Argila pesada

17 S,MS Franco 1 MS Franco 1 SD Argila pesada 4 S,SD,MS Franco 1 SD Argila pesada 1 SD Argila pesada 2 SD Argila pesada

11 SD Franco 1 SD Argila pesada 8 S,SD,MS Argila pesada 1 SD Franco 2 MS Franco 2 SD,MS Argila pesada 2 SD Argila pesada 1 SD Argila pesada 1 SD Argila pesada 4 s Argila pesada

11 S,MS Argila pesada 2 SD Argila pesada 1 SD Argila pesada 2 MS Argila pesada 1 MS Argila pesada 1 SD Franco 1 SD Argila pesada 5 SD Argila pesada

Sintomas: S = sadio SD = seca descendente MS = morte súbita

tus, Tylenchus davainei, Tylen­chorhychus martini e Xiphinema setariae estavam associadas aos cacaueiros que apresentavam sin­tomas de seca descendente (die­back). Aphelencbus avenae, Aphe­lenchoides sp., Boleodorus sp., Helicotylenchus multicinctus, Lon­gidorus sp., X iphinema america­num e um gênero não identificado

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Quadro 2 - Freqiiência de ocorrência de nematóides parasitas de plan­tas associados ao cacaueiro (Theobroma cacao L.) em 89 amostras na re­giao cacaueira do Espírito Santo.

Freqüência de ocorrência

Nematóides Locais de amostragens* %das 89 amostras

Apbelenchu.s avenae Y,Zo 4.5 Aph€knchoides sp. C,Zo 7.9 Boleodoru.s sp. M 1.1 Criconemoides sp, A,E,F,H,j,L,N,O,P,R,S,T,V,

W,Z,Zo 29.2 C. mauritiana u 1.1 Dolichodorus sp. N,U 3.4 Gracikzcus acu.lentus H,K 2.2 Helichotylenchu.s sp. A, B,C ,D,D,F, G,H,I,J, K,L,N ,0,

P,R,T,U, V,Z,Zo 56.2 H. dihystera C,J,j,S,V,Y,Zo 20.2 H. multicinctus j,P,Zo 3.4 Hemicycliophora sp, G,J,P.Zo 4.5 Hemicriconemoides sp, A,C,F ,G,J ,M,N, R,S, U,X,Zo 35.9 Longidoru.s sp, Zo 2.2 Meloidogynfi' incognita A,B,C,F,G,I,j,L,M,N,O,P,R,S,

T,V,W,X,Y,Z 58.4 Paratylencbus sp, A,F ,l,j,L,M,Q,S, T,U,Zo 25,8 Peltamigratu.s sp, B,H,L,N,S,U,Zo 19.1 Rotylenchulu.s reniformis C,j,L,S,X,Z,Zo 20.2 Trichodorus sp. C,Zo 3.4 T ropbwu.s s p. B,j,L,M,O,P,Q, Y,Z,Zo 18.0 Tylenchorhynchu.s martini B,Zo 2.2 Tylenchu.s sp. B,L,Z,Zo 6.7 T, daminei Zo 1.1 Tylenchulidae (familia) F,W,Zo 4.5 Xiphínema sp, A,C,D ,H, I,] ,L,N,O,P,R,S,,

U,V,X,Y,Z,Zo 34.5 X. americanu.m Zo 1.1 X, setariae y 1.1

* Fazendas ou estações experimentais.

A= Angélica; 8 = Batista; C= Boa Esperança; D = Brasilândia; E = Brejo Gran~ de; F= Bugrinha; G =Contendas; H= Esperança; I= Eatação Exp, Min. Agric,; J = Estação Exp. F. Peixoto; K =Goiana; L= Guanabara; M =Grafite Sossego; N = Havaí; O= Jp~~nema; P = Ipiranga; Q = Paraíso; R= Piraquê; S =Relíquia; T = Sta Rita; U = Sta Terezinha; V= Síío Jorge; W =São Pedro; X= São Sebas­tião; Y =Três Marias; Z =Vila Nova; Zo = St~ Antônio.

28

da família Tylenchulidae foram en­contrados associados aos cacau~ eiros com sintomas de morte sú­bita. Os outros nematóides apre~ sentados no Quadro 2 estavam as­sociados com os dois tipos de sin~ tomas acima mencionados.

