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Rua Olímpio Bagaginha, 712 - Bairro BagaginhaTelefones: (34) 3843-1183 / 8827-2657

e-mail - [email protected]. 38.525-000 Estrela do Sul - MG

Texto e Pesquisas: Mário Lúcio RosaJornalista Responsável: Pedro Divino Rosa

Registro Profissional MG 0498 JP

Fotos: Acervo da Sectur, Flavio Barros, e Mário Lúcio RosaImpressão Editora Gráfica Carmelitana

atural de Araguari-MG, veio de Goiânia-GO para Estrela do Sul em 1966 onde estudou até o 2º grau. É formado em NLetras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de

Araguari. Professor desde 1987 é detentor de um cargo efetivo de Português e Literatura na Escola Estadual Robert Kennedy, neste município. Atualmente, está à disposição da Prefeitura Municipal onde ocupa o cargo de Secretário Municipal de Cultura e Turismo. Dentre os seus vários trabalhos destacam-se os documentários em vídeo “Matarum de Orongóia” e “Preservar é bom pra Memória” e o livro “Dize-me de quem falas que te direi quem ele é - Apelidos de Estrela do Sul”.

atural de Estrela do Sul é filho de José Eustáquio de Barros e Maria Aparecida Pereira de Barros. Graduado em NHistória pela FIP - Faculdades Integradas de Patrocínio-

MG e Professor desde 1997, tem longa experiência na área de imformática e com excelentes trabalhos no campo da publicidade e propaganda.

É autor do livro “Estrela do Sul - Uma Viagem no Tempo” e atualmente é Assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal.

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Um jornal em forma de revista. Uma revista em forma de jornal. A

definição deixaremos a critério do leitor, do observador. A proposta é uma só:

Resgatar a memória histórica da antanha Estrela do Sul na ocasião do seu

sesquicentenário.Há mais de vinte anos viemos ajuntando peças e formando o acervo

dessa fantástica história da Terra dos Diamantes, essa Ouro Preto do Triângulo,

bela, imponente e esquecida nessa Minas de cá.Com este trabalho tentaremos mostrar a riqueza histórica da gloriosa

Bagagem Diamantina que se encontrava perdida e ignorada em gavetas,

armários, arquivos, traças e fungos, impedida de florescer. Procuramos neste

documentário, reunir o maior número de fontes e de informações num só

volume, facilitando assim o acesso dos amantes das história e dos saudosistas,

em conhecer e relembrar fatos que fizeram de Estrela do Sul a Terra-Mãe de

nossa região.Boa parte deste trabalho pudemos escrever graças à sensibilidade de

José Guimarães, um bagageiro apaixonado pela cidade que durante toda a sua

existência guardou a Relíquia Chamada ANUÁRIO DA BAGAGEM, um

manuscrito de inegável valor que relata muito da nossa história, no período de

1849 a 1922. Escrito por Antônio Dias Teixeira, esse documentário teve em

José Guimarães não somente o guardião, mas também um revisor, um

comentarista que tão bem soube esclarecer-nos dele muitos fatos. Também a

paixão de José Luciano Filho, o Sr. Zequinha Luciano foi para nós de grande

valia neste documentário. Numa antiga mala de couro que ganhamos de sua

filha Maria Augusta de Resende veio uma relíquia. Nela vieram todas as

edições do Jornal ESTRELLA DO SUL, do período de 1922 a 1929, que

cuidadosamente, Sr. Zequinha ajuntou uma a uma e guardou-as por décadas,

até que o destino fê-las chegar às nossas mãos; hoje encadernadas em quatro

volumes.Na montagem deste trabalho e na elaboração dos textos, apresentamo-

nos como um jornalista, um repórter atento aos acontecimentos. A maioria das

matérias são produzidas como se fosse no momento em que estão ocorrendo

os fatos ou ainda na repercussão dos mesmos. Assim nos colocamos como um

jornalista que caminhou junto com o tempo e registrou a sua história.Esperamos que este trabalho marque para esta e para as futuras

gerações, a nossa participação e contribuição no resgate da nossa fascinante

história. É o nosso presente aos estrelassulenses nas comemorações deste

sesquicentenário.

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ste trabalho dedicamos inteiramente à memória de

José Guimarães e de José Luciano Filho, cidadãos Eestrelassulenses de elevada sensibilidade cultural e

nobres guardiões de relíquias que preservaram a nossa

memória histórica: o Anuário da Bagagem e os Jornais

Estrella do Sul.

Filho de Lodônio Guimarães e Armênia de Abreu, nasceu em Estrela do Sul, em 7 de março de 1904 e faleceu em Araguari em 26 de março de 1995 com 91 anos de idade. Formado em Farmácia pela Faculdade de Farmácia de Ouro Preto, atuou na área até 1958, quando se aposentou continuando a servir ao próximo até o final de sua vida.

Filho do Coronel José Luciano Resende e Maria Olímpia Resende, nasceu em 29 de novembro de 1909, na Fazenda Monte Belo, neste município. Casou-se com Maria Goes de Resende, (Dona Manzinha), em 1932 com que teve os filhos: Maria Augusta, Humberto, Gilberto, Alba e Ana Maria.

Foi Oficial de Justiça da Comarca até se aposentar e também Avaliador do Banco do Brasil. Faleceu com 80 anos, no dia 7 de outubro de 1990, em Estrela do Sul.

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Fogo do Vieira: Palco de Guerra, Incêndio e Mortes.........................................................................................................07Divulgadas as Posturas da Câmara Municipal da Cidade da Bagagem.................................................................08Villa da Bagagem ganha denominação de cidade..................................................................................................09Fogo Simbólico da Pátria passará por Estrela do Sul.........................................................................................................09Bagageiro vai à Índia e traz gado zebu para o Brasil.........................................................................................................09Estrela do Sul, Cidade-Berço de deputados.....................................................................................................................10Famosa cortesã do Brasil Império troca Araxá pela Terra dos Diamantes..........................................................................11“Água Suja”, em Água Suja,deixa nossa água suja..........................................................................................................11Poucas e boas do Padre José do Ó..................................................................................................................................12Danielle é a miss do Sesquicentenário.............................................................................................................................13Irmãs Dominicanas promovem trabalhos de Pastoral na Cidade.....................................................................................13Das minas de Bagagem surge o mais belo diamante do mundo.....................................................................................14Cidade terá segundo vídeo-documentário....................................................................................................................14Sindicato Rural participará da festa da cidade................................................................................................................14Playboys e cabeludos viram estrelas em Estrêla...............................................................................................................15Casamento de irmãos dá origem à construção de igreja...............................................................................................16Ministro de JK traz agência bancária, para sua terra natal................................................................................................16Proprietário pede isenção de taxa de energia elétrica.....................................................................................................16A Chegada do automóvel veio para encurtar distâncias.................................................................................................17Amor a Estrela é cantado em verso e prosa.....................................................................................................................18Cidade resgata história de guerra com túmulo, monumento e placa.............................................................................19Presente atrasado é bem recebido em Estrêla do Sul.......................................................................................................19Médico francês procurava chaminé de diamantes........................................................................................................19Estrella do Sul não perdeu comarca.................................................................................................................................20Finalmente a luz elétrica chega em Estrella do Sul...........................................................................................................20Lei cria Paróquia e demarca limites da Bagagem............................................................................................................21Enchente no Rio Bagagem destrói pontes históricas e causa transtornos..........................................................................21Nasceu em Estrela bezerro de duas cabeças..................................................................................................................21Santa Casa vira hospital. Surge nova Santa Casa............................................................................................................22Cidade perde prefeito e médico. A população fica consternada...................................................................................22Principais vias da cidade recebem asfalto sobre calçamentos.......................................................................................23Abolicionista inaugura ponte e liberta escravos no Joaquim Antônio................................................................................23Padre polêmico troca tiros com adversários políticos.......................................................................................................24Formada Comissão do Centenário de Estrêla do Sul.......................................................................................................25Celebrada Oficialmente a primeira missa no povoado minerador...................................................................................25Criada em 2001, Cooperativa de Garimpeiros é exemplo de organização....................................................................26Prefeito apresa obra para JK vir inaugurar.........................................................................................................................26Depois de três décadas rio devolve aliança de casamento...........................................................................................27Milagrosamente escapo Calixto Medeiros volta da Guerra do Paraguai..........................................................................27O Sol, a lua, a noite e o dia perdem a solitária Ritinha......................................................................................................28Dona Beija reconstrói ponte que já levava o seu nome.....................................................................................................28Diamante bagageiro é batizado de Estrella do Sul...........................................................................................................28Doente de amor, noiva se mata na ponte do Padre Modesto...........................................................................................29Cidade ganha moderno e bem equipado Cinema........................................................................................................29Nomeados ou eleitos, estes são os Prefeitos.....................................................................................................................30Padre constrói capela em homenagem a Nossa Senhora de Fátima..............................................................................31Fíeis ganham escadaria para louvar a Santa...................................................................................................................31Escoteiros marcam época em Estrela do Sul...................................................................................................................32Lei fixa limites do Joaquim Antônio....................................................................................................................................33Principal praça da cidade é revestida com pedra e arte..................................................................................................33À Beira da morte parteira traz criança ao mundo..............................................................................................................34Aberto o testamento de Beija...........................................................................................................................................34Sesquicentenário de Estrela do Sul tem comissão nomeada...........................................................................................35Antigo cemitério de Uberaba guarda grande diamante bagageiro................................................................................35Beija vira novela, Estrela fica fora da história.....................................................................................................................36Casa da Câmara caminha para a conclusão.................................................................................................................36Falso defunto causa confusão em estrada da Bagagem................................................................................................37Estrelassulense ganha biografia em Coleção Marista....................................................................................................38

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Beija vira tema de programa de TV e dá prêmio a estilista..................................................................................................38Centenário do Dimante será comemorado......................................................................................................................39Cidade ganha emissora de TV..........................................................................................................................................39Constituição do Estado protege Patrimônio Cultural de Estrela do Sul...............................................................................39Beleza, ambição, riqueza e miséria temperam a história do cobiçado diamante...........................................................40Confrades realizam Natal dos Pobres................................................................................................................................41Dona Beija desce à Terra e dita sua verdadeira história......................................................................................................41Estrêla do Sul se prepara para comemorar seu Primeiro Centenário.................................................................................42Glorioso da Bagagem ganha sede com colaboração de torcedores............................................................................42Garimpeiros de Estrela tem seu dia instituído por Lei...........................................................................................................43Diamante na praça marca Centenário de Estrela do Sul...................................................................................................43Ardae resgata história homenageando presidentes.........................................................................................................43Carnaval da Beija terá Prata da Casa................................................................................................................................44Estação Ferroviária será Construída...................................................................................................................................44Povoado vira Villa e recebe emancipação.......................................................................................................................44É de Estrela do Sul o novo presidente da Amvap................................................................................................................44Encontrada a carta da Jovem suicida, da Ponte do Padre Modesto..................................................................................45Estrela do Sul passa a ter brasão.......................................................................................................................................46Juiz de direito de Catalão produz romance nos garimpos da Bagagem.........................................................................46Rush Minerador acelera crescimento e Bagagem vira Eldorado de Aventureiros...............................................................46Pai mata filhos para atender caprichos da amante...........................................................................................................47Galinha come Diamante num quintal na Bagaginha........................................................................................................47Garimpeiro, símbolo do município ganha monumento na praça principal da cidade.....................................................48Leilão, bandeja e mulher: ingredientes para o crime.........................................................................................................48Município ganha bandeira de autoria do prefeito municipal.............................................................................................48O Mito do eldorado entra em profunda decadência........................................................................................................49Vereadores aprovam Lei Orgânica do município..............................................................................................................49Bandido vira livro e causa problemas ao vate Ouro-Pretano..............................................................................................49Telefonia celular: presente para o Sesquicentenário.........................................................................................................50Cidade tem novo templo evangélico...............................................................................................................................50Espinho de rosa devolve a vida à senhora falecida...........................................................................................................50Virada da Califórnia muda o mapa do Povoado...............................................................................................................51Estrela do Sul sedia assembléia de criação do Circuito Turístico........................................................................................51Estrela do Sul já tem Faculdade.........................................................................................................................................51Artistas encenam história de Estrela do Sul como no cinema.............................................................................................52Ladrão assassino atira cabeça de viúva no fundo da Cisterna..........................................................................................52Artesaõs mudam de endereço.........................................................................................................................................53Bagageiro vira músico afamado em Goiás.......................................................................................................................53Placa resgata história do Ministério Público, em Estrela do Sul............................................................................................54Grupo Preserv-ação resgata identidade cultural de Estrela do Sul.....................................................................................54Rádio comunitária conquista o coração da cidade.........................................................................................................55Missão Cruls passa por Estrela do Sul..................................................................................................................................55Morte repentina marca início da construção de ponte.....................................................................................................56Grupo Gênesis: Promoção social, cultura e fé.................................................................................................................56Estrela poderá ser cantada na Marquês de Sapucaí.........................................................................................................56Diamante Estrella do Sul leva irmãos Dumont à falência....................................................................................................57Pinusplan forma floresta com espécies importadas..........................................................................................................57Estrela do Sul ganha réplica do Estrela do Sul.....................................................................................................................57Bagageiros em Paris conhecem o diamante Estrela do Sul................................................................................................57Fórum da comarca registra juízes em galeria...................................................................................................................58Imigrantes espanhóis deixam grande descendência em Estrela do Sul............................................................................59Prefeito nomeia equipe de governo................................................................................................................................59Missionário americano chega na Bagagem e inicia evangelização.................................................................................59Irmãos são assassinados em noite de núpcias................................................................................................................59Satipel ganha selo verde...................................................................................................................................................60Eleição inusitada marca campanha eleitoral na cidade..................................................................................................60Histórias da antanha Bagagem.........................................................................................................................................60

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LARGO DO ROSÁRIO

o ano de 1852, a Cachoeira era um lugar importante e movimentado. Em Ntoda a extensão do Rio Bagagem era

grande o número de comércios habitados por garimpeiros vindos de todas as partes do país e até estrangeiros que buscavam nesse eldorado

os sonhos de riqueza. Um desses comércios era liderado pelo Capitão Rufino Mundim, distante uma légua acima da Cachoeira, local populoso e de grande movimento, conhecido por comércio do Rufino.

Na Cachoeira o mandão era o Delegado de Polícia, Francisco Vieira Bravo, que impunha medo e respeito. Em meados de fevereiro chega ao povoado, vindo de Patrocínio, o Dr. Joaquim Caetano Guimarães, Juiz Municipal daquela Villa, a qual a Bagagem pertencia administrativamente, com um contingente de praças do Exército com o fim especial de arregimentar o maior número possível de recrutas para o Exército, mas aconteceu que ninguém quis se apresentar, apesar de repetidos convites para isso.

Num domingo pela manhã, em 23 de fevereiro, apareceu no comércio do Rufino um sargento com alguns praças e surpreendeu alguns moços daquele lugar, levando-os presos para a Cachoeira, num quartel que ficava no centro do lugarejo, onde o Delegado Vieira Bravo e o Juiz, Dr. Joaquim os aguardavam. O fato chegou ao comércio do Rufino como uma afronta e o capitão tentou com todo o seu prestígio livrar os jovens do vexame, mas de nada adiantou, o que gerou indignação e revolta na população daquele vilarejo. No domingo seguinte, 1º de março, o Delegado de Polícia,

mandou àquele comércio um sargento com 16 Praças para prender todos os jovens com idade de servir o Exército. Junto enviou um camarada comandando uma besta carregada de embiras com o fim de amarrar os rapazes, à medida que fossem presos, e estes atados e

conduzidos sob escolta até o quartel. Quando o povo soube do contingente militar no comércio e das suas intenções, ficou indignado e lançando mão de toda e qualquer arma, expulsou do comércio, aqueles enviados, não deixando realizarem o seu intento, mandando dizer ao Vieira Bravo que aquelas embiras seriam aplicadas nas costas dele. No resto do dia o povo se armou para a desforra, preparando um ataque para o dia seguinte em resposta à truculência do Delegado.

E assim, no dia 2 de março, todo o povo do Rufino armado e bem disposto partiu para a Cachoeira para atacar o quartel e soltar os jovens presos. Ao anoitecer, mais de 500 homens do Rufino travaram uma luta feroz na praça do quartel, onde o Delegado Vieira Bravo e o Juiz Joaquim Guimarães, já informados do ataque comandaram a defesa, fazendo da praça um campo de guerra. Foi uma fuzilaria e um grande pânico entre os moradores que fugiam apressadamente para os sítios vizinhos buscando abrigo. No tiroteio, o delegado, por engano, desfechou um tiro de garrucha no peito de seu amigo e companheiro João Tolentino José de Campos, supondo ser um inimigo, matando-o. Uma escrava denome Rosa que auxiliava Vieira e seu companheiro, segurando uma lamparina, levou um tiro, que entrou pela fenda

da janela, morrendo instantaneamente. Não se sabe ao certo quantos morreram neste episódio, porque muitos corpos foram atirados ao rio, naquela noite. Soldados e populares foram muitos que morreram. Os sobreviventes foram durante toda noite socorridos pelo Médico Francês, Dr. Henrique Raymundo Des Genettes e pelo farmacêutico, Daniel Tobias de Melo que praticaram atos de heroísmo, arriscando a própria vida para cuidar dos feridos que eram muitos, usando dos poucos recursos de que dispunham.O povo do Rufino, despreparado, partiu em retirada sob o pretexto de se armar e voltar para efetuar com segurança o desejo de vingança, no dia seguinte.

Na manhã de 3 de março, bem cedo, o Vieira Bravo deu ordens aos soldados para amarrarem os presos, dois a dois, com embiras e deixassem expostos no Largo do Rosário, vigiados por soldados e particulares armados. Em seguida foi dada a ordem de marcha dos presos em direção a Patrocínio. Com medo dos Rufinos, os soldados e a comitiva não se animaram na aventura deixando os presos sozinhos com o Delegado, que armado e a m e a ç a n d o o s p r i s i o n e i r o s p a r t i u apressadamente e sem descanso até Patrocínio. Ainda não tinha partido há muito o Vieira Bravo e os presos, quando irrompe o povo do Rufino e circunvizinhanças e se dirige ao quartel, encontrando-o vazio. Depois procura o delegado e o Dr. Joaquim Guimarães. Não encontrando nenhum deles, lança fogo no quartel e em muitas casas do povoado onde sabiam pertencer aos aliados do Vieira Bravo, poupando apenas a casa do Padre Manoel da Paixão, na Praia Rica, Largo próximo da Câmara Municipal. Já há essa hora, o padre já havia se retirado para a sua chácara, perto do Joaquim Antônio. A gente do Rufino, depois de haver incendiado tudo que fosse da gente do Vieira, resolveu ir à perseguição do delegado e do juiz e de outros companheiros deles. O Vieira Bravo não mais voltou à Bagagem. De volta de Patrocínio fixou residência nas proximidades do rio Quebra Anzol, onde morreu com bastante idade. Na manhã de 3 de março, o Dr. Joaquim Caetano Guimarães, juiz municipal de Patrocínio, a cujo termo pertencia a Bagagem, fugiu a pé e nunca mais apareceu. Foi depois encontrado em Ouro Preto, sem saber como conseguiu escapar dos seus perseguidores. O juiz era irmão do célebre escritor Bernardo Guimarães, autor do livro o Garimpeiro, cuja ficção se passa nas minas da Bagagem, na corrida do diamante. E esses trágicos acontecimentos do dia 2 de março de 1852 ficaram conhecidos como o ”Fogo do Vieira”.

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ublicada em forma de livreto contendo 64 páginas por uma gráfica do Rio de Janeiro em 1870, a Resolução que contém Pas POSTURAS DA CÂMARA MUNICIPAL DA

BAGAGEM. A mesma, proposta pela dita Câmara está de conformidade com a Resolução da Assembléia Provincial nº 938, de 08 de junho de 1858 e com a de nº 1132, de 16 de outubro de 1861. Contendo 7 títulos e 249 artigos, a Resolução norteará a conduta do povo bagageiro. Buscando ser melhor entendendida a Postura, alguns artigos são esclarecidos como é o caso do artigo 7º que explica que “Dia é o espaço de 24 horas”. Nela ficam bem claras as funções de cada agente ou profissional e indica direitos e deveres dos cidadãos e normas de bem-viver, a maioria acompanhados de multas que variam de 1 a 30 mil réis e o dobro, em caso de reincidência e até prisão.

Dentre as normas, por exemplo, os moradores, tanto da cidade, como dos Distritos,são obrigados até o dia 15 de abril de cada ano, a rebocarem e caiarem as paredes exteriores de suas casas, bem como frentes e lados, sejam donos, inquilinos ou agregados.

Quanto as edificações, nem um prédio será edificado ou reedificado, sem ter pelo menos 18 palmos de pé direito, contando da soleira à linha do telhado, e sobre bases de pedra ou taipa e sendo de sobrado 18 palmos até o pavimento do primeiro andar e, no segundo andar 16 palmos até a linha do telhado, podendo ser obrigado à demolição da obra e multas se não estiver conforme determinações dos mesmos.

Preocupados com a saúde pública criaram normas para uso correto dos enterramentos e administração dos cemitérios. Também se preocuparam com a água que a população consome e também com a alimentação. Assim, todo gado não será morto sem que tenhão passado 24 horas depois que tiver chegado ao matadouro.

Além de coerções e normas, o cidadão poderá ter conforto. A Câmara, quando tenha recursos, proverá a illuminação das praças e ruas nas noites que não forem de luar.

A conduta do cidadão é velada. Todo bêbado achado nas ruas, praças, estradas ou lugares públicos, será preso e entregue à sua família, ou então sob custódia em quanto tempo durar a bebedeira. E no caso de ser o bêbado achado pela segunda vez, será preso e não sahirá da cadêa, sem que assigne termo de abster-se de tal vício, sob pena de multa e prisão na reincidência.

Fica também proibido correr a cavallo ou besta nas ruas e praças das povoações com multas que poderão se elevar, caso a infração seja de noite, exceto no caso de urgente necessidade, ou a serviço público.

Aos escravos é permitido tocar e dançar nas ruas e praças das povoações, realizar manifestações religiosas das Irmandades do Rozário e São Benedito, acompanhados de seus juizes-móres, contando que não seja de noite. Fica proibido ocultar escravos fugidos, sem participar imediatamente a seus senhores dentro de 24 horas, bem como guardar cousas que eles furtarem. Ainda em relação aos escravos fica proibido fazer negócios

com eles, sem que os mesmos sejão autorizados por bilhetes de seus senhores. Também é proibido a eles freqüentar tabernas e casas de jogos e bebidas.

Quanto aos ciganos, os que forem achados a negociar com eles serão multados com valores altos e o duplo na reincidência.

E o pudor foi privilegiado. É proibido mostrar em público as partes pudentas de propósito, ou seja por insulto, desejo, ou por qualquer outro motivo, bem como praticar em público actos que na opinião comum são reputados libidinosos em meditada offensa do pejo.

Quanto aos animais fica proibido aos seus donos deixá-los soltos nas vias públicas, mas espancar os animais mansos, cortar-lhes as crinas ou caudas, ou maltratá-los, está sujeito a multa que varia de 10$000 a 20$000 réis, e o duplo nas reincidências.

Aos garimpeiros não há artigo que os proíbam da atividade, mas após a escavação de terrenos virgens para extração de cascalho, deverão o mesmos deixá-los como encontrou. Quanto aos compradores de diamantes, serão obrigados a afferir seus pezos e balanços, e tirar uma licença que custará 5$000 réis: a contravenção será punida com a multa de 10$000 réis.

Estes são apenas alguns dos artigos da Resolução. São 249 artigos que ditam as regras e sugerem que o melhor é obedecer. A presente Resolução foi sellada na Secretaria da Presidência da Província de Minas Geraes, aos 15 de novembro de 1861, publicada aos 17 dias do mez de fevereiro de 1862.

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o ano de Sesquicentenário da Independência do Brasil todo o país se Nmobiliza para, em ato de civismo e de

ufanismo comemorar a magnânime data. Em Estrela do Sul, todas as escolas, vestidas de verde-amarelo se preparam para saírem em passeata no dia 7 de setembro, que promete ser um evento inesquecível, elevado com o mais alto espírito de civismo e patriotismo. Estrela do Sul se prepara para receber no dia 8 de agosto, o Fogo Simbólico da Pátria que percorre todo o país, do “Oiapoque ao Chuí” em homenagem aos 150 anos da Independência. Pelo Decreto Lei nº 41/72, de 7 de agosto de 1972, o prefeito Francisco de Vasconcelos decreta feriado municipal nos dias 8 e 9 do corrente para a recepção deste símbolo nacional que chegará acompanhado dos representantes da Liga de Defesa Nacional, às 12 horas do dia 8 e pernoitará até a manhã do dia seguinte, quando se dirigirá para a vizinha cidade de Monte Carmelo. A recepção se dará na Praça Dr. Argelino de Moraes, em frente a Capela de Nossa Senhora de Fátima. Para a vigília do fogo está disignado-o Grupo de Escoteiros da cidade que está sob o comando do soldado Alcântara. Na manhã

seguinte, atletas e jovens da cidade, em maratona, seguirão até Monte Carmelo onde a tocha simbólica chegará em grande festa preparada por aquele município. O Grupo de Escoteiros, à entrada da cidade, receberá o fogo e o conduzirá até a praça principal onde será entregue às mãos do Prefeito Municipal, Sr. Eduardo Alberto Morais de Oliveira. Segundo o prefeito Francisco de Vasconcelos é uma grande honra para Estrela do Sul ser brindada por este privilégio sendo que poucos municípios entraram para o trajeto de passagem do tão importante Fogo Simbólico da Pátria

ma epopéia, uma grande aventura é a viagem que Theophilo Godoy

empreendeu à Índia para buscar matrizes do primeiro gado indiano que Upisou em terras brasileiras. De Araguari, em 1893, o bagageiro foi àquele

longínquo país numa viagem que durou um ano. No seu roteiro de viagem incluem

as cidades de Araguari até Luz (Antigo Aterrado) e de Luz até o porto, no Rio de

Janeiro. Essa façanha inclui viagens em lombos de burro, carruagens e trem de ferro.

Chegando a Bombaim, na Índia visitou várias cidades onde adquiriu 13 cabeças de gado

zebu e, na longa viagem 02 nasceram a bordo do navio.Tempos depois vários aventureiros

de Uberaba seguiram o exemplo desse pioneiro, introduzindo assim a raça zebuína no

Brasil. Theophilo que tinha 32 anos na época da viagem é natural da Bagagem e filho do

Major João Batista de Godoy e de Dona Tibúrcia Guilhermina Miranda de Godoy, de

origem portuguesa, que é neta do Major Eustáquio, um dos fundadores de Uberaba.A história desse bravo bagageiro foi exaltada pelo nosso deputado Lourival Brasil

Filho na obra “Theophilo Godoy e a Saga do Zebu (Do Brasil à Índia)” lançada em Belo

Horizonte, em 1995.

categoria de cidade é concedida às Villas que tem justificativa plausível. A Villa da

Bagagem teve no seu auge diamantífero, sustentação que levou o Presidente da AProvíncia de Minas Gerais, o Conselheiro Vicente Pires da Motta a sancionar o que

foi decretado pela Assembléia Legislativa. Pela Lei nº 1.101, de 19 de setembro de 1861, fica

elevada a cathegoria de cidade a Villa da Bagagem, pertencente à Comarca de Paranahyba. O

nome de Bagagem atravessa fronteiras e é hoje um dos municípios que despontam em

progresso nesta Província, sendo um dos maiores centros comerciais. Com o achado de um diamante por uma escrava em 1853 e batizado na Europa com o

nome de Estrella do Sul, a cidade adquiriu fama e respeito e já conta com mais de trinta mil

almas. Sob sua administração estão Sant´Anna do Rio das Velhas, São Miguel da Ponte

Nova, Espírito Santo do Cemitério, Brejo Alegre, Troncos, Rio das Pedras, Boqueirão, Água

Suja e Carmo da Bagagem. É grande o número de diamantes raros e belos que brotam do solo

dessa prodigiosa terra.

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e Bagagem a Estrela do Sul, a influência desse pedaço de Minas chegou por várias vezes à Assembléia Mineira, onde valorosos homens defendiam o seu rincão. Teve também um DDeputado Federal que alçou altos vôos.

·PADRE SATURNINO DANTAS BARBOSA veio de Paracatu e paroquiou a Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de 1871 a 1905, quando morreu a 1º de novembro. Chefe político moderado, por vários anos foi presidente da Câmara exercendo o cargo de Agente Executivo Municipal. Sem Sua autorização, o seu nome foi incluído na chapa oficial para Deputados ao Congresso Mineiro, sendo um dos Deputados mais operosos.

·PADRE LAFAITE DE GODOY nascido em Estrela do Sul, foi formado em Roma. Voltando ao Brasil teve passagens por Luz e Araguari onde fundou os Colégios Sagrado Coração de Jesus e Regina Pacis. Eleito Deputado Provincial pela Região do Triângulo Mineiro, de 1888 a 1889 foi o autor do projeto nº 154 enviado à Assembléia Legislativa Provincial de Minas Gerais que culminou com a Lei nº 3591, de 28 agosto, que eleva à categoria de cidade a Villa do Brejo Alegre com o nome de Araguary.

·DESIDÉRIO FERREIRA DE MELLO, advogado brilhante, veio de Uberaba para a Bagagem, em 1890, motivado por problemas e lidas forenses. Homem culto e inteligente, dedicou-se inteiramente ao estudo do Direito. Nesse período nasceu o seu filho Robespierre de Mello, autor de dezenas de obras como poemas e estudos diversos, com grande atuação em São Paulo. Eleito Deputado Estadual representou a região por 2 mandatos de 1895 a 1898 de 1889 a 1902. Morreu em Uberaba, com 47 anos, em 1904.

·ELIAS THEOTÔNIO BATISTA era afilhado e o mais fiel discípulo do Padre Saturnino Dantas Barbosa que financiou todos os seus estudos no Seminário Episcopal de Goyaz. Herdando o espírito político do Cônego, o substituindo-o na direção política do município de Estrela do Sul e, também graças ao seu talento tornou-se Deputado Estadual.

·ALEXANDRE DE MELLO CABRAL durante muitos anos, na transição de Bagagem para Estrela do Sul, foi seu dirigente como Agente Executivo Municipal, sendo também Comandante Superior da Guarda Nacional. Chegou a ser eleito Deputado Estadual mas não chegou a tomar o cargo, falecendo a 28 de novembro de 1905.

·DR.SEBASTIÃO PAES DE ALMEIDA nascido em Estrela do Sul foi um dos seus maiores benfeitores. Além de Deputado Federal foi Ministro da Fazenda do governo JK e presidente do Banco do Brasil. Candidato ao governo de Minas teve sua candidatura cassada. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1975. Como doação construiu e deixou para a cidade o Hospital Sebastião Paes de Almeida, a moderna Capela de Santa Rita, o Cine Paes de Almeida e ainda viabilizou a construção do prédio e instalação da agência do Banco do Brasil. Esse grande nome está perpetuado em bronze numa das praças principais da cidade em frente ao cinema que leva o seu nome.

·LOURIVAL BRASIL FILHO foi representante de Estrela do Sul na Assembléia Legislativa de Minas Gerais por 08 legislaturas consecutivas, até a sua aposentadoria, somando 32 anos de vida pública. Com seu prestígio, muitos benefícios legou a nossa cidade e região, em sua trajetória política de 1950 a 1982. É dele a autoria da emancipação de Grupiara e de outras localidades mineiras.

1722 O Bandeirante João Leite da Silva Ortiz descobre diamantes, às margens do Rio Bagagem.

1800 Aventureiros de todas as partes do país e do exterior formam o povoado da Bagagem Diamantina.

1849 Foi descoberto o lugar João Marques (Goiabal) pelo francês, Dr. Henrique Raymundo Des Genettes, seguindo as pegadas de Izidoro Broós que já tinha encontrado grande quantidade de diamantes muitos deles coloridos.

1850 Aberta a primeira picada de Joaquim Antônio a Cachoeira (sede do município) por José Antônio de Almeida, José Ferreira de Almeida, José Rodrigues de Almeida, Pedro Lourenço Borges, Antônio José de Almeida e Alexandre Castro Valadão.

1852 Criado o Distrito de Paz, no dia 4 de maio.

1853 “16 mil almas formigam por sobre pedras e tocos da mata virgem golpeada pelo gume aguçado do machado estúpido e devastador.”

1854 Pelo capitão Silvano Macaúbas foi extraído no comércio de João Bernardo, um enorme diamante cor de prata, de boa configuração, com o peso de 30 quilates.

1854 Em 21 de março, Dona Cândida Augusta de Oliveira e Carlos Francisco Luciano de Morais, viúva e filho de Casemiro Pereira de Morais entram com uma petição ao Juiz Municipal de Órfãos, da Villa de Patrocínio, reclamando contra Dr. Bernardo de Mello Franco, de Paracatu, solicitando uma justa prestação de contas do dinheiro obtido com a venda do diamante Estrela do Sul, encontrado em 1853.

1854 O Distrito de Diamantino da Bagagem é elevado à categoria de Paróquia em 27 de abril.

1856 Pela Lei Imperial nº. 777, de 30 de maio, Bagagem é elevada à Villa e recebe emancipação, desmembrando-se de Patrocínio.

1856 A 10 de outubro, Dona Beija é madrinha de sua neta Haidee, com Augusto Montandon.

1857 Foi extraído no comércio de João Bernardo o diamante verde de 122 quilates com o nome de Desdren, por João de Lorena. Tal diamante foi vendido ao Czar da Rússia.

1858 Foi nomeado Luiz Guaritá, o primeiro professor público.Dr. Sebastião Paes de A lmeida

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esiludida da vida atribulada de Araxá e ansiosa por refúgio, chega à Bagagem, Ddona Anna Jacintha de São José,

conhecida em todo o Império como Dona Beija, a Moça do Ouvidor. Já com duas filhas casadas, Dona Beija decide vir para ficar ao lado de Joana, casada que é com o influente Clementino Martins Borges, pessoa de grande prestígio na sociedade Bagageira. Acompanhada de escravos e de posses, a nova moradora, instala-se numa casa às margens do Rio Bagagem, começa a investir nos garimpos e pretende realizar o sonho de encontrar uma grande pedra. No Povoado, já conta com muitas amizades,

faz parte da sociedade e da maioria das

Irmandades da Paróquia de Nossa Senhora Mãe

dos Homens

á tempos, sem nenhuma providência por parte das Ha u t o r i d a d e s , u m f a t o

desagradável e incômodo tem causado enormes transtornos à população de Estrella do Sul que é cortada pelo belo e caudaloso Rio Bagagem. Rio este que tem chegado imundo no município, a partir de Água Suja, terra da Nossa Senhora D´Abadia.

