jornal do xxxi congresso português de cardiologia - 9 de abril 2010

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9 de Abril de 2010 JORNAL do COMISSÃO ORGANIZADORA Um ano de dedicação em prol de um grande evento Mais do que uma comissão científica, fomos secretariado, relações públicas, organização de eventos, comissão executiva..., numa palavra: comissão organizadora. Certos de que as actividades programadas durante um ano para o XXXI Congresso Português de Cardiologia, pensadas como um todo, numa convergência de propósitos, não deixarão indiferentes os cardiologistas portugueses e os seus convidados, desejamos a todos boas-vindas! Convergência de Saberes Prof.ª Doutora Cândida Fonseca Página 3 Prof. Doutor Manuel Antunes, presidente da SPC: «Este ano, privilegiámos a qualidade em detrimento da quantidade» Página 3 Entrevista com o Dr. José Ferreira Santos, coordenador do Registo Nacional de SCA Página 4 CNCDC - Um importante pólo de actividade da SPC Página 4 Um coração com as cores de Góis Pino Página 5 Mini-maratona cardioprotegida Página 6 Dr. Miguel Mendes «Maria Lua»: conceito musical único num evento ímpar Página 6 Dr. João Morais Programa Página 7

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Uma publicação dedicada inteiramente ao XXXI Congresso Português de Cardiologia.

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Page 1: Jornal do XXXI Congresso Português de Cardiologia - 9 de Abril 2010

9 de Abril de 2010

JORNAL do

COMISSÃO ORGANIZADORA Um ano de dedicação em prol de um grande eventoMais do que uma comissão científica, fomos secretariado, relações públicas, organização

de eventos, comissão executiva..., numa palavra: comissão organizadora. Certos de que as

actividades programadas durante um ano para o XXXI Congresso Português de Cardiologia,

pensadas como um todo, numa convergência de propósitos, não deixarão indiferentes os

cardiologistas portugueses e os seus convidados, desejamos a todos boas-vindas!

Convergência de SaberesProf.ª Doutora Cândida Fonseca

Página 3

Prof. Doutor Manuel Antunes, presidente da SPC: «Este ano, privilegiámos a qualidade em detrimento da quantidade»

Página 3

Entrevista com o Dr. José Ferreira Santos, coordenador do Registo Nacional de SCA

Página 4

CNCDC - Um importante pólo de actividade da SPC

Página 4

Um coração com as cores de Góis Pino

Página 5

Mini-maratona cardioprotegida

Página 6Dr. Miguel Mendes

«Maria Lua»: conceito musical único num evento ímpar

Página 6

Dr. João Morais

Programa

Página 7

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Lisboa, a cidade do nosso congresso de 2010, é um local de excelência para a Con-vergência de Saberes.

E se outra razão não houvesse, a sua presença neste evento justifica todo o trabalho que a comissão organizadora levou a efeito durante um ano, conver-gindo saberes científicos e partilhando decisões sobre a Medicina Cardiovas-cular.

diovascular, como resultado da convergên-cia de saberes, pretende alicerçar um novo patamar de inovação e conhecimento.

O nosso trabalho na organização do congresso terminou. Começa agora o seu, com a participação activa no programa científico e social que preparámos para si.

Obrigada pela sua comparência e bem- -vindo(a) ao congresso.

A Convergência de Saberes é o garan-te da mudança, inspiração que estimula a criação, razão que provoca a reinvenção das identidades, numa nova forma integrada de ser e de estar.

O lema do nosso congresso é um contribu-to para uma medicina personalizada, mas tam-bém é um olhar na edificação da cidadania.

O nosso contributo para a Medicina Car-

9 de Abril 2010

3 NOTÍCIAS do

Prof.ª Doutora Cândida Fonseca

Convergência de SaberesPresidente da Comissão Organizadora

A Convergência de Saberes é o garante da mudança, inspiração que estimula a criação, razão que provoca a reinvenção das identidades, numa nova forma integrada de ser e de estar.

