revista s 01 site d

46
70 ANOS AO LONGO DE SETE DÉCADAS, O SÉRGIO FRANCO SE FIRMA COMO REFERÊNCIA DE MEDICINA DIAGNÓSTICA NO BRASIL SAÚDE PARA SER,SABER E SONHAR revista [ número 01 | ano 01 ] WWW SERGIOFRANCO COM BR/REVISTA NOSSO CANAL DIGITAL PÍLULAS FILOSÓFICAS TEMPEROS DE BELEZA DANÇA NA ÍNDIA OS SENTIDOS DAS PLANTAS UM DEBATE SOBRE COLESTEROL COM ESPECIALISTAS NO ASSUNTO ESPECIAL 70 ANOS número 01 | ano 01 setembro/dezembro 2010 www.sergiofranco.com.br/revista revista saúde para ser, saber e sonhar

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Page 1: Revista s 01 site d

70 anos Ao longo de sete décAdAs, o sérgio frAnco

se firmA como referência de medicina diagnóstica no Brasil

saúde paraser,saber e sonhar

revista

[ número 01 | ano 01 ]

WWW SERGIOFRANCO COM BR/REVISTA NOSSO CANAL DIGITAL

PíLuLAS FILOSóFICASTemPerOS De BeLezADANçA NA íNDIAOS SeNTIDOS DAS PLANTAS

Um deBate soBre colesterol

com esPeciAlistAs no Assunto

especia

l 70 an

os

mero

01 | a

no

01 setem

bro

/dezem

bro

2010

ww

w.sergio

fran

co.co

m.b

r/revistarevista

saúde para ser, saber e sonhar

Page 2: Revista s 01 site d

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Page 3: Revista s 01 site d

expediente

Pré-impressão e impressão Prol Grafica e Editora. Esta revista foi impressa em papel couché fosco 230 g/m2 (capa) e 115g/m2 (miolo).

Todos os direitos reservados Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista, da Editora ou do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela Editora, com crédito da fonte.

PrESiDEnTE

Márcia Marinho

DirETOr DE MArkETinG

ricardo Medina

COOrDEnADOrA DE

MArkETinG

christiane de carvalho

AnAliSTAS DE MArkETinG

aline câMera, Joana

castro e renatha

santana

ESTAGiáriA DE MArkETinG

aManda rodrigues

A revista S é uma publicação

quadrimestral do Sérgio Franco

Medicina Diagnóstica. Distribuída

gratuitamente, com conteúdo

desenvolvido por new Content

Editora e Produtora

rEAliZAÇÃO COnTEÚDO

participação especialclaus lehMann

Paulista de Pindamonhangaba

e viajante profissional,

o fotógrafo gosta de dizer que

é especializado em “pessoas

e suas histórias”. não é à

toa que escolheu se dedicar

ao retrato. É dele a foto do

dentista Fábio Bibancos.

gabriel Fraga

nem pílulas, nem divãs.

Já faz alguns anos que Gabriel

Fraga, 24, usa a ilustração

como terapia – e profissão.

Com base na cidade de

São Paulo, ele cria imagens

para revistas, estúdios e

agências de publicidade

dentro e fora do país.

anna anJos

Formada em design gráfico pelo

Centro Universitário Belas Artes

de São Paulo, a artista plástica e

ilustradora paulistana se divide

entre o mercado editorial e o

publicitário. nesta edição, ela

empresta seus traços para a

imagem de capa e a matéria de

70 anos do Sérgio Franco.

shâMia saleM

repórter especializada

em beleza e saúde há cerca

de 10 anos, a paulistana

já passou pelas mais

importantes publicações

do país. neste número,

ela desvendou todas as

novidades no tratamento

dermatológico masculino.

DirETOr-GErAl

giovanni rivetti

DirETOr EDiTOriAl

roberto Feres

DirETOr-GErAl DE

ATEnDiMEnTO

raPhael alcântara

DirETOr FinAnCEirO

edoardo rivetti

rEDAÇÃO

DirETOrA DE rEDAÇÃO

Juliana saboia

DirETOr DE ArTE

Wagner oliveira

EDiTOrA-ASSiSTEnTE

nathalia lavigne

DESiGnEr

Paulo reis

PrODUTOrA

daniele chiquito

PrOJETO EDiTOriAl

giovanni rivetti

roberto Feres

Juliana saboia

PrOJETO GráFiCO

lila botter

Wagner oliveira

GErEnTE DE

rECUrSOS HUMAnOS

anne Prado

GErEnTE DE

OPErAÇÕES

Fabio alcântara

GErEnTE FinAnCEirO

edvaldo alMeida

rEViSÃO

cida silva

PrODUÇÃO GráFiCA

sÉrgio h. alMeida

Marcos borges

ATEnDiMEnTO

genaro Moraes

TrATAMEnTO DE

iMAGEnS

Just laYout

COlABOrADOrES

TEXTO

ana santa cruz,

deborah Moraes

e shâMia saleM

FOTO

andrÉ arruda,

andrÉ valentiM,

claus lehMann,

deborah Moraes,

elton Fernandes,

Marcelo naddeo,

Marcelo resende

e rodrigo Moraes

ilUSTrAÇÃO

anna anJos, lila

botter, gabriel

Fraga, nelson

Provazi e Marcio

Moreno

sergio.franco@

newcontent.com.br

AV. MOFArrEJ, 825,

VilA lEOPOlDinA

SÃO PAUlO, SP,

CEP 05311-000

www.newcontent.com.br

rse

rsabe

22 papo franco Um debate esclarecedor sobre as causas,

os males e o controle do colesterol

28 beleza O cuidado com a pele também faz parte da rotina dos homens

32 lição de vida A história da economista Mônica de Oliveira,

que superou a endometriose e uma gravidez tubária e realizou o sonho de ser mãe

37 colunista convidado nuno Cobra, preparador físico

38 ensaio Temperos como pimenta, gengibre e limão em forma de produtos de beleza

44 soluções Dicas para tornar a viagem mais leve

46 gente do bem Fábio Bibancos garante o sorriso de jovens carentes

52 equilíbrio lições de filósofos aplacam as angústias da vida moderna

58 pausa A importância de desacelerar durante uma atividade física

59 colunista convidada Alice lobo, jornalista

60 capa Um passeio pela história do Sérgio Franco, que completa 70 anos sem

perder o espírito pioneiro, mas com a credibilidade da experiência

70 presença ibirapuera, em São Paulo; Parque lage, no rio de Janeiro; e Jardim Botânico,

em Curitiba. Um parque para cada cidade onde o Sérgio Franco está presente

74 cultura Sugestões culturais relacionadas à memória

6 editorial Márcia Marinho

8 editorial ricardo Medina

10 zoom

12 giro no Sérgio Franco

14 giro na saúde

16 na web

17 túnel do tempo

18 você sabia?

19 no hospital

20 ponto de equilíbrio

ro

nhas

ILUSTRAÇÃO DE CAPA: Anna Anjos

sumáriosetembro/dezembro 2010

SETEMBrO/DEZEMBrO 2010 revista s 5

76 ensaio Os cinco sentidos das plantas

82 turismo Uma viagem à Índia para aprender a filosofia

da dança Odissi, conhecida como ioga em movimento

90 palavra final Pensamento do filósofo espanhol José Ortega y Gasset

Page 4: Revista s 01 site d

o começo Saúde para ser, saber e sonhar.

Estes três pilares resumem o

conceito desta publicação que,

não por acaso, chama-se Revista S.

A inicial do médico que, há

sete décadas, fundou e batizou

com seu nome o Sérgio Franco

representa também o ponto

de partida da nossa história,

marcada pelo empenho e pela

dedicação na realização de

exames de medicina diagnóstica.

Agora, com a revista,

construímos mais um canal

de comunicação para nos

aproximarmos de cada um de

vocês. Neste espaço, vamos

resgatar simples hábitos e

reflexões que podem fazer

de nós pessoas mais felizes e

saudáveis. O bem-estar, muitas

vezes, mora em pequenas

mudanças possíveis de serem

implementadas no dia a dia.

No aniversário de 70 anos,

a Revista S é o nosso presente

e o nosso agradecimento

para vocês que nos honram

com a sua confiança.

Boa leitura!

Márcia Marinho

Presidente

Como você resume

a importância

destes 70 anos?

Ser uma empresa 100%

nacional há tanto tempo

no mercado nos motiva

a inovar sempre. O

crescimento harmonioso

é um desafio que nos

move, assim como a busca

por novas tecnologias e

o incentivo à pesquisa

científica. Tudo isso para

oferecer aos nossos

clientes um atendimento

de excelência, embasado

nos padrões de qualidade

de órgãos importantes

de certificação, como

o ISO 9002, Inmetro

e DICQ/SBAC (da

Sociedade Brasileira

de Análises Clínicas).

2.

1.

O que você pode

adiantar sobre os

próximos projetos? Estamos expandindo

as operações em São

Paulo com a inauguração

do núcleo técnico e da

unidade na Avenida Brasil.

A expansão paulista e a

consolidação em Curitiba

mostram que o laboratório

tem vocação nacional.

E o futuro vamos escrever

juntos: clientes, médicos

e colaboradores.

editorialcomemoração

6 revista s SETEmBRO/DEzEmBRO 2010

A gente se encontra na Fnac.

Brasília Campinas Curitiba Porto Alegre Ribeirão Preto Rio de Janeiro São Paulo

FNC098_10_Rev_Fleury_205x275.indd 1 7/15/10 5:39 PM

Page 5: Revista s 01 site d

Ao longo da história do Sérgio

Franco, uma característica é

muito marcante: a inovação.

Inovar no seu sentido mais amplo,

das tecnologias ao atendimento.

O aniversário de 70 anos coroa

essa nossa essência com um

projeto de comunicação que vem

sendo cuidadosamente estudado.

É nesse contexto que nasce a

Revista S, atrelada às mídias

sociais e ao nosso novo site.

O projeto de comunicação

integrado é mais um pioneirismo

desenvolvido para vocês,

caros clientes e médicos.

ricardo Medina

Diretor de marketing

Inovação

editorialcomunicação

2.

Como surgiu a ideia

da revista s e qual

é a sua proposta?

No ano em que o Sérgio

Franco comemora sete

décadas, a iniciativa

da revista reforça o

nosso posicionamento

de levar saúde e bem-

estar aos clientes. É para

eles que trabalhamos

incessantemente. Por isso

buscamos um canal para

estarmos ao seu lado, além

da experiência do exame.

E a publicação, assim

como as redes sociais na

internet, nos possibilita esta

interação. A divisão em três

pilares centrais (Ser, Saber

e Sonhar) foi a maneira que

encontramos para falar

de todas as necessidades

do ser humano: a saúde

do corpo, da mente e da

alma. E sempre com foco

na simplicidade. Afinal, não

precisamos de nada muito

elaborado para ser feliz.

as mídias sociais são uma

tendência mundial. De que

forma elas vão interagir com

a publicação impressa? Cada veículo tem o seu perfil,

mas eles se complementam.

Com a versão online da

Revista S é possível

aprofundar assuntos

abordados na publicação

impressa e ter acesso a

vídeos exclusivos produzidos

por médicos de diversas

especialidades. A partir dela,

o internauta pode navegar

pelas outras mídias sociais,

sempre atualizadas com os

assuntos mais relevantes da

área da saúde e abertas à

interatividade, inclusive para

o esclarecimento de dúvidas.

1.

8 revista s SETEmBRO/DEzEmBRO 2010

www.correios.com.br

SEDEX é o único que entrega em mais de 5.000 municípios em todo o Brasil. Pensou em alguma cidade do litoral brasileiro? Entregamos lá. Alguma cidade do interior? Lá também. SEDEX é o único com a marca Correios. Por isso, pode confi ar. Mandou, chegou.

SEDEX vai até onde ninguém vai.

Page 6: Revista s 01 site d

zoompor dentro

Além dA superfícieImagIne uma projeção capaz

de exibir na superfície da pele a

localização exata de todas as veias

do corpo. Quem frequenta as

unidades do Leblon e do Barra

Shopping do Sérgio Franco Medicina

Diagnóstica, no Rio de Janeiro,

sabe que essa ideia já faz parte

da realidade. Proporcionada

pelo Vein Viewer, usado pelo

Sérgio Franco desde 2007,

primeiro laboratório a oferecer o

aparelho no Brasil, tal tecnologia

facilita a coleta de sangue

em pessoas com veias de difícil

acesso, como crianças ou adultos

que estejam passando por

algum tratamento. “Ele orienta

o coletor em relação à localização

das veias, além de deixar o paciente

bem mais tranquilo”, garante

Claudete Barreto, há 22 anos

no laboratório e responsável

pela coleta. Disponível por enquanto

nas duas unidades cariocas,

o Vein Viewer deve chegar até

o fim do ano em São Paulo.