O clamor da população foi acatado pelo “Estrella do Sul” órgam official da Câmara Municipal, em edição de 23 de setembro de 1928, com duras críticas à Câmara de Vereadores e governantes. “Os maiores prejudicados são, os pobres, as lavadeiras, os garimpeiros e os moradores das localidades ribeirinhas”. O rio que nasce em Irahy, passa por Água Suja, Estrella do Sul e vai desaguar no Rio Paranayba, onde faz divisa com o estado de Goiás.

O fato é que durante meses, a empresa alemã THE ÁGUA SUJA DIAMOND COMPANY LIMITED, estraga por completo a água que chega aqui imprestável, uma lama, devido à lavagem de cascalho diamantífero , da exploração de diamantes, naquela localidade.

No entanto, em reunião da Câmara Municipal, de 25 de setembro, os vereadores informaram que o caso da água suja já teve negociações e se encontra em estágio adiantado de solução.

1858 É elevado à categoria de Distrito, o arraial de Joaquim Antônio, em 4 de junho, pela Lei nº. 873.

1858 É instalada solenemente a Câmara Municipal da Bagagem, em 30 de outubro.

1859 No dia 1º de março foi instalada a primeira sessão do júri presidida pelo Dr. José Antônio de Sampaio, Juiz de Direito de Araxá.

1860 Em 6 de junho nasce Padre Lafaiete de Godoy, Deputado Provincial de Minas Gerais, pela região do Triângulo Mineiro.

1860 A 8 de junho, Dona beija passa carta de liberdade ao escravinho Cassiano.

1861 A população da Cidade da Bagagem chega a 50.000 almas sendo 15.000 na sede (Cachoeira e Joaquim Antônio) e 35.000 nos comércios em seu entorno.

1861 Em 10 de março Dona Beija é madrinha de batismo de Coriolano juntamente com Joaquim de Melo.

1861 A Villa da Bagagem é elevada à categoria de Cidade, em 19 de setembro, pela Lei nº 1.101.

1862 No comércio do Rufino, a uma légua acima da Cachoeira, a roda de um carro de bois, ao descer uma ladeira, arranca um grande diamante com o peso de 4 oitavas. O carreiro ficou tão emocionado e aflito que fugiu com a pedra, largando o carro à vontade dos bois, rodando sem destino.

1862 A Câmara Municipal da Cidade da Bagagem, em 14 de outubro votou a quantia de 25 mil réis para as obras na ponte denominada Ponte da Beija.

1864 A Câmara de Vereadores aprova, em uma de suas sessões, o conserto da ponte denominada “da Beija”, na Rua da Ladeira, em 20 de junho.

1865 Edificada a Capela de Santa Rita, no Joaquim Antônio.

1865 Edificada a Capela de Nossa Senhora do Rosário, na Cachoeira.

1865 A população bagageira despede consternada, prevendo mau logro, dos 109 homens que partem como voluntários para a Guerra do Paraguai. Destes, apenas 6 voltaram incólumes, inclusive Calixto Medeiros de Andrade.

1865 A Assembléia Legislativa Provincial de Minas Gerais aprova o valor de 600 mil réis para a Matriz da Cidade de Bagagem

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m 1859 foram nomeados capelães Padre Manoel Rodrigues da Paixão para a Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens e EPadre José do Ó Ribeiro para a de Santa Rita. Ambos já se

achavam exercendo desde 1853. O que se comentavam era que os dois viviam em pé de guerra. Diziam também que pelo fato de ser negro, Padre José do Ó sentia incômoda discriminação não somente pelo colega, como também pela população.

Há uma história de que o povo, em tom de crítica, convidava os outros para irem assistir à “missa negra”, como referência à cor do padre. Incomodado e humilhado, quando deixou a cidade, rogou-lhe uma praga, dizendo que haveria de chegar o dia em que não teria nem missa branca, nem negra. Coincidência ou não, há décadas, no Distrito de Joaquim Antônio, hoje Santa Rita da Estrella,não há um padre residente e as missas não acontecem com regularidade, como na época do Padre José do Ó.

Discriminado ou não, o que se pode afirmar é que o tal padre não era flor que se cheirasse. Foram muitas as histórias polêmicas e escandalosas que envolveram o dito reverendo.

Uma delas ocorreu em 1860. Na Villa da Bagagem, o delegado de polícia, capitão Custódio Ferreira Rattes proibiu todos os pagodes, caixambus, cateretês e batuques.

Ainda assim, o padre formou um batuque no Beco do Fogo, que foi desmanchado pelo delegado e pelos seus praças. Teimoso, o padre foi para a Rua Mato Grosso e formou novo batuque. No retorno, com o intuito de desfazer a festa, o delegado foi recebido pelo padre que o enfrentou com um espingardão, fazendo-o retirar sem cumprir o intento. No dia seguinte, Rattes encontrou em sua porta a seguinte crítica:

“Rato com couveLagartixa com feijão

Vai ao barril de tabacoPara casa de correição

Sem desmanchar o batuqueo delegado capitão”.

Envergonhado e zangado, o capitão Ferreira Rattes exonerou-se do cargo.

A outra era de que um doente de nome José Gomes, comarada do padre , chama-o para confessar. O padre que mal entendia o que ele dizia, ao pé da sua cama, mandou que lhe contasse todos os pecados para que pudesse descansar em paz e ser perdoado. Acontece que, terminada a confissão, o doente porém disse que se reservaria à omisão de um grave pecado porque sabia que não seria perdoado. Carinhosamente o padre procurou tranqüilizá-lo dizendo que era representante de Deus e que todos os seus pecados seriam perdoados, sem exceção. Tranqüilizado o camarada confessou que lhe havia roubado um diamante de meia oitava. Furioso, ao berros, xingando-o de ladrão, o padre disse que se morresse seria perdoado, mas se vivesse pagaria muito caro pelo ato de safadagem que praticara contra ele. Isso foi em 1864.

Dizem também que em 1868, Antônio das Palmas, sendo credor do padre e já cansado de cobrar a quantia de 14 mil réis que o mesmo não queria pagar, decidiu fazer a cobrança em público para envergonhá-lo. Assim, em um determinado domingo esperou-o na porta da Igreja, depois da missa e, na frente dos fiéis fez-lhe a cobrança. O padre demonstrando serenidade, chamou Antônio das Palmas para se dirigir até à sua casa, onde receberia a referida quantia. Chegando lá, chamou o credor para dentro, trancou a porta e deu-lhe uma surra de cabresto. Depois do ocorrido disse-lhe que aquilo era um corretivo para que ele não envergonhasse assim um Ministro de

de Deus. Vingado do vexame que Antônio o fez passar, mandou-o embora e não lhe pagou nada.

O padre também era dado às artes. Em 1855 teve lugar o 1º teatro sendo levado em cena “O Bephistéque”, em que fizeram parte Manoel Sertanejo, Máximo, Juca Ribeiro e Pingo do i. O barracão foi armado na Rua da Vaca, perto da casa do Padre José do Ó com o apoio total dele.

Numa outra história acabou sendo testemunha ocular de um crime. Era meia noite de 06 de maio de 1866, quando acompanhado pelo companheiro João Soares, saltou o muro da casa de José Pereira, que diziam ser assombrada. De uma das janelas do quarto das moças pendia uma corda de bacalhau por onde subiu João Soares. Enquanto isso, o padre José do Ó que não quis acompanhá-lo ficou observando entre umas laranjeiras. Momentos depois o padre ouviu rumores estranhos no quarto e, pra seu espanto, depois de subir numa laranjeira, para melhor observar, viu abrir uma porta e saírem três homens carregando o corpo do seu companheiro. Ao pé da laranjeira onde se achava o padre, os homens abriram uma sepultura e enterraram o corpo do amigo. Imóvel, sem respirar e suando frio, após o sepultamento, o padre, quase sem forças, saltou o muro e respirou aliviado o ar da rua.

Dizem que depois de tantas histórias e incidentes, o povo acabou por expulsá-lo da cidade.

Quando, no lombo do burro, junto do seu escravo, subindo o morro para deixar a cidade, tirou o chapéu e pronunciou uma praga: “Bagagem, Bagagem. Bananeira que já deu cacho”.

A última notícia que se teve foi de que o padre partiu para o povoado de Água Suja onde foi capelão. Segundo relatos do Revmo. Padre Primo Maria Vieira, de 1921, constatamos: “Antes da elevação de Água Suja à categoria de Paróquia administrava, nela os sacramentos e, talvez a maneira de Capelães, O Revmo. Pe. José do Ó Ribeiro, natural de Paracatu. Era de cor preta, de natural irritadiço. O povo o temia por ser franco em excesso, mas era virtuoso e tinha vida exemplar, sendo o capelão em 1869 e 1870”.

Capela de Santa Rita no Distrito de Santa Rita

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o ano do Sesquicentenário, Danielle Resende Bianchini é a Miss Estrela do Sul. No decorrer do ano, durante os eventos, será ela a representante do Nmunicípio que recepcionará os convidados e representará a beleza da mulher

estrelassulense. Bisneta de dona Anatália Azevedo de Oliveira, Danielle é filha de Dayse Cristina Resende Bianchini e de Augusto César Bianchini. Em ocasião oportuna, a jovem será apresentada à sociedade estrelssulense.

No ano do centenário , 1956, a bela jovem Maria Augusta de Resende foi a Miss Estrela do Sul no concurso Miss Triângulo Mineiro, em Araguari realizado pela senhora Eunice Weaver, em 14 de abril. “No Palácio do Alumínio, completamente lotado, quatrocentas mesas, quase duas mil pessoas, a sociedade triangulina assistiu à maior festa já realizada em todo o Brasil Central”, conforme informava o jornal Gazeta do Triângulo, de Araguari. No evento, Maria Augusta foi carinhosamente batizada como “ A Loira Estrelassulense” e chegou perto do título de Miss Triângulo. Do júri seleto fazia parte a jovem estrelassulense Marly Santos e o belo vestido de gala da miss foi criado e confeccionado pela senhora Adélia Palestina de Barros, mãe da saudosa Marina Diva Silva, amiga e incentivadora de Maria Augusta.

Em 15 de março de 2003 na cidade de Divinópolis, Estrela do Sul participou do Concurso Miss Minas Gerais, levando a jovem Elisa Raquel Borges. No ano seguinte, a 27 de março de 2004, também na mesma cidade participou Luíza Monique Rocha Fernandes, ocasião em que se comemorou o Jubileu de Ouro da Beleza Mineira. Em 19 de março de 2005 foi a vez de Kátia de Oliveira. Todas essas misses foram coordenadas pelo jovem Daydson Benedito Ramos. Neste ano não foi possível participar do concurso, mas Estrela do Sul terá a beleza de Danielle Resende Bianchini abrilhantando as comemorações do Sesquicentenário de Emancipação Política do Município.

esde 1981 estão na cidade as Irmãs Dominicanas da Anunciata promovendo o bem social, cultural e religioso. É digno de elogio o trabalho pastoral que elas desenvolvem Dno nosso município, há dez anos.Naquele ano, da região das Astúrias, na Espanha, vieram Inês Vicente Lopez, Célia

Tuñón Vasquez e Maria Del Mar Revuelta.Depois delas vieram para completar o trabalho, das regiões das Astúrias e Leon: Clara

Garcia Prieto, Aquilina de Diego Lueje, Maria Granda Redondo, Maria Alegria López Diez e Maria Angeles Carmen Requejo Alvarez. Algumas brasileiras se uniram ao trabalho delas como Irmã Helena que é professora em escolas do município.

Vale ressaltar que o grande incentivador desse trabalho de pastoral foi o padre Jesualdo Dundink que veio para a nossa paróquia em 1973. Foi dele o recurso destinado à construção das creches localizadas na sede do município em Dolearina, ambas em pleno funcionamento, com parcerias da prefeitura.

As irmãs dedicam também aos jovens que sempre participam de atividades culturais e religiosas levando-os sempre a participar de Encontros da Juventude que acontecem sempre na região. Ainda no seu trabalho de pastoral inclui a participação de jovens e trabalhadores em Romarias da Terra levando propostas de resgate cultural e de cidadania.

1866 Estava tão boa a Cidade da Bagagem, que deram-lhe o nome de “Princesa de Minas”.

1867 Continua o aumento da população da Cidade da Bagagem, recebendo indivíduos de todas as províncias do Brasil, além de estrangeiros, vindos de Portugal, Itália, Bélgica, Áustria, Alemanha, França, Espanha, Suíça, Inglaterra, China e também Norte-americanos.

1868 O Índio Afonso e companheiros matam Manoel Fernandes Martins, enforcando-o com um lenço, no moinho da fazenda, a mando de sua mulher, falando-se que foi suicídio.

1869 - Antônio Pião Machado lava a honra matando barbaramente um rapaz que fugia com sua mulher. Na presença dela, Antônio executa o rapaz capando-o, cortando as mãos, pés, língua e ainda tira-lhe todo o couro.

1869 A 10 de junho, Dona Beija dita o seu testamento.

1870 Edificada a Capela de Nossa Senhora do Rosário, no comércio de baixo, ou do Joaquim Antônio.

1870 Com a descoberta de diamantes no Cabo da Boa Esperança, a baixa dos preços das pedras foi extraordinária causando a falência de muitos e o êxodo da população.

1870 A Lei nº. 1.669 de 17 de setembro marca as divisas entre os Termos da Bagagem e Patrocínio, ficando todo o referido Distrito de Abadia (dos Dourados) pertencendo ao Têrmo da Bagagem.

1870 A 28 de maio, Calixto Medeiros de Andrade, após a dissolvição do Batalhão de Voluntários da Pátria, nº. 17 recebe condecoração em nome do Imperador Dom Pedro II, por ter participado da Guerra do Paraguai.

1870 - O Distrito de Santana do Rio das Vellhas é desmembrado da Cidade da Bagagem por meio da Lei nº. 1657, de 14 de setembro.

1870 O artigo da Lei nº. 1660, de 14 de setembro, eleva a Distrito de Paz a povoação denominada Água Suja e o governo autoriza a dar-lhes limites, ouvida a respectiva Câmara Municipal da Bagagem.

1870 A Lei Mineira nº 1.651 cria a Paróquia do Carmo da Bagagem, a 14 de setembro.

1871 Foi extraído no Joaquim Antônio, por João Camilo de Lellis França, um lindo diamante cor de fogo.

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o dia 02 de março de 1853, após uma forte chuva que lavou os montes de cascalho no lugar denominado guaches, Rosa, uma negra escrava de Npropriedade do senhor Casimiro de Moraes, encontra uma pedra de rara beleza,

pesando 259,5 quilates. O achado causou alvoroço nos mais de trinta e cinco mil habitantes do Distrito da Bagagem Diamantina. O senhor Casimiro, de idade avançada e de saúde abalada confiou a venda da pedra a um amigo que a vendeu no Rio de Janeiro pela soma de 305 contos de réis.

Segundo informações o diamante foi lapidado na Holanda e hoje adorna o turbante do Emir de Baroda, na Índia e batizado com o nome de Estrella do Sul. O maior diamante do Brasil e o mais belo do mundo, muda de cor, do branco para o rosa, devido a sua qualidade rara e grau de pureza.

É grande o número de diamantes, de diversas cores que são encontrados nas minas da Bagagem.

epois do sucesso do primeiro documentário histórico, o “Matarum de Orongóia” foi a vez Dda Casa da Cultura de Estrela do Sul dois anos

depois investir numa segunda produção. Será no dia 18 de setembro, às 20 horas, no Clube Recreativo, o lançamento do vídeo-documentário “Preservar é Bom para Memória”. O trabalho de 14 minutos trata do resgate da Cultura de Estrela do Sul e vem complementar o documentário anterior, de 59 minutos, lançado em 29 de abril de 1988. O novo trabalho tem o roteiro e direção de Mário Lúcio Rosa em conjunto com o irmão Almir Antônio Rosa, responsável pela cinegrafia. A edição do vídeo feita em São Paulo, onde reside Almir, teve a participação de Mário Lúcio e Flávio Pereira Barros.

O vídeo é leve e agradável e conta com a participação popular em forma de patrocínios e de atuação dentro do trabalho. Após o lançamento as fitas de vídeo serão comercializadas através da Casa da Cultura de Estrela do Sul.

Sindicato Rural de Estrela do Sul, entidade que representa a classe de produtores rurais se prepara para participar da Festa do Peão de 2006. OSegundo o presidente, Osmar Modesto de Oliveira, vários prêmios serão

sorteados aos estrelassulenses na festa em que se comemora os 150 anos de Emancipação Política de Estrela do Sul.

O Sindicato existe desde 22 de dezembro de 1974, quando foi aprovado o estatuto, tendo como presidente o fazendeiro Luiz Antônio Galante. Em 29 de dezembro de 1976 recebeu Carta Sindical outorgada pelo Ministro de Estado do Trabalho, Arnaldo Prieto.

Atualmente o Sindicato presta assistência odontológica aos seus associados e trabalha em defesa da classe ruralista de Estrela do Sul

1871 Dona Beija envia petição à Câmara de Vereadores solicitando ressarcimento dos gastos com a reconstrução da Ponte da Beija, em 14 de julho.

1871 Em sessão extraordinária de 12 de junho, a Câmara Municipal aprova a liberação da quantia de 200 mil réis para a execução dos trabalhos de retirada da água do Ribeirão do Cará para esta cidade.

1872 Maria de tal é assassinada por seu marido que corta-lhe a língua e as partes baixas, atirando-a num esbarrancado.

1872 A 30 de novembro é fundada a Loja Maçônica da Cidade da Bagagem, sendo regularizada em 24 de junho de 1876.

1873 Em 25 de setembro, Dona Beija recebe a última parcela do dinheiro gasto na reconstrução da Ponte, inaugurada em 1871.

1873 É aberto o testamento de Dona Beija em 21 de dezembro. Nele ela deixa os seus bens à família e recomenda o seu funeral.

1873 Major José Theodoro Moreira inaugura a Ponte da Liberdade, no Joaquim Antônio, libertando os seus escravos.

1873 A 15 de novembro, pela Lei Provincial nº. 2002 é criada a Comarca da Cidade da Bagagem.

1874 Em 18 de fevereiro foi concluído o inventário dos bens deixados por Dona Beija.

1875 É grande o número de retirantes. Mais de dois mil chefiados por um grupo de 12 homens seguiram para Campinas e Casa Branca, no Estado de São Paulo, para os serviços da Estrada de Ferro Mogiana.

1876 Na cachoeira do Lúcio, duas mulheres, ao passar numa peroba que servia de pinguela, aconteceu cair uma e esta agarrando à outra, foram ambas à água, arrastadas pela correnteza. Nunca foram encontrados os seus cadáveres, apesar da grande procura em grande extensão do Rio Bagagem.

1877 Aos 5 de outubro, nasce João Pirahy, maestro e compositor de renome com grande atuação em terras goianas como Catalão e Ipameri, onde faleceu a 5 de julho de 1937.

1880 Chegou da cidade do Porto - Portugal, a imagem de Nossa Senhora das Dores, coberta com um manto, para a Igreja de Santa Rita, no Joaquim Antônio, doada por Pedro da Costa Moreira Viana.

1882 Pela Lei nº. 2.927 de 06 de outubro, Carmo da Bagagem é elevada à categoria de Villa com território desmembrado da cidade de Bagagem.

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1882 Pela Lei nº. 2.996, de 19 de outubro, é creado o município de Brejo Alegre, composto das Freguesias do Brejo Alegre, elevada à categoria de Villa, e de Sant´Anna do Rio das Velhas, desmembradas do município da Bagagem, ficando este município pertencendo à Comarca do Rio Bagagem.

1883 Justina mata um frango para comer e encontra na moela, um diamante que vendeu por 130 mil réis.

1887 A 10 de janeiro, na Bagagem cai ferido por duas balas no peito e exala o seu último suspiro, o Índio Afonso, o Gigante do Deserto e o mais temido Tigre da Floresta Bagagense.

1888 Luiz Baracho de Aguiar, tendo tirado uma filha de Antônio Cuiabano e tentando a segunda, Cuiabano o mata com uma faca.

1890 É publicado “O Evangelista” pelo missionário John Boyle com o objetivo de divulgar o Evangelho. O jornal atingiu o número de 1.200 assinantes.

1891 Morre a 24 de dezembro Alamy Delascar, alvejado pelos bacamartes de José Cardoso e João Afonso.

1892 Morre de febre amarela, o reverendo John Boyle, fundador da Igreja Presbiteriana de Bagagem, a 4 de outubro, com 47 anos de idade.

1894 A Lei 21, de 29 de agosto, da Câmara Municipal de Sacramento-MG, cria uma hospedaria de Imigrantes, no município. Em um de seus artigos, o Agente Executivo poderá entrar em acordo com a municipalidade de Bagagem para receber imigrantes neste município, sendo as despezas feitas com igualdade.

1899 Morre com uma bala de cobre, Chico Machado, por João Afonso cumprindo o juramento que fez sobre o cadáver do seu pai, o Índio Afonso.

1901 A Lei nº. 319, de 24 de agosto, artigo 24, sancionada a 16 de setembro, muda o nome de Bagagem para Estrella do Sul.

1903 Nomeado em 7 de agosto Horácio Baptista, o primeiro Coletor Federal de Estrella do Sul.

1904 O Asilo São Vicente de Paulo, é fundado em 25 de setembro.

1904 Ermenegildo de tal bebeu 5 garrafas de pinga e morreu.

1905 Morre a 1º de novembro, o Cônego Saturnino Dantas Barboza, chefe político moderado, ex-Agente Executivo Municipal, ex-Deputado Estadual e vigário da Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens desde 1871.

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o morro da Bagaginha, donde se tem uma vista panorâmica da cidade tem agora uma nova capela. Em N08 de outubro de 1902 a bela imagem de Nossa Senhora

da Conceição foi entronizada na humilde capelinha.A construção do singelo templo foi fruto de uma promessa

do senhor Simplício Pereira Caldas. Contam na cidade que ele, após ter tido vários filhos, todos com problemas físicos ou mentais, veio a descobrir que, por engano, havia se casado com sua própria irmã. Para resgatar o mal involuntário, como penitência, prometeu sair de porta em porta, pedindo esmolas até conseguir erguer uma capela em homenagem à Imaculada Conceição.

Concluída a obra, assim, todos os anos a 08 de dezembro, o povo da Bagaginha e a comunidade de Estrella do Sul sobem as escadarias e ajudam Simplício Caldas a cumprir sua promessa diante da Santíssima Virgem.

antanha Bagagem respira modernidade. Em contraste com o belíssimo casario colonial, no antigo Largo da AConceição, a praça principal da cidade, surgiu imponente

a moderna construção, sede da agência do Banco do Brasil, em Estrêla do Sul, iniciada no governo de Luiz Pires Galante e concluída no governo de Osvaldo Resende Cunha.

Uma grande festa no dia 11 de setembro de 1959 marcou a inauguração da agência que passará a funcionar sob a gerência de Mário Campos tendo ao seu lado Antônio Albino de Oliveira como subgerente. Com a nova agência, Estrêla do Sul ganhará um novo impulso no seu progresso. Segundo Lourival Brasil Filho, Deputado Estadual, a instalação do Banco do Brasil vai proporcionar a Estrêla do Sul uma nova fase de progresso, nova era de trabalho e prosperidade. Disse ainda o deputado que o comércio e a indústria poderão florescer; a indústria terá o auxílio de fonte local de distribuição de crédito, e os grandes capitais não mais sairão dessa terra para depósitos e negócios em municípios vizinhos.

Na ocasião o jornal Gazeta do Triângulo, de Araguari produziu uma edição especial, de 16 páginas, em homenagem a Estrêla do Sul e em especial ao grande benfeitor, O Dr. Sebastião Paes de Almeida, o responsável pela instalação da agência em nossa cidade. Graças a sua capacidade e inteligência, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira o nomeou como Ministro da Fazenda de seu governo. Graças a este prestígio, Dr. Sebastião privilegiou a sua terra natal com essa obra que, sem dúvida, alavancará o progresso desta cidade.

A obra foi construída em tempo “recorde” (7 meses). Indicado ao Dr. Sebastião Paes de Almeida, o inspetor do Banco do Brasil, prestes a aposentar, Alberto leite Araújo dirigiu as obras contando com a colaboração do Sr. Adolfo Carísio e de outros profissionais como Antero Nogueira e Walter Mamede. Todas as instalações elétricas do luxuoso e moderno edifício da nova agência de Estrêla do Sul foram confiadas e realizadas com perfeição pela empresa Araguarina “A Instaladora”, de Mário & Oliveira.

esde 12 de fevereiro de 1925, data da inauguração da luz elétrica e da construção da Usina em Estrêla do DSul, a vala que conduz a água do Rio Bagagem para a

geração de energia, passa por uma grande extensão nos terrenos do Sr. José Luciano Filho, sem que o referido proprietário percebesse por tal concessão, qualquer indenização da prefeitura, sendo que outros proprietários de menor parte de terrenos cedidos gozam de privilégios. Em requerimento enviado ao prefeito municipal, Dr. João de Luna Magalhães, José Luciano pede isenção de pagamento da taxa de eletricidade a partir da presente data. Assim, a Portaria nº 14 de, de março de 1947 concede-lhe o benefício, devendo a ato ser ratificado em Decreto-lei por esta municipalidade, o que será feito oportunamente..

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or economia de tempo e dinheiro, o hábito de andar a cavalo está sendo substituído pelo uso do automóvel. Em 1916, a 30 de abril chegou a PEstrella do Sul, o dinâmico Padre Manoel Lopes da Costa, um moço

português, com trinta e poucos anos de idade, em substituição ao Revdo. Frei Leão San Juan. Esse digno e talentoso sacerdote, a par das necessidades do município reuniu as pessoas de prestígio da cidade e apresentou-lhes a idéia de construir uma estrada de automóvel ligando Estrella do Sul a Araguari. Adoentado, vítima de um vírus mortífero, a 24 de maio veio a falecer. A comissão, em face da grande idéia colocou-a em prática. Os 72 quilômetros ficaram mais curtos, após a linha de automóveis entrar em funcionamento.

Em 1919, uma outra comissão presidida pelo Padre Benjamim Cerqueira, a 07 de novembro inaugura a ampliação da linha, levando-a até Monte Carmello. Em 1920, o projeto que teve andamento com os senhores Capitão José Rangel e Adalberto Brugger estendeu a linha até Patrocínio. O Projeto tem recebido aplausos porque o trajeto, antes feito a cavalo gastando 03 dias de Araguari a Patrocínio, hoje, de automóvel, se faz em menos de seis horas.

O movimento tem crescido e é grande o número de usuários que têm preferido os automóveis aos cavalos. O Sr. Coronel Mário Moreira, presidente da Sociedade Anônima Auto-Viação Estrella do Sul, disse que aumentará o número de veículos para atender a grande demanda. Como já é do conhecimento geral, não há no Triângulo, estrada de maior movimento, e não há outra de tanta utilidade pública, achando-se em perfeita conservação, apesar das contínuas chuvas.

1905 Chegam a Estrella do Sul, no dia 4 de agosto, o Dr. Max Rudolph, sua esposa Dona Emmy Frick Rudolph e a filhinha Getrudes, sendo recepcionados pelo Juiz de Direito, Dr. Francisco José da Silva Ribeiro, que se tornou amigo deles para sempre.

1911 A 22 de novembro, nasce Sebastião Paes de Almeida, filho de Gregório Paes de Almeida e Orminda Tormin de Almeida.

1911 É criado o Distrito de DOLIARINA pela Lei nº. 556, de 30 de agosto, na povoação de Gameleira. Foi instalado a 29 de outubro de 1912 e suprimido com a Lei nº. 843, de 7 de setembro de 1923.

1917 Inicia a demolição das duas torres da 1ª Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens.

1917 Zacarias Nunes ganha um conto de réis para matar Chico Antônio. Abílio Manoel mata Isacc Bueno e ganha 600 mil réis.

1919 É remodelado e inaugurado por Alfredo Tormin, Agente Executivo Municipal, o prédio da Câmara Municipal, vindo a ser posteriormente o Paço Municipal.

1919 Em agosto, o Juiz de Direito Godofredo Rangel escreve a biografia de Calixto Medeiros de Andrade, dando ênfase à sua participação na Retirada da Laguna, episódio marcante da Guerra do Paraguai. Este trabalho foi publicado no Rio de Janeiro, em livro escolar de leitura, para alunos do 4º ano primário.

1921 Pelo Decreto nº 5.699, de 29 de julho de 1921 foi criado o Grupo Escolar Monsenhor Horta. A escolha do nome se deu em homenagem ao Monsenhor José Silvério Horta, mineiro de Mariana, professor, religioso e pessoa de grande preparo intelectual e moral.

1923 Numa divisão territorial, a 7 de setembro foi criado o Distrito de Grupiara com sede no Povoado de Troncos.

1923 a 28 de julho é publicado o K.P.T.A, Orgam Litterário e Humorístico, sob a direção de F. F. Moraes e gerência de Olegário Guimarães.

1924 Em sessão extraordinária, a Câmara Municipal aprova a Lei nº 379 de 11 de abril, autorizando o Sr. Agente Executivo Municipal, Major João Alamy Delascar, a desapropriar terrenos que margeiam o Rio Bagagem, na zona urbana, destinados à instalação e desenvolvimento do serviço de abastecimento do serviço de luz e força, no município.

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ão muitas as obras e anotações que dão referências e informações sobre Estrela do Sul, desde os seus primórdios. Encontram-se

informações valiosíssimas, como também algumas que deixam dúvidas e intrigam quem se propõe realizar uma pesquisa séria. Há Shistoriadores, pesquisadores e informantes que, sem o menor pudor, publicam dados e fatos sem sequer conferir as fontes ou até mesmo

compará-las. No desencontro de dados e informações, cabe ao sério pesquisador, passar ao seu leitor o que julgar mais confiável pautado na lógica e

na seriedade das fontes.Os primeiros escritos foram de Augusto de Saint-Hilaire, grande naturalista francês em 1819, e de Dr. Henrique Raimundo Dês Genettes

com informações sobre o novo descoberto de diamantes. No livro Caiapônia, de Camilo Chaves, dá gosto ver o esmero com o qual o autor trabalha

a obra e se refere a Estrela do Sul. Bernardo Guimarães descreve a Bagagem dos diamantes em sua obra O Garimpeiro e também em o Índio

Afonso. Agripa de Vasconcelos, Thomas Leonardo, Hildelbrando Pontes e Maria Santos Teixeira romancearam o mito Dona Beija. Antônio Brasil

publicou incansáveis pesquisas glorificando a Velha Bagagem.Maria das Dores Damasceno, de Romaria, em sua obra Do Diamante ao Milagre da Fé Romaria Ex- Água Suja, traz várias citações

sobre Estrela do Sul.“Todos cantam sua Pátria / também vou

cantar a minha / nas cordas da minha lira / hei de

fazê-la rainha” dizia Luiz Vaz de Camões. Até os

dias atuais, cada um no seu gênero, forma uma

plêiade de filhos de Estrela do Sul que sempre

colocam-na como centro se suas produções

literárias.Esperando não ser traídos pela memória

citaremos alguns deles, com suas obras: Vivaldo

Resende História de Uma Loucura, Ismael

Borba Saco da Embira, Almir Antônio Rosa

Poemas Feito de Estalo / Aborto / Viagens e

Paragens / TerhaKuaPrahx e Haiku, todos de

poesias, sendo o último de poesia japonesa, além de

vários trabalhos publicados nas áreas de cinema e

televisão. Winston Kleiber de Almeida Bacelar Os

Mitos do “Sertão” e do Triângulo Mineiro: As

Cidades de Estrela do Sul e de Uberlândia nas

Teias da Modernidade. Luzia Resende Cunha

Lembrança de Uma Vida (memórias). Vânia Resende Grito de Alerta (contos). Flavio Pereira Barros Estrela do Sul Uma Viagem no Tempo

(documentário). Vicente Diogo de Oliveira Diogo de Estrela do Sul aos Apeninos (relatos da sua participação na segunda guerra mundial). Pedro

Divino Rosa A História de Um Soldado (a vida de Douglas de Aguiar, um ex-pracinha da FEB), publicou também em 1997 o livro Dona Beija e

recentemente Calisto Medeiros, O Retirante da Laguna. Lourival Brasil Filho Memórias de um Deputado e Theóphilo Godoy e a Saga do

Gado Zebu, do Brasil à Índia. Publicou também A Câmara Municipal, sua organização e seu funcionamento (obra de grande aceitação

vendida em todos os municípios brasileiros), além de outras obras e textos relacionados à administração e funcionamento e organização pública.

Mário Lúcio Rosa Dize-me de Quem Falas Que Te Direi Quem Ele É (apelidos de Estrela do Sul). Anatália Azevedo Oliveira Acalanto

(poesia). Ana Luiza Resende Brasil Jorge Furtado Cru e Nu (história de Vida). Juarez Altafin Primeiros Tempos início da Universidade

Federal de Uberlândia, depoimentos sobre fatos e pessoas. Aurora Martins Campos Ser Amado, Porque Te Amo, A Fonte dos Sonhos

(poesias). Reverendo José Roberto Dias Coelho Você Pode Ser Um Crente Conservador, Tradicional e Cheio do Espírito Santo (uma obra em

letras gigantes, destinada a Evangelização). João Alamy Filho O Caso dos Irmãos Naves (documentário) que virou filme. Pedro Fernandes da

Silva Neto Diário de Um Cidadão comum (poesias) inédito. André Luís Alves de Melo é Promotor de Justiça titular em Estrela do Sul e tem 04

obras publicadas: União Estável Doutrina e Prática Extrajudicial; Dossiê Pela Reengenharia Jurídica; Juizados Especiais Manual Prático

(Coordenação), Participação Jurídica e Popular na Elaboração das Leis, além de vários artigos jurídicos publicados em jornais físicos e

também virtuais, na internet. Francisco de Castro Morato em sua obra A Hora e a Vez da Saudade relata uma parte de sua infância em Estrela do

Sul, na década de 1930, em que mostra a força do garimpo naquela época, em que seu pai se embrenhou no sonho obsessivo de ficar rico, iludido

naquela atividade.

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uma iniciativa da Casa da Cultura de Estrela do Sul com o apoio da Prefeitura Municipal, a cidade resgata a memória Nde seus heróis. Na praça Dr. Argelino de Moraes, um

monumento em cimento armado, projeto esse do professor Mário Lúcio Rosa, presidente da Casa da Cultura, presta homenagem aos filhos de Estrela do Sul que lutaram em campos de batalha, em defesa do Brasil.