Até ao momento, o Congresso Por-tuguês de Cardiologia realizava-se, por norma, em Vilamoura. Este ano, a grande novidade é que o cenário escolhido para o evento é Lisboa, ou a «cidade capital», como o Prof. Doutor Manuel Antunes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a denomina. A razão desta escolha é simples: maior facilidade de acesso por parte dos congressistas, numa localização geograficamente mais centrada.

«A direcção e a comissão organizadora do congresso tudo fez no sentido de procu-rar satisfazer aquilo que esperamos serem os anseios dos sócios da SPC e de outros interessados (não só os cardiologistas, mas os cirurgiões e os cardiologistas pediátri-cos)», refere o presidente da Sociedade.

Este ano, para além do local, as datas também sofreram alteração. Habitualmen-te, o Congresso decorria entre o domingo e a quarta-feira. Nesta edição, inicia-se à sexta- -feira e termina à segunda-feira, sendo que, do total, foi retirada uma manhã do programa.

«O congresso estava a tornar-se mui-to extenso e, por conseguinte, demasiado perturbador da actividade clínica dos car-diologistas do País», justifica o Prof. Doutor Manuel Antunes.

De entre as principais alterações que a estrutura do congresso sofreu, o presi-dente da SPC salienta, ainda, a distribui-ção das sessões. «Este ano, privilegiámos a qualidade em detrimento da quantidade. Pretendemos, tanto quanto possível, que os congressistas disponham permanente-mente de uma área do seu interesse e se mantenham ocupados», indica.

A este evento, a comissão organizado-ra do congresso atribuiu o título genérico

luso- brasileiro, luso-francês e luso-espa-nhol, que já são comuns», refere o Prof. Doutor Manuel Antunes, realçando, porém, que a grande novidade desta edição é a criação de um simpósio internacional «para abranger outras sociedades com quem a sociedade portuguesa tem relações.»

O Prof. Doutor Manuel Antunes realça, ainda, a decisão de estabelecer uma relação mais apertada com a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardiotorácica e Vascular, uma sociedade orientada para os cirurgiões cardí-acos e torácicos. «Esta sociedade tem áreas e interesses comuns aos nossos», justifica.

Durante o congresso, haverá espaço, tam-bém, para um programa mais cultural – uma cerimónia de abertura e um jantar de encerra-mento. Para além disso, o Prof. Doutor Manuel Antunes chama a atenção para a já tradicional prova de atletismo, que este ano terá o Tejo e a cidade de Lisboa como fundo, «um cenário magnífico, entre as Docas e o Padrão dos Des-cobrimentos, e onde se espera a presença de algumas personalidades que possam consti-tuir surpresa para muitos», refere.

«Esperamos que aquilo que consegui-mos montar responda às expectativas dos congressistas e que, desse modo, os car-diologistas, os restantes especialistas e os que estão em formação (internos) possam tirar o máximo proveito do congresso, de forma a poderem dar indicações de como o desejam no futuro», refere.

Para o Prof. Doutor Manuel Antunes, estas alterações na estrutura do programa representam uma prova de fogo. «De vez em quando precisamos de experimentar, procurar outras soluções, outro tipo de or-ganização que possa, eventualmente, ser de maior interesse para os nossos associa-dos», remata.

«Convergência de Saberes». A ideia é que, «tanto neste congresso como noutros que se realizem no futuro, exista uma conver-gência de várias áreas e de diversas espe-cialidades (para além da Cardiologia), uma vez que a Cardiologia necessita da interac-ção de várias outras especialidades que com ela convivem em terrenos comuns», indica o Prof. Doutor Manuel Antunes.

De acordo com o presidente da Socie-dade, procurou-se colocar no programa do evento não só as áreas de patologia mais comuns, mas também novas áreas que têm surgido ultimamente, nomeadamente as novas tecnologias, em termos de tratamen-to de várias doenças.

