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Saúde EM DESTAQUE NÚMERO 13 - ANO 02 ABRIL/MAIO 2006 REVISTA IMPRESSO

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Saúde EM DESTAQUENÚMERO 13 - ANO 02 ABRIL/MAIO 2006

REVISTA

IMP

RE

SS

O

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1.OfortalecimentodaGestãoEstadualdoSUS: OfortalecimentodaGestãoEstadualdoSUSdevesedar

principalmentenasseguintesdimensões:•Capacidadegestoraestadualem:Ampliaçãodoacesso;

OrganizaçãodoSistemaEstadualdeSaúde;Organiza-çãodosserviçosdemédiacomplexidade;OrganizaçãoepolíticadeAtençãodeAltacomplexidade;Qualifica-çãodaAtençãoBásica.

•Fortalecimentodasfunçõesdecontrole,avaliaçãoere-gulação:Avaliaçãodaorganizaçãodosistemaedomo-delodegestão;Relaçãocomosmunicípiosepactos;Relaçãocomosprestadoresdeserviços;Qualidadedaassistênciaesatisfaçãodosusuários;Resultadoseim-pactossobreasaúdedapopulação.

Com o processo de desabilitação do município de Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, na condição de Gestão Plena do Sistema Estadual, no setor da saúde, as responsabilidades e atribuições que lhe são conferidas, apontam à necessidade do fortalecimento da capacidade gestora estadual no SUS. Em função do porte da capital na conjuntura atual desabilitada, a SES-RJ, se obrigou a ampliar de maneira considerável as funções plenas do estado.O fortalecimento da gestão estadual objetiva garantir a qualificação e integralidade da atenção à saúde, com definição de prioridades de intervenção coerentes com as necessidades de saúde da população e garantia do acesso da população aos serviços e ações de saúde.

2.AbordagemdeeixosestruturantesdoProjeto:•Culturaorganizacional;•Processodeprogramaçãodaassistência;•ResponsabilidadesdaGestãoEstadualnagarantiadoacesso

dapopulaçãoreferenciada;•Processodecontrole,avaliaçãoeregulaçãodaassistência;•FortalecimentodaÁreadeInformaçãoeInformáticaemSaúde.

3.EmrelaçãoaofortalecimentodaÁreadeInformaçãoeInformáti-caemSaúde:

TendoporreferênciaamissãodaSES,oCentrodeInformaçãoemSaúde,setorresponsávelpelaáreadeinformaçãoeinformá-ticaemsaúdedaSES,tempormissãocontribuirparaasupera-çãodasdesigualdadesatravésdoexercíciodeduplafunção:•CoordenareimplementaraPolíticadeInformaçãoeInformática

emSaúdenoSUSdoEstadodoRiodeJaneiro,e•CoordenareimplementaraPolíticadeInformaçãoeInformática

emSaúdedaSecretariadeEstadodeSaúdedoRiodeJaneiro.

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ARevistaSaúdeemDestaquetemcomomissãopromoverinformaçõesqualificadas

edivulgarexperiênciasparagestoreseprofissionaisdaáreadesaúde,visando

contribuirnoconstanteaprimoramentodapolíticadesaúdeemnossopaís.

Saúde EM DESTAQUE

EXPEDIENTE

Revista

Fone:(43)3323-5378Fax:(43)3336-7638

[email protected]

PublicaçãoBimestralTiragem:6.000exemplares.

Redação,PublicaçãoeAssinaturas:DepartamentoComercialdoInstituto Sallus.

OS aRtIGOS aSSInadOS SãO dE tOtal RESPOnSabIlIdadE dOS SEUS RESPECtIvOS aUtORES

dIREtORIa ExECUtIva dO InStItUtO SallUS:DIRETOR:ValmirdeArrudaLeiteDIRETORATéCnICA:MariaAparecidaCarricondoLeiteDIRETORCOMERCIAL:SérgioCardosodeOliveiraAPOIOLOGíSTICO:FelipePolet to/IsabelCristinaOliveiraREvISta SaÚdE EM dEStaQUE:COORDEnAçãODEEDIçãO:MariaAparecidaCarricondoLeiteCOnSELhODEEDIçãO:UraciCarricondoDIRETORIATéCnICA:MariaAparecidaCarricondoLeiteeMariaPaulaP.CarricondoCRIAçãOEDIAGRAMAçãO:CedilhaComunicaçãoeDesign(43)3025-3230IMPRESSãO:Aquarela(43)3324-5026JORnALISTARESPOnSÁVEL:CristinaRuas-Reg.15.819.RJASSISTEnTEDEJORnALISMO:JúliaMariaCarricondoLeite

COlabORadORES da EdIÇãO:AlexandrePontesMartins,AnaPaulaCoutinho;As-sessoriadeComunicaçãodaAnvisa;AssessoriadeComunicaçãodoConass;Asses-soriadeComunicaçãodoMinistériodaSaúde;AssessoriadeComunicaçãodaSESdeSP;CarmenLavras;ClarisvandoCoutoGonçalves;CIAP:DinocarmeAparecidoLimaeVerginiaAparecidaMariani;Conasems;CosemsdoPará;CosemsdoRiodeJaneiro;DomenicoFellicelo;FátimaJordão;FernandoMesquita;GilsondeCarvalho;JoellyngtonMedeiros;JoséCarlosCarricondo;JoséCássioCastanho;KátiaGalvãoMotaMesquita;LenirSantos;OziasBuzato;RitadeCássiaBertão;SérgioRicardodeLima.

dIStRIbUIÇãO:SecretáriosMunicipaiseEstaduaisdeSaúde;PrefeiturasMunici-pais;LegislativoFederal,EstadualeMunicipal;LaboratóriosPúblicosePrivados;AssociaçõesdeClasse;ConselhosEstaduaiseMunicipaisdeSaúde;setoresdoMinistériodaSaúde;SantasCasasehospitaisPúblicosePrivados;EntidadeseAs-sociaçõesdePrefeitosesetoresligadosaEducaçãoeAssistênciaSocial.

EDITORIAL

nesta edição ressaltamos a importância do planejamento naelaboraçãodeprojetos.AestratégiaestabelecidafoioMarcoLógico:umrecursoútilparaplanejamentoegestãodeprojetosquefacilitaoprocessodeavaliação.Omarcológicoéumaferramentaquepodefacilitar aosgestorespúblicosoprocessodeconcepção,desenho,execuçãoeavaliaçãodeprojetoseprogramas.

AindanaseçãoPolíticaemSaúdeapresentamosaestratégiaSaúdedaFamília.Amatériaestávoltadaaestudos,desafiosinstitu-cionaisedesempenho.nasaúde,oscontextosimpõemtransforma-çõescomvistasà reorientaçãodomodelodeatençãoàsaúdeeoreconhecimentodaatençãobásicadequalidadecomopautapolíticadosgestorespúblicos.

Oconceitodecertificadodeutilidadepúblicaestáexplicitadona seção Base Legal: terminologia, surgimento, evolução e regula-mentações.

é preciso promover a conscientização da população para aquestãodadenguecomoumdosprincipaisproblemasdesaúdepú-blicanomundo.nessesentido,anecessidadedemudança fazdapopulação agente participativo e da educação instrumento estraté-giconasaçõesdesaúdepública.AOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectamanualmente,emmaisde100países,detodososcontinentes,excetoaEuropa.Cercade550mildoentesnecessitamdehospitalizaçãoe20milmorrememconseqüênciadadengue.

Participe:Leia,comenteefaleconosco.

DiretoriaTécnica

POLÍTICA EM SAÚDEDengue...................................................04Planejamento:MarcoLógico.................08SaúdedeFamília...................................11

ACONTECE NA SAÚDEMinistériodaSaúdeExpandeProgramaFarmáciaPopular..................13InstitutoButantanteráBasenaAmazônia..........................................13MostraCulturalVigiânciaSanitáriaeCidadania............................................14

CampanhadeCombateàTuberculose............................................14

CriançasInternadasGanhamBrinquedotecas......................................14

SaúdetemnovoMinistro......................14

EstadoLiberaR$36MilhõesparaoshospitaisMunicipais.........................15

SãoPauloComeçaaProduzirVacinacontraaRaivahumana........................15

PesquisaRevelaqueProgramaSaúdedaFamíliaReduzMortalidade...............16

OhospitalVITACuritibaCompletou10Anos...............................16

BASE LEGAL

CertificadodeUtilidadePública............17

VigiânciaemSaúdeAmbiental.............22

SUMÁRIO

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Saúde EM DESTAQUE4

POLÍTICA EM SAÚDE

A dengue é um dos principaisproblemas de saúde pública no mundo.AOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS)estimaqueentre50a100milhõesdepes-soas se infectem anualmente, em maisde 100 países, de todos os continentes,excetoaEuropa.Cercade550mildoen-tesnecessitamdehospitalizaçãoe20milmorrememconseqüênciadadengue.

HIStóRICO

Apalavradengue temorigemes-panholaequerdizer“melindre”,“manha”.Onomefazreferênciaaoestadodemo-leza e prostração em que fica a pessoacontaminada pelo arbovírus (abreviaturado inglês de arthropod-bornvirus, vírusoriundo dos artrópodos). A transmissãoocorre pela picada do mosquito Aedesaegypti, uma espécie hematófaga origi-náriadaÁfricaquechegouaocontinenteamericanonaépocadacolonização.

AdenguefoivistapelaprimeiraveznomundonofinaldoséculoXVIII,noSu-doesteAsiático,emJava,enosEstadosUnidos,naFiladélfia.MasaOrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) só a reconhe-ceucomodoençanesteséculo.

Oprimeirocasodefebrehemorrá-gica da dengue que se tem notícia apa-receu na década de 50, nas Filipinas eTailândia.Apósadécadade60,apresen-çadovírus intensificou-senasAméricas.Pesquisadoresidentificaramváriossoroti-posdadoença,queforamnumeradosde1a4,dependendodograudeletalidadedovírus.

O sorotipo 1, o mais leve, apare-ceu pela primeira vez em 1977, inicial-mente na Jamaica, mas foi a partir de1980queforamnotificadasepidemiasemvários países. O sorotipo 2, encontradoemCuba,foioresponsávelpeloprimeirosurtodefebrehemorrágicaocorridoforadoSudoesteAsiáticoePacíficoOcidental.

O segundo surto ocorreu na Venezuela,em1989.

no Brasil, há referências de epi-demiasdesde1916,emSãoPaulo,eem1923,emniterói,noRiodeJaneiro,semcomprovaçãolaboratorial.Aprimeiraepi-demia, documentada clínica e laborato-rialmente,ocorreuentreosanosde1981e1982,emBoaVista,Roraima,causadapelossorotipos1e4,consideradoomaisperigoso.Apartirde1986,ocorreramepi-demias,atingindooRiodeJaneiroealgu-mascapitaisdaregiãonordeste.

Desdeentão,adenguevemocor-rendo no Brasil de forma continuada,intercalando-se com a ocorrência deepidemias, geralmente associadas comaintroduçãodenovossorotiposemáre-as anteriormente ilesas. na epidemia de1986,identificou-seaocorrênciadacircu-laçãodosorotipo1,inicialmentenoesta-dodoRiodeJaneiro,disseminando-se,aseguir,paraoutrosseisestadosaté1990.nessemesmoano,foiidentificadaacircu-laçãodosorotipo2,tambémnoestadodoRiodeJaneiro.

O QUE é?

é uma doença infecciosa febrilaguda,quepodeseapresentardeformabenignaougrave.Issovaidependerdedi-versosfatores,entreeles:ovíruseacepaenvolvidos,infecçãoanteriorpelovírusdadengueefatoresindividuaiscomodoen-ças crônicas (diabetes, asma brônquica,anemiafalciforme).

