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Revista Portuguesa de Cardiologia Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia Portuguese Journal of Cardiology Vol. 29 Suplemento I/Supplement I Abril/ April 2010 Publicação Mensal/Monthly Publication Resumos das Comunicações

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Revista Portuguesa de

CardiologiaÓrgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

Portuguese Journal of Cardiology

Vol. 29Suplemento I/Supplement IAbril/ April 2010Publicação Mensal/Monthly Publication

Resumos das Comunicações

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SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA

DIRECÇÃO:

Presidente: Manuel Antunes

Secretário-Geral: Carlos Aguiar

Tesoureiro: Miguel Sousa Uva

VICE-PRESIDENTES:

Sul: Cândida Fonseca

Centro: João Morais

Norte: Aníbal Albuquerque

SECRETÁRIOS-ADJUNTOS:

Sul: Fátima Pinto

Centro: Marco Costa

Norte: Victor Sanfins

Delegado da Madeira:

Eva Pereira

Kiran Kumar

Presidente-Eleito:

Mário G. Lopes

Delegado dos Açores:

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Ao XXXI Congresso Português de Cardiologia, cujo lema é Doença cardiovascular – Convergência desaberes, foram submetidos 599 resumos de trabalhos científicos originais. Apesar da data limite parasubmissão dos trabalhos ter sido antecipada (tal como a data do Congresso), em cerca de três se-

manas, verificou-se uma tendência crescente no número de resumos submetidos, com um aumentode 12% relativamente ao ano transacto.

Todos os resumos foram enviados a cinco peritos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia nas respec-tivas áreas e obtivemos a avaliação de todos os trabalhos por pelo menos três dos referidos cinco pe-ritos.

Foram aceites para apresentação no Congresso 455 trabalhos.

Foram rejeitados 144 resumos, 24% do total, que obtiveram classificação inferior a 5 valores (numaescala de 0 a 10) ou não cumpriam os regulamentos. Usamos um critério exigente de forma a asse-gurar o bom nível do material apresentado. Foi a seguinte a distribuição dos resumos por temas:

TOTAIS 599 20 124 3 141 311

Temas

Arritmologia 52 2 12 0 17 21Cardiologia Clínica 27 3 4 0 5 15Cardiologia de Intervenção 58 0 9 0 16 33Cardiologia Nuclear 12 0 3 0 2 7Cardiologia Pediátrica 12 1 5 0 5 1Cardiopatias Congénitas 20 0 5 0 6 9Ciência Básica 18 1 3 0 5 9Circulação Pulmonar / HTP 9 1 3 0 2 3Cirurgia Cardíaca 32 0 3 0 11 18Doença Coronária 99 4 25 1 20 49Doença Valvular 17 1 7 0 3 6Doença Vascular Não Coronária 8 0 2 0 6Doenças do Miocárdio e do

Pericárdio 13 0 3 0 4 6Ecocardiografia 34 0 6 0 7 21Enfermagem 20 2 7 0 11Epidemiologia e Prevenção 36 1 3 1 6 25Esforço em Cardiologia 17 0 4 0 6 7Hipertensão Arterial 21 2 2 1 5 11Insuficiência Cardíaca 53 0 5 0 15 33Métodos de Imagem 19 1 3 0 4 11Outros 20 1 9 0 2 8Técnicas de Cardiopneumologia 2 0 1 0 1

Submetidos Anulados Recusados pelos Autores Orais Cartazes

A INVESTIGAÇÃO ORIGINAL APRESENTADAAO XXXI CONGRESSO PORTUGUES DE CARDIOLOGIA^

Retirados Comunicaçoes~

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As Comunicações Orais (CO) dão início aos trabalhos na sexta feira, dia 9 de Abril 2010 e continuarãoa ser apresentadas, nos vários horários, ao longo de todos os dias do Congresso. Disponibilizámos dezminutos para a apresentação e cinco minutos para a discussão de cada uma das 141 CO.

Acompanhando a tendência internacional, o XXXI Congresso dá uma ênfase especial aos Cartazescomo forma principal de apresentação de trabalhos originais. Os Cartazes foram agrupados em grupos temáticos. Serão expostos, no Espaço Aníbal Castro em cincosessões, duas nos dias 10 e 11 e uma no dia 12 de Abril. Cada sessão inclui seis a oito grupos temáti-cos, com seis a dez cartazes cada. Em cada sessão, será dedicada uma hora à discussão pública dostrabalhos. Serão apresentados e discutidos sob a coordenação de 2 moderadores por tema / porgrupo.

Os resumos de todos os trabalhos apresentados no XXXI Congresso Português de Cardiologia, sob aforma de CO e Cartaz, serão entregues a todos os congressistas em suporte informático. Será aindapossível, caso os autores o permitam, fazer o download de outros matérias do Congresso.

Assim, será colocada no Espaço Aníbal Castro uma rede de computadores, que permitirá, após a suaapresentação, disponibilizar para consulta ou download, se autorizados pelos autores, os seguintesmateriais:• Ficheiros Powerpoint dos Cartazes• Slides das Comunicações Orais• Slides das Conferências, Mesas Redondas, Controvérias e outras sessões do Pólo-Auditórios

Procurámos, com todas as iniciativas acima descritas, promover a divulgação de um vasto número detrabalhos originais, fruto da investigação de vários Grupos e Escolas que reservaram o melhor do seutrabalho para apresentação no XXXI Congresso de Cardiologia.

Pela partilha de experiências que todos nos vão proporcionar congratulamo-los e congratulamo-nos.

A todos os peritos que tornaram possível a selecção e apresentação do melhor da nossa investigação,o nosso mais sincero agradecimento.

Cândida Fonseca

Presidente da Comissão Científica do XXXI

Congresso Português de Cardiologia

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Resumo das Comunicações Orais (CO),

e Cartazes (C)

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Os resumos incluídos no suplemento da Revista referente ao Congresso Português de Cardiologia foram trabalha-dos em base informática. Apesar do cuidado posto por todos na revisão, poderão ter surgido erros dos quais aRevista Portuguesa de Cardiologia pede desde já as devidas desculpas aos autores.

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CO 1SCORE PROGNÓSTICO PÓS-INTERNAMENTO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADAHÉLIA MARTINS, FÁTIMA SARAIVA1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, PEDRO MONTEIRO1, SUSANA COSTA1, FÁTIMA

FRANCO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Os mudanças doentes com insuficiência cardíaca avançada têm uma elevadataxa de morbilidade e mortalidade associada. Os reinternamentos por agudização dadoença são frequentes e, em algumas situações, a melhoria da qualidade e duração devida passa pela transplantação.

Objectivo: Relacionar variáveis que, quando recolhidas à data de admissão do doente, serelacionem com o prognóstico.

POPULAÇÃO E MÉTODOS: Foram estudados 207 doentes internados numa unidade detratamento de insuficiência cardíaca avançada desde Janeiro de 2003 a Junho de 2006. Foicriado um score à data de admissão com as variáveis idade (>70 anos: 1 ponto; <70 anos:0 pontos), sexo (masculino: 1 ponto), creatinina (>1.3 mg/dL: 1 ponto), diabetes mellitus (1 ponto) e fracção de ejecção por ecocardiografia (<40%: 1ponto). Consoante apresença destes factores, foi atribuído a cada doente um score de 0 a 5. Constituiram-sedois grupos: A - score 0,1 e 2 (n=129) e B - 3, 4, 5 (n=78). Em ambos os grupos foramcomparadas a etiologia da IC, comorbilidades associadas, terapêutica à data de entrada ealta, parâmetros clínicos e analíticos. Como endpoint primário definiu-se a morte de causacardiovascular, transplante ou reinternamento a 180 dias. O follow-up mediano foi de 4,1anos.

Resultados: O grupo A incluiu menos doentes com miocardiopatia isquémica (24,22% vs.46,75%; p=0,001) mas sem diferenças significativas entre as restantes etiologias da IC. Ascomorbilidades associadas e terapêutica à data de admissão e alta não se revelaram difer-entes entre ambos os grupos. Os doentes do grupo A tinham uma pressão arterial sistóli-ca mais elevada (116 ± 24,02 vs. 106,87 ± 21,11mmHg; p=0,004) assim como a frequên-cia cardíaca (90,03 ± 19,82 vs. 83,14 ± 18,5bpm; p=0,006) e diurese (837,29 ± 738,72 vs.601,18 ± 537,31mL; p=0,023). Não se verificaram diferenças nos restantes parâmetros.A mortalidade de causa cardiovascular foi superior no grupo B (28 vs. 48,15%; p=0,012)assim como a ocorrência reinternamento a 180 dias (54,12 vs. 73,33%; p=0,033). A taxade transplantação foi semelhante em ambos os grupos (17,05 vs. 17,95%; p=0,87).

Conclusão: Um score superior ou igual a 3 quando analisadas as variáveis idade, sexo,creatinina, diabetes, fracção de ejecção associou-se a maior mortalidade de causa cardio-vascular e reinternamento a 180 dias.

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO JAIME CELESTINO DA COSTA | ÍNDICES DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: COMORBILIDADES, BIOMARCADORES OU SCORES?

CO 2INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA E SÍNDROME CARDIO-RENAL: UM CÍRCULO VICIOSO...AINDA SEM SOLUÇÃO

FRANCISCA CAETANO1, ANA FAUSTINO1, SÉRGIO BARRA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, GISELA

COSTA1, ANA BOTELHO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: É hoje indiscutível o valor prognóstico da deterioração da função renal nos doentes (D) com insu-ficiência cardíaca aguda (ICA). O termo síndrome cardio-renal (SCR) tem sido cada vez mais utilizado sem umadefinição consistente e aceite, talvez pelo facto desta entidade permanecer precariamente compreendida emtermos de fisiopatologia.

Objectivos: Avaliar a prevalência, factores preditores e consequências do SCR em D internados por ICA.

Métodos: Análise retrospectiva de 155 D (50,3% sexo masculino; idade 74±11 anos) internados por ICA, numServiço de Cardiologia, entre 01/06/2007 e 31/05/2009. Definimos SCR como um aumento ? a 26,5 umol/Lna creatinina sérica relativamente ao valor da admissão. Foram avaliados e comparados dados clínicos,analíticos e ecocardiográficos. Feito follow-up, referente a mortalidade, aos 30 e aos 90 dias.

Resultados: Dos 155 D internados, 46 (29,7%) desenvolveram SCR; 5,4 ± 4,4 dias após a admissão. Na tabelaestão as variáveis da admissão para as quais encontrámos associação com SCR. Não se encontrou associaçãocom: sexo; antecedentes de diabetes mellitus, hipertensão arterial ou fibrilhação auricular; classe de NYHAna admissão; etiologia, clínica e factor precipitante da IC; valores de hemoglobina, NT-pro-BNP, sódio, ácidoúrico ou bilirrubina total; ratio ureia/creatinina; disfunção sistólica ou diastólica. O grupo de D com SCR teveinternamentos mais longos (14,1 vs 10,5; p=0,008); foram medicados com doses diárias máximas defurosemida mais elevadas (163mg vs 104 mg; p<0,001); mais frequentemente necessitaram de dopaminae/ou dobutamina (26,1% vs 7,3%; p=0,002) e de terapêutica de substituição renal (15,2% vs 0%; p<0,001).Não observámos diferenças no uso de vasodilatadores endovenosos, levosimendan ou ventilação não invasi-va. A regressão logística permitiu obter um modelo preditor de SCR, que inclui a taxa de filtração glomerular(TFG) - MDRD - na admissão (OR 0,961) e a dose máxima diária de furosemida (OR 1,021). Dos D que desen-volveram SCR 69,6% (n=32) não recuperaram os níveis basais de creatinina, havendo mesmo um agravamen-to da função renal. Os D com SCR apresentaram maior mortalidade no internamento (19,6% vs 3,7%;p=0,001; OR 6,4), aos 30 dias (22,7% vs 6,5%; p=0,004; OR 4,2) e tendencialmente também aos 90 dias(27,3% vs 15%; p=0,077).

Conclusões: A disfunção renal é comum em D com ICA, com impacto claramente negativo no prognóstico(internamentos mais longos e maior mortalidade a curto prazo). Neste trabalho, a TFG é o parâmetro que àadmissão prediz maior probabilidade de desenvolver SCR. As doses mais elevadas de diuréticos usadas nestesD reforçam a ideia que a resistência a estes fármacos pode ser um factor presente na fisiopatologia do SCR.Assim, deste trabalho realça-se a importância já enfatizada nas actuais guidelines, da prevenção da lesãorenal como um objectivo primário no tratamento da ICA, passando, talvez, por novas estratégias terapêuti-cas.

Sem SCR (n=109) Com SCR (n=46) pIdade, anos 72,6±11,2 77,7±8,3 0,006Ureia, mmol/L 11,2±6,8 15,4±11,1 0,038Creatinina, umol/L 113,2±50,0 157,7±90,2 0,003TFG - MDRD - ml/min/1,73m2 58,95±26,23 43,05±19,85 <0,001Troponina I, ng/mL 1,01±5,96 2,53±11,69 0,045Insuficiência renal crónica, % 27,5 50 0,007Insuficiência mitral ≥moderada, % 45,1 68,4 0,014

CO 3WORSENING UREA LEVELS IN ACUTE HEART FAILURE: A PARADOXICAL PREDICTOR OFPROGNOSIS

CRISTIANA PAULO1, JOANA MASCARENHAS1, M. PATACHO1, J. PIMENTA1, PAULO BETTENCOURT1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: In acute heart failure (AHF) renal function (RF) frequently declines. Theprognostic impact of the deterioration of RF in that context is not fully understood. Weintended to evaluate the degree of RF impairment and its prognostic impact using differ-ent markers of RF in patients hospitalized due to AHF. Additionally, we aimed to deter-mine the relationship between the variation of that parameters and hemodynamic statusat discharge.

Methods: We prospectively included 201 patients admitted to our department due to AHFduring a one-year period. Levels of blood urea (mg/dL), creatinine (mg/dL) and eGFR(ml.min-1.m-2)-using Modification of Diet in Renal Disease equation-were determinedand variations between admission and discharge values were calculated. ICG study wasperformed at discharge, including determination of: thoracic fluid content (TFC-/Kohm),cardiac index (CI-L/min/m2), stroke index (SI-ml/m2), systemic vascular resistance index(SVRI-dyne/sec/m2) and left ventricular ejection time (LVET-msec). Patients were fol-lowed up for 6 months, for the occurrence of all-cause death and hospital readmission.Prognosis was compared between groups using Cox proportional hazards regression.Continuous paired-variables were compared with Wilcoxon test. Hemodynamic parame-ters were correlated with markers of RF using Spearman's correlation coefficient.

Results: Median age (interquartile range-IQR) of patients was 74 (63-80) years;138(69%) were men. Median urea levels increased from admission to discharge (62(41-92)) to 71(51-95), p=0,006), while creatinine and eGFR levels remained unchanged(1.25(0.98-1.64) to 1.17(0.96-1.54), p=0,064 and 54(37-71 to 55(41-72), p=0,159, respec-tively). A percente increase in urea from admission to discharge was associated with lessoccurrence of the composite outcome within 6 months from hospital discharge (HR 0.99,p<0.001). We obtained a weak but significant correlation between urea variation and thefollowing hemodynamic parameters: TFC (rs =-0.21, p<0.01), SI (rs =0.19, p<0.01), SVRI(rs -0.15, p<0.05), LVET (rs=0.16, p<0.05).

Conclusion: In our sample of AHF patients urea increased significantly between admis-sion and discharge. Nevertheless, that increase was not associated to a worse prognosis,but, instead, to a better one. That apparent paradoxical association might be explained byhemodynamic reasons, as an increase in urea was associated to markers of less volumeoverload and better systolic function.

CO 4PREVER O FUTURO EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: O SEGREDOESTÁ NO SÓDIO

ELISABETE JORGE1, RUI BAPTISTA1, FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, PAULO

MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, NATÁLIA ANTÓNIO1, SUSANA COSTA1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1, LUÍS

A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A estratificação de risco dos doentes com insuficiência cardíaca (IC) avança-da é essencial para definir a melhor estratégia de tratamento e seguimento clínico.Objectivos: Determinar os preditores independentes de morte ou transplante cardíaco (TC)a longo prazo numa população de doentes com IC avançada.População e Métodos: Análise retrospectiva de uma base de dados com 244 doentes cominternamento numa unidade de cuidados intensivos com IC classe III ou IV de NYHA. Otempo médio de seguimento clínico foi de 41 meses após a alta hospitalar. A populaçãofoi sub-dividida: A: grupo que não atingiu o endpoint (morte ou TC), B: grupo que atingiuo endpoint.

Resultados: Na população estudada, a creatinina (1,4 vs. 1,7 mg/dL, p=0,005) a natrémia(137,5 vs 135,6 mmol/L, p=0,013) o BNP (1058,6 vs. 1459,6 ng/ml, p=0,027) e a hemoglo-bina (13,6 vs 12,9 mg/dl, p=0,025) à admissão; o tratamento prévio com espironolactona(50,9 vs 69,2%, p=0,01) e com furosemida (80,9 vs.93,4%, p=0,012), o facto de se tratar deuma descompensação de IC crónica (83,2 vs. 93,8%, p=0,01) a presença de valvulopatia sig-nificativa (2,2 vs 8,0%, p=0,04) ou de miocardiopatia hipertrófica (0,0 vs. 3,6%, p=0,04), umVO2 máximo <14 ml/Kg/min na prova de esforço cardio-pulmonar (23,9 vs 53,6%, p=0,001)e a necessidade de utilização de dopamina durante o internamento (p=0,012) foram predi-tores de morte ou TC na análise univariada. A taxa de morte ou TC no final do tempo de segui-mento clínico foi de 54,5%. Na análise multivariada, verificou-se que valores mais baixos desódio na admissão eram preditores independentes do endpoint em estudo [HR=1,027 (1,06- 1,01), p=0,045, isto é, por cada diminuição de um mmol/L de sódio há um aumento de 3%da probabilidade de ocorrência do endpoint]. A descompensação da IC crónica (por oposiçãoao internamento por IC aguda) também foi um preditor independente de morte ou TC[HR:11,6 (1,3 - 102,4), p=0,028].

Conclusão: Na nossa população de doentes, apenas a hiponatrémia na admissão hospi-talar e o facto de se tratar de uma descompensação de IC crónica (e não de IC aguda)foram preditores independentes de morte ou TC a longo prazo. A hiponatrémia é com-provadamente um factor de mau prognóstico na IC, mas este tem sido sobretudo estuda-do a curto prazo. Este trabalho realça o valor do sódio à admissão na estratificação de riscoe no prognóstico a longo prazo dos doentes com IC avançada.

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I-12

CO 5FACTORES PREDICTORES DA PROVASOPRESSINA C-TERMINAL (COPEPTINA), UM NOVOMARCADOR DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA SILVA1, ANA G. ALMEIDA1, HENRIQUE LUZ RODRIGUES2, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2Faculdade de Medicinade Lisboa)

Introdução: A Arg-vasopressina regula o balanço hídrico. A copeptina, a porção C-termi-nal da sua prohormona, é co-secretada mas, ao contrário desta, apresenta grande esta-bilidade in vitro. O valor clínico da utilização da copeptina foi demonstrado em doentescom insuficiência cardíaca, em que demonstrou ser superior ao BNP na predição de mor-talidade.

Objectivo: Avaliar quais as variáveis clínicas, laboratoriais e ecocardiográficas que se rela-cionam com os níveis de copeptina na insuficiência cardíaca crónica (ICC) e que justificamo seu valor prognóstico.

Métodos: Foram incluídos prospectivamente 37 doentes (idade 68±11 anos, 29 do géneromasculino) num centro universitário. Os critérios de inclusão foram a presença de car-diopatia estrutural (dilatação ventricular e fracção de ejecção ventricular esquerda (FEj VE)<45%) com sintomas de insuficiência cardíaca em classe funcional ≥ da NYHA. O protoco-lo de investigação incluiu avaliação clínica, ecocardiográfica (MM, 2D, Doppler conven-cional e Doppler tecidular) e avaliação analítica com parâmetros de activação neurohor-monal (copeptina, vasopressina, aldosterona, NT-proBNP).Resultados: A concentração média de copeptina foi 51,4±39,8pg/mL. Verificou-se umaforte correlação entre a copeptina, NT-proBNP e aldosterona (R=0,71; p<0,01 e R=0,70;p<0,01). A concentração de copeptina correlacionou-se com a osmolalidade sérica(R=0,47; p<0,01). A concentração de copeptina correlacionou-se positivamente com aconcentração de creatinina e ureia (R=0,66; p<0,01 e R=0,51; p<0,01). Parâmetros ecocar-diográficos de aumento da pré-carga do ventrículo direito, os diâmetros inspiratório eexpiratório da veia cava inferior, também se correlacionaram com a concentração decopeptina (p≤0,05). Não foi encontrada correlação entre os níveis séricos de copeptina eo péptido biologicamente activo, a Arg-vasopressina (p>0,05). Num modelo de regressãomúltipla linear apenas os valores de ureia e de NT-proBNP demonstraram ser predictoresindependentes da copeptina.Conclusão: As concentrações de copeptina relacionam-se com parâmetros ecocardiográfi-cos de aumento da pré-carga direita e a sua elevação ocorre em paralelo com os outrospro-péptidos e neurohormonas. Não se verificou associação dos níveis séricos de copepti-na e da Arg-vasopressina. O nosso trabalho sugere que este facto pode dever-se a formasde eliminação distintas já que os níveis de copeptina estão directamente relacionadoscom marcadores da taxa de filtrado glomerular.

CO 6PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDIZADA: VALOR DOSCORE NEUROHORMONAL

FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, JORGE FERREIRA1, CARLOS AGUIAR1, RUTE COUTO2, JOÃO FIGUEIRA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Hospital SantoEspírito, Angra do Heroísmo)

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela activação neurohormonal(NH) cuja intensidade se correlaciona com o prognóstico. O péptido natriuretico tipo B(BNP), marcador de pressões de enchimento cardíaco elevadas e a endotelina (ET), mar-cador de hipoperfusão tecidular são alguns dos marcadores da estimulação neurohormon-al doseáveis na actualidade.

Objectivo: Avaliar o impacto prognóstico a longo termo de um score NH composto peloNT-ProBNP e ET-1 em doentes com IC aguda.

Métodos: Estudamos 16 doentes admitidos na nossa UCI com IC aguda em classe IV NYHA,25% mulheres, idade média 62 anos e 56% de etiologia isquémica. Todos os doentesforam submetidos a monitorização hemodinâmica invasiva com catéteres arteriais per-iférico e pulmonar e terapêutica inotrópica ou vasoactiva. O NT-ProBNP (Elecsys 2010®)e ET-1 (EIA R&D Systems®) foram avaliados após cateterização da artéria pulmonar. Oresultado primário foi a incidência combinada de morte ou transplante cardíaco aos 2anos. O melhor cut-off para NT-ProBNP e ET-1 foi calculado usando as curvas ROC e foiestabelecido 1 ponto para valores acima do cut-off para a determinação do Score NH.

Resultados: O resultado primário ocorreu em 38% dos doentes. O score NH foi o melhorpreditor do resultado primário (Tabela 1). O resultado primário ocorreu em 0% dosdoentes com NH=0, em 43% dos 7 doentes com NH=1 e em 100% dos 3 doentes comNH=2 (Qui-quadrado , p=0,013).

Conclusões: Neste pequeno estudo com IC aguda severa, um score neurohormonal com-binando o NT-ProBNP e a endotelina-1 foi o melhor predictor para morte e transplantecardíaco a 2 anos.

AUC 95% CI P valueIdade 0,66 0,378 to 0,876 0,31Sódio 0,75 0,466 to 0,930 0,06Hemoglobina 0,62 0,341 to 0,850 0,46Clearance creatinina 0,6 0,323 to 0,836 0,54Fracção de ejecção ventricular esquerda 0,72 0,436 to 0,913 0,11Pressão capilar artéria pulmonar 0,62 0,341 to 0,850 0,46Índice Cardíaco 0,58 0,306 to 0,821 0,61Cardiac Power Index 0,64 0,359 to 0,865 0,35Heart failure Survival score 0,74 0,456 to 0,924 0,07NT-ProBNP 0,64 0,359 to 0,863 0,38ET-1 0,78 0,511 to 0,943 0,028Score NH 0,90 0,647 to 0,987 0,0001

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO ARSÉNIO CORDEIRO | DOENÇAS DO MIOCÁRDIO: DA ETIOPATOGENIA AO DIAGNÓSTICO

CO 7APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CARDIOMIOPATIA PERIPARTO EM MOÇAMBIQUE

GULNAZE ARIF1, ORVALHO AUGUSTO2, FÁTIMA ABACASSAMO2, CHARIZADE MUSSAGY1, BONIFÁCIO MUCHANGA1,IVONE THEMEZIRA1, DOMINGOS DIOGO1, ALBERTINO DAMASCENO1

(1Hospital Central de Maputo, 2Universidade Eduardo Mondlane)

Apresentação e evolução da Cardiomiopatia Periparto em MoçambiqueA cardiomiopatia periparto (CMPPP) é uma patologia frequente em África e particular-mente em Moçambique. Apresentamos os resultados de um estudo prospectivo de umasérie de 120 doentes, sucessivas, portadoras de CMPPP, diagnosticadas entre Julho de2001 e Novembro de 2009. Definiu-se como critério de CMPPP, um quadro de insuficiên-cia cardíaca de novo entre o último mês da gravidez e o quinto mês do puerpério, naausência de patologia cardíaca conhecida, e em doentes seronegativas para o HIV. Asdoentes foram avaliadas clinicamente, submetidas a um ecocardiograma bidimensional,e a uma avaliação bioquímica, efectuadas no momento do diagnóstico, e aos 3º, 6º e 12ºmeses após o diagnóstico.A idade média na altura do diagnóstico foi de 25.8+_6.82 anos, realçando-se que 19%(23/120) das doentes tinham menos de 20 anos e 35% (42/120) eram primigestas.Foram perdidas 32 doentes durante o seguimento e faleceram 12 (mortalidade 10%). Nasrestantes 76 doentes seguidas até ao 12º mes, verificou-se uma boa evolução clínica e dafracção de encurtamento (FS) avaliada ecocardiograficamente em 54% (41/76) dasdoentes (Grupo A), tendo as restantes 46% (35/76) (Grupo B) mantido uma FS inferior a28% até o fim do seguimento.A multiparidade (82,9% para o grupo B versus 53,6% para o grupo A - P =0,008) e odiâmetro telediastólico do Ventrículo Esquerdo (DTDVE) na ecocardiografia basal(63+_5.54 para o grupo B versus 57.5+_6.00 para o grupo A - P=0,0001) associaram-sea um pior prognóstico.Em conclusão, numa analise prospectiva de uma série de 120 doentes portadoras deCMPPP, grande parte recuperou a função sistólica ao 12º mês. A multiparidade e o DTDVEmuito aumentado na ecocardiografia basal foram identificados como factores de máevolução prognóstica.

CO 8CARDIOMIOPATIA ASSOCIADA À SÍNDROME DE MARFAN: UMA NOVA ENTIDADE DE UMAPATOLOGIA BEM CONHECIDA?

FRANCISCO ALPENDURADA1, RAAD MOHIADDIN1

(1Royal Brompton Hospital)

Introdução: A síndrome de Marfan (SM) é a doença adquirida mais comum do tecido conjuntivo. Osistema cardiovascular (CV) é frequentemente envolvido e constitui a principal causa de mortalidade.O coração pode ser afectado já que a dilatação da raíz da aorta e prolapso da válvula mitral são causasfrequentes de regurgitação valvular. No entanto, continua a haver dúvidas quanto à existência de umacardiomiopatia (CM) primária, com estudo prévios mostrando resultados contraditórios.

Objectivo: Avaliar a existência de uma CM primária usando ressonância magnética cardiovascular (RMC),uma vez que os estudos anteriores usaram a ecocardiografia como principal modalidade imagiológica.

Métodos: A partir de uma coorte de 150 doentes consecutivos com SM referenciados para RMC,avaliámos 68 adultos sem história de cirurgia CV ou regurgitação valvular significantiva (modera-da e grave). Dimensões da aorta foram obtidas ao nível da raíz, aorta ascendente, arco e aortadescendente. Volumes, fracção de ejecção (FE) e massa do ventrículo esquerdo (VE) e direito (VD)foram estimados usando um programa de análise semiautomático. Estes valores foram ajustadosà idade, sexo e superfície corporal, e comparados com valores validados numa população normalusando a mesma metodologia. Os doentes foram então divididos em 2 grupos: FEVE normal e FEVEdiminuída. Os dados clínicos foram obtidos a partir de registos médicos.

Resultados: Uma proporção significativa de doentes (25.0%) apresentou FEVE diminuída (FE 53.8% ±3.1% vs. 65.2 ± 4.5% grupo FEVE normal, p<0.01). O grupo com FEVE diminuída está associado a vo-lumes VE telediastólicos e telesistólicos aumentados (25.0% e 30.8%, respectivamente), FEVD reduzida(10.3%), e marginalmente associado a diâmetros aórticos aumentados. Contudo, após ajuste dosdiâmetros aórticos à superfície corporal, esta associação perdeu significado estatístico.Após regressão linear da FEVE com idade, sexo, superfície corporal, diâmetros aórticos, prolapso daválvula mitral, regurgitação valvular ligeira, sintomas cardíacos, pressão arterial e medicação CV,nenhum factor predictivo de FEVE diminuída foi encontrado.

Conclusão: Este estudo demonstra a existência de uma CM primária num subgrupo de doentescom SM; e que é geralmente assintomática, associada a disfunção VE ligeira, e envolvendo o VD.Esta entidade parece ser independente de outras manifestações CV, sugerindo uma avaliaçãocardíaca precisa juntamente com a avaliação routineira a outros órgãos e sistemas. Estudos adi-cionais são necessários para avaliar causas subjacentes, história natural e eventos adversos. Otratamento não pode ser só dirigido à progressão da dilatação da aorta; também deve ser dedica-do à preservação da função do miocárdio.

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I-13

CO 9FUNCTIONAL VARIANTS OF ANGIOTENSIN-CONVERTING ENZYME GENE AND PHENOTYPEEXPRESSION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY

DULCE BRITO1, ALEXANDRA FERNANDES1, MANUEL BICHO1, HUGO MADEIRA1

(1Faculdade de Medicina de Lisboa)

Background and aim: The association of the insertion(I)-deletion(D) functional polymorphism inthe ACE gene with clinical phenotypes in hypertrophic cardiomyopathy (HCM) has been studiedbut results are conflicting. The D allele may be associated with higher ACE levels, greater activa-tion of RAAS, greater left ventricular hypertrophy (LVH) and a worse outcome. We tested thishypothesis, comparing the phenotypic expression - clinical (NYHA class, morbidity during follow-up), ECG, echocardiographic (echo) and hormonal/enzymatic (plasma NT-proBNP; serum ACEactivity - sACE)- in pts with HCM and different ACE genotypes (DD, ID, II).

Methods: 26 pts (23 index-pts genetically independent) with HCM (major criteria) -14 with iden-tified sarcomeric-related mutations in 4 different genes - were characterized. Echo study includ-ed the quantification of LVH by a score (LVHS) derived from the sum of the thickness of 9 left ven-tricular (LV) parietal segments. NT-proBNP plasma levels, sACE activity and ACE genotype weredetermined. Comparison was made between 2 groups of pts, according to ACE genotype: Gr 1(DD)-11 pts; Gr 2 (non-DD)-15 pts.

Results (see also table): All pts had a hypertrophied, non-dilated well contracting LV. Groups 1(8 female) and 2 (5 female) were similar in relation to age [45.8±18.6 (21-79)y vs 54.4±18.6 (20-81)y-p-0.26], gender, time of follow-up [8(2-33) vs 14 (1-30))y -p-0.12], clinical symptoms/mor-bidity, LVH on ECG (73% vs 60% -p-0.68), echo-indices and NT-proBNP. Nevertheless, groups dif-fered markedly in relation to sACE activity (p-0.003).Conclusions: the DD ACE polymorphism in this group of pts, although associated with a higher ACEactivity, was neither associated with more severe LVH nor with a worse clinical status (reflectedalso in NT-proBNP). HCM pts are a heterogeneous population with multiple factors interplayingfor the "final" phenotype. The influence of genetic polymorphisms on HCM phenotypes demandsfurther comparative studies in both large families genetically identical or harboring differentmutated genes.

CO 10MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA NÃO-OBSTRUTIVA: A IMPORTÂNCIA DA POSIÇÃOORTOSTÁTICA

ANA RITA ALMEIDA1, RITA MIRANDA1, SOFIA ALMEIDA1, BRUNO STUART1, LUÍS ROCHA LOPES1, CARLOS COTRIM1, MANUEL

CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: A avaliação dos doentes (dts) com miocardiopatia hipertrófica (MCH) é realizada,habitualmente, em repouso. Quando estes doentes são submetidos a ecocardiografia de sobre-carga com esforço, os gradientes são geralmente avaliados imediatamente após o esforço e emdecúbito, o que não reflecte as actividades da vida diária, nem a fisiopatologia desta entidade.Os gradientes na miocardiopatia hipertrófica são dinâmicos, apresentando maior magnitude emsituações que aumentem a contractilidade miocárdica ou que diminuam a pré-carga ou a pós-carga. A posição ortostática contribui para a diminuição da pré-carga.

Objectivos: Avaliar os gradientes intraventriculares (GIV) em dts com MCH não-obstrutiva, comecocardiografia de esforço em tapete rolante, durante o esforço e na recuperação imediata naposição ortostática.

Métodos: Estudo prospectivo de 15 dts com MCH não-obstrutiva. Todos os dts foram submetidosa ecocardiografia de esforço em tapete rolante, utilizando o Protocolo de Bruce. A avaliação dosGIV foi realizada em: repouso em decúbito lateral esquerdo (DLE), imediatamente antes de inciaro esforço em posição ortostática (PO), no pico de esforço (PE) e na recuperação imediata naposição ortostática (RO).

Resultados: Os doente tinham idade média de 44 ± 15 anos, sendo 8 do sexo masculino. Emrepouso, na posição de DLE, os GIV estavam ausentes na totalidade dos dts; em repouso na PO,os GIV surgiram em 4 dts (27%); no PE, 10 dts (67%) desenvolveram GIV com um gradientemédio de 70 ± 32 mmHg; na RO, 12 (80%) dts apresentaram GIV, com um gradiente médio de90 ± 45 mmHg (p value = 0,007 vs gradiente no PE).Conclusões: 1. Nos dts com MCH não-obstrutiva, os GIV podem surgir durante o esforço em tapeterolante. 2. Em alguns dts com MCH não-obstrutiva, os GIV podem ser observados apenas duranteo período de recuperação imediata na posição ortostática. 3. Os GIV observados durante a recu-peração imediata em posição ortostática têm uma magnitude significativamente maior compar-ativamente aos GIV obtidos no PE.

CO 11MIOCARDITE AGUDA. PADRÕES CLÍNICOS E DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA POR SPECKLETRACKING EM COMPARAÇÃO COM A NECROSE MIOCÁRDICA POR RESSONÂNCIAMAGNÉTICA

VANESSA CARVALHO1, JOÃO MARQUES1, MIGUEL MENEZES1, RAQUEL MAGALHÃES1, M. GATO VARELA1, SUSANA

GONÇALVES1, DULCE BRITO1, ANA G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Na miocardite aguda, o conhecimento dos padrões clínicos, laboratoriais e decontractilidade ventricular poderá identificar doentes em risco de progressão para miocar-diopatia dilatada. Objectivo: Caracterização clínica, laboratorial, ECG e de deformaçãomiocárdica, avaliada por ecocardiografia (Eco) e a sua relação com a necrose miocárdica.

Métodos: Estudo observacional prospectivo. Incluíram-se doentes (dts) consecutivos comdiagnóstico de miocardite aguda, com 3 de 4 critérios: precordialgia e/ou insuficiênciacardíaca; marcadores de necrose miocárdica positivos; coronariografia normal; confir-mação do diagnóstico por ressonância magnética cardiovascular (RMC). Realizou-se RMCa 17 dts, presumindo-se com alta probabilidade o diagnóstico de miocardite nos restantes3. Efectuou-se avaliação clínica, laboratorial (PCR alta sensibilidade, NT-pro-BNP, troponi-na I, CK, CK-MB), ECG e Eco - convencional e de deformação miocárdica por speckle track-ing (Vivid7, GE). Por Eco obteve-se: a) fracção de ejecção (FEJ); b) score segmentar de con-tractilidade: SCS=∑Score de cada um de 16 segmentos/16 (ASE); c) Índices de deformaçãomiocárdica - strain circunferencial e radial - obtidos em curto-eixo basal, médio e apicalnos 16 segmentos; d) presença de realce tardio após contraste (necrose) em cada seg-mento, obtido por RMC.

Resultados: Foram incluídos 20 dts (18 homens,28±12anos) com precordialgia (45%opressiva, 25% pleurítica), 80% com pródromo viral, 95% com alterações ECG (70% ele-vação segmento ST, sendo 57% com elevação difusa e 65% inversão de ondas T). Todosrevelaram elevação de ?1 marcador de necrose: 90% elevação de troponina I(11,6±10,7ug/ml), 90% da PCR (5±4,5mg/dL), 70% de NTproBNP (463,2±470,4pg/mL).A FEJ estava discretamente diminuída em 5 dts (59,3%±7,58%) e o SCS em 1 (1,15±0,24).Os segmentos com realce tardio tinham menor strain circunferencial comparado com osque o não tinham (-9.2±8.3% vs -12.5±5.6%, p=0.04), mas valores semelhantes de strainradial (31,0±12,1% vs 32,4±2.9%, p=0.56). Não se verificou relação significativa entre ospadrões clínicos e os biomarcadores cardíacos.

Conclusões: A apresentação clínica, laboratorial e ECG da miocardite foi semelhante à deuma síndrome coronária aguda, tendo a maioria dos dts FEJ normal, mas valores de straincircunferencial segmentar por speckle tracking diminuidos nos segmentos com necrosedetectada por RMC. Não se verificou relação entre os padrões clínicos e os biomarcadorescardíacos.

CO 12CARACTERIZAÇÃO E SEGUIMENTO DE POPULAÇÃO COM NÃO COMPACTAÇÃO DOVENTRÍCULO ESQUERDO

EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, BRUNO RODRIGUES1, RITA FARIA1, PEDRO GAMA1, CELESTE NASCIMENTO1,JOÃO PIPA1, COSTA CABRAL1, ODETE DIONÍSIO1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: A não compactação do ventrículo esquerdo (NCVE) é uma miocardiopatia genéticaprimária rara caracterizada pela persistência de trabéculas e recessos intertrabeculares profundos enumeroso comunicantes com a cavidade ventricular.Pode manifestar-se como insuficiência cardíca, arritmias( ventriculares ou supraventriculares), fenó-menos embólicos ou ser diagnosticada em pacientes assintomáticos.Neste trabalho caracterizamos uma série de 14 pacientes afectados à data do diagnóstico e apósseguimento.

Métodos: Identificaram-se 14 pacientes que preenchiam os critérios de Jenni para o diagnósticode NCVE.Caracterizou-se a clínica de apresentação, o ecocardiograma à admissão e o estado clin-ico em Novembro de 2009.

Resultados: A população é constituida por nove homens (64%), idade média 56±14 anos. Aapresentação mais frequente foi globalmente insuficiência cardíaca (43%) mas nos homens foiarritmia ventricular (n=3) ou enfarte agudo do miocárdio (n=3). A fração ejeção estava diminui-da na maioria dos doentes (média 41%) e o ventriculo esquerdo dilatado (média 6,1cm). Otempo de seguimento foi de 8±5 meses. Neste período um paciente faleceu, um necessitou detransplante cardíaco e em dois implantou-se CDI. Dos 12 sobreviventes sem transplante cardíaco,10 (83%) encontram-se em classe funcional I/II NYHA.

Conclusões: Da patologia com elevada morbilidade e mortalidade descrita pelos primeirosautores temos evoluido para a noção de patologia com apresentação e evolução variáveis.A nossa série reforça a noção de que apesar de poder ter desfecho desfavorável a curto prazo(uma morte e um paciente necessitou de transplante cardíaco), muitos dos pacientes estarão emclasse funcional NYHA I ou II. Um maior tempo de seguimento permitirá no futuro complemen-tar estas conclusões.

SEXO IDADE APRESENTAÇÃO FOLOW UP DdVE EF LOCALIZAÇÃO AEsqMESES CLASSE NYHA

P1 F 35 ARRITMIA SV 11 I/II 5,2 42 SEPTO-APICAL 3,9P2 F 54 ICC 11 I/II 5,7 77 APICO- LATERAL 3,8P3 M 35 ARRITMIA SV 5 I/II 5,1 53 APICO-LATERAL 3,3P4 M 43 ARRITMIA SV 1 I/II 7,0 34 SEPTO-APICAL 4,0P5 M 65 EAM 5 I/II 4,6 55 SEPTO-APICAL 4,3P6 M 69 ICC 18 I/II 6,1 48 LATERAL+INTERIOR 4,8P7 M 52 ICC 16 TRANSPLANTE 7,4 18 LATERAL+INTERIOR 6,0P8 F 69 ICC 7 III/IV 7,0 29 APLICO+LATERAL 4,9P9 M 75 EAM 4 FALECIDO 7,0 10 SEPTO+APICAL 5,7P10 M 52 ARRITMIA SV 9 I/II 5,2 59 LATERAL 3,9

+INFERIOR APLICAL

P11 M 46 ARRITMIA V 3 I/II 5,6 57 APICAL 3,8SEPTO

APLICALP12 F 64 ICC 5 III/IV 5,2 58 SEPTO-APICAL 4,1P13 F 64 ICC 3 I/II 8,0 16 LATERAL+

INFERIOR+APICO-

P14 M 45 EAM 14 I/II 6,6 21 LATERAL 4,5M 56 8 6,1 41 4,4

NYHA MORBIDITY ST MWT LVHS LVDD LAD sACE (U/L) NT-proBNP II-III (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (U/L) (pg/ml

Gr 5 6 20.3 24 15.2 45 45.6 32.5 22041 (n=11) (45.5%) (54.6%) ± 6 ± 7 ± 3 7.5 9.8 ± 11 ± 3524

Gr 4 5 21.6 24.4 16.1 45 46.2 19.2 10562 (n=15) (26.7%) (33.3%) ± 4 ± 5 ± 3 ± 6.4 ± 8 ± 0.003 0.11

p 0.42 0.43 0.53 0.87 0.42 0.91 0.88 0.003 0.11

ST=septal thickness; MWT=maximal wall thickness; LVDD= left ventricular diastolic dimension; LAD= left atrial dimension

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I-14

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO J. MONIZ DE BETTENCOURT | ECOCARDIOGRAFIA - IMPACTO CLÍNICO DAS TÉCNICAS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA (STRAIN)

CO 13STRAIN TECIDULAR POR SPECKLE TRACKING NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA

EMANUEL CORREIA1, RITA FARIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, BRUNO RODRIGUES1, PEDRO GAMA1, CELESTE NASCIMENTO1,ODETE DIONÍSIO1, COSTA CABRAL1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Avanços tecnológicos recentes permitiram avaliar a deformação miocárdica regional(Strain) em várias patologias. Na miocardiopatia hipertrófica (MCH) permitiu evidenciar disfunçãosistólica regional apesar de função sistólica global preservada. A técnica de Doppler tecidular(TD), além de morosa, apresenta reprodutibilidade limitada. A tecnologia de strain bidimension-al por speckle tracking (ST) permitiu superar muitas dessas limitações.No nosso trabalho caracterizamos a função sistólica longitudinal de seis segmentos do ventrícu-lo esquerdo em pacientes com MCH por ST.

Métodos: Avaliaram-se 32 pacientes com MCH por ecocardiograma bidimensional e Doppler cor.As imagens adquiridas foram analisadas com software dedicado quantificando-se o Strain longi-tudinal dos segmentos basal, médio e apical nas paredes septal e lateral. Análise estatística comSPSS 17.0 utilizando "Paired samples T test" e coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados: A população é constituída por 23 homens (72%), 55±13,5 anos. SIV basal2,1±0,47cm, relação SIV/PPost 1,8±0,4; 1 paciente com MCH apical. Na tabela 1 apresentam-se asmédias dos valores de Strain obtidos para cada segmento. Os valores ao nível do septo basal foramsignificativamente inferiores aos dos restantes segmentos (p=0,000*). Os valores de Strain no SIVbasal tiveram uma correlação moderada (R =0,331) com a espessura do SIV basal (gráfico 1).

Conclusões: A técnica de Strain tecidular por ST per-mite de modo rápido e reprodutível avaliar a defor-mação miocárdica regional. O Strain longitudinalaumentou da base para o ápex em ambas as paredes.Os valores encontrados ao nível do SIV basal foram sig-nificativamente inferiores aos dos restantes segmentosanalisados. Observou-se correlação moderada entremaior espessura do SIV e diminuição dos valores deStrain nesse segmento.

TABELA 1: Valores de Strain Longitudinal

Max Min Médio Desvio padrão p

SEPTOBASAL -19,48 -1,95 -7,7984 4,95784MÉDIO -26,89 2,81 -11,6297 7,13741 0,000*APICAL -37,45 -7,86 -22,9975 8,50183 0,000*

PAREDE LATERALAPICAL -39,71 -4,42 -21,7156 9,31964 0,000*MÉDIO -27,75 -6,72 -14,7334 6,04795 0,000*BASAL -25,58 -,42 -13,0662 6,05923 0,001*

CO 14VÁLVULA AÓRTICA PERCUTÂNEA TRANSAPICAL: IMPLICAÇÕES NA MECÂNICA VENTRICU-LAR. RESULTADOS INICIAIS

FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, REGINA RIBEIRAS1, PEDRO CARMO1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, JOSÉ PEDRO NEVES1,RUI CAMPANTE TELES1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, CARMO CALQUINHA1, MANUEL CANADA1, MARIA JOÃO

ANDRADE1, RAQUEL GOUVEIA1, JOÃO QUEIROZ E MELO1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A implantação de válvulas aórticas percutâneas por via transapical (VAP) con-stitui uma nova alternativa para doentes com estenose valvular aórtica (EAo) grave e riscocirúrgico elevado. A deformação torsional Ventricular esquerda (VE) resultante da rotaçaodo apex (Rºap) em relaçao à base (Rºbase) tem um importante papel na conservação dafunção sistólica VE. As condições promotoras de perturbação das fibras subendocárdicas,como a idade, a EAo e hipertrofia ventricular esquerda (HVE), induzem uma redução doStrain Longitudinal (SL), com aumento compensatório da Rºap, dependente das fibrassubepicárdicas.A técnica da VAPT apesar de corrigir a patologia valvular, aliviando a sobre-carga de pressão ao VE, exige agressão mecânica ao ápex VE. Sendo a população-alvodesta modalidade terapêutica, idosa e com HVE, um insulto apical poderia comprometero mecanismo de compensação descrito e agravar a função sistólica VE pós VAPT.

Objectivo: Avaliar as alterações funcionais do VE pré e pós VAPT.

Métodos: Estudamos os primeiros 11 doentes(D) consecutivos, submetidos a VAPT nonosso centro, com idade média 80 anos, 3 do sexo feminino. O Euroscore médio era 29.Comparamos parâmetros ecocardiograficos de função valvular e VE, por 2D, MM, Dopplere 2D Strain pré e até ao 1ºmês pós VAPT. Avaliaram-se especificamente os valores deSL/Strain Circunferencial (SC), Rºap e Rºbase, expressos em % e graus(º), respectiva-mente.

Resultados: Os D avaliados apresentavam previamente á VAPT, valores médios de gradi-entes máximos transvalvulares aórticos (G.máx.VAo) de 78mmHg, área funcional de0,7cm2 e índice massa ventricular esquerdo 195g/m2. Observou-se redução significativados G.máx.VAo (78mmHg para 23mmHg, P 0,001). Regurgitação periprotésica grau1 em3D. Houve tendência para melhoria do SL e Fracção de Ejecção (FEj.VE), com redução doSC, sem atingir significado estatístico. A Rºap máxima não se reduziu, pós VAPT -(pré=5,6º vs pós= 9º NS). Sem alterações significativas dos restantes parâmetros ecocar-diográficos.

Conclusões: Não se observou prejuízo da Rºap, avaliada por 2DS, apesar da agressãomecânica ao ápex VE, metodologia intrinseca da VAPT. Este aspecto é sobreponível aosresultados publicados em séries de substituição valvular convencional. A correcção da EAorevelou tendência para melhoria do SL, com conservação da Rºap e da FEj.VE. O reduzidonumero de casos e curto tempo de seguimento limitam os resultados estatísticos.

CO 15OBESIDADE: ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE ALTERAÇÃO DO METABOLISMO GLICÉMICO E ALTERAÇÕES DA DEFORMAÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA

DOROTEIA SILVA1, FLORBELA FERREIRA1, JOÃO SILVA MARQUES1, CLÁUDIA JORGE1, JOÃO MARTINS MARTINS1, ANA

G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A obesidade é uma patologia que se encontra frequentemente associada amúltiplas co-morbilidade, tais como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e dis-lipidémia. Muitas destas doenças são consequência de um mecanismo etiopatogénicocomum: a insulino-resistência. Estudos sugerem que a obesidade é uma condição quecausa disfunção ventricular esquerda, mesmo na ausência de doença cardíaca estrutural.Não é conhecida a relação entre estas duas variáveis.

Objectivo: Avaliar a relação entre obesidade, índices de alteração do metabolismoglicémico e parâmetros ecocardiográficos de função sistólica do ventrículo esquerdo (VE).

Métodos: Foram avaliados doentes obesos, seguidos na consulta de obesidade de um cen-tro universitário. Os dados demográficos e clínicos foram colhidos mediante questionário.Realizou-se avaliação analítica (que inclui a determinação de HbA1c, frutosamina, insulina,péptido C) e ecocardiográfica de todos os doentes. Em pós-processamento, mediu-se o straine strain rate global (SG, SRG) do ventrículo esquerdo por speckle-tracking imaging. As asso-ciações das variáveis foram determinadas pela coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados: Foram estudados 22 doentes obesos, 77% do sexo masculino, com idademédia de 47±12 anos. O índice de massa corporal médio foi de 39± 4 Kg/m2, a percen-tagem de massa gorda de 46±7% e o perímetro abdominal de 119±10 cm. Os doentesapresentaram valores médios de glicémia de 105±37 mg/dL, HbA1c 8.8±3.7%, frutosam-ina 209±34 mmol/L, insulina 20±12 mUI/L e péptido C 2.3±0.7 ng/mL. Relativamente aoperfil lipídico, o colesterol total médio foi de 205±48 mg/dL, colesterol-LDL 125±45mg/dL, triglicéridos 139±80 mg/dL, colesterol-HDL 50±10 mg/dL. O aumento dos valoresde glicémia associou-se à elevação dos valores de frutosamina (R=0.76; p<0.01), os quaisse associaram à diminuição dos valores SG (R=-0.58; p=0.04) e do SRG (R=-0.58; p=0.04)do VE. A associação dos valores de HbA1c, insulina e péptido C ao SG e SRG do VE nãoapresentou significado estatístico.

Conclusões: Na obesidade, os valores de frutosamina associam-se às alterações da defor-mação ventricular esquerda. Esta associação deverá ser alvo de investigação adicional.

CO 16ACUIDADE DOS PARÂMETROS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA CIRCUNFERENCIAL E RADIAL NAAVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA SEGMENTAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DOMIOCÁRDIO

SUSANA ROBALO MARTINS1, NUNO CORTEZ-DIAS1, MIGUEL ALMEIDA RIBEIRO1, SÓNIA RIBEIRO1, SUSANA GONÇALVES1, LAURA

SANTOS1, JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, ARMANDO BORDALO E SÁ1, MANUELA FIÚZA1, ANTÓNIO

NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Objectivo: Avaliar se os métodos ecocardiográficos de análise da deformação miocárdica circunferen-cial e radial conseguem identificar as alterações da cinética segmentar em doentes com enfarte agudodo miocárdio com elevação de ST (EAMEST).

Metodologia: Em doentes (dts) consecutivos com EAMEST submetidos a angioplastia primária foi realiza-do ecocardiograma (Vivid 7, GE) nas primeiras 72h de internamento. A cinética segmentar foi avaliadacom determinação do Wall Motion Score (WMS) por 2 operadores independentes, com atribuição da clas-sificação final por consenso. Em pós-processamento, mediu-se o pico sistólico de strain circunferencial(PSSC) e o pico máximo de strain radial (PMSR). Os parâmetros de deformação foram comparados emfunção do WMS e do plano ventricular pelo teste ANOVA e a sua associação foi avaliada pelo coeficientede correlação de Kendall's Tau b. A acuidade na detecção de anomalia da cinética segmentar (WMS?2) foideterminada pela área sob a Receiver Operator Curve.

Resultados: Foram avaliados 69 dts (sexo masculino: 70%; 63±14 anos), com doença coronária de 1, 2 e3 vasos em 62%, 21% e 17%, respectivamente. A artéria responsável pelo EAM foi a descendente anteri-or em 34%, a circunflexa em 26% e acoronária direita em 36%. A qualidadeda imagem foi adequada ao estudopor speckle-tracking em 931 segmen-tos ventriculares. O PSSC foi mais neg-ativo nos segmentos normocinéticos(p<0,001), enquanto o PMSR diminuiuprogressivamente com o WMS(p<0,001). Entre os segmentos nor-mocinéticos e hipocinéticos, o PSSCvariou com o plano ventricular, sendomais negativo nos segmentos apicais (p<0,001). Por isso, a correlação do PSSC com o WMS aumentou doplano basal (k=0,342) para o médio (k=0,409) e o apical (k=0,411), p<0,001. A acuidade global do PSSCna detecção de anomalia da cinética segmentar (ROC:0,76) foi superior à do PMSR (ROC:0,66) e o valor de-14,2% apresentou a melhor relação sensibilidade-especificidade (70% e 70%).

Conclusão: Os parâmetros de deformação circunferencial e radial permitem a quantificação objectivado compromisso da cinética segmentar.

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I-15

CO 17PADRÃO DE DEFORMAÇÃO NÃO HOMOGÉNEA DO VENTRÍCULO ESQUERDO NA HIPERTENSÃOARTERIAL: SERÁ ESTA A REGRA?

Catarina Santos de Sousa1, Susana Gonçalves1, Fausto J. Pinto1

(1Faculdade de Medicina de Lisboa)

Introdução: Novas modalidades ecocardiográficas como o strain e o strain rate bidimensionalpodem permitir identificar alterações precoces do ventrículo esquerdo na hipertensão arterial eajudar a estratificar o risco e prognóstico nestes doentes.Objectivo: Caracterização da função segmentar sistólica e diastólica do ventriculo esquerdo nahipertensão arterial sistémica com fracção de ejecção conservada, utilizando o strain bidimen-sional.

Material e métodos: Estudo comparativo observacional. 95 doentes (dts) com hipertensão arte-rial (HTA) e fracção de ejecção > 50% e um grupo controlo (C) constituído por 20 voluntáriossaudáveis foram avaliados. A função ventricular esquerda sistólica e diastólica foi avaliada porecocardiografia 2D, modo M e Doppler (incluindo Doppler de fluxos, Doppler tecidular miocárdi-co e deformação longitudinal miocárdica por 2 D strain - speckle tracking).

Resultados: O grupo HTA era em média mais velho (59±11 vs 40±13 anos) e tinha um índice demassa corporal mais elevado (27,5±4 vs 25±4 Kg/m2). O strain longitudinal do septo basal, seg-mentos basal e mediano da parede lateral, segmentos apicais da parede inferior e anterior e seg-mento mediano da parede anterior estava significativamente diminuído no grupo dos doenteshipertensos (tabela 1 e figura 1). O pico E de strain rate longitudinal estava significativamentediminuído em todos os segmentos medianos, no segmento basal da parede lateral e segmentosapicais da parede anterior e inferior.

Conclusão: Os segmentos basais das pare-des anterior e inferior e segmento apical dosepto são menos afectados pela hiperten-são arterial. As alterações verificadas dedeformação miocárdica nos diferentes seg-mentos do ventrículo esquerdo podemdever-se ao padrão de distribuição dasfibras miocárdicas que respondem de formadiferente a um aumento do pós carga.

Strain longitudinal (%) HTA (n-95) C (n-20) p

Segmento septo basal -14,3±4,4 -17,7±3,4 0,02Segmento lateral basal -18,4±5 -21,8±4,1 0,02Segmento lateral mediano -16,7±4,8 -20,1±3,8 0,01Segmento anterior mediano -15,9±6,2 -18,6±5,5 0,03Segmento anterior apical -16,9±8,5 -20,9±6 0,03Segmento inferior apical -20,2±6,1 -23,3±3,1 0,01

CO 18CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE BNP E 2D STRAIN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

LÍGIA MENDES1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, PEDRO AMADOR1, SARA GONÇALVES1, CARLA MIRANDA1, SANDRA CORREIA1,LEONEL BERNARDINO1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Racional e Objectivo: O BNP relaciona-se com o estiramento do miocárdico e consequentementecom a função cardíaca. Adicionalmente os níveis de BNP correlacionam-se com diversas medidasecocardiográficas convencionais e de Doppler tecidular. Este estudo teve como objectivo avaliara relação entre os níveis de BNP e parâmetros de função cardíaca obtidos com 2D Strain, emdoentes com insuficiência cardíaca.

Métodos: Avaliaram-se 20 doentes (idade 67±2 anos, 13 homens), sem fibrilhação auricular esem doença valvular significativa. Registaram-se as características clínicas e demográficas. Oexame ecocardiográfico foi realizado segundo as recomendações da Sociedade Americana deEcocardiografia tendo sido determinado: os volumes das cavidades cardíacas, a fracção deejecção ventricular esquerda (FEVE), o Doppler espectral pulsado trans-mitral e trans-tricúspide (E,A e E/A). Por Doppler tecidular pulsado foram obtidas as velocidades longitudinais ao nível doanel mitral septal e lateral e tricúspide (Sm, Em, Am, E/Em). Por Speckle Tracking Imaging foideterminado o Strain radial ao nível dos músculos papilares, o Strain longitudinal médio (4câmaras, 2 câmaras e apical longo eixo) e o Strain longitudinal global. Foi avaliada a correlaçãoentre os níveis de BNP e os diversos parâmetros ecocardioráficos determinados.

Resultados: 11 doentes (55%) tinham função ventricular esquerda preservada (FEVE >40%). Amediana dos valores do BNP foi de 178 ng/ml (P25 86; P75 514). As correlações entre os níveisdo BNP e os parâmetros ecocardiográficos encontram-se expostos na tabela.

Conclusões: Este estudo confirma que os parâmetros ecocardiográficos convencionais se correla-cionam com os níveis de BNP. No entanto, o Strain radial e longitudinal revelaram uma forte cor-relação com o BNP, podendo traduzir-se numa ferramenta promissora para a abordagem dosdoentes com insuficiência cardíaca.

Coeficiente de correlação (r) p (sperman’s rho)

Volume telediastólico VE (ml/m2) 0,49 0,029Volume telesistólico VE (ml/m2) 0,54 0,015Fração Ejecção VE (%) -0,48 0,031E/A Mitral 0,74 0,001E/Em Septal 0,57 0,009Tempo de aceleração do tracto

de saída do VD -0,52 0,039Volume aurícula direita 0,64 0,002Strain radial médio -0,66 0,008Strain longitudinal médio

apical longo eixo 0,47 0,035Strain longitudinal médio 2C 0,72 <0,001Strain longitudinal médio 4C 0,45 0,047Strain longitudinal global 0,62 0,004

CO 19DRUG-ELUTING VERSUS BARE-METAL STENTS NO TRATAMENTO DE LESÕES AORTO-OSTIAIS:COMPARAÇÃO NO LONGO TERMO

ANDRÉ LUZ1, CHRISTINE HUGHES1, TEODORO BISCEGLIA1, RUI MAGALHÃES2, DIDIER TCHETCHE1, ANTOINE SAUGUET1, BRUNO FARAH1,JEAN FAJADET1

(1CLINIQUE PASTEUR, TOULOUSE, FRANÇA, 2INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ABEL SALAZAR)

Introdução e Objectivos: As lesões coronárias aorto-ostiais (LAO), em comparação com lesões menoscomplexas, têm particularidades anatómicas responsáveis pelos resultados menos favoráveis quandotratadas por Intervenção Coronária Percutânea (ICP). A sua prevalência em ensaios clínicos aleatoriza-dos é escassa, sendo a comparação dos resultados entre drug-eluting (DES) e bare-metal stents (BMS)baseada em registos observacionais. Por vezes, essas séries excluem doentes (dts) de alto risco. Onosso objectivo, foi comparar a sobrevida livre de eventos cardio/cérebrovasculares major (MACCE),numa população consecutiva de dts submetidos a ICP com DES ou BMS, qualquer que fosse o contex-to clínico.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, consecutivo, de dts submetidos a ICP de LAOnos últimos 5 anos, definindo-se LAO como lesões até 3mm desde a origem aórtica. Foram apenasconsideradas lesões "de novo", em artéria nativa (tronco comum ostial e coronária direita), semdoença valvular concomitante. MACCE definiu-se como o composto de morte cardiovascular (MC),enfarte com onda Q, acidente vascular cerebral (AVC), e revascularização da lesão alvo (TLR). A análisede sobrevida livre de MACCE estratificada para o tipo de stent (grupo DES vs grupo BMS) foi construí-da pelo método Kaplan-Meier, sendo a diferença avaliada pelo teste Log-Rank. As comparações entregrupos com p<0.05 foram consideradas significativas. A análise estatística foi elaborada em SPSS v15.Resultados: Identificaram-se 181 dts, 62% do sexo masculino. A idade média foi 73±9.2 anos. O tempomediano (P25-P75) de seguimento foi 722 dias(366-1142), sendo a taxa de dts com seguimento98% (3 dts não contactáveis, DES = 91, BMS = 87).24.9% tinha um EuroSCORE logístico > 10%. O grupoDES era mais jovem (70.7 ± 15 vs 75.5 ± 8.4,p<0.001), tinha maior proporção de diabéticos(39.4% vs 25.3%, p=0.044), maior proporção depós-dilatação (48.9% vs 23.0%, p<0.001), tinhastents mais longos (16.4mm ± 6.7 vs 14.2 ± 4.1,p=0.008), menor diâmetro de referência (3.5mm ±1.0 vs 3.7mm ± 0.5, p=0.032), e menor taxa deimplantação na coronária direita que no troncocomum (60% vs 83.9%, p<0.001). Registaram-se35 (19.7%) MACCE: DES=15 (16.5%), BMS=20(23.0%), p=0.2. Não houve diferenças na MC, no enfartecom Q , no AVC e na TLR. A curva de sobrevida livre de MACCE (gráfico) não mostrou diferença signi-ficativa entre os dois grupos (Log-Rank p = 0.462).

Conclusão: A taxa de MACCE global parece adaptada às características desta população, onde quase 1/4 tinhaum risco calculado de mortalidade > 10% se fosse operado. Não houve diferenças na sobrevida livre deMACCE entre DES e BMS nas LAO. Entre outras causas, isso pode dever-se ao grande calibre dos vasos abor-dados, reduzindo o impacte favorável dos DES na redução da TLR observada em lesões de menor calibre.

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO JOÃO PORTO | REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA COMPLEXA

CO 20PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE OCTOGENÁRIOS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIAPERCUTÂNEA

JOÃO BRITO1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, RUI CAMPANTE TELES1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO

COSTA1, LUÍS RAPOSO1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, GONÇALO CARDOSO1, PEDRO CARMO1, ANICETO

SILVA1

(1CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA OCIDENTAL, EPE HOSPITAL DE SANTA CRUZ)

Introdução: O debate referente à relação risco/benefício da revascularização coronária percutânea(ICP) em doentes (dts) muito idosos impõe-se face ao envelhecimento da população e aumento daesperança média de vida. A idade avançada e as muitas comorbilidades associadas condicionam deforma desfavorável o prognóstico associado aos procedimentos invasivos. O objectivo deste trabalhofoi avaliar o benefício clínico da ICP em doentes com idade > 80 anos, determinando a incidência decomplicações globais periprocedimento e a sobrevivência média livre de eventos cardíacos major alongo prazo.

População e métodos: Estudo longitudinal de centro único, incluindo 110 dts consecutivos com idademínima de 80 anos (idade média de 82,4±2,3 anos; 63 [57,3%] do sexo masculino; 28 [25,5%] dia-béticos) submetidos a ICP entre 2004 e 2005. A indicação para ICP foi electiva em 58 dts (52,7%) epor síndrome coronária aguda (SCA) em 52 dts(47,3%) (dos quais, 8 dts por EAM com supra de ST). Afracção de ejecção ventricular esquerda estava preservada em 63 dts (57,3%); 84 dts (76,3%) tinhamdoença multivaso; 28 dts (25,5%) tinham antecedentes de EAM, 29 (26,4%) tinham história de CABGe 23 (20,9%) de ICP. As comorbilidades associadas mais relevantes foram: doença renal crónica esta-dio ≥ 2 (35,5%), doença vascular periférica (8,2%), patologia cerebrovascular (11,8%). Avaliaram-seas complicações periprocedimento e a mortalidade cardiovascular e MACE (morte cardiovascular, EAMnão fatal, revascularização de vaso alvo [TVR] ou cirurgia coronária[CABG]) a longo prazo, utilizando-securvas de Kaplan-Meyer para sobrevida e regressão logística de Cox para determinar preditores deeventos.Resultados: Foram tratadas 188 lesões com 190 stents (65% stents revestidos por fármaco [DES]). Em68,2% dts foi usado pelo menos um DES. O sucesso angiográfico (estenose residual<20%) foi obtidoem 108 dts (98,2%). As complicações hospitalares verificadas foram: morte em 6 dts (5.5%), das quais5 em doentes com SCA (3 dts com EAM com supra de ST); EAM periprocedimento em 2 dts (3,4% dasICP electivas); 1 AVC periprocedimento (0,9%); indução de hemodiálise em 2 dts (1,8%); pseudoa-neurisma femoral em 3 dts (2,7%). No seguimento clínico médio de 42,2±20,6 meses ocorreram: 41mortes de todas as causas (37,3%), das quais 15 de causa cardiovascular (13,6%); 15 EAM não fatal(13,6%); 16 TVR (14,5%); 3 CABG (2,7%) e 7 AVC (6,4%). Ocorreram 34 MACE (30,9%) com uma sobre-vivência média livre de eventos cardiovasculares de 35,4±23,1 meses. Em análise multivariada ospreditores independentes de MACE foram a localização das lesões na artéria descendente anteriorproximal (hazard ratio=2,67 IC 95% [1,30-5,46], p=0,007) e circunflexa proximal (hazard ratio=2,59(1,28-5,26), p=0,008).

Conclusões: O período alargado de seguimento adoptado neste estudo permitiu observar uma longasobrevivência média livre de eventos (3 anos), apesar de estarmos perante uma população de altorisco com elevada taxa de comorbilidades e idade média de 82 anos. A incidência de eventos peripro-cedimento, nomeadamente a morte intra-hospitalar, foi considerável mas deve ser tido em conta ocontexto de SCA em que a maioria desses eventos ocorreu.

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I-16

CO 21ESTRATÉGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO PERCUTÂNEA EM LESÕES DE BYPASSES VENOSOSAORTO-CORONÁRIOS: RESULTADOS A LONGO PRAZO

SÍLVIO LEAL1, RUI CAMPANTE TELES1, MIGUEL ALVES2, RITA CALÉ1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1,GONÇALO CARDOSO1, LUÍS RAPOSO1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Hospital Distrital deSantarém, EPE)

Introdução: Metade dos bypasses venosos (BPV) apresentam doença aterosclerótica obstrutivaaos 10 anos, com relevante impacto prognóstico. A intervenção percutânea (ICP) tornou-se otratamento de escolha destes casos, permanecendo no entanto por determinar quais as melhoresestratégias de intervenção.OBJECTIVO: Comparar estratégias percutâneas de revascularização de BPV, relativamente ao localde intervenção (bypass vs vaso nativo (VN)) e ao tipo de stent utilizado.

Métodos: Estudo prospectivo longitudinal de centro único incluindo 793 ICPs consecutivas emdoentes com lesão aterosclerótica de BPV. Idade média de 66,7±9,5 anos, 72,3% sexo masculi-no. Características basais: HTA 72,5%, DM 33,2%, dislipidémia 69,9%, tabagismo 8,8%,antecedentes EAM 49,6%. Forma de apresentação: DAC estável 63,1%, AI 11,0%, EAMSST 22,6%,EAMCST 3,4%. Avaliámos os parâmetros clínicos e angiográficos por subgrupos pré-definidos: ICPBPV vs vaso nativo vs combinado; drug-eluted (DES) vs bare metal (BMS) stent vs misto. Realizou-se análise regressiva de Cox quanto à sobrevida livre de eventos para os seguintes objectivos (1)morte global (2) falência de vaso alvo (TVF) e (3) ocorrência combinada de morte/EAM/TVF(MACE-TVF).

Resultados: No seguimento total (796±548 dias) os objectivos observados foram: mortalidade10,9%, TVF 19,0%, MACE-TVF 29,5%. Na análisecomparativa do local de intervenção (ICP BPV17,2%, ICP VN 74,4%, ICP combinada 8,4%)não se observaram diferenças significativasentre os grupos (morte P=0,22 [gráfico emanexo], TVF P=0,97, MACE-TVF P=0,80). No querespeita ao tipo de stent utilizado (DES 83,2%,BMS 10,2%, misto 3,2%) o mesmo sucedeu(morte P=0,09, TLR-TVF P=0,24, MACE-TVFP=0,64). Na análise por subgrupos observa-seque a implantação de DES é preditora de sobre-vivência (P<0,001) nos doentes intervenciona-dos no VN mas não em BPV.

Conclusão: Numa população de doentes coronários operados não foram evidenciadas diferençassignificativas na mortalidade, EAM e falência do vaso alvo a longo prazo. Os stents farmacológi-cos favoreceram a sobrevida naqueles que foram tratados no vaso nativo mas não nas inter-venções em que foram abordadas as safenas.

CO 22EUROSCORE: PREDITOR DE EVENTOS CARDIOVASCULARES NA INTERVENÇÃO CORONÁRIAPERCUTÂNEA

PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, RUI CAMPANTE TELES1, LUÍS RAPOSO1, JOÃO BRITO1, JOSÉ

LUÍS PALOS1, HENRIQUE FIGUEIREDO1, EDUARDO VARANDAS1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O modelo de risco EuroSCORE foi originalmente desenvolvido para aplicaçãoem doentes submetidos a cirurgia cardíaca. Porém, sendo simples e objectivo, tem vindoa ser estudada a sua aplicabilidade a outras populações de doentes.

Objectivo: Aplicar o modelo de risco EuroSCORE na intervenção coronária percutânea napresença de doença multivaso e verificar o seu desempenho como preditor de eventoscardiovasculares.

Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 5611 intervenções coronárias per-cutâneas (ICP) consecutivas realizadas de Janeiro de 2003 a Junho de 2008, seleccionamospara análise 2314, correspondendo a primeiras intervenções em doentes com estenosedo tronco comum ou doença de 2 ou 3 vasos. A idade média foi de 65±11 anos, e 78%eram do sexo masculino.

Nesta amostra calculou-se o modelo de riscoEuroSCORE logístico (mediana 2,86%, IQ: 1,49-5,84) e testou-se como preditor dos eventos car-diovasculares (MACE): morte, enfarte de miocár-dio e "falência do vaso alvo". O seguimentomédio foi de 702±487 dias, ocorrendo MACE em292 doentes (12,6%), dos quais 165 (7,1%) noprimeiro ano.O EuroSCORE mostrou-se um bom preditor deMACE a um ano (curva ROC com AUC de 68%,melhor limiar 12%). Em 91% dos doentes

obteve-se um EuroSCORE <12%. Nestes, ocorreu MACE em 5,5% (versus 23% em doentescom EuroSCORE ?12%, p<0,001).Por análise multivariada (modelo de regressão de Cox),um EuroSCORE <12% foi preditor independente para ausência de MACE, com Hazard Ratiode 0,58 (0,40-0,83, p=0,004). Também foram preditores independentes para a ocorrên-cia de MACE: idade, diabetes, doença vascular periférica, insuficiência renal crónica, ICPpor síndrome coronário agudo e a não utilização de drug eluted stents.

Conclusão: O EuroSCORE logístico foi um preditor independente da ocorrência de morte,enfarte do miocárdio ou "falência do vaso alvo", quando aplicado a esta população comdoença multivaso submetidos a ICP.

CO 23VALOR PROGNÓSTICO DO SYNTAX SCORE NA ANGIOPLASTIA DO TRONCO COMUM NÃOPROTEGIDO

JOÃO BRITO1, RUI CAMPANTE TELES1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO GALVÃO

SANTOS1, MIGUEL BORGES SANTOS1, PEDRO CARMO2, LUÍS RAPOSO1, EDUARDO VARANDAS1, JOSÉ BAPTISTA1,MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: O SYNTAX Score (S.Score) caracteriza a anatomia coronária relativamente aonúmero de lesões, complexidade e localização das mesmas. Apesar de o seu valor pred-itivo na intervenção coronária percutânea (ICP) na doença de 3 vasos já ter sido demon-strado, escasseiam ainda dados relativamente à sua validade em populações selec-cionadas, designadamente em doentes submetidos a ICP do tronco comum não protegi-do (TCNP). Este trabalho tem como objectivo avaliar o valor prognóstico do S.Score paraeventos clínicos numa população submetida a ICP do TCNP na nossa instituição.População e métodos: Estudo longitudinal de centro único que incluiu 118 doentes con-secutivos submetidos a ICP do TCNP entre Março de 1999 e Dezembro de 2008.Estudaram-se prospectivamente as características clínicas e demográficas e realizou-se arevisão das variáveis angiográficas da população para determinação retrospectiva doS.Score. A população apresentava 79,7% de dts do sexo masculino, idade média 66 ±12anos, 69,5% hipertensos, 25,4% diabéticos e 68,6% com fracção de ejecção do ventrícu-lo esquerdo normal. 52,5% dos dts foram submetidos a ICP electiva do TCNP no contextode angina estável. Foi utilizado pelo menos 1 stent revestido por fármaco (DES) em 72,9%dos casos. Foi utilizada regressão logística de Cox para avaliar a relação do S.Score com amortalidade cardiovascular (CV) e MACE: morte CV, enfarte não fatal (EAM) e revascula-rização de vaso alvo (TVR). A capacidade de discriminação do S.Score foi avaliada atravésde curvas ROC.

Resultados: Aos 30 dias observou-se morte CV num total de 5 dts (4,2%). No seguimen-to médio de 32 ± 24 meses, ocorreram 17 mortes de causa CV (14,4%) e 30 MACE(25,4%). Aos 30 dias, o S.Score não teve valor preditivo mas no seguimento a longo prazo,previu significativamente a ocorrência de morte CV (hazard ratio [HR] ajustado= 1,069IC95% [1,030-1,109], p<0,0001) e MACE (HR ajustado=1,044 [1,013-1,076], p=0,005),mesmo quando corrigido para potenciais confundidores. As áreas debaixo da curva para oS.Score relativamente a morte CV e MACE a longo prazo foram 0,75 (p=0,0006) e 0,63(p=0,032), respectivamente. Foram identificados os valores 32,5 e 28 como melhores"cut-off" para discriminar os dts de maior risco para morte CV e MACE, respectivamente.

Conclusão: Numa população de doentes intervencionados ao tronco comum não protegi-do, o SYNTAX score apresenta uma boa capacidade preditora quanto à mortalidade decausa cardiovascular a longo prazo.

CO 24OVERLAPPING DRUG ELUTING-STENTS - LIMUS VERSUS PACLITAXEL

MIGUEL BIGOTTE VIEIRA1, RUTE BAETA BAPTISTA1, E. INFANTE DE OLIVEIRA2, HENRIQUE MESQUITA GABRIEL2, PEDRO

ALMEIDA2, ISABEL ROCHA1, P. CANAS DA SILVA2, MÁRIO G. LOPES2

(1Faculdade de Medicina de Lisboa, 2Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital deSanta Maria)

Background: Percutaneous treatment of long lesions or diffuse coronary disease fre-quently requires the use of overlapping drug-eluting stents (DES). Concerns have beenraised about persistent inflammation and delayed re-endothelialization at overlappingcompared to non-overlapping sites due to drug toxicity or polymer instability. Animalpathologic studies found evidence of increased inflammation and delayed healing in over-lapping DES sites. Clinically, overlapping DES are associated with greater late lumen loss,more frequent angiographic restenosis and stent thrombosis.Objective: Study the influence of antiproliferative drug type, Sirolimus eluting stent (SES)or Paclitaxel eluting stent (PES), in clinical outcomes of overlapping DES.

Methods: Retrospective pool analysis of consecutive patients submitted to coronary stent-ing in one center. Define two groups of patients treated with two overlapping DES accord-ing with type of antiproliferative drug (limus or paclitaxel). Minimum follow-up of fouryears. Primary end-point defined as the combination of all major adverse cardiovascularevents (MACE) - death, myocardial infarction, stent thrombosis, target lesion revascular-ization.

Results: 68 patients received two overlapping drug-eluting stents (SES 24; PES 44). Therewere no significant differences between groups regarding major cardiovascular risk fac-tors, left ventricular function, maximum stent length and maximum stent diameter. At 24months, 7 patients achieved the primary end-point [SES 2 (8.3%) vs. PES 5 (11.4%), NS].At 48 months, 13 patients achieved the primary end-point [SES 4 (16.7%) vs. PES 9(20.5%), NS]. Kaplan-Meyer analysis for primary end-point was not significant (see figure- cumulative hazard). There were no significant differences between groups regardingseparate MACE analysis at 24 or 48 months.

Conclusion: In this long-term retrospectivenon-randomized study, clinical outcomes ofoverlapping DES were not influenced by thetype of antiproliferative drug (limus vs. pacli-taxel).

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Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO ALFREDO FRANCO | ABLAÇÃO DE SUBSTRACTOS COMPLEXOS - ASPECTOS TÉCNICOS E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

CO 25ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA SEGURA

MARTHA BOUZIN1, DIOGO CAVACO1, PEDRO ADRAGÃO1, KATYA REIS-SANTOS1, LEONOR PARREIRA1, DAVID

CABRITA1, SUSANA MARCELINO1, MARTA MARQUES1, RUI RODRIGUES1, MIGUEL ABECASIS1

(1Hospital da Luz)

Fundamentos: Não está definida qual a melhor estratégia para manejo da hipocoagu-lação na altura da ablação de fibrilhação auricular. A maioria dos centros opta por inter-romper a anti-coagulação oral alguns dias antes do procedimento, sendo depois reinicia-da com sobreposição com heparina standard ou heparina de baixo peso molecular até INRterapêutico.

Objectivo: Avaliar a segurança de uma estratégia de manutenção da hipocoagulação oralem dose eficaz (INR terapêutico) durante o procedimento de ablação da fibrilhação auric-ular, quando comparada com a estratégia convencional (interrupção da hipocoagulaçãopara o procedimento).

População e Métodos: Avaliámos 2 grupos de doentes, de um total de 163 procedimen-tos de ablação de fibrilhação auricular, efectuados no nosso centro entre Junho de 2007 eDezembro de 2009, segundo o valor de INR no dia do procedimento. O grupo A (n= 106)incluía doentes que nunca tinham efectuado hipocoagulação e aqueles que tinham sus-penso hipocoagulação oral com valor de INR inferior a 1,8. O grupo B (n= 57) era consti-tuído pelos doentes que apresentavam INR superior ou igual a 1,8 (e inferior a 3) no diado exame.Todos os doentes efectuaram ecocardiograma transesofágico ou Angio TC cardíaca paraexclusão de trombos na aurícula esquerda, nas 24 h prévias ao procedimento. O procedi-mento consistiu para todos no isolamento percutâneo das veias pulmonares com sistemade navegação magnética, guiado por mapeamento electroanatómico (CARTO-RMT) ecateter duodecapolar circular (LASSO).Foram comparadas complicações hemorrágicas/embólicas peri-procedimento em ambosos grupos.

Resultados: Ocorreu uma complicação vascular relacionada com a punção no grupo A(pseudoaneurisma femoral com necessidade de intervenção cirúrgica) e nenhuma nogrupo B. Não existiram em nenhum dos grupos, no período peri-procedimento doentescom tamponamento cardíaco, acidente vascular cerebral ou hemorragia com necessidadede transfusão sanguínea.

Conclusões: A manutenção da terapêutica hipocoagulante oral durante o isolamento dasveias pulmonares é segura e eficaz, na nossa experiência. Esta estratégia pode ser umaalternativa ao uso de heparina de baixo peso molecular mantendo níveis estáveis dehipocoagulação durante e após o procedimento, facilitando o período pós alta hospitalare reduzindo o risco de níveis insuficientes ou excessivos de hipocoagulação.

CO 26A ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR REDUZ SIGNIFICATIVAMENTE O NÚMERO DECHOQUES EM DOENTES PORTADORES DE CARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORESIMPLANTÁVEIS

CARLA ROQUE1, DIOGO CAVACO2, KATYA REIS SANTOS2, FRANCISCO BELLO MORGADO2, PEDRO ADRAGÃO2

(1Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Terapias frequentes do cardioversor desfibrilhador implantável (CDI) portaquicardia ventricular (TV) prejudicam a qualidade de vida, têm efeito deletério nafunção ventricular e estão associadas a um aumento significativo da mortalidade.

Objectivo: Determinar o impacto da ablação por catéter da TV em doentes (dts) com ter-apêuticas recidivantes pelo dispositivo apesar de terapêutica antiarritmica.

Métodos: Foram estudados 30 dts consecutivos com CDI submetidos a ablação de TV de2005 a 2009. A ablação da TV clínica foi realizada utilizando sistemas de mapeamentotridimensional (CARTO, NAVX) e técnicas convencionais de pace-mapping, activation map-ping, identificação de potenciais diastólicos e entrainment mapping. O número de ter-apias (pacing anti-taquicardia e choques) foi determinado com a interrogação dos apar-elhos e consulta dos registos clínicos dos dts. O número de terapias antes e após foi com-parado.

Resultados: A idade média foi 65±12 anos. 93% (28 dts) eram do sexo masculino. A eti-ologia da TV era miocardiopatia (M) isquémica em 21 dts (70%). Outras etiologias eramM dilatada idiopatica (4 dts), valvular (1), vírica (1) e hipertensiva (1); um dte tinha Mhipertrófica e 1 não tinha doença estrutural. Durante o período médio de 43±40 mesesentre a implantação e a ablação (5 a 180) os dts receberam 89±103 terapias queincluíram 18±16 choques. A ablação foi bem sucedida em 80%. 5 dts foram submetidosa mais do que um procedimento (média 1,2±0,5). Foi realizada abordagem epicardica em3 dtes. Em 3 casos (10%) não se conseguiu a supressão da TV clínica e em outros 3, ape-sar de mais difícil de induzir, a TV era ainda indutível no final. Durante um período deseguimento de 24±17 meses (0,5 a 55) 1 dt foi transplantado e 6 dts faleceram (20%): 2de causa desconhecida potencialmente arrítmica, 2 de causa cardíaca não arritmica e 2de causa não cardíaca. O número de terapias do CDI foi significativamente reduzida para38±62 (p 0,050) com redução muito significativa do número de choques para 4,1±7,7 (p0,001). Verificou-se uma redução de 74% do número de choques por mês de 1,0±2,4 para0,2±0,5 (p NS). Após a ablação 17 dts (57%) não voltaram a ter choques e 8 dts (27%)não tiveram qualquer terapia do CDI.

Conclusões: Nesta população de dts portadores de CDI com frequentes terapias por TVapesar de anti-arrítmicos, a ablação da TV teve uma taxa de sucesso de 80% neste cen-tro e esteve associada a uma redução significativa do número de choques do CDI.

CO 27ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: IMPACTO DOSAVANÇOS NO SISTEMA PARA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO RX

PEDRO ADRAGÃO1, DIOGO CAVACO1, MARTHA BOUZIN1, LEONOR PARREIRA1, KATYA REIS-SANTOS1, PEDRO

CARMO1, DAVID CABRITA1, SUSANA MARCELINO1, MIGUEL ABECASIS1

(1Hospital da Luz)

A ablação percutânea de FA é o tratamento de escolha, para formas paroxísticas e persis-tentes refractárias a terapêutica anti-arrítmica. A exposição a radiação ionizante é um dosproblemas deste tipo de procedimentos. O sistema de navegação magnético ao utilizarcateteres não rígidos com baixo risco de perfuração permite efectuar ablação de FA comreduzida exposição ao RX por parte de doente e pessoal de saúde. Desde o início da nossaexperiência com o sistema (Junho 2007) que têm surgido avanços tecnológicos no próprioou nos cateteres utilizados.

Objectivo: avaliar a exposição a radiação ionizante por parte dos doentes submetidos aablação de FA, com sistema de navegação magnética e a sua relação com avanços tec-nológicos introduzidos.

Métodos: Análise retrospectiva do tempo de exposição a radiação ionizante por parte dedoentes submetidos a ablação de fibrilhação auricular com Sistema de NavegaçãoMagnética em diferentes momentos no tempo: fase inicial, com cateter de 8 mm (grupoA), após início de utilização de cateter irrigado (grupo B) e após aumento do campo mag-nético para 0,1 T (grupo C). A população estudada consistiu em 157 doentes.

Resultados: (ver tabela) Os resultados atingem significado estatístico quando compara-dos grupo a grupo (teste t de Student, p<0,01).Conclusão: Os avanços tecnológicos associados ao SNM permitem actualmente ablação defibrilhação auricular com tempos de fluoroscopia muito curtos (< 10 min), diminuindo osriscos associados à exposição a radiação ionizante.

N Tempo de fluoroscopia (min) (média/DP)

Grupo A 72 33,9 ± 13,12Grupo B 56 17,94 ± 6,36Grupo C 29 10,89 ± 6,47

CO 28FIBROSE AURICULAR NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PRÉ-ABLAÇÃO AVALIADA PORRESSONÂNCIA MAGNÉTICA: IMPACTO NA FUNÇÃO AURICULAR?

ANA G. ALMEIDA1, JOÃO DE SOUSA1, LUÍS CARPINTEIRO1, JOÃO SILVA MARQUES1, NUNO CORTEZ-DIAS1, DOROTEIA

SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A fibrilhação auricular (FA associa-se a fibrose auricular difusa, dependendode diferentes factores entre os quais a sua duração, sendo aparente predictora de respos-ta à terapêutica. A ressonância magnética cardiovascular (RMC) permite detectar a fibrosemiocárdica através da sequência de realce tardio. O objectivo deste estudo consistiu emavaliar a presença e extensão da fibrose auricular esquerda por RMC em doentes pré-ablação de FA e estimar a sua relação com as dimensões e função auricular.

Métodos: Foram incluídos 47 doentes (dts) consecutivos (42 homens, 42±8 anos), comFA paroxística e indicação para ablação da FA. Antes do procedimento, efectuaram RMCcom obtenção de angiografia da aurícula esquerda para avaliação da anatomia auriculare das veias pulmonares e permitir a utilização do sistema CARTO durante a ablação.Durante o estudo RMC, foi também avaliado: volumes e fracção de ejecção do VE (SSFP,curto-eixo); volumes e fracção de ejecção da aurícula esquerda (SSFP, curto-eixo); realcetardio após contraste do ventrículo esquerdo e da aurícula esquerda (curto-eixo e planosaxiais). O realce tardio auricular foi analisado pela sua presença em 1 (realce ligeiro), 2(realce moderado) e 3 (realce extenso) paredes auriculares, sendo estas classificadas emanterior, posterior e septal. A análise de volumes, fracção de ejecção e presença de realcetardio foi efectuada em estação de trabalho (Philips View Forum Release 6.1).

Resultados: Os exames foram considerados de boa qualidade em todos os dts. O volumetelediastólico VE médio foi de 68±5ml/m2 (56-82), sendo normal em todos os dts; afracção de ejecção média foi de 58±4%(48-67), sendo de 50% em dois; o volume auric-ular médio foi de 115±21ml, estando aumentado em 45%; a fracção de ejecção médiada aurícula esquerda foi de 45±11%, diminuída em 65% dos dts. Foi detectada a presençade fibrose auricular ligeira em 17 dts, moderada em 22 e extensa em 8. Comprando os 3grupos de realce tardio, verificou-se diferença significativa do volume auricular e dafracção de ejecção entre o grupo de fibrose ligeira e o grupo de fibrose extensa (p=0,04e p=0,01), não havendo relação entre os restantes grupos.

Conclusão: Em doentes com fibrilhação auricular indicados para ablação, a RMC permitequantificar a extensão da fibrose auricular que se relacionou com volumes e função daaurícula esquerda

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CO 29ABLAÇÃO DE ARRITMIAS DA CÂMARA DE SAÍDA DO VENTRÍCULO DIREITO GUIADA PELO SIS-TEMA DE MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL "SEM-CONTACTO" - RESULTADOS A LONGO-PRAZO

ANA LOUSINHA1, PEDRO SILVA CUNHA1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, SOFIA

SANTOS1, FERNANDO MARQUES1, ALEXANDRA TOSTE1, HAMAD HAMAD1, JOÃO ABREU1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

As arritmias ventriculares com origem na câmara de saída do ventrículo direito (CSVD)constituem uma entidade comum na ausência de cardiopatia estrutural. Em doentes (D)sem arritmias indutíveis, a ablação por cateter com energia de radiofrequência (RF) uti-lizando métodos convencionais pode tornar-se difícil. Os sistemas de mapeamento tridi-mensionais permitem cartografias de activação a partir de um único ciclo cardíaco, sendo-lhes reconhecida elevada eficácia na identificação da actividade focal.

Objectivo: analisar os resultados da ablação de arritmias da CSVD com recurso a mapea-mento de extrassístoles ventriculares (EV) pelo Sistema Ensite Array.

População e Métodos: 14D (12 mulheres; 44±17 anos) com documentação de arritmiasventriculares associadas a sintomatologia recorrente (palpitações - n=10; pré-síncope -n=2; tonturas - n=4) apesar de antiarrítmicos, e com ECG sugerindo origem na CSVD, sub-metidos a ablação por cateter com sistema de mapeamento sem-contacto (Ensite 3000).Todos apresentavam arritmias com padrão de bloqueio de ramo esquerdo e eixo frontalinferior. Dois D tinham episódios de taquicardia ventricular (TV) mantida e os restantes,documentação por Holter de TV não mantida ou EV muito frequentes (12667±10344 / 24horas). Foi excluída cardiopatia estrutural por ecocardiograma e/ou ressonância magnéti-ca em 12 D, havendo um D com CIA corrigida e ecocardiograma normal e um D com EAMprévio, submetido a revascularização percutânea e sem isquemia residual.

Resultados: Durante o estudo electrofisiológico, foi documentada actividade ectópica naCSVD, com origem focal na parede postero-septal (8D), septal (3) e antero-lateral (3D). Aaplicação de RF na zona de activação mais precoce (13±5 aplicações; 50w, 60ºC, £60s)obteve abolição total das EV em 12D (86%). O registo de Holter efectuado no 1º mês pós-ablação, mostrou <1% EV em 8D (67%), <2% em 2D (16%) e <7% em 1D (8%). Um D foisubmetido a novo procedimento por recorrência arrítmica. Durante um seguimento médiode 33±28 meses, 10 D mantiveram-se assintomáticos sem terapêutica antiarrítimica e 4D referiram palpitações esporádicas, bem toleradas.

Conclusão: No tratamento ablativo das arritmias idiopáticas da CSVD, o sistema demapeamento sem-contacto contribui para uma melhor identificação do substrato arrítmi-co, revelando-se um método muito útil, com excelentes resultados na ablação guiada porEV espontâneas e reduzida taxa de recorrências a longo-prazo.

CO 30O ISOLAMENTO DAS VEIAS PULMONARES COM ACTIVIDADE FOCAL AUTOMÁTICA PODESER SUFICIENTE NA ABLAÇÃO DA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA?

PEDRO SILVA CUNHA1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, ANA LOUSINHA1, SOFIA

SANTOS1, FERNANDO MARQUES1, SANDRA ALVES1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

O reconhecimento de que a actividade eléctrica das veias pulmonares (VP) pode serresponsável pelo início e manutenção da fibrilhação auricular (FA) permitiu desenvolveruma nova era na terapêutica da FA baseada na ablação (ABL) por cateter (CAT). Contudo,a identificação das VP culpadas nem sempre é possível, para além de que a recorrênciapode ocorrer devido a actividade noutras estruturas cardíacas. Assim, o isolamento (ISOL)empírico de todas as VP, por vezes associado a linhas de aplicações de energia, tem sidoaceite como a técnica convencional na ABL da FA paroxística (FAP). O: avaliar a evoluçãoclínica após ISOL de VP com actividade focal automática em doentes (D) com FAP. P e M:32D (78% H, 50±10 A) com FAP, refractária a terapêutica antiarrítmica (AA), sem, ou commínima, cardiopatia estrutural, submetidos a ABL de FA, guiada por CAT circular demapeamento e sistema Ensite NavX (n=21), integrado com imagem de TC (NavX fusion,n=11), com F-up >6 meses. As VP foram consideradas responsáveis pela FA quando a ocor-rência de actividade ectópica local foi associada ao início de FA, e foram identificadas em11D (grupo A). Em 21D (grupo B), não foi registada actividade ectópica ou foi efectuadaCV eléctrica após o ISOL de todas as VP. No grupo A, 45% foram submetidos a ISOL detodas as VP e em 55% foi realizado ISOL de 1-3 VP responsáveis. No grupo B, 52,4% foramsubmetidos a ISOL de todas as VP e em 47,6% foi realizado ISOL de 2-4 VP, devido a difi-culdade no acesso às VP (n=2) ou ausência de actividade eléctrica (n=8). Os grupos nãoapresentam diferenças significativas na idade, duração de FA, prevalência de FA isolada,dimensão da AE ou utilização de AA após ABL. Todos os D foram avaliados às 4 semanase posteriormente de 4/4 meses. R: a duração do procedimento, tempo de fluoro eduração total das aplicações de RF foi semelhante em ambos os grupos (174±44 min vs.182±58 min, 30±8 min vs. 28±9 min, 26±17 min vs. 25±7 min, p=NS; grupo A e grupo B,respectivamente). No grupo B, 2 procedimentos complicaram-se de tamponamentocardíaco. Com um F-up de 20±14 meses, registaram-se 27% de recorrências no grupo Ae 28,5% no grupo B (p=NS). No grupo A, 66,7% de todas as recorrências ocorreram emD com ABL das VP responsáveis, enquanto no grupo B, 83% de todas as recorrências sur-giram em D com ISOL parcial das VP (p=NS). C: Em D com FAP, a identificação e ISOL dasVP responsáveis, com actividade focal automática, pode permitir bons resultados a longoprazo.

CO 31PREDITORES DA NECESSIDADE DE PACEMAKER PERMANENTE EM DOENTES SUBMETIDOS AIMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA

NUNO DIAS FERREIRA1, DANIEL CAEIRO1, LUÍS ADÃO1, MARCO OLIVEIRA1, LINO SANTOS1, MADALENA TEIXEIRA1, JOSÉ

RIBEIRO1, ANÍBAL ALBUQUERQUE1, JOÃO PRIMO1, PEDRO BRAGA1, VASCO GAMA RIBEIRO1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: As perturbações da condução aurículo-ventricular (PCAV) e a necessidade de pace-maker permanente (PMP) são complicações reconhecidas da cirurgia de substituição valvularaórtica (CSVA). A incidência de implantação de PMP por bloqueio auriculo-ventricular (BAV) naCSVA varia entre 3 a 16%. O objectivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de PCAV e anecessidade de PMP após implantação de prótese aórtica por via percutânea (IPAVP) (CoreValveInc, Paris, França), bem como os seus factores preditores.

Métodos: Em 32 doentes consecutivos com o diagnóstico de estenose aórtica severa sintomáti-ca submetidos a IPAVP entre Agosto de 2007 e Outubro de 2009 foi analisado o ECG de 12derivações no início (24 horas prévias à implantação), após o procedimento (primeiras 6 horas)e na alta hospitalar. A incidência de PCAV de novo e a necessidade de PMP foram analisadas ecorrelacionadas com potenciais preditores clínicos, electrofisiológicos e anatómicos basais.

Resultados: A média de idades dos doentes era de 80±6.1 anos, 65.6% do sexo feminino, comárea valvular média de 0.55±0.11cmÇ e um EuroScore logístico médio de 25.3±10.5%. Trêsdoentes portadores de PMP à data da implantação foram excluídos da análise, assim como 2 casosde morte intra-hospitalar. Dos restantes 27 doentes, 8 (29.6%) necessitaram de PMP: 2 doentespor BAV de alto grau persistente; 2 por BAV de alto grau intermitente; 2 por fibrilhação auricular(FA) com BAV completo e 2 por FA com resposta ventricular lenta. Verificou-se um aumento sig-nificativo da prevalência de bloqueio completo de ramo esquerdo (BCRE) (14.8% pré-implantaçãovs. 54.2% pós-implantação; p=0.003), da duração de QRS (116 mseg pré-implantação vs. 139mseg pós-implantação; p<0.001) após IPAVP. À data da alta, a prevalência de BCRE diminuiu(38.1%), embora de forma não significativa (p=0.083).Por análise bivariada, a necessidade de PMP correlacionou-se com a distância entre a base daprótese e a margem anular da cúspide não coronariana medida por fluoroscopia (p=0.001,r=0.590). Para um valor cutoff de 10.1 mm, a necessidade de PMP pode ser predizível com umasensibilidade de 87.5% e especificidade de 74% e uma área debaixo da curva ROC=0.87±0.07(p<0.003). Não se verificou qualquer correlação significativa entre a necessidade de PMP e fac-tores clínicos ou electrocardiográficos basais. O bloqueio completo de ramo direito estava presenteno ECG basal de 4 (50%) dos 8 doentes que necessitaram de PMP, sendo o factor electrofisiológi-co que mais se aproximou de uma eventual correlação significativa (p=0.068; r=0.556).

Conclusão: No presente estudo, a necessidade de PMP constituiu uma complicação frequenteda IPAVP, ocorrendo com uma prevalência superior à encontrada em estudos prospectivos rea-lizados no contexto de CSVA. O único factor preditor da necessidade de PMP encontrado foi uma"implantação baixa" da prótese relativamente ao anel valvular aórtico.

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 ANFITEATRO MÁRIO MOREIRA | ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA: O QUE HÁ DE NOVO?

CO 32RESULTADOS AOS 30 DIAS DO PRIMEIRO ANO DE UM PROGRAMA INTEGRADO DEIIMPLANTAÇÃO DE VÁLVULAS AÓRTICAS PERCUTÂNEAS POR VIA TRANSFEMORAL OUTRANSAPICAL EM DOENTES DE ALTO RISCO CIRÚRGICO

RUI CAMPANTE TELES1, JOÃO QUEIROZ E MELO1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, JOSÉ PEDRO NEVES1, JOÃO BRITO1, CARMO

CALQUINHA1, REGINA RIBEIRAS1, MANUEL CANADA1, SÉRGIO BOSHOFF1, ILDA TARECO1, VÍTOR MARTINS1, JOSÉ ANICETO

SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

A implantação de válvulas aórticas protésicas por via percutânea (VAP) constitui uma opção ino-vadora para dts com risco operatório proibitivo. A integração de todas as técnicas actuais deintervenção permite individualizar a melhor abordagem.

Objectivo: avaliar os resultados iniciais das VAP em dts aórticos com risco elevado para cirurgiatratados por uma equipa multidisciplinar integrada.

População e métodos: Incluímos os primeiros 26 dts consecutivos tratados no primeiro ano deVAP a partir de Novembro de 2008. A idade média foi de 81anos (57-93) sendo 16 homens. Aapresentação foi em classe NYHA II para 6 e III ou IV nos restantes. A indicação foi doença aór-tica em 6 indivíduos, falência de um homoenxerto, degeneração de uma prótese e estenoseaórtica pura em 18 dts com gradientes de pico de 71±24 mmHg, médios de 46 ± 15 mmHg euma área de 0,7±0,2 cm2. O EuroScore logístico foi de 25±14. A função era moderadamentedeprimida em 4 dts, estando presentes comorbidades como a ins. renal moderada ou grave em7 dts, cirurgia cardíaca prévia em 10, d. arterial periférica em 6, sequelas de d. cerebrovascularem 4 e outras patologias em 12 indivíduos. Realizou-se uma valvuloplastia de balão comoponte para a realização de VAP e foi necessária a angioplastia prévia em 12 dts (46%), sendoutilizados stents farmacológicos em 10 destes.Avaliou-se a incidência de eventos adversos major definidos aos 30 dias (MACCE 30d) comomorte, enfarte não fatal, AIT ou AVC e reintervenção valvular.

Resultados: Foram implantadas 26 VAP: 15 auto-expansíveis transfemorais (Corevalve®26mm-9, 29mm-7) e 11 expansíveis por balão transpicais (Edwards® 23mm-7 e 26mm-4).Alcançou-se sucesso angiográfico e ecográfico em todos os procedimentos e VAP. Ocorreu umcaso de colapso hemodinâmico numa VAP transpical requerendo CEC transitória. Por ecografiaobservou-se regurgitação aórtica moderada em 27% dos casos, sendo inexistente ou ligeira nosrestantes. Em 30% dos dts (Corevalve®-7 dts; Edwards®-1 dt) implantou-se pacemaker defin-itivo. À data de alta (mediana de 9 dias) obteve-se sucesso clínico em 100% dos casos e nãose observaram eventos adversos no primeiro mês.

Conclusão: a implantação de válvulas aórticas percutâneas no âmbito de um programa multi-disciplinar integrado revelou-se extremamente segura e eficaz, assumindo-se como uma opçãoclara em dts cujo risco de cirurgia cardíaca é elevado. A durabilidade a prazos muito longos édesconhecida e condiciona nesta fase a sua utilização.

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CO 33ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA EM HOMENS E MULHERES: DIFERENTE REPERCUSSÃO NA GEOME-TRIA E NA FUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO

CLÁUDIO DAVID1, ANA G. ALMEIDA1, JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA REIS1, LUÍS SARGENTO1, MÁRIO

G. LOPES1

(1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A estenose aórtica (EA) origina alterações geométricas e funcionais do ventrícu-lo esquerdo (VE). Estudos prévios são divergentes quanto às diferenças de prevalência dehipertrofia do VE entre os sexos, mas em dtes femininos parece existir maior limitação fun-cional para o mesmo grau de EA, apesar duma melhor preservação da função sistólica.Este estudo teve como objectivo detectar diferenças entre os sexos na geometria e função doVE, em dtes com EA.

Métodos e resultados: Foram estudados 3035 dtes consecutivos com EA (1726 (57%) do sexofeminino com 74.7±12.7 anos e 1309 (43%) do sexo masculino com 71.4±12.3 anos), queefectuaram ecocardiograma, num hospital universitário.

Gravidade da estenose: em 730 dtes existia EA grave (velocidade transaórtica pico ? 4.0 m/sou área valvular aórtica ≤0,5 cm2/m2) e 2305 com estenose aórtica ligeira/moderada.As dtes do SEXO FEMININO, em média, tinham:-maior gradiente transvalvular aórtico máximo (51,3 vs 47,4 mmHg, p<0,001) e médio (34,5vs 25,3 mmHg, p<0,001);-superiores FEnc (38% vs 33%, p<0,001) e FEj (74% vs 71%, p<0,001) do VE e menor preva-lência de alterações segmentares da contractilidade. Excluindo da análise os dtes com alte-rações segmentares, as mulheres mantinham FEnc e FEj significativamente superiores;-menores dimensões da AD, VD, VE e inferior massa (método de Devereux com convençãoASE) e espessura das paredes do VE . Contudo, tendo em conta a área da superfície corporal(SC), mantinham apenas inferior massa do VE (132.7 vs 141.9 g/m2, p<0.001).Apesar da menor massa do VE, as mulheres tinham maior espessura relativa das paredes(espessura (septal+posterior)/diâmetroVE), maior prevalência (64 vs 54%, p<0,001) de hiper-trofia concêntrica (aumento do índice de massa VE e espessura relativa das paredes >0,42),mas menor prevalência (19 vs 22%, p<0,05) de hipertrofia excêntrica (aumento do índice demassa VE com espessura relativa das paredes ≤0,42).Em regressão logística múltipla, tendo em conta a idade, o índice de massa corporal e o gra-diente transvalvular aórtico, verificou-se que a presença e tipo de hipertrofia do VE se asso-ciava independentemente ao sexo (p<0,01).-dimensões da aurícula esquerda superiores (diâmetro = 28,0 vs. 24,4 mm/m2SC, p<0,001);maior relação E/A transmitral (1,02 vs 1,12, p<0,01) e maior tempo de desaceleração da ondaE (252 vs 236 ms, p<0,001);- maior prevalência de HT arterial pulmonar e superior PSAP (48,6 vs 46 mmHg, p<0,001).

Conclusões: as mulheres com EA têm massa VE e prevalência de hipertrofia excêntrica do VEsignificativamente inferiores mas maior prevalência de dilatação da AE e de HT pulmonar arte-rial pulmonar, sugestivas de pressões de enchimento do VE mais elevadas que poderão serexplicadas pela maior prevalência, nesse sexo, de hipertrofia concêntrica do VE. A disfunçãodiastólica poderá explicar a maior limitação funcional das mulheres com EA que conservammelhores índices de função sistólica.

CO 34PERFORMANCE DOS SCORES DE RISCO DE CIRURGIA CARDÍACA NA PREDIÇÃO DE MORBIMOR-TALIDADE APÓS IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULA AÓRTICA TRANSCATETER

NUNO DIAS FERREIRA1, DANIEL CAEIRO1, BRUNO MELICA1, LINO SANTOS1, ALBERTO RODRIGUES1, MANUEL GONÇALVES1,PEDRO BRAGA1, VASCO GAMA1

(1 Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Objectivos: Avaliar o desempenho de 2 modelos prognósticos tradicionalmente aplicados àcirurgia cardíaca (STS e euroSCORE logístico), na predicção de morbimortalidade em doentessubmetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea (IPAVP)

Métodos: Entre Agosto de 2007 e Outubro de 2009, 32 doentes foram submetidos a IPAVP.Foram calculados os riscos de mortalidade ao 1º mês pelos modelos STS e euroSCORE logísti-co, bem como risco de morbimortalidade, insuficiência renal aguda (IRA), ventilação e inter-namento prolongados pelo modelo STS. A acuidade preditiva dos modelos foi avaliada medi-ante a determinação da área sob a curva ROC (receiver operating characteristic curve) e dop-valor do teste Hosmer e Lemeshow.

Resultados: A média de idade dos doentes era de 80.0±6.1 anos, 65.6% do sexo femininocom área valvular média de 0.55±0.11cmÇ e gradiente transvalvular médio de 50.7±13.0mmHg. A prevalência de disfunção ventricular sistólica esquerda (fracção de ejecção ≤ 40%)era de 21.9%. Na população considerada, a média do euroSCORE e do STS foram de25.3±10.5% e 8.5±5.7%. Por sua vez, a mortalidade observada ao 1º e 6º mês foi de 6.3%,e 19%, respectivamente. O euroSCORE logístico e o STS demonstraram uma baixa acuidade preditiva quer em relaçãoà mortalidade precoce, quer em relação à mortalidade ao 6º e 12º mês. Relativamente à mor-talidade precoce, a área sob a curva ROC foi de 0.69 (IC95% 0.52-0.85; p=0.37) para o STS ede 0.33 (IC95% 0.00-70;p=0.44) para o euroSCORE.Apenas o risco de IRA estimado pelo STS mostrou uma boa correlação com a ocorrência deIRA (p=0.029), apresentando uma área sob a curva de 0.79 (IC95% 0.61-0.97; p=0.012).

Conclusão: Na população estudada, a mortalidade precoce associada à IPAVP foi inferior àestimada pelos modelos prognósticos STS e euroSCORE logístico. A mortalidade ao 1º mês foifrancamente sobrestimada pelo euroSCORE logístico e aproximou-se daquela prevista peloSTS. Nenhum dos modelos, contudo, constituiu um preditor independente de mortalidadeprecoce.

CO 35LONG-TERM SURVIVAL AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY PATIENTS UNDERGOING AORTIC VALVE REPLACEMENT

SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, ANA SOFIA CORREIA1, MARIANA PAIVA1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1, MARTA

PEREIRA2, ELISABETE ALVES2, PAULA DIAS1, ARMANDO ABREU1, PAULO PINHO1

(1 Hospital de S. João, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

Introduction: Aortic valve replacement (AVR) is nowadays the most frequently performedcardiac valve operation. Life expectancy of symptomatic patients with aortic valve diseasewithout surgery is dismal, but patients undergoing AVR are also at high risk of post-procedur-al morbimortality. Scant information is available regarding quality of life (QoL) of elderlypatients submitted to AVR. We intended to ascertain long-term survival and QoL of elderlypatients undergoing AVR. Methods: Records of patients ?75years submitted to AVR from 2002to 2006 were retrospectively analyzed. Demographic data, risk factors, postoperative compli-cations and additive EuroSCORE classification were assessed. Follow-up was performedthrough telephone interviews. Functional status was classified with Barthel Index (BI), andautonomous status assumed when scoring ?85. QoL was presumed as the self-perception ofwell-being after AVR.

Results: We included 114 patients with a mean age at time of surgery of 78.5±2.5 years.Seventy (59.8%) patients were women, 72 (63.7%) had arterial hypertension, 25 (22.1%)were obese, 21 (17.7%) were diabetic, and 19 (17.3%) had moderate to severe left ventric-ular systolic dysfunction. Mean additive EuroScore was 7±2points. Follow-up on vital statuswas achieved in 110 (96.5%) patients after a mean period of 4±1.9years. Twenty five(22.7%) patients died (including 2 in-hospital deaths). Survival at 1, 3, 5 and 7 years was95.0%, 88.0%, 76.2% and 62.6%, respectively. Information on BI score and QoL was obtainedfor 71 (83.5%) and 66 (77.6%) patients, respectively. Among those, 64 (90.1%) wereautonomous according to BI and 65 (95.5%) considered having had an improvement in QoL.EuroSCORE, gender and other clinicalcharacteristics at baseline were not pre-dictive of QoL.

Conclusion: As life expectancy increas-es, more elderly patients are referred forAVR. Patients ?75years undergoing thisprocedure presented good survival up to7 years. In addition to survival, QoLimproved and most patients were func-tionally autonomous. These resultsstress that excellent long-term out-comes with AVR can be achieved inappropriately selected elderly patients.

CO 36FACTORES PREDITORES DE CALCIFICAÇÃO VALVULAR NA DOENÇA RENAL CRÓNICA

FRANCISCA CAETANO1, SÉRGIO BARRA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1,GISELA COSTA1, ANA FAUSTINO1, NUNO OLIVEIRA1, PAULA MOTA1, ANA BOTELHO1, ARMANDO CARREIRA1, ANTÓNIO

LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: As calcificações valvulares (CV) são comuns em doentes (D) com doença renal cróni-ca (DRC). Recentes estudos clínicos têm demonstrado um prognóstico desfavorável associado àsua presença, pelo que é importante a compreensão da sua fisiopatologia.

Objectivos: Avaliar a prevalência de CV em D com DRC e identificar factores associados a CV.

Métodos: Análise retrospectiva de 84 D (53,6% sexo masculino; idade 67,1±15,8 anos) como diagnóstico de DRC (classificação K/DOQUI guidelines - NKF; com 86,9% em estádio 5; 8,3%em estádio 4 e 4,8% em estádio 3), internados num Serviço de Nefrologia, entre Junho de2007 e Maio de 2009. 42,9% encontrava-se em programa regular de hemodiálise (HD) há29±25 meses. Nesta população, os D com CV apresentavam maior incidência de fibrilhaçãoauricular (35,1% vs 13,3%; p=0,02); estenose aórtica (36,1% vs 2,3%; p<0,001) e insuficiên-cia mitral (69,4% vs 50%; p=0,079). Foram avaliadas variáveis clínicas, analíticas e ecocardio-gráficas. Análise estatística com SPSS 17.0.

Resultados: Os achados ecocardiográficos encontram-se na tabela. Identificámos uma associ-ação estatisticamente significativa entre os seguintes factores e a presença de CV: idades maisavançadas (74,5 vs 60,2; p<0,001); níveis mais elevados de cálcio (<2,1 vs ?2,1; p=0,022); defosfatase alcalina (≤136 vs >136; p=0,018) e de paratormona (no grupo de D em HD; ≤150 vs >150; p=0,031). D medicados com beta-bloqueante tinham menor incidência de CV (p=0,008).Não observámos associação de CV com os seguintes factores: sexo; estádio de DRC; tempo emHD; medicação com sevelamer Vs carbonato de cálcio; valores de colesterol (CL) total, CL HDL, CLLDL, triglicerídeos, níveis séricos de fósforo, produto fosfo-cálcio e proteína C reactiva.

Conclusões: As CV são um achado ecocardiográfico frequente na população com DRC, estando pre-sentes ainda antes do início da HD; associando-se a valvulopatias e a disritmias. Numa percent-agem significativa dos casos verificámos envolvimento simultâneo da válvula mitral e da válvulaaórtica. Níveis elevados de calcémia e de paratormona estão presentes em D com CV. Estes podemestar associados com a deposição de cálcio nas estruturas valvulares, sugerindo que uma optimiza-ção do metabolismo fosfo-cálcio poderá atrasar o seu desenvolvimento e das suas complicações.Quanto ao efeito "protector" do beta-bloqueante encontrado neste estudo, deverá ser questionadoface ao número limitado de doentes e aos controversos efeitos pleotrópicos desta classe.

Achados ecocardiográficos % de doentes

CV nos D sem HD, % 39,6CV nos D em HD, % 50Calcificação isolada da válvula mitral, % 7,1Calcificação isolada da válvula aórtica, % 17,9Calcificação da válvula mitral e da válvula aórtica, % 19

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I-20

CO 37UMA PERSPECTIVA SOBRE A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS EADOLESCENTES SAUDÁVEIS: DADOS DO REGISTO DA AVELEIRA

JOÃO MALDONADO1, TELMO S. PEREIRA2, RUI FERNANDES3, RITA SANTOS3, MARGARIDA CARVALHO3

(1Instituto Investigação & Formação Cardiovascular, 2Escola Superior de Tecnologia daSaúde de Coimbra, 3Clínica da Aveleira)

Introdução: O Registo da Aveleira pretende dar um contributo para o conhecimento dospadrões tensionais nas várias fases do processo de maturação, e em particular daprevalência de Hipertensão Arterial (HTA), o que constituiu o objectivo fundamental dopresente trabalho.

Métodos: Uma amostra de 5372 crianças e adolescentes saudáveis, seguidos numa con-sulta de Medicina Desportiva, foram incluídas num estudo descritivo e exploratório sim-ples. Destes, 861 pertenciam ao género feminino (idade média 11,44±3,34 anos), e 4511ao género masculino (idade média 12,70±3,10 anos). A idade média da amostra foi de12,50±,3,20 anos (amplitude: 4-18 anos) e o Índice de Massa Corporal (IMC) 19,65±4,01Kg/m2 (amplitude: 9,93-62,33 Kg/m2).A PA e a frequência cardíaca (FC) foram medidas três vezes após um período de repousode 10 minutos, na artéria umeral com um esfigmomanómetro automático clinicamentevalidado em crianças e adolescentes (OMRON 705IT). Recorreu-se a braçadeiras ajustadasao diâmetro do braço. De referir que cerca de 70% dos indivíduos da amostra iniciavam,no momento da avaliação, a sua actividade desportiva.

Resultados: A prevalência de HTA foi de 12,8%, com 21,6% de PA na categoria Normal-Alta. A prevalência foi semelhante no sexo feminino (12,8%) e no sexo masculino(12,8%) (p=ns). A análise comparativa em função da prática desportiva documentou umaprevalência de HTA inferior no grupo de atletas federados (8,7%) comparativamente aogrupo de atletas em início de actividade (14%) (p<0,0001). A prevalência global de obesi-dade foi de 7,8%, sendo de 6% e de 8,2% respectivamente para o sexo feminino e mas-culino. O excesso de peso verificou-se em 14,4% da amostra. A proporção relativa de HTAfoi maior na categoria de obesidade (20,5%) em relação à categoria excesso de peso(16,5%) e peso normal (11,3%), sugerindo uma relação entre o perfil ponderal e os níveistensionais.

Conclusão: Os resultados deste Registo revelaram uma proporção importante de criançase jovens com valores tensionais acima do percentil 90. A prevalência global de HTA foi de12,8%, com expressão semelhante no sexo feminino e masculino e tendencialmente rela-cionada com a obesidade. De realçar a menor prevalência de HTA nos atletas (8,7% ver-sus 14% nos não atletas), reforçando o potencial benefício da prática desportiva nestecontexto.As implicações destes resultados adquirem particular relevância se considerarmos oenquadramento epidemiológico nacional da HTA e a sua relação com as doenças cere-brovasculares, alertando para a necessidade de melhor compreender os padrões de vari-ação da PA nestas idades de forma a optimizar as estratégias futuras de controlo e vig-ilância cardiovascular.

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00 SALA DAVID VON BONHORST | HIPERTENSÃO ARTERIAL E DISMETABOLIAS LIPÍDICAS EM DIFERENTES POPULAÇÕES: DA PREVALÊNCIA À TERAPÊUTICA

CO 38PREVALENCE AND PROGNOSTIC VALUE OF ARTERIAL HYPERTENSION IN PATIENTS WITHSTROKE

HÉLDER RIBEIRO1, RENATO MARGATO1, SOFIA CARVALHO1, CATARINA FERREIRA1, ALBERTO FERREIRA1, PEDRO

MATEUS1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real))

Introduction: Arterial hypertension (AH) is an important risk factor for cerebrovasculardisease, the leading cause of death and disability in our country.

Purpose: Our aim was to assess the prevalence, clinical characteristics and a prognosticvalue of AH in patients hospitalized for stroke.

Methods: Retrospective analysis of 3508 consecutive patients (pts) with stroke or tran-sient ischemic attack (TIA), admitted to a cerebrovascular disease unit, over a period of 5years. Isquemic stroke patients were classified according to Bamford TopographicClassification in total/partial anterior circulation infartion- TACI/ PACI, posterior circulationinfarction - POCI and lacunar circulation infarction - LACI. The population was divided into2 groups: Group A - with AH and Group B - without AH. The prevalence of AH was deter-mined and the two groups were evaluated and compared concerning demographic andclinical features, scales of functional capacity (SFC) (Rankin, NIH) and mortality. Student'st test and XÇ were used for statistical analysis and logistic regression was performed formultivariate analysis.

Results: We studied 3508 dts, predominantly (52.3%) males, mean age of 73.2 ±11.5years. The prevalence of AH was 55.2%. Group A patients were older (73.5±12.6 vs72.9±10.5, p=0.04), had superior proportion of females (49.2vs45.8%, p=0.04),LACI(17.6vs12.1, p<0.001) and POCI(18.5 vs 15.3, p<0.001), higher coexistence of vascu-lar risk factors (diabetes-24.8 vs 11.8%, p<0.001; dyslipidemia 19.3 vs 7.5%, p<0.001;obesity - 7.3 vs 2.5%, p<0.001) as well as comorbidities (cardiac disease- 24.5 vs 19.1%,p<0.001; cerebrovascular disease- 5.9 vs 4.1%, p=0.016; chronic renal failure- 4.3vs2.2%,p=0.006). SFC in group A pts was less favourable at admission but similar at discharge(table 1).The mortality rate was higher in AH patients (17,4 vs 12,9%, p<0,001). Afteradjustement for age, risk factors, comorbidities, type of stroke and functional scales, mor-tality remained superior (OR=1,3, 95% CI 1,1 a 1,6, p=0,004).

Conclusions: This study showed a high prevalence of AH (55.2%) and identified AH as anindependent risk factor for mortality in stroke.

Group A Group B pRankin admission//discharge 3,4±1,5//2,3±1,6 3,2±1,6//2,4±1,7 0,027/NSNIH admission//discharge 9,8±9,1//5,7±7,1 8,5±8,1//5,4±-6,8 <0,001/NS

CO 39A SÍNDROME METABÓLICA REDUZ FORTEMENTE A EFECTIVIDADE DO TRATAMENTO ANTI--HIPERTENSOR EM PORTUGAL

NUNO CORTEZ-DIAS1, SUSANA ROBALO MARTINS1, ADRIANA BELO2, MANUELA FIÚZA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2CNCDC)

Objectivo: Identificar os factores que condicionam a efectividade do tratamento anti-hiperten-sor (TaHT).

Métodos: Estudo transversal nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal, envolvendo719 médicos de família, segundo distribuição estratificada e proporcional à densidade popula-cional de cada região. Foi utilizado um inquérito para recolha de dados sócio-demográficos,clínicos e laboratoriais. Efectuaram-se duas medições da pressão arterial (PA) e foi consideradaa média das determinações. Nesta subanálise foram incluídos os doentes medicados com aHT.A efectividade do TaHT foi avaliada pela presença de hipertensão arterial (HTA) não controlada,definida por PA medida ?140/90mmHg. A síndrome metabólica (SM) foi definida pelos critériosNCEP-ATP III.

Resultados: Dos 16.856 indivíduos estudados, identificaram-se 8.925 sob aHT. Destes, 35,8%apresentavam PA controlada (H: 34,6%; M: 35,9%; p=0,046), 24,18% tinham PA?160/100mmHg e em 5,3% a PA era ?180/110mmHg. Na análise multivaridada, a SM foi a var-iável mais fortemente associada a mau controlo da PA (OR: 5,23), mas nenhum dos compo-nentes da SM isoladamente influiu negativamente na efectividade do TaHT. O controlo da PA foipior nos homens e piorou com a idade e o peso, mas essas variáveis não foram significativasno modelo final. A efectividade do TaHT nãodependeu da classe aHT instituída e não varioucom o número de classes utilizadas em associ-ação. Foi atingido melhor controlo da PA nos dia-béticos (OR: 0.62) e nos indivíduos com doençacoronária (OR: 0.77), mas não nos doentes comantecedentes de AVC. A efectividade do TaHT foimenor entre os residentes na região Norte (OR:1,36), Centro (OR: 1,50) e Açores (OR: 1,93), emelhor entre os residentes na região de Lisboa eVale do Tejo (OR: 0,77).Conclusões: A efectividade do TaHT é reduzida,mesmo nos CSP, pelo que é urgente a implementação de estratégias nacionais de prevenção etratamento. Para ser atingido o adequado controlo da PA, não será determinante a classe AHTescolhida, mas provavelmente a titulação da terapêutica e o seu cumprimento. A SM é clini-camente relevante, sendo o factor de risco que mais fortemente reduz a efectividade do TaHT.

CO 40PREVALÊNCIA, CONHECIMENTO, TRATAMENTO E CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIALNA ILHA DA MADEIRA. ESTUDO PAP

M. ESPIGA MACEDO1, PEDRO MACEDO NEVES2, JOSÉ PAIVA1, S. FERREIRA1, S. FERREIRA1

(1 Hospital de S. João, EPE, 2Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE Hospital Conde São Bento)

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e morbilidade em todoo mundo. Em portugal e principalmente na ilha a Madeira, as doenças cardiovascularessão também extremamnete prevalentes. A hipertensão arterial (HTA) é um dos factoresde risco mais importantes das doenças cardiovasculares. Desconhece-se os dados epide-milológicos sobre a HTA nesta ilha. Foi realizado estudo epidemiológico numa amostrarepresentativa da população adulta da Madeira, com a finalidade de conhecer os difer-entes parametros sobre a HTA.A amostra estudada para um erro inferio a 3% e um intervalo de confiança de 95%, foiconstituida por de 1010 individuos de ambos os sexos com idade compreendida entre os18 e 90 anos e selecionados de modo a serem representativos da população local. A todosfoi realizada avaliação de acordo com a metodologia utilizada nos estudos PAP e utilizan-do o mesmo inquérito, A tensão arterial foi medida na posição sentada com intervalos de5 minutos e tendo sido efectuadas 3 medições sempre pelo mesmo observador. O valorutiizado nos cálculo foi a média das medições.Foi utilizado na análise dos dados o SPSSmod. 13.A prevalência de HTA foi de 45,9% (s.masc. 53,6% e s.fem. 40,3%). A prevalência aumen-tou com a idade sendo de 24,6% para a idade < 35 anos e de 76,7% nos com idade > 65anos. Em realação ao conhecimento, a HTA era conhecida por 41,8% dos hipertensos(s.masc. 28,5% e s.fem. 54,7%). Dos hipertensos apenas 34,3% estavam tratados (s.masc.21,9% e s.fem. 46,2%). O tratamento no grupo com menos de 35 anos era extremamentebaixo, 5,2%, sendo de 51,1% nos mais velhos que 65 anos. Em relação ao controlo da HTAo valor encontrado foi de 12,5% ( s.masc. 6,6% e s.fem. 18,2%). Nos hipertensos que referi-ram tomar regularmente a medicação a taxa de controlo foi de 36,5%.A HTA na ilha da Madeira é tal como no continente extremamente prevalente e apresen-tado um perfil de comportamente nos diferentes parâmetros analizados em tudo semel-hantes aos encontrados no estudo PAP realizado anteriormente no continente. Tendo ver-ificado que também nesta ilha a prevalência de excesso de peso e obesidade já ultrapas-sa os 50 % da população, poderá ser esta um dos factores determinantes da HTA. Contudonão podemos deixar de deixar aqui o alerta para estes dados e recomendar que deveráser feito um esforço no sentido de melhorar a curto prazo os dados encontrados.

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I-21

CO 41EXERCÍCIO E FACTORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS: EFEITO DE DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIO

S. NELSON1, J. OLIVEIRA2, ROMEU MENDES1, C. ABRANTES1, LUÍS LARANJO3, J. SAMPAIO1

(1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2Universidade do Porto Faculdade deMedicina do Porto, 3Universidade de Évora)

Neste estudo, procurou-se avaliar o efeito do exercício regular em factores de risco dasDCV (pressão arterial sistólica [PAS], pressão arterial diastólica [PAD], percentagem demassa gorda [%MG], triglicerídeos [TGC], colesterol total [CLT] e lipoproteínas de baixadensidade [LDL]) de indivíduos idosos, comparando a resposta a dois programas tri-sem-anais com diferentes modos de exercício. A amostra foi constituída por 3 grupos (EXP1,n=15, 71,7 ± 4,7 anos; EXP2, n=16, 68,5 ± 3,5 anos; e o controlo, n=17, 67,0 ± 5,8 anos).Os indivíduos do EXP1 foram sujeitos a um programa de exercício predominantementeaeróbio (AERO), enquanto que os indivíduos do EXP2 a um programa combinando o AEROcom o exercício resistido localizado (LOCAL), ambos com 32 semanas de duração (3 x sem-ana). O programa de AERO foi constituído essencialmente por exercícios cardiorespi-ratórios, a uma intensidade percepcionada como moderada. O programa combinado(AERO+LOCAL), substituía uma sessão de AERO por uma sessão de LOCAL. O LOCAL consis-tiu em 7 exercícios para os principais grupos musculares, a uma intensidade progressiva(65%-75% de 1RM, 3 séries, 8-12 repetições). Após as 32 semanas de exercício, identifi-cou-se uma diminuição significativa na %MG (-2,3%), mas apenas para o EXP2. Para estegrupo verificou-se também uma redução significativa do número de indivíduos hiperten-sos, e com os valores de TGC, de CLT e de LDL altos. Apesar de não significativo, identifi-cou-se ainda uma redução nos valores médios de PAS de repouso em 15 e 24 mmHg ena PAD de repouso de 6 e 12 mmHg, no EXP1 e EXP2, respectivamente. Assim como mel-horias clínicas do perfil lipídico da amostra estudada, induzindo reduções de 10 mg/dl nosTGC e 9 mg/dl no LDL para EXP1, e 25 mg/dl nos TGC, 18 mg/dl no CLT e 17 mg/dl noLDL para EXP2. Após análise dos resultados reportam-se as seguintes conclusões: (1) 32semanas de AERO+LOCAL resultaram em positivas e significativas alterações na com-posição corporal dos idosos; (2) 32 semanas de exercício físico resultaram em modifi-cações positivas nos valores da pressão arterial e do perfil lipídico, porém apenas no EXP2se identificaram repercussões significativas na saúde clínica dos indivíduos que o consti-tuíam; (3) finalmente, a prática regular de exercício mostrou ser um meio não farma-cológico seguro e eficaz na melhoria da saúde cardiovascular da amostra estudada. Estaprotecção cardiovascular foi manifesta nos dois grupos experimentais, mas de forma maisevidente no EXP2.

CO 42A HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR E A ATEROSCLEROSE PREMATURAI. M. GASPAR1, A. GASPAR2, SARA MARTINS2, MIGUEL MENDES3, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES3, ISABEL MENEZES3,R. ROSSI3, RUI ANJOS3, RUI FERREIRA3, GRAÇA NOGUEIRA3, FERNANDO MAYMONE MARTINS3, J. HENRIQUES1,ALBERTO MELLO E SILVA1, H. FERREIRA1, LUÍS RAPOSO1, RAQUEL GOUVEIA4, R. S. GOMES5, H. SANTOS6, A. C.ALVES7, A. M. MEDEIROS7, M. BOURBON7

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital Egas Moniz, 2Centro Hospitalar deLisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPEHospital de Santa Cruz, 4Hospital Curry Cabral, 5Instituto do Coração, 6Fundação FernandoPádua, 7Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge)

Hipercolesterolemia Familiar (FH) é doença autossómica dominante, causada pormutações nos genes do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDLR), daapolipoproteína B (APOB) e da Proprotein Convertase Subtilisin/Kexin type 9 (PCSK9), eestá associada a aterosclerose, doença cardiovascular (DCV) prematura.

Objectivos: caracterização clínica e molecular de doentes e familiares com DCV prematu-ra e perfis lipídicos anormais.

Material e métodos: foi realizado o questionário clínico a partir do "Estudo Português deFH", a caracterização do perfil lipídico, polimorfismos da APOE, estudo das mutações dosgenes LDLR, APOB e PCSK9 através da técnica de PCR e sequenciação e estudos funcionaisde LDLR (mRNA).

Resultados: O estudo é retrospectivo e prospectivo: 117 familias, 112/117 (95.72%) sub-meteram-se ao estudo molecular e 5/117 (4.27%) recusaram: 115 casos-índice (IC) e 190familiares. 45/115 familias (39.13%) têm indivíduos com DCV prematura, 34/45 (75.5%)homens e 11/45 (24.44%) mulheres. A causa deste fenótipo grave foi identificado em28/45 (62.22%) famílias com a identificação das seguintes mutações no gene LDLR: 5mutações novas que resultam de erro de splicing (C.190 4 ins TG), (c.1359-5C> G),(c.2140 +5 G> A), (c.2547 +1 G> A), e 1016_1017insG (L318fsX336); a c.1216C>T(R385W) em homozigotia; um heterozigoto composto [c.670G> A (D203N)] + [c. 2146G>A (E695K)], uma grande delecção, (EX16_18 del), a c.-42C> G na região promotora,c.1085delA (D341fsX348), e as mutações pontuais c.530C> T (S156L), c.807G>A (G248D),c.1291G>A (A410T), c.1322T>C (I420T) e c.1633G>T (G524W). Em 8/45 (17.77%) famil-ias não se encontrou nenhuma mutação no gene LDLR, APOB ou PCSK9, e as restantes 9estão em estudo.

Conclusão: Os pacientes do sexo masculino com mutações LDLR apresentam um fenótipomais grave, uma vez que desenvolvem aterosclerose prematura com mais frequência doque mulheres. O diagnóstico precoce permite identificar os familiares em risco de DCV,incluindo crianças e adolescentes, de modo a desenvolver uma prevenção adequada, queabrange uma vigilancia multidisciplinar com modificações de estilo de vida, dieta e ter-apêutica farmacológica.

CO 43ESTUDO DA DISFUNÇÃO ENDOTELIAL NA DOENÇA DE KAWASAKI

FILIPA PARAMÉS1, L. MEDROA1, ISABEL FREITAS1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1, MIGUEL MOTA CARMO1, RUI

FERREIRA1, FÁTIMA PINTO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite generalizada, de etiologiadesconhecida, que afecta sobretudo crianças entre os 2 e os 5 anos de vida. Têm sidoestudadas as alterações sequelares dos vasos destes doentes na idade adulta. Contudo,não há ainda um exame que sirva estes objectivos, de forma reproductivel e univer-salmente aceite, sobretudo em idades pediátricas. A tonometria arterial periférica (Endo-PAT) é um exame já validado em idades adultas, que mede as alterações do tonus vascu-lar mediadas pela libertação de NO do endotélio em resposta à indução local de isquémia.OBJECTIVO: Estudar a disfunção endotelial de crianças e jovens adultos, com diagnósticoprévio de DK, utilizando Endo-PAT.

Métodos: Estudo piloto prospectivo em doentes com DK, há mais de 5 anos e sem lesãocoronária, seguidos num centro terciário de Cardiologia Pediátrica, com idade superior a11 anos e sem outros factores de risco cardiovascular. Avaliação da função endotelialatravés da realização de Endo-PAT; este exame foi realizado em condições idênticas emtodos os doentes e num grupo semelhante de controlo de indivíduos sem factores de riscoconhecidos.

Resultados: Os doentes com diagnóstico prévio de DK (19 doentes, mediana de idadesde 23 anos, entre 11 e 32 anos) apresentaram resultados inferiores aos valores normais(média de RHI 1.69, mediana 1.59, entre 1.05 e 2.81), estabelecidos para população adul-ta, bem como quando comparados com a população de controlo.

Conclusão: A DK representa um factor de risco para o desenvolvimento de doença cardio-vascular, aspecto que parece ser mediado por disfunção endotelial conforme evidenciadopelos achados deste estudo. Contudo, trata-se de um exame ainda pouco realizado emidades pediátricas e pioneiro neste subgrupo de doentes, pelo que são necessários estu-dos mais alargados no futuro, para validação destes resultados.

Sexta-feira, 09 Abril de 2010 | 13H30-15H00SALA EDUARDO COELHO | CARDIOPATIAS CONGÉNITAS PARA TODAS AS IDADES

CO 44AORTIC VALVE DISEASE IN PATIENTS WITH CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS

RICARDO LOPES1, PATRÍCIA LOURENÇO1, CRISTINA CRUZ1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1 Hospital de S. João, EPE)

Background: Aortic valve disease (AVD) frequently coexists with congenital subaorticstenosis (SAS). This is probably due to a turbulent systolic jet that damage the valve. Aorticregurgitation (AR) is the predominant form of AVD in SAS, being present in over 50% ofpatients (pts). AVD progression is unpredictable, even after SAS surgical correction. Weaimed to assess predictors of AVD occurrence and progression in SAS pts.

Methods: We retrospectively analysed 51 pts with SAS followed in our congenital heartdisease clinic of a tertiary care hospital, from July 1976 to October 2008. Follow-up (FU)was assessed by reviewing the clinical records. A binary logistic regression was used toassess variables associated with AVD ocurrence and AVD progression.

Results: Twenty-eight (54.9%) pts were men and mean age of SAS diagnosis was 14.6 ±14.1 years. Fibrous membrane SAS was present in 46 pts (90.2%). At the initial evalua-tion 12 (23.5%) pts presented in NYHA class II, maximal left ventricular outflow tract(LVOT) pressure gradient (echocardiogram) was 55.8 ± 28.2 mmHg, 23 (46%) pts had leftventricular (LV) hypertrophy and all patients had normal LV function. Aortic regurgitationwas present in 23 (45.1%) pts: mild in 18 pts and moderate in 5. None of our pts had aor-tic stenosis (AS).In 34 (66.7%) pts SAS was surgically approached. Additional aortic valve surgery was per-formed in 6 pts (17.6%): aortic valve replacement (AVR) in 3 pts and aortic valve plastyin 3 pts. The mean time from diagnosis to surgery was 43.6 ± 48.6 months.During a mean 212-month FU, 14 pts (27.5%) developed AVD and 10 (19.6%) experi-enced AVD progression. At the end of FU 37 (72.5%) of our pts had some form of AVD: 34pts had AR (mild in 24 pts, moderate in 9 and severe in 1) and 3 an aortic valve prosthe-sis. In 6 pts mild AS coexisted with AR.Higher LVOT pressure gradient at diagnosis [HR 1.10 (95%CI 1.01-1.20); p = 0.04] and high-er left ventricular mass (LVm) [HR 1.04 (95%CI 1.01-1.08); p = 0.006] were the only inde-pendent predictors of AVD occurrence. None of the variables studied was associated withAVD progression.

Conclusions: Aortic valve disease occurrence and progression is very frequent in SAS. Nopredictors were found for AVD progression. Patients with higher LVOT pressure gradient atdiagnosis and higher LVm during FU were more likely to have AVD. Aortic valve damageby a more turbulent systolic jet at LVOT is the probable explanation for this AVD suscepti-bility in SAS.

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CO 45UTILIDADE DO ÍNDICE DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FETAL NA AVALIAÇÃO DAS CARDIOPA-TIAS CONGÉNITAS DIREITAS

ANA LUÍSA NEVES1, LEIGH MATHIAS2, JENNY LESHKO3, K. K. LINASK2, JOSÉ CARLOS AREIAS1, JAMES HUHTA4

(1Hospital de S. João, EPE, 2University of South Florida, 3All Children's Hospital, 4CongenitalHeart Institute of Florida)

Introdução: A insuficiência cardíaca fetal associada às cardiopatias congénitas está asso-ciada a mortalidade perinatal elevada. A gravidade da insuficiência cardíaca fetal pode seravaliada pelo Índice de Insuficiência Cardíaca Fetal (IICF), que é igual a 10 se não existirnenhuma anomalia e reflecte 2 pontos por cada uma de 5 categorias: Hidrópsia, DopplerVenoso, Índice cardiotorácico (ICT) e Doppler Arterial.Objectivo: Determinar as variáveis capazes de predizer o risco de mortalidade perinataldas cardiopatias congénitas direitas de forma a criar um IICF específico para estas car-diopatias.

Métodos: Análise retrospectiva dos processos e ecocardiogramas de 28 fetos, seguidos de2004-2008, com cardiopatias congénitas direitas: Atrésia pulmonar com septo intacto-17,estenose pulmonar crítica-7 e anomalia de Ebstein-4. Efectuada análise estatística utilizan-do SAS, obtendo-se Odds Ratios (OR) para a relação entre IICF, ICT, pressão ventricular dire-ita, pressão aórtica sistólica máxima, índice de pulsatilidade da artéria cerebral média eda artéria umbilical, parâmetros de Doppler e Doppler tecidular (TDI) do ventrículo esquer-do (VE) e mortalidade.

Resultados: Foram avaliados 143 ecocardiogramas de 28 fetos, mediana de 4 (1-13) porfeto. Destes 28 fetos, 25 (89%) foram nados-vivos. A mortalidade perinatal total foi de50%. O IICF mostrou ser um factor prognóstico de mortalidade em fetos com cardiopatiascongénitas direitas. O OR de 0,9252 (95%IC: 0,866-0,988) indicou que um IICF mais ele-vado é protector para o risco de morte. Para cada ponto de redução do IICF, há um riscoadicional de morte de 8%. A associação mais forte foi observada entre o ICT e o risco demorte. O OR de 2,7933 (95%IC: 1,237-6,309) indicou que para cada unidade de aumentodo ICT, houve um aumento de 3x do risco de morte nestes doentes. Não foi encontradaassociação estatisticamente significativa entre os parâmetros de função do VE e mortali-dade, no entanto, a associação entre TDI da válvula mitral E'/A' e o risco de morte (OR2,149) sugeriu que por cada unidade que aumenta, duplica o risco de morte.

Conclusão: O ecocardiograma fetal é útil na avaliação do prognóstico das cardiopatiascongénitas direitas, constatando-se uma associação entre o IICF e o risco de morte peri-natal. O ICT pode adquirir importância adicional num IICF específico para as cardiopatiascongénitas direitas. O TDI poderá ser útil na avaliação da função do VE nos doentes comcardiopatias congénitas direitas.

CO 46PODER PREDITIVO DO ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA ELIGIBILIDADE DEDOENTES COM COMUNICAÇÃO INTER-AURICULAR PARA ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO EMIDADE PEDIÁTRICA

ALEXANDRA TOSTE1, FILIPA PARAMÉS1, ISABEL FREITAS1, MÓNICA REBELO1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1,CONCEIÇÃO TRIGO1, FÁTIMA PINTO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O ecocardiograma transtorácico é o método de eleição na identificação dedoentes com comunicação inter-auricular (CIA); no entanto, não está estabelecido,nomeadamente na idade pediátrica, o seu poder preditivo na selecção de doentes paraencerramento percutâneo vs cirúrgico.

Objectivo: Avaliação do poder preditivo do ecocardiograma transtorácico na elegibilidadede doentes com CIA para encerramento percutâneo.

Métodos e Resultados: Analisámos retrospectivamente 161 doentes (D) observados porsuspeita de CIA (46% sexo masculino, idade mediana 10 anos), que realizaram ecocardio-grama transtorácico num serviço terciário de Cardiologia Pediátrica. Destes, 51 D (32%)foram orientados desde logo para cirurgia devido às características do defeito (CIA tiposinus venosus, ostium primum, ou ostium secundum com anatomia desfavorável aoencerramento percutâneo). Em todos estes casos os achados operatórios confirmaram aimpossibilidade de encerramento percutâneo (VPN 100%). Os restantes foram submeti-dos a ecocardiograma transesofágico. Quarenta e três destes D (27%) foram submetidosa encerramento percutâneo, ao passo que 33 D (20%) foram orientados para cirurgia(31% pelas grandes dimensões da CIA, 27% por se tratar de CIA multifenestrada, 27% porapresentar bordos inadequados à implantação do dispositivo e 15% por se tratar de umdefeito tipo sinus venosus). Em 23 D (14%) não se confirmou a presença de CIA e em 11D(7%) constatou-se a presença de foramen ovale patente e/ou aneurisma do septo inter-auricular sem indicação para encerramento (VPP 39%, sensibilidade 100% e especifici-dade 43%).

Conclusão: Em 110 dos 161 D analisados (68%), o ecocardiograma transtorácico foi com-plementado pelo transesofágico na orientação diagnóstica e terapêutica da CIA. Apesar deapresentar um VPN de 100%, a sua especificidade na selecção de D com CIA para encer-ramento percutâneo é baixa (43%) e portanto insuficiente à orientação da maioria dos Dcom CIA.

CO 47PATIENTS WITH REPAIRED TETAROLOGY OF FALLOT UNDERGOING PULMONARY VALVEREPLACEMENT - WHAT HAPPEMS TO TRICUSPID REGURGITATION?

MARGARIDA MATOS SILVA1, RYO INUZUKA2, WEI LI2, EDGAR TEI2, K. DIMOPOULOS2, M. GATZOULIS2, RUI ANJOS1,FERNANDO MAYMONE MARTINS1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Royal BromptonHospital)

Background: A significant number of patients with repaired Tetralogy of Fallot (rTOF)undergoing pulmonary valve replacement (PVR) have tricuspid valve regurgitation (TR).While tricuspid annuloplasty (TAP) is associated with an additional surgical risk, persistentsignificant TR after PVR may cause long term RV dysfunction and possibly alter outcome.The purpose of the study was to investigate whether TR improves spontaneously after PVRwithout TAP and to identify predictors of improvement in this setting.

Methods: We screened 186 consecutive patients with rTOF who underwent PVR betweenJanuary 2005 and October 2009. Patients with significant (moderate or severe) TR prior tothe PVR but did not have TAP at the time of PVR were included in the study. 2D-echocar-diographic parameters pre and post-procedure were compared between patients with andwithout improvement.

Results: Twelve patients with significant TR were studied. All patients had significant pul-monary regurgitation. Mean age at PVR was 39±12.3 years, 50% male. Mean age at Fallotrepair was 9±7.8 years. Pulmonary valve was implanted surgically in 7 patients and per-cutaneously in 5 patients. Before PVR, 10 patients had moderate and 2 had severe TR.Seven patients (58%) had improvement in TR severity after PVR. Patients with improve-ment of TR had larger mid-right ventricle diameters (p=0.008) and lower Tei index (p=0.004). There was a trend for a greater reduction in RV size in patients who had signifi-cant improvement of TR (p=0,09).

Conclusion: TR significantly improved after PVR without TAP in patients with rTOF. LargerRV size and better RV function before procedure were related to improvement in TR, sug-gesting that the RV dilatation is the main driver for TR in this identity, rather than intrin-sic tricuspid valve disease.

CO 48ABLAÇÃO PERCUTÂNEA EM IDADE PEDIÁTRICA

MARIA TERESA DIONÍSIO1, DIOGO CAVACO2, PEDRO ADRAGÃO2, FRANCISCO BELLO MORGADO2, RUI ANJOS2, ANA

M. TEIXEIRA2, FERNANDO MAYMONE MARTINS2, KATYA REIS-SANTOS2, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A ablação percutânea revolucionou o tratamento das arritmias em idadepediátrica. As indicações para a realização de estudo electrofisiológico (EEF) com eventu-al ablação são maioritariamente taquicardias supraventriculares (por reentrada do nódu-lo aurículo-ventricular, ou mediada por via acessória manifesta ou oculta).

Objectivo: Avaliar os resultados da ablação percutânea em idade pediátrica.

Métodos: Análise retrospectiva dos doentes (D) com idade ≤18 anos submetidos a EEF eablação entre Janeiro de 2006 e Novembro de 2009. Avaliados dados demográficos, tipode arritmia, presença de cardiopatia estrutural, tipo de energia utilizada, taxa de sucessoimediato e tardio e complicações.

Resultados: Durante o período estudado, foram realizadas 49 ablações percutâneas em Dpediátricos (3% do total de EEF). A idade média foi de 13,3±3,1 anos (7-18 anos), com59,1% D do sexo masculino. As indicações mais frequentes para a realização de EEF eablação foram: via acessória manifesta em 49%, via acessória oculta em 20,4%, taquicar-dia de reentrada nodal aurículo-ventricular (TRNAV) em 20,4%, e extrassistolia ventricu-lar (ESV) em 6,1%. A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) foi diagnosticada em ras-treio para prática de desporto de competição em 8 casos, todos assintomáticos e num casomanifestou-se por morte súbita abortada. Registou-se cardiopatia estrutural em 4 D. Em93,9% dos procedimentos utilizou-se, como tipo de energia, a radiofrequência e em 6,1%(3 vias acessórias para-hisianas) a crioenergia. A taxa de sucesso imediato após ablaçãofoi de 92%. Os casos de insucesso ocorreram maioritariamente na síndrome de WPW comvia acessória para-hisiana (decidido suspender procedimento por risco elevado de blo-queio aurículo-ventricular: BAV). Registaram-se complicações em 2 procedimentos (4%):1 caso de BAV completo transitório e 1 caso de bloqueio de ramo direito. Num seguimen-to médio de 19 meses, não ocorreu mortalidade. Quatro D foram submetidos a novaablação (1 caso de taquicardia da Câmara de Saída do Ventrículo Direito: TCSVD, 1 caso deESV e 2 casos de WPW). Em todos a ablação teve sucesso, à excepção da TCSVD, estandoo D medicado com terapêutica betabloqueante. Verificou-se sucesso clínico e electrocar-diográfico em 87,8% dos casos.

Conclusão: A ablação percutânea demonstrou ser um procedimento seguro e eficaz,sendo actualmente a abordagem de primeira linha no tratamento da maioria das taquidis-ritmias, em idade pediátrica.

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO JAIME CELESTINO DA COSTA | PROGRAMAS DE TRATAMENTO INTEGRADODA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. UM MODELO PARA TODOS OS DOENTES?

CO 49IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO DOENTE COM INSUFICIÊNCIACARDÍACA: IMPLICAÇÕES NA ADESÃO À TERAPÊUTICA

PEDRO AMADOR1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, LÍGIA MENDES1, BÁRBARA LOBÃO1, CARLA MIRANDA1, SARA

GONÇALVES1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A adesão à terapêutica com beta-bloqueadores (BB) e com inibidores da enz-ima de conversão da angiotensina (IECA) ou com antagonistas dos receptores daangiotensina (ARA) é fundamental para melhorar o prognóstico da insuficiência cardíaca(IC). O manuseio dos doentes (dts) com IC constitui um desafio, onde a utilização daque-les fármacos nem sempre é conseguida. Uma abordagem sistematizada e multidisciplinarpode ser decisiva para uma correcta adesão à terapêutica recomendada.

Objectivo: Avaliar o impacto duma abordagem multidisciplinar na adesão à terapêuticacom BB e IECA/ARA de dts com IC

Métodos: Foram avaliados dts consecutivos com insuficiência cardíaca secundária a mio-cardiopatia dilatada com disfunção sistólica ventricular esquerda (fracção de ejecção ≤40%). Os dts foram avaliados em consulta de referência e após revisão e prescrição médi-ca, receberam ensino sobre conceitos gerais da IC, sinais e sintomas de alerta, medidasde prevenção não farmacológicas e efeitos e importância da medicação. O ensino foi real-izado por médico e enfermeiro. Nas consultas de seguimento foi revista a medicação, reg-istada a compliance com a mesma e feita titulação de fármacos sempre que oportuno.Analisou-se a evolução na adesão à terapêutica e o sucesso na titulação de doses de BBe IECA/ARA.

Resultado: Foram incluídos 80 dts (idade de 66 ± 12 anos; 69% sexo masculino), commiocardiopatia dilatada (38% de etiologia isquémica). A classe NYHA era de 2,7 ± 0,8 (95 % em classe NYHA II ou superior). A medicação inicial era a seguinte: BB em 61%;IECA/ARA em 83%; combinação BB e IECA/ARA em 55%. Após a intervenção verificou-seuma melhoria significativa da adesão à terapêutica, sendo que o BB foi utilizado em 89%dos dts (p<0,001), o IECA/ARA em 100% (p<0,001) e a combinaçãode BB com IECA/ARAem 89% (p<0,001). As doses máximas foram atingidas em 34% e 36% dos casos, paraBB e IECA/ARA, respectivamente. A classe NYHA melhorou de forma significativa na pop-ulação estudada, reduzindo-se para 1,8 ± 0,8 (p<0,001).

Conclusão: A utilização de uma abordagem multidisciplinar foi decisiva na optimização daterapêutica com fármacos indiscutíveis no tratamento de dts com IC devido a disfunçãosistólica.

CO 50MODIFICAÇÃO DO PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CONSULTA ESPECIA-LIZADA

CARLOS AGUIAR1, ANTÓNIO VENTOSA1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, MARISA TRABULO1, JORGE FERREIRA1, JOSÉ

ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Os programas organizados de cuidados especializados para doentes (D) cominsuficiência cardíaca (IC) melhoram a qualidade de vida e reduzem a morbilidade e pos-sivelmente também a mortalidade destes doentes. Avaliámos a experiência inicial deuma consulta de IC avançada, para a qual são referenciados D com critérios específicos,indicadores de potencial para melhoria com as intervenções medicamentosas ou outrasexecutadas pela Cardiologia/Arritmologia de Intervenção e pela Cirurgia Cardíaca.Métodos: Caracterizámos os D seguidos na consulta de IC quanto a parâmetros clínicos,ecocardiográficos, laboratoriais e terapêuticos. Analisámos a evolução destes parâmetrose a ocorrência de eventos clínicos ao longo do seguimento.

Resultados: Foram referenciados 74 D (idade 57±15 anos, variando de 20 a 84 anos; 29mulheres) em classe funcional II-III da NYHA, dos quais 21 com história de ?1 internamen-to por IC. A etiologia da miocardiopatia é idiopática em 35 D (3 casos pós-miocardite),isquémica em 28, valvular em 7, hipertrófica em 2 e miopática em 2. A pressão arterialna 1ª consulta era, em média, 118/70 mmHg, com frequência cardíaca média de 72 bpm;a fracção de ejecção VE (FEVE) era 33%±9%; o nível mediano de NT-próBNP era 1235pg/mL (intervalo interquartil: 432;3591). A medicação incluía um IECA e/ou ARA em 62D, um bloqueador beta-adrenérgico (BB) em 44 D e a espironolactona em 24 D. Ao cabode um seguimento mediano de 2,3 anos (intervalo interquartil: 1,2; 4,3), a classe fun-cional melhorou em 21 D, manteve-se em 33 e agravou-se em 10; 3 D foram transplan-tados e 7 faleceram. Durante o seguimento, 7 D tiveram ?1 internamento hospitalar pordescompensação da IC. A FEVE na última avaliação era 39%±10% (P=0,006 vs 1ª consul-ta); o nível mediano de NT-próBNP era 487 pg/mL (intervalo interquartil: 246;2478)(P=0,049 vs 1ª consulta). A medicação na última avaliação incluía um IECA e/ou ARA em70 D (P=0,064 vs 1ª consulta), um BB em 68 D (P<0,001 vs 1ª consulta) e a espironolac-tona em 23 D. Durante o seguimento, 3 D implantaram um CDI, 4 implantaram um CRT-De 1 foi submetido a revascularização (percutânea).

Conclusões: A consulta de IC permitiu intensificar a terapêutica com valor prognóstico, oque provavelmente contribuiu para a melhoria da função VE e a redução dos níveis de NT-próBNP.

CO 51CRIAÇÃO DUM HOSPITAL DE DIA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: IMPACTO NAHOSPITALIZAÇÃO

PEDRO MORAIS SARMENTO1, CÂNDIDA FONSECA1, SÍLVIO LEAL1, INÊS ARAÚJO1, FILIPA GÂNDARA1, FILIPA

MARQUES1, ISABEL ARROJA1, ANA LEITÃO1, ANA ALEIXO1, FÁTIMA CEIA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

A elevada morbilidade da insuficiência cardíaca (IC) é responsável pela crescente hospi-talização dos doentes com IC. Esta realidade tem inflacionado os custos com tratamentoda síndrome, tornando-a actualmente num dos principais problemas de saúde pública nospaíses ocidentais. As estratégias para reduzir os custos da IC integram programas multi-disciplinares. Os hospitais de dia de IC (HDIC) têm demonstrado melhorar a qualidade devida e a sobrevida dos doentes com IC.

Objectivo: Avaliar os primeiros cinco meses de actividade de um HDIC e o impacto na hos-pitalização por IC.

Metodos: Foram revistos os processos clínicos de todos os doentes consecutivamente ref-erenciados nos primeiros cinco meses de actividade dum HDIC. Foram analisadas ascausas de referenciação e os diferentes procedimentos aos quais os doentes foram sub-metidos. Avaliaram-se os efeitos na morbilidade (evolução da classe funcional e neuro-hormonal e hospitalização) e estimou-se o impacto nos custos relacionados com a hospi-talização. Definiu-se como "hospitalização evitada", sempre que um doente com ICdescompensada necessitou, sem internamento posterior, de duas sessões consecutivas detratamento diurético endovenoso (TDEV) em HDIC ou de três em dias alternadas no perío-do de uma semana. O custo dum dia de internamento por IC é, segundo a tabela nacionalde GDH, de ?1024,00.

Resultados: Entre Julho e Novembro de 2006, recorreram, ao HDIC, 50 doentes com IC.Quinze doentes foram referenciados para reavaliação e ajuste terapêutico de comorbili-dades (anemia cardiorenal: 6; fibrilhação auricular: 2; insuficiência renal crónica: 2; ane-mia ferropénica: 2; ajuste de terapêutica cumarínica: 3) e 35 por IC descompensada.Destes últimos, 25 (40% homens; idade média: 72,9±13 anos) necessitaram de TDEV,totalizando 81 dias de tratamento (duração média dos tratamentos: 6h/dia). A melhoriada Classe da NYHA e a redução dos níveis de NTproBNP foram significativas.Contabilizaram-se 16 "hospitalizações evitadas" que consumiram 40 dias de tratamentoem HDIC. Estimou-se em €40.000,00 a redução dos custos com o tratamento destes 25doentes.

Conclusão: O tratamento em HDIC contribui para a redução dos custos relacionados coma hospitalização de doentes com IC. Os HDIC deverão ser parte integrante das estratégiasnacionais de tratamento da IC.

CO 52EM PORTUGAL AS CLÍNICAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SÃO EFICAZES

BÁRBARA CARDOSO1, FÁTIMA FRANCO1, LINO GONÇALVES1, J. SILVA CARDOSO2

(1Hospitais da Universidade de Coimbra, 2Hospital de S. João, EPE)

Objectivos: Verificar se se observa, em duas Clínicas de insuficiência cardíaca (IC) por-tuguesas, o impacto positivo descrito na literatura internacional relativamente às taxasde prescrição médica, parâmetros clínicos e número de internamentos.

Métodos e Resultados: Comparámos a terapêutica instituída, a fracção de ejecção ven-tricular esquerda (FEVE) e a classe funcional da New York Heart Association (NYHA) à datada primeira versus da última consulta, bem como o número de internamentos por IC ocor-ridos nos seis meses anteriores à admissão à Clínica versus os registados nos seis mesesantes da data da última consulta. Incluímos 201 doentes com IC sistólica [81% sexo masc; idade 55 ± 14 A; etiologiaisquémica: 35%]. O tempo médio de seguimento foi de 4.9 ± 3.6 anos, no final do qualse registou um aumento significativo das taxas de prescrição de IECA/ARA (84.1% versus96.5%; p<0.001), Bloqueadores-‚ (50.7% versus 90%; p<0.001), espironolactona (41.3%versus 62.7%; p<0.001) e digoxina (79.6% versus 81.6%; p=0.004). Não houve variaçãoda frequência de prescrição de diuréticos (p=0.636).Comparativamente com a primeira consulta, à data da última verificou-se um aumento daFEVE (26 ± 7 versus 33 ± 13 , p<0.001) e uma melhoria da classe de NYHA (2.5 ± 0.9 ver-sus 2.0 ± 0.8, p<0.001).Observou-se uma diminuição significativa das hospitalizações por IC por doente (0.7 ± 0.8versus 0.2 ± 0.5; p<0.001) nos seis meses anteriores à data da última consulta versus osseis meses anteriores à primeira.

Conclusões: Estas duas clínicas levaram a um aumento da prescrição de bloqueadoresneuro-hormonais, tendo-se registado um impacto positivo na progressão da doença e nadiminuição do número de internamentos por IC.

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO ARSÉNIO CORDEIRO | O EXERCÍCIO NA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCOE NA REABILITAÇÃO

CO 53IMPACTO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA NA FUNÇÃO DIASTÓLICA ECAPACIDADE FUNCIONAL APÓS ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

NUNO DIAS FERREIRA1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, OLGA SOUSA1, GUIDA SILVA1, DANIEL CAEIRO1, RUI LIMA1,NUNO BETTENCOURT1, FRANCISCO SAMPAIO1, MADALENA TEIXEIRA1, LINO SIMÕES1, VASCO GAMA RIBEIRO1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A função diastólica (FD) e a capacidade funcional (CF) são importantes pre-ditores de prognóstico após enfarte agudo do miocárdio (EAM). Pretendeu-se avaliar oimpacto de um programa de reabilitação cardíaca (PRC) sobre a CF e parâmetros de FDavaliados por ecocardiografia, após um evento coronário agudo.

Metodologia: Estudo prospectivo de 94 doentes pós-EAM randomizados para um PRC de8 semanas (grupo R: n=57; média de idades 53.5±11.7 anos; fracção de ejecção (FE)média 53.7±9.0%) ou para um seguimento clássico com aconselhamento de exercício físi-co (grupo C: n=37; média de idades 56.9±11.0 anos; FE média 51.5±9.8%). Foram real-izadas prova de esforço cardiopulmonar e ecocardiografia transtorácica ao 1º e 4º mês,tendo sido analisada a variação (¢) dos diferentes parâmetros de CF (VO2pico, VO2/Kg elimiar anaeróbio (LA)) e sua correlação com a evolução dos índices ecocardiográficos deFD (índice de volume aurícular esquerdo (IVAE), padrão de fluxo venoso pulmonar (Ardpulmonar-Ad mitral) e razão E/E' septal, lateral e média).

Resultados: No grupo R verificou-se uma melhoria significativa do consumo de O2(¢VO2/Kg +2.73±4.95 ml/Kg/min no grupo R vs. -0.07±3.89 ml/Kg/min no grupo C;p=0.006) e do limiar anaeróbio (¢LA +120±304 ml/min no grupo R vs. -33±222 ml/minno grupo C; p=0.015) relativamente ao grupo C.Ao fim de 4 meses ocorreu remodeling auricular inverso no grupo R (¢IVAE -2.7±8.5ml/mÇ; p=0.031) em oposição ao grupo C (¢IVAE -0.9±10.5 ml/mÇ; p=0.636).Contrariamente ao grupo C, o grupo R evidenciou uma redução da razão E/E' média (¢E/E'média -0.17±2.55 no grupo R vs. +0.73±2.96 no grupo C), contudo a diferença não atingesignificado estatístico (p=0.150).Constatou-se uma correlação inversa e estatisticamente significativa entre ¢VO2/Kg e¢E/E' média (p=0.003), sendo essa correlação particularmente marcada no grupo C(p<0.001). Por análise de regressão linear múltipla, os únicos preditores independentesde melhoria da capacidade funcional foram a inclusão no grupo R (beta=0.24; p=0.028) ea variação de E/E' média (beta=-0.28; p=0.012).

Conclusão: No presente estudo, um PRC de 8 semanas afectou favoravelmente a tolerân-cia ao exercício, sendo esta particularmente influenciada pela evolução das pressões deenchimento do ventrículo esquerdo estimadas por doppler tecidular.

CO 54PADRÕES ALIMENTARES NUMA POPULAÇÃO DO SUL DA EUROPA: RELAÇÃO COM OENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO E COM MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

ANDREIA OLIVEIRA1, FERNANDO RODRÍGUEZ-ARTALEJO2, RITA GAIO1, ANA CRISTINA SANTOS1, ELISABETE RAMOS1

(1Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 2Faculdad de Medicina,Universidad Autónoma de Madrid)

Introdução: A definição de padrões alimentares em populações do sul da Europa e a suarelação com as doenças cardiovasculares permanece por esclarecer. Com este trabalhopretende-se avaliar a associação de padrões alimentares, definidos por métodos a poste-riori, com a ocorrência de eventos não fatais de enfarte agudo miocárdio (EAM) e commarcadores de risco cardiovascular.

Métodos: Foi conduzido um estudo caso-controlo de base populacional, incluindo 820casos consecutivamente diagnosticados com EAM incidente e 2196 controlos, sem evidên-cia de EAM, recrutados aleatoriamente da mesma área de residência dos casos (70% par-ticipação). O consumo alimentar foi avaliado através de um questionário semi-quantitati-vo de frequência alimentar, previamente validado para esta população. Os padrões ali-mentares foram identificados por modelos multivariados de misturas finitas, separada-mente por sexos. A associação entre os padrões alimentares e a ocorrência de EAM foiestimada por regressão logística não condicional (odds ratio e intervalos de confiança a95% - OR, IC95%). Os modelos finais foram ajustados para idade, escolaridade, tabaco,actividade física, ingestão energética e história familiar de enfarte.

Resultados: Quatro padrões alimentares foram identificados: (mulheres) 1-"Saudável"; 2-"Baixo consumo de fruta e vegetais", 3-"Baixo consumo de lácteos e sopa"; 4-"Fast-food";(homens) 1-"Saudável"; 2-"Peixe"; 3-"Carnes vermelhas e álcool"; 4-"Consumo modera-do". As mulheres incluídas no padrão "Baixo consumo de lácteos e sopa", que assumetambém na sua caracterização um consumo elevado de carnes vermelhas e álcool, apre-sentaram uma maior probabilidade de ter EAM (OR=1,76, IC95%: 1,11-2,78), do que asmulheres com o padrão alimentar "Saudável". Por sua vez, os homens incluídos no padrão"Carnes vermelhas e álcool" apresentaram 83% mais probabilidade de ter o evento(OR=1,83, IC95%: 1,26-2,67), comparando com os incluídos no padrão "Saudável". Deentre os controlos comunitários, mulheres e homens com estes padrões de consumo apre-sentaram níveis significativamente superiores de razão colesterol total/HDL-colesterol (nocaso das mulheres) e de pressão arterial diastólica, proteína C-reactiva e ácido úrico (nocaso dos homens).

Conclusões: O padrão alimentar caracterizado pelos consumos mais elevados de carnesvermelhas e álcool associou-se a um maior risco de EAM e a um perfil cardiovascularmenos favorável, em ambos os sexos.

CO 55FLUIDO TORÁCICO TOTAL - UM POSSÍVEL DETERMINANTE DA EFICÁCIA VENTILATÓRIA EMDOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

BRUNO TERENO VALENTE1, JOANA FELICIANO1, RUI M. SOARES1, FILIPA FERREIRA1, HAMAD HAMAD1, NINEL

SANTOS1, SOFIA SILVA1, ANA ABREU1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A eficácia ventilatória, avaliada por prova de esforço cardiorespiratória (PECR), tem umimportante valor prognóstico em doentes (dts) com insuficiência cardíaca crónica (ICC) pordisfunção sistólica ventricular esquerda (DSVE). Os seus determinantes mantêm-se, con-tudo, controversos.

Objectivo: Investigar a eventual correlação entre parâmetros de eficácia ventilatória, obti-dos por PECR, e o valor do fluido torácico total (FTT), avaliado por bioimpedância eléctri-ca torácica (BET), em dts com ICC por DSVE.Métodos: Estudámos 120 dts com ICC por DSVE, referenciados ao nosso laboratório paraPECR - 76% do sexo masculino, idade 52,1±12,1 anos, 37% de etiologia isquémica, fracçãode ejecção ventricular esquerda 27,6±7,9%, 83% em ritmo sinusal, 96% sob iECA e/ouARAII, 79% sob beta-bloqueante e 20% tratados com dispositivo de ressincronizaçãocardíaca. Os dts efectuaram PECR, em tapete rolante, protocolo de Bruce modificado,sendo considerados para análise, como parâmetro de capacidade funcional, o consumo deoxigénio de pico (VO2p) e, como parâmetros de eficácia ventilatória, o declive (d) darelação entre ventilação minuto (VE) e produção de CO2 (VCO2) e o valor do VE/VCO2 nolimiar anaeóbico (LANA). Os estudos por BET, média de 20 minutos de aquisição, foramefectuados após 15 minutos de repouso, em posição supina, imediatamente antes dasPECR, sendo analisado o valor do FTT.

Resultados: O valor do FTT variou entre 20,6 e 45,8 kohm-1, média=32,2, DP=5,7, medi-ana=32,7, o de VO2p entre 8,9 e 40,6 ml/kg/min, média=21,0, DP=6,2, mediana=20,2, odo dVE/VCO2 entre 19,8 e 60,7, média=30,7, DP=7,9, mediana=29,1 e o do VE/VCO2 noLANA entre 21 e 62, média=33,1, DP=7,5, mediana=31,5. Por regressão linear, o FTT nãose correlacionou com o VO2p - r=0,05, p=0,58 - mas apresentou correlação significativacom os parâmetros de eficácia ventilatória analisados: r=0,20, p=0,032 com dVE/VCO2 er=0,25, p=0,009 com VE/VCO2 no LANA.

Conclusão: O FTT correlaciona-se com os parâmetros de eficácia ventilatória, avaliados porPECR, em dts com ICC por DSVE, o que indica que poderá ser um dos seus determinantes.

CO 56IS CHRONOTROPIC INCOMPETENCE ASSOCIATED WITH POOR OUTCOME IN CARDIAC REHABILITATION?

ANA SOFIA CORREIA1, AFONSO ROCHA1, SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, MARIANA PAIVA1, ALEXANDRA SOUSA1, ANA

LEBREIRO1, ANA ISABEL SILVA1, VITOR ARAÚJO1, FERNANDO PARADA PEREIRA1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Chronotropic incompetence, or an inability to increase heart rate duringexercise, independently predicts death in patients not taking beta-blockers. A recentprospective study cohort demonstrated that chronotropic incompetence is also independ-ently predictive of death in patients taking beta-bloquers. The purpose of this study wasto evaluate the influence chronotropic incompetence in outcomes of cardiac rehabilitationprogram.

Methods: We retrospectively analyzed records of patients enrolled in the cardiac rehabil-itation program from September 2008 to October 2009. The chronotropic index ([peakheart rate-heart rate at rest]/heart rate reserve) was considered abnormal when ≤80% inpatients not taking beta-blockers and ≤62% in patients taking beta-blockers. Depressionwas assessed by Patient Health Questionnaire (PHQ-9) and functional status by ShortForm-36v2 (SF-36v2).

Results: We analyzed 97 patients, 87 (89.7%) were men. Mean age at first evaluationwas 54±10 years. The indications for cardiac rehabilitation were Acute Coronary Syndromesubmitted to percutaneous coronary revascularization [89 (91.8%)] or to medical treat-ment [8 (8.2%)]. Sixty (61.9%) patients were dyslipidemic, 20 (20.6%) had diabetes mel-litus, 14 (14.4%) were obese, 40 (41.2%) had been classified as hypertensive and 75(75.4%) were current/ex-smokers. Regarding to functional class of NYHA 82 (84.5%)patients were in class I and 1 (1%) in class II. Sixty-eight (70.1%) patients had preservedleft ventricle function. Eighty-four (86.7%) patients were under beta-blocker therapy.Chronotropic index (CI) adjusted to beta-blocker therapy was considered abnormal in 65(67%) patients. Patients with abnormal CI showed more adverse cardiovascular risk pro-file: higher excessive weight (88,9% vs 60%, p<0,01), dislipidemia (36% vs 22%, p=0.02)and hypertension (22% vs 17%, p=0.01). This group had also a worse psychological pro-file: higher incidence of depressed patients (PHQ-9?10; 37% vs 17%; p=0.03). Regardingoutcomes of cardiac rehabilitation program, abnormal CI was significantly associated toworse functional state at the end of exercise sessions: lower peak MET level (8.16 vs 9.44METs: p<0.01), and worse physical SF-36 component (48.21 vs 51.21; p=0.05).

Conclusions: Chronotropic incompetence was significantly associated with worse cardio-vascular and psychological profile and predicted a worse physical performance at the endof the cardiac rehabilitation program. These results highlight the prognostic value of thisvariable even in patients on beta-blocker therapy.

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO J. MONIZ DE BETTENCOURT | RISCO CARDIOVASCULAR: DIFERENTES PON-TOS DE MIRA EM BUSCA DE UMA EXPLICAÇÃO GLOBAL

CO 57RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA CONFERIDO PELA ASSOCIAÇÃO DA VARIANTE CC DO LOCUS9P21 COM O TABAGISMO

R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, A. C. SOUSA1, A. PEREIRA1, S. FREITAS1, I. ORNELAS1, J. J. ARAÚJO1, A. BREHM1,M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: Estudos recentes têm mostrado uma associação consistente da variante CC dolocus 9P21 com a doença coronária. Desconhece-se, no entanto, a influência de outros factoresde risco, nomeadamente do tabagismo, no risco conferido por esta variante genética.

Material e métodos: Estudo de casos e controlos, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentescoronários internados consecutivamente (idade média de 50,6±8,5 anos 72 % do sexo mas-culino) e 390 controlos sem doença coronária (idade média de 50,3±12,1 anos 67 % do sexomasculino) seleccionados para não serem significativamente diferentes em termos de sexo eidade. (p=0,647 e 0,126, respectivamente).Estudou-se o SNP rs 1333049 com recurso a primers específicos, por PCR (Polimerase ChainReaction) e RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism). Calculou-se o risco conferidopelo genótipo CC, respectivo odds ratio e respectivo intervalo de confiança no risco de doençaCoronária, em indivíduos com e sem hábito de fumar (activo). Para determinar o risco relati-vo de DC, em relação ao genótipo CC e o hábito de fumar, foi usada uma análise univariada eas tabelas epidemiológicas 4x2 e medidas de sinergismo (modelo aditivo =SI e multiplicativo=SIM), foram utilizadas para determinar a interacção entre o genótipo CC e o hábito de fumar.Foi finalmente calculado o excesso de risco relativo (RERI) e proporção atribuída à interacção(AP).

Resultados: Considerando como risco basal (referência) =1, a ausência de CC e o não serfumador, o ser fumador (e não CC) comporta um odds ratio de 2,70. A homozigotia CC isoladaapresentou um Odds ratio de 1,56 e a associação das duas alterações um odds ratio de 3,36,com alto grau de significância (p<0,0001). O SI foi de 1,04 e o SIM de 0,8.

Conclusão: O presente trabalho revela a importância de factores comportamentais (tabagis-mo) e genéticos (CC da variante rs1333049 do cromossoma 9p21), assim como a sua associ-ação aditiva no aparecimento da doença das artérias coronárias.Assim genes e comportamentos concorrem sinergicamente para o aparecimento de destacomplexa doença.

CO 58DISLIPIDEMIAS DE ELEVADO RISCO CARDIOVASCULAR: ANÁLISE BIOQUÍMICA E GENÉTICA

T. SANTOS1, QUITÉRIA RATO2, I. M. GASPAR3, A. GUERRA4, A. GASPAR5, M. BOURBON1

(1Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, 2Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de SãoBernardo, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital Egas Moniz, 4Hospital de S. João,EPE, 5Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

A Deficiência Familiar em LPL (FLLD), a Hipertrigliceridemia Familiar (FHT), a Dislipidemia FamiliarCombinada (FCHL) e a Hipercolesterolemia Familiar (FH) são dislipidemias genéticas de elevadorisco cardiovascular com fenótipos distintos, cujos doentes estão pouco caracterizados a nívelmolecular e bioquímico na população portuguesa. Alterações em genes que codificam proteínasenvolvidas no metabolismo lipoproteico têm sido associadas a estas patologias.O objectivo deste estudo é fazer a caracterização bioquímica e molecular de doentes com fenótipode FLLD, FHT e FCHL. Doentes com FH são estudados no âmbito do Estudo Português de FH e nãosão por esta razão aqui apresentados.Foram analisados 4 doentes com fenótipo de FLLD, 14 com FHT e 27 com FCHL. Os exões dosgenes LPL, APOAIV, APOAV, APOCII, APOCIII e regiões do USF1 (s1, s2) foram amplificados por PCRe sequenciados. As apolipoproteínas AIV e AV foram quantificadas por ELISA e as sdLDL foramanalisadas por electroforese.Um doente com fenótipo de FLLD apresentou uma alteração não descrita em homozigotia nogene APOCII (Y37D). Oito doentes com FHT apresentaram alterações já descritas e associadas aaumento dos níveis séricos de trigliceridos (TGs). Foram encontradas alterações em 21 doentescom FCHL, 3 delas não descritas (LPL A433V, APOAIV Q359_E362del e APOAV D332fsX336). Oíndex com a alteração Q359_E362del no gene APOAIV apresentou valores normais de ApoAIV(15,5 mg/dL) e o índex com a alteração D332fsX336 no gene APOAV apresentou valores baixosde ApoAV (74,5 ng/mL). Doentes com FCHL medicados com terapêutica hipolimiante apresen-taram um predomínio de sdLDL.Os resultados obtidos demonstram que alterações nos genes em estudo influenciam os níveis deTGs em doentes com FLLD, FHT e FCHL. O doente com diagnóstico de FLLD apresenta uma alter-ação no co-factor da LPL, a APOCII, que produz o mesmo fenótipo de FLLD. É necessário efectuarestudos funcionais para determinar a patogenicidade da alteração Q359_E362del no geneAPOAIV. A baixa concentração de apo AV no índex com a alteração D332fsX336 parece indicar queesta é causadora de doença. A determinação das sdLDL em doentes com FCHL medicados indicaque a medicação não é eficiente na redução das partículas mais aterogénicas. A caracterizaçãobioquímica dos indivíduos complementa a sua identificação genética e permite uma melhoravaliação do risco cardiovascular do doente bem como a escolha de uma terapêutica adequada.

CO 59HIGH PREVALENCE OF PERSISTENT LIPID ABNORMALITIES IN HIGH-RISK PATIENTS TREATED WITHSTATINS IN PORTUGAL: RESULTS OF THE DYSLIPIDEMIA INTERNATIONAL STUDY (DYSIS) - PORTU-GAL

PEDRO MARQUES DA SILVA1, SALVADOR MASSANO CARDOSO2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2Hospitais da Universidade deCoimbra)

Background: The majority of patients with dyslipidemia in Portugal are currently treated with astatin. However, many patients do not achieve recommended lipid targets, and persistent lipidabnormalities will continue to contribute to cardiovascular (CV) risk in statin-treated patients. Inthe DYSIS-Portugal study, lipid profile abnormalities in patients on statin therapy for CV preven-tion in Portugal were assessed.

Methods: As part of a multinational cross-sectional cohort study in Europe and Canada; Portugalenrolled 916 statin-treated outpatients (mean age 64.1 ± 9.9 years old; 52.8% male) with avail-able lipid values. Patients were recruited by primary care physicians (82.4%) and specialists (car-diologists, endocrinologists, and internists; 17.6%). The latest lipid values of these patients wereused if there was evidence of being on a statin for ? 3 months in duration.

Results: Of these patients, 10.2% were current smokers, 71.6% had hypertension, 38% diabetes,and 21.6% a family history of premature cardiovascular disease. CV disease was present in 28.8%and 66.7% of the patients were in the high risk (SCORE-ESC classification)of patients. Almost onethird of the study population (29.7%) were obese (BMI >30 kg/m2) and 64.5% had a metabol-ic syndrome (IDF definition). In the table we show the lipid abnormalities in patients with totallipid profile (n=656).

Conclusion: A majority of statin-treated patients in Portugal were not at lipid goals and/or hadabnormal levels of HDL-C and triglycerides. These results demonstrate the gap between guidelinerecommendations and clinical practice and the need for a more intensive and comprehensive lipidmanagement in this high-risk population.

Table. Lipid abnormalities according to ESC guidelines

All patients High risk* ESC-SCORE < 5%N=656 N=446 N=210

TC not at goal (1) 66.8% 64.1% 72.4%LDL-C not at goal (2) 63.9% 63.5% 64.8%Low HDL-C (3) 23.0% 26.9% 14.8%High TG (4) 40.2% 40.4% 40.0%LDL-C not at goal with normal HDL-C and normal TG 30.9% 29.8% 33.3%LDL-C not at goal with lowHDL-C and high TG 7.6% 9.2% 4.3%

CO 60COMPARAÇÃO DE DIFERENTES DEFINIÇÕES DE SÍNDROME METABÓLICA: IMPLICAÇÕES NORISCO DE DOENÇA CORONÁRIA E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

SUSANA ROBALO MARTINS1, NUNO CORTEZ-DIAS1, ADRIANA BELO2, MANUELA FIÚZA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2CNCDC)

Objectivo: Comparar diferentes definições de síndrome metabólica (SM) no que respeita à suaassociação a doença coronária (DC) e acidente vascular cerebral (AVC).

Métodos: Estudo analítico transversal nos Cuidados de Saúde Primários em Portugal, envol-vendo 719 médicos de família, segundo distribuição estratificada e proporcional à densidadepopulacional de cada região. Os primeiros 2 utentes adultos de cada dia de consulta foramconvidados a participar, independentemente do motivo de consulta. Após consentimentoinformado, foi utilizado um inquérito para recolha de dados sócio-demográficos, clínicos e lab-oratoriais. A SM foi definida pelos critérios NCEP-ATP III de 2001, NCEP-ATP III de 2004, IDF eAHA/NHLBI. A análise de regressão logística multivariável foi usada para determinar a associ-ação da ocorrência de DC e AVC ao sexo, idade, índice de massa corporal, perímetro da cintu-ra, colesterol-HDL, trigliceridémia, hipertensão arterial (HTA), diabetes mellitus e SM segundocada uma das definições.

Resultados: Analisaram-se 16.856 indivíduos (58,1±15,1 anos). A prevalência de SM ajusta-da ao sexo, idade e dimensão das regiões pelos critérios NCEP-ATP III de 2001, de 2004, IDF eAHA/NHLBI foi 28,4%, 32,8%, 65,5% e 69,4%, respectivamente. A concordância entre asdiferentes definições foi globalmente moderada e apenas 60,3% dos indivíduos com diagnós-tico por qualquer das definições cumpriam simultaneamente os critérios de todas elas(Figura). A HTA foi o factor de risco (FR) corrigível mais fortemente associado à DC e ao AVC.No que respeita à DC, apenas a SM definida pelos critérios IDF (OR: 1,74) e AHA/NHLBI (OR:2,26) constituiu factor de risco independente. No que respeita ao AVC tal só sucedeu relativa-mente à definição AHA/NHLBI (OR: 1,85).

Conclusões: Entre as definições disponíveis deSM, aquela proposta pela AHA/NHLBI apresenta amelhor associação a DC e AVC na população por-tuguesa. O risco de DC e AVC gerado pela presençade SM definida pelos critérios AHA/NHLBI excedeo risco associado aos seus componentes consider-ados individualmente.

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CO 61RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÉMICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃODE ST: VARIAÇÃO TEMPORAL DOS PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E CORRELAÇÃO COM AREPERCUSSÃO HEMODINÂMICA

NUNO CORTEZ-DIAS1, SUSANA ROBALO MARTINS1, MIGUEL ALMEIDA RIBEIRO1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1,JOÃO SILVA MARQUES1, CARINA CALISTO1, TERESA PESSOA1, ANA I. FERREIRA1, SUSANA GONÇALVES1, SUSANA

GONÇALVES1, SÓNIA RIBEIRO1, LAURA SANTOS1, ARMANDO BORDALO E SÁ1, MARIA JOSÉ CORREIA1, J. CARVALHO

DE SOUSA1, MANUELA FIÚZA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Estudos preliminares sugerem que os marcadores inflamatórios se elevamprecocemente na evolução do enfarte agudo do miocárdio (EAM), mas não está caracter-izada a evolução temporal dos seus níveis séricos e a correlação dos mesmos com a reper-cussão estrutural cardíaca e hemodinâmica do EAM.Objectivo: Avaliar a evolução temporal dos parâmetros inflamatórios e correlacioná-loscom a gravidade do compromisso estrutural do EAM e sua repercussão hemodinâmica.

Métodos: Em doentes com EAM com elevação de ST submetidos a angioplastia coronáriade urgência, procedeu-se a colheita de sangue aquando do início do cateterismo coronário(tempo basal) e após 8h, 16h, 24h, 48h e 72h. Foi doseada a interleucina (IL) 6 no tempobasal em todos os doentes. Numa amostra de 23 doentes, estratificada para a fracção deejecção (FEj), efectuou-se a determinação da IL-6 e IL-10 em todos os tempos. Foi realiza-do estudo ecocardiográfico 24 a 72h após a angioplastia e a FEj foi determinada pelométodo de Simpson biplano. Definiu-se função ventricular esquerda compromida (FVEc)por FEj ≤40%. A distribuição dos níveis de IL-6 em função da FEj e classe Killip máxima(KKm) foi avaliada com os testes de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney, e a sua correlaçãocom a proteína C-reactiva (PCR), homocisteína e NT-proBNP foi avaliada pelo teste dePearson.

Resultados: Foram avaliados 159 doentes (76% do sexo masculino; 61±12 anos), comdoença de 1, 2 e 3 vasos em 45%, 40% e 15%, respectivamente. A FEj foi de 52±12% (infe-rior a 40% em 18% dos doentes) e a KKm foi ?III em 9%. Os valores de IL-6 variaram de formasignificativa com a KKm (p=0,021) e os doentes que evoluíram para FVEc já apresentavam,aquando do cateterismo, IL-6 aumentada (9,0±10,0 vs 5,9±9,5 pg/mL; p=0,006). Além disso,os níveis sérios de IL-6 aumentaram mais significativamente até às 24h neste grupo dedoentes (p=0,001). Em termos globais, a IL-6 correlacionou-se com a PCR (R2=0,36; p<0,001),homocisteina (R2=0,33; p=0,004) e NT-proBNP(R2=0,31; p=0,008). Pelo contrário, a concen-tração basal de IL-10 (17,4±15,7 pg/mL) não variou com a Fej ou KKm.

Conclusão: A intensidade da resposta inflamatória no EAM com elevação de ST varia emfunção do tempo e é mais intensa nos doentes com compromisso estrutural mais exten-so. A IL-6 poderá eventualmente identificar, aquando do cateterismo coronário, o sub-grupo de doentes que evolui com compromisso grave da função sistólica global ventricu-lar esquerda.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO JOÃO PORTO | DETERMINANTES DE PROGNÓSTICO NAS SÍNDROMESCORONÁRIAS AGUDAS

CO 62CHOQUE CARDIOGÉNICO POR DISFUNÇÃO VENTRICULAR NAS SÍNDROMES CORONÁRIASAGUDAS: MELHORES RESULTADOS DESDE O SHOCK TRIAL?

ANTÓNIO GASPAR1, SÍLVIA RIBEIRO1, CATARINA VIEIRA1, SÉRGIO NABAIS1, SÉRGIA ROCHA1, PEDRO AZEVEDO1,MIGUEL ÁLVARES PEREIRA1, ALBERTO SALGADO1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: O choque cardiogénico por disfunção ventricular (CC) complicando umaSíndrome Coronária Aguda (SCA) constituiu, desde sempre, um desafio, atendendo à ele-vada mortalidade intra-hospitalar (MIH) a que está associado. O SHOCK trial foi um marcono tratamento do CC, apontando os benefícios de uma estratégia de revascularização pre-coce. Posteriormente, avanços importantes na terapêutica médica foram tambémalcançados. No entanto, os dados mais recentes continuam a evidenciar valores de MIHsemelhantes aos já existentes.Objectivos: Avaliar os preditores de desenvolvimento de CC nos doentes (D) com SCA, aMIH nos D com CC e os preditores de MIH nos D com CC.

Métodos: Foram analisados 1621 doentes consecutivamente internados com SCA deJaneiro 2004 a Março 2008. Foram excluídos os D com complicação mecânica (n=28). Foiavaliada a ocorrência de CC por disfunção ventricular. O evento considerado foi a MIH.

Resultados: O CC ocorreu em 4,7% (n=75) dos 1593 D analisados, com 16 (21,3%) admi-tidos já em choque. Os D com CC eram mais idosos e mais frequentemente do sexo fem-inino (p <0,05). Tinham maior prevalência de acidente vascular cerebral (AVC) prévio, nãose verificando diferenças relativamente aos restantes factores de risco cardiovascular (CV)e antecedentes CV. Na admissão, apresentavam-se mais frequentemente com perfilhemodinâmico desfavorável, nomeadamente em Killip (KK) >1 e com Enfarte Agudo doMiocárdio com supra de ST (EMcST) (p <0,05). Por análise multivariada, os preditores inde-pendentes e positivos de desenvolvimento de CC foram o género feminino, antecedentede AVC, KK >1 na admissão, EMcST, pressão arterial sistólica mais baixa e creatinina maiselevada na admissão. Os D com CC foram mais frequentemente medicados com heparinanão fraccionada e inibidores da GIIb/IIIa, no entanto receberam com menor frequênciaoutras medicações recomendadas (clopidogrel, iECA, ‚-bloqueador e estatina). Foramainda menos frequentemente submetidos a estratégia invasiva e revascularização coro-nária (RC). A MIH dos D com CC foi de 54,7%, sendo a MIH global de 4,1%. Por análisemultivariada, o único preditor independente negativo de MIH no CC foi a RC (OR=0,18;IC95%=0,06 - 0,59).

Conclusão: Na nossa população, os D com CC tiveram uma MIH de 54,7%, sobreponívelaos dados internacionais, recentes e mais antigos. A RC demonstrou ser o único preditorpositivo de sobrevida intra-hospitalar. O número, ainda baixo, de D com CC submetidos aRC poderá explicar esta MIH ainda muito elevada.

CO 63COMBINED LOWEST HAEMOGLOBIN AND ADMISSION HYPERGLYCAEMIA: A NOVEL ANDSUPERIORO OUTCOME PREDICTOR IN ACUTE CORONARY SYNDROMES

PEDRO MONTEIRO1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, M. FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Background: Anemia and hyperglycaemia in acute coronary syndromes (ACS) are recog-nized predictors of in-hospital and post-discharge morbidity and mortality. However, thecombined value of both parameters has not been assessed.

Aim: To evaluate, in an ACS population, the predictive combined value of low haemoglo-bin (HB) and admission glycaemia (GLY).

Population and methods: Retrospective analysis of 956 consecutive patients admittedfor ACS and followed for one year. Patients were divided in 4 groups according to their HBand GLY: A - HB>=10 g/dL and GLY<180 mg/dL (n=655); B - HB>10g/dL and GLY>=180mg/dL (n=180); C - HB<10g/dL and GLY<180 mg/dL (n=84) and D - HB<10 g/dL andGLY>=180 mg/dL (n=37).

Results: After univariate analysis, in-hospital morbidity (1.9% vs 10.1% vs 8.8% vs26.5%; p<0.001) and mortality (2.0% vs 7.2% vs 4.8% vs 29.7%; p<0.001) were signifi-cantly different in the 4 groups, as was death at one year follow-up (5.9% vs 12.4% vs23.4% vs 17.4%; p<0.001).We then identified, by multivariate analysis, independent predictors of mortality and mor-bidity: regarding in-hospital events, the combination of low HB and high GLY was a strongindependent predictor, as were age and elevated CK-MB, while events in the follow-upwere best predicted by the combination of HB and GLY, high troponin I and low ejectionfraction.

