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Revista Tche Campeiro Edição 13

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Editorial

Ari Ignacio Lima Jornalista Responsavel

Buenas!!!

Estamos chegando até nossos amigos leitores com a 13ª edição da Tchê Campeiro!

Número especial, pois estamos abrindo o segundo ano de história deste veículo que, ao longo dos meses, a cada edição, vem se consolidando com um novo e promissor espaço para as boas coisas do nosso rincão.

Com muito prazer reeditamos a matéria de capa da primeira edição. A história de um dos maiores e mais completos artistas da música regional gaúcha: estamos falando do cantor e compositor Joca Martins que tem novos trabalhos – DVD e CD. É um artista que bebe na fonte. Gosta da lida, de cavalos, da arte iniciada lá na infância.

Entre as outras tantas atrações vamos conhecer, na coluna Referência, com mais detalhes a história da vida e profissional do nosso colunista Joaquim Ribas que nos brinda, em todas as edições, com suas narrações sobre o tropeirismo. Não estamos falando de alguém que apenas estudou o tema. Seu Joaquim tem no sangue o que escreve. Enfim, é uma edição com muito conteúdo e respeito ao nosso passado.

Ao falar dos que fizeram nossa história, lá na fronteira do Brasil com a Argentina, no município de Pranchita, nossa equipe foi buscar conteúdo para contar como foi, e com é hoje a cabanha Passo da São José, um lugar onde se cultiva a tradição por excelência.

São algumas das atrações desta edição que abre 2012, um ano que promete muito. A concluir esta, nossa equipe já está com o pé no estribo rumo às querências deste Brasil amado em busca de mais infor-mações para a próxima Tchê Campeiro. Boa leitura a todos e até a próxima edição

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22 Raça

54 Invernada Artística

56 Culinária

58 Universo Crioulo

66 Ao Pé do Fogo

76 Saúde Animal

78 Curiosidades

80 Tropeirismo

82 Artesania Crioula

84 A Casco e Braço

92 Humor

102 Dicionário Campeiro

ESPECIAIS14 Especial Cabanha Passo da São José

2 Grupo IMPSA - Paque Eólico de Água Doce

92 Cabanha Tradição Crioula

SOCIAIS28 Sociedade Rural de Chopinzinho40 Praia Camping de Abelardo Luz42 Posse da Diretoria da Sociedade Rural de Pato Branco96 1º Rodeio Turma do Laço Comprido100 Aniversário de 1 ano da Revista Tchê Campeiro com Show de Mano Lima

ÍNDICE

60 08

SEBASTIÃO DAMACENOCampeiro de Fato

12

GESTÃO DE RISCO NO AGRONEGÓCIO UMA NOVA GESTÃO NO CAMPOAgronegócio

DILCEU MEZOMO“KINHO”Voz do rodeio

26 68

JOSÉ CLÁUDIO MACHADOAcordes do Campo

70

PEDRO JUNIOR DA FONTOURAPoemas & Payadas

90

JOAQUIM OSÓRIORIBASReferência

46 2101-2556Rua Barão do Rio Branco, 477

Centro - Pato Branco - PR

46 3262-1733Av. Cel José Osório, 777

Cento - Palmas - PR

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EXPEDIENTEDiretor Executivo/Administrativo:

José Leozir Lira Garcia

Jornalista Responsável:Ari Ignácio de Lima (DRT-PR 7279)

Editor / Colunista:Elizeu Kruskievitz Collares

Dimitri BordignonJoaquim Osório Ribas

Diego FunariJorge do Nascimento

Cleverson Ramão Marques PintoMaickel Martins

Centauro Patoagro

Diagramação e Criação:Evandro Luiz Melo

VSI Comunicação (46) 3025-5489

Impressão e Acabamentos:Grá�ca Regente

CONTATOS:(46) 3262-3910

Rua Cel. Jose Alipio Nascimento Souza, 123 CentroCep 85555-000 - Palmas - PR

www.revistatchecampeiro.com.brwww.revistatchecampeiro.blogspot.com

Orkut: Revista Tchê [email protected]@revistatchecampeiro.com.br

Elizeu: (46) 9926 1929Leo: (46) 8411-7676

INFORMAÇÕES COMERCIAIS:Tiragem: 5000 exemplares

Circulação NacionalEditada Mensalmente

Distribuição em Bancas e Agropecuárias

Diretora Comercial/ MarketingErinéia da Silva

Olá Pessoal da Revista Tchê Campeiro... Que ansiedade até chegar à revista por aqui, conheci a revista através de um leilão que vi na TV, e logo de cara percebi que era um tra-balho muito bem feito, sendo assim entrei no site e logo fiz minha assinatura. Hoje após ter tirado a limpo a quali-dade da revista me sinto honrado de ser um assinante. Um forte abraço e parabéns por levar o tradicionalismo a to-dos os cantos do nosso amado país! Luiz Fernando Barbosa – Boa Vista - RO

Bueno indiada... A Revista Tchê Campeiro foi a melhor aqui-sição que fiz em 2011 bah! Através da revista estou obtendo ainda mais conhecimentos para manter essa tradição gaú-cha que bate em meu peito. Um chasque bem xinchado e também quero desejar a vocês um ano novo de muito su-cesso e realizações!Anderson Silva – Bonito MT

Daí Chê... Gurizada da Tchê Campeiro deixo aqui meus dese-jos de boas festas e que o ano que vem a revista venha com mais forças ainda. Um abraço e que o patrão veio La de cima abençoe a todos...Marco Antonio Sartor - Brusque SC

Barbaridade chê, que capricho de revista, parabéns por ser mais uma parceira nessa lida de seguirmos resgatando nos-sas origens e não deixar que o modernismo tome conta de nossa vida e na de nossos filhos. Com a qualidade deste vei-culo de comunicação seguimos peliando neste ideal... Um Baita de um abraço...Taise - Mariópolis PR

Gostaria de parabenizar a Revista Tchê Campeiro pelo gran-dioso evento realizado no CTG Campos de Palmas, um que-bra costela bem xinchado a todos.Romario Fernandes - Palmas PR

Buenas gurizada da revista Tchê Campeiro, nós aqui do Co-legio Agricola de Clevelandia sempre estamos ligados nas novidades que a Tchê Campeiro traz, meus pais assinam e assim que chega la em casa eu levo pra meus amigos no co-légio. Um abraço e Parabéns!Andrey Lorena – Clevelandia PR

Este espaço é dedicado a opinião do nosso lei-tor. Suas cartas, e-mails e contatos são muito importan-tes para nós. Envie-nos sua mensagem para: [email protected]

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Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 201208

SebaStião DamacenoDo lombo da infância ao fim dos dias.

osso Campeiro de Fato desta edição, nasceu no dia 21 de janeiro de 1945 no Município de Palmas – PR, numa família

de seis irmãos. Seu nome é Sebastião Damaceno. Conta--nos que foi forjado na “lida bruta”, desde muito cedo. Ele e os irmãos ajudavam os pais João Maria Corvalan e Dalva Gomes que trabalhavam no ma-tadouro da cidade. E foi exata-mente no matadouro que Seu Sebastião aprendeu o ofício de lidar com quase tudo que diz respeito a lida de gado e cavalo. “Eu me criei assim: quando eu não estava no matador, eu estava nas fazendas lidando com gado, porco, cavalo, planta... bueno! com as coisas do campo”, revela Sebastião. Leva uma vida simples, de acordo com os princípios que aprendeu e com o caráter que construiu através de suas experi-ências. Dá o melhor de si no que faz. E faz questão de registrar que é muito conhecido na região. Por onde passa sempre faz amigos.

NPor: Daiane Martins

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www.revistatchecampeiro.com.br 09

Sebastião possui uma casa na cidade, porém arrendou terras próximo ao perímetro urba-no de Palmas (coisa de uns seis km), para poder lidar com o que realmente gosta. Fica por lá de segunda a sába-do. Toda segunda-feira este intrépido campeiro encilha seu burro branco e, antes de clarear o dia, vai pra chácara “cuidar dos bichos”, e de lá, só volta no sábado.

E como um bom campeiro, até os dias de hoje, mesmo em sua casa na cidade, mantém um estilo xucro, com a vassoura de guaxuma, um fogão a lenha, um cusco, galinhada, enfim, um passado bem presente em sua vida.

Sebastião fez sua primeira tro-peada com 18 anos. “Fui chamado pra ser o madrinheiro da tropa, função que geralmente era exercida pelo mais novo dos tropeiros”, lembra. Ele ia na frente de todos, montado numa mula preta, “um corisco!.” E, batendo um cin-cerro, chamava a tropa.

Sebastião traz boas lembranças dos tempos do tropeirismo. Lembra do gado, dos cavalos xucros e das mulas com seus cargueiros cheios de feijão, milho, pinhão, charque e outros man-timentos, alguns para o sustento dos tropeiros, outros para vender.

Como todo tropeiro, experiên-cias e histórias não faltam para contar. Sebastião não esquece de sua primei-ra tropeada. O ponto de partida foi a Fazenda Santa Rosa em Abelardo Luz- SC (atual assentamento Santa Rosa). Conduziram trezentos e sessenta ca-

beças de gado para Campo Mourão no norte do Paraná. Mas o primeiro destino foi Guarapuava, pra dar um des-canso pra tropa.“Todas as noites tínhamos que arru-mar um potreiro para pou-sar. Quando arrumávamos um bom lugar pra pouso, nós ficávamos arrodiando a tropa até que deitas-sem, desencilhava os ani-

mais e, só depois que todos estivessem deitados, nós íamos dormir. Nossa cama era os pelegos e a coberta era os palas. Nem bem clareava o dia, nós já tava de pé para encilhar os cava-los e seguir viagem”, recorda. Segundo nosso campeiro, leva-ram doze dias no lombo de mulas para chegar em Guarapuava, onde ficaram oito dias, descansando, para depois seguir viagem ao norte do Paraná. Re-lata ainda que tinham que apartar as brigas dos touros.“Nós apartávamos as brigas com tição de fogo. Era o único jeito de pararem de brigar”, destaca.

Ainda na parada em Guarapua-va, durante a noite foram visitados por dois policiais, que estavam em busca de armas. Os representantes da lei sa-biam que os tropeiros não costuma-

vam andar desarmados e pensaram que ali iam apreender algumas. Mas não foi o que aconteceu. “Eles deram com os burros na água, pois, o che-fe da tropeada não era homem de se afrouxar pra polícia, ainda mais que os revólveres que tínhamos eram todos cedidos pelo dono da fazenda, todos eram registrados bem certinho, pra nós fazer aquela viagem. Parou o pé na hora para a polícia! Fizemos aqueles policiais saírem de cola erguida”, recor-da com humor. “Naquela época, tropei-ro era caboclo respeitado. Os policiais erraram o pulo”, garante.

Brincadeiras não faltavam para garantir a diversão da peonada duran-te as sesteadas. Sebastião lembra com saudades de um dos companheiros, que recebeu o apelido de Tenente: “Era o mais arteiro e o mais judiado tam-bém. Amarravam e escondiam as rou-pas dele. Era o que bastava pra come-çar as artes, era muito divertido. Não podíamos nem tirar as botas e deixar em qualquer lugar, pois lá ía alguém e cuspia dentro ou, então, mijavam den-tro da bota ou até coisa pior. Mas era tudo por farra! Todo mundo era amigo e não tinha encrenca nenhuma. Éra-mos todos companheiros, todos entra-vam nas brincadeiras, até o chefe dos tropeiros, todos respeitavam!”, afirma.

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Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

Segundo ele, nesta viagem es-tavam em dezesseis tropeiros. A mis-são foi levar a tropa formada de gado e cavalos ao seu herdeiro. Sebastião lembra ainda que tinham cavalos xu-cros que foram domados durante a tropeada. “Nesta viagem saíram daqui quinze cavalos xucros e chegavam no norte, todos mansos. Quando um caía o outro montava. Era bonito de ver os tombos da peonada e, assim, foi até lá. Mas os quinze aporriados chegaram cabrestiando que nem uns cachorro”. realça.

E experiência é o que não falta para contar. “Passamos o Rio Iguaçu e pra atravessar tínhamos que se agarrar na cola dos cavalos ou até dos bois, o que desse pra pegar primeiro. Monta-do não dava pra passar. E nem se agar-rar na cabeça do arreio, pois o cavalo pranchava.”, afirma com a propriedade de quem viveu a situação.

Saindo de Guarapuava demora-ram mais quinze dias para chegar ao destino final. No total, foram trinta e cinco dias de viagem. “Chegamos em Campo Mourão (região do Café) e de-mos de cara com um lugar quente que uma barbaridade , um forno! Descan-samos alguns dias (por mim não ficava nem um),eu tava angustiado por causa do calor, acostumado com o minuano, estranhei uma barbaridade! Mas, Bue-no! Depois enrolamos as nossas mon-

tarias e viemos de trem de ferro até Porto União e, dalí, viemos de ônibus até Palmas”, recorda.

Sebastião relata também sobre empréstimos de peões para as outras fazendas em épocas de apuros de tra-balhos na lida de gado. Ele mesmo foi emprestado várias vezes por seu pa-trão, para ajudar os vizinhos. E o inte-

ressante é que os peões ficavam dez, quinze, até vinte dias, sem voltar para suas casas. “Quando meus patrões me emprestavam, sempre era pra uns pa-rentes deles. Era só quando tinha lida grande, de gado, marcação, vacina, cas-tração, essas coisas... Então, eu já levava minhas traias, porque sabia que ia ficar uns dias, acampado por lá. Eu meio que gostava”, relata rindo. Durante as suas andanças, co-nheceu a sua atual companheira, Ivone da Silva, hoje 56 anos. “Quando casa-

mos, ela tinha quinze anos e eu tinha vinte e seis. Temos seis fi-lhos e estamos a vida toda juntos”, conta.

Nosso campeiro de fato, tem boas lembranças dos momentos vividos nos tempos de tropeiro. Hoje se contenta em lidar no campo, fazendo questão de manter o passado o mais presente possível.“Tropear não dá mais, mas de lidar no campo, só largo quando Deus mandar. Porque isso está no meu san-gue”, conclui.

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Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 201212

Gestão de Riscos no AGRoneGócio UmA novA Gestão no cAmpo

risco é um elemento ineren-te ao agronegócio. O resul-tado esperado em produti-vidade e qualidade final de produto requer investimen-

tos que podem apresentar variações significativas a cada safra.

O agronegócio é um mundo de riscos grandes e pequenos. A dispo-sição de assumir riscos praticamente define o espírito do empreendedor do segmento. A capacidade de admi-nistrar riscos é particularmente impor-tante para o agronegócio, porque, ao mesmo tempo em que são abundan-tes as armadilhas são escassas as inicia-tivas para administrá-las.

O que precisamos fazer:a) Identificar os riscos;b) Qualificar os riscos;c) Planejar os riscos;d) Monitorar os riscos. Olhar todo o ciclo da cadeia de produção, do insumo ao varejo, co-nhecer todos os custos envolvidos

na operação de produção, acompa-nhamento das variações de preço e opções de comercialização que o mercado oferece, sendo que o cli-ma, as condições de mercado, as mudanças nos ambientes políticos e econômicos, entre outras variáveis exógenas a atividade de produzir po-dem causar mudanças expressivas na remuneração do capital investido. A gestão empresarial moder-na fundamenta-se na maximização da relação risco-retorno dos acionis-tas e investidores pelos gestores do negócio por meio da utilização de estratégias empresariais consisten-tes. Neste caso a gestão dos riscos é crucial para um agronegócio estável e para a obtenção do retorno deseja-do. Uma boa gestão dos riscos pode ajudar a eliminar a alternância de pe-ríodos de prosperidade e de fracasso, de resultados negativos e positivos.

Podemos classificar dois tipos bási-cos de risco para a atividade:

(a) Risco de produção, apontado como um dos principais responsáveis pelas variações e quebras de safras devido à dificuldade em prever, o que irá ocorrer durante o ciclo produtivo. Ter um histórico das informações cli-máticas da região, trabalhar de acordo com o zoneamento de cada cultura, definindo época de plantio, uso de tecnologia, nível de investimento, au-xiliando na decisão de fazer ou não fa-zer o seguro agrícola, o qual é um dos instrumentos mais adequados para o gerenciamento desse risco.

O Clima é o maior risco para a ativi-dade.

Temos menos poder de influên-cia, mas prejuízos podem ser evitados quando dispomos de dados históricos confiáveis, o quadro abaixo apresenta informações pluviométricas do perío-do de 1979 a 2011, com informações das médias mensais do volume chu-va, bem como menor e maior volume mensal.

O

Por Patoagro

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(b) Risco de preço, também conheci-do como risco de mercado, provenien-te de alterações nos preços e nas rela-ções de preços entre o momento em que a decisão de produzir é tomada e o período em que a venda da produção será realizada.

Os contratos estão cada vez mais fortes, porém precisam ser mais efi-cientes, aperfeiçoados e de parcerias mais longas, pois em parte são firma-dos a margem do mercado convencio-nal, entre as partes o produtor passa a ter acesso ao insumo (Troca de merca-dorias).

O hedge efetuado no mercado de derivativos é o principal instru-mento neste caso, mas o mesmo pode tanto oferecer a segurança necessária para garantir o retorno esperado do in-vestimento como agregar outros riscos financeiros, tais como, risco de crédito e de liquidez.

Como se organizar financeira-mente:

Um primeiro passo na estrutu-ração de uma política de gestão de riscos correta é a definição das etapas das operações da empresa, permitin-do efetuar projeções de fluxo de caixa de curto e longo prazo dos empreendi-mentos e também da carteira de dívi-das da empresa.

A. Finanças de formas organizadas;B. Estimativas de entradas e saídas;C. Controle de estoque físico e futuro;D. Levantamento dos recursos;D1. Bancos e indústrias;D2. Custos dos Financiamentos;E. Custos de mão de obra;

E1. Remuneração própria;F. Aplicações;G. Planejamento da safra;G1. Antes do início das operações - pla-nejar;G2. Fluxo de caixa;G3. Plantio: Concentração dos gastos;G4. Colheita: Pressionado a venda – saldo de dividas;H. Propriedades muito diversificadas;H1. Dividir em unidades, custos e me-tas de rentabilidade próprias.

A estruturação das operações é uma ferramenta confiável, dinâmica e flexível, que permite fazer simulação de rentabilidade entre as atividades e desenvolver estratégias priorizando os riscos mais importantes, que depois de mapeados devem ser monitoridas pe-riodicamente. A Gestão de estoque permite uma análise das operações realizadas pela empresa com estoques físicos e futuros, vendas a fixar, derivativos, CPRs e qualquer outro produto en-volvido nas operações da empresa.

O momento de maior atenção:

a) Vender ou fixar preçob) Conhecimento de mercado futuroc) Comercialização físicad) Fixação de preço; O pequeno produtor deve focar na comercialização física dos produtos, enquanto o grande produtor, e empre-sários devem fugir da venda na época de colheita.

O uso de relatórios de demons-trativo de resultados – DRE (lucro ope-racional, EBTIDA) ou fluxo de caixa livre

da empresa bem como fluxos opera-cionais é de extrema importância para empresas do agronegócio, pois o ge-renciamento dos riscos envolvidos na atividade seja ele de mercado ou de produção possibilita assumir riscos de forma consciente e estruturada..

O produtor de commodity ten-de sempre a aumentar sua exposição com ampliações de economias de escala, e o gerenciamento de risco possibilita realizar esse aumento de forma mais segura e rentável na medi-da em que possibilita maior alavanca-gem e disponibilização de caixa para acelerar o crescimento da empresa. O controle de preços de commo-dities tem diversas e graves implica-ções e, por isso, a implementação de uma correta política de gestão de risco de mercado deve ser vista como ativi-dade empresarial essencial para a qua-lidade da administração das empresas ligadas ao agronegócio, pois se consti-tui em um elemento importante para a evolução consistente da atividade e para a manutenção da liquidez.

