revista saÚde bahia - ediÇÃo 03

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Page 1: REVISTA SAÚDE BAHIA - EDIÇÃO 03
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Page 3: REVISTA SAÚDE BAHIA - EDIÇÃO 03

ExpEdiEntEPresidente:

Raimundo Carlos de Souza Correia

1º Vice Presidente:Eduardo Aroucha Olivaes

2º Vice Presidente:Eunivaldo G. diniz Gonçalves

1º secretário:Jorge Sapucaia Calabrich

2º secretário:

Fernando Cal Garcia

1º tesoureiro:Luis paulo nery Marambaia

2º tesoureiro:Alexandre Garcez Leitão Guerra

diretores:Alberto Serravale débora Andrade

José Espiño SilveiraMaria Régis Gomes Reis

thomaz Barreto

conselho Fiscal:Breno R. de Almeida Sena

Elza de Oliveira Araújoivo Leal Silva

José Carlos Magalhães JúniorLuis Delfino Mota Lopes

Miguel Jaime Meira Lessa

contato sindhosBa:(71) 3082-3750

[email protected]/sindhosba

www.sindhosba.wordpress.comwww.sindhosba.org.br

conselho editorial: Raimundo Correia / Eduardo Aroucha

Olivaes / paulo Marambaia / Eunivaldo G. diniz Gonçalves / Elza de Oliveira Araújo / Alexandre Guerra / Edmundo Calazans /

Silvia Vasconcelos / Jorge Freitas

dePartamento comercial:(71) 3082-3757 / 9175-2481 / 8621-6599

[email protected]

direção: paulo Marambaia

suPerVisão: Edmundo Calazans

textos, edição e reVisão: Lume Comunicação

www.lumecomunicacao.com.br

rePortagens: Alex Luz / Lucas Leal

FotograFia: José Simões / Cesar Brasil / Gilmar Santos

Acervo Sindhosba

Jornalistas resPonsáVeis:Cristina Barude - Mtb 1884Vinícius Cunha - dRt 2728 neise Soares - dRt 3038

estagiáriaisabel Santos

sugestões de Pauta:[email protected]

Sumário

0813

06UM nOVO pLAnSERV Coordenadora geral fala dos desafios da assistência médica.

pROFiSSiOnALizAçãO dO SEGMEntO dE SAúdE por José Renato Mendonça.

23COMpRA dE MAtERiAiS hOSpitALARESOnde fazer o melhor negócio.

24 pELE BLindAdA O AnO intEiROÓrgão responsável por proteger o corpo também necessita de cuidados.

26ASSédiO nO tRABALhOUm mal que cresce no Brasil

projeto Verão: Um risco de peso.

16

AUtOMEdiCAçãOO risco de tomar remédios por conta própria.

14

Finda-se o ano de 2013. Mais um ano pleno de pro-blemas, desafios, aliás, com o que já estamos acos-tumados. Logo no início do

ano tivemos um duro embate com a Secretaria Municipal de Saúde por fal-ta de pagamento das últimas faturas do ano de 2012, referentes aos últi-mos meses da gestão do prefeito João henrique. Aliás, a dificuldade perma-nece, ou seja, o pagamento ainda não aconteceu. Continuamos, no entanto, os entendimentos para discutir a liqui-dação do débito que é proposto pela prefeitura para ser pago em sete anos.

Várias outras ações foram ado-tadas pelo Sindicato dos hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Esta-do da Bahia, entre os quais destaco a

parceria com o Jornal Correio da Bahia no Encontro Melhores Empresas para trabalhar, visando o incentivo a me-lhorias das boas práticas na gestão de pessoas.

O ii Fórum nordeste de Gestão em Saúde, como o anterior, foi um suces-so. Contamos com a participação da Associação de hospitais e Estabeleci-mentos de Saúde do Estado da Bahia (AhSEB), Federação Baiana de Saúde (Febase), da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e do Sindi-cato dos hospitais Filantrópicos da Bahia (Sindifiba). Evento de porte, que é muito importante para Salva-dor, para consolidá-la definitivamente como a Capital da Saúde no nordeste.

A ii edição do Fórum de Relações trabalhistas foi ainda mais brilhante. Estreitamos de forma mais efetiva os laços com a Justiça do trabalho, com o objetivo de levar aos Senhores Ma-gistrados que a integram, a realidade das nossas instituições, que possuem características próprias, diferencian-do-as das outras empresas e, conse-quentemente, com dificuldades bas-tante particulares.

Mais uma vez contamos para tan-to, com a compreensão, a vontade de ajudar e até mesmo com o entusiasmo da cúpula do tribunal Regional do tra-balho da Bahia (tRt) através, de seu presidente dr. Valtércio Ronaldo de Oliveira, e também da procuradoria do trabalho da Bahia na pessoa de: dr. Agenor Calazans Filho; dr. Guilherme Ludwig; dr. pedro Lino de Carvalho Junior; dr. Gilmar Carneiro; dr. Mano-el Jorge e Silva neto; e, dr. Jairo Lins

Editorial Por Raimundo Correia

raimundo Correia - Presidente do SiNdHoSBa

MOtORiStAS tOLERânCiA zEROpsicóloga explica porque os condutores estão cada vez mais violentos.

de Albuquerque Sento-Sé. Aproveito também para parabenizar ao dr. Jorge Freitas, idealizador e coordenador do nosso Fórum trabalhista pela sua de-dicação neste projeto.

Além desses eventos, com a par-ceria com a Secretaria Municipal da Saúde e a Ahseb, conseguimos dar an-damento ao Ciclo de palestras com a presença da diretora de Regulação da SMS, Marta Rejane Montenegro Ba-tista, e da sua equipe que trouxeram orientações sobre o Sistema de Regu-lação, Controle e Avaliação (SiSRCA); o Cadastro nacional de Estabeleci-mentos de Saúde (CnES); e, a Comu-nicação de informação hospitalar e Ambulatorial (CihA). também, a Con-sultora trabalhista e previdenciária, Luciana pereira, apresentou o ESocial e os impactos que ele vai trazer para as empresas. diante da procura dos associados/contribuintes e da impor-tância do assunto, faremos uma nova edição desta palestra no início de 2014, com data ainda a ser definida.

precisamos, porém, de seu enga-jamento em nossa causa. O Sindhos-ba necessita da sua ajuda através da contribuição sindical, uma contri-buição obrigatória, mas de extrema importância para que possamos con-tinuar cumprindo o nosso objetivo que é defender e encaminhar os desejos do segmento privado de assistência à saúde, em primeiro lugar. também gostaria de assegurar aos pacientes: nosso esforço, enquanto responsáveis por zelar por um bem tão precioso, é fazer uma saúde mais digna para to-dos, e isto inclui você.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 20136 7

ProFiSSioNalização do Segmento de Saúde

a durante 23 anos atuando em auditoria e consulto-ria empresarial, já fizemos dezenas de serviços em organizações do segmento

de saúde. trabalhamos com estabele-cimentos de diversos tamanhos, entre clínicas, hospitais e laboratórios. nos dedicamos a uma infinidade de audito-rias contábeis e de controles, consul-torias para reorganizações societárias, revisões de aderência às legislações tributária, trabalhista e previdenciária.

Após as atividades de consultoria específica observamos uma questão bastante presente nas empresas des-te segmento: o espaço ainda existente para profissionalização e melhoria das técnicas e procedimentos de controle e gestão do negócio. para nós é evidente que, embora já existindo algumas em-presas com um bom nível de eficiência administrativa, a maioria delas ainda tem necessidade de melhoria nestes aspectos.

talvez a principal razão para esta realidade seja a evidente concentração na prestação dos serviços médicos e o foco menor nos aspectos empresa-riais (planejamento, controle e gestão do negócio). E a adequação destas de-mandas passa necessariamente, pela adoção de um ambiente contábil e de controle, que seja coerente com o porte e natureza das operações da entidade. Sem atender estas características é quase inviável se obter as informações para a eficiente gestão das operações.

portanto, assim como nos de-mais segmentos de negócios, para o alcance do sucesso empresarial, com criação de valor, lucrativida-de e desenvolvimento sustentável, é imperativa a implementação de um adequado sistema contábil e de controle, capaz de fornecer dados

operacionais e financeiros indispen-sáveis para os administradores.