Conclusion: In this ACS population, the combination of admission GLY and lowest HB is apowerful tool to predict in-hospital and post-discharge outcomes, with incremental pre-dictive power regarding each isolated component. This fact, never before described,underlies the importance of early assessment of HB drops and metabolic abnormalities,in order to provide optimal management and risk stratification to ACS patients.

CO 64IMPORTÂNCIA DO POLIMORFISMO DO CITOCROMO P450 2C19 681G>A NO PROGNÓSTICODE UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

ROGÉRIO TEIXEIRA1, PEDRO MONTEIRO1, GILBERTO MARQUES1, JOÃO MARIANO PEGO1, MARGARIDA LOURENCO1, CARLOS

TAVARES1, ISABEL MARQUES1, ALDA REBORDELO1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, MÁRIO FREITAS1, MARIA JOÃO

FERREIRA1, GRAÇA RIBEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O metabolismo do clopidogrel necessita de uma oxidação dependente do complexocitocromo P450, isoenzima 2C19 (CYP2C19) para a formação do metabolito activo. É reconhecida aimportância de um polimorfismo associada a perda de função, CYP2C19 681G>A (*2), na reposta pla-quetar ao clopidogrel. No entanto, no contexto de uma síndrome coronária aguda (SCA) permanecemdúvidas sobre a importância prognóstica deste polimorfismo. Objectivo: Caracterizar a prevalência doalelo CYP2C19*2 numa população de doentes com SCA e o seu impacto prognóstico a médio prazo.

População e métodos: Estudo prospectivo e longitudinal de 95 doentes admitidos por SCA entreMarço e Outubro de 2009 numa unidade de cuidados intensivos coronários. Foram selecionadosindíviduos com idade inferior a 75 anos, com indicação para toma de clopidogrel após a alta hos-pitalar. À data de alta, com o recurso à reacção em cadeia da polimerase foi realizada a genoti-pagem do citocromo CYP2C19. Foram criados dois grupos: grupo A (metabolizadores lentos,CYP2C19 *2/*1 ou *2/*2) n= 26. Grupo B (metabolizadores normais, CYP2C19 *1/*1) n=69. O end-point primário desta análise foi um resultado combinado de morte, enfarte agudo do miocárdio ouangina instável - tempo médio seguimento 130,2 ± 69,1 dias.

Resultados: A idade média da população foi de 60,2 ± 10,6 anos, e 83,2% eram do género mas-culino. Não foram encontradas diferenças entre os grupos relativamente às características demográ-ficas e aos principais factores de risco cardiovascular. A anatomia coronária, a fracção de ejecção doventrículo esquerdo (56,6±7,2 vs 52,5±11,2, p=0,48), e a função renal eram também semelhantes.Os grupos foram também homogéneos no que diz respeito ao Score Grace (115,9±25,0 vs

113,2±28,0, p=0,70), à terapêutica médica intrahospitalar e à data de alta. A sobrevida livre deeventos combinados foi inferior no grupo A(75,0% vs 94,0%, log rank p= 0,010). Foramdocumentadas três readmissões por enfarteagudo do miocárdio, todas no grupo dos doentesmetabolizadores lentos.

Conclusão: Na população estudada a presençado alelo CYP2C19*2 foi um marcador deprognóstico a médio prazo após uma SCA.

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I-29

Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO ALFREDO FRANCO | FUNÇÃO CARDÍACA: MEDICINA DE TRANSLAÇÃO

CO 65EFEITOS DA ANGIOTENSINA 1-7 NA FUNÇÃO CONTRÁCTIL MIOCÁRDICA APÓS A ISQUEMIA--REPERFUSÃO

MARIANA PINTALHÃO1, RUI CERQUEIRA1, PAULO CASTRO-CHAVES1, ADELINO F. LEITE-M1

(1Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

A angiotensina 1-7 (Ang1-7) é um heptapeptídeo bioactivo do sistema renina-angiotensi-na (SRA), cujas acções cardiovasculares têm adquirido crescente relevância devido à suacapacidade de contra-regulação da angiotensina II. Através do seu efeito vasodilatador einibidor da fibrose, inflamação e proliferação celular, tem um papel crucial na regulaçãodo SRA, com implicações significativas em patologias como a hipertensão arterial e a insu-ficiência cardíaca. Neste estudo pretendemos avaliar os efeitos da Ang1-7 na funçãomiocárdica num modelo de isquemia-reperfusão.Os efeitos da Ang1-7 foram avaliados em preparações de músculos papilares direitos decoelho imersos numa solução de Krebs modificado (0,6Hz; 1,8mM Ca2+; 35ºC). Após aestabilização das preparações, o protocolo consistiu na adição de Ang1-7 (grupo Ang1-7,10-5M, n=6) ou de um volume semelhante de veículo (grupo CRT, H2O, n=6) à soluçãosuperfusora, seguida de um período de 30 min de isquemia (substituição da misturagasosa inicial de 95%O2+5%CO2 por 95%N2+5%CO2), no fim do qual se procedeu àreperfusão (95%O2+5%CO2) durante 40 min. Após este período, a performance muscularfoi avaliada através da resposta à adição de doses crescentes de isoprenalina (10-8-10-6). Os resultados são apresentados como % de variação±erro padrão (p<0,05).Relativamente aos efeitos da isquemia-reperfusão na contractilidade muscular, não severificaram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. No entanto, aresposta inotrópica e lusitrópica à estimulação beta-adrenérgica após o período de reper-fusão foi significativamente superior no grupo Ang1-7. Nomeadamente, verificou-se umamelhor resposta contráctil à isoprenalina, demonstrada pela maior elevação da tensãoactiva e do dT/dtmáx, para a dose de 10-6M de isoprenalina, no grupo Ang1-7 versus CRT(434,4%±169,1% versus 238,6%±65,8% e 525,9%±126,6% versus 373,4%±98,8%,respectivamente). Adicionalmente, o grupo Ang1-7 apresentou uma aceleração do relax-amento evidenciada por um aumento do dT/dtmin de 552,9%±183,4% (grupo Ang1-7)versus 333,2%±99,8% (grupo CRT) para a mesma concentração de isoprenalina.Em conclusão, nestas condições experimentais a Ang1-7 melhora a capacidade de respos-ta contráctil à estimulação beta adrenérgica após a lesão de isquemia-reperfusão. Estesresultados reforçam o papel deste mediador na modulação da performance miocárdica eressaltam o seu potencial efeito benéfico na disfunção contráctil associada à isquemia.

CO 66DISCTINCT MECHANISMS FOR DIASTOLIC DYSFUNCTION IN DIABETES MELLITUS AND PRES-SURE-OVERLOAD

INÊS FALCÃO-PIRES1, NÁDIA GONÇALVES1, DANIEL MOREIRA-GONÇALVES1, ADELINO F. LEITE-MOREIRA1

(1 Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

We aimed to characterize the changes in myocardial structure and function induced bytwo frequent co-existing causes of diastolic heart failure, chronic pressure-overload anddiabetes mellitus.Pressure-overload was established in rats by supra-renal aortic banding. Six weeks later,diabetes was induced by streptozotocin (65mg/kg,ip), resulting in 4 groups: SHAM, band-ed(BA), diabetic(DM) and diabetic-banded(DB). Twelve-weeks later, pressure-volumeloops were obtained and left ventricular samples were collected to evaluate extracelularmatrix alterations and myofilaments function and phosphorylation.Compared to SHAM, pressure-overload increased cardiomyocytes diameter (MyD, BA:22.0±0.4Ìm, SHAM: 18.2±0.3Ìm) and myofilament maximal-force (BA: 25.7±3.6kN/m2,SHAM: 18.6±1.4kN/m2), Ca2+-sensitivity (BA: 5.56±0.02, SHAM: 5.50±0.02) and MyBP-Cphosphorylation, while decreasing rate of force-redevelopment (Ktr; BA: 14.9±1.1s-1,SHAM: 25.2±1.5s-1). At the extracellular matrix level, fibrosis (BA: 10.8±0.9%, SHAM:5.3±0.6%), pro-MMP-2 and MMP-9 activity increased and, in vivo, relaxation wasimpaired (t; BA:14.0±0.9ms, SHAM: 12.9±0.4ms). Diabetes increased MyD(DM:21.4±0.4Ìm, DB:20.6±0.4Ìm), fibrosis (DM:13.9±1.8%, DB:13.8±0.8%), advanced gly-cation end-products deposition (DM: 4.9±0.6score/mm2, DB:5.1±0.4 score/mm2,SHAM:2.1±0.3score/mm2), Ca2+-sensitivity (DM:5.57±0.02, DB:5.57±0.01) and TIMP-1concentration, while decreased Ktr (DM: 13.5±1.9s-1, DB:15.2±1.4s-1) and MMP-9/TIMP-1 ratio. Diabetic hearts were stiffer (higher end-diastolic-pressure: DM:7.0±1.2mmHg,DB:6.7±0.7mmHg, SHAM:5.3±0.4mmHg; steeper end-diastolic-pressure-volume relation:DM:0.59±0.18, DB:0.83±0.17, SHAM: 0.41±0.10), and hypo-contractile (decreased heartrate and cardiac output). The association of diabetes and pressure-overload combinedrelaxation abnormalities and increased stiffness inducing further pulmonary congestion(Lungs/body-weight; DB:5.23±0.21g/Kg, SHAM: 3.80±0.14g/Kg).Diabetes mellitus and pressure overload led to distinct diastolic dysfunction (DD) pheno-types: while diabetes promoted myocardial stiffening, pressure overload impaired relax-ation. Their association amplified these damages in a way that precipitates to a faster pro-gression to heart failure.

CO 67CORRELATION BETWEEN PLASMAS LEVELS OF APELIN AND MYOCARDIAL HYPERTROPHYIN RATS AND HUMANS: POSSIBLE TARGET FOR TREATMENT?

INÊS FALCÃO-PIRES1, NÁDIA GONÇALVES1, CRISTINA GAVINA1, SÓNIA PINHO1, TÂNIA TEIXEIRA1, CLÁUDIA MOURA1,MÁRIO JORGE AMORIM2, PAULO PINHO2, JOSÉ CARLOS AREIAS2, ADELINO F. LEITE-MOREIRA1

(1Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 2Hospital de S. João, EPE)

Objective: To investigate the impact of left ventricular (LV) pressure-overload and dia-betes on the apelinergic system.

Research design and methods: Pressure-overload was established in rats by supra-renalaortic-banding. Six-weeks later, diabetes was induced by streptozotocin (65mg/kg,ip),resulting in 4 groups: SHAM, banded (BA), diabetic (DM) and diabetic-banded (DM-BA).Twelve weeks later, LV function and structure were evaluated by echocardiography andbiopsies and plasma samples collected. Furthermore, plasma samples and LV-endomy-ocardial biopsies were procured from aortic stenosis and mitral stenosis patients duringsurgery to evaluate myocardial expression of apelin and APJ-receptor and plasma levelsof apelin.

Results: Direct correlations between apelin plasma levels and LV-mass index andbetween apelin and APJ myocardial expression were observed both in humans and rats.Expression of apelin and APJ was not significantly altered by pressure-overload in humans,being downregulated by pressure-overload and even more by diabetes in rats. Finally, aninverse correlation between apelin rat plasma levels and its myocardial expression wasobserved.

Conclusions: While apelin/APJ myocardial expression decreases, apelin plasma levelsincrease in LV-hypertrophy. Considering apelin's positive inotropic and vasodilator proper-ties, this elevation in apelin plasma levels may represent a compensatory mechanism tomaintain inotropism and cardiac output during pressure-overload or diabetic cardiomy-opathy.

CO 68FACTORES DE CRESCIMENTO IINFLUENCIAM A PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO EMCÉLULAS PROGENITORAS CARDÍACAS

LUÍS ROSÁRIO1, ALEX MATSUDA1, ISA MATOS2, RUI GARDNER1

(1Instituto Gulbenkian de Ciência, 2Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

Células progenitoras ou células estaminais são caracterizadas pela sua divisão assimétri-ca, o que significa que esta divisão origina uma célula idêntica com capacidade prolifera-tiva e outra comprometida para se diferenciar. As células progenitoras residentes emórgãos, como a população c-kit+ cardíaca necessitam um controlo rigoroso do seu poten-cial proliferativo e regenerativo, de modo a manter o equilíbrio da regeneração celular.Neste estudo foi testado a hipótese de que os factores de crescimento LIF, SCF e EGFpoderão influenciar a proliferação e a diferenciação de células progenitoras cardíacas(CPCs) que são positivas para o marcador c-kit de células estaminais. As CPCs foram iso-ladas de 12 ratinhos BALB/c; os corações foram cortados em pequenos pedaços (<1mm3); digeridos em 0,25% de colagenase A e as células obtidas por centrifugação. Apósa filtração as células foram marcadas com anticorpo c-kit conjugado com PE, separandoassim células c-kit positivas por citometria de fluxo (FACS) e postas em meio IMDM+ paracultura, por 6 semanas; as culturas foram divididas em sete grupos: controlo, LIF, EGF, SCF,LIF+EGF, LIF+SCF e EGF+SCF. A proliferação das células em cultura foram avaliadas pormicroscopia; a diferenciação, pela forma e o padrão estriado das células; e o número decardiomiócitos com batimentos. Os resultados (Tabela 1) representam a comparação decada grupo com o grupo controlo. Estes resultados provam que a cultura in vitro de CPCsé um método válido para testar a proliferação e a diferenciação; e que também o efeitocombinado de diferentes factores de crescimento é diferente do que seria de esperar pelasoma dos efeitos de cada um. Futuros testes de diferentes vias envolvidas na respostapoderão esclarecer as diferenças de modo a ser possível compreender melhor os meca-nismos de controlo da proliferação e de diferenciação destas células.

Tabela 1 – Avaliação quantitativa

Proliferação Diferenciação ContracçãoSCF + ++ ++LIF + + +EGF ++++ + ++LIF+SCF ++ ++ ++EGF+SCF ++ ++ +LIF+EGF ++++ + +

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I-30

Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00ANFITEATRO MÁRIO MOREIRA | SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS - PESO DASCOMORBILIDADES NO PROGNÓSTICO

CO 69DIABETES E DOENÇA CARDIOVASCULAR: PROGNÓSTICO APÓS 5 ANOS DEREVASCULARIZAÇÃO

HUGO CAFÉ1, BRUNO SILVA1, NUNO SANTOS1, PAULA FARIA1, RUI OLIVEIRA1, A. PEREIRA1, GRAÇA CAIRES1, DÉCIO

PEREIRA1, DRUMOND FREITAS1, JORGE ARAÚJO1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A diabetes é um marcador de risco e de mau prognóstico em relação àdoença coronária. Este facto tem sido largamente demonstrado tanto em estudos ran-domizados multicêntricos como em registos observacionais. Os autores propõem-se nopresente estudo analisar o prognóstico a longo prazo dos doentes com diabetes compa-rativamente aos doentes não diabéticos.

Métodos: Estudo de cohort, retrospectivo, unicêntrico, dos doentes consecutivos em quese realizou intervenção coronária percutânea (ICP) entre Janeiro de 2002 e Dezembro de2003. Definiram-se dois grupos: os doentes diabéticos e os doentes não-diabéticos. Foifeita ainda um subanálise nos doentes diabéticos dos resultados entre aqueles que foramtratados com stents metálicos (BMS) e stents revestidos por fármaco (DES). Compararam-se as variáveis clínicas, angiográficas, da ICP e o resultado clínico a longo prazo (ao finalde 5 anos), definindo-se os eventos cardio-cerebrovasculares major (MACCE) como morte,enfarte do miocárdio(EAM), acidente vascular cerebral (AVC) e nova revascularização coro-nária cirúrgica (CABG) ou percutânea (ICP). O seguimento foi realizado através da consul-ta do processo clínico ou através de contacto telefónico. Análise realizada com os testesX2 e t de student, considerando-se uma p<0,05 estatisticamente significativa.

Resultados: A taxa de seguimento aos 5 anos conseguida foi de 93%. Dos doentes seminformação disponível, 3% eram não residentes em Portugal. No período consideradorealizaram-se 446 ICP correspondentes a 403 doentes (idade média = 63,0±11anos,70,4% do sexo masculino). Destes 127 (31,5%) eram diabéticos, dos quais 34 foram trata-dos exclusivamente com DES e 74 exclusivamente com BMS. Aos 5 anos de seguimentoa taxa de MACCE foi de 50,4% para o grupo dos diabéticos e de 35,8% para os não dia-béticos(p=0,008). Comparados os end-points de forma individual, diabéticos vs não dia-béticos, obtivemos: mortalidade global (28,3% vs 14,5%; p=0,0015), EAM (15,7% vs8,69%, p=0,052); CABG (1,6% vs 3,6%, p=0,41); PTCA (17,3% vs 16,7%, p= 0,98 ) e AVC(6,3% vs 5,4%, p=0,91 ). Considerando apenas os doentes diabéticos a taxa de MACCE foide 50% quer nos doentes tratados com DES quer nos doentes tratados com BMS.

Conclusão: A diabetes constitui uma situação de risco acrescido a longo prazo para osdoentes com doença coronária tratados por via percutânea, mesmo com a utilização deDES. Ao final de 5 anos metade dos doentes diabéticos tratados regista um novo MACCE.

CO 70DOENÇA VASCULAR PRÉVIA: FACTOR DE RISCO PARA EVENTOS ADVERSOS EM DOENTES COMSÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

SÉRGIO NABAIS1, SÉRGIA ROCHA1, ANTÓNIO GASPAR1, SÍLVIA RIBEIRO1, CATARINA VIEIRA1, PEDRO AZEVEDO1, MIGUEL

ÁLVARES PEREIRA1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: A presença de doença arterial periférica (DAP) ou doença cerebrovascular (DCV) estáassociada a maior probabilidade de doença coronária (DC). O objectivo deste estudo foi avaliar aprevalência de DAP, DCV, DC prévia ou doença pré-existente em múltiplos territórios arteriais(doença ') em doentes com síndrome coronária aguda (SCA) e o seu impacto no prognóstico.

Métodos: Foram estudados 2492 doentes consecutivos admitidos de Janeiro de 2002 a Março de2008 numa Unidade Coronária com SCA (angina instável, n=109; enfarte do miocárdio [EM] semelevação ST, n=1155; EM com elevação ST, n=1228). Os doentes foram estratificados em 3 gruposcom base no número de territórios arteriais afectados (0, 1 ou ?2). Os eventos clínicos estudadosforam morte, EM e isquemia miocárdica recorrente aos 6 meses.

Resultados: Na admissão, 54 (2,2%) doentes tinham DAP estabelecida, 160 (6,4%) doentes tin-ham DCV documentada, e 484 (19,4%) doentes apresentavam DC prévia. Nesta população, veri-ficou-se a presença prévia de doença de 0, 1, 2 e 3 leitos arteriais em 1852 (74,3%), 586(23,5%), 50 (2,0%) e 4 (0,2%) doentes, respectivamente. Os doentes com maior extensão dedoença vascular prévia apresentavam idade mais avançada (0, 1 ou ?2 territórios prévios: 63±14vs 67±12 vs 70±10 anos; p<0,001), maior proporção de diabetes (23,4% vs 34,6% vs 50,0%;p<0,001), hipertensão arterial (56,6% vs 72,0% vs 79,6%; p<0,001), dislipidemia (41,3% vs57,5% vs 74,1%; p<0,001), insuficiência renal (18,1% vs 32,5% vs 37,5%; p<0,001), anemia(18,1% vs 26,1% vs 33,3%; p<0,001), classe Killip >I na admissão (20,8% vs 31,5% vs 35,2%;p<0,001), SCA sem elevação ST (44,9% vs 66,9% vs 74,1%; p<0,001) e disfunção sistólica ven-tricular esquerda (56,4% vs 69,2% vs 75,9%; p<0,001); e foram menos frequentemente submeti-dos a coronariografia (68,2% vs 59,6% vs 51,9%; p<0,0001) e revascularização coronária (40,0%vs 33,6% vs 22,2%; p=0,001) e mais frequentemente transfundidos (1,9% vs 3,6% vs 8,2%;p=0,003). A ocorrência de eventos isquémicos adversos no seguimento aos 6 meses aumentoucom o número de territórios vasculares afectados (0, 1, ≥2): morte - 10,7% vs 12,8% vs 17,0%(p=0,2); morte ou EM - 15,8% vs 22,3% vs 26,4% (p<0,0001); morte ou EM ou isquemia recor-rente - 21,9% vs 31,1% vs 32,1% (p<0,0001). Após ajuste para variáveis potencialmente confun-didoras num modelo de regressão logística multivariável, os odds ratio ajustados para morte ouEM aos 6 meses para doença pré-existente em 1 ou ≥2 territórios (em comparação com 0 ter-ritórios) foram 1,37 (IC 95% 1,03-1,83) e 1,22 (IC 95% 0,58-2,56), respectivamente. De formasemelhante, os odds ratio ajustados para o end point combinado de morte, EM ou isquemiamiocárdica recorrente para doença pré-existente em 1 ou ?2 territórios foram 1,43 (IC 95% 1,11-1,83) e 1,21 (IC 95% 0,63-2,36), respectivamente.

Conclusões: Os doentes com evidência de doença vascular prévia possuem um perfil de riscobasal superior, são menos frequentemente submetidos a uma abordagem invasiva e apresentammais eventos adversos no seguimento. A identificação destes doentes pode permitir a oportu-nidade de reduzir o seu risco excessivo com atitudes intensivas de prevenção secundária.

CO 71DISFUNÇÃO RENAL NA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA-DESNIVELAMENTO DOSEGMENTO ST: IMPACTO NO RISCO HEMORRÁGICO ASSOCIADO À INTERVENÇÃOCORONÁRIA PERCUTÂNEA

SARA GONÇALVES1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, PEDRO AMADOR1, BÁRBARA LOBÃO1, ALBANO PERDIGÃO1, FILIPE

SEIXO1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A disfunção renal está relacionada com um pior prognóstico em doentes (dts)com síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCA-SST). Obenefício da realização sistemática de coronariografia e de intervenção coronária per-cutânea (ICP) tem sido colocada em causa naquele grupo de doentes, devido ao riscoaumentado de eventos adversos.

Objectivo: Avaliar o impacto da disfunção renal no risco de eventos hemorrágicos em dtscom SCA-SST submetidos a ICP.

Métodos: Avaliaram-se 514 dts (idade 68±12 anos, 68% do sexo masculino) consecutivosinternados com o diagnóstico de SCA-SST. Foram colhidos dados referentes às característi-cas demográficas, clínicas, tratamento hospitalar e eventos adversos. Os doentes foramestratificados de acordo com a função renal, estimada pela clearance da creatinina(ClCreat). Definiu-se disfunção renal como a presença de ClCreat inferior a 60ml/min. Oevento adverso primário foi a ocorrência de hemorragia major intra-hospitalar (definidapelos critérios do registo Crusade). Analisou-se a interacção entre a disfunção renal e arealização de ICP, no que concerne ao risco de eventos hemorrágicos.

Resultados: Foi detectada disfunção renal em 264 dts (51,4%). Ocorreram 36 eventoshemorrágicos. Os dts com disfunção renal apresentaram um maior número de variáveisclínicas associadas com um pior perfil de risco e a utilização de coronariografia e de ICPfoi menor neste grupo. A disfunção renal foi um preditor independente de eventoshemorrágicos. A utilização de ICP associou-se a um aumento do risco hemorrágico, ape-nas nos dts com disfunção renal (ver figura).

Conclusões: A disfunção renal está presente numa percentagem significativa de dts comSCA-SST e associa-se a um aumento do risco hemorrágico. A realização de ICP neste grupode dts é acrescida de um aumento da hemorragia major.

CO 72IMPACTO PROGNÓSTICO DE CO-MORBILIDADES MAJOR AGUDAS OU AGUDIZADAS NOS DOENTESCOM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

ANTÓNIO GASPAR1, SÉRGIO NABAIS1, SÍLVIA RIBEIRO1, CATARINA VIEIRA1, SÉRGIA ROCHA1, PEDRO AZEVEDO1, MIGUEL

ÁLVARES PEREIRA1, ALBERTO SALGADO1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: As Síndromes Coronárias Agudas (SCA) podem ser acompanhadas por co-morbili-dades major agudas ou agudizadas (CoM), por vezes consequência dos tratamentos instituídos.No entanto, são escassos os dados referentes à prevalência destas e seu significado prognóstico.

Objectivos: Avaliar a prevalência de CoM nos doentes (D) com SCA e avaliar o seu valor prognós-tico.

Métodos: Foram analisados 1524 D consecutivamente internados por SCA de Janeiro 2004 aDezembro 2007. Foi considerada CoM qualquer uma das seguintes patologias ocorrendo no inter-namento: pneumonia ou doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) agudizada, sépsis, acidentevascular cerebral (AVC), anemia [hemoglobina (Hb) ≤8 g/dl] ou hemorragia com descida de Hb≥5 g/dl, deterioração da função renal com elevação ≥0,5 mg/dl da creatinina (originando umclearance da creatinina <30 ml/min) e neoplasia maligna activa. Os D com pelo menos uma CoM(D CoM+) foram comparados com os restantes. Os eventos considerados foram a mortalidadeintra-hospitalar (MIH) e aos 6 meses (M6M).

Resultados: 167 D (11%) apresentaram pelo menos uma CoM. As CoM mais frequentes foram adeterioração da função renal, a anemia/queda de Hb ≥5 g/dl, o AVC e a pneumonia/DPOC. OsD CoM+ eram mais idosos, mais frequentemente do sexo feminino e apresentavam maiorprevalência de diabetes, história de tabagismo e insuficiência renal prévia (p <0,05). Na admis-são, os D CoM+ apresentaram mais frequentemente classe Killip (KK) >1 (p <0,05), sem difer-enças quanto ao tipo de SCA. Os D CoM+ receberam com menor frequência terapêuticas recomen-dadas (clopidogrel, ‚-bloqueador e estatina) no internamento e à data da alta (p <0,05). Os DCoM+ foram menos frequentemente submetidos a estratégia invasiva e revascularização per-cutânea (p <0,05). Os D CoM+ apresentaram maior MIH (21% vs 3,2%) e M6M (38,5% vs 7,8%),representando a mortalidade dos D CoM+ 44,3% da MIH total e 37,8% da M6M total. A análisemultivariada (com ajuste para potenciais confundidores) confirmou a presença de CoM comopreditor independente de MIH (OR=5,01; IC95%=2,3 - 10,7) e M6M (OR=2,68; IC95%=1,5 - 4,8).

Conclusão: Na nossa população, a presença de CoM foi um poderoso preditor independente deMIH e M6M. Numa época em que as terapêuticas dirigidas ao tratamento da doença coronáriasão cada vez mais eficazes, os nossos resultados reforçam a importância de tratar os D com SCAde forma integrada, tratando ou prevenindo as CoM que afectam gravemente o seu prognóstico.

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CO 73ESPECIFICIDADE DA ANATOMIA CORONÁRIA NOS CASOS DE ELEVAÇÃO DE ST NA PROVA DEESFORÇO, EM DOENTES SEM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA PRÉVIA

PEDRO GALVÃO SANTOS1, RITA CALÉ1, JOÃO BRITO1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO CARMO1, MIGUEL BORGES

SANTOS1, GONÇALO CARDOSO1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, JOÃO CALQUEIRO1, MIGUEL MENDES1, ANICETO

SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Objectivo: Conhecendo-se a raridade da ocorrência de supradesnivelamento de ST naprova de esforço, estimulados por um estudo recente (Heart 2009; 95: 1792) decidimosavaliar a nossa casuística sobre a etiopatogenia do supradesnivelamento de ST na provade esforço (PE) em doentes sem história de enfarte agudo do miocárdio nem doença pre-viamente conhecida e correlacionar com os dados da coronariografia.

Métodos: Foram seleccionados no nosso centro 6 doentes (dts) consecutivos querealizaram prova de esforço entre 01/01/2009 e 15/12/2009 (6/816=0,7% to total dostestes), idade média 58+/- 9, 100% do sexo masculino, que apresentaram supra desnive-lamento de ST na prova de esforço no ano 2009 (grupo A). Este grupo foi comparado comum grupo controlo de doentes com características clínicas semelhantes (grupo B) queapresentaram infradesnivelamento ST. Todos realizaram coronariografia diagnóstica. Aanálise comparativa foi efectuada com o teste de Fisher.

Resultados: Os dois grupos não diferiram quanto aos factores de risco cardiovascularescomuns, nem quanto aos parâmetros hemodinâmicos ou duração da PE. A presença dedoença coronária foi detectada em 100% dts (6 dts) no grupo A e em 36,4% dos doentesno grupo B (p=0,035). Todos os doentes com supradesnivelamento de ST na PE apresen-taram doença coronária grave, com estenoses >= 90%. A artéria descendente anterior eartéria coronária direita estiveram mais envolvidas no grupo A comparado com o grupo B(83,3% e 83,3% vs 27,3% e 18,2%, p=0,05 e p=0,035, respectivamente), sendo que 4doentes com supradesnivelamento ST apresentaram CD ocluída associada a lesão críticada DA média (67%). A localização das alterações electrocardiográficas no grupo A teveum valor preditivo de 100% do local anatómico da lesão. No grupo B a depressão de STocorreu mais frequentemente em V5 e V6 (100% vs 33,3% no grupo A, p=0,006). Todosos doentes do grupo A foram submetidos a revascularização, 2 por CABG, comparado com2 dts (18%) no grupo B (p=0,002).

Conclusão: Em oposição ao infradesnivelamento de ST, o supradesnivelamento na provade esforço é específico de doença coronária, localiza o território isquémico, é preditor deestenose coronária grave e obriga a revascularização.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00SALA DAVID VON BONHORST | PAPEL DO ESFORÇO NA DOENÇA CORONÁRIA E NAINSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 74ECOCARDIOGRAFIA E A PROVA DE MARCHA DOS 6 MINUTOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACACOM DISFUNÇÃO SISTÓLICA

CARLA MIRANDA1, LÍGIA MENDES1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, BÁRBARA LOBÃO1, PEDRO AMADOR1, SANDRA

CORREIA1, SARA GONÇALVES1, ISABEL SILVESTRE1, LEONEL BERNARDINO1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Racional e objectivo: A prova de marcha dos 6 minutos (PM6m) é um método repro-dutível de avaliação da capacidade de exercício nos doentes (dts) com insuficiênciacardíaca. Este estudo teve como objectivo determinar a relação entre os parâmetros eco-cardiográficos e a distância percorrida na PM6m, em doentes com insuficiência cardíaca(IC) secundária a miocardiopatia dilatada com disfunção ventricular esquerda sistólica.

Métodos: Estudaram-se prospectivamente 55 doentes (idade 66 ± 12 anos; 68% home-ns) com insuficiência cardíaca devido a miocardiopatia dilatada, com fracção de ejecçãoventricular esquerda (FEVE) inferior a 45%. Foram excluídos doentes com próteses. Foirealizado estudo ecocardiográfico segundo as recomendações da Sociedade Americana deEcocardiografia. As velocidades longitudinais do anel mitral foram adquiridas por Dopplertecidular pulsado. Todos os dts realizaram uma PM6m. Registaram-se as característicasdemográficas, clínicas e laboratoriais. A população foi dividida em tercis com base na dis-tância percorrida em 6 minutos. Foram analisadas as diferenças entre grupos e obtidos oscoeficientes de correlação com os parâmetros ecocardiográficos.

Resultados: De acordo com os tercis de distância percorrida, dividiu-se a população emtrês grupos: Grupo A<315m; Grupo B?315 e ≤412m e Grupo C >412m. Não se registaramdiferenças entre os grupos para as características avaliadas (ver tabela). A prova dos 6minutos correlacionou-se com a classe NYHA (r=-0,46; p<0,001) e com o BNP (r=-0,29;p=0,036). Nenhuma variável ecocardiográfica se correlacionou com a PM6m.

Conclusões: A capacidade funcional avaliada pela PM6m correlaciona-se com a classeNYHA e com o BNP, contrariamente ao verificado com os parâmetros ecocardiográficosavaliados.

Grupo A (n=18) Grupo B (n=19) Grupo C (n=18) p

NYHA I/II 8 (44%) 17 (89%) 18 (100%)<0,001FE VE (%) 27±11 30±10 32±10 0,303Volume telediastólico

VE (ml) 170±42 198±70 193±53 0,307E/A 2,1±1,5 1,6±0,8 1,4±0,9 0,418Volume AE (ml/m2) 55±30 57±18 59±20 0,898E/e’ médio 18±5 17±4 16±10 0,826BNP (ng/dl) 498 (158-1367) 411 (165-651) 176 (103-486) 0,059

CO 75A FUNÇÃO DIASTÓLICA (E NÃO A FUNÇÃO SISTÓLICA) É O PRINCIPAL DETERMINANTE DACAPACIDADE FUNCIONAL APÓS O ENFARTE DO MIOCÁRDIO

RICARDO FONTES-CARVALHO1, DANIEL CAEIRO1, GUIDA SILVA1, NUNO DIAS FERREIRA1, OLGA SOUSA1, FRANCISCO

SAMPAIO1, NUNO BETTENCOURT1, MADALENA TEIXEIRA1, ANÍBAL ALBUQUERQUE1, LINO SIMÕES1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução e Objectivos: Após um enfarte agudo do miocárdio (EAM) ocorre frequente-mente diminuição da capacidade de exercício. Pretendemos determinar quais os principaispreditores da capacidade funcional após um EAM.

Metodologia: Um mês após o EAM, 94 doentes foram avaliados de forma prospectiva,através da realização de ecocardiograma, prova de esforço cardio-pulmonar (PE-CP) e avali-ação analítica. No ecocardiograma foi analisada a função cardíaca sistólica - cálculo dafracção de ejecção por método Simpson (FE2D) e por ecocardiografia tridimensional (FE3D)- e a função diastólica, pela análise do fluxo transmitral (ondas E, A, relação E/A, DT), dofluxo nas veias pulmonares (Ard pulmonar-Ad mitral) e análise por Doppler tecidular (relaçãoE/E' septal e lateral). Na PE-CP foram analisados o VO2 pico, VO2/Kg, limiar anaeróbio eduração de exercício.

Resultados: A população analisada tinha uma média de idades de 55±11 anos, 85% do sexomasculino, 59,6% tiveram EAM com supra de ST e 81% foram revascularizados. Mediana dopico troponina 19,3±77,7 ng/mL e de NT-ProBNP 343±609 pg/mL. FE3D média de 54±10%e medianas de E/E' lat de 7,5±2,9 e de E/E' sept de 10,2±3.Observou-se uma relação directa e estatisticamente significativa da capacidade funcional,avaliada pelo VO2/Kg, com a idade (p<0,001), o sexo feminino (p=0,004), o IMC (p=0,035),a presença de HTA (p<0,001), de DM2 (p=0,014) e o valor de NT-proBNP (p<0,001).Relativamente à função cardíaca observamos que a função sistólica, avaliada pela FE2D ouFE3D (p=0,29), não influencia a capacidade de exercício. Dividindo a população em dois gru-pos, de acordo com a FE (cut-off FE3D 50%), não foram observadas diferenças em nenhumdos parâmetros da PE-CP.Pelo contrário, a presença de disfunção diastólica diminui a capacidade de exercício, haven-do uma relação directa entre o VO2/Kg e o E/E' septal (p=0,002), E/E' lateral (p=0,03) e E/E'média (p=0,007). Após análise de multivariáveis, e ajuste para potenciais confundidores, afunção diastólica permaneceu um importante preditor da capacidade de exercício. Estasobservações foram reprodutíveis quando analisados outros parâmetros da PE-CP.

Conclusões: Após o EAM, a capacidade de exercício é menor nos doentes mais idosos, dosexo feminino, obesos, hipertensos, diabéticos e com elevação do NT-proBNP. Neste estudo,a fracção de ejecção não influenciou a capacidade funcional, sendo esta última determina-da principalmente pela avaliação da função diastólica.

CO 76PEAK CIRCULATORY POWER: UMA NOVA VARIÁVEL DA PROVA DE ESFORÇOCARDIORESPIRATÓRIA QUE É PREDITORA POTENTE DE EVENTOS ARRÍTMICOS EM DOENTESCOM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL

RITA CALÉ1, MIGUEL MENDES1, ANTÓNIO MIGUEL FERREIRA1, JOÃO BRITO1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO CARMO1,FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, PEDRO ADRAGÃO1, JOÃO CALQUEIRO1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Os doentes (dts) com cardioversor-desfibrilhador implantável (CDI) constituem um grupo particu-lar de alto risco arrítmico que são submetidos regularmente a prova de esforço cardiorespiratória(PECR). Não existem actualmente quaisquer estudos que avaliem o valor preditivo das variáveisda prova de esforço para o desenvolvimento de arritmias malignas.

Objectivo: Analisar variáveis da PECR como preditoras de eventos arrítmicos em dts com CDI,introduzindo uma nova variável medida de forma não invasiva: o peak circulatory power (PCP).

População e Métodos: Análise prospectiva de 89 dts consecutivos de um único centro (idademédia 55±12 anos, 21% sexo feminino) com miocardiopatia dilatada (53% de etiologia isquémi-ca), portadores de CDI que realizaram PECR. Prevenção primária foi a indicação para a implantaçãodo dispositivo em 71 dts (80%). A variável PCP foi calculada através do produto do consumo deoxigénio (VO2) e pressão arterial sistólica no esforço máximo. O end point foi definido como mortearrítmica, fibrilhação ventricular (FV) e taquicardia ventricular mantida (TVM).

Resultados: Num período médio de seguimento de 691±489 dias ocorreram 8 mortes (9%); 2devido a causa arrítmica (2%); 9 (10%) FV e 28 (31%) TVM. Na análise univariada o VO2 depico e do limiar anaeróbio, o PCP, a frequência cardíaca em repouso, a frequência cardíaca no1º minuto da recuperação e o aumento da PAsistólica com o esforço foram preditoras de eventosarrítmicos. Em análise multivariada o PCP foi aúnica variável independente preditora de eventosarrítmicos na população total (HR 0,93, 95%IC0,88-0,97, p=0,002) e no subgrupo de dts com CDIpor prevenção primária (HR 0,93, 95%IC 0,88-0,98,p=0,005). O melhor cut-off do PCP para eventosarrítmicos no subgrupo de dts de prevençãoprimária foi ≤ 23,5 mmHg.ml/Kg/min/100 (AUC0,70; 95%CI 0,58-0,81) com um valor preditor negativo de 84%.

Conclusão: O PCP foi identificado como preditor independente de eventos arrítmicos em dtscom CDI, e pode aumentar o valor prognóstico do VO2 máximo nesta população. A prova deesforço cardiorespiratória pode tornar-se um bom método para identificar os dts que maispodem beneficiar da terapêutica com CDI.

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I-32

CO 77NOVA DEFINIÇÃO UNIVERSAL DE ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: É SUFICIENTE PARAESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E GUIAR NA DECISÃO DE REVASCULARIZAR?

JORGE FERREIRA1, RITA CALÉ1, CARLOS AGUIAR1, NUNO SANTOS2, JOÃO FIGUEIRA3, PEDRO CARMO1, LUÍS RAPOSO1,PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar doFunchal, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

As implicações clínicas da nova definição universal de enfarte agudo do miocárdio (EAM)são alvo de intenso debate.

Objectivo: Este estudo pretende avaliar as implicações prognósticas da nova definiçãouniversal de EAM definida em conjunto pela ESC/ACCF/AHA/WHF, qual o seu papel naestratificação de risco e na tomada de decisão de revascularizar e compará-la com o scorede risco GRACE.

Métodos: Análise restrospectiva de 389 doentes consecutivos de um único centro admi-tidos por síndrome coronário agudo (SCA) sem supradesnivelamento de ST. Os biomar-cadores de necrose miocárdica, troponina I (cTnI), CKMB massa (MBm) e actividade(MBact) foram doseados na admissão e seriadamente às 6, 12 e 24 horas. Para cadadoente calculou-se o HR e IC 95% para morte/EAM aos 30 dias e 1 ano de seguimento,ajustado para as características basais e score de risco GRACE, entre a presença e ausên-cia de EAM usando as seguintes definições: 1) definição universal: >Percentil 99 com coe-ficiente de variação <10% de uma população normal para a cTnI (>0,06 ng/ml) ou MBm(>3,2 ng/ml); 2) MBm >2xPercentil 99 (>6,4 ng/ml); 3) antiga definição da WHO: MBact>2x limite superior do normal (>32U/L). Efectuou-se uma análise logística para testar ainteracção entre os tercis dos valores dos biomarcadores ou do score de risco GRACE e oefeito da revascularização no prognóstico.

Resultados: A definição universal de EAM aumentou a incidência de EAM em 3,5 vezes,mas não foi um preditor independente de morte ou EAM. O score de risco GRACE foi oúnico preditor independente de prognóstico aos 30 dias (HR 1,02; IC 95%: 1,01-1,03;p<0,001) e a 1 ano (HR 1,02; IC 95%: 1,01-1,03; p<0,001). A interacção entre o impactoprognóstico da revascularização esteve apenas presente quando o score de risco GRACEfoi categorizado em tercis.

Conclusões: Numa população de doentes não seleccionados com SCA sem supra-desnive-lamento de ST, a definição universal de EAM isoladamente não é adequada para estrati-ficar risco e para tomar decisões sobre revascularizar. Estes objectivos são apenas obtidosatravés do score de risco GRACE.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 08H00-09H00SALA EDUARDO COELHO | ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: DA DEFINIÇÃO AO PROGNÓSTICO

CO 78AGREGAÇÃO PLAQUETAR À DATA DE ALTA DE UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA,VALERÁ A PENA?

ROGÉRIO TEIXEIRA1, PEDRO MONTEIRO1, JOÃO MARIANO PEGO1, GILBERTO MARQUES1, MARGARIDA LOURENCO1, CARLOS

TAVARES1, ISABEL MARQUES1, ALDA REBORDELO1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, MÁRIO FREITAS1, MARIA

JOÃO FERREIRA1, GRAÇA RIBEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O início da inibição da agregação plaquetar surge 2 horas após uma carga de clopi-dogrel, atinge um pico 4 a 5 horas depois, e na presença de uma dose fixa diária do fármacoatinge uma estabilização pelo séptimo dia. Permanecem questões em aberto relacionadas coma implicação prognóstica da agregação plaquetar no momento da alta hospitalar após uma sín-drome coronária aguda (SCA).

Objectivo: caracterização à data de alta da agregação plaquetar no contexto de uma SCA e per-cepção do seu impacto prognóstico. População e métodos: Estudo prospectivo e longitudinal de70 doentes admitidos por SCA num único centro entre Abril e Outubro de 2009. A função pla-quetar foi analisada a partir de sangue total, à data de alta hospitalar, através da agregação pla-quetar com ADP caracterizada por impedância (Multiplate® platelet function analysis). O endpoint primário desta análise foi um resultado combinado de morte, enfarte agudo domiocárdio ou angina instável - tempo médio seguimento 124,1±57,1 dias.

Resultados: O valor mediano da agregação plaquetar foi de 16,0 (11,0 - 22,5)U (valor refer-ência de normalidade entre 53 e 122 U), com máximo de 41,0U e mínimo de 4,0U. Após análiseda curva ROC para o resultado combinado estudado no seguimento (área sob curva 0,72), con-cluímos que o ponto de corte de 18,5 apresentava uma sensibilidade de 75,0% e uma especi-ficidade de 68% para o referido evento, e dividimos a população em dois grupos baseado nessevalor: Grupo A - testeADP <18,5U n=44; Grupo B - testeADP ?18,5 n=26). Os grupos foramsemelhantes relativamente a características demográficas (idade 60,5[49,0 - 65,0] vs 62,0 [49,0- 65,0], p=0,21), factores de risco, história cardiovascular prévia e diagnóstico à admissão. Nãoforam encontradas associações entre a fracção de ejecção ventricular esquerda, o score GRACE,a duração do internamento e a agregação plaquetar. Os grupos também foram homogéneos re-lativamente a toma de dose de carga de clopidogrel na admissão, restante medicação anti agre-gante e anticoagulante, bem como no que diz respeito à prescrição de inibidores da bomba deprotões (63,6 vs 46,2%, p=0,15) e estatinas. A taxade variação da hemoglobina e das plaquetas foisemelhante entre ambos os grupos. A sobrevida livrede eventos cardiovasculares no seguimento clínicofoi superior no grupo com agregação plaquetar maisbaixa à data de alta (96,0 vs 76,7%, log rankp<0,01).

Conclusão: Na população estudada, a agregação pla-quetar à data de alta foi um preditor de prognósticoa médio prazo.

CO 79PREDITORES DE OCLUSÃO CORONÁRIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS SEMSUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

PEDRO CARMO1, JORGE FERREIRA1, CARLOS AGUIAR1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, GONÇALO

CARDOSO1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, MIGUEL BORGES SANTOS1, LUÍS RAPOSO1, RUI CAMPANTE TELES1, MANUEL DE SOUSA

ALMEIDA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Os doentes (dts) com oclusão aguda de uma artéria epicárdica (OAC) beneficiam derevascularização urgente. A elevação de ST nem sempre esta presente dificultando o diagnósticoe tratamento. O objectivo deste estudo foi identificar os preditores clínicos e electrocardiografi-cos (ECG) de OAC em dts com sindromas coronárias agudas sem elevação de ST (SCA-SST).

Métodos: Estudámos 507 dts (idade média:66±12anos, sexo feminino:31%) que foram admiti-dos no nosso centro e submetidos a coronariografia por SCA-SST entre Janeiro de 2007 eNovembro de 2009. Definimos OAC culpável quando a angiográfia mostrou oclusão sem aspec-tos de cronicidade associada a elevação de biomarcadores de necrose miocárdica com curva típi-ca de enfarte transmural. Comparámos as características clínicas dos dts com OAC e sem OAC. Asdiferenças ECG (ritmo, frequência, ondas Q, QTc, amplitude do infrandesnivelamento de ST(InfraST) e inversão de ondas T) na admissão foram comparadas entre os dts com OAC e um sub-grupo de dts sem OAC emparelhados na proporção 1:1 de acordo com características demográfi-cas.

Resultados: Identificámos 50dts com OAC culpável. Estes dts eram mais novos (62±13 vs67±12anos,P=,005), mais frequentemente do sexo masculino (84vs68%,P=,017) e com umamenor prevalência de antecedentes cardiovasculares, nomeadamente de história de enfarte(HxEAM). Houve um maior número de fumadores activos no grupo com OAC (40vs23%,P=,01). Aidade e HxEAM foram os preditores clínicos independentes de OAC (Odds Ratio(OR):0,97IC95%:0,95-0,99 e OR:0,42 IC95%:0,18-0,96; respectivamente). A mediana do tempo de duraçãode angor foi superior nos doentes com OAC (8h vs 2h,P=,03). A artéria mais frequentementeenvolvida foi a circunflexa (44%) seguida da coronária direita (34%) e da descendente anterior(22%). A dominância direita foi proporcionalmente mais prevalente nos dts com OAC(96vs84%,P=,002). A sub-análise ECG mostrou um maior número de derivações com InfraST(nºdST) e maior amplitude de InfraST (amplST) por cada derivação nos dts com OAC. O produtoda amplST com o nºdST superior a 4 teve o valor preditivo positivo de 72% e negativo de 67%para prever OAC (c-statistic=0,71 IC95%:0,60-0,80).

Conclusão: Nos doentes com SCA-SST algumas características clínicas (idade mais precoce, sexomasculino, hábitos tabágicos, ausência de história cardiovascular e angor mais prolongado),assim como desvios mais marcados e difusas de ST podem ser preditores de oclusão aguda deum vaso epicárdico.

CO 80PREDITORES DE REPERFUSÃO PRECOCE NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

JORGE MIMOSO1, JOANA TRIGO1, PAULA GAGO1, VICTOR BRANDÃO1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: Nos doentes (D) com enfarte agudo do miocárdio com elevação de ST (EAMcST) aterapêutica de reperfusão (TR) precoce está associada à redução da mortalidade. A Via Verde doEnfarte Agudo do Miocárdio (VVEAM), tem por objectivo diminuir os tempos até à TR no EAMcST.

Objectivo: Avaliar quais os factores preditores de TR precoce, nos D admitidos por EAMcST numServiço de Cardiologia de um Hospital, durante 8 anos consecutivos (2002/2009).

Material e Métodos: Analisámos 1247 D, admitidos consecutivamente entre 01/01/02 a30/11/09 por EAMcST e submetidos a TR. Os D foram divididos em 2 grupos: Grupo A (GrA) -(Início da dor até TR) <4 horas, com 582D (46,7%); Grupo B (GrB): (Início da dor até TR)> 4 horascom 665D (53,3%). O cutoff de 4 horas, foi seleccionado de acordo com as curvas de sobre-vivência cumulativa -Figura 1. Comparamos os dois grupos em relação à mortalidade hospita-lar, mortalidade aos 6 meses, e em relação aos seguintes parâmetros: idade, sexo, factores derisco e antecedentes cardiovasculares e admissão por VVEAM. Foi utilizado o SPSS para análiseestatística.

Resultados: A terapêutica de reperfusão utilizada foi angioplastia primária em 780 D (72,6%)e fibrinólise em 467D (37,4%). A mortalidade hospitalar no GrA foi 3,4% e no GrB foi 7,8%(p<0,01). A mortalidade aos 6 meses foi 5,5% no GrA e 10,4% no GrB (p=0,02). Os doentes dosexo masculino fizeram TR mais precocemente (50,2%-GrA) que os do sexo feminino (33,9%no GrA) (p<0,01).Características das populações dos grupos - tabela 1.Os doentes admitidos por VVEAM foram submetidos a TR mais precocemente (55,7%-GrA) queos admitidos pelo SU (41.1% no GrA) ( p<0,001)Em análise multivariada, foram preditores de TR precoce: sexo masculino, idade <65 anos, aausência de diabetes, a ausência de angor prévio, e a admissão por VVEAM.

Conclusões: 1- Os doentes admitidos porEAMcST submetidos a TR antes das 4 horas,têm menor mortalidade intrahospitalar emenor mortalidade aos 6 meses.2- No nosso estudo os factores preditores deTR precoce foram: sexo masculino, idade <65anos, a ausência de diabetes e de angorprévio, e a admissão por VVEAM.3-A admissão por VVEAM constitui o factormodificável mais importante, para umaestratégia de reperfusão precoce.

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I-33

CO 81OS MIXOMAS CARDÍACOS TERÃO UMA NOVA FACE CLÍNICA?

ÁLVARO D. B. BORDALO1, ÂNGELO L. NOBRE1, FERNANDA SILVA1, ALBERTO LEMOS1, CARLOS SERPA1, JOÃO

CRAVINO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

O acesso fácil à ecocardiografia (ECOCG) e o seu uso extensivo e repetido (como aconteceem Portugal), facilitará actualmente o diagnóstico precoce dos Mixomas Cardíacos (MC).

Objectivo: Reavaliar o perfil clínico dos MC à luz das actuais condições diagnósticas.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 38 doentes (dts) consecutivamente propos-tos para cirurgia (entre Janeiro 2003 e Dezembro 2009), com o diagnóstico confirmadohistologicamente de MC - 25dts do sexo feminino (F) e 13 do sexo masculino (M), comidade média de 65±12 anos (12-81; 44% com >70anos). Revisão das características clíni-cas, dos protocolos operatórios e do seguimento (1-76meses, com ECOCG seriada) dossobreviventes.

Resultados: 1) Incidência aparente de 2 casos/milhão/ano; relação F/M (global)=1,9:1;relação F/M (dts com >60anos)=1,6:1 (sobreponível à da população geral). 2) Localização:aurícula esquerda (AE) em 95%dts; inserção na fossa ovalis do septo interauricular (SIA)na AE em 53%dts (apenas 56% dos MC da AE) e fora do SIA em 32%dts. Tamanhomédio=4,5x3,5cm. 3) Dts assintomáticos - 47% (MC séssil e/ou com inserção atípica em72% dos casos; 61% com dimensão >3x3cm); 21% com sintomas constitucionais (MCsempre muito volumoso - média de 7x5 cm), 34% com sintomas hemodinâmicos/obstru-tivos e 16% com fenómenos embólicos. 4) Presença de patologia da válvula mitral (VM)relacionada directamente com o MC em 18%dts, resultando em insuficiência mitral (mo-derada/grave, com indicação para cirurgia VM associada, em 71% destes casos-13% dototal de dts com MC). 5) Comorbilidades significativas em 66%dts. 6) Protocolo operatório:excisão simples - 78%dts; septoplastia/atrioplastia associada à excisão alargada da basedo MC - 22%dts; cirurgia combinada (ressecção do MC + outros procedimentos)-30%.Complicações pós-operatórias significativas: 38%dts. Mortalidade hospitalar:7,9%; mortal-idade pós-operatória=5,4%. 7) Seguimento pós-operatório (86%dts; média de 33meses,52% com mais de 2anos): mortalidade tardia-2,8%; sem recorrências do MC.

Conclusões: 1) O MC tem uma incidência superior à estimada na bibliografia clássica eafecta frequentemente dts com mais de 70 anos. O proclamado predomínio no sexo fe-minino desaparece acima dos 60 anos. 2) O seu diagnóstico é hoje relativamente precoceem cerca de 50% dos dts. 3) O MC apresenta uma inserção dita atípica em cerca demetade dos casos. 4) O MC associa-se directamente a patologia da VM merecedora de cor-recção cirúrgica em mais de 10% dos casos.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 09H00-10H30SALA DAVID VON BONHORST | UPDATE EM CIRURGIA CARDÍACA: DOS TUMORES AOTRANSPLANTE

CO 82UTILIZAÇÃO DE ENDOPRÓTESES AÓRTICAS NA AORTA TORÁCICA (TEVAR). COMPARAÇÃODE RESULTADOS ENTRE PROCEDIMENTOS ELECTIVOS E URGENTES. EXPERIÊNCIA INICIAL DEUM CENTRO DE CIRURGIA CARDÍACA

ÁLVARO LARANJEIRA1, DANIELA VARELA AFONSO1, ANA FERRO1, NUNO DUARTE SILVA1, JOÃO SILVA E CASTRO1, JEAN PAUL

BEREGI2, ISABEL FRAGATA1, JOSÉ FRAGATA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2Hospital de Lille)

Objectivos: A utilização de endopróteses vasculares aórticas para resolução de patologia comindicação cirúrgica na aorta torácica tem vindo a ser aplicada com excelentes resultados apesardos resultados a longo prazo não serem conhecidos. Apresentamos uma revisão retrospectiva dosresultados do nosso programa TEVAR.

Material e métodos: De Junho de 2008 a Setembro de 2009 foram implantadas 12 endopróte-ses vasculares aórticas na aorta descendente em 11 doentes (dts), idade média de 60 anos (44a 78). Os diagnósticos foram: aneurisma degenerativo da aorta descendente (4 dts), dissecçãocrónica tipo B de Standford (6 dts), rotura de ulcera penetrante (1 dt), pseudoaneurisma (1dt).Dividimo-los em dois grupos. Grupo (Grp) Procedimentos Electivos (PEl), N = 8, GrpProcedimentos Urgentes (PU) N = 4. Todos os dts do Grp PU tinham rotura da aorta e encon-travam-se em situação clínica crítica. Em todos foi implantada uma endoprótese Valiant®

Medtronic. Um doente sofreu dois procedimentos programados devido a extensão da sua doença.Outro foi operado previamente por esternotomia para proceder a um by-pass aorta ascendentepara a carótida comum esquerda com debranching. Em 3 dts foi coberta ou ocluída electivamentea emergência da artéria subclávia esquerda.

Resultados: Os doentes são seguidos em consulta externa e reavaliados aos 6 meses PO e anual-mente com realização de angioTAC.Todos os sobreviventes hospitalares estão vivos e assintomáticos. Está programada reintervençãopara o doente com endoleak.

Conclusões: Os nossos resultados do tratamento endovascular dos doentes com patologia daaorta torácica são sobreponíveis aos resultados da literatura. Este tipo de intervenções deve estardisponível num centro de Cirurgia Cardíaca com experiência no tratamento da patologia cirúrgicada aorta torácica. O cirurgião cardíaco, trabalhando em equipa multidisciplinar, deve preparar-secientífica e tecnicamente com todo o armamentarium actualmente disponível e evoluir para arealização de procedimentos mini-invasivos e percutâneos quando indicados.

Resultados

Electivos Urgentes

Aneurismas degenerativos 4 (100%) 0Dissecção B crónica 6 2Úlcera penetrante 0 1Pseudoaneurisma 0 1Anestesia local

e procedimento percutâneo 2 1Mortalidade Hospitalar 0 2Morbilidade Hospitalar 0 1Média UCI (horas),

Internamento (dias) 13 horas / 4,2 dias 28 horas / 5,5 diasParaplegia 0 0Endoleak tipo II 0 1

CO 83TUMORES MALIGNOS DO CORAÇÂO - CARACTERIZAÇÂO EPIDEMIOLÓGICA E SOBREVIVÊNCIAAPÓS A CIRURGIA

JOANA SARAIVA1, PAULO CALVINHO1, JOÃO BERNARDO1, MANUEL ANTUNES1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução e Objectivo: Os tumores malignos cardíacos são uma entidade nosológica rara etêm prognóstico muito reservado. Com este trabalho, os autores pretendem caracterizar epi-demiologicamente este grupo de doentes e determinar a sua sobrevivência após a cirurgia.

Material e Métodos: Desde Janeiro de 1992 até Julho de 2009 foram operados 93 doentesa tumores cardíacos, sendo 57 (61,2%) mulheres e com uma idade média de 55,4±17,6anos. Doze doentes (12,9%), com uma idade média de 49,3±18,5 anos e metade do sexofeminino, tinham tumores malignos. A forma mais comum de apresentação clínica foi a insu-ficiência cardíaca em 7 casos (58,3%), seguida de toracalgia em 2. O tromboembolismo pul-monar, o estudo de doença coronária e o follow-up de Tumor de Willms ocorreram nosrestantes 3 doentes do grupo. Os tumores estavam localizados na aurícula esquerda em 6doentes e na aurícula direita em 2. Quatro doentes tinham tumores do coração direito, comenvolvimento das cavas, arco aórtico, raíz da aorta e válvula trícúspide num doente cada.Apenas em dois doentes a formação tumoral era metástase de tumores extracardíacos(Tumor de Willms e lipossarcoma mixóide). Os restantes tumores eram primários.

Resultados: Foi possível ressecar 7 tumores, tendo nos restantes sido feito apenas biópsiada lesão. Não houve mortalidade hospitalar nem morbilidade significativa neste grupo. Otempo médio de internamento foi de 7,2±0,8 dias. O tempo médio de follow-up foi de 19,2meses (mínimo de 1 mês e máximo de 96 meses). Neste momento, há apenas 2 sobre-viventes. Um tem 25 meses pós-cirurgia e o diagnóstico de hemagioendotelioma epitelióide.O outro tem 45 meses e um sarcoma fusocelular de alto grau. Um doente, que sobreviveu96 meses, tinha o diagnóstico de histiocitoma fibroso maligno mixóide e morreu por recidi-va local. Excluindo esta sobrevida longa, o tempo médio de sobrevivência foi de 7,1±0,8meses após a cirurgia (mínimo de 1 e máximo de 18 meses).

Conclusão: Este grupo de doentes tem uma sobrevida muito curta. Dada a heterogenicidadedos diagnósticos histopatológicos é dificil estabelecer um padrão de comportamento a longoprazo, bem como a melhor estratégia a ser seguida em cada caso. Uma base de dados mul-ticêntrica permitiria melhor estabelecer protocolos terapêuticos.

CO 84TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA PARA TRATAMENTO DO CHOQUE CARDIOGÉNICO PÓS--ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

MARIA JOSÉ REBOCHO1, CARLOS AGUIAR1, JOSÉ CALQUINHA1, MIGUEL ABECASIS1, JOÃO MORADAS FERREIRA1, JOSÉ

PEDRO NEVES1, JOSÉ ANICETO SILVA1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O choque cardiogénico é uma complicação que ocorre em cerca de 5% dosenfartes agudos do miocárdio (EAM), mas que apresenta uma mortalidade hospitalarmuito elevada, superior a 50%. A realização de transplante cardíaco (TC) em indivíduossob assistência ventricular mecânica tem sido associada a maior mortalidade a 1 ano.Avaliámos o resultado do TC em indivíduos com choque cardiogénico pós-EAM.

Métodos: De um total de 195 doentes submetidos a TC na nossa instituição, 68 tinhamdoença cardíaca isquémica; destes, 31 estavam internados em Cuidados IntensivosCardíacos, dos quais 12 por choque cardiogénico pós-EAM (choque 1º: 52±9 anos, 4 mul-heres) e outros 7 que desenvolveram choque cardiogénico secundariamente à cirurgiacardíaca convencional a que foram submetidos de urgência em contexto de EAM (choque2º: 56±9 anos; todos homens). Analisámos a relação entre a mortalidade a 1 ano pós-TCe a condição de choque cardiogénico pré-TC, em função do tipo de choque e das modali-dades de assistência circulatória.

Resultados: No conjunto dos 19 doentes com EAM transplantados em choque cardiogéni-co, a mortalidade a 1 ano foi 26,3% vs 36,7% nos restantes 49 doentes isquémicos trans-plantados (P=0,577). Nos 12 doentes com EAM transplantados em choque 1º, a mortalidadea 1 ano foi 16,7%. Do conjunto de 19 doentes com EAM transplantados em choque cardio-génico, 14 estavam sob assistência ventricular mecânica (AVM) e 5 sob balão de contrapul-sação intra-aórtica (BiAo); a mortalidade a 1 ano foi 28,6% nos 14 doentes transplantadossob AVM vs 20,0% nos 5 transplantados sob BiAo (P=0,651). Dos 12 doentes transplantadosem choque 1º, 7 estavam sob AVM e 5 sob BiAo; a mortalidade a 1 ano foi 14,6% nos 7doentes transplantados em choque 1º sob AVM (P=0,854 vs sob BiAo).

Conclusões: O TC urgente melhora significativamente a mortalidade de doentes comchoque cardiogénico pós-EAM e por isso pode ser a melhor alternativa terapêutica emcasos seleccionados. Neste contexto, o recurso à assistência ventricular mecânica comoponte para o TC não parece influenciar adversamente a sobrevida a 1 ano pós-TC.

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I-34

CO 85REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA NO SEXO FEMININO: DO PERFIL CLÍNICO AOPROGNÓSTICO

BRUNO PIÇARRA1, PEDRO COELHO2, LUÍS MIRANDA2, JOSÉ FRAGATA2

(1Hospital do Espírito Santo, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de SantaMarta)

Introdução: O impacto do sexo feminino no prognóstico da cirurgia de revascularizaçao coro-nária (CABG) continua a ser um motivo de controvérsia. A melhor caracterização desta po-pulação poderá levar à adopção de medidas preventivas capazes de melhorar o seu prognós-tico.

Objectivo: Determinar quais as diferenças entre os perfis clínicos de ambos os sexos e a suainfluência no pós-operatório destes doentes (D).

Métodos: Consideraram-se, retrospectivamente, todos os D (n=535 D) submetidos consecu-tivamente a CABG entre o período de Janeiro de 2008 a Agosto de 2009. Avaliaram-se osfactores de risco cardiovasculares, o Euroscore, a função ventricular prévia à cirurgia, a anato-mia da doença coronária e o número de by-pass realizados. Compararam-se os dias de inter-namento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), o total de dias de internamento e a pre-sença das seguintes complicações: necessidade de ventilação mecânica prolongada (superi-or a 24 horas) e incidência de fibrilhação auricular (FA).

Resultados: Dos D incluídos, 30,9% eram do sexo feminino. As mulheres apresentaramidade superior (68,9±9,9 versus 65,2±10,3 anos; p=0,0001), tinham mais diabetes (42,0%versus 29,2%; p=0,009), mais dislipidémia (78,6% versus 66,2%; p=0,01) e menos hábitostabágicos (13,7% versus 41,3%; p=0,0001) que os homens. Previamente à cirurgia, as mul-heres tinham Euroscores mais elevados (5,19±4,16 versus 3,98±3,65; p=0,01), não se regis-tando diferenças na função ventricular. Com excepção da doença do tronco comum, maisprevalente nos homens (39,2% versus 29,0%, p=0,04) e do duplo by-pass mais frequentenas mulheres (48,9% versus 37,9%; p=0,03), não se registaram mais diferenças em relaçãoà anatomia coronária ou ao número de by-pass realizados. No pós-operatório, as mulherestiveram mais dias de internamento na UCI (1,73±1,2 versus 1,49±1,2 dias; p=0,04), no totaldo internamento (9,1±3,1 versus 8,0±3,1 dias; p=0,002), maior necessidade de ventilaçãomecânica prolongada (12,2% versus 5,7%; p=002) e maior incidência de FA (17,6% versus6,8%; p=0,04). Não se registaram diferenças na mortalidade intra-hospitalar (2,3% nas mul-heres versus 1,4% nos homens; p=0,74).

Conclusões: Os D do sexo feminino submetidos a CABG apresentam maior prevalência dediabetes, dislipidémia e valores mais elevados de Euroscore. Apesar do sexo feminino estarassociado a um aumento de complicações pós-operatórias, ele não parece condicionar umaumento da mortalidade intra-hospitalar.

CO 86RESULTADOS DA TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA NOS RECEPTORES MAIS IDOSOS

CARLOS AGUIAR1, MARIA JOSÉ REBOCHO1, JOSÉ CALQUINHA1, MIGUEL ABECASIS1, JOÃO MORADAS FERREIRA1, JOSÉ

PEDRO NEVES1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A transplantação cardíaca (TC) é a melhor alternativa terapêutica em casosseleccionados de insuficiência cardíaca avançada. Nos últimos anos, a idade dos receptorestem aumentado progressivamente. Avaliámos os resultados da TC em função da idade doreceptor.

Métodos: Analisámos 179 doentes transplantados na nossa instituição (idade média 49±11anos no dia do TC; 35 mulheres) em idade adulta (?18 anos). Definimos doente idoso comoo receptor transplantado aos ?60 anos de idade. Comparámos a mortalidade dos receptoresidosos com a dos não idosos, conforme foram transplantados antes ou depois do dia 1 deJaneiro de 2000.

Resultados: A distribuição do número de receptores idosos pelos anos de actividade foi: 3TC em 1986-1989; 4 TC em 1990-1993; 1 TC em 1994-1997; 6 TC em 1998-2001; 4 TC em2002-2005; 13 TC em 2006-2009. A idade dos 31 receptores idosos foi 63,6±3,2 anos (máx-imo 72,5 anos). Os receptores idosos eram mais vezes homens, tinham mais frequente-mente miocardiopatia isquémica e foram mais vezes transplantados em situação de insta-bilidade hemodinâmica (sob balão de contrapulsação intra-aórtica). No seguimento totalocorreram 110 mortes. As mortalidades a 1 ano e a 5 anos foram significativamente maioresnos transplantados antes do ano 2000 (respectivamente 29,4% e 53,5% vs 24,0% e 28,4%nos transplantados a partir do ano 2000; P=0,009), sem diferença entre os receptores idosose os não idosos. Pelo contrário, nos transplantados a partir do ano 2000, a mortalidade foisignificativamente maior nos receptores idosos (hazard ratio ajustado em análise multivar-iável = 4,26; IC a 95%: 1,20-15,16; P=0,025). Os receptores idosos transplantados a partir doano 2000 desenvolveram mais neoplasias malignas que os receptores não idosos; a incidên-cia de doença vascular do aloenxerto e de insuficiência renal terminal não variou em funçãoda idade do receptor.

Conclusões: Os resultados da TC melhoraram significativamente nos últimos anos, mas nãopara os receptores mais idosos. Algumas características de gravidade clínica antes do TC e amaior incidência de neoplasias malignas entre os receptores idosos poderão condicionar amaior mortalidade a longo prazo observada neste grupo. O desenvolvimento tecnológico daassistência ventricular mecânica como terapêutica de destino poderá criar uma alternativaterapêutica ao TC nos candidatos mais idosos.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 11H30-13H00SALA DAVID VON BONHORST | ARRITMOLOGIA CLÍNICA / DESFIBRILHADORES

CO 87IMPORTÂNCIA DO TESTE DE DESFIBRILHAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE CARDIOVERSOR-DES-FIBRILHADORES

ALEXANDRA TOSTE1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, PEDRO SILVA CUNHA1, JOANA

FELICIANO1, ANA LOUSINHA1, NINEL SANTOS1, SOFIA SANTOS1, SANDRA ALVES1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

O teste de desfibrilhação (DFT) é utilizado na implantação de cardioversores-desfibri-lhadores (CDI) com o intuito de avaliar a eficácia do dispositivo na detecção e interrupçãode fibrilhação ventricular (FV). No entanto, associa-se a riscos potenciais e os benefícios alongo prazo da sua realização por rotina permanecem por estabelecer.

Objectivos: avaliar as complicações, implicações na programação do CDI e impacto clíni-co do DFT.

Métodos: Analisámos retrospectivamente os resultados do DFT em 321 doentes (D) con-secutivos submetidos a primeira implantação de CDI. No Grupo 1 (Gr1) incluíram-se 297D(80% M, 61±14 anos, 53% cardiopatia isquémica e 29% miocardiopatia dilatada, 65%prevenção primária, 11% sob terapêutica anti-arrítmica(AA)), em que o DFT teve sucessona 1ª tentativa (indução, detecção e interrupção eficaz com ≤20J). O Grupo 2 (Gr2), com-preendeu 10D (100% M, 51±14 anos, 20% cardiopatia isquémica e 50% miocardiopatiadilatada, 80% prevenção primária, 0% sob AA) em que foram necessários ≥ 2 choquespara interrupção de FV com uma margem de segurança de 10J. Nestes casos o DFT impli-cou inversão da polaridade ou mudança da configuração do choque (40%), aumento daenergia ou alteração da onda do choque (30%), reposicionamento do coil proximal (10%)ou ajuste da sensibilidade na detecção (20%). Foram excluídos 14D (93% M, 59±17 anos,43% cardiopatia isquémica, 36% miocardiopatia dilatada, 64% prevenção primária) que,por co-morbilidades diversas (trombo intracardíaco, fibrilhação auricular sem hipocoagu-lação prévia, instabilidade hemodinâmica) ou por impossibilidade de indução de FV, nãoforam submetidos a DFT. Avaliámos o número de terapêuticas apropriadas eficazes e inefi-cazes e a mortalidade global e cardiovascular.

Resultados: Nos 307 DFT realizados registou-se uma complicação grave (dissociação elec-tro-mecânica pós-choque com reanimação prolongada). Durante um follow-up (FU) médiode 18 meses, 20D (6,7%) do Gr1 faleceram (7 de causa cardiovascular, 1 de morte súbitae os restantes de causa não cardíaca). No Gr2 não se verificou nenhum óbito. No Gr1, o CDIdetectou taquidisritmias ventriculares em 41% dos casos, ocorrendo terapêutica apropria-da em 19,8% (pacing antitaquicardia e/ou choque). No Gr2, houve detecção de taquidis-ritmias ventriculares num D (10%), submetido a terapêutica apropriada e eficaz.

Conclusões: A realização de DFT na implantação de CDI associa-se a baixo risco de com-plicações (<1%) e tem implicações nos parâmetros da programação terapêutica numapequena percentagem de D (3,3%). No presente estudo, com um FU médio de 18 meses,o impacto potencial do DFT foi evidente em apenas <1% da população.

CO 88AVALIAÇÃO DAS VANTAGENS DO USO DE ANTIARRÍTMICOS ACTUALMENTE INDISPONÍVEISNO MERCADO PORTUGUÊS

PEDRO GALVÃO SANTOS1, PEDRO ADRAGÃO1, JOÃO BRITO1, PEDRO CARMO1, DIOGO CAVACO1, KATYA REIS

SANTOS1, FRANCISCO BELLO MORGADO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Os antiarrítmicos (AR) disponíveis em Portugal são limitados. O Nadolol (Nad),Mexiletina (Mex) e Quinidina (Qui) são fármacos que não se encontram comercializados ouem farmácia hospitalar. Estão disponíveis para muito poucos doentes (dts) através de auto-rização especial de importação e são, por este motivo utilizados como de 2ª ou 3ª linha.

Objectivos: Caracterizar a população, de uma unidade de arritmologia, actualmente me-dicada com os AR referidos e avaliar os efeitos terapêuticos na prevenção de eventos arrít-micos e internamentos hospitalares (int).

População/Métodos: Estudámos 17 dts, portadores de CDI com múltiplos choques ape-sar de medicação AR, pelo que iniciaram as drogas em estudo.No grupo Nad (5 dtes, 27±14 anos) as arritmias alvo foram taquicardia ventricular (TV)polimórfica (QT longo e TV catecolaminérgica), TV monomórfica mantida (cardiomiopatiahipertrófica) e fibrilhação auricularNo grupo Mex (6 dtes, 67±7anos) a arritmia alvo foi TV monomórfica (cardiopatiaisquémica, dilatada idiopática ou ausência de cardiopatia estrutural).No grupo Qui (5 dtes, 44±16 anos) todos tinham S. Brugada, com episódios de tempes-tade arrítmica por fibrilhação ventricular (FV).Comparámos o nº de TV/FV mantidas, nº de choques de CDI e nº int por causa arrítmicaantes e após o inicio das terapêuticas (9 meses pré e pós para o Nad e 2 anos pré e póspara a Mex e Qui).

Resultados: No grupo Nad observou-se uma média de 1,6 int, 14,6 TV/FV mantidas e 7,0choques de CDI antes do inicio da terapêutica e 0,2 int, 0 TV/FV e 1,0 choques de CDI após,correspondendo a uma redução de 2 vezes (p=0,04); 1,8 (p=0,066); 1,8 (p=0,068),respectivamente.No grupo Mex verificou-se uma média de 2,16 int, 6,5 choques de CDI e 3,0 TV/FV man-tidas antes do início da terapêutica e 0,33 int, 0,33 choques de CDI e 0,17 TV/FV após,correspondendo a uma redução de 2,0 (p=0,043), 2,1 (p=0,034) e 2,32 vezes (p=0,026)respectivamente.No grupo Qui constatou-se uma média de 1,2 int, 4,6 choques de CDI e 7,6 TV/FV antesdo inicio da terapêutica e o int, 0,8 choques de CDI e 0,8 TV/FV após, correspondendo auma redução de 2,0 (p=0,042), 1,84 (p=0,066) e 1,85 vezes (p=0,063) respectivamente.

Conclusão: Nos dts com CDI e choques apropriados muito frequentes apesar de terapêu-tica AR optimizada existe um claro benefício da introdução seleccionada de Nadolol,Mexiletina ou Quinidina. Estes dados sublinham a importância da maior disponibilidadede acesso aos fármacos.

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CO 89RIVER: REGISTO PORTUGUÊS PARA A MONITORIZAÇÃO DA REDUÇÃO DO PACINGVENTRICULAR DESNECESSÁRIO - RESULTADOS ATÉ AOS 4 ANOS

VICTOR SANFINS1, J. CARLOS CHAVES1, ASSUNÇÃO ALVES1, BERNARDETE RODRIGUES1, HIPÓLITO REIS2, VÍTOR

LAGARTO2, SANDRA SANTOS2, JOSÉ ANTÓNIO NOBRE3, VÍTOR MARTINS4, GRACIETA RUIVO5, LUÍS MOURA DUARTE5,FRANCISCO MADEIRA6, CARLOS MORAIS6, PAULA PEDROSA7, JOSÉ CONCEIÇÃO7

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 2Centro Hospitalar doPorto, EPE Hospital Geral de Santo António, 3Hospital Infante D. Pedro, EPE, 4HospitalDistrital de Santarém, EPE, 5Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, 6Hospital FernandoFonseca, EPE, 7Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Objectivos: avaliação a longo prazo dos resultados clínicos de um algoritmo de pacingcom modo AAI(R) e estimulação ventricular de segurança se ocorrerem bloqueios aurícu-lo-ventriculares (BAV) de vários graus (AAISafeR, Ela Medical, França), idealizado parareduzir a percentagem de estimulação ventricular desnecessária (%Vp) em doentes (D)com indicação para pacemaker de dupla câmara (PM).Métodos: estudo prospectivo, longitudinal e observacional, iniciado em Janeiro/2005,incluindo D com indicação para PM. Este foi programado por escolha dos investigadoresem modo AAISafeR ou DDD, com consulta de seguimento (FU) aos 3, 6, 12, 18, 24, 36 e48 meses pós inclusão. Estudados dados da memória interna do PM referentes à %Vp,incidência de BAV na doença do nó sinusal (DNS), nº de comutações de modo em caso dearritmias auriculares (AA) e sua duração, eventos adversos, visitas não agendadas, casosde reprogramação definitiva em modo DDD e episódios (e) de reprogramação do PM domodo SafeR para DDD.

Resultados: analisados os 285 D de 7 centros, incluídos consecutivamente até 31 deDezembro de 2007, com idade média de 69 ± 14 anos, que mantiveram FU de acordo como programado,149 sendo 149 (52,3%) do sexo masculino. Principais indicações deimplante: DNS: 228 D (80%); BAV completo paroxístico: 37 D (13%); DNS e BAV: 12 D(4,2%); BAV permanente: 8 D (2,8%). O modo AAISafeR foi programado, na implantação,em 283 D (99,3%). Os resultados da análise intermédia da %Vp aos 3, 6, 12, 18, 24, 36e 48 meses de FU (M3, M6, M12, M18, M24, M36 e M48) e a distribuição dos BAV (deacordo com os critérios utilizados pelo PM para os classificar) nos D com DNS, até ao M48são apresentados na tabela. Não se registaram AA em nº significativo e não houve com-plicações relacionadas com a utilização do algoritmo.

Conclusões: o modo de estimulação AAISafeR é muito eficaz e seguro na redução da %Vpdesnecessária na população de doentes incluída no estudo. A análise revela também umaelevada incidência de BAV paroxísticos nos D cujo motivo de implantação foi DNS, desco-nhecida na altura do implante.

CO 90RESULTADOS ACTUAIS DO SEGUIMENTO DE DOENTES COM ELÉCTRODO SPRINT FIDELIS

PEDRO CARMO1, DIOGO CAVACO1, JOÃO BRITO1, SÉRGIA ROCHA1, KATYA REIS SANTOS1, FRANCISCO BELLO

MORGADO1, PEDRO ADRAGÃO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Objectivo: A utilização do eléctrodo desfibrilhador de alta impedância Sprint Fidelis(MedtronicTM) associa-se a risco de fractura considerado inaceitável, podendo causar afalha do dispositivo e desencadear choques inapropriados, o que levou à sua retirada domercado. Relatórios do fabricante indicam uma incidência de disfunção do eléctrodo de7,2% aos 4 anos. O objectivo deste estudo foi avaliar a sobrevida dos eléctrodos Sprint Fidelis implantadosno nosso centro.

Métodos: Foram estudados 134 eléctrodos Sprint Fidelis implantados em 133 doentes(dts), entre Março de 2005 e Setembro de 2007. Registámos prospectivamente os dadossobre a falência do eléctrodo. Cálculamos a taxa de incidência de fractura por unidade detempo e comparámos a taxa aos 2 anos com os resultados publicados pelo fabricante.

Resultados: Entre Março de 2005 e Dezembro de 2009, 10 eléctrodos Sprint Fidelis(7,5%) sofreram fractura. O seguimento médio foi de 2,6 ± 1,3 anos e o tempo médio atéà fractura foi de 2,3 ± 1,0 anos. Houve um aumento do risco de fractura com o tempo, mas essa diferença não é estatis-ticamente significativa. Sete dts receberam choques inapropriados como primeira manifestação da disfunção doeléctrodo. Nenhum destes dts tinha o Lead Integrity Alert (LIA) instalado nem apresen-taram aumento da impedância na última consulta de rotina antes da fractura. Os restantestrês eléctrodos disfuncionantes foram detectados devido a activação do LIA (2 dts) e aaumento da impedância do eléctrodo detectada em consulta de rotina (1 dt).Numa análise a 2 anos de seguimento a nossa incidência de fractura de eléctrodo foi (4/ 127 = 3,1%), sendo significativamente maior que a incidência indicada pela Medtronic(CareLink plus: 221/19878 = 1,1%), correspondendo a um aumento da incidência de frac-tura de 6 vezes (Odds ratio = 6,4 IC 95%: 2,9-14,0).

Conclusões: Na nossa experiência, as fracturas foram na maioria das vezes inesperadasexpondo os dts a um elevado risco de eventos arritmicos não tratados e a terapêuticasinadequadas. A disfunção do eléctrodo SF é um problema grave, cuja incidência é, nanossa população, francamente superior à relatada pelo fabricante. Aguardam-se dadosque permitam avaliar a performance do software LIA para uma detecção mais precoce dedisfunção do eléctrodo.

CO 91DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BRUGADA: SERÁ NECESSÁRIO VER EM DUPLICADO? UMCRITÉRIO ALTERNATIVO

LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, EMANUEL CORREIA1, RITA FARIA1, BRUNO RODRIGUES1, LUÍS NUNES1, ANTÓNIO

COSTA1, JOSÉ LOPES DE CARVALHO1, JOSÉ CARLOS MACHADO2, SÉRGIO CASTEDO2, CARLA HENRIQUES3, ANA MATOS3,OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto,3Instituto Politécnico de Viseu)

Introdução: Para o diagnóstico da Síndrome de Brugada (SB) é necessário que o padrãode repolarização do tipo 1 seja identificado em pelo menos 2 das 3 derivações pré cor-diais direitas de forma espontânea ou após o teste de provocação com fármacos (TPF).Objectivos e métodosEstudámos 75 elementos de uma família com SB dos quais 30 são portadores (P+) de umamutação específica do SCN5A. Comparou-se o número de diagnósticos pelos critérios con-vencionais (CC) no ECG basal e após TPF com o número de diagnósticos por um critérioalternativo (CA) proposto (ECG tipo 1 em pelo menos 1 derivação pré cordial direita). Emcada ECG as derivações V1 e V2 foram colocadas no 4º espaço intercostal (EI) e depois no2º EI.

Resultados: Dos 75 elementos da família (37,41±12,42 anos), 4 foram excluídos porserem portadores de pacemaker definitivo, ficando 28 P+ (11 homens) e 43 não porta-dores (P-) (22 homens). A partir dos ECGs realizados no 4º EI com o CC fizeram-se 6 diag-nósticos espontâneos (sem falsos positivos) e mais 3 diagnósticos após o TPF (além demais 2 falsos positivos): sensibilidade (S) = 32,1% e especificidade (E) = 95,3%. Utilizandoo CA, no 4º EI haveria 12 diagnósticos espontâneos (sem falsos positivos) e 6 diagnósti-cos após o TPF (e mais 3 falsos positivos): S = 64,3% e E = 93%. Assim, o CA conduziu aum aumento significativo na S (p=0.002), não sendo significativa a diminuição na E(p=0.5). Nos ECGs realizados no 2º EI, segundo o CC, há 11 diagnósticos espontâneos (adi-cionalmente mais 2 falsos positivos) e após o TPF mais 4 diagnósticos (sem falsos posi-tivos): S = 53,8% e E = 95,3%. Com o CA, haveria 14 diagnósticos espontâneos (com osmesmos 2 falsos positivos) e mais 4 após o TPF (e mais 1 falso positivo): S = 64,3% e E= 93%. Contudo nem o aumento na S nem a diminuição na E são estatisticamente signi-ficativos (p=0.125, p=0.5, resp.). Acrescenta-se que também não são significativas asalterações nas S e E entre o CC no 2º EIC e o CA no 4ºEIC (p=0.25, p=0.5, resp.).

Conclusões: Nesta família o CA mostra-se significativamente mais eficaz que o CC no 4ºEI. O CA mostrou a mesma eficácia diagnóstica que a elevação das derivações V1 e V2 parao 2º EI, com uma vantagem evidente: esta manobra raramente é realizada na prática clíni-ca o que contribui em muito para o não diagnóstico da SB. Desta forma, acreditamos queo CA merece ser testado em mais doentes com vista a uma revisão dos actuais critériosde diagnóstico da SB.

CO 92IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ELECTROFISIOLÓGICO NA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO ARRITMI-CO NA SÍNDROME DE BRUGADA

RICARDO FONTES-CARVALHO1, LUÍS SECA1, DANIEL CAEIRO1, MARCO OLIVEIRA1, LUÍS ADÃO1, HELENA

GONÇALVES1, JOÃO PRIMO1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A colocação de um cardio-desfibrilador implantável (CDI) é a única forma deprevenir a morte súbita na Síndrome de Brugada, o que torna essencial a estratificaçãodo risco arrítmico destes doentes. É muito controversa a utilidade do EstudoElectrofisiológico (EEF) nesta estratificação de risco.

Objectivos e Metodologia: Foram analisados retrospectivamente os doentes referencia-dos ao nosso centro hospitalar com suspeita de padrão de Brugada e que fizeram EEF. Osdoentes foram submetidos ao Teste da Flecainida (2 mg/Kg) e a Estimulação EléctricaPrograma (EEP) - com 3 ciclos base e 3 extra-estímulos, acoplados até ao período refrac-tário ou até ao intervalo mínimo de 200 mseg. Os doentes a quem foi induzida arritmiano EEF foram referenciados para colocação de CDI; os restantes foram seguidos clinica-mente. Em Dezembro de 2009 foi efectuado o seguimento de todos os doentes, atravésde contacto telefónico e revisão dos registos dos CDIs.

Resultados: Entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2009, foram observados 65 doentes comsuspeita de síndrome de Brugada. Com base no padrão do ECG e, após teste da Flecainida,foi confirmado o diagnóstico em 31 doentes. Destes, 81% eram do sexo masculino, médiaidades de 45,4±15 anos, 6 (19%) tinham antecedentes de síncope, 8 tinham história famil-iar de morte súbita e 10 (32%) tinham padrão espontâneo.Após EEP, foi induzida TV polimórfica em 14 doentes, que posteriormente implantaram CDI.Os restantes 17 doentes, sem arritmias indutíveis, foram seguidos clinicamente. Na tabelaseguinte é efectuada a comparação das principais características destes dois grupos.No seguimento, um dos doentes com arritmia após EEP, teve 3 choques apropriados porFV. Nenhum dos doentes sem arritmia indutível no EEF teve eventos (média de seguimen-to de 20±12 meses).

Conclusão: Os doentes com arritmia indutível após EEP são mais jovens, praticamentetodos do sexo masculino e apresentam frequentemente história prévia de síncope. Nestaanálise, o EEF foi pouco útil para prever eventos arrítmicos. Contudo, o EEF pode ajudar naestratificação destes doentes porque, quando negativo, associa-se a um baixo risco defuturos eventos arrítmicos.

Arritmia Após EEF Sem Arritmia após EEF(CDI) (Vigilância Clínica)

14 doentes 17 doentes

Sexo Masculino 13 (92%) 12 (70%)Idade (mediana) 43,5 48Síncope 5 (35%) 1 (6%)Historia Familiar Morte Súbita 4 (21%) 4 (23%)Padrão Espontâneo 4 (28%) 6 (35%)Eventos no Seguimento 1 0

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 14H00-15H30SALA DAVID VON BONHORST | CARDIOLOGIA DE INTERVENÇÃO - DESAFIOS ACTUAIS

CO 93INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA DEFERIDA COM BASE NOS RESULTADOS DOFRACTIONAL FLOW RESERVE (FFR): EVENTOS CLÍNICOS

ANA RITA ALMEIDA1, RICARDO ESTEVES1, HUGO VINHAS1, ERNESTO PEREIRA1, JORGE GUARDADO1, HÉLDER

PEREIRA1, MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: O fractional flow reserve (FFR) é um indicador útil e bem validado na avali-ação das estenoses coronárias de gravidade intermédia.Objectivo: Avaliar a ocorrência de eventos clínicos durante o seguimento de doentes nosquais a intervenção coronária percutânea (ICP) de pelo menos um vaso foi deferida combase nos resultados do FFR.

Métodos: Estudámos 88 doentes (com idade média de 64,3 ± 12,4 anos, 62,5% do sexomasculino) com pelo menos um vaso com lesão intermédia (estenose de 40 a 70%), cujaa ICP foi deferida com base num valor de FFR >0,75. A ocorrência de eventos cardíacosadversos major - morte cardíaca, enfarte do miocárdio e revascularização da lesão alvo,foi avaliada durante o seguimento.

Resultados: Verificou-se um FFR > 0,75 na avaliação de 111 artérias coronárias (artériacoronária descendente anterior em 53,15% dos casos, artéria coronária circunflexa em25,23% e artéria coronária direita em 21,62%) com lesões intermédias, nas quais a ICPfoi deferida. O valor médio de FFR nestas artérias foi de 0,89 ± 0,05 e o diâmetro médiodas estenoses foi de 54,77 ± 9,99%. Foi possível o seguimento de 71 doentes (80,7%). Oseguimento médio foi de 14,58 ± 9,10 meses. Durante o seguimento, um doente faleceu de causa não cardíaca e dois doentes (2,8%)apresentaram eventos cardíacos adversos major: enfarte agudo do miocárdio sem supra-desnivelamento do segmento ST em um doente e angioplastia de uma artéria coronáriana qual a intervenção tinha sido deferida noutro doente.

Conclusões: Os nossos resultados indicam que deferir a angioplastia coronária percutâneade estenoses hemodinamicamente não significativas com base numa avaliação de FFR >0,75 é seguro e que este indicador é útil na determinação da importância funcional deestenoses anatomicamente intermédias.

CO 94ANGIOPLASTIA CORONÁRIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO

BRUNO STUART1, HÉLDER PEREIRA1, JORGE HUMBERTO1, HUGO VINHAS1, RICARDO ESTEVES1, ERNESTO PEREIRA1,JORGE MARQUES1, CARLOS CIRIACO1, MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: Os resultados do tratamento da doença do tronco comum, não protegido, dedoentes incluídos em estudos multicêntricos, que incluíram centros de grande volume,têm sido encorajadores. Este tipo de intervenção progressivamente está-se a generalizar,sendo importante uma cuidadoso escrutínio da evolução clínica dos centros individuais.

Objectivo: Foi nosso objectivo avaliar os resultados clínicos de doentes que foram sujeitosa revascularização do tronco comum não protegido num centro de médio volume.

Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, os resultados clínicos hospitalares e amédio prazo de doentes submetidos a angioplastia com stent, do tronco comum não pro-tegido, entre Janeiro de 2003 e Fevereiro de 2009. Não foram incluídos doentes tratadosno contexto de angioplastia directa por enfarte agudo do miocárdio com supradesnivela-mento de ST.

Resultados: Foram tratados 47 doentes (dts), com 66,4±12,4 anos, 23,4% do sexo femi-nino, dos quais 27,6% eram diabéticos e 27,6% tinham antecedentes de enfarte. A inter-venção foi realizada no contexto de angina crónica e de síndrome coronária aguda em65,9% e 34,1% dos casos respectivamente. A intervenção foi multivaso em todos oscasos.Não se observou mortalidade hospitalar. No seguimento a 417+234 dias observou-se 1morte (2,12%), 2 dts foram readmitidos por enfarte agudo do miocárdio e 6 dts (12,7%)foram submetidos a nova reintervenção, por reestenose no tronco comum. Não se obser-varam reestenoses nos dois stents convencionais.

Conclusão: Neste grupo de doentes, com doença do tronco comum não protegido, aangioplastia coronária com implante de stents, mostrou-se segura e os resultados clínicos,a médio prazo, foram favoráveis.

CO 96MORTALIDADE INTRA HOSPITALAR E NO SEGUIMENTO CLÍNICO NO CONTEXTO DE ANGIO-PLASTIA PRIMÁRIA - PREVER PARA PREVENIR?

ROGÉRIO TEIXEIRA1, LINO GONÇALVES1, VÍTOR MATOS1, JOÃO CALISTO1, HENRIQUE FARIA1, MARIA JOÃO FERREIRA1,LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

A análise de dados locais é uma forma de controlo de qualidade e um ponto de partidapara elaboração de estratégias de optimização prognóstica.

Objectivos: identificação de preditores de morte intra hospitalar, e de morte a um ano nocontexto de angioplastia primária.

População e Métodos: estudo prospectivo, longitudinal e contínuo de 387 doentes sub-metidos a angioplastia primária entre 2006 e 2008. Foi realizado um seguimento clínicode um ano. O enpoint primário foi a morte de todas as causas (perda para seguimento de4,1%). Foi criado um modelo de regressão logística para a morte intra hospitalar, e umaregressão de Cox para a mortalidade no final do primeiro ano. A idade média da popu-lação foi de 66,9 ± 13,2 anos, o tempo médio de door to ballon de 6,7±8,4 horas e 12,7%apresentaram choque cardiogénico nas primeiras 24 horas. Em análise univarada os pre-ditores de mortalidade intra-hospitalar encontrados foram: género feminino,antecedentes de insuficiência renal crónica, idade, tempo door to ballon, fracção deejecção ventricular esquerda, choque cardiogénico, ventilação mecânica e ressuscitação.Relativamente a variáveis da intervenção apenas o cruzamento da lesão com fio guia foisignificativo. O modelo criado (tabela I), apresenta uma qualidade excelente - c statistics0,92, p valor Hosmer Lemeshow 0,94. A mortalidade no final do primeiro ano foi de 6,1%.Na análise univariada vários factores pareciam importantes, nomeadamente a idade, afracçao de ejecção ventricular esquerda, a diabetes e mesmo a transferência de hospitalà admissão (OR 3,4 [1,2 - 10,2] p=0,02). De notar que varíaveis relacionadas com a apre-sentação clínica, ou com o procedimento não foram significativas. O modelo de Cox con-struído permitiu identificar apenas dois preditores independentes: a idade (por cada 10anos de aumento) HR=2,4 (1,4 - 4,2), p=0,001 e a FEVE (por cada 10% de aumento) HR0,6 (0,4 - 0,9), p=0,007. Conclusão: Na população estudada os eventos foram previstoscom modelos de boa qualidade. Uma variável não modificável, a idade assumiu umaimportância crucial para a previsão de ambos os resultados.

Tabela I – Regressão logística morte intra hospitalar

�2 IC 95%

Tempo door to ballon (por cada 3 horas) 1,261,03 – 1,55Idade (por cada 10 anos) 3,05 1,96 – 4,74Choque cardiogénico 10,02 3,31 – 30,32Ventilação Mecânica 5,72 1,09 – 30,06Ressuscitação 6,05 1,45 – 25,30Lesão cruzada com fio guia 0,09 0,04 – 0,63

CO 95IMPACT OF THROMBUS AT BASELINE ANGIOGRAM ON STENT STRUT COVERAGE ASSESSEDBY OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHY AT 6-MONTH FOLLOW UP

HIROYUKI KYONO1, SIRBU VASILE2, GIULIO GUAGLIUMI2, SATOKO TAHARA1, EMILE MAHANA1, MOTAZ

BAINBARS1, CHADI ALRAIES1, RUBEN RAMOS3, HIRAM BEZERRA1, MARCO COSTA1

(1 University Hospitals Case Medical Center, Cleveland, OH, USA, 2Azienda OspedalieraOspedali Riuniti di Bergamo, Italy, 3Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital deSanta Marta)

Aim: Residual thrombus was correlated with inadequate healing of drug eluting stent(DES) in acute myocardial infarction (AMI). The aim of this study is to clarify the impactof thrombus at baseline angiogram on stent strut coverage by optical coherence tomog-raphy (OCT) at 6-month follow-up.

Methods: The present is study is a sub-analysis of OCTAMI, which was a prospective ran-domized trial designed to evaluate healing of zotarolimus-eluting stent (ZES) vs. bare-metal stent , 3:1 for the treatment of culprit lesions of AMI. Thrombectomy was appliedwhenever necessary. Follow-up angiogram and OCT images were obtained at 6-month.Patients who received ZES implantation were selected in this study. We assessed theinfluence of baseline thrombus on strut coverage at 6-month OCT images. Presence ofthrombus was defined as definite thrombus -TIMI thrombus grade 2 or higher- at base-line angiogram. TIMI thrombus grade 2 was defined that showed more than 1/2 of thevessel diameter as previously described.

Results: Thirty two patients were treated with ZES. Out of these, 19 patients had angio-graphic definite thrombus at baseline angiogram. Baseline angiography showed no dif-ferences in reference vessel diameter (2.65mm vs 3.00mm, P=0.272), lesion length(18.6mm vs 21.4mm, P=0.491) and minimum lumen diameter (MLD) at baselineangiogram (0.62mm vs 0.38mm, P=0.309) between the patients with definite thrombusand without definite thrombus. The prevalence of uncovered strut was similar in patientswith thrombus and without thrombus (1.86% vs. 1.31%, P=0.612, respectively) at follow-up OCT. In this study, thrombectomy was performed in 10 patients. The prevalence ofuncovered strut in patients with thrombectomy trended to be lower as compared to thenon-thrombectomy group (0.17% vs 2.16%, P=0.087, respectively).

Conclusions: Baseline thrombus did notseem to affect stent coverage of ZES.However, thrombectomy might be ableto reduce the prevalence of uncoveredstent strut for AMI patients with ZESimplantation. Further randomized stud-ies with large population will be war-ranted.

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I-37

CO 97TROMBOSE DE STENT: INCIDÊNCIA, PREDITORES E SIGNIFICADO CLÍNICO NUMAPOPULAÇÃO DO MUNDO REAL: ANÁLISE DE 5317 DOENTES DO REGISTO DE UM CENTRO

FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, LUÍS RAPOSO1, RUI CAMPANTE TELES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, RITA CALÉ1,MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, SÍLVIO LEAL1, HENRIQUE FIGUEIREDO1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A trombose de stent (TS) é uma das mais temidas complicações da inter-venção coronária percutânea (ICP), sobretudo pela elevada taxa de complicações clínicasque acarreta.

Objectivo: Conhecer a incidência temporal, os preditores e as implicações na mortalidade alongo prazo da TS, numa população do mundo real com doença coronária submetida a ICP.

População e Métodos: Dos 5661 procedimentos índice efectuados no nosso centro entreJan de 2003 e Jun de 2008, 294 (5,2%) foram excluídos da análise por seguimento [FUP]insuficiente. Nos restantes 5317 (64±11a, 7% H, 28% DM, 85% c/ FEj>50%, 41% ICP nocontexto de SCA e com uso de >1 DES em 69,4%), foram identificados os casos de TS uti-lizando as definições da Academic Research Consortium (ARC). Determinámos a incidên-cia absoluta de TS de acordo com o ano da ICP e utilizámos modelos de regressão de Coxpara estabelecer os preditores de TS (total e definitiva) e o seu impacto na mortalidadetotal [M].

Resultados: Ao longo de 17 meses (mediana) de FUP (IIQ: 14;35), foram identificados189 casos que preenchiam os critérios da ARC (incidência absoluta 3,6%): 108 confir-madas [TSd] (57,1%), 6 prováveis e 75 possíveis; a proporção de TS confirmada foi maiornos casos precoces [<30d] (86% vs 50,3%; p=0,0002). A taxa anualizada de TS registouuma tendência crescente entre 2003-06 e decresceu nos anos seguintes, sobretudo àcusta da redução das TSd (p=0,001 para a tendência). A mortalidade absoluta foi menornos dts tratados com >1 DES (6,1% vs 11,1%) e esta variável não se associou a aumentode TS tardias/muito tardias (1,5% vs 1,6%). Os preditores clínicos de TSd foram a ICP nocontexto de SCA (HR 2,3 IC95% 1,4-3,6), a FEj<50% (HR 2,2 IC95% 1,4-3,6) e a presençade doença vascular periférica (HR 2,1 IC95% 1,2-3,7); o diâmetro mínimo de stent implan-tado foi o principal preditor angiográfico (HR 0,99 IC95% 0,98-0,99; p<0,012). A taxa deM total nos dts com TS foi 48,1% (3,3% nos primeiros 30 d após TS) e a mediana dotempo até à morte foi de 447 d. A ocorrência de TS (qualquer) foi um potente preditor deM (HR ajust 4,72 IC95% 3,5-6,2; p<0,0001), mas a TSd não teve o mesmo impacto nasobrevida (HR ajust 0,9 IC95% 0,5-1,6; p=NS). O perfil de risco dos doentes com TS prováv-el/possível foi significativamente mais grave do que os doentes com TSd.

Conclusão: A ocorrência de TS evidenciou uma tendência decrescente e não se relacionou como uso de DES. A definição alargada da ARC poderá sobrevalorizar o impacto clínico real da TS.

CO 98FACTORES PREDITORES DO SUCESSO A MÉDIO-PRAZO DA REVASCULARIZAÇÃO COMSTENTS DE DIÂMETRO IGUAL OU INFERIOR A 2,5MM. IMPORTÂNCIA DOS STENTSFARMACOLÓGICO.

MIGUEL ALVES1, RUI CAMPANTE TELES2, SÍLVIO LEAL3, PEDRO JERÓNIMO SOUSA2, LUÍS RAPOSO2, MANUEL DE SOUSA

ALMEIDA2, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES2, JOÃO BRITO2, RITA CALÉ2, ILDA TARECO2, VÍTOR MARTINS2, ANICETO SILVA2

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital deSanta Cruz, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: O tratamento percutâneo de lesões (ICP) em vasos de reduzido diâmetro consti-tui um desafio na prática clínica diária, estando associado a elevadas taxas de restenose clíni-ca, mesmo com a utilização de stents farmacológicos (DES).

Objectivos: Avaliar os preditores de eventos clínicos e/ou revascularização da lesão alvo(TLR), em doentes submetidos a ICP com stents de diâmetro igual ou inferior a 2,5mm.

Métodos: Registo prospectivo longitudinal de centro único englobando 5611 ICP realizadasentre Janeiro de 2003 e Junho de 2008, tendo como critério de inclusão a implantação de pelomenos 1 stent de diâmetro igual ou inferior a 2,5mm.No total de 2208 procedimentos a média de idades foi de 65 ± 11 anos, 72,0% eram home-ns, 73,2% eram hipertensos, 64,1% tinham hipercolesterolémia, 30,8% eram diabéticos,17,9% ex/fumadores, 88,6% implantaram até 3 stents no mesmo procedimento e 37,8%apresentaram-se sob a forma de síndroma coronária aguda (SCA).Recolheram-se dados demográficos, clínicos e angiográficos relacionados com o procedimen-to. O objectivo primário foi determinado prospectivamente pela ocorrência combinada a umano de eventos cardiovasculares major (MACE) definidos como morte, EAM não fatal e neces-sidade de nova revascularização da lesão tratada (TLR).

Resultados: Em 114 (5,2%) doentes observou-se TLR e em 223 (10,1%) MACE sendo a mortali-dade ao ano de 4,0% (n=88). Por regressão logística as variáveis com valor independente para TLRa um ano foram: o sexo feminino (HR 1,63; IC95% 1,098-2,415), a história de restenose intrastent(OR 1,79; IC95% 1,22-2,64) e a utilização de stent bare-metal (OR 2,30, IC95% 1,27-4,18). Para oMACE-TLR foram preditores independentes a idade, aapresentação com SCA, a fracção de ejecção <50%, adiabetes e vários antecedentes (enfarte, CABG, doençaarterial periférica, e de insuficiência renal crónica) bemcomo a utilização de DES vs stents bare-metal, e o com-primento total de segmento com stent (ver figura 1).

Conclusões: O tratamento de doentes com stents decalibre pequeno é influenciado por diversos factoresclínicos e pela técnica de revascularização selecionada pelo operador, sendo os resultadosobtidos mais desfavoráveis quando se favorece o uso de stents bare-metal e de stents longos.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 14H00-15H30SALA EDUARDO COELHO | CARDIOPATIAS CONGÉNITAS - CIRURGIA E INTERVENÇÃO

CO 99EVOLUÇÃO DOS DOENTES COM SÍNDROMA DE CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO: SOBREVIDA AOS 11 ANOS

MARIA ANA SAMPAIO NUNES1, MÓNICA REBELO2, MANUEL FERREIRA1, ALBINO PEDRO1, MIGUEL SOUSA UVA1,MANUEL PEDRO MAGALHÃES1, GRAZIELA NERO1

(1Hospital da Cruz Vermelha, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de SantaMarta)

Introdução: As opções de tratamento destes doentes eram muito limitadas com índicesde mortalidade muito elevados. Desde então, os indeces de sobrevida têm vindo a me-lhorar por aperfeiçoamento da técnica cirúrgica e do tratamento peri-operatório.

Objectivo: Este estudo avalia a evolução da operação de Norwood, durante um períodode 11 anos (Maio de 1998 a Junho de 2009) e tenta identificar factores de risco, anatómi-cos e clínicos, adversos, a curto e longo prazo.Material e Métodos: As variáveis analisadas foram: dados anatómicos, (os doentes foramsubdivididos em 4 grupos:1.Atrésia mitral/Atrésia aórtica (AM/AAO) 2.Estenosemitral/AAO (EM/AAO), 3 EM/EAO, 4.AM/EAO.), lesões extra-cardíacas, tratamento cirúr-gico, duração do internamento hospitalar e sobrevida hospitalar/mortalidade.

Resultados: 50 crianças, 62% (31) RAPAZES e 38% raparigas (19), dos quais 22% (11) e54% (27) tinham respectivamente um peso inferior a 2.5 kg e 3 Kg.36 crianças (48%)tiveram diagnóstico pré-natal.18 % apresentaram complicações pré-operatórias (sépsis,NEC, choque cardiogénico e insuficiência renal /hepática. 25 apresentavam (AM/AAo),com um diâmetro médio de AO ascendente de 2.4 mm, 5 tinham EM/AAO com uma AOde 2,5 mm, 6 eram EM/EAO com uma Ao média de 3.9 mm e 12 casos de AM/EAO com4.3 mm de diâmetro médio de AO. A idade média de operação foi de 8,9 dias (1-31 dias)com um peso médio de 2,9 kg (1,8 -4 kg). O tempo médio de CEC, de Clampagem da Aoe de Paragem Cardíaca foi respectivamente de 141 minutos (70-252 m), 44 minutos (0-109 m)e de 27minutos (0-77 m).40 Doentes tiveram alta hospitalar em média ao 13 º dia após a cirurgia (6-56 dias) cor-respondendo a uma sobrevida de 80 %. Foram perdidas 6 crianças entre o I e o II esta-dio, mortalidade de 12,7% e 34 crianças já foram submetidas ao II estadio (68%) e 21(42%) ao III estadio, sem mortalidade cirúrgica ou interestadios, com um follow-up médiode 4,9 anos (0,5-11 anos). Sobrevida global de 68%As crianças com ATM/ATAO e com complicações pré-operatórias mostraram tendencial-mente um maior risco de mortalidade precoce.

Conclusão: O tratamento do SCEH permanece um desafio aos profissionais de saúde, poisa mortalidade operatória do I estadio e do período interestadio I_II é ainda motivo degrande preocupação. Esta mortalidade pode ser reduzida com uma maior experiênciaadquirida, introdução de protocolos estandardizados no tratamento peri-operatório, e ini-ciação de programas de vigilância domiciliária.

CO 100ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE CANAIS ARTERIAIS - 17 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UMSERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA

ARTUR LOPES1, NUNO MARQUES2, FILIPA PARAMÉS3, ISABEL FREITAS3, MÓNICA REBELO3, JOSÉ DIOGO FERREIRA

MARTINS3, CONCEIÇÃO TRIGO3, LÍDIA DE SOUSA3, FÁTIMA PINTO3

(1Hospital do Divino Espírito Santo, 2Hospital Distrital de Faro, 3Centro Hospitalar de LisboaCentral, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O encerramento percutâneo de canais arteriais patentes (CAP) é hoje a téc-nica de eleição para o tratamento desta entidade. Apresentamos os resultados de 17 anosde experiência de um centro quanto à eficácia e segurança com diversos tipos de dispo-sitivos.

Método: Análise retrospectiva de uma base de dados com 242 doentes consecutivos emquem foi tentado o encerramento percutâneo de CAP de Abril/1992 a Junho/2009. Duranteeste período foram usados três tipos de dispositivos: Rashkind, Coils e Amplatzer DuctOccluder (ADO). Considerámos como "sucesso imediato" a entrega do dispositivo na localiza-ção pretendida, sem provocar obstáculo nas grandes artérias e com ausência de fluxo resi-dual significativo. Considerámos como complicações a morte, embolização do dispositivo,isquémia dos membros inferiores, arritmias e alterações electrocardiográficas. Os doentesforam avaliados por ecocardiografia às 24h e ao fim de um ano após o procedimento.

Resultados: Dos 242 doentes, 166 foram do sexo feminino, com uma idade mediana de3,7 [2,0-7,7] anos e um peso mediano de 15,6 [11,7-29,5] kg. O diâmetro mediano doCAP foi de 2,5 [1,7-3,7] mm. Quarenta e três doentes foram tratados com dispositivos deRashkind (18%), 90 com Coils (37%) e 109 com ADO (45%). Não houve diferença nas ca-racterísticas da população pelos três tipos de dispositivos, à excepção do diâmetro do CAP,significativamente menor nos Coils (p<0,05). O procedimento foi realizado com sucessoimediato em 226 doentes (93%). O sucesso imediato foi menos frequente com Rashkind(Rashkind 84% vs Coil 94% vs ADO 96%, p=0,02). A presença de fluxo residual não sig-nificativo foi mais frequente nos Rashkind (Rashkind 70%, Coils 31%, ADO 25%, p<0,01).Dos 16 casos de insucesso, 5 foram enviados para cirurgia, 6 foram recateterizados e trata-dos com sucesso num segundo tempo e os restantes perderam-se no seguimento. Às 24h,o fluxo residual foi mais frequente nos Coils do que nos ADO (15% vs 4%, p=0,01) - dadosindisponíveis para os Rashkind - e ao 1 ano foi mais frequente nos Rashkind, não haven-do diferença entre Coils e ADO (27% vs 5% vs 2%, p<0,01, respectivamente). Ocorreu umóbito por motivo não directamente relacionado com o procedimento. A complicação maisfrequente foi a embolização (7 doentes (3%)), sem diferença significativa entre os dis-positivos (Rashkind 7% vs Coil 2% vs ADO 1%, p=NS).

Conclusão: O encerramento percutâneo de CAP é uma técnica segura e eficaz. Os actuaisdispositivos apresentam maior eficácia comparativamente com os Rashkind.

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CO 101OPERAÇÃO DE SWITCH ARTERIAL: FACTORES DE RISCO E EVOLUÇÃO DA INSUFICIÊNCIAVALVULAR AÓRTICA

MARIA ANA SAMPAIO NUNES1, MARIA JOÃO BAPTISTA2, MANUEL FERREIRA1, GRAZIELA NERO1, ALBINO

PEDRO1, MANUEL PEDRO MAGALHÃES1

(1Hospital da Cruz Vermelha, 2Hospital de S. João, EPE)

Introdução: A operação de Switch arterial (OSA) é o procedimento de eleição para areparação anatómica da Transposição das Grandes Artérias (TGA) com bons resultados alongo prazo e excelente qualidade de vida. No entanto, a morbilidade específica a longoprazo torna-se notória e necessita de ser analisada. A ocorrência frequente da dilataçãoda raiz da aorta e o desenvolvimento de Insuficiência aórtica (IAO) tem sido referido, maso impacto desta complicação tardia é ainda mal esclarecida.

Objectivo: Analisamos os nossos resultados a médio prazo, após OSA com ênfase espe-cial na incidência e progressão da IAO. O objectivo deste estudo foi o de determinar osfactores de risco associados com IAO.Material e Métodos: Estudo retrospectivo de doentes submetidos a OSA de Junho de 1998a Dezembro de 2009, sendo analisados os factores de risco nos casos com regurgitaçãoda válvula aórtica.

Resultados: Neste período foram operados, a OSA, 161 crianças, 106 masculinos e 55femininos com uma idade e peso médio respectivos de 1,5 meses (0.1m-17 m) e 3.3Kg(1,7 -10.7 kg). A mortalidade cirúrgica foi de 1,9%. (4 crianças). Dos 157 sobreviventes,91 eram portadores de TGA simples, 52 de TGA com CIV e 15 de anomalia de Taussig-Bing.Na alta hospitalar 15 % mostraram IAO ligeira progredindo para 21 % após um ano. Comum tempo médio de follow-up de 5,8 anos (0,25-11,5 anos) 100 doentes não apresen-tam IAO (63,6%), 48 têm IAO ligeira (30%), 7 doentes (4,45%) apresentam IAO moder-ada e 2 (1,27%) IAO grave, 1 dos quais requereu substituição valvular aórtica após 2 anosda OSA.Os factores de risco identificados por analise multivariada foram: anomalia de Taussig-Bing, presença de CIV, prévio banding da artéria pulmonar e idade superior a um anoaquando da cirurgia de OSA.Factor de risco independente por análise multivariada foi a presença de obstrução no trac-to de saída do ventrículo esquerdo (TSVE)

Conclusão: A incidência de IAO trivial ou ligeira após a OSA é considerável e a progressãocom o tempo é evidente. No entanto, a presença de IAO grave e a necessidade de re-intervenção é rara a médio prazo. Doentes, com CIV, anomalia de Taussig-Bing, com OTSVEe mais velhos, demonstraram um elevado risco de desenvolver IAO valorizável.A evolução da IAO sublinha a necessidade para a monitorização atenta, a médio e longoprazo, e a realização de mais estudos para clarificar estes factores de risco e possibilitar amodificação do timing cirúrgico nalguns doentes.

CO 102ENCERRAMENTO DE CANAL ARTERIAL NA INFÂNCIA - ABORDAGEM PERCUTÂNEA VERSUSCIRURGIA

LEONOR REIS BOTO1, NUNO CARVALHO2, ANA M. TEIXEIRA2, GRAÇA NOGUEIRA2, RUI FERREIRA2, RUI RODRIGUES2,JOSÉ PEDRO NEVES2, MIGUEL ABECASIS2, FERNANDO MAYMONE MARTINS2, RUI ANJOS2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O encerramento percutâneo do canal arterial (CA) é actualmente o métodode eleição em crianças e adultos. A experiência acumulada tem permitido a abordagempercutânea em doentes de idade e peso progressivamente mais baixos, até há poucotempo abordados exclusivamente pela cirurgia.

Objectivo: Análise comparativa do encerramento cirúrgico e percutâneo do CA em cri-anças com idade inferior a 2 anos.

Métodos: Revisão retrospectiva dos processos clínicos dos doentes com menos de 2 anossubmetidos a encerramento de CA, por via percutânea ou cirúrgica, entre Janeiro de 1998e Dezembro de 2009. Foram excluídos os RN pretermo de muito baixo peso com laquea-ção do CA em UCI neonatal.

Resultados: Neste período foram submetidas a cirurgia de CA isolado 78 crianças. Destas,68 correspondem a RN pretermo. Nos restantes 10 doentes a mediana de idade na cirur-gia foi 1,1 mês (15d-6m) e o peso mediano de 3,4 kg. Todos tinham sintomatologia deICC e anomalias cardíacas associadas, não abordadas nesta fase. Observou-se um caso decomplicação infecciosa minor e um doente foi submetido a cateterismo por leak residualsignificativo. A duração média do internamento foi 10 dias.Foram submetidos a cateterismo para encerramento de CA 154 doentes < 2 anos. A medi-ana de idade foi de 13 meses (1-23 meses), com peso mediano de 9,7 kg (3,6-14,6) e 11doentes tinham menos de 6 kg. Em 14% havia ICC e em 32% outras anomalias cardíacas.Em 20% existia outra patologia subjacente, sendo a mais frequente a trissomia 21 (n=7).O tipo de dispositivo utilizado mais frequentemente foi o Coil de libertação controlada(Cook) em 86%, seguido do Amplatzer Duct Occluder em 12%. A via de acesso preferen-cial foi a arterial (55%). Em 91% dos casos foi utilizado apenas um dispositivo. No segui-mento a longo prazo (3,1+3,3 anos), um doente necessitou de novo cateterismo por fluxoresidual. Ocorreram complicações minor em 7% dos casos, sendo a mais frequente o com-promisso circulatório do membro inferior (3%), que regrediu em < 24 horas em todos oscasos. Em 94% dos doentes o internamento foi de 1 dia.

Conclusão: A laqueação cirúrgica do canal arterial na infância é hoje em dia reservada adoentes de baixo peso, com grandes canais arteriais, em ICC. O encerramento percutâneodo canal arterial é possível na grande maioria dos doentes com < 2 anos de idade. Ambasas técnicas se revelaram seguras e eficazes, com menor tempo de internamento no encer-ramento percutâneo.

CO 103IMPLANTACÃO DE STENTS EM RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES: UMA REALIDADE ACTUAL

JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1, CONCEIÇÃO TRIGO1, LUÍS BAKERO1, ISABEL FRAGATA1, JOSÉ FRAGATA1, FÁTIMA

PINTO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Desde a introdução da septostomia de Rashkind que a intervenção per-cutânea assumiu um papel central no manejo das cardiopatias congenitas dos recémnascidos (RN) e lactentes. Neste grupo etário, a implantação de stents é limitada pela"estenose" iatrogénica que o seu diâmetro máximo impõe, necessidade de acesso vascu-lar de grandes dimensões e dificuldades técnicas relacionadas com o tamanho dosdoentes e materiais disponíveis. Contudo, o progresso da tecnologia e conhecimento per-mitiu alargar a oferta destes procedimentos a sub-grupos seleccionados de RN elactentes.

Objectivos: Reportar a experiencia do nosso centro na implantação de stents em RN elactentes com cardiopatia congénita.

Material e Metodos: Avaliacao retrospectiva dos processos clínicos dos RN e lactentesque foram submetidos a implantacao de stents, com especial enfoque nos dados doscateterismos.

Resultados: Nos últimos dez anos, foram implantados 12 stents em nove doentes (qua-tro do sexo masculino), com idade mediana de 23 [10 - 142] dias. Os diagnósticos foramde síndroma de coração esquerdo hipoplásico (4), cardiopatia cianótica paliada com anas-tomose sistémico-pulmonar (3), atrésia da pulmonar com septo intacto (1) e truncus arte-riosus operado. O acesso vascular foi a veia femoral (2), a artéria femoral (5) ou o troncoda artéria pulmonar (5). A implantação de stent, em todos os casos com intenção palia-tiva, foi no canal arterial (6), em anastomose sistémico-pulmonar (4) ou ramo da artériapulmonar (1). Os stents tinham um diâmetro mediano de 6.2 [4 - 8] mm. Em todos osprocedimentos, realizados sob anestesia geral, se obteve sucesso imediato. As compli-cações registadas foram embolização precoce com remoção cirúrgica (1), hipofunciona-mento precoce (2), arritmias (3) e necessidade de transfusão electiva (3). Com um segui-mento mediano de 23.1 [0.6 - 143] meses, oito doentes encontram-se vivos e sem lesõesresiduais significativas, tendo cinco sido submetidos a cirurgias ulteriores que incluíramremoção ou laqueação do stent. Não se verificou hipofuncionamento tardio do stent emnenhum doente.

Conclusões: A implantação percutânea de stents constitui uma opcao paliativa util, eficaze segura em grupos seleccionados de RN e lactentes. A evolução tecnológica, criteriosaselecção de doentes, planeamento antecipado e abordagem multidisciplinar permitiramassegurar o sucesso das intervenções realizadas no nosso centro.

CO 104PRIMEIRO E SEGUNDO ESTÁDIOS DE ABORDAGEM HÍBRIDA PARA A SÍNDROME DOCORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO

LUÍS BAKERO1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1, FILIPA PARAMÉS1, ISABEL FREITAS1, MÓNICA REBELO1, CONCEIÇÃO

TRIGO1, ISABEL FRAGATA1, JOSÉ FRAGATA1, FÁTIMA PINTO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Apesar de progressos cirúrgicos recentes, a síndrome do coração esquerdohipoplásico (SCEH) permanece uma das cardiopatias congénitas com maior morbi-mortal-idade. Neste contexto, o tratamento híbrido, combinando uma abordagem cirúrgica e per-cutânea, tem constituído uma opção na abordagem desta patologia. A experiênciaMundial com esta modalidade permitiu desenvolver uma técnica fiável e reprodutívelpara a paliação do SCEH.

Objectivo: descrever a experiência dos autores com os primeiro e segundo estadios deprocedimento híbrido paliativo para o SCEH.

Material e Métodos: Revisão dos dados clínicos colhidos prospectivamente em doentescom SCEH submetidos a primeiro ou segundo estadio de paliação híbrida. O primeiro esta-dio consiste no banding selectivo das artérias pulmonares esquerda e direita, alargamen-to da comunicação interauricular e implantação de stent no canal arterial. O segundo esta-dio consiste na reconstrução do arco aórtico e anastomose de Glenn.

Resultados: A abordagem híbrida foi efectuada em quatro doentes, todos com diagnós-tico pré-natal de SCEH. O procedimento híbrido foi efectuado na segunda semana de vida,decorrendo sem complicações, com extubação em menos de 48 horas e suporte inotrópi-co baixo. A presença de septo interauricular íntegro ou restritivo condicionou a necessi-dade de alargamento percutâneo e/ou cirúrgico. Após o primeiro estadio, ocorreramintercorrências médicas significativas transitórias resolvidas à data da alta, sem sequelas.Com um seguimento mediano de 9.6 [0.5 - 29.6] meses, três doentes tiveram umaevolução favorável, dois submetidos e um aguardando clinicamente bem o segundo esta-dio. Registou-se um óbito precoce num doente por hipofuncionamento do stent.

Conclusão: esta experiência suporta o interesse da paliação híbrida no SCEH, com resul-tados a médio e longo prazo que permanecem por determinar.

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 14H30-15H30ANFITEATRO MÁRIO MOREIRA | PRÉMIO MANUEL MACHADO MACEDO - CEMMM/SPC

CO 105CIRURGIA AÓRTICA EM DOENTES INOPERÁVEIS OU DE ALTO RISCO - EXPERIÊNCIA INICIALCOM PRÓTESES TRANSAPICAIS

SÉRGIO BOSHOFF1, JOSÉ PEDRO NEVES1, RUI CAMPANTE TELES1, JOÃO BRITO1, CARMO CALQUINHA1, REGINA

RIBEIRAS1, MANUEL CANADA1, ANICETO SILVA1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A implantação de prótese valvular aórtica transapical constitui uma modali-dade terapêutica da estenose aórtica que começou em 2006. Doentes com elevado riscooperatório ou com contra-indicações formais para a cirurgia convencional poderão ter,nesta abordagem, a hipótese de resolução do seu quadro clínico.

Material e Métodos: Iniciámos o programa em Fevereiro de 2009 tendo sido interven-cionados 13 doentes (8 homens) com idades compreendidas entre os 57 e os 91 anos(média: 81±8). Em média, os doentes apresentavam gradientes máximos de78,5±15,3mmHg e médios de 45,5±9,4mmHg, com áreas médias de 0,72±0,18cm2.Intervencionámos doentes por 2 critérios distintos: o dos doentes de alto risco (n=9) comEuroscore médio 35±17, e o dos doentes com contra-indicações para cirurgia convencional(n=4) com Euroscore médio 14±6. Seis doentes eram reoperações cardíacas e 5 doentestiveram intervenção coronária percutânea antes da implantação. Um doente, por terprótese aórtica biológica degenerada, teve implantação valve-in-valve. Os procedimentosdecorreram com o doente sob anestesia geral, com o apoio radiológico e ecocardiográfi-co; os primeiros 6 casos foram tutelados.

Resultados: Ocorreu um óbito durante a indução anestésica. Foi necessário recorrer aassistência circulatória femoro-femoral (20minutos) pós implantação em 1 doente.Verificaram-se dois episódios de BAVC com necessidade de pacemaker provisório, umdoente colocou pacemaker definitivo. A permanência média na UCI é 44 horas com umtempo médio de ventilação de 21 horas; 5 doentes foram extubados na sala. A hemorra-gia pós-operatória foi de 427±295ml. O internamento médio é de 8 dias. Na alta, 2doentes têm insuficiência aórtica residual grau I e II. O seguimento é de 0,16 a 10 meses(média 3,6±3). Todos os doentes se encontram em classe funcional I ou II. Ocorreram 2reinternamentos, 1 doente por Infecção urinária e outro por complicações de anticoagu-lação.

Conclusão: Os resultados iniciais obtidos na nossa experiência confirmam o carácterpromissor desta técnica. A sua aplicabilidade a outros grupos de doentes aórticos vaidepender da durabilidade da prótese.Nota: pretendemos concorrer com o presente trabalho ao Prémio Manuel MachadoMacedo - CEMMM/SPC

CO 106ESTUDO PROSPECTIVO ALEATORIZADO DA PERMEABILIDADE DOS ENXERTOS AORTO-CORONÁRIOS COM E SEM CIRCULAÇÃO EXTRACORPORAL

MIGUEL SOUSA UVA1, FERNANDO MATIAS1, ARMINDO MESQUITA1, JOSÉ BAU2, PEDRO ALBINO1, MANUEL PEDRO

MAGALHÃES1

(1Hospital da Cruz Vermelha, 2Hospital da Força Aérea)

Objectivo: Comparar a permeabilidade dos enxertos aorto-coronários realizados sem CEC(Off-Pump) e com CEC (On-Pump) em doentes com doença coronária multivasos.

População e Métodos: Cento e cinquenta doentes, com doença coronária multivasos, eindicação para uma primeira revascularização cirúrgica do miocárdio, foram aleatorizadospara cirurgia de bypass aorto-coronário Off-Pump (n=75) e On-Pump (n=75). Os critériosde exclusão foram os doentes com inotrópicos, ou ventilação assistida, a necessidade deprocedimentos associados, a fibrilhação auricular, ou um nível de creatinina sérica 1,5vezes superior ao valor normal. A permeabilidade foi avaliada por tomografia computo-rizada com multidetectores 16 cortes, 5 semanas após a cirurgia. O número de efectivosfoi calculado para detectar uma diferença de permeabilidade de + ou - 5% entre os gru-pos com um erro ‚ de 0,8 e um erro · de 0,05. A permeabilidade entre grupos foi analisa-da por enxerto, com os testes de Fisher ou o teste de �2,

Resultados: Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nas caracterís-ticas demográficas nem no EuroScore logístico (3,6% versus 3,7%) entre os grupos Off--Pump e On-Pump. Foi realizada uma média de 3,55±0,60 e 3,51±0,64 enxertos pordoente, respectivamente, no grupo Off-Pump e On-Pump (p=0,7). Não houve mortalidadehospitalar ou mortalidade aos 30 dias neste estudo. Não se observou diferença, estatisti-camente significativa, entre os grupos, no tempo de internamento, nem na taxa de com-plicações pós-operatórias (enfarte do miocárdio, AVC, reoperação, insuficiência renal,infecção profunda do esterno, fibrilhação auricular e transfusão sanguínea), com excepçãodo valor de CK-MB às 6h (p=0,01) e utilização de dopamina (p=0,05) que foram superi-ores no grupo On-Pump. A taxa de permeabilidade, por enxerto, 5 semanas após a cirur-gia, foi inferior no grupo Off-Pump (p=0,03) (Tabela). A percentagem de doentes com umou mais enxertos ocluídos no grupo Off-Pump (26,7%) foi superior à do grupo On-Pump(12,9%) (p=0,04).

Conclusão: Nas condições deste estudo, o método Off-Pump, permitiu uma revasculariza-ção igualmente completa, resultados clínicos semelhantes, mas uma permeabilidade dosenxertos inferior aquela obtida com a técnica On-Pump. A causa desta diferença da taxade permeabilidade dos enxertos deve ser objecto de estudos complementares.

Permeabilidade Off Pump On Pump p

Todos Enxertos 90% 95% 0,03Veia Safena 86% 93% 0,09Mamária Interna 94% 97% 0,35Radial 86% 94% 0,42

CO 107VIABILIDADE DA CIRURGIA DE ROSS - EXPERIÊNCIA DE 15 ANOS

CARLOS PINTO1, DAVID PRIETO1, MANUEL ANTUNES1

(1 Hospitais da Universidade de Coimbra)

Objectivo: Apesar da complexidade da técnica, a cirurgia de Ross continua a ser umasolução real para a doença valvular aórtica em determinados grupos etários. Avaliámos osresultados a longo prazo da cirurgia de Ross nos doentes operados neste Centro.

Materiais e Métodos: De 1994 a 2009, 45 doentes, com média de idades de 17 anos (7 meses a 38 anos), 64% (29) do sexo masculino, foram submetidos à Cirurgia de Ross.Em 56% (24), havia insuficiência valvular aórtica. Em 19 casos (42%) a valvulopatia erade origem congénita, em 10 (22%) infecciosa e em 18% degenerativa ou reumática. Em7 doentes já tinha sido realizada valvuloplastia aórtica. Em 12 casos foram realizados pro-cedimentos cirúrgicos associados. O tempo médio de clampagem aórtica foi 74 minutos(44-119 minutos) e o tempo médio de circulação extracorpórea de 128 minutos (98-200minutos). O período médio de internamento foi 12 dias (7 a 48 dias).

Resultados: Não houve mortalidade hospitalar nem tardia. Actualmente, 38 doentes(80%) apresentam insuficiência valvular aórtica mínima ou ligeira e 4 apresentam insufi-ciência valvular aórtica moderada a severa. Durante o período de seguimento, 3 doentesforam reoperados por insuficiência aórtica severa. Dois doentes apresentam gradienteaórtico superior a 20 mmHg. 97,8% dos doentes apresentam insuficiência do homoenx-erto pulmonar não significativa e um apresenta insuficiência moderada. Um doentenecessitou de substituição do homoenxerto pulmonar, por insuficiência pulmonar severa,12 anos depois da cirurgia inicial. O gradiente pulmonar é superior a 30 mmHg em 6,7%dos doentes. 43 (95,6%) doentes encontram-se em classe I de NYHA e 2 encontram-seem classe II de NYHA, mesmo com ajustamento terapêutico. Excluindo os doentes cominsuficiência valvular aórtica severa, os restantes apresentaram melhoria da dilatação doventrículo esquerdo. 11 (24,4%) doentes apresentam dilatação da raiz da aorta, aneuris-mática num deles. Não foi detectada nenhuma intercorrência cardiovascular durante operíodo de seguimento.

Conclusão: A operação de Ross não tem um acréscimo na mortalidade cirúrgica emrelação à substituição valvular aórtica. O comportamento hemodinâmico e a sua vitali-dade são apropriados para doentes pediátricos e jovens. Nos indivíduos com um estilo devida especialmente activo, na endocardite, na contraindicação à anticoagulação ou emsituações onde as condições médico-sanitárias sejam precárias, esta solução cirúrgica éespecialmente atractiva.

NOTAS

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Domingo, 11 Abril de 2010 | 09H00-10H30SALA DAVID VON BONHORST | RISCO TROMBOEMBÓLICO: "VELHAS" E NOVAS METODOLOGIAS

CO 108SCORES DE RISCO TROMBOEMBÓLICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR: FACILITADORES OUINDUTORES DE CONFUSÃO?

FILIPA GÂNDARA1, HÉLDER DORES1, ROSA CARDIGA1, RICARDO FERREIRA1, INÊS ARAÚJO1, ANA ABREU1, ANA

LEITÃO1, CÂNDIDA FONSECA1, FÁTIMA CEIA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: A Fibrilhação Auricular (FA) não-valvular é um factor de risco independentepara a ocorrência de eventos tromboembólicos, sobretudo de acidente vascular cerebral(AVC). Este risco, variável de doente (D) para D, influencia a escolha da terapêuticaantitrombótica profilática. Vários scores clínicos para a predição de AVCs em D com FA têmsido desenvolvidos. Objectivo: Estratificação do risco tromboembólico em D com FA não-valvular de acordo com quatro scores de estratificação de risco tromboembólico.Métodos: Análise retrospectiva de D admitidos consecutivamente com o diagnóstico deFA não-valvular - DRG: ICD-9-CM (427.31/32), durante um ano. O risco tromboembólicofoi estratificado em elevado, moderado ou baixo, de acordo com os scores: CHADS2,American College of Chest Physicians (ACCP), Birmingham/NICE e das Recomendaçõesdos ACC/AHA/ESC. Resultados: Durante o período do estudo foram admitidos 163 D como diagnóstico de FA não-valvular, m=77.8 ± 9.8 anos, 58.3% do sexo feminino. As comor-bilidades mais prevalentes foram a hipertensão arterial (65.8%) e a insuficiência cardía-ca (60.9%). O AVC prévio ocorreu em 12.3% dos D e a mortalidade intrahospitalar foi de8.6% (14 óbitos). A distribuição dos D de acordo com o risco tromboembólico encontra-serepresentada na tabela abaixo. Verificou-se uma diferença estatisticamente significativana distribuição dos D pelos vários scores e classes de risco: no risco moderado entre oCHADS2 vs Birmingham/NICE (p<0,001) e ACC/AHA/ESC vs ACCP (p=0,022), no risco ele-vado entre o CHDS2 vs Birmingham/NICE (p<0,001).

Conclusões: Os diferentes instrumentos para a estratificação de risco na FA conduzem agraus de risco discordantes num mesmo doente, com decisões terapêuticas diferentes eprovável impacto prognóstico. Será necessário desenvolver um instrumento mais consen-sual de forma a uniformizar a atitude na prática clínica.

ACC/AHA/ESC CHADS2 ACCP Birmingham/NICERisco baixo 0 1,8 1,8 1,2Risco moderado 16,0 57,7 0,6 12,9Risco elevado 84,0 45,0 97,5 67,5

Distribuição dos D de acordo com a estratificação do risco tromboembólico (%)

CO 109PODERÁ O SCORE CHADS2 PREDIZER MORTALIDADE A CURTO E MÉDIO-PRAZO EMDOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA?

ANA LOUSINHA1, ANA TERESA TIMÓTEO1, BRUNO TERENO VALENTE1, NINEL SANTOS1, JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA1,MARIA LURDES FERREIRA1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O score CHADS2 permite predizer a ocorrência de acidente vascular cerebralem doentes com fibrilhação auricular, utilizando para isso variáveis simples e que identi-ficam doentes com risco aumentado de doenças cardiovasculares.Objectivos: Avaliar se o score CHADS2, um score simples de obter na admissão, poderápredizer a ocorrência de mortalidade intra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano deseguimento em doentes admitidos por síndrome coronária aguda, comparando com umscore já estabelecido (GRACE), mas com variáveis nem sempre disponíveis no momentoda admissão.

Métodos: Avaliámos o score CHADS2 e GRACE em 1359 doentes consecutivos admitidosna nossa Unidade por Síndrome Coronário Agudo entre Janeiro 2005 e Novembro 2008.Foram avaliadas características clínicas da admissão, variáveis demográficas, laboratoriais,medicação em internamento e a mortalidade intra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiroano de seguimento. Os doentes foram divididos em risco baixo, intermédio e alto para osdois scores: <2, 2-3 e >3 para o score CHADS2; <126, 126-154 e > 154 para o score GRACE.

Resultados: A idade média dos doentes é de 64 ± 13 anos, 69% sexo masculino. As taxasde mortalidade intra-hospitalar, aos 30 dias e ao 1º ano, foram de 6,3%, 7,9% e 9,1%,respectivamente. Para a mortalidade intra-hospitalar, o score GRACE foi mais eficaz (AUC0,88, IC 95% 0,84-0,92, p<0,001) do que o CHADS2 (AUC 0,68, IC 95% 0,63-0,73,p<0,001), embora este tivesse revelado uma acuidade preditiva razoável. O mesmo severificou para a mortalidade aos 30 dias (AUC 0,84, IC 95% 0,80-0,88, p<0,001 paraGRACE e AUC 0,67, IC 95% 0,62-0,72, p<0,001 para CHADS2) e para a mortalidade no 1ºano (AUC 0,83, IC 95% 0,79-0,87, p<0,001 para GRACE e AUC 0,70, IC 95% 0,65-0,74,p<0,001 para CHADS2). Por análise multivariada, o score CHADS2 é factor predizente inde-pendente de mortalidade intra-hospitalar (OR 1,40, IC 95% 1,15-1,70, p<0,001), aos 30dias (OR 1,41, IC 95% 1,19-1,68, p<0,001) e ao 1º ano (OR 1,55, IC 95% 1,32-1,83,p<0,001).

Conclusão: O score CHADS2 na admissão permite predizer a ocorrência de mortalidade acurto e médio-prazo após síndrome coronária aguda, embora com menor acuidade do queo clássico score de GRACE. Contudo, permite uma predição de risco muito simples, pura-mente clínica e realizada imediatamente na admissão do doente, ao primeiro contactomédico.

CO 110ANTICOAGULAÇÃO ORAL APÓS TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EM DOENTES SEM FAC-TOR CAUSAL IDENTIFICADO

HÉLDER DORES1, SÍLVIO LEAL1, INGRID ROSÁRIO1, LUÍS BRONZE CARVALHO1, JOSÉ MONGE1, MARIA JOÃO CORREIA1,ANA LEITÃO1, ISABEL ARROJA1, CÂNDIDA FONSECA1, ANA ALEIXO1, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2CentroHospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TP) é uma emergência cardiovascular relati-vamente frequente, na qual a anticoagulação oral (ACO) tem implicações prognósticasimportantes. Contudo, persiste ainda alguma indefinição e controvérsia quanto à duraçãoda ACO nos doentes (D) sem factor causal identificável (FCI).

Objectivo: Avaliar o prognóstico de D admitidos por TP inaugural sem FCI para os end-points: mortalidade global (E1) e o endpoint combinado TP recorrente, mortalidade glo-bal ou reinternamento global (E2) de acordo com a duração da ACO: < ou ≥ 12 meses (M).

Metodologia: Estudo retrospectivo de 91 D admitidos consecutivamente com o diagnós-tico de TP inaugural durante um período de 3,5 anos. Selecção dos D com TP sem FCI ecomparação, neste último grupo, dos D sob ACO durante <12 e ≥ 12 M para E1 e E2,durante um follow-up médio de 464 ± 381 dias.

Resultados: Dos 91 D estudados, 38,5% apresentavam FCI, sobretudo repouso no leitosuperior a três dias (24,2%) e fractura óssea (11%), 19,8% neoplasia e 41,8% dos casosnão apresentavam FCI. Neste último grupo de D, m=70,2 ± 13,3 anos, 52,6% eram home-ns, com elevada prevalência de factores de risco cardiovascular: hipertensão arterial(81,6%), dislipidemia (36,8%), tabagismo activo (21,1%), diabetes mellitus (10,5%) ehistória familiar de doença coronária (10,5%). Nestes D a taxa de mortalidade aos três Mde follow-up foi 18,4% e dos sobreviventes, 25,8% fizeram ACO <12 M e 67,7% ≥ 12 M.Durante o período de follow-up não existiram recorrências de TP. Comparando os D quefizeram ACO durante <12 e ≥ 12 M verifica-se uma sobrevida tendencialmente superiornaqueles com ACO ≥ 12 M para E1 e significativamente superior para E2 no mesmo grupode D.

Conclusão: Na amostra estudada verificámos que nos D com TP sem FCI houve benefíciona ACO durante mais que um ano. Estefacto reforça a importância do pro-longamento da ACO, num grupo de D,onde as Recomendações permanecempouco claras.

CO 111PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE AVC NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR. RESULTADOS A MÉDIOPRAZO DA ABORDAGEM CIRÚRGICA

JOÃO QUEIROZ E MELO1, GIOVANNA KOUKOULIS1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Titulo: Prevenção secundária de AVC na fibrilhação auricular. Resultados a médio prazo daabordagem cirúrgica

Introdução: Em doentes com fibrilhação auricular e AVC há uma grande probabilidade dehaver repetição de acidente embólico, apesar da instituição de terapêutica anticoagu-lante. Além disso, há muitos doentes em que o tratamento anticoagulante não érecomendado, ou que não é cumprido pelo doente. Estes doentes de alto risco beneficia-riam de uma prevenção secundária de AVC, recorrendo a exclusão do apêndice auricularesquerdo e ablação da fibrilhação auricular.

Material e métodos: Entre 2003 e 2009, operámos 38 doentes, com fibrilhação auriculare AVC prévio. As médias de idades eram de 63 ± 12 anos (de 30 a 83 anos). Vinte e qua-tro doentes eram do sexo masculino. Destes, 13 tinham valvulopatia ou coronariopatiaconcomitante pelo que foram operados com circulação extracorporal (CEC). Todos osrestantes, com fibrilhação auricular isolada, foram operados sem CEC. Em 5 doentes aintervenção foi realizada por videotoracoscopia. Em todos os doentes o apêndice auricu-lar esquerdo foi excluído, e em 18 excisado. Os procedimentos associados foram: cirurgiamitral (10), aórtica (1), tricúspide (2), revascularização coronária (4), e redução de volumeda AE (1).O risco previsível de repetição de AVC ou morte para este grupo de doentes, avaliado peloCHADS score, era de 4,6-7,3 %/ano.

Resultados: Faleceram 2 doentes no perioperatório.No pós-operatório imediato não houve outras complicações significativas. A duração dointernamento foi em média de 11 ± 6 dias.Durante um follow-up médio de 26 ± 25 meses, mínimo de 1 e máximo de 80 meses,verificaram-se 2 AVC e 2 mortes de causa não cardíaca.Em 5 doentes foi possível interromper o tratamento anticoagulante.A taxa linearizada de AVC que se verificou foi de 1,3 % /ano.

Conclusões: Os nossos resultados demonstram que a abordagem cirúrgica para a pre-venção secundária de AVC na fibrilhação auricular, tem resultados tardios substancial-mente melhores que o tratamento médico, e deve ser oferecida a doentes de alto riscode repetição de AVC.

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I-41

CO 112INITIAL IBERIAN EXPERIENCE WITH THE WATCHMAN LEFT ATRIAL APPENDAGE SYSTEMFOR STROKE PREVENTION IN ATRIAL FIBRILLATION

E. INFANTE DE OLIVEIRA1, LUÍS CARPINTEIRO1, SUSANA ROBALO MARTINS1, ANA G. ALMEIDA1, JOÃO DE SOUSA1,P. CANAS DA SILVA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Objectives: Report the first Iberian experience of implanting a device in the left atrialappendage (LAA) in patients with non-valvular atrial fibrillation (AF) to prevent throm-boembolic stroke.

Background: Meta-analyses confirmed that in cases of left atrial thrombus in non-rheumatic AF patients approximately 90% of them are in the LAA. The WATCHMAN LeftAtrial Appendage System (Atritech Inc., Plymouth, Minnesota) is a nitinol device implant-ed percutaneously to seal the LAA and prevent thromboembolic stroke, tested in the ran-domized trial PROTECT-AF.

Methods: Patients with non-valvular AF, CHADS2 score >1 and contra-indication for oralanticoagulation due to hemorrhagic risk, were selected for implantation of the device.Informed consent was obtained. Transesophageal echocardiogram (TEE) was performedprior to the procedure to confirm adequate anatomy and exclude LAA thrombus. The pro-cedure was performed under general anesthesia and TEE guidance. Control TEE at the 45thday is programmed and patients will cease the anticoagulation regimen if adequate LAAsealing is conformed.

Results: Five patients (four men) were selected and underwent device implantation.Mean age was 67 ± 10 years. Mean CHADS2 score 2.8 [2-4]. A device was successfullyimplanted in all patients. Mean device size was 27 ± 4 mm. A mean of 1.6 devices wereused per patient. The procedure duration was 125 ± 24 minutes. Mean follow-up was 32± 4 days. One cardiac tamponade occurred immediately after the procedure and was man-aged with percutaneous drainage. Device embolization, air embolism, stroke, transientischemic attack, death or other major events were not reported. All patients are comply-ing with the 45-day program of anticoagulation (3 warfarin; 2 enoxaparin).

Conclusions: Percutaneous LAA closure with the WATCHMAN system is feasible using sim-ilar setting and resources to an atrial septal defect closure procedure.

CO 113ANGIO-TAC TORÁCICA NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR: DIAGNÓSTICO E ESTRATIFICAÇÃO DERISCO NUM SÓ EXAME

RUI BAPTISTA1, INÊS SANTIAGO1, ELISABETE JORGE1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, PAULO MENDES1, GRAÇA CASTRO1, PEDRO

MONTEIRO1, CASEIRO-ALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A tomografia axial computorizada torácica com contraste (angio-TAC) utilizadapara o diagnóstico de tromboembolia pulmonar (TEP) permite avaliar as dimensões dos ven-trículos esquerdo (VE) e direito (VD) mas não fornece quaisquer informações sobre a suafunção. Um dos índices mais simples e reprodutíveis que se podem obter é a razão entre oeixo curto do VD sobre o eixo curto do VE, cujo valor normal é ≤0,9.

Objectivos: Avaliar o desempenho da angio-TAC, quando utilizada num serviço de urgência(SU), na avaliação prognóstica de doentes com TEP.

População e métodos: Estudaram-se 39 doentes com TEP, entre 2005 e 2008, consideradapelo médico assistente com gravidade clínica suficiente para internamento em unidade decuidados intensivos. Todos os doentes efectuaram angio-TAC no SU como parte do processodiagnóstico. Estas foram revistas por um único radiologista que avaliou a razão VD/VE nosplanos torácicos transversos. A população foi dividida em dois grupos: A, com razão VD/VE<1,5 e B, com razão VD/VE ≥1,5. Foram colhidos dados clínicos, laboratoriais, ecográficos e foiefectuado um seguimento clínico com uma duração mediana de 14,7 (9,0-22,3) meses.

Resultados: Não se observaram diferenças significativas relativamente à idade (grupo A:53,4±19,9 vs. grupo B: 63,0±18,8 anos, p=0,139), antecedentes patológicos ou factores derisco para TEP. Relativamente às variáveis laboratoriais à admissão, o grupo B apresentavamenores pressões parciais de CO2 (30,4 vs. 35,7 mmHg, p=0,003 e [HCO3-] (20,4 vs. 23,4mmol/L, p=0,09) e valores mais elevados de glicémia (173,8 vs. 137,6 mg/dL) e troponina I(0,25 vs. 0,10 ug/dL), apesar de não estatisticamente significativos. O ECG era normal em39,9% dos doentes do grupo B, comparativamente a 61,1% dos doentes do grupo A(p=0,018). Foram observados marcadores de maior gravidade ecográfica nos doentes dogrupo B, nomeadamente a pressão sistólica da artéria pulmonar (59,3 vs. 40,7mmHg,p=0,008) e presença de disfunção/dilatação do ventrículo direito (35,7 vs. 64,3%, p=0,163).A maioria dos doentes foi submetidos a fibrinólise (84,6%). A nível prognóstico não ocorreunenhuma morte intra-hospitalar ou durante o período de seguimento clínico nos doentes comrazão VD/VE <1,5, enquanto que no grupo B ocorreram 5 mortes (0,0 vs. 21,7%, p=0,016). Oc-statistic da razão VD/VE foi de 0,779, com um valor p do teste de Hosmer-Lemeshow de0,594. Se assumido um cut-off de 1,8, o valor preditivo negativo da razão VD/VE foi de 96,3%.

Conclusões: A estratificação de risco é um passo fundamental na avaliação do doente com TEP.Neste estudo demonstrou-se a boa calibração e discriminação da razão VD/VE e o seu eleva-do valor preditivo negativo para morte intra-hospitalar e durante o período de seguimentoclínico. Estes dados suportam a utilização deste indicador no processo dinâmico de avaliaçãodo doente com TEP e sua integração nos algoritmos de decisão clínica.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 09H00-10H30SALA EDUARDO COELHO | PRÉMIO JOVEM INVESTIGADOR EM INVESTIGAÇÃO BÁSICA

CO 114IS ELECTROMECHANICAL MAPPING HELPFUL IN MONITORIZATION OF ISCHEMIC BURDENAFTER STEM CELLS INTRAMYOCARDIAL THERAPY? COMPARISON WITH MAGNETIC CAR-DIAC IMAGING

RUBEN RAMOS1, ATSUHIKO KAWAMOTO2, HIRAM BEZERRA3, HIROYUKI KYONO4, SATOKO TAHARA3, EMILE MAHANA3, MOTAZ

BAINBARS3, CHADI ALRAIES3, RUI FERREIRA1, MARCO COSTA3

(1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2RIKEN Kobe Institute, Centerfor Developmental Biology, Japan, 3University Hospitals Case Medical Center, Cleveland, OH, USA,4Case Western Reserve University, Cleveland, OH, USA)

Background: Stem cell and gene therapy (GTx) are being used in patients with cardiac chronicischemia with variable degree of success. Repeated interventions have been found to improveresults in selected cases. NOGA left ventricular electromechanical mapping (EMM) is used to dis-tinguish among infarcted, ischemic, and normal myocardium and maybe useful to guide theseprocedures. However data on NOGA effectiveness in monitoring therapy success over time anddirect comparison with standard methods are under examination.

Purpose: We investigated the role of percutaneous LV EMM (NOGA) to monitor physiologicalchanges in hibernating myocardium in pig models undergoing GTx as compared to cardiac mag-netic resonance imaging (MRI).

Methods: A total of 17 anesthetized pigs were instrumented with an ameroide constrictor aroundthe circumflex artery (LCX). After 1 month, comprehensive cardiac MRI was performed followedby NOGA-guided intramyocardial GTx. NOGA and MRI were repeated after 6 months to followresponse to therapy. NOGA mapping consisted of measurements of voltages and local linearshortening (LLS) in each myocardium segment. Hibernation was considered to be present in seg-ments meeting pre-specified criteria: unipolar voltage > 3mv and LLS between 3 and 7%. MRIassessment consisted of the following quantifications: global systolic function and per segmentregional wall thickening [WT} (centerline model); scar (gadolinium delayed enhancement); andabsolute blood flow (deconvolution method of the first pass gadolinium perfusion curves in adedicated software program).

Results: The extent of segments with infarction did not change significantly between the 2observations (12 ± 2% vs. 14 ± 3.1%, p=ns) nor did the ejection fraction (baseline 45.8 ± 5.5%;mean absolute increase 2.3%, p = ns). The area of myocardial hibernation by NOGA significantlydecreased from baseline (22.1 ± 14%) to the 6th month follow up (2.3 ± 2.1%, p < 0.01).Conversely, per MRI the proportion of segments with abnormal WT have not changed significant-ly from baseline [30 ± 5 %) to follow up (32 ± 7%, p = ns) nor had the resting blood flow (0.69±0.2 to 0.71 ml/min/g, p = ns). However, when considering only viable segments which didimprove between observations, NOGA correlated well with MRI (r = 0.82) when both coronaryflow reserve (CFR) and WT improved but just modestly when only blood flow (but not WT)improved (r = 0.51).

Conclusions: Despite a significant improvement on NOGA parameters this was not reflected ondetailed MRI analysis. The complex physiology of the hibernating myocardium may be more suitablefor MRI comprehensive quantitative assessment as improvement in myocardial blood flow afterintramyocardial gene therapy may not be always accompanied by changes in regional wall function.

CO 115INCREASE IN CIRCULATING ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS BY STATINS IN ACUTE CORO-NARY SYNDROMES

NATÁLIA ANTÓNIO1, FÁTIMA SARAIVA1, CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, ROSA FERNANDES1, ARTUR PAIVA2, SÍLVIA

MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, PEDRO MONTEIRO1, CARLOS FONTES RIBEIRO1, LINO GONÇALVES1, MÁRIO

FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra, 2Centro de Histocompatibilidade do Norte)

Background: Endothelial progenitor stem cells (EPCs) are a type of stem cells that aremobilized to the peripheral circulation in response to ischemia, playing a crucial role in vas-cular repair. Statins have been shown to stimulate EPCs. However, its impact in EPCsresponse to Acute Coronary Syndromes (ACS) has not been studied.

Aim: Our work aimed to: 1) assess the levels of circulating EPCs in non diabetic and diabet-ic patients with ACS and to compare them to healthy controls; 2) to investigate whetherprevious statin treatment improves EPCs response to ACS.

Methods: Human EPCs were analysed in peripheral blood of 20 consecutive patients withACS and 6 healthy control subjects. Circulating EPCs were quantified by flow cytometry(FACSCANTO II, Becton Dickinson) using 5 directly conjugated antibodies against humanFITC-conjugated CD34, PE-conjugated KDR, APC-conjugated CD133, APC-Cy7-conjugatedCD45 and PE-Cy5-conjugated CXCR4. We determined the number of CD34/KDR and ofCD133/KDR double positive cells.

Results: Levels of CD34+/KDR+ and CD133+/KDR+ tended to be higher in ACS patientscompared to controls, despite the absence of cardiovascular risk factors in controls(0.00152±0.00119% vs 0.00092±0.00040%, p=0.065 and 0.00035±0.00048% vs0.00013±0.00008% of total events, p=0.067). In addition, in ACS patients we found a pos-itive correlation between admission troponin I levels and CD34+/KDR+ cells (r= 0.507,p=0.022). Interestingly, there were no significant differences in the number of CD34+/KDR+or CD133+/KDR+ between diabetics and non diabetics. However, fasting glycemia wasinversely correlated with the more immature population of EPCs (CD133+/KDR+) (r=-0.998,p=0.037). Previous statin use was associated with significantly higher levels ofCD133+/KDR+ in ACS patients (0.00054 ± 0.00061% vs 0.00016 ± 0.00020%, p=0.024).

Conclusion: In conclusion, these preliminary results suggest that ischemia is a potent stim-ulus for EPCs mobilization andthat hyperglycemia deregu-lates EPCs response. Statintreatment seems to enhancethe mobilization of the moreimmature EPCs, what rein-forces the importance to startthis therapy as soon as possi-ble in ACS patients.

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I-42

CO 116ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM SISTEMA DE NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA:COMPARAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE CATETERES

PEDRO CARMO1, DIOGO CAVACO1, KATYA REIS SANTOS1, SUSANA MARCELINO1, PEDRO ADRAGÃO1

(1Hospital da Luz)

Introdução: A ablação de fibrilhação auricular (FA) por Navegacão Magnética (NM) comcatéter de 4 e 8 mm não irrigados (CNI) mostrou resultados não inferiores aos da ablaçãocom navegação convencional. Por outro lado os cateteres irrigados (CI) têm demonstradoser mais eficazes que os CNI.

Objectivo: Actualizar ao fim de 165 procedimentos os nossos resultados de ablação de FApor NM com CI, comparando com o resultados com CNI de 8 mm.

População e Métodos: Entre 6/2007 e 12/2009 efectuaram-se 165 ablações com NM(NIOBE) em doentes com fibrilhação auricular. Excluímos desta análise os primeiros 18casos (todos CNI), pois fazem parte da curva de aprendizagem inicial da NM, o que resul-ta num total de 62 casos efectuados com CNI de 8mm (Navistar 8 mm RMT) e 85 casoscom CI (Navistar Thermocool RMT). Os procedimentos consistiram no isolamento bilateraldas veias pulmonares, confirmado com cateter circular duodecapolar e lesões suple-mentares nos casos de FA permanente, de reablação e em presença de flutter auricular.Os tempos do procedimento, de exposição a fluoroscopia, de construção do mapa elec-troanatómico (CARTO), do uso total de CARTO e de aplicação de energia de radiofrequên-cia (RF) foram comparados entre os dois grupos.

Resultados: Não existiram diferenças nas características demográficas ou do tipo de FAentre os grupos. O volume auricular esquerdo determinado por TAC em foi ligeiramentemenor no grupo CI (83±27mL vs 102±35mL). O isolamento completo de todas as veias pulmonares foi possível em 59/62 (95,2%)casos com CNI e em todos os casos com CI (p=0,07). Todos os tempos avaliados foram mais curtos no grupo CI (total de procedimento:226±47min vs 293±71min, p<0,001; tempo de exposição à fluoroscopia: 16±7min vs33±13min, p<0,001; tempo de construção do mapa CARTO: 19(15;25)min vs 26(22;32),p=0,001; tempo de uso total de CARTO: 133±35min vs 173±51min, p<0,001; tempo deaplicação de RF: 57±19min vs 78±25min, p<0,001. Não existiram complicações cardiovas-culares ou neurológicas relevantes em nenhum grupo.A taxa de recidiva no final do primeiro ano de seguimento foi de 22/125=18% e é seme-lhante para os dois cateteres usados (CNI:21% vs CI:14%, P=NS).

Conclusões: A NM garante uma elevada taxa de isolamento das veias pulmonares semcomplicações na população estudada. O CI foi tendencialmente mais eficaz no isolamen-to das veias pulmonares que o CNI com uma redução muito significativa do tempo emque é atingido esse objectivo.

CO 117EFFECTS OF DIABETES MELLITUS, PRESSURE OVERLOAD AND THEIR ASSOCIATION ONMYOCARDIAL STRUCTURE AND FUNCTION

INÊS FALCÃO-PIRES1, NÁDIA GONÇALVES1, CLÁUDIA MOURA1, INÊS LAMEGO1, CATARINA ELOY2, JOSÉ MANUEL

LOPES2, JOSÉ CARLOS AREIAS2, ADELINO F. LEITE-MOREIRA1, ADELINO F. LEITE-MOREIRA1

(1Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 2Hospital de S. João, EPE)

Background: Structural and functional changes involved in cardiac injury induced by dia-betes mellitus, pressure overload or both conditions were evaluated.

Methods: Pressure-overload was established by supra-renal aortic banding in rats. Six-weeks later, diabetes was induced by streptozotocin (65mg/kg, ip), resulting in 4 groups:SHAM, banded (BA), diabetic (DM) and diabetic-banded (DM-BA). On the 12th week, leftventricular (LV) structure and function were evaluated. LV function was assessed in vivowith pressure-volume catheters and in vitro by papillary muscles' performance at base-line and in response to isoprenaline (ISO, 10-8-10-5M).

Results: Compared to SHAM, we observed a significant increase of type-B natriuretic pep-tide (BA=370±110%; DM-BA=580±210%), LV mass (BA=36.8±3.6%; DM-BA=32.1±3.1%),cardiomyocytes' diameter (BA=19.5±2.3%; DM=14.3±1.9%; DM-BA=11.4±2.0%), fibrosis(BA=85±14%; DM=145±28%; DM-BA=155±14%), AGEs deposition (DM=141±29%; DM-BA=166±46%), contraction (tAT: DM=13.7±2.4%; DM-BA=26.3±7.1%); a delayed relax-ation (tHR: DM=13.8±2.6%; DM-BA=25.5±9.2%) and a decrease of collagen type-I/Type-III ratio (DM=-66.1±4.6%; DM-BA=-51.9±5.5). In SHAM animals, ISO (10-5M) increased86.5±26.2% active tension, 105.3±20.2% dT/dtmax and 166.8±29.9% dT/dtmin. Similareffects were observed in BA and DM animals, while in DM-BA these inotropic and lusitrop-ic responses were blunted. Moreover, at a similar resting muscle length, ISO decreasedpassive tension by 12±3% in SHAM and 11±3% in BA, indicating an increase in myocar-dial distensibility, an effect that was absent in both diabetic groups.

Conclusion: Longstanding pressure-overload increased LV mass, while diabetes promotedAGEs and collagen deposition, which might explain the abolition of ISO-induced increasedmyocardial distensibility. Association of pressure-overload and diabetes completely blunt-ed the inotropic and lusitropic responses to ISO, with no additional structural damagesthan in pressure-overload or diabetes alone.

CO 118HIGHER PLASMA LEVELS OF TIMP-1 AMONG MARFAN SYNDROME PATIENTS WITH PREVIOUS AORTIC ROOT REPLACEMENT: A MARKER OF IMPROVED PROTEOLYTIC BALANCE?

ANA LEBREIRO1, ELISABETE MARTINS1, PATRÍCIA LOURENÇO1, CRISTINA CRUZ1, MARIA JOÃO MARTINS2, PAULO

BETTENCOURT1, MARIA JÚLIA MACIEL1, CASSIANO ABREU-LIMA1

(1Hospital de S. João, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

Introduction: Marfan Syndrome (MFS) is a connective tissue disorder that affects multi-ple organ systems. Cardiovascular system is typically involved, mainly through aorticdilatation or dissection, the principal cause of death in this population. Imbalances of theproteolytic cascade involving metalloproteinases (MMPs) and its inhibitors (TIMPs) havebeen implicated in aortic aneurysm formation and progression in MFS patients. We aimedto investigate the balance between MMPs and TIMPs according to the severity of aorticdisease and after aortic root replacement in a population of MFS patients.

Methods: Venous blood samples of 30 MFS patients, all of them fulfilling Ghent criteria,were analyzed for MMP-2, MMP-3, MMP-9, TIMP-1, TIMP-2 and ·2-macroglobulin. MMPand TIMP levels were measured by enzyme-linked immunosorbent assay and ·2-macroglobulin levels were measured by immunonephelometry. All patients underwent acomprehensive echocardiographic evaluation.

Results: In comparison with non operated patients (n=18), those with past history of aor-tic root replacement (n=12) had higher plasma levels of TIMP-1 [mean (SD) - 134.9 (28.5)vs. 108.2 (21.0) ng/mL; P=.006], and a decreased ratio of MMP-9/TIMP-1 [median (IQR)- 0.04 (0.03 - 0.09) vs. 0.07 (0.05 - 0.1); P=.03]. No significant differences were foundbetween the levels of MMPs, TIMPs, ·2-macroglobulin or the ratio MMP/TIMP when com-paring patients with and without aortic root dilatation.

Conclusions: Our results suggest that in aortic root replaced patients, a proteolytic shifttowards a more homeostatic pattern occurs. This better TIMP-1 plasma profile may inducea less catabolic molecular milieu in the aortic wall contributing to disease stabilization.

Our results give insight on mechanisms,beyond hemodynamic benefits, for theknown prognostic improvement afteraortic root replacement in Marfanpatients, and may open new lines ofinvestigation on the role of MMPs andTIMPs as biomarkers after aortic surgeryin MFS patients.

NOTAS

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CO 119BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES DAS GLICOPROTEÍNAS IIB/IIIA NOS DOENTES COMSÍNDROMAS CORONÁRIAS AGUDAS SEM ELEVAÇÃO DE ST SOB DUPLA ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETAR

MIGUEL ALVES1, CARLOS AGUIAR2, JORGE FERREIRA2

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de SantaCruz)

Introdução: Nas Síndromes Coronárias Agudas de alto risco, além da dupla antiagregação plaque-tar (DA), a adição de um inibidor das glicoproteínas IIb/IIIa (IGP) pode estar indicada. A evidênciacientífica da tripla antiagregação plaquetar neste contexto é escassa e nem sempre os resultadosparecem ser favoráveis.

Objectivo: Avaliar o valor prognóstico da utilização de IGP em doentes com SCAsST, tratados comDA.

Métodos: Analisaram-se todos os doentes com SCAsST, incluídos num registo nacional, tratadossimultaneamente com aspirina e clopidogrel desde a admissão e que foram seguidos durante umperíodo de 6 meses (FU). Os doentes foram divididos em dois grupos: A - apenas DA; B - uso de IGP(em upstream - subgrupo BU; downstream - subgrupo BD). Os grupos foram comparados em termosdemográficos, clínicos e quanto à ocorrência de eventos cardiovasculares ou revascularização no FU.Pesquisaram-se os preditores de utilização dos IGP. Foram realizadas análises de sobrevida no FU, porgrupo, em termos de morte, e morte e enfarte do miocárdio (endpoints). Utilizando um modelo deregressão de Cox, após ajuste para as variáveis com valor prognóstico estabelecido, pesquisou-se aassociação independente entre a utilização dos IGP e a ocorrência dos endpoints no FU.

Resultados: Dos 11557 doentes incluídos no registo, 2279 foram seguidos durante 6 meses e trata-dos com aspirina e clopidogrel. O grupo A tinha 70,3% dos doentes, o subgrupo BU 24,0% e o sub-grupo BD 5,7%. Na análise de regressão logística, os principais preditores da utilização de IGP foram:a idade (OR 0,998; IC95% 0,979-0,997), história de HTA (OR 0,80; IC95% 0,64-0,99), de enfarte domiocárdio (OR 0,71; IC95% 0,54-0,93), classe de Killip >1 (OR 0,45; IC95% 0,32-0,63), dor na admis-são (OR 1,76; IC95% 1,44-2,15), história de PTCA (OR 1,71; IC95% 1,21-2,41), tabagismo activo (OR1,30; IC95% 1,00-1,68), troponina positiva (OR 1,46; IC95% 1,12-1,90). No modelo de regressão deCox, apenas a idade, história de doença cerebrovascular e de CABG, classe de Killip>1, infradesnive-lamento de ST e troponina positiva se associaram com a mortalidade a 6 meses. O uso de IGP nãoteve valor prognóstico, nem globalmente nem na análise de subgrupos (BU vs BD), em termos deocorrência de morte a 6 meses, após ajuste para outras variáveis e para o score TIMI.

Conclusões: Na era da dupla antiagregação, a utilização adicional de IGP no contexto de SCAsST, nãomelhora o prognóstico a médio-prazo dos doentes.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 11H30-13H00SALA DAVID VON BONHORST | ISQUEMIA AGUDA DO MIOCÁRDIO, DAS NOVAS TÉCNICASDE DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO

CO 120DEPURAÇÃO ESTIMADA DA CREATININA NA ADMISSÃO E RISCO HEMORRÁGICO NO MUNDO REALNAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

ANA LOUSINHA1, ANA TERESA TIMÓTEO1, FERNANDO MIRANDA1, JOÃO PEDRO LOPES1, FILIPA FERREIRA1, ALEXANDRA TOSTE1,JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA1, MARIA LURDES FERREIRA1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: É conhecido o potencial de risco hemorrágico nos doentes (D) admitidos por SíndromeCoronária Aguda (SCA) relacionado com a utilização de fármacos anticoagulantes, fibrinolíticos eanti-agregantes plaquetários potentes. Contudo, outras variáveis poderão influenciar de forma sig-nificativa o risco hemorrágico.

Objectivos: Avaliar a influência da função renal (FR) estimada [Cockcroft-Gault (ClCr)] no risco dehemorragia major em D admitidos por SCA.

Métodos: Entre Janeiro 2005 e Maio 2009, avaliaram-se os D admitidos por SCA e incluídos no reg-isto de SCA do centro. Colhemos dados demográficos, antropométricos, factores de risco para doençacoronária, dados clínicos e laboratoriais da admissão e medicação efectuada. Os D foram divididossegundo a FR na admissão: Grupo 1: ClCr >60 ml/min/1,73m2, n=1053; Grupo 2; ClCr 30-60ml/min/1,73m2, n=352; Grupo 3: ClCr <30 ml/min/1,73m2, n=62. Analisou-se a ocorrência dehemorragia major intra-hospitalar, definida como hemorragia intra-craniana, hemorragia com riscode vida ou necessidade de suporte transfusional.

Resultados: Foram incluídos 1467 D, idade média de 64 ± 13 anos, 69% sexo masculino. Os gru-pos com compromisso da FR apresentam idade mais avançada, maior prevalência de sexo femini-no, maior Índice Massa Corporal, glicemia admissão, hipertensão, diabetes e compromisso da funçãoventricular esquerda, assim como score GRACE mais elevado. Por outro lado, apresentam menorprevalência de fumadores e foram utilizados com menor frequência IECA, bloqueadores-beta eestatinas, assim como menos angioplastia coronária. A mortalidade intra-hospitalar foi mais eleva-da no grupo com insuficiência renal (IR) (2,5%, 11,1% e 40,3%, respectivamente para grupo 1, 2 e3, ANOVA, p<0,001). A taxa de hemorragia major aumentou também com a IR (2,5%, 6,8% e16,1%, p<0,001). Os factores predizentes independentes de hemorragia foram a utilização de trom-bólise (OR 3,49, IC 95% 1,62-7,52, p=0,001) e a IR grave (grupo 3 vs. 1: OR 3,07, IC 95% 1,16-8,14,p=0,024). Relativamente aos fármacos, apenas a utilização de enoxaparina predizia hemorragia poranálise univariada, contudo, após analise multivariada, não permaneceu como factor predizenteindependente.

Conclusão: A ClCr é um factor predizente independente de hemorragia major em D admitidos porSCA, pelo que deve ser sempre obtida na admissão. De todos os fármacos que podem causarhemorragia, apenas a utilização de trombólise permitiu predizer a ocorrência de hemorragia major.

CO 121COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS PROTOCOLOS DE ESFORÇO CARDÍACO NA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DOMIOCÁRDIO: EFEITOS SECUNDÁRIOS E QUALIDADE DA IMAGEM

ANDREA SANTOS1, GONÇALO PROENÇA1, VANESSA JERÓNIMO1, EDGAR PEREIRA1, SILVANA SEBASTIÃO1, PAULO DELGADO1, ANA

GEÃO1, LUÍS ROSÁRIO1, ISABEL HENRIKSSON1, ANA ABREU1, PAULA COLARINHA1, LUÍS OLIVEIRA1

(1 NuclearMed, Hospital Particular de Almada)

A sobrecarga farmacológica com Adenosina é frequentemente utilizada na realização de Cintigrafiade Perfusão do Miocárdio (CPM). Este agente vasodilatador pode causar efeitos secundários e estáassociado a um aumento da actividade infra-diafragmática que pode interferir com a qualidade daimagem adquirida e sua interpretação.O objectivo deste estudo foi comparar três protocolos de sobrecarga- Prova de Esforço (PE); sobrecar-ga farmacológica com adenosina (Aden); sobrecarga com adenosina associada a um baixo nível deesforço (Aden+Esf) - quanto aos efeitos secundários (incidência/intensidade) e qualidade da imagem

Material e Métodos: Estudámos 297 doentes que realizaram CPM (59,3% homens; 40,7% mu-lheres; idade média 62 anos). Estes foram divididos em três grupos, de acordo com o protocolo desobrecarga realizado: Grupo 1 - PE (n=69); Grupo 2 - Aden (n=157); Grupo 3 - Aden+Esf (n=71).Quanto à incidência/ intensidade dos efeitos secundários, cada grupo foi dividido em três sub-gru-pos: Sub-grupo A - Ausência de Efeitos secundário; Sub-grupo B - 1 efeito secundário; Sub-grupoC - ≥ 2 efeitos secundários e/ou necessidade de administração de fármacos para resolução dos mes-mos. A qualidade da imagem foi avaliada de acordo com 2 critérios: 1 - Necessidade de repetiçãode imagem; 2 - Intensidade de actividade na área infra-cardíaca

Resultados: Efeitos Secundários: A - PE=89,9%; Aden=28,2%; Aden+Esf=60,5%B - PE=4,3%; Aden=30,7%; Aden+Esf=21,2%C - PE=5,8%; Aden=41,1%; Aden+Esf=18,3%Qualidade da Imagem:Repetição da Aquisição - PE = 1,4%; Aden = 19,7%; Aden + Esf = 11,2Comparámos os 3 protocolos (PE vs Aden; PE vs Ade + Esf; Aden vs Aden + Esf) usando o teste t

Student (Tabela 1)

Conclusões: Conclui-se que o melhor protocolo de sobrecarga tanto quanto à incidência/ intensi-dade de efeitos secundários como quanto à qualidade de imagem obtida é a prova de esforço.Sempre que se torna necessário recorrer a sobrecarga farmacológica, a associação de uma perfusãode adenosina a um protocolo de baixo nível de esforço é não só melhor tolerado que a perfusão deadenosina, reduzindo de forma estatisticamente significativa os efeitos secundários, como permitea obtenção de imagens de melhor qualidade o que se traduz numa redução significativa do númerode aquisições e numa tendência para redução da actividade infra-cardíaca.

Valor pProtocolos

Efeitos secundários Repetição da aquisição Actividade infra-cardíaca

PE vs Aden <0,0001 <0,0001 0,019PE vs Aden+Esf <0,0001 <0,0001 0,021Aden vs Aden+Esf 0,031 0,008 0,589

Tabela 1

CO 122VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA LONGITUDINAL E TRANSVERSAL COM ASALTERAÇÕES DA CINÉTICA SEGMENTAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

SÓNIA RIBEIRO1, NUNO CORTEZ-DIAS1, JOÃO SILVA MARQUES1, SUSANA GONÇALVES1, LAURA SANTOS1, MIGUEL

ALMEIDA RIBEIRO1, SUSANA ROBALO MARTINS1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, ARMANDO BORDALO E SÁ1,MANUELA FIÚZA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Objectivo: Determinar a acuidade dos parâmetros de deformação miocárdica longitudinal etransversal baseados em speckle tracking na avaliação da cinética segmentar.Metodologia: Em doentes (dts) consecutivos com enfarte agudo do miocárdio (EAM) comelevação de ST submetidos a angioplastia primária, foi realizado ecocardiograma (Vivid 7,GE) nas primeiras 72h de internamento. O wall motion score (WMS) foi avaliado por 2 obser-vadores independentes, com atribuição da classificação final por consenso. Em pós-proces-samento, mediram-se os picos sistólicos de strain (S) longitudinal (PSSL) e de strain-rate (Sr)longitudinal (PSSrL), o pico máximo de S transversal (PMST) e o pico protodiastólico de Srlongitudinal (PDSrL). As distribuições do PSSL e PSSrL em função do WMS foram avaliadascom os testes ANOVA e t-Student, e o PMST e PDSrL com os testes Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. A acuidade diagnóstica na detecção de anomalia da cinética segmentar (WMS?2)foi determinada pela área sob a Receiver Operator Curve.

Resultados: Foram avaliados 69 dts (sexo masculino: 70%; 63±14 anos), nos quais a artériaresponsável pelo EAM foi a descendente anterior, circunflexa e coronária direita em 34%,26% e 36%, respectivamente. A qualidade de imagem permitiu a análise de deformaçãode 1117 segmentos, 40% dos quais com alterações segmentares. Os valores de PSSL e PSSrLvariaram significativamente com o WMS, sendo mais negativos nos segmentos normocinéti-cos (p<0,001), enquanto o PMST e o PDSrL diminuíram progressivamente com o WMS(p<0,001). Para a detecção de alteração segmentar (WMS?2), o parâmetros com melhoracuidade foi o PSSL (ROC: 0,77; IC95% 0,74-0,80; p<0,001). Nos segmentos normocinéticos(mas não naqueles com WMS?2), o PSSL tornou-se mais negativo da base (-13,5±6,2%) parao ápex (-19,4±7,8%), pelo que a acuidade na detecção de alteração segmentar aumentousignificativamente do plano basal para o apical.

Conclusão: A análise da deformação miocárdica por speckle tracking permite a quantifi-cação da cinéticasegmentar. O PSSLé o parâmetro commaior acuidade eo seu desempen-ho diagnóstico émelhor na avali-ação dos segmen-tos ventricularesdos planos médioe apical.

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I-44

CO 123ANGIOTC CARDÍACA COM BAIXA DOSE DE RADIAÇÃO: EXPERIÊNCIA INICIAL COM O PROTOCO-LO PROSPECTIVO

PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, HUGO MARQUES1, FERNANDO GONÇALVES1, AUGUSTO GASPAR1,FRANCISCO PEREIRA MACHADO1

(1Hospital da Luz)

Introdução: A dose de radiação tem sido apontada como uma das principais limitações da tomo-grafia computorizada cardíaca (angioTC cardíaca).Com a introdução de novos protocolos, como a modulação da dose pelo ECG e a redução da kilovol-tagem da ampola para 100kv, tem sido possível obter uma considerável redução na dose de ra-diação.Recentemente foi introduzido um novo protocolo adicional, que consiste na aquisição sincronizadacom o ECG de forma prospectiva, o chamado protocolo de Step and shot, como alternativa ao con-vencional gating retrospectivo.

Objectivo: Avaliar a redução da dose de radiação obtida com o protocolo de aquisição sincronizadacom o ECG de forma prospectiva (protocolo prospectivo).

Métodos e resultados: Registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos submetidos a TC cardía-ca com 64 cortes e dupla ampola (Dual source CT - Somaton Definition ®, Siemens-medical) deFevereiro de 2007 a Novembro de 2009.A população foi dividida em 2 grupos, de acordo com a utilização de protocolo prospectivo (n=77)ou retrospectivo (n=1108).Cada grupo foi ainda dividido em 2 subgrupos de acordo com a kilovoltagem da ampola: 100 vs 120Kv.A dose de radiação foi significativamente mais baixa nos doentes em que foi empregue o protoco-lo prospectivo, conduzindo a umaredução relativa de 67% no sub-grupo de 100Kv (Retrospectivo5,5mSv; prospectivo 1,8mSv) e de61% no subgrupo de 120 Kv(Retrospectivo 12,1mSv;Prospectivo 4,7 mSv) p<0,001 paraambas as comparações- Figura.

Conclusão: A dose de radiação dosexames de angioTC cardíaca real-izados com o protocolo prospectivofoi significativamente inferior à dosexames convencionais. Quando foi associado o protocolo de 100Kv e aquisição prospectiva, foi pos-sível obter um valor médio inferior a 2 mSv, nestes exames.

CO 124RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE SOBRECARGA COM DOBUTAMINA - EXPERIÊNCIA INICIAL

NUNO BETTENCOURT1, FRANCISCO SAMPAIO1, RUI LIMA1, RICARDO DUARTE1, JOSÉ PAIVA1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A ressonância magnética cardiovascular (CMR) tem vindo a ganhar relevânciacrescente na abordagem da doença coronária. A CMR de sobrecarga com Dobutamina(DSMR) é uma das técnicas mais estudadas no diagnóstico quer de isquemia quer de via-bilidade miocárdica (respectivamente protocolos de alta e baixa dose).

Objectivo: Descrever a experiência dos primeiros 3 meses de utilização de DSMR no nossoserviço.

População e Métodos: Dos 72 doentes (D) referenciados para RMC entre Setembro eDezembro de 2009, seleccionámos todos os D propostos para DSMR. Estudámos as carac-terísticas basais desta população, o protocolo utilizado, sintomas, efeitos adversos, resulta-dos e correlações com a técnica de realce tardio (RT).

Resultados: 17 D foram propostos para realização de DSMR (13 para estudo de viabilidademiocárdica e 4 para estudo de isquemia). Um foi excluído por fibrilação auricular e outro pornão ter suspendido medicação beta-bloqueadora. Nos restantes (n=15) foi possível obterimagens de qualidade diagnóstica. Os sintomas mais frequentemente referidos foram pal-pitações e desconforto torácico (3 dos 4 D em protocolo de alta dose). Não houve qualquerevento adverso. Dos 4 D referenciados para estudo de isquemia, todos atingiram 85% dafrequência cardíaca máxima prevista para a idade; 3 não tiveram alterações da contractili-dade segmentar indutíveis com o stress, enquanto que um apresentou alterações com-patíveis com isquemia no território da artéria descendente anterior (estenose de 85% con-firmada posteriormente em caterismo cardíaco). Nos 11 exames realizados para estudo deviabilidade houve uma grande concordância com a técnica de RT. Todos os 112 segmentossem realce apresentaram aumento da contractilidade com dobutamina, enquanto que estanão se verificou em nenhum dos 26 segmentos com RT transmural (>75%). 15 (83%) dos18 segmentos com RT subendocárdico (<25%) apresentaram melhoria da contractilidadecom dobutamina. A complementariedade destas técnicas foi especialmente importante aoser possível diagnosticar viabilidade pela técnica de DSMR em 17 (44%) dos 31 segmentoscom graus intermédios de transmuralidade (25 a 75%) a nível do RT.

Conclusões: A DSMR é uma técnica robusta e eficaz no diagnóstico quer de isquemia (pro-tocolo de alta dose), quer de viabilidade miocárdica (baixa dose), podendo ser um comple-mento importante à técnica do RT usada para o estudo de viabilidade ou uma alternativa àperfusão com adenosina para o estudo de isquemia.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 14H30-16H00SALA DAVID VON BONHORST | SINDROMES CORONÁRIAS AGUDAS - VALIDADE DOSSCORES DE RISCO EM 2010

CO 125RISCO HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVE-LAMENTO DE ST - O PAPEL DOS SCORES DE RISCO TIMI, GRACE E CRUSADE

PEDRO AMADOR1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, SARA GONÇALVES1, BÁRBARA LOBÃO1, ALBANO PERDIGÃO1, FILIPE SEIXO1, LUÍS

NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A hemorragia tem um importante impacto no prognóstico de doentes (dts) comSíndrome Coronária Aguda Sem Supra-desnivelamento do segmento ST (SCA-SST). As característicasindividuais associadas ao risco hemorrágico são sobreponíveis às associadas ao risco isquémico.Assim, é possível que os scores de risco, amplamente validados para identificar o risco de eventosisquémicos, possam identificar o risco de hemorragia nos dts com SCA-SST.

Objectivos: Comparar o desempenho de dois scores de risco isquémico contra um score de riscohemorrágico, para prever eventos hemorrágicos em dts com SCA-SST.Métodos: Foram estudados 512 doentes consecutivos admitidos com o diagnóstico de SCA-SST(idade 67±12 anos; 67,8% do sexo masculino; 23,6% com angina instável). Em cada doenteforam calculados os seguintes scores de risco: TIMI (Thrombolysis in Myocardial Infarction), GRACE(Global Registry of Acute Coronary Events para morte intra-hospitalar) e CRUSADE (Can Rapid riskstratification of Unstable angina patients Suppress Adverse outcomes with Early implementationof the ACC/AHA guidelines). Identificou-se a ocorrência de hemorragia major (definida peloscritérios do registo CRUSADE). Avaliou-se o desempenho dos scores para prever o risco de hemor-ragia, através da comparação da área abaixo da curva ROC (AUC) dos mesmos.

Resultados: Ocorreram 36 eventos hemorrágicos major (7%). A estratificação do risco hemor-rágico pelos diferentes scores está descrita na tabela. O score de risco TIMI mostrou melhordesempenho (AUC = 0,655; IC [intervalo de confiança] 95% 0,612 a 0,696) que os scores CRU-SADE (AUC = 0,599; IC 95% 0,555 a 0,641) e GRACE (AUC = 0,576; 0,532 a 0,619).

Conclusão: A utilização do Score TIMI, validado para prever o risco isquémico, permite estratificaro risco hemorrágico de dts com SCA-SST, com um desempenho superior ao Score CRUSADE, vali-dado para prever a hemorragia. O score GRACE não mostrou boa capacidade para prever o riscohemorrágico.

SCORE CRUSADE risco muito risco risco elevado e P for trend baixo e baixo moderado muito elevado

(n=218) (n=113) (n=181)Hemorragia (%) 3,7% (8) 12,4% (14) 7,7% (14) 0,090SCORE TIMI risco baixo risco risco elevado P for trend

(n=172) intermédio (n=88)Hemorragia (%) 3,5 % (6) 6,7 % (17) 14,8 % (13) 0,003SCORE GRACE risco baixo risco intermédio risco elevado P for trend

(n=139) (n= 155) (n=218)Hemorragia (%) 5,0 %(7) 5,2 %(8) 9,6 % (21) 0,076

CO 126SERÁ QUE O SCORE DE RISCO TIMI MANTÉM ACTUALIDADE NA PREVISÃO DE COMPLICAÇÕESNOS DOENTES COM SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE ST NO SÉCULO XXI ?

NUNO MARQUES1, JORGE MIMOSO1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: O Score de risco TIMI é ainda hoje utilizado como preditor da mortalidade oucomplicações isquémicas nos doentes (D) internados por Síndroma Coronária Aguda semelevação do ST (SCAsST). Desde os estudos que levaram à sua validação ocorreram váriasmodificações na estratégia terapêutica dos D com SCAsST, nomeadamente pelo papel dacardiologia de intervenção. A taxa de complicações associadas ao Score TIMI aumenta gra-dualmente, sendo de 6,5% no Baixo Risco, de 16,1% no Risco Intermédio e de 33,5% noAlto Risco.

Objectivo: Pretende-se com este estudo avaliar a taxa de complicações em D internadoscom SCAsST de acordo com o Score TIMI, e a capacidade preditiva deste no final da primeiradécada do século XXI.

Método: Foi consultada a Base de Dados de SCA, sendo inseridos todos os D internados comSCAsST de 2002 a 2009. Foi calculada a taxa de mortalidade intra-hospitalar considerandotrês grupos de acordo com o Score TIMI (Baixo Risco - 0 a 2, Risco Intermédio - 3 e 4 e RiscoElevado - 5 a 7). A análise das complicações registadas: mortalidade, choque cardiogénico,angina, re-enfarte, AVC, BAV Completo e Fibrilhação Ventricular, foi feita considerando doisgrupos (Score TIMI de Risco Baixo e Intermédio - 0 a 4; Score TIMI de Risco Elevado - 5 a 7).Foi efectuada a análise estatística utilizando o SPSS 13.0.

Resultados: Foram internados 1946 D com SCAsST, dos quais 1518 (78%) tinham enfarteagudo do miocárdio. Apresentaram Score TIMI de Baixo Risco 319 D (16,4%), RiscoIntermédio 1129 D (57,5%) e Risco Elevado 508 D (26,1%). A taxa de mortalidade intra-hos-pitalar no grupo TIMI de Baixo Risco foi de 1,3%, no grupo Timi de Risco Intermédio de 3,0%e no grupo TIMI de Risco Elevado de 4,5%.O grupo de D com Risco Elevado apresentou um aumento significativo da mortalidade (4,5vs 2,6%, p=0,036) e da ocorrência de choque cardiogénico (5,7 vs 2,6%, p=0,001), compa-rativamente com os D dos grupos de Risco Baixo ou Risco Intermédio. Não verificamos dife-rença significativa na ocorrência de angina, re-enfarte, AVC, BAVC ou FV.

Conclusões: Segundo o nosso estudo, o Score TIMI mantém uma capacidade preditiva signi-ficativa da mortalidade intra-hospitalar e de ocorrência de choque cardiogénico, conti-nuando a justificar utilidade clínica.Registamos no nosso estudo taxas de mortalidade e de complicações isquémicas maisbaixas que as previstas pelo Score TIMI, quer no grupo de Score TIMI de Baixo Risco ou RiscoIntermédio, quer no grupo de Score TIMI de Alto Risco.

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I-45

CO 127BALANCEAR OS RISCOS ISQUÉMICO E HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROMACORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: UTILIDADE DO SCOREDE RISCO TIMI

PEDRO AMADOR1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, SARA GONÇALVES1, BÁRBARA LOBÃO1, ALBANO PERDIGÃO1, FILIPE SEIXO1,LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A estratificação de risco nas síndromes coronárias agudas sem supra-desnive-lamento do segmento ST (SCA-SST) tem sido orientada pelos eventos isquémicos e pelamortalidade. Mais recentemente tem sido colocado ênfase adicional no risco de hemorra-gia, dado o efeito negativo que a mesma apresenta sobre a sobrevivência.

Objectivos: Avaliar o desempenho do score de risco TIMI (Thrombolysis in MyocardialInfarction) para a SCA-SST na estratificação de risco de eventos isquémicos e hemorrágicos

Métodos: Foram avaliados 512 doentes (dts) admitidos de forma consecutiva, com o diag-nóstico de SCA-SST (idade 67 ± 12 anos; 67,8% do sexo masculino; 23,6% com anginainstável). Foi determinada a ocorrência de hemorragia major (definida segundo a definiçãoCRUSADE) e de isquémia recorrente (definida como a presença de angor recorrente ou [re]-enfarte), durante o internamento. Adicionalmente avaliou-se a mortalidade intra-hospitalar.A população foi estratificada segundo o score de risco TIMI e o mesmo testado para prevero risco de hemorragia major, morte/isquémia e morte/isquémia/hemorragia major.Adicionalmente testou-se o desempenho do score TIMI nos sub-grupos de dts com disfunçãorenal (definida por Clearance Creatinina <60ml/min), submetidos a coronariografia e a inter-venção coronária percutânea.

Resultados: O score de risco TIMI demonstrou um bom desempenho para prever eventoshemorrágicos, isquémicos e fatais durante o internamento por SCA-SST (ver tabela), incluin-do nos sub-grupos de dts com disfunção renal, submetidos a coronariografia e a intervençãocoronária percutânea.

Conclusão: O score de risco TIMI é útil para prever eventos hemorrágicos, isquémicos e fataisdurante o internamento por SCA-SST.

Eventos TIMI Risco baixo TIMI Risco TIMI Risco P AUC (IC 95%)(n=172) intermédio elevado (for tend)

(n= 252) (n= 88)

Hemorragia (%) 3,5% (6) 6,7% (17) 14,8% (13) 0,003 0,656 (0,6130,697)

Morte/isquémia (%) 4,1% (7) 7,9% (20) 14,8% (13) 0,010 0,625(0,582 a 0,667)

Hemorragia/morte/ \isquémia (%) 7,6% (13) 14,7% (37) 27,3% (24) <0,001 0,642

(0,599 a 0,684)

AUC - area under the curve; IC - intervalo de confiança

CO 128SCORE GRACE: MELHOR NÃO É IMPOSSÍVEL

RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, HÉLIA MARTINS1, FÁTIMA SARAIVA1, PAULO MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1,CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, NATÁLIA ANTÓNIO1, PEDRO MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, MÁRIO FREITAS1,LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A estratificação de risco em doentes com síndromes coronárias agudas (SCA)fornece informação preciosa relativamente à escolha da estratégia terapêutica mais ade-quada e prognóstico. Vários scores de risco estão disponíveis, sendo o mais estudado e va-lidade o score GRACE, desenvolvido a partir de um registo multi-nacional de doentes. Apesarde ter boa calibração e discriminação, este score incluiu apenas uma variável metabólica, acreatinina. Outras variáveis, como a troponina, têm reconhecido poder prognóstico mas nãose encontram representadas nos scores mais utilizados.