DISCUSSÃO

Meloidogyne incognita foi a es~ pécie mais freqüente no levanta~ mento e tem sido registrada neste cultivo em diferentes partes do mundo (6, 7). A mesma espécie foi também encontrada parasitando cafeeiros no Espírito Santo, de­monstrando sua ampla distribuição (1). M. e:âgua, parasita comum de cafeeiros (2), não foi encontrada no presente levantamento, assim como Rotylenchus robustus, detec­tado em cacaueiros em Trinidad (7). M. incognita foi encontrado em solos argilosos e pesados,

quando normalmente ocorrem em solos leves e arenosos (3).

Apbelenchoídes sp., Boleodorus sp.,Criconemoides mauritiana, Gra­cilacus aculentus e o gênero não identificado da família Tylenchu­lidae foram encontrados associados ao cacaueiro pela primeira vez, o mesmo acontecendo no Brasil com as espécies Helicotylenchus mul­ticinctus, Tylenchorhynchus marti­ni e Xiphinema americanum.

Os resultados deste levanta­mento indicam um grande número de espécies de nematóides fitopa­rasitas amplamente distribuídos e associados ao cacaueiro. Pelo ex~ posto, há necessidade de se defi­nir esta associação e de se deter~ minar o papel desses nematóides nos processos patológicos das raí~ zes do cacaueiro e sua possível relação com a morte súbita e seca descendente.

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RESUMO

Vinte gêneros e 26 espécies de nematódios fitoparasitas foram encon· trados associados ao cacaueiro (Theobroma cacao L) em 89 amostras de solos e raízes provenientes de 27 fazendas localizadas em três muniCÍ· pio do Estado do Espírito Santo. Doze espécies estavam associadas a cacaueiros com sintomas de seca descendente (die·back) e morte súbita (seis de cada). Os gêneros mais comuns foram: Helicotylenchus, Meloido· gyne, Xiphinema, Criconemoides e Paratylenchus. As espécies identifj. cadas foram: Aphelenchus avenae, Aphelenchoides sp., Boleodorus sp., Criconemoides sp., C. mauritiana, Dolichodorus sp., Gracilacus aculentus, llelicotylenchus sp., H, dihystera, H. multicinctus, Hemicycliophora sp., llemicriconemoides sp., Longidorus sp., Meloidogyne incognita, Paraty· lenchus sp., Peltamigratus sp., Rotylenchulus reniformis, Trophurus sp., Trichodorus sp., Tylenchorhynchus martini, Tylenchus sp., T. davainei, Tylenchulidae (família), Xiphinema sp., X. americanum e X. setaria;;,

NEMATODES OF THE COCOA REGION

OF ESPIRITO SANTO, BRAZIL.

I- NEMATODES ASSOCIATED WITH COCOA (Theobroma cacao L.)

SUMMARY

A total of 89 soil and root samples ftom 27 farms, frorn three munlCl· palities in Espírito Santo (Linhares, Colatina and São Mateus) contained mixed populations of 20 genera and 26 species of plant parasitic nema·

30

todes. Twelve species associated with cocoa trees had syrnptoms of die· back and sudden death (six each). The most common nematode genera were: Meloidogyne, Helicotylenchus, Hemicriconemoides, Xiphinema, Cri­conemoides and Paratylenchus, The plant nematode species identified were: Aphe!enchus avenae, Aphelenchoides sp., Boleodorus sp., C rico· nemoides sp., C. mauritiana, Do/ichodorus sp., Gracilacus aculentus, H e· /icotylenchus sp., H. dihys"tera, H. multicinctus, Hemicycliophora sp., Hemicriconemoides sp., Longidorus sp., Meloidogyne incognita, Paraty· !enchus sp., Peltamigratus sp., Rotylenchulus reniformis, Trichodorus sp. Trophurus sp., Tylenchorhynchus martiní, Tylenchus sp., T. davainei, Tylenchulidae (family), Xiphinema sp., X, americanum and X. setariae.

FATORES QUE INFLUEM NA CAPTURA DE Ecinnyi' ello L. (LEP!DOPTERA: SPHING!DAE)

POR ARMADILHAS LUMINOSAS*

f oão Manuel A breu**

A lagarta da mariposa Erím1yis

ello L. é a praga mais importante da seringueira (Hevea brasiliensis M,.eJ!. Arg.) na Bahia. Alimenta-se das folhas, podendo provocar a desfolhação completa por ocasião de surtos violentos.