Mais quentes do

que os outros

tecidos do corpo,

as veias são

ressaltadas pelo

aparelho com uma

projeção de raios

infravermelhos

Em seguida, um

computador

permite visualizar

essas informações

e projetá-las

em imagens na

própria superfície

da pele

Com um mapa

das principais

ramificações das

veias, fica mais

fácil puncioná-la

A coletora

Bianca Urbani,

colaboradora do

Sérgio Franco

passo a passoComo funciona o Vein Viewer

[ Fotos: André Arruda ]

Vivian David em

demonstração

SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010 revIsta s 10 9 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010

Page 7: Revista s 01 site d

OrgulhO dA cAsAFã do Coral sérgIo FranCo, a presidente Márcia

Marinho lembra de como surgiu um dos maiores orgulhos

da empresa. “Estávamos planejando a festa de fim

de ano e uma colaboradora se ofereceu para cantar,

assim, bem informalmente”, diz Márcia. Era a Gloria Leal,

operadora de telemarketing, que juntou sua voz à de

outros colaboradores com dotes semelhantes e criou

o grupo, em 2005. Sob a regência do maestro Renato

Rodriguez, o coral conta hoje com cerca de 40 pessoas e

já rompeu os limites da empresa, se apresentando com

frequência em eventos externos. Porém, o evento mais

importante é mesmo na véspera de Natal em frente à

unidade do Leblon, já tradicional no bairro carioca.

À direita,

Márcia Marinho,

a maior

apreciadora do

Coral, hoje com

40 integrantes

BRiNDES À RECiCLAGEM criado há mais de dez anos, o programa de coleta seletiva do sérgio franco tem um atrativo extra para garantir a adesão de todos. Ao longo do ano, materiais como papel, plástico e vidro são depositados em locais apropriados e vendidos. “colocamos o dinheiro em uma poupança para comprar brindes da festa de fim do ano”, diz Judy santos, coordenadora de relacionamento com os convênios e incentivadora da coleta seletiva.

além de Contar com uma publicação

exclusiva para artigos e pesquisas científicas –

a revista Sérgio Franco Ciência –, são relevantes

as atividades da empresa nessa área. Com uma

média de 50 estudos feitos, muitos deles em

parceria com as principais instituições de ensino

no país, o laboratório também realiza cursos e

palestras – entre os quais, um de formação em

medicina laboratorial na unidade do Leblon.

Este ano, o laboratório foi representado com dez

trabalhos científicos no congresso da American

Association of Clinical Chemistry, importante

feira de tecnologia e diagnóstico laboratorial.

“É a maior vitrine nessa área”, ressalta a

médica Mônica Di Calafiori Freire, assessora

médico-científica do Sérgio Franco. outra

atuação é o curso ministrado em parceria com

o Centers for Disease Control and Prevention,

com sede nos EUA, voltado para o controle do

HiV. Durante seis semanas, profissionais de

Moçambique, um dos países mais atingidos

pelo vírus, recebem um treinamento pela equipe

do Sérgio Franco com aulas práticas e teóricas

no Brasil, na sede do laboratório.

giro no sérgio francoo que nossos colaboradores andam fazendo

PRoDUção CiENtíFiCA Pesquisas, participação em congressos e cursos são algumas das atividades do Sérgio Franco na área científica

SUStENtABiLiDADE

CoRAL

CiêNCiA

AGiLiDADE NoS RESULtADoS

ExAMES

o sérgIo FranCo trabalha

arduamente para minimizar a

ansiedade causada pela espera do

resultado do exame. A agilidade

é possível graças a diversas

ferramentas desenvolvidas pela

equipe de tecnologia da informação

dirigida por otávio Garcia há 12 anos.

Uma delas é a chamada Parte Pronta,

serviço que libera as informações

conforme os laudos são finalizados

– como, por exemplo, quando uma

amostra de sangue é usada para oito

exames diferentes, não é preciso

esperar o resultado de todos. “tudo

é em tempo real”, ressalta Garcia.

importante: os exames podem ser

entregues por e-mail, pelo site, por

meio de aplicativo para smartphone

ou na própria unidade. outra iniciativa

inovadora é o DeskDoc. Criado em 2008

em parceria com a área de marketing

e disponível exclusivamente para os

médicos, trata-se de um aplicativo

que apresenta a lista dos últimos

pacientes examinados. “Assim ele

pode escolher os casos mais graves

e acompanhar as modificações do

quadro ou novos exames”, diz Garcia.

Até o formato arquitetônico dos

chamados núcleos técnicos, com uma

estrutura horizontal onde cada

etapa segue um percurso linear,

ajuda a acelerar o processo.

Além disso, este setor funciona

por 24 horas nos 365 dias do ano.

No alto, à esq., otávio

Garcia, diretor de ti.

Acima, o aplicativo

DeskDoc. Abaixo, a

frota do Sérgio Franco

“Temos um serviço que libera as informações do exame por partes, conforme os laudos são finalizados” Otávio Garcia

[ Fotos: (1) Alessandro Mendes (2) Sthutterstock (3) André Valentim ]

(3)

(2)

(1)

(1)

SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010 revIsta s 12 11 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010

Page 8: Revista s 01 site d

pOte de melmuIto Comum em países de clima

temperado, o mel ainda é preterido por aqui

para outras tentações bem menos gostosas e

saudáveis. Para difundir o consumo no Brasil,

a Confederação Brasileira de Apicultura

criou a campanha “Meu Dia Pede Mel

(www.meudiapedemel.com.br).

Além de ser uma poderosa fonte de

energia, é recomendado no tratamento

de anemias e doenças respiratórias e

no funcionamento do intestino.

Linhaça 85 kcal por colher de sopa55% de teor de gorduracom alta concentração de ômegas 3 e 6 e vitamina e, ajuda a combater o colesterol, além de prevenir tumores

SEiS PoR MEiA DúziA: GERGELiM E LiNHAçAA seu modo e a seu gosto, as duas sementes

são ótimas aliadas de uma alimentação saudável. Confira esses benefícios

Gergelim94 kcal por colher de sopa70% de teor de gordura é rico em cobre e ácidos graxos insaturados, bons para a saúde cardiovascular

XDE oLHo NA DUCHAVocê sabia que um banho no chuveiro elétrico é bem

mais econômico do que pelo aquecedor solar, gás ou boiler?

Foi o que constatou um estudo do Cirra (Centro internacional

de Referência em Reuso de Água), da Universidade de

São Paulo. Verifique os gastos de cada um na tabela abaixo,

em uma ducha de oito minutos.

R$ 0,30 – chuveiro elétricoR$ 0,46 – Aquecedor solarR$ 0,59 – Aquecedor a gásR$ 1,04 – Boiler elétrico

NA BALANçA

ECoNoMiA

ALiMENtAção

giro na saúdedicas de bem-estar

a noite dos sonhosQuando nem sempre é possível cumprir as horas de sono recomendadas – oito para as mulheres e sete para os homens –, nada como garantir a qualidade do descanso. Veja três dicas de como se preparar para o merecido repouso

leIte morno

Presente na

bebida, o triptofano

acelera os

neurotransmissores

envolvidos na

indução ao sono

deslIgar os

eQuIpamentos

eletrônICos

Aparelhos como a

tV e o computador

emitem uma luz que

atrapalha a secreção

dos hormônios

indutores do sono

banho de sol

Uma caminhada

em dia ensolarado

ajuda na produção

dos hormônios

indutores do sono

já que eles são

regulados pelo

contraste entre

luz e escuridão.

BAixo E BoM SoMAlguns momentos de silêncio – mesmo que

não seja absoluto – são fundamentais na vida

moderna. Confira a quantidade de decibéis de

algumas atividades do dia a dia para fugir do

barulho de vez em quando até em uma cidade

grande como São Paulo ou Rio de Janeiro.

Biblioteca: 30 dBÁrea residencial calma: 40 dB Barulho de chuva: 50 dBSom de danceteria: 110 dBSirene de ambulância: 120 dB

[ ilustração: (1) Gabriel Fraga (2) Sthutterstock Fotos: Divulgação e Sthutterstock ]

DESCANSo

SiLêNCio NúMERo

(1)

(2)

É quanto tem um copo de leite desnatado, perfeito para quem quer diminuir a ingestão de gordura ou manter o peso.

60calorias

BEM ALÉM DA LARANJAFoi-se o tempo em que os sucos se

limitavam às frutas da temporada

batidas com água e gelo. Na onda do

chamado suco de luz ou de clorofila,

preparado com hortaliças, legumes e

sementes germinadas, não param de

aparecer receitas nessa linha, cada

uma com uma finalidade. Confira.

Bom para a peleA combinação de laranja com

cenoura e beterraba é imbatível.

Acrescente damasco seco e uma

colher de sopa de broto de alfafa.

Bom para emagrecerAs bebidas de hortaliça são as mais

indicadas. Livre de gordura e ricas em

nutrientes variados, funcionam bem

com linhaça germinada e babosa.

Bom para o intestinoÉ só misturar um copo de suco de laranja

com meio mamão papaia, damasco seco

e uma colher de sobremesa de linhaça.

SUCoS ANtioxiDANtES

Mel: uma poderosa

fonte de energia

SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010 revIsta s 14 13 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010

Page 9: Revista s 01 site d

prOgressO O pioneirismo de JK também influenciou o Sérgio Franco, que criou uma nova técnica de dosagem hormonal nessa época

Quando se pensa na década de 1950, é quase inevitável não asso-

ciar esse tempo ao boom econômico e às ideias de vanguarda do en-

tão presidente Juscelino Kubitschek. Quer exemplo mais progressista

do que a construção de Brasília, com o inovador plano piloto do urba-

nista Lucio Costa e as formas ousadas do arquiteto oscar Niemeyer?

todo esse desenvolvimento também influenciou as primeiras ati-

vidades do Sérgio Franco, quando ainda funcionava em um pequeno

escritório no centro do Rio de Janeiro. Foi ali

que trude Dimetz (ver página 64), formada

em farmácia e contratada em 1950, coman-

dou as primeiras pesquisas com hormônios.

Uma das inovações nessa área se concreti-

zou ainda no fim desse período, quando o la-

boratório passou a utilizar da técnica de do-

sagem hormonal por processos químicos em

testes de gravidez em vez dos biológicos usa-

dos até então. tal inovação representa o es-

pírito pioneiro do Sérgio Franco.

o estilo que fez da música

brasileira referência

internacional ganhava os

primeiros acordes no violão

de João Gilberto, precursor

da Bossa Nova.

o nascimento do rock já

tinha nome e sobrenome:

Elvis Presley, que inaugurou

o gênero nessa década e

conquistou o mundo com

sua voz grave e apresentações

performáticas.

Na área tecnológica, 1950 foi

um marco para o Brasil. No

dia 18 de setembro daquele

ano nascia o primeiro canal

de tV no país, a tV tupi.

Após perder para o Uruguai

em 1950, o Brasil conquistou

o primeiro título na Copa

do Mundo de 1958, com

Pelé e Garrincha no time.

1.

2.

3.

4.

Sueli Fernandes,

que foi secretária

do dr. Sérgio

Franco naquele

tempo

os anos 1950 no brasIl e no mundo

4.

3.

1.

2.

túnel do tempodécada de 1950

[ Fotos: Divulgação (1) Arquivo Sérgio Franco ]

na webrevista digital

nAVegAr é precisO...a leItura da revIsta s

não acaba nas últimas páginas

desta publicação. Na versão

digital, os três pilares que focam

o corpo, a mente e a alma são

abordados diariamente em posts

complementares aos assuntos

tratados na revista, matérias

exclusivas e vídeos feitos com

especialistas médicos.

Para começar, o site traz textos

explicativos sobre temas que

fazem parte do cotidiano, como as

razões para evitar o sedentarismo,

os princípios básicos de uma

alimentação saudável, os efeitos

nocivos do tabagismo e os distúrbios

do sono. Há vídeos do primeiro

Papo Franco – debate que vai

discutir as mais relevantes

questões médicas e, nesta edição,

colocou em pauta o colesterol alto.

Além de abranger todos os

campos da saúde, a Revista S

digital concentra também as

notícias sobre o Sérgio Franco

Medicina Diagnóstica, como, por

exemplo, as inovações tecnológicas

e os serviços prestados. informação

é o que não falta – é só clicar.

www.sergiofranco.com.br/revista

(1)

15 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010

Page 10: Revista s 01 site d

você sabiatecnologia

pArceriA de sucessO A unidade do Sérgio Franco instalada há pouco mais de um ano no Hospital 9 de Julho, na cidade de São Paulo, é reconhecida como um diferencial no atendimento

no hospital9 de Julho

para um hospItal de grande porte e referência

na cidade de São Paulo como o 9 de Julho, ter em sua

estrutura os serviços de medicina diagnóstica, pres-

tados pelo Sérgio Franco, representa, além da como-

didade, a agilidade no diagnóstico, essencial para a

orientação terapêutica.

“Em exames que medem a quantidade de açúcar no

sangue, por exemplo, temos um sistema que emite um

sinal de alerta se o nível está muito alto ou muito bai-

xo. Aqui a comunicação com a Unidade de terapia in-

tensiva (Uti) acontece na mesma hora, fundamental

para alguém com hipoglicemia, que precisa de trata-

mento imediato”, exemplifica o dr. Antônio Carlos Pig-

natari, consultor médico do Sérgio

Franco para o 9 de Julho, que con-

ta com 285 leitos, sendo 60 deles

compostos por Utis.

