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Crescimento pernambucano direciona investimentos

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ndiceInvestimentos trazem mais qualidade e agilidade Atenta ao crescimento pernambucano, ESAB define Recife como centro distribuidor para o Nordeste e o Norte do Pas Qualidade ESAB nas torres de energia elica da Gestamp Wind Steel Pernambuco Leque de produtos expandido Falcon FXA Origo 4004i MV Nova coluna manipuladora CaB300 BR ESAB BigBag para fluxos de soldagem ao arco submerso Solues para aplicaes de soldagem e corte robotizadas para o segmento Naval & Offshore Soldagem de ligas de alumnio para o segmento Naval Workshop reafirma marca ESAB Tecnologia de furos de alta preciso Soldagem de alta produtividade de dutos de alta resistncia API 5L X80 ESAB Swift Arc Transfer (SAT) Soldagem perfeita para carcaas de eixos de caminhes Treinamentos tcnicos de aperfeioamento ESAB Tandem Arc ESAB Pr-aquecimento Segurana se torna elemento principal para Operaes Oxicombustveis ESAB apoia projeto em prol do meio ambiente Planejando uma carreira promissora pgina 14 pgina 16

pgina 20 pgina 27 pgina 29 pgina 30 Ramacrisna transforma sonhos em realidade pgina 8

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Aliana de peso para o mercado de soldagem e corte pgina 24

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Nos mnimos detalhes

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Carta ao leitorEstamos novamente s vsperas de um novo ano. Dois mil e doze surge com diversos questionamentos que ns, profissionais, estudantes e indivduos, tentamos antecipar e responder. Forosamente buscamos referncias em nossa experincia para ter elementos que nos ajudem a entender, ou prever, os caminhos e as alternativas que escolheremos. Em algum momento desse exerccio, acabamos por nos perguntar: afinal, onde estamos? sobre esse ponto que gostaria de pensar. Sem sombra de dvida, estamos em um lugar desconhecido. To desconhecido que, quando olhamos os demais pases do mundo, os vemos em outro lugar. Curiosamente, esse lugar , sob muitos aspectos, onde ns e alguns de nossos vizinhos na Amrica do Sul costumvamos estar. Vejamos alguns pontos que suportam essa discusso (e que devem continuar vlidos em 2012): A economia brasileira segue crescendo acima da taxa dos principais pases europeus e dos Estados Unidos. A taxa de desemprego no pas tem se mantido continuadamente baixa, em contraste com os ambientes europeu e norte americano. Vemos crescentes avanos em termos de igualdade social, enquanto Europa e Estados Unidos discutem o extremo oposto. Vivemos uma estabilidade poltica (democracia) h mais de 16 anos. De forma alguma quero, ao discutir os tpicos acima, ignorar ou minimizar os pontos de melhorias que devemos continuar buscando para tornar nossa sociedade mais justa educao, sade, infraestrutura, incluso social, entre outros. Porm, ao pensar sobre o crescimento, o nvel de emprego, os avanos sociais e o ambiente poltico estvel que vivemos, e somando a isso as grandes oportunidades relacionadas aos eventos esportivos (2014 e 2016) e aos benefcios do bnus demogrfico brasileiro, vejo que realmente estamos em um lugar desconhecido. Desconhecido e cheio de oportunidades. O Brasil se encontra em um momento muito bom para investirmos o fluxo de FDI (Foreign Direct Investment) crescente, as bolsas de valores esto com preos atrativos, a demanda do mercado local crescente e, necessariamente, investimentos em infraestrutura viro. Isso impacta de forma exponencial o consumo, gera empregos e oportunidades de trabalho melhores e formam um mercado. Fazendo referncia teoria de Albert Hirschman, economista alemo, que argumenta que o ...desenvolvimento uma cadeia de desequilbrios. A escassez induz novos investimentos, criando novos desequilbrios..., fica a seguinte pergunta: como devemos nos posicionar para maximizar essas oportunidades? E elas esto ao alcance de todos, seja voc um estudante a decidir sobre sua especializao, um empresrio expandindo sua atividade ou um executivo desenvolvendo planos de seu negcio. Voc que vem acompanhando nossa revista Soluo h algum tempo identifica claramente as mesmas tendncias ao percorrer os principais temas de capa que temos proposto: crescimento do mercado de leo e Gs (#13), potencial de crescimento da matriz energtica (#14), necessidade do continuado desenvolvimento profissional (#15), investimentos no Nordeste do Brasil (#16). Identifica tambm a mesma provocao ao ler nossas matrias que relatam as parcerias de longo prazo que estabelecemos, nossa ateno ao aumento de produtividade de nossos clientes, nosso apoio a comunidade (projeto Hospital da Baleia, entre outros) e tambm artigos tcnicos sobre solda. Tudo isso posto, qual a mensagem? A mensagem : temos um pas atravessando um prolongado perodo de estabilidade e crescimento e, com uma perspectiva no mesmo tom, mo de obra flexvel e comprometida, projetos de mbito nacional prestes a acontecer. Faamos nossos planejamentos de 2012 e 2013 pensando nisso: crescer, melhorar, investir nas pessoas, desenvolver projetos arrojados e sustentveis, enfim, aproveitar as oportunidades que esto a nossa frente. E, nesse caminho, contem com a gente.

Marcelo Moraes CFO Amrica do Sul

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Crescimento pernambucano direciona investimentos

expedientePublicao institucional da ESAB Brasil Rua Zez Camargos, 117 Cidade Industrial CEP. 32210-080 Contagem MG [email protected] www.esab.com.br Diretor-Presidente Ernesto Eduardo Aciar Diretor de Vendas e Marketing Newton de Andrade e Silva Diretor Financeiro Marcelo Lopes Almeida Moraes Diretor de Operaes Antnio Srgio Monteiro Fonseca Gerente Nacional de Vendas e Marketing Pedro Rossetti Neto Coordenao da Revista Soluo ESAB Cristiano Borges de Oliveira Gonalves Produo Prefcio Comunicao (31) 3292-8660 prefacio.com.br Coordenao editorial Celuta Utsch Jornalista responsvel Paula Vlker (14.272/MG) e Lgia Chagas Redao Alexandre Asquini, Bernardo Esteves, Dbora Santana, Rassa Maciel e Raquel Dornelas Reviso Cibele Silva Editorao Angelo Campos e Trcio Lemos Fotografias Arquivo ESAB, Arquivo Carboqumica / outros Reviso tcnica Cristiano Borges ESAB Jos Roberto Domingues ESAB Pedro Muniz ESAB

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TEM QUI A

AB ES

Com forte presena no mercado de metalurgia, com equipamentos e solues diversas, a ESAB tem a Carboqumica Amaznia Ltda. como parceira. A empresa fica localizada no Distrito Industrial II, de Manaus, e atua nos mais diversos segmentos, fornecendo ao, estruturas e reservatrios metlicos, sistemas de armazenagem, pontes rolantes, tubos e conexes.

Arquivo Carboqumica

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Responsabilidade Social

Arquivo Ramacrisna

ramacrisna transforma sonhos em realidadeH mais de 50 anos, onG transforma a vida de crianas, jovens e adultoss anos 1950 no Brasil foram marcados por grandes avanos cientficos e tecnolgicos e mudanas culturais e comportamentais. Conhecida como Anos Dourados, a dcada foi recheada de acontecimentos que ficaram na histria, entre eles: incio das transmisses de televiso, com a inaugurao da TV Tupi; a Copa do Mundo de Futebol no Pas, quando o Uruguai se sagrou campeo contra a seleo canarinho em pleno Maracan; a primeira corrida do Campeonato Mundial de Frmula 1 no Brasil; a realizao da 1 Bienal Internacional de Arte de So Paulo; o final da Era Vargas, com o suicdio do presidente; a criao da empresa estatal Petrobras; e o sucesso da Bossa Nova, com Tom Jobim, Vincius de Moraes e Joo Gilberto. Diante desse cenrio de grandes acon-

O

tecimentos e modernizao acelerada, o pas ganhou uma importante ONG: a Ramacrisna. Fundada em 1959, a instituio social sem fins lucrativos e vnculos religiosos ou partidrios oferece assistncia social, educao, profissionalizao, cultura, conscientizao ecolgica, lazer e esporte a crianas e adolescentes em situao de risco social, moradores da periferia e da zona rural da cidade de Betim, em Minas Gerais. Paralelo a esse trabalho, a ONG atua junto s famlias, conscientizando-as de suas responsabilidades para com a educao e preparao dos filhos para a vida. Sua histria se mistura de seu criador, Arlindo Corra da Silva, um brasileiro comum, que sempre se preocupou com o futuro da criana pobre. Para ele, o melhor caminho para evitar problemas sociais (mar-

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ginalidade, abandono, violncia etc.) a educao. Idealista, o professor iniciou um importante trabalho social: levava meninos de rua para sua prpria casa, em Belo Horizonte, capital mineira. L, as crianas recebiam cuidados, alimentao e comeavam a estudar e ver possibilidades de um futuro melhor. Enquanto a residncia de Arlindo ficava pequena para atender a tantas pessoas, sua motivao aumentava, o que o fez procurar novos caminhos. Belo Horizonte foi a cidade escolhida para a fundao da ONG, inicialmente, e at julho de 2011, denominada Misso Ramacrisna. Amrico Amarante Neto, presidente da instituio pelo segundo mandato consecutivo, se orgulha do pioneirismo de Arlindo: Na dcada de 1950, no existiam trabalhos como este, pautado na busca do crescimento do indivduo por meio da educao e da libertao do ser humano, e no por um trabalho assistencialista. A inovao, de acordo com Amrico, se estendeu, pois desde o incio o professor buscou mobilizar o maior nmero de pessoas possvel para ajudar, como voluntrios, os necessitados. Arlindo tambm realizava parcerias com pessoas fsicas, empresas e poder pblico, mas ele nunca se envolveu com poltica partidria, complementa. Este , at hoje, o direcionamento da Ramacrisna. Em 1963 e 1964, foram inaugurados os dois primeiros prdios da Ramacrisna, que funcionaram como internato. Era para l que, a partir de ento, Arlindo levava as crianas que encontrava na rua, para que elas tivessem chance de lutar por um futuro promissor. Em 1992, a instituio passou a assistir tambm populao dos bairros vizinhos, antes inexistentes e j populosos.

Arlindo Corra da Silva e algumas crianas no incio do seu trabalho

Apesar da vontade de atuar em prol do prximo, a ONG passou por momentos difceis. Desde seu incio, h 52 anos, a Ramacrisna teve de se adequar s diversas transformaes do Brasil: ditadura, crises, mudanas culturais e, principalmente, demandas sociais. No incio, tivemos grandes dificuldades para ser aceitos, j que as pessoas no acreditavam nas intenes e no sucesso do empreendimento. Porm, atravs dos resultados e da transparncia de suas aes, a instituio conquistou um grande nmero de colaboradores e parceiros, relembra Amrico. Os desafios no param por a. A ONG tambm teve de lutar para mostrar a muitos colaboradores voluntrios que oferecer sempre o melhor em educao e profissionalizao, apresentando um horizonte mais amplo aos atendidos, era a melhor forma de mudar a vida daquelas pessoas.