Objectivo: Determinar se a troponina pode fornecer informação prognóstica adicional alémdo score GRACE.

MMaatteerriiaall ee mmééttooddooss:: Estudaram-se 2202 doentes consecutivos com SCA admitidos numaunidade de cuidados intensivos coronários entre 2004 e 2009 e colheram-se dadosdemográficos, clínicos, laboratoriais e angiográficos. O score GRACE foi calculado com osdados colhidos pelo médico assistente e os doentes divididos em 3 grupos consoante o riscoobtido pelo score: baixo <108; médio 109-139 e alto> 140.

Resultados: A idade média dos doentes foi 67,2±12.6 anos e o género mais frequente foio masculino (67,5%). O score GRACE mediano foi de 100 (125-153). A troponina I máximamédia foi 3,5±6,7 ug/mL. O c-statistic para o score GRACE para morte intra-hospitalar foi de0,799, semelhante ao da coorte de validação, com um valor p de Hosmer-Lemeshow de0,693, demonstrando alta discriminação e calibração. Adicionando ao score GRACE a tropo-nina I em análise multivariável, o c-statistic sobe significativamente para 0,841 (p=0,009entre AUC), obtendo-se uma sensibilidade de 74,4% e uma especificidade de 83,4%. O pde Hosmer-Lemeshow foi de 0,643. Dividindo-se a troponina em quartis, no grupo de baixorisco do GRACE, os doentes no quartil 4 têm uma mortalidade de 1,4% versus 0,1% (p<0,05)nos restantes quartis. Já no grupo de alto risco pelo score GRACE, os doentes do quarto quar-til de troponina têm uma mortalidade intra-hospitalar de 6,9% versus 1,2% (p=0,005).

Conclusões: A estratificação de risco em doentes com SCA é fundamental. A utilização descores como o GRACE é de grande interesse nestas situações. A adição do doseamento datroponina nestas situações é útil, pois aumenta a calibração e discriminação deste score,permitindo identificar com maior precisão os doentes que mais beneficiam de terapêuticasinvasivas.

CO 129SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: ÉPOSSÍVEL PREVER A AUSÊNCIA DE DOENÇA CORONÁRIA OBSTRUTIVA?

SARA GONÇALVES1, PEDRO AMADOR1, FILIPE SEIXO1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, em Nome dos Investigadoresdo Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas da Spc2

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo, 2CNCDC)

Introdução: Uma estratégia invasiva é utilizada frequentemente no tratamento dos doentes(dts) com síndrome coronária aguda sem supra-desnivelamento do segmento ST (SCA-SST).Uma percentagem significativa de dts não tem doença coronária obstrutiva (DCO), não be-neficiando daquela estratégia.

Objectivo: Desenvolver e validar um score de risco que identifique quais os dts com SCA-SST sem DCO e baixo risco de eventos.

Métodos: Estudaram-se dts com SCA-SST, que realizaram coronariografia, incluídos prospec-tivamente num registo nacional entre 2002 e 2008. Os dts foram divididos, de formaaleatória, em 2 grupos. No primeiro grupo (Grupo-Controle) foram determinados os predi-tores independentes de ausência de DCO (sem estenoses coronárias ≥50%) permitindo a cri-ação de um modelo para prever quais os dts sem lesões angiográficas significativas. Nosegundo grupo (Grupo-Validação), o modelo foi testado para prever a ausência de DCO emortalidade ou (re)enfarte intra-hospitalar e aos 6 meses.

Resultados: No Grupo-Controle, constítuido por 3397 dts, 470 (13.8%) não tinham DCO.Foram identificados oito preditores de ausência de DCO: idade ≤ 50 anos (OR 1.58, 95% IC1.05-2.36); sexo feminino (OR 2.47, 95% IC 1.85-3.31); ausência de factores de risco (dia-betes, dislipidémia ou tabagismo) (OR 2.09, 95% IC 1.57-2.78); ausência de antecedentes deenfarte agudo do miocárdio, angioplastia coronária ou cirurgia de revascularização coronária(OR 1.68, 95% IC 1.16-2.43); apenas um episódio de dor precordial na admissão (OR 1.96,95% IC 1.43-2.70); ausência de infradesnivelamento do segmento ST ou ondas T ne-gativas(OR 1.64, 95% IC 1.23-2.19); troponina I ou T negativa (OR 1.41, 95% IC 1.00-1.99) e ausên-cia de insuficiência cardíaca (OR 1.65, 95% IC 1.135-2.40). As variáveis identificadas foramincluídas num modelo, com o peso relativo de 1 ponto, com excepção do sexo feminino aquem foi atribuído 2 pontos. A soma da pontuação permitiu identificar um score (valor 0-9)que foi testado no Grupo-Validação (3477 dts). Um valor de score mais elevado associou-sea: maior prevalência de DCNO (de 1,7% no score=0 para 37,9% no score=9 ,p<0,001, para atendência); menor risco de eventos adversos, de 9,9% se score = 0 para 0% se score >7 paramorte ou (re)enfarte intra-hospitalar (p < 0,001, para a tendência) e de 20,5% se score = 0para 4,0% se score >7 para morte ou enfarte aos 6 meses (p < 0.001, para a tendência).

Conclusão: Uma percentagem significativa de dts com SCA-SST não tem DCO. Oito variáveisclínicas de fácil avaliação podem ser úteis na identificação de doentes sem lesões significa-tivas e com um menor risco de eventos adversos.

CO 130ACUTE CORONARY SINDROMES: UA/NSTEMI VALIDITY OF TIMI RISK SCORE AND NEW VARI-ABLES OF RISK.

TÂNIA ODELLO1, PEDRO MONTEIRO1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1, DONATO QUAGLIARA2

(1Hospitais da Universidade de Coimbra, 2Facoltá di Medicina e Chirurgia di Bari-Italia)

Purpose: application of the TIMI RISK SCORE to patients with AU/NSTEMI diagnosis and com-parison of the results got from the population in study and those of the TIMI 11B and assess-ment of new variables of risk.

Population and Methods: prospective study on a population of 802 patients with UA/NSTE-MI diagnosis hospitalized from 2004 to 2006. The statistical analysis have been got by usingthe "A NOVA" system for the quantitative variables, "Chi Square" for the qualitative vari-ables, "Kaplan-Meyer" for survival curves and "Crosstabs" for multivariate analysis.

Results: dividing the population into the 3 groups of risk of the TIMI RISK SCORE we canobserve that there's an higher percentage of patients to low risk (low risk 46,1%; interme-diate risk 41% and high risk12,8%) than the Population of the TIMI 11B in which is higherthe percentage of high risk (low risk Basso13%; intermediate risk 33,1% and high risk67,1%).The variables of the TIMI RISK SCORE that appear to be statistically significant on thestudy population are:age, diabetes mellitus, coronary stenosis more than 50%, pre- acutemyocardial infarction, pre-ACTP, pre-CABG, ST-segment deviation of the ECG, applicantAngina in the last 24 hours, use of Aspirin in the previous 7 days. Analysing the effective-ness of the TIMI RISK SCORE in predicting the short-term risk of death (intra-hospital deathor at 14 days) we can observe that the TIMI RISK SCORE appears not be reliable (P>0,005).Trough a multivariate analysis we can observe that the new variables statistically significantin predicting the intra-hospital risk of death are:dyslipidemia, Apo A maximum, glomerularfiltration rate, TIA, initial and minimum Hemoglobin, initial Creatinine, prior Catheterization,no-revascularization, prior dressing with antiplatelet, beta blockers, statins and nitrate anddressing in the last 24 hours with Ace inhibitors and nitrates. A univariate analysis, amongthese variables and the intra-hospital risk of death, has showed that the variables with morecapacity of prediction in predicting the risk of death at 14 days are the ejection fractionmeasured of 5 in 5 and the age calculated of 10 in 10.

Conclusions: the TIMI RISK SCORE doesn't appear to be a good predictor for the short termrisk of death . The prediction of the risk of death of the TIMI RISK SCORE at 14 days can beimproved adding the ejection fraction variable calculated of 5 in 5 and assessing the age of10 in 10.

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I-46

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 11H00-12H30SALA DAVID VON BONHORST | PRÉMIO DA MELHOR COMUNICAÇÃO ORAL DO XXXI CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOLOGIA

CO 131THE PREDICTIVE VALUE OF GENDER-BASED 24-H AMBULATORY BLOOD PRESSURE (ABP) FORCARDIOVASCULAR (CV) EVENTS IN TREATED HYPERTENSIVES

JOSÉ MESQUITA BASTOS1, SUSANA BERTOQUINI2, JORGE POLÓNIA3

(1Hospital Infante D. Pedro, EPE, 2Faculdade Psicologia do Porto, 3Hospital Pedro HispanoUnidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

It is uncertain whether the predictive value of 24-h ambulatory blood pressure (ABP) for car-diovascular (CV) events differs between men and women. In a hypertensive populationn=1200 (645 women, 555 men), ageing 51±12 years, BMI 27±5 Kg/m2, 53% under stabi-lized antihypertensive medication and without previous CV events we assessed and com-pared the CV prognostic value of ABP. Occurrence of CV events was followed for 9833patients-years and analyzed by Cox hazard model with adjustment for age, smoking, BMI,CV therapy, diabetes, lipids and office BP (OBP). There were 152 CV fatal/non-fatal events(79 strokes, 51 coronary, 22 others) during 15.2 years follow-up. Men vs women showedhigher prevalence of total CV events (16.2% vs 9.6%) and of coronary events (CE) (6.5% vs2.3%) both p<0.001 not of stroke (STK), (7.2% vs 6.0%, n.s.). The adjusted relative risk (RR)of female vs male was 0,62 (95%CI 0,42-0,91, p<0.01) for total CV events and 0,43 (95%CI0,21-0,88, p<0.01) for CE (not significant for stroke). In women, the adjusted RR of total CVevents and of stroke associated with a 1-SD increments in 24h, daytime and nighttime sys-tolic BP were respectively (1.41, 1.78, 1.72, all p<0.01) and (1.81, 2.05, 1.77, all p<0.01).Significance of these RR was maintained after further adjustment for correspondent ABPdiastolic pressures. Significant RR of total CV events 2,98 (95%CI 1.48-5,97) of stroke 2,48(95%CI 1.04-5.93) and of CE 4,13(95%CI 1.48-5,97) were associated with 24h-pulse pres-sure >56 mm Hg vs <=56 mm Hg. In men the adjusted predictive value of ABP was less con-sistent than in women. Significance was only found in adjusted RR of total CE 1.33 (95%CI1.01-1,75) and of stroke 1.69 (95%CI 1.14-2,52) associated with 1-SD increment of night-time SBP (not with 24h, daytime and PP). We conclude that in patients with hypertension,prevalence of total CV events is greater in men than women, but after adjustment for casu-al BP and other risk factors the predictive value for CV events and for stroke of ambulatorypressures is greater in women comparing to men.

CO 132PROVA DE ESFORÇO CARDIORESPIRATÓRIA NA AVALIAÇÃO DO RISCO ARRÍTMICO E DEFALÊNCIA DE BOMBA - PARÂMETROS DIFERENTES PARA EVENTOS DIFERENTES?

ANTÓNIO MIGUEL FERREIRA1, RITA CALÉ1, MIGUEL MENDES1, JOÃO BRITO1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO CARMO1, PEDRO

GALVÃO SANTOS1, PEDRO ADRAGÃO1, JOÃO CALQUEIRO1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Nos doentes com insuficiência cardíaca (IC) avançada, os principais mecanismos de morte são amorte súbita arrítmica e a falência de bomba. A avaliação diferenciada do risco destes eventospoderá ser útil para a decisão de implantar um cardioversor-desfibrilhador (CDI). A prova deesforço cardiorespiratória (PECR) é uma ferramenta poderosa na estratificação prognóstica dedoentes com miocardiopatia dilatada, mas a sua capacidade de prever eventos arrítmicos tem sidopouco explorada.

Objectivo: avaliar o valor da eficiência ventilatória (rampa VE/VCO2) e do consumo máximo deO2 (VO2) na predição de eventos arrítmicos potencialmente fatais vs. falência de bomba, numapopulação de doentes portadores de CDI.

Métodos: Análise prospectiva de 89 doentes consecutivos de um único centro (idade média55±12 anos, 21% sexo feminino) com miocardiopatia dilatada (53% de etiologia isquémica) por-tadores de CDI (80% em prevenção primária). Foram estabelecidos dois endpoints distintos: A -Evento arrítmico, definido como morte arrítmica, fibrilhação ventricular (FV) e taquicardia ventri-cular mantida (TVM); e B - Falência de bomba, definida como morte cardiovascular não arrítmicaou internamento por insuficiência cardíaca.

Resultados: Num período médio de seguimento de 691±489 dias (mediana 497 dias) ocorreram8 mortes (9%), 2 delas de causa arrítmica (2%); 9 doentes (10%) tiveram um episódio de FV e28 doentes (31%) tiveram TVM. Ocorreram 16 internamentos por insuficiência cardíaca. Emanálise multivariada verificou-se que a rampa VE/VCO2 foi um preditor independente de falênciade bomba (HR 1,077, IC95% 1,036-1,120;p<0001), mas não de eventos arrítmicos (HR0,989; IC95% 0,937-1,043; p=0,534). Já o VO2máximo foi um preditor independente de even-tos arrítmicos (HR 0,867; IC95% 0,794-0,945),mas perdeu o seu valor preditor independentepara falência de bomba (HR 0,859, 95%IC 0,735-1,005; p=0,082) após ajuste para a eficiênciaventilatória.

Conclusão: A eficiência ventilatória e o VO2parecem aportar informação prognóstica dife-renciada em relação ao risco arrítmico e de falência de bomba em doentes com IC avançada. Apossibilidade destes parâmetros poderem prever o custo-efectividade de terapêuticas como aimplantação de CDI merece ser estudada.

CO 133EXPERIÊNCIA COM A IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULA AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA

DANIEL CAEIRO1, PEDRO BRAGA1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, OLGA SOUSA1, NUNO DIAS FERREIRA1, BRUNO

MELICA1, LINO SANTOS1, HELENA GONÇALVES1, ALBERTO RODRIGUES1, JOSÉ RIBEIRO1, MANUEL GONÇALVES1,VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A implantação de prótese valvular aórtica por via percutânea (IVAP) constituijá uma alternativa terapêutica incontornável no tratamento dos doentes (D) com EstenoseAórtica severa (EAS) recusados para cirurgia de substituição valvular aórtica (CVA)

Métodos: Foram submetidos a IVAP D com EAS, sintomáticos, recusados previamente paraCVA. Foi utilizada uma bioprótese de pericárdio porcino montada numa estrutura de niti-nol de entrega retrógrada montada num cateter 18F.

Resultados: Foram submetidos a IVAP 32 D entre Agosto de 2007 e Outubro de 2009, comidade média de 80 anos (66-89), 11 do sexo masculino. Euroscore Logístico médio de25% (11-44) e índice STS médio 8,5% (2.6-28,2). Seis (18,8%) D com antecedentes decirurgia cardíaca, 8 (25%) com aorta de porcelana, 14 (43,8%) com fibrilhação auricular,10 (32%) com história de acidente vascular cerebral (AVC), 18 (56%)com doença pul-monar obstrutiva e 13 (41%) com insuficiência renal. A fracção de ejecção média era de50%, apresentando 26 (81%) classe funcional ?III. Em 27 foi utilizado acesso femoral eem 5 a artéria subclávia A prótese foi implantada com sucesso em 100% dos D. Colo-cou-se uma 2ª prótese em 1 caso por persistência de insuficiência valvular significativa eum dos D necessitou de cirurgia cardíaca após tamponamento por perfuração pelo pacemaker provisório (a que sobreviveu). Verificou-se uma diminuição da média dos gra-dientes máximos de 84 para 20 mmHg. Registaram-se 2 óbitos (6,25%) no período intra-hospitalar: um por choque cardiogénico e outro por choque hipovolémico na sequência decomplicações com o acesso vascular. Necessitaram de pacemaker definitivo 8 D. Não seobservou nenhum AVC. No final do 1º mês de seguimento não se verificou nenhum outroóbito. Aos 6 meses registaram-se 2 outras mortes por AVC. Todos os D apresentaram me-lhoria da classe funcional NYHA e persistência do bom resultado da prótese, commanutenção dos gradientes. Com um seguimento máximo de 26 e mínimo de 2 mesesconstaram-se 3 mortes adicionais: duas por morte súbita aos 11 e 14 meses e outra porinfecção respiratória aos 14 meses.

Conclusão: Os D submetidos a IVAP no nosso centro são muito idosos e apresentaminúmeras comorbilidades. A IVAP é uma técnica segura para os doentes com EAS recusa-dos para SVA, apresentando uma mortalidade inferior ao que seria expectável utilizandoos índices de risco STS e Euroscore.

CO 134T LYMPHOCYTES ASSOCIATE TO OXIDIZED LOW-DENSITY LIPOPROTEIN, C-REACTIVE PROTEINAND TROPONIN T IN ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

PATRÍCIA NAPOLEÃO1, MAFALDA SELAS2, CLAÚDIA FREIXO2, MIGUEL MOTA CARMO2, ANA MARIAVIEGAS-CRESPO3, TERESA PINHEIRO1, RUI CRUZ FERREIRA2

(1Instituto Tecnólogico e Nuclear, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de SantaMarta, 3Faculdade de Medicina de Lisboa)

Background: There are clinical evidences of the participation of circulating leukocytes andoxidized LDL (ox-LDL) in plaque destabilization. The interaction between these parameters isreported in some mechanistic in vitro studies. One could then hypothesize that the relation-ship of leukocytes and ox-LDL could have a functional role in plaque development and/ordisruption.

Objectives: The present study aimed investigating the relationships between longitudinalvariations of circulating leukocytes (neutrophils, monocytes and T lymphocytes), ox-LDL, andmarkers of myocardial lesion (troponin T - cTnT), myocardial dysfunction (N-terminal pro-brain natriuretic peptide - NT-proBNP) and inflammation (C-reactive protein - CRP) in ST-ele-vation myocardial infarction (STEMI).

Design and methods: A follow-up of 50 STEMI patients was evaluated at 3 time points (atadmission, 2 and 40 days after) together with 50 subjects without coronary disease.Associations between neutrophil, monocyte, T lymphocytes, ox-LDL, CRP, cTnT and NT-proBNPwere evaluated over time.

Results: In STEMI patients, neutrophil count and ox-LDL concentration at admission decreasedsignificantly in the weeks following STEMI. Monocyte count, hs-CRP and cTnT peaked at day2. CD3+ T-lymphocytes were low at admission and increased gradually over 30 days. Theincrease in CD3+ T-lymphocytes during recovery was associated with the rise in hs-CRP andcTNT and correlated inversely with ox-LDL (Figure 1).

Conclusions: This is the first study reporting in alongitudinal perspective the relationships betweenCD3+ T lymphocytes and ox-LDL, CRP and cTnT,which were linked to plaque rupture event andsubsequent myocardial lesion. These associationscould be of the outmost importance in patients'treatment after acute myocardial infarction.Furthermore, the T-cell variations seem to be asso-ciated with plaque rupture, which may suggest apossible role in infarct healing and in the resolutionof inflammation.

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CO 135O TREINO DE ORTOSTATISMO (TILT TRAINING) AUMENTA A RESERVA VASOCONSTRITORAEM DOENTES COM SÍNCOPE REFLEXA NEUROCARDIOGÉNICA

SÉRGIO LARANJO1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA2, CRISTIANO TAVARES1, VERA GERALDES1, VÍTOR VAZ-DA-SILVA1,SUSANA RAPOSO1, SOFIA SANTOS2, EUNICE OLIVEIRA2, ISABEL ROCHA1, RUI FERREIRA2

(1Instituto de Medicina Molecular, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital deSanta Marta)

A síncope neurocardiogénica (SnC) é uma entidade clínica comum, resultante de umaresposta autonómica reflexa excessiva, com insuficiente vasoconstrição, nomeadamentedurante o stress ortostático. As diferentes opções terapêuticas são controversas e de eficá-cia limitada. O tilt training (TTr) tem-se mostrado uma alternativa prometedora no trata-mento destes doentes (D). No entanto, permanece por esclarecer o seu mecanismo deacção e impacto clínico numa população com SnC recorrente.

Objectivo: caracterizar a resposta hemodinâmica, autonómica e baroreflexa durante umprograma de TTr em D com SnC refractária às medidas convencionais.

População e métodos: Estudámos 26D (50% do sexo masculino, 41±14 anos), semevidência de cardiopatia, com SnC documentada em teste de Tilt (respostas car-dioinibitória em 50%, mista em 35% e vasodepressora em 15%). O TTr incluiu 9 sessõeshospitalares (3x/semana), no período da manhã, sob monitorização contínua do ECG epressão arterial (30 min com inclinação a 60º - 2 semanas - e 70º - 1 semana), comple-mentada com treino diário no domicílio (20 min de ortostatismo com apoio e elevação dacabeceira em 10º). O volume sistólico (ml), débito cardíaco (l/min), resistência vascularperiférica (dyne*s/cm^5), sensibilidade do baroreflexo e a variabilidade da frequênciacardíaca foram calculados com recurso ao sistema TaskForce Monitor (CNSystems, Graz,Austria). Todos os doentes foram reavaliados no 1º mês e cada 6 meses num períodomáximo de 36 meses (follow-up 24±12 meses).

Resultados: Ao longo das sessões de TTr verificou-se um aumento significativo e consis-tente da resistência total periférica (1485±225 vs. 1591±187, p<0,05) associado a umadiminuição da sua variância e desvio-padrão (206±60 vs. 150±42, p<0,05). Não se encon-traram alterações estatisticamente significativas dos restantes parâmetros estudados.Durante o período de follow-up, houve recorrência de síncope em 5D (19%), com reduçãosignificativa do número de síncopes (4.0±3.2/D nos 12 meses pré-TTr vs. 1.4±0.8/D pós-TTr, p<0.05).

Conclusão: Em doentes com SnC refractária, o TTr mostrou ser uma opção terapêutica efi-caz, com benefício a longo-prazo. A melhor tolerância ao ortostatismo, parece resultar doaumento da reserva vasoconstritora e da sua menor variabilidade.

CO 136ELECTROMECHANICAL DETECTION OF HIBERNATING MYOCARDIUM: COMPARISON WITHCARDIAC MAGNETIC RESONANCE

RUBEN RAMOS1, ATSUHIKO KAWAMOTO2, EMILE MAHANA3, SATOKO TAHARA3, HIROYUKI KYONO3, CHADI ALRAIES3,MOTAZ BAINBARS3, MARCO COSTA3, RUI FERREIRA1, HIRAM BEZERRA3

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2RIKEN Kobe Institute,Center for Developmental Biology, Japan, 3University Hospitals Case Medical Center,Cleveland, OH, USA)

Background: Assessment of left ventricular (LV) myocardial viability in the catheterizationlaboratory is important to optimize treatment decisions and guide catheter-based localtherapies. NOGA electromechanical mapping has been shown to be useful in assessmentof ischemic and hibernating myocardium during catheterization; however, quantitativeanalysis of its algorithm and direct comparison with conventional methods are lacking.

Aim: We evaluated the precision of NOGA-based ischemia measurement by examining itsability to detect changes in myocardial blood flow using cardiac magnetic resonanceimaging (MRI) as standard.

Methods: Anesthetized pigs (n = 17) were instrumented with an ameroide constrictorplaced on the proximal circumflex artery (LCX). NOGA maps of the LV and comprehensivecardiac MRI examination were obtained 1 month after instrumentation. NOGA mappingconsisted of measurements of voltages and local linear shortening (LLS) in each myocardi-um segment. Hibernation was considered to be present in segments meeting pre-spec-ified criteria: unipolar voltage > 3mv and LLS between 3 and 7%. MRI assessment consist-ed of the following quantifications: regional wall thickening [WT} (centerline model), scar(gadolinium delayed enhancement) and absolute blood flow (deconvolution method ofthe first pass gadolinium perfusion curves using a dedicated software program).Hibernation by MRI was present in segments which cumulatively met 3 criteria: 1) < 50%of transmural scar 2) decreased WT and 3) abnormal rest perfusion.

Results: Compared with normally perfused remote regions (RCA and LAD territories),regional LV wall function (WT: 5.1 ± 15 % vs. 52 ± 22%, p < 0.05) and rest blood perfu-sion (0.69± 0.2 % vs. 2.3 ± 1.1 ml/min/g p < 0.05) were severely reduced in the targetLCX region (30 ± 5 % of LV volume), meeting the criteria for hibernation by MRI. NOGA-defined hibernation (22.1 ± 14% of LV endocardial area) and rest perfusion by MRI corre-lated with one another (r = 0.6) in segments free of infarction but only poorly when hiber-nating segments with sub-endocardial scar (< 50% transmural) were also included in theanalysis (r = 0.3).

Conclusion: NOGA-based detection of hibernating myocardium correlates with reducedrest blood flow perfusion assessed by MRI in non-scarred myocardium but the two meth-ods may not be concordant when sub-endocardial scar is present.

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 8H30-10H00SALA DAVID VON BONHORST | PRÉMIO JOVEM INVESTIGADOR EM INVESTIGAÇÃO CLÍNICA

CO 137PARADOXO DO COLESTEROL-LDL EM DOENTES ADMITIDOS POR SÍNDROME CORONÁRIAAGUDA

FILIPA FERREIRA1, ANA TERESA TIMÓTEO1, FERNANDO MIRANDA1, JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA1, MARIA LURDES

FERREIRA1, RUI FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: No contexto de Síndromes Coronárias Agudas (SCA), têm sido identificadosdiversos paradoxos relativamente á influência de factores de risco para doença coronária,como o tabagismo e a obesidade. Outros permanecem como factores de prognóstico impor-tantes após SCA como o caso da diabetes e da hiperglicémia da admissão. Relativamente aoperfil lipídico da admissão, pouco estudos se têm detalhado no assunto.

Objectivos: Avaliar a influência do colesterol-LDL no prognóstico a curto e médio-prazoapós SCA.

Métodos: Entre Janeiro 2005 e Novembro 2008, avaliaram-se os doentes admitidos consec-utivamente na nossa UCI por SCA e incluídos no registo de SCA do centro. Em todos os doentesforam colhidos dados demográficos, antropométricos, factores de risco para doença coronária,dados clínicos e laboratoriais da admissão, incluindo perfil lipídico. OS doentes foram dividi-dos em quartis de acordo com os valores de colesterol-LDL da admissão: Q1 (≤96 mg/dl); Q2(97 - 120 mg/dl); Q3 (121-145 mg/dl); Q4 (?146 mg/dl). Analisou-se a ocorrência de morteintra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano de seguimento.

Resultados: Incluíram-se 1055 doentes, com idade média de 64 ± 13 anos, 68% sexomasculino. Na progressão dos quartis, verifica-se redução da idade, da história prévia deenfarte, prevalência de hipertensão arterial e diabetes, utilização de estatinas à data daadmissão e score GRACE mais baixo (ANOVA, p<0,01 para todas as variáveis). Pelo con-trário, identificou-se aumento da pressão arterial da admissão, de todas as variáveis doperfil lipídico, da prevalência de tabagismo, da apresentação com supra-desnivelamentosegmento ST e da utilização de bloqueadores-beta após admissão e realização de angio-plastia coronária. Utilização de estatinas após internamento sobreponível. Sem diferençassignificativas para a mortalidade intra-hospitalar (8,1%, 6,1%, 4,9% e 3,7%, respectiva-mente, p=0,17) ou para a mortalidade aos 30 dias (9,6%, 8,3%, 5,7% e 4,8%, p=0,115).A mortalidade ao primeiro ano foi significativamente superior no grupo com menor coles-terol-LDL (11,9%, 9,1%, 8,7% e 4,8%, p=0,037). Por análise multivariada de regressãologística, o quartil 1 e 2 (este último limiar) são factores predizentes independentes demortalidade ao primeiro ano comparativamente com o quartil 4 (OR 2,65, IC 95% 1,35-5,19, p=0,004; OR 1,96, IC 95% 0,99-3,93, p=0,059, respectivamente).

Conclusão: Ao contrário do que se verifica para um curto prazo, existe uma relação para-doxal entre o valor do colesterol-LDL na admissão, e a mortalidade ao primeiro ano deseguimento.

CO 138ECG E DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE BRUGADA: PODEMOS IR ALÉM DO PADRÃO?

LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, TELMO S. PEREIRA2, BRUNO RODRIGUES1, RITA FARIA1, EMANUEL CORREIA1, LUÍS

NUNES1, ANTÓNIO COSTA1, JOSÉ LOPES DE CARVALHO1, LUÍS ELVAS3, JOSÉ CARLOS MACHADO4, SÉRGIO CASTEDO4,CARLA HENRIQUES5, ANA MATOS5, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE, 2Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra,3Hospitais da Universidade de Coimbra, 4Universidade do Porto Faculdade de Medicina doPorto, 5Instituto Politécnico de Viseu)

Introdução: Para o diagnóstico da Síndrome de Brugada (SB) é indispensável o fenótipoelectrocardiográfico característico. Em apenas 18 a 30% dos casos é possível encontraruma mutação que permita identificar os familiares potencialmente afectados e excluir osnão portadores.

Objectivos e métodos: Estudados 78 elementos de uma família com 33 portadores (P+)de mutação específica do SCN5A causadora de SB. Foram medidos intervalos PR, QRS, AH,HV e QTcorrigido; distância T pico-end máxima e dispersão transmural da repolarização(DTR) entre V1 e V3. Pesquisada presença do sinal aVR, QRS fragmentados, padrão derepolarização precoce (RP) e existência de potenciais tardios (PVT) no ECG de alta res-olução (ECGAR). O ECGAR foi ainda realizado em 15 indivíduos saudáveis: grupo de con-trolo (GC). A partir dos dados obtidos foi construída uma fórmula de detectar P+ sem terde recorrer ao padrão de repolarização no ECG.

Resultados: Encontradas diferenças significativas (p<0,05) entre os P+ vs. não portadores (P-) do intervalo PR (195,36±27,95 vs. 153,60±23,44), QRS (103,7±16,57 vs. 93,49±16,13), AH(96±28,31 vs. 76,8±3,9), HV (47,67±6,85 vs. 38,8±6,42) e na DTR (48,62±25,46 vs.29,65±19,16). A prevalência de PVT foi de 52%, 26,1% e 7,7% respectivamente nos P+, P- eGC (p<0,05). Os parâmetros do ECGAR comparados individualmente apresentaram valoressuperiores do QRS filtrado (QRSf) (105±9,84 vs. 91,91±10,75 vs. 90,15±5,11), do LAS(41,32±10,02 vs. 31,96±12,87 vs. 23,38±9,01) e inferiores do RMS40 (18,96±6,58 vs.36,83±24,22 vs. 43,15 ±23,16) respectivamente nos P+, P- e GC (p<0,05).Finalmente, a 46 familiares (26 P+) foi aplicado um teste de diagnóstico que para ser pos-itivo necessitava cumprir simultaneamente seis condições: PR?150 e QRS?80 e DTR>10 eQRSf?90 e LAS?26 e RMS40≤29. Nesta família este teste foi positivo em 22 de 25 P+ com2 falsos positivos em 21 P- (sensibilidade (S) de 88% e especificidade (E) de 90.5%). A Se E do ECG (espontâneo + provocado por fármaco) nesta família foram 52% e 100%,respectivamente. De salientar que a diferença de S entre o teste proposto e o padrão derepolarização no ECG é significativa (p<0.05), mas não o é a diferença de E.

Conclusões: Com este trabalho evidenciou-se que na presença de casos familiares de SBem que o resultado genético não esteja disponível, poderá haver outros marcadores elec-trocardiográficos que na ausência do padrão típico da entidade podem ajudar a distinguirentre P+ e P-.

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I-48

CO 139CINTIGRAFIA PERFUSÃO MIOCÁRDIO: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E PROGNÓSTICO A LONGOPRAZO DE INDIVÍDUOS DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR

RENATO MARGATO1, MARIA JOÃO FERREIRA2, A. I. FERRER-ANTUNES2, SOFIA CARVALHO1, JOSÉ PAULO FONTES1, LUÍS A.PROVIDÊNCIA2

(1 Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real),2Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A estratificação do risco de morte, enfarte (re-enfarte) ou revascularizaçãomiocárdica em pacientes de alto risco cardiovascular [com história de enfarte do miocárdio(EAM) e/ou revascularização miocárdio (RM)] baseia-se na identificação de isquémia e/ouviabilidade miocárdica e função ventricular esquerda.

Objectivo: Avaliar a relação dos resultados da cintigrafia de perfusão miocárdica (CPM) e daprova de esforço (PE) com a ocorrência de eventos major (EM) a longo prazo numa populaçãocom elevado risco cardiovascular.

Métodos: Estudo observacional, longitudinal, retrospectivo que incluiu 158 doentes (dts) con-secutivos com antecedentes conhecidos EAM ou RM referidos para a realização de CPM, numúnico centro, durante o ano de 2002. O exame foi efectuado de acordo com o protocolo esforço/ repouso, sendo a injecção do marcador para a aquisição das imagens correspondentes aoesforço realizada durante prova em tapete rolante segundo o protocolo de Bruce. O seguimen-to clínico foi de 6 anos ou até à ocorrência de morte, EAM ou RM (cirúrgica ou percutânea) efoi efectuado por consulta do processo clínico hospitalar. Na análise estatística foi usado ométodo de regressão logística de Cox. Na análise multivariada foram comparados 3 modelosdistintos em relação à ocorrência de EM adicionando-se sequencialmente a variáveis clínicasas alterações na PE e CPM: 1) modelo clínico; 2) modelo clínico e PE ; 3) modelo clínico, PE eCPM.

Resultados: A população estudada tinha idade média de 61.3 ± 11.0 anos, 86% do sexo mas-culino e 15,8% de diabéticos. A PE foi positiva em 49,4% dos dts (submáxima em 32,9%) ea CPM apresentou alterações em 86,1% dos dts, sendo que 48,7% evidenciavam isquémiaem> 5% do ventrículo esquerdo (VE). Ao longo do seguimento clínico 29,1% dos dts tiveramEM: Morte= 0.6%, EAM=5.1% e RM= 23.4%. A análise univariável demonstrou que as variáveisidade (HR=1,0; p< 0,006), Diabetes (HR=2,0; p< 0,03), PE submáxima (HR=2,2; p< 0,02), CPMcom alterações (HR=4,2; p< 0,05) e Isquémia > 5% VE (HR=2,6; p< 0,004) estão associadas àocorrência de EM. A análise multivariada incluindo apenas variáveis clínicas ou associação devariáveis clínicas e PE (modelos 1 e 2) não identificou nenhum preditor independente de EM.A adição de informação da CPM às variáveis clínicas e PE demonstrou maior valor prognóstico(modelo 1: ¯2 = 10.0, p ≤ 0.02; modelo 2: ¯2 = 12.8, p ≤ 0.03; modelo 3: ¯2 = 18.2, p ≤ 0.006),identificando como único factor de risco independente para ocorrência de EM a presença deuma área isquémica > 5% do VE (HR-2,5; IC95%:1,2-5,2; p ≤ 0.02).

Conclusão: A presença de uma área isquémica com uma extensão superior a 5% do VE foi aúnica variável independente relacionada com a ocorrência de eventos numa população de altorisco. A adição da informação da CPM às variáveis clínicas conhecidas demonstrou um eleva-do valor prognóstico.

CO 140DIAGNOSTIC CONTRIBUTION OF CARDIAC MAGNETIC RESONANCE IN PATIENTS WITHRAISED TROPONIN AND NON SIGNIFICANT CORONARY ARTERY STENOSES

SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, TERESA PINHO1, ANTÓNIO J. MADUREIRA1, ISABEL RAMOS1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introduction: Chest pain, ECG changes and raised troponin (cTnI) levels are the corner-stone for acute coronary syndrome (ACS) diagnosis. Occasionally, patients with suspectedACS have no significant coronary artery stenoses. Cardiac magnetic resonance (CMR), dueto its capacity of tissue characterization, is able to distinguish between different aetiolo-gies. We aimed to assess the diagnostic contribution of CMR in patients admitted with sus-pected ACS and unobstructed coronary arteries.

Methods: Patients admitted from Jan/06-Nov/09 with clinically suspected ACS and nosignificant coronary artery disease (stenosis<50%) referred to CMR for additional evalua-tion were included. Clinical and laboratorial data were assessed. CMR was performed in a3T scanner (MagnetonTrio, Siemens). The parameters evaluated were: ventricular vol-umes, ejection fraction, myocardial edema (T2-weighted sequences) and delayed-enhancement (DE).

Results: A total of 33 patients were included. Mean age at admission was 52±19 yearsand 18 (56%) patients were men. Prevalence of risk factors was low: no patients had dia-betes, 13 (39.4%) had arterial hypertension, 12 (36.4%) had dyslipidemia, 10 (30.3%)were obese and 7 (21.2%) were active/ex-smokers. ST segment elevation was the mostfrequent ECG abnormality (14 (42.4%) patients) while no ECG changes were observed in9 (27.3%) patients. Median cTnI level was 6.1 (P25-P75:1.9-12.4)ng/mL. Ten (30.3%)patients had fever/history of viral illness. The median interval from start of symptoms toCMR was 5 (P25-P75:3-6.75)days. CMR provided a diagnosis in 27 (81.2%) patients.Myocarditis was the most frequent diagnosis, recognized in 13 (39.4%) cases. Takotsubosyndrome and AMI were the second most common finding, each identified in 5 (15.2%)patients. Non-ischemic dilated cardiomyopathy was diagnosed in 3 (9.1%) patients. In 6(18.2%) cases, CMR did not show any abnormality. No significant differences in clinicaland LV parameters at baseline were observed between the patients with and withoutCMR findings. cTnI was the only predictor of DE presence (p=0.039).

Conclusion: Assessment of patients with suspected ACS and no significant coronarystenoses is challenging and involve important prognostic and therapeutic implications.CMR was particularly useful, providing a diagnosis in 81% of cases. Additional studies areneeded in order to evaluate the prognostic meaning of these findings as well as to ascer-tain other options for those with no CMR abnormalities.

CO 141UPGRADE DE SISTEMAS IMPLANTADOS (PACEMAKER E CDI) PARA DISPOSITIVOS COMESTIMULAÇÃO BIVENTRICULAR (CRT)

JOÃO BRITO1, PEDRO CARMO1, DIOGO CAVACO1, KATYA REIS SANTOS1, FRANCISCO BELLO MORGADO1, PEDRO

ADRAGÃO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O pacing ventricular direito permanente induz dessincronia ventricular comefeitos deletérios sobre a função ventricular esquerda (FEVE). Há também uma fracção dedoentes (dts) com CDI que, por agravamento de insuficiência cardíaca (ICC) acabam por terindicação para ressincronização cardíaca (CRT). O presente estudo pretendeu caracterizar apopulação submetida a upgrade para CRT e avaliar os resultados do procedimento, uma vezque são poucos os dados relativos a este assunto.

População e Métodos: Entre Janeiro de 2003 e Novembro de 2009, foram implantados 401CRT na nossa instituição, dos quais 45 (11,2 %) correspondem a upgrade de dispositivosimplantados (22 PM e 23 CDI). Em 4 dts fez-se upgrade de PM para CRT sem desfibrilhador.Numa população com 86,7% de dts do sexo masculino e idade média de 68,4±10,8 anos, foiavaliada a incidência de morte cardiovascular (CV) e reinternamento por ICC, assim como aevolução da classe funcional NYHA, FEVE e duração do QRS após o upgrade, comparando-seas variáveis através do teste de Wilcoxon e teste-t para amostras emparelhadas.

Resultados: Nos dts com PM, o motivo para a 1ª implantação foi BAV de alto grau em 63,6%,bradicardia sintomática com perturbação da condução AV em 22,7%, síncopes de repetição em9,1% e pós-ablação do nódulo AV em 4,6%. Todos tinham pacing ventricular direito perma-nente e agravamento de ICC. Dos dts com CDI, o motivo para 1ª implantação foi prevençãoprimária em 47,8% e o motivo para "upgrade" foi agravamento de ICC concomitante com BCRE(73,9%) ou pacing ventricular permanente (26,1%). Globalmente, 46,7% dos dts tinham mio-cardiopatia isquémica, 33,3% valvulopatia e 20% miocardiopatia dilatada idiopática. No pro-cedimento de "upgrade", verificou-se oclusão da veia subclávia(VSC) esquerda em 2 dts, comnecessidade de cateterizar a VSC contralateral e fazer tunelização até ao gerador. 2 dts (4,4%)tiveram hematoma submetido a drenagem. No seguimento médio de 26±23 meses, veri-ficaram-se 5 mortes (11,1%), das quais 2 (4,4%) de causa CV. 1 doente foi submetido a trans-plante cardíaco 65 meses após o upgrade. No período de 1 ano anterior ao "upgrade" 69%dos dts tiveram internamento por ICC, valor reduzido para 13,3% no ano após o procedimen-to (p<0,0001). A sobrevida média livre de internamentos por ICC foi de 20,6±14 meses. Houvemelhoria da classe NYHA em 81,8% dos dts com diminuição média de 0,98±0,6 pontos(p<0,0001), verificando-se relação significativa entre melhoria funcional e redução de reinter-namento por ICC (hazard ratio= 0,107 IC 95% [0,031-0,367], p<0,0001). Houve diminuiçãomédia da duração do QRS de 44,8±25,2 ms (p<0,0001) e um incremento médio da FEVE de5,2±8% (p=0,006). O tipo de dispositivo inicial não influenciou os resultados obtidos.

Conclusão: O upgrade para CRT constitui um procedimento seguro e com bons resultados alongo prazo, verificando-se melhoria funcional, traduzida por diminuição do número de inter-namentos por ICC.

NOTAS

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I-51

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA DO MIOCÁRDIO: DO ENFARTEÀ AVALIAÇÃO DO RISCO

C 1O EUROSCORE COMO PREVISOR DE MORTALIDADE EM CIRURGIA CORONÁRIA HOSPITALARE A UM ANO

V. MARQUES GOMES1, PEDRO COELHO1, HELENA ANTUNES1, NUNO BANAZOL1, LUÍS BAKERO1, JOSÉ FRAGATA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O Euroscore tem sido o score de previsão de risco mais utilizado na Europa.Normalmente é um bom predictor de mortalidade em Cirurgia Coronária. Essa previsãomanter-se-a adequada um ano após a alta?Objectivos: Estudar a adequação do Euroscore como previsor de mortalidade em doentessubmetidos a cirurgia de revascularização coronária durante o internamento e após umano de seguimento e identificar os factores que influenciem a mortalidade observada.

Material e Métodos: De Janeiro a Novembro de 2008 foram submetidos a cirurgia derevascularização miocárdica no nosso centro 338 doentes que foram seguidos durantepelo menos um ano. Foram obtidas na base de dados do Serviço e analisadas 29 variáveisentre demográficas, factores de risco pré-operatórios, Euroscore Logístico, dados cirúrgi-cos, pós-operatórios como complicações e óbito durante o internamento e durante umano após a alta hospitalar. Os dados foram analizados com o software SPSS 17 descritiva-mente e quanto às relações entre as variáveis estudadas e a mortalidade observada nointernamente e ao ano após a alta.

Resultados: Os doentes estudados apresentavam uma idade média de 66 anos, 75%eram homens, 35% diabéticos, 88% hipertensos. Foram operados electivamente 80% dosdoentes, 73%com boa, 25% com modrada e 2% com má função ventricular. Todos rece-beram 1 bypass arterial e 13% dois; 40% receberam 2 bypasses venosos e 45% um; 13%das cirurgias foram OFF-PUMP. O Euroscore Logístico médio era 4% e a mortalidade hos-pitalar, observada foi de 2%. influenciaram na mortalidade a infecção, as complicaçõesrenais, do SNC e respiratórias e o tempo de UCI. A um ano a mortalidade observada foi de4% e influenciaram o tempo de internamento, a fracção de ejecção, a idade e o Euroscore.Todos com p<0,05.

Conclusões: No nosso Serviço a mortalidade hospitalar observada em cirurgia coronáriaé a metade da prevista pelo Euroscore, contudo a um ano, a mortalidade esperada ajus-ta-se à prevista pelo mesmo, validando-o como um excelente previsor de mortlidadenesse período no nosso Centro.

C 2CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA NO PÓS-ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIOPRECOCE: ANÁLISE COMPARATIVA DAS ESTRATÉGIAS COM E SEM CIRCULAÇÃO EXTRA-COR-PORAL

Sílvio Leal1, Rita Calé1, Rui Rodrigues1, José Calquinha1, Luís Bruges1, Miguel Abecasis1,José Pedro Neves1, João Moradas Ferreira1, Aniceto Silva1, João Queiroz e Melo1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A cirurgia de revascularização coronária (CABG) sem circulação extra-corporal (CEC)tem tido uma aplicação progressivamente mais generalizada face a menores tempos de inter-namento e incidência de complicações. A literatura recente tem contudo posto em causa asuperioridade desta técnica em alguns contextos e subgrupos de doentes coronários.

Objectivo: Comparar estratégias CABG com e sem CEC no contexto de Enfarte Agudo doMiocárdio (EAM) recente.

Métodos: Análise retrospectiva de doentes consecutivamente submetidos a CABG com ou semCEC no contexto de EAM recente (≤6 semanas), durante período de 1 ano. Avaliação compara-tiva das características basais e resultados cirúrgicos dos dois grupos. Comparação do prognós-tico aos 30 dias, 1 ano e 2 anos (follow-up médio de 729±339 dias) por regressão multivaria-da de Cox para os endpoints 1.Morte (Mrt) e 2.Morte+EAM+Revascularização+AVC (MACE).Subanálise dos resultados por precocidade de CABG (0-2 vs 2-6 sem.).

Resultados: 90 doentes, 73,3% masc., 66,1±10,9 anos. Factores de risco CV: HTA 85,2%, DM38,2%, dislipidémia 68,8%, tabagismo 49,1%, HF 19,8%, IMC 26,5±3,7. DAC do TC 21,8%, 3vasos 59,1%. EuroSCORE aditivo 6,0±2,8. Análise comparativa CEC vs não CEC: subgrupos sobre-poníveis, com excepção de AVC prévio (6,0vs18,3%, P=0,03), intervalo EAM-CABG (19,1vs30,9d,p=0,03), taxa de revascularização completa (74vs55%, p=0,05), nº bypasses total(2,8±0,7vs2,4±0,9, P=0,005) e venosos (1,3±0,9vs0,9±0,7, P=0,008). Análise de sobrevivênciaCEC vs não CEC: Mrt 30d 2,3vs6,4% (P=0,10), Mrt 1A 7,0vs10,6% (P=0,41), Mrt 2A 9,3vs10,6%(P=0,38); MACE 30d 2,3vs8,5% (P=0,06), MACE 1A 14,0vs19,1% (P=0,28), MACE 2A16,3%vs21,3% (P=0,37). As curvas de sobrevivência ajustadas para os predictores indepen-dentes não demonstram diferenças para os endpoints primários aos 30d, 1A e 2A (gráfico).Subanálise por precocidade de CABG: ausência de diferenças entre as duas estratégias a curtoe longo prazo (CABG 0-2 sem. Mrt P=0,79,MACE=0,48; CABG 2-6 sem. Mrt P=0,52, MACEP=0,38).

Conclulsão: Não foram demonstradas difer-enças de prognóstico a curto e longo prazosignificativas entre as estratégias de CABGcom e sem CEC no contexto de EAM precoce.

C 3TEMPO IDEAL DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA APÓS ENFARTE AGUDODO MIOCÁRDIO

SÉRGIO BOSHOFF1, RITA CALÉ1, SÍLVIO LEAL1, MARIA JOSÉ REBOCHO1, RUI RODRIGUES1, MIGUEL ABECASIS1, JOSÉ

PEDRO NEVES1, JOÃO MORADAS FERREIRA1, JOSÉ CALQUINHA1, ANICETO SILVA1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

A cirurgia de revascularização coronária (CABG) de emergência no contexto de enfarteagudo de miocárdio (EAM) está associada a uma elevada mortalidade. O tempo ideal paraa realização de CABG neste contexto é controverso. Objectivo: Comparar o prognóstico amédio prazo dos doentes submetidos a CABG precoce e tardia.

População e Métodos: Cento e dez doentes consecutivos (idade média 66±11 anos, 27%doentes do sexo feminino) com EAM foram submetidos a revascularização cirúrgica noano de 2007. O dia 0 corresponde ao 1º dia do EAM. Os doentes foram estratificados pelotempo da realização de CABG em precoce (dias 0-7), intermédia (dias 8-21) e tardia (dia22 ou mais tarde). Para cada doente calculou-se o HR&95%IC para morte de todas ascausas e para end point combinado de morte/EAM/revascularização/AVC, ajustado parao EuroSCORE e para as características da estratégia cirúrgica.

Resultados: Dos 110 doentes identificados com um follow-up médio de 725±341 dias, 27dts (24,5%) foram submetidos a CABG precoce, 45 (40,9%) a CABG em tempo intermé-dio e 38 (34,5%) a CABG tardia. O tempo médio para a realização de CABG pós-EAM foide 25±30 dias. No período intrahospitalar ocorreram 5 (4,5%) mortes, 10 (9,1%) EAM e2 (1,8%) AVC isquémicos. No total, ocorreram 16 (14,5%) mortes, sendo 9 (8,2%) decausa cardiovascular, 9 (8,2%) EAM excluindo os EAM pós-operatórios, 8 (7,3%) revascu-larização, 5 (4,5%) AVC e 27 (24,5%) end points combinados (morte/EAM/revasculariza-ção/AVC). Os doentes submetidos a CABG precoce foram doentes com Euroscore mais ele-vado (8,0% vs 4,7% vs 5,9%; p=0,031). Os doentes do sexo masculino foram operadosmais cedo e os diabéticos mais tarde e não houve diferenças em relação ao tipo de EAM.Não houve diferenças na mortalidade nos doentes submetidos a CABG precoce vs inter-média vs tardia (8,3% vs 7,3% vs 12,1%, p=0,583), sendo que a análise ajustada aoEuroSCORE, diabetes, depuração da creatinina, doença multivaso, revascularização com-pleta e cirurgia com ou sem circulação extracorporal mostrou que o tempo EAM-CABG nãofoi preditor de morte (HR 1,009, IC 95%:0,989-1,029; p=0,343) ou endpoint combinado(HR 1,001, IC 95% 0,987-1,015; p=0,935).

Conclusões: Numa população de doentes não seleccionados com EAM revascularizadoscirurgicamente, a cirurgia precoce não esteve associada a menos mortalidade ou outroseventos adversos. Esta análise sugere que a cirurgia pode ser diferida por uma semanaapós enfarte agudo do miocárdio em casos estáveis.

C 4AVALIAÇAO DE PERFORMANCE EM CIRURGIA CORONÁRIA

PEDRO COELHO1, VALDEMAR GOMES1, HELENA ANTUNES1, LUÍS BAKERO1, NUNO BANAZOL1, JOSÉ FRAGATA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A avaliação de resultados em cirurgia cardíaca tem sido sempre uma preocu-pação dos cirurgiões cardíacos. A cirurgia coronária é, provavelmente o procedimentocirúrgico mais bem estudado de todos. Aliado a esta preocupação, temos assistido a uminteresse crescente no controle da qualidade em medicina e especialmente nos procedi-mentos cirúrgicos. Para se avaliar a performance têm sido propostos vários programasbaseados, na sua maioria, em processos industriais. No nosso serviço fazemos desde2008, por rotina, a avaliação da performance com curvas de Cusum, elaboradas pelo pro-grama da nossa base de dados.

Objectivo: Avaliar a performance em cirurgia coronária do nosso serviço desde 2008 apli-cando uma curva de cusum ajustada ao risco previsto pelo euroscore

Material e Métodos: Este estudo inclui 589 doentes coronários operados entre Janeiro de2008 e Novembro de 2009 cujos dados foram colhidos da nossa base de dados. A idademédia foi (66.3±10.2) e destes 136 (24%) eram do sexo feminino. O euroscore logísticomédio 4.04% e o numero de anastomoses distais foi 2.3 por doente. A função ventricu-lar era boa (maior que 49%) em 70% dos doentes, razoável (entre 30-49%) em 28% emá (menor que 30%) em 2%. Morreram 11 doentes (2%). Aplicou-se uma curva deCusum ajustada ao risco previsto pelo euroscore (ver figura). A razão entre a mortalidadeglobal observada e a esperada aplicando o euroscore é de 0.5, ou seja a mortalidade é ametade da esperada.

Conclusão: A curva do valor observado evolui de forma linear com valores inferiores aoesperado, sendo cerca de metade da mortalidade prevista pelo euroscore. No gráfico con-stata-se que não existem ao longo do tempo alterações súbitas do declive da recta queindiquem aumento súbito da mortalidade. Estas alterações a existirem são sinais dealarme devendo ser indagadas e corrigidas as suas causas.

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C 5AVALIAÇAO DE PERFORMANCE EM CIRURGIA CORONÁRIA

PEDRO COELHO1, VALDEMAR GOMES1, HELENA ANTUNES1, LUÍS BAKERO1, NUNO BANAZOL1, JOSÉ FRAGATA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A avaliação de resultados em cirurgia cardíaca tem sido sempre uma preocu-pação dos cirurgiões cardíacos. A cirurgia coronária é, provavelmente o procedimentocirúrgico mais bem estudado de todos. Aliado a esta preocupação, temos assistido a uminteresse crescente no controle da qualidade em medicina e especialmente nos procedi-mentos cirúrgicos. Para se avaliar a performance têm sido propostos vários programasbaseados, na sua maioria, em processos industriais. No nosso serviço fazemos desde2008, por rotina, a avaliação da performance com curvas de Cusum, elaboradas pelo pro-grama da nossa base de dados.

Objectivo: Avaliar a performance em cirurgia coronária do nosso serviço desde 2008 apli-cando uma curva de cusum ajustada ao risco previsto pelo euroscore

Material e Métodos: Este estudo inclui 589 doentes coronários operados entre Janeiro de2008 e Novembro de 2009 cujos dados foram colhidos da nossa base de dados. A idademédia foi (66.3±10.2) e destes 136 (24%) eram do sexo feminino. O euroscore logísticomédio 4.04% e o numero de anastomoses distais foi 2.3 por doente. A função ventricu-lar era boa (maior que 49%) em 70% dos doentes, razoável (entre 30-49%) em 28% emá (menor que 30%) em 2%. Morreram 11 doentes (2%). Aplicou-se uma curva deCusum ajustada ao risco previsto pelo euroscore (ver figura). A razão entre a mortalidadeglobal observada e a esperada aplicando o euroscore é de 0.5, ou seja a mortalidade é ametade da esperada.

Conclusão: A curva do valor observado evolui de forma linear com valores inferiores aoesperado, sendo cerca de metade da mortalidade prevista pelo euroscore. No gráfico constata-se que não existem ao longo dotempo alterações súbitas do declive darecta que indiquem aumento súbito damortalidade. Estas alterações a existiremsão sinais de alarme devendo ser inda-gadas e corrigidas as suas causas.

C 6DIABETES MELLITUS NA REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA: QUAL A SUAPREVALÊNCIA E INFLUÊNCIA NO PROGNÓSTICO DESTES DOENTES?

BRUNO PIÇARRA1, PEDRO COELHO2, LUÍS MIRANDA2, JOSÉ FRAGATA2

(1HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO, 2CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA CENTRAL, EPE HOSPITAL DESANTA MARTA)

Introdução: A presença de Diabetes Mellitus (DM) associa-se a um aumento de eventoscardiovasculares major e constitui um factor prognóstico importante na doença coronáriaindependentemente da estratégia terapêutica adoptada.

Objectivo: Determinar qual a influência da DM no pós-operatório e no prognóstico dosdoentes (D) submetidos a revascularização coronária cirúrgica (CABG).

Métodos: Foram incluídos todos os D (n=535D) submetidos consecutivamente a CABGentre o período de Janeiro de 2008 a Agosto de 2009. Consideraram-se 2 grupos, diabéti-cos e não diabéticos. Avaliaram-se os factores de risco cardiovasculares (FRCV), oEuroscore, função ventricular prévia à cirurgia (definida como boa, razoável ou deficiente),a anatomia da doença coronária e o número de by-pass realizados. Compararam-se osdias de internamento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), o total de dias de inter-namento e a presença das seguintes complicações: necessidade de ventilação mecânicaprolongada (superior a 24 horas), incidência de fibrilhação auricular (FA) e agravamentoda função renal. Avaliou-se também a mortalidade intra-hospitalar e no período de follow-up de 3 meses a 1 ano entre ambos os grupos.

Resultados: Os diabéticos representaram 36,7% dos D submetidos a CABG e eram consti-tuídos por mais mulheres (28,1% versus 19,3%; p=0,02), apresentavam menos hábitostabágicos (39,8% versus 50,9%; p=0,01) e um Euroscore mais elevado (4,56 ± 4,1 versus3,63 ± 2,66; p=0,01). A média de idades, a função ventricular e o número de by-pass foisemelhante nos 2 grupos. Comparando a anatomia coronária, os D sem DM tinham maisdoença do tronco comum (40,8% versus 31,6%; p=0,04). No pós-operatório, os diabéticostiveram mais dias de internamento na UCI (2,2 ± 2,1 versus 1,5 ± 1,4 dias; p=0,001), nototal do internamento (8,8 ± 3,9 versus 7,8 ± 2,5 dias; p=0,001), não se registando difer-enças significativas nas complicações consideradas entre ambos os grupos. A mortalidadeintra-hospitalar dos diabéticos foi de 3,0% e de 0,9% nos não diabéticos (p=0,12). A mor-talidade no período de follow-up considerado foi de 4,2% nos D com DM e de 2,4% nosD sem DM (p=0,33).

Conclusões: No pós-operatório de CABG, a DM associa-se a um aumento da morbilidadeintra-hospitalar, reflectida especialmente por um aumento dos dias de internamentotanto na UCI como no total do internamento.

C 7FIBRILHAÇÃO AURICULAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃOCORONÁRIA - FACTORES DE RISCO E IMPLICAÇÃO NO PROGNÓSTICO HOSPITALAR

ARTUR LOPES1, NUNO MARQUES2, BRUNO PIÇARRA3, PEDRO COELHO4, JOSÉ FRAGATA4

(1Hospital do Divino Espírito Santo, 2Hospital Distrital de Faro, 3Hospital Espírito Santo,4Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A fibrilhação auricular (FA) é uma intercorrência frequente no período pós-operatório de cirurgia de revascularização coronária (CRC). Pretendemos avaliar os fac-tores de risco determinantes da sua incidência e a implicação prognóstica na morbi-mor-talidade hospitalar.

Método: Análise retrospectiva de 555 doentes consecutivos, submetidos a CRC isolada,num centro cirúrgico, entre Dezembro de 2007 e Setembro de 2009. Considerámos osepisódios de FA "de novo" ou recorrente. Avaliámos se as seguintes variáveis estavamassociadas à incidência de FA: idade, sexo, hipertensão arterial, diabetes mellitus, taba-gismo, patologia respiratória crónica, obesidade, creatininémia pré-operatória, funçãoventricular esquerda, história de enfarte do miocárdio, angioplastia coronária prévia,euroscore logístico e realização de cirurgia sob circulação extracorporal. Analisámos a mor-talidade e morbilidade intra-hospitalar, considerando as complicações do foro cardíaco,respiratório, renal e neurológico e a duração de internamento, em análise uni e multifac-torial.

Resultados: Sesssenta e nove doentes apresentaram FA (12%). Em análise unifactorial, aidade (p<0,01), o sexo (M 10% vs F 19%, p=0,01) e o tabagismo (fumadores 4% vs ex-fumadores 14% vs não-fumadores 15%, p<0,01) foram os únicos que se associaram-se àincidência de FA. Em análise multifactorial somente a idade manteve uma relação inde-pendente com a FA (p<0,01). Não houve diferença relativamente à mortalidade (FA 0%vs não-FA 2%, p=ns). A morbilidade conjunta (cardíaca, respiratória, renal e neurológica)foi significativamente maior no grupo da FA (41% vs 25%, p=0,01), assim como a duraçãodo internamento (11,6± 13,2 dias vs 8,7± 5,1 dias, p<0,01). Analisando por subgrupos demorbilidade, apenas as complicações neurológicas foram significativamente mais fre-quentes nos doentes com FA (16% vs 7%, p=0,02), verificando-se uma tendência para umaumento das complicações cardíacas (28% vs 18%, p=0,07). Em análise multifactorial, apresença de FA manteve-se associada a maior morbilidade conjunta (p=0,03) e duraçãode internamento (p=0,01).

Conclusão: A idade foi o único factor independente associado à incidência de FA. A pre-sença de FA no período pós-operatório de CRC associou-se, de forma independente, amaior frequência de morbilidade e duração de internamento.

C 9FIBRILHAÇÃO AURICULAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃOCORONÁRIA - FACTORES DE RISCO E IMPLICAÇÃO NO PROGNÓSTICO HOSPITALAR

ARTUR LOPES1, NUNO MARQUES2, BRUNO PIÇARRA3, PEDRO COELHO4, JOSÉ FRAGATA4

(1Hospital do Divino Espírito Santo, 2Hospital Distrital de Faro, 3Hospital Espírito Santo,4Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A fibrilhação auricular (FA) é uma intercorrência frequente no período pós-operatório de cirurgia de revascularização coronária (CRC). Pretendemos avaliar osfactores de risco determinantes da sua incidência e a implicação prognóstica na morbi-mortalidade hospitalar.

Método: Análise retrospectiva de 555 doentes consecutivos, submetidos a CRC isolada,num centro cirúrgico, entre Dezembro de 2007 e Setembro de 2009. Considerámos osepisódios de FA "de novo" ou recorrente. Avaliámos se as seguintes variáveis estavamassociadas à incidência de FA: idade, sexo, hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabag-ismo, patologia respiratória crónica, obesidade, creatininémia pré-operatória, função ven-tricular esquerda, história de enfarte do miocárdio, angioplastia coronária prévia,euroscore logístico e realização de cirurgia sob circulação extracorporal. Analisámos a mor-talidade e morbilidade intra-hospitalar, considerando as complicações do foro cardíaco,respiratório, renal e neurológico e a duração de internamento, em análise uni e multifac-torial.

Resultados: Sesssenta e nove doentes apresentaram FA (12%). Em análise unifactorial, aidade (p<0,01), o sexo (M 10% vs F 19%, p=0,01) e o tabagismo (fumadores 4% vs ex-fumadores 14% vs não-fumadores 15%, p<0,01) foram os únicos que se associaram-se àincidência de FA. Em análise multifactorial somente a idade manteve uma relação inde-pendente com a FA (p<0,01). Não houve diferença relativamente à mortalidade (FA 0%vs não-FA 2%, p=ns). A morbilidade conjunta (cardíaca, respiratória, renal e neurológica)foi significativamente maior no grupo da FA (41% vs 25%, p=0,01), assim como a duraçãodo internamento (11,6± 13,2 dias vs 8,7± 5,1 dias, p<0,01). Analisando por subgrupos demorbilidade, apenas as complicações neurológicas foram significativamente mais fre-quentes nos doentes com FA (16% vs 7%, p=0,02), verificando-se uma tendência para umaumento das complicações cardíacas (28% vs 18%, p=0,07). Em análise multifactorial, apresença de FA manteve-se associada a maior morbilidade conjunta (p=0,03) e duraçãode internamento (p=0,01).

Conclusão: A idade foi o único factor independente associado à incidência de FA. A pre-sença de FA no período pós-operatório de CRC associou-se, de forma independente, amaior frequência de morbilidade e duração de internamento.

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I-53

C 10PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA BAIXA ISOLADA E PROGNÓSTICO NAS SÍNDROMESCORONÁRIAS AGUDAS, MAIS ALÉM DOS PREDITORES CONVENCIONAIS

CATARINA VIEIRA1, ANTÓNIO GASPAR1, SÍLVIA RIBEIRO1, SÉRGIO NABAIS1, PEDRO AZEVEDO1, MIGUEL ÁLVARES

PEREIRA1, NUNO SALOMÉ1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: Nas artérias coronárias, ao contrário do restante sistema arterial, o fluxomáximo de perfusão ocorre durante a diástole. Como a pressão de perfusão das coronáriasse equipara à pressão diastólica da aorta, esta desempenha um papel crucial na ofertade oxigénio ao miocárdio, factor crítico no contexto de Síndrome Coronário Agudo (SCA).

Objectivo: Avaliar se a pressão arterial distólica (PAD) baixa (PAD< 60mmHg) à admissãohospitalar em doentes (D) com SCA se associa a pior prognóstico.População e Métodos: Foram avaliados 1628 D admitidos consecutivamente numaUnidade Coronária com diagnóstico de SCA, de Janeiro de 2004 a Abril de 2008. A popu-lação foi dividida em dois grupos (G): G1 constituído por D com PAD baixa isolada (PAD<60mmHg) e pressão arterial sistólica (PAS) ? 90 mmHg), e G2 constituído por D com PAD nor-mal ou alta (PAD ? 60mmHg). Os eventos estudados foram mortalidade (M6) e reenfarte(RE6) aos 6 meses.

Resultados: Dos 1628 D analisados, 109 (6,70%) apresentavam TAD isolada à admissão(G1). Comparativamente ao G2, esses D eram mais idosos (66,99±12,48 anos vs64,06±13,56 anos, p<0,05), tinham mais vezes história de enfarte do miocárdio (25,69%vs 23,86%, p=0,02) e menos vezes história de hipertensão arterial (52,29% vs 64,22%,p=0,01). À admissão apresentavam valor médio hemoglobina mais baixo (13,27±1,77g/dL vs 13,91±1,99 g/dL, p=0,001) e menor taxa de filtração glomerular (76,46±33,29ml/min vs 89,81±39,61 ml/min, p=0,001). Nesse G houve uma menor proporção de Dcom disfunção sistólica global do ventrículo esquerdo (74,25% vs 85,56%, p=0,009). Nointernamento os D desse G foram medicados menos frequentemente com bloqueadorbeta (BB) (74,31% vs 88,29%, p< 0,0001), antagonistas dos canais de cálcio (4,63%% vs10,64%, p<0,05), inibidores da enzima conversora de angiotensina (83,49% vs 90,60%,p<0,05) e inibidores plaquetários (0,93% vs 5,50%, p=0,03) e houve uma menor pro-porção de D cateterizados (51,38% vs 71,67%, p<0,0001) e revascularizados (34,29% vs45,65%, p<0,05). Não houve diferenças quanto à restante terapêutica farmacológica etipo de SCA. Houve diferença estatisticamente significativa na M6 (18,10% vs 10,28%,p<0,05) e na M6 ou RE6 (21,78% vs 13,48%, p<0,05), ambas superiores no G1.

Conclusão: Neste estudo a PAD baixa à admissão hospitalar em D com SCA associou-se amaior risco de M6 ou RE6. Assim, esse factor poderá ser útil, associada aos preditores derisco mais convencionais, na estratificação de risco de D com SCA.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS - PREDITORES DE RISCO,BIOMARCADORES E EVOLUÇÃO CLÍNICA

C 11

SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS OU O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA"ÓPTIMA"

PAULO MENDES1, RUI BAPTISTA1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, ELISABETE JORGE1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1,PEDRO MONTEIRO1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A tensão arterial sistólica (TAS) é um parâmetro hemodinâmico importante nas sín-dromes coronárias agudas (SCA).

Objectivo: Avaliar se a TAS na admissão nos doentes normotensos com SCA tem influência noprognóstico.População: Análise prospectiva de 1052 doentes admitidos numa Unidade Coronária entre 2004e 2008. Os doentes foram divididos de acordo com o seu quartil de TAS à entrada: [95-116[,[116-123[, [123-131.75[ e [131.75-140[. O endpoint primário foi mortalidade a um ano.

Resultados: A TAS média foi 123±11.8 mmHg. Os grupos foram significativamente diferentesno que se refere à prevalência de dislipidémia (53.1% vs 59.3% vs 63.4% vs 74.4%, p<0.001),mas semelhantes quanto a diabetes e tabagismo. Em termos de medicação prévia, não houvediferenças significativas. Os grupos foram significativamente diferentes em relação ao tipo deSCA: o enfarte com supra-desnivelamento do segmento ST foi mais prevalente no quartil 1(56.9% vs 45.0% vs 37.9% vs 31.8%; p<0.001) e o sem supra-desnivelamento de ST no quar-til 4 (29.2% vs 35.7% vs 42.4% vs 48.6%, p<0.001). Nas primeiras 24 horas, o primeiro quar-til foi significativamente menos medicado com beta-bloqueantes e IECAs (76.8% vs 77.4% vs85.9% vs 84.6%, p=0.01 e 81.5% vs 87.7% vs 93.3% vs 95.7%, p<0.001), contribuindo parauma mortalidade intra-hospitalar significativamente superior neste grupo (5.8% vs 3.2% vs1.9% vs 1.6%, p<0.05). No momento da alta, os grupos eram semelhantes em termos de me-dicação com aspirina, clopidogrel e estatina; contudo, a prescrição de beta-bloqueantes (67.0%vs 69.0% vs 75.9 vs 79.1%, p=0.005) e IECA (76.8% vs 78.6% vs 81.5% vs 89.4%, p<0.001) foi

significativamente inferior no quartil 1. O segui-mento clínico mostrou que os grupos foram tam-bém diferentes relativamente ao endpoint pri-mário (14.5% vs 7.3% vs 6.5% vs 7.2%, p<0.01)- Figura 1, embora essas diferenças tenham sidoinferiores nos doentes que tiveram alta com ascinco classes terapêuticas preconizadas.

Conclusão: Nos doentes com SCA normoten-sos, a TAS à admissão tem impacto significati-vo na mortalidade intra-hospitalar e a um ano,mostrando claramente que, nos SCA, ao con-

trário da população geral, uma tensão arterial normal-baixa está associada a maior riscocardiovascular.

C 12PREDITORES INDEPENDENTES DE AGRAVAMENTO CLÍNICO INTRA-HOSPITALAR EMDOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO - EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

RITA FARIA1, BRUNO RODRIGUES1, EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, PEDRO FERREIRA1, PEDRO GAMA1,COSTA CABRAL1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Inúmeros estudos têm demonstrado uma associação independente entre a pre-sença e severidade da insuficiência cardíaca à admissão, categorizada pela classificação de Killipe desfecho clínico no enfarte agudo do miocárdio (EAM). Também o seu agravamento duranteo internamento tem impacto deletério no prognóstico destes doentes.

Objectivo: Determinar os preditores independentes do agravamento clínico intra-hospitalar,traduzido pelo aumento da classe Killip, numa população global.

Métodos: Estudo retrospectivo de 588 pacientes admitidos consecutivamente por EAM numaUCIC (Janeiro de 2007 a Setembro de 2009). A população foi dividida em dois grupos: Grupo I,onde não se verificou agravamento da classe Killip (n= 487) e Grupo II, onde tal se verificou(n=101).Os 2 grupos foram comparados utilizando os testes do Qui-Quadrado ou Exacto de Fisher paravariáveis categóricas. Para variáveis contínuas, foram utilizados os testes T para comparação demédias em duas amostras independentes e o teste de Mann-Whitney.*Análise estatística com SPSS 16.0*.

Resultados: Os doentes do Grupo II apresentaram idade, frequência cardíaca, marcadores de inflamação(leucócitos e proteína C reactiva [PCR]) e pico de troponina I mais elevados, assim como a ten-são arterial sistólica e clearance de creatinina (MDRD) mais baixas. Neste grupo verificou-setambém, uma maior mortalidade intra-hospitalar (44% versus 2.3%, p<0.001). Nos dois gru-pos, não se verificaram diferenças significativas quanto ao perfil de risco cardiovascular, comexcepção para os antecedentes de tabagismo e doença coronária, mais frequentes no Grupo I.Em análise multivariada os factores preditores independentes de agravamento da classe Killipforam: a idade (odds ratio [OR] 2.67,intervalo de confiança [IC] 95% 1.552 a 4.548, p<0,001);a contagem leucocitária (OR 2.032, IC 1.261 a 3.274, p= 0.004); obesidade (OR 2.06, IC 1.098 a3,864, p= 0.024), a diminuição da Clearance de Creatinina (MDRD) (OR 2.11, IC 1.259 a 3.537,p=0.005); valores menores de tensão arterial sistólica à admissão (OR 1.808, IC 1.116 a 2.929).

Conclusão:A classificação de Killip, indo ao encontro da evidência disponível, demonstrou um elevado valorprognóstico na população global.Modelos simples, utilizando parâmetros clínicos e analíticos, poderão ser utilizados para identi-ficar os doentes com maior probabilidade de agravamento clínico, que beneficiam de monitor-ização mais atenta e terapêutica optimizada.* Significado estatístico a p≤0,05

C 13DOENÇA CORONÁRIA PRÉVIA CONHECIDA: FACTOR DE PROTECÇÃO PARADOXAL A CURTOPRAZO?

SÉRGIO BARRA1, JOANA SILVA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1, GISELA COSTA1,FRANCISCA CAETANO1, ANA FAUSTINO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A doença cardiovascular (CV) é a maior causa de morte no Mundo desen-volvido. Dada a sua prevalência, é frequente serem admitidos doentes (dts) em UnidadesCoronárias (UCIC) com doença coronária prévia conhecida (DCpc).

Objectivos: Avaliar a importância prognóstica da presença de DCpc em dts admitidos porenfarte agudo do miocárdio (EAM), nomeadamente a sua utilidade como eventual pre-ditora de Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA), mortalidade intra-hospitalar (MIH) e risco CVaos 2 anos e a sua associação com a extensão da necrose miocárdica.

Métodos: Estudo retrospectivo com 452 dts (idade média 66,01±13,64 anos, 61,7% dosexo masculino e 38,5% com Diabetes Mellitus) admitidos na UCIC com o diagnóstico deEAM. Dados recolhidos: taxa de filtração glomerular (TFG) na admissão, valores máximosde troponina (TropMax), coronariografia e Killip Class (KC) máximo. Foi feito follow-up de2 anos. Os dts foram divididos em dois grupos: aqueles com DCpc (Grupo 1) vs aquelessem DCpc (Grupo 2). Os dois grupos foram comparados quanto ao risco de ICA (KC>1), MIHe risco CV aos 2 anos.

Resultados: Dts do grupo 1 apresentaram menor risco de MIH (5.5% vs 12.7%, p=0.026,OR 0.41), apesar de revelarem TFG mais baixas (59.8 vs 69.4, p=0.003), risco de ICA(40.2% vs 34.7%, p=n.s.) e score de GRACE semelhantes (162.9 vs 161.0, p=n.s.) quandocomparados com dts do grupo 2. Corroborando a menor taxa de mortalidade, dts do grupo1 apresentaram menor extensão da necrose miocárdica (TropMax 37.0 vs 47.4, p=0.002).Apesar deste aparente papel protector nos primeiros dias após o EAM, dts com DCpc rev-elaram maior risco de mortalidade aos 2 anos (28.8% vs 15.9%, p=0.018, OR 2.14), maiortaxa de reenfarte (22.2% vs 11.3%, p=0.024, OR 2.23) e tendência para maior risco deangina recorrente (36.1% vs 25.0%, p=0.073). O risco de AVC e de internamento porInsuficiência Cardíaca descompensada foi semelhante nos dois grupos.

Conclusões: A presença de DCpc revelou-se preditora de menor MIH e menor extensãoda necrose miocárdica após um EAM. Pelo contrário, este grupo de dts apresentou maiorrisco de eventos CV durante o follow-up de 2 anos. Este aparente paradoxo poderá even-tualmente justificar-se pelo maior grau de colateralização coronária, factor de protecçãodo tecido miocárdico, e pela maior agressividade da terapêutica instituída nestes dts, quenormalmente apresentam scores de risco mais elevados e, como tal, são sujeitos a trata-mento mais agressivo que lhes diminui o risco de MIH.

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I-54

C 14BNP OU NT-PROBNP IGUAIS OU DIFERENTES COMO MARCADORES DE RISCO NOS DOENTESINTERNADOS POR SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA?

NUNO MARQUES1, JORGE MIMOSO1, ANA SAIAS1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: Nos doentes com Síndroma Coronária Aguda (SCA) o BNP e o NT-ProBNP têmsido utilizados como marcadores de risco de complicações durante o internamento. Níveisde BNP superiores a 80 Úg/ml ou de NT-ProBNP superiores a 500 Úg/ml têm sido referi-dos como discriminadores da ocorrência de complicações. Existem poucos estudos com-parativos entre os dois marcadores.

Objectivo: Pretendeu-se com este estudo prospectivo determinar se existem diferençasentre os dois marcadores BNP ou NT-ProBNP na capacidade preditiva de complicaçõesintra-hospitalares nos doentes internados por SCA.

Métodos: Foram determinados os valores de BNP e NT-ProBNP na altura da admissão em100 doentes (D) consecutivos por SCA. Foram considerados como cutt-off os valores acimareferidos. Procuramos avaliar se os D com valores elevados de BNP ou NT-ProBNP apre-sentaram maior de complicações: morte, fibrilhação ventricular (FV), Bloqueio AurículoVentricular Completo (BAVC), complicações mecânicas de enfarte agudo do miocárdio(EAM), re-enfarte ou ocorrência de choque cardiogénico. Pretendeu-se também compararos dois tipos de marcadores em relação à capacidade preditiva das referidas compli-cações. A análise estatística foi efectuada utilizando o SPSS 13,0.

Resultados: A idade média dos D foi de 64,5±11,6 anos, sendo 74 D (74%) do sexo mas-culino. Apresentaram EAM com supradesnivelamento de ST (EAMcST) 51D (51%), EAMsem supradesnivelamento de ST (EAMsST) 43D (43%) e Angina Instável 6D (6%). Os va-lores de BNP foram elevados em 65 D e os valores de NT-ProBNP em 59 D.

Registaram-se as seguintes complicações: classe Killip>1 12D ( sendo 7 com choquecardiogénico), re-enfarte em 1D, complicação mecânica de EAM em 1D, BAVC em 1D e morte em 1D. As complicações ocorreram exclusivamente nos doentes com BNP e NT-ProBNP elevados.Os doentes com NT-proBNP elevado apresentam uma taxa de complicações global signi-ficativamente maior que aqueles sem elevação deste marcador (p=0,022). O mesmo severificou com o BNP mas sem atingir uma diferença estatisticamente significativa(p=0,054). No entanto, nem o BNP nem o NT-ProBNP foram factores preditores indepen-dentes das complicações (p=ns).

Conclusões: Os marcadores BNP e NT-ProBNP apresentaram elevado valor preditivo ne-gativo de complicações em doentes internados por SCA.No nosso estudo prospectivo, a comparação directa entre os dois marcadores permitiuverificar que o NT-ProBNP apresentou um valor preditivo positivo de complicações maiselevado que o BNP.

C 15EPISÓDIOS PRÉVIOS DE ANGOR E PRÉ-CONDICIONAMENTO EM DOENTES COM SÍNDROMECORONÁRIA AGUDA

SÍLVIA RIBEIRO1, PEDRO AZEVEDO1, A. GASPAR1, SÉRGIO NABAIS1, CATARINA VIEIRA1, M. A. PEREIRA1,ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: Vários estudos apontam para que a presença de episódios de angor previa-mente à Síndrome Coronária Aguda (SCA) se associa a maior tolerância do miocárdio aoevento isquémico agudo, traduzida por enfartes menos extensos.

Objectivos: Avaliar o impacto de episódios de angor prévios a uma SCA na forma de apre-sentação e na extensão do enfarte miocárdio.

Métodos: Estudo cohort retrospectivo que incluiu 746 doentes (D) admitidos na Unidadede Cuidados Intensivos com o diagnóstico de SCA. Foram recolhidos dados clínicos,demográficos, laboratoriais, electrocardiográficos e ecocardiográficos desses D. Dividimosa amostra em 2 grupos em função da presença ou não de episódios de angor prévio eavaliámos o impacto desses episódios na forma de apresentação do SCA e na extensãodo enfarte. Para definir um enfarte miocárdio mais extenso foi utilizado como ponto decorte a subida de CK-MB superior a cinco vezes o limite superior do intervalo de referên-cia.

Resultados: A idade média da população estudada foi de 63.32 anos (± 12.83), sendoconstituída maioritariamente por homens (75.5%). O subgrupo com episódios prévios deangor apresentava mais D com idade superior a 60 anos ( 72.4% vs 58.9%, p = 0.005),com diabetes mellitus (38.2% vs 20.9%, p <0.001), hipertensão arterial sistémica ( 75.6%vs 59.2%, p < 0.001), dislipidemia (63.4% vs 44.1%, p < 0.001), fumadores (28.7% vs17.9%, p = 0.013), menos D com taxa de filtração glomerular inferior a 60 ml/min (70.7%vs 80%, p = 0.025), mais D com enfarte do miocárdio prévio ( 36.6% vs 14.1%, p <0.001), revascularizados percutaneamente ( 12.2% vs 2.7%, p < 0.001) e cirurgicamente( 13% vs 1.3 %, p < 0.001). Os D com episódios prévios de angor apresentaram mais fre-quentemente SCA sem supradesnivelamento do Segmento ST (SCAsSST) (67.5% vs 37.4%,p < 0.001) e menos enfartes com subida superior a cinco vezes o limite superior de refer-ência (27.5% vs 56%%, p < 0.001). Quando cateterizados este grupo de D evidencioumais doença do tronco comum ( 11.1% vs 5%, p = 0.018) e doença multivaso (44.75 vs35.3%, p = 0.048). Não houve diferenças estatisticamente significativas na realização decateterismo cardíaco ou revascularização. Em análise multivariada, a presença de angorprévio foi um preditor independente de SCAsSST (Odds Ratio [OR] 2.35, Intervalo de con-fiança de 95%[IC 95%] 1.30-4.28, p = 0.005) e de enfartes menos extensos (OR 0.58, IC95% 0.34-0.10, p = 0.049).

Conclusões: Episódios de angor prévios à SCA associaram-se de forma significativa adoença do tronco comum e doença multivaso. Apesar de doença coronária extensa, estesdoentes apresentaram-se mais frequentemente com SCAsSST e a enfartes do miocárdiomenos extensos, podendo traduzir um processo de pré-condicionamento.

C 16HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO: MEDIADOR OU APENAS MARCADOR DE MAUPROGNÓSTICO?

SÍLVIA MONTEIRO1, CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, ELISABETE JORGE1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1,FÁTIMA SARAIVA1, PEDRO MONTEIRO1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A hiperglicemia na admissão em doentes com síndrome coronária aguda (SCA) estáassociada a aumento do risco de morte intra-hospitalar. No entanto, não está bem estabelecidose a hiperglicemia é um mediador ou apenas um marcador de mau prognóstico.

Objectivo: Avaliar a relação entre glicemia na admissão, pico de troponina I (Tp) e prognósticointra-hospitalar em doentes diabéticos e não-diabéticos, e identificar preditores independents daelevação de troponina I nesta população.População e métodos: Este estudo incluiu 1095 doentes consecutivmente admitidos num únicocentro por SCA. A população foi dividida em dois grupos: A (n=543) - Tp I ≤ 10 ng/ml e B (n=552)- Tp I >10 ng/ml. Os níveis de glicemia na admissão foram divididos em quatro quartis: Q1 < 5,77;Q2 5,77-7,0; Q3 7,0-9,22 and Q4 ? 9,22 mmol/L. Os doentes diabéticos (n=331) e não-diabéticos(n=672) foram analizados em separado. Os doentes foram seguidos durante 3 anos.

Resultados: Os maiores níveis de Tp estiveram associados a níveis elevados de biomarcadoresde inflamação, glicemia (na admissão e em jejum), maior número de lesões coronárias e fracçãode ejecção do ventrículo esquerdo (FEVE) baixa.A mortalidade intra-hospitalar foi significativamente maior no grupo B, considerando a populaçãoglobal (2,2 vs 6,7%; p<0,001), os diabéticos (4,0 vs 9,1%; p=0,056) e os não-diabeticos (1,5 vs4,6%; 0,023).Após análise de regressão multivariada, FEVE < 53% e Q2, Q3 e Q4 comparados com o primeiroquartil de glicemia na admissão foram preditores independentes de elevação da Tp I, na popu-lação global e nos doentes-não diabéticos. Nos diabéticos, apenas Q4 comparado com Q1 foipreditor independente de elevação da Tp I, em associação à FEVE < 53% e frequência cardíaca >92 bpm (tabela 1).

Conclusão: Estes dados sugerem que, numa população de doentes com SCA, a hiperglicemia naadmissão é um forte preditor independente de severidade da lesão miocárdica em doentes não-diabéticos, uma vez que é necessário um maior nível de stress para condicionar elevação daglicemia em doentes sem alteração préviado metabolismo glucídico. Nos diabéticosparece ser apenas um marcador de maucontrolo metabólico, uma vez que bastaum pequeno stress para elevar os valoresde glicemia em doentes com controlometabólico previamente deficiente. Noentanto, níveis de glicemia mais elevadossão também preditores de lesão miocárdi-ca extensa em diabéticos.

C 17EM BUSCA DO MELHOR PREDITOR PÓS-ENFARTE: FUNÇÃO RENAL OU GLICEMIA?

PEDRO MONTEIRO1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A disfunção renal no enfarte agudo do miocárdio (EAM) é um importantepreditor de morbilidade e mortalidade. Recentemente, a hiperglicemia durante a hospi-talização foi também considerado como um importante preditor de mau prognósticonesta população.

Objectivo: Comparar o valor preditivo da clearance da creatinina (ClCr) com os marcadoresmetabólicos no prognóstico de doentes com EAM e identificar preditores independents demorbilidade e mortalidade intra-hospitalar e a um ano.

População e métodos: 767 doentes consecutivos, internados por EAM numa unidade decuidados intensivos coronários. A variação da glicemia foi definida como a diferença entrea glicemia na admissão e o seu valor mínimo durante o internamento; e a normalizaçãoda glicemia como a diferença entre a glicemia na admissão e a primeira glicemia emjejum. Os doentes foram seguidos durante um ano.

Resultados: Após a análise multivariada, a idade, os marcadores de necrose, a hemoglo-bina, a glicemia na admissão e a variação da glicemia foram preditores independents demortalidade intra-hospitalar, enquanto que a idade, a diabetes prévia, o marcadores denecrose e a fracção de ejecção (FE) foram preditores de mortalidade a um ano. A morbil-idade intra-hospitalar teve como preditores a FE, a realização de angioplastia e a glicemiana admissão, a sua variação e normalização; a idade, a diabetes prévia, a FE, a angioplas-tia, a glicemia na admissão e a sua variação foram preditores de morbilidade a um ano.Em seguida, procedeu-se à comparação de cada marcador metabólico e da ClCr nesta pop-ulação. As curvas ROC mostraram que todos os parâmetros tiveram um valor preditivosemelhante na mobilidade e mortalidade a curto e longo prazo.

Conclusão: Nesta população, os marcadores metabólicos foram tão preditores deprognóstico como a ClCr, um conhecido e importante determinante de prognóstico pós-EAM. Este facto, nunca antes descrito, sublinha a importância das alterações metabólicase o seu controlo no prognóstico destes doentes.

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I-55

G1 (n=71) G2 (n=57) p

Variáveis analíticas à admissão

Ureia, mmol/L 6,6±1,7 11,1±6,5 <0,001Creatinina, umol/L 81,1±19,4 144±113,9 <0,001TFG - MDRD - ml/min/1,73m2 79,7±21,8 52,2±20,5 <0,001Ácido úrico, mmol/L 327±88 434±148 <0,001Colesterol total, mmol/L 4,9±1,2 4,3±1,0 0,005Glicose, mmol/L 7,6±3,9 10,6±5,8 0,001NT-pro-BNP, pg/mL 1855±3114 9001±10573 <0,001Hemoglobina, g/dL 14,0±1,6 12,7±2,2 <0,001Score de Grace morte intra-hospitalar 136±28 174±49 <0,001Troponina I máxima, ng/mL 48,4±73,8 75,8±129,5 0,241

Eventos adversos

Nº dias de internamento 4,9±4,5 7,2±4,1 <0,001Nº de vasos atingidos 1,7±0,8 2,0±0,9 0,07Nº de lesões significativas 1,9±1,5 2,2±1,8 0,514Insuficiência cardíaca de novo, % 14,1 32,7 0,014Nefropatia de contraste, % 5,6 56,5 <0,001Síndrome cardio-renal, % 2,8 47,3 <0,001MIH, % 0 12,3 0,002

C 18CISTATINA C E SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: UM NOVO MARCADOR DE RISCO?

FRANCISCA CAETANO1, SÉRGIO BARRA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1,GISELA COSTA1, ANA FAUSTINO1, PAULA MOTA1, ANA BOTELHO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A doença renal crónica associa-se a maior risco cardiovascular. A cistatina C(Cis-C) é um marcador preciso da função renal e trabalhos recentes sugerem elevado valorprognóstico em doentes (D) com síndrome coronária aguda (SCA).Objectivos: Comparar 2 grupos (G) de D com SCA, divididos em função dos níveis de Cis-C, em termos clínicos, analíticos e de eventos adversos. Avaliar a importância da Cis-Ccomo eventual preditora de mortalidade intra-hospitalar (MIH), comparando-a com outrosparâmetros de avaliação da função renal.

Métodos: Análise prospectiva de 128 D (62,5% sexo masculino; idade 68,7±13,1 anos);internados por SCA, numa Unidade Coronária, entre Junho e Novembro de 2009, a quemfoi colhida a Cis-C nas primeiras 48horas de admissão. Os D foram divididos em 2 G: G1 -Cis-C ≤ 0,95 mg/L (n=71) Vs G2 - Cis-C > 0,95mg/L (n=57). Consideraram-se eventosadversos: número de dias de internamento; desenvolvimento de síndrome cardio-renal(aumento ≥ a 26,5 umol/L na creatinina sérica relativamente ao valor da admissão);nefropatia de contraste (aumento ? 44,2 umol/L ou ≥ 25% em relação ao valor basal decreatinina sérica, até às 72horas após cateterismo); insuficiência cardíaca de novo; exten-são da doença coronária (DC) e MIH.

Resultados: Os D do G2 eram mais velhos (62,5±13,2 vs 76,2±8,7; p<0,001), tinhammaior incidência de Diabetes Mellitus (21,1% vs 36,8%; p=0,049) e insuficiência renalcrónica (2,8% vs 36,8%; p<0,001). Os D do G1 apresentavam maior incidência de tabag-ismo (46,5% vs 12,3%; p<0,001) e história familiar de DC (7% vs 0%; p=0,041). Nãohouve diferenças em termos de sexo; antecedentes de hipertensão arterial, dislipidémiaou DC. No G1 houve maior incidência de STEMI (60,6% vs 33,3%; p=0,001). Os D do G2apresentaram maior risco de insuficiência cardíaca aguda - Killip ≥ 2 - (9,9% vs 47,4%;p<0,001) e tendência a disfunção ventricular esquerda - fracção de ejecção < 40% -(11,9% vs 24%; p=0,086), necessitando mais frequentemente de tratamento cominotrópicos (0% vs 19,3%; p<0,001). A tabela estabelece as principais comparações entreos dois G. Feita regressão logística com parâmetros de avaliação da função renal, obteve-se um modelo preditor de MIH, que inclui a Cis-C (como variável contínua; OR=10,641),explicando 44,6% da variabilidade da MIH.

Conclusões: O G com níveis mais elevados de Cis-C inclui D mais idosos, com mais comor-bilidades e complicações, com maior MIH e tendência a doença coronária mais extensa.Os resultados deste trabalho reforçam a importância prognóstica da função renal nos Dcom SCA; sugerindo que a Cis-C pode ser um melhor indicador prognóstico na admissãodestes D comparativamente com os outros parâmetros de função renal. EM BUSCA DOMELHOR PREDITOR PÓS-ENFARTE: FUNÇÃO RENAL OU GLICEMIA?

C 19SCASEST NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS DE MEDICINA: PERFORMANCEMEASURES

RUTE MORAIS FERREIRA1, CRISTINA ROSÁRIO1, MARIA TERESA SANTOS1, MIGUEL CORTEZ1

(1Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Introdução: A preocupação crescente com a qualidade dos cuidados de saúde prestadosnas várias instituições realça a importância da avaliação sistemática de PerformanceMeasures internacionalmente aceites.Por outro lado a avaliação destes indicadores permite implementar medidas para pro-mover a melhoria dos cuidados de saúde prestados à população em questão.A existência de protocolos de actuação poderá facilitar mas não garante elevados padrõesde qualidade no tratamento de doentes com Síndrome Coronária Aguda Sem Elevação deST (SCASEST), dado que outras variáveis, incluindo as estruturais e organizacionais, podemdesempenhar um papel importante.

Objectivos: Avaliar, retrospectivamente, Performance Measures em episódios de interna-mento por SCASEST numa Unidade de Cuidados Intermédios de Medicina de umDepartamento de Medicina (UCIM) antes da implementação de protocolo de actuação,com base nas mais recentes Guidelines.

População e métodos: Avaliámos 243 episódios de internamento numa UCIM com odiagnóstico de SCASEST, durante o ano de 2008. Os episódios foram seleccionados a par-tir de um registo informático existente na UCIM com a identificação dos doentes e respec-tivos diagnósticos à data de alta. As informações foram obtidas através de uma grelha deanálise, estruturada, em papel, com 114 parâmetros que compreendem dados demográ-ficos, história médica prévia, abordagem diagnóstica, outcome e follow-up aos 6 meses.Na análise de dados foi utilizado o programa estatístico SPSS vs 17.0.Foram aplicadas as seguintes Performance Measures: avaliação do perfil lipídico e daFEVE, prescrição à data da alta de AAS, bloqueador-beta, iECA/ARA II em doentes comFEVE < 40% e estatina.

Resultados: Os resultados das Performance Measures foram, relativamente à medicaçãoà data da alta, a aspirina 98,1%; bloqueador-beta 98,6%; estatina 98,1% e iECA/ARA IIem doentes com FEVE <40% 100%. O perfil lipídico foi realizado em 94,8% e a avaliaçãoda FEVE foi de 95,3%.

Conclusões: Apesar de não existirem protocolos instituídos no ano analisado, a avaliaçãodas performance measures destaca a validade do modelo definido pelo Departamento deMedicina na abordagem de doentes com SCASEST.

NOTAS

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I-56

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | INTERVENÇÃO CORONÁRIA - COMORBILIDADES

C 20DERIVAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA PONTUAÇÃO DE RISCO PARA PREVER A MORTALIDADEE EVENTOS CARDIOVASCULARES MAJOR ATÉ AOS 365 DIAS APÓS INTERVENÇÃOCORONÁRIA PERCUTÂNEA

RUI CAMPANTE TELES1, LUÍS RAPOSO1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, JOSÉ ANICETO SILVA1, PEDRO

JERÓNIMO SOUSA1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, JOSÉ BAPTISTA1, SÍLVIO LEAL2, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar de LisboaOcidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: a avaliação objectiva do risco da intervenção coronária percutânea (ICP) permite aconselharo doente, planear a estratégia de revascularização, identificar oportunidades de melhoria e compararresultados. As pontuações existentes apresentam limitações por serem pouco práticas ou apenas predi-zerem eventos intra-hospitalares.

Objectivo: criar e validar uma pontuação preditiva do risco cardiovascular para a ICP, a curto e longo-prazo.

População e Métodos: estudo prospectivo longitudinal de um único centro incluindo 5611 ICPs (idade63±11, sexo masculino 75%) com um seguimento clínico de pelo menos um ano em 96% dos casos.Foram consideradas para análise as variáveis demográficas, clínicas e angiográficas.Realizou-se a regressão logística múltipla para identificar os preditores de mortalidade aos 30 dias(1,3%) e de ocorrência combinada de morte, enfarte não fatal e falência do vaso alvo ao 1 ano (MACE1y-11,0%). Nesta cohorte de derivação (n=4658) a área debaixo da curva (AUC) foi de 0,87 (95% IC: 0,81-0,93) para mortalidade e de 0,69 (IC 95%: 0,66-0,72) para MACE1y. Com base nos coeficientes betacriou-se uma escala para obter uma pontuação de risco. Aplicou-se a mesma na população de validação(n=953).

Resultados: o modelo apresentou uma elevada correlação entre o risco observado e esperado para a mor-talidade aos 30 dias: a AUC foi de 0,86 (IC 95%: 0,72-0,99), com uma sensibilidade de 91% e uma especifi-cidade de 77%, sendo o melhor limiar a pontuação de 5. No que respeita ao MACE1y a AUC foi de 0,63 (IC95%: 0,57-0,69), com uma sensibilidade de 68% e uma especifici-dade de 54%, sendo o melhor limiar a pontuação de 4.

Conclusão: a incidência de eventos cardíacos major e falência dovaso alvo foi baixa na nossa população. Um modelo simples deprevisão do risco incorporando onze variáveis clínicas e angiográ-ficas ajudou a estratificar os indivíduos de todos os graus de risco.

Coeficiente Morte 30d Coeficiente MACE 1y

Idade >= 65 / >=70 1 1DM Prévia NA 1Sem Colesterol Elevado NA 1Sem HTA Prévia NA 1IRC moderada ou grave 1 1Doença Multivaso 1 1Nº de Lesões >= 5 />= 3 1 2Fej Dep Ligeira/Grave NA 2Fej Dep Moderada NA 3ICP Urgente 2 1Sem Drug Eluting Stents 1 1Sem Disp. Encerramento 2 1

C 21CISTATINA C: UMA MAIS VALIA NA NEFROPATIA DE CONTRASTE?

FRANCISCA CAETANO1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, SÉRGIO BARRA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1,GISELA COSTA1, ANA FAUSTINO1, PAULA MOTA1, ANA BOTELHO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A administração de produto de contraste pode causar lesão renal, na maioria dasvezes reversível, com alguma evidência que a associa a pior prognóstico. Não existe consensoquanto ao modo de prevenção da nefropatia de contraste (NC), nem qual a população alvo. A cis-tatina C (Cis-C) é uma proteína sérica que, contrariamente à creatinina, tem uma taxa de pro-dução constante e independente do peso, massa muscular, idade ou sexo; tendo a sua concen-tração sérica uma relação directa com a taxa de filtração glomerular (TFG).

Objectivos: Determinar a prevalência, factores preditores e consequências da NC em doentes (D)que realizaram cateterismo (CAT) por síndrome coronário agudo (SCA). Avaliar a importância daCis-C neste contexto.

Métodos: Análise prospectiva de 117 D (63,2% sexo masculino; idade 67,6±13,3 anos), interna-dos por SCA, numa Unidade Coronária, entre Junho e Novembro de 2009. Definimos NC como umaumento ? 44,2 umol/L ou ? 25% em relação ao valor basal de creatinina sérica, até às 72horasapós CAT. A Cis-C foi colhida nas primeiras 48horas de admissão. Os D foram divididos em 2 gru-pos de acordo com a ocorrência de NC. Excluídos D em programa regular de hemodiálise. Foramavaliados e comparados dados clínicos, analíticos e angiográficos.

Resultados: Dos 117 D, 30 (25,6%) desenvolveram NC. A tabela apresenta as principais variáveisda admissão associadas a NC. D com Cis-C > 0,95mg/L tiveram maior incidência de NC (p<0,001;OR 21,78). Não se observou associação de NC com: sexo; antecedentes de doença coronária; tipode SCA; troponina I. D com NC tiveram tendência a internamentos mais longos (6,4 vs 5,4;p=0,077); apresentando maior incidência de insuficiência cardíaca de novo (50% vs 26,4%;p=0,024); necessidade de inotrópicos (26,7% vs 2,3%; p<0,001) e maior mortalidade intra-hos-pitalar (16,7% vs 0%; p<0,001). Apresentaram doença coronária mais complexa, traduzida pormaior número de vasos atingidos (2,14 vs 1,65; p=0,012) e lesões significativas (2,6 vs 1,8;p=0,01). Com regressão logística obteve-se um modelo preditor de NC, que incluia níveis de cis-tatina C > 0,95mg/L (OR=67,85) e antecedentes de insuficiência renal crónica (OR=22,59), expli-cando 65,8% da variabilidade da presença de NC.

Conclusões: A NC é comum em D com SCA submetidos a CAT, surgindo mais frequentemente emD mais idosos e com mais comorbilidades. Associa-se a pior prognóstico, com maior mortalidadeintra-hospitalar. Scores de risco validados são necessários para implementação de protocolos deprevenção desta entidade. A Cis-C poderá vir a ser uma mais valia na identificação dos D quepoderão beneficiar desta profilaxia.

Sem NC (n=87) Com NC (n=30) p

Idade, anos 65,0±13,9 75,2±7,0 <0,001Diabetes mellitus, % 19,5 50 0,001Hipertensão arterial, % 67,8 093,3 0,006Insuficiência renal crónica, % 6,9 36,7 <0,001Ureia, mmol/L 7,3±2,6 10,3±5,8 0,009Creatinina, umol/L 88,1±28,0 120,9±51,3 <0,001TFG - MDRD - ml/min/1,73m2 74±23,2 54,7±25,2 <0,001NT-pro-BNP, pg/mL 2697±4382 10963±12833 <0,001Ácido úrico, mmol/L 350±103 436±147 0,007PCR, mg/dL 1,5±2,8 4,5±5,9 0,002Hemoglobina, g/dL 13,9±1,7 12,5±2,0 <0,001Killip ? 2, % 16,1 46,7 0,001Score de GRACE - morte intra-hospitalar 141±33 172±56 0,009

C 22ASSOCIAÇÃO DA DISFUNÇÃO RENAL E MORTALIDADE EM DOENTES COM SÍNDROMECORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE ST SUBMETIDOS A CORONARIOGRAFIA

JOANA TRIGO1, PAULA GAGO1, JORGE MIMOSO1, RICARDO FARIA1, NUNO MARQUES1, WALTER SANTOS1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: A insuficiência renal crónica está associada a pior prognóstico e a menor utilizaçãode estratégias invasivas nos doentes (D) com Síndrome Coronária Aguda sem elevação de ST(SCASST). Em doentes seleccionados, a estratégia invasiva associa-se a melhor prognóstico.

Objectivo: Avaliar o impacto da disfunção renal na mortalidade em D com SCASST submeti-dos a coronariografia.

Material e Métodos: Analisámos 201 doentes (D) admitidos na Unidade Coronária entre01/01/05 a 24/07/07 por SCASST, com mais de 65 anos, que efectuaram coronariografia. OsD foram divididos em 2 grupos de acordo com a Clearance de Creatinina (ClCr): Grupo A - ClCr< 45 ml/min (104 D; 52%); Grupo B: ClCr > 45 ml/min (97 D; 48%). Os doentes foram com-parados em relação aos seguintes parâmetros: idade, sexo, factores de risco e antecedentescardiovasculares (CV), doença coronária, mortalidade intra-hospitalar e aos 6 meses.

Resultados: Os doentes estudados apresentavam uma idade média de 76 ± 6 anos de idade,sendo 60% do sexo masculino. Os D do grupo A eram mais idosos (p<0,0005), predominan-temente do sexo feminino (p<0,0005), com maior prevalência de hipertensão (p=0,02) e deangor prévio (p=0,02). A incidência de doença coronária de 3 vasos e/ou tronco comum(grupo A: 43% vs grupo B: 35%, p=0,271) e a mortalidade intra-hospitalar (grupo A: 4,8%vs grupo B: 1%, p=0,213) não foram significativamente diferentes nos 2 grupos. No entan-to, o grupo A apresentou uma mortalidade aos 6 meses mais elevada (13,5% vs 3,1%,p=0,008). Em análise multivariada foram predictores independentes de mortalidade aos 6meses a ClCr < 45 ml/min e os antecedentes de angor prévio.

Conclusão: 1-Em doentes com SCASST, idosos, seleccionados para estratégia invasiva, aprevalência de disfunção renal é elevada. 2-A presença de disfunção renal revelou ser umpredictor independente de mortalidade aos 6 meses. 3- Este grupo de doentes de alto risconecessita um follow-up apertado para melhorar este prognóstico adverso.

C 23QUANDO O ENFARTE É RESTENOSE

ANA FAUSTINO1, LUÍS SECA1, SÉRGIO BARRA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, GISELA COSTA1,FRANCISCA CAETANO1, MARCO COSTA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A Intervenção Coronária Percutânea (ICP) constituiu um enorme avanço no tratamento dadoença coronária aterosclerótica. Apesar dos contínuos avanços técnicos nesta área a restenose conti-nua a ser um desafio terapêutico mas também clínico.

Objectivos: Comparar doentes (D) internados por Restenose de lesão previamente tratada (R) em função dasua apresentação clínica: como Enfarte Agudo do Miocárdio (E) ou Angina Estável/Instável (A).

Métodos: Estudo retrospectivo de 68 D consecutivos (66±10 anos, 79,4% homens, 39,7% diabéticos,72,1% hipertensos, 27,8% obesos, 77,9% com dislipidemia, 29,4% de tabagismo internados por R confir-mada angiograficamente durante o período de 2 anos. Todos eles tinham antecedentes de ICP com stent-ing (75 stents, 56,0% bare-metal, 2,85±0,34 x 19,06±6,20mm), número médio de lesões de R por doente:1,1±0,4. Foram divididos em 2 grupos de acordo com a sua apresentação clínica: E (16 D, 23,5%, dos quais:75,0% com supra-desnivelamento de ST - STEMI e 25,0% sem supra-desnivelamento de ST) e Angina (A -52 D, 76,5%, dos quais: 82,7% com angina estável e 17,3% com angina instável). Comparados nos 2 gru-pos aspectos clínicos, angiográficos e prognósticos com seguimento até 6 meses (M).

Resultados: O grupo E era maioritariamente constituído por D do sexo masculino (88,9% vs 73,2% nogrupo A, p=n.s.) com idade média de 69±11 anos (vs 64±11, p=n.s.). A presença de antecedentes deenfarte mostrou-se predictora de apresentação tipo E (OR:6,0, IC95% (1,24 - 29,01), p=0,015). Os Dcom E apresentaram no momento da R um IMC mais baixo: 25,96±3,37 (vs 29,27±4,32Kg/m2,p=0,011). Sem diferença significativa (DS) nos restantes elementos clínicos, nomeadamente factoresde risco cardiovascular. No grupo E foi verificada oclusão em 50% D (vs 15,4%, p=0,004), sem DS nasrestantes características avaliadas para lesão de R. A 6M a mortalidade foi de 13,3% em E (vs 1,9%emA, p=0,060), e o re-enfarte de 6,7% (vs 0%, p=0,061).

Conclusões: A apresentação clínica de E ocorre sobretudo em D com antecedentes prévios de enfarte ecom um IMC mais baixo. O número de lesões sub-oclusivas em E foi superior ao esperado tendo em contaa percentagem de STEMI nessa sub-população. O grupo E mostrou uma ligeira tendência a um risco supe-rior de mortalidade e re-enfarte aos 6M, salientando a importância desta apresentação clínica, mas impli-cando estudos com amostras maiores e seguimento mais alargado no sentido de a confirmar.

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C 24INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA: QUE RESULTADOS ESPERAR NUM CENTRO DEVOLUME ELEVADO?

PAULA MOTA1, ROMEU CAÇÃO1, RUI PROVIDÊNCIA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução e Objectivo: Em 2008 realizaram-se no nosso laboratório 773 intervençõescoronárias percutâneas (ICP). Procuramos avaliar qual a incidência de MACE (morte e rein-tervenção coronária) durante o primeiro ano e quais os factores preditores de eventos.

Métodos: Através do processo clínico e de contacto telefónico, foi possível conhecer aevolução de todos os doentes (D) ao fim de um ano. A análise univariada e multivariadafoi realizada utilizando o programa SPSS. A população de diabéticos foi estudada sepa-radamente.

Resultados: 773 ICP realizada em indivíduos com idades compreendidas entre 24 e 95anos (64,8 +- 11,7), 26.8% de mulheres, enviados predominantemente após síndromecoronária aguda (49,7%) ou no contexto de doença coronária estável (37,1%). Em 54(6,98%) casos não se colocou prótese endovascular (stent). Colocaram-se em média 1,54stents por D, com diâmetro médio 2,95+- 0,48 mm e o comprimento revestido por stentsde 27,1 +-15 mm. Os stents mais utilizados foram sem fármaco (BMS). Em 51 D colocou-se pelo menos 1 DES e 1 BMS. Observaram-se 46 (6.3%) eventos nos 729 D que comple-taram o primeiro ano, dos quais 23 faleceram e 23 realizaram nova PCI do mesmo vaso.Observou-se 1 episódio de trombose aguda de stent nas primeiras horas e nenhum tar-dio. Diabetes mellitus (DM) estava presente em 207 doentes dos quais 27% insulino-tratados.A análise univariada desta população mostrou ausência de risco acrescido para o sexofeminino, calibre de stent <= 2,5; número de stents e extensão total revestida por stents.O facto de a ICP se realizar em contexto clínico agudo ou hoc' não conferiu risco acresci-do nesta população. A utilização de stents DES demonstrou ser protectora de MACE (OR0.42 IC95: 0.2-0.85 p 0.013). A idade avançada é o principal factor preditor de eventos.Os D com DM em comparação com os não-DM apresentam idade semelhante (65.7 +-10.32 vs 64.43 +-12.2 n.s.); diâmetro mínimo de stents tendencialmente menor (2.88+-0.47 vs 3.0-.48 p= 0.014) e extensão recoberta por stents sobreponível (28.34 +-16.10 vs26.6+-14.64 n.s.). Ocorreram 9 eventos no grupo DM: 7 falecidos e 2 TVR/TLR. Este baixonúmero de eventos poderá também explicar a ausência de efeito deletério da DM detec-tável nesta população. A utilização de DES nos DM também não demonstrou benefício (OR0.50 IC95 0.13-1.98 p 0.314) no 1º ano (curva Kaplan Meyer).

Conclusão: No nosso centro, a ocorrência de eventos major na população submetida aintervenção coronária percutânea foi muito baixa durante o primeiro ano, sendo aindamais baixa nos indivíduos tratados com stents com fármaco. Não se demonstrou riscoacrescido nos doentes diabéticos.

C 25MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO <30% SUBMETI-DOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

GONÇALO CARDOSO1, PEDRO CARMO1, RITA CALÉ1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1,MIGUEL BORGES SANTOS1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, JOÃO BRITO1, SÍLVIO LEAL1, LUÍS RAPOSO1, RUI CAMPANTE

TELES1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, PEDRO ADRAGÃO1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O prognóstico dos doentes com fracção de ejecção inferior a 30% é reserva-do. O beneficio da angioplastia coronária isolada nestes doentes mantém-se incerto.

Objectivo: Avaliar os factores preditores de mortalidade em doentes com fracção deejecção <30% submetidos a intervenção coronária percutânea.

População e Métodos: Estudo longitudinal de centro único englobando 83 ICPs consecu-tivas em doentes com uma idade média 67 ± 9 anos, 13% do sexo feminino, cuja fracçãode ejecção era inferior a 30%. Avaliámos as características demográficas, clínicas eangiográficas. Os doentes foram seguidos até à ocorrência de morte de qualquer causa.Realizou-se análise multivariável regressiva de Cox para determinar os preditores inde-pendentes de eventos.

Resultados: No seguimento (mediana 481 dias, média 692 +/- 525 meses) ocorreram 16óbitos (19%) e 25 eventos combinados de mortes ou enfarte agudo do miocárdio (EAM)não fatal. (30%). Os dois preditores clínicos e angiográficos independentes do eventoprincipal foram a insuficiência renal crónica em programa de diálise (IRC-HD, 2/83-2%) ea ausência de cardioversordesfibrilhador implantável (CDI, 41/83-48%) com um riscoacrescido de 12,0 (HR IC 95%: 2.3 -63.5) e 14,0 (HR IC 95%: 1,8-111).

Conclusão: Os doentes com fracção de ejecção inferior a 30% submetidos a angioplastiacoronária apresentam ainda um risco elevado de mortalidade. Esta série sugere que a ter-apia com implantação de CDI deve ser ponderada sistemáticamente neste contexto.

C 26ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE REPERFUSÃO NO DOENTE COM OBESIDADE - EXISTEM DIFERENÇAS?

ARTUR LOPES1, ANA LOUSINHA2, BRUNO TERENO VALENTE2, ALEXANDRA TOSTE2, JOÃO PEDRO LOPES2, HAMAD

HAMAD2, FILIPA FERREIRA2, NINEL SANTOS2, JOÃO ABREU2, RUI FERREIRA2

(1Hospital do Divino Espírito Santo, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital deSanta Marta)

Introdução: Apesar de alguns estudos previamente publicados, não se conhece bem aimportância prognóstica da obesidade após intervenção coronária percutânea (ICP)primária em doentes (D) com enfarte agudo do miocárdio (EAM).

Objectivos: Avaliar em doentes com EAM com supradesnivelamento do segmento ST esubmetidos a angioplastia directa o impacto do índice de massa corporal (IMC) nos resul-tados, incluindo evolução clínica, morbilidade e mortalidade intrahospitalar.

População e Métodos: Análise retrospectiva de 151 doentes consecutivos admitidos em2008 por EAM com supradesnivelamento ST, com idade média de 58±5,8 anos, submeti-dos a ICP primária. Destes, 35D (23%) com IMC>30 kg/m2 foram comparados com 51D(34%) com IMC<25 kg/m2, tendo sido excluído o grupo intermédio (D com IMC ≥25 a ≤30kg/m2). Avaliaram-se os seguintes parâmetros: factores de risco cardiovascular (FRCV) -hipertensão arterial (HTA), diabetes mellitus, tabagismo, dislipidémia, história familiar;antecedentes de angina ou EAM, revascularização percutânea ou cirúrgica prévias; exten-são de doença coronária (DC), resultados, evolução clínica e mortalidade intrahospitalar.

Resultados: Os doentes com IMC>30 apresentam um predomínio de FRCV, com diferençaestatisticamente significativa apenas no caso da HTA (77% versus 39%; p=0,001). Nãohouve diferenças estatisticamente significativas nos antecedentes de cardiopatia isquémi-ca e revascularização prévia, bem como na terapêutica de ambulatório dirigida aos FRCV.A extensão de DC foi semelhante mas houve menos doentes obesos a apresentar EAManterior (11% versus 27%; p=NS). A utilização de inibidores IIb/IIIa e de clopidogrel foisobreponível. Dos eventos estudados, houve maior incidência de complicações nosdoentes obesos, nomeadamente de choque cardiogénico (6% versus 0%), necessidadede ventilação mecânica (6% versus 0%), hemorragia major (9% versus 2%) ou insuficiên-cia renal aguda (9% versus 2%), e a mortalidade intrahospitalar foi tendencialmentesuperior (9% versus 4%), embora sem diferença estatisticamente significativa.

Conclusão: Os doentes obesos com EAM parecem apresentar pior prognóstico após ICPprimária comparativamente a doentes com IMC normal, nomeadamente mortalidadeintra-hospitalar tendencialmente mais elevada. A maior incidência de complicações naevolução do enfarte pode explicar esta diferença.

C 27PODE A PRESENÇA DE ANEMIA NA ADMISSÃO MELHORAR A CAPACIDADE PREDITIVA DOSCORE GRACE PARA MORTALIDADE A CURTO E MÉDIO-PRAZO APÓS SÍNDROMECORONÁRIA AGUDA?

ANA TERESA TIMÓTEO1, HAMAD HAMAD1, FERNANDO MIRANDA1, NINEL SANTOS1, JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA1,MARIA LURDES FERREIRA1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Nos doentes admitidos com Síndrome Coronária Aguda (SCA), a presença deanemia é um factor predizente de prognóstico. Contudo os diversos scores de risco utiliza-dos para estratificação prognóstica após SCA não incluem este factor.

Objectivos: Avaliar se a presença de anemia na admissão em doentes com SCA tem valoracrescido relativamente ao score GRACE na predição de mortalidade a curto e médio-prazo.

Métodos: Entre Janeiro 2005 e Novembro 2008, avaliaram-se os doentes admitidos con-secutivamente na nossa UCI por SCA e incluídos no registo de SCA do centro. Em todos osdoentes foram colhidos dados demográficos, antropométricos, factores de risco paradoença coronária, dados clínicos e laboratoriais da admissão, incluindo hemoglobina.Foram identificados os doentes com anemia (hemoglobina < 12g/dl nas mulheres e < 13g/dl nos homens). Os doentes foram divididos em risco baixo, intermédio e alto: <126,126-154 e > 154 para o score GRACE, respectivamente. Analisou-se a ocorrência de morteintra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano de seguimento.

Resultados: Incluíram-se 1423 doentes, com idade média de 64 ± 13 anos, 69% do sexomasculino, identificando-se a presença de anemia na admissão em 27,7% dos doentes.Estes doentes eram mais idosos, mais do sexo feminino, mais hipertensos e diabéticos,maior número com história prévia de enfarte, com pior classe de Killip na admissão escore GRACE mais alto. Pelo contrário, eram menos fumadores, com menor apresentaçãocomo enfarte com supra-desnivelamento ST e receberam menos bloqueadores-beta,estatinas e angioplastia coronária. Tiveram também mais complicações hemorrágicasdurante o internamento. A mortalidade intra-hospitalar (10% vs 4%), aos 30 dias (12%vs 5%) e ao primeiro ano (15% vs 6%) foram superiores no grupo com anemia (p<0,001).A presença de anemia é factor predizente independente de mortalidada intra-hospitalar(OR 2,46, IC 95% 1,57-3,85, p<0,001), aos 30 dias (OR 2,47, IC 95% 1,65-3,69, p<0,001)e ao primeiro ano (OR 2,66, IC 95% 1,83 - 3,86, p<0,001). Associando a presença de ane-mia ao score GRACE, diferencia para a mortalidade ao primeiro ano (com maior mortali-dade) os grupo de risco intermédio e alto do score GRACE (6,7% vs 2,3%, p=0,024; 23,4%vs 15,6%, p=0,022, respectivamente), com uma tendência para diferenciar a mortalidadeaos 30 dias no grupo de risco alto do score GRACE (19,6% vs 13,5%, p=0,056).

Conclusão: Os nossos dados confirmam que a anemia é um factor predizente indepen-dente importante de mortalidade a curto e médio-prazo após SCA. Combinado com oscore GRACE, a anemia permite melhorar a estratificação de risco nestes doentes, deven-do por isso ser incluída na avaliação prognóstica destes doentes.

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I-58

C 28OS CINCO SEGREDOS DO BOM PROGNÓSTICO APÓS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

PAULO MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, SÍLVIA MONTEIRO1, PEDRO

MONTEIRO1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Doentes com Síndromes Coronárias Agudas (SCA) deverão ser tratados comaspirina, clopidogrel, B-bloqueantes, estatinas e inibidores da enzima de conversão daangiotensina (IECAs). Porém, no mundo real nem sempre isso acontece. Quais as conse-quências disso?

Objectivo: Avaliar se é possível melhorar o mau prognóstico de doentes com insuficiên-cia renal e SCA optimizando a medicação na alta.

População e métodos: Análise prospectiva de 1025 doentes admitidos por SCA entre2004 e 2008 numa Unidade Coronária. Foram criados 2 grupos com base na taxa de fil-tração glomerular (TFG): A (n=350) TFG ≤ 60 mL/min; B (n=675) TFG > 60mL/min. O end-point primário foi mortalidade a um ano.

Resultados: Os grupos foram significativamente diferentes no que diz respeito à dis-lipidémia (81.6% vs 67.7% p<0.001), diabetes (39.9% vs 24.4%, p<0.001), hipertensão(81.7% vs 67.0, p<0.001), tabagismo (6.0% vs 22.6%, p<0.001), enfarte prévio (24.2%vs 13.2% p<0,001) e taxa de enfarte sem elevação do segmento ST (51.3% vs 42.6%p<0.01). No que se refere à medicação prévia, os grupos foram semelhantes em relaçãoao ácido acetilsalicílico (40.1% vs 41.0%), b-bloqueantes (20.3% vs 24.3%) e estatinas(26,2% vs 33.4%), mas diferentes quanto aos IECA's (46.8% vs 37.3%). Menos doentesdo grupo A foram submetidos a revascularização completa (37.1% vs 52.8%, p=0.002) emais doentes não foram submetidos a revascularização (37.9% vs 23.7%, p=0.002),condicionando uma mortalidade intra-hospitalar mais elevada (9.4% vs 2.5%, p<0.001).À data de alta, os grupos estavam igualmente medicados com aspirina, IECA e estatina,mas o grupo A recebeu menos b-bloqueantes (67.1% vs 78.8%, p<0.001) e clopidogrel(39.7% vs 53.9%, p<0.001). A um ano, 13.8% dos doentes do grupo A vs 6.4% dospacientes do grupo B (p<0.001) atingiram o endpoint primário. Apesar deste piorprognóstico, no subgrupo dos doentes que à data da alta foram medicados com todos ascinco terapêuticas preconizadas pelas recomendações clínicas, não existiram diferençassignificativas entes os doentes com TFG ≤ 60 ml/min e aqueles com TFG mais elevada(8.7% vs 4.2%; p=0.14) - Figura 1.

Conclusão: Em doentes com SCA a terapêutica médica óptima consegue compensar par-cialmente o pior prognóstico associado a TFG mais baixas, salientado assim a importânciado cumprimento das recomendações clínicas, sobretudo em doentes de alto risco.

C 29IMPORTÂNCIA DO RASTREIO SISTEMÁTICO DA SÍNDROME DEPRESSIVA EM DOENTES COMINSUFICIÊNCIA CARDÍACA - IMPLICAÇÕES NA CAPACIDADE FUNCIONAL

BÁRBARA LOBÃO1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, LÍGIA MENDES1, PEDRO AMADOR1, CARLA MIRANDA1, SARA

GONÇALVES1, SANDRA CORREIA1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A síndrome depressiva (SD) é uma identidade de difícil diagnóstico emdoentes (dts) com insuficiência cardíaca (IC). A presença da SD pode ter impacto na gravi-dade e no prognóstico da IC.

Objectivo: Determinar a prevalência da SD em dts com miocardiopatia dilatada e IC eavaliar o seu impacto na capacidade funcional.

Métodos: Foram estudados 50 doentes consecutivos (idade 66 ± 12 anos; 68% sexo mas-culino), com o diagnóstico de miocardiopatia dilatada e com insuficiência cardíaca cróni-ca em fase estável e com terapêutica médica optimizada. A SD foi identificada inicial-mente pelo julgamento clínico do médico assistente e posteriormente pela aplicação sis-temática de um questionário específico para o efeito ("patient health questionnaire 9"traduzido para português). Os dts foram divididos em dois grupos, de acordo com a pre-sença ou não de SD, e comparados entre eles relativamente às características basais(demográficas, factores de risco, antecedentes cardiovasculares, doenças associadas,classe New York Heart Association (NYHA), fracção de ejecção e níveis de BNP), tratamen-to (fármacos) e capacidade funcional (avaliada pela prova de marcha dos 6 minutos (PM-6min)). Adicionalmente determinou-se a interacção entre a SD e a classe NYHA no queconcerne à capacidade funcional avaliada pela PM-6min.

Resultados: Antes da aplicação do questionário estavam identificados 10 dts (20%) comSD. O questionário identificou 22 dts (44%) com SD (17 dts com SD não identificada, 5 dtscom SD previamente conhecida). Adicionalmente reclassificaram-se 5 dts com diagnósti-co prévio de SD como não tendo SD (todos estavam medicados com anti-depressivos nomomento da aplicação do questionário). Na população estudada o questionário reclassi-ficou 44% dos dts. Não se verificaram diferenças entre grupos, com e sem SD, no que con-cerne às características avaliadas. A excepção foi a classe NYHA, sendo mais grave nos dtscom SD (classe III/IV NYHA em 45% com SD VS 11% nos restantes, p=0,005) e a PM-6minque confirmou uma menor capacidade funcional no grupo com SD (299 Vs 388 mts,p=0,006). Quando estratificados pela classe NYHA, os doentes com SD mantiveram umpior desempenho na PM-6min (p interacção =0,0023).

Conclusão: A SD, identificada pela aplicação sistemática de um questionário dirigido, éfrequente em dts com miocardiopatia dilatada e IC. A presença da SD associa-se a umapior capacidade funcional, independentemente da classe NYHA dos dts.

NOTAS

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | COMORBILIDADES NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 30PREVALÊNCIA E PERFIL DA DEPRESSÃO NOS DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

M. F. BENTO1, F. GANDARA1, ROSA CARDIGA1, ANA ABREU1, INÊS ARAÚJO1, FILIPA MARQUES1, A. BOTELLA1,RICARDO GUSMÃO2, ANTÓNIO M. PEDRO3, ANA LEITÃO1, CÂNDIDA FONSECA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2Centro Hos-pitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 3Instituto Superior de PsicologiaAplicada)

A insuficiência cardíaca (IC), doença crónica incapacitante a nível físico bem como psicos-social está habitualmente associada a uma elevada prevalência de síndrome depressiva(24%-40%). A prevalência varia consoante os métodos de diagnóstico e pontos de corteutilizados, a idade, o género, o gravidade da doença, doentes internados vs do ambu-latório. Parecem existir diferenças significativas entre a depressão isolada e a depressãoassociada a uma comorbilidade somática como a IC, no tipo dos sintomas de depressãopredominantes (somático, afectivo e cognitivo). Alguns dos sintomas cognitivos serãomenos prevalentes na segunda que na primeira. Mais, os sintomas somáticos poderão fre-quentemente ser atribuídos quer à depressão quer à IC, com implicações na sua prevalên-cia bem como no diagnóstico da depressão, razão pela qual o diagnostico da depressãona IC é frequentemente negligenciado, com consequências terapêuticas e no bem-estarfísico e mental dos doentes.

Objectivo: determinar a prevalência dos sintomas de depressão e o perfil (tipo predom-inante de sintomas depressivos: afectivos, cognitivos e somáticos) em doentes com ICcrónica. População e métodos: Estudámos 51 doentes com IC sistólica e dastólica crónicade acordo com as Recomendações de ESC, estabilizada, seguidos em consulta hospitalare hospital de dia de IC, NYHA I-IV, 72,94 ± 12,65anos, 66% homens. O Inventário deDepressão de Beck (BDI-II) foi a escala utilizada na medição dos sintomas e perfil dadepressão. O questionário sócio-demográfico e clínico permitiu caracterizar a amostra.

Resultados: A prevalência da depressão moderada a grave (ponto de corte de 19) nestaamostra de doentes com IC foi de 27,5%. A média destes sintomas foi de 26,43± 4,7e amediana 25,5 (21-38). Na caracterização do perfil dos sintomas de depressão os sintomasmais frequentes, por ordem decrescentes foram: sintomas afectivos (11), somáticos(9,79), e cognitivos (5,64).

Conclusão: A prevalência de depressão moderada e grave, nesta população de doentescom IC, foi elevada. Tal como descrito por outros autores, o perfil da depressão associadaà IC deferiu do conhecido para a depressão isolada. E assim necessária uma atenção redo-brada para o diagnóstico e tratamento da depressão dos doentes com IC.

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I-59

C 31INSUFICIENCIA CARDIACA E DEPRESSÃO: CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DA INSUFICIÊNCIACARDÍACA ASSOCIADOS À SÍNDROME DEPRESSIVA

M. F. BENTO1, INÊS ARAÚJO1, F. GANDARA1, ROSA CARDIGA1, ANA ABREU1, A. BOTELLA1, FILIPA MARQUES1, ANA

LEITÃO1, ANTÓNIO M. PEDRO2, RICARDO GUSMÃO3, CÂNDIDA FONSECA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2InstitutoSuperior de Psicologia Aplicada, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital deSanta Cruz)

A insuficiência cardíaca (IC) estadio final de muitas doenças cardíacas, acompanha-se deuma elevada taxa de morbi-mortalidade. Estima-se a prevalência da depressão clínicamoderada e grave em 20% dos doentes com IC, variando de acordo com os questionáriosutilizados vs entrevistas clínicas, a gravidade da IC classes de (NYHA), entre outros fac-tores. Os indicadores objectivos de gravidade da IC têm sido menos frequentemente asso-ciados à depressão que os subjectivos, como as classes NYHA.

O objectivo: Analisar a forma como os diferentes indicadores de gravidade da IC influen-ciam os sintomas da depressão. População e métodos: 51 doentes, de 72,94, ± 12,65anos, 66% homens, com IC diagnosticada de acordo com as Recomendações da ESC: sin-tomas compativeis e evidencia objectiva de disfunção cardiaca, sob medicação optimiza-da para a IC. Analisaram-se os sintomas e preocupações agrupados em 4 dimensões: físi-ca, social, psicológica e existencial, pela Entrevista Estruturada dos Sintomas ePreocupações. A depressão foi categorizada em 2 grupos, os não deprimidos (72,6%) eos deprimidos (27,5%) pelo Inventário de Depressão de Beck (BDI-II). A Fracção deejecção ventricular esquerda (FEVE), níveis de NT-proBNT, frequência cardíaca (FC) foramconsiderados como parâmetros objectivos de gravidade de doença e as classes funcionaisda NYHA o parâmetro subjectivo. Verificamos qual a relação entre os sintomas depressivose estes parâmetros de gravidade da IC.

Resultados: As classes de NYHA (III-IV) (p=0.05), os níveis elevados de NT-proBNP(p=0,03), a FC elevada (p=0,04) associaram-se à depressão. Não houve associação signi-ficativa com a FEVE (p=0,712). Em acréscimo, a gravidade da IC medida pelas classes fun-cionais de NYHA associou-se à resiliência (p=0,026).

Conclusão: Neste estudo, e contrariamente ao descrito por outros autores, os parâmetrosde gravidade da IC, tanto os parâmetros subjectivos como os objectivos (à excepção daFEVE), associaram-se à depressão sugerindo a existência de depressão naqueles com ICmais grave.

C 32OS FACTORES CLÍNICOS E PSICOSSOCIAIS PREDITORES DA DEPRESSÃO NA INSUFICIÊNCIACARDÍACA

M. F. BENTO1, CÂNDIDA FONSECA1, FILIPA MARQUES1, INÊS ARAÚJO1, F. GANDARA1, ROSA CARDIGA1, ANA

ABREU1, A. BOTELLA1, ANA LEITÃO1, ANTÓNIO M. PEDRO2, RICARDO GUSMÃO3, FÁTIMA CEIA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2InstitutoSuperior de Psicologia Aplicada, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital deSanta Cruz)

A insuficiência cardíaca (IC), é uma síndrome que se acompanha de uma elevadaprevalência de sintomas de depressão comparativamente com a população geral.

Objectivo: Identificar quais os factores sócio-demográficos, clínicos, psicossociais e exis-tenciais preditores independentes de depressão nos doentes com IC.

Métodos: avaliaram-se 51 doentes com IC de acordo com as Recomendações da ESC,NYHA I-IV, 72,94 ± 12,65 anos, 66% homens. Utilizamos um protocolo clínico para colhei-ta de dados demograficos e clínicos, o Inventario de depressão de Beck (BDI-II) para ossintomas de depressão, a Entrevista Estruturada dos Sintomas e Preocupações (nas 4dimensões: física, psicológica, social e existencial). Categorizou-se a depressão pelo BDI-II, em 2 grupos: não deprimidos (72,6%) e depressão moderada a grave (27,5%).Efectuaram-se testes estatísticos de determinação das variáveis associadas à depressão epor análiise de regressão múltipla identificámos daquelas as que foram preditores inde-pendentes de depressão na IC.

Resultados: As variáveis associadas à depressão foram: 1. Sócio-demográficas: génerofeminino (p=0,045); motivo da reforma a doença (p=0,026). 2. Comportamentais: seden-tarismo (p=0,006) e incumprimento terapêutico (p=0,024) 3. Clínicas: enfarte do miocár-dio prévio(p=0,016), hospitalizações (p=0,022), NYHA III-IV (p=0,05), níveis elevados NT-proBNP (p=0,03), fadiga (p=0,033), dispneia (p=0,012), ortopneia (p=0,07), frequênciacardíaca (p=0,04), perda de peso (p=0,047), terapêutica com estatinas (p=0,045), anemia(P=0,01) 4. Psicossociais e existenciais: preocupações financeiras (p=0,09), isolamentosocial (p=0,013), percepção negativa do suporte social (p=0,00), dificuldade aceitar adoença (p=0,011), perda de resiliência (p=0,001), desesperança (p=0,00). Após a análisemultivariada (logistica e linear), constituíram preditores de depressão: percepção negati-va do suporte social (OR 69; 3,2-1487,3), incumprimento da medicação (OR 60,3; 1,1-3300) ortopneia (OR 10,17; 1,3-79,24) desesperança (OR 137,4;7,37-2560), terapêuticacom estatinas (OR 24,32; 1,83-321,9), NT-proBNP (B=0,01), perda da resiliência (B=4,14;P=0,006).

Conclusão: os doentes com IC deprimidos apresentam uma maior gravidade de sintomase preocupações em todas as dimensões, sobretudo a física e social.

C 33INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) E SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DOSONO (SAOS) - UMA NOVA FRONTEIRA

VÍTOR FONSECA1, CARLOS ALVES1, LUÍS SANTOS1, MANUELA PINTO1, HELENA ALMEIDA1, JOÃO TAVARES1, ANTÓNIO

PINTO SARAIVA1

(1Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE Hospital Nossa Senhora do Rosário)

Introdução: Doenças respiratórias associadas ao sono, comummente ocorrem em doentescom Insuficiência Cardiaca. A SAOS pode levar ao desenvolvimento ou agravamento deinsuficiência ventricular esquerda (VE) pelo aumento do Afterload do VE e da combinaçãode efeitos da elevação da pressão arterial sistémica e exagero da pressão negativaintratóracica, e pela activação do sistema nervoso simpático através da influência dahipoxémia e despertares do sono. O Tratamento da SAOS por Pressão aérea positiva con-tinua (CPAP) pode melhorar a função cardíaca deste doentes.

Objectivo: Avaliação e caracterização das alterações do sono em doentes seguidos emconsulta de Insuficiência Cardiaca (IC). Avaliação dos efeitos do tratamento do SAOS nafunção cardiaca destes doentes.

Métodos: Após implementação de um protocolo entre as consultas de IC e Patologia doSono procedeu-se a realização de Polisonografia cardio-respiratoria em todos os doentescom diagnóstico de IC, com terapêutica médica optimizada, com encaminhamento poste-rior para consulta de Patologia Respiratória do Sono e inicio de Auto-CPAP nos casos AHI>5/h. Efectuou-se uma avaliação das alterações registadas e reavaliação da função ventric-ular esquerda por reavaliação ecocardiografica após 3 meses de terapêutica.

Resultados: Um total de 40 doentes, dos quais 30 doentes (75%) do sexo masculino,seguidos em consulta de IC, foram submetidos a polisonografia cardio-respiratória. 23doentes (58%) apresentam SAOS, com um IAH geral médio de 7,3/h, e de 11,8/h paraos doentes com SAOS. Registaram-se nestes 23 doentes apenas um caso grave, 5 casosmoderados e todos os restante de gravidade ligeira (n-17, 74%), com um máximo de46/h e um minimo de 5/h. O Indice de massa corporal médio em geral foi de 28,5, eligeiramente mais elevado de 29,2 para o grupo de SAOS. Foi possivel em apenas 7doentes obter uma reavaliação ecocardiografica após 3 meses de Auto-CPAP, atendendotratar-se de um protocolo recente, tendo sido registado um incremento significativo(média de 8,8%) da Fracção de ejecção sistólica em 5 dos doentes (71%).

Conclusão: A percentagem de doentes com SAOS na consulta de IC é bastante elevada(58%) realçando e alertando para a necessidade de uma maior ligação entre a consultade IC e Patologia do Sono. Apesar de se tratar de um estudo ainda em curso, os poucocasos já estudados com reavaliação ecocardiografica evidenciam um incremento significa-tivo (8,8%) a nível da função ventricular esquerda dos doentes.

C 34A DIABETES MELLITUS INFLUENCIA O PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACAAVANÇADA?

HÉLIA MARTINS1, FÁTIMA SARAIVA1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1,SUSANA COSTA1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Vários estudos apontam a diabetes mellitus (DM) como um factor de mauprognóstico em doentes com insuficiência cardíaca (IC). No entanto, permanece incerto oimpacto da DM na IC avançada pós-internamento.

Objectivo: Comparar o prognóstico de doentes internados por IC com DM relativamenteaos não diabéticos.

População e métodos: Estudaram-se 311 doentes internados numa unidade de trata-mento de IC avançada desde Janeiro de 2003 a Junho de 2006. Definiram-se dois grupos:grupo A - doentes com DM prévia (n=53) e grupo B - doentes sem DM (n=168).Foram analisadas variáveis demográficas, motivo de descompensação, etiologia da IC, ter-apêutica prévia e à data de alta, factores de risco cardiovasculares, comorbilidades,parâmetros clínicos, analíticos, e imagiológicos. Foi definido endpoint primário como amortalidade cardiovascular ou a ocorrência de eventos (mortalidade cardiovascular outransplante ou reinternamento a 180 dias).O follow up mediano foi de 4,1 anos. Os testes Qui-quadrado e t student foram utilizadosquando indicado.

Resultados: O grupo A incluiu doentes mais idosos (62,42 ± 10,73 vs. 56,12 ± 15,57anos;p=0.001) e com maior prevalência prévia de anemia (30,1 vs. 19, p=0,037), insuficiênciarenal crónica (44,6 vs. 31,6%; p=0,034), patologia tiroideia (19,3 vs. 10,1%; p=0,032) edislipidémia (54,9 vs. 29,9%; p <0,001). À data de internamento, a pressão arterial sistóli-ca (101,5 ± 45,37; 87,63 ± 50,66mmHg; p=0,028) e a diurese (911,9 ± 612,56 vs.707,36ml ± 657,38mL; p=0.031) foram mais elevadas nos doentes diabéticos. Este grupoincluiu menos doentes com miocardiopatia dilatada (42,2 vs. 57,6%; p=0,016), mas maiscom miocardiopatia isquémica (44,6 vs. 25,9%, p=0,002). A terapêutica prévia diferiuapenas pela maior toma de estatinas no grupo A (33,8 vs. 15,1%; p=0,001). À data dealta, este grupo recebeu mais aspirina (41,3 vs. 21,5%; p=0,001).A morte de causa cardiovascular e a ocorrência de eventos, embora maiores no grupo dosdiabéticos, não demonstraram diferença significativa (27,1 vs. 23,7%, p=0,59; 58,5% vs.66,5%, p=0,286, respectivamente).

Conclusão: A DM não se associou a um agravamento do prognóstico em doentes interna-dos por IC avançada.

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I-60

C 35O PARADOXO DA OBESIDADE - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E PROGNÓSTICO NO DOENTECOM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

RITA FARIA1, EMANUEL CORREIA1, BRUNO RODRIGUES1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, PEDRO GAMA1, PEDRO

FERREIRA1, LUCIANO ANTUNES1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, ODETE DIONÍSIO1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Na população geral, a obesidade associa-se a um risco aumentado de doençacoronária, insuficiência cardíaca e a maior mortalidade. Paradoxalmente, inúmeros estu-dos têm demonstrado um impacto prognóstico positivo do excesso de peso/obesidade nodoente crónico com insuficiência cardíaca (IC) e/ou doença coronária.

Objectivo: Avaliar o valor preditivo do índice de massa corporal (IMC) no prognósticointra-hospitalar de doentes admitidos por IC aguda.

Métodos: Estudo prospectivo (iniciado em Abril de 2009) de 176 doentes admitidos numserviço de cardiologia por IC de diferentes etiologias. Apenas 119 foram incluídos naanálise (registo do IMC).Os doentes foram agrupados de acordo com o IMC: ≥18,5 a ≤25 kg/m2 (peso normal);≥25 a <30 kg/m2 (Excesso ponderal); ≥30 Kg/m2 (Obesidade). Não se verificaram IMCsinferiores a 18,5 Kg/m2.Os 3 grupos foram comparados utilizando o Teste do Qui-quadrado for trend para variáveiscategóricas. Para as variáveis numéricas, foi utilizado o teste de Kruskall-Wallis, seguidodo cálculo do coeficiente de correlação de Kendall's.*Análise estatística com SPSS 16,00.

Resultados: A população estudada era constituída por 28.3% de doentes com peso nor-mal (grupo 1), 46.2% com excesso de peso (grupo 2) e 25.2% de Obesos (grupo 3).O IMC correlacionou-se de forma inversa com os valores de BNP (p<0.001) e com onúmero de dias de internamento (p=0,003) e de forma directa com a fracção de ejecçãoventricular esquerda (método de Simpson) (p=0,014) e clearance de creatinina (MDRD)(p=0,04). Com o aumento do IMC, verificou-se uma tendência para a diminuição da mor-talidade (2,94% vs 1,82% vs 0% nos grupos 1, 2 e 3, respectivamente) e para o aumen-to da prevalência de hipertensão arterial, dislipidémia e doença coronária prévia, masnenhuma associação atingiu significado estatístico.

Conclusão: Na série de doentes estudada, o excesso ponderal e a obesidade tiveram umimpacto positivo no prognóstico intra-hospitalar, traduzido essencialmente por níveis infe-riores de BNP, fracções de ejecção mais elevadas e um menor número de dias de inter-namento. Este resultado reporta-nos para a ainda polémica questão do paradoxo daobesidade.

*Significado estatístico a p≤0,05

C 36A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENALCRÓNICA: UM DIPOLO COM MÚLTIPLAS INTERCONEXÕES. RESULTADOS PRELIMINARES DORICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA)

BRUNO RODRIGUES1, EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, RITA FARIA1, PEDRO GAMA1, PEDRO

FERREIRA1, CELESTE NASCIMENTO1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: O conceito central do síndrome cardiorenal implica que o coração e o rimdevam ser avaliados concomitantemente e não como estruturas individuais, na medidaem que sua interacção é multifactorial.

Objectivo: Avaliar as interacções clínicas, analíticas e ecocardiográficas em diferentesestágios de insuficiência renal crónica (IRC), em pacientes admitidos por insuficiênciacardíaca aguda (IC) num serviço de cardiologia.

Métodos: Estudo iniciado em Abril de 2009 no âmbito do protocolo RICA. Foram inseridos176 pacientes (48,3 % homens e 51,7% mulheres) admitidos num serviço de cardiologiapor IC de diferentes etiologias. Foram subdivididos em 3 grupos (G) de acordo com a clear-ance da creatinina (ClCr) estimada pela fórmula MDRD: A- <30; B- 30-60; C> 60ml/min,e comparou-se estes com parâmetros clínicos, níveis médios de Na+ (na admissão), BNP(<48horas) e parâmetros ecocardiográficos. Análise estatística com SPSS 16.0.

Resultados: A média de idades global foi de 76,7 anos (± 10,1) com nível médio de ClCrde 48,49 ml/min (+17,4). A distribuição de pacientes por grupos foi: A-13,6%; B-58% eC-28,4%, verificando-se 87,5% de mulheres no GA, GB 51% e no GC 36% (p- <0,001*). OGA possuiu tensões arteriais médias sistólicas e diastólicas inferiores na admissão (semsignificado estatístico) e frequências cardíacas médias inferiores (A-76,6; B-96,0; C- 93,5;p-0,021*). As diferenças médias de Na+ não se revelaram significativas. Os níveis médiosde BNP foram superiores no GA (A-1040,0; B-815,8; C-538,9 pg/ml; p-0,09). Na avaliaçãoecocardiográfica, verificou-se valores idênticos nos volumes diastólicos do ventrículoesquerdo (VE) e septointerventricular. A Fracção de ejecção (FE) do VE (método simpson)revelou-se globalmente deprimida, mas sem diferenças lineares entre os grupos (47,2%média; p-0,07). O GA apresentou relações E/e' (rE/e') superiores (A-18,3; B-15,4; C-14,4;p-0,260) e valores de pressão arterial pulmonar (PSAP) mais elevadas (A-58,9; B-45,6; C-44,8; p-0,005*). O GC possuiu médias de tempo de internamento (TI) inferiores (A-10,8;B-8,3; C.6,8; p-0,027*). A taxa de mortalidade global foi de 4,5%, sem correlação linear.

Conclusões: Níveis de BNP, rE/e' e de PSAP médios mais elevados relacionaram-se comgraus de IRC mais avançados condicionando TI mais elevados, ficando patente a inter-acção cardiorenal intrahospitalar nesta população.

*significado estatistico a p<0.05

C 37INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E ANEMIA - A DUPLA FATAL!

FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, SUSANA COSTA1, FÁTIMA FRANCO1, PEDRO

MONTEIRO1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A anemia é uma co-morbilidade frequentemente associada à insuficiênciacardíaca (IC). Vários estudos comprovam que a sua presença precipita e agrava sintomas,aumenta o número de admissões e reduz a sobrevida de doentes com IC.

Objectivos: Comparar o prognóstico entre doentes admitidos por IC com anemia versusnão anémicos.

População e métodos: Os 272 doentes consecutivos, internados numa mesma unidadede tratamento de IC avançada, entre Janeiro de 2003 e Junho de 2006, foram divididosem dois grupos: doentes com anemia na admissão - grupo A (n=127; 46,7%); doentessem anemia - grupo B (n=145). Considerou-se anemia se hemoglobina inferior a 12 gr/dLpara o sexo feminino ou inferior a 13 gr/dL para o masculino.Compararam-se variáveis demográficas, clínicas e analíticas, etiologia da IC, antecedentespatológicos, terapêutica prévia e pós-alta.Definiu-se como endpoint primário morte de causa cardiovascular, transplante ou reinter-namentos até 180 dias após a alta.O follow-up mediano foi de 4,1 anos.Aplicaram-se os testes t student e qui-quadrado quando apropriado.

Resultados: A idade, o género, a prevalência das diferentes causas e formas de apresen-tação da IC não demonstraram diferença significativa. O grupo A incluiu maior número dedescompensações por síndrome coronário agudo (8,9% vs 1,4%; p=0,005), mais doentescom insuficiência renal crónica (52,8% vs 25,2%; p <0,001) e recebia mais aspirina pre-viamente ao internamento (38,6% vs 26,3%; p=0,05).Na admissão, a hemoglobina média foi de 8,24 ± 5,02 gr/dL vs 14,55 ± 1,48 gr/dL (p<0,001). Os valores médios da pressão arterial sistólica (p <0,001) e diastólica (p <0,001)e frequência cardíaca (p <0,001) foram significativamente mais baixos para o grupo A, aopasso que a creatinina (p <0,001) e o BNP foram mais elevados (p=0,007). A fracção deejecção ventricular esquerda não apresentou diferença significativa (p=0,2). A medicaçãoda alta diferiu apenas pela menor prescrição de furosemida no grupo A (p=0,002).O grupo dos anémicos apresentou uma mortalidade global (33,3% vs 20,2%; p=0,029) eum endpoint combinado para morte ou transplante (55,2% vs 41,2%; p=0,041) significa-tivamente superiores. O endpoint combinado de morte, transplante ou reinternamentosfoi idêntico para os dois grupos (p=0,350).

Conclusões: Aproximadamente metade dos doentes internados por IC apresentou ane-mia. Na nossa população, a presença de anemia associou-se a um aumento significativoda mortalidade.

C 38ARGININE VASOPRESSIN INVERSELY CORRELATES TO ANAEMIA IN SYSTOLIC HEART FAIL-URE PATIENTS

JOÃO SILVA MARQUES1, CLÁUDIA JORGE1, ANA G. ALMEIDA1, H. LUZ-RODRIGUES2, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2Faculdade de Medicinade Lisboa)

Purpose: In patients with heart failure, anaemia is highly prevalent and associated withimpaired outcomes. Anemia is probably multifactorial but hemodilution has been shownto be highly prevalent in this population. Arginine(Arg)-vasopressin blood concentration isknown to be increased in CHF patients and has an important role in plasma volume reg-ulation. Nevertheless it has never been investigated has a possible contributing mecha-nism to that anaemia. The arrival of vasopressin receptor antagonists to the CHF therapeu-tic armamentary has made more pertinent to explore the relation of this neurohormoneto anemia. Our purpose was to evaluate the causes of anaemia in systolic CHF exploringthe possible contributing role of Arg-vasopressin.

Methods: We prospectively included 37 patients (mean age 68±11 years, 29 male) withclinical diagnosis of CHF and left ventricular ejection fraction (LV EF)<45%. Anaemia wasdefined as a haematocrit<40%. Clinical and echocardiographic evaluation was doneincluding M mode, 2D, conventional Doppler and pulsed-wave tissue doppler echo. Bloodwas collected and Arg-vasopressin plasma concentration was determined by radioim-munoassay. Other possible factors responsible for anaemia were investigated (iron status,folates, cyanocobalamin, reticulocyte count, haptoglobin, estimated glomerular filtrationrate (GFR) and thyroid stimulating hormone.

Results: The mean haematocrit was 39±5% and anaemia was present in 62% of patients.Mean LV EF was 29±7%, NT-proBNP 5263±5562pg/mL. These patients had a mean Arg-vasopressin blood level of 4,0±4,6pg/mL. We found an indirect correlation between thehaematocrit and Arg-vasopressin (R=-0,32; p=0,05). Arg-vasopressin concentration wassignificantly increased in the anaemia group (4,9±5,4pg/mL vs 2,4±1,6pg/mL; p=0,05).Haptoglobin also inversely related to haematocrit (R=-0,34; p=0,05). Estimated GFR, iron,ferritin transferring, folates and cyanocobalamin had no significant correlation to bloodhematocrit (p>0,05). There was no significant correlation between haematocrit andparameters of systolic and diastolic function at echocardiography.

Conclusions: In CHF patients with left ventricular systolic dysfunction, Arg-vasopressin lev-els are higher in patients with anaemia than without anaemia. The correlation of Arg-vasopressin to blood haematocrit suggests that this hormone may have a contributing roleto anaemia in CHF. Future clinical trials should explore further this possible mechanismand assess the role of vasopressin receptor antagonists in the management of anaemiain CHF patients. Haptoglobin may be a marker of that anaemia.

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I-61

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | FIBRILHAÇÃO AURICULAR E TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICU-LARES: PROGNÓSTICO, TERAPÊUTICA ABLATIVA E FARMACOLÓGICA

C 39ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: IMPLICAÇÕES NAADMINISTRAÇÃO DE HEPARINA INTRAPROCEDIMENTO

MARTHA BOUZIN1, DIOGO CAVACO1, PEDRO ADRAGÃO1, LEONOR PARREIRA1, KATYA REIS-SANTOS1, DAVID CABRITA1,SUSANA MARCELINO1, PEDRO CARMO1, MIGUEL ABECASIS1

(1Hospital da Luz)

Fundamentos: A manutenção de valores terapêuticos de INR à data da ablação pode trazervárias vantagens. A inibição da síntese de factores dependentes da vit K também altera os tem-pos relacionados com a via intrínseca da cascata da coagulação (aPTT e ACT). Durante a ablaçãoé administrada heparina standard, de modo a manter um ACT (tempo de coagulação activado)> 300 seg.

Objectivo: Avaliar os benefícios da não suspensão de hipocoagulação oral pré ablação de FA nocontrole do ACT e administração de heparina durante o procedimento.

População e métodos: Avaliámos 3 grupos de doentes, de um total de 163 procedimentos deablação de fibrilhação auricular, efectuados no nosso centro entre 6/2007 e 12/2009, segundoo valor de INR no dia do procedimento. O grupo A (n=70) era formado por doentes que nuncatinham efectuado hipocoagulação e aqueles que tinham suspenso hipocoagulação oral comvalor de INR inferior a 1,4. O grupo B (n=59) por doentes que apresentavam INR superior ouigual a 1,4 e inferior a 2,0. O grupo C (n=34) por doentes com INR maior ou igual a 2,0 e infe-rior a 3,0.Todos os doentes efectuaram ecocardiograma transesofágico ou Angio TC cardíaca para exclusãode trombos na aurícula esquerda, nas 24 h prévias. O procedimento consistiu no isolamento per-cutâneo das veias pulmonares com sistema de navegação magnética, guiado por mapeamen-to electroanatómico (CARTO-RMT) e cateter duodecapolar circular (LASSO).Analisámos a dose média de heparina, a dose total e a dose/h necessárias para manter um ACT> 300 seg durante o procedimento.Resultados: (Ver tabela) Existem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos Ae B e A e C quanto à quantidade de heparina intra-procedimento, heparina/ hora de procedi-mento e heparina/ hora/ kilo (p<0,01).

Conclusões: Segundo a nossa experiência, é mais simples o manejo da anticoagulação comheparina intraprocedimento em doentes sob hipocoagulação oral. Os resultados foram seme-lhantes para os doentes que não reduziram a dose de hipocoagulante (INR terapêutico) e paraos doentes com redução da dose nas 48 h antes do procedimento (INR entre 1,4 e 2). Umamaior estabilidade nos tempos de coagulação pode reflectir-se numa probabilidade menor decomplicações hemorrágicas ou embólicas peri procedimento. São necessários estudos adicionaispara comprovar esta hipótese.

Heparina total (UI) Heparina/h Heparina/h/kg

A 7833±4253 3240±2052 42±25B 5142±3582 1868±1239 23±14C 4734±2943 1888±1468 23±18

C 40ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PERSISTENTE E DE LONGA-DURAÇÃO: A EXECUÇÃO DE LINHAS É SEMPRE NECESSÁRIA?

MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, PEDRO SILVA CUNHA1, JOANA FELICIANO1, ANA

LOUSINHA1, NINEL SANTOS1, JOÃO ABREU1, RICARDO PIMENTA1, SOFIA SANTOS1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A ablação da fibrilhação auricular (FA) tem por base o isolamento eléctrico das veias pul-monares (VP), a que por vezes é necessário adicionar linhas de aplicações de energia deradiofrequência (RF), de acordo com o tipo de FA e experiência do operador. Na FA per-sistente e de longa-duração têm sido sugeridos procedimentos ablativos mais extensos ecomplexos, admitindo-se que o aumento do número de lesões e linhas de RF possammodificar o substracto e contribuir para a ocorrência de taquiarritmias auriculares (TA).

Objectivo: avaliar os resultados duma estratégia simplificada de ablação de FA persis-tente e de longa-duração baseada no isolamento antral das VP.

População e métodos: 25 doentes (D) (88% homens, 51±10 anos) com história de FApersistente (n=18) ou de longa-duração (n=7) e cardioversão eléctrica (CVE) ineficaz ourecorrência precoce pós-CVE. Em 52% havia cardiopatia subjacente (HTA, miocardiopatiadilatada ou miocardiopatia hipertrófica). Todos os D faziam terapêutica antiarrítmica (AA)à data da ablação (2,0±1,5/D). A aurícula esquerda (AE) media 44±6 mm (modo M), comvolume de 120±40 ml e a fracção de ejecção ventricular esquerda variou entre 26% e56%. A ablação foi guiada por cateter circular multipolar e sistema Ensite NavX (integra-do com imagem digital de TAC multicortes em 15D). Todos os D efectuaram isolamentoantral das VP. Num D, não foi possível isolar todas as VP. Nos casos sem conversão a ritmosinusal (RS) (durante a ablação ou com CVE), procedemos a linhas de aplicações no tectoe parede posterior da AE (n=6), seguidas de CVE. Em 5D, com documentação prévia deflutter aurícular efectuámos linha de ablação do istmo cavo-tricúspide. No final do proced-imento todos os D estavam em RS. Após a alta hospitalar e na ausência de recorrências,manteve-se terapêutica hipocoagulante e AA durante 6 meses. O follow-up incluiu avali-ação por ECG e Holter no 1º mês e, posteriormente, de 4/4 meses.

Resultados: A duração do procedimento foi de 179±57 mn, com tempo de fluoroscopiade 30±8 mn e duração de RF de 30±17 mn. Como complicações registou-se 1 tampona-mento cardíaco. Durante o 1º ano de seguimento clínico, ocorreram recorrências em 24%dos casos (FA - n=5, TA - n=1, redo - n=2).

Conclusão: Em D com FA persistente e de longa-duração, uma técnica ablativa simplifica-da, baseada no isolamento antral das VP e conversão a RS, pode limitar a necessidade delesões lineares na AE e associa-se a bons resultados no 1º ano de seguimento.

C 41ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA:EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

DIOGO CAVACO1, PEDRO ADRAGÃO1, MARTHA BOUZIN1, PEDRO CARMO1, KATYA REIS-SANTOS1, LEONOR

PARREIRA1, DAVID CABRITA1, SUSANA MARCELINO1, MIGUEL ABECASIS1

(1Hospital da Luz)

O isolamento percutâneo de veias pulmonares é terapêutica de primeira linha no trata-mento de fibrilhação auricular paroxística/persistente de curta duração refractária a fár-macos antiarrítmicos. Recentemente surgiram avanços tecnológicos que permitem efec-tuar a ablação de forma semi automática e robotizada.O sobjectivo do presente estudo é o de relatar a nossa experiência com o Sistema deNavegação Magnética (NIOBE, Stereotaxis) na ablação de fibrilhação auricular.

População e Métodos: entre Junho de 2007 e Novembro de 2009 efectuámos 157ablações de fibrilhação auricular com o sistema de Navegação Magnética. 78% dosdoentes eram do sexo masculino. A idade média da população era de 56 anos. 70% apre-sentavam fibrilhação auricular paroxística.

Resultados: O isolamento completo das veias pulmonares foi possível em 97% dosdoentes. Utilizou-se cateter irrigado em 53% e cateter de 8 mm nos restantes. Em 83%foi utilizado um campo magnético de 0.08 Tesla e nos restantes de 0.1 Tesla (aumento dapotência do campo magnético possível por actualização do software).A duração média dos procedimentos (após acesso à aurícula esquerda) foi de 2h30m.A única complicação que surgiu foi a existência de um pseudoaneurisma femoral comnecessidade de correcção cirúrgica. Não ocorreram tamponamentos ou acidentes vascu-lares cerebrais.Num seguimento médio de 9 ± 5 meses 72% dos doentes encontram-se livres fibrilhaçãoauricular (avaliação por sintomas e Holter 24h).

Conclusões: na nossa experiência o SNM é um método seguro e eficaz, permitindo o iso-lamento das veias pulmonares num número elevado de doentes, com taxa reduzida decomplicações.

C 42ABLAÇÃO DE VIAS ACESSÓRIAS POR CATÉTER DE RADIOFREQUÊNCIA: 12 ANOS DEEXPERIÊNCIA.

LUÍS ADÃO1, RICARDO FONTES CARVALHO1, DANIEL CAEIRO1, MARCO OLIVEIRA1, LUÍS SECA2, HELENA GONÇALVES1,JOÃO PRIMO1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE, 2Centro Hospitalar de Coimbra, EPEHospital dos Covões)

Introdução: As vias acessórias (VAs) resultam de defeitos congénitos na segmentaçãoauriculo-ventricular (AV) e no desenvolvimento dos anéis fibrosos AV. Clinicamente podemser assintomáticas ou predisporem a taquicardias e, por vezes, a morte súbita. O objectivo deste trabalho foi caracterizar do ponto de vista clínico e electrofisiológico osdoentes submetidos a ablação de VAs por catéter de radiofrequência (RF) e avaliar a eficá-cia e segurança desta modalidade terapêutica.

Material e métodos: Estudo retrospectivo, monocêntrico, baseado na análise dos registosclínicos e electrofisiológicos de 858 doentes consecutivos submetidos a ablação de VAs, de1997 a 2008. Tempo de seguimento mínimo após a ablação de 12 meses.

Resultados: A média das idades foi 37,2 anos (56,0% homens). A maioria dos doenteseram sintomáticos (94,2%) e não apresentavam evidência de cardiopatia estrutural(95,1%). Foram documentadas as seguintes arritmias clínicas: taquicardia supraventricular(65,3%), fibrilhação auricular (8,5%) e taquicardia de complexos largos (2,6%). A anomaliade Ebstein coexistia em 1,5% dos casos. Cerca de metade dos doentes estava medicado comantiarritmicos (54,3%), particularmente bloqueadores beta (21,9%) e classe Ic (30,5%).As VAs eram ''ocultas'' em 28,0% dos casos. A distribuição das VAs por localização foi aseguinte: parede livre do ventrículo esquerdo (PLVE) (53,8%), postero-septais (25,6%),parede livre do ventrículo direito (PLVD) (7,7%), antero-septais (4,3%), médio-septais(3,5%) e múltiplas (5,0%). A taquicardia de reentrada aurículo-ventricular foi a arritmiamais frequentemente induzida durante o estudo electrofisiológico (33,6%).Globalmente, a taxa de sucesso agudo da ablação foi de 94,6%, sendo maior nas VAs daPLVE (97,1%) e menor nas VAs múltiplas (88,4%) e nas da PLVD (90.1%). O tempo médiode fluroscopia e de aplicação de radiofrequência foi de 25,5 e 4,4 minutos, respectivamente.A recidiva das VAs previamente ablacionadas com sucesso foi de 4,4%. O maior risco derecidiva ocorreu nas VAs da PLVD (7,6%).Não ocorreram mortes e registaram-se as seguintes complicações: bloqueio AV alto grau(n=4), bloqueio de ramo (n=3), dissecção artéria femoral (n=1), derrame pericárdico comnecessidade de pericardiocentese (n=1).

Conclusões: Os resultados deste estudo confirmam que o tratamento das VAs através daablação por RF é, em geral, eficaz e segura em centros com experiência.

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C 43ANGIOTC CARDÍACA NA AVALIAÇÃO PRÉVIA A ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃOAURICULAR: EFICÁCIA NA EXCLUSÃO DE TROMBO NO APÊNDICE AURICULAR ESQUERDO

PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, HUGO MARQUES1, DAVID CABRITA1, DIOGO CAVACO1, AUGUSTO

GASPAR1, PEDRO ADRAGÃO1

(1Hospital da Luz)

Introdução: Na avaliação prévia à ablação percutânea de fibrilhação auricular (FA), a AngioTCcardíaca fornece informação anatómica da aurícula esquerda (AE), incluindo o seu volume, a dis-tribuição e diâmetros das veias pulmonares, a avaliação das artérias coronárias, função ventric-ular esquerda e de outras estruturas torácicas extracardíacas, como o esófago e a sua proximi-dade à AE. Tradicionalmente, a exclusão de trombo no apêndice auricular esquerdo (AAE) é efec-tuada por ecocardiograma trans-esofágico (ETE) mas, recentemente, a AngioTC cardíaca tem sidoapontado como um método fiável para este fim.

Objectivo: Demonstrar a eficácia a AngioTC cardíaca na exclusão de trombo no AAE antes daablação percutânea de FA, permitindo dispensar a realização sistemática de ETE.

Métodos: De um Registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos submetidos a AngioTCcardíaca com 64 cortes e dupla ampola (Dual source CT - Somaton Definition ®) de Fevereirode 2007 a Novembro de 2009, foram selecionados 130, em que a indicação foi avaliaçãoprévia a ablação percutânea de FA.Todos os exames foram realizados nas 48h prévias à ablação.Na presença de um defeito de preenchimento (DP) do AAE foi realizada, uma segundaaquisição limitada ao AAE até 5 minutos após a primeira.

Resultados: Avaliámos 130 doentes, 77% do sexo masculino, com idade média de 54±12anos. Na aquisição 33% apresentavam ritmo de FA.Na avaliação do AAE verificou-se DP em 14 (11%) dos doentes que desapareceu após segun-da aquisição (pseudotrombo - figura). Um doente apresentou um DP que motivou a realiza-ção de ETE, confirmando a presença de trombo no AAE.A presença de DP foi independente do volume médio da AE (98±25ml vs 94±38ml sem DP,p=0,174) ou da presença de ritmo de FAdurante a aquisição (39% vs 61% sem FA,p=0,657).Não se verificou qualquer complicação trom-boembólica nesta série de doentes.

Conclusão: Em doentes submetidos a ablaçãopercutânea de FA, a AngioTC cardíaca permitiuexcluir com segurança a presença de trombono AAE. A adopção desta estratégia permitedispensar a realização sistemática de ETE reduzindo o número de exames e consequente-mente o custo total destes procedimentos.

C 44PADRÃO DE WOLFF-PARKINSON-WHITE EM DOENTES ASSINTOMÁTICOS - A EXPERIÊNCIADE 10 ANOS DE UM CENTRO

LUÍS SECA1, RICARDO FONTES-CARVALHO2, DANIEL CAEIRO2, LUÍS ADÃO2, HELENA GONÇALVES2, JOÃO PRIMO2,VASCO GAMA2

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões, 2Centro Hospitalar de Vila Novade Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: Apesar das orientações actuais não recomendarem a realização sistemáticade estudo electrofisiológico (EEF) em doentes (dts) com padrão de Wolff-Parkinson-White(WPW) no electrocardiograma, estudos prospectivos recentes vieram questionar oprognóstico dito favorável deste dts. Infelizmente, a morte súbita cárdica pode ser aprimeira manifestação sintomática desta síndrome.

Objectivo: Avaliar as características electrofisiológicas de um grupo consecutivo de dtsassintomáticos com padrão de WPW referenciados para o nosso centro durante um perío-do de 10 anos.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo efectuado a partir de um grupo consecutivo dedts assintomáticos com padrão de WPW referenciados para o nosso centro para realizaçãode EEF durante o periodo de Maio de 1999 a Outubro de 2009. Foram avaliadas as pro-priedades electrofisiológicas, nomeadamente o periodo refractário anterógrado da viaacessória (PRVAC) e a capacidade de induzir taquicardia de movimento circular (TMC).

Resultados: Um total de 67 doentes assintomáticos (50 homens, 17 mulheres; 25,9anos±12,4) com padrão de WPW foram submetidos a EEF durante o referido período. 34dts (51%) apresentavam condução retrógrada pela via acessória, tendo-se induzido TMCem 8 dts (24%). O PRVAC médio foi de 312,6±98,2ms, com 12 dts (18%) a apresentaremPRVAC ≤250ms. A terapia de ablação por radiofrequência foi aplicada em 52 dts (78%)com sucesso em todos os casos. Não se verificaram complicações no periprocedimento,nomeadamente nos dts submetidos a intervenção por ablação.

Conclusão: Apesar das orientação actuais e face a estes resultados, parece-nos pertinentea realização sistemática de EEF em doentes assintomáticos com padrão de WPW em cen-tros experientes.

C 45ABLAÇÃO TRANSEPTAL DE TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES ESQUERDAS- -EXPERIÊNCIA DE UM LABORATÓRIO DE ARRITMOLOGIA SEM CIRUGIA CARDIOTORÁCICA

NUNO ANTUNES1, ANTÓNIO PINHEIRO VIEIRA1, CARLA ROQUE1, DIANA ANJO1, ANA MEIRELES1, CATARINA GOMES1,MIGUEL SILVA VIEIRA1, VASCO ALVES DIAS1, PAULO COSTA1, HIPÓLITO REIS1, SEVERO TORRES1

(1Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António)

Introdução: A ablação por radiofrequência de taquicardias supraventriculares esquerdaspode ser realizada por via retrógrada ou transeptal, sendo esta última a abordagem deeleição no nosso Laboratório de Arritmologia. Trata-se de uma técnica de execução difícile susceptível de complicações major como hemopericárdio, embolização sistémica e per-furação aórtica, sendo estas contudo bastantes raras (0,7 a 1%).

Métodos e resultados: Procedeu-se ao estudo retrospectivo de 23 procedimentos con-secutivos de punção transeptal, realizados no Laboratório de Arritmologia do nossoserviço entre Fevereiro de 2007 e Outubro de 2009. A média de idades dos doentes foide 44,2 anos, sendo 65,2 % do sexo masculino (n=16). A indicação em 91% dos casos(n=21) foi o diagnóstico e ablação de vias acessórias auriculoventriculares, sendo os doisprocedimentos restantes referentes a uma ablação de taquicardia auricular esquerda e aum mapeamento de activação em doente com flutter auricular. A localização mais fre-quente das vias acessórias foi a lateral com 66,7 % dos casos (n=14). Em 76,2 %tratavam-se de vias manifestas (n=16). No final dos 22 procedimentos com intenção deablação por radiofrequência documentaram-se critérios de sucesso imediato em 90,9 %dos casos ( n=20). Os dois insucessos ocorreram em dois casos de vias acessórias de loca-lização lateral-esquerda. Dos 20 casos com critérios de sucesso imediato, em 2 não foipossível o follow up e os restantes 18 doentes, após um follow up médio de 12,5 meses,mantinham-se todos sem evidência de recidiva clínica e electrocardiográfica. Não se re-gistaram complicações major em nenhum dos procedimentos realizados.

Conclusão: No nosso centro, que não dispõe de Cirurgia Cardiotorácica, a ablação trans-eptal de taquicardias supraventriculares esquerdas, tem-se revelado um procedimentoseguro e com taxas de sucesso sobreponíveis às descritas na literatura.

C 46MODULAÇÃO ELECTROFISIOLÓGICA DAS AURÍCULAS E VEIAS PULMONARES: INTERACÇÃODA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA NA INDUCIBILIDADE DE FIBRILHAÇÃOAURICULAR NUM MODELO EXPERIMENTAL IN VIVO

MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, GABRIELA POSTOLACHE2, VERA GERALDES2, VÍTOR SILVA2, SÉRGIO LARANJO1, CRISTIANO

TAVARES2, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, RUI CRUZ FERREIRA1, ISABEL ROCHA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2Faculdade deMedicina de Lisboa)

A influência do sistema nervoso autónomo (SNA) na génese da fibrilhação auricular (FA)envolve múltiplos mecanismos complexos com impacto nas propriedades electrofisiológ-icas cardíacas. Os efeitos da estimulação autonómica no substracto eléctrico auricular edas veias pulmonares (VP), e na vulnerabilidade para FA requer melhor compreensão.

Objectivo: Avaliar os efeitos da estimulação vagal (estim_vag) e simpática (estim_simp)aguda na condução e refractariedade das aurículas e VP e na indutibilidade de FA nocoração de coelho in vivo, com inervação autonómica preservada.

Métodos: estudámos 17 coelhos New Zealand de ambos os sexos. Para abordagem de"toráx-aberto" procedeu-se a anestesia, entubação e ventilação após bloqueio neuro-muscular. O ECG foi obtido a partir de 3 derivações dos membros. Os electrogramas foramregistados com 4 eléctrodos monopolares colocados na superfície epicárdica, distribuídosao longo das aurículas e com um eléctrodo circular adaptado à porção proximal das VP.Estimulou-se o nervo vago cervical direito e o tronco simpático torácico com eléctrodosbipolares de platina. Estudámos os períodos refractários efectivos (PRE) e a conduçãoeléctrica auricular, entre a aurícula direita lateral-alta (AD) e a aurícula esquerda lateral--alta (AE) e entre AD e VP, em condições basais e durante estim_vag, estim_simp e esti-mulação autonómica combinada (dual_estim). Para indução de FA, procedeu-se a pacingrápido (50Hz, 10s, isolado ou com estim_vag, estim_simp ou dual_estim) com eléctrodobipolar no apêndice auricular direito (AAD), apêndice auricular esquerdo (AAE) e VP.

Resultados: Em condições basais: os PRE eram maiores no AAE e registou-se um atrasoligeiro na activação da AD para as VP, comparado com a condução interauricular. Duranteestim_vag ou dual_estim: os PRE encurtaram significativamente em todos os locais, ointervalo de condução interauricular variou de 20±4 ms para 30±10 ms (p<0,05) e 31±11ms (p<0,05), respectivamente. Com estim_simp obteve-se uma redução significativa dosPRE no AAE, e encurtamento da condução interauricular para 16±11 ms (p<0,05). Indu-ziu-se FA em 35% a 53% dos animais com 50Hz, 65% a 76% com estim_vagal ouestim_simp, e 75% a 100% com dual_estim (p<0,05). A duração da FA aumentou signi-ficativamente durante estim_vagal e/ou estim_simp. Em 2/3 dos animais com induçãode FA com duração >30 s, a arritmia terminou imediatamente após interrupção daestim_vagal.

Conclusões: No coração de coelho inervado in vivo, a estimulação autonómica agudaencurta a refractariedade auricular e das VP, e modifica a velocidade de condução inter-auricular e entre as aurículas e VP, potenciando a indução e duração de FA. Os resultadossugerem que as variações agudas e a interacção da actividade autonómica podemdesempenhar um papel importante na fisiopatologia da FA.

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANIÍBAL CASTRO | HIPERTENSÃO PULMONAR: DA INVESTIGAÇÃO BÁSICA AOTRATAMENTO

C 47CARACTERIZAÇÃO HEMODINÂMICA E MORFOMÉTRICA DE UM NOVO MODELO EXPERIMEN-TAL DE HIPERTENSÃO PULMONAR PEDIÁTRICA

MARINA F. DIAS-NETO1, ANA LUÍSA-NEVES2, NÁDIA GONÇALVES1, CATARINA ELOY2, JOSÉ MANUEL LOPES2, TIAGO

HENRIQUES-COELHO2, ADELINO F. LEITE-MOREIRA2

(1Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 2Hospital de S. João, EPE)

Introdução: A hipertensão pulmonar (HTP) pediátrica assume certas particularidades,porém os modelos experimentais para o estudo da fisiopatologia da HTP nesta faixa etáriasão escassos. Rabinovitch e colaboradores descreveram em 1985 um modelo infantil deHTP induzido pela MCT em ratos. Neste estudo utilizaram a dose do adulto (60mg/Kg) quecursou com uma sobrevida muito reduzida.

Objectivo: Caracterizar a progressão hemodinâmica e morfométrica da HTP induzida poruma dose menor de MCT num modelo infantil.

Métodos: Ratos Wistar com 8 dias de vida foram aleatoriamente injectados com MCT (30mg/Kg, sc) - grupo MCT - ou igual volume de soro fisiológico - grupo SF. Aos dias D7 (SF=6;MCT=5), D14 (SF=5; MCT=6) e D21 (SF=3; MCT=2) foram obtidos parâmetros hemodinâmi-cos biventriculares através da introdução de cateteres de condutância nas cavidades ven-triculares direita (VD) e esquerda (VE), após exposição do coração de animais anestesia-dos e ventilados mecanicamente por traqueostomia. Adicionalmente, aos dias D1, D3, D7,D14 e D21, os corações e os pulmões foram pesados para caracterização morfométrica(n=5-11 por grupo) ou colhidos, fixados, cortados e corados com Sirius Red para determi-nação da razão de colagénio tipo I e tipo III (n=3-5 por grupo).

Resultados: Os resultados apresentam-se na tabela seguinte sob a forma de média ± DP;a p<0,05 vs SF.

Conclusão: Os animais tratados com MCT aos 8 dias de vida apresentam hipertrofia do VDdesde o dia 7. Estas alterações não se acompanharam de diferenças na razão colagéniotipo I e tipo III. Os primeiros sinais hemodinâmicos de HTP aparecem ao dia 14. Este mo-delo poderá ser útil ao estudo da fisiopatologia da HTP pediátrica.

C 48PAPEL EMERGENTE DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA NA AVALIAÇÃO INICIAL ESEGUIMENTO DE DOENTES COM HIPERTENSÃO PULMONAR. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DEUM CENTRO PORTUGUÊS

LUÍS ROCHA LOPES1, SÉRGIO DUARTE1, MARIA JOSÉ LOUREIRO1, BRUNO STUART1, CARLOS COTRIM1, CECÍLIA

BAGULHO1, MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: A função do ventrículo direito (VD) é um factor prognóstico em doentes (dts)com hipertensão pulmonar (HP). Os recentes avanços terapêuticos tornam premente avalidação de métodos não invasivos, reprodutíveis e com acuidade diagnóstica, que per-mitam a avaliação inicial e da resposta ao tratamento. A ressonância magnética cardíaca(RMC) é o gold-standard no cálculo de volumes e fracções de ejecção (FE) do ventrículoesquerdo (VE) e VD e tem um papel estabelecido na avaliação da circulação pulmonar edas cardiopatias congénitas. Poderá vir a ser fundamental na avaliação inicial e seguimen-to de dts com HP.

Objectivo: Estudar prospectivamente o valor da RMC em dts com HP. Relata-se neste tra-balho a experiência preliminar.

Material e métodos: Estudados 13 dts referenciados da Consulta de HP. Protocolo: 1)sequências bSSFP cine: eixos longos, eixos curtos, plano axial, planos de tracto de entra-da-saída do VD e de saída do VE e do VD; 2) quantificação de fluxo pulmonar e aórtico;3) angio-RM.

Resultados: Estudados 13 dts, 8 do sexo feminino, idade de 43±15 anos. Diagnósticos: HPidiopática: 4 dts; Eisenmenger: 4 dts; Doença tromboembólica crónica: 3 dts; HP porto-pulmonar: 1 dt; HP grupo I em estudo: 1 dt. Num dos dts foi diagnosticada CIA sinus veno-sus. Classe funcional NYHA: 3 dts: IV, 2 dts: III, 6 dts: II, 2 dts: I. Distância no teste de mar-cha dos 6 minutos: 354±73 m. NT-proBNP mediano: 1363 pg/ml. Medições da RMC:Volume telediastólico (VTD) do VE: 84±48 ml/m2; Volume telessistólico (VTS) do VE:40±24 ml/m2; VTDVD: 150±50 ml/m2; VTSVD: 104±36 ml/m2; FEVD: 34±11 %; Tronco daartéria pulmonar (AP): 39±6 mm; AP esquerda: 26±6 mm; AP direita: 27±6 mm; Grau deinsuficiência pulmonar: 1 dt: III, restantes: ≤II; Grau de insuficiência tricúspide: 1 dt: IV, 2dts: III, restantes: ≤II; Derrame pericárdico: 6 dts ligeiro, 2 dts moderado, 1 dt grave,restantes sem derrame. Não ocorreu qualquer complicação durante a realização de RMC,tendo sido obtidas imagens de qualidade em todos.

Conclusões: Os volumes médios do VD encontravam-se significativamente aumentados ea fracção de ejecção média do VD significativamente diminuída. É possível realizar RMCcom segurança e fiabilidade em dts com HP, mesmo em classe IV, permitindo: mediçõesvolumétricas referidas, medições da AP, quantificar valvulopatia direita e derrame per-icárdico, diagnosticar cardiopatia congénita. A RMC parece ter um enorme potencial naavaliação inicial e seguimento destes dts.

D1 D3 D7 D14 D21

SF MCT SF MCT SF MCT SF MCT SF MCT

Peso corporal (P) (g) 16,40±0,58 19,00±0,28 21,12±0,57 22,84±0,89 30,63±1,44 31,09±3,44 48,08±3,11 44,85±3,97 84,57±5,22 82,78±11,03VD/(VE+S) (g/g) 0,44±0,13 0,51±0,10 0,47±0,14 0,54±0,04 0,45±0,11 0,57±0,06 a 0,38±0,04 0,44±0,08 0,36±0,06 0,67±0,15a

Colagénio tipo I/tipo III VD 0,45±0,62 0,36±0,22 0,54±0,30 0,48±0,22 1,15±1,05 0,29±0,19 0,60±0,37 1,50±1,06 1,74±1,74 1,34±0,77Frequência cardíaca (bpm) - - - - 381±16,506 400±20,777 376±17,706 360±32,431 401±34,604 373±29,138Pmax VD (mmHg) - - - - 48.8±7,589 41.8±6,739 30.5±2,478 38.3±5,599 a 32.9±4,243 37.8±12,76a

Pmax VE (mmHg) - - - - 68.0±4,679 61.7±4,990 69.8±6,357 65.7±6,859 66.4±6,069 67.3±5,174

C 49PROSTAGLANDINAS ENDOVENOSAS NA TERAPÊUTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. UM PROTOCOLO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM

ANA SOFIA TAVARES1, LUCIA DE FÁTIMA LOPES1, MARIA JOSÉ LOUREIRO1, CARLOS COTRIM1, CELESTE MENDES1,MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

O interesse crescente suscitado pela Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) nos últimosanos, o conhecimento progressivo e aprofundado da sua fisiopatologia e as recentesopções terapêuticas, tornaram necessárias novas formas de encarar esta entidadenosológica.Num centro vocacionado para o acompanhamento do doente com HAP, o enfermeiro éelemento essencial e indispensável na prestação de cuidados integrados. A enfermagemque cuida destes doentes deve manter um elevado nível de actualização no que dizrespeito à totalidade da oferta terapêutica, das suas formas de administração e dos seusefeitos adversos.Os análogos da prostaglandina (treprostinil e iloprost) ocupam um lugar de relevo na ter-apêutica da hipertensão arterial pulmonar. A sua administração em perfusão endovenosacontínua, através de cateter central permanente (cateter de Broviac-Hickman) requercuidados específicos.O papel do enfermeiro torna-se, assim, fundamental no ensino e esclarecimento dodoente, abrangendo todos os aspectos inerentes ao tratamento com prostaglandinas,nomeadamente no que concerne aos efeitos adversos dos fármacos e à manutenção docateter. Este ensino visa a prevenção de complicações potencialmente graves, nomeada-mente a infecção, a trombose e a fractura do cateter.Pretende-se com o presente trabalho divulgar um protocolo de cuidados de enfermagemdirigido aos doentes com Hipertensão Arterial Pulmonar. Este protocolo foi elaboradotendo como objectivo a autonomização do doente relativamente à gestão da sua doençae dos tratamentos a que é submetido, contribuindo assim para a adesão terapêutica emelhoria significativa da sua qualidade de vida.

C 50VALOR DA TERAPÊUTICA ESPECÍFICA VASODILATADORA PULMONAR EM PORTADORES DESÍNDROMA DE EISENMENGER.

RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, A. J. MARINHO-DA-SILVA1, PEDRO MONTEIRO1, GRAÇA CASTRO1, LUÍS A.PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Os doentes com Síndrome de Eisenmenger compreendem uma pequenafracção de todos os portadores de cardiopatias congénitas. A raridade deste síndroma, com-binada com a sua complexidade, contribuem para as incertezas que rodeiam o seu trata-mento, particularmente em relação aos vasodilatadores pulmonares.

Objectivo: Caracterizar uma população de portadores de Síndroma de Eisenmenger sob ter-apêutica específica vasodilatadora pulmonar em seguimento numa consulta especializada.

População e métodos: Estudaram-se 22 doentes com Síndroma de Eisenmenger emseguimento numa consulta especializada de cardiologia. Compararam-se variáveisdemográficas, clínicas e laboratoriais à data do início de terapêutica específica com vasodi-latadores pulmonares e na actualidade. O tempo de seguimento clínico mediano foi de18,2 (3,5-24,8) meses. Utilizaram-se testes não-paramétricos para comparar amostras não-emparelhadas.

Resultados: A idade média foi de 37,4 ± 12,1 anos, sendo 68,2% dos doentes do génerofeminino. Relativamente ao BNP inicial, o valor médio foi de 56,5 ± 51,9 ng/mL, nãohavendo diferença estatisticamente significativa relativamente ao BNP actual (62,9 ± 57,6,p=0,221). A capacidade funcional dos doentes, avaliada pelo teste de marcha de seis min-utos, registou uma melhoria não significativa relativamente aos valores iniciais (397,8 ±129,6 vs. 404,1 ± 41,9, p=0,345). A proporção de doentes em classe NYHA ≤2 aumentouentre o início do período de seguimento clínico e o final (57,1% vs. 68,2%, p=0,317). Agrande maioria dos doentes encontrava-se medicada com inibidores da endotelina(86,4%), seguida dos inibidores da fosfodiesterase 5 (18,2%) e prostanóides (4,5%).Metade dos doentes encontrava-se sob terapêutica diurética e 27,2% com associações dediuréticos, traduzindo a severidade dos quadros clínicos. A mortalidade durante o períodode seguimento clínico foi de 4,5%.

Conclusões: Nesta população jovem, com marcadores de doença grave, a terapêutica comvasodilatadores pulmonares parece evitar a deterioração clínica, avaliada por teste de mar-cha e BNP. Adicionalmente, descreve-se uma tendência positiva relativamente à classeNYHA, com uma maior proporção de doentes em classes I e II após início de tratamentocom vasodilatadores pulmonares.

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C 51O NT-PROBNP COMO UM MARCADOR DE DISFUNÇÃO DIASTÓLICA DO VENTRÍCULO DIREITO EMDOENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. RELAÇÃO COM ÍNDICES ECOCARDIOGRÁFICOS

DANIEL C. GOMES1, MÁRIO R. GÓIS1, JOÃO SILVA MARQUES2, SUSANA ROBALO MARTINS2, SÓNIA RIBEIRO2, ANTÓNIO

NUNES DIOGO2, ANA G. ALMEIDA2, MÁRIO G. LOPES2

(1Faculdade de Medicina de Lisboa, 2Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de SantaMaria)

Fundamentos: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) tem elevada mortalidade que parece asso-ciar-se a disfunção do ventrículo direito (VD) e a elevação do NT-proBNP. Neste estudo, propõe--se que a elevação do NT-proBNP possa reflectir um maior grau de disfunção sistólica e/oudiastólica do VD.

Objectivos: Estudar a relação entre o NT-proBNP e as alterações da função do VD avaliadas porecocardiografia, em doentes com HAP.

Métodos: Foram incluídos 24 doentes consecutivos com HAP (classe I da OMS/ classificação deVeneza). Na altura da inclusão, foi avaliada a classe funcional (NYHA), determinaram-se os níveisséricos de NT-proBNP e foi realizado um estudo ecocardiográfico transtorácico completo incluindoparâmetros 2D, Doppler, 3D e deformação miocárdica (por speckle tracking). Consideraram-secomo parâmetros de função sistólica do VD o deslocamento sistólico do plano do anel tricúspide,a deformação no pico sistólico, a fracção de ejecção (3D); e de função diastólica os índices E/A,E/E', a velocidade e taxa de deformação nos picos diastólicos E e A. Estudou-se a relação entreos níveis de NT-proBNP e as variáveis ecocardiográficas através da correlação de Pearson e de ummodelo de regressão linear múltipla.

Resultados: Todos os doentes incluídos tinham fracção de ejecção do ventrículo esquerdo nor-mal (>50%). Os níveis de NT-proBNP médios foram de 1574,4 ± 1569,6 pg/mL, sendo normaisem apenas 3 doentes. A população apresentou uma PSAP média estimada de 82,63 ± 17,7mmHg e um TAPSE médio de 18±4,8 mm. Os níveis de NT-proBNP correlacionaram-se com oíndice E/A (r=0,591) e com os parâmetros de deformação miocárdica do VD: deformação longi-tudinal da parede livre nos picos sistólico S (r=0,674) e pós-sistólico G (r=0,571); velocidade lon-gitudinal da parede livre no pico diastólico A (r=0,712); taxa de deformação da parede livre nopico diastólico A (r=-0,549). Destes parâmetros, apenas a velocidade longitudinal da parede livreno pico diastólico A foi preditiva dos níveis de NT-proBNP.

Conclusões: Doentes com HAP grave têm disfunção sistólica e diastólica do VD. Nestes doentes,os níveis de NT-proBNP reflectem principalmente o grau de disfunção diastólica.

C 52LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO: CORRELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO SISTÓLICA NA ARTÉRIAPULMONAR (PSAP), VALORES DE EXCURSÃO SISTÓLICA E VELOCIDADES DO ANELTRICÚSPIDE

DOROTEIA SILVA1, SUSANA GONÇALVES1, SÓNIA RIBEIRO1, LUÍS SARGENTO1, SANDRA CARMO PEREIRA1, GABRIELA

VINHAS DE SOUSA1, ANA G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A hipertensão pulmonar (HTP) é uma co-morbilidade frequente e grave nosdoentes com lúpus eritematoso sistémico (LES), precoce no diagnóstico. A determinação daexcursão sistólica e das velocidades do anel tricúspide utilizando Tissue Doppler Imaging(TDI) constituem excelentes métodos de avaliação da função do ventrículo direito (VD).

Objectivo: O objectivo deste estudo foi o de avaliar a relação entre a pressão sistólica naartéria pulmonar (PSAP) e os valores de excursão sistólica e TDI do anel tricúspide.

Métodos: Realizou-se a análise ecocardiográfica de doentes ambulatórios, estáveis (me-dicação não alterada e sem hospitalizações nos últimos 6 meses), com diagnóstico de LEShá mais de 1 ano, seguidos num centro especializado. A PSAP foi calculada pela equaçãode Bernoulli: PSAP= Vmax2 X 4 + Pressão média na Aurícula direita (PmAD). A V max é avelocidade máxima do jacto de insuficiência tricúspide obtido por CW-Doppler e a PmAD foideterminada indirectamente tendo em conta o diâmetro e a variabilidade respiratória daveia cava inferior. O TDI do anel tricúspide foi caracterizado pelo componente sistólico (s'),protodiastólico (e') e telediastólico (a'). Finalmente foi avaliado o grau de excursão sistóli-ca do anel tricúspide em relação ao apéx, por modo M. A relação entre as variáveis foideterminada pelo coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados: Foram estudados 30 doentes, 28 (97%) do sexo feminino, 2 (3%) do sexomasculino, com idade média de 39±11 anos. Os valores de PSAP correlacionaram-se nega-tivamente com os valores de excursão sistólica do anel tricúspide (R=-0.64; p=0.04) e estes,por sua vez, correlacionaram-se de forma significativa com os valores de s' tricúspide (R =0.613; p=0.003).