QUal a CaUSa?

A infecção pelo vírus, transmitidopelapicadadomosquitoAedesaegypti.

QUaIS OS SIntOMaS?

O doente pode apresentar sinto-mas como febre, dor de cabeça, dorespelo corpo, náuseas ou até mesmo nãoapresentar qualquer sintoma. O apareci-mento de manchas vermelhas na pele,sangramentos (nariz, gengivas), dor ab-dominalintensaecontínuaevômitosper-sistentespodem indicaraevoluçãoparadenguehemorrágica.Esseéumquadrogravequenecessitadeimediataatençãomédica,poispodeserfatal.

é importante procurar orienta-ção médica ao surgirem os primeirossintomas, pois as manifestações iniciaispodem ser confundidas com outras do-enças, como febre amarela, malária ouleptospiroseenãoservemparaindicarograudegravidadedadoença.

COMO SE tRanSMItE?

Adoençaé transmitidapelapica-dadafêmeadomosquitoAedesaegypti.não há transmissão pelo contato diretocomumdoenteousuassecreções,nempormeiodefontesdeáguaoualimento.

COMO tRataR?

Deve-seingerirmuitolíquidocomoágua, sucos, chás, soros caseiros, etc.nãodevemserusadosmedicamentosàbase de ácido acetil salicílico e antiinfla-

DENGUE

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Saúde EM DESTAQUE 5

matórios,comoaspirinaeAAS,poispo-demaumentaroriscodehemorragias.Ossintomaspodemsertratadoscomdipiro-naouparacetamol.

COMO SE PREvEnIR?

Amelhorformadeseevitaraden-gueécombaterosfocosdeacúmulodeágua, locaispropíciosparaacriaçãodomosquito transmissor da doença. Paraisso,éimportantenãoacumularáguaemlatas,embalagens,coposplásticos,tampi-nhasderefrigerantes,pneusvelhos,vasi-nhosdeplantas,jarrosdeflores,garrafas,caixasdágua,tambores,latões,cisternas,sacosplásticoselixeiras,entreoutros.

HOSPItaIS dE REfERênCIa:

Consultar a Secretaria MunicipalouEstadualdeSaúde.Cadaumdoses-tadosdopaísdevepossuirumplanodecontingência para situações de epide-mias. Entre outros detalhes, esse planoindicaquaissãoasunidadesdesaúdeehospitaisdereferênciaparaoatendimen-todospacientes.Tambémérecomenda-doqueessesplanosestejamelaboradosedisponíveisparamunicípiosouregiõesdentrodosestados.

laboratórios de referência:Con-sultaraSecretariaMunicipalouEstadualdeSaúde.

InfORMaÇõES PaRa PROfISSIOnaIS

Características clínicas e epidemiológicas

Doença febril aguda, que podeapresentar resultado benigno ou grave,dependendodaformacomoseapresen-te,epodevariarentre:infecçãoinaparen-te,dengueclássico,febrehemorrágicaousíndromedochoquedadengue.hojeemdia,estaéamais importantearbovirosequeafetaoserhumanoeapresentaumasériedeproblemasparaasaúdepúblicaemtodoomundo.Apareceprincipalmen-teempaísestropicaisondeascondiçõesdoambientefavorecemareproduçãodomosquitovetor,Aedesaegypt.

agente Etiológico

Vírus RnA, arbovírus do gêneroFlavivírus,pertenceà famíliaFlaviviridae.Sãoconhecidos4sorotipos:1,2,3e4.

Reservatório

Oserhumanoéafontedeinfecçãoeétambémoreservatóriovertebrado.naÁsiaenaÁfricafoidescritoumcicloselva-gem,envolvendomacacos.

Modo de transmissão

A transmissãoocorrepelapicadadomosquitovetor.Apósentraremconta-tocomsanguecontaminado,omosquitoestáaptoparaatransmissão,sendoqueéprecisoesperarde8a12diasdeincuba-çãoextrínseca.Tambémexiste transmis-sãomecênica,quandoacabaa fontederepastodomosquitoeelesealimentadohospedeirosuscetívelmaispróximo.nãohátransmissãopelocontatodeumdoen-te ou suas secreções com uma pessoasadia,nemfontesdeáguaoualimento.

Período de incubação

Variade3a15dias,mastemcomomédiadecincoaseisdias.

Períododetransmissibilidade

divide-se em dois ciclos:

Transmissão do ser humano paraomosquito:ocorreenquantoovírusesti-vernosanguedoserhumano(períododeviremia).Esteciclocomeçaumdiaantesdoaparecimentoda febreevaiatéo6ºdiadadoença.

Transmissão do mosquito para ohomem:ocorredeumrepastodesangueinfectado,quevaisealojarnasglândulassalivaresdafêmeadomosquito,ondesemultiplicadepoisdeoitoadozediasdeincubação.Apartirdeentãoécapazdetransmitiradoençaeassimficaatéofinaldesuavida,queduraemmédiadeseisaoitosemanas.

diagnóstico diferencial

Dengue clássico: as principaisdoençasaserem levadasemconsidera-çãonodiagnósticodiferencialsãogripe,rubéola,sarampo,entreoutrasinfecçõesvirais,bacterianaseexantemáticas.

Febre hemorrágica da dengue(FhD):noiníciodafasefebril,odiagnós-ticodiferencialdeveser feitocomoutrasinfecções virais e bacterianas e a partirdo 3º ou 4º dia, com choque endotóxi-

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Saúde EM DESTAQUE6

POLÍTICA EM SAÚDE

codecorrenteda infecçãobacterianaoumeningococcemia. Outras doenças comasquaissedevefazerodiagnósticodife-rencialsãoaleptospirose,febreamarela,malária, hepatite infecciosa, influenza, etambém febres hemorrágicas transmiti-daspormosquitosoucarrapatos.

diagnóstico laboratorial

Exames específicos: dá-se peloisolamento do agente ou por métodossorológicosquedeixamclaraapresençade anticorpos da classe IgM, em únicaamostradesoro,ouoaumentodotítulodeanticorposIgG(conversãosorológica)emamostraspareadas.

Exames inespecíficos: hemató-critoeplaqueometriasãoosmaisimpor-tantes para o acompanhamento dessaforma.

tratamento

Dengue clássico: é assintomáti-co,àbasedeanalgésicoseantipiréticos,podeserfeitonodomicílio,mascomvis-toriamédicaapós48a72horasdoiníciodos sintomas. Pede-se hidratação oralcomaltaingestãodelíquidos.nãodevemser usados medicamentos com ácidoacetil salicílico (ou seus derivados), poisaumentaoriscodehemorragias.

Febre hemorrágica da dengue(FhD):dependedossinaisclínicoseevo-luçãodehemoconcentração.Seforcons-tatada,deveser feitahospitalização ime-diataparainíciodosprocedimentos.

vigilância Epidemiológica

Concentra-se em evitar infecçõesdovírusdadengueemáreaslivresdecir-culação.nocasodeepidemias,épreciso

controlá-las, além de reduzir o risco detransmissãonasáreasafetadasereduziraletalidadedeFhD/SCD,napresençadediagnóstico precoce e tratamento ade-quado.

notificação

Doença de notificação compul-sória.Todocasosuspeitoouconfirmadodeve ser comunicado ao Serviço de Vi-gilância Epidemiológica, o mais rápidopossível.

Omédicodeveráinformaràequipedecontrolevetoriallocalparaquetomeasmedidasnecessáriasaocombatedovetor.O período de notificação é determinadopelasituaçãoepidemiológica.Emepide-mias,acoletaeofluxodedadosdevempermitiroacompanhamentodacurvaepi-dêmica,comvistasaodesencadeamentoeavaliaçãodasmedidasdecontrole.

PROGRaMa naCIOnal dE COntROlE da dEnGUE

A dengue é um dos principaisproblemas de saúde pública no mundo.AOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS)estimaqueentre50a100milhõesdepes-soas se infectem anualmente, em maisde 100 países, de todos os continentes,excetoaEuropa.Cercade550mildoen-tesnecessitamdehospitalizaçãoe20milmorrememconseqüênciadadengue.

Em nosso país, as condições so-cio-ambientais favoráveis àexpansãodoAedesaegyptipossibilitaramadispersãodovetordesdesuareintroduçãoem1976e o avanço da doença. Essa reintrodu-ção não conseguiu ser controlada comos métodos tradicionalmente emprega-dosnocombateàsdoençastransmitidas

por vetores. Programas com baixíssimaoumesmonenhumaparticipaçãodaco-munidade,sem integração intersetorialecom pequena utilização do instrumentalepidemiológico mostraram-se incapazesde conter um vetor com altíssima capa-cidade de adaptação ao novo ambientecriadopelaurbanizaçãoaceleradaepelosnovoshábitos.

Em 1996, o Ministério da Saúdedecidiu rever sua estratégia e propôs oPrograma de Erradicação do Aedes ae-gypti (PEAa). Ao longo do processo deimplantação desse programa observou-sea inviabilidade técnicadeerradicaçãodo mosquito a curto e médio prazos. OPEAa,mesmonãoatingindoseusobjeti-vos,teveméritosaoproporanecessidadedeatuaçãomultissetorialepreverummo-delodescentralizadodecombateàdoen-ça,comaparticipaçãodastrêsesferasdegoverno:Federal,EstadualeMunicipal

A implantação do PEAa resul-tou em um fortalecimento das ações decombate ao vetor, com um significativoaumentodosrecursosutilizadosparaes-sasatividades,masaindacomasaçõesde prevenção centradas quase que ex-clusivamentenasatividadesdecampodecombate ao Aedes aegypti. Essa estra-tégia,comumaosprogramasdecontro-lededoenças transmitidasporvetoremtodoomundo,mostrou-seabsolutamen-teincapazderesponderàcomplexidadeepidemiológicadadengue.

OsresultadosobtidosnoBrasileoprópriopanoramainternacional,ondeine-xistemevidênciasda viabilidadedeumapolítica de erradicação do vetor, a curtoprazo, levaram o Ministério da Saúde a

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa.

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Saúde EM DESTAQUE 7

fazerumanovaavaliaçãodosavançosedaslimitações,comoobjetivodeestabe-lecerumnovoprogramaqueincorporas-seelementoscomoamobilizaçãosocialeaparticipaçãocomunitária,indispensá-veispararesponderdeformaadequadaaumvetoraltamentedomiciliado.

Diante da tendência de aumentoda incidência verificada no final da dé-cadade90eda introduçãodeumnovosorotipo(Dengue3)queprenunciavaumelevadoriscodeepidemiasdedengueedeaumentonoscasosdeFebrehemor-rágicadeDengue(FhD),oMinistériodaSaúde, com a parceria da OrganizaçãoPan-AmericanadeSaúde,realizouumSe-minárioInternacional,emjunhode2001,paraavaliarasdiversasexperiênciasbemsucedidasnocontroledadoençaeelabo-

aS PRInCIPaIS MUdanÇaS EM RElaÇãO aOS MOdElOS

antERIORES SãO: 1.aelaboraçãodeprogramaspermanentes,umavezquenãoexistenenhuma

evidência técnicadequeaerradicaçãodomosquitosejapossível,acurtoprazo;

2.o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização social, demaneiraasecriaroenvolvimentodasociedadenamanutençãodoambientedomésticolivredepotenciaiscriadourosdovetor;

3.fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para ampliar acapacidadedeprediçãoededetecçãoprecocedesurtosdadoença;

4.melhoriadaqualidadedotrabalhodecampodecombateaovetor;5.integraçãodasaçõesdecontroledadenguenaatençãobásica,comamobi-

lizaçãodosProgramasdeAgentesComunitáriosdeSaúde(PACS)eProgra-masdeSaúdedaFamília(PSF);

6.utilizaçãodeinstrumentoslegaisquefacilitemotrabalhodopoderpúbliconaeliminaçãodecriadourosemimóveiscomerciais,casasabandonadasetc;

7.atuaçãomultissetorialpormeiodofomentoàdestinaçãoadequadaderesídu-ossólidoseautilizaçãoderecursossegurosparaarmazenagemdeágua;

8.desenvolvimentode instrumentosmaiseficazesdeacompanhamentoesu-pervisãodasaçõesdesenvolvidaspeloMinistériodaSaúde,estadosemuni-cípios.