Inaugurao dos prdios da Ramacrisna em 1964

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Estrutura e atuaoNesses 52 anos, mais de 31 mil pessoas tiveram suas vidas transformadas pelas aes da Ramacrisna. Anualmente, a instituio atende em sua sede pessoas em situao de vulnerabilidade social, de 6 a 80 anos, moradores de bairros de periferia de Betim. So 3.290 beneficirios, das diversas regies da cidade, contemplados com aes de arte, cultura, educao, esporte, profissionalizao e gerao de trabalho e renda. Alm disso, por meio de convnios com a administrao municipal, 317.196 pessoas de todos os bairros participam de aes de sade preventiva e alimentao de qualidade a baixo custo, desenvolvidas pela instituio. Para realizar tamanho trabalho, a Ramacrisna conta com uma rea de 8 ha no bairro Santo Afonso, na periferia de Betim. Nele, esto construdos quatro prdios, sete galpes, duas salas, um centro cultural e um centro esportivo, onde funcionam biblioteca, refeitrio, cozinha, apoio pedaggico e profissionalizante, laboratrio de informtica, cooperativa de artesanato, oficinas educativas, brinquedoteca, administrao, atendimento teraputico e homeopata, fbrica de telas e massas e rea de recreao. Com o desejo e a viso de, at 2013, ser referncia no atendimento qualificado de forma sustentvel, atravs da gesto e da otimizao no uso dos recursos, a instituio conta com um faturamento adquirido de dife-

rentes fontes: 49% da verba mensal so fruto da venda dos produtos das fbricas de tela e massas; 28%, da parceria com empresas, institutos e fundaes; 23% advm do repasse dos rgos pblicos, e 4%, de doaes.

Envolvimento das empresasH pouco mais de 20 anos, o movimento de valorizao da responsabilidade social empresarial ganhou forte impulso no Brasil, atravs da ao de entidades no governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas para a questo. De acordo com o Instituto Ethos, o cenrio econmico dos ltimos anos alterou o comportamento das empresas. A integrao dos mercados e a queda das barreiras comerciais aumentaram a competio, o que gerou uma grande mudana estratgica de negcios. Novas preocupaes surgiram, como concorrncia, demandas da sociedade e evoluo tecnolgica aliada a valorizao da informao, por meio do avano da internet. Com tanta novidade, a sociedade precisou se reorganizar e rever o papel de cada um: governo, empresas e pessoas. Surgiram, ento, novos desafios para as empresas, que precisaram aumentar sua competitividade e produtividade, alm de atuar com responsabilidade ambiental e social. Como resposta, elas passaram a investir em qualidade, processos e relacionamento com seus diferentes pblicos (empregados, fornecedores, consumido-

Amrico Amarante Neto, presidente da Ramacrisna

rea de lazer da ONG

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Turma do projeto Cidades da Solda

res e clientes, comunidade, governo etc.). Para Amrico Amarante Neto, presidente da Ramacrisna, novos conceitos foram apreendidos e praticados pela sociedade: As empresas, por exemplo, cumprem seu papel privado de atender bem ao cliente, gerar lucro e empregos, respeitar seus funcionrios e cumprir risca suas obrigaes tributrias. Alm disso, passaram a ter conscincia da sua responsabilidade na melhoria das condies de vida dos cidados, seus consumidores e mantenedores, afirma. Para ele, a parceria entre organizaes sociais e empresas um crculo virtuoso que passa pela vontade e necessidade estratgica dos empresrios de atuar socialmente e pela expertise das instituies em planejar, criar e implementar projetos de cunho social. Aproveitando as oportunidades desse cenrio nacional e na busca incansvel pelo cumprimento de sua misso promover sonhos e transformar vidas por meio de solues em educao e profissionalizao , a Ramacrisna fechou, ao longo dos anos, vrias parcerias que resultaram em timos projetos e programas. De acordo com Solange Bottaro, voluntria da ONG desde 1973 e responsvel pelos projetos da instituio, o trabalho de transformao do ser humano se inicia com as crianas, atravs da educao, formao de carter e valores, e tem continuidade na qualificao profissional deles quando jovens, iniciando sua trajetria no mercado de trabalho. Por isso, todas as aes e projetos so igualmente importantes: Para realiz-los, contamos com o apoio de vrias empresas, como Localiza, Petrobras,

Cemig, Teksid, Fundao Dom Cabral, Banco do Brasil, Senai, ESAB, entre outras.

Formao profissional e parceria com ESABDesde a sua fundao, a Ramacrisna tem a educao como diretriz para suas aes. Afinal, seu fundador, Arlindo Corra, sempre acreditou que essa era a soluo para evitar os problemas sociais. Focada na gerao de trabalho e renda, a instituio, com a parceria de empresas e do governo, desde 1995, qualifica os participantes para a insero no mercado de trabalho. Aprender um ofcio, para a maioria, uma grande oportunidade. E, na ONG, possvel se formar em bartender, eletricista, mecnico de automveis, soldador e maariqueiro. A ESAB parceira da Ramacrisna em dois desses grandes projetos: o Cidades da Solda e a Escola de Mecnica Automotiva. De acordo com Ernesto Eduardo Aciar, presidente da ESAB na Amrica do Sul, a empresa entende que fazer parte de uma comunidade mais do que estar inserida nela. tambm participar, atuar, fazer a diferena. Pedro Rossetti Neto, gerente nacional de Vendas e Marketing, lembra os valores da organizao: integridade, experincia, inovao e parcerias. Buscamos contribuir para a construo de um futuro melhor para essas pessoas e para ns tambm, pois ajudamos a formar profissionais e homens de bem, complementa. Com o objetivo de capacitar jovens para trabalhar como soldadores e maariqueiros, o projeto Cidades da Solda disponibiliza para esses jovens uma oficina didtica de

Raphael Dias

Solange Bottaro, responsvel pelos projetos da Ramacrisna

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Escola de Mecnica Automotiva, inaugurada em 2005

soldagem, onde so realizados os cursos e treinamentos. Mais de 250 jovens j completaram o curso e, de acordo com Solange Bottaro, cerca de 85% dos profissionais so absorvidos pelo mercado. A ESAB, que participa do projeto desde 2007, montou e abastece o laboratrio para as aulas prticas com a doao de mquinas e equipamentos de proteo individuais. Alm disso, oferece todo o suporte tcnico aos profissionais responsveis por ministrar os cursos. Para quem estava desmotivado e sem perspectiva de um futuro melhor, o curso foi mais que uma oportunidade: foi a confirmao de que possvel escolher caminhos diferentes da marginalidade quando se est em situao de risco. Leandro Pereira da Silva, de 25 anos, um desses exemplos. Em janeiro de 2011 ele se formou soldaGeisibel Castro

dor e, com a qualificao adquirida, tem grandes expectativas em conseguir um bom emprego. J fui indicado para vrias entrevistas. Espero conseguir um bom trabalho e crescer na rea, futuramente, conta. Para os estudantes do Cidades da Solda, histrias como a de Leandro so importantes, pois refletem o que ser para eles no futuro. Willian de Castro, de 30 anos, ainda est frequentando as aulas. Para ele, a Ramacrisna significa uma nova vida: No tenho condies de pagar um curso profissionalizante. Me formarei em uma rea com grande demanda por profissionais qualificados, e minha expectativa que, no futuro, eu possa ser um excelente profissional, conseguir um bom emprego e dar condies melhores para minha famlia. Em 2011, a ESAB fechou uma nova parceria com a Ramacrisna, tambm em um projeto de formao profissional. A empresa, por meio do Fundo da Infncia e Adolescncia, patrocinou a melhoria da Escola de Mecnica de Automveis. Com a verba, a ONG adquiriu novos ferramentais e materiais didticos e ainda possibilitou instituio oferecer um lanche para os alunos todos os dias. Inaugurada em 2005, a Escola de Mecnica Automotiva j formou mais de 1.300 profissionais. Nerimar Cardoso Costa, de 20 anos, concluiu o curso em 2008 e est empregado. Para mim, o curso significou incluso social, relata. J para a estudante Nilce Ribeiro da Rocha, de 51 anos, fazer parte desse projeto realizar um sonho: Sempre quis fazer um curso de mecnica, pois tenho um fusquinha que a minha paixo. Sou aposentada, mas pretendo voltar a trabalhar e exercer a profisso.Leandro Dias Leandro Dias

Geisibel Castro

Oficina de Mecnica j formou mais de 1.300 profissionais

Nilce Ribeiro da Rocha foi aluna do curso de mecnica

Leandro Pereira da Silva viu uma oportunidade no curso de soldagem

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Ramacrisna e ESAB: parceria e voluntariadoEm 2011, a ESAB iniciou um novo projeto de voluntariado com seus funcionrios e trs atividades foram realizadas na Ramacrisna. Laila Batista Botelho, responsvel pelas atividades de responsabilidade social da empresa, acredita que pequenas atitudes podem gerar grandes resultados: Descobri que ajudar o prximo, seja com uma brincadeira, uma palavra de carinho, um sorriso ou a pintura de uma escola, no tem preo, e que, como voluntria, viver a diversidade me faz crescer como ser humano. Foi com esses valores que os 27 voluntrios trabalharam na pintura de dois prdios da ONG (escola de reforo, biblioteca e refeitrio), na realizao de uma gincana divertida com as crianas e na revitalizao e pintura do parquinho de diverso. Regis Ribeiro Varandas, do setor de TI da ESAB, desde 2005 participa das aes de voluntariado da empresa. Este ano, as atividades foram especiais, pois ele pde envolver seus filhos. Gosto de mostrar outras realidades para as crianas. Apesar do meu incentivo constante, eles sempre

Alta direo da ESAB esteve presente na inagurao do parquinho

pedem para participar dessas aes, pois se sentem importantes, no s pelas atividades voluntrias, como tambm por se inserirem no contexto da empresa onde trabalho, relata. De acordo com Solange, a revitalizao do parquinho impactou toda a comunidade. Ele o nico local de lazer da comunidade, aberto inclusive nos fins de semana e feriados. l que

as famlias se renem em momentos de alegria e descontrao, conta. Para ela, o trabalho voluntrio dos colaboradores da ESAB foi especial, pois as crianas se sentiram valorizadas e respeitadas: No posso esquecer a alegria das crianas ao verem as salas de aula pintadas com cores alegres e a vibrao com o parquinho todo novo e colorido.

