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Revista Tche Campeiro Edição 12

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Editorial

Ari Ignacio Lima Jornalista Responsavel

Buenas!!!

Estamos chegando com mais uma edição para os amigos leitores de todo esta vasta querência -

É que estamos na décima segunda edição. É o primeiro ano da Revista Tchê Campeiro. E com o cargueiro da informação tradicionalista cheio de coisa boa!!!

pampas, instrumentista de mão cheia, fazendeiro, domador e por aí vai, chamado Mano Lima. E é justa-mente dele que estamos falando na Matéria de Capa da edição especial de aniversário. Através das fotos,

de nosso tradicionalista que surgimos a um ano atrás. E, salvo alguns erros, comuns aos humanos, estamos comemorando os objetivos traçados e conquistados. Assim como Mano Lima surgiu da mais pura lida

propósito de levar adiante a missão de resgatar, preservar e difundir a cultura das gentes que formam a grande nação gaúcha, espalhada nos quatro cantos do mundo.

do exímio gaiteiro Gilberto Monteiro, reconhecido internacionalmente pelo toque irretocável da gaita ponto. Seu trabalho renderia, sem dúvida, uma matéria de Capa, o que certamente faremos no decorrer das próximas edições.

Em nome de nossa equipe agradeço a todos quantos colaboraram para o crescimento vertical da Tchê Campeiro e vamos adiante com a intenção primeira de evidenciar a cultura que trascende fronteiras levando esperança, sentimento de igualdade, fraternidade e liberdade!!!

Page 5: Revista Tche Campeiro Edição 12

32 Raça: Tabapuã

56 Invernada Artística

60 Universo Crioulo

62 Culinária

74 Ao Pé do Fogo

82 Saúde Animal

84 A Casco e Braço - Coverê 2ª Parte

86 Humor

88 Tropeirismo

94 Artesania Crioula

82 Curiosidades

84 Saúde Animal

88 Tropeirismo

92 Humor

94 Arteania Crioula

108 Dicionário Campeiro

ESPECIAIS12 Especial Fazenda Santo Antônio do Salto

24 Especial Fazenda 2A

108 Especial História e Vida de Luiz Camargo

Driessen

64

08

GASTÃO MAGALHÃESMACIELCampeiro de Fato

20

CADEIA PRODUTIVA DA SOJAAgronegócio

36

ANDERSON PACHECOVoz do rodeio

78

CRISTIANO QUEVEDOAcordes do Campo

80

JOÃO SAMPAIOPoemas & Payadas

90

GILBERTO MONTEIROReferência

SOCIAIS38 Paula Fernanda

40 Expomang

44 5ª Edição do Cocho de Sal

46 Leilão Jubileu de Prata da Pampa Remates

48 Sociedade Rural Pato Branco Elege Nova

Diretoria

52 III Feira da Primavera - Tarumã Remates

ÍNDICE

Page 6: Revista Tche Campeiro Edição 12

EXPEDIENTEDiretor Executivo/Administrativo:

José Leozir Lira Garcia

Jornalista Responsável:Ari Ignácio de Lima (DRT-PR 7279)

Editor / Colunista:Elizeu Kruskievitz Collares

Dimitri BordignonJoaquim Osório Ribas

Diego FunariJorge do Nascimento

Cleverson Ramão Marques PintoMaickel Martins

Centauro Patoagro

Diagramação e Criação:Evandro Luiz Melo

VSI Comunicação (46) 3025-5489

Impressão e Acabamentos:Grá�ca Regente

CONTATOS:(46) 3262-3910

Rua Cel. Jose Alipio Nascimento Souza, 123 CentroCep 85555-000 - Palmas - PR

www.revistatchecampeiro.com.brwww.revistatchecampeiro.blogspot.com

Orkut: Revista Tchê [email protected]@revistatchecampeiro.com.br

Elizeu: (46) 9926 1929Leo: (46) 8411-7676

INFORMAÇÕES COMERCIAIS:Tiragem: 5000 exemplares

Circulação NacionalEditada Mensalmente

Distribuição em Bancas e Agropecuárias

Diretora Comercial/ MarketingErinéia da Silva

Bueno gurizada da Revista Tchê Campeiro, parabéns pelo brilhante trabalho que vem desenvolvendo, espero que con-tinuem assim, levando a todos os pagos um pouco da nossa cultura gaúcha! Parabéns e que o patrão celeste ilumine a trajetória de todos! Abraço.Luciano Andrade - Dom Pedrito RS

Bah, que coza mas linda hein che ! Foi o que disse o meu pai ao ver a Revista Tchê Campeiro, aqui em casa, ele nem sabia que eu havia assinado, mas gostou muito da Revista! Parabéns pelo trabalho, está muito linda e com conteúdo bueno também!Jonas Demarch – Santa Maria RS

Caros amigos da Revista Tchê Campeiro, estou enviando este, para externar a minha admiração e meu respeito a todos da equipe, que vem trazendo o que há de mais belo dentro da nossa tradição! Parabéns pelas matérias e pela qualidade de todo o trabalho! Um grande abraçoEdson Carvalho – São Gabriel RS

Buenas moçada Tchê Campeiro, estou encantada com a Re-vista, cada mês esta melhor com conteúdo diverso e com um visual de encher os olhos! Todos aqui em casa ficam esperan-do a chegada da mesma! Parabéns a todosElizandra da Silveira – Sorriso MT

Parabéns editores e colaboradores da Tchê Campeiro, a Re-vista está excelente trazendo sempre coisas novas da tradi-ção e relembrando as coisas que nos orgulha muito também! Que a trajetória de vocês seja como a tradição, perpetuada!Um abraço a todos!Ana Maria Vasconcellos – Rio de Janeiro RJ

Caros amigos da Tchê Campeiro, primeiramente gostaria de agradecer por me trazer tanta lembrança do meu Rio Gran-de amado, e também gostaria de parabenizar pela fidelidade das informações, cada edição que me chega, me faz voltar pra onde nasci! Muito obrigado e parabéns a todosEdith Viana Terra - Boa Vista RR

Este espaço é dedicado a opinião do nosso leitor. Suas cartas, e-mails e contatos são muito importantes para nós. Envie-nos sua mensagem para: [email protected]

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Por Diego Funari

CAMPEIRO DE FATO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

campeiro de Fato na edição que comemoramos um ano de revista Tchê Campeiro é uma pessoa ilustre de nossa região. De família tradicional e de desbravadores dos Campos de Palmas, nosso entrevistado é referência no mundo dos ro-deios e no tradicionalismo. Já foi vice-presidente do MTG de

Santa Catarina e há 40 anos é o Patrão do CTG Recordação de Boiadeiro. Também foi expositor de gado da raça Caracu e ovinos da raça sufolk, entre outras atividades campeiras e da tradição. Amigo leitor! Você vai ter nesta matéria um resumo da vida de um autêntico Campeiro. Trata-se de Gastão Magalhães Maciel que nasceu no dia três de julho de 1951 na Fazenda das Marrecas, distrito de Herciliópolis, município de Água Doce que antigamente pertencia ao município de Joaçaba. Lembra até hoje do nome da parteira, dona Tereza, antiga proprietária da Fazenda Coxilhão. É o caçula dos seis filhos de Euclides Ribas Maciel (in memorian) e Ranny Magalhães Maciel (in memorian). É irmão de Amauri (in memorian), Maria Aparecida (in memorian), Antonio (in memorian), Euclides (in memorian) e Lúcia.

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Castração no pealo, Canarana MT Foto

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Aos quatro anos de idade mu-dou-se da fazenda onde nasceu para Curitiba para ingressar nos estudos, mas nunca ficou distante da lida cam-peira. Nas férias de julho e de dezem-bro regressava à Fazenda Marrecas. “Quando faltava uma semana para vol-tar para Curitiba eu já ficava doente”, lembra Gastão estava predestinado a manter sua relação com a vida campei-ra. É que seu pai, Sr. Euclides, também tinha propriedades no município da Lapa, para onde iam todos os finais de semana. As boas lembranças de infân-cia estão relacionadas às visitas que faziam na Fazenda Rincão da Roça, do Tio Alípio, na costa do Chapacó, , “O tio Alípio dava um laço para cada criança e saíamos laçando porcos e ovelhas”, re-corda das brincadeiras que partilhava com os amigos Narciso e Murilo Bello.

O tempo foi passando e as res-

ponsabilidades começaram a chegar. Aos 15 anos, Gastão recebe do pai a fa-zenda Chapada no município da Lapa para administrar, a propriedade que até hoje é sua. No dia 19 de setembro de 1970, aos 19 anos, casou-se com a Sra. Mirian Rissato Maciel e foi embora para iniciar uma nova vida na Fazenda das Pedras, município de Água Doce. Começavam os tempos das grandes lidas e o dos rodeios.

O sustendo da fazenda tinha como base somente a pecuária de cor-te: gado e porco. Nos invernos as lidas eram com os porcos. “Saí-amos fazer a reculuta dos porcos campo a fora. Ti-nha dia que ficávamos até a noite sem comer para não parar a lida. Tempos bons aqueles!”, recorda com sau-dades das lidas com os por-

cos que rendiam lucro bem expressivo naquela época.

Na prosa que tivemos com seu Gastão, trouxe à memória pessoas que marcaram seu passado como os amigos: Joaquim Santos “Santim”, Nego Barrinho, Manoel Batista e filho e Joaquim Alves. Também veio à lem-brança os ótimos cachorros que teve naqueles tempos, animais fundamen-tais para o cotidiano na fazenda. Esta conversa rendeu muitas histórias, vá-rios episódios da vida que até mere-ciam um livro.

Gastão aos 16 anos, Fazenda Chapada, Lapa PR. Gastão e Dona Mirian Maciel.

Acima: Fazenda das Pedras.

Rodeio Vacaria, RS

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011 09

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to com amigo Antônio Alceu Araújo, comemorou o aniversário de uma for-ma diferente. Ao invés de presente, os convidados levaram uma cesta básica entregues às entidades que trabalham

com pessoas carentes do município de Palmas.

Para finalizar agradeço ao entrevista-do pela colaboração e simpatia, e por todo aprendizagem e conhecimento vindo de suas palavras. Um forte abra-ço ao amigo Gastão!

No data de 20 de Setembro de 1971, um ano e um dia após seu casamento, nasceu Sandro Maciel, filho Único de Gastão e Mirian. Homem que sempre se dedi-cou ao trabalho e as culturas do campo. Até hoje San-dro segue forte na lida junto com pai que tem lembran-ças interessantes da infância do filho. “Certo dia saímos, eu e o peão da fazenda, para curar alguns terneiros no campo e levei o Sandro no meu colo. Ele tinha um ano de idade. Teve uma hora que o peão precisou da minha ajuda. Desci do cavalo e deixei o Sandro deitado sobre um pelego, no pé de uma árvore. Pensei: será que este piá não vai rolar daqui? Então, amarei um tento no pé do Sandro e no tronco da arvore e fui ajudar a curar o terneiro”, lembra Gastão em meio a risos.

Além de grande campeiro Gastão mar-cou a sua vida como grande referência nos Rodeios. Além de ser patrão há quarenta anos do CTG Recordação de Boiadeiro e de ter sido vice Presidente do MTG de Santa Catarina, já foi juiz de ginetiada por sete anos nos rodeios dos Campeões de SC; foi também juiz de ginetiada em Bagé RS e convidado ilustre para inauguração de uma can-cha de laço em Rondônia, à 3.400Km da Fazenda das Pedras. É freqüenta-dor assíduo do rodeio de Vacaria onde vai todas as edições desde 1976. A assiduidade lhe rendeu um espaço ca-tivo: Gastão Maciel tem seu espaço re-servado pela organização sem precisar pagar pelo aluguel.

Ao passar dos anos os negócios na fazenda foram tomando novos rumos, é claro, sem perder as tradições e a cul-tura herdada de seus antepassados, valores que foram sendo passados de

pai para filho. Gastão tem várias fazen-das em lugares diferentes: Água Doce, Caçador e Campos Novos em Santa Ca-tarina; Lapa no Paraná e em Água Boa no Mato Grosso. Em suas áreas explora a agricultura, cria cavalos das raças crioulos e quar-to de milha e apostou em novas tecnologias como na produção de embriões de vacas Angus, Campeãs em na tradicional exposição fei-ra de Esteio, no Rio Grande do Sul.

Preocupado com uma sociedade mais humana e justa, seu Gastão ajuda obras sociais. É colabo-rador de instituições como Asilo, Eispal e também pessoas com deficiências. Dona Mirian, sua esposa, também re-aliza ações beneficentes em favor das crianças necessitadas. Neste ano, em que completou 60 anos, Gastão jun-

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Gastão e os netos Gêmeos

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Fazenda: Capão dos Tropeiros

por: Diego Funari

Antiga faca de João José Araujo 1924

inte quilômetros margeiam a fazenda que guarda em sua memória, histórias dos Vdesbravadores bandeirantes do final do

século XIX. Taipas erguidas pelos escravos há aproximadamente 112 anos, um pouco antes da abolição da escravatura, ainda hoje circundam a fazenda, separando áreas da criação de gado de corte, plantações e outras demarcações. Emoldurada em vidro a carta patente escrita pela Princesa Izabel e assinada pela mesma, datada de 1888, nomeia ao posto de Major Comandante da Terceira Esquadria da Cavalaria da Guarda Nacional, o avô do proprietário atual, Antonio Alceu Loyola Araújo, o que representava na época a escritura oficial de posse da área da fazenda.

A sede da fazenda tem como marco de fundação a data de 1895. Dizem os antigos que o local escolhido para ser a sede era um ponto estratégico, com proteção dos ventos fortes e para uma melhor aproveitamento da água.

Há três gerações, a História da fazenda Santo Antônio do Salto vem sendo escrita pela mesma família. Joaquim Mendes de Souza e Francisco Antônio Araújo foram os Bandeirantes que desbravaram a região, localizada entre o Oeste de Santa Catarina e o Sudoeste do Paraná. Tataravôs do Casal, Alceu e Lorebel Araújo, são os atuais proprietários da fazenda do Salto. Os dois bandeirantes foram descobrindo as terras da fazenda e fincando suas raízes pelas pastagens altas e frias, atualmente vizinhas do município de Palmas – PR.

Especial

Fazenda

“(São 1.742 alqueires, uma pequena cidade, composta de muito verde, muita água potável, cachoeiras, matas nativas de

Araucária, rios e vistas deslumbrantes.)”

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Fazenda: MarrecasBrasão Família Araújo

O primeiro deste sobrenome foi Dom Rodrigues Anes de Araújoque teve como propriedade o Castelo de Araújo. Foi ainda o governador

das Terras do Rei, Cavaleiro da Casa Real Portuguesa edignatário da Ordem de Cristo e da Ordem da Avis.

Seu Brasão de Armas lhe foi concedido em 1275.

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Resgatando História

Pertencente a uma geração de valores autênticos, oriundos do seu tronco genealógico e de sua permanente disposição ao trabalho que emergiu desde de muito cedo em sua personalidade. João José de Araujo é nome que representa no Paraná, uma das famílias de maior tradição na faixa Sudoeste do Estado. Nasceu no dia 22 de março de 1895, em Palmas. É filho de João Ferreira de Araujo e Maria Rosa do Bom Jesus, descendentes respectivamente de Francisco Antonio e Ana de Araújo, e de Antonio e Sthefânia Ferreira Maciel, tendo como irmãos: Aníbal , Domingos, Francisca e Maria Trindade Araújo.

Deu seus primeiros passos na dura lida da pecuária, ainda menino e cresceu aprendendo a lutar e se manter altivo sobre o lombo de um burro ao longo de 15 dias, tempo que levava para conduzir tropas de gado à Curitiba onde eram comercializadas.

É um dos primeiros criadores da raça bovina Caracu. Sempre manteve seu plantel, mesmo quando a raça foi ameaçada pela extinção. Criava também o Santa Gertrudes, teve representantes da Raça Blonde d'Aquitaine e foi maior rebanho de ovinos da região. Instalado na Fazenda Santo Antônio do Salto, teve desde cedo consciência da importância da terra e amor pela mesma, lutando com dignidade e penhor para ampliar seu potencial, aplicando na própria terra o que a ela lhe rendia.

Trazendo tecnologias disponíveis - foi um dos primeiros da região a ter em sua fazenda energia elétrica produzida por turbina - , construindo barragem e edificando instalações que lhe permitissem atender as necessidades do gado e da lavoura. O valor dignificante do seu trabalho se afirmou em seu meio erigido sobre os fundamentos de seu esforço e honorabilidade que herdou de sua família.

Católico praticante, tornou-se pessoa de grande sensibilidade filantrópica e social, tendo se destacado neste particular. Foi o idealizador e feitor de obras em relevo em nossa cidade, tais como: o lar Nossa Senhora das Graças, que se encontra nos cuidados da Cúria Diocesana; o edifício Bom Jesus, um dos primeiros de Palmas, construído com a intenção de dar incentivo a novos investimentos imobiliários na cidade. Também incentivou e colaborou com a maioria das obras e investimentos desta cidade que, como dizem suas palavras, os tiveram lento e contínuo.

João José de Araujo (Janguinho)

Sede da Fazenda Santo Antônio do Salto em 1900

Fazenda Santo Antônio do Salto e o 1º aerogerador dos Campos de Palmas (Catavento)

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Não foi político e nunca teve vocação para tal, mas integrado no pensamento d e m o c r á t i c o e a o s princípios de liberdade q u e d e v e m r e g e r a s o c i e d a d e h u m a n a , forçosamente acredita na livre iniciativa, exercida de acordo com rigorosas condições éticas e morais.

É casado com dona Maria Cristina Ribas Loyola, filha de Francisca Mendes Ribas e Teófilo Ferreira Loyola, descendentes respectivamente de Maria do Carmo e Francisco Ribas, e, Maria Rosa Bittencourt e José Ferreira de Loyola, estes últimos vindos de família ilustre radicada em Santos.

Seu pai veio ao Paraná para ajudar na realização da estrada de ferro Curitiba – Paranaguá. Posteriormente vindo à Palmas, onde se fixou, casou e teve 12 filhos.Residiam na fazenda Porteira, onde dona Cristina se criou localizada onde hoje se situa o trevo que dá acesso à Palmas, e que tem o nome de seu Teófilo, terra onde foi implantada a maior obra física do governo José Richa – as câmaras frigoríficas de maçã e batata semente – construção esta que abriu as “porteiras” para o desenvolvimento agrícola de nossa região.

Quase alcançando bodas de diamante, sua esposa foi a representante da mulher prendada e dedicada na sociedade paranaense.São o exemplo vivo do verdadeiro sentido da unidade e perseverança no casamento.

Para dar continuidade a este estágio galgado por seus a t r i b u t o s d e o p e r o s i d a d e e d e d i c a ç ã o a o desenvolvimento e amor à terra, deixam seu filho Antonio Alceu Loyola Araújo, casado com Lorebel Araújo Pontoni Loyola Araujo e seus netos Antônio Alceu, João Luiz e Alexa de Araújo Pontoni Araújo aos quais dedicam seu afeto e carinho.

Janguinho

Maria Cristina Ribas Loyolae Antônio Alceu Loyola Araújo

Família Loyola

Reunião de Polititos e presença do governador do estado do Paraná, Konder - 1929

Carta Patente escrita pelaPrincesa Izabel e assinadapela mesma, datada de 1888nomeia ao posto de major comandante da Terceira Esquadria da cavalaria daGuarda Nacional, avô do P r o p r i e t á r i o a t u a lAntonio Alceu Loyola Araujo

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Atualidade

A História da Fazenda Santo Antônio do Salto vem de muito tempo atrás. Foi passando de pai para filho e hoje encontramos a quarta geração da família Araújo nestas terras. O casal Antônio Alceu Loyola Araújo e Lorebel de Araújo Pontani Loyola Araújo, atuais proprietários, tem 3 filhos: Antônio Alceu Loyola Araújo Filho, - mais velho que herdou amor pela terra e trabalha junto ao pai na administração da fazenda-, João Luis de Araújo Pontani Loyola Araújo , filho do meio que auxilia a mãe nos empreendimentos da família em Curitiba e Alexa de Araújo Pontani Loyola Araújo, a caçula que faz faculdade de Medicina no Rio de Janeiro.

Em uma conversa agradável, com Antônio Alceu, relembramos a trajetória que ele passou até os dias atuais. Nos explicou os passos que foram dados para a evolução dos tempos na Estância. Entre uma história e outra, Antônio Alceu lembra que em épocas passadas, todo o sustendo da casa era feita com a pecuária de corte, totalmente dependente do gado e, no inverno, era feita a venda de porcos que, ao contrário de hoje, rendiam um bom lucro naquele tempo. Com tino

empresarial, Antonio Alceu e Lorebel não deixaram que o tempo os ultrapassa-se. Com os investimentos feitos no local a fazenda passou a ser modelo para toda a região tendo diversas atividades que geram renda : a pecuária de corte com o cruzamento industrial com tourada Red Angus, lavouras, reflorestamento, e Usina Hidrelétrica (PCH) e, recentemente, a o começo da cabanha Estância do Salto, que nasceu da paixão de Antônio Alceu Filho pelo cavalo crioulo e o incentivo de seu pai, que a mais de 30 anos já tinha trazido a raça do Rio Grande do Sul para estas terras.

Antonio Alceu Loyola Araújo

Galpão de visitas Sala de visitas, com quadros antigos da familia

Sede da Fazenda

Vista de frente da FazendaSanto Antônio do Salto

Page 17: Revista Tche Campeiro Edição 12

O casal Antônio Alceu e Lorebel também com visão de futuro, investiu e incentivou o turismo na região, desencadeando ações nas prefeituras de Palmas PR e Água Doce SC e do governo do Estado, na p e s q u i s a , f a z e n d o o l e v a n t a m e n t o e desenvolvimento do potencial turístico da região, que é realmente viável, por sua beleza natural e hoje pelo desenvolvimento do parque eólico.

A fazenda emana de suas estruturas, muitas histórias e lembranças de um passado cheio de vida e trabalho. A sede da Estância é um patrimônio

histórico para a região, tendo preservado em seu interior objetos antigos da época em que foi fundada, como também acessórios usados por pessoas que freqüentavam o local. A fazenda também guarda objetos e fotos dos antepassados como o renomado Coronel Domingos Soares, homem de grande influência para Palmas e região. O galpão se tornou uma rústica e confortável área de convivência, com mesas para refeições, fogão a lenha, área de estar com piano, violão, mesa de jogos, de estar com televisão, bar para bate papo e aperitivos e ainda as tradicionais churrasqueiras, onde convivem em família e recebem suas visitas.

Visitar a fazenda é fazer uma viagem ao passado em contato direto com a natureza. É a tradição, a cultura e a história que estão sendo preservadas. É o entrar em contato com passado, presente e futuro. A filosofia da Fazenda Santo Antônio do Salto, se mantém, procurando associar evolução empresarial e produtividade com resgate histórico.

Antôno Alceu Loyola Araújo Filho Alexa de Araújo Pontoni Loyola Araújo

Antônio Alceu e Lorebel

Antônio Alceu, Alexa Antonio Alceu Filho, Lorebel e João Luis de Araujo Pontani Loyola Araújo

Paisagem sede da Fazenda

A fazenda é uma história de mais de um século que segue seu curso com as novas gerações que vem chegando, todas marcadas por uma paixão que perpassa o tempo: o amor pela terra que um dia aportou nos Campos de Palmas e aqui insiste em permanecer.