Tratando-se de um inseto de vôo noturno, fototrópico positivo, as amostragens da sua população são efetuadas com armadilhas lu­minosas. No entanto, é preciso considerar alguns fatores ambien­tais que interferem na sua captura por estas armadilhas.

Os fatores que influem na cap­tura de msetos por armadilhas lu­minosas foram estudados por di­versos pesquisadores (1, 2, 3, 5, 6, 9, 10, 14, 16, 17) com espécies de insetos associados aos mais diversos cultivos, tendo Hoiloway

(7) citado que a temperatura míni­ma noturna, chuva, vento, neblina, lua, periodicidade e nuvens são os mais importantes para as mari­posas.

Na Bahia, Winder e Abreu (18), em experimentos preliminares com uma armadilha luminosa "omnidi­recional~ instalada em um seringal adulto, no município de Ituberá, obtiveram resultados preliminares sobre o comportamento de vôo de Erinnyis ello e Eri1wyis alope.

Na Malásia, Rao (11) usou ar­madilhas luminosas para controlar o escarabeídeo Lechnostema bi­delltata Burm., praga dos seringais em crescimento. Para tanto, estu­dou modelos de armadilhas, fontes luminosas, efeito de altura, habi­tas de vôo e proporção dos sexos desse besouro.

* Recebido para publicação em setembro, 1974.

* Realizado com recursos do Convênio SUDHEVEA/CEPLAC. ** MS, Divisão de Fitoparasitologia, CEPEC.

Revista Theobroma. CEPEC, llhéu~. Rrasil, 4(4): 32-43. Out. -dez. 1974.

32

O presente trabalho foi efetua­do com o propósito de determinar o efeito da temperatura mínima no­turna, chuva, lua, altura e periodi­cidade de vôo, proporção dos se­xos e atração pela luz artificial na captura de E. ello, em serin­gais. A determinação destes fato­res tem importância para estabe­lecer métodos mais seguros nos estudos básicos e aplicados, vi­sando o controle dessa importante praga dos seringais.

MATERIAL E MÉTODOS

A captura das mariposas foi e­fetuada com armadilhas luminosas modelo "Luiz de Queiroz" (13), instaladas na Fazenda Marimbu, município de Ituberá (13° 40'S e 39° lO'W), em dois mastros de madeira com 13m de altura, distanciados 500 m um do outro (Figura 1). Os dois mastros foram fixados no topo de duas colinas em meio a serin­gais em produção. As alturas das seringueiras variavam entre 8 e 11 metros.

A determinação da periodicida­de de vôo foi conduzida com uma armadilha colocada a 13m de altu­ra, acima, portanto, do nível supe­rior das copas mais altas, e pro­vida de uma lâmpada fluorescente ultravioleta modelo Fl5 T8/BL (black-light). As coletas foram fei­tas durante a noite de hora em hora, pela substituição do saco coletor. A primeira série de amostragens cobriu o período de 25/01 a 05/06 /73, tendo a armadilha operado du­rante 10 noites consecutivas. A

33

••

Figura 1 - Armadilhas lumino­sas modelo "Luiz de Queiroz" ins­taladas em seringal. Fazenda Ma­rimbu, ltuberá, Bahia, 1973.

segunda série cobriu o período de 23/10 a 25/11/73, operando a ar­madilha em 15 noites, alternada­mente.

As determinações da atração pela luz e altura de vôo foram rea­lizadas utilizando-se nas armadi­lhas lâmpadas fluorescentes mo­delos FlS T8/LD (luz do dia), com emissão máxima entre 550 e 600 nm, e F15 T8/BLB (black-light blue) com emissão máxima de 365 nm. As armadilhas operaram a 1; 5; 9 e 13m do nível do solo.

As demais determinações foram efetuadas operando-se as armadi-

lhas equipadas apenas com a lâm­pada modelo FlS T8/BL, coloca­das a 13m de altura. A pesquisa cobriu o período de janeiro de 1973 a março de 1974.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Temperatura mínima noturna - Nas áreas de clima com estações bem definidas, a temperatura é um fa­tor que tem influência sobre a ati­vidade de vôo dos insetos. Estes, em geral, só voam a partir de uma temperatura limiar, que permite tal

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atividade (4, 15). É sabido também que a temperatura mínima noturna está diretamente relacionada C'Om as capturas noturnas das maripo­sas pelas armadilhas luminosas. As capturas diminuem com a que­da de temperatura (7).