Texto: Luis Antonio Alves de MatosAnalista de agronegócioPatoagro Produtos Agrícolas Ltda.Texto adaptado de Luiz Fernando Abussamra -

Gestão de Riscos no Agronegócio

Fonte: IAPAR/ PATO BRANCOElaborado por: Ivano Carniel – SEAB/DERAL – PATO BRANCO

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HISTÓRIA DA CABANHA

A história que motivou a formação da cabanha Pas-so da São José é simples, porém singular em relação a de muitos outros criadores de cavalos. Tudo começa em 1964, quando Gelson Pellin adquiriu a propriedade Passo da São José e alí passou a residir. Em 1969 casou-se com Edir Pellin-son e, algum tempo depois, juntos abriram uma pulperia

(armazém): a “ bodega do Gerson”, como era conhecida pela comunidade. Nela comercializavam produtos básicos para os moradores da região e também para moradores da Ar-gentina. Dom Gelsom comprava dos produtores da região, além da produção agrícola artesanal, porcos, galinhas, vacas, cavalos, couros de animais, etc. Tornou-se um entre--posto regional, onde quase não se usava dinheiro. Os ne-gócios eram pensados e fechados quase tudo na base da

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permuta. Quem desenvolvia esse esse tipo de atividade era, e ainda é, conhe-cido como “chibeiro”. Os argentinos, para serem municiados, traziam de tudo um pouco para trocar no Passo da São José. Ali chegavam muitas vezes de madrugada para fugir do serviço aduaneiro, trazendo, por exemplo, um leitão para trocar por querosene, fumo, panela, sal, enfim o que precisavam. E essa permuta era feita de madrugada mesmo. “Minha mãe levantava-se da cama em noites de geada forte para pesar porcos ou outros bichos. Real-mente uma super mulher”, recorda Pellin com emoção aparente.

No Passo da São José foi onde Seu Gelson e Dona Edir criaram seus cinco filhos: Elizandro, Nelsa, Katiane, Catarina e Anderson.

Em Fevereiro de 1981, a família mudou se para a zona urbana de Santo Antonio do Sudoeste, porém jamais cor-tou os laços com essa pequena chácara onde tudo começou. Anos se passaram e, em nove de Julho de 2006, faleceu aquele que inciou toda essa história. Sr. Gelson Pellin, foi sepultado em suas próprias terras, no cemitério comunitá-rio da linha São José, que faz parte da propriedade Passo da São José( área doada à comunidade) onde, inclusive, estão sepultados seus sogros Antonio Pellizzon e Roza Andreatto e, também, o pai de Antonio Pellizon, Sr. José Pelli-zon, bisavô de Elizandro Marcos Pellin.

Estribo achado na propriedade. Pellin mandou

o mesmo para ser analizado pelo historiador e

poeta Nico Fagundes que fez um texto sobre a

peça.

Em 2008, Elizandro Marcos Pellin, filho do casal, resolveu por em prática uma antiga paixão: criar cavalos. O ca-valo já fazia parte do seu imaginário há muito tempo. Nos filmes, nas histórias, nas brincadeiras de infância, o cava-lo sempre esteve presente. Então, por que não tornar este sonho realidade?

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UM PEDAÇO DE PARAÍSO

A iniciativa não foi motivada ape-nas para realizar um sonho de infância. Tem causa bem maior que é a de res-gatar e manter as origens da família. Para isso, foram mantidas no sítio as suas caracteristicas primárias e nelas adaptadas o que existe de moderno. Tornou-se numa cabanha atual, bem estruturada,mas sem perder a essência histórica. Não foi tarefa fácil. Mas quan-do há determinação, valorização e res-peito ao passado, certamente sabe-se onde irá chegar. E foi exatamente isso que Pellin fez. Um refúgio, um santuá-rio que transforma sua vida agitada da cidade em tranquilidade e paz. Um lu-gar onde recebe os amigos feitos ainda na infância que sempre estão por lá, mateando, e os amigos conquistados ao longo dos anos de vida pessoal e profissinal (do seu universo de advo-gado). Ali, encontram um mate amar-go que se adoça com a prosa amiga, num linguajar simples que todos en-tendem. Pode-se andar a cavalo, pi-sar na terra, tomar banho de sanga ou simplesmente aproveitar o silêncio da noite interrompido apenas pelos grilos e cigarras.

Pellin conserva um “paiol”de chão ba-tido, bem no alto do morro onde se

pode avistar “terras estrangeiras”- é que a cabanha está na divisa com a Argentina. O local é decorado com objetos rústicos e originais, onde o proprietário passa seus momentos de meditação para recarregar as energias. Pellin construiu junto a estrutura das cocheiras um palco onde se apresen-tam amigos declamadores, cantores e payadores que visitam a cabanha. Tam-bém mantém a casa que serviu de co-mércio para seus pais no mesmo lugar e cor. Tudo para preservar suas origens nesse paraíso que agrega a moderni-

dade de uma cabanha de crioulos à natureza exuberante que está capri-chosamente preservada. “Calma como água de sanga e tormenta quando pre-ciso”, constata. Elizandro e sua esposa Juliane esperam ansiosos pela chega-da de Lorenzo, o primogênito do casal, uma das razões de tanto empenho na preservação das origens, pois quan-do Lorenzo crescer seus pais esperam que ele dê continuidade a este projeto, mantendo e preservando as raízes, se-guindo o exemplo e tradição da Fami-lia Pellin.

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CIMARRON

Elizandro Pellin possui um gran-de companheiro que lhe auxilia na lida no Passo da São José. É o insepa-rável Pampa, presente de Luiz Manoel Benevega Sarmento, presidente da ABCCC. O cão possui origem seme-lhante a do cavalo crioulo.

Na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o Cimarron é também chamado de cachorro “crioulo”. A raça descende diretamente dos cães trazi-dos pelos espanhóis durante o desco-brimento, a conquista e a colonização da América.No final do século XVIII, na época das guerras pela Independên-cia, o General José G. Artigas os imor-talizou com sua célebre frase: “Quando me quede sin hombres, pelearé com perros cimarrones!” - Quando ficar sem homens, lutarei com cães cimarrones! Nesta época, a economia principal da região era a exploração bovina, tendo o couro como principal produto. As-sim é que, devido à facilidade e abun-dância de alimentação, o número de cães “cimarrones” foi aumentado em grandes proporções, causando com isso grandes transtornos. Por ordem

do Vice-Rei, no ano de 1.792 foram mortos mais de 300.000. Cada cota de cães abatidos valia uma quantia em ouro.Algumas mães com seus filhotes conseguiram se salvar, escondendo--se nas matas nativas do Nordeste Uruguaio, hoje Departamentos de Ro-cha, Treinta y Tres e Cerro Largo. Foi onde o Sr. Car-los Alonso Imhoff pôde ir resgatar os descendentes daqueles Cimarrones e, depois de rigorosa se-leção, escolheu os primeiros 17 exem-plares que serviriam de base para ofi-cializar a raça e redigir o Standard da mesma no ano de 1.989.

No Brasil foi introduzido através da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, tendo como principais nú-cleos criatórios os municípios de Bagé e Jaguarão. É o cão ideal para fazendas, guarda e companhia. É um cão de por-te mediano, forte, compacto, musculo-so, pelo curto. Se admitem na raça to-das as cores de pelagem. É ágil e muito rústico, de extrema coragem, não tem

agressividade gratuita, entretanto à noite, defende muito bem seu territó-rio, mantendo estranhos afastados.

O PROJETO PÊLO DURO MARCHADOR

O cavalo dito “comum” ou “pelo duro” existente na região da fronteira sudoeste do Paraná e nordeste da pro-víncia de Missiones (Argentina) des-cende dos animais trazidos pelos colo-nizadores, principalmente gaúchos e catarinenses, que chegaram na região, em reduzido número nas primeiras dé-cadas do século XX, e com grande aflu-xo a partir de 1.950.

Esses animais são extremamente rústicos e aclimatados às condições na-turais de selva, suportando baixas e al-tas temperaturas, sobrevivendo soltos em pastagens pobres ou simplesmen-te pastoreados à corda, sem qualquer complementação alimentar senão as ervas e gramíneas nativas ou cultiva-das. Normalmente possuem tempera-mento dócil, cascos resistentes e pou-quíssima exigência de manejo.

Muitos têm mistura de sangue PSI, fato que se deve às disputas de corridas em cancha reta, as carreiras, que fazem parte da cultura local e nas quais tomavam parte os cavalos do trabalho do dia a dia nas pequenas propriedades rurais. Desde a década de 60, não raro algum carreirista trazia para a região algum “bagual de raça”, ou seja, raça de corrida, puro sangue inglês, alguns efetivamente puros, a

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maioria mestiços, que foram cruzados com as éguas “comuns” da região, re-sultando em produtos de índole mais fogosa, sem que perdessem a rustici-dade e a aclimatação.

Alguns apresentam andadura diferenciada e são excelentes marcha-dores, sendo esta característica muito valorizada pelos fronteiriços. Até então não se tem notícia de tentativa de apri-moramento e desenvolvimento dos cavalos “comuns” ou “pelo duros” que apresentam a marcha, embora não se-jam raros na região.

Após vários anos de envolvi-mento com a raça puro sangue inglês e alguma observação dos quartos de mi-lha, cujos animais requerem cuidados mais atenciosos, com brusca e acen-tuada redução de rendimento e peso

quando colocados somente à campo, muitas vezes não sobrevivendo às in-tempéries, Pellin chegou à conclusão

que o animal adaptado ao clima dessa zona (sudoeste do Paraná) e com aptidão marchadeira, merecia maior atenção, no sentido de me-lhoramento não apenas da andadura, como também da morfologia.

Surgiu então a idéia de aperfeiçoar essas carac-terísticas conjuntas de mar-

cha, rusticidade, docilidade, coragem e resistência e tentar desenvolver uma raça denominada “Marchador da Fronteira”, mediante o cruzamento de crioulos puros com égua locais. Não obstante o projeto de cria-ção dos marchadores à título de resga-te e manutenção de um tipo de cavalo que estava desaparecendo na região, o foco principal da cabanha é o cava-lo crioulo puro, tendo por objetivo o desenvolvimento de linhagens já con-sagradas na raça. Pimando pela quali-dade e não pela quantidade, o plantel conta com éguas de sangues clássicos, descendentes de La Invernada Horne-ro, San Baldomero Puestero, Ño Tigre Cardal, etc., como também produtos de destacados reprodutores atuais como Viragro Rio Tinto e BT Lambor-guine.

No ano de 2011 nasceu a segun-da geração de potros crioulos, enquan-to que os primeiros produtos marcha-dores já estão sendo domados, sendo que o primeiro deles é um lindo potro de pelagem branco melado (albino), coloração esta, considerada como si-nal de bons presságios pelos reis e pela nobreza européia da idade média.

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CHIBEIROPara marcar um tempo e homenagear sua terra, Elizandro Pellin compôs a letra da música Chibeiro. Juntou-se com o amigo músico e compositor Osvaldo René para gravar a canção. Foi rodar a múscia em seu programa de rádio para chamar a aten-ção dos ouvintes. Recebeu muitos pedidos de Santo Antonio do Sudoeste e Pranchita (PR). “Ao se identificarem com a letra começaram a pedir a música que fez um sucesso considerável”, constata Pellin.

Letra: Elizandro M. Pellin Música: Osvaldo René

Eu sou chibeiro, chibeiro da São José Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaré Lá no passo de Dom Gerso a Panamerica é real

Divisas são invenções de Espanha e de Portugal Preço alto deste lado y las cosas vienem de allá

No lombo da matungada o Santo Antonio a cruzá A travessia é uma festa, aos relinchos de bagual As vezes sem ser invitada toma parte a Federal

Eu sou chibeiro, chibeiro da São José Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaré

A ética do chibeiro qualquer guri dialoga Chibear “poroto” é buenacho, é infamante levar droga

O chibo é cultura nossa, estandarte da fronteira Forra a mesa, sacia a fome, a velha prática manheira

Na luta contra o Leão é como um tapa de luva Alivia a inflação, não tira os pelos da juba

Eu sou chibeiro, chibeiro da São José Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaréO espetáculo é completo seja de noite ou de dia

Quando na selva missioneira aponta a Gendarmeria Taquaruçu é carícia para o índio quando dispara

Urtiga, unha – de – gato, deixando marcas na cara O tropel é incentivado pelos berros de fuzil

O coração se acomoda quando se chega ao Brasil Eu sou chibeiro, chibeiro da São Jose

Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaréDom Gerso foi desses guapos, da fronteira pioneiro Bom homem, amigo bueno e respeitado chibeiro

Quando os gendarmes argentinos impediam a importação Eram logrados com ciência e bom cavalos de tração

Era cargueiro e cangaia, coragem e muita fé Como era linda a cruzada do Passo da São José

Eu sou chibeiro, chibeiro da São Jose Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaré

O romantismo do chibo foi ficando pra trás Banha, farinha e sabão já não se contradandeia mais

Aumentaram os cagüetas que hoje usam celular Não se vê mais a cavalhada pelos piques a cruzar

O passo da São José na memória ainda existe Por certo a modernização deixou a fronteira mais triste.

Eu sou chibeiro, chibeiro da São Jose Contrabandeio a fronteira nas patas do pangaré

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UM DIA MEMORÁVEL

No dia em que a equipe da Revista Tchê Campeiro visitou a ca-banha para realizar esta matéria, estava presente um dos colunista da Revista Tchê Campeiro, Jorge Aginelo do Nascimento, Credenciador oficial da ABCCC. Sua presença no Sudoeste teve como objetivo resenhar alguns animais da cabanha Passo da São José. Conosco constatou tudo o que descrevemos neste texto, inclusive participando ativamente dos even-tos peculiares da região. Entre estes a Cantoria de Reis, promovida pelo CTG Querência da Fronteira. À noite o pa-trão Sabino e sua equipe da Folia de Reis estiveram na cabanha. Elizandro Pellin apóia a iniciativa cultural e re-ligiosa todos os anos. Quase extinto nos dias atuais, o festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal, foi trazido para o Brasil ainda nos primórdios da

formação da identidade cultural brasileira. Graças a iniciativas como a que en-contramos em Santo An-tônio do Sudoeste, ainda mantém-se vivo nas ma-nifestações folclóricas de muitas regiões do país. As comemoações são realiza-das todos os anos de 24 de dezembro à seis de janeiro.

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ElIZANDRO PELLIN

Pellin é advogado – Formado pela Uni-versidade Estadual de Londrina– Pós Graduado, especialista em direito civil e processo civil, atual presidente da Subseção de Londrina que congrega 4.500 advogados, presidente da OAB de Londrina. Também é Presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Criou-los de Londrina.

Pellin tem um programa na Rá-dio Universidade Estadual de Londrina chamado Sons do Minuano. Programa semanal - vai ao ar aos Domingos das 11 horas as 12 horas- está chegando ao

nono ano. Atravé dele Pellin divulga a cultura sulista, tendo uma hora de ins-trospecção, uma hora de alimento para a alma. Apro-veita para fazer comentários histó-ricos, significados das letras e expli-cações sobre as músicas, o que, se-gundo Pellin serve para aproximar ao máximo a lingua-gem do campeiro com a do ouvinte. Ao pé do rádio é possível saber so-

FUTURO

Pellin esta planejando iniciar uma criação de bovinos da raça Braford. O que o atrai na raça é a rusticida-de. Por isso, acredita se adpatará bem no Passo da São José. Todos seus projetos são levados a sério, porém sem pressa. seu maior intu-íto é manter e, cada dia mais, fazer do Passo da São José um lugar de pura essência.

bre costumes, literatura, poesia e his-tória. Seu programa é restrasnmitido pela rádio entre Rios AM de Santo An-tonio do Sudoeste e pode ser ouvido a qualquer hora do dia através do site da Universidade Estadual de Londrina. Um programa que tem lhe dado gran-des alegrias. Através dele Pellin tem conquistado grandes amizades, inclu-sive, possibilitando contato com artis-tas da música Nativista como Shana Muller, Pirisca Grecco, Luiz Carlos Bor-ges e outros que, mais tarde, vieram fazer shows na cidade de Londrina. Para desempenhar tantas ativi-dades atualmente reside na cidade de Londrina, mas pelo menos uma vez por mês lá está o “Nego” (apelido de infância e ainda conhecido na região) lidando na Cabanha.

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Por Luis Felipe de Araujo

Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

JUMENTO PÊGA

jJumento Pêga é uma raça de asininos brasileira, for-mada no Município de Lagoa Dourada, Estado de Minas Gerais e criada em todo o Brasil e no Paraguai.

É o jumento preferido no cruzamento com éguas de diversas raças para a produção de híbrido (burros e mulas) com indiscutível capacidade para tra-balhos diversos. O jumento Pêga trans-mite aos muares características singu-lares que o torna notável tais como: vivacidade, docilidade, brio, resistên-cia, rusticidade, longevidade e prin-cipalmente o andamento marchado de tríplice apoio, cômodo e macio. Os Muares (burros e mulas) são animais refinados e muito utilizados para sela e lazer, na lida diária com gado, passeios, cavalgadas, concursos de marcha, en-duro, entre outros. É também utilizado por pequenos e médios produtores ru-rais para transporte de carga e tração, ou seja, carroça, cangalha, arado, plan-tadeira e capinadeira.

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O Pêgo costuma ter a altura mí-nima de 1,25 m nos machos e 1,20 m nas fêmeas, o que o torna um animal de porte médio, com o tronco relativa-mente longo e profundo, tórax amplo e membros bem aprumados e propor-cionais. Possui também uma constitui-ção forte e sadia, com ossaduras fortes e boas articulações, com pele fina, co-berta por pêlos finos. Outro aspecto positivo em favor do Pêga é o seu tem-peramento que é representa vivacida-de com expressão ativa, uma caracte-rística dos muares.

Assim como todas as raças têm as suas histórias e lendas. A raça Pêga também tem as suas. O nome Pêga tem origem no aparelho formado por duas argolas de ferro, formando alge-mas, com o qual os senhores prendiam pelos tornozelos os escravos fugitivos. Os jumentos que deram origem à raça , eram marcados a fogo pelos seus pro-prietários, com uma marca figurando aquele aparelho. Assim, todos os ani-mais deste grupo original passaram a ter a marca Pêga, e reconhecidos como raça com este mesmo nome .

ORIGEM

A presença de uma estirpe de asininos em uma região de Minas Gerais, constitui um fato que não pode causar estranheza a nenhum estudioso de tais as-suntos. Os criadores mi-neiros demonstravam, por força das circuns-tâncias, aliada ao seu reconhecido conserva-dorismo, uma tendên-cia para formação de raças locais, a tal ponto que podemos conside-rar esta característica como uma daquelas a distinguir o povo mon-tanhês das demais po-pulações brasileiras. Sendo a produção de muares uma necessida-de para a indústria da

mineração, nos séculos XXIII e XIX ; era natural que se estabele-cesse, nos vales mineiros, uma criação de asininos para produção de muares. Esses asininos seriam forçosamente de procedência IBÉRICA, pois naque-la época o provimento das nossas necessidades, nesse terreno, teve ali sua origem mais pronta e natural. Estudando-se os jumentos seleciona-dos pelos criadores mineiros, não será difícil optar pela hipótese de que seu tronco étnico originário é o Equus Asi-nus Africanus, do qual muito se apro-xima.

PELAGEM

Sobre as aparências do Pêga, ele possuí um pêlo de rato (ruã), sem-pre com faixa crucial e listra de burro. Admite-se sinalização somente na re-gião do perfil de fronte. A raça Egíp-cia é aquela que se acha menos longe do Jumento Pêga ( mineiro ) e dois são os pontos de contato indiscutí-vel: a ocorrência da pelagem branca, frequente no Jumento Egípicio, e que nenhuma outra variedade de jumen-to apresenta e a presença de sinais como estrêla e extremidades bran-cas, encontradas no jumento Egípicio.

Assim, no Jumento Pêga depara-mos com a presença da cor branca, seja na pelagem, seja sob a forma de sinal na fronte ou nos membros, constitui um ponto seguro a considerar no es-tudo da filiação da Raça Pêga. A pela-gem pampa não é típica da raça Pêga, mas sim da raça de jumento Italiano. Na raça Pêga também não incidem cal-çamentos e na cabeça somente estrela ou luzeiro.

Admitiu-se uma origem mescla-da, visto não ser aceitável uma intro-dução exclusiva do tronco Africano. Houve introdução de reprodutores das raças Italiana, Andaluza e Egípicia.

O jumento Pêga veio repontar a prevalecer as características do Equus Asinus africanus, dando-lhe, entretan-to, feições distintas que permitiram constituir-se em Raça.

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QUALIDADES Inúmeros são os atributos zootécnicos que fazem do jumento Pêga e seus hí-bridos autênticos produtos tipo expor-tação, genuinamente brasileiros e úni-cos na industria mundial da equideo-cultura. Entre elas estão: o andamento marchado do jumento Pêga; os mem-bros de estrutura óssea peculiar aos animais de sela, diferenciando-se da estrutura óssea mais volumosa e gros-seira dos animais com aptidão para a tração; o refinamento da conformação, com destaque para a cabeça mais re-finada em relação às outras raças; as

orelhas que geralmente são mais lon-gas, de melhor formato, implantação e direção; quando bons marchadores, assumem aptidões mistas, para serviço e lazer; geralmente apresentam um ex-celente temperamento de sela.Jà dentro das qualidades que são trans-mitidas aos muares , cruzados com os jumentos Pêga, podemos destacar: a) Andamento: a maior qualidade transmitida pelo Jumento Pêga aos muares é a marcha de tríplice apoio, cômoda, macia e confortável; b) Rusticidade: são muito rústicos, adaptando-se em qualquer região e clima. São pouco exigentes em regi-

me de criação extensiva, baixa morta-lidade, baixo consumo em relação aos equinos. Portanto, são animais muito econômicos;c) Inteligência: possui memória aguçada;d) Longevidade: vivem em média de 25 a 30 anos;e) São resistentes à AIE ( ANEMIA IN-FECCIOSA EQUINA);f ) Resistência: os muares são muito utilizados no Brasil para caminhadas de longas distâncias, 80 a 100 km/dia e trabalhos diários de esforço intenso;g) Precocidade: Machos e fêmeas já en-tram em reprodução a partir dos 15/18 meses de idade.