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Fazenda Santo Antônio do SaltoFotos: acervo da Familia e Diego Funari

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Antiga esporas do Coronel Domingos Soares

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Por Patoagro

AGRONEGÓCIO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

CADEIA PRODUTIVA DA SOJA

Produção Brasileira:

Evolução da área de plantio:

A cultura da Soja no Brasil vem crescendo gradualmen-te, no período de 2001 a 2011 houve um acréscimo de 48% nas áreas de plantio de soja, com destaque para os estados do Mato Grosso 26 % da área nacional de plantio, seguido por Paraná 19%, Rio Grande do Sul 17%, Goiás 11%, na safra 2010/2011 cultivaram juntos 17.675 mil hectares.Evolução da Produção:

A produção da soja cresceu 78% na ultima década, saindo de 42 milhões de toneladas na safra 2001/02 e atin-gindo 75 milhões de toneladas na safra 2010/11, concentra--se nos estados do Mato Grosso, principal produtor com 27% da produção nacional de soja, seguido pelos estados do Paraná com 20%, Rio Grande do Sul com 15% e Goiás com 11%, estes quatro estados juntos detém 73% da produção nacional de soja. Vem ganhando mais expressão a região co-nhecida como MATOPIBA, com altos índices de crescimento na produção e com grande potencial para abertura de áreas de cultivo.

Evolução do preço recebido pelo produtor:

Preços médios nominais mensais recebidos pelos produto-res, no Paraná – 2006 – 2010

Em termos nominais (sem considerar a inflação), os preços da soja no segundo semestre de 2010 se mostraram bastante valorizados em relação aos últimos 5 anos. A desva-lorização do Real frente ao Dólar contribui significativamen-te para essa valorização dos preços nominais.

Nos últimos 5 anos, os menores preços nominais da soja ocorreram em 2006.

Nos anos de 2008 e 2009 na contramão das tendências históricas, o preço da soja no segundo semestre foi inferior ao do primeiro semestre o que promoveu um aumento no custo de produção.

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Page 21: Revista Tche Campeiro Edição 12

Fluxo de Comercialização:

A principal referência para a comercialização da soja

e derivados no Brasil é a Bolsa de Chicago (CBOT – Chica-

go Board of Trade); Há dois níveis distintos de mercado

para comercialização da soja em grão pelos produtores

no Brasil: o mercado de balcão e o mercado de lotes;

O mercado de balcão é utilizado principalmente por

produtores que depositam sua produção em armazéns

de terceiros (cooperativas, cerealistas, indústrias);

No mercado de lotes ocorrem as transações entre

empresas (cooperativas, cerealistas e indústrias) e do qual

participam, também, produtores que possuem armazém

próprio;

Os preços no mercado de lotes são superiores aos

do mercado de balcão por duas razões básicas: o volume

transacionado é maior; e os valores incluem os custos de

armazenagem e os ganhos do intermediário que adquire

o grão do produtor;

As exportações do grão podem ser feitas através

de revendedores internacionais ou diretamente ao im-

portador final. Há presença também de corretores na

comercialização interna de lotes;

O principal uso do farelo tostado é para rações

animais e do óleo refinado para consumo humano;

SOJA: Sistema agroindustrial

Da soja produzida na safra 2010/11no Brasil, 3,7%

foram destinados a produção de sementes e ou per-

didas 47% foi esmagado resultando em diversos sub-

produtos da soja e 39,6% foi exportado, contribuindo

com a manutenção do superávit da balança comercial,

restando um saldo de 22 milhões de toneladas em es-

toque.

Fonte: USDA – Elaborado por Matos 2011

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Page 22: Revista Tche Campeiro Edição 12

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Usos e DerivadosCapacidade Instalada da Indústria de Óleos Vegetais 2010

Veja abaixo as tabelas com capacidade de processamento, refino e envase de óleos vegetais no Brasil, em toneladas/dia por estado e total do país. Os valores de tonelada/dia de capacidade instalada contemplam as unidades ativas e paradas.

Propriedades da soja

O grão de soja é composto por 36% de proteína, 15% de fibras, 15% de mono e oligosacarídeos, 18% de óleos e o restante de outros nutrientes. A proteína da soja é excelen-te, pois fornece os aminoácidos essenciais à saúde humana. Por isso, a soja é considerada um alimento tão rico como o de origem animal, como a ovos e carnes.

“Outra vantagem da soja é sua versatilidade, capaz de

enriquecer a dieta dos brasileiros com inúmeras prepara-

ções e ingredientes”, explica o nutrólogo da Abran e pós-

-graduado pela Unicamp, Edson Credidio.

Vários estudos científicos e epidemiológicos comprovam a

ação da soja na prevenção de doenças crônicas, como pro-

blemas no coração, alguns tipos de câncer, sintomas da me-

nopausa, entre outros.

Texto: Luis Antonio Alves de MatosAnalista de agronegócioPatoagro Produtos Agrícolas Ltda.

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Especial

Fazenda 2A

Respeito ao passado, construindo o presente,

preparada para o futuro.

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história da fazenda 2A re-monta à década de 70.

Foi fundada em 1976 por Mari-lene Reis Hoinaski e Ademir Hoinaski. Fazia parte da Fazenda Lagoa de Pro-priedade de Zulmira e Adão Reis, pio-neiros do Distrito de Honório Serpa. Depois de casados Marilene e Ademir começaram a implementar seus proje-tos na Fazenda 2A.

Com muita dedicação iniciaram a construção da sede e adquiriram os primeiros animais da raça Charolês.Em 1977 nasceu a primeira filha do casal; Ana Paula e, após quatro anos, Ademir Hoinaski Filho.

Desde cedo Ademir aprendeu com os pais a amar o trabalho e herdou deles a dedicação a agropecuária. Uma das marcas à frente da Fazenda 2 A é a constante inovação. O trabalho in-tenso e a adoção de novas tecnologias garantem qualidade aos produtos que saem da Fazenda, tanto na pecuária como na agricultura.

A 2A tornou-se uma das fazendas referência em Honório Serpa, onde gera emprego e renda.

A cada ano que passa, a Fazenda 2A aumenta a produtividade nas ativi-dades comerciais como no cultivo de milho e soja e com destaque na criação de animais de raça e corte.

E em 1990, surgiu a idéia de re-alizar um leilão para a comercializa-ção de animais produzidos por cinco agropecuaristas da região. Nascia o lei-lão 5 Marcas, dos pecuaristas: Ademir Hoinaski, Antonio Evilazio Reis, Dirceu de Almeida Pires, Pedro Flavio Reis e Alberto C. Reis.

O leilão tornou-se referência não só na região como em todo o Brasil pela qualidade e também pela quanti-dade de animais comercializados.

Na primeira edição do leilão 5 Marcas foram comer-cializados animais das raças Charolês, Caracu (bois e novi-lhas), Crioulo, IIe de France e Hampshire. Desde a decada de 90, todos os anos, a Fazenda 2A realiza em parceria com a fazenda Boa Vista, caba-nha Riacho Fundo e con-vidados o Leilão 5 Marcas. O evento que começou em Palmas, e nos últimos três anos vem sendo realizado em Pato Branco, é coorde-nado pelo agropecuaris-ta Ademir Hoinaski Filho. Em 2011, reuniu criado-res de várias cidades do Sudoeste do Paraná. Pres-tigiaram o leilão pecu-aristas de Palmas, Pato Branco, Laranjeiras do Sul, Clevelândia, São Jor-ge do Oeste, Dois Vizinhos, Chopinzinho, Cel. Vivida, en-tre outros municípios.

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Mais de 500 pessoas acompa-nharam o leilão, público que atendeu as expectativas dos organizadores. Na oportunidade foram comercializados 37 lotes, totalizando 710 cabeças das Raças Angus, Hereford, Braford e Taba-puã. Animais de boa linhagem e pro-cedência. Sempre procurando inovar seus empreendimentos , em 2006 a Fazen-da deu início a Cabanha de Angus 2A, sendo os pioneiros na região de Honó-rio Serpa.

Em 2010 outro passo importante no que se refere a inovação. Foi a implan-tação na Fazenda 2A da Cabanha de caprinos da raça Dorper, Cavalos Criou-los e, recentemente, a Cabanha de gado Braford 2A.

Para a cria e recria de gado a família Hoinaski conta com mais duas proprie-dades em Coronel Domingos Soares: fazenda Santa Rita e fazenda Passo Fundo.

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A Cabanha Braford 2A

A CABANHA BRAFORD 2A , inicio em 2011 pela quali-dade ,sendo que Ademir Honaski Ademir Honaski Filho.

Analisando a boa procedência dos animais e tendo em sua propriedade uma área própria para o criatório de Braford que é uma raça bovina criada mediante o cruza-mento de Brahman com Hereford, que contribui com qua-lidade da carne e fácil engorda a pasto para a região de Honório Serpa, há duas variedades que são: com chifres e mocha.

É uma raça adaptada às condições sub-tropicais das zonas marginais da Argentina. Resistente aos carrapatos e à umidade.

Duas características fundamentais da raça  Braford  são: a plasticidade e a docilidade.

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A Cabanha Angus 2A Em 2006, Ademir Hoinaski Filho conhece cabanhas no Rio Grande do sul.

Na estância de amigos na cidade de Uruguaiana visi-tou alguns criatórios e se apaixonou pela raça por ver nela grande futuro. E entre suas habilidades raciais a fácil adap-tação a região sudoeste.

A raça angus é originária da Escócia. Desde o princi-pio, o gado mocho negro conquistou fama melhoramento genético. Hoje é uma das raças que mais crescem para o corte industrial.

Confira as características do Angus na coluna Raça na página 32.

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Cabanha de Dorper 2A A fazenda 2A comercializou por anos ovinos de corte das raças sufolk e santa Inês. Mas o jovem agropecuarista Ademir Hoinaski Filho, sentindo a falta de mais cabanhas especializadas em genética de ovinos, investiu na raça Dor-per para atender a demanda que existe na região. A pro-dução da raça na fazenda 2A se deu a partir de 2010. Hoje comercializa reprodutores.

O Dorper é bem adaptado a uma variedade de condições climáticas e de pastejo. Esta raça foi desenvolvi-da originalmente para as regiões mais áridas da África do Sul, mas, atualmente, está largamente espalhada por todas as províncias. Embora desenvolvida para criações extensi-vas, responde bem em condições intensivas de produção.

Lavoura A Fazenda 2A utiliza alta tecnologia para a produção de soja, milho e feijão, sendo referência na produção de grãos. Trabalha o que há de melhor no mercado no que se refere a insumos e maquinário. Outro cuidado é com assis-tência técnica garantida pelos profissionais das cooperati-vas COAMO, CODEPA e PATOAGRO.

Pinus e Eucaliptos Em 2003, Ademir Hoinaski Filho, ao concluir o curso de bacharel em direito e ao perceber o potencial da indús-tria madeireira de Palmas resolve diversificar ainda mais a atividade econômica em suas fazendas, reflorestando cer-ca de 50 alqueires com pinus e 15 alqueires com eucalipto. Para 2012, o empresário rural pretende investir na tecno-logia silvo pastoril – o consórcio de eucalipto com áreas de pastagens. A modalidade de exploração da área de terra garante comodidade e alimento aos animais e lucro com o plantio de florestas renováveis.

Escritório, FAZENDA 2A: Rua Rafael Ribas, 1428 - esquina com 7 de Setembro. Fone : 46 3263 1154 - Palmas - PR

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João F. P. Loureiro

RAÇA

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ANGUSA RAÇA DE CARNE CERTIFICADAORIGEM E CARACTERISTICAS:

raça angus é originária da Escócia, a mais de 200 anos é melhorada. Seu de-senvolvimento iniciou nos condados de Aberdeen e

Angus, donde vem seu nome.Desde o principio, o gado mocho ne-gro conquistou fama pela qualidade de sua carne e pela rapidez de engor-da. Atualmente, a Aberdeen Angus esta presente nos mais avançados países do mundo e tem sido conside-rada a raça base da moderna pecuária mundial.

No Brasil o angus tem mais de um século de história de registros.É encontrado nas variedades  Aberde-en Angus (preto) e Red Angus (verme-lho).

Hoje o Angus está a ser criado em quase todo o mundo, nos quais destacam--se Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos e União Européia. Com gran-des qualidades, a sua utiliza-ção estende-se também aos cruzamentos, tanto com raças de corte como de produção leiteira. Apresenta e transmite facilidade de parto e reprodu-ção, assim como a sua cor e a

característica de ser mocho.

É igualmente famoso pela sua robustez, o seu fácil manejo e adaptação às diver-sas condições atmosféricas  e ambientais. Apresenta boa acumulação e distribuição de gordura na porção inter-muscular, que garante a re-sistência em períodos secas. É manso, apresenta precoci-dade, fertilidade e habilidade materna.

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Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

O angus é mocho e é uma raça de tamanho médio,  A sua pelagem apre-senta-se curta. O peso varia entre 550 a 700 kg de uma fêmea adulta e 800 a 1000 kg de um macho, sendo o peso do bezerro de aproximadamente 30 Kg ao nascer. As vacas atingem a idade de reprodução com cerca de 16 meses.

Assim podemos citar que a raça angus é composta de varias qualida-des referentes a fertilidade, precoci-dade, rusticidade e o item que faz do angus uma raça famosa nos dias atuais a “qualidade da carne”.

CRUZAMENTOS A raça Angus é a mais testada em cruzamentos. Devido ao tempo que demanda, ao espaço físico que ocupa, às baixas despesas de manu-tenção e conseqüente baixo custo, a investigação com bovinos não permite artificialismos. Com isso, os resultados

alcançados em nível experimental po-dem ser obtidos a nível de propriedade rural.

Nas outras regiões, o cruzamento com raças européias está ganhando espaço rapidamente. Os ganhos com aplicação correta dessa prática já es-tão mundialmente comprovados. De modo geral, a cruza com zebuínos se traduz num nível significativo de vigor para a percentagem de parição, sobre-vivência de terneiros, percentagem de desmame, habilidade materna e cres-cimento.

O aumento combinado dessas respostas sobre a produtividade da vaca reflete-se na elevação do índice de produção total, de enorme impor-tância econômica. O ganho de peso de terneiros, do nascimento ao desmame, é altamente dependente das condi-ções alimentícias. No cruzamento de Angus com diversas raças, constatou--se aumentos de 5 a 15% de heterose para peso ao desmame, o que destaca a maior habilidade materna da vaca cruza. A produção de novilhos é lar-gamente afetada pelo cruzamento e apresenta variações positivas de 4 a 15% no ganho de peso diário, de 0,5 a 3% no rendimento de carcaça fria, de 0,5 a 2% para os dados de tipificação de carcaça.

Umas das vantagens do cruza-mento que é hoje a única raça que atende com sobras todos os pré re-quisitos exigidos pelo consumidor por seus atributos genéticos insuperáveis que reúnem precocidade sexual e de acabamento de carcaça, fertilidade, habilidade maternal e adaptabilidade aos diferentes desafios de ambiente impostos pela pecuária brasileira.

Em termos de conformação frigo-rífica o Angus também se mostra imba-tível em seus atributos, muitos bastan-te desejados pela indústria de abate e processamento da carne. O alto rendi-mento no pós abate, sobretudo no vo-lume de carne depositada nas partes nobres e facilidade de cobertura de gordura subcutânea fazem do produto Angus serem os pontos mais destaca-dos.    O Angus que começou a ser criado ori-ginalmente nas regiões de clima tem-perado do sul do país, em especial no Rio Grande do Sul, já há algum tempo desponta como opção para o cruza-mento industrial com vigoroso cresci-mento também em outras regiões do país, bastando para isso que o produ-tor adote alguns cuidados especiais com o manejo.

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No cruzamento industrial para obtenção de produtos ½ sangue Angus x Zebu para o corte, os resul-tados obtidos em nível de criação utilizando apenas pasto e sal mineral tem colocado a raça em condição de vanguarda como o animal ideal para atender importantes programas de produção de carne com controle e cer-tificação de qualidade e origem.

A “QUALIDADE DE CARNE”

A raça Angus é conhecida inter-nacionalmente por sua qualidade de carne relaciona-da a maciez desta, a precocidade de terminação de seus exemplares e a fa-cilidade com que depositam gordura intra muscular (marmoreio). Este é um dos atributos excep-cionais da raça Angus, que lhe garan-te uma posição de liderança. A ótima qualidade de sua carne é evidenciada através da opinião de autoridades do setor, e confirmada nos mais diferen-tes concursos realizados nos principais mercados produtores.

O Angus produz um animal com alta qualidade de carne, apro-priada não só para o mercado inter-no, como também para o mercado externo. O Angus apresenta de 3 a 6 mm de gordura (exigências euro-péias) e sua carne é marmorizada

(gordura entre meada na carne), o que lhe confere a já famosa maciez e sabor. A perfeita e uniforme distribui-ção da gordura no tecido muscular lhe confere um aspecto muito mais atraente e sabor singular. A impor-tância dessa distribuição é exaltada quando da sua preparação: a gordu-ra se derrete parcialmente pela ação do calor e impregna a parte magra, melhorando apreciavelmente seu valor, tornando-a tenra e apetecível.

Os mercados mais importantes do mundo, que abastecem os consumi-dores mais exigentes, alcançam ga-nhos comerciais superiores, valendo--se do que existe de melhor entre as raças bovinas de corte.

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A Voz do Rodeio

Anderson PAcheco AgilidAde e firmezA nA voz conquistAm

o mundo dos rodeios!!!

personagem da coluna Voz do Rodeio desta edi-ção é conterrâneo da Re-vista Tchê Campeiro. É Anderson Basílio dos An-

jos Pacheco, mais conhecido como Pacheco. É natural da cidade de Palmas - PR, onde vive até hoje. Como a maio-ria dos narradores, Pacheco iniciou suas atividades na área tradicionalista muito cedo. Com cinco ou seis anos já freqüentava rodeios acompanhando seu pai Basílio Pacheco (in memorian).

Com 11 anos começou a laçar e sua paixão por rodeios só aumentava. Os prêmios foram chegando e cada dia Pacheco se envolvia mais. Ficava ansio-so para que chegasse o fim de semana para ir aos rodeios. Sua paixão ia além de laçar. Pacheco se encantava com as narrações, vivia dentro da cabine dos narradores ouvindo e observando os esses profissionais conduzirem os ro-deios e, mesmo guri, já imaginava um dia ser narrador de rodeio.

O tempo foi passando e como tudo naquele tempo era difícil somen-te no ano de 1999, aos 20 anos de vida, teve uma real oportunidade de narrar. E não desperdiçou, afinal esperava por isso há muito tempo. Isso aconteceu no rodeio do CTG Vaqueanos da Que-rência na cidade de Clevelândia-PR. Na época o patrão da entidade era o Sr. Fernandes Araújo, um dos que mais o incentivou. Pacheco tem um grande carinho e respeito pelo tradicionalista. Depois foram surgindo mais e mais rodeios nos quais Pacheco fazia parti-cipações com Zizo Cardoso e Euclides Tessaro amigos narradores que tam-bém o incentivaram no começo. E, as-sim, Pacheco escrevia sua história com voz forte e narração rápida, suas princi-pais características.

OPor Elizeu Collares

Logo o reconhecimento veio. No fim de 1999, no Encontro de Sele-ções Campeiras do Paraná, na cidade de Cantagalo – PR, Pacheco sagrou--se campeão Paranaense ao narrar dez laçadores em 37 segundos. Feito que Pacheco recorda com orgulho. É o que sempre procura fazer nos ro-deios: manter a rapidez na sua narra-ção. Depois desse encontro de sele-ções vieram outros como na cidade de Francisco Beltrão-PR em 2000, Irati - PR em 2001, Telemaco Borba - PR em 2002, Mandirituba - R 2003, e Santo Antonio da Platina -PR no ano de 2004. Em to-dos esses rodeios Pacheco participou como narrador pela 7ª Região Tradicio-nalista.

Mas nenhum desses trouxe tan-ta emoção quanto o rodeio do CTG Recanto dos Tropeiros na cidade de Coronel Domingo Soares, quando Pacheco soltou um boi no momento da oração em homenagem a seu pai Basílio Pacheco (in memorian) que ha-via falecido a pouco mais de um mês, “foi um dos momentos mais emocio-nantes na minha carreira” emociona se. Um momento marcante aconteceu no CTG Porteira da Tradição na sede de Ju-venil Farias, no momento de abertura do rodeio ao passar o microfone ao pa-trão da entidade devido ao tempo chu-voso ocorreu uma descarga elétrica e fatalmente vítimou o Sr Juvenil Farias (in memorian) “foi um fato muito triste e que jamais esquecerei” comenta.

Pacheco já narrou no Estado do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Ca-tarina. Atualmente faz parte do CTG Bebedouro das Tropas,17ª Região Tra-dicionalista da cidade de Passos Maia - SC. Pacheco é o único do Paraná a ser credenciado para atuar em toda região sul do Brasil. Foi contratado pelo MTG

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

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Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

SC para realizar rodeios e sonorização na 12ª RT que compreende 59 mu-nicípios região onde são realizados, em média, 30 rodeios por ano. Apesar da agenda cheia em Santa Catarina, Pacheco continua narrando do Estado do Paraná. Além de narrador Pacheco possui sonorização para rodeios e ani-mais para gineteada. Com 12 anos na atividade, Pacheco sempre que pode dá opor-tunidade aos novos narradores. “No meu tempo era mais dificultoso. Hoje quando dou oportunidade e alguns se destacam, sinto orgulho. É gratificante”, destaca Pacheco. Aos que estão incian-do Pacheco alerta que este tipo de tra-balho deve ser levado a sério. Ter mui-to respeito com todas as pessoas en-volvidas neste mundo, aceitar críticas, ouvir conselhos dos mais experientes e ser imparcial durante a narração e, é claro, sempre buscando a agilidade na hora de conduzir o rodeio.

Pacheco acompanha os rodeios com um olhar crítico e analisa que hoje tudo o que se faz nos rodeios al-cançou alto grau de profissionalismo. O nível dos laçadores aumentou, os animais estão cada dia melhores, en-fim, tudo melhorou. Porém alerta que não podemos esquecer do real senti-do dos rodeios, que é a integração e o manutenção das nossas tradições e da cultura gaúcha. Como laçador e narrador acha que alguns CTGs preci-

sam ampliar suas estruturas para aco-lher melhor laçadores e público. Neste sentido o poder público também deve apoiar, pois na parceria com os CTGs estará ajudando na preservação da cultura gaúcha. Como palavra final Pacheco dei-xa um agradecimento aos amigos que incentivaram e ajudaram de alguma maneira seu início e desenvolvimento dentro da narração, em especial a sua prenda Andressa Tonial que sempre está a seu lado. Gratidão aos amigos Cleéis Comunello, do CTG Bebedouro das Tropas 17ª RT Passos Maia -SC, e a o Sr Fernandes Araújo do CTG Vaquea-nos da Querência da 7ª RT Clevelandia - PR. Também deixa um agradecimen-to à Revista Tchê Campeiro por levar à muitos pagos um pouco da sua histó-ria dentro do tradicionalismo.