São eles: Calixto Medeiros de Andrade, Vicente Diogo de Oliveira e Orfeu de Lima, sendo que os dois últimos estiveram na Itália, na Segunda Grande Guerra Mundial. Orfeu, falecido recentemente, em 1994 foi representado pela família e o Tenente Diogo, ainda vivo e lúcido, discursou e agradeceu a homenagem. Ainda na ocasião o prefeito Dr. Haroldo José de Almeida, juntamente com os convidados e homenageados inaugurou no cemitério municipal, o túmulo de Calixto Medeiros, cuja placa foi decerrada juntamente com os seus descendentes. Calixto representou a Cidade da Bagagem, na Guerra do Paraguai, como voluntário, quando participou do episódio da Retirada da Laguna. Vítima de cólera, o bravo capitão sobreviveu, retornou à sua, cidade onde morreu aos 90 anos

través da Lei nº

3.392, de 24 de maio Ade 1958, assinada

pelo Presidente da República,

Juscelino Kubitschek de

Oliveira, Estrêla do Sul será

beneficiada com uma verba de

CR$ 2.000.000,00 como

auxílio às comemorações do

primeiro centenário da cidade.O crédito especial de 2 milhões de cruzeiros aberto pelo Poder

Executivo será viabilizado pelo Ministério da Justiça e Negócios

Interiores e será entregue à Prefeitura Municipal de Estrêla do Sul, que

aplicará, em cooperação com o Departamento Nacional de Obras de

Saneamento do Ministério da Viação e Obras Públicas, na organização

da planta cadastral da cidade e na construção da rede de água e esgoto.

Embora o centenário da cidade transcorrera há dois anos, o prefeito Luiz

Pires Galante recebeu com entusiasmo a liberação do recurso que

também na mesma Lei beneficiou o município de Vassouras, no Rio de

Janeiro, onde nasceu o nosso saudoso médico e prefeito, Dr. Argelino de

Moraes.

rocurado pelo Governador do Estado de Minas Gerais, Dr. Juscelino Kubitschek, o Deputado Estadual Lourival Brasil PFilho, atendendo à sua indicação providenciou a nomeação de

um médico para Estrêla do Sul. Como a cidade não tinha um Posto de Higiene, Lourival uniu o útil ao agradável. E assim, Estrêla do Sul ganhou este benefício. Dr. Juscelino fora procurado por um médico francês, que também era geólogo que pedia apoio para pesquisas em cidades ineradoras, acreditando que em Estrêla do Sul ou em

existia uma chaminé de diamantes. Como em Diamantina já havia médicos, Dr. Léo Afhonso Gillot foi nomeado para a nossa cidade. Entre os intervalos e finais de semana, Dr. Gillot saía meses a fio acompanhado do guia, José Gonçalves de Moura, o Zé Letrado, buscando a pista certa, vasculhando todo o município, à procura da tal chaminé de diamantes, que segundo ele seria a salvação do Brasil, uma

verdadeira fábrica de diamantes, puros e de todos os tamanhos, dinheiro para pagar toda a dívida externa do Brasil, por duas vezes. “Se na África existe a tal chaminé de diamantes, por que ela não ia ser encontrada aqui no Brasil”? arrematava o médico. Desiludido com o fracasso de seus sonhos, Dr. Gillot acabou indo para Ouro Preto, e dele nunca mais se tem notícia. Hoje, o Posto de Higiene é uma realidade e já desde 08 de abril de 1958 está sob os cuidados do jovem médico, Dr. Amaury Ferreira da Silva.

Diamantina

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cidade de Estrella do Sul, por pouco perdeu a Comarca, que existe desde 1873. Na

sessão do dia 10 de janeiro de A1925, o Senado Mineiro,

através da emenda nº. 05, do Senador

Ribeiro de Oliveira, apresentou o

Projeto da Divisão Judiciária do Estado

de Minas Gerais, que transferia a sede

da Comarca de Estrella do Sul para a

vizinha cidade de Monte Carmelo.Com a notícia publicada no

jornal “Minas Gerais” órgão oficial do

governo , o Coronel José Emílio de

Aguiar e o Major João Alamy Delascar

usaram de todo o seu prestígio e força

política para a reversão do caso, enviando a Bello Horizonte, os conceituados senhores

capitães Franklin Campos e Francisco de Paula Brasileiro.Assim, diante do trabalho e empenho desses valorosos homens, a tal emenda nº. 05

foi retirada e, hoje, Estrella do Sul continuará mantendo a autonomia judiciária, concedida

pela Lei Provincial nº. 2002, de 15 de novembro de 1873.

té que enfim, depois de tantos contratempos, cobranças da população, dissabores e incertezas, foi inaugurada no dia 12 de fevereiro de 1925, a luz elétrica em Estrella Ado Sul.

Agora as residências e logradouros públicos já estão abastecidos com o fornecimento de luz e força, o que permitirá o progresso e o desenvolvimento no município, o surgimento e

promoção das indústrias. Com a solução desse magno problema, na cidade aparecerá uma nova vida e o município poderá cultivar novos hábitos. O Major João Alamy Delascar, operoso Agente Executivo Municipal, se vê aliviado na solução dessa aspiração popular que já se arrastava há um bom tempo. Oficialmente, o assunto teve início em sessão extraordinária de 11 de abril do ano passado, quando foi aprovada uma Lei de desapropriação por meios legais e por utilidade pública dos terrenos que

margeiam o Rio Bagagem, na zona urbana, para instalação e desenvolvimento do serviço de abastecimento de luz e força a esta cidade. Os trabalhos da construção da usina, instalação e inauguração da luz elétrica ficaram aos cuidados de uma concessionária mineira PENNA & GUIMARÃES, de Belo Horizonte, de propriedade dos senhor Antônio Luiz Ferreira Guimarães que, mediante contrato aprovado em sessão extraordinária de 18 de março de 1924, se comprometeu a cumprir todas as cláusulas e inaugurar os serviços dentro de 08 meses. Esgotado o prazo, diante do descrédito da população, atitudes rígidas tiveram que ser tomadas, bem como rescisão de contrato. O concessionário da obra, humildemente apresentou justificativas, pediu prazos e, enfim, Estrella do Sul pôde finalmente ter sua luz elétrica, fato que ocorreu com uma grande festa.

1924 - Na edição nº 75, de 8 de junho, o Jornal Estrella do Sul, Orgam Official da Câmara Municipal, pede desculpas aos leitores, por não ter sahido o número, no domingo anterior, no dia 1º do corrente, por não ter chegado a tempo, o papel que o moroso carro de bois transportava.

1924 O Major João Alamy Delascar lança em 28 de junho, um edital para concorrência pública para as obras de Remodelação da Praça do Rosário e Ajardinamento da Praça da Conceição. No mesmo edital ficou aberta também a concorrência pública para a Construção de Linhas Telefônicas, no município, em Santa Rita da Estrella e Cascalho Rico.

1925 Foi aberto o Colégio Estrella do Sul, preenchendo uma lacuna que há muito tempo se fazia sentir, pelo Dr. Rubens Teixeira, em agosto do corrente, esperando que a iniciativa seja coroada de pleno êxito.

1925 Fundada no dia 16 de abril, a Associação de Mães de Família, em Estrella tendo como presidente, Diva Ribeiro Brasileiro, atendendo ao patriótico apelo do Dr. Fernando Mello Vianna, Presidente do Estado de Minas Gerais.

1925 Com grande concorrência de meninas foi instalada a Escola Feminina de Santa Rita da Estrella, no dia 27 de abril, sob a regência de Dona Messias Garcia Nazareth.

1925 Na sessão ordinária de 10 de outubro, a Câmara Municipal, autoriza João Alamy Delascar, a investir 4:000$000 para construção de uma linha de automóvel partindo de Estrella do Sul ao distrito de Grupiara.

1926 Realizou-se no dia 11 de abril, na Igreja Matriz, a cerimônia da benção da nova e rica imagem de São José, vinda recentemente de São Paulo. A cerimônia foi realizada pelo Padre José Benjamim Cerqueira.

1928 Foi fundado o Estrella do Sul Esporte Clube.

1928 Em 16 de setembro, o Jornal Estrella do Sul, publica a reclamação da população contra a água barrenta do Rio Bagagem que há anos tem causado dissabores, principalmente à pobreza que se serve dessa água. A culpa se atribui aos serviços de uma empresa alemã que extrai diamantes em Água Suja.

1928 Por ato do Excelentíssimo Dr. Presidente do Estado, foram criadas 04 escolas rurais mixtas no município de Estrella do Sul, nos povoados dos Gamas, Mottas, Barro Preto e Limeira, em 17 de setembro.

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Doutor Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos,

presidente da Província de Minas Gerais sancionou a OLei nº 667, de 27 de abril de 1854, decretada pela

Assembléia Legislativa Provincial. A dita Lei eleva à categoria

de Parochia o Distrito Diamantino da Bagagem e marca os

respectivos limites. No artigo 1º - “Fica elevado a Freguesia o Distrito

Diamantino da Bagagem no Município de Patrocínio”. No artigo 2º , das divisas, reproduzimos na Lei como se

segue:

“Suas divisas começarão do rio Paranahyba no porto

denominado do Bruno-descendo pelo dito rio até o porto

antigo fronteiro à Aldêa do Rio das Pedras; deste porto pela

antiga estrada de Sant´Anna até a da Estiva; d`ahi por um

espigão mestre ao rio Santa Fé; por este abaixo até sua barra no

rio Bagagem; atravessando este em rumo direto até alcançar a

estrada, que vae de marrecos ao sítio d`Água-Emendada;

seguindo por ella, e pelo espigão-mestre até um tope alto

denominado Monte Carmello -; d`ahi atravessando o ribeirão

de São Félix em rumo direito à estrada real; por esta até o porto

do Bruno, onde principiarão, ficando os mais terrenos do lado

esquerdo do rio Bagagem, que não estão compreendidos nesta

demarcação, pertencendo aos Distritos de Sant´Anna d`Aldêa

e Brejo Alegre, e os do lado direito ao Distrito do Carmo”. A referida Lei já se encontra registrada na folha 137 do livro

3º de Registro de Leis e Resoluções da Assembléia Legislativa

Provincial e também na Secretaria da Presidência da Província

de Minas Geraes, aos 2 de maio de 1854. E sua publicação se

deu pela Secretaria da Presidência no dia 30 de junho do

corrente.

s chuvas que têm caído nos últimos meses culminaram com

uma catástrofe no município de Estrela do Sul. Desavisado o Apovo foi supreendido na madrugada de 3 de fevereiro com uma

enchente de grandes proporções. O lendário Rio Bagagem atingiu mais

de 08 metros acima do seu nível normal, o que causou um estrago

imemorável. São inúmeras as famílias desabrigadas que, agora se

acomodam no conjunto habitacional recém-construído que

forçadamente abriu suas casas, antes mesmo da inauguração. O prefeito Marcelo Fernandes da Silva que assumira a

prefeitura, dois dias antes do acontecido, decretou estado de

calamidade pública e obras de emergência foram iniciadas. A água, a

luz o telefone e o abastecimento já estão com atendimento normalizado.

Quanto às pontes da Beija, em madeira, construída em 1871 e a do

Padre Benjamim, em arcos de pedra, construída em 1923, são hoje

pura lembrança. Nem uma pedra ou madeira restaram para o registro

da memória histórica dessas construções que eram orgulho dos

estrelassulenses. Como a cidade é toda cortada pelo rio, apenas uma

pinguela de aço e madeira serve de ligação para os habitantes das duas

partes. “O governador Tancredo Neves está enviando recursos de

emergência para a reconstrução da nossa cidade”, informa o prefeito

recém-empossado, Marcelo Fernandes, eleito em 15 de novembro de

1982.

m fato considerado fenômeno aconteceu em Estrela do Sul, na tarde de sábado, dia 16 de julho. Na cidade não se comenta outra coisa. Na Ufazenda do Sr. Geraldo de Morais Coelho, conhecido como Geraldo

do Alício, nasceu um bezerro com duas cabeças.O ser estranho, nascido morto ficou exposto na calçada de uma das

ruas principais da cidade durante um bom tempo para satisfazer a curiosidade das população que, em romaria se dirigia afoita para presenciar o tal fenômeno.

Espalhada a notícia, senhor Geraldo soube do interesse da Universidade Federal de Uberlândia em adquirir o animal para estudo. Retirado da rua, o bezerro foi para o congelador do Clube ARDAE, o único a disposição na cidade, onde aguardaria o seu destino final.A última notícia que se tem é de que o animal já está embalsamado e à disposição dos curiosos, no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, como um fenômeno marcante neste ano de 1977.

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m Assembléia Geral de 02 de agosto de 1960 ficou criado o Hospital Sebastião Paes de Almeida em Estrêla do Sul. O nome é

uma homenagem justa ao seu doador que, com recursos próprios quis presentear a sua terra natal.EO prédio inaugurado em 1952, no governo do Dr. José Luciano Neto levava o nome de Santa Casa de Estrêla do Sul. Diante de

algumas divergências na administração, alguns dos membros deixaram a Instituição, de Santa Rita da Estrêla e fundaram na sede do

município, a Santa Casa de Misericórdia, num casarão da Rua

Uberlândia, a qual se encontra em pleno funcionamento.

Na dita Assembléia, já com novo nome o hospital formou

uma nova diretoria, tendo como presidente de honra, o benemérito,

Dr. Sebastião Paes de Almeida. Como provedor e vice foram

escolhidos João Amaral e Ademar Ferreira Santos,

respectivamente.Para 1º e 2º, secretários escolheram João Batista Bacelar e

José Luciano Filho. E na tesouraria ficaram João Luciano de

Resende e Carlos Dias Rosa.Para compor o Conselho Deliberativo buscaram

representatividade, ficando assim constituído: Dr. João Aguiar

Amaral, Juiz de Direito; Dr. Abel Machado de Miranda, Promotor

de Justiça; Padre Osires Vaz, Vigário da Paróquia; Osvaldo

Resende Cunha, Prefeito; Walter Azevedo, Presidente da Câmara;

José Coelho de Resende, Fazendeiro e Luiz Pires Galante,

Mercador de Diamantes.Para confirmar o benefício prestado à sua cidade, o Dr. Sebastião fez a doação legal do prédio para a Prefeitura Municipal de

Estrêla do Sul. Para garantir o seu funcionamento nomeou o provedor João Amaral. A partir deste, todos os futuros provedores serão

nomeados pela família, buscando sempre um nome de sua exema confiança.

estimado médico e prefeito Dr. Argelino de Moraes faleceu em Araguari, após

intervenção cirúrgica, de apêndice peritonite, no dia 21 de novembro de 1942, aos O43 anos de idade. O Estimado médico e prefeito Dr. Argelino de Moraes faleceu em Araguari, após intervenção

cirúrgica, de apêndice peritonite, no dia 21 de novembro de 1942, aos 43 anos de idade.A cidade ficou consternada com o passamento do jovem médico que tinha uma vida

dedicada inteiramente ao povo de Estrella do Sul, não somente em seu gabinete de prefeito,

como também em seu consultório médico.Dr. Argelino se encontrava no poder desde 1933, nomeado por três vezes

consecutivas pelo Presidente do Estado de Minas Gerais. Natural de Vassouras, RJ, tinha

Estrella do Sul como sua terra adotiva, onde vivia com sua esposa e seus filhos.Após sua morte, Dr. Lírio do Valle Brasileiro assume a prefeitura e está

providenciando a construção de um túmulo doado pelo município como reconhecimento a

esta ilustre personalidade.

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antanha Bagagem do século XIX com seu casario e arquitetura colonial entra na década de 1980 atingida pelo sopro da modernidade. O prefeito ASancho José do Nascimento Neto acompanha as obras de asfaltamento

nas principais ruas do centro da cidade. A pavimentação asfáltica está cobrindo o calçamento de pedras e a cidade está ganhando um novo aspecto.

Para a realização do trabalho, o prefeito trouxe uma empresa especializada e os moradores das ruas que recebem o empreendimento pagarão através de carnês, esse benefício, de forma parcelada.

m comemoração à Lei do Ventre

Livre, de 28 de setembro de 1871, o EMajor José Theodoro Moreira, dois

anos depois, construiu no Joaquim Antônio,

uma ponte de madeira que une as duas

partes do conglomerado, bem acima da

Pinguela dos Inocentes.Para abrilhantar a inauguração, O

Major passou carta de alforria a seus

escravos Cambinda, Floriana, Rosária,

Claudina e Adão, filho desta.Na ocasião, festejou-se com brilhantismo o Divino Espírito Santo, havendo missa

cantada, procissão, sermão, música, teatro, congados e moçambiques.A obra batizada de Ponte da Liberdade, tem um tráfego intenso e as solenes procissões

de Santa Rita e de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito cruzam por ela nas festas

religiosas.

1928 Resolvido na sessão de 25 de setembro, da Câmara Municipal, o caso “Demolição da Capella do Rosário”, conforme pedido do Exmo. e Revmo. Dom Antônio de Almeida Lustosa, bispo da Diocese de Uberaba, para ser construído o Grupo Escolar, cuja planta já se encontra em poder da Secretaria da Câmara. Também ficou resolvido que o município faça a indenização de 5:000$000 ao Bispado da Diocese.

1928 Por ato do Exmo. Presidente do Estado, datado de 23 de dezembro, foi transferido a pedido, para Alvinóplois, o Exmo. Sr. Dr. Américo Salgueiro Autran, íntegro Juiz de Direito da Comarca de Estrella do Sul, passando o cargo ao seu substituto legal, Sr. Gastão Borges. O jornal Estrella do Sul publicou em 20 de janeiro o edital do seu casamento com a senhorinha Waldete Batista de Mattos, filha do Sr. Elias Theotônio Batista.

1928 - Reuniram-se em Assembléia Geral, no dia 23 de dezembro, às 13 horas com o fim de ser organizada a Diretoria do Tiro de Guerra de Estrella do Sul, comandada pelo Sr. Tenente Raul Lincoln, Delegado do Serviço de Recrutamento.

1928 - Fundada em Estrella do Sul com o patrocínio da Egreja Presbiteriana, a Sociedade Auxiliadora de Senhoras da Egreja Presbiteriana de Estrella do Sul com a finalidade de difundir o Evangelho, promover festas caritativas, através de coletas semanais entre os irmãos e oferecer aos pobres de Estrella. A diretoria da sociedade teve como presidente, Dona Maria R. de Oliveira.

1928 Pelo Governo do Estado, foi nomeada professora para a Escola mixta de Dolearina, a Exma. Sra. Dona. Magdalena da Trindade.

1929 Em 24 de fevereiro, pela primeira vez, devidamente uniformizado, o Tiro de Guerra de Estrella do Sul, comandado pelo Tenente Raul Lincoln, entra em forma e participa de parada.

1930 É nomeado, Áureo Calheiros Leite, o primeiro prefeito de Estrella do Sul.

1932 O Decreto nº 45, de 11 de julho Cria a Guarda Cívica Municipal de Estrella do Sul, atendendo a situação anormal por que ora atravessa a nação, em conseqüência do movimento subversivo reacionário explodido em Mato Grosso e em São Paulo. Tal decreto assinado pelo Prefeito Ovídio de Resende Alvim visa resguardar a ordem e o sossego das famílias estrelassulenses.

1934 É inaugurado o Grupo Escolar Monsenhor Horta, a 12 de outubro, após acirradas disputas políticas.

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esde 1916 se encontrava em Estrella do Sul o dinâmico e polêmico Padre José Benjamim Cerqueira, vindo de Portugal, assumindo a Paróquia desta cidade. Durante todo esse período, o Padre se envolveu em atividades de toda ordem. Foi redator do Jornal Estrella do Sul, Dfoi construtor de obras como a Ponte José Gonçalves, o sobrado onde residiu, ao lado da Igreja Matriz, duas casas em estilo europeu, na

Praça da Matriz e a segunda construção da Igreja Matriz, substituindo a antiga, demolida em 1918. Em algumas dessas obras teve como assistente o seu irmão Manoel Cerqueira, que acabou voltando para Portugal.

Além das várias atividades, Padre Benjamim participou ativamente da vida pública de Estrella do Sul, exercendo grande influência sobre a política desse período. A cidade era administrada pelos presidentes de Câmara que exerciam a função de Agente Executivo Municipal, muitos deles com patentes de coronéis. A partir de 1930 surgiu o cargo de prefeito.

Com a entrada de Getúlio Vargas no comando do país, os Prefeitos são nomeados pelos presidentes de Estado. No momento, o município está sendo administrado pelo Dr. Argelino de Moraes que já reside há um tempo na cidade, no exercício da profissão de médico. E foi com este administrador que o padre teve alguns entreveros. Dado à festas, o prefeito tinha promovido alguns eventos, inclusive bailes de carnaval no salão da prefeitura, que fica na parte superior do prédio. Como havia lá um crucifixo sobre a parede, o padre proibiu tais diversões. Teimoso e para não estar em pecado, o prefeito então, retirou o crucifixo da parede e prosseguiu com as festas. Recebendo o Padre, aquele ato como afronta à sua autoridade, criou-se aí um desentendimento pessoal. Também poderia se dizer político pois o padre era de partido oposto ao do prefeito. E na cidade, o Partido Velho, do padre passou a se indispor com correligionários do Partido Novo que tinha muitos adeptos na cidade.Nesse clima de acirradas disputas, o padre Benjamim, que já não estava mais no comando do jornal da cidade, em uma das suas viagens a Belo

Horizonte, num periódico de lá escreveu um artigo violento contra a política de Estrella do Sul. Logo em seguida voltou para a cidade para presenciar a repercussão do texto. Começou aí um incidente desagradável.

Os seus opositores, o Coronel José Falleiros de Aguiar, Henrique Passos e Graciano Falleiros ajudados pelos correligionários Calimério Gonçalves Moreira, Pereirinha, Lírio do Valle Brasileiro e um tal de Onofre(baiano) se dirigiram à Praça da Matriz e foram acertar as contas com o padre que, do seu sobrado acompanhado de cinco jagunços os recebeu à balas. Não queriam fazer nada. Queriam apenas fazê-lo engolir o artigo, diziam. Travou-se assim aí um tiroteio.

Na igreja, ao lado, outro padre, O Ludovico, ensaiava um grande número de crianças para a primeira comunhão. Dentre elas estava Raimundo do Nascimento, filho de Maria José Borges (Dona Zizi). A mãe, em defesa do filho e das outras crianças arrancou a tranca, abriu a porta e tirou de lá os meninos indefesos, mandando-os para casa. Da torre da igreja, um

grupo aliado dos opositores trocava tiros com o padre.No auge do tiroteio, o corajoso Calimério Gonçalves Moreira entrou na casa com o intuito de acertar as contas com o padre. Na entrada, um

tiro que veio de dentro, arrancou uma lasca da porta e atingiu-lhe a mão que ficou sangrando. Ao subir as escadas foi barrado pela senhora Mercedes Clementina Borges, filha de Dona Joaninha e Clementino Borges que, corajosamente disse que dali ele só avançaria se passasse sobre o seu cadáver. E que também ele deveria pelo menos, respeitar os seus cabelos brancos. Tocado pela coragem e pelo apelo da distinta senhora, Calimério recuou e arrefeceu os ânimos, voltando para junto dos seus iguais. E Aderbal de Barros, irmão do Lírio, temendo pela vida da corajosa senhora, entra no sobrado, retira-a do fogo cruzado e sai para o Largo da Matriz, conduzindo-a nos braços, para longe do perigo. O padre, de sua janela continuou mandando bala. Nessa confusão toda, o jovem Lírio levou do padre um tiro na perna. Ferido foi levado para dentro da igreja em busca de socorro.

Depois de horas de tiroteio, alguns senhores ponderados intervieram no conflito e conseguiram acalmar os ânimos. Assim, os senhores Mário Moreira, Gastão Borges e o senhor Machado, funcionário da virada dos matarazo, conseguiram aplacar a revolta e convencer o padre Benjamim a partir da cidade.

Contrariado, o padre entrou no carro e partiu para Monte Carmello, onde pegou o trem de ferro com destino a Bello Horizonte. Pouco tempo depois, retornou a Estrella do Sul para conferir o saldo daquela situação e percorreu tranqüilamente as ruas da cidade, sem nenhum problema ou retaliação.

Os amigos de coração pediam insistentemente ao padre que esquecesse aquelas desavenças e perdoasse os seus inimigos, ao que ele respondia: Não pedôo, não perdôo! Quero vingança!

A última notícia que se tem é de que hoje, em 1936 o padre se encontra no Rio de Janeiro, de malas prontas para a sua terra natal, Portugal.

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prefeito Luiz Pires Galante, através da Portaria nº 30, de 10 de abril de 1956 designa os nomes dos componentes da Comissão Especial das Comemorações do Iº OCentenário de Estrêla do Sul, a ocorrer no próximo dia 30 de maio, do corrente ano,

que deve por isto ser comemorado com todo o merecido destaque, ficando assim constituída: Presidente: Padre João Maria Valim; 1º Vice-presidente: Walter Azevedo; 1º Secretário: Ve r e a d o r J o s é F a l e i r o s Machado; 2º Secretário: Geraldo Resende Cunha; 3º Secretário: Ovídio Rocha; 1º T e s o u r e i r o : Ve r e a d o r Gerônimo A. de Araújo; 2º Tesoureiro: Vereador Pedro Fernandes da S i lva ; 3 º Tesoureiro: Antônio Machado.

Juntamente com a diretoria, ainda um bom número de membros foram designados para darem suporte. São eles: Luiz Pires Galante e Osvaldo Resende Cunha, prefeito e vice, respctivamente, que já são membros natos e que se juntam a Lourival Brasil, O r f e u d e L i m a , P e d r o Gonçalves Borges, o médico Dr. Léo Afhonso Gillot, Maria Zélia Jacob, João Amaral, Osvaldo de Lima. José Francisco Nunes, Leônidas Amaral, Aderbal de Barros, Celina Azevedo, Salomão Abrão Salomão, José Silvestre de Melo, Diógenes do Amaral, Geraldo Alves de Oliveira, Valério Jorge de Oliveira, Maria Braga, João Batista Bacelar, Jamir Resende, Paulo Pereira Soares, Raimundo R. dos Santos e Irineu Fernandes da Silva. A comissão formada pela representatividade dos vários segmentos sociais que tem representantes da sede do município e dos distritos de Chapada de Minas e Grupiara, promete realizar uma festa inesquecível dada a magnitude da data do centenário da lendária Bagagem Diamantina que existe desde 1722, quando da passagem do bandeirante João Leite da Silva Ortiz. Já a Lei nº 208, de 19 de abril abre crédito especial de CR$ 50.000,00 (Cinqüenta mil cruzeiros) para garantir o brilho das festividades

m 1º de novembro de 1850, dia de Todos os Santos, foi dita a primeira missa no lugar denominado Cachoeira, num rancho que serve como residência de EFrancisco Alves Gondim, pelo Padre Manoel Dantas Barbosa, ajudado por

Antônio de Almeida. Um grande número de aventureiros vindos de todas as partes do país se aglomeraram ao longo do rio formando pequenos comércios.

Atraídos pelo brilho dos diamantes e pela riqueza fácil, esses homens se acomodam em ranchos de palha e casas de alvenaria, formando assim o arraial Diamantino da Bagagem que tem crescido assustadoramente enriquecendo muitos aventureiros.

1935 Foi fundado o TEC - Triângulo Esporte Clube.

1935 Em 8 de junho foi chamado pelo criador, o Padre Lafaiete de Godoy, deixando um grande número de pobres, seus assistidos, chorando a perda irreparável. Foi sepultado no cemitério do Colégio Regina Pacis, em Araguari.

1936 Morre a 18 de agosto, aos 60 anos, Olímpio da Silva Dâmaso, conhecido como Olímpio Bagaginha

1936 A Lei Municipal nº 21, de 26 de setembro, no governo do Dr. Argelino de Moraes concede um auxílio para construção de uma rede telephonica no município ligando à cidade de Monte Carmello.

1937 Morre Calixto Medeiros de Andrade, a 5 de julho, aos 90 anos de idade.

1937 O Alvará de Licença, nº 6, de 18 agosto assinado pelo Prefeito, Dr. Argelino de Moares, concede ao cônego Doutor José de Melo Resende, vigário desta Parochia, a necessária licença para que possa construir uma Casa Paroquial, ao lado da Igreja Matriz, desta cidade.

1937 O prefeito Dr. Argelino de Moraes, através da Lei nº 26, de 15 de janeiro concede auxílio de 10:000$000 (Dez contos de réis) para a comissão encarregada da construção da Igreja Matriz desta cidade.

1939 Foi fundado o TAC - Triângulo Atlético Clube.

1940 Morre Padre Dr. Júlio de Ras, durante as obras de construção da Igreja Matriz, vítima de morte súbita, a 28 de dezembro, com 38 anos de idade. 1945 Retornam da Itália, Orfeu de Lima e Vicente Diogo de Oliveira, filhos de Estrella do Sul, participando da 2ª Guerra Mundial.

1947 É empossado Enéas Assis Ribeiro, primeiro prefeito eleito pelo voto direto em Estrêla do Sul.

1948 Pela Lei nº. 336, de 27 de dezembro, o Distrito de Rio das Pedras, é elevado à categoria de município com a denominação de Cascalho Rico, desmembrando-se de Estrêla do Sul.

1948 Pela Lei nº 20, de 30 de outubro, o prefeito Enéas Assis Ribeiro ficou autorizado a construir um prédio para a instalação do matadouro municipal, podendo despender para o referido fim, até a importância de CR$ 70.000,00 (setenta mil cruzeiros).

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A Lei nº 732/03, de 30 de julho de 2003, assinada pelo prefeito

Dr. Haroldo José de Almeida e pelo Diretor do Departamento de

Controle Interno, Marcus Henrique de Jesus Duarte, “Declara de

Utilidade Pública a Cooperativa Garimpeira do Vale do Rio Bagagem

Ltda”; como reconhecimento à excelência desse trabalho.Para somar e dar continuidade às ações, entrou em 24 de

janeiro de 2003, em substituição a Balduíno Hélio Garcia, o garimpeiro

João Dias Moreira. Nesses 03 anos em que esteve à frente da

entidade, João deu um grande avanço na parte de documentação e

legalidade da atividade que abrange os municípios de Romaria,

Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara, cidades que situam na

extensão do Vale do Rio Bagagem.Agora em 13 de janeiro de 2006 foi empossado Aloízio Santos

Oliveira como presidente. Na sua diretoria conta com Sebastião

Gonçalves (vice-presidente), Benedito Carlos Alves e Casemiro

Eugênio Munhoz como 1º e 2º secretários e como tesoureiros, Amauri

Mendes Vieira e Juarez Vasconcelos Santos. Eles já estão com a

maior empolgação, preparando as comemorações da segunda festa

em homenagem ao Dia do Garimpeiro, que deverá acontecer no dia 5

de março, do corrente. É importante lembrar que em 1989 nasceu uma

Cooperativa, a COOGEST - Cooperativa Regional dos Garimpeiros de

Estrela do Sul, tendo como presidente, o advogado Dr. Grimoaldo

Roberto de Resende, funcionando por um período de tempo.

atividade do garimpo de diamantes em Estrela do Sul já

atravessa mais de dois séculos e pouco se tinha feito no Asentido de preservar o meio ambiente e recuperar áreas

degradadas. Constantes fiscalizações vinham ocorrendo por parte

dos órgãos governamentais ligados à proteção do meio ambiente e

do manejo sustentável da atividade.Na busca de soluções para o

grave problema que ameaçava acabar de vez com a atividade, o que

geraria um caos social no município, em virtude do desemprego de

mais de 500 famílias que têm nessa atividade a sua única forma de

sustento, várias ações foram agilizadas nesse sentido.O Promotor de Justiça, Dr. André Luís Alves de Melo,

preocupado com a proteção do meio ambiente, mas sensível à

realidade cultural e social, se tornou um parceiro na exigência de se

trabalhar a atividade de forma sustentável, ou seja, em harmonia

total com a natureza. Assim exigiu que se regulamentasse a

atividade de forma organizada, formando o mais rápido possível uma

cooperativa garimpeira no muncípio. A pasta do meio ambiente na época estava com o professor Mário

Lúcio Rosa que em pouco tempo reuniu os garimpeiros e em

Assembléia Geral, a 21 de outubro de 2001, aprovou os estatutos e

formou os conselhos administrativo e fiscal. No mesmo mês, em 28,

já estava em outra Assembléia Geral, constituída a COOGAVARB

Cooperativa Garimpeira do Vale do Rio Bagagem - Ltda, formada por

22 garimpeiros, os fundadores. Na mesma Assembléia foi eleito

Paulo Henrique Ramalho Hasimyan, o primeiro presidente, tendo

como vice, o garimpeiro Balduíno Hélio Garcia, que o sucedeu 08

meses depois.Legalizada a atividade, providenciada a documentação, os

garimpeiros recorreram à Cooperativa para se associarem e

providenciar as suas carteirinhas para, a partir daí, trabalharem

dentro das normas ambientais e saírem da clandestinidade. O Ministério Público continuou dando orientações eIndicando o

caminho das pedras para que a atividade prosseguisse dentro da

normalidade. O prefeito Dr. Haroldo José de Almeida, entendendo

que a atividade é fonte de sobrevivência e que, a partir de então,

caminhava de forma correta, prosseguiu com o apoio de Prefeitura

para a manutenção da entidade.

prefeito de Estrêla do Sul, Dr. José Luciano Neto se apressa

na conclusão dos trabalhos do prédio do Posto de Saúde que Odeverá ser inaugurado ainda neste ano de 1952. Já em estágio

avançado das obras, o prefeito já escolheu para a chefia da referida

unidade, o conceituado médico, Dr. Sílvio França, uma escolha muito

feliz aos olhos da comunidade que já o estima.A pressa do prefeito em inaugurar a obra se dá pelo fato de

estar à espera do ilustre Governador das Alterosas, o Dr. Juscelino

Kubitschek de Oliveira que virá abrilhantar a inauguração, obra essa

que foi uma promessa sua e que fora cumprida em atenção que dedica

ao município. Na ocasião, junto da sua comitiva virá também o

Deputado Lourival Brasil Filho que tem buscando constantes

melhorias para a cidade de Estrêla do Sul e Triângulo Mineiro.

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á 32 anos, se casava

d o n a H i l d a Á v i l a HBacelar, indo morar no

bairro Bagaginha, às margens

do caudaloso Rio Bagagem que

n a é p o c a d a v a g r a n d e

quantidade de diamantes. Dois

meses após o casamento,

estando lavando roupas no dito

rio, escorregou-lhe pelos dedos

a grossa aliança de casamento.