Voluntrios da empresa pintaram a escola e o parquinho

Luciane Motta, da ESAB, envolveu a famlia na atividade social

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Foco no Cliente

Investimentos trazem mais qualidade e agilidadeCentro de Distribuio Central da eSAb tem o objetivo de promover solues com foco nos clientes

ais que entregar produtos, promover solues para os clientes. com esse pensamento que a ESAB se reestruturou e implantou um novo projeto de Supply Chain ou cadeia de abastecimento , uma forma de planejar e controlar o fluxo das mercadorias. Dentro desse novo modelo de gerenciamento est o projeto Acrux, baseado em uma pesquisa nacional. O Centro de Distribuio Central (CDC), que fica em Contagem, Minas Gerais, a cerca de 14 quilmetros da sede da empresa, j est operando desde agosto e dele que partiro todos os produtos acabados. A meta que, com o CDC operando, as entregas sejam mais rpidas e o desempenho no relacionamento com clientes e

M

fornecedores seja ampliado. O mercado est mudando e exigindo que o foco seja no cliente e no que ele busca. A ESAB est implantando uma mudana de cultura a partir da reavaliao de seus processos. O segredo ter produtos disponveis, entregar com agilidade e, junto venda, realizar o ps-venda. Ou seja, nosso objetivo promover solues para os clientes, explica Victor Postarek, responsvel pelo Supply Chain. O CDC impressiona pela estrutura. No espao de 6.250 m, 12 metros de p direito so ocupados por porta-paletes com capacidade para abrigar 9 mil toneladas de produtos. O pensamento no meio ambiente no ficou de fora. Durante o dia, no necessrio acender as luzes, j que o telhado foi projetado com vos transparentes que permitem

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Foco no Cliente

a entrada de luz natural. noite, lmpadas de LED, mais econmicas e durveis. Os 13 funcionrios que, a princpio, trabalham no local, tm disposio refeitrio, vestirio, dois escritrios, copa e duas salas de tecnologia. Com empilhadeiras eltricas, alm das transpaleteiras, os trabalhadores levam os produtos dispostos estrategicamente conforme o tipo, a demanda e outros diferenciais at os caminhes, que, por meio de oito docas, so carregados e saem com destino aos clientes. Um grande facilitador do escoamento a posio privilegiada do CDC, que fica perto das BRs 040 e 381, alm da proximidade das fbricas. A expectativa de que a capacidade do Centro de Distribuio Central atenda demanda at 2016, quando poder ser ampliado. O fundamental que o grande direcionador desse projeto foi o mercado e o cliente. No segmento de solda, nenhuma empresa da regio ter a logstica da ESAB, ressalta o diretor de Operaes, Antnio Srgio Monteiro da Fonseca. Com algumas semanas de funcionamento do CDC, os resultados j eram reais. Percebemos a racionalizao da estrutura de transporte e a reduo dos estoques. Esse sucesso, que se apresentou com to pouco tempo, nos faz querer antecipar ao mximo a instalao dos Centros de Distribuio Regionais (CDRs), constata. O Supply Chain prev a concluso dos CDRs em trs anos, a comear por Recife. Na capital pernambucana, o projeto j est avanado e o CDR deve comear a operar no incio de 2012. Depois, viro os de So Paulo e de Porto Alegre, respectivamente. A consolidao acontecer em trs anos, mas as aes j comearam e esto sendo implantadas em paralelo. No segundo trimestre de 2012, j queremos comear a estruturar o CDR de So Paulo, pontua o diretor. Antes dessa reestruturao, como explica Victor Postarek, a ESAB era organizada em diferentes setores, como Compras, Planejamento e Distribuio. Com as mudanas, os trs foram consolidados no Supply Chain. Isso proporciona melhores informaes sobre os prazos de entrega e uma grande sinergia, afirma. Ainda de acordo com Postarek, o segredo da mudana na cultura organizacional trazer as pessoas para a nova realidade, para que elas se sintam parte da mudana e, consequente-

mente, ajam para o alcance dos objetivos. Temos metas audaciosas para os prximos quatro, cinco anos, com planos de dobrar o faturamento. Isso possvel ganhando mercado e atendendo melhor aos clientes. A expectativa de que, quando o projeto dos CDs estiver finalizado e funcionando bem no Brasil, ele tambm seja implantado nas unidades da ESAB na Argentina, no Chile, na Colmbia e no Panam.

Mais espao e novos projetosAntes da estrutura do Centro de Distribuio Central, os produtos acabados eram estocados na prpria sede da ESAB. O projeto Acrux veio de forma a resolver esta questo e, dispondo de mais espao, existe a expectativa da ESAB de aumentar a produo. Outros projetos esto em curso. Segundo Antnio Srgio, duas novas linhas de arames tubulares tiveram a operao iniciada e so as mais modernas do mundo. Ainda no fim deste ano, uma nova linha de eletrodos comear a operar. Houve, tambm, a expanso dos setores de corte e automao.

Centro de Distribuio Central, em Contagem

O nome Acrux est relacionado estrela mais brilhante da Constelao Cruzeiro do Sul, que, durante muitos anos, ajudou os europeus a navegar com segurana pelos mares. A ideia veio do projeto Star, implantado na ESAB Europa, que criou trs Centros de Distribuio para atender ao continente. O modelo logstico tambm j existe no Mxico.

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Foco no Cliente

Atenta ao crescimento pernambucano, eSAb define recife como centro distribuidor para o nordeste e o norte do Pasernambuco vive um tempo de crescimento e de prosperidade. O Estado tem evoludo a taxas significativas, superando o desempenho do prprio Pas. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual cresceu 9,3% sobre o ano anterior, segundo divulgou a Agncia Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/ Fidem). Esta uma taxa superior do PIB nacional, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), foi de 7,5% no perodo. De acordo com novos dados divulgados pelo Condepe/Fidem no incio de setembro, no primeiro semestre de 2011 o panorama no se alterou. No comparativo com o primeiro semestre de 2010, o PIB

P

de Pernambuco cresceu 5,7%, enquanto o nacional evoluiu 3,6%. A principal alavanca desse crescimento nem to nova assim: o Complexo Industrial Porturio Governador Eraldo Gueiros Leite, ou Complexo de Suape, como mais conhecido. Instalado no litoral sul pernambucano, ele foi inaugurado ainda no final dos anos 1970 e, mais recentemente, tem merecido, segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econmico, investimentos pblicos e privados que chegam a R$50 bilhes. O Complexo de Suape rene atualmente mais de 100 empresas j em atividade, as quais, ainda de acordo com cifras oficiais, permitiram o surgimento de 25 mil empregos, alm de 47 mil postos

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Instalaes da Hemobrs j esto em construo em Goiana

de trabalho durante a fase de construo, e outras 80 empresas em fase de instalao, que oferecero 15 mil novos postos, com oferta de 40 mil vagas referentes s obras de construo civil. Uma refinaria de petrleo, trs plantas petroqumicas e um grande estaleiro esto em construo no Complexo de Suape, e a perspectiva natural de que tais investimentos solidifiquem novas cadeias produtivas em Pernambuco, transformando o Estado em um respeitvel polo industrial nos segmentos de petrleo, gs, offshore e naval. Alm de infraestrutura compatvel com seu porte e necessidades, os empreendimentos usufruem de incentivos fiscais federais e estaduais, com o objetivo de estimular a gerao de empregos e incrementar a economia da regio. Presena da ESAB Considerando os projetos j instalados, os que esto sendo construdos e outros a serem implantados nos prximos anos, possvel dizer que, quanto ao potencial de absoro dos produtos da ESAB, h dois grupos de empreendimentos no Complexo de Suape: os que demandam grande quantidade de consumveis e equipamentos de solda na poca da construo e aqueles que tm grande demanda permanente de solda. Um desses grupos se refere s implantaes das quais a ESAB vem participando, como a Refinaria Abreu e Lima, ou Petroqumica Suape. Nesse tipo de empreendimento, h uma demanda grande

de consumveis e equipamentos para solda na fase da implantao e, depois do trmino das obras, a demanda cai. Ento, a ESAB passa a ser fornecedora de soldas especiais, aplicadas em menor quantidade na manuteno das plantas, explica Luiz Fernando Breitenbach, gerente de Vendas da ESAB e responsvel pelas operaes da empresa no em todo o Norte e Nordeste. A Refinaria Abreu e Lima, que est recebendo investimentos da ordem de R$13,3 bilhes, dever gerar 1.500 empregos e responder pelo refino de 230 mil barris de petrleo bruto por dia. Segundo o governo pernambucano, essa refinaria tem potencial efetivo para consolidar o polo petroqumico e adensar um polo da indstria naval, alm de dinamizar os segmentos industriais j operantes na regio. A Petroqumica Suape reunir trs unidades industriais integradas: uma para produo de cido tereftlico (PTA), outra para produzir polmeros e filamentos de polister (POY), e uma terceira, que fabricar resina para embalagem (PET). J opera no polo a fbrica de resina PET Mossi & Guisolf. Com a Refinaria Abreu e Lima, como sabemos e j estamos vendo, viro novas empresas petroqumicas para o Estado. Eu acredito que, em funo da refinaria, teremos obras em seu entorno pelos prximos anos, avalia o gerente. Forte participao Um segundo grupo de novas iniciativas no Complexo de

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Suape diz respeito a um conjunto de empreendimentos dos quais a ESAB deve participar forte e permanentemente. Nele figuram, com destaque, os estaleiros, as empresas de caldeiraria e uma indstria relativamente recente no Pas: os fabricantes de torres para os parques de gerao de energia elica. Somos um importante fornecedor de produtos para solda para o Estaleiro Atlntico Sul (EAS), j em operao. Outro exemplo a Gestamp Wind Steel, cuja planta foi toda equipada com mquinas e equipamentos ESAB e utiliza com exclusividade nossos produtos de solda na construo de torres para produo de energia elica, informa Breitenbach. O Estaleiro Atlntico Sul integra o esforo de revitalizao da produo naval no Pas. Sua implantao consumiu recursos da ordem de R$1,4 bilho, e sua capacidade instalada de processamento alcana 160 mil toneladas de ao por ano. A unidade capaz de produzir todos os tipos de navios cargueiros de at 500 mil toneladas de porte bruto (TPB) e tambm plataformas offshore, dos tipos semissubmersvel, sistemas flutuantes de produo, armazenamento e transferncia de petrleo e, ainda, plataformas de pernas atirantadas, entre outros equipamentos destinados explorao de petrleo e gs em mar aberto. Em meados de 2010, houve o anncio da construo de um novo estaleiro, que absorver investimentos de R$300 milhes e ser implantado pelo consrcio que rene as empresas STX Brasil Offshore S.A. e o Grupo PMRJ. O consrcio venceu a concorrncia para fornecer para a Transpetro, subsidiria da Petrobras, oito navios para transporte de

gs, que custaro R$960 milhes recursos do Programa de Modernizao e Expanso da Frota (Promef). Assim como o EAS, tambm o STX Promar um cliente-chave para a ESAB. Este ltimo, de origem norueguesa, chega com uma parceria com a ESAB definida j na Europa. Embora se econtre em fase de terraplanagem e os investimentos de solda ainda estejam sendo decididos, temos razes para acreditar que a ESAB vai ter uma participao importante nesse projeto, diz o gerente. A expectativa de que a unidade entre em operao em outubro de 2012. Antes disso, esperamos fornecer equipamentos de solda e corte e, depois, os consumveis de solda. Outro polo Mas Suape no mais o nico polo a florescer nesta nova primavera pernambucana. Em agosto, o presidente da Fiat para a Amrica Latina, Cledorvino Bellini, anunciou que a montadora havia concludo estudos para instalao de uma unidade em Pernambuco. Ela, que pretende ser o cerne de um polo automotivo altamente integrado, ser a segunda da empresa no Brasil. Com investimentos entre R$3 bilhes e R$3,5 bilhes, a ideia produzir, a partir de 2014, entre 200 e 250 mil unidades por ano, gerando mais de 3,5 mil empregos. Inicialmente, a Fiat manifestara inteno de estabelecer a nova planta de produo no Complexo de Suape, mas mudou de ideia e decidiu implantar sua unidade em Goiana, no litoral norte do Estado, prximo Paraba. possvel que tenha havido algum esforo do governo pernambucano no sentido de redirecionar o novo empre-