Para o dr. Pignatari, tão impor-

tante quanto a agilidade na entre-

ga dos diagnósticos é a credibilida-

de das informações - e quanto mais

próxima é a relação do laborátorio

com o hospital e seu corpo clínico,

melhor é o trabalho de consultoria

e, consequentemente, mais eficien-

te é o diagnóstico.

No alto, à esq;

entrada do

hospital no

bairro Cerqueira

César. De baixo

para cima; 3D do

que será o novo

pronto socorro

com a recepção,

o consultório e

um dos quartos

Vip do hospital

[ Fotos: Divulgação ]

para Quem não fala português e

nunca assistiu a um jogo no Brasil, a

frase não poderia ser mais enigmática.

Porém, era a que aparecia no topo dos

assuntos mais comentados do twitter

na abertura da última Copa do Mundo.

Não demorou para que os mais brin-

calhões inventassem uma explicação

para o popular “Cala boca, Galvão”.

Um deles convenceu muita gente de

que se tratava de uma campanha pa-

ra preservar esta ave em extinção – o

“galvão” – com um vídeo que foi as-

sunto na imprensa internacional e já

teve mais de um milhão de acessos.

A história acima é o melhor exem-

plo para comprovar o alcance da re-

de social no Brasil, que já conta com

cerca de dez milhões de usuários en-

tre os mais de 100 mil no total. Ante-

nado a esta nova realidade, o Sérgio

Franco Medicina Diagnóstica é o pri-

meiro laboratório a usar esse canal

de comunicação para informar o re-

sultado de exames dos clientes.

Funciona assim: quando chega pa-

ra fazer o exame e informa ao aten-

dente como prefere receber o resul-

tado, o paciente tem a opção de ca-

dastrar seu endereço no twitter, além

do e-mail. imediatamente, o perfil

@resultadoslabsf passa a seguir o

cliente. Basta ele aceitar o novo “se-

guidor” para receber uma mensa-

gem individual com um link do lau-

do no site do laboratório. tudo isso

em apenas 140 caracteres, tamanho

máximo dos posts do microblog.

um eficiente pOmBO-cOrreiO Com cerca de dez milhões de usuários no Brasil, o Twitter é mais uma ferramenta do Sérgio Franco para divulgar resultados dos exames

Basta ele aceitar o novo seguidor para receber uma mensagem individual com um link do laudo

SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010 revIsta s 18 17 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010

Page 11: Revista s 01 site d

ponto de equilíbrioo que faz bem na vida de Luiza Possi

PiLATeS Pratico há dois

anos e mudou

muito a relação

com o meu corpo.

É bom para

a respiração e

para trabalhar a

força de forma

consciente.

MAndiOquinHA Eu gosto de tudo, mas

ultimamente estou viciada em

batata-baroa – ou mandioquinha,

como é chamada em São Paulo.

BALé Dançar muda o dia, o humor e a energia

de tudo em volta. Pratico balé desde os

dois anos de idade. Parei algumas vezes,

experimentei outras modalidades, mas

voltei para o clássico há cinco anos.

CLARiCe LiSPeCTOR Qualquer livro dela, mas

principalmente Uma

Aprendizagem ou o Livro

dos Prazeres (editora

Rocco), que terminei de

ler agora. É muito bom

para fazer a alma pensar,

traduz os sentimentos em

poesia, faz um bem...

Bons Ventos Sempre Chegam, título do quinto álbum

da carioca Luiza Possi, tem de fato algumas razões de

ser. o CD marca a estreia da filha de zizi Possi e reproduz

bem a leveza dos hábitos e gostos da cantora.

[ Fotos: Shutterstock e Divulgação/Reprodução ]20 revIsta s SEtEMBRo/DEzEMBRo 2010 [ ilustração: Nelson Provazi ]

a saúde do corpo

rsepapo franco

(pág. 22)

beleza (pág. 28)

lição de vida (pág. 32)

colunista convidado (pág. 37)

ensaio (pág. 38)

soluções(pág. 44)

Page 12: Revista s 01 site d

papo francorse

A chamada dislipidemia, um dos principais fatores de risco de infartos e acidente vascular cerebral, foi tema da primeira edição do debate

[ fotos marcelo naddeo ]

colesterol em pauta

os convidados

Márcia Marinho, presidente

do sérgio franco (3ª da esq.

para dir.), recebe dr. Cláudio

Pereira da Cunha, professor da

UfPR, dra. Rosa Célia, fundadora

do Projeto Pró Criança Cardíaca;

e dr. otávio Gebara, professor de

Cardiologia da faculdade

de Medicina da UsP

22 revista s seteMbRo/dezeMbRo 2010

Page 13: Revista s 01 site d

Dr. otávio Gebara (são Paulo-sP)autor do livro Coração de Mulher (editora Abril, es-

crito em parceria com Raul dias dos santos), o dr. otá-

vio Gebara é professor da faculdade de Medicina da UsP.

Para ele, mesmo quem é magro e saudável deve fazer o

lipidograma a partir dos 20 anos. “o desafio é conscienti-

zar a população de que é preciso medir o colesterol”, res-

salta. Por fim, diz que tanto a prevenção quanto o trata-

mento são bem simples. “Um dos maiores avanços da

medicina foram os remédios para combater o colesterol.

Após um mês já dá resultado.”

Dra. rosa célia (rio De janeiro-rj)diretora e fundadora do projeto Pró Criança Cardí-

aca, atividade social voltado para crianças com doenças

no coração, a cardiologista infantil dra. Rosa Célia é tam-

bém responsável pela cardiologia pediátrica do hospital.

Considerando que o colesterol alto atinge uma em cada

dez crianças no país, de acordo com pesquisa do InCor, dá

para se ter ideia do árduo trabalho da médica: “As crianças

passam em média cinco horas por dia em frente ao com-

putador, não fazem exercícios físicos. e a maior parte das

famílias está se alimentando muito mal”, alerta.

Dr. cláuDio Pereira Da cunha (curitiba-Pr)Professor da universidade federal do Paraná e

doutor em Cardiologia pela Universidade federal do Rio de

Janeiro, o dr. Cláudio Cunha iniciou o debate ressaltando a

importância de se diferenciar os três principais tipos de lipí-

dios presentes no organismo: o HdL, chamado de colesterol

bom, o LdH, o mau, e os triglicerídes. “A dislipidemia é a al-

teração desses níveis de gorduras que temos em nosso or-

ganismo causada por desvios de alimentação ou alterações

patológicas”, resumiu. e, para descobrir se algo está errado,

o meio mais eficaz é o exame de lipidograma.

‘embora seja um fator De risco Dos mais imPortantes, é uma Doença absolutamente

silenciosa, raramente Provoca alGum sintoma. além Disso, o biótiPo não fala a verDaDe.

Quem vê cara não vê colesterol. o único jeito De ter um

DiaGnóstico é com um exame ”

‘já acho tarDe fazer o Primeiro exame De liPiDoGrama aos 20

anos. QuanDo o colesterol alto é Descoberto DesDe ceDo,

o tratamento é mais fácil. e o trabalho começa

no carrinho De comPras, no suPermercaDo, com

toDa a família”

‘a Prevenção Deve ser vista como um investimento Para se ter uma viDa boa no

futuro. é um conjunto De atituDes Que se Deve seGuir DesDe a infância, evitanDo

alGuns alimentos e estimulanDo a ativiDaDe física. o resultaDo

vai aParecer lá na frente”

papo francorse

Q uem é pego de surpresa com o ter-mo dislipidemia não imagina que se trata de um problema familiar

para muita gente. Afinal, você pode não saber a definição técnica exata para os al-tos níveis de gordura no sangue, mas cer-tamente conhece alguém que já recebeu o diagnóstico de colesterol elevado – apesar de um grande número de pessoas ainda ig-norar a gravidade da doença.

Tema da primeira edição do Papo Franco, encontro quadrimestral com especialistas pa-ra falar de algumas das mais relevantes ques-tões médicas na atualidade, o assunto rendeu uma tarde inteira de debate no Hotel Emilia-no, em São Paulo, e reuniu três cardiologis-tas: dr. Cláudio Pereira da Cunha, professor da Universidade Federal do Paraná; dra. Rosa Cé-lia, fundadora e diretora do projeto Pró Crian-ça Cardíaca, no Rio de Janeiro; dr. Otávio Ge-bara, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Márcia Marinho, presidente do Sérgio Franco e anfitriã do even-to, fez o papel de mediadora.

mal silencioso Entre as principais causas de doenças co-

ronarianas e acidente vascular cerebral, o co-lesterol alto é tão perigoso quanto impercep-tível – afinal, praticamente não provoca sinto-ma, apenas em valores muito altos.

“Uma pesquisa realizada em São Paulo revelou que 85% das pessoas não sabem que esse é um fator de risco. É uma raridade ab-soluta uma pessoa com o colesterol altera-do ter algum tipo de sintoma, a não ser que esteja em níveis tão elevados, que comece a se acumular na pele e provocar manchas tí-picas”, afirmou dr. Otávio Gebara. Daí a im-portância de se fazer o exame a cada cinco anos a partir dos 20 anos de idade.

É bom ressaltar que tal média se aplica apenas para os que estão com as taxas contro-ladas — 200 para adultos e 100 para crianças. Quem é diabético ou possui na família um histórico da doença, mesmo seguindo uma

24 revista s seteMbRo/dezeMbRo 2010 seteMbRo/dezeMbRo 2010 revista s 25

Page 14: Revista s 01 site d

papo francorse

dieta equilibrada e praticando exercícios físicos regularmente, precisa fazer o exa-me e controlar o mal desde criança. “Quan-to mais problemas de saúde você tem, mais baixo deve ser o nível de colesterol. E o nú-mero considerado ideal vem diminuindo ca-da vez mais. Anos atrás, 280 era uma taxa normal para adultos, hoje é praticamente um palavrão”, lembra a dra. Rosa Célia.

mitos em altaEntretanto, os saudáveis também não de-

vem fazer vista grossa. Afinal, como diz a dra. Rosa Célia, colesterol não dói, só quando se so-fre um infarto. Para se manter longe desse pon-to, além de cuidar da alimentação e não deixar de lado a atividade física, é imprescindível fa-zer o exame: “A grande dificuldade é conscien-tizar a população da necessidade de se medir o colesterol”, ressalta o dr. Gebara.

Além dos cuidados na prevenção e no diagnóstico, outro assunto que rendeu no encontro foram os mitos relacionados ao co-lesterol alto. Como, por exemplo, achar que só uma rotina de exercícios intensos e regu-lares dá resultado: “Qualquer atividade fí-sica é melhor que nada. Na verdade, o que importa é sair da inércia. Até essas campa-nhas para subir escadas e usar menos o ele-vador são bacanas em qualquer faixa etá-ria”, avisa dr. Gebara. Para as crianças, en-tão, essa regra deve ser criada logo cedo: “É fundamental se movimentar desde peque-no. E muitas vezes nem precisa sair de casa, qualquer jogo de peteca com os pais já é vá-lido”, garante a dra. Rosa Célia.

As chamadas “dietas milagrosas” foi ou-tro ponto levantado pelos especialistas: “En-tra modismo, sai modismo, e o único regime que funciona é aquele que você come menos. Uma alimentação variada, rica em frutas e legumes, mantém qualquer um saudável. Ler rótulo, por exemplo, é outra ótima for-ma de prevenção”, ressalta o dr. Gebara.

Até os tão banalizados suplementos ali-mentares entraram na lista: “Uma dieta sau-

dável supre tudo isso”, complementou o dr. Cláudio da Cunha. Já a dra. Rosa Célia lem-brou que os cuidados começam no carrinho do supermercado e com o exemplo dos pais: “As famílias comem muito mal, é só entrar no metrô e pedir para ver a bolsa das mães que ninguém vai ter uma maçã, mas todo mundo carrega um saco de biscoito”, critica a médi-ca. Associar o problema à obesidade é outro mito frequente. “O biótipo nunca fala a verda-de”, ressalta o dr. Gebara. Ou, como ele mes-mo diz, quem vê cara não vê colesterol.

leia mais: Para ter acesso ao debate e ao ví-

deo do encontro na íntegra, visite o nosso canal

digital: www.sergiofranco.com.br/revista/

ser/colesterol_em_pauta

em sentido horário,

Márcia Marinho

com os médicos

dr. Gebara, dr. Cunha

e dra. Rosa Célia.

À esq., a publicação

bioinforme, do

sérgio franco

dr. otávio Gebara,

dra. Rosa Célia e dr.

Cláudio da Cunha

durante o debate

[ Agradecimentos: Cau Chocolates, www.cauchocolates.com.br e Wines and Roses, www.winesandroses.com.br ]26 revista s seteMbRo/dezeMbRo 2010 seteMbRo/dezeMbRo 2010 revista s 27

Page 15: Revista s 01 site d

belezarse

Cuidar da pele também faz parte do universo masculino. Principalmente se o objetivo é manter a aparência jovem por mais tempo

[ por shâmia salem ]

Fina estampa

A té há pouco tempo restrito apenas às mulheres, o cuidado com a saúde da pele é cada vez mais co-mum entre os homens. Outra boa notícia é que eles

não precisam acordar com uma hora de antecedência nem perder parte do fim de semana tratando da beleza. “A pe-le masculina é 20% mais espessa que a feminina, tem mais colágeno e é mais oleosa, o que explica por que os homens demoram mais para ter rugas e flacidez”, explica a dra. Isa-bella de Forneiro, dermatologista do Rio de Janeiro.