Foi uma perda irreparável para a

j ovem esposa que ca iu

adoentada de pesar. Depois de

várias tentativas anos a fio à

procura da tal aliança, o esposo Wiss Kraw Bacelar decidiu comprar outra para suprir à falta

daquela e conformar a recém casada, dona Hilda. Sucessivas enchentes reviraram o rio, ao

longo dos anos, inclusive a de 1983 que arrasou a cidade, levando inclusive a casa onde o casal

iniciou a vida conjugal.No período da seca quando as águas do rio baixam, os garimpeiros retiram dele

cascalho utilizando alavanca, sacos de pano e peneiras para a apuração de diamantes, num

processo chamado “golfo”. Ignorando a história que importunou o coração de dona Hilda, há 32

anos, os golfeiros Márcio Donizete de Almeida e João da Cruz, em 7 de outubro de 1993, no

mesmo local, croaram no piquete uma aliança de ouro pesando mais ou menos uns seis

gramas. Pelo tamanho, entenderam ser de uma mulher. Dentro vinha gravado o nome “Wiss

Kraw”. Como na cidade só existe um homem com tal nome, a aliança foi devolvida à legítima

dona, professora e funcionária pública que não cabe em si de felicidade.

m quadro triste foi a partida dos 109 homens que se apresentaram como voluntários e se alistaram para defender o Brasil na Guerra do Paraguai, no ano de 1865. Em julho, na Upraça principal da cidade da Bagagem, familiares, amigos e namoradas entregaram a

Deus a sorte daqueles valorosos guerreiros, prevendo muitos que aquele seria o último adeus.O mau logro realmente foi uma previsão. Apenas seis retornaram dos combates, no

ano de 1870: Joaquim Rodrigues Lopes, Aristides Brasileiro Rocha, Antônio Venceslau da Silva, Hermenegildo de Souza Lopes, José da Silva Braga e Calixto Medeiros de Andrade, que apesar do luto e das perdas irreparáveis de grande parte da população, foram recebidos e aclamados como heróis nacionais.

O que impressionou a todos foi a narrativa do jovem Calixto, que aos 17 anos se ofereceu como voluntário e deixou ao país um exemplo de bravura e heroísmo, sendo após a dissolvição da tropa em Villa Rica, em 02 de março de 1870, condecorado pela Sua Majestade, o Imperador, com a medalha de ouro, passando a compor o rol dos valorosos Voluntários da Pátria.

Calixto escapou milagrosamente das forças inimigas e sobreviveu à cólera morbus, sendo um dos poucos sobreviventes dentre os 122 soldados abandonados pelos companheiros no trágico episódio da Retirada da Laguna.

O jovem que se encontra em perfeita saúde e plena lucidez dos sentidos, após ter participado dos principais combates, é filho de Eusébio Medeiros de Andrade e Furtuosa Maria de Medeiros, ambos de Paracatu. Desde os dois anos de idade vive na Bagagem com seu tio e padrinho, Antônio Medeiros de Souza, que o adotou.A Bagagem foi a localidade de Minas que o maior número de voluntários deu à Guerra do Paraguai e ajudou a escrever um pedaço da História do Brasil

1948 A Lei nº 17, de 18 de outubro cria o novo Código de Posturas do Município. A Lei foi decretada e promulgada pela Câmara Municipal que tem como presidente Antenor Jacob Penaforte.

1952 Em 2 de agosto é fundado o Clube ARDAE, por José Francisco Nunes.

1952 Nos dias 17,18,19 e 20 de julho foi realizado em Estrêla do Sul, o 10º Congresso Vicentino Diocesano, presidido por Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, nosso amado Bispo Diocesano.

1953 Pela Lei nº. 1.039, de 12 de dezembro, foi criado o Distrito de Chapada de Minas, com território desmembrado do Distrito de Grupiara.

1956 É comemorado o 1º Centenário de Estrêla do Sul, com grande festa, a 30 de maio.

1958 Chega em Estrêla do Sul e fixa residência em 8 de abril, o jovem médico, Dr. Amaury Ferreira da Silva, recém-formado pela Universidade de Minas Gerais, acatando sugestão do amigo, Dr. Gustavo Teixeira Lages, Promotor de Justiça da Comarca e atendendo a pedido dos senhores Osvaldo Guimarães, Francisco de Vasconcelos e Lourival Brasil Filho.

1958 O prefeito Luiz Pires Galante, em decreto de 25 de junho, declara de utilidade pública a Fundação Cultural Estrelassulense com sede nesta cidade que, tem por finalidade trabalhar pela difusão cultural, em especial o Ginásio Estrêla do Sul, sediado nesta cidade.

1958 A Lei nº 253, de 31 de agosto concede ao Dr. Sebastião Paes de Almeida, o título de Cidadão Benemérito e de grande amigo de Estrêla do Sul, como modesta e sincera homenagem do povo do município, pelos relevantes serviços que tem prestado à coletividade e, especialmente à sua querida terra natal.

1959 A 11 de setembro é inaugurada a agência do Banco do Brasil trazida por Sebastião Paes de Almeida.

1959 Na Praça da Matriz, em 11 de setembro foi inaugurado o conjunto de casas populares com as presenças do Ministro Dr. Sebastião Paes de Almeida e convidados. O conjunto foi construído pela Fundação da Casa Popular

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inguém sabe ao certo de onde veio, como veio ou quando veio. Calculam-se ter ela chegado há uns trinta e poucos Nanos. O que se sabe ao certo é que um dia, uma figurinha

estranha, baixinha sorriso espontâneo e atrapalhada da cabeça parou na cidade. Intrigava a todos o fato de transportar gravetos e dormir nas cinzas.

Ela se dizia chamar Rita Afonso e escrevia Rita Maria. Falava também ter cursado o 4º ano primário. Uns diziam ter ela vindo de Goiás, Patos de Minas, outros, de ter sido deixada por um caminhão de pedintes com destino a Água Suja e, ainda ter sido cuidadosa mãe de família e exemplar dona-de-casa, abandonada pelo marido, ficando insana.

A doidinha falava muito, defendia a alimentação em todas as casas, odiava soldados, fumava, bebia pinga e satirizava os que não gostavam de tomar banho assiduamente como ela. Vivia o sol, a lua, a noite e o dia.

Com o tempo, cessaram os questionamentos em torno do fato e surgiu o amor em torno do nome. Estrela do Sul a adotou como uma criança e carinhosamente a chamou de Ritinha. Sua imagem foi imortalizada em tela e virou personagem viva em clipe de documentário histórico da cidade. Transformou-se em história, personagem da vida vivida.

Hoje, com uma identidade arranjada, morando no asilo de

velhinhos, troca as cinzas por um quarto montado em alvenaria. Nas paredes, com carvão, rabiscou desenhos diversos, incluindo um grande números de bonecos, analisados por supostos entendidos, serem Vicente e Maria das Graças, os filhos que desde a sua chegada, insistia em tê-los.

No dia 26 de setembro de 1991, às quatro horas da tarde, um grande séquito, aos sons de sinos e ave-maria, emitidos da torre da igreja matriz, conduziu o corpo de Rita Francisca Tavares, vítima de um câncer, à sua última morada, aos setenta e seis anos de idade.

ona Anna Jacintha de São José moradora da cidade há várias décadas, quando deixou Araxá, tem uma vida dedicada e Datuante junto à sociedade Bagageira.Entre a sua casa e a da filha Joana, casada com o líder político,

Clementino Martins Borges está a Ponte da Beija, nome atribuído em sua homenagem.

A ponte do mais freqüente trânsito esteve em situação periclitante ameaçando o trânsito dos usuários. Para a solução do problema, Dona Anna Jacintha empregou seus maiores esforços. Usando do seu prestígio, de posse do orçamento na ordem de 1 conto e 500 mil réis, mobilizou a sociedade em campanha e conseguiu 677 mil e 880 réis. Não sendo o suficiente e já com a idéia propagada, Dona Anna decidiu por conta própria arcar com os custos e concluir a obra, que no mês de Maria, poude a solene procissão de Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da cidade, passar por ela com toda segurança.

Não podendo oferecer ao bem público o valor gasto na obra, a benfeitora entra com uma petição na Câmara Municipal da Cidade da Bagagem, em 14 de julho de 1871. Aprovada pelos vereadores, a diferença de 495 mil e 680 réis foi paga em três, parcelas, concluindo em 25 de setembro de 1873, cujo recibo foi assinado a seu rogo pela neta Mercês Clementina do Amor Divino.

pedra de Casimiro de Morais, de 254,5 quilates encontrada em 2 de março de 1853 por uma escrava, Asobre um monte de cascalho foi entregue ao Dr.

Bernardo de Melo Franco que vendeu a no Rio de Janeiro, a um Judeu, por 305 contos de réis. Agora, depois de lapidada em Amsterdã e ter figurado na Exposição Universal de Paris em 1859 e em bailes e teatros foi batizada na Europa com o nome de Estrella do Sul.

O dono da pedra, o senhor Casimiro galgou posição

de destaque na sociedade bagageira, sendo agraciado pelo

povo com o título de Barão da Bagagem. Finalmente morreu

pobre deixando à família poucos bens de fortuna.

Ritinha - Pintura de Marcondes Dias da Silva

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ovida pelo desespero de um amor não correspondido, a infeliz Anna Petronilha do

Espírito Santo se joga nas águas furiosas do Rio Bagagem, culminando com a Mmorte, no dia 4 de outubro de 1875, causando comoção geral na população. Dias

depois, vestida de noiva, a moça

foi encontrada boiando num

remanso bem abaixo da

Cachoeira do Padre Modesto. A

infeliz deixou numa folha

escrita a sua despedida em que

acusa Manuel Lino da Trindade

Júnior como causador da sua

desdita. Junto com a carta veio

um poema intitulado “Amor de

Perdição”, recomendando a

Alamy Delascar para pedir a

Luiz Baracho de Aguiar que

ponha música no poema e cante

na janela de Manuel. Não se

sabe se a letra foi cantada, nem se o papel chegou às mãos do jovem. O que se sabe é que cópias

da carta foram reproduzidas em série, e o tal Manuel, incomodado com o trágico

acontecimento se mudou para terras goianas. Atitudes de suicídio como a de Anna têm se

tornando comuns no Brasil e na Europa, influenciadas pelo “Mal do Século”, que vem

atingindo muitos dos nossos poetas e escritores.

contecerá no dia 17 de março a grande inauguração do Cine Paes de Almeida

acompanhada de uma grande festa. Já confirmou presença o ilustre benfeitor e Aconterrâneo, o Dr. Sebastião Paes de Almeida, que doou o imóvel totalmente

instalado para o pleno funcionamento. O prefeito Osvaldo Resende Cunha, através do

Decreto nº 37,de 1962 brindou a população com um feriado para que todos possam

prestigiar o evento e agradecer ao benfeitor com suas presenças. O Dr. Sebastião que é um grande empresário na capital paulista já tem feito muito

pela nossa cidade. O hospital moderno e confortável que fica no Joaquim Antônio foi

doação sua. A agência do Banco do Brasil é hoje uma realidade graças ao seu prestígio

como Ministro da Fazenda do governo JK. Já se falam na construção de um templo que

deverá substituir a antanha

Capela de Santa Rita, o qual

s e g u i r á o s p a d r õ e s

modernos da arquitetura

quem vêm ganhando campo

nos grandes centros. O atual cinema terá sua

renda revertida em favor do

Hospital Sebastião Paes de

Almeida e virá substituir o

ant igo Cine A lhambra

desativado há um bom

tempo.

1960 Em cumprimento à promessa de Terezinha Maria de Jesus, em conseqüência de uma gravidez arriscada, Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira do município de Estrêla do Sul, se tornou madrinha de batismo de Varner Gonçalves Borges, em 27 de novembro, juntamente com Jacó Penaforte, o padrinho. O sacramento foi ministrado na Igreja Matriz, pelo Padre Ozires Vaz.

1961 Pelo Alvará de Licença nº 342, de 20 de dezembro assinado pelo prefeito Osvaldo Resende Cunha, fica concedida a Igreja Presbiteriana de Estrêla do Sul, representada pelo Evangelista Aquino Cezar Lima, a necessária licença para construir um templo evengélico na sede do Distrito de Santa Rita da Estrêla, em terreno localizado à Praça Virgilino da Mota Leite.

1961 Osvaldo Resende Cunha, em 22 de janeiro, inicia campanha colhendo donativos destinados à instalação e funcionamento do Ginásio Estrêla do Sul que tem como diretor, Dr. Abel Machado de Miranda.

1961 Decretada a Declaração de Utilidade Pública ao Asilo São Vicente de Paulo, em Estrêla do Sul, no dia 19 de maio, pelo prefeito Osvaldo Resende Cunha, sob nº 35.

1962 Decretado pela primeira vez no município, o DIA 19 DE SETEMBRO como o DIA DA CIDADE, pelo prefeito, Sr. Osvaldo Resende Cunha, em decreto de nº 41, de 18 setembro, do corrente ano.

1962 A 30 de dezembro, pela Lei nº. 2.764 é criado o município de Grupiara, instalado a 1º de março de 1963, sendo desmembrado de Estrêla do Sul.

1963 Pelo prefeito municipal Luiz Pires Galante é decretado pela primeira vez o dia de 19 de setembro, do ano em curso, como feriado municipal, em homenagem ao transcurso da Elevação da Villa da Bagagem à Categoria de Cidade.

1964 A partir de 10 de novembro, pela Resolução nº 03, toda sessão da Câmara ,seja ela ordinária, ou extraordinária, deverá o presidente iniciar com a expressão: “Em nome de Deus, havendo número legal, declaro aberta a sessão”.

1965 O ginásio Estrêla do Sul, criado em 1959, vira Colégio Estadual Robert Kennedy, em 4 de maio.

1965 Por Dom Almir Marques Ferreira, Bispo da Diocese, é benta em 22 de maio, a Igreja de Santa Rita, doada pelo Dr. Sebastião Paes de Almeida.

1967 É inaugurada em Estrêla do Sul, a luz elétrica gerada pela CEMIG, no governo de José Coelho de Resende, recém-empossado.

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esde 1856, quando foi criada a Villa, a Bagagem recebeu autonomia administrativa e, a partir daí passou a

ter os seus dirigentes. Como não havia prefeitura, a Câmara administrava a cidade através de seus Dpresidentes que assumiam a função de Agente Executivo Municipal. Assim foi até 1930 com a entrada de

Getúlio Vargas no poder.Com a implantação da ditadura, com a chamada “Era Vargas” foi criado o cargo de prefeito. Nesse período

que durou até 1945, todos os prefeitos eram nomeados. Cada Estado, através de seus presidentes, decidia quem

iria para qual município. A maioria desses nomeados não conheciam o lugar para onde eram enviados. Muitos deles

tinham duração curta na cidade porque eram recolhidos em curto espaço

de tempo.O primeiro desses nomeados foi o Dr. Áureo Calheiros Leite que

tomou posse em 1930 sendo substituído um ano depois por Dr. Osvaldo

de Sellos Rocha. Em 1932 veio Dr. Ovídio Rezende Alvim, seguido por

um médico residente na cidade, no ano seguinte. Como era comum a falta

de médicos e os nomeados poucos se adaptavam aos municípios, o

presidente do Estado de Minas Gerais achou uma solução prática: nomear

Dr. Argelino de Moraes, um jovem médico que viera da cidade de

Vassouras, no Rio de Janeiro e já se encontrava há um bom tempo na

cidade. Como a tática deu certo, por três vezes consecutivas, o médico foi

nomeado permanecendo no cargo até 1942, quando faleceu

prematuramente, aos 43 anos, no dia 21 de novembro. A consternação foi

geral.Para suprir a lacuna de Argelino foi nomeado o estrelassulense Dr.

Lírio do Valle Brasileiro, homem dotado de capacidade e inteligência,

que ficou até 1946.Nesse tempo, terminada a “Era Vargas”, todo país se mobilizava

para a realização de eleições diretas. Em Estrela do Sul houve em certo

atraso e o ano de 1947 foi de transição. Dois cidadãos governaram o

município: Dr. João de Luna Magalhães e Melchíades José Lisboa. Este último veio para a cidade exercer o

cargo de coletor e virou prefeito.Ainda em 1947 foi realizada uma eleição e o Sr. Enéas Assis Ribeiro ficou registrado no anais como o

primeiro prefeito de Estrela do Sul, eleito pelo voto direto, passando, a partir dessa data, prevalecer a vontade

popular, que escolhia na própria cidade os seus representantes.Depois do Enéas, em 1951 veio o Dr. José Luciano Neto, sucedido por Luiz Pires Galante, o Luizinho, em

1955. Foi ele o prefeito do Centenário. De 1959 a 1962 veio Osvaldo Resende Cunha, o Osvaldinho, que devolveu

para o Luiz Pires Galante que ficou até 1966.A partir daí tornou-se comum prefeito sair e voltar e até continuar. José Coelho de Resende teve dois

mandatos. Um que foi de 1967 a 1970 e outro de 1973 a 1976. No meio veio um “mandato tampão”, um curto

período de 02 anos em que entrou Francisco de Vasconcelos.Já o Sancho José do Nascimento Neto teve 03 mandatos. O primeiro de 1977 a 1982 e o segundo de 1989

a 1992, tendo nesse intervalo Marcelo Fernandes da Silva, num mandato de 06 anos que foi de 1983 a 1988. Foi

nesse período que a inesquecível enchente arrasou a cidade levando as suas duas pontes históricas. Sancho

voltou para o seu terceiro mandato de 1997 a 2000.Entre os que se repetem também está Dr. Haroldo José de Almeida. Entre os dois últimos mandatos do

Sancho se elegeu pela primeira vez em 1992, governando de 1993 a 1996. depois voltou de 2001 a 2004.Partindo para a reeleição continua já pela 3ª vez no atual mandato que expira em 2008. É ele o prefeito do

Sesquicentenário de Estrela do Sul.

Melchíades José Lisboa

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udo começou em 1928 quando a antanha Capela de Nossa Senhora do Rosário, da

Cachoeira, sob protestos da população foi demolida, no antigo Largo do Rosário para Ta construção do Grupo Escolar Monsenhor Horta, inaugurado em 1934. A Câmara

Municipal esteve de acordo. A Resolução nº 1, de 11 de outubro de 1928 “autoriza o Agente

Executivo Municipal a desapropriar o terreno e a construção da Capela do Rosário, na praça

do mesmo nome para a

construção do Grupo

Escolar”. Vinte anos depois, o

dinâmico Padre João

Maria Valim, que ficou

marcado na história

como o construtor de

igrejas e o padre que mais

pedia doações, iniciou

uma campanha para a

construção de um templo

d e d i c a d o a N o s s a

Senhora de Fátima. De

início, o prefeito Enéas

Assis Ribeiro, através da

Lei nº 16, de 10 de julho

de 1948, “ concede auxílio para construção de uma capela consagrada a Nossa Senhora de

Fátima”, em crédito especial no valor de CR$ 4.000,00 (Quatro mil cruzeiros). A obra iniciada em 04 de abril de 1951 foi benta em 20 de julho de 1952 e terminada em 08

de dezembro de 1954. Os trabalhos da construção ficaram sob a responsabilidade do mestre-de-obras José

Manoel de Jesus, o Zé Duca, que já construiu várias obras em Estrêla do Sul e região. As placas de inauguração, em mármore escuro que ficam afixadas nas laterais da porta

principal trazem homenagem respeitosa ao Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Dom Alexandre

Gonçalves do Amaral e dão destaque ao ANO SANTO MARIANO, e 1º Centenário da

Criação da Paróquia de Estrêla do Sul, fato ocorrido em 27 de abril de 1854, pela Lei nº

667, quando ainda pertencíamos ao Bispado de Goiás.

simples e charmosa capelinha da Imaculada Conceição, no morro da ABagaginha, poderá receber os devotos

com mais conforto nos dias de novena e da festa que acontecerão de 29 de novembro a 8 de dezembro de 1987.

A íngreme escalada do morro que conduz os fiéis aos pés da santa recebeu uma escadaria de cimento de mais de 80 degraus proporcionando conforto e segurança aos devotos. Como a festa acontece sempre em período chuvoso, era uma verdadeira maratona, subir ou descer aquele trajeto escorregadio e perigoso.

A obra já concluída foi uma resposta ao povo daquele bairro e da cidade que clamava por esse privilégio, agora atendido pelo prefeito municipal Marcelo Fernandes da Silva.

1967 Juntamente com a luz elétrica chega a torre de televisão, na cidade, com um número reduzido de televisores. A novidade gerou empolgação. O sinal foi gerado pela TV Triângulo, canal 08, de Uberlândia.

1967 João Batista Bacelar, agente estatístico do IBGE, funda a Rádio Estrêla do Sul promovendo a comunicação na comunidade estrelassulense.

1967 De número 2, a última portaria do prefeito Luiz Pires Galante, de 27 de janeiro de 1967, nomeia uma comissão de 03 membros para promover e construir a torre e instalação de repetidora para televisão no município de Estrêla do Sul. A comissão formada por Licurgo Soares Lacerda, Jaime Muniz de Resende e Maria Ofélia de Lima Galante recebeu plena autoridade para movimentar a conta especial existente no Banco do Brasil S/A, nesta cidade, bem como assinar os cheques. Ainda a dita comissão deverá prestar contas ao Prefeito Municipal de Estrêla do Sul, José Coelho de Resende.

1968 Morre em 24 de março, na cidade de São Paulo, aos 78 anos de idade, o poeta e jornalista Robespierre de Mello, filho do advogado e Deputado Estadual Mineiro, Desidério Ferreira de Mello.

1968 O Alvará nº 157, de 31 de outubro assinado pelo prefeito José Coelho de Resende, concede à Companhia Telefônica Araguarina, com sede em Araguari, licença para construir em Estrêla do Sul, um prédio com 118,51 metros quadrados, destinado à montagem de sua Central Telefônica e residência do encarregado. A taxa não foi cobrada por ser uma obra de interesse do município

1970 É eleito Francisco de Vasconcelos para prefeito, num “mandato tampão”, governando o município por dois anos.

1970 Eleita pelo voto direto, Eliane Penaforte, a primeira mulher a atuar na vida pública, como vereadora pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional), na chapa do prefeito Francisco de Vasconcelos.

1970 Pelos professores Yermak Slywitch e professor Orlando de Araújo Rocha é apresentada a Bandeira do Colégio Estadual Robert Kennedy, em 15 de maio, seguida de sua descrição heráldica, tendo diretora da instituição Luíza Helena Galante.

1971 Foram roubadas as imagens de Nossa Senhora da Conceição, na capela da Bagaginha e Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, na capela dos ditos santos, em Santa Rita da Estrela, devolvidas depois com grande festa religiosa. O ladrão Vitor Hugo Rosa foi preso em Belo Horizonte.

1971 Pelo Decreto nº 15/71, o prefeito Francisco de Vasconcelos constitui comissão municipal do MOBRAL Movimento Bras i le i ro de Alfabetização, em Estrela do Sul e Cria Fundo Especial para Alfabetização. Também aprova regulamento da citada comissão.

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m 14 de novembro de 1970 chegou à cidade o policial (Recruta Mobilizado) Avenir Alves Barbosa cheio de vontade de

servir à terra natal de sua esposa Valdeni Medeiros, quando trouxe duas crianças: Adriana Françoise e Charlton EHeston. Muito ativo e dinâmico, Avenir buscou o aval da Juíza de Direito da Comarca, Dra. Conceição Aparecida Avelar

de Pinho Simões, da Promotora de Justiça, Dra. Waldir Rolim e do prefeito Francisco de Vasconcelos. E, a 31 de março de

1971, ocasião da comemoração da Revolução de 1964, foi criado o GRUPO DE ESCOTEIROS DE ESTRELA DO SUL, com

28 meninos. O projeto do policial buscava sanar uma questão social da cidade. Crianças com problemas familiares e que viviam fora das

salas de aula foram incorporadas e a escola era parceira na informação do rendimento dos alunos e da sua freqüência,

exigências para a participação e continuação deles no Projeto. O interessante é que dava resultados positivos. Em campanha junto ao prefeito, Avenir conseguiu calçados e tecidos. Dona Valdeni, em apoio à iniciativa do marido,

voluntariamente costurou o uniforme. Na época era um entra- e-sai na casa do policial, de meninos tirando medidas e

provando roupas. Era um sucesso, quando a meninada, galantemente vestida e em forma, desfilava pelas ruas da cidade. Como o projeto era

para atender “menino-problemas” e , os “não-problemas”, queriam que queriam, fazer parte do grupo, Avenir, sob “pressão

emocional” das outras crianças e do seus pais, se viu obrigado a abrir exceção para os outros, desde que os pais oferecessem

os uniformes. Os escoteiros participavam de aventuras nas matas, em lugares difíceis e tinham missões diversas a cumprir. Dentre as

atividades, incluía a guarda em locais públicos, inclusive

na rodoviária, nos horários de ônibus e no Cine Paes de

Almeida quando os filmes vinham com censura, no sentido

de coibir a entrada de menores de idade. Outro fato

interessante era que a diretora do Grupo Escolar

Monsenhor Horta pediu para que os alunos escoteiros

freqüentassem as aulas fardados como forma de dar

exemplo aos colegas e ainda auxiliar na disciplina,

principalmente na hora do recreio. Mais de um ano depois, no auge do projeto, Avenir foi

aprovado no curso de Cabo da PM, mudou de cidade, indo

para Patos de Minas e passou o comando para o policial

José Fernando de Alcântara que dirigiu o grupo por um

tempo. Uma das passagens marcantes dessa efêmera

corporação foi a chegada do Fogo Simbólico da Pátria, em

8 de agosto de 1972, em comemoração do

Sesquicentenário da Independência do Brasil. A guarda da

tocha ficou a cargo do Grupo de Escoteiros que em, vigília, passou parte da noite em frente a Capela de Nossa Senhora de

Fátima. Na ocasião, dentre os inúmeros discursos oficiais, em nome do Grupo de Escoteiros falou Almir Antônio Rosa,

escolhido pelo comandante Alcântara. A concorrência na cidade para o ingresso no grupo era tão grande, que tinha uma imensa lista de espera de outros

meninos, aguardando o primeiro vacilo de um dos integrantes para, receber deles a farda ou o posto e ser mais um dos

imponentes e valorosos guardas que tão bem protegiam e defendiam a Pátria Estrelassulense. Em junho de 1973, o policial Alcântara foi recolhido pelo 15º Batalhão de Polícia Militar, indo morar em Patos de Minas.

Sem liderança para a condução dos trabalhos, acabou por encerrar a Gloriosa Corporação dos Escoteiros de Estrela do Sul. Dentre os meninos, tentaremos buscar pela memória, alguns nomes: Almir Antônio Rosa, Jesus (Zuis), Antônio Eustáquio

Vieira (Antônio Prefeito), Darci Aparecido Rosa, Alvacir Alves Ferreira (Bacia) , Clodomiro Ramos Jacob (Clodó), Mauro Lúcio

Dias Resende, Afrânio Alves Ferreira, Júlio César de Souza, Cláudio Amir Ramos, Varner Gonçalves Borges, João Batista

Soares, Lineu José Ferreira Júnior (Leu), José Eustáquio Martins, Abadio (do Asilo), Ézio Carlos Coelho Dias, Luiz Otávio de

Oliveira (Guita), José Carlos Santiago (Tachau), Pedro Divino Rosa, Jaime (Tita do Luciano), César Henrique Amaral Dias e

Mário Lúcio Rosa. Hoje, o fundador, 35 anos depois, mora em Cascalho Rico. Já reformado pela Polícia Militar de Minas Gerais, atuando no

Legislativo Municipal, está sendo chamado de Vereador Sargento Avenir. “O que nos alegra muito é que hoje podemos ver

homens com grande responsabilidade, que foram escoteiros e contam com orgulho de terem sido um dos integrantes do

Grupo de Escoteiros” - declara Avenir.

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lei nº 40, de 24 de fevereiro de 1949, sancionada pelo prefeito Enéas Assis Ribeiro fixou os limites das zonas urbanas e suburbanas do Distrito de Santa Rita da Estrêla. APara maior esclarecimento aos munícipes transcrevemos na íntegra a dita Lei.

ZONA URBANA tomando como ponto de partida a Ponte da “Liberdade”, sobe pela rua do mesmo nome até encontrar a Rua Direita a, por esta afora, até a Praça da Conceição; desce pela Rua da “Ladeira”, vai até a Rua Santa Rita e seguindo a RuaDireita, prossegue até encontrar o Córrego Grande; daí retrocedendo, segue pela Rua Santa Rita até a Praça do Mercado e contornando esta, pela direita, entra na Rua do “Corguinho” até à sua ponte. Voltando pelo Beco do “Joaquinzinho” alcança a Praça de Santa Rita, contorna a Igreja Matriz

pela direita, e desce pela Rua da “Ladeira” até à Ponte da Liberdade. ZONA SUBURBANA Partindo da esquina da Rua do Quente, por ela desce até a antiga Ponte dos Rates atravessa o rio Bagagem e segue pela estrada do bêco do Piemonte e por este , beirando um vale, passa pelos fundos da Igreja do Rosário e desce em rumo ao Rio Bagagem, novamente o atravessa, subindo em rumo aos fundos do cemitério novo; atravessa a estrada que vai para a sede do distrito da cidade e continua em direção ao Barro Preto; daí desce até alcançar o Córrego Grande, continuando em rumo ao “Quente”, ponto de partida destas divisas.

praça Getúlio Vargas, criada no governo de Dr. Argelino de Moraes por um paisagista de Belo Horizonte, com a beleza do seu traçado, arborização e flores que Aencantam a todos que a visitam, ganhou agora um charme especial. O pedreiro José

Sebastião Cerqueira, filho do português Manoel Cerqueira, e sobrinho do Padre Benjamim Cerqueira, ambos construtores, herdou o ofício e o talento deles e agora veio adornar a nossa principal praça. Todo o traçado da praça foi totalmente revestido de pedras portuguesas com desenhos de apurado bom gosto. As pedras brancas, pretas e rosas, cuidadosamente quebradas em pequenos cubos formaram um mosaico com desenhos criativos e bem elaborados. São círculos, retas, curvas, estrelas, e linhas sinuosas de forma equilibrada que compõem os desenhos artísticos da nova praça. As pedras foram retiradas dentro do nosso município e quebradas no local pelas mãos hábeis do pedreiro José

Augusto, conhecido como José Güelão e assentadas pelo pedreiro Gastão de Souza, trabalho este supervisionado pelo próprio José Sebastião, dono do projeto. Num dos pontos, bem na esquina com a praça Dr. Argelino, o artista assinou a sua obra com as iniciais JSC e ainda quis homenagear com LPG, o seu prefeito, o senhor Luiz Pires Galante, no final do seu mandato, em 1958. O trabalho de muito bom gosto caiu no agrado geral e é hoje um dos cartões de visita de Estrêla do Sul.

1972 Em 10 de janeiro, o jardineiro Alfredo Naves Borges planta as palmeiras imperiais, na Praça Getúlio Vargas, na administração do prefeito Chico Vasconcelos.

1972 A 15 de novembro é eleito pela segunda vez, José Coelho de Resende, como prefeito de Estrela do Sul, pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional).

1972 A 30 de dezembro, na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Araguari, aconteceu a ordenação sacerdotal de Padre Edvaldo Camargos de Souza, filho de Estrela do Sul formado pelo Seminário Maior São José, de Mariana-MG.

1972 No governo do prefeito Francisco de Vasconcelos, no ano do Sesquicentenário da Independência do Brasil, foi inaugurada a eletrificação da Avenida Manoel Coelho de Resende que liga a sede do município ao Distrito de Santa Rita da Estrela. Nesse mesmo ano foi inaugurada a Praça da Matriz e o calçamento com broquetes.

1973 Pelo Alvará de Licença nº 43/73,, de 17 de agosto fica concedido a ORGANIZAÇÃO DOS BATISTAS DO BRASIL, licença para construírem em terreno pertencente a Prefeitura Municipal, um Templo Evangélico Batista, assinado pelo prefeito José Coelho de Resende. O Alvará de Habite-se saiu em 1978, son nº 126/78, assinado pelo prefeito Sancho José do Nascimento Neto.

1973 Morre em Araguari o Sr. Enéas Assis Ribeiro, 1º prefeito eleito pelo voto direto em Estrela do Sul, em 13 de novembro.

1975 O Colégio Robert Kennedy passa a funcionar em sede própria, na Rua Professor Bastos, 164, no governo de José Coelho de Resende, dirigido por Luíza Helena Galante.

1975 O prefeito José Coelho de Resende decreta feriado municipal, o dia 3 de março para a inauguração do prédio do Colégio Estadual Robert Kennedy que terá como convidado, o ilustre Governador do Estado de Minas Gerais. No referido Decreto nº 04/75, considera também que sua Excelência, o Governador, na ocasião, virá inaugurar a Rodovia Raulino Cota Pacheco.

1975 Morreu a 19 de novembro, no Rio de Janeiro, o estrelassulense Sebastião Paes de Almeida.

1976 É eleito prefeito, Sancho José do Nascimento Neto, em 15 de novembro, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), com João Mendes Vieira como vice.

1977 Retorna depois de muitos anos o Jornal Estrela, com o slogam “ A Caminho de Um Lugar na Constelação”, em 15 de junho, tendo como diretor-redator, Jaime Muniz de Resende, em continuidade ao trabalho de Ivo Brasil, seu fundador, na década de 50, falecido recentemente em 9 de junho.

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m caso curioso aconteceu no Bairro Bagaginha no ano de 1954, conforme nos conta Placedina Costa de USouza, neta de Firmina Alves de Jesus. Firmina,

moradora da última casa da rua Olímpio Bagaginha, com 84 anos, teve a vida inteira dedicada à profissão de parteira. Já no fim da vida, doente, se dedicava mais à sua saúde, aos cuidados da filha Genoveva de Jesus, mais conhecida com Genu.

Dada a confiança que inspirava nas parturientes, mesmo frágil e com a saúde debilitada, ainda assim tinha aquelas que a procuravam. Maria Abadia, moradora do Bairro Mato Grosso, em trabalho de parto, pediu ao marido que chamasse dona Firmina para ampará-la naquele momento difícil. Ao procurá-la o marido foi surpreendido pela negativa da filha de que sua mãe não poderia atendê-la porque estava no leito de morte, aguardando a qualquer momento o seu desenlace.

Preocupado com o estado da mulher, o marido retorna às pressas ao seu lar a fim de acalmar a companheira e ir buscar outra parteira em algum canto da cidade, sendo brindado com a notícia de que a criança já havia nascido e que mãe e filho passavam bem. Mais surpreso ficou quando soube da esposa que dona Firmina já tinha estado lá e feito o seu parto.

Incrédulo, voltou à Bagaginha para conferir a informação e constatou que a parteira realmente estava na cama, imóvel e impossibilitada de qualquer ação. Mas, Abadia, sua esposa jurou por tudo que era mais sagrado que foi mesmo dona Firmina, o seu amparo no momento do parto. Fato esse comentado largamente em toda a cidade como um fenômeno ligado àquela alma boa que era dona Firmina.