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SOCIAL

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

PAULA FERNANDES No dia 08 de Outubro de 2011, Pato Branco ficou mais movimentada, isso porque neste dia aconteceu o show com Paula Fernandes que cantou e encantou com sua bele-za e talento musical.

Um show a parte “literalmente” foi a apresentação do cantor Bruno Bento que agitou a galera com seu talento e carisma cantando músicas do seu CD e também composi-ções conhecidas da música sertaneja.

Parabenizamos aos organizadores por essa iniciati-va de contratar um cantor da nossa região (Palmas) para abrir um show nacional, segundo o organizador, Valdecir Esperanza o publico superou a 20 mil pessoas.

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Leilão da Sociedade Rural de Manguerinha durante a Expomang A Sociedade Rural de Mangueirinha realizou o princi-pal leilão da Expomang 2011 com transmissão ao vivo atra-vés do Novo Canal, uma emissora do Sistema Brasileiro de Agronegócio – SBA.

O presidente da Sociedade Rural de Mangueirinha, João Denardin, destacou a credibilidade dos leilões realiza-dos durante a Exposição Feira. “A qualidade genética dos rebanhos que são expostos são confirmados nos números finais comercializados”, destaca o líder ruralista.

Foram apresentados na Pista de Remates bezer-ros, novilhas, garrotes, bois e reprodutores, num total de aproximadamente mil animais das raças Nelore, Tabapuã, Brahman, Angus, Hereford, Charolês, Simental e seus cru-zamentos. No final, foi registrada a comercialização de R$ 1 milhão, fechando a média de R$ 4,11 o bezerro e R$ 3,40 a novilha por quilo.

Lideranças políticas também prestigiaram o leilão da Expomang, entre elas o deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), que parabenizou os organizadores da feira e destacou o forte potencial de negócios que o município possui. “O re-sultado desta feira é fruto da capacidade de gerenciamento do desenvolvimento da economia do município, através da Administração Municipal”, realça Rossoni.

Também esteve presente o deputado estadual Augustinho Zucchi que ressaltou a infra-estrutura do Par-que de Exposições e Sociedade Rural, resumindo que o evento traduz o trabalho e dedicação da população de Mangueirinha. “A feira é o primeiro passo para o desen-volvimento efetivo de novos empreendimentos e, esta Expomang, é o aperfeiçoamento de todas as edições”, enfatizou.

Fonte: Josiane Schmidt

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Concurso de novilhas na Expomang 2011 O potencial genético de 18 fêmeas da raça holandesa pôde ser vista no julgamento do concurso de novilhas da 5ª Exposição Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Mangueirinha. Os produtores de Mangueirinha trouxeram seus animais para participar do julgamento composto por 14 categorias, definidas de acordo com a idade das fêmeas.  A organização esteve a cargo do Departamento de Agricul-tura da Prefeitura Municipal de Mangueirinha. De acordo com o médico veterinário e produtor in-dicado pelo SENAR –PR para o julgamento, Rafel Carlin,

foram avaliados o potencial de produção e as caracterís-ticas morfológicas de cada animal. As campeãs nas cate-gorias Novilha Menor (7 a 11 meses); Novilha Júnior (12 a 14 meses) e Novilha Intermediária (15 a 18 meses) concor-reram para ser a Grande Campeã, titulo conquistado pela novilha do produtor Jair Hamel, que levou o prêmio de mil reais. O segundo lugar ficou com Ademar Grohti que levou prêmio de R$ 800. Já a terceira colocada foi a novilha de João Menegassi com o prêmio de R$ 700. Todas as demais categorias anteriores receberam premiação em dinheiro do primeiro ao terceiro lugar.

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Exposição de ovinos e caprinos mostra diversidade do setor agropecuário

Uma das atrações do setor agropecuário da Expomang 2011 foi exposição de ovinos e caprinos. Os mais de 30 animais vieram das ci-dades de Palmas, Coronel Vivida, do Iapar de Pato Branco e também de Mangueirinha. Quem visitou a feira pode conhecer rebanhos com aptidão para corte das raças Boer, Santa Inês e Dorper. Esta última é uma raça que veio do Es-tado de Pernambuco e são animais rústicos, de pelagem baixa e que se adaptam muito bem ao clima da região Sudoeste.

Segundo o diretor do Departamento de Agricultura, Ernesto Chaves, a exposição foi possível graças ao Programa de Apoio à Estru-turação da Cadeia Produtiva da Caprinicultura. É uma parceria da Emater local e Departamento de Agricultura. “Através dessa parceria consegui-mos vários reprodutores junto ao IAPAR (Institu-to Agronômico do Paraná) e hoje estamos ex-pondo os filhotes desses reprodutores”, explica Ernesto.

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Leonardo agita muLtidão na expomang 2011

O cantor sertanejo Leonardo foi a estrela da Expomang 2011, lotando a tenda de shows no sábado (19/11). O show que reuniu o romantismo contagiante no melhor estilo sertanejo agitou o público de aproximada-mente 20 mil pessoas.

No palco, as dançarinas do cantor deram um show à parte, dando ainda mais dinamismo na apresentação, além da espetacular banda que acompanha Leonardo.Antes do show, no camarim, Leonardo atendeu todos os fãs carinhosamente e depois conversou com a imprensa e co-nheceu o trabalho da Revista Tchê Campeiro.

O cantor Leonardo chamou ao palco o prefeito Albari Guimorvan e o vice-prefeito Edenilson Palauro, que, acompanhados de suas esposas, cantaram parabéns para o município de Mangueirinha que no dia 21 de novembro completou 65 anos.

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A Revista Tchê Campeiro, esteve nos dias 8 E 9 de Outubro de 2011 na cidade de Alegrete RS na Estância do Loro de propriedade do hospitaleiro “Tio Bira”. Na Estância do Loro foi onde aconteceu a 5ª edição do Cocho de Sal, trata-se de um encontro de amigos tradicionalistas, músicos, poetas, ad-miradores da música nativista que além de reverem os amigos se reúnem para criar novas obras. O evento chama-se cocho de sal por basear-se numa teoria do grande instrumentista rio grandense, Gilberto Monteiro, do qual acredita que as reses que permanecem em volta do cocho mesmo após terminar o sal, possuem mais que o interesse de lamber o cocho, ha-vendo afinidade entre as mesmas. Assim é o cocho de sal, um festival onde os participantes possuem os mesmos idéias e o principal, o amor a cultura gaúcha.

O evento segue os padrões do festival precursor deste molde, chamado festival de mato, com sede em São Borja RS e organizado pelos “os angueras”, o festival da barranca. O cocho de sal iniciou na sexta-feira dia 07 com uma tertúlia e um churrasco confraternização, vindo após ser dado o tema do ano aos músicos e poetas que nessa edição foi “lágrima” e apartir deste começaram suas obras, tendo menos de 24h para compor. Depois no sábado dia 08 já com suas compo-sições prontas, foi feita a amostra das músicas aos que ali se encontravam. Realmente é uma das mais belas expressões da arte e da tradição do Rio Grande do Sul. No Domingo dia 08 algumas das músicas foram apre-sentadas no CTG Farroupilha no Galpão Oficina de Pátria, pro-jeto capitaneada pelo músico Alegretense Cristiano Fantinel.

“São eventos como o cocho de sal, do qual existem inúmeros rio grande afora, que mantém a criação poética e musical pura, mantendo e dando cada vez mais força a nossa cultura” afirma Fantinel.

5ª edição do CoCho de Sal

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Durante a Expobel - Exposição Feria de Francisco Beltrão de 1986, em plena euforia do plano cruzado e da abertura democrática do Brasil, os jovens empresários Cândido e Carlos Scholl e Cezar Vetorello, tiveram a idéia de criar uma empresa leiloeira. A iniciativa teve o apoio irres-trito dos pecuaristas Elizio Vetorello, Antonio Lucio Duarte, Boaventura Teixeira da Luz, Arizone Mendes de Araújo, Raul Cavichon, entre outros. Nascia naquele evento uma das empresas mais conceituadas do setor: a Pampa Remates.

Depois de quase um ano de burocracia para a consti-tuição da empresa, foi realizado o primeiro leilão da empre-sa. Foi no dia sete de Maio de 1987, em instalações adapta-das - o recinto de leilões embaixo de uma lona de circo, no belíssimo parque de exposições Mini Iguaçú, atualmente Parque de Exposições Jaime Carnet Júnior.

Nos primeiros anos eram poucos os eventos agro-pecuários na região, foi quando a Associação dos Suino-cultores do Paraná deu apoio decisivo a Pampa Remates, realizando leilões em Curitiba, Toledo, Marechal Candido Rondon, Francisco Beltrão e Pato Branco. Em Dois Vizinhos a primeira participação da Pampa Remates aconteceu no Primeiro Leilão de Suínos do Sudoeste do Paraná em 1989, evento realizado na Granja Suturno de propriedade de João Pedro Ely. Foi neste evento a primeira participação de Candido Sholl como leiloeiro rural.

No inicio da década de 90 surgiram as Sociedades Ru-rais do Sudoeste do Paraná. Pato branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, entidades, parques de exposições e os leilões de bovinos ganharam corpo.

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Anos mais tarde surgiram outras entidades no Su-doeste do Paraná que também se tornaram parceiras da Pampa Remates. Na virada do milênio a Pampa Remates chegou no Estado de Santa Catarina, onde hoje realiza 40% de seus leilões. Foi nessa época surgiram os leilões particu-lares que hoje representam o principal mercado da empre-sa leiloeira. Hoje a Pampa Remates é uma empresa administrada pelo empresário Candido Sholl que tem como sócio seu filho Guilherme. A empresa conta com apoio para a realização dos leilões das Sociedades Rurais, Associações de Produto-res, Núcleo de Criadores, Sindicatos Patronais e Prefeituras Municipais.

São eventos que acontecem rotineiramente em mais de 30 cidades dos Estados do Paraná e Santa Catarina o que re-presenta uma área de abrangência de 200 municípios, onde a Pampa Remates realiza mais de 100 leilões por ano. Nesses leilões comercializa, em média, 50 mil cabeças de animais.

Atualmente, gera mais de 40 postos de trabalho entre Auxiliares de Pista, Leiloeiros, Secretárias, Recepcionistas e Peões de mangueira. Em todo o Brasil a Pampa Remates possui mais de 6.000 cadastros de clientes.

E para comemorar seus 25 anos de atividades a Pampa Remates realizou no dia 20 de Novembro, na socie-dade Rural de Dois Vizinhos, o leilão Jubileu de Prata. Foi durante a Expovizinhos 2011 que também marcou o Cin-qüentenário do Município. Segundo os organizadores mais de 100 mil pessoas visitam o Parque de Exposições durante a Exposição Feira. Lideranças locais, a exemplo do Prefeito Zezinho Ramuski, deputados,entre eles Augustinho Zuchi (PDT), presidentes de Sociedades Rurais e Associações de Criadores, prestaram diversas homenagens ao proprietário da Pampa Remates, Cândido Scholl. O evento foi transmi-tido ao vivo pelo Novo Canal e no qual foram comercializa-dos 1.500 animais. Um leilão que, mais uma vez, marcou na história da pecuária Paranaense e Brasileira.

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SOCIEDADE RURAL PATO BRANCO ELEGE NOVA DIRETORIA

A Sociedade Rural Pato Branco, fundada oficialmente em novembro de 1988, realizou no último dia 21 de novem-bro a eleição para a escolha da diretoria que vai governar a entidade nos próximos dois anos. O engenheiro agrônomo, advogado, professor e agropecuarista Vicente Michaliszyn encabeça a chapa de consenso que obteve 98% dos votos, recorde em toda a história das eleições da Sociedade Rural. Para o novo líder da entidade, a aprovação com este alto índice do seu nome e companheiros de chapa representa a credibilidade e profissionalismo que a nova diretoria re-presenta para o setor.      Veja como ficou a diretoria para o biênio 2012/2013:

Presidente: VICENTE LUCIO MICHALISZYN1º Vice-presidente: RODRIGO TOFOLLI2º Vice-presidente: RONALDO TESSER1º Secretário: ANDRÉ LUIZ CENI2º Secretário: ALDEMAR BOHN1º Tesoureiro: EUCIR BROCCO2º Tesoureiro: ANDREI GOMES DE ALMEIDA

EX- PRESIDENTES DA SOCIEDADE RURALRUBENS CIRO CALLIARIDINOR DA ROCHAOSVALDO TELLESROBERTO VIGANÓJOACIR SBEGHENANDREI GOMES DE ALMEIDANEILOR ANTONELLI

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A seguir confira alguns dos pensamentos do novo líder da Sociedade Rural de Pato Branco sobre a agropecuá-ria:

TC - Quais serão suas principais metas à frente da entidade?Vicente - Primeiramente é preciso “fazer a lição de casa”, que significa cuidar da Entidade do ponto de vista patrimonial e do corpo de funcionários e colaboradores, com dedicação, seriedade e transparência. Neste aspecto, pretendemos rea-lizar um processo de prestação de contas e realização de ati-vidades de forma permanente, através de meios modernos de comunicação. Também precisamos buscar melhorias na infraestrutura das mangueiras e do recinto de leilões, que sendo patrimônio do município, cedido em comodato para a Sociedade Rural, necessita investimento público urgente para viabilizar a realização da Expopato 2012.

A segunda meta, paralela à primeira em escala de prioridade, é cuidar do associado como “cristais no algodão”, trazendo-o com suas famílias a participar de nossas ativida-des, especialmente dos almoços nos domingos de leilões e dos jantares de segundas feiras, que pretendemos trans-formar em eventos festivos e técnicos, respectivamente. E além dos benefícios como desconto especial para uso dos salões de eventos, criar outros mecanismos que repercutam em vantagens que justifiquem ser associado da Rural, além do principal fator, que é a amizade e o companheirismo que unem nossos associados.

A terceira meta é buscar um maior engajamento nas discussões e lutas por conquistas para o setor agropecuário, e para o desenvolvimento regional de um modo geral, inse-rindo cada vez mais a Sociedade Rural Pato Branco como entidade representativa do setor econômico mais relevante para a economia regional, que é o agronegócio. Continua na próxima página

TC - O que representam os leilões para a sociedade rural de Pato Branco???Vicente - Antes de tudo são a vitrine da qualidade gené-tica da pecuária do sudoeste paranaense. Além do mais, representam importante fonte de arrecadação que garante a manutenção do dia a dia da entidade, por esta razão pre-cisamos fortalecê-los e aprimorá-los ainda mais. Importante destacar que nossa infraestrutura, apesar de necessitar de manutenção urgente e melhorias, é privilegiada, daí termos de aproveitar e explorar esta nossa condição de excelência.

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TC - Qual o próximo e como será?Vicente - O próximo leilão será dia 11 de dezembro (do-mingo), sobre o qual temos uma grande expectativa ante o quantitativo e qualitativo de animais já confirmados. Pre-tendemos que seja festivo também, representando o últi-mo evento do ano, e também alusivo à troca de gestão, em continuidade ao jantar de posse do dia 10 (sábado). Quere-mos que a comunidade patobranquense, não só associados da SRPB e agropecuaristas, participem dos nossos leilões, fazendo aqui um chamamento público para que todos venham conosco almoçar nos domingos de leilões e que fiquem para presenciar “o momento mágico” dos lances e das batidas de martelo!

TC - A entidade realiza todas as segundas-feiras o jantar e encontro dos associados. Esses encontros fortalecem os la-ços comerciais e de amizade entre os integrantes da Rural? Vicente - Certamente. A gente brinca que nas segundas-fei-ras “é proibido falar de brique”, mas as negociações acabam sendo inevitáveis, acontecendo em clima de muita descon-tração e manifestações de amizade. Claro que temos diver-gências de opiniões, mas nossas discussões sempre acon-tecem em clima de muito respeito, sendo extremamente benéficas para o amadurecimento da entidade.

TC - Sobre a posse: como será?Vicente - Pretendemos que a posse seja simples e marcan-te. Que signifique não um marco de mudança, mas o sinal de que a onda de otimismo e realizações que foram a marca das gestões lideradas pelo Neilor Antonelli, vai continuar! Prova da preocupação da entidade com seus associados é de que a participação de cada um será paga mediante entrega de um kit contendo alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal, que serão arrecadados para posterior doação ao Lar dos Idosos, gesto este que sinali-za os tempos de solidariedade e responsabilidade social com que a entidade pretende trabalhar nos próximos anos, como agente do terceiro setor.

TC - Como o senhor vê o fu-turo da pecuária???Vicente - Os prognósticos são extremamente favorá-veis, mas para quem estiver preparado para atender um mercado consumidor cada dia mais exigente. Precisa-mos produzir com qualidade e custos racionais, o que im-plica melhorar a qualidade de nossas carcaças, encur-tando o período de abate e trabalhando para nos inserir-mos no rastreamento, que já são realizados em todo o mun-do.

Em viagem recente que fizemos (um grupo de asso-ciados da Rural) – visitamos a exposição internacional de Palermo, em Buenos Aires – vimos que a dona de casa Ar-gentina prefere bife de Angus, abatido com no máximo 380 quilos de peso vivo, e quer optar entre macho ou fêmea, estando disposta a pagar mais por isso!!! É só um exemplo do caráter de exigência e seletividade do mercado consu-midor. Mas para isso temos de estar preparados, fazendo além do dever de casa, que é manter os animais vacinados e em boas condições de manejo e alimentação. É preciso investir em melhoramento genético, tecnologia de ponta e abrir canais de comercialização, tudo isto passando por ORGANIZAÇÃO, no que a Sociedade Rural pretende ser um parceiro forte do produtor.

TC - Alguma mensagem final?Vicente - Um agradecimento e um pedido: a DEUS, pela graça da vida e da existência, e o pedido ao Patrão Velho que nos dê forças para trabalhar e continuarmos firmes na lida do dia a dia. Um grande abraço a todos, agradecendo o apoio recebido e pedindo o apoio necessário, com o desejo de um feliz natal e próspero ano de 2012!

Para locação do Salão de Festas: (46) 3224-2828 - Rua Benjamin Borges dos Santos, 21 - Pato Branco - PR

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III FeIra de PrImavera

A Revista Tchê Campeiro esteve dia 13 de Novembro de 2011 na cidade de Caçador-SC onde aconteceu a III Feira de Primavera de Caçador, marcando o reinicio das ativida-des de leilões em Caçador, contando com a organização da Tarumã Remates, que hoje tem sua sede administrativa nes-ta cidade.

Na oportunidade Caçador ganhou sua nova Man-gueira e Pista de remates, na área Rural do Parque das Arau-cárias. A oferta de 414 cabeças com pista limpa, alcançouo médias de R$4,21 para terneiros e bois, R$ 4,00 para ternei-ras e novilhas e R$ 3, 37 para vacas de invernar. A Tarumã Remates agradece s todos e a confiança da diretoria da APCR na realização deste leilão que sem duvidas foi um dos melhores da temporada.

A Tarumã Remates, iniciou suas atividades no ano de 1994 na cidade de Campos Novos, no estado de San-ta Catarina, por iniciativa dos senhores Alexandre Alvady Didomenico, Luiz Antônio Granzotto e Flávio Brasil Rosar, realizando em março do mesmo ano seu primeiro leilão na cidade de Campos Novos.

Em 15 anos de existência a Turamã Remates expan-diu sua área de atuação sendo a pioneira na realização de leilões no estado de Santa Catarina nas seguintes cidades: São Lorenço do Oeste, Herval Velho, Ouro, Capinzal, Gaspar, Itajaí e São José do Cerrito. Na década de 90, atuou nas praças de Mato Grosso do Sul nas cidade de Naviraí, Carapó, Fátima do Sul, Dourados, Bela Vista, Ponta Porã e Caracol entre outras. Os primeiros leilões de elite em Campos Novos, Fraiburgo e Caçador foram realizados sob a coordenação da Tarumã Remates, que neste período também realizou re-mates em diversas cidades do estado catarinense, sempre alcançando as melhores médias de terneiros da temporada. Em 2008 ainda, o quadro sócietário ganhou reforço com a entrada de André Canalle, que adquiriu as cotas de Alexandre Alvady Didomenico e Luiz Antônio Granzotto. Imediatamente aplicou toda a sua expêriencia na area, iniciando uma nova fase na história da Tarumã Remates. A Tarumã Remates está buscando o contínuo aperfeiçoamen-to, objetivando oferecer agilidade e qualidade nos serviços prestados conta com uma equipe profissional de colabora-dores qualificados para conduzir o seu leilão, seja de eqüi-nos, bovinos e ovinos das mais variadas raças.

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Patrocinadores:

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15º RODEIO INTERESTADUAL CTG BEBEDOURO DAS TROPAS

19º ANIVERSÁRIO DE PASSOS MAIA - SC A Revista Tchê Campeiro esteve na cidade de Passos Maia SC nos dias 02, 03 e 04 de Dezembro onde realizou se o 15º Rodeio Interestadual do CTG Bebedouro das Tropas. O 15º Rodeio fez parte das festividades do 19º aniversário de Eman-cipação Político Administrativo da cidade de Passos Maia.

O rodeio já tradicional nesta época do ano contou com varias provas como tiro de laço, e gineteadas que ani-maram o público presente. O CTG Bebedouro das tropas agradece aos doadores de gado, a prefeitura Municipal de Passos Maia e a Madeportas pelo apoio.

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26/01- Quinta -feira19:30 Horas Tríduo com Missa em honra ao Padroeiro São Francisco de Sales

27/01 – Sexta- feira18:30 Horas Abertura dos Stands de Uva, Vinho, Vinho Doce e Praça Alimentação 19:30 Horas Tríduo com Missa em honra ao Padroeiro São Francisco de Sales20:30 Horas Jantar com Ovelha Enfarinhada – Pavilhão da Igreja Matriz20:30 Horas Show com Léo Carreiro – Palco Principal22:00 Horas Abertura Oficial - Palco Principal22:30 Horas Show com Tom Reis e João Batista23:30 Horas Show com Erick e Henrique

28/01 - Sábado 09:00 Horas Abertura dos Stands de Uva, Vinho, Vinho Doce e Praça de Alimentação 12:00 Horas Almoço - Costelão - Pavilhão da Igreja Matriz 19:30 Horas Tríduo com Missa em honra ao Padroeiro São Francisco de Sales20:30 Horas Jantar com Macarronada com Galeto – Pavilhão da Igreja Matriz20:30 Horas Show com Talentos Locais21:30 Horas Show com David e Eduardo22:30 Horas Show com Joaquim e Manoel

29/01 – Domingo 09:00 Horas Abertura dos Stands de Uva, Vinho, Vinho Doce e Praça de Alimentação10:30 Horas Missa em honra o Padroeiro São Francisco de Sales 12:00 Horas Almoço - Churrascada com saladas e Bebidas em geral - Pavilhão da Igreja Matriz (Os Ingressos de Churrasco deverão ser adquiridos no

Pavilhão da Igreja Matriz até as 11 horas).

15:00 Horas Matinê - Pavilhão da Igreja Matriz 16:00 Horas Shows Culturais20:30 Horas Show com Léo e Fabiano

Todos os dias Café Colonial na Pastoral da Criança e Parque Inflável.