Muito embora outras causas te-nham influenciado, considera-se queas ações do PnCD, desenvolvidas emparceriacomEstadoseMunicípios,te-nhamcontribuídonareduçãode73,3%dos casos da doença no primeiro se-mestrede2004emrelaçãoaomesmo

períododoanoanterior.DadosdaSe-cretaria de Vigilância em Saúde (SVS)do Ministério da Saúde mostram que,nos primeiros seis meses de 2004,84.535 pessoas tiveram dengue, en-quanto que, em 2003, as notificaçõeschegarama299.764.

rarumPlanodeIntensificaçãodasAçõesdeControledaDengue(PIACD)

A introdução do sorotipo 3 e suarápida disseminação para oito estados,emapenastrêsmeses,evidenciouafacili-dadeparaacirculaçãodenovossorotiposoucepasdovíruscomasmultidõesquese deslocam diariamente. Estes eventosressaltaramapossibilidadedeocorrênciadenovasepidemiasdedengueedeFhD.neste cenário epidemiológico, tornou-seimperioso que o conjunto de ações quevinhamsendorealizadaseoutrasaseremimplantadasfossemintensificadas,permi-tindo um melhor enfrentamento do pro-blemaeareduçãodoimpactodadenguenoBrasil.Comesseobjetivo,oMinistériodaSaúdeimplantouem2002oProgramanacionaldeControledaDengue(PnCD).

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Saúde EM DESTAQUE8

POLÍTICA EM SAÚDE

Saúde EM DESTAQUE8

Marco LógicoPlanEJaR

•O planejamento concerne ao futu-ro, é antecipar mudanças na dire-ção desejada.

•Processo contínuo de previsão de recursos e de serviços necessá-rios para conseguir objetivos de-terminados segundo uma ordem de prioridade estabelecida, permi-tindo eleger a ou as soluções óti-mas entre muitas alternativas, esta eleição toma em consideração o contexto de dificuldades, internas e externas, conhecidas atualmente ou previsíveis no futuro.

•É inoperante planejar onde não existe capacidade de gestão para manter as medidas adotadas.

PROblEMaS fREQüEntES

•Os projetos não se relacionam com as prioridades;

•Custos inadequados;•Calendários não realistas;•Falta de objetivos claros;•Indicadores inadequados;•Falta de pressupostos sólidos;•Falta de definição de papéis e res-

ponsabilidades;•Falta de participação dos níveis

operativos no desenho do projeto;•Os projetos são intermináveis.

CaRaCtERÍStICaS dO dESEnHO

dE UM PROJEtO

Objetivos:

•Clareza•Sintético•Objetivo

Indicadores:

•Verossímeis• Apropriados (quantidade, qualida-

de, tempo)

Relação fatores Externos:

•Pressupostos/riscos

assignação de Responsabilidades:

•Resultados

•Compromissos

•Factibilidade

•Bases para a avaliação

dESEnHO dO PROJEtO

•Objetivos do Projeto

•Indicadores e Hitos (indicadores

intermediários)

•Meios de Verificação

•Pressupostos

O QUE é UM ObJEtIvO

•Objetivos são os resultados espe-

cíficos que desejamos.

•Um objetivo descreve uma mudan-

ça proposta a qual é mensurável e

observável.

CHavES PaRa ElabORaR ObJEtIvOS

•Devem formular-se como ações concluídas.

•Utilizar verbos fortes para descre-ver objetivos.

RESUMO E COnCEItO dO EnfOQUE lóGICO

•Identificar e analisar problemas;•Identificar e analisar interessados;•Identificar alternativas;•Fixar objetivos apropriados;•Definir indicadores para medir o

êxito;•Estabelecer atividades para alcan-

çar os objetivos;•Definir os pressupostos que são

críticos para o projeto;•Estabelecer as fontes de verifica-

ção dos alcances;•Definir os recursos necessários

para a execução;•Definir as responsabilidades do

gerente;•Estabelecer os procedimentos

para determinar o que se alcançou concretamente com o projeto.

PlAnEjAMEnTO

“SE VOcê nãO POdE ExPRESSAR AnTEcIPAdAMEnTE SEuS ObjETIVOS EM dETAlhES AnTES dE AgIR, VOcê nãO POdE SAbER cOM cERTEzA AOndE VAI.”

vERbOS débEIS E fORtESfORtE

Estabelecer OrdenarInstalar ErradicarFazer DirigirLevaracaboReduzirdeXaYAumentardeXaY

débIl

Coordenar ParticiparContribuir AssistirApoiar MelhorarIntegrar ColaborarAumentar OrganizarAconselhar Fomentarharmonizar

Marco Lógico

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Saúde EM DESTAQUE 9Saúde EM DESTAQUE 9

O USO dO MaRCO lóGICO na GEStãO E avalIaÇãO dE PROJEtOS

DalbertoAdulis

Aavaliaçãodeprojetosouprogra-massociaiséumdoscamposmaispolê-micosnagestãosocial.Aimportânciadaavaliaçãotemcrescidonosúltimosanos,principalmenteapartirdaexigência feitapor agências financiadoras para que or-ganizaçõesavaliemde formamaissiste-máticaaeficácia, aeficiênciaeaefetivi-dadedeseusprojetoseprogramas.Estacrescentedemandaporavaliaçõesresultaaomenosdetrêsmovimentos:

•Areduçãonovolumedosrecursosdestinadosàáreasocial,agravadapor um crescente ceticismo dosfinanciadores em relação ao va-lor da ajuda destinada às organi-zaçõesqueatuamnospaísesemdesenvolvimento;

•Acrescenteconcorrênciaentreasorganizações do terceiro setor,que dificulta a captação de re-cursos e cria pressões para umamaiorprofissionalização;

•Oprocessodedemocratizaçãoeoconseqüente aumento da partici-paçãosocial,quealiadoàtranspa-rência,possibilitamelhorescondi-çõesdecontrolesocialdosgastospúblicos.Aindaquehajaestapressãocres-

cente por parte dos financiadores paraas organizações adotarem mecanismoseprocessosdeavaliação,amaiorpartedasentidadesaindanãoutilizaosproces-sosdeavaliaçãocomoummeioestratégi-coparaaperfeiçoarsuaatuaçãosocial.Ograndepoderdaavaliaçãodeprojetosre-sidenoseuusocomouminstrumentodegestão Reis, o que pode contribuir paradiferentesatividadesdaorganização,en-treasquaispode-sedestacar:

•Compreender,verificarouaumen-taroimpactodosserviçoseaçõesdesenvolvidaspelaorganização;

•Aperfeiçoarosmétodosemprega-dosparaaumentaraeficiênciadasaçõesediminuirseuscustos;

• Facilitar a gestão do projeto ouprograma;

•Produzirinformaçõesquepossamserutilizadasjuntoàcomunidade,financiadoreseorganismospúbli-cos.Qualquer que seja o tipo da ava-

liação que se pretenda adotar em umprojeto (eficácia, eficiência, efetividadeou impacto) é indispensávelqueomes-motenhasidoobjetodeumprocessodeplanejamentoadequado,queexpliciteosrecursos, metas e objetivos do projeto.Sem estas informações sistematizadas,dificilmenteosesforçosparaaavaliaçãoserãobemsucedidos.

O MaRCO lóGICO

Umrecursoútilparaplanejamentoegestãodeprojetosquefacilitaoproces-sodeavaliaçãoécompreendê-losapartirdo chamado “marco lógico”, que é utili-zadoporgrandepartedasorganizaçõesfinanciadoras.Omarcológicoéumafer-ramentaparafacilitaroprocessodecon-cepção, desenho, execução e avaliaçãodeprojetoseprogramas.Oprincipalob-jetivoéoferecerumaestruturalógicaco-mumepossibilitarumasíntesedasinfor-maçõessobreosprojetos.OmétododoMarcoLógicofoidesenvolvidonadécadade70pelaUSAIDpara respondera trêsproblemascomunsemprojetossociais

•Osplanosdosprojetoscareciamdeprecisãoecontinhammúltiplosob-jetivosquenãoestavamrelaciona-doscomasatividadesdoprojeto;

• Dificuldade de determinar o al-cance da responsabilidade dosgestoresnocasodeinsucessodeprojetos;

•Poucaclarezasobreosresultadosesperadosdoprojeto,dificultandoa possibilidade de comparação eavaliação.Aestruturadomarcológicoéuma

matrizformadaporquatrolinhasequatrocolunas, que devem ser preenchidas le-vando-seemconsideraçãoarelaçãoexis-tente entre as diferentes dimensões doprojeto,asaber:

•atividadesdesenvolvidas;•componentes/resultadosdasativi-

dades,comoserviçoseprodutosproduzidos

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Saúde EM DESTAQUE10

POLÍTICA EM SAÚDE

Saúde EM DESTAQUE10

•objetivosesperadosdoprojeto;•impactos/finalidadeamédioelon-

goprazo.Paracadaumadessasdimensões

doprojetoénecessáriodefinirquatroele-mentos:

•umadescriçãosucintadosobjeti-vos,açõesouresultados;

• metas e indicadores de acompa-nhamentoeavaliação;

•meiosdeverificaçãodosindicado-res/fontesdeinformação;

•hipóteses/pressupostos sobre as-pectosexternos (foradocontroledosgestores)quedevemocorrerparaqueoprojetosejabemsuce-dido.Amatrizdeveserpreenchida“de

baixo para cima” e da “esquerda para

MatRIz dO MaRCO lóGICO

Descrição Indicadores Meios de verificação Pressupostos

ImpactosOsimpactos/finalidadedoprojetomostramcomooprojetocontribui-ráparaasoluçãodeumproblemasocial.

Medemoimpactofinaldoprojeto.Devemespecificarquantidade,qualidadeeprazos.

Sãoasfontesdeinformaçãoquepodemserutilizadasparaverificarseosobjetivosforamalcançados.Podemincluirpublicações,pesquisas,levan-tamentosetc.

Indicamacontecimentos,condiçõesedecisõesim-portantesnecessáriasparaasustentabilidadedosbenefí-ciosgeradospeloprojeto.

ResultadosResultadosdiretosaseremalcançadoscomaaplicaçãodoscomponentesproduzidosduranteoprojeto.Sãohipótesessobreosbenefíciosqueseesperaobterapartirdoscomponentes.

Descrevemosresul-tadosalcançadosaofinaldoprojeto.Devemincluirmetasquereflitamasituaçãoaofinaldoprojeto.

Sãoasfontesdeinformaçãoquepodemserutilizadasparaverificarseosobjetivosestãosendoalcançados.Podeindi-caraexistênciadeproblemase/ouanecessidadedeajustesoumudançasnoscomponen-tesdoprojeto.

Indicam acontecimentos, condições ou decisões que devem ocorrer para que o projeto contribua significati-vamente para os impactos desejados.