Segundo os estudiosos da Doutrina Espírita Kardecista, existem pessoas com capacidade de

desdobramento e que p r a t i c a m o “Teletransporte”. O corpo fica onde está, o espírito se materializa e sai para prat icar determinadas ações e, pelo que se sabe, sempre foram utilizadas exclusivamente na prática do bem e no socorro ao próximo. Segundo dizem, P a d r e E u s t á q u i o e Eurípedes Barsanulfo sempre praticavam esse exercício. Poderia também, segundo alguns estudiosos da doutrina, algum espírito de luz, ter se materializado

na forma de dona Firmina, como meio de tranqüilizar a paturiente, e realizado o parto daquela senhora, sendo que o estado debilitado de dona Firmina não permitiria tal ação. Movida pelo bem do próximo, virtude que viveu praticando durante toda vida, dona Firmina, poderia, reunindo suas forças, ter realizado o parto de dona Abadia, acreditam os seus grandes admiradores.

m 21 de dezembro de 1873, na casa do Meritíssimo Doutor

Juiz Municipal, Virgílio Martins de Mello Franco foi aberto o Etestamento de Dona Anna Jacintha de São José, residente na

Rua da Ladeira, nesta

Cidade da Bagagem.Em nome de

Deus, Dona Beija, como

é conhecida informa que

é nascida e baptizada na

cidade da Formiga, desta

Província e que é filha

n a t u r a l d e M a r i a

Bernarda dos Santos, já

falecida. Dentre as várias

declarações, cita que é

indigna irmã de Nossa

Senhora do Carmo, em

cujo hábito será o seu

corpo envolto, assim

mais de São Francisco,

de Nossa Senhora Mãe

dos Homens, da Terra Santa e de Santo Antônio. Pede Beija que seu

funeral seja decente, mas sem pompa e que deseja ser sepultada, se

possível, na Igreja Matriz, vindo acompanhada pelos sacerdotes que

se acharem, os quais lhe dirão uma missa de corpo presente e um

oitavário seguido. Ainda pede dezenas de missas por alma de seus

pais, pelas almas do purgatório e pelas almas das pessoas com quem

tenha tido negócios e que contra a sua vontade, possa ter prejudicado.Como testamenteiros, conforme o dito texto redigido em 10

de junho de 1869, estando em seu perfeito juízo e entendimento, e

ignorando a hora em que Deus iria chamá-la, nomeou como

testamenteiros, pela ordem,Clementino Martins Borges, seu genro;

Doutor Francisco Ribeiro da Silva, seu neto e Francisco Antônio

Rodrigues, seu irmão, deixando como prêmio 100 mil réis para quem

aceitasse o encargo. Os privilegiados em seu testamento foram a sua

filha, Joana de Deus São José, casada com Clementino Martins

Borges; sua neta preferida Haidé, filha de Joana; sendo que os netos,

filhos de Thereza Thomazia de Jesus serão beneficiados nos dois

terços de sua herança que serão divididos posteriormente em ocasião

do inventário, sendo eles: Joaquim Ribeiro da Silva, Doutor Francisco

Ribeiro da Silva, Saturnino Ribeiro, José Ribeiro e Antônio Ribeiro da

Silva. Entre os bens deixados pela finada compreendem vários

escravos e escravas, morada de casa, dinheiro e jóias. Concluído o

processo de abertura do testamento da finada Dona Anna Jacintha de

São José, em 29 de dezembro, foram pagos em selos na coletoria da

Bagagem, em 09 de janeiro de 1874, a quantia de 1.200 réis e, a partir

daí deu início ao inventário e partilha amigável dos bens, na cidade da

Bagagem, Comarca do Rio Dourados, Província de Minas Gerais.

Firmina e a filha Genoveva

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prefeito Dr. Haroldo José de Almeida, através do Decreto nº 33/05, de 03 de outubro de 2005, criou a Comissão Municipal do Sesquicentenário de Estrela do Sul. A escolha Odos nomes teve como critério a representatividade

dos diversos segmentos da sociedade estrelassulense.Um projeto já está sendo elaborado para

comemorar os 150 anos de Emancipação Política do Município, fato esse ocorrido em 30 de maio de 1856. Naquela época todo povoado que apresentava um progresso significativo era elevado à condição de Villa. E, como Villa, automaticamente recebia autonomia municipal, ou seja, tornava-se emancipado. Assim, a Villa da Bagagem foi desmembrada do município de Patrocínio.

As festividades que terão eventos sociais, culturais, esportivos, religiosos e turísticos terão início no dia 30 de maio, ocasião em que será inaugurado o monumento do Sesquicentenário, em local a ser definido. Os eventos continuarão até o final de dezembro, quando acontecerá um grande show de encerramento.

Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo a comissão ficou assim constituída: Presidente: Mário Lúcio Rosa, Secretária Executiva: Sirlene Alves Vasconcelos Santos, Subcomissão de Planejamento e Finanças Coordenador: Márcio Donizete de Almeida - Coordenador Adjunto: Roberto Eustáquio Santos, seguido dos membros: Balduíno Hélio Garcia, Bartolomeu Domingos de Carvalho, Joaquim Cunha Neto e Osmar Modesto, Subcomissão de Marketing e Publicidade Coordenador: Flávio Pereira Barros, Coordenador Adjunto: Ana Luíza Resende Brasil e os membros Evacir Flores, João Dias Moreira, Maria Abadia Alves Pereira e Maria das Dores Borges Martins, Subcomissão de Programação e Logística Coordenador: Daydson Benedito Ramos Coordenador Adjunto: Mara Vanda Santos Duarte de Almeida e o membros: Zoilda da Paz, José Sebastião Aguiar, Ézio Amorim e Dayse Maria Silva Galante.

O projeto, bem elaborado pela Comissão , contempla eventos que envolverão as 10 cidades que compunham a antiga Bagagem Diamantina. Como necessita de recursos, uma campanha será feita com os municípios integrantes e com a iniciativa privada.

m caso curioso e engraçado foi causa de prejuízo para o Capitão Silvano Macaúbas em 1854. No comércio do João Bernardo ele encontrou um enorme diamante com o peso Ude 30 oitavas mais ou menos, boa configuração, cor de prata, jaça superficial que o

capitão supunha ser profunda. No intuito de parti-lo em dois pedaços, levou-o a uma bigorna de ferreiro e com um grande malho, deu tão forte pancada, que o diamante desapareceu, sendo encontradas duas lascas de meia oitava cada uma, em pontos distantes.

Dizem depois que quem encontrou o diamante foi o preto Antônio, aquele que tinha esperança de obter a liberdade através de Rosa, a escrava de Casimiro de Morais, quando encontrou o célebre Estrella do Sul.

Antônio escondeu o diamante por dois anos. Em 1856, com o fim de obter sua liberdade, encontrou Frei Berry que se dirigia à Corte e o convenceu a dizer que era o dono do diamante e o venderiam depois no Rio de Janeiro. Acontece que no caminho de Uberaba Frei Berry adoeceu e veio a falecer, ficando Antônio sem saber como continuar com o seu plano. Antônio pensou então em restituir o diamante, voltando para a Bagagem. Assim costurou o diamante em uma bolsa de couro e pendurou-o no pescoço. Como era comum na época da escravidão o uso de patuás, não despertou suspeita em ninguém. Esperava a passagem de algum tropeiro para voltar para casa.

Aconteceu que no fim de algum tempo, o preto adoeceu e morreu lá mesmo em Uberaba, onde foi enterrado no cemitério que ficava no alto do córrego. O diamante pendurado ao pescoço foi junto porque supunham ser um patuá de orações, que era comum o uso deles entre os negros.

Se a Comarca de Uberaba, um dia mandar remover aqueles restos, poderá ser encontrada uma ossada e junto dela o belo diamante Bagageiro.

1977 O Projeto de Lei nº. 10/77 autoriza o prefeito Sancho José do Nascimento Neto a aquisição de um terreno destinado à construção de uma unidade armazenadora, e fazer a sua doação à CASEMG, no dia 24 de junho.

1977- Em 09 de dezembro, pela Escola de Medicina e Cirurgia, da Universidade de Uberlândia, recebe o diploma de médico, Dr. Haroldo José de Almeida.

1977 A Igreja Assembléia de Deus, na pessoa do seu pastor Sinval Mendes da Silva, recebe pelo Alvará nº 27/77, de 12 de setembro, assinado pelo prefeito Sancho José do Nascimento Neto e seu secretário Sebastião Alves Ribeiro, licença para a construção do templo e a casa do pastor, na Avenida Manoel Coelho de Resende. A Igreja já funciona na cidade desde o final da década de 60 com cultos realizados em residências, iniciando no Bairro na Bagaginha.

1978 O Alvará de construção nº 43/78, assinado pelo prefeito Sancho José do Nascimento Neto, concede licença para construção da sede social da Associação Atlética Banco do Brasil AABB, de Estrela do Sul em 22 de fevereiro.

1978 O prefeito municipal Sancho José do Nascimento Neto, concede a Helo Engenharia e Construções Ltda, alvará de construção da CASEMG, na rodovia de acesso a cidade de Estrela do Sul, em terreno doado pela Prefeitura. O Alvará nº 70/78 é de 18 abril. O Alvará de localização, sob nº 15/79 foi assinado em 28 de fevereiro de 1979.

1978 O Alvará de licença para localização, nº 163/78, de 13 de dezembro, assinado pelo prefeito Sancho José do Nascimento Neto autoriza o funcionamento da agência do Banco Bamerindus do Brasil S/A.

1979 Passa a funcionar o Fórum Padre Lafaiete, no governo do Prefeito Sancho José do Nascimento Neto.

1979 O Alvará nº 152/79, de 14 de dezembro, assinado pelo Prefeito Sancho José do Nascimento Neto, concede licença para construção à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, para a edificação da Agência de Estrela do Sul, situada à Rua Horácio Pires. O projeto foi elaborado pelo engenheiro Otton Levis Petterle. O Alvará de Habite-se saiu em 1º de outubro de 1980 sob nº 189/80.

1981 Morre em Uberlândia, no dia 14 de junho, o ex-prefeito, Dr. Lírio do Valle Brasileiro e é sepultado em Estrela do Sul.

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TV Manchete produziu “Dona Beija” uma novela de época retratando a vida da cortesã

mais famosa do Brasil Império, Anna Jacintha de São José, conhecida por Dona Beija. AA novela foi preparada pelo roteirista Wilson Aguiar Filho e traz Maitê Proença no papel

principal. Wilson teve como base, as obras “A Vida em Flor de Dona Beija”, de Agripa de

Vasconcelos e “A Feiticeira do Araxá”, de

Thomas Leonardo. A produção foi

direcionada apenas para o período da

jovem Beija, em Araxá e o atrativo maior era

a beleza da atriz protagonista. A novela teve

o seu final quando Beija deixa Araxá por

volta dos seus quarenta anos e parte para a

Bagagem à procura de riqueza que a

corrida do diamante proporcionava. Não

houve interesse da produção da emissora

em mostrar a outra faceta de Dona Beija,

uma mulher empreendedora, devota,

benemérita e ligada à família e à sociedade

que viveu em Bagagem (Estrela do Sul) por

mais de 30 anos, até o seu falecimento em 1873.A Revista Manchete, em 1986 produziu uma matéria especial sobre a personagem

dando atenção especial à cidade de Estrela do Sul, com textos de Eliane Lobato e fotos de

Carlos Humberto TDC.

iante da necessidade de se concluir a Casa da Câmara para que a cidade da Bagagem possa

ter o seu Paço Municipal, uma mobilização foi arregimentada para este fim. Procurados os Dsenhores jurados, uma subscrição percorreu toda a cidade e um montante já foi levantado.O município fora emancipado em 30 de maio de 1856. A solenidade de instalação da

Câmara Municipal se deu em

30 de outubro de 1858, ficando

o município obrigado cumprir

as exigências da Lei, como a

construção de cadeia, de

fórum, escolas para os ambos

sexos e um prédio para a

Câmara.Dentre os senhores

influentes que assinaram e

contribuíram , citamos alguns

dos 105 colaboradores: José

Gonçalves Torres, Cyrino

Hortêncio Goulart Brum, Elias

Gomes de Resende, Francisco

de Mello Cabral, Francisco Joaquim de Mello, Vicente Martins Espanhol, Francisco de Paula e

Silva Damaso, Daniel Tobias de Mello, João Caixeta, José Paes de Almeida, José Gregório Pereira

da Silva, Carlos Francisco Luciano de Moraes, Estanislao Borges da Cunha, Balbino Dias Soares,

Rufino Martins Mundim, José Baracho de Aguiar, Luiz Antônio Guaritá, José Gomes de Faria Gaia,

Jerônimo Júlio Baracho, Manoel Alves Portilho e até um anônimo.A subscrição datada de 17 de abril de 1864, que somou mais de 500 mil réis será um grande

alento para que o novo município cumpra uma das exigências prioritárias que é a construção do

prédio que abrigará a Câmara Municipal.

1982 A 15 de novembro, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) é eleito Marcelo Fernandes da Silva, prefeito de Estrela do Sul, com o vice, Geraldo Pereira de Resende.

1983 A 3 de fevereiro, acontece a maior enchente de todos os tempos em que o Rio Bagagem subiu mais de 8 mestros acima dos nível normal, causando transtonos.

1984 Criado o Movimento Cultural Alternativo Preserv-Ação, defensor do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural de Estrela do Sul, em 24 de abril.

1984 A 21 de julho é apresentada a história de Estrela do Sul, através da peça teatral “S.O.S. ESTRELA”, de Mário Lúcio Rosa.

1984 No dia 3 de novembro estreiou a peça teatral “Verde que te quero Amarelo”, de Geraldo Araújo Júnior, numa produção do Grupo Teatral Senzala.

1985 A 13 de março é soerguida em Estrela do Sul, a Loja Maçônica União Humanitária Central, fundada em 1872.

1985 É oficializado e registrado o Grupo Teatral Senzala criado por Mário Lúcio Rosa e Geraldo Araújo Júnior, que assume a presidência em 09 de junho.

1985 Encenada pelo Grupo Teatral Senzala “Ensaio Bestial”, de Pedro Fernandes da Silva Neto, pelo Grupo Teatral Senzala, em 8 de setembro.

1986 O Decreto nº 04/86, de 23 de janeiro, assinado pelo prefeito Marcelo Fernandes da Silva, declara de utilidade pública para efeito de desapropriação, um terreno situado à Rua Carlos Chagas, para a construção de um ginásio poliesportivo na cidade. O terreno pertencia ao Praia Clube, extinto há vários anos.

1986 De Mário Lúcio Rosa e Geraldo Araújo Júnior, estreiou “Peraí Brasil”, pelo Grupo Teatral Senzala, no dia 28 de junho.

1987 Pela Lei nº 189/87 é Considerado de Utilidade Pública o Grupo Teatral Senzala, no dia 7 de agosto.

1988 Em 29 de abril foi lançado o vídeo documentário “Matarum de Orongóia” produzido pela Casa da Cultura, com roteiro e direção de Mário Lúcio Rosa e Almir Antônio Rosa.

1988 Em 15 de novembro, Sancho José do Nascimento Neto é eleito prefeito pela segunda vez pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), tendo como vice Benedito Carlos Alves.

1988 Em 13 de dezembro é registrada a Casa da Cultura de Estrela do Sul com a aprovação de seu estatuto, tendo como presidente, o professor Mário Lúcio Rosa.

Dayse Silva Galante e Clodomio Jacob Ramos,personificando Dona Beija e o Ouvidor

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o tempo da Bagagem antiga e até há poucas décadas era comum as pessoas trazerem das roças e localidades distantes, os seus mortos para serem enterrados na cidade. NSempre os corpos eram transportados em redes amarradas a uma vara comprida

apoiada nos ombros dos carregadores. Também eram usados os bangüês. Eram peças parecidas com os andores que levam as imagens de santos ou com o

esquife do Nosso Senhor Morto, usado na semana santa; só que não tinham as laterais. Para conduzi-lo precisavam de quatro homens que apoiavam as suas pontas às costas. O defunto vinha enrolado ou coberto com um lençol. Chegando na cidade, os carregadores paravam numa marcenaria, onde encomendavam o caixão e aguardavam o seu feitio, que muitas vezes demorava. Quando ficava pronto, largava ali o bangüê ou a rede e se dirigiam ao cemitério para o enterro do finado.

Deixando de lado as explicações, vamos narrar o que conta Estevão Cruz, na história “O Carro Mal-Assombrado”, que encontramos num livro didático de Português, do Ensino Fundamental: “No tempo da Bagagem , no mês de julho, às cinco horas da tarde, numa estrada que conduzia ao Povoado, seis caipiras iam enterrar um camarada. Lavavam-no numa rede, suspensa a uma vara comprida e reforçada, cujas extremidades apoiavam aos ombros.

Cansados, depois de terem andado légua e meia e faltando ainda outro tanto,

alcançaram um carro de bois que se dirigia ao Povoado. Como eram conhecidos do carreiro, conseguiram do amigo que deixasse ir ali o defunto, enquanto descansavam.

Pouco depois escureceu e faltava ainda uma légua de caminho. Resolveram então parar por ali mesmo e pernoitar. No outro dia, cedo, prosseguiriam. Os camaradas procuraram um canto e improvisaram o pouso. O mesmo ocorreu com o carreiro, deixando o defunto acomodado dentro do carro.

Já era bem noite, quando passou pelo local um amigo do carreiro que iria se encontrar com ele no outro dia, no Povoado. Reconhecendo o carro, decidiu que era melhor pernoitar ali mesmo, para juntos seguirem na manhã seguinte.

Aproximou-se do veículo, viu um vulto estirado. Supondo que fosse o amigo, subiu, entrou no carro, deitou-se ao seu lado, cautelosamente, a fim de não acordá-lo.

Na manhã seguinte, ao despertar, voltou-se para o lado e chamou o amigo. Percebendo a demora do amigo em acordar, tocou nele e percebeu pelo corpo gelado que se tratava, de um defunto.

Aterrorizado, saltou do carro e saiu em disparada. No mesmo instante, os camaradas e o carreiro, ao vê-lo saltando do carro, onde sabiam, estava só o morto, tomaram-no pelo defunto e partiram em disparada, apavorados.

O pobre homem mais apavorado ficou e partiu como um louco em direção a eles sem

saber do que estava acontecendo. De medo também quis correr. E os sete homens,

horrorizados pelas quebradas afora, esbaforidos, fugiam de um defunto vivo”..

1989 O vereador Pedro Divino Rosa recebe condecoração com o Diploma de Mérito Constituinte pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, pela participação na elaboração da Constituição do Estado.

1990 Em 18 de setembro é lançado o vídeo documentário “Preservar é Bom pra Memória” de Mário Lúcio Rosa e Almir Antônio Rosa, com a participação de Flávio Pereira Barros, na edição.

1990 Foi eleita em maio, Maria Aparecida de Oliveira (Cicida), 15 anos, a primeira “Garota Kennedy”, num evento realizado pela Escola Estadual Robert Kennedy, ocasião do aniversário da Instituição.

1990 A 1º de setembro, no Ginásio Poliesportivo, numa realização do Grupo de Jovens foi eleita Rita de Cássia Gonçalves de Oliveira, a primeira Rainha do Diamante.

1991 O TAC Triângulo Atlético Clube é campeão da copa “Cidade de Indianópolis”, realizada na cidade do mesmo nome, após derrotar por 2x1 a Associação Desportiva Indianopolense.

1991 Pedro Divino Rosa, jornalista e vereador de Estrela do Sul, recebe em novembro, o diploma “Revelação Política do Ano”, pela Associação de Imprensa do Triângulo Mineiro e alto Paranaíba.

1991 Construída no governo de Sancho José do Nascimento Neto, a pinguela da Bagaginha, passagem sobre o Rio Bagagem ligando os bairros Bagaginha e Mato Grosso.

1992 Em 26 de julho, a ARDAE Associação R e c r e a t i v a D e s p o r t i v a A s s i s t e n c i a l Estrelassulense realizou uma grande festa em comemoração aos 40 anos de fundação. O presidente Mário Lúcio Rosa preparou uma homenagem a todos os integrantes da referida Associação com entrega de certificados.

1992 Pela primeira vez, Estrela do Sul lança 04 candidatos a prefeito: Grimoaldo Roberto de Resende, Haroldo José de Almeida, Pedro Divino Rosa e Maria Conceição Ferreira.

1992 É eleito em 3 de outubro, Dr. Haroldo José de Almeida, prefeito de Estrela do Sul, pelo PTR (Partido Trabalhista Renovador), tendo como vice Vandeir Ferreira da Costa.

1993 Foi fundada a APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Estrela do Sul, em 18 de setembro, com a direção executiva de Cibele Abadia Borges, tendo a primeira-dama, Mara Vanda Santos Duarte de Almeida, como presidente.

1993 Criado o Balneário da Beija, um espaço de lazer público, às margens do Rio Bagagem, projetado pelo engenheiro Antônio Francisco Romano Caputo (Chico P i te i ra ) , na administração do Dr. Haroldo José de Almeida.

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o final da década de 1980, um programa de sucesso e de audiência produzido pela NTV Globo foi atração durante vários

domingos na cidade de Estrela do Sul.O estilista Clodovil Hernandez era

sabatinado no programa “8 ou 800” respondendo sobre Dona Beija. O concorrente iniciava com Cr$ 8.000,00 (oito mil cruzeiros) até atingir o

prêmio máximo de Cr$ 800.000,00 (oitocentos mil cruzeiros) ,caso não fosse eliminado com as respostas erradas. Comentaram na época que Clodovil estivera na cidade em busca de subsídios para o seu sucesso, no intento de ser o campeão no programa que ainda não tinha coroado nenhum concorrente com glória. A cidade vibrava a cada programa com cada resposta correta do estilista que sempre surpreendia com sua capacidade em relação ao tema.

Ao final, Clodovil acerta a última pergunta e ganha o prêmio máximo. Dentre vários concorrentes, até o final da série de temas diversos, somente mais um equiparou-se ao Clodovil. Foi Mário Autuori que respondeu sobre formigas.

Seis anos após o seu falecimento, ocorrido em janeiro de 1985, o Centro d e E s t u d o s Maristas, com sede em Belo Horizonte, publica em sua quarta edição da coleção “Pérolas M a r i s t a s ” a biografia do Irmão

Gobriano Maria, o primeiro provincial da Província Marista do Rio de Janeiro.

Exímio professor de matemática foi um grande formador de jovens religiosos, missão que desempenhou por mais de 50 anos, no Colégio São José, na cidade de Mendes, no Rio de Janeiro, onde seguia os modelos do fundador, o professor Champagnat, e também por outras cidades brasileiras.

Natural de Estrela do Sul, onde nasceu a 22 de março de 1910, foi batizado com o nome de Orestes. De família tradicional, era filho de José Sebastião Aguiar e de Judith de Lima Aguiar. Juca Cunegundes, como era conhecido o seu pai, era filho de José Cunegundes Aguiar e de Dona Generosa Cunegundes. A mãe, Judith descendia dos Lima. Era filha do notável professor Horácio Pires de Lima e de Dona Leonídia.

No final de 1925, quando recebeu o hábito, Orestes quis homenagear um irmão francês, diretor do Colégio Champagnat, de Franca, São Paulo, que falecera um ano antes, passando a chamar Frére Marie-Gobriem. A tradução do nome se prestou a variações, tais como G o b r i a n o M a r i a e M á r i o Gobriano.Dotado de inteligência e muita competência, Irmão Gobriano publicou vários trabalhos que contribuem para a formação espiritual e cultural da irmandade marista. Um outro irmão, Abílio José, nascido também em Estrela do Sul, um ano depois, em 1911, seguiu os caminhos de Gobriano, buscando a mesma congregação.

No dia 10 de janeiro, na cidade d e M e n d e s , I r m ã o G o b r i a n o faleceu serenamente. Tal era o conceito de santidade que grangeara entre os habitantes daquela localidade que todos

queriam guardar uma relíquia do falecido. Sua batina foi retalhada e desapareceu dos joelhos para baixo. Teria sumido toda se não fosse a intervenção de alguns homens vigorosos que afinal conseguiram fechar o caixão.

Seus restos mortais repousam na Colina de Santa Cruz, no cemitério da família marista, em Mendes, no interior do Rio de Janeiro.

1994 Prefeitura realiza o 1º carnaval no Balneário da Beija, às margens do Rio Bagagem, com a Banda Prata da Casa, com entrada franca.

1993 A 21 de dezembro morrem tragicamente em acidente de carro, numa curva chegando em Estrela do Sul, três pessoas de uma mesma família: Mariana do Nascimento, o filho Francisco Joaquim do Nascimento e a neta Elizete Cardoso Nascimento que havia se formado em Magistério na semana anterior. Foi consternação geral na cidade.

1995 Completou no dia 23 de junho, 50 anos, o Terço de São João, na casa de José Lamartine e Dona Anita, na Bagaginha.

1995 Nos dias 16 e 17 de setembro, no antigo Cine Paes de Almeida foi realizado o 1º Encontro do Bagageiro Ausente, promovido pelo Jornal Picuá, do jornalista Pedro Divino Rosa, trazendo em cena o famoso conjunto “Os Acadêmicos”, grande atração das décadas de 60 e 70.

1995 A Prefeitura de Estrela do Sul inicia informatização no governo de Dr. Haroldo José de Almeida, começando pela Contabilidade.

1996 O jogador de futebol Emerson Henrique Alves (Tico) foi vendido para o Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte, no dia 12 de agosto.

1996 É eleito prefeito pela 3ª vez, Sancho José do Nascimento Neto, pelo PMDB, em 3 de outubro, tendo como vice Ramon Teruel Lopes.

1996 No dia 03 de outubro foram eleitos os irmãos Jaime Oliveira Santos e Aloísio Oliveira Santos para a Câmara Municipal de Estrela do Sul, fato inédito.

1997 Em 26 de janeiro, o TAC Triângulo Atlético Clube é campeão do V Torneio Regional da Amizade, organizado pela Liga Esportiva Carmelitana ganhando o título do time de Douradoquara por 2x2.

1997 Lançado no dia 15 de dezembro, o livro “Dona Beija”, do jornalista Pedro Divino Rosa, na Casa da Cultura de Uberlândia.

1998 A 10 de outubro é inaugurada a Capela de Nossa Senhora das Graças, no Bairro Barro Branco, doada pela senhora Nadir Resende.

1999 Criado em 3 de março, o CONDESESUL Conselho de Defesa Social de Estrela do Sul, entidade sem fins lucrativos e com objetivo de ajudar na segurança pública, meio ambiente e defesa do consumidor, dentre outros, tendo como presidente José Coelho de Resende.

1999 Em 19 de outubro, no quintal de Sebastião Ivo da Silva(Julinho) nasceu um gato com um olho na testa e sem nariz, que morreu no dia seguinte. O fato deixou a cidade em polvorosa.

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strela do Sul terá a partir de agora o seu patrimônio histórico protegido por Lei Estadual. A Constituição do Estado de Minas Gerais promulgada em 21 de setembro de 1989 inclui o Emunicípio de Estrela do Sul no artigo 83, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A

Lei estabelecerá, sem prejuízo de plano permanente, programas de emergência que resguardem o patrimônio cultural do Estado de Minas Gerais, notadamente os das cidades de Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João Del Rei, Congonhas, Paracatu, dentre outras, inclusive o do município de Estrela do Sul.

A emenda foi do Deputado Estadual Camilo Machado de Miranda, representante da nossa região, atendendo à sugestão do vereador de Estrela do Sul, Pedro Divino Rosa. que se entende agora é que o nosso município passa a ter o seu rico patrimônio histórico reconhecido a nível estadual e poderá receber recursos para a sua preservação.

evado pelo espírito de patriotismo e preocupado em preservar a memória Lhistórica do município, o prefeito, Dr. José

Luciano Neto, após aprovar a Lei nº. 134, de 20 de outubro de 1952, despenderá até a importância de CR$ 20.000,00 (Vinte mil cruzeiros) para as comemorações do Centenário da Extração do Diamante “Estrêla do Sul”.

A pedra, encontrada por uma escrava em 1853, pesando 254,5 quilates encantou o mundo e emprestou o nome à cidade, a partir de 1901.

Uma grande festa marcará esse fato e acontecerá no próximo ano no dia 03 de março, data ao achado do notável diamante.

o ar, o canal 13. O ano de 1997 já está marcado com a TV COMUNITÁRIA.

Desde o dia 2 de fevereiro, sempre aos domingos, sob a direção do jornalista NJaime Muniz de Resende entra no ibope, concorrendo com outras emissoras.

O carro-chefe da emissora é o programa

“Revista Semanal” que vai ao ar todas as

manhãs de domingo com uma programação

diversificada onde são tratados assuntos de

política, esportes, sociais, culturais e outros

temas sempre ligados exclusivamente à

cidade de Estrela do Sul. A administração do

prefeito Sancho José do Nascimento Neto

está em destaque. A cada programa, um

departamento da Prefeitura tem seu trabalho

divulgado. Para quem gosta de esporte, no domingo à noite, as gravações das partidas

de futebol são transmitidas na íntegra. Até as igrejas têm o seu espaço garantido. A TV

comunitária que tem como mantenedora a Fundação Cultural Sebastião Paes de

Almeida, já tem sua documentação registrada no Cartório de Títulos e Documentos e já

foi confeccionado um projeto para registro no DENTEL, em Brasília. “A cidade tem um

potencial fantástico e há muito o que mostrar”, afirma Jaime.

2000 Pela segunda vez, o médico, Dr. Haroldo José de Almeida, é eleito prefeito pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), em 1º de outubro, tendo como vice Edvaldo Jacob de Souza.

2001 Ao entrar para o seu segundo mandato no Executivo Municipal, Dr. Haroldo José de Almeida contratou uma equipe especializada para organizar a estrutura administrativa do município de Estrela do Sul. A Lei nº 654/01, de 24 de janeiro dispõe sobre a estrutura administrativa e cria os correspondentes cargos de direção, chefia e assessoramento.

2001 - Um evento de peso foi o Projeto CIDADANIA E JUSTIÇA realizado na Escola Estadual Robert Kennedy, no dia 3 de junho, numa realização do Poder Judiciário e Ministério Público, da Comarca de Estrela do Sul, em parceria com o CONDESESUL, Câmaras Municipais e Prefeituras de Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara, contando ainda com empresas, órgãos governamentais, instituições e voluntários. No evento foram oferecidos gratuitamente: emissão de documentos, atendimentos diversos, cursos, oficinas, atividades recreativas e culturais e palestras

2002 Em 19 de dezembro é atualizada a Lei Orgânica do Município com a Emenda 2/2002, na gestão do presidente, vereador Francisco de Assis Castro Coelho.

2002 Foi realizado o 1º Bóiacroos, no Carnaval, em promoção do Departamento de Esportes e Lazer tendo como diretor, Irineu Márcio Fernandes. O troféu Marcus Luiz Galante foi para Luizmar Cardoso (Baiano).

2003 Em setembro nasceu o Bagagem News de Pedro Fernandes da Silva Neto(Fernandinho), que em seu editorial cita TCHECOV: “Escreva sobre a tua aldeia e descreverás o mundo”.

2003 A Lei nº 733/03, de 06 de agosto de 2003, assinada pelo prefeito Dr. Haroldo José de Almeida e pelo Diretor do Departamento de Cultura e Turismo, Flavio Pereira Barros, institui o Brasão Oficial do Município de Estrela do Sul.

2003 Instituído no Município de Estrela do Sul a Galeria Oficial de Fotos dos Ex-Prefeitos, pela Lei nº 734/03 de 06 de agosto, sendo prefeito, Dr. Haroldo José de Almeida e o Diretor do Departamento de Cultura e Turismo, Flavio Pereira Barros.

2004 Em 7 de março, dando continuidade ao Projeto Humanitário Hippie Chique e à proposta de divulgar a cultura, os valores e tradições de Estrela do Sul, surgiu o “Hippie Chique Informa e Transforma”, da jornalista Ana Luiza Resende Brasil.

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quatro quilômetros abaixo do comércio da Cachoeira, Povoado da Bagagem, a um quilômetro também abaixo do comércio do

Joaquim Antônio, há na margem esquerda do Rio Bagagem, um lugar denominado “Guachos”, onde foi encontrado há meses, Ano dia 02 de março de 1853, uma grande pedra pesando 259,5 quilates.Casimiro de Morais, já velho e doente, partiu de Confusão, nesta província e se estabeleceu na Bagagem tentando encontrar

a sorte grande e proporcionar uma vida melhor à sua família.Durante dois anos Vicente Martins Hespanhol com quatro

escravos trabalhou nesse lugar, sem sucesso. Decepcionado e

falido empenhou os seus escravos para Casimiro para salvar os

prejuízos, entregando-lhe as lavras, indo plantar tabaco, buscando

uma nova vocação. Casimiro prosseguia na mineração,

acreditando na sorte. Numa casinha simples, coberta de baguaçu,

às margem do Córrego Grande, próximo do garimpo morava

Casimiro. De sua propriedade havia Rosa, uma preta escrava que

namorava o escravo Antônio, de propriedade do Capitão Antônio

Rodrigues de Resende, que arriscava a sorte nos garimpos da

catarata, bem abaixo dos guachos, onde havia um grande número

de aventureiros e exploradores.O inesperado aconteceu. Num dia de chuvinha fina, a 02

de março, Casimiro teve uma grata surpresa. Eis que surgiu Rosa,

a escrava, trazendo às mãos um grande achado, que encontrou

num monte de cascalho. Era uma pedra de qualidade insuperável e

de rara beleza, que veio a pesar 259,5 quilates. A nova do

aparecimento do célebre diamante correu veloz. De todos os

pontos dessa redondeza formavam-se romaria para conhecere o tal diamante que Casimiro tentava escondê-lo sob a alegação de

que tudo não se passava de simples boato.Rosa insistia em receber como prêmio a sua alforria e a compra para ela do escravo Antônio, de quem era amante, cujo dono

era o capitão Antônio Rodrigues de Resende, que a par dos acontecimentos deduziu que Antônio pudesse ter roubado a pedra em sua

lavra, na catarata, e dado a Rosa como presente, sonhando na alforria dela e na liberdade de ambos que viveriam felizes em outras

plagas.Casimiro, impossibilitado de viajar confiou à venda do achado ao Dr. Bernardo de Mello Franco que iria fazê-la na cidade do

Rio de Janeiro. Nesse ínterim Vicente Hespanhol já entrava com uma demanda na Justiça pedindo porcentagem da venda, por

entender que as lavras do precioso achado pertenceram a ele, anteriormente. Já o Capitão Rodrigues havia mandado um portador ao

Rio de Janeiro para embargar a venda da tão afamada pedra. O Dr. Mello Franco e seu companheiro em quem Casimiro também

confiava ficaram 18 dias na cidade tentando todos os meios de vendê-la. Não conseguindo comprovar a origem e propriedade da

citada pedra, depositou-a em um banco e voltaram para a Bagagem.Depois de tantas demandas, enfim, a Pedra Casimira, como estava sendo chamada até então, foi declarada pela Justiça

como propriedade legítima de Casimiro, ficando Hespanhol e Capitão Rodrigues, inconformados com a derrota.Com receio de outras demandas, O Dr. Mello Franco, munido de todos os documentos voltou ao Rio de Janeiro,

apressadamente, onde vende a pedra por uma ninharia: 305 contos de réis. Há informações de que nesse mesmo dia ela foi vendida a

um joalheiro judeu por Mil Contos e 200 Mil Réis, o qual, algum tempo depois, a vendeu ao príncipe Indiano, de Baroda por 2.500

contos. Na Europa, em Amsterdã, na Holanda, o diamante foi lapidado e reduzido ao peso de 130 quilates. De beleza inigualável ela

muda de cor desde o rosa até a faiscante cor de fogo, conforme a sua exposição à luz. A jóia que encantou o mundo figurou na

Exposição Universal de Paris, em 1859, e por várias vezes foi alugada por altos preços para ser exibida em bailes e teatros

satisfazendo o ego de milionários excêntricos.De toda essa fortuna, Casimiro não lucrou muito. Morreu pobre em 1855, em uma modesta casa no Joaquim Antônio com um

pequeno pastinho, legado a sua família. Rosa conseguiu sua liberdade e retirou-se para o lugar denominado Confusão, onde foi viver

com seu filho. O escravo Antônio, não conseguindo sua liberdade, sofre sob o mando do seu senhor, o Capitão Rodrigues.Agora em 1862, a Villa já emancipada, recebeu a denominação de Cidade da Bagagem. Na Europa, a jóia, considerada como

uma bela “estrella” que brotou do solo, em continente sul-americano foi batizada com o nome de “Estrella do Sul”.