«Temos alguns dos melhores especia-listas europeus que vão falar desses assun-tos e que, certamente, irão permitir uma troca de experiências que é sempre bem- -vinda e necessária», informa.

«Desde o princípio do seu mandato (há um ano), esta direcção assumiu como uma área programática desenvolver as relações da SPC com outras organizações congéne-res. Neste sentido, vamos ter os simpósios

«Este ano, privilegiámos a qualidadeem detrimento da quantidade»

PROF. DOUTOR MANUEL ANTUNES, PRESIDENTE DA SPC:

No âmbito das comemorações dos 60 anos da SPC, a organização do XXXI Con-gresso de Cardiologia quis homenagear os Fundadores da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Assim, foi atribuído a cada sala do con-gresso o nome de um dos 17 Fundadores, sendo possível aceder, junto da entrada, a uma breve sinopse sobre estes ilustres Cardiologistas.

Uma forma original e simbólica que permite dar a conhecer um pouco mais da história da Sociedade.

Fundadores

Adelino PadescaAlfredo FrancoAníbal CastroAntónio Lima FaleiroArsénio CordeiroBenjamin Mendonça SantosDavid von BonhorstEduardo Coelho Francisco Rocha da SilvaJacinto Moniz de Bettencourt Jaime Celestino da Costa João Antunes LealJoão PortoLeonel CabralManuel Cerqueira GomesMário MoreiraPedro Madeira Pinto

HOMENAGEM AOS FUNDADORES DA SPC

17 nomes, 17 salas

Prof. Doutor Manuel Antunes

JORNAL do

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Entrevista com o Dr. José Ferreira Santos, co ordenador do Registo Nacional de SCAJornal do Congresso (JC) – Sabemos

que o Registo Nacional de Síndromes Co-ronárias Agudas, promovido pela Socieda-de Portuguesa de Cardiologia, sob a tutela do Centro Nacional de Colecção de Dados em Cardiologia, já se iniciou há alguns anos. Pode fazer-nos uma breve revisão da sua actividade?

Dr. José Ferreira Santos (JFS) – O Regis-to Nacional de Síndromes Coronárias Agu-das iniciou-se em 1 de Janeiro de 2002. É um registo observacional, contínuo e voluntário, cujo principal objectivo é a recolha de infor-mação relativa às características clínicas, diagnóstico e tratamento das SCA em Por-tugal. Participaram no registo 45 hospitais e foram incluídos mais de 25.000 doentes até ao presente. Em Dezembro de 2009, foram publicados na Revista Portuguesa de Car-diologia os resultados de sete anos de acti-vidade. O Registo Nacional de SCA é um dos maiores e mais longos registos até hoje re-alizados em Portugal e motivo de orgulho da comunidade de cardiologistas portugueses

JC – Qual a situação actual do registo?

JFS – Apesar do sucesso que constitui o Registo Nacional de SCA, tem-se verificado

um desgaste no contributo dado pelos dife-rentes centros participantes. Adicionalmen-te, algumas das características do registo estão desadequadas para a realidade actual do diagnóstico e tratamento das SCA. Por esses motivos, a inclusão de doentes tem decaído progressivamente, mas, apesar de tudo, alguns centros mantêm-se em activi-dade, sem interrupções, desde o primeiro dia do registo.

JC – Em que medida o registo contri-buiu e contribui para a compreensão do panorama actual sobre as síndromes coro-nárias agudas em Portugal?

JFS – De facto, o registo constitui uma fonte de informação incontornável para melhor compreender as SCA em Portugal. Tal como verificado noutros países, existem discrepâncias entre as recomendações de diagnóstico e tratamento e a sua aplicação efectiva na prática clínica. No entanto, tem--se verificado uma melhoria na adesão às intervenções recomendadas, o que muito possivelmente justifica parte da redução na mortalidade verificada ao longo do tempo em que decorreu o registo.