ComponentesSãoosserviçose/ouprodutosdesenvolvidosnoâmbitodoprojeto.Ex:cursodecapacitação,produçãodeapostila,campanhadevacinação.

Sãodescriçõesbreveseclarassobrequantidade,qualidadedoscompo-nentesdoprojetoeseusprazosdeexecução.

Ondeencontrarinformaçõessobreoscomponentesprodu-zidos.

Suposições, acontecimentos ou condições que devem ocorrer para que os compo-nentes do projeto levem aos resultados desejados.

atividadesSãoastarefasquedevemserexecutadasparacompletarcadaumdoscomponentesdoprojeto.Elasimplicamemcustosedevemserorganizadascronologicamenteparacadacomponente.

Oorçamentodecadacomponentedoprojetoedesuasatividades.

Indicaasfontesdeinformaçãoparaacompanharaexecuçãodasatividades(cronograma)eorçamentodoprojeto.

Sãoacontecimentos,con-diçõesoudecisõesforadocontroledogerentedopro-jetoqueprecisamocorrerparaqueoscomponentessejamcompletadosadequa-damente.

Fonte:AdaptadopeloautordeBID/EVO(1997)

direita”, conforme ilustrado na figura aseguir.

O preenchimento da matriz deveseriniciadopeladescriçãodas“atividades”até que se chegue à coluna “hipóteses”,que deve ser preenchida considerando-se as condições necessárias ao sucessodas atividades. Considerando que estashipóteses possibilitem a realização dasatividades,passa-separaasegundalinha,que tratadoscomponentesdoprojeto.Amesmalógicadeveseraplicadaatéquesechegueaoúltimonível,quetratadoimpac-toqueseesperaalcançarcomoprojeto.

Oquadroacima,adaptadodeummanual do BID (Banco Interamericanode Desenvolvimento) oferece indicaçõesparaopreenchimentodamatrizdemarcológicoparaumprojetoouprograma.

O marco lógico facilita a sumari-zação dos elementos centrais do proje-to,explicitaalógicaexistenteportrásdomesmo e mostra algumas relações decausa-efeito entre atividades e resulta-dos.

Oprocessosubjacenteaoempre-go do marco lógico em projetos sociaistende a levar os gestores a definir commaior clareza os objetivos e parâmetrosnecessáriosparamonitorareavaliarseusprojetos. Em sua origem, o modelo doMarco Lógico não previa a participaçãodapopulaçãooucomunidade,masdesdea década de 80 diferentes organizaçõestêmutilizadoosprincípiosdomarcológi-coemconjuntocommetodologiaspartici-pativas,comoéocasodométodoZOPP,desenvolvidopelaagênciaalemãGTZ.

O marco lógico facilita a sumarização dos elementos centrais do projeto, explicita a lógica existente por trás do mesmo e mostra algumas relações de causa-efeito entre atividades e resultados.

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Saúde EM DESTAQUE 1111

A Saúde da Família é entendidacomoumaestratégiadereorientaçãodomodelo assistencial, operacionalizadamediantea implantaçãodeequipesmul-tiprofissionais em unidades básicas desaúde. Estas equipes são responsáveispelo acompanhamento de um númerodefinidode famílias, localizadasemumaárea geográfica delimitada. As equipesatuamcomaçõesdepromoçãodasaú-de,prevenção, recuperação, reabilitaçãode doenças e agravos mais freqüentes,enamanutençãodasaúdedestacomu-nidade. A responsabilidade pelo acom-panhamentodas famíliascolocaparaasequipes saúde da família a necessidadede ultrapassar os limites classicamentedefinidosparaaatençãobásicanoBrasil,especialmentenocontextodoSUS.

A estratégia de Saúde da Famíliaé um projeto dinamizador do SUS, con-dicionadapelaevoluçãohistóricaeorga-nização do sistema de saúde no Brasil.A velocidade de expansão da Saúde daFamília comprova a adesão de gestoresestaduais e municipais aos seus princí-pios. Iniciado em 1994, apresentou umcrescimentoexpressivonosúltimosanos.Aconsolidaçãodessaestratégiaprecisa,

entretanto,sersustentadaporumproces-soquepermitaarealsubstituiçãodaredebásicadeserviçostradicionaisnoâmbitodosmunicípiosepelacapacidadedepro-duçãoderesultadospositivosnosindica-doresdesaúdeedequalidadedevidadapopulaçãoassistida.

ASaúdedaFamíliacomoestraté-giaestruturantedossistemasmunicipaisdesaúde temprovocadoum importantemovimentocomo intuitode reordenaromodelodeatençãonoSUS.Buscamaiorracionalidadenautilizaçãodosdemaisní-veisassistenciaise temproduzido resul-tadospositivosnosprincipaisindicadoresde saúde das populações assistidas àsequipessaúdedafamília.

dESafIOS InStItUCIOnaIS

Como desafios institucionais paraexpandirequalificaraatençãobásicanocontexto brasileiro destaca-se: (1) a ex-pansãoeestruturaçãodeuma redeuni-dadesbásicasdesaúdequepermitamaatuaçãodasequipesnapropostadasaú-deda família; (2)acontínua revisãodosprocessos de trabalho das equipes desaúdedafamíliacomreforçoasestruturasgerenciaisnosmunicípioseestados;(3)a

a estratégia de Saúde da família é um projeto dinamizador do

SUS, condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no brasil.

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Saúde EM DESTAQUE12

POLÍTICA EM SAÚDE

como a redução da mortalidadeinfantil.

•Pesquisa realizadapeloMinistériodaSaúde,emparceriacomaUni-versidadedeSãoPauloeUniver-sidade de nova York, demonstraque a cada 10% de aumento decoberturaoíndicedemortalidadeinfantilcaiem4,6%.

•Aumento da satisfação dos usuá-rios quanto ao atendimento rece-bidoresultadodasmudançasdaspráticasdasequipesdesaúde.

RESPOnSabIlIdadES daS ESfERaS GEStORaS EM atEnÇãO baSICa

federal

• Elaborar as diretrizes da políticanacionaldeatençãobásica

•Co-financiarosistemadeatençãobásica

•Ordenar a formação de recursoshumanos

•Propormecanismosparaaprogra-mação,controle,regulaçãoeava-liaçãodaatençãobásica

•Manterasbasesdedadosnacionais

Estadual

•Acompanhar a implantação e exe-cuçãodasaçõesdeatençãobásicaemseuterritório

•Regularasrelaçõesinter-municipais•Coordenaraexecuçãodaspolíticas

dequalificaçãoderecursoshuma-nosemseuterritório

•Co-financiarasaçõesdeatençãobásica

•Auxiliar na execução das estraté-giasdeavaliaçãodaatençãobasi-caemseuterritório.

Municipal

•Definir e implantar o modelo deatençãobásicaemseuterritório

•Contratualizarotrabalhoematen-çãobásica

elaboraçãodeprotocolosassistenciaisin-tegrados(promoção,prevenção,recupe-raçãoereabilitação)dirigidosaosproble-masmaisfreqüentesdoestadodesaúdedapopulação,comindicaçãodacontinui-dadedaatenção,sobalógicadaregiona-lização,flexíveisemfunçãodoscontextosestaduais,municipaise locais; (4)açõesquevisemofortalecimentodasestruturasgerenciaisnosmunicípioseestadoscomvistasa:programaçãodaatençãobásica,supervisão das equipes, supervisão dosmunicípios,supervisãoregional,usodasinformações para a tomada de decisão;(5) revisão dos processos de formação.educaçãoemsaúdecomênfasenaedu-cação permanente das equipes, coor-denações e gestores; (6) a definição demecanismosdefinanciamentoquecontri-buamparaareduçãodasdesigualdadesregionais e para uma melhor proporcio-nalidadeentreos trêsníveisdeatenção;(7)ainstitucionalizaçãodeprocessosdeacompanhamento,monitoramentoeava-liaçãodaatençãobásica;(8)açõesarticu-ladascomasinstituiçõesformadorasparapromovermudançasnagraduaçãoepós-graduaçãodosprofissionaisdesaúde,demodo a responder aos desafios postospelaexpansãoequalificaçãodaatençãobásica,incluindoaíaarticulaçãocomosdemaisníveisdeatenção.

dESEMPEnHO

•Modelo de Atenção à Saúde doBrasiléreferênciainternacional.

•Estratégia Saúde da Família comodesenhadanocasoBrasileiroédes-taqueemodeloparaoutrospaíses.

•AtençãoBásicaemSaúdeéapau-tapolíticadosgestorespúblicos.

•AestratégiaSaúdedaFamíliaestácon-solidadanosmunicípiosbrasileiros

•Estudosacadêmicosemcursode-monstramqueaSaúdedaFamílianoperíodode1992a2002apre-senta indicadores animadores

•Manterarededeunidadesbásicasdesaúdeemfuncionamento(ges-tãoegerência)

•Co-financiar as ações de atençãobásica

•Alimentarossistemasdeinformação•Avaliarodesempenhodasequipesde

atençãobásicasobsuasupervisão.

OS nÚMEROS

Resultados alcançados em 2003 (físico e financeiro)

•EquipesdeSaúdedaFamília•TotaldeEquipesdeSaúdedaFa-

míliaimplantadas:19m•Totaldemunicípios:4,4milmuni-

cípios•Coberturapopulacional:35,7%da

populaçãobrasileira,oquecorres-pondeacercade62,3milhõesdepessoas.

•Investimento na estratégia SaúdedaFamília:R$1.662,80milhões

Resultados alcançados em 2004 (físico e financeiro)

•EquipesdeSaúdedaFamília•TotaldeEquipesdeSaúdedaFa-

miliaimplantadas:21,3mil•Totaldemunicípios:4,6milmunicí-

pios•Cobertura populacional: cobrindo

39% da população brasileira, oquecorrespondeacercade69,1milhõesdepessoas

•Investimento na estratégia SaúdedaFamília:R$2.191,04milhões

Resultados alcançados em 2005 (físico e financeiro) até 31/10/05

•EquipesdeSaúdedaFamília•TotaldeEquipesdeSaúdedaFa-

míliaimplantadas:23,9mil•Totaldemunicípios:4,9milmunicí-

pios•Cobertura populacional: cobrindo

43,4% da população brasileira, oquecorrespondeacercade76,8milhõesdepessoas

•Investimento na estratégia Saúdeda Família: R$ 1.678,08 milhõesDados de Janeiro a Agosto de2005

Estudos acadêmicos em curso demonstram que a Saúde da família no período de 1992 a 2002 apresenta indicadores animadores como a redução da mortalidade infantil.

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Saúde EM DESTAQUE 13

ACONTECE NA SAÚDE

Saúde EM DESTAQUE 13

O Ministério da Saúde publicourecentemente uma portaria que expandeo Programa Farmácia Popular do Brasilparafarmáciasedrogariasprivadas.nes-sanovaetapa,medicamentosparahiper-tensãoediabetesestarãodisponíveisemfarmácias e drogarias privadas, cadastra-daspeloMinistériodaSaúde,compreçosaté90%menoresqueoscobradosnessesestabelecimentos,semprejuízodadispen-saçãorealizadanaredepúblicadesaúdeoudaimplantaçãodefarmáciaspopularesemparceriacomgovernosestaduais,mu-nicipaisouentidadesfilantrópicas.

O Farmácia Popular visa atingir,principalmente,aquelaparceladapopula-çãoquenãobuscaassistêncianoServiçoÚnicodeSaúde(SUS),mastemdificulda-deparamantertratamentomedicamento-sodevidoaoaltopreçodosremédios.