Uma eficiente estrutura nesse sen-tido é fundamental às empresas como instrumento de defesa e preservação do patrimônio. Podemos afirmar que a sua falta expõe os empresários a riscos de perdas operacionais relevantes, até o de encerramento do negócio por falta dos registros básicos para o planeja-mento eficiente. Portanto, a grande ra-zão para manter um adequado suporte

gerencial é a própria manutenção e de-senvolvimento do negócio.

para obter informações ajustadas à gestão empresarial, é salutar a implan-tação e condução de um ambiente de controle interno compatível com a na-tureza das operações da organização. Este ambiente representa um conjunto integrado de regras, sistemas, méto-

José renato mendonça é graduado em Ciências Contábeis pela Fundação Viscon-de de Cairu – BA e em Administração de Empresas pela UFBA, além de pós-gradu-ado em Controladoria pela UniFACS. pos-sui 36 anos de experiência em Auditoria Contábil e Consultoria Empresarial. José é diretor da performance Auditoria e Consul-toria Empresarial.

Por José renato mendonça

dos e procedimentos voltados à gestão do patrimônio e das operações empre-sariais.

Contudo, esta necessidade de ade-quar o ambiente de controle de acordo com a complexidade da organização nem sempre é percebida pelos gesto-res de saúde. por esta razão, muitas das organizações do segmento, inde-pendente do porte, ainda apresentam incapacidades no ambiente de controle que resultam em prejuízos relevantes. na maioria das vezes estas perdas es-tão associadas ao inadequado planeja-mento e à má gestão dos recursos hu-manos, materiais e tecnológicos.

Assim, em qualquer negócio, as auditorias do ambiente de controle re-presentam ótimas oportunidades de avaliação da eficiência do processo de geração das informações contábeis. Estas análises, quando adequada-mente utilizadas pelos gestores, repre-sentam excelentes guias para o aper-feiçoamento da gestão e aumento da eficiência corporativa.

infelizmente esta avaliação do am-biente de controle, apesar da relação custo-benefício favorável para a melho-ria dos processos de controle, gestão empresarial e de governança corporati-va, ainda é pouco utilizado por empre-endimentos de saúde, particularmente nos de pequeno e médio porte.

José renato mendonça

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 9

atendimentos em emergências foi bas-tante criticada. como é feita a liberação de procedimentos para os beneficiários?

sc - O planserv libera automatica-mente, em curto espaço de tempo, os atendimentos de urgência e emergência. porém o atendimento pode levar tempo para ser prestado pelo prestador do ser-viço, isto não depende do planserv, tem a ver com a demanda de atendimento do prestador.

sB - Quais as categorias de assis-tência médica são ofertadas pelo Planserv?

sc - O Planserv oferece assistência médica-hospitalar, incluindo home Care.

sB - há algum tempo, consultas e procedimentos a beneficiários do Planserv eram feitos em regime de coparticipação, que a justiça con-siderou inconstitucional. em quais casos eram feitas essas cobranças?

sc - A coparticipação continua va-lendo. Se, ao consultar o seu Extrato de Utilização, o beneficiário entender que houve cobrança indevida de copar-ticipação, deve entrar em contato com o planserv através dos postos da Rede SAC para obter informações de como so-licitar reembolso. Cada caso é analisado separadamente.

sB - Quais as conquistas que a senhora considera importantes na história do Plano?

sc – tivemos várias... Vou citar al-gumas: conquistamos o equilíbrio finan-ceiro, possibilitando a requalificação da assistência, através da ampliação dos serviços de saúde e do número de prestadores. implantamos um controle eficiente para otimizar os gastos e evitar desperdícios. O trabalho contínuo nessa área norteou a reestruturação do plan-serv e teve como um dos pontos mais relevantes a implementação de meca-nismos de controle e de um sistema de auditoria na instituição.

Fim do agendamento para procedi-mentos: antes os beneficiários tinham que aguardar meses para realiza-los. Racionalizamos também as tabelas para aquisição de medicamentos (com prioridade para genéricos) e materiais – revisão de especificações e preços de milhares de itens garan-tiram economia superior a R$ 3 mi-lhões por mês, revertidos na amplia-ção da oferta de serviços.

sB - Em um caso específico, foi ne-gado a um beneficiário material para

um implante. em quais situações são negados materiais pelo Planserv?

sc - O planserv possui uma equipe de profissionais que avalia cuidadosa-mente a liberação de medicamentos e materiais. A negativa pode ocorrer por vários fatores. O mais comum: quando estes profissionais identificam inconfor-midades entre aquilo que está sendo solicitado pelo médico e a necessidade real do material que será utilizado no procedimento, com base na literatura médica.

Quando isso ocorre, o planserv comunica via sistema ao prestador o motivo da negativa e solicita a in-clusão de relatórios e afins que jus-tifiquem a necessidade da realização do procedimento com os materiais so-licitados. é importante salientar que o planserv não nega a realização de um material ou procedimento aleato-riamente. tudo é analisado por dife-rentes profissionais, com brevidade e com base na literatura médica.

sB - Qual a expectativa para 2014?

sc - A linha de trabalho para 2014 inclui continuar avançando na incor-poração de novas tecnologias, aper-feiçoamento dos mecanismos de con-trole, sempre com foco na melhoria da qualidade da assistência para nos-sos beneficiários. Outro objetivo para

um NovoPlanSeRv

o planserv tem atualmen-te 473 mil beneficiários e 1.500 prestadores entre hospitais, clínicas e labora-tórios. números que colo-

cam o serviço como o maior de saúde suplementar do estado. A assistência médica voltada para os funcionários pú-blicos estaduais da Bahia se transfor-mou em um case de sucesso após uma fase em que se acumulavam queixas de usuários insatisfeitos. Quem liderou esta retomada foi sua atual coordena-dora geral, Sônia Carvalho, economista, auditora fiscal do Estado e especialista em finanças públicas. Ela é a convidada desta edição da Revista Saúde Bahia em uma entrevista onde fala das con-quistas e desafios de comandar o Plan-serv.

saÚde Bahia - há quanto tempo o Planserv existe?

sÔnia carValho - Até abril de 1998 a assistência à saúde dos servido-res era prestada pelo Lapseb, extinto em 1998. O Planserv (Assistência à Saúde dos Servidores públicos Estaduais) foi instituído através da Lei 7.249, de 07 de janeiro de 1998, e regulamentado no dia de 16 de julho de 1999.

sB - Qual o diferencial do Plan-serv em relação aos outros planos de saúde?

SC - O planserv funciona como uma operadora de autogestão. é um órgão público, com legislação própria, e faz parte da estrutura da Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb), não tendo relação de concor-rência com planos de saúde privados, regidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (AnS). O plan-serv não visa lucro e não é regido pela AnS.

Coordenadora geral fala dos desafios da assistência médicapara servidores públicos da Bahia

Mas, levando-se em conta que tra-balhamos com saúde suplementar, tem como principais diferenciais em relação a planos privados os seguintes aspectos:

1 - Os beneficiários contribuem para a assistência de acordo com a sua faixa de remuneração. Quem ganha menos, paga menos e quem ganha mais paga um pouco mais – até o limite de R$ 360,10 para quem tem remuneração a partir R$ 10.250,01.

2 - A contribuição não aumenta à medida que o beneficiário envelhece, ao contrário do que acontece com planos de saúde privados. Quando ficam idosos continuam pagando o mesmo percentu-al sobre seus vencimentos.

sB - o Planserv já foi alvo de re-clamações a respeito da demora na marcação de consultas e exames, com veiculações na mídia. Qual o tempo médio de marcação de pro-cedimentos e o que está sendo feito para reverter esta situação?

sc - As consultas e os exames são marcados pelo próprio beneficiário, dire-tamente com o prestador. As consultas, os exames e os procedimentos são au-torizados em até 48 horas, alguns dos quais automaticamente. Os procedimen-tos que levam mais tempo para ser auto-rizados são aqueles que necessitam de análise criteriosa, técnica, da Coordena-ção Médica do planserv.