Conclusões: Em doentes ambulatórios estáveis com diagnóstico de LES existe associaçãoentre os valores de PSAP e de excursão sistólica do anel tricúspide, e destes com as veloci-dades do anel. Tal facto poderá auxiliar na identificação precoce de doentes com disfunçãosistólica subclínica do VD.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | NOVAS TECNOLOGIAS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

C 53ANGIOTC CARDÍACA: MELHOR LIMIAR DISCRIMINATIVO DE SCORE DE CÁLCIO PARA PREVER APRESENÇA DE PLACAS CORONÁRIAS OBSTRUTIVAS

PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, HUGO MARQUES1, ANA FILIPA GRAÇA1, AUGUSTO GASPAR1,FRANCISCO PEREIRA MACHADO1, JOSÉ ROQUETTE1

(1Hospital da Luz)

Introdução: A avaliação de placas calcificadas é uma das limitações da coronariografia porAngioTC. Por um lado, o grau de estenose poder ser sobrevalorizado, com aumento de falsos po-sitivos e redução do valor preditor positivo desta técnica. Por outro lado, perante um elevadoscore de cálcio, existe uma elevada probabilidade de estarmos na presença de doença coronáriaobstrutiva. A presença de um elevado grau de calcificação coronária e sobretudo uma distribuiçãoconcêntrica pode condicionar segmentos coronários não avaliáveis por Angio-TC cardíaco, sendonestes casos necessário a realização de um teste funcional e/ou uma coronariografia invasiva,embora o melhor limiar para esta decisão não seja consensual.

Objectivo: Identificar os preditores de um elevado score de cálcio e o melhor limiar discrimina-tivo para a presença de placas coronárias obstrutivas.

Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos submetidos aTC cardíaca com 64 cortes e dupla ampola (Dual source CT - Somaton Definition ®, Siemens-me-dical) de Fevereiro de 2007 a Novembro de 2009, foram selecionados 939 doentes querealizaram simultaneamente score de cálcio (CaSc) e coronariografia por AngioTC.

Considerando os doentes com calcificação coronária (46% dos doentes), o CaSc foi um bom pre-ditor de placas obstrutivas (curva ROC com AUC 82,5%, melhor limiar 297).Foram constituídos 2 grupos, de acordo com a presença (13% dos doentes) ou ausência de umCaSc ≥297, sendo estes dois grupos comparados para identificar as variáveis preditoras de eleva-do score de cálcio, sendo avaliadas variáveis demográficas (idade, sexo) e clínicas (HTA, dis-lipidémia, diabetes, tabagismo, obesidade).Foram preditores de um elevado CaSc (≥297) as seguintes variáveis: idade >59 anos, sexo mas-culino, obesidade e diabetes (tabela).No subgrupo de doentes com CaSc ?297, 75% apresentavam estenoses coronárias significativas(vs 12% para CaCs<297, p<0,001).

Conclusão: A presença de um score de cálcio acima de 297 identifica uma população com eleva-da probabilidade de doença coronária obstrutiva.Este subgrupo de doentes correspondeu a cerca de 13% de uma população de doentes propos-tos para realização de AngioTC cardíaca.

CaCs <297 CaCs ≥297 p

Idade média 57±11 67±9 <0,001Sexo Masculino 55% 77% <0,001IMC ≥30 19% 29% 0,016Diabetes 11% 35% <0,001HTA 60% 69% 0,531Dislipidémia 56% 60% 0,787Tabagismo 28% 30% 0,613Placas obstrutivas 12% 75% <0,001

C 54HAPTOGLOBIN 1-1 GENOTYPE IN CHRONIC RENAL FAILURE PATIENTS CAN BE RELATED TOA LESSER CARDIOVASCULAR DISEASE SEVERITY

CLAÚDIA MARINHO1, TERESA OLIVEIRA1, ADELINO CARVALHO2, FERNANDO NEVES2, HENRIQUE LUZ RODRIGUES1,MANUEL BICHO1

(1Faculdade de Medicina de Lisboa, 2Fresenius Medical Care)

Introduction: Haptoglobin (Hp) is an acute phase protein that primarily scavengeshaemoglobin released locally and systemically, reducing the loss of haemoglobin throughthe glomeruli and hence protecting against peroxidative kidney injury, and allowingheme-iron recycling. In human three common phenotypes are represented: Hp 1-1, 2-1and 2-2. Hp1-1 is produced in higher concentrations and is more efficient in binding freehaemoglobin and suppressing inflammatory responses. In previous works we observed aprevalence of Hp 2.2 subjects among our sample of hemodyalised patients with chronicrenal failure (CRF).

Methods: The patient group consisted on 138 subjects (M: 80; W: 58) with CRF, mean age67.8±13.7 (15-91 years), mean haemodialysis time 69.3±46.6 months (2-242 months),IMC 25.3±4.6 Kg/m2 and with different associated pathology (hypertension: 15.3%; vas-culitis:22.6%; polycystosis:7.3%; interstitial nephritis:13.1%; diabetes:24.9%;unknown:16.8%). Systolic pressure: 148.0±22.7 mm Hg; Diastolic Pressure: 69.7±12.9 mmHg; Pulse Pressure: 78.3±18.7 mm Hg and Mean Arterial pressure: 95.8±14.3 mm Hg. Hpgenotypes determined by PAGE.

Results: CRF patients with Hp 1.1 genotype show a trend to present longer hemodialysisperiods when compared to Hp 2.1 and 2.2 patients (92.4±46.3 vs 64.7±46.6 months;p=0.086 Kruskal-Wallis test), even though no significantly differences were observedbetween patients age (p=0.662). In addition, Hp 1.1 patients show significantly lower val-ues of SP (p=0.049), DP (p=0.003) and MAP (p=0.005) compared to Hp 2.1 and 2.2patients. Moreover, Hp 2.2 show higher cholesterol (p=0.027), IL6 (P=0.002) and TNFa(P=0.050) levels, and lower antioxidants (P=0.054) and serum folate (P=0.042).

Conclusions: The Hp 1.1 genotype in hemodyalisis patients with CRF can be related to alesser severe cardiovascular disease compared to Hp 2.1 and 2.2, since Hp 1.1 patientspresented lower values of inflammatory and antioxidant markers.

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C 55AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ENDOTELIAL POR TONOMETRIA DE AMPLITUDE DE PULSO DIGITAL(TAP): VALORES DUMA AMOSTRA DA POPULAÇÃO PORTUGUESA SEM PATOLOGIA CARDIOVASCULAR

VICTOR M. GIL1, MAURA NÉDIO1, CÉLIA MONTEIRO1, PAULO LEAL1, ELSA LOURENÇO1, SÉRGIO BRAVO BAPTISTA1

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE)

Objectivos: Definir os intervalos de normalidade da função endotelial a partir deHiperémia Reactiva(HR), aferida de forma não invasiva porTAO, numa amostra de indiví-duos sem patologia cardiovascular

Introdução: A disfunção endotelial é um importante factor no desenvolvimento dadoença cardiovascular. Nos indivíduos com factores de risco cardiovascular, a avaliaçãonão-invasiva da função endotelial poderá ser elemento adicional de estratificação derisco.Os valores descritos como caracterizando a função endotelial normal foram descritos empopulações não necessariamente semelhantes à nossa (por exemplo estudoFramingham), pelo que é importante para comparações futuras a definição dos valores denormalidade na nossa.

Métodos e Resultados: Estudámos 35 indivíduos (sexo masculino=21, 60%, sexo femini-no= 14, 40%, idade 39±12 anos e 39±10 anos respectivamente) assintomáticos, semdoença coronária conhecida e sem factores de risco cardiovasculares relevantes, a partirde referências da Cirurgia Geral e de colaboradores do nosso Hospital. A avaliação dafunção endotelial foi efectuada por Tonometrial de Amplitude de Pulso digital (TAP) como equipamento Endo-PAT200®, sendo avaliadas as variações de amplitude do pulso dig-ital, através de duas sondas colocadas num dedo de cada mão. Um dos braços foi desig-nado como braço de teste e o contralateral como de controlo. Foi feito o registo basal comduração de 10 minutos, seguido de registo de 5 minutos com oclusão no braço de testeusando uma braçadeira insuflada. Novamente, foi feito o registo durante 10 minutos apósa desinsuflação. A função endotelial foi avaliada através do parâmetro HR, sendo igual-mente avaliado o índice de Resistência arterial (IR) através da variação de amplitude dopulso digital.

Obtiveram-se os seguintes valores:HR: média 1,62 ± 0,49 (limites1,02 e 3,45)IR: média 5,4 ± 19% (limites -37 e 57)

Conclusões: Os valores descritos correspondem aos valores normais obtidos nestaamostra da população portuguesa, constituindo uma aproximação preliminar para futurascomparações com grupos patológicos.

C 56BASES GENÉTICAS DA HIPERCOLESTEOLEMIA FAMILIAR

A. C. ALVES1, A. M. MEDEIROS1, VÂNIA FRANCISCO1, M. BOURBON1, EM NOME DOS INVESTIGADORES DO ESTUDO

PORTUGUÊS DE HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILAR1

(1Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge)

A Hipercolesterolemia Familiar (FH) é uma doença genética caracterizada por níveis ele-vados de colesterol no sangue e elevado risco cardiovascular. A FH é causada pormutações em diferentes genes sendo o gene receptor das lipoproteinas de baixa densi-dade (LDLR) o mais frequente mas, uma pequena percentagem de doentes com FH apre-sentam alterações no gene da apolipoproteina B (APOB) ou no gene propotein convertasesubtilisin/kexin type 9 gene (PCSK9). Estes três genes são estudados no "EstudoPortuguês de Hipercolesterolemia Familiar" (EPFH). Um fenótipo semelhante ao de FH foidescrito em doentes com alterações noutros genes envolvidos no metabolismo lipidico: ogene CYP7A1, o gene SREBP2 e o gene LDLR AP1 (ARH).No EPFH foram analisadas 408 familias e só 43% destas têm uma mutação num dos 3genes estudos no EPFH, o que corresponde apenas a 1,94% dos casos que possam exis-tir em Portugal.Nos 233 doentes onde a causa genética da hipercolesterolemia não foi encontrada, 150são adultos e 83 crianças. No grupo pediatrico a média de colesterol total é de 264mg/dL,de LDL de 192mg/dL e de HDL 58mg/dL. Nos parentes de primeiro grau deste grupo, 24%tem DCV prematura. No grupo dos adultos a média de colesterol total é 326mg/dL, LDLde 227mg/dL e de HDL 58mg/dL. A percentagem de DCV prematura neste grupo é de18%, sendo a sendo a maioria por enfarte agudo do miocárdio. No entanto 3 index apre-sentam tiveram um acidente vascular cerebral (AVC). Estes doentes não apresentam xan-tomas tendinosos (não foi efectuada a ecografia ao tendão de Aquilles que permitiria aidentificação destes xantomas característicos de FH), no entanto 8% tem xantelasmas ouarco corneal.Em alguns destes doentes para além da análise dos 3 genes efectuada no EPFH foramtambém estudados os genes CYP7A1 e LDLR AP1. Para o gene LDLR AP1 foram estudadas10 crianças com fenótipo de FH recessiva e para ao gene CYP7A1 10 index com fenotipode FH recessiva, apresentando alguns litiase biliar, fenótipo característico provocado poralterações neste gene. Não foram encontradas alterações patogénicas nestes genes.Nestes doentes a causa genética deve encontrar-se noutro gene ainda não identificado,uma vez que todos apresentação um fenótipo clínico de FH. Estudos de linkage irão seriniciados com estas famílias para a identificação de outros genes responsáveis pela FH,tentando assim encontrar a causa genética da hipercolesterolemia hereditária presentenestas famílias.

C 57QUAL A REAL ACUIDADE DIAGNÓSTICA DA ESPESSURA ÍNTIMA-MÉDIA CAROTÍDEA PARA APREDIÇÃO DA PRESENÇA DE DOENÇA CORONÁRIA SIGNIFICATIVA?

ANA TERESA TIMÓTEO1, MIGUEL MOTA CARMO1, MARTA SIMÕES1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A presença de doença aterosclerótica carotídea sub-clinica tem sido descritacomo predizente de doença aterosclerótica coronária significativa. Contudo, na populaçãoportuguesa não foi avaliada a potencialidade diagnóstica desta associação.

Objectivos: Verificar numa população de doentes portugueses qual a acuidade diagnós-tica da espessura íntima-média carotidea para predizer a presença de doença coronáriasignificativa (estenoses > 50%).

Métodos: População estudada de 862 doentes consecutivos admitidos electivamentepara realização de angiografia coronária por suspeita de doença coronária. Todos osdoentes efectuaram estudo Doppler carotídeo, com medição da espessura íntima-médiacarotídea (EIMc) na carótida primitiva bilateralmente, tendo-se considerado para a análiseo valor mais elevado entre as duas medições. Analisaram-se as variáveis predizentes paradoença coronária significativa.

Resultados: Os doentes tinham uma idade média de 65 ± 10 anos, 60% sexo masculino.Nesta população, 51% dos doentes apresentavam doença coronária significativa. Poranálise das curvas ROC, a acuidade diagnóstica da EIMc é razoável (AUC 0,62, IC 95% 0,59-0,66, p<0,001), com um valor limiar de 0,85 mm (sensibilidade 63%, especificidade60%). Na análise univariada, a EIMc é preditora de doença coronária (OR 3,21, IC 95%2,09 - 4,93, p<0,001), mantendo-se após análise multivariada (OR 4,18, IC 95% 1,38-12,63, p=0,011).

Conclusões: A EIMc é preditora independente da presença de doença coronária significa-tiva numa população portuguesa de doentes com suspeita de doença coronária, o quepode ter um potencial diagnóstico significativo.

C 58VALOR PROGNÓSTICO DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NA AVALIAÇÃO DORISCO CARDIOVASCULAR EM CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL

TIAGO TEIXEIRA1, ANTÓNIO GASPAR2, MARIA JOÃO FERREIRA3, JOSÉ MESQUITA BASTOS1, A. I. FERRER-ANTUNES3,JOÃO LIMA3, LUÍS A. PROVIDÊNCIA3

(1Hospital Infante D. Pedro, EPE, 2Hospital de S. Marcos, 3Hospitais da Universidade deCoimbra)

Introdução: A disfunção renal é um factor de risco cardiovascular reconhecido. No entan-to, a utilidade prognóstica dos diferentes métodos de imagem na avaliação de risco pré-transplante tem encontrado resultados contraditórios, dependendo do cateterismo cardía-co ser realizado quando estes exames apresentam anormalidades ou independentementedelas. Propusemo-nos a avaliar os resultados da cintigrafia na sua relação com o prognós-tico destes doentes na nossa população.

Métodos: Foram avaliados retrospectivamente os doentes que realizaram cintigrafia deperfusão miocárdica (CPM) entre Janeiro de 2001 e Junho de 2005, com a indicação deestratificação de risco pré-transplante renal. Foi feito o seu seguimento clínico (através deconsulta do processo clínico e/ou contacto telefónico) no que se refere à ocorrência demorte não-cardiovascular, morte cardiovascular, enfarte do miocárdio ou revascularizaçãomiocárdica durante 4,6 ± 2,5 anos. Analisámos as CPM realizadas no que se refere a alte-rações da perfusão e presença de isquémia, e relacionámo-las com a ocorrência de even-tos através dos métodos de regressão logística de Cox, e do teste de sobrevivência deKaplan-Meier.

Resultados: N=101, 61% do sexo masculino, média de idades de 54,6±12,2 anos, sendo42% diabéticos (11% do tipo I). Observaram-se defeitos de perfusão em 19%, sendoreversíveis em 13%, irreversíveis em 1% e mistos em 5%. Registámos um total de 24eventos, 13 dos quais de causa cardiovascular (morte, enfarte ou revascularização). A pre-sença de defeitos de perfusão na CPM associou-se significativamente com os eventosocorridos, quer os eventos totais (¯Ç 10,8;p<0,001), quer o subgrupo de eventos cardio-vasculares (CV) (¯Ç 18,1;p<0,000). Apenas a referida presença de defeitos na CPM foi pre-ditora independente de eventos CV, HR 4,1 (95%IC.1,2-14,6), p <0,02, quando se consid-era a idade, o género e a diabetes num modelo multivariável. As alterações da perfusãocondicionaram, portanto, negativamente a sobrevivência (Kaplan-Meier: log rank 21;p<0,001), durante o follow-up de 4,6 ± 2,5 anos.

Conclusão: A presença de defeitos na CPM esteve fortemente relacionada com a ocorrên-cia de eventos cardiovasculares na população de insuficientes renais terminais, sendo umbom exame para a avaliação prognóstica desta população, podendo o cateterismo serreservado aos pacientes de alto risco clínico.

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C 59PERÍMETRO DA CINTA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDICTORES DE CARGAATEROSCLERÓTICA E SEVERIDADE DE DOENÇA CORONÁRIA EM DOENTES REFERENCIADOSPARA TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA MULTIDETECTORES

NUNO BETTENCOURT1, SÓNIA XARÁ1, DANIEL LEITE1, MÓNICA CARVALHO1, JOÃO ROCHA1, FRANCISCO

SAMPAIO1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A obesidade é um factor de risco vascular indirecto de doença coronária.Poucos estudos demonstraram porém uma relação independente entre as mediçõesantropométricas, habitualmente utilizadas como marcadores de obesidade global e vis-ceral e a extensão e severidade de doença coronária (DC).

Objectivo: Estudar o papel do perímetro da cinta e Índice de Massa Corporal (IMC) comopredictor da presença e extensão de doença coronária em doentes referenciados paraTomografia computorizada multidetectores (TCMD).

População e métodos: Estudámos prospectivamente todos os doentes consecutivamentereferenciados para coronariografia por TCMD no nosso hospital entre Dezembro 2006 eOutubro 2009. No período imediatamente anterior à realização da TCMD, avaliámos pesoe altura para cálculo do IMC e medimos o perímetro da cinta. Relacionámos estes dadoscom a carga aterosclerótica coronária, definida pelo score de cálcio (CaSc) e com a pre-sença/severidade da DC, conforme avaliada pela angiografia por TCMD.

Resultados: 901 doentes (58% do sexo masculino), com idade média de 58,8±10,6 foramincluídos no estudo. O IMC médio foi de 28,7±4,5 Kg/m2, revelando uma população comexcesso de peso (33% obesos). 64,5% da população estudada tinha algum grau de calci-ficação coronária (CaSc>0), enquanto que em 242 doentes (26,9%) foi detectada DC sig-nificativa (estenoses >50%). O perímetro da cinta correlacionou-se significativamentecom a carga aterosclerótica (r=0,117), com a presença de aterosclerose (r=0,219) e coma severidade de doença coronária (r=0,117) (p<0,001 para todos). O IMC não se correla-cionou significativamente com qualquer uma destas variáveis. A relação entre o perímetroda cinta e a presença ou severidade de DC mantiveram-se significativas (p=0,01, ep=0,04, respectivamente) após ajuste para a idade e sexo, mantendo-se uma tendênciaà correlação com a calcificação coronária (p=0,07).

Conclusões: Em doentes referenciados para angiografia coronária por TCMD o perímetroda cinta correlaciona-se de forma significativa com a presença de DC e é melhor preditorque a o IMC para a carga aterosclerótica, presença e severidade de DC.

C 60EQUIVALÊNCIA DOS PROTOCOLOS DE STRESS CINTIGRÁFICOS NA AVALIAÇÃO DO RISCOCARDIOVASCULAR DE CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL (FARMACOLÓGICO VERSUSEXERCÍCIO)

TIAGO TEIXEIRA1, ANTÓNIO GASPAR2, MARIA JOÃO FERREIRA3, JOSÉ MESQUITA BASTOS1, A. I. FERRER-ANTUNES3,JOÃO LIMA3, LUÍS A. PROVIDÊNCIA3

(1HOSPITAL INFANTE D. PEDRO, EPE, 2HOSPITAL DE S. MARCOS, 3HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA)

Introdução: A cintigrafia de perfusão miocárdica (CPM) é utilizada na avaliação de riscocardiovascular dos insuficientes renais pré-transplante. As imagens correspondentes aoesforço são obtidas, sempre que possível, através da injecção do marcador durante aprova de esforço. No entanto, um elevado número de provas submáximas neste grupo,poderá pôr em causa a equivalência dos protocolos (esforço VS farmacológico) na avali-ação do risco de isquémia. Foi objectivo deste estudo avaliar as diferenças, condicionadaspela escolha duma ou outra modalidade, no prognóstico dos doentes.

Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo, incluindo doentes que realizaram CPM entreJaneiro de 2001 e Junho de 2005, num único centro, referenciados para estratificação derisco pré-transplante renal. Foi feito o seguimento clínico (consulta do processo clínicoe/ou contacto telefónico) no que se refere à ocorrência de morte não-cardiovascular,morte cardiovascular (CV), enfarte do miocárdio ou revascularização miocárdica duranteum período de 4,6±2,5 anos. Comparámos os dois grupos de doentes (grupo A que real-izou o exame com injecção do marcador durante a prova de esforço e grupo B que reali-zou o exame com injecção do marcador durante a perfusão de vasodilatador coronário)no que se refere a alterações da perfusão e ocorrência de eventos. Os testes ¯Ç e T stu-dent, bem como o teste de sobrevivência de Kaplan-Meier foram usados na análiseestatística.

Resultados: N=101, 61% do sexo masculino, média de idades de 54,6±12,2 anos, com42% de diabéticos. Os grupos tinham características demográficas semelhantes, exceptono que respeita ao género, com maior percentagem de homens no grupo A (p <0,02).Este grupo incluiu 61% dos doentes; as provas foram electricamente positivas em 27%, eclinicamente positivas em apenas 1%. O tempo médio de esforço foi de 7,5 ± 2,1 min e44% das provas foram máximas. No grupo B, a vasodilatação coronária foi realizadaatravés da perfusão de dipiridamol. Os defeitos de perfusão na CPM foram observados em12% no grupo A (6% no subgrupo com prova máxima), e em 7% no grupo B. O númerototal de eventos foi de 24, sendo 13 de causa CV (morte, enfarte ou revascularização). Naanálise de sobrevivência (Kaplan-Meier) não houve diferenças relativamente à ocorrênciade eventos CV, quer entre os grupos A e B (log rank <1,31;p=0,3), quer entre os subgru-pos (prova maxima vs submaxima) do grupo A (log rank <0,39;p=0,5).

Conclusão: Na nossa população, não houve diferenças entre os dois protocolos, sendo aCPM, obtida pelos dois métodos, preditora de eventos CV na população de insuficientesrenais terminais. A escolha de um ou outro protocolo deverá manter-se sob bases clíni-cas.

C 61CAPACIDADE DO SCORE DE CÁLCIO DISCRIMINAR O RISCO CARDÍACO EM DOENTES COMBAIXO RISCO CLÍNICO

HUGO MARQUES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA2, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, ANA FILIPA GRAÇA1, FERNANDO

GONÇALVES1, AUGUSTO GASPAR1, FRANCISCO PEREIRA MACHADO1, JOSÉ ROQUETTE1

(1Hospital da Luz, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O valor prognóstico do score de cálcio está substancialmente estudado, comvários estudos observacionais com largos milhares de doentes durante períodos de follow-up alargados, concluindo do seu valor independente e incremental em relação aosmétodos clínicos, habituais, de cálculo de risco (ex.Framigham).A capacidade dos scores clínicos avaliarem o risco cardíaco de um determinado indivíduofica aquém da sua capacidade de aferição do risco populacional.A utilização do score de cálcio, nesta perspectiva é aliciante, uma vez que se trata de umexame quantitativo, com baixa dose de radiação, sem necessidade de contraste, indepen-dente da janela acústica e com capacidade de avaliar directamente os vasos coronários.

Objectivo: Demonstrar a heterogeneidade dos grupos obtidos pelo cálculo do risco car-diovascular clínico.Verificar se a capacidade discriminativa do score de cálcio no grupo de baixo risco clínicopermite identificar um subgrupo de doentes com maior associação a estenoses significa-tivas identificadas por Angio-TC cardíaco, colocando assim a questão na utilização demedidas mais enérgicas de prevenção primária.

Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos sub-metidos a TC cardíaco, seleccionamos todos que não tinham doença coronária conhecida,que realizaram score de cálcio (radiação média 1,1mSv) e em que foi possível calcular orisco clínico pelo método HeartScore (Soc. Eur. Cardiologia) 785 doentes.Foram divididos em 2 subgrupos pelo valor do HeartScore <5 - risco baixo (<5% de riscode morte cardiovascular aos 10A) vs > ou = a 5 - risco não baixo. No subgrupo de risco não baixo, 24% tiveram score de cálcio de zero, o que está associ-ado a extremo baixo risco de eventos cardiovasculares.No subgrupo de baixo risco clínico , 13,5 % eram de risco intermédio ou alto pelo scorede cálcio (>100). Nestes doentes com > 100 de score de calcio, a angio TC identificou umsignificativo (p<0,001) maior número de placas obstrutivas.

Conclusão: Os algoritmos clínicos de cálculo de risco cardiovascular subdividem a popu-lação em grupos heterogéneos, sendo possível pelo score de cálcio identificar indivíduosde risco diverso dentro dos mesmos.Mesmo em indivíduos com baixo risco clínico, um score de cálcio > do que 100 está asso-ciado a um significativo maior número de placas obstrutivas identificadas pela Angio-TCcardíaco. Este subgrupo que não tem indicação para estratégias agressivas de prevençãoprimária poderia eventualmente beneficiar das mesmas.

C 62EVOLUÇÃO DA PROBABILIDADE TEÓRICA DE DOENÇA CORONÁRIA PRÉ- E PÓS-TESTE EMDUAS ESTRATÉGIAS DIAGNÓSTICAS - CONTRIBUTO RELATIVO DA PROVA DE ESFORÇO E DAANGIOTC CARDÍACA

ANTÓNIO MIGUEL FERREIRA1, RICARDO SARAIVA LOPES1, MARIA GRAÇA CORREIA1, VICTOR M. GIL1

(1Hospital dos Lusíadas)

Introdução: A prova de esforço (PE) continua a ser o exame de 1ª linha no diagnóstico deDoença Coronária (DC), mas em muito casos a AngioTC é já o primeiro estudo solicitado. Àsemelhança de outros exames, a sua rentabilidade diagnóstica depende muito da proba-bilidade pré-teste.O objectivo deste estudo foi avaliar a evolução da probabilidade teórica de DC obstrutivaem doentes que efectuaram AngioTC cardíaca por suspeita de DC como exame de 1ª linhavs. doentes submetidos a AngioTC após PE.

Métodos: De um registo prospectivo de doentes submetidos a angioTC cardíaca de 64cortes de dupla ampola durante o ano de 2009, seleccionámos 102 doentes avaliados porsuspeita de DC, dos quais 43 efectuaram AngioTC como exame de 1ª linha (Grupo AngioTC)e 45 após PE (Grupo PE-AngioTC).Em cada doente, a probabilidade pré-teste de DC obstrutiva foi estimada através do méto-do tabular de Diamond-Forrester/CASS, com base no sexo, idade e sintomatologia. As prob-abilidades pós-teste foram calculadas de acordo com o teorema de Bayes, assumindo sen-sibilidades de 68% e 98%, e especificidades de 77% e 88% para a prova de esforço eangioTC, respectivamente.

Resultados: Não se registaram diferenças significativas entre os dois grupos no que dizrespeito às variáveis demográficas e prevalência de factores de risco cardiovascular.Também não houve diferenças significativas na probabilidade pré-teste inicial (mediana 14,IIQ 13-27 no Grupo AngioTC vs. mediana 14, IIQ 10-27 no Grupo PE-AngioTC; p=0,47). A per-centagem de doentes com probabilidade intermédia (10-90%) no grupo AngioTC foi de76% antes do exame, e de 30% após a AngioTC (p<0,001). A percentagem de doentes comprobabilidade intermédia no grupo PE-AngioTC foi de 79% antes dos exames, de 73% apósa PE (p=NS), e de 31% após a AngioTC (p<0,001) - Figura 1.

Conclusão: Ao contrário da AngioTC, o uso daPE como exame diagnóstico de 1ª linha nãopermitiu reclassificar o risco na maioria dosdoentes que apresentavam probabilidade inter-média de DC. O uso da AngioTC como exameinicial (seguido de teste imagiológico deisquémia nos casos positivos ou duvidosos) éuma alternativa que merece consideração eque deverá ser estudada no futuro.

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C 63DETECÇÃO DE DOENÇA CORONÁRIA NÃO OBSTRUTIVA - UMA MAIS-VALIA DA ANGIOTCCARDÍACA

ANTÓNIO MIGUEL FERREIRA1, RICARDO SARAIVA LOPES1, MARIA GRAÇA CORREIA1, VICTOR M.GIL1

(1Hospital dos Lusíadas)

Introdução: Foi recentemente demonstrado que os doentes que apresentam placas coro-nárias não obstrutivas têm uma incidência de eventos coronários inferior à dos doentescom doença coronária (DC) obstrutiva, mas muito superior à dos doentes sem quaisquerplacas.O objectivo deste estudo foi avaliar a prevalência e características clínicas dos doentescom DC não obstrutiva (DCNO) num grupo de indivíduos com suspeita de DC avaliados porAngioTC cardíaca.

Métodos: De um registo prospectivo de doentes submetidos a angioTC cardíaca de 64cortes de dupla ampola durante o ano de 2009, seleccionámos 102 doentes (48 homens,idade média 59±12anos) avaliados por suspeita de DC. Definiu-se como DCNO a presençade placas com grau de estenose <50% em reconstruções multiplanares curvas, sem out-ras placas com grau de estenose superior.

Resultados: Dos 102 doentes avaliados, 29 (28%) apresentavam DC obstrutiva, 30 (30%)tinham DCNO, e 43 (42%) não apresentavam quaisquer placas ateroscleróticas.Comparativamente aos doentes com DC obstrutiva, o grupo com DCNO apresentava umamaior percentagem de mulheres (70% vs. 38%; p=0,03) e menor prevalência de tabag-ismo (27% vs. 63%; p=0,01). A probabilidade pré-teste dos doentes com DCNO (mediana14%, IIQ 14-36%) era superior à do grupo sem DC (mediana 13%, IIQ 4-20%; p<0,01),mas semelhante à dos doentes com DC obstrutiva (mediana 20%, IIQ 16-27%; p=0,51).Não se registou diferença significativa entre os valores de Score de cálcio dos doentes comDCNO vs. DC obstrutiva (mediana 62, IIQ28-264 vs. mediana 104, IIQ 36-365;p=0,40). A prevalência de DCNO foisemelhante nos subgrupos de doentescom teste de isquémia positivo, negativoe não efectuado (p=NS) - Fig1.

Conclusão: Cerca de um terço dosdoentes avaliados por AngioTC cardíacapor suspeita de DC tinham DCNO. A eleva-da prevalência desta forma de DC comimportantes implicações terapêuticas e prognósticas deve favorecer a utilização de testesanatómicos no diagnóstico de DC. Os doentes com DCNO são mais frequentemente mul-heres e não-fumadores, o que poderá traduzir uma menor extensão da doença nestesgrupos ou uma possível influência destes factores na remodelagem positiva das placas deateroma.

NOTAS

Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CONVERGÊNCIA DE SABERES - DOENÇAS SISTÉMICAS

C 64ENVOLVIMENTO CARDÍACO NA DOENÇA DE STEINERT : EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO

MIGUEL CORREIA1, CARLA ARAÚJO1, SANTOS MENDES1, LUÍS MARTINS1

(1Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: A Distrofia Miotónica tipo 1 clássica (Doença de Steinert) é uma doença neu-romuscular, mas com possibilidade de atingimento de outros órgãos/sistemas, incluindoo cardiovascular. Tem origem numa mutação no gene de uma serina-treonina cinase, con-sistindo no aumento do número de repetições citosina-timina-guanina (CTG). Objectivos:Trabalho descritivo, onde se pretende avaliar a clínica, alterações electro/ecocardiográfi-cas em doentes com Doença de Steinert, assim como os eventos cardíacos e a mortali-dade.

Métodos: Revisão retrospectiva de processos clínicos de doentes com este diagnóstico,seguidos no hospital desde 1999. Critério de inclusão: necessidade de teste genético con-firmatório e seguimento em consulta de Cardiologia.

Resultados: Encontraram-se 22 doentes, com uma média de idades de 42,9 (±11,5) anos,verificando-se predomínio do sexo feminino (59,1%). Tempo de seguimento médio naconsulta de Cardiologia de 37,8 (±29,5) meses. A idade média dos doentes aquando dodiagnóstico situou-se nos 37,5 (±11,4) anos. Apresentaram, no estudo genético, umamédia de repetições CTG igual a 1080,5 (±507,0), sendo o valor considerado normal de 5a 34 repetições. Apenas 31,8% dos doentes apresentaram sintomas do foro cardiovascu-lar, com 9,1% destes doentes referindo episódios de palpitações e idêntica percentagemcom episódios de lipotímia, sem episódios de síncope relatados. A maioria dos doentes(72,7%) apresentou, durante o seguimento, alterações electrocardiográficas, destacando-se: 50,0% com bloqueio aurículo-ventricular do 1º grau, 4,5% com bloqueio de ramo dire-ito, 9,1% com bloqueio de ramo esquerdo e 22,7% com perturbação inespecífica da con-dução intraventricular. Dos 22 doentes, 21 têm pelo menos um ecocardiograma efectua-do, sem registo de cardiopatia estrutural em qualquer um dos casos. Foi implantado pace-maker definitivo em apenas um destes doentes. Sem registo de qualquer fatalidadedurante o período de seguimento.

Conclusão: O envolvimento do sistema de condução cardíaco é frequente na Doença deSteinert, o que tem implicações no seguimento destes doentes.

C 65VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM DOENTES DE FABRY COM E SEMHIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA

OLGA AZEVEDO1, CARLA FERREIRA1, JOANA GUARDADO1, MARINA FERNANDES1, FRANCISCO FERREIRA1, CLARA SÁ

MIRANDA2, DAMIÃO CUNHA3, ANTÓNIO LOURENÇO1, ROSA MEDEIROS1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 2Instituto de BiologiaMolecular e Celular, 3Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Introdução: A principal manifestação cardíaca da doença de Fabry (DF) é a hipertrofiaventricular esquerda (HVE). Mais recentemente foi observada diminuição da variabilidadeda frequência cardíaca (VFC) em crianças e adolescentes do sexo masculino com DF. Omecanismo fisiopatológico não está esclarecido, atribuindo-se à deposição de glicoesfin-golipídeos nas fibras simpáticas e parassimpáticas que inervam o coração.

Objectivo: Estudar a VFC em doentes de Fabry adultos com e sem HVE. Avaliar se existerelação entre a VFC e a HVE secundária a DF.

Métodos: Estudados 14 doentes adultos no momento do diagnóstico de DF. A presençade HVE foi avaliada por ecocardiograma e ressonância magnética (RM). A VFC foi estuda-da a partir dos parâmetros de domínio tempo do Holter de 24h (SDANN5, SDNN, RMSSD).

Resultados: Incluídos 14 doentes, 9 do sexo feminino (64.3%), com uma idade média de50±12 anos. Metade apresentava HVE. Foi detectada diminuição do SDANN5 e do SDNNem 4 doentes (28.6%), 3 dos quais mulheres; e diminuição do RMSSD em 3 doentes(21.4%), 2 dos quais mulheres. A diminuição destes parâmetros não esteve relacionadacom a presença de HVE (p=0.554, p=0.554, p=1.000). Não foi encontrada diferença entreos doentes com e sem HVE em relação à média do SDANN5, SDNN ou RMSSD (p=0.554;p=0.554; p=1.000). Não foi encontrada correlação entre a massa ventricular esquerda(MVE) ou a espessura do septo interventricular (SIV) ou parede posterior (PP) estimadaspor ecocardiografia e o SDANN5, SDNN ou RMSSD (MVE: p=0.737, p=0.911, p=0.455; SIV:p=0.297, p=0.561, p=0.735; PP: p=0.775, p=0.904, p=0.570). Também não foi encontradacorrelação entre a MVE estimada por RM e os referidos parâmetros de VFC (p=0.138,p=0.255, p=0.697). Os doentes com e sem HVE não diferiam em relação ao sexo(p=0.265), idade (p=0.371), antecedentes cardiovasculares (p>0.05), outras manifes-tações clínicas da DF (p>0.05) ou utilização de beta-bloqueantes (p=0.589).

Conclusão: A diminuição da VFC foi encontrada em doentes de Fabry adultos, quer dosexo masculino quer do sexo feminino, indicando que ocorre mais tardiamente nas mu-lheres. Não foi encontrada relação entre a VFC e o desenvolvimento de HVE, o que supor-ta a hipótese de que a diminuição da VFC secundária à DF possa ser devida ao atingimen-to do sistema nervoso autónomo e não das células cardíacas.

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I-68

C 66STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES DE FABRY COM E SEM HIPERTROFIA VENTRICULARESQUERDA

OLGA AZEVEDO1, ISABEL QUELHAS1, JOANA GUARDADO1, MARINA FERNANDES1, FRANCISCO FERREIRA1, ROSA

MEDEIROS1, ANTÓNIO LOURENÇO1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: Estudos recentes mostram redução do strain longitudinal do ventrículoesquerdo (VE) nos doentes de Fabry, podendo esta ocorrer mesmo antes do desenvolvi-mento de hipertrofia ventricular esquerda (HVE).

Objectivo: Comparar o strain longitudinal nos vários segmentos do VE de doentes deFabry com e sem HVE.

Métodos: Estudados 14 doentes adultos no momento do diagnóstico da doença de Fabry (DF).A presença de HVE foi avaliada por ecocardiograma e ressonância magnética. Obtido o peaksystolic strain longitudinal para os vários segmentos do VE no plano apical de 4 e 2 câmaras.

Resultados: Incluídos 14 doentes, 10 do sexo feminino (71.4%), com uma idade médiade 52±12 anos. A HVE foi detectada em 8 doentes (57.1%). Todos os doentes apresen-tavam fracção de ejecção >50% (média 71±9%). Os doentes com HVE apresentammenores valores de strain longitudinal nos segmentos basais e médios de todas as pare-des, em comparação com os doentes sem HVE, e essa diferença é estatisticamente signi-ficativa (tabela). Nos segmentos apicais, não foi observada diferença no strain longitudi-nal dos doentes de Fabry com e sem HVE, salientando-se que os doentes com HVE apre-sentam valores normais ou, em alguns casos, hipernormais de strain longitudinal a nívelapical. Não foram encontradas outras diferenças entre os doentes com e sem HVE,nomeadamente em relação ao sexo (p=0.147), idade (p=0.332), antecedentes cardiovas-culares (p>0.05), outras manifestações clínicas da DF (p>0.05).

Conclusão: Nos doentes de Fabry, o desenvolvimento de HVE parece acompanhar-se deredução do strain longitudinal nos segmentos basais e médios de todas as paredes e, pelomenos numa fase inicial, com relativa preservação do strain longitudinal apical.

STRAIN LONGITUDINAL (%)

Parede Segmento Doentes com HVE Doentes sem HVE p value

Septal Basal -7.4±4.4 16.3±4.4 0.007Médio -13.9±3.9 20.0±4.2 0.02Apical -29.7±4.6 -23.8±2.7 0.02

Lateral Basal -15.5±4.2 -21.7±5.3 0.042 Médio -15.2±6.1 -19.0±2.0 0.053Apical -26.5±6.3 -21.0±7.0 0.093

Inferior Basal -15.9±6.2 -22.0±4.3 0.046 Médio -17.3±6.5 -21.0±2.7 0.063Apical -26.5±7.5 -21.7±7.7 0.317

Anterior Basal -12.7±4.9 -24.9±7.4 0.006Médio -16.9±5.9 -25.9±5.0 0.032Apical -24.9±7.7 -22.2±8.5 0.475

C 67STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES COM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDASECUNDÁRIA À DOENÇA DE FABRY: QUAL A SUA RELAÇÃO COM A PRESENÇA DE REALCETARDIO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA COM GADOLÍNIO?

OLGA AZEVEDO1, ISABEL QUELHAS1, JOANA GUARDADO1, MARINA FERNANDES1, FRANCISCO FERREIRA1, DAMIÃO CUNHA2,ROSA MEDEIROS1, ANTÓNIO LOURENÇO1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 2Hospital Pedro HispanoUnidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Introdução: Estudos recentes sugerem redução do strain longitudinal do ventrículo esquerdo (VE)nos doentes com hipertrofia ventricular esquerda (HVE) secundária à doença de Fabry (DF). Coma evolução da DF, os doentes com HVE desenvolvem fibrose e evidência de realce tardio (RT) naressonância magnética (RM) com gadolínio.

Objectivo: Comparar o strain longitudinal nos vários segmentos do VE de doentes com HVEsecundária à DF com e sem RT na RM cardíaca com gadolínio.

Métodos: Estudados 8 doentes adultos com HVE no momento do diagnóstico da DF. Obtido o peaksystolic strain longitudinal para os vários segmentos do VE no plano apical de 4 e 2 câmaras. Apresença de RT no VE foi pesquisada por RM cardíaca com injecção de gadolínio.

Resultados: Incluídos 8 doentes, 4 do sexo feminino (50%), com uma idade média de 54±10anos. Todos os doentes apresentavam HVE (massa do VE média 155±44g/m2) e fracção deejecção do VE >50% (média 72±11%). A presença de RT foi detectada em 6 doentes (75%). Osdoentes de Fabry com HVE apresentaram diminuição do strain longitudinal nos segmentos basaiscom preservação/aumento do strain longitudinal nos segmentos apicais. Contudo, não foi encon-trada diferença estatisticamente significativa nos valores de strain longitudinal obtidos para osvários segmentos do VE entre os doentes com e sem RT na RM com gadolínio (Tabela).

Conclusão: Nos doentes com HVE secundária à DF, o desenvolvimento de RT, que ocorre numafase mais avançada da doença, não se acompanhou de alteração significativa do strain longitu-dinal. Esta observação sugere que, nos doentes de Fabry, a redução do strain longitudinal começaa ocorrer numa fase relativamente precoce da evolução da doença a nível cardíaco, provavel-mente precedendo o desenvolvimento de HVE. A relativa preservação do strain longitudinal api-cal parece manter-se até a uma fase tardia, perdendo-se provavelmente bem depois do desen-volvimento de RT, já numa fase com extensa fibrose do VE.

STRAIN LONGITUDINAL (%)

Parede Segmento Doentes com Doentes sem p valueHVE e RT HVEe sem RT

Septal Basal -7.2±5.1 -7.9±2.6 0.737Médio -13.8±4.0 -14.1±4.9 1.000Apical -29.0±5.2 -31.7±0.9 0.182

Lateral Basal -13.4±2.0 -20.9±3.0 0.053Médio -13.2±5.0 -21.1±6.7 0.096Apical -24.7±6.1 -32.0±2.8 0.096

Inferior Basal -13.6±2.5 -21.7±10.6 0.121Médio -15.4±3.5 -22.1±11.9 0.439Apical -24.6±8.3 -31.3±1.0 0.245

Anterior Basal 12.2±6.0 -13.5±3.2 0.643Médio -15.0±6.0 -21.4±3.0 0.245Apical -23.0±8.7 -29.4±0.8 0.245

C 68INSULINO-RESISTÊNCIA, PERFIL LIPÍDICO, PROTEÍNA C REACTIVA E HOMOCISTEÍNA EMDOENTES COM TIROIDITE AUTO-IMUNE E HIPOTIROIDISMO SUBCLÍNICO

CELESTINO NEVES1, MARTA ALVES1, MIGUEL PEREIRA1, EMA CARVALHO1, ISOLINA PIMENTEL1, RENATA RAMALHO1, CARMO

PALMARES1, CRISTINA GUIMARÃES1, JOÃO PEDRO RAMOS1, DAVIDE CARVALHO1, LUÍS DELGADO1, JOSÉ LUÍS MEDINA1

(1Hospital de S. João, EPE)

Objectivo: Avaliar as inter-relações entre índices de insulino-resistência, o perfil lipídico, a pro-teína C reactiva (PCR) e a homocisteína, em doentes com tiroidite auto-imune (TAI) ehipotiroidismo subclínico (TSH elevado, T3 e T4 livres normais).

Doentes e Métodos: Analisámos o perfil lipídico, os níveis de PCR, anticorpos anti-tiroideus,homocisteína, ácido fólico, vitamina B12 e índices de insulino-resistência, como o HOMA-IR(Homeostasis Model Assessment), QUICKI (Quantitative Insulin Sensitivity Check Índex), HISI(Hepatic Insulin Sensitivity Index), WBISI (Whole-Body ISI) e o IGI (Insulinogenic Index), em 171doentes com TAI e TSH<2,00μUI/ml (TSH=0,82±0,66μUI/ml) e em 71 doentes com TAI eTSH>2,00μUI/ml (TSU=9,66±19,60 μUI/ml). A prova de tolerância à glicose oral (PTGO) foi efectu-ada de manhã (antes das 10 h), com determinações da glicose e da insulina aos 0, 30, 60, 90 e120 minutos após 75g de glicose per os. A análise estatística foi feita com o teste t-Student e oteste de correlações de Pearson. Os resultados são expressos em médias ± DP. Foi considerado sig-nificativo um valor bilateral de p <0,05.

Resultados: Encontrámos níveis significativamente superiores de insulina aos 120min naPTGO nos doentes com TSH>2,00μUI/ml (65,9±57,8 vs 84,1±65,4μUI/ml; p=0,02). Os níveis dehomocisteína também foram significativamente superiores no grupo com TSH>2,00μUI/ml(10,8±12,6 vs 8,3±3,3μmol/L; p=0,04). Encontrámos índices IGI (0,036±0,378 vs 0,252±0,310;p=0,02) e WBISI (6,323±7,335 vs 6,112±4,019; p=0,003) significativamente superiores nogrupo TSH>2,00μUI/ml. No grupo com TSH<2,00μUI/ml houve correlações positivas entre o IGIe os níveis de triglicerídeos (r=0,256; p=0,004) e de anticorpos anti-TPO (r=0,137; p=0,03). Nomesmo grupo encontrámos correlações negativas entre o WBISI e a PCR (r=-0,199; p=0,02) epositivas entre o WBISI e o TSH (r=0,244; p=0,01). No grupo com TSH>2,00μUI/ml encontrá-mos correlações positivas entre os níveis de T4 livre e o IMC (r=0,413; p<0,001). No mesmogrupo, os níveis de LDL correlacionaram-se positivamente com níveis de TSH (r=0,245;p=0,04), e negativamente com os níveis de T3 livre (r=-0,265; p=0,02). Houve também umacorrelação positiva entre os níveis de Lp(a) e os níveis de T4 livre (r=0,259; p=0,04).

Conclusão: O aumento do risco cardiovascular nos doentes com TAI e hipotiroidismo subclíni-co poderá estar relacionado com as inter-relações entre o perfil lipídico, a homocisteína e osíndices de insulino-resistência.

C 69AVALIAÇÃO DO PERFIL TENSIONAL NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E CORRELAÇÃO COM O TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

FRANCISCO FERREIRA1, OLGA AZEVEDO1, JOANA GUARDADO1, MARINA FERNANDES1, FILIPA CANÁRIO-ALMEIDA1,INOCÊNCIA MACHADO1, JOÃO ALMEIDA1

(1CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE, EPE HOSPITAL DA SENHORA DA OLIVEIRA)

Introdução: O Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) constitui uma patologia fre-quente,muitas vezes subvalorizada,intimamente relacionada com a patologia cardiovascular.Aevidência actual sugere que o SAOS é um factor de risco independente para a hipertensãoarterial (HTA).O seu tratamento nestes doentes (D) apresenta dificuldades com resistência àterapêutica farmacológica.

Objectivos: Avaliação do perfil tensional numa população de D com SAOS e correlacionar asua evolução com a gravidade e tratamento do mesmo a médio e a longo prazo.

Métodos: Estudo prospectivo dos D com SAOS referenciados à consulta de Cardiologia desdeJulho de 2007, através de um protocolo com Otorrinolarigologia,com seguimento regular emintervalos de 6 meses e por um período mínimo de 1 ano.Em cada observação,foram regista-dos os valores de TA ocasional,índice de massa corporal (IMC),dados da Monitorização deambulatório da TA durante 24h e terapêutica efectuada.A gravidade do SAOS foi utilizada paradividir os D em 2 grupos, segundo o índice de apneia/hipopneia (IAH).Os D foram divididosutilizando como critério de agrupamento o IAH de 30 (SAOS grave).Todos os D foram tratadossegundo a indicação,com CPAP ou cirurgia.

Resultados: Foram incluídos 25 D com uma média de idades de 52 anos (±11,9),sendo 84%(n=21) do sexo masculino.A mediana do IMC foi de 30 (p5=23;p95=39).18 D tinham SAOS grave(78%).A prevalência de HTA foi de 64% (n=16), com igual frequência nos dois grupos.Na suamaioria (62%), os D estavam medicados com mais do que 1 anti-hipertensor, não havendo difer-ença nos 2 grupos.No inicio do seguimento os D com SAOS grave tinham valores mais elevadosde TA diastólica (TAD), no período diurno (85 vs 76 mmHg p=0,003), nocturno (74 vs 65 mmHgp= 0,03) e na TA média (TAM) (80 vs 72 mmHg p= 0,003). Não se verificaram diferenças nosvalores de TA sistólica (TAS). Aos 6 meses de seguimento os valores de TAS diurna eram superi-ores nos D com SAOS grave (p= 0,03), não se verificando diferença nas TAD e TAM.Aos 12 mesesde seguimento os valores de TA eram semelhantes. Nos 2 grupos e durante o período de segui-mento, verificou-se melhoria da TAM e TAS no período nocturno (p=0,04) encontrando-se umtendência para a redução da TAD média,diurna e nocturna(p= 0,07).

Conclusões: Na nossa série verificou-se que o tratamento prolongado do SAOS melhora o per-fil tensional destes doentes, independentemente do tratamento farmacológico.Essa eficáciafoi superior nos doentes com SAOS mais grave.

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I-69

C 70DISFUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA EM DIABÉTICOS: RELAÇÃO ENTRE OTEMPO DE EVOLUÇÃO, A HEMOGLOBINA GLICOSADA E O TRATAMENTO COM OSPARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS

BRUNO RODRIGUES1, RITA FARIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, EMANUEL CORREIA1, PEDRO GAMA1, LURDES VIEIRA1,COSTA CABRAL1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: A disfunção diastólica ventricular esquerda (DDVE) representa a manifestaçãopré-clinica mais precoce da miocardiopatia diabética.

Objectivo: Avaliar numa população diabética a repercussão do tempo de evolução dadoença, dos níveis de HbA1c e do tratamento (TTO) a que estavam submetidos, nos parâme-tros diastólicos ecocardiográficos.

Métodos: Estudo realizado em 50 pacientes com diabetes mellitus (DM) (65% homens; 35%mulheres / DM1-19,6% e DM2- 80,4%) seguidos em consulta de DM no nosso hospital.Incluídos doentes em ritmo sinusal, com idades entre 40-65 anos e IMC <32. Excluídosdoentes com patologia cardíaca conhecida.Constituí-se subgrupos (SG): 1) tempo de evolução de DM (A- <10; B- 10-20; C-> 20 anos);2) Níveis de HbA1c (D-<7,5%; E-7,5-85%; F>8,5%) e 3) TTO (G- antidiabéticos orais (ADO);H- Insulina (INS) + ADO; I- INS). Comparados com parâmetros ecocardiográficos de DDVE.Análise estatística com SPSS 16.0.

Resultados: A média de idades global (homogénea nos SG) foi de 53,9 anos (±7,3). O IMCmédio foi de 28,5 (±3,6).No SG 1 (A-19 vs B-21 vs C-10 doentes) o tempo de evolução da DM não condicionou alter-ações no diâmetro médio da AE (DAE) e no tempo de desaceleração da onda E (MVDt).Verificaram-se tendências para velocidades de onda E (VE) inferiores no grupo C (A- 80,8 vsB- 83,7 vs C- 74,7cm/s ; p-0,404) e velocidades de onda A (VA) superiores neste grupo (A-78,5 vs 80,4vs 84,0 cms; p- 0,789) condicionando relações E/A (r E/A) no grupo C inferiores(A-1,0 vs B-1,1 vs C -0,9; p- 0,401). O valor de E/e' não revelou diferenças entre os grupos,contrariamente ao E' (A- 8,8 vs B- 8,2 vs C- 7,6 cm/s; p-0,505). O valor da velocidade depropagação transmitral (Vp) não se revelou linear.No SG 2 (D-24 vs E-16 vs F-10) a HbA1c não condicionou alterações no DAE e no MVDt.Verificou-se VE inferiores no grupo F (D- 82,3 vs E- 85,7 vs F-68,0;p- 0,027*), não existindodiferenças na VA. A rE/A foi inferior no grupo F (D- 1,1 vs E- 1,1 vs F-0,8; p- 0,325). O E/e'não revelou diferenças entre os grupos. O E' foi inferior no grupo F (D- 7,8 vs E- 9,9 vs F- 7,0;p-0,009*). O Vp não se revelou linear.No SG 3 (G -11 vs H-15 vs I- 24) a análise dos parâmetros não demonstrou diferenças linear-es entre o tipo de TTO efectuado.

Conclusões: O tipo de TTO na DM não influenciou os parâmetros de DDVE nesta população.O tempo de evolução da DM e os níveis de HbA1c, condicionaram alterações em algunsparâmetros avaliados, sugerindo globalmente uma maior prevalência de doentes com DDVEgrau 1.

*significado estatistico a p<0,05

C 71BNP PLASMÁTICO NAS AGUDIZAÇÕES DA DPOCC. S. MARTINS1, J. P. L. NUNES1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introdução: A progressão da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) relaciona-secom a gravidade e frequência das exacerbações. Demonstrou-se, anteriormente, que atroponina I (TpI) na admissão, em doentes com exacerbações da DPOC, predizia a neces-sidade de ventilação não invasiva durante o internamento e a mortalidade pós alta hos-pitalar. Neste estudo pretendeu-se analisar o valor prognóstico do BNP na mesma coorte,a curto prazo (tempo de internamento, complicações e mortalidade intra-hospitalar) e alongo prazo (mortalidade aos 18 meses).

Material e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, incluindo doentes admitidos porexacerbação da DPOC com doseamento de TpI e BNP nas primeiras 48h. Consideraram-sevariáveis independentes a TpI e o BNP, e dependentes, o tempo de internamento, as com-plicações intra-hospitalares e a mortalidade. As variáveis numéricas sumariaram-se emmediana e âmbito interquartil e as categóricas em frequências, comparando as primeiraspelo teste t e as segundas, pelo de Qui2. O impacto sobre o tempo de internamento estu-dou-se por regressão linear. Criaram-se curvas de sobrevida intra-hospitalar e aos 18meses, pelo método de Kaplan-Meier, e identificaram-se as variáveis preditoras de mor-talidade pela regressão de Cox. Nível de significância ≤ 0,05.

Resultados: Estudaram-se 149 doentes, com idade mediana de 77 anos e predomíniomasculino (60,4%). Os doentes com BNP ? 435 pg/ml (3º tercil) tinham TpI significativa-mente mais elevada, bem como disfunção sistólica do ventrículo esquerdo e acidemiamais severas. O tempo mediano de internamento foi de 10 dias (1- 55 dias) sendo maislongo nos doentes com BNP ? 435 pg/ml (p = 0,028). Relativamente às complicações,verificou-se uma tendência para o valor de BNP na admissão predizer a ocorrência de par-agem cardiorespiratória, contudo não foi atingida significância estatística (p=0,06). A mor-talidade intra-hospitalar não variou significativamente entre os tercis de BNP, tal como jáse tinha verificado previamente com a TpI. De igual forma não se verificaram diferençassignificativas nas curvas de sobrevida aos 18 meses, ao contrário do anteriormentedescrito para a TpI (que actuou como factor preditor independente de mortalidade a longoprazo).

Conclusões: O BNP na admissão, tal como a TpI, é um marcador independente deprognóstico nas exacerbações agudas da DPOC, sendo preditor do tempo de internamen-to; foi ainda observada uma tendência para se associar à paragem cardiorespiratória.

C 72AVALIAÇÃO NÃO INVASIVA DA FUNÇÃO ENDOTELIAL EM DOENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

ANA RITA FERREIRA1, MARIA JOSÉ SANTOS2, J. CANAS DA SILVA2, JOÃO E. FONSECA3, VICTOR M. GIL1

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE, 2Hospital Garcia de Orta, EPE, 3Faculdade de Medicina deLisboa)

Introdução: O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença inflamatória crónica na qual aprevalência de aterosclerose subclínica e de eventos cardiovasculares (CV) está aumentada,podendo para isso contribuir a disfunção endotelial. A avaliação da função endotelial pela téc-nica da ultrassonografia da artéria braquial, mais conhecida por flow-mediated vasodilation(FMD), é actualmente a melhor validada dentro das técnicas não invasivas.

Objectivo: Avaliar a presença de disfunção endotelial por FMD em mulheres com LES e semeventos CV prévios.

Métodos: Estudo transversal que englobou 25 mulheres com LES (idade média 44 anos, duraçãomédia da doença 7,6 anos) e 14 controlos saudáveis com idênticas características demográficas. Aavaliação clínica incluiu determinação de factores de risco CV clássicos, actividade lúpica e terapêu-tica. A FMD foi determinada após jejum de pelo menos 5 horas e suspensão da medicação vasoac-tiva. A artéria braquial foi visualizada por ultrassonografia acima da fossa antecubital, em secçãolongitudinal com sonda linear vascular. Avaliou-se o diâmetro basal da artéria braquial e o diâmetromáximo após desinsuflação de braçadeira de esfigmomanómetro colocada no antebraço e insufla-da durante cinco minutos a uma pressão de 200 mmHg. A FMD é expressa em % de aumento dodiâmetro em relação ao valor basal. Dez minutos após a primeira parte do estudo foi efectuadauma avaliação do diâmetro da artéria após a administração sublingual de 25 Ìg de nitroglicerina.

Resultados: O diâmetro basal, máximo e FMD foram ligeiramente inferiores nas doentes com LEScomparativamente aos controlos, mas estas diferenças não são estatisticamente significativas(Tabela). A FMD não foi afectada de forma significativa pela actividade ou duração do LES, nempela corticoterapia. Nos controlos o valor da FMD apresenta uma correlação negativa com a idade(r2 0,41; p=0,008), menopausa (r2 0,31;p=0,02) e presença de síndrome metabólica (r2 0,25;p=0,04), mas esta relação não se observa nas doentes com LES.

Conclusões: A FMD não parece estar significativamente alterada nas mulheres com LES semeventos CV prévios. Estes dados preliminares apontam para a necessidade de mais investi-gação que permita avaliar a contribuição independente da função endotelial para o prognós-tico destes doentes.

Grupo LES Grupo Controlo pN = 25 N = 14

Diâmetro basal 3,34 3,45 0,51Diâmetro máximo 3,57 3,69 0,48FMD (%) 7,1 7,3 0.88

Comparação de diâmetros da artéria braquial (mm) e FMD entre os 2 grupos

C 73QUAL A RELEVÂNCIA DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA EM DOENTES COMARTRITE REUMATÓIDE ESTABELECIDA?

HÉLDER FERNANDES1, MIGUEL BERNARDES1, ELISABETE MARTINS1, JOSÉ PATRÍCIO1, PATRÍCIA OLIVEIRA1, ANA

OLIVEIRA1, TERESA FARIA1, JORGE PEREIRA1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade de doentescom Artrite Reumatóide (AR). Estes doentes reúnem frequentemente múltiplos factoresde risco cardiovascular e a baixa capacidade funcional, condiciona as manifestações clíni-cas. Poucos trabalhos avaliaram a presença de defeitos de perfusão em doentes com ARatravés de cintigrafia de perfusão miocárdica (CPM).

Objectivos: Avaliar a prevalência de isquemia silenciosa em doentes com AR, através deCPM.

Material e Métodos: Doentes com AR, sem doença coronária conhecida e assintomáticosdo foro cardíaco, foram referenciados a partir de uma consulta de Reumatologia.Todos os doentes realizaram cintigrafia de perfusão miocárdica (CPM) com adenosina,protocolo de 1 dia.Foi utilizado o software QGS/QPS® para determinar a extensão e severidade dos defeitosde perfusão e scores de motilidade e espessamento. Foram quantificados os volumes ven-triculares (EDV e ESV) e a fracção de ejecção do ventrículo esquerdo (FEVE), em repousoe após adenosina.Foi avaliada a terapêutica farmacológica em curso, os achados do ECG e a presença de out-ros factores de risco cardiovascular.

Resultados: Avaliámos 87 doentes, 78% mulheres, com idade de 53±13 anos. 8% dosdoentes apresentavam BRE, 7% diabetes mellitus e 14% estavam medicados com fárma-cos bloqueador-beta e/ou Antagonista do cálcio.Na CPM, 24% apresentaram defeitos de perfusão: 20% - defeito ligeiro e 4% - defeitomoderado a severo. A maioria (97%) apresentava FEVE superior a 45%. Nos doentes comdefeitos de perfusão, o valor médio do SSS foi de 5,9; SDS de 5,1 e extensão do defeitono esforço de 7,0%.

Conclusões: Na nossa população de doentes com AR, identificámos uma elevadaprevalência de defeitos de perfusão miocárdica (24%), equivalente ou mesmo superior àidentificada em diabéticos assintomáticos. Estes resultados devem ser considerados naavaliação do perfil de risco e eventualmente na estratégia terapêutica cardiovascular aadoptar nesta população de doentes.

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I-70

Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | MODALIDADES TERAPÊUTICAS E PROGNÓSTICO NA DOENÇACORONÁRIA

C 74TROMBÓLISE MAL SUCEDIDA: O QUE DISTINGUE ESTES DOENTES?

NUNO CABANELAS1, RUI PROVIDÊNCIA2, MIGUEL ALVES1, DAVID LUÍS DURÃO1, MARISA PERES1, GRAÇA FERREIRA DA SILVA1

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE, 2Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: Segundo estudos recentes, após trombólise por Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM)com supra ST um fluxo ideal TIMI III não foi obtido em mais de 40% dos casos. Isto significa que,nesses doentes, a reperfusão completa poderia ter sido obtida mais rapidamente recorrendo àangioplastia primária.

Objectivo: Identificar características dos doentes ou do evento, preditoras de insucesso da trom-bólise e associadas a ele, por forma a que se possa evitar o atraso até à chegada ao laboratóriode hemodinâmica.

Métodos: Recorrendo aos dados do Registo Nacional de Síndromes Coronários Agudos, estudou--se a população de doentes admitidos por EAM com supra ST submetidos a trombólise seguidade cateterismo (n=1930).Pretendendo elaborar um score preditor do insucesso da fibrinólise, realizou-se uma regressãologística. Para isso, dividiu-se a amostra de 1930 doentes em 2 sub-amostras consideradas esta-tisticamente homogéneas, uma utilizada para construção do mesmo, formada por 60% dosdoentes, e outra para a sua validação externa, formada pelos restantes 40%.Formaram-se 2 grupos: A (n=1023 doentes), com doentes cujo cateterismo não foi consideradocomo Rescue; e B (n=131), doentes cujo cateterismo após trombólise foi classificado como tal,indicando os doentes nos quais foi considerado ter havido insucesso da trombólise. Compararam-se os 2 grupos quanto a: características demográficas, perfil de risco, antecedentes cardiovascu-lares, terapêutica prévia e durante o internamento, alterações electrocardiográficas à admissão,tempo de evolução de sintomas, classe KK à admissão, complicações presentes à admissão edurante o internamento, função ventricular esquerda e Culprit.

Resultados: Os grupos não diferiram quanto a: idade, sexo, perfil de risco, antecedentes cardio-vasculares e medicação prévia. Os doentes do grupo B, apresentaram mais frequentemente: maisdo que 1 episódio de angor (16.1%vs25.2%, p=0.01), EAM de localização anterior(48.3%vs61.5%,p=0.004), apresentação em KKIV (1.1%vs4%,p=0.028), necessidade de trata-mento com inibidores IIb/IIIa (10.7%vs28.7,p<0.001) e catecolaminas (4.8%vs13.4%,p<0.001),e complicações durante o internamento (16.6%vs38.9%,p<0.001). Quando houve sucesso da fib-rinólise, a Artéria Circunflexa esteve mais frequentemente envolvida (13.4%vs3.9%,p=0.006).Construiu-se um Score, com alta sensibilidade, mas especificidade relativamente baixa, utilizan-do 5 variáveis.

Conclusões: Ter mais do que um episódio de dor antes da admissão, localização anterior do EAMe apresentação em KKIV foram as características mais vezes associadas a insucesso da trombólise.Estes doentes tiveram mais complicações e necessitaram de modalidades terapêuticas maisagressivas. A validação externa do score apresentou baixa especificidade, relacionada com opequeno número factores preditores encontrados.

C 75SCASEST: ABORDAGEM CONVENCIONAL VERSUS INVASIVA - FOLLOW UP AOS 6 MESES

CRISTINA ROSÁRIO1, RUTE MORAIS FERREIRA1, MARIA TERESA SANTOS1, MIGUEL CORTEZ1

(1Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Introdução: A incidência anual de Síndrome Coronária Sem Elevação de ST (SCASEST) émaior que a do Enfarte Agudo do Miocárdio Com Elevação de ST (EAMCEST).Apesar da mortalidade hospitalar ser superior nos doentes com EAMCEST em relação aosdoentes com SCASEST, a mortalidade aos 6 meses é semelhante para ambas as entidades,sendo que a longo prazo a mortalidade é superior nos doentes com o diagnóstico deSCASEST.A escolha da abordagem terapêutica resulta da ponderação dinâmica dos riscos isquémi-co e hemorrágico, sendo previsível que a estratégia definida influencie o prognósticodestes doentes a médio e longo prazo.

Objectivos: Comparar o reinternamento e a mortalidade aos 6 meses com o tipo de abor-dagem terapêutica escolhida (invasiva ou convencional), em doentes com SCASEST.

População e métodos: Avaliámos 243 episódios de internamento numa UnidadeCuidados Intermédios de Medicina (UCIM) com o diagnóstico de SCASEST, durante o anode 2008. Os episódios foram seleccionados a partir de um registo informático existente naUCIM com a identificação dos doentes e respectivos diagnósticos à data de alta. As infor-mações foram obtidas através de uma grelha de análise, estruturada, em papel, com 114parâmetros que compreendem dados demográficos, história médica prévia, abordagemdiagnóstica, outcome e follow-up aos 6 meses. Na análise de dados foi utilizado o pro-grama estatístico SPSS vs 17.0 e o teste qui-quadrado para comparação de variáveis.

Resultados: Analisando o tipo de abordagem (invasiva versus convencional) com a taxade mortalidade aos 6 meses verificou-se uma tendência para menor mortalidade nogrupo de doentes com abordagem invasiva e, pelo contrário, um aumento de mortalidadenos doentes com abordagem convencional (p=0,001). Resultados semelhantes foramobtidos para o reinternamento aos 6 meses (p=0,001) e reinfarte aos 6 meses (p=0,03).

Conclusões: Na população avaliada observou-se um benefício na abordagem invasiva,com maior sobrevida, menor taxa de reinternamento e de eventos coronários aos 6meses. Contudo, esta diferença poderá dever-se ao facto dos doentes com abordageminvasiva serem de menor risco, nomeadamente mais jovens e com menos comorbili-dades.

C 76DOENTES COM DIABETES MELLITUS INTERNADOS COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDASEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVASUBUTILIZADA?

SÍLVIA RIBEIRO1, A. GASPAR1, S. ROCHA1, PEDRO AZEVEDO1, SÉRGIO NABAIS1, CATARINA VIEIRA1, M. A. PEREIA1,ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: A diabetes mellitus (DM) é um preditor independente de maior mortalidadenos doentes (D) internados com Síndrome Coronária Aguda sem Supradesnivelamento doSegmento ST (SCAsSST). Embora esteja recomendada uma estratégia invasiva precoceneste grupo de D, com impacto evidente no prognóstico, esta parece paradoxalmente, sersubutilizada.

Objectivos: Avaliar a utilização da estratificação de risco invasiva nos D com SCAsSST emfunção da presença ou não de diabetes mellitus e determinar o impacto da não estratifi-cação invasiva nos D com DM na morte intra-hospitalar, aos 30 dias e aos seis meses.

Métodos: Estudo cohort retrospectivo, envolvendo 699 D internados na Unidade deCuidados Intensivos de Cardiologia com SCAsSST. Avaliámos a estratificação de risco inva-siva em função da presença ou não de DM. Dividimos a subpopulação de D diabéticos emdois grupos, de acordo com a realização de Cateterismo Cardíaco e definimos os predi-tores de não estratificação de risco invasiva. Determinámos o impacto da estratégia inva-siva vs conservadora na morte intra-hospitalar, aos 30 dias e aos 6 meses.

Resultados: A amostra incluiu D com idade média de 65.73 (±12.56), 70.4% do géneromasculino. Os doentes com DM (n=195) foram estratificados de forma invasiva menos fre-quentemente (70.3% vs 79%, p = 0.015). O grupo de diabéticos cateterizados incluiumenos D com: idade superior a 75 anos (27.4% vs 56.1%, p < 0.001), taxa de filtraçãoglomerular inferior a 60 ml/min (30.4% vs 64.9%, p < 0.001), score de risco Grace demédio e alto risco (86.7% vs 98.2%, p = 0.014), deterioração intra-hospitalar da classeKillip-Kimball ( 34.8% vs 66.7%, p < 0.001), depressão da função sistólica do ventrículoesquerdo (63.3% vs 81.1%, p = 0.019), enfarte do miocárdio prévio (23.7% vs 43.9%, p= 0.005). Os D que foram cateterizados apresentaram menor morte intra-hospitalar (1.5%vs 8.8%, p = 0.014), aos 30 dias (3% vs 17.9%, p < 0.001) e aos seis meses (9.7% vs26.8%, p = 0.003).

Conclusões: Apesar de serem D de alto risco, os diabéticos foram estratificados de formainvasiva menos frequentemente que os outros D. Além disso, na subpopulação de D dia-béticos, os D de alto risco (com insuficiência cardíaca ou renal, com disfunção sistólica doventrículo esquerdo, com scores Grace de alto risco) foram mais raramente cateterizados,o que terá contribuído para a maior mortalidade a curto e médio prazo.

C 77INTERACÇÃO DO CLOPIDOGREL COM OS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES:CONTROVÉRSIA REVISITADA EM DOENTES "REAIS"

RENATO MARGATO1, CATARINA FERREIRA1, PEDRO MATEUS1, HÉLDER RIBEIRO1, SOFIA CARVALHO1, JOSÉ PAULO

FONTES1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real)

Introdução: Estudos "in vitro" demonstraram que os inibidores da bomba de protões (IBP)interferem com a acção antiagregante plaquetar do clopidogrel (CLP), por inibição competi-tiva da sua metabolização hepática em composto activo. A relevância clínica desta interacçãotem sido questionada por vários estudos com resultados contraditórios.

Objectivo: Avaliar se a co-administração de IBP e CLP em doentes pós-SCA influencia aincidência de eventos cardiovasculares (MACE) a longo prazo.

Métodos: Estudo observacional, longitudinal, retrospectivo que incluiu 137 doentes (D)admitidos numa unidade coronária por SCA (com e sem supradesnivelamento de ST) entre oano de 2007 e o 1º semestre de 2008 com informação disponível sobre a prescrição de IBPna alta hospitalar. Constituíram-se 2 grupos consoante a prescrição simultânea de IBP e CLPna alta (Grupo A) ou de apenas CLP (Grupo B). Efectuou-se o seguimento clínico através daconsulta do processo hospitalar ou por telefone e determinou-se a ocorrência de MACE[enfarte miocárdio (EAM), angina instável (AI), revascularização miocárdica cirúrgica (CABG)ou percutânea (ICP), AVC ou Morte].

Resultados: O grupo A era constituído por 72 D (52,6%) e o grupo B por 65 (47,4%). O grupoA apresentava maior percentagem de D do sexo feminino (38,4 vs 18,8%; p=0,012) não severificando diferenças entre os grupos A e B (p=NS) relativamente à idade média(68,5vs64,6 anos), factores de risco vascular, tipo de SCA (SupraST- 35,6vs37,5%), extensãoda doença coronária, terapêutica instituída ou função ventricular esquerda. O grupo A foimedicado na alta com omeprazol em 35,6%, pantoprazol em 41,2%, esomeprazol em 9,6%e outros IBP em 13,6% dos D. O seguimento clínicoteve duração média de 15,1±7,4 meses. Os grupos Ae B não diferiram (p=NS) quanto à ocorrência dehemorragia digestiva (1,4vs1,6%) ou incidência deMACE (20,8vs20,0%): Morte (16,5vs25%), EAM(1,4vs7,7%), AI (4,2vs4,6%), ICP (5,6vs1,5%), CABG(0vs0%) ou AVC (4,2vs3,1%). A sobrevida livre deeventos pela curva de K.Meyer é representada nafigura 1 (p=0,853;Log Rank).

Conclusão: Na população estudada a co-adminis-tração de IBP e CLP não esteve associada a riscoacrescido de MACE.

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I-71

C 78PARAGEM CARDIORESPIRATÓRIA PRÉ-HOSPITALAR E INTRA-HOSPITALAR EM DOENTESCOM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO - PODEMOS E DEVEMOS ALTERAR O PROGNÓSTICOADVERSO!

RICARDO FARIA1, NUNO MARQUES1, WALTER SANTOS1, JORGE MIMOSO1, VICTOR BRANDÃO1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: A ocorrência de Paragem Cardiorespiratória (PCR) em Fibrilhação Ventricular ouTaquicárdia Ventricular (FV/TV) constitui um importante factor de mortalidade acrescida nosdoentes (D) com Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM), em especial quando ocorre no pré-hospita-lar. A definição de estratégias para diminuir a mortalidade desta situação obriga a um melhorconhecimento das características dos doentes admitidos.

Objectivo: Pretende-se com este estudo caracterizar a população de D com EAM que apresen-taram PCR por TV/FV. Pretende-se ainda determinar as taxas de mortalidade e de sequelas neu-rológicas graves.

Método: Foram incluídos todos os D internados com PCR por TV/FV pré ou intra-hospitalar, asso-ciada a EAM, no período de 2004 a 2009. Foi caracterizada a população em termos de dadosdemográficos, modo de apresentação, local de ocorrência da paragem e doença coronária asso-ciada. Foi calculada a taxa de mortalidade e de sequelas neurológicas graves. Foi efectuada aanálise estatística utilizando o SPSS 13.0.

Resultados: Num universo de 1387 D admitidos por EAM, foram registados 35 D com PCR porTV/FV. A idade média é de 61±14 anos, sendo 23 D (66%) do sexo masculino. A PCR ocorreu nodomicílio 6D, na VMER 8D, no Serviço de Urgência Básica 6D ou Serviço de Urgência do Hospital6D. Foi presenciada por médico em 24D (67%). O tipo de apresentação foi predominantementede EAM com supradesnivelamento de ST (EAMCST), que ocorreu em 32 D (91%), sendo EAMCSTde localização anterior em 21 D (60%). Foram admitidos pela Via Verde do EAM (VVEAM) direc-tamente na sala de hemodinâmica 23 D (66%). Na admissão 22 D (63%) apresentavam-seconectados a prótese ventilatória mecânica e 10 D (29%) em choque cardiogénico. Foi realizadacoronariografia na admissão a 29 D (83%), apresentando doença coronária 26 D. A artéria culpritfoi: TCCE em 1D, DA em 18D, CX em 5D e CD em 2D. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foide 25% (9 D). Apresentaram sequelas neurológicas graves 3 D (8%).

Conclusões: A maioria das PCR por TV/FV nos doentes com EAM no nosso estudo ocorreram nopré-hospitalar, foram presenciadas por médico (67%), predominantemente em D com EAMCSTanterior, e tendo a DA como artéria culprit .No nosso estudo as taxa de mortalidade intra-hospitalar e de sequelas neurológicas foram baixaspara tipo de população em estudo, podendo traduzir a influência nos resultados da existência deuma rede de emergência pré- hospitalar e de uma estratégia de revascularização precoce.

C 79INTERACÇÃO MEDICAMENTOSA CLOPIDOGREL - INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES: APROVA QUE FALTAVA!

RICARDO FONTES-CARVALHO1, ANÍBAL ALBUQUERQUE1, CARLA ARAÚJO1, DANIEL CAEIRO1, GUIDA SILVA1, NUNO DIAS

FERREIRA1, EULÁLIA PEREIRA1, OLGA SOUSA1, LINO SIMÕES1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Objectivo: Pretendemos avaliar, de forma prospectiva, se os Inibidores da Bomba de Protões(IBP) diminuem a eficácia do clopidogrel, quando administrados concomitantemente. Uma vezque esta interacção parece estar relacionada com alterações na metabolização hepática do clopi-dogrel, desejamos analisar se esta interacção seria semelhante para o omeprazole e para o pan-toprazole, que têm metabolismo distinto nas isoenzimas do citocromo P450.

Metodologia: Em 34 doentes consecutivos, com > 1 mês após um EAM, submetidos a revascu-larização com implantação de stent e anti-agregação dupla, foi avaliada a eficácia do clopidogrelcom um teste validado de avaliação da função plaquetária (VerifyNow®P2Y12). Em cada doentefoi analisada a função plaquetária sucessivamente em 4 momentos, com 4 semanas de interva-lo: 1) após um período de washout, sem administração de IBP; 2) após a toma de omeprazol(Omep) 40 mg; 3) após um 2º período de washout, sem IBP; 4) após pantoprazole (Pantop) 40mg. A adesão ao tratamento foi avaliada através de inquérito ao doente em cada visita clínica.Análise estatística com teste de Wilcoxon.

Resultados: Os doentes incluídos tinham 61±12 anos, 76% homens, 61% hipertensos, 35% dia-béticos, 62% dislipidémicos e 12% obesos. 47% tiveram EAM com supra ST e 88% foram trata-dos com um stent revestido. Pico de Trop de 26,2±31,6 ng/mL e FE de 54±8%.Observamos uma diminuição significativa da eficácia do clopidogrel com a administraçãosimultânea de Omep (média de PRU 235±58 com Omep vs 202±52 sem IBP, p <0,001). Com atoma de Pantop não se observou uma diminuição significativa da actividade do clopidogrel(média de PRU 215±54, p=0,16). Comparando Omep. vs Pantop. observamos que o Pantop inter-fere menos com a eficácia do clopidogrel (p=0,004).Nesta população, 26% dos doentes eram considerados resistentes ao clopidogrel (definido comovalor de PRU>240) sem administração de IBP. Com a toma simultânea de Omep, 48% passarama ser resistentes e com Pantop 23% eram resistentes.

Conclusões: No primeiro estudo que avaliou no mesmo doente o efeito do clopidogrel com e semIBP, é claramente demonstrado que o Omep interfere significativamente com o clopidogrel. Estainteracção não é significativa para o Pantop, que não aumenta a % de doentes resistentes ao clopi-dogrel. Estes dados obrigam a avaliar a importância clínica desta nova interacção medicamentosa.

C 80SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST: SERÁ QUE OSSCORES DE RISCO INFLUENCIAM VERDADEIRAMENTE A ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA?

OLGA SOUSA1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, GUIDA SILVA1, NUNO DIAS FERREIRA1, EULÁLIA PEREIRA1, DANIEL CAEIRO1,JOSÉ RIBEIRO1, ANÍBAL ALBUQUERQUE1, LINO SIMÕES1, VASCO GAMA RIBEIRO1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: Os estudos mais recentes privilegiam uma estratégia invasiva na maioria dosdoentes com síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento de ST (SCAsST), nomeada-mente, naqueles considerados de risco intermédio ou alto. A estratificação de risco, auxiliada(mas não determinada exclusivamente) por scores validados, permite identificar esses doentes.

Objectivos: Avaliar, numa população de doentes com SCAsST, a relação entre o score de riscoGRACE e a abordagem terapêutica utilizada (invasiva vs conservadora) e os factores que condi-cionaram essa decisão.

Métodos: Análise retrospectiva de 193 doentes (D) consecutivos internados com o diagnóstico deSCAsST, durante o ano de 2008. Para cada doente foi calculado o score GRACE na admissão.

Resultados: Dos 193 D analisados, com média etária de 67 ± 12,5 anos, 70% eram homens, 35%diabéticos, 77% hipertensos, 19% fumadores, 23% obesos e 66% dislipidémicos. Observou-sehistória prévia de enfarte do miocárdio em 33%, revascularização coronária em 27%, insuficiên-cia cardíaca em 20%, doença arterial periférica em 16%, doença cerebrovascular em 14% e insu-ficiência renal em 16%. Diagnóstico final de enfarte agudo do miocárdio em 74%. O cálculo doscore GRACE identificou 31% D de baixo risco, 27% de risco intermédio e 42% de alto risco. Aestratégia invasiva foi mais vezes utilizada nos D de baixo risco do que nos de risco intermédioou alto (98% vs 91% vs 69%; p<0,001). A mesma tendência foi observada no que diz respeito àrevascularização (64% vs 55% vs 36%; p=0,003). A idade ≥ 75 anos (OR 16,5; p=0,004), a insu-ficiência renal (OR 0,08; p=0,033) e a doença vascular não coronária (OR 12,86; p=0,024) foramfactores preditores independentes para abordagem conservadora. As alterações de ST à admissão(OR 11,47; p=0,028) constituíram um factor preditor para abordagem invasiva. A elevação dosbiomarcadores de necrose miocárdica não foi preditora da estratégia utilizada.

Conclusões: Os doentes com SCAsST mais frequentemente submetidos a tratamento invasivoforam os mais jovens, com alterações de ST à entrada, sem disfunção renal e sem doença vascu-lar não coronária. Na mundo real, os scores de risco não são os principais preditores de umaestratégia invasiva. A decisão deve ser clínica, tendo em consideração a relação risco/benefícioindividual.

C 81TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO DA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA ST: UMEQUILÍBRIO DÍFICIL ENTRE OS RISCOS TROMBÓTICO E HEMORRÁGICO

Ricardo Fontes-Carvalho1, Olga Sousa1, Carla Araújo2, Daniel Caeiro1, Guida Silva1, NunoDias Ferreira1, Eulália Pereira1, Aníbal Albuquerque1, Lino Simões1, Vasco Gama1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE, 2Centro Hospitalar de Entre Douro eVouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: Nas Síndromes Coronário Agudo (SCA) a hemorragia é um importante preditor demortalidade a curto e longo prazo, pelo que a análise do risco hemorrágico é essencial na abor-dagem do SCA sem supra ST (SCAsST). Vários preditores de risco isquémico aumentado são tam-bém preditores de maior risco hemorrágico, dificultando a abordagem clínica individualizada.

Objectivos: Caracterizar o perfil de risco hemorrágico numa população com SCAsST, e avaliar deque forma se relaciona com o risco isquémico. Metodologia: Em 193 doentes (D) consecutivosadmitidos por SCAsST foi avaliado o risco isquémico, através do cálculo dos scores de risco TIMI eGRACE na admissão, e do risco hemorrágico, pelo score CRUSADE.

Resultados: Média de idades de 66±12, 71% homens, 35% diabéticos, 77% hipertensos, 66%dislipidemicos. Comorbilidades: 16% DAP, 15% IRC, 14% AVC prévio, 33% EAM prévio e 20% ICprévia. Relativamente ao tratamento, 84% fizeram coronariografia, mas apenas 50% foramrevascularizados.No score CRUSADE (média de 29,6±19, com % média de risco de hemorragia major de 8±5,6%),28% dos D tinham um risco hemorrágico alto ou muito alto e apenas 57% eram de baixo risco.Relativamente ao risco isquémico, analisado pelo score GRACE, 42% eram de alto risco, 28% riscointermédio e 30% de risco baixo.Observamos relação entre o risco hemorrágico CRUSADE e o risco isquémico, sobretudo com oscore GRACE (r=0,56, p<0,001) mas também com o score TIMI (r=0,3, p<0,001).Os D de alto risco CRUSADE tiveram 53% menos probabilidade de serem revascularizados(p=0,02; ver tabela). Esta diferença deve-se sobretudo à revascularização por via percutânea(p=0,007) e não à revascularização por via cirúrgica (p=0,82).

Conclusões: Os D com SCAsST apresentam frequentemente risco hemorrágico elevado pelo que,o score CRUSADE deve ser calculado por rotina. Os D com maior risco isquémico apresentamsimultaneamente elevado risco hemorrágico, sublinhando a importância de uma abordagemclínica individualizada.

Alto risco CRUSADE Baixo e Médio Risco (55) n/% CRUSADE Odds ratio(IC)

(138)n/%

Sexo F 32/58% 25/18% 6,2(3,2-12,5)Diabetes 32/58% 36/26% 3,9(2,0-7,6)HTA 50/91% 98/71% 4,1(1,5-10,9)Dislip. 35/63% 93/67% 0,8(0,4-1,6)IC prévia 20/36% 19/13% 3,6(1,7-7,4)EAM prévio 24/44% 40/29% 1,9(1-3,6)DAP 20/36% 11/8% 6,5(2,9-14,9)IRC 22/40% 8/6% 10,8(4,4-26,5)FE > 50% 26/47% 91/66% 0,5(0,2-0,9)Alto Risco GRACE 38/69% 43/31% 4,9(2,5-9,7)Coronariografia 42/76% 120/86% 0,5(0,2-1,1)Revascularização 20/36% 76/55% 0,47(0,24-0,88)ICP 11/20% 56/40% 0,37(0,17-0,77)CABG 9/16% 20/14% 1,1(0,49-2,7)

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I-72

C 82FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO COMBINADAS: UMNOVO PREDITOR DE PROGNÓSTICO NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

SÍLVIA MONTEIRO1, CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, FÁTIMA SARAIVA1,PAULO MENDES1, PEDRO MONTEIRO1, M. FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A disfunção ventricular esquerda e a hiperglicemia na admissão no contexto de sín-drome coronária aguda (SCA) são reconhecidos preditores de mau prognóstico. No entanto, ovalor combinado destes parâmetros não está bem definido.

Objectivo: Avaliar o valor preditivo da combinação de função ventricular esquerda e glicemia naadmissão (GA), numa população de doentes com SCA.Métodos: Foram estudados 910 doentes consecutivamente internados numa unidade de cuida-dos intensivos coronários por SCA. A população foi dividida em 4 grupos de acordo com a fracçãode ejecção do ventrículo esquerdo (FEVE) e GA: A - FEVE?40% and AG<180 mg/dL (n=624); B -FEVE ?40% and AG?180 mg/dL (n=165); C - FEVE<40% and AG<180 mg/dL (n=80) and D -FEVE<40% and AG?180 mg/dL (n=41). Os doentes foram seguidos ao longo de 12 meses apósSCA. Foram considerados como endpoints: re-internamento por insuficiência cardíaca, revascular-ização não programada, novo episódio de SCA e morte.

Resultados: A morbilidade (1,5% vs 3,0% vs 8,9% vs 34,1%; p<0,001) e a mortalidade intra-hospitalar (0,3% vs 3,0% vs 10,0% vs 19,5%; p<0,001) foram significativamente diferentes nos4 grupos, tal como a mortalidade a um ano (5,6% vs 9,0% vs 15,9% vs 26,7%; p<0,001).Após análise multivariada foram identificados preditores independentes de morbimortalidade: acombinação de FEVE baixa e GA elevada foi um forte preditor de eventos intra-hospitalares, talcomo a idade, CK-MB elevada e taxa de filtração glomerular baixa; enquanto os eventos pós-altaforam melhor previstos pela combinação de FEVE baixa e GA elevada, troponina I e classe Killipelevadas na admissão.

Conclusão: Na população estudada, a combinação da fracção de ejecção do ventrículo esquerdocom a glicemia na admissão foi um preditor importante de prognóstico a curto e longo-prazo, comvalor preditivo adicional relativamente a cada componente isolado. Este facto, nunca antesdescrito, sublinha a importância da avaliação precoce da função ventricular e das anomaliasmetabólicas, de forma a optimizar a abordagem terapêutica e a estratificação de risco de doentescom SCA.

C 83PREDITORES DE MORTALIDADE E MORTALIDADE OU REINTERNAMENTO CARDIOVASCULARA LONGO PRAZO NA SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA

HÉLDER DORES1, SÍLVIO LEAL1, INGRID ROSÁRIO1, JOSÉ MONGE1, LUÍS BRONZE CARVALHO1, MARIA JOÃO CORREIA1, JOÃO

ABECASIS1, ISABEL ARROJA1, CÂNDIDA FONSECA1, ANA ALEIXO1, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Apesar dos avanços terapêuticos, a síndrome coronária aguda (SCA), é ainda respon-sável por elevada morbi-mortalidade, com significativos custos sociais. Neste contexto, a identifi-cação de factores prognósticos pode constituir ferramenta clínica importante.

Objectivo: Determinar os factores preditores independentes de mortalidade global (P1) e mortali-dade global ou reinternamento cardiovascular (P2) a longo prazo em D com o diagnóstico de SCA.

Metodologia: Análise retrospectiva dos D admitidos consecutivamente, durante 27 meses (M), emUnidade Coronária por SCA. Determinação dos marcadores com valor prognóstico significativo paraP1 e P2 durante um follow-up médio de 48M pela análise univariada de: idade, género, obesidade,hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, tabagismo activo, antecedentes de enfarte domiocárdio, valor da pressão arterial, frequência cardíaca (FC) e classe de Killip na admissão.Valorizámos ainda a forma de apresentação do SCA (angina instável, enfarte sem elevação e comelevação ST) e fracção de ejecção (FEj) ventricular esquerda. A extensão da doença coronária foiavaliada por coronariografia (número de vasos e localização de estenoses >50%). Foi registada aestratégia terapêutica escolhida (intervenção coronária percutânea, trombólise ou cirurgia e a ter-apêutica à data da alta hospitalar). As variáveis com p <0,1 na análise univariada foram incluídasem análise multivariada por regressão de Cox para determinação dos preditores independentes deP1 e P2.

Resultados: Foram admitidos 587 D com SCA, 376 (64,1%) do género masculino, m=66,6±13,1anos (27,1% >75anos), enfarte com elevação ST 35,8%, enfarte sem elevação ST 34,4% e anginainstável 29,8%. Os factores preditores independentes de P1 e P2 durante o período de follow-upencontram-se representados na tabela.

Conclusão: Na população estudada, além da idade avançada e da história prévia de enfarte agudodo miocárdio, a presença de taquicardia e de disfunção sistólica ventricular esquerda foram impor-tantes na predição da mortalidade a longo prazo. Na predição combinada de morte global ou rein-ternamento cardiovascular, destaca-se a presença de doença da artéria descendente anterior.

Factores preditores p-value HR IC [95%]independentes de P1

Idade >75 anos 0,006 2,7 [1,3 – 5,3]História de EAM 0,015 2,3 [1,2 – 4,6]

FC >100bpm 0,018 2,5 [1,2 – 5,3]FEj <50% 0,014 2,3 [1,2 – 4,6]

Factores preditores independentes

de P2História de EAM 0,002 2,2 [1,3 – 3,6]

FC >100bpm 0,017 2,1 [1,1 – 3,7]Lesão da artéria

descendente anterior 0,047 1,7 [1,0 – 2,7]

C 84ANGIOPLASTIA DE PONTAGEM AORTOCORONÁRIA COM ENXERTO DE VEIA SAFENA -EXPERIÊNCIA INICIAL COM DISPOSITIVO DE PROTECÇÃO PROXIMAL

DANIEL CAEIRO1, ALBERTO RODRIGUES1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, OLGA SOUSA1, BRUNO MELICA1, LINO SANTOS1,HELENA GONÇALVES1, PEDRO BRAGA1, MANUEL GONÇALVES1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A utilização de dispositivos de protecção distal (DPD) tornou-se rotina na angioplas-tia com stent (ICP) das lesões de pontagens aortocoronárias com enxertos de veias safenas (EVS),reduzindo significativamente os enfartes (EM) peri-procedimento. Ainda assim o EM complicamais frequentemente o tratamento dos EVS do que o das coronárias nativas. A utilização de dis-positivos de protecção proximal (DPP) é uma alternativa no tratamento de EVS, podendo ultra-passar limitações dos DPD.

Objectivo: Analisar os resultados da experiência inicial do nosso centro na utilização de DPP notratamento de EVS.

Métodos: Foram analisados prospectivamente D que efectuaram coronariografia no nosso centroe que apresentavam doença de EVS com indicação para ICP. Foram excluídos os D cuja anatomianão permitia a utilização de DPP (vasos de pequeno calibre, margem para a anastomose <5mm).Foi utilizado o DPP Proxis® (St JudeMedical, St Paul, Minn).

Resultados: Entre Abril de 2008 e Outubro de 2009 12D efectuaram ICP de EVS com DPP, comuma idade média de 69 anos (55-86), todos do sexo masculino. Onze D (92%) eram hipertensos,9 (75%) diabéticos, 9 com dislipidemia, 7 (58%) tinham história de hábitos tabágicos e 6 (50%)de EM prévio. Apresentavam um tempo médio pós cirurgia de 14 anos (10-22) e uma fracção deejecção média por Ecocardiograma de 45% (23-59). Três (25%) efectuaram coronariografia apósEM, 4 (33%) por Angina Instável e 5 (42%) por clínica de angor/estratificação de risco. Foramtratadas 17 EVS -1,4 (1-3) vasos por D, dos quais 8(47%) eram EVS para Circunflexa/ObtusaMarginal, 3(18%) para Diagonais, 5(30%) para a Coronária Direita e 1 para a DescendenteAnterior. Foi utilizado um dispositivo de assistência ventricular (Impella® Abiomed Inc, Danvers,Mass) em 1D por o vaso tratado ser o único viável (restantes vasos e pontagens ocluidos). Foramutilizados 20 stents, com diâmetro e comprimento médio de 3,72mm (3-4) e 21,35mm (13-28)respectivamente. Quatro stents (20%) eram revestidos por fármacos. O procedimento teve 100%de sucesso, com resultado final de fluxo TIMI 3 na totalidade dos casos. Em nenhum D se verifi-cou elevação de CK-MB acima do cutt-off de EM e não se registou nenhuma complicação duranteo internamento. Com um seguimento médio de 11 meses (2-20) observou-se um óbito aos 9meses por EM; nenhum D foi submetido a nova revascularização.Conclusão: A utilização de DPP é segura e eficaz, constituído no nosso centro, e sempre queanatomicamente exequível, o tratamento padrão de lesões de EVS.

Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA PERCUTÂNEA

C 85AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E DOS RESULTADOS A LONGO-PRAZO NO TRATAMENTO DEOCLUSÕES CRÓNICAS TOTAIS. EFEITO BENÉFICO DOS STENTS FARMACOLÓGICOS

MIGUEL ALVES1, RUI CAMPANTE TELES2, PEDRO JERÓNIMO SOUSA2, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA2, PEDRO GALVÃO

SANTOS2, RITA CALÉ2, PEDRO JERÓNIMO SOUSA2, HENRIQUE FIGUEIREDO2, EDUARDO VARANDAS2, LUÍS RAPOSO2,ANICETO SILVA2

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospitalde Santa Cruz)

Introdução: A intervenção coronária percutânea (ICP) em doentes com oclusões crónicastotais (OCT) constitui um grupo específico de tratamento pela exigência técnica e resultadosa longo-prazo. Há escassa informação nesta área apenas com um estudo aleatorizado.

Objectivo: Avaliar os factores preditores de sucesso à distância na ICP de indivíduos comOCT.

Métodos: Estudo prospectivo longitudinal de um centro único incluindo 265 doentes con-secutivos entre Janeiro de 2003 e Julho de 2008, submetidos a ICP com sucesso de pelomenos uma OCT em contexto de doença coronária estável. A média de idades foi de 63 ±10 anos e 80,8% eram homens. Tinham história prévia de diabetes 27,2%, hipertensãoarterial 66,8%, hipercolesterolémia 69,1%, tabagismo 21,5%, enfarte do miocárdio25,7% e a função sistólica era normal em 81,9%. A doença de 1 vaso existia em 37.8%dos casos, sendo que 34,7% e 27,5% apresentavam doença de 2 e 3 vasos, respectiva-mente. Os dados demográficos, clínicos e angiográficos relacionados com o procedimen-to foram considerados para elaboração de um modelo baseado em análise regressiva deCox quanto à ocorrência no seguimento total da falência do vaso tratado (TVF), e da ocor-rência combinada de eventos cardiovasculares major (MACE-TLR) definidos como morte,EAM não fatal e revascularização repetida da OCT (TLR).

Resultados: No seguimento (mediana de 527 dias, IQ 422-998) observou-se TLR em 23doentes (8,7%), TVF em 30 doentes (11,3%) e 6 óbitos (2,5%). No modelo de regressãode Cox, as variáveis com valor preditor independente quanto à ocorrência de MACE-TLR alongo-prazo foram a fracção de ejecção <40% (HR 12.8, IC95% 2.44-100), a insuficiênciarenal crónica (HR 7.75, IC95% 2.22-27.03), a doença da descendente anterior proximal(HR 3.89, IC95% 1.53-9.90) e a utilização de stents bare-metal relativamente a stentsdrug-eluting (DES). A única variável com impacto independente na ocorrência de TVF foia utilização de DES (HR 0.148, IC95% 0.049-0.55, curva de sobrevida).Conclusões: Nesta população de indivíduos com doença coronária estável e angioplastiade pelo menos uma oclusão coronária crónica a incidência de eventos cardíacos adversosmajor a longo-prazo foi baixa e favoravelmente influenciada pela escolha de DES.

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I-73

C 86SEGUIMENTO A LONGO PRAZO DE DOENTES SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA COMIMPLANTAÇÃO DE STENTS NÃO REVESTIDOS

GONÇALO CARDOSO1, PEDRO CARMO1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, FRANCISCO MOSCOSO

COSTA1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, MIGUEL BORGES SANTOS1, MIGUEL ALVES1, SÍLVIO LEAL1, PEDRO ARAÚJO

GONÇALVES1, LUÍS RAPOSO1, RUI CAMPANTE TELES1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A intervenção coronária percutânea com implantação de stents tem umpapel fundamental no tratamento da doença coronária. No entanto existem poucos dadossobre o prognóstico longínquo destes doentes, já que o seguimento a que foram sujeitosera ainda curto.

Objectivos: Avaliar a incidência de eventos cardíacos major a longo prazo nos primeirosdoentes submetidos a intervenção coronária percutânea (PCI) com implantação regular destent não revestido.

População e métodos: Estudamos 186 doentes consecutivos (idade média: 62±10anos,16% do sexo feminino) submetidos a intervenção coronária percutânea (PCI) no ano 2000com implantação de pelo menos um stent não revestido.Esta população foi seguida até à ocorrência de um primeiro evento cardíaco major (morte,enfarte agudo do miocárdio ou revascularização urgente).Comparámos as características demográficas, clínicas e analíticas basais (parâmetros dehemograma, creatinemia, uremia, proteína C-reactiva e biomarcadores de necrosemiocárdica) de acordo com a ocorrência do evento principal.Construímos uma regressão de Cox para determinar os preditores independentes do even-to principal.

Resultados: No seguimento mediano de 2425 dias (6,6anos) ocorreram 63 eventos prin-cipais (34%), correspondendo a uma taxa de 5%/ano. Esta incidência de eventos princi-pais não se alterou ao longo do seguimento mantendo um padrão linear.A mortalidade ao longo do seguimento total foi de 20%, de enfartes não fatais de 12%e de revascularização urgente 8%. Do conjunto de variáveis analisadas identificamos 3 preditores independentes do eventoprincipal (antecedentes de enfarte (EAMprev), antecedentes de cirurgia de revasculariza-ção miocardica (CABG) e o valor basal de uremia (U) avaliado de forma continua). O riscorelativo para o EAMprev foi de 1,82 (HR: IC95% 1,02-3,24), para CABG foi de 2,13 (HR:IC95% 1,04-4,4) e para a uremia foi de 1,02 (HR: IC95% 1,01-1,03).

Conclusão: Os doentes submetidos a ICP com implantação de pelo menos um stent nãorevestido apresentaram incidência elevada do evento combinado (morte, enfarte ourevascularização urgente).Os factores preditores independentes para esse evento foram os antecedentes de cirurgiade revascularização miocárdica, de enfarte agudo do miocárdio e o valor de uremia basal.

C 87STENTS METÁLICOS VERSUS STENTS COM FÁRMACO NO CONTEXTO DE ANGIOPLASTIAPRIMÁRIA - RESULTADOS A UM ANO

ROGÉRIO TEIXEIRA1, LINO GONÇALVES1, VÍTOR MATOS1, JOÃO CALISTO1, HENRIQUE FARIA1, JOÃO CAPINHA1, CRISTINA

SILVA1, FERNANDO AREDE1, MARIA JOÃO FERREIRA1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A angioplastia primária é a terapêutica de eleição para a revascularização naprenseça de enfarte agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST.Permanecem dúvidas sobre o benefício e segurança dos stents farmacológicos versus stentsmetálicos nesse contexto.

Objectivos: Identificação dos preditores para a utilização de cada tipo de stent, bem comoestratificação prognóstica pelo tipo de stent utilizado.

População e Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal e contínuo de 387 doentes submetidosa angioplastia primária num laboratório de hemodinâmica, entre 2006 e 2008. Os doentesforam divididos em dois grupos consoante o único tipo de stent implantado: grupo A (stentsmetálicos) n=120; grupo B (stents farmacológicos) n=215. Foi realizado um seguimento clíni-co de um ano, tendo sido considerados diferentes resultados: morte, enfarte agudo do miocár-dio, acidente vascular cerebral, angina instável, revascularização da lesão alvo, e o resultadocombinado denominado de MACE.

Resultados: O grupo A era composto por indivíduos mais idosos (71,0±13,6 vs 63,1±12,1,p<0,001), e com maior prevalência do género feminino (33,3 vs 20,9%, p=0,012). Não foramencontradas diferenças relativamente aos factores de risco e história cardiovascular. O tempopain-to-ballon (6,6±9,2 vs 6,6±7,2horas, p=0,96) foi similar, bem como a fracção de ejecçãoventricular esquerda, a terapêutica antiagregante e anticoagulante utilizada. Os grupos tambémforam homogéneos no que dizia respeito à prevalência de choque cardiogénico (15,0 vs 10,7%p=0,25), ventilação mecânica, e fibrilação ventricular nas primeiras 24 horas. Relativamente àintervenção foi mais frequente no grupo A a presença da lesão culprit na artéria coronária di-reita (46,7 vs 27,9% p=0,01), vasos de maior diâmetro (3,3±0,7 vs 2,9±0,5mm, p<0,001) e autilização de sistemas para aspiração de trombos. A percentagem de sucesso na angioplastia foisuperior, bem como o custo do material do procedimento no grupo B (2617,1±1302 vs3528,9±1653?, p<0,01). Não foram detectadas diferenças significativas na morte intra hospita-lar (14,2 vs 8,4%, p=0,096), sobrevida livre de MACE (83,2 vs 84,4%, log rank p=0,86) a umano, nem nos restantes resultados individualmente. Os preditores independentes para a utiliza-ção de um stent metálico foram a idade (por cada

10 anos de aumento, �2=1,8 (1,2 - 2,7), p<0,01) eo diâmetro do vaso culprit (por cada 0,5mm de

aumento, �2=2,3 (1,4 - 3,7), p<0,01) - c statisticsdo modelo 0,77.

Conclusão: Na população estudada o prognósticointra hospitalar e no final do primeiro ano não foisignificativamente influenciado pelo tipo de stentutilizado no contexto de angioplastia primária.

C 88DES VERSUS BMS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA - RESULTADOS A 5 ANOSDE SEGUIMENTO

BRUNO SILVA1, NUNO SANTOS1, HUGO CAFÉ1, PAULA FARIA1, MARCO GOMES SERRÃO1, RUI OLIVEIRA1, GRAÇA

CAIRES1, DRUMOND FREITAS1, ANTÓNIO FREITAS1, JORGE ARAÚJO1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: O aparecimento dos stents levou a uma melhoria da eficácia da angioplastiacoronária. Por outro lado, os stents revestidos por fármaco (DES) reduziram as taxas derestenose verificadas com os stents metálicos (BMS). Persistem contudo algumasquestões no que toca à sua segurança. Pretendemos avaliar o resultado clínico a 5 anosdos DES comparativamente aos BMS.

Métodos: Estudo de cohort, retrospectivo, unicêntrico, dos doentes consecutivos em quese realizou intervenção coronária percutânea (ICP) entre Janeiro de 2002 e Dezembro de2003. Definiram-se dois grupos, os doentes tratados exclusivamente com DES e aquelestratados exclusivamente com BMS. Comparámos as variáveis clínicas, angiográficas, da ICPe os eventos cardio-cerebrovasculares major (MACCE), definidos como morte, enfarte domiocárdio (elevação da troponina de 3 vezes acima do percentil 99 do normal), acidentevascular cerebral (AVC) e nova revascularização coronária cirúrgica (CABG) ou percutânea(ICP). O seguimento foi realizado através da consulta do processo clínico ou através decontacto telefónico. Análise realizada com os testes X2 e t de student, consderando-seuma p<0,05 estatisticamente significativa.

Resultados: A taxa de seguimento aos 5 anos conseguida foi de 93%,(dos doentes semseguimento, 3% eram não residentes em Portugal). No período considerado realizaram--se 446 procedimentos correspondentes a 403 doentes (idade média = 63,0±11anos,70,4% do sexo masculino). Destes 71 foram exclusivamente tratados com DES e 282 comBMS. A Taxa de MACCE aos 5 anos foi de 39,4% para o grupo DES e 39,36% para o BMS(p=0,99). Comparados os end-points de forma individual, DES vs BMS, obtivemos: mortal-idade global (8,4% vs 20,5%; p=0,028), EAM (18,3% vs 8,15%, p=0,021); CABG (1,4% vs2,48%, p=0,89); nova ICP (21,1 vs 14,9%, p= 0,27 ) e AVC (7,0% vs 4,25%, p=0,50 ).

Conclusão: No presente estudo a utilização de DES mostrou a longo prazo (5 anos), estarassociada a uma menor mortalidade global embora com uma maior probabilidade deEAM.

C 89APRESENTAÇÃO TARDIA DA RESTENOSE DOS STENTS COM FÁRMACOS

PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, PEDRO GALVÃO SANTOS1, JOÃO BRITO1, RUI CAMPANTE

TELES1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, LUÍS RAPOSO1, RITA CALÉ1, MIGUEL BORGES SANTOS1, JOSÉ BAPTISTA1, JOSÉ

LUÍS PALOS1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A restenose dos stents com fármacos (DES) é uma entidade pouco frequente.No entanto, têm sido relatados casos de restenoses tardias de DES, que poderão traduziralguma perda do seu efeito antiproliferativo com o tempo, podendo vir a comprometera sua eficácia a longo prazo.

Objectivo: Avaliar a distribuição temporal das restenoses dos diferentes DES.

Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 5611 angioplastias consecutivasrealizadas de Janeiro de 2003 a Junho de 2008, seleccionamos para esta análise 4165doentes submetidos a angioplastia com DES.Foi avaliado o tempo que decorreu desde a angioplastia inicial até à documentação darestenose nos 4 tipos de DES:Sirolimus, DES-S, n=108; Paclitaxel, DES-P, n=53; Zotarolimus, DES-Z, n=28; Everolimus,DES-E, n=4.Nesta população foram identificadas 193 restenoses de DES, o que corresponde a umataxa de restenose de 4,6%.O tempo médio até à ocorrência da restenose foi de 573±466 dias e 56% das restenosesforam documentadas mais de 1 ano após a angioplastia inicial.A distribuição pelos diferentes DES foi a seguinte: DES-E - 290±230 dias; DES-P, 667±457dias; DES-S, 602±504 dias; DES-Z 325±191 dias (p<0,01, para a comparação de DES-Z vsDES-P e DES-S - figura).

Conclusão: As restenoses dos stentscom fármaco tem uma apresen-tação tardia, que foi em médiasuperior a 1 ano. O tempo médioaté à restenose foi significativa-mente superior para os DES deprimeira geração.

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C 90PROGNÓSTICO A CURTO E LONGO PRAZO E FOLLOW-UP ANGIOGRÁFICO APÓSINTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA COM STENTS REVESTIDOS COM RAPAMICINA EMOCLUSÕES CORONÁRIAS CRÓNICAS: ESTUDO PROSPECTIVO DE UM CENTRO

MIGUEL SILVA VIEIRA1, VASCO ALVES DIAS1, ANA MEIRELES1, CATARINA GOMES1, NUNO ANTUNES1, DIANA ANJO1,ANDRÉ LUZ1, HUMBERTO DIAS1, ALBERTO CORREIA1, RUBEN PINTO1, JOÃO SILVEIRA1, PAULINO SOUSA1, HENRIQUE

CARVALHO1, SEVERO TORRES1

(1Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António)

Introdução: As oclusões coronárias crónicas (CTO) de artérias coronárias nativas (ACN),continuam a ser uma área de debate na cardiologia de intervenção. De facto, apesar deestudos recentes utilizando stents revestidos com fármacos (DES) demonstrarem umaredução da taxa de reestenose associada a baixa taxa de eventos adversos major (MACE),não existe ainda evidência segura sobre se isso se reflecte na melhoria do prognóstico (P)a longo prazo (LP).

Objectivos: Avaliar a taxa de sucesso, o P imediato e a LP após intervenção coronária per-cutânea (ICP) de CTO utilizando DES.

Métodos: Estudo prospectivo de uma série consecutiva de 46 doentes (dts) submetidosentre Janeiro de 2003 e Julho de 2004 a ICP de CTO de ACN, utilizando exclusivamentestents eluidos com rapamicina. Foram excluídos dtes com oclusão do tronco comum,oclusão coronária previamente submetida a ICP ou previamente submetidos a cirurgia derevascularização coronária (CABG) e com evento coronário agudo <15 dias. CTO foi defini-da como oclusão coronária não aguda (fluxo TIMI=0) de duração estimada >90 dias.Considerou-se ICP com sucesso após visualização de fluxo TIMI=3 com estenose residual(ER) <20%. Foi feito follow-up (FU) clínico, tendo sido seleccionados aleatoriamente 21dts assintomáticos para análise angiográfica coronária quantitativa (QCA) aos 6 meses edeterminação da taxa de restenose (R), definida como estenose >50%. Os objectivosprimários foram: 1) sucesso técnico do procedimento (PR) e 2) ocorrência de MACE intra-hospitalares e durante FU definidos como morte, enfarte agudo do miocárdio (EAM) nãofatal, revascularização do vaso alvo (percutânea ou cirúrgica), acidente vascular cerebral(AVC) e anemia com necessidade de suporte transfusional. Na avaliação do P a LP foramainda incluídos: taxa de R, necessidade de revascularização da lesão alvo (TLR) e classefuncional anginosa de acordo com a Canadian Cardiovascular Society (CCS).

Resultados: Em todos os dts (62.5 ± 9.97 anos; 82.6% homens) propostos para ICP o PRfoi bem sucedido tendo-se obtido-se um FU médio de 37 ± 6.8 meses. O vaso alvo abor-dado foi a artéria descendente anterior em 42% dos casos, coronária direita em 38% ecircunflexa em 20%. Registaram-se 4 eventos major: 1 complicação hemorrágica apósICP; 1 AVC hemorrágico (25º mês) e 2 EAM, 1 por trombose intra-stent muito tardia (16ºmês) com necessidade de nova ICP da lesão com stenting e 1 por R intrastent com neces-sidade de CABG (12º mês). Na análise QCA, confirmou-se em 4 dts (19%) R (2 submeti-dos a nova ICP e 2 orientados para CABG); TLR=13%. O status anginoso (SA) melhorou em90% dos dts.

Conclusão: Em centros com experiência, a ICP de CTO pode ser levada a cabo com eleva-da taxa de sucesso, baixa taxa de MACE e conferir melhoria do SA.

C 91EFICÁCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO DE LESÕES CORONÁRIAS MUITO LONGAS COM MÚLTI-PLOS DRUG-ELUTING STENTS SOBREPOSTOS - FULL METAL JACKET

RITA CALÉ1, RUI CAMPANTE TELES1, GONÇALO CARDOSO1, MIGUEL ALVES1, JOÃO BRITO1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1,LUÍS RAPOSO1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, JOSÉ BAPTISTA1, JOSÉ LUIS PALOS1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1,JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

O beneficio clínico da angioplastia com múltiplos drug-eluting stents (DES) sobrepostosainda não foi claramente estabelecido, existindo dúvidas se a relação risco-beneficio éfavorável. Este estudo pretende avaliar os resultados clínicos do tratamento de lesõescoronárias muito longas com colocação de múltiplos DES sobrepostos (full-metal jacket).

População e Métodos: Entre 2003 e 2007 foram seleccionados no nosso centro 149 dtsconsecutivos (idade média 62±11; 76% homens, 36% diabéticos), submetidos a angio-plastia coronária de lesões longas com colocação de >1 DES sobreposto com um compri-mento total > 60mm de stent. A indicação para tratamento foi angina estável em 93 dtse síndrome coronário agudo em 54. Na avaliação da eficácia clínica consideramos osseguintes endpoints: morte, enfarte (EM), falência do vaso alvo (TVF) e trombose defini-tiva de stent (definição ARC).

Resultados: Foram tratadas 149 lesões com um total de 139 DES (65 sirolimus; 34 pacli-taxel; 21 zotarolimus; 1 everolimus e 21 mistura de drug e bare-metal stent) com umcomprimento médio de stents por lesão de 72,9±12,0mm e um diâmetro mediano de2,5mm. A descendente anterior foi tratada em 32 dts (21%); a circunflexa em 13 (9%),a coronária direita em 97(65%) e pontagem de safena em 7 (5%). 38% foram reestenoseintrastent.

No seguimento médio de 2,3±1,4 anos ocorreram 13 mortes (8,7%; 4,0% cardiovascu-lares), 14 EM não fatais (9,4%), 4,7% trombose de stent definitiva ou possível: 1 aguda,2 subagudas, 5 tardias e muito tardias), 32 TVF (21,5%). A sobrevivência livre de eventoscardiovasculares major (MACE_TVF) aos 12 meses foi de 127 dts (85%). Foram preditoresindependentes de eventos a 1 ano o sexo feminino (HR 0,42, 95%IC 0,18-1,02; p=0,05),síndrome coronário agudo (HR 2,26, 95%IC 0,93-5,49; p=0,07) e a angioplastia noutrosvasos que não a coronária direita (HR 0,30, 95%IC 0,14-0,75; p=0,008). O tipo de stent eo seu comprimento e diâmetro mínimo não foram preditores de eventos.

Conclusões: O tratamento de lesões muito longas com múltiplos DES sobrepostos per-manece uma estratégia de revascularização relativamente segura e eficaz, apesar da con-siderável taxa de falência do vaso alvo à distância.

C 92ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM NOVA GERAÇÃO DE STENTS FARMACOACTIVOS - RESOLUTEVERSUS XIENCE\PROMUS

BRUNO STUART1, HUGO VINHAS1, HÉLDER PEREIRA1, JORGE HUMBERTO1, RICARDO ESTEVES1, ERNESTO PEREIRA1,SÍLVIA VITORINO1, MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: Uma das críticas apontadas aos stents farmacoactivos é a biocompatibilidadedos polímeros e o seu potencial efeito pró-inflamatório, que pode estar na base dareestenose e trombose tardia.O stent Endeavor ResoluteTM, apresenta um novo polímero, o BioLinxTM. Com este novopolímero procura-se aumentar a biocompatibilidade e diminuir o efeito trombótico,através da diminuição da resposta inflamatória, e de uma mais rápida reendotilização.Contudo, não dispomos ainda de evidência científica consistente que confirme este pres-suposto. Por seu lado os Stents Xience VTM e PromusTM têm já evidência que demonstrabons resultados na sua utilização num largo espectro de situações.

Objectivo: Comparar os resultados clínicos de uma amostra de doentes tratados comEndeavor ResoluteTM vs Xience VTM\PromusTM

Material e Métodos: Dos doentes submetidos a angioplastia coronária entre Novembrode 2007 e Março de 2009, constituímos dois grupos que foram tratados exclusivamentecom Endeavor ResoluteTM (GE) e Xience VTM\PromusTM (GXP). Obteve-se o seguimentoclínico para análise de eventos adversos.

Resultados: Foram incluídos 131 doentes no GE, aos quais foram implantados 211 stents(1,62 por dt) e 166 doentes no GXP, aos quais foram implantados 296 stents (1,78 por dt)p= ns. A idade média foi de 63,3±9,7 para GE e 63,5±18,8 para GXP, não se observaramdiferenças significativas quanto ao sexo (masculino 71% GE; 77,1% GXP), antecedentesde diabetes mellitus (30,5% GE; 29,5% GXP), tratamento na fase aguda de enfarte(21,0% GE; 13,2% GXP). Foram observadas diferenças significativas quanto ao tempo deseguimento, 316, 5±133,5 dias para GE e 259,5±126,6 para GXP (p=0,003), relativamenteao diâmetro do stent implantado, com diâmetro inferior a 2,5mm em 67,9% no GE e51,8% no GXP (p=0,006) e clinicamente o GE apresentava mais doentes em angor está-vel (54,0% vs 39% p=0,016).Durante o seguimento não se observaram diferenças significativas quanto aos eventosclínicos, respectivamente nos grupos GE e GXP: morte cardíaca 2,3% vs 3,0%; enfarte domiocárdio 0,0% vs 0,6%; revascularização do vaso alvo 2,3% vs 1,2%; em nenhum dosgrupos foi diagnosticada trombose tardia, definitiva, de stent.

Conclusão: Na nossa experiência, o Stent Endeavor ResoluteTM revelou-se uma tecnologiasegura e eficaz, obtendo resultados comparáveis aos do stent Xience VTM\PromusTM.

C 93AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EMDIABÉTICOS. PREDITORES INDEPENDENTES E TIPO DE STENT

RUI CAMPANTE TELES1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, SÍLVIO LEAL2, JOÃO BRITO1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, PEDRO

GALVÃO SANTOS1, EDUARDO VARANDAS1, RITA CALÉ1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar deLisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: É controverso qual o melhor stent farmacológico (DES) para a intervenção coro-nária percutânea (ICP) em diabéticos.

Objectivo: Avaliar os resultados obtidos na ICP com diferentes DES em diabéticos.

População e Métodos: Estudo prospectivo longitudinal de um centro único incluindo 1123ICPs realizadas em diabéticos (idade 65±10, sexo masculino 69%). Foram consideradas paraanálise as variáveis demográficas, clínicas e angiográficas.Realizou-se a regressão logística múltipla para identificar os preditores, aos 365 dias, da revas-cularização da lesão alvo (4,5%) e da ocorrência combinada de morte, enfarte não fatal efalência do vaso alvo (MACE-TLR 10,90%).

Resultados: A implantação de stents com paclitaxel associou-se a uma redução da TLR de50% versus os stents com sirolimus (IC 95% 0,26-0,94). As outras variáveis independentes(expressas igualmente na ilustração) foram a ICP prévia, o nº de segmentos com angioplastiae a doença multivaso. No MACE-TLR alem destas acrescem como preditores o sexo feminino(HR 1,47,; IC95%: 1,01-2,1), a doença arterial periférica (HR 1,7,; IC95%: 1,1-2,6), o número desegmentos submetidos a ICP (HR 1,14,; IC95%: 1,04-1,26) e a função ventricular esquerdamoderadamente deprimida (HR 2,6,; IC95%: 1,5-4,6).

Conclusão: A intervenção coronária percutânea com stents em diabéticos apresentou exce-lentes resultados. A extensão da revascularização a múltiplos segmentos pode não ser bené-fica e os stents farmacológicos com paclitaxel compararam-se favoravelmente contra osrestantes stents farmacológicos.

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I-75

Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | GENÉTICA, MARCADORES DE RISCO E PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

C 94O RISCO CORONÁRIO DA INGESTÃO DE ÁLCOOL APRESENTA UM EFEITO EM "J" NUMAPOPULAÇÃO PORTUGUESA, SENDO ESTE EFEITO ALTERADO PELA PRESENÇA DO POLIMOR-FISMO E4 DA APOLIPOPROTEÍNA E

R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, A. PEREIRA1, A. C. SOUSA1, S. FREITAS1, I. ORNELAS1, J. J. ARAÚJO1, A. BREHM1, M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A relação entre o consumo de álcool e a doença cardiovascular é referidacomo uma curva em forma de "J" que indica que os pequenos ou não bebedores egrandes bebedores têm maior risco de vir a desenvolver doença das coronárias do que osbebedores ligeiros. Desconhece-se se, na prática, o grau de consumo de álcool influenciao aparecimento de doença coronária, numa população portuguesa. Mais ainda, descon-hece-se a influência do polimorfismo E4 da apolipoproteína E, considerado de risco porinduzir alterações lipídicas, no efeito do álcool enquanto modulador do risco vascular.

Objectivo: Avaliar se o consumo médio de álcool influencia o aparecimento de doençacoronária, nomeadamente o efeito risco em "J". Verificar, posteriormente, se a existênciado polimorfismo E4 da apolipolipoproteína E influencia a capacidade do álcool modular orisco cardiovascular.

Métodos: Estudo caso-controlo, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentes coronários con-secutivos internados num hospital (idade média de 50,6±8,5 anos 72% do sexo masculi-no) e 390 controlos sem doença coronária (idade média de 50,3±12,1 anos 67% do sexomasculino). Casos e controlos foram seleccionados para serem emparelhados por sexo eidade não apresentando diferenças significativas em relação a estes parâmetros (p=0,647e 0,126, respectivamente).Casos e controlos foram inquiridos em relação à ingestão diária de álcool, comparando-serecorrendo ao t de Student para amostras independentes, o consumo médio de álcool emcasos e controlos. Posteriormente, para determinar o risco de doença coronária nosbebedores de álcool regulares, recorremos à análise univariada (tabelas 2x2), calculando-se os Odds Ratio e intervalos de confiança de 95%. Avaliaram-se 3 valores-limite: con-sumo <30g /dia, de 30 a 50 g/dia e acima de 50 g de álcool por dia. Usou-se como lim-iar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: O odds ratio caso-controlo para o aparecimento de doença coronária dos"pequenos bebedores" foi de 1,40 (p=0,042), dos "médios bebedores" de 0,93 e dos"grandes bebedores" de 1,60 (p=0,011)).Avaliando o efeito da ingestão de álcool nos portadores do genótipo E4/ E4 da apo E, osodds ratio foram, respectivamente de 0,66, 0,53 e1,60.

Conclusão: Nesta população portuguesa geral, os indivíduos que bebem mais e menosapresentam maior risco coronário do que os bebedores moderados apresentando aingestão de álcool efeito em J.Nos indivíduos que apresentam Apo E com genótipo E4/E4, deixa de haver efeito em J,pois pequenos e médios bebedores apresentam risco baixo, mantendo os grandesbebedores risco acrescido.

C 95ENDOTHELIAL MICROPARTICLES CORRELATE TO THE EXPRESSION OF CD40 LIGAND ONPLATELETS AND T LYMPHOCYTES IN ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

PATRÍCIA NAPOLEÃO1, MARIA DO CÉU MONTEIRO2, ALEXANDRA TOSTE3, MAFALDA SELAS3, MIGUEL MOTA CARMO3,ANA MARIA VIEGAS-CRESPO4, TERESA PINHEIRO1, RUI CRUZ FERREIRA3

(1Instituto Tecnólogico e Nuclear, 2CESPU, 3Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospitalde Santa Marta, 4Faculdade de Medicina de Lisboa)

Background: Pro-inflammatory mediators and pro-thrombotic factors expressed andreleased by activated leukocytes, platelets and endothelial cells are highly implicated inacute coronary syndromes, including acute myocardial infarction (AMI). The activation ofplatelets and endothelial cells can be assessed in the circulation through the quantifica-tion of platelet microparticles (PMPs) and of endothelial microparticles expressing E-selectin (CD62E+ EMPs). CD40 ligand (CD40L) is a molecule implicated in inflammationand thrombosis linking leukocytes, platelets and endothelial cells. Although a great poolof information concerning CD40L have been so far collected in different cardiovascularconditions, its specific role at the onset of acute myocardial infarction and on its evolutionis not well depicted.

Objective: This study was designed to investigate in vivo the role of CD40L in the inter-play of platelets, T lymphocytes and endothelial cells in patients with ST-elevationmyocardial infarction (STEMI).

Methods: Thirty STEMI patients were evaluated at admission, before the administration ofIIb/IIIa inhibitors and percutaneous coronary intervention, 2 and 40 days after. A group of25 subjects without coronary artery disease were also established. We measured theexpression of CD40L on platelets and T lymphocytes, and quantified PMPs and CD62E+EMPs release in STEMI onset and along recovery.

Results: In STEMI patients, the expression of CD40L on circulating cells was not correlatedto the platelet activation markers PMPs (r<-0.067, p>0.06) but to the endothelial activa-tion. The CD62E+ EMPs release was highly correlated with the CD40L expression onplatelets (r=0.66, p<0.001), on CD4+ (r=0.50, p=0.005) and on CD8+ (r=0.71, p<0.001) T-cells. None of these associations were verified in the group of subjects without coronaryartery disease. Only in STEMI patients the expression of CD40L was related to endothelialactivation markers (CD62E+ EMPs release).

Conclusions: This is the first study reporting a positive correlation between the expres-sion of CD40L on platelets and T cells and the CD62E+ EMPs release. Since these associa-tions were only verified on STEMI patients, one could assume that they represent an alter-ation in relation to the normal physiological status. Therefore, the results suggest that themembrane-bound CD40L is involved in or enhance the inflammatory process, such as celladhesion molecule expression (e.g. E-selectin) on endothelial cells. These findings opennew insights in the role of membrane-bound CD40L on endothelial inflammation and ininfarct healing, nevertheless further research is mandatory.

C 96ASSOCIAÇÃO DE VARIANTE DO CROMOSSOMA 9P21 COM A DIABETES MELLITUS

A. PEREIRA1, R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, A. C. SOUSA1, S. FREITAS1, I. ORNELAS1, J. J. ARAÚJO1, A.BREHM1, M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: Estudos recentes de mapeamento genético do Genoma Total determinaramrisco acrescido em doentes com variantes genómicas localizadas no cromossoma 9p21. Omecanismo fisiopatológico subadjacente a esse risco permanece por determinar. Os estu-dos que tentaram associar essas variantes genómicas à insulino-resistência têm sidoinconsistentes.

Objectivo: Estudar a distribuição do alelo de risco da variante RS 1333049 numa popu-lação com Diabetes Mellitus. Avaliar a associação do alelo C em homozigotia e heterozig-otia com a ocorrência de Diabetes Mellitus.

Material e métodos: Em 848 indivíduos, 70 % sexo masculino, idade média 50,4 anos,avaliou-se a ocorrência de Diabetes Mellitus e determinou-se o genotipo C/G da varianteRS 1333049 do Cromossoma 9p21 com recurso a primers específicos, PCR (polimerasechain reaction) e RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism).Foram considerados diabéticos doentes com glicemia em jejum superior a 126mg/dl outerapêutica com anti-diabéticos orais ou insulina. Comparam-se Diabéticos com não Diabéticos por análise univariada e calcularam-se osodds ratio e respectivos intervalos de confiança para a ocorrência de Diabetes Mellitus nosdoentes com um alelo de risco (C vs não C) ou com genotipo de risco em homozigotia (CCvs não CC).

Resultados: Da população estudada, 19% dos doentes (n=162), eram diabéticos. Ogenotipo CC da variante RS1333049 do Cr 9p21 não se associou a risco acrescido deDiabetes Mellitus (odds ratio 1,18, IC 0,82-1,71, p=0,356). O alelo de risco C também nãose associou a risco acrescido de Diabetes Mellitus. Odds ratio 1,07 (0,83-1,39), p= 0,66.

Conclusão: Na nossa população a variante RS 1333049 do cromossoma 9 não se associou,de forma significativa, à presença de Diabetes Mellitus.Deste modo, o eventual risco acrescido para Doença Coronária conferido por esta variantepolimórfica não parece ser conferido pela Insulino-resistência.

C 97RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA COM VARIANTE NO LOCUS 9P21: PRIMEIRO ESTUDO NAPOPULAÇÃO PORTUGUESA

M. I. MENDONÇA1, A. I. FREITAS1, A. C. SOUSA1, A. PEREIRA1, S. FREITAS1, G. ANDRADE1, A. BREHM1, J. J. ARAÚJO1,R. PALMA DOS REIS1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: Estudos recentes de associação genómica em larga escala identificaram váriosloci associados com maior risco de doença Coronária. De entre vários, o locus 9p21 temdemonstrado uma associação consistente com a doença coronária (DC) que tem sido replica-da, com sucesso, em várias populações.

Material e métodos: Estudo caso-controlo, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentes coronáriosinternados consecutivamente (idade média de 50,6 ± 8,5 anos 72 % do sexo masculino) e 390controlos sem doença coronária (idade média de 50,3 ±12,1 anos 67 % do sexo masculino)emparelhados por sexo e idade. (p=0,647 e 0,126, respectivamente).Estudou-se o SNP rs 1333049 com recurso a primers específicos, por PCR (Polimerase ChainReaction) e RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism). Determinou-se a distribuiçãoalélica (C/G), odds ratio e respectivo intervalo de confiança para risco de doença Coronária.

Resultados: Nos doentes com doença coronária 61,6% tinham o alelo C (de risco) 38,2%(n=175) em homozigotia e 46,7% (n=214) em heterozigotia.A presença do alelo C de risco associou-se de forma significativa com a Doença Coronária(Odds ratio=1,39; IC 1,14-1,7, p=0,0007). A homozigotia CC apresentou um Odds ratio de 1,43(1,06-1,92), p=0,015.

Conclusão: Com o presente trabalho replicou-se numa população portuguesa a associação derisco para doença Coronária com a nova variante rs1333049 do cromossoma 9p21.Apesar do mecanismo subadjacente ao risco para DC ser até à data desconhecido, a robustezdeste genótipo vs alelo de risco na estratificação de risco para DC tem sido consistente e re-levante, mesmo em contextos populacionais muito diversos. Nestas circunstâncias a utilizaçãodo genotipo CC poderá vir a revelar-se útil para a previsão do risco do aparecimento de doençacoronária na nossa população.

Rs1333049 Casos Controlos Odds Ratio Valor-p(n =458) (n =390) IC a 95%

C 564 (61,6) 417 (53,5) 1,39 0,007G 352 (38,5) 363 (46,5) (1,14-1,70)

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I-76

C 98OS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NÃO INFLUENCIAM O APARECIMENTO DEDOENÇA CORONÁRIA NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

A. PEREIRA1, R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, A. C. SOUSA1, S. FREITAS1, G. ANDRADE1, J. J. ARAÚJO1, A.BREHM1, M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: Os polimorfismos da apolipoproteína E (Apo E), com os alelos E2, E3 e E4,desempenham um papel de regulação do metabolismo lipídico, tendo o alelo E4 sido con-siderado, em alguns estudos, um factor de risco para doença coronária (DC). No entanto,não há estudos na população portuguesa que confirmem esta associação.

Objectivo: Avaliar se os polimorfismos da Apo E, nomeadamente a presença do alelo E4,constitui factor de risco de doença coronária.na nossa polulação.

Métodos: Estudo de casos e controlos, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentes coronáriosconsecutivos internados num hospital (idade média de 50,6 ±8,5 anos 72 % do sexo mas-culino) e 390 controlos sem doença coronária (idade média de 50,3 ± 12,1 anos 67 % dosexo masculino). Casos e controlos foram seleccionados para serem emparelhados porsexo e idade não apresentando diferenças significativas em relação a estes parâmetros(p=0,647 e 0,126, respectivamente).Foram estudados os polimorfismos da Apolipoproteína E, nomeadamente as variantes E2,E3 e E4. Avaliou-se a presença do alelo Apo E4, quer em homozigotia, quer em heterozi-gotia. Para determinar o risco de doença coronária em relação aos vários genótipos, usou-se a análise univariada (tabelas 2x2), calculando-se os Odds Ratio e intervalos de con-fiança de 95%. Usou-se como limiar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: A presença do polimorfismo Apo E4, quer em homozigotia, quer em heterozigotia, não previu o aparecimento de doença coronária. (Tabela)

Conclusões: O presente trabalho revela, nesta população portuguesa, que as variantes daapolipoproteína E, nomeadamente os polimorfismos Apo E4, não são determinantes doaparecimento de doença coronária.O presente trabalho realça a importância dos factores comportamentais sobre os genéti-cos no aparecimento de doença coronária.

APO E4 Casos Controlos Odds Ratio Valor-p(n=458) (n=390) IC 95%

E4E4 8 (1,7) 5 (1,3) 1,33 (0,39-4,74) 0,616E4E3 83 (18,1) 76 (19,5) 0,91 (0,63-1,31) 0,594E4E2 7 (1,5) 9 (2,3) 0,65 (0,21-1,92) 0,392

C 99INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NO PERFIL LIPÍDICO DE UMAPOPULAÇÃO PORTUGUESA SEM DOENÇA CONHECIDA

A. PEREIRA1, R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, A. C. SOUSA1, S. FREITAS1, I. ORNELAS1, J. J. ARAÚJO1, A.BREHM1, M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: Os Polimorfismos do gene da apolipoproteína E poderão regular de 4 a 15%dos valores séricos de colesterol LDL. Podem ainda interferir na agregação plaquetária ena susceptibilidade ao stress oxidativo. O alelo Apo E4 está descrito como ligado aoaumento dos valores de colesterol com o consequente aumento do risco vascular. Noentanto, a relação entre os genótipos e fenótipos, nomeadamente no que concerne aosvalores lipídicos, permanece controversa.

Objectivo: Estudar a distribuição alélica e genotípica dos polimorfismos da apo E, e a suainfluência no perfil lipídico.

Métodos: Em 458 indivíduos sem doença coronária conhecida, idade média 47,6±13,0anos, 57% do sexo masculino, analisou-se a relação entre o perfil lipídico e os polimorfis-mos da apo E.

Resultados: Na nossa população, o genótipo E3 E3 foi o mais frequente (66%), seguidodo E3 E4 (20%) e do E2 E3 (11%), sendo os outros genótipos relativamente raros. Osníveis lipídicos não variaram significativamente e de forma consistente com os polimor-fismos da apolipoproteína E. (tabela)

Conclusão: Na nossa população a prevalência do genótipo E4 E4 da apolipoproteína E,considerado de risco, foi raro, da ordem de 1%, o que sugere, sob este ponto de vista,uma população geneticamente protegida.Os polimorfismos da apolipoproteína E não influenciaram significativamente o perfil lipídi-co, o que sugere que o risco vascular associado a estes polimorfismos da Apo E possa sermediado por outros mecanismos que não os valores das fracções lipídicas.

APO E Média ± Desvio PadrãoE2E3 Colesterol Total 193,9±40,6

HDL 57,1±14,1LDL 93,2±33,9Triglicéridos 128,5±69,5

E3E3 Colesterol Total 215,8±40,7HDL 58,8±18,4LDL 115,7±34,1Triglicéridos 124,4±74,9

E3E4 Colesterol Total 221,3±54,7HDL 53,3±15,8LDL 117,2±43,1Triglicéridos 143,0±107,8

C 100RELAÇÃO GENÓTIPO/FENÓTIPO DE DOENTES PORTUGUESES COM HIPERCOLESTEROLEMIAFAMILIAR

A. M. MEDEIROS1, A. C. ALVES1, SÓNIA SILVA1, VÂNIA FRANCISCO1, M. BOURBON1, EM NOME DOS

INVESTIGADORES DO ESTUDO PORTUGUÊS DE HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR1

(1Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge)

A Hipercolesterolemia Familiar (FH) é uma doença autossómica dominante que se carac-teriza a nível clínico por níveis elevados de colesterol LDL, levando ao aparecimento pre-maturo de doença cardiovascular (DCV). A nível genético esta doença caracteriza-se, prin-cipalmente, por mutações no gene do receptor das LDL (LDLR). Embora o fenótipo dedoentes com FH seja muito heterogéneo, verifica-se que mutações que produzem umefeito mais severo na proteína resultam em fenótipos mais agressivos.Um dos objectivos do Estudo Português de Hipercolesterolemia Familiar é a identificaçãoe caracterização molecular de doentes com FH. No presente trabalho pretende-se avaliaro efeito das diferentes mutações no fenótipo dos doentes identificados.Até à data foram identificados 387 doentes com um defeito genético no gene LDLR (7 dosquais em homozigotia).As mutações no gene LDLR podem ser divididas de acordo com o tipo de efeito produzi-do na proteína e na forma como afectam a sua função. Mutações null allele são mutaçõesquem levam à não produção de proteína ou à produção de uma proteína truncada (englo-ba grandes rearranjos, mutações na região promotora do gene, mutações nonsense,frameshift ou de splicing). Por originarem uma proteína não funcional, são mutações maispatogénicas e que revelam um fenótipo mais grave. Para este tipo de mutações, o grupopediátrico apresenta valores de colesterol total de 321.6±66.7mg/dL e colesterol LDL de250.5±64.2mg/dL. No grupo dos adultos os valores de colesterol total são de386.3±75.6mg/dL e colesterol LDL de 301.8±85.8mg/dL, com presença de 18.1% de DCV.Mutações defective allele são mutações menos nocivas para a proteína (engloba asmutações missense), em que apenas um dos aminoácidos é modificado originando umaproteína alterada mas que retém alguma da sua funcionalidade. Para este tipo demutações, o grupo pediátrico apresenta valores de colesterol total de 290.2±55.2mg/dLe colesterol LDL de 217.5±47.6mg/dL. Os adultos apresentaram valores de colesterol totalde 342.4±67.8mg/dL e colesterol LDL de 259.7±65.4mg/dL, com 12.7% de DCV.O fenótipo dos doentes com FH é muito heterogéneo, no entanto verificou-se que,mutações com efeitos mais nocivos para a proteína resultam em fenótipos mais graves e,consequentemente, num maior risco de DCV prematura. O conhecimento da base molec-ular da FH permite o diagnóstico da doença e a aplicação de medidas terapêuticas ade-quadas à sua patologia.

C 101PREDITORES DE NÍVEIS CIRCULANTES DE CÉLULAS PROGENITORAS ENDOTELIAIS EMPACIENTES REFERENCIADOS PARA ANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTORIZADAMULTIDETECTORESD

NUNO BETTENCOURT1, SUSANA OLIVEIRA2, JOÃO ROCHA1, DANIEL LEITE1, MÓNICA CARVALHO1, SÓNIA XARÁ1,ADELINO F. LEITE-MOREIRA3, HELENA ALVES2, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE, 2Centro de Histocompatibilidadedo Centro, 3Hospital de S. João, EPE)

Introdução: As células progenitoras endoteliais (EPC) têm um papel importante nareparação vascular em resposta a agressões. Os seus níveis no sangue periférico têm sidorelacionados com o risco cardiovascular global e podem representar potenciais alvos te-rapêuticos. Pouco se sabe, porém, acerca dos níveis habituais de EPC em indivíduos semdoença coronária (DC) conhecida.

Objectivo: Identificar os preditores de níveis circulante de EPC no sangue periférico e asua correlação com os factores de risco cardiovasculares (FRV) em pacientes (P) sem DCconhecida.

População e Métodos: Todos os P sem DC conhecida consecutivamente referenciadospara realização de coronariografia por tomografia computorizada multidetectores (TCMD)durante um período de 6 meses (Novembro 2007 a Maio 2008) foram submetidos a: 1)colheita de anamnese 2) medições antropométricas 3) medição de tensão arterial e fre-quência cardíaca; 4) colheita de sangue para análise e 5) TCMD (incluindo quantificaçãode gordura visceral, cálcio coronário e angiografia)

Resultados: Foram incluídos 215 P, com idade média de 58±11 anos (26-84) - 61% dosexo masculino - e com um índice de massa corporal médio de 28±4 kg/m2. 27% cumpri-am os critérios ATP III para o diagnóstico de síndrome metabólica. Os FRV mais prevalentesna população foram a Dislipidemia (59%) e a Hipertensão arterial (57%). O "Framinghamrisk score" médio foi de 12±9%. A maioria (67%) dos P não tinha doença coronária signi-ficativa (estenoses superiores a 50% na angiografia por TCMD) mas 64% tinham algumgrau de calcificação coronária. O "score de cálcio" (Agatston) médio foi de 186±433, comuma mediana de 16 (variação interquartil 0 a 143).A contagem média de EPC no sangue periférico foi de 0.05±0.08% (0.0-0.58). Os seusníveis relacionaram-se inversamente com a presença de Diabetes Mellitus e Tabagismo epositivamente com a proteína C reactiva. Não se encontraram correlações significativascom outros FRV, adiposidade (medições antropométricas ou por imagem), cargaaterosclerótica ou gravidade da DC.

Conclusões: Na população estudada, os níveis de EPC circulantes não se relacionaram forte-mente com as características basais da população, com medidas de adiposidade ou com apresença/severidade da DC e não sendo possível estimar as suas concentrações no sangueperiférico através do conhecimento da história clínica, antecedentes, FRV, parâmetrosantropométricos, calcificação coronária e conhecimento da angiografia coronária.

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I-77

C 102A INGESTÃO DE ÁLCOOL REPRESENTA UM FACTOR DE RISCO CORONÁRIO SIGNIFICATIVO,NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

M. I. MENDONÇA1, A. C. SOUSA1, A. PEREIRA1, S. FREITAS1, I. ORNELAS1, J. J. ARAÚJO1, R. PALMA DOS REIS1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A relação entre o consumo de álcool e a doença cardiovascular é referidacomo uma curva em forma de J que indica que os grandes bebedores podem desencadearo desenvolvimento de aterosclerose. Desconhece-se, na prática, a influência da ingestãode álcool no aparecimento de doença coronária, numa população portuguesa. Se a popu-lação beber pouco, poderia ganhar em termos preventivos cardiovasculares por beber umpouco mais. Se beber demasiado, deveria reduzir a ingestão de álcool para reduzir o riscovascular.

Objectivo: Avaliar se o consumo médio de álcool influencia o aparecimento de doençacoronária e investigar se os grandes bebedores (mais de 30g de álcool/dia) apresentammaior risco de desenvolver DC em relação aos não bebedores ou bebedores moderados.

Métodos: Estudo de casos e controlos, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentes coronáriosconsecutivos internados num hospital (idade média de 50,6±8,5 anos 72% do sexo mas-culino) e 390 controlos sem doença coronária (idade média de 50,3±12,1 anos 67% dosexo masculino). Casos e controlos foram seleccionados para serem emparelhados porsexo e idade não apresentando diferenças significativas em relação a estes parâmetros(p=0,647 e p=0,126, respectivamente). Casos e controlos foram inquiridos em relação àingestão diária de álcool, comparando-se recorrendo ao t de Student para amostras inde-pendentes, o consumo médio de álcool em casos e controlos. Posteriormente, para deter-minar o risco de doença coronária por beber álcool regularmente, recorremos à análiseunivariada (tabelas 2x2), calculando-se os Odds Ratio e intervalos de confiança de 95%.Usou-se como limiar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: Os doentes coronários apresentaram consumo de álcool significativamentesuperior aos controlos (48,5±82,3 versus 26,8±44,2 g/dia, p<0,0001).Avaliando os bebedores usuais versus os não bebedores, verifica-se que o facto de beberacarreta um odds ratio de 1,665, p=0,0002.

Conclusão: Nesta população portuguesa, os doentes coronários bebem mais do que oscontrolos e o hábito de beber acarreta um risco de 1,7 em relação ao aparecimento dedoença coronária. Este facto é explicável por a população globalmente beber de mais eestar assim no ramo ascendente do risco vascular ligado ao álcool. Assim, em termos po-pulacionais, na nossa população, devemos aconselhar os doentes a beber pouco para pre-venir a doença coronária.

C 103NT-PRO-BNP COMO BIOMARCADOR DE RISCO NUMA POPULAÇÃO COM ELEVADAPREVALÊNCIA DE DOENÇA CARDIOVASCULAR

ÂNGELA BENTO1, BEATRIZ MALVAR1, MARGARIDA RUA CELEIRO1, BRUNO PIÇARRA1, ANA RITA SANTOS1, ANTÓNIO

JARA1

(1Hospital Espírito Santo)

Introdução: O BNP (brain natriuretic peptide) correlaciona-se com o prognóstico dosdoentes (dts) com insuficiência cardíaca e síndromes coronárias agudas. Os dts com insu-ficiência renal crónica terminal em diálise peritoneal (DP) apresentam uma morbi-morta-lidade cardiovascular (CV) 10 a 30 vezes superior à da população em geral. Torna-se,assim, importante saber se o BNP pode constituir um biomarcador válido para prevereventos CV nestes dts.

Objectivos: Avaliação da correlação dos valores de NT-pro-BNP com a morbi-mortalidadeCV e global nos dts em DP.

Material e Métodos: Procedeu-se a estudo prospectivo observacional tendo sido incluí-dos 23 dts em DP que realizaram no mesmo dia ecocardiograma 2D, modo M e doppler(mesmo operador; cego para valor de NT-pro-BNP) e doseamento de NT-pro-BNP plas-mático. Os dts foram divididos em 2 sub-grupos de acordo com nível de NT-pro-BNP -grupo 1: inferior a 1500pg/ml (n=10) e grupo 2: superior a 1500 pg/ml (n=13).Compararam-se posteriormente o nível plasmático de NT-pro-BNP com as característicasclínicas, antecedentes patológicos e variáveis ecocardiográficas. O follow-up foi de pelomenos 12 meses. Para a análise estatística foram utilizados os testes Qui-quadrado,Mann-Whitney e o índice de correlação de Spearman.

Resultados: Os dts do grupo 1, com média etária 38,1±10,5 anos, apresentavam valoresde NT-pro-BNP de 747,8±497,1 pg/ml e os do grupo 2, com média etária de 56,5±12anos, tinham valores de 3532,3±237,2 pg/ml. Eram diabéticos 10% e 23,1% dos grupos1 e 2, respectivamente, e 40% do primeiro e 38,7% do segundo apresentavam hiperten-são arterial. Todos os doentes apresentavam boa função sistólica global (fracção deejecção de 59±2% no grupo 1 e 61±9% no grupo 2) e o índice de massa ventricularesquerda era de 100,1±28g/m no grupo 1 e 129,6±3,9 g/m no grupo 2. Verificou-se umarelação estatisticamente significativa entre os níveis elevados do NT-pro-BNP e o aumen-to da idade, a prevalência de diabetes e o "remodeling" cardíaco (hipertrofia ventricularesquerda). Não foram registados eventos CV durante 1 ano de follow-up. Houve apenasuma morte de causa não cardíaca.

Conclusões: A idade mais avançada, a diabetes e a hipertrofia ventricular esquerda cor-relacionam-se significativamente com os níveis de NT-proBNP. Será necessária uma mo-nitorização mais prolongada para determinar se níveis elevados de BNP podem prever amorbi-mortalidade CV em dts de alto risco como são os insuficientes renais em DP.

C 104PREVALÊNCIA, TRATAMENTO E CONTROLO DA DIABETES MELLITUS E DOS FACTORES DERISCO ASSOCIADOS NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS EM PORTUGAL

MANUELA FIÚZA1, NUNO CORTEZ-DIAS1, SUSANA ROBALO MARTINS1, ADRIANA BELO2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2CNCDC)

Objectivo: Avaliar a prevalência, tratamento e controlo da diabetes mellitus (DM) nosutentes adultos dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), caracterizar os factores de riscocardiovasculares (CV) associados e efectividade do seu tratamento e estimar o impactoclínico da DM na ocorrência de doença coronária (DC) e acidente vascular cerebral (AVC).

Método: Estudo descritivo transversal nos CSP, envolvendo 719 médicos de família segun-do distribuição proporcional à densidade populacional de cada região do continente eilhas. Nos primeiros 2 utentes adultos de cada dia de consulta foi utilizado um inquéritopara recolha de dados sócio-demográficos, clínicos (diagnóstico prévio de DM, DC e AVC,terapêutica hipoglicemiante, antihipertensora e estatinas) e laboratoriais (perfil lipídico eHbA1C), e medição da pressão arterial. A DM foi definida por glicémia em jejum≥126mg/dL ou abaixo desse limiar mediante terapêutica hipoglicemiante.

Resultados: Foram observados 16.856 indivíduos (58,1±15,1 anos; 61,6% mulheres),identificando-se 3.215 diabéticos. A prevalência de DM nesta população utente dos CSPajustada ao sexo e idade, foi de 14,9%, aumentou progressivamente com a idade e foimaior nos homens (H:16,8%; M:13,2%). Cerca de 90,2% dos diabéticos estavam medica-dos com hipoglicemiantes e 51,7% tinham nível de HbA1C <7%. Cerca de 91% dos dia-béticos tinham pressão arterial (PA) elevada (≥130/80mmHg ou abaixo desse limiarmediante terapêutica antihipertensora), 39,5% tinham excesso de peso, 45,1% eram obe-sos, 69,3% tinham obesidade abdominal, 71,8% tinham síndrome metabólica (critériosATP III), 12% tinham DC e 5% história prévia de AVC. A associação destes factores de riscoCV à DM foi significativamente mais forte no sexo feminino. Da mesma forma, o impactoda DM na ocorrência de DC e AVC foi maior nas mulheres. Cerca de 78,4% dos diabéticoshipertensos estavam medicados com antihipertensores, mas apenas 9,3% tinhamPA<130/80mmHg (H: 9,5%; M: 9,1%). Entre os diabéticos com história de DC, 94,2%estavam sob tratamento antihipertensor, mas apenas 9,8% tinham pressão arterial con-trolada (H: 13,7%; M:6,1%). Apesar de 59% da população diabética estar medicada comestatinas, apenas 6,7% apresentavam simultaneamente colesterol total <200mg/dL,triglicéridos <150mg/dL e colesterol-HDL >60mg/dL. Cerca de 76,5% dos diabéticos comDC estavam medicados com estatina, apenas 29,4% apresentavam colesterol total<175mg/dL (H: 34,2%; M:24,1%).

Conclusões: A abordagem da DM nos CSP pode e deve ser melhorada, já que 9,8% dosdoentes não estão medicados e 48,3% não estão controlados. O impacto clínico da DM érelevante, seja na ocorrência de DC, seja pela sua associação ao AVC. O risco de DC e AVCé muito superior entre as mulheres diabéticas, para o que contribuirá uma mais forteassociação a factores de risco coexistentes, mas também a uma menor agressividade dosplanos terapêuticos instituídos.

NOTAS

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Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | HIPERTENSÃO ARTERIAL: DAS BASES GENÉTICAS À ESTRATIFICAÇÃODE RISCO EM DIFERENTES POPULAÇÕES

C 105DEFINIÇÃO DE NORMALIDADE DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NUMAPOPULAÇÃO PORTUGUESA - UMA SUB-ANÁLISE DO PROJECTO EDIVA

TELMO S. PEREIRA1, JOÃO MALDONADO2, JORGE POLÓNIA3, JOSE A. SILVA3, JOÃO MORAIS4, MÁRIO MARQUES2

(1Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, 2Instituto Investigação & FormaçãoCardiovascular, 3Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE,4Hospital de Santo André, EPE)

Introdução: A velocidade da onda de pulso carotideo-femoral (VOP) tem constituído umimportante marcador de risco cardiovascular, traduzindo o reflexo arterial subsequente aum conjunto de contextos clínicos em que o impacto cardiovascular é manifesto. Este tra-balho visou estabelecer parâmetros de normalidade da VOP para a população portugue-sa, com base numa definição estatística.

Método: O presente trabalho corresponde a uma sub-análise do Projecto EDIVA, envol-vendo 707 indivíduos saudáveis (412 do sexo masculino), com idade média 39,73±15,6anos, índice de massa corporal 25,56±4,05 kgm2, pressão arterial sistólica e diastólicarespectivamente 125,47±11,18 e 75,75±9,27 mmHg. Estes indivíduos foram submetidosa um follow-up médio de 23,3±3,34 meses, com avaliação anual da VOP. A normalidadefoi definida em termos da história pessoal e familiar, da avaliação clínica, do ECG de super-fície e da realização de exames analíticos de rotina.

Resultados: A VOP média na amostra foi de 8,8±1,4 m/s, sendo de 8,7±1,6 m/s e8,9±1,5 m/s, respectivamente no sexo feminino e masculino (p=ns). A normalidade foidefinida a partir do percentil 95 para cada faixa etária, e por género (cf. tabela). A ava-liação sequencial permitiu ainda avaliar o contributo percentual de agravamento da VOPface ao envelhecimento (5%), definindo-se assim uma variação positiva da VOP (emavaliações sequenciais) inferior a 5% como normal.

Conclusão: Os resultados obtidos permitem: por um lado, estabelecer critérios de normal-idade para a VOP tendo em consideração o papel determinante do envelhecimento nadeterioração fisiológica da função das grandes artérias; por outro lado, estabelecer umamedida de valorização da variação longitudinal da VOP, aspecto que se reveste de grandeimportância face à adopção desta metodologia em programas integrados de seguimentode doentes com risco cardiovascular manifesto.

C 106VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NA DEFINIÇÃO DO PROGNÓSTICO CARDIOVAS-CULAR - RESULTADOS PRELIMINARES DO PROJECTO EDIVA

JOÃO MALDONADO1, JORGE POLÓNIA2, JOSE A. SILVA2, JOÃO MORAIS3, TELMO S. PEREIRA4, MÁRIO MARQUES1

(1Instituto Investigação & Formação Cardiovascular, 2Hospital Pedro Hispano Unidade Localde Saúde de Matosinhos, EPE, 3Hospital de Santo André, EPE, 4Escola Superior deTecnologia da Saúde de Coimbra)

Introdução: A Velocidade da Onda de Pulso (VOP) é um reconhecido marcador de rigidezarterial, sendo importante aprofundar a sua relação com o risco cardiovascular na popu-lação geral.

Métodos e Resultados: Num estudo prospectivo, multicêntrico e observacional, foi incluí-da uma população de 2200 indivíduos (1290 homens e 910 mulheres) de nacionalidadeportuguesa, com idades compreendidas entre os 18 e os 91 anos (média: 46,33±13,76anos). Foi efectuada avaliação clínica, determinação anual da VOP, através do aparelhoComplior, e observada a ocorrência de eventos cardiovasculares major (MACE = Morte,Acidente Vascular Cerebral, Acidente Isquémico Transitório, Enfarte Agudo do Miocárdio,Angina Instável, Doença Arterial Periférica, Revascularização, Hemodiálise). Durante o follow-up médio de 21.42±10.76 meses, registaram-se 47 eventos cardiovasculares majornão-fatais (MACE - 2.1% da amostra). A VOP foi significativamente mais elevada nossujeitos com eventos, comparativamente aos sem eventos (11.76±2.13 m/s vs10.01±2.01 m/s, respectivamente, p<0.001). A população estudada foi dividida em 2 gru-pos de acordo com a classificação da VOP em normal (VOP< percentil 95) e elevada (VOP>percentil 95), segundo os critérios de normalidade determinados. A sobrevida cumulativalivre de eventos a 2 anos foi de 99.3% no grupo de VOP <percentil 95 e de 95% no grupocom VOP elevada. O Hazard ratio (HR) para MACE no grupo com VOP> percentil 95 foi de9.901 (IC 95%: 5.00-19.59, p<0.001), e quando ajustado para outros factores de risco oHR foi de 5.252 (IC 95%: 2.56-10.81, p<0.001).

Conclusão: Os resultados obtidos nesta primeira análise do estudo EDIVA reforçam arelevância clínica da VOP enquanto marcador de risco cardiovascular, demonstrando aindaque a sua avaliação em função de um referencial de normalidade, para a idade e sexo,poderá constituir um importante contributo para uma melhor definição do prognósticocardiovascular.

C 107O POLIMORFISMO DO CANAL EPITELIAL DO SÓDIO INFLUENCIA O APARECIMENTO DEHIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

A. C. SOUSA1, R. PALMA DOS REIS1, A. I. FREITAS1, P. BALZA1, S. KARAMANOU1, T. GÓIS1, A. PEREIRA1, S.FREITAS1, I. ORNELAS1, K. CUMAR1, J. J. ARAÚJO1, A. BREHM1, M. I. MENDONÇA1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) é um importante factor de risco de doença car-diovascular com prevalência de cerca de 40% da população adulta portuguesa. O sistemade gestão de sódio e água tem importante papel na regulação da pressão arterial. Estagestão será particularmente relevante nas populações com ingestão elevada de sódio. Ocanal epitelial do sódio situado no nefrónio distal regula a reabsorção de sódio e água,podendo contribuir, se pouco eficaz, para o aparecimento de HTA.

Objectivo: Com o presente trabalho pretendemos avaliar se os polimorfismos do canalepitelial de sódio influenciam o aparecimento de hipertensão arterial numa populaçãoportuguesa.

Material e Métodos: Estudo de casos e controlos, incluindo 613 indivíduos, sendo 369casos com diagnóstico de Hipertensão Arterial, (50.9% do sexo masculino) e 244 contro-los, sem Hipertensão (51,7% do sexo masculino). Emparelhamos o grupo dos casos e doscontrolos em relação ao sexo e idade. Efectuamos análises bioquímicas e extracção deADN para análises genéticas a todos os doentes. Avaliámos nos casos e nos controlos ospolimorfismos genéticos do canal epitelial do sódio (SCNN1G).

Análise Estatística: A análise dos dados foi feita através da utilização do software estatís-tico SPSS for Windows versão 14.0, Chicago, Illinois.Todas as variáveis contínuas são apresentadas pela respectiva média ± Desvio Padrão(DP). Para a análise dos dados foram utilizados o teste do cÇ. e T de Student. Para deter-minar o risco de hipertensão arterial em relação ao genótipo DD, usou-se a análise uni-variada (tabela 2x2), calculando-se os Odds Ratio e intervalos de confiança de 95%. Usou--se como limiar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: O polimorfismo GG do canal epitelial do sódio SNN1G A (173) G está associ-ado, ao aparecimento de HTA, com significância estatística (p=0,05). O odds ratio dogenótipo GG do canal epitelial de sódio foi de 1,46 (de 1,01 a 2,09, p=0,034). (Tabela)

Conclusões: De acordo com os resultados apresentados, o polimorfismo GG do canalepitelial do sódio SNN1G A(173)G influência o aparecimento de hipertensão arterial nanossa população, com um odds ratio de 1,46.Os hipertensos portadores deste polimorfismo, associado a uma menor capacidade degestão de água e de sal, poderão responder particularmente bem à restrição salina e àterapêutica com fármacos do tipo dos diuréticos.

SCNNIG Caso Controlo Ods ratio (IC 95%) Valor-pGG 138 (37,4) 71 (29,1)AA ou AG 231 (62,6) 173 (70,9

1,46 (1,01-2,09 0,034

C 108O POLIMORFISMO DD DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA RELACIONA-SE COMO APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

A. C. SOUSA1, M. I. MENDONÇA1, A. I. FREITAS1, M. ORNELAS1, L. NÓBREGA1, L. PAULINO1, A. PEREIRA1,S. FREITAS1, I. ORNELAS1, K. CUMAR1, J. J. ARAÚJO1, A. BREHM1, R. PALMA DOS REIS1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA), é um importante factor de risco de DoençaCardiovascular e em especial do Acidente Vascular Cerebral.O sistema Renina - Angiotensina - Aldosterona, sistema interveniente na Hipertensão, emque a Enzima de Conversão da Angiotensina (ECA), actua sobre a Angiotensina I que gerao péptido activo, a Angiotensina II com potente acção vasoconstritora.Os níveis plasmáticos da ECA são estáveis em cada indivíduo, mas diferem grandementeentre os indivíduos. Esta variação é influenciada pelos polimorfismos da ECA, nomeada-mente o ECA I/D, estando descrito, na variante DD, aumento da actividade enzimáticacom risco acrescido de HTA.

Objectivo: Com o presente trabalho pretendemos avaliar se os polimorfismos da ECA,nomeadamente a variante DD da ECA I/D, constituem factor de risco para o aparecimen-to de hipertensão arterial numa população portuguesa.

Material e Métodos: Estudo caso - controlo incluindo 483 casos (51,8 % do sexo masculi-no) com diagnóstico de Hipertensão Arterial, seleccionados sequencialmente das consul-tas de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Interna e 331 controlos (49,5% do sexomasculino), indivíduos sem hipertensão arterial seleccionados do mesmo modo dasrespectivas consultas. Tentou-se que os casos e controlos fossem emparelhados por sexoe idade. Todos colheram sangue para análises bioquímicas e extracção de ADN paraanálises genéticas. Avaliámos, em ambos os grupos, os polimorfismos genéticos da ECA(ECA I/D).A análise dos dados foi feita através da utilização do software estatístico SPSS forWindows versão 14.0, Chicago, Illinois. Considerou-se um valor p<0,05 como estatistica-mente significativo. Todas as variáveis contínuas são apresentadas com a respectivamédia ± Desvio Padrão (DP). As frequências das variantes genéticas foram avaliadas peloteste do cÇ e T Student. Para determinar o risco de hipertensão arterial em relação aogenótipo DD, usou-se a análise univariada (tabela 2x2), calculando-se os Odds Ratio eintervalos de confiança de 95%. Usou-se como limiar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: O polimorfismo DD do ECA I/D, está associado, com significância estatísticaao aparecimento de HTA (Odds ratio =1,16, p=0,043, análise unilateral)

Conclusões: De acordo com os resultados apresentados, o polimorfismo DD da ECA estárelacionado, de forma significativa, com o aparecimento hipertensão arterial.Os doentes com HTA e com este polimorfismo poderão beneficiar de uma terapêutica queinterfira com o eixo Renina-Angiotensiona-Aldosterona.

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C 109QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES HIPERTENSOS: VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO

ESPERANÇA SILVA1, MARGARIDA CARAMONA2, EMANUEL PONCIANO2, BÁRBARA OLIVEIROS2

(1Farmacia Rocha, 2Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A HTA é actualmente um dos problemas de saúde pública mais preocu-pantes, sendo um dos factores de risco mais comum para o desenvolvimento das doençascardio e cerebrovasculares, consideradas como uma das principais causas de morte e mor-bilidade a nível mundial e também em Portugal. No entanto a HTA é reconhecidamenteo principal factor de risco modificável da ocorrência de AVC.A educação terapêutica do doente hipertenso permite melhorias significativas no contro-lo da pressão arterial, mas principalmente, a adaptação à situação de doença, no querespeita à qualidade de vida do doente e à capacidade para o tornar autónomo, sabendogerir a sua doença no dia-a-dia. Justifica se, assim a utilidade do acompanhamento far-macoterapêutico na melhoria da saúde dos doentes.

Objectivos: Este estudo pretende validar um questionário de qualidade de vida, criadopara determinar a QV percepcionada pelos doentes hipertensos e avaliar em doentes sobterapêutica anti-hipertensora quais os factores que afectam a QV. Pretende-se, com isso dotar os técnicos de saúde de um instrumento para melhorar aprática clínica.

Métodos: Procedeu-se à tradução do inglês do questionário HYPER e à sua validação emPortugal.A validação realizou-se no ano de 2007 e era dirigida a maiores de 18 anos. Incluiuutentes hipertensos das farmácias comunitárias a tomar 1 ou mais anti-hipertensores deforma crónica. Doentes que se dirigiam a farmácia para adquirir anti-hipertensores oumedir a TA foram convidados a preencher o questionário.Realizou-se uma análise estatística dos dados recolhidos recorrendo-se ao SPSS v15.

Resultados: O questionário final, com 45 Itens, foi preenchido por 1635 doentes com umaidade média de 60.19 ±12.14 anos.A análise factorial mostrou uma estrutura provável de 3 Factores explicando 29.49% davariação totalO instrumento apresenta uma boa consistência interna, coeficiente de alpha deCronbach's de 0.847, coeficiente de concordância k de 0.794, coeficiente de correlaçãointraclasse de 0.847, podendo variar entre 0.836 e 0.857 com 95% de confiança

Discussão/Conclusão: Este questionário é um instrumento válido para medir a QV.Provou ter validade interna e fiabilidade e é de fácil aplicação. Pode ser utilizado futura-mente no acompanhamento farmacoterapêutico dos doentes hipertensos, contribuindopara melhorar a prática clínica.

C 110OS POLIMORFISMOS DO ANGIOTENSINOGÉNIO INFLUENCIARÃO O APARECIMENTO DEHIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA?

R. Palma dos Reis1, A. C. Sousa1, A. I. Freitas1, M. Ornelas1, T. Góis1, P. Balza1, A.Pereira1, S. Freitas1, G. Andrade1, K. Cumar1, J. J. Araújo1, A. Brehm1, M. I. Mendonça1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA), constitui um dos maiores e actuais problemasde Saúde pública a nível mundial, sendo transversal nos países desenvolvidos e em viasde desenvolvimento. O sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (RAA) é um importantesistema regulador da pressão arterial. O Angiotensinogénio, precursor da Angiotensinarepresenta o primeiro passo da cadeia R-A-A. O polimorfismo do Angiotensinógenio AGTM235T, tem 3 genótipos MM, MT, TT. Há controvérsia se o genótipo TT está associado aníveis plasmáticos mais elevados de Angiotensina II, podendo consequentemente levarao aumento dos valores da pressão arterial.

Objectivo: Com o presente trabalho pretendemos avaliar a influência do polimorfismoAGT M235T no aparecimento de Hipertensão Arterial numa população portuguesa.

Material e Métodos: Estudo caso - controlo com 369 casos com diagnóstico deHipertensão Arterial, seleccionados sequencialmente das consultas de Medicina Geral eFamiliar e de Medicina Interna, (50,9 % do sexo masculino) e 244 controlos, indivíduossem hipertensão arterial seleccionados do mesmo modo das respectivas consultas (52,9% do sexo masculino). Os dois grupos foram emparelhados por sexo e idade. Todos osindivíduos completavam um questionário que incluía dados demográficos, factores derisco de doença cardiovascular e colheram sangue para análises bioquímicas e extracçãode ADN para análises genéticas. Em ambos os grupos avaliámos a presença dos seguintespolimorfismos genéticos do AGT M235T e relacionámo-los com o aparecimento de HTA.A análise dos dados foi feita através da utilização do software estatístico SPSS forWindows versão 14.0, Chicago, Illinois. Todas as variáveis contínuas são apresentadas coma respectiva média ± Desvio Padrão (DP). As frequências das variantes genéticas foramavaliadas pelo teste do qui-quadrado e T de Student.Considerou-se um valor p<0,05 como estatisticamente significativo.

Resultados: Dos polimorfismos do AGT M235 T nenhum dos genótipos está associado aoaparecimento de HTA, com significância estatística. (Tabela)

Conclusões: De acordo com os resultados apresentados, os genótipos do Angiotensi-nogénio AGT M235T não estão relacionados com o aparecimento hipertensão arterial.Assim, nesta população, a HTA dever-se-á a factores comportamentais ou, eventual-mente, a outros factores genéticos.

C 111INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DA PROTEÍNA G SUBUNIDADE ß3 NO APARECIMENTO DEHIPERTENSÃO ARTERIAL

A. C. SOUSA1, M. I. MENDONÇA1, A. I. FREITAS1, P. BALZA1, S. KARAMANOU1, A. PEREIRA1, S. FREITAS1,C. FREITAS1, G. ANDRADE1, K. CUMAR1, J. J. ARAÚJO1, A. BREHM1, R. PALMA DOS REIS1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) constitui um dos mais importantes e actuaisproblemas de saúde pública a nível mundial. O conhecimento da sua etiologia tem sidoobjecto de esforço dos profissionais de saúde. O Polimorfismo da Proteína G subunidade�3 (GN‚3 C825T) tem três genótipos, CC, CT e TT este último referido como podendo inter-ferir na regulação da pressão arterial.

Objectivo: Avaliar a influência do polimorfismo da Proteína G da subunidade �3 (GN �3C825T) no aparecimento de hipertensão arterial numa população portuguesa.

Material e Métodos: Estudo caso - controlo com 814 indivíduos sendo 483 casos comdiagnóstico de Hipertensão Arterial, (sendo 51,8% do sexo masculino) e 331 controlos,sem Hipertensão (sendo 49,5% do sexo masculino). Emparelhamos ambos os grupos emrelação ao sexo e idade. Efectuamos análises bioquímicas e extracção de ADN para análi-ses genéticas a todos os doentes. Avaliámos em ambos os grupos o polimorfismo daProteína G subunidade �3.A análise dos dados foi feita através da utilização do software estatístico SPSS forWindows versão 14.0, Chicago, Illinois.Todas as variáveis contínuas são apresentadas com as respectivas médias ± DesviosPadrão (DP). Para a análise dos dados foram utilizados o teste do c2. e T de Student. Paradeterminar o risco de hipertensão arterial em relação aos vários genótipos, usou-se aanálise univariada, calculando-se os Odds Ratio e intervalos de confiança de 95%. Usou-se como limiar de significância o valor de p<0,05.

Resultados: O polimorfismo da Proteína G subunidade �3 não está associado, ao apare-cimento de HTA na nossa população. (Tabela)

Conclusões: De acordo com os resultados apresentados, o polimorfismo Proteína G subunidade �3, não influência o aparecimento hipertensão arterial na nossa população.Este trabalho realça a importância dos factores comportamentais sobre os genéticos noaparecimento de hipertensão arterial.

AGT M235T Casos (n=369) Controlos (n=244) Valor-p

MM 107 (29,0) 85 (34,8)MT 192 (52,0) 115 (47,1)TT 70 (19,0) 44 (18%)

0,305

GN�3 Doentes (n=483) Controlos (n=331) Valor-p

CC 169 (35,0) 123 (37,2)CT 245 (50,7) 146 (44,1)TT 69 (14,3) 62 (18,7%)

0,108

C 112MONITORIZAÇÃO AMBULATÓRIA DA PRESSÃO ARTERIAL - ESTUDO EM PROFESSORES DOENSINO SUPERIOR

JOAQUIM PEREIRA1, ANA L. TEIXEIRA1, JORGE CONDE1

(1Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra)

Introdução: A HTA é considerada um importante factor de risco das doenças cardiovascu-lares estando fortemente associada a hábitos e estilos de vida de cada indivíduo. O tra-balho bem como outras actividades que se realizem ao longo do dia influenciam, de facto,os valores tensionais, podendo mesmo aumentá-los. Desta forma o objectivo principaldeste estudo foi conhecer o comportamento da pressão arterial em professores, no ambi-ente de aula e no ambiente extra-actividade lectiva em sala de aula.

Material e Métodos: Realizou-se Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA)numa amostra de 21 professores do ensino superior durante actividades diárias normais,compreendendo os seguintes períodos: período de 24 horas, período de vigília, períodonocturno, período matinal, período de 2 horas antes da aula, período de aula, período de2 horas após a aula, período de exercício aeróbico e período de 1 hora após o exercício.

Resultados: Os professores revelaram valores tensionais mais elevados durante a activi-dade lectiva em sala de aula (137,71/ 88,57 mmHg) comparativamente ao períodoantecedente (128,81/ 82,43 mmHg) e posterior (132,38/ 85,19 mmHg) (p<0,05).Constatou-se que a pressão arterial sistólica difere entre períodos de actividades poten-cialmente mais desgastantes (exercício físico), como uma caminhada (138,19 mmHg) eperíodos mais calmos, como o momento seguinte (127,75 mmHg). O mesmo não se ve-rificou para os valores tensionais diastólicos.

Conclusão: Os resultados obtidos demonstraram claramente a existência de variaçõesimportantes na pressão arterial em função de diferentes actividades quotidianas. Duranteo período de aula os professores revelaram valores tensionais, assim como, valores de PP,FC e de PAM superiores aos restantes períodos considerados no estudo. Estes resultadosmostram a influência que o trabalho de professor provoca ao nível das variáveis queforam incluídas no estudo, nomeadamente da pressão arterial.

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I-80

C 113O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL DE ADMISSÃO EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DOMIOCÁRDIO

PEDRO LOURENÇO GOMES1, SÉRGIO BARRA1, RUI PROVIDÊNCIA1, JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, GISELA COSTA1,FRANCISCA CAETANO1, ANA CATARINA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: O perfil tensional é um dos factores mais estudados da actualidade comimportância em termos de factor de risco de doença coronária bem como de prognósticointrahospitalar no enfarte agudo do miocárdio(EAM)

Objectivos: Avaliar a importância do perfil tensional de admissão e o seu impacto noprognóstico aos 24 meses em doentes(dts) com EAM.

Métodos: 452 dts; idade média 69.01+/-13.64 anos); 61.7% homens; 38.5% com dia-betes mellitus; 338 dts hipertensos (HT) vs 114 pts não hipertensos (NHT). Estes doentesforam reavaliados aos 24 meses de follow-up pós EAM.

Resultados: Quando comparamos a tensão arterial(TA) de admissão - TA<100mmHg vsTA>100mmHg, verificamos diferenças na mortalidade intrahospitalar (20% vs 10%p=0.044; OR 0.446). Aos 24 meses de follow-up não foram encontradas diferenças emtermos de mortalidade, reenfarte, angina recorrente, AVC, reinternamento por ICC.Comparando doentes HT vs NHT, constatamos que a correlação entre a TA de admissão eo score de grace (enquanto marcador de prognóstico intrahospitalar e aos 30 dias de follow-up) é mais forte nos doentes HT (p<0.001; r= -0.476) do que os doentes NHT(p<0.001; r= -0.445). Avaliando o prognóstico aos 24 meses, não se verificou diferençasna mortalidade (HT - 20.7%; NHT 16.9%; p=ns)

Conclusões: Embora o antecedentes de HTA bem como as TA de admissão tivessemimpacto na mortalidade intrahospitalar e correlação com o score de grace (mortalidadeintrahospitalar e aos 30 dias), paradoxalmente não verificamos diferenças aos 24 mesesde follow-up, o que indica que estes (antecedentes de HTA e TA de admissão) não cons-tituem factor prognostico de mortalidade e morbilidade em doentes que tiveram altaapós o EAM.

NOTAS

Sábado, 10 Abril de 2010 | 13H30-14H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | PAPEL DA ECOCARDIOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DE FONTEEMBÓLICA CARDÍACA

C 114ANOMALIAS DO SEPTO INTERAURICULAR NO ADULTO JOVEM COM ACIDENTE VASCULARCEREBRAL CRIPTOGÉNICO - CONTRIBUTO PARA O ESTUDO DOS MECANISMOSFISIOPATOLÓGICOS E FACTORES DE RISCO

JOÃO P. NOBRE1, GONÇALO ENVIA1, JOÃO E. REIS1, NUNO CORTEZ DIAS2, TERESA P. MELO2, ANA G. ALMEIDA2,MÁRIO G. LOPES2

(1Faculdade de Medicina de Lisboa, 2Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital deSanta Maria)

Em estudo prévio do nosso grupo descrevemos uma associação entre anomalias do septointerauricular (ASA) - foramen ovale permeável ou aneurisma do septo interauricular eAVC criptogénico no adulto jovem (≤55 anos). Muitos estudos têm tentado caracterizaresta associação, procurando outros factores intervenientes, nomeadamente protrombóti-cos. Porém os mecanismos fisiopatológicos não são ainda claros.

Objectivos: Caracterizar padrões e identificar factores clínicos, inflamatórios e procoagu-lantes preditivos de ocorrência de AVC criptogénico em adultos jovens com ASA.

Materiais e métodos: População: doentes consecutivos (dts) ≤55 anos com AVC isquémi-co clinicamente criptogenico, todos submetidos a ecocardiografia transesofágica (ETE)para avaliação etiológica, incluídos num período de 5 anos. Em todos os dts foram ana-lisadas as seguintes variáveis: factores de risco de aterosclerose, perfil de coagulação,homocisteina, fibrinogénio, antitrombina III, proteína C e S e perfil lipídico; ecocardiogra-ma transtorácico.

Resultados: Foram incluídos 197 dts, com 43,9±7,9 anos, 116 (59,9%) do sexo masculi-no. 104 dts (52,8%) tiveram AVC criptogénico; 51 (49,04%) destes com ASA. Os dts comAVC criptogénico apresentaram níveis superiores de homocisteína (15±17 vs 10±3 μg/dL;p=0,032) e inferiores de fibrinogénio (363±118 vs 403±102 mg/dL; p=0,017) relativa-mente aos dts com AVC não criptogénico. Entre os dts com AVC criptogénico, os dts semASA mostraram níveis de fibrinogénio mais elevados (390,56 ± 135,09 vs 333,80 ± 88,69mg/dL; p=0,019), sem diferenças significativas em todos os restantes parâmetros.

Conclusões: A ocorrência de AVC criptogénico nos dts com ASA não parece estar associa-da a alterações da coagulação, sugerindo a possível existência de mecanismo alternativo,não dependente de estados protrombóticos.

C 115ECOCARDIOGRAFIA TRANSESOFÁGICA VERSUS DOPPLER TRANSCRANEANO NA PESQUISADE SHUNTS DIREITO-ESQUERDO EM DOENTES COM AVC CRIPTOGÉNICO

CÁTIA COUTO1, CARINA MACHADO1, NUNO PELICANO1, ANABELA TAVARES1, JOSÉ LOPES1, DINIS MARTINS1

(1Hospital do Divino Espírito Santo)

Diversos estudos recentes demonstraram uma associação e um aparente aumento deincidência de doentes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) que têm Foramen OvalePatente (FOP) ou Comunicação Inter Auricular (CIA), especialmente quando outra causapara o evento cardiovascular não foi determinada. A Ecocardiografia Transesofágica (ETE)é o exame de eleição para o diagnóstico de FOP ou CIA contudo o Doppler Transcraneano(DTC) também tem vindo a demonstrar o seu valor como uma ferramenta de apoio aodiagnóstico.

Objectivo: São apresentados dados preliminares de um estudo prospectivo, ainda emcurso, que pretende comparar a capacidade de detecção de shunts cardiovasculares comDTC versus ETE, em doentes com AVC criptogénico.

Métodos: Vinte doentes consecutivos, com diagnóstico de AVC criptogénico, foram sub-metido a DTC e ETE, com a utilização de constraste (soro salino agitado) para detecção deshunts cardíacos direito-esquerdo. Os exames foram realizados por diferentes profission-ais de saúde e sem conhecimento prévio dos resultados obtidos no outro exame.

Resultados: Do universo estudado nesta fase preliminar, 70% dos doentes (14) tiveramambos os exames negativos para shunt cardiovascular; 20% (4) tiveram ambos os exam-es positivos, vindo o ETE demonstrar em cada um deles que se tratava de FOP e 10% (2)tiveram um DTC positivo com o ETE dado como negativo inicialmente. Ambos estesdoentes aguardam a repetição do ETE.Foram excluídos 6 doentes do estudo por se terem recusado a fazer o ETE.Até à data não ocorreram quaisquer complicações em qualquer um dos métodos nemnenhum novo episódio trombo-embólico nos doentes em estudo.

Conclusões: Este trabalho apresenta os primeiros dados de um estudo prospectivo emcurso, de comparação entre DTC e ETE na detecção de FOP ou CIA em doentes com AVCcriptogénico. Apesar do pequeno número de doentes, de ressalvar o elevado valor pre-ditivo negativo do DTC quando comparado à técnica de eleição, o ETE.

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I-81

C 116AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO APENDICE AURICULAR ESQUERDO NA ESTRATIFICAÇÃO DORISCO TROMBOEMBOLICO EM DOENTES COM AVC

FILIPA FERREIRA1, ANA GALRINHO1, LUÍSA MOURA BRANCO1, ANA TERESA TIMÓTEO1, JOÃO ABREU1, ANTÓNIO

FIARRESGA1, HAMAD HAMAD1, ANA LEAL1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença com grande prevalênciaem Portugal com morbilidade e mortalidade significativas e a sua investigação etiológicaé muitas vezes negativa. A homeostase da aurícula esquerda (AE) e do apêndice auricu-lar esquerdo (AAE) é uma causa importante de formação de trombos e alguns estudostêm demonstrado relação entre a velocidade do fluxo e a velocidade tecidular (TDI) daparede do AAE e risco tromboembólico.

Objectivo: Demonstrar a presença de características ecocardiográficas que determinammaior estase e maior potencial tromboembólico em doentes com AVC sem causa etioló-gica identificada.

Métodos: Estudo retrospectivo de todos os doentes enviados pela Unidade Cérebro-Vascular com AVC em ritmo sinusal para realização de ETE durante o ano de 2009 (fim deanálise dia 23/11/2009). Foram excluídos os doentes sem estudo TDI da parede apen-dicular e/ou patologia valvular mitral. Foram analisados 54 doentes divididos em 2 gru-pos baseados na ausência (Grupo 1) ou na presença (Grupo 2) de causas identificáveis deAVC: FOP/CIA. Foram analisados em todos os doentes: tamanho aurícula esquerda (AE),área do AAE, comprimento do colo do AAE, velocidade do fluxo de enchimento e esvazia-mento do AAE e TDI da parede do AAE.

Resultados: No grupo 1 foram incluídos 43 doentes, 24 sexo masculino (56%), idademédia 53 +/- 10,1 anos. No grupo 2 foram incluídos 11 doentes, 7 sexo masculino (64%),idade média 53 +/- 6,6 anos. No grupo 1 (sem causa identificada para AVC) verificou-setendência para maior área de AAE (34 Vs 28 cm2, p=0,09), menor velocidade de enchi-mento do AAE (51 Vs 57 cm/s, p=0,267) e menor velocidade tecidular da parede do AAE(5,89 Vs 6,68 cm/s, p=0,24), embora não significativas. Não foram encontradas dife-renças nos dois grupos relativamente ao tamanho da AE (38,0 Vs 38,5 cm) ou no taman-ho do colo do AAE (14,3 Vs 15,3 cm). Foi encontrada correlação inversa entre a área AAEe TDI da parede do mesmo (r=-0,25, p=0,05).

Conclusão: O estudo ecocardiográfico transesofágico do AAE (área, velocidade do fluxo eTDI) poderá identificar doentes com maior potencial trombogénico determinando maiorrisco de embolia em doentes cujas causas mais habituais de AVC sejam excluídas, poden-do estes beneficiar de terapêutica anticoagulante. São necessários mais estudos comamostras maiores para atingir resultados estatisticamente significativos.

C 117PODE A ECO TRANSTORÁCICA DISPENSAR A ECO TRANSESOFÁGICA NO DESPISTE DE PER-MEABILIDADE DO FORAMEN OVALE?

Vanessa Carvalho1, Daniel Ferreira1, Nuno Cardim1, Júlia Toste1, Marisa Trabulo1, VandaCarmelo1, Sara Ferreira1, Teresa Lurdes Santos1, Adelaide Almeida1, Sara Laginha1, SylvieMariana1, Cristina Prata1, Francisco Pereira Machado1, José Roquette1

(1Hospital da Luz)

O ecocardiograma transesofágico (ETE) é actualmente o método de eleição para diagnós-tico de Foramen Ovale Permeável (FOP). Alguns autores defendem que o ecocardiogra-ma transtorácico (ETT) tem idêntica sensibilidade e especificidade diagnóstica.Este trabalho tem como objectivo comparar o ETT e o ETE em termos de sensibilidade nadetecção de FOP e avaliar a concordância dos resultados obtidos pelos 2 métodos, querqualitativa, quer quantitativamente.

População e Métodos: No período entre Julho/08 e Dez/09 foram estudados 32 doentes(dts) consecutivos (22 mulheres e 10 homens), com idade média de 55±13anos, referen-ciados para realização de ETE por suspeita de FOP ou para investigação de fonte cardioem-bólica. A todos os dts foi realizado ETT no mesmo tempo. Em ambos foram efectuadasinjecções de soro agitado ou Voluven® com execução da manobra de Valsalva (MV) (pré,durante e pós injecção do contraste) e sem a execução da manobra. Foi considerado oresultado como positivo (ETT+ ou ETE+) quando se verificou a presença de contraste nascavidades esquerdas e como negativo (ETT- ou ETE-) na sua ausência.Se ETT+ ou ETE+, os doentes foram divididos em 3 subgrupos em função do nº de bolhasde contraste identificadas nas cavidades esquerdas: (+) =1 a 5; (++) =6 a 20 e (+++) >20bolhas.Foram ainda registadas a existência de aneurisma do septo interauricular (SIA) e de shuntesq/dto por Doppler/Cor.

Resultados: Em 13 dtes ambos os exames foram negativos (ETT-/ETE-), excluindo-se apresença de FOP. Nos exames considerados positivos (19): 12 foram concordantes(ETT+/ETE+); 7 foram discordantes (6=ETT+/ETE- e 1=ETT-/ETE+). Dos 12 exames positivosconcordantes, 4 foram discordantes quantitativamente: em 2 foi detectada maior pas-sagem de contraste por ETT e nos outros 2 por ETE.Nas injecções de contraste sem realização da MV, verificou-se shunt dto/esq em 8 casosno ETT e, destes, em 2 casos também no ETE. Em nenhum caso se verificou discordânciaETT-/ETE+ sem MV.Por ETE em 17 casos foi diagnosticado aneurisma do SIA e em 8 doentes a presença deshunt esq/dto por Doppler/cor.

Conclusões: Neste estudo, o ETT foi superior ao ETE no diagnóstico de FOP, sendo até maissensível do que o ETE. Se estes resultados se confirmarem em séries mais alargadas, o ETTpoderá vir a ser o exame de escolha para detecção de FOP (em doentes com boa janelaacústica transtorácica), com a vantagem de ser um exame menos invasivo.

C 118PROGNOSTIC RELEVANCE OF ECHOCARDIOGRAPHY IN CARDIOEMBOLIC STROKE PATIENTSTREATED WITH RECOMBINANT TISSUE PLASMINOGEN ACTIVATOR

HÉLDER RIBEIRO1, RENATO MARGATO1, SOFIA CARVALHO1, CATARINA FERREIRA1, ALBERTO FERREIRA1, PEDRO

MATEUS1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real)

Introduction: Intravenous thrombolysis with recombinant tissue plasminogen activator(rt-PA) within 3 hours after onset of brain infarction is the strategy approved for acutestroke treatment. Ever since its approval its use has grown exponentially and every yearmany patients with cardioembolic stroke are included in the rt-PA therapy, however, lit-tle attention has been given to echocardiographic examinations.

Purpose: The aim of this study was to evaluate the impact of echocardiographic and elec-trocardiographic (ECG) parameters in the prognosis of patients with cardioembolic stroketreated with rt-PA (CS-tPA).

Methods: We studied 23 consecutive patients with CS-tPA (age 65,5±11,6 years, male65,2% ). We analyzed demographic data, cardiovascular risk factors, ECG and echocardio-graphic parameters and the National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS) at thebeginning of intravenous thrombolysis with rt-PA. All patients were classified into twogroups regarding on the outcome of rt-PA thrombolysis: Group A - partially or not attainedrevascularization and Group B - totally attained revascularization.

Results: NIHSS on admission, age, gender, cardiovascular risk factors, comorbidities andECG parameters (sinus rhythm vs atrial fibrillation and left ventricular voltage) were notdifferent between each group. NIHSS at discharge of group A was significantly higher thanthat of group B. Increased left atrial diameter (LAD >40mm), left ventricular diastolicdiameter (LVDd >54mm), left ventricular index mass (LVIM>95 g/m2 women and> 115g/m2 men), ratio of intra-ventricular wall thickness (RWT >0,42) and concentric hypertro-phy were significantly more frequent in group A. The proportion of patients withincreased left ventricular systolic diameter (LVSd >33mm), decreased left ventricle ejec-tion fraction (LVEF<50%), concentric remodeling of left ventricle and eccentric hypertro-phy were similar between the groups.

Conclusions: We conclude that left cavities enlargement and left ventricular concentrichypertrophy can adversely affect the prognosis of CS-tPA patients.

C 119PODERÁ O ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO SUBSTITUIR O CHADS NAESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PROTROMBÓTICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR?

RUI PROVIDÊNCIA1, ANA BOTELHO1, NUNO QUINTAL1, JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, GISELA

COSTA1, SÉRGIO BARRA1, ANA FAUSTINO1, FRANCISCA CAETANO1, ISABEL QUINTAL1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: Os eventos tromboembólicos (TE) são um dos principais malefícios resultantes dafibrilhação auricular (FA). As razões pelas quais em alguns doentes ocorre formação de trom-bos (FT) ainda não são completamente claras. Não sendo ainda utilizada na maioria dos scoresde risco TE, nomeadamente o CHADS, a ecocardiografia poderá ter um importante papel nestecampo.

Objectivo: Determinar quais os parâmetros ecocardiográficos que melhor predizem a FT.

Métodos: Estudo prospectivo de 210 doentes consecutivos (média idades 69,3+-9,5 anos;34,8% mulheres) em fibrilhação auricular e submetidos a avaliação por ecocardiograma trans-esofágico com determinação de: área do apêndice auricular esquerdo (AAE) e aurícula esquer-da (AE), velocidade máxima de esvaziamento e enchimento do AAE (VME e VMF, respectiva-mente), grau de auto-contraste ecocardiográfico -ACE (de 1 a 4, sendo 5 a presença de trom-bo), função sistólica do VE e insuficiência mitral (qualitativamente de 1 a 4). Determinadas var-iáveis demográficas, clínicas (incluindo score de CHADS) e laboratoriais (hsPCR e NTproBNP).Realizada comparação de variáveis nominais e quantitativas de acordo com a presença ou nãode trombo e preditores independentes da sua formação.

Resultados: 19 doentes (9,0%) apresentaram trombos e 25,2% ACE >=3. Os doentes com trom-bo apresentavam um CHADS marginalmente mais elevado (2,5+-1,1 vs 2,0+-1,1; p 0,09) e umINR mais baixo (1,2+-0,6 vs 1,6+-0,8). Os preditores de FT encontram-se representados natabela em anexo.