Projeo 3D da nova fbrica da Hemobrs

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Centro de Distribuio Regional da ESAB em Recife comear a operar em 2012

endimento, com o objetivo de criar um polo automobilstico no litoral norte, equanimizando as oportunidades na faixa litornea. Como toda indstria automobilstica, a Fiat trar atrs dela uma cadeia de fornecedores, e isso tambm dever ser interessante para a ESAB num futuro prximo, avalia Luiz Fernando Breitenbach. De fato, ao comentar oficialmente o assunto, a montadora reala os 14 milhes de metros quadrados em rea contnua da nova unidade de Goiana, garantindo que ela oferea condies topogrficas favorveis ao empreendimento. E sublinha que o novo centro poder expandir-se por meio da constituio de um segundo parque de fornecedores, em terreno parte, com rea de 1,4 milho de metros quadrados e situado entre os municpios de Recife e Goiana. A Fiat tambm manter um centro logstico em Suape, que continuar a ter importncia estratgica para o projeto pernambucano da montadora. Tambm est sendo implantado em Goiana, em uma rea 345 hectares, junto BR-101, um polo farmacoqumico, com foco na indstria de medicamentos e biotecnologia. Segundo o governo pernambucano, as indstrias instaladas no polo podero construir bases para operaes internacionais, para atendimento a mercados relativamente prximos, na frica e nas Amricas. A concepo e implantao do empreendimento fazem parte da poltica que prev desde a concesso de incentivos fiscais especficos para o setor at a garantia de oferta de infraestrutura. A administrao cabe Agncia de Desenvolvimento Econmico de Pernambuco (AD Diper),

ligada Secretaria de Desenvolvimento Econmico de Pernambuco. Hoje, o polo farmacoqumico conta com o envolvimento de oito empresas: a Hemobrs, estatal do Ministrio da Sade (hemoderivados), a Multilab (genricos e similares), a Vita Derm (cosmticos), a Riff Laboratrio Farmacutico (soro), a Ion Qumica (insumos para a indstria farmacutica e de cosmticos), a AC Diagnstico (kits de diagnsticos), a Imesa (cosmticos) e a Cosmticos Indstria e Comrcio (cosmticos) todas com protocolos de inteno de instalao assinados ou em vias de assinar. H ainda a Lafepe Qumica, cujo projeto para produo de antirretrovirais est sendo formatado pelo Laboratrio de Pernambuco (Lafepe). No momento, esto em construo as instalaes da Hemobrs. No conjunto, os empreendimentos j delineados devero consumir recursos de R$1,04 bilho e gerar 2.518 empregos diretos. Centro de distribuio O impulso de Pernambuco em direo a um novo estgio de industrializao levou a ESAB a optar por Recife para abrigar um novo Centro de Distribuio da empresa para o Nordeste e o Norte do Pas. Estamos em fase de finalizao das instalaes do Centro de Distribuio, que ter 1.500m2 de rea de depsito, com toda a estrutura de verticalizao, rampas niveladoras e docas para atender a vrios caminhes ao mesmo tempo, informa Luiz Fernando Breitenbach, acrescentando que a nova unidade dever estar concluda ainda em 2011 e comear a operar no incio de 2012.

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Qualidade eSAb nas torres de energia elica da Gestamp Wind Steel Pernambuco

Arquivo Gestamp Wind Steel Pernambuco

m compasso com uma tendncia global, ganha importncia no Pas a gerao de energia elica, calcada no aproveitamento da fora dos ventos uma fonte energtica que, entre outras vantagens, renovvel e ambientalmente limpa. Para investir nessa oportunidade e contribuir com sua expertise internacional, h dois anos instalou-se no Brasil a Gestamp Wind Steel Pernambuco S/A, fabricante das torres de ao que suportam os imensos aerogeradores e suas ps de grande envergadura. Localizada no Complexo Industrial e Porturio de Suape, a 35km de Recife, a planta, com 150 mil metros quadrados de rea total e 22 mil metros quadrados de rea construda, teve sua construo iniciada em

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janeiro de 2009 e comeou a produzir seis meses depois. Alm da unidade brasileira, temos duas fbricas na Espanha e uma na Turquia, que em agosto de 2011 iniciou a produo. Temos planos para, em 2012, abrir novas plantas, uma das quais na ndia e a outra nos Estados Unidos, informa Jorge Marchn, gerente de Soldagem da companhia. A Gestamp Wind Steel integrante do Grupo Gonvarri, de atuao global. Gradativamente, a empresa vem ampliando a produo em Pernambuco. Vnhamos fabricando cinco torres por semana. Agora, estamos introduzindo novo pessoal, novas mquinas e equipamentos inclusive da ESAB em nossa planta, o que nos capacitar a alcanar a meta de produzir 600-700

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torres/ano, dependendo do modelo, afirma o gerente. Ele acrescenta que todas as unidades produzidas esto sendo direcionadas para o mercado brasileiro. O Brasil tem muitas torres por fazer. Estamos negociando datas de fornecimento para no ter de rejeitar alguns pedidos, diz, referindo-se ao boom no segmento, em razo do estmulo estratgico governamental. A Gestamp Wind Steel Pernambuco trabalha para diferentes clientes, como a Vestas, a General Electric, a Gamesa, a Alstom e a Wobbens, presentes no mercado brasileiro. Todas essas empresas so filiadas Associao Brasileira de Energia Elica (ABEElica), que congrega 92 companhias atuantes na cadeia geradora de energia elica no Pas. Essa entidade tem como objetivo promover a produo de energia eltrica a partir da fora dos ventos como fonte complementar da matriz energtica nacional e defender a consolidao e a competitividade do setor elico, principalmente por meio de um programa governamental de longo prazo. Destaque J no incio da ltima dcada, o governo brasileiro parece ter entendido a importncia que poder ter o conjunto de fontes alternativas para garantir a diversificao e um maior equilbrio da matriz energtica do pas. Em 2002, na esteira dos apages eltricos que tinham acabado de ocorrer, foi criado, por lei, o Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia Eltrica (Proinfa), que buscava estimular investimentos em fontes elicas, solar, biomassa e tambm nas chamadas PCH, ou Pequenas Centrais Hidreltricas. Quase dez anos depois, os resultados podem ser percebidos. Um informe distribudo em junho de 2011 pela Empresa de Pesquisa Energtica (EPE), do governo federal, sobre o Plano Decenal de Expanso de Energia PDE, referente a esta segunda dcada do sculo 21, projeta para a energia elica um papel de importncia crescente. Segundo esse relato, a capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional subir cerca de 55% at 2020, saltando de 110 mil MW, em dezembro de 2010, para 171 mil MW, em dezembro de 2020, e haver a priorizao das fontes renovveis, entre as quais a hidrulica, elica e as oriundas de biomassa. A participao das usinas hidreltricas no total

de gerao de energia eltrica se reduzir de 76% para 67%, enquanto a participao da eletricidade produzida por fontes alternativas dever se duplicar at o final da dcada, de 8% para 16%, o que garantir que o conjunto de fontes de energia renovveis se mantenha em torno de 83%. A gerao elica ser destaque, aumentando de 1% para 7%, sublinha o documento. Num clculo rpido com base nesses percentuais, seria possvel dizer que a capacidade instalada do segmento cresceria de 1.100 MW para nada menos que 11.970 MW, um acrscimo de 10.870 MW. Considerando que cada torre gera de 1,5 a 3 MW, significaria dizer que sero necessrias de 3.620 a 7.240 novas torres. O montante a ser investido em novas usinas descontando as que j esto contratadas ou autorizadas , segundo ainda o relatrio oficial, alcanar a cifra de R$100 bilhes, sendo 55% em hidreltricas e 45% no conjunto de outras fontes renovveis. Jorge Marchn imagina que, em razo de leiles realizados em 2009 e 2010, a demanda no Pas ser da ordem de 2 mil torres. E houve novos leiles nos dias 17 e 18 de agosto de 2011. Na ocasio, foram contratados 78 projetos de gerao de energia elica, com 1.928,8 MW de potncia instalada e 913 MW mdios de garantia fsica, que devero entrar em operao em 1 de julho de 2014. Essa nova demanda poder representar a necessidade 600 a 1.200 novas torres. preciso considerar ainda o mercado livre, com produtores independentes de energia eltrica, que,

Fbrica da Gestamp no Complexo Industrial e Porturio de Suape

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na descrio da Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel), so empresas ou consrcios com ttulo de concesso, permisso ou autorizao para produzir e comercializar energia eltrica por sua conta e risco. Contudo, satisfazer a demanda dos projetos elicos brasileiros de grande porte no o nico objetivo da Gestamp Wind Steel Pernambuco S/A. A companhia foi para perto do Porto de Suape pensando tambm na possibilidade de exportao, assegura Marchn. Estruturas gigantescas Vistas em fotografias em que no haja uma escala de comparao, as torres de energia elica chegam a lembrar flores que despontam em algum jardim. Mas essa aparncia engana. Trata-se de estruturas ciclpicas, que podem atingir a altura de prdios de 40 andares, compostas por trs partes. Uma delas a torre de sustentao que rene, alm da parte estrutural, outros componentes, incluindo a plataforma superior, escadas interiores, luminrias e cabos para transmisso da energia gerada. Outra parte a nacela, que abriga o aerogerador e componentes auxiliares. E, por fim, h o conjunto de ps, feitas de material plstico resistente, responsvel por capturar a energia do vento, fazendo girar o rotor que impulsionar o aerogerador. O gerente informa que, de modo geral, as torres de gerao de energia elica tm, no mnimo, em torno de 80 metros de altura, e, dependendo do projeto, podem chegar a 120 ou at mesmo a 130 metros, como algumas que esto sendo fabricadas na Europa. Assim, essas torres no podem ser construdas em uma s pea. Necessariamente, tero de ser fabricadas em segmentos, os quais, de modo geral, possuem entre 20 e 30 metros cada. Algumas torres podem levar trs, quatro ou mesmo cinco sees. Dessa forma, no nenhum exagero dizer que essa vigorosa alternativa energtica das torres elicas depende, em larga medida, de mxima qualidade nos procedimentos, equipamentos e consumveis de soldagem. Qualitativamente, a importncia da solda fundamental. Estamos falando de uma estrutura que tem a altura de um edifcio, que possui um motor e ps que esto girando e que suporta ventos com considervel intensidade. Ento, temos de garantir que

essa estrutura no vai ter problemas. Quando uma torre tem algum problema estrutural grave por exemplo, uma trinca , isso acontece, normalmente, na solda. Segundo Marchn, em uma torre de trs sees, pode haver 30 chapas diferentes a serem soldadas. Temos de soldar flanges tambm e precisamos garantir que, quando as soldarmos aos respectivos segmentos, estas no vo ficar deformadas, diz. Ele ainda explica que cada flange aparafusada junto com uma flange companheira do outro segmento, e que preciso garantir que ambas as superfcies estejam suficientemente planas, com tolerncias de menos de 1 mm, para assegurar perfeito ajuste entre as partes, sem o que poder haver retardamento da montagem e menor vida til da torre. Parceria com a ESAB A necessidade de garantir o mximo de qualidade aos processos de fabricao das torres fez a Gestamp Wind Steel implementar, tambm no Brasil, uma parceria global com a ESAB. A indstria adquiriu colunas CaB 460C, para soldagem no processo arco submerso, e conjuntos de viradores, alm de conjuntos de mquinas OrigoMig para solda MAG e mquinas multiprocesso 653 CC/CV, utilizando, entre os consumveis, fluxo, arame para arco submerso e arame tubular. Temos, de fato, uma boa parceria com a ESAB no Brasil. Ns j conhecamos a qualidade da empresa pelas plantas da Espanha e estamos contentes com os resultados que temos obtido, frisa Marchn. A ESAB tem como poltica colocar-se ao lado dos clientes e est sempre pronta a promover o desenvolvimento de novos consumveis e automao dos equipamentos de solda para melhoria de produtividade. A planta brasileira da Gestamp Wind Steel contava, em agosto de 2011, com um corpo de aproximadamente 400 funcionrios. Para procedimentos de soldagem com arco submerso, temos 40 operrios e mais 25 de solda MAG. Ento podemos falar em 65 soldadores, mas temos ainda a inteno de contratar mais, conclui Marchn. A ESAB sempre apoia o esforo de seus clientes no aprimoramento dos profissionais de soldagem, visando a um melhor aproveitamento de equipamentos e consumveis e ao incremento da produtividade em todo o processo.