Para manter a aparência jovem por ainda mais tem-po – o que, segundo pesquisas, ajuda muito nas entrevis-tas de emprego e aumenta pontos com o chefe –, é indi-cado se tratar o quanto antes, principalmente depois dos 30 anos, porque é nessa faixa etária que o envelhecimen-to começa a dar as caras, literalmente.

Confira a seguir um roteiro de cuidados dos pés à cabeça. Mas, atenção: pouco adianta investir em cos-méticos e em tratamentos se não dormir direito, exage-rar na gordura e no álcool, fumar e não fizer exercícios físicos. Agora é com você!

1. Cabelo no lugarBasicamente, são dois os

motivos que costumam derrubar

os fios: a hereditariedade e o

estresse. No primeiro caso, o

tratamento costuma ser feito com

medicamento tópico (à base de

alfa estradiol e minoxidil) e oral

(com finasterida). Já a solução para

a queda capilar provocada pelo

estresse pode estar na infiltração

de corticoide – sim, trata-se de

injeções no couro cabeludo, mas

com dor suportável porque a

aplicação é feita com uma agulha

fina. “A substância combate a

inflamação e melhora a circulação

local e a imunidade”, explica a

dra. Isabella de Forneiro, que

indica de uma a duas sessões.

2. Sem sinal de caspa As causas da temida dermatite

seborreica ainda não foram 100%

esclarecidas, mas já se sabe

que o estresse, as alterações

hormonais, as mudanças bruscas

de temperatura, os banhos quentes

e o excesso de oleosidade agravam

o problema. para fugir da coceira e

da descamação, a dermatologista

recomenda tomar banho morno,

usar diariamente xampu, loção

anticaspa e evitar condicionador.

3. De cara limpaClaro que é bem mais prático lavar

o rosto apenas no banho e com

o mesmo sabonete do corpo.

o problema é que isso aumenta

o risco de ressecar e de cortar a

pele na hora do barbear. o ideal é

usar um produto específico para a

face e fazer a higiene pela manhã

e à noite, de preferência na pia

do banheiro, onde a água não é

tão quente quanto a do chuveiro.

“Melhor ainda se o sabonete

for esfoliante, pois previne pelo

encravado e cravos”, avisa a

dra. Isabella de Forneiro.

4. Barba bem feitaAo remover os pelos com lâmina,

a camada mais superficial do

rosto acaba sendo agredida. o

resultado? Irritação, desconforto,

alguns cortes e pelos encravados,

que inflamam por causa da ação de

bactérias presentes na pele. Mas é

possível tornar a obrigação menos

traumática com atitudes simples:

• tente fazer a barba logo após o

banho, já que o calor da ducha

abre os poros e amolece os fios.

• use espuma de barbear para a

lâmina deslizar com mais facilidade.

• passe o aparelho de barbear sempre

no sentido do crescimento dos fios.

• finalize com loção pós-barba à

base de ativos calmantes.

• retire os pelos encravados com pinça,

mas, se estiverem incomodando

demais, procure um dermatologista.

“Há casos em que só o laser resolve,

já que a luz destrói a raiz do fio e, a

partir daí, nascem bem mais ralos

e em menor quantidade”, conta

a dermatologista.

5. Fora, acne Apesar de ser mais comum na

adolescência, pode aparecer na

[ Foto: Corbis ]28 revista s seteMBro/dezeMBro 2010

Page 16: Revista s 01 site d

fase adulta, especialmente

porque os homens têm pele

oleosa. para combater a acne,

lave o rosto pela manhã e

à noite com sabonete de enxofre

ou ácido salicílico e, na sequência,

aplique uma loção com resorcina –

ambas reduzem a produção de sebo.

Já os casos mais graves precisam

de acompanhamento médico.

Limpeza de pele também cai bem.

6. Transpiração controladasuor excessivo é um

constrangimento e tanto.

se esse for o seu caso, pode

se tratar de hiperidrose axilar,

disfunção provocada pela

hiperatividade das glândulas

sudoríparas que costuma piorar

com o estresse, a ansiedade, o

calor e a prática esportiva. Mas

essa alteração pode ser corrigida

facilmente com uma substância

chamada toxina botulínica.

“essa substância inibe a ação

das glândulas em três dias e

o efeito dura até um ano e meio”,

conta a dra. Isabella de Forneiro.

7. Pele a salvoprotetor solar não é exclusividade

das mulheres e tem de ser usado

tanto na praia quanto na cidade.

Afinal, a lâmpada do escritório

queima assim como o sol e a

radiação ultravioleta está presente

em vários momentos do dia.

“o protetor com Fps 30 em gel

é o mais indicado para a pele

masculina, mais oleosa e sujeita

a acne, e precisa ser aplicado

diariamente pela manhã e, se

possível, após o almoço”, ensina

a especialista. dessa forma, você

previne queimadura, ressecamento,

rugas, flacidez e até câncer.

8. Hidratar é precisoAr condicionado, vento, noites

maldormidas, bebida e cigarro

aumentam a produção de radicais

livres e prejudicam a hidratação

da pele, que resseca, perde a

elasticidade e fica acinzentada.

para recuperar o vigor, passe creme

hidratante formulado com ativos

revitalizantes e firmadores, como

ácido hialurônico, pCA-Na ou

ceramidas. “Mais do que

evitar que a pele perca água,

o cosmético previne e ameniza as

rugas, que ficam mais evidentes a

partir dos 40 anos”, avisa a médica.

9. Beleza da unhaCortar de qualquer jeito ou, pior,

roer as unhas é sinal de desleixo.

saiba como fazer a coisa certa:

• corte sempre com a tesoura

acompanhando o formato do dedo;

• lixe as unhas para ficarem lisas;

• não “cutuque” os cantos para não

correr o risco de deixar as unhas

dos pés encravadas. Caso isso

aconteça, procure um podólogo.

10. Calcanhar- de-aquilesQue tal cuidar também dessa

parte esquecida do corpo?

entre os males que atingem a

região, nada mais feio do que

um calcanhar rachado e

descamando – o que pode ser

evitado com o uso de hidratante

à base de lactato de amônio

ou ureia antes de dormir.

o mesmo creme também amacia

as partes mais duras e evita

os malfadados calos. Quanto

às bolhas, é difícil impedir que

apareçam em quem joga

futebol ou corre com frequência.

A única regra é não furá-las

em hipótese alguma, pois há o

risco de as bactérias provocarem

infecção. Mas se a bolha estourar

sozinha, lave bem a área, seque,

passe um creme cicatrizante

e coloque curativo. porém,

o que há de pior é mesmo

um pé com frieira e mau odor.

A dupla, que também pode vir

acompanhada de coceira e ardor,

entrega que você não secou bem

entre os dedos ou ficou muito

tempo com sapato fechado,

ambientes perfeitos para os

fungos e as bactérias agirem.

“para mantê-los a distância, deixe

os pés secos e arejados o máximo

de tempo possível, não repita o

mesmo calçado por mais de dois

dias, lave e seque bem os pés,

use apenas meias de algodão

e ponha o calçado para tomar

um solzinho de vez em quando”,

lista a dra. Isabella de Forneiro.

belezarse

30 revista s seteMBro/dezeMBro 2010

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[ Fotos: Corbis e divulgação produtos pesquisados pela editoria de beleza da revista s ]

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Page 17: Revista s 01 site d

lição de vidarse

A economista carioca Mônica Ferreira de Oliveira teve endometriose e enfrentou operações para a retirada de trompas e de miomas no útero. Mesmo com todas

as dificuldades, conseguiu dar à luz a Isadora, de três anos. Hoje, aos 41, ela

planeja ter outro filho. Prova de que tudo é possível quando se quer ser mãe

[ fotos andré arruda ]

mãe natureza

H á dez anos, aos 31, passei por um momento difícil. Minha vida era bem estressante, trabalhava três turnos no mercado financeiro, um ambiente hos-

til e competitivo. Me sentia sempre sob pressão e cansada. Nessa época, com cinco anos de casada, tentava engravi-dar há dois. Como já havia um histórico de inflamação nas trompas (salpingite), fui obrigada a retirar uma delas mui-to jovem, sabia que não seria fácil.

Daí notei que o meu fluxo menstrual estava bastante inten-so. Perdia muito sangue e, consequentemente, vivia anêmica. As dores eram homéricas – às vezes achava que ia desmaiar – e só foram piorando ao longo do tempo. Isso atrapalhava bas-tante o lado profissional. Em certos dias me sentia imprestável, com vontade de ficar somente na cama, quietinha.

As fortes dores durante a menstruação reforçaram as suspeitas de endometriose (doença na qual partes do en-dométrio – camada que se forma no útero para receber o

32 revista s setembro/dezembro 2010

Após todas as

dificuldades para

engravidar, mônica teve

Isadora, hoje com

quase três anos

Page 18: Revista s 01 site d

lição de vidarse

“A minha história pode ser resumida em perseverança. Agora estou pensando em tentar ser mãe novamente. Mais uma vez será um jogo de probabilidades”

34 revista s setembro/dezembro 2010

óvulo fecundado – se instalam em outros lugares do corpo). Como o pro-blema só pode ser diagnosticado por meio da videolaparoscopia (exame in-vasivo no qual se detecta e já se limpa alguns focos da doença), a dra. Edna Pottes, minha médica, aconselhou a fazer o procedimento imediatamente.

Não hesitei em nenhum minuto porque, segundo ela, se o problema não fosse tratado a tempo poderia pro-

vocar infertilidade. Além disso, seria o fim das dores e o meu útero estaria em condições para eu voltar a tentar ter um filho. A cirurgia foi um sucesso, as cólicas menstruais diminuíram e o fluxo retornou ao normal.

Passado o susto, resolvi adiar um pouco o plano de ser mãe e foquei nas conquistas profissionais. Como achava que as chances de engravi-dar naturalmente eram bem peque-nas, também não me prevenia.

Tudo ia bem até que, em 2003, comecei a sentir cólicas fortíssimas. Liguei para a médica informando que

já havia menstruado, mas continu-ava com um pequeno sangramen-

to. A dra. Edna achou aquilo es-tranho e indicou uma ultrasso-nografia e um exame Beta HCG.

Voltei para casa para repousar. Como sou curiosa, entrei em contato com o laboratório para saber o resultado – que, para a minha surpresa, deu positivo.

Durante seis, sete horas fiquei muito feliz. Mas, quan-

do a médica ligou, senti pelo seu tom de voz que algo estava errado. Na mesma hora ela perguntou pe-lo meu marido e pediu que eu arru-masse minha malinha e fosse com ele para a maternidade.

Era uma gravidez tubária (fora da cavidade uterina) e eu me encontrava em processo de hemorragia interna porque a trompa tinha estourado.

Esse dia foi uma verdadeira mon-tanha-russa. Mal tive tempo de co-memorar a gravidez e já estava em uma mesa de cirurgia, correndo risco de não sobreviver. “O mais importan-te é você neste momento”, avisou a doutora. Foi triste, mas foi bom, por-que naquele momento aumentou a minha determinação para conseguir engravidar novamente.

Mesmo assim, só no fim de 2006, com 38 anos, decidi de verdade ter um filho. Parei de fumar e comecei a to-mar remédios para estimular a ovu-lação. Em dezembro de 2006 iniciei o tratamento de fertilização in vitro. No fim de janeiro do ano seguinte,

Mão de Médica a experiência de mais de 30 anos na área de infertilidade

e reprodução assistida não impediu que a dra. edna Pottes, en-

docrinologista especializada em endocrinologia ginecológica,

se sensibilizasse com a história de mônica: “ela tinha 28 anos e

já havia retirado uma trompa. Além disso, sofria de hipotireoi-

dismo, alterações menstruais e era fumante”, lembra.

Ainda sem saber dos problemas da endometriose, a econo-

mista vinha tentando engravidar naturalmente. Após dois anos,

e nada do resultado positivo, associado a vários indícios da

doença, mônica foi aconselhada a fazer a videolaparoscopia.

muitas complicações e reviravoltas depois, como a gravidez tu-

bária que a obrigou a retirar a segunda trompa, a notícia da sua

gravidez em 2007 foi comemorada calorosamente: “Nosso en-

volvimento com esse caso foi imenso”, ressalta.

setembro/dezembro 2010 revista s 35

Page 19: Revista s 01 site d

contra tudo e contra todos, para a mi-nha alegria, eu já esperava Isadora.

Tudo ia bem, aconteceram ape-nas indisposições corriqueiras, como enjoos. Na 12ª semana, mais ou me-nos no quinto mês, recebi outra notí-cia bombástica: estava com rubéola. Eu havia tido a doença na infância, po-rém, caí no grupo dos 5% das pessoas ameaçadas de recontaminação. Pas-sei um dia inteiro chorando, mas to-mei a decisão de enfrentar. A Isadora já se mexia na minha barriga, eu con-versava com ela todos os dias. Não ti-nha a menor possibilidade de fazer um aborto. Convivi os outros quatro meses com o risco de minha filha ficar com alguma sequela grave, como ce-gueira ou um problema cardíaco.