Conclusões: Apesar de deverem ser utilizados em conjunção com os dados clínicos, os parême-tros ecocardiográficos (nomeadamente a presença de graus severos de AEC, diminuição dafunção sistólica do VE, dilatação da AE, diminuição da velocidade do fluxo a nível do AAE ealguns aspectos morfológicos do mesmo) parecem ter um papel preponderante na detecção deque doentes com FA são mais propensos para a FT. Assim, este tipo de avaliação poderá ser útilna selecção de doentes para regimes anticoagulantes mais agressivos.

Preditores Odds Ratio Intervalo pConfiança 95%

Tempo evolução FA>1ano 2,8 1,0-7,6 0,04Score CHADS≥4 2,7 0,8-9,2 0,09ACE≥3 80,2 10,4-621,2 <0,001Fracção de ejecção do VE ≤40% 3,8 1,4-10,1 0,006INR≥2 0,3 0,1-1,2 0,09Área do AAE≥4,0cm2 0,2 0,02-1,4 0,06

Área da AE≥25,0cm2 4,1 0,9-18,8 0,05VME≤25cm/s 11,3 2,8-45,5 <0,001VMF≤25cm/s 4,8 1,3-17,3 0,01

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I-82

C 120ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO NA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO ACIDENTE VASCU-LAR CEREBRAL ISQUÉMICO

ANA RITA SANTOS1, BRUNO PIÇARRA1, MARGARIDA RUA CELEIRO1, ÂNGELA BENTO1, VERA PEREIRA1, PEDRO

SEMEDO1, TIAGO TRIBOLET DE ABREU1, ANTÓNIO JARA1

(1Hospital do Espírito Santo)

Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) constitui a primeira causa de morte emPortugal e de incapacidade no mundo ocidental. É fundamental o melhor esclarecimentoetiológico para o desenvolvimento de estratégias preventivas que reduzam os eventoscerebrovasculares.

Objectivo: Avaliar qual a importância da realização de ecocardiograma transesofágico(ETE) na instituição de terapêutica oral anticoagulante (ACO) em doentes (D) com AVCisquémico ou acidente isquémico transitório (AIT) sem diagnóstico etiológico.

População e Métodos: Estudo retrospectivo de 154 doentes (D) internados por AVCisquémico/AIT durante o período de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2008 que realizaramETE para esclarecimento etiológico de AVC/AIT. Excluíram-se os D com doença carotídeaou fibrilhação auricular conhecidas. Foram registados: dados demográficos (sexo e idade),factores de risco cardiovascular (FRCV), características presentes no ETE [ausência ou pre-sença de placas ateroscleróticas na crossa da aorta (CA), se estas eram simples ou com-plexas e existência de foramen ovale patente (FOP)] e instituição de ACO. Avaliou-se arecorrência de AVC no período de follow-up de 6 meses a 1 ano.

Resultados: Dos 154 D (idade média de 62,2±11,3 anos), a maioria era do sexo masculi-no (63,6%). A prevalência de hipertensão arterial foi de 84,4%, de Diabetes Mellitus de37,7%, de dislipidemia de 61,7%, de hábitos tabágicos de 29,9% e de angor/enfarteagudo de miocárdio prévios de 16,9%. Quanto às características presentes no ETE verifi-cou-se: ausência de placas - 16,2%; presença de placas - 74,0% (46,7% placas simples e27,3% complexas) e FOP - 9,8%. Após a realização de ETE, a ACO foi instituída em 37,1%dos D (27,3% dos D por placas complexas e 9,8% por FOP). No período de follow-up con-siderado nenhum dos D que foi anticoagulado pelas alterações verificadas no ETE apre-sentou recorrência de AVC. No grupo de D sem indicação para ACO (ausência de placascomplexas ou FOP), verificaram-se 4 recorrências de AVC.

Conclusões: A maioria dos D com AVC isquémico e AIT apresentou alterações no ETE. Arealização de ETE em D com AVC isquémico/AIT de etiologia não esclarecida pode ser ummeio complementar de estratificação do risco de recorrência de AVC, promovendo aadopção de medidas farmacológicas fundamentais (ACO).

C 121RESULTADOS CLÍNICOS DA ANGIOPLASTIA GUIADA POR AVALIAÇÃO DA FRACTIONAL FLOWRESERVE (FFR)

LUÍS RAPOSO1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, RUI CAMPANTE TELES1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1,MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Existe evidência de que o benefício da revascularização percutânea naredução de eventos cardiovasculares poderá depender da extensão do território em riscoe da importância funcional das lesões coronárias.

Objectivo: Avaliar o impacto clínico da revascularização guiada por Fractional FlowReserve (FFR) na prática clínica corrente.

População e métodos: Entre Jan de 2008 e Nov de 2009 utilizámos Pressure Wire® paraavaliação do FFR em 78 casos (47 H, 65±9a): 5 tinham FEj<50%, 9 HVE (por ECO/ECG), 24revascularização prévia (23 PTCA), 33 apresentam angor típico e em 21 havia um teste deimagem com isquémia. O estímulo hiperémico foi perfusão de adenosina 140μgr/Kg/min em 89% dos casos (60 via central). Determinámos a incidência de morte,enfarte, qualquer revascularização ou internamento por angor no seguimento e registá-mos o número de anginosos e intensidade do dos sintomas através da classificação daCCS. Comparámos a incidência de MACE observada com a esperada de acordo com umscore previamente validado no mesmo registo.

Resultados: 30 dts realizaram pelo menos 1 ICP, em 21 casos na sequência da avaliaçãopor FFR (1,3 avaliações FFR por doente). Foram usados 1,2 stents/dt (38% DES) e do totalde todos os 78 casos, 65% foram classificados no final do procedimento como não apre-sentando lesões obstrutivas. Não ocorreram complicações relevantes relacionadas com ouso de adenosina. Ao longo do seguimento (mediana 381d; IIQ 188-525) a incidência deMACE foi de 14,1% (ou 12,9% vs 21,6% esperados pelo score, se tivermos em conta que2 eventos foram CABG na sequência de um FFR significativo; p=0,09); não ocorreramóbitos.

Conclusões: A utilização de fio de pressão para avaliação funcional invasiva por FFR ésegura e proporciona, na prática corrente da intervenção coronária, bons resultados clíni-cos quando usada para orientar a estratégia de tratamento.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | NOVOS DESAFIOS DA CARDIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

NOTAS

C 122IMAGING ASSESSMENT OF LEFT ATRIAL APPENDAGE IN THE PERCUTANEOUS CLOSURE SET-TING - TRANSESOPHAGEAL ECHO VERSUS ANGIOGRAPHY

E. INFANTE DE OLIVEIRA1, SUSANA ROBALO MARTINS1, ANA G. ALMEIDA1, LUÍS CARPINTEIRO1, JOÃO DE

SOUSA1, P. CANAS DA SILVA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Objective: Compare transesophageal echo (TEE) with angiography (ANGIO) in terms ofleft atrial appendage (LAA) morphology assessment, in the context of percutaneous LAAclosure.

Background: Meta-analyses confirmed that in cases of left atrial thrombus in non-rheumatic atrial fibrillation, approximately 90% of them are in the LAA. Percutaneous sealof the LAA prevents thromboembolic stroke. Adequate morphology assessment is essen-tial to determine eligibility for percutaneous closure and determine the correct size of thedevice to implant. The device is usually upsized considering the largest ostium diameter.

Methods: In patients selected for LAA closure using the WATCHMAN percutaneous system,TEE was performed days prior (TEE1) and during the procedure (TEE2) and LAA ANGIO wasperformed during the procedure, before device implantation. Measurements of the LAAwere determined in 0º, 45º, 90º and 135º angles in TEE and at least two right-anterioroblique (RAO) views in ANGIO (RAO caudal and RAO cranial). Number of lobes and exis-tence of proximal bifurcation - distance between bifurcation and ostium inferior to ostiumdiameter - were determined in each modality.

Results: Five patients (four men) were selected and underwent device implantation.Mean age was 67 ± 10 years. The maximum LAA ostium diameter was 26.2±5.0 mm byANGIO; 25.9±5.7 mm by TEE1 and 24.0±5.0 mm by TEE2. In a paired-t test analysis, ANGIOvs. TEE1 maximum ostial diameters were not significantly different (p=0.720), butANGIO/TEE1 measurements were significantly greater then by TEE2 (p=0.029, p=0.009respectively). The number of lobes identified by ANGIO was significantly higher comparedto TEE (2.6±0.5 vs. 1.6±0.5, p=0.032). One patient presented a challenging anatomy with3 lobes with proximal bifurcation, requiring several attempts with 3 different devices untiladequate sealing was obtained. The proximal bifurcation was only identified by ANGIO.The maximum ostial diameter was identified in 80% of cases in the extreme angles (0ºor 135º) by TEE and 100% of cases in RAO caudal by ANGIO.

Conclusions: In patients submitted to percutaneous LAA closure, TEE2 underestimates themaximum LAA ostial diameter - probably due to relative hypovolemia / lower blood pres-sure. TEE1 is adequate to choose the correct device size to implant in the majority ofpatients. However, it should be complemented by ANGIO to identify complex anatomy,such as multiple LAA lobes with proximal bifurcation.

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I-83

C 123INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: EXPERIÊNCIAINICIAL

FRANCISCO PEREIRA MACHADO1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, EDUARDO VARANDAS1, DAVID CABRITA1, MANUEL

DE SOUSA ALMEIDA1, LUÍS RAPOSO1, JOSÉ ROQUETTE1

(1Hospital da Luz)

Introdução: Apesar da elevada taxa de sucesso da intervenção coronária percutânea, quefaz dela o procedimento de revascularização miocárdica mais utilizado actualmente, emalguns casos a gravidade da doença coronária torna a intervenção mais complexa, comconsequente prolongamento do tempo de intervenção, bem como da dose de radiação ede contraste empregues. Uma das mais recentes tecnologias que tem sido adaptada àintervenção coronária percutânea é a dos Sistemas de Navegação Magnética, que per-mitem orientar o material utilizado na intervenção, sem estar dependente da sua mani-pulação.

Objectivo: Descrever a experiência inicial de angioplastia coronária com Navegação mag-nética

Métodos e resultados: Foi realizada angioplastia de 5 lesões coronárias em 3 doentes(2 sexo feminino; idade media 64 anos) com o sistema de navegação magnéticaStereotaxis Niobe ®. Foram utilizados fios guia com um magneto na ponta (Titan® softsupport) que permite o seu direccionamento pelo campo magnético ao longo da arvorecoronária. Software dedicado permitiu a reconstrução 3D da anatomia coronária a partirda angiografia convencional, fornecendo um road-map para a orientação do fio guia pelocampo magnético.As 5 lesões tratadas foram: 3 estenoses da coronária direita, 1 estenose em bifurcação dadescendente anterior e uma oclusão crónica da circunflexa. Foram implantados 5 stents(3 com pré-dilatação e 2 com pós-dilatação).O tempo médio de procedimento foi de 83±36min, a quantidade média de contraste foide 140±52 ml e o tempo médio de Rx foi de 11±5 min. Numa população de controlo dedoentes submetidos a angioplastia (n=288),o tempo médio foi de 43±18min, a quanti-dade média de contraste foi de 165±69ml eo tempo médio de Rx foi de 11±9min.Verificou-se sucesso angiografico e do pro-cedimento nos 3 doentes.

Conclusão: Nesta experiência inicial, a an-gioplastia coronária com Navegação magné-tica revelou-se exequível. O aumento da ex-periência neste tipo de procedimentos deverá conduzir a uma redução do tempo e sobre-tudo da dose de contraste e de radiação, nomeadamente no caso de procedimentos com-plexos.

C 124RESULTADOS INICIAIS DE ENCERRAMENTO DE PSEUDOANEURISMAS IATROGÉNICOS DAARTÉRIA FEMORAL POR ADMINISTRAÇÃO DE TROMBINA GUIADA POR ECOGRAFIA

MIGUEL BORGES SANTOS1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1,PEDRO GALVÃO SANTOS1, GONÇALO CARDOSO1, ILDA TARECO1, HENRIQUE FIGUEIREDO1, MANUEL COSTA1, LUÍS

RAPOSO1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, RUI CAMPANTE TELES1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Os pseudo-aneurismas da artéria femoral (PSAF) complicam os procedimen-tos intra-arteriais diagnósticos e terapêuticos. A injecção directa de trombina (IDT) guiadapor ecografia tem vindo a assumir-se internacionalmente como terapêutica preferencialperante opções terapêuticas convencionais invasivas como a reparação cirúrgica ou limi-tadas pela eficácia e tempo dispendido na compressão tradicional ou guiada porecografia.

Objectivo: Avaliar os resultados da experiência inicial do nosso Centro no encerramentode PSAF por IDT guiada por ecografia.

Material e métodos: A técnica de IDT consiste na injecção de 1000-2000 UI de trombinade origem bovina (1000 UI/ml) e matriz de colagénio (FloSeal®) na zona central do sacodo PSAF, sob visualização ecográfica directa (Logic E®, sonda linear 7-7,5 MHz); duraçãomédia do procedimento de 10 minutos. O critério de sucesso considerado foi a trombosecompleta do PSAF controlada por ecografia, sem trombose do vaso de referência. DesdeJaneiro de 2008, data de início desta técnica no nosso Centro, até Outubro de 2009, foramestudados retrospectivamente os resultados, complicações e características clínicas detodos os doentes submetidos a IDT.

Resultados: Treze doentes (idade média 64±9,46 anos, 38% sexo masculino) que desen-volveram um PSAF na sequência de procedimento percutâneo femoral: coronariografiaisolada em 5 dts (38%); angioplastia em 4 dts (31%); outros procedimentos cardíacos em4 dts (31%). A mediana da duração do cateterismo foi de 40 min (intervalo interquartil,IIQ, 29,5-53); a mediana da dose de HNF 3750 U (IIQ 2500-7125). O IMC médio foi28,3±8,9 kg/m2; 15% dts eram diabéticos e 85% eram hipertensos. A creatinina média1,5±0,8 mg/dl. Relativamente aos antitrombóticos utilizados previamente ao cateteris-mo: 54% dts estavam sob anti-agregação, 15% sob anticoagulação e 23% sob ambos osregimes terapêuticos. Verificou-se sucesso imediato, determinado por ecografia, em todosdoentes (100%); não se verificaram reacções alérgicas, complicações embólicas ouinfecção local (follow-up 30 dias). A mediana do tempo de internamento após IDT foi 2dias (IIQ 1,25-2,0), com tempo total de 8 dias (IIQ 6,5-16,25).

Conclusões: A administração de trombina guiada por ecografia é um método rápido,seguro e eficaz para o encerramento de pseudoaneurismas iatrogénicos da artériafemoral, sendo actualmente a estratégia preferencial no nosso Centro.

C 125IMPLANTAÇÃO DA BIOPRÓTESE AÓRTICA COREVALVE® - IMPORTÂNCIA DA CURVA DEAPRENDIZAGEM NA DIMINUIÇÃO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES

ISABEL MAGINA1, TERESA SILVA1, ANA RODRIGUES1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A bioprótese Corevalve® foi desenvolvida com o objectivo de substituir aválvula aórtica nativa, através de uma abordagem percutânea por via arterial retrógada.Trata-se de uma técnica inovadora, que veio dar resposta a doentes com estenose valvu-lar aórtica severa, com contra-indicação para cirurgia de substituição valvular. O benefíciona morbi-mortalidade para os doentes obriga a uma criteriosa selecção dos mesmos. Osucesso da intervenção depende desta correcta selecção e de circunstâncias de naturezatécnica. A complexidade desta técnica traduz-se na dificuldade da curva de aprendiza-gem, exigindo a certificação das pessoas que a praticam (médicos e enfermeiros), sendouma das suas limitações a necessidade de utilizar introdutores arteriais vasculares degrande diâmetro (18 French). O objectivo deste estudo foi avaliar a associação entre acurva de aprendizagem técnica e as complicações vasculares.

Material e métodos: Estudo transversal retrospectivo numa população de 32 doentes,submetidos a substituição percutânea com Corevalve®. Para a avaliar a curva de apren-dizagem os doentes foram divididos em 2 grupos: primeiros 16 doentes (grupo 1) esegundos 16 doentes (grupo 2). As complicações vasculares foram avaliadas pela neces-sidade de correcção cirúrgica do acesso vascular e ocorrência de hemorragia/hematomacom necessidade de transfusão sanguínea (complicações minor) e mortalidade intra-hos-pitalar de causa vascular (complicações major).

Resultados: No grupo 1 verificou-se a ocorrência de complicações vasculares minor em 5(31,3%) e no grupo 2 em 4 (25,0%) doentes (OR=1,36, IC a 95% 0,22-8,74). A mortali-dade de causa vascular no grupo 1 foi de 1 (6.3%) doente e no grupo 2 não houve nen-huma morte de causa vascular (p=0,053). A ocorrência de uma morte de causa vascularaponta para a importância da abordagem do vaso para a eficácia desta técnica. Estesresultados, apesar de não estatisticamente significativos devido ao pequeno tamanho daamostra, apontam para a importância da curva de aprendizagem na redução das compli-cações vasculares.

Conclusão: Observou-se uma diferença, apesar de não estatisticamente significativa,entre a curva de aprendizagem e a ocorrência de complicações vasculares, sendo de pre-ver a sua diminuição com o aumento da experiência e a melhoria dos dispositivos.

C 126O ACESSO RADIAL NOS PROCEDIMENTOS CORONÁRIOS PERCUTÂNEOS DIAGNÓSTICOS E DEINTERVENÇÃO: TAXA DE SUCESSO

JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, RUI PROVIDÊNCIA1, PAULA MOTA1, A. M. LEITÃO MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: O acesso radial (AR) está a ser progressivamente mais usado na angiografiacoronária e intervenção coronária percutânea (ICP). A sua maior vantagem é a baixaincidência de complicações vasculares no local da punção, tornando-o numa alternativabastante atraente ao acesso femoral. No entanto, está associado a uma maior taxa deinsucesso, que por vezes obriga à mudança da via (crossover) para a artéria femoral.

Objectivo: Avaliar a taxa de sucesso e insucesso do AR num centro com 5 anos de expe-riência nesta técnica.

Material e métodos: Estudo retrospectivo realizado de Dezembro de 2007 a Dezembrode 2009, numa população de 1630 doentes (dts) que realizaram angiografiacoronária/ICP por via radial. Características basais: idade média 64,8±11,7 anos, 34,8%mulheres, diabetes (DM) 25,4%, hipertensão 63,6%, dislipidémia 50,5%, tabagismo20,4%, obesidade 34,7%, enfarte agudo do miocárdio prévio 16,8%, ICP prévia 13,6% erevascularização miocárdica cirúrgica prévia 1%. Os motivos dos procedimentos foram sín-drome coronário agudo em 34%, suspeita de doença coronária (DC) em 54%, valvulopa-tia em 6,6% e outro em 5,2%. Foi avaliada a taxa de crossover para a artéria radial con-tralateral/artéria femoral e analisados os motivos do insucesso.

Resultados: Na população estudada foi diagnosticada DC em 51,6% dos dts e foi realiza-da angioplastia em 32,7% dos casos. Foi necessário recorrer a uma via alternativa em 101dts (6,2%), o que se traduziu em 5,5% de crossover para a artéria femoral e 0,7% para aartéria radial contralateral. Os motivos da troca de acesso foram: tortuosidadesubclávia/arco aórtico em 3,8%, necessidade de suporte para ICP (tratamento de lesõescomplexas) em 1,7%, espasmo da radial em 0,4%, fibrose radial em 0,1% e oclusão radi-al em 0,1%. Numa análise univariada, verificou-se que a taxa de crossover foi mais fre-quente no sexo feminino (6,5% vs 6% p<0,001), nos dts com indice de massa corporal <20 (20% vs 6,7%, p= 0,001), na presença de DC (p=0,008, OR 1,7) e na ICP (p=0,004, OR1,8). A idade, presença de DM e o motivo do procedimento não foram predictores da uti-lização da via de acesso alternativa.

Conclusões: A cateterização por via transradial requer maior aperfeiçoamento técnico quea via transfemoral, pelo que o seu sucesso aumenta com a experiência dos operadores.Na população estudada veriificou-se uma baixa taxa de insucesso no AR, sendo que atroca de via foi motivada maioritariamente por variantes anatómicas ou intervenção coro-nária percutânea de doença complexa.

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I-84

C 127FIRST VALIDATION STUDY OF NEW FOURIER-DOMAIN OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHY(FD-OCT): A PHANTOM STUDY

SATOKO TAHARA1, HIRAM BEZERRA1, MOTAZ BAINBARS1, HIROYUKI KYONO1, STAN POKRAS1, EMILE MAHANA1,RUBEN RAMOS2, MARCO COSTA1

(1University Hospitals Case Medical Center, Cleveland, OH, USA, 2Centro Hospitalar deLisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Objective: To validate the accuracy and to evaluate intra- and interobserver variability ofvascular measurements obtained in an in-vitro phantom model using novel Fourier-domain optical coherence tomography (FD-OCT) versus intravascular ultrasound (IVUS).

Background: FD-OCT enables faster image scanning with higher resolution and largerfield of view compared with previous time-domain OCT (TD-OCT) systems. Vascular meas-urements based on FD-OCT images have yet to be validated.

Methods: A dedicated cylindrical phantom with 4 sections with different known dimen-sions was used to compare 15 FD-OCT and 5 IVUS images. Two independent experts, blindto the phantom data, performed measurements in the IVUS images and FD-OCT imagesusing a dedicated platform software with automated contour-detection system for each.A total of 180 FD-OCT and 60 IVUS cross-sectional measurements of minimal lumen diam-eter (MLD), maximum lumen diameter (MaxLD) and lumen area (LA) at 3 points of eachphantom section were computed. 60 FD-OCT and 20 IVUS longitudinal length (LL) meas-urements were also performed. Accuracy of FD-OCT measurements was validated by cor-relation and absolute difference versus IVUS and by correlation and absolute differencefrom actual dimensions. Intra- and interobserver variability of FD-OCT and IVUS wereassessed by intra-class correlations (ICCs). The influence of FD-OCT catheter position onmeasurements was also evaluated.

Results: FD-OCT measurements presented excellent correlation with IVUS ( r for MLD,MaxLD, LL >0.978), although it was significantly larger than IVUS, except MaxLD (p forMLD, MaxLD, LL < 0.05). Both modalities also showed good correlation with actual dimen-sions (FD-OCT: r >0.997, IVUS: r >0.979). However, absolute difference between measure-ments and actual phantom dimensions for MLD, LA, LL was significantly smaller in FD-OCT compared to IVUS, except measurement of largest LA (p < 0.05). Intra- and interob-server correlations were excellent for all FD-OCT variables (ICC ?0.9995), which were alsohigh in IVUS (ICC ?0.9938). Image catheter position did not influence FD-OCT measure-ment results.

Conclusion: FD-OCT vascular measurement is more accurate and reliable than IVUS owingto excellent intra- and interobserver correlations using an in-vitro phantom model. Theseresults are promising for future use of FD-OCT in the clinical setting.

C 128ABLAÇÃO ALCOÓLICA DO SEPTO - EXPERIÊNCIA INICIAL DE UMA ALTERNATIVAPERCUTÂNEA PARA OS DOENTES COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA

ANTÓNIO FIARRESGA1, ANA GALRINHO1, DUARTE CACELA1, RUBEN RAMOS1, HAMAD HAMAD1, LÍDIA DE

SOUSA1, LUÍS BERNARDES1, LINO PATRÍCIO1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Os doentes com Cardiomiopatia Hipertrófica Obstrutiva (CMHO) com sintomatologia condi-cionante da sua qualidade de vida e gradiente sub-aórtico significativo, apesar da ter-apêutica médica optimizada, beneficiam com a diminuição da obstrução por técnicasinvasivas. A ablação alcoólica do septo interventricular tem vindo a estabelecer-se, hámais de uma década, como uma alternativa à tradicional miectomia cirúrgica. Em Janeirode 2009 iniciámos no nosso centro o tratamento percutâneo da CMHO através desta téc-nica.

Objectivo: Descrever a nossa experiência inicial com a ablação alcoólica do septo para otratamento da CMHO.

Métodos e resultados: Oito doentes (todos do sexo feminino) com CMHO e critérios paratratamento invasivo foram referenciados para tratamento entre Janeiro e Novembro de2009. A idade média foi de 63,2 ± 14 anos (34-77 anos). Seis doentes estavam sob dosemáxima tolerada de B-bloqueante + antagonista dos canais de cálcio e dois apenas tol-eravam B- bloqueante. Todos tinham dispneia de esforço (6 em classe III e 2 em IV daNYHA) e 3 tinham angor para pequenos esforços. A média do gradiente sub-aórtico foide 115 ± 22 mmHg. Uma doente tinha bloqueio completo de ramo esquerdo de base,colocando-a em risco muito elevado para bloqueio A-V completo (BAV), tendo optado pelacolocação de PM definitivo DDD e o procedimento efectuado após a constatação damanutenção da obstrução. Em todos os doentes foi utilizado contraste intramiocárdico eadministrado álcool a 96% (média 2,4 ± 0,2 cc). Não houve complicações durante o pro-cedimento. A média do CK máximo foi de 921 ± 416 U/L. Cinco doentes apresentaram umscore do risco para BAV baixo, dois risco intermédio e um risco elevado. Uma doente man-teve episódios de BAV de alto grau até às 72 horas. Não houve necessidade de implan-tação de PM definitivo após o procedimento. Não se documentaram disrritmias, além defibrilhação auricular de novo em uma doente. Uma doente mantém queixas importantese gradiente sub-aórtico >50 mmHg, sendo um caso de insucesso. Em quatro doenteshouve uma clara melhoria da sintomatologia e diminuição do gradiente para 0 a 20mmHg. Em três doentes ainda não é possível concluir sobre o sucesso por o seguimentoser de curta duração. Não houve mortalidade nesta população.

Conclusão: A ablação alcoólica do septo é já uma realidade no nosso centro e análisedesta experiência inicial é encorajadora para a sua afirmação como uma alternativa váli-da à cirurgia no tratamento da CMHO.

C 129CORRELAÇÃO ENTRE OS DADOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E ECOCARDIOGRAMATRANSTORÁCICO NA AVALIAÇÃO DE DOENTES COM COARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA

CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, HELENA ANDRADE1, NATÁLIA ANTÓNIO1, DINA RODRIGUES1, PAULO DONATO1,GRAÇA CASTRO1, ANTÓNIO MARINHO DA SILVA1, MARIA JOÃO FERREIRA1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A.PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: As complicações cardiovasculares (CV) detectadas no seguimento clínico dedoentes com Coarctação da Aorta (CoAo) justificam uma vigilância aumentada. O ecocar-diograma transtorácico (ETT) foi até há poucos anos o pilar nesta avaliação. Contudo, aressonância magnética (RM) é actualmente o meio de imagem de referência na avaliaçãomorfofuncional da Ao.

Objectivo: Comparar os dados de ETT e RM obtidos no seguimento clínico a longo prazode numa população de doentes com CoAo corrigida. Métodos: Estudo retrospectivo de 51doentes com CoAo corrigida (tempo médio de seguimento clínico: 20±7 anos).Comparámos dados de RM e ETT em 35 doentes, realizados em média 18 anos após aprimeira correcção de CoAo. Considerámos significativos redução do calibre Ao >50% naRM e gradiente Ao ascendente/descendente (GAo a/d) por ETT>20 mmHg.

Resultados: A idade actual média foi 29±9 anos e na altura da intervenção 9±9 anos;61% são do sexo masculino e o local de CoAo era pós-ductal em 87% dos casos. A formade correcção inicial foi cirúrgica em 90,2% e por intervenção percutânea em 9,8%. Naavaliação por RM, 14.3% apresentam imagens da Ao normais. Foram visualizadas CoAolocalizadas em 11,4%, hipoplasias em 60% (hipoplasias do arco em 23%), ectasias e per-sistência da veia cava superior esquerda em 5,7%.Não foram visualizadas imagens sug-estivas de dissecção. Foram detectadas reduções significativas do calibre da Ao descen-dente em 17% dos casos e reduções ligeiras-moderadas em 66%. Por ETT, 60% tinhamGAo a/d>20 mmHg. Todos os doentes com redução significativa e 61% dos doentes comredução ligeira-moderada do calibre da Ao na RM apresentam GAo a/d >20 mmHg. Noentanto, 28,6% não apresentam gradiente significativo por ETT e têm redução ligeira-moderada do calibre na RM. Houve concordância entre os exames na visualização demembrana subvalvular aórtica (11,4%), insuficiência aórtica (31%) e na avaliação dafunção ventricular sistólica.

Conclusão: Há concordância na maioria dos casos entre os dados de ETT e RM relativos àgravidade das reduções do calibre Ao e gradiente gerado, avaliação morfofuncional daválvula aórtica e função ventricular. No entanto, a RM permite detectar áreas de reduçãoligeira-moderada do calibre que não geram gradiente significativo por ETT, anomalias vas-culares associadas, áreas de hipoplasia e ectasias dificilmente observadas por ETT, tornan-do-a num meio de imagem importante na avaliação de complicações CV tardias emdoentes com CoAo corrigida.

C 130PREDITORES DE MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM ANGIOPLASTIA ISOLA-DA DA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR PROXIMAL - CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DESCORE DE RISCO

SÍLVIO LEAL1, RUI CAMPANTE TELES1, MIGUEL ALVES2, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1,PEDRO JERÓNIMO SOUSA1, JOÃO BRITO1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Hospital Distrital deSantarém, EPE)

Introdução: A doença aterosclerótica proximal da artéria Descendente Anterior apresen-ta um risco de morbilidade e mortalidade particularmente elevado. Os determinantesclínicos e angiográficos de prognóstico estão contudo ainda mal definidos nesta popu-lação, impossibilitando uma adequada estratificação e selecção de estratégias terapêuti-cas ideais.

Objectivo: Determinar os preditores independentes de mortalidade a longo prazo emdoentes submetidos a angioplastia isolada da Descendente Anterior proximal.

Métodos: Estudo prospectivo longitudinal de centro único incluindo 342 angioplastias(ICP) isoladas da artéria Descendente Anterior proximal, de entre um total de 5611 pro-cedimentos (6,1%) realizados entre Janeiro de 2003 e Junho de 2008. Idade média de61,2±12,3 anos, 71,9% sexo masculino. Características basais: HTA 59,6%, DM 20,5%, dis-lipidémia 58,8%, tabagismo 29,5%, antecedentes EAM 46,8%. Forma de apresentação:DAC estável 53,2%, AI 7,6%, EAMSST 17,8%, EAMCST 21,3%. Caraterísticas da ICP: BMS24,7%, DES 75,3%; comprimento total de stent 20,8±1,0mm, diâmetro mínimo de stent3,1±0,4mm. Determinaram-se os preditores independentes de mortalidade nesta popu-lação através de análise univariada seguida de regressão multivariada de Cox. Construçãoe validação de score de risco multifactorial para mortalidade a longo prazo pós-ICP daDescendente Anterior proximal.

Resultados: No seguimento total (723±485 dias), os preditores independentes de mortali-dade a longo prazo determinados foram: apresentação como SCA (P=0,03), fracção deejecção VE <50% (P=0,017), doença vascularextracardíaca (P=0,027) e diâmetro mínimo dostent implantado ≤3,0mm (P=0,012). O score derisco aditivo multifactorial (Score DAp) construídocom os preditores determinados, pontuação 0-4,foi testado em modelo de regressão de Cox ondedemonstrou diferenças significativas de mortali-dade a longo prazo entre os quatro subgrupos derisco testados (P<0,001) [gráfico em anexo].

Conclusão: Numa população de doentes coro-nários submetidos a angioplastia isolada da Descendente Anterior proximal, determi-naram-se os preditores independentes de mortalidade a longo prazo. A aplicação do scorede risco elaborado poderá constituir uma ferramenta clínica útil na prática clínica.

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I-86

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 131DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - TODOS IGUAIS?

FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, SUSANA COSTA1, FÁTIMA FRANCO1, PEDRO

MONTEIRO1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A estratificação do risco de doentes internados por insuficiência cardíaca (IC) éessencial para uma adequada abordagem terapêutica e melhoria do prognóstico.

Objectivo: Comparar o prognóstico de doentes internados por IC em função de um score derisco atribuído na admissão.

População e métodos: Aos 163 doentes consecutivos, internados numa mesma unidade detratamento de IC avançada, atribui-se um score de risco, baseado na aplicação de 5 parâme-tros: idade> 70 anos; frequência cardíaca> 70bpm; hemoglobina <12gr/dL no sexo femini-no e <13gr/dL no masculino, taxa estimada de filtração glomerular <60mL/min e BNP>500pg/mL. À presença de um destes critérios atribuiu-se o valor 1 e à sua ausência 0. Assim,constituíram-se 2 grupos: grupo A com scores ≤ 2 (n=100); grupo B scores ?3 (n=63).Ambos foram comparados relativamente a variáveis demográficas, etiologia e forma deapresentação da IC, co-morbilidades associadas, hábitos medicamentosos, parâmetros clíni-cos e analíticos e terapêutica de alta.Definiu-se como endpoint primário morte de causa cardiovascular, transplante ou reinterna-mentos até 180 dias após a alta.O follow-up mediano foi de 4,1 anos.Os testes t student e qui-quadrado foram utilizados quando apropriado.

Resultados: O grupo B incluiu mais idosos (64,60 ± 13,17 anos vs. 52,53 ± 13,59 anos; p<0,001), maior número de casos de edema agudo do pulmão (17,5% vs. 6,0%; p=0,02) ede IC descompensada por uma infecção associada (39,7% vs. 19,6%; p=0,005).Relativamente aos antecedentes, a doença cerebrovascular (p=0,037) e história familiar depatologia cardiovascular (p=0,043) foram também mais frequentes neste grupo.A medicação crónica e a fracção de ejecção ventricular esquerda não demonstraram dife-rença significativa. Os valores médios de creatinina na admissão foram superiores para ogrupo B (p <0,001) e os de hemoglobina inferiores (p <0,001). A terapêutica após alta diferiuapenas pela menor prescrição de beta-bloqueantes nesse grupo (p <0,043).O grupo B apresentou uma mortalidade global (56,5% vs 10,4%; p <0,001) e um endpointcombinado para morte ou transplante (67,4% v 40,3%; p=0,004) significativamente supe-riores. O endpoint combinado com reinternamentos foi também maior nesse grupo (77,8%vs 63,0%), mas sem diferença significativa (p=0,093).

Conclusões: A morbilidade e mortalidade em doentes com IC avançada são elevadas. A apli-cação de um score de risco na admissão foi um bom preditor de mortalidade na nossa po-pulação.

C 132INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E MORTALIDADE INTRA-HOSPITALAR

HÉLIA MARTINS1, FÁTIMA SARAIVA1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1,SUSANA COSTA1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Vários estudos têm identificado múltiplos preditores da mortalidade a longoprazo em doentes admitidos por insuficiência cardíaca (IC) avançada. A mortalidade intra-hospitalar parece não partilhar esses mesmos factores.

Objectivo: Caracterizar uma população de doentes falecidos durante um internamentopor IC avançada.

População e métodos: Estudaram-se 349 doentes internados numa unidade de trata-mento de insuficiência cardíaca avançada entre Janeiro de 2003 e Junho de 2006.Constitui-se o grupo A - doentes falecidos durante o internamento (n=30) e o Grupo B -doentes vivos à data de alta (n=319). Em ambos foram comparadas variáveis demográfi-cas, etiológicas, a terapêutica prévia, os factores de risco cardiovascular, as comorbili-dades, os parâmetros clínicos, analíticos e imagiológicos.O teste Qui-quadrado e t de student foram utilizados quando indicado.

Resultados: Os dois grupos não apresentaram diferença significativa atendendo à idadee ao género.O grupo A incluíu mais doentes em choque cardiogénico (50 vs. 5%, p <0,001), com IC decausa valvular (20,7 vs. 7,6%, p=0,017) e hipertensiva pulmonar (13,3 vs. 2,2%;p=0,001), mas menos com miocardiopatia dilatada (23,3 vs. 54,0%; p=0,001).O grupo A fazia menos IECA's (28,6 vs. 65,8%; p=0,001) e ‚ bloqueantes (14,3 vs. 48,2%;p=0,03). A presença de factores de risco cardiovascular, os parâmetros electrocardiográfi-cos e a fracção de ejecção por angiografia de radionuclídeos não diferiram entre os gru-pos.A diurese nas primeiras 8 horas era significativamente mais baixa no grupo A (450,43 ±369,86 vs. 839,74 ± 639,27ml; p=0,007), assim como o sódio sérico (134 ± 7,20 vs.136,48 ± 4,61mEq/L; p=0,001), a hemoglobina (12,19 ± 1,80 vs. 13,21 ± 2,18g/dL;p=0,025) e o BNP na admissão (2463,96 ± 1709,96 vs. 1267,48 ± 1166,51pg/mL;p=0,001). O valor da creatinina não demonstrou diferença significativa.

Conclusão: Existem diversos factores que podem ser importantes na avaliação inicial deum doente internado por insuficiência cardíaca avançada, porque podem permitir ummais adequado planeamento terapêutico e predizer um prognóstico.

C 133QUE FUTURO PARA UM DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA? A RESPOSTAESTÁ… NO PÉPTIDO NATRIURÉTICO TIPO B

PAULO MENDES1, FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, RUI BAPTISTA1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, ELISABETE JORGE1,SUSANA COSTA1, FÁTIMA FRANCO1, PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1 Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O Péptido Natriurético tipo B (BNP) é um parâmetro laboratorial amplamentevalidado no diagnóstico de Insuficiência Cardíaca. No entanto, o seu impacto prognósticoestá menos bem estabelecido.

Objectivo: Avaliar se o valor do BNP na admissão tem impacto prognóstico em doentesinternados por Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC).

População: Análise prospectiva, longitudinal, contínua de 201 doentes admitidos numaUnidade de Cuidados Intensivos entre 2003 e 2006. Os doentes foram divididos de acor-do o seu valor de BNP à entrada em: Grupo A (BNP<500pg/ml) e Grupo B(BNP<500pg/ml). O endpoint primário foi o composto de morte, transplante cardíaco oure-internamento por insuficiência cardíaca.

Resultados: O Grupo A era composto por 57 doentes (28.4%) enquanto que do Grupo Bfaziam parte 144 doentes (71.6%). Este apresentava mais elementos do sexo masculino(77.0 vs 59.7%, p=0.01), menor fracção de ejecção ventricular esquerda (25.73±10.29 vs31.13%±11.82), creatinina na admissão superior (1,47±0,08 mg/dL vs 0.76±0,10 mg/dL).Os grupos eram semelhantes relativamente à idade (57.35±12.88 vs 57.07±15.57 anos),tipo de ICC e à medicação prévia. À data de alta, os grupos apresentaram uma prescriçãosemelhante de Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (81.1 vs 83.6%;p=0.688), Antagonistas dos Receptores da Angiotensina (17.0 vs 12.9%; p=0.468), Beta-Bloqueantes (79.2 vs 74.4%; p=0.489) e Espironolactona (92.5% versus 87.2%; p=0.309).Durante um seguimento clínico médio de 41 meses, efectuado a 147 doentes (73,1%), oendpoint primário foi significativamente mais frequente no grupo B (52.3 vs 69.5%;p=0.045) - Figura 1.

Conclusão: Nos doentes internados porInsuficiência Cardíaca avançada, o BNP tem valorprognóstico, dado que valores marcadamenteelevados à admissão estão significativamenteassociados a maior mortalidade, transplantaçãocardíaca e re-internamento por InsuficiênciaCardíaca, mesmo quando utilizada a terapêuticamédica optimizada.

C 134CORRELAÇÃO ENTRE O VALOR DO NT-PROBNP SÉRICO E OS PARÂMETROSHEMODINÂMICOS OBTIDOS POR BIOMPEDÂNCIA ELÉCTRICA TORÁCICA EM DOENTES COMINSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA

HAMAD HAMAD1, JOANA FELICIANO1, RUI M. SOARES1, ANA LOUSINHA1, NINEL SANTOS1, FILIPA FERREIRA1, BRUNO

TERENO VALENTE1, SOFIA SILVA1, FERNANDO MIRANDA1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

O marcador neurohormonal NT-proBNP tem significado diagnóstico e prognóstico emdoentes (dts) com insuficiência cardíaca (IC), continuando a estar menos estudada a sua cor-relação com parâmetros hemodinâmicos.

Objectivo: Investigar se os níveis séricos de NT-proBNP se correlacionam com os parâmetroshemodinâmicos obtidos, de forma não invasiva, por bioimpedância eléctrica torácica (BET).

Métodos: Estudámos 120 dts com IC crónica por disfunção sistólica ventricular esquerda(DSVE) - 37% de etiologia isquémica, 76% do sexo masculino, idade 52,1±2,1 anos, fracçãode ejecção ventricular esquerda 27,6±7,9%, 83% em ritmo sinusal, 96% sob iECA e/ouARAII, 79% sob beta-bloqueante e 20% tratados com dispositivo de ressincronização cardía-ca. Após 15 minutos de repouso, foi colhido sangue venoso periférico para determinar ovalor do NT-proBNP e obtidos os parâmetros hemodinâmicos por BET (sistema ÒBioZ ICG,CardioDynamics; médias de 20 minutos de aquisição).

Resultados: Os valores de NT-proBNP variaram entre 54,8 e 10924,0 pg/ml (média=2163,5,DP=2387,8, mediana=1237,5). As correlações obtidas são apresentadas no quadro. As corre-lações mais fortes foram com o VE e o FTT, que não se correlacionaram entre si - r=0,0062,p=NS (0,508).(DC-débito cardíaco, l/min; IC-índice cardíaco, l/min/m2; VE-volume de ejecção, ml; IVE-índice de volume de ejecção, ml/m2; RVS-resistência vascular sistémica, dines.s.cm-5, IRVS-índice de resistência vascular sistémica, dines.s.cm-5.m2; FTT-fluido torácico total, kohm-1).

Conclusão: O NT-proBNP correlaciona-se com parâmetros hemodinâmicos obtidos por BETem dts com IC crónica. As correlações mais fortes foram com o VE e o FTT que, por sua vez,não se correlacionaram entre si, o que sugere serem dois determinantes independentes dovalor do NT-proBNP neste dts.

Variável Média±DP Variação r com NT-proBNP p

DC 4,5±1,2 1,9 a 8,1 -0,20 0,031IC 2,4±0,6 0,9 a 4,3 -0,15 NS (0,102)VE 59,9±18,2 18 a 104 -0,35 <0,001IVE 32,3±9,4 8,5 a 61,5 -0,30 0,001RVS 1508,2±520,1 591 a 3368 0,16 NS (0,098)IRVS 2768,6±934,1 1140 a 7140 0,10 NS (0,284)FTT 32,4±5,7 20,6 a 45,8 0,32 0,00

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C 135END-TIDAL CO2 PRESSURE, THE FORGOTTEN PARAMETER - CORRELATION WITH CARDIACOUTPUT AND STROKE VOLUME IN PATIENTS WITH HEART FAILURE

ALEXANDRA TOSTE1, RUI M. SOARES1, JOANA FELICIANO1, BRUNO TERENO VALENTE1, NINEL SANTOS1, SOFIA

SILVA1, ANA LOUSINHA1, HAMAD HAMAD1, FILIPA FERREIRA1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Decreases in cardiac output (CO) and pulmonary blood flow result in worse perfusion ofthe alveoli and a decrease in end-tidal CO2 pressure (PetCO2). Attempts to determine COusing PetCO2 are encouraging in individuals with healthy lungs and heart, whereas theresults are controversial when the lungs or the heart are diseased.

Aim: to evaluate the correlation between rest PetCO2 and rest CO and stroke volume (SV)in patients (pts) with heart failure (HF) due to left ventricle systolic dysfunction (LVSD).

Methods: we studied 120 pts with HF due to LVSD (76% male, age 52.1±12.1 years, 37%of ischemic aetiology, left ventricle ejection fraction 27.6±7.9%, 83% in sinus rhythm, oncontemporary pharmacological therapy, 20% with a cardiac resynchronization device, andwith clinic, image and spirometry showing no significant primary lung disease), referredto our laboratory for cardiopulmonary exercise testing (CPX). Before exercise testing, onsupine position, after 15 minutes of rest, capnograhy (Vmax system) and impedance car-diography (ICG - CardioDynamics system) were simultaneous performed, and the meansof 20 minutes acquisitions were considered. Capnographic PetCO2 and ICG CO and SV wereanalysed.

Results: PetCO2 ranged from 2.7 to 7.0 kPa (4.4±0.8, median=4.4), CO from 1.9 to 8.1L/min (4.5±1.2, median=4.3), and SV from 18 to 104 ml (60.2±18.1, median=61). By lin-ear regression, PetCO2 correlates with both CO and SV - with CO: r=0.18, p=0.028 and withSV: r=0.28, p=0.001. Using ROC curves analysis, PetCO2 vs CO and SV, respectively,AUC=0.60 and 0.61, 95%CI=0.34-0.87 and 0.78-0.92. A value of PetCO2 ? 4.7 kPa showeda predictive accuracy of 63% for CO > 4.5 L/min, and of 74% for SV > 55 ml.

Conclusion: rest PetCO2, a parameter easily obtained by CPX systems, correlates with restCO and SV in pts with HF due to LVSD and without lung disease.

C 136PROGNÓSTICO AGUDO E SUB-AGUDO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRACÇÃO DEEJECÇÃO PRESERVADA. RESULTADOS PRELIMINARES DO RICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIACARDÍACA AGUDA)

LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, BRUNO RODRIGUES1, EMANUEL CORREIA1, RITA FARIA1, PEDRO GAMA1, PEDRO FERREIRA1, LUÍS

NUNES1, LUCIANO ANTUNES1, CELESTE NASCIMENTO1, JOÃO PIPA1, ANTÓNIO COSTA1, COSTA CABRAL1, ODETE DIONÍSIO1, JOSÉ

LOPES DE CARVALHO1, CARLA HENRIQUES2, ANA MATOS2, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE, 2Instituto Politécnico de Viseu)

Introdução: Na Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) com fracção de ejecção preservada (FEP)os factores de mau prognóstico agudo e sub-agudo não estão tão bem definidos como na ICC comfracção de ejecção deprimida (FED).

Objectivos e Métodos: Em doentes (D) consecutivamente admitidos por ICC aguda e/ouagudizada e estratificados segundo FEP (≥50%) ou FED (<50%) foram estudadas as característi-cas demográficas e clínicas da admissão do 1º grupo em relação com eventos adversos (EA)(definidos como um ou mais dos 4 seguintes): complicações no internamento (CI), agravamentoda função renal (AFR), morte (M) ou intercorrência cardiovascular até 3 meses após alta (IC3M).Estudo iniciado em Abril de 2009 no âmbito do protocolo RICA.

Resultados: Incluídos 176 D (51,7% mulheres, significativamente mais velhas (78,79±9,06 vs.74,48±10,78 anos; p=0,005)). Sem diferenças significativas entre a percentagem de EA nos Dcom FEP (36,8%) e com FED (35,3%) excepto na IC3M que foi mais frequente na ICC com FEP(23% vs. 1,8%, p=0,04). Nos D com FED há mais EA em mulheres (56,7%, p=0,028) mas na ICCcom FEP os EA não têm relação com o género. Nenhum antecedente patológico se mostrou rela-cionado com os EA na ICC com FEP, excepto a intervenção coronária percutânea prévia queaumentou o risco de AFR (Odds Ratio (OR)=11,5; Intervalo de confiança (IC) 95%=1,9-69,9).Relativamente à medicação prévia ao internamento, a presença de anti-agregantes e/ou anti-coagulantes orais na admissão aumentou o risco de CI (OR=6,5; IC90%=1,1-38,2) mas teve umefeito protector na IC3M (OR=0.35; IC95%=0,125-0,97). A ausência prévia ao internamento deIECA e/ou ARA relacionou-se com maior prevalência de EA (OR=2.58; IC95%=1,03-6,49) e aausência prévia de diuréticos de ansa relacionou-se com maior AFR (OR=3,7; 95%IC=1,2-11,1). Oderrame pleural à entrada associou-se ao aumento das complicações no internamento totais(que incluíram CI+AFR) (OR=2,81; 95%IC=1,08-7,35).Na admissão, alguns parâmetros analíticos mostraram ter significado prognóstico: anemia rela-cionou-se com CI, IC3M e EA; volume globular médio menor e índice de anisocitose eritrocitáriamaior relacionaram-se com CI; hiponatrémia associada a CI e IC3M; e níveis elevados de BNP ouPCR relacionados com M. A insuficiência renal na admissão foi associada a CI, M e EA e a idadeavançada ou valor de tensão arterial sistólica elevada na admissão relacionaram-se com AFR. Noglobal, os EA relacionaram-se com anemia, insuficiência renal na admissão e idade avançada.

Conclusões: Embora o prognóstico agudo e sub-agudo da ICC com FEP e FED pareça ser sobreponível,foram identificados neste trabalho alguns marcadores de gravidade para a FEP (alguns comuns comFED, outros inéditos) que podem ser úteis na correcta estratificação clínica destes doentes.

C 137É POSSÍVEL PREVER A OCORRÊNCIA DE SÍNDROME CÁRDIO-RENAL EM PORTADORES DEINSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

ELISABETE JORGE1, RUI BAPTISTA1, FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, PAULO MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1,CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, SUSANA COSTA1, FÁTIMA FRANCO1, PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O desenvolvimento de síndrome cárdio-renal (SCR) é um bem conhecido fac-tor de mau prognóstico nos doentes com insuficiência cardíaca (IC). Como tal, é deextrema importância que se reconheçam atempadamente quais os doentes com maiorrisco de desenvolvimento deste quadro, para lhes proporcionar uma vigilância e abor-dagem mais agressivas.

Objectivos: Determinar, numa população de doentes com IC classe III ou IV de New YorkHeart Association (NYHA), qual a incidência de SCR e quais os preditores independentesdo seu desenvolvimento. Determinar ainda, se a SCR é preditora independente de mor-talidade intra-hospitalar na nossa população. População e Métodos: Análise retrospectivade uma base de dados com 281 doentes internados numa Unidade de CuidadosIntensivos com IC classe III ou IV da NYHA. A SCR foi definida como disfunção renal àadmissão ou agravamento da creatinina de 0,3 mg/dL com o tratamento instituído.

Resultados: A incidência de SCR na população estudada foi de 60,9%. Os doentes comSCR eram significativamente mais velhos (64 vs 51 anos, p<0,001), estavam mais fre-quentemente medicados com furosemida (88,5% vs 77,3%, p=0,029), amiodarona(34,6% vs 21,6%, p=0,039) e nitratos (30,0% vs 14,4%, p=0,007) previamente ao inter-namento. Estes doentes apresentavam valores superiores de creatinina prévia, às 24horas e no momento da alta (1,9 vs 1,0 mg/dl para a prévia e 24h e 1,8 vs 1,0 mg/dlpara a da alta; p<0,001) e valores mais baixos de hemoglobina quer à admissão, quer nomomento da alta (12,2 vs 13,8 mg/dL e 12,4 vs 13,6 mg/dL; p<0,001). Estes doentes quedesenvolveram SCR tinham valores médios de fracção de ejecção ventricular esquerdasignificativamente mais altos (30% vs 26%, p=0,013) mas valores de tensão arterialdiastólica mais baixos (54,7 mm Hg vs 60,0 mm Hg, p=0,015). A infecção intra-hospita-lar foi uma complicação mais frequente nestes doentes (32% vs 17%, p=0,005). À datade alta verificou-se uma menor prescrição de beta-bloqueantes para estes doentes(65,7% vs 83,5%, p=0,003). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi significativamentesuperior nos doentes com SCR (33,9% VS 10,8%, P<0,001). Na análise multivariada veri-ficou-se que apenas a idade (p=0,002) e a creatinina à admissão (p<0,001) foram predi-tores independentes de desenvolvimento de SCR. A SCR [HR=2.661 (1,193 - 5,935),P=0,017] e a idade [HR=2.084 (1,159 - 3,748), p=0,014] foram preditores independentesde mortalidade intra-hospitalar nesta população de doentes com IC avançada.

Conclusão: Na população estudada apenas a idade e o valor de creatinina à admissãoforam preditores de desenvolvimento de SCR em análise multivariada. Confirmou-se quea SCR e a idade são preditores independentes de mortalidade intra-hospitalar. Estes dadosreforçam a ideia de que os doentes idosos e com disfunção renal devem ser alvo de umaestratégia agressiva precoce, de forma a tentar prevenir o desenvolvimento de um dosmais validados e consistentes preditores de mortalidade intra-hospitalar na IC.

C 138INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E POTÁSSIO: TEMPO DE REVER OS LIMITES DE NOR-MALIDADE?

ELISABETE JORGE1, RUI BAPTISTA1, FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, PAULO MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1,CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, NATÁLIA ANTÓNIO1, SUSANA COSTA1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1, LUÍS A.PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A hipocaliémia é frequente na insuficiência cardíaca (IC) e está associada a umaumento de mortalidade. É universalmente aceite que o limite inferior da normalidade dopotássio sanguíneo (K+) é 3,5 mmol/L; contudo, no sub-grupo de doentes com IC avançadaeste limiar de normalidade é questionável.

Objectivos: Determinar, numa população de doentes com IC classe III ou IV da New YorkHeart Association (NYHA) e com valores de k+ dentro da normalidade (3,5 - 5,5 mmol/L),se o sub-grupo de doentes com K+ entre 3,5 e 4,5 mmol/L diferia do grupo com K+ entre4,5 e 5,5 mmol/L, relativamente à incidência intra-hospitalar de disritmias ventriculares emortalidade.

População e Métodos: Análise retrospectiva de uma base de dados com 246 doentes inter-nados numa Unidade de Cuidados Intensivos com IC classe III ou IV da NYHA. Os doentesforam sub-divididos em 2 grupos, consoante os valores de potássio à admissão: A- doentescom K+ entre 3,5 e 4,5 mmol/L; B - doentes com K+ entre 4,5 e 5,5 mmol/L. Realizou-seuma análise comparativa das duas populações.

Resultados: As 2 populações comparadas eram extremamente homogéneas, não sedetectando diferenças significativas relativamente a parâmetros demográficos, etiologia daIC, terapêutica prévia, parâmetros hemodinâmicos (tensão arterial, frequência cardíaca,diurese) e comorbilidades mais relevantes (anemia, doença tiroideia, diabetes mellitus, dis-lipidémia, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença arterial periférica, doença cere-brovascular). A fracção de ejecção ventricular esquerda média (avaliada por angiografia deradionuclidos) foi de 26% nos dois grupos. Também não se detectaram diferenças inter-gru-pos nos achados electrocardiográficos. Relativamente à função renal, constatou-se que apopulação de doentes com níveis superiores de K+ tinham mais frequentemente insuficiên-cia renal (p=0,049).Os doentes com valores de K+ entre 3,5 e 4,5 mmol/L tiveram uma incidência de disritmiaventricular durante o internamento de 27,0% enquanto que na população de doentes comK+ >4,5 mmol/L a incidência de disritmia foi bastante inferior (18,7%) Relativamente à mor-talidade intra-hospitalar verificou-se que os doentes com potássio <4,5 mmol/L tiveramaproximadamente o dobro da mortalidade dos doentes com valores de potássio > 4,5mmol/L (10,4 % vs. 5,4%)

Conclusão: Numa população de doentes com IC avançada e com k+ dentro dos valores con-siderados normais, a taxa de mortalidade intra-hospitalar foi quase o dobro nos doentes comK+<4,5 mmol/L, comparativamente com os com K+ entre 4,5-5,5 mmol/L. A incidência dedisritmias também foi muito superior nesse grupo de doentes. Estes dados sugerem a neces-sidade de uma reformulação dos limiares de normalidade a adoptar nesta população especí-fica e realçam a importância da correcção agressiva das hipocaliémias de forma a preveniras disritmias, uma importante complicação nos doentes com IC avançada.

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C 139ÍNDICE DE ANISOCITOSE ERITROCITÁRIA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - IMPLICAÇÕESCLÍNICAS, ECOCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃO COM OS BIOMARCADORES CLÁSSICOS

RITA FARIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, BRUNO RODRIGUES1, EMANUEL CORREIA1, PEDRO GAMA1, PEDRO FERREIRA1,COSTA CABRAL1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Valores mais elevados do Índice de anisocitose eritrocitária (RDW) têm sido reite-radamente associados a um mau prognóstico no doente com insuficiência cardíaca. Estudosrecentes atribuíram a este novo biomarcador valor prognóstico similar ao BNP. O mecanismo sub-jacente a esta observação não é ainda totalmente conhecido.

Objectivos: Avaliar as interacções clínicas, analíticas e ecocardiográficas do RDW em pacientesadmitidos por insuficiência cardíaca aguda (IC) num serviço de cardiologia.

Métodos: Estudo prospectivo iniciado em Abril de 2009, de 173 doentes admitidos num serviçode cardiologia por IC de diferentes etiologias.Os doentes foram agrupados de acordo com os tertis de RDW: Grupo(G) A <14,3; GB: ≥14,3 a <16;GC ≥16.Os 3 grupos foram comparados para parâmetros clínicos, analíticos e ecocardiográficos utilizandoo Teste do Qui-quadrado for trend para variáveis categóricas. Para variáveis numéricas, foi utiliza-

do o teste de Kruskall-Wallis, seguido do cálculo do coeficiente de correlação de Kendall's(�)*Análise estatística com SPSS 16.00.

Resultados:A distribuição de pacientes por grupos foi: A-32,95%; B-32,95% e C-34,10%.

O RDW correlacionou-se de forma directa com os níveis de BNP, (� =0.151; p=0.01) e de forma

inversa com os níveis de hemoglobina (�= -0.312; p<0.001) e clearance de creatinina (MDRD) (�= -0.157; p=0.008). Não se verificaram diferenças significativas entre os grupos quanto aos níveisde marcadores de inflamação.Na avaliação ecocardiográfica, o RDW correlacionou-se de forma directa com a pressão arterial

pulmonar (PSAP) (�= 0.163; p=0.016). Não se verificaram diferenças significativas quanto aosvalores dos volumes diastólicos do ventrículo esquerdo (VE), relação E/e' ou fracção de ejecçãodo VE (método simpson).

Verificou-se uma correlação directa entre os valores de RDW e o tempo de internamento (� = 0.215;p<0.001). A taxa de mortalidade global foi de 4,6%, mas sem correlação com os tertis de RDW.

Conclusões: Na população estudada, o RDW relacionou-se de forma inversa com os níveis dehemoglobina e função renal e de forma directa com a PSAP. Valores mais elevados de RDW rela-cionaram-se com valores significativamente mais elevados de BNP e internamentos mais prolon-gados, o que vai ao encontro do seu já descrito papel como marcador de mau prognóstico.Um estudo com uma série superior de doentes e incluindo outras variáveis, será necessário paraesclarecer a relação da anisocitose com a doença crónica (IC) e sua influência em parâmetroshemodinâmicos.

*Significado estatístico a p≤0,05

C 140A VARIAÇÃO DO NT-PROBNP 24 E 96 HORAS APÓS INFUSÃO DE LEVOSIMENDAN EMDOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA COMO MARCADORPROGNÓSTICO A MÉDIO PRAZO

LUÍS SARGENTO1, DULCE BRITO1, HUGO MADEIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

A terapêutica com levosimendan em doentes com insuficiência cardíaca (IC) descompen-sada melhora os marcadores neurohormonais.O objectivo do presente trabalho é o de avaliar o valor prognóstico da taxa de variaçãodo Nt-ProBNP 24 e 96 horas após infusão de levosimendan em doentes com IC descom-pensada.

População e métodos: Incluímos 24 doentes, 79% homens, idade 59.9 +13.6, todos comFEj<30%, índice cardíaco 1.47 +0.58, classe funcional NYHA IV 70.8%. Determinamos o Nt-ProBNP antes, 24h e 96h após infusão de levosimendan, e a taxa de variação calculada.Os doentes foram seguidos durante 24 meses. A associação da taxa de variação do Nt-ProBNP e a mortalidade foi determinada pela curva ROC (área abaixo da curva-AUC eintervalo confiança-IC95%).

Resultados: (1) A taxa de mortalidade foi de 25%, e de reinternamento por IC de 70.8%.(2) A curva ROC para a taxa de variação do Nt-ProBNP às 24h (AUC 0.863, IC95 0.71-1.0,p=0.010) e 96 horas (AUC 0.853, IC95% 0.68-1.0, p=0.012) associou-se ao risco de mortedurante os 24 meses de seguimento. O mesmo grau de associação foi determinado parao reinternamento por IC.

Conclusão: A taxa de variação do Nt-ProBNP 24 e 96h após infusão de levosimendan emdoentes com IC descompensada é marcador da evolução clínica durante os 24 mesesseguintes, o que poderá ter utilidade clínica.

C 141PERFIL DE RISCO CARDIOVASCULAR NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRU-TIVA DO SONO

FRANCISCO FERREIRA1, OLGA AZEVEDO1, JOANA GUARDADO1, MARINA FERNANDES1, FILIPA CANÁRIO-ALMEIDA1,INOCÊNCIA MACHADO1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: A evidência actual sugere que a Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS)está associada a um aumento de risco cardiovascular, constituindo um factor de risco (FR)independente para a hipertensão arterial (HTA). A prevalência de outros FR nestes doentes(D)é elevada, contribuindo para o aumento da probabilidade de eventos cardiovasculares.

Objectivos: Avaliação dos FR numa população de D com SAOS e caracterizar a sua evolução amédio e a longo prazo.

Métodos: estudo prospectivo dos D com SAOS referenciados à consulta de Cardiologia desdeJulho de 2007, através de um protocolo com Otorrinolarigologia,com seguimento regular emintervalos de 6 meses e por um período mínimo de 1 ano. Em cada observação,foram regis-tados os valores de TA ocasional,índice de massa corporal (IMC), perímetro abdominal edoseados os valores de glicose em jejum,HbA1c,cretinina em jejum, clearance da creatinina,microalbuminúria e perfil lipídico. Foram igualmente registados os dados da Monitorização deambulatório da TA durante 24h e terapêutica efectuada. A gravidade do SAOS foi utilizada paradividir os D em 2 grupos, segundo o índice de apneia/hipopneia (IAH). Os D foram divididosutilizando como critério de agrupamento o IAH de 30 (SAOS grave). Todos os D foram trata-dos segundo a indicação,com CPAP ou cirurgia.

Resultados: Foram incluídos 25 D com uma média de idades de 52 anos (±11,9), sendo 84%(n=21) do sexo masculino.A mediana do IMC e do perímetro abdominal foram respectiva-mente de 30 (p5=23;p95=39) e de 108cm (p5=85;p95=130), não se verificando diferença sig-nificativa durante todo o período de seguimento.18 D tinham SAOS grave (78%). A prevalên-cia de HTA foi de 64%, sendo 27% dos diabéticos e 50% dislipidémicos, com igual frequêncianos dois grupos.O tabagismo verificou-se em 60% dos doentes com uma mediana de UMA de25. Durante todo o seguimento os marcadores de lesão de órgão alvo (cretinina em jejum,clearance da creatinina, microalbuminúria), perfil lipídico e HbA1c não sofreram alteraçãocom significado estatístico. Nos 2 grupos e durante o período de seguimento, verificou-se me-lhoria sustentada e significativa do perfil tensional, principalmente no período nocturno.

Conclusões: Na nossa série verificou-se uma elevada prevalência de FR cardiovascular,semalteração da sua frequência durante o seguimento. Este facto demonstra a forte correlaçãoentre o SAOS e a HTA, não parecendo influenciar os restantes FR.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | FACTORES DE RISCO CARDIOVASCULAR: DA EPIDEMIOLOGIAAO PROGNÓSTICO

C 142SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SAOS UMA ASSOCIAÇÃO INEQUÍVOCA (ESTUDOPROSPECTIVO)

B. CONDE1, T. CALVO1, JOSÉ PAULO FONTES1, A. AFONSO1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real)

A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) de prevalência crescente nos últimos anos,predomina no sexo masculino de meia-idade (24% no sexo masculino versus 9% no sexofeminino), e apresenta uma prevalência ainda superior em grupos de risco (podendo atingir50%). Como grupo de risco, a população com cardiopatia isquémica, representa um grupode interesse para estudo desta síndrome.

Objectivo: Analisar a prevalência da SAOS nos doentes internados por Síndrome CoronáriaAguda (SCA).

Material e Método: Estudo prospectivo randomizado, aplicando protocolo de investigação,com critérios demográficos, antropométricos, clínicos e analíticos de investigação e segui-mento da SCA e da SAOS. Seleccionando-se o primeiro doente do dia (das 0 às 24horas)internado com SCA para estudo de eventual SAOS, através de Estudo cardiorespiratório dosono (Stardust® II), realizado após estabilização, e confirmado posteriormente comPolissonografia (PSG) (Alice® 4) se IAH inferior a 30/hora, sendo este realizado entre 1 e 2meses após registo cardiorespiratório. Investigação elaborada após consentimento informa-do do doente. Tratamento dos dados com SPSS versão 16.

Resultados: Incluídos 88 doentes num período de 1 ano, Outubro de 2007 a Outubro de2008, 65 dos quais (73,9%) do sexo masculino e com uma média de idades de 58 anos(Max.75:Min.37). População com IMC médio de 27,4 Kg/m2 (Max.41,7:Min.20,6). A investi-gação foi compatível coma existência de SAOS em 46 casos (63%), classificando-se de graveem 21 (28,8%) casos (IAH>30/h em estudo cardiorespiratório do sono ou PSG). Verificou-seno entanto alguma discordância nos resultados apresentados por estudo cardiorespiratório ePSG, com 10 casos a não se confirmar SAOS por PSG e 2 casos diagnosticados de novo comPSG. Abandonaram, o protocolo de investigação, 28 doentes , tendo ainda falecido 2doentes. A obesidade é mais prevalente na população de SCA com SAOS, diferença com sig-nificado estatístico (28.3% versus 7,4%), tal como a disfunção diastólica que predominanesta população (23,9% versus 11,1% ). Foi instituída terapêutica com CPAP, Auto-CPAP ouBiPAP auto-sv, de acordo com a situação clínica, em 36 doentes.Conclusão: A alta prevalência da SAOS na população estudada com SCA, cujo estudo emcurso permitiu o diagnóstico e consequentemente o tratamento de um número importantede casos de SAOS, parece-nos justificar-se a inclusão no protocolo de investigação dosdoentes internados por SCA, o estudo cardiorespiratório do sono.

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C 143SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SÍNDROME DA APNEIA DO SONO - UMA ASSOCIAÇÃOSURPREENDENTE?

RICARDO FARIA1, VÂNIA AREIAS1, JORGE ROMERO1, KARL CUNHA1, JORGE MIMOSO1, WALTER SANTOS1, VICTOR

BRANDÃO1, ULISSES BRITO1, VELOSO GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: A Síndrome de Apneia do Sono (SAS), quer seja obstrutiva ou central, estáassociada a complicações cardiovasculares. Sabemos que a prevalência de SAS nosdoentes com Síndrome Coronária Aguda (SCA) é superior à da população em geral, masos estudos realizados são relativamente escassos, nomeadamente em Portugal.

Objectivo: Avaliar a prevalência de SAS numa população de doentes (D) internados porSCA numa Unidade de Cuidados Intensivos Coronários.

Metodologia: Estudo prospectivo que incluiu D internados consecutivamente com SCAcom doença coronária confirmada por angiografia. Foram excluídos os D não residentesna área de referência do hospital. Aplicou-se um inquérito com dados demográficos,antropométricos e clínicos. Após estabilização clínica foi realizado um estudo de sono como dispositivo ApneaLinkTM (Resmed) de sgreening com 2 canais (cánula nasal com trans-dutor de pressão e oxímetro de pulso). Este dispositivo foi validado comparativamente àpolissonografia em estudos prévios demonstrando para um Índice de Apneia-Hipopneia(IAH) ≥15 / hora na polissonografia, ter uma S: 91%; E 95%; VPP 91%; VPN 95% e AUC0.977. O estudo de sono foi realizado durante o internamento ou no ambulatório após aalta hospitalar. Considerou-se diagnóstico de SAS um IAH ≥ 5 / hora. O estudo foi realiza-do com prévia autorização do Comité de Ética do Hospital e consentimento informado dodoente. Os dados foram tratados estatisticamente com o programa Medcalc 9.3.

Resultados: No período de 4 meses foram incluídos 91 D com SCA. Foram excluídos 33 D(24 não residentes, 7 não colaborantes, 1 falecido e 1 com diagnóstico prévio de SAS).Completaram o estudo 58 D, 43 (74%) do sexo masculino, com idade média de 62 ± 12anos e Índice de Massa Corporal médio 27 ± 3 kg/m2. A mediana do tempo para realizaro estudo foi de 17.5 dias. O estudo foi compatível com SAS em 36 casos (62 % dos doentescom SCA), classificando-se de grau ligeiro em 20 (34.5 %), moderado em 9 (15 %) e graveem 7 (12 %). Os doentes foram orientados para a consulta de pneumologia para confir-mação da SAS por poligrafia ou polissonografia e para iniciarem terapêutica com auto-CPAP ou servoventilação de acordo com a situação clínica.

Conclusões: 1- No nosso estudo prospectivo a prevalência da SAS nos doentes internadoscom SCA foi bastante elevada (62%), sendo em 27% de grau moderado ou grave. 2- Osresultados obtidos sustentam a necessidade de um screening da SAS nos doentes inter-nados por SCA.

C 144OBESIDADE E VARIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE O SONO

CARLA ARAÚJO1, MIGUEL CORREIA1, MARIA JOSÉ FERREIRA1, TIAGO SOTTO MAIOR1, LUÍS MARTINS1

(1Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: O sono não só interfere nos valores da monitorização ambulatória da pressãoarterial (MAPA), como também no sistema autonómico e, portanto, nos valores ambu-latórios da frequência cardíaca (FC). O objectivo deste estudo foi avaliar se a obesidadeestá associada a uma alteração do padrão de declínio da frequência cardíaca durante osono.

Material e métodos: Estudo transversal retrospectivo de 2927 indivíduos, consecutiva-mente submetidos a MAPA durante 24 horas. A frequência cardíaca e pressão arterial(PA)sistólica e diastólica médias durante o período diurno e nocturno foram obtidas utilizan-do um software apropriado (Spacelabs 90121, Version 1.1) e os restantes dados demográ-ficos foram obtidos mediante entrevista e registos clínicos do doente. Foram excluídosdoentes com doença coronária estabelecida e sob medicação com fármacos bradi-cardizantes. Os grupos foram definidos em non-dipper para quedas da FC nocturna infe-riores a 10% dos valores de FC diurnos e dipper para quedas superiores a 10%. As com-parações entre os grupos foi feita com teste t para amostras indedependentes ou ANOVA.Foi utilizada regressão logística na análise multivariada.

Resultados: Os 2927 participantes (idade média 55,4±14,0 anos; 57,2% mulheres), amaioria sedentários, tinham um índice de massa corporal (IMC) médio de 28,3± 4,8Kg/m2 . Nas mulheres, mas não nos homens, observaram-se diferenças estatisticamentesignificativas no IMC entre o grupo non-dipper e dipper (média 28,87±5,44 vs 27,68±3,87Kg/m2; p=0,001). Entre os dois grupos e em ambos os sexos observaram-se diferençasestatisticamente significativas na idade e PA sistólica média, mas não na PA diastólicamédia e na duração do sono. Ajustando para as variáveis idade e PA sistólica média, ve-rificou-se que o IMC está associado ao perfil non-dipper nas mulheres e não nos homens(p=0.008 vs p=0,08), o que poderá ser explicado, pelo menos em parte, por diferenças denatureza biológica/hormonal.

Conclusão: A obesidade foi associada a uma queda da FC nocturna inferior a 10% (non-dipping) nas mulheres e não nos homens. Este efeito modificador do sexo na associaçãoentre obesidade e perfil dipper/non-dipper de FC poderá ter importância clínica e/ouprognóstica.

Perfil non-dipper Perfil dipper pMédia±DP Média±DP

Idade (anos 58,5±13,1 54,4±14,5 p<0,001IMC (kg/m2)Sexo feminino 28,9±5,4 27,9±4,7 p=0,001Sexo masculino 27,7±3,9 28,0±3,8 p=0,192

PA sistólica média (mmHg) 131,9±18,2 128,4±16,0 p<0,001

C 145IMPACTO DA SÍNDROME METABÓLICA EM DOENTES COM RESTENOSE

ANA FAUSTINO1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, GISELA COSTA1, SÉRGIO

BARRA1, FRANCISCA CAETANO1, MARCO COSTA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) relaciona-se com elevado risco de doença coro-nária aterosclerótica, mas o seu impacto na restenose de stent (R) não se encontra bemdefinido.

Objectivos: Avaliar o efeito da SM em doentes (D) internados por Restenose de lesão pre-viamente tratada (R).

Métodos: Estudo retrospectivo de 61D consecutivos (65±11 anos, 78,7% homens, 42,6%diabéticos, 73,8% hipertensos, 29,5% obesos, 80,3% com dislipidemia) internados por Rconfirmada angiograficamente durante um período de 2 anos. Foram divididos 2 gruposcom base na presença - S (25D, 41,0%) ou ausência - N (36D, 59,0%) de SM. A SM foidefinida com base nos critérios NCEP: ATP III, excepto no que respeita à obesidade cen-tral, que foi substituída por IMC ≥ 30Kg/m2, considerando-se SM com ≥ 3 critérios. Foramcomparados nos 2 grupos características clínicas, angiográficas, abordagem terapêutica epresença de eventos cardíacos adversos (MACE - morte de causa cardíaca, reenfarte,restenose, recateterização e reinternamento por Insuficiência Cardíaca) com um segui-mento até 6 meses (M).

Resultados: S era composto por 76,0% homens (vs 80,6% no grupo N, p=n.s.), de 66±10anos (vs 64±11, p=n.s.). No que respeita a factores de risco cardiovascular, apenas osincluídos na definição de SM apresentaram diferença significativa (DS) entre os grupos.Não foram encontradas DS no que respeita a tipo de stent e outra terapêutica coronáriaprévia. A apresentação clínica nos 2 grupos, o período de tempo que a mediou, as carac-terísticas das lesões com R e o tipo de terapêutica subsequente não diferiram significati-vamente. No grupo S foi verificado um MACE a 6M de 36,4% (vs 14,3% no grupo N,p=0,05).Conclusões: À excepção das diferenças inerentes à inclusão nos 2 grupos, estesmostraram-se homogéneos em outros factores de risco, características clínicas e angiográ-ficas, e diferentes abordagens terapêuticas, pelo que a SM pareceu não as influenciar.Contudo, quando se analisa o MACE a 6M, verifica-se uma tendência a efeitos cardíacosadversos na SM. Assim, a SM não parece causar impacto na R em termos clínicos eangiográficos, mas a longo prazo pode marcar a diferença, reforçando a importância deum adequado controlo metabólico na população com R.

C 146PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES ADMITIDOSPARA REALIZAÇÃO DE EXAME CARDÍACO INVASIVO ELECTIVO

HAMAD HAMAD1, ANA TERESA TIMÓTEO1, MIGUEL MOTA CARMO1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Tem sido descrito um aumento progressivo da prevalência de SíndromeMetabólica (SM) nos últimos anos na população em geral. Não está contudo analisada asua prevalência exacta numa população com doença cardíaca conhecida ou suspeita.

Objectivos: Avaliar a prevalência de SM numa população de doentes admitidos electiva-mente para realização de exame cardíaco invasivo.

Métodos: Estudo retrospectivo de doentes consecutivos admitidos electivamente nonosso serviço e com informação dos dados antropométricos e laboratoriais da admissão.Definiu-se SM de acordo com a definição da AHA/NHLBI.

Resultados: Analisaram-se 3357 doentes, com idade média de 63 ± 13 anos, 59% sexomasculino. A prevalência de hipertensão nesta população foi de 72%, tabagismo 9%, dis-lipidémia conhecida 55%, diabetes 25% e SM de 53%. O perímetro abdominal médio foide 97 ± 12 cm, o Índice Massa Corporal 28 ± 4 Kg/m2, o colesterol total 182 ± 42 mg/dl,colesterol-LDL 117 mg/dl, colesterol-HDL 44 ± 13 mg/dl, triglicéridos 107 ± 70 mg/dl eo número médio de variáveis de SM foi de 2,6 ± 1,3. As doentes do sexo feminino têmmenor perímetro abdominal, menor prevalência dos factores de risco cardiovascular, va-lores mais baixos de triglicéridos e mais altos de colesterol total, colesterol-LDL e coles-terol-HDL.

Conclusão: A prevalência de SM em doentes admitidos para realização electiva de examecardíaco invasivo é elevada (> 50%) , com particular destaque para a elevada prevalên-cia de hipertensão arterial.

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C 147PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES ESCOLARIZADOS

M. E. C. P. Espinheira1, M. E. C. M. Dinis1, M. H. V. F. Meneses1, A. A. S. Carvalho2

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real),2Escola Superior de Enfermagem de Vila Real)

Introdução: Estima-se que mais de 50% da população mundial será obesa em 2025, senão forem adoptadas medidas que contrariem esta tendência. Devido a esta previsão, aobesidade é considerada pela OMS como a pandemia do século XXI. O aumento daObesidade em crianças e adolescentes é também cada vez mais preocupante e exige oenvolvimento de toda a sociedade para a combater.

Objectivos: Com este estudo pretendemos (i) Descrever os hábitos alimentares e deactividade física dos respondentes; (ii) Identificar a prevalência de excesso de peso e deobesidade; (iii) Verificar se existe relação entre a obesidade e algumas variáveis indepen-dentes.

Material e Métodos: Estudo descritivo e transversal, que emerge de um projecto noâmbito da prevenção da obesidade em contexto escolar. A população é composta portodos os alunos a frequentar o 8º ano de escolaridade, no ano lectivo de 2008/09, numtotal de 148 alunos. Responderam ao questionário 136 alunos, que se encontravam pre-sentes no momento de recolha de dados, o que perfaz 91,9% da população. Os parâmet-ros estato-ponderais foram avaliados e registados pelos investigadores. Para o tratamen-to de dados recorreu-se ao SPSS (Versão 13.0).

Resultados: A maior proporção de alunos (46,3%) faz quatro refeições por dia e a grandemaioria (80,9%), refere tomar o Pequeno-almoço todos os dias. Os alimentos menos con-sumidos são as saladas, os legumes e a fruta, que são consumidos diariamente, respec-tivamente, por 27,1%, 34,6% e 48,9% dos alunos. Por outro lado, ingerem diariamenterefrigerantes e doces, 16,2% e 7,4% dos alunos. Praticam actividade física 98,5% dosalunos, a maioria dos quais (47,8%), 3 a 6 vezes por semana, sendo que 91,5% repor-tam-se às aulas de Educação Física. Os rapazes praticam actividade física mais frequente-mente (X2: p= 0,003). Do total de respondentes, 47,1% passa mais do que 1 hora por diaa ver televisão.

Conclusão: A prevalência de alunos com excesso de peso é de 16,2% e com obesidadede 5,9%. A média de IMC é mais elevada no sexo feminino (t de Student: p= 0,029). Oshábitos alimentares e, especificamente, o consumo de saladas e legumes, deverá serincentivado, para que se possa reduzir, sobretudo, a prevalência de excesso de peso, quejá é bastante elevada, prevendo-se durante este ano lectivo, realizar intervenções noâmbito da Promoção da Saúde, como a realização de uma Feira de Alimentos e uma mar-cha contra a obesidade.

C 148CONHECER MELHOR O CORAÇÃO DIABÉTICO: O HIF-1ALFA NA RESPOSTA À ISQUEMIA

Joana Crisóstomo1, Paulo Matafome1, Lisa Rodrigues1, Rosa Fernandes2, Lino Gonçalves1,Luís A. Providência1, Paulo Pereira2, Raquel Seiça1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra, 2Centro de Oftalmologia, IBILI, FMUC)

Em pacientes com diabetes tipo 2 observa-se um risco aumentado de desenvolvimentode doenças cardiovasculares como a isquemia cardíaca que, num pior prognóstico, podelevar ao enfarte do miocárdio, a causa de morte de aproximadamente 75% da populaçãodiabética.Atentando a esta realidade, com o presente trabalho propôs-se explicar o porquê damaior incidência de acidentes isquémicos cardíacos na população diabética, bem como apior resposta, por parte desta população, a tais eventos.Desta forma, foi realizado um estudo comparativo entre dois modelos animais, os ratosWistar normais e os ratos Goto-Kakizaki diabéticos tipo 2 não obesos. Recorrendo ao sis-tema de perfusão Langendorff, os corações dos animais de ambos os grupos experimen-tais foram divididos em 3 subgrupos submetidos a 3 condições experimentais diferentes:1) controlo, 2) isquemia e 3) isquemia-reperfusão. Posteriormente, vários parâmetrossistémicos e cardíacos foram determinados através de diferentes técnicas laboratoriais. Nos ratos GK observaram-se níveis elevados de stress oxidativo proteico, de AGEs e dosseus receptores RAGEs, indicadores de processos de glicação, e ainda um aumento daalbuminúria.O estudo da apoptose, através da avaliação dos níveis da caspase-3, e o estudo da via desobrevivência activada pela Akt, demonstraram alterações da resposta à isquemia nogrupo GK. Esta resposta poderá estar associada à redução dos níveis de HIF-1alfa, um fac-tor de resposta à hipoxia fulcral durante um acidente isquémico.Conclui-se assim que a glicação avançada, o stress oxidativo, e a incapacidade de respos-ta à hipoxia na diabetes, onde se inclui a destabilização do HIF-1alfa, poderão estarenvolvidos na resposta cardíaca à isquemia na diabetes tipo 2.

C 149O PAPEL DOS PRODUTOS FINAIS DA GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES) NO DESENCADEAMEN-TO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES DA DIABETES TIPO 2

CRISTINA SENA1, PAULO MATAFOME1, ROSA FERNANDES1, LISA RODRIGUES1, JOANA CRISÓSTOMO1, RAQUEL SEIÇA1

(1 Faculdade de Medicina de Coimbra)

A piridoxamina (PM) é um inibidor da formação de produtos finais de glicação avançada(AGEs) tendo também a capacidade de inibir a formação de produtos finais de peroxi-dação lipídica. Em alguns modelos animais como os ratos obesos Zucker foi descrito quea PM tem a capacidade de reduzir os lípidos e retardar a progressão da nefropatia diabéti-ca associada. Dados os efeitos benéficos da PM no desenvolvimento da progressão danefropatia diabéticas o principal objectivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da PM nadisfunção endotelial observada em modelos animais de diabetes tipo 2.Para isso foram avaliados diferentes grupos de animais diabéticos tipo 2, ratos GotoKakizaki (GK): grupo controlo (GK), grupo GK tratado com metilglioxal (GK+MG) e grupoGK com metilglioxal ao qual foi administrado PM durante um mês por via oral (GK+PM).Foram avaliados diferentes biomarcadores metabólicos e de stress oxidativo e efectuadaa caracterização funcional e estrutural da artéria aorta nos diferentes grupos de animais.Verificámos que a PM melhora a disfunção endotelial e diminui alguns dos parâmetrosmetabólicos e de stress oxidativo avaliados. Substâncias anti-AGEs têm, por isso, umaimportância acrescida no contexto das complicações macrovasculares associadas à dia-betes mellitus.

NOTAS

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I-91

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS INDUZIDAS PELOTREINO

C 150MENS SANA IN CORPORE SANO: PSYCHOLOGICAL FACTORS DO REALLY INFLUENCE FUNC-TIONAL STATUS

SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, AFONSO ROCHA1, ANA SOFIA CORREIA1, MARIANA PAIVA1, ALEXANDRA SOUSA1, ANA

LEBREIRO1, ANA ISABEL SILVA1, VITOR ARAÚJO1, J. DULCE SOUSA1, FERNANDO PARADA-PEREIRA1, MARIA JÚLIA

MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introduction: The main goal of cardiac rehabilitation programs (CRP) is not only prolong lifebut also to improve physical performance, well-being, and health-related quality of life. Inthis study we explored the influence of baseline psychological factors on functional status atcompletion of the PRC.

Methods: We retrospectively analyzed records of patients enrolled in a CRP, after an acutecoronary syndrome (ACS), from September 2008 to October 2009. Demographic, clinical, lab-oratorial, psychological and functional parameters were evaluated. Depression was estimat-ed with the Patient Health Questionnaire (PHQ-9) (score?10). Hospital Anxiety andDepression Scale (HADS) was used to detect the presence of anxiety and depression(score?11). For those who completed the program, functional status was assessed trough theapplication of the questionnaire Short Form-36v2 (SF-36v2), focusing on the subdomain ofphysical functioning.

Results: We analyzed 97 patients recruited for the CRP, with a mean number of sessions of14.6±4.3. Among those, 87 (89.7%) were men and the mean age at first evaluation was 54±10years. Indications for cardiac rehabilitation were ACS submitted to percutaneous coronary revas-cularization (89 (91.8%)) or medical treatment (8 (8.2%)). Preserved left ventricle systolicfunction was present in 68 (70.1%) patients. Forty-five (46.4%) patients have ≤4 years of schol-arship while 14 (14.4%) had granted a superior degree. Mean classification at the subdomainof physical functioning of the SF-36v2 was 46.3±8.7. Median score of PHQ-9 was 4 (P25-P75:2-8.50) points. Median score of HADS-depression and HDAS-anxiety were 6 (P25-P75:3-10) and3.5 (P25-P75:1.25-7) points, respectively. Positive determinants of functional status were malegender (b=9.932; p<0.001), at least 4 years of scholarship (b=4.471;p=0.012) and chronotrop-ic competence (b=5.354;p=0.006). Psycoemotional factors exerted a significant negative influ-ence in functional status, as assessed with HDAS-depression (b=-0.577; p=0.021), HDAS-anxi-ety (b=-0.712; p=0.003) and PHQ-9 (b=-0.696; p<0.001) questionnaires. In addition, for thosewho had PHQ-9 score?10 or HADS-depression?11, functional status was particularly worsened(b=-4.625; p=0.015 and b=-7.510; p=0.001, respectively).

Conclusion: Functional status is negatively influenced by psychological factors, mainlydepression. Patients need to be early assessed so that mood disorders can be identified andmanaged appropriately. Further studies are needed in order to evaluate the real benefits ofsuch intervention.

C 151TABAGISMO E RESPOSTA CRONOTÓPICA AO EXERCÍCIO

CARLA ARAÚJO1, TIAGO SOTTO MAIOR1, MIGUEL CORREIA1, MARIA JOSÉ FERREIRA1, LUÍS MARTINS1

(1Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: A incompetência cronotrópica é um preditor bem estabelecido de mortalidade.É crescente o interesse pelo papel do sistema nervoso autónomo no desenvolvimento dedoença cardíaca, no entanto continua a haver poucos dados sobre a relação entre vários fac-tores de risco cardiovascular, nomeadamente o tabagismo e a resposta cronotrópica ao exer-cício. O objectivo deste estudo foi avaliar a associação entre tabagismo e resposta cronotrópi-ca ao exercício.

Material e métodos: Estudo transversal retrospectivo de 1522 indivíduos consecutivamentesubmetidos a prova de esforço (PE) electrocardiográfica (protocolo de Bruce). Foram excluí-dos os indivíduos que não atingiram pelo menos o estadio 2 do protocolo de Bruce, indiví-duos com doença coronária estabelecida, bradiarritmias, taquiarritmias, padrão electrocar-diográfico de Wolff-Parkinson-White e a fazer terapêutica anti-hipertensora/bradicardizante.A avaliação da exposição ao tabaco foi feita por questionário e a medição da pressão arteri-al e da frequência cardíaca durante o repouso, durante o esforço e durante a recuperação foiefectuada segundo um protocolo estandardizado. A resposta cronotrópica durante o pico deesforço foi avaliada através do atingimento da frequência cardíaca (FC) alvo (85% da FC máx-ima prevista para a idade). A associação entre o tabagismo e a resposta cronotrópica foiavaliada pelo cálculo de odds ratio (OR) brutos e ajustados. Na análise multivariada foi uti-lizado em modelo de regressão logística.

Resultados: Dos 1453 participantes (idade média 47 +/- 16 anos; 54 % homens) 251 (17%)tinham incompetência cronotrópica. Do total, 1181 (81%) eram não fumadores, 104 (7%)eram ex-fumadores e 168 (12%) eram fumadores. Nos fumadores, o risco de incompetên-cia cronotrópica foi cerca de 2 vezes superior ao dos ex-fumadores/não fumadores (OR=1,98,IC a 95% 1,18-3,34). A média de idades era diferente nos indivíduos com e sem incompetên-cia cronotrópica (idade média 54 +/- 15 vs 45 +/- 16 anos), p<0,001) e foi observada asso-ciação positiva, estatisticamente significativa entre a fase de Bruce atingida e a respostacronotrópica (p<0,001). Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre aresposta cronotrópica e o sexo, a presença de hipertensão arterial, sintomas e alterações nosegmento ST-T durante a PE. Após ajustar para sexo, idade e fase da PE, a associação entretabagismo e incompetência cronotrópica deixou de ser estatisticamente significativa(p=0,23).

Conclusão: O risco de incompetência cronotrópica durante o exercício foi cerca de 2 vezessuperior no grupo dos fumadores, no entanto após ajustar para sexo, idade e fase da PE otabagismo deixou de aumentar significativamente esse risco.

C 152REABILITAÇÃO CARDÍACA EM DOENTES COM DISFUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULARESQUERDA - RESULTADOS INICIAIS NOS PARÂMETROS DO ESFORÇO

NINEL SANTOS1, RUI M. SOARES1, ANA ABREU1, JOANA FELICIANO1, SOFIA SILVA1, MARIA TERESA ALVES1, SANDRA

ALVES1, EUNICE OLIVEIRA1, RUI FERREIRA1

(1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A reabilitação cardíaca (RC) é uma terapêutica adjuvante em doentes (dts) com insuficiên-cia cardíaca crónica (ICC).

Objectivo: analisar os resultados iniciais dum programa de RC em dts com disfunçãosistólica ventricular esquerda (DSVE), relativamente a parâmetros da prova de esforço car-diorespiratória (PECR) com valor prognóstico demonstrado nestes dts.

Métodos: Estudámos 12 dts (66% do sexo masculino, idade 57,5±5,6 anos) com ICC porDSVE (58% de etiologia isquémica, fracção de ejecção ventricular esquerda 36,1±5,6%,67% em ritmo sinusal, 17% com dispositivo de ressincronização cardíaca, a maioria [83%]em classe funcional II da NYHA e os restantes em classe III) submetidos a RC - 36 sessõesde exercício aeróbico e de força muscular dinâmica de prescrição individualizada. Todosos dts efectuaram PECR pré e pós - RC, em tapete rolante, protocolo de Bruce modificado.

Foram analisados: duração da prova, consumo máximo de O2 (VO2max), tempo para olimiar anaeróbio (LANA), VO2 no LANA, razão da ventilação minuto (VE) pela produção deCO2 (VCO2) no LANA - declive da rampa VE/VCO2, recuperação da FC ao primeiro minuto(RFC1), declive da rampa de eficácia de consumo de oxigénio (VO2=alog10+b, DECO) epressão expiratória final do CO2 de pico (PetCO2 pico). Resultados: os resultados obtidossão apresentados no quadro.

Conclusão: Os nossos resultados preliminares sugerem que a RC em dts com DSVE me-lhora não só o consumo máximo de O2 mas também, de forma consistente, diferentesparâmetros da PECR com valor prognóstico demonstrado neste contexto.

Parâmetro Média pré- RC Média pós- RC p

Duração da prova (min) 12,4±3,7 14,7±2,7 0,02VO2max (ml/kg/min) 22,2±5,1 25,9±6,7 0,005Tempo para LANA (min) 8,9±3,1 10,4±2,1 0,01VO2no LANA (ml/kg/min) 18,1±3,2 19,5±4,3 0,05VE/VCO2 no LANA 29,9±3,0 25,9±2 0,003Declive VE/VCO2 24,4±2,2 22,3±3,5 0,01RFC1 (bpm) 14,3±5,0 20,8±6,9 0,03DECO (L/min) 1,98±0,28 2,23±0,37 0,002Pet CO2 pico (kPa) 5,0±0,5 5,5±0,7 0,02

C 153DETERMINANTES DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM DOENTES CORONÁRIOS

MARIANA PAIVA1, AFONSO ROCHA1, SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, ANA SOFIA CORREIA1, ALEXANDRA SOUSA1, ANA

LEBREIRO1, ANA ISABEL SILVA1, VITOR ARAÚJO1, FERNANDO PARADA PEREIRA1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introdução: A qualidade de vida após evento coronário agudo correlaciona-se com a capaci-dade funcional máxima. A definição dos predictores da capacidade funcional permitirá deli-near estratégias de avaliação e de intervenção individualizadas com vista a maximizar osresultados dos programas de reabilitação cardíaca.

Objectivo: Estabelecer os determinantes da capacidade funcional numa população dedoentes coronários integrados num programa de reabilitação cardíaca, num Hospital Centralem regime de ambulatório.

Material e Métodos: Foi realizado um estudo transversal a partir de uma coorte de doentesreferenciados para programa de reabilitação cardíaca (PRC) após síndrome coronária aguda(SCA), submetidos ou não a procedimentos de revascularização, recrutados entre Setembro2008 e Outubro 2009. Foi recolhida informação sobre parâmetros clínicos, antropométricos,laboratoriais e funcionais. A capacidade funcional foi avaliada em equivalentes metabólicos(METS) e determinada por prova de esforço inicial (PE). Os predictores da capacidade fun-cional foram avaliados por análise de regressão linear.

Resultados: Foram incluídos 97 doentes dos quais 87 (89,7%) eram homens, com idademédia aquando da primeira avaliação de 54±10 anos. O motivo de referenciação foi SCA sub-metida a revscularização percutânea (89 (91.8%)) ou tratamento médico (8 (8.2%).Sessenta (61.9%) doentes apresentavam dislipidemia, 20 (20.6%) eram diabéticos e 14(14.4%) eram obesos, Foram considerados hipetensos 40 (41.2%) doentes e 75 (75.4%)referiam história prévia de tabagismo. Em análise univariada, a idade (b= -0,81; p=0,001), ahipertensão arterial (b= -1,174; p=0,029), o componente físico sumário da versão 2 da short-form-36 (b= 0,096; p=0,003), os hábitos prévios de actividade física medidos em METS-min/semana pelo IPAQ (b= 0,000; p=0,002), a capacidade de marcha medida pelo WIQ(b=0,025; p=0,023) e a competência cronotrópica ajustada para a terapêutica concomitantecom bloqueador beta (b=2,161; p<0,001) apresentaram correlação significativa com acapacidade funcional.

Conclusão: Parâmetros como os níveis de actividade física, a competência cronotrópica e apercepção geral da condição física revelaram-se como predictores da capacidade funcionalmáxima. Serão necessários estudos adicionais sobre a eficácia dos programas de reabilitaçãocardíaca modificarem estes parâmetros e desse modo melhorarem a capacidade funcional.

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I-92

C 154EFEITO DO TREINO FÍSICO NA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E NÍVEIS DO NT-PROBNPEM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E BAIXA FRACÇÃO DE EJECÇÃO

NINEL SANTOS1, RUI M. SOARES1, ANA ABREU1, LUÍSA MOURA BRANCO1, SOFIA SILVA1, MARIA TERESA ALVES1,SANDRA ALVES1, EUNICE OLIVEIRA1, FERNANDO MIRANDA1, RUI FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A diminuição da tolerância ao esforço devida a disfunção ventricular esquerda é o princi-pal factor de restrição na vida diária dos doentes (dts) com insuficiência cardíaca crónica(ICC).

Objectivo: avaliar o efeito do treino físico na função ventricular esquerda (sistólica ediastólica), evolução dos níveis séricos do NT-proBNP e tolerância ao esforço em dts comICC por disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (DSVE).

Métodos: Estudámos 12 dts (66% do sexo masculino, idade 57,5±5,6 anos) com ICC porDSVE (58% de etiologia isquémica, fracção de ejecção ventricular esquerda [Fej]36,1±5,6%, 67% em ritmo sinusal, 17% com dispositivo de ressincronização cardíaca, amaioria [83%] em classe funcional II da NYHA e os restantes em classe III), submetidos areabilitação cardíaca (RC) - 36 sessões de exercício aeróbico e de força muscular dinâmi-ca de prescrição individualizada. Todos os dts realizaram prova de esforço cardiorespi-ratória em tapete rolante, protocolo de Bruce modificado, estudo ecocardiografico comavaliação da função sistólica e diastólica e determinação dos níveis do NT-proBNP séricoantes e depois da RC.

Resultados: No final das 36 sessões observou-se melhoria significativa da Fej (36,1±5,6%e 41,1±6,8%, pré e pós respectivamente; P=0,01), melhoria da relação E/A (1,28±0,57 e0,97±0,44, pré e pós respectivamente; P=0,05) e diminuição dos níveis do NT-proBNP(1083,0±768,6 e 529,2±373,2 pg/ml, pré e pós respectivamente; P=0,01), o que foiacompanhado pelo aumento significativo da tolerância ao esforço (duração do exercício12,4±3,7 e 14,7±2,7min, P=0,02 e consumo máximo de oxigénio 22,2±5,1 e 25,9±6,7ml/kg/min, P=0,005, pré e pós respectivamente).

Conclusão: Nos doentes com ICC e baixa Fej o treino físico modula a função ventricularesquerda, tanto sistólica como diastólica e reduz os níveis séricos do NT-proBNP, estandoestes resultados interligados com um aumento da tolerância ao esforço.

C 155AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR DE UM GRUPO DE ATLETAS JUVENIS DE COMPETIÇÃO -ESTUDO COMPARATIVO

MARIA TERESA DIONÍSIO1, PAULA MARTINS1, MARTA ANTÓNIO1, ISABEL SANTOS1, GRAÇA SOUSA1, ANTÓNIO

PIRES1, ANA MOTA1, LÚCIA RIBEIRO1, EDUARDO CASTELA1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra)

Introdução: O desporto assume um papel de destaque na sociedade actual, não só peloaumento do número de praticantes, como pela ocorrência de morte súbita (MS) emjovens atletas. A actividade física praticada de forma intensa e continuada impõe adap-tações cardiovasculares estruturais e funcionais, que se designam por Síndrome doCoração de Atleta. Algumas destas alterações, nomeadamente a hipertrofia do ventrículoesquerdo (VE), podem mimetizar a Miocardiopatia Hipertrófica (MCH), causa mais fre-quente de MS do jovem desportista.

Objectivos: Avaliar as alterações cardiovasculares de um grupo de atletas, comparandocom um grupo de não atletas da mesma faixa etária.

Material e métodos: Estudo comparativo e transversal de uma amostra de 64 atletas decompetição (jogadores de futebol) do sexo masculino com idades compreendidas entre15 e 17 anos e um grupo controlo de não atletas (64) com as mesmas característicasdemográficas. Todos os atletas praticavam futebol de forma continuada desde os 8 anos,com treino semanal médio de 7 horas. Ambos os grupos foram submetidos a uma avali-ação cardiovascular, incluindo história clínica e familiar, electrocardiograma (ECG) e eco-cardiografia. Realizada análise estatística com teste qui-quadrado.

Resultados: A história pessoal e familiar era irrelevante em ambos os grupos. Foi auscul-tado sopro cardíaco em 6 atletas. A frequência cardíaca e as tensões arteriais diastólicaseram globalmente inferiores no grupo de atletas, sendo essa diferença estatisticamentesignificativa. No ECG, destacava-se bradicardia sinusal em 32 atletas (50%), critérios dehipertrofia do VE em 17 (26,6%), padrão de repolarização precoce em 13 (20,3%) epadrão de pré-excitação (Síndrome de Wolff-Parkinson-White) em 2 (3,1%). Estes 2 atle-tas foram referenciados para estudo electrofisiológico. Relativamente aos parâmetros eco-cardiográficos avaliados, verificou-se que a parede posterior do VE e o diâmetro diastóli-co do VE foram superiores no grupo de atletas, sendo a última correlação estatisticamentesignificativa. Não se observaram alterações da função sistólica ou diastólica do VE.

Conclusão: A adaptação cardiovascular nos atletas de alta competição é quase sempreobjectivada, como se verificou neste estudo. O exame médico-desportivo assume umcarácter obrigatório, de forma a diminuir a incidência de morte súbita no desporto.

C 156ADAPTAÇÕES CARDÍACAS EM ATLETAS. ESTUDO ECOCARDIOGRÁFICO

JOAQUIM MOREIRA CASTANHEIRA1, BRUNO ALEXANDRE MENDES1, MARGARIDA POCINHO1, JORGE CONDE1

(1Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra)

Introdução: O exercício físico intenso e prolongado, induz alterações cardiovasculares quepermitem ao coração dum atleta um desempenho físico excepcional. Estes indivíduos,têm necessidades metabólicas e hemodinâmicas aumentadas pelo esforço físico e, ocoração vai responder com uma variedade de adaptações morfológicas e funcionais quedependem das características do exercício realizado.

Objectivo: Avaliar as adaptações cardíacas verificadas em atletas, praticantes de Futebol,Culturismo e Râguebi (desportos de carácter isotónico, isométrico e misto) e verificar arelação entre essas adaptações e o tipo de carga física a que o atleta está sujeito.

Métodos: Estudaram-se 49 indivíduos do sexo masculino com idades compreendidasentre os 17 e os 33 anos. Foram divididos em quatro grupos: 15 atletas praticantes deFutebol; 12 atletas praticantes de Râguebi; 10 atletas praticantes de Culturismo e 12 indi-víduos não atletas. A todos foi realizado ecocardiograma transtorácico e avaliadas asdimensões da RAO, AE, VE, SIV e PP, bem como parâmetros da disfunção diastólica porDoppler clássico e TDI e os cálculos do volume sistólico e débito cardíaco.

Resultados: Os grupos de atletas revelam valores superiores para o diâmetro da AE (p ≤0,05), espessura das paredes do VE (p ≤ 0,001) e MVE (p ≤ 0,001) comparativamente aogrupo dos não atletas, sendo os atletas do culturismo aqueles que apresentam valoresmais elevados. Cerca de 37% dos indivíduos apresenta valores de diâmetro do VE acimado normal (> 57 mm), embora os valores absolutos do diâmetro do VE sejam superioresno grupo de culturistas (60,870 ± 5,543 mm). Todos os grupos apresentam valores develocidades da onda E' avaliadas por TDI dentro da normalidade e sem diferenças signi-ficativas entre eles (p > 0,05). O grupo dos não atletas apresenta valores de velocidadede propagação através da válvula mitral superiores aos grupos de atletas (p ≤ 0,05).

Conclusões: Existem diferenças significativas entre o coração de atleta e o coração do nãoatleta, sendo essas diferenças mais marcadas nos atletas do culturismo. A função diastóli-ca revelou-se semelhante entre atletas e não atletas, embora estes resultados possam serinfluênciados por factores como a idade, a FC, a pré-carga e a pós-carga. A análise daestrutura anatómica e funcional do coração em atletas isométricos, isotónicos e mistosconfirma a hipótese da existência de um "coração isotónico" e de um "coração isométri-co".

C 157EXERCISE TRAINING PROTECTS THE HEART FROM ACUTE PRESSURE OVERLOAD BYDECREASING APOPTOSIS AND NF-KB ACTIVATION

DANIEL MOREIRA-GONÇALVES1, TIAGO HENRIQUES-COELHO2, HÉLDER FONSECA1, NÁDIA GONÇALVES2, JOSÉ ALBERTO

DUARTE1, ADELINO F. LEITE-MOREIRA2

(1Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, 2Universidade do Porto Faculdade deMedicina do Porto)

Introduction: Cardiac overload is considered an important stimulus for triggering the ini-tal steps to HF. We hypothesized that exercise training (ExT) could positively influence theearly cardiac adaptation to overload by preserving myocardial integrity and modulatingthe triggers of pathways associated with pathological cardiac remodeling.

Material and Methods: Male Wistar rats were randomly divided in 3 groups: ExerciseOverload (Ex+Ov; n=5; 14 week-ExT and acute pressure overload at the end of the study),Control (CT; n=5; no exercise and no overload) and Control Overload (CT+Ov; n=5; over-load in non exercised animals). At the end of the ExT protocol, animals were prepared forhemodynamic instrumentation with tip micromanometer pressure catheters. An acutepressure overload (APO) was induced by constricting the descending aorta (60% LVPmaxelevation) for 120 min. Samples from cardiac tissue were prepared for Light (LM) andTransmission Electron Microscopy (TEM) and immunohistochemistry (cleaved caspase-3and Nf-kB).

Results: In comparison with CT group, CT+Ov animals presented intracellular edema andmitochondrial swelling in both ventricles. Regarding hemodynamic function, alterationswere limited to LV, which showed diastolic dysfunction. Conversely, in Ex+Ov group, APOresulted in mild signs of cardiac interstitial edema in both ventricles, with no detectableLV or RV dysfunction. Cleaved caspase-3 and Nf-KB was significantly expressed only in car-diomyocytes from LV of CT+Ov group. There was no significant expression of caspase-3 orNf-kB in cardiomyocytes from RV of both groups.

Conclusion: The present study shows that apoptosis and Nf-kB pathways are activated asearly as 2 hours after LV APO and that ExT seems to be effective in reducing their activa-tion. We demonstrated that contrarily to sedentary animals, ExT provided functional andultra-structural protection in both ventricles. These findings suggest that exercise traininghas an important protective role in the modulation of the early cardiac response to pres-sure overload.

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I-93

C 158PROMOVER ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS - UM DESAFIO

M. E. C. P. ESPINHEIRA1, M. E. C. M. DINIS1, M. H. V. F. MENESES1, M. T. C. PINTO1, F. M. F. S. LAMEIRÃO1

(1Associação Cardiologia e Movimento)

Introdução: As doenças cardiovasculares, particularmente as de natureza aterosclorótica, como seu carácter multidimensional e as suas graves consequências negativas e directas quer parao indivíduo, sociedade quer para o sistema de saúde, determinam que sejam encarados comoum problema importante de saúde pública, que urge minorar.

Objectivos: Analisar a prevalência de factores de risco de doença cardiovascular no grupo deindivíduos com idade superior a 20 anos, as variações dessa prevalência segundo o sexo e ogrupo etário e as associações de factores de risco.

Material e Métodos: Estudo transversal descritivo, 612 adultos com idade> a 20 anos. Foramobjecto da nossa análise os factores de risco cardiovascular: antecedentes familiares e pes-soais, hipertensão arterial, colesterol, glicemia, índice de massa corporal, perímetro abdomi-nal, tabagismo e sedentarismo. Utilizado formulário padrão de carácter facultativo e anónimo.Dados analisados no programa SPSS16.

Resultados: Dos 612 indivíduos, 39,9% eram do sexo masculino e 60,1% do sexo feminino.Os grupos etários predominantes situavam-se entre os 45 - 64 anos. A área de residência pre-dominante foi a urbana (79%). Entre os 25 e os 54 anos predominava o ensino superior e apartir dos 54 anos o 1º ciclo do Ensino Básico. 5,9% referiram ter antecedentes de angina e3,1% AVC. 25,6% dos inquiridos referiram ter antecedentes familiares coronários. 71,2% apre-sentavam excesso de peso e 38,8% tinham perímetro abdominal aumentado, 61,3% apresen-tavam valores de colesterol> 190mg/dl, 43,5% eram sedentários, 11,3% eram fumadores,12,9% tinham valores de tensão arterial sistémica superiores a 149/90mmHg, 39,9% ingeri-am bebidas alcoólicas e 19,6% apresentavam valor de glicemia > a 126mg/dl.

Conclusão: A nível Nacional a elevada prevalência de factores de risco da doença cardiovas-cular impõe que se tenha uma essencial atenção à sua efectiva consciencialização, prevenção,detecção e correcção, tendo em conta não só as acções que evitam a perda de saúde, mastambém todos os cuidados que promovam a sua recuperação. É fundamental a adopção demedidas integradas e complementares que potencializem, a nível da população, a redução deriscos de contrair doenças, a concretização de um adequado e rápido tratamento e a tomadade medidas de prevenção secundária que reduzam a sua recorrência. É pois, necessária umasensibilização permanente para a adopção de estilos de vida mais saudáveis e para a reduçãode comportamentos de risco.

C 159ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES DE TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO EM PORTUGALE NA REGIÃO NORTE

VICTOR SANFINS1, FILIPE RIBEIRO1, HIPÓLITO REIS2, PAULO FONTES3, JOÃO PRIMO4, JOÃO ALMEIDA1, GOMES LOPES2

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 2Centro Hospitalar doPorto, EPE Hospital Geral de Santo António, 3Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro,EPE Hospital de São Pedro (Vila Real), 4Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: É controverso o nº de doentes(D) com insuficiência cardíaca congestiva(ICC) eindicação de ressincronização ventricular(CRT)em Portugal, não existindo estudo adequadoque o permita conhecer com rigor mas estimativas com base nas médias de outros países.

Objectivos: Estimar o nº de D com ICC elegíveis para CRT e contribuir para um planeamentoracional dos recursos disponíveis.

Material e métodos: os autores adaptaram para Portugal e para o Norte, o racional da ferramen-ta "Costing Template and Report:implementing National Institute for Health and ClinicalExcellence(NICE)guidance",120,May/07, desenhado como resultado da avaliação económica daCRT. Assenta na decisão de a financiar a D com factores de risco de acordo com o padrão epidemi-ológico do Reino Unido. Este modelo necessita de validação para Portugal pelo que se apresentauma avaliação inicial. Adoptados como base de referência epidemiológica da ICC os dados apura-dos pelo estudo EPICA, como dados da população portuguesa os do Instituto Nacional deEstatística/2007. Considerou-se a prevalência anual (PA) da ICC, classe funcional New York HeartAssociation(NYHA), a fracção de ejecção do ventrículo esquerdo(FEj) e a presença de dissincroniamecânica(DM). Assumiu-se como taxa de implantes de CRT até 2007 a apurada pela Associaçãode Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia nesse ano (36,2/milhão.habitantes).

Resultados: apresentados na tabela 1.

Conclusões: se a taxa de implantes de CRT em Portugal nos últimos 10 anos fosse equivalenteà indicada, teriam sido tratados até 2007 3500D (nacional) e 1300D (Norte). Em 2007, apli-cando a taxa de prevalência global do EPICA - transversal e relativo a 2002, terão continuadosem beneficiar de CRT 23122D (nacional) e 7904D (Norte) para os quais esta intervenção écusto-efectiva. Este estudo introdutório evidência que um nº muito elevado de D com indi-cação para CRT não tem acesso a esta técnica, sendo esta dificuldade maior na região Nortequando comparada à média nacional.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | DESFIBRILHADORES E TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃOCARDÍACA: FACTORES DE PROGNÓSTICO E SEGUIMENTO

NOTAS

C 160A DURAÇÃO DO QRS IMEDIATAMENTE APÓS IMPLANTAÇÃO COMO FACTOR PREDIZENTE DERESPOSTA À TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA

ALEXANDRA TOSTE1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, PEDRO SILVA CUNHA1, JOANA

FELICIANO1, LUÍSA MOURA BRANCO1, ANA GALRINHO1, ANA TERESA TIMÓTEO1, SOFIA SANTOS1, RUI CRUZ

FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A problemática da identificação de respondedores na selecção de doentes (D) para te-rapêutica de ressincronização cardíaca (TRC) mantém-se um tema controverso, de impor-tante relevância clínica. Um dos critérios a que se tem atribuído maior valor predizente éa duração do QRS (wQRS) basal, havendo interesse no impacto clínico da variação dowQRS após TRC.

Objectivo: analisar a relação do wQRS prévio, e imediatamente após implantação do dis-positivo, com o tipo de resposta clínica à TRC.

População e Métodos: 46D (65% sexo masculino, 63,3±9,8 anos) submetidos a implan-tação de TRC com sucesso. O wQRS foi avaliado antes e imediatamente após a implan-tação. 37D (80%) foram classificados como "responders" (R) (melhoria de ≥1 classe fun-cional aos 6 meses e remodelagem inversa significativa - diminuição de ≥15% no volumetelediastólico e/ou aumento de ?15% da fracção de ejecção do ventrículo esquerdo) e 9Dcomo "non-responders" (NR).

Resultados: O wQRS basal foi tendencialmente superior no grupo NR (195±20 ms vs.178±28 ms, Mann-Whitney, p=0,06). Após a implantação, o wQRS foi significativamentesuperior no grupo NR (155±16 ms vs. 140±22 ms, p=0,02), sendo a variação absoluta de40±17 ms vs. 38±22 ms (p=NS), respectivamente, sem diferença estatisticamente signi-ficativa na variação percentual (20±8% vs. 21±11%, p=NS). Analisando cada grupo sepa-radamente, como amostras emparelhadas, o wQRS pré- vs. pós-implantação foi significa-tivamente diferente nos 2 grupos (Wilcoxon NR: Z=-2,668, p=0,008; R: Z=-5,114, p<0,001).A correlação entre o wQRS pós-implantação e a resposta clínica foi significativa (r dePearson 0,28, p=0,03), enquanto o wQRS basal não atingiu significado estatístico (r 0,242,p=0,053).

Conclusões: O grupo R apresenta um wQRS basal tendencialmente menos prolongadoque o do grupo NR. Apesar da redução do wQRS ser de magnitude semelhante em ambosos grupos, após implantação o grupo R tem um wQRS significativamente mais estreito. OwQRS medido imediatamente após a implantação parece ser um melhor predizente deresposta clínica que o wQRS basal.

População Portugal Norte % População PopulaçãoRelevante RelevantePortugal Norte

D Sexo PA > 25 anos 3672593 1267524 4,33 159023,277 54883,789Masculino % classe III-IV NYHA 23% 36575,354 12623,272

% com FEj < 35% 71% 25968,501 8962,523% com FEj<25%+DM 61% 15840,786 5467,139

D Sexo PA > 25 anos 4080126 1414117 4,38 178709,519 61938,325Feminino %classe III-IV NYHA 23% 41103,189 14245,815

% com FEj < 35% 43% 17674,371 6125,700% com FEj<25%+DM 61% 10781,367 3736,677

Nº total D que preenchem critérios para CRT 26622,152 9203,816

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I-94

C 161IMPLICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE MONITORIZAÇÃO À DISTÂNCIA EM PORTADORES DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR

PEDRO SILVA CUNHA1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, SOFIA SANTOS1, JOANA

FELICIANO1, ALEXANDRA TOSTE1, SANDRA ALVES1, FERNANDO MARQUES1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

O aumento registado nas implantações de cardioversores-desfibrilhadores (CDI) comoconsequência do alargamento das indicações e diminuição da mortalidade global noâmbito da prevenção primária de morte súbita (MS) tem resultado no crescimento signi-ficativo de portadores de CDI em acompanhamento hospitalar regular. Neste contexto,torna-se necessário proceder a uma efectiva gestão das consultas desta população, tendo,recentemente, sido introduzidas novas opções no seu seguimento, que incluem o recursoa tecnologia de comunicação permitindo monitorização à distância. Objectivo: avaliar aeficácia e segurança da monitorização à distância como modalidade de follow-up emdoentes (D) com CDI.

População e Métodos: Estudámos 55D (20% dos portadores de CDI)(41 homens, 54±14anos) incluídos no programa de monitorização à distância (Home-Monitoring, BiotronikInc e CareLink, Medtronic Inc), com follow-up > 3 meses. A patologia cardíaca subjacenteera a cardiopatia isquémica em 23D, miocardiopatia dilatada em 16D, doença eléctricaprimária (S. Brugada, S. QT Longo) em 9D, miocardiopatia hipertrófica em 4D, cardiopatiacongénita 2 D e um caso de angina de Prinzmetal, reanimado de MS. O CDI foi implanta-do para prevenção primária de MS em 54% dos casos e prevenção secundária nosrestantes. Foram considerados o número de consultas e a ocorrência de eventos arrítmi-cos ou relacionados com aspectos técnicos.

Resultados: Num follow-up de 10±2 meses, a monitorização à distância permitiu docu-mentar eventos arrítmicos em 40% dos D (taquidisritmias ventriculares em 11D esupraventriculares em 11D) e registar detecções inapropriadas em 6D (taquidisritmiaauricular e oversensing de miopotenciais), disfunção de eléctrodo num D e fibrilhaçãoauricular paroxística noutro. Em 5D, ocorreram episódios de tempestade arrítmica (≥ 3choques apropriados/24h). No total, o grupo necessitou 14 consultas hospitalares nãoprogramadas. Apesar disso, o número de consultas/doente foi reduzido em 30%, emcomparação com o seguimento convencional dos portadores de CDI (4 consultas/ano).Registou-se um óbito num doente com cardiopatia isquémica de longa evolução, não setendo verificado disritmias ventriculares.

Conclusão: A utilização de sistemas de monitorização à distância é exequível e segura emportadores de CDI. Os resultados sugerem uma redução do número de consultas, permitin-do um acompanhamento individualizado e eficaz na detecção de problemas arrítmicos etécnicos.

C 162SOBREVIVÊNCIA EM DOENTES COM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR - SERÁ QUE A IDADEINTERESSA?

ANA TERESA TIMÓTEO1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, PEDRO SILVA CUNHA1, JOANA

FELICIANO1, SOFIA SANTOS1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Está demonstrada a redução da mortalidade condicionada pelos cardiover-sores-desfibrilhadores implantáveis (CDI) em doentes com risco aumentado para mortesúbita cardíaca. Contudo não estão disponíveis dados consistentes sobre a implantaçãoem doentes mais idosos, habitualmente não incluídos nos ensaios clínicos.

Objectivos: Avaliar a sobrevivência de doentes portadores de CDI, analisando a influên-cia da idade á data da implantação.

Métodos: Estudo retrospectivo de todos os doentes portadores de CDI na nossa instituiçãoe com seguimento no nosso serviço. Analisaram-se as características demográficas, moti-vo de implantação, terapêuticas apropriadas e terapêutica medicamentosa efectuada,assim como a mortalidade no seguimento. Os doentes foram divididos em 3 grupos deacordo com a idade na implantação (Grupo 1: < 65 anos, n=151; Grupo 2: 65 - 74 anos,n=122; Grupo 3: ?75 anos, n=40).

Resultados: Estudaram-se 313 doentes, com idade média de 61 ± 14 anos, 81% sexomasculino, 56% isquémicos, 45% como prevenção primária, com fracção de ejecçãomédia de 33 ± 13%, 25% com ressincronizador cardíaco concomitante, 74% sob me-dicação bloqueadora beta e 35% sob amiodarona após implantação. Num seguimentomediano de 732 dias, faleceram 20% dos doentes. Os doentes mais idosos tinham maiorprevalência de cardiopatia isquémia (46%, 65% e 65%, respectivamente, p=0,005),maior classe da NYHA (1,8 ± 0,9, 1,9 ± 0,9 e 2,0 ± 0,8, p=0,025 e menor utilização de blo-queador-beta (82%, 66% e 68%, p=0,005), sem diferenças para as restantes variáveis. Amortalidade no seguimento aumentou com a idade (13,9%, 25,4% e 27,5%, p=0,029).Por análise das curvas de Kaplan-Meier, a sobrevivência global para os três grupos aoprimeiro ano foi de 94%, 90% e 91%, respectivamente; 88%, 85% e 75% para os doisanos; 85%, 81% e 70% para os três anos de seguimento (Log-rank, p=0,023). Por análisemultivariada de regressão logística, os factores predizentes de mortalidade foram a idade(OR 1,04, IC 95% 1,01-1,07, p=0,012), a utilização de bloqueadores-beta e a ocorrência deterapêuticas apropriadas. Não se identificaram diferenças em termos de tempo medianopara a morte para os três grupos (465, 918 e 571 dias, respectivamente, Kruskal Wallis,p=0,520)

Conclusão: A idade á data da implantação, a utilização de bloqueadores-beta e a ocorrên-cia de terapêuticas apropriadas são factores predizentes independentes de mortalidadeno seguimento. Esta é mais elevada no grupo mais idoso, contudo, o tempo para ocorrên-cia de morte é idêntico ao dos restantes grupos.

C 163UTILIDADE DA PROVA DE MARCHA DE 6 MINUTOS NA AVALIAÇÃO DA RESPOSTA FUNCIONAL À TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA

NUNO CORTEZ-DIAS1, DOROTEIA SILVA1, MARTA VALENTE1, LUÍS SARGENTO1, ANA BERNARDES1, SÍVIA SOBRAL1,CÉU BARREIROS1, ANA PAIXÃO1, PEDRO MARQUES1, SARA NETO1, CARLA BOGALHO1, CATARINA HENRIQUES1,CARLA DIOGO1, LUÍS CARPINTEIRO1, JOÃO DE SOUSA1

(1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A terapêutica de ressincronização cardíaca (TRC) reduz a morbilidade e mor-talidade em doentes com insuficiência cardíaca (IC) e complexos QRS alargados. Estima-se que 30% dos doentes serão não respondedores, mas os critérios para identificação deresposta clínica não são uniformes.

Objectivos: Avaliar a resposta clínica à TRC, definida por melhoria da classe funcionalNYHA (Resposta-NYHA), redução do índice de qualidade de vida Minnesota em pelomenos 10% (Resposta-QVM) e aumento da distância percorrida na prova de marcha de 6minutos em pelo menos 25% (Resposta-PM6); e identificar as características clínicas pre-ditoras de resposta.

Métodos: Estudo observacional prospectivo. Doentes consecutivos propostos para TRCcom indicação Classe I das normas internacionais, foram avaliados nos 7 dias precedentesà implantação e após 3 e 6 meses. Procedeu-se a caracterização demográfica e clínica,aplicação do questionário de qualidade de vida Minnesota (QVM), realização da prova demarcha de 6 minutos (PM6) e determinação do NT-proBNP. Os valores foram comparadoscom o teste de Wilcoxon e a associação dos parâmetros basais com a resposta aos 3 e 6meses foi avaliada pela correlação de Pearson.

Resultados: Foram avaliados 22 doentes (16 homens; 66±8 anos), dos quais 7 com car-diopatia isquémica e 3 com fibrilhação auricular permanente. Todos os doentes tiverammelhoria sintomática. Aos 3 meses, houve melhoria significativa do índice QVM (36±20 vs15±17; p<0,001), da PM6 (352±112 vs 433±118m; p<0,001) e do NTproBNP (2418±1856vs 1814±1749UI/L; p<0,001), com estabilização subsequente. A distância percorrida naPM6 basal correlacionou-se inversamente com o aumento percentual da PM6 aos 3 (R2=-0,42; p=0,05) e 6 meses (R2=-0,78; p<0,001). Após 3 e 6 meses, 47,6% e 50% dosdoentes atingiram simultanemamente os três critérios de resposta. Esses doentes carac-terizaram-se por serem mais frequentemente do sexo masculino (p=0,002) e teremmenores valores pré-implantação de distância percorrida (p=0,035) e de índice de Borgna PM6 (p=0,048), maior índice QVM (p=0,042) e hematócrito mais elevado (p=0,028).

Conclusões: A PM6 permite a avaliação objectiva da resposta funcional em doentes sub-metidos a TRC. Além disso, tem valor preditivo, correlacionando-se entre os doentesrespondedores com a intensidade da resposta clínica.

C 164VALOR ADICIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS COM AMONITORIZAÇÃO DA IMPEDÂNCIA ELÉCTRICA TRANSTORÁCICA EM DOENTES COMINSUFICIÊNCIA CARDÍACA PORTADORES DE SISTEMAS DE RESSINCRONIZAÇÃO

NUNO CORTEZ-DIAS1, MARTA VALENTE1, DOROTEIA SILVA1, SUSANA ROBALO MARTINS1, LUÍS SARGENTO1, LUÍS

CARPINTEIRO1, JOÃO DE SOUSA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Fundamentação: Os algoritmos de monitorização da insuficiência cardíaca (IC) incorpora-dos nos pacemakers biventriculares (BiV), como o sistema baseado na impedância eléc-trica transtorácica [Optivol Fluid Index (OFI)], têm elevada sensibilidade mas reduzidovalor preditivo positivo, o que limita a sua utilização na prática clínica.

Objectivo: Determinar se a conjugação ao OFI de outros parâmetros monitorizados peloBiV melhora a acuidade na detecção de agravamento da IC.

Metodologia: Estudo retrospectivo de 22 doentes com IC, portadores de BiV com sistemade monitorização da impedância eléctrica intratorácica incorporado. Os parâmetros moni-torizados pelo BiV foram comparados com os registos clínicos de agravamento sintomáti-co e internamentos hospitalares. Os eventos de monitorização sugestivos de descompen-sação (EMSD) foram definidos como os períodos de tempo durante os quais o OFI foi supe-rior a 60ø.dia. Determinou-se a duração, OFI máximo, número mínimo de horas de activi-dade diária (ADmin), frequência cardíaca diurna máxima (FCDmax), frequência cardíacanocturna máxima (FCNmax) e variabilidade mínima da frequência cardíaca (VFCmin) decada EMSD e calculou-se o δADmin, δFCDmax e δFCNmax, definidos como a diferença entrea ADmin, FCDmax e FCNmax durante o evento e a ADmin, FCDmax e FCNmax no período basal(entre o 30º e 120º dia após implantação). Foi utilizada análise multivariada de regressãologística para determinação dos parâmetros que, conjugados com OFI superior a 60ø.dia,melhoram a acuidade diagnóstica na detecção de episódio de agravamento clínico.

Resultados: Durante o período sob monitorização (7783 dias), ocorreram 23 episódios deagravamento, 12 internamentos e 34 EMSD. A sensibilidade do limiar 60Ω.dia na detecçãode descompensação da IC foi 73,9% e o valor preditivo positivo foi 50%. Os EMSD que cor-responderam efectivamente a descompensação da IC caracterizaram-se por OFI mais ele-vado, menor δADmin (-0,7±1h vs. 0,6±0,9h; p<0,001), maior δFCDmax (-0,6±14,2ppm vs.-12,4±12,8ppm; p=0,018) e menor VFCmin (45±10ms vs. 75±25ms; p<0,001). Entre osparâmetros monitorizados, aqueles que induziram melhoria mais significativa daacuidade diagnóstica em associação ao OFI acima de 60Ω.dia foram o δADmin (ROC: 0,81)e a VFCmin (ROC: 0,97).

Conclusões: A inclusão de outros parâmetros monitorizados pelo BiV nos algoritmos dediscriminação, em particular do δADmin, δFCDmax e VFCmin poderá melhorar a suaacuidade na monitorização da IC.

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I-95

C 165EVOLUÇÃO CLÍNICA A LONGO PRAZO APÓS IMPLANTAÇÃO DE CDI NA PREVENÇÃOPRIMÁRIA DE MORTE SÚBITA: QUAL A INFLUÊNCIA DA PATOLOGIA CARDÍACA SUBJA-CENTE?

BRUNO TERENO VALENTE1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA1, PEDRO SILVA CUNHA1,JOANA FELICIANO1, SOFIA SANTOS1, SANDRA ALVES1, RUI M. SOARES1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

A importância epidemiológica da morte súbita arrítmica (MS) e os benefícios demonstra-dos do recurso à terapêutica com cardioversor-desfibrilhador implantável (CDI) têm con-tribuído para o aumento muito significativo do número de portadores de CDI no âmbitoda prevenção primária de MS. A cardiopatia isquémica (CI) e a miocardiopatia dilatada(MCD), associadas a disfunção sistólica grave do ventriculo esquerdo, têm sido conside-radas como patologias-alvo nos diferentes estudos multicêntricos. No entanto, outras si-tuações clínicas com risco de MS, como a miocardiopatia hipertrófica, doenças eléctricasprimárias, algumas cardiopatias congénitas ou a miocardiopatia não compactada são tam-bém referenciadas para tratamento com CDI.

Objectivo: Comparar a evolução arrítmica a longo-prazo em diferentes patologias cardía-cas após implantação de CDI segundo as recomendações internacionais para prevençãoprimária de MS.

População: 214 doentes consecutivos (160 do sexo masculino, 59±14 anos) submetidosa implantação de CDI. Foram considerados 3 grupos de acordo com a patologia subjacente:CI (n=103), MCD (n=87) e um grupo heterogéneo (n=24), composto por doentes com mio-cardiopatia hipertrofica, cardiopatia congénita operada, miocardiopatia não compactada,valvulopatias e doença eléctrica primária (Síndroma de Brugada, Sindroma de QT Longo).Avaliámos a incidência de terapêuticas apropriadas, detecções e terapêutica inapropriadase mortalidade de causa cardíaca.

Resultados: As características clínicas da população estão apresentadas na tabela I.Durante um follow-up de 22±16 meses, a taxa de terapêuticas apropriadas foi de 20%(19,4%; 21,8% e 16,7% para a CI, MCD e grupo heterogéneo, respectivamente, p=NS). Asdetecções inapropriadas foram de 19,4%; 20,6% e 16,7% e as terapêuticas inapropriadasde 6,8%; 11,5% e 16,7%, na CI, MCD e grupo heterogéneo, respectivamente (p=NS). Nãohouve diferencas significativas na mortalidade de causa cardíaca (10,7% vs. 3,5% vs.8,3%; CI, MCD e grupo heterogéneo, respectivamente).

Conclusão: As recomendações actuais para prevenção primária de MS com CDI permitema interrupção de episódios de taquidisritmias ventriculares num número significativo decasos, com impacto semelhante apesar das diferentes patologias cardíacas subjacente ecaracterísticas clínicas da população. No entanto, os custos inerentes a esta terapêuticajustificam o desenvolvimento de técnicas que permitam melhorar o valor predizente daestratificação de risco.

C 166CARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACAAVANÇADA: QUANDO A REALIDADE SUPERA AS EXPECTATIVAS

ELISABETE JORGE1, RUI BAPTISTA1, HÉLIA MARTINS1, FÁTIMA SARAIVA1, PAULO MENDES1, ROGÉRIO TEIXEIRA1,CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, NATÁLIA ANTÓNIO1, SUSANA COSTA1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1, LUÍS

A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O papel dos cardioversores-desfibrilhadores implantáveis (CDI) na redução dataxa de mortalidade dos doentes com insuficiência cardíaca (IC) avançada é actualmenteindiscutível.

Objectivos: Determinar, numa população de doentes com IC classe III ou IV de New YorkHeart Association (NYHA), qual a incidência de doentes portadores de cardiodesfibrilhadorimplantável (CDI) e comparar o seu prognóstico a longo prazo com o dos doentes sem CDI.

População e Métodos: Análise retrospectiva de uma base de dados com 209 doentesinternados numa Unidade de Cuidados Intensivos com IC classe III ou IV da NYHA. Foi reali-zado um seguimento clínico médio de 41 meses. Constituíram-se 2 grupos de doentes: A-doentes com CDI; B- doentes não portadores de CDI.

Resultados: Não se detectaram diferenças significativas relativamente a parâmetrosdemográficos, etiologia da IC, parâmetros hemodinâmicos (tensão arterial, frequênciacardíaca, diurese) e comorbilidades mais relevantes (anemia, doença tiroideia, diabetesmellitus, dislipidémia, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença arterial periférica,doença cerebrovascular). A fracção de ejecção ventricular esquerda média (avaliada porangiografia de radionuclidos) foi de 24% para o grupo com CDI e de 29% para o gruposem CDI. O primeiro grupo estava mais frequentemente medicado com IECAs, beta-blo-queante e espironolactona. A percentagem de doentes com CDI foi de 20,6%. A taxa demortalidade após o período de seguimento clínico foi de 27,5% para os doentes sem CDIe foi de apenas 11% para os doentes portadores de CDI (p=0,021).

Conclusão: Na nossa população de doentes com insuficiência cardíaca avançada, osdoentes portadores de CDI tiveram uma taxa de mortalidade mais baixa do que o repor-tado em vários estudos previamente publicados.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | AVANÇOS NAS TÉCNICAS DE IMAGEM EM CARDIOLOGIA

C 167A IMPORTÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO ESTUDO DA MIOCARDIOPATIAHIPERTRÓFICA. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DE UM CENTRO PORTUGUÊS

SÉRGIO DUARTE1, LUÍS ROCHA LOPES1, MANUEL CARRAGETA1, CECÍLIA BAGULHO1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: A miocardiopatia hipertrófica (MCH) é uma doença genética, autossómicadominante, relativamente frequente. É uma das principais causas de morte súbita emindivíduos jovens. A ecocardiografia é a técnica de imagem de primeira linha no estudode doentes (dts) com suspeita de MCH. Os avanços técnicos da ressonância magnéticacardíaca (RMC) permitem que esta ofereça uma informação complementar muito útil.

Objectivo: Descrição do valor complementar da RMC no diagnóstico e seguimento de dtscom MCH.

Métodos: 14 dts com suspeita de MHC, referenciados no período de Junho de 2008 aDezembro de 2009. Equipamento Signa HDx1,5T® da GE. Protocolo:1) sequências bSSFPcine nos eixos longos, conjunto de eixos curtos e câmara de entrada e saída do ventrícu-lo esquerdo (VE); 2) sequências VENC para avaliação da função diastólica e no tracto desaída do VE para quantificação da sua área e fluxo; 3) estudo de realce tardio, para ava-liação da fibrose intramiocárdia.

Resultados: Dos 14 dts estudados: hipertrofia do VE (HVE) em 12 dts; 1 dte com miocar-diopatia não compactada isolada; 1 dte com fenótipo normal. Dos dts com HVE: 6 do sexofeminino (50%), idades de 62±15 anos. Medições: VTDVE:88±22 ml/m2; VTSVE:43±17ml/m2; FEVE:52±7%; massa VE:97±43 g/m2; Espessura máxima da paredeVE/VTDVE:0,23±0,06 mm.m2.ml-1; Volume aurícula esquerda:50±16 ml/m2. HVEassimétrica em 92% (septal em 46%). Obstrução do tracto de saída do VE em 17%; insu-ficiência mitral em 46% (grau I a II). Disfunção diastólica grau I em 1 dte; restantes comdisfunção diastólica grau III. Realce tardio focal/mesoparietal em 46%. O único dte comHVE concêntrica apresentava realce tardio da parede latero-inferior, sugestivo deAnderson-Fabry (confirmado por estudo genético). Um dte com HVE assimétrica apresen-tava concomitantemente hipertrabeculação do VE (miocardiopatia mista). Não ocorreuqualquer complicação, tendo sido obtidas imagens de qualidade em todos.

Conclusões: A RMC facilita o estudo fenotípico e funcional na MCH e permite a quantifi-cação da fracção regurgitante mitral e de gradientes intraventriculares. A técnica de realcetardio permite discriminar áreas de fibrose (potencial interesse na estratificação de risco).A RMC possibilita ainda excluir outras doenças do miocárdio que se caracterizam por HVE.A natureza não-invasiva e reprodutibilidade favorecem a utilização na avaliação da pro-gressão da doença.

C 168PREVALÊNCIA DE ARRITMIAS VENTRICULARES NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA API-CAL E RELAÇÃO COM O REALCE TARDIO OBTIDO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIO-VASCULAR

ANA G. ALMEIDA1, JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, DULCE BRITO1, LUÍS SARGENTO1,CLÁUDIO DAVID1, GUILHERME PEREIRA1, MARIA JOSÉ CORREIA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A miocardiopatia hipertrófica apical (MCHA) é uma situação rara mas diag-nosticada de forma crescente por ressonância magnética cardiovascular (RMC), que é re-quisitada para confirmação de suspeita ecocardiográfica. Não é conhecida a prevalênciade realce tardio (fibrose), assim como a possível relação com arritmias, que poderá terimpacto prognostico. O objectivo deste estudo foi analisar em doentes (dts) com MCHA aprevalência de realce tardio (fibrose) por RMC e de arritmias ventriculares e a sua relação.

Métodos: Foram incluídos 26 dts consecutivos com MCHA, 15 homens, 38±11 anos. Odiagnóstico foi estabelecido por RMC, baseado na presença de hipertrofia dos segmentosapicais e imagem sistólica típica em ás-de-espadas. Todos efectuaram RMC para avaliaçãodo ventrículo esquerdo, usando o modelo de 17 segmentos para análise: a) SSFP emcurto-eixo para avaliação do volumes do ventrículo esquerdo (VE) e fracção de ejecção b)SSFP em 2, 3, 4-câmaras para medição de espessura segmentar; c) sequência de realcetardio após contraste, com avaliação da presença e extensão (massa) em cada segmen-to do VE. Todos os doentes efectuaram Holter de 24 horas em menos de 2 semanas deintervalo relativamente ao estudo RMC, sendo analisado o número de episódios de arrit-mias ventriculares repetitivas (pares, triplets, taquicardia ventricular).

Resultados: A espessura apical máxima foi de 21±4mm (13-30mm), o volume teledi-astólico VE de 56±8 ml/m2 (39-73) e a fracção de ejecção de 68±5% (59-80). A presençade realce tardio foi detectada em 15 dts, localizada na região mesoparietal dos segmen-to apical, podendo envolver os segmentos apicais das paredes adjacentes; o segmentopreenchia totalmente o apex em 12 dts e foi nodular nos restantes 3. Não se observouhipertrofia ou realce tardio em qualquer dos restantes segmentos do VE. Todos os dtsapresentaram arritmias repetitivas. A presença de episódios de arritmias ventriculares foisignificativamente superior nos dts com realce tardio (99±38 vs 15±5, p=0.0001). Não seobservou correlação entre o numero de arritmias ventriculares, a massa de realce tardio,a espessura máxima apical, o volume e a fracção de ejecção VE.

Conclusões: A presença de realce tardio no ventrículo esquerdo em dts com MCHA foi fre-quente e associou-se significativamente a arritmias ventriculares complexas. O impactoprognóstico deste achado deve ser avaliado em estudo de seguimento.

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I-96

C 169CLINICAL PREDICTORS OF LEFT VENTRICULAR OUTFLOW OBSTRUCTION IN HYPERTROPHICCARDIOMYOPATHY

ALEXANDRA SOUSA1, ANA LEBREIRO1, ELISABETE MARTINS1, MANUEL CAMPELO1, SANDRA AMORIM1, BRENDA

MOURA1, J. SILVA CARDOSO1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: In patients (pts) with hypertrophic cardiomyopathy (HCM), left ventricularoutflow tract (LVOT) obstruction at rest is a strong, independent predictor of progressionto severe symptoms of heart failure and death. Recently it was also associated with sud-den cardiac death (SCD) risk.In this study we aimed to assess the clinical predictors of rest LVOT obstruction in a pop-ulation of pts with HMC.

Methods: We retrospectively analyzed clinical reports of pts with HCM followed at a ter-tiary heart failure care centre. Demographic, clinical, laboratorial and echocardiographicdata were analyzed.

Results: Seventy pts were included. The mean age was 59 ± 17years and 45 (64%) weremen. Most of pts (57%) were in NYHA class I, 31% in class II and 12% in class III at lastobservation. Median value (25th, 75th percentiles) of brain natriuretic peptide was 246(129,568) pg/mL. The majority of pts (68%) had predominantly septal hypertrophy, 23%diffuse form and 9% apical HCM. Twenty-one (30%) had LVOT obstruction. Most of them(83%) had preserved ejection fraction.Multiple clinical factors were analyzed: syncope, chest pain, personal or familial history ofSCD, heart murmur, signs of pulmonary or systemic congestion, blood pressure, and elec-trocardiographic findings. On univariate analysis, the presence of heart murmur (OR 13.3;95% CI 1.6 - 108.4; p=0.003) and left ventricular hypertrophy (LVH) criteria on electrocar-diogram (OR 7.02; 95% CI 1.8-27.6; p=0.03) were associated with the presence of LVOTobstruction. We also found that pts withLVOT obstruction had higher systolic blood pres-sure values (131 ± 23 vs 114 ± 19 mmHg; p=0.004).

Conclusions: Simple clinical data (heart murmur and systolic blood pressure) and electro-cardiographic findings (signs of LVH) may be of value in anticipating the presence of LVOT,which is an important predictor of adverse events in HCM pts.

C 170IS FIBROSIS AN EARLY MARKER OF HEMODYNAMIC DETERIORATION IN HYPERTROPHICCARDIOMYOPATHY?

ANA LEBREIRO1, ALEXANDRA SOUSA1, ELISABETE MARTINS1, TERESA PINHO1, ANTÓNIO J. MADUREIRA1, MANUEL

CAMPELO1, SANDRA AMORIM1, BRENDA MOURA1, ISABEL RAMOS1, J. SILVA CARDOSO1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Hypertrophic cardiomyopathy (HCM) has a diverse clinical spectrum thatoften includes progressive heart failure (HF) symptoms and/or sudden cardiac death(SCD). Myocardial fibrosis, detected by late gadolinium enhancement (LGE) on cardiacmagnetic resonance (CMR) has been recently related to SCD, while brain natriuretic pep-tide (BNP) has been related with progressive heart failure.

Objectives: We aimed to assess the relation between fibrosis and plasma BNP, as an earlymarker of hemodynamic deterioration, in a population of patients with HMC and pre-served left ventricular systolic function (LVSF).

Methods: Retrospective study of pts with HCM and preserved LVSF referred to CMR study.Clinical data and plasma BNP levels were assessed. The following CMR (SiemensMagnetonTrio) parameters were evaluated: ventricular volumes, ejection fraction (EF),ventricular mass (SSFP sequences) and presence of myocardial LGE after gadoliniumadministration. The number of segments with fibrosis was recorded (according to the 17-segment model of AHA).

Results: Twenty-two patients were included (median [IQR] age of 56 [37-61] years; 17men), with mean ejection fraction of 69±11.5%. Most patients were asymptomatic (75%in NYHA class I); 7 had left ventricle outflow tract obstruction; 41% had 1 risk factor forSCD, and 14% had 2 or more. Median [IQR] plasma BNP was 318 [114-704] pg/mL.Hypertrophy was predominantly septal in 11 patients, apical in 5 and diffuse in 6 cases.Mean left ventricular mass was 102±42.5 g/m2. Fibrosis was detected in 15 (68%)patients. The median [IQR] number of segments with LGE was 4 [0-5]. Plasma BNP lev-els were strongly correlated with the number of segments involved by fibrosis, as detect-ed by CMR (p=0.001; rho= 0.80). This correlation was shown to be independent of leftventricular mass (p=0.003; rho= 0.75).

Conclusions: In our population the extent of LGE was directly related to plasma BNP lev-els, irrespective of left ventricular mass. This finding suggests that fibrosis may also be anearly marker of progression to HF in minimally symptomatic patients with HCM and pre-served LVEF.

C 171RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE ACELERAÇÃO DO FLUXO DA ARTÉRIA PULMONAR E A FUNÇÃO SISTO-DIASTÓLICA DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM DOENTES COM LÚPUSERITE-MATOSO SISTÉMICO

SÓNIA RIBEIRO1, DOROTEIA SILVA1, SUSANA GONÇALVES1, LUÍS SARGENTO1, SANDRA CARMO PEREIRA1, GABRIELA

VINHAS DE SOUSA1, ANA G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A hipertensão pulmonar (HTP) é uma co-morbilidade frequente e grave nosdoentes com lúpus eritematoso sistémico (LES). A disfunção sisto-diastólica ventricularesquerda de etiologia multi-factorial nestes doentes é um dos factores que poderá con-tribuir para o desenvolvimento de HTP.

Objectivo: Avaliar a relação entre o tempo de aceleração do fluxo da artéria pulmonar ea função sisto-diastólica do ventrículo esquerdo (VE).

Métodos: Foram avaliados doentes ambulatórios com diagnóstico de LES há mais de umano e clinicamente estáveis (medicação não alterada e ausência de hospitalizações nosúltimos 6 meses). Todos os doentes realizaram estudo ecocardiográfico (Vivid i e Vivid 7,GE). A função diastólica do VE foi caracterizada por Doppler pulsado do fluxo transvalvu-lar mitral (onda E, onda A e tempo de desaceleração) e pela análise das velocidades pro-todiastólicas (Em) e telediastólicas (Am) do anel mitral (lateral e septal). A função sistóli-ca do VE foi caracterizada pelo componente sistólico (Sm) do Doppler tecidular do anelmitral. Foi calculada a razão entre a velocidade protodiatólica do fluxo de enchimentoventricular e a velocidade miocárdica média (lateral e septal) do anel mitral (E/Em),sendo um indicador das pressões de enchimento do VE. O fluxo pulmonar foi caracteriza-do pela determinação do tempo de aceleração (T Ac), tempo de ejecção (T Ej) e a suarazão. A relação entre as variáveis foi determinada pelo coeficiente correlação de Pearson.

Resultados: Foram estudados 30 doentes, 28 (97%) do sexo feminino, 2 (3%) do sexomasculino e com idade média de 38±11 anos. A diminuição dos valores do TAc do fluxopulmonar correlacionaram-se significativamente com a diminuição do Sm mitral(R=0.497; p=0.026) e Em mitral (R=0.601; p=0.003), assim como com o aumento darelação E/Em (R= -0.557; p=0.007).

Conclusão: Em doentes ambulatórios estáveis comLES, a diminuição do tempo de aceleração do fluxopulmonar (sugestivo de HTP) associa-se significati-vamente aos índices de disfunção sisto-diastólicado VE estudados.

C 172SIGNIFICADO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS NA MIOCARDITE AGUDA.RELAÇÃO COM A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

MIGUEL MENEZES1, JOÃO MARQUES1, RAQUEL MAGALHÃES1, VANESSA CARVALHO1, M. GATO VARELA1, CLÁUDIA

JORGE1, PAULA COSTA1, DULCE BRITO1, ANA G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A miocardite é frequentemente subdiagnosticada. A Ressonância MagnéticaCardíaca (RMC) tem revelado elevada acuidade diagnóstica, sendo aceite como alternati-va à biópsia miocárdica. Permanece por esclarecer o significado das alterações do ECGnesta patologia.

Objectivos: determinar a sensibilidade do ECG para a detecção de miocardite em doentes(dts) com diagnóstico confirmado por RMC; analisar a relação topográfica entre as alte-rações do ECG e as modificações miocárdicas por RMC.

Métodos: Foram incluídos 22 dts consecutivos, 17 homens (29,8±13,6 anos), com diag-nóstico de miocardite aguda, estabelecida de acordo com 4 critérios: precordialgia e/ouinsuficiência cardíaca; marcadores de necrose miocárdica positivos; coronariografia nor-mal; diagnóstico confirmado por RMC. Todos efectuaram ECG de 12 derivações à admis-são hospitalar, sendo analisadas as seguintes alterações: elevação do segmento ST ouondas T invertidas e acuminadas, classificadas em 4 localizações: anterior, lateral, inferi-or ou generalizadas. Por RMC, foram adquiridas sequências de ponderação em T2 (avali-ação de edema) e realce tardio (análise de necrose), sendo o ventrículo esquerdo dividi-do em 16 segmentos (ASE) para análise da presença destes índices. Para análise compar-ativa com o ECG, foram consideradas 4 localizações: anterior (septo anterior e anterior),lateral (lateral e posterior), inferior (inferior e septo inferior) e generalizadas. Na análiseda concordância topográfica dos achados ECG com RMC considerou-se como critério depositividade: a concordância de ≥1 localização de alterações em cada doente, se ≤2 loca-lizações afectadas; no caso de alteração ECG generalizada a presença ≥ 2 localizações comalterações por RMC.

Resultados: A sensibilidade do ECG para a detecção de miocardite foi de 86,4%. A sensi-bilidade da elevação do segmento ST foi 77,3% (N=17) e da inversão de ondas T foi de50% (N=11). Houve concordância topográfica entre: elevação do segmento ST e edemaem 47,1%; entre inversão de ondas T e edema em 90,9%; elevação de segmento ST ouinversão de ondas T com edema em 79%; elevação do segmento ST e necrose em 64,7%;inversão de ondas T e necrose em 90,9%; elevação do segmento ST ou inversão de ondasT com necrose em 84,2%.

Conclusões: O ECG revelou-se um meio com boa sensibilidade para a detecção de mio-cardite. A localização das alterações ECG revelou boa concordância com a localização dasalterações de necrose e edema detectadas por RMC.

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C 173EXTENSÃO DO EDEMA E NECROSE MIOCÁRDICOS NA MIOCARDITE AVALIADOS PORRESSONÂNCIA MAGNÉTICA - IMPACTO NOS BIOMARCADORES E NA FUNÇÃO VENTRICULAR

RAQUEL MAGALHÃES1, JOÃO SILVA MARQUES1, VANESSA CARVALHO1, MIGUEL MENEZES1, M. GATO VARELA1,DOROTEIA SILVA1, CONCEIÇÃO AMARO1, DULCE BRITO1, ANA G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A miocardite aguda tem um amplo espectro de apresentações clínicas. Oconhecimento da evolução temporal e espacial da inflamação e necrose miocárdica e asua correlação com os marcadores inflamatórios sistémicos poderá ajudar a reconhecer osdoentes em risco de progressão para disfunção cardíaca crónica.

Objectivo: Caracterização da miocardite na fase aguda em termos clínicos, laboratoriais(inflamatórios e necróticos), ECG e imagiológicos e sua inter-relação.Métodos: Foram incluídos 17 doentes consecutivos internados com o diagnóstico de mio-cardite aguda, confirmada por Ressonância Magnética Cardiovascular (RMC) em presençados seguintes critérios: (1) dor precordial e/ou insuficiência cardíaca; (2) marcadores denecrose miocárdica positivos; (3) coronariografia normal.Estudo observacional prospectivo. Foi efectuada avaliação clínica, laboratorial (PCR altasensibilidade, NT-pro-BNP, troponina I, CK, CK-MB, serologias e anticorpos), ECG e imagi-ológica (ecocardiograma e RMC). Calculou-se por ecocardiografia e RMC: a) fracção deejecção; b) score segmentar de contractilidade - SCS (∑ Score de cada segmento/16). PorRMC foi avaliado o realce tardio após contraste (fibrose) e imagens em ponderação de T2(edema). Obtiveram-se: a) scores de edema (SSE) e de necrose (SSN) segmentares, clas-sificando cada um dos 16 segmentos; c) Índice de Necrose (IN) = relação massa de realcetardio/massa ventricular (RT/MV).

Resultados: Incluíram-se 17 doentes, 15 homens (28,8±13,4 anos). Todos evidenciavamelevação de pelo menos um dos marcadores de necrose - 100% com elevação dos níveisde troponina (13,6± 10,4ug/ml), 94% elevação da PCR (5,6 ± 4,6 mg/dL), 82% elevaçãode NTproBNP (571,7 ± 474,3pg/mL). A Fracção de Ejecção estava discretamente diminuí-da em 5 doentes (59,2% ± 7, 8%) e o SCS em apenas 1 (1,17 ± 0,25). Foi encontradoedema (SSE 0,26 ± 0,05) e necrose (SSN 0,23 ± 0,07) em todos os doentes. O Índice deNecrose Médio foi 5,2% ± 1,9%. Encontrou-se correlação significativa entre: NTproBNP eSCS (R=0,759 p=0,003); NTproBNP e IN (R=0,671 p=0,024); IN e Troponina (R=0,663p=0,004); CK e SSN (R=0,572 p=0,016).

Conclusões: Na nossa população de doentes com miocardite, a maioria dos doentes tinhafunção ventricular preservada mas a extensão do edema e necrose avaliadao por RMCforam variaveis, correlacionando-se com niveis de biomarcadores. A RMC revelou-seimportante método para quantificar a disfunção ventricular, bem como a inflamação e anecrose miocárdicas.

C 174AVALIAÇÃO DA ÁREA VALVULAR AÓRTICA NA ESTENOSE AÓRTICA COM ECOCARDIOGRAFIATRIDIMENSIONAL. COMPARAÇÃO COM A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

CLÁUDIA JORGE1, ANA G. ALMEIDA1, JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA SILVA1, DAVID CLÁUDIO1, MARIA JOSÉ

AMARO1, GUILHERME PEREIRA1, LAURA SANTOS1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A avaliação da gravidade da válvula aórtica através dos índices Doppler podeser de difícil valorização. A avaliação anatómica é agora possível com o advento da eco-cardiografia tridimensional (3DE). O objectivo deste estudo consistiu na avaliação do valorda avaliação da área da válvula aórtica (AVA) por 3DE em tempo real em doentes (dts)com estenose aórtica (EAO), em comparação com a ressonância magnética cardiovascu-lar (RMC) como gold-standard.

Métodos: Foram estudados dts consecutivos com EAO moderada e grave, de acordo comeco-Doppler convencional e usando a equação da continuidade. Critérios de exclusão:ritmo não sinusal, regurgitação aórtica> ligeira, janela ecocardiográfica inadequada e con-tra-indicações para RMC. Todos os dts efectuaram 3DE (Vivid 7, GE), sendo considerado oplano transverso que revelou a menor área da válvula em sístole, de modo a medir amenor AVA por planimetria. Para o estudo RMC, foi usada uma sequência de SSFP sendoobtidos planos contíguos de modo a obter a menor área valvular por planimetria em sís-tole.

Resultados: Foram incluídos 22 dts, 15 homens, com idade média de 70 ±6 anos. A áreavalvular aórtica por eco-Doppler convencional foi 0,92±0,28cm2, 16 (73%) dts tinhamárea ≤ 1 cm2. Por RMC, a área valvular aórtica média foi de 0,88±0,21cm2 e 17 dts tin-ham área ≤1 cm2. Por planimetria 3DE a área média foi de 0,82±0,30 cm2. A diferençamédia da AVA entre 3DE e RMC foi de 0,1±0,28 cm2. Houve boa correlação entre a AVAobtida por 3DE e RMC, com r=0,83, p=0,03. Houve também correlação entre a AVA obti-da por 3DE e a obtida pela equação da continuidade (r=0,70, p=0,04). A variabilidadeintra-observador para 3DE não foi significativa, com boa correlação intra-classe (p<0.01).

Conclusão: No nosso estudo de dts com EAO, a avaliação 3DE da AVA anatómica foi exe-quível e revelou boa correlação com a área anatómica obtida por RMC, com boa repro-dutibilidade de medições.

C 175TÉCNICAS DE FUSÃO DE IMAGEM EM CARDIOLOGIA

JOÃO ROCHA1, MÓNICA CARVALHO1, DANIEL LEITE1, NUNO BETTENCOURT1, JOÃO PRIMO1, HELENA GONÇALVES1,PEDRO BRAGA1, MANUEL GONÇALVES1, VASCO GAMA RIBEIRO1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: As técnicas imagiológicas associadas a cardiologia têm ganho cada vez maiorrelevância diagnóstica e terapêutica. Apesar da grande evolução das diferentes modali-dades de diagnóstico e intervenção cardiovascular, existem ainda limitações inerentes acada técnica. A informação obtida com recurso a técnicas de imagem volumétricas comoa tomografia computorizada multidetectores (TCMD) possibilita, para além de um dia-gnóstico mais preciso, um melhor planeamento de procedimentos percutâneos.Nos últimos tempos desenvolveram-se sistemas de integração da informação da TCMDcom equipamentos de intervenção percutânea, permitindo a fusão de dois métodos deimagem distintos.

Objectivos: Expor a metodologia utilizada de diferentes técnicas de fusão de imagem emcardiologia salientando o papel da tomografia computorizada nos procedimentos percutâ-neos.

Metodologia: No nosso hospital imagens de TCMD (64 cortes) são adquiridas em todosos doentes submetidos a substituição valvular aórtica percutânea (SVAP) ou procedimen-tos de ablação de veias pulmonares por electrofrequência (AVP). Estas imagens são pos-teriormente integradas com as imagens de fluoroscopia (SVAP) ou mapeamento tridimen-sional da aurícula esquerda (AVP)No caso das SVAP, todos os pacientes são submetidos, como método de selecção, a umTAC aorto-iliaco. As imagens são processadas usando software dedicado para segmen-tação aórtica e femoral, e posteriormente sobrepostas às imagens de fluoroscopia. Asimagens de fusão são utilizadas para identificar o melhor local para a punção femoral,evitando áreas de calcificação e para determinar o melhor ângulo do arco em C que vaiser usado para o resto do procedimento, sem recurso a fluoroscopia adicional. Este méto-do tem a vantagem potencial de minorar as complicações relacionadas com o acessofemoral, bem como de reduzir a dose de contraste utilizado e o tempo de fluoroscopia.Para a AVP as imagens de TCMD são usadas para mapeamento tridimensional da aurículaesquerda. Os exames são adquiridos com recurso a sincronização cardíaca e permitem,para além da caracterização anatómica tridimensional durante o procedimento, infor-mações acerca do volume auricular, anatomia e número de veias pulmonares, trajectoesofágico, entre outros.

Conclusões:As técnicas de fusão de imagens por TCMD com fluoroscopia e mapeamento tridimension-al são uma importante mais-valia na abordagem de doentes submetidos a procedimen-tos invasivos.

C 176RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA E ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA EM IDADEPEDIÁTRICA - EXPERIÊNCIA DE UMA DÉCADA

MARTA ANTÓNIO1, MARIA TERESA DIONÍSIO1, PAULA MARTINS1, PATRÍCIA SILVA1, GRAÇA SOUSA1, ANTÓNIO

PIRES1, ISABEL SANTOS1, RICARDO DUARTE1, LÚCIA RIBEIRO1, EDUARDO CASTELA1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra)

Introdução: Os progressos a que temos assistido no campo da Ressonância Magnética(RM), nomeadamente na área Cardiovascular, tornaram esta técnica uma referência noestudo das cardiopatias congénitas e adquiridas. A Angiografia por RessonânciaMagnética (AngioRM) permite obter imagens tridimensionais no intervalo de uma sim-ples pausa respiratória, sendo actualmente o exame de primeira escolha nos recém-nasci-dos críticos com obstáculos esquerdos, direitos e retornos anómalos pulmonares.

Objectivo: Caracterização imagiológica por ressonância magnética das cardiopatias numapopulação pediátrica.

População e Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos de todas as criançasseguidas no nosso Serviço que realizaram ressonância magnética, desde Janeiro de 2000.

Resultados: Nos últimos 10 anos realizaram-se 302 ressonâncias magnéticas, 245AngioRM (sendo a duração média do exame de 7 minutos) e 57 RM cardíacas. A popu-lação estudada tinha idades compreendidas entre 1 dia e 21 anos, verificando-se um pre-domínio do sexo masculino (1,6:1), com 185 casos. Dos exames efectuados, 69 (23%)não mostraram alterações relevantes e 63 (21%) eram seguimentos pós-cirúrgicos. Nosrestantes identificaram-se as seguintes patologias: retornos venosos anómalos - 11 (4%),obstáculos direitos - 44 (15%), obstáculos esquerdos - 79 (26%), vasos anómalos - 4(1%), cardiopatias complexas - 3 (1%), miocardiopatias - 19 (6%), outras patologias - 8(3%). De referir que 2 dos estudos foram interrompidos, um por frequência cardíaca ele-vada e outro por falta de colaboração.

Comentários: A AngioRM é um exame semi-invasivo com indicações precisas, constituin-do-se como uma alternativa vantajosa à angiografia convencional no estudo e diagnósti-co de malformações vasculares torácicas. A RM cardíaca permite o estudo morfológico efuncional ventricular, assumindo um papel crucial no diagnóstico das miocardiopatias emelhor caracterização das cardiopatias congénitas complexas. Para além do inquestioná-vel valor diagnóstico, estes exames são também importantes no seguimento das car-diopatias após intervenção cirúrgica.

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C 177ACHADOS EXTRA-CARDÍACOS IDENTIFICADOS NA ANGIO-TC CARDÍACO

HUGO MARQUES1, RITA GAMEIRO2, PEDRO JERÓNIMO SOUSA3, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, ANA FILIPA GRAÇA1, RUBEN TEIXEIRA1,MÓNICA CHAVES1, FERNANDO GONÇALVES1, AUGUSTO GASPAR1, FRANCISCO PEREIRA MACHADO1, JOSÉ ROQUETTE1

(1Hospital da Luz, 2Hospital do Barlavento Algarvio, 3Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospitalde Santa Cruz)

Introdução: O Angio - TC cardíaco já é aceite universalmente como um método não invasivo para avali-ação de diferentes tipos de patologia cardíaca, com um número crescente de exames a serem realiza-dos. Um dos cuidados a ter para diminuir a dose de radiação é limitar a janela de aquisição ao coração.Contudo mesmo nestes casos basta uma reformatação adicional (trabalho de pós processamento, ouseja, sem necessidade de radiação extra), para se poderem avaliar os órgãos limítrofes.É alvo de controvérsia a necessidade desta avaliação extra cardíaca, pelo grau de importância variáveldos mesmos nas diversas séries publicadas.

Objectivo: Alertar para o grande número de achados extra cardíacos relevantes identificados durantea realização dos Angio-TC cardíaco.Para permitir a sua detecção todas as áreas anatómicas abrangidas pelo exame devem ser avaliadas.

Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos submetidos a TC cardía-ca com 64 cortes e dupla ampola (Dual source CT - Somaton Definition ®, Siemens-medical) de Fevereirode 2007 a Novembro de 2009 foram identificados todos os doentes com achados extra-cardíacos - 35,5%- 420 doentes.De acordo com a sua relevância foram subdivididos em categorias major e minor.Major - 7% - 86 doentes :

- suspeita de processo neoplásico (não inclui micronódulos pulmonares);- enfisema major;- fibrose pulmonar;- adenopatias mediastínicas múltiplas;- derrame pleural marcado;- nódulos hepáticos sólidos;- alterações vasculares não coronárias major - dissecção, estenoses relevantes ou dilatações

aneurismáticas.Dos achados minor 38% corresponderam a alterações fibro-cicatriciais pulmonares.Em cerca de 5% dos doentes foram encontrados micronódulos pulmonares (considerados achadosminor).

Conclusão: Na nossa casuística de Angio-TCcardíacos, foram identificados em 7% dosdoentes achados considerados major. Esta infor-mação incremental foi fornecida ao médicoassistente sem a necessidade de maior dose deradiação ou contraste.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 10H30-11H30ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | HIPERTENSÃO ARTERIAL - CORAÇÃO E ARTÉRIAS

NOTAS

C 178COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE RIGIDEZ ARTERIAL AVALIADO POR TONOMETRIA DE AMPLI-TUDE DE PULSO DIGITAL (TAP) COM O ÍNDICE TORNOZELO-BRAÇO EM INDIVÍDUOS NOR-MAIS

VICTOR M. GIL1, MAURA NÉDIO1, CÉLIA MONTEIRO1, PAULO LEAL1, ELSA LOURENÇO1, SÉRGIO BRAVO BAPTISTA1

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE)

Introdução: O índice tornozelo-braço (ITB) é reconhecido como sendo um importantemarcador na estratificação de risco da doença arterial aterosclerótica, coronária e vascu-lar periférica, indicando, quando alterado, a presença de rigidez arterial. A tonometria deamplitude de pulso digital (TAP), por outro lado, permite avaliar de forma não invasiva,através da variação de amplitude do pulso digital, um conjunto de parâmetros da funçãoendotelial, entre os quais se destaca índice de resistência arterial (IR).

Objectivo: Comparar os resultados obtidos pela avaliação do ITB e da TAP em indivíduossem doença aterosclerótica conhecida.

Métodos: Estudámos 35 indivíduos assintomáticos, sem doença coronária conhecida esem factores de risco relevantes. 60% (n=21) eram do sexo feminino e 40% (n=14) dosexo masculino, com idades medias de 39±12 e 39±10 anos, respectivamente. Com oequipamento de TAP Endo-PAT200®, foi efectuado o registo das variações de amplitudedo pulso digital, através de duas sondas colocadas num dedo de cada mão. Um dos braçosfoi designado como braço de teste e o contralateral como de controlo. Foi feito o registobasal com duração de 10 minutos, seguido de registo de 5 minutos com oclusão no braçode teste usando uma braçadeira insuflada. Novamente, foi feito o registo durante 10 mi-nutos após a desinsuflação da braçadeira. Através da variação de amplitude do pulso di-gital obteve-se o valor de IR. O ITB foi avaliado utilizando uma sonda Doppler e umabraçadeira de insuflação, calculando-se a relação entre os maiores valores obtidos.

Resultados: Obtiveram-se valores de IR entre -37% e 57%, considerados como normaispara a faixa etária e sexo de todos os indivíduos avaliados, sugerindo ausência de rigidezarterial significativa. Do mesmo modo, os valores de ITB observados (entre 0.98 e 1.2)foram, em todos os casos, considerados normais.

Conclusões: Numa população de doentes jovens e sem doença aterosclerótica conheci-da, a avaliação do IR por TAP foi, tal como o ITB, normal em todos os casos. As duas téc-nicas irão agora ser avaliadas em várias populações com doença aterosclerótica.

C 179FUNÇÃO AURICULAR SEGMENTAR EM DOENTES HIPERTENSOS: UM ESTUDO POR DOPPLERTECIDULAR

HAMAD HAMAD1, ANA TERESA TIMÓTEO1, LUÍSA MOURA BRANCO1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O Doppler tecidular (DT) com cor é uma técnica recentemente desenvolvidapara quantificação das velocidades miocárdicas regionais e medição da contracçãomiocárdica regional intrínseca com baixas velocidades e alta amplitude. A maioria dosestudos foca-se na função regional ventricular esquerda. Menos estudada é a função seg-mentar auricular.

Objectivos: Avaliar e descrever a função auricular segmentar, comparando doenteshipertensos com um grupo controlo.

Métodos: Estudo prospectivo de 60 individuos com idade média de 49 ± 15 anos, dividi-dos em dois grupos de acordo com a presença de hipertensão (n=29) ou sem hiperten-são (n=31). Efectuou-se análise da função auricular segmentar por DT, com medição dopico sistólico (S') e das velocidades diastólicas precoces (E') e tardias (A'), a nível do anele dos segmentos médios da aurícula esquerda (septal e lateral em apical 4 câmaras; ante-rior e inferior em apical 2 câmaras) e aurícula direita (parede livre em apical 4 câmaras).

Resultados: Na população total, as velocidades mais elevadas foram obtidas a nível do anelmitral e tricúspide, sendo mais baixas nos segmentos médios das aurículas. As velocidadesda parede lateral e anterior do ventrículo esquerdo e parede livre do ventrículo direito sãosuperiores ás do septo e parede inferior. As velocidades da parede livre do ventrículo direitosão também superiores ás do ventrículo esquerdo. Nos doentes hipertensos, o E' é significa-tivamente menor em todos os segmentos, o A' mais elevado nos segmentos laterais e ante-riores e o S' reduzido nos segmentos septais e anteriores. (Tabela)

Conclusão: No eixo longitudinal, os segmentos anelares têm velocidades mais altas, quedecrescem progressivamente no sentido posterior. No eixo transversal, a parede lateral eanterior e a parede livre do ventrículo direito têm as velocidades mais altas. A hiperten-são causa uma redução generalizada das velocidades diastólicas precoces, com aumentoslocalizados das diastólicas tardias (parede anterior e lateral) e redução da contracçãosistólica (parede septal e anterior).

(cm/s) Controlos Hipertensos p

A’ lateral anel 6,7 ± 2,3 8,1 ± 2,5 0,024A’ anterior anel 7,0 ± 2,1 8,4 ± 2,5 0,025S’ septo anel 6,2 ± 0,9 5,5 ± 1,1 0,005S’ anterior anel 7,0 ± 2,1 8,4 ± 2,5 0,025S’ anterior auricular 6,7 ± 1,6 5,6 ± 1,9 0,019

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C 180ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM DOENTES HIPERTENSOS - PODE O SPECKLE TRACKINGAJUDAR A IDENTIFICAR ALTERAÇÕES PRECOCES DA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDAGLOBAL E SEGMENTAR?

SUSANA GONÇALVES1, CATARINA SANTOS DE SOUSA1, FAUSTO J. PINTO1

(1Faculdade de Medicina de Lisboa)

Introdução: A hipertensão arterial é responsável por alterações estruturais e funcionaisno ventrículo esquerdo (VE). A detecção precoce de alterações sistólicas e diastólicas podeajudar a definir uma melhor estratégia para estes doentes.

Objectivo: Avaliámos a função global e segmentar sistólica e diastólica em doentes comhipertensão arterial e fracção de ejecção normal utilizando a recente técnica strain bidi-mensional que avalia a deformação miocárdica.

Material e métodos: Estudo comparativo observacional. Foram avaliados 95 doenteshipertensos. Todos os doentes foram avaliados por ecocardiografia transtorácica 2D, modoM, Doppler de fluxos e Doppler tecidular. O strain bidimensional através de speckle trackingfoi usado para avaliar a função longitudinal e foi analisado em pós processamento commedições dos valores globais e segmentares em 4 câmaras apical, 2 câmaras apical elongo eixo. Os doentes foram divididos em dois grupos: grupo A) - VE sem alteraçõesestruturais, grupo B) - VE com alterações estruturais (remodelling, hipertrofia, dilatação).

Resultados: A idade média do grupo foi 59±11 anos, sexo feminino 40 (42%) doentes,índice de massa corporal de 27,5±3,9 Kg/m2. Todos os doentes tinham fracção de ejecção> 50%. As diferenças encontradas foram: ver tabela.O strain longitudinal dos segmentos basal e mediano do septo encontravam-se diminuí-dos em doentes com alterações estruturais do VE.

Conclusão: O strain bidimensional demonstrou uma diminuição significativa da deformaçãomiocárdica nos segmentos basal e mediano do septo em doentes com maior repercussãocardíaca (estrutural) como consequência de hipertensão arterial (mesmo com fracção deejecção conservada), provavelmente em consequência de uma maior tensão de cisal-hamento nestes segmentos. Os parâmetros de deformação miocárdica podem ser utilizadoscomo marcadores de repercussão significativa da hipertensão arterial na função do VE.

Grupo A Grupo B pEcocardiografia convencional e Doppler tecidular

Em’septal (cm/s) 7.9±2 6.8±1.7 0.002Em’lateral (cm/s) 10.3±3 8.1±2.5 <0.001Em’/Am’ lateral 0,9±0,3 0,8±0,3 0,01E/Em’ média 8.8±4 10.4±2.8 0.001

Strain bidimensional - speckle tracking

Septo basal – Pico de strain -15.5±4 -13.3±4 0.02longitudinal (%)

Septo mediano – Pico de strain -19.4±3.5 -17.7±3.2 0.01longitudinal (%)

C 181HIPERTENSÃO ARTERIAL EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DECUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

MEDINA ROSÁRIO1, LILIANA LARANJO1, JOSÉ MENDONÇA COSTA1

(1USF Villa Longa)

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é a doença cardiovascular mais prevalente nonosso país e factor de risco para outras patologias, nomeadamente o acidente vascularcerebral (AVC), principal causa de morte em Portugal. Por outro lado, a fibrilhação auric-ular (FA) é a arritmia cardíaca mantida mais frequente na prática clínica, presente em25% dos AVC isquémicos, que representam 75% de todos os AVC. Assim, percebe-se quedoente com FA estabelecida, a estratificação do risco tromboembólico segundo o algorit-mo CHADS2, inclua a presença de HTA. O benefício da terapêutica anti-hipertensora naprevenção do AVC está bem documentado, sendo importante a avaliação do controlo ten-sional. Este estudo pretende determinar a prevalência de HTA em doentes com FA, avaliaro controlo da HTA, terapêutica e risco tromboembólico nos doentes com FA na populaçãode um centro de cuidados de saúde primários.

Metodologia: Descritivo e transversal. Colheita de dados de 5 a 9 de Outubro de 2009,dos utentes da unidade de saúde e analisados os ficheiros clínicos informatizados dedoentes portadores de FA permanente, sem doença valvular. Foram estudadas as var-iáveis género, idade, comorbilidades [HTA (critérios do JNC7), diabetes mellitus (DM),insuficiência cardíaca, AVC/acidente isquémico transitório prévios] e terapêutica antitrom-bótica. O risco tromboembólico foi estratificado segundo o algoritmo CHADS2.

Resultados: A prevalência de HTA em doentes com FA é de 79.1%, que corresponde a 91doentes (61.5% de homens), com idade média de 71.68 anos. A percentagem desteshipertensos com registo de PA nos últimos 6 meses é de 70.3% e 19.8% não têm regis-tos inferiores a 12 meses. Obteve-se um total de 62.5% de PA não controlada. A associ-ação de 2 fármacos é a média utilizada pelos doentes, sendo as terapêuticas mais uti-lizadas os diuréticos, seguidos de �-bloqueantes e inibidores da enzima de conversão daangiotensina. De acordo com o risco tromboembólico baixo (6.1%), moderado (33%) egrave (60.9%), o número de doentes com PA não controlada é sempre superior aoshipertensos controlados.

Conclusão: Nesta população, a prevalência de hipertensão arterial em doentes com FApermanente, sem doença valvular, é bastante elevada, atingindo mais de metade dosdoentes em estudo. A PA não controlada é transversal a todos os graus de risco trom-boembólico. Estes dados revelam a constante necessidade de tão difícil controlo, de umadoença e importante factor de risco cardiovascular.

C 182DETERMINANTES DA RESPOSTA HIPERTENSIVA DIASTÓLICA AO ESFORÇO

CARLA ARAÚJO1, MIGUEL CORREIA1, MARIA JOSÉ FERREIRA1, TIAGO SOTTO MAIOR1

(1Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: A pressão arterial diastólica (PAD), influenciada pelo débito cardíaco e pelasresistências periféricas totais, normalmente permanece estável ou diminui na transiçãodo repouso para o exercício. Factores que interfiram com a vasodilatação, poderão com-prometer a normal redução da resistência vascular periférica durante o esforço. O objec-tivo deste trabalho foi avaliar determinantes da resposta hipertensiva diastólica aoesforço.

Material e métodos: Estudo transversal retrospectivo de 4156 indivíduos consecutiva-mente submetidos a prova de esforço electrocardiográfica (protocolo de Bruce). Foramexcluídos doentes com síndrome coronário agudo, bradiarritmias e taquidisritmias. Aavaliação da exposição ao tabaco foi feita mediante questionário e a medição da pressãoarterial em repouso, durante o esforço e durante a recuperação foi efectuada segundo umprotocolo estandardizado. Comparação entre os grupos com variáveis categóricas foi feitaatravés de odds ratio e com contínuas através teste t para amostras independentes.

Resultados: A PAD no pico de esforço aumentou em relação à basal (resposta hiperten-siva diastólica) em 187 participantes (5%), nos restantes a PAD não se alterou oudiminuiu. Foi encontrada uma associação positiva entre resposta hipertensiva diastólica esexo masculino (OR=2,05 IC a 95% 1,48-2,83). Observou-se também associação positiva,apesar de não estatisticamente significativa, entre estar sob terapêutica anti-hipertenso-ra e ter hipertensão diastólica durante o esforço (OR= 1,37, IC a 95% 0,99-1,88). Os indi-víduos com resposta hipertensiva diastólica eram mais velhos (idade média 57±13 vs55±15 anos, p=0,1) e apresentaram PAD basal superior (p<0,001), PAD pico superior(p<0,001), PAS basal superior (p=0,032), PAS pico superior (p<0,001) e PAS na recuper-ação superior (p<0,001). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entrea resposta tensional diastólica ao esforço e a PAD na recuperação, a frequência cardíacabasal e no pico de esforço e a % da FC máxima atingida em relação à prevista para aidade.

Conclusão: Nos homens foi observado o dobro do risco de resposta hipertensiva diastóli-ca ao esforço; também associada a valores superiores de pressão arterial sisto-diastólicabasal e no pico de esforço.

C 183PREVALÊNCIA DOS FACTORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM DOENTES COMHIPERTENSÃO ARTERIAL. ESTUDO PRECISE

PEDRO MARQUES DA SILVA1, MARIA JOÃO LIMA2, PEDRO MACEDO NEVES3, M. ESPIGA MACEDO4

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2Hospital deS. João, EPE, 3Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 4Institutode Biologia Molecular e Celular)

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo e repre-sentam um importantes factor de incapacidade e de custos para os sistemas de saúde. Ahipertensão arterial (HTA) é referida pela OMS como sendo o principal factor de risco dasdoenças cardiovasclares. Porém numa percentagem significativa de casos ela não aprecede forma isolada, mas antes associada a outros factores de risco como a dislipidemia, aobesidade, a diabetes mellitus tipo II, o tabagismo, etc. A presença de vários factores derisco potencia o seu efeito deletério para os doentes contribuindo para o Risco cardiovas-cula Global. Não é bem conhecido entre nós a dimensão deste problema. Fopi assim real-izado este estudo no sentido de conhecer a percentagem de doentes hipertensos que têmconcomitantemente outros factores de risco.Foram estudados indivíduos de ambos os sexos, com o diagnóstico de HTA e que eramseguidos nos cuidados de saúde primários. A diemansão da amostra foi calculada combase na prevalência da HTA e outros factores de risco na população portuguesa. A amostrafoi constituida por 2848 indivíduos de ambos os sexos.Foram recolhidos dados demográ-ficos, antopométricos, da PA e dislipidemia, bem como de outros factores de risco edoenças concomitantes.Foram observados 2848 indivíduos, com idade média de 65,8 ±11,0 anos, sendo 39,2%do sexo masculino e 60,8% de sexo feminino. Sómente 6,1% dos observados tinham for-mação igual ou superior ao 12º ano de escolaridade. A obesidade estava presente em39,1% da amostra. 98,0% dos hipertensos estavam medicados, e 56,7% não estavamcontrolados. 5,2% eram fumadores activos e 71,4% não faziam exercicio físico regular.Dos observados 32,9% eram diabéticos e 8,9% apresentavam microalbuminúria. A dislipi-demia foi diagnosticada em 82,1% da amostra. No global da amostra, 81,7% da mesmaapresentava 3 ou mais factores de risco cardiovasculares.Em conclusão, os resultados deste estudo vêm confirmar as nossas recomendações nosentido de a avaliação dos hipertensos ser sempre acompanhada pela avaliação do riscoglobal e o respectivo tratamento.

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I-100

C 184OBESIDADE E HEMODINÂMICA: AVALIAÇÃO PRELIMINAR POR CARDIOIMPEDÂNCIA EMHIPERTENSOS TRATADOS

CATARINA SANTOS1, CÁTIA SANTOS1, PEDRO MARQUES DA SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: A relação entre hipertensão arterial e obesidade é complexa e traduz-se emdistintas alterações hemodinâmicas. Neste trabalho pretendemos caracterizar padrõeshemodinâmicos observados com os diferentes graus de obesidade.

Métodos: Análise por cardiografia de impedância de 202 hipertensos tratados, com ava-liação das alterações hemodinâmicas com o aumento do índice de massa corporal (IMC).A análise estatística com SPSS e o nível de significância de p<0.05.

Resultados: Cem doentes (49.5%) do sexo masculino, idade média de 54.6 ± 13.9 anos,dos quais 160 (79.2%) com pressão arterial (PA) sistólica >120 mmHg e 112 (55.4%) comPA diastólica >80 mmHg (valores da cardioimpedância). O valor médio de IMC foi 28.9 ±5.1 Kg/mÇ e a proporção de obesos de 36.6% (74 doentes), estratificado por estádios deobesidade 1, 2 e 3 foi de 64.8% (48 doentes), 28.3% (21 doentes) e 6.7% (5 doentes),respectivamente. O aumento do IMC correlacionou-se com as PA sistólica (r=0.212;p=0.003) e diastólica (r=0.151; p=0.032), o DC (r=0.319; p=0.000), o trabalho cardíacoesquerdo (TCE) (r=0.378; p=0.000) e inversamente com a RVP (r= -0.138; p=0.049). Emobesos graus 2 e 3 os valores de DC (p<0.05) e TCE (p<0.003) foram superiores aos dosdoentes com peso normal. A compliance arterial sistémica e a RVP diminuíram com o IMCmas, de forma significativa, em obesos graus 2 (p=0.018) e 3 (p=0.034), respectiva-mente. O período de pré-ejecção sistólica foi semelhante entre doentes obesos e compeso normal (p>0.05), mas o tempo de ejecção do ventrículo esquerdo (p=0.003), oíndice de aceleração (p=0.000) e o índice de velocidade (p=0.000) foram inferiores ao domesmo grupo de doentes para todos os graus de obesidade.

Conclusão: As principais alterações hemodinâmicas identificadas na obesidade estádios2 e 3 foram o aumento do DC e a redução da RVP. Os índices de função ventricular su-gerem uma alteração da modulação sistólica em todos os graus de obesidade.

NOTAS

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | DOENÇA VALVULAR: DA EPIDEMIOLOGIA AO TRATAMENTO

C 185IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE VALVULAR AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA: EXISTE CURVA DEAPRENDIZAGEM?

DANIEL CAEIRO1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, GUIDA SILVA1, OLGA SOUSA1, BRUNO MELICA1, LINO SANTOS1,HELENA GONÇALVES1, ALBERTO RODRIGUES1, PEDRO BRAGA1, MANUEL GONÇALVES1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A implantação da válvula aórtica por via percutânea (IVAP) é uma técnica emfranca expansão, apresentando-se como uma alternativa terapêutica para os doentes comestenose aórtica severa sintomáticos, recusados para cirurgia de substituição valvular.Sendo um procedimento inovador e tecnicamente complexo, a experiência adquirida naselecção, execução técnica e seguimento parece obedecer a uma curva de aprendizagem.

Objectivo: Comparar os resultados entre os primeiros 16 (Grupo 1) e os últimos 16 (Grupo2) doentes tratados com a IVAP no nosso centro.

Métodos: Entre Agosto 2007 e Outubro de 2009, 32 doentes com estenose aórtica severasintomática foram tratados com recurso a esta técnica. Foi utilizada uma bioprótese depericardio porcino autoexpansível de entrega retrógrada. Foram avaliados retrospectiva-mente as diferenças entre o Grupo 1 e 2 quanto a variáveis clínicas e ecocardiográficas,predictores de risco do procedimento, complicações da técnica e mortalidade.

Resultados: Os dois grupos não apresentavam diferenças estatisticamente significativasquanto à idade (Grupo 1 - 82,2 anos vs Grupo 2 - 77,9 anos), sexo (6 homens vs 5 home-ns), Euroscore Logístico (23,7% vs 26,2%), factores de risco vasculares ou classe funcionalNYHA. Não existiam diferenças significativas entre os dois grupos quanto aos gradientesmáximo e médio e fracção de ejecção pré-procedimento. A IVAP teve com sucesso natotalidade dos doentes. Em 25% dos doentes do Grupo 1 foi necessário efectuar valvulo-plastia com balão após colocação da prótese vs 12,5% no Grupo 2. Observou-se umadiferença significativa na mortalidade hospitalar (12,5% vs 0%) assim como na incidên-cia de infecções nosocomiais (50% vs 18,75%). Não se registaram diferenças no que dizrespeito a complicações com acessos vasculares, nefropatia induzida por contraste ounecessidade de pacemaker.Conclusão: O grupo 2 apresentou menor mortalidade intrahospitalar, assim como menornúmero de complicações infecciosas. Não se verificaram diferenças significativas quantoaos outros parâmetros analisados.

C 186ABORDAGEM DA ESTENOSE AÓRTICA SEVERA: A REALIDADE DE UM CENTRO DEREFERÊNCIA

EULÁLIA PEREIRA1, GUIDA SILVA1, RICARDO FONTES-CARVALHO1, DANIEL CAEIRO1, MARLENE FONSECA1, LUÍS

ADÃO1, JOÃO PRIMO1, LINO SIMÕES1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A cirurgia de substituição valvular é o tratamento de eleição na estenose aór-tica severa (EAo). Estudos recentes sugerem que uma proporção considerável de doentescom EAo sintomática (33-60%) não é submetida a tratamento cirúrgico. A implantaçãopercutânea de próteses valvulares aórticas, nos doentes de elevado risco cirúrgico, temconstituído uma alternativa prometedora. Com este trabalho pretendeu-se avaliar aestratégia terapêutica adoptada nos doentes com EAo no nosso hospital.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo, monocêntrico, que incluiu 166 doentes conse-cutivos com EAo seleccionados com base em critérios ecocardiográficos (entre Janeiro2007 e Junho 2008) e posterior revisão dos respectivos processos clínicos.

Resultados: A idade média dos doentes foi de 76 anos (� ± 9,9), a maioria do sexo fe-minino (61%). Os doentes sintomáticos (dispneia, síncope e/ou angor) constituíram 87%da população.O factor de risco cardiovascular mais prevalente foi a hipertensão arterial (77%). Nosdoentes que realizaram cateterismo cardíaco (n=119), a percentagem de doença coro-nária angiograficamente significativa (> 70% de estenose) foi de 32%.A estratégia terapêutica assumida foi a seguinte: cirurgia de substituição valvular(45,2%), implantação percutânea aórtica (18,1%) ou tratamento médico (36,7%).Os 3 principais motivos para abordagem conservadora foram: recusa do doente (29%),risco cirúrgico elevado (20%) e motivo não definido (31%).

Os doentes do grupo não intervencionado eram mais idosos (79 anos � ± 11,1 vs 74 � ±8,8, p=0,01), tinham maior prevalência do sexo feminino (74% vs 53%, p=0,009), menorclasse funcional da NYHA (classe I em 21,3% vs 7,6%, p=0,026), pior resultado no índiceEuroscore (19% vs 12%, p=0,09) e menor prevalência de doença coronária significativa(5% vs 33%, p <0,001).

Durante um follow-up médio de 22,6 meses (� ± 8,0, 93% completo) a taxa de mortali-dade foi superior nos doentes tratados conservadoramente (28% vs 9%, p <0,001). Asobrevida aos 2 anos foi de 94% no grupo intervencionado e 75% no grupo médico.

Conclusões: Nesta população, cerca de 1/3 dos doentes com estenose aórtica severa nãofoi submetido a cirurgia de substituição valvular ou tratamento percutâneo, a maioria pormotivos não definidos ou por opção própria, apresentando pior prognóstico.

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I-101

C 187FACTORES DE PROGNÓSTICO NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

DIANA ANJO1, ANA MEIRELES1, CATARINA GOMES1, MIGUEL SILVA VIEIRA1, NUNO ANTUNES1, VASCO ALVES

DIAS1, HIPÓLITO REIS1, SEVERO TORRES1

(1 Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António)

Introdução e Objectivos: A endocardite infecciosa é uma doença de elevada morbilidadee mortalidade, sendo múltiplos os factores a influenciar o seu prognóstico. A rápida iden-tificação de doentes de alto risco pode determinar a alteração do curso da doença comconsequente impacto na mortalidade. O objectivo deste estudo foi identificar numaamostra de doentes com endocardite infecciosa os factores de mau prognóstico.

Material e Métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva dos doentes internados porendocardite infecciosa num período de 7 anos (2001 a 2008). O diagnóstico de endo-cardite infecciosa foi efectuado com base nos critérios de Duke modificados. Foi avaliadaa influência de diversos factores de mau prognóstico na mortalidade intra-hospitalar, fac-tores esses referentes às características do doente (idade, endocardite de válvula protési-ca, diabetes mellitus), microorganismo identificado, achados ecocardiográficos (grau dedisfunção valvular) e ocorrência de complicações (insuficiência cardíaca, fenómenosembólicos e choque séptico). Foram utilizados os testes Qui-quadrado e Fisher para aanálise univariada, e a regressão logística para a análise multivariada.

Resultados: Foram estudados 80 casos de endocardite infecciosa, com idade média de63 anos (DP 15,6), dos quais 65% eram do sexo masculino. Através da análise univaria-da verificou-se que tanto o desenvolvimento de insuficiência cardíaca como a ocorrênciade fenómenos embólicos (presentes respectivamente em 45% e em 38,8% dos doentes)apresentavam uma relação estatisticamente significativa com a mortalidade (p=0,0003 ep=0,037). Esta relação manteve-se na análise multivariada, sendo maior o impacto dascomplicações embólicas (p=0,017 vs p=0,012). Não foi observada relação estatistica-mente significativa entre os restantes factores e a mortalidade.

Conclusões: Na amostra estudada o desenvolvimento de insuficiência cardíaca e a ocor-rência de fenómenos embólicos foram preditores de mortalidade intra-hospitalar. A iden-tificação de doentes com estas complicações assume particular importância uma vez quesão estes que irão beneficiar de uma maior monitorização e de uma estratégia terapêu-tica mais agressiva.

C 188EMBOLIZAÇÃO SISTÉMICA NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

MIGUEL CORREIA1, CARLA ARAÚJO1

(1Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, EPE Hospital de S. Sebastião)

Introdução: A incidência de endocardite infecciosa (EI) tem aumentado nos últimos anos,sendo os eventos embólicos uma das suas complicações. Objectivos: Trabalho descritivo,onde se pretende avaliar a taxa de embolização sistémica em doentes com EI, sua loca-lização, relação com variáveis clínicas e ecocardiográficas, assim como o seu impacto naevolução intra-hospitalar.

Métodos: Revisão de processos clínicos de doente internados nos últimos 5 anos numaUnidade de Cuidados Intermédios de Medicina, em que o diagnóstico principal de alta foio de EI. Tratamento estatístico dos dados em programa informático.