PROGRAMAÇÃO

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INVERNADA ARTÍSTICA

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Por Maickel Martins

tradicionalismo sustenta o or-gulho de mais uma vez colher os louros de uma belíssima fi-nal de ENART. O Encontro de Artes e Tradições Gaúchas, a maior manifestação amadora

artístico-cultural da América Latina, che-gou a sua 26ª edição em 2011.

Este ano o festival ocorreu durante os dias 18, 19 e 20 de novembro. Sediado pela 15ª vez na cidade de Santa Cruz do Sul, o encontro tomou proporções maio-res que nas edições anteriores, com mais de três mil competidores distribuídos em 24 modalidades e contando com dez palcos para suas apresentações, estima--se que mais de 65 mil pessoas tenham acompanhado o festival.

Falar em ENART é exaltar o árduo trabalho que se desenvolve por trás dos bastidores, é lembrar-se do acompanha-mento de pais, familiares e amigos por mais de um ano até chegar o momento de subir ao palco, é saber que durante um final de semana as vozes, a cultura da amostras culturais, os versos, os repiques de sapateio floreando os tablados, os ves-tidos mais cheios de vida, a imaginação incontida nas rimas dos trovadores, os acordes de gaita, violino, violão, rabeca, viola, a canção dos grupos instrumentais, a harmonia da dança de salão, as viagens mais surpreendentes nas histórias dos contos e causos e a magia de entradas e saídas nas danças tradicionais que são verdadeiros show’s aos olhos de quem assiste, estarão reunidos em um mesmo

local, que o tradicionalismo se mobiliza para vivenciar esse espetáculo.

“Está no ENART, esta no mundo”, essa foi a frase utilizada por Rogério Bas-tos, Elomir Malta e demais responsáveis por levar as imagens da TV ENART até os nossos ranchos. Não é uma simples frase, hoje fazer parte do ENART não é reserva-do aos que podem estar no RS, não é só para quem pode acampar em Santa Cruz, hoje e a cada edição o ENART faz parte de uma programação disponível aos olhos mundo através da internet.

Acompanhe os resultados do ENART 2011 e belíssimas fotos do maior festival amador de arte e cultura da América Latina.

26ª EDIÇÃOSANTA CRUZ DO SUL - RS

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Page 57: Revista Tche Campeiro Edição 12

Modalidade: DANÇAS TRADICIONAIS – FORÇA A

CLAS. ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

2º UNIÃO GAÚCHA J. SIMÕES LOPES NETO PELOTAS 26ª

3º CTG TIARAYÚ PORTO ALEGRE 1ª

4º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

5º DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

Modalidade: DANÇAS TRADICIONAIS – FORÇA B

CLAS. ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º SOCIEDADE GAÚCHA LOMBA GRANDE NOVO HAMBURGO 30ª

2º DTG LEÃO DA SERRA SÃO LEOPOLDO 12ª

3º CTG CAPÃO DA PORTEIRA VIAMÃO 1ª

4º CTG OS GAUDÉRIOS CACHOEIRA DO SUL 5ª

5º CTG AMARANTO PEREIRA ALVORADA 1ª

Modalidade: CHULA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º JEAN DINIZ DT QUERÊNCIA DAS DORES SANTA MARIA 13ª

2º SAMUEL DE SOUZA CTDGO E MSOTNÂNTECNIAE GRO MONTENEGRO 15ª

3º MAICON DUTRA CTG GAUDERIOS DA SAUDADE ESTANCIA VELHA 30ª

Modalidade: GAITA PIANO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º HUGO PASTORIO PEREIRA CTG MARCIANO BRUM SOLEDADE 14ª

2º CÁSSIO ROBERTO FIGUEIRÓ DA SILVA CTG GALPÃO DA BOA VONTADE PALMEIRA DAS MISSÕES 17ª

3º VINICIUS BIANCHINI CTG ALEXANDRE PATO LAGOA VERMELHA 8ª

Modalidade: GAITA DE BOTÃO ATÉ OITO BAIXOS

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º GUSTAVO ALVES DE OLIVEIRA DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

2º TIAGO CAMARGO CTG SINUELO CAXIAS DO SUL 25ª

3º RODRIGO GIRARDELLO CTG RODEIO DA QUERÊNCIA FREDERCO WESTPHALEN 28ª

Modalidade: GAITA DE BOTÃO MAIS DE OITO BAIXOS

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º TIAGO CAMARGO CTG SINUELO CAXIAS DO SUL 25ª

2º GUSTAVO ALVES DE OLIVEIRA DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

3º MAURICIO VIAN CTG GIUSEPPE GARIBALDI ENCANTADO 24ª

Modalidade: GAITA DE BOCA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º EDSON VIEIRA DA CUNHA CTG TARUMÃ SÃO GABRIEL 18ª

2º DIEGO PASCOAL VICENTE CTG TROPEIROS DA AMIZADE SAPUCAIA DO SUL 12ª

3º RENOR LUIZ PECCIN CTG RONDA CHARRUA FARROUPILHA 25ª

Modalidade: BANDONEON

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º DÉCIO HAUENSTEIN CTG BENTO GONÇALVES LAJEADO 24ª

2º DIRCEU RUCART PORSCHE CTG TIARAYÚ PORTO ALEGRE 1ª

3º ALDOMIRO GOMES DA ROSA CTG LANCEIROS DE SANTA CRUZ SANTA CRUZ DO SUL 5ª

Modalidade: VIOLINO OU RABECA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º RENATO ERACLIDES PULZ CTG TROPEIROS DA AMIZADE SAPUCAIA DO SUL 12ª

2º BERNARDO COUTO VARONE GONÇALVES AT ESTÂNCIA DO MINUANO SANTA MARIA 13ª

3º RICARDO LUIS DE MOURA SIEBEN CTG GIUSEPPE GARIBALDI ENCANTADO 24ª

Modalidade: VIOLÃO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º ISMAEL BOLZAN CTG HERDEIROS DATRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

2º JOÃO PAULO VIANA AQUINO DTG LENÇO COLORADO PORTO ALEGRE 1ª

3º DJONATA FAQUINI GTCN VELHA CARRETA CAXIAS DO SUL 25ª

Modalidade: VIOLA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º NATALICIO NUNES CAVALHEIRO FILHO CTG GALPÃO AMIGO NÃO-ME-TOQUE 7ª

2º JAIR SANTOS GONÇALVES CCN PIAZITO CARRETEIRO IJUI 9ª

3º JEAN SOARES PRUDÊNCIO CTG TROPEIROS DA AMIZADE SAPUCAIA DO SUL 12ª

Modalidade: CONJUNTO INSTRUMENTAL

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º OS TROPEIROS CTG TROPEIROS DA AMIZADE SAPUCAIA DO SUL 12ª

2º CTG CAMPO DOS BUGRES CTG CAMPO DOS BUGRES CAXIAS DO SUL 25ª

3º ORQUESTRA BAGUAL CTG TROPEIROS DA AMIZADE SANTA CRUZ DO SUL 5ª

Modalidade: CONJUNTO VOCAL

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º ACORDES E CANÇÕES CST DGA T ARMOIZPAEDIREO SAPUCAIA DO SUL 12ª

2º VOZES DO PAMPA CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA SANTANA DO LIVRAMENTO 18ª

3º BARRANQUEIROS DA FEITORIA CTG ESTANCIA DO COTIPORÃ IVOTI 30ª

Modalidade: INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL MASCULINO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º FILIPI OELSNER COELHO DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

2º FABIANO DIAS CTG ALFREDO D´AMORE CARAZINHO 7ª

3º FÁBIO JÚNIOR SOARES DE OLIVEIRA CTG ALDEIA FARROUPILHA FARROUPILHA 25ª

Modalidade: INTÉRPRETE SOLISTA VOCAL FEMININO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º HÉLEN ALINE MACHADO DORNELES CTG RINCÃO DA CAROLINA SANT. DO LIVRAMENTO 18ª

2º BRUNA S. MOREIRA CTG RODA DE CARRETA CACHOEIRINHA 1ª

3º EDUARDA ROSA DE OLIVEIRA CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA SANT. DO LIVRAMENTO 18ª

Modalidade: TROVA CAMPEIRA (MI MAIOR)

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

2º CELSO DE OLIVEIRA CTG VELHA CAMBONA PORTÃO 15ª

3º PAULO ROGERIO LIMA CHAVES CTG TARUMÃ SÃO GABRIEL 18ª

Modalidade: TROVA DE MARTELO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

2º CELSO DE OLIVEIRA CTG VELHA CAMBONA PORTÃO 15ª

3º PAULO ROGERIO LIMA CHAVES CTG TARUMÃ SÃO GABRIEL 18ª

Modalidade: TROVA ESTILO GILDO DE FREITAS

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CELSO DE OLIVEIRA CTG VELHA CAMBONA PORTÃO 15ª

2º JORGE LUIZ PIENIZ CTG TROPEIROS DO BURICÁ TRÊS DE MAIO 20ª

3º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

Modalidade: TROVADOR MAIS POPULAR

NOME ENTIDADE LOCALIDADE RT

JORGE LUIZ PIENIZ CTG TROPEIROS DO BURICÁ TRÊS DE MAIO 20ª

VENCEDORES ENART 2011

Page 58: Revista Tche Campeiro Edição 12

Modalidade: DECLAMAÇÃO MASCULINA PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º LUCIANO SALERNO CTG GAUDÉRIO SERRANO BENTO GONÇALVES 11ª

2º ARIEL VAREIRO PEREIRA CTG HERDEIROS DA TRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

3º EDUARDO DE FREITAS CORBELINI CTG SOPRO DO MINUANO MONTE BELO DO SUL 11ª

Modalidade: DECLAMAÇÃO FEMININA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º KASSIANA OLIVEIRA DA SILVA GAN IVI MARAÉ SÃO LEOPOLDO 12ª

2º ROSANA ARAÚJO PEREIRA CTG GILDO DE FREITAS PORTO ALEGRE 1ª

3º THAMIREZ KRUGER ALVES CTG DARCI FAGUNDES GUAIBA 1ª

Modalidade: PAJADA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CELSO DE OLIVEIRA CTG VELHA CAMBONA PORTÃO 15ª

2º JOÃO VALMOR BARROS DA ROCHA PTG JOÃO MANOEL SÃO BORJA 3ª

3º ELDER ROCHA MEDINA CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

Modalidade: CAUSO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º JOÃO CEZAR MEDEIROS DE FARIAS GTF CEL. APARICIO BORGES SANTO ANGELO 3ª

2º JOÃO DE DEUS VIEIRA ALVES CTG PORTEIRA DA TRADIÇÃO ELDORADO DO SUL 1ª

3º IRENO DOS SANTOS VEIGA CCN SENTINELA DO RIO GRANDE RIO GRANDE 6ª

Modalidade: DANÇA GAÚCHA DE SALÃO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º OTONIO DUTRA DA SILVA

TATIELE FRUET DOS SANTOS

CTG JULIO DE CASTILHOS JULIO DE CASTILHOS 9ª

2º JOSIEL DE PAULA ALVARO

MARIANE GOMES SILVA

CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

3º LUIS PAULO T. DO AMARAL FILHO

CAROLINE DE CASTILHO DA SILVA

35 CTG PORTO ALEGRE 1ª

Modalidade: POESIA

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º LUIZ ONERIO PEREIRA CTG RODEIO DA SAUDADE CRUZ ALTA 9ª

2º EDERSOM MOREIRA DOS SANTOS CTG POUSADA DA SERRA NOVA PETROPOLIS 27ª

3º GUILHERME EXCEL ROSA CTG LAÇO DA QUERENCIA PORTO ALEGRE 1ª

Modalidade: CONTO

PARTICIPANTE ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º JUAREZ NUNES DA SILVA CTG IMIGRAN TES E TRADIÇÃO CAXIAS DO SUL 25ª

2º CLOTILDE MARIA M. FARIAS L. AGPTAFR CICEIO BORGES SANTO ANGELO 3ª

3º ANDREA BERENICE C. MARTINS CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA S. DO L IVRAMENTO 18ª

Modalidade: CONJUNTO MUSICAL DE INVERNADA

ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º DTG CLUBE JUVENTUDE ALEGRETE 4ª

2º CTG TIARAYU PORTO ALEGRE 1ª

3º CTG TRÍPLICE ALIANÇA URUGUAIANA 4ª

Modalidade: MELHOR ENTRADA

ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CTG GUAPOS DO ITAPUI CAMPO BOM 30ª

2º CTG OS FARRAPOS PELOTAS 26ª

3º UNIÃO GAUCHA J. SIMÕES LOPES NETO PELOTAS 26ª

Modalidade: MELHOR SAÍDA

ENTIDADE LOCALIDADE RT

1º CTG ALDEIA DOS ANJOS GRAVATAI 1ª

2º CTG GUAPOSDO ITAPUI CAMPO BOM 30ª

3º CTG RANCHO DA SAUDADE CACHOEIRINHA 1ª

Modalidade: GRUPO DE DANÇAS MAIS POPULAR

ENTIDADE LOCALIDADE RT

CTG TIARAYU PORTO ALEGRE 1 ª

Modalidade: MELHOR ACAMPAMENTO

ENTIDADE LOCALIDADE RT

CTG LALAU MIRANDA PASSO FUNDO 7ª

Modalidade: 12ª MOSTRA DE ARTE E TRADIÇÃO GAÚCHA

1º 3ª REGIÃO TRADICIONALISTA

2º 9ª REGIÃO TRADICIONALISTA

3º 16ª REGIÃO TRADICIONALISTA

Modalidade: TROFÉU MARCA GRANDE

25ª REGIÃO TRADICIONALISTA

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Page 59: Revista Tche Campeiro Edição 12

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Page 60: Revista Tche Campeiro Edição 12

Por: Jorge do Nascimento

UNIVERSO CRIOULO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE

CAVALOS CRIOULOS

esta edição, vamos conhe-

cer um pouco mais sobre a

ABCCC (Asssociação Brasi-

leira de Criadores de Cava-

los Crioulos, entidade esta

que rege as normas a que diz respeito

a entidade pela qual respondemos e

levamos a cara desta entidade até a

casa do criador, representada na vi-

sita técnica pela figura do técnico da

ABCCC, então abaixo falarei sobre a

entidade, sendo esta uma das mais

respeitadas e organizadas entre todas

as associações de cavalos do brasil.

Criada em 1932 na cidade gaúcha de

Bagé, sua sede desde o inicio foi em

Pelotas.

Em 1935 recebeu da Associa-

ção de Registro Enealogico Sul Rio-

grandense o Stud Book da Raça.

Em 1952 tinha cerca de 370 socios e

6000 animais

N

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Page 61: Revista Tche Campeiro Edição 12

Na decada de 70 veio a primera

grande mudança, com a implantação

da avaliação funcional de nossos ani-

mais, como já falei em ediçoes ante-

riores, os criadores sendo homens do

cavalo queria avaliar seu animal de

cima como se diz na giria gauchesca e

não simplesmente a cabresto.

Em 1982 entao o maior marco da história da ABCCC com o inicio do chamado freio de ouro, prova esta que temos a certeza de ser nossa melhor ferramenta para seleção de cavalos crioulos funcionais, para qualquer tipo de modalidade que o cavalo crioulo pode ser utilizado, sendo esta ferramenta de grande importância para que o crioulo atingisse este nível de qualidade pelo qual podemos ver hoje em nosso cavalo, a nível nacional.O cavalo crioulo e a seleção de cava-los crioulos foi baseada diretamente ligada a qualidade funcional deste ca-valo aliados a beleza morfológica do mesmo, por isso tivemos mais resul-tados em provas que são de avaliação por qualidades de movimentos e não relógio, mas em contra partida já es-tamos selecionando cavalos que pos-sam ter bons resultados em provas contra o relógio como é o exemplo do team penning.

Abaixo exemplos de provas nas

quais o cavalo crioulo já teve bons re-

sultados

1- Freio de Ouro

2- Laço Comprido

3- Tean Penning

4- Rédeas

5- Vaquejada

6- Provas Clássicas

7- Provas de Trabalho

8- Enduro

9- Marcha de Resistência

Entre outras

Então a ABCCC teve um traba-

lho bastante profissional em relação

a esta seleção morfo-funcional.

Na década de 90, a ABCCC teve

grande crescimento e algumas alte-

rações em suas administrações, sen-

do cada vez mais profissionalizada,

na parte de registros e documentos,

como também na parte de eventos e

relacionamento com núcleos e cria-

dores.

A partir da segunda metade

da década de 90, surge uma grande

ferramenta que vai alavancar o cava-

lo crioulo e a ABCCC, é o canal rural,

parceiro este da ABCCC e dos cria-

dores na explosão da raça crioula a

nível de brasil, levou o cavalo crioulo

para dentro da casa dos simpatizan-

tes da raça, democratizou de norte a

sul os leiloes de cavalos, facilitando a

aquisição destes via tv, foi ai um dos

momentos de mais crescimento da

raça.

Então nesta edição falei um

pouco sobre a ABCCC e na próxima

edição falarei mais sobre a nossa

ABCCC.

NOTICIAS

1- Recomeça o ciclo funcional com

grandes craques em pistas.

2- Em plena atividade as insemina-

ções e transferência de embriões da

raça crioula.

3- Raça perde outro grande chefe BT

Sargento

4- Cascavel realiza uma das maiores

feiras de cavalos crioulos do Paraná

5- Vem ai em Janeiro, morfologia e

funcional de Pato Branco

6- Sucesso a 1 copa de laço de

Galvão, parabéns ao nosso amigo

Jean Capelli El Guitarreiro

CURIOSIDADES

1- Um animal Crioulo tem idade

máxima para confirmação?

Não, os animais tem apenas idade

mínima para serem confirmados,

que seriam 24 meses, mas idade má-

xima desde que este animal tenha o

padrão racial e as medidas mínimas

exigidas pela ABCCC, não há limite

máximo de idade.

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Page 62: Revista Tche Campeiro Edição 12

CULINÁRIA

QUIBEBE GAÚCHOIngredientes: 1 kg de abóbora; 1/2 colher de sopa de açúcar; 1/4 colher de sopa de sal; 2 dentes de alho; 1 cebola média; 30 gr de bacon defumado; 2 colheres de farinha de milho média; 2 colheres de sopa de óleo; 1/2 molho de tempero verde.

MODO DE PREPARO:

Descascar a abóbora e cozinhar em 1/4 de litro de água.

Fazer um refogado como óleo, o bacon, a cebola e o alho picados.

Colocar na abóbora depois que estiver cozida. Baixar o fogo.

Acrescentar o sal, o açúcar e a farinha de milho, aos poucos, mexendo durante 15 minutos.

Depois de pronto, colocar o temperinho verde picado.

Observação: se for usada moranga, a quantidade de açú-car e de sal deve ser dobrada e acrescentar 1/2 molho de manjerona. Preparar da mesma maneira que o quibebe de abóbora.

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MATÉRIA DE CAPA

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implicidade, autenticidade e amor pelas coisas da terra. São virtudes que não abrangem todas as qualidades, mas resumem o que representa o artista que é matéria de Capa da 12ª edição da Tchê Campeiro. Estamos falando de Mário Rubens Battanoli de Lima, o Mano Lima, cantor,

compositor, gaiteiro, pecuarista e criador de cavalo crioulo. Já foi tropeiro, capataz de estância e domador. Para muitos é a pura essência campeira, o verdadeiro representante da cultura riograndense.

E, por incrível que pareça, Mano Lima não nasceu no campo. Sua origem é urbana, numa família de oito irmãos. Veio à querência terrena no dia 26 de agosto de 1953, na residência dos avós, na rua Osvaldo Aranha, na cidade de Itaqui-RS. Mas logo em seguida mudou-se para a campa-nha, onde teve vivências que marcaram o período de guri, adolescente e jovem. “Tive uma infância normal, típica de meninos criados em fazendas, no meio dos peões, obser-vando e aprendendo as lides campeiras, de certo forma ajudando nos trabalhos de mangueira, com a bicharada, e à noite sempre aquela reunião ao redor do fogo de chão, escutando causos contados pelos peões e comendo bóia campeira”, recorda.

Entre idas e vindas, de uma querência a outra, con-tinua até hoje no campo. “Já me aquerenciei na localidade de M’bororé, interior do Município de Itaqui-RS, no próprio

Município também, já vivi na cidade de São Borja, no Cen-tro, na rua João Manoel, 2615, onde hoje residem meus pais e, atualmente, vivo em minha fazenda, a Santa Cecília, na localidade de São Miguel, no interior do Município de São Borja-RS”, explica ao garantir que o campo é sua vida, pre-tende permanecer por lá até o “Patrão lá de riba” o chamar para a querência eterna. Traz na memória lembranças das lidas campeiras e, principalmente das tropeadas. “As tropas já não eram de longa distância, a última que participei du-rou 45 dias. O capataz ganhava o dobro do peão. A tropea-da iniciava com três tropeiros. A partir das 300 reses, para cada 100 reses a mais era colocado mais um tropeiro. Tropa com mais de 500 reses e próximo de 1.000 reses, era divi-dida em duas e, dependendo da distância, cada tropeiro

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O lobisomem do arvoredo

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tinha que levar um ou dois cavalos de marcha”, explica. E essas vivências estão eternizadas em suas poesias: “Tropei-ro do Rio Grande não usa cargueiro, leva a carne debaixo dos pelegos e os mantimentos na mala de garupa”.

Desde criança queria ser ginete e cantor. “Meu pri-meiro contato com a música foi quando eu ainda era pia, escutando o Rodeio Formiga, todos os domingos, numa rádio de Porto Alegre e, principalmente, ouvindo meu Pai

tocar violão”, lembra Mano Lima que teve o primeiro violão de lata de azeite: “Queria ter um violão e meu Pai não podia me dar, então fiz um com latas de azeite e as cordas fiz com linha de pescar....”, conta com humor ao relatar que para ter a gaita o desafio foi maior ainda. “Eu tinha muita vontade de ter uma gaita. Então os amigos se reuniram e me presentearam com uma. Mas vendi para poder comprar um chapéu para ir numa tropa na cidade de Uruguaiana, com o trato de que na volta compraria ela de novo. E assim aconteceu...comprei a gaita de novo”. Tal instrumento o acompanha até hoje na grava-ção dos seus CDs. Ao ser questionado sobre escolaridade não titubeia e responde com o humor que lhe é peculiar: “As letras eu já aprendi, só me falta acolherar”. Apesar de não ter o co-nhecimento formal, Mano Lima é um mestre em abstrair da realidade a essência para, em palavras, transformá-la em poesia. Retrata como poucos a relação da vida do gaúcho com o campo e o cavalo. Compreende e explica os princi-pais temas que preocupam a humanidade a partir de suas experiências. Por isso é conhecido por muitos como o “filó-sofo dos pampas”. Por exemplo: para falar do amor, recorre à lida do aparte. Diz que “no amor, assim como no aparte do gado, tem a hora certa: se não for no momento exato, nunca mais”. Entende também “que o homem doma o ca-valo e a vida doma o homem: um se conhece em rodeio e o outro na causa que abraça”. E essa arte de relacionar--se com o animal requer muita sensibilidade e firmeza. “ Domar um cavalo para mim é se comunicar com o animal, para que ele não sinta medo. Domar bem de baixo, tirando--lhes as cócegas, fazer obedecer e domar no lombo”, ensina ao constatar que o gaú-cho do campo não pode viver sem um animal de confiança. “O Cavalo para o gaú-cho é tudo, ou quase tudo! Um campeiro a pé não arruma nem pouso numa fazenda, pois é visto como um andarilho qualquer e não um gaúcho”.