Em outubro daquele ano Isado-ra nasceu com 3,8 kg, 53 cm e absolu-tamente saudável! E eu renasci junto, também. Quando vi seus olhinhos de

jabuticaba, e ela parou de chorar de-pois de ouvir a minha voz, foi a maior emoção da minha vida.

O acompanhamento para essa história de sucesso foi muito impor-tante. É fundamental ter um médico de confiança que conheça o seu cor-po. Pude contar com profissionais excelentes que lutaram comigo, tan-to a dra. Edna Pottes quanto a dra. Laura Osthoff, que fez o meu parto.

A lição que eu tiro disso tudo é que, quando se tem um sonho, é pre-ciso lutar por ele. A minha história pode ser resumida em perseverança. Agora estou pensando em tentar ser mãe novamente. Mais uma vez será um jogo de probabilidades.

Leia mais: saiba mais sobre

endometriose em: www.sergiofranco.

com.br/revista/saude-de-a-a-z/

endometriose

lição de vidarse

Raio X da endoMetRiose: O que é? – Presença de tecido

semelhante ao endometrial fora da

cavidade uterina.

Causas – A origem não é conhecida:

“Há várias teorias. A mais comum

é que se trata de uma doença

embrionária, ou seja, as células que

vão dar origem ao endométrio se

espalham para outras partes do

corpo. Poderia ser ainda um problema

causado pelo estresse da vida

moderna”, explica a dra. edna Pottes.

sintOmas – fortes dores

pélvicas (no abdômen inferior)

durante ou fora da menstruação

e dificuldade para engravidar.

tratamentO – Além de confirmar

o diagnóstico, um exame invasivo

chamado videolaparoscopia é

usado também como forma de

tratamento, pois já é possível limpar

alguns focos da doença. Há casos

em que é recomendado, depois, um

bloqueador hormonal que interrompe

a menstruação por um certo período.

Abaixo, fotos de Isadora nos

primeiros meses de vida:

“Quando vi seus olhinhos de

jabuticaba foi a maior emoção

da minha vida”, diz mônica

36 revista s setembro/dezembro 2010 [ fotos: Arquivo pessoal / divulgação ]

“O corpo sabe o que fazer para lhe oferecer o máximo até quando você lhe dá o mínimo de atenção – imagina quando proporcionamos um pouco mais”

colunista convidadonuno cobra

aça o teste: passe alguns anos seguindo uma ali-

mentação adequada, com boas horas de sono, uma

atividade física sistemática aliada a técnicas de re-

laxamento e à meditação. Não importa em que fase da vi-

da, qualquer pessoa vai se sentir plenamente jovem.

Não existe idade. o corpo é maravilhoso e sabe o que

fazer para lhe oferecer o máximo até quando você lhe dá

o mínimo de atenção – imagina quando proporcionamos

um pouco mais. Nosso organismo tem esse nome justa-

mente porque se organiza.

Apesar de ser algo muito particular, a base de uma ali-

mentação saudável já é conhecida: além das três principais

refeições, é bom equilibrar um café da manhã, reforçado e

rico em frutas e fibras, com um almoço com carboidratos,

proteínas, verduras, legumes e um jantar bem leve.

os ‘‘lanchinhos’’ entre uma refeição e outra, como uma

fruta ou vitamina, também são bem-vindos. Vale lembrar

que a alimentação não é só física,

mas também mental – afinal, tam-

bém somos aquilo que pensamos.

Para beneficiar a mente e o espíri-

to, o corpo necessita de movimento.

mas este precisa ser feito de forma

ordenada, sem sacrifícios. o esfor-

ço faz bem, desde que venha acom-

panhado de prazer. tenha uma prá-

tica constante, mas, acima de tu-

do, agradável. A malhação inconse-

quente, ao contrário de realizar a ta-

refa máxima da saúde, pode tirar vo-

cê do tão fundamental equilíbrio.

A vida moderna, com tanto confor-

to e comodidade, roubou do homem

essa necessidade tão básica que é a

atividade física, trazendo todo o tipo

de desequilíbrios e enfermidades. e a

vida é como a bicicleta: se parar, cai.

seguindo essa fórmula, em qual-

quer idade você pode resgatar a sua

juventude. o corpo só precisa rece-

ber algumas condições básicas de

saúde. e, acima de tudo, lembrar o

quão importante é a alimentação

mental e estar em movimento em

qualquer fase da vida.

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F

setembro/dezembro 2010 revista s 37

Page 20: Revista s 01 site d

rsabe

a saúde da mente

gente do bem (pág. 46)

equilíbrio(pág. 52)

pausa(pág. 58)

colunistaconvidada

(pág. 59)

capa(pág. 60)

presença(pág. 70)

cultura(pág. 74)

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Page 21: Revista s 01 site d

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3. 2.

4.

1.

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38 revista s setemBro/dezemBro 2010 setemBro/dezemBro 2010 revista s 39

Page 22: Revista s 01 site d

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1.

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5.

1.

3.

4.

2.

40 revista s setemBro/dezemBro 2010 setemBro/dezemBro 2010 revista s 41

Page 23: Revista s 01 site d

cravo e canelaDifícil resistir à combinação que inspirou a célebre personagem de Jorge Amado, Gabriela Cravo e Canela. Com propriedades analgésicas e refrescantes, eles estão na receita dos produtos abaixo

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42 revista s setemBro/dezemBro 2010 setemBro/dezemBro 2010 revista s 43

Page 24: Revista s 01 site d

46 revista s setembro/dezembro 2010

gente do bemrsabe

Criador da Turma do Bem, uma das mais reconhecidas ONGs do Brasil, esse dentista garante a saúde bucal de 12 mil crianças e adolescentes sem recursos em mais três países. Mas quem está bem contente com isso é ele mesmo

[ por ana santa cruz fotos claus lehmann ]

fábio bibancos

o homem do sorriso

Page 25: Revista s 01 site d

setembro/dezembro 2010 revista s 49 48 revista s setembro/dezembro 2010

esponsável pelos sorrisos – e, consequentemente, por boa parte do charme – de atores globais como Fábio Assunção, Rodrigo Lombar-di e Ana Paula Arósio, o dentista Fábio Bibancos poderia estar rindo à toa apenas com tal lista de pacientes-celebridades. Mas foi só em 2002, quando começou a cuidar da saúde bucal de crianças e adoles-centes de comunidades carentes, que ele se realizou de verdade.

À frente da Turma do Bem, uma das mais reconhecidas ONGs da área de saúde no país, o cirurgião-dentista encarna com perfeição o papel de empreendedor social quando extrapola o atendimento nos limites de seu consultório. Na cruzada diária para minimizar o pro-blema de falta de acesso a dentistas experimentado por cerca de 25 milhões de brasileiros, sua missão é expandir a rede de profissionais que atendem gratuitamente a adolescentes carentes pelo país afora.

“Ao ganhar sorrisos saudáveis, eles adquirem também um incenti-vo enorme para a autoestima e uma chance maior de conseguir emprego e de ter uma vida social gratificante, sem receio de falar, sorrir e de se apro-ximar dos outros”, avalia Bibancos.

O passo inicial da vitoriosa em-preitada aconteceu em 1998, quando ele publicou o livro Um Sorriso Fe-liz para seu Filho (Editora CLA). Na época, o trabalho de divulgação in-cluía palestras em escolas particula-

res e públicas. Estar diante de reali-dades sociais tão diferentes foi deter-minante para a guinada na carreira deste paulistano. “Compreendi que as mães com filhos nas escolas públicas entendiam como cuidar das crianças, mas não contavam com recursos mí-nimos para ter sucesso. Nas famílias pobres, não faltava cuidado, e sim es-cova e pasta de dente”, lembra.

MissÃo inTERnacionaL No início, a pedido das mães,

Bibancos encaminhava as crianças para serviços gratuitos de univer-sidades. Em certo momento, po-rém, optou por agir com mais em-penho e passou a tratar ele mes-mo dos casos mais graves. Diante do aumento dos pedidos, resolveu procurar o engajamento de colegas de profissão para multiplicar o nú-mero de atendimentos.

Assim, em 2002, começou a sur-gir a rede de especialistas que hoje

opera no Brasil, na Argentina, na Ve-nezuela e, mais recentemente, se ex-pandiu também para Portugal. Em todos esses países, já são sete mil dentistas que separam horários na agenda para atender a crianças e a adolescentes até os 18 anos sem con-dições de pagar pelas consultas – e garantem com isso um total de 12 mil bons sorrisos. A triagem dos pacien-tes é feita por meio de avaliação da saúde bucal em visitas a escolas pú-blicas. Na mira da ONG estão os ca-sos mais críticos entre jovens de 11 e 17 anos, de preferência os mais ve-lhos. Afinal, são eles que precisam estar com o sorriso em dia para bri-gar pelo primeiro emprego.

A tarefa de aprofundar a ação da Turma do Bem logo resultou em reconhecimento para Bibancos. Em 2006, ele foi eleito empreende-dor social, premiação da Fundação Schwab, da Suíça, ligada ao Fórum Econômico Mundial de Davos.

r

‘Ao gAnhAr sorrisos sAudáveis, eles Adquirem tAmbém incentivo pArA A AutoestimA e umA chAnce de ter umA vidA sociAl grAtificAnte, sem receio de fAlAr, sorrir e de se AproximAr dos outros”

Há oito anos à frente

da turma do bem,

bibancos foi eleito

empreendedor

social em 2006

pela fundação

schwab, da suíça

Page 26: Revista s 01 site d

50 revista s setembro/dezembro 2010

gente do bemrsabe

‘A médiA de consumo no brAsil é de ApenAs umA escovA dentAl por Ano pArA fAmíliAs de cinco pessoAs. o mínimo seriAm três pArA cAdA hAbitAnte em 12 meses”

entre as 12 mil crianças e

adolescentes atendidos nos

quatro países, a prioridade

são os que têm de

11 a 17 anos e brigam pelo

primeiro emprego

[ fotos: (1) divulgação ]

Mas é a satisfação de ver um cres-cente número de adolescentes ca-rentes que se livraram das cáries que mais empolga Bibancos – e não apenas por uma questão de saúde: “Dá para dizer que uma boca sadia tem influência decisiva no desenvol-vimento de vínculos afetivos de um adolescente, além de ajudá-lo a con-seguir trabalho mais facilmente”.

Bibancos lembra que, ao contrário da garotada das escolas particulares, os meninos e as meninas das escolas públicas mostram uma adesão incrí-vel ao tratamento. Medo de ir ao den-tista é algo de estranho para essa tur-ma: “Eles vêm sempre perfumados e muito arrumados como se fossem se divertir e não se tratar”, ressalta.

Sua luta mais recente é pela aprovação de uma lei que institua preços populares, a menos de um real, para kits de higiene bucal. “A média de consumo no Brasil é de apenas uma escova dental por ano para famílias de cinco pessoas. O mínimo necessário seriam três para cada habitante no prazo de 12 me-ses”, afirma Bibancos, que já é autor de quatro títulos sobre o assunto.

saiba como apoiar essa iniciativa

no site: www.turmadobem.org.br (1)

(1)

Page 27: Revista s 01 site d

setembro/dezembro 2010 revista s 53 52 revista s setembro/dezembro 2010

equilíbriorsabe

Pílulas filosóficas

Aplaque as angústias da vida moderna com a contribuição de pensadores como Platão, Aristóteles e Schopenhauer, que passaram a vida refletindo sobre a condição humana

[ por ana santa cruz ilustrações gabriel fraga ]

correntados em uma caverna, um grupo de ho-mens nunca tinha visto a luz do dia. Das coi-sas e deles mesmos, só conheciam as sombras projetadas na parede a partir da luz de uma fo-gueira às suas costas. Dos sons, só ouviam os ecos vindos de longe. Narrado por Platão no li-vro A República há 2.500 anos, o chamado Mi-

to da Caverna é uma das mais poderosas metáforas da Filosofia para descrever uma situação à qual muitos estão condenados: de total alie-nação, ou de tomar sombras como verdades.

A alegoria prossegue com um dos homens saindo à luz do dia e compreendendo a realidade em um lento processo de superação da ig-norância. E a história termina com uma indagação: como ele, que

A

Page 28: Revista s 01 site d

setembro/dezembro 2010 revista s 55 54 revista s setembro/dezembro 2010

equilíbriorsabe

Moderação Antídoto para a obsessão por status: quando só o que importa é a necessidade de dinheiro e prestí-gio e a busca por ambos desgasta a convivência com família e amigos. Lição de Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.), filósofo grego: Observe se os seus de-sejos são seus, de fato, ou dos outros. Tenha clareza a respeito das suas reais necessidades.

aprendeu a enxergar a luz, seria recebido pelos compa-nheiros, se voltasse à caverna onde imperam as sombras?

São de questionamentos como este que a Filosofia se alimenta há milhares de anos. Platão escreveu A Repúbli-ca pensando de que forma seria uma cidade ideal. Filósofos dos séculos seguintes tratariam de questões igualmente re-levantes para a coletividade ou ligadas à condição indivi-dual do homem. Assim, angústias como medo, solidão, sen-timento de inadequação, ansiedade e frustração seriam ma-téria farta para reflexões valiosas de mentes privilegiadas.