Considerando que nesta latitu­de não ocorrem mínimas muito bai­xas, o fato das capturas diminui­rem com a queda de temperatura, não é aplicável para o caso de E. e/lo, conforme pode ser observado nas Figuras 2 e 3, onde as captu-

• • • /-

18.00 19.00 20.00 2100 22.00 23.00 24.00 01.00 02.00 03.00 04.00 0!100 06.00

HORAS

Figura 2 - Periodicidade de vôo de E. ello capturadas por armadilhas luminosas. ltuberá, Bahia, período maio-junho, 1973.

34

ras ainda são acentuadas após a meia-noite, quando ocorrem as mí­nimas, particularmente nas coletas de outubro-.wvembro (Figura 3). Em maio-junho, o máximo de cap­turas se concentrapróximo·da meia -noite.

Chuva - Para determinar a influ­ência da chuva sobre a atividade de E. ello, foram consideradas as capturas das mariposas feitas em noites sem luar e as precipitações ocorridas durante a noite. A Figu­ra 4 mostra que a precipitação, mesmo intensa, não interferiu so-

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bre a atração das mariposas pelas armadilhas.

Lua - A lua é a fonte natural de luz que orienta o vôo de insetos noturnos. Ao voar em direção à lua, eles atingem uma zona de correntes aéreas acima das bar­reiras naturais, sendo favorecida, deste modo, a dispersão e possi­bilitando, inclusive, o entrecruza­mento de populações (7, 13).

As amostragens para estudos da flutuação sazonal da população de E. e/lo, evidenciaram a influên­cia da fase lunar na captura das

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18.00 19.00 20.00 2100 2200 23.00 <>!-00 01.0002.00 O.WO 04.00 05.00 06DO

HORAS

Figura 3 - Periodicidade de vôo de E. ello capturadas por armadilhas luminosas. ltuberá, Bahiil, período de outubro-novembro, 1973.

35

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'" Figura 4 - Influência da chuva na captura de Erinnyis ello por armadi­lhas luminosas em noite sem luar. ltuberá, BA, 1973/74.

mariposas. As fases da lua, com as diferentes intensidades lumino­sas, têm influência marcante na captura dessas mariposas pelas armadilhas luminosas conforme po­de ser observado na Figura 5, on­de se verifica uma relação pronun­ciada entre as capturas e a fase

36

lunar. Nas fases de quarto min­guante e lua nova, o número de mariposas capturadas é mais abun­dante que no quarto crescente e lua cheia. Este fenômeno se re­pete todos os meses, independen­temente da flutuação sazonal da população.

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Figura 5- Efeito da fase lunar sobre a captura de Erinnyis ello por ar­madilha luminosa. ltuberá, Bahia, 1973.

Williams, mencionado por Hol­loway (7), sugere que, além do e­feito competitivo do luar em rela-

37

ção à fonte luminosa da armadilha, deve existir um fator fisiológico reduzindo a atividade de uma ma-

riposa devido à luminosidade pro­vocada pela lua. Outro fator impor­tante é a posição da armadilha, desde que se considere ser a lua responsável pela dispersão. Como as mariposas tendem sempre a su­bir em direção à fonte luminosa ou voar no mesmo plano, as armadi­lhas capturarão apenas aquelas que estiverem abaixo ou no mesmo plano da armadilha, conforme de­monstra Silveira Neto (12), com Azochis gripusalis Walker, praga da figueira. Deste modo, no caso de E. e/lo, mesmo as armadilhas colocadas no nível superior da co­pa das seringueiras, onde as mari­posas são mais abundantes, só a­tr2iriam aquelas que estivessem neste nível ou abaixo dele e na zona de influência da armadilha. As mariposas acima deste plano, segundo a hipótese, escapariam à atração da armadilha em noites de luar.

Periodicidade de vôo - Segundo Johnson {8), a periodicidade de vôo reflete os movimentos migra­tórios e é influenciada também pe­la atividade dos insetos para a alimentação, acasalamento e avi­posição.