Paraqueosmedicamentossejamoferecidosemdrogariase farmáciaspri-vadas,oMinistériodaSaúdedesenvolveusistemadeco-participação.Issosignificaquegovernofederalepacientesdividirãoas despesas, sendo que o governo ar-carácom90%dovalorde referênciadomedicamento.Qualquercidadãopodesebeneficiardoprograma.Paraobterremé-diosdaFarmáciaPopular,bastaapresen-tarareceitadomédico,quetemvalidadede180diasapartirdaemissão,eoCPF.

Inicialmente,serãooferecidasapro-ximadamente 200 apresentações de me-dicamentos para hipertensão e diabetes,

contandooitoprincípiosativosdiferentes.éaprimeiravezqueogovernobrasileiroim-plantaumsistemanessesmoldesnopaís.EssaexperiênciajáocorrecomsucessonaEuropa,empaísescomoFrança,Alemanha,EspanhaePortugal,enoCanadá(EUA).

adESãO dE faRMáCIaS

O processo de adesão das farmá-ciasseráorientadoporportariadoMinistériodaSaúde.Entreoscritériosestáocumpri-mentodeexigênciassanitáriasefiscais.Asfarmáciasedrogariasinteressadastambémdevemestaremdiacomasobrigaçõestri-butáriaseprevidenciárias.Ahabilitaçãoaoprogramanãovaiinterferirnarotinadetra-balhodosestabelecimentos.

Todo o programa será informati-zado.Asinformaçõesgeradasapartirdoreceituário vão criar dados para o siste-ma. Assim, à medida que o usuário ob-tiverumaapresentaçãodomedicamentopelo programa, o sistema vai detectar afarmáciaoudrogariaondeeleestásendodispensado, o médico responsável pelareceita, o paciente, o medicamento e aquantidadeobtida.

Após a entrada desses dados, oMinistério da Saúde autoriza a transação,emtemporeal,eregistraaoperaçãoparaposteriormenteefetuaropagamentodova-lorquecabeaogoverno.Essesistemadecontroleasseguraquecadapacienteobte-nhaapenasaquantidadedomedicamentoutilizadoporelenumprazodeatéummês.

MInISTéRIO dA SAúdE ExPAndE PROgRAMA FARMácIA POPulAR

ASecretariadeEstadodaSaúdeeoInstitutoButantanfecharamacordoparaacriaçãodeumabaseavançadadoinstitu-toemplenaflorestaamazônica,noEstadodoPará.Aassinaturadoprojeto,quetemporobjetivobeneficiarosdoisestadoseaspesquisas brasileiras de vacinas e soros,aconteceuestemêseapartearquitetônicajáestáemfasedeelaboração.

OgovernodoParácederáoterre-

noaoInstitutoButantan,queiráconstruirabase.AáreaficanacidadedeBelterra(acercade40kmdeSantarém),comcer-cade64hectares.DepoisdeassinadootermodecooperaçãooInstitutoButantanentregaráoprojetoarquitetônico.AidéiadogovernodoParáélicitaroprojetones-teano,depoisqueaplantaarquitetônicaestiverpronta.OEstadodeSãoPauloar-carácomgastodeR$9milhões.

InSTITuTO buTAnTAn TERá bASE nA AMAzônIA

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Saúde EM DESTAQUE14

ACONTECE NA SAÚDE

Saúde EM DESTAQUE14

OCentroCulturaldaSaúdeexi-beaMostraCulturalVigilânciaSanitáriaeCidadania.Aexposição,quepodeservisitadaatéodia5deagosto,pretendeapresentaraVigilânciaSanitária(VISA)àpopulação,destacandoarelevânciadessa área da saúde pública na pre-servação e promoção da saúde e nadefesadavida.

Concebida como um espaçodefortalecimentodacidadaniaeapre-sentadadeformainterativaelúdica,aexposição é uma iniciativa do CentroColaboradoremVigilânciaSanitáriadaEscolanacionaldeSaúdePúblicaSer-gio Arouca (Cecovisa/Ensp/Fiocruz),em parceria com a Agência nacionaldeVigilânciaSanitária(Anvisa),CentroCulturaldaSaúdeeoutrasinstituições,comapoiodaUnescoedaPetrobrás.

A mostra está dividida em quatromódulosprincipais:ConhecendoaVigilân-ciaSanitária,AhistóriaeamemóriadaVigi-lânciaSanitárianoBrasil,humoremVISA(IMostradehumoremVigilânciaSanitária)eBrincandocomaVigilânciaSanitária.Com-põemaindaaexposiçãoumcatálogodeví-

cAMPAnhA dE cOMbATE à

TubERculOSE

Foi realizado o lançamento daCampanhadeRádioeTVparaoCombateà Tuberculose. A Campanha - produzidapelaagênciaAGrandeÁrvore,dodiretorMarkusRibeiro,écompostapordezspotsderádioetrêsdeTV,tratandosempredasrelaçõesfamiliares,individuaisecoletivas.

Uma iniciativa da OrganizaçãoMundial da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, USAID, FundaçãoAtaulphoPaiva,PastoraldaCriança,comapoiodoMinistériodaSaúde,aCampa-nhatemcomoobjetivoincentivaraspes-soas a procurarem tratamento médico esecuidarematéacura.OBrasilfazpartedalistados22paísescomosmaioresín-dicesdeTuberculosedomundo.Aquisãoregistrados a cada ano torno de 85.000novoscasos,equase6milpessoasmor-remanualmente,vítimasdaTuberculose.Mastudoissopoderiaserevitadocomainformação. Grande parte da populaçãobrasileira desconhece o tratamento, ossintomas e as possibilidades de acessoaoSUSeseusbonsresultados.

MOSTRA culTuRAl VIgIlâncIA SAnITáRIA E cIdAdAnIA

deos,commaisde40títulos,MostraVirtual,comextensoacervodematerialeducativosobreVigilânciaSanitária,alémdecursos,oficinas,palestras,debateseoutrasativida-desparadiversospúblicos.

Riscos-Diariamenteconsumimospro-dutoseserviçossemsaberexatamentequebe-nefíciosoudanoselespodemcausarànossasaúde.nossasaúdecorreriscosquandoingeri-mosprodutosalimentícios,utilizamosprodutosdelimpezaedehigienepessoal,freqüentamosclubeseacademiaseatémesmoquandonossubmetemosatratamentosdesaúde.

CabeàVigilânciaSanitária(VISA),umapráticadesaúdecoletivadecaráterpreventivo,capazdeevitarouminimizarosriscosàsaúdeaosquaisapopulaçãoestáexpostanoseudia-a-dia.local:CentroCulturaldaSaúdePeríodo:de19deabrila5deagostode2006Horário:deterçaasábado,das10às17h.Endereço:PraçaMarechalÂncora(PraçaXV)s/nº-Centro-RiodeJaneiro-RJtel.:(21)2240-5568telefax:(21)2240-2813/2845E-mail:[email protected]:www.ccs.saude.gov.br

SAúdE TEM nOVO

MInISTROTomou posse em 03 de abril, no

PaláciodoPlanalto,oministrointerinodaSaúde,AgenorÁlvares. Duranteaceri-mônia, o presidente Luiz Inácio Lula daSilvalembrouaosnoveministrosempos-sados que eles não terão que inventarprojetosnovosparaosministérios,masmanterotrabalhoiniciadopelosanteces-sores.

Agenor Álvares é sanitarista ebioquímico. Como servidor de carreirado Ministério da Saúde desde 1980, foisecretário de Planejamento, secretário-geralAdjunto,consultornacionaldaOr-ganizaçãoPan-americanadeSaúde,co-ordenadordoProjetonordeste,gerentededescentralizaçãodaAnvisaesecretá-rio-executivodoMinistériodaSaúde.

cRIAnçAS InTERnAdAS gAnhAM bRInquEdOTEcAS

Brincar vira coisa séria quandopodeajudarno tratamentoedesenvolvi-mento de crianças internadas em hospi-tais.PoressemotivoaSecretariadeEsta-dodaSaúdedeSãoPauloinauguroutrêsbrinquedotecasnohospitalInfantilDarcyVargas.

Cada enfermaria do hospital teráumabrinquedoteca.nototalserãocincobrinquedotecas(jáexistemduas).“Aexis-tência de um espaço lúdico ameniza operíododeinternaçãoeaceleraadesos-pitalização”,afirmaSérgioAntonioBastosSarrubbo,diretordohospital.

nasenfermariasoacessoasbrin-quedotecasérestritoàscriançasinterna-das. Já no Ambulatório da Oncologia élivre aos pacientes oncológicos tratados

com quimioterapiaeoutros medicamen-tos,pois lá realizamexamesecontrolesrotineirosouatépassamporconsultamé-dica.

“Brincando a criança expressasuasemoções,sereorganizaecriaailu-sãodeumcontrolesobreassituações.Abrinquedotecaéoespaço indicadoparaessemomento”,dizSarrubbo.

ODarcyVargasfoiumdosprimei-roshospitaisbrasileirosa implantarbrin-quedoteca-há12anosrecebeuaprimei-ra.hoje,deacordocomaleinº11.104,de21demarçode2005,éobrigatórioàinstalaçãodebrinquedotecasnasunida-desdesaúdequeofereçamatendimentopediátricoemregimedeinternação.Maisinformações:(11)3066-8702/8709

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Saúde EM DESTAQUE 15Saúde EM DESTAQUE 15

ASecretariadeEstadodaSaúdedeSãoPauloliberouorepassedeR$36milhõesparaasobrasdoshospitaismu-nicipaisdeM’BoiMirimeCidadeTiraden-tes,ambasdegrandeimportânciaparaacapitalpaulista.

O envio do dinheiro à Prefeituraacontece ainda este ano. Em 2005 já fo-ramrepassadosoutrosR$36milhõesquesomadocomesteúltimo repasse,o totalinvestidopeloEstadoédeR$72milhões.

OhospitaldeM’BoiMirim,localiza-donazonasuldacapital,terá232leitos,divididos em cinco pavimentos, essen-

ESTAdO lIbERA R$ 36 MIlhõES PARA OS hOSPITAIS MunIcIPAIS

ciaisparaaregiãocomcercade500milhabitantes.Aexpectativaéqueasobrasterminemem2007.

Jánazona lestedeSãoPaulo,ohospital de Cidade Tiradentes terá tam-bém232leitos,emcincopavimentos,be-neficiandocercade300milmoradores,edeveserentregueaindanesteano.

OsecretáriodeEstadodasaúde,LuizRobertoBarradasBarata,dissequeéumin-vestimentodegrandeimportância.OgovernodoEstadotemauxiliadonaconstruçãodedoishospitaisquejuntosbeneficiarãoosmorado-resdoextremosulelestedeSãoPaulo”.

OEstadodeSãoPaulojáiniciouaproduçãodeumavacinabrasileiracontraaraivahumana.Onovoimunizante,maiseficazebarato,foidesenvolvidopeloIns-tituto Butantan, órgão da Secretaria deEstadodaSaúde,eseráfabricadoemes-calaindustrial.

Testada com sucesso em camun-dongos e macacos, a vacina passou poruma prova final, sendo injetada em cercade200sereshumanos,emestudorealizadopeloInstitutoPasteureosresultadosforampositivos,jáquenãohouvereaçõessignifi-cativasdeordemalérgicaounervosa.

na média dos pacientes, a novavacinaestimulouníveisdeanticorpos30vezesmaioresqueosconsideradospelaOrganização Mundial de Saúde (OMS)paraneutralizarovírusdaraivanoorga-nismo.Emoutubrode2005aSecretariaencaminhou à Agência nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa) pedido oficialpara registro e autorização de forneci-mentonomercadointernodavacina.Estaautorizaçãodevesairemabril.