Há casos em que os beneficiários entram em contato com a clínica para marcação de consulta e não conseguem atendimento em curto espaço de tempo. E isso ocorre porque cada prestador de saúde possui uma quantidade de cota específica para atendimento mensal aos beneficiários.

A utilização das cotas por todas as clínicas credenciadas é mensalmente analisada e ajustada, com o objetivo de garantir o atendimento da demanda. in-felizmente, há casos isolados de alguns estabelecimentos de saúde que têm in-formado não dispor mais de cotas mes-mo quando ainda não atingiram o limite contratado.

sB - Quais procedimentos médi-cos são cobertos pela assistência?

sc - O rol de cobertura do plan-serv é amplo e está praticamente no mesmo nível oferecido por planos privados, com atendimentos desde urgência e emergência, passando por exames alta complexidade e cirurgias de grande porte.

sB - de igual modo à liberação para

Sônia Carvalho

o próximo ano é mudar para a sede própria do planserv, assunto que está sendo encaminhado.

sB - Quais os desafios que a senhora pretende superar?

sc - Manter o equilíbrio financei-ro que conquistamos e que permitiu tantas mudanças no planserv e a ampliação da rede credenciada no interior. Este último item tem sido um esforço constante porque, após o início do credenciamento, vários prestadores que atuavam como re-ferenciados, não conseguiram aten-der as determinações dos editais por falta de regularidade na documenta-ção. O planserv realizou um trabalho de mapeamento e tem feito contato constante com prestadores de servi-ços de saúde em várias cidades para estimulá-los a participar da contratu-alização.

sB - recentemente um hospital em itapetinga, único do municí-pio, deixou de prestar atendimen-to pelo Planserv. o que ocorreu para isso?

sc - Entenda o caso: Em julho des-te ano, a FJS (Fundação José Silveira) retomou o prédio de sua propriedade que antes havia alugado para a San-ta Casa de Misericórdia de itapetinga (hospital Cristo Redentor). não hou-ve fusão entre as duas instituições.

Ainda em julho, a Fundação José Silveira enviou correspondência ao Planserv, solicitando transferên-cia de credenciamento, o que não é possível porque é uma conduta não permitida por Lei. Logo em seguida, o planserv informou à FJS que seria necessário solicitar credenciamen-to e cumprir as normas do edital 10 (enviando toda a documentação ne-cessária) para que seja habilitado a prestar serviços de saúde pelo plano em itapetinga.

O prazo foi cumprido porque o hospital enviou a última fatura de serviços prestados aos beneficiários. Concluído o prazo, o contrato que havia entre o Estado e a Santa Casa de itapetinga encerrou e automati-camente ele deixou da fazer parte da rede credenciada. Esse contrato não poderia, em hipótese alguma, ser transferido. O credenciamento é a assinatura de um contrato entre o Estado e uma unidade de saúde, no qual as duas partes estabelecem um vínculo que é intransferível.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201310 11

ção de substâncias protetoras, como o óxido nítrico, que dilata os vasos”, explica o cardiologista Michael Miller, um dos autores do estudo.

Estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, aca-ba de provar e apresentar para a Associação Americana do Coração, que aquelas canções consideradas especiais para um indivíduo têm efei-to direto sobre a saúde cardíaca dele. Os pesquisadores mediram, por meio de ultrassom, o diâmetro dos vasos sanguíneos no braço de dez voluntá-rios saudáveis e não fumantes. Após 30 minutos ao som das canções pre-diletas deles, os cientistas observa-ram um aumento de 26% no calibre dos vasos. “Acreditamos que esse tipo de estímulo provoque a libera-

O geriatra do hospital Sírio Liba-nês, João Ribeiro é o responsável pela criação do projeto horas da Vida, que promove o atendimento à pacientes beneficiados por instituições com tra-balho social comprovado. O programa já conta 250 profissionais em 25 es-pecialidades com atendimentos fei-tos a 10 instituições, entre elas ApAE Sp, AfroReggae e Saúde Criança. Em média os profissionais disponibilizam cerca de 900 horas por mês para o atendimento beneficente.

A flor de abóbora é um saudável in-grediente que pode ser adicionado a saladas e sopas. Quando está cru, o ve-getal é pobre em gordura saturada, só-dio e colesterol, é uma excelente fonte

Os médicos Cláudio Celestino zollinger e paulo Lisboa Bittencourt, dos núcleos de hepatologia e Gas-troenterologia do Hospital Português, foram responsáveis pela atualizada edição do Manual de Cuidados em he-patologia, da Editora Manole. A publi-cação orienta a atuação de profissio-nais intensivistas e hepatologistas no manejo e abordagem de portadores de cirrose e insuficiência hepática. A revisão da obra foi assinada também por henrique Sérgio de Moraes Coelho, atual presidente da Sociedade Brasi-leira de hepatologia. A versão eletrô-nica da publicação encontra-se no site www.hportugues.com.br e nas versões para plataformas Android e iphones.

Gestores e colaboradores de pres-tadores privados de saúde partici-param de palestras sobre o Sistema de Regulação, Controle e Avaliação (SiSRCA) e Cadastro nacional de Es-tabelecimentos de Saúde (CnES), no auditório do Sindhosba. O encontro, realizado em novembro, foi promovi-do pelo Sindhosba em parceria com a Associação dos hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb). A diretoria Geral de Regulação, Con-trole e Avaliação – dRCA, da Secreta-ria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), apresentou aos presentes os sistemas de informações nacionais sobre o registro de estabelecimentos e procedimentos ambulatoriais.

maNual dECuidadoS EmHEPatologia atualizado

HoraS da vida

SirCa E CNES aPrESENtadoS agEStorES HoSPitalarES

Flor dE aBóBora traz BENEFíCioS ParaCriaNçaS E adultoS

vi SimPóSioiNtErNaCioNal dECirurgia toráCiCa

múSiCa Para o Coração

O Serviço de Emergência do Hos-pital Espanhol passa por uma rees-truturação dos serviços para agilizar o atendimento e atualizar procedi-mentos. A unidade de emergência do hE dispõe hoje de 28 leitos, 6 de-les para observação, uma sala para Suporte Avançado de Vida, para o atendimento imediato de pacientes de alto risco, além de uma sala para pequenas cirurgias. todo o trabalho será liderado pelo cirurgião Sandro Barral, que passa a coordenar a nova unidade em parceria com o cardiolo-gista Sulivan hubner. A previsão é de

O livro “O bom comer”, de Sandra Gordilho - especialista em medicina estética, está em sua terceira edi-ção e traz entre outras informações, alimentação Anti-Aging, alimentação orgânica, alimentos funcionais, diet e Light, tabela de índice glicêmico dos alimentos e receitas harmoni-zadas. Um capítulo a parte da obra disponibiliza informações sobre os intestinos. Os assuntos abordados neste livro pretendem mudar a con-cepção sobre alimentação e saúde.

EmErgêNCia doHoSPital ESPaNHol PaSSa Por rEEStruturação

doENçaS rESPiratóriaS aumENtam No vErão

QuEm EStá lENdo...

litEratura:o Bom ComEr

SaúdE aCoNtECE

de vitaminas A, B, C, além de minerais como ferro, cálcio, magnésio, fósforo e potássio. de acordo com pesquisado-res, este alimento rico ainda em cálcio e fósforo, é adequado para o período de crescimento das crianças e altamente recomendado para as pessoas que têm problemas com a osteoporose. pesqui-sas indicam que traz benefícios tam-bém para a visão, diabetes e combate a degeneração macular. Fica a dica!

O hospital Santa izabel, da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, sediou, em novembro, o Vi Simpósio internacio-nal de Cirurgia torácica Minimamente invasiva. O evento reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros, entre eles o ci-rurgião do hospital Roberto Santos, Sér-gio tadeu pereira. na ocasião médicos do Brasil, Argentina, Espanha e Colôm-bia palestraram para 150 expectadores, que ainda contaram com a exibição de cirurgias realizadas ao vivo.