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Já ficou evidente que a inspiração para as suas poe-sias está diretamente relacionada com campo, mas isso não é tão simples assim. O segredo, para ele, está no observar a relação do homem com os animais e a natureza. “Minha inspiração vem do campo, andando a cavalo e olhando a natureza que se transforma a cada estação”.

Lá, na Estância Santa Cecília, é comum na época da tosquia, encontrá-lo às voltas na lida, tosando ovelhas com a habilidade de poucos. Quando o negócio é cerca, não tem problema! Mano pega as ferramentas e, no lombo do cava-lo, parte para o trabalho. Assim, cuida da criação de gado, dos cavalos crioulos e das mulas. Gosta por demais dessa vida. E a concilia com a profissão de cantor, instrumentista e compositor. Faz shows dentro e fora do Rio Grande do Sul, mas sem exagero. No máximo três por semana. É que va-loriza muito o contato com seu público através dos palcos. Gosta de chegar antes, prosear com o povo. Por isso, todo o cuidado com as apresentações. “O palco é tudo! É onde sinto se estou em sintônia com meu público, é onde sinto a presença de Deus!”, garante. A carreira de Mano Lima ganhou impulso no período que trabalhava numa fazenda em São Borja quando conheceu o poeta Aparício Silva Rillo que o levou para os Anhangueras, experiência que maçou o início da carreira. “A minha passa-gem pelos Angueras foi rápida, mas marcante! Fui com eles até onde não fui sozinho!”, destaca.

Com uma carreira artística reconhecida em todo o Brasil, pois onde há um gaúcho tem tradicionalista ad-mirando Mano Lima, é um defensor ferrenho da cultura gaúcha. Porém compreende que para ser gaúcho não é necessário nascer no Rio Grande do Sul. É, sim, questão de estado de espírito. “Os que não são gaúchos, mas gos-tam da tradição são mais gaúchos que os nascidos no Rio Grande do Sul, porque são gaúchos por opção, por espírito. Assim, pesquisam e conhecem tudo: os costumes, a histó-ria... Nossa tradição é muito forte e nossa cultura muito bo-nita”, declara.

E para manter e cultivar a cultura gaúcha os que amam a tradição devem ter atitude, postura diante das imposições culturais que insistem em ocupar espaço em nossa querên-cia. De acordo com Mano, basta “ignorar o que vem de fora e cultivar os costumes autênticos de nossa terra”.

Neste sentido, valoriza o trabalho realizado pelos tra-dicionalistas nas mais diferentes sociedades, mas destaca o papel dos Centros de Tradições Gaúchos, espalhados por todo o Brasil e até no exterior. “Os CTGs foram e são o esteio e a valorização da nossa cultura”, reconhece.

A carreira vitoriosa de Mano Lima está materializa-da no lançamento de 12 CDs, nenhum deles com ven-dagem inferior a trinta mil discos cada. Está concluindo a produção do décimo terceiro disco que logo estará à disposição de todos os fãs.

Conta que ainda não produziu DVD, e se gravar será sob algumas condicionantes. “DVD, se eu fizer, será mostrando as lides campeiras que aprendi com meu Pai e outros tantos amigos. Quero mostrar a cultura da minha região, a tosa de ovelha, como con-duzir uma tropa, a doma e outras lides”, detalha o homem que atualmente en-contra-se solteiro e tem um casal de fi-lhos. Um deles, nes-te momento, segue os passos do pai. “O guri, o Pedro, é mú-sico, canta comigo uma música, mas não sei se será um profis-sional”, pondera.

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Mano declara-se um ho-mem de fé e isto está eviden-te em seus trabalhos. Gravou Ave Maria com um grupo de crianças e, ao fazer a introdu-ção, declarou: “Quando um ho-mem agarra na mão de Deus pode ‘trupicá’, mas não cai. É como um guri que agarra na bombacha do pai e sabe para onde vai...”. Ao ser per-guntado sobre o que representam Maria e Deus em sua vida, disse: “Maria representa a mãe espi-ritual, que leva minhas preces ao Filho. Deus representa tudo para mim - princípio, meio e fim”, conclui.

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Aconteceu no dia 10/10/2011 nas dependências da fazenda coxilhão, município de Água Doce-SC- uma pa-lestra sobre sal mineral e seu uso ade-quado, e foi organizada pelos proprie-tários da fazenda, Rogério Dornelles e Jacqueline Baptista em parceria com a Santagro agropecuária. A palestra foi proferida por consul-tor da TORTUGA, e atravéz de um bate papo informal, foram abordados vários assuntos relativos a como melhorar a saúde do rebanho e aumentar a lucrati-vidade da propriedade, fazendo o uso correto do sal mineral. Que aliás tá cada vez mais moderno, e não dá mais para o criador achar que sal é tudo igual, basta por no coxo que o gado lambe, não! tem que adequar, peso, idade, e acima de tudo a necessidade do rebanho,(carne, leite,fertilidade,etc...) ao tipo de sal certo, tem um tipo desenvolvido exatamente para cada animal, Esse foi apenas um dos tópicos discutidos, falou-se também do manejo, saleiros etc... os participantes puderam comprovar que realmente po-tencializar o rendimento buscado.

E não só com relação ao sal mine-ral, o palestrante deixou claro através de investimentos bem direcionados usando produtos de boa qualidade o sucesso é garantido. Na oportunidade estiveram presen-te criadores da região, que puderam ex-por suas experiências e tirar suas duvidas sobre vários assuntos ligados a pecuária, e através de seus depoimentos, eviden-ciou ainda mais a tese do palestrante, de que quando se alia produtos de qualida-de a uma boa administração o custo be-neficio é surpreendente.

palestra sobre sal mineral e seu uso adequado

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Água doce trabalha o turismo como nova possibilidade de desenvolvimentoPaisagens de beleza cênica, bons vinhos e o maior conjunto eólico do Estado de Santa Catarina:

elementos que fazem o pequeno município de Água Doce despontar no cenário turístico catarinense.

Situada na região meio oeste do Estado, na divisa com o município paranaense de Palmas, Água Doce possui uma população de aproximadamente 7000 habitantes. Tem sua economia voltada à agropecuária, sendo esta a principal fonte de receita do Município através da criação de bovinos, ovinos, suínos e aves e da produção das culturas de batata, soja, milho, feijão, maçã e frutas de caroço. Água Doce tem se destacado também no setor da vitivinicultura. Embora novo, este segmento tem se mostrado cada vez mais promissor e levado o nome de Água Doce ao Brasil e ao mundo. Com regiões de clima e solo de características únicas, situadas a mais de 1300 metros de altitude, surgem vinícolas que se utilizam deste terroir para a fabricação de vinhos finos, premiados, inclusive, internacionalmente. É o caso da Vinícola Villaggio Grando, no Distrito de Herciliópolis, que já teve vários de seus rótulos reconhe-cidos em nível mundial pelo exigente mercado do vinho. Ademais, a mesma é também famosa pelas suas charmosas instalações, onde o bom gosto e cuidado permanente atra-em a atenção, numa mistura perfeita entre o rústico e o sofisticado. A altitude propicia também, condições de vento em velocidade e constância ade-quadas que favoreceram a implantação do maior conjunto eólico de Santa Catarina. A Capital Catarinense da Energia Eólica conta hoje com 23 aerogeradores que produzem energia para a região de Água Doce e Palmas. A partir do próximo ano, o Município con-tará também com a produção de energia de mais 86 aerogeradores distribuídos em seis novos parques eólicos, que além de aumentarem a capacidade energética do Estado, são exemplo de sustentabilidade ambiental, já que se trata de uma fonte de geração de energia limpa, renovável e que tem impacto mínimo sobre o ambiente em que está inserida. Isto sem contar a beleza do contraste entre a tranqüilidade dos campos com a imponência dos aerogeradores e a tecnologia das máquinas com as fazendas centenárias localizadas nas proximidades. Todos estes aspectos fazem parte de um rol de atrativos que o Município de Água Doce visa explorar através do turismo. No entanto, para que ocorra o desenvolvimento pleno desta atividade de maneira que esta se torne sustentável em todas as suas di-mensões, a Administração Municipal de Água Doce realizou a contratação da consultoria técnica do Sebrae. Os trabalhos iniciaram no mês de maio deste ano, por meio da realização de pa-lestras de sensibilização com foco na elucidação das autoridades dos poderes executivo e legislativo e também da comunidade local, sobre o que é o turismo e os benefícios que o mesmo pode trazer ao Município. As ações tiveram continuidade com as oficinas de capacitação turística, as quais, por meio de dinâmicas de grupo e atividades lúdicas, a comunidade pode conhecer al-guns conceitos básicos do turismo. Em sequência às oficinas, foram realizados seminá-

rios de planejamento, onde com o conhecimento prévio adquirido nas oficinas, o próprio grupo - posteriormente denominado Comitê Gestor - decidiu quais seriam as linhas que conduziriam o turismo no Município.

Deste Comitê Gestor partiram muitas das iniciativas que já estão sendo implantadas. Uma delas faz alusão ao trabalho realizado junto ao setor comercial de Água Doce, diagnosticado como uma das peças fundamentais no processo de desenvol-vimento do turismo. Dentre as atividades realizadas, destacam-se a pesquisa feita com os munícipes com o objetivo de conhecer o comportamento de compra do consumidor água docense, oficinas de capacitação turístico-empresarial e um mini-curso sobre aten-dimento ao cliente, todas realizadas em parceria com a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Urbanismo e a Câmara dos Dirigentes Lojistas. Ainda deste Comitê Gestor, surgiu o grande diferencial que conduzirá os traba-lhos do turismo de Água Doce: o campeirismo e o tropeirismo foram as correntes diag-nosticadas pelo grupo como grandes marcos a serem seguidos pelo turismo, tendo como base a história do município – inclusive o próprio nome – a cultura e os hábitos ainda cultivados pelos moradores da região. Após a definição deste foco, foi realizada no início do mês de novembro uma via-gem técnica aos municípios catarinenses de Urubici, São Joaquim e Bom Jardim da Serra, onde os participantes do Comitê Gestor e demais interessados conheceram como estes municípios trabalham o turismo, já que possuem uma realidade muito semelhante à de Água Doce. As atividades deste ano encerraram com o Fórum de Turismo, realizado no dia 23 de novembro, onde foi apresentado à comunidade local todas as ações desenvolvidas, da mesma forma que as atividades previstas para o próximo ano, quando ao término deste período Água Doce terá um roteiro turístico formatado.A responsável pelo Departamento de Turismo de Água Doce, Kárin Ane Côrso, julga es-senciais as ações que estão ocorrendo no Município. Segundo ela “está se trabalhando a base do turismo, para posteriormente iniciar as ações mais específicas da área”. Ainda conforme Kárin, o fato da comunidade estar incluída e participando ativamente do pro-cesso é o que dá legitimidade ao trabalho, da mesma forma que garante sua continui-dade.

Kárin destaca ainda que, outras atividades paralelas estão acontecendo neste ín-terim, como a organização de roteiros e acompanhamento de visitas de grupos advindos de vários municípios da região, bem como, a realização da segunda edição do Concurso de Decoração Natalina – A Energia do Natali, em parceria com a Secretaria de Indústria, Comércio e Urbanismo.

Parques eólicos Horizonte e Água Doce (Cheila Pegoraro)

Monumento ao Tropeiro

(Visare Comunicação)

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CABANHA VENSON RECEBE VISITA DE PESQUIZADORA DO ExTERIOR

A Cabanha Venson de propriedade de Vilmar Venson situada na linha madureira, município de Honorio Serpa recebeu no dia 27 de Outubro a visita de professores, pes-quizadores e criadores de ovinos e caprinos de varias regi-ões do Brasil e do exterior.

Isso mesmo dentre os visitantes estava a pesquisa-dora Erika Muela Garrido ligada à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Zaragoza (Espanha) que re-latou a experiência do Grupo chamado: Pastores, trata-se de uma cooperativa formada há cerca de 30 anos que reú-ne mais de 1.200 criadores. Eles produzem carne de ovelha com denominação de origem, vendida em toda a Espanha e também exportada para diversos países europeus.

A visita aconteceu durante o 3º Simpósio Sul Brasi-leiro de caprinos e Ovinos, realizado nos dias 25, 26 e 27 de Outubro na cidade de Pato Branco. O evento dirigido à profissionais da assistência técnica e extensão rural, pes-quisadores, estudantes de ciências agrárias e criadores, movimentou o parque de exposições Ulisses Viganó.

O proprietário da Cabanha Venson, Sr. Vilmar Venson tem como carro chefe de sua criação a venda de matrizes e reprodutores de caprino da raça Boer, contando atual-mente com cerca de 400 animais, pretendendo ampliar sua criação para 500 matrizes. Além da caprinocultura, possui uma grande diversificação em sua propriedade, produzindo grãos (soja e milho), gado de leite, gado de corte e diferentes espécies de aves (galinhas, gansos, pe-rus, galinhas da angola e outros).

Aconteceu também durante o 3º simpósio sul brasi-leiro um leilão de caprinos e ovinos selecionados, o cria-dor Vilmar Venson disponibilizou animais de seu plantel para comercialização e destacou que sempre que puder estará apoiando e incentivando eventos como este, que além de projetarem a raça e consequentemente sua ca-banha, leva ao conhecimento de muitos as raças que são criadas aqui, na região sudoeste do Paraná. “é um trabalho que vem reconhecer o nosso” completa Vilmar, referindo-se ao simpósio.

VILMAR VENSON(46) 3232-1160 - 9911-4003 - 9972-1495 - [email protected] Vivida- PR

Criador de Caprinos participa do 3º Simpósio Sul Brasileiro de Caprinos e Ovinos

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AO PÉ DO FOGO

Naquele tempo os campos ainda eram abertos, não havia en-tre eles nem divisas nem cercas; so-mente nas volteadas se apanhava a gadaria chucra, e os veados e os avestruzes corriam sem empecilhos.

Era uma vez um estancieiro, que tinha uma ponta de surrões cheios de onças e meias doblas e mais mui-ta prataria; porém era muito cauíla e muito mau, muito. Não dava pousa-da a ninguém, não emprestava um cavalo a um andante, no inverno o fogo de sua casa não fazia brasas; as geadas e o minuano podiam entangir gente, que a sua porta não se abria; no verão a sombra dos seus umbus só abrigava os cachorros; e ninguém de fora bebia água das suas cacimbas. Mas também quando tinha serviço na estância, ninguém vinha de vontade dar-lhe um ajutório; e a campeirada folheira não gostava de conchavar--se com ele, porque o homem só dava para comer um churrasco de tourito magro, farinha grossa e erva caúna e nem um naco de fumo... e tudo, de-baixo de tanta somiticaria e choradei-ra, que parecia que era o seu próprio couro que ele estava lonqueando... Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino cargoso como uma mosca, para um baio cabos negros, que era o seu parelheiro de confiança, e para um escravo, pequeno

ainda, muito bonitinho e preto como carvão e a quem todos chamavam so-mente o “Negrinho”.

A este não deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se di-zia afilhado da Virgem, Senhora Nossa que é a madrinha de quem não a tem.

Todas as madrugadas o ne-grinho galopeava o parelheiro baio; depois conduzia os avios do chimarrão e à tarde sofria os maus-tra-tos do menino, que o judiava e se ria.

Um dia, depois de muitas nega-ças, o estancieiro atou carreira com um seu vizinho. Este queria que a parada fosse para os pobres; o outro que não, que não!, que a parada devia ser do dono cavalo que ganhasse. E trataram: o tiro era trinta quadras, a parada, mil onças de ouro. No dia aprazado, na cancha da carreira havia gente como em festa de santo grande. Entre os dois parelheiros a gauchada não sabia deci-dir, tão perfeito era e bem lançado cada um dos animais. Do baio era a fama que quando corria, corria tanto, que o ven-to assobiava-lhe nas crinas; tanto, que só se ouvia o barulho mas não lhe viam as patas bateram no chão... E do mouro era voz que quanto mais cancha, mais agüente, e que desde a largada ele ia ser como um laço que se arrebenta. As parcerias abriram as guaiacas, e aí no mais já se apostavam aperos contra rebanhos e redomões contra lenços.

- Pelo baio! Luz e doble!...

- Pelo mouro! Doble e luz!... Os corredores fizeram as suas partidas à vontade e depois as obri-gadas; e quando foi na última, fizeram ambos a sua senha e se convidaram. E amagando o corpo, de rebenque no ar, largaram, os parelheiros meneando cascos, que parecia uma tormenta...

       -Empate! Empate!, gritavam os aficionados ao longo da cancha por onde passava a parelha veloz, compassada como numa colhera.              -Valha-me a Virgem Madri-nha, Nossa Senhora!, gemia o Ne-grinho. Se o sete léguas perde, o meu senhor me mata! Hip-hip-hip!...      E baixava o rebenque, cobrindo a marca do baio.        - Se o corta-vento ganhar é só para os pobres!... retrucava o outro cor-redor. Hip-hip!

E cerrava as esporas no mou-ro. Mas os fletes corriam, com-passados como numa colhera.

Quando foi na última quadra, o mouro vinha arrematado e o baio vi-nha aos tirões... mas sempre juntos, sempre emparelhados. E a duas bra-ças da raia, quase em cima do laço, o baio assentou de sopetão, pôs--se um pé e fez uma cara-volta, de modo que deu ao mouro tempo mais que preciso para passar, ganhando de luz aberta! E o Negrinho, de um pêlo, agarrou-se como um ginetaço.             - Foi mau jogo!, gritava o estan-cieiro. - Mau jogo!, secundavam os ou-tros da sua parceria.

NEGRINHO DO PASTOREIO

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            A gauchada estava dividida no julgamento da carreira; mais de uma torena coçou o punho da adaga, mais de um desapresilhou a pistola, mais de um virou as esporas para o peito do pé... Mas o juiz, que era um velho do tempo da guerra de Sepé-Tiarayú, era um juiz macanudo, que já tinha visto muito mundo.      Abanando a cabeça bran-ca sentenciou, para todos ouvirem.             - Foi na lei! A carreira é de para-da morta; perdeu o cavalo baio, ga-nhou o cavalo mouro. Quem perdeu, que pague. Eu perdi cem gateadas; quem as ganhou venha buscá-las. Foi na lei! Não havia o que alegar. Des-peitado e furioso o estancieiro pagou a parada, à vista de todos atirando as mil onças de ouro sobre o poncho do seu contrário, estendido no chão.        E foi um alegrão por aque-les pagos, porque logo o ganha-dor mandou distribuir tambeiros e leiteiras, covados de baeta e ba-guais e deu o resto, de mota, ao po-brerio. Depois as carreiras seguiram com os changueiritos que havia.         O estancieiro retirou-se para a sua casa e veio pensando, pensando, cala-do, em todo o caminho. A cara dele vi-nha lisa, mas o coração vinha corcove-ando como touro de banhado laçado a emia espalda... O trompaço das mil onças tinha-lhe arrebentado a alma.             E conforme apeou-se, da mes-ma vereda mandou amarrar o Negri-nho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.             Na madrugada saiu com ele e quando chegou no alto da coxilha fa-lou assim: - Trinta quadras tinha a can-cha da carreira que tu perdeste: trinta dias ficará aqui pastoreando a minha tropilha de trinta tordilhos negros...             “O baio fica de piquete na soga e tu ficarás de estaca!”            O Negrinho começou a chorar,

enquanto os cavalos iam pasteando.             Veio o sol, veio o vento, veio a chuva, veio a noite. O negri-nho, varado de fome e já sem for-ças nas mãos, enleiou a soga num pulso e deitou-se a um cupim.             Vieram então as corujas e fizeram roda, voando, paradas no ar e todas olhavam-no com os olhos reluzentes, amarelos na escuridão. E uma piou e todas piaram, como rindo-se dele, paradas no ar, sem barulho nas asas. O Negrinho tremia, de medo... porém de repente pensou na sua madrinha Nossa Senhora e sossegou e dormiu. E dormiu. Era já tarde da noite, iam pas-sando as estrelas; o Cruzeiro apareceu, subiu e passou, passaram as Três Ma-rias; a Estrela d’alva subiu... Então vie-ram os guaraxains ladrões e farejaram o Negrinho e cortaram a guas-ca da soga. O baio sentiu-se solto, rufou a galope, e toda a tropilha com ele, escaramuçando no escu-ro e desguaritando-se nas canhadas.         O tropel acordou o Negrinho; os guaraxains fugiram, dando berros de escárnio. Os galos estavam cantan-do, mas nem o céu nem as barras do dia se enxergava: era a cerração que tapava tudo.      E assim o Negrinho perdeu o pas-toreio. E chorou.            O menino maleva foi lá e veio dizer ao pai que os cava-los não estavam. O estancieiro  mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma surra de relho.                         E quando era já noite fechada or-denou-lhe que fosse campear o perdi-do. Rengueando, chorando e gemen-do, o Negrinho pensou na sua madri-nha Nossa Senhora e foi ao oratório da casa, tomou o cotoco de vela aceso em frente da imagem e saiu para o campo. Por coxilhas, canhadas, nas becas dos lagões, nos paradeiros e nas restingas,

por onde o Negrinho ia passando, a vela benta ia pingando cera no chão; e de cada pingo nascia uma nova luz, e já eram tantas que clareavam tudo.                        O gado ficou deitado, os touros não escarvaram a terra e as manadas chucras não dispararam...        Quando os galos estavam cantando, como na véspera, os cavalos relincharam todos juntos. O Negrinho montou no baio e tocou por diante a tropilha, até a co-xilha que o seu senhor lhe marcara. E assim o Negrinho achou o pastoreio. E se riu...   Gemendo, gemendo, gemendo, o Negrinho deitou-se encostado ao cupim e no mesmo instante apagaram--se as luzes todas; e sonhando com a virgem, sua madrinha, o Negrinho dor-miu. E não apareceram nem as corujas agoureiras nem os guaraxains ladrões; porém pior do que os bichos maus, ao clarear o dia veio o menino, filho do estancieiro e enxotou os cavalos, que se dispersaram, disparando cam-po fora, retouçando e desguaritando--se nas canhadas. O tropel acordou o Negrinho e o menino maleva foi dizer ao seu pai que os cavalos não estavam lá..

E assim o Negrinho perdeu o pastoreio. E chorou...         O estancieiro mandou outra vez amarrar o Negrinho pelos pulsos a um palanque e dar-lhe, dar-lhe uma sur-ra de relho... dar-lhe até ele não mais chorar nem bulir, com as carnes recor-tadas, o sangue vivo escorrendo do corpo...

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O Negrinho chamou pela Vir-gem sua madrinha e Senhora Nossa, deu um suspiro triste, que chorou no ar como uma música, e pareceu que morreu... E como já era noite e para não gastar a enxada em fazer uma cova, o estancieiro mandou atirar o corpo do Negrinho na panela de um formigueiro, que era para as formigas devorarem-lhe a carne e o sangue e os ossos... E assanhou bem as formigas; e quando elas raivosas, cobriram todo o corpo do Negrinho e começaram a trincá-lo, é que ele então se foi embora sem olhar para trás.