Oobjetivoinicialéproduziraproxi-madamentetrêsmilhõesdedosesdava-cina por ano, quantidade suficiente paraatenderademandanacional.Ocustoes-timadoparacadadoseédeUS$5,cercade 30% a menos do que o preço pagoatualmentepelogoverno federal.hoje,a

vacinaimportadadaFrançaéapenastes-tadaerotuladapeloButantan.

Aqualidadedonovoprodutoére-sultadodeumaformainéditadecultivodovírusdaraiva,queéamatéria-primaparaaconfecçãodavacina.Ovírus inativadocresce num substrato composto pelaschamadascélulasVero,retiradasdosrinsdomacaco-verde-africanoCercopithecusaethiops.Adiferençaemrelaçãoàvacinaimportadaéqueométododeproduçãodispensa a utilização de soro animal, oquereduzaschancesdecontaminação.

RaIva HUMana

noEstadodeSãoPaulooúltimocaso de raiva humana foi registrado em2001.O tratamento tambémsemoderni-zou.Atualmentesãonecessáriasapenascincodosesdavacinanobraçoparaficarimune à doença após exposição a mor-dida de cães, gatos ou morcegos. Anti-gamente era preciso tomar cerca de 40dosesnabarriga.

Asdosessãoaplicadasemcasosde pós-exposição (pessoas que tiveramqualquer tipo de acidente com mamífe-ros). Mas também estão disponíveis emcasos de pré-exposição, a veterinários,funcionáriosdecanis, laçadoresdecãeseecoturistas.nesseúltimocaso,sãoapli-cadasapenastrêsdoses.

SãO PAulO cOMEçA A PROduzIR VAcInA cOnTRA RAIVA huMAnA

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Saúde EM DESTAQUE16

ACONTECE NA SAÚDE

Saúde EM DESTAQUE16

Aampliaçãodoacessoàatençãobá-sicatrazidapeloProgramaSaúdedaFamília(PSF)resultouemmelhorianaqualidadedevidadapopulação.AinformaçãoéresultadodeumapesquisaencomendadapeloMinisté-riodaSaúde,realizadaem2004,queanalisouo comportamento de nove indicadores desaúde (incluindomortalidadee internações)everificouqueamaioriadelesmelhorounos5.560municípioscobertospeloPSF.

Osíndicessãoanimadoresemmu-nicípioscujacoberturadoprogramachegouasersuperiora70%,onde,porexemplo,oíndicedeóbitosdemenoresdeumanodeidadeporcausasnãoidentificadascaiudos22,3%de1998para10,9%em2003.

A proporção de recém-nascidoscommãessemnenhumaconsultadepré-natal tambémcaiuemtodososgruposdemunicípios, principalmente naqueles comaltacoberturadoprograma.Aquedafoide8,54%,em1998,para2,95%,em2003.Onú-merodeinternaçõesporAcidenteVascularCerebral(AVC)napopulaçãode40anosoumaiséumindicadorquerefleteaevoluçãodas ações de atenção básica no controledasdoençashipertensivas.

DeacordocominformaçõesdoMi-nistério da Saúde, com essa pesquisa foipossível perceber que, no período de seisanosdeanálise,astaxasdeinternaçãonogrupo de municípios com maior coberturadoPSFcaíramde52,30porgrupode10.000

PESquISA REVElA quE PROgRAMA SAúdE dA FAMílIA REduz MORTAlIdAdE

habitantespara37,7porgrupode10.000.Paraarealizaçãodapesquisaforamfor-

madosquatrogruposdemunicípios,incluindoosquenãocontavamcomatuaçãodasequipesdesaúdedafamília,atéaquelesqueapresenta-vamcoberturade70%oumais.AdivisãoemgrupospermitiuanalisarosdadosdisponíveisnossistemasdeinformaçõesoficiaisdoMinisté-riodaSaúde,noDATASUS,segundoacobertu-rapopulacionaldoprograma.

Apublicaçãodemaisde166páginastrazaindanoveindicadoresdesaúdequere-fletemasituaçãodaatençãobásicanoBrasil.Sãoquatroindicadoressobresaúdedacrian-ça,doissobresaúdedamulhereoutrosdoisdeinternaçõescausadaspelasdoençascrô-nicasdegenerativasmaiscomuns(AcidenteVascularCerebraleInsuficiênciaCardíaca).

Oestudotrazaindaumaanálisede-talhadadaproporçãodapopulaçãocobertapeloProgramaSaúdedaFamíliaparaoBrasilesuasregiões.Ecomprovaqueasregiõesnordeste, Centro-Oeste e Sul apresentamproporçõesmaiselevadasdecoberturadoPSFdoqueasregiõesnorteeSudeste.Ob-servou-setambémumaexpansãodacober-turadoPSFnosmunicípiospequenos(commenosde20milhabitantes)muitosuperioràidentificadanosmunicípioscommaisde80milhabitantes.Em1998,apenas9,4%dosbrasileiros que viviam nos pequenos mu-nicípioseramcobertospeloprograma.Em2004,essenúmerofoisuperiora65%.

OmonitoramentoeaavaliaçãodasaçõesdesenvolvidasnaatençãobásicaquetemaestratégiaSaúdedaFamíliacomoeixocentraltambémpassouafuncionareapon-taqueacontribuiçãodessaestratégiaparaa reduçãodasdesigualdadesnoacessoàatençãobásicanopaís.

Comoestudofoipossívelevidenciarqueosindicadoresanalisadosmelhoraramecontribuíramparaareduçãodasdesigualda-desemsaúdenoBrasil.

ParaodiretordoDepartamentodeAtençãoBásicadoMinistériodaSaúde,LuísFernandoRolim,aanáliseéuminstrumentoimportantepararedefinirasaçõesdesenvol-vidas pela estratégia Saúde da Família. “Apesquisa reforçaasaçõesquevemsendodesenvolvidasnaatençãobásicaedemons-traqueaestratégiatematingidoapopulaçãomaiscarente,deformaagarantirequidadedoSistemaÚnicodeSaúde(SUS)”,disse.

Segundo ele, atualmente 4.984 muni-cípiospossuemequipesdeSaúdedaFamília.Entredezembrode2002edezembrode2005,onúmerodeequipesaumentoude16.698para24.562. “Com isso, a cobertura populacionaltambémfoiampliada,passandode54.932.000para78.611.631,oequivalentea44%dapopu-lação.Emrelaçãoàsaúdebucal,tambémhou-veavanço.Eram4.261equipesem2002eatu-almentesão12.602.Apopulaçãocobertapelasequipesdesaúdebucalchegaa61.819.283,oequivalentea34,9%dapopulação”.

O hospital VITA Curitiba completou10anosdeatividadesereconhecimentodosetor.Umdeles foi a acreditaçãoplenadaOnA (Organização nacional de Acredita-ção).Ainstituiçãotambémjárecebeuoprê-mionacionalTophospitalar(categoriahos-pitaldoAno),pormantercomoinvestimento,aexpansão,empenhoparaaconquistadeselosdequalidade,equilíbrioecrescimentofinanceiro, além de inovação tecnológica,qualidadedeatendimentoedegestão.

Ohospitalfoiinauguradoem1996eadquiridopelaVITAParticipaçõeseEmpre-endimentosem junhode2000.Temcomoprincipal característica o atendimento dealtacomplexidadee,nesses10anos,mais

O hOSPITAl VITA cuRITIbA cOMPlETOu 10 AnOSde600milpacientesforamatendidospelasequipesmédicas,sendoquedessetotalfo-ramrealizadasaproximadamente65mil in-ternações,50milcirurgiasemaisde400milatendimentosdeemergência.

Localizado na BR-116, a instituiçãocontacommaisde22milmetrosquadrados,sendocincoáreasvocacionaisestruturadascomo: Cardiologia, neurologia, Ortopedia,OncologiaeMedicinadeUrgência.Deacor-do com o diretor de operações do GrupoVITA, Luiz SérgioSantana, o VITA Curitibaoperaatualmentecomumacapacidadecin-covezesmaiordoquehádezanos.

“Se levar em conta que o hospitalinauguroucom24leitosehojepossui135,

sendoquedestes8leitoseramdeUTI,éfácilperceber o crescimento. Atualmente a ins-tituiçãocontacomumaamplaUTI,com24leitos,alémdaUTICardiológica,commais13leitos”,afirmouSantana.

Para2006,asmetassãoaindamaisdesafiadoras.OdiretordogrupoafirmaqueaprojeçãoéumfaturamentodeR$51milhões,representandoumcrescimentode21%emrelaçãoaoanoanterior.“Ocrescimentofinan-ceiroéoreflexodosinvestimentosconstantesem ampliação da infra-estrutura, moderni-zação dos equipamentos, humanização noatendimentoequalificaçãodosprofissionais,visandooferecermaiorqualidadenosservi-çosprestadosaospacientes”,disse.

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Saúde EM DESTAQUE 17

BASE LEGAL

IntROdUÇãO

EmcertaruadeBruxelas,oviajan-tepodedeparar-secomumaplacabas-tantesignificativa.Trata-sedoregistrodacasaemque foi criadaaCruzVermelhaInternacional, entidade das mais identi-ficadas com uma postura humanitária.nessaplacatambémselêqueem1863aCruzVermelhainternacionalfoicriadaporumacertaSociedadeGenebrinadeUtili-dadePública.

Em Paris também, na igreja deSacre Couer, em Mont Martre, há outraplacaqueregistranoiníciodoséculoXXadeclaraçãodoestadofrancêsdequeaconstruçãodaIgrejaeelaprópriaseriamdeutilidadepública.

noBrasil,autilidadepúblicapodetantoserbancodepraçaquantoumcerti-ficadoemitidoparacertasinstituições.

Para entendê-lo melhor é precisoentenderahistóriaportrásdessecertifica-do,que,comooleitorjádeveterpresumi-do(corretamente),temraízesprópriasemnossahistóriabrasileira,masétambémin-fluenciadaporumconceitointernacional.

dE COMO O tERCEIRO SEtOR SE InStalOU nO bRaSIl

O conceito de terceiro setor é,além de profundamente controvertido,novo.na tesedeLesterSalomon,queéumdospaisdaexpressão,oterceirose-torseriacompostode:

(a)organizaçõesestruturadas; (b)localizadasforadoaparatoformaldoEs-tado;(c)quenãosãodestinadasadistri-buir lucros aferidos com suas atividadesentreosseusdiretoresouentreumcon-junto de acionistas; (d) autogovernadas;

(e)envolvendoindivíduosnumsignificati-voesforçovoluntário.

Ora,essetipodeorganização,tãogenericamenteconceituada,sempreexis-tiunoBrasil.ASantaCasadeMisericórdiaéumexemploclássico.

Então, se tomarmos esse concei-to de Lester Salomon como base, deve-mosreconhecerquedesdequeoimpérioportuguêsassentousuasbasesnoBrasilexiste terceiro setoremnossas terras.éda forma própria como se dá à organi-zação social das cidades ibéricas que asociedade civil se organize para a pres-tação de serviços sociais, essência daqual necessita, tais como educacionais,desaúdeeassistência.Emtempospas-sados, a igreja preenchia a carência deliderança nesse tipo de iniciativa. Assimas SantasCasasdeMisericórdiaforamcriadas,etambéméassimcomumasériedeoutrasorgani-zaçõesantigas,partedelasaindaematividade.

Do assentamento colo-nial até o início da República, orelacionamento entre Estado esociedade civil não teve registroexpressivodealteraçãodomarcolegal.

há quem se surpreendacomaquantidadeesparsadeleisquetratamdavidadasociedadecivil organizada no Brasil. nãoháuma lei sóousequeruma leimaior ou preponderante como,por exemplo, no caso do direitodotrabalho,aCLT.