Uma recente pesquisa realizada na Universidade Federal de São pau-lo (Unifesp), comprovou que o acúmu-lo de partículas e gases nocivos lan-çados na atmosfera, principalmente, nas épocas mais quentes do ano, funciona como gatilho de doenças respiratórias preexistentes. A polui-ção, o clima seco e as altas tempera-turas, quando somadas, formam uma equação perfeita para o aumento do índice de infecções respiratórias e pneumonias. Ações simples como ingerir líquidos, evitar lugares fecha-dos e usar umidificadores podem mi-nimizar o problema.

que todos os serviços estejam dispo-níveis em um prazo de até 60 dias.

andré Blumberg - diretor geral do a tarde

Clóvis Filho, Presidente do Sindlab

dr. Eduardo dornelas e esposa

Fabíola mansur - vereadora

Priscila Wiederkehr- diretora da vitalmed

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201312 13

oS ENCargoS SoBrE o CuSto Com mão dE oBra da

Saúde PRivada o governo desonerou alguns segmentos da economia, mas o setor de saúde permanece

sem perspectivas de tratamento diferenciado

É natural que as despesas com pessoal tenham peso significa-tivo na composição dos custos empresariais, especialmente nas atividades de prestação de ser-

viços. O impacto deste item é ainda mais evidente quando analisamos o segmento médico-hospitalar, cuja prestação de ser-viços demanda profissionais altamente qualificados e, por essa razão, com remu-neração média superior à de outras áreas.

Ocorre que, além da retribuição nomi-nal percebida pelos profissionais, há uma série de encargos de natureza tributária ou trabalhista que tornam o custo final com a contratação de trabalhadores quase cen-surável.

A par das contribuições previdenciárias destinadas ao inSS (que excedem a 20% do valor do salário), os empregadores da área de saúde ainda têm que arcar com tributos destinados ao financiamento do FndE - Fundo nacional de desenvolvimen-to da Educação (através do Salário Edu-cação), do sistema “S” (SESC, SEnAC e Sebrae) e até do inCRA, autarquia respon-sável pelo reforma agrária no Brasil.

Somam-se a tais custos de natureza tributária os encargos trabalhistas (13º sa-lário, férias e adicional de 1/3, FGtS, etc.) e não raramente se constata que a empresa arca com despesas próximas ou superiores a 100% do salário nominal do trabalhador. Se computarmos despesas com alimenta-ção, transporte, vestuário, plano de saúde e outros que são, por vezes, obrigações resultantes de convenções coletivas firma-das com os sindicatos dos empregados, facilmente os encargos excedem ao men-cionado patamar.

Reconhecendo que o peso da tributa-ção sobre a mão de obra no país é dema-siado e muito superior ao de outros países, o governo federal instituiu desde 2011 a política de desoneração da folha de salá-rios (Lei 12.546/2011). por meio dela, as empresas deixam de recolher o equivalen-te a 20% sobre a folha de salários em favor do inSS e passam a recolher uma contri-buição de 1% ou 2% da receita bruta.

para a maioria das atividades intensi-vas em mão de obra (que demandam mui-tos empregados) a substituição se revelou interessante sob o ponto de vista do custo, representando economia significativa e in-centivando a criação de novos postos de trabalho. Ocorre que apenas alguns seto-res da economia foram beneficiados pela medida, dentre os quais estão o segmento hoteleiro, de construção civil e dos serviços de informática. A atividade médico-hospi-talar não foi contemplada até então, o que

motoriStaS

toleRânCia zeRoPsicóloga explica porque os condutores estãocada vez mais violentos e agressivos nas ruas

uma fechada brusca, uma bu-zinada no semáforo ou uma simples reclamação. São situações corriqueiras en-frentadas por quem está no

trânsito louco dos grandes centros urba-nos do país, mas que alimentadas pela impaciência e intolerância de muitos condutores se transformam no estopim de casos cada vez mais violentos.

Essa combinação perigosa de fato-res leva a casos de polícia, como o que vitimou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, no último mês de outubro, em Salvador. Segundo testemunhas, após uma discussão de trânsito, a médica Kátia Vargas, que conduzia um veículo, perseguiu as vítimas na moto delas no bairro de Ondina. O resultado foi à co-lisão da motocicleta em um poste, e a morte prematura de dois jovens de 20 e 21 anos.

Brigas de trânsito como esta tem se multiplicado pelo Brasil. de uma manei-ra tão frequente, que se transformou em

PENSE dirEito

alexandre marques

alexandre marques é advogado, só-cio do escritório damasceno & Marques Advocacia (www.dmadvocacia.com.br), especialista em direito processual Civil, professor de cursos de pós-graduação e de capacitação e autor dos livros tributa-ção da atividade de saúde e gestão tributária de contratos e convênios.

seria uma boa proposta, considerando a incapacidade do setor público de atender à demanda da sociedade por serviços do gênero, que os oferece de forma insuficien-te e com nível de qualidade que afronta a dignidade da pessoa humana.

Em verdade, a medida seria paliativa, pois a carência do setor de saúde não é di-ferente daquela que se verifica em outras áreas. A necessidade cada vez mais im-periosa das empresas de quase todos os segmentos é por uma reforma tributária e da legislação trabalhista que reduza o peso do tão falado “Custo Brasil”, racionalizan-do a precificação dos produtos e serviços e tornando-os mais compatíveis com os pata-mares praticados em outros países.

Até que a reforma das estruturas legais ocorra, o setor de saúde não tem sido con-templado nem mesmo com as concessões pontuais, tal como a desoneração da fo-lha de salários em relação ao inSS. talvez porque o governo valorize mais incentivar a hospedagem de pessoas, a construção de imóveis e a tecnologia da informação do que as empresas que oferecem serviços de saúde dignos aos cidadãos.

estatística. Só em São paulo, são regis-trados mais de 400 casos por dia. “into-lerância, agressividade, impulsividade e ansiedade, resultante do sentimento de superioridade proveniente da junção das condições proporcionadas pelo veículo tem gerado tanta imprudência”, destaca a psicóloga do dEtRAn – BA, Ana Maria Oliveira.

Segundo a especialista a “má forma-ção do condutor e a falta de educação no trânsito, combinados com o aumento da frota e o espaço físico cada vez mais disputado, contribuem para as situa-ções de estresse ao volante.” O fator cul-tural também pesa. Estudiosos afirmam que a relação do brasileiro com o carro tem a ver com status e poder. dominar o veículo, as ruas, impedir ultrapassagens são formas de exibição. isso associado a combinação de problemas em casa, no trabalho ou de um trânsito caótico pode gerar a violência e até mesmo tragédias. Como o caso ocorrido na capital paulis-ta em que Alexandre de Andrade, de 18 anos, levou um tiro disparado por outro condutor.

A orientação da psicóloga é refletir sobre a vida sempre. Quando agimos de forma racional evitamos o aflorar dos sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Algumas pessoas não conse-

guem ter essa reflexão. Evitar compor-tamentos de risco no trânsito também minimizam situações de violência. Na prática é aplicar no cotidiano a tão fa-lada direção defensiva, que muitas ve-zes fica apenas na teoria.

Se ainda assim surgirem situações de crise a atitude mais prudente, segun-do a especialista do dEtRAn, é “não re-agir a insultos ou provocações, procurar a autoridade de trânsito ou policial mais próximo para registrar a ocorrência”, fi-naliza. Afinal, a vida vale muito mais do que uma simples discussão.

ana oliveira - Psicóloga do dEtraN-Ba

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Wellington Bastos

Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201314 15

Quem não conhece o fa-moso ditado popular “de médico e louco todo mundo tem um pouco”? E esses “médicos sem

diploma” estão em todo o lugar, em casa, na escola, no trabalho. São pais, tios, amigos, pessoas sem for-mação médica, mas que se intitulam capazes de medicar alguém ou até mesmo se automedicar. Uma simples dor de cabeça, e lá se vai um analgé-

sico, sintomas de gripe à vista, é hora de ingerir um antigripal. E para aque-le incômodo estomacal é sempre bom ter em mãos um antiespasmódico.