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2004 Depois de 32 anos de jejum, a mulher ocupa espaço na Câmara Municipal, em dose dupla. Foram eleitas vereadoras pelo PSDB, Maria Cláudia Fernandes Resende e Maria da Dores Borges Martins, que ocupou o cargo de Presidente da Câmara.

2004 Pela primeira vez na história de Estrela do Sul, Dr. Haroldo José de Almeida é reeleito prefeito, em 3 de outubro, tendo como vice Daniel Martins Vieira.

2004 Lodônio Guimarães Filho, residente no povoado de Dolearina, durante grande parte de sua vida e falecido em 14 de novembro de 1999, empresta o nome para a Policlínica Nenê Guimarães, daquela localidade, através da Lei nº 750/04, de 28 de junho, assinada pelo prefeito Dr. Haroldo José de Almeida e pelo Secretário Municipal de Administração e Controle Interno Marcus Henrique de Jesus Duarte.

2005 A Lei nº 784/05, de 06 de outubro Autoriza a C o n c e s s ã o d o s S e r v i ç o s P ú b l i c o s d e Abasteciemento de Água e de Esgotamento Sanitário a Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA, depois de longas discussões e acirrada polêmica.

2005 Após 60 anos de vida conjugal, José Sebastião Cerqueira e Cremilda Salomão Cerqueira realizam Bodas de Diamante, em 14 de maio, na Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens, onde se casaram de 1945.

2006 Em sessão solene na Câmara Municipal, em 10 maio é apresentado para a comunidade de Estrela do Sul o Plano Diretor Participativo. O trabalho com previsão para conclusão em outubro, do corrente está sendo elaborado por uma equipe da UFU - Universidade Federal de Uberlândia através de bolsas do CNPq. Na cidade há um núcleo gestor que acompanha os t rabalhos , formado por representantes do Poder Público e da Sociedade Civil.

2006 Em 10 de junho entra em Estrela do Sul pela primeira vez o sinal de telefonia móvel através da operadora Oi, empresa do Grupo Telemar. Já é grande na cidade o número de aprarelhos e de usuários ligados ao novo serviço.

2006 Em 4 de agosto na solenidade de formatura do Curso de Enfermagem da UNIPAC - Universidade Presidente Antônio Carlos em Araguari, a formanda de Estrela do Sul, Maria Benedita Alves Ferreira Fontes recebe uma honraria, sendo, considerada uma estudante de conduta exemplar pelo cumprimento de seus deveres escolares e sforço em prol do desenvolvimento acadêmico na sua Faculdade, assim determinado pelo corpo docente, fazendo jus a medalha “Zezinho Bonifácio”, homem público que foi símbolo do trabalho em prol da comunidade, entregue e assinda pelo Reitor Bonifácio José Tamm de Andrada.

2006 Sucesso de público e de crítica foi a apresentação do filme “Os 2 filhos de Francisco”, ao ar livre, com entrada franca, na praça Dr. Argelino de Moraes, no dia 10 de agosto, como parte do Projeto “Circuito Oi de Cinema” com um público aproximadamente de 700 pessoas.

otivados pelo amor ao próximo e inspirados no patrono, São Vicente

de Paulo, os vicentinos da Conferência Nossa Senhora de Fátima Mrealizam todos os anos, na cidade, o Natal dos Pobres. Após uma

exaustiva campanha em que toda a comunidade colabora, inclusive os

fazendeiros, em todo natal, em clima de grande festa, os vicentinos realizam o

Natal dos Pobres. Cada família carente, cadastrada recebe um cesta farta onde

se encontram cereais e carne que vem anexa. Quase mil famílias são

beneficiadas e assistidas ao longo do ano, inclusive com campanha do

agasalho que acontece às vésperas do inverno.A Conferência fundada em 1950 iniciou com João Batista Bacelar, José

Rabelo, Leônidas Amaral, Joaquim Rabelo, José Manoel de Jesus, o Zé Duca e

outros. Os confrades ainda hoje se reúnem e comemoram o aniversário na casa

de cada um com um terço em louvor a São Vicente. Dentre eles citamos José

Sebastião Cerqueira, Alci Benedito Rosa, Donizete Tavares Rosa, Romildo da

Mota Bastos, José da Silva Souza, Vantuil de Paiva e outros colaboradores.

ditado agora em setembro de 1997, pela Gráfica e Editora Bandeirante, de Goiânia, o livro ANNA BEIJA MEMÓRIAS. A obra do jovem Juliano Aarão, de 23 anos trata-se Ede um trabalho interessante.

Segundo o escritor, foi para ele uma experiência inusitada. Dentro do gênero de literatura espiritualista, segundo alguns estudiosos da doutrina espírita, a obra é chamada de “psicodatilografia” que ocorre de maneira consciente e objetiva.Os originais do livro, compilado em 864 páginas é um conjunto de duas mil e noventa páginas escritas à mão durante mais de três anos e quando ainda o autor se encontrava na idade de 14 anos. Segundo Juliano a transmissão era feita ao seu cérebro de maneira telepática, mas com

uma precisão tão grande que ele poderia afirmar que ouvia a voz da personagem, a própria Dona Beija. Os estímulos visuais são codificados numa dimensão paralela que utiliza os seus elementos físicos para se situar energeticamente e, desta forma não se tornou uma atividade assustadora.

A personagem central , segundo declara no final da obra, a sua intenção é a de contar sua verdadeira história sem fantasias fora do estilo romanceado, ou seja, mostrando como ela realmente foi. Não se preocupando em situar o trabalho como um

documentário histórico, ela fez questão de alterar nomes e datas, se preocupando em expressar puramente os seus sentimentos, os que cercaram toda a sua existência.

Concluído o processo, a Fundação Anna Beija, criada por Juliano e sua família, em Goiânia, publicou a obra e o produto da venda será revertido na promoção humana nas áreas sociais, educacionais, culturais, saúde e ecologia.

Dona Beija, segundo historiadores e documentos, nasceu em 1800, na cidade de Formiga, viveu em Paracatu e Araxá e morou por três décadas, até o seu falecimento em Estrela do Sul, onde, desde 1873, descansam os seus restos mortais, no extinto cemitério na Praça da Matriz.

Casa de Dona Beija na Bagagem

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lendária Bagagem Diamantina, fundada pelo

Bandeirante João Leite da Silva Ortiz, em 1722, Aapós a descoberta de diamantes muitos deles

coloridos e de raríssima qualidade, comemora neste dia 30 de

Maio, o seu primeiro centenário, data esta que marca a

emancipação política ocorrida em 1856, quando se

desmembrou da Villa de Patrocínio.O evento, que segundo a comissão de festas será brilhante e

inesquecível, contará com a presença dos senhores Presidente

da República, Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira e do

senhor Dr. Francisco Bias Fortes, governador do Estado de

Minas Gerais.Na ocasião, o prefeito municipal Luiz Pires Galante, e

autoridades farão a inauguração do Marco do Centenário

(obelisco), na Praça Dr Argelino de Moraes, seguida de outras

como o Grupo Escolar de Santa Rita da Estrêla e a Ponte do

Córrego Grande. E ainda haverá um grandioso desfile cívico

alusivo à data comemorativa. De presente, o prefeito, oferecerá treis suculentos churrascos, regados a chop e guaraná etc, nos seguintes

locais: Casa do Sr. Prefeito Municipal, Pátio do Grupo Escolar e Largo da Matriz. Dentre os oradores estão Antônio Brasil, Gisele Jacob, Dr.

João Alami Filho, Pe. João Maria Valim, Dr. Eduardo Brasileiro, Ivo Brasil, Marly Santos, José Coelho de Resende,, Dr. José Luciano, Dr.

Lírio do Valle Brasileiro, Barnabé Cardoso, Rubens de Melo, o prefeito municipal e o Deputado Estadual, filho da cidade, Lourival Brasil

Filho.“Estrela do Sul centenária espera ver reunidos, nesses dias festivos, todos os seus filhos e amigos”.

glorioso da Bagagem, como é chamado por muitos, foi fundado em 1939 pelos desportistas Jamir Muniz de Resende

e Ubirajara Cunha. O tabelião Aderbal de Barros foi técnico do time durante vinte anos e vários nomes honraram a Ocamisa alvinegra que foi durante décadas, a mais respeitada e temida na região, somando um número enorme de

títulos e troféus. Antes de sua fundação, o time jogava em vários locais como o Campo da Ilha, local situado entre o Bairro

Bagaginha e o Centro da Cidade e no morro abaixo da Boca da Baleia.O Estádio José Sebastião teve esse nome porque foi construído através do empenho do pedreiro José Sebastião

Cerqueira que batalhou em torno de campanhas e

promoções com a participação da população até a

conclusão da obra em 1955, comandada por ele. O

terreno, adquirido de Martins da Silva por Cr$

6.000,00(seis mil cruzeiros) doado pelo fazendeiro

Du Machado teve o apoio do então prefeito Luiz Pires

Galante, cuja inauguração se deu com festas e muita

bebida. Dentre os nomes que fizeram do TAC, o

glorioso da Bagagem estão: Darci Rocha, Gabriel,

Sabará, Nego Assunção, Rochinha, Zé Melo, Bibi,

Dromedário, Gato, Wagner Resende, Zé Cazeca,

Nélio Pereira, Rubens Rocha, Itacil, Tonhão,

Euripinho, Junalvo, Tiquinho, dentre outros

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endo o garimpeiro, o personagem principal da cidade, aquele que representa a identidade cultural da antiga STerra dos Diamantes, a administração 2001-2004

decidiu homenageá-lo, oficialmente.A Lei nº 764/04, de 22 de dezembro de 2004,

assinada pelo prefeito, Dr. Haroldo José de Almeida, com o

Diretor do Departamento de Cultura e Turismo, Flávio Barros, instituiu, no município de Estrela do Sul, o dia 02 de março, como o “Dia do Garimpeiro”.

A data foi um sugestão do professor e historiador, Mário Lúcio Rosa, para marcar a magna data de 02 de março de 1853 em que a escrava Rosa, de propriedade de Casimiro de Morais, achou o célebre diamante Estrela do Sul que até hoje encanta o mundo.

Agora, em 20 de março de 2005, a Cooperativa Garimpeira do Vale do Rio Bagagem comemora a data pela primeira vez como homenagem e gratidão à figura valorosa do garimpeiro de Estrela do Sul.

m sessão solene de 1º de maio de 1996, a ARDAE Associação Recreativa Desportiva Assistencial Estrelassulense, presidida pelo professor Mário Lúcio Rosa resgatou a história da entidade e prestou Ehomenagem aos ex-dirigentes. Uma placa foi afixada no hall de entrada do prédio após uma reforma

que foi patrocinada pela Prefeitura, na gestão do Dr. Haroldo José de Almeida com seu vice, Vandeir Ferreira da Costa. Na placa constam todos os presidentes desde José Francisco Nunes, o fundador, a partir de 3 de agosto de 1952. De lá para cá vieram Antônio Machado, Olímpio Rocha Moreira, Plínio do Lago Cavalcanti, Mário Aparecido Rangon, Márcio Antônio Silva, Antônio Alves Ferreira, Marcelo Dias Rosa, Haroldo José de Almeida, Clóvis Silva Neto, Geraldo Araújo Júnior e finalmente Mário Lúcio Rosa. Vários destes foram reeleitos como por exemplo, Antônio Alves Ferreira. O prédio, por várias vezes reformado e remodelado era um casarão colonial que na década de 20 serviu como garagem do Sr. Mário Moreira que mantinha ali aluguel de veículos que serviam ao grande número de visitantes e negociantes que por aqui passavam, a maioria deles ligados ao comércio de diamantes.

evido a fama que o diamante Estrela do Sul obteve no mundo, a cidade da Bagagem decidiu mudar de nome Dpara homenagear essa jóia. Assim, a Lei nº 319 de 16 de

setembro de 1901 muda a denominação de Bagagem para Estrella do Sul.

Para marcar o centenário, o Departamento de Cultura, Turismo e Meio Ambiente, através do seu diretor, o professor Mário Lúcio Rosa, inaugurou o monumento que fica no centro da praça principal da cidade, em 16 de setembro de 2001, com a presença do prefeito Dr. Haroldo José de Almeida. A obra foi criada pelo assessor de comunicação, Flávio Barros e executada pelo serralheiro Wemerson Carlos Pires.

A peça, um diamante, foi escolhida como monumento, por ser símbolo da nossa cidade e o motivo da mudança do nome do nosso município, na virada do século XIX para o XX.

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a 91ª Assembléia Geral Ordinária e 26ª Assembléia Geral Extraordinária, nesse 16 de fevereiro de 1993 aconteceu a eleição Ne posse do Dr. Haroldo José de Almeida, prefeito de Estrela do Sul

para a presidência da AMVAP - Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba, na sede da entidade, em Uberlândia. Como vices Haroldo terá Maria Helena Alves de Oliveira, prefeita de Tupaciguara e Aloízio de Freitas Resende, prefeito de Campina Verde. A primeira reunião com o novo presidente ocorreu em Estrela do Sul, no salão paroquial, no dia 30 de março, do corrente. Na ocasião, as primeiras- damas se reuniram separadamente discutindo questões sociais dos municípios. A primeira-dama de Estrela do Sul, Mara Vanda Santos Duarte de Almeida, com o apoio da Casa da Cultura realizou uma grande exposição de artes em que apresentou o fino artesanato do município e o potencial dos nossos artistas

povoação de Bagagem que nos últimos anos tem tido o maior crescimento populacional dos últimos tempos, Adevido ao grande número de aventureiros que buscam os

sonhos de riqueza, recebeu pela Lei nº 777, de 30 de maio de 1856, a elevação de Villa. A partir desta Carta de Lei, a Villa se desmembra do município de Patrocínio, adquire autonomia administrativa,fica pertencendo à Comarca do Paranayba e compreende as Freguesias da Bagagem e Sant`Anna do Rio das Velhas.

m atenção a uma aspiração antiga do povo bagageiro já está se tornando realidade a instalação da Estrada de EFerro no nosso município.

A Câmara Municipal já autorizou o Poder Executivo a adquirir terrenos no local da futura estação ferroviária de Estrella do Sul. Na mesma Lei nº 31, de 16 de janeiro de 1937, o Poder Executivo fica autorizado a liberar a quantia de 2 contos de réis. D ian te dos es tudos prévios, o local da referida estação será o perímetro urbano do povoado de São Fé l ix , que aos cuidados da Rede Mineira de Viação será um dos pontos de parada do ramal P a t r o c í n i o ( M G ) -Ouvidor(GO).

carnaval de 1994 no Balneário da Beija ficará marcado

pela inovação e pela nostalgia das marchinhas Oexecutadas pela banda “A Prata da Casa”. O espaço, às

margens do Rio Bagagem, ao lado da Ponte da Beija, criado pela

atual administração estará aberto ao público. Segundo o prefeito,

Dr. Haroldo José de Almeida, a população terá uma festa

carnavalesca aos moldes dos carnavais de praia.Além do som mecânico sob a direção do Play Som, a

atração à parte será a Prata da Casa que já vem se preparando

para contagiar os foliões. A banda, já tradicional na cidade, foi

fundada pelo professor José Sebastião Aguiar, o Bastiãozinho,

como é conhecido.Após a dissolvição do conjunto musical “Os Acadêmicos”,

em 1973, Bastiãozinho criou a fanfarra do Colégio Robert Kennedy

e, no ano seguinte, numa promoção dos formandos de 8ª série,

daquela escola, incentivado pelo João do Landico, um entusiasta, o

professor formou o grupo musical e batizou-o como A Prata da

Casa. No clube ARDAE, a cidade, a partir daí, passou a reviver o

glamour dos antigos carnavais de outrora animados pelo saudoso

União Jazz Band, criado na década de 30.Nos bons tempos do Clube ARDAE, a Prata da Casa

conseguia reunir até 700 foliões com fantasias e blocos em pura

animação. No início, usando os instrumentos da fanfarra e apenas

com um instrumento de sopro do incansável pistonista Marcelo

Dias Rosa, Bastiãozinho chamou para a percussão, Valdir dos

Santos (Bidico), Romildo da Mota Bastos, e com o tempo, outros

foram se juntando ao grupo.Hoje, com mais reforço, sem os pioneiros, o professor no

vocal, soma com Carlos Alberto Muniz de Resende, Rubens Rocha

Camargos e Washington Cândido Alves (Dunga) revesando-se no

sopro. Na percussão, bateria e contra baixo estão Claudinei Ramos

da Silva, Cláudio Ramos, Jesus (Zuis), Cláudio Amaral da Cunha,

Rubens Ferreira, Lídio Cunha e Lousencourt Pereira de Morais.Hoje, vinte anos depois, com um novo conceito de

carnaval na cidade, o professor José Sebastião Aguiar avalia que o

grupo ainda consegue contagiar a galera jovem, toda vez que puxa

“A Jardineira” e outras marchinhas tradicionais.

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nna Polia, como era conhecida Anna Petronília do Espírito Santo, como já foi amplamente comentado o fato do seu suicído, deixou uma carta escrita, que vem sendo objeto de especulação pela população Bagageira. Pelo número de cópias que vêm Acirculando pela cidade, acredita-se que a missiva não tenha chegado ao seu destinatário, Manuel Lino da Trindade Júnior,

pelo conteúdo comprometedor, movido de ódio e de paixão endereçado ao amado e ingrato, autor de sua desdita. Pela mensagem contida na tal carta, dá a perceber que a jovem premeditou o suicídio. Embora não quisesse morrer, também não queria viver. No entanto escolheu local e forma de dar cabo à vida e deixar moído pelo remorso e cheio de culpa, Manuel, a quem dedica inteiramente o seu texto de despedida. É de dar pena o desespero em que se encontrava Anna, quando da redação do dito texto. É amor demais que só se resolveria na morte. Assim Anna selou o seu destino. Apesar de confusa, com as idéias que se perdem na coordenação, dá para se notar que se tratava de uma moça culta e provável leitora dos folhetins que nos chegam na Bagagem através dos jornais de grande circulação. Tudo leva a crer que ela seja leitora apaixonada das obras de Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Goethe, Castro Alves, Byron e outros escritores ultra-românticos pregadores do pessimismo, da melancolia e do culto excessivo pela morte, como saída inevitável para curar de vez os sofrimentos da vida. Poderá a jovem Anna ter se inspirado no romance “Amor de Perdição” do escritor português Camilo Castelo Branco, em que a personagem Mariana se atira ao mar e perde a vida, agarrando-se ao cadáver de Simão, seu único e impossível amor. Saindo do campo das hipóteses, citaremos alguns trechos da tão polêmica carta intitulada “Os últimos pensamentos de Anna Petronília do Espírito Santo”. “Do que serve a vida, se não tenho a quem dedicá-la? Que estou fazendo na terra, se não tenho o mais pequeno vislumbre de esperança de viver com aquele a quem tanto adoro? Adoro sim, adoro mais que a própria vida, que, por amor dele, deixo”. “Não tenho saudades da terra, pois procuro a morte. Mas tenho saudades da vida em que vivi com ele”.“Oh, ingratidão! Só me resta o consolo de que o remorso há de persegui-lo dia e noite e é toda a causa de eu desprezar então a pouca idade e todos os atrativos da vida. Denuncio-o como assassino. Hei de amá-lo até os últimos paroxismos, mas depois de morta, hei de renegá-lo e amaldiçoá-lo mil vezes por hora”. “No céu-se eu for ou no inferno, hei de persegui-lo porque me fizeste tão infeliz”. “Nada no mundo me prende à vida, sem ele. Se me amasse, ainda que com leviano amor, que paraíso de flores seria a nossa vida na terra. Oh, se eu ao menos pudesse viver junto dele, como uma irmã vive com seu irmão; que eu o visse uma só hora por dia, eu ficaria contente”. “ mas foi destino meu. Deixo prados, deixo árvores, deixo flores, deixo bosques e deixo tudo quanto embalsama-me a vida. Deixo meus pais, tão bons, tão ternos a quem eu poderia servir de arrimo na velhice”. “Não poso pensar em outro homem. Tenho raiva de todos; de todos tenho rancor e os odeio”. “Morro por não ser recompensada!”. “Para que queixar-me? Acabou-se tudo. Nunca mais me verás, nunca mais ouvirás as minhas vozes. Enfim, ficarás livre de mim e eu livre de tanto pensar. Quero que a primeira pessoa que ler este papel, leve-o ao seu destino; para ti Manuel! Verás que foste o meu único amor, um só no mundo. Não posso viver sem ti !”. “Há quanto tempo vivo combatendo essas paixões, mas não me é possível vencê-las, nem tirar da idéia o suicídio. Todos dirão: que doida, que tola! Mas não digas tal...mas...que paixão desgraçada! Morrer assim... sofrer o quê? Talvez duas horas, lutando com as águas dessa fria Bagagem. Depois dessa irresistível luta, desaparecerá um corpo frio, inanimado. Ficará o remorso para perseguir-te por toda parte por onde andares...minha sombra há de te acompanhar e repetir-te constantemente aos ouvidos: assassino! Adeus para sempre! Adeus Manuel””.

Bagagem, 4 de outubro de 1875.Anna Petronília do Espírito Santo.

E corre à boca pequena que Anna teria pedido a Luiz Baracho de Aguiar para colocar música na letra do seu poema e cantar na janela de Manuel. Não se sabe se o pedido póstumo fora atendido. Para concluir, seguem os versos intitulados “Amor de Perdição”.

Devo fugir-te, olvidar-te o nome,Jamais na vida me lembrar de ti,Buscar a morte, não sinto a vida.Maldirei da hora em que te conheci.

Não te incrimino, o coração é livre,E livre o amor-todo mundo diz Mas, sem amor, de que serve a vida?Embora eu morra, sejas tu feliz!

Se acaso vires uma cruz modesta,Mostrai: ali jaz o corpo meu.Verte uma lágrima, com paixão, e dizMorreu por mim foi destino teu!

Pelo conteúdo da carta e pela data do poema, nota-se que Anna já vinha pensando e sofrendo há um bom tempo. Antes da carta, o poema já premeditava o suicídio. O texto fora escrito, numa quinta-feira, no dia 30 de maio de 1874. Esgotadas as possibilidades de ter para si o amor de Manuel, Anna decidiu por fim, dar cabo à própria vida, no ano seguinte, em 04 de outubro de 1875, se jogando nas águas revoltas do Rio Bagagem, vestida de noiva.Na cidade, visionários juram já ter visto em seguidas noites, uma mulher de branco perambulando pela ponte e pelas ruas da cidade, desaparecendo das suas vistas, misteriosamente. Todos acreditam ser o espírito de Anna vagando em busca de paz e de luz.

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ela Lei nº 733/03, de 06 de agosto de 2003 ficou instituído o Brasão Poficial no município de Estrela do

Sul, assinado pelo prefeito Dr. Haroldo José de Almeida.O professor Flávio Pereira Barros, Diretor do Departamento de Cultura e Turismo foi o autor do brasão em que foram contempladas as riquezas do município privilegiando os aspectos históricos, econômicos, sociais e culturais. A descrição heráldica ficou por conta do historiador Mário Lúcio Rosa, que justificou cada item constante no referido símbolo oficial do município. O Brasão traz a data de 30 de maio de 1856, que marca a emancipação do município. A Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, representando o Patrimônio Histórico Arquitetônico é representação forte do município. O triângulo lembra o Estado de Minas Gerais, as linhas sinuosas representam o lendário Rio Bagagem. Uma árvore é o símbolo do progresso através das florestas de pínus, que vêm promovendo a economia no município. Os ícones do gado e café são atividades relevantes do nosso progresso e, enfim, as linhas curvas marcando a beleza do relevo que dão um charme especial à centenária cidade

cenário encantador da Freguesia da Bagagem Diamantina, terra que tem produzido as mais belas Ogemas está virando cenário para um romance do já

conhecido escritor Ouro-pretano, o Dr. Bernardo Guimarães.Segundo nos informou o poeta, numa de suas visitas, a euforia

da corrida do diamante, as belezas naturais, os modos e costumes do lugar foram os ingredientes para compor a obra que se chamará “O Garimpeiro”.

Reservando-se ao direito de fazer suspense, apenas adianta que se trata de uma história de amor impossível de dois jovens que terá final feliz com o achado de um grande veio de diamantes.

Guimarães é irmão do Juiz de Direito de Patrocínio, O Dr. Joaquim Caetano Guimarães que atua nesta Freguesia e ambos são hóspedes do Delegado

Francisco Vieira Bravo.Sempre que pode, o escritor se refugia nas lavras

diamantinas em busca de subsídios para sua obra, uma vez que ele atua como Juiz de Direito, na localidade goiana, de Catalão.

esde 1722, quando o bandeirante João Leite da Silva Ortiz, genro de outro bandeirante, o afamado Anhangüera constatou a existência de diamantes, nessas parages, aventureiros de todas as partes do país se dirigiam à currutela da Bagagem, Dtamanho o fascínio do Eldorado. Um dos fenômenos mais curiosos da época da mineração, o RUSH MINERADOR, que

ocorreu em várias localidades como Ouro Preto, Diamantina, Paracatu, Desemboque e outras, se desenrola por aqui. Grande está sendo o desenvolvimento dos garimpos em três anos de existência. De 1849 para frente, o trabalho no leito do rio é um formigueiro humano.

Centenas de homens, escravos, mestiços assalariados, sob as vistas dos feitores, se aplicam na faina da mineração.Na história dessa atividade, a Bagagem foi o lugar que teve o maior crescimento em menor espaço de tempo. Cada ano

transcorrido teve efeito de decênios, tal o ritmo que lhe acelerou o crescimento.Bernardo Guimarães em sua obra “O Garimpeiro” que tem a Bagagem como cenário, informa 20.000 almas. Outras fontes

informam que em um lastro, a sua população alcançou a cifra superior a 30.000. Ainda há outra que aponta uma população que chega a 15.000 almas na sede (Joaquim Antônio e Cachoeira) e a 35.000 nos demais povoados de Guaches, João Bernardo, Serafim, Três Ranchos, Lajes, Cabritos, Paracatu, Jericó, Catarata, Lacrimal, Mottas, Marimbondos, Água Fria, Capim Branco, João Teixeira, Estrondo, Goiabeira, Arromba, Chiqueiro, Garimpinho, Tavares, Madureira, Corvelo, Cabral, José Baldoíno, Goiabal, Padre Manoel, Rufino, Peneiras, Onça, Bem-te-vi, Bicame, Berimbau, Mosquitos e Cangerana.

Esse crescimento acelerado marcou a evolução político-administrativa passando o lugar de Povoado, Arraial, Freguesia, Paróquia, Villa e culminando com a categoria de Cidade em 19 de setembro de 1861. Para muitos, o Eldorado de Bagagem credita-se ao achado do valioso diamante Estrella do Sul, encontrado por uma escrava em 1853 e que encanta o mundo.

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Bagagem amanheceu enfurecida e indignada na manhã de 06 de abril deste ano de 1853. Fatos horripilantes já se registraram nesse formigueiro humano e nenhum se assemelhou ao crime de Firmino Soares Riquetá, ocorrido no AJoaquim Antônio. Viúvo recentemente com duas crianças logo buscou para viver em concubinato, Joana Lagares,

mulher de maus costumes, baixos sentimentos e de excessiva vaidade, o que levou Riquetá, dentro de pouco tempo exaurir as suas posses, ficando apenas com uma escrava, herança que sua falecida havia deixado para as crianças e que os tratavam como filhos. Não tendo mais como satisfazer os caprichos da “perdida”, lembrou-se de que tinha a escrava que valeria uma boa quantia. Impossibilitado de dispô-la, aceitou a sugestão da amante de provocar o desaparecimento das crianças. Como herdeiro delas, poderia, sem constrangimento efetuar a venda da negra e investir na sua amásia. Na madrugada do dia 06 acordou as crianças, Marcelina, de 09 anos e Cândida de 06 anos, conduziu-as até uma ponte pequena que chamam de pinguela, sobre o Rio Bagagem, e dali lança-as impiedosamente à corrente do rio, que as traga, morrendo afogadas. A criança mais velha, a menina de 06 anos, em atitude de desespero agarra-se ao pescoço do pai, aos gritos pedindo que não a jogasse ao rio, o que de nada adiantou. Os vizinhos, ouvindo o pedido de socorro, quando chegaram, o crime já se havia consumado. O alarme fez-se a notícia e o povo indignado corre em perseguição a Firmino querendo fazer justiça sumária, linchando o malvado pai que, apavorado refugiou na casa do vizinho e amigo, Hygino Polycarpo de Souza. O povo, cada vez mais sedento, de sangue, invade a casa do amigo, sendo Firmino salvo por quatro soldados armados que se dirigiram ao local, onde a fera se achava refugiada, e foi presa. Os soldados impotentes para conter o povo na sua fúria de vingança, buscaram reforços e à noite contavam com 24 soldados em volta da casa de Hygino durante toda a noite para evitar que Firmino fosse esquartejado pelos manifestantes. Na madrugada do dia 07, quando o povo, na sua maioria retirava para descansar, os soldados, como que escondido, puderam levar o criminoso, a toda pressa, para a cadeia de Patrocínio, gastando quatro dias de viagem. Pela tarde do dia 10 de abril, a nova de que havia chegado à Villa, o autor de tão hediondo crime, a população, em grita de justa indignação protestou fortemente em volta da cadeia, pedindo a sua imediata condenação. Aturdido pela gritaria do povo, arrependido pelo crime contra os próprios filhos, em acesso de loucura se machuca todo, após violentos choques contra as grades e as paredes ficando totalmente ensangüentado. A partir daí recusa a alimentação e acaba enlouquecido pelos gritos ensurdecedores do povo exaltado que se formava no Largo de Patrocínio. Numa tarde do mesmo abril, um féretro de quatro soldados e um pequeno número de curiosos sepultaram no largo fronteiriço à Igreja Matriz, o corpo de Firmino Soares Riquetá, o homem que maiores clamores provocou contra ele por estas paragens. A amante de Firmino, Joana Lagares, que por sua causa, o Riquetá tirou a vida de seus filhos, saiu como doida, da casa de seu cúmplice, depois do crime, fugindo dos gritos de vingança do povo do Joaquim Antônio, para os lados dos Mottas, onde

m fato pitoresco e curioso ocorreu no bairro da Bagaginha a 31 de outubro de 2001. O senhor Alfredo UAlmeida tem um quintal enorme e nele cria uma grande

quantidade de galinhas. Ao abrir uma para prepará-la para o almoço, surpreendentemente depara com um diamante na moela da ave. Era uma pedra pesando 1 quilate e 60 pontos. Não era um achado de qualidade mas rendeu tanto quanto uma pedra extra, uma raridade. A imprensa, de imediato chegou ao local. Várias equipes prepararam reportagens que rodaram em âmbito local, regional, estadual e até nacional, em programas de conceito e de ibope.

Até nos Estados Unidos deram notícia do fato pela televisão que recebe transmissão de programação brasileira. Especuladores e entendidos no ramo arriscaram diante das câmeras valores estupendos mas na verdade o diamante não chegou a R$ 1.000,00. Diante de tanto auê, faltou mesmo foi qualidade para a pedra. É um fato curioso mas, não raro. Desde séculos passados galinhas engolem pedrinhas nesta cidade e muitas delas são diamantes que são encontrados dando aos seus donos um dinheiro extra.

Todas as pessoas desta cidade que preparam aves, não se esquecem de verificar na moela as pedras que nela ficam alojadas.

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esde o dia 19 de setembro de 2004 o garimpeiro de Estrela do Sul virou o mais novo cartão-postal da Dcidade, representado por uma monumental estátua

instalada bem no centro da principal praça da cidade. A estátua em concreto armado pesando quase meia tonelada já se tornou símbolo e orgulho da classe garimpeira. A peça retrata um garimpeiro autêntico lavando o cascalho. Da peneira presa em suas mãos corre água que cai em forma de cascata nas bacias de concreto até o lago, onde a água retorna em movimento contínuo, com iluminação que

realça a obra de arte durante a noite. A idéia do projeto veio de encontro à preocupação da Cooperativa Garimpeira do Vale do Rio Bagagem em ter um marco homenageando a classe. O Promotor de Justiça, Dr. André Luís Alves de Melo deu incentivo ao presidente João Dias Moreira e a diretoria aprovou a idéia de usar o recurso da porcentagem de 3% (três por cento) que recebe dos próprios garimpeiros sobre a venda dos seus diamantes,

sendo que 1,5% (um e meio por cento) é repassado ao Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural de Estrela do Sul, que em parceria adotou a idéia. No curto período em que o presidente João Dias Moreira esteve afastado por problemas de saúde, o seu interino Mário Lúcio Rosa conduziu a obra até a sua inauguração. O artista que confeccionou a peça foi o conceituado professor de Uberlândia, Batuíra Quirino. A execução do projeto ficou por conta dos profissionais da cidade: Cláudio Henrique Amaral da Cunha e Geraldo Cortes Cardoso. Já é comum nessa praça, turistas e visitantes pararem diante da obra, admirá-la, fazerem fotos e levarem essa lembrança para as suas cidades.

município de Estrela do Sul, através da Lei nº 12/76, cria a Bandeira do Município, que a partir da data de 25 de Osetembro de 1976 poderá ser confeccionada e ser

apresentada em todos os eventos comemorativos, mastros, gabinetes e salas oficiais, repartições públicas e até mesmo sobre esquifes mortuários, em funerais, mediante determinação do prefeito municipal. A autoria é do prefeito José Coelho de Resende que cuidadosamente a descreveu com sua descrição heráldica. As cores são a branca, a azul, amarela e verde. No retângulo vem o triângulo com as montanhas e uma estrela ao centro, tendo os lados fechados com as palavras “Progresso, Ordem, Amor, significando o desenvolvimento, objetivo maior de nosso povo, olhando sempre

para frente em clima de disciplina e afeição profunda, sustentando as sadias idéias dos estrelassulenses”. Na mesma Lei, no artigo 18, da seção III, o Poder Executivo já ficou autorizado a contratar compositores ou até m e s m o i n s t i t u i r concurso para a escolha do Hino Municipal.

ma simples bandeja foi a causa de discórdia e de morte no Joaquim Antônio, numa noite de novena e de leilões na porta Ude igrejinha de folha de baguaçu, no Largo da Conceição, em

que Brígida foi a causa de mais um dos muitos crimes que vêm ocorrendo constantemente na Villa da Bagagem.