Adicionalmente, a informação recolhida tem servido como «motor» de importante

REUNIÃO DO REGISTO NACIONAL DE SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS

Criado em 2001, o Centro Nacional de Colecção de Dados em Cardiologia (CNCDC) ocupa um lugar central na vida da socieda-de, constituindo a base logística dos regis-tos, local onde toda a informação é centra-lizada e tratada.

Mais de 50 mil doentes foram incluídos nas bases de dados e mais de cinco mi-lhões de dados foram acumulados ao lon-go de sete anos de actividade. Com base na informação recolhida, cerca de duas cen-tenas de trabalhos científicos foram reali-zados, publicados e comunicados em reu-niões, em Portugal e no estrangeiro. Entre estes, e pela importância científica que representam, destacam-se o Registo VAL-SIM (figura 1), o retrato da síndrome meta-bólica em Portugal e o Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas (figura 2), um dos mais robustos registos europeus nesta área, com mais de 22 mil doentes in-

actual direcção da SPC e cuja execução tem vindo a ser conseguida.

Constituição de uma nova plataforma informática

Encontrada uma nova empresa com quem a SPC contratou os serviços de nature-za informática, em Outubro do passado ano, uma nova plataforma foi criada, permitindo a modernização de toda a actividade do CN-CDC, dotando-o de uma ferramenta tecnolo-gicamente evoluída e com grande capacida-de de expansão, capaz de albergar os actuais e futuros registos que se venham a criar.

Reactivação do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção

Após um início de actividade de grande dimensão e impacto, até internacional, este registo, por razões várias, estava desac-tivado. Com a criação da nova plataforma, foi possível ressuscitar este importante registo, que conta hoje com quinze centros activos, os quais incluíram em 2009 cerca de 6000 doentes, tendo ainda sido possível recuperar a informação de 2008, onde se incluem mais de 5000 doentes. Ainda limi-tado pela ausência de alguns dos grandes centros nacionais, espera-se que este ano e

com a constituição da APIC, o registo tenha um novo fôlego e se possa dar início a uma produção científica que coloque este registo nas citações científicas de referência.

Um novo Registo Nacional de Síndro-mes Coronárias Agudas. Apresentação no XXXI Congresso

Apesar do seu inquestionável valor, o actual registo entrou num processo de fa-diga, bem como a sua longevidade retirou-lhe algum valor científico, fruto de alguma desactualização. Assim, a criação de uma nova fase, modernizando o registo, quer do ponto de vista científico, quer do ponto de vista logístico, passou a ser a nossa princi-pal prioridade.

É com grande satisfação que assisti-mos, no actual congresso, à apresentação do novo registo, fruto de um intenso traba-lho desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Cuidados Intensivos Cardíacos. Esta apre-sentação será no sábado, dia 10 de Abril, pelas 13 horas, na sala Mário Moreira, e durante o dia de domingo, no balcão do CN-CDC, qualquer sócio da SPC pode assistir a uma demonstração, bem como esclarecer-se sobre a forma como poderá colaborar.

cluídos. Graças a este registo, temos hoje ideias claras sobre a forma como lidamos com esta entidade e quais as prioridades sobre as quais temos de agir (figura 3).

As novidades do CNCDCTrês prioridades foram definidas pela

Dr. João Morais

Um importante pólo de actividade da SPC

Vice-Presidente da SPC. Coordenador do CNCDC

CENTRO NACIONAL DE COLECÇÃO DE DADOS EM CARDIOLOGIA

Figura 1 - O Registo VALSIM na Revista Portugue-sa de Cardiologia

Figura 2 - O Registo Nacional de Síndromes Co-ronárias Agudas, o mais recente contributo cien-tífico do CNCDC

Figura 3 - Evolução temporal da terapêutica de reperfusão em Portugal

NOTÍCIAS doJORNAL do

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Entrevista com o Dr. José Ferreira Santos, co ordenador do Registo Nacional de SCA

Um coração com as cores de Góis Pino

JC – Quais são as suas expectativas em relação a este acontecimento?