Foi o que fez Wellington Bastos de 55 anos. Após sentir sintomas de gri-pe, o representante comercial decidiu

acabar com o problema, tomando vá-rias doses de analgésico, em um úni-co dia. O que ele não imaginava eram os transtornos que teria por conta desse comportamento. O resultado foi uma queda de pressão acompa-nhada de uma infecção por medica-mentos e 15 dias internação.

Essa situação, que aconteceu com Wellington, reflete uma realidade igno-rada por muita gente. O que pode pare-cer uma coisa simples, em muitos ca-sos, desencadeiam problemas maiores do que o inicial por conta da autome-dicação. “As pessoas desconhecem os efeitos nocivos do tratamento medica-mentoso indiscriminado”, alerta Rafael paes de Carvalho, reumatologista do hospital São Rafael e diretor técnico do instituto Bahiano de imunoterapia.

de acordo com levantamento feito pelo Sistema nacional de informações toxico – Farmacológicas, o SintOx, a maior parte das intoxicações no Brasil tem como origem o uso de medica-mentos. A confirmação é feita todos os anos, desde 1994 quando come-çaram as pesquisas. Só em crianças, com idade abaixo dos cinco anos, 35% das infecções são decorrentes do uso desorientado de remédios.

Segundo Rafael, o uso contínuo e sem supervisão médica de remédios tem como consequência problemas cardíacos, nos rins, intestinos isso nos casos mais comuns. Em algumas situações, a automedicação pode le-var o paciente à morte.

o gatilho

Muitas vezes o foco de risco está sobre os medicamentos com comer-cialização restrita, como os de tarja preta. porém, o médico Rafael paes lembra que até mesmo medicamen-tos vendidos nas farmácias sem re-

tomar remédios sem orientação médica pode agravar problemas de saúde e levar à morte

rolEta ruSSa daautomediCação

ceita, para dores musculares, cólica, inchaço e inflamações, podem ser perigosos quando usados de forma indiscriminada e contínua.

Outro problema muito frequente é a combinação de alguns medica-mentos com determinados alimentos que diminuem ou até anulam o efeito dos princípios ativos. Outra possível consequência do consumo de medi-camentos sem orientação é que eles podem mascarar um problema mais grave por trás daquele sintoma. no caso de seu Wellington, ele tinha otite e o remédio disfarçou a doença, além de criar outras complicações. “Quem se automedica costuma combater a consequência, em quanto o mal prin-cipal está sendo mantido ou até pro-gredindo”, comenta Rafael.

Mas este não é um problema ape-nas no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais da metade dos medicamentos vendidos em todo o mundo são dispensáveis ou vendidos de forma inadequada. no planeta, 50% dos pacientes tomam remédios de forma incorreta.

Os profissionais de saúde, princi-palmente médicos, têm disciplinas específicas na faculdade que estu-dam os medicamentos e os efeitos

deles no corpo humano, por isso, são autorizados a orientar o uso dessas drogas, que tem efeitos colaterais, e podem trazer problemas, se não fo-rem usadas corretamente. “não exis-te medicação com risco nulo, todo remédio têm efeitos colaterais, por isso, é importante consultar o médi-co. A indicação de um medicamento e tratamento é feito de maneira indivi-dualizada, levando em consideração o paciente: seu peso, histórico fami-liar, alergias, entre outros parâme-tros”, finaliza Rafael.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 17

Busca desordenada por corpo atlético podetrazer sérios riscos à saúde

ProJEto vErão: um RiSCo de PeSo

dietas radicais associadas com medicação “milagro-sa” e exercícios pesados, sem acompanhamento profissional, são algumas

das estratégias de homens e mulhe-res que buscam ganhar físico e perder peso no verão. O objetivo dessas pes-soas é alcançar o tão sonhado corpo atlético para desfilar na estação mais quente do ano. O problema está na forma que muitas procuram para al-cançar o alvo em pouco tempo e sem preocupação prévia com a saúde.

A grande influência da mídia em apresentar modelos com corpos defi-nidos e a mania atual de frequentar a academia apenas por status, au-mentam o percentual desse grupo, que não deseja sacrificar o ano intei-ro para chegar ao verão sarado e com saúde. O que muita gente não sabe ou ignora são os riscos do chamado “projeto verão”.

pode parecer irrelevante, já que hoje é fácil se matricular em uma academia de ginástica, mas é impres-cindível a consulta com um médico antes de se aventurar até mesmo em uma simples corrida na esteira. não é raro pessoas sofrerem mal súbito em academias ou praticando alguma ati-vidade física. “A ansiedade constante e a utilização de medicamentos para acelerar o processo, faz achar que nós profissionais de educação física so-mos cirurgiões”, explica Felipe Franco, educador físico, atleta e Mister Fitness Brasil. Ele ressalta que o trabalho de musculação ou aeróbico precisa ser contínuo e o treino disciplinado.

importância de uma boa alimentação

Outro fator importante é a alimen-tação saudável. “O resultado dos exercícios está totalmente ligado à ali-mentação. Você é o que você come”, destaca o professor. não adianta recor-rer a exercícios pesados na academia

se isso não for acompanhado de uma alimentação equilibrada e balanceada, rica em proteínas e carboidratos.

As refeições pré e pós-treinos são essenciais para um efeito duradouro no decorrer dos anos. “O alto rendi-mento não se compara a indivíduos que só praticam a atividade”, analisa Felipe. Alimentos como batata doce, ovos, frango e aipim ajudam a manter a porcentagem de carboidrato e prote-ínas no organismo, ideal para a quei-ma de calorias e definição dos múscu-los nos exercícios de musculação.

Os erros mais comuns na adoção do projeto verão ainda é acreditar que passar fome ou malhar em jejum pode ajudar a obter o resultado desejado, além de não beber água suficiente, podendo causar desidratação. ingerir shakes e suplementos promete ace-lerar o processo, mas deve ser usado com cautela e com orientação de um nutricionista. Outra dica valiosa é co-mer frutas, verduras e raízes. Anaboli-zantes e injeções de hormônios devem ser abolidos, pois acarretam efeitos colaterais como nervosismo, acne e sinais de agressividade, além de pro-blemas no fígado, disfunção sexual e risco de câncer.

O acompanhamento de um pro-fissional qualificado que direcione a dosagem e as formas dos exercícios é indispensável. O treinador Felipe, que também é proprietário da acade-mia xploud Gym, destaca que o papel do profissional de educação física no treinamento é de extrema importân-cia para uma orientação correta. Ele lembra que exercícios feitos de forma errada podem trazer sérios riscos a saúde. “Muito mais do que beleza e bem-estar, manter uma regularidade de exercícios físicos, tanto aeróbicos quanto musculares, previne doenças e garante que a longo prazo a locomo-ção, devido à idade, não seja prejudi-cada”, afirma Felipe.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 19

PElEBliNdadao anointeiRoórgão responsável por proteger ocorpo também necessita de cuidados

mais que uma simples questão estética, os cuidados com a pele, maior órgão do corpo humano e que exerce

diversas funções para o organismo, são importantes para prevenir do-enças e lesões. “no verão, estação que registra as temperaturas mais elevadas do ano, é necessário aten-ção redobrada à exposição ao sol, por exemplo. Contudo, o frio e o ven-to também são riscos a pele”, afirma Carolina Freitas, dermatologista do hospital São Rafael.

Vale lembrar que a luz sol garante o fornecimento da vitamina d, forta-lece os ossos e dá sensação de bem estar físico. porém, o contato excessi-vo aos raios ultravioletas e em ho-rários inadequados são nocivos à saúde. “Queimaduras, enve-lhecimento, manchas e o apa-recimento do câncer de pele

são atribuídos a essa prática”, revela a médica.

E foi exatamente o câncer de pele que afetou Lucilia Guimarães Velo-so, 55, por duas vezes. Em 1999, a comerciante notou na área posterior da coxa direita uma mancha escura, semelhante a queimadura de cigar-ro, diagnosticado como carcinoma escamocelular, variação da doença que provoca metástase pelo sistema linfático. “procurei minha médica na época, e ela me afirmou que a doen-ça não afetaria a corrente sanguínea. Como estava desconfiada, fui a outro profissional, e descobri a gravidade da doença”, declara.