O lado prático de tudo isso é que tais ideias podem ser interpretadas como ótimas lições para o cotidiano de hoje. Com base no trabalho de três filósofos modernos – o fran-cês Luc Ferry, o alemão Theo Roos e o anglo-suíço Alain de Botton –, selecionamos algumas das virtudes cultivá-veis diante das situações desgastantes.

Autores de livros introdutórios ao pensamento de alguns dos maiores filósofos desde a Antiguidade, como Sócrates, Epicuro, Sêneca, Montaigne, Schopenhauer e Nietzsche, eles lembram de problemas que acompanham a humanidade há milênios. Mais exatamente desde o momento em que o homem satisfez as necessidades bá-sicas de alimento e abrigo e passou a contar com tempo para dedicar-se a indagações sobre ser, ter, querer, fa-zer – ou seja, como viver melhor.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Para Sêneca, o importante é saber lidar com os altos e baixos da vida, em não ficar tão feliz ou tão triste com os acontecimentos

1

serenidade Antídoto para a ansiedade: quando a expectativa de que algo vai dar errado domina o pensamento. Lição de Schopenhauer (1788-1860), filósofo ale-mão: Não se apegue aos erros cometidos, aprenda com eles sem se recriminar demais. Planeje apenas o essencial para o futuro.

paciência Antídoto contra a raiva: quando os aborre-cimentos nos fazem explodir à toa. Lição de Hannah Arendt (1906-1975), filósofa alemã: Pense com o coração e sinta com a cabeça. Aposte consigo mesmo que não vai ficar fu-rioso e imagine-se paciente. Depois, pergunte quem é mais forte: você ou a sua raiva?

aMor-próprio Antídoto para a opinião alheia: quando se tem a im-pressão de que não é capaz de chegar ao sucesso em diferentes dimensões da vida. Lição de Montaigne (1533-1592), filósofo francês: Faça anotações, escre-va um diário. Leitura e escrita são fontes de autoco-nhecimento que elevam a autoestima e nos tornam mais aptos para a vida. Lição de Sêneca (4 .a.C. – 65 d.C.), filósofo romano: para ele, quem vive de acor-do com as opiniões dos outros nunca vai ser feliz.

leveza Antídoto para a mania de perfeição: quando a obsessão pelos detalhes domina. Lição de Albert Camus (1913-1960), escritor e filósofo argelino radicado na França: A busca exagerada pela perfeição prejudica a realização de projetos. Valorize as coisas simples, tanto no campo pessoal quanto no profissional.

245

3

Page 29: Revista s 01 site d

56 revista s setembro/dezembro 2010

sabedoria Antídoto para a frustração: quando a energia investi-da para alcançar um objetivo não é suficiente. Lição de Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão: Evite cul-par os outros. Abasteça seu espírito com a leitura.

equilíbrio Antídoto para a euforia ou a desolação. Lição de Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.), filósofo romano: Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O im-portante é saber lidar com os altos e baixos da vida, em não ficar tão feliz ou tão triste com os acontecimentos cotidianos.

jornada Antídoto para a acomodação. Lição de Marco Auré-lio (121-180), imperador romano que também se de-dicou à filosofia: A ideia é viver cada momento da melhor maneira, sem se preocupar com o resultado.

razão Antídoto para o radicalismo e a impulsividade: quando as emoções e o orgulho falam mais que a razão. Lição de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), filósofo grego: Não adianta ser tão corajoso a ponto de dizer tudo o que vem à cabeça para o seu chefe, por exemplo. Tampouco ele recomenda ser covarde. A virtude está no meio.

6

897

equilíbriorsabe

autoajuda com conteúdo As obras que fazem um apanhado de tais lições filosóficas são ótimas introduções ao pensamento dos grandes filósofos

aprender a viver

(luc ferry, editora Objetiva)

o ex-ministro da educação da França

explica como as religiões influenciaram

o pensamento filosófico e

de que forma o triunfo do cristianismo

no ocidente causou uma

revolução nos valores.

as consolações da filosofia

(alain de botton, editora rocco)

o autor anglo-suíço recorre

ao pensamento de sócrates,

epicuro, sêneca, schopenhauer

e nietzsche para tratar de

temas como frustração

e reconhecimento social.

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Page 30: Revista s 01 site d

58 revista s setembro/dezembro 2010

“A moda sustentável envolve produção economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente correta”

sustentabilidade é a

moda do momento. e o que

acontece quando esse con-

ceito é usado no mundo fashion?

A definição de moda sustentável en-

volve produção economicamente viá-

vel, socialmente justa e ambientalmen-

te correta. Na prática, significa usar ma-

teriais que não agridam o planeta, res-

peitar os princípios do comércio justo e

desenvolver economias locais incenti-

vando novos polos produtivos que va-

lorizam a atividade da região. e, com

foco em um ou mais destes três pila-

res, marcas e estilistas têm criado cole-

ções, peças, desfiles e campanhas.

É o caso da estilista inglesa stella

mcCartney. Além de não utilizar ma-

terial proveniente de animal, como o

couro, ela escolhe tecidos orgânicos. o

perfume stella sheer 2010 leva o selo

da certificadora internacional ecocert.

essa preocupação se estende tam-

bém às suas parcerias, como a linha

para a Adidas com peças de tecido

confeccionado de garrafa Pet recicla-

da e algodão cultivado sem pesticidas.

A filha de Paul mcCartney lançou uma

loja em milão cujo conceito visa o me-

nor impacto ambiental possível.

Já a Chanel trouxe icebergs à pas-

sarela no seu último desfile de inverno.

As placas foram se derretendo e for-

mando poças d’água, exemplificando

o aquecimento global. Para aguentar o

frio, o estilista Karl Lagerfeld desenvol-

veu roupas com peles falsas, uma críti-

ca àqueles que adotam as de animais.

mas não são somente grandes no-

mes da indústria fashion mundial que

estão preocupados com a sustentabi-

lidade. Até as redes populares entra-

ram na onda. No brasil, a C&A e as lo-

jas marisa vendem algumas edições

limitadas de camisetas produzidas

com algodão orgânico. A inglesa top-

shop apostou em novos designers que

criam com tecido de segunda mão.

Pois é, esta é a maior tendência no

mercado: não deixar materiais irem

para o lixo e reaproveitá-los sempre

que possível. Upcycle é assim, dar vi-

da nova para o que seria jogado fora.

Na estethica – feira de moda ética

que acontece na semana de moda lon-

drina –, esse era o comportamento de

nove entre dez expositores. A marca el-

vis & Kresse fez acessórios com man-

gueiras que seriam despejadas em li-

xões. A From somewhere usou restos

de tecidos de grifes italianas.

Por aqui, o estilista Alexandre Her-

chcovitch idealizou peças com o eco-

simple, tecido 100% de matéria-pri-

ma upcycled. os resíduos e as apa-

ras de confecções são coletados, se-

parados por cor, passam por um pro-

cesso de “desfibragem” chamado de

rasgamento e sem substância quími-

ca. Já em forma de fibra, o material é

fiado e, então, os fios, tecidos.

mas é um mercado que está ape-

nas começando no brasil. e somos

nós, os consumidores, que temos de

incentivar e exigir uma atitude cons-

ciente do mundo fashion.

alice lobo é jornalista e assina

o blog Verdinho básico –

www.verdinhobasico.com.br

Moda Verde[ ILUstrAção marcio moreno ]

A

colunista convidadaAlice Lobo

setembro/dezembro 2010 revista s 59 [ Foto: Corbis ]

DesAceLere Às vezes um bom respiro é o que falta na hora de

resolver aquele problema ou achar a inspiração

para uma nova ideia. durante uma atividade física

prolongada, esse pequeno intervalo também se torna

fundamental: é nessa hora que o corpo processa o

esforço e ganha energia para superar novos limites.

se a pausa ainda vier junto com alguns goles de água,

não tem nada mais revigorante.

pausacaminhada

rsabe

Page 31: Revista s 01 site d

caparsabe

Mesclando a credibilidade conquistada pela experiência com o espírito pioneiro que marcou

toda sua trajetória, a empresa completa 70 anos em pleno vigor da juventude

[ ilustração anna anjos ]

sérgio franco

Page 32: Revista s 01 site d

n o fim da década de 1960, quando decidiu que não ia mais voltar para Salvador após as férias no Rio de Janeiro, a baiana Judimaria Santos se deu

conta de que precisava de um emprego. Com vinte e pou-cos anos, soube que um pequeno laboratório em Botafo-go procurava uma recepcionista. “Cheguei lá e o dr. Sérgio estava na bancada fazendo exames. Na mesma hora ele me contratou”, lembra Judy, como é chamada, hoje coordena-dora de relacionamento com os convênios.

O “dr. Sérgio” era, na verdade, Sérgio Affonso Montei-ro Franco, o fundador do laboratório batizado com seu pró-prio nome há exatos 70 anos. A recepção calorosa pelo do-no pode parecer algo improvável atualmente – afinal, os 17 colaboradores daquela época se transformaram em mais de 1.500 e a única unidade em Botafogo se multiplicou por quase 100 no Rio de Janeiro, em Curitiba e São Paulo. Mas,

para os mais antigos, o cuidado na relação com as pessoas, difundido pelo médico patologista, nunca se perdeu. “Ele era uma pessoa muito humana e isso se reflete na empresa até hoje”, elogia Judy, há 43 anos na casa.

Outra memória viva é a farmacologista Trude Di-metz. Aos 81 anos e há 60 na empresa, ela ainda não quis se aposentar e hoje é responsável técnica e asses-sora científica, além de um verdadeiro patrimônio lo-cal. Braço direito do “dr. Sérgio” até o momento em que ele esteve à frente da empresa, em 1984, Trude lembra de sua curiosidade desbravadora e da busca constante por novas técnicas: “Ele lia nas revistas americanas o que tinha de mais novo e encomendava para o laborató-rio”, ressalta. Mas também não esquece que o patologis-ta nunca deixou de lado a atenciosa relação com o clien-te: “Muitas vezes ele ia pessoalmente colher os exames

caparsabe

na casa de políticos como Carlos La-cerda e Ernesto Geisel”, revela.

Assim como Judy, com quem com-partilha uma forte amizade há mais de 40 anos (leia box), Trude vê na em-presa uma extensão da vida familiar. A baiana, inclusive, chegou a retornar a Salvador para se casar, mesmo após receber uma carta do dr. Sérgio pou-co antes de pedir demissão. A mensa-gem, pelo visto, fez efeito. Quatro me-ses depois, ela estava de volta ao Rio e empregada novamente, sem nenhum arrependimento de ter desmarcado o compromisso para se dedicar à car-reira. “Por meio do meu trabalho aqui eu construí minha vida. A rotina é pu-xada, mas venho trabalhar com muita satisfação. Tenho certeza de que fiz a troca certa”, garante.

No entanto, a preocupação com o lado humano não está limita-da apenas ao ambiente entre os

“Muitas vezes o dr. Sérgio ia pessoalmente colher os exames na casa de políticos como Carlos Lacerda e Ernesto Geisel”

os núcleos técnico-

científicos do rio de

Janeiro (ao lado), em

são Paulo (abaixo, à esq.)

e em Curitiba (abaixo)

[ Fotos: Divulgação (1) Elton Fernandes ]

Com estrutura horizontal, o núcleo técnico

do rio é um dos mais modernos do país

sEtEmbro/DEzEmbro 2010 revista s 63

(1)

Page 33: Revista s 01 site d

caparsabe

colaboradores da empresa. No re-lacionamento com o cliente este é um aspecto prioritário. Selma Cos-tinha, diretora de relacionamento com o cliente desde 2003, diz que um dos segredos do sucesso do Sér-gio Franco Medicina Diagnóstica é servir o paciente com liberdade. “Nossa ideia é oferecer um leque de possibilidades para ele ser aten-dido como quiser: seja por telefone, pelo site ou mesmo pessoalmente”, explica ela, lembrando que, para isso, todos os meios precisam ser igualmente eficientes.

“No Sérgio Franco, todas as ações são pensadas para oferecer ao paciente um maior bem-estar. A sa-tisfação dele é o nosso principal ob-jetivo e o atendimento tem um pa-pel fundamental neste processo. Pa-

ra garantir a excelência e a padroni-zação nesse campo, nossos colabora-dores passam por treinamentos fre-quentes. Dessa forma, o atendimen-to das unidades Sérgio Franco obe-dece ao mesmo critério nos três esta-dos onde estamos presentes. Tal pa-dronização permite que um paciente consiga pegar o resultado do exame em qualquer unidade, inclusive em outro estado”, conclui Selma.

E como é possível saber se os clientes estão de fato satisfeitos com o atendimento? É exatamente isso o que faz Flávia Souto, coordenadora de relacionamento. Ela é responsá-vel por desenvolver novas soluções a partir das sugestões do cliente.

Também nos bastidores, outro cuidado constante é o de garantir o bom funcionamento de todas as

Trude & Judy – PraTa da casaamigas há mais de 40 anos,

trude Dimetz e Judimaria santos, a

Judy, são verdadeiros patrimônios

do sérgio Franco medicina

Diagnóstica. ambas carregam

no peito o orgulho de terem

passado a vida na empresa.