As torres so fabricadas em segmentos de 20 a 30 metros

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Aliana de peso para o mercado de soldagem e cortendar juntos para oferecer maior comodidade para o cliente. Este o objetivo da joint venture assinada entre a ESAB e a Condor Equipamentos Industriais, fabricante de produtos no segmento de gs e aparatos, entre outros. A associao entre as duas empresas de linhas complementares e pblico-alvo similar acaba de ser firmada. Por meio dela, os produtos de ambas as marcas passam a ser comercializados por canais e portflios integrados. O resultado? Mais praticidade aos clientes, que tero disposio itens das duas marcas de forma mais rpida e eficiente. Newton de Andrade e Silva, diretor de Vendas e Marketing ESAB, e Adelgsio Azevedo, scio da Condor, contam como o cliente que busca solues em solda e corte poder ganhar e muito com esta aliana. O que motivou a ESAB e a Condor a se associarem por meio da modalidade de joint venture, ou contrato de empreendimento conjunto? Newton: As duas empresas esto inseridas em um mercado de produtos similares. Podemos dizer que se trata de uma associao complementar para a ESAB, com relao aos produtos no ramos de gs e aparatos. Assim como a ESAB, a Condor lder em seu segmento no Brasil. Por isso, para ns muito importante agregar uma marca de primeira linha, com o objetivo de complementar os nossos produtos. Adelgsio: A sinergia exatamente essa: a capacidade da ESAB de alavancar, aumentar o canal de vendas da Condor. A ESAB tem uma ampla fora de vendas, uma marca respeitada e laos muito fortes com os mesmos clientes da Condor. Portanto, sem aumentar muito o custo para a ESAB, vamos conseguir levar os produtos Condor para mais perto dos

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clientes finais, no s no Brasil, mas tambm em toda a Amrica Latina. Antes da consolidao da joint venture houve uma negociao entre as empresas, com avaliao cuidadosa de todos os passos. Falem um pouco sobre esse processo. Adelgsio: Iniciamos uma aproximao no final de 2009, quando comeamos a discutir por que no fazermos algo juntos. Naquele momento, enxergvamos a ESAB como um cliente que pudesse comprar os nossos produtos. medida que fomos conversando, vimos a possibilidade e a oportunidade de combinar os negcios de uma maneira mais abrangente. Ento, houve um momento para amadurecer a ideia e buscar um modelo para nos associarmos, haja vista as diferenas de porte e ao das duas empresas. Em pouco mais de um ano, encontramos uma forma de combinar as operaes, atravs da joint venture. Newton: Isso mesmo. Foi uma conversa muito natural entre as duas empresas. Como o Adelgsio disse, tudo comeou com a necessidade da ESAB de adquirir produtos da Condor para vender como parte de seu portflio. A partir da, avaliouse a necessidade de estarmos juntos no mercado. No nos preocupamos muito com o tempo para formar essa associao. Tudo foi discutido em longo prazo e com muito cuidado, para ser bem feito e para que acontecesse de uma maneira que ficasse bom para ambas as partes. Na prtica, quais sero os principais pontos positivos que os clientes tero com esta associao? Newton: Vai facilitar a vida do cliente no que diz respeito a compras, suprimentos e suporte tcnico. Ele ter disposio uma

Newton de Andrade e Silva, diretor de Vendas e Marketing ESAB

Adelgsio Azevedo, scio da Condor

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linha de produtos mais extensa, sem precisar recorrer a vrios locais diferentes. Tudo estar muito mais concentrado em um fornecedor, ou, pelo menos, em um s grupo. Adelgsio: O cliente ganha porque vamos estar ainda mais prximos. A partir do momento em que a Condor tiver uma fora maior de vendas, mais espalhada pelo Brasil, vamos reforar nosso canal de comunicao com ele. A princpio, os produtos Condor e ESAB chegaro para o cliente como complementares. Mas ser que no poder haver confuso junto aos compradores, principalmente naquelas revendas que apresentem os produtos das duas empresas? Qual a orientao nesse sentido? Newton: No h confuso. So produtos distintos, complementares em um mesmo mercado, ento no possvel uma linha canibalizar a outra. As marcas continuam separadas. O que Condor continua Condor e o que ESAB continua ESAB. Adelgsio: Os produtos no se misturam. No existe um produto Condor que seja igual ao ESAB ou que possa ter a mesma aplicao. Eles so diferentes. Por isso, no esperamos esse tipo de confuso. O que preciso frisar que nada muda no atendimento ao cliente. Ns s estaremos mais prximos. Quem era atendido pela Condor vai continuar comprando com ela e utilizando seus produtos, fabricados como sempre foram fabricados. O pedido vai ser feito para a Condor e ela vai emitir a nota fiscal para o cliente, como sempre aconteceu. O que vai mudar para os clientes que vamos buscar, dentro dessa sinergia de logstica, benefcios para eles. Por meio da experincia e dos canais da ESAB, vamos fazer com que os produtos Condor cheguem mais rpido e a um custo menor. A joint venture foi anunciada em julho de 2011, certo? J possvel sentir uma reao do mercado notcia? Newton: Alguns clientes que souberam da joint venture j enviaram cartas, elogios e desejos de boa sorte para as duas empresas. Eles viram essa aliana com muito bons

olhos. At hoje, s recebemos bons elogios. Adelgsio: Nossos fornecedores tambm enxergaram essa iniciativa de maneira positiva. Eles veem claramente uma oportunidade de crescimento para todos, que vai ajudar a aumentar seus negcios. E, por todos os motivos que j falamos, o cliente percebe que se trata da aliana de duas boas marcas e que o fato de elas estarem juntas resultar em muito mais benefcios para ele. Quais as vantagens dessa associao para as duas empresas? Newton: Podemos dizer que 80% do mercado de ambas as empresas o mesmo. Temos muita sinergia na operao comercial pelo fato de possuirmos uma cadeia de distribuio muito similar. A cadeia da ESAB mais abrangente, mas, em grande parte, os clientes so os mesmos. Outra vantagem que poderemos ter uma abrangncia bem maior, porque temos capacidade de colocar os produtos da Condor no mercado. Adelgsio: Em termos estratgicos, o fato de as duas empresas estarem na mesma cidade (Contagem, MG), com distncias muito curtas entre si, tambm facilita o gerenciamento e o compartilhamento da logstica. Newton: A ESAB tem uma logstica muito mais pesada, muito maior e, por isso, capaz de propiciar uma reduo do custo logstico da Condor tambm. Qual a expectativa de crescimento das empresas aps a joint venture? Adelgsio: A Condor hoje lder de mercado e pretendemos consolidar essa posio com a associao. Se formos falar em nmeros, temos hoje em torno de 30% do mercado. A nossa expectativa de um forte crescimento para os prximos trs anos. Podemos dizer que h chances de atingirmos entre 45% e 50% do mercado como fruto da joint venture. Newton: A ESAB possui em geral uma participao de 35% do mercado nas linhas de produtos. Tambm somos lderes em nosso segmento. Com a aliana, a ESAB

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tem a expectativa de crescer de 3% a 4% nos prximos dois ou trs anos, no que se refere ao market share. Adelgsio: Na verdade, como a ESAB possui uma estrutura de vendas maior, a Condor ser a maior beneficiada neste momento. Ela vai ter maior crescimento com este novo canal, uma vez que o consumo do produto Condor ser incentivado, estimulado. Por isso, esperamos uma taxa to grande. preciso diferenciar joint venture de fuso. Condor e ESAB continuam independentes, certo? Permanecem com razo social, CNPJ, quadro de funcionrios, logomarca separados. Ento o que muda no dia a dia de trabalho das duas empresas? Newton: As empresas continuam sendo administradas separadamente. Para a operao de vendas da ESAB no dia-adia, o portflio passa a contar tambm com os produtos da Condor. Ento, a fora de vendas ESAB visitar tambm clientes que necessitam dos produtos Condor. Por outro lado, a fora de vendas e o Suporte Tcnico da Condor andaro em conjunto com a ESAB. No dia a dia, as equipes da Condor estaro presentes, por exemplo, junto fora de vendas ESAB. Como dissemos, para o cliente, isso um beneficio, pois estaremos prximos a ele

de forma mais fcil e rpida. Na prtica, a joint venture estar mais focada nos departamentos de Vendas e Suporte Tcnico. A economia est se movimentando de maneira mais lenta este ano, inclusive com as recentes indicaes de uma nova crise. Como a ESAB e a Condor encaram esse cenrio? As empresas estaro preparadas para atender aos clientes, caso haja algum reflexo da crise no setor das duas empresas, como falta de matria-prima ou suprimentos, por exemplo? Adelgsio: Os clientes podem ficar tranquilos. Ns unimos os esforos e ficamos mais fortes com a joint venture. A crise no ser privilgio das nossas empresas, ela atingir todos os setores. Mas eu acredito que, independente da crise, ns estamos mais fortes para enfrentar qualquer cenrio. Com certeza, seria bem mais difcil se estivssemos atuando separados. Newton: A crise tambm chegar ao nosso mercado, mas com um impacto muito menor. Os grandes projetos brasileiros de infraestrutura ainda esto em andamento, e todos os produtos relacionados solda continuam com boa demanda. Alm disso, o Brasil est caminhando com pernas prprias. Por isso, de uma maneira geral, a crise aqui ser muito mais suave do que nos Estados Unidos e na Europa.