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DILCEU MEZOMO“KINHO”

Por Elizeu Collares

esde os dois anos de idade, quando mudou-se da cida-de de Chapecó - SC, onde nasceu, para a comunidade de Nova Itaberaba, inte-rior do município, DILCEU

MEZOMO (Kinho), sempre teve sua vida ligada ao campo e os animais, principalmente o cavalo. Era uma ne-cessidade para locomover-se. “Meu transporte pra escola era a cavalo”. Po-rém, naquela época nem ouvia falar em CTG ou rodeio, realidades que mais tarde viriam a ser o seu mundo. É o que vamos conhecer na VOZ do RODEIO desta edição.

Com o passar do tempo come-çou a frequentar os rodeios da região. E foi num desses eventos, na cidade de Marema, que sua trajetória na nar-ração iniciou. Kinho estava com seus amigos naqueles momentos agra-dáveis de descontração quando um deles o desafiou a narrar. Mesmo sem ter muita noção do que erra narrar um rodeio aceitou o desafio. Foi até o nar-rador, que na ocasião era Miguel Perei-ra, pediu se podia narrar e no mesmo instante recebeu o microfone. Foi o inicio de uma carreira brilhante. “Desde então ganhei amor pelo oficio e não parei mais”, destaca Kinho.

O primeiro trabalho oficial como narrador de rodeio foi na cidade de Guatambu, Santa Catarina, no CTG Po-tro Sem Dono. Desde então o gosto pela tradição, a companhia dos amigos, o contato com os animais, até mesmo o conhecimento das cidades e parques de rodeios, servem de incentivo para que Kinho siga em frente. Ele sempre contou com o apoio dos demais narra-dores que já reconhecem seu esforço e seu trabalho.

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Como muitos dos narradores Kinho também é laçador, o que lhe garante mais autenticidade e conhe-cimento de causa para traduzir em sentimento o instante único de atirar o laço em direção ao animal. Sabe da ansiedade dos laçadores na hora de entrar na pista de laço e procura fazer o seu trabalho com agilidade, serieda-de, dedicação e respeito a cada laçador, para que o rodeio tenha andamento e nenhum laçador seja prejudicado. Entende que os rodeios evoluíram bastante e em vários aspectos. “A com-petição se tornou bastante acirrada, o profissionalismo dos laçadores, o me-lhoramento genético dos animais que estão participando das provas: tudo isso contribui para bons negócios du-rante os eventos”. Porém, ressalta que quando se fala em tradicionalismo e rodeio “não podemos perder a essên-cia e o intuito maior que é a confrater-nização entre os que cultivam a tradi-ção”, pondera. Na vida de narrador a emoção é uma constante. Muitas vezes toma con-ta. Para Kinho um dos momentos mais marcantes nestes cinco anos de car-reira foi o dia em que narrou sua filha Letícia laçando pela primeira vez. “Sem dúvidas um momento impar, jamais esquecerei”, recorda com lágrimas nos olhos. Sua filha de apenas três anos de idade laça na modalidade vaca parada e já tem vários troféus. Também gosta muito de andar a cavalo e junto com sua mãe acompanham Kinho nos ro-deios, sempre que podem.

Kinho tem a narração como pro-fissão, apesar de ter uma segunda ativi-dade que também é ligada diretamen-te a tradição: é proprietário de uma loja de artigos gauchescos chamada Serrana Artigos Campeiros. Integrante do CTG Chama Crioula de Santiago do Sul da 12ª Região Tradicionalista, parti-cipa de 25 a 30 rodeios por ano. “É cla-ro que nem em todos eu trabalho. Em muitos deles vou para participar como laçador” salienta.

Aos 38 anos de idade Kinho já já es-teve nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul narrando e levando um pouco do que ima-gina ser importante para a tradição. É um ser aberto ao apren-dizado. A cada rodeio e em cada lugar que vai procura saber mais. Ao ver outro colega narrando, presta aten-ção para extrair algo que lhe acrescente. “A vida é um eterno aprendizado. Hoje em dia existem muitos narradores bons e que servem de exemplo. Procuro me espelhar nos melhores e seria injusto de minha parte nomear este ou aque-le, pois admiro muitos

e posso acabar deixando alguém de fora”, explica.

Assim como outros narradores Kinho sempre que pode oportuniza e incentiva novos narradores. “Foi assim que comecei tendo oportunidade. Por isso, sempre que possível darei oportu-nidade e incentivo aos novos narrado-res”, garante. E dá dicas de qualidades e virtudes necessárias para o sucesso na carreira. “Simplicidade, humildade e respeito. Com isso, aos poucos as coi-sas vão acontecendo. Somente o tem-po, trabalho, dedicação e o gosto pela narração podem fazer de um homem um bom narrador”, realça.

Temente a Deus, Kinho agradece e deixa uma mensagem para os leito-res da Tchê Campeiro: “Primeiramente agradeço a Deus por viver neste meio tão bonito que é o tradicionalismo. Aqui me tornei um homem de respeito sabendo valorizar as coisas boas e sim-ples da vida. Aos tradicionalistas que conhecerão minha pequena história deixo meu abraço e peço aos amigos que não desistam nunca de pelear pela nossa tradição”, conclui.

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Sociedade rural de chopinzinho:

eventoS de SuceSSo! A sociedade Rural de Chopinzinho, que tem como presidente a agropecuarista Maria Goretti Mezzomo, orga-nizou um dos mais importantes leilões de sua história du-rante a exposição feira do município realizada no dia 18 de dezembro. A condução do evento coube a Leiloeira Pampa Remates, na pessoa do leiloeiro Cândido Scholl e sua equi-pe. Agropecuaristas e empresários rurais de toda a região realizaram bons negócios na Expochopim. Foram comer-cializados mais de 800 animais o que, segunda a presidente da Sociedade Rural, “foi um sucesso!”.

O leilão da exposição feira foi mais um dos eventos bem sucedidos da Rural de Chopinzinho. “Assumimos a di-retoria no dia primeiro de junho de 2011 e, de lá pra cá (18.12.2011), realizamos três leilões”, destaca Maria Goret-ti. O município possui um dos maiores rebanhos da região com algo em torno de 67 mil cabeças entre os plantéis de gado de corte e leite. Nos últimos anos houve intenso in-vestimento em tecnologia. “O criador chopinzinhense in-vestiu e continua investindo na melhoria genética, o que muito nos orgulha, pois hoje com um mercado bastante seletivo precisamos de qualidade”, constata a presidente. Esse diferencial genético tem atraído compradores de toda região, tornando Chopinzinho numa das principais praças de compra e venda de gado. “Há um entrosamento bastan-te dinâmico entre os criadores de bezerros e compradores. Sabendo da qualidade dos animais pagam um ótimo preço pelos mesmos”, garante Maria Goretti.

Em relação a infra-estrutura a líder dos agropecuaris-tas chopinzinhenses afirma que há ainda muito o que fazer, mas as diversas parcerias e o esforço da equipe da S.R.C. ga-rantem comodidade e receptividade que fazem com que os visitantes sintam-se em casa durante os eventos. “Dirigir a S.R.C é um grande desafio e nossa meta é vencê-lo em todos os sentidos”, finalizou a presidente Maria Goretti Mezzomo.

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Equipe da Pampa Remates auxiliando no recebimento do gado.

Gados na mangueira totalizando 800 cabeças.

Marcolina com expositor Neilor Antonelli da Cabanha Canaã e Amigos.

Com empenho da Nova Diretoria para realização da exposição de animais com uma estrutura improvisada para visitações do publico,

Chegada de caminhão com animais.

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Show com ZeZé di camargo e Luciano atraiu 30 miL viSitanteS

Segundo a organização mais de 30 mil pessoas passa-ram pelo parque de Exposições de Chopinzinho no sábado, dia do principal Show da Exposição. A dupla Zezé di Camar-go e Luciano chegou na cidade a partir das 22h00. As 23h00 subiu ao palco e fez a arena de shows vibrar e cantar juntos diversos sucessos. Luciano afirmou que o maior desafio da dupla é escolher o repertório do show. “Procuramos sempre tocar algumas músicas diferentes em cada lugar que pas-samos, mas o show, a estrutura e todo o nossa produção é a mesma em todos os lugares por onde passamos nos 16 shows que fazemos por mês de média”, disse no camarim

em uma conversa com o Prefeito Vanderlei Crestani e o De-putado Augustinhho Zucchi. Zézé di Camargo, que chegou depois, também parabenizou a organização da Exposição e a cidade, “Ouvimos muitos elogios para a cidade de vocês, também passamos por alguns locais que demonstram essa organização”, contou.

As dezesseis horas já haviam fãs de pato Branco, Fran-cisco Beltrão, Guarapuava e Palmas aguardando para assis-tirem ao show na entrada da arena. A dupla se apresentou por uma hora e cinqüenta minutos na Expochopim 2011.

FONTE : PC –Assessoria de imprensa.

Paraná: Marcelo Giordani - 46. 9973.6432Santa Catarina: Anderson Zorzi - 49. 9963. 3773

“Durma em um colchão EKO´7 e descubra o sinônimo de longevidade!"

Presente na

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Paraná: Marcelo Giordani - 46. 9973.6432Santa Catarina: Anderson Zorzi - 49. 9963. 3773

“Durma em um colchão EKO´7 e descubra o sinônimo de longevidade!"

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Leandre daL Ponte Prestigiou a exPochoPim 2011

A empresária e suplente de deputada federal pelo PV, Leandre Dal Ponte, esteve na exposição feira de Chopinzinho. Ao visitar o stand da Tchê Campeiro parabe-nizou os organizadores e destacou o sucesso do evento.

Entre os pontos fortes realçou a preocupação dos organizadores com a estrutura , criatividade e diversida-de da feira que recebeu visitantes de toda a região. Tam-bém salientou a preocupação com o aspecto artístico, com

shows nacionais e a valorização dos pratas da casa que fize-ram belíssimas apresentações. Leandre disse ainda que veio de Curitiba especial-mente para prestigiar o evento de sua terra natal , onde desfrutou de momentos muito agradáveis em compa-nhia de seus familiares. “Aqui na Expochopim pude rever grandes amigos de diversas cidades da região”, finalizou Leandre Dal Ponte.

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Paraná: Marcelo Giordani - 46. 9973.6432Santa Catarina: Anderson Zorzi - 49. 9963. 3773

“Durma em um colchão EKO´7 e descubra o sinônimo de longevidade!"

Presente na

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realiza evento de confraternização natalina

A Extintores Gasparetto promoveu no dia 17 de de-zembro no Clube Pinheiros em Pato Branco seu jantar de confraternização. O objetivo foi brindar e integrar-se com os clientes, colaboradores e seus familiares e, assim, feste-jar os resultados obtidos em 2011, além de dar as boas vin-das ao novo ano que, para a Extintores Gasparetto, será de muitos projetos e realizações.

O jantar contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas que se divertiram, degustaram de um saboro-so churrasco e ouviram uma boa música ao som do gaiteiro Tio Jociel da cidade de Rio Azul – Paraná.

Para o proprietário, Wagner Jean Cividanes o objeti-vo do jantar foi alcançado, visto que todos os responsáveis

pelo evento estavam comprometidos em fazer com que as pessoas ficassem realmente a vontade. “A empresa extin-tores Gasparetto está há 10 anos no mercado com clientes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Desde 13 de junho de 2011 esta sob a direção de Wagner Jean Civi-danes. Este ano foi a primeira vez que realizou-se a festa de confraternização da empresa.

Com humildade e sentimento de gratidão, o proprie-tário, reconheceu a importância de todos para o sucesso da empresa e do evento de final de ano. “Agradeço a todos os funcionários, amigos, clientes, familiares, auto elétrica Bra-siguaio de Rio Azul e todos os companheiros do CTG Carre-teando a Saudade”, realçou Wagner.

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Nessas datas festivas de final de ano buscamos lugares tranqüilos e calmos, porém com muita variedade em atividades para nossa família, sendo assim a Revista Tchê Campeiro foi até a Prainha Camping de Abelardo Luz – SC, passar o revellion.

Um lugar muito agradável e com uma infra-estrutura admirável. A prainha camping conta com uma área de lazer de 10 hectares, as margens do rio Chapecó, chalés, restaurante, trilhas ecológicas, campos de futebol e vôlei. As Cachoeiras, uma delas com 8 metros de altura, são a grande atração do local. A área oferece ainda 2 km de praia ideal para banho.

A família Spagnol tradicionalmente festeja a chegada do ano novo entre familiares e amigos na Prainha Camping.A Prainha Camping fica situada a 05 km do centro de Abelardo Luz SC, na rodovia Amantino Spagnol estrada de acesso toda pavimentada.

PRAIA CAMPING DE ABELARDO LUZ - SC

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Posse da diretoria da sociedade rural de Pato Branco

Em solenidade que contou com lideranças de diver-sos setores organizados de Pato Branco e região foram em-possados os novos integrantes da diretoria da Sociedade Rural de Pato Branco. Foi no dia 10 de dezembro de 2011 no salão da entidade no Parque de Exposições de Pato Bran-co. O agropecuarista Neilor Antonelli, que havia ocupado a presidência por dois mandatos consecutivos, transmitiu o cargo para o agropecuarista, engenheiro agrônomo, advo-gado e professor Vicente Lucio Michaliszyn. Veja a compo-sição da nova diretoria:

Presidente: VICENTE LUCIO MICHALISZYN1º Vice-presidente: RODRIGO TOFOLLI2º Vice-presidente: RONALDO TESSER1º Secretário: ANDRÉ LUIZ CENI2º Secretário: ALDEMAR BOHN1º Tesoureiro: EUCIR BROCCO2º Tesoureiro: ANDREI GOMES DE ALMEIDA

Em seu discurso de pos-se, o novo presidente destacou o trabalho re-alizado por seu anteces-sor e equipe, da qual fa-zia parte como vice-pre-sidente. “Costumo dizer aos meus alunos, que quem não conhece e re-conhece o passado, não pode ser digno de viver a plenitude do presente, e será incapaz de construir seu próprio futuro”, evi-

denciou. O gesto concre-to foi a homenagem feita

ao primeiro presidente da Sociedade Rural, Rubens Ciro Calliari(Bobi). O também ex-presidente Andrei Gomes de Almeida, a pedido do presidente empossado, fez a entre-ga de uma placa em reconhecimento ao trabalho realizado como primeiro líder e, na sequência, ocupou a função de membro nato do conselho Consultivo até a última direto-ria. É que, de acordo com o Estatuto Social, os últimos cinco presidentes ocupam naturalmente o papel de Conselheiros Consultivos. Michaliszyn agradeceu o empenho dos servidores e demais integrantes da entidade e pediu mais dedicação ainda para cumprir com as metas estabelecidas que, além da sanidade dos rebanhos e das lutas em favor do código florestal, tem três outros objetivos:

“Primeiramente, precisamos fazer bem feito, a lição de casa, que significa cuidar da Entidade do ponto de vista patrimonial e do corpo de funcionários e colabora-dores, com dedicação, seriedade e transparência. Devemos reali-zar um processo de prestação de contas, e da realização de nossas atividades, de forma permanente e transparente, através dos meios mais modernos de controle e de comunicação com nossos associados e nossos Conselheiros, Consultivos e Fiscais.

Como segunda meta, paralela à primeira em escala de prioridade, temos que cuidar de nossos associados como se fossem “cristais no algodão”, trazendo-os com suas famílias a participar de nossas atividades, especialmente dos almo-ços nos domingos de leilões.

A terceira meta deve ser um maior engajamento nas discussões e lutas por conquistas para o setor agropecuário, e para o desenvolvimento regional de um modo geral, inse-rindo cada vez mais a Sociedade Rural Pato Branco como entidade representativa do setor econômico mais relevante para a economia regional, que é o agronegócio”. Para cum-prir com as metas, além da diretoria, há os departamentos, que ficaram assim constituídos:

Departamento DA MULHER E DA INTEGRAÇÃO FAMILIAR: Luciane Tesser MichaliszynDébora Ceroni Maria Antonelli Vanessa BohonSimone Tesser Departamento INFANTIL:Luiza Tesser Michaliszyn

Presidente Vicente Michalisyn em seu discurso de posse.

Diretoria empossada.

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Maria Eduarda Bohn Departamento JOVEM:Vagner Pazinatto (Tikinho) Daniel Leonardi Departamento SOCIAL: Altemir Ceroni Departamento CULTURAL:Eduardo Antonelli Caetano Cerbaro Zelide Brocco Departamento de PATRIMÔNIO: Paulo Fortes Telmo MagnaboscoDepartamento de REL. PÚBLICAS E INTERNACIONAIS: Ademir Hoinaski Filho Alberto Claudemir Reis Departamento TÉCNICO: Juhil Martins de Oliveira Ronaldo Tesser Departamento de COMERCIALIZAÇÃO e LEILÕES:Juhil Martins de Oliveira Departamento de BOVINOS DE CORTE: Alcione Pereira Departamento de BOVINOS DE LEITE:Danilo Amadori de Oliveira Departamento de EQUINOS:Juarez Larini Departamento de OVINOS E CAPRINOS:Ronaldo Tesser Departamento de SUINOS:Reny Girardi de Lima Departamento de INTEGRAÇÃO LAVOURA E PECUÁRIA:André Luiz Ceni Luiz Otávio Cartaxo da Silva (Bibo)

Sociedade Rural de Pato Branco

A Sociedade Rural Pato Branco, foi fundada em no-vembro de 1988. Neste período sete agropecuaristas ocu-param o cargo de presidente. Rubens Ciro Calliari, Dinor da Rocha, Osvaldo Telles, Roberto Viganó, Joacir Sbeghen, Andrei Gomes de Almeida e Neilor Antonelli.

Vicente Lucio Michalisyn é o oitavo líder da entidade. Ele obteve mais de 95% dos votos a favor, em eleição reali-zada no dia 21 de novembro de 2011.

Luciane Tesser e Vicente Michalizyn, Neilor e Maria Terezinha Antonelli.

Ivo Polo, Neilor Antonelli, Vicente Michalizyn, Prefeito Roberto Viaganó, Deputado Agostinho Zucchi e Vereador Biruba.

À esquerda: Neilor recebeu Moção de Aplauso das mãos do Presiden-te da Câmara de Vereadores Vere-adores de Pato Branco, Claudemir Zancho (Biruba).

À direita: Neilor recebeu homena-gem da Sociedade Rural por suas realizações, das mãos do 1º Secre-tário André Ceni.

Page 44: Revista Tche Campeiro Edição 13

Grupo IMpSA GerAndo enerGIA e

proGreSSo coM o ventogrupo IMPSA Multinacional foi fundado em 1907. Tem como principal objetivo ser o motor de desenvol-vimento econômico para

a região e proporcionar oportunida-des para as comunidades onde atua.

O Grupo, líder latino-americano em energias renováveis, conta com mais de 100 anos de história em so-luções integradas para a geração de energia elétrica a partir de recursos renováveis. Com mais de 40.000 MW instalados, está presente em mais de 40 países, com projetos operando nos cinco continentes. Possui mais de 7.000 funcionários espalhados pelo mundo que asseguram qualida-de e excelência de seus produtos e serviços.

A IMPSA está focada em propor-cionar uma resposta efetiva à neces-sidade global de geração sustentável

de energia elétrica por meio de suas unidades de negocio: IMPSA Hydro, IMPSA Wind e IMPSA Energy.

Desde os anos 80, a multinacio-nal acompanha a evolução do setor de energia eólica através da pesquisa e desenvolvimento. Em 1998, foram iniciados os estudos sobre materiais compostos e, no inicio de 2003, o de-senvolvimento de tecnologia própria até conseguir o primeiro protótipo de 1 MW.

A IMPSA Wind surgiu graças a sinergia das distintas Unidades de Negócios que a empresa tinha antes da criação do produto: • Da IMPSA Hydro adveio o conheci-mento original de mecânica de fluí-dos e de geradores síncronos de pó-los salientes. • Da IMPSA Port System, o manejo de estruturas de grande altura e conver-são de freqüência.