Comoseorganizavam,en-tão,essasiniciativas?

aSSOCIaÇõES dE fInS “MORaES”

Aleiesparsaemrespeitoàsorga-nizaçõesdasociedadecivilou,comopre-ferirem,aoterceirosetormarcou-sesem-prepornãosercodificada,nãoterumaleimaior,umcódigopróprio.

Logo ao início do período repu-blicano, regras surgemcomo intuitoderegulamentaravidaassociativanoBrasil,naqualumasériedessasiniciativasseriaimediatamenteenquadrada.ALei173,de10dedezembrode1893,veio,aoquesesaiba,pelaprimeiraveznoBrasil,regularentrenósaorganizaçãodasassociações.Diziamosartigos1ºe5ºdessalei:

Art.1º-Asassociaçõesquesefun-daremparafinsreligiosos,moraes,cien-tíficos,artísticos,políticos,oudesimplesrecreio, poderão adquirir individualidade

cERTIFIcAdO dE

UTILIDADEPÚBLICA

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Saúde EM DESTAQUE18

BASE LEGAL

costumeseuropeusfoiàúnicamotivaçãoparaosurgimentodoconceitodeutilida-depública?Defato,não.

a UtIlIdadE PÚblICa E a SUa RElaÇãO COM aS nOvaS fUnÇõES

dO EStadO

Oqueficaclaronoiníciodosécu-loXXeraqueoEstado,queantesnuncahouvera de ser responsabilizado ou sepreocupadocomaquestãosocial,passa-vaaserresponsabilizado,aterderespon-deresepreocuparcomela.Certamenteporcontadestaalteraçãodeexpectativasdavidapolíticanacional,acitaçãodoCó-digo Civil significava mais do que reco-nhecer aquilo que já se praticava desde1905,mastambémpressentia,prenuncia-va,umapráticaquesetornariacorriqueiraalgumasdécadasapós.

ComoadventodaRepúblicanova,essa demanda de responsabilização so-cial por parte do Estado, antes apenassensível, passou a ser institucionalizada.AsimplesleituradostextosintrodutóriosdasConstituiçõesfederaisde1891e1934revelaessatransformação.

Essa transição é motivada pelademanda social crescente, que traz aoBrasil um conflito internacionalmentejá reconhecido. São essas as raízes datransformação constitucional de 1934,que coloca no texto da carta magna,pelaprimeiravez,apreocupaçãocomobem-estarsocialeoacessoadireitosqueposteriormenteviriamase incorporaraoconceitodedireitosdecidadania.

O CERtIfICadO dE UtIlIdadE PÚblICa E O PERÍOdO aUtORItáRIO

O Estado de que dispúnhamos aoiníciodoséculoXXpassouaterderespon-

jurídica,inscrevendoocontratosocialnoregistrocivildacircunscriçãoondeesta-beleceremasuasede.

Art. 5º - As associações assimconstituídasgozamdecapacidadejurídi-ca,comopessoasdistintasdosrespecti-vosmembros,epodemexercertodososdireitos civis relativos aos interesses deseuinstituto.

Comofacilmentesepercebenare-daçãolegal,énadesignaçãodeassocia-çõespara finsmoraisquese identificamemconjuntotodasasiniciativasquehojereconhecemospartedoterceirosetor.

A própria terminologia revela par-tedoconceito,masnãotodo.Moral,emdireito,alémdereferir-seaocampoético(genericamentefalando)étambémsinôni-modeimaterial.Ouseja,asassociaçõespoderiam se fundar por pressupostosmaiores, humanitários, elevados e, tam-bém, sem vinculação com os fins mate-riais,delucro,quegeralmentemotivamacriaçãodassociedades.

Seriamessasaspessoasdeutili-dadepública?Defato,aindanão.

O SURGIMEntO dO tERMO “UtIlIdadE PÚblICa” nO bRaSIl

nofimdoséculoXIXa terminolo-giautilidadepública jáchamavaatençãonaEuropa.CulturalmentevinculadoàEu-ropa,oBrasilnãonegligenciouessefatoepassouautilizá-lotambém,emboranãooficialmentenoinício.Contudo,brasileirosquesomos, trataralgosem formalidade,sem cartório, é quase um crime. Dizemmesmo que o Brasil não foi descobertosenão depois que o oficial de cartório,PeroVazdeCaminha,registrou.Deditoseditos,sobram,contudo,osfatos,eofatoéquenãoduroumuitoainformalidade.

Já nos primeiros anos do séculoXX, começam a chamar atenção certosatosdeautoridadesfederaisquereconhe-cemaexistênciagenéricadepessoasde“utilidadepública”,damesmaformaqueaigrejadeSacreCouer,emParis.Sãodessanaturezaosdecretosapartirde1905quedeclaramdeutilidadepúblicacertasinsti-tuiçõesimportantesàvidasocialnacionaldaquelaépoca,acomeçarpelaAcademiadeComérciodoRiodeJaneiro,quetinhauma inegável função de apoio governa-mental,porseraprimeiraescoladeciên-ciaseconômicasdenossopaís.

Logo, já havia no Brasil uma ex-pectativaquantoainstituiçõesnominadascomo de “utilidade pública”, mas aindanãohavianenhumaprevisão legalespe-cífica,peloquesetemnotícia.

écomoadventodoCódigoCivilBra-sileirode1916,comClóvisBevilácqua,queasassociaçõesdeutilidadepúblicapassamasercitadasnominalmentepelalegislação:

Art. 16. São pessoas jurídicas dedireitoprivado:

I - associedadescivis, religiosas,pias, morais, científicas ou literárias, as

associações de utilidade pública e asfundações;

notextodoCódigoCivilde1916,as associações morais remanescemcomoterminologiagenéricaeasassocia-çõesdeutilidadepúblicasãodesveladaslegalmente. Contudo o conceito do queviesseaser“utilidadepública”aindaeraapenas tema de doutrina jurídica ou deatodepoder,despidodeoutrosrequisi-tos.Concedia-separaquemmerecesseemereciaquemfosseamigoouimportanteparaogovernante,semmaioresregras.

Contudo será que a cópia dos

Há quem se surpreenda com a quantidade esparsa de leis que tratam da vida da sociedade civil organizada no Brasil. Não há uma lei só ou sequer uma lei maior ou preponderante como, por exemplo, no caso do direito do trabalho, a CLT.

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Saúde EM DESTAQUE 19

der,desepreocuparemcitarnominalmenteaquestãosocialeassumirparasiofatodequetinhadeenfrentaroproblema.ContudoessemesmoEstadoeradeclaradamentede-saparelhadoparadarcontadessademandasocialesuavertenteresolutivaserevelouau-toritáriacomaimposiçãodaConstituiçãode1937,que,entreoutrascoisas,deixoudeserpromulgada(poratocongressual),passan-do a ser outorgada (por decreto presiden-cial),comosepodeobservarnopreâmbuloconstitucionalabaixotranscrito.

COnStItUIÇãO dOS EStadOS UnIdOS dO bRaSIl (dE 10 dE nOvEMbRO dE 1937)

O PRESIdEntE da REPÚblICa dOS EStadOS UnIdOS dO bRaSIl,

ATEnDEnDO às legitimas aspi-

rações do povo brasileiro à paz políti-

ca e social, profundamente perturbadapor conhecidos fatores de desordem,resultantes da crescente agravação dosdissídiospartidáriosqueumanotóriapro-pagandademagógicaprocuradesnaturarem lutadeclasses,edaextremaçãodeconflitos ideológicos tendentes,peloseudesenvolvimentonatural,aresolver-seemtermos de violência, colocando a naçãosobafunestaiminênciadaguerracivil;

ATEnDEnDO ao estado de apre-ensão criado no país pela infiltração co-munista,quese tornadiaadiamaisex-tensaemaisprofunda,exigindoremédiosdecaráterradicalepermanente;

atEndEndO a que, sob as insti-

tuições anteriores, não dispunha o Es-

tado de meios normais de preservação

e de defesa da paz, da segurança e do

bem-estar do povo;

Sem o apoio das forças armadase cedendo às inspirações da opinião

nacional,umaseoutrasjustificadamenteapreensivasdiantedosperigosqueame-açamanossaunidadeedarapidezcomquesevemprocessandoadecomposiçãodasnossasinstituiçõescivisepolíticas;

Resolve assegurar à nação a suaunidade,orespeitoàsuahonraeàsuain-dependênciaeaopovobrasileiro,sob um

regime de paz política e social, as con-

dições necessárias à sua segurança, ao

seu bem-estar e à sua prosperidade,de-cretando a seguinte Constituição, que secumprirádesdehojeemtodoopais:

COnStItUIÇãO dOS EStadOS UnIdOS dO bRaSIl

Doisanosantesdaconstituiçãode1937, Getúlio Vargas já decretara, tam-bém,o reconhecimentodequea inapti-dão do estado brasileiro a dar conta daquestão social necessitava da organiza-ção civil espontânea existente desde operíodocolonial.

Vai daí que se apossando da ter-minologia “utilidade pública” já utilizadanoCódigoCivil,oCongressonacionalde1934,compostopelas forçasqueascen-deramaopoderem1930porviamilitar,regulamentaoreconhecimentoinstitucio-nal dessas associações pela concessãodecertificadodecunhoexecutivoedes-pidodecritériosobjetivosquesepassouadenominar“certificadodeutilidadepú-blica”.Confira:

lEI n.91, dE 28 dE aGOStO dE 1935

Determinaregraspelasquaissãoassociedadesdeclaradasdeutilidadepublica.

Constituição da República dos Estados Unidos do brasil

(de 24 de fevereiro de 1891)

Constituição da República dos Estados Unidos do brasil (de 16 de julho de 1934)

nós,osrepresentantesdopovobrasilei-ro,reunidosemCongressoConstituinte,paraorganizarumregimelivreedemo-crático, estabelecemos, decretamos epromulgamosaseguinte.

Constituição da República dos Estados Unidos do brasil

nós, os representantes do povo bra-sileiro, pondo a nossa confiança emDeus,reunidosemAssembléianacionalConstituinte para organizar um regimedemocrático, que assegure à nação aunidade,aliberdade,ajustiçaeobem-estarsocialeeconômico,decretamosepromulgamosaseguinte.

Constituição da República dos Esta-dos Unidos do brasil

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Saúde EM DESTAQUE20

BASE LEGAL

Justiça e negócios Interiores, re-

lação circunstanciada dos ser-

viços que houverem prestado à

coletividade”.f) Quepassouaconfundirnestaépo-

caoconceitodenãolucratividadecom o conceito de caritatividade,proibindo a remuneração de diri-gentes:

“que os cargos de sua diretoria

não são remunerados” Como o conceito criado no perío-

do autoritário se manteve

Somosanimaisculturais,todososnossos atos e gestos congregam milha-resdeanos.Comodiziaofilósofogrego,tolossãoosquepensamqueopassadoestáàssuascostas.Opassadoéaquiloquetemosànossafrente.

Somos também animais míopes,porvezes,enãoreconhecemosoautori-tarismoquetrazemosdentrodenóscomtantafacilidade.