Enquanto trude comandava

as pesquisas científicas como

braço direito do dr. sérgio Franco,

Judy se dividia entre as funções

de recepcionista e datilógrafa

nos primeiros anos da entidade.

“meu início foi atípico”, lembra

Judy, usando uma definição que se

aplica perfeitamente a sua trajetória

na empresa. afinal, para quem

veio de salvador passar férias, foi

procurar um emprego só

para continuar no rio e acabou

ficando 43 anos na empresa,

não pode haver definição melhor.

“agora, cada uma trabalha em

um setor, pois isso aqui cresceu

muito”, diz trude, hoje na função

de assessora científica, enquanto

Judy é coordenadora de

relacionamento com os convênios.

Porém, na hora de falar do

passado, é quase impossível

conversar com as duas

separadamente: “a Judy é quem me

ajuda a lembrar das belas histórias

do passado”, diz trude. Já a colega

recorda das primeiras lições assim

que foi contratada, em 1967.

“Era ela quem orientava

os colaboradores”, revela.

“A Judy é quem me ajuda a lembrar das belas histórias do passado”Trude Dimetz

64 revista s sEtEmbro/DEzEmbro 2010

selma Costinha,

diretora de

relacionamento

com o Cliente

[ Fotos: andré arruda ]

Page 34: Revista s 01 site d

etapas – da entrada do cliente até a li-beração do laudo. Que o diga Carmem Sacramento, coordenadora de quali-dade e há 30 anos no Sérgio Franco. Metódica e organizada, ela contro-la de perto todo esse processo – e não esconde o orgulho ao mostrar certi-ficados como o ISO 9002, Inmetro e DICQ/SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas), além do ISO 9001 de 2008, obtido todos os anos desde 1998: “Fomos o primeiro laboratório do Rio de Janeiro a ganhar esse reco-nhecimento de qualidade tão impor-tante”, orgulha-se Carmem.

Outro ponto forte que sempre es-teve presente na rotina laboratorial do Sérgio Franco é a preocupação tecno-lógica. Quem cuida de perto desse as-sunto é Otávio Garcia, diretor de tec-nologia há 12 anos. Entre os marcos da área na última década, ele cita o fato de o Sérgio Franco ter sido o primeiro laboratório do país a fornecer o resul-tado dos exames no site da empresa, em 1997: “Nós demos uma importân-cia para a internet quando ninguém levava o asunto a sério”, diz Otávio.

Já entre as novidades mais recen-tes está um programa chamado RPS

caparsabe

“Em 1997, a gente deu uma importância para a internet, quando ninguém levava o assunto muito a sério”, Otávio Garcia

1940

O patologista Sérgio Affonso Monteiro Franco abre no Rio de Janeiro um pequeno laboratório de análises clínicas.

Década de 1950

O talento para o pioneirismo já aparece nesse período, quando a modesta equipe adotou a técnica de dosagens hormonais por processos químicos nos exames de gravidez.

Década de 1960

Nessa época, o laboratório passa a funcionar em Botafogo e é o primeiro a oferecer o exame de gasometria – teste que mede o PH e os níveis de gases no sangue.

1974 Nesse ano, a sede muda novamente para outro edifício em Botafogo, onde funciona até 1992. Ainda na mesma década, o Sérgio Franco Medicina Diagnóstica foi o primeiro laboratório a fazer dosagens de hormônios esteroides no país.

Cronologia

o diretor administrativo

e financeiro Fábio

Xavier ressalta o

legado tecnológico do

fundador sérgio Franco

o serviço de atendimento ao Cliente é formado por um time de colaboradores

treinado para atender 24 horas por dia, durante sete dias por semana

sEtEmbro/DEzEmbro 2010 2010 revista s 67

(Registro Pessoal de Saúde), no qual o paciente pode controlar seu histórico com dados como vacinação, alergias e operações realizadas, deixando-as dis-poníveis para o seu médico particular ou outros dos hospitais credenciados. E, ainda, o laudo gráfico, que, desde 1998, oferece um comparativo dos exa-mes feitos pelo cliente desde a sua pri-meira visita no laboratório. “O dr. Sér-gio Franco era uma pessoa muito liga-da nessa área e trouxe novas tecnolo-gias, tanto na área diagnóstica quanto no atendimento”, lembra Fábio Xavier, diretor administrativo e financeiro.

Da tecnologia de ponta à simpa-tia obrigatória atrás do balcão, alguém duvida que o legado do fundador foi mantido com afinco nestes 70 anos?

[ Fotos: Divulgação (1) andré arruda (2) Elton Fernandes ]

(1)

(2)

a mais nova

unidade de

Curitiba

uma das salas de

treinamento do nutec do rio

Page 35: Revista s 01 site d

Década de 1980 Em 1983, já doente, o dr. Sérgio Franco encontra um grupo de investidores que tinha sua mesma filosofia de trabalho e concretiza a venda da empresa.

Década de 1990

O desenvolvimento tecnológico marcou esse período na empresa. Em 1992, foi implementada a identificação dos exames por código de barra, que garante a segurança das amostras do paciente. Em 1997, passou-se a divulgar o resultado na internet, outro pioneirismo da marca. Também nessa época surgiu a DAL (Divisão de Apoio a Laboratórios), rede de parcerias com laboratórios de todo o país.

Anos 2000

Um dos registros importantes deste período foi a construção do núcleo técnico-científico no Rio de Janeiro. Com 11 mil m², é ainda hoje um do mais modernos do país. Entre os motivos destaca-se a estrutura horizontal em linha reta, que favorece o fluxo de produção em sentido linear. Além disso, o espaço conta com diversos ambientes, desde uma academia de ginástica, um cyber café até um salão de beleza. Nas outras cidades em que o Sérgio Franco está presente, os chamados Nutecs seguem o mesmo padrão. Em 2006, é inaugurado o Centro Integrado de Diagnóstico no Leblon, a maior unidade do laboratório. No ano seguinte, a empresa abriu seis unidades de atendimento em Curitiba e, agora, está iniciando a operação em São Paulo.

Cronologia

caparsabe

“Como diz o ditado, antiguidade é posto. O fatode a empresa sobreviver incólume até hoje é o maior aval quanto à eficiência e à seriedade”, Norberto Chamma

régua e compassorEsPonsávEl PEla Criação

Da logomarCa DEsDE 2001,

o arquitEto E DEsignEr

Paulistano norbErto

Chamma traDuziu Em

imagEm os mais valiosos

ConCEitos Da EmPrEsa, Como

atEnDimEnto, tECnologia

E PrECisão. Para rEForçar

a traDição E os ProJEtos

DE EXPansão Do sérgio

FranCo, ElE aCrEsCEntou

1940, ano Da FunDação Do

laboratório, à logomarCa

de que forma você pensou

em associar atributos da

empresa como tecnologia

e precisão no design da

logomarca?

aqui cabe uma interessante

discussão: o nome da

instituição é de uma pessoa

física. nosso principal objetivo

era transferir a credibilidade

de um homem renomado

para uma entidade. Creio que

conseguimos, pois quando

lemos hoje as palavras sérgio

Franco não associamos mais

a uma pessoa e sim a uma

excelente rede de serviços

de medicina diagnóstica.

Quais foram as suas principais

referências para pensar na

marca sérgio Franco?

Conceber uma nova marca

é um processo de síntese de

muitas informações objetivas

e subjetivas. ao longo do

tempo aprendemos que, em

projetos de marca para saúde,

devemos transmitir não apenas

tecnologia e técnica, mas

também valor de humanidade

e respeito ao próximo. nunca

podemos perder de vista

que saúde não é um produto

como outro qualquer — diz

respeito à integridade física

e emocional de pessoas.

mas, para associar a marca a

conceitos como tecnologia e

percepção microscópica, tentei

usar, no ícone volumes, linhas

suavemente curvas e um

azul mais intenso.

Por que vocês decidiram

colocar o ano de fundação

do sérgio Franco no

novo logotipo?

Em cada exame ou laudo

efetuado, por mais simples que

pareça, basta que um tenha

o resultado equivocado para

a marca ficar em situação de

risco. mas, como diz o ditado,

antiguidade é posto. o fato

de a empresa ter sido fundada

em 1940 e sobreviver incólume,

sendo testada diariamente, é

o mais importante aval quanto

à credibilidade, à tecnologia, à

eficiência e à seriedade.

Confira a

evolução das

marcas do

sérgio Franco

1. 2.

3.

68 revista s sEtEmbro/DEzEmbro 2010 [ Fotos: Divulgação (1) roberta Dabdab ]

(1)

Page 36: Revista s 01 site d

70 revista s julho/outubro 2010

presençarsabe

Os melhores lugares para caminhar, curtir a natureza, ver uma exposição ou simplesmente não fazer domingo noparque

O fatO de ser chamado

de “praia de paulista” não é

nenhum demérito para o maior

parque da cidade de São Paulo

– pelo contrário. o ambiente

democrático das areias cariocas

é reproduzido com fidelidade

nos bosques do Ibirapuera, com

direito a moças que se arriscam

a ficar de biquíni nos dias

ensolarados. Com área de 1.584

km2 e uma imensidão de verde,

o espaço idealizado por oscar

Niemeyer, junto com o paisagista

roberto burle Marx, também

é rico em atrações culturais.

Além do prédio da Fundação

bienal, da oca e do Museu Afro

brasil, conta ainda com a rica

coleção de arte contemporânea

do Museu de Arte Moderna

e uma parte do Museu de

Arte Contemporânea na uSP.

É programa para todos os gostos! avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, tel. (11) 5573-4180

Ibirapuera (SP)

[ Foto: Marcelo Naddeo ]

nada no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, cidades onde o Sérgio Franco está presente

Saiba mais com sérgio francoUniversO infantil (sP)

Construído na década de 1960 para

atender a todas as especialidades

dentro da pediatria, o hospital

Infantil Sabará é referência nessa

área. Em agosto é inaugurado

um novo prédio com 104 leitos

de internação, sendo 28 de utI.

o Sérgio Franco Medicina

Diagnóstica presta serviços

tanto para as crianças internadas

quanto para as que vêm de fora de

forma exclusiva em um ambiente

especialmente preparado para elas.

SEtEMbro/DEzEMbro 2010 revista s 71 70 revista s SEtEMbro/DEzEMbro 2010

Page 37: Revista s 01 site d

MenOs MOviMentaDO QUe O seU viZinHO JarDiM BOtâniCO, o

Parque lage é o lugar ideal para desfrutar bons momentos de sossego.

Mas não para por aí: o casarão em estilo eclético, da década de 1920, é

sede da tradicional Escola de Artes Visuais do Parque lage. À beira da

piscina também é possível saborear um bom café da manhã. rua Jardim Botânico, 414, Jardim Botânico, tel. (21) 3257-1800

Parque Lage (RJ)

Os Dias friOs DO invernO paranaense não são

desculpa para deixar de se exercitar ao ar livre, principalmente

se for uma caminhada no jardim botânico Francisca

Maria Garfunkel rischbieter. Inaugurado em 1991,

o parque tem um jardim ao estilo francês e uma estufa

de ferro e vidro inspirada no Palácio de Cristal, de londres,

que abriga cerca de 300 mil plantas de diversas partes do

mundo. o pôr-do-sol visto dali é um espetáculo à parte. entre a avenida lothário Meissner e a rua Ostoja roguski, Jardim Botânico, Curitiba, tel. (41) 3362-5289

Jardim Botânico (Curitiba-PR)

[ Fotos: (1) Caru ribeiro (2) brunno Covello/SMCS ]

(2)(1)

Saiba mais com sérgio francoDeCOraçãO (rJ)

o cuidado do Sérgio Franco em

promover saúde e bem-estar aos

seus clientes começa já no primeiro

contato. Nas unidades do rio de

janeiro, a arquitetura e a decoração

foram pensadas para oferecer

o máximo de conforto. Criar um

ambiente aconchegante, associado

à excelência no atendimento, é uma

preocupação constante.

Saiba mais com sérgio francoCasa De CaMPO (Pr)

A mais recente unidade do Sérgio

Franco em Curitiba tem um quê de

antigamente. Instalada no bairro de

batel, a construção tombada era

uma antiga chácara e reproduz o

clima de “casa de campo” de quando

foi erguida, na década de 1960.

bem diferente dos arranha-céus

modernosos daquela vizinhança.

SEtEMbro/DEzEMbro 2010 revista s 73 72 revista s SEtEMbro/DEzEMbro 2010

Page 38: Revista s 01 site d

plantassentidos

das

ensaioro

nhas

olfato“Rosa é uma rosa é uma

rosa é uma rosa”, já dizia

a poetisa americana

Gertrude Stein pensando

na imutabilidade das

coisas. Imortalizada

no famoso poema

Sacred Emily, de 1913,

o grande triunfo da flor

é o perfume presente

em suas pétalas.

Nem só para aguçar o olfato e a visão as plantas são cultivadas. Além de enfeitar qualquer ambiente, muitas delas despertam sensações como o tato, a audição e até o paladar

[ poR janaína resende fotoS marcelo resende ]

76 revista s SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010 SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010 revista s 77

Page 39: Revista s 01 site d

visão

paladarAlém de garantir um toque

colorido ao prato, as flores

comestíveis são ótimas

para incrementar o sabor.