Resultados: Identificados 60 doentes com o diagnóstico de EI. Neste grupo, verificou-seevidência de embolização sistémica em 25 doentes (41,7% da amostra). Em 40% dosdoentes que sofreram embolização, esta constituiu a manifestação de apresentação dadoença, enquanto que, nos restantes, ocorreu durante o internamento. A localização maisfrequente dos êmbolos foi o sistema nervoso central (36% dos casos) e o baço (24% doscasos). Os doentes com EI de válvula nativa tiveram uma taxa de embolização superior(50,0%) em relação aos com EI de válvula protésica (22,2%), mas não sendo esta dife-rença estatisticamente significativa na amostra (p=0,08). Verificou-se que o atingimentomultivalvular se traduziu em maior taxa de embolização em relação à EI de apenas umaválvula, mas estando também esta diferença desprovida de significado estatístico. Nogrupo de doentes com embolização, 54,5% apresentava infecção por estafilococos e36,4% infecção por estreptococos, não se tendo registado qualquer caso nos doentesinfectados por enterococos. Dos doentes com embolização, 48% necessitou de tratamen-to cirúrgico (Vs 54,3% dos doentes sem embolização), não sendo a diferença entre os doisgrupos estatisticamente significativa (p=0,8). A taxa de mortalidade intrahospitalar glo-bal foi de 26,7%: esta foi comparativamente maior (32%) nos doentes com embolizaçãosistémica em relação aos restantes (22,9%), mas não tendo esta diferença atingido significância estatística nesta amostra (p=0,5).

Conclusão: Neste trabalho, tal como descrito na literatura, os eventos embólicos foramuma complicação frequente da EI, com possível impacto na evolução intrahospitalar.

C 189EARLY RESULTS WITH MITRAL BALLON VALVULOTOMY: A TECHNIQUE TO PERSIST

ANA SOFIA CORREIA1, MARIANA PAIVA1, RICARDO LOPES1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1, PEDRO

ALMEIDA1, CECÍLIA FRUTUOSO1, JOÃO CARLOS SILVA1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1 Hospital de S. João, EPE)

Background: Percutaneous transvenous mitral balloon valvotomy (PTMV) has beenproven to be an effective and safe procedure for treatment of patients with moderate tosevere mitral valve stenosis (MS). This technique has become an accepted alternative tosurgical commissurotomy, not only in young patients with pliable valves, but also inselected older patients with extensive valvular pathology. The aim of this study was toassess the early results (8 days) of this procedure at our center.

Methods: We retrospectively reviewed the clinical records of patients with rheumatic MSsubmitted to PTMV from November 1991 to March 2009. Data concerning clinical,echocardiographic and hemodynamic characteristics, before and after PTMV, were evalu-ated. The procedure was considered immediately unsuccessful in those patients that pre-sented a post-procedure MV area (MVA) <1.5cm2.

Results: We analyzed 199 patients, of which 174 (87.4%) were women. Mean (± stan-dard deviation (SD)) age at the time of repair was 45±11 years. Before the procedure, 77(39%) patients had atrial fibrillation and mean (SD) Wilkins score was 7.3±1.3. Median[25th percentile-75th percentile (P25-75)] left atrial diameter was 47 mm (P25-75: 44-51) and median pulmonary artery systolic pressure (PASP) was 45 (P25-75: 36-55).Fifteen (7.5%) patients had previous MV surgery [14 (7%) MV comissurectomy and 1(0.5%) ring annuloplasty]. Regarding functional class of NYHA, 15 (7.5%) patients werein class I, 119 (59.8%) in class II, 63 (31.7%) in class III and 1 (0.5%) in class IV. PTMV wasperformed with Inoue balloon catheter with a mean diameter of 28±1mm and a meannumber of inflations of 1.7±1.1. The procedure was immediately unsuccessful in 11(5.5%) cases. Seven (3.5%) patients had severe PTMV-related complications (4 severe MVregurgitation, 1 cardiac tamponade, 1 stroke and 1 major vascular complication). Amongthose, immediate surgery was required in 2 (1%). In-hospital mortality occurred in 2 (1%)patient. Functional class of NYHA improved significantly after the procedure (p<0.001)and MVA estimated by two-dimensional echocardiographic planimetry increased signifi-cantly [1.0 (P25-P75: 0.9-1.1) to 1.9 cm2 (P25-P75: 1.6-2.1), p<0.001]. Atrial pressure,mean transmitral gradient and PASP (hemodynamic measures) decreased significantly(p<0.001) after the procedure.

Conclusions: Percutaneous mitral balloon valvulotomy is a safe and effective procedurewith a low mortality rate (0.5%) and low incidence of major complications requiringemergent surgery. Significant improvement was achieved regarding clinical, echocardio-graphic and hemodynamic characteristics.

C 190PERCUTANEOUS MITRAL BALLOON VALVULOTOMY FOR MITRAL REESTENOSIS AFTER PRE-VIOUS SURGICAL COMMISSUROTOMY

MARIANA PAIVA1, ANA SOFIA CORREIA1, RICARDO LOPES1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1, ELISABETE

ALVES1, PEDRO BERNARDO ALMEIDA1, CECÍLIA FRUTUOSO1, JOÃO CARLOS SILVA1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introduction: Currently the Inoue balloon technique is widely used for percutaneoustransvenous mitral balloon valvulotomy (PMBV) and its efficacy has been well document-ed. We aim to study its effectiveness in patients with mitral restenosis after previousmitral surgery for rheumatic disease.

Methods: We retrospectively analyzed clinical records of 199 patients submitted to PMBVfrom November 1991 to November 2008. We considered a successful intervention whenmitral valvular area calculated by planimetry post procedure was > 1.5cmÇ without con-comitant complications.

Results: Mean age at the time of repair was 45±11 years and 174 (87.4%) were women.Among the 199 patients, 15 (7.5%) had been submitted to previous mitral surgery [14(93.3%) mitral valvular comissurectomy and 1 (0.7%) ring annuloplasty].Considering the group of patients with previous mitral valve surgery, all were women andmean (standard deviation (SD)) age at time of PMBV was 43.3 (10.8) years. Six (40%)patients were in NYHA class III, 7 (46.7%) in class II and 2 (13.3%) in class I. All patientspresented multivalvular disease and 7 (46.7%) had atrial fibrillation (AF). The Wilkinsscore was > 8 in 8 (53.3%) patients and mean (SD) mitral valvular area was0.96cmDZ0.15. All the interventions were successful in this group but in contrast therewas 11 (6%) unsuccessful procedures in the group of patients who underwent to mitralvalve treatment for the first time. However this difference was not statistically significant(p=0.36). All patients presented NYHA functional class improvement had a lower left atri-al pressure (LAP) and a lower mean transmitral gradient (MTG) after PMBV. Comparingboth groups, no difference was found between NYHA class (p=0.49), LAP (p=0.59) andMTG (p=0.54). Regarding the success of PMBV all patients improved mitral size area andthere were no significant difference between groups (100% vs 83% p=0.15).

Conclusion: In our population PMBV was successful in the treatment of mitral restenosisafter previous mitral valve surgery. There were no differences in clinical, echocardiograph-ic and hemodynamic parameters when compared with patients who underwent to mitralvalve treatment for the first time.

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I-102

C 191AVALIAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS VASCULARES PULMONARES DURANTE O ESFORÇO EM DOENTESCOM ESTENOSE MITRAL

ANA RITA ALMEIDA1, CARLOS COTRIM1, HUGO VINHAS1, RITA MIRANDA1, SOFIA ALMEIDA1, LUÍS ROCHA LOPES1, ISABEL

JOÃO1, PAULA FAZENDAS1, MANUEL CARRAGETA1

(1Hospital Garcia de Orta, EPE)

Introdução: A ecocardiografia de sobrecarga com avaliação de parâmetros Doppler durante oesforço, em tapete rolante, é efectuada por rotina no nosso Serviço.

Objectivo: Avaliação das resistência vasculares pulmonares (RVP) em doentes (dts) comestenose da válvula mitral (EVM) e em ritmo sinusal, utilizando ecocardiografia com estudoDoppler, durante o esforço em tapete rolante.

Métodos: De um total de 72 dts referenciados, estudámos 68 (com registos de qualidade).Todos os dts foram submetidos a ecocardiografia de esforço em tapete rolante, utilizando oProtocolo de Bruce modificado.Para cada dte foram avaliados: área mitral funcional (AVM) utilizando o tempo de semi-pressão (THP); o gradiente médio transmitral (¢Pm); o volume sistólico (VS), o débito cardía-co (DC); e a pressão sistólica na artéria pulmonar (PSAP) utilizando o gradiente de pressãoentre o ventrículo direito e a aurícula direita (Grad VD/AD) mais a pressão estimada na aurícu-la direita (assumindo 5 mmHg em decúbito lateral esquerdo (DLE) e 0 mmHg na posiçãoortostática (PO).Estes parâmetros foram avaliados: em repouso (DLE), imediatamente antes de iniciar o exer-cício na posição ortostática (PO), durante o exercício no pico de esforço (PE), e na recuperaçãoimediata (R).Para calcular as RVP assumimos que a pressão capilar pulmonar (PCP) era igual ao ¢Pm maisa pressão diastólica do ventrículo esquerdo (assumindo-a como 4 mmHg). A pressão médiana artéria pulmonar (PMAP) foi determinada utilizando a fórmula de Chemla (PMAP = 0,6 XPSAP + 2 mmHg). Calculámos as RVP, em unidades de Wood (UW), utilizando a fórmula: RVP= (PMAP-PCP)/DC.

Resultados: Os dts tinham idade média de 50±10 anos (27 a 74 anos) e 59 eram do sexofeminino. A AVM era 1,46±0,35 cm2 (0,8 to 2,5). O ¢Pm era: em DLE - 8,6±4,1 mmHg, na PO-6,3±3,5 mmHg ( p<0,0001vs DLE), no PE - 23,3±9,0 mmHg (p< 0,0001 vs PO) e na R-15,3±5,7mmHg (p<0,0001 vs PE). A PSAP era em DLE - 43,9±12,4 mmHg, na PO - 31,0±11,0 mmHg(p<0,0001vs DLE), no PE- 62,5±19,9 mmHg (p< 0,0001 vs PO) e na R- 55,8±15,2 mmHg(p<0,0001 vs PE). As RVP eram: em DLE - 4,2±2,1 UW, em PO - 2,8±1,8 UW (p<0,0001 vs DLE)e no PE - 1,77±1,9 UW (p<0,0001 vs PO).

Conclusões: 1. As RVP diminuem na PO e ainda mais durante o esforço em tapete rolante, emdts com EVM; 2. O ¢Pm e a PSAP diminuem na PO; 3. O ¢Pm e a PSAP aumentam significati-vamente durante o esforço na população estudada e foram significativamente maiores no PEcomparativamente à R.

C 192TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇA VALVULAR MITRAL REUMÁTICA EM CRIANÇAS DAGUINÉ-BISSAU

SOFIA GRANJA1, EDITE GONÇALVES1, TERESA VAZ1, JORGE MOREIRA1, ANTÓNIO RODRIGUES DE SOUSA1, JOSÉ CARLOS

AREIAS1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introdução: Actualmente, a reparação valvular mitral tornou-se a técnica de escolha paraa correcção cirúrgica da regurgitação mitral, dependendo a sua durabilidade não só datécnica usada mas sobretudo da doença de base. A doença reumática apresenta os pioresresultados cirúrgicos, dado o seu carácter progressivo. Porem, atendendo às característi-cas da população mais atingida (crianças de países subdesenvolvidos), esta mantém-secomo opção de primeira linha.

Métodos: Análise retrospectiva dos registos clínicos dos doentes transferidos da Guiné--Bissau para orientação terapêutica, em 2009.

Resultados: Entre Abril e Outubro de 2009 foram internadas 6 crianças Guineenses, como diagnóstico de valvulopatia mitral crónica. A mediana de idades foi de 7,5 anos (5-12).Quatro crianças apresentavam-se em classe funcional NYHA III e 2 em classe II. O ecocar-diograma revelou insuficiência mitral (IM) moderada-grave em todos os casos, por mácoaptação dos folhetos valvulares (espessados) e estenose do orifício valvular - compatív-el com valvulopatia reumática. A IM apresentou-se isoladamente (2) ou associada a insu-ficiência aórtica (IA) ou tricúspide (IT), respectivamente, 1 e 5 casos. Entre as comorbili-dades extracardíacas destacaram-se: hepatite B (2), malária (1), doença falciforme (1),anemia ferropriva e desnutrição (2). Realizou-se valvuloplastia mitral conservadora natotalidade dos casos. Os procedimentos cirúrgicos consistiram na transferência/encurta-mento de cordas, associados a miotomia papilar, comissurectomia e encerramento defendas valvulares. A implantação de anel mitral (parcial ou total) foi realizada em 100%dos casos. Entre as crianças com IT, 3 necessitaram de plastia valvular. Nenhuma prótesevalvular foi implantada. Relativamente à morbilidade pós-operatória, há a referir: IMmoderada-grave (1) e IA moderada (1), ambos com má função ventricular esquerda (FE~40%); e 1 caso com IT moderada. Após a alta, todos mantiveram tratamento anti-con-gestivo, anticoagulação e antibioterapia profiláctica. Àqueles com IM ou IA moderada-graves associou-se um inibidor da enzima de conversão da angiotensina. O tempo deinternamento mediano foi de 47.5 dias (40-54), prevendo-se o regresso à Guiné-Bissauapós término da anticoagulação (mantida até endotelização do anel mitral implantado).Discussão e conclusão: O tratamento cirúrgico com preservação valvular na doença mitralreumática, em idade pediátrica, revelou-se eficaz e com bom resultado funcional a curtoprazo.

C 193EXPERIÊNCIA INICIAL COM UMA BIOPRÓTESE SEM STENT DE NOVA GERAÇÃO

BENJAMIM MARINHO1, MÁRIO JORGE AMORIM1, ADELINO F. LEITE-MOREIRA1, JORGE ALMEIDA1, CRISTINA GAVINA1,PAULO PINHO1

(1Hospital de S. João, EPE)

As próteses valvulares aórticas stentless foram introduzidas na década de 90 com o objectivode restituir "ad integra" a raiz e válvula aórtica. Apesar dos bons resultados iniciais: baixos gra-dientes transprotésicos e rápida regressão da hipertrofia VE; a opção por este tipo de prótesenunca foi disseminada devido à maior complexidade cirúrgica e tempos operatórios mais pro-longados. O desenvolvimento de novas próteses stentless mais fáceis de implantar, como aFreedom Solo® que nos propomos estudar, poderá obviar algumas daquelas limitações.Seleccionaram-se dois cirurgiões para que no decurso de 6 meses considerassem como can-didatos à colocação desta prótese os doentes por si operados com indicação para substituiçãoda válvula aórtica por bioprótese. Não se adoptaram critérios de exclusão. Todos os doentesrealizaram ETE intraoperatório, pré e pós intervenção. Foram registadas as característicasanatómicas, as dificuldades na colocação da prótese e as razões pelos quais se abandonou oprocedimento. Para além dos registos clínicos e analíticos pré- e pós-operatórios, foram efec-tuados ETT ao 31º dia pós-operatório.A análise dos resultados foi feita dividindo a amostra em dois grupos: grupo stentless (GT) eo grupo stent (GC) com o objectivo em despistar viés de selecção.No período de 15 de Abril a 27 de Novembro de 2009 foram operados 57 doentes dos quais 43colocaram próteses stentless (75%). Os critérios que impediram a colocação desta prótese pren-deram-se com: calcificação da raiz aórtica não passível de correcção pelo envolvimento dos ostiacoronária e/ou calcificação do anel e câmara de saída do VE com a consequente destruição doanel durante o processo de descalcificação.Os dois grupos não evidenciam diferenças significativas como se observa na Tabela 1.Mortalidade cirúrgica: Um doente (1,7%) por falência multi-orgânica. Euroscore logístico de 12,0.Esta nova geração de biopróteses stentless parece mais exequível e segura quanto ao pro-cedimento e à morbimortalidade operatória, comparativamente ás séries históricas com estetipo de próteses.

GT (n=43) GC (n=44) p

Idade 72,6±7,1 75,3±7,9 nsSexo F 60,5% 64,3% n.s.HTA 72,0% 78,0% n.s.

Diabetes 25,6% 35,7% n.s.Insuf. Renal. 4,5% 7,1% n.s.

DPOC 23,2% 28,6% n.s.D.Cor. 23,2% 42,8% n.s.FSVE mod./sev. 11,6% 21,4% n.s.NYHA III/IV 39,5% 35,7% n.s.

Euroscore log. 11,2±15,6 14,5±18,6 n.s.CEC min. 119,3±52,6 133,2±53,7 n.s.Clampagem min 82,7±32,7 79,6±41,6 n.s.Troponina I max. 8,7±7,2 10,9±6,0 n.s.

C 194ENDOCARDITE INFECCIOSA: EPIDEMIOLOGIA EM EVOLUÇÃO?

CATARINA VIEIRA1, VÍTOR RAMOS1, ANTÓNIO GASPAR1, SÍLVIA RIBEIRO1, SÉRGIO NABAIS1, SÉRGIA ROCHA1, NUNO

SALOMÉ1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: Estudos recentes sugerem uma alteração no perfil epidemiológico (PE) daEndocardite Infecciosa (EI) ao longo dos últimos anos, sobretudo nos países industrializa-dos.

Objectivo: Estimar a prevalência de EI nos últimos anos na população estudada e avaliarse houve alteração do PE ao longo desse período.

População e Métodos: Avaliação de 104 casos de EI, num universo de 226212 doentes(D), internados entre 1 Janeiro 1998 e 31 Dezembro de 2008. Divisão da amostra em 2grupos (Gs) equitativos (52 D): grupo1 (G1) (1 Janeiro 1998 a 31 Dezembro 2003) egrupo2 (G2) (1 Janeiro 2004 a 31 Dezembro 2008) e comparação desses Gs relativamentea características clínicas, factores predisponentes e microbiologia.

Resultados: A prevalência de EI na população de D internados no período referido foi de0,05%. A idade média foi de 55,3+17,6 anos, com maior prevalência do sexo masculino(71,2%). Quanto ao modo de aquisição: 59,6% dos casos teve origem na comunidade,26% esteve associada a sistemas de saúde e 14,4% ocorreu em utilizadores de drogasintravenosas (IV). 1,9% dos D tinha doença cardíaca reumática, 37,5% valvulopatia, 8,7%EI prévia, 25% prótese valvular e 8,7% dispositivos intra-cardíacos. Nas hemoculturas oestafilococos foi isolado com maior frequência (40,4%) que o estreptococos (25%). A taxade mortalidade global foi de 11,5%.Quando comparados os dois Gs, verificou-se um tempo médio de internamento superiorno G1 (37,9 ± 4,1 vs 27,8 ± 2,5 dias, p<0,05). O G2 teve maior proporção de D com dis-positivos intra-cardíacos (1,92% vs 15,4%, p<0,05), neoplasias (3,8% vs 15,4%, p<0,05),imunossupressão (1,92% vs 15,4%, p<0,05) e encaminhamento para cirurgia cardíaca(11,5% vs 44,2%, p<0,05). Não houve diferença estatisticamente significativa entre osdois Gs quanto ao modo de aquisição de EI (comunidade, associada a sistemas de saúdee utilização de drogas IV), à proporção de D com doença cardíaca reumática, EI prévia,prótese valvular ou valvulopatia, relativamente ao tipo de agentes isolados ou mortali-dade.

Conclusão: A prevalência de EI na população estudada foi de 0,05% e houve diferençasepidemiológicas entre os períodos de tempo estudados. No grupo de D internados nos 5últimos anos de estudo, houve uma maior percentagem de casos de EI em D imunocom-prometidos, com neoplasias e portadores de dispositivos intra-cardíacos. Nesse grupohouve maior proporção de D encaminhados para cirurgia valvular, sem tradução significa-tiva na mortalidade.

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I-103

C 195RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE CISTATINA C E A GRAVIDADE DO COMPROMISSO ESTRUTU-RAL CARDÍACO EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST

DOROTEIA SILVA1, NUNO CORTEZ-DIAS1, CLÁUDIA JORGE1, JOÃO SILVA MARQUES1, CARINA CALISTO1, MIGUEL

ALMEIDA RIBEIRO1, SUSANA ROBALO MARTINS1, TERESA PESSOA1, ANA I. FERREIRA1, SUSANA GONÇALVES1, SÓNIA

RIBEIRO1, LAURA SANTOS1, ARMANDO BORDALO E SÁ1, MARIA JOSÉ CORREIA1, J. CARVALHO DE SOUSA1, MANUELA

FIÚZA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Os doentes com disfunção renal e síndrome coronária aguda têm piorprognóstico, não só pela elevada prevalência de factores de risco, como também pelasubutilização das terapêuticas cardioprotectoras, maior toxicidade dos fármacos e anom-alias da biologia vascular (alterações da coagulação e disfunção endotelial). A cistatina Cé um marcador indirecto da função renal, admitindo-se que tenha melhor valor prognós-tico.

Objectivo: Determinar a correlação dos níveis séricos de cistatina C com a gravidade docompromisso estrutural cardíaco e repercussão hemodinâmica em doentes com EAM.

Métodos: Em doentes consecutivos admitidos por EAM com elevação de ST e submetidosa angioplastia primária, doseou-se a cistatina C numa amostra de sangue colhida aquan-do do início do caterismo coronário. Foi realizado estudo ecocardiográfico 24 a 72h depoise a fracção de ejecção (FEj) foi determinada pelo método de Simpson biplano. Definiu-sefunção sistólica ventricular esquerda comprometida (FVEc) por FEj ≤40%. A associação dosníveis de cistatina C à FEj, classe de Killip máxima durante o internamento, pressão arte-rial sistólica no início do cateterismo, contagem de plaquetas, factores da coagulação II,V, VII e VIII, foi determinada por regressão linear múltipla.

Resultados: Foram estudados 76 doentes (80% do sexo masculino; 61±13 anos), comdoença de 1, 2 e 3 vasos em 45%, 40% e 15%, respectivamente. A artéria responsávelpelo EAM foi a descendente anterior, coronária direita e circunflexa em 50%, 38% e 12%,respectivamente. A FEj foi de 52±12% (inferior a 40% em 20% dos doentes) e a classeKillip na admissão foi ?III em 10%. A concentração sérica de cistatina C foi de 0,85±1,09μg/dL e correlacionou-se com a concentração de creatinina (R2=0,51; p<0,001). Os níveisde cistatina C foram significativamente mais elevados nos doentes com FVEc (1,32 ± 1,65vs 0,64±0,27 μg/dL; p=0,02), correlacionaram-se inversamente com a FEj (R2= -0,33;p=0,026) e positivamente com a classe de Killip máxima (R2=0,28; p<0,001). Além disso,detectou-se associação independente da cistatina C aos níveis dos factores II e VII emanálise de regressão linear múltipla (R2 ajustado=0,28; p=0,001).

Conclusão: A cistatina C, doseada aquando do cateterismo coronário de urgência, correla-ciona-se inversamente com a FEj avaliada nas 24 a 72h seguintes e com a classe Killipmáxima durante o internamento, constituindo assim um marcador de risco com potencialutilidade clínica.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS COM SUPRA DE ST: OSDESAFIOS CONTINUAM

C 196ASSOCIATION OF THE SERIAL CHANGES OF INFLAMMATORY MARKERS WITH ADVERSECLINICAL OUTCOMES IN PATIENTS WITH ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

PATRÍCIA NAPOLEÃO1, ALEXANDRA TOSTE2, MAFALDA SELAS2, LUÍS B. P. CABRAL3, MARIA BEGOÑA CRIADO3,MARIA DO CÉU MONTEIRO3, ANA MARIA VIEGAS-CRESPO4, TERESA PINHEIRO1, MIGUEL MOTA CARMO2, RUI CRUZ

FERREIRA2

(1Instituto Tecnólogico e Nuclear, 2Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital deSanta Marta, 3CESPU, 4Faculdade de Medicina de Lisboa)

Background: In spite of considerable breakthroughs achieved in identification of molec-ular processes that contribute to acute myocardial infarction (AMI), the understanding ofclinical evolution and patient's different outcomes is still poor. Improved prognostic meas-ures are necessary to identify high-risk patients and improve long-term survival.

Objective: The aim is to evaluate the longitudinal variations of inflammatory markers inAMI patients followed over 1 year.

Methods: Fifty patients with AMI were evaluated at hospital admission, 2 and 40 daysafter. Patients were followed over 1 year for the occurrence of subsequent adverse out-come (death, heart failure, and/or further cardiovascular events) and subgrouped accord-ing. The variations of T lymphocytes (CD3+, helper CD4+ and suppressor CD8+), and theexpression of platelet activation markers CD40L and CD62P (P-selectin) were evaluatedover time in each subgroup of patients. Two polymorphisms of the endothelial nitric oxidesynthase (eNOS) gene (T786C and G894T) were genotyped.

Results: The CD3+ T lymphocytes percentages were diminished on admission andincrease to day 40. A higher decrease in acute phase was verified in patients with adverseoutcome (5.8±3.4 versus 9.0±4.2 % of T cells). The results point to similar profile of vari-ation of helper T lymphocytes in both subgroups (F=3.53, p=0.07), but not for suppressorT lymphocytes (F=9.58, p=0.005). Patients with adverse outcome had more suppressor Tlymphocytes at day 0 (16.9±7.3% of T cells) and day 2 (18.6±4.6 % of T cells) thanpatients without adverse outcomes (13.5±4.0 and 15.4±5.6 % of T cells, respectively). Theexpression of CD40L and CD62P is also increased in patients with adverse outcomes(F>4.70, p<0.039). Furthermore, the percentage of patients having the T786C and G894Tpolymorphisms was different in subgroups: 52% and 57% of patients with adverse out-come were positive for both eNOS polymorphism comparing with only 36% in patientswithout adverse outcomes.

Conclusions: This is the first study shown alterations in the longitudinal profiles of T lym-phocytes and platelet activation markers in patients with adverse outcomes after AMI.Those patients had higher percentage of eNOS polymorphisms, indicating a worsenendothelium function and increased risk of coronary artery disease. The observed serialchanges support the concept of a differential response of inflammatory markers relatedto the different outcomes after AMI.

C 197DIFFERENTIATION OF PATIENTS WITH ST-ELEVATION MYOCARDIAL INFARCTION BASED ONSOLUBLE CD40 LIGAND FORTY DAYS AFTER INITIAL CORONARY INTERVENTION

PATRÍCIA NAPOLEÃO1, LUÍS B. P. CABRAL2, MARIA BEGOÑA CRIADO3, MARIA DO CÉU MONTEIRO4, MAFALDA SELAS3,ALEXANDRA TOSTE3, ANA MARIA VIEGAS-CRESPO4, TERESA PINHEIRO1, MIGUEL MOTA CARMO3, RUI CRUZ FERREIRA3

(1Instituto Tecnólogico e Nuclear, 2CESPU, 3Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospitalde Santa Marta, 4Faculdade de Medicina de Lisboa)

Background: CD40 ligand (CD40L) is involved in thrombosis and inflammation processes inatherosclerosis. In a previous study we observed that the variations of CD40L through timein patients with ST-elevation myocardial infarction (STEMI) allowed the identification of twosub-groups of patients.Objectives: To seek a possible explanation for patient differentiation in terms of drug intake,clinical conditions and genetic polymorphisms.

Design and methods: A follow-up of 50 STEMI patients was evaluated at 3 time points: atadmission before medication and PTCA, 2 and 40 days after. Concentrations of sCD40L weredetermined by ELISA using a commercial kit. Two polymorphisms were genotyped usingRFLP (Restriction fragment length polymorphism): HPA2a/2b polymorphisms of GP Iba(binding of GP Iba to immobilized vWF) and G894T of eNOS.

Results: At day 40 the 50% percentile of sCD40L (1.18 ng/ml) separates two groups ofpatients, those that had an increase in sCD40L and those presenting minor variations (Figure1). The differentiation was not biased by medication intake, risk factors, co-morbidities orother biochemical data, except NT-proBNP. The time-variation of NT-proBNP was opposite tosCD40L.The two groups of patients significantly differ in the GP Iba and eNOS polymor-phisms: frequencies of 0.11 versus 0.28 for HPA-2b allele and 0.33 versus 0.06 for the G894Tallele.

Conclusions: The differentiation of STEMIpatients based on the variation patterns ofsCD40L over time are supported by the vari-ations in NT-proBNP decreasing rate andpolymorphism frequencies of eNOS and GPIba. These findings open new insights intothe onset and evolution of acute coronarysyndromes and may be particularly relevantin patient evolution and prognosis.

C 198TROMBECTOMIA ASPIRATIVA NA ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA - AVALIAÇÃO DO IMPACTONO PROGNÓSTICO INTRA-HOSPITALAR E APÓS ALTA

NUNO ANTUNES1, MIGUEL SILVA VIEIRA1, VASCO ALVES DIAS1, DIANA ANJO1, ANA MEIRELES1, CATARINA GOMES1,ANDRÉ LUZ1, JOÃO SILVEIRA1, HENRIQUE CARVALHO1, SEVERO TORRES1

(1Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António)

Introdução: A trombectomia aspirativa é uma arma adicional no arsenal terapêuticoactualmente disponível para a realização da angioplastia primária com sucesso. O racionaldo seu uso baseia-se na diminuição da microembolização distal com consequenteredução do tamanho do enfarte. Estudos prévios demonstraram o benefício prognósticodesta intervenção tanto a curto como a longo prazo.

Material e métodos: Estudo retrospectivo, de 49 doentes submetidos consecutivamentea angioplastia primária com trombectomia aspirativa durante o ano de 2008 (Grupo I).Utilizou-se como grupo de controlo um conjunto de 49 doentes submetidos consecutiva-mente a angioplastia primária convencional (sem trombectomia aspirativa) durante oano de 2007 ( Grupo II). Compararam-se os dois grupos relativamente à duração dointernamento, pico máximo de CK-MB e incidência de eventos adversos (morte, re-enfartee revascularização do vaso alvo) durante o internamento e no primeiro ano após alta.

Resultados: No grupo I a idade média foi de 61 anos, sendo 58,3 % dos pacientes dosexo masculino. No grupo II, 69,4% dos doentes eram homens, sendo a idade média de63 anos. Não houve uma diferença significativa na duração média dos internamentos(Grupo I- 8,6 dias; Grupo II- 8,5 dias) e na média dos picos de CK-MB (Grupo I- 219,7 U/L;Grupo II- 235,2 U/L). Verificou-se uma incidência mais baixa de eventos adversos noGrupo I no período de internamento (Grupo I. 4,1% -n= 2; Grupo II. 6,1%- n=3) e ao finalde 1 ano (Grupo I. 8,7% - n=4; Grupo II. 12,5% - n=6), mas estas diferenças não foramestatisticamente significativas (p> 0,05).

Conclusão: A incidência de eventos adversos foi mais baixa no grupo submetido atrombectomia aspirativa, tanto no período intra-hospitalar como no 1º ano de seguimen-to, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. Não se pode concluir assimter sido demonstrado um benefício prognóstico deste procedimento na amostra estuda-da.

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I-104

C 199SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA COM SUPRA ST: LESÃO CORONÁRIA GRAVE OU SÍNDROMEDE TAKOTSUBO? A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

CLÁUDIA JORGE1, JOÃO SILVA MARQUES1, DOROTEIA SILVA1, PEDRO CANAS DA SILVA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1,MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A síndrome de Takotsubo ou miocardiopatia de stress (MCS) é uma entidadeclínica recentemente descrita, caracterizada por alterações reversíveis da contractilidadesegmentar envolvendo os segmentos apicais e/ou médios do ventrículo esquerdo (VE).A verdadeira incidência desta entidade num contexto da abordagem urgente do enfarteagudo do miocárdio não está esclarecida.

Objectivos: Propomo-nos avaliar as características epidemiológicas, clínicas e ecocardio-gráficas da MCS em contexto de urgência.

Métodos: Análise retrospectivo de processo clínicos, de dois anos consecutivos. Foramidentificados os dts que cumpriam os critérios de diagnóstico de MSC da Mayo Clinic.

Resultados: Em 270 dts foram identificadas 2,2% (n=6) dts com MCS. Todos os dts eramdo sexo feminino, tendo uma média de idades de 65,6 +/- 6,4 anos. Metade dos casosocorreu no Inverno e 16,6% no Verão. Em 83,3% o stress emocional foi identificado comofactor desencadeante, e nos restantes esteve associado a stress físico. A dor torácica foi amanifestação clínica de todos os dts. A alteração eletrocardiográfica mais frequente foi osupra-desnivelamento do segmento ST (83,3%), sendo de localização anterior em 50%.Houve elevação dos biomarcadores de necrose miocárdica em todos os dts, com valormáximo médio de TnI 7,8 ug/L e CK MB massa de 23,6 ug/L. A avaliação ecocardiográfi-ca mostrou acinésia/hipocinésia apical do VE em 66,6 % e médio-apical nos restantes.Houve normalização ou melhoria muito significativa das alterações segmentares emtodos os dts. A coronariografia de urgência não mostrou lesões coronárias significativasem nenhum dos dts. Todos apresentavam em média 2,8 factores de risco cardiovascu-lares. Registou-se como complicação única, a obstrução da câmara de saída do VE queocorreu em 33,3%, com valor máximo de gradiente do tracto de saída de 110 mmHg, quenormalizou no internamento. Em dois casos (33%), os níveis de catecolaminas, doseadosna urina de 24 horas, mostraram-se aumentados. A mortalidade intra-hospitalar e noseguimento foi nula.

Conclusão: A MCS é uma entidade que apresenta uma baixa incidência no contexto deurgência. A elevação das catecolaminas sugere a implicação do sistema adrenérgico nestaentidade, cuja fisiopatologia ainda não é completamente definida.

C 200ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST: A LOCALIZAÇÃO INFERIOR VERSUS A NTERIOR ESTÁ ASSOCIADA À OCORRÊNCIA DE FIBRILHAÇÃO VENTRICULARPRIMÁRIA?

PEDRO MAGNO1, SÉRGIO BRAVO BAPTISTA1, ANA RITA FERREIRA1, JOSÉ RODRIGUES LOUREIRO1, MAURA NÉDIO1,PAULO LEAL1, CÉLIA MONTEIRO1, RITA CABAÇO1, PEDRO FARTO E ABREU1, VICTOR M. GIL1

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE)

Introdução: Alguns estudos sugerem que no enfarte agudo do miocárdio com elevaçãode ST (EAM-ST) a localização inferior vs a localização anterior representa um factor de riscoacrescido à ocorrência de fibrilhação ventricular primária (FV1ª).

Objectivo: Avaliar a existência de uma eventual relação entre a ocorrência de FV1ª e alocalização inferior vs localização anterior do EAM-ST.

Métodos: De uma população de 233 doentes consecutivos com EAM-ST submetidos aangioplastia primária fez-se a análise retrospectiva da ocorrência de FV1ª e das caracterís-ticas clínicas desses doentes, visando determinar potenciais diferenças na frequência deFV1ª entre doentes com EAM-ST de localização anterior e inferior distribuídos, respectiva-mente, pelos grupos A (n=127) e I (n=106).

Resultados: Nesta população a FV1ª ocorreu em 9,9% dos doentes. Os grupos A e I nãodiferiram no que refere à idade (63,3±13,5vs62,5±15,1 anos), sexo (mulheres:28,3vs29,2%), e factores de risco cardiovascular (HTA 52,8vs61%; diabetes mellitus19,7vs21%, dislipidemia 29,9vs37,1%) com excepção do tabagismo, que foi mais fre-quente no grupo I (34,6%vs48,6, p<0,05). A ocorrência de disfunção ventricular modera-da a grave (30vs8,9%, p<0,001) foi mais frequente no grupo A, sendo a presença dedoença multivaso (48vs66,0%, p<0,05) e de fluxo TIMI 0-1 pré angioplastia (76,8vs86,7,p<0,05) mais frequentes no grupo I. A FV1ª foi mais frequente no grupo I (6,3vs14,2%,p=0,038). De acordo com a análise não ajustada das variáveis, constituem predictores deFV1ª a disfunção ventricular moderada-grave (vs normal-ligeira) (OR 5,4 IC95% 2,1-13,6),a KK 3-4 (vs 1-2) (OR 5,2 IC95% 2,1-12,6, p<0,001) e a localização inferior (vs anterior) doenfarte (OR 2,45 IC95% 1,0-6,0, p=0,038). Após a análise ajustada destas variáveis, ovalor da variável localização inferior como predictor de FV1ª manteve-se (OR ajustado8,86 IC95% 2,1-36,9, p=0,003).

Conclusão: Estes resultados suportam não só que a FV1ª ocorre com maior frequência nosEAM-ST de localização inferior, mas também que a localização inferior constitui um factorpredictor de FV1ª

C 201ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA: CORRELAÇÃO COM A GRAVIDADE DO COMPRO-MISSO ESTRUTURAL CARDÍACO NO CONTEXTO DO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COMELEVAÇÃO DE ST

CLÁUDIA JORGE1, NUNO CORTEZ-DIAS1, DOROTEIA SILVA1, JOÃO SILVA MARQUES1, CARINA CALISTO1, MIGUEL

ALMEIDA RIBEIRO1, SUSANA ROBALO MARTINS1, TERESA PESSOA1, ANA I. FERREIRA1, SUSANA GONÇALVES1, SÓNIA

RIBEIRO1, LAURA SANTOS1, ARMANDO BORDALO E SÁ1, MARIA JOSÉ CORREIA1, J. CARVALHO DE SOUSA1, MANUELA

FIÚZA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Os fármacos que interferem no sistema renina-angiotensina-aldosteronaassumem um papel central no tratamento dos doentes com cardiopatia isquémica, dimin-uindo a morbi-mortalidade após o enfarte agudo do miocárdio (EAM). No entanto, é umsistema homeostático complexo, em que alguns elementos poderão exercer adicional-mente efeitos protectores. Constatou-se recentemente que a sobre-expressão da variante2 da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA) durante o EAM tem um efeito protector nafunção sistólica ventricular esquerda.

Objectivo: Determinar a correlacção da actividade plasmática da ECA (apECA) com agravidade do compromisso estrutural cardíaco em doentes com EAM.Métodos: Em doentes consecutivos admitidos por EAM com elevação de ST e submetidosa angioplastia primária, avaliou-se a apECA numa amostra de sangue colhida aquando doinício do caterismo coronário. Foi realizado estudo ecocardiográfico 24 a 72h após a angio-plastia e a fracção de ejecção (FEj) foi determinada pelo método de Simpson biplano.Definiu-se compromisso da função ventricular esquerda por FEj ≤40%. A associação daapECA à FEj foi determinada pela correlação de Pearson, e o efeito da idade, terapêuticaantihipertensora prévia, história de EAM e valores tensionais na admissão na associaçãofoi determinado por análise de regressão linear múltipla.

Resultados: Foram estudados 75 doentes (80% do sexo masculino; 62±14 anos), 77%dos quais hipertensos, 39% sob medicação com inibidores da ECA ou antagonistas daangiotensina II e 23% com história prévia de EAM. A apECA foi de 32±15 UI/L (3-75 UI/L)e a FEj foi de 53±12%, sendo inferior a 40% em 18% dos doentes. A apECA correlacio-nou-se positivamente com a FEj (R2=0,336; p=0,026), tendo sido menor nos doentes comFEj comprometida (34±11 vs 21±11 UI/L; p=0,006). No modelo final de regressão linearmúltipla, apenas a actividade plasmática da ECA permaneceu significativamente associa-da à FEj (R2 ajustado=0,186; p=0,006).Conclusão: Os efeitos do sistema renina-angiotensina-aldosterona no decurso do EAM sãocomplexos. A apECA avaliada aquando do cateterismo coronário de urgência está associ-ada à gravidade do compromisso estrutural cardíaco

C 202ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EANGIOPLASTIA PRIMÁRIA: IMPACTO PROGNÓSTICO DA CREATININA NA ADMISSÃO

JOANA SILVA1, SÉRGIO BARRA1, LUÍS SECA1, RUI PROVIDÊNCIA1, GISELA COSTA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1,FRANCISCA CAETANO1, PAULA MOTA1, JOÃO ROSA PAIS1, A. M. LEITÃO MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A insuficiência renal que complica a intervenção coronária percutânea no sín-drome coronária aguda é um marcador de mau prognóstico já amplamente investigado.Contudo, o valor prognóstico da creatinina na admissão em doentes submetidos a angio-plastia primária ainda é objecto de estudo.

Objectivo: Avaliar o valor prognóstico da creatinina na admissão em doentes com enfarteagudo do miocárdio com supra-desnivelamento do segmento ST (STEMI) submetidos aangioplastia primária.

Material e métodos: Estudo retrospectivo realizado em 123 doentes com STEMI, submeti-dos a angioplastia primária até às 12 horas de evolução e admitidos na nossa UnidadeCoronária. Apresentavam uma idade média de 64,7±13,6 anos, sendo 26% do sexo fem-inino. Características basais: diabetes 19%, HTA 60%, dislipidémia 50% e tabagismo 46%.A localização do STEMI foi anterior em 51,4%, inferior em 43,5%, lateral em 2,4% e inde-terminado em 1,6%. Foram constituidos dois grupos, de acordo com a creatinina basal: gpA (creat ? 133 umol/L, 10,8%) e gp B (creat < 133 umol/L, 89,2%). O seguimento médiofoi de 18,7±9,5 meses.

Resultados: O grupo A tinha uma idade média maior (74,7%±10,5 vs 63,6±13,6 anos,p=0,003), com igual distribuição do sexo feminino entre os 2 gps. Não se verificaramdiferenças significativas quanto à prevalência de factores de risco ou antecedentes cardio-vasculares entre os 2 gps. Na avaliação angiográfica, foi diagnosticada mais doença dotronco comum no gp A (7,7% vs 3,7%, p< 0,001) e da artéria descendente anterior(85,7% vs 68,2%, p<0,02), com igual prevalência de doença multivaso. Foram implanta-dos stents em 92,3% dos casos (vs 97,2%, P=NS). O tempo de internamento foi seme-lhante (gp A 5±1,2 vs 5,8±3,7 dias, p=NS). Na análise dos eventos cardiovasculares major(MACE), registou-se maior mortalidade de causa cardiovascular no gp A (p=0,003, OR 6),mais MACE aos 30 dias (p=0,008, OR 4,9), aos 6 meses (p=0,004, OR 5,2) e aos 12 meses(p=0,006, OR 4,8).

Conclusão: Nesta população de doentes com STEMI submetidos a intervenção coronáriapercutânea primária, a creatinina na admissão foi um factor predictor independente deeventos cardiovasculares major a longo prazo.

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I-105

C 203DOENÇA CORONÁRIA DE 3 VASOS NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, PROGNÓSTICOAOS 24 MESES DE FOLLOW-UP, O QUE REALMENTE IMPORTA?

PEDRO LOURENÇO GOMES1, SÉRGIO BARRA2, ANA FAUSTINO2, GISELA COSTA2, RUI PROVIDÊNCIA2, LUÍS SECA2,FRANCISCA CAETANO2, JOANA SILVA2, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES2

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra, 2Centro Hospitalar deCoimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: O doentes(dts) com enfarte agudo do miocárdio(EAM) no contexto doençacoronária(DC) de 3 vasos poderão ter pior prognóstico a curto e médio prazo. Como tal, éde vital importância caracterizar quais os factores determinantes de prognóstico destegrupo, para melhor acompanhamento e tratamento.

Objectivos: Avaliar quais os determinantes de prognóstico de doentes com dç de 3 vasos.

Métodos: Estudo retrospectivo com 91 doentes consecutivos com doença de 3 vasosadmitidos por EAM; idade média 69,19+/-11.46 anos; 74.4% sexo masculino, 50.5% comDiabetes Mellitus. Dados recolhidos: factores de risco cardiovascular (FRCV), troponinamáxima (tropmax), Proteína C reactiva(PCR). Taxa de filtração glomerular(TFG), Score deGRACE. Avaliamos preditores de mortalidade intrahospitalar(MI) e risco CV aos 2 anos(mortalidade e risco de reenfarte, angina recorrente e insuficiência cardíaca descompen-sada(ICCd)

Resultados: MI. Comparando os dts que morreram(n=11) vs os que não morreram, veri-ficamos o seguinte: DC prévia conhecida (14.3%vs 44.0%, p=0.09).TFG<60ml/min/1.73m2 (71,4%vs39.3%; p=0.09). Score de GRACE (197.3vs155.6;p=0.08).Risco CV aos 2 anos: dts que morreram(n=11) vs os não morreram, constatamos:TFG<60ml/min/1.73m2 (55.6%vs28.0%, p=0.08). Reenfarte(n=11) vs não reenfarte:TFG<60ml/min/1.73m2 (54,5%vs28.6%, p=0.09). Angina recorrente(n=22) vs sem angi-na: PCR>3.0mg/dl (50.0%vs8.3%, p=0.06). ICCd(n=10)vs sem ICCd : não encontramos fac-tores preditoresO SG foi mais elevado nos doentes que atingiram os endpoints primários, no entanto semsignificância estatística.

Conclusões: Constatamos que a TFG aparenta ter importante valor prognóstico nesta pop-ulação a curto e médio prazos. A presença de DC prévia conhecida é factor de protecçãointrahospitalar. Sem surpresa ,o SG ajudou a prever a mortalidade intrahospitalar e osresultados obtidos sugerem potencial valor como preditor de risco CV aos 2 anos, aindaque estes dados requeiram estudos com amostras maiores.

C 204CORRELAÇÃO DE DIFERENTES PARÂMETROS NA DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DOVENTRÍCULO DIREITO

ANDRÉ MATIAS1, PEDRO MATEUS1, HÉLDER RIBEIRO1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real))

Introdução: A disfunção do ventrículo direito associa-se a risco de morbimortalidadeaumentada. A sua determinação ecocardiográfica quantitativa baseia-se habitualmente,pela sua simplicidade, na determinação da excursão sistólica do anel tricúspide (TAPSE),em modo M. Mais recentemente, o Doppler tecidular e o spekle tracking do anel tricúspi-de têm assumido papel relevante na avaliação da função ventricular direita (FVD).

Objectivo: Correlacionar a determinação do TAPSE com os novos parâmetros ecocardio-gráficos usados na determinação da FVD.

Métodos: Estudaram-se 234 doentes submetidos de forma consecutiva a ecocardiogramadurante um período de 2 meses. A FVD foi determinada através dos três parâmetros eco-cardiográficos referidos: excursão sistólica do anel tricúspide (TAPSE) por modo M, onda sdo Doppler tecidular e deslocamento do anel tricúspide por speckle tracking. Os resulta-dos obtidos foram comparados utilizando-se o teste de correlação de Pearson, consideran-do-se significativo estatisticamente um valor de p <0.05.

Resultados: Foram avaliados 234 doentes, maioritariamente do sexo masculino e comidade média de 62.1+/-15.61. O TAPSE apresentou fraca correlação com a determinaçãopelo Doppler tecidular e tendencialmente boa com a determinação por speckle tracking

Conclusões: Há uma boa correlação entre as determinações da FVD efectuadas por TAPSE epor speckle tracking, ao contrário do que acontece com o doppler tecidular. São necessáriosmais estudos para aferir a fiabilidade dos diferentes métodos na avaliação da FVD

NOTAS

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | DA DOENÇA DO MIOCÁRDIO À INSUFICIÊNCIA CARDÍACA:DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA

TAMD TAPSE Onda sPearson 0,58 1 0.125Correlation

Sig. (2 - tailed) 0.380 0.57N 234 234 233

TAPSE

C 205AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR DIREITA. COMPARAÇÃO ENTRE DOISMÉTODOS

FILOMENA CAETANO1, HELENA ALMEIDA1, LUÍS SANTOS1, OTÍLIA BARROSO1, ELISABETE GUERREIRO1, JOÃO TAVARES1

(1CENTRO HOSPITALAR BARREIRO/MONTIJO, EPE HOSPITAL NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO)

A medição da excursão sistólica do anel tricúspide (ESAT) é actualmente consideradocomo um dos melhores métodos para a avaliação da função sistólica do ventrículo direito(VD). Porém, este método não integra o importante contributo do septo interventricularna função ventricular direita. O objectivo deste estudo foi analisar, com recurso ao strainbidimensional (2D strain), as consequências da interdependência funcional entre os doisventrículos em doentes com disfunção significativa do ventrículo esquerdo e função ven-tricular direita normal pela determinação da ESAT. Consideramos dois grupos, Grupo A , 26doentes com disfunção ventricular esquerda (fracção de ejecção calculada por Simpsonbiplano de 32 ± 7.5 %), 58.8 ± 13 anos e o Grupo B , considerado grupo controle, 10 indi-víduos com ecocardiograma normal, 48.5 ± 9.5 anos.A imagem em movimento do plano apical quatro câmaras foi pós-processada numaestação de trabalho EchoPac (GE) com software especifico para análise 2D strain.Determinaram-se os seguintes parâmetros: o strain longitudinal global do VD e o strainsistólico longitudinal dos segmentos basal e médio da parede livre do VD e do septointerventricular.

Resultados: Os resultados estão expressos por média e desvio padrão.A ESAT calculadano grupo A e grupo B ( 22 ± 2.9 mm vs 20.1 ± 1.5 mm, NS). O valor do strain longitudi-nal global obtido no grupo A e no grupo B (- 14.7 ± 5.4% vs - 22.9 ± 6.8%, p <0.05).Quando comparamos o Grupo A com o grupo B relativamente ao strain sistólico longitu-dinal a nível dos segmentos analisados apuramos: segmento basal parede livre VD (-18.5±7.9 vs -23.6 ± 8.8, NS) , segmento médio parede livre VD (-17.8 ± 7.5 % vs - 22.7± 8.4%,NS), septo basal (-7.5 ± 4.6% vs -15.5 ± 6.6 %, p <0.05) e septo médio (- 7.4 ± 5 % vs -16.8 ± 6.9%, p <0.05).

Conclusão: Não se verificou concordância entre os dois métodos utilizados para avaliar afunção ventricular direita em doentes com disfunção ventricular esquerda. O strain globallongitudinal do ventrículo direito está significativamente reduzido nestes doentes apesarda ESAT ser normal. A percentagem de deformação da parede livre do ventrículo direitonão é significativamente diferente da que se observa no grupo controle. Este facto podeexplicar porque é que a ESAT se mantém normal apesar do compromisso da funçãosistólica global ventricular direita.

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I-106

C 206NÃO-COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO: CARACTERÍSTICASELECTROCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃO COM A FUNÇÃO SISTÓLICA

EMANUEL CORREIA1, BRUNO RODRIGUES1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, RITA FARIA1, PEDRO GAMA1, LUCIANO

ANTUNES1, LUÍS NUNES1, ODETE DIONÍSIO1, COSTA CABRAL1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Com a melhoria da qualidade de imagem dos modernos ecocardiografos e amaior percepção da sua existência, a não compactação do ventrículo esquerdo (NCVE) temsido descrita mais frequentemente. Apesar de não existir um padrão electrocardiográficotípico, foi descrita frequentemente a presença de bloqueio completo de ramoesquerdo(BCRE), critérios de voltagem para hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e alter-ações da repolarização ventricular.Este trabalho caracteriza as alterações electrocardiográficas de uma série de 14 pacientesconsecutivos com NCVE.

Materiais e métodos: Em 14 pacientes foi diagnosticado NCVE segundo os critérios deJenni. Analisou-se o electrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma (ECOCG) realizadosaquando do diagnóstico. Análise estatística com SPSS 17.0

Resultados: A população é constituída por nove homens (64%); 56±14 anos. Em 57% dospacientes o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo estava aumentado (média 6,1cm)e a função sistólica (EF) diminuída em 71% (média 41%). A maioria (71%) apresentavaritmo sinusal no ECG, 29% fibrilhação auricular. Três apresentavam hemibloqueio anterioresquerdo, dois BCRE e um bloqueio incompleto do ramo direito do feixe de His. Quatropacientes (29%) apresentavam bloqueio AV de 1ºgrau. A repolarização ventricular encon-trava-se alterada em 57% dos pacientes: dois com BCRE, cinco com repolarização altera-da na parede lateral e um na lateral e inferior. Apesar de não atingir significado estatísti-co, os pacientes com alterações da repolarização ventricular apresentaram EF menor(Figura 1).

Conclusão/Discussão: Desde as primeiras descrições que se encontram descritas alte-rações no ECG na maioria dos pacientes com NCVE sem contudo estarem descritas alte-rações típicas. Na nossa série de 14 pacientes quase um terço dos pacientes apresentavaFA no ECG de admissão. A condução aurículo-ventricular estava lentificada em 28% e amaioria dos pacientes apresentava alterações da repolarização ventricular - primárias(43%) ou secundárias a BCRE (14%). Apesar de não atingir significado estatístico, a pre-sença de alterações da repolarização ventricular no ECG associou-se a menor fracção deejecção.

C 207ESTUDO DOPPLER TECIDULAR DA FUNÇÃO AURICULAR ESQUERDA: RELAÇÃO COM AFUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA

ANA TERESA TIMÓTEO1, FILIPA FERREIRA1, LUÍSA MOURA BRANCO1, ANA LEAL1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: As aurículas têm diferentes funções: reservatório, conduto e contráctil. Osobjectivos deste estudo foram avaliar a relação entre a função auricular esquerda e afunção diastólica do ventrículo esquerdo com recurso a estudo Doppler tecidular (DT), queavalia as velocidades miocárdicas regionais.

Métodos: Estudo prospectivo de 60 doentes com idade média de 49 ± 15 anos, 55% sexomasculino. Todos os doentes apresentavam função sistólica preservada. Efectuou-seanálise da função segmentar por DT, com medição do pico sistólico (S') e das velocidadesdiastólicas precoces (E') e tardias (A'), a nível do anel e dos segmentos médios da aurícu-la esquerda (septal e lateral em apical 4 câmaras; anterior e inferior em apical 2 câmaras).Foi efectuada a média das velocidades dos 4 segmentos a nível do anel (para classificaçãodo grau de disfunção diastólica) e dos segmentos médios da aurícula esquerda. Osdoentes foram divididos em três grupos de acordo com a função diastólica do ventrículoesquerdo: Grupo I (S' anelar >= 7 cm/s, n= 32); Grupo II (S' anelar 4-7 cm/s, n=22); GrupoIII (S' anelar ≤ 4 cm/s, n=6).

Resultados: Os doentes com disfunção diastólica (Grupo II e III) tinham mais idade e erammais hipertensos (Tabela). Não encontrámos diferenças relativamente ao sexo masculino,Índice de Massa Corporal, volume auricular esquerdo, dimensões diastólicas do ventrícu-lo esquerdo e índice de massa ventricular esquerda (todos indexados á área superfíciecorporal). Na disfunção diastólica, a velocidade E' por DT auricular reduz-se, com aumen-to da velocidade S' e sem variação significativa da velocidade A' (Tabela). Todas as veloci-dades a nível do anel se correlacionaram de forma positiva e significativa com as veloci-dades a nível da parede auricular.

Conclusões: Em doentes com disfunção diastólica, a função de conduto (E') da aurículaesquerda está alterada (mesmo na disfunção diastólica mais ligeira), assim como a funçãoreservatório (S') (esta apenas para as formas mais avançadas de disfunção diastólica). Adisfunção diastólica não afecta a função contráctil (A') da aurícula esquerda.

Grupo I Grupo II Grupo III p (A NOVA)

Idade (anos) 40±11 58±12 68±7 <0,001Hipertensão (%) 25 68 100 <0,001E' auricular (cm/s) 7,0±1,4 4,5±1,1 3,1±0,5 <0,001A' auricular (cm/s) 6,3±1,9 6,7±1,5 5,4±1,2 0,294S' auricular (cm/s) 6,5±2,2 5,4±1,1 4,2±0,9 0,009E/E' 10,5±2,3 15,6±3,3 15,0±5,9 <0,001

C 208DETECÇÃO PRECOCE DE DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA NA ESCLERODERMIAATRAVÉS DE ÍNDICES DE DEFORMAÇÃO POR SPECKLE TRACKING, EM DOENTES COMFRACÇÃO DE EJECÇÃO NORMAL

DOROTEIA SILVA1, ANA G. ALMEIDA1, JOÃO SILVA MARQUES1, CLÁUDIA JORGE1, CATARINA RESENDE1, CLÁUDIO

DAVID1, MARIA JOSÉ AMARO1, CONCEIÇÃO AMARO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A Esclerodermia (ED) pode associar-se a obstrução microvascular emicronecrose miocárdica, que é um dos mecanismos aceites como determinantes da dis-função ventricular e insuficiência cardíaca (IC). O objectivo deste estudo consistiu emavaliar se por speckle tracking seria possível detectar alterações da deformação miocárdi-ca, traduzindo disfunção sistólica e/ou diastólica em doentes (dts) com ED e índices fun-cionais normais por ecocardiografia (eco) convencional.

Métodos: Foram estudados 26 dts com ED, 18 mulheres, com idade média de 38±5 anos,após exclusão de dts com ritmo não sinusal, IC, hipertensão arterial e fracção de ejecçãodiminuída (<55%). Um grupo de controlo de 20 indivíduos normais (11 mulheres, idademédia 38±5 anos) foi também avaliado. Todos efectuaram Doppler convencional e 2D-strain por speckle tracking. As seguintes variáveis foram analisadas: a) Doppler transmi-tral: onda E, A, tempo de desaceleração (Des), tempo relaxamento isovolumétrico (TRIV).Foram considerados os padrões: normal (E>A, Des>150 ms e <230, TRIV<100 ms), alter-ação do relaxamento (E<A, Des>230 e/ou TRIV>100) e restritivo (E/A>2, Des<150). b)pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP); c) speckle tracking, aplicado às 6 paredesventriculares, obtendo-se o strain de pico (S) radial, longitudinal e circunferencial de cadaparede. O NT-proBNP foi obtido para cada doente.

Resultados: O Doppler convencional mostrou padrão transmitral normal em todos os dts,hipertensão pulmonar ligeira (35±5mmHg) em 5 e moderada (50±4mmHg) em 3. Emcomparação com o grupo controlo, o S radial de pico médio foi significativamente menorem dts com ED (p=0,003) e, numa base parietal, foi menor nas paredes septal, anterior elateral (38,3±11,6 vs 51,2±18,8, p=0.002; 35,6±10,9 vs 48,5±19,3, p=0,001 e 35,6±10,9vs 48,5±19,3, p=0,001). O S global longitudinal médio foi também inferior (p=0,05) nosdts, embora sem significado nas paredes. Não se observaram diferenças entre os valoresglobais ou parietais para o S circunferencial. Não houve relação entre os valores médiosde S longitudinal, radial ou circunferencial e a PSAP. Verificou-se correlação entre o S radi-al global médio e o NT-proBNP (R=0,83, p=0.001).

Conclusão: Em dts com ED e índices ecocardiográficos normais de função sisto-diastólicaobservaram-se alterações do strain radial e longitudinal por speckle tracking, reflectindoenvolvimento ventricular, as quais se relacionaram com o biomarcador de IC.

C 209OBESIDADE: DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA SISTO-DIASTÓLICA AVALIADA PORSPECKLE TRACKING

JOÃO SILVA MARQUES1, FLORBELA FERREIRA1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, JOÃO MARTINS MARTINS1, ANA

G. ALMEIDA1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A obesidade é uma patologia muito prevalente, tendo atingido proporçõesepidémicas nos países ocidentais. Diversos estudos sugerem que a obesidade causa dis-função ventricular esquerda, mesmo na ausência de doença cardíaca estrutural.Desconhece-se o papel das novas técnicas ecocardiográficas na avaliação destes doentes.

Objectivo: Comparar índices de função sisto-diastólica do ventrículo esquerdo (VE) numapopulação de obesos relativamente ao grupo de controlo (saudáveis não-obesos) porspeckle-tracking imaging.

Métodos: Realizou-se o estudo ecocardiográfico de doentes obesos, seguidos na consul-ta de obesidade de um centro universitário, e de um grupo de doentes saudáveis não-obesos. Foram feitas aquisição de cineloops nas vias apicais e paraesternais curto eixo. Empós-processamento, mediu-se o strain e o strain rate global (SG, SRG) e segmentar doventrículo esquerdo por speckle-tracking imaging. No SRG foi avaliado o componentesistólico (s'), protodiastólico (e') e telediastólico (a'). Os dados demográficos e clínicosforam colhidos mediante questionário.

Resultados: Foram estudados 30 doentes, 22 obesos e 8 saudáveis. No grupo de doentesobesos, 77% eram do sexo masculino e apresentavam uma idade média de 47±12 anos.O índice de massa corporal médio foi de 39± 4 Kg/m2 e a percentagem de massa gordamédia de 46±7%. Os valores de SG do VE apresentaram uma tendência a serem inferioresno grupo de obesos (-18±3 vs -21 ±2.9; p=0.067). O componente telediastólico do SRG foisignificativamente menor no grupo de obesos (1.0 ±0.2 vs 0.80 ±0.2; p=0.04), não existin-do relação com significado estatístico em relação aos componentes sistólico e telediastóli-co. Na análise da deformação segmentar verificou-se que a deformação do segmento api-cal da parede lateral apresenta a maior perturbação na contractilidade e no relaxamentocomparativamente ao grupo de controlo (p=0.01).

Conclusões: A obesidade associa-se a alterações na contractilidade e relaxamento do VE.Os resultados sugerem que os segmentos apicais possam ser os mais atingidos.

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I-107

C 210LEVOSIMENDAN VERSUS TERAPÊUTICA INOTRÓPICA CONVENCIONAL NA INSUFICIÊNCIACARDÍACA DESCOMPENSADA. 24 MESES DE SEGUIMENTO CLÍNICO

LUÍS SARGENTO1, DULCE BRITO1, HUGO MADEIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

A terapêutica com levosimendan melhora clinicamente os doentes com IC descompensa-da, permanecendo a dúvida sobre o real impacto na mortalidade em relação aos inotrópi-cos clássicos.O objectivo do presente trabalho é o de avaliar a médio prazo (24 meses), o impacto daterapêutica com levosimendan versus dobutamina na mortalidade em doentes com ICdescompensada.

População e métodos: Estudo aberto, incluindo 44 doentes em IC descompensada, comFEj<30%, idade média 61.8 +13.6, todos sob terapêutica diurética endovenosa e necessi-tando de apoio inotrópico. Os doentes foram divididos em dois grupos terapêuticos (aocritério do médico assistente): Gr Lev (terapêutica apenas com levosimendan; n=24) e GrDob (apenas dobutamina; n=20). Determinamos em ambos os grupos antes da infusãode inotrópico o Nt-ProBNP. O seguimento clínico foi de 24 meses, e eventos clínicos ava-lisados: morte e internamento. A classe NYHA avaliada na admissão e na alta, sendo cal-cula a variação absoluta. Os dois grupos foram comparados utilizando o teste doQuiquadrado e a curva de sobrevivência de Kaplan Meier com o teste de Log rank.

Resultados (ver tabela): (1) A Taxa de mortalidade foi de 25% em ambos os grupos.(2) A curva de sobrevivência foi idêntica para ambos os grupos.

Conclusão: A terapêutica com levosimendan em doentes com IC descompensada não foisuperior à terapêutica inotrópica com dobutamina, em termos de sobrevida aos 24 meses.

Gr Lev Gr Dob p

Idade 59.6 ±13.6 64.0 ± 13.3 0.295NtProBNP 7372 ± 9645 6195,0 ± 5161 0.316Sexo, masc (%) 52.8 47.2 0.710NYHA III-IV % 90 100 0.084

Variação NYHA-Nula % 15 4.5 0.33Morte, % 25 23 1.0Reinternamento, % 65 70.8 0.752

C 211DOSES DE CARVEDILOL SUPERIORES A 50 MG NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIACARDÍACA

FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, ANTÓNIO VENTOSA1, CARLOS AGUIAR1, MARISA TRABULO1, JORGE FERREIRA1, JOSÉ

ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O uso de bloqueadores beta-adrenérgicos é elemento fundamental na opti-mização da terapêutica da insuficiência cardíaca (InsCard), sendo o seu benefício rela-cionado com as doses alcançadas. Embora os estudos iniciais com o carvedilol neste con-texto e as Guidelines actuais refiram doses até 100 mg, não é prática corrente a tentati-va de titulação até essa dose, sendo mais frequente a titulação apenas até 50 mg.

Métodos: Neste trabalho descrevem-se, de uma população de 74 doentes (d) seguidosem Consulta Hospitalar de InsCard, os doentes que foram titulados até doses de carvedilolsuperiores a 50 mg.

Resultados: Trata-se de 11 doentes, 5 H e 6M, com 55±11 anos e 75±15 kg, seguidos aolongo de uma média de 5,2 ±3,3 anos. Sete tinham miocardiopatia dilatada idiopática e4 doença coronária, incluindo um com CDI. Havia BCRE em 6, antecedentes de alcoolismomoderado em 1, de possível miocardite em 1 e de miocardiopatia peri-parto em 1. Haviainternamento prévio por InsCard em 4.A classe funcional inicial era III em 5 doentes I/II nos restantes. A TA era de 117/72 ±21/11 mmHg e a FC de 75±15/min. A creatinina era de 0,9±0,5. A FEVE era de 27±7%. ONTpro-BNP era de 4102±4400.Seis doentes já faziam carvedilol em doses de 18±8mg e 5 não faziam beta-bloqueador.Todos faziam iECA e furosemida (10d, 40±28 mg) ou hidroclorotiazida (1d, 12,5mg), 3faziam espironolactona (33±12mg) e 2 faziam digoxina (0,125mg).A dose de carvedilol foi gradualmente titulada até 84±15mg (56,25-100 mg) e houveredução da digoxina (1d, 0,0625mg). Também ocorreu titulação das doses de iECA/ARA2e ligeira redução das doses de diurético (furosemida 35±31mg em 9 d; hidroclorotiazida16±9mg em 2d), com aumento dos doentes com espironolactona (8d, 17±7mg). Trêsdoentes implantaram CRTD e um implantou CDI.No seguimento, a classe funcional melhorou para II em 6 doentes e I nos restantes, a FEVEaumentou para 45±13% (incluindo 2 doentes em que não houve melhoria), e o NTpro-BNP baixou para 571±721. A creatinina passou a 1,1±0,5 (incluindo 1 doente com 2,5).Houve dois doentes com internamentos por InsCard e ocorreram em dois doentes even-tos arrítmicos resolvidos pelo CDI. Na última observação, a TA era de 114/65 ± 10/7mmHg e a FC de 72±7/min.

Conclusões: A titulação gradual das doses de carvedilol até doses elevadas, superiores àsda prática clínica mais habitual, é possível num número apreciável de doentes, mesmoquando os valores tensionais e de FC basais não são muito elevados.

C 212EXISTE UM PAPEL PARA AS PROTEÍNAS ESTIMULADORAS DA ERITROPOIESE NO TRATA-MENTO DOS DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E ANEMIA - METANALISE DEENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

FILIPA CANÁRIO-ALMEIDA1, FILIPE AZEVEDO1, FRANCISCO FERREIRA2, OLGA AZEVEDO2, JOANA GUARDADO2, MARINA

FERNANDES2, JOÃO ALMEIDA2, ALTAMIRO COSTA-PEREIRA1

(1 Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 2Centro Hospitalar do Alto Ave,EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: O reconhecimento da elevada prevalência e do predicor independente deprognóstico da anemia na Insuficiência cardíaca (IC) contribuiu para intensificação dainvestigação para um tratamento eficaz. O papel central da eritropoietina na síndrome deanemia cardiorrenal tem sido proposto. Vários ensaios clínicos randomizados (ECR)demontraram a eficácia e segurança da eritropoietina humana recombinante (EHR) nacorrecção da anemia em doentes com IC. No entanto como vários estudos não mostrarambenefício, o seu papel no tratamento da IC não está definido. O objectivo do estudo équantificar os efeitos do tratamento com EHR na eficácia clínica, mortalidade, hospitaliza-ções e qualidade de vida de doentes com IC crónica.

Métodos: Revisão sistemática de ECR que comparam tratamento com EHR com tratamen-to standard publicados na Medline, IsiWeb of Knowledge, Scopus e Cochrane Library. Oitoestudos (696 doentes, 377 no grupo de intervenção) preencheram os critérios de inclusão.O tempo médio de seguimento foi de 38±13 semanas. Dados da hemoglobina e/ouhematócrito, classe funcional da NYHA, tolerância ao exercício, hospitalizações, mortali-dade e qualidade de vida foram extraídos e analisados nos vários estudos usando o efeitoaleatório das metanalises.

Resultados: A incidência de efeitos adversos foi semelhante nos dois grupos. Verifi-cou-se aumentos significativos na hemoglobina no grupo de intervenção (1.78±0.96 g/dLvs 0.08±1.23 g/dL, P<0.001), e melhoria não significativa da classe funcional da NYHA,duração e tolerância ao exercício e da qualidade de vida comparada com o grupo deplacebo. Uma tendência não significativa para redução do risco de hospitalização (HR0.78; IC95% 0.5,1.14; p=0.4) e redução de mortalidade (HR 0.84; IC 95% 0.61, 1.09,p=0.1) foi observada no grupo de intervenção comparado com placebo.

Conclusão: Os estudos iniciais com EHR que demonstraram melhoria da função cardíaca,capacidade funcional, tolerância ao exercício e qualidade de vida tinham amostras peque-nas e substimadas. ECR recentes bem dimensionados e com períodos de seguimento lon-gos levantaram a questão do benefício clínico da terapêutica com EHR em doentes comIC crónica e anemia. Esta metanalise sugere que a correcção da anemia com EHR é bemtolerada, eleva e mantém significativamente os níveis de hemoglobina, sem benefícioclínico objectivo, para além da tendência para redução de hospitalizações e mortalidade.Investigação clínica futura com ECR devidamente dimensionados é fundamental para cla-rificar a estratégia terapêutica apropriada da anemia na IC.

C 213IS THERE A ROLE FOR SPIRONOLACTONE IN ATRIAL FIBRILLATION PREVENTION?

RICARDO LOPES1, PATRÍCIA LOURENÇO1, CRISTIANA PAULO1, ALEXANDRA SOUSA1, ANA LEBREIRO1, JOANA

MASCARENHAS1, SÉRGIO SILVA1, MARILDA SANTOS1, HELENA SILVA1, PAULO BETTENCOURT1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Atrial fibrillation (AF) is the most common arrhythmia in heart failure (HF)patients (pts). Angiotensin receptor blocker (ARB) and angiotensin converting enzymeinhibitor (ACEI) have shown a preventive effect in AF development. However, such effectis less well studied for aldosterone receptor antagonists. We aimed to asses if spironolac-tone reduces AF occurrence in HF pts.

Methods: We retrospectively analyzed 156 HF pts followed in a HF clinic of a tertiary carehospital. All patients with AF or atrial flutter at presentation were excluded. Follow-up(FU) was assessed by reviewing the clinical records.

Results: Mean pts' age was 63.3 ± 13.2 years and 104 (66.7%) were men. Eighty seven(55.8%) pts had hypertension (HT), 43 (27.9%) were diabetic and 62 (39.7%) had knowncoronary artery disease. In 60 pts (38.5%) HF aetiology was ischemic, in 32 (20.5%) idio-pathic and in 27 (17.3%) hypertensive. At presentation, 118 (75.6%) pts were in NYHAclass II or lower. Seventy five pts (48.1%) patients had severe left ventricular systolic dys-function (LVSD) and 41 (26.3%) had moderate LVSD. Mean left atrial (LA) dimension was46 ± 10 mm. Mean serum creatinin (Cr) was 1.6 ± 2.0 mg/l. One hundred and thirty threepts (89.3%) were medicated with furosemide, 128 (85.9%) with ACEI, 90 (60%) withbeta-blocker, 46 (29.5%) with spironolactone and 5 (3.4%) with ARB.Patients under spironolactone therapy were younger (59 ± 13 vs 65 ± 13 years; p =0.007), had less HT (37.0% vs 63%;p = 0.003) and had more often moderate or severeLVSD (95.7% vs 67%; p < 0.001) in comparison with pts not taking spironolactone.During the 3.6 ± 3.2 years of FU, 21 pts (13.5%) developed AF: 6 pts [6/46 (13%)] in thespironolactone group and 15 [15/110 (13.6%)] in the group of pts without spironolactonetherapy. There was no significant difference in AF occurrence between the 2 groups.Considering only the group of pts with moderate or severe LVSD (116 pts), those underspironolactone were younger (59 ± 13 vs 65 ± 13 years; p = 0.01), had less HT (26.3% vs73.7%;p = 0.021) and had larger LA (48 ± 6 vs 45 ± 5 mm; p = 0.007). There was also nostatistical significant difference in AF occurrence between pts taking and pts not takingspironolactone (11.4% vs 15.1%; p = 0.78).

Conclusion: In our population of HF pts spironolactone did not prevent AF occurrence.Patients under spironolactone had larger LA, which is a cardiac structural anomaly linkedto AF development. This maybe a possible explanation why spironolactone did not pre-vent AF occurrence.

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I-108

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CARDIOPATIAS CONGÉNITAS PARA TODAS AS IDADES

C 214ECOCARDIOGRAFIA POR TELEMEDICINA NUM HOSPITAL DE NÍVEL II DA REGIÃO CENTRO

MARCELA PIRES GUERRA1, ANDREIA OLIVEIRA1, ANA NORDESTE1, ELSA HIPÓLITO1, LUÍS DAMAS1, LÚCIA RIBEIRO2

(1Hospital Infante D. Pedro, EPE, 2Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico deCoimbra)

Introdução: A alteração do exame cardiovascular, nomeadamente a existência de soprocardíaco, é um achado frequente na criança, motivando o pedido de um número significa-tivo de consultas a nível hospitalar.Existe um protocolo entre o Serviço de Pediatria de um hospital de nível II (HN2) e oServiço de Cardiologia de um hospital pediátrico de nível III (HPN3), ambos da regiãoCentro, para a realização de ecocardiografia por telemedicina em situações urgentes ouprogramadas. A consulta de Telemedicina/Pediatria do HN2 em questão teve o seu inícioformal em 2008, com uma periodicidade de 2h/semana.

Objectivos e Metodologia: Caracterizar as consultas de Telemedicina/Pediatria real-izadas entre 01.01.2008 e 30.10.2009.Revisão do processo clínico de todas as crianças convocadas para consulta deTelemedicina/Pediatria neste período; consulta das marcações agendadas a partir de01.11.2009.

Resultados: Durante o período em estudo foram agendadas 758 consultas, das quaisforam realizadas 623 num total de 415 crianças (123 recém-nascidos).Registou-se uma mediana de 6.1 meses de idade à data da 1ª consulta (mín:0dias;máx:14.6anos) e um ligeiro predomínio do sexo masculino (53.7%). O pedido teveorigem no internamento em 45.2% (Maternidade=17.3%, UCIN=16.6%, Pediatria=11.3%)e na Consulta Externa em 33.9%; o motivo mais frequente foi o sopro sistólico isolado(60.1%) seguido de cardiopatia já conhecida (9.9%).O tempo de espera para a consulta variou entre 0 dias e 12.4 meses (mediana=0.9meses).Foram realizadas em média 1.5 ecocardiografias por criança (mín:1; máx:6). Em 38.4%dos exames o coração era estruturalmente normal; os achados mais frequentes foram: CIA(34.2%), CIV (13.3%), PCA (12%) e disfunção valvular (11.2%).Tiveram alta da consulta 58.8% das crianças (média=3,6anos, mediana=2anos), das quais62.3% após a 1ª consulta. Estão agendadas 221 consultas entre 01.11.09 e 20.11.12.

Comentários: A existência da consulta de Telemedicina/Pediatria no HN2 foi fundamen-tal para a rapidez e fácil acessibilidade na realização das ecocardiografias, evitando adeslocação das crianças ao HPN3, o que é especialmente importante no caso dos recém--nascidos (sobretudo prematuros) e crianças internadas no serviço. Além disso, permiteainda que as crianças sejam sempre avaliadas por um cardiologista pediátrico experientee facilita a referenciação à consulta de Cardiologia do HPN3 nos casos em que esta énecessária.

C 215AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL E PROPENSÃO PARA A PSICOPATOLOGIA NOS ADOLES-CENTES E JOVENS ADULTOS COM CARDIOPATIAS CONGÉNITAS

C. Proença1, Daniela Vieira1, M. E. Areias1, C. Vaz1, A. M. Silva1, Victor Viana2,Cláudia Moura2, José Carlos Areias2

(1Instituto Superior de Ciências da Saúde-Norte, 2Hospital de S. João, EPE)

Objectivos: São vários os estudos que sugerem uma frequência elevada de psicopatolo-gia e maior propensão para desajustamento psicossocial nos adolescentes e jovens adul-tos com cardiopatias congénitas, com e sem correcção cirúrgica. Por esse motivo, pre-tendemos neste estudo avaliar o nível de ajustamento psicossocial e da propensão paraas perturbações psiquiátricas e psicológicas nesta população.

Métodos: Uma população de 40 adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congéni-tas, com e sem correcção cirúrgica, com idades compreendidas entre os 12 e os 26 anos,de ambos os sexos, foi avaliada num único momento temporal, através da administraçãode uma entrevista clínica semi-estandardizada elaborada pelas investigadoras, da entre-vista psiquiátrica estandardizada SADS-L (Schedule for Affective Disorders andSchizophrenia - Lifetime Version), e dos questionários de auto-resposta YSR (Youth Self-Report) e ASR (Adult Self-Report), bem como das respectivas versões de observação com-portamental preenchidas por um dos cuidadores.

Resultados: A frequência de perturbações psiquiátricas é de 15% na nossa amostra de40 sujeitos, parecendo indiciar uma maior propensão para a psicopatologia do que napopulação em geral; no entanto, a presença de cianose não se associa com maior proba-bilidade de diagnóstico psiquiátrico ou pior ajustamento emocional. Podemos tambémverificar que os adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas complexasapresentam mais problemas internalizadores e níveis elevados de isolamento, sendo ospacientes com pior capacidade física os mais desajustados emocionalmente.

Conclusão: Apesar da prudência que o reduzido número de sujeitos nos deverá suscitar,o presente estudo indicia uma propensão mais elevada para as perturbações psiquiátricasnos sujeitos com cardiopatias congénitas. No entanto, não foi encontrada uma associaçãosignificativa entre a cianose e uma maior propensão para a psicopatologia, nem um piorajustamento emocional. Corroborando resultados de estudos realizados noutros países,comprova-se que quanto maior a gravidade da cardiopatia congénita, maior a tendênciapara apresentar comportamentos internalizadores. Também em consonância com investi-gações já desenvolvidas, concluímos que ter uma capacidade física reduzida está rela-cionado com uma maior presença de problemas de internalização e consequente desajus-tamento emocional.

C 216SEGUIMENTO CLÍNICO A LONGO PRAZO DE UMA POPULAÇÃO DE DOENTES COMCOARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA - EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, HELENA ANDRADE1, NATÁLIA ANTÓNIO1, DINA RODRIGUES1, GRAÇA CASTRO1,ANTÓNIO MARINHO DA SILVA1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Apesar do aumento substancial da sobrevida dos doentes com Coartação daAorta (CoAo) nos últimos anos, a incidência de complicações cardiovasculares (CV) após asua correcção é significativa. Objectivo: Analisar a evolução a longo prazo de uma popu-lação com CoAo corrigida, comparando os resultados obtidos de acordo com as várias téc-nicas terapêuticas usadas.

Métodos: Estudo retrospectivo de 51 doentes, adolescentes e adultos, seguidos por CoAocorrigida (tempo médio de seguimento clínico: 20±7 anos). Nos doentes submetidos acirurgia correctiva comparámos dois grupos: Grupo A - anastomose topo a topo; Grupo B- outros tipos de cirurgia.

Resultados: A idade média na altura da intervenção era de 9±9 anos, 61% são do sexomasculino, o local de CoAo era pós-ductal em 87% dos casos e 33,3% dos doentes ti-nham cardiopatia congénita complexa. Relativamente à forma de correcção inicial, em90,2% foi cirúrgica (60,9% anastomose topo a topo, 19,6% flap da subclávia, 10,9%alargamento com patch, 8,7% inserção de conduto) e em 9,8% por intervenção per-cutânea. Quanto à incidência de complicações após correcção, 54,9% apresentaramhipertensão arterial (HTA), 17,6% aneurismas da aorta, 11,8% obstrução do ventrículoesquerdo e atraso do desenvolvimento psicomotor, 3,9% paraplegia e 1,9% endocardite.Ocorreu re-CoA em 35,3% dos doentes e re-intervenção em 25,5% (a maioria por via per-cutânea). O gradiente médio Ao ascendente/descendente (Ao a/d) actual foi de 22±9mmHg. Ocorreu resposta hipertensiva na prova de esforço em 31,4% dos casos e 65,4%apresentavam um padrão de tensão arterial dipper. Os doentes do Grupo B apresentarammais frequentemente CoAo pré-ductal, hipoplasia do arco, regiões aneurismáticas, re-CoAo (p=0,044) e gradiente Ao a/d>20 mmHg após correcção de re-CoAo (p=0,04).Apesar de não ter havido diferenças na prevalência de HTA, o grupo A apresenta mais fre-quentemente um padrão dipper (p=0,036).

Conclusão: Existe uma elevada incidência de complicações CV a longo prazo nos doentessubmetidos a correcção por CoAo, o que justifica uma vigilância cuidadosa no seguimen-to clínico. A correcção da CoAo por anastomose topo a topo parece associar-se a menoscomplicações a longo prazo e a um padrão de HTA mais benigno do que outras modali-dades cirúrgicas. Resta, contudo, esclarecer se estas diferenças se devem a vantagens daprópria técnica ou se reflectem a menor complexidade da lesão inicial.

C 217VÁLVULA AÓRTICA QUADRICÚSPIDE: CASUÍSTICA DE 10 ANOS DE UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA E REVISÃO DA LITERATURA

SOFIA GOUVEIA1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1, FILIPA PARAMÉS1, ISABEL FREITAS1, MÓNICA REBELO1,CONCEIÇÃO TRIGO1, FÁTIMA PINTO1

(1CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA CENTRAL, EPE HOSPITAL DE SANTA MARTA)

Introdução: A válvula aórtica quadricúspide é uma malformação rara, com uma incidên-cia estimada de 0,003 a 0,043% de todas as cardiopatias congénitas. Surge habitual-mente como uma anomalia congénita isolada, mas pode também estar associada a ou-tras malformações, sendo as mais frequentes as anomalias das artérias coronárias. Aevolução da tecnologia permite o diagnóstico não invasivo na grande maioria das situ-ações. A sua história natural é a evolução para a insuficiência, rara antes da idade adulta.

Objectivos: Revisão dos casos de válvula aórtica quadricúspide diagnosticados nos últi-mos 10 anos num centro terciário de Cardiologia Pediátrica.

Material e métodos: Revisão retrospectiva dos dados clínicos de doentes aos quais foidetectada uma válvula aórtica quadricúspide, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2009.

Resultados: Nos últimos 10 anos, foram diagnosticados 4 casos de válvula aórticaquadricúspide, em crianças com idades compreendidas entre os 6 meses e os 8 anos, duasdo sexo masculino. Em três casos, os quatro folhetos eram de dimensões semelhantes,que é o achado mais frequente. Todos os doentes apresentavam outras malformaçõescardíacas associadas (uma comunicação interauricular, duas comunicações interventricu-lares, uma estenose supra-valvular aórtica e uma válvula pulmonar quadricúspide). Umdoente tinha também o diagnóstico de Síndrome de Williams. Duas das válvulas eramnormofuncionantes e duas apresentavam insuficiência mínima. Com um tempo de segui-mento mediano de 2 anos (mínimo 0; máximo 9), todos os doentes se mantiveram as-sintomáticos e não requereram tratamento médico ou cirúrgico para a válvula aórtica.

Conclusão: O diagnóstico de válvula aórtica quadricúspide é raro, sobretudo em idadepediátrica, quando a maioria dos doentes são assintomáticos e apresentam válvulas nor-mofuncionantes. Nesta casuística, metade apresentavam insuficiência aórtica mínima. Aocontrário do que está descrito na literatura, todos os doentes apresentavam malformaçõescardíacas concomitantes. A associação com a Síndrome de Williams nunca foi anterior-mente descrita. Estes doentes deverão manter seguimento em ambulatório, de forma adetectar atempadamente o aparecimento ou agravamento de alterações funcionais e per-mitir uma intervenção terapêutica oportuna.

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C 218QUALIDADE DE VIDA DOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS COM CARDIOPATIACONGÉNITA, COM E SEM CORRECÇÃO CIRÚRGICA

A. M. SILVA1, C. VAZ1, M. E. AREIAS1, DANIELA VIEIRA1, C. PROENÇA1, VICTOR VIANA2, CLÁUDIA MOURA2, JOSÉ

CARLOS AREIAS2

(1Instituto Superior de Ciências da Saúde-Norte, 2Hospital de S. João, EPE)

Objectivos: Caracterizar a percepção da qualidade de vida (QV) de adolescentes e jovensadultos com cardiopatia congénita (CC), perceber quais as variáveis com influência nega-tiva na percepção da QV e as que funcionam como factores de resiliência, contribuindopara a aceitação e adaptação à doença. Métodos: Participaram neste estudo 40 indivídu-os, com idades entre os 12 e os 26 anos de idade, com diagnóstico de CC. Foram usados:ficha de identificação com dados demográficos, ficha clínica com informação relativa àdoença, questionário sobre a percepção da QV (WHOQOL-BREF) e entrevista semi-estru-turada sobre suporte social, ambiente familiar, limitações funcionais e ajustamento emo-cional. Os pacientes foram avaliados apenas num momento temporal.

Resultados: Verificaram-se diferenças significativas entre a população do estudo e a pop-ulação geral para o domínio Psicológico (t=2,958, p=0,005), Relações Sociais (t=3,544,p=0,001) e Meio Ambiente (t=2,925, p=0,006). Observaram-se diferenças no domínioPsicológico (t=2,502, p=0,017) entre a faixa etária dos indivíduos mais novos e mais vel-hos da amostra. As lesões residuais exerceram uma influência significativa na percepçãoda QV para o domínio Físico (t=2,556, p=0,015), Psicológico (t=2,244, p=0,031) e Geral(z=2,368, p=0,018). As variáveis intervenção cirúrgica e número de cirurgias tambémtiveram uma expressão significativa na percepção da QV para o domínio Físico (t=2,292,p=0,028). O suporte social exerceu uma influência substancial na percepção da QV paratodos os domínios (Físico: p=3,764, p=0,001; Psicológico: t=4,263, p=0,00; RelaçõesSociais: t=4,024, p=0,001; Meio Ambiente: t=2,234, p=0,031; QOL Geral: z=-3,152,p=0,002). Verificamos que a competência física influenciou a percepção da QV para odomínio Físico (t=-3,173, p=0,003) e Psicológico (t=-2,433, p=0,02).

Conclusões: Corroborando resultados de estudos realizados noutros países, a nossa inves-tigação parece indiciar melhor percepção da QV nos pacientes com CC do que na popu-lação geral. Contudo, é importante assinalar que a existência de lesões residuais gravesou moderadas e necessidade de mais intervenções cirúrgicas têm um impacto negativona QV. O suporte social funcionou como uma factor de resiliência na aceitação e adap-tação à doença, com especial contributo nas CC de maior gravidade. Os indivíduos semdificuldades em competência física tinham uma percepção positiva da QV. Os indivíduosmais velhos relataram uma melhor percepção da QV.

NOTAS

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CARDIOPATIAS CONGÉNITAS E INTERVENÇÃO

C 219ENCERRAMENTO DE DEFEITOS SEPTAIS INTERAURICULARES COM MÚLTIPLOS DISPOSITIVOS

Ana Rita Ferreira1, Pedro Carmo2, Ana M. Teixeira2, Graça Nogueira2, IsabelMenezes2, Rui Ferreira2, Rui Anjos2, Fernando Maymone Martins2

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital deSanta Cruz)

Introdução: O encerramento percutâneo dos defeitos do septo interauricular (DSIA), quercomunicação interauricular (CIA) do tipo ostium secundum, quer foramen ovale patente(FOP) tornou-se o tratamento de eleição em doentes seleccionados. Raramente, osdoentes apresentam defeitos múltiplos ou multifenestrados. Nestes, pode ser utilizadoum único Disp para encerramento, mas nalguns casos é necessário um segundo Disp. Hápoucos casos descritos na literatura de encerramento de DSIA múltiplos com 2 Disp.

Objectivo: Descrever a população e a técnica utilizada no encerramento de DSIA quenecessitaram de dois Disp de encerramento.

Métodos: Análise retrospectiva dos procedimentos consecutivos de encerramento DSIAdesde Setembro de 1998 até Novembro de 2009 nos quais foram utilizados 2 Disp deencerramento. Num total de 504 procedimentos de encerramento de DSIA identificaram-se 11 doentes (2%) em que foram utilizados 2 Disp. A idade média dos doentes foi de 33anos (9-56 anos), sendo 8 do sexo feminino. Os diagnósticos foram: comunicações inter-auriculares múltiplas (8), CIA multifenestrada (2) e FOP com CIA associada (1).

Em 7 casos os 2 Disp foram implantados no mesmo procedimento. Neste grupo os dispo-sitivos implantados foram: Amplatzer (11), Intrasept (2) e Helex (1). A mediana dedimensões destes Disp foi 16 mm. O resultado neste grupo foi a presença de 2 pequenosleaks residuais no seguimento a longo prazo, sem significado hemodinâmico.

Em 4 doentes o segundo Disp foi implantado num procedimento posterior por diagnósti-co incompleto num caso e por decisão do operador nos restantes. Neste grupo os dispo-sitivos implantados foram: Amplatzer (5), Cardioseal (1), Helex (1) e Cera (1). A medianade dimensões dos Disp foi de 19 mm. No seguimento a longo prazo, verificou-se a pre-sença de shunt residual mínimo num dos 4 doentes.As dimensões do 1º e 2º Disp foram semelhantes em ambos os grupos. Não houve quais-quer complicações relacionadas com a implantação dos Disp.

Conclusão: O encerramento de DSIA múltiplos pode exigir a utilização de 2 Disp. Este pro-cedimento revelou-se seguro na nossa série quer quando realizado no mesmo procedi-mento quer quando realizado em diferido.

C 220RECURRENCE OF CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS AFTER SURGICAL TREATMENT

RICARDO LOPES1, PATRÍCIA LOURENÇO1, CRISTINA CRUZ1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Congenital subaortic stenosis (SAS) affects 1-2% of patients (pts) with con-genital heart disease (CHD). In most of these pts, surgical correction is needed. However,up to one third have SAS recurrence requiring re-intervention. Causes of recurrence arepoorly understood. We aimed to assess predictors of recurrence and reoperation in surgi-cally corrected SAS pts.

Methods: We retrospectively analysed 34 pts with surgically corrected SAS followed in aCHD clinic of a tertiary care hospital, from July 1976 to October 2008. Follow-up (FU) wasassessed by reviewing the clinical records.

Results: Mean age at diagnosis was 13.3 years and 21 (61.8%) pts were men. Fibrousmembrane SAS was present in 31 (91.2%) pts. Association with other CHD was present in6 (17.6%) pts. Eight pts (23.5%) presented with NYHA class II. Maximal left ventricularoutflow tract (LVOT) pressure gradient was 67.4 ± 27.3 mmHg, 17 (46%) pts had left ven-tricular (LV) hypertrophy and LV function was normal in all pts. Mean FU time was 231 ±80 months.In 25 (73.5%) pts surgical membrane resection was performed along with miectomy andin 6 (17.6%) with aortic valve repair. Eight (23.5%) pts had postoperative complications:conduction disturbances in 4, mechanical in 3 and medical in 1. Eighteen (52.9%) pts hadSAS recurrence after surgery and 8 (23.5%) underwent reoperation. Causes for reopera-tion were: SAS recurrence in 5 pts, aortic regurgitation (AR) in 2 and iatrogenic ventricu-lar septal defect in 1.A shorter time from diagnosis to surgery [HR 0.98 (95%CI 0.96-1.00); p=0.04] was the onlyindependent predictor of SAS recurrence. However, pts operated at younger age tended tohave more SAS recurrence. LVOT pressure gradient at diagnosis was the only independentpredictor of reoperation [HR 1.06 (95%CI 1.01-1.12); p=0.02]. Moreover, pts with higherpost-surgical LVOT pressure gradient tended to need more often re-intervention.

Conclusion: Congenital SAS recurrence after surgical treatment was frequent; reoperationwas needed in about half of those pts. Pts with SAS recurrence were operated sooner afterdiagnosis and at a younger age, suggesting a more severe form of disease. Higher LVOTpressure gradients at diagnosis were associated with reoperation, suggesting that a high-er turbulent systolic jet may trigger lesions on the LVOT itself and on the aortic valve. Thetrend for higher post-surgical LVOT pressure gradient to be associated with reoperationfurther supports this hypothesis.

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I-110

C 221ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL - EXPERIÊNCIA DEUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS NEONATAIS, REVISÃO DE 7 ANOS

MARIA TERESA DIONÍSIO1, ANTÓNIO PIRES1, GRAÇA SOUSA1, GABRIELA MIMOSO1, CARLOS LEMOS1, FÁTIMA

NEGRÃO2, EDUARDO CASTELA1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra, 2Centro Hospitalar deCoimbra, EPE, Maternidade Bissaya Barreto)

Introdução: No recém-nascido (RN) de termo, o canal arterial (CA) encerra, na maioriados casos, no 1º dia de vida. A sua persistência corresponde a 5-10% de todas as cardiopa-tias congénitas, sendo mais prevalente nos RN prematuros (65%). Nestes, caso o CA sejahemodinamicamente significativo, o tratamento com indometacina ou ibuprofeno é omais preconizado. Se ineficaz, está indicada a laqueação cirúrgica.

Objectivos: Descrever a experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais(UCIN), relativamente à Persistência do Canal Arterial (PCA) e sua evolução.

Métodos: Análise retrospectiva dos casos de RN com diagnóstico ecocardiográfico de PCAinternados numa UCIN e seu seguimento em Consultas de Cardiologia Pediátrica entreJaneiro de 2003 e Novembro de 2009. Efectuado estudo comparativo entre indometacinae ibuprofeno oral, utilizando teste de qui-quadrado.

Resultados: Registaram-se 1919 internamentos na UCIN. Foi diagnosticada PCA em 88casos (4,6%). Cerca de 55% dos RN eram do sexo masculino. Sessenta e sete (76,1%) ti-nham idade gestacional <32 semanas de gestação. A manifestação clínica mais frequentefoi o sopro (100%) associado em 22,7% a apneias e a agravamento dos parâmetros ven-tilatórios em 12,5% dos casos. O diagnóstico foi confirmado ecocardiograficamente emmédia aos 8,5 dias de vida. Nos 27 RN que apresentavam PCA sem significado hemo-dinâmico, optou-se por uma abordagem conservadora em 25. Nestes, o CA encerrouespontaneamente em 84%, em média 10 dias após o diagnóstico. Os restantes (4) foramsubmetidos a encerramento percutâneo durante o 1º ano de vida. Dos RN com PCAhemodinamicamente significativo (61), 55 foram tratados: 43 com indometacina (3 sub-metidos a laqueação cirúrgica por falência do tratamento médico) e 12 com ibuprofenooral. Do total de RN tratados com indometacina (45), 5 tiveram como efeitos secundáriosenterocolite necrotizante, tendo 4 falecido e 8 tiveram oligúria transitória. Nos RN trata-dos com ibuprofeno oral, não se registaram complicações. Registou-se uma correlaçãoestatisticamente significativa em relação ao menor número de efeitos secundários do ibu-profeno (p<0,05). A taxa de encerramento de PCA após 1 ciclo (3 doses) de indometaci-na e ibuprofeno oral foi de 55.6% e 50%, respectivamente.

Conclusões: Em casos assintomáticos, uma conduta expectante deve ser ponderada. Nanossa experiência, a utilização do ibuprofeno oral cursou sem complicações, sendo con-siderado uma alternativa terapêutica adequada.

C 222IMPLANTAÇÃO PERCUTÂNEA DE VÁLVULAS PULMONARES: EXPERIÊNCIA INICIAL

JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS1, PETER EWERT1, LÍDIA DE SOUSA1, FILIPA PARAMÉS1, ISABEL FREITAS1, CONCEIÇÃO

TRIGO1, NUNO JALLES1, PEDRO MATOS2, ANA AGAPITO1, RUI CRUZ FERREIRA1, FÁTIMA PINTO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta, 2Hospital da CUF)

Introdução: Os doentes com cardiopatias submetidos a intervenção cirúrgica com implan-tação de condutos entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar (VD-AP) podem desen-volver estenose e/ou insuficiência pulmonares ao longo do tempo. Nestas situações,associadas a arritmias cardíacas, disfunção ventricular direita e morte súbita, a re-inter-venção cirúrgica permanece um desafio pela complexidade, mortalidade e morbilidadesignificativas. A implantação percutânea de válvulas pulmonares (IPVP), recentementedesenvolvida, representa uma abordagem alternativa para estes doentes.

Objectivo: Reportar a experiência inicial com a IPVP, analisando o seu impacto no mane-jo destes doentes.

Material e Métodos: Avaliação prospectiva dos dados clínicos, ecocardiográficos, daressonância magnética, hemodinâmicos e angiográficos dos doentes submetidos a IPVP.

Resultados: Seis doentes em classe funcional igual ou superior a II com disfunção do con-duto VD-AP foram submetidos a IPVP. Tinham todos evidência de insuficiência e 5/6 deestenose. O procedimento consistiu na implantação de stents não cobertos no condutopara reforçar a sua rigidez e prevenir fracturas dos stents valvulados pulmonares Melody® (Medtronic), que foram em seguida implantados com sucesso em todos. Obteve-seuma redução da pressão ventricular direita (94±27 para 44±7mmHg), da relação entre apressão ventricular direita e esquerda (94±27 para 44±7%), do gradiente do conduto(65±28 para 11±4mmHg) e ausência de regurgitação pulmonar. O procedimento teve umaduração mediana de 180 minutos e decorreu sem complicações major. Os doentes tiver-am alta em mediana dois dias após o procedimento. Na última avaliação, em mediana7,8 meses após o procedimento, os doentes encontram-se em classe funcional I (5) ou II(1), sem evidência não invasiva de disfunção do conduto.

Conclusões: Os nossos resultados acompanham a experiência actual com esta modali-dade terapêutica, com excelentes resultados nestes grupo de doentes complexos. Aimplementação da IPVP em doentes com cardiopatia congénita que requerem re-inter-venção no tracto de saída do ventrículo direito tem-se revelado uma técnica promissora,embora complexa, alternativa a mais uma intervenção cirúrgica.

C 223ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE FORAMEN OVALE PATENTE COM O DISPOSITIVO PREMERE- A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

LUÍS SECA1, RUI PROVIDÊNCIA1, JOANA SILVA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, GISELA COSTA1, PAULA LOPES1, MARCO

COSTA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: O encerramento percutâneo de Foramen Ovale Patente (FOP) é actualmenteconsiderada uma técnica eficaz e bem estabelecida na prevenção de fenómenos embóli-cos paradoxais recorrentes. O dispositivo Premere foi especificamente desenhado para oencerramento de FOP, apresentando características estruturais favoráveis para o efeito.

Objectivo: Reportar a experiência do nosso centro no encerramento percutâneo de FOPcom o dispositivo Premere em doentes (dts) com eventos trombo embólicos prévios.

Material e Métodos: 20 dts com FOP e história prévia de pelo menos um evento trom-boembólico (Acidente vascular cerebral - AVC criptogénico, Acidente Isquémico Transitório- AIT ou embolia periférica) foram seleccionados para encerramento percutâneo de FOPcom dispositivo Premere de 25mm (St Jude Medical) no período de Março de 2008 aOutubro de 2009. Foi realizado o follow up (FUP) clinico e ecocardiográfico a todos os dts(ao 1ª mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano) para excluir shunt residual e posicionamento incor-reto do dispositivo.

Resultados: Ver Tabela. A implantação foi bem sucedida em todos os dts. No FUP (médio11,2 meses±8,8) verificaram-se 2 casos (10%) de shunt residual de pequenas dimensõesao fim do primeiro mês, desaparecendo depois aos 3 meses, não se registando intercor-rências disrítmicas ou recorrência de eventos tromboembólicos.

Conclusão: O dispositivo Premere parece ser seguro e eficaz no tratamento percutâneode dts com FOP e eventos tromboembólicos prévios, constituindo assim uma alternativaviável aos dispositivos até agora utilizados.

Doentes - n (%) mulheres- 11 (55%); homens- 9 (45%)Idade - anos 51,4±9,5Indicação – n (%) AVC – 19 (95%); AIT – 1 (5%); Eventos recorrentes – 12 (60%)

Túnel Longo - 13 (65%);Aneurisma do septo interauricular – 6 (30%);Válvula de Eustáquio – 6 (30%)

Morfologia – n (%)

C 224TÉCNICAS ULTRASONOGRÁFICAS NO ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE DEFEITOS DOSEPTO INTERAURICULAR: OITO ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

LUÍS SECA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, SÉRGIO BARRA1, FRANCISCA CAETANO1, PAULA LOPES1, MARCO

COSTA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A ecocardiografia intracardíaca (EIC) surgiu recentemente como uma alterna-tiva eficaz ao ecocardiograma transesofágico (ETE) na monitorização do encerramentopercutâneo de defeitos do septo interauricular (SIA).

Objectivo: Reportar a experiência do nosso centro na utilização de EIC para a monitoriza-ção do encerramento de defeitos do SIA quando comparada com as técnicas habituaiscomo o ETE.

Material e métodos: Estudo retrospectivo efectuado a partir de um grupo consecutivo dedoentes (dts) com defeitos do septo interauricular (Comunicação Interauricular - CIA;Foramen Ovale Patente - FOP) submetidos a encerramento percutâneo no nosso centroentre Janeiro de 2002 e Novembro de 2009. Foi feita a monitorização do procedimentocom EIC (Acunav, Siemens) ou ETE. Foi realizado follow up (FU) clinico e ecocardiográfico(ao 1ª mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano) para excluir shunt residual, trombo ou posiciona-mento incorrecto do dispositivo.

Resultados: Um total de 186 procedimentos foram efectuados no nosso centro durante oreferido período (62% mulheres, 41anos±14,1), 140 dos quais em doentes com CIA (53%de CIA >25mm; 15% de multifenestradas) e 46 FOP. Em 73 dts (39%) o procedimento foiguiado exclusivamente com EIC, tendo sido necessária a realização concomitante de ETEem 11 dts (6%). No FU a 1 mês, verificou-se a ocorrência de 1 caso de embolização dodispositivo após traumatismo torácico e, 2 casos de shunt residual aos 6 meses e 1 ano.Não se registaram casos de recorrência de eventos tromboembólicos.

Conclusões: A EIC apresenta-se como uma alternativa viável ao ETE durante o encerra-mento percutâneo de defeitos do septo interauricular, evitando assim os riscos e inconve-nientes da anestesia geral, reduzindo o números de pessoal técnico ou médico necessárioe aumentando a tolerabilidade do procedimento.

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I-111

C 225ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE COMUNICAÇÃO INTERAURICULAR E FORAMEN OVALEPATENTE EM ADULTOS - A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

MIGUEL SILVA VIEIRA1, VASCO ALVES DIAS1, ANA MEIRELES1, CATARINA GOMES1, NUNO ANTUNES1, DIANA ANJO1, ROSA

GUEDES1, FILOMENA OLIVEIRA1, SOFIA CABRAL1, LUIS SOUSA PEREIRA1, PEDRO BRAGA2, HENRIQUE CARVALHO1, SEVERO

TORRES1

(1Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António, 2Centro Hospitalar de VilaNova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: Nos últimos anos, o encerramento percutâneo (EP) de comunicação interauricu-lar (CIA) e foramen ovale patente (FOP) em adultos tem sido o tratamento de eleição, dadoser alternativa menos invasiva que a cirurgia e haver evidência acumulada sobre a segurançae eficácia do mesmo, após selecção criteriosa dos doentes (dts) e da técnica.

Objectivo: Reportar a nossa experiência clínica de EP de CIA e FOP em adultos. Métodos:Estudo prospectivo de uma série consecutiva de dts admitidos no nosso serviço para EP de CIAe FOP, sob monitorização de ecocardiografia transesofágica, desde Março de 2009. Os objec-tivos primários foram: sucesso do procedimento, complicações periprocedimento e a presençade shunt residual. Foi feito follow-up (FU) por ecocardiografia transtorácica às 24h e ao 1º, 3ºe 6º mês.

Resultados: Em todos os dts propostos para EP (N=13; Mulheres=53.8%; idade média=41 ±18.5 anos; FOP=6 dts; CIA tipo ostium secundum=7 dts) o procedimento foi bem sucedido, nãose tendo verificado complicações periprocedimento. As indicações para EP foram: acidentevascular cerebral criptogénico (N=6; 46.1%), shunt pulmonar-sistémico com Qp/Qs?1.5:1(N=5; 38.5%) e sintomas de insuficiência cardíaca (IC) com sinais ecocardiográficos de sobre-carga de volume do ventriculo direito (N=2; 15.4%). O tamanho médio do defeito do septointerauricular, determinado por ecocardiografia transesofágica, foi de 10.8 ± 5.2mm. O taman-ho médio do dispositivo implantado foi de 22.3 ± 3.5mm (25 ± 0 mm no caso dos FOP e 19± 2.7mm nas CIA). Os dispositivos implantados foram: Premere® (N=6), Amplatzer® (N=5) eSolysafe® (N=2). Em apenas um doente se verificou a persistência de shunt residual (míni-mo). No FU clínico não se verificaram nenhuns eventos embólicos de novo e objectivou-semelhoria a curto prazo da classe funcional de IC avaliada pela escala de NYHA e redução ime-diata da sobrecarga do ventrículo direito (VD) - avaliada de forma não invasiva pelo dosea-mento de NT-proBNP pré e após procedimento e regurgitação tricúspide.

Conclusão: A experiência deste centro permite concluir que o EP de CIA e FOP é uma técnicasegura e eficaz em adultos. A selecção adequada dos dts e dos dispositivos a implantar éessencial.

C 226ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DO CANAL ARTERIAL EM ADULTOS: A NOSSA EXPERIÊNCIA

RITA CALÉ1, RUI ANJOS1, MARGARIDA RUA CELEIRO1, MARGARIDA MATOS SILVA1, NUNO CARVALHO1, LEONOR BOTO1,ANA M. TEIXEIRA1, GRAÇA NOGUEIRA1, RUI FERREIRA1, ISABEL MENEZES1, JOSÉ ANICETO SILVA1, FERNANDO MAYMONE

MARTINS1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

As características anatómicas do canal arterial na idade adulta, nomeadamente a calcificação,as dimensões e o facto de poder ser curto e friável, complicam o tratamento cirúrgico. O encer-ramento percutâneo do canal arterial (CA) tem sido o método de eleição para tratamentodesta doença na idade adulta e tem-se consolidado nos últimos anos como uma alternativasegura e eficaz ao tratamento cirúrgico.

Objectivo: apresentar os resultados imediatos e a longo prazo do encerramento percutâneodo canal arterial em adultos com o recurso a diferentes dispositivos.

População e Métodos: De Maio de 1990 a Setembro de 2009 foram cateterizados 516doentes (dts) para tratamento percutâneo de CA, dos quais 45 eram adultos. Fez-se uma avali-ação retrospectiva dos dados do procedimento e do seguimento, num periodo médio de47±50 meses.

Resultados: A idade média dos doentes foi de 34±15 anos (18 a 85 anos), sendo 76% dosexo feminino. Trinta apresentaram CA de grandes dimensões (> 4mm). Em 16 dts as pressõessistólicas na artéria pulmonar eram superiores a 40 mmHg. Em 8 dts não se procedeu àoclusão do canal por esta técnica, 7 por hipertensão pulmonar (HTP) fixa e grave após oclusãotransitória do CA com balão e um de grandes dimensões, para o qual não havia dispositivoadequado na altura do procedimento. Os restantes 37 dts foram submetidos a encerramentocom diferentes dispositivos: 18 dts (49%) com coils de libertação controlada (Cook), 15 (40%)com dispositivos PDA Amplatzer e 4 (11%) com dispositivos de Rashkind (Bard). Todos os dis-positivos foram implantados com eficácia. Sete dos doentes tratados apresentaram fluxoresidual por ecocardiografia na avaliação imediata e 4 na avaliação a médio prazo. Num casoverificou-se oclusão tardia e nos outros três foi necessário recateterismo para implantação decoils adicionais. A oclusão total do canal foi assim possível em 35/36 (97%) dos doentes semHTP irreversível. Não ocorreu qualquer morte ou endarterite infecciosa e apenas um dte (2%)apresentou complicação grave: hemólise significativa por fluxo residual, resolvida com oclusãototal do CA. Cinco doentes (11%) apresentaram complicações minor: arritmias auriculares pós-procedimento (2), pseudoaneurisma femoral (2) e embolização de um dispositivo para aartéria pulmonar, recuperado no mesmo procedimento (1).

Conclusões: Nos adultos com persistência do canal arterial, o encerramento por via per-cutânea consegue-se com excelentes resultados em termos de eficácia e segurança.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS: PREVENÇÃO E TRATAMENTO

C 227DOENÇA CEREBROVASCULAR, DOENÇA CORONÁRIA E ALTERAÇÕES CAROTÍDEAS

ANA CAMACHO1, JOANA TRIGO1, PATRÍCIA GUILHERME1, WALTER SANTOS1, LUIS PEREIRA1, CARLOS BASÍLIO1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: A doença aterosclerótica pode manifestar-se de diferentes formas e em vários territórios distintos,havendo vários métodos para a sua detecção. O estudo por eco Doppler das artérias carotídeas (EcoDC) é ummétodo fidedigno, seguro e reprodutível para quantificar aterosclerose, permitindo a medição do complexo inti-ma-média (IM) e a detecção de placas carotídeas (P).

Objectivo: Comparar os achados dos estudos EcoDC, numa população de doentes (D) com enfarte do miocár-dio (EM) e com acidente vascular cerebral (AVC) e relacionar as alterações encontradas com os factores derisco (FR) presentes.

População e Métodos: Avaliámos retrospectivamente os EcoDC de 131 D consecutivos com EM, internados deJaneiro/Novembro 2009, e de 290 D, consecutivos internados por AVC, em 2007-2008 e feita a sua caracteriza-ção quanto à presença de FRCV. As medições da IM foram realizadas nos 10 mm distais das carótidas comuns(CC) esquerda e direita , fazendo-se duas medições em cada CC e achada a média para a determinação do valorfinal. Definido espessamento do IM quando o valor > 0,9 mm. Definiu-se P como um espessamento parietal loca-lizado, fazendo procidência no lúmen arterial > 1,5 mm, provocando ou não aumento de velocidades.

Resultados: Caracterização comparativa das populações quanto aos dados demográficos , FR e achados do EcoDC- Quadro1. Quando avaliámos conjuntamente os 421 D e correlacionámos os achados do EcoDC com a presençade FR, verificou-se, por análise multivariada, que foram predictores independentes de IM aumentada: a idade >70A (p=0,005), o sexo masculino (p<0,0005), a HTA (p=0,026) e a diabetes mellitus (p=0,044). Da presença deplaca foram predictores independentes: a idade (p<0,0005), o sexo masculino (p=0,001) e a diabetes mellitus(p=0,005)

Conclusões: 1-Verificámos uma elevada prevalência de FR em ambas as populações, havendo contudo umapercentagem mais elevada de dislipidémia e de obesidade nos D com EM. 2-Em 2 grupos de populações commanifestações de doença aterosclerótida em locais distintos, a presença e as características das P foram idên-ticas, contudo os D com EM tinham maior prevalência de IM aumentado. 3- A idade, o sexo masculino e adiabetes mellitus foram predictores de P e IM aumentada. A HTA foi predictora de IM aumentada.

EAM AVC Valor p

Idade 65±12 67±12 NsSexo masculino 72,5% 63,1% NsHTA 80,2% 75,9% NsDislipidémia 51,9% 22,4% <0,005Tabagismo 34,4% 27,2% NsDiabetes mellitus 32,8% 31% NsObesidade 22,9% 11% 0,03Sem FR 3,8% 8,6% NsIM ? 68,7% 48,3% <0,005Placas 63,3% 54,1% NsPlacas mistas 49,6% 35,9% NsPlacas bilaterais 41,2% 35,9% NSPlacas > 50% 19,6% 15,5% NSSem alterações 18,3% 31,7% <0,005

Características demográficas, FR e achados EcoDC da População

C 228RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A PRESENÇA DE PLACAS ATEROSCLERÓTICASNA CROSSA DA AORTA EM DOENTES COM AVC ISQUÉMICO E AIT

ANA RITA SANTOS1, BRUNO PIÇARRA1, ÂNGELA BENTO2, MARGARIDA RUA CELEIRO2, VERA PEREIRA2, PEDRO

SEMEDO2, TIAGO TRIBOLET DE ABREU1, ANTÓNIO JARA1

(1Hospital Espírito Santo, 2Hospital do Espírito Santo)

Introdução: A hipertensão arterial (HTA) é um factor de risco cardiovascular major nodesenvolvimento das doenças cardiovasculares. O seu controlo consegue reduzir, signi-ficativamente, a progressão da doença aterosclerótica e, consequentemente, o risco deacidente vascular cerebral (AVC).

Objectivo: Relacionar a presença e complexidade de placas ateroscleróticas na crossa daaorta com a existência de hipertensão arterial em doentes com AVC isquémico e acidenteisquémico transitório (AIT) que realizaram ecocardiograma transesofágico (ETE) paraesclarecimento etiológico.

População e Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo 166 doentes (D) internados como diagnóstico de AVC isquémico/AIT num período compreendido de Janeiro de 2007 eDezembro de 2008 (24 meses). Foram registadas as variáveis demográficas (sexo eidade), os factores de risco cardiovascular (FRCV) e as alterações ateroscleróticas pre-sentes no ETE (ausência de placas, placas simples e placas complexas). Compararam-sedois subgrupos de D: hipertensos (84,3%) e normotensos.

Resultados: O subgrupo dos D com HTA apresentou uma média de idades superior aosubgrupo dos D sem HTA (64,3 ± 10,0 versus 53,1 ± 13,0 anos; p=0,0001). Não se veri-ficaram diferenças com significado estatístico na distribuição por sexo, nem nos restantesFRCV entre os dois subgrupos. Na globalidade, a prevalência de placas ateroscleróticas foisuperior no subgrupo dos D com HTA (77,1% versus 53,8%; p=0,026). Os D hipertensosapresentaram uma tendência superior para a presença de placas simples, embora semsignificância estatística (50,0% versus 26,9%, p=0,051). Quanto à prevalência de placascomplexas foi de 27,1% nos D com HTA e de 26,9% nos sem HTA (p= 0,828).

Conclusões: Nos doentes com AVC isquémico/AIT a hipertensão arterial parece associar-se a uma maior prevalência de placas ateroscleróticas na crossa da aorta. No entanto, nãoparece relacionar-se com a complexidade das mesmas.

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I-112

C 229AVC EMBÓLICOS VERSUS NÃO-EMBÓLICOS - CARACTERÍSTICAS E PROGNÓSTICO

INGRID ROSÁRIO1, SÍLVIO LEAL1, MARIA JOÃO CORREIA1, JOSÉ CARLOS MONGE1, HÉLDER DORES1, ISABEL ARROJA1,ANA LOURENÇO1, MARIA FÁTIMA GRENHO1, LUIS CAMPOS1, ANA ALEIXO1, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2CentroHospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) é a 1ª causa de morte em Portugal e tam-bém uma importante causa de incapacidade. É conhecido que dos AVC isquémicos 20%são embólicos, tendo um pior prognóstico comparativamente com os outros subtipos deAVC isquémico.

Objectivo: Caracterizar e comparar os doentes (D) admitidos com acidente vascular cere-bral (AVC) de etiologia embólica (Emb) com os não embólicos (N-emb) e avaliar oprognóstico e os endpoints reinternamento e morte.

Metodologia: Análise retrospectiva de D admitidos consecutivamente numa unidade deacidente vascular cerebral durante 12 meses (m) com o diagnóstico de AVC. Comparaçãodos AVC Emb vs. os N-emb de acordo com o género, idade, avaliação à admissão - pressãoarterial sistólica (PAS), frequência cardíaca (FC), perfil analítico, escala de incapacidadeModified rankin scale (MRS), antecedentes/factores de risco cardiovascular - hipertensãoarterial (HTA), dislipidémia, tabagismo, diabetes mellitus, fibrilhação auricular (FA) -,avaliação ecocardiográfica - dimensão aurícula esquerda, hipertrofia parietal, fracção deejecção ventricular esquerda (FEVE), disfunção diastólica -, terapêutica, mortalidade intra-hospitalar, avaliação do endpoint reinternamento e morte durante o follow-up de 12m.

Resultados: Admitidos 154 D com AIT/AVC, dos quais 75,3% com AVC isquémico e destes39,6% são embólicos. A média de idades dos Emb é de 66,6 ±15,3 anos, com 54,1% apertencer ao sexo masculino. Média de internamento de 8 ±6,4 dias. Dos Emb 36,1%(p<0,001) têm fibrilhação auricular. No ecocardiograma observa-se dilatação auricularesquerda e FEVE preservada na maioria dos D quer Emb quer N-emb.Os D com AVC Emb vs. N-emb estão medicados com anticoagulação oral em 58% e 6,2%,respectivamente. Registaram-se 6 mortes intrahospitalares, das quais 3 foram Emb e paraos endpoints morte e reinternamento verificaram-se 6 óbitos (46,1% da mortalidadetotal) e 13 reinternamentos (48,1% do total) durante o follow-up de 12 m.

Conclusão: A fibrilhação auricular como etiologia no AVC embólico deve ser tida em con-sideração pelo seu impacto prognóstico, nomeadamente no que respeita à prevençãodestes eventos com o uso de anticoagulação oral de forma mais alargada.

C 230AVC/AIT EM DOENTES COM E SEM FORAMEN OVAL PATENTE, QUAIS AS DIFERENÇAS?

N. F. M. MORENO1, M. C. QUEIRÓS1, J. AZEVEDO1, F. R. SOUSA1, C. FRAGA1, A. AURORA1, P. PINTO1

(1Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, EPE Hospital Padre Américo, Vale do Sousa)

Introdução: Estão descritos em autópsia, defeitos do septo interauricular do tipo foramenovale patente (FOP) em cerca de 25% dos casos. Em estudos recentes os FOP foram iden-tificados como factor de risco independente de acidente vascular cerebral ou isquémicotransitório(AVC/AIT) na ausência de patologia cardiovascular evidente. No entanto, per-manece a dúvida da associação causa-efeito e qual o tratamento que mais beneficia estespacientes.

Objectivo: Caracterizar um grupo de doentes(dts) com AVC/AIT referenciados para rea-lização de ecocardiograma transesofágico(ETE) para avaliação de causa embólica, pro-curando identificar características prognósticas.

Métodos: Estudo retrospectivo de um grupo de dts consecutivos, submetidos a ETE, rea-lizados entre 2005 e 2009 para pesquisa de fonte embólica com história de AVC/AIT naausência de patologia cardiovascular evidente. Parâmetros avaliados: idade, sexo, factoresde risco vascular, consumo de álcool, características ecocardiográficas, tratamento efec-tuado e recorrência do evento/mortalidade no seguimento.

Resultados: Nesta população (n=29) foram diagnosticados 14 FOP (Grupo A), comdiâmetro máximo de 4,1cm±1,68 e 17,2% com aneurisma do septo interauricular. OGrupo A tinha mais mulheres (56,3%vs42,8%; p=ns) e dts com mais idade(50,15±9,33vs43,57±7,35 p=0,049). No Grupo B (GB - dts sem FOP) foram mais fre-quentes, sem significado estatístico, a diabetes (28,6%vs14,3%), obesidade(21,4%vs7,1%), tabagismo (42,9%vs28,6%), dislipidemia (57,1%vs50,0%) e hipertensãoarterial(HTA) (57,1%vs21,4% p=0,06). O alcoolismo (35,7%vs7,1%) foi mais frequente noGrupo A (GA). Não se verificaram diferenças morfofuncionais ecocardiográficas de relevo,para além das descritas. Os dts estavam medicados com (GA vs GB) aspirina(AAS)53,8%vs64,3%, hipocoagulante oral(hipoc) 30,8%vs21,4%, AAS e clopidogrel15,4%vs0% e AAS e hipoc 0%vs7,1%. Durante o tempo de seguimento (médio de 52meses), 3 dts do GB e 4 do GA tiveram recorrência de AVC, posteriormente 3 destes (20%do GA) foram submetidos a encerramento percutâneo. Não existiram óbitos.

Conclusões: Nestes dts, à excepção da idade, não existiram diferenças significativas entreos grupos que justificassem uma maior predisposição para AVC/AIT, ainda que no GB aHTA pareça ser um marcador relevante de risco. A recorrência e a mortalidade, foramsemelhantes em ambos os grupos. São precisos estudos de maiores dimensões paraesclarecer estes achados.

C 231PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NOS DOENTES COMFIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA) - ANTICOAGULAÇÃO ORAL (ACO) VERSUS ANTIAGREGAÇÃOPLAQUETAR SIMPLES (AAG)

FILIPA VALENTE1, NUNO CABANELAS1, MIGUEL ALVES1, DAVID LUÍS DURÃO1, MANUELA GREGO1, ISABEL

MONTEIRO1, MARISA PERES1, JOSÉ LOUREIRO1, VÍTOR MARTINS1, GRAÇA FERREIRA DA SILVA1

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE)

Introdução: Os doentes com FA e episódio prévio de AVC têm elevado risco de novoseventos vasculares. Neste contexto, a ACO tem-se revelado benéfica relativamente à AAG,apresentando uma elevada relação benefício antitrombótico/risco hemorrágico. Será queesta relação se mantém numa população mais idosa e com numerosas comorbilidades?

Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes com FA, internados por AVC isquémico deJunho de 2005 a Junho de 2007. Consideraram-se 2 grupos consoante a terapêutica anti-trombótica instituída à data da alta: grupo ACO (varfarina, com INR alvo 2-3) e grupo AAG(AAS 75-375mg/dia ou clopidogrel 75mg/dia). Nos 2 anos de seguimento, analisou-se aocorrência de AVC isquémico, AVC hemorrágico, hemorragia intracraniana ou outra, e amortalidade vascular e total.

Resultados: Na população estudada (n=44), a idade média foi 78,7 anos; 59% dosdoentes eram do sexo feminino, 25% tinha diabetes mellitus (DM), 91% hipertensãoarterial (HTA), 21% dislipidemia, 30% história de insuficiência cardíaca classe III-IV NYHA(IC) e 14% doença coronária (DC). O score CHADS2 médio foi 4,11. O grupo ACO (n=15)tinha idade média inferior ao da AAG (73 anos vs 82 anos), score CHADS2 semelhante(4.13 vs 4.10) e maior prevalência do sexo feminino (67% vs 55%), DM (33% vs 21%),HTA (93% vs 89%), dislipidemia (40% vs 10%), IC (40% vs 24%) e DC (20% vs 10%). Nogrupo ACO houve recorrência de AVC isquémico em 27% dos doentes (vs 24% no grupoAAG, p=0.85) e verificou-se maior tendência para hemorragia intracraniana (20% vs 3%,p=0.07) e mortalidade vascular (27% vs 14%, p=0.29). No subgrupo de ACO com idade ?75 anos e score CHADS2 de 4, verificou-se menor tendência para AVC isquémico (0% vs43% AAG, p=0.15), igual incidência de eventos hemorrágicos, e tendencialmente menormortalidade vascular (p=0.37).

Discussão: A população estudada apresenta idade superior e maior sobrecarga de comor-bilidades do que a verificada habitualmente nos estudos. A comparação da morbilidadee mortalidade foi dificultada pela heterogeneidade dos 2 grupos, tendo o grupo da ACOidade média inferior mas maior prevalência de comorbilidades, além de que o adequadocontrolo do INR não foi considerado. Os resultados parecem, no entanto, sugerir que, nocontexto estudado, populações mais idosas e com mais comorbilidades beneficiam menosda ACO, evidência já sugerida por outros estudos. Será importante explorar a adequaçãodas recomendações para ACO nestas populações com um estudo mais alargado.

C 232PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ISQUÉMICO NOSDOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA) - QUE FACTORES INFLUENCIAM A ESCOLHA DATERAPÊUTICA ANTITROMBÓTICA?

FILIPA VALENTE1, NUNO CABANELAS1, MIGUEL ALVES1, DAVID LUÍS DURÃO1, MANUELA GREGO1, ISABEL MONTEIRO1,MARISA PERES1, MARIA DA LUZ PITTA1, MARGARIDA LEAL1, ALCIDES FRANCISCO1, GRAÇA FERREIRA DA SILVA1

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE)

Introdução: A anticoagulação oral (ACO), quando comparada com a antiagregação plaquetar(AAG) e placebo, tem benefícios comprovados na prevenção secundária de doentes com FAe episódio anterior de AVC e é recomendada pelas guidelines actuais. Vários estudos demons-traram, no entanto, que a ACO é sub-utilizada neste contexto.

Objectivo: Analisar a aplicação da terapêutica antitrombótica nos doentes com AVC e FA,bem como factores que influenciaram a decisão terapêutica.

Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes internados por AVC e com FA concomitante, entreJunho/2005 e Junho/2007. Consideraram-se 3 grupos consoante a terapêutica antitrombóti-ca instituída à data da alta: grupo ACO (varfarina, com INR alvo 2-3), grupo AAG (AAS 75-325mg/dia ou clopidogrel 75mg/dia), e grupo Ø (sem terapêutica antitrombótica). Analisou-se a idade, sexo, co-morbilidades, medicação prévia e contra-indicações para ACO, e deter-minou-se a influência destas variáveis na escolha da terapêutica anti-trombótica.

Resultados: Dos 51 doentes estudados, 3 tinham contra-indicação para ACO e foram me-dicados com AAG. Dos 48 restantes, 31% foram incluídos no grupo ACO, 54% no AAG e 15%no Ø. Doentes com dislipidemia foram mais frequentemente incluídos no grupo ACO (67% vs33% AAG vs 0% Ø, p=0,03) e os que tinham história de insuficiência cardíaca (IC) classe III-IV NYHA tiveram tendência semelhante (55% vs 45% AAG, vs 0% Ø, p=0,09). Doentes comidade ? 75 anos foram mais frequentemente incluídos no grupo AAG (69% vs 17% ACO vs14% Ø, p=0,001) e aqueles com hipertensão arterial (HTA) tiveram tendência semelhante(56% vs 32% ACO vs 12% Ø, p=0,23). Doentes do sexo feminino tiveram maior tendênciapara ser incluídos no grupo Ø que os do sexo masculino (19% vs 6 %, p=NS). Os doentes dia-béticos foram igualmente distribuídos entre o grupo ACO e AAG (42% vs 16% Ø, p= NS), talcomo os que tinham doença coronária (43% vs 14% Ø, p=NS). Nos doentes com FA previa-mente conhecida e que tiveram AVC sob terapêutica com AAG, 69% mantiveram AAG, 23%passaram a ACO e 8% tiveram alta sem terapêutica antitrombótica (p=NS).

Conclusão: As guidelines actuais encontram-se sub-implementadas na população estudada.Idade, sexo, dislipidemia, HTA e IC foram factores que influenciaram a decisão terapêutica.Estas e outras variáveis não consideradas neste estudo (como a adesão à terapêutica ou oacesso ao controlo do INR) devem ser exploradas de modo a possibilitar uma melhor apli-cação clínica da evidência científica disponível.

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I-113

C 233SEGURANÇA E EFICÁCIA DO TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA ESTENOSE CAROTÍDEA COMDIFERENTES SISTEMAS DE PROTECÇÃO EMBÓLICA CEREBRAL

JOANA SILVA1, HILÁRIO OLIVEIRA1, MÁRIO CAMACHO1, RUI PROVIDÊNCIA1, A. M. LEITÃO MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A evolução da técnica endovascular tornou a intervenção percutânea uma alter-nativa à endarterectomia, sobretudo para doentes (dts) de alto risco. A selecção apropriadado sistema de protecção embólica cerebral (SPEC), associada à experiência dos operadores éimportante para o sucesso do procedimento (proc).

Objectivo: Analisar a nossa experiência em angioplastia carotídea (CAS) utilizando dois SPECcom mecanismos diferentes.

Material e métodos: No período de Fevereiro de 2001 a Dezembro de 2009, foram submeti-dos a CAS 159 dts (idade média(IM) 70,6±8 anos(A), 23% mulheres(M)) que realizaram 176proc (17 bilaterais). A indicação para CAS foi estenose sintomática (>50%, NASCET) em 54,7%dos dts e assintomática (>80%) em 45,3%. Em todos foi utilizado um SPEC: filtro de protecçãodistal em 149 proc (84,2%, gp FPD) e sistema de bloqueio do fluxo proximal (BFP) em 27proc (15,2%, gp BFP). O sistema de BFP foi o preferido em dts de alto risco, com anatomiacomplexa, estenoses críticas e potencial tromboembólico elevado. Foram implantados stentsauto-expansíveis em todas as lesões. O seguimento (S) médio foi de 32,5±24,4 meses (MS).

Resultados: A IM foi semelhante entre os 2 gps (FPD 70,8±8A, 24% M vs 69,8±8A, 18% M).A hipertensão foi mais prevalente no gp FPD (94,7% vs 78%, p=0,003). No gp BFP, todos osdts toleraram o bloqueio de fluxo. Verificou-se sucesso angiográfico imediato em 100% doscasos (ambos os gps). Os eventos neurológicos observados incluiram 1 sindrome de hiper-perfusão e 4 acidentes vasculares cerebrais (AVC) nas primeiras 24 horas (2,5%, 3 contralat-erais (CL) e 1 ipsilateral) e 2 AVCs nos primeiros 30 dias (sucesso clínico em 95,6% dos dts).No período total de S foram registados mais 2 AVCs (ao 10º e 62º MS), o que se traduz numataxa de complicações (comp) aos 30 dias de 3,9% e aos 12 MS de 4,5%. Todos estes even-tos ocorreram no gp FPD (p=NS). Não se registaram comp com o sistema de BFP, quecomeçou contudo a ser utilizado numa fase de maior experiência do nosso centro. Na análiseunivariada, a oclusão carotídea CL, presente em 5% dos dts do gp FPD, parece ser predicto-ra de comp neste gp (p<0,05; OR 4,7). A presença de doença coronária (53,4% dos dts) nãose revelou predictora de comp neurológicas.

Conclusão: Na população estudada, verificou-se que a CAS pode ser realizada com segurançae eficácia com ambos os SPEC. A utilização de um sistema de BFP associou-se a menos even-tos neurológicos apesar de ter sido utilizado em dts mais complexos e de maior risco. Comeste sistema, é possível alargar a intervenção carotídea a uma maior número de dts.

C 234HIPOCOAGULAÇÃO EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DE CUIDADOSDE SAÚDE PRIMÁRIOS

MEDINA ROSÁRIO1, LILIANA LARANJO1, JOSÉ MENDONÇA COSTA1

(1USF Villa Longa)

Introdução: A fibrilhação auricular (FA) é a arritmia cardíaca mantida mais frequente naprática clínica. No ano de 2003 a prevalência de FA em Portugal, após estudo no âmbito daRede Médicos-Sentinela, foi de 0.53%, onde apenas 46.5% dos doentes de riscotromboem?bólico elevado ou moderado faziam anticoagulação oral. A FA está presente em25% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquémicos, que representam 75% de todos osAVC, principal causa de morte em Portugal. Sabendo que a prevenção é fundamental nodesenvolvimento da doença, importa saber que intervenção têm tido os médicos de medi-cina geral e familiar nesta arritmia. Este estudo pretende determinar a prevalência de FA,estratificar o risco tromboembólico e avaliar a realização de terapêutica antitrombótica, napopulação de um centro de cuidados de saúde primários.

Metodologia: Descritivo e transversal. Colheita de dados de 5 a 9 de Outubro de 2009, dosutentes da unidade de saúde e analisados os ficheiros clínicos informatizados de cada doentecom fibrilhação auricular permanente, sem doença valvular. Foram estudadas as variáveisgénero, idade, comorbilidades [diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HTA), insuficiên-cia cardíaca, AVC/acidente isquémico transitório prévios] e terapêutica antitrombótica. O riscotromboembólico foi estratificado segundo o algoritmo CHADS2.

Resultados: Prevalência global de FA de 0.55% (115 doentes) numa população total de20.952 (0.46% nas mulheres e 0,64% nos homens). Registaram-se casos apenas acima de43 anos e observou-se uma prevalência crescente, salientando-se: 0.75% entre os 55-64anos, 2.79% entre os 65-74 anos e 5,32% nas idades iguais ou superiores a 75 anos. Dosdoentes com FA, 45.2% tinham também idade superior a 75 anos. As patologias concomi-tantes mais prevalentes foram a HTA (79.1%) e a DM (31.3%). Dos 45 doentes (39.1%) derisco tromboembólico baixo, 6 tinham registo de realizar antiagregação. Dos 70 doentes(60.9%) de risco tromboembólico moderado e elevado, 30 (42.9%) não faziam anticoagu-lação (dos quais 16 não tinham terapêutica antitrombótica) e 40 (57.1%) faziam anticoagu-lação.

Conclusão: Nesta população obteve-se uma prevalência de FA semelhante à nacional, sendoas comorbilidades mais comuns a HTA e a DM. A maioria dos doentes com FA tinham umrisco tromboembólico moderado a elevado, sabendo-se que 42.9% não estavam a fazer anti-coagulação. O registo de terapêutica antiagregante foi diminuta nos doentes de risco trom-boembólico baixo.

Domingo, 11 Abril de 2010 | 16H00-17H00ESPAÇO ANIBAL CASTRO | A CARDIOLOGIA NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

C 235A TRIAGEM DE MANCHESTER NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, A SUA IMPORTÂNCIADEPOIS DO INTERNAMENTO

PEDRO LOURENÇO GOMES1, SÉRGIO BARRA1, GISELA COSTA1, FRANCISCA CAETANO1, RUI PROVIDÊNCIA1, JOANA

SILVA1, ANA FAUSTINO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A Triagem de Manchester é um sistema já com alguns anos de uso no nossopaís nos serviços de urgência. Consiste num processo de prioritização de doentes (codifi-cada por cores) conforme a severidade de apresentação no serviço de urgência.

Objectivos: Correlacionar as categorias de triagem com o risco cardiovascular(rcv) amédio prazo(24 meses) em doentes(dts) internados no nosso hospital com enfarte agudodo miocárdio(EAM)

Métodos: Estudo retrospectivo com 362 dts internados com o diagnóstico de EAM; idademédia 69.01+/-13.64; 61.7% homens; 38.5% com diabetes mellitus; 74.8% hipertensos.Os doentes foram divididos em 2 grupos. Grupo 1 (doente triados com cor vermelha oularanja, n=282) e Grupo 2 (doente triados com restantes cores, n=80)

Resultados: Os 2 grupos não diferiram em termos de mortalidade intrahospitalar(11.3%vs15.0%; p=ns), com Score de Grace (SG) (161.3 vs 164.1; p=ns). Do mesmomodo não encontramos diferenças no que ao Killip máximo (1.65 vs 1.72; p=ns) bemcomo extensão de necrose (troponina máxima - 45.9 vs 35.6; p=ns) e extensão dedoença coronária diz respeito (nº médio de segmentos afectados - 2.35 vs 2.45; p=ns).Mortalidade aos 2 anos (18,1% vs 21.6%, p=ns). Reenfarte (14.2% vs 16.0%; p=ns),Angina recorrente (29.7% vs 24,5%; p=ns). Acidente vascular cerebral (6.4% vs 2.0%;p=ns). Insuficiência cardiaca descompensada (17.9% vs 20.0%; p=ns).

Conclusões: Inesperadamente a escala de triagem de Manchester em doentes com EAMnão se revelou util na predição de risco, nomeadamente o risco de mortalidade intrahos-pitalar e rcv aos 2 anos. Estes dados foram corroborados pela igual inexistência de asso-ciação com o SG.

C 236APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO - FACTOR DE MAUPROGNÓSTICO?

RITA FARIA1, EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, BRUNO RODRIGUES1, PEDRO FERREIRA1, PEDRO

GAMA1, ANTÓNIO COSTA1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1 Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Os doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) geralmente apresentamdor torácica, mas manifestações atípicas são comuns, particularmente em determinadosgrupos populacionais (idosos e diabéticos).

Objectivo: Averiguar o impacto da sintomatologia atípica no prognóstico intra-hospitalarno EAM e determinar os preditores independentes da apresentação clínica, na populaçãoglobal.

Métodos: Estudo retrospectivo de 361 pacientes admitidos consecutivamente por EAMnuma UCIC (Janeiro de 2008 a Setembro de 2009). A população foi dividida em 2 grupos:Grupo A: doentes sintomáticos, mas sem dor torácica na apresentação clínica (n=29);Grupo B: doentes com dor torácica (n=332).Os 2 grupos foram comparados utilizando os testes do Qui-Quadrado ou Exacto de Fisherpara variáveis categóricas. Para variáveis contínuas, foram utilizados os testes T para com-paração de médias em duas amostras independentes e o teste de Mann-Whitney.*Análise estatística com SPSS 16.00.

Resultados: Os doentes do Grupo A apresentaram idade (p<0,001), frequência cardíacaà admissão (p=0,017) e classe de Killip mais elevadas (p<0,001), maior prevalência dediabetes mellitus - tipo II (p=0,01) e tiveram internamentos mais prolongados (p=0,003).Neste grupo verificou-se uma maior elevação dos marcadores inflamatórios (contagemleucocitária, PCR, fibrinogénio) e clearances de creatinina (MDRD) mais baixas. Foi obser-vada uma tendência para uma maior mortalidade neste grupo (13,8% vs 5,7% p=0,10).Em análise multivariada, os preditores independentes de uma apresentação clínica atípi-ca, foram a FC (odds ratio [OR] 5.20, intervalo de confiança [IC] 95% 1.86 a 14.56,p=0.001), a contagem leucocitária (OR 4.35, IC 1.34 a 14.1, p=0.016), a PCR (OR 3.55, IC1.08 a 11.64, p=0.036), e a diminuição da clearance de creatinina (MDRD) (OR 5.81, IC1.95 a 17.23, p=0.002)

Conclusão: No presente estudo, foi demonstrado um impacto prognóstico ominoso parauma apresentação clínica atípica no EAM, que pode ser explicada pela idade mais eleva-da e um maior número de diabéticos neste grupo, mas que nos remete obrigatoriamentepara os atrasos na procura de auxílio médico pelo doente e no diagnóstico e instituiçãoterapêutica após a admissão hospitalar, a investigar num próximo trabalho.Modelos multivariados simples poderão ter um papel na identificação dos doentes commaior probabilidade de apresentação atípica, facilitando um diagnóstico mais precoce.*Significado estatístico a p≤0,05

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I-114

C 237ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO DE LOCALIZAÇÃO INDETERMINADA: APRESENTAÇÃOCLÍNICA E PROGNÓSTICO

RENATO MARGATO1, SOFIA CARVALHO1, HÉLDER RIBEIRO1, CATARINA FERREIRA1, JOSÉ PAULO FONTES1, PEDRO

MATEUS1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real))

Introdução: A presença de bloqueio completo de ramo esquerdo (BCRE) no enfarte agudodo miocárdio (EAM) está tradicionalmente associada a um pior prognóstico.

Objectivo: Avaliar e comparar doentes (dts) admitidos por EAM de localização indetermi-nada vs EAM com supradesnivelamento de ST (EAMCST) relativamente ao perfil clínico,abordagem terapêutica, complicações e prognóstico.

Métodos: Análise retrospectiva de dts admitidos consecutivamente numa UnidadeCoronária por EAM durante um período de 12 meses. Foram seleccionados 2 grupos:Grupo A - dts com EAMCST localizado e Grupo B - dts com EAM com BCRE. Os resultadosforam submetidos a análise estatística pelos testes do qui-quadrado e t de student, con-siderando-se significativo um valor de p <0,05.

Resultados: Foram estudados 144 dts, maioritariamente do sexo masculino (70,8%) eidade média de 66,4±13,1anos. No grupo A foram incluídos 135 dts (93,7%) e no grupoB 9 dts (6,3%). O grupo B tinha idade média superior (75,2±5,3 vs 65,8±13,3 anos,p=0,037), maior percentagem de diabetes (55,6 vs17,9%, p=0,01), de angor prévio (33,3vs9,0%, p< 0,05) e de revascularização coronária cirúrgica (11,1 vs 0,0%, p=0,001). Os 2grupos não diferiram significativamente na distribuição por sexo, na prevalência dosrestantes factores de risco vascular ou na medicação prévia. Na admissão hospitalar os dtsdo grupo B apresentaram maior tempo de evolução dos sintomas (apresentação superiora 24h em 71 vs 25%, p=0,007), valores médios de FC superiores (93,7±21,2 vs74,1±20,8), maior percentagem de dts em classe Killip III/IV (66,7 vs 19,3%) assim comomaior proporção de dts com insuficiência renal aguda ou agudizada (44,4% vs 14,8%,p=0,02).O grupo A apresentou maior taxa de reperfusão (trombólise ou ICP primária em 66,9 vs33,3%; p=0,05) e a coronariografia revelou menor percentagem de doença coronária se-vera (doença significativa do tronco comum ou de dois ou mais vasos em 48,4 vs 88,7 %,p=0,05). As complicações mecânicas, eléctricas e hemorrágicas foram equivalentes nosdois grupos. A mortalidade intra-hospitalar foi superior no grupo B (33,3 vs 7,4%,p=0,001).

Conclusões: Na população estudada a presença de BCRE associou-se a pior prognóstico.Maior número de comorbilidades, apresentação mais tardia, menor taxa de reperfusão edoença coronária mais extensa foram achados relevantes.

C 238ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO (EAM) VERSUS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICASDO SEGMENTO ST: MAIS DO QUE UM SIMPLES MARCADOR QUALITATIVO DE ISQUÉMIAMIOCÁRDICA...

BRUNO RODRIGUES1, RITA FARIA1, EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, PEDRO FERREIRA1, PEDRO

GAMA1, LUÍS NUNES1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: No EAM as alterações electrocardiográficas (ECG) do segmento ST (ST), reve-lam-se como marcadores de isquémia miocárdica e orientadores de estratégias de trata-mento.

Objectivo: Correlacionar os milímetros (mm) de alteração na linha de base do ST comparâmetros quantitativos e qualitativos de morbilidade e mortalidade intra-hospitalar,numa população com EAM.

Métodos: Estudo retrospectivo de 345 pacientes (66 % homens; 34% mulheres) admitidospor EAM numa UCIC entre 1/1/08 e 30/9/09. Analisadas as variações máximas do ST emmm, constituíram-se 2 grupos: Grupo (G)1 - EAM com supra desnivelamento do ST (SST) (n=130) vs G2 - EAM sem SST (n=200). Excluídos doentes com BCRE ou ritmo de pace (n=15).No G1 constituídos 2 subgrupos (SG): SG 1: somatório médio isolado dos mm de SST (A1-<2; B1- 2-3,5; C1->3,5mm) e SG 2 : mm SST + os mm de inversão de onda T (IT) (A2-<3;B2- 3-5; C2->5mm).No G2 constituídos 2 subgrupos: SG 3 somatório médio isolado dos mm de IT (A3-<2; B3-2-3,5; C3->3,5mm) e SG4 : mm IT + os mm de infradesnivelamento ST (A4-<3; B4- 3-5; C4->5mm). No final, comparou-se os SG com a troponina máxima (TM), valor médio de BNP(< 48h), fracção de ejecção no cateterismo (FE%), % de Killip III/IV (KL) e mortalidadeintrahospitalar. Análise estatística com SPSS 16.0.

Resultados: A média de idades global foi de 69,41 anos (± 12).GRUPO1: No SG 1, a distribuição de doentes foi: A1-27 vs B1-60 vs C1-43. Em C1 a TM(148,82; p-0,007*), e o BNP (370,8; p-0,607) foram mais elevados. No SG2, a distribuiçãode doentes foi: A2-60 vs B2-36 vs C2-34. Em C2 a TM foi mais elevada (174,1; p-0,007*)não existindo correlação linear com o BNP.GRUPO2: No SG 3, a distribuição de doentes foi: A3-150 vs B3-29 vs C3-18. A TM não teverelação linear (média -35). O BNP foi superior em B3 (829; p-0,001*), neste SG. No SG 4,a distribuição de doentes foi: A4-158 vs B4-20 vs C4-22. A TM não teve relação linear(média - 35). Em C4 o valor de BNP foi superior (770; p- 0,025*).Não existiu linearidade na análise da FE% e do KL por SG. A taxa de mortalidade global foide 6,3% (n= 21), sendo idêntica entre o G1 e G2. No SG1 existiu correlação significativa(6,2% se SST>2mm; p-0,043*).

Conclusões: • No Grupo 1, variações nos mm ST globais corresponderam a TM mais elevadas (ausenteno G2), enquanto no Grupo 2 os mm ST globais corresponderam a BNP mais elevados (vsG1).• Somente os mm de supra ST se relacionaram com a mortalidade intra-hospitalar.• A repercussão qualitativa e quantitativa do ECG no EAM ficou patente nesta população.

*significado estatistico a p<0,05

C 239O ECG TAMBÉM ENGANA…

NUNO CABANELAS1, DAVID LUÍS DURÃO1, MIGUEL ALVES1, MARISA PERES1, GRAÇA FERREIRA DA SILVA1

(1Hospital Distrital de Santarém, EPE)

Introdução: A obtenção de um ECG normal não deve fazer afastar completamente a sus-peita de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM). O prognóstico e a gravidade da isquémiaparecem variar proporcionalmente com a magnitude das alterações isquémicas detec-tadas no ECG, sobretudo quando surgem desvios de ST.Objectivos: Pretende-se avaliar as características do pool de doentes admitidos por EAMcujo ECG foi normal, que os distinguem dos doentes nos quais o ECG revelou alteraçõesunicamente da onda T (tidas como de menor gravidade relativamente aos casos em quehá desvio de ST). Pretendem-se ainda comparar os achados angiográficos entre os doisgrupos.

Métodos: Com base nos dados do Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas,analisaram retrospectivamente os doentes internados por EAM sem supra ST e forma-ram-se 2 grupos: A (n=2363), formado por doentes com ECG classificado como não tendoalterações significativas; e B (n=2511), com doentes cujo ECG mostrava apenas alteraçõesda onda T.Os dois grupos foram comparados quanto a: características demográficas, tempo deevolução de sintomas, perfil de risco, antecedentes cardiovasculares, achados angiográficos,função ventricular, complicações durante o internamento e aos 6 meses e mortalidade.

Resultados: Nos doentes do grupo A verificou-se que: predominou o sexo masculino(72.3%vs64.1%, p<0.001), eram mais novos (média de 65vs68 anos, p<0.001), tinhammenos factores de risco (p=0.023), o tempo de evolução de sintomas foi menor(p=0.022), tiveram internamentos mais curtos (p<0.001) e menos complicações duranteo internamento (5.2%vs7.2%, p=0.005). Não houve diferença significativa quanto aonúmero médio de antecedentes cardiovasculares por doente.Nos doentes do grupo B, as situações em que a Culprit foi a Descendente anterior (DA)foram mais frequentes (24.9%vs38.7%, p<0.001). Neste grupo, a percentagem dedoentes com função ventricular má (6.2%vs8.6%, p=0.002) e moderada (25.0%vs29.4%,p=0.001) foi maior. O número médio de territórios arteriais atingidos foi semelhante. Amortalidade (3.5%vs4.4%, P=NS) e as complicações após a alta foram semelhantes.

Conclusões: Os doentes com ECG normal parecem ter melhor perfil de risco, tempo deevolução de sintomas menor, melhor função ventricular, internamentos mais curtos emenos complicações durante o internamento. No entanto, a mortalidade, o prognóstico aos6 meses e o número de territórios arteriais com doença coronária significativa são seme-lhantes. Nos doentes com ECG normal, a frequência com que a Culprit foi a DA foi menor.

C 240DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE HOSPITALAR PÓS PCR - O PAPEL DA HIPOTERMIA INDUZIDA

P. FERREIRA1, I. PEREIRA1, A. PINTO1, C. GRANJA1, J. PINA1

(1Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Objectivos: Determinar se a indução de hipotermia terapêutica em doentes que sofreramparagem cardio-respiratória (PCR) diminui a taxa de mortalidade hospitalar, o tempo depermanência na Unidade de cuidados intensivos (UCI) e o tempo de ventilação mecânicainvasiva.

Tipo de estudo: retrospectivo

Material e métodos: Seleccionados 141 doentes de duas Unidade de CuidadosIntensivos, entre Março de 2006 e Abril de 2009, que sofreram PCR. Foram definidos doisgrupos: grupo submetido a hipotermia terapêutica e grupo não submetido a hipotermia.Recolheram-se dados demográficos, índice de gravidade do doente crítico (SAPS II), moti-vo de admissão e ritmo de paragem cardíaca. Definidos como <span style="font-family:'Verdana','sans-serif';">end points a taxa de mortalidade na UCI e hospitalar, o tempo deinternamento na UCI, o tempo de ventilação mecânica invasiva e complicações associadasà hipotermia. Foi definindo um nível de significância de 0,05 para os testes de hipótese.

Resultados: Dos 141 doentes, 57 foram submetidos a hipotermia terapêutica. Não se ve-rificaram diferenças significativas entre os dois grupos, relativamente às característicasdemográficas, sendo a idade mediana de 66 anos, com predomínio de doentes do sexomasculino. O índice de gravidade do doente crítico (SAPS II) foi semelhante em ambos osgrupos (mediana de 53). Os ritmos de paragem cardíaca não diferiram nos dois grupos,sendo 31% em ritmo desfibrilhável e 69% em ritmo não desfibrilhável. Os motivos deinternamento foram predominantemente por síndrome coronário agudo (52%) e infecçãorespiratória (33%), correspondendo a internamentos por causa cardíaca em 53% doscasos e não diferiram entre os dois grupos. Do mesmo modo, os mecanismos de PCR nãodiferiram e foram de etiologia isquémica em 52% dos doentes e hipóxia em 41%. Otempo médio de internamento foi semelhante nos dois grupos (mediana de 7 dias), talcomo o tempo de ventilação mecânica invasiva (mediana de 6 dias). A taxa de mortali-dade hospitalar nos doentes submetidos a hipotermia terapêutica foi inferior (54%), com-parativamente a 71% nos doentes não submetidos a hipotermia, com um nível de sig-nificância de 0,038. No grupo de doentes submetidos a hipotermia não se verificarammais complicações (arritmias cardíacas e infecção respiratória), que no grupo controlo.

Conclusão: A indução de hipotermia terapêutica em doentes que sofreram PCR diminuisignificativamente a taxa de mortalidade hospitalar, sem aumentar as complicações queclassicamente lhe estão associadas.

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I-115

C 241IATROGENIA MEDICAMENTOSA E SUA DIMENSÃO NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTEN-SIVOS CARDÍACOS

JOANA GUARDADO1, OLGA AZEVEDO1, MARINA FERNANDES1, FILIPA CANÁRIO-ALMEIDA1, FRANCISCO FERREIRA1,INOCÊNCIA MACHADO1, AUGUSTO PEREIRA1, VICTOR SANFINS1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: Se é certo que a terapêutica do foro cardiovascular implica um risco acresci-do de reacções secundárias com potencial para motivar admissão hospitalar, pouco sesabe acerca do seu verdadeiro significado e importância no universo de doentes queinternamos na nossa prática clínica.

Objectivos: Avaliar a importância da iatrogenia, suas implicações e contributo relativo nototal de admissões numa unidade de cuidados intensivos cardíacos (UCI).

Métodos: Incluídos 5649 doentes admitidos na unidade de cuidados intensivos cardíacos.Avaliar a importância da iatrogenia, sob a forma de bradiarritmia, na população dedoentes admitidos e avaliação das características clínicas e eventuais preditores de neces-sidade de admissão hospitalar por iatrogenia.

Resultados: De todos os doentes incluídos, a idade média foi de 67 anos (mínimo de 27e máximo de 92 anos) e 68% eram do sexo masculino. Mais de 50% tinham hipertensãoarterial (HTA), 25% diabetes mellitus tipo 2 (DM) e 41% dislipidemia. Destes, 256 (4,5%)foram admitidos por bradiarritmia sintomática dos quais em 23% se identificou iatroge-nia medicamentosa. Nos doentes com iatrogenia identificada, a média de idades foi de73 anos (±10anos) e a presença de factores de risco cardiovascular foi significativamentesuperior: 74% apresentavam HTA, 42% DM e 51% dislipidemia. De referir que a terapêu-tica com digoxina esteve associada a 20% dos eventos, os bloqueadores dos canais decálcio (BCC) a 17% e a amiodarona a 14%; em 37% dos doentes foi identificado mais doque um fármaco responsável. A média global de dias de internamento na UCIC foi de 1,8dias e de 1,41 dias para os doentes admitidos por bradiarritmia iatrogénica. No querespeita à evolução clínica, em cerca de 40% dos doentes com iatrogenia houve necessi-dade de implantação de pacemaker definitivo

Conclusões: O doente do foro cardiovascular, caracterizado pela sua heterogeneidade deantecedentes e comorbilidades, exige do clínico uma implementação de terapêuticamuitas vezes múltipla e no limite da tolerabilidade, resultando na dicotomia entre pro-tecção cardiovascular eficaz e aumento do risco de iatrogenia. Deste frágil balanço resul-ta um acréscimo importante no número de internamentos, não raras vezes com critériosde gravidade que justificam admissão em UCIC, o que representa um aumento significa-tivo no custo total da prestação de cuidados.

C 242GESTÃO DE RECURSOS DURANTE EVENTOS CRÍTICOS EM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS:A NOVA FRONTEIRA DA FORMAÇÃO CARDIOVASCULAR

RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, PAULO MENDES1, DANIELA PAIS1, MARCO SIMÕES1, PEDRO

MONTEIRO1, J. MARTINS-NUNES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: As estratégias de redução de erro médico e salvaguarda da segurança dodoente foram inicialmente desenvolvidas pela Anestesiologia, mas estão a ser progressi-vamenete implementadas noutras áreas da Medicina, como a Cardiologia. Baseadas nosistema de Crew Resource Managment (CRM), desenvolvido pela indústria aeronáutica,oCrisis Resource Management tornou-se uma referência na abordagem a situações crítcasem Medicina. O ensino destas competências com recurso a simuladores médicos de altafidelidade (SMAF), associado a formação em temas cardiológicos estruturantes a médicosde família (MGF) nunca foi previamente feito no nosso país.

Objectivos: Avaliar a sensibilização e impacto de acções de formação a MGF em CRM uti-lizando tecnologia de simulação médica de última geração.

População e métodos: Utilizando dois SMAF (METI®, Sarasota, Florida) aplicaram-sequestionários a 113 médicos de Medicina Geral e Familiar pré- e após cenários de simu-lação biomédica (edema agudo do pulmão hipertensivo, enfarte agudo do miocárdioanterior ou inferior, dissecção aguda da aorta). Utilizaram-se testes estatísticos paraamostras emparelhadas. Considerou-se p<0,05 como significativo.

Resultados: A idade média da população foi de 47,8 anos e a mediana 53 anos, com umapreponderância do sexo feminino (61,8%). Consideravam que a sua experiência ememergências e eventos críticos cardiológicos era baixa, com uma preparação igualmentebaixa. Apesar disso, atribuíam grande importância à formação médica contínua, com val-ores de concordância perto do máximo (9,5). Relativamente as aspectos relacionados comCRM, o aspecto que foi mais concordante entre a população estudada foi a importânciado trabalho de equipa, com 72% a concordar totalmente. O facto de o líder não dever par-ticipar directamente nas tarefas durante um evento crítico foi o aspecto que levantou maisdiscórdia, com cerca de 60% dos participante a não concordarem com esta afirmação.Outros aspectos obtiveram concordâncias de mais de 70% dos médicos. Relativamente àsexpectativas prévias ao cenário de simulação médica, a mais frequente foi a aquisição decompetências técnicas e não técnicas, seguida do treino de procedimentos e treino de tra-balho em equipa. Após vivenciar a experiência de simulação biomédica, a quase totali-dade dos participantes concorda que aumentou a sua percepção sobre a importância dotrabalho de equipa (98,1%).

Conclusão: Esta é a primeira vez que no nosso país mais de 100 MGF com mais de 25anos de prática clínica participaram em actividades de simulação médica com SMAF. Nestapopulação, o reconhecimento da importância da formação médica contínua é claro. A uti-lização de princípios de CRM para a abordagem ao doente crítico cardiológico é consen-sual e a vivência de experiências em SMAF aumentam a percepção dos médicos para aimportância da colaboração inter-pares.

C 243ENFERMAGEM DE URGÊNCIA EM CARDIOLOGIA

LUCIANO ALVES1, SUSANA DOMINGOS1, MARIA JOÃO FERREIRA1, MARIA DE FÁTIMA FARIAS1, RUI FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Actualmente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortali-dade e morbilidade na Europa, tal como em Portugal. Os estudos e investigações recaemsobre os melhores métodos e metodologias de tratamento, existindo planos e guidelinessobre a actuação em cada situação e patologia cardíaca. Sabendo que essas directrizes sãoresultado de vários estudos de investigação, seria pertinente e premente que todos osserviços específicos agissem de acordo com essas mesmas directrizes. Sendo de extremarelevância o cumprimento dessas orientações, não se pode descurar a importância doscuidados nos serviços de urgência, onde os doentes entram em fase aguda. Nestemomento de actuação é exigido aos profissionais de saúde (enfermeiros) o conhecimen-to específico e de excelência, de acordo com as directrizes e a sintomatologia do pacienteque agudiza de minuto a minuto. Desta forma, o nosso trabalho pretende demonstrar otrabalho de enfermagem realizado, num dos principais centros de cardiologia do país, deforma específica relativamente a EAM/SCA; ICC e Disrritmias.

Desenho do estudo e métodos: Como resposta a esta preocupação foi efectuado umestudo retrospectivo, relativo ao primeiro trimestre do ano de 2009, onde foi estudada aactuação de enfermagem a 671 doentes. O estudo tem como principais indicadores: odiagnóstico de admissão, o local de proveniência dos doentes e as actuações de enfer-magem desenvolvidas.

Resultados: Foram analisados 671 doentes, sendo que 121 sofreram de SCA, 91 de EAM,46 de disrritmias e outras patologias com sintomatologia sindromática de ICC e os cuida-dos de enfermagem prestados a cada grupo do estudo.

Conclusão: Através deste estudo foram encontrados «défices» no trabalho de enfer-magem, sendo que é nestes pequenos pormenores, que o trabalho se desenvolve e quevidas podem ser salvas ou podem ser minimizadas de sofrimento e agudização. Tempo émúsculo cardíaco, mas conhecimento pode resumir-se em melhor qualidade de vida, paraquem é cuidado por profissionais qualificados e informados.

NOTAS

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I-116

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CIRURGIA VALVULAR E RISCO EM CIRURGIA CARDÍACA

C 244ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL E MEDIÇÃO DO ANEL VALVULAR AÓRTICO NA SELECÇÃODE DOENTES PARA IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESES PERCUTÂNEAS

FRANCISCO SAMPAIO1, NUNO BETTENCOURT1, DANIEL CAEIRO1, DANIEL LEITE1, JOÃO ROCHA1, MÓNICA CARVALHO1, JOSÉ

RIBEIRO1, CONCEIÇÃO FONSECA1, VASCO GAMA1

(1Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE)

Introdução: A implantação de próteses aórticas por via percutânea é uma técnica recente emfranca expansão no tratamento da estenose aórtica. A medição de várias estruturas anatómi-cas a nível do aparelho valvular aórtico é de suprema importância para a selecção dos doentesa serem submetidos a este tratamento. Quer a ecocardiografia (Eco) quer a TomografiaComputorizada (TC) têm sido utilizadas para este fim com relatos de diferenças significativasnos valores obtidos por ambas as técnicas.

Objectivo: Comparar medições do anel aórtico obtidas por Eco bidimensional (2D), tridimen-sional (3D) e TC.

Métodos: Foram estudados 25 doentes com estenose aórtica severa referenciados paraimplantação de prótese aórtica percutânea. O Eco transesofágico 2D foi realizado no planospadrão com medição do anel aórtico máximo a nível do eixo longo da aorta. A partir domesmo plano 2D foi obtido um volume 3D. As medições por Eco 3D e TC foram efectuadas"offline" utilizando software específico, em planos axiais da aorta ao nível do anel. O trata-mento da imagem foi efectuado lado a lado de modo a ambos os operadores concordaremque se encontravam no mesmo plano. As dimensões máxima (Amax) e mínima (Amin) doanel foram depois obtidas sem conhecimento dos resultados obtidos pela outra técnica. Paraavaliação da variabilidade intra- e interobservador, as medições foram repetidas sem o trata-mento lado a lado da imagem.

Resultados: As dimensões do anel obtidas por Eco 2D foram significativamente inferiores àsdo Eco 3D (-1,6±2,0 mm; p=0,01) e TC (-2,3±3,3 mm; p=0,02), verificando-se apenas umafraca correlação entre os valores obtidos por Eco 2D e 3D (r=0,59; p=0,03) e ausência de cor-relação entre o Eco 2D e TC (r=0,33; p=0,24). Já as diferenças nas medições obtidas por Eco 3De TC foram muito pequenas e não significativas (-0,64±1,6 mm; p=0,17 para Amax e -0,29±0,9 mm; p=0,3 para A min) e a correlação entre as duas técnicas foi excelente (r=0,94;p<0,01 para Amax e r=0,87, p<0,01 para Amin). Verificou-se alguma variabilidade intra- einterindividual na selecção do plano do anel levando a pior correlação entre medições semtratamento lado a lado da imagem (r=0,83, p<0,01 para Amax entre Eco3D e TC).

Conclusão: A Eco 3D mostrou ter melhor correlação que a Eco 2D com a TC na medição do anelvalvular aórtico não havendo diferenças significativas nos valores obtidos pelas duas técnicas.A utilização de uma metodologia de medição semelhante à TC ultrapassando algumas limi-tações da Eco 2D, nomeadamente a medição em planos enviesados, pode justificar estesresultados. A variabilidade na selecção do plano de medição em ambas as técnicas podeexplicar algumas diferenças em medições "cegas".

C 245EARLY OUTCOME AFTER CARDIAC SURGERY IN THE ELDERLY: WHAT CAN WE RELY ON TO PREDICTSURVIVAL?

SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, ANA SOFIA CORREIA1, MARIANA PAIVA1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1, MARTA

PEREIRA2, ELISABETE ALVES2, PAULA DIAS1, PAULO PINHO1, ARMANDO ABREU1

(1Hospital de S. João, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

Introduction: Increase in life expectancy and incidence of cardiovascular disease with age isresulting in more elderly patients referred for cardiac surgery. We aimed to assess short-termresult and recognize the predictors of in-hospital mortality of patients ≥75years submitted toCABG with or without aortic valve replacement (AVR).

Methods: We retrospectively analyzed records of patients ?75years submitted to coronaryartery bypass surgery (CABG) with or without AVR from 2002 to 2006. Clinical data, postopera-tive complications and additive EuroSCORE were analyzed.

Results: A total of 180 patients were included. Sixty five (36.1%) had been submitted to CABGwith AVR and 115 (63.9%) to CABG only. Mean age was 78±2.5years. Patients submitted to CABGonly were more likely to be men (69.6% vs.44.6%,p=0.001), had suffered an acute myocardialinfarction in the previous 90 days (49.6% vs.32.8%,p=0.031), have shorter extracorporeal circula-tion time (105 vs.147 min,p=<0.001) and in-hospital stay (12.6 vs.17.4 days,p=0,015). Patientsfrom the combined surgery presented more arterial (60% vs.75.4%,p=0.038) and pulmonaryhypertension (2.6% vs.10.8%,p=0.038). As expected, mean EuroSCORE was significantly higher inpatients submitted to CABG with AVR (7.2 vs.8.9,p<0.001). Overall, 13 (7.2%) patients died andthe risk of dying was not statistically different between the two groups (OR=1.57;95% CI 0.50-4.89). In univariate analysis, predictors of in-hospital mortality for isolated CABG were moderateto severe left ventricular dysfunction(18.2% vs.3.3%,p=0.034), combinedcarotid artery surgery (30%vs.3.8%,p=0.009), hemodialysis after CABG(71.4% vs.0.9%,p<0.001), major bleeding(40% vs.3.7%,p=0.012) and orotrachealintubation ≥72h (30% vs.2.9%,p=0.004).Regarding CABG with AVR, predictors of in-hospital mortality were major bleeding,(20.0% vs.1.7%,p=0,025), orotrachealintubation ≥72h (100% vs.1.7%,p>0,001)and extracorporeal circulation duration(138 vs.218 min,p<0,001). AdditiveEuroSCORE was not predictive of in-hospitalmortality in our population.

Conclusion: CABG in the elderly, with or without AVR, was associated with an in-hospital mortal-ity of 7.2%. Few preoperative factors are available for risk stratification. These results highlight theimportance of appropriate patient selection in order to obtain a satisfactory short-term outcome.

C 246AORTIC VALVE REPLACEMENT IN THE ELDERLY: DOES CONCOMITANT CORONARY ARTERYBYPASS GRAFTING PREDICT A WORSE SHORT-TERM OUTCOME?

ANA SOFIA CORREIA1, SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, MARIANA PAIVA1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1, MARTA PEREIRA2,ELISABETE ALVES2, PAULA DIAS1, ARMANDO ABREU1, PAULO PINHO1

(1Hospital de S. João, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto)

Background: The advancing age of the population in the western world and improvements in surgicaltechniques and postoperative care have resulted in an increasing number of elderly patients undergo-ing cardiac operations. In this study we aimed to assess the short-term results and recognize the pre-dictors of in-hospital mortality in elderly patients submitted to aortic valve replacement (AVR) with orwithout concomitant coronary artery bypass grafting (CABG).

Methods: We retrospectively analyzed records of patients aged ?75 years consecutively submitted toAVR, isolated or with CABG, from January 2002 to December 2006. Demographic data, cardiovascularrisk factors, postoperative complications and additive EuroSCORE classification were analyzed.

Results: We included 179 patients (73 men (40.1%)), with a mean age of 78.5±2.6 years, who hadbeen submitted to AVR with concomitant CABG (n = 65 (36.3%)) or to AVR only (n = 114 (63.7%)).Patients submitted to AVR with CABG were more likely to be diabetic (40% vs 17.7%, p=0.001) anddyslipidemic (62.5% vs 42.3%, p=0.012); had more frequently extracardiac arteriopathy manifesta-tions (30.8% vs 6.2%, p>0.001), previous history of stroke (26.2% vs 5.3%, p<0.001) and recentmyocardial infarction (MI) (32.8% vs 8.9%, p<0.001). Carotid surgery (5 (7.7%) patients) and unstableangina [3 patients (4.7%)] occurred only in combined group. Mean EuroSCORE was significantly higherin the combined surgery group (6.97 vs. 8.91, p<0.001). Overall in-hospital risk of death was 4.5% andit was 5.6 (OR: 1.1-29.1, CI 95%) times higher in combined group. No significant differences betweengroups were observed regarding gender and arterial hypertension, obesity, renal insufficiency, majorbleeding, prolonged orotracheal intubation, time of extracorporeal circulation, critical state and associ-ated aortic surgery. In univariate analysis, predictors of in-hospital mortality for isolated AVR were acuteMI in the previous 90 days (50% vs. 8.2%, p=0.040),major bleeding (100% vs. 3.8%, p<0,001), and pre-vious stroke (50% vs. 4.5%, p=0.004). The predictorsof in-hospital mortality, in the combined surgerygroup, were major bleeding (20% vs. 1.72%,p=0,025), prolonged orotracheal intubation (100%vs. 1.7%, p<0,001) and duration of extracorporeal cir-culation (218 vs. 138 min, p<0,001). EuroSCORE wasnot a predictor of in-hospital mortality in these twopopulations.

Conclusion: AVR only or in combination with CABG inthe elderly had a satisfactory short-term outcome, withan in-hospital mortality rate of 4.5% in our population.Predictors of in-hospital mortality were different in these two groups with exception of major bleeding.Patients submitted to AVR with concomitant CABG presented a significantly higher risk of mortality.

C 247RISCO CIRÚRGICO ASSOCIADO A INTERVENÇÃO AORTA ASCENDENTE EM ASSOCIAÇÃO COMSUBSTITUIÇÃO VALVULAR AÓRTICA

RICARDO FERREIRA1, JAVIER GALLEGO1, FILIPE PEREIRA1, JOÃO ROQUE1, MÁRIO MENDES1, ARTURO LUCERO1,RICARDO A. PEREIRA1, ÂNGELO L. NOBRE1, JOÃO CRAVINO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Os aneurismas da aorta ascendente são cada vez mais objecto de inter-venção precoce. Os limiares para intervenção cirúrgica têm vindo a ser reduzidos sobre-tudo em doentes com intervenção cirúrgica programada por outra patologia cardíaca,como por exemplo, substituição valvular aórtica.

Objectivos: Estudo comparativo entre doentes submetidos a substituição valvular aórticaisolada e doentes com substituição da válvula aórtica e da aorta ascendente por prótesetubular.

Material e Métodos: Os autores apresentam um estudo retrospectivo de 116 doentessubmetidos a cirurgia combinada a válvula aórtica e aorta ascendente e de 343 doentescom substituição isolada da válvula aórtica entre Janeiro 2005 e Dezembro 2007. Os dadosforam recolhidos através de consulta do processo clínico dos doentes.Foi efectuada uma análise comparativa dos grupos em termos de demografia, tempo depermanência na unidade de cuidados intensivos (UCI), tempo de internamento, mortali-dade intra-operatória e pós-operatória e existência de patient prosthesis mismatch (PPM)e sua relação com a mortalidade.

Resultados e Conclusão: Após comparação dos dois grupos não foram encontradas quaisquerdiferenças estatisticamente significativa, excepto em termos de existência de PPM, isto é, ogrupo de doentes submetidos a cirurgia da aorta ascendente não apresenta diferenças em ter-mos de mortalidade (p=0,21), internamento (p=0,83), permanência na UCI (p=0,228) com ogrupo submetido a substituição valvular aórtica isolada. Em relação à existência de PPM verifi-cou-se que esta é menos frequente no grupo de doentes com substituição da aorta ascendente(p≤0.05).Estes dados vêm corroborar a tendência actual de diminuição do limiar para cirurgia desubstituição aorta ascendente, sobretudo quando associada a cirurgia de substituiçãovalvular aórtica. Os dados mostram que não existem riscos cirúrgicos ou complicações pósoperatórias significativamente mais elevados neste tipo de cirurgia combinada permitin-do evitar complicações a longo prazo com necessidade de reintervenção.

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I-117

C 248CIRURGIA VALVULAR TRIPLA: ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO COM O EUROSCORE

ARMANDO ABREU1, JORGE CASANOVA1, BENJAMIM MARINHO1, DANIELA GOUVEIA1, PAULO PINHO1

(1Hospital de S. João, EPE)

Cirurgia Valvular Tripla: Estratificação do Risco com o EuroSCORE

Objectivo: Com o envelhecimento da população e o aumento das comorbilidades asso-ciadas, torna-se importante a utilização de instrumentos de avaliação do risco cirúrgico. Damesma forma, para dar expectativas realistas aos doentes, é fundamental definir riscos ebenefícios a médio e longo prazo. Nesse sentido, procuramos avaliar o desempenho de umsistema de avaliação de risco cirúrgico cardíaco (EuroSCORE) na previsão da mortalidade amédio prazo. MÉTODOS: Todos os pacientes submetidos a cirurgia valvular tripla (aórtica,mitral e tricúspide) entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2008 na nossa instituição (n=77)foram estratificados de acordo com o EuroSCORE logístico. Foram definidas três categorias derisco: baixo risco (ES(log)< 10: n=38), risco moderado (10<20: n=27) e risco elevado(ES(log)>20: n=12). O risco de mortalidade médio previsto pelo ES(log) foi de 6,1 +/- 2,4 %(baixo risco), 14,5 +/- 3,2 % (risco moderado) e 33,5 +/- 9,3 % (risco elevado).

Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 0 % (baixo risco), 7,4 % (risco moderado) e25,0 % (risco elevado). Os factores independentes de mortalidade hospitalar foram classefuncional pré-operatória, presença de insuficiência renal pré-operatória, estado criticopré-operatório, categoria do EuroSCORE e implantação de prótese mecânica em posiçãotricúspide. A sobrevida ao 1º ano foi de 97,3 % (baixo risco), 88,9 % (risco moderado) e66,7 % (risco elevado); a sobrevida a 3 anos foi de 92,9 % (baixo risco), 77,8 % (riscomoderado) e 45,7 % (risco elevado) (p=0,002).

Conclusão: A estratificação dos doentes submetidos a cirurgia valvular tripla de acordocom o EuroSCORE logístico permite estimar, qualitativa e quantitativamente, a mortali-dade operatória e a mortalidade a médio prazo.

C 249IMPACTO DO PATIENT PROSTHESIS MISMATCH EM DOENTES SUBMETIDOS A SUBSTITUIÇÃOVALVULAR AÓRTICA

RICARDO FERREIRA1, JAVIER GALLEGO1, FILIPE PEREIRA1, NUNO GUERRA1, SAMUEL MENDES2, CARLOS SERPA1,ALBERTO LEMOS1, ÂNGELO L. NOBRE1, JOÃO CRAVINO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2Centro Hospitalar deLisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: O tema Patient prosthesis mismatch (PPM) é, actualmente, algo de contro-verso na cirurgia de substituição valvular. Existe PPM quando a área efectiva da próteseinserida no doente é demasiado pequena em relação com a sua superfície corporal, ouseja, quando a área efectiva indexada à superfície corporal é ≤0,8-0,9 cm2/m2.

Objectivos: Avaliar o impacto da PPM nos resultados a curto prazo e follow-up de 2 anos.

Material e Métodos: Os autores apresentam um estudo retrospectivo envolvendo 343doentes com uma média de idades de 64,68 +/-12,4 anos que foram submetidos a sub-stituição valvular aórtica entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2007. Foram obtidos dadose follow-up desses doentes, comparados os grupos de doentes com e sem PPM correla-cionando-os em termos de factores de risco (Euroscore), demografia, tipo de próteseimplantada, tempos cirúrgicos, estadia na unidade de cuidados intensivos e internamen-to. Os dados relativos a mortalidade a curto prazo e aos 2 anos de follow-up bem comoevolução da sintomatologia (NYHA) também foram estudados.

Resultados: Usando um cut-off relativo ao effective orifice área índex ≤0,9 cm2/m2 paradefinir PPM verificou-se a sua existência em 101d (29,4%). Comparando os grupos come sem PPM verificou-se que esta está associado a doentes de idade mais avançada(p=0,001), utilização de próteses biológicas (p=0,01) e com aplicação de próteses detamanho inferior a 21 (p<0,05).Existe uma diferença estatisticamente significativa: 1) na mortalidade aos 30 dias nosdoentes com PPM (p<0,001) não havendo no entanto diferenças em termos de mortali-dade aos 2 anos e evolução de classe NYHA; 2) em termos de tempos de clampagem daaorta e circulação extra-corporal (p=0,047 e p=0,036, respectivamente).

C 250COMPARING ADDICTIVE AND LOGISTIC EUROSCORE-A SINGLE INSTITUTION STUDY

MARIANA PAIVA1, SÍLVIA MARTA OLIVEIRA1, ANA SOFIA CORREIA1, ALEXANDRA GONÇALVES1, RUI ALMEIDA1,MARTA PEREIRA1, ELISABETE ALVES1, PAULA DIAS1, PAULO PINHO1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introduction: The European System for Cardiac Operative Risk Evaluation (Euro-SCORE) hasbeen extensively validated for the prediction of early mortality following open-heart sur-gery. We aimed to assess whether the use of the full logistic EuroSCORE is different to thestandard additive EuroSCORE. in predicting mortality in patients (pts) who underwent(CABG), (AVR) surgery or combined at our center.

Methods: We retrospectively analyzed records of patiens aged ≥75 yars consecutivelysubmitted to coronary artery bypass grafting with or without aortic valve replacementfrom 2002 to 2006. The receiver-operating characteristics (ROC) curve was used todescribe performance of both addictive and logistic EuroSCORE risk.Results: A total of 294 patients were included. One-hundred and forty-one (48%) werewomen and the mean±standard deviation (SD) age at the time of surgery was 78.3±2.5years. Atrial fibrillation was present in 33 (11.4%) patients. Eighty-six (29.7%) were dia-betic, 157 (64.9%) had hypertension and 151 (53%) had dyslipidemia. One-hundred andfifteen (39.1%) patients were submitted to CABG, 114 (38.8%) to AVR. The median dura-tion of in-hospital stay was 11 days (interquartile range: 8-15). In-hospital mortality was5%. Mean addictive EuroSCORE, (6.97 vs. 8.91, p<0.001) and logistic (13.4 vs. 10.3,p<0.001) were significantly higher in the combined surgery group. The additive and logis-tic EuroSCORE models yielded an area under the ROC curve of 0.72 (95% confidence inter-val (CI)): 0.59-0.88) and 0.73 (95% CI: 0.57-0.86), respectively. The prediction of mortal-ity was not different according to the additive and logistic estimates (p=0.57).

Conclusion: The EuroSCORE model has been validated as a "gold standard" for risk assess-ment in cardiac surgery. In other population the logistic EuroSCORE has given better resultsin predicting mortality in high-risk cardiac surgical patients compared with additiveEuroSCORE. In our sample no significant difference has been found between the addictiveand logistic euroSCORE.

C 251RABDOMIÓLISE EM DOENTES TRANSPLANTADOS CARDÍACOS - RELAÇÃO COM ATERAPÊUTICA HIPOLIPEMIANTES

JOANA SARAIVA1, DAVID PRIETO1, CARLOS PINTO1, MANUEL ANTUNES1

(1 Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: O controlo da dislipidémia no transplantado cardíaco obriga ao recurso ainibidores da HMG-CoA reductase. Contudo, é conhecida a interacção com os inibidores dacalcineurina (Ciclosporina e Tacrolimus) que, por vezes, resulta em episódios de rab-domiólise. O diagnóstico e tratamento precoce nos doentes transplantados assumemespecial relevância, de forma a evitar complicações sérias, como a falência renal.

Objectivo: Pretendemos determinar a prevalência da rabdomiólise no nosso centro detransplantação cardíaca e sua relação com os hipolipemiantes.

Material e Métodos: De Nov03 a Dez08, foram transplantados 132 doentes, dos quais119 com sobrevida superior a 12 meses, 86 (72%) do sexo masculino e com idade médiade 52 anos (4-71). O esquema de imunossupressão tripla incluiu a ciclosporina em 105doentes e o Tacrolimus em 14. Todos os doentes foram inicialmente medicados compravastatina 20mg/dia. Os esquemas de hipolipemiantes foram alterados de acordo como perfil lipídico de cada doente.

Resultados: Em 15 doentes (13%), observaram-se valores de CK entre 300-1000 U/l.Num destes ocorreu aumento das transaminases, com epigastralgias e vómitos, tendosido suspenso o hipolipemiante, com melhoria laboratorial e clínica. Nos restantes não sealterou o esquema, permanecendo assintomáticos e com posterior normalização analíti-ca. Em outros 2 doentes, obtiveram-se doseamentos máximos de CK>1000 U/l. Noprimeiro, com antecedentes de dislipidemia mista, aumentou-se a dosagem de Inegy esemanas depois apresentou valores laboratoriais compatíveis com rabdomiólise comdegradação da função renal, embora assintomático. No outro doente, alterou-se ohipolipemiante de pravastatina para Inegy, mantendo-se a restante terapêutica. Um mêsdepois, referiu queixas de mialgia e astenia severas que obrigaram ao internamento, comvalor máximo de CK de 65.959 U/l. Posteriormente reintroduziu-se a pravastatina emdoses baixas, em ambos os doentes, mantendo-se a CK em valores normais. Todos osdoentes em que houve aumento da CK recuperaram.

Conclusão: A apresentação clínica da rabdomiólise é frequentemente subtil, sendonecessário um elevado índice de suspeita clínica. O objectivo principal da terapêutica é otratamento das causas específicas de lesão muscular e a prevenção e tratamento dascomplicações da rabdomiólise. Este estudo vem chamar a atenção para a complexidadedos esquemas terapêuticos bem como a necessidade de vigilância e ajustamento doshipolipemiantes.

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I-118

C 252CIRURGIA DA ENDOCARDITE PROTÉSICA. EXPERIÊNCIA DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

V. D. SILVA1, NUNO SANTOS2, JOSÉ PEDRO NEVES1, JOÃO MORADAS FERREIRA1, L. M. ABECASSIS1, JOSÉ

CALQUINHA1, R. RODRIGUES1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar doFunchal)

Objectivos: A endocardite protésica precoce ou tardia, com ou sem complicações mecâni-cas e dependendo do agente infeccioso, é sempre um desafio terapêutico difícil. Na prin-cipal literatura médica o risco operatório é de 25 a 40%. Numa perspectiva dos doentescom indicação cirúrgica e operados avaliamos a nossa experiência e os factores que influ-enciaram os resultados com especial atenção à técnica cirúrgica usada.

Material e Métodos: Nos últimos 10 anos, foram re-operados 26 doentes com endo-cardite activa de próteses valvulares, com idades entre 16 e 84 anos (média 60 ± DP17),15 doentes eram do sexo masculino. A endocardite envolvia a prótese aórtica em 18doentes e a mitral em 14, sendo 6 doentes plurivalvulares, 2 com lesão tricúpide; haviaabcessos ou fístulas em 9 casos. O Euroscore logístico era de 8 a 49% (média 24 ± DP13)e 9 doentes tinham tido 2 ou mais cirurgias prévias. A endocardite da prótese mitral foitratada com substituição de prótese em 14 doentes; a prótese aórtica foi substituída poroutra prótese em 10 doentes, por homoenxerto em 2 e por substituição da raiz da aortapor homo ou heteroenxerto "stentless" em 4 casos; houve ainda uma aortoventriculoplas-tia de Konno e uma cirurgia de Manouguian com homoenxerto valvular subcoronário. Osabcessos e fístulas aórticas foram encerrados com retalho de pericárdio em 5 casos e comhomoenxerto ou substituição da raiz da aorta nos outros.

Resultados: A mortalidade operatória (hospitalar ou 30 dias) foi de 8 doentes (31%),causada em todos por sépsis. Seis dos 9 doentes com abcesso ou fístulas, os 2 doentesem que não se removeu todo o material protésico e 2/3 dos doentes com infecção aestafilococos aureus faleceram. O seguimento é de 3 meses a 8 anos (média 2,5 ± DP 2,8anos). Houve uma morte tardia, por neoplasia pulmonar e duas reoperações por deiscên-cia de sutura e degenerescência de homoenxerto.

Conclusões: A mortalidade continua muito alta, em especial em doentes com abcessosou fistulas, em agentes patogénicos muito virulentos e se o material protésico não foitotalmente ressecado, embora a amostra seja muito pequena para ter fundamentoestatístico. O EuroScore logístico neste tipo de doentes não sobrevaloriza o risco operatóriocomo na generalidade dos casos cirúrgicos.

NOTAS

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E MORTE SÚBITA, EXISTIRÃOPOPULAÇÕES DE ESPECIAL RISCO?

C 253SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM MULHERES: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVA PARA TODAS?

SÍLVIA RIBEIRO1, S. ROCHA1, PEDRO AZEVEDO1, A. GASPAR1, SÉRGIO NABAIS1, CATARINA VIEIRA1, M. A.PEREIRA1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: A estratificação invasiva de todas as mulheres (M) com Síndrome CoronáriaAguda sem elevação do Segmento ST (SCAsEST) tem sido alvo de alguns estudos, sendoos resultados divergentes.

Objectivo: O objectivo deste estudo foi avaliar o impacto da estratificação de risco inva-siva em M com SCAsEST, ao nível da morte intra-hospitalar, aos 30 dias e seis meses.

Métodos: Estudo cohort retrospectivo, com 207 M internadas na UCIC com SCAsEST.Dividiu-se a amostra em dois grupos, em função da estratificação de risco invasiva(Cateterismo Cardíaco). Caracterizámos os dois grupos e avaliámos o impacto da estratifi-cação de risco invasiva na morte intra-hospitalar, aos 30 dias e aos 6 meses, ajustado aoscore de risco Grace (sGrace).

Resultados: Amostra constituída por 207 M, com idade média de 71.78 anos (±10.21);65% realizaram cateterismo cardíaco (CC). O grupo de M que fez CC apresentou idademédia inferior (69.53 ± 10.22 vs 76.28 ± 8.62, p < 0.001), mais enfarte do miocárdioprévio (43.3 vs 17.3%, p< 0.001) e taxa de filtração glomerular mais alta ( 72 ml/min ±42.85 vs 52.8 ± 33.17, p < 0.001). O CC associou-se a maior deterioração intra-hospitalarda classe KK (30.2% vs 59.2%, p < 0.001), menos morte intra-hospitalar ( 2.2% vs 9%, p= 0.025), aos 30 dias (2.9% vs 11.9%, p = 0.01) e aos seis meses (11.6% vs 22.4%, p =0.043). Na análise multivariada, quando se introduziu outros preditores de mortalidade(idade, função sistólica do ventrículo esquerdo, insuficiência cardíaca, sGrace), a estratifi-cação de risco invasiva foi preditor independente de menor morte intra-hospitalar (Oddsratio [OR] 0.15, Intervalo de confiança de 95% [IC] 0.023-0.95, p = 0.04) e menor morteaos 30 dias (OR 0.14, IC 0.027-0.68, p = 0.015). O CC não foi preditor independente demorte aos 6 meses, mesmo quando analisámos os subgrupos de M de baixo vs médio-alto risco, segundo o sGrace. Quando dividimos as M segundo a elevação do nível séricode troponina, não houve uma diferença significativa na morte aos 6 meses das M querealizaram CC com troponina negativa; no subgrupo de M com troponina positiva a análisebivariada demonstrou menos morte aos 6 meses (11.8% vs 24.1%, p = 0.032), emborana análise multivariada se tenha observado uma redução estatisticamente não significa-tiva (OR 0.61, IC 0.25-1.48, p trend =0.28).

Conclusões: A estratificação de risco invasiva nas M internadas com SCAsEST associou-sea menor mortalidade intra-hospitalar e aos 30 dias, independentemente do subgrupo derisco do sGrace. Verificou-se uma tendência para redução da morte aos 6 meses apenasnas M com níveis sérios de troponina aumentados, sendo a favor de haver benefício naestratificação invasiva de mulheres com SCAsEST com critérios de alto risco.

C 254SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS - EXISTEM ACTUALMENTE DIFERENÇAS ENTRE OSSEXOS NA FORMA DE APRESENTAÇÃO, TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES INTRAHOSPITA-LARES?

NINEL SANTOS1, LUÍSA MOURA BRANCO1, JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA1, LURDES FERREIRA1, ANA TERESA TIMÓTEO1,ANTÓNIO FIARRESGA1, JOANA FELICIANO1, RUBEN RAMOS1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

O interesse pelas diferenças entre os géneros em diferentes patologias cardíacas temaumentado significativamente nos últimos anos. Enquanto que na população masculinase tem registado uma diminuição significativa da mortalidade de causa cardíaca, tal nãose tem verificado entre as mulheres.

Objectivo: Avaliar diferenças entre os géneros nas características clínicas, evolutivas ecomplicações intrahospitalares dos doentes (D) internados por síndrome coronário agudo(SCA).

Métodos: Análise retrospectiva de 200 D (100 do sexo feminino - G I e 100 do masculi-no - G II), escolhidos de forma aleatória da base de dados do Serviço sobre SCA. Foramcomparados: o modo de admissão, o tempo decorrido desde o inicio dos sintomas até ao1º contacto médico, as características clínicas, os factores de risco (FR), as complicações emortalidade intrahospitalar. Para as variáveis contínuas foi utilizado o teste t de Studente, para as variáveis nominais e ordinais, o teste de Mann-Whitney.

Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à idade (68,5±12vs 64,7±11 anos) e FR. Contudo, o G II tinha mais enfartes do miocárdio (EAM) prévios(47% vs 28%, p=0,006) e maior número de angioplastias prévias (37% vs 19%, p=0,005).Os D do G I foram menos frequentemente internados via INEM (5% vs 10 %, p=0,009),não havendo diferença significativa quanto ao tempo decorrido desde o inicio dos sin-tomas até ao 1º contacto médico, nem quanto à sintomatologia inicial. No G I a evoluçãocom classe Killip ?2 foi mais frequente (19% vs 15%, p=0,06). Detectou-se maiorprevalência de EAM com supradesnivelamento de ST no G II (54% vs 30%, p = 0,005),contudo sem diferença em relação à realização de coronariografias (88% vs 89%) ouangioplastias (57% vs 56%), havendo uma maior tendência para a existência de doençamultivaso no G II (44% vs 32%, p=0,07). Não houve diferença quanto ao grau de dis-função ventricular esquerda, necessidade de utilização de aminas ou mortalidade hospi-talar (8% vs 6%, NS).

Conclusão: O presente estudo sugere que, quando tratados a nível de um hospital comlaboratório de hemodinamica, não surgem diferenças significativas na abordagem doshomens ou mulheres, existindo maior prevalência de EAM com supra de ST no GII, quetem mais antecedentes de EAM e angioplastias prévias, com mortalidade global seme-lhante.