As curvas de periodicidade de vôo (Figuras 2 e 3) mostram para maio-junho atividade mais intensa entre 22:00 h e 5:00 h, e para ou­tubro-novembro a partir das 20:00h, atingindo o máximo entre 1:00 h e 3:00 h. Considerando os sexos, no período maio-junho, a atividade do macho se concentra entre as 23:00 h e 4:00 h, enquanto a da fêmea apresenta dois picos: um entre

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23:00 e 24:00 h e outro entre 2:00 e 3:00 h. No período de outubro­novembro, há certa variação na periodicidade de vôo. Nesta época do ano, os machos intensificam a atividade entre 1:00 e 3:00 h e as fêmeas a partir das 20:00 h, atin­gindo o pico máximo entre as 2:00 e 3:00 h.

As curvas de periodicidade de vôo dos machos são unimodais, variando apenas o pico de acordo com a época do ano. Nos meses mais frios (maio-junho), a ativida­de é intensificada mais cedo(23:00 h) e cobre um período de 5 horas, enquanto nos meses mais quentes é intensificada mais tarde (1:00 h) e cobre um período de 3 horas. Es­tas diferenças podem estar rela­cionadas com as temperaturas mí­nimas noturnas, conforme discuti­do anteriormente, que atingem ní­veis mais baixos em maio-junho do que em outubro-novembro. Com as fêmeas, o fenômeno é similar: o maior pico de maio-junho ocorre antes da meia-noite e o de outubro -novembro após a meia-noite, pos­sivelmente pelas mesmas razôes apresentadas para os machos. Ca­be salientar que a população total é mais elevada nos meses quentes.

Atração pela luz artificial e altura de vôo - Os resultados do Quadro 1 mostram que a captura das mari­posas pela armadilha equipada com a lâmpada Fl5 T8/BLB é 8 vezes superior à equipada com a lâmpa­da Fl5 T8/LD. Nos experimentos em que foram comparadas as lâm­padas FlS T8/BLB e Fl5 T8/BL não houve diferença significativa

Quadro 1 -Mariposas capturadas a diferentes alturas do solo, utilizan­do-se armadilhas luminosas equipadas com lâmpadas LD (luz do dia) e BLB (luz negra). ltuberá, BA. período de 10/01 a 01/02/73.

Altura da Lâmpada FlS TS/LD

armadilha Macho Fêmea

1m 6 5 Sm 18 17 9m 40 41

13m 149 108

Total 213 171

nas capturas (Quadros 2 e 3). As capturas foram mais abundantes nas armadilhas situadas a 13m, independentemente do tipo de luz (Quadros 1 e 2).

Quando foram comparadas as capturas nas armadilhas instala­das a 9 e 13m, as situadas a 9 m de altura efetuaram capturas mais abundantes (Quadro 3), Embora es­tas diferenças não sejam expres-

Lâmpada F15 T8/BLB Total

Macho Fêmea

98 72 181 156 140 331 457 372 910 993 771 2.021

1.704 1.355 3.443

sivas, elas foram mais evidentes nas armadilhas equipadas com a lâmpada F15 T8/BL. É provável que, para este caso, a maior cap­tura nas armadilhas a 9 m se deva ao fato da lâmpada atrair as mari­posas em atividade no plano ou a­baixo do plano desta armadilha, considerando serem as lâmpadas acionadas ao mesmo tempo, no mesmo mastro, e também, como já foi dito anteriormente, pelo fato de

Quadro 2 - Mariposas capturadas a diversas alturas do solo, utilizan­do-se armadilhas luminosas equipadas com lâmpadas BL e BLB. ltuberá, BA, período de 03 a 09/04/73.

Altura da Lâmpada F15 T8/BL Lâmpada F15 T8/BLB Total

armadilha Macho Fêmea Macho Fêmea

1m 9 8 16 11 44 Sm 40 25 34 25 124 9m 63 46 64 48 221

13m 65 53 63 44 225

Total 177 132 177 128 614

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Quadro 3 - Nmriposas capturadas em armadilhas luminosas, instaladas a 9 e 13m de altura do solo, equipadas com lâmpadas BL e BLR. ftuberá, BA, período de 10 a 20/03/73.

Altura da Lâmpada F15 T8/BL

armadilha Macho Fêmea

9m 1.081 1.092

13m 970 947

Total 2.051 2.039

qc~e a tendência de vôo das mari­posas é sempre para cima, a fim de ultrapassarem as barreiras para dispersão.