Lucilia fez a cirurgia e não preci-sou fazer nenhum outro procedimen-to. Mas nove anos depois (2008), outra mancha apareceu no corpo da comerciante, desta vez no braço, pró-ximo ao tríceps, com a mesma carac-terística. O parecer médico constatou um carcinoma basocelular, o tipo mais comum da doença. “procurei logo meu oncologista, ele confirmou o câncer e fiz uma nova cirurgia. tam-bém não faço nenhum tratamento, a não ser a precaução de usar filtro protetor solar e tomar outras medidas

para manter minha pele longe de problemas”, comemora.

Alguns bons hábitos são essen-ciais para manter a pele bonita e sau-dável. Especialistas fazem diversas recomendações, do uso de óculos escuros, até tecidos especiais que bloqueiam os raios. “A aplicação do protetor deve ser diária, até mesmo em ambientes com luzes artificiais”, esclarece Carolina.

Outro aspecto que deve chamar a atenção é a quantidade de banhos durante o dia. “Se for necessário to-mar muitos banhos ao longo do dia, devemos evitar o uso do sabão, pois retira a proteção do órgão”, destaca a especialista.

importância da pele

A pele exerce funções fundamen-tais para o bom funcionamento do corpo humano, como a proteção dos órgãos internos. Manutenção da tem-peratura corporal adequada e reserva energética de nutrientes em casos extremos de restrição alimentar, são alguns exemplos de outras atividades do órgão.

“Outras funções importantes são a ajuda ao corpo para reconhecer mi-croorganismos e agir na defesa contra infecções e também a prevenção con-tra a perda de líquidos por evapora-ção”, explica a dermatologista.

Carolina Freitas - dermatologista

lucília veloso - Comerciante

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201320 21

desde 1988 a realidade para os estabelecimentos privados de saúde beira o colapso, afirma o primeiro presidente da Casa

o dia 4 de outubro é sempre uma data especial para o setor privado de saúde da Bahia. Este ano em espe-cial. há 25 anos nascia

o Sindicato dos hospitais e Estabe-lecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia, o Sindhosba, com a missão de ser a voz dos estabeleci-mentos de saúde da Bahia tanto nas relações com os trabalhadores, quan-to nos pleitos da categoria junto aos órgãos governamentais.

A Entidade nasceu no fim da ditadu-ra militar, quando os sindicatos traba-lhistas se fortaleceram, e a categoria patronal também sentiu a necessidade de se organizar para facilitar as nego-ciações entre as partes envolvidas nas relações de trabalho. “O setor da saúde vivia um momento muito difícil. Está-vamos submetidos a uma alta taxa de inflação, com sucessivos reajustes de preços e as discussões sobre pleitos de interesse eram realizadas em cada uni-dade. Além disso, existia toda a pressão sobre os reajustes salariais.”, declara o fundador e primeiro presidente do Sindicato, Eunivaldo diniz.

A realidade enfrentada pelo setor privado de saúde em 1988 não era muito diferente de agora. para ele a cri-se da saúde é iminente, o que lembra muito os acontecimentos que culmina-ram com a criação do Sindhosba: “O momento em 1988 era muito grave e o segmento de saúde suplementar es-tava à beira do colapso. isso reforça a importância do Sindicato para os pres-tadores privados de saúde”, afirma.

responsabilidades

para Raimundo Correia, atual pre-sidente do Sindhosba, este é um mo-mento especial para a saúde privada da Bahia. “é importante olharmos para trás quando avaliamos o suces-so das iniciativas empreendidas pelo

Sindicato, que surgiu em um momen-to desfavorável para hospitais e clíni-cas particulares. isso nos dá noção de que os desafios são frequentes e difíceis. E me conscientiza de minha responsabilidade, agora que estou à frente deste trabalho”, declara.

Segundo o ex-deputado federal Rafael Guerra, o Sindhosba é uma instituição importante para todo o segmento. “Conheço a trajetória do Sindicato e digo que sua persistência nas solicitações são muito válidas, apesar dos governantes não aten-derem. Só para se ter uma ideia, há mais de 20 anos os hospitais parti-culares que atendem o SUS traba-lham com uma tabela de preços em procedimentos que se mantém sem nenhum reajuste. E isso precisa mu-dar”, alerta.

para Eunivaldo diniz, a histó-ria da Entidade consolida seu valor para a categoria. “Um bom sindicato é o único escudo que uma empresa tem para se defender seus interes-ses individuais e coletivos, inclusive em questões administrativas e judi-ciais”, comenta.

“temos que persistir em nossas solicitações, pois representamos um setor que precisa ser encarado com segmento econômico também. pre-cisamos de incentivos e benefícios para mantermos a viabilidade dos es-tabelecimentos. há 25 anos lutamos por isso, mas agora necessitamos do apoio de todos”, finaliza Correia.

SiNdHoSBa: 25 aNoS dEFENdENdo a Saúde SuPlementaR da Bahia

raimundo Correia, Presidente do Sindhosba

Eunivaldo diniz, médico - Primeiro Presidente do Sindhosba o Fórum de Relações tra-balhistas, voltado para os gestores da saúde privada concluiu a sua segunda edi-ção cumprindo o objetivo de

aproximar empreendedores e Justiça do trabalho, através do debate de temas polêmicos e importantes para a gestão de pessoas em todos os segmentos em-presariais. O evento foi realizado duran-te dois dias, no mês de outubro, no Hos-pital Espanhol, em Salvador.

para o coordenador técnico do Fórum, o jurista Jorge Freitas, o even-to cumpriu o papel de estabelecer um debate inteligente entre gestores e o judiciário trabalhista. Atualmente, as de-mandas jurídicas relacionadas à relação entre prestadores privados de saúde e os colaboradores têm gerado muitos passivos, com indenizações e repara-ções relativas à assédio e dano moral, assédio sexual, acidentes de trabalho, entre outros temas.

ii Fórum de relações trabalhistas da área Privada de Saúde apresentou a realidade de clínicas e hospitais ao judiciário

ESPECial ii Fórum dE rElaçÕES traBalHiStaS da árEa Privada dE SaúdE do EStado da BaHia

EvENto SoBrE dEmaNdaS traBalHiStaS aPRoxima JuStiça do tRaBalho de

PReStadoReS da Saúde em SalvadoR

“A realização do Fórum, que felizmen-te chega à sua segunda edição, mostra que os agentes envolvidos estão abertos para uma discussão saudável, onde o judiciário pode ver a realidade dos es-tabelecimentos de saúde privada”, co-memora Freitas. Comprovando o que o consultor jurídico declarou, uma mesa de abertura contou com representantes do tribunal Regional do trabalho e dos estabelecimentos filantrópicos e priva-dos de atenção à saúde.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 23

Juristas debatem em Fórum as aplicações do regime em cada função hospitalar

JoRnada 12x36:uma NECESSidadE E divErSaS diSCuSSÕES

Há aproximadamente 40 anos surgia em São paulo uma jornada especial de trabalho na atividade hos-pitalar em que o colabora-

dor trabalharia 12 horas seguidas e descansava 36, a conhecida jornada 12x36. Mas até alguns meses atrás, este regime de trabalho era acordado apenas em Convenções Coletivas de trabalho, desprovido de amparo legal.

“Os contratadores eram pressio-nados por fiscalizações e decisões judiciais que não reconheciam esta

jornada, gerando um transtorno imen-so para as unidades de atenção pri-vada à saúde”, declara o coordena-dor técnico do ii Fórum de Relações trabalhistas da Área privada da Saú-de do Estado da Bahia, o advogado Jorge Freitas.

a discussão

A Constituição Federal de 1988 determina que a jornada de trabalho deva ser de oito horas diárias, ressal-vando o direito a compensação ou su-pressão de horas mediante acordo ou convenção coletiva. “Assim, na área

de saúde era comum a celebração de acordos ou convenções coletivas es-tipulando jornadas de compensação de 12 x 36 horas. historicamente, esse modelo de jornada de trabalho foi proposto aos serviços de vigilân-cia e higiene. posteriormente, os pro-fissionais da área de saúde o adota-ram em razão do serviço prestado”, afirma o jurista.