      Nessa noite o estancieiro sonhou que ele era, ele mesmo, mil vezes e que tinha mil filhos negrinhos, mil cavalos baios e mil vezes mil onças de ouro... e que tudo isto cabia folgado dentro de um formigueiro pequeno... Caiu a serenada silenciosa e mo-lhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas.            Passou a noite de Deus e veio a manhã e o Sol encoberto. E três dias houve cerração forte, e três noites o estancieiro teve o mesmo sonho. A pe-onada bateu campo, porém ninguém achou a tropilha e nem o rastro. Então o senhor foi ao formigueiro, para ver o que restava do corpo do escravo. Qual não foi o seu grande espanto, quando, chegado perto, viu na boca do formigueiro o Negrinho de pé, com a pele lisa, perfeita, sacudindo de si as formigas que o cobriam ainda!...             O Negrinho, de pé, e ali ao lado, o cavalo baio, e ali junto a tropilha dos trinta tordilhos... e fazendo-lhe frente, de guarda ao mesquinho, o estancieiro viu a ma-drinha dos que não a tem, viu a

Virgem, Nossa Senhora, tão sere-na, pousada na terra, mas mostran-do o céu... Quando tal viu, o senhor caiu de joelhos diante do escravo.   E o Negrinho, sarado e risinho, pulan-do de em pêlo e sem rédeas no baio, chupou o beiço e tocou a tropilha a galope.            E assim o Negrinho pela última vez achou o pastoreio. E não chorou, nem riu.         Correu no vizindário a nova do fadário e da triste morte do Negri-nho devorado na panela do formi-gueiro. Porém logo, de perto e de longe, de todos os rumos do ven-to, começaram a vir notícias de um caso que parecia milagre novo...             E era, que os pastoreios e os an-dantes, os que dormiam sob palhas dos ranchos e os que dormiam na cama das macegas, os chasques que cortavam por atalhos e os tropeiros que vinham pelas estradas, mascates e carreteiros, todos davam notícia - da mesma hora - de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, gi-neteando de em pêlo, em um cavalo baio!          Então, muitos acenderam velas e rezaram o Padre-Nosso pela alma do ju-diado. Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma coisa, o que fosse, pela noite velha o Negrinho campea-va e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o remiu e salvou e dera-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.             Todos os anos, durante três dias, o Negrinho desaparece: está metido em algum formigueiro grande, fazen-do visitas às formigas, suas amigas; a sua tropilha esparrama-se; e um aqui, outro por lá, os seus cavalos retouçam nas manadas das estâncias. Mas ao

nascer do sol do terceiro dia, o baio re-lincha perto do sei ginete; o Negrinho monta-o e vai fazer a sua recolhida; é quando nas estâncias acontece a dis-parada das cavalhadas e a gente olha, olha, e não vê ninguém, nem na ponta, nem na culatra.

            Desde então e ainda hoje, con-duzindo o seu pastoreio, o Negrinho, sarado e risonho, cruza os campos, cor-ta os macegais, bandeia as restingas, desponta os banhados, vara os arroios, sobe as coxilhas e desce às canhadas.             O Negrinho anda sempre à pro-cura dos objetos perdidos, pondo--os de jeito a serem achados pelos donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luz ele leva para o altar da Virgem, Nossa Senho-ra, madrinha dos que a não tem.          Quem perder suas prendas no campo, guarde uma esperança; junto de algum moirão ou sob as ramas das árvores, acenda uma vela para o Ne-grinho do pastoreio e vá lhe dizendo:       -Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi!...             Se ele não achar... ninguém mais.

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Por Cleverson Ramão Marques Pinto

ACORDES DO CAMPO

CRISTIANO QUEVEDO

Cristiano quevedo é um gaú-cho de Piratini, histórica ca-pital farroupilha, que nas-ceu para cantar os destinos campeiros.

   Um apaixonado pelos costumes gaúchos, monta desde guri e aos 14 anos, já era integrante de in-vernada artística no tradicionalismo de Piratini e aos 17 era radialista profissio-nal. Cedo tomou gosto pelos rodeios crioulos e pelas cavalgadas a lugares históricos. Nos rodeios, se dividia en-tre os tiros de laço e as tertúlias. Suas influências incluem grandes nomes como Elton Saldanha, Noel Guarani, Luiz Marenco, Jaime Caetano Braum, entre outros.

Desde 1994, participa dos fes-tivais nativistas como intérprete ou como compositor. É um vencedor e um dos intérpretes mais premiados do Rio Grande do Sul.         Em sua trajetória como cantor já são mais de 08 trabalhos realizados, o

primeiro e independente “Um Canto pra Ti” foi lançado em 1995, ainda em vinil e “Destinos” é o nome de seu pri-meiro CD. Logo em seguida vieram “Lu-zeiros”, “Pra Quem Tapeia o Chapéu” e “Pra Um Fim de Lida”, “Um Mate Novo”, “Coletânea 15 Anos de Estrada” e seu último trabalho, “Pé no Estribo”, lança-do em 2010, pela gravadora ACIT. Além de ser integrante do projeto “Buenas e M’Espalho” ao lado de Shana Muller, Érlon Péricles e Ângelo Franco. trabalhos estes que tem a marca de es-tilo contagiante de interpretar e o con-sagraram como um dos mais jovens e talentosos nomes da música nativista do Rio Grande do Sul, projetando seu nome além das fronteiras do estado e o levando a realizar uma turnê no Uruguai percorrendo mais de dez ci-dades onde centenas de hermanos platenses puderam conhecer seu tra-balho, o que resultou no convite para shows nos mais importantes festivais de música da América Latina, Festival Del Prado em Montevidéu, Festival In-ternacional de Durasno em Durasno, e ainda a gravação do CD “Cantos de

La Pátria Grande”, com a participação do Uruguaio Oscar Massita e de dois ícones da música Latina Americana, Pepe Guerra e Hector Numa Moraes. Se quiseres acompanhar um pouco mais da carreira de Cristiano Quevedo, tu podes entrar no site: www.cristianoquevedo.com

A MÚSICA

Gaúcho de coração.

Há quem pense que gaúcho é aquele que nasce no Estado do Rio Grande do Sul, mas, este termo não se define apenas pelas fronteiras geográ-ficas. Gaúcho é aquele que, ao longo de sua história, adquiriu e conquistou um respeito singular perante a sociedade, independente de seu Estado de ori-gem. Gaúcho é um estado de espírito e, por isso, qualquer individuo nascido ou não no Rio Grande do Sul, pode ser gaúcho.

Na música gaúcho de coração se exalta o amor pela pátria que todos de-vemos cultivar dentro de nós.

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Dica do colunista:

Bueno, pra ti deixar esta música abagualada, tu po-des chamar mais um violonista e um gaiteiro para te fazer costado, tendo em vista que na versão original há vários instrumentos,deixando a música mais “encorpada”.Com um violão base, um solado e uma gaita esta música fica buenacha por demais.

O mundo que preza a bandeira, que fez a fronteira com sangue no chão.

A

Eu sou guardião desse mundo, de alma guerreira e rédeas na mão,

C#m F#m B

Mas me pilcho de paz, quando ponteio um violão.

A

Sou gaúcho de rédeas na mão,

C#m

Sou gaúcho ponteando um violão.

F#m

Neste mundo de Deus,

B E E7

Sempre fiel ao meu chão.

A

Sou gaúcho de laço e canção,

C#m

Sou gaúcho peleia e paixão.

F#m

Neste mundo que é meu,

B E

Gaúcho é meu coração.

E

O peito com jeito de pedra, de cerca farrapa, de flecha certeira,

F#m

Na lida mostrei o destino pra muito malino sem eira nem beira.

A

A adaga desenha a desgraça pra alguém que me faça perder a estribeira,

C#m F#m B

Mas me amanso ao mirar, um certo olhar na boieira.

E

As rédeas que trago bem curtas evitam que o tempo dispare de mim,

F#m

A vida me atora de bala e cada balaço não é de festim.

A

Eu sou garantido e sustento meu mundo e meu jeito gaúcho até o fim,

C#m F#m B

Mas sou pura emoção, se meu amor diz que sim.

A

Sou gaúcho de rédeas na mão,

C#m

Sou gaúcho ponteando um violão.

F#m

Neste mundo de Deus,

B E E7

Sempre fiel ao meu chão.

A

Sou gaúcho de laço e canção,

C#m

Sou gaúcho peleia e paixão.

F#m

Neste mundo que é meu,

B E (2x)

Gaúcho é meu coração.

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011 79

Page 80: Revista Tche Campeiro Edição 12

Por Dimitri

POEMAS & PAYADAS

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

oão Sampaio, nome ar-tístico, nasceu em Itaqui, em 14 de agosto de 1957!

Poeta, compositor, histo-riador, tradutor, escritor,

filólogo e estudioso da cultura e dos dialetos nativos da América Latina, tem 10 livros editados e vários inéditos na área do folclore, do anedotário, da cultura afro e ameríndia.

Com 04 (quatro) CDs gra-vados, lançou em 2001, pelo Ins-tituto Estadual do Livro (IEL) o livro de poemas Vinte e Seis Po-emas Guaranis e Cin-co Canções do Rio, onde resgata poética e etimologicamente as lendas etiológicas da fauna e da flora bem como as crendices, superstições, mitos e toda a urdidura complexa do povo guarani, cuja cultura pesquisou no Bra-sil, na Argentina e no Paraguai. Na área musical, João Sam-paio, tem parcerias com os maiores nomes da mu-sicalidade contemporânea do sul do Brasil e além de ter textos publicados no Uru-guai, Argentina e Paraguai, poemas traduzidos no Ja-pão e letras gravadas na Suíça, de sua pena saíram sucessos antológi-cos e clássicos como Entrando no Boro-ré, O Sul é meu País, Bagual Corcoveador, Criado em Galpão e inúmeras outras de um acervo de quase mil músicas gravadas.

Juntamente com Aureliano de Figueiredo Pinto e Jayme Caetano Braun foi o letrista mais gravado por Noel Guarany, prefaciou inúmeros li-vros e guias turísticos e telefônicos no Brasil e na Argentina; escreveu os tex-tos de apresentação dos CDs de Luiz Marenco (inclusive o primeiro), César Oliveira, Jorge Guedes, Xirú Missio-neiro, Xiruzinho, Jorge Leal e Aroldo Torres, Luiz Carlos Borges e de vá-rios eventos do circuito dos festivais.

Defensor pioneiro

e precursor da integração cul-tural da América Latina, João Sampaio além de escrever em guarani e espanhol traduziu e adaptou obras dos uruguaios Serafín J. Garcia, Osíris Rodrigues Castillos, Juan Zorrilla de San Martin, Aníbal Sampayo e El Viejo Pancho; dos argentinos Atahualpa Yupanqui,

Ramón Ayala, Ernesto Che Guevara, Antônio Tarragô Rós e Teresa Parodi e dos paraguaios A. Pelala, Ascêncio Gabriel e Ramón Rodriguez. Pertence a Academia Itaquiense de Letras, a Sociedade Brasileira de Au-tores Compositores e Escritores de Mú-sica, a Casa do Poeta Rio-Grandense, a Associacíon de Los Escritores Sín Fronteras e a Associação Nacional dos Compositores e Intérpretes de Músicas (ANACIM).

Disponível na maior biblioteca virtual do mundo, The Free Encyclope-dia, uma biografia sua em inglês bem como algumas músicas de sua autoria. João Sampaio ex-Diretor de Cultura do Município de Itaqui, Adminstra-dor do Theatro Prezewodowski (o segundo mais antigo do Brasil), ano passado lançou o CD du-plo João Sampaio: Iluminado e Eclético – 26 Anos de Arte,

que teve a participação espe-cial de Jorge Guedes, Luiz Marenco, Elton Saldanha,

João de Almeida Neto, Lisandro Amaral, Antônio

Gringo, Noel Guarany, Pedro Jr., José Cláudio

Machado, Os Catarinas, Jorge Freitas e da jovem cantora Argentina

Gicela Méndez, atualmente residindo na França.

Atualmente está com dois CD’s duplos lançados respectivamente pe-los selos USA/DISCOS e MEGA TCHÊ onde comparecem alguns dos astros de maior brilho da constelação do canto terrunho. O primeiro CD duplo

JJOÃO SAMPAIO

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Page 81: Revista Tche Campeiro Edição 12

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

é QUERÊNCIA II AMIGOS DO JOÃO SAMPAIO que tem um texto iné-dito de apresentação do payador Jayme Caetano Braun e como convi-dados especiais: César Oliveira, Luiz Marenco, Antonio Tarrago Ros, Jorge Guedes, Alemão do M’Bororé, Ricardo Portto, Jorge Freitas, Marco Lima, Valdomiro Maicá, Juliano Moreno, Xirú Missioneiro, Elton Saldanha, Guilherme Piantá, Érlon Péricles, André Teixeira, Cristiano Quevedo, Marco Aurélio Vasconcellos, Carla Zambiasi, Grazi Andriotti, Adriano Posai, Índio Ribeiro, Juliano Javoski, Clenio Bibiano da Rosa, Pedro Júnior da Fontoura e Gentil Félix da Silva Neto. O segundo CD duplo recente-mente lançado é uma seleção de 35 MEGA SUCESSOS DE JOÃO SAMPAIO onde além dos nomes citados no CD anterior também se fa-zem presentes Shana Müller, Mano Lima, João de Almeida Neto, Jarí Terres, Roberta Ensslin e outros. Em fase de formatação final um CD em parceria com o mago do acordeón Oscar dos Reis que colocou melodia em várias letras de João Sampaio que serão cantadas por convidados especiais!!! Contatos: João Sampaio Rua XV de Novembro, 963 - Itaqui/RS Fone: [email protected]

RECUERDOS POSTEIROS (L: José João Sampaio da Silva / M: Noel Guarany)

Recém volvi lá da estância Depois de banhar o gado E esta tarde foi um forno

Com o sol do alto planchado As bolheadeiras... E as talhas

Repinicando o alambrado

É esse o rastro do casco Deste taura missioneiro Cruzo inverno a cavalo

Por este pago campeiro Em marchas e recolutas Desta lida de posteiro

Apesar desses rigores

Conservo a alma serena Se o meu poncho vara água E as garras chegam dar pena No meu rancho nunca falta Cara alegre e yerva buena!!

Assoviando campereio

Naquele flete de estouro Recorro bem o banhado

Por que é feio tirar um couro E o patrão me disse ontem

Que inté um guacho vale ouro!

Às vezes me falta plata Inté pra ver as morena

Faço de conta e não vejo Sigo meu tranco torena

Guincho galpão... Tranço laço Galopeio algum ventena!!

Enganchar um boi no laço

Num aparte em tempo feio Pra livrar um companheiro

De algum gavião sem costeio É um mandamento pampeano

Que aprendi no pastoreio...

O patrão me deu um pingo Um dos tanto que ele tem

Um primor de bom de rédea De patas solto também

Mas que amanhece aluado E não carrega ninguém

Já sovei-lhe o couro a mango Risquei ele com as choronas

Não encilho mais o tufo Nem com festas e cordeonas

Me rebentou um serigote E extraviou duas caronas!

Me falta força e tutano Pra seguir nessa labuta

Tenho o corpo mais pesado E a coragem menos bruta Pois só mágoas campereio

Com penas de recoluta!

E me vou deixando o rastro Na invernada e no potreiro

Tudo que fiz nesta vida Com garoa e com pampeiro Hoje... são simples memórias Do meu recuerdo posteiro!!!

COMO UM PEALO DE CUCHARRA (L: José João Sampaio da Silva / M: Noel Guarany)

Foi num final de setembroNuma manhã de viração

Que morreram na mesma hora... Um gaúcho e um capão...

Parece que a morte maulaCom o Diabo fez um acordo

E mandou o PEDRO CARRAPATOIr roubar um capão gordo!

Encilhou o mouro e saiuAssobiando um laralá

Pra ir se encontrar co’a morteDebaixo de um camboatá...

Quase três dias depoisO capão morto sangradoE o pingo pastando perto

Acharam o PEDRO,finado...

Morto não sabem do queIsso nunca se esclareceu

Ficou o capão penduradoE o PEDRO também morreu...

Sem velório e nem cortejoSó com a luz de um pirilampo

Foram os dois enterradosAli no fundo do campo...

Ficaram os dois na mesma covaComo quem morre na guerra

Dois corpos se esfarelandoPra virarem também terra!

Quando o tempo está pra chuvaOu quando a noite está escura

Um touro berra tristonhoE escarva na sepultura!!!

UM GAÚCHO E UM CAPÃOQUE O DESTINO FEZ PETECA

COM DOIS PEALOS DE PATRÃOQUE CERRARAM “NAS MUNHECA”!

A MORTE MAULA NÃO DEU TEMPODE RISCAR BEM O CAPÃO

FOI UM PEALO DE CUCHARRAQUE CERROU NAS DUAS MÃOS!!!!

* Tema inédito de JOÃO SAMPAIO, musica-do por JOSÉ PEDRO DA ROSA LIMA.

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Por Elizeu Collares

CURIOSIDADES

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

BOLICHO “Bolicho: venda, bodega da velha pampa bravia. O mesmo que pulperia, altar do fumo e da canha é pequeno e não se acanha de ter tão pouco ali den-tro. Foi ele o primeiro centro social da nossa campanha.” Jayme Caetano Braun

A Pulperia (bolicho). Cam-paña de Buenos Aires. 1858. Dese-nho de Jean León Palliere.

A campanha sempre foi despro-vida de abastecimento. Nas guerras, al-guns comerciantes seguiam as tropas levando mantimentos. Tais fornecedo-res receberam o nome de vivandeiros.

Em carretas, ou no lombo de burros, alguns homens percorriam os campos vendendo produtos, especial-mente tecidos, artefatos de ferro (fa-cas, facões, machados, foices), panelas e bebidas.

Mas, com a povoação regular do pampa, surgiram as casas de pequeno comércio nas beiras das estradas (os corredores) e nas encruzilhadas. Eram os bolichos (ou boliches), vocábulo introduzido pelos espanhóis na Amé-rica meridional. Seus donos construí-ram uma nova categoria na paisagem pampeana: a dos bolicheiros. Essas ca-sas, geralmente simples ranchos bar-reados e cobertos de capim santa-fé, passaram a fazer os negócios de secos e molhados, vendendo mantimentos e instrumentos indispensáveis á vida no campo.

“Parede de pau-a-pique, sete braças de comprido. Chão de barro bem batido, cobertura e capim. Garrafas nas pratelei-ras se entreveram com chaleiras, peças de chita e de brim.” (Apparicio Silva Rillo)

Na arquitetura crioula dos boli-chos, cantada pelo poeta, fazia parte do mobiliário um “balcão picado de faca, posto ao comprido pela sala, as-sim meio atravessado”. Além do comér-cio, transformaram-se em clubes de campanha, frequentados tanto pelos moradores da região como pelos via-jantes e gaúchos andarinhos. às vezes, neles passavam as tardes; e, no final de semana, os dias. No entanto, os cam-poneses pobres formavam a principal clientela.

Silva Rillo aproveitou essa contra-dição social e criou a imagem poética de que “a tábua de teu balcão é a mesa de comunhão da gauchada gaudéria; é o rude confessionário onde o guasca solitário chora as mágoas da miséria...”

Rinha de galos, 1858. Desenho de Jean León Palliere. Bueno Aires: Museu Histórico Nacional.

No seu espaço, o bolicheiro pas-sou a explorar diversos jogos, especial-mente os de carta, o truco, o de osso, a carreira de cavalos e a rinha de galo. Essa jogatina, em muitos casos, trans-formava-se em peleias, brigas de ada-

gas, arma que os homens do campo sempre traziam à cintura e no seu uso eram destros.

Outra vez, em um bolicho tomava uns tragos, à tarde; um taura, fazen-do alarde quebra e de valentão, foi se chegando, e meteu o pingo sob aramada; sem que lhe dissesse nada, me quedei junto ao balcão. Era um guapo ali do pago, a quem ninguém reeprendia, pois de que enredo vivia com o senhor coman-dante. E como era protegido, andava sempre entornado e a qualquer um des-graçado logo levava por diante.

(Martin Fierro, Canto VIII)

Mas os bolichos não promoviam só “bolichos”, nome utilizado no pam-pa para designar essas desordens. Também se transformavam em espaço de lazer e festa. Sempre que violeiros a gaiteiros surgiam, formavam-se es-pontaneamente as tertúlias. Por lon-gas horas, prosseguiam em cantorias, com músicas populares e versos im-provisados. Os “pajadores” contavam histórias do pampa, ou desafiavam ou-tros cantores para ver quem era o mais capaz da rima.

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SAÚDE ANIMAL

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Por Centauro

FEBRE AFTOSA

Febre Aftosa é uma doença altamente contagiosa que acomete animais de casco fendido, principalmente bovinos, bubalinos, suínos, ovinos e caprinos. Ataca

animais independentemente de sexo e idade. Causada por um grupo de ví-rus onde são classificados como A, O, C, SAT-1, SAT-2 e SAT-3. O vírus, apesar de ser sensível a luz e calor é vincula-do pelo ar, água, alimentos, também através de roupas, calçados de pessoas que estão em contato com os animais. O vírus persiste por meses em carcaças congeladas, principalmente na medu-la óssea, também em farinha de ossos, sendo um carreador do vírus.

A doença causa sérios prejuízos econômicos diretos devido a queda de produtividade dos animais acome-tidos, que apresentam febre alta, fra-queza, falta de apetite, podendo em alguns casos levar a morte e indiretos através de embargos econômicos im-postos pelos países importadores de carne. O vírus causa pústulas que le-vam a formação de aftas na boca, lín-gua, estômago, intestinos, tetos, pele e cascos , fazendo com que o animal te-nha dificuldade de se locomover e de se alimentar, apresentando salivação excessiva.

Lesões em boca, teto e casco de animais acometidos pelo vírus.

A forma de controle se dá a partir do sacrifício de animais suspeitos e doentes, onde se procede a destruição dos cadá-veres. Além da vacinação, que no Brasil , é obrigatória em bovinos e bubalinos, em alguns estados, obedecendo a um calendário ofi-cial e anual do Serviço de Defesa Sanitária Estadual do Ministério da Agricultura, onde se determi-na os meses das campanhas para

vacinação dos animais.

O Brasil sob a coordenação

do Ministério da Agricultura, se-

gue na luta contra a Febre Afto-

sa em busca de um país livre da

doença, através de programas de

erradicação e prevenção da do-

ença, de acordo com as diretrizes

estabelecidas pela Organização

Mundial de Saúde Animal (OIE).

A

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Page 85: Revista Tche Campeiro Edição 12

Por Centauro

MORMO

mormo é também  conhe-cido como lamparão, é uma doença infecto-contagiosa que acomete equinos asi-ninos, muares além do ho-mem e outros animais.

Etiologia.

O agente causador do mormo é a bactéria burkholderia mallei, um bacilo gram negativo, anteriormente classificado nos gêneros  Pseudomo-nas  e  Actinobacillus. Os animais con-traem o mormo pelo contato direto através de secreção nasal com presen-ça de pus urina ou fezes.