Diretores da ESAB e da Condor durante o anncio da joint venture para os colaboradores

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Lanamentos

Leque de produtos expandido

partir de agora, o portflio da ESAB passa a operar em conjunto com a empresa Condor, lder em artigos oxicombustveis. A associao foi a forma encontrada pelas duas empresas para suprir as necessidades fabris dos clientes, oferecendo o maior leque possvel de produtos para as atividades de solda, corte e aquecimento. A linha de oxicombustveis Condor a mais completa e moderna do mercado. Com uma gama variada de produtos, a marca oferece ergonomia e, principalmente, segurana a seus usurios. A Condor tem toda a sua linha produzida no Brasil, em uma estruturada fbrica, o que possibilita o teste de todos os produtos e a garantia de um alto padro de qualidade. A Condor hoje tem toda a sua produo pautada pelas mais exigentes normas de qualidade mundial. Os produtos esto em conformidade com as normas EN e ABNT, e possui a certificao ISO 9001. Trabalhar com a linha Condor sinnimo de operaes com alto desempenho, grande economia e elevado padro de segurana. A linha oferece diversos diferenciais que a torna lder em seu segmento.

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res projetados para oferecer aos operadores maior segurana e elevada performance na operao. So modelos especficos para atender a operaes leves, mdias e pesadas, alm da manopla de ajuste fixa mais macia e ergonmica e que no pode ser retirada, para a prpria segurana do sistema. Conhea a Linha: Simples e Duplo Estgio para Cilindros Postos de Consumo Manofluxmetro Vazo com Fluxmetro Alta Performance Linha Central

Vlvulas Corta-FogoEssenciais para a segurana nos sistemas oxicombustveis, a Condor oferece solues especficas em vlvulas corta -ogo para cada operao. Desde vlvulas convencionais, que atuam em caso de retrocessos de chama em aplicaes mais simples, at vlvulas especiais, com capacidade de oferecer segurana extra para operaes com grande vazes. So sistemas de travamento mecnico, absoro de calor e a grande novidade no mercado brasileiro sistema de termoelemento, que oferece ainda mais segurana atravs do Thermal Cut Off, para interrupo do fluxo gasoso.

Reguladores de PressoA Condor possui uma linha de regulado-

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Lanamentos

Conhea a Linha: Convencionais (RO/RG/MO/MG) Termoelemento (Thermal Cut Off) Especiais (Reteno/Sidox/VHC/ Multisafety/Central)

Conjuntos PortteisSo equipamentos ideais para aplicaes em que o operador precisa de mobilidade para realizar a operao. Podem ser montados de acordo com a necessidade do servio a ser realizado. Conhea a Linha: Solda AC Plus Solda GLP Solda e Corte AC Solda AC Solda e Corte AC Plus Solda e Corte GLP

MaaricosA linha de maaricos oferece modelos para corte, solda e aquecimento. So produtos desenvolvidos para oferecer elevado desempenho e ergonomia aos operadores. Alm dos modelos de linha, a Condor desenvolve tambm maaricos para aplicaes especiais, com tamanhos e modelos especficos para atender demanda do cliente. Conhea a Linha: Corte Mecanizado Solda Aquecimento Especiais

AcessriosUtilizados para complementar todos os processos oxicombustveis, esses dispositivos podem ser usados para facilitar ou oferecer segurana s operaes. Conhea a Linha: Conexo Y Centelhador Niples e Porcas Agulheiro Cintel e Carretilha, entre outros Alm de toda a estrutura oferecida pela fbrica na produo dos produtos e do alto padro de qualidade, a Condor possui tambm um atendimento prximo ao cliente, garantindo a melhor orientao quanto ao uso dos produtos e a prticas de segurana essenciais ao sistema. Assim, a Condor oferece solues completas para tudo o que envolve operaes oxicombustveis.

Bicos e ExtensesSo diversos os modelos de bicos de corte e extenses de solda, para variadas aplicaes e gases. Essa diversidade importante para garantir a melhor escolha por parte do usurio, evitando custos elevados e at mesmo risco de acidentes em caso de uso incorreto. Alm disso, a Linha de Bicos Condor tem total intercambialidade com os principais produtos de padro mundial. Conhea a Linha: Bicos de Corte Padro 1 Sede Bicos de Corte Padro 2 Sedes Extenses de Solda Bicos e Extenses de Aquecimento Bicos Especiais

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Falcon FXAexcelente custo/benefcio

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FALCON FXA composta por um sistema de motores CA, pinho e cremalheira que oferecem uma tima preciso em todo o eixo longitudinal e transversal e reduzem os gastos com manuteno. Com estrutura macia e reforada, que garante rigidez perfeita sobre todo o comprimento da mquina, e porte alto e imponente, o equipamento apresenta excelente robustez e desempenho. Versatilidade Ela possui um dos trilhos montado abaixo do nvel da mesa de corte, o que visa a reduzir os riscos de colises com o equipamento no momento de carga e descarga das chapas. Alm disso, uma mquina extremamente flexvel, pois pode ser configurada com esta-

es de plasma e oxicorte e, no caso de uma intercambivel, permite possuir os dois processos na mesma estao. Essas caractersticas fazem com que a FALCON FXA seja uma mquina extremamente verstil, que atende s rigorosas exigncias do mercado. Alm disso, ela trabalha com uma das ltimas geraes de CNC desenvolvidas pela ESAB, o Vision 51. O equipamento possui interface amigvel e autoexplicativa, alm de uma base de dados e um sistema de controle de processo, que permitem elevada repetibilidade no corte. As dimenses dessa mquina, somada ao baixo investimento inicial, a tornam a melhor opo em termos de custo/benefcio da categoria.

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origotm 4004i mvtecnologia inversora fabricada no brasil

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m setembro de 2011, a ESAB realizou o lanamento da OrigoTM 4004i MV. Trata-se de um novo conjunto inversor multiprocesso recheado de caractersticas, proporcionando ao usurio uma soldagem diferenciada em todos os processos. Visando a atender s necessidades do mercado, o equipamento ocupa at 70% menos espao no local de trabalho e at

75% mais leve. Essas caractersticas fazem com que o conjunto proporcione ao usurio grande mobilidade e que o equipamento caiba em praticamente todos os lugares. Podemos, ainda, dar destaque ao sistema Multivoltage (MV), que realiza o reconhecimento automtico da rede eltrica e oferece ao equipamento imunidade s eventuais oscilaes da rede eltrica trifsica do cliente. O equipamento pode operar em qualquer rede eltrica entre 220 e 440VAC sem a necessidade de qualquer interveno humana para troca da tenso por cabos ou barramentos. Todo o conjunto foi construdo pensando em oferecer ao operador maior conforto e segurana, alm de estar alinhado s premissas de baixo impacto ambiental. Seu design ergonmico e proporciona fcil acesso aos seus principais componentes, como suporte do rolo de arame, painis de comando etc. Principais caractersticas: Menor custo de soldagem: com excelente soldabilidade MIG/MAG com CO2 com baixo nvel de respingo, ela possibilita menor consumo de energia eltrica e reduz o retrabalho aps a soldagem. Potncia x Peso x Tamanho: com uma fonte de 400A com apenas 48kg, o conjunto at 75% mais leve e 70% menor que um equipamento convencional. Ergonomia: design inteligente e confortvel, com enroladores e esteira porta-cabos. Multivoltagem: reconhecimento automtico da tenso de entrada, imune s oscilaes da rede eltrica, d maior vida til ao equipamento. Conscincia Ambiental: peso e tamanho reduzidos e eficincia energtica consumo otimizado, soldabilidade com CO2 , que possibilita menor emisso de argnio na atmosfera.

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nova coluna manipuladora Cab300 brDesign compacto e alto desempenho para automatizao de soldagemara atender s mais exigentes necessidades do mercado, a ESAB apresenta a Coluna Manipuladora CaB300 BR. O produto possui um design compacto e alto desempenho para ambientes industriais e atende a faixas de trabalho de 4 e 5 metros teis na vertical e na horizontal. Desenvolvida com base em uma plataforma enxuta e de alta tecnologia, a nova coluna proporciona aumento de produtividade nos processos em que aplicada, promovendo retorno rpido e lucratividade. Versatilidade Os sistemas de soldagem ESAB A2S ou A6S com o controlador de processo PEK so facilmente combinados com a CaB300 BR para proporcionar uma soldagem estvel e de alta qualidade. A nova coluna tambm indicada para soldagem de peas longas, pois ela pode realizar esse processo de forma longitudinal, atravs do deslocamento do brao ou da base da coluna. Alm disso, a CaB 300 BR possibilita rotao de 180 graus da coluna, o que permite a criao de estaes e linhas de soldagem no seu entorno. Funes integradas Todos os comandos de deslocamento, direo, controle de velocidade, incio e fim da soldagem so centralizados em um nico controle remoto, atravs do qual o operador tem o controle total do processo. possvel ainda integrar ao equipamento o sistema de superviso por cmera e seguidor automtico de juntas GMH.

P

Segurana A baixa tenso de controle do sistema torna possvel a soldagem em reas midas e confinadas. A nova coluna tambm possui um dispositivo anti-queda com travamento imediato da lana, e mecanismo anti-tombamento, que se ajusta aos diversos padres de trilhos de mercado. Alm de todas as vantagens, as colunas CaB300 BR so produzidas no Brasil e, por isso, sua venda est disponvel pelo Finame - BNDES.

A coluna manipuladora atende a faixas de trabalho de 4 a 5 metros na vertical e na horizontal

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eSAb bigbag para fluxos de soldagem ao arco submersoRonaldo Cardoso Jnior Consultor Tcnico ESAB Brasil

BigBag da ESAB uma embalagem com peso de 1.000 quilogramas para o acondicionamento e o manuseio eficiente de fluxos de alta qualidade para soldagem por arco submerso. Ela pode ser colocada sobre o silo de fluxo atravs de uma grua ou por meio de uma estrutura que possa ser descarregada rapidamente quando for necessrio reabastecer o silo. Originalmente, o bico de descarga do BigBag termicamente vedado. Mas este pode ser facilmente aberto sem o uso de facas, tesouras ou outras ferramentas. Todas as embalagens possuem instrues claras, com ilustraes.

O

No absorve umidade. Possibilidade de uso de fluxo sem ressecagem. Manuseio eficiente de fluxo. Fcil de abrir e fechar. Embalagem totalmente reciclvel.

Embora leve apenas um minuto para se esvaziar um BigBag cheio, os usurios de pequenos e grandes volumes podem escolher retirar qualquer quantidade de fluxo em um dado momento, fechando o bico de descarga durante a sada do fluxo. Dessa forma, obtmse uma valiosa economia de tempo quando comparado ao reabastecimento feito a partir de sacos ou baldes de fluxo de 20 a 30kg. Outra economia importante est na proteo do fluxo com relao absoro de umidade. As embalagens BigBags so feitas de material resistente, polipropileno tranado, e possuem um revestimento interno de mltiplas camadas de alumnio, o que mantm o fluxo seco, na mesma condio da fbrica. Por esses motivos, os fabricantes podem utilizar um fluxo sem o processo de ressecagem, mesmo em ambientes quentes e midos. Alm disso, cada palete de fluxo protegido adicionalmente contra a umidade por um invlucro termorretrtil. A embalagem BigBag completamente vazia, incluindo o revestimento de alumnio, reciclvel, de acordo com a EN 13431.