• Da ICSA, a subsidiária da IMPSA de-dicada a sistemas de controle, o co-nhecimento da automação.

A IMPSA desenvolveu seu pró-prio conceito de conversores de fre-qüência chamado UNIPOWER®, no qual funcionam turbina e gerador em uma única máquina, realizando simultaneamente a conversão da energia do vento em movimento e este em eletricidade. Graças a tecno-logia UNIPOWER® melhora-se a efici-ência e a confiabilidade dos aeroge-radores.

Dado que a IMPSA Wind é um fornecedor de soluções totais, exis-tem três dimensões em sua organi-zação. A primeira envolve as funções de suporte; a segunda é o produto: aerogeradores de última geração e a terceira é o fornecimento sob mo-dalidade “chave-na-mão” de parques eólicos.

O

Page 45: Revista Tche Campeiro Edição 13

MISSÃO

Fornecer melhores benefícios à sociedade mediante a elaboração de produtos e serviços de alto valor agregado através do crescimento contínuo e sustentado dos negócios. Visando este objetivo, utilizar a ino-vação vinculada ao desenvolvimento de projetos de infra-estrutura para a produção de energia limpa a partir de fontes renováveis, de equipamen-tos para processos e de serviços lo-gísticos para o movimento de bens e informação.

VISÃO

Ser um motor de desenvolvi-mento para o mundo com novos pro-dutos e serviços de alto valor agrega-do e tecnologia, criando riqueza e ajudando ao desenvolvimento das comunidades das quais participa.

VALORES

A essência do espírito da em-presa são os seus valores. Eles são os que organizam seu desenvolvimento dentro da comunidade global. Ao longo de sua história, a IMPSA ex-pressa de forma preferencial algu-mas qualidades que já são reconhe-cidas como o selo indelével de sua identidade.

A IMPSA é:

Criativa: Pensa em algo novo para re-solver as necessidades e desejos de seus clientes.

Inovadora: Transforma em realidade aquilo que imagina. 

Consciente: Materializa soluções in-tegradas sem comprometer as futu-ras gerações.

Formadora: Conta com a massa críti-ca de conhecimentos para alcançar seus objetivos. 

Empreendedora: Aceita projetos que são verdadeiros desafios e o faz com responsabilidade e qualidade.

Dinâmica: Adapta seu modelo de ne-gócios para adequar-se às mudanças no contexto.

Por sua vez, a IMPSA possui uma carteira de contratos de fabricação e venda de geradores eólicos que atualmente totaliza mais de 1.800 MW na América Latina e no Sudeste Asiático, em projetos localizados na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Malásia, Peru, Uruguai, Venezuela e Vietnã.

Foram investidos R$ 770 mi-lhões na implantação de seis parques

Page 46: Revista Tche Campeiro Edição 13

eólicos no município de Água Doce, na região do Meio Oeste de Santa Ca-tarina, na divisa com Palmas (PR), às margens da PRT 280.

Este conjunto de seis parques tem 86 torres aerogeradoras, cada qual com capacidade de produção de 1,5 MW de energia/hora. No total isso representa129 MW de capacida-de instalada, o que equivale ao con-sumo de uma cidade de 500 mil ha-bitantes. O conjunto todo está sendo instalado na região do Horizonte, em território catarinense, há 90 quilô-metros da cidade de Água Doce e há 30 quilômetros da cidade de Palmas (PR) e traz a esperança de prosperi-dade as duas cidades. Do alto do Morro do Vigia, que ficou conhecido durante a Guerra Do Contestado, é possível avistar boa parte do empreendimento. Onde o novo e o velho insistem em se en-trelaçar nos Campos de Palmas. A elevação foi o lugar escolhido para a construção do Centro Administrativo dos parques Eólicos.

A mesma IMPSA está implan-tando outros quatro parques eólicos em Bom Jardim da Serra, na Serra Ca-tarinense, com mais 62 torres e um total de 93 MW de capacidade insta-lada, representando R$ 515 milhões de investimentos. Juntos, a injeção direta de recursos da empresa em

Santa Catarina totaliza quase R$ 1,2 Bilhão, o maior investimento privado na atualidade em obras no Estado. Com essas duas importantes obras, a IMPSA está colocando Santa Catarina na terceira posição entre os 27 esta-dos do Brasil em geração eólica, uma energia limpa, em harmonia com a natureza e que utiliza como matéria--prima apenas a disponibilidade e presença de ventos constantes. An-tes disso, Santa Catarina aparecia em 8º lugar nesse ranking, com apenas nove Estados produtores.

O mesmo vento que faz os mo-radores de Água Doce e região tira-rem os casacos do armário, agora tra-zem esperança e prosperidade. Conforme Nelci Fátima Trento Bortolini, prefeita de Água Doce, a instalação dos parques eólicos con-tribui não somente para a ampliação do setor energético de Santa Catari-na e do Brasil, como também auxi-liam na preservação dos recursos na-turais, tendo em vista que a energia eólica tem impacto mínimo sobre o meio ambiente no que condiz a sua instalação e operação.

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O parque Eólico de Água Doce gerou 800 empregos dire--tos,contando os trabalhadores de diversas empreiteiras, divididos em seis diferentes parques eólicos. São eles: Aquibatã, Salto e Cruz Alta (am-bos com 20 torres e 30 MW), Amparo (15 torres e 22,5MW), Campo Belo (7 torres e 10,5MW) e Cascata (4 torres e 6 MW). Foram abertas estradas de acesso, totalizando 63 quilômetros numa área de 220 KM².

Para interligar os geradores en-tre si até a subestação central, locali-zada dentro do parque, foram cons-truídos 110 km de rede elétrica aérea com nível de tensão em 34.500 Volts. Para interligar o sistema de geração de Água Doce ao sistema CELESC, foi construída uma linha de transmissão de energia em circuito duplo com 45 km de extensão, ligando a subesta-ção principal do parque eólico até o sistema elétrico existente da Celesc, na cidade de Ponte Serrada. Esta li-nha de transmissão opera com nível de tensão em 138.000 Volts, que é a tensão padrão do sistema de distri-buição da Celesc no Estado de Santa Catarina.

Para sustentar as torres de ge-ração, foram construídas bases de concreto estrutural. O gerente Jairo Moro explica que a construção de

cada uma das bases consumiu cer-ca de 30 toneladas de aço e, aproxi-madamente, 330 metros cúbicos de concreto. Esse montante correspon-de a 42 caminhões betoneiras. Assim sendo, para a obra toda foram utiliza-dos 3.600 caminhões de concreto. Sobre as bases de concreto, fo-ram erguidas as torres de aço, com mais de 250 toneladas, e as de con-creto que pesam 800 toneladas; de-pois de montadas, medem 100 me-tros de altura. A medida das pás é de 37me-tros cada, dando um diâmetro de giro de 77 metros (há 100 metros de altura, o equivalente a um edifício de 46 andares)

O gerente explica que o parque eólico de Água Doce tem uma pecu-liaridade. No local foi montada uma fabrica com tecnologia de ultima geração para produção de torres de concreto. Das 86 torres de geração no Parque de Agua Doce, 34 delas são de aço. No entanto, o merca-do brasileiro não consegue atender grandes pedidos dessas peças no prazo determinado. “Portanto, com a implantação da fábrica de torres de concreto no local, produzimos 52 torres de concreto estrutural, geran-do emprego na região e minimizan-do a logística de transporte rodoviá-rio”, destaca Jairo Moro.

Segundo a Prefeita, dentre as inúmeras vantagens desta fonte lim-pa e renovável de energia, destacam--se também os benefícios econômi-cos proporcionados ao Município provindos da geração do ISS (Impos-to Sobre Serviços) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). “Este adicional possibilita ao Governo Municipal maiores inves-timentos em todas as áreas, os quais se revertem, consequentemente, na melhoria da qualidade de vida da po-pulação”, destaca a prefeita. Ainda de acordo com Nelci, em função da instalação dos seis novos Parques Eólicos, o Município ganhou ampla projeção em nível de Estado e País, com benefícios diretos à ati-vidade turística, atraindo visitantes dos mais diversos lugares, motivados a conhecer o conjunto eólico água--docense.

Page 48: Revista Tche Campeiro Edição 13

Na implantação do parque eó-lico de Água Doce houve a mobili-zação de 10 guindastes de grande porte, vindos de Guarulhos (SP) e de Porto Alegre(RS). Sendo cinco guin-dastes com capacidade para levantar 750 toneladas, dois guindastes com capacidade para elevar 600 tonela-das, três guindastes com capacidade para erguer 500 toneladas, tendo a maior concentração de guindastes de grande porte da América Latina.

Para chegar ao ponto de insta-lação de cada um dos aerogeradores, foi necessária a construção de 63 km de estradas, cortando pastos e lavou-ras. Isso proporciona uma cena curio-sa, em meio à imensidão das torres, trabalhadores realizam a colheita de batatas, plantam soja e criam gado. “A empresa arrendou, dos 19 pro-prietários da área, a parcela das ter-ras ocupadas com equipamentos, o restante eles continuam utilizando normalmente. A energia eólica tem essa característica de harmonia com o meio ambiente”, explica o gerente.

O aproveitamento das condi-ções climáticas dos campos de Água Doce (SC) e Palmas (PR) para a pro-dução de energia não é de hoje. O

local, inclusive, foi um dos primeiros do Brasil a contar com aerogeradores instalados há mais de 10 anos pela Copel.

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Entre os moradores e lideranças dos municípios é grande a expectati-va de que novos investimentos sejam direcionados ao setor, possibilitando que os parques eólicos ultrapassem a rodovia e se entendam também pelo território paranaense.

Uma paisagem campestre cra-vejada de torres futurísticas. O con-traste é uma aposta que atrai muitos curiosos e turistas. A implantação dos 86 aerogeradores nos campos de Água Doce, além de representar um incremento significativo na pro-dução de energia, é esperança de no-

vos ventos em torno do turismo para a região.

Embora a maior parte dos aero geradores esteja localizada no muni-cípio de Água Doce, Santa Catarina, Palmas é a área urbana mais próxima do local. Está há cerca de 30 quilôme-

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tros do conjunto de parques eólicos. Na impossibilidade de se beneficiar com os impostos gerados, o muni-cípio do Sudoeste paranaense está descobrindo sua vocação turística. Para isso busca conciliar sua história centenária, ilustrada nos casarões antigos, museus e fazendas, com a modernidade da produção de ener-gia com menor impacto ambiental possível.

Atualmente o departamento de turismo de Palmas recebe entre qua-tro e cinco excursões todos os meses – aproximadamente 150 pessoas – a maior parte atraída pela curiosida-de em conhecer os parques eólicos. Agora com o incremento no número de torres, a expectativa é que os visi-tantes aumentem.

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O Brasil alcançará nos próximos meses, uma capacidade de fabrica-ção de aero geradores de 3.700 MW por ano. E a IMPSA tem uma grande participação nesse sucesso.

Esse volume é quase o dobro da demanda interna projetada para a fonte de 2.000 MW anuais. Os núme-ros indicam que o país deve se con-solidar como um pólo exportador desses equipamentos. E que a oferta continuará em alta.

Neste início de ano o País terá condições de produzir o equivalen-te a 10% da demanda mundial por aero geradores registrada em 2010 pela Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês). É capacidade suficiente para atender à demanda da Alemanha (1.551 MW) e da Espanha (1.527 MW), tendo como base os números do ano passado. Os países são, respectivamente, o ter-ceiro e o quarto maiores mercados mundiais.

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Por Maickel Martins

MTG é um órgão cata-lisador, disciplinador, orientador das atividades dos seus filiados e enti-dades associativas, além de congregar mais de

1400 Entidades Tradicionalistas, le-galmente constituídas, conhecidas por Centro de Tradições Gaúchas. Sabe-se que o movimento tradiciona-lista rio-grandense vem se desenvol-vendo desde 1947, com características especialíssimas. O fundamento cientí-fico deste movimento encontra-se na seguinte afirmação sociológica:

“Qualquer sociedade poderá evi-tar a dissolução enquanto for capaz de manter a integridade de seu núcleo cultural”.

Através da atividade campeira, artística, literária, recreativa ou esportiva, que o caracteriza - sempre real-çando os motivos tradicio-nais do Rio Grande do Sul - o Tradicionalismo procura, mais que tudo, reforçar o núcleo da cultura rio-gran-dense, tendo em vista o indi-víduo que tateia sem rumo e sem apoio dentro do caos de nossa época.

A história do Movimento Tradi-cionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1889. Outros, a Ronda Gaúcha, no Colégio Julio de

Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realiza-ção do 1º Congresso Tradicio-nalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Con-selho Coordenador, em 1959. Mas, foi em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, que foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas consti-tuídas, dando-lhe o nome de Movi-mento Tradicionalista Gaúcho. Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG.

“35” CTG – O PIONEIRO No fim da II guerra mundial, o mundo ocidental, encontra-se com grande influência exercida pela oposi-ção dos Estados Unidos. Tornou-se, as-sim o principal centro de irradiação da

moda, da cultura e as elites urbanas, principalmente os jovens, começa-ram a imitar o americano “way of life”, que significa, jeito ou estilo america-no. Com rapidez a juventude voltava às costas para as suas raízes culturais e os intelectuais rio-grandenses de-monstravam sua insatisfação com aquele estado de coisas e tinham a

consciência de que a pressão do modismo americano su-focava a cultura local, o Rio Grande, de resto o mundo todo. O Brasil estava saindo da ditadura de Getúlio Var-gas que havia amordaçado a imprensa, que prejudicava o desenvolvimento e prática das culturas regionais. Com isso, perdia-se o sentimento de culto às tradições; nossas raízes estavam ao esqueci-mento, adormecidas reflexo da proibição de demonstra-ções de amor ao regional. Bandeiras e hinos foram sim-

bolicamente queimados em cerimô-nia no Rio de Janeiro e diante de tudo isso os gaúchos estavam acomoda-dos aquela situação, apáticos, sem iniciativa.

O

MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO

Page 55: Revista Tche Campeiro Edição 13

O GRUPO DOS OITO

Em agosto de 1947, em Porto Alegre, eclodiu forte uma proposta de esperança, onde a liberdade e o amor à terra tinha vez e lugar. Jovens estu-dantes oriundos do meio rural, de to-das as classes sociais, liderados por Pai-xão Cortes, criaram um departamento de tradições gaúchas no Colégio Júlio de Castilhos, com a finalidade de pre-servar as tradições gaúchas, mas tam-bém desenvolver e proporcionar uma revitalização de cultura rio-grandense, interligando-se e valorizando-a no contexto da cultura brasileira. Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda Crioula, estendendo-se do dia 7 ao dia 20 de setembro, as datas mais significativas para os gaúchos.

Entusiasmados com a idéia pro-curaram a liga de defesa nacional e contataram o então Major Darcy Vig-nolli, responsável pela organização das festividades da “Semana da Pátria”

e lhe expressaram o desejo do grupo de se associarem aos festejos, propon-do a possibilidade de ser retirada uma centelha do “Fogo Simbólico da Pátria” para transformá-la “Chama Crioula”, como símbolo de uma união indisso-lúvel do Rio Grande à Pátria Mãe. E o desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasilei-ros durante até o dia 20 de setembro, data magna estadual. Nessa oportuni-dade, Paixão recebeu o convite para montar uma guarda de gaúchos pil-chados em honra ao herói farrapo Da-vid Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre. Paixão Cortes para atender o honroso convite, reuniu um piquete de oito gaúchos bem pilchados e no dia 5 de setembro de 1947, prestaram a ho-menagem a Canabarro. Esse piquete é hoje conhecido como o Grupo dos Oito, ou Piquete da Tradição. Primeira semente que seria semeada no ano se-guinte, criação do “35” CTG.

Em setembro de 1948, o primeiro piquete de ca-valeiros do 35 CTG saia às ruas de Porto Alegre para conduzir a Chama Crioula. Paixão Côrtes (D) está acompanhado de José Laerte Vieira Simch (E) e de Antônio Cândido da Silva Neto (C). Ar-quivo Pessoal/ZH.

No primeiro ano de vida do “35”, este passou por três fases bem distintas: Implantação, arregimentação e a prepa-ratória, onde foi eleita a primeira diretoria oficial, Paixão Cortes foi escolhido como patrão de honra do “35” CTG, sendo que o primeiro patrão oficial foi o taura Antônio Cândido da Silva Neto, de Dom Pedrito, e na fase provisória, coube a Glaucus Sarai-va a tarefa de ser Patrão por ocasião da fundação.

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Feijoada Campeira

Revista Tchê Campeiro - Dezembro de 201162

INGREDIENTES: - 1 Kg de feijão - ½ kg de carne seca - ½ kg de lombo - ½ Kg de costela - ½ Kg de lingüiça calabresa - ½ Kg de paio - 3 rabos - 3 orelhas - 3 pés

PREPARO

- Deixe de molho o feijão de um dia para o outro e cozinhe em panela de pressão por 30 minutos.- Corte as carnes em pedaços e coloque de molho de um dia para outro.- No dia seguinte coloque as carnes em uma panela e deixe ferver em água por 30 minutos.- Misture o feijão com a carne escaldada com aproximada-mente quatro litros de água quente. Deixe cozinhar.

TEMPEROS- ½ xícara (chá) de óleo - 200g de bacon picado - 2 cebolas picadas - 3 tomates sem pele picados - ½ xícara de salsinha e cebolinha - 3 folhas de louro - Sal e pimenta-do-reino - ½ copo de pinga - Suco de laranja - 2 laranjas inteiras - Refogue todos os ingredientes, exceto a pinga e a laranja. - Misture o refogado na feijoada, coloque a pinga e a laran-ja e deixe cozinhar por aproximadamente 3 horas em fogo baixo. Acompanhe com arroz branco, couve refogada, farofa, mo-lho de feijoada, torresmo, banana à milanesa e bisteca gre-lhada.

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Por: Jorge Aginelo do Nascimento

Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

O CAVALO CRIOULO NO CENÁRIO DO AGRONEGÓCIO

odos nós de alguma ma-

neira somos dependentes

do setor do agronegócio,

seja direta ou indiretamen-

te, ou somos pecuaristas

ou agricultores, ou empresários que

são ligados a essas áreas. Então por

isso devemos encarar a criação de ca-

valos crioulos como um negócio, as-

sim como nossas produções de grãos,

de carne, de madeira, enfim como

consumidores, devemos ter a consci-

ência e encarar o cavalo Crioulo como

um negocio que ajuda na rentabilida-

de das propriedades rurais.

Mas para que este negócio seja

58

realmente rentável ele deve ser enca-

rado desde o seu princípio realmente

como um negócio, onde o valor de

aquisição esta relacionado com sua

qualidade, onde a forma de adminis-

tração e estratégia seja realmente

como um negócio, tendo sempre três

quesitos, que na minha concepção

são de fundamental importância, ge-

nética, mão de obra e ambiente (ali-

mentação e estrutura).

Desta maneira já vi várias caba-

nhas nascerem e serem hoje algumas

das maiores em relação à qualidade

e comercialização do cavalo Crioulo,

deixaria como exemplo duas novas

cabanhas com perfil alta-

mente competitivo, como

as cabanhas Caratuva e

Maior, jovens cabanhas

que em menos de 5 anos

já tiveram as suas realiza-

ções pessoais, em relação

a resultados e automati-

camente sua realizações

financeiras onde suas ca-

banhas já são auto- sus-

tentáveis.

E hoje podemos

confirmar esta realidade

do cavalo Crioulo sendo

um dos bons negócios do

campo, falando em nível

de exposições, falamos

na Expointer 2010 a qual

temos dados já concretos

e fechados, sendo ela a

maior exposição agrope-

cuária da América latina, no ano de

2010, a Expointer vendeu R$ 14 mi-

lhões de reais em semoventes ou seja

animais que se movam , sendo R$ 10

milhões deste total cavalo Crioulo isto

significa em torno de 75% deste total,

então pergunto, qual a feira de nego-

cio não quer uma raça que movimen-

ta sozinha 75% do total de venda de

animais da mesma ?

E além deste temos outros gran-

des dados reais, sobre a comercializa-

ção de cavalos Crioulos, a venda do

garanhão CRT Guapo, pai do garanhão

Viragro Rio Tinto, avo do também ga-

T

Page 59: Revista Tche Campeiro Edição 13

www.revistatchecampeiro.com.br

ranhão Viragro Rio Bravo, sendo estes

três grandes campeões de Esteio. CRT

Guapo foi vendido pela cifra de 5 mi-

lhões de reais e não foi único, Santa

Elba Comediante, o cavalo motor, pai

de Butia Luiz, Butia jurere e Pampa de

São Pedro sendo os três campeões do

Freio de Ouro, valeu mais de 1,5 mi-

lhões de reais, só que este foi vendido

aos 23 anos de idade, por uma infeli-

cidade e coincidência a raça perdeu

este dois grandes raçadores e cava-

los milhonários como chamamos, em

apenas uma semana, mas outros já es-

tão aí os filhos destes, assim como Vi-

ragro Rio Tinto que quando compra-

do segundo muitas pessoas era uma

loucura, valeu 400 mil reais, e de fato

era uma loucura mesmo para a épo-

ca, porém a cobertura de Viragro Rio

Tinto hoje é avaliada em 25 mil reais, e

não tem coberturas mais para ser ven-

dida nesta temporada, outro exemplo

rápido é o Garanhão Indio do Boeiro

melhor progenie de Esteio já tem 40%

de suas coberturas do próximo ano já

comercializadas.