Assiméque,mesmoapósoperío-doautoritáriodeVargas,posteriormente,em1961,oDecreto(sempreumdecreto!)50.517especificoupontosimportantesnaconcessãodocertificadodeutilidadepú-blica,dando-lheumformatoqueperduraatéosdiasdehoje:

Art. 1º - As sociedades civis, as-sociações e fundações, constituídas nopaís, que sirvam desinteressadamente àcoletividade poderão ser declaradas deutilidade pública, a pedido ou ex-ofício,

mediante decreto do presidente da Re-

pública.Art. 2º - O pedido de declaração

deutilidadepúblicaserádirigidoaopresi-dentedaRepública,porintermédiodoMi-nistériodaJustiçaenegócios Interiores,provados pelo requerente os seguintesrequisitos:

a) queseconstituiunopaís;b) quetempersonalidadejurídica;c) que esteve em efetivo e contínuo

funcionamento,nostrêsanosime-diatamenteanteriores,comaexa-taobservânciadosestatutos;

d)que não são remunerados, por

qualquer forma, os cargos de

diretoria e que não distribui lu-

cros, bonificações ou vantagens

b)A utilização do verbo “poder” de-terminaquenãosetratadedireitodasinstituições,masdecapacida-de arbitrária do estado, típico atoprincipal,depoder:

“podem ser declaradasdeutilida-depública”“seráfeitaemdecreto

do Poder Executivo,mediantere-querimento processado no Minis-tério da Justiça e negócios Inte-rioresou,emcasosexcepcionais,ex-officio”.

c)Que o Estado brasileiro entendiaserpossíveldeclinar“favores”,ouseja,quenãosesubmetiaàregradalegalidade,atualmentefatoes-sencialparaaconceituaçãodoEs-tadodemocráticodedireito:

“nenhum favor do Estadodecor-rerádotítulodeutilidadepública”

d)Que a declaração, é convenientelembrar,nãoprecisariadedeman-dadaentidadedeutilidadepúbli-ca, poderia ser concedida contrasuavontade:

“ou, em casos excepcionais, ex-

officio”.e)E que ser declarada de utilidade

pública passava a significar estarsubmetidoaumaregradepresta-çãodecontasaoPoderExecutivocentralqueantesnãoexistia:

“ficam obrigadas a apresentar

todo os anos, exceto por motivodeordemsuperiorreconhecido,acritériodoministériodeEstadoda

O presidente da República dos Estados Unidos do brasil:

FaçosaberqueoPoderLegislativodecretaeeusancionoaseguintelei:

Art1º-Associedadescivis,asas-sociaçõeseasfundaçõesconstituídasnopaíscomofimexclusivodeservirdesin-teressadamenteàcoletividadepodemserdeclaradasdeutilidadepublica,provadososseguintesrequisitos:

a)queadquirirampersonalidadejurí-dica;

b)queestãoemefetivofuncionamen-toeservemdesinteressadamenteàcoletividade;

c)queoscargosdesuadiretorianãosãoremunerados.Art.2º-Adeclaraçãodeutilidade

publica será feita em decreto do PoderExecutivo, mediante requerimento pro-cessadonoMinistériodaJustiçaenegó-ciosInterioresou,emcasosexcepcionais,ex-of ficio.

Parágrafoúnico.Onomeecarac-terísticos da sociedade, associação oufundação declarada de utilidade publicaserão inscritos em livro especial, a essefimdestinado.

Art.3º -nenhumfavordoEstadodecorrerá do titulo de utilidade publica,salvo a garantia do uso exclusivo, pelasociedade, associação ou fundação, deemblemas, flâmulas,bandeirasoudistin-tivos próprios, devidamente registradosnoMinistériodaJustiçaedamençãodotítuloconcedido.

Art 4º - As sociedades, associa-çõesefundaçõesdeclaradasdeutilidadepúblicaficamobrigadasaapresentartodoosanos,excetopormotivodeordemsu-periorreconhecido,acritériodoministériodeEstadodaJustiçaenegócios Interio-res,relaçãocircunstanciadadosserviçosquehouveremprestadoàcoletividade.

nota-se facilmente por primeiraleituradostermosdalei91/35queocer-tificadodeutilidadepúblicatinhaalgumascaracterísticasmarcantes,adizer:

a) Suaconcessãoestásubmetidaacri-térioabsolutamentesubjetivo:“como fim exclusivo de servir desinte-

ressadamente à coletividade”

No Brasil, a utilidade pública

pode tanto ser banco de praça

quanto um certificado emitido

para certas instituições.

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Saúde EM DESTAQUE 21

a dirigentes, mantenedores ou

associados, sob nenhuma forma

ou pretextos;e)que, comprovadamente, median-

te a apresentação de relatórioscircunstanciados do três anos deexercício anteriores à formulaçãodo pedido, promove a educação

ou exerce atividades de pesqui-

sas científicas, de cultura, inclu-

sive artísticas, ou filantrópicas,

estas de caráter geral ou indis-

criminado,predominantemente.f) que seus diretores possuem fo-

lha corrida e moralidade com-

provada;

g)que se obriga a publicar, semes-tralmente, a demonstração da re-ceitaobtidaedadespesarealiza-danoperíodoanterior.

TrêsfatossãomarcantesnotextodoDecretode1961:

a)Aconcessãodocertificadoconti-nuaaserumatodochefedoPo-derExecutivo3;

b)O conceito de não-lucratividadepermanecevinculadoaoconceitodecaritatividade;

c)As atividades sociais para a con-cessão do certificado são limita-dasaquatrotiposapenas,emboraainda com grande grau de gene-ralidade:pesquisascientíficas,cul-tura,atividadesartísticasefilantro-pia.Porfim,leraleinemsempreéter

a exata percepção do que ela significanomundodosfatos,naprática.Compro-var a tal “folha corrida” e a “moralidadecomprovada”,parafinsdeconcessãodocertificado, desde tempos d’antanho, sóseconseguecomumadeclaraçãodeal-guma“autoridade”.

São autoridades suficientes paradar tal declaração, por exemplo, nossostãoafamadosmembrosdaclassepolíticaprofissional: vereadores, deputados, se-nadores,prefeitos,governadores.

Quem,sabendodisso,nãoseper-gunta se alguma instituição de utilidadepúblicanãocomprovouasuamoralidadecomalgumdeputadocassadoporenvol-vimentoemescândalos?

COnClUIndO

O Decreto 50.517/61 é a últimagrande regra atinente ao certificado deutilidadepública.nafaltadeoutrasregu-lamentações,talcertificadopassouaseroobjetodedesejodegrandepartedasinstituições da sociedade civil, grandepartedelasdegrandeereconhecidova-loratéhoje,eatéhojeematuação.

Contudo esse certificado não seenquadra numa visão mais moderna doqueentendemospordireitoemuitome-nosdoqueentendemosporlegitimidadedos atos administrativos. Tanta capaci-dadedeconcederoudenegar,semquehajacritérioparatanto,tantasubjetividadesubmete o terceiro setor ao aparato for-maldoEstado,numarelaçãoanacrônica,quehojejásereconheceinteiramentein-cômoda.OCertificadodeUtilidadePúbli-caFederalémarcadopelasubjetividadee pela manifestação do poder governa-mental.

Também é marcante nesse cer-tificado a conceituação de que essasentidades seriam, de fato, úteis à exe-cução das tarefas do Estado, ou seja,a dizer, que seriam complementares aeleequeessecer tificadose fundaemconfusas razões,quemisturamnão lu-cratividade com caridade. Em primeirolugar,oEstadotemquesersuficienteadarcontadoproblemasocial,sim,etemque ter uma postura digna de ser par-ceiro de quem tem o mesmo objetivo,nãodetratarseusaliadoscomoobjetosde utilidade. Em segundo lugar, comoresponder aos novos tempos, temposque demandam especialização e com-petência administrativa, com dirigentesnãoremunerados?Quantospodemter,defato,essamecânicanoterceirosetordehoje?Quantasentidadesnãoaceita-ram, de fato, corromper seus própriosprincípiosparasedobraraosrequisitosdeumaregraanacrônica.

é um certificado ainda em voga,maséantigo.Dizrespeitoàtradiçãododi-reitobrasileiro,quenãoregulamentouex-cessivamenteàsorganizaçõesdoterceirosetore,principalmente,atingedefato,porsuatemática,apenascincocampos:

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Saúde EM DESTAQUE22

BASE LEGAL

Asalteraçõesnomeioambientein-terferem diretamente na saúde humana econtribuemparaaelevaçãodoscustosem-pregadosnotratamentodedoençasprevi-síveis.Assim,ogerenciamentodosfatoresderiscorelacionadosàsaúdequeadvêmdosproblemasambientaiséparteintegran-tedavigilânciaemsaúdeemtodooPaís.

Emjunhode2003,aSecretariadeVigilância em Saúde (SVS) absorveu asatribuiçõesdoantigoCentronacionaldeEpidemiologia (Cenepi) e, com base noDecreto n.3.450, de 9 de maio de 2000,assumiu também a gestão do Sistemanacional de Vigilância Epidemiológica eAmbientalemSaúde.

A Instrução normativa n.1, de 7demarçode2005 regulamentouoSub-sistemanacionaldeVigilânciaemSaúdeAmbiental (SInVSA). Entre suas atribui-ções estão coordenação, avaliação, pla-

nejamento, acompanhamento, inspeçãoesupervisãodasaçõesdevigilância re-lacionadasàsdoençaseagravosàsaúdenoquesereferea:

1)águaparaconsumohumano;2)contaminaçõesdoaredosolo;3)desastresnaturais;4)contaminantesambientaisesubs-

tânciasquímicas;5)acidentes com produtos perigo-

sos;6)efeitosdosfatoresfísicos;e7)condiçõessaudáveisnoambiente

detrabalho.CabeaindaaoSInVSAelaborarin-

dicadoresesistemasdeinformaçãodevi-gilânciaemsaúdeambientalparaanálisee monitoramento, promover intercâmbiodeexperiênciaseestudos,açõeseducati-vaseorientaçõesedemocratizaroconhe-cimentonaárea.

Em junho de 2003, a Secretaria de vigilância em Saúde (SvS) absorveu as atribuições do antigo

Centro nacional de Epidemiologia (Cenepi).

1. assistênciasocial;2. educação,3. cultura;4. saúdee5. pesquisacientífica

não há como não se incomodar,hojeemdia,comofatodequeessecerti-ficadonãoéaindaumdireitodasinstitui-çõese,também,queelesejatãodistantedarealidadeatualdoterceirosetor.Oter-ceirosetordehojeatuaemmuitasoutrasáreas, em muitas outras atividades e te-masmuitosalémdoscincocamposrestri-tosdoCertificadodeUtilidadePública.

nãohátambémcomonãoseinco-modarcomaevidente incompatibilidadedo papel da sociedade civil que a novaConstituição,aConstituiçãoDemocráticade1988,implantou.Mesmoasinstituiçõesdeutilidadepúblicavêmsequestionandohátempossobreessetema.Essa,inclusi-ve,semprefoiumademandavigorosadasociedadecivilemrespeitoànecessida-dede termosumnovomarco legalparao terceiro setor. Gente muito boa, muitoimportante,ainda temessecertificadoeainda vai tê-lo por muito tempo. Mesmoassim,édeserepensaratéquandonossubmeteremosaformalidadessemsenti-doeatosdepodersemcritério.SeráesseonossopapelnoBrasil?

Quemquiser confiranaConstitui-ção Federal, que entende que o Estadodemocrático se funda na limitação dopoderàlei,queoEstadodemocráticosefundanafaltadeprivilégiosenaimpossi-bilidade de favores. Temos um novo pa-pel,certamente,eonovopapeldasocie-dade civil organizada foi por ela mesmaconstruídoe traduzidoemnossaConsti-tuiçãoemvigor,papeldescritoemváriosartigos constitucionais que prenunciamos tempos novos que vivemos, temposnosquaisasociedadecivilémuitomaisdoquemerautilidade.

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