O

Sintomas

A doença se manifesta sob três formas, normalmente os muares e asi-ninos são acometidos na sua forma aguda, enquanto os cavalos na forma crônica.

Na forma nasal, os animais apresentam febre alta, tosse e des-carga nasal com úlceras nas na-rinas, podendo ocorrer úlceras e nódulos nos membros e abdome.

A forma pulmonar, mais comum nos cavalos, pode causar uma pneumo-nia crônica acompanhada de úlceras na pele dos membros e na mucosa nasal.

A forma cutânea se apresenta sob a forma de nódulos e úlceras na região interna dos membros, com pre-sença ou não de secreção amarelada escura e apresentando emagrecimen-to progressivo.

Diagnóstico

Diagnóstico direto: Isolamento bacteriológico. .Diagnóstico indireto Através da inoculação intradermo-palpebral de maleína. A leitura é feita após 48 h, sendo positivos os animais que apresentarem edema, blefarospa-mo e conjuntivite.

Tratamento

O  tratamento  não  é  indicado, pois os animais permanecem infecta-dos por toda a vida, tornando-se fon-tes de infecção para outros animais. Porém, quando é realizado recomen-da-se o uso de produtos a base de sul-fas durante 20 dias.

Não existe vacina comercial nem experimental com eficácia comprova-da em níveis aceitáveis.

Profilaxia

Devem ser realizadas as seguin-tes medidas:

Notificação imediata à autoriza-ção sanitária competente;Isolamento da área onde foi observada a infecção;

Isolamento dos animais suspei-tos como resultado da prova de maleí-na e sacrifício dos que reagiram positi-vamente à mesma prova repetida após dois meses;

Cremação dos cadáveres no pró-prio local e desinfecção de todo o ma-terial que esteve em contato com os mesmos;

Desinfecção rigorosa dos aloja-mentos;

Suspensão das medidas profiláti-cas somente três meses após o último caso constatado.

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011 85

Page 86: Revista Tche Campeiro Edição 12

Por Prof. Joaquim Osório Ribas

A CASCO E BRAÇO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE O TROPEIRISMO

iderado por Carlos Solera foi realizado em Itabira (MG), nos dias 20/22 de outubro, o Pri-meiro Seminário Internacional sobre Tropeirismo. O objetivo principal do evento era ela-

borar um projeto para pleitear junto à UNESCO o reconhecimento do Homem Tropeiro Brasileiro como Patrimônio Cul-tural da humanidade. Lá se reuniram 319 estudiosos da história do tropeirismo. Esta-vam presentes comitivas de oito Estados e do Distrito Federal. Sílvia Grau, professora universitária da Espanha, proferiu palestra e ministrou curso sobre projetos culturais para conduzir o processo de reconheci-mento pela ONU do Homem Tropeiro Bra-sileiro como Patrimônio Cultural da Huma-nidade.

Durante o Seminário foram encena-dos quadros representando contos e tra-dições do tropeirismo, como boi tatá, mula sem cabeça, lobisomem e outras crendices. Conferencistas de diversas procedências

apresentaram temas interessantes sobre esse importante capítulo da História do Brasil.

O tropeiro, presente em todas as re-giões do país, foi o pioneiro na abertura de caminhos para a penetração e fixação do homem brasileiro no imenso território. Merecem destaque especial dois caminhos, o Caminho do Viamão e a Estrada Real. O primeiro iniciado por Souza Faria, por volta de 1728 e concluído por Cristóvão Pereira de Abreu, em 1731, ligou a Colônia do Sa-cramento ao centro do Brasil. Esse Cami-nho incorporou os atuais Estados do Sul ao território nacional. Foi durante um sé-culo e meio a via de passagem das tropas de gado, muares e cavalos para atender a demanda do transporte da riqueza mine-ral de Minas Gerais e do café de São Paulo. Além dessa função para o desenvolvimento da economia esse Caminho levou a língua portuguesa e os costumes brasileiros até as atuais fronteiras com os países do Prata, promovendo a integração do país. O centro

de comercialização dos animais adquiridos no Sul foi a Feira de Sorocaba, uma ver-dadeira bolsa de valores, onde os animais eram quotados. O imposto cobrado sobre as tropas representava cerca de cinquenta por cento da receita das Províncias de São Paulo e da região Sul. Mais de um milhão de mulas foram negociadas naquela feita. Os tropeiros conseguiram amealhar gran-des fortunas e passaram a dominar o po-der durante um século e meio. Foram eles viscondes, barões e ocuparam os mais altos cargos durante o Império. O outro Caminho importante, a Estrada Real, ligava Minas ao Rio de Janeiro, passando pelo Vale do Rio Paraíba. Onde ainda existe uma forte tra-dição do tropeirismo, principalmente em Taubaté, berço de grandes vultos nacionais. As representações daquela região, durante o Seminário, apresentaram preciosas infor-mações sobre o ciclo do tropeirismo.

Esse Seminário revelou que o Brasil, dos primeiros séculos, abriu cami-nhos e expandiu suas fronteiras a casco de mula. Foi lembrada a expressão de Afonso Arinos de Mello Franco, que para ressaltar a importância da mula em nossa História, propunha em lugar da legenda “Ordem e Progresso” em nossa bandeira, que se dese-nhasse um símbolo para lembrar a mula. A platéia tomou conhecimento da biografia de tropeiros notáveis, comuns em todas as regiões do país, que se destacaram pelo empreendedorismo e pela ação política.

Se alcançarmos o reconhecimento do Homem Tropeiro Brasileiro como Patrimô-nio Cultural da Humanidade, certamente esse fato trará grande benefício para os ro-teiros de turismo traçados em função dos caminhos de tropas. Também, reforçará a auto-estima de milhões de brasileiros des-cendentes dos antigos tropeiros e incenti-vará a economia das cidades surgidas ao longo das rotas tropeiras.

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Por Elizeu Collares

TROPEIRISMO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

A cultura de um povo, de um grupo encontra-se em seu passado. É por meio dele que descobrimos a forma de vida de nossos antepassados, seus hábitos alimentares, maneiras de se

relacionar e interagir com o meio em que estava inserido.

Isto é aparente na Rota dos Tro-peiros a qual foi quase que totalmen-te construída por estes, que passavam pela região a caminho de Sorocaba, deixando seus hábitos aparentes até os dias de hoje. A Rota dos Tropeiros não é apenas um caminho que corta os espaços: ela é também um organismo vivo da história e da memória do povo brasileiro, representado pelo seu patri-mônio riquíssimo.

Tudo está disponível aos olhos do visitante, que pode se deslumbrar com os casarios antigos e museus de Castro, Campo Largo, Lapa, Tibagi, Jaguariaíva, Arapoti, Carambeí, Balsa Nova, Palmeira, Porto Amazonas e Rio Negro.

Em todos esses locais é possível apreciar a maravilhosa gastronomia composta por comidas típicas, cafés coloniais, doces artesanais, alimentos orgânicos e vinhos de colônia. Festas populares são outras maneiras inte-ressantes de se conhecer a cultura de um povo. Na Rota dos Tropeiros os vi-sitantes também não podem perder as festas populares, ricas em tradição e alegria, como a Münchefest em Ponta Grossa (novembro), a Festa de São Be-nedito na Lapa (dezembro) e o consa-grado carnaval de Tibagi.

A Rota dos Tropeiros é uma antiga rota proveniente do Caminho das Tro-pas, pela consequência do Tropeirismo no Paraná. Ganhou essa denominação dentro do Estado do Paraná, com obje-

tivo de reunir cultura, tradições e his-tória entre os municípios paranaenses, promovendo o turismo e a integração da região. A Rota dos Tropeiros é compos-ta por 16 municípios que são Arapo-ti, Balsa Nova, Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Ja-guariaíva, Lapa, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Rio Ne-gro, Sengés, Telemaco Borba e Tibagi. Nesta edição estaremos falaremos um pouco das cidades de Arapoti, Bal-sa Nova, Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Jaguariaíva e Lapa. ARAPOTI

A cidade de Arapoti tem suas origens na fazenda Jaguariaíva, cujos campos eram ocupados por criatórios de gado e serviam como pouso para tropas vindas do sul. O município alavancou seu de-senvolvimento a partir de 1910, com a instalação da serraria LUMBER, a vinda de imigrantes de origens es-panhola, polonesa e holandesa au-xiliou na emancipação do municí-pio, em 18 de dezembro de 1955. Em pouco tempo, o municí-pio tornou-se um pólo de alta tec-nologia em agricultura e pecuária. Arapoti possui um roteiro de tu-rismo cultural denominado Linha ver-de onde podem ser visitados inúmeros atrativos. E ainda a cidade abriga bons hotéis e restaurantes.

BALSA NOVA

Abrangendo o primeiro e segun-do planalto paranaense e após viven-ciar por quase um século o período da

extração de ouro em suas famosas mi-nas, o município se desenvolveu a par-tir de 1700. O mesmo aconteceu mais tarde serra abaixo, no pouso de tropas, próximas ao rio Iguaçu, onde inicial-mente eram feitas as travessias através de uma precária balsa, que foi arras-tada em uma enchente e deu lugar a uma nova, que foi logo referenciada pelos moradores como a Balsa Nova, denominação que prevaleceu e deu origem ao nome do Município. Uma parceria entre o Município e a Cia Itam-bé criou o projeto Caminhos de Balsa Nova, um programa voltado à qualida-de de vida local, com grande reflexo no turismo. Suas paisagens reservam mui-tas surpresas como um belo Parque Manancial voltado à conservação de recursos naturais e seus distritos muni-cipais, onde o bucolismo, a emoção e a história se fazem presentes.

CAMPO DO TENENTE

Foi percorrido no século XVII por garimpeiros, nas buscas pelas minas de ouro do Morro Taio em Santa Ca-tarina. Suas origens mais conhecidas datam em 1730 como pouso tropeiro junto ao Caminho do Viamão. Segundo a história, poderia ter sido também um acampamento  chamado “As Rancha-rias”, construído pelo Tenente Afonso Botelho em torno de 1770 como ponto de defesa do governo Colonial Portu-guês contra a invasão de castelhanos vindos do sul. Teve o seu povoamento iniciado entre os anos de 1816 e 1829, com a vinda de imigrantes açorianos e alemães na expectativa de uma colo-nização que consolidasse o desenvol-vimento da região, o que não aconte-ceu a contento. Mas foi a chegada da estrada de ferro em 1894 e a inaugu-ração da energia elétrica, em 1907, instaladas pela família Stahlke quando da construção de suas indústrias, os fa-tores fundamentais para o crescimento de Campo do Tenente.

ROTA DO TROPEIRISMO

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CAMPO LARGO

Foi à busca de ouro e de prata que trouxe no início do século XVII, os primeiros moradores para a região, sendo obrigados a recolher os “Quin-tos Reais” para a Coroa Portuguesa. A partir de 1700 estes campos passaram a ser ocupados por fazendas e currais de gado, onde assaltantes, galafreses e escravos foragidos se escondiam nos conhecidos quilombos. Surgiu en-tão a lendária figura de Antonio Luis lamin, o Capitão Tigre, que constitui uma milícia, os Capitães do Mato, que teve como objetivo eliminar os assal-tantes e recapturar os escravos fugiti-vos. A partir do século XIX começou a receber a vinda de imigrante italianos, poloneses e ucranianos. Hoje Cam-po  Largo abriga um grande parque industrial, sendo considerada nacio-nalmente como a “Capital da Louça”, constituindo um centro de compras, com lojas de varejo das fábricas e uma diversidade imensa de artesanatos.

CARAMBEI

Em 1751 os religiosos carmelitas proibiram a passagem  de tropeiros pelo vau do Capão Alto em terras que haviam recebido como doação, um novo caminho foi aberto passando pela Fazenda Carambeí, onde hoje está a sede do município, buscando atingir outro vau para a travessia do rio Iapó. Posteriormente, em 1911, aconteceu a chegada dos imigrantes holandeses que, juntamente com imigrantes ale-mães, adquiriram terrenos e foram se estabelecendo na região. No trevo de acesso é homenageada a imigração holandesa, na representação de um moinho. Na Avenida dos Pioneiros está localizado o eixo comercial da cidade. A Casa da Memória preserva a história da região e o antigo modo de produ-ção agrícola do município. O artesana-to é bastante rico e variado.

CASTRO

Castro foi o maior centro tropeiro do Paraná, além de ser a primeira ci-dade instituída no Estado. Após 1885, começou a receber um grande fluxo de imigrantes: alemães, poloneses, holan-deses, japoneses. Umas de suas maio-res vocações é o turismo, oferecendo diversos atrativos para seus visitantes. A Igreja Matriz Senhora Sant’Ana e em Castro parte dos casarões são tomba-dos pelo Curadoria do Patrimônio His-tórico e Artístico. O Museu do Tropeiro possui um acervo com diversas peças que retratam a vida do tropeiro, além de muitos outros atrativos, como a Fazenda Capão Alto, a Colônia Castro-landa, o Parque Balneário Dr. Libânio Estanislau Cardoso e o Parque Lacustre. Aqui também se encontram cavernas, grutas, saltos, quedas e corredeiras em meio a vegetação nativa. A gastrono-mia também se destaca com a comida típica tropeira.

JAGUARIAÍVA

Significando “rio da onça brava” no dialeto tupi-guarani, sua origem remonta a ocupação de seus campos para implantação de fazendas de in-vernadas e criatórios de gado, sendo a principal a Fazenda Jaguariaíva do Coronel Luciano Carneiro Lobo, passa-gem de tropas e tropeiros. Este obteve licença para erigir uma capela sob a in-vocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, que foi feita em “taipa de barro” no mesmo local onde hoje se encontra o Santuário na cidade alta, ao redor do qual cresceu a cidade de Jaguariaíva, pois com a morte do coronel, sua es-posa Isabel muito religiosa, doou como Patrimônio à imagem do santo, uma grande área de terras permitindo que aqueles que quisessem ali, construís-sem suas moradias. Transformou-se o local em um grande entroncamento ferroviário, o que permitiu a instalação de um grande número de indústrias, que possibilitaram o crescimento da cidade.

LAPA

Seu surgimento está atrelado ao do tropeirismo e ocorre no início do século XVIII, quando os Campos Gerais e Curitiba  passam a ser ocu-pados com fazendas para criatórios e invernagem de gado. Com a abertura do Caminho dos Conventos, a partir de 1733 estabeleceu a passagem de grandes números de tropas vindas do sul e muitas pessoas se fixaram nestas passagens com o intuito de trabalhar de alguma forma nesta nova atividade que florescia. Lapa guarda um dos maiores patrimônios culturais e arqui-tetônicos do Paraná, abrigando em seu seio muitas histórias, lendas e tradi-ções. Após anos de esforço contínuo, as normas de uso do Setor Histórico, com todo o detalhamento que envolve o casario e a paisagem integrada, foram tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, preservando assim, a memória de um passado certamente inesquecível.

Os desafios e perigos a que eram submetidos os tropeiros somente po-diam ser superados mediante a uma força muito grande: a fé. Por isso, gran-des legados desse roteiro são as edi-ficações e cerimônias que exaltam as crenças religiosas. 

Entre as edificações destacam-se a Capela do Mosteiro trapista em Cam-po do Tenente, o Mosteiro da Ressurei-ção em Ponta Grossa, o Santuário de Nossa Senhora das Brotas em Piraí do Sul, e ainda as 14 capelinhas feitas de pedra em Palmeira. 

Conhecer estas riquezas pode re-presentar uma busca espiritual, curio-sidade ou encantamento pela força estética e simbólica, o que em todos os casos garante uma verdadeira experi-ência existencial.

Na próxima edição estaremos contando um pouco da história das demais cidades, que são Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Rio Negro, Sengés, Telemaco Borba e Tibagi.

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Por Ari Ignácio de Lima

REFERÊNCIA

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Gilberto Monteiro: a siMbiose entre

instruMento e hoMeMReferência da 12ª edição da Tchê Campeiro vem do ex-tremo Sul do Brasil. Trata-se do músico Gilberto Montei-ro, que faz brotar a mais au-têntica harmonia na força

e integração dos acordes da pequena, porém expressiva “gaita diatônica”. Da rudeza que emana no homem forjado na lida à ternura de quem parece trans-figurar-se ao fazer sua gaita ponto lite-ralmente falar mansamente com o pú-blico que o assiste ou o escuta através de suas gravações.

Natural de Santiago do Boquei-rão, Gilberto cresceu entre oito irmãos,

numa família que lhe permite falar com segurança o que representou sua infância: “Foi uma infância buena, com muito fundamento”, garante ao recor-dar das lembranças mais marcantes. “Os momentos com meus pais e as fes-tas que aconteciam nas estâncias com cordiona, guitarra e marcação porteira afora e domas de potros”. Homem que cultua os valores familiares, volta ao passado para trazer ao presente ges-tos que ficaram eternizados em sua memória. “O respeito e o carinho dos meus pais foram muito especiais para minha vida”, assegura.

O primeiro contato com a gaita se deu bem cedo. Aos cinco anos recebeu a primeira aula do pai, Alexandre Hugo Gonzalves Monteiro, seu grande incen-tivador. Mas a veia artística está calca-da num passado ainda mais distante como o próprio Gilberto explica: “A minha bisavó Francisca Sesimbra Monteiro fazia concerto para as famí-lias da corte em Santa Maria, por volta de 1875”. Ficou no exército um ano e lá, entre os “roncos’ dos aviões, não es-queceu da gaita e assegura que ela o ajudou a fazer amizades. Passado o período de exército, seguiu sua carrei-ra de músico, com uma certeza inque-brantável: “Eu jamais deixarei o campo pela cidade!”.

Humilde, prefere não evidenciar nenhum músico como ídolo. “Eu ad-miro muitos músicos, mais não tenho ninguém como ídolo”, afirma. Mas lem-

bra de uma pessoa e um momento em especial que foram importantes para impulsionar sua carreira. “Foi quando aceitei o convite de Jaime Ca-etano Braum para participar de alguns programas na Rádio Guaíba. Aí foi um momento muito especial e incentiva-dor! Lógico que depois foi aparecen-do muito mais coisas...”, reconhece ao destacar os festivais da música nativis-ta como espaços privilegiados: “ Os fes-tivais foram um impulso muito grande que serviram como uma abertura sóli-da, transparente e rica em fatores!”.

Foi neste ambiente que formou parcerias inesquecíveis com verdadei-ros baluartes da poesia e música gaú-chas, entre eles podemos citar: Cenair Maicá, Jaime Caetano Braum, Lúcio Ya-nel, João Almeida, Elton Saldanha, Jor-ge Guedes, Talo Pereira e por ai vai.....

Ao responder sobre a inspiração que o leva a compor nos traz à mente uma cena que nos remete ao passado de tantos homens e mulheres que vi-veram seus dias nas estâncias: “Chi-marrear na sombra de uma arvore e sentir o assado a meio pelo”. Mas para Gilberto compor não tem hora marca-da: “A composição e inspiração não tem horário. Ela chega e toma conta como os olhos de uma china que nos piala num piscar”. E recorre a transcen-dência para explicar esse momento de magia que é o de dar melodia e harmo-nia às poesias: “Quando a tua alma esta conectada com sentimento elevado a melodia vem num faixo de luz”.

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Gilberto é autor de melodias como Milonga para as Missões, imor-talizada na interpretação de muitos músicos, mas que ficou conhecida em todo o Brasil e no mundo na interpre-tação de Renato Borguetti, “Ela surgiu como surgem tantas coisas, num mo-mento de inspiração adolescente. Re-presenta um alce definido, templado e muito importante na minha carreira de musico profissional”.

Entre os tantos sucessos de Gil-berto Monteiro, também destaca-se Pra ti Guria, canção que nasceu no seio familiar. “Foi composta num momento de convívio mateando com a minha mãe Elvira”.

Gilberto é um defensor convicto dos valores e da cultura gaúcha e um critico ferrenho da imposição de ou-tras culturas. Para o músico falta mais empenho de nossas lideranças que a função de defender nosso legado his-tórico. “Falta mais incentivo através dos órgãos de cultura, os quais de-vem se preocupar com a história do seu povo, dando mais abertura, e não só se preocupando com a cultura de outras regiões, regiões que não tem nada a ver com terra natal”, reclama. Entende que os CTGs – Centro de Tra-dições Gaúchas tem um papel impor-tante neste sentido. “ Os CTGs sempre tiveram uma importância muito séria

e atuante na cultura tradicional”, com-pleta.

Seu sucesso e autenticidade o fizeram alçar vôo para outros conti-nentes por várias vezes. Já esteve, em 2006, em Cosquin, no maior festival folclórico da América Latina e em 2010 no Festival Nacional de Chamamé na cidade de Corrientes – Argentina. Tam-bém defendeu a cultura gaúcha em palcos da América do Norte e Europa com apresentações em países como a Alemanha. E está satisfeito com a re-percussão. “Eu acho que meu trabalo tem sido muito bem aceito, com criti-cas importantes em matérias de jor-nais internacionais como o New York Times!”, comemora. Recentemente Gilberto Monteiro se apresentou em palcos paranaenses e paulistas num projeto do SESC – Ser-viço Social do Comércio, denominado Sotaques do Fole. Entre uma interpre-tação e outra, falou o sentido da can-ção e trouxe informações sobre a cultu-ra gaúcha, mais especificamente sobre a arte de tocar a gaita ponto. “Eu acho esse projeto muito sábio feito por pes-soas inteligentes, visando um resgate de costume musical, da herança forja-da nos galpões, nas estâncias campo afora. As pessoas do Paraná têm um estado de espírito muito semelhante, para não dizer igual ao povo do Rio Grande do Sul. E receberam o trabalho magnificamente bem”, constata.

Ao ser perguntado se poderia pensar sua vida sem a gaita ponto foi categórico: “É impossível contradizer o destino”. Mas aponta outro caminho possível não fosse a vida de músico. “A palavra de Deus, a vida espiritual esta-riam dentro das possibilidades. Embo-ra eu ache que eu esteja fazendo isso automaticamente...”

Em sua página na internet tem um texto que exprime com proprie-

dade a simbiose que se dá no palco quando Gilberto Monteiro toca sua ‘oito baixos’. É a sensação que o públi-co tem ao curtir seu show: “A interação gaita-gaiteiro é tamanha, que modela indissociavelmente gaita, corpo, alma e gaiteiro. Noutros momentos pen-samos que Gilberto, com seus gestos determinados, é quem brota de den-tro do pequeníssimo acordeon. Pura resultante do milagre da arte !”

Em sua discografia dois trabalhos solos: , “Pra ti guria” e “De lua e sol” e com participações em muitos traba-lhos coletivos dos festivais nos quais foi premiado.

Homem temente ao Criador o define com muita humildade: “Deus representa a organização, a simplicida-de, a esperança, a vontade, a fraterni-dade, o amor e a luz!”

E deixa uma mensagem para quem deseja seguir a carreira de mú-sico: “Posso dizer... matear em família, churrasquear em família, ser gente, ser amigo, ser bom filho. Estes, ao meu ver, são os princípios básicos para ser um grande musico!” finaliza.

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HUMOR

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Certo dia um gaúcho chegou em uma igreja com o seu lindo cavalo.