Então, assim com estes dados

podemos comprovar que realmente o

cavalo Crioulo desde que, bem adqui-

rido e bem focada a sua estratégia de

resultados de pistas, aliados a sua co-

mercialização realmente é um grande

negócio.

Na próxima edição mostrarei da-

dos com gráficos sobre as projeções

de que temos para o cavalo crioulo

nos próximos 10 anos, comparados

com os últimos 10 anos de crescimen-

to da raça Crioula.

NOTÍCIAS

1- Final de Janeiro já recomeçamos

com expo em Pato Branco PR;

2- Mais um craque vem para o Paraná,

Campana Farrapo foi adquirida por

um criador do Sudoeste do Paraná;

3- Estamos nos preparando para vá-

rios eventos no ano de 2012;

4- No mês de janeiro estarei em Pal-

mas PR e região para atendimento aos

criadores.

CURIOSIDADES

O que uma égua precisa para ser

doadora de Embriões?

Hoje a raça Crioula permite que

qualquer égua crioula confirmada,

faça a transferência de embrião, só

que a mesma não sendo registro de

mérito, não pode emprenhar no mes-

mo ano, ou seja, qualquer égua pode

ter um filho por gestação própria ou

por T.E (Transferencia de Embriões),

mas as éguas com registro de mérito,

ou seja, égua que alcançaram mais de

30 pontos no registro de mérito sen-

do 50% funcionais e 50% morfológi-

cas, somados seus pontos próprios e

de seus descendentes contribuintes,

pode ter 2 filhos, através de 1 em sua

barriga e outro de Transferência de

Embrião, ou mesmo os 2 em recepto-

ras, assim como as éguas freio de ouro,

prata e bronze, grande campeã, reser-

vada grande campeã, terceira e quar-

ta melhor fêmea da Expointer assim

como da FICC, poderão ser doadoras.

A coluna Universo Crioulo abre

suas porteiras para a gauchada que

é amante do Cavalo Crioulo, portanto

participe mande comentarios, dicas e

curiosidades estaremos abordando os

assuntos pertinentes e tirando suas

dúvidas.

Page 60: Revista Tche Campeiro Edição 13

oi entre festivais e apre-sentações que o cantor e compositor Joca Martins conquistou várias premia-ções, fãs e admiradores em

diversas querências de nosso amado Brasil. Onde há um gaúcho espalha-do, inclusive além fronteiras, existe o reconhecimento ao artista que há 25 anos percorre as estradas do na-tivismo e se transformou num dos maiores nomes da música regional gaúcha. A materialidade do sucesso alcançado está refletida em prêmios como “Troféu Vitor Mateus Teixeira - Teixeirinha de Melhor Cantor em 2004” e dois Discos de Ouro. Um

Por: Ari Ignácio de Lima e Diego Funari

deles pelo disco “O Cavalo Crioulo” e outro pelo CD “Clássicos da Terra Gaúcha”. Em função disso, Joca foi matéria de capa da primeira edição da Revista Tchê Campeiro, em de-zembro de 2010. Ao completar um ano, resolvemos brindar novamen-te nossos leitores com o renomado artista. Na primeira edição, a equipe da Tchê Campeiro foi a Pelotas (RS) para entrevistá-lo. O qual, mui gen-tilmente, recebeu nossa equipe no Centro de Treinamento Mauricio Idiart e, entre uma cuia e outra, con-tou-nos um pouco de sua trajetória. Para esta segunda matéria de Capa, vamos atualizar informações atra-

vés de contatos telefônicos, e-mails, pesquisa na imprensa e aproveitar muito da prosa que o Diego Funari teve com o Joca em sua cidade natal. E como ele mesmo diz em shows e entrevistas: “Aí que me refiro!” Vocês vão conhecer um pouco mais desse compositor e intérprete da música regional gaúcha.

Uma carreira de sucesso

Ao longo de sua vitoriosa car-reira, iniciada em 1986 nos festivais da música gaúcha, Joca Martins já gravou 14 CDs e 3 DVDs. O disco mais recente é o que comemora os

F

Por: Ari Ignácio de Lima

Page 61: Revista Tche Campeiro Edição 13

25 anos de carreira. Traz quatro re-gravações de músicas colhidas do acervo de canções originalmente gravadas pelo próprio cantor em festivais e outros trabalhos (O sá-bio do Mate, Jesus Maria, Catedral e Tropilheiro); as demais composições são todas inéditas, produzidas espe-cialmente para este momento, por colegas de outras parcerias como Rodrigo Bauer, Anomar Danúbio Vieira, Juliano Gomes, entre outros. O CD lançado em setembro de 2011 pela gravadora ACIT tem como mú-sica de trabalho “Bem arreglado”, de Rodrigo Bauer e Piero Ereno. Do espanhol “arreglar” (arrumar), regla (norma); expressão campeira muito usada na fronteira para elogiar ou descrever um potro bem iniciado na doma, um redomão arrumado no capricho, bem disciplinado. “Esta música homenageia a juventude de hoje que sabe ‘arreglar’ o nosso gauchismo aos dias atuais, fazendo com que nossos usos e costumes permaneçam vivos!”, destaca Joca. O CD 25 anos e o terceiro DVD tem a produção musical de João Marcos “Negrinho” Martins, em parceria com o diretor artístico da gravadora ACIT, o experiente Edison Campagna. Fo-ram gravados, ao vivo, na Charque-ada Santa Rita em Pelotas. O DVD ficou pronto em dezembro de 2011

e teve a participação de grandes in-térpretes, amigos de Joca: Cesar Oli-veira & Rogério Melo, Juliano Gomes, Juliana Spanevello, Anomar Danúbio Vieira, Marcelo Oliveira, Luiz Maren-co, Lisandro Amaral e Xirú Antunes.

Começo: lá na infância

João Luiz Martins, nasceu (31/01/1968) e foi criado em Pelotas (RS). Embora tenha nascido na cida-de sempre gostou da simplicidade do campo. “Quando eu tinha de seis pra sete anos meu pai adquiriu uma chácara no Monte Bonito, distrito de

Pelotas. E lá passávamos os finais de semana. Eu e meu irmão do meio tínhamos um petiço, e bah! Quase matávamos o bicho de tanta judia-ria. Fazíamos guerra de sabugo e outras brincadeiras,enfim coisas que guri de cidade não faz né tchê!”, re-corda.

O gosto pela música começou muito cedo. Foi ouvindo seu avô João, que tocava violão e acordeom, na referida chácara. Essa experiên-cia, naturalmente, Joca passa para suas duas filhas, uma com 15 e outra com oito anos e, segundo o papai coruja, as duas são bem afinadas e tem sensibilidade para a música. Ga-rante que só de ouvir uma canção já sabem se está afinado ou não. Seus pais não são músicos, porém foram os grandes incentivadores da carrei-ra dele e dos irmãos. Além de com-prar instrumentos, possibilitaram o contato deles com a teoria e prática musicais no Conservatório de Mú-sica de Pelotas. “No conservatório é que fui saber o que é grave o que é agudo. Este primeiro contato é mui-to importante quando se é criança, né tchê! Pois tira aquele sestro da música”, garante. Além de estudar e praticar com es-mero o canto, Joca venceu outro de-safio. Seus amigos não acreditavam

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no seu talento, mas isso não o de-sanimou. Ao contrário, o incentivou para alcançar o sonho. Com muita dedicação, estudo e busca de novos conhecimentos, venceu os obstácu-los e se tornou no grande artista que é, com reconhecimentos de gente que entende do tema, entre eles Jay-me Caetano Braun: “Um intérprete que possui o indispensável ao can-tor crioulo: autenticidade!”, assim se referiu o grande poeta ao dizer o que pensava sobre Joca Martins.

A juventude: estudo, música e festivaisComo todo o jovem que quer crescer Joca procurou estudar. Fez o curso Técnico em Agropecuária no CAVG (conjunto agrotécnico Visconde da Graça) onde encontrou ambiente propício para a música autêntica, pois a maioria dos que buscavam formação naquela instituição de ensino tinha o pé fincado nas raízes culturais campeiras. Lá fez muitos amigos como: Xiru Antunes, Fabiano Bachieri, Luiz Marenco e Mauro Rosa (que o ensinou muitos acordes) dos quais recebeu o apelido de ‘Ferradu-ra’. “A gente mais passeava do que es-tudava. Fiz em cinco anos o que era para ser feito em três. Matei muita aula pra tocar violão no CTG”, revela.

Foi nessa época, a partir dos 13 anos, que começou a tocar e a cantar em parceria com seu irmão Negrinho. Eles tocavam para a invernada artís-tica do CTG de Pelotas. Aos 17 anos ingressou nos festivais. Foi neste momento que sentiu necessidade de procurar auxílio técnico. Foram sete anos de estudos sobre música o que , segundo ele, fez toda a diferença na sua formação de cantor. Porém, para um cantor gaúcho tão impor-tante quanto estudar é saber o que ele está cantando. Acredita que não é necessário saber laçar ou ginete-ar, mas tem que ter amor e conviver com o campo e suas rotinas. “É como se diz na linguagem dos atores: tem que fazer um laboratório, né tchê! Senão eu não consigo pas-sar o sentimento do que eu canto. Conviver com o treinador, o do-mador, o peão de estância, pessoas simples de gran-de sabedoria. Sa-bedoria campei-ra! isso pra mim é fundamenta”, destaca.

O inicio da carreira

Foi com a canção Payador So-lito de autoria de seu amigo Milton Gonçalves Fernandes, de Bagé, que Joca, (no bombo leguero), seu irmão Negrinho (no violão), seu tio Anto-nio Alberto (que reside em Palmas atualmente, também no violão) e Vi-dal (que era pianista, no acordeom), alcançaram o 2° lugar no festival Comparsa da Canção (festival que existe até hoje). Mas essa formação durou pouco tempo. Então, Joca montou um grupo chamado Ante-ontem, formado por Joca, Negrinho, Fabiano Bacchieri e Fernando Saufer. Com essa formação participaram de vários festivais entre 1986 e 1987. Nesta época o principal cantor era Fabiano Bacchieri. No festival Char-queada, de Pelotas, com Joca Mar-tins no vocal o grupo se destacou no cenário da musica gaúcha, e concor-reu com grandes nomes como César Passarinho, João de Almeida Neto, Elton Saldanha, entre outros. E, dali em diante, as coisas foram aconte-cendo na carreira de Joca Martins.

Quando perguntado se já pas-sou dificuldades na vida Joca diz: “sofri as mazelas artísticas que todo cantor sofre. Mas hoje sou um cara que tenho uma baita vida, só tenho a agradecera Deus”, realça com o senti-

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mento de quem vence as batalhas e rende graças aos que tornaram isso possível. Fora da música Joca traba-lhou como “pisteiro” em escritório de remates, pelo que é apaixonado até hoje: “vejo remate pela TV. Me agra-do demais tchê! ”.

Suas influências musicais fo-ram; Cesar Passarinho, Pedro Or-taça, Noel Guarany, Cenair Maicá, Jaime Caetano Braun e o grupo “Os Tiatinos” formado por: Jose Claudio Machado, Glenio Fagundes, Paulo Portela Fagundes e Marco Aurélio Campos (avô do Mauricio Idiart).

Pelotas

Quando fala de Pelotas, cidade onde nasceu e reside até hoje, Joca se enche de orgulho. Pelotas é co-nhecida pelo seu potencial turístico e histórico. Os palacetes, o teatro mais antigo do Brasil em funciona-mento, os grandes hotéis, a prefeitu-ra municipal a biblioteca pública, en-tre outros prédios que representam a identidade de Pelotas e ajudam a contar a historia de uma cidade que viveu seu auge em função das charqueadas e que hoje zela pelo patrimônio em função de sua cultu-ra. Pelotas conta com uma diversi-ficada gastronomia. Possui o titulo

de “Capital Nacional do Doce”. Além disso tudo, a hospitalidade acolhe-dora que faz com que você sinta-se em casa. Joca é um apaixonado por Pelotas “ A cidade oferece muito em termos culturais. Aqui nós temos his-tórias das charqueadas, temos tea-tros, a sede da ABCC fica aqui. Temos o maior escritor regional do mundo, João Simões Lopes Neto, (em tom de indignação, fala sobre o preconceito que leva a sua cidade) e ressalta: “Em vez do povo falar de João Simões Lo-pes Neto, ficam falando dessas coi-sas, é brabo tchê, existe muita cultu-ra para falar.”

Pelota : Pequena embarcação rústica feita em couro vacum,que presa a uma armação de galhos era utiliza-da pelos índios e outros primitivos da região,para atravessar seus cur-sos d’agua, (rio que hoje leva esse nome “Pelotas”).A embarcação era rebocada por uma pessoa a nado, transportando apenas um passa-geiro por vez ou seus pertences. O nome tem origem por seu formato que lembra uma bola. Que em espa-nhol diz-se “Pelota”

O cavalo crioulo

Um apaixonado por cavalo da raça crioula, Joca Martins em parce-ria com Rodrigo Bauer, fizeram um chamamé intitulado “Parceiros de Campo”. A canção foi gravada pelos Serranos com a participação dele. Em 2002, ano em que a ABCCC (as-sociação brasileira de criadores de cavalos crioulos) fez 70 anos, Joca lança um disco e incluiu esta música como forma de reconhecimento e homenagem a ABCC. E , para fazer o lançamento do disco, foi a cavalo de Pelotas à Porto Alegre (mais ou me-nos 300 km) sozinho, como uma for-ma de protesto para chamar a aten-ção para a música gaúcha. Ato que alavancou sua carreira,colocando-o como um dos maiores cantores do cavalo crioulo do país e, naquele mesmo ano, Joca e Rodrigo, come-çam a compor um disco temático sobre cavalo crioulo. Produziram 18 músicas em dois anos. O CD reper-cutiu em todo o país, principalmente entre os campeiros. Em 2004, lan-çaram o CD “O Cavalo Crioulo”, que não foi diferente em termos de acei-tação.

Somente em 2009 Joca lançou seu segundo CD temático sobre o cavalo crioulo. “Em cinco anos mui-tas coisas aconteceram. A música

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ginetes de ouro, bah!teve que ter outros ginetes somados ,outros ginetes ganharam o freio e assim segue tendo (ganhadores. En-tão, tive que acrescentar mais uma estrofe,para cantar ginetes novos. Assim que é bom, está se renovando é assim que funciona. Mas, já cus-tou mais tempo, porque tinham que surgir novas idéias para os mesmos compositores,não é fácil tu compor sobre o mesmo tema um novo dis-co, e que tenha qualidade,tanto que levamos cinco anos pra fazer. Fomos fazendo de vagarzinho e agora acha-mos por bem de nossa parceria, pas-sar um tempo sem compor sobre o mesmo tema,pra que venham mais músicas ,novos fatos”, pondera.

Em outubro de 2010 lançou com muito sucesso seu DVD “O Ca-valo Crioulo”. Pela necessidade de ilustrar o que cantava sobre o cavalo crioulo, além das musicas do 2° CD

o DVD, contém também musicas como: Domingueiro, Onde anda-rá, Com o Coração nas Esporas e Eu venho lá de Pelotas (homenagem a Pelotas), entre extras e depoimentos de criadores. E todo esse trabalho é movido pelo gosto pelos animais e pela arte. “Minha relação com a ABCCC é apenas de admiração e de pequeno criador. Os três trabalhos que eu o Rodrigo Bauer fizemos (Ca-valo Crioulo, Cavalo Crioulo 2 e o DVD Cavalo Crioulo), não têm víncu-los comerciais com a ABCCC. Nossa ligação é a paixão pelo Cavalo Criou-lo e pela arte”,garante Joca.

Atualmente

Em 2012 Joca vai dedicar sem tempo para os shows – é um dos artistas mais requisitados do Sul do País para eventos como exposições e festas tradicionais-, e para divul-gar os trabalhos lançados em 2011,

ou seja, o CD/DVD 25 Anos. Joca faz anualmente um show beneficente em Pelotas, intitulado “Ai que eu me refiro” cuja renda é revertida para a Santa Casa de São Francisco de Pau-la, uma instituição com mais de 70 anos assistindo 165 crianças de zero a seis anos. “É bom agradecer oran-do, mas é importante que se façam as coisas para ajudar o próximo tam-bém”.

Sobre o Surgimento da Revista Tchê Campeiro há 13 meses, Joca as-sim se manifestou: “É um importante espaço e por vir do querido estado do Paraná, mostra pra todos nós, o quanto é grande o amor de todo sul do Brasil pela cultura sulina!”

E pra aqueles que pretendem ingressar na musica Joca aconselha – “Sejam persistentes e estudem”! E para encerrar não poderia faltar sua marca registrada: “Aí que me refiro”.

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A LendA do PAi QuAti

Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 201266

Por: Dimitri

Existe uma importante in-cidência da cultura negra na literatura rio-granden-se, e este tema provém, em última hipótese, da abundância do material

folclórico que as populações africa-nas herdaram de seus antepassados. No tempo da escravidão, no Rio Grande do Sul, era comum a fuga de es-cravos, e os que fugiam, arriscando a pró-pria vida, ficaram conhecidos como “qui-lombolas”. Conta-se, que durante este período, em uma grande fazenda nos Banhados, município de Santa Maria, começaram misteriosamente a desaparecer coisas. Entretanto, sempre ficava um presente em seu lugar. Algo bem rústico ou ar-tesanal era deixado como troca como: balaios, esteiras, potes de barro, enfei-tes de pena, etc. Nestas circunstâncias, o que realmente ocorria era uma troca e não um roubo. Esta diferenciada ati-tude, despertou a curiosidade do povo. -“É incrível!”, diziam todos. O imaginário popular passou então a fantasiar em torno do caso. E tal mistério logo foi associado com o demônio. A prin-cípio, o povo não tocava nos objetos, te-mendo serem artes do diabo ou por achar que estivessem enfeitiçados. Mas, como o passar do tempo, verificando-se que as esteiras e os balaios não faziam mal a nin-guém, muito pelo contrário, eram muito úteis, a prevenção desapareceu, chegan-do ao ponto de algumas pessoas deixa-rem à noite, em frente de suas casas, facas, tesouras, cordas, na esperança de que fos-sem trocadas por uma esteira ou balaio. Durante muitos anos estas transações ocorreram com muita naturalidade, pois já haviam perdido o cunho sensacionalista. Em certa ocasião, andando a melar escravos na mata virgem, que no centro de uma floresta, próxima de Banhados, elevava-se espiralando uma tênue nuvem de fumaça branca. Curioso e procurando desvendar o enigma, um preto galgou a copa de uma árvore gigantesca e lançan-

do seu olhar em direção de onde saía a tal fumaça, descobriu uma clareira em meio a mata espessa, em a qual, um negro se en-tretinha a preparar uma carne nas brasas. Descendo, comunicou aos com-panheiros a descoberta. Foi então que resolveram capturar o negro, que logi-camente, acreditavam fugido. Armados até os dentes, fizeram o cerco ao desco-nhecido e, avançando cautelosamente, caíram sobre ele, subjugando-o, ape-sar da resistência oposta pela vítima. Era um negro de proporções avanta-jadas e de aspecto medonho, em razão do cabelo emaranhado e pêlo irsuto que lhe cobria o rosto, onde os olhos cintilavam como brasas. Cobria-lhe o peito e as cos-tas uma couraça de pele de quati costura-da com cipó e, presa aos quadris, uma es-pécie de tanga de pele do mesmo animal. Levado até a fazenda, foi chama-do de Pai Quati em razão de apresentar tão estranha indumentária. Entretanto, nada mais foi possível saber dele, pois não compreendia a língua portuguesa. Foi então chamados alguns escra-vos que haviam nascido na África, para que pudessem compreender o que Pai Quati tentava dizer. Fianalmente o conta-to foi estabelecido e descobriu-se que o estranho era de Moçambique. Explicou-se deste modo, o mistério das esteiras e dos balaios. O caso era o seguinte: Tendo o negro chegado ao Rio Par-do, em uma leva que seria vendida em um leilão, conseguiu ele evadir-se e, atraves-sando rios, precipícios e banhados, lutan-do com feras e as intempéries, alcançou a salvo Banhados, onde, dentro da mata vir-gem, armou sua choupana e vivia recluso. Como era um homem de boa índole e muito honesto, não queria se apropriar dos utensílios de que precisava, nem da carne que comia quando não conseguia caça. Assim, perito em manufatura de cestos e esteiras, meio de vida que o sus-tentava em sua terra, trabalhava, durante

o dia, arduamente na fabricação de tais objetos, para, na calada do noite, mis-teriosamente, trocá-los por tudo aquilo que achasse à mão e que pudesse ser útil. Não demorou muito para que a co-movente história do Pai Quati, correndo de boca em boca, enchesse a redondeza. Logo, todos passaram a admirá-lo. Uma auréola glorificadora circundou sua fon-te negra, compensando-lhe os dias de amargura. Como era um homem livre, foi contratado para trabalhar como peão em uma fazenda. Entretanto, quando a saudade apertava, abandonava tudo e voltava a viver no mato, caçando quatis. Morreu de velho, passando quase toda sua existência solitário, mas acalentado pelo seio da floresta. O negro marcou e marca presen-ça em nossa história, religião, geografia, língua, artes, esporte e política. Braços bravios de ancestrais negros lutaram em guerras que não eram suas, saindo da clandestinidade para tornarem-se uma presença consciente e símbolo de orgu-lho e esperança de sua raça. Sua contri-buição para construção de um Rio Grande do Sul forte e livre deve ser sempre relem-brada e agradecida por todos nós.