Instrues para descarte so apresentadas em uma etiqueta localizada prximo etiqueta do fluxo

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Proteo total contra a absoro de umidade

A proteo contra a umidade dos BigBags completamente cheios foi testada em uma cmara climtica durante cinco semanas. As condies entre as semanas um e quatro foram de 35C, a 90% de umidade relativa, correspondendo s condies tropicais mdias. Na quinta semana, o ponto de orvalho foi alcanado artificialmente uma vez ao dia, e gotas surgiram na parte

externa da embalagem. Foram retirados dois conjuntos de amostra de fluxo para realizao do teste de umidade: um da parte central e outro da lateral do BigBag. Os grficos mostram que no houve absoro de umidade mensurvel. O teor de hidrognio difusvel do metal de solda permaneceu no mesmo nvel que o da fabricao.

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Solues para aplicaes de soldagem e corte robotizadas para o segmento naval & offshoreRenato Rodrigues de Aguiar Consultor Tcnico Segmento Naval & Offshore

O

cenrio da indstria Naval e Offshore no Brasil tem mudado significativamente nos ltimos anos, graas s novas descobertas do pr-sal feitas pela Petrobras nas bacias de Campos, Santos e Esprito Santo. Com isso, os investimentos, tanto de capital nacional como estrangeiro, em vrias regies do Brasil, aumentaram consideravelmente, devido enorme demanda gerada tanto pela Petrobras como pela OGX (do empresrio brasileiro Eike Batista).

Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil (US$ bi)45 35 26 18 10 15 19 37

2003Grfico 1

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010E

Fonte: Banco Central do Brasil

Com essas novas descobertas, hoje, o Brasil possui uma das maiores carteiras de pedidos de embarcaes e plataformas do mundo, despertando o interesse de muitos pases da Europa, sia e Amrica, que querem estar presentes e participar deste atrativo cenrio.

Atualmente, de acordo com o ltimo relatrio do Sinaval (Sindicato Nacional da Indstria da Construo e Reparao Naval e Offshore), 278 empreendimentos esto distribudos em todo o territrio brasileiro. Eles esto divididos entre plataformas de explorao, tipo FPSO, Semissubmersvel e TLWP, e navios petroleiros, gaseiros, de suporte, entre outros. Dentro desse cenrio, a ESAB Brasil est sempre procura de novas solues para compor seu portflio de produtos, visando ao aumento de produtividade, melhoria na qualidade e desempenho, alm de um melhor controle de custos de seus clientes. Por isso, no ms de julho, foram iniciadas reunies para definir uma parceria com a empresa holandesa Kranendonk, especializada em solues robotizadas. A Kranendonk projeta e fornece solues em solda e corte para a indstria Naval e Offshore desde 1989, com base em sistemas robotizados, integrados a controladores CNC, PLC e softwares dedicados, disponibilizando assim maior automao e controle de todo o sistema e processo utilizado. Esse tipo de soluo dedicado a aplicaes e produes de equipamentos e projetos nicos, como o caso de navios e plataformas. Hoje em dia, os projetos de navios mudaram suas caractersticas construtivas, tornando o processo de construo muito mais complexo, com o implemento de painis de fundo duplo, conhecidos tambm como double hull, ou casco duplo.

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Cenrio da construo naval brasileiraEncomendas nos estaleiros mundiais (quantidade de navios) A/B % Mundo Brasil (1) 3,94 6.873 271 Total 4,59 1.197 55 Petroleiros 0,00 158 0 ULCC / VLCC 10,69 131 14 Suezmax 6,96 115 8 Aframax 6,25 64 4 Panamax 5,99 334 20 Produtos 2,28 395 *9 Outros 4,07 172 7 Gaseiros 0,00 478 0 Qumicos 0,07 2.914 2 Graneleiros 0,60 669 4 Porta-contineres 6,24 753 47 Offshore 0,00 33 0 AHT 1,68 298 5 AHTS 13,60 250 34 PSV 0,00 172 0 Outros 57,14 14 8 FPSO 0,00 690 0 DiversosFonte: Clarksons junho 2011 Brasil: inclui encomendas Transpetro e Petrobras / EBN no inclui sondas *Nove navios bunker

Descrio FPSO Unidade flutuante de produo, armazenamento e transferncia Casco: converso de petroleiro ou novas unidades Plataforma do tipo Tension-Leg Wellhead Adequada para guas profundas Plataforma do tipo Wellhead ou plataforma fixa de produo, em geral Adequada para guas rasas Unidade de perfurao para explorao Alta demanda para guas ultra profundas Unidade de transporte martimo Demanda para unidades de navegao de longo curso, cabotagem e aliviadores de plataformas de produo

TLWP

WHP

NavioSonda

NavioTanque

Grfico 2

Grfico 3

Fonte: OSX 2011

Cronograma de Entrega OSX11

13

6 7 4 3 1 2011EGrfico 4

6 2 6 2 1 3 2017E 4 2 1 1 2018E 1 1 2019E

5

1 4 5

1

1 2012E

2 2014E 2015E 2016E

2013E

Fonte: Verax 2011

Cronograma de Entrega PetrobrasUS$ 4,2 Bilhes 2010-2014

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

18 12

10 5

4

2011Suezmax Aframax

2012Panamax Produtos

2013SuezmaxDP

2014AframaxDP Produtos GLP

2015Bunker

Promef 1 23 navios

Promef 2 26 navios

Grfico 5

Fonte: Petrobras 2011

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Desde ento, a produo e a soldagem dessas seces de casco so extremamente complicadas e demoradas, devido aos locais de difcil acesso para os soldadores, aos cortes de tubos e perfis e tambm soldagem de tubo-flange. nesse contexto de corte 3D de tubos e perfis, soldagem de cascos duplos e tubos-flanges que as solues da ESAB e da Kranendonk so aplicadas.

Por que automatizar?Soldagem de Casco Duplo (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

Soldagem de Casco Duplo (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

O processo de automatizao visa sempre a reduzir custos e a aumentar a qualidade, a produtividade e a padronizao dos produtos, alm de posicionar a empresa com mais competitividade em seu ramo de atuao, garantindo que os processos sejam mais controlados e alinhados maior eficincia e eficcia da produo. Vale frisar que necessrio haver uma definio, em conjunto, com o cliente, para entender os objetivos da produo no futuro. importante entender o que o cliente visualiza em termos de aumento de capacidade de novos projetos nos anos seguintes. Para isso, a soluo deve ter a capacidade de se adaptar a novas situaes, mudanas de funcionrios e processos, demandando assim uma soluo flexvel. As solues desenvolvidas pela Kranendonk visam tambm flexibilidade do sistema, o que muitas vezes os automatizados no permitem, pois so totalmente dedicados a funes especficas e possuem grande dificuldade de modificaes. Porm, a ideia de flexibilidade da Kranendonk para

processos robotizados estendida e aceita mudanas de projetos, por exemplo, processo de soldagem, posicionamento, entre outros. Essa flexibilidade tambm se encontra na programao da soluo, junto com os software ARAC e RinasWeld. O software ARAC (Arithmetic Robot Application Control, ou controle aritmtico para aplicaes robotizadas) focado em uma programao indireta para controle de todo o sistema. Com o ARAC, no necessrio programar o rob para cada tipo de pea a ser cortada ou soldada, esse software gera toda a programao necessria para o rob. Todos os sistemas fornecidos possuem uma estao ARAC, com foco de aplicao para corte 3D. J para os sistemas de soldagem, o software recomendado o RinasWeld. O Software RinasWeld possui a capacidade de interpretar um modelo 3D, em qualquer ferramenta de CAD, e codificar todas as informaes obtidas em linguagem de programao de todo o sistema. Este o pacote de software completo e totalmente focado na gerao de programas para rob, atravs de modelos 3D em ambiente off-line. O software uma ferramenta que, basicamente, transforma o sistema robotizado em um CNC. Sistemas robotizados so muito bons para repetir tarefas iguais por muito tempo, porm o tempo de programao muito demorado, tornando a utilizao de robs, no segmento Naval & Offshore, muito complicada e no produtiva. Contudo, o RinasWeld gera, em mdia, a cada 10

Corte de Perfis pelo processo plasma (tocha PT-36 em conjunto com a fonte EPP 360)

Corte de Tubos (processo de oxicorte, aplicao Offshore)

Soldagem de Tubo-Flange (Fonte AristoMig 5001 MV e RoboFeed)

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minutos de programao no software, 10 horas de soldagem para todo o sistema. Com isso, e considerando outros motivos, a ESAB acredita que o ARAC e o RinasWeld so poderosas ferramentas para aplicaes de soldagem e corte robotizadas para a indstria Naval e Offshore brasileira.

Como a ESAB e Kranendonk podem ajudar seus clientes?A ESAB possui vrias solues que visam ao aumento de competitividade de seus clientes, como o sistema Aristo sinrgico de alta performance. Ele integra o controlador U8 e a fonte AristoMig 5001iMV, alinhando ao know-how do processo de soldagem com o arame tubular tipo flux cored. Uma referncia nacional o arame tubular Dual Shield 7100 LH, por suas caractersticas de alto desempenho, produtividade, qualidade, baixo nvel de respingo e fumos. O Sistema Aristo possui funes avanadas de soldagem que possibilitam o gerenciamento dos dados com o que h de mais moderno em controle de processos e parmetros de soldagem no mundo. Esse sistema, somado expertise da ESAB em processos de soldagem, alinhados s solues de software e hardware da Kranendonk, entregam ao cliente o estado da arte em solues para a indstria Naval e Offshore. Esta situao j acontece em muitos clientes ao redor do mundo, como o caso do estaleiro italiano Fincantieri Monfalcone, que durante o outono de 2010 entregou o cruzeiro Queen Elizabeth. Esse cliente possui uma soluo completa ESAB e Kranendonk com quatro robs para soldagem dos painis de fundo duplo dos transatlnticos e cruzeiros fabricados por eles. Alm do sistema de soldagem dos painis de fundo duplo, uma soluo muito utilizada por clientes o corte 3D de tubos e perfis, que integra o sistema Plasma M da ESAB com o hardware e software da Kranendonk. Um exemplo dessa aplicao a empresa Nakilat Keppel Offshore Marine, localizada no Qatar. Todas as solues entregues aos nossos clientes visam a aumentar a competi-

tividade em seus segmentos de atuao. Isso se deve ao crescimento da eficincia e da eficcia dos processos produtivos como solda e corte, alm do aumento de capacidade, qualidade e repetibilidade, reduo de retrabalhos dos subconjuntos e, consequentemente, reduo de custos, que est relacionada maximizao do lucros. Existem muitos outros clientes em todo o mundo que trabalham com solues integradas entre a ESAB e a Kranendonk, como STX (Frana), Nordic Yards (Alemanha), Aker Philadelphia (USA), Chantiers de LAtlantique (Frana), entre outros. Essa parceria existe h mais de 20 anos na Europa e, a partir deste ano, chega ao Brasil, com os mesmos conceitos e tecnologias utilizadas por empresas de ponta, para atender crescente demanda de toda a indstria Naval e Offshore brasileira.

estatstica do Painel 469 de 492 juntas (95,3%) 301,3 de 323,4 metros (93,1%) tempo de Arco: 30:41hrs tempo total: 40:04hrs tempo de Gerao: 1h19

estatsticas do Painel 42 de 42 juntas (100%) 39,9 de 39,9 metros (100%) tempo de Arco: 1h38 tempo total: 2h05 tempo de Gerao: 1h29