Pedro Marciano dos Santos Garcia e Manoel Sertanejo eram grandes amigos e patrícios. Acontece que num desses leilões aparece uma bandeja com os seguintes dizeres: oferecida à Brígida. E era uma mulata bonita e simpática. Serrana ambicionada por ambos.

A preciosa bandeja foi disputada por Pedro e Manoel que davam lances e cobriam, chegando a 1 Conto de Réis, valor elevado na época. Os amigos de Pedro o afastaram, cabendo a posse da bandeja a Manoel Sertanejo que cobriu o lance a 1 Conto e Cem e ofereceu à Brígida. Despeitado, movido pelo ciúme e ofendido na honra, como pensava, Pedro Marciano contratou Antônio Escutério, um soldado,

para eliminar Manoel. Às duas da manhã da mesma noite, Manoel foi assassinado. O soldado Antônio recebeu pelo serviço 1 conto de réis e fugiu para o Sincorá, na Bahia, de onde era natural.

No dia 1º de março de 1859 foi instalada na Villa da Bagagem, a primeira sessão do júri, presidida pelo Dr. José Antônio de Sampaio, Juiz de Direito de Araxá, sendo submetido a julgamento o réu Pedro Marciano pelo crime que cometera como mandante, contra o amigo Manoel Sertanejo. Ao final do julgamento o júri condenou-o a galés perpétua. E Brígida levou sua vida normalmente.

Capela de Santa Rita no Joaquim A ntônio

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s l e g í t i m o s r e p r e s e n t a n t e s d o p o v o

estrelassulense, unidos em nome de Estrela doSul, Ofiéis aos ideais de liberdade de sua história e

tradição, reunidos em Assembléia Constituinte, sob a

proteção de Deus, promulgaram em 21 de março de 1990, a

Lei Orgânica do Município

de Estrela do Sul.A legislatura que

elaborou a Lei que regerá

o município teve como

presidente, Reis Antônio

de Resende; como vice,

M a u r o L ú c i o D i a s

Resende; Lutero Mendes Vieira e Olavo Guimarães de

Farias, como 1º e 2º secretários e se completa com Rogério

Resende Cunha, Marovico Rosa da Silva, Sebastião

Severino da Silva, Márcio Henrique Amaral Dias e Pedro

Divino Rosa.

Bagagem, um dos mais prósperos municípios da Província das Gerais, chamada de Princesinha de Minas está

passando por um processo de decadência. O rush minerador que trouxe aventureiros do Brasil e do mundo, elevou o Apovoado a cidade e contou em seu seio, até 50 mil almas abriga também a célebre dona Anna Jacintha de São José, a

famosa Dona Beija, que deixou o Araxá, ambicionada pelo sonho de riqueza nos garimpos. Não se esquecendo dos três

irmãos Dumont que faliram tentando vender o notável Estrella do Sul, ao Napoleão III, imperador da França, sem sucesso.Como um relâmpago, a notícia da descoberta das minas de diamantes do Cabo da Boa Esperança, agora em 1870,

deu adeus aos sonhos de riqueza, o que tem causado um

fabuloso êxodo e o declínio da cidade que está caindo em

profunda letargia. Como chegaram, muitos estão

retornando às suas origens, falidos e decepcionados.Agora, os que persistem estão buscando uma nova

vocação na agricultura e na pecuária. A secular floresta, até

então intacta, está passando pelo efeito devastador do

machado e se convertendo em excelentes pastagens,

povoadas de grandes rebanhos de lindos bovinos.

Lavouras e diversas culturas vêm surgindo no antigo centro

minerador. Grandes construções em todo município, estão

abrigando monumentais sedes de fazenda.A nova realidade está mudando o cenário da

Bagagem, mas há um considerável número de faiscadores

que ainda persistem e acreditam no sonho de enriquecerem e encontrar um novo “Estrella do Sul” que realizou o grande

desejo do velho Casimiro de Morais.

m fascínora tem aterrorizado os moradores da região da cidade de Bagagem, na Província de Minas, divisa com UGoiás. O polêmico Juiz de Direito da Cidade goiana de

Catalão, Bernardo Guimarães, que também é escritor e autor de várias obras, dentre elas, O Garimpeiro, inspirado na euforia da corrida do diamante, em Bagagem, lançou mais uma obra cuja personalidade é o Índio Afonso, o mais temido Tigre da Floresta Bagagense.

“Tal índio, personagem tirado da realidade, para vingar a irmã Caluta pratica as mais atrozes crueldades com tortura contra , o cabra que tentou violentar a moça. É uma história de banditismo vivida na região. No prefácio, elucida o autor que Afonso é “personagem real e vivo ainda”. E, por isso, não revelaria o fim do seu bandido. Vale ressaltar que a obra deu ao romancista certa dor de cabeça. É que Afonso, depois de posto no conto, viera a cometer um atentado horroroso, acompanhado das circunstâncias mais atrozes e revoltantes”.

“Antes da edição Garnier, que foi em 1873. O Índio Afonso foi publicado no folhetim do Jornal Carioca “Reforma”, nos números de 23 a 31 de janeiro de 1872”. O escritor, que se defende da polêmica está residindo agora em Ouro Preto, nesta Província.

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congregação Cristã no Brasil passou a se reunir agora em um novo espaço. O prédio que abriga o templo, na Praça Nhô Nhô Ade Lima, já está acomodando os evangélicos para os cultos às

quintas-feiras e domingos.A congregação teve início na cidade em 1960 e os trabalhos

eram dirigidos por José Batista Miranda que vinha de Monte Ca rme lo . Os cu l t os e ram realizados nas casas de José Venâncio, na Rua Salineiras. Dentre os vários congregados estavam Antônio Gonçalo e a família de Manoel Nascimento Filho, conhecido na cidade como Manoel Coração. Em sua chácara, às margens do rio foi construída uma pequena igreja que passou a receber um número considerável de membros.

Com o tempo, diante da necessidade de ampliação, o Sr. Manoel fez uma permuta de terreno, onde hoje está instalada a Congregação que tem como cooperador, Célio Nascimento de Oliveira

m sonho antigo dos estrelassulenses caminha agora para a concretização. Em breve já se poderá falar ao Ucelular sem nenhuma dificuldade. Estrela do Sul terá

telefonia móvel.Há anos, o prefeito Dr. Haroldo José de Almeida, tem

se empenhado nesse sentido. Contatos, pedidos insistentes vinham sendo feitos através de ofícios, aos montes para todas as empresas do ramo, para órgãos governamentais, deputados, governador e até para o presidente. “Só falta o Papa” - brinca Flavio Barros, Assessor de Comunicação da Prefeitura. Em final de outubro, uma afiliada da Rede Globo fez uma matéria de peso , apelando para este sentido. Ta i s c l a m o r e s a g o r a f o r a m ouvidos. A TNL P C S , m a i s conhecida como OI, empresa do Grupo Te lemar, en f im adotou Estrela do Sul. Procurado, o M u n i c í p i o d e u apoio logístico e o l o c a l i d e a l f o i encontrado. Um terreno situado na R u a J o a q u i m H e r m í n i o d o Nasc imento, nº 500, no Alto Bela Vista foi alugado do proprietário Gilmar Ramos da Silva. O alvará assinado pelo prefeito em 06 de fevereiro de 2006, mediante projeto arquitetônico apresentado foi o sinal verde para a execução dos trabalhos. O projeto de construção da ERB - Estação Rádio Base já começa a dar sinais de que em breve a cidade ficará antenada com tão almejado sistema de telefonia.“ Tem sido constrangedor para a cidade que recebe um grande número de turistas e investidores que se vêem privados de tal serviço, o que gera um grande desconforto para nós” lamenta Dr. Haroldo.

Segundo nos informou o professor José Sebastião Aguiar, na cidade já existem centenas de aparelhos celulares que são utilizados pelas pessoas que viajam sempre e pelo grande número de estudantes universitários que se dirigem diariamente às cidades vizinhas em busca do ensino superior. E na Escola Estadual Robert Kennedy, ele nos disse que os alunos da Zona Rural e da cidade levam aparelhos para a escola para brincar com os joguinhos, na hora do recreio.

As obras foram confiadas a ZOPONE Engenharia e Comércio Ltda, de Belo Horizonte, que já está a todo vapor, iniciando os trabalhos. Segundo Gilberto Correia, encarregado da obra, dentro de 60 dias, a torre já estará pronta para oferecer os serviços de telefonia celular.

eralda Brasileiro, bagageira, filho do Coronel Chico Brasileiro, ainda jovem casou-se com Alípio Aguiar, um Gjovem de Santo Antônio do Amparo, MG; que criava bois em

Estrela do Sul. Após o nascimento de seu filho Fernando mudou para a cidade do marido. E foi lá em Santo Antônio do Amparo que Geralda experimentou o gosto amargo da morte. Segundo dizem, naquela cidade ela sentiu-se mal e foi constatado o óbito. Toda a movimentação do velório foi presenciada por Geralda, inclusive as discussões da família acerca do tipo de caixão de melhor qualidade que se encontraria numa cidade vizinha., Tudo que se falava incomodava o “coração” da infeliz Geralda.

Até que o destino colocara por uma mão amiga, uma rosa nas mãos de Geralda. E essa rosa tinha espinhos. O contato incômodo do espinho trouxe à vida, a vida de Geralda. Foi um alívio para ela e para a família. Ao chegar o caixão que tiraria do banco para o conforto que a levaria à última morada, Geralda já estava sã e salva. E feliz da vida. Vida que lhe fora devolvida.

Depois de anos, quando a família já estava formada e bem encaminhada na vida, morando em Belo Horizonte, já na década de 1980, Geralda deparou de verdade com a morte.

Ao sair da igreja, depois de uma missa, um ônibus lhe esbarra atirando-a no chão. Na seqüência veio um carro e tirou-lhe a vida. Sensível à importância e ao valor da vida tornou-se doadora de órgãos. Aproveitados os seu órgãos descansou em paz, na capital mineira.

Casos como esses existem. São comumnentes chamados de “morte aparente”. É a “catalepsia”. Doença letárgica que se caracteriza pela imobilidade do corpo e rigidez dos músculos. No caso de Geralda Brasileiro, a sorte foi sua aliada. Há uma história de que uma moça, filha do João Clementino Borges, ao ser enterrada teria se mexido no caixão. Dado o alarde, ninguém dera atenção. No outro dia foram verificar. Ao abrir a sepultura, a moça foi encontrada de bruços, dentro do caixão. Mas já era tarde. Fora enterrada e viva e morrera asfixiada, no cemitério de Estrela do Sul.

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antigo sonho de ter uma Faculdade em Estrela do Sul, agora é realidade. No dia 3 de setembro de 2004, a Oprivilegiada turma de universitários teve a sua primeira

aula. Pelo horário já definido, o professor Mário Lúcio Rosa iniciou o curso do Normal Superior, na Faculdade de Educação e Estudos Sociais de Estrela do Sul, da UNIPAC Universidade Presidente Antônio Carlos, com sede em Barbacena, neste Estado, de onde está subordinada. Ainda nesse primeiro dia, os 40 alunos tiveram também aula de História do Brasil com o professor Flávio Pereira Barros. Para a vinda da Faculdade para este município, vários contatos foram feitos. O mais importante e decisivo foi no Campus de Araguari, em reunião com o Reitor Bonifácio Tamm de Andrada e com Jorge Elias Teixeira Bedran, daquela cidade. Nessa reunião estiveram presentes Daydson Benedito Ramos, Márcio Donizete de Almeida, representante do Executivo e a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Borges Martins, onde ficou firmado o apoio da Prefeitura através de convênio para criação da unidade UNIPAC em Estrela do Sul. Já em pleno funcionamento, no corpo docente estão Geraldo Araújo Júnior, Graziela de Lourdes Medeiros, João Batista Rosa e Júlia Márcia Fernandes. Na condução da Faculdade estão Zoilda da Paz, na direção; Valda Aparecida Fernandes Ferreira, na coordenação; Neiva Maria Borges de Ávila, na secretaria; Daydson Benedito Ramos como auxiliar administrativo e Marlene Gomes Patrocínio completando o quadro como auxiliar de serviços gerais. Recentemente, o reitor Bonifácio Andrada esteve na cidade e se encontrou com a equipe da Faculdade, na Escola Estadual Robert Kennedy, onde funciona o Curso Normal Superior.

m 31 de janeiro de 2005 iniciaram os trabalhos da criação

do Circuito Turístico do Triângulo Mineiro. Várias Ereuniões foram realizadas em Araguari com a presença

do Secretário de Estado de Turismo, Herculano Anghinetti. A

primeira visita oficial se deu em Tupaciguara com a participação

dos municípios integrantes. Desse circuito fazem parte:

Araguari, Uberlândia, Monte Carmelo, Cascalho Rico, Romaria,

Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Grupiara, Abadia dos

Dourados, Tupaciguara, Iraí de Minas, Coromandel,

Douradoquara e Estrela do Sul.No Estado são 48 circuitos, incluindo o do Triângulo,

que vem em processo acelerado, rumo a certificação junto ao

Governo do Estado; o que foi motivo de elogios pelo Secretário

de Estado, na reunião de Tupaciguara. A Assembléia Geral

realizada em Estrela do Sul, no dia 12 de abril de 2005, na

Câmara Municipal, aprovou o Estatuto Social e criou a

Associação do Circuito Turístico do Triângulo Mineiro. Na

sessão, coordenada pelo gestor Clésio de Meira, dentre os vários

oradores, citamos Dr. Rowilson Gomes Garcia, Juiz de Direito da

Comarca de Estrela do Sul; Dr. André Luís Alves de Melo,

Promotor de Justiça; O Professor Mário Lúcio Rosa, Secretário

Municipal de Cultura e Turismo e Dr. Haroldo José de Almeida,

prefeito municipal.

m maio de 1851, empolgados com a febre do garimpo e do grande número de diamantes encontrados na Bagagem

Diamantina, um grupo de investidores decidiu explorar o leito do Rio Bagagem no centro da cidade. Para a exploração Edesse tipo, foi necessária a construção de uma virada. Decidiram então mudar o curso do rio, o que causou um grande

transtorno na Freguesia. O grupo constituiu uma sociedade e deram-lhe o

nome de “Sociedade da Califórnia Brasileira” com uma diretoria

organizada e composta por mais de 50 sócios. Os trabalhos avançavam

com rapidez e todo o achado e apuração era devidamente registrado em

livros próprios com uma contabilidade bem organizada. Até final de

dezembro fora registrada grande quantidade de diamantes e um saldo

altamente positivo.A virada que cortava toda a povoação iniciava por cima da

Cachoeira da Beija, vindo terminar por baixo do Mato Grosso numa

extensão de mais de 400 metros na margem esquerda do rio, ficando

muitas casas entre a vala e o rio, ora desviado para a virada.Problemas começaram a surgir e alguns sócios desistiram sendo

substituídos por outros até que, depois de 02 de março de 1852, ocasião

do trágico acontecimento denominado de “Fogo do Vieira”, com a morte de

muitos desses sócios e desistência de outros, ficou destruída de vez a sociedade. Dentre os desistentes estavam o Capitão Vieira

Bravo e o Juiz, Dr. Joaquim Guimarães, conhecido como Dr. Caretas, fugitivos do tal episódio. Terminada a Sociedade, o saldo de

1:776$220 réis foi tudo entregue a Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da povoação.

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strela do Sul está respirando cinema. Embora não sendo película, mas VHS, a linguagem usada para a produção do trabalho é a de cinema. Trata-se do Vídeo-Documentário “Matarum de Orongóia” que será lançado no dia 29 de abril de E1988, no Clube Recreativo desta cidade.

A produção da Casa da Cultura de Estrela do Sul com duração de 59 minutos foi um trabalho exaustivo liderado pelo professor Mário Lúcio Rosa, presidente da entidade. O vídeo faz um resgate da memória histórica do município desde a sua fundação até os dias atuais, onde a história e a cultura serão apresentadas através de imagens, fotografias antigas, documentos e entrevistas. Quanto à parte mais rica da história, a Casa da Cultura preferiu mostrar através de encenação do Grupo Teatral Senzala que contou com a participação de mais de 40 atores. Durante vários meses a cidade toda foi mobilizada para dar espaço às gravações. Fazendas, casarões, garimpos e lugares diversos foram palcos das locações e redutos dos artistas.

A produção procurou dar maior fidelidade ao trabalho preocupando-se com figurinos, peças, locações e até mesmo a linguagem da época em que apresenta a escravidão, os garimpos, a vida de Dona Beija e a história do achado do Diamante Estrela do Sul.

O trabalho amador foi realizado por Mário Lúcio Rosa, autor dos textos, direto,r roteirista, editor e também ator. A cinegrafia da parte mais importante das gravações foi de Marcus Luiz Galante Júnior, complementada ao final por Almir Antônio, o diretor de cinema do vídeo, e que também juntamente com Mário Lúcio, assinou roteiro e edição desse vídeo experimental do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Estrela do Sul. Pedro Divino Rosa que é vereador participou com as pesquisas. Flavio Barros fez a iluminação e atou com outros voluntários de São Paulo, Nilson e Getúlio, continuístas e colaboradores.

No elenco Dayse Maria Silva e Clodomiro Jacob Ramos viveram Dona Beija e o Ouvidor da Corte, em 1816, em Paracatu. Cláudio Amir Ramos e Abadia da Conceição representaram os escravos Marcos e Rosa que marcaram a trama do Diamante Estrela do Sul, de propriedade de Casimiro de Morais, interpretado por Pedro Fernandes da Silva Neto. A Dona Beija da Bagagem foi vivida por Joana D'arc Vieira Gomes, quando ditava o seu testamento ao escrivão, interpretado pelo professor José Sebastião Aguiar. Dentre os vários atores citemos Carlos Antônio Santiago, Marlene Gomes Patrocínio, Ibenauro Simão Cardoso, Gilmar Ramos da Silva, Ideraldo Simão Cardoso, Ângela Vieira Cototi, Célia Laura dos Santos, Élcio Cardoso, Almenízia Flores Diniz, Claudiney Ramos da Silva, Robinson Cerqueira de Morais, Lousencourt Saint'Clair de Morais, Henrique Wallace de Oliveira, Divaldo de Souza, Leida Vieira Cototi, José Reinaldo Caetano da Silva, Gaspar Martins da Silva, Joana D'arc Olímpio, Geralda Borges, César Henrique da Silva, Lúcia Conceição da Silva, Osmir Leandro, Elmar Rocha Jacob, Márcia Gomes Patrocínio e Rubens Antônio Ferreira. Para completar participou o “Grupo de Capoeira Cordão de Ouro”, de Araguari. O figurino de época foi confeccionado pela estilista Rufina de Morais Ribeiro e a produção de maquiagem e cabelo ficaram por conta de Amarildo Silva Garcia. A narração foi de Sebastião Alves Ribeiro e Almir Antônio Rosa.

O trabalho contou com a participação de toda a comunidade, inclusive nos patrocínios que ajudaram na realização do mesmo; não se esquecendo de Lousencourt Pereira de Morais, o Play, que deu grande suporte para a produção. Inclusive o seu ônibus que transportava o som que ele utilizava para bailes em Estrela do Sul e região, serviu à equipe como meio de locomoção para as locações e também como camarim para os atores.

O nome “Matarum de Orongóia”, dado ao vídeo é uma homenagem ao dialeto africano “Língua de Banguela”, falado até hoje por alguns garimpeiros da cidade e significa diamante, segundo informa Mário Lúcio Rosa, o produtor do trabalho.

Após o lançamento, a Casa da Cultura terá disponível o vídeo em fitas de VHS, cuja venda ajudará a cobrir as despesas que estão em torno de 400 mil cruzados.

a noite de 8 para 9 de fevereiro de 1903 foi tomado de grande incêndio, o grande sobrado de Izidora Corá, que se manifestou às duas horas da madrugada, reduzindo-o a um grande monte de cinzas. A esposa do senhor Rodolpho Tormin acordou ao ouvir alguns estalos Nem casa próxima. Abriu a janela e constatou que se tratava da casa da viúva Izidora, de onde já saíam grandes labaredas. Despertado

de sobressalto, o senhor Tormin acordou a vizinhança e acorreram ao sobrado na tentativa de salvar a viúva que ali morava sozinha.Estando as portas fechadas, arrombaram-na com uma machadinha e entraram. Subiram ao primeiro andar, onde sabiam, dormia a

viúva e tiveram dificuldades de chegar porque com o incêndio, o assoalho estava danificado e a fumaça, por demais, asfixiava.Superados os obstáculos descobriram junto da parede, o cadáver de Izidora complemente mutilado, conseguindo com muito custo

reconhecer como sendo da viúva, encontrando apenas o tronco e os braços quase carbonizados. Quanto a cabeça e as pernas, nada encontraram. Todos sabiam que de suas orelhas pendiam brincos de ouro com lindos brilhantes.

Com bastante dificuldades não conseguiram tirar uma grande e pesada caixa, onde sabiam, Izidora guardava seus pertences, moedas de ouro e prata, diamantes e outros valores, sendo tudo consumido pelo fogo, inclusive uma grande casa ao lado que em outros tempos servia de quartel.

Veio a convicção de que Isidora tenha sido vítima de barbaríssimo crime, dado ao fato de Antônio Afonso ser encontrado em Ponte Nova, vendendo diversas jóias e por surgir informação de que o baiano Camisão teria assumido a autoria do crime e confessado que atirou a cabeça de Izidora no fundo de uma cisterna

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1881-Veio à luz da publicidade o ESTRELLA DO SUL, de propriedade de Ernesto Rangel e redatoriado pelo Dr. Eduardo Augusto Montandon, em 19 de junho.

1882-Apareceu A ESPERANÇA fundado por José Maria Vieira da Silva.

1884-O Dr. Corrêa de Moraes publicou O BAGAGEM, em 1º de novembro.

1886-Surgiu O GARIMPEIRO, de Tertuliano Goulart, que tinha como auxiliares Jeronymo Dias de Oliveira e Desidério de Melo.

1886-Também surgiu O PALÁDIO, sob a direção de Athanásio Saltão.

1887-Foi editado O AURORA,, jornal manuscrito, sob a orientação de Rodolpho Tormin.

1890-John Boy le , m iss ioná r i o americano, publicou O EVANGELISTA, folha dedicada à propagação do Evangelho.

1891-Veio à luz da publicidade O CANÁRIO, dirigido por Amadeu Cunha.

1891-O FAMILIAR sai à luz da publicidade na cidade da Bagagem.

1891-Aparece na cidade da Bagagem o Jornal FILHO DA LUZ.

1893-Josefino Moreira fez circular A JATY.

1894-Querubino dos Santos creou O MISSIONÁRIO SERTANEJO.

1923-Olegário Guimarães e J.J. Moraes publicaram o K.P.TA, órgão humorístico.

1927-Saiu à luz da publicidade a 11 de dezembro , O ESTRELLINHA, orgam litterário, humorístico e noticioso sob a direção de Hypácio Gomes, tendo como gerente, Martinho Silva Sobrinho.

1952-Nasce a 17 de fevereiro sob a égide da esperança e da fé cristã, segundo o seu fundador, Ivo Brasil, o ESTRÊLA, com o propósito de honrar o nome de Estrêla do Sul, de heráldicas tradições.

1991-Nasce o PICUÁ, do vereador e jornalista, Pedro Divino Rosa, em 28 de abril.

2003-Em setembro nasceu o Bagagem News de Pedro Fernandes da Silva Neto(Fernandinho), que em seu editorial cita TCHECOV: “Escreva sobre a tua aldeia e descreverás o mundo”.

2004-Em 7 de março surgiu o Hippie Chic Informa e Transforma, da jornalista Ana Luíza Resende Brasil.

2006 - Sai o jornal “A Cidade”, em 11 de junho tendo como diretor responsável Marisa Barbosa e redação de Fernandes Neto e Mariana Gutierrez

m Estrela do Sul já existe um espaço para abrigar a arte e a cultura,

promovendo os valores culturais e os nossos artistas. Criada a Associação de EArtesãos, a presidente Ana Luiza Resende Brasil cedeu o seu espaço no

Balneário da Beija, onde funciona também a loja Hippie Chique, a feira mensal de

artesanato e a divulgação do informativo “Hippie Chique Informa e Transforma”.O projeto de Ana Luiza teve início numa casinha em estilo antigo, na Rua Padre

Júlio, esquina com a Elias Teotônio, onde os

artistas deixavam em consignação os seus

produtos. O local virou ponto de referência para os

turistas e visitantes que levavam lembrançinhas e

produtos artesanais com etiquetas de Estrela do

Sul.Já com a idéia ampliada, no novo espaço,

Ana Luiza mantém também um bar e restaurante

e, o seu esposo Luca desperta e promove os

talentos da nossa terra através de aulas de música

e pintura. Agora, pela Lei Municipal nº 770/05, de 31 de maio de 2005, fica declarada de

utilidade pública a ASASE Associação de Artesãos e Similares de Estrela do Sul.

aleceu em Ipameri-GO um dos grandes nomes da Música Brasileira, no dia 5

de julho de 1937. Trata-se de João Pirahy, um exemplar raro dentre os mais Fbelos e custosos diamantes que a cidade da Bagagem produziu, em 5 de

outubro de 1877.Residindo em várias localidades goianas, foi em Ipameri que o destino

reservara os seus maiores e melhores momentos, onde chegou em 1912. Lá se casou

com Prima Barbalho, moça de família influente daquele lugar.Além de compositor, João Pirahy era um exímio pirotécnico e um execelente

produtor de vinhos, de frutas sertanejas nas cidades de Bonfim e Vianópolis, no

Estado de Goiás.Autodidata, apresentou ao povo de sua época, mais de 500 composições

musicais com riqueza de harmonia e técnica de orquestrações invulgares. Foi

nomeado maestro do Estado, criador e regente da Banda de Música e da Escola de

Música de Ipameri, tendo organizado outras em Catalão, Corumbaíba e Silvânia,

onde em 1931 exerceu as funções de Delegado de Polícia.João Pirahy, como homem do sertão, sem ter freqüentado qualquer

conservatório ou escola de música foi um espírito de luz, adiantado no seu tempo.

Com sua pena brilhante dominava também a música sacra. Como músico era um

sentimental e como compositor um virtuoso, inspirado na beleza da vida e das

coisas. Tudo tocava e comovia sua alma de artista nato.A riqueza das composições do maestro e compositor, constante de músicas

sacras, valsas, dobrados, xotes e marchas, com partituras para todos os instrumentos,

não ficara esquecida. Em 1979, a Copacabana Som Indústria e Comércio, em sua

obra TRÊS SÈCULOS DE MÙSICA BRASILEIRA, traz um dobrado desse grande

artista. Além do disco, o obra está também disponível em minicassete.O seu nome até hoje é reconhecido em Ipameri, terra que o adotou.

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Fórum de Estrela, em inauguração das reformas do prédio, em 28 de agosto de 2004 realizou uma grande festa no Ginásio

Poliesportivo desta cidade. Na ocasião foi homenageado o ilustre Ministro Carlos Mário da Silva Velloso. Ainda como parte Odo evento, Dr. André Luís Alves de Melo, Promotor de Justiça da Comarca, em sessão solene descerrou a placa em que

apresenta a história do Ministério Público na Comarca de Estrela do Sul, a partir da criação da carreira de Promotores Titulares,

citando os Promotores do período de 1939 até os dias atuais.O cargo de Promotor, existe desde o século XIX, bem antes da criação da Comarca, quando foi nomeado o primeiro

Promotor para a cidade. O título de nomeação para o emprego de Promotor Público da Comarca do Paranayba foi concedido em

portaria de 29 de dezembro de 1865 ao cidadão, Tenente Antônio Goulart Brumm. No termo assinaram o Presidente da 2ª seção da

Província de Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho e pelo Doutor Henrique César Muzzio, Secretário do Governo da Província,

na cidade de Ouro Preto, sede do governo, com pagamento de 12 mil réis em selos das Armas do Império. O Ato foi registrado em livro

da Secretaria, no Palácio do Governo, em 30 de dezembro de 1865.O Decreto nº 5476, de 26 de novembro de 1873, publicado na Colleção das Leis do Império do Brasil, em 1874, pela

Typographia Nacional, no Rio de Janeiro, marca o ordenado anual de 800$ ao Promotor Público da Comarca da Bagagem, na

Província de Minas Gerais. E no segundo Artigo, concede uma gratificação de 800$000, maior que a concedida ao promotores das

comarcas de Rio Lambary, Barbacena, Rio Turvo, Três Pontas e Diamantina. O referido Decreto foi assinado pelo Dr. Manoel Antônio

Duarte de Azevedo, Conselheiro, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça, com a rubrica de Sua Majestade, o

Imperador.Os promotores citados na placa a partir de 1939 são: Hermano da Costa Val, Édison Armando de Freitas, Luiz Gomes da

Silva, Gustavo Teixeira Lages, Abel Machado de Miranda, Yêda Mendonça da Rocha Ferreira, Antônio Salles, Roberto Felicíssimo,

José Tharcílio de Assis, Waldir Rolim, Sebastião Militão dos Reis, Gláucio Antunes Modesto, Raphael Garcia Monteiro, Rui da Matta

Costa, José Santíssimo Ferreira, Amadeu Mendes Campanati, Ruy Nogueira de Sá Filho, Antônio dos Passos Romão, Ângelo

Canducci Passareli, José Gregório Barreto, Ivan Eleutério Campos, Marcelo de Souza Nery Coutinho, Marco Aurélio Nogueira, Breno

Linhares Lintz, Miralda Dias Dourado, Hamilton Pires Ribeiro e o atual, André Luís Alves de Melo, que se encontra na Comarca desde

30 de março de 1999.Ainda na placa constam os nomes de David da Conceição Gomes, Valdir Dias e Sebastião Naves de Resende Filho,

promotores que substituíram por mais de 06 meses. A placa se encontra afixada no segundo pavimento do Fórum, ao lado da sala do

Ministério Público.

m 24 de abril foi criado na cidade o Grupo Cultural

Alternativo Preserv-Ação com objetivo de resgatar a Ecultura e salvar o Patrimônio Histórico, artístico e Cultural

de Estrela do Sul. A idéia surgiu do universitário, Mário Lúcio Rosa que reuniu na

cidade um bom número de idealistas e lançou a Campanha de

Preservação do Patrimônio Histórico, como principal bandeira do

grupo. Com o apoio do estudante Geraldo Araújo Júnior, do jornalista

Pedro Divino Rosa, da professora Maria Abadia Alves Pereira,

Mário Lúcio montou o projeto de trabalho para divulgar e promover

a cultura do município. Após reunião com o prefeito Marcelo

Fernandes da Silva, o grupo pretende mostrar serviço para obter o

apoio do Executivo Municipal. Depois de vários atos públicos e de uma bem montada feira de

artesanato, o grupo já está ensaiando a sua primeira peça teatral que

terá o nome de “S.O.S. Estrela”. A peça de autoria e direção de Mário

Lúcio Rosa,, com pesquisas de Pedro Divino Rosa, contará a história

de Estrela do Sul e será um grito de alerta para a preservação urgente

dos monumentos históricos carentes de cuidado. O elenco de

quase30 atores contará a saga dos garimpeiros de Estrela do Sul, a

vida de Dona Beija, a descoberta do diamante Estrela do Sul, outros

fatos marcantes da nossa história e partirá para os dia atuais,

encerrando com um apelo para a salvação urgente da memória

histórica. Na direção, Mário Lúcio conta com a colaboração do estudante

Geraldo Araújo Júnior para este espetáculo com duração de uma

hora. A apresentação já está marcada para o dia 21 de julho, no Salão

Paroquial e a cidade já aguarda o evento com grande expectativa.

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º de maio de 1997. Entra no ar a FM Estrela, sob a direção de Benedito Prudêncio. Desde às 5 da manhã, 1de segunda a segunda a comunidade interage com a

Rádio Comunitária, com sede no Bairro Mato Grosso.O termo “Comunitária” é interpretado no sentido literal

da palavra. A estação de rádio é uma grande prestadora de

serviços. Através dela o ouvinte fica a par de tudo o que rola na cidade, anuncia eventos, falecimentos, propagandas, serviços, mensagens e uma quantidade imensa de músicas que uns oferecem para os outros, todas com retribuições e mensagens de carinho. O telefone 3843-1105 é o recordista da cidade em recepção de chamadas.

Benedito que veio de São Paulo e com uma pequena experiência na área vem treinando uma equipe que voluntariamente assume e dirige programas com estilos diversos; atendendo ao gosto diversificado dos ouvintes.

Luciana Magalhães Silva, a Dj Sorriso, cativa a todas nas tardes de Estrela, seguida de Magnólia Maria dos Santos Prudêncio, Fernando e José Henrique Prudêncio. Na equipe também revezavam Sérgio Antônio Rodrigues, Carlos Antônio Silva e Carlos Santos, seguidos de Shirley, Denise, Gilberto, Leninha, Alcione, Patrícia, Juliana, Ivair Antônio e Maria das Dores Amaral Gonçalves, a Dj Patativa que já prepara um cd de músicas românticas e sertanejas. No esporte Waldiney Rodrigues da Silva, o garotinho nota 10, comandava o programa momento esportivo todos os dias, na hora do almoço, acompanhado de Carlos Martins e Fernandinho.

Na Rádio há espaço para todos: autoridades, professores, populares, inclusive as igrejas católicas e evangélicas, gratuitamente recebem da emissora um horário para os seus programas. Agora nas Eleições Municipais de 2000, diariamente foram transmitidos os programas eleitorais das duas facções políticas.