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Por Cleverson Ramão Marques Pinto

José Cláudio MaChadoosé Cláudio Machado, nasceu no meio rural, no meio cam-peiro. Trabalhou no campo, na infância, na juventude, e conhece toda lida campeira. Gosta do campo, mas optou

em expressar seus sentimentos para com o campo pelo lado artístico mu-sical.

        Sendo um dos grandes nomes da música gaúcha, José Claudio Macha-do tem uma longa vivência no meio tradicionalista, tendo se apresenta-do em diversos estados e compostos clássicos como “Pêlos” e “Pedro Guará”, por exemplo. Natural de Tapes. Tem 15 discos gravados e participações em muitos outros. Gravou e tocou com “Os Tapes”, “Os Serranos”, Bebeto Alves, Luiz Marenco, Mauro Moraes e mui-tos outros, foi parceiro inseparável do inesquecível Jayme Caetano Braun. O marco de sua carreira nativista foi a partir da Califórnia da Canção, em 1971, quando ele participou com o grupo “Status”. A música com a qual participaram, sobre um farroupilha que filosofa se valeu à pena ter lutado ou não, tinha 20 minutos e ficou fora do disco. Porem o grupo ganhou uma menção honrosa por tão linda musica. Já Em 1972, ganhou com a canção “Pe-dro Guará”.

A musica:

No ano de 1972, José Cláudio Macha-do levou ao palco do festival Califór-nia da canção nativa a musica PEDRO GUARÀ, sagrando-se grande vencedor. A parir daí Pedro Guará se tornou uma das musicas mais executadas nas rá-dios de todo o país, marcando época e se tornando um clássico da musica nativa rio-grandense.

Curiosidade

A Califórnia da Canção Nativa é um evento artístico musical que ocorre no Rio Grande do Sul desde 1971, consi-derada patrimônio cultural do Estado, sendo modelo de divulgação da músi-ca regional gaúcha.

Ocorrendo durante o ano provas elimi-natórias em diversas cidades gaúchas, e por fim, após a triagem de mais de 500 músicas, as finais ocorrem na cida-de de Uruguaiana, fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde, conforme o grau de vitórias é concebido o prêmio máximo: a Calhandra de Ouro.

Dica do colunista:

Este clássico do cancioneiro Rio--grandense, tem como base notas fáceis proporcionando uma grande gama de “arranjos”, tu podes criar de-dilhados, para deixá-la a teu gosto.

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Pedro GuaráJosé Claudio Machado - Pedro Guará

Em C D7 G Em Am G B7 Em C Num lamento chegou o minuano D7 G Anunciando o último inverno Em Am O orvalho chorou nas campinas G B7 Em(E) Bis E o céu enlutou as estrelas F#m7 Pedro Guará sentia mais forte B7 E Cheiro da terra o vento do sul G#7 C#m Entrava no rancho o calor do braseiro F#7 B7 Mateava na espera do tempo chegar Int.

C Pedro Guará viveu aragano D7 G Camperiando manhãs distantes Em Am E passando plantava alegria G B7 Em(E) Bis O riso ficava quando partia

F#m7 Pedro Guará partiu sem rastro B7 E Fruto maduro na volta pra terra G#7 C#m Rasgando um riso seu último gesto F#7 B7 Sumiu da serra não vai mais cantar Int.

J

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Por Dimitri

Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

ajador brasileiro, poeta, de-clamador e ator, residente em Bento Gonçalves. Tem se dedicado exclusivamen-te à Arte e conquistado

boas premiações em festivais de poe-sia. Possui dois CDs de poesia e paja-das, inclusive com a participação espe-cial do “payador” uruguaio Juan Pedro Gutierres, em um dos seus trabalhos. Gravou um CD de poemas de autoria de Colmar Duarte. Pedro tem levado a poesia às escolas num espetáculo inte-rativo. Tem atuado em espetáculos de pajadas no Rio Grande do Sul, Argen-tina e Uruguai, e foi um dos pajadores convidados para o Encontro Interna-cional de Declamadores e Pajadores (Vacaria). Participou do 1º Encontro de Pajadores, em Porto Alegre, no ano de 2001. É um dos pajadores participan-tes do CD Pajadores do Brasil, lançado em 2001, pela gravadora Usadiscos.

Participou do Espetáculo Interna-cional de Pajadas, em Uruguaiana, em homenagem aos 30 anos da Califórnia da Canção, em 2001. Fonte: página do gaúcho

CORAÇÃO ESTRADEIROPedro Jr. da Fontoura

fui na garupa do vento busquei tempo pra sonhar cantei versos ao relento colhi flores pra te dar um botão de utopia teu olhar encantador beijo em forma de poesia coração louco de amor.

Meu coração estradeiro pra te ver seguiu caminhos na pampa tem a ilusão sonhos, magia e carinhos. Perdeu o rumo nos campos estradeiro coração e anda viajando sozinho nos bretes da solidão. Teus olhos claros morena são estrelas de geada pétalas brancas de paz novo brilho na alvorada lua cheia quando a noite vem clarear meu pensamento faz a razão do meu canto de amor, ternura e lamentos.

Se acaso nestas paisagens tiver teu cheiro na terra volto na fonte do ontem declaro paz nessa guerra mas, se o encanto do canto vestir mantos de alegria percorro o longo dos anos pra tê-la comigo um dia.

Tu és dessas mulheres que a gente ama em segredo por medo de machucar.

Em ti tudo é perfeito, teu sorriso, esse jeito essa paz do teu olhar.

És resumo de beleza encanto da natureza obra-prima do criador. És a própria primavera, como as flores tu és bela és magia e puro amor!

POESIA

Apeei dum telemoto, de bombacha e capacete,No galpão do meu compadre, lá na forquilha do brete,Puxei dum verbo crioulo e larguei pras que churrasqueavam,Calcule só indiada, adivinhem onde eu andava!Sai altas madrugada da venda do “Gurujuca”, quando uns ET me levaram numa nave igual um “fuca”,pra uma base de espionagem, numa lua de saturno,infestada de marciano de farda, boina e coturno.Vi planeta baio, poleango, tubiano e até carijó,Lua e estrela a granel, no céu lá dos cafundó,“Despues” me plantaram um chip no caroço das idéia,E tudo que eu vejo no muno eles assistem de plateia,Logo eu que vim no mundo, inocente criatura,Em casa de pouco recurso e fui criado sem frescura,Me escolheram por gaudério, pra retratar o pago inteiroGineteando, laçando e fazendo verso campeiro!!!

PPEDRO JUNIOR DA FONTOURA

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Estação dE PEsquisa dE Palmas,

(instituto agronômico do Paraná)

Administrador: Wilson Schveiczrski, Técnico em Agropecuária e Ges-tor Ambiental.

Área: 28 ha Pesquisas:• Feijão e Fruticultura: maçã, ameixa, pera e cereja

Coleção:Banco de germoplasma de Araucária Angustifolia

Produção:Soja convencional

Instalações:Estação agrometeorológica, escritório, casas funcio-nários e barracão de máquinas.

Vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abasteci-mento (SEAB), é o órgão de pesquisa que da embasa-mento tecnológico as políticas públicas de desenvol-vimento rural do Estado do Paraná.

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Missão

Promover o desenvolvimento da agropecuária para-naense, por meio da geração de conhecimentos científicos e tecnológicos adequados à realidade social e econômica dos produtores, que possibilitem, respeitando o meio am-biente, produzindo alimentos saudáveis e produtos de qua-lidade para a agroindústria.

Estrutura

O IAPAR abrange todo o Paraná: a Sede, em Londrina, dois Pólos Regionais de Pesquisa (Curitiba e Ponta Grossa), 16 Fazendas Experimentais, 23 Estações Agrometeorológi-cas (também utiliza dados coletados em outras 37 estações do Simepar) e 25 laboratórios de diferentes áreas de espe-cialidade para pesquisa e prestação de serviços. Na sede, em Londrina, há também um centro de treinamento, equi-pado com auditório e alojamento.

Equipe É formada por cerca de, 772 funcionários (mais de 110 pesquisadores, a maioria com doutorado e pós-doutora-do), que desenvolvem 15 programas de pesquisa (Agroe-cologia, Algodão, Arroz, Café, Cereais de Inverno, Culturas Diversas, Feijão, Forrageiras, Fruticultura, Manejo do Solo e Água, Milho, Produção Animal, Propagação Vegetal, Recur-sos Florestais, Sistemas de Produção). Nos 15 programas são conduzidos 225 grandes proje-tos de pesquisa, que totalizam 560 experimentos de campo espalhados por todo o Estado. Esse trabalho é realizado em estações experimentais do próprio Iapar, mas também em parceria com cooperativas, associações de produtores, uni-versidades e outros centros de pesquisa.

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A variedade Eva (o nome completo é IAPAR 75 - Eva), foi lançada pelo Iapar em 1999, e os trabalhos desta varie-dade ocorreram na estação de Pesquisa aqui em Palmas, se tornou uma nova opção aos produtores do Paraná que têm propriedades mais ao centro-norte do Estado, onde o inver-no não oferece frio suficiente para as viabilizar a produção. A partir de então o material vem se disseminando não ape-nas no Paraná (como ocorre na região de São Sebastião da Amoreira, Assaí e adjacências, que cultivam a cultivar), mas para outros estados.

• Atualmente a Estação de Pesquisa do IAPAR em Palmas, ativou novamente a pesquisa em maçã, os trabalhos esta-vam sendo conduzidos em Ponta Grossa, o objetivo é bus-car mais tecnologias e novas variedades de porta enxertos e cultivares mais adaptadas para a região.

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Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

Por Centauro

FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV)

produção in vitro de em-briões é uma biotecnologia caracterizada pela recupe-ração e maturação dos oó-citos colhidos de doadoras, sendo a maturação e fertili-

zação feita in vitro (no laboratório). Segundo dados da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, no ano 2000, a transferência de em-briões convencional foi responsável por 75,9% dos embriões transferidos (38.595) e a fertilização in vitro (FIV), por 24,6% (12.597 embriões). A partir de 2005, houve inversão da preferên-cia pelas técnicas, com a transferência de 54,3% de embriões produzidos in vitro e de 45,6% dos embriões produ-zidos in vivo. Em 2007, a FIV participou com 75% do total (estimativa de 200 mil embriões transferidos).

BENEFICIOS DA TÉCNICA:

A técnica possibilita acelerar a multiplicação de animais genetica-mente superiores, aspiração de oo-cistos de animais prenhes, possui um ótimo resultado com a utilização de sêmen sexado, aspiração de animais de idade elevada e não necessita de protocolo hormonal nas doadoras.

FUNCIONAMENTO DA TÉCNICA

1º PASSO (SINCRONIZACAO DA RE-CEPTORAS)

O inicio da sincronização das re-ceptoras deve ser programada para que no dia da aspiração as receptoras estejam no cio.

2º PASSO (ASPIRAÇÃO FOLICULAR DAS DOADORAS)

76

Com o uso de uma probe especifica e uma bomba a vácuo, os oocitos são aspirados dos ovários e encaminha-dos para um copo coletor, no qual são mantidos a uma temperatura de 36 graus até serem encaminhados para o laboratório montado na propriedade para seleção de oocitos.

3º PASSO (SELEÇÃO DOS OOCITOS)

Os oocitos sofrem uma primeira seleção na propriedade, onde serão mandados para o laboratório de fertili-zação apenas os oocitos que estão em perfeitas condições morfológicas.

4º PASSO (FERTILIZAÇÃO IN VITRO)

Os oocitos são então encaminha-dos para o laboratório, onde sofrem uma segunda seleção que dá o inicio ao processo maturação final e fertiliza-ção que dura 7 dias.

5º PASSO (INOVULÇÃO DOS EMBRIÔES)

Os embriões com 7 dias de vida são ‘mandados para a fazenda e transferidos para as receptoras. È ne-cessário se ter um cuidado especial na escolha da receptora, pois estas neces-sitam conceber e levar a gestação a ter-mo, com isso, deve-se buscar animais com boa habilidade materna, que es-tejam em bom estado corporal e com todas as vacinas reprodutivas (IBR, BVD E LEPTOSPIROSE) em dia.

Logo quando se iniciou a técnica no Brasil, os custos com equipamentos para aspiração, meios de maturação de oocitos e custo laboratorial, eram mui-to elevados, deixando a técnica muito restrita a alguns produtores. Com o avanço da tecnologia, esses custos re-duziram significativamente, deixando a técnica extremamente viável para quem deseja avançar rapidamente no ganho genético dos animais.

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Por CentauroABORTO EM EGUAS

RESUMO

O aborto em éguas, como em qual-quer espécie, representa uma perda eco-nômica e é motivo de frustração para ve-terinários e criadores. Na égua por muitas vezes não é possível determinar a etiolo-gia do aborto, entre as causas envolvidas temos as de origem infecciosa e outras não infecciosas.

INTRODUÇÃO

O aborto por definição consiste na perda da prenhes após a organogênese esteja completa, ou seja, a partir dos 50 dias de gestação. A ocorrência de aborto em éguas é estimada entre 8 e 15%. A morte do feto pode resultar em aborto ou sua retenção no interior do útero com subseqüente maceração ou mumifica-ção. A mumificação é relativamente rara em éguas, podendo ocorrer quando há prenhes gemelar com morte precoce de um dos fetos. Este feto mumificado geral-mente é eliminado por ocasião do parto ou eventual aborto.

DIAGNÓSTICO

O aborto pode ser classificado con-forme a causa, no entanto em cerca de 50 % das vezes um diagnóstico definitivo não é alcançado.

Devemos inicialmente formular anamnese detalhada, incluindo históri-co reprodutivo da égua, manejo vacinal do rebanho, trânsito de animais, ocor-rência de doenças, potenciais causas de stress materno, possível acesso a toxinas e manejo nutricional. O segundo passo seria realizar exame clínico detalhado da égua com atenção especial ao aparelho reprodutivo, o que envolve palpação e ultra-sonografia. Sorologia pareada, com coleta de sangue com intervalo de 2 se-manas pode demonstrar se houve conta-to recente com um agente causador de aborto.

ABORTO NÃO INFECCIOSO

Entre os abortos de origem não in-fecciosa a causa mais comum seria a pre-nhes gemelar. A ocorrência de prenhes gemelar pode variar entre as raças. No PSI são verificadas ovulações duplas em 20%

dos ciclos es-trais, sendo que em 50% das ve-zes verificamos a concepção de gêmeos. O abor-to ocorre em

qualquer fase, mas é mais comum após o sétimo mês.

O u t r a s causas não infecciosas se-riam anormali-dades placen-tárias são par-ticularmente importantes em éguas mais velhas, onde podemos ainda verificar anormalidades no cordão umbilical como torções com conseqüente interrupção do afluxo san-güíneo para o feto.

Outros fatores envolvidos no abor-to não infeccioso seriam má formação, anormalidades genéticas, nutrição inade-quada, deficiências minerais, vitaminas e intoxicações.   ABORTO INFECCIOSO, NÃO CONTAGIOSO

A principal causa infecciosa e não contagiosa de aborto seria a Placentite. Geralmente a infecção da placenta se dá de forma ascendente através da cérvix, o tratamento é viável, mas nem sempre o potro nasce com peso e tamanho nor-mal, podendo ter seu desenvolvimento comprometido definitivamente.

ABORTO INFECCIOSO E CONTAGIOSO

Aqui residem as maiores preocupa-ções de Veterinários e Criadores, pois o fato de se tratar de moléstia contagiosa o

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impacto no rebanho pode tomar grandes proporções acarretando graves prejuízos à criação.

O principal agente envolvido como causador de aborto conta-giosos seria o H e r p e s v i r u s Eqüino Tipo 1. Trata-se de um vírus respirató-rio que pode causar aborto e mortalidade pe-rinatal. O aborto por herpesvirus normal-mente ocorre após o sétimo mês de ges-tação e tem sido incriminado como agen-te causal de 15% de todos os abortos em éguas. Esta proporção é sensivelmente diminuída com a adoção da vacinação das éguas. No entanto em rebanhos não protegidos o aborto pode ocorrer de for-ma endêmica afetando várias éguas.

A Leptospirose recentemente tem--se aumentado consideravelmente os diagnósticos de aborto envolvendo a Leptospira. O aborto por leptospira ocor-re após o sexto mês de gestação, dado após semanas da infecção, tendo partos prematuros e natimortos são freqüentes. Fetos abortados apresentam icterícia e alguma autólise

As éguas afetadas deverão ser iso-ladas das demais, e tratadas, como estra-tégia de prevenção as éguas poderão ser vacinadas por volta do quinto ou sexto mês de gestação. Na primo vacinação se faz necessário um reforço após 4 sema-nas. O combate a roedores e armazena-mento adequado de grãos e rações deve ser encarado como prioridade.

Outros agentes que podem levar ao aborto, porém com menor importância são a Anemia Infecciosa Eqüina, Arterite e Adenite, dando certa importância a causa de adenite equina ( Garrotilho ) a onde a equipe da Centauro isolou causas no su-doeste do Paraná, sendo que esses causas são melhores trabalhar em sima da pro-filaxia por as vacinas serem de um custo bem acessível para o criador.

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FACAS – A ORIGEM história dos gaúchos

está ligada às facas. Elas mancharam o chão do rio Grande do sul de ver-melho durante as revolu-

ções, mas hoje são usadas para as ta-refas do cotidiano ou por tradição, ou uma discreta demonstração de status já que algumas delas são únicas, ver-dadeiras jóias ou obras de arte. Sem exceção alguma todo gaúcho usa faca. Às vezes até duas. Uma pequena para picar o fumo e aparar a palha para o cigarro, outra grande para qualquer trabalho. Alguns, em vez de usar a faca grande, usam o facão ou adaga.

A faca sangra a rês, coureia, lon-gueia, carneia, prepara a costela para o assado e o couro pra o laço, corta o churrasco e apara os tentos. Enquan-to o piá com sua faquinha prepara a forquilha para o bodoque, a velha, na cozinha corta o charque para o “arroz de carreteiro”. Nesta edição, vamos nos referir a este instrumento que tem sua histó-ria intimamente ligada ao surgimento do gaúcho e que desde o princípio o acompanha. Para isso, temos que bus-car registros de quem trouxe a faca para a América.O surgimento do primeiro cuteleiro na América do sul ocorreu a partir de 1911, quando o ítalo-brasileiro Valen-tim Tramontina resolveu abrir sua fer-raria na cidade de Carlos Barbosa (RS) e posteriormente fabricar facas.

A primeiríssima criação da cute-laria artesanal brasileira foi uma adap-tação e destinou-se especificamente aos Bandeirantes: tratou-se de um

tipo, hoje raríssimo, de espada (parti-cular ao nosso país), que aproveitava a estrutura de empunhadura das ra-pieiras européias. À ela adaptava uma lâmina mais larga, bastante similar a de um facão, ferramenta esta que era bem mais útil nas matas fechadas, tan-to para o trabalho de limpeza do terre-no quanto nos combates aproximados com os silvícolas. De certa forma, esta

criação seria o embrião das primeiras facas de Sorocaba, ou “Sorocabanas”, como também seriam conhecidas.