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n o v o m b r 1 5 n 0 1 1 16 mAI e n o 2

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Fonte: Maurizio Eliseo

Fonte: Svetsaren 2010

Foto realizada durante a reunio entre ESAB e Kranendonk em Tiel, Holanda. Da esquerda para a direita, Kevin Jongkind, Bas Kockmann, Bert Kooijman, Renato Aguiar, Edwin Oosterveld

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Soldagem de ligas de alumnio para o segmento navalJos Roberto Domingues Gerente Tcnico de Consumveis ESAB Amrica do Sul

o longo dos anos, o mercado Naval tem apresentado demanda por navios maiores, mais rpidos e com baixo nvel de manuteno. O alumnio e suas ligas tm adquirido uma posio importante dentro desse contexto por ser um material leve, com excelentes caractersticas de resistncia mecnica e corroso. Vrias foram as ligas de alumnio desenvolvidas nos ltimos anos para atender aos requerimentos do segmento Naval. Em 1954, foi registrada na Aluminium Association a liga 5083, cuja composio qumica apresentada na Tabela 1, a qual considerada a liga-base da indstria naval. A adies de Si e Mg conferem liga 5083 boas caractersticas de resistncia corroso marinha, conformao e soldagem, bem como maior resistncia

A

mecnica. Em termos de resistncia a corroso, construes navais fabricadas com liga da classe 5083 oxidam em mdia 100 vezes menos que as mesmas fabricadas em ao carbono. Durante o primeiro ano de operao, navios fabricados em ao corroem a uma velocidade de 120 mm/ano, enquanto os de alumnio, a 1 mm/ano. Em 1995, Pechiney Co (Frana) registrou a liga de alumnio 5383, um melhoramento da liga 5083, conforme apresentado na Tabela 2. Comparativamente liga 5083, a 5383 apresenta um maior teor de Mg, Zn e adio de Zr, resultando em uma maior resistncia corroso e incremento em resistncia ao impacto. Em 1999, Corus Aluminium Walzprodukte GmbH (Koblenz 0 Alemanha) registrou a nova liga 5059 na Aluminium Association, denominada Alustar.

Tabela 1 Composio Qumica Liga 5083

Si 0,40

Fe 0,40

Cu 0,10

Mn 0,40 1,0

Mg 4,0 4,9

Cr 0,05 0,25

Zn 0,25

Ti 0,15

Tabela 2 Composio Qumica Liga 5383

Si 0,25

Fe 0,25

Cu 0,10

Mn 0,70 1,0

Mg 4,0 5,2

Cr 0,25

Zn 0,40

Ti 0,15

Zr 0,20

Tabela 3 Composio Qumica Liga 5059

Si 0,45

Fe 0,50

Cu 0,25

Mn 0,60 1,20

Mg 5,0 6,0

Cr 0,25

Zn 0,40 0,90

Ti 0,20

Zr 0,05 0,20

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Comparando as ligas 5059 e 5083, tem-se que a primeira apresenta uma maior resistncia mecnica, com um incremento em 26% de limite de resistncia antes da soldagem e 28% aps, como ilustrado na Figura 1. Em termos de propriedades mecnicas aps a soldagem, como apresentado ainda na Figura 1, tem-se que o limite de escoamento da liga 5083 aumentada de 125 MPa para 145 MPa pela introduo do tipo 5383 (5083 otimizada) e para 160 MPa com a liga 5383 NG (5383 otimizada). Outras ligas de menor resistncia, tais como 5052 e 5086, tm sido empregadasFigura 1 Propriedades Mecnicas Mnimas Ligas 5083, 5383, 5059 400 360 320 280 240 200 160 120 160 80 40 0 125 145 160

para a fabricao de pequenos barcos ou componentes com baixo nvel de tenso, tipicamente para guas interiores, mas a liga 5083 apresenta-se ainda como a predominante. A Tabela 4 apresenta uma relao das ligas de Al mais empregadas no segmento Naval.

Soldagem das Ligas de AlPara a soldagem das ligas de Al, vrios so os processos empregados, como: MIG, TIG, Eletrodo Revestido, Oxiacetilnico, Resistncia, Frico, Plasma, Electro Beam, Leaser, entre outros. Em termos do segmento Naval, os mais empregados so MIG e TIG, os quais sero o foco deste artigo. No entanto, vale ressaltar o crescimento significativo nos ltimos anos da soldagem por frico. A soldagem das ligas de Al no se mostra complexa, mas difere em alguns aspectos da soldagem de ao carbono. Em uma realidade naval, entender essas diferenas o primeiro passo para atingir um procedimento de soldagem bem-sucedido. Pode-se eleger como pontos-chave para o sucesso da soldagem das ligas de Al os seguintes: Seleo do consumvel. Qualidade do consumvel de Al. Armazenagem e uso do consumvel de Al. Preparao do metal de base. Preparao da junta. Seleo do gs de proteo. Seleo e manuseio do equipamento.

unidade MPa

5083

5383

5383NG

5059

Liga (Encruamento H116/H321)L. Resist. L. Esc. L. Resist. Aps Soldagem L. Esc. Aps Soldagem

Fonte: ROMHANJI, E. Problems and prospect of Al-Mg Alloys Application in Marine Construction

Tabela 4 Ligas de Al Empregadas no Segmento Naval (1)

Liga 5052 5059 5083 5086 5383 5383NG 5454 6061 6063 518.0 (2) 535.0

Si 0,25 0,45 0,40 0,40 0,25 0,25 0,25 0,400,80 0,200,60 0,35 0,15

Fe 0,40 0,50 0,40 0,50 0,25 0,25 0,40 0,70 0,35 1,8 0,15

Cu 0,10 0,25 0,10 0,10 0,20 0,10 0,10 0,150,40 0,10 0,25 0,35

Mn 0,10 0,601,20 0,401,0 0,200,70 0,701,0 0,801,10 0,501,0 0,15 0,450,90 0,35 0,100,25

Mg 2,202,80 5,06,0 4,04,90 3,54,5 4,05,2 4,35,3 2,43,0 0,801,20 0,10 7,58,5 6,27,5

Cr 0,150,35 0,25 0,050,25 0,050,25 0,25 0,15 0,050,20 0,040,35 0,10

Zn 0,10 0,400,90 0,25 0,25 0,40 0,40 0,25 0,25 0,10 0,15

Ti 0,20 0,15 0,15 0,15 0,15 0,20 0,15 0,10 0,100,25

Zr 0,050,25

0,050,20

(1) Valores individuais correspondem ao limite mximo. (2) Ni max. 0,15 / Pb max. 0,15

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Seleo do ConsumvelDurante a soldagem de aos, a seleo do consumvel frequentemente baseada no limite de resistncia do metal de base. Para ligas de alumnio, a seleo do consumvel no normalmente simples ou baseada apenas em seu limite de resistncia, sendo que tem-se um nmero significativo de variveis que devem ser consideradas durante o processo de seleo dos consumveis. Entender essas variveis e seus efeitos na soldagem como um todo de vital importncia, portanto, pode-se listar os seguintes pontos a serem considerados para a seleo do consumvel: Integridade da junta com relao a trincas de solidificao Esta baseada na combinao consumvel e metal de base e na sua relativa sensibilidade trinca (trinca de solidificao/a quente). De forma a reduzir a possibilidade da ocorrncia de trincas a quente, necessrio reduzir as tenses transversais atravs da solda e evitar faixas de composio qumica crticas na solda. A reduo ou redistribuio de tenses durante a solidificao pode ser obtida pela minimizao de restries da junta, que pode ser resultante de excessos de mecanismos de fixao, ou atravs do uso de consumveis que tenham ponto de fuso e solidificao menor que o metal de base. Um procedimento que se pode empregar para garantir que se evite a aplicao de consumveis com composio qumica critica apresentado na Figura 2, em que a diluio da junta deve ser levada em considerao para a anlise do mesmo (Figura 3). O grfico da Figura 2 mostra curvas de sensibilidade das ligas de Al ao trincamento a quente, sendo que, para o segmento naval, as mais empregadas so as de Al-Mg. Para essas ligas, o teor de magnsio na faixa de 0,53,0% produz um metal de solda com composio qumica sensvel a trincas. Para as ligas com teor de Mg menor que 2,8%, normalmente recomenda-se a soldagem com consumveis Al-Si (srie 4XXX) ou Al-Mg (srie 5XXX), em funo dos requerimentos de aplicao em questo.

No entanto, importante salientar que ligas de Al-Mg com teor de Mg maior que 2,8% no podem ser soldadas com os consumveis Al-Si (Srie 4XXX), devido a problemas eutcticos (com ponto de fuso inferiores da liga) associados excessiva quantidade de silicato de magnsio (Mg 2Si), formado durante a soldagem, reduzindo ductilidade e aumentando a sensibilidade a trincas.

Sensibilidade Relativa a Trincas

Al - Si0

Al - Cu0

Al - Mg0

Al - Mg2Si0 1 2 3 4 5 6 7

Composio Qumica Metal Solda % Liga Figura 2 Sensibilidade a trinca de solidificao em funo da composio qumica do metal de solda

Metal Base 6061

Consumvel 5356

20% Consumvel 80% Metal Base

1,7% Mg

3,2% Mg60% Consumvel 40% Metal BaseFigura 3 Efeito da diluio na composio qumica do metal de solda

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Resistncia mecnica da junta soldada (na condio como soldado) Esta varivel baseada na possibilidade de o consumvel atingir ou exceder a resistncia requerida pela junta na condio como soldado. Em muitos casos, na soldagem de alumnio, a zona termicamente afetada (ZTA) de uma solda em chanfro a regio que determina a resistncia da junta, enquanto a zona fundida, em geral, apresenta resistncia superior do metal de base. Diferentemente das soldas em chanfros, a resistncia das juntas de filete baseada na resistncia ao cisalhamento, que pode ser afetada significativamente pela seleo do consumvel em funo de sua composio qumica. Consumveis da srie 4XXX geralmente tm menor ductilidade e provm menor resistncia ao cisalhamento em juntas de filete. J os consumveis da srie 5XXX, tipicamente, tm maior ductilidade e podem prover at duas vezes a resistncia ao cisalhamento dos consumveis da srie 4XXX, em algumas circunstncias. A Tabela 5 apresenta as propriedades mecnicas dos consumveis de soldagem de ligas de alumnio, em termos de resistncia ao cisalhamento e limite de resistncia do metal depositado. Ductilidade Ductilidade a propriedade que descreve a habilidade do material em fluir plasticamente antes de fraturar. Um aumento da ductilidade em um consu-

mvel para soldas de Al representa maior possibilidade de deformao plstica e redistribuio de cargas, reduzindo a sensibilidade propagao de fissuras. A ductilidade deve ser considerada como requisito-chave, principalmente nos casos em que h conformao ou impacto aps soldagem. Temperatura de servio Para aplicaes em que a temperatura de servio maior que 65C, devem ser selecionados consumveis que possam operar a essas temperaturas, sem que afetem as propriedades requeridas para a junta soldada. As ligas de Al-Mg com mais de 3% Mg, como 5183, 5356, 5556 e 5654, quando expostas a elevadas