“por causa desta intranquilidade, a Confederação nacional de Saúde elaborou um dossiê sobre o tema e visitou os ministros da instância má-

para Raimundo Correia, presidente do Sindicato dos hospitais e Estabeleci-mentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia - Sindhosba, esta é uma inicia-tiva pioneira. “Estamos em um segmen-to sujeito a leis trabalhistas particulares, com diversas complicações jurídicas. Aproveitamos para de uma vez só apro-ximar a Justiça do trabalho do cenário para a saúde privada e debater de ma-neira saudável temas importantes e po-lêmicos na gestão de pessoas”, afirma.

“Os temas são de extrema relevância.

ESPECial ii Fórum dE rElaçÕES traBalHiStaS da árEa Privada dE SaúdE do EStado da BaHia.

Jorge Freitas - Coordenador do Fórum trabalhista

Me sinto honrado em ter participado como plateia e palestrante deste evento. Acredito que este é o destino da Justiça, se aproximar de todos os agentes en-volvidos”, declara Agenor Calazans, juiz do trabalho.

Ao todo, dez eventos integraram o Fórum. no primeiro dia os temas foram: Execução trabalhista; Ação Regressiva previdenciária; Jornada de 12 x 36; ter-ceirização nos Serviços público e privado. no segundo dia, temas como assédio se-xual, meio ambiente de trabalho, coope-

rativas de trabalho, assédio e dano moral foram apresentados e debatidos.

para Kleydson Batista, diretor do Sindicato das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia - Sindi-fiba, este tipo de trabalho precisa ser con-tinuado. “Este Fórum é uma necessidade para todos os envolvidos nas relações tra-balhistas. Um evento com esta proposta deve ser sempre incentivado, pois preci-samos saber o que envolve um processo movido pelo colaborador contra a empre-sa que o contratou”, finaliza.

a realização do Fórum, que felizmente chega à sua segunda edição, mostra que os agentes envolvidos estão abertos para uma discussão saudável”

“Jorge Freitas

ESPECial ii Fórum dE rElaçÕES traBalHiStaS da árEa Privada dE SaúdE do EStado da BaHia

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201324

xima da Justiça do trabalho e pediu a solução do problema”, comenta o Juiz Federal do trabalho, Agenor Calazans, titular da 25ª Vara do trabalho de Sal-vador.

para resolver o impasse, o tSt divulgou, através da Súmula de núme-ro 444, a regulamentação da jornada 12x36. Segundo o texto, o trabalha-

dor inserido nessa jornada tem direito a remuneração dobrada em feriados, mas não ao pagamento da décima pri-meira e décima segunda hora traba-lhada.

A aprovação deste período laboral pelo tribunal Superior do trabalho (tSt) era aguardada há muito tempo pelos gestores de unidades prestado-

ras de serviços de saúde privada em todo o país, pois resolve uma preocu-pação de longa data para os hospitais e clínicas privadas.

o debate

Mas a regulamentação desse novo período de trabalho tem algumas ressalvas. Esse modelo de jornada

deve respeitar o limite semanal de cada profissão conforme legislação específica. “por exemplo, os fisiotera-peutas possuem jornada de trabalho de 30 horas semanais. desse modo, durante a semana podem adotar al-guns modelos como 6 horas diárias por 5 dias, ou 12 horas diárias por 2 dias, e ainda, 5 horas diárias por

6 dias de trabalho”, comenta o juiz Agenor Calazans.

Já os profissionais da medicina não possuem limite de horas semanais ou mensais de jornada de trabalho, toda-via ficou convencionado pelo mercado de trabalho que sua jornada é de 24 horas semanais. “Neste caso específi-

co é muito comum a adoção da jornada de 12 x 36 horas, totalizando 36 horas semanais, contudo deve se deixar claro que tanto esses profissionais como os médicos podem ser contratados para laborarem até 44 horas semanais, nos moldes da CF/88 por não terem legis-lação específica que regulamente tal situação”, finaliza Freitas.

Jorge Freitas, agenor Calazans e João Franco debatem a Jornada 12X36

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201326 27

aSSédio no tRaBalho: um mal QuE CrESCE No BraSil

um levantamento recente do Ministério público do trabalho (Mtp) revelou um dado preocupante. O número de ocorrências de

assédio moral ou sexual nas depen-dências de empresas tem crescido em todo o Brasil. A Bahia seguiu na con-tramão dessas estatísticas e registrou

assunto fo i um dos temas debat idos no i i Fórum trabalh is ta

uma queda de 22% no número de ca-sos. Foram 350 queixas até outubro deste ano, contra 449 no mesmo pe-ríodo de 2012.

Mas os números baianos não são motivo de comemoração, afinal, se-gundo especialistas, muitas vítimas se calam diante da pressão e do medo

de represarias. pedro Lino de Carva-lho Júnior, procurador Regional do tra-balho e palestrante do tema no ii Fó-rum de Relações trabalhistas na Área privada da Saúde no Estado da Bahia, revela que as mulheres continuam a ser a maioria das vítimas. “para esta prática de abuso ser imputada como crime, é preciso o “assediador” se

aproveitar do cargo para tirar vanta-gem sexual de um subordinado”, de-clara. para o jurista, justamente, o fato da mulher ser considerada mais frágil, os casos são mais frequente entre elas.

Recentemente uma estudante de jornalismo, estagiária de uma rádio de Curitiba, no paraná, registrou ocor-rência contra um chefe imediato. Para pedro Lino, situações como esta re-forçam que a justiça está sempre do lado das vítimas, independente das funções exercidas por elas na empre-sa. “As práticas consideradas assédio moral e sexual são crimes, com penas de até dois anos de prisão, além de indenização para a vítima”, afirma.

diferenças

Agora é preciso diferenciar as si-tuações. O que caracteriza o assédio sexual ou moral é o constrangimento provocado à vítima, segundo o es-pecialista. Ele lembra que uma can-tada ou até mesmo um convite para sair podem ser feitos no ambiente de trabalho. O que configura assé-dio é quando tal comportamento vem acompanhado de ameaça ao posto de trabalho, ou traga algum tipo de cons-trangimento no ambiente funcional.

no assédio moral, de acordo com pedro, o trabalhador passa a ser hos-tilizado primeiramente pelo chefe imediato, seja por ele sentir seu car-go ameaçado por um colaborador, ou por não atingir uma meta de produ-tividade determinada pela empresa, por exemplo.

“Mas existem outras condutas que indiciam o assédio moral no ambiente de trabalho: usar expressões depre-ciativas e preconceituosas, isolar o trabalhador, persegui-lo ou lhe aplicar punições constrangedoras são algu-mas iniciativas que configuram o cri-me”, assegura o procurador.

consequências

Geralmente as vítimas de assé-dios reagem de maneiras distintas,

de pessoa para pessoa e também de acordo com o sexo do assediado. Mas em geral, o assédio moral desenca-deia e agrava doenças, aponta pedro.

Entre as mulheres, é muito comum elas expressarem sua reação com cri-ses de choro e com tristeza. é muito comum uma assediada sofrer insônia, depressão e até diminuição da libido. Já os homens ficam envergonhados diante da família, prejudicando a au-

toestima. E isso pode levar ao alcoo-lismo e até ao desejo de suicídio.

“Em todos os casos, a vítima deve resistir, anotando com detalhes todas as humilhações sofridas, com data, hora e nome do agressor. O trabalha-dor deve procurar ajuda entre seus colegas que testemunharam o assé-dio. Além disso, devem ser evitadas conversas sem testemunhas com o agressor”, finaliza o especialista.

as práticas consideradas assédio moral

e sexual são crimes, com penas de até dois anos de

prisão, além de indenização para a vítima”

“pedro Lino

Pedro lino - Procurador regional do trabalho

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do EStado da BaHia

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201328 29

Com a difusão de vendas pela internet em diversos segmentos, as empresas se adaptaram para con-seguir, direta ou indire-

tamente, mais consumidores. Com o mercado de materiais hospitalares não foi diferente. As fornecedoras

deste tipo de produto também entra-ram na disputa virtual por clientes e investiram nas vendas on-line.