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C 255EAM NO JOVEM: COMPARAÇÃO BASEADA NO GÉNERO

NUNO SANTOS1, HUGO CAFÉ1, MARCO GOMES SERRÃO1, BRUNO SILVA1, PAULA FARIA1, RUI OLIVEIRA1, GRAÇA

CAIRES1, DÉCIO PEREIRA1, DRUMOND FREITAS1, JORGE ARAÚJO1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: As informações acerca da história natural, características clínicas e anatomiacoronária em doentes (dts) jovens com enfarte agudo do miocárdio (EAM) são escassas,sobretudo ao nível das diferenças por género.

Objectivo: Pretendemos avaliar as características clínicas, extensão e localização daslesões coronárias em homens e mulheres jovens.

Material e métodos: Estudo retrospectivo de 132 doentes consecutivos, com idade infe-rior a 50 anos, internados por EAM e submetidos a ICP, entre Janeiro de 2002 e Junho de2007. Homens (n=122; 44±4,57 anos) e mulheres (n=10; 43,22±6,02 anos) foram com-parados quanto às características demográficas e clínicas, factores de risco para doençacoronária, doença cardíaca prévia, dados da coronariografia e angioplastia, terapêutica,mortalidade intra-hospitalar e eventos cardiovasculares (ECV) major - EAM não fatal,revascularização percutânea ou cirúrgica, AVC e mortalidade cardiovascular - durante 1ano de seguimento.

Resultados: O EAM com supradesnivelamento de ST foi o mais prevalente 61,4%. As mu-lheres apresentaram níveis de hemoglobina mais baixo (M=14,48±1,8g/dl vsH=15,67±1,2g/dl; p=0,039) e mais disfunção renal grave (M=10,0% vs H=0,8; p=0,022).Não existiram diferenças incidência da HTA, DM, dislipidémia e tabagismo. As mulheresapresentaram tendencialmente mais lesões complexas tipo B ou C (M=40,0% vsH=75,4%; p=0,054). Não se verificaram diferenças na taxa de revascularização completa,sucesso angiográfico imediato, número de stents implantados (M=1,6±0,843 vsH=1,47±0,883; p=0,647) e número de artérias tratadas (M=1,1±0,316 vs H=1,18±0,407;p=0,544). Homens e mulheres foram tratados segundo o estado da arte no tratamento doEAM, não se verificando diferenças na estratégia de revascularização adoptada, mas oshomens receberam menos beta-bloqueante (M=70,0% vs H=35,2%; p=0,029) e tenden-cialmente menos IECA/ARA (M=40,0% vs H=17,2%; p=0,077). As mulheres estiveramassociadas a uma mortalidade hospitalar superior (M=11,1% vs H=0,8%; p=0,022) e umamaior taxa de ECV major (M=30% vs H=7,5%; p=0,011) e mortalidade CV (M=10,0% vsH=3,3%; p=0,292) a um ano de seguimento sem, no entanto, atingir significância estatís-tica.

Conclusão: Em doentes jovens com enfarte agudo do miocárdio, o perfil clínico foi seme-lhante entre sexos, mas o género feminino esteve associado a doença coronária maisextensa, bem como um prognóstico mais adverso.

C 256OS FACTORES DE RISCO METABÓLICOS ESTÃO FORTEMENTE ASSOCIADOS AO ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO COM APRESENTAÇÃO EM IDADE PRECOCE

JOÃO SILVA MARQUES1, NUNO CORTEZ-DIAS1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, CARINA CALISTO1, MIGUEL

ALMEIDA RIBEIRO1, SUSANA ROBALO MARTINS1, TERESA PESSOA1, ANA I. FERREIRA1, SUSANA GONÇALVES1, SÓNIA

RIBEIRO1, LAURA SANTOS1, ARMANDO BORDALO E SÁ1, MARIA JOSÉ CORREIA1, J. CARVALHO DE SOUSA1, MANUELA

FIÚZA1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: A identificação de factores de risco metabólicos (FRm) e o tratamento ade-quado dos indivíduos de alto risco têm um papel fundamental na redução da mortalidadepor doença cardiovascular. Os doentes mais jovens constituem um subgrupo merecedorde especial atenção, não só pela crescente prevalência dos FRm e da doença coronárianesta faixa etária, como também pelo efeito devastador que o enfarte agudo do miocár-dio com elevação de ST (EAM-EST) encerra nesta fase precoce da vida.

Objectivo: Comparar a influência dos FRm associados ao EAM-EST em função da idade deapresentação da doença.

Métodos: Em doentes consecutivos admitidos por EAM-EST e submetidos a angioplastiaprimária, foi colhida uma amostra de sangue no início do cateterismo coronário paradoseamento das lipoproteínas A1 e E, perfil lipídico, glicose, hemoglobina A1C, funçãotiroideia e homocisteína. Considerou-se a divisão da população segundo os tercis de idade(< 56; 56-72; ?72 anos). A distribuição dos valores em função do grupo etário foi avalia-da pelos testes ANOVA e Kruskal-Wallis e correlacionados mediante o teste de Pearson.

Resultados: Foram estudados 118 doentes (87 homens; idade média 63±13 anos). A fre-quência de hipertensão arterial foi de 80%, 29% eram diabéticos, 64% tinham históriaprévia de dislipidémia e 37% estavam medicados com estatina. A proporção de homensdiminuiu com o grupo etário. No grupo de doentes mais jovens (< 56 anos), os FRm forammais prevalentes, sendo a hipercolesterolémia (C-total ?200mg/dL) 70% mais frequente(OR:1,69) e a hipertrigliceridémia (?150mg/dL) quase quatro vezes mais frequente(OR:3,9). Detectaram-se níveis aumentados de apolipoproteínas E e A1 em 14% dosdoentes, sem correlação entre essas variáveis e os restantes parâmetros lipídicos.Enquanto os parâmetros lipídicos diminuíram progressivamente com o grupo etário, aglicémia na admissão hospitalar e os níveis de hemoglobina A1C aumentaram com aidade.

Conclusão: Os indivíduos mais jovens com EAM-EST apresentam uma associação maisforte aos FRm do que aqueles com apresentação da doença em idade mais tardia. Tal su-gere a necessidade de um controlo mais rigoroso dos FRm nesta faixa etária.

C 257INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EM OCTOGENÁRIOS - DEVEMOS USAR, OU EVITAR,STENTS COM FÁRMACO?

PAULA MOTA1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, ROMEU CAÇÃO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A baixa incidência de reestenose que caracteriza os stents com fármaco(DES), torna a sua utilização adequada na população idosa a quem gostaríamos de evi-tar uma segunda intervenção coronária percutânea (ICP). Porém, a elevada incidência deco-morbilidades pode levar à interrupção da dupla anti-agregação, o que aumenta con-sideravelmente o risco de trombose tardia de stent. Admitindo a hipótese que nos gru-pos etários mais avançados a endotelização mais lenta pode simultaneamente diminuiro risco de restenose e aumentar o risco de trombose tardia, analisamos uma populaçãode octogenários tratada com diferentes stents.

Objectivo: Verificar qual a incidência de MACE (reestenose, trombose intra-stent e morte)em doentes com idade >= 80 anos (D ≥80) submetidos a ICP no nosso centro, compara-tivamente aos restantes (D<80).

População e Métodos: Durante o ano de 2008, realizaram-se no nosso centro 773 ICPs,74 (9.5%) das quais em D ≥80. Através do processo clínico e de contacto telefónico, foipossível conhecer a evolução de todos os doentes ao fim de um ano. Procuramos verificarqual a repercussão do tipo de stent usado no número de eventos observados nos D? 80.Resultados: A análise univariada mostrou que o grupo D ≥80 apresentou um risco deeventos 3,2 vezes superior (odds ratio 3.2 IC95 1.61-6.54; p = 0.001), com uma ocorrên-cia de 14.8% de eventos vs os 5.3% dos D<80. Nos D? 80, a utilização de DES não con-feriu a protecção para eventos encontrada nos D<80 (curva de Kaplan-Meyer). Por outrolado, variáveis que aumentam o risco de eventos na população D<80 tais como o compri-mento total de stents >= 50 mm (OR 3.21 IC:1.31-7.83; p= 0.007) ou a colocação de 3 oumais stents (OR 2.06 IC3.9; p: 0.09), não afectaram o número de MACE nos D? 80.Analisou-se ainda separadamente a incidência de eventos em PCI com stents com especi-ficidades diferentes dos convencionais (sem polímero com glicocalix que transporta o fár-maco - Axxion®, com anticorpos monoclonais para células progenitoras do endotélio -Genous ® ou com uma liga de titânio e oxido nítrico - Titan®), observando-se uma tendên-cia para menos eventos nos D? 80 (OR: 0.82 IC: 0.72-0.92 p= 0.083) e ausência de difer-enças nos D<80.

Conclusão: Os nossos resultados confirmam que os D de idade muito avançada apresen-tam um risco de MACE muito aumentado. A utilização de DES não conferiu qualquer bene-fício e os BMS não acresceram risco. Poderá vir a demonstrar-se ser benéfico utilizar stentscom concepções diferentes para prevenir a reestenose.

C 258SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: O GÉNERO É RELEVANTE?

MARIA JOÃO CORREIA1, INGRID ROSÁRIO1, HÉLDER DORES1, SÍLVIO LEAL1, JOSÉ CARLOS MONGE1, ISABEL ARROJA1, ANA

ALEIXO1, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2Centro Hospitalarde Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Síndrome coronária aguda (SCA) é uma das principais causas de morte nos paí-ses desenvolvidos, nomeadamente em Portugal. Os factores de risco cardiovasculares (FRCV)não-modificáveis e modificáveis apresentam-se de forma diferente em ambos os sexos, peloque o género tem uma importância significativa na etiologia, manifestações clínicas eprognóstico da doença.

Objectivo: Avaliar a diferença de prognóstico dos doentes (D) internados com o diagnósticode SCA entre ambos os géneros, tendo como endpoints a mortalidade, o reinternamento eendpoint combinado morte e reinternamento.

Metodologia: Análise retrospectiva de D admitidos consecutivamente numa unidade coro-nária durante ± 28 meses (m) com diagnóstico de SCA. Comparação das mulheres (M) e doshomens (H) de acordo com a idade, FRCV - hipertensão arterial (HTA), dislipidémia, tabagis-mo, excesso de peso/obesidade -, antecedentes pessoais prévios, tipo de SCA - anginainstável (AI) e enfarte agudo do miocárdio sem e com supra-desnivelamento do segmentoST (EAMSST e EAMCST) -, parâmetros na admissão - frequência cardíaca (FC), pressão arterialsistólica, classe de Killip (KK) e fracção de ejecção ventricular esquerda -, gravidade da doençacoronária (DC) avaliada por coronariografia, mortalidade intrahospitalar, avaliação do end-point mortalidade global e análise de sobrevida por curvas de Kaplan-Meir para o endpointmorte durante o seguimento.

Resultados: Admitidos 587 D com SCA (29,8% AI, 35,8% EAMSST e 34,4% EAMCST), commédia de idades de 67,3 ±13,3 anos, sendo 64,1% H. Salienta-se nas M uma elevadaprevalência de HTA - 73,9% acidente vascular cerebral/acidente isquémico transitório prévio- 13,7% (p=0,000), KK ?2 - 28,1% (p=0,034) e FC>100bpm na admissão - 24,4% (p=0,001).Dos H sobressai o tabagismo - 37% (p=0,000) e maior gravidade da DC (lesão de mais de 1vaso) - 37,6% (p=0,044). Em relação aos endpoints reinternamento e morte, o prognósticofoi significativamente pior nas M vs. nos H: reinternamento - 6m (11,3%); morte - 6m (29%),12m (32,8%), 24m (34,8%). A curva de Kaplan-Meir para o endpoint morte e reinternamen-to durante o seguimento mostra a diferença significativa na sobrevida entre os dois géneros.

Conclusão: Na população estudada, as mulheres apresentaram maior instabilidade hemo-dinâmica na admissão e pior prognóstico durante o tempo de seguimento, reflectindo-se noreinternamento e na mortalidade.

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I-120

C 259MORTE SÚBITA DE JOVENS

R. HENRIQUES DE GOUVEIA1, J. COSTA SANTOS2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Instituto Nacional deMedicina Legal)

Objectivos: Avaliar a causa de morte súbita de jovens no Sul de Portugal.

Métodos: Revisão dos dados relativos a 572 autópsias efectuadas em 2004-2005.

Resultados: Das 572 mortes, 123 foram súbitas, naturais e inesperadas; e ocorreram em pessoascom idades compreendidas entre 1 e 35 anos (77 do género masculino, 46 do feminino). Vinte eseis (26) eram "crianças/adolescentes (subgrupo dos 1 aos 18 anos)" e 97 eram "jovens adultos(18-35 anos)". Não foi detectada causa aparente em 27 casos. Trinta e oito mortes (38) eram deorigem cardiovascular, nomeadamente por miocardite e enfarte agudo do miocárdio, entre outrascausas. Trinta e cinco (35) envolviam o aparelho respiratório - pneumonia eosinofílica no contex-to de asma, ou pneumonia aguda lobar. Vinte (20) casos apresentavam causas de morte rela-cionadas com outros órgãos/sistemas e em 2, a avaliação não foi possível pela autólise tecidular.Algumas doenças eram mais prevalentes num dos dois subgrupos etários. Factores/comporta-mentos de risco, tais como toxicofilia, foram documentados. Algumas das vítimas praticavamdesporto.

Discussão e Conclusões: Na população estudada, (1) a morte súbita sobreveio preferencialmenteem jovens adultos do género masculino. (2) A Patologia Cardiovascular constituiu a principal causade morte. (3) Aproximadamente 22% das autópsias foram "brancas", eventualmente causadaspor problemas de ritmo cardíaco. (4) Algumas doenças, tais como o enfarte agudo do miocárdio,surgem com maior incidência no subgrupo etário dos 18-35 anos; enquanto outras, tais como amiocardite e a pneumonia, apresentam frequência equivalente em ambos os subgrupos etários.(5) Mortes relacionadas com consumo de drogas foram directamente causadas por miocardite,endocardite, encefalite bacterianas. (6) A maioria das mortes relacionada com a prática desporti-va não evidenciou uma causa morfológica subjacente. Em resumo, o estudo necrópsico comple-to é fundamental na caracterização das Mortes Súbitas, contribuindo para um Registo Nacional epara a selecção dos casos que requerem estudos mais acurados (genéticos), com eventual acon-selhamento familiar subsequente.

C 260CAUSAS DE MORTE SÚBITA CARDÍACA NÃO ATEROSCLERÓTICA IDENTIFICADAS POR ANGIO-TCCARDÍACO

HUGO MARQUES1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA2, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES1, MÓNICA CHAVES1, RUBEN TEIXEIRA1, AUGUSTO GASPAR1, FRANCISCO

PEREIRA MACHADO1, JOSÉ ROQUETTE1

(1Hospital da Luz, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: A ênfase da realização de exames de Angio-TC cardíaco recai na avaliação de patologia coronáriaaterosclerótica ou sobretudo na exclusão desta.A capacidade de avaliação morfológica e funcional do exame permite obter informação para além da meravisualização de placas ateroscleróticas, sendo por exemplo o método de escolha para diagnosticar malfor-mações coronárias.A sua independência da qualidade da janela acústica e a capacidade de reformatação multiplanar permite avali-ação miocárdica em doentes com menor acuidade diagnóstica por ecocardiografia, sendo inclusive possível odiagnóstico de formas atípicas de cardiomiopatias.

Objectivo: Alertar para a capacidade do Angio-TC cardíaco fornecer informação para além da patologia coro-nária aterosclerótica e que pode estar associada a risco de morte súbita.

Métodos e resultados: Registo prospectivo de 1185 doentes consecutivos submetidos a TC cardíaca com 64cortes e dupla ampola (Dual source CT - Somaton Definition ®, Siemens-medical) de Fevereiro de 2007 aNovembro de 2009.Identificámos 1,4 % de causas de morte súbita não aterosclerótica, das quais 5 anomalias coronárias malignas (4trajectos inter-arteriais e 1 origem da CD a partir daartéria pulmonar) e 13 cardiopatias estruturais (12 car-diomiopatias hipertroficas e 1 cardiomiopatia não com-pactante).Salientam-se ainda a detecção de patologias cuja associ-ação com a morte súbita é variável - 142 trajectos intra-miocárdicos, 3 miocardites (diagnóstico baseado no con-texto imagiológico-clínico e laboratorial) e 7 car-diomiopatias dilatadas com má função ventricular

Conclusão: O Angio-TC cardíaco permite diagnosticar causas cardíacas de morte súbita, sendo inclusive o examede escolha para avaliação de anomalia das coronárias.

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | DOENÇA CORONÁRIA - AS COMORBILIDADES QUE OBRIGAMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

C 261INFLUÊNCIA DA VARIANTE APO E 4 NO PERFIL LIPÍDICO DE UMA POPULAÇÃO COM DOENÇACORONÁRIA

M. I. MENDONÇA1, A. I. FREITAS1, A. PEREIRA1, A. C. SOUSA1, S. FREITAS1, C. FREITAS1, G. ANDRADE1, J. J.ARAÚJO1, A. BREHM1, R. PALMA DOS REIS1

(1Centro Hospitalar do Funchal)

Introdução: A apolipoproteína E tem sido associada à doença coronária (DC), cérebro- vas-cular e doença arterial periférica, possivelmente devido à variação alélica do gene que a co-difica (E2, E3 e E4). Estes polimorfismos regulam alterações no metabolismo lipídico, agre-gação plaquetar e stress oxidativo.A sua influência nos lipídicos séricos dos doentes coronários é de particular interesse.

Objectivo: Investigar a influência do alelo Apo E4, o que mais se associa com aterosclerose,no perfil lipídico de uma população com doença coronária, comparando-o com uma popu-lação normal. Foram incluídas as lipoproteínas Apo B e Lp(a), por se relacionarem comaterosclerose e alterações da fibrinólise.

Métodos: Estudo caso-controlo, que incluiu 848 indivíduos, 458 doentes coronários interna-dos consecutivamente (idade média de 50,6 ± 8,5 anos 72 % do sexo masculino) e 390 con-trolos sem doença coronária (idade média de 50,3±12,1 anos 67 % do sexo masculino) selec-cionados para não serem significativamente diferentes em termos de sexo e idade (p=0,647e 0,126 respectivamente). Fez-se o estudo genético de todos os indivíduos, tendo sido selec-cionados para o presente estudo apenas 188 indivíduos (98 casos e 90 controlos) ou sejaaqueles que apresentavam o alelo E4 (E4/E4, E3/E4, E2/E4). Todas as variáveis contínuas sãoapresentadas com as respectivas médias ± Desvios Padrão (DP), sendo comparadas peloteste T Student e as variáveis categóricas foram comparadas pelo teste do cÇ.

Resultados: O alelo E4 associou-se, de forma significativa, com a média mais elevada nosdoentes: Triglicéridos (217,9 vs149,5 nos controlos, p=0,06); Lp (a) com 45,8 vs 22,8p>0,0001 e Apo B (114,9 vs107,2, p=0.080). Associou-se com as médias mais baixas de :Colesterol HDL (40,0 nos doentes vs 52,0 nos controlos, p>0,0001); Colesterol total (202,4 nosdoentes vs 222,1 nos controlos, p=0,019);

Conclusão: O alelo E4 do polimorfismo da Apo E associou-se, de forma significativa com osvalores mais elevados de triglicerídeos e lipoproteína (a) assim como com os níveis maisbaixos de Colesterol HDL. Na nossa população coronária não houve associação deste alelo derisco com níveis elevados de colesterol total ou LDL, provavelmente devido ao facto de osdoentes terem sido medicados com estatinas e a existência de este perfil alélico ser extrema-mente favorável à intervenção destes fármacos, na redução dos níveis de colesterol.

C 262VALOR PROGNÓSTICO DOS MARCADORES DE INFLAMAÇÃO NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO:ENFOQUE NA CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

EMANUEL CORREIA1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS1, RITA FARIA1, BRUNO RODRIGUES1, PEDRO FERREIRA1, LUÍS NUNES1, JOÃO

PIPA1, COSTA CABRAL1, ODETE DIONÍSIO1, OLIVEIRA SANTOS1

(1Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Vários estudos têm vindo a demonstrar a influência dos marcadores de inflamação(nomeadamente leucócitos , neutrófilos e PCR) na mortalidade a curto e longo prazo após enfarteagudo do miocárdio (EAM).Neste trabalho analisa-se o valor no prognóstico intra hospitalar do leucograma, relação neutró-filos/linfócitos e da PCR no enfarte agudo do miocárdio(EAM), detalhando os dados relativos àcontagem de leucócitos (CLeuc).

Métodos: Estudo retrospectivo de 514 pacientes consecutivos internados por EAM. Obtiveram-seos valores absolutos de leucócitos(Leuc), neutrófilos(Nos), linfócitos(Linfs) e PCR-hs bem como arelação neutrófilos/linfócitos (N/L) e relacionaram-se com a mortalidade hospitalar.A CLeuc foidividida em: Baixa (<9,1/Ìl), Intermédia (9,1-12,1/Ìl) e Alta (>12,1/Ìl). Caracterizaram-se osvários grupos de CLeuc. Análise estatística com SPSS 17.0.

Resultados: Os valores absolutos de Leuc (p=0,000*), Nos (p=0,001*) , hs-PCR( p=0,002*) e arelação N/L (p=0,007*) tiveram correlação forte com a mortalidade intra-hospitalar. Tal nãosucedeu com os Linf (p=0,325).Não houve diferenças entre os grupos de CLeuc em relação a idade, sexo ou factores de risco paradoença coronária.CLeuc Alta associou-se ao diagnóstico de EAM com elevação ST (p=0,009*), SCAprévio (p=0,028*) , fibrilhação auricular à admissão (p=0,001*) e Killip III/ IV(p=0,000*). Leuc>12,1/Ìl foi forte predictor de Killip máximo III/IV (22,2% vs 8,5% se Baixa; p=0,000), EF menor(49 vs 58% p=0,000*) e maior mortalidade ( 4,6% se Baixa, 6,9% se Intermédia vs 17,4% Alta;p=0,000*). Não houve correlação com a gravidade da doença coronária (p=0,860).

Discussão: Os valores à admissão de leucócitos, neutrófilos, hs-PCR e a relação N/L foram fortespredictores de mortalidade intrahospitalar em pacientes com EAM . Contagens de leucócitos maiselevados associaram-se a maior mortalidade (17,4 vs 4,6%) o que se poderá explicar pela asso-ciação a EAM com elevação ST e valores de Killip mais elevados à admissão e no seguimento.Neste grupo tal ocorreu independentemente da idade, sexo ou factores de risco excepto SCAprévio.

Contagem Leucócitos pBaixa (<9,1) Intermédia (9,1-12,1) Alta (>12,1)

IDADE 65,9 65,3 72,3 0,316SEXO MASC 73,4 66,1 61,3 0,056HTA 66,1 67,2 60,4 0,342DM2 23,1 25,9 29,5 0,424DISLIPIDEMIA 43,4 46,0 38,4 0,333TABAGISMO 13,5 9,9 17,7 0,340SCA PRÉVIO 27,3 15,6 20,7 0,028*EAM C SUPRA 28,3 35,6 47,6 0,009*FA 10,5 9,9 23,2 0,001*KILLIP III/IV 8,5 1,7 22,2 0,000*KILLIP MÁX III/IV 6,0 11,3 25,2 0,000*DOENÇA MULTIVASOS 74,6 73,0 70,8 0,860EF 58 57 49 0,000*MORTE 4,6 6,9 17,4 0,000*

Característica S (%)

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Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CIRURGIA VALVULAR E RISCO EM CIRURGIA CARDÍACA

C 263DOENÇA CAROTÍDEA E ENFARTE DO MIOCÁRDIO - FACES DIFERENTES DA MESMA DOENÇA?

ANA CAMACHO1, PATRÍCIA GUILHERME1, JOANA TRIGO1, WALTER SANTOS1, SÉRGIO EIRIZ1, RICARDO FARIA1, VELOSO

GOMES1

(1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: A progressão da doença aterosclerótica pode ocorrer a ritmos diferentes e comoresultado de diferentes factores de risco (FR), nos vários territórios vasculares. O estudoecoDoppler carotídeo (EcoDC) permite a medição do complexo intima-média (IM) e a carac-terização de placas (P) nesses vasos, sendo considerado importante na quantificação deaterosclerose e na estratificação de risco cardiovascular (CV).

Objecticvo: Avaliar por EcoDC a prevalência de doença carotídea, numa população dedoentes (D) com enfarte do miocárdio (EM), e correlacionar as alterações encontradas a níveldas carótidas, com a presença dos FR tradicionais.

Material e métodos: Estudámos por EcoDC 131 doentes (D) consecutivos, internados por EMno período de Janeiro-Novembro 2009, com doença coronária comprovada por angiografia.Fez-se a caracterização relativamente à presença de FRCV. As medições do IM foram rea-lizadas nos 10 mm distais das carótidas comuns (CC) esquerda e direita, com duas mediçõesem cada CC e calculada a média. Definiu-se espessamento do IM quando o valor >0,9 mm.Definiu-se P como um espessamento parietal localizado, em qualquer segmento carotídeo,fazendo procidência no lúmen arterial >1,5 mm, provocando ou não aumento de veloci-dades.

Resultados: Do total dos D, 95 (72,5%) eram homens, com idade média de 64±12 anos (A),sendo a das mulheres 69±13A (NS). Caracterização dos D quanto à presença de FRCV: HTA105D (80,2%), dislipidémia 68 (51,9%), tabagismo 45 (34,4%), DM2 43 (32,8%), obesidade30 (22,9%). Tinham aumento do IM 90D (68,7%). Identificaram-se P em 83D (63,3%),destas, 49,6% tinham constituição mista e 13,7% eram homogéneas. As P localizavam-sebilateralmente em 54D (41,2%) e em 29D (22,1%) só num dos lados. Havia P com estenose>50% em 27 D(20,6%). Em 24D (18,3%) não havia alterações no EcoDC. Quando se testoua presença do IM aumentado com os vários FR, só a HTA se correlacionou com esse aumen-to (p<0,002). A presença ou ausência de P não se relacionou com nenhum dos FR estudados.Verificou-se no entanto que as P com estenose >50% surgiam mais nos D com HTA (p<0,01)e nos D com >70A. Este último grupo apresentou ainda mais P mistas (p<0,0005).

Conclusão: 1-Nesta população de D com EM, onde todos tinham doença aterosclerótica com-provada a nível das artérias coronárias, uma elevada percentagem (81,6%) apresentava tam-bém evidência de doença aterosclerótica a nível das artérias carótidas. 2-Encontrámos umaelevada prevalência de FR, principalmente HTA. 3-É importante a realização de EcoDC em Dcom doença coronária comprovada por forma a identificar aqueles em risco de complicaçõescérebrovasculares.

C 264TRAÇOS DE PERFECCIONISMO E SUA RELAÇÃO COM DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM DOENTESCOM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

ANA VALENTE1, F. GREGÓRIO1, PEREIRA SALOMÉ1, VELOSO GOMES1

1Hospital Distrital de Faro)

Introdução: O perfeccionismo tem vindo a ser associado à depressão (DEP), ansiedade (ANS)e stresse. As pesquisas têm defendido a relação destes três factores com a doença cardiovas-cular, nomeadamente o Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM), e têm-se revelado áreas interes-santes na pesquisa.

Objectivo: Avaliar a prevalência de ANS, DEP e percepção subjectiva de stresse em doentes(D) com EAM e a sua relação com perfeccionismo nas suas 3 dimensões: auto-dirigido (PAD),dirigido aos outros (PDO) e socialmente prescrito (PSP).

Métodos: Estudo transversal a 68 D internados por EAM, incluídos num programa multidisci-plinar de Reabilitação Cardíaca (Fase I). No momento da entrevista foram aplicadas asescalas: "Multidimensional Perfeccionism Scale" (Hewitt and Flet, 1991) e "Hospital Anxietyand Depression Scale" (Zigmond and Snaith, 1983). Para análises dos dados, foi utilizado oSPSS 16.0.

Resultados: A prevalência da ANS foi de 77,9% e da DEP 17,6%. Um ou mais factores destresse (FS) foram percepcionados por 89.7% dos D, que se subdividiram em stresse laboral- 66,2%, stresse sócio-económico - 30,9%, stresse familiar - 41,2% e outros tipos de stresse- 11,8 %.No que respeita ao perfeccionismo, foi encontrada uma prevalência de 83,8% para o total daescala, 85,3% para o PAD, 51,5% para o PDO e 79,4% para o PSP.A DEP foi mais frequente em D do sexo feminino (p≤0.01); e nos D com níveis mais eleva-dos de ANS (p≤0.05). O PAD foi mais frequentemente encontrado em D com DEP e comantecedentes de EM prévio (p≤0.05); em D que percepcionaram dois ou mais FS (p≤0.01); enos D ANS (p≤0.001). A ANS estava presente nos D que percepcionaram 2 ou mais FS(p≤0.05).Encontraram-se associações positivas entre todas as dimensões do perfeccionismo (PAD, PDOe PSP), assim como, com a ANS e o número de situações de stresse percepcionado. A DEPcorrelacionou-se com o PAD e PDO e com o número de FS percepcionado, número de factoresde risco cardiovascular e com a ANS. A ANS por sua vez, também se associou de forma pos-itiva ao número de FS percepcionado.

Conclusão: O estudo mostrou que os D da amostra com EAM incluídos têm elevados níveisde ANS e perfeccionismo para o total da escala e nas seguintes dimensões: PAD, PDO e PSP.Verificaram-se correlações significativas e positivas entre a ANS, DEP, percepção subjectiva destress e as várias dimensões do perfeccionismo. Este estudo sugere que o perfeccionismodeverá ser objecto de avaliação quando se pretendem avaliar os níveis de risco dos D comEAM

C 265ANEMIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: INDICADOR DE DOENÇA CORONÁRIAMAIS GRAVE?

NUNO CABANELAS1, ELISABETE JORGE1, MARCO SIMÕES1, RUI BAPTISTA1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO

GONÇALVES1, PEDRO MONTEIRO1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A capacidade de transporte de oxigénio é mais baixa em doentes anémicos.Neste contexto, para obstruções menos significativas, os doentes anémicos tendem a termenor aporte de oxigénio a determinado território miocárdico. Por outro lado, a presençade anemia à admissão será indicador da presença de comorbilidades e factores de riscocardiovascular que pioram o prognóstico.

Objectivos: Avaliar se os doentes com anemia à admissão por Síndrome Coronária Aguda(SCA), terão doença coronária mais ou menos extensa e de que forma esta condição temcondicionado a terapêutica anti-trombótica administrada e o prognóstico dos dois grupos.

População e métodos: 654 doentes admitidos por SCA numa Unidade de CuidadosIntensivos Coronários. Formaram-se 2 grupos: A (n= 65), constituído pelos doentes nosquais a hemoglobina à admissão era inferior a 11 g/dL; e B (n= 589) formado por aque-les nos quais a esta era superior a 13 g/dL.Os dois grupos foram comparados quanto a: gravidade dos achados da coronariografia(número de territórios arteriais epicárdicos atingidos por lesões que condicionemobstrução luminal > 50%.); diferenças no tratamento farmacológico e prognóstico.

Resultados: No grupo A, a média de idade foi 74,1+/- 9 anos, e no B de 64.5 +/-12(p=0.001). Quanto a presença de doença de 1 (33.3% vs 43.1%, p=NS) e 2 vasos (22.2%vs 23.4%, p=NS) não houve diferenças significativas; já quanto à prevalência de doençade 3 vasos (33.3% vs 19.3%, p=0.07), houve uma tendência para uma maior frequênciano grupo A. A anti-agregação e anticoagulação foi mais agressiva no grupo B em todostipos de SCA. As curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier demonstram aumento dasobrevivência no grupo B imediatamente a partir do período intra-hospitalar.

Conclusões: A presença de Hb <11 g/dL à admissão esteve associada a tendência paramaior extensão da doença coronária. A idade, como importante factor de risco paraambas as situações, e para outras comorbilidades constitui um ponto essencial para asdiferenças encontradas. O tratamento anti-trombótico foi mais conservador neste grupo ea sobrevida menor no período intra-hospitalar, aos 30 dias, 6 meses e 1 ano.

C 266INFLUÊNCIA DE INDICADORES DE MAU PROGNÓSTICO NA ABORDAGEM DOS DOENTES COMSCASEST

MARIA TERESA SANTOS1, CRISTINA ROSÁRIO1, RUTE MORAIS FERREIRA1, MIGUEL CORTEZ1

(1Hospital Pedro Hispano Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE)

Introdução: A escolha do tipo de abordagem (invasiva vs convencional) na avaliação inicialde um doente com Síndrome Coronário Agudo Sem Elevação de ST (SCASEST) pressupõe umaadequada estratificação de risco com base em indicadores independentes de mau prognósti-co e scores de risco, desenvolvidos e validados em grandes populações de doentes (TIMI scoree Grace score).

Objectivo: Avaliar a influência de diferentes indicadores de mau prognóstico, isoladamente,na escolha da abordagem dos doentes com SCASEST numa Unidade de Cuidados Intermédiosde Medicina (UCIM).População e Métodos: Avaliámos 243 episódios de internamento numa UCIM com o diagnós-tico de SCASEST, durante o ano de 2008. As informações foram obtidas através de uma grelhade análise, estruturada, em papel, com 114 parâmetros.Dentro da categoria abordagem invasiva foram incluídos os doentes orientados para realiza-ção de cateterismo cardíaco durante o internamento sem realização prévia de testes que ava-liem isquemia miocárdica induzida. Na abordagem convencional estão incluídos os doentesque não foram orientados para realização de cateterismo cardíaco ou que foram orientadospara realização deste procedimento após realização de testes de stress miocárdico.Os indicadores de mau prognóstico avaliados foram DM, EAM prévio, CABG prévia, ICP < 6meses, alterações dinâmicas de ST/T, elevação da TnI, TFG < 60 ml/min, FE < 40% e TIMI riskscore.Na análise de dados foi utilizado o programa estatístico SPSS vs 17.0, tendo sido utilizado oteste qui quadrado para avaliar a associação entre as variáveis estudadas.Resultados: Não foi observada qualquer associação entre DM, CABG prévia, alteraçõesdinâmicas de ST/T, FE < 40% e o tipo de abordagem escolhida na nossa população.Foi observada uma relação estatisticamente significativa entre a presença de EAM prévio e aorientação por uma abordagem de tipo convencional (p=0,012), o mesmo acontecendo nocaso de elevação da TnI (p=0,021).Observamos ainda uma associação entre as variáveis doentes com TIMI score ?3 e orientaçãopara uma abordagem de tipo invasiva (p=0,010).Dos doentes com disfunção renal, verificámos que um número muito inferior ao esperado foiorientado para uma abordagem invasiva, o que equivale a dizer que se verificou uma relaçãosignificativa entre as duas variáveis (p=0,000).Conclusões: Não podemos concluir se algum dos factores de risco considerados teve influên-cia isoladamente na escolha do tipo de abordagem. No entanto, verifica-se uma associaçãoentre os doentes com disfunção renal, EAM prévio, elevação da TnI e TIMI risk score, e a esco-lha de abordagem convencional.

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I-123

C 267INSUFICIÊNCIA CARDIACA COM FUNÇÃO SISTÓLICA PRESERVADA EM DOENTES COMSÍNDROME CORONÁRIA SEM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

PEDRO AMADOR1, SARA GONÇALVES1, FILIPE SEIXO1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, EM NOME DOS

INVESTIGADORES DO REGISTO NACIONAL DE SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS DA SPC2

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo, 1Sociedade Portuguesa deCardiologia)

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é um importante preditor de eventos adversosem doentes com Síndrome Coronária Aguda sem Supra-Desnivelamento do Segmento ST(SCA-SST). No entanto, a investigação tem sido centrada na IC com disfunção sistólica(ICDS), existindo pouca informação sobre o impacto da IC com função sistólica preserva-da (ICFSP)

Objectivo: Avaliar o impacto da ICDS e da ICFSP no prognóstico de doentes com SCA-SST.

Métodos: Foram estudados doentes (dts) incluídos prospectivamente num registo clíniconacional. A IC foi definida como classe de Killip > 1 na admissão e/ou durante o interna-mento. A função ventricular esquerda foi quantificada por ecocardiografia ou ventriculo-grafia. Definiu-se disfunção sistólica como a presença de fracção de ejecção do ventrículoesquerdo (FEVE) inferior a 50%. Os doentes foram divididos em 3 grupos: grupo controle(sem IC), grupo com ICFSP (com IC e FEVE?50%), grupo com ICDS (com IC e FEVE<50%).Foram analisadas as características demográficas, clínicas e de tratamento em cada umdos grupos e determinadas as diferenças entre os mesmos. Avaliou-se o impacto dosdiferentes tipos de IC na mortalidade intra-hospitalar e aos 6 meses, após o eventoagudo.

Resultados: Foram analisados 7230 dts: grupo controle - 4864 pts (67,3%); grupo ICDS -1557 dts (21,5%); grupo ICFSP - 809 dts (11,2%). Nos dts do grupo controle verificou-seuma maior utilização, em comparação com os outros grupos, de fármacos com benefíciocomprovado no tratamento da SCA-SST, como é o caso da aspirina, clopidogrel, inibidoresIIb/IIIa, beta-bloqueadores e estatinas. Apenas os inibidores da enzima de conversão daangiotensina foram mais utilizados em ambos os grupos com IC. A realização de corona-riografia e subsequente revascularização foi mais frequente no grupo controle. Os dts comIC tiveram maior mortalidade intra-hospitalar (HR ajustado=19,21, 9,87-37,38, para ICDS;HR ajustado=2,91, 1,13-7,47, para a ICFSP). A mortalidade aos 6 meses manteve a mesmatendência (HR ajustado=2,63, 1,75-3,96, para a ICDS; HR ajustado=1,66, 0,97-2,84, para aICFSP).

Conclusão: A IC é comum em dts com SCA-SST e está associada a um pior prognóstico,independentemente da função ventricular esquerda. A utilização de terapêuticasrecomendadas pelas guidelines é sub-óptima em ambos os grupos de doentes com IC.

C 268UTILIDADE DO PICO DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA GLOBAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃOSISTÓLICA EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

LAURA SANTOS1, NUNO CORTEZ-DIAS1, SUSANA ROBALO MARTINS1, SÓNIA RIBEIRO1, SUSANA GONÇALVES1, JOÃO

SILVA MARQUES1, MIGUEL ALMEIDA RIBEIRO1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, MANUELA FIÚZA1, ARMANDO

BORDALO E SÁ1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Objectivos: Avaliar a correlação do pico de deformação sistólica global longitudinal (DG-L), pico de deformação sistólica global circunferencial (DG-C) e pico de deformação sistóli-ca global (DG) com o Wall Motion Score (WMS) e com a fracção de ejecção.

Metodologia: Em doentes (dts) consecutivos com enfarte agudo do miocárdio (EAM) comelevação de ST submetidos a angioplastia primária, foi realizado ecocardiograma (Vivid 7,General Electrics®) nas primeiras 72 horas de internamento, com aquisição de cineloopsnas vias apicais e paraesternais curto eixo. A cinética segmentar foi avaliada através doWMS por 2 operadores experientes e a deformação miocárdica foi analisada por speckletracking em pós-processamento. Definiu-se DG como o valor médio de deformação con-siderando todas as vias apicais e curto eixo. A associação do DG-L, DG-C e DG à FEj (méto-do de Simpson biplano) e ao WMS (por consenso de classificação) foi avaliada pela cor-relação de Pearson.

Resultados: Foram estudados 78 dts (58 homens; 63±13 anos), com alterações da cinéti-ca segmentar em 38% dos segmentos (incluindo hipocinésia e acinésia em 27% e 12%respectivamente), FEj de 54±11% (sendo inferior a 40% em 16% dos doentes), WMSmédio de 1,5±0,4, DG-L de -14,7±4,0%, DG-C de -16,7±6,7% e DG de -15,7±3,8%. A taxade concordância inter-operador da classificação do WMS foi de 88,5%. Apesar de todos osparâmetros de deformação global estarem fortemente associados à FEj (p<0,001), a cor-relação foi mais forte com o DG (R2= -0,75) do que com o DG-C (R2= -0,73) ou o DG-L (R2=-0,70). A associação dos parâmetros de deformação global ao WMS foi discretamentemenos potente, sendo para o DG-C de R2=0,73 (p<0,001), DG de R2=0,69 (p=0,001) e DG-L de R2=0,64 (p<0,001).

Conclusão: As novas modalidades ecocardio-gráficas de análise da deformação miocárdicabaseadas em speckle tracking fornecem parâ-metros objectivos complementares à avaliaçãoconvencional da função sistólica global em dtscom EAM.

C 269EXPERIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLO ACELERADO EM ECOCARDIOGRAFIA DESTRESS COM DOBUTAMINA

CARINA MACHADO1, NUNO PELICANO1, ANABELA TAVARES1, DINIS MARTINS1

(1Hospital do Divino Espírito Santo)

Introdução: O ecocardiograma de stress com dobutamina é utilizado num número cres-cente de doentes medicados com beta-bloqueantes o que pode prejudicar as conclusõesdeste exame. A utilização da atropina numa fase mais precoce do protocolo poderá anta-gonizar o efeito destes fármacos.

Objectivo: Determinar se o novo protocolo acelerado (PA) terá vantagem em reduzir otempo de duração do ecocardiograma de stress com dobutamina (ESD) e o perfil de segu-rança quando comparado com o protocolo clássico (PC).

Material e métodos: Por PA entende-se a utilização da atropina a partir dos 6 minutosem doses de 0,25 mg a cada 3 minutos até perfazer 1 mg. Foram estudados 151 doentesconsecutivos que realizaram ESD, dos quais 76 realizaram o PC (grupo 1) e 75 realizaramo PA (grupo 2).

Resultados: As características gerais da população de ambos os grupos foram similarescom idade média no grupo 1 de 59,7±11,5 e no grupo 2 de 61,5±11; sexo masculino com35 no grupo 1 e 40 no grupo 2.Apesar da frequência cardíaca (FC) basal ser significativamente menor (p<0,002) nosdoentes pertencentes ao grupo 2 (65,9 ±10,9 bpm) quando comparado ao grupo 1(72,05±12,8 bpm) o tempo necessário para atingir 85% da FC máxima teórica foi signi-ficativamente menor (p<0,003) no grupo 2 (781,4±114 ‘'vs. 855,6±160 ‘').O tempo de infusão de dobutamina foi significativamente menor (p=0,04) nos doentesdo grupo 2 (797,3±118,9 vs 846,1±173,2). O número de complicações arrítmicas foi ten-dencialmente menor (p=0,09) no grupo 2 (8) do que no grupo 1 (15).O número de exames inconclusivos foi similar nos dois grupos: 11D (14,5%) no grupo 1vs. 9 D (12%) no grupo 2. A percentagem de exames positivos foi de 7,3 % (11) semdiferenças significativas entre os dois grupos.

Conclusões: 1- O PA permite diminuir significativamente a duração do exame e o tempode infusão de dobutamina. 2- Os doentes em que é utilizado o PA tiveram menos com-plicações arrítmicas. 3 - Apesar das vantagens do PA o número de exames inconclusivosfoi similar nos dois grupos.

C 270CREATININA E GLICEMIA DE ADMISSÃO - POTENTES PREDITORES ANALÍTICOS DEINSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

SÉRGIO BARRA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, JOANA SILVA1, RUI PROVIDÊNCIA1, LUÍS SECA1, GISELA COSTA1,FRANCISCA CAETANO1, ANA FAUSTINO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A ocorrência de Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) em doentes com EnfarteAgudo do Miocárdio (EAM) é uma importante preditora de mortalidade.

Objectivo: Perceber que parâmetros se associam a maior risco de ICA em doentes comEAM e criar um modelo que ajude a prever esse risco.

Métodos: 321 doentes consecutivos (idade média 68.9±13.7, 62.9% do sexo masculino,40.8% com Diabetes Mellitus [DM]) admitidos com o diagnóstico de EAM e sem históriaprévia de Insuficiência Cardíaca. Foram investigadas possíveis correlações/associaçõesentre a Killip Class (KC) na admissão e as seguintes variáveis: idade, presença de DM ehipertensão arterial (HTA) prévia, extensão da necrose miocárdica (avaliada pelos valoresmáximos de Troponina I [MaxTrop]), extensão da doença coronária (DC) [número de vasose segmentos afectados] e creatinina (CREAT) e glicemia (GLIC) na admissão. Foi usadaRegressão Logística para obter o melhor modelo preditor da presença de ICA (definidacomo KC>1).

Resultados: Idade, CREAT e GLIC correlacionaram-se com o KC (r=0.249, p<0.001; r=0.260,p<0.001; r=0.329, p<0.001, respectivamente). MaxTrop correlacionou-se também com aKC, ainda que de forma mais discreta (r=0.122, p=0.029). Doentes diabéticos e aquelescom HTA prévia apresentaram KC médios mais altos (1.55 vs. 1.39, p<0.001 e 1.51 vs.1.29, p<0.001, respectivamente). KC não se correlacionou com a extensão da DC. GLIC na

admissão > 11.1 mmol/L e CREAT > 115 �mol/L associaram-se a maior risco de ICA(51.7% vs. 24.0%, p<0.001 e 45.5% vs. 22.4%, p<0.001, respectivamente). O modeloobtido por regressão logística incluiu os preditores idade > 65 anos , GLIC > 11.1 mmol/L,MaxTROP e CREAT > 115 Ìmol/L, ajustando-se bem aos dados (Hosmer-Lemeshow Test:p=0.729). Neste modelo, os riscos relativos associados a cada uma das variáveis foram osseguintes: Idade > 65 � OR 4.02, IC95% 1.99-8.10; GLIC > 11.1 mmol/L � OR 2.93, IC95%1.54-5.58; CREAT > 115 �mol/L � OR 2.10, IC95% 1.19-3.71; MaxTROP � OR 1.005,IC95% 1.001-1.009 (cada elevação de 1 μg/L na MaxTROP elevou o risco de ICA em1.005).

Conclusões: Os níveis de GLIC e CREAT na admissão revelaram-se importantes preditoresde ICA nesta população. Apesar da MaxTrop mostrar apenas uma correlação discreta coma KC, acrescentou valor preditor ao modelo obtido, contrariamente aos factores de riscocardiovasculares tradicionais. Os parâmetros analíticos analisados demonstraram enormeutilidade na predição do risco de ICA.

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I-124

C 271A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO EM HEMODIAFILTRAÇÃO PROFILÁTICA APÓS CORONARIOGRAFIA, EM DOENTES COM DISFUNÇÃO RENAL PRÉVIA

CATARINA GOMES1, MARIA JOÃO ROCHA1, ANA MEIRELES1, VASCO ALVES DIAS1, NUNO ANTUNES1, MIGUEL SILVA

VIEIRA1, DIANA ANJO1, SARMENTO PIMENTEL1, JOSÉ QUEIRÓS1, JOÃO SILVEIRA1, LUÍSA CAIADO1, HENRIQUE

CARVALHO1, ANTÓNIO CABRITA1, SEVERO TORRES1

(1 Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António)

Introdução: Os doentes com insuficiência renal crónica apresentam actualmente umamaior sobrevida e, dada a sua predisposição para a aterosclerose acelerada, representamuma percentagem considerável dos doentes submetidos a cateterismo cardíaco.A nefropatia de contraste, uma complicação frequente da coronariografia, encontra-seassociada a morbilidade e mortalidade significativa, constituindo os doentes com dis-função renal prévia um grupo de alto risco.A eliminação de contraste por técnica dialítica, como forma de profilaxia em doentes cominsuficiência renal crónica, tem sido alvo de múltiplos estudos e controvérsias nos últimosanos.

Objectivos: Determinar se a hemodiafiltração profilática (HDF) após cateterismo cardíacoreduz a incidência de nefropatia de contraste em doentes com disfunção renal prévia.

Métodos: Realizado um estudo observacional caso controlo com 38 doentes com insufi-ciência renal crónica, que realizaram coronariografia entre Abril de 2008 e Abril de 2009.Da totalidade da amostra, 19 doentes foram submetidos a uma sessão de HDF profiláticaimediatamente após realização de cateterismo cardíaco, e 19 doentes foram emparelha-dos de acordo com idade, presença de diabetes, função cardíaca, função renal e dose decontraste, correspondendo ao grupo controlo.Nos dois grupos foi realizada profilaxia de nefropatia de contraste com soro fisiológico eN-acetilcisteína.

Resultados: Não se registaram diferenças estatisticamente significativas entre o grupo decasos e o grupo de controlo em relação à idade, presença de diabetes, função cardíaca,função renal e dose de contraste.A creatinina sérica média basal foi de 2.08±0.58 mg/dL no grupo de casos e 2.23±0.49mg/dL no grupo controlo, registando-se uma elevação da creatinina sérica máxima supe-rior no grupo controlo (0.36±0.3mg/dL vs 1.58±1.72 mg/dL, p=0.006).Nenhum doente submetido a HDF necessitou de manter terapêutica dialítica, três doentesdo grupo controlo tiveram necessidade de terapêutica dialítica (dois doentes duas sessõese um doente 14 sessões).Estes resultados, no entanto, não revelaram diferença estatisticamente significativa naincidência de Lesão Renal Aguda (LRA) entre os dois grupos.

Conclusões: Apesar de uma maior elevação da creatinina sérica no grupo controlo, nesteestudo a HDF profilática não diminuiu a incidência de LRA.Dado a importância do tema e os resultados contraditórios dos estudos, mais investigaçãoserá necessária para uma mudança na prática clínica corrente.

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DA ETIOPATOGENIA AO TRATAMENTO

NOTAS

C 272INSUFICIENTES CARDÍACOS - QUEM SOMOS?

FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, RUI BAPTISTA1, PAULO MENDES1, SUSANA COSTA1, FÁTIMA FRANCO1, PEDRO

MONTEIRO1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) associa uma prevalência elevada e crescente, custosavultados e um prognóstico sombrio.

Objectivo: Caracterizar uma população de doentes internados por IC descompensada.

População e métodos: Os 349 doentes consecutivos, internados numa mesma unidade detratamento de IC avançada, entre Janeiro de 2003 e Junho de 2006, foram caracterizadostendo em conta parâmetros demográficos, causa, forma de apresentação e factores precipi-tantes da IC, antecedentes patológicos, variáveis clínicas, resultados analíticos e imagiológi-cos, terapêutica prévia, intra-hospitalar e pós-alta.O follow-up mediano foi de 4,1 anos.

Resultados: A população apresentou uma idade média de 58,06 ± 14,86 anos e era compos-ta na sua maioria por doentes de sexo masculino (70,2%). A causa mais prevalente de IC foia miocardiopatia dilatada (51,3%), seguida da isquémica (31,5%). A forma de apresentaçãomais comum foi a IC crónica agudizada (85,1%). Em mais de um terço dos casos não foi iden-tificado o factor precipitante da IC. Dentro das co-morbilidades associadas salientaram-se adoença renal e a anemia, presentes em cerca de metade da população. A mesma continha26,8% diabéticos, 23,1% fumadores, 36,5% dislipidémicos e 7,5% hipertensos. A maioriaencontrava-se medicada previamente com furosemida (82,4%) e IECA's (62,9%) e cerca demetade com beta-bloqueantes (45,7%), espironolactona (54,8%) e digoxina (46,4%).Na admissão, os valores médios para o BNP foram de 1334,9 ± 1229,6pg/mL, 1,56 ±1,01mg/dL para a creatinina e de 13,12 ± 2,17gr/dL para a hemoglobina. A fracção deejecção ventricular esquerda (FEVE) média foi de 29,3 ± 11,9%, sendo que apenas 18,6% dapopulação tinha FEVE ?40%. Cerca de um terço dos doentes apresentaram bloqueio completode ramo esquerdo e fibrilhação auricular no ECG basal. A maioria (80,2%) realizou perfusãode levosimendano durante o internamento.À data de alta, a furosemida foi o fármaco mais prescrito (98,3%), seguido pela espironolac-tona (86,4%), IECA's (82,2%), betabloqueantes (74,1%) e digoxina (74,1%). Cerca de metadereceberam amiodarona e varfarina. Durante o follow-up verificou-se uma mortalidade globalde 24,1%, uma taxa de transplante de 16,0%, morte ou transplante de 45% e 31,8% reinter-namentos até 180 dias após a alta.

Conclusões: Na nossa população, a IC apresenta-se como uma doença crónica, com pre-domínio da disfunção sistólica, associada a muitas outras patologias e com morbilidade e mor-talidade elevadas.

C 273CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO: REVISÃO DE UMA SÉRIE DE DOENTES

Joana Guardado1, Olga Azevedo1, Marina Fernandes1, Filipa Canário-Almeida1, IsabelQuelhas1, António Lourenço1, Augusto Pereira1, Victor Sanfins1, João Almeida1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: A cardiomiopatia de Takotsubo constitui uma forma de insuficiência cardíacaaguda reversível, reconhecida há pouco mais de uma década, cujos mecanismos fisiopa-tológicos permanecem por esclarecer.

Objectivos: Avaliar as características clínicas, forma de apresentação e curso evolutivodos doentes com o diagnóstico de cardiomiopatia de Takotsubo.

Métodos: Revisão de uma série de doentes com o diagnóstico de cardiomiopatia deTakotsubo, admitidos nos últimos 3 anos. Follow-up mínimo de 6 meses dos parâmetrosclínicos e ecocardiográficos.

Resultados: Incluídos 6 doentes, todos mulheres caucasianas, pós-menopausa, comidade média de 70 anos. Todas apresentavam hipertensão arterial e em cinco foi identi-ficado mais de um factor de risco cardiovascular (FRCV). Os sintomas de apresentaçãoclínica incluíram dor torácica e/ou dispneia e um caso de edema agudo do pulmão. Emmetade foi identificado um factor de stress emocional/fisiológico potencialmente precip-itante. O valor médio de Troponina I registado foi de 2,68 ng/ml e o de BNP 206.7 pg/ml.Uma doente apresentava estimulação ventricular por pacemaker. Nas restantes, o elec-trocardiograma revelou supradesnivelamento de ST-T nas derivações precordiais em 3doentes e em todas inversão progressiva e difusa da onda T. No ecocardiograma, todasapresentavam balonização apical do ventrículo esquerdo com acinésia apical, envolven-do mais de um território coronário. Angiograficamente, nenhuma apresentava doençacoronária hemodinamicamente significativa. À data da alta, 5 mantinham alterações dacinética segmentar apical. No follow-up, todas as doentes apresentaram recuperação dafunção ventricular esquerda, 5 com resolução total das alterações da cinética segmentar.Não há registo de mortalidade relacionada com a síndrome ou recorrência.

Conclusões: A cardiomiopatia de Takotsubo é uma entidade clínica com reconhecimentocrescente, cuja etiologia permanece por esclarecer, pelo que a avaliação de séries dedoentes constitui um método valioso na sua melhor compreensão. Esta série de doentesmostra uma prevalência relativamente baixa de factores de stress desencadeantes e, poroutro lado, uma alta prevalência de FRCV, o que vem suportar a ideia que os mecanismospatofisiológicos são provavelmente múltiplos, complexos e talvez diferentes para cadadoente.

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C 274MIOCARDIOPATIA DE TAKOTSUBO: A PROPÓSITO DE 5 CASOS CLÍNICOS

M. RUI MARQUES1, PEDRO FERREIRA1, JOÃO PIPA1, OLIVEIRA SANTOS1

(1 Hospital de São Teotónio, EPE)

Introdução: Esta miocardiopatia descrita pela primeira vez na década de 90 no Japão car-acteriza-se por síndrome cardíaco com disfunção sistólica transitória do segmento apicale/ou médio do ventrículo esquerdo que mimetiza enfarte do miocárdio na ausência dedoença coronária significativa. Existe uma diminuição da contractibilidade do segmentoapical e/ou médio do ventrículo esquerdo e hipercinésia das paredes basais o que origi-na o balonamento do apéx, mais visível em sístole.A miocardiopatia de Takotsubo é maisfrequente no sexo feminino (80a100% dos casos) sendo a idade média de 61 a 76 anos.Está na maioria das vezes associada a uma doença aguda ou stress emocional ou físicointenso.

Material e métodos: Realizou-se a análise retrospectiva de 5 casos clínicos admitidosnuma UCIC entre Janeiro de 2008 e Junho de 2009 onde se avaliou: idade de aparecimen-to, presença de factor predisponente, classe killip de EAM, antecedentes pessoais, hábitosmedicamentosos, alterações electrocardiográficas à entrada, angiografia e marcadorescardíacos (Mioglobina, Troponina e BNP) e alterações ecocardiográficas.

Resultados e discusão: A análise dos 5 casos clínicos revelou tratarem-se todos eles demulheres pós menopáusicas com idade média de 68 anos, apenas em 1 dos casos exis-tiu um stress emocional como antecedente do evento, sendo que em 3 existiu um stressfísico a anteceder o evento. Nos hábitos medicamentosos 60% faziam uso de medicaçãoansiolítica e 40 % de medicação antidepressiva. A análise dos marcadores cardíacosmostrou Troponina média de 9,32 ng/mL, mioglobina média de 148,6ng/mL e BNP de342,4 ng/ml. Apresentavam alterações no ECG sugestivas de isquémia 3 dos doentessendo que um deles se associou a FA paroxística. No estudo angiográfico os aneurismasanteroapicais estavam associados a uma boa função em 3 dos casos, função ligeiramentecomprometida em um dos casos (FE- 48%) existindo em outro uma função modera-damente comprometida (FE 39%). O estudo ecocardiográfico nestes 2 casos de alteraçõesda função foi concordante com o observado no estudo angiográfico. Em 100% dos casosno ecocardiograma realizado em consulta de follow- up aos 6 meses revelou VE com di-mensões normais, sem alterações da contractilidade segmentar e boa função sistólicaglobal. A prevalência encontrada 1,58% dos EAM durante 18 meses está de acordo comos dados da literatura internacional 1,7 e 2,2% sendo que o prognóstico é favorável empraticamente todos os casos documentados.

C 275ECHOCARDIOGRAPHIC PROGNOSTIC PREDICTORS IN TAKOTSUBO CARDIOMYOPATHY

HÉLDER RIBEIRO1, RENATO MARGATO1, SOFIA CARVALHO1, CATARINA FERREIRA1, ALBERTO FERREIRA1, PEDRO

MATEUS1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real))

Introduction: Takotsubo Cardiomyopathy (TSC) is an unique reversible cardiomyopathythat is frequently precipitated by a stressful event, has a clinical presentation that is indis-tinguishable from a myocardial infarction and is characterized by transient wall-motionabnormalities involving apical and mid-portions of the left ventricle in the absence of sig-nificant obstructive coronary disease. The prognosis is usually good but recurrence, reap-pearance of chest pain and association to ischemic cerebrovascular events can occur in theclinical course of TSC. Purpose: The aim of this study was to evaluate the prognostic value of echocardiographyparameters in this setting.

Methods: We reviewed echocardiographic studies of 13 patients (median age of67,4±16,7 years, 61,5% female) admited with the diagnosis of TSC between April 2008and December 2009. Baseline transthoracic echocardiography (TTE) was obtained in thefirst 24 hours after admission. Cardiac chambers dimensions (left ventricular end diastolicdiameter - LVEDD, left ventricular end systolic diameter - LVESD, left atrial antero-posteri-or diameter - LAD), left ventricular mass index -LVMI, relative intraventricular wall thick-ness - RWT and left ventricular ejection fraction - LVEF were determined. Patients were followed over a long-term period (median: 7,8±4,2 months) and study end-point was a composite of recurrence, reappearance of chest pain and association toischemic cerebrovascular events.

Results: Age, gender, cardiovascular risk factors (hypertension, diabetes, dyslipidemia,smoking), symptoms and Killip class at admission, biomarkers elevation (troponin andBNP), type of ST-T changes (ST elevation vs non- ST elevation), segmental distribution ofwall motion abnormalities (apical vs mid-ventricular), increased LVEDD (>54mm), LVESD(>33mm) and median EF at the admission and during the follow-up, were not predictiveof prognosis (p=ns). LAD enlargement (>40mm), increased RWT (>0,42), and concentric hypertrophy of leftventricle were associated with worst prognosis (p<0,05).

Conclusions: This study showed that left atrial enlargement, increased RWT and concen-tric hypertrophy of left ventricle can adversely affect the prognosis of TSC patients

C 276FUNÇÃO SISTÓLICA GLOBAL PRESERVADA - O EFEITO ICEBERG

ANA FAUSTINO1, FRANCISCA CAETANO1, RUI PROVIDÊNCIA1, JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1,GISELA COSTA1, SÉRGIO BARRA1, MARCO COSTA1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) com Função Sistólica Global (FSG) Preservada (P)é uma entidade muitas vezes menosprezada na prática clínica. As suas características eimportância ainda não se encontram bem definidas.

Objectivos: Caracterizar uma população de doentes (D) com IC e FSGP, comparando-a comdoentes com função sistólica global comprometida (FSGC).

Métodos: Análise retrospectiva de população de 162 D consecutivos internados por IC(critérios clínicos e imagiológicos) durante 1 ano: foram excluídos 59 por valvulopatia sev-era e 8 por ecocardiograma há mais de 6 meses. Os restantes 96 D (73±11 anos, 51,6%homens, 37,9% diabéticos, 72,6% hipertensos, 42,1% com doença coronária) foram divi-didos em 2 grupos com base na fracção de ejecção (FE): FSGP (FE ?50%) -com 43 D, eFSGC (FE<50%) - com 52D. Foram comparadas características clínicas, analíticas, terapêu-ticas e prognósticas, estas últimas avaliadas através de mortalidade e de re-internamen-to/recurso ao Serviço de Urgência por IC (SURI), com seguimento até 6 meses (M).

Resultados: Os D com FSGP eram maioritariamente do sexo feminino (58,7% vs 41,7%,p=0,011), e mais velhos (76±9 vs 70±12 anos, p=0,007). No grupo com FSGC a percent-agem de bloqueio completo de ramo esquerdo foi de 23,1% (vs 2,3%, p=0,003). Nãoforam encontradas diferenças significativas (DS) nos restantes parâmetros testados rela-tivos a co-morbilidades, precipitantes ou parâmetros analíticos. A dose máxima diária defurosemida necessária foi superior na FSGP (146±104mg vs 101±42, p=0,009). A percent-agem de doentes com SURI aos 6M diferiu significativamente entre os 2 grupos (38,1%vs 28,6%, p=0,025). A média de SURI para cada D aos 6M também foi superior na FSGP(1,3±1,9 vs 0,5±1,0, p=0,015). Não se registou DS no que respeita a mortalidade intra-hospitalar (4,7% na FSGP vs 5,8% na FSGC, p=n.s.) e a mortalidade aos 6M (20,9% vs21,2%, p=n.s.).

Conclusões: A IC com FSGP neste estudo foi mais frequente em mulheres idosas, commenos casos de BCRE. O controlo clínico da descompensação da IC com FSGP pareceimplicar o uso de uma dose mais elevada de furosemida, o que poderá indiciar uma maiorrefractariedade à terapêutica diurética. O SURI parece ser mais frequente em doentes comFSGP, e a mortalidade neste grupo aparenta ser semelhante à dos D com FSGC, o quereforça a importância desta entidade.

C 277MIOCARDIOPATIA DILATADA VERSUS ISQUÉMICA - EXISTEM DIFERENÇAS NOPROGNÓSTICO? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO1, FÁTIMA SARAIVA1, HÉLIA MARTINS1, RUI BAPTISTA1, SUSANA COSTA1, LOURENÇO

COELHO1, HENRIQUE VIEIRA1, PEDRO MONTEIRO1, FÁTIMA FRANCO1, LINO GONÇALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Estudos prévios associaram a insuficiência cardíaca (IC) de etiologia isquémi-ca a pior prognóstico, comparativamente ao da não isquémica. O tratamento da IC temevoluído de forma notória nos últimos anos. Terá esta evolução tido algum impacto nasdiferenças de prognóstico entre as duas etiologias? Objectivo: Comparar os doentes comIC avançada de etiologia isquémica vs dilatada, relativamente a características basais,tratamento, prognóstico intra-hospitalar e a longo prazo, incluindo morte, transplantecardíaco e reinternamento.

Métodos: Estudo retrospectivo de 286 doentes consecutivos internados numa unidade decuidados intensivos de Janeiro de 2003 a Junho de 2006. Comparámos dois grupos deacordo com a etiologia: A - isquémica (n=109); B - dilatada (n=177). O tempo de segui-mento clínico mediano foi de 41 meses.

Resultados: O grupo A era mais velho (62,2±10,4 vs 55,9±15,2 anos, p<0,001), commaior prevalência do sexo masculino (80,7 vs 67,8%, p=0,017), diabetes mellitus (40,2vs 21,2%, p=0,001), anemia (29,6 vs 19,1%, p=0,041), dislipidémia e tabagismo; requer-eram tratamento mais prolongado com aminas simpaticomiméticas e mais frequente comdigoxina, estatinas, antiagregantes e nitratos. Os doentes do grupo B apresentavam naadmissão valores mais baixos de sódio e mais elevados de aminotransferases. Não houvediferenças na ocorrência de choque cardiogénico, perfil disrítmico ou ritmo no ECG basal,frequência de bloqueio completo de ramo esquerdo, função renal ou hepática, BNP,fracção de ejecção do ventrículo esquerdo, frequência cardíaca, consumo de oxigénio oufrequência de implantação de dispositivos intra-cardíacos. O grupo A apresentou umamortalidade intra-hospitalar superior (11,0 vs 4,0%, p=0,020). Pela análise de Kaplan-Meier verificou-se que no seguimento clínico não houve diferenças significativas nastaxas de sobrevida (70,0 vs 76,8%, p=0,258), sobrevida livre de morte ou transplante(55,7 vs 54,5%, p=0,899) ou sobrevida livre de morte, transplante ou reinternamento(38,0 vs 32,8%, p=0,386) (endpoints combinados).

Conclusão: Apesar de a mortalidade intra-hospitalar ser maior na etiologia isquémica, àsemelhança do verificado em estudos prévios, esta diferença esbate-se a longo prazo.Estes achados podem reflectir o impacto das novas terapêuticas, como os dispositivosintra-cardíacos, os quais contribuíram para a melhora do prognóstico em doentes isquémi-cos e para a atenuação da diferença existente entre etiologias de IC.

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I-126

C 278CORRELAÇÃO ENTRE O NT-PRO-BNP E OS PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS EMDOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CARLA MIRANDA1, LÍGIA MENDES1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, SANDRA CORREIA1, PEDRO AMADOR1, SARA

GONÇALVES1, LEONEL BERNARDINO1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Racional e Objectivos: As pressões de enchimento ventricular esquerda podem ser esti-madas pelos níveis de NT-pro-BNP e por diversos parâmetros ecocardiográficos, emdoentes (dts) com insuficiência cardíaca (IC), independentemente da presença ou não dedisfunção sistólica. Pretendeu-se avaliar qual a relação entre os parâmetros ecocardiográ-ficos e o NT-pro-BNP em dts com IC, com disfunção sistólica ventricular esquerda e comfunção sistólica preservada.

Métodos: Foram estudados, de forma consecutiva, doentes com IC sem patologia valvu-lar significativa. Determinou-se o NT-pro-BNP e realizou-se ecocardiograma 2D, MM eDoppler tecidular pulsado. As velocidades longitudinais foram obtidas com amostras noanel mitral lateral e septal. Determinaram-se as razões E/A, E/E' septal, E/E' lateral,E/E'média. Os dts foram divididos em dois grupos, de acordo com a presença ou ausên-cia de disfunção sistólica (fracção de ejecção ventricular esquerda ≤ 40%) e determinou--se a relação entre o NT-pro-BNP e os diferentes parâmetros ecocardiográficos.

Resultados: Foram avaliados 48 dts (idade 70 ± 12 anos, 58% do sexo masculino), comdiagnóstico de insuficiência cardíaca. O NT-pro-BNP mediano foi de 791 ng/ml (P25 - 293;P75 - 2026). Foi identificada disfunção ventricular esquerda sistólica em 19 dts (40%). Nogrupo com disfunção sistólica o NT-pro-BNP correlacionou-se com a relação E/E' septal (r=0,61; p=0,009). Nos dts com função sistólica preservada os níveis de NT-pro-BNP correla-cionaram-se com o volume da aurícula direita (r=0,64; p<0,001), com o volume da auri-cula esquerda (r=0,40; p=0,032), com o E/E' médio (r=0,45; p=0,017) e com o E/E' late-ral (r=0,38; p=0,045).

Conclusão: Em dts com IC com função sistólica preservada, os níveis de NT-pro-BNP apre-sentam um maior número de correlações com os parâmetros ecocardiográficos, que iden-tificam pressões de enchimento do ventrículo esquerdo aumentadas.

C 279WHAT IS THE BEST MARKER OF CARDIORENAL SYNDROME IN ACUTE HEART FAILURE? APROSPECTIVE HOSPITAL COHORT STUDY

CRISTIANA PAULO1, JOANA MASCARENHAS1, M. PATACHO1, J. PIMENTA1, PAULO BETTENCOURT1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Renal impairment is common and related to worse prognosis in heart fail-ure (HF). The association between progressive renal and cardiac failure has been termedcardiorenal syndrome (CRS). The definition of this entity is still unclear and several param-eters of renal function (RF) have been explored as possible markers of CRS. We intendedto evaluate the utility of different markers of renal failure in predicting prognosis of acuteHF patients.

Methods: In a hospital cohort of 241 acute HF patients, we evaluated blood urea(mg/dL), creatinine (mg/dL) and estimated glomerular filtration rate (eGFR, ml.min-1.m-2, using Modification of Diet in Renal Disease equation) at admission and discharge anddetermined variations of these parameters during hospitalization. Patients were followedup for 6 months, for the occurrence of all-cause death and hospital readmission. Prognosiswas compared between groups using Cox proportional hazards regression.

Results: Fifteen patients died during hospitalization; 226 patients were followed up witha median age (interquartile range (IQR)) of 74(63-81) years; 140(61.9 %) were men;41(18%) had new-onset HF, 118(52%) had coronary heart disease, 145(64%) werehypertensive, 98(43%) had diabetes mellitus and 154(69%) were previously treated withfurosemide, with a median dose of 80 mg/day. The median(IQR) levels of creatinine, ureaand eGFR at admission were 1.24(0.97-1.68), 62(42-93) and 53(35-70), respectively, andat discharge were 1.16(0.96-1.62), 70(51-98) and 54(40-69), respectively. The preva-lence of 25% increase in urea and of 25% decrease in eGFR was 90(40%) and 24(11%),respectively. Higher urea and creatinine levels and lower eGFR both at admission and dis-charge were associated with worse prognosis in univariate analysis. Variations in urea(>25% increase) during hospitalization were associated with better prognosis. Includingall the parameters of RF in a multivariated model, urea at admission and 25% ureaincrease remained independent predictors of prognosis (HR 1.12 p<0,001, HR 0.57p=0.028, respectively). Urea at admission (HR 1.12, p<0.001) remained a significant pre-dictor of the outcome after adjusting for other variables not related to RF associated toprognosis in univariate analysis.

Conclusion: Among several RF parameters, urea at admission was the best prognosticmarker in our sample of acute HF patients, suggesting that a definition of CRS should takeinto account the levels of urea.

C 280NÍVEIS BAIXOS DE COLESTEROL-HDL ASSOCIAM-SE A MAIOR MORTALIDADE APÓS TRANS-PLANTE CARDÍACO

CARLOS AGUIAR1, MARIA JOSÉ REBOCHO1, JOSÉ CALQUINHA1, MIGUEL ABECASIS1, JOÃO MORADAS FERREIRA1, JOSÉ

PEDRO NEVES1, JOÃO QUEIROZ E MELO1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Os níveis de diversos parâmetros metabólicos - lipoproteínas plasmáticas,glicemia, ácido úrico - são frequentemente usados para orientar a estratégia terapêuticae têm valor prognóstico bem estabelecido em diferentes contextos clínicos, mas não nosreceptores de transplante cardíaco (TC). Avaliámos o valor prognóstico das fracções lipídi-cas, da glicemia em jejum e da concentração sérica de ácido úrico em indivíduos previa-mente submetidos a TC.

Métodos: Analisámos 92 doentes transplantados na nossa instituição (idade média48±13 anos no dia do TC; 19 mulheres). Todos os doentes foram submetidos a uma col-heita de sangue em jejum num período de estabilidade clínica, pelo menos 3 meses apóso TC; todos fizeram biopsia endomiocárdica electiva no mesmo dia, e em nenhuma se evi-denciou rejeição celular ou humoral. Em cada amostra de sangue doseámos o colesteroltotal (CT), o colesterol-HDL (HDL), o colesterol-LDL (LDL), os triglicéridos (TG), o ácido úricoe a glicemia. Utilizámos a análise de regressão de Cox para avaliar a influência de cadaparâmetro na mortalidade.

Resultados: A colheita de sangue foi efectuada em mediana aos 6 meses após o TC(intervalo interquartil: 4; 45). Os níveis médios dos parâmetros analisados foram 213±52mg/dL para o CT, 58±19 mg/dL para o HDL, 123±41 mg/dL para o LDL, 156±106 mg/dLpara os TG, 6,9±1,8 mg/dL para o ácido úrico e 94±29 mg/dL para a glicemia. Ao longodo seguimento de 4,8 anos (intervalo interquartil: 2,0; 6,5), ocorreram 22 mortes. A mor-talidade foi significativamente influenciada pelo nível de HDL (hazard ratio por cada 1mg/dl de HDL a mais = 0,96; IC a 95%: 0,94-0,99; P=0,015) e pela razão entre o CT e oHDL (hazard ratio por cada 1 unidade de CT/HDL a mais = 1,37; IC a 95%: 1,06-1,77;P=0,015). Um nível de HDL <44 mg/dl (abaixo do percentil 25) duplicou a mortalidade(P=0,05). Os níveis de CT, LDL, TG, ácido úrico e glicemia não influenciaram a mortalidade.

Conclusões: Um nível baixo de HDL associa-se a maior mortalidade após TC. Sãonecessários outros estudos para esclarecer se um nível baixo de HDL é apenas um mar-cador de risco ou se pelo contrário é um alvo terapêutico nesta população.

C 281MICOFENOLATO DE MOFETIL GENÉRICO VERSUS CELL-CEPT® NA TRANSPLANTAÇÃOCARDÍACA

DAVID PRIETO1, CARLOS PINTO1, MANUEL ANTUNES1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Objectivo: Os fármacos imunossupressores são consideradas drogas cuja relação dose-efeito é especialmente crítica. Os genéricos devem ser considerados como fármacosequivalentes ao original, contendo o ingrediente activo na mesma proporção, para omesmo efeito e indicação terapêutica.

Material e métodos: De Novembro de 2003 a Novembro de 2007 foram transplantados110 doentes. Todos os doentes foram submetidos a um esquema imunossupressor triploque incluiu o CellCept®, inibidores da calcioneurina e corticosteroides, durante um míni-mo de 12 meses. Actualmente, 81 destes doentes fazem MMF genérico há mais de 12meses. A dose de MMF não foi alterada ao introduzir o genérico. Em 77 (95%) associa-seciclosporina e em 4 tracrolimus. Sessenta (74%) são do sexo masculino.

Resultados: Em 13 (16%) doentes ocorreu um episódio de rejeição aguda moderado>2R, sem repercussão clínica, durante o primeiro ano após transplantação. Após oprimeiro ano, houve apenas um episódio de rejeição 2R. Dezanove doentes (23%) apre-sentaram leucopenia, 3 tiveram anemia, outro leucopenia com anemia e um outro trom-bocitopenia. Em 17 (21%) doentes detectou-se pelo menos um episódio de antigenémiapositiva para CMV. Catorze (17%) doentes apresentaram algum episódio infeccioso,durante o primeiro ano, sendo a infecção urinária a mais comum. Após a mudança parao genérico, não foram comprovados distúrbios gastrointestinais ou outras alterações deordem clínica atribuíveis ao fármaco. Todos os doentes realizaram coronariografia e bióp-sia endomiocárdica de controlo.

Conclusão: os genéricos oferecem vantagens económicas, mas é fundamental estarmosconscientes de alguns riscos implícitos na substituição da droga original. Após a substitu-ição, são precisas uma monitorização laboratorial e uma vigilância clínica apertadas rela-tivas aos eventuais efeitos adversos, até conseguir o nível de imunossupressão adequa-do. A substituição do CellCept® por uma formulação genérica é seguida com atenção e atéa data é aparentemente segura.

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I-127

C 282AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA -VALIDAÇÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA DO MINNESOTA LIVING WITH HEART FAILURE QUESTIONNAIRE

BÁRBARA LOBÃO1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, LÍGIA MENDES1, PEDRO AMADOR1, CARLA MIRANDA1, SARA GONÇALVES1,SANDRA CORREIA1, LUÍS NEVES SOARES1

(1Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: O Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) é uma ferramen-ta de avaliação da qualidade de vida regularmente utilizada na prática clínica, em doentes(dts) com insuficiência cardíaca (IC). Contudo, a sua utilização na população de dts portugue-ses está pouco fundamentada.

Objectivo: Avaliar a qualidade vida com a versão portuguesa do MLHFQ e validar os resul-tados numa população de dts portugueses com IC

Métodos: Foram estudados 50 dts consecutivos com o diagnóstico de miocardiopatia dilata-da com insuficiência cardíaca crónica em fase estável e com terapêutica médica optimizada(idade 66 ± 12 anos; 68% sexo masculino, FEVE 29 ± 11%, 36% de etiologia isquémica).Todos os doentes realizaram prova de marcha dos 6 minutos (PM-6min) para determinaçãoda capacidade funcional. Imediatamente após a PM-6min foi aplicada a versão portuguesado MLHFQ. Adicionalmente determinou-se a classe NYHA. Os doentes foram agrupados emtercis de acordo com o resultado do MLHFQ e comparados relativamente às característicasbasais (demográficas, factores de risco, antecedentes cardiovasculares, doenças associadas,fracção de ejecção e níveis de BNP), à classe NYHA e à capacidade funcional avaliada pelaPM-6min. Foi determinada a relação entre o MLHFQ, a classe NYHA e a distância percorridana PM-6min.

Resultados: Não se verificou dificuldade na aplicação e compreensão do questionário porparte dos dts. A pontuação média do MLHFQ foi de 46±17 (mínimo 22 e máximo 85). Nãose verificaram diferenças nas características estudadas, entre tercis do MLHFQ, com excepçãoda classe NYHA e da distância percorrida na PM-6min (ver quadro). O MLHFQ mostrou corre-lação com a classe NYHA (r=0,511, p<0,001) e com a distância percorrida na PM-6min (r =0,552, p<0,001).Conclusão: A avaliação da qualidade de vida com a versão portuguesa do MLHFQ demonstrouser válida na população portuguesa, relacionando-se com a capacidade funcional dos dtscom IC.

MLHFQ: MLHFQ: MLHFQ: 1º Tercil (n=17) 2º Tercil (n=17) 3º Tercil (n=17) p

NYHA III ou IV 1 (6%) 4 (24%) 8 (50%) 0,015PM-6min (metros) 411±107 366±99 264±92 <0,001

NOTAS

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E PROGNÓSTICA

C 283ENCURTAMENTO PÓS-SISTÓLICO LONGITUDINAL: VARIANTE FISIOLÓGICA OU MARCADORDE ISQUÉMIA MIOCÁRDICA?

SUSANA GONÇALVES1, NUNO CORTEZ-DIAS1, SUSANA ROBALO MARTINS1, SÓNIA RIBEIRO1, LAURA SANTOS1, JOÃO SILVA

MARQUES1, MIGUEL ALMEIDA RIBEIRO1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, MANUELA FIÚZA1, ARMANDO BORDALO E

SÁ1, ANTÓNIO NUNES DIOGO1, MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Estudos recentes sugerem que o encurtamento pós-sistólico (EPS) poderá ser ummarcador precoce de isquémia miocárdica. No entanto, devido à heterogeneidade doscritérios utilizados para a sua definição, os resultados são discrepantes e este parâmetro nãoé utilizado na prática clínica.

Objectivo: Determinar as características que identificam o EPS associado a isquémia miocárdi-ca em doentes com enfarte agudo do miocárdio com elevação de ST (EAMEST).

Metodologia: Em doentes (dts) consecutivos com EAMEST submetidos a angioplastia primáriafoi realizado ecocardiograma (Vivid 7, GE) nas primeiras 72h de internamento. A cinética seg-mentar foi avaliada com determinação do Wall Motion Score (WMS) por 2 operadores inde-pendentes, com atribuição da classificação final por consenso. Em pós-processamento, foianalisada por speckle-tracking a curva de strain longitudinal para pesquisa do pico de EPS(definido como um pico diastólico de strain longitudinal atingido após uma rampa descen-dente desde o momento do encerramento valvular aórtico) e caracterização da sua amplitude(A); diferencial de amplitude (DA) relativamente ao valor de strain telessistólico; e momentode ocorrência (MO) relativamente ao encerramento valvular. A distribuição da A e DA emfunção do WMS foi avaliada com o teste ANOVA e comparada com o teste t-Student, e o MOcom o teste de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney. A associação ao WMS foi testada em análisede regressão linear múltipla com correcção para a distribuição por plano ventricular.

Resultados: Foram avaliados 69 dts (sexo masculino: 70%; 63±14 anos). Dos 1117 segmen-tos ventriculares avaliados, 40% apresentavam alterações da cinética segmentar (WMS?2).Detectou-se EPS em 313 segmentos, tendo sido mais frequente nos segmentos com WMS?2(42,3%) do que nos normocinéticos (18,5%) - OR:3,2 (IC95% 2,5-4,1; p<0,001). Em termosglobais, a A do EPS foi de -11,9±6,3%, com DA de -3,7±2,9% e MO aos 88±37ms. Os parâme-tros de EPS variaram significativamente com o WMS (p<0,001). No entanto, quando foi efec-tuada a correcção para a distribuição das alterações segmentares em função do plano ventri-cular, apenas a A (R2= 0,50) e o DA (R2= -0,38) se correlacionaram de forma independentecom o WMS (p<0,001).

Conclusão: Os parâmetros que melhor distinguem o EPS associado a isquémia miocárdica sig-nificativa (traduzida em alteração da cinética segmentar) são a A e o DA, sendo o potencialdiscriminatório do MO comparativamente inferior.

C 284CARACTERIZAÇÃO DOS DOENTES DIABÉTICOS ADMITIDOS POR SÍNDROMA CORONÁRIAAGUDA E IMPACTO PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO

INGRID ROSÁRIO1, MARIA JOÃO CORREIA1, SÍLVIO LEAL1, HÉLDER DORES1, JOSÉ CARLOS MONGE1, ISABEL ARROJA1,ANA ALEIXO1, JOSÉ ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier)

Introdução: As doenças cardiovasculares constituem um importante problema de saúdepública não só em Portugal, como em todo o mundo, visto que constituem a principalcausa de morbilidade e mortalidade. A doença coronária (DC) ocorre mais frequente-mente em diabéticos do que na população em geral, sendo desta forma a diabetes me-llitus (DM) um factor de risco independente para a DC.

Objectivo: Caracterizar e comparar os doentes (D) admitidos com síndrome coronáriaaguda (SCA) diabéticos (Diab) com os não diabéticos (N-diab) e avaliar o prognóstico e osendpoints reinternamento e morte.

Metodologia: Análise retrospectiva de D admitidos consecutivamente numa unidadecoronária durante ± 28 meses (m) com o diagnóstico de SCA; comparação dos Diab e N-diab de acordo com o género, idade, tipo de SCA - angina instável, enfarte agudo domiocárdio sem e com supradesnivelamento do segmento ST (EAMSST e EAMCST) -, avali-ação na admissão - pressão arterial sistólica, frequência cardíaca (FC), classe de Killip (KK)-, factores de risco cardiovascular - obesidade, hipertensão arterial (HTA), dislipidémia etabagismo -, fracção de ejecção ventricular esquerda (FEVE), gravidade da doença coro-nária avaliada por coronariografia, necessidade de Bypass coronário (BC), terapêutica emortalidade intrahospitalar. Avaliação do endpoint mortalidade global aos 6 m, 12 m edurante follow-up (FUp) médio de ± 48 M; análise de sobrevida por curvas de Kaplan-Meirpara o endpoint reinternamento e morte durante o FUp.

Resultados: Admitidos 587 D com SCA (29,8% AI; 35,8% EAMSST e 34,4% EAMCST),média de idades de 66,6 ± 13,1 anos, 64,1% do sexo masculino. Desta população 157(26,7%) eram Diab, dos quais 25 (15,9%) insulinotratados. Destaca-se nos Diab emrelação aos N-diab: HTA - 74,5% (p=0,011), KK ?2 - 29,5% (p=0,025), EAMSST - 46,5%(p<0,001) e morte intrahospitalar - 15,3% (p=0,008). Em relação aos endpoints morte ereinternamento ao longo do tempo de FUp o prognóstico foi pior no grupo dos Diab vs N-diab: morte-12M (26,2%; p=0,008). A curva de Kaplan-Meir para o endpoint morte noperíodo de FUp mostra a diferença na sobrevida para os dois grupos.

Conclusão: Nos D com SCA, os Diab foram internados sobretudo por EAMSST, tiverammaior instabilidade hemodinâmica na admissão, maior gravidade da doença coronária ereferência para BC. Esta evolução reflecte-se tanto na mortalidade intrahospitalar comono reinternamento, justificando uma abordagem global mais agressiva nestes D.

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I-128

C 285ADMISSION GLYCAEMIA IN NON-DIABETIC ACUTE CORONARY SYNDROME PATIENTS: AMARKER OF ACUTE STRESS OR OF CHRONIC GLUCOSE METABOLISM IMPAIRMENT?

PEDRO MONTEIRO1, SÍLVIA MONTEIRO1, FRANCISCO GONÇALVES1, MÁRIO FREITAS1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introduction: Admission glycaemia (AG) is an important outcome predictor in acute coro-nary syndrome (ACS) patients. However, a question remains: is AG a marker of acutestress or is it mainly an acute signal of a more chronic glucose metabolism imbalance?

Aim: To evaluate, in patients not known to be diabetic, admitted for ACS and submittedto an oral glucose tolerance test (OGTT) during hospital stay, if there is a relationshipbetween AG and chronic glucose metabolism, as assessed by OGTT.

Population and methods: Retrospective analysis of 259 patients not known to be dia-betic, admitted for ACS and submitted to OGTT during their hospital stay.

Results: After OGTT performance, 79 patients (30.5%) had a normal glucose metabolism,while 92 (35.5%) showed impaired fasting glucose (IFG) or impaired glucose tolerance(IGT) and 88 (34.0%) where diagnosed as diabetics. When this population was stratifiedby AG quartile, there was a significant decrease of patients with normal glucose metab-olism from the lower to the higher AG quartile, the opposite occurring with the numberof diabetics (as determined by the OGTT) - Table I. Only 7.6% of patients in the highestAG quartile (>=136 mg/dL) had a normal chronic glucose metabolism, clearly showingthat AG is seldom a marker of acute stress and mainly an acute indicator of glucose dys-metabolism, although with a negative predictive value higher than the positive one, asmost of the diabetics identified by the OGTT (53.6%) were not in the highest AG quartile.However, AG failed to accurately predict which patients had an OGTT result compatiblewith IFG or IGT.

Conclusions: In ACS patients without a previous history of diabetes, AG is not a marker ofacute stress, but mainly an acute indicator of chronic glucose metabolism impairment.This result, never before described in an ACS population, may contribute to a better under-standing of the role of metabolism in acute ischemia and thus to a better future clinicalmanagement of these patients.

C 286APÓS UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: PTGO PARA TODOS OS DOENTES?

SÍLVIA RIBEIRO1, PEDRO AZEVEDO1, A. GASPAR1, SÉRGIO NABAIS1, CATARINA VIEIRA1, M. A. PEREIA1, ADELINO

CORREIA1

(1 Hospital de S. Marcos)

Introdução: A diabetes mellitus (DM) surge frequentemente associada a doença cardiovascu-lar, sendo um equivalente de doença coronária. De igual forma, uma proporção significativade doentes com cardiopatia isquémica apresenta alteração do metabolismo da glicose traduzi-do por Anomalia da Glicemia em Jejum (AGJ), Anomalia da Tolerância à Glicose (ATG) ou DM.É importante identificar estes doentes, no sentido da obtenção de um controlo metabólicoadequado.

Objectivos: Determinar a prevalência dos distúrbios do metabolismo da glicose em doentes(D) internados com Síndrome Coronária Aguda (SCA) sem antecedentes de DM. Determinar ospreditores clínicos e laboratoriais dos distúrbios do metabolismo da glicose.

Métodos: Estudo cohort prospectivo com 110 D admitidos na UCIC, entre Junho de 2008 eJunho de 2009 com SCA. Foram excluídos os D com DM conhecida, com reinternamentodurante o período do estudo e diabéticos diagnosticados durante o internamento. Foi realiza-da uma Prova de Tolerância à Glicose (PTGO) um mês após a alta. Determinámos a prevalên-cia de distúrbios do metabolismo da glicose e avaliámos se as características clínicas eglicemia na admissão foram preditores de PTGO anómala.

Resultados: A idade média dos D foi de 62 anos (± 12.69), a maioria homens (87%). Osresultados da PTGO demonstraram elevação dos valores da glicemia em 40% dos D: 11.8%apresentaram AGJ, 26.4% ATG e 11.8% DM (3.6% com critérios de DM aos zero minutos daPTGO e 10.9% às 2h); 64% dos D que apresentaram alteração do metabolismo da glicosetiveram glicemias em jejum normais. O subgrupo de D com distúrbios do metabolismo da gli-cose foi constituída por mais D com idade superior a 75 anos (39.5% vs 15.4%, p = 0.005) ecom perímetro abdominal aumentado (79.1% vs 57.1%, p = 0.019). O ratio perímetro abdom-inal/perímetro da anca foi maior nos D com PTGO alterada, embora de forma estatisticamentenão significativa (86.9% vs 97.4%, p trend 0.72). Nenhuma outra característica, incluindo aglicemia na admissão, foi preditora de PTGO alterada.

Conclusões: Cerca de 40% dos D apresentaram elevação das glicemias na PTGO, tornandoimportante o rastreio dos distúrbios do metabolismo da glicose nos D com SCA, sendo que64% apresentaram valores alterados apenas no doseamento às 2h da PTGO, tornando estaprova fundamental neste rastreio. É difícil através da avaliação clínica e glicemias na admis-são, mesmo quando elevadas, predizer a presença de DM num determinado doente interna-do com SCA.

C 287VALOR CLÍNICO DA APLICAÇÃO POR ROTINA DA PROVA DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORALEM DOENTES COM DOENÇA CORONÁRIA E ANGINA ESTÁVEL

JOÃO BRITO1, JOSÉ FERREIRA SANTOS2, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA1, MIGUEL BORGES SANTOS1, JORGE FERREIRA1, PEDRO

GALVÃO SANTOS1, GONÇALO CARDOSO1, RITA CALÉ1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA1, PEDRO CARMO1, ANICETO SILVA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Centro Hospitalar deSetúbal, EPE Hospital de São Bernardo)

Introdução: A disfunção do metabolismo da glicose está claramente estabelecida como factorde risco cardiovascular. No entanto, a prova de tolerância à glicose oral (PTGO) é ainda sub-uti-lizada, impossibilitando o diagnóstico e a implementação atempada das medidas terapêuticasadequadas em muitas situações. O objectivo do nosso estudo foi avaliar os eventos cardiovas-culares e prevalência de diabetes numa coorte de doentes (dts) estabelecida há 5 anos, carac-terizada por doença coronária confirmada por angiografia e sem suspeita clínica de diabetes.

População e métodos: Durante o mês de Janeiro de 2004, foram seleccionados 54 dts consec-utivos com angina estável e doença coronária confirmada por angiografia, todos sem diabetesconhecida e com glicemia em jejum (glic jj) < 126 mg/dl. A todos estes dts foi efectuada umaprova de tolerância à glicose oral (PTGO) com sobrecarga de 75 mg de glicose. Os dts foram divi-didos em 3 categorias: normal se glic jj<100 mg/dl e PTGO normal; pré-diabetes se glic jj?100mg/dl ou PTGO anormal, com glicemia às 2 horas=140-199 mg/dl; e diabetes se PTGO?200mg/dl. 52 dts foram seguidos durante 5 anos (2 perdidos para "follow-up"), sendo registadosos seus eventos cardiovasculares, assim como o estabelecimento do diagnóstico de diabetespelos seus clínicos assistentes. A população tinha idade média de 65±9 anos, 42 homens (78%),37 dts com HTA (69%), 29 dts com dislipidémia (54%); 11 dts com tabagismo activo (20%); 41dts com doença multivaso (76%). Registaram-se antecedentes de enfarte em 19 dts (35%),revascularização coronária prévia em 35 dts (65%), AVC prévio em 2 dts (3,7%), doença arteri-al periférica em 4 dts (7,4%) e doença renal crónica estadio? 4 em 3 dts (5,6%).

Resultados: 17 dts tiveram PTGO normais e glic jj <100 (31,5%); 14 dts tiveram critérios paradiabetes (25,9%) e 23 dts (42,6%) tiveram critérios para pré-diabetes, num total de 37 dts(68,5%) com disfunção do metabolismo da glicose. No seguimento médio de 58±19 meses,o diagnóstico clínico de diabetes foi estabelecido em 17 dts: 14 dts com PTGO prévia compa-tivel com diabetes e 3 com diminuição da tolerância à glicose (pré-diabetes). 13 dts (24,5%)faleceram; 5 dts tiveram EAM não fatal (9,6%); 11 dts (21%) foram submetidos a procedimen-tos de revascularização coronária e 3 dts (5,8%) sofreram AVC. A tabela em anexo demon-stra a relação entre as alterações do metabolismo da glicose detectadas por PTGO e a ocor-rência do evento composto por todos os eventos cardiovasculares descritos (morte, EAM,revascularização coronária e AVC).

Conclusão: A realização por rotina da PTGO a dts com doença coronária e sem suspeita clíni-ca de diabetes permite antecipar o diagnóstico de diabetes e outras formas de disfunção dometabolismo da glicose. Os resultados da PTGO associam-se de forma significativa a umamaior incidência de eventos cardiovasculares adversos a longo prazo.

Metabolismo da Sem Eventos Evento composto pglucose (segundo PTGO)Normal 13 (76,5%) 4 (23,5%) 0,036Disfunção (pré-diabetes+diabetes) 16 (45,7%) 19 (54,3%)

C 288SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA HOJE E HÁ 5 ANOS - CONSEGUIMOS EVOLUIR?

ANA LOUSINHA1, RUBEN RAMOS1, FILIPA FERREIRA1, BRUNO TERENO VALENTE1, ANA TERESA TIMÓTEO1, JOÃO

ABREU1, RUI CRUZ FERREIRA1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta)

Introdução: Supõe-se que o conhecimento acumulado no Mundo duplica a cada 2 anos,o que é particularmente válido na Medicina, nomeadamente na Cardiologia. Os avançostecnológicos constantes proporcionam tratamentos cada vez mais eficientes; as guide-lines são permanentemente actualizadas. Neste cenário, serão 5 anos suficientes paradetectar diferenças entre duas populações de doentes (D) com síndrome coronária aguda(SCA)?

Objectivo: Comparar duas populações de D admitidos por SCA em 2005 e 2009,nomeadamente no que concerne à estratégia terapêutica (TX) e à mortalidade.

População e métodos: Análise retrospectiva dos primeiros 150 D admitidos por SCA em2005 e 2009. Comparámos a prevalência de factores de risco cardiovascular; osantecedentes pessoais de angina, enfarte agudo do miocárdio (EAM), revascularizaçãopercutânea e cirúrgica; TX de ambulatório à data de admissão; e a forma de apresentaçãodo SCA (angina instável, EAM sem supradesnivelamento ST e EAM com supradesnivela-mento ST (EAMCST)); e evolução clínica, nomeadamente a mortalidade intra-hospitalar eaos 30 dias. Nos D admitidos por EAMCST analisou-se o tempo de evolução do enfarte,tipo de angioplastia (primária, de recurso ou ad-hoc), TX adjuvante e utilização de stents.

Resultados: Os dois grupos não apresentavam diferenças significativas nas característicasclínicas e demográficas e a forma de apresentação do SCA foi semelhante. No grupo de2009 havia mais D sob TX com estatinas (27% vs 15%; p=0,01). A demora média (horas)entre o início da sintomatologia e a angioplastia foi semelhante (7,4 ± 5,7 vs 7,3 ± 6,0; pNS). Nos D admitidos por EAMCST [86 (57%) em 2005 vs 87 (58%) em 2009], o númerode lesões existentes foi semelhante, bem como o tipo de angioplastia e a TX adjuvante.Foram utilizados stents revestidos em mais doentes em 2005 (47% vs 30%; p=0,025).Houve mais complicações disrrítmicas e necessidade de ventilação mecânica (VM) em2005 (25% vs 14%; p NS) e a mortalidade global (intra-hospitalar e aos 30 dias) foi maior(12% vs 5%; p=0,037).

Conclusão: Apesar de não haver diferenças na estratégia TX em D admitidos por SCA em2005 e 2009, na população estudada verificou-se uma evolução favorável na mortalidadeglobal, que diminuiu significativamente. As razões desta discrepância não são evidentescom base nas características clínicas e demográficas dos D, aparte a maior ocorrência decomplicações disrítmicas e necessidade de VM no grupo de 2005.

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I-130

C 289INDICADORES DA OCORRÊNCIA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA EM PORTA-DORES DE PACEMAKERS DE DUPLA CÂMARA

TIAGO TEIXEIRA1, PATRÍCIA SILVA1, PEDRO CARDOSO1, JOSÉ MESQUITA BASTOS1, JOSÉ ANTÓNIO NOBRE1

(1Hospital Infante D. Pedro, EPE)

Introdução: A fibrilhação auricular (FA) é a disritmia cardíaca mais prevalente mundial-mente, condicionando importante morbi-mortalidade. Nos portadores de pacemaker aocorrência de FA paroxística é mais fidedignamente observada, mas pode ser influencia-da por um maior número de factores. Procurámos avaliar alguns desses indicadores,nomeadamente as dimensões auriculares esquerdas, na ocorrência da referida FA.

Métodos: Foram avaliados retrospectivamente os doentes que implantaram pacemakersde dupla câmara entre 2006 e 2008 neste centro. Avaliámos a ocorrência de FA paroxísti-ca, definida pelo traçado intracavitário ou por um auto mode switch (AMS) superior a 1hora, através de consulta do processo clínico/elétrónico. Associadamente forampesquisadas a presença de hipertensão, diabetes mellitus, dislipidémia, FA prévia, realiza-ção de ecocardiograma transtorácico (ETT) prévia à implantação, com respectivo diâmetroda aurícula esquerda (AE) e função ventricular esquerda, algoritmo de FA no pacemakere percentagens de pace auricular e ventricular na última consulta, com informações com-plementadas pelo contacto telefónico. Análise estatística comparativa por ¯Ç e t-student, eregressiva por Cox.

Resultados: N=258, 57% do sexo masculino, média de idades de 71,6±9,4 anos, sendo 57%hipertensos, 21,3% diabéticos e 30,2% dislipidémicos. Os principais motivos de implantaçãoforam bloqueio aurículo-ventricular completo em 33,7% e doença nó sinusal em 29,8%, comdoença binodal em 13,2%, e os restantes devido a doença aurículo-ventricular menos sev-era ou síncope vaso-vagal. Constatou-se FA prévia em 19% dos doentes. O ETT foi realizadoem 1/3 dos casos. Num tempo de follow-up de 20±1 meses, observou-se FA em 32,2% dedoentes, com um tempo médio de 16±1 meses até à sua observação. Dos factores préviosà implantação, apenas a presença de FA prévia (¯Ç 30,4; p <0,001) e o tamanho da AE (p<0,05) se associaram significativamente com a ocorrência de FA, sendo ademais preditorasindependentes do aparecimento de FA, respectivamente HR 3,4 (95%IC.2,1-5,3) p <0,001 eHR 1,1 (95%IC.1,0-1,1) p <0,05, quando se considera a idade, o género, a hipertensão e adiabetes num modelo multivariável. Em relação aos factores posteriores à implantação, aactivação de algoritmo de FA (¯Ç 37,7; p <0,001) e a percentagem de pace auricular (p<0,005), associaram-se significativamente à FA paroxística, traduzindo necessariamenteuma consequência das terapêuticas programáveis utilizadas.

Conclusão:O diâmetro auricular esquerdo é um indicador importante da progressão para FA paroxís-tica, podendo ser usado previamente à implantação de pacemaker, orientando a escolhados algoritmos presentes no gerador.

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | ARRITMIAS

C 290BRADIARRITMIA IATROGÉNICA: E DEPOIS DA SUSPENSÃO TERAPÊUTICA

JOANA GUARDADO1, OLGA AZEVEDO1, MARINA FERNANDES1, FILIPA CANÁRIO-ALMEIDA1, FRANCISCO FERREIRA1,INOCÊNCIA MACHADO1, AUGUSTO PEREIRA1, VICTOR SANFINS1, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira)

Introdução: A bradiarritmia de causa iatrogénica é uma entidade clínica prevalente em-bora pouco definida no que diz respeito à evolução clínica e prognóstico, não sendo pos-sível esperar um curso evolutivo sempre benigno após descontinuação da terapêutica.

Objectivos: Avaliar as características clínicas, forma de apresentação, terapêutica envolvi-da e curso evolutivo dos doentes com o diagnóstico de bradiarritmia iatrogénica.

Métodos: Incluídos 58 doentes internados na unidade de cuidados intensivos cardíacoscom o diagnóstico de bradiarritmia iatrogénica. Avaliação das características clínicas,evolução e identificação de preditores de necessidade de implantação de pacemakerdefinitivo (PMD) no internamento ou durante o follow-up (mínimo de 6 meses).

Resultados: Dos 58 doentes incluídos, 24 (41%) eram do sexo masculino, com idademédia de 73 anos (±10anos); e 34 (59%) eram do sexo feminino com idade média de 76anos (±9anos). No electrocardiograma da admissão, 42% dos doentes apresentavam blo-queio-auriculoventricular (BAV), 31% fibrilhação auricular lenta (FA), 10% ritmo juncionale 17 % bradicardia sinusal extrema.A terapêutica com digoxina esteve associada a 20% dos eventos, os bloqueadores doscanais de cálcio (BCC) a 17% e a amiodarona a 14%; em 37% dos doentes foi identifica-do mais do que um fármaco responsável.No que respeita à evolução clínica, em 39% dos doentes houve necessidade de implan-tação de pacemaker definitivo durante o internamento (22 doentes) ou durante o follow-up (5 doentes). Identificados como preditores negativos da necessidade de implan-tação de PMD a bradicardia sinusal extrema como forma de apresentação (9,1% vs 36,1%p= 0,049) e a iatrogenia por BCC (18,2% vs 47,2% p=0,026). A presença de hipercalémiana admissão foi identificada como factor preditivo negativo para implantação de PMDdurante o período de internamento (5,9% vs 31,7% p=0,036). Foi preditor positivo danecessidade de implantação de PMD durante o internamento ou follow-up a presença, naadmissão, de BAV de grau avançado (63,6% vs 30,6% p=0,028). Não há registo de mor-talidade relacionada com a condição.

Conclusão: A bradiarritmia iatrogénica, tratando-se de uma condição com curso evolutivofrequentemente benigno após descontinuação da terapêutica, parece, por outro lado, ape-nas desmascarar doença importante mas silenciosa do tecido de condução, antecipandoassim a necessidade de implantação de PMD, especialmente nos doentes que se apresen-tam com BAV de grau avançado.

C 291UTILIZAÇÃO DE UMA CABINE DE PROTECÇÃO DE RADIAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE PACEMAKERS DEFINITIVOS - SEGURANÇA E EFICÁCIA

FRANCISCO MADEIRA1, RICARDO GIL1, MAURA FERNANDES1, JORGE FERNANDES1, NUNO MORUJO1, CARLOS MORAIS1,VICTOR M. GIL1

(1Hospital Fernando Fonseca, EPE)

Introdução: Os procedimentos de implantação de pacemakers definitivos (PMD) estão associa-dos a riscos significativos para a saúde dos operadores, nomeadamente devido à exposição aosraios X. A utilização de protecções individuais de chumbo (aventais e coleiras) permite radiopro-tecção parcial, à custa de sobrecarga física traduzida por maior incidência de queixas álgicas emesmo discopatias degenerativas. A utilização de uma cabine de protecção de radiação (CPR),permite teoricamente obter radioprotecção quase total do operador, sem necessidade de pro-tecções de chumbo adicionais (figura)

Métodos: 32 doentes consecutivos com indicação para implantação de PMD foram intervenciona-dos por um de dois operadores num período de 3 meses. O primeiro operador (OP1) realizou asintervenções protegido pela CPR e o segundo (OP2) utilizou os habituais avental e coleira de chum-bo. Avaliámos a exposição - total e corrigida para o tempo de fluoroscopia - aos raios X comdosímetros colocados na face anterior do tórax e na cabeça dos operadores, tempos totais e defluoroscopia dos procedimentos, acessos vasculares e incidência de complicações imediatas.

Resultados: 13 doentes foram intervencionados pelo OP1 e 19 pelo OP2. Não existiam dife-renças significativas entre os dois grupos em termos de características demográficas, motivo deindicação para PMD ou modo de pacing seleccionado. A utilização de CPR não se associou aaumento de tempos de intervenção, dificuldade deacesso vascular ou complicações imediatas (p= ns). Adose de radiação corrigida para tempo de fluoro-scopia foi significativamente menor na cabeça doOP1 em comparação com o OP2 (0 vs0,00309±0,00103 mSv/min; p=0,035) e idêntica nosdois operadores na face anterior do tórax (0mSV/min nos dois casos). A avaliação subjectiva doconforto do OP1 foi extremamente positiva para autilização da CPR.

Conclusões: A utilização de CPR em implantações dePMD confere ao operador radioprotecção superior àdas protecções individuais de chumbo, permitindoevitar a utilização destas sem comprometer a segu-rança do doente. A utilização de CPR pode diminuirsignificativamente os riscos ocupacionais associadosa estes procedimentos.

C 292EXTRACÇÃO DE ELÉCTRODOS DE PACING E DESFIBRILHAÇÃO - EXPERIÊNCIA INICIAL COMUM SISTEMA DE EXTRACÇÃO MECÂNICA

VICTOR SANFINS1, JOANA GUARDADO1, FRANCISCO FERREIRA1, OLGA AZEVEDO1, MARINA FERNANDES1, BERNARDETE

RODRIGUES1, ASSUNÇÃO ALVES1, VÍTOR MONTEIRO2, JOÃO ALMEIDA1

(1Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE Hospital da Senhora da Oliveira, 2Hospital de S. João, EPE)

Introdução: A necessidade de extracção de eléctrodos (E) de pacing ou desfibrilhação temvindo a aumentar, acompanhando o aumento de implantes que se tem verificado. Novastécnicas e sistemas mecânicos para extracção têm vindo a ser disponibilizados para aprática clínica, analisando os autores, neste trabalho, os seus resultados iniciais.

Material e métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos de 8 doentes (D) trata-dos com esta técnica, no serviço, entre Janeiro/2009 e Agosto/2009. A técnica utilizadaconsistiu na abordagem da porção proximal dos E e no seu seccionamento para introduzirum estilete que fica bloqueado na sua porção distal. De seguida é aplicada tracção no sis-tema. Quando deste modo não permitiu a extracção do E, utilizaram-se bainhas dedilatação telescópica (de teflon) ou pistolas de desbridamento mecânico para conseguirum desbridamento da interface E/vaso. Foram avaliados o número, tipo e local de implan-tação do E, o tempo de implantação (TI), a indicação (I) para extracção, o material deextracção utilizado, o tempo de procedimento (TP), as complicações e resultado da inter-venção. A idade média foi de 67 anos (48 a 75), sendo 4 (50%) do sexo masculino. Foramexplantados 13 E, todos bipolares, estando 8 (61,5%) implantados no apex do ventrículodireito (EVD), 1 (7,7%) em tributária do seio coronário e 4 (30,8%) na aurícula direita. 11E (84,6%) eram de pacing (explantados por infecção da loca) e 2 (15,4%) de desfibri-lhação (explantados por fractura do E e choque inapropriado). O TI médio foi de 46 meses(22-96). Em todos os D foi utilizado inicialmente o estilete. Em 7 D (87,5%) foram uti-lizadas bainhas de teflon e em 4 (50%) as pistolas de desbridamento mecânico. O TPmédio foi de 90 minutos (70-130). Não se registaram complicações durante o procedi-mento. Em 6 D (75%) foi conseguida uma explantação total e em 2 D (25%), esta foi par-cial. Estes E eram de pacing e tinham um TI < 36 meses Numa D, em que a explantaçãofoi parcial, foi necessário proceder à remoçação cirúrgica do material não explantado.

Conclusões: A necessidade de extracção de E vai aumentar num futuro próximo, obrigan-do os centros de Pacing a desenvolver competências nesta área. Na nossa curta experiên-cia com o sistema mecânico utilizado foi possível conseguir uma extracção total em 80%dos E, mesmo se implantados há> 5 anos. A complexidade da técnica aconselha a disporde uma equipe que inclua retaguarda cirúrgica.

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I-131

C 293ESPECIFICIDADE DO TESTE DE PROVOCAÇÃO NA SÍNDROME DE BRUGADA: A QUEDA DE UMMITO

Luís Ferreira dos Santos1, Rita Faria1, Emanuel Correia1, Bruno Rodrigues1, Luís Nunes1,António Costa1, José Lopes de Carvalho1, Jorge Bigote1, Helena Martins1, José CarlosMachado2, Sérgio Castedo2, Carla Henriques3, Ana Matos3, Oliveira Santos1

(1Hospital de São Teotónio, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto,3Instituto Politécnico de Viseu)

Introdução: O rastreio de familiares de doentes com Síndrome de Brugada (SB) com ECGbasal não diagnóstico deve incluir o teste de provocação farmacológica e se for induzidoo padrão de repolarização do tipo 1 o diagnóstico é concluído sem mais corroboração. Esteteste é realizado com o pressuposto de não existirem falsos positivos mas a verdadeiraespecificidade é desconhecida.

Objectivos e Métodos: Calcular a especificidade do teste de provocação numa famíliacom SB a partir de 22 adultos com ECG espontâneos não diagnósticos, sem doença cardía-ca estrutural prévia e devidamente genotipados (portadores (P+) ou não portadores (P-)de uma mutação específica do SCN5A).

Resultados: Dos 22 familiares (36,36±12,34 anos; 9 homens), 13 P+ (35,23±12,10 anos;4 homens). Três doentes com antecedentes de síncope. No ECG basal: 3 com bloqueio deramo direito, 1 com hemibloqueio posterior esquerdo e 1 com repolarização Brugada tipo2 em derivação única (V2). Após teste de provocação, mantiveram o mesmo padrão noECG 66.7% dos P- e 23.1% dos P+, não sendo esta diferença significativa (p=0.08) (em P+,alterações incluíram perturbações inespecíficas da condução (15,4%), padrão sugestivo deBrugada (38,5%) e padrão diagnóstico de Brugada (23,1%)). Com as derivações V1 e V2na posição convencional (4º espaço intercostal) o teste de provocação foi positivo em 5doentes (3 P+) com uma sensibilidade de 23,1%, especificidade de 77,8%, valor prediti-vo positivo (VPP) de 60% e valor preditivo negativo (VPN) de 41,2%. Com as derivaçõesV1 e V2 no 2º espaço intercostal o teste foi positivo em 9 doentes (7 P+) com a sensibili-dade a aumentar para 53,8%, VPP para 77,8%, VPN para 53,8%, sem alteração da especi-ficidade. As alterações registadas na sensibilidade não se revelaram estatisticamente sig-nificativas (p=0.063).

Conclusões: Nesta família observaram-se dois testes de provocação positivos em P-.Poderemos considerar que estes dois familiares apresentam uma forma esporádica de SB?A persistir que todos os testes de provocação positivos correspondem a SB é perpetuadaa percepção que a especificade do exame é 100%. Apresentamos evidência que a especi-ficidade do teste de provocação nesta família é de 77,8%%, merecendo este factoreflexão pelo enorme peso médico e psicossocial que este diagnóstico acarreta. Sãonecessários mais estudos em famílias genotipadas para que se estabeleça a correctaespecificidade deste exame.

C 294MANUTENÇÃO DE RITMO SINUSAL PÓS-CARDIOVERSÃO ELÉCTRICA DE FIBRILHAÇÃOAURICULAR: QUAIS OS SUPER-RESPONDEDORES?

RUI PROVIDÊNCIA1, JOSÉ NASCIMENTO2, ANA BOTELHO1, NUNO QUINTAL1, JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, PEDRO

LOURENÇO GOMES1, GISELA COSTA1, SÉRGIO BARRA1, ANA FAUSTINO1, FRANCISCA CAETANO1, ISABEL QUINTAL1,ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões, 2Centro Hospitalar de Coimbra, EPEHospital Pediátrico de Coimbra)

Introdução: A cardioversão eléctrica (CVE) é o método mais eficaz na recuperação do ritmosinusal (RS). Sabe-se que uma grande percentagem dos doentes com fibrilhação auricular (FA)submetidos a CVE, apresentam recidiva aos 6 meses de seguimento. Os factores que condi-cionam a recidiva ou manutenção do RS nestes pacientes ainda não se encontram totalmenteelucidados, sendo frequente a recidiva em doentes que esperávamos que se mantivessem emRS ou a manutenção de RS em doentes em que esperaríamos um recidiva precoce de FA.

Objectivo: Apurar, tendo em conta factores clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos, quaisos doentes com maior propensão a manter RS a longo prazo após CVE de FA.Métodos e População: Estudo prospectivo de 102 doentes consecutivos submetidos a CVE deFA em que 86 (84,3%) alcançaram RS (média de idades de 69,1+-9,7 anos; 29,1% mulheres)e foram seguidos ao longo de 6 meses. Estabeleceu-se um protocolo de avaliação prévia porecocardiograma transtorácico e transesofágico (área da aurícula esquerda e apêndice auric-ular esquerdo - AAE, velocidades de fluxo a nível do AAE, grau de autocontraste ecocardio-gráfico e severidade da regurgitação mitral, fracção de ejecção do VE), avaliado o score deCHADS, tempo de evolução de FA, medicação em curso e determinados parâmetros analíti-cos (PCR, NTproBNP, D-dímeros e factor de VonWillebrand). Análise estatística descritiva einferencial, com determinação dos preditores independentes de recidiva de FA aos 6 mesese traçadas curvas de Kaplan-Meyer, recorrendo ao SPSS 16.0.

Resultados: Foi detectada recidiva de FA aos 6 meses em 38,8% e encontrados os seguintespreditores independentes: Área AE > 27,5cm2 OR 2,7 IC95% 1,0-6,9 p 0,04;Área AE > 30,0cm2OR 9,5 IC 2,7-32,8 p < 0,001; Clínica de insuficiência cardíaca OR 2,4 IC95% 1,0-5,9 p 0,05;Fracção de ejecção do VE < 50% OR 3,7 IC95% 1,1-12,3 p 0,02. Não foram encontrados outrospreditores clínicos (nomeadamentetempo de evolução, CHADS edemográficos), ecocardiográficos (osdiferentes marcadores de risco pro-trombótico utilizados) e analíticos.Doentes medicados com IECA/ARA-IIe estatinas obtiveram iguais taxas derecidiva quando comparados com osrestantes.

Conclusões: Doentes com clínica de insuficiência cardíaca, fracção de ejecção do VE <50% e área da AE > 27,5cm2 parecem menos propensos a manter RS. Doentes com FA delonga evolução e sem alterações anatomofuncionais cardíacas parecem beneficiar destaestratégia de controlo de ritmo.

C 295REVELAÇÕES DE UM REGISTADOR DE EVENTOS IMPLANTÁVEL

RUI PROVIDÊNCIA1, JOANA SILVA1, LUÍS SECA1, PEDRO LOURENÇO GOMES1, GISELA COSTA1, SÉRGIO BARRA1, ANA

FAUSTINO1, FRANCISCA CAETANO1, JOSÉ NASCIMENTO1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES1

(1Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões)

Introdução: O carácter episódio de alguns casos de síncope leva a que o diagnóstico decausa disrítmica possa ser por vezes difícil. Os registadores de eventos implantáveis vie-ram tornar possível uma monitorização contínua com duração de anos, que permite do-cumentar por electrograma intracavitário tal tipo de eventos esporádicos.

Objectivo: Avaliar o contributo de registadores de eventos implantáveis em doentes comsíncope recorrente.

Métodos: População de 18 doentes consecutivos (44,4% ?; média de idades na altura doimplante 65,0 +/- 16,9 anos) seguidos em consulta de cardiologia por síncope recorrentede causa por apurar após realização de avaliação cardiológica e neurológica standart esubmetidos à implantação de registador de eventos, tendo sido analisados os registos dosdispositivos, evolução clínica e abordagem terapêutica subsequente.

Resultados: 9 doentes tiveram síncopes durante o período de seguimento (média12,5meses), 2 apresentaram tonturas e 1 queixas de cansaço marcado. Em 5 destesdoentes foram detectadas bradidisritmias que justificaram a implantação de pacemaker.2 doentes referiram palpitações muito rápidas, tendo sido feito o diagnóstico de taquicar-dia paroxística supraventricular, uma controlada com tratamento médico e outra comnecessidade de ablação. O tempo médio de seguimento nos doentes com achados disrít-micos importantes foi de 5,3 meses. 3 doentes não tiveram síncopes ou qualquer outrotipo de sintoma enquanto o dispositivo esteve implantado (média 24,3 meses). 4 tiver-am síncopes não acompanhadas por disritmia significativa durante o tempo com disposi-tivo implantado (média de 14,5 meses), tendo sido excluídas causas arrítmicas. Um dess-es doentes teve que explantar o dispositivo logo aos 3 meses por reacção cutânea exu-berante. Em 2 doentes foram encontradas interferências/perda de sinal no registo EGM(assistolia não acompanhada de sintomas).

Conclusões: Em doentes com sintomas sugestivos de perturbações do ritmo cardíaco, odispositivo implantável teve um importante papel no diagnóstico da disritmia responsá-vel, mas também na exclusão uma causa arrítmica. Assim, em 15 de 18 doentes con-seguiu afirmar-se ou excluir uma etiologia disrítmica para síncope recorrente.

C 296CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NOS DOENTES COM ESTIMULAÇÃO VENTRICULARPOR PACEMAKER

ANTÓNIO GASPAR1, TIAGO TEIXEIRA2, RAFAEL MACEDO3, MARIA JOÃO FERREIRA3, ANA ANTUNES3, JOÃO LIMA3,LUÍS A. PROVIDÊNCIA3

(1Hospital de S. Marcos, 2Hospital Infante D. Pedro, EPE, 3Hospitais da Universidade deCoimbra)

Introdução: A cintigrafia de perfusão miocárdica (CPM) com estímulo farmacológicodemonstrou ser, ao longo dos anos, um método de imagem eficaz na detecção deisquemia miocárdica. No entanto, os dados relativos ao uso da CPM nos doentes comestimulação ventricular por pacemaker (PM) são mais escassos. A activação assíncronapelo PM foi apontada como causa de disfunção ventricular esquerda e de alterações daperfusão miocárdica na presença de coronárias normais.

Objectivos: Avaliar o valor preditivo positivo (VPP) e o valor prognóstico da CPM nosdoentes com estimulação ventricular por PM.

Métodos: Foram analisados 60 doentes portadores de PM consecutivamente submetidosa CPM com estímulo farmacológico, apresentando todos ritmo de PM no ECG inicial e nopico do exame. Todas as CPM tinham sido pedidas para detecção de isquemia e nenhu-ma para pesquisa de viabilidade. Avaliámos o VPP da CPM nos doentes submetidos a cate-terismo após CPM evidenciando isquemia. Para avaliação do prognóstico, pesquisámos aocorrência do evento composto de morte, internamento por Síndrome Coronária Aguda ourevascularização não programada a 1 ano e aos 3 anos.

Resultados: Dos 60 doentes analisados, 38 não apresentavam história prévia de doençacoronária (DC) e foram referenciados para diagnóstico inicial/exclusão da mesma. A CPMidentificou defeitos reversíveis (DR) de perfusão em 26 indivíduos, 15 dos quais não tin-ham antecedentes prévios de DC. Dos doentes apresentando DR na CPM, 14 foram pos-teriormente referenciados para cateterismo. Foi identificada DC de novo ouadicional/evoluída em 7 doentes, os restantes 7 pacientes apresentando artérias coro-nárias normais. Considerando os 14 doentes com CPM positiva para isquemia e submeti-dos a cateterismo, o VPP da CPM foi de 50%. Os segmentos que mais frequentementeapresentaram falsos positivos foram os da parede inferior, septo e ápex. Quando compara-dos os doentes com DR na CPM (n=26) e aqueles sem DR (n=34), os primeiros apresen-taram uma tendência para maior número de eventos adversos (evento composto) à 1 ano(23,8% vs 6,3%; p=0,1) e aos 3 anos (28,6% vs 7,1%; p=0,08).

Conclusão: A estimulação por PM resultou em defeitos da perfusão não relacionados coma presença de doença coronária, principalmente nos segmentos da parede inferior, septoe ápex. Na população considerada, o VPP da CPM para detecção de isquemia nos doentescom estimulação por PM foi de 50%. No entanto, uma CPM evidenciando DR aparentoumanter valor prognóstico.

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I-132

C 297LONG TERM FOLLOW-UP OF PATIENTS WITH POSTURAL ORTHOSTATIC TACHYCARDIA SYNDROME

ALEXANDRA SOUSA1, ANA LEBREIRO1, JOÃO FREITAS1, MARIA JÚLIA MACIEL1

(1Hospital de S. João, EPE)

Background: Postural orthostatic tachycardia syndrome (POTS) is defined as the presenceof orthostatic symptoms with a heart rate increment ?30 bpm, usually up to ?120 bpm,without orthostatic hypotension. POTS clinical presentation and pathophysiological mech-anisms are heterogeneous and its prognosis uncertain. We aimed to assess long term fol-low-up (FUP) of patients (pts) with POTS who underwent tilt test (TT) in a tertiary carecentre and the impact of therapeutic measures.

Methods: We retrospectively analyzed clinical records of pts with orthostatic intolerancesymptoms, who underwent TT where POTS was diagnosed, from January 1997 toDecember 2008. Demographic and clinical data were analyzed. A FUP interview was con-ducted by telephone, in December 2009, focusing therapeutic measures and subjectiveperception of present symptoms.

Results: A total of 34 pts were included. Median age at time of TT was 24 (11 to 57)years; 30 (88%) were women. Eight (24%) pts reported regular coffee consumption and7 (21%) were active smokers. Two women had asthma, 2 psychiatric disorders, one type1 diabetes mellitus, one fibromyalgia and other woman hyperthyroidism; a 26 years oldman had acute myeloid leukemia (AML). Dizziness was present in 23 (68%); syncope in20 (59%); blurred vision in 18 (53%); diaphoresis, palpitations and pallor in 15 (44%); 7(21%) had headache; and 5 (15%) nausea. Less frequent (<10%) symptoms were asthe-nia, chest pain, dyspnea, tremor, vomit, heat, diarrhea and cold. FUP was achieved in 17.Mean FUP time was 92±41 (3 to 144) months. All except one, deceased with AML, werealive by the time of contact. Ten (62%) and 8 (50%) pts increased fluid and salt intake,respectively; 11 (69%) used physical maneuvers and 2 elastic support hosiery. Fifteen(94%) used drug therapy in any moment during FUP. Beta-blockers were (BB) used in 14(88%) pts, ansiolitics in 8 (50%), selective serotonin reuptake inhibitors (SSRI) in 7 (44%),fludrocortisone in 6 (38%), midodrine in 5 (31%) and in one etilefrine. Nowadays, only10 (62.5%) pts are under drug therapy: 8 (50%) with BB, 4 (25%) with ansiolitics and 2(12%) with SSRI. Five pts (37.5%) are asymptomatic, 9 (60%) improved significantly thequality of life and two pts remain highly symptomatic.

Conclusion: POTS is a heterogeneous clinical entity with variable but benign outcome. Inthe majority of pts, symptoms are improved with a comprehensive therapeutic (pharma-cologic plus non-pharmacologic) regimen.

NOTAS

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | CARDIOLOGIA CLÍNICA

C 298ENDOCARDITE INFECCIOSA: PREDITORES DE PROGNÓSTICO

CATARINA VIEIRA1, VÍTOR RAMOS1, ANTÓNIO GASPAR1, SÍLVIA RIBEIRO1, SÉRGIO NABAIS1, SÉRGIA ROCHA1, NUNO

SALOMÉ1, ADELINO CORREIA1

(1Hospital de S. Marcos)

Introdução: A Endocardite Infecciosa (EI) continua associada a elevada morbi-mortalidadeapesar dos avanços no diagnóstico e tratamento desta entidade.

Objectivo: Identificar os preditores de morte ou necessidade de cirurgia cardíaca valvularem doentes (D) admitidos com o diagnóstico de EI.

População e Métodos: Avaliados 104 D internados com diagnóstico de EI, num universode 226212 D admitidos no nosso Hospital de 1 Janeiro de 1998 a 31 Dezembro de 2008.O evento estudado foi morte ou necessidade de cirurgia valvular urgente ou electiva (até2 meses). Os doentes foram divididos em 2 grupos (G) segundo a ocorrência (G1) ou não(G2) do evento estudado. Procedeu-se à análise por regressão logística de forma a iden-tificar os preditores independentes desse evento.

Resultados: Dos 104 D analisados, 41 (39,42%) (G1) morreram ou tiveram necessidadede cirurgia valvular. Comparativamente ao G2, o G1 teve maior proporção de doentes comEI de prótese valvular (28, 83 % vs 11,10%, p=0,03) e de sondas de pacemaker (12,20 %vs 1,59%, p=0,02), apresentou mais frequentemente insuficiência cardíaca congestiva(ICC) à admissão (58,54% vs 31,74%, p=0,007) e desenvolveu ICC com maior frequênciadurante o internamento (73,17% vs 22,22%, p<0,0001). À admissão, esse G apresentoumais frequentemente neutrofilia (73,17% vs 47,62%, p=0,01) e elevação plasmática dosvalores de bilirrubina directa (31,71% vs 9,52%, p=0,004). Houve ainda maior proporçãode D desse G com hemoculturas negativas (39,02% vs 9,52%, p<0,0001), e menor pro-porção com isolamentos de estafilococos (28,83% vs 49,21%, p=0,01). Todos os casos (5)de abcesso intracardíaco ocorreram no G1, o qual apresentou com maior frequênciahipertensão pulmonar (53,65% vs 30,16%, p=0,017), deiscência de prótese (26,83% vs9,52%, p=0,02) e persistência de vegetações (92,68% vs 55,56%, p<0,0001). Todos os D(4) que desenvolveram choque séptico pertenciam a esse G. Foram preditores indepen-dentes de morte ou necessidade de cirurgia valvular a idade (odds ratio [OR] 1,07, inter-valo de confiança [IC] a 95%: 1,02-1,12, p= 0,008), a EI de prótese valvular (OR: 2,93, IC95% 1,03-8,35, p=0,04), o desenvolvimento de ICC durante o internamento (OR:13,33, IC95%: 2,18-81,55, p=0,005) e a persistência de vegetações (OR: 47,45, IC a 95%: 3,21-702,62, p=0,005).

Conclusão: Na população estudada os preditores de morte ou cirurgia valvular foram aidade, a EI de prótese valvular, a persistência de vegetações e o desenvolvimento de IC.

C 299ENDOCARDITE INFECCIOSA - EPIDEMIOLOGIA, EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

PEDRO CARRILHO-FERREIRA1, DOROTEIA SILVA1, CLÁUDIA JORGE1, MARIA JOSÉ METRASS1, JOSÉ MELO-CRISTINO1,MÁRIO G. LOPES1

(1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria)

Introdução: Nas últimas décadas têm-se verificado significativas alterações na epidemi-ologia da endocardite infecciosa. No entanto não existem estudos recentes realizados emPortugal.

Métodos: Estudo retrospectivo através da consulta de processos clínicos de doentes inter-nados em três serviços de um Hospital Universitário, com diagnóstico final de endocarditeinfecciosa, durante um período de 4 anos.

Resultados: Identificaram-se 39 doentes com diagnóstico de endocardite infecciosa. 72%foram do sexo masculino e a idade média foi 65 anos. Em 51% dos casos não se identi-ficou o agente etiológico, no entanto 7 doentes foram referenciados a este centro pararealização de cirurgia, após investigação no Hospital de origem. Os agentes mais isoladosforam Staphylococcus spp. (30%), Streptococcus spp. (20%), bacilos Gram negativos(15%), Enterococcus spp. (10%) e Candida spp. (10%). A válvula mais afectada foi a mitral(69% dos casos), de forma isolada (51%) ou concomitante à válvula aórtica (18%). Asválvulas do coração direito foram afectadas em apenas 8% dos casos. Cinco doentes apre-sentavam próteses valvulares e nenhum tinha hábitos toxicofílicos. 56% dos doentes comendocardite de válvula nativa tinham valvulopatia significativa, sendo a maioria de eti-ologia degenerativa. Outros factores de risco relevantes foram internamento hospitalarrecente, terapêutica dialítica e doença neoplásica. 77% dos doentes realizaram ecocardio-grama transtorácico e 56% transesofágico. Todos os doentes que não realizaram nenhumdestes exames tinham ecocardiogramas prévios recentes. Em todos os doentes, àexcepção dos transferidos para cirurgia, realizaram-se hemoculturas, com uma média de4,2 culturas por doente. Em todos estes foi efectuada terapêutica antibiótica e, em 10%dos casos, foi necessária cirurgia. Três doentes foram operados por regurgitação mitralgrave no contexto de rotura de cordas tendinosas e um por bloqueio aurículo-ventricularcompleto associado a um abcesso justa-aórtico. Apenas 38% dos doentes preenchiam onúmero de critérios de Duke necessários para um diagnóstico definitivo.

Conclusões:A endocardite infecciosa é uma doença cuja epidemiologia se tem vindo a alterar. Nasúltimas décadas predomina em grupos etários mais avançados e, frequentemente, semevidência de valvulopatia significativa prévia. Atendendo às reduzidas taxas de detecçãodo agente etiológico e preenchimento dos critérios de Duke, devem realizar-se esforçospara melhorar a acuidade diagnóstica.

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C 300ÍNDICE DE OBSTRUÇÃO ARTERIAL: UM NOVO PARÂMETRO COM IMPLICAÇÕESPROGNÓSTICAS NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR

INÊS SANTIAGO1, RUI BAPTISTA1, ELISABETE JORGE1, ROGÉRIO TEIXEIRA1, PAULO MENDES1, PEDRO MONTEIRO1,GRAÇA CASTRO1, F. CASEIRO-ALVES1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A caracterização de tromboembolia pulmonar (TEP) grave com disfunçãoventricular direita em doentes hemodinamicamente estáveis é importante para estrati-ficar o risco de mortalidade. Vários métodos estão disponíveis, como os marcadores denecrose miocárdica ou os sinais ecográficos de disfunção/dilatação ventricular ecográfi-cos. Todavia, pouco se sabe sobre a importância prognóstica dos índices obtidos porangio-TC.

Objectivos: Avaliar o impacto do índice de obstrução da árvore arterial pulmonar deMastora, obtido por angio-TC pulmonar na mortalidade pós-TEP.

População é métodos: Estudaram-se 39 doentes com TEP, entre 2005 e 2008, consider-ada pelo médico assistente com gravidade clínica suficiente para internamento emunidade de cuidados intensivos. Todos os doentes efectuaram angio-TAC como parte doprocesso diagnóstico. O exame foi revisto por um único radiologista que avaliou o índicede Mastora de obstrução arterial (0-100%) em todos os segmentos vasculares. A popu-lação foi dividida em dois grupos: A, com índice de obstrução < 40% e B, com índice?40.Foram colhidos dados clínicos, laboratoriais, ecográficos e foi efectuado um seguimentoclínico com uma duração mediana de 14,7 (9,0-22,3) meses.

Resultados: Os doentes com índices de obstrução mais elevados eram mais velhos (64,4vs. 45,5 anos, p=0,005), com maiores índices de massa corporal (29,9 vs. 27,3 kg/m2,p=0,048) e frequências cardíacas mais elevadas (101,0 vs. 86,7 bpm, p=0,029), com dis-tribuição semelhante entre géneros. Não se observaram diferenças entre grupos relativa-mente a antecedentes patológicos, factores de risco para TEP ou utilização de fibrinólise(89,3 vs. 72.7%, p=0,197). Relativamente a dados laboratoriais, a maior severidade clíni-ca reflectia-se em valores mais elevados de D-dímeros (9,2 vs. 4,5, p=0,038) e troponinaI (0,26 vs. 0,04, p=0,005). A nível ecográfico, os doentes com maior índice de obstruçãoapresentavam pressões sistólicas na artéria pulmonar mais altas (55,5 vs. 30,0 mm Hg,p=0,018) e maior incidência de ecocardiograma com sinais de sobrecarga do ventrículodireito (75,0 vs. 25,0%, p=0,300). Relativamente à incidência de morte intra-hospitalar,nenhum doente com índice de obstrução <40% faleceu durante o internamento oudurante o período de seguimento clínico, enquanto que a incidência de morte durante ofollow-up no grupo com obstrução ≥40% foi de 17,9% (p=0,058).

Conclusão: Este estudo demonstra a utilidade do índice de obstrução de Mastora paraidentificar indivíduos com TEP mas com baixo risco de mortalidade a curto e médio prazo.A possibilidade de, num doente com TEP, com uma só técnica imagiológica se poder dia-gnosticar e estratificar o risco é interessante e pode optimizar o processo de diagnósticoe tratamento desta doença.

C 301TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AGUDO: PREDITORES DE MORBILIDADE E MORTALIDADEA CURTO E LONGO PRAZO

SÍLVIO LEAL1, HÉLDER DORES1, INGRID ROSÁRIO1, JOSÉ MONGE1, MARIA JOÃO CORREIA1, LUÍS BRONZE1, ISABEL

ARROJA1, JOSÉ AZEVEDO1, ANA LEITÃO1, CÂNDIDA FONSECA1, ANA ALEIXO1, ANICETO SILVA2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2CentroHospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: Apesar dos avanços diagnósticos e terapêuticos, o tromboembolismo pul-monar agudo (TEP) continua a ser uma patologia com elevada morbilidade e mortalidadeagudas e a longo prazo. A determinação das características preditoras de risco elevado éessencial para a correcta estratificação e abordagem terapêutica desta patologia.

Objectivo: Determinar preditores independentes de mortalidade e de morbilidade cardio-vascular a curto e longo prazo em doentes internados por TEP.

Métodos: Analisámos retrospectivamente as características demográficas, clínicas, labo-ratoriais e imagiológicas de uma população de 103 doentes admitidos consecutivamentepor TEP ao longo um período de 3,5 anos. As características preditoras dos eventos1.Morte e 2.Combinação recorrência de TEP + internamento + morte foram determinadaspor análise univariada e posterior análise regressiva de Cox, ao longo de um seguimentomédio de 548±361 dias (seguimento completo em 88,3% dos doentes).

Resultados: 103 doentes, 52,4% sexo masculino, 69,3±16,4 anos. Factores de risco CV:HTA 63,7%, DM 11,0%, dislipidémia 25,3%, tabagismo 14,3%, HF 5,5%, obesidade38,5%. Antecedentes de DAC 17,0%, ICC 14,%, FA 27,5%. Factores de risco TEP: factorestemporários/reversíveis 38,5%, neoplasia 19,8%, outros 19,8%. Os predictores indepen-dentes de morbimortalidade aos 30 dias e aos 18 meses encontram-se na tabela anexa.

Conclusão: Numa população de doentes com TEP foi demonstrada a existência de predi-tores independentes de risco a curto e longo prazo consistentes, que deverão ser integra-dos em scores de risco para uma correcta abordagem dos doentes. A determinação de fac-tores protectores de eventos é também de relevo clínico.

C 302FACTORES CLÍNICOS E LABORATORIAIS ASSOCIADOS AO USO DA TROMBÓLISE NO TROM-BOEMBOLISMO PULMONAR

José Monge1, Sílvio Leal1, Hélder Dores1, Luís Bronze1, Ingrid Rosário1, João Abecasis1, MariaJoão Correia1, Ana Leitão1, Ana Aleixo1, Aniceto Silva2

(1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier, 2CentroHospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz)

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) em apresentação emergente tem oprognóstico dependente do diagnóstico precoce e da abordagem terapêutica inicial. Dasvárias opções terapêuticas existentes, a trombólise (TR) assume um papel fundamental,particularmente no TEP de risco elevado.No TEP de risco intermédio a sua utilização actu-al é controversa.

Objectivo: Determinar os marcadores de natureza clínica e laboratorial predisponentes aouso da trombólise em doentes com TEP de risco intermédio admitidos no nosso meio.

População e métodos: De uma população de doentes (dts) admitidos por TEP de riscointermédio valorizámos, em estudo retrospectivo, os marcadores clínicos e laboratoriaisque são tradicionalmente utilizados no diagnóstico e estratificação de TEP (cianose; alte-ração do estado de consciência; pressão arterial sistólica;frequência cardíaca; síncope;insuficiência cardíaca aguda; sinais compatíveis com TVP; documentação por angioTAC doTEP; pressão sistólica na artéria pulmonar; dilatação do ventrículo Dto.; PaO2; Sat O2 per-iférica; Pa CO2; NT-proBNP ; troponina I (TI); D-dímero; padrão ECG associado a TEP). Emanálise multivariada, procurámos identificar quais destes marcadores clínicos e laborato-riais se associaram a TR.

Resultados: Foram admitidos 93 dts, 54 homens, com uma idade média de 69±16,4anos, dos quais 14 dts (6 homens, idade média de 65,1 anos) foram submetidos a TR.Associaram-se os seguintes marcadores ao uso de TR: cianose (p=0,08), clínica compatív-el com insuficiência cardíaca aguda (p=0,038), hipoxémia (PO2 <60%, p=0,044; SpO2<90%, p=0,021 ), troponina I (p =0,015) e o padrão electrocardiográfico S1Q3T3 (p=0,044).Não se encontraram associações com os restantes marcadores estudados.

Conclusão: Nesta população de doentes com TEP de risco intermédio o uso de TR foi asso-ciado a marcadores de ordem clínica e dados laboratoriais independentes da ecocardio-grafia. Este achado reforça a importância que os elementos de ordem clínica, mais sim-ples e acessíveis, desempenham no estadiamento do risco, nesta importante entidade.

C 303SUPPORTIVE CRITERIA OF CIRRHOTIC CARDIOMYOPATHY IN A COHORT OF PATIENTS WITHLIVER CIRRHOSIS

HÉLDER RIBEIRO1, RENATO MARGATO1, SOFIA CARVALHO1, CATARINA FERREIRA1, ALBERTO FERREIRA1, PEDRO

MATEUS1, JOSÉ PRESA1, J. ILÍDIO MOREIRA1

(1CENTRO HOSPITALAR DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, EPE HOSPITAL DE SÃO PEDRO (VILA REAL))

Introduction: Cirrhotic cardiomyopathy (CC) is the term used to describe a constellationof features indicative of abnormal heart structure and function in patients with LiverCirrhosis (LC). These include systolic and diastolic dysfunction, electrophysiologicalchanges, and macroscopic and microscopic structural changes.Purpose: Our aim was to assess the prevalence of diastolic dysfunction and other support-ive criteria of CC, in a cohort of patients with LC.

Methods: 37 patients with LC (75,7% male; mean age 62,3±9,3 years old; 64,9% withalcoholic cirrhosis and 35,1% with cirrhosis of nonalcoholic etiology; MELD score>15 in18,9% and MELD<15 in 81,1%) were enrolled, after excluding those with known cardio-vascular risk factors (hypertension, diabetes, dislipidemia, tabagism or obesity), heart orpulmonary diseases. We collect data from patients with LC who as part of their routinecare realized blood tests (including natriuretic peptide - BNP and troponin I levels), anelectrocardiogram and an echocardiogram. Left ventricular diastolic function was studiedby PW and Pulsed Doppler Tissue imaging (DTI) and the diagnosis of diastolic dysfunction(DD) was made as defined by the recent consensus statement on the diagnosis of heartfailure with normal left ventricular ejection fraction by the Heart Failure andEchocardiography Associations of the European Society of Cardiology.

Results: Brain natriuretic peptide (BNP>100pg/ml) was elevated in 48,4% and troponinI level (TnI >0,1pg/ml) levels was increased in 5,4% LC patients. Prolonged Q-Tc interval(Q-Tc>440 mseg) was observed in 18,9%. Left atrium enlargement (LA volume>20cmÇ)was registered in 83,8% and increased left ventricle end diastolic diameter(LVEDd>53mm) and left ventricle end systolic diameter (LVESd>32mm) was present in21,6% and 27,0% respectively. Increased left ventricular myocardial mass indice(LVMMI>95 g/mÇ in ?and >115g/mÇ in ?) was identified in 67,6%. None of the patientshad depressed left ventricular ejection fraction (LVEF<50%). DD was detected in 24,3% ofthe studied patients.

Conclusions: This study showed that DD and other supportive criteria of cirrhotic car-diomyopathy are not rare in LC patients. Left cavities enlargement, ventricular hypertro-phy, elevated BNP, prolonged Q-Tc, DD and conserved LVEF are the main abnormalitiessuggestive of CC found in patients with LC.

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I-134

C 304ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL NO PROCESSO DADOENÇA CARDIOVASCULAR

SOFIA NUNES1

(1Hospital de S. João, EPE)

Introdução: Actualmente em Portugal, a principal causa de morte são as doenças cardio-vasculares, onde se pode enquadrar o Enfarte Agudo do Miocárdio. A doença coronáriapode ser despoletada pela conjugação de factores de risco. Redireccionar o tratamentopara um processo de reabilitação para o doente cardíaco é imprescindível. Para além detodas as acções do ramo preventivo, torna-se fundamental pensar também em acçõesque facilitem a reintegração dos doentes cardiovasculares, e que instem a própria gestãoda doença pelos profissionais para os doentes.

Materiais e métodos: Foi realizado um trabalho descritivo com abordagem quantitativae qualitativa, no serviço de Cardiologia e Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologiade um hospital do Porto, onde os enfermeiros foram inquiridos. As perguntas fizeramreferência aos cuidados prestados pelos enfermeiros aos doentes em Cardiologia e a suarelação com a doença cardiovascular.

Resultados: Realizaram-se questões sobre o comportamento profissional, a actividaderealizada com os doentes internados (em questões de educação para a saúde), e aomesmo tempo a aptidão e gosto pela profissão na área em que actuam.

Conclusão: A situação duma pessoa, vítima de Enfarte Agudo do Miocárdio, pode ser fran-camente debilitante. Desta forma, torna-se extremamente necessário auxiliar este tipo dedoentes, inicialmente no atendimento e recuperação da patologia propriamente dita e, aposteriori na sua reabilitação quer social quer profissional. A reabilitação cardiovascular éfundamental, quer para o doente quer para a sociedade em geral pois ambos mantêmuma ligação dinâmica. Neste sentido, existe uma lógica que deve alertar os profissionaisde saúde para darem a sua colaboração mesmo na fase aguda da doença parta que nadapossa escapar. No entanto, pretende-se que para além dos profissionais se aplicarem adar conselhos e fazer consecutivamente acções de educação para a saúde, tenham umpapel preponderante também nas suas vidas e dos seus pares. A justificação destadinâmica é evidente, hoje poder-se-á estar como enfermeiro e amanhã como doente.

Segunda-feira, 12 Abril de 2010 | 10H00-11H00ESPAÇO ANÍBAL CASTRO | NOVOS DESAFIOS PARA ENFERMEIROS E FARMACÊUTICOS EMEQUIPAS MULTIDISCIPLINARES

C 305ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA: FORMAR, INFORMAR, INTEGRAR

VERA AZINHEIRO1, JOANA DIAS1, DANIELA PAIS1, ANA PAIS1, PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: Os profissionais de enfermagem, inseridos em equipas de investigação multidiscipli-nares, são imprescindíveis para a correcta integração e o adequado esclarecimento e acompa-nhamento dos participantes em ensaios clínicos. Neste processo surgem muitas situações para asquais a equipa de investigação (médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais desaúde), deve estar preparada e disponível, de forma a assegurar a excelência de todo o proces-so de investigação clínica.

Objectivo: Desenvolver estratégias inovadoras de optimização da informação e integração dodoente em protocolos de investigação clínica em cardiologia.

População e Métodos: 370 doentes avaliados clinicamente como possíveis candidatos à partici-pação em ensaios clínicos em cardiologia durante o ano de 2009. A todos eles foi explicado, porparte dos profissionais de Enfermagem da equipa de investigação a relevância do ensaio clínico,o seu objectivo, a importância da participação voluntária e informada de cada doente pré-selec-cionado, as etapas a percorrer e procedimentos do ensaio. Posteriormente foi feito o esclareci-mento sobre novas interrogações e reforçada a importância do cumprimento da medicação.Verificou-se que esta iniciativa foi bem recebida pelos doentes, tendo levado a um aumento dospedidos de informação sobre o ensaio e os seus procedimentos, bem como sobre os objectivose sucesso terapêutico da medicação do estudo. Isto levou a uma melhoria gradual do nível deinformação de cada doente e seus familiares, que determinou uma tendência para um melhorcumprimento do plano terapêutico e um menor absentismo às consultas subsequentes.Globalmente verificou-se um elevado nível de satisfação por parte desta população, não obstanteexistirem ainda aspectos a melhorar, sobretudo na comunicação com o médico de família, notempo de espera em cada consulta ou exame e no relato espontâneo de eventos adversos oualterações da medicação por parte do doente.

Conclusão: A Investigação Clínica em Cardiologia é essencial e o pael do profissional de enfer-magem na melhoria do conhecimento de cada doente sobre a sua dinâmica e importância é fun-damental. Integrar cada doente no processo da Investigação Clínica encontrando respostas paraas suas dúvidas e receios é por si só, o meio mais facilitador para uma participação voluntária einformada e, consequentemente, para melhorar a satisfação da díade Doente/Equipa deInvestigação e qualidade da investigação clínica.

C 306ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO NUMA UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA - UMA ESPECIALIDADE EMERGENTE E NECESSÁRIA

JOANA DIAS1, VERA AZINHEIRO1, DANIELA PAIS1, ANA PAIS1, PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A necessidade emergente de uma nova disciplina direccionada aos ensaiosclínicos, por parte dos profissionais de Enfermagem, tem vindo a tornar-se evidente àmedida que o número e complexidade dos ensaios clínicos tem vindo a aumentar. UmaEnfermeira de Investigação ("Study Nurse") é um elemento integral do processo dosensaios clínicos e tem evoluído como uma nova especialidade desafiadora mas que aindase encontra por definir.

Objectivo: Identificar as possibilidades de actuação e competências de uma Enfermeirade Investigação na área específica de Cardiologia em cinco domínios: 1) A prática clínica;2) A gestão do ensaio clínico; 3) A coordenação e continuidade dos cuidados; 4) O con-tributo para a Ciência; 5) A protecção dos participantes nos ensaios.

População e Métodos: 372 doentes seguidos ao longo do ano de 2009 numa Unidadede Investigação Clínica em Cardiologia, X em ensaios agudos e Y em ensaios de ambu-latório. A cada doente foi feito um acompanhamento personalizado, informando-o dosobjectivos do ensaio, e das suas potenciais vantagens e desvantagens, esclarecendo-oquanto à medicação do estudo e concomitante, educando-o quanto aos factores de riscocardiovasculares e hábitos de vida saudáveis, promovendo a educação para a saúde juntodo doente e seus familiares e disponibilizando um contacto telefónico para qualqueresclarecimento adicional. Foram registados elevados níveis de satisfação relativamente atodos estes parâmetros

Conclusão: a Enfermeira de Investigação pode e deve estar envolvida no recrutamento ecolaboração com a equipa multidisciplinar, educação do doente e família, na monitoriza-ção dos doentes, nos cuidados ao doente, nos procedimentos específicos de cada ensaioe na colheita de dados, sendo uma mais valia na relação doente-instituição de saúde noâmbito da investigação clínica.

C 307A PARTICIPAÇÃO EM ENSAIOS CLÍNICOS AUMENTA A TAXA DE ADESÃO TERAPÊUTICA?EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

DANIELA PAIS1, ANA PAIS1, VERA AZINHEIRO1, JOANA DIAS1, PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A adesão terapêutica corresponde ao grau de concordância entre as recomendações do médico e os com-portamentos do doente em relação à mesma. É condicionada pela qualidade da comunicação e informação sobre adoença e seu tratamento, pelo que uma educação eficaz será a que motivar o utente a assumir a gestão da sua doençae tratamento, colocando-se no centro do processo clínico. Isso garante a adesão à terapêutica e, portanto, diminui orisco de recorrência de eventos cardiovasculares.No âmbito dos ensaios clínicos, uma boa adesão terapêutica torna-se essencial para a garantir a fiabilidade dos resul-tados obtidos.

Objectivos: Avaliar a taxa de adesão terapêutica de doentes Incluídos em ensaios clínicos na área de Cardiologia

População e métodos: A análise foi realizada a um total de 363 doentes (180 em ensaios de fase aguda e 183 deambulatório) incluídos em diversos ensaios na área da Cardiologia. Para cada doente foi determinada a taxa de cumpri-mento da medicação, a ocorrência ou não descontinuação da terapêutica e a causa da mesma.Resultados: Verificou-se uma taxa média de cumprimento da medicação de 97% (54%-100%), sendo este valor de95,25% nos ensaios de fase aguda e 99% nos de ambulatório; 39 doentes (10,74%) descontinuaram a terapêutica ,sendo este valor de 13.33% nos de fase aguda e 8,19% nos de ambulatório. As principais razões para descontinuaçãoforam: efeitos secundários, alterações analíticas, vontade do doente e razões relacionadas com o protocolo do estudo.

Conclusões: A análise dos resultados revela uma boa adesão terapêutica por parte dos participantes dos diversos ensaiosclínicos estudados, bem superior à habitualmente encontrada na população geral, o que significa que os doentes se encon-tram motivados para o cumprimento não só do seu esquema terapêutico mas também do protocolo do respectivo ensaioclínico. Estes resultados sugerem que o acompanhamento rigoroso por parte da equipa de profissionais de saúde de umensaio clínico aumenta a confiança do doente na terapêutica e aumenta o cumprimento da mesma, facto que pode con-tribuir para a melhoria do seu prognóstico, independentemente do braço terapêutico para que foi aleatorizado.

Nº doentes incluídos Nº doentes % média da Taxa % média da Taxadescontinuados de adesão para o adesão

intervalo 80%-120% < 80%Ensaios deambulatório

1 4 0 100% 02 18 1 98% 15%3 11 0 98% 04 10 1 98% 05 15 3 93% 25%6 11 1 100% 07 14 3 99% 08 1 0 97% 09 5 0 100% 0

10 94 6 99% 3%

Ensaios defase aguda

13 25 7 97% 014 12 1 90% 015 42 7 98% 016 101 9 96% 0

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I-135

C 308O FARMACÊUTICO HOSPITALAR NOS ENSAIOS CLÍNICOS. ADESÃO AO PLANO TERAPÊUTICO

SEBASTIÃO SILVA1, FRANCISCO MACHADO1, ANA PAULA PINA1, ISABEL GOMES1, ANA LUÍSA VITAL1, JOSÉ FEIO1,PEDRO MONTEIRO1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1, ODETE ISABEL1

(1Hospitais da Universidade de Coimbra)

Introdução: A investigação clínica exige a constituição de equipas multidisciplinares quepermitam que os ensaios clínicos sejam desenhados e executados de forma eficiente.Nos ensaios clínicos que decorrem no nosso hospital, os serviços farmacêuticos sãoresponsáveis pela monitorização integrada do circuito do medicamento. A dispensa demedicação ao doente é efectuada através de uma consulta farmacêutica.Verificamos que a maioria dos protocolos de ensaio clínico não define qual a taxa deadesão à terapêutica para a qual se considera um drop-out.Um dos propósitos da consulta farmacêutica é promover a adesão ao plano terapêutico.Estabelecemos como objectivo uma taxa de adesão à terapêutica superior a 90% para osprotocolos sem anti-infecciosos e de 100% para os protocolos com anti-infecciosos.O objectivo deste trabalho é demonstrar o impacto da consulta farmacêutica na adesãoao tratamento.

Materiais e métodos: Análise de uma amostra dos dados de Janeiro a Setembro de 2009,a partir de uma base de dados desenvolvida pelo sector de ensaios clínicos dos serviçosfarmacêuticos.O cálculo da adesão foi feito através do rácio entre as unidades cedidas/devolvidas e asque o sujeito de ensaio deveria ter tomado.

Resultados: A consulta farmacêutica depende do desenho do protocolo e a fase em queo doente está no respectivo protocolo. Esta consulta inclui:-Revisão da história medicamentosa, incluindo a medicação de ensaio clínico, de forma averificar interacções e critérios de exclusão;-Informação sobre os direitos e deveres do doente;-Informação sobre a medicação de ensaio clínico, precauções e efeitos secundários maiscomuns;-Aumentar a compreensão por parte do doente sobre o que é o ensaio clínico no qual foiincluído;-Promoção da adesão à terapêutica.A amostra deste trabalho inclui 214 sujeitos (34,6% do sexo feminino com uma média deidade de 66 anos), de vários centros de investigação.Os resultados obtidos relativos à taxa de adesão foram os seguintes:-<90% - 12,15% (n=26)->110% - 0,47% (n=1)-Média - 96,2%.Os resultados obtidos relativos à taxa de drop-out - 12,62% (n=27), dos quais:-Devido a efeitos adversos - 55,5 % (n=15);-Decisão do doente - 44,5% (n=12);-Não adesão à terapêutica - 0% (n=0).

Conclusões: Os resultados obtidos até ao momento, média de taxa de adesão superior a90% e drop-outs devido a não adesão de 0%, permitem-nos afirmar que estamos acumprir com um dos objectivos da consulta farmacêutica.

C 309CONSULTA DE ENFERMAGEM DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: EXPERIÉNCIA PRÁTICA

Maria João Pinheiro1, Márcia Malacuto1, Telma Espada1, Catarina Santos1

(1Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE Hospital Nossa Senhora do Rosário)

Introdução: Consta de um relato sobre a experiencia pratica inicial de implementação doprojecto "Consulta de enfermagem de insuficiência cardíaca", num hospital distrital. Estateve início a 08711/2007 e após dois anos de experiencia pratica gostaríamos de parti-lhar a nossa vivencia profissional.

Objectivos geral: Descrever a implementação da consulta de enfermagem enquantomodalidade adequada e eficaz para proporcionar ensino e vigilância em ambulatório apóse a alta clínica de doentes com insuficiência cardíaca.Objectivos específicos: Pretendemos que seja feita a divulgação dos instrumentos derecolha de dado, do modo como funciona a consulta e apresentação de resultados estatís-ticos referentes a dois anos de trabalho (período de 2007 a 2009).

Desenvolvimento: O projecto é constituído das seguintes actividades: formação continuaespecifica em insuficiência cardíaca do grupo de enfermagem envolvida e a realização daconsulta de enfermagem. Para que esta funcione com qualidade e de modo programadofoi necessário efectuar um impresso de colheita de dados específico para o doente queconsta de avaliação de sinais vitais, dados biométricos, avaliação funcional, cumprimentoterapêutico e avaliação social que é realizado de modo constante; e um plano de ensinopara doente e familiar/pessoa significativa. É realizada a avaliação específica da quali-dade de vida de acordo com Score de Minnesota.Pretende-se, assim adoptar medidas de educação para a saúde que pretendem melhorara qualidade de vida e adesão ao tratamento dos doentes com esta patologia.Os meios utilizados para a implementação da consulta foram a pesquisa bibliográfica ereuniões periódicas dos elementos de enfermagem que fazem parte do grupo com omedico responsável pela consulta.

Método: A apresentação será realizada com a utilização de data show.

Conclusão: Após a apresentação da implementação e experiencia inicial da consulta deenfermagem dirigida a doentes com insuficiência cardíaca, apontamos as suas vantagens,limitações e perspectivas futuras de melhoramento.

C 310A PESSOA COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DESAFIO E CUIDADOS PALIATIVOS

ANABELA MENDES1

(1Escola Superior de Enfermagem de Lisboa)

O impacto que as doenças crónicas têm na qualidade de vida da pessoa doente e fami-liares veio contribuir para uma reflexão sobre como será o final de vida, dessas pessoase que cuidados desejam ter, nessa fase do seu ciclo de vida. A investigação desenvolvidacom doentes e famílias no final de vida foi um grande contributo para esta reflexão, queprocurou abordar a importância dos cuidados paliativos no geral, e de um modo particu-lar nos doentes com Insuficiência Cardíaca.A pessoa com Insuficiência cardíaca experiencia quotidianamente mudanças, muitasvezes abruptas, tanto sequenciais como em simultâneo nas suas capacidades para oautocuidado que se revelam na resignação com que "aceita" viver, melhor sobreviver.Consciente, ou não, do carácter temporal indefinido de sobrevivência, deixa emergir umamensagem, ainda que leve, de crença em dias melhores.Da evidência científica produzida constatamos que face à impossibilidade/dificuldade emdefinir quando é que estes doentes estão numa situação de finitude, os cuidados palia-tivos são recortados como fundamentais para a pessoa e família. Em ligação directa comos cuidados hospitalares que monitorizam a resposta ao regime terapêutico, os cuidadospaliativos permitem que paulatinamente o final de vida aconteça sem sobressaltos paraa pessoa doente, família e equipa de saúde. Estas intervenções, paralelas, ainda que nemsempre em simultâneo, têm revelado pela investigação produzida, um esforço dasequipas no sentido de mais necessidade de formação, mas garantem seguramente maisconforto a todos os envolvidos.

C 311SEDAÇÃO (IN)CONSCIENTE EM EXAMES CARDIOLÓGICOS REALIZADOS EM AMBULATÓRIO

SYLVIE MARIANA1

(1Hospital da Luz)

No âmbito de reuniões envolvendo a equipe de cardiologia do nosso serviço, apresenta-mos uma reflexão sobre os cuidados prestados em exames cardiológicos realizados emambulatório como os ecotransesofágicos e as cardioversões eléctricas.Surgiram várias perguntas tais como : Quais são os objectivos da sedação e da analgesiaem procedimentos realizados em ambulatório? Como avaliar as necessidades dos utentes?De que meios dispomos para realizar a sedação, analgesia?A sedação é um conjunto de meios, envolvendo ou não fármacos, tendo como objectivoassegurar o conforto físico, psíquico do paciente e de facilitar os cuidados. A indicaçãoduma sedação incluiuma análise das necessidades e a elaboração de objectivos em ter-mos de qualidade (analgesia, diminuição da ansiedade), intensidade (sedação conscienteou profunda) e de duração do exame.Numa primeira fase, quantificámos e analisámos os exames realizados em ambulatóriono nosso serviço. A partir dos resultados, comparámos as diferentes definições de sedaçãoe analgesia segundo as sociedades de anestesia europeia e americana. Definimos osníveis de sedação, para cada uma dessas entidades, baseando se também na escala deRamsay.O conhecimento aprofundado dos fármacos e dos seus efeitos secundários, nomeada-mente hemodinâmicos, é indispensável neste tipo de procedimentos.Analisámos os benefícios e inconvenientes dos dois tipos de fármacos utilizados, que sãoo Midazolam e o Propofol, através dum quadro comparativo.Refletimos também sobre as preocupações na administração dessas drogas e da vigilân-cia da enfermagem no peri-procedimento.

Conclusão: Perante a experiência da nossa unidade, elaborámos recomendações e proto-colos escritos permitindo a avaliação desse conjunto de factores sobre a sedação con-sciente e profunda, visando diariamente a melhoria da qualidade da nossa prática.

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I-136

C 312ANGIOGRAFIA NA RADIOTERAPIA INTERNA. O PAPEL DA ENFERMAGEM NA SALADE ANGIOGRAFIA EM NOVOS TRATAMENTOS DE RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

SYLVIE MARIANA1, PAULA CANNAS DA SILVA1

(1Hospital da Luz)

No âmbito de novos procedimentos realizados nas salas de Angiografia, foi ini-ciado em Portugal, em Novembro de 2008, o tratamento dos carcinomas hepáti-cos inoperáveis através de radioterapia localizada com utilização de Yttrium 90.O Yttrium 90 é um isótopo radioactivo que é transportado até ao tumor emmicroesferas de vidro ou de resina através da circulação sanguínea.Quando o doente está dentro dos critérios clínicos para este tratamento, é efec-tuada uma angiografia para mapeamento da rede vascular do fígado. O resulta-do desta determinará a execução da radioterapia interna.Na realização deste tratamento está envolvida uma equipa interdisciplinar, naqual participa o enfermeiro da sala de Angiografia.Houve necessidade de adquirir/aprofundar conhecimentos na área da Radiologiade Intervenção, Oncologia e Radioprotecção.Nas diversas fases do procedimento, são executados cuidados específicos queestão relacionados com a utilização de fármacos que contém partículas radioac-tivas.Por ser um procedimento novo, o enfermeiro da sala de Angiografia tem umpapel importante no ensino ao utente e na formação da equipa de enfermagemque irá posteriormente prestar cuidados no internamento.Foram elaborados dois documentos, um com os cuidados específicos para aequipe do internamento e outro para o utente contendo toda a informação doensino.A radioembolização localizada maximiza o efeito terapêutico com um menorrisco sobre o parênquima normal do fígado; por outro lado, os doentes con-seguem retomar as suas actividades de vida diária num curto espaço de tempo.Sendo um procedimento que está a ser implementado em Portugal, o trabalhoduma equipe interdisciplinar contribui para uma aprendizagem global no qual omaior beneficiado é o doente.O Follow up dos utentes e a formação contínua da equipe irão contribuir para aavaliação dos cuidados prestados, dos documentos elaborados e da implemen-tação de novas dinâmicas.

NOTAS

ACTUALIZAÇÃO DA BASE DE DADOSDE SÓCIOS DA SOCIEDADE PORTUGUESA

DE CARDIOLOGIA

Actualize já os seus contactos ou recupere os seus dadosde acesso ao

Portal da SPC, em www.spc.pt

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I-137

Índices

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I-138

Melia Hotel, May 22nd 2010, Coimbra, Portugal

JOINT MEETING – Working Groups CARDIAC SURGERY and VALVULARHEART DISEASE – Portuguese Society of Cardiology

Course Programme

Course Directors: José Fragata; Luís Moura08:30 - Registration09:00 - Introduction and Welcome

Mitral Valve Disease I09:15 - Mitral valve atherosclerosis and calcification: Is there a medical approach?

Nalini Rajamannan, (US)09:30 - How to Perform Quantitative Assessment in MR09:45 - Severe MR and LV function: Indications for Surgery and Long-Term Results10:15 - Evolving Roles of CT and CMR in Mitral Valve Disease10:30 - Discussion10:30 - Coffe Break11:15 - CONFERENCE - Ischemic MR: Do We Need to Rethink Conventional Wisdom? Pedro Marcos-Alberca (SP)

Mitral Valve Disease 311:45 - Mitral regurgitation in dilated cardiomyopathy should be managed medically?

Pro- Raphael Rosenhek (AU)12:15 - Discussion

12:30 - Mitral Valve Disease - Clinical Case I13:00 - Lunch Break

Mitral Valve Disease 414:00 - Surgical Treatment for Ischemic MR 201014:15 - Surgical MV Repair for Organic Disease 201014:30 - MV repair: the role of TEE in the operating room14:45 - How and When Surgically Address Tricuspid Regurgitation15:00 - Discussion

Mitral Valve Disease 515:15 - CONFERENCE - Indications for Surgery in Degenerative Mitral Regurgitation: Impact Symptoms, Vssentricular Size and

Function, Atrial Rhythm - O. Alfieri (IT)15:45 - Coffe Break

Mitral Valve Disease 616:15 - Degenerative and Rheumatic Mitral Valve Disease. The Role of Statins

F. Antonin-Canterini (IT)16:30 - Coronary Disease and MR: When to fix both?16:45 - Percutanenous Mitral Valve Repair-Current Status17h00 - Supraventricular Arrhythmias in MV disease: when to Refer for EP Interventional or Surgical Theraphy17:15 - Discussion17:30 - Mitral Valve Disease - Clinical Case 2 and Clinical Case 318:30 - Closing Remarks20:00 - Dinner

MITRAL VALVE DISEASE 2010 – One Day Course

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I-139

Índice NUMÉRICOComunicações Orais e Cartazes

CO 1 SCORE PROGNÓSTICO PÓS-INTERNAMENTO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA

CO 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA E SÍNDROME CARDIO-RENAL: UM CÍRCULO VICIOSO...AINDA SEM SOLUÇÃO

CO 3 WORSENING UREA LEVELS IN ACUTE HEART FAILURE: A PARADOXICAL PREDICTOR OF PROGNOSIS

CO 4 PREVER O FUTURO EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: O SEGREDO ESTÁ NO SÓDIO

CO 5 FACTORES PREDICTORES DA PROVASOPRESSINA C-TERMINAL (COPEPTINA), UM NOVO MARCADOR DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 6 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDIZADA: VALOR DO SCORE NEUROHORMONAL

CO 7 APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CARDIOMIOPATIA PERIPARTO EM MOÇAMBIQUE

CO 8 CARDIOMIOPATIA ASSOCIADA À SÍNDROME DE MARFAN: UMA NOVA ENTIDADE DE UMA PATOLOGIA BEM CONHECIDA?

CO 9 FUNCTIONAL VARIANTS OF ANGIOTENSIN-CONVERTING ENZYME GENE AND PHENOTYPE EXPRESSION IN HYPERTROPHICCARDIOMYOPATHY

CO 10 MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA NÃO-OBSTRUTIVA: A IMPORTÂNCIA DA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA

CO 11 MIOCARDITE AGUDA. PADRÕES CLÍNICOS E DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA POR SPECKLE TRACKING EM COMPARAÇÃO COM ANECROSE MIOCÁRDICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

CO 12 CARACTERIZAÇÃO E SEGUIMENTO DE POPULAÇÃO COM NÃO COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO

CO 13 STRAIN TECIDULAR POR SPECKLE TRACKING NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA

CO 14 VÁLVULA AÓRTICA PERCUTÂNEA TRANSAPICAL: IMPLICAÇÕES NA MECÂNICA VENTRICULAR. RESULTADOS INICIAIS

CO 15 OBESIDADE: ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE ALTERAÇÃO DO METABOLISMO GLICÉMICO E ALTERAÇÕES DA DEFORMAÇÃO VENTRICULARESQUERDA

CO 16 ACUIDADE DOS PARÂMETROS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA CIRCUNFERENCIAL E RADIAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICASEGMENTAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 17 PADRÃO DE DEFORMAÇÃO NÃO HOMOGÉNEA DO VENTRÍCULO ESQUERDO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL: SERÁ ESTA A REGRA?

CO 18 CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE BNP E 2D STRAIN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 19 DRUG-ELUTING VERSUS BARE-METAL STENTS NO TRATAMENTO DE LESÕES AORTO-OSTIAIS: COMPARAÇÃO NO LONGO TERMO

CO 20 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE OCTAGENÁRIOS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

CO 21 ESTRATÉGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO PERCUTÂNEA EM LESÕES DE BYPASSES VENOSOS AORTO-CORONÁRIOS: RESULTADOS A LONGO PRAZO

CO 22 EUROSCORE: PREDITOR DE EVENTOS CARDIOVASCULARES NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

CO 23 VALOR PROGNÓSTICO DO SYNTAX SCORE NA ANGIOPLASTIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO

CO 24 OVERLAPPING DRUG ELUTING-STENTS – LIMUS VERSUS PACLITAXEL

CO 25 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA SEGURA

CO 26 A ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR REDUZ SIGNIFICATIVAMENTE O NÚMERO DE CHOQUES EM DOENTES PORTADORES DECARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS

CO 27 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: IMPACTO DOS AVANÇOS NO SISTEMA PARA REDUÇÃO DAEXPOSIÇÃO AO RX

CO 28 FIBROSE AURICULAR NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PRÉ-ABLAÇÃO AVALIADA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: IMPACTO NAFUNÇÃO AURICULAR?

CO 29 ABLAÇÃO DE ARRITMIAS DA CÂMARA DE SAÍDA DO VENTRÍCULO DIREITO GUIADA PELO SISTEMA DE MAPEAMENTOTRIDIMENSIONAL “SEM-CONTACTO” – RESULTADOS A LONGO-PRAZO

CO 30 O ISOLAMENTO DAS VEIAS PULMONARES COM ACTIVIDADE FOCAL AUTOMÁTICA PODE SER SUFICIENTE NA ABLAÇÃO DAFIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA?

CO 31 PREDITORES DA NECESSIDADE DE PACEMAKER PERMANENTE EM DOENTES SUBMETIDOS A IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA

CO 32 RESULTADOS AOS 30 DIAS DO PRIMEIRO ANO DE UM PROGRAMA INTEGRADO DE IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULAS AÓRTICASPERCUTÂNEAS POR VIA TRANSFEMORAL OU TRANSAPICAL EM DOENTES DE ALTO RISCO CIRÚRGICO

CO 33 ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA EM HOMENS E MULHERES: DIFERENTE REPERCUSSÃO NA GEOMETRIA E NA FUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO

CO 34 PERFORMANCE DOS SCORES DE RISCO DE CIRURGIA CARDÍACA NA PREDIÇÃO DE MORBIMORTALIDADE APÓS IMPLANTAÇÃO DEVÁLVULA AÓRTICA TRANSCATETER

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I-140

CO 35 LONG-TERM SURVIVAL AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY PATIENTS UNDERGOING AORTIC VALVE REPLACEMENT

CO 36 FACTORES PREDITORES DE CALCIFICAÇÃO VALVULAR NA DOENÇA RENAL CRÓNICA

CO 37 UMA PERSPECTIVA SOBRE A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS: DADOS DOREGISTO DA AVELEIRA

CO 38 PREVALENCE AND PROGNOSTIC VALUE OF ARTERIAL HYPERTENSION IN PATIENTS WITH STROKE

CO 39 A SÍNDROME METABÓLICA REDUZ FORTEMENTE A EFECTIVIDADE DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSOR EM PORTUGAL

CO 40 PREVALÊNCIA, CONHECIMENTO, TRATAMENTO E CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ILHA DA MADEIRA. ESTUDO PAP

CO 41 EXERCÍCIO E FACTORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS: EFEITO DE DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIO

CO 42 A HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR E A ATEROSCLEROSE PREMATURA

CO 43 ESTUDO DA DISFUNÇÃO ENDOTELIAL NA DOENÇA DE KAWASAKI

CO 44 AORTIC VALVE DISEASE IN PATIENTS WITH CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS

CO 45 UTILIDADE DO ÍNDICE DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FETAL NA AVALIAÇÃO DAS CARDIOPATIAS CONGÉNITAS DIREITAS

CO 46 PODER PREDITIVO DO ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA ELIGIBILIDADE DE DOENTES COM COMUNICAÇÃO INTER-AURICULARPARA ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO EM IDADE PEDIÁTRICA

CO 47 PATIENTS WITH REPAIRED TETRALOGY OF FALLOT UNDERGOING PULMONARY VALVE REPLACEMENT – WHAT HAPPENS TO TRICUSPID REGURGITATION?

CO 48 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA EM IDADE PEDIÁTRICA

CO 49 IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: IMPLICAÇÕES NA ADESÃO À TERAPÊUTICA

CO 50 MODIFICAÇÃO DO PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CONSULTA ESPECIALIZADA

CO 51 CRIAÇÃO DUM HOSPITAL DE DIA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: IMPACTO NA HOSPITALIZAÇÃO

CO 52 EM PORTUGAL AS CLÍNICAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SÃO EFICAZES

CO 53 IMPACTO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA NA FUNÇÃO DIASTÓLICA E CAPACIDADE FUNCIONAL APÓS ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 54 PADRÕES ALIMENTARES NUMA POPULAÇÃO DO SUL DA EUROPA: RELAÇÃO COM O ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO E COM MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

CO 55 FLUIDO TORÁCICO TOTAL – UM POSSÍVEL DETERMINANTE DA EFICÁCIA VENTILATÓRIA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

CO 56 IS CHRONOTROPIC INCOMPETENCE ASSOCIATED WITH POOR OUTCOME IN CARDIAC REHABILITATION?

CO 57 RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA CONFERIDO PELA ASSOCIAÇÃO DA VARIANTE CC DO LOCUS 9P21 COM O TABAGISMO

CO 58 DISLIPIDEMIAS DE ELEVADO RISCO CARDIOVASCULAR: ANÁLISE BIOQUÍMICA E GENÉTICA

CO 59 HIGH PREVALENCE OF PERSISTENT LIPID ABNORMALITIES IN HIGH-RISK PATIENTS TREATED WITH STATINS IN PORTUGAL: RESULTSOF THE DYSLIPIDEMIA INTERNATIONAL STUDY (DYSIS) - PORTUGAL

CO 60 COMPARAÇÃO DE DIFERENTES DEFINIÇÕES DE SÍNDROME METABÓLICA: IMPLICAÇÕES NO RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA EACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

CO 61 RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÉMICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST: VARIAÇÃO TEMPORAL DOSPARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E CORRELAÇÃO COM A REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA

CO 62 CHOQUE CARDIOGÉNICO POR DISFUNÇÃO VENTRICULAR NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: MELHORES RESULTADOS DESDEO SHOCK TRIAL?

CO 63 COMBINED LOWEST HAEMOGLOBIN AND ADMISSION HYPERGLYCAEMIA: A NOVEL AND SUPERIOR OUTCOME PREDICTOR IN ACUTECORONARY SYNDROMES

CO 64 IMPORTÂNCIA DO POLIMORFISMO DO CITOCROMO P450 2C19 681G>A NO PROGNÓSTICO DE UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

CO 65 EFEITOS DA ANGIOTENSINA 1-7 NA FUNÇÃO CONTRÁCTIL MIOCÁRDICA APÓS A ISQUEMIA-REPERFUSÃO

CO 66 DISTINCT MECHANISMS FOR DIASTOLIC DYSFUNCTION IN DIABETES MELLITUS AND PRESSURE-OVERLOAD

CO 67 CORRELATION BETWEEN PLASMA LEVELS OF APELIN AND MYOCARDIAL HYPERTROPHY IN RATS AND HUMANS: POSSIBLE TARGETFOR TREATMENT?

CO 68 FACTORES DE CRESCIMENTO INFLUENCIAM A PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO EM CÉLULAS PROGENITORAS CARDÍACAS

CO 69 DIABETES E DOENÇA CARDIOVASCULAR: PROGNÓSTICO APÓS 5 ANOS DE REVASCULARIZAÇÃO

CO 70 DOENÇA VASCULAR PRÉVIA: FACTOR DE RISCO PARA EVENTOS ADVERSOS EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

CO 71 DISFUNÇÃO RENAL NA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: IMPACTO NO RISCOHEMORRÁGICO ASSOCIADO À INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

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I-141

CO 72 IMPACTO PROGNÓSTICO DE CO-MORBILIDADES MAJOR AGUDAS OU AGUDIZADAS NOS DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIAAGUDA

CO 73 ESPECIFICIDADE DA ANATOMIA CORONÁRIA NOS CASOS DE ELEVAÇÃO DE ST NA PROVA DE ESFORÇO, EM DOENTES SEM SÍNDROMECORONÁRIA AGUDA PRÉVIA

CO 74 ECOCARDIOGRAFIA E A PROVA DE MARCHA DOS 6 MINUTOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM DISFUNÇÃO SISTÓLICA

CO 75 A FUNÇÃO DIASTÓLICA (E NÃO A FUNÇÃO SISTÓLICA) É O PRINCIPAL DETERMINANTE DA CAPACIDADE FUNCIONAL APÓS OENFARTE DO MIOCÁRDIO

CO 76 PEAK CIRCULATORY POWER: UMA NOVA VARIÁVEL DA PROVA DE ESFORÇO CARDIORESPIRATÓRIA QUE É PREDITORA POTENTEDE EVENTOS ARRÍTMICOS EM DOENTES COM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL

CO 77 NOVA DEFINIÇÃO UNIVERSAL DE ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: É SUFICIENTE PARA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E GUIAR NADECISÃO DE REVASCULARIZAR?

CO 78 AGREGAÇÃO PLAQUETAR À DATA DE ALTA DE UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA, VALERÁ A PENA?

CO 79 PREDITORES DE OCLUSÃO CORONÁRIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

CO 80 PREDITORES DE REPERFUSÃO PRECOCE NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 81 OS MIXOMAS CARDÍACOS TERÃO UMA NOVA FACE CLÍNICA?

CO 82 UTILIZAÇÃO DE ENDOPRÓTESES AÓRTICAS NA AORTA TORÁCICA (TEVAR). COMPARAÇÃO DE RESULTADOS ENTRE PROCEDIMENTOSELECTIVOS E URGENTES. EXPERIÊNCIA INICIAL DE UM CENTRO DE CIRURGIA CARDÍACA

CO 83 TUMORES MALIGNOS DO CORAÇÂO – CARACTERIZAÇÂO EPIDEMIOLÓGICA E SOBREVIVÊNCIA APÓS A CIRURGIA

CO 84 TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA PARA TRATAMENTO DO CHOQUE CARDIOGÉNICO PÓS-ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 85 REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA NO SEXO FEMININO: DO PERFIL CLÍNICO AO PROGNÓSTICO

CO 86 RESULTADOS DA TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA NOS RECEPTORES MAIS IDOSOS

CO 87 IMPORTÂNCIA DO TESTE DE DESFIBRILHAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADORES

CO 88 AVALIAÇÃO DAS VANTAGENS DO USO DE ANTIARRÍTMICOS ACTUALMENTE INDISPONÍVEIS NO MERCADO PORTUGUÊS

CO 89 RIVER: REGISTO PORTUGUÊS PARA A MONITORIZAÇÃO DA REDUÇÃO DO PACING VENTRICULAR DESNECESSÁRIO – RESULTADOS ATÉAOS 4 ANOS

CO 90 RESULTADOS ACTUAIS DO SEGUIMENTO DE DOENTES COM ELÉCTRODO SPRINT FIDELIS

CO 91 DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BRUGADA: SERÁ NECESSÁRIO VER EM DUPLICADO? UM CRITÉRIO ALTERNATIVO

CO 92 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ELECTROFISIOLÓGICO NA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO ARRITMICO NA SÍNDROME DE BRUGADA

CO 93 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA DEFERIDA COM BASE NOS RESULTADOS DO FRACTIONAL FLOW RESERVE (FFR): EVENTOS CLÍNICOS

CO 94 ANGIOPLASTIA CORONÁRIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO

CO 95 IMPACT OF THROMBUS AT BASELINE ANGIOGRAM ON STENT STRUT COVERAGE ASSESSED BY OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHY AT 6-MONTH FOLLOW UP

CO 96 MORTALIDADE INTRA HOSPITALAR E NO SEGUIMENTO CLINICO NO CONTEXTO DE ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA - PREVER PARA PREVENIR?

CO 97 TROMBOSE DE STENT: INCIDÊNCIA, PREDITORES E SIGNIFICADO CLÍNICO NUMA POPULAÇÃO DO MUNDO REAL: ANÁLISE DE 5317DOENTES DO REGISTO DE UM CENTRO

CO 98 FACTORES PREDITORES DO SUCESSO A MÉDIO-PRAZO DA REVASCULARIZAÇÃO COM STENTS DE DIÂMETRO IGUAL OU INFERIOR A2,5MM. IMPORTÂNCIA DOS STENTS FARMACOLÓGICOS

CO 99 EVOLUÇÃO DOS DOENTES COM SÍNDROMA DE CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO: SOBREVIDA AOS 11 ANOS

CO 100 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE CANAIS ARTERIAIS – 17 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA

CO 101 OPERAÇÃO DE SWITCH ARTERIAL: FACTORES DE RISCO E EVOLUÇÃO DA INSUFICIÊNCIA VALVULAR AÓRTICA

CO 102 ENCERRAMENTO DE CANAL ARTERIAL NA INFÂNCIA – ABORDAGEM PERCUTÂNEA VERSUS CIRURGIA

CO 103 IMPLANTACAO DE STENTS EM RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES: UMA REALIDADE ACTUAL

CO 104 PRIMEIRO E SEGUNDO ESTÁDIOS DE ABORDAGEM HÍBRIDA PARA A SÍNDROME DO CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO

CO 105 CIRURGIA AÓRTICA EM DOENTES INOPERÁVEIS OU DE ALTO RISCO - EXPERIÊNCIA INICIAL COM PRÓTESES TRANSAPICAIS

CO 106 ESTUDO PROSPECTIVO ALEATORIZADO DA PERMEABILIDADE DOS ENXERTOS AORTO-CORONÁRIOS COM E SEM CIRCULAÇÃO EXTRACORPORAL

CO 107 VIABILIDADE DA CIRURGIA DE ROSS – EXPERIÊNCIA DE 15 ANOS

CO 108 SCORES DE RISCO TROMBOEMBÓLICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR: FACILITADORES OU INDUTORES DE CONFUSÃO?

CO 109 PODERÁ O SCORE CHADS2 PREDIZER MORTALIDADE A CURTO E MÉDIO-PRAZO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA?

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I-142

CO 110 ANTICOAGULAÇÃO ORAL APÓS TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EM DOENTES SEM FACTOR CAUSAL IDENTIFICADO

CO 111 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE AVC NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR. RESULTADOS A MÉDIO PRAZO DA ABORDAGEM CIRÚRGICA

CO 112 INITIAL IBERIAN EXPERIENCE WITH THE WATCHMAN LEFT ATRIAL APPENDAGE SYSTEM FOR STROKE PREVENTION IN ATRIAL FIBRILLATION.

CO 113 ANGIO-TAC TORÁCICA NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR: DIAGNÓSTICO E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NUM SÓ EXAME

CO 114 IS ELECTROMECHANICAL MAPPING HELPFUL IN MONITORIZATION OF ISCHEMIC BURDEN AFTER STEM CELLS INTRAMYOCARDIALTHERAPY? COMPARISON WITH MAGNETIC CARDIAC IMAGING

CO 115 INCREASE IN CIRCULATING ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS BY STATINS IN ACUTE CORONARY SYNDROMES

CO 116 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM SISTEMA DE NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: COMPARAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DECATETERES

CO 117 EFFECTS OF DIABETES MELLITUS, PRESSURE OVERLOAD AND THEIR ASSOCIATION ON MYOCARDIAL STRUCTURE AND FUNCTION

CO 118 HIGHER PLASMA LEVELS OF TIMP-1 AMONG MARFAN SYNDROME PATIENTS WITH PREVIOUS AORTIC ROOT REPLACEMENT: AMARKER OF IMPROVED PROTEOLYTIC BALANCE?

CO 119 BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES DAS GLICOPROTEÍNAS IIB/IIIA NOS DOENTES COM SÍNDROMAS CORONÁRIAS AGUDASSEM ELEVAÇÃO DE ST SOB DUPLA ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETAR

CO 120 DEPURAÇÃO ESTIMADA DA CREATININA NA ADMISSÃO E RISCO HEMORRÁGICO NO MUNDO REAL NAS SÍNDROMES CORONÁRIASAGUDAS

CO 121 COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS PROTOCOLOS DE ESFORÇO CARDÍACO NA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO: EFEITOSSECUNDÁRIOS E QUALIDADE DA IMAGEM

CO 122 VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA LONGITUDINAL E TRANSVERSAL COM AS ALTERAÇÕES DA CINÉTICA SEGMENTAR EMDOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 123 ANGIOTC CARDÍACA COM BAIXA DOSE DE RADIAÇÃO: EXPERIENCIA INICIAL COM O PROTOCOLO PROSPECTIVO

CO 124 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE SOBRECARGA COM DOBUTAMINA - EXPERIÊNCIA INICIAL

CO 125 RISCO HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVELAMENTO DE ST – O PAPEL DOSCORES DE RISCO TIMI, GRACE E CRUSADE

CO 126 SERÁ QUE O SCORE DE RISCO TIMI MANTÉM ACTUALIDADE NA PREVISÃO DE COMPLICAÇÕES NOS DOENTES COM SÍNDROMACORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE ST NO SÉCULO XXI?

CO 127 BALANCEAR OS RISCOS ISQUÉMICO E HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: UTILIDADE DO SCORE DE RISCO TIMI

CO 128 SCORE GRACE: MELHOR NÃO É IMPOSSÍVEL

CO 129 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: É POSSÍVEL PREVER A AUSÊNCIA DE DOENÇACORONÁRIA OBSTRUTIVA?

CO 130 ACUTE CORONARY SINDROMES: UA/NSTEMI VALIDITY OF TIMI RISK SCORE AND NEW VARIABLES OF RISK

CO 131 THE PREDICTIVE VALUE OF GENDER-BASED 24-H AMBULATORY BLOOD PRESSURE (ABP) FOR CARDIOVASCULAR (CV) EVENTS INTREATED HYPERTENSIVES

CO 132 PROVA DE ESFORÇO CARDIORESPIRATÓRIA NA AVALIAÇÃO DO RISCO ARRÍTMICO E DE FALÊNCIA DE BOMBA - PARÂMETROS DIFERENTES PARA EVENTOS DIFERENTES?

CO 133 EXPERIÊNCIA COM A IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULA AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA

CO 134 T LYMPHOCYTES ASSOCIATE TO OXIDIZED LOW-DENSITY LIPOPROTEIN, C-REACTIVE PROTEIN AND TROPONIN T IN ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

CO 135 O TREINO DE ORTOSTATISMO (TILT TRAINING) AUMENTA A RESERVA VASOCONSTRITORA EM DOENTES COM SÍNCOPE REFLEXANEUROCARDIOGÉNICA

CO 136 ELECTROMECHANICAL DETECTION OF HIBERNATING MYOCARDIUM: COMPARISON WITH CARDIAC MAGNETIC RESONANCE

CO 137 PARADOXO DO COLESTEROL-LDL EM DOENTES ADMITIDOS POR SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

CO 138 ECG E DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE BRUGADA: PODEMOS IR ALÉM DO PADRÃO?

CO 139 CINTIGRAFIA PERFUSÃO MIOCÁRDIO: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE INDIVÍDUOS DE ALTO RISCOCARDIOVASCULAR

CO 140 DIAGNOSTIC CONTRIBUTION OF CARDIAC MAGNETIC RESONANCE IN PATIENTS WITH RAISED TROPONIN AND NON SIGNIFICANTCORONARY ARTERY STENOSES

CO 141 UPGRADE DE SISTEMAS IMPLANTADOS (PACEMAKER E CDI) PARA DISPOSITIVOS COM ESTIMULAÇÃO BIVENTRICULAR (CRT)

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I-143

C 1 O EUROSCORE COMO PREVISOR DE MORTALIDADE EM CIRURGIA CORONÁRIA HOSPITALAR E A UM ANO

C 2 CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA NO PÓS-ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO PRECOCE: ANÁLISE COMPARATIVA DASESTRATÉGIAS COM E SEM CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPORAL

C 3 TEMPO IDEAL DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA APÓS ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 4 AVALIAÇAO DE PERFORMANCE EM CIRURGIA CORONÁRIA

C 5 PREDITORES DE MORTE AOS 30 DIAS E A 1 ANO APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA NO ENFARTE AGUDO DOMIOCÁRDIO

C 6 DIABETES MELLITUS NA REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA: QUAL A SUA PREVALÊNCIA E INFLUÊNCIA NO PROGNÓSTICODESTES DOENTES?

C 7 FIBRILHAÇÃO AURICULAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA – FACTORES DE RISCO EIMPLICAÇÃO NO PROGNÓSTICO HOSPITALAR

C 9 PERFIL DO DOENTE TRANSFUNDIDO NUM SERVIÇO CIRÚRGICO CARDIOTORÁCICO

C 10 PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA BAIXA ISOLADA E PROGNÓSTICO NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS, MAIS ALÉM DOS PREDITORES CONVENCIONAIS

C 11 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS OU O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA “ÓPTIMA”

C 12 PREDITORES INDEPENDENTES DE AGRAVAMENTO CLÍNICO INTRA-HOSPITALAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO -EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 13 DOENÇA CORONÁRIA PRÉVIA CONHECIDA: FACTOR DE PROTECÇÃO PARADOXAL A CURTO PRAZO?

C 14 BNP OU NT-PROBNP IGUAIS OU DIFERENTES COMO MARCADORES DE RISCO NOS DOENTES INTERNADOS POR SÍNDROMACORONÁRIA AGUDA?

C 15 EPISÓDIOS PRÉVIOS DE ANGOR E PRÉ-CONDICIONAMENTO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

C 16 HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO: MEDIADOR OU APENAS MARCADOR DE MAU PROGNÓSTICO?

C 17 EM BUSCA DO MELHOR PREDITOR PÓS-ENFARTE: FUNÇÃO RENAL OU GLICEMIA?

C 18 CISTATINA C E SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: UM NOVO MARCADOR DE RISCO?