Segundo Benedito Prudêncio foi criada a Associação Cultural Comunitária Cristóvão Augusto de Oliveira que responde pela atividade. E a audiência da FM Estrela tem superado a das rádios de Catalão e Coromandel que tinha em Estrela do Sul, grande abrangências, conclui.

m grupo de 09 pesquisadores passou por Estrela do Sul

em novembro passado refazendo o trajeto da Missão UCruls, chefiada pelo astrônomo e geógrafo belga, Louis

Ferdinand Cruls, no século XIX.A atual expedição percorreu em 18 dias de viagem todo

o roteiro da expedição que saiu do Rio de Janeiro em 1892, a

serviço do presidente Floriano Peixoto para fazer o

r e c o n h e c i m e n t o e

demarcação da área do

futuro Distrito Federal, no

interior do país, atendendo

ao Artigo 3º da Constituição

de 1891. Naquela época,

de junho a novembro, a

equipe de 22 homens

transportava animais, 206

caixas de cerca de 10

toneladas de materiais e

equipamentos até chegar

ao Planalto Central, onde

quase 70 anos depois, em

1960, Juscelino Kubitschek

inaugurou Brasília, a atual

capital do país.111 anos depois, a

missão chegou em nossa

cidade com avançada

tecnologia e encontrou ainda os persistentes garimpeiros que

até hoje buscam nas catas os seus eternos sonhos de riqueza.Agora em 16 de janeiro de 2004, a Rede Globo de

televisão que tinha uma equipe acompanhando a expedição,

apresentou o programa Globo Repórter, em que Estrela do Sul

apareceu com destaque no relatório da citada missão.A título de informação histórica, vale acrescentar que

antes de Floriano Peixoto já se falava na construção de uma

nova capital. Desde o século XVIII e início do século XIX, e a

partir das sugestões de políticos e até mesmo dos inconfidentes,

vários locais foram sugeridos como a região Amazônica, o

Estado de Goiás, São João Del Rey e inclusive Paracatu, no

Noroeste Mineiro. Na Assembléia Constituinte de 1946,

Benedito Valadares propôs que a nova Capital Federal fosse

edificada no Triângulo Mineiro, centro do Brasil e convergência

das duas civilizações que penetravam no interior do Brasil.Há anos, vínhamos ouvindo informações até então

veementes de que no território, onde hoje se instala a floresta de

pínus com sede no nosso município, teria sido sugerida para a

instalação na nova capital do país. Agora com os relatórios da

missão cruls, de 111 anos atrás e, por falta de documentação

segura para tal informação, acreditamos que tudo não passa de

uma lenda. Se quisermos chegar a Capital federal teremos sim

que nos locomover nada mais, nada menos do que 450 Km.

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construção da nova Ponte da Bagaginha foi marcada por um acontecimento triste. No primeiro dia da obra, exatamente em A3 de setembro de 1986, numa quarta-feira, Sebastião David

Ramos, de 61 anos, no horário de folga do almoço, caiu vítima de Colapso Cardíaco debaixo da sombra da mangueira e da paineira que se encontram ao lado da citada ponte. Socorrido, o senhor Sebastião não resistiu, vindo a falecer no mesmo momento.

No local trabalhavam também Jesus Alves Ferreira, Élcio Eustáquio Nunes David, Álvaro Crisóstomo da Silva, Sebastião Alves Borges, Benício Maia e Marcelo Alves Ferreira.

Chocados com o acontecido, os funcionários só retornaram ao trabalho na segunda-feira, da semana seguinte. A obra inaugurada em dezembro de 1986 pelo prefeito Marcelo Fernandes da Silva veio substituir a antiga ponte de pedra com arcos, no estilo da que tínhamos no centro da cidade, construída pelo padre Benjamin, na década de 20 e levada pela grande enchente de 1983. E, por sinal, essa ponte teve parte destruída por uma enchente, que comprometeu toda a sua estrutura, no período das últimas chuvas. Concluída, a obra leva o nome de Ponte Sebastião David Ramos. E, ao lado, debaixo das árvores foi fincada uma cruz com o nome do falecido, com inscrições indicando data de nascimento e morte.

Estação Primeira de Mangueira, uma das mais conceituadas escolas de samba do Rio de janeiro esteve em visita a Estrela Ado Sul através do presidente Álvaro Luiz Caetano juntamente

com alguns diretores, nos dias 27 e 28 de julho de 2005.A visita se deu a partir de uma proposta de Daydson Ramos

que esteve em contato com essa escola, no Rio de Janeiro, onde sugeriu a história de Estrela do Sul para o samba-enredo de 2007. Fascinados pela idéia vieram conferir “in loco” o potencial apresentado, num roteiro em que incluiu casarões, igrejas, cachoeiras, garimpos e outros atrativos que a cidade oferece.

Encantados com o que viram e emocionados com a calorosa acolhida, os integrantes, empolgados adiantaram que o tema sugerido é digno de apreciação do restante dos diretores da agremiação carnavalesca e prometeram fazer o máximo de empenho para que o nosso tema vire carnaval na Marquês de Sapucaí.

Na ocasião visitaram também Araguari, Romaria, Monte Carmelo e Iraí de Minas, algumas das cidades que farão parte do projeto, sendo que a história da antiga Bagagem Diamantina inclui 10 municípios do seu entorno que pertenceram a atual Estrela do Sul.

strela do Sul tem vivido momentos de reflexão e de oração. Além

do belo movimento do cursilho da cristandade, com grande força Ena cidade, surgiu também o Grupo Gênesis, composto de jovens

idealistas, devotados e talentosos. Dentre eles podemos citar: Almir

Antônio Rosa, Kátia Regina Ferreira, Paulo Sérgio Ferreira, Josiane

Aparecida Borges, Mara Bela de Vasconcelos, Mário Lúcio Rosa, Lineu

José Ferreira Júnior e Marise das Dores Santos.O grupo conta com o apoio do dinâmico Padre Estanislau de

Melo Ferraz, o Lalau, que substitui o Padre Jesualdo Dundink que se

encontra na Holanda em visita aos seus familiares. O apoio vem também

dos cursilistas. Zaluar Miguel Borges que é professor no Colégio Robert

Kennedy e tido pelos jovens como guia espiritual. É ele quem coordena as

reuniões e profere palestras. Também nas reuniões, o grupo conta com o

apoio de José Eustáquio de Barros que sempre leva mensagens aos

jovens, usando da sua experiência de cursilista em favor da juventude. Em

suas palestras, discorre sempre em cima de textos de Neimar de Barros, o

autor do livro “Deus Negro”, recordista de vendas nas livrarias do país. E,

por falar em Neimar, o Grupo Gênesis publicou no jornal Estrela, na edição

de 22 de julho de 1977 uma entrevista que fizera com o próprio, em

Araguari, ocasião em que estivera, proferindo palestras para os jovens,

naquela cidade.O Gênesis se preocupa também com o próximo, pautado na

caridade cristã. Recentemente na promoção “Campanha do Vale-Tudo”

obtivera quantidade imensa de alimentos roupas, calçados, brinquedos e

outros gêneros que foram doados aos carentes da cidade.Por se tratar de uma turma de elevado nível intelectual, no dia 10

de setembro promoveu um recital com a premiação do concurso de

poesias, quando Almir Antônio Rosa levou o 1º lugar com o poema

“Eutimia”. Na mesma ocasião foi apresentada a peça teatral “Luzes no

Caminho”, do Almir, nesse evento de peso realizado no salão paroquial. Os

poemas concorrentes foram lidos pelo radialista uberlandense, Dantas

Ruas e vários outros poemas, interpretados pela poetisa Elza Teixeira de

Freitas, também de Uberlândia. Um dos grandes momentos desse grupo

foi o “Encontrão”, um encontro de jovens, a nível regional que teve como

sede a cidade de Romaria, culminando com uma missa campal em frente

ao santuário de Nossa Senhora da Abadia, quando o padre Nilo Tabuquini

contagiou a juventude com aquele carisma que lhe é peculiar, entoando

Padre Zezinho e MPB, acompanhados de mensagens de otimismo e de fé.Empolgados, os membros do grupo prometeram trabalhar ainda

mais por Estrela do Sul. Dotados de humildade eles não admitem mas

estão promovendo uma grande revolução cultural em nossa cidade.

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pós sete anos de trabalhos já está concluído o plantio que formará a maior floresta de pínus tropicais da América Latina Aem área contínua, numa área útil de 37.500 hectares, o

equivalente a 7.747 alqueires, sendo a maior parte localizada no município de Estrela do Sul. A área total da propriedade da RESA - Reflorestadora Sacramento Ltda, de posse de Herbert Victor Levy é de 51.952,22 ha abrangendo os municípios de Romaria, Araguari, Nova Ponte, Indianópolis e Estrela do Sul que sedia 28.535,44 ha, correspondendo a 54,92% da área total.

Para a formação desse empreendimento foi contratada em 1972 a empresa PINUSPLAN REFLORESTAMENTO LTDA que pertence ao Diretor do Instituto Florestal de São Paulo, Dr. Ismar Ramos, o majoritário. E a partir de fevereiro daquele ano teve início o desmatamento e preparo da área com plantio iniciado em dezembro. As mudas produzidas no viveiro da empresa, no nosso município são das espécies Pínus caribaea hondurensis e Pínus oocarpa, dentre outras importadas principalmente da América Central, sendo produzidas até 17 milhões de mudas em 01 ano. No plantio semi-mecanizado com seu ápice em 1975. Por dia 333.200 mudas eram plantadas em 200 hectares com o uso de 22 máquinas.

Na época, 1.200 trabalhadores, todos registrados com carteira assinada vinham transportados em vários caminhões que partiam das cidades de Estrela do Sul, Monte Carmelo, Grupiara, Cascalho Rico, Araguari, Indianópolis, Romaria e Douradoquara, contando ainda com um grande número de operários e profissionais diversos que moravam em alojamentos, na sede da empresa, no coração da floresta.

Agora em 1979, concluído o plantio, a PINUSPLAN REFLORESTAMENTO LTDA está cuidando especialmente da Floresta do Lobo, outro empreendimento, localizado no município de Uberlândia

diamante Estrella do Sul de fama e projeção mundial

encantou os salões de festa em Paris e se encontra em Opoder do Emir de Baroda, na Índia.Vendido por 305 contos de réis, a um Judeu e lapidado

em Amsterdam, na Holanda, há notícias de que essa preciosa

gema foi a causa da falência do irmãos Dumont, de quem

descende o ilustre Alberto Santos Dumont.De posse do diamante, os irmãos tentaram revendê-lo ao

Napoleão III, na França. Como o possível comprador andava

empenhado na campanha da Criméia e, em tempo de guerra

poupa-se mais dinheiro do que sangue, o negócio falhou,

arrastando à falência, os três irmãos Dumont.Um deles persistiu e voltou para o Brasil para a região de

Diamantina onde nasceu o filho Henrique que fora educado na

França. Aos 21 anos, formado em engenharia pela Escola Central

de Paris, levado pelo espírito aventureiro do avô. Já falecido,

Henrique veio para o Brasil e se instalou em Minas Gerais. Em

1873 nasceu o filho Alberto Santos Dumont, fruto do seu

casamento com dona Francisca Santos, filha de um comendador

mineiro.Há informações no Jornal “Estrella do Sul”, datado de

1928, de que Antônio, um parente do Pai da aviação teria morado

em Estrella do Sul, no século 19, num sobrado que hoje se localiza

na Praça da Matriz, outrora pertencente ao Dr. Raymundo Des

Genetes, um médico francês que ficou viúvo e se tornou padre.

o ensejo dos 150 anos, o nosso município ganhou

uma réplica do Diamante Estrela do Sul Nconfeccionado pelo Instituto de Geociências da

USP - Universidade de

São Paulo, onde já há

muito tempo, em vitrine

especial, em lugar de

destaque existe uma

rép l i ca do famoso

diamante.A doação da

réplica foi resultado de

uma parceria com o citado museu que recebeu de Estrela do

Sul, um farto material incluindo cascalhos, satélites de

diamantes, rochas e materiais diversos, incluindo alguns

diamantes de pequeno peso, doados pelos garimpeiros da

nossa cidade.A réplica, brevemente será exposta em uma peça

especial e com proteção, acompanhada do certificado de

doação, datado de fevereiro de 2006.

última notícia que se tinha do Diamante Estrela do Sul era que ele se encontrava em poder de Rustomjee Jamsetjee, um colecionador de ABombaim, na Índia.

Recentemente, quando da 22ª Bienal de Paris, no Museu do Louvre, ocorrida de 15 a 18 de setembro de 2004, o nosso diamante foi uma das peças que maior brilho deu à Exposição naquele local.

E, por coincidência, Diná Dias de Souza Gonçalves, em visita ao filho Guilherme Dias de Souza Gonçalves, engenheiro de conceituada empresa de automóveis em Paris, onde residia levou junto à irmã Eunice Dias Medeiros e a sobrinha Silene Dias Cardoso Santos quando foram informados daqui do Brasil de que o Diamante Estrela do Sul se encontrava em exposição na bienal.

Os quatro estrelassulenses, ao exibirem a identidade de cuja naturalidade tinha brotado o belo diamante, tiveram o privilégio não somente de se deslumbrarem com aquela preciosidade, com também uma autorização, uma exceção para fazerem uma foto histórica ao lado da gema.

Segundo nos relatou Silene foi uma sensação indescritível naquele momento. O brilho colorido e intenso do diamante deu-lhe a sensação de que ele falava com ela e pedia-lhe que o levasse de volta para Estrela do Sul, sua pátria de nascimento.

Na referida bienal o diamante estaria à venda pela representante legal, a conceituada Casa de Joalheiros Cartier, mas não houve comprador.

A jóia, uma das mais famosas do mundo, encontrada por uma escrava em 1853 foi o primeiro diamante brasileiro que foi aclamado internacionalmente. Na época, segundo o tipo de peso, a pedra pesava 26,24 quilates, vindo posteriormente receber o peso de 254,5. Hoje, já lapidado tem peso de 12,48 quilates.

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m ocasião da inauguração das reformas do prédio do Fórum Padre Lafaiete, de Estrela do Sul, em 28 de agosto de

2005, o meritíssimo Juiz de Direito, Dr. Rowilson Gomes Garcia, em solenidade, inaugurou a galeria dos juízes que Eatuaram na Comarca, a partir de 1958, ocasião em que o fórum funcionava no pavimento superior do prédio da

Prefeitura, juntamente com a Câmara Municipal. Somente em 1979, a Comarca passou a ter sede própria, na Rua Horácio

Pires, atual Francisco de Vasconcelos.Embora a Comarca tenha sido criada em 15 de novembro de 1873, a figura do Juiz já existia na Antanha Bagagem

Diamantina. Bem antes da emancipação política, quando

ainda pertencíamos à Villa de Patrocínio, já atuava aqui o Dr.

Joaquim Caetano Guimarães, irmão do escritor Bernardo

Guimarães, auto do livro o Garimpeiro, obra inspirada no auge

do garimpo, da Bagagem. Dr. Joaquim, segundo contam, saiu

fugido do povoado em virtude do trágico episódio do Fogo do

Vieira, em 1852, em que esteve diretamente envolvido

juntamente com o delegado de Polícia, Francisco Vieira Bravo.

A partir dai buscamos informações no Anuário da Bagagem,

que vai até 1922.Em 1º de março de 1859, instalou-se a 1ª sessão do

júri, na Villa da Bagagem, já emancipada, presidida pelo Dr.

José Antônio de Sampaio, Juiz de Direito de Araxá. Já em

1861, quando a Villa recebe denominação de Cidade, foi

nomeado o 1º Juiz de Direito, o Dr. Antônio Augusto da Silva

Canedo, ficando até 1863, substituído por Dr. Joaquim Ferreira Carneiro, que ficou até 1867. Dr. Virgílio Martins de Mello

Franco ficou apenas um ano, vindo substituir de vez em quando. De 1869 a 1872, veio Dr. Constantino Diogo Barata, sucedido

por Dr. José de Araújo Bacellar, que ficou por um bom tempo: de 1873 a 1882. Mas nesse período, em 21 de dezembro de 1873

a 1882, foi o Dr. Virgílio de Mello Franco, quem abriu o testamento de Dona Beija, caminhando até à conclusão do inventário,

atuando conjuntamente com outro Juiz, o Dr. Francisco de Oliveira Pinto Dias, até fevereiro de 1874. No período de 1883 a

1889 encontramos Dr. João Batista Rabelo, sucedido por Dr. José de Magalhães Couto que atuou até 1892. Dr. Reinaldo

Gomes e Dr. Elizeu Guilherme ficaram apenas 01 ano cada, de 1895 a 1896. Dr. José Francisco da Silva Ribeiro teve uma

longa duração, de 1897 a 1908, sendo substituído por Dr. Pedro Lycínio de Miranda Barbosa que ficou de 1909 a 1911. Dr.

Macilon Ferreira da Nóbrega atuou de 1912 a 1916. Dr. Paulo Bráulio de Vilhena ficou de 1917 a 1918. Já em 1919, dois Juízes

dividiram o ano: Dr. Cinzenado Rodrigues de Barros e Dr. José Godofredo de Moura Rangel, que se preocupou em resgatar a

história de Calixto de Medeiros, o Retirante da Laguna e enviar para o Rio de Janeiro para ser impresso em livros didáticos. De

1920 a 1921 tivemos Dr. Armando Viotti Magalhães, sucedido por Dr. José Nicodemos de Araújo que ficou até 1922. A partir

dessa data não temos levantamento organizado em nossos arquivos.Partiremos então para a galeria de fotos que se encontra organizada no salão do júri, no fórum da Comarca que tem

sede em Estrela do Sul, incluindo titulares e substitutos. Ei-los: Dr. João Aguiar Amaral: 1858 a 1968; Dra. Conceição

Aparecida Avelar de Pinho Simões: 1968 a 1980; Dr. José Elias da Fonseca: 1980 a 1981; Dr. José Pereira Bozi: 1981 a

1989; Dr. José João Calanzani: 1989; Dr. Santo Aparecido Gutier: 1989 a 1991; Dr. Saulo Versiani Penna: 1992; Dr, Victor

José Trócilo Neto: 1992 a 1993; Dra. Eleusa Maria Gomes: 1993; Dr. Paulo Fernando Naves de Resende: 1993 a 1996; Dr.

Geraldo David Camargo: 1996; Dr. César Henrique Perpétuo Braga: 1998, Dra. Maria Isabel Fleck : 1999.E, desde o dia 20 de maio de 2000, está à frente da Comarca, O Dr. Rowilson Gomes Garcia. Atuante e comprometido

com Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara, municípios que compõem a Comarca, o magistrado, no momento, desenvolve

um elogiado trabalho de inclusão social em Estrela do Sul. Com o apoio da Prefeitura que adotou a idéia, Dr. Rowilson

construiu uma quadra de saibro para a prática do tênis, onde mais de 40 crianças carentes da cidade, com a ajuda do Conselho

Tutelar e da Assistência Social do Fórum, fazem parte do projeto “Bom na Escola, Bom no Tênis”, que tem dado excelentes

resultados.

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m 1895, na Espanha, muitos nobres perderam seus bens e

procuraram se estabelecer em outros países. Dos que vieram para Eo Brasil, 04 ficaram na cidade da Bagagem: Eládio Alonso Galante e

Josefa Sendim Peres (casados), Vicente Galante e Alonso Galante (primos

de Eládio).

Eládio foi para Água Suja, trabalhar como carpinteiro e retornou

rapidamente para a Bagagem. Vicente foi para Araguari e Alonso para a

Argentina.Ao perder o pai, Bernardo Peres Sendim, em Enojoza Del Doro, na

região de Salamanca, Josefa volta à Espanha com o marido e traz para o

Brasil, a mãe Maria Hernandez Sendin com as filhas Manoela e Marcelina

Peres Sendin.Josefa e Eládio tiveram 07 filhos e deixou larga descendência. Marcelina

que se casou com João Vasconcelos teve 14 filhos. Francisco de

Vasconcelos e Luiz Pires Galante, descendentes desses espanhóis foram

prefeitos de Estrela do Sul. E atualmente, Dr. Haroldo José de Almeida,

neto de Marcelina, administra pela terceira vez o município

eeleito na última eleição em outubro de 2004, o prefeito Dr.

Haroldo José de Almeida já nomeou o seu secretariado que Ranteriormente se denominava Diretoria. Apresentaremos

agora a equipe que deverá assessorar o prefeito no ano do

Sesquicentenário de Emancipação Política de Estela do Sul, ocasião em

que o município deverá realizar uma série de eventos comemorativos.

São eles: Marcus Henrique de Jesus Duarte; Administração e Controle

Interno; Márcio Donizete de Almeida; Educação e Governo e

Planejamento, Dr. Luiz Antônio Galante; Procurador Geral do

Municípi; Roberto Eustáquio Santos; Finanças; Joaquim Cunha Neto;

Obras e Serviços Urbanos; Varner Gonçalves Borges; Agropecuária e

Meio Ambiente; Mara Vanda Santos Duarte de Almeida;

Desenvolvimento Social; Mário Lúcio Rosa Cultura e Turismo;

Flavio Pereira Barros; Comunicação Social;, José Pimenta; Compras;

Alci Benedito Rosa; Tributaçãoe Patrícia Garcia Carneiro; Licitação.

s lavras mineradoras da Bagagem foram palco de vingança de um acerto de contas de demandas das famílias Silva e Garcia ADuarte, na distante localidade de São Tomé das Letras, nessa

Província de Minas Gerais. Os sete filhos de Francisco da Silva, após invadirem as terras de Antônio Garcia Duarte e perderem na justiça, preferiram tirar a forra, assassinando cruelmente João Garcia Filho, filho de Antônio, retirando-lhe a pele, abandonando-o até a morte, ao pé de uma figueira. Januário jurou vingança sobre o cadáver do irmão e saiu para fazer a sua história macabra, que teve seu início mais ou menos em 1763 e terminou em 1798. Decorreram trinta e cinco anos desde o início até o final desta terrível tragédia, em que Januário acertou contas com os sete irmãos Silva: Luiz, Carlos, Antônio, Joaquim, Francisco, Paulino e Bento.

Na sua trajetória que foi de São Bento Abade, divisa com São Tomé das Letras, até Irecê, na Bahia, Januário percorreu mais de cinqüenta cidades até encontrar-se com bento, o último personagem da sua vingança. Após ter eliminado dois dos Silva, barbudo e cabeludo, depois da promessa que fizera até encontrar o último dos irmãos, ficou irreconhecível. Ao saber de que nas minas da Bagagem se encontravam alguns deles,Januário aguardou o melhor momento e executou com facadas no coração, os irmãos Antônio e Joaquim da Silva, na lua-de-mel, ainda de pijamas, enquanto as noivas, duas irmãs, se vestiam e se preparavam para o leito nupcial; fato que causou horror em toda a Bagagem. Mas naquela época ninguém soube quem fora o autor de tão bárbaros assassinatos. Conta à história que a cada crime, Januário retirava a orelha da vítima, salgava-a e colocava em um cordão, até o cumprimento de sua vingança, formando assim o seu cordão macabro enterrado-o com Bento Silva, a última vítima de sua vingança, em Irecê, na Bahia, num lugarejo chamado Lapão.

á é crescente no Brasil o número de missionários americanos que Jdesembarcam nessa te r ra

pregando o evangelho e fundando Igrejas Presbiterianas.

Na cidade de Bagagem já se encontra um deles: O Reverendo John Boyle William, atualmente reside em uma casa às margens do rio Bagagem, próxima a ponte do Padre Modesto. Com sede na cidade, esse missionário tem um vasto campo que vai de Brejo Alegre a Paracatu e abrange uma parte de Goiás. Desde 1887, quando da chegada do reverendo, há uma igreja construída numa das ruas principais da cidade e já há um número considerável de evangélicos congregados.

Dotado de uma inteligência ímpar, o missionário é um eloqüente pregador, compositor de muitos hinos e possui uma tipografia na Rua da Boa Vista, onde imprime o jornal “O Evangelista”, folha destinada à propagação do Evangelho com mais de 1.200 assinantes. O jornal também publica atos administrativos da Câmara Municipal da Cidade da Bagagem.

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floresta da Satipel Florestal com sede em Estrela do Sul tem “Selo Verde” que é uma garantia de que o Aconsumidor da madeira extraída tem para se orientar e

optar por um produto que não degrada o meio ambiente e contribui para o desenvolvimento social e econômico.

A certificação florestal buscada pela Satipel Florestal e certifica suas plantações de pínus e eucalipto. Após análise criteriosa doi expedida pelo FSC (Forest Stewardship Council), uma ONG internacional com tradução para o Português como Conselho de Manejo Florestal.

A partir da aquisição desta certificação a empresa vem se destacando em elaboração e execução de projetos que educam os cidadãos e promovem a garantia de sobrevivência de espécies animais e vegetais, como também demonstra zelo para com a qualidade da água e preservação de nascentes e cursos d`água.

A floresta de pínus tropicais formada de 1972 a 1979 é a maior da América Latina, em área contínua, numa área útil de 37.500 hectares, sendo a maior parte no município de Estrela do Sul. A floresta abrange também os municípios de Romaria, Araguari, Nova Ponte e Indianópolis.

strela do Sul terá neste ano de 1992 uma eleição inusitada. A cidade que sempre teve seus representantes eleitos por Eacordos políticos e sempre em disputas com apenas dois

concorrentes, tem agora nesta eleição, 04 candidatos a prefeito.O atual prefeito, Sancho José do Nascimento Neto, do

PMDB lançou o advogado Grimoaldo Roberto de Resende numa coligação com o PST que ofereceu como vice, o músico, Lousencourt Pereira de Morais, mais conhecido como Play, uma forte liderança, antes na oposição. Com esta dupla Sancho oposta na vitória para a continuidade no poder.

O vereador Pedro Divino Rosa, o Pedro Poeta, do PDT, em coligação com o PT forma chapa com Carlos Murilo Marra pelo MPB Movimento Popular Bagageiro, com proposta de plena renovação para Estrela do Sul.

Pela primeira vez as mulheres entraram na disputa, as “mulheres coragem”, como se denominam. A Advogada Belkis Luciano de Almeida Amaral leva como sua vice, Maria Conceição Ferreira, a Dona Conceição, forte representante do povoado de Dolearina, seu reduto eleitoral, onde há uma grande concentração de eleitores, que muitos acreditam ser o fiel da balança, onde se decide uma eleição. Com um Plano Preliminar Administrativo Plurianual registrado em cartório, as candidatas do PL, em 30 itens prometem promover o progresso de Estrela do Sul.

O outro candidato que vem se destacando nas pesquisas é o médico, Dr. Haroldo José de Almeida, do PTR. Como vice vem trazendo o bancário Vandeir Ferreira da Costa, do mesmo partido. Coligação “Puro Sangue” como se diz. No plano de governo a dupla propõe um grande progresso para a cidade contemplando a sede do município e os demais distritos e povoados promovendo uma boa qualidade de vida para os munícipes.

Para os 5.538 eleitores aptos a votar, o que não falta é opção. São 04 candidatos a prefeito e 71 a vereador, sendo que a Câmara Municipal se compõe de 09 eleitos.

As eleições que sempre ocorriam em 15 de novembro, neste ano mudou. Será no dia 3 de outubro. E a campanha promete ser movimentada com o grande número de comícios previstos em todas as localidades do município.

“Foram transportadas para a Bagagem, as grande fortunas de mais de 2.000 contos de réis de Félix de Aguiar, do Serro Frio e Coronel José Modesto, de Diamantina, por seus representantes Marciano e Francisco Antônio de Aguiar, Coronel Modesto e Major Sincero Batista dos Santos, que foram consumidas na mineração”. Anuário da Bagagem 1856.

“João Arrudinha que montava uma besta de seu cunhado, Jerônimo José Pedro Santos, caiu ficando com o pé preso no estribo, sendo arrastado por diversas ruas. Quando conseguiram prender o animal, Arrudinha estava morto, com o crânio arrebentado pelos coices que do animal recebeu”. Anuário da Bagagem - 1863.

“Um Italiano que tocava realejo, sua profissão, teve a ventura de achar no caminho de Joaquim Antônio para Cachoeira, perto da Saudade, um grande e bonito diamante. Deixou o realejo no lugar e bateu a linda plumagem para nunca mais voltar”. Anuário da Bagagem - 1857.

“Antônio da Costa Cabral, coletor geral, casado com Dona Antônia, filha do Major Camillo de Lelles França, um dia fugiu roubando mil contos de réis. O Capitão Manoel Fernandes de Resende, seu fiador, mandou no seu encalço, Joaquim e Antônio Gomes que o foram alcançar na Província do Piauí, já com passagem paga para Portugal, sua terra natal, onde era casado (bígamo) com seu verdadeiro nome, Antônio Luiz Tinoco. Sendo preso e condenado a 12 anos de prisão que cumpriu em Ouro Preto”. Anuário da Bagagem - 1861.

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“No comércio de Serafim foi extraída por João Jupira, uma pedra de 2 oitavas, que foi embargada pelo delegado dos terrenos diamantinos, capitão João Modesto Lopes de oliveira, por Jupira não ter a respectiva carta de faiscador. Todos os garimpeiros eram obrigados a munirem-se destas cartas para terem o direito aos diamantes que tirassem. Toda pessoa que desse denúncia de diamantes tirados sem carta, tinha o direito a 4.000 réis por denúncia. Assim, José Francisco Xavier Brasileiro recebeu 4.000 réis desta denúncia e dois tiros que lhe deu Jupira. Joaquim Pereira Guimarães reclamou esta pedra do governo, dizendo ter sido roubada de suas lavras”. Anuário da Bagagem - 1869.

“Por Adão Pimentel Cordeiro foi extraído um diamante de 10 oitavas e 6 vinténs, reclamado por Horácio Batista e Manoel Casa Branca que alegavam ter Adão lhes roubado. Adão que era cativo, com a venda deste diamante conseguiu a liberdade. Ainda nesse ano, na Bagaginha do Cosme, um crioulo domador, escravo de Jesuíno Vieira, jogou o animal que montava sobre um pobre velho surdo de nome Candinho, fazendo pisar por diversas vezes, deixando-o morto com as costelas quebradas”. Anuário da Bagagem - 1874.

“Joaquim Rosa Saldanha, homem velho possuindo dois escravos, Modesto e Sabino, este de 80 anos, um carro muito velho com as cambotas quebradas, resto de sua fortuna. Morando 5 quilômetros da cidade, impunha a seus escravos a tarefa de trazer e vender 2 carros de lenha por dia, metendo-se o bacalhau quando assim não sucedia. Um dia, quebrando-se uma das cambotas do carro, amedrontado, Modesto deixou Sabino, na guia dos bois, procurou uma árvore, enforcando-se com um cipó de um galho pendurado. Daí em diante ficou a superstição de ouvir todas as meias-noites, o carro de Rosa cantar. Assim por mais de trinta anos, quem passava na estrada via Modesto pendurado na árvore”. Anuário da Bagagem - 1879.

“A 20 de fevereiro, com o fim de capturar João Afonso, partiu-se uma escolta com 22 praças de linha, 5 homens e o delegado Theóphilo de Barros. Depois de dois dias de viagem chegaram ao Paranayba, guiados por João Pantola. Depois de bem surrados fizeram fogo sobre um rancho de pescadores, onde supunham achar, João, morrendo 4 mulheres e 2 crianças. Estas crianças foram atiradas para o ar e aparadas com a ponta do facão. Uma mulher escapuliu baleada e as outras mortas com as crianças foram enterradas ali mesmo no rancho. A mulher baleada foi encontrada quatro dias depois por Antônio Dias Teixeira”. Anuário da Bagagem - 1890.

“No comércio de Joaquim Antônio, no pasto do Major Camilo de Lellis França, um escravo de Pedro Marciano, estando aramado e com um jegue, sai do fundo de um córrego que banhava o pasto no mesmo instante em que saía um caçador, e supondo ser uma capivara, dispara a espingarda matando-o. Almeida Góes aí então fez a seguinte crítica:

No comércio de baixoAconteceu coisa rara

Mataram um negro velhoSupondo ser capivara

Por capivara de noiteMorre negro pescadorO cairara passa termoPara não ser jogador

Isso é cousa que dá-seE não acontece aqui sóAlém de perder o negro

O dono no xilindró.Anuário da Bagagem 1859.

“Os doutores Jorge de Paula Vaz e José Gonçalves, médicos do manicômio judiciário de Barbacena, ao examinar um prisioneiro de Estrela do Sul que pedia indulto de sua pena, apresentaram um laudo analítico que coincidia com as pesquisas de Carl Gustav Jung, buscando as imagens coletivas, os arquétipos e as animas do criminoso, vigentes na estrutura social. Joaquim Traíra Guimarães morava em companhia de Vitalina com quem se casara eclesiasticamente. Dessa união proveio um filho Geraldo que contava então três anos de idade. Sinhana, sua cunhada e antiga amásia, vendo-se preferida pela irmã, rogara-lhe uma praga, dizendo que ele ainda havia de matar Vitalina. Efetivamente, por mais de uma vez, espancou a companheira, terminando por assassiná-la. Na noite de 15 de dezembro de 1919, ao entrar em casa, pensando em Vitalina, de cuja fidelidade suspeitava, ouviu uma voz dizer-lhe com insistência: mata ela, mata ela...

Pareceu-lhe cisma a princípio. Viu depois em seu quarto “um trem” aproximar-se de Vitalina e ordenar-lhe: “Abre as pernas”. Assustou-se mas depois de prestar atenção, verificou que nada existia. Procurou fugir à tentação dirigindo-se para o quintal, mas as vozes o acompanhavam: “mata ela, mata ela. Não seja bobo. Você morre se não matar a Vitalina”.

Permaneceu no quintal por algum tempo, sentindo-se melhor. Voltou para o quarto da companheira. Lá chegando ouve de novo as vozes mais fortes, mais imperativas: “mata ela, mata ela. Deixa de bobagem”.

Sacou então da faca, que sempre o acompanhava e vibrou em Vitalina quinze facadas feroz e desordenadamente. Mais tarde toma o filho nos braços, deita-se com ele ao lado do cadáver de Vitalina, que jazia numa sangueira, permanecendo até de manhã, quando foi encontrado por Sinhana que o perguntou: “ o que é que minha irmã fez para você matá-la assim”?

Traíra respondeu: “já estou muito arrependido, mas agora o que lhei de fazer? Se você quiser me matar, me mata”.No exame mental a que foi submetido, doze anos depois do crime, os médicos opinaram que Traíra não era portador de pertubações

psico-sensoriais de qualquer natureza. Traíra foi levado ao crime sob a influência de alucinações auditivas e visuais que ele descrevia minuciosamente. Declarou aos médicos que via lobisomem, mula-sem-cabeça e que ouvia esses fantasmas falarem o que lhe robustecia a convicção na existência de tais fatos. Sentia-se perseguido e vítima de enfeitiçamentos. Disseram os médicos que tratava-se de um indivíduo de mentalidade inferior e altamente sugestionável”.(...) História da Violência em Minas Antônio de Paiva Moura.

“O crime de Joaquim Canhoto foi o mais hediondo que registra a história Bagageira. Depois de ter assassinado no lugar Brejo Alegre, um alfaiate alcunhado Antônio Pisa-bem, arrancou-lhe o coração, cortou um pedaço e assou e comeu com farinha. Deu causa a este horripilante crime os amores de uma parda de nome Maria Jerônyma, ex- escrava e amante do Padre Antônio Joaquim Ribeiro, com quem andara Maria Jeronyma, uma vez a cavalo calçada de esporas”. Anuário da Bagagem - 1880.

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AARÃO, Juliano. Anna Beija Memórias. Goiânia, Gráfica e Editora Bandeirante Ltda, 1997, 1ª Edição.

Acervo da Casa da Cultura de Estrela do Sul.

Adélia Palestina de Barros, Depoimentos. 04/04/2006.

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Livro de Leis Municipais nº 01 1936 a 1937, nº 02 1946ª 1950, nº 03 1950 a 1960, nº07 1987a1993.

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Livro nº 02, Alvarás, 1937 a 1943.

Livro nº 03, Alvarás, 1957 a 1963.

Livro nº 05, Alvarás, 1967 a 1969.

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