Uma boa espécie para

saladas, por exemplo,

é a flor-de-capuchinha.

A orquídea seduz justamente por associar

exuberância à delicadeza. porém, ao

contrário do que se pensa, suas flores não

são tão frágeis assim – e o clima tropical

é um grande aliado para os 300 gêneros

presentes na América Latina.

78 revista s SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010 SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010 revista s 79

Page 40: Revista s 01 site d

tatoo toque aveludado e o colorido

das folhas de suas mais de seis mil

espécies, fazem da violeta uma das

flores preferidas dos brasileiros.

principalmente a violeta-africana,

bastante popular no país.

audiçãoda mesma família que as

palmeiras, o coqueiro pode

chegar a 30 metros de altura e

tem folhas de até seis metros

de comprimento – por isso

produz um som tão marcante

quando bate um vento. Nada

mais tropical e relaxante.

SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010 revista s 81 80 revista s SEtEmbRo/dEzEmbRo 2010

Page 41: Revista s 01 site d

turismoro

nhas

Uma viagem surpreendente para conhecer de perto o Odissi, estilo de dança clássica hindu, nascida no estado de

Orissa, na costa leste do país

Índiadançana

[ por Deborah Moraes fotos Deborah e roDrigo Moraes ]

[ foto: Corbis ]

Page 42: Revista s 01 site d

84 revista s setembro/dezembro 2010

“Q uem é você?’’, perguntaram-me recentemente durante um curso sobre mito e movimento, em São

Paulo. ‘‘Sou uma pessoa que ama, que dança e que escreve’’, respondi. Sim, jornalismo e dança sempre andaram de mãos dadas na minha his-tória pessoal. Tudo começou aos 14 anos, quan-do entrei em contato com o trabalho corporal do coreógrafo e professor de dança Ivaldo Ber-tazzo. Meses depois cheguei aos palcos paulis-tanos junto com outros bailarinos não profis-sionais, denominados “cidadãos-dançantes”.

Àquela época, ainda não tinha o distancia-mento necessário para medir a influência que Bertazzo imprimiria na minha vida. Mas, entre passos e vivências, silêncios internos e acordes de fora, fui modelando um corpo singular e no plural. Um corpo desenhado pela percepção de gesto e a estrutura formulada por ele.

Após algum tempo, este corpo ganhou novas formas, variantes daquela. Foi quan-do a dança pulou para o caderninho de ano-tações e para os livros de pesquisa e eu fiquei no escuro. As luzes se apagavam e o espetá-culo começava: de protagonista passei para a posição de espectadora. Mas uma especta-dora assídua. Queria ver outras danças; todas elas. Nesse período, encontrei o brasileiríssi-mo Grupo Corpo, a genialidade singular da coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009), a explosão de centros de gravidade do balé do americano William Forsythe e a meditação dionisíaca da dança japonesa Butô, entre tan-tas outras. Dancei com eles no escuro.

Na cadêNcia dos deuses Estava nos meus 20 anos, muito em-

penhada em me dedicar aos ásanas e pra-nayamas, práticas recomendadas pela io-

ga, quando, já meio entediada com a lerdeza dos mo-vimentos hiperconscientes, encontrei no Google refe-rências à dança que mudaria a minha vida. “Dança in-diana”, digitei sem querer querendo.

O resultado da nova busca foi um encontro quase re-ligioso com o Odissi – estilo de dança clássica hindu nas-cida no estado de Orissa, na costa leste do país. Essa fas-cinante arte milenar nos últimos sete anos tem me pro-porcionado os mais singulares prazeres, em uma espécie de meditação transcendental em movimento.

direto da FoNte“Namah Shivaya, Namah Shivaya...”, cantava na

língua local a minha mais nova guru indiana da dan-ça, enquanto me ensinava os passos da coreografia dedicada a Shiva, o deus dançarino. Durante os dez dias em que fiquei em Orissa, o berço do Odissi, este mantra guiou o meu caminho. Aconteceram muitos

“Encontrei no Google referências à dança que mudaria a minha vida. ‘Dança indiana’, digitei sem querer querendo”

turismoro

nhas

em sentido horário,

gotipua inverte-se em

postura acrobática durante

apresentação de dança;

crianças na aula de odissi;

menino sendo ajudado

a colocar o sári, parte

integrante do figurino; grupo

em forma de shiva, o deus

dançarino; e bailarinas de

Odissi nos últimos detalhes

da maquiagem corporal

Page 43: Revista s 01 site d

86 revista s setembro/dezembro 2010

preparativos para a viagem de um mês pela Índia. E diversos detalhes foram pensados e encaixados ob-sessivamente na minha compacta mala laranja. “É in-crível como as coisas se arranjam dentro de uma sim-ples caixa com rodinhas”, meditei comigo. Uma boa metáfora da vida cotidiana: com o tempo tudo pare-ce se acomodar em uma espécie de zona de conforto. Era do que eu me afastava. A minha busca ao estudar cada ângulo daquela bagagem.

Desembarquei com Rodrigo, meu companheiro de jornada, em Bhubaneswar, capital do estado de Orissa, em um fim de tarde nebuloso. A nossa primeira providência foi procurar um quarto de hotel decente. Optamos pelo Pal Heights, integrado a um shopping center.

De todas as cidades em que estivemos, esta era a mais provinciana e rústica, o que triplicou a dificuldade de co-municação com os indianos, que mal falavam inglês e bal-

dedicado a Shiva na forma Tribhuva-neswar (“Senhor de Três Mundos”), de onde o local tomou o nome. Lá pe-lo terceiro dia, já estávamos diante de uma apresentação dos gotipuas (meni-nos de 6 a 14 anos que, desde o sécu-lo 16, vestem-se de meninas para tur-nês de dança em Orissa). Destas cria-turas mágicas dedicadas ao deus Vish-nu, o Odissi herdou a forma acrobática e a elaboração rítmica dos pés.

Para completar fizemos uma visita ao gurukul deles (espécie de hostel onde as pessoas rezam, dançam, recebem massa-gem, estudam e aprendem a tocar o mar-dala – tambor do Odissi e um dos ícones do estado). Então, colocamos as mãos na

massa e começamos a produzir o docu-mentário Odissi, Dança Divina, sobre es-sa arte milenar. Eles cantaram e se apren-sentaram diante da nossa câmera.

Durante nosso roteiro cinematográ-fico na Uktal Music and Dance College, entrevistamos professores de música e de dança Odissi. Faltando três dias para seguir viagem, tiramos uma tarde e fo-mos visitar o Nandan Kanan Zoo, a 20 km de Bhubaneswar; e sob o impiedoso sol de Orissa, nos deparamos com o raro tigre branco, um dos orgulhos da diver-sa fauna indiana. À tarde, entrevistamos mais uma importante figura da história da dança: Sarat Das e a família. Ele é na-da mais, nada menos do que o filho do “Guru dos Gurus” do Odissi, nascido na família de uma mahari. Assim eram cha-madas as dançarinas dos templos finan-ciadas pelos reis da dinastia Ganga.

buciavam palavras em orya, língua local, como se estivéssemos entendendo tudo.

Comer também se revelou uma grande façanha. Rodamos a cidade em riquishás barulhentos (táxis sonoramen-te apelidados de “tuc-tuc”) atrás de res-taurantes que servissem pratos não api-mentados; daí, vencidos pela exaustão, chegamos à conclusão de que o melhor seria nos abastecer do bom e velho noodles no supermercado ao lado.

daNça em orya“Ek, do, teen”, insistia a minha gu-

ru, Aruna Mohanty. Nesse ritmo pri-mário do “um, dois, três” indiano fui incorporando a sabedoria expressiva do Odissi direto da fonte.

Pular da cama cedo, enrolar-me em um dos meus únicos dois sáris (traje na-cional das mulheres indianas) da viagem e me esforçar para ser compreendida por um motorista de riquishá eram ativida-des que faziam parte da minha via-crúcis matinal diária até chegar à casa da guru.

Pontualmente às sete da manhã lá estávamos eu e o Rodrigo no portão de Aruma. Eu, pronta para receber a próxi-ma sequência de passos e hastas relati-vos ao universo de Shiva; ele, com um li-vro debaixo do braço prestes a ser lido enquanto me esperava. Tridente, guir-landa de serpentes, terceiro olho visio-nário, tudo precisava ser absorvido rapi-damente em duas horas de aula.

Tínhamos que ser práticos e organi-zados (mais ou menos como a minha ma-la laranja) para explorar os lugares relati-vos à história do Odissi no intervalo entre uma aula e outra. Era necessário que tu-do se arranjasse no espaço de dez dias.

mil templosNa primeira tarde livre, visitamos

três dos sete mil templos da cidade. O mais imponente deles, o Lingaraj, é

tridente e tambor

de shiva compõem

a postura na foto.

À dir., entalhe

de músicos

e dançarinas

celestiais no templo

do sol, em Konark;

sarat das e sua

família engajada

na arte do odissi,

e deborah com

Aruna mohanty,

sua guru indiana“No ritmo primário do ‘um, dois, três’ indiano fui incorporando a sabedoria expressiva do Odissi direto da fonte”

turismoro

nhas

Page 44: Revista s 01 site d

setembro/dezembro 2010 revista s 89 88 revista s setembro/dezembro 2010

zemos a entrevista com a guru, e eu agra-deci-lhe por me ensinar mais um pou-co dessa arte. Na despedida, ela nos le-vou para almoçar no Dalma, tipicamen-te orya, restaurante do seu marido. De lá partimos com um confortável gosto de massala (mistura de temperos e espe-ciarias) na boca. É incrível como tudo se arranja no tempo e no espaço da dança. Chegou a hora de seguir para Goa, costa oeste da Índia, e relaxar sob os coqueiros à beira-mar. Namaste!

Deborah Moraes estuda odissi

desde 2003 com a professora silvana

duarte, no estúdio padmaa Arte e

Cultura, em são paulo. o documentário

odissi, dança divina, produzido durante

sua viagem para a Índia, pode ser visto

no site www.vimeo.com/odissi.

Ficamos lá por horas a ouvir as histórias de devoção à Jaganatha, uma das muitas encarnações de Vishnu, considerado por eles o Senhor do Universo.

surya Namaskar (ou saudação ao sol)

Enquanto meu sári secava no varal improvisado do quarto do hotel, rumamos de carro até Konark, on-de está o Templo do Sol. Esta maravilha arquitetôni-ca construída no século 13 para Surya, o deus Sol, é o maior ícone da história da dança, e de lá muitos profes-sores e coreógrafos tiraram a nomenclatura gestual de que hoje é feito o Odissi. Ficamos por ali recebendo os sagrados raios solares que penetravam na imensa car-ruagem formada por 12 pares de rodas e registramos algumas das posturas de dança entalhadas na pedra daquele Patrimônio da Humanidade da Unesco.

Fizemos uma pausa para o almoço no restaurante do Mayfair Hotel, e seguimos nossa peregrinação até o Templo de Jaganatha, em Puri, um dos lugares mais sagrados da Índia – e do Odissi. A entrada de não hin-dus no templo é proibida, então tivemos que ver o seu pagode branco (torres sobrepostas com múltiplas bei-radas) de 65 m de altura do teto de um antigo ashram.

No caminho de volta, procuramos pela imagem mais comum de Jaganatha (acompanhados do irmão Balbhadra e da irmã Subhadra), e, com as três divin-dades tribais na mochila, fizemos nossa saudação final ao sol de Orissa. Minha primeira jornada até o coração do Odissi terminava. Depois da última aula de dança, quando completei a coreografia dedicada a Shiva, fi-

“Enquanto meu sári secava no varal improvisado do quarto do hotel, seguimos viagem até o Templo do Sol, em Konark

em sentido

horário, vendedor

de imagens

de Jaganatha,

principal deidade

do odissi; imenso

pagode do templo

de Jaganatha,

em puri; nascer

do sol na baía

de bengala;

deborah no portal

do templo do

sol, em Konark;

avenida que leva

ao templo de

Jaganatha; e um

simpático macaco

no bebedouro do

Nandan Kanan zoo

turismoro

nhas

serviço de bordo orissA

Pal heights: J/7 Jayadev Vihar,

tel. 91 (674) 236-1156, http://palheights.com

templo Lingaraj: Lingaraj Nagar; Uktal

music and dance College: sardar patel Hall

Complex Unit - ii, tel. 91 (674) 253-5484

templo do sol: distrito de puri, 65 km

a se de bhubaneswar

templo de Jaganatha: distrito de puri,

60 km ao s de bhubaneswar

Mayfair hotel: Chakratirtha road,

tel. 91 (675) 222-7800, www.mayfairhotels.com

restaurante Dalma: 157, madhusudan Nagar,

tel. 91 (933) 712-2548, http://dalmahotels.com

Page 45: Revista s 01 site d

“O hOmem é O hOmem

e suas circunstâncias”

josé ortega Y gasset filósofo espanhol

(1883-1955)

palavra finalro

nhas

[ ilustração: lila botter ]90 revista s setembro/dezembro 2010

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

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AF_Anuncio_2010.pdf 1 27/07/10 10:38

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