A rede oferece uma série de vanta-gens para os compradores, uma delas é a possibilidade comparar os preços dos produtos de forma mais fácil e

ágil, independente da origem da ven-da, ou do fabricante. Mas será que essas facilidades, por si só, garantem certeza de bons negócios?

Especialistas defendem que as compras online de materiais hospi-talares devem ser vistas como mais

ComPra dE matEriaiS HoSPitalarES: onde fazeR o melhoR negóCio

mercado de produtos para hospitais chega à internet e aquece disputade fornecedores, mas nem sempre é a melhor forma de aquisição

uma opção de mercado e não uma única forma para adquirir produtos. Segundo Adriano Carneiro, coordena-dor de Suprimentos do hospital portu-guês, as formas tradicionais de com-pra continuam sendo válidas. “Com a internet, é possível um leque maior de vantagens. Mas é preciso analisar o

prazo de entrega, taxa de translado e outros encargos para não ter surpre-sas desagradáveis”, comenta Adriano.

Adriano lembra ainda que é mui-to difícil fazer parcerias que garan-tam preço e prazo de entrega para uma instituição fora do eixo Rio - São paulo, onde estão os fabricantes. “isso dificulta a obtenção de vanta-gens associadas a uma boa logística de nossos fornecedores”, afirma.

de acordo com Jorge passos, su-pervisor de compras do hospital Espa-nhol, outro problema muito recorren-te nas transações online diz respeito ao atendimento exato dos pedidos por parte dos fornecedores. “é muito comum à ocorrência de falhas na co-municação comercial, por não haver entendimento sobre o padrão do ma-terial, a ser entregue. Ou seja, marca, modelo, tamanho”, alerta.

identificando o melhor negócio

diante dessas vantagens e des-vantagens o que se faz necessário é uma investigação com base na neces-sidade da empresa. não vale apenas se fixar no parâmetro do preço. Em algumas situações, é melhor comprar com uma empresa especializada, que precisa escoar o estoque e oferece um desconto no valor final e garantia de entrega do pedido em prazo mais curto.

A compra pela internet através de alguns portais específicos para este tipo de negociação, a vantagem é que o comprador pode analisar preços em todo o país. “porém, as compras atra-vés de portais não eliminaram a figu-ra dos representantes. Se tratando de materiais médicos, eles continuam fazendo a interação entre a equipe técnica e quem está negociando”, diz Adriano.

Quando o acordo é feito direta-mente com fabricantes, a vantagem principal está relacionada ao preço, por estarem em sua grande maioria na Região Sudeste. “A principal van-

tagem, é o custo-benefício nesse tipo de compra, já que evita acréscimos no preço por parte dos distribuido-res. Outro benefício é evitar a des-pesa de transporte, onde geralmen-te, o fabricante assume esse custo”, defende Jorge.

tendência

Uma nova modalidade vem ga-nhando força no mercado de mate-riais médicos: as compras conjuntas. Com elas, diversas instituições se unem, elaboram estratégias e nego-ciam conjuntamente com os fornece-dores fabricantes. “para o fabricante é importante em muitos casos conse-guir padronizar a marca em uma ins-tituição que ainda não tinha e para o grupo de compras é excelente, por tra-zer grandes vantagens financeiras”, afirma o superintendente do hospital Português.

todos os canais de compra pos-suem aspectos positivos, mas cada caso é um caso. “primeiramente, de-ve-se saber, o que quer comprar, ou seja, ter conhecimento do material a ser adquirido. padronizá-lo, junto a uma Comissão de Controle de Quali-dade de produtos, para evitar dúvidas na aquisição, a compra errada, e até mesmo, a devolução da mercadoria, evitando transtorno futuro. Sendo as-sim, o meio para comprar, pode ser definido pelo Administrador, avalian-do simplesmente, a segurança e qua-lidade na entrega”, finaliza Jorge.

com a internet, é possível um leque maiorde vantagens”.

“Adriano Carneiro

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 2013 Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201330 31

QualiFiCação Em Cardiologia ClíNiCa

CurSo dE tECNólogo Em gEStão HoSPitalar

CurSo dE gEStão PEla QualidadE E gErENCiamENto dE riSCoS Em SaúdE

FiSiotEraPia Em uti PEdiátriCa

17ª PrEvENSul

ProgramE-SE

Será realizado entre março de 2014 e março de 2016 o Curso de Qualificação em Cardiologia Clínica do hospital São Rafael. para concorrer as duas vagas do curso, o candidato deve preencher um dos seguintes requisitos: ter concluído dois anos de Residência em Clínica Médica reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica ou ter concluído dois anos de especialização em Clinica Médica credenciado pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica ou pela Associação Médica Brasileira. As inscrições são presenciais no hospital e o candidato passará por seleção em cinco fases - prova teórica; entrevista; avaliação psicológica, análise do Curriculum Vitae e análise do histórico Escolar.

A Unijorge dispõe de Curso Superior em Gestão hospitalar. O curso prepara o aluno para o exercício das atividades relacionadas à gestão hospitalar, sejam elas financeiras, admistrativas ou operacionais. durante o curso, o alu-no aprende a identificar políticas e diretrizes na organização hospitalar, conduzir o planejamento estratégico da instituição, dominar a legislação pertinente ao sistema de saúde, além de dimensionar pessoal na área. O aluno conta ainda com um programa de estágio supervisionado obrigatório, elaborado com o objetivo de trazer para a vida acadêmica a realidade de sua futura vida profissional.

A Atualiza Cursos promoverá no primeiro semestre de 2014 capacitação em Gestão pela Qualidade e Gerencia-mento de Riscos em Saúde. Ao final do curso, o profissional estará apto a aplicar os principais conceitos e fer-ramentas da qualidade e da gestão de riscos, com foco na melhoria contínua dos processos da instituição onde atua. O início está previsto para 27 de março, uma vez por mês, de quinta a sábado e é destinado a gestores, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos.

O integrar Saúde está com nova turma para o Curso de Fisioterapia em Uti pediátrica, para fevereiro de 2014. no conteúdo programático serão abordados temas como terapia, higiene brônquica, anatomia e fisiologia cardiorres-piratória. O curso será ministrado presencialmente ou pela internet, através do www.intergraronline.com.br.

Em sua 17ª edição, a PrevenSul - Feira de Saúde, Segurança do Trabalho e Emergência retorna ao Paraná para propiciar aos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho e de Emergência uma oportunidade ímpar de ca-pacitação e de atualização profissional.O evento ocorrerá entre os dias 28 e 30 de maio de 2014, no Centro de Eventos Expo Unimed, em Curitiba (pR).

para esta edição do evento são esperados mais de 9.000 visitantes, que terão ao longo de 3 dias de programação uma série de cursos, seminários e workshops para capacitação técnica, além da oportunidade de visitar a feira e conferir as novidades em produtos e serviços disponíveis no mercado de Saúde e Segurança no trabalho e de Resgate e Emergência.

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Saúde Bahia Outubro | Novembro | Dezembro 201332

ISO9001:2008

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Visando o aprimoramento técnico e a integração das equipes,em novembro aconteceu, em Brasília, o 1º Encontro Científi codo Laboratório Sabin, com tema central: Segurança doPaciente, abrangendo todas as áreas do laboratório, desde acoleta, o controle da qualidade e a elaboração do laudo.O evento contou com a presença de palestrantes renomadoscom experiência clínica e acadêmica em Hematologia,Infectologia, Biologia Molecular, Patologia Clínica e reuniumais de 80 profi ssionais médicos, bioquímicos e biomédicoscolaboradores do Sabin dos estados: BA, AM, PA, GO, MG, TO e DF. O Sabin acredita que investir na educação continuada deseus colaboradores é uma forma de garantir a excelênciade seus serviços.

O segredo de tanto cuidado com a sua

saúde começa quando cuidamos do nosso

conhecimento.

www.sabinonline.com.br | @labsabin | Laboratório Sabin

Central de Atendimento: 71 3261-1314

1º Encontro Científi co do Laboratório Sabin.

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