Proporção dos sexos - Os dados apresentados nos Quadros 1, 2 e 3, mostram que a proporção dos se­xos permaneceu praticamente inal­terada em relação à altura de vôo. No período em que os dados foram obtidos (janeiro, março e abril de 1973), a proporção sexual foi de 1 : 1. A proporção dos sexos varia também com a flutuação sazonal da população, sendo que, na época dos surtos, a captura de fêmeas chega a atingir 80%, o que dá a proporção de 1 : 4.

Em relação à periodicidade de vôo, ocorre também variação na proporção dos sexos, conforme po­de ser observado nas Figuras 2 e 2>. As fêmeas predominam durante toda a noite no período de outubro­novembro, mas a proporção sexual é reduzida entre 1 e 3 horas da madrugada (Figura 3).

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Lâmpada F15 T8/BLB Total

Macho Fêmea

912 937 4.022

914 927 3.758

1.826 1.864 7.780

CONCLUSÕES

1. Com a queda de temperatura, há uma tendência para aumentar a atividade das mariposas;

2. A chuva não influencia a ativi­dade de vôo de E. ello;

3. O luar reduz a captura destas mariposas pelas armadilhas lu­minosas, criando, deste modo, uma variável adicional nas a­mostragens;

4. A atividade do macho é mais acentuada a partir da meia-noi­te. A da fêmea apresenta dois picos: um antes da meia-noite e outro pela madrugada;

S. A atividade das populações de E. e !lo está concentrada ao ní­vel da copa das seringueiras;

6. A captura de fêmeas chega a atingir 80% nas épocas em que a população é mais abundante;

7. As fêmeas predominam durante toda a noite no período de outu-

bro-novembro, a proporção se­xual porém, é reduzida entre 1 e 3 horas da madrugada; e

8. As armadilhas luminosas devem ser instaladas ao nível supe-

rior da copa das seringueiras e providas, de preferência, com lâmpadas do tipo F 15 T8/BL. Na falta desta, a FlS TS/BLB também oferece bons resulta­dos.

AGRADECIMENTOS

Aos Drs. Saulo Sória, P. Silva e Arnaldo G. Medeiros, pelas suges­tões apresentadas quando da elaboração do presente artigo. Aos Práticos Agrícolas Carlos Antonio Niella e Adão Gonçalves da Rocha, pela cola­boração na execução dos trabalhos de campo.

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RESUMO

For~m r:al~ados experimentos de campo com a finalidade de determi-nar a Influencia da temperatura mínima noturna h lua altura e pe-·oo· 'd d d - , c uva, , per1 ICI a e. e v~o, atração pela luz artificial e proporção dos sexos na capt_ura de Er~nnyts ello L., praga da seringueira na Bahia, por meio de ar­madtlhas luminosas.

A chuva e temperatura mínima noturna não têm influência sobre a ati­vidade de vôo de E. e !lo. As fases da lua têm influência marcante na cap­tura de E. e/lo pelas armadilhas luminosas, ocorrendo coletas mais abun­dantes na ausência de luar. O macho apresenta atividade de vôo mais acentuada a partir da meia-noite, enquanto a fêmea apresenta dois picos: um antes da meia-noite e outro de madrugada. As armadilhas luminosas devem ser instaladas ao nível da copa das seringueiras e equipadas pre­ferencialmente com lâmpadas modelo F15 T8/BL. As variações na pro­porção dos sexos são apresentadas em função da altura de vôo, época do ano e periodicidade de vôo.

THE INFLUENCE OF SOME FACTORS ON LIGHT TRAP CATCHES OF THE HAWKMOTH Erinnyis ello L. (LEPIDOPTERA' SPHINGIDAE)

SUMMARY

Field trials were carried out to find the influence of some physical and biological factors on light trap catches of the hawkmoth Erinnyis ello L., which is the major pest of rubber tree in Bahia, Brazil.

The results showed that the rainfall and the lowest nocturnal temper­ature has no inftuence on the flight activity of E. ello. The moon phases have strong influence on the light trap catches o_f the moth, and the most h ndant catches occurred in absence of moonhght. The male flies are :o~e active after midnight, while the female presents two flight peaks;

bef ·d · ht d ther at dawn These same results showed that one ore mt ntg an ano · the artificial light traps must be located a little above the canopy of the rubber trees, and must be equipped with F15 '!8~~L ~odel la~ps, Pre­. · b . 1 t d to sex ratio vanabtltty tn funchon of the

hmmary o servahons re a e 'od' ·t 1 · 1 d height, seasonal fluctuation and flight pen tCt Y were a some u ed. . . ..

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