No inicio do século 18, com as expedições cientificas que aqui che-garam também vieram pintores que registraram em seus trabalhos tropei-ros, portanto longas “facas de ponta”, definição oficial das primeiras facas de defesa genuinamente brasileiras e que eram as do tipo Sorocaba. Posterior-

mente, essa definição ficou restrita às facas produzidas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Inicialmente Salvador, na Bahia, e posteriormente o Rio de Janeiro, tor-nam-se sede dos governos coloniais e muitos cuteleiros de origem portugue-sa radicam-se nessas cidades, ao lado de prateiros de destaque que vinham

do Reino em busca de novas oportuni-dades na “Terra dos Papagaios”. É certo que a junção desses dois profissionais em terras tupiniquins produziu cria-ções muitíssimo requintadas, como as ricas facas do Sul da Bahia e de Minas

Gerais, clássicas adagas mediterrâneas com bainhas e empunhaduras de pra-ta.

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As constantes feiras de gado que se realizaram em Sorocaba, no interior paulista, após a abertura do Caminho de Viamão, no Rio Grande do Sul, ou “Caminho dos Tropeiros”, como tam-bém era conhecido, fizeram com que lá – já a partir do final do século 18 - florescesse uma crescente atividade artesanal de artigos ligados à vida no campo, entre eles as famosas facas de Sorocaba, que dariam início a outros tipos tais como as “franqueiras” e as mineiras do tipo “Curvelana”.

Em paralelo a isso, existia nos Pampas gaúchos, a clássica “faca de prata”, inicialmente como trabalho de toscos cuteleiros que aproveitam es-padas quebradas, molas de carroça, restos de serras, etc. para com eles for-jar lâminas. Posteriormente, com a in-dustrialização da cutelaria de Solingen e Thiers, essas criações foram equipa-das com lâminas européias e a elas se agregou o trabalho de prateiros, movi-mento que se originou em Buenos Ai-res, Argentina, e atingiu os Pampas de Uruguai e Brasil.

O início do século XIX trouxe ao Brasil uma verdadeira invasão de facas comerciais produzidas principalmen-te em Solingen, Alemanha, e alguns raros exemplares manufaturados em Sheffield, Inglaterra. Para a América do Sul também afluíram alguns cutelei-ros e prateiros de origens germânicas e francesas e muitos deles se radicam em Buenos Aires, Argentina, no inte-rior de São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, iniciando o ciclo das mais requintadas criações com

bainhas e empunhaduras de prata nos dois países. É nesta época que surge no Rio Grande Sul, o “ciclo dourado” das facas gaúchas, principalmente com excepcionais trabalhos de prateiros da cidade de Pelotas e, no Interior do Es-tado de São Paulo, as mais sofisticadas facas de Sorocaba, muitos exemplares desse período sendo, erroneamen-te, confundidos e catalogados como sendo “franqueiras”. Igualmente é por volta do inicio de 1800 que surgem as mais sofisticadas facas artesanais do Sul da Bahia e algumas mineiras. Esse panorama de uma cutelaria comercial importada concorrendo ferozmente com a artesanal brasileira permanece-ria inalterado até o final do século XIX.

Não perca na próxima edição um pouco mais sobre esse indispensável instrumento: a faca gaúcha e suas caracte-rísticas gerais, maneiras de usar a faca, denominações f o l c l ó r i c a s , algunas mar-cas e modelos conhecidos e expressões li-gadas a este singular objeto que permeia a história do gaúcho.

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Rota dos Tropeiros com-posta por 16 municípios do estado do Paraná estão sendo retratados aqui para que conheçamos juntos a cultura de um povo, e de um grupo encontra-se em

seu passado.A Rota dos Tropeiros não é apenas um caminho que corta os espaços, ela é também um organismo vivo da história e da memória do povo brasileiro, representado pelo seu patri-mônio de singular beleza.

Nesta edição estaremos trazendo um pouco das cidades de Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa e Porto Amazonas, na próxima edição estaremos contando um pouco da história das demais cida-des, que são, Rio Negro, Sengés, Tele-maco Borba e Tibagi.

ROTA DO TROPEIRISMO

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PALMEIRA

Considerada a cidade clima do Brasil, em Palmeira pode-se fazer um proveitoso passeio histórico e cultural, onde os visitantes podem desfrutar de um clima ameno, belezas naturais, tranqüilidade, e hospitalidade de sua gente. Em suas ruas, praças e recan-tos o turista encontra a história de um

povo, que tem suas raízes no tropeiris-mo e na imigração. Um exemplo disso está nos detalhes arquitetônicos, na natureza, na tranqüilidade das ruas, no colorido de suas praças, nas igrejas construídas em estilo barroco colonial, as capelas. A história está presente nos acervos do Museu Histórico Municipal,

no Museu Étnico e Histórico da Colônia Witmarsum, na Chácara Museu repre-sentativa da etnia Russo-Alemã e no Museu do Artesanato Nacional, na Co-lônia Santa Bárbara. Ainda destacam--se como atrativos turísticos da região: a Colônia Cecília formada por imigran-tes italianos com ideais anarquistas.

PIRAÍ DO SUL

No século XVI, o local onde hoje se localiza o município de Piraí do Sul, era um ponto de parada e descanso de tro-peiros, que transportavam gado e mu-ares de Viamão, no Rio Grande do Sul, para Sorocaba, no estado de São Paulo. O município possui enorme potencial eco turístico com canyons, arenitos, que-

das d’água, furnas lajeados e lapas com pinturas rupestres. Suas festividades são reconhecidas nacionalmente e a religio-sidade é percebida na Festa de Nossa Senhora das Brotas. O conjunto arquite-tônico de seu centro urbano é bastante imponente, a Casa da Cultura. O Santu-ário de Nossa Senhora das Brotas, local

preferido pelos tropeiros como estação de pernoite e repouso, hoje acolhe mui-tos romeiros. Na cidade destacam-se as igrejas do Senhor Menino Deus e de São José Operário, o Colégio Santa Mar-celina, uma antiga construção em estilo colonial com grande influência dos imi-grantes italianos.

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PONTA GROSSA

Ponta Grossa está localizada no segundo planalto paranaense, na re-gião dos Campos Gerais. Possui suas ra-ízes no tropeirismo, na diversidade ét-nica e nos caminhos da estrada de ferro, símbolos históricos e marcos referen-ciais presentes em seu cenário urbano. Ponta Grossa destaca-se hoje no cená-

rio turístico, devido aos seus atrativos turísticos nacionalmente reconheci-dos. Possui alguns dos mais importan-tes atrativos turísticos do Paraná como o Parque Estadual de Vila Velha, com suas formas rochosas inusitadas, as Fur-nas e a Lagoa Dourada. O maior evento

da cidade é a Festa Nacional do Chopp Escuro - Münchenfest - que acontece todo ano, prestigiada por pessoas de todo o país. Sejam naturais, culturais ou históricos os atrativos turísticos em Ponta Grossa proporcionam o turismo aliado ao lazer, cultura e diversão.

PORTO AMAZONAS

No final do século XVIII e início do século XIX, Porto Amazonas foi passagem das tropas vindas da região sul, o local era chamado de Caiacan-ga. No final de 1870, o Senhor Ama-zonas de Araújo Marcondes (pioneiro da navegação fluvial do Paraná), or-ganizou uma empresa de transporte fluvial, a primeira a cortar as águas do Rio Iguaçu. O Coronel tornou--se um semeador do progresso do

vale do Rio Iguaçu e fundador de vá-rias cidades, como Porto Amazonas.  Paralelamente a navegação que estava crescendo em ritmo acele-rado, surgia à ferrovia que encur-tava os caminhos e facilitava a co-municação com outras localidades.  Porto Amazonas se tornou conhecida como a Terra da Maçã, pois é o 2º maior município produtor do Paraná. Há 18 anos acontece a tradicional Festa da

Maçã na cidade, um evento que atrai visitantes de diversas regiões.

Não perca na próxima edição um pouco mais sobre a Rota dos Tropeiros, onde vamos retratar um pouco sobre as cidades Rio Negro, Sengés, Telema-co Borba e Tibagi, cidades que tiveram significativa participação nesta rota.

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SoareS GuaSqueiro

“Vem de longe a parceria entre esses dois oficio, que o domador faz seu municio das artes de um guasqueiro, e lhes digo que um campero sabe bem que corda buena é capaz de fazer se-rena a doma de um matreiro“

Este trecho da música “domado-res e guasqueiros” do Grupo Porva-dera retrata fielmente, o que há anos séculos vem acontecendo. O domador precisa das peças de couro crú para a doma e a lida diária com o cavalo en-quanto o guasqueiro tem no domador o seu principal cliente. Hoje isso tem mudado um pouco com as atividades ligadas ao cavalo. São cavalgadas, ro-deios e outras lidas equestres. É um novo público comprador de artigos de

couro crú. Porém é um cliente mais exigente. Os artigos não são apenas para a função e, sim, para adorno da encilha.

Entre os tantos profissionais que se de-dicam a arte de transfor-mar couro crú em peças funcionais e decorativas, encontramos Marco Ce-sar Soares.

O guasqueiro é natural de Can-guçu município localizado no sul do Estado do Rio Grande do Sul. No ano de 1992 fixou residência em Gravataí, região metropolitania de Porto Alegre,

onde desenvolve, há mais de 15 anos, seus trabalhos em couro crú.

Soares produz desde aperos mais simples, para a lida no campo, até as peças mais requintadas, com bombi-nhas, passadores, florões, cunhados em alpaca, prata e ouro, agregando qualidade e singularidade aos seus produtos, que já foram para outros pa-íses como EUA e Itália. Aprendeu esse xucro ofício com seu sogro Décio.

As peças em prata, ouro e alpa-ca são adquiridas de colecionadores, garimpeiros e de plateros da região das Missões. O trabalho de Marco tem fundamento na tradição. Além da lida diária com a artesania xucra, participa de cavalgadas para cultivar os costu-mes dos antepassados. Para divulgar e comercializar seus produtos, Marco So-ares vaio às feiras do agronegócio com destaque especial a EXPOINTER, uma das mais importantes feiras da América Latina.

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“Domadores e guasqueiros herança de pampa bruta, nessa rude labuta, vão trançando seu destino, e se o Rio Grande se fez taura enforquilhado, foi por ter no seu costado esses guapos campesinos “

Como diz o refrão, o Rio Grande do Sul e é claro, não só este Estado mas todos que tem ligação com o cavalo, tem muito a agradecer a estes guasqueiros que, em parceria com os domadores, fizeram mui-to para termos hoje o cavalo não só como meio de transporte ou como ferramenta de trabalho, mas como um companheiro. E quanto mais apresentável estiver esse companheiro mais bueno ficará o con-junto cavaleiro e cavalo. Gracias a todos los guas-queros!

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Por Prof. Joaquim Osório Ribas

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FAZENDA SERRO DO INGLÊSFazenda Serro do Inglês, com sede junto ao Rio Chopim, vizi-nhando com a Fazenda do Ser-ro Chato, foi fundada, no início do Século XX, por Joaquim Ma-riano Ribas, oriundo de Ponta Grossa, veio para Palmas com o

objetivo de executar seu projeto pastoril. A área inicial era de 1000 alqueires, mínima para o conceito de fazenda na época. Abai-xo disso seria sítio ou outro tipo de unidade rural.

Pertencentes ao mesmo vendedor existiam, ligadas a Serro do Inglês, mais duas áreas disponíveis para venda, uma de 700 alqueires formada por campos e matas e outra de 8.500 alqueires, exclusivamente de mato. A primeira foi vendida mais tarde para o proprietário da Fazenda Serro Cha-to, Sr. Basílio Ferreira Pacheco e a de área de mato permaneceu por cerca de 40 anos sem pretendente, uma vez que mato não interessava a ninguém. A grande procura era por campos de pastagens para abrigar o crescente rebanho da região, principal abastecedora de carne bovina do Paraná. Joaquim Mariano com sua primeira esposa teve oito filhos que ela não pode vê-los criados, pois, veio a falecer por vol-ta de 1914, quando seu último filho era de colo. A Fazenda Serro do Inglês abrigou nu-meroso clã dos Ribas, pois, foi ampliada e tornou-se muito produtiva. Excelente para a criação de suínos produzia grande volu-me de animais engordados no pinhão e em roças de milho. A bovinocultura aproveita-va a área de campo natural para a cria e re-cria e áreas mais nobres foram destinadas à engorda de bois. Invernadas arrendadas pelo proprietário da Fazenda Serro do In-gles, como a Campo Alto, a Santo Agosti-nho, a São Bento e a São Lourenço, além da mataria da São Domingos, permitiram uma maior expansão da atividade.

O Serro do Inglês, o Serro Chato, o Morro do Vigia, o Morro das Pederneiras e o Morro Grande da Cavalhada, são os pontos

mais altos dos campos, cuja altitude chega a 1280 metros. Ali as temperaturas são mui-to baixas, com média anual em torno de 18º.

Por que a denominação de Serro do Inglês? O Sul do Paraná na passagem do Sé-culo XIX para o Século XX sofreu profundas alterações sócio-econômicas. A construção da Estrada de Ferro SPRG, cujo traçado cor-tou o imenso sertão de araucárias, do Igua-çu ao Uruguai, propiciando a exploração dessa riqueza florestal pelo capital inter-nacional. O poderoso Sindicato Farqhard investiu grandes somas na instalação de serrarias e variantes ferroviárias para escoar a madeira de milhões de pinheiros abati-dos. Esse mesmo grupo elaborou um proje-to agro-pastoril, adquirindo as fazendas S. João do Irani, com 40.000 hectares e a Fa-zenda Santa Bárbara com 210.000 hectares, que somadas estendiam-se das barrancas do Uruguai ao Iguaçu. O maior frigorífico da América do Sul estava projetado para abater o gado engordado nos excelentes campos nativos formados por variedades de capim mimoso, limão, capetinga, grama larga e forquilha. Uma variante da EFSPRG, chamada São João - Barracão atravessaria ao meio a imensa propriedade, servindo para o escoamento da carne produzida no frigorífico. A Fazenda Santa Bárbara, no início da ocupação dos Campos, serviu de dote à filha do Barão do Tibagi, senhora Amália França de Oliveira.

O governo da República, recém-ins-talada, abandonou o projeto ferroviário do país, interrompendo a construção da fer-rovia, cujo leito e obras de arte já estavam concluídos, deste São João dos Pobres até o Passo da Galinha. Nestas circunstâncias a Companhia Agro-Pastoril não teve outra opção senão interromper a atividade que se iniciara com a criação de numeroso reba-nho de bovinos e lotear a área em fazendas menores, abandonando a idéia de construir o frigorífico. O Comendador Fernandes dos Santos ficou como representante do grupo econômico no Rio de Janeiro e o Sr. Otávio

Marcondes de Albuquerque como procu-rador em Palmas. Assim Joaquim Mariano Ribas, através do Sr. Otávio Marcondes ad-quiriu parte da área da Fazenda Santa Bár-bara, denominada Fazenda Serro do Inglês, localizada no ponto culminante da antiga fazenda, de onde os proprietários anterio-res conseguiam descortinar os horizontes numa vista geral do enorme latifúndio. O ponto mais alto do imenso latifúndio era um serro na divisa entre o campo e o mato que serviu para vigiar a área toda. Daí a de-nominação Serro do Ingles, uma vez que o funcionário encarregado de vigiar a área pertencia ao grupo anglo-americano de Percival Fahrquard.

Nota-se que, apesar da carga pesada de pastoreio, das divisões muito grandes e da ação constante do fogo, o campo vem respondendo a contento à secular ativida-de pastoril.

Somente na última década é que tem havido maior preocupação com a preser-vação da pastagem nativa, adotando-se o pastoreio rotativo ou alternado, com divi-sões menores e racionalização do uso do fogo. Os resultados são positivos e a pers-pectiva é boa.

Nosso propósito é assegurar para as gerações que nos sucederem os campos excelentes que recebemos de nossos an-cestrais, respeitando a harmonia da nature-za opulenta que nos inspira na faina quoti-diana.

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Tropa transportada pelo caminhos primitivos da região. Por este caminho segue-se até o passo do correntino, que já foi ponto estrategico de reunida de tropas, para seguir a União da Vitória, Palmeira, Castro e São Paulo.

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Cochos antigos, feitos de troncos, forma primitiva de “ensalar” o gado.

Curioso Capricho da natureza - Imbuia em formato inédito – Tronco curto e fronde esparramada, que acam-panha o sistema ridicular, em razão da pouca profundidade do solo. O extraordinário desenvolvimento de galhos permitiu a construção, sobre eles, da cabana em tamanho normal (3m X 2,5m)

Sede da Fazenda

A Fazenda, que alterna campos naturais, bosques fortes e aguadas, vem sendo administrada por Joaquim Osório Ribas em parceria com os filhos. A atividade básica é a engorda de bois de corte, e gado de criar: Observa-se o melhoramento das pastagens nativas, pelo manejo adensado, com divisões e rota-ção de pastoreio.

Devido a esse cuidado, diz Joaquim Ribas que os campos estão recuperado a cobertura forrageira, de forma a garantir melhores ganhos de peso. Isto somento acontece pela divisão de invernadas, e pelo cuidadoso manejo rotatório de rebanho. Além disso, cultivam-se área com forrageiras de inverno, que ga-ratem ganho de peso contínuo.

Manejo de gado em paisagem caracteristica da região como seus campos e lagoas naturais.

Fotos: Nivaldo Kruger, imagens utilizadas no livro Palmas: Paisagem e Memória.

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Por Ari Ignácio de Lima

Joaquim osório ribas histórias feitas a casco

de mulas e cavaloscoluna Referência desta edição faz uma homena-gem justa – não que as ou-tras não tenham sido-, a um colaborador muito impor-tante da revista justamente

num tema que é vocação da Tchê Cam-peiro: resgatar e dar publicidade a nos-sa história para, a partir dessa interação com os leitores, provocar o gosto pelas culturas que através da miscigenação das etnias formam nosso povo.Estamos falando do descendente de tropeiros, historiador, pesquisador professor e fa-zendeiro Joaquim Osório Ribas.

Conhece, como poucos, empírica e cientificamente o tropeirismo. Cursou história para o magistério na Faculdade Estadual de Filosofia onde trabalhou por 26 anos, como professor. “Estudei e pesquisei sobre a história do Contes-tado, sobre o Tropeirismo e sobre as Fazendas de Palmas” destaca o pesqui-sador que tem um aspecto facilitador. Sua origem está intimamente ligada ao tema. “A minha infância foi vivida na Fazenda Serro do Inglês, em Palmas, onde meus pais residiam. Minha família desde 1715, quando vieram os primei-ros Ribas da Europa para os Campos Gerais, se dedicou à atividade tropeira e à criação de gado”, revela o professor aposentado que não deixou de fazer história, agora na pecuária e nas letras. “Atualmente me dedico à pecuária de corte, na Fazenda São Pedro, em Palmas. Faço parte da Academia de Letras do Vale do Iguaçu, do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Letras de Palmas e da Academia de Cultura de Curitiba”.

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A paixão de Joaquim Ribas pelo tema volta-se à vida das comunidades locais para, a partir dela, desvendar o passado e, assim, descobrir e proje-tar as raízes culturais. E, nesse cami-nho, não dá para esquecer o fato de o treopeirismo ter sido fundamental na formação de muitas comunidades que mais tarde vieram a ser grandes cidades. “A nossa região, como todo o Brasil, foi desbravada através dos caminhos abertos a casco de mula  e de cavalo . A importância da mula foi tão grande na história do Brasil que Afonso Arinos propôs a colocação do desenho das  orelhas de uma mula na bandeira nacional  e o  escritor Alípio Goulart propunha que cada cidade fundada até meados do Século XX  eri-gisse na praça principal uma estátua equestre, representando a mula”, re-vela o pesquisador e descendentes de tropeiros.

Os argumentos apresentados por Ribas trazem detalhes da impor-tância que a atividade tropeira teve, e continua tendo - à medida que histo-riadores e pesquisadores a dissecam em demorados estudos- para o res-gate cultural de uma região. “O que mais me fascina na história regional é

a história do tropeirismo pela sua im-portância na base cultural brasileira. O conhecimento da história re-gional aumenta a auto-estima dos ci-dadãos e contribui para a coesão so-cial que é decisiva em qualquer proje-to de desenvolvimento”, explica Ribas.