- Bah, tchê! Vim aqui para batizar o meu cavalo. - Batizar um cavalo? De jeito nenhum que eu vou fazer isso. - Que pena, tchê. Eu até trouxe 10 mil reais pra pagar pelo batismo, mas tudo bem, se não é possível, eu vou embora. - Calma, calma, calma. Eu acho que, na verdade, pensando bem, no final das contas, qual o problema de um cavalo ser bati-zado, não é mesmo? - Que bom, tchê. Falou o gaúcho que entrou na igreja com o cavalo, o bati-zou e pagou

os 10 mil reais. Quando ele ia saindo o padre disse: - Ei, gaúcho. Não se esqueça de que na semana que vem tem crisma, hein. ________________________________

Final de ano, Joãozinho resolve escre-ver uma carta para o Papai Noel:- Querido Papai Noel, fui um bom me-nino durante todo o ano. Gostaria de ganhar uma bicicleta.O menino olha para o texto e, insatis-feito, amassa a folha e escreve novamente:- Papai Noel, fui um bom menino du-rante a última semana. Por favor, mande-me uma bicicleta.Novamente Joãozinho não se satisfaz. Pensa um pouco, vai até o

presépio, pega o Menino Jesus, tranca--o em uma gaveta e volta a escrever:- Virgem Maria, seqüestrei seu filho. Se quiser vê-lo novamente, mande-me uma bicicleta.

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Fornos de vários modelos e tamanhos.

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Por. Elizeu Collares

ARTESANIA CRIOULA

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

Cutelaria artesanal

tradição de fazer esses facas não é de hoje. Se confunde com a própria história dos gaúchos. Elas mancharam as coxilhas de vermelho du-

rante as revoluções, mas hoje são usa-das para as tarefas do cotidiano, por tradição, paixão ou uma discreta de-monstração de status já que algumas delas são únicas, verdadeiras jóias ou obras de arte.

É nesse ferro criouloQue o meu fôlego embacia,A cancha reta braviaPor onde o fumo se espalha,Com ele eu ajeito a palha,Lonqueio, e aparo crina,E a barba, p’ra ver a chinaQuando não tenho navalha!

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a arte de transformar aço em peças de arte em forma de faca

E com esse verso de Jaime Caetano Braun que iniciamos a história das facas Volland desenvolvidas pelo artesão gaúcho Alexandre Norberto Volland. Natural da cidade de Esteio – RS, Alexandre trabalha com cutelaria há seis anos.“Fiz uma faca e percebi que tinha certa facilidade para desen-volver este trabalho.E os amigos come-

çaram a elogiar o meu trabalho e pedir para fazer facas para eles. Assim comecei a me de-dicar mais ao trabalho da cutelaria, se tornan-do cada vez maior a mi-nha paixão pela arte de fazer facas. Percebi, en-tão, que deveria buscar cada vez mais conheci-mento sobre composi-ções química dos aços,

tipos de tempera e como revenir os aços para poder alcançar um trabalho de boa qualidade no ramo da cutelaria. Todo o processo, desde o forjamento do aço, fundição das peças em bronze e confecção dos cabos, é feito manualmente por mim mesmo”, conta orgulhoso.

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passa procura melhorar a qualidade dos produtos. “ Cada faca que confec-ciono procura dar o melhor de mim, não pela exclusividade, mas pela qua-lidade desde o início ao acabamento”, garante. Alexandre.

Alexandre divulga seu trabalho nos eventos ligados ao tradicio-nalismo como feiras, rodeios e exposições. “ Meus clientes vão do colecionador que com-pra a faca por um gosto particular ao peão de campo que precisa de uma faca boa pra a lida do dia a dia”, explica. Seu trabalho já foi até para a Escócia. Ao co-nhecer seu trabalho um colecionador es-cocês adquiriu uma de suas facas e comentou que nunca tinha vis-to algo tão bonito e bem feito, gesto que emocionou o cuteleiro artesanal. Sao reco-nhecimentos que re-

A cutelaria artesanal é o ramo da cutelaria que se pratica principalmente com o esforço e a habilidade artística manual, sem grande auxílio de máqui-nas operatrizes senão no básico, sem a produção em larga escala, repetida ou de comando computadorizado. Há di-versos cuteleiros artesãos no Brasil que produzem material de excelente qua-lidade, com reconhecimento interna-cional.

Na cutelaria, como nas artes, a produ-ção artesanal, mesmo quando diminu-ta, tem status de artigo de luxo, único, sendo que, contrariamente à indústria em geral, há uma tendência ao traba-lho artesanal da parte da maioria dos cuteleiros nacionais. Atualmente é co-mum o emprego de máquinas na pro-dução, o que é visto com maus olhos pela cuteleiros artesanais. “A máquina não apresenta a qualidade e esmero que o artesão dedica”, constata Ale-xandre.

Alexandre encontra na cutelaria arte-sanal meio de subsistência e també vê no ofício uma forma de manter viva a cultura gaúcha. “Não imagino um gaú-cho sem faca”, pondera. E cada dia que

fletem a realidade seu trabalho árduo e constante, que melhora a cada dia. E, se depender dele, passará de pai para filho. Alexandre quer ensinar tudo o que sabe ao filho para ele também contribuir para a preservação desta bela arte.

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Guasqueiro:

“O laço, o laço arma sagrada que Deus inventou pro peão Abençoando a criação que servia de alimento E o couro matéria pra aquele santo instrumento Ferramenta de valor que tento a tento traduz A essência da alma gaúcha que num grito de alapucha! Num pealo de sobrelombro ecoa a força campeira com o barulho do tombo!

Numa volta de rodeio que serventia ele tinha Se abrindo de toda trança se abrindo de toda trança Se esparramando no espaço Abrindo bem a bragada para curar a bichada Antes de chegar no passo”.

E é com estes versos que iniciamos a falar sobre este homem campeiro de rudimentar oficio. Trata-se do artesão Carlos Ordenante Santos, mais conhecido como “Caboclo”, que herdou a sabedoria campeira na arte de fazer o verda-deiro laço gaúcho de seus familiares. Assim como outros “guasqueiros” autênticos, ele conhece segredos atávicos que estão desaparecendo com o tempo. No momento de preparar o couro, observa detalhes como a influência da fase da lua e a uniformidade do pêlo do boi. Com paciência e capricho de ourives, Caboclo elabora peças que servem para segurar touros xucros sem risco de

rebentar e deixar o laçador na mão, sem contar que produz laço chumbado que é utilizado no laço comprido, uma das modalidades do rodeio crioulo que, aliás cresce a cada dia, constatação que garante mercado para este xucro oficio. Natural de Clevelândia, Caboclo aprendeu quase tudo que sabe sobre guasqueria com seus familiares, seu pai Jor-ge Santos, seu avô Erdenante Buenos de Camargo e com sua avó Amenaide Vargas de Camargo, que também sabia muitas tranças e tinha paciência para ensiná-lo . Caboclo também morou um tempo com seu tio Alfredo Camargo, homem que lhe ensinou muito, pois até hoje é uma refe-rência no feitio de laços. Ainda com seus sete anos de ida-de, já fazia peças de couro crú que vendia pra seus próprios colegas.

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Caboclo conta que como todos da família posssíam conhe-cimento sobre couro crú, a cada dia aprendia mais. Mas foi na adolescência quando aconteceu um fato que o marcou. “Meu avô estava trançando um laço e como eu estava me-tido a trançar, peguei o laço que ele estava trançando e continuei de onde ele parou, mas, de repente, rebentei um tento. Bah! aí tava feita à arte! as-sim que meu vô chegou, criei cora-gem e fui contar a ele. Na hora que contei que tinha arrebentado um tento não gostou muito, mas foi ver o meu trançado. Analisou mesmo com a cara feia, se agradou do feitio, emendou onde eu havia rebentado e me fez terminar o serviço de trançar o laço. Aprendi muita coisa com ele e desde então comecei a trabalhar com laço”, lembra.

Atualmente Caboclo atua como seleiro. Trabalha tanto com o couro cru, mais duro, como com o couro solado ou curtido, mais mole e suave, fabricando arreios, bastos, selas e outras peças utilizadas na encilha. Caboclo possui sua própria selaria na cidade de Clevelândia – PR, onde trabalha junto com sua esposa Rosemari Borba da Silva e seus filhos Jorge Augusto Santos e Patrick Viotto. Orgulhoso, conta que confecciona buçais para gado de argola( gado de exposição), buçais para cavalos crioulos e, inclusive, relata que os buçais que foram usados nos ani-mais do leilão da Cabanha Santa Tecla, tradicional cabanha da região, de propriedade de Jamil Deud Jr, foram todas confeccionadas por ele. Também conta que já teve como clientes pessoas vindas do Acre que trouxeram couro para ele confeccionar laços.

Caboclo também leva aos rodeios esse trabalho. Re-

aliza a venda itinerante de “rodeio em rodeio”, durante os quais faz serviços como emendas de laços, costuras em en-cilhas dos participantes e, é claro, a venda de seus produtos que vai da pilcha para o peão e prenda à encilha completa do cavalo. Também é no rodeio que caboclo faz contatos

e seus clientes fazem encomendas. Aliás, Caboclo atende clientes que buscama trabalho diferenciado, exclusivo. Produtos que procura fazer, como sempre, com muita eficiência.

Perguntamos o que o motiva a seguir na lida com este xucro oficio, ao que ele respn-deu. “Tem que gostar do que se faz. Acho que é uma coisa que vem de família. O meu pai era guasqueiro e acho que

passarei pra meu filho, se assim ele quiser. Está no san-gue!”

Caboclo nos mostra que mes-mos nos dias de hoje pode-se man-ter e levar adiante a tradição gaúcha e o amor a estes costumes que nossos avós e nossa gente sem-pre mantiveram vivos!

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este mês comemorativo de aniver-sário da Revista Tchê Campeiro, Ntivemos uma grata surpresa e

satisfação em conhecer um homem que viveu a autêntica vida campeira. Pude perceber pelos traços do rosto e a mão calejada o difícil trajeto que percorreu na sua vida. Desde os seus primeiros anos teve de derramar muito suor para seguir em frente. Hoje é um ícone e referência em nossa região.

De uma criação rústica é conhecedor de histórias fantásticas das épocas de seu pai e avôs. Você leitor vai conhecer parte da história da vida de Luiz de Camargo Driessen.

Especial

História e Vida de

Luiz Camargo Driessenpor: Diego Funari

Luiz Driessen e Getudres Camargo Diessen( In memorian) Pais de Luiz Camargo Driessen

Avôs de Luiz Camargo Driessen:Pedro Driessen e Ana Granemann

Luiz e sua esposa: Ondina Granemann de Souza Driessen Sr. Luiz, Tratando a Cachorrada Luiz Driessen com 23 anos

Luiz Driessen em 1947

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Nasceu no dia 23 de agosto de 1927 na Fazenda Santana a qual antigamente pertência ao município de Porto União e hoje é município de Calmon. É filho de Luiz Driessen (in memorian) e Gertrudes Camargo Driessen (in memorian). Foi casado com Ondina Granemann de Souza Driessen (in memorian). É pai de sete filhos, cinco biológicos e dois de criação: João Luiz, Juares Lelis, Fernando César, Rita de Cássia, Flavio André, Diva de Lourdes Ribeiro Kassectari e Orandiana Alves de Quadras.

Infância:

Luiz aprendeu a montar a cavalo com quatro anos de idade e, desde aquele período, já começou a trabalhar ajudando o pai a voltear o campo. Na sua época, não tinha rádio e nem televisão. Então as suas brincadeiras eram: caçar passarinhos, laçar porcos e montar em terneiros “quando o pai não via”, revela Seu Luiz.

No trabalho sempre ajudou o pai. E fazia de boa vontade “Fazíamos charque. Eram quatro bois por ano e, com os porcos, fazíamos salame”, lembra com saudades daqueles tempos.

Sr Luiz montado no touro em 1932

Briga de Touros, Fazenda Santana, atras Euclides Ferraz

Família Driessen 103

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Recorda que em seu primeiro ano de estudo tinha que ir até a fazenda Paraíso, mas no ano seguinte ficou melhor porque o professor começou a alfabetizar em sua própria fazenda, onde reuniam todas as crianças vizinhas .

Tiro de Guerra:

Seu Luiz lembra que parou de estudar para poder servir ao tiro de guerra (exército). Foi um ano complicado, porque o mundo estava em crise com a 2ª Grande Guerra Mundial. Recorda que tiveram vários treinamentos de combate simulado. Seus superiores

colocavam tijolos em suas mochilas para dificultar suas tarefas, entre outras coisas terríveis. O pelotão do Sr Luiz Driessen foi levado até Ponta Grossa – PR, onde esperaram pela ordem para ir aos combates, mas por muita sorte a Guerra estava chegando ao fim e não precisaram colocar suas vidas em jogo. Mas Sr Driessen lembra que ao voltar para casa de trem ficaram cinco dias em vagões que transportavam porcos, comendo pão e água e dormindo lá dentro.

Revoluções:

Entre as várias histórias, não podemos deixar de citar os relatos que sua família teve com as revoluções. Na Guerra do Contestado o pai Luiz Driessen foi responsável pelo fornecimento de comida e armamento em um cargueiro, que ia de Calmon a São Sebastião do Sul.

Também, m 1923, a Fazenda Santana de propriedade Sr Luiz serviu de acampamento para os revoltosos do Cel. Firmino Paim Filho, “A cada dois dias

morria um boi”, conta através das lembranças que o pai lhes transmitiu.

Em sua casa tivemos a oportunidade de ver uma baioneta que foi achada em sua Fazenda, Três Pinheiros, que fica no município de Água Doce – Santa Catarina. Não se sabe ao certo que procedência tem a baioneta, mas quando foi encontrada estava junto de um cinturão e resto de farda militar.

Tropeadas:

A grande formação de Luiz Camargo Driessen para a vida foram as tropeadas. Conta-nos que fez a primeira grande tropeada aos sete anos , atividade que norteou sua vida por muito tempo: “Fiz muita tropeada para Mafra, Lapa, Curitiba, Ponta Grossa”, lembra.

Aos dezesseis anos de vida começou a trabalhar como empregado. Foi peão de tropa por dois anos. Até hoje não esquece do salário que recebeu naquele período por mês: dois mil e quinhentos réis.

Quando começou a sobrar dinheiro iniciou com as tropeadas de gado por conta própria. Também passou a investir em porcos. Tempo que lhe renderam muitas histórias. Disse-nos que já viajou a pé até Araucária - PR, em uma marcha que durou 42 dias entre ida e volta com uma tropa de 150 porcos e, até

Tiro de Guerra (Exercíto Brasileiro)

Tropa de Mula, Luiz Driessen aos 18 anos

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lembra como era feita: “Os porcos acordavam geralmente as cinco horas da manhã e tinham que seguir viagem.

Na ponteira ficava o guia que se chamava Chuca-Chuca, porque tinha que jogar grão de milho para que os porcos o seguissem. A tropa sempre seguia o “cacique”, porco chefe da manada”, explica.

Seu Luiz fez também algumas revelações “Contrabandeei muito gado de Palmeira das Missões - RS para a nossa região”, conta entre muitos risos de suas aventuras do passado. Certa vez, em um dos contrabandos, os tropeiros passaram por dentro de Passo Fundo-RS tentando ganhar tempo. Mas não contavam com a saída de uma missa. Aí o gado estourou e acabou machucando uma criança,

Travessia Rio Iguaçu, Experientes canoeiros na ajuda

resultado: o patrão da tropa ficou três dias preso até se explicar para as autoridades e, depois, mais dez dias para reculutar toda a boida”, detalha.

Em 1947, Seu Luiz passou um momento difícil nos negócios. Comprou 1.600 (mil e seiscentos) porcos para engordar na roça. “Comprei fiado. O que valia era a palavra, só no fio do bigode!” risos nesta hora. Mas veio a peste suína e o governo queimou quase tudo. Sobraram em torno de cem 100 porcos. Desesperado, pois não sabia o que fazer para pagar a divida, deixou os porcos engordando no pinhão. Passando um tempo, o peão da fazenda perguntou: “O que vamos fazer com os porcos?” Seu Luiz disse: “Reculute e vamos vender!” Passado um dia o peão voltou e falou: “Mas, então, senhor tem que ir me ajudar porque não estou podendo lidar sozinho. Tem porco que só se arrasta no chão”. É que a media de peso entre os suínos era de 302 Kg. Levaram os porcos tropeados

até União da Vitória para vendê-los. Mas lá encontraram outro empecilho: os comerciantes não podiam mais comprar nada por um bom tempo. Seu Luiz recorreu a credibilidade da família. Ao mencionar o nome de seu pai a história mudou. O dono da empresa devia um grande favor para seu pai e o negócio foi realizado. No final deu tudo certo. O lucro dos 100 porcos deu para pagar a dívida e ,ainda, sobrou um pouco de dinheiro.

Porcada, Fazenda Santana

Tropa de mulas vindo do RS, com destino ao PR e SP, onde os animais eram vendidos para carga e transporte. cerca de 500 animais passando pelo centro de Taió SC (alto vale do Itajaí).

Sr. Luiz indo para Faxinal das Águas, SC visitar a esposa Ondina, 1950Estrada que por muito tempo serviu para as tropeadas.

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Familia:O tempo foi passando, Seu Luiz foi realizando novos negócios. Comprou várias terras em SC e no PR e fez vários investimentos. Em 1963, veio morar em Caçador – SC, para colocar os filhos estudar.

Permanece na cidade até hoje. Em 1974, começou

a participar dos rodeios, uma grande paixão a qual

passou para seus filhos e netos. Mas o destino

prega peças. Quando menos esperava, Sr. Luiz

ficou viúvo. Após a morte da esposa passa a posse e a

administração das fazendas para os filhos que bem

formados dão continuidade ao legado do pai.

Hoje Sr. Luiz Drissen saboreia a vida. Gosta de reunir a

família, passear e passar o tempo em suas fazendas. É

um homem sábio que deixa sua contribuição em vida

para todos que tem contato com ele.

Para finalizar nossa matéria quero deixar um grande

abraço ao pessoal que me acolheu em Caçador - SC e

dizer que foi um dia maravilhoso em minha vida. Fico

grato por todo conhecimento que lá absorvi e quero

deixar aqui um generoso e especial abraço ao nosso

entrevistado: Sr. Luiz Camargo Driessen.

Rodeio em Sombrio 1980

Sr. Luiz ao centro com toda a Família Sr Luiz e filhos

Vista áerea, Fazenda Santana

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Bisneto Matheus

Cavalgada em comemoração ao 7 de Setembro, interior de Caçador SC

Neto Daniel

Casamento Sr. Luiz e Sra Ondina

Cavalgada em comemoração ao 7 de Setembro, interior de Caçador SC

Entrega de certificado, de honra ao merito concedido pelo MTG SC

Indo visitar a namorada Ondina 1952

Netos Daniel e Felipe

Sr. Luiz, com netos e bisnetos

Sr Luiz, Filhos, Noras e Genros

Tertulia com presença de Borguetti

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ACOLHERADO: Unido o animal a ou-tro pela colhera. Andar uma pessoa acolherada com outra, significa andar uma pessoa sempre junto de outra.

AGREGADO: Pessoa pobre que se es-tabelece em terras alheias, com autori-zação do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações.

ARREGLADO: Combinado, estabele-cido, composto, ajustado, concertado, posto em ordem.

BALDA: Manha, mania, defeito, vício.

BANZÉ: Arrelia, disputa, rezinga, briga, barulho, desordem.

BOLEADEIRA: Instrumento de que se servem os campeiros para apreender os animais e também para, nas guer-ras, abater os inimigos. Consta de três pedras redondas retovadas com couro e ligadas entre si por cordas trançadas ou torcidas que têm o nome de sogas

CABOS-NEGROS: Diz-se do cavalo de qualquer pêlo que tem negras as qua-tro patas.

CAMBARÁ: Árvore da família das Com-postas, que tem propriedades medici-nais.

CARA-VOLTA: Volta instantânea para trás, meia volta. Menção de voltar, de tornar para trás.

DENTE SECO: Diz-se de ou o indivíduo destemido, audacioso, valente, que não tolera desaforo, que não foge à luta.

DESPILCHADO: Que ou aquele que não tem pilcha, isto é, que não tem di-nheiro, jóias, adornos, objetos de valor.

DOMA: O ato de domar. Ato de aman-sar um animal xucro. O mesmo que do-mação.

EMPEÇAR: Começar.

ENFRENAR: Enfrear. Colocar o freio na boca do animal, cavalar ou muar

ENTONADO: Soberbo, arrogante, en-fatuado, convencido, que tem entono.

FARRA: Bebedeira, troça, divertimento, em geral com licenciosidade.

GALOPE: Cada uma das montadas que se dá ao potro ou redomão com o fim de amansá-lo.

GAUCHADA: Grande número de gaú-chos. || Façanha de gaúcho, cometi-mento muito arriscado, proeza no ser-viço de campo. || Ação nobre, impres-sionante, corajosa.

GROTA: Socavão, furna, gruta, desbar-rancado, vale profundo.

IBICUÍ: Afluente do rio Uruguai que nasce no município de Santa Maria, banha São Gabriel, Rosário, Alegrete e Uruguaina, à esquerda, e São Pedro, São Vicente, São Francisco de Assis e Itaqui à direita. LEVADO DA BRECA: Travesso, endia-brado, moleque, engraçado, manhoso, jocoso, alegre, divertido, satírico, ardilo-so, velhaco, valente, brigão, forte, audaz, respeitável, temível, fértil em expedien-tes.

MALEVA: Bandido, malfeitor, malfaze-jo, desalmado, perverso, desapiedado, malévolo, mau, genioso, velhaco, cruel, de maus instintos

MANEADOR: Tira de couro cru bem sovada, de dois dedos de largura por seis braças de comprimento, mais ou menos, que o campeiro conduz no pescoço do animal ou em baixo dos pelegos, para servir de soga durante

DICIONÁRIO CAMPEIRO

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 2011

as paradas em viagem. || adj. Diz-se do que maneia, ou prende o animal com maneia.

MAULA: Ruim, pusilânime, mau, covar-de, tímido, medroso, frouxo, mole, fraco, ordinário, sem préstimo, sem energia. MILICO: Soldado, militar, policial, mili-ciano, de qualquer classe ou posto.

OLHO-D’ÁGUA: Manancial, vertente PARELHEIRO: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corri-da.

PIQUETE: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os ani-mais utilizados diariamente. Animal que é mantido preso para ser encilha-do a qualquer momento

POVO: Vila aldeia, povoação, lugarejo, aglomerado de casas de moradia.

RUFIÃO: Cavalo inteiro, destinado à reprodução. Garanhão, pastor. Figura-damente, indíduo dado a namoro, fe-meeiro.

Santa-fé: Planta da família das Gramí-neas, de folhas longas, finas e ásperas, muito empregada em quinchas ou co-berturas de ranchos ou de carretas. SINUELO: Animal ou ponta de animais mansos ou habituados a serem condu-zidos.

TAVA: O mesmo que jogo do osso. O osso com que se pratica esse jogo. Diz--se também, taba

TOSO: Ato de cortar a crina do cavalo.

VENTANA: Indivíduo mau, desordeiro, turbulento, brigão, venta-furada, venta-rasgada, ventania.

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