C 19 SCASEST NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS DE MEDICINA: PERFORMANCE MEASURES

C 20 DERIVAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA PONTUAÇÃO DE RISCO PARA PREVER A MORTALIDADE E EVENTOS CARDIOVASCULARES MAJORATÉ AOS 365 DIAS APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

C 21 CISTATINA C: UMA MAIS VALIA NA NEFROPATIA DE CONTRASTE?

C 22 ASSOCIAÇÃO DA DISFUNÇÃO RENAL E MORTALIDADE EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE STSUBMETIDOS A CORONARIOGRAFIA

C 23 QUANDO O ENFARTE É RESTENOSE

C 24 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA: QUE RESULTADOS ESPERAR NUM CENTRO DE VOLUME ELEVADO?

C 25 MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO <30% SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

C 26 ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE REPERFUSÃO NO DOENTE COM OBESIDADE – EXISTEM DIFERENÇAS?

C 27 PODE A PRESENÇA DE ANEMIA NA ADMISSÃO MELHORAR A CAPACIDADE PREDITIVA DO SCORE GRACE PARA MORTALIDADE ACURTO E MÉDIO-PRAZO APÓS SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA?

C 28 OS CINCO SEGREDOS DO BOM PROGNÓSTICO APÓS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

C 29 IMPORTÂNCIA DO RASTREIO SISTEMÁTICO DA SÍNDROME DEPRESSIVA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – IMPLICAÇÕESNA CAPACIDADE FUNCIONAL

C 30 PREVALÊNCIA E PERFIL DA DEPRESSÃO NOS DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 31 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E DEPRESSÃO: CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ASSOCIADOS À SÍNDROMEDEPRESSIVA

C 32 OS FACTORES CLÍNICOS E PSICOSSOCIAIS PREDITORES DA DEPRESSÃO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 33 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) E SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS) – UMA NOVA FRONTEIRA

C 34 A DIABETES MELLITUS INFLUENCIA O PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA?

C 35 O PARADOXO DA OBESIDADE – ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E PROGNÓSTICO NO DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

C 36 A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÓNICA: UM DIPOLO COM MÚLTIPLAS INTERCONEXÕES. RESULTADOS PRELIMINARES DO RICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA)

C 37 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E ANEMIA - A DUPLA FATAL!

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C 38 ARGININE VASOPRESSIN INVERSELY CORRELATES TO ANAEMIA IN SYSTOLIC HEART FAILURE PATIENTS

C 39 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: IMPLICAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO DE HEPARINA INTRAPROCEDIMENTO

C 40 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PERSISTENTE E DE LONGA-DURAÇÃO: A EXECUÇÃO DE LINHAS É SEMPRENECESSÁRIA?

C 41 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 42 ABLAÇÃO DE VIAS ACESSÓRIAS POR CATÉTER DE RADIOFREQUÊNCIA: 12 ANOS DE EXPERIÊNCIA

C 43 ANGIOTC CARDÍACA NA AVALIAÇÃO PRÉVIA A ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR: EFICÁCIA NA EXCLUSÃO DETROMBO NO APÊNDICE AURICULAR ESQUERDO

C 44 PADRÃO DE WOLFF-PARKINSON-WHITE EM DOENTES ASSINTOMÁTICOS – A EXPERIÊNCIA DE 10 ANOS DE UM CENTRO

C 45 ABLAÇÃO TRANSEPTAL DE TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES ESQUERDAS- EXPERIÊNCIA DE UM LABORATÓRIO DEARRITMOLOGIA SEM CIRUGIA CARDIOTORÁCICA

C 46 MODULAÇÃO ELECTROFISIOLÓGICA DAS AURÍCULAS E VEIAS PULMONARES: INTERACÇÃO DA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA NA INDUCIBILIDADE DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM MODELO EXPERIMENTAL IN VIVO

C 47 CARACTERIZAÇÃO HEMODINÂMICA E MORFOMÉTRICA DE UM NOVO MODELO EXPERIMENTAL DE HIPERTENSÃO PULMONARPEDIÁTRICA

C 48 PAPEL EMERGENTE DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA NA AVALIAÇÃO INICIAL E SEGUIMENTO DE DOENTES COMHIPERTENSÃO PULMONAR. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DE UM CENTRO PORTUGUÊS

C 49 PROSTAGLANDINAS ENDOVENOSAS NA TERAPÊUTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. UM PROTOCOLO DE CUIDADOS DEENFERMAGEM

C 50 VALOR DA TERAPÊUTICA ESPECÍFICA VASODILATADORA PULMONAR EM PORTADORES DE SÍNDROMA DE EISENMENGER

C 51 O NT-PROBNP COMO UM MARCADOR DE DISFUNÇÃO DIASTÓLICA DO VENTRÍCULO DIREITO EM DOENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. RELAÇÃO COM ÍNDICES ECOCARDIOGRÁFICOS

C 52 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO: CORRELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO SISTÓLICA NA ARTÉRIA PULMONAR (PSAP), VALORES DEEXCURSÃO SISTÓLICA E VELOCIDADES DO ANEL TRICÚSPIDE

C 53 ANGIOTC CARDÍACA: MELHOR LIMIAR DISCRIMINATIVO DE SCORE DE CÁLCIO PARA PREVER A PRESENÇA DE PLACAS CORONÁRIASOBSTRUTIVAS

C 54 HAPTOGLOBIN 1-1 GENOTYPE IN CHRONIC RENAL FAILURE PATIENTS CAN BE RELATED TO A LESSER CARDIOVASCULAR DISEASESEVERITY

C 55 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ENDOTELIAL POR TONOMETRIA DE AMPLITUDE DE PULSO DIGITAL (TAP): VALORES DUMA AMOSTRA DAPOPULAÇÃO PORTUGUESA SEM PATOLOGIA CARDIOVASCULAR

C 56 BASES GENÉTICAS DA HIPERCOLESTEOLEMIA FAMILIAR

C 57 QUAL A REAL ACUIDADE DIAGNÓSTICA DA ESPESSURA ÍNTIMA-MÉDIA CAROTÍDEA PARA A PREDIÇÃO DA PRESENÇA DE DOENÇACORONÁRIA SIGNIFICATIVA?

C 58 VALOR PROGNÓSTICO DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM CANDIDATOSA TRANSPLANTE RENAL

C 59 PERÍMETRO DA CINTA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDICTORES DE CARGA ATEROSCLERÓTICA E SEVERIDADE DEDOENÇA CORONÁRIA EM DOENTES REFERENCIADOS PARA TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA MULTIDETECTORES

C 60 EQUIVALÊNCIA DOS PROTOCOLOS DE STRESS CINTIGRÁFICOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR DE CANDIDATOS ATRANSPLANTE RENAL (FARMACOLÓGICO VERSUS EXERCÍCIO)

C 61 CAPACIDADE DO SCORE DE CÁLCIO DISCRIMINAR O RISCO CARDÍACO EM DOENTES COM BAIXO RISCO CLÍNICO

C 62 EVOLUÇÃO DA PROBABILIDADE TEÓRICA DE DOENÇA CORONÁRIA PRÉ- E PÓS-TESTE EM DUAS ESTRATÉGIAS DIAGNÓSTICAS - CONTRIBUTO RELATIVO DA PROVA DE ESFORÇO E DA ANGIOTC CARDÍACA

C 63 DETECÇÃO DE DOENÇA CORONÁRIA NÃO OBSTRUTIVA - UMA MAIS-VALIA DA ANGIOTC CARDÍACA

C 64 ENVOLVIMENTO CARDÍACO NA DOENÇA DE STEINERT: EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO

C 65 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM DOENTES DE FABRY COM E SEM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA

C 66 STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES DE FABRY COM E SEM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA

C 67 STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES COM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA SECUNDÁRIA À DOENÇA DE FABRY: QUAL ASUA RELAÇÃO COM A PRESENÇA DE REALCE TARDIO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA COM GADOLÍNIO?

C 68 INSULINO-RESISTÊNCIA, PERFIL LIPÍDICO, PROTEÍNA C REACTIVA E HOMOCISTEÍNA EM DOENTES COM TIROIDITE AUTO-IMUNE EHIPOTIROIDISMO SUBCLÍNICO

C 69 AVALIAÇÃO DO PERFIL TENSIONAL NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E CORRELAÇÃO COM OTRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

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C 70 DISFUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA EM DIABÉTICOS: RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE EVOLUÇÃO, A HEMOGLOBINAGLICOSADA E O TRATAMENTO COM OS PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS

C 71 BNP PLASMÁTICO NAS AGUDIZAÇÕES DA DPOC

C 72 AVALIAÇÃO NÃO INVASIVA DA FUNÇÃO ENDOTELIAL EM DOENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

C 73 QUAL A RELEVÂNCIA DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA EM DOENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE ESTABELECIDA?

C 74 TROMBÓLISE MAL SUCEDIDA: O QUE DISTINGUE ESTES DOENTES?

C 75 SCASEST: ABORDAGEM CONVENCIONAL VERSUS INVASIVA - FOLLOW UP AOS 6 MESES

C 76 DOENTES COM DIABETES MELLITUS INTERNADOS COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DOSEGMENTO ST: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVA SUBUTILIZADA?

C 77 INTERACÇÃO DO CLOPIDOGREL COM OS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES: CONTROVÉRSIA REVISITADA EM DOENTES “REAIS”

C 78 PARAGEM CARDIORESPIRATÓRIA PRÉ-HOSPITALAR E INTRA-HOSPITALAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO –PODEMOS E DEVEMOS ALTERAR O PROGNÓSTICO ADVERSO!

C 79 INTERACÇÃO MEDICAMENTOSA CLOPIDOGREL - INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES: A PROVA QUE FALTAVA!

C 80 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST: SERÁ QUE OS SCORES DE RISCO INFLUENCIAMVERDADEIRAMENTE A ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA?

C 81 TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO DA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA ST: UM EQUILÍBRIO DÍFICIL ENTRE OS RISCOSTROMBÓTICO E HEMORRÁGICO

C 82 FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO COMBINADAS: UM NOVO PREDITOR DE PROGNÓSTICO NASSÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

C 83 PREDITORES DE MORTALIDADE E MORTALIDADE OU REINTERNAMENTO CARDIOVASCULAR A LONGO PRAZO NA SÍNDROMACORONÁRIA AGUDA

C 84 ANGIOPLASTIA DE PONTAGEM AORTOCORONÁRIA COM ENXERTO DE VEIA SAFENA - EXPERIÊNCIA INICIAL COM DISPOSITIVO DEPROTECÇÃO PROXIMAL

C 85 AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E DOS RESULTADOS A LONGO-PRAZO NO TRATAMENTO DE OCLUSÕES CRÓNICAS TOTAIS. EFEITO BENÉFICO DOS STENTS FARMACOLÓGICOS

C 86 SEGUIMENTO A LONGO PRAZO DE DOENTES SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA COM IMPLANTAÇÃO DE STENTS NÃO REVESTIDOS

C 87 STENTS METÁLICOS VERSUS STENTS COM FÁRMACO NO CONTEXTO DE ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA – RESULTADOS A UM ANO

C 88 DES VERSUS BMS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA - RESULTADOS A 5 ANOS DE SEGUIMENTO

C 89 APRESENTAÇÃO TARDIA DA RESTENOSE DOS STENTS COM FÁRMACOS

C 90 PROGNÓSTICO A CURTO E LONGO PRAZO E FOLLOW-UP ANGIOGRÁFICO APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA COMSTENTS REVESTIDOS COM RAPAMICINA EM OCLUSÕES CORONÁRIAS CRÓNICAS: ESTUDO PROSPECTIVO DE UM CENTRO

C 91 EFICÁCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO DE LESÕES CORONÁRIAS MUITO LONGAS COM MÚLTIPLOS DRUG-ELUTING STENTS SOBREPOSTOS -FULL METAL JACKET

C 92 ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM NOVA GERAÇÃO DE STENTS FARMACOACTIVOS - RESOLUTE VERSUS XIENCE\PROMUS

C 93 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EM DIABÉTICOS. PREDITORES INDEPENDENTES E TIPODE STENT.

C 94 O RISCO CORONÁRIO DA INGESTÃO DE ÁLCOOL APRESENTA UM EFEITO EM “J” NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA, SENDO ESTEEFEITO ALTERADO PELA PRESENÇA DO POLIMORFISMO E4 DA APOLIPOPROTEÍNA E

C 95 ENDOTHELIAL MICROPARTICLES CORRELATE TO THE EXPRESSION OF CD40 LIGAND ON PLATELETS AND T LYMPHOCYTES IN ACUTEMYOCARDIAL INFARCTION

C 96 ASSOCIAÇÃO DE VARIANTE DO CROMOSSOMA 9P21 COM A DIABETES MELLITUS

C 97 RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA COM VARIANTE NO LOCUS 9P21: PRIMEIRO ESTUDO NA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 98 OS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NÃO INFLUENCIAM O APARECIMENTO DE DOENÇA CORONÁRIA NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 99 INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NO PERFIL LIPÍDICO DE UMA POPULAÇÃO PORTUGUESA SEM DOENÇA CONHECIDA

C 100 RELAÇÃO GENÓTIPO/FENÓTIPO DE DOENTES PORTUGUESES COM HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR

C 101 PREDITORES DE NÍVEIS CIRCULANTES DE CÉLULAS PROGENITORAS ENDOTELIAIS EM PACIENTES REFERENCIADOS PARAANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA MULTIDETECTORESD

C 102 A INGESTÃO DE ÁLCOOL REPRESENTA UM FACTOR DE RISCO CORONÁRIO SIGNIFICATIVO, NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 103 NT-PRO-BNP COMO BIOMARCADOR DE RISCO NUMA POPULAÇÃO COM ELEVADA PREVALÊNCIA DE DOENÇA CARDIOVASCULAR

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C 104 PREVALÊNCIA, TRATAMENTO E CONTROLO DA DIABETES MELLITUS E DOS FACTORES DE RISCO ASSOCIADOS NOS CUIDADOS DESAÚDE PRIMÁRIOS EM PORTUGAL

C 105 DEFINIÇÃO DE NORMALIDADE DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA – UMA SUB-ANÁLISE DO PROJECTO EDIVA

C 106 VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NA DEFINIÇÃO DO PROGNÓSTICO CARDIOVASCULAR – RESULTADOS PRELIMINARES DOPROJECTO EDIVA.

C 107 O POLIMORFISMO DO CANAL EPITELIAL DO SÓDIO INFLUENCIA O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 108 O POLIMORFISMO DD DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA RELACIONA-SE COM O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃOARTERIAL NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 109 QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES HIPERTENSOS: VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO

C 110 OS POLIMORFISMOS DO ANGIOTENSINOGÉNIO INFLUENCIARÃO O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA?

C 111 INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DA PROTEÍNA G SUBUNIDADE ß3 NO APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

C 112 MONITORIZAÇÃO AMBULATÓRIA DA PRESSÃO ARTERIAL - ESTUDO EM PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR

C 113 O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL DE ADMISSÃO EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 114 ANOMALIAS DO SEPTO INTERAURICULAR NO ADULTO JOVEM COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CRIPTOGÉNICO – CONTRIBUTOPARA O ESTUDO DOS MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS E FACTORES DE RISCO

C 115 ECOCARDIOGRAFIA TRANSESOFÁGICA VERSUS DOPPLER TRANSCRANEANO NA PESQUISA DE SHUNTS DIREITO-ESQUERDO EMDOENTES COM AVC CRIPTOGÉNICO

C 116 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO APENDICE AURICULAR ESQUERDO NA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO TROMBOEMBOLICO EM DOENTESCOM AVC

C 117 PODE A ECO TRANSTORÁCICA DISPENSAR A ECO TRANSESOFÁGICA NO DESPISTE DE PERMEABILIDADE DO FORAMEN OVALE?

C 118 PROGNOSTIC RELEVANCE OF ECHOCARDIOGRAPHY IN CARDIOEMBOLIC STROKE PATIENTS TREATED WITH RECOMBINANT TISSUEPLASMINOGEN ACTIVATOR

C 119 PODERÁ O ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO SUBSTITUIR O CHADS NA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PROTROMBÓTICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR?

C 120 ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO NA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO

C 121 RESULTADOS CLÍNICOS DA ANGIOPLASTIA GUIADA POR AVALIAÇÃO DA FRACTIONAL FLOW RESERVE (FFR)

C 122 IMAGING ASSESSMENT OF LEFT ATRIAL APPENDAGE IN THE PERCUTANEOUS CLOSURE SETTING – TRANSESOPHAGEAL ECHO VERSUS ANGIOGRAPHY

C 123 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTANEA COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: EXPERIÊNCIA INICIAL

C 124 RESULTADOS INICIAIS DE ENCERRAMENTO DE PSEUDOANEURISMAS IATROGÉNICOS DA ARTÉRIA FEMORAL POR ADMINISTRAÇÃODE TROMBINA GUIADA POR ECOGRAFIA

C 125 IMPLANTAÇÃO DA BIOPRÓTESE AÓRTICA COREVALVE® – IMPORTÂNCIA DA CURVA DE APRENDIZAGEM NA DIMINUIÇÃO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES

C 126 O ACESSO RADIAL NOS PROCEDIMENTOS CORONÁRIOS PERCUTÂNEOS DIAGNÓSTICOS E DE INTERVENÇÃO: TAXA DE SUCESSO

C 127 FIRST VALIDATION STUDY OF NEW FOURIER-DOMAIN OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHY (FD-OCT): A PHANTOM STUDY

C 128 ABLAÇÃO ALCOÓLICA DO SEPTO – EXPERIÊNCIA INICIAL DE UMA ALTERNATIVA PERCUTÂNEA PARA OS DOENTES COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA

C 129 CORRELAÇÃO ENTRE OS DADOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA AVALIAÇÃO DE DOENTESCOM COARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA

C 130 PREDITORES DE MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM ANGIOPLASTIA ISOLADA DA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIORPROXIMAL – CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE SCORE DE RISCO

C 131 DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - TODOS IGUAIS?

C 132 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E MORTALIDADE INTRA-HOSPITALAR

C 133 QUE FUTURO PARA UM DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA? A RESPOSTA ESTÁ… NO PÉPTIDO NATRIURÉTICO TIPO B

C 134 CORRELAÇÃO ENTRE O VALOR DO NT-PROBNP SÉRICO E OS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS OBTIDOS POR BIOMPEDÂNCIA ELÉCTRICA TORÁCICA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA

C 135 END-TIDAL CO2 PRESSURE, THE FORGOTTEN PARAMETER - CORRELATION WITH CARDIAC OUTPUT AND STROKE VOLUME INPATIENTS WITH HEART FAILURE

C 136 PROGNÓSTICO AGUDO E SUB-AGUDO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO PRESERVADA. RESULTADOS PRELIMINARES DO RICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA)

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I-147

C 137 É POSSÍVEL PREVER A OCORRÊNCIA DE SÍNDROME CÁRDIO-RENAL EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

C 138 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E POTÁSSIO: TEMPO DE REVER OS LIMITES DE NORMALIDADE?

C 139 ÍNDICE DE ANISOCITOSE ERITROCITÁRIA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – IMPLICAÇÕES CLÍNICAS, ECOCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃOCOM OS BIOMARCADORES CLÁSSICOS

C 140 A VARIAÇÃO DO NT-PROBNP 24 E 96 HORAS APÓS INFUSÃO DE LEVOSIMENDAN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACADESCOMPENSADA COMO MARCADOR PROGNÓSTICO A MÉDIO PRAZO

C 141 PERFIL DE RISCO CARDIOVASCULAR NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

C 142 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SAOS UMA ASSOCIAÇÃO INEQUÍVOCA (ESTUDO PROSPECTIVO)

C 143 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SÍNDROME DA APNEIA DO SONO – UMA ASSOCIAÇÃO SURPREENDENTE?

C 144 OBESIDADE E VARIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE O SONO

C 145 IMPACTO DA SÍNDROME METABÓLICA EM DOENTES COM RESTENOSE

C 146 PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES ADMITIDOS PARA REALIZAÇÃO DE EXAME CARDÍACOINVASIVO ELECTIVO.

C 147 PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES ESCOLARIZADOS

C 148 CONHECER MELHOR O CORAÇÃO DIABÉTICO: O HIF-1ALFA NA RESPOSTA À ISQUEMIA

C 149 O PAPEL DOS PRODUTOS FINAIS DA GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES) NO DESENCADEAMENTO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES DADIABETES TIPO 2

C 150 MENS SANA IN CORPORE SANO: PSYCHOLOGICAL FACTORS DO REALLY INFLUENCE FUNCTIONAL STATUS

C 151 TABAGISMO E RESPOSTA CRONOTÓPICA AO EXERCÍCIO

C 152 REABILITAÇÃO CARDÍACA EM DOENTES COM DISFUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA - RESULTADOS INICIAIS NOSPARÂMETROS DO ESFORÇO

C 153 DETERMINANTES DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM DOENTES CORONÁRIOS

C 154 EFEITO DO TREINO FÍSICO NA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E NÍVEIS DO NT-PROBNP EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIACARDÍACA E BAIXA FRACÇÃO DE EJECÇÃO

C 155 AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR DE UM GRUPO DE ATLETAS JUVENIS DE COMPETIÇÃO – ESTUDO COMPARATIVO

C 156 ADAPTAÇÕES CARDÍACAS EM ATLETAS. ESTUDO ECOCARDIOGRÁFICO

C 157 EXERCISE TRAINING PROTECTS THE HEART FROM ACUTE PRESSURE OVERLOAD BY DECREASING APOPTOSIS AND NF-KB ACTIVATION

C 158 PROMOVER ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS - UM DESAFIO

C 159 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES DE TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO EM PORTUGAL E NA REGIÃO NORTE

C 160 A DURAÇÃO DO QRS IMEDIATAMENTE APÓS IMPLANTAÇÃO COMO FACTOR PREDIZENTE DE RESPOSTA À TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA

C 161 IMPLICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE MONITORIZAÇÃO À DISTÂNCIA EM PORTADORES DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR

C 162 SOBREVIVÊNCIA EM DOENTES COM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR – SERÁ QUE A IDADE INTERESSA?

C 163 UTILIDADE DA PROVA DE MARCHA DE 6 MINUTOS NA AVALIAÇÃO DA RESPOSTA FUNCIONAL À TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃOCARDÍACA

C 164 VALOR ADICIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS COM A MONITORIZAÇÃO DA IMPEDÂNCIA ELÉCTRICATRANSTORÁCICA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA PORTADORES DE SISTEMAS DE RESSINCRONIZAÇÃO

C 165 EVOLUÇÃO CLÍNICA A LONGO PRAZO APÓS IMPLANTAÇÃO DE CDI NA PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE MORTE SÚBITA: QUAL A INFLUÊNCIADA PATOLOGIA CARDÍACA SUBJACENTE?

C 166 CARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: QUANDO A REALIDADE SUPERAAS EXPECTATIVAS

C 167 A IMPORTÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO ESTUDO DA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DEUM CENTRO PORTUGUÊS

C 168 PREVALÊNCIA DE ARRITMIAS VENTRICULARES NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA APICAL E RELAÇÃO COM O REALCE TARDIOOBTIDO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

C 169 CLINICAL PREDICTORS OF LEFT VENTRICULAR OUTFLOW OBSTRUCTION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY

C 170 IS FIBROSIS AN EARLY MARKER OF HEMODYNAMIC DETERIORATION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY?

C 171 RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE ACELERAÇÃO DO FLUXO DA ARTÉRIA PULMONAR E A FUNÇÃO SISTO-DIASTÓLICA DO VENTRÍCULOESQUERDO EM DOENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

C 172 SIGNIFICADO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS NA MIOCARDITE AGUDA. RELAÇÃO COM A RESSONÂNCIA MAGNÉTICACARDIOVASCULAR

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I-148

C 173 EXTENSÃO DO EDEMA E NECROSE MIOCÁRDICOS NA MIOCARDITE AVALIADOS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – IMPACTO NOSBIOMARCADORES E NA FUNÇÃO VENTRICULAR

C 174 AVALIAÇÃO DA ÁREA VALVULAR AÓRTICA NA ESTENOSE AÓRTICA COM ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL. COMPARAÇÃO COMA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

C 175 TÉCNICAS DE FUSÃO DE IMAGEM EM CARDIOLOGIA

C 176 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA E ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA EM IDADE PEDIÁTRICA – EXPERIÊNCIA DE UMA DÉCADA

C 177 ACHADOS EXTRA-CARDÍACOS IDENTIFICADOS NA ANGIO-TC CARDÍACA

C 178 COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE RIGIDEZ ARTERIAL AVALIADO POR TONOMETRIA DE AMPLITUDE DE PULSO DIGITAL (TAP) COM OINDICE TORNOZELO-BRAÇO EM INDIVÍDUOS NORMAIS

C 179 FUNÇÃO AURICULAR SEGMENTAR EM DOENTES HIPERTENSOS: UM ESTUDO POR DOPPLER TECIDULAR

C 180 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM DOENTES HIPERTENSOS – PODE O SPECKLE TRACKING AJUDAR A IDENTIFICAR ALTERAÇÕES PRECOCES DA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA GLOBAL E SEGMENTAR?

C 181 HIPERTENSÃO ARTERIAL EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

C 182 DETERMINANTES DA RESPOSTA HIPERTENSIVA DIASTÓLICA AO ESFORÇO

C 183 PREVALÊNCIA DOS FACTORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM DOENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL. ESTUDO PRECISE

C 184 OBESIDADE E HEMODINÂMICA: AVALIAÇÃO PRELIMINAR POR CARDIOIMPEDÂNCIA EM HIPERTENSOS TRATADOS

C 185 IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE VALVULAR AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA: EXISTE CURVA DE APRENDIZAGEM?

C 186 ABORDAGEM DA ESTENOSE AÓRTICA SEVERA: A REALIDADE DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA

C 187 FACTORES DE PROGNÓSTICO NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

C 188 EMBOLIZAÇÃO SISTÉMICA NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

C 189 EARLY RESULTS WITH MITRAL BALLON VALVULOTOMY: A TECHNIQUE TO PERSIST

C 190 PERCUTANEOUS MITRAL BALLOON VALVULOTOMY FOR MITRAL REESTENOSIS AFTER PREVIOUS SURGICAL COMMISSUROTOMY

C 191 AVALIAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS VASCULARES PULMONARES DURANTE O ESFORÇO EM DOENTES COM ESTENOSE MITRAL

C 192 TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇA VALVULAR MITRAL REUMÁTICA EM CRIANÇAS DA GUINÉ-BISSAU

C 193 EXPERIÊNCIA INICIAL COM UMA BIOPRÓTESE SEM STENT DE NOVA GERAÇÃO

C 194 ENDOCARDITE INFECCIOSA: EPIDEMIOLOGIA EM EVOLUÇÃO?

C 195 RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE CISTATINA C E A GRAVIDADE DO COMPROMISSO ESTRUTURAL CARDÍACO EM DOENTES COM ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST

C 196 ASSOCIATION OF THE SERIAL CHANGES OF INFLAMMATORY MARKERS WITH ADVERSE CLINICAL OUTCOMES IN PATIENTS WITH ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

C 197 DIFFERENTIATION OF PATIENTS WITH ST-ELEVATION MYOCARDIAL INFARCTION BASED ON SOLUBLE CD40 LIGAND FORTY DAYSAFTER INITIAL CORONARY INTERVENTION

C 198 TROMBECTOMIA ASPIRATIVA NA ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA – AVALIAÇÃO DO IMPACTO NO PROGNÓSTICO INTRA-HOSPITALAR EAPÓS ALTA

C 199 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA COM SUPRA ST: LESÃO CORONÁRIA GRAVE OU SÍNDROME DE TAKOTSUBO? A EXPERIÊNCIA DE UMCENTRO

C 200 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST: A LOCALIZAÇÃO INFERIOR VERSUS ANTERIOR ESTÁ ASSOCIADA À OCORRÊNCIADE FIBRILHAÇÃO VENTRICULAR PRIMÁRIA?

C 201 ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA: CORRELAÇÃO COM A GRAVIDADE DO COMPROMISSO ESTRUTURAL CARDÍACO NO CONTEXTO DO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST

C 202 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST E ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA: IMPACTOPROGNÓSTICO DA CREATININA NA ADMISSÃO

C 203 DOENÇA CORONÁRIA DE 3 VASOS NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, PROGNÓSTICO AOS 24 MESES DE FOLLOW-UP, O QUEREALMENTE IMPORTA?

C 204 CORRELAÇÃO DE DIFERENTES PARÂMETROS NA DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DO VENTRÍCULO DIREITO

C 205 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR DIREITA. COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS

C 206 NÃO-COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO: CARACTERÍSTICAS ELECTROCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃO COM A FUNÇÃO SISTÓLICA

C 207 ESTUDO DOPPLER TECIDULAR DA FUNÇÃO AURICULAR ESQUERDA: RELAÇÃO COM A FUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA

C 208 DETECÇÃO PRECOCE DE DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA NA ESCLERODERMIA ATRAVÉS DE ÍNDICES DE DEFORMAÇÃO PORSPECKLE TRACKING, EM DOENTES COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO NORMAL

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I-149

C 209 OBESIDADE: DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA SISTO-DIASTÓLICA AVALIADA POR SPECKLE TRACKING

C 210 LEVOSIMENDAN VERSUS TERAPÊUTICA INOTRÓPICA CONVENCIONAL NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA. 24 MESES DE SEGUIMENTO CLÍNICO

C 211 DOSES DE CARVEDILOL SUPERIORES A 50 MG NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 212 EXISTE UM PAPEL PARA AS PROTEÍNAS ESTIMULADORAS DA ERITROPOIESE NO TRATAMENTO DOS DOENTES COM INSUFICIÊNCIACARDÍACA E ANEMIA - METANALISE DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

C 213 IS THERE A ROLE FOR SPIRONOLACTONE IN ATRIAL FIBRILLATION PREVENTION?

C 214 ECOCARDIOGRAFIA POR TELEMEDICINA NUM HOSPITAL DE NÍVEL II DA REGIÃO CENTRO

C 215 AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL E PROPENSÃO PARA A PSICOPATOLOGIA NOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS COM CARDIOPATIASCONGÉNITAS

C 216 SEGUIMENTO CLÍNICO A LONGO PRAZO DE UMA POPULAÇÃO DE DOENTES COM COARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA – EXPERIÊNCIADE UM CENTRO

C 217 VÁLVULA AÓRTICA QUADRICÚSPIDE: CASUÍSTICA DE 10 ANOS DE UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA E REVISÃO DA LITERATURA

C 218 QUALIDADE DE VIDA DOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS COM CARDIOPATIA CONGÉNITA, COM E SEM CORRECÇÃO CIRÚRGICA

C 219 ENCERRAMENTO DE DEFEITOS SEPTAIS INTERAURICULARES COM MÚLTIPLOS DISPOSITIVOS

C 220 RECURRENCE OF CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS AFTER SURGICAL TREATMENT

C 221 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL - EXPERIÊNCIA DE UMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOSNEONATAIS, REVISÃO DE 7 ANOS

C 222 IMPLANTAÇÃO PERCUTÂNEA DE VÁLVULAS PULMONARES: EXPERIÊNCIA INICIAL

C 223 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE FORAMEN OVALE PATENTE COM O DISPOSITIVO PREMERE - A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 224 TÉCNICAS ULTRASONOGRÁFICAS NO ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE DEFEITOS DO SEPTO INTERAURICULAR: OITO ANOS DEEXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 225 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE COMUNICAÇÃO INTERAURICULAR E FORAMEN OVALE PATENTE EM ADULTOS – A EXPERIÊNCIADE UM CENTRO

C 226 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DO CANAL ARTERIAL EM ADULTOS: A NOSSA EXPERIÊNCIA

C 227 DOENÇA CEREBROVASCULAR, DOENÇA CORONÁRIA E ALTERAÇÕES CAROTÍDEAS

C 228 RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A PRESENÇA DE PLACAS ATEROSCLERÓTICAS NA CROSSA DA AORTA EM DOENTES COMAVC ISQUÉMICO E AIT

C 229 AVC EMBÓLICOS VERSUS NÃO-EMBÓLICOS – CARACTERÍSTICAS E PROGNÓSTICO

C 230 AVC/AIT EM DOENTES COM E SEM FORAMEN OVAL PATENTE, QUAIS AS DIFERENÇAS?

C 231 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NOS DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA) – ANTICOAGULAÇÃO ORAL (ACO) VERSUS ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETAR SIMPLES (AAG)

C 232 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ISQUÉMICO NOS DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA)– QUE FACTORES INFLUENCIAM A ESCOLHA DA TERAPÊUTICA ANTITROMBÓTICA?

C 233 SEGURANÇA E EFICÁCIA DO TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA ESTENOSE CAROTÍDEA COM DIFERENTES SISTEMAS DE PROTECÇÃOEMBÓLICA CEREBRAL

C 234 HIPOCOAGULAÇÃO EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

C 235 A TRIAGEM DE MANCHESTER NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, A SUA IMPORTÂNCIA DEPOIS DO INTERNAMENTO

C 236 APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO – FACTOR DE MAU PROGNÓSTICO?

C 237 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO DE LOCALIZAÇÃO INDETERMINADA: APRESENTAÇÃO CLÍNICA E PROGNÓSTICO

C 238 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO (EAM) VERSUS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS DO SEGMENTO ST: MAIS DO QUE UM SIMPLESMARCADOR QUALITATIVO DE ISQUÉMIA MIOCÁRDICA...

C 239 O ECG TAMBÉM ENGANA…

C 240 DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE HOSPITALAR PÓS PCR – O PAPEL DA HIPOTERMIA INDUZIDA

C 241 IATROGENIA MEDICAMENTOSA E SUA DIMENSÃO NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS CARDÍACOS

C 242 GESTÃO DE RECURSOS DURANTE EVENTOS CRÍTICOS EM CUIDADOS DE SAUDE PRIMÁRIOS: A NOVA FRONTEIRA DA FORMAÇÃOCARDIOVASCULAR

C 243 ENFERMAGEM DE URGÊNCIA EM CARDIOLOGIA

C 244 ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL E MEDIÇÃO DO ANEL VALVULAR AÓRTICO NA SELECÇÃO DE DOENTES PARA IMPLANTAÇÃODE PRÓTESES PERCUTÂNEAS

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C 245 EARLY OUTCOME AFTER CARDIAC SURGERY IN THE ELDERLY: WHAT CAN WE RELY ON TO PREDICT SURVIVAL?

C 246 AORTIC VALVE REPLACEMENT IN THE ELDERLY: DOES CONCOMITANT CORONARY ARTERY BYPASS GRAFTING PREDICT A WORSESHORT-TERM OUTCOME?

C 247 RISCO CIRÚRGICO ASSOCIADO A INTERVENÇÃO AORTA ASCENDENTE EM ASSOCIAÇÃO COM SUBSTITUIÇÃO VALVULAR AÓRTICA

C 248 CIRURGIA VALVULAR TRIPLA: ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO COM O EUROSCORE

C 249 IMPACTO DO PATIENT PROSTHESIS MISMATCH EM DOENTES SUBMETIDOS A SUBSTITUIÇÃO VALVULAR AÓRTICA

C 250 COMPARING ADDICTIVE AND LOGISTIC EUROSCORE-A SINGLE INSTITUTION STUDY

C 251 RABDOMIÓLISE EM DOENTES TRANSPLANTADOS CARDÍACOS – RELAÇÃO COM A TERAPÊUTICA HIPOLIPEMIANTES

C 252 CIRURGIA DA ENDOCARDITE PROTÉSICA. EXPERIÊNCIA DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

C 253 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM MULHERES: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVA PARA TODAS?

C 254 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS – EXISTEM ACTUALMENTE DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS NA FORMA DE APRESENTAÇÃO,TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES INTRAHOSPITALARES?

C 255 EAM NO JOVEM: COMPARAÇÃO BASEADA NO GÉNERO

C 256 OS FACTORES DE RISCO METABÓLICOS ESTÃO FORTEMENTE ASSOCIADOS AO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM APRESENTAÇÃOEM IDADE PRECOCE

C 257 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EM OCTOGENÁRIOS – DEVEMOS USAR, OU EVITAR, STENTS COM FÁRMACO?

C 258 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: O GÉNERO É RELEVANTE?

C 259 MORTE SÚBITA DE JOVENS

C 260 CAUSAS DE MORTE SÚBITA CARDÍACA NÃO ATEROSCLERÓTICA IDENTIFICADAS POR ANGIO-TC CARDÍACO

C 261 INFLUÊNCIA DA VARIANTE APO E 4 NO PERFIL LIPÍDICO DE UMA POPULAÇÃO COM DOENÇA CORONÁRIA

C 262 VALOR PROGNÓSTICO DOS MARCADORES DE INFLAMAÇÃO NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: ENFOQUE NA CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

C 263 DOENÇA CAROTÍDEA E ENFARTE DO MIOCÁRDIO – FACES DIFERENTES DA MESMA DOENÇA?

C 264 TRAÇOS DE PERFECCIONISMO E SUA RELAÇÃO COM DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 265 ANEMIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: INDICADOR DE DOENÇA CORONÁRIA MAIS GRAVE?

C 266 INFLUÊNCIA DE INDICADORES DE MAU PROGNÓSTICO NA ABORDAGEM DOS DOENTES COM SCASEST

C 267 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FUNÇÃO SISTÓLICA PRESERVADA EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA SEM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

C 268 UTILIDADE DO PICO DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA GLOBAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA EM DOENTES COM ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO

C 269 EXPERIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLO ACELERADO EM ECOCARDIOGRAFIA DE STRESS COM DOBUTAMINA

C 270 CREATININA E GLICEMIA DE ADMISSÃO - POTENTES PREDITORES ANALÍTICOS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA EM DOENTESCOM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 271 A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO EM HEMODIAFILTRAÇÃO PROFILÁTICA APÓS CORONARIOGRAFIA, EM DOENTES COM DISFUNÇÃORENAL PRÉVIA

C 272 INSUFICIENTES CARDÍACOS - QUEM SOMOS?

C 273 CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO: REVISÃO DE UMA SÉRIE DE DOENTES

C 274 MIOCARDIOPATIA DE TAKOTSUBO: A PROPÓSITO DE 5 CASOS CLÍNICOS

C 275 ECHOCARDIOGRAPHIC PROGNOSTIC PREDICTORS IN TAKOTSUBO CARDIOMYOPATHY

C 276 FUNÇÃO SISTÓLICA GLOBAL PRESERVADA - O EFEITO ICEBERG

C 277 MIOCARDIOPATIA DILATADA VERSUS ISQUÉMICA – EXISTEM DIFERENÇAS NO PROGNÓSTICO? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DEINSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 278 CORRELAÇÃO ENTRE O NT-PRO-BNP E OS PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 279 WHAT IS THE BEST MARKER OF CARDIORENAL SYNDROME IN ACUTE HEART FAILURE? A PROSPECTIVE HOSPITAL COHORT STUDY

C 280 NÍVEIS BAIXOS DE COLESTEROL-HDL ASSOCIAM-SE A MAIOR MORTALIDADE APÓS TRANSPLANTE CARDÍACO

C 281 MICOFENOLATO DE MOFETIL GENÉRICO VERSUS CELL-CEPT® NA TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA

C 282 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - VALIDAÇÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESADO MINNESOTA LIVING WITH HEART FAILURE QUESTIONNAIRE

C 283 ENCURTAMENTO PÓS-SISTÓLICO LONGITUDINAL: VARIANTE FISIOLÓGICA OU MARCADOR DE ISQUÉMIA MIOCÁRDICA?

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I-151

C 284 CARACTERIZAÇÃO DOS DOENTES DIABÉTICOS ADMITIDOS POR SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA E IMPACTO PROGNÓSTICO ALONGO PRAZO

C 285 ADMISSION GLYCAEMIA IN NON-DIABETIC ACUTE CORONARY SYNDROME PATIENTS: A MARKER OF ACUTE STRESS OR OF CHRONIC GLUCOSE METABOLISM IMPAIRMENT?

C 286 APÓS UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: PTGO PARA TODOS OS DOENTES?

C 287 VALOR CLÍNICO DA APLICAÇÃO POR ROTINA DA PROVA DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL EM DOENTES COM DOENÇA CORONÁRIAE ANGINA ESTÁVEL

C 288 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA HOJE E HÁ 5 ANOS – CONSEGUIMOS EVOLUIR?

C 289 INDICADORES DA OCORRÊNCIA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA EM PORTADORES DE PACEMAKERS DE DUPLA CÂMARA

C 290 BRADIARRITMIA IATROGÉNICA: E DEPOIS DA SUSPENSÃO TERAPÊUTICA

C 291 UTILIZAÇÃO DE UMA CABINE DE PROTECÇÃO DE RADIAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE PACEMAKERS DEFINITIVOS – SEGURANÇA EEFICÁCIA

C 292 EXTRACÇÃO DE ELÉCTRODOS DE PACING E DESFIBRILHAÇÃO – EXPERIÊNCIA INICIAL COM UM SISTEMA DE EXTRACÇÃO MECÂNICA

C 293 ESPECIFICIDADE DO TESTE DE PROVOCAÇÃO NA SÍNDROME DE BRUGADA: A QUEDA DE UM MITO

C 294 MANUTENÇÃO DE RITMO SINUSAL PÓS-CARDIOVERSÃO ELÉCTRICA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR: QUAIS OS SUPER-RESPONDEDORES?

C 295 REVELAÇÕES DE UM REGISTADOR DE EVENTOS IMPLANTÁVEL

C 296 CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NOS DOENTES COM ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR POR PACEMAKER

C 297 LONG TERM FOLLOW-UP OF PATIENTS WITH POSTURAL ORTHOSTATIC TACHYCARDIA SYNDROME

C 298 ENDOCARDITE INFECCIOSA: PREDITORES DE PROGNÓSTICO

C 299 ENDOCARDITE INFECCIOSA - EPIDEMIOLOGIA, EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 300 ÍNDICE DE OBSTRUÇÃO ARTERIAL: UM NOVO PARÂMETRO COM IMPLICAÇÕES PROGNÓSTICAS NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR

C 301 TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AGUDO: PREDITORES DE MORBILIDADE E MORTALIDADE A CURTO E LONGO PRAZO

C 302 FACTORES CLÍNICOS E LABORATORIAIS ASSOCIADOS AO USO DA TROMBÓLISE NO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

C 303 SUPPORTIVE CRITERIA OF CIRRHOTIC CARDIOMYOPATHY IN A COHORT OF PATIENTS WITH LIVER CIRRHOSIS

C 304 ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL NO PROCESSO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR

C 305 ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA: FORMAR, INFORMAR, INTEGRAR

C 306 ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO NUMA UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA – UMA ESPECIALIDADE EMERGENTE ENECESSÁRIA

C 307 A PARTICIPAÇÃO EM ENSAIOS CLÍNICOS AUMENTA A TAXA DE ADESÃO TERAPÊUTICA? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 308 O FARMACÊUTICO HOSPITALAR NOS ENSAIOS CLÍNICOS. ADESÃO AO PLANO TERAPÊUTICO

C 309 CONSULTA DE ENFERMAGEM DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: EXPERIÊNCIA PRÁCTICA

C 310 A PESSOA COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DESAFIO E CUIDADOS PALIATIVOS

C 311 SEDAÇÃO (IN)CONSCIENTE EM EXAMES CARDIOLÓGICOS REALIZADOS EM AMBULATÓRIO

C 312 ANGIOGRAFIA NA RADIOTERAPIA INTERNA. O PAPEL DA ENFERMAGEM NA SALA DE ANGIOGRAFIA EM NOVOS TRATAMENTOSDE RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

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I-152

Ablação, catéterCO 25 CO 26 CO 27 CO 28 CO 29 CO 30 CO 48 CO 116 C 39 C 40 C 41 C 42 C 43 C 44 C 45

Acidente vascular cerebralCO 38 CO 42 CO 111 CO 112 C 114 C 115 C 116 C 118 C 120 C 223 C 225 C 227 C 228 C 229 C 231 C 232 C 234

AdenosinaC 73

ÁlcoolC 94 C 102

AneurismasCO 82 C 274

Angina estávelC 63 C 287

Angina instávelCO 125 CO 127 C 80 C 83

AngiocardiografiaCO 103

CO 104 CO 129 C 122 C 222

AngioplastiaCO 19 CO 20 CO 22 CO 23 CO 24 CO 71 CO 73 CO 96 CO 97 CO 98 C 20 C 24 C 25 C 84 C 85 C 86 C 90 C 91 C 93 C 121 C 124 C 130 C 198 C 202 C 233 C 257 C 271 C 288

Anómalas, viasCO 48

Anticoagulantes/antiagregantesCO 78 CO 108 CO 110 CO 111 CO 119 CO 120 C 77 C 79 C 231 C 232 C 234

Aorta, doençasCO 118 C 120 C 216 C 247

Aórtica, estenoseCO 105 C 125 C 174 C 175 C 185 C 186 C 244 C 246

Aórtica, insuficiênciaCO 107

Aórtica, válvulaCO 34 CO 44 CO 107 CO 133 C 175 C 186 C 193 C 217 C 247 C 249

ArritmiasCO 30 CO 91 CO 138 C 269 C 293 C 295

Arritmias, terapêuticaCO 88 CO 92 C 311

Arritmias, ventricularesCO 29 CO 87 C 138 C 168

ArtériasC 105 C 106 C 126 C 188 C 312

AteroscleroseCO 70 C 54 C 55 C 72 C 104 C 178 C 263

Atleta, coração deC 155 C 156

Biologia molecularCO 66 CO 68 C 95 C 148 C 197

BiomarcadoresCO 6 CO 67 CO 118 CO 134 C 14 C 18 C 101 C 139 C 170 C 173 C 195 C 196 C 197 C 262

Bloqueadores adrenérgicosC 211

BradiarritmiasCO 89 C 64 C 241 C 290

Células estaminaisCO 68 CO 114 CO 115

ChoqueCO 62 CO 84 C 165 C 294

Circulação colateralC 13

Circulação periféricaC 126

Cirurgia cardíacaCO 34 CO 81 CO 82 CO 83

Índice por palavra chaveComunicações Orais e Cartazes

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I-153

CO 85 CO 102 CO 104 CO 105 CO 106 CO 107 C 1 C 2 C 3 C 4 C 5 C 6 C 7 C 9 C 245 C 246 C 248 C 250 C 252 C 299

ColesterolCO 137 C 100

ComputadoresC 242

Congénitas, doençasCO 12 CO 44 CO 45 CO 46 CO 47 CO 99 CO 100 CO 101 CO 102 CO 118 C 50 C 115 C 117 C 129 C 176 C 215 C 216 C 217 C 219 C 220 C 221 C 223 C 224 C 225 C 226

ContractilidadeCO 7 CO 65 C 209

Contraste, produtoC 21 C 271

Coronária, circulaçãoCO 128 C 130

Coronária, doençaCO 21 CO 22 CO 56 CO 58 CO 63 CO 70 CO 72 CO 85 CO 93 CO 94 CO 106 CO 119 CO 120 CO 124 CO 130 CO 137 CO 139 C 1 C 2 C 4 C 5 C 10 C 16 C 17 C 18 C 19 C 21 C 22 C 26 C 28 C 53 C 56 C 57 C 59 C 61 C 62 C 63 C 73 C 77 C 79 C 82 C 84 C 85 C 88 C 89 C 90 C 93 C 97 C 98 C 101 C 102 C 121 C 126 C 127 C 150 C 153 C 158 C 177

C 202 C 203 C 239 C 240 C 243 C 245 C 254 C 258 C 261 C 263 C 265 C 284 C 285 C 287 C 288 C 296

Coronária, morfologiaCO 79 C 260

Cuidados intensivosCO 32 C 11 C 16 C 28 C 81 C 82 C 240 C 241

DepressãoC 29 C 30 C 31 C 32 C 150 C 215 C 264

DesfibrilhadoresCO 26 CO 76 CO 87 CO 88 CO 90 CO 141 C 161 C 162 C 163 C 165 C 292

Diabetes mellitusCO 63 CO 66 CO 67 CO 69 CO 115 CO 117 C 6 C 16 C 17

C 34 C 70 C 96 C 104 C 146 C 148 C 149 C 284 C 285 C 286 C 287

Diagnóstico, técnicas deCO 43 CO 91 CO 121 CO 123 CO 138 CO 140 C 62 C 63 C 72 C 177 C 214 C 293

Diastólica, funçãoCO 53 CO 66 CO 75 CO 117 C 51 C 70 C 182 C 303

DietaCO 54

DislipidemiaCO 58 CO 59 C 56 C 100 C 146 C 280

DiuréticosCO 2

Doppler tecidularC 204

Doppler, ecoC 179

ECG / HolterC 172 C 239

EcocardiografiaCO 11 CO 18

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I-154

CO 33 CO 36 CO 45 CO 46 CO 47 CO 74 C 36 C 38 C 52 C 70 C 117 C 118 C 129 C 139 C 155 C 156 C 171 C 204 C 209 C 214 C 224 C 269 C 275 C 278 C 289

Ecocardiografia - Strain /Deformação MiocárdicaCO 13 CO 14 CO 15 CO 16 CO 17 CO 122 C 51 C 66 C 67 C 180 C 205 C 268 C 283

Ecocardiografia - TDICO 75 C 207 C 208

Ecocardiografia 3-DC 174 C 244

Ecocardiografia de sobrecargaCO 10 C 191 C 269

EcocardiografiaTransesofágicaCO 46 C 114 C 115

C 116 C 117 C 119 C 120 C 122 C 224 C 228 C 230 C 311

Ecografia intracoronáriaC 127

ElectrocardiografiaCO 79 CO 91 CO 138 C 160 C 206 C 237 C 238 C 293

ElectrofisiologiaCO 92 CO 114 CO 136 C 44 C 46 C 160

EndocarditeC 187 C 188 C 194 C 252 C 298 C 299

Enfarte agudo do miocárdioCO 16 CO 42 CO 53 CO 54 CO 61 CO 62 CO 64 CO 71 CO 72 CO 77 CO 78 CO 79 CO 80 CO 84 CO 95 CO 96 CO 109 CO 122 CO 125 CO 126 CO 127 CO 129 CO 137

C 3 C 12 C 13 C 14 C 15 C 19 C 23 C 26 C 27 C 74 C 75 C 76 C 78 C 80 C 81 C 83 C 87 C 95 C 113 C 143 C 195 C 198 C 199 C 200 C 201 C 202 C 203 C 227 C 235 C 236 C 237 C 238 C 253 C 255 C 256 C 262 C 264 C 265 C 266 C 267 C 268 C 270 C 274 C 283 C 286 C 288 C 304

EpidemiologiaCO 39 C 9 C 142 C 158 C 159 C 194 C 272 C 299

ExercícioCO 41 CO 56

C 153 C 157 C 182

Exercício, testesCO 55 CO 74 CO 75 CO 76

Factores de riscoCO 37 CO 38 CO 41 CO 43 CO 54 CO 130 C 25 C 32 C 54 C 59 C 68 C 69 C 101 C 105 C 106 C 114 C 136 C 141 C 142 C 151 C 158 C 230 C 256 C 258 C 264 C 266 C 309

FarmacologiaCO 64 C 241 C 290 C 308 C 312

Fibrilhação auricularCO 25 CO 27 CO 28 CO 30 CO 108 CO 111 CO 112 CO 116 C 7 C 39 C 40 C 43 C 46 C 119 C 122 C 181

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I-155

C 213 C 229 C 231 C 232 C 234 C 289 C 294

Fibrilhação ventricularC 41 C 78 C 200 C 240

FibrinóliseC 74

FisiologiaCO 10 C 47 C 72 C 105 C 106 C 112 C 121 C 149

Follow-up, estudosCO 1 CO 12 CO 29 CO 35 CO 44 CO 89 CO 98 CO 134 C 34 C 40 C 75 C 85 C 86 C 136 C 141 C 186 C 196 C 197 C 216 C 220 C 248 C 250 C 297 C 305 C 306 C 307

Função ventricularCO 7 CO 8 C 38 C 135 C 137 C 157 C 204

C 211 C 273

Genética molecularCO 42 CO 57 CO 64 CO 68 C 54 C 56 C 64 C 94 C 97 C 99 C 100 C 107 C 108 C 110 C 111 C 261

HemodinâmicaCO 3 CO 22 CO 93 CO 100 C 47 C 91 C 134 C 135 C 184 C 226

Hipertensão arterialCO 17 CO 37 CO 38 CO 40 C 11 C 96 C 98 C 107 C 108 C 109 C 110 C 111 C 113 C 141 C 146 C 180 C 181 C 182 C 183 C 184 C 228

Hipertensão arterial, registoambulatórioCO 131 C 69 C 112 C 144

Hipertensão arterial, terapêuticaCO 39 CO 102

Hipertensão pulmonarC 47 C 48 C 49 C 50 C 51 C 52 C 171

Hipertensão, etiologiaCO 40 CO 131

HipertrofiaCO 33 CO 67 CO 117 C 65 C 66 C 67

IdososCO 20 CO 41 CO 86 C 246 C 250 C 257

Inibidores ecaCO 65

InotropismoC 210

Insuficiência cardíacaCO 1 CO 2 CO 3 CO 4 CO 5 CO 6 CO 18 CO 45 CO 49 CO 50 CO 51 CO 52 CO 55 CO 74 CO 132 CO 141 C 25 C 29 C 30 C 31 C 32 C 33

C 34 C 35 C 36 C 37 C 131 C 132 C 133 C 134 C 135 C 136 C 137 C 138 C 139 C 152 C 154 C 159 C 163 C 164 C 166 C 211 C 212 C 213 C 243 C 267 C 270 C 272 C 273 C 276 C 277 C 278 C 279 C 282 C 309 C 310

InsulinaC 68

Isquemia miocárdicaCO 21 CO 115 CO 130 CO 136 C 15 C 58 C 60 C 142 C 274

LLííppiiddoossCO 58 CO 60 C 68 C 99

MicrocirculaçãoC 55 C 178

MiocárdioCO 65 C 173 C 206

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I-156

C 275 C 303 Miocardiopatia dilatada

CO 7 CO 8 CO 12 C 29 C 140 C 160 C 210 C 282

Miocardiopatia hipertróficaCO 9 CO 10 CO 13 C 128 C 167 C 168 C 169 C 170

MiocarditeCO 11 C 172

Mitral, estenoseC 189 C 191

Mitral, insuficiênciaCO 81

Mitral, válvulaC 190 C 192

Morte súbitaC 155 C 161 C 165 C 259 C 260

NutriçãoC 147

ObesidadeCO 15 C 26 C 35 C 59 C 144 C 147 C 184 C 209

PacemakersCO 31 CO 89 CO 141 C 64 C 159

C 164 C 289 C 290 C 291 C 292 C 296

PatologiaCO 81 C 242

Peptídeos natriuréticosCO 18 C 31 C 71 C 103 C 133 C 278

PlaquetasCO 78 C 95

Plaquetas, inibidoresC 79

PotássioC 138

Prevenção cardiovascularCO 59 CO 60 C 61 C 103 C 104 C 147 C 284 C 304

PrognósticoCO 1 CO 4 CO 6 CO 20 CO 23 CO 50 CO 51 CO 63 CO 69 CO 71 CO 72 CO 85 CO 86 CO 110 CO 120 CO 125 CO 126 CO 127 CO 128 CO 129 CO 131 CO 132 CO 139

C 3 C 6 C 10 C 11 C 12 C 13 C 14 C 17 C 20 C 22 C 27 C 35 C 36 C 37 C 61 C 77 C 81 C 83 C 90 C 103 C 113 C 131 C 132 C 187 C 198 C 203 C 212 C 230 C 235 C 236 C 237 C 239 C 262 C 265 C 277 C 280 C 285 C 296 C 298

Próteses valvularesC 193 C 244

Prova de esforçoCO 73 CO 132 C 62 C 151 C 152

Pulmonar, artériaC 300

Pulmonar, circulaçãoC 191 C 300 C 301 C 302

Pulmonar, doença obstrutiva crónicaC 71

Pulmonar, tromboemboliaCO 110 CO 113 C 300 C 301 C 302

Qt prolongadoC 303

Qualidade de vidaCO 35 CO 51 C 55 C 109 C 163 C 164 C 212 C 215 C 218 C 243 C 282 C 297 C 309 C 311 C 312

Radionuclidos, imagemCO 121 CO 139 C 58 C 60 C 73

ReabilitaçãoCO 53 CO 56 C 150 C 152 C 153 C 154

ReestenoseC 23 C 24 C 92 C 145

ReperfusãoCO 80

Ressonância magnéticaCO 8 CO 11 CO 28 CO 114 CO 124 CO 136 CO 140 C 48 C 67 C 129

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I-157

C 167 C 168 C 170 C 172 C 173 C 176

Reumática, doençaC 190 C 192

RevascularizaçãoCO 21 CO 62 CO 69 CO 106 C 2 C 22 C 84 C 88 C 123 C 130

Segmento STCO 73 C 15 C 238

SíncopeCO 135 C 295 C 297

Sistema nervoso autónomoCO 135 C 46 C 273

Sistólica, funçãoCO 5 CO 52 C 82 C 171 C 206 C 276

SódioCO 4

StentCO 19 CO 24 CO 94 CO 95 CO 97 CO 98 CO 103 CO 104 C 20 C 24 C 86 C 87

C 88 C 89 C 92 C 93 C 222 C 233 C 257

TabagismoCO 57 C 151

TaquiarritmiasC 45

Taquicardia supraventricularCO 48

Taquicardia ventricularCO 26 C 78

Terapêutica cardiovascularCO 39 CO 49 CO 50 CO 59 C 19 C 75 C 80 C 213 C 251 C 266

Tetralogia de FallotCO 47

Tomografia ópticaintracoronáriaCO 95 C 127

TransplanteCO 84 CO 86 C 133 C 251 C 280 C 281

TromboembolismoCO 112 C 301

TrombóliseC 74

TromboseCO 24 CO 97 C 119

Válvula aórtica percutâneaCO 14 CO 31 CO 32 CO 34 CO 105 CO 133 C 125 C 175 C 185

Valvular, doençaCO 31 CO 33 CO 35 CO 36 CO 133 C 185 C 187 C 188 C 193 C 248 C 252

ValvuloplastiaC 189 C 190

Variabilidade r-rCO 135 C 65

Vascular, biologiaCO 43 C 148 C 149 C 178

Vascular, doença periféricaCO 70 C 57 C 233

VasodilatadoresC 50

Ventricular, arritmiaCO 76 CO 92

Ventricular, funçãoCO 14 C 33 C 154 C 205 C 267 C 275

Wo l f f - Pa r k i n s o n -W h i te , síndromaC 42 C 44

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I-158

Índice Por palavra chaveComunicações Orais e CartazesARRITMOLOGIA

Ablação

CO 25 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA SEGURA

CO 26 A ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR REDUZ SIGNIFICATIVAMENTE O NÚMERO DE CHOQUES EM DOENTES PORTADORES DECARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS

CO 27 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: IMPACTO DOS AVANÇOS NO SISTEMA PARA REDUÇÃO DAEXPOSIÇÃO AO RX

CO 28 FIBROSE AURICULAR NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PRÉ-ABLAÇÃO AVALIADA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: IMPACTO NAFUNÇÃO AURICULAR?

CO 29 ABLAÇÃO DE ARRITMIAS DA CÂMARA DE SAÍDA DO VENTRÍCULO DIREITO GUIADA PELO SISTEMA DE MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL“SEM-CONTACTO” – RESULTADOS A LONGO-PRAZO

CO 30 O ISOLAMENTO DAS VEIAS PULMONARES COM ACTIVIDADE FOCAL AUTOMÁTICA PODE SER SUFICIENTE NA ABLAÇÃO DA FIBRILHAÇÃOAURICULAR PAROXÍSTICA?

CO 87 IMPORTÂNCIA DO TESTE DE DESFIBRILHAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADORES

CO 88 AVALIAÇÃO DAS VANTAGENS DO USO DE ANTIARRÍTMICOS ACTUALMENTE INDISPONÍVEIS NO MERCADO PORTUGUÊS

CO 89 RIVER: REGISTO PORTUGUÊS PARA A MONITORIZAÇÃO DA REDUÇÃO DO PACING VENTRICULAR DESNECESSÁRIO – RESULTADOS ATÉAOS 4 ANOS

CO 90 RESULTADOS ACTUAIS DO SEGUIMENTO DE DOENTES COM ELÉCTRODO SPRINT FIDELIS

CO 91 DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BRUGADA: SERÁ NECESSÁRIO VER EM DUPLICADO? UM CRITÉRIO ALTERNATIVO

CO 92 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ELECTROFISIOLÓGICO NA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO ARRITMICO NA SÍNDROME DE BRUGADA

CO 111 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE AVC NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR. RESULTADOS A MÉDIO PRAZO DA ABORDAGEM CIRÚRGICA

CO 116 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM SISTEMA DE NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: COMPARAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DECATETERES

CO 135 O TREINO DE ORTOSTATISMO (TILT TRAINING) AUMENTA A RESERVA VASOCONSTRITORA EM DOENTES COM SÍNCOPE REFLEXA NEUROCARDIOGÉNICA

CO 138 ECG E DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE BRUGADA: PODEMOS IR ALÉM DO PADRÃO?

CO 141 UPGRADE DE SISTEMAS IMPLANTADOS (PACEMAKER E CDI) PARA DISPOSITIVOS COM ESTIMULAÇÃO BIVENTRICULAR (CRT)

C 39 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: IMPLICAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO DE HEPARINA INTRAPROCEDIMENTO

C 40 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PERSISTENTE E DE LONGA-DURAÇÃO: A EXECUÇÃO DE LINHAS É SEMPRENECESSÁRIA?

C 41 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 42 ABLAÇÃO DE VIAS ACESSÓRIAS POR CATÉTER DE RADIOFREQUÊNCIA: 12 ANOS DE EXPERIÊNCIA

C 43 ANGIOTC CARDÍACA NA AVALIAÇÃO PRÉVIA A ABLAÇÃO PERCUTÂNEA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR: EFICÁCIA NA EXCLUSÃO DETROMBO NO APÊNDICE AURICULAR ESQUERDO

C 44 PADRÃO DE WOLFF-PARKINSON-WHITE EM DOENTES ASSINTOMÁTICOS – A EXPERIÊNCIA DE 10 ANOS DE UM CENTRO

C 45 ABLAÇÃO TRANSEPTAL DE TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES ESQUERDAS- EXPERIÊNCIA DE UM LABORATÓRIO DEARRITMOLOGIA SEM CIRUGIA CARDIOTORÁCICA

C 159 ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES DE TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃO EM PORTUGAL E NA REGIÃO NORTE

C 160 A DURAÇÃO DO QRS IMEDIATAMENTE APÓS IMPLANTAÇÃO COMO FACTOR PREDIZENTE DE RESPOSTA À TERAPÊUTICA DERESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA

C 161 IMPLICAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE MONITORIZAÇÃO À DISTÂNCIA EM PORTADORES DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR

C 162 SOBREVIVÊNCIA EM DOENTES COM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR – SERÁ QUE A IDADE INTERESSA?

C 163 UTILIDADE DA PROVA DE MARCHA DE 6 MINUTOS NA AVALIAÇÃO DA RESPOSTA FUNCIONAL À TERAPÊUTICA DE RESSINCRONIZAÇÃOCARDÍACA

C 164 VALOR ADICIONAL DA ASSOCIAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS COM A MONITORIZAÇÃO DA IMPEDÂNCIA ELÉCTRICATRANSTORÁCICA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA PORTADORES DE SISTEMAS DE RESSINCRONIZAÇÃO

C 165 EVOLUÇÃO CLÍNICA A LONGO PRAZO APÓS IMPLANTAÇÃO DE CDI NA PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE MORTE SÚBITA: QUAL A INFLUÊNCIA DA PATOLOGIA CARDÍACA SUBJACENTE?

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I-159

C 289 INDICADORES DA OCORRÊNCIA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA EM PORTADORES DE PACEMAKERS DE DUPLA CÂMARA

C 290 BRADIARRITMIA IATROGÉNICA: E DEPOIS DA SUSPENSÃO TERAPÊUTICA

C 291 UTILIZAÇÃO DE UMA CABINE DE PROTECÇÃO DE RADIAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DE PACEMAKERS DEFINITIVOS – SEGURANÇA EEFICÁCIA

C 292 EXTRACÇÃO DE ELÉCTRODOS DE PACING E DESFIBRILHAÇÃO – EXPERIÊNCIA INICIAL COM UM SISTEMA DE EXTRACÇÃO MECÂNICA

C 293 ESPECIFICIDADE DO TESTE DE PROVOCAÇÃO NA SÍNDROME DE BRUGADA: A QUEDA DE UM MITO

C 294 MANUTENÇÃO DE RITMO SINUSAL PÓS-CARDIOVERSÃO ELÉCTRICA DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR: QUAIS OS SUPER-RESPONDEDORES?

C 295 REVELAÇÕES DE UM REGISTADOR DE EVENTOS IMPLANTÁVEL

CARDIOLOGIA CLÍNICA

CO 12 CARACTERIZAÇÃO E SEGUIMENTO DE POPULAÇÃO COM NÃO COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO

CO 108 SCORES DE RISCO TROMBOEMBÓLICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR: FACILITADORES OU INDUTORES DE CONFUSÃO?

CO 109 PODERÁ O SCORE CHADS2 PREDIZER MORTALIDADE A CURTO E MÉDIO-PRAZO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA?

CO 119 BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES DAS GLICOPROTEÍNAS IIB/IIIA NOS DOENTES COM SÍNDROMAS CORONÁRIAS AGUDASSEM ELEVAÇÃO DE ST SOB DUPLA ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETAR

CO 120 DEPURAÇÃO ESTIMADA DA CREATININA NA ADMISSÃO E RISCO HEMORRÁGICO NO MUNDO REAL NAS SÍNDROMES CORONÁRIASAGUDAS

C 64 ENVOLVIMENTO CARDÍACO NA DOENÇA DE STEINERT : EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO

C 169 CLINICAL PREDICTORS OF LEFT VENTRICULAR OUTFLOW OBSTRUCTION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY

C 206 NÃO-COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO: CARACTERÍSTICAS ELECTROCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃO COM A FUNÇÃOSISTÓLICA

C 229 AVC EMBÓLICOS VERSUS NÃO-EMBÓLICOS – CARACTERÍSTICAS E PROGNÓSTICO

C 235 A TRIAGEM DE MANCHESTER NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, A SUA IMPORTÂNCIA DEPOIS DO INTERNAMENTO

C 237 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO DE LOCALIZAÇÃO INDETERMINADA: APRESENTAÇÃO CLÍNICA E PROGNÓSTICO

C 241 IATROGENIA MEDICAMENTOSA E SUA DIMENSÃO NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS CARDÍACOS

C 258 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: O GÉNERO É RELEVANTE?

C 259 MORTE SÚBITA DE JOVENS

C 271 A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO EM HEMODIAFILTRAÇÃO PROFILÁTICA APÓS CORONARIOGRAFIA, EM DOENTES COM DISFUNÇÃORENAL PRÉVIA

C 284 CARACTERIZAÇÃO DOS DOENTES DIABÉTICOS ADMITIDOS POR SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA E IMPACTO PROGNÓSTICO A LONGOPRAZO

C 285 ADMISSION GLYCAEMIA IN NON-DIABETIC ACUTE CORONARY SYNDROME PATIENTS: A MARKER OF ACUTE STRESS OR OF CHRONICGLUCOSE METABOLISM IMPAIRMENT?

C 297 LONG TERM FOLLOW-UP OF PATIENTS WITH POSTURAL ORTHOSTATIC TACHYCARDIA SYNDROME

C 298 ENDOCARDITE INFECCIOSA: PREDITORES DE PROGNÓSTICO

C 299 ENDOCARDITE INFECCIOSA - EPIDEMIOLOGIA, EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

CARDIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

CO 19 DRUG-ELUTING VERSUS BARE-METAL STENTS NO TRATAMENTO DE LESÕES AORTO-OSTIAIS: COMPARAÇÃO NO LONGO TERMO.

CO 22 EUROSCORE: PREDITOR DE EVENTOS CARDIOVASCULARES NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

CO 23 VALOR PROGNÓSTICO DO SYNTAX SCORE NA ANGIOPLASTIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO

CO 24 OVERLAPPING DRUG ELUTING-STENTS – LIMUS VERSUS PACLITAXEL

CO 31 PREDITORES DA NECESSIDADE DE PACEMAKER PERMANENTE EM DOENTES SUBMETIDOS A IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICAPOR VIA PERCUTÂNEA

CO 32 RESULTADOS AOS 30 DIAS DO PRIMEIRO ANO DE UM PROGRAMA INTEGRADO DE IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULAS AÓRTICASPERCUTÂNEAS POR VIA TRANSFEMORAL OU TRANSAPICAL EM DOENTES DE ALTO RISCO CIRÚRGICO

CO 93 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA DEFERIDA COM BASE NOS RESULTADOS DO FRACTIONAL FLOW RESERVE (FFR): EVENTOS CLÍNICOS

CO 94 ANGIOPLASTIA CORONÁRIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO

CO 95 IMPACT OF THROMBUS AT BASELINE ANGIOGRAM ON STENT STRUT COVERAGE ASSESSED BY OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHYAT 6-MONTH FOLLOW UP

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I-160

CO 96 MORTALIDADE INTRA HOSPITALAR E NO SEGUIMENTO CLÍNICO NO CONTEXTO DE ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA - PREVER PARA PREVENIR?

CO 97 TROMBOSE DE STENT: INCIDÊNCIA, PREDITORES E SIGNIFICADO CLÍNICO NUMA POPULAÇÃO DO MUNDO REAL: ANÁLISE DE 5317DOENTES DO REGISTO DE UM CENTRO

CO 98 FACTORES PREDITORES DO SUCESSO A MÉDIO-PRAZO DA REVASCULARIZAÇÃO COM STENTS DE DIÂMETRO IGUAL OU INFERIOR A2,5MM. IMPORTÂNCIA DOS STENTS FARMACOLÓGICOS.

CO 100 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE CANAIS ARTERIAIS – 17 ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA

CO 112 INITIAL IBERIAN EXPERIENCE WITH THE WATCHMAN LEFT ATRIAL APPENDAGE SYSTEM FOR STROKE PREVENTION IN ATRIAL FIBRILLATION.

CO 114 IS ELECTROMECHANICAL MAPPING HELPFUL IN MONITORIZATION OF ISCHEMIC BURDEN AFTER STEM CELLS INTRAMYOCARDIALTHERAPY? COMPARISON WITH MAGNETIC CARDIAC IMAGING

CO 133 EXPERIÊNCIA COM A IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULA AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA

C 20 DERIVAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UMA PONTUAÇÃO DE RISCO PARA PREVER A MORTALIDADE E EVENTOS CARDIOVASCULARES MAJORATÉ AOS 365 DIAS APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

C 21 CISTATINA C: UMA MAIS VALIA NA NEFROPATIA DE CONTRASTE?

C 22 ASSOCIAÇÃO DA DISFUNÇÃO RENAL E MORTALIDADE EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE STSUBMETIDOS A CORONARIOGRAFIA

C 23 QUANDO O ENFARTE É RESTENOSE

C 24 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA: QUE RESULTADOS ESPERAR NUM CENTRO DE VOLUME ELEVADO?

C 25 MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO <30% SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

C 84 ANGIOPLASTIA DE PONTAGEM AORTOCORONARIA COM ENXERTO DE VEIA SAFENA - EXPERIÊNCIA INICIAL COM DISPOSITIVO DEPROTECÇÃO PROXIMAL

C 85 AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E DOS RESULTADOS A LONGO-PRAZO NO TRATAMENTO DE OCLUSÕES CRÓNICAS TOTAIS. EFEITO BENÉFICO DOS STENTS FARMACOLÓGICOS

C 86 SEGUIMENTO A LONGO PRAZO DE DOENTES SUBMETIDOS A ANGIOPLASTIA COM IMPLANTAÇÃO DE STENTS NÃO REVESTIDOS

C 87 STENTS METÁLICOS VERSUS STENTS COM FÁRMACO NO CONTEXTO DE ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA – RESULTADOS A UM ANO

C 89 APRESENTAÇÃO TARDIA DA RESTENOSE DOS STENTS COM FÁRMACOS

C 90 PROGNÓSTICO A CURTO E LONGO PRAZO E FOLLOW-UP ANGIOGRÁFICO APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA COMSTENTS REVESTIDOS COM RAPAMICINA EM OCLUSÕES CORONÁRIAS CRÓNICAS: ESTUDO PROSPECTIVO DE UM CENTRO

C 91 EFICÁCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO DE LESÕES CORONÁRIAS MUITO LONGAS COM MÚLTIPLOS DRUG-ELUTING STENTS SOBREPOSTOS -FULL METAL JACKET.

C 92 ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM NOVA GERAÇÃO DE STENTS FARMACOACTIVOS - RESOLUTE VERSUS XIENCE\PROMUS

C 93 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EM DIABÉTICOS. PREDITORES INDEPENDENTES E TIPODE STENT.

C 121 RESULTADOS CLÍNICOS DA ANGIOPLASTIA GUIADA POR AVALIAÇÃO DA FRACTIONAL FLOW RESERVE (FFR)

C 122 IMAGING ASSESSMENT OF LEFT ATRIAL APPENDAGE IN THE PERCUTANEOUS CLOSURE SETTING – TRANSESOPHAGEAL ECHO VERSUS ANGIOGRAPHY

C 123 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTANEA COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: EXPERIÊNCIA INICIAL

C 124 RESULTADOS INICIAIS DE ENCERRAMENTO DE PSEUDOANEURISMAS IATROGÉNICOS DA ARTÉRIA FEMORAL POR ADMINISTRAÇÃODE TROMBINA GUIADA POR ECOGRAFIA

C 126 O ACESSO RADIAL NOS PROCEDIMENTOS CORONÁRIOS PERCUTÂNEOS DIAGNÓSTICOS E DE INTERVENÇÃO: TAXA DE SUCESSO

C 127 FIRST VALIDATION STUDY OF NEW FOURIER-DOMAIN OPTICAL COHERENCE TOMOGRAPHY (FD-OCT): A PHANTOM STUDY

C 128 ABLAÇÃO ALCOÓLICA DO SEPTO – EXPERIÊNCIA INICIAL DE UMA ALTERNATIVA PERCUTÂNEA PARA OS DOENTES COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA OBSTRUTIVA

C 130 PREDITORES DE MORTALIDADE A LONGO PRAZO EM DOENTES COM ANGIOPLASTIA ISOLADA DA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIORPROXIMAL – CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE SCORE DE RISCO

C 185 IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE VALVULAR AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA: EXISTE CURVA DE APRENDIZAGEM?

C 189 EARLY RESULTS WITH MITRAL BALLON VALVULOTOMY: A TECHNIQUE TO PERSIST.

C 190 PERCUTANEOUS MITRAL BALLOON VALVULOTOMY FOR MITRAL REESTENOSIS AFTER PREVIOUS SURGICAL COMMISSUROTOMY

C 222 IMPLANTAÇÃO PERCUTÂNEA DE VÁLVULAS PULMONARES: EXPERIÊNCIA INICIAL

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I-161

C 223 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE FORAMEN OVALE PATENTE COM O DISPOSITIVO PREMERE - A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 224 TÉCNICAS ULTRASONOGRÁFICAS NO ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE DEFEITOS DO SEPTO INTERAURICULAR: OITO ANOS DE EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 225 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DE COMUNICAÇÃO INTERAURICULAR E FORAMEN OVALE PATENTE EM ADULTOS – A EXPERIÊNCIADE UM CENTRO

C 226 ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO DO CANAL ARTERIAL EM ADULTOS: A NOSSA EXPERIÊNCIA

C 257 INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA EM OCTOGENÁRIOS – DEVEMOS USAR, OU EVITAR, STENTS COM FÁRMACO?

C 288 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA HOJE E HÁ 5 ANOS – CONSEGUIMOS EVOLUIR?

CARDIOLOGIA NUCLEAR

CO 121 COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS PROTOCOLOS DE ESFORÇO CARDÍACO NA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO: EFEITOSSECUNDÁRIOS E QUALIDADE DA IMAGEM

CO 139 CINTIGRAFIA PERFUSÃO MIOCÁRDIO: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE INDIVÍDUOS DE ALTO RISCOCARDIOVASCULAR

C 58 VALOR PROGNÓSTICO DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL

C 60 EQUIVALÊNCIA DOS PROTOCOLOS DE STRESS CINTIGRÁFICOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR DE CANDIDATOS A TRANSPLANTE RENAL (FARMACOLÓGICO VERSUS EXERCÍCIO)

C 62 EVOLUÇÃO DA PROBABILIDADE TEÓRICA DE DOENÇA CORONÁRIA PRÉ- E PÓS-TESTE EM DUAS ESTRATÉGIAS DIAGNÓSTICAS - CONTRIBUTO RELATIVO DA PROVA DE ESFORÇO E DA ANGIOTC CARDÍACA

C 63 DETECÇÃO DE DOENÇA CORONÁRIA NÃO OBSTRUTIVA - UMA MAIS-VALIA DA ANGIOTC CARDÍACA

C 73 QUAL A RELEVÂNCIA DA CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA EM DOENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE ESTABELECIDA?

C 173 EXTENSÃO DO EDEMA E NECROSE MIOCÁRDICOS NA MIOCARDITE AVALIADOS POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – IMPACTO NOSBIOMARCADORES E NA FUNÇÃO VENTRICULAR

C 296 CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA NOS DOENTES COM ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR POR PACEMAKER

CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA

CO 43 ESTUDO DA DISFUNÇÃO ENDOTELIAL NA DOENÇA DE KAWASAKI

CO 46 PODER PREDITIVO DO ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA ELIGIBILIDADE DE DOENTES COM COMUNICAÇÃO INTER-AURICULARPARA ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO EM IDADE PEDIÁTRICA

CO 48 BLAÇÃO PERCUTÂNEA EM IDADE PEDIÁTRICA

CO 102 ENCERRAMENTO DE CANAL ARTERIAL NA INFÂNCIA – ABORDAGEM PERCUTÂNEA VERSUS CIRURGIA

CO 103 IMPLANTACÃO DE STENTS EM RECÉM-NASCIDOS E LACTENTES: UMA REALIDADE ACTUAL

C 214 ECOCARDIOGRAFIA POR TELEMEDICINA NUM HOSPITAL DE NÍVEL II DA REGIÃO CENTRO

CARDIOPATIAS CONGÉNITAS

CO 44 AORTIC VALVE DISEASE IN PATIENTS WITH CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS

CO 45 UTILIDADE DO ÍNDICE DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FETAL NA AVALIAÇÃO DAS CARDIOPATIAS CONGÉNITAS DIREITAS

CO 47 PATIENTS WITH REPAIRED TETRALOGY OF FALLOT UNDERGOING PULMONARY VALVE REPLACEMENT – WHAT HAPPENS TO TRICUSPIDREGURGITATION?

CO 104 PRIMEIRO E SEGUNDO ESTÁDIOS DE ABORDAGEM HÍBRIDA PARA A SÍNDROME DO CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO

CO 107 VIABILIDADE DA CIRURGIA DE ROSS – EXPERIÊNCIA DE 15 ANOS

CO 118 HIGHER PLASMA LEVELS OF TIMP-1 AMONG MARFAN SYNDROME PATIENTS WITH PREVIOUS AORTIC ROOT REPLACEMENT: AMARKER OF IMPROVED PROTEOLYTIC BALANCE?

C 50 VALOR DA TERAPÊUTICA ESPECÍFICA VASODILATADORA PULMONAR EM PORTADORES DE SÍNDROMA DE EISENMENGER

C 215 AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL E PROPENSÃO PARA A PSICOPATOLOGIA NOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS COMCARDIOPATIAS CONGÉNITAS

C 216 SEGUIMENTO CLÍNICO A LONGO PRAZO DE UMA POPULAÇÃO DE DOENTES COM COARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA – EXPERIÊNCIADE UM CENTRO

C 217 VÁLVULA AÓRTICA QUADRICÚSPIDE: CASUÍSTICA DE 10 ANOS DE UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA E REVISÃO DA LITERATURA

C 218 QUALIDADE DE VIDA DOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS COM CARDIOPATIA CONGÉNITA, COM E SEM CORRECÇÃO CIRÚRGICA

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I-162

C 219 ENCERRAMENTO DE DEFEITOS SEPTAIS INTERAURICULARES COM MÚLTIPLOS DISPOSITIVOS

C 220 RECURRENCE OF CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS AFTER SURGICAL TREATMENT

C 221 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL - EXPERIÊNCIA DE UMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOSNEONATAIS, REVISÃO DE 7 ANOS

C 230 AVC/AIT EM DOENTES COM E SEM FORAMEN OVAL PATENTE, QUAIS AS DIFERENÇAS?

CIÊNCIA BÁSICA

CO 65 EFEITOS DA ANGIOTENSINA 1-7 NA FUNÇÃO CONTRÁCTIL MIOCÁRDICA APÓS A ISQUEMIA-REPERFUSÃO

CO 66 DISTINCT MECHANISMS FOR DIASTOLIC DYSFUNCTION IN DIABETES MELLITUS AND PRESSURE-OVERLOAD

CO 68 FACTORES DE CRESCIMENTO INFLUENCIAM A PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO EM CÉLULAS PROGENITORAS CARDÍACAS

CO 115 INCREASE IN CIRCULATING ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS BY STATINS IN ACUTE CORONARY SYNDROMES

CO 117 EFFECTS OF DIABETES MELLITUS, PRESSURE OVERLOAD AND THEIR ASSOCIATION ON MYOCARDIAL STRUCTURE AND FUNCTION

C 46 MODULAÇÃO ELECTROFISIOLÓGICA DAS AURÍCULAS E VEIAS PULMONARES: INTERACÇÃO DA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA NA INDUCIBILIDADE DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM MODELO EXPERIMENTAL IN VIVO

C 47 CARACTERIZAÇÃO HEMODINÂMICA E MORFOMÉTRICA DE UM NOVO MODELO EXPERIMENTAL DE HIPERTENSÃO PULMONARPEDIÁTRICA

C 56 BASES GENÉTICAS DA HIPERCOLESTEOLEMIA FAMILIAR

C 95 ENDOTHELIAL MICROPARTICLES CORRELATE TO THE EXPRESSION OF CD40 LIGAND ON PLATELETS AND T LYMPHOCYTES IN ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

C 97 RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA COM VARIANTE NO LOCUS 9P21: PRIMEIRO ESTUDO NA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 98 OS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NÃO INFLUENCIAM O APARECIMENTO DE DOENÇA CORONÁRIA NUMA POPULAÇÃOPORTUGUESA

C 99 INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DA APOLIPOPROTEÍNA E NO PERFIL LIPÍDICO DE UMA POPULAÇÃO PORTUGUESA SEM DOENÇACONHECIDA

C 148 CONHECER MELHOR O CORAÇÃO DIABÉTICO: O HIF-1ALFA NA RESPOSTA À ISQUEMIA

C 149 O PAPEL DOS PRODUTOS FINAIS DA GLICAÇÃO AVANÇADA (AGES) NO DESENCADEAMENTO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES DADIABETES TIPO 2

CIRCULAÇÃO PULMONAR / HTP

CO 110 ANTICOAGULAÇÃO ORAL APÓS TROMBOEMBOLISMO PULMONAR EM DOENTES SEM FACTOR CAUSAL IDENTIFICADO

CO 113 ANGIO-TAC TORÁCICA NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR: DIAGNÓSTICO E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NUM SÓ EXAME

C 51 O NT-PROBNP COMO UM MARCADOR DE DISFUNÇÃO DIASTÓLICA DO VENTRÍCULO DIREITO EM DOENTES COM HIPERTENSÃOARTERIAL PULMONAR. RELAÇÃO COM ÍNDICES ECOCARDIOGRÁFICOS

C 301 TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AGUDO: PREDITORES DE MORBILIDADE E MORTALIDADE A CURTO E LONGO PRAZO

C 302 FACTORES CLÍNICOS E LABORATORIAIS ASSOCIADOS AO USO DA TROMBÓLISE NO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

CIRURGIA CARDÍACA

CO 35 LONG-TERM SURVIVAL AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY PATIENTS UNDERGOING AORTIC VALVE REPLACEMENT

CO 81 OS MIXOMAS CARDÍACOS TERÃO UMA NOVA FACE CLÍNICA ?

CO 82 UTILIZAÇÃO DE ENDOPRÓTESES AÓRTICAS NA AORTA TORÁCICA (TEVAR). COMPARAÇÃO DE RESULTADOS ENTRE PROCEDIMENTOSELECTIVOS E URGENTES. EXPERIÊNCIA INICIAL DE UM CENTRO DE CIRURGIA CARDÍACA

CO 83 TUMORES MALIGNOS DO CORAÇÂO – CARACTERIZAÇÂO EPIDEMIOLÓGICA E SOBREVIVÊNCIA APÓS A CIRURGIA

CO 84 TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA PARA TRATAMENTO DO CHOQUE CARDIOGÉNICO PÓS-ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 85 REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA NO SEXO FEMININO: DO PERFIL CLÍNICO AO PROGNÓSTICO

CO 86 RESULTADOS DA TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA NOS RECEPTORES MAIS IDOSOS

CO 99 EVOLUÇÃO DOS DOENTES COM SÍNDROMA DE CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO: SOBREVIDA AOS 11 ANOS

CO 101 OPERAÇÃO DE SWITCH ARTERIAL: FACTORES DE RISCO E EVOLUÇÃO DA INSUFICIÊNCIA VALVULAR AÓRTICA

CO 105 CIRURGIA AÓRTICA EM DOENTES INOPERÁVEIS OU DE ALTO RISCO - EXPERIÊNCIA INICIAL COM PRÓTESES TRANSAPICAIS

CO 106 ESTUDO PROSPECTIVO ALEATORIZADO DA PERMEABILIDADE DOS ENXERTOS AORTO-CORONÁRIOS COM E SEM CIRCULAÇÃOEXTRACORPORAL

C 1 O EUROSCORE COMO PREVISOR DE MORTALIDADE EM CIRURGIA CORONÁRIA HOSPITALAR E A UM ANO

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I-163

C 2 CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA NO PÓS-ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO PRECOCE: ANÁLISE COMPARATIVA DASESTRATÉGIAS COM E SEM CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPORAL

C 3 TEMPO IDEAL DA CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA APÓS ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 4 AVALIAÇÃO DE PERFORMANCE EM CIRURGIA CORONÁRIA

C 5 PREDITORES DE MORTE AOS 30 DIAS E A 1 ANO APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA NO ENFARTE AGUDO DOMIOCÁRDIO

C 6 DIABETES MELLITUS NA REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA CIRÚRGICA: QUAL A SUA PREVALÊNCIA E INFLUÊNCIA NO PROGNÓSTICODESTES DOENTES?

C 7 FIBRILHAÇÃO AURICULAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA – FACTORES DE RISCO EIMPLICAÇÃO NO PROGNÓSTICO HOSPITALAR

C 9 PERFIL DO DOENTE TRANSFUNDIDO NUM SERVIÇO CIRÚRGICO CARDIOTORÁCICA

C 245 EARLY OUTCOME AFTER CARDIAC SURGERY IN THE ELDERLY: WHAT CAN WE RELY ON TO PREDICT SURVIVAL?

C 246 AORTIC VALVE REPLACEMENT IN THE ELDERLY: DOES CONCOMITANT CORONARY ARTERY BYPASS GRAFTING PREDICT A WORSESHORT-TERM OUTCOME?

C 247 RISCO CIRÚRGICO ASSOCIADO A INTERVENÇÃO AORTA ASCENDENTE EM ASSOCIAÇÃO COM SUBSTITUIÇÃO VALVULAR AÓRTICA

C 248 CIRURGIA VALVULAR TRIPLA: ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO COM O EUROSCORE

C 249 IMPACTO DO PATIENT PROSTHESIS MISMATCH EM DOENTES SUBMETIDOS A SUBSTITUIÇÃO VALVULAR AÓRTICA

C 250 COMPARING ADDICTIVE AND LOGISTIC EUROSCORE-A SINGLE INSTITUTION STUDY

C 251 RABDOMIÓLISE EM DOENTES TRANSPLANTADOS CARDÍACOS – RELAÇÃO COM A TERAPÊUTICA HIPOLIPEMIANTES

C 252 CIRURGIA DA ENDOCARDITE PROTÉSICA. EXPERIÊNCIA DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

C 280 NÍVEIS BAIXOS DE COLESTEROL-HDL ASSOCIAM-SE A MAIOR MORTALIDADE APÓS TRANSPLANTE CARDÍACO

C 281 MICOFENOLATO DE MOFETIL GENÉRICO VERSUS CELL-CEPT® NA TRANSPLANTAÇÃO CARDÍACA

DOENÇA CORONÁRIA

CO 20 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE OCTAGENÁRIOS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

CO 21 ESTRATÉGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO PERCUTÂNEA EM LESÕES DE BYPASSES VENOSOS AORTO-CORONÁRIOS: RESULTADOS ALONGO PRAZO

CO 61 RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÉMICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST: VARIAÇÃO TEMPORAL DOSPARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E CORRELAÇÃO COM A REPERCUSSÃO HEMODINÂMICA

CO 64 IMPORTÂNCIA DO POLIMORFISMO DO CITOCROMO P450 2C19 681G>A NO PROGNÓSTICO DE UMA SÍNDROME CORONÁRIAAGUDA

CO 69 DIABETES E DOENÇA CARDIOVASCULAR: PROGNÓSTICO APÓS 5 ANOS DE REVASCULARIZAÇÃO

CO 70 DOENÇA VASCULAR PRÉVIA: FACTOR DE RISCO PARA EVENTOS ADVERSOS EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

CO 71 DISFUNÇÃO RENAL NA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: IMPACTO NO RISCOHEMORRÁGICO ASSOCIADO À INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA

CO 72 IMPACTO PROGNÓSTICO DE CO-MORBILIDADES MAJOR AGUDAS OU AGUDIZADAS NOS DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

CO 77 NOVA DEFINIÇÃO UNIVERSAL DE ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: É SUFICIENTE PARA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E GUIAR NADECISÃO DE REVASCULARIZAR?

CO 78 AGREGAÇÃO PLAQUETAR À DATA DE ALTA DE UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA, VALERÁ A PENA?

CO 79 PREDITORES DE OCLUSÃO CORONÁRIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

CO 80 PREDITORES DE REPERFUSÃO PRECOCE NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 125 RISCO HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVELAMENTO DE ST – O PAPEL DOSSCORES DE RISCO TIMI, GRACE E CRUSADE

CO 126 SERÁ QUE O SCORE DE RISCO TIMI MANTÉM ACTUALIDADE NA PREVISÃO DE COMPLICAÇÕES NOS DOENTES COM SÍNDROMACORONÁRIA AGUDA SEM ELEVAÇÃO DE ST NO SÉCULO XXI ?

CO 127 BALANCEAR OS RISCOS ISQUÉMICO E HEMORRÁGICO EM DOENTES COM SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA DESNIVELAMENTODO SEGMENTO ST: UTILIDADE DO SCORE DE RISCO TIMI

CCOO 112288 SCORE GRACE: MELHOR NÃO É IMPOSSÍVEL

CO 129 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST: É POSSÍVEL PREVER A AUSÊNCIA DE DOENÇACORONÁRIA OBSTRUTIVA?

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I-164

CO 130 ACUTE CORONARY SINDROMES: UA/NSTEMI VALIDITY OF TIMI RISK SCORE AND NEW VARIABLES OF RISK

CO 134 T LYMPHOCYTES ASSOCIATE TO OXIDIZED LOW-DENSITY LIPOPROTEIN, C-REACTIVE PROTEIN AND TROPONIN T IN ACUTE MYOCARDIALINFARCTION

CO 137 PARADOXO DO COLESTEROL-LDL EM DOENTES ADMITIDOS POR SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

C 10 PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA BAIXA ISOLADA E PROGNÓSTICO NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS, MAIS ALÉM DOS PREDITORES CONVENCIONAIS

C 11 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS OU O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL SISTÓLICA “ÓPTIMA”

C 12 PREDITORES INDEPENDENTES DE AGRAVAMENTO CLÍNICO INTRA-HOSPITALAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO- EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 13 DOENÇA CORONÁRIA PRÉVIA CONHECIDA: FACTOR DE PROTECÇÃO PARADOXAL A CURTO PRAZO?

C 14 BNP OU NT-PROBNP IGUAIS OU DIFERENTES COMO MARCADORES DE RISCO NOS DOENTES INTERNADOS POR SÍNDROMA CORONÁRIA AGUDA?

C 15 EPISÓDIOS PRÉVIOS DE ANGOR E PRÉ-CONDICIONAMENTO EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA

C 16 HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO: MEDIADOR OU APENAS MARCADOR DE MAU PROGNÓSTICO?

C 17 EM BUSCA DO MELHOR PREDITOR PÓS-ENFARTE: FUNÇÃO RENAL OU GLICEMIA?

C 18 CISTATINA C E SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: UM NOVO MARCADOR DE RISCO?

C 19 SCASEST NUMA UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS DE MEDICINA: PERFORMANCE MEASURES

C 26 ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE REPERFUSÃO NO DOENTE COM OBESIDADE – EXISTEM DIFERENÇAS?

C 27 PODE A PRESENÇA DE ANEMIA NA ADMISSÃO MELHORAR A CAPACIDADE PREDITIVA DO SCORE GRACE PARA MORTALIDADE ACURTO E MÉDIO-PRAZO APÓS SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA?

C 28 OS CINCO SEGREDOS DO BOM PROGNÓSTICO APÓS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

C 74 TROMBÓLISE MAL SUCEDIDA: O QUE DISTINGUE ESTES DOENTES?

C 75 SCASEST: ABORDAGEM CONVENCIONAL VERSUS INVASIVA - FOLLOW UP AOS 6 MESES

C 76 DOENTES COM DIABETES MELLITUS INTERNADOS COM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DOSEGMENTO ST: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVA SUBUTILIZADA?

C 77 INTERACÇÃO DO CLOPIDOGREL COM OS INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES: CONTROVÉRSIA REVISITADA EM DOENTES “REAIS”

C 78 PARAGEM CARDIORESPIRATÓRIA PRÉ-HOSPITALAR E INTRA-HOSPITALAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO –PODEMOS E DEVEMOS ALTERAR O PROGNÓSTICO ADVERSO!

C 79 INTERACÇÃO MEDICAMENTOSA CLOPIDOGREL - INIBIDORES DA BOMBA DE PROTÕES: A PROVA QUE FALTAVA!

C 80 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST: SERÁ QUE OS SCORES DE RISCO INFLUENCIAMVERDADEIRAMENTE A ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA?

C 81 TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO DA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRA ST: UM EQUILÍBRIO DÍFICIL ENTRE OS RISCOSTROMBÓTICO E HEMORRÁGICO

C 82 FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E HIPERGLICEMIA NA ADMISSÃO COMBINADAS: UM NOVO PREDITOR DE PROGNÓSTICO NASSÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

C 83 PREDITORES DE MORTALIDADE E MORTALIDADE OU REINTERNAMENTO CARDIOVASCULAR A LONGO PRAZO NO SÍNDROMACORONÁRIO AGUDO

C 88 DES VERSUS BMS NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA - RESULTADOS A 5 ANOS DE SEGUIMENTO

C 143 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SÍNDROME DA APNEIA DO SONO – UMA ASSOCIAÇÃO SURPREENDENTE?

C 195 RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE CISTATINA C E A GRAVIDADE DO COMPROMISSO ESTRUTURAL CARDÍACO EM DOENTES COM ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST

C 196 ASSOCIATION OF THE SERIAL CHANGES OF INFLAMMATORY MARKERS WITH ADVERSE CLINICAL OUTCOMES IN PATIENTS WITHACUTE MYOCARDIAL INFARCTION

C 197 DIFFERENTIATION OF PATIENTS WITH ST-ELEVATION MYOCARDIAL INFARCTION BASED ON SOLUBLE CD40 LIGAND FORTY DAYSAFTER INITIAL CORONARY INTERVENTION

C 198 TROMBECTOMIA ASPIRATIVA NA ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA – AVALIAÇÃO DO IMPACTO NO PROGNÓSTICO INTRA-HOSPITALAR EAPÓS ALTA

CC 119999 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA COM SUPRA ST: LESÃO CORONÁRIA GRAVE OU SÍNDROME DE TAKOTSUBO? A EXPERIÊNCIA DE UMCENTRO

C 200 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST: A LOCALIZAÇÃO INFERIOR VERSUS ANTERIOR ESTÁ ASSOCIADA À OCORRÊNCIADE FIBRILHAÇÃO VENTRICULAR PRIMÁRIA?

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I-165

C 201 ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA: CORRELAÇÃO COM A GRAVIDADE DO COMPROMISSO ESTRUTURAL CARDÍACO NO CONTEXTO DO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DE ST

C 202 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA-DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST E ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA: IMPACTOPROGNÓSTICO DA CREATININA NA ADMISSÃO

C 203 DOENÇA CORONÁRIA DE 3 VASOS NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO, PROGNÓSTICO AOS 24 MESES DE FOLLOW-UP, O QUEREALMENTE IMPORTA?

C 227 DOENÇA CEREBROVASCULAR, DOENÇA CORONÁRIA E ALTERAÇÕES CAROTÍDEAS

C 236 APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO – FACTOR DE MAU PROGNÓSTICO?

C 238 ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO (EAM) VERSUS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS DO SEGMENTO ST: MAIS DO QUE UMSIMPLES MARCADOR QUALITATIVO DE ISQUÉMIA MIOCÁRDICA...

C 239 O ECG TAMBÉM ENGANA…

C 253 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM MULHERES: ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO INVASIVA PARA TODAS?

C 254 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS – EXISTEM ACTUALMENTE DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS NA FORMA DE APRESENTAÇÃO,TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES INTRAHOSPITALARES?

C 255 EAM NO JOVEM: COMPARAÇÃO BASEADA NO GÉNERO

C 256 OS FACTORES DE RISCO METABÓLICOS ESTÃO FORTEMENTE ASSOCIADOS AO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM APRESENTAÇÃOEM IDADE PRECOCE

C 261 INFLUÊNCIA DA VARIANTE APO E 4 NO PERFIL LIPÍDICO DE UMA POPULAÇÃO COM DOENÇA CORONÁRIA

C 262 VALOR PROGNÓSTICO DOS MARCADORES DE INFLAMAÇÃO NO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO: ENFOQUE NA CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

C 263 DOENÇA CAROTÍDEA E ENFARTE DO MIOCÁRDIO – FACES DIFERENTES DA MESMA DOENÇA?

C 264 TRAÇOS DE PERFECCIONISMO E SUA RELAÇÃO COM DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 265 ANEMIA NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: INDICADOR DE DOENÇA CORONÁRIA MAIS GRAVE?

C 266 INFLUÊNCIA DE INDICADORES DE MAU PROGNÓSTICO NA ABORDAGEM DOS DOENTES COM SCASEST

C 267 INSUFICIÊNCIA CARDIACA COM FUNÇÃO SISTÓLICA PRESERVADA EM DOENTES COM SÍNDROME CORONÁRIA SEM SUPRA--DESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

DOENÇA VALVULAR

CO 33 ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA EM HOMENS E MULHERES: DIFERENTE REPERCUSSÃO NA GEOMETRIA E NA FUNÇÃO DO VENTRÍCULOESQUERDO

CO 34 PERFORMANCE DOS SCORES DE RISCO DE CIRURGIA CARDÍACA NA PREDIÇÃO DE MORBIMORTALIDADE APÓS IMPLANTAÇÃO DEVÁLVULA AÓRTICA TRANSCATETER

CO 36 FACTORES PREDITORES DE CALCIFICAÇÃO VALVULAR NA DOENÇA RENAL CRÓNICA

C 186 ABORDAGEM DA ESTENOSE AÓRTICA SEVERA: A REALIDADE DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA

C 187 FACTORES DE PROGNÓSTICO NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

C 188 EMBOLIZAÇÃO SISTÉMICA NA ENDOCARDITE INFECCIOSA

C 191 AVALIAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS VASCULARES PULMONARES DURANTE O ESFORÇO EM DOENTES COM ESTENOSE MITRAL

C 192 TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇA VALVULAR MITRAL REUMÁTICA EM CRIANÇAS DA GUINÉ-BISSAU

C 193 EXPERIÊNCIA INICIAL COM UMA BIOPRÓTESE SEM STENT DE NOVA GERAÇÃO

DOENÇA VASCULAR NÃO CORONÁRIA

C 54 HAPTOGLOBIN 1-1 GENOTYPE IN CHRONIC RENAL FAILURE PATIENTS CAN BE RELATED TO A LESSER CARDIOVASCULAR DISEASE SEVERITY

C 57 QUAL A REAL ACUIDADE DIAGNÓSTICA DA ESPESSURA ÍNTIMA-MÉDIA CAROTÍDEA PARA A PREDIÇÃO DA PRESENÇA DE DOENÇACORONÁRIA SIGNIFICATIVA?

C 120 ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO NA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO

C 228 RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A PRESENÇA DE PLACAS ATEROSCLERÓTICAS NA CROSSA DA AORTA EM DOENTES COM AVC ISQUÉMICO E AIT

C 233 SEGURANÇA E EFICÁCIA DO TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA ESTENOSE CAROTÍDEA COM DIFERENTES SISTEMAS DE PROTECÇÃOEMBÓLICA CEREBRAL

C 274 MIOCARDIOPATIA DE TAKOTSUBO: A PROPÓSITO DE 5 CASOS CLÍNICOS

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I-166

DOENÇAS DO MIOCÁRDIO E DO PERICÁRDIO

CO 8 CARDIOMIOPATIA ASSOCIADA À SÍNDROME DE MARFAN: UMA NOVA ENTIDADE DE UMA PATOLOGIA BEM CONHECIDA?

CO 9 FUNCTIONAL VARIANTS OF ANGIOTENSIN-CONVERTING ENZYME GENE AND PHENOTYPE EXPRESSION IN HYPERTROPHICCARDIOMYOPATHY

CO 10 MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA NÃO-OBSTRUTIVA: A IMPORTÂNCIA DA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA

CO 11 MIOCARDITE AGUDA. PADRÕES CLÍNICOS E DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA POR SPECKLE TRACKING EM COMPARAÇÃO COM ANECROSE MIOCÁRDICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

C 65 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM DOENTES DE FABRY COM E SEM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA

C 168 PREVALÊNCIA DE ARRITMIAS VENTRICULARES NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA APICAL E RELAÇÃO COM O REALCE TARDIOOBTIDO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

C 170 IS FIBROSIS AN EARLY MARKER OF HEMODYNAMIC DETERIORATION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY?

C 172 SIGNIFICADO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS NA MIOCARDITE AGUDA. RELAÇÃO COM A RESSONÂNCIA MAGNÉTICACARDIOVASCULAR

C 275 ECHOCARDIOGRAPHIC PROGNOSTIC PREDICTORS IN TAKOTSUBO CARDIOMYOPATHY

C 303 SUPPORTIVE CRITERIA OF CIRRHOTIC CARDIOMYOPATHY IN A COHORT OF PATIENTS WITH LIVER CIRRHOSIS

ECOCARDIOGRAFIA

CO 13 STRAIN TECIDULAR POR SPECKLE TRACKING NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA

CO 14 VÁLVULA AÓRTICA PERCUTÂNEA TRANSAPICAL: IMPLICAÇÕES NA MECÂNICA VENTRICULAR. RESULTADOS INICIAIS

CO 15 OBESIDADE: ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE ALTERAÇÃO DO METABOLISMO GLICÉMICO E ALTERAÇÕES DA DEFORMAÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA

CO 16 ACUIDADE DOS PARÂMETROS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA CIRCUNFERENCIAL E RADIAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICASEGMENTAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 17 PADRÃO DE DEFORMAÇÃO NÃO HOMOGÉNEA DO VENTRÍCULO ESQUERDO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL: SERÁ ESTA A REGRA?

CO 18 CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE BNP E 2D STRAIN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 122 VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA LONGITUDINAL E TRANSVERSAL COM AS ALTERAÇÕES DA CINÉTICA SEGMENTAR EMDOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 52 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO: CORRELAÇÃO ENTRE A PRESSÃO SISTÓLICA NA ARTÉRIA PULMONAR (PSAP), VALORES DEEXCURSÃO SISTÓLICA E VELOCIDADES DO ANEL TRICÚSPIDE

C 66 STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES DE FABRY COM E SEM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA

C 67 STRAIN LONGITUDINAL NOS DOENTES COM HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA SECUNDÁRIA À DOENÇA DE FABRY: QUAL ASUA RELAÇÃO COM A PRESENÇA DE REALCE TARDIO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA COM GADOLÍNIO?

C 70 DISFUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA EM DIABÉTICOS: RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE EVOLUÇÃO, A HEMOGLOBINAGLICOSADA E O TRATAMENTO COM OS PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS

C 114 ANOMALIAS DO SEPTO INTERAURICULAR NO ADULTO JOVEM COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CRIPTOGÉNICO – CONTRIBUTOPARA O ESTUDO DOS MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS E FACTORES DE RISCO

C 115 ECOCARDIOGRAFIA TRANSESOFÁGICA VERSUS DOPPLER TRANSCRANEANO NA PESQUISA DE SHUNTS DIREITO-ESQUERDO EMDOENTES COM AVC CRIPTOGÉNICO

C 116 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO APENDICE AURICULAR ESQUERDO NA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO TROMBOEMBOLICO EM DOENTESCOM AVC

C 117 PODE A ECO TRANSTORÁCICA DISPENSAR A ECO TRANSESOFÁGICA NO DESPISTE DE PERMEABILIDADE DO FORAMEN OVALE?

C 118 PROGNOSTIC RELEVANCE OF ECHOCARDIOGRAPHY IN CARDIOEMBOLIC STROKE PATIENTS TREATED WITH RECOMBINANT TISSUEPLASMINOGEN ACTIVATOR

C 119 PODERÁ O ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO SUBSTITUIR O CHADS NA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PROTROMBÓTICO NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR?

C 174 AVALIAÇÃO DA ÁREA VALVULAR AÓRTICA NA ESTENOSE AÓRTICA COM ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL. COMPARAÇÃO COMA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDIOVASCULAR

C 179 FUNÇÃO AURICULAR SEGMENTAR EM DOENTES HIPERTENSOS: UM ESTUDO POR DOPPLER TECIDULAR

C 180 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM DOENTES HIPERTENSOS – PODE O SPECKLE TRACKING AJUDAR A IDENTIFICAR ALTERAÇÕES PRECOCESDA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA GLOBAL E SEGMENTAR?

C 204 CORRELAÇÃO DE DIFERENTES PARÂMETROS NA DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DO VENTRÍCULO DIREITO

C 205 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR DIREITA. COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS

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I-167

C 207 ESTUDO DOPPLER TECIDULAR DA FUNÇÃO AURICULAR ESQUERDA: RELAÇÃO COM A FUNÇÃO DIASTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA

C 208 DETECÇÃO PRECOCE DE DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA NA ESCLERODERMIA ATRAVÉS DE ÍNDICES DE DEFORMAÇÃO PORSPECKLE TRACKING, EM DOENTES COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO NORMAL

C 244 ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL E MEDIÇÃO DO ANEL VALVULAR AÓRTICO NA SELECÇÃO DE DOENTES PARA IMPLANTAÇÃODE PRÓTESES PERCUTÂNEAS

C 268 UTILIDADE DO PICO DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA GLOBAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 269 EXPERIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLO ACELERADO EM ECOCARDIOGRAFIA DE STRESS COM DOBUTAMINA

C 283 ENCURTAMENTO PÓS-SISTÓLICO LONGITUDINAL: VARIANTE FISIOLÓGICA OU MARCADOR DE ISQUÉMIA MIOCÁRDICA?

ENFERMAGEM

C 49 PROSTAGLANDINAS ENDOVENOSAS NA TERAPÊUTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR. UM PROTOCOLO DE CUIDADOS DEENFERMAGEM

C 125 IMPLANTAÇÃO DA BIOPRÓTESE AÓRTICA COREVALVE® – IMPORTÂNCIA DA CURVA DE APRENDIZAGEM NA DIMINUIÇÃO DAS COMPLICAÇÕES VASCULARES

C 243 ENFERMAGEM DE URGÊNCIA EM CARDIOLOGIA

C 304 ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL NO PROCESSO DA DOENÇA CARDIOVASCULAR

C 305 ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA: FORMAR, INFORMAR, INTEGRAR

C 306 ENFERMAGEM DE INVESTIGAÇÃO NUMA UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA EM CARDIOLOGIA – UMA ESPECIALIDADE EMERGENTE E NECESSÁRIA

C 307 A PARTICIPAÇÃO EM ENSAIOS CLÍNICOS AUMENTA A TAXA DE ADESÃO TERAPÊUTICA? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO

C 309 CONSULTA DE ENFERMAGEM DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: EXPERIÊNCIA PRÁTICA

C 310 A PESSOA COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DESAFIO E CUIDADOS PALIATIVOS

C 311 SEDAÇÃO (IN)CONSCIENTE EM EXAMES CARDIOLÓGICOS REALIZADOS EM AMBULATÓRIO

C 312 ANGIOGRAFIA NA RADIOTERAPIA INTERNA. O PAPEL DA ENFERMAGEM NA SALA DE ANGIOGRAFIA EM NOVOS TRATAMENTOSDE RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO

CO 54 PADRÕES ALIMENTARES NUMA POPULAÇÃO DO SUL DA EUROPA: RELAÇÃO COM O ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO E COM MARCADORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

CO 57 RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA CONFERIDO PELA ASSOCIAÇÃO DA VARIANTE CC DO LOCUS 9P21 COM O TABAGISMO

CO 58 DISLIPIDEMIAS DE ELEVADO RISCO CARDIOVASCULAR: ANÁLISE BIOQUÍMICA E GENÉTICA

CO 59 HIGH PREVALENCE OF PERSISTENT LIPID ABNORMALITIES IN HIGH-RISK PATIENTS TREATED WITH STATINS IN PORTUGAL: RESULTSOF THE DYSLIPIDEMIA INTERNATIONAL STUDY (DYSIS) - PORTUGAL

CO 60 COMPARAÇÃO DE DIFERENTES DEFINIÇÕES DE SÍNDROME METABÓLICA: IMPLICAÇÕES NO RISCO DE DOENÇA CORONÁRIA EACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

CO 63 COMBINED LOWEST HAEMOGLOBIN AND ADMISSION HYPERGLYCAEMIA: A NOVEL AND SUPERIOR OUTCOME PREDICTOR IN ACUTECORONARY SYNDROMES

C 94 O RISCO CORONÁRIO DA INGESTÃO DE ÁLCOOL APRESENTA UM EFEITO EM “J” NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA, SENDO ESTE EFEITO ALTERADO PELA PRESENÇA DO POLIMORFISMO E4 DA APOLIPOPROTEÍNA E

C 96 ASSOCIAÇÃO DE VARIANTE DO CROMOSSOMA 9P21 COM A DIABETES MELLITUS

C 100 RELAÇÃO GENÓTIPO/FENÓTIPO DE DOENTES PORTUGUESES COM HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR

C 101 PREDITORES DE NÍVEIS CIRCULANTES DE CÉLULAS PROGENITORAS ENDOTELIAIS EM PACIENTES REFERENCIADOS PARAANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA MULTIDETECTORESD

C 102 A INGESTÃO DE ÁLCOOL REPRESENTA UM FACTOR DE RISCO CORONÁRIO SIGNIFICATIVO, NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 103 NT-PRO-BNP COMO BIOMARCADOR DE RISCO NUMA POPULAÇÃO COM ELEVADA PREVALÊNCIA DE DOENÇA CARDIOVASCULAR

C 104 PREVALÊNCIA, TRATAMENTO E CONTROLO DA DIABETES MELLITUS E DOS FACTORES DE RISCO ASSOCIADOS NOS CUIDADOS DESAÚDE PRIMÁRIOS EM PORTUGAL

C 105 DEFINIÇÃO DE NORMALIDADE DA VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA – UMASUB-ANÁLISE DO PROJECTO EDIVA

C 106 VELOCIDADE DA ONDA DE PULSO ARTERIAL NA DEFINIÇÃO DO PROGNÓSTICO CARDIOVASCULAR – RESULTADOS PRELIMINARESDO PROJECTO EDIVA

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C 141 PERFIL DE RISCO CARDIOVASCULAR NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO

C 142 SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA E SAOS UMA ASSOCIAÇÃO INEQUÍVOCA (ESTUDO PROSPECTIVO)

C 144 OBESIDADE E VARIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DURANTE O SONO

C 145 IMPACTO DA SÍNDROME METABÓLICA EM DOENTES COM RESTENOSE

C 146 PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES ADMITIDOS PARA REALIZAÇÃO DE EXAME CARDÍACOINVASIVO ELECTIVO

C 147 PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES ESCOLARIZADOS

C 158 PROMOVER ESTILOS DE VIDA SAUDÁVEIS - UM DESAFIO

C 184 OBESIDADE E HEMODINÂMICA: AVALIAÇÃO PRELIMINAR POR CARDIOIMPEDÂNCIA EM HIPERTENSOS TRATADOS

C 194 ENDOCARDITE INFECCIOSA: EPIDEMIOLOGIA EM EVOLUÇÃO?

C 209 OBESIDADE: DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA SISTO-DIASTÓLICA AVALIADA POR SPECKLE TRACKING

C 231 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NOS DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA) – ANTICOAGULAÇÃO ORAL (ACO) VS ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETAR SIMPLES (AAG)

C 232 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ISQUÉMICO NOS DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA)– QUE FACTORES INFLUENCIAM A ESCOLHA DA TERAPÊUTICA ANTITROMBÓTICA?

C 234 HIPOCOAGULAÇÃO EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

C 242 GESTÃO DE RECURSOS DURANTE EVENTOS CRÍTICOS EM CUIDADOS DE SAUDE PRIMÁRIOS: A NOVA FRONTEIRA DA FORMAÇÃOCARDIOVASCULAR

C 286 APÓS UMA SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA: PTGO PARA TODOS OS DOENTES?

C 287 VALOR CLÍNICO DA APLICAÇÃO POR ROTINA DA PROVA DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL EM DOENTES COM DOENÇA CORONÁRIAE ANGINA ESTÁVEL

ESFORÇO EM CARDIOLOGIA

CO 53 IMPACTO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA NA FUNÇÃO DIASTÓLICA E CAPACIDADE FUNCIONAL APÓS ENFARTEAGUDO DO MIOCÁRDIO

CO 55 FLUIDO TORÁCICO TOTAL – UM POSSÍVEL DETERMINANTE DA EFICÁCIA VENTILATÓRIA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

CO 56 IS CHRONOTROPIC INCOMPETENCE ASSOCIATED WITH POOR OUTCOME IN CARDIAC REHABILITATION?

CO 73 ESPECIFICIDADE DA ANATOMIA CORONÁRIA NOS CASOS DE ELEVAÇÃO DE ST NA PROVA DE ESFORÇO, EM DOENTES SEM SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA PRÉVIA

CO 76 PEAK CIRCULATORY POWER: UMA NOVA VARIÁVEL DA PROVA DE ESFORÇO CARDIORESPIRATÓRIA QUE É PREDITORA POTENTEDE EVENTOS ARRÍTMICOS EM DOENTES COM CARDIOVERSOR-DESFIBRILHADOR IMPLANTÁVEL

CO 132 PROVA DE ESFORÇO CARDIORESPIRATÓRIA NA AVALIAÇÃO DO RISCO ARRÍTMICO E DE FALÊNCIA DE BOMBA - PARÂMETROS DIFERENTES PARA EVENTOS DIFERENTES?

C 150 MENS SANA IN CORPORE SANO: PSYCHOLOGICAL FACTORS DO REALLY INFLUENCE FUNCTIONAL STATUS

C 151 TABAGISMO E RESPOSTA CRONOTÓPICA AO EXERCÍCIO

C 152 REABILITAÇÃO CARDÍACA EM DOENTES COM DISFUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA - RESULTADOS INICIAIS NOSPARÂMETROS DO ESFORÇO

C 153 DETERMINANTES DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM DOENTES CORONÁRIOS

C 154 EFEITO DO TREINO FÍSICO NA FUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA E NÍVEIS DO NT-PROBNP EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIACARDÍACA E BAIXA FRACÇÃO DE EJECÇÃO

C 155 AVALIAÇÃO CARDIOVASCULAR DE UM GRUPO DE ATLETAS JUVENIS DE COMPETIÇÃO – ESTUDO COMPARATIVOC 157 EXERCISE TRAINING PROTECTS THE HEART FROM ACUTE PRESSURE OVERLOAD BY DECREASING APOPTOSIS AND NF-KB

ACTIVATION

HIPERTENSÃO ARTERIAL

CO 37 UMA PERSPECTIVA SOBRE A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS: DADOS DOREGISTO DA AVELEIRA

CO 38 PREVALENCE AND PROGNOSTIC VALUE OF ARTERIAL HYPERTENSION IN PATIENTS WITH STROKE

CO 39 A SÍNDROME METABÓLICA REDUZ FORTEMENTE A EFECTIVIDADE DO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSOR EM PORTUGAL

CO 40 PREVALÊNCIA, CONHECIMENTO, TRATAMENTO E CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ILHA DA MADEIRA. ESTUDO PAP

CO 131 THE PREDICTIVE VALUE OF GENDER-BASED 24-H AMBULATORY BLOOD PRESSURE (ABP) FOR CARDIOVASCULAR (CV) EVENTS INTREATED HYPERTENSIVES

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C 69 AVALIAÇÃO DO PERFIL TENSIONAL NOS DOENTES COM SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E CORRELAÇÃO COM OTRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

C 107 O POLIMORFISMO DO CANAL EPITELIAL DO SÓDIO INFLUENCIA O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 108 O POLIMORFISMO DD DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA ANGIOTENSINA RELACIONA-SE COM O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃOARTERIAL NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA

C 109 QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES HIPERTENSOS: VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO

C 110 OS POLIMORFISMOS DO ANGIOTENSINOGÉNIO INFLUENCIARÃO O APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA?

C 111 INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO DA PROTEÍNA G SUBUNIDADE ß3 NO APARECIMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

C 112 MONITORIZAÇÃO AMBULATÓRIA DA PRESSÃO ARTERIAL - ESTUDO EM PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR

C 113 O PARADOXO DA TENSÃO ARTERIAL DE ADMISSÃO EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 181 HIPERTENSÃO ARTERIAL EM DOENTES COM FIBRILHAÇÃO AURICULAR NUM CENTRO DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

C 182 DETERMINANTES DA RESPOSTA HIPERTENSIVA DIASTÓLICA AO ESFORÇO

C 183 PREVALÊNCIA DOS FACTORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM DOENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL. ESTUDO PRECISE

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 1 SCORE PROGNÓSTICO PÓS-INTERNAMENTO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA

CO 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA E SÍNDROME CARDIO-RENAL: UM CÍRCULO VICIOSO...AINDA SEM SOLUÇÃO

CO 3 WORSENING UREA LEVELS IN ACUTE HEART FAILURE: A PARADOXICAL PREDICTOR OF PROGNOSIS

CO 4 PREVER O FUTURO EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: O SEGREDO ESTÁ NO SÓDIO

CO 5 FACTORES PREDICTORES DA PROVASOPRESSINA C-TERMINAL (COPEPTINA), UM NOVO MARCADOR DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

CO 6 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDIZADA: VALOR DO SCORE NEUROHORMONAL

CO 7 APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CARDIOMIOPATIA PERIPARTO EM MOÇAMBIQUE

CO 49 IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: IMPLICAÇÕES NA ADESÃO À TERAPÊUTICA

CO 50 MODIFICAÇÃO DO PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CONSULTA ESPECIALIZADA

CO 51 CRIAÇÃO DUM HOSPITAL DE DIA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: IMPACTO NA HOSPITALIZAÇÃO

CO 52 EM PORTUGAL AS CLÍNICAS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SÃO EFICAZES

CO 62 CHOQUE CARDIOGÉNICO POR DISFUNÇÃO VENTRICULAR NAS SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS: MELHORES RESULTADOS DESDEO SHOCK TRIAL?

CO 67 CORRELATION BETWEEN PLASMA LEVELS OF APELIN AND MYOCARDIAL HYPERTROPHY IN RATS AND HUMANS: POSSIBLE TARGETFOR TREATMENT?

CO 74 ECOCARDIOGRAFIA E A PROVA DE MARCHA DOS 6 MINUTOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM DISFUNÇÃO SISTÓLICA

CO 75 A FUNÇÃO DIASTÓLICA (E NÃO A FUNÇÃO SISTÓLICA) É O PRINCIPAL DETERMINANTE DA CAPACIDADE FUNCIONAL APÓS OENFARTE DO MIOCÁRDIO

C 29 IMPORTÂNCIA DO RASTREIO SISTEMÁTICO DA SÍNDROME DEPRESSIVA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – IMPLICAÇÕESNA CAPACIDADE FUNCIONAL

C 30 PREVALÊNCIA E PERFIL DA DEPRESSÃO NOS DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 31 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E DEPRESSÃO: CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ASSOCIADOS À SÍNDROME DEPRESSIVA.

C 32 OS FACTORES CLÍNICOS E PSICOSSOCIAIS PREDITORES DA DEPRESSÃO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 33 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) E SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS) – UMA NOVA FRONTEIRA

C 34 A DIABETES MELLITUS INFLUENCIA O PROGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA?

C 35 O PARADOXO DA OBESIDADE – ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E PROGNÓSTICO NO DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA

C 36 A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÓNICA: UM DIPOLO COM MÚLTIPLAS INTERCONEXÕES. RESULTADOS PRELIMINARES DO RICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA)

C 37 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E ANEMIA - A DUPLA FATAL!

C 38 ARGININE VASOPRESSIN INVERSELY CORRELATES TO ANAEMIA IN SYSTOLIC HEART FAILURE PATIENTS

C 131 DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - TODOS IGUAIS?

C 132 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E MORTALIDADE INTRA-HOSPITALAR

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C 133 QUE FUTURO PARA UM DOENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA? A RESPOSTA ESTÁ… NO PÉPTIDO NATRIURÉTICO TIPO B

C 134 CORRELAÇÃO ENTRE O VALOR DO NT-PROBNP SÉRICO E OS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS OBTIDOS POR BIOMPEDÂNCIA ELÉCTRICATORÁCICA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÓNICA

C 135 END-TIDAL CO2 PRESSURE, THE FORGOTTEN PARAMETER - CORRELATION WITH CARDIAC OUTPUT AND STROKE VOLUME INPATIENTS WITH HEART FAILURE

C 136 PROGNÓSTICO AGUDO E SUB-AGUDO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COM FRACÇÃO DE EJECÇÃO PRESERVADA. RESULTADOS PRELIMINARES DO RICA (REGISTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA)

C 137 É POSSÍVEL PREVER A OCORRÊNCIA DE SÍNDROME CÁRDIO-RENAL EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

C 138 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA E POTÁSSIO: TEMPO DE REVER OS LIMITES DE NORMALIDADE?

C 139 ÍNDICE DE ANISOCITOSE ERITROCITÁRIA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – IMPLICAÇÕES CLÍNICAS, ECOCARDIOGRÁFICAS E RELAÇÃOCOM OS BIOMARCADORES CLÁSSICOS

C 140 A VARIAÇÃO DO NT-PROBNP 24 E 96 HORAS APÓS INFUSÃO DE LEVOSIMENDAN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACADESCOMPENSADA COMO MARCADOR PROGNÓSTICO A MÉDIO PRAZO

C 166 CARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: QUANDO A REALIDADE SUPERAAS EXPECTATIVAS

C 210 LEVOSIMENDAN VERSUS TERAPÊUTICA INOTRÓPICA CONVENCIONAL NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA. 24 MESES DESEGUIMENTO CLÍNICO

C 211 DOSES DE CARVEDILOL SUPERIORES A 50 MG NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 212 EXISTE UM PAPEL PARA AS PROTEÍNAS ESTIMULADORAS DA ERITROPOIESE NO TRATAMENTO DOS DOENTES COM INSIFICIENCIACARDÍACA E ANEMIA - METANALISE DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS

C 213 IS THERE A ROLE FOR SPIRONOLACTONE IN ATRIAL FIBRILLATION PREVENTION?

C 270 CREATININA E GLICEMIA DE ADMISSÃO - POTENTES PREDITORES ANALÍTICOS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA EM DOENTESCOM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO

C 272 INSUFICIENTES CARDÍACOS - QUEM SOMOS?

C 273 CARDIOMIOPATIA DE TAKOTSUBO: REVISÃO DE UMA SÉRIE DE DOENTES

C 276 FUNÇÃO SISTÓLICA GLOBAL PRESERVADA - O EFEITO ICEBERG

C 277 MIOCARDIOPATIA DILATADA VERSUS ISQUÉMICA – EXISTEM DIFERENÇAS NO PROGNÓSTICO? EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DEINSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 278 CORRELAÇÃO ENTRE O NT-PRO-BNP E OS PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

C 279 WHAT IS THE BEST MARKER OF CARDIORENAL SYNDROME IN ACUTE HEART FAILURE? A PROSPECTIVE HOSPITAL COHORT STUDY

C 282 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - VALIDAÇÃO NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESADO MINNESOTA LIVING WITH HEART FAILURE QUESTIONNAIRE

MÉTODOS DE IMAGEM

CO 123 ANGIOTC CARDÍACA COM BAIXA DOSE DE RADIAÇÃO: EXPERIÊNCIA INICIAL COM O PROTOCOLO PROSPECTIVO

CO 124 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE SOBRECARGA COM DOBUTAMINA - EXPERIÊNCIA INICIAL

CO 136 ELECTROMECHANICAL DETECTION OF HIBERNATING MYOCARDIUM: COMPARISON WITH CARDIAC MAGNETIC RESONANCE

CO 140 DIAGNOSTIC CONTRIBUTION OF CARDIAC MAGNETIC RESONANCE IN PATIENTS WITH RAISED TROPONIN AND NON SIGNIFICANTCORONARY ARTERY STENOSES

C 48 PAPEL EMERGENTE DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA NA AVALIAÇÃO INICIAL E SEGUIMENTO DE DOENTES COM HIPERTENSÃOPULMONAR. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DE UM CENTRO PORTUGUÊS

C 53 ANGIOTC CARDÍACA: MELHOR LIMIAR DISCRIMINATIVO DE SCORE DE CÁLCIO PARA PREVER A PRESENÇA DE PLACAS CORONÁRIASOBSTRUTIVAS

C 59 PERÍMETRO DA CINTA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDICTORES DE CARGA ATEROSCLERÓTICA E SEVERIDADE DE DOENÇACORONÁRIA EM DOENTES REFERENCIADOS PARA TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA MULTIDETECTORES

C 61 CAPACIDADE DO SCORE DE CÁLCIO DISCRIMINAR O RISCO CARDÍACO EM DOENTES COM BAIXO RISCO CLÍNICO

C 129 CORRELAÇÃO ENTRE OS DADOS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA AVALIAÇÃO DE DOENTESCOM COARCTAÇÃO DA AORTA CORRIGIDA

C 167 A IMPORTÂNCIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO ESTUDO DA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA. EXPERIÊNCIA PRELIMINAR DEUM CENTRO PORTUGUÊS

C 175 TÉCNICAS DE FUSÃO DE IMAGEM EM CARDIOLOGIA

C 176 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA E ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA EM IDADE PEDIÁTRICA – EXPERIÊNCIA DE UMA DÉCADA

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C 177 ACHADOS EXTRA-CARDÍACOS IDENTIFICADOS NA ANGIO-TC CARDÍACO

C 260 CAUSAS DE MORTE SÚBITA CARDÍACA NÃO ATEROSCLERÓTICA IDENTIFICADAS POR ANGIO-TC CARDÍACO

C 300 ÍNDICE DE OBSTRUÇÃO ARTERIAL: UM NOVO PARÂMETRO COM IMPLICAÇÕES PROGNÓSTICAS NA TROMBOEMBOLIA PULMONAR

OUTROS

CO 41 EXERCÍCIO E FACTORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS: EFEITO DE DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIO

CO 42 A HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR E A ATEROSCLEROSE PREMATURA

C 55 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ENDOTELIAL POR TONOMETRIA DE AMPLITUDE DE PULSO DIGITAL (TAP): VALORES DUMA AMOSTRA DAPOPULAÇÃO PORTUGUESA SEM PATOLOGIA CARDIOVASCULAR

C 68 INSULINO-RESISTÊNCIA, PERFIL LIPÍDICO, PROTEÍNA C REACTIVA E HOMOCISTEÍNA EM DOENTES COM TIROIDITE AUTO-IMUNE EHIPOTIROIDISMO SUBCLÍNICO

C 71 BNP PLASMÁTICO NAS AGUDIZAÇÕES DA DPOC

C 72 AVALIAÇÃO NÃO INVASIVA DA FUNÇÃO ENDOTELIAL EM DOENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

C 171 RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE ACELERAÇÃO DO FLUXO DA ARTÉRIA PULMONAR E A FUNÇÃO SISTO-DIASTÓLICA DO VENTRÍCULOESQUERDO EM DOENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

C 178 COMPARAÇÃO DO ÍNDICE DE RIGIDEZ ARTERIAL AVALIADO POR TONOMETRIA DE AMPLITUDE DE PULSO DIGITAL (TAP) COM OÍNDICE TORNOZELO-BRAÇO EM INDIVÍDUOS NORMAIS

C 240 DIMINUIÇÃO DA MORTALIDADE HOSPITALAR PÓS PCR – O PAPEL DA HIPOTERMIA INDUZIDA

C 308 O FARMACÊUTICO HOSPITALAR NOS ENSAIOS CLÍNICOS. ADESÃO AO PLANO TERAPÊUTICO

TÉCNICAS DE CARDIOPNEUMOLOGIA

C 156 ADAPTAÇÕES CARDÍACAS EM ATLETAS. ESTUDO ECOCARDIOGRÁFICO

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I-172

ÍNDICE DE AUTORESComunicações Orais e Cartazes

ABACASSAMO, Fátima CO 7ABECASIS, João C 83, C 302ABECASIS, Miguel CO 25, CO 27, CO 84,CO 86, CO 102, C 2, C 3, C 5, C 39, C 41, C 280ABECASSIS, L. M. C 252ABRANTES, C. CO 41ABREU, Ana CO 55, CO 108, CO 121, C 30, C 31, C 32, C 152, C 154ABREU, Armando CO 35, C 245, C 246, C 248ABREU, João CO 29, C 26, C 40, C 116, C 288ABREU, Pedro Farto e C 200ABREU, Tiago Tribolet de C 120, C 228ABREU-LIMA, Cassiano CO 118ADÃO, Luís CO 31, CO 92, C 42, C 44, C 186ADRAGÃO, Pedro CO 25, CO 26, CO 27, CO 48, CO 76, CO 88, CO 90, CO 116, CO 132,CO 141, C 25, C 39, C 41, C 43AFONSO, A. C 142AFONSO, Daniela Varela CO 82AGAPITO, Ana C 222AGUIAR, Carlos CO 6, CO 50, CO 77, CO 79,CO 84, CO 86, CO 119, C 211, C 280ALBINO, Pedro CO 106ALBUQUERQUE, Aníbal CO 31, CO 75, C 79, C 80, C 81ALEIXO, Ana CO 51, CO 110, C 83, C 229,C 258, C 284, C 301, C 302ALMEIDA, Adelaide C 117ALMEIDA, Ana G. CO 5, CO 11, CO 15, CO 28, CO 33, CO 112, C 38, C 51, C 52, C 114, C 122, C 168, C 171, C 172, C 173, C 174, C 208, C 209ALMEIDA, Ana Rita CO 10, CO 93, C 191ALMEIDA, Helena C 33, C 205ALMEIDA, João C 65, C 66, C 67, C 69, C 141, C 159, C 212, C 241, C 273, C 290, C 292ALMEIDA, Jorge C 193ALMEIDA, Manuel de Sousa CO 14, CO 20, CO 21, CO 22, CO 23, CO 32, CO 79,CO 97, CO 98, C 20, C 25, C 85, C 86, C 89, C 91, C 93, C 121, C 123, C 124, C 130, C 287ALMEIDA, Pedro CO 24, C 189ALMEIDA, Pedro Bernardo C 190ALMEIDA, Rui CO 35, C 189, C 190, C 245, C 246, C 250ALMEIDA, Sofia CO 10, C 191ALPENDURADA, Francisco CO 8ALRAIES, Chadi CO 95, CO 114, CO 136ALVES, A. C. CO 42, C 56, C 100ALVES, Assunção CO 89, C 292ALVES, Carlos C 33ALVES, Elisabete CO 35, C 190, C 245, C 246, C 250ALVES, Helena C 101ALVES, Luciano C 243ALVES, Maria Teresa C 152, C 154

ALVES, Marta C 68ALVES, Miguel CO 21, CO 98, CO 119, C 74, C 85, C 86, C 91, C 130, C 231, C 232, C 239ALVES, Sandra CO 30, CO 87, C 152, C 154, C 161, C 165AMADOR, Pedro CO 18, CO 49, CO 71, CO74, CO 125, CO 127, CO 129, C 29, C 267, C 278, C 282AMARO, Conceição C 173, C 208AMARO, Maria José C 174, C 208AMORIM, Mário Jorge CO 67, C 193AMORIM, Sandra C 169, C 170ANDRADE, G. C 97, C 98, C 110, C 111, C261ANDRADE, Helena C 129, C 216ANDRADE, Maria João CO 14ANJO, Diana C 45, C 90, C 187, C 198, C225, C 271ANJOS, Rui CO 42, CO 47, CO 48, CO 102, C 219, C 226ANTÓNIO, Marta C 155, C 176ANTÓNIO, Natália CO 4, CO 115, CO 128, C 129, C 138, C 166, C 216ANTUNES, Ana C 296ANTUNES, Helena C 1, C 4ANTUNES, Luciano C 35, C 136, C 206ANTUNES, Manuel CO 83, CO 107, C 251, C 281ANTUNES, Nuno C 45, C 90, C 187, C 198, C 225, C 271ARAÚJO, Carla C 64, C 79, C 81, C 144, C151, C 182, C 188ARAÚJO, Inês CO 51, CO 108, C 30, C 31, C 32ARAÚJO, J. J. CO 57, C 94, C 96, C 97, C 98, C 99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261ARAÚJO, Jorge CO 69, C 88, C 255ARAÚJO, Vitor CO 56, C 150, C 153AREDE, Fernardo C 87AREIAS, José Carlos CO 45, CO 67, CO 117,C 192, C 215, C 218AREIAS, M. E. C 215, C 218AREIAS, Vânia C 143ARIF, Gulnaze CO 7ARROJA, Isabel CO 51, CO 110, C 83, C 229, C 258, C 284, C 301AUGUSTO, Orvalho CO 7AURORA, A. C 230AZEVEDO, Filipe C 212AZEVEDO, J. C 230AZEVEDO, José C 301AZEVEDO, Olga C 65, C 66, C 67, C 69, C141, C 212, C 241, C 273, C 290, C 292AZEVEDO, Pedro CO 62, CO 70, CO 72, C 10, C 15, C 76, C 253, C 286AZINHEIRO, Vera C 305, C 306, C 307BAGULHO, Cecília C 48, C 167BAINBARS, Motaz CO 95, CO 114, CO 136, C 127

BAKERO, Luís CO 103, CO 104, C 1, C 4BALZA, P. C 107, C 110, C 111BANAZOL, Nuno C 1, C 4BAPTISTA, José CO 23, C 20, C 89, C 91BAPTISTA, Maria João CO 101BAPTISTA, Rui CO 1, CO 4, CO 113, CO 128, C 11, C 16, C 28, C 34, C 37, C 50,C 82, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 242, C 265, C 272, C 277, C 300BAPTISTA, Rute Baeta CO 24BAPTISTA, Sérgio Bravo C 55, C 178, C 200BARRA, Sérgio CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 113, C 119, C 145, C 202, C 203, C 224, C 235, C 270, C 276, C 294, C 295BARREIROS, Céu C 163BARROSO, Otília C 205BASÍLIO, Carlos C 227BASTOS, José Mesquita CO 131, C 58, C 60, C 289BAU, José CO 106BELO, Adriana CO 39, CO 60, C 104BENTO, Ângela C 103, C 120, C 228BENTO, M. F. C 30, C 31, C 32BEREGI, Jean Paul CO 82BERNARDES, Ana C 163BERNARDES, Luís C 128BERNARDES, Miguel C 73BERNARDINO, Leonel CO 18, CO 74, C 278BERNARDO, João CO 83BERTOQUINI, Susana CO 131BETTENCOURT, Nuno CO 53, CO 75, CO 124, C 59, C 101, C 175, C 244BETTENCOURT, Paulo CO 3, CO 118, C 213, C 279BEZERRA, Hiram CO 95, CO 114, CO 136, C 127BICHO, Manuel CO 9, C 54BIGOTE, Jorge C 293BISCEGLIA, Teodoro CO 19BOGALHO, Carla C 163BORDALO, Álvaro D. B. CO 81BOSHOFF, Sérgio CO 32, CO 105, C 3BOTELHO, Ana CO 2, CO 36, C 18, C 21, C119, C 294BOTELLA, A. C 30, C 31, C 32BOTO, Leonor C 226BOTO, Leonor Reis CO 102BOURBON, M. CO 42, CO 58, C 56, C 100BOUZIN, Martha CO 25, CO 27, C 39, C 41BRAGA, Pedro CO 31, CO 34, CO 133, C 84, C 175, C 185, C 225BRANCO, Luísa Moura C 116, C 154, C 160, C 179, C 207, C 254BRANDÃO, Victor CO 80, C 78, C 143BREHM, A. CO 57, C 94, C 96, C 97, C 98, C 99, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261

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I-173

BRITO, Dulce CO 9, CO 11, C 140, C 168,C 172, C 173, C 210BRITO, João CO 14, CO 20, CO 22, CO 23, CO 32, CO 73, CO 76, CO 79, CO 88,CO 90, CO 98, CO 105, CO 132, CO 141, C 20, C 25, C 86, C 89, C 91, C 93, C 124, C 130, C 287BRITO, Ulisses C 143BRONZE, Luís C 301, C 302BRUGES, Luís C 2CABAÇO, Rita C 200CABANELAS, Nuno C 74, C 231, C 232,C 239, C 265CABRAL, Costa CO 12, CO 13, C 12, C 70, C 136, C 139, C 206, C 262CABRAL, Luís B. P. C 196, C 197CABRAL, Sofia C 225CABRITA, António C 271CABRITA, David CO 25, CO 27, C 39, C 41, C 43, C 123CAÇÃO, Romeu C 24, C 257CACELA, Duarte C 128CAEIRO, Daniel CO 31, CO 34, CO 53, CO 75, CO 92, CO 133, C 42, C 44, C 79, C 80, C 81, C 84, C 185, C 186, C 244CAETANO, Filomena C 205CAETANO, Francisca CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 113, C 119, C 145, C 202, C 203, C 224, C 235, C 270, C 276, C 294, C 295CAFÉ, Hugo CO 69, C 88, C 255CAIADO, Luísa C 271CAIRES, Graça CO 69, C 88, C 255CALÉ, Rita CO 14, CO 20, CO 21, CO 73,CO 76, CO 77, CO 79, CO 97, CO 98, CO 132, C 2, C 3, C 5, C 20, C 25, C 85, C 86, C 89, C 91, C 93, C 121, C 124, C 130, C 226, C 287CALISTO, Carina CO 61, C 195, C 201, C 256CALISTO, João CO 96, C 87CALQUEIRO, João CO 73, CO 76, CO 132CALQUINHA, Carmo CO 14, CO 32,CO 105CALQUINHA, José CO 84, CO 86, C 2, C 3, C 5, C 252, C 280CALVINHO, Paulo CO 83CALVO, T C 142CAMACHO, Ana C 227, C 263CAMACHO, Mário C 233CAMPELO, Manuel C 169, C 170CAMPOS, Luis C 229CANADA, Manuel CO 14, CO 32, CO 105CANÁRIO-ALMEIDA, Filipa C 69, C 141, C212, C 241, C 273, C 290CAPINHA, João C 87CARAMONA, Margarida C 109CARDIGA, Rosa CO 108, C 30, C 31, C 32CARDIM, Nuno C 117CARDOSO, Bárbara CO 52CARDOSO, Gonçalo CO 20, CO 21, CO 73, CO 79, C 25, C 86, C 91, C 124, C 287

CARDOSO, J. Silva CO 52, C 169, C 170CARDOSO, Pedro C 289CARDOSO, Salvador Massano CO 59CARMELO, Vanda C 117CARMO, Miguel Mota CO 43, CO 134, C 57, C 95, C 146, C 196, C 197CARMO, Pedro CO 14, CO 20, CO 23, CO 27, CO 73, CO 76, CO 77, CO 79, CO 88,CO 90, CO 116, CO 132, CO 141, C 5, C 25, C39, C 41, C 86, C 219, C 287CARPINTEIRO, Luís CO 28, CO 112, C 122,C 163, C 164CARRAGETA, Manuel CO 10, CO 93, CO 94, C 48, C 49, C 92, C 167, C 191CARREIRA, Armando CO 36CARRILHO-FERREIRA, Pedro C 299CARVALHO, A. A. S. C 147CARVALHO, Adelino C 54CARVALHO, Davide C 68CARVALHO, Ema C 68CARVALHO, Henrique C 90, C 198,C 225, C 271CARVALHO, José Lopes de CO 91,CO 138, C 136, C 293CARVALHO, Luís Bronze CO 110, C 83CARVALHO, Margarida CO 37CARVALHO, Mónica C 59, C 101, C 175, C 244CARVALHO, Nuno CO 102, C 226CARVALHO, Ricardo Fontes C 42CARVALHO, Sofia CO 38, CO 139, C 77, C 118, C 237, C 275, C 303CARVALHO, Vanessa CO 11, C 117, C 172, C 173CASANOVA, Jorge C 248CASEIRO-ALVES, F. CO 113, C 300CASTANHEIRA, Joaquim Moreira C 156CASTEDO, Sérgio CO 91, CO 138, C 293CASTELA, Eduardo C 155, C 176, C 221CASTRO, Graça CO 113, C 50, C 129, C 216, C 300CASTRO, João Silva e CO 82CASTRO-CHAVES, Paulo CO 65CATARINA, Ana C 113CAVACO, Diogo CO 25, CO 26, CO 27, CO 48, CO 88, CO 90, CO 116, CO 141, C 39, C 41, C 43CEIA, Fátima CO 51, CO 108, C 32CELEIRO, Margarida Rua C 103, C 120, C 226, C 228CERQUEIRA, Rui CO 65CHAVES, J. Carlos CO 89CHAVES, Mónica C 177, C 260CIRIACO, Carlos CO 94CLÁUDIO, David C 174COELHO, Lourenço C 277COELHO, Pedro CO 85, C 1, C 4, C 6, C 7COLARINHA, Paula CO 121CONCEIÇÃO, José CO 89CONDE, B. C 142CONDE, Jorge C 112, C 156CORREIA, Adelino CO 62, CO 70, CO 72, C 10, C 15, C 76, C 194, C 253, C 286, C 298

CORREIA, Alberto C 90CORREIA, Ana Sofia CO 35, CO 56, C 150, C 153, C 189, C 190, C 245, C 246, C 250CORREIA, Emanuel CO 12, CO 13, CO 91, CO 138, C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238, C 262, C 293CORREIA, Maria Graça C 62, C 63CORREIA, Maria João CO 110, C 83, C 229, C 258, C 284, C 301, C 302CORREIA, Maria José CO 61, C 168, C 195, C 201, C 256CORREIA, Miguel C 64, C 144, C 151, C 182, C 188CORREIA, Sandra CO 18, CO 74, C 29, C 278, C 282CORTEZ, Miguel C 19, C 75, C 266CORTEZ-DIAS, Nuno CO 16, CO 28, CO 39,CO 60, CO 61, CO 122, C 104, C 114, C 163, C 164, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283COSTA, António CO 91, CO 138, C 136, C 236, C 293COSTA, Francisco Moscoso CO 6, CO 14, CO 20, CO 21, CO 50, CO 73, CO 76,CO 79, CO 97, C 25, C 86, C 121, C 124, C 130, C 211, C 287COSTA, Gisela CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21,C 23, C 113, C 119, C 145, C 202, C 203, C223, C 235, C 270, C 276, C 294, C 295COSTA, José Mendonça C 181, C 234COSTA, Manuel C 124COSTA, Marco CO 95, CO 114, CO 136, C 23, C 127, C 145, C 223, C 224, C 276COSTA, Paula C 172COSTA, Paulo C 45COSTA, Susana CO 1, CO 4, C 34, C 37, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 272, C 277COSTA-PEREIRA, Altamiro C 212COTRIM, Carlos CO 10, C 48, C 49, C 191COUTO, Cátia C 115COUTO, Rute CO 6CRAVINO, João CO 81, C 247, C 249CRIADO, Maria Begoña C 196, C 197CRISÓSTOMO, Joana C 148, C 149CRUZ, Cristina CO 44, CO 118, C 220CUMAR, K. C 107, C 108, C 110, C 111CUNHA, Damião C 65, C 67CUNHA, Karl C 143CUNHA, Pedro Silva CO 29, CO 30, CO 87, C 40, C 160, C 161, C 162, C 165DAMAS, Luís C 214DAMASCENO, Albertino CO 7DAVID, Cláudio CO 33, C 168, C 208DELGADO, Luís C 68DELGADO, Paulo CO 121DIAS, Humberto C 90DIAS, Joana C 305, C 306, C 307DIAS, Paula CO 35, C 245, C 246, C 250DIAS, Vasco Alves C 45, C 90, C 187, C 198, C 225, C 271DIAS-NETO, Marina F. C 47

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I-174

DIMOPOULOS, K. CO 47DINIS, M. E. C. M. C 147, C 158DIOGO, António Nunes CO 16, CO 61, CO122, C 51, C 195, C 199, C 201, C 256, C268, C 283DIOGO, Carla C 163DIOGO, Domingos CO 7DIONÍSIO, Maria Teresa CO 48, C 155, C 176, C 221DIONÍSIO, Odete CO 12, CO 13, C 35, C 136, C 206, C 262DOMINGOS, Susana C 243DONATO, Paulo C 129DORES, Hélder CO 108, CO 110, C 83, C 229, C 258, C 284, C 301, C 302DUARTE, José Alberto C 157DUARTE, Luís Moura CO 89DUARTE, Ricardo CO 124, C 176DUARTE, Sérgio C 48, C 167DURÃO, David Luís C 74, C 231, C 232, C 239EIRIZ, Sérgio C 263ELOY, Catarina CO 117, C 47ELVAS, Luís CO 138EM NOME DOS INVESTIGADORES DO ESTUDO PORTUGUÊS DE HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILAR C 56, C100EM NOME DOS INVESTIGADORES DO REGISTO NACIONAL DE SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS DA SPC CO 129, C 267ENVIA, Gonçalo C 114ESPADA, Telma C 309ESPIGA MACEDO, M. CO 40, C 183ESPINHEIRA, M. E. C. P. C 147, C 158ESTEVES, Ricardo CO 93, CO 94, C 92EWERT, Peter C 222FAJADET, Jean CO 19FALCÃO-PIRES, Inês CO 66, CO 67, CO 117FARAH, Bruno CO 19FARIA, Henrique CO 96, C 87FARIA, Paula CO 69, C 88, C 255FARIA, Ricardo C 22, C 78, C 143, C 263FARIA, Rita CO 12, CO 13, CO 91, CO 138,C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 206,C 236, C 238, C 262, C 293FARIA, Teresa C 73FARIAS, Maria Fátima C 243FAUSTINO, Ana CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 119, C 145, C 203, C 235, C 270, C 276, C 294, C 295FAZENDAS, Paula C 191FEIO, José C 308FELICIANO, Joana CO 55, CO 87, C 40, C 134, C 135, C 152, C 160, C 161, C 162, C 165, C 254FERNANDES, Alexandra CO 9FERNANDES, Hélder C 73FERNANDES, Jorge C 291FERNANDES, Marina C 65, C 66, C 67, C 69, C 141, C 212, C 241, C 273, C 290, C 292FERNANDES, Maura C 291FERNANDES, Rosa CO 115, C 148, C 149

FERNANDES, Rui CO 37FERREIRA, Alberto CO 38, C 118, C 275, C 303FERREIRA, Ana I. CO 61, C 195, C 201, C256FERREIRA, Ana Rita C 72, C 200, C 219FERREIRA, António Miguel CO 76, CO 132, C 62, C 63FERREIRA, Carla C 65FERREIRA, Catarina CO 38, C 77, C 118, C 237, C 275, C 303FERREIRA, Daniel C 117FERREIRA, Filipa CO 55, CO 120, CO 137, C 26, C 116, C 134, C 135, C 207, C 288FERREIRA, Florbela CO 15, C 209FERREIRA MARTINS, José Diogo CO 100,CO 103, CO 104, C 222FERREIRA, Francisco C 65, C 67, C 290, C 292FERREIRA , Francisco C 66, C 69, C 141, C 212, C 241FERREIRA, H. CO 42FERREIRA, João Moradas CO 84, CO 86, C2, C 3, C 252, C 280FERREIRA, Jorge CO 6, CO 50, CO 77, CO79, CO 119, C 211, C 287FERREIRA, Lurdes C 254FERREIRA, Manuel CO 99, CO 101, C 5FERREIRA, Maria João CO 64, CO 78, CO96, CO 139, C 58, C 60, C 87, C 129, C 243,C 296FERREIRA, Maria José C 144, C 151, C 182FERREIRA, Maria Lurdes CO 109, CO 120,CO 137, C 27FERREIRA, Nuno Dias CO 31, CO 34, CO 53, CO 75, CO 133, C 79, C 80, C 81FERREIRA, P. C 240FERREIRA, Pedro C 12, C 35, C 36, C 136, C 139, C 236, C 238, C 262, C 274FERREIRA, Ricardo CO 108, C 247, C 249FERREIRA, Rui CO 42, CO 43, CO 102, CO114, CO 135, CO 136, CO 137, C 26, C 152, C 154, C 219, C 226, C 243FERREIRA, Rui Cruz CO 29, CO 30, CO 55,CO 87, CO 109, CO 120, CO 134, C 27, C 40,C 46, C 57, C 95, C 116, C 128, C 134, C 135, C 146, C 160, C 161, C 162, C165, C 179, C 196, C 197, C 207, C 222, C254, C 288FERREIRA, Rute Morais C 19, C 75, C 266FERREIRA, S. CO 40, CO 40FERREIRA, Sara C 117FERREIRA, Martins José Diogo CO 100, CO 103, CO104, C 222ANTUNES, A. I. CO 139, C 58, C 60FERRER-ANTUNES, A. I. CO 139, C 58, C 60FERRO, Ana CO 82FIARRESGA, António C 116, C 128, C 254FIGUEIRA, João CO 6, CO 77FIGUEIREDO, Henrique CO 22, CO 97, C 85, C 124FIÚZA, Manuela CO 16, CO 39, CO 60, CO61, CO 122, C 104, C 195, C 201,

C 256, C 268, C 283FONSECA, Cândida CO 51, CO 108, CO 110, C 30, C 31, C 32, C 83, C 301FONSECA, Conceição C 244FONSECA, Hélder C 157FONSECA, João E. C 72FONSECA, Marlene C 186FONSECA, Vítor C 33FONTES RIBEIRO, Carlos CO 115FONTES, José Paulo CO 139, C 77, C 142, C 237FONTES, Paulo C 159FONTES-CARVALHO, Ricardo CO 53, CO 75, CO 92, CO 133, C 44, C 79, C 80, C 81, C 84, C 185, C 186FRAGA, C. C 230FRAGATA, Isabel CO 82, CO 103, CO 104FRAGATA, José CO 82, CO 85, CO 103, CO104, C 1, C 4, C 6, C 7FRANCISCO, Alcides C 232FRANCISCO, Vânia C 56, C 100FRANCO, Fátima CO 1, CO 4, CO 52, C 34, C 37, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 272, C 277FREITAS, A. I. CO 57, C 94, C 96, C 97, C98, C 99, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261FREITAS, António C 88FREITAS, C. C 111, C 261FREITAS, Drumond CO 69, C 88, C 255FREITAS, Isabel CO 43, CO 46, CO 100, CO104, C 217, C 222FREITAS, João C 297FREITAS, M. CO 63, C 82FREITAS, Mário CO 64, CO 78, CO 115, CO128, C 11, C 16, C 17, C 28, C 265, C 285FREITAS, S. CO 57, C 94, C 96, C 97, C 98, C99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C261FREIXO, Cláudia CO 134FRUTUOSO, Cecília C 189, C 190GABRIEL, Henrique Mesquita CO 24GAGO, Paula CO 80, C 22GAIO, Rita CO 54GALLEGO, Javier C 247, C 249GALRINHO, Ana C 116, C 128, C 160GAMA, Pedro CO 12, CO 13, C 12, C 35, C36, C 70, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238GAMA, Vasco CO 34, CO 75, CO 92, CO124, CO 133, C 42, C 44, C 59, C 79, C 81, C84, C 101, C 185, C 186, C 244GAMEIRO, Rita C 177GANDARA, F. C 30, C 31, C 32GÂNDARA, Filipa CO 51, CO 108GARDNER, Rui CO 68GASPAR, A.CO 42, CO 58, C 15, C 76, C 253,C 286GASPAR, António CO 62, CO 70, CO 72, C10, C 58, C 60, C 194, C 296, C 298GASPAR, Augusto CO 123, C 43, C 53, C61, C 177, C 260

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GASPAR, I. M. CO 42, CO 58GATZOULIS, M. CO 47GAVINA, Cristina CO 67, C 193GEÃO, Ana CO 121GERALDES, Vera CO 135, C 46GIL, Ricardo C 291GIL, Victor M. C 55, C 62, C 63, C 72, C178, C 200, C 291GÓIS, Mário R. C 51GÓIS, T. C 107, C 110GOMES, Catarina C 45, C 90, C 187, C 198, C 225, C 271GOMES, Daniel C. C 51GOMES, Isabel C 308GOMES, Pedro Lourenço CO 2, CO 36, C13, C 18, C 21, C 23, C 113, C 119, C 145, C 202, C 203, C 223, C 235, C 270, C276, C 294, C 295GOMES, R. S. CO 42GOMES, V. Marques C 1GOMES, Valdemar C 4GOMES, Veloso CO 80, CO 126, C 14, C 22, C 78, C 143, C 263, C 264GONÇALVES, Alexandra CO 35, C 189, C190, C 245, C 246, C 250GONÇALVES, Edite C 192GONÇALVES, Fernando CO 123, C 61, C 177GONÇALVES, Francisco CO 63, CO 64, CO 78, CO 115, CO 128, C 11, C 17, C 265, C285GONÇALVES, Helena CO 92, CO 133, C 42, C 44, C 84, C 175, C 185GONÇALVES, Lino CO 52, CO 96, CO 115, C 37, C 87, C 129, C 131, C 148, C216, C 272, C 277GONÇALVES, Manuel CO 34, CO 133, C 84, C 175, C 185GONÇALVES, Nádia CO 66, CO 67, CO 117, C 47, C 157GONÇALVES, Pedro Araújo CO 20, CO 22, CO 23, CO 42, CO 77, CO 98, CO 123, C 20, C 43, C 53, C 61, C 86, C 89,C 91, C 93, C 121, C 123, C 124, C 130, C 177, C 260GONÇALVES, Sara CO 18, CO 49, CO 71, CO74, CO 125, CO 127, CO 129, C 29, C 267, C 278, C 282GONÇALVES, Susana CO 11, CO 16,CO 17, CO 61, CO 61, CO 122, C 52, C 171, C180, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283GOUVEIA, Daniela C 248GOUVEIA, Raquel CO 14, CO 42GOUVEIA, Sofia C 217GRAÇA, Ana Filipa C 53, C 61, C 177GRANJA, C. C 240GRANJA, Sofia C 192GREGO, Manuela C 231, C 232GREGÓRIO, F. C 264GRENHO, Maria Fátima C 229GUAGLIUMI, Giulio CO 95GUARDADO, Joana C 65, C 66, C 67, C 69, C 141, C 212, C 241, C 273, C 290, C292

GUARDADO, Jorge CO 93GUEDES, Rosa C 225GUERRA, A. CO 58GUERRA, Marcela Pires C 214GUERRA, Nuno C 249GUERREIRO, Elisabete C 205GUILHERME, Patrícia C 227, C 263GUIMARÃES, Cristina C 68GUSMÃO, Ricardo C 30, C 31, C 32HAMAD, Hamad CO 29, CO 55, C 26, C 27, C 116, C 128, C 134, C 135, C 146, C179HENRIKSSON, Isabel CO 121HENRIQUES, Carla CO 91, CO 138,C 136, C 293HENRIQUES, Catarina C 163HENRIQUES, J. CO 42HENRIQUES-COELHO, Tiago C 47, C 157HENRIQUES DE GOUVEIA, R. C 259HIPÓLITO, Elsa C 214HUGHES, Christine CO 19HUHTA, James CO 45HUMBERTO, Jorge CO 94, C 92INUZUKA, Ryo CO 47ISABEL, Odete C 308JALLES, Nuno C 222JARA, António C 103, C 120, C 228JERÓNIMO, Vanessa CO 121JOÃO, Isabel C 191JORGE, Cláudia CO 15, CO 16, CO 28, CO61, CO 122, C 38, C 168, C 172, C 174, C195, C 199, C 201, C 208, C 209, C 256, C268, C 283, C 299JORGE, Elisabete CO 4, CO 113, CO 128, C11, C 16, C 28, C 50, C 82, C 133, C 137, C138, C 166, C 242, C 265, C 300KARAMANOU, S. C 107, C 111KAWAMOTO, Atsuhiko CO 114, CO 136KOUKOULIS, Giovanna CO 111KYONO, Hiroyuki CO 95, CO 114, CO 136, C 127LAGARTO, Vítor CO 89LAGINHA, Sara C 117LAMEGO, Inês CO 117LAMEIRÃO, F. M. F. S. C 158LARANJEIRA, Álvaro CO 82LARANJO, Liliana C 181, C 234LARANJO, Luís CO 41LARANJO, Sérgio CO 135, C 46LEAL, Ana C 116, C 207LEAL, Margarida C 232LEAL, Paulo C 55, C 178, C 200LEAL, Sílvio CO 21, CO 51, CO 97, CO 98, CO 110, C 2, C 3, C 5, C 20, C 25, C83, C 86, C 93, C 130, C 229, C 258, C 284, C 301, C 302LEBREIRO, Ana CO 56, CO 118, C 150, C 153, C 169, C 170, C 213, C 297LEITÃO, Ana CO 51, CO 108, CO 110, C 30, C 31, C 32, C 301, C 302LEITÃO-MARQUES, António CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 24, C 113, C119, C 145, C 203, C 223, C 224, C 235, C257, C 270, C 276, C 294, C 295

LEITE, DANIEL C 59, C 101, C 175, C 244LEITE-MOREIRA, Adelino F. CO 65, CO 66, CO 67, CO 117, CO 117, C 47, C 101, C 157, C 193LEMOS, Alberto CO 81, C 249LEMOS, Carlos C 221LESHKO, Jenny CO 45LI, WEI CO 47LIMA, João C 58, C 60, C 296LIMA, Maria João C 183LIMA, Ruico CO 53, CO 124LINASK, K. K. CO 45LOBÃO, Bárbara CO 49, CO 71, CO 74, CO125, CO 127, C 29, C 282LOPES, Artur CO 100, C 7, C 26LOPES, Gomes C 159LOPES, João Pedro CO 120, C 26LOPES, José C 115LOPES, José Manuel CO 117, C 47LOPES, Lucia de Fátima C 49LOPES, Luís Rocha CO 10, C 48, C 167, C191LOPES, Mário G. CO 5, CO 11, CO 15, CO16, CO 24, CO 28, CO 33, CO 61, CO 112, CO 122, C 38, C 51, C 52, C 114, C122, C 164, C 168, C 171, C 172, C 173, C174, C 195, C 199, C 201, C 208, C 209, C256, C 268, C 283, C 299LOPES, Paula C 223, C 224LOPES, Ricardo CO 44, C 189, C 190, C213, C 220LOPES, Ricardo Saraiva C 62, C 63LOUREIRO, José C 231LOUREIRO, José Rodrigues C 200LOUREIRO, Maria José C 48, C 49LOURENÇO, Ana C 229LOURENÇO, António C 65, C 66, C 67,C 273LOURENÇO, Carolina Négrier CO 4, CO 115, CO 128, C 16, C 82, C 129, C 137, C138, C 166, C 216, C 277LOURENÇO, Elsa C 55, C 178LOURENCO, Margarida CO 64, CO 78LOURENÇO, Patrícia CO 44, CO 118, C 213, C 220LOUSINHA, Ana CO 29, CO 30, CO 87, CO109, CO 120, C 26, C 40, C 134, C 135, C288LUCERO, Arturo C 247LUÍSA-NEVES, Ana C 47LUZ, André CO 19, C 90, C 198LUZ-RODRIGUES, H. C 38MACEDO, Rafael C 296MACHADO, Carina C 115, C 269MACHADO, Francisco C 308MACHADO, Francisco Pereira CO 123, C 53, C 61, C 117, C 123, C 177, C 260MACHADO, Inocência C 69, C 141,C 241, C 290MACHADO, José Carlos CO 91, CO 138, C293MACIEL, Maria Júlia CO 44, CO 56, CO 118, CO 140, C 150, C 153, C 169, C 170, C 189, C 190, C 220, C 297

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I-176

MADEIRA, Francisco CO 89, C 291MADEIRA, Hugo CO 9, C 140, C 210MADUREIRA, António J. CO 140, C 170MAGALHÃES, Manuel Pedro CO 99, CO 101, CO 106MAGALHÃES, Raquel CO 11, C 172, C 173MAGALHÃES, Rui CO 19MAGINA, Isabel C 125MAGNO, Pedro C 200MAHANA, Emile CO 95, CO 114, CO 136, C 127MAIOR, Tiago Sotto C 144, C 151, C 182MALACUTO, Márcia C 309MALDONADO, João CO 37, C 105, C 106MALVAR, Beatriz C 103MARCELINO, Susana CO 25, CO 27, CO 116, C 39, C 41MARGATO, Renato CO 38, CO 139, C 77, C 118, C 237, C 275, C 303MARIANA, Sylvie C 117, C 311, C 312MARINHO, Benjamim C 193, C 248MARINHO, Cláudia C 54MARINHO-DA-SILVA, A. J. C 50MARQUES, A. M. Leitão C 126, C 202, C233MARQUES, Fernando CO 29, CO 30, C 161MARQUES, Filipa CO 51, C 30, C 31, C 32MARQUES, Gilberto CO 64, CO 78MARQUES, Hugo CO 123, C 43, C 53, C 61, C 177, C 260MARQUES, Isabel CO 64, CO 78MARQUES, João CO 11, C 172MARQUES, João Silva CO 5, CO 15, CO 16, CO 28, CO 33, CO 61, CO 122, C 38, C51, C 168, C 173, C 174, C 195, C 199, C201, C 208, C 209, C 256, C 268, C 283MARQUES, Jorge CO 94MARQUES, M. Rui C 274MARQUES, Mário C 105, C 106MARQUES, Marta CO 25MARQUES, Nuno CO 100, CO 126, C 7, C14, C 22, C 78MARQUES, Pedro C 163MARTINS, C. S. C 71MARTINS, Dinis C 115, C 269MARTINS, Elisabete CO 118, C 73, C 169, C 170MARTINS, Fernando Maymone CO 42, CO47, CO 48, CO 102, C 219, C 226MARTINS, Helena C 293MARTINS, Hélia CO 1, CO 4, CO 128, C 34, C 37, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 272, C 277MARTINS, João Martins CO 15, C 209MARTINS, José Diogo Ferreira CO 43, CO 46, C 217MARTINS, Luís C 64, C 144, C 151MARTINS, Maria João CO 118MARTINS, Paula C 155, C 176

MARTINS, Sara CO 42MARTINS, Susana Robalo CO 16, CO 39, CO 60, CO 61, CO 112, CO 122, C 51, C 104, C 122, C 164, C 195, C 201, C256, C 268, C 283MARTINS, Vítor CO 32, CO 89, CO 98, C 231MARTINS-NUNES, J. C 242MASCARENHAS, Joana CO 3, C 213, C 279MATAFOME, Paulo C 148, C 149MATEUS, Pedro CO 38, C 77, C 118, C 204, C 237, C 275, C 303MATHIAS, Leigh CO 45MATIAS, André C 204MATIAS, Fernando CO 106MATOS, Ana CO 91, CO 138, C 136,C 293MATOS, Isa CO 68MATOS, Pedro C 222MATOS, Vítor CO 96, C 87MATOS SILVA, Margarida C 226MATSUDA, Alex CO 68MEDEIROS, A. M. CO 42, C 56, C 100MEDEIROS, Rosa C 65, C 66, C 67MEDINA, José Luís C 68MEDROA, L. CO 43MEIRELES, Ana C 45, C 90, C 187, C 198, C 225, C 271MELICA, Bruno CO 34, CO 133, C 84, C 185MELO, João Queiroz E CO 14, CO 32, CO84, CO 86, CO 105, CO 111, C 2, C 3, C 5, C252, C 280MELO, Teresa P. C 114MELO-CRISTINO, José C 299MENDES, Anabela C 310MENDES, Bruno Alexandre C 156MENDES, Celeste C 49MENDES, Lígia CO 18, CO 49, CO 74, C 29, C 278, C 282MENDES, Mário C 247MENDES, Miguel CO 42, CO 73, CO 76, CO132MENDES, Paulo CO 1, CO 4, CO 113, CO 128, C 11, C 16, C 28, C 34, C 37, C 82,C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C242, C 272, C 300MENDES, Romeu CO 41MENDES, Samuel C 249MENDES, Santos C 64MENDONÇA, M. I. CO 57, C 94, C 96, C 97, C 98, C 99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261MENESES, M. H. V. F. C 147, C 158MENEZES, Isabel CO 42, C 219, C 226MENEZES, Miguel CO 11, C 172, C 173MESQUITA, Armindo CO 106METRASS, Maria José C 299MIMOSO, Gabriela C 221MIMOSO, Jorge CO 80, CO 126, C 14, C 22, C 78, C 143MIRANDA, Carla CO 18, CO 49, CO 74, C29, C 278, C 282

MIRANDA, Clara Sá C 65MIRANDA, Fernando CO 120, CO 137,C 27, C 134, C 154MIRANDA, Luís CO 85, C 6, C 9MIRANDA, Rita CO 10, C 191MOHIADDIN, Raad CO 8MONGE, José CO 110, C 83, C 301, C 302MONGE, José Carlos C 229, C 258, C 284MONTEIRO, Célia C 55, C 178, C 200MONTEIRO, Isabel C 231, C 232MONTEIRO, Maria do Céu C 95, C 196, C197MONTEIRO, Pedro CO 1, CO 4, CO 63, CO64, CO 78, CO 113, CO 115, CO 128, CO 130, C 11, C 16, C 17, C 28, C 34, C 37, C50, C 82, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 242, C 265, C 272, C 277, C285, C 300, C 305, C 306, C 307, C 308MONTEIRO, Sílvia CO 63, CO 64, CO 78, CO115, C 11, C 16, C 17, C 28, C 82, C 265, C285MONTEIRO, Vítor C 292MORAIS, Carlos CO 89, C 291MORAIS, João C 105, C 106MOREIRA, J. Ilídio CO 38, C 77, C 118, C142, C 204, C 237, C 275, C 303MOREIRA, Jorge C 192MOREIRA-GONÇALVES, Daniel CO 66, C 157MORENO, N. F. M. C 230MORGADO, Francisco Bello CO 26, CO 48, CO 88, CO 90, CO 141MORUJO, Nuno C 291MOTA, Ana C 155MOTA, Paula CO 36, C 18, C 21, C 24, C126, C 202, C 257MOURA, Brenda C 169, C 170MOURA, Cláudia CO 67, CO 117, C 215, C 218MUCHANGA, Bonifácio CO 7MUSSAGY, Charizade CO 7NABAIS, Sérgio CO 62, CO 70, CO 72, C 10, C 15, C 76, C 194, C 253, C 286, C 298NAPOLEÃO, Patrícia CO 134, C 95, C 196, C 197NASCIMENTO, Celeste CO 12, CO 13, C 36, C 136NASCIMENTO, José C 294, C 295NÉDIO, Maura C 55, C 178, C 200NEGRÃO, Fátima C 221NELSON, S. CO 41NERO, Graziela CO 99, CO 101NETO, Sara C 163NEVES, Ana Luísa CO 45NEVES, Celestino C 68NEVES, Fernando C 54NEVES, José Pedro CO 14, CO 32, CO 84,CO 86, CO 102, CO 105, C 2, C 3, C 5, C 252, C 280NEVES, Pedro Macedo CO 40, C 183NOBRE, Ângelo L. CO 81, C 247, C 249

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NOBRE, João Pão P. C 114NOBRE, José António CO 89, C 289NÓBREGA, L. C 108NOGUEIRA, Graça CO 42, CO 102, C 219,C 226NORDESTE, Ana C 214NUNES, J. P. L. C 71NUNES, Luís CO 91, CO 138, C 12, C 35, C36, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238, C262, C 293NUNES, Maria Ana Sampaio CO 99, CO 101NUNES, Sofia C 304ODELLO, Tânia CO 130OLIVEIRA, Ana C 73OLIVEIRA, Andreia CO 54, C 214OLIVEIRA, E. Infante DE CO 24, CO 112, C122OLIVEIRA, Eunice CO 135, C 152, C 154OLIVEIRA, Filomena C 225OLIVEIRA, Hilário C 233OLIVEIRA, J. CO 41OLIVEIRA, José Alberto CO 109, CO 120, CO 137, C 27, C 254OLIVEIRA, Luís CO 121OLIVEIRA, Marco CO 31, CO 92, C 42OLIVEIRA, Mário Martins CO 29, CO 30, CO 87, CO 135, C 40, C 46, C 160, C161, C 162, C 165OLIVEIRA, Nuno CO 36OLIVEIRA, Patrícia C 73OLIVEIRA, Rui CO 69, C 88, C 255OLIVEIRA, Sílvia Marta CO 35, CO 56, CO 140, C 150, C 153, C 245, C 246, C 250OLIVEIRA, Susana C 101OLIVEIRA, Teresa C 54OLIVEIROS, Bárbara C 109ORNELAS, I. CO 57, C 94, C 96, C 99, C 102, C 107, C 108ORNELAS, M. C 108, C 110PAIS, Ana C 305, C 306, C 307PAIS, Daniela C 242, C 305, C 306, C 307PAIS, João Rosa C 202PAIVA, Artur CO 115PAIVA, José CO 40, CO 124PAIVA, Mariana CO 35, CO 56, C 150, C 153, C 189, C 190, C 245, C 246, C 250PAIXÃO, Ana C 163PALMARES, Carmo C 68PALOS, José Luís CO 22, C 89, C 91PARADA-PEREIRA, Fernando C 150PARAMÉS, Filipa CO 43, CO 46, CO 100, CO104, C 217, C 222PARREIRA, Leonor CO 25, CO 27, C 39, C41PATACHO, M. CO 3, C 279PATRÍCIO, José C 73PATRÍCIO, Lino C 128PAULINO, L. C 108PAULO, Cristiana CO 3, C 213, C 279PEDRO, Albino CO 99, CO 101PEDRO, António M. C 30, C 31, C 32PEDROSA, Paula CO 89

PEGO, João Mariano CO 64, CO 78PELICANO, Nuno C 115, C 269PERDIGÃO, Albano CO 71, CO 125, CO 127PEREIA, M. A. C 76, C 286PEREIRA, A. CO 57, CO 69, C 94, C 96, C97, C 98, C 99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261PEREIRA, Augusto C 241, C 273, C 290PEREIRA, Décio CO 69, C 255PEREIRA, Edgar CO 121PEREIRA, Ernesto CO 93, CO 94, C 92PEREIRA, Eulália C 79, C 80, C 81, C 186PEREIRA, Fernando Parada CO 56, C 153PEREIRA, Filipe C 247, C 249PEREIRA, Guilherme C 168, C 174PEREIRA, Hélder CO 93, CO 94, C 92PEREIRA, I. C 240PEREIRA, Joaquim C 112PEREIRA, Jorge C 73PEREIRA, Luis C 227PEREIRA, Luis Sousa C 225PEREIRA, M. A. C 15, C 253PEREIRA, Marta CO 35, C 245, C 246, C 250PEREIRA, Miguel C 68PEREIRA, Miguel Álvares CO 62, CO 70, CO 72, C 10PEREIRA, Paulo C 148PEREIRA, Ricardo A. C 247PEREIRA, Sandra Carmo C 52, C 171PEREIRA, Telmo S. CO 37, CO 138, C 105, C 106PEREIRA, Vera C 120, C 228PERES, Marisa C 74, C 231, C 232, C 239PESSOA, Teresa CO 61, C 195, C 201, C 256PIÇARRA, Bruno CO 85, C 6, C 7, C 103, C120, C 228PIMENTA, J. CO 3, C 279PIMENTA, Ricardo C 40PIMENTEL, Isolina C 68PIMENTEL, Sarmento C 271PINA, Ana Paula C 308PINA, J. C 240PINHEIRO, Maria João C 309PINHEIRO, Teresa CO 134, C 95, C 196, C197PINHO, Paulo CO 35, CO 67, C 193, C 245, C 246, C 248, C 250PINHO, Sónia CO 67PINHO, Teresa CO 140, C 170PINTALHÃO, Mariana CO 65PINTO, A. C 240PINTO, Carlos CO 107, C 251, C 281PINTO, Fátima CO 43, CO 46, CO 100, CO 103, CO 104, C 217, C 222PINTO, Fausto J. CO 17, C 180PINTO, M. T. C. C 158PINTO, Manuela C 33PINTO, P. C 230

PINTO, Ruben C 90PIPA, João CO 12, C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 236, C 238, C 262, C274PIRES, António C 155, C 176, C 221PITTA, Maria da Luz C 232POCINHO, Margarida C 156POKRAS, Stan C 127POLÓNIA, Jorge CO 131, C 105, C 106PONCIANO, Emanuel C 109POSTOLACHE, Gabriela C 46PRATA, Cristina C 117PRESA, José C 303PRIETO, David CO 107, C 251, C 281PRIMO, João CO 31, CO 92, C 42, C 44, C159, C 175, C 186PROENÇA, C. C 215, C 218PROENÇA, Gonçalo CO 121PROVIDÊNCIA, Luís A. CO 1, CO 4, CO 63,CO 64, CO 78, CO 96, CO 113, CO 115, CO128, CO 130, CO 139, C 11, C 16, C 17, C 28,C 34, C 37, C 50, C 58, C 60, C 82, C 87, C129, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C148, C 166, C 216, C 242, C 265, C 272, C277, C 285, C 296, C 300, C 305, C 306, C307, C 308PROVIDÊNCIA, Rui CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 24, C 74, C 113, C 119, C126, C 145, C 202, C 203, C 223, C 224, C233, C 235, C 257, C 270, C 276, C 294, C295QUAGLIARA, Donato CO 130QUEIRÓS, José C 271QUEIRÓS, M. C. C 230QUELHAS, Isabel C 66, C 67, C 273QUINTAL, Isabel C 119, C 294QUINTAL, Nuno C 119, C 294RAMALHO, Renata C 68RAMOS, Elisabete CO 54RAMOS, Isabel CO 140, C 170RAMOS, João Pedro C 68RAMOS, Ruben CO 95, CO 114, CO 136, C127, C 128, C 254, C 288RAMOS, Vítor C 194, C 298RAPOSO, Luís CO 20, CO 21, CO 22, CO 23, CO 42, CO 77, CO 79, CO 97, CO 98, C 5, C 20, C 25, C 85, C 86, C 89, C91, C 121, C 123, C 124RAPOSO, Susana CO 135RATO, Quitéria CO 58REBELO, Mónica CO 46, CO 99, CO 100, CO104, C 217REBOCHO, Maria José CO 84, CO 86, C 3, C 5, C 280REBORDELO, Alda CO 64, CO 78REIS, Doroteia CO 33REIS, Hipólito CO 89, C 45, C 159, C 187REIS, João E. C 114REIS, R. Palma Dos CO 57, C 94, C 96, C97, C 98, C 99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261REIS-SANTOS, Katya CO 25, CO 27, CO 48, C 39, C 41

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RESENDE, Catarina C 208RIBEIRAS, Regina CO 14, CO 32, CO 105RIBEIRO, Filipe C 159RIBEIRO, Graça CO 64, CO 78RIBEIRO, Hélder CO 38, C 77, C 118, C 204, C 237, C 275, C 303RIBEIRO, José CO 31, CO 133, C 80, C 244RIBEIRO, Lúcia C 155, C 176, C 214RIBEIRO, Miguel Almeida CO 16, CO 61, CO 122, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283RIBEIRO, Sílvia CO 62, CO 70, CO 72, C 10, C 15, C 76, C 194, C 253, C 286, C 298RIBEIRO, Sónia CO 16, CO 61, CO 122, C51, C 52, C 171, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283RIBEIRO, Vasco Gama CO 31, CO 53, C 80, C 175ROCHA, Afonso CO 56, C 150, C 153ROCHA, Isabel CO 24, CO 135, C 46ROCHA, João C 59, C 101, C 175, C 244ROCHA, Maria João C 271ROCHA, S. C 76, C 253ROCHA, Sergia CO 62, CO 70, CO 72, CO90, C 194, C 298RODRIGUES, Alberto CO 34, CO 133, C 84, C 185RODRIGUES, Ana C 125RODRIGUES, Bernardete CO 89, C 292RODRIGUES, Bruno CO 12, CO 13, CO 91, CO 138, C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238, C 262, C293RODRIGUES, Dina C 129, C 216RODRIGUES, Henrique Luz CO 5, C 54RODRIGUES, Lisa C 148, C 149RODRIGUES, R. C 252RODRIGUES, Rui CO 25, CO 102, C 2, C 3, C 5RODRÍGUEZ-ARTALEJO, Fernando CO 54ROMERO, Jorge C 143ROQUE, Carla CO 26, C 45ROQUE, João C 247ROQUETTE, José C 53, C 61, C 117, C 123, C 177, C 260ROSÁRIO, Cristina C 19, C 75, C 266ROSÁRIO, Ingrid CO 110, C 83, C 229, C258, C 284, C 301, C 302ROSÁRIO, Luís CO 68, CO 121ROSÁRIO, Medina C 181, C 234ROSSI, R. CO 42RUIVO, Gracieta CO 89SÁ, Armando Bordalo e CO 16, CO 61, CO 122, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283SAIAS, Ana C 14SALGADO, Alberto CO 62, CO 72SALOMÉ, Nuno C 10, C 194, C 298SALOMÉ, Pereira C 264SAMPAIO, Francisco CO 53, CO 75, CO 124, C 59, C 244SAMPAIO, J. CO 41

SANFINS, Victor CO 89, C 159, C 241, C273, C 290, C 292SANTIAGO, Inês CO 113, C 300SANTOS, Ana Cristina CO 54SANTOS, Ana Rita C 103, C 120, C 228SANTOS, Andrea CO 121SANTOS, Catarina C 184, C 309SANTOS, Cátia C 184SANTOS, H. CO 42SANTOS, Isabel C 155, C 176SANTOS, J. Costa C 259SANTOS, José Ferreira CO 18, CO 49, CO 71, CO 74, CO 125, CO 127, CO 129, C 29, C 267, C 278, C 282, C 287SANTOS, Katya Reis CO 26, CO 88, CO 90, CO 116, CO 141SANTOS, Laura CO 16, CO 61, CO 122, C 174, C 195, C 201, C 256, C 268, C 283SANTOS, LINO CO 31, CO 34, CO 133, C 84, C 185SANTOS, Luís C 33, C 205SANTOS, Luís Ferreira DOS CO 12, CO 13, CO 91, CO 138, C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238, C262, C 293SANTOS, Maria José C 72SANTOS, Maria Teresa C 19, C 75, C 266SANTOS, Marilda C 213SANTOS, Miguel Borges CO 23, CO 73, CO79, C 25, C 86, C 89, C 124, C 287SANTOS, Ninel CO 55, CO 87, CO 109, C 26, C 27, C 40, C 134, C 135, C 152, C 154, C 254SANTOS, Nuno CO 69, CO 77, C 88, C 252, C 255SANTOS, Oliveira CO 12, CO 13, CO 91, CO138, C 12, C 35, C 36, C 70, C 136, C 139, C 206, C 236, C 238, C 262, C 274, C293SANTOS, Pedro Galvão CO 20, CO 21, CO23, CO 73, CO 79, CO 88, CO 132, C 25, C85, C 86, C 89, C 93, C 124, C 287SANTOS, Rita CO 37SANTOS, Sandra CO 89SANTOS, Sofia CO 29, CO 30, CO 87, CO 135, C 40, C 160, C 161, C 162, C 165SANTOS, T. CO 58SANTOS, Teresa Lurdes C 117SANTOS, Walter C 22, C 78, C 143,C 227, C 263SARAIVA, António Pinto C 33SARAIVA, Fátima CO 1, CO 4, CO 115, CO128, C 16, C 34, C 37, C 82, C 131, C 132, C 133, C 137, C 138, C 166, C 272, C277SARAIVA, Joana CO 83, C 251SARGENTO, Luís CO 33, C 52, C 140, C 163, C 164, C 168, C 171, C 210SARMENTO, Pedro Morais CO 51SAUGUET, Antoine CO 19SEBASTIÃO, Silvana CO 121SECA, Luís CO 2, CO 36, CO 92, C 13, C 18, C 21, C 23, C 42, C 44, C 113, C 119, C

126, C 145, C 202, C 203, C 223, C 224, C270, C 276, C 294, C 295SEIÇA, Raquel C 148, C 149SEIXO, Filipe CO 71, CO 125, CO 127, CO 129, C 267SELAS, Mafalda CO 134, C 95, C 196, C 197SEMEDO, Pedro C 120, C 228SENA, Cristina C 149SERPA, Carlos CO 81, C 249SERRÃO, Marco Gomes C 88, C 255SILVA, A. M. C 215, C 218SILVA, Alberto Mello E CO 42SILVA, Ana Isabel CO 56, C 150, C 153SILVA, Aniceto CO 6, CO 14, CO 20, CO 21, CO 23, CO 48, CO 73, CO 79, CO 97, CO 98, CO 105, CO 110, C 2, C 3, C 83, C 85, C 121, C 130, C 229, C 258, C 287, C 301, C 302SILVA, António Marinha da C 129, C 216SILVA, Bruno CO 69, C 88, C 255SILVA, Cristina C 87SILVA, Doroteia CO 5, CO 15, CO 16, CO 28, CO 61, CO 122, C 52, C 163, C 164,C 168, C 171, C 173, C 174, C 195, C 199, C201, C 208, C 209, C 256, C 268, C 283, C299SILVA, Esperança C 109SILVA, Fernanda CO 81SILVA, Graça Ferreira DA C 74, C 231, C 232, C 239SILVA, Guida CO 53, CO 75, C 79, C 80, C81, C 185, C 186SILVA, Helena C 213SILVA, J. Canas da C 72SILVA, Joana CO 2, CO 36, C 13, C 18, C 21, C 23, C 113, C 119, C 126, C 145, C 202, C 203, C 223, C 224, C 233, C 235, C 257, C 270, C 276, C 294, C 295SILVA, João Carlos C 189, C 190SILVA, José A. C 105, C 106SILVA, José Aniceto CO 22, CO 32, CO 50, CO 76, CO 77, CO 84, CO 132, C 5, C20, C 20, C 25, C 86, C 89, C 91, C 93, C 124, C 211, C 226, C 284SILVA, Manuel Nogueira da CO 29, CO 30,CO 87, C 40, C 46, C 160, C 161, C 162, C 165SILVA, Margarida Matos CO 47SILVA, Nuno Duarte CO 82SILVA, P. Canas da CO 24, CO 112, C 122SILVA, Patrícia C 176, C 289SILVA, Paula Cannas da C 312SILVA, Pedro Canas da C 199SILVA, Pedro Marques da CO 59, C 183, C 184SILVA, Sebastião C 308SILVA, Sérgio C 213SILVA, Sofia CO 55, C 134, C 135, C 152, C 154SILVA, Sónia C 100SILVA, Teresa C 125

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SILVA, V. D. C 252SILVA, Vítor C 46SILVEIRA, João C 90, C 198, C 271SILVESTRE, Isabel CO 74SIMÕES, Lino CO 53, CO 75, C 79, C 80, C 81, C 186SIMÕES, Marco C 242, C 265SIMÕES, Marta C 57SOARES, Luís Neves CO 18, CO 49, CO 71, CO 74, CO 125, CO 127, C 29, C 278, C 282SOARES, Rui M. CO 55, C 134, C 135, C 152, C 154, C 165SOBRAL, Sívia C 163SOUSA, A. C. CO 57, C 94, C 96, C 97, C 98, C 99, C 102, C 107, C 108, C 110, C 111, C 261SOUSA, Alexandra CO 56, C 150, C 153, C 169, C 170, C 213, C 297SOUSA, António Rodrigues de C 192SOUSA, Catarina Santos de CO 17, C 180SOUSA, F. R. C 230SOUSA, Graça C 155, C 176, C 221SOUSA, J. Carvalho de CO 61, C 195, C 201, C 256SOUSA, J. Dulce C 150SOUSA, João de CO 28, CO 112, C 122, C163, C 164SOUSA, Lídia de CO 100, C 128, C 222SOUSA, Olga CO 53, CO 75, CO 133, C 79, C 80, C 81, C 84, C 185SOUSA, Paulino C 90SOUSA, Pedro Jerónimo CO 20, CO 22, CO23, CO 73, CO 76, CO 97, CO 98, CO 123, CO 132, C 20, C 25, C 43, C 53, C 61, C 85, C 85, C 86, C 89, C 91, C 124, C130, C 177, C 260STUART, Bruno CO 10, CO 94, C 48, C 92TAHARA, Satoko CO 95, CO 114, CO 136, C 127TARECO, Ilda CO 32, CO 98, C 124TAVARES, Ana Sofia C 49TAVARES, Anabela C 115, C 269TAVARES, Carlos CO 64, CO 78TAVARES, Cristiano CO 135, C 46TAVARES, João C 33, C 205TCHETCHE, Didier CO 19TEI, Edgar CO 47TEIXEIRA, Ana L. C 112TEIXEIRA, Ana M. CO 48, CO 102, C 219,C 226TEIXEIRA, Madalena CO 31, CO 53, CO 75TEIXEIRA, Rogério CO 4, CO 64, CO 78, CO96, CO 113, CO 128, CO 130, C 11, C 16, C 28, C 82, C 87, C 133, C 137, C 138, C 166, C 242, C 300TEIXEIRA, Ruben C 177, C 260TEIXEIRA, Tânia CO 67TEIXEIRA, Tiago C 58, C 60, C 289, C 296TELES, Rui Campante CO 14, CO 20, CO 21, CO 22, CO 23, CO 32, CO 79, CO 97,

CO 98, CO 105, C 20, C 25, C 85, C 86, C 89, C 91, C 93, C 121, C 124, C 130THEMEZIRA, Ivone CO 7TIMÓTEO, Ana Teresa CO 109, CO 120, CO137, C 27, C 57, C 116, C 146, C 160, C 162,C 179, C 207, C 254, C 288TORRES, Severo C 45, C 90, C 187, C 198, C 225, C 271TOSTE, Alexandra CO 29, CO 46, CO 87, CO 120, C 26, C 95, C 135, C 160, C161, C 196, C 197TOSTE, Júlia C 117TRABULO, Marisa CO 50, C 117, C 211TRIGO, Conceição CO 46, CO 100, CO 103, CO 104, C 217, C 222TRIGO, Joana CO 80, C 22, C 227, C 263UVA, Miguel Sousa CO 99, CO 106VALENTE, Ana C 264VALENTE, Bruno Tereno CO 55,CO 109, C 26, C 134, C 135, C 165, C 288VALENTE, Filipa C 231, C 232VALENTE, Marta C 163, C 164VARANDAS, Eduardo CO 22, CO 23, C 85, C 93, C 123VARELA, M. Gato CO 11, C 172, C 173VASILE, Sirbu CO 95VAZ, C. C 215, C 218VAZ, Teresa C 192VAZ-DA-SILVA, Vítor CO 135VENTOSA, António CO 50, C 211VIANA, Victor C 215, C 218VIEGAS-CRESPO, Ana Maria CO 134, C 95, C 196, C 197VIEIRA, António Pinheiro C 45VIEIRA, Catarina CO 62, CO 70, CO 72, C10, C 15, C 76, C 194, C 253, C 286, C 298VIEIRA, Daniela C 215, C 218VIEIRA, Henrique C 277VIEIRA, Lurdes C 70VIEIRA, Miguel Bigotte CO 24VIEIRA, Miguel Silva C 45, C 90, C 187, C198, C 225, C 271VINHAS DE SOUSA, Gabriela C 52, C 171VINHAS, Hugo CO 93, CO 94, C 92, C 191VITAL, Ana Luísa C 308VITORINO, Sílvia C 92XARÁ, Sónia C 59, C 101

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