É o que os estudos e relatos de testemunhas ainda vivas explicam sobre a formação e integração da re-gião Sudoeste do Paraná ao Brasil. “A incorporação do Sudoeste do Paraná ao território brasileiro deu-se graças ao Caminho das Tropas, denominado Caminho das Missões,  que facilitou a fixação das fazendas na região”, deta-lha o historiador. É para este contexto histórico, social e cultural que o pesquisador e atual fazendeiro atribui o papel fun-damental da figura do tropeiro. “A história do tropeirismo é a chave do conhecimento da História do Brasil. A maioria dos brasileiros, como dizia Fernando Henrique, tem um pé na roça. Ela é tão importante que a UNES-CO está estudando um processo para incluir o Homem Tropeiro Brasileiro como Patrimônio Cultural da Humani-dade”, destaca. É neste contexto que se aplica a máxima de que o conhecimento do local leva à compreensão do global. Pode haver peculiaridades locais, di-ferenças pontuais, mas para o pesqui-sador os movimentos tropeiros não diferem em sua essência, sejam eles na América Portuguesa ou Espanhola: “Participando de um Seminário Inter-nacional sobre Tropeirismo conclui que tanto no Brasil quando na América La-tina a atividade tropeira é muito seme-lhante. O Brasil teve longos caminhos de tropas que se estenderam em todas as direções, de  Norte a Sul.

Para nossa região os mais impor-tantes foram o Caminho do Viamão ,

que se estendeu de São Paulo ao Rio da Prata, Caminho das Missões da Palmei-ra, passando por Palmas, até as Missões brasileiras e argentinas. Existem dife-renças regionais de usos e costumes dos tropeiros conforme a região”, rela-ta Joaquim Ribas.

E o que fazer com o conheci-mento, com a história, com as obras físicas(fazendas históricas) que deri-varam do tropeirismo? Joaquim Oso-rio Ribas testemunha o que vem acon-tecendo nas regiões que ele estuda. “As rotas tropeiras nos dias atuais es-tão sendo aproveitadas pelo turismo cultural”, constata.

Nossa Referência nesta edição não tem dúvidas quanto a sua vida profissional. Tem a vocação bem cla-ra e com sentimento de dever cum-prido. “Se me fosse permitido re-começar a vida, não tenho dúvida de que seguiria o mesmo caminho que me trousse até aqui”, garante.   Ao ser questionado sobre sua compreensão do Criador, respondeu com a experiência filosófica e existen-cial da relação do homem com DEUS. “Dificilmente alguém arriscaria estabe-lecer um conceito de Deus, cada cren-ça tem seu Deus em função da cultura do povo. Eu, particularmente, sinto a presença de Deus como uma força onipotente que direciona a ação hu-mana para o bem e a harmonia entre os homens. Deus é amor!”, realça Ribas.

Colaborar assíduo sobre o tema em diversos espaços culturais e midiá-ticos, Joaquim Osório Ribas encontrou na Tchê Campeiro uma oportunidade democratizar as pesquisas acumula-das ao longo de décadas.  “O espaço que a Revista Tchê Campeiro me reser-vou representa uma excelente oportu-nidade para socializar o conhecimento adquirido através de exaustivas pes-quisas da história”, conclui.

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Produtores de Honório serPa e MangueirinHa ParticiParaM

de evento nos eua Entre os dias 4 e 8 de dezembro realizou-se nos Es-tados Unidos o evento Alltek Global 500, uma conferên-cia que reuniu profissionais de vários setores da cadeia produtiva de leite dos principais países produtores do mundo. Com palestras e debates, além de encontros in-formais, o evento serviu para discutir tópicos relevantes e desafios enfrentados pelo setor, identificar oportuni-dades, desenvolver rede global de colegas e amigos, e conhecer novas estratégias e práticas a serem imple-mentadas agora e no futuro.

Participou do evento um grupo de brasileiros formado por pesquisadores e empresários da indústria do leite, técnicos, consultores e produtores de leite. Entre eles Nelson José Konzen, agropecuarista e produtor de leite, atual presidente da Cooperativa para o Desenvolvimen-to do Paraná (CODEPA) de Mangueirinha; Charles Kon-zen, engenheiro agrônomo e produtor de leite e Edegar Trindade de Oliveira, vendedor de produtos veterinários da CODEPA e sócio do Charles Konzen na produção de leite da Fazenda Pelotas, em Mangueirinha.

O evento ini-ciou para os brasi-leiros no dia 4, com um “tour” pela re-gião de Phoenix, no Estado do Arizona, oportunidade na qual o grupo, acom-panhado da equipe Alltech do Brasil, vi-sitou três fazendas da região: duas fa-zendas produtoras leite e um confina-mento de gado de corte.

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Na Shamrock Farm, uma das fazendas leiteiras vi-sitadas, há mais de 10.000 vacas em lactação, das quais cerca de 2.000 produzem leite orgânico certificado. É a primeira e única fazenda do Arizona a produzir leite orgânico. Na fazenda, que tem uma média de produ-ção de 35 litros de leite por vaca/dia, não é utilizado BST (hormônio para aumentar a produção das vacas) e são feitas apenas duas ordenhas por dia (exceto as vacas frescas, até 24 dias depois de paridas, estas, sim, são or-denhadas três vezes por dia). A intenção da empresa é manter as vacas mais tranquilas e saudáveis, para que assim possam produzir um leite de melhor qualidade.

A outra fazenda leiteira visitada, a T & K Dairy Farm, era ainda maior, com 12.000 vacas em lactação e 6.000 boizinhos holandeses confinados. A fazenda possui aproximadamente 100 funcionários. Segundo informa-ções do gerente, a fazenda tem um custo de produção de U$ 17,50 (dezessete dólares e cinqüenta centavos de dólar) para produzir 100 libras de leite (a medida co-mum daquela região), e que eles estavam recebendo U$ 19,00 (dezenove dólares) para cada 100 libras de leite

vendido. Fazendo a conversão para litros e reais, repre-senta um custo de R$ 0,70 (setenta centavos de real) por litro de leite produzido, e que recebem o preço de R$ 0,76 (setenta e seis centavos de real) por litro de leite vendido.

Na Five Rivers, confinamento de gado de corte com mais de 126.000 cabeças, a maior parte dos ani-mais, em torno de 120.000, são bois da raça holandesa, o restante são animais cruzados de raças de corte. Os bois holandeses entram no confinamento com cinco meses e saem 300 dias depois com aproximadamente 650 kg, ganhando uma média de 1,5 kg/dia.

“Eu não conseguia nem imaginar como funcionam fazendas tão grandes” disse Nelson J. Konzen, que entre outros países já esteve na China, Rússia e por toda Euro-pa, mas que nunca havia visto fazendas tão grandes. É realmente difícil para o produtor de carne e leite da nos-sa região imaginar fazendas assim. Vê-se quilômetros e quilômetros com gado confinado, predominantemente da raça Holandesa, montanhas de silagem, enormes de-

Sala de ordenha de Shamrock Farm vista do fosso.

Sala de ordenha da Shamrock Farm para ordenhar 10 mil vacas.

Bezerreiro.

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pósitos de feno e ração, tudo isso no meio do deserto do Arizona, onde chove apenas 150 mm por ano, concen-trados em apenas 4 semanas. O deserto, que para muitos poderia configurar-se em uma dificuldade intransponível, para os produtores do Arizona transformou-se em vantagem, tanto que muitos produtores de outros estados americanos estão migrando para produzir leite e carne no deserto.

Charles e Nelson no confinamento Five Rivers.

Na terra arenosa, praticamen-te sem chuvas, as lavouras irrigadas vêm muito bem. Plantações de mi-lho, sorgo, algodão, alfafa e no in-verno a cevada, colorem de verde as antes estéreis planícies do deserto. O que não pode ser produzido ali é trazido de trem e, assim, o gado tem seu alimento garantido. De Phoenix, no dia cinco de dezembro, o grupo brasileiro se-guiu para Lexington, no Estado de Kentucky, uma bela cidade de cerca de 300.000 habitantes. Conhecida como a capital mundial do cavalo, a cidade esta rodeada de fazendas de-dicadas à criação de cavalos, todas com cercas de tábuas pintadas de branco ou preto.

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No centro de convenções do Hotel Hyatt, aproxi-madamente 800 pessoas de diferentes países encon-traram-se para o cocktail de boas vindas. As palestras começaram no dia seguinte, com tradução simultânea para quatro línguas (português, russo, espanhol e man-darim). Palestrantes dos EUA, Alemanha, França e Irlan-da abordaram temas tão diversos como a utilização das mídias sociais pelos jovens agricultores, financiamento agrícola, o mercado de lácteos, comportamento orga-nizacional e liderança, técnicas para produção de leite e preservação ambiental.

“O Brasil tem muito que evoluir. No que se refere à produção de lei-te estamos apenas engatinhando”, constatou Edgar T. de Oliveira, que atua no mercado como vendedor há muitos anos, mas que recentemente tornou-se produtor de leite.

“Estamos num dos melhores lu-gares do mundo pra produzir leite. Temos que nos profissionalizar para galgarmos novos horizontes!”, desta-ca Charles Konzen, engenheiro agrô-nomo e produtor de leite, que vê no leite excelente oportunidade para os produtores da região.

Montanhas de silagem de milho.

Abaixo: Estrutura da Fazenda Five Rivers.

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Revista Tchê Campeiro - Janeiro de 2012

Certo dia um gaúcho estava dirigindo-se ao centro da cidade, à pé. No trajeto, teve que atravessar os trilhos do trem que passava por aquela região, todavia distraído não distanciou-se suficientemente da locomotiva que se aproxi-mava e acabou atingido e se machucando gravemente. Foi levado ao hospital mais próximo onde permaneceu inter-nado por várias semanas. Ao ter alta, foi acompanhado de seu amigo que o conduziu ao seu destino. O gaúcho estava de muletas e se locomovia com dificuldades e lentamente. Ao chegarem ao centro da cidade, passaram por inú-meras lojas onde em uma delas estava exposto um trenzi-nho elétrico percorrendo seus trilhos em círculos. O gaúcho, ao visualizar o brinquedo, muito rapidamente sacou de sua arma e descarregou todo o seu revólver contra o brinque-do, vindo a estilhaçar a vitrina e destruir completamente o trenzinho. Seu amigo, perplexo e gaguejante então lhe questiona:

- Gaucho! Você enlouqueceu? Destruiu tudo! O que esta passando em sua cabeça?

E então o gaúcho lhe responde:

- Meu amigo esta criaturinha agora assim pequena pare-ce inofensiva, mas acredite em mim, é melhor exterminar agora enquanto é pequenina, pois depois que elas crescem ninguém mais segura!

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Um brasileiro entra no posto policial em São Borja, qua-se divisa com a Argentina. Lá ele fala ao oficial de plantão:

-Estou aqui para confessar um crime. Minha consciência não me deixa em paz.

-Bah, guri, as leis aqui são muito severas e são cumpridas e se tu confessar e for culpado não tem escapatória nem dor de consciência que te livre da cadeia!

-Atropelei um argentino aqui perto de São Borja, na estrada.

-Que é isso tchê, como você pode ser culpado? Esses argen-tinos vivem atravessando as ruas e as estradas a todo o mo-mento.

-Mas ele estava no acostamento.

-Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse tu seria outro qualquer.

-Mas não tive dignidade nem de avisar a família do homem.

-Mas tchê, se tu tivesse avisado haveria manifestação, revolta popular, passeata, policia, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho que és um pacifista, mereces uma medalha.

-Eu ainda enterrei o coitado no mesmo local, na beira da ro-dovia.

-Pois então, veja, tu és um grande humanista, enterrar um argentino, é um benfeitor, outro qualquer abandonaria ali mesmo para ser comido pelos animais.

-Mas quando eu estava enterrando, ele berrava : Estoy vivo! Estoy vivo!

-Tudo mentira, esses argentinos mentem muito.

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nascimento da cabanha Tra-dição Crioula, parte de uma história de muito amor ao cavalo, mas sem ambição de algum dia possuir um criatório dessa fantástica

raça. Devido ao fato de sermos muito apaixonados por animais e sempre fre-quentar eventos do genero, apos um rodeio regional, minha irmã ELIZABET, sabendo do amor que tinhamos por cavalos, adquiriu uma potranca mesti-ça a qual foi dado o nome de MADO-NA, e presenteou meu filho mais velho, JOAO PAULO, Ficamos muito surpre-sos, mais ao mesmo tempo sem ação e nenhuma idéia do que fazer com o animal, pois morávamos na cidade e nao tinhamos onde fazer o manejo, foi então que levamos a égua e abrigamos na chácara de meu pai até ela atingir a idade de doma.

O tempo passou e a potranca se formou, fomos a procura de um domador, segundo in-dicacoes de amigos, acabamos levando-a ao Parque de Exposicoes de nossa cidade onde havia o domador que mais se enquadrava ao que pre-cisavamos, ( NENE ). No decorrer da doma co-nhecemos um garanhao crioulo chamado FEITOR do INFINITO o qual nos chamou mui to atencao, pelo seu biotipo e docili-dade, meu marido NEDIO adquiriu o animal e presenteou-me para minha montaria, a partir desse momento a paixao pela raça ficou ainda mais forte e comecamos a participar de eventos de laço, meu filho devido ao cavalo ser

puro começou a participar de crioula-ços, infelizmente neste periodo per-demos a jovem egua MADONA, foi quando compramos o cavalo BOEMIO de SANTA HELEMA para substituir a potranca de meu filho e em seguida a égua OEA Quirela para o meu marido,

Por Eliete Vignaga Tonus

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História da Cabanha

Sol de Maio Zapateado

Sol de Maio Zapateado

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todos ficavam em baias alugadas no Parque.

A paixao pelo cavalo crioulo in-vadio minha vida de meu marido e de nossos filhos, por sugestao de meu pai que construimos algumas baias para abrigar nossos animais de montaria em sua chacara, surgindo junto a ideia de fazer um criatorio, foi com a ajuda de dois grandes parceiros e excelentes profissionais, o NENE e o RONI que a ca-banha progrediu ( ambos são especiais

). Meus pais JOSE e MARIA de LOUR-DES, comovidos por nos verem muito ligados ao CAVALO CRIOULO, deram--me o pedaco de terra onde havia as primeiras baias, e entao oque era um lazer passou a ser uma pequena caba-nha. Adquirimos eguas de cria já pre-nhez, mais uma area de terra de um vizinho e alavancou o sonho de termos nosso pedaco de paraiso.Os produtos comecarao a surgir e o sonho so cres-ceu, foi quando escolhemos uma das potrancas nascidas aqui, a TR PODERO-SA, já com nossa marca para minha fi-lha LUANA. Prosseguimos a busca para melhorar e aumentar o plantel, com-prando mais eguas de cria e tambem fomos em busca de potrancas para pista, em uma dessas viajens ao Rio Grande do Sul me deparei inespera-damente com o potranco Sol de Maio Zapateado de propriedade da cabanha

Sol de Maio, foi amor a primeira vista, e ai por diante a batalha de adquiri-lo co-mecou, apos a negociacao concluida ele nos deu a felicidade de ficar cam-peao pontranco da FICCC , 4º potranco da Expointer entre outros campeona-tos em exposicoes morfologicas. Hoje, como reprodutor chefe da CABANHA TRADICAO CRIOULA, nos mostra que tem a capacidade de transmitir sua ge-netica a seus descendes. Foi assim que nasceu a pequena cabanha Tradição Crioula, uma história com PASSADO, PRESENTE e FUTURO!

Potrancas da primeira geração de Sol de Maio

Zapateado Potrancas da primeira geração de Sol de Maio

Zapateado

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Nos dias sete e oito de janeiro de 2012 foi reali-zado pela Turma do Laço Comprido o 1º Torneio de Laço. A iniciativa teve a responsabilidade de Ari Silva Rother e Elizandra Aparecida Silva Rother e seus fi-lhos Ari e Natali.

Numa área situada no km 02, às margens da BR

449, rodovia que liga Palmas a Mangueirinha, Ari e sua família construiram, com muito esforço, a cancha de laço. Sem dúvidas, um sonho ralizado pela famí-lia que sempre participa dos rodeios na região. Tudo começou por persistência do filho Ari Robson. O pai recebeu apoio de todos da família e pôs em prática o projeto do filho que queria a cancha para treinaram

Apoio: Vereador Vanderlei R Silva “Cabrito” e Família

Apoio:

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para os rodeios. Mas a atitude do filho foi além. É que, durante os treinos, apareciam amigos que também gostam de laçar. E foi assim que surgiu a idéia de reu-nir todos esses amigos em um só evento, juntando famílias para passarem um final de semana diferente.A equipe organizadora agradece o apoio dos amigos que ajudaram na lida, doaram gado, laçaram, enfim, a todos que, de um jeito ou outro, contribuíram para o sucesso deste evento. Entre eles: José Baldissera, Le-andro Aguiar, Olades Farias, Joel Martins Deivid, Fer-nando, Giovani e Joel Martins.

Também agradece as empresas: Vitor Veículos, Marini Bem Viver, Sebben Instaladora, Alenbrandt empreitera,Caci Instaladora, Comercial Pé Vermelho, Luizinho Gas, Vereador cabrito e Raldi.

Também os narradores foram grandes parceiros do rodeio e, igualmente, recebem o reconhecimento dos organizadores. Sáo eles: Wiilian Felipe de Souza, Jeferson Kotoski, Eleandro Bittencourt.

Apoio: Apoio:

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Prestigiou o evento o empresário e patrocinador Adilson Vitor Piran. Em entrevista a Revista Tchê Cam-peiro, destacou a importância de se ter um local de lazer para os amantes da tradição gaúcha passarem momentos de descontração com seus familiares. Re-lata também que passou a conhecer um pouco mais desse universo ao assinar a Revista Tchê Campeiro e que, a partir de então, passou a freqüentar rodeios . Passou a perceber o quanto as pessoas envolvidas com a tradição são unidas e, segundo ele, o segredo de tanto sucesso está exatamente na humildade da gauchada. Adilson estava na companhia de cantores da música tradicionalista. Entre eles o cantor e com-positor Alcione Ferreira da Silva que autor de Corcó-

veo do Bagual gravada por grandes nomes da músi-ca regional rio-grandense entre os quais, Porca Veia e Grupo Cordeona.

Apoio:

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ANIVERSÁRIO DE 1 ANO

COM SHOW DO MANO LIMA O CTG Campos de Palmas foi o local escolhido pra comemoração do Primeiro Aniversário da Revista Tchê Campeiro, no palco show do Mano Lima o “Lobisomem do Arvoredo.

Mano Lima, sentiu se em casa, interagindo em vá-rios momentos com o público, o que já é característico em suas apresentações.

Foi um evento especial que contou com a presen-

ça da gauchada de varias querências, pessoas vindas dos estados do Amazonas, Paraná, Santa Catarina e Rio Gran-de do sul, sendo estes assinantes, amigos e parceiros que apreciam a Revista Tchê Campeiro e a autêntica música tradicionalista.

Desde já agradecemos a presença de todos, e que comemoremos muitos e muitos aniversários juntos en-treverados em nosso objetivo de expandir nosso mundo tradicionalista.

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Água-de-cheiro: Perfume, extrato.

Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água.

Bebedouro. Chamam-se campos de boas aguadas os que pos-

suem bastante água, apropriada para os animais beberem.

Ajojo: É feito de couro cru torcido para prender os canzil no

pescoço dos bois carreiros.

Alambrado: Aramado. Cerca feita de arame para manter o

gado nas invernadas ou potreiros.

Badana: Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do

cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho,

se houver.

Bah: Abreviação de barbaridade. Expressão usada para de-

monstrar surpresa, indignação.

Bidê: Mesinha de cabeceira. (Aportuguesado do francês bi-

det).

Carancho: O mesmo que cará-cará, ave de rapina muito

comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai

a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo

que entra de graça em baile onde é obrigatório o paga-

mento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de

número de parceiros limitado, que fica aguardando opor-

tunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis

impedimentos.

Chasque: Recado; Mensagem.

Caudilho: Chefe militar ; Manda-chuva.

Cupincha: Companheiro, amigo.

Daga: Adaga, facão.

Embretado: Encerrado no brete.; Metido em apertos, apu-

ros ou dificuldades; enrascado, emaranhado.

Erva-caúna: Variedade de erva mate de má qualidade,

amarga.

Estrela-boieira: Estrela d´alva.

Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo

e elegância

Funda: Estilingue, bodoque.

Guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tor-

tas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. Peque-

no, de minguada estatura. Aplica-se, também, às pessoas,

com sentido depreciativo.

Jururu: Cabisbaixo, tristonho, abatido.

Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas

dianteiras, ou com ambas; Bofetada, pancada com a mão

dada por pessoa.

Macanudo: Designa alguém bonito ou algo legal.

Orelhano: Animal sem marca, nem sinal.

Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao

pasto os animais utilizados diariamente.

Poncho: Espécie de capa de pano de lã, de forma retan-

gular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro,

por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano

azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicio-

nal do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de

coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

Porongo: Cuia. Recipiente de barro, de louça ou de madei-

ra, usado para se tomar mate.

Sanga: Pequeno curso d’água menor que um regato ou

arroio.

Selin: Sela própria para uso da mulher.

Xepa: Comida.

Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.

Varar: Atravessar, cruzar.

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