GP – Estou positivo em relação àquilo que as pessoas possam esperar desta ex-posição. Houve uma reunião com a organi-zação depois de uma selecção dos traba-lhos, em que houve uma aceitação bastante favorável. A opinião foi bastante positiva. Enquanto artista, fico contente.

JC – Considera que a Arte pode aproxi-mar os congressistas?

GP – Sim, é possível. Há aqui uma iden-

tidade comum nas temáticas seleccionadas e esta junção de Arte e Saúde permite uma perspectiva diferente.

JC – Que impacto é que esta iniciativa teve na sua carreira?

GP – Tudo tem um começo, uma forma de iniciar. Para mim, foi uma experiência di-ferente, com um saldo bastante positivo.

investigação clínica em Portugal, tendo sido realizados mais de uma centena de traba-lhos científicos apresentados em reuniões científicas nacionais e internacionais.

JC – Existe algum registo internacio-nal? De que forma o Registo Nacional se coordena com outras iniciativas congéne-res?

JFS – Existem diversos registos interna-cionais. De facto, a importância da recolha de informação sistemática utilizando regis-tos clínicos tem vindo a ganhar um espaço indiscutível. A Sociedade Europeia de Car-diologia tem promovido a recolha de dados observacionais através do seu programa de Euro Heart Surveys, actualmente, em fase de reestruturação. No final do ano passa-do foi realizado um registo com duração de sete dias, que teve como objectivo recolher informação detalhada sobre as SCA na Eu-ropa, o ACS Snapshot Survey. Portugal deu o seu importante contributo e aguardam-se os resultados, que serão apresentados no próximo Congresso Europeu de Cardiolo-gia. Dada a fase de reestruturação em que se encontram os registos europeus, não está planeada qualquer interligação com os mesmos, mas esperamos que, num futuro

É no XXXI Congresso da Sociedade Por-tuguesa de Cardiologia que a simbiose mais improvável acabou por ocorrer. A Cardiolo-gia e a Arte misturaram-se nas cores das telas do pintor Góis Pino, que já conta com uma carreira de 15 anos. A sessão de autó-grafos será durante o congresso.

Jornal do Congresso (JC) – Quando nasceu a paixão pela pintura?

Góis Pino (GP) – Acredito que a Arte, de uma forma geral, nasce com as pessoas, seja sob a forma de pintura, ou de desenho. Trata-se de criatividade. Dei os primeiros passos na pintura ainda em miúdo mas só por volta dos 25 anos é que comecei a levar a sério esta área, na qual já trabalho há cer-ca de 15 anos.

JC – Como é que surgiu esta iniciativa?GP – Este cruzamento entre áreas

completamente distintas é possível porque todas as coisas obedecem a uma orgâni-ca muito específica, quer a pintura, quer a saúde: ambos os domínios podem ser ex-plorados com bastante criatividade. No XXXI Congresso da Sociedade Portuguesa de Cardiologia vão ser oferecidas 300 pinturas aos palestrantes presentes neste evento. Estas criações são fruto do trabalho que re-alizei especificamente para esta iniciativa.

JC – A que temáticas obedecem estas pinturas?

GP – Quando me fizeram a proposta de pintar algumas temáticas, o objectivo era que estas me permitissem explorar ampla-mente enquanto artista. Os temas são Lis-boa, Porto, Coimbra, Fado, Tourada, Cora-ção e Cardiologia. A escolha das três cidades deve-se ao facto de serem as maiores do País, o qual recebe este congresso. A tou-rada, por seu turno, foca a cor, o movimento e a vida, possibilitando a realização de um trabalho diferente. A escolha das cidades e da música não são ao acaso porque em tudo nos remetem para a nossa cultura.

No XXXI Congresso da Sociedade Portuguesa de Cardiologia vão ser oferecidas 300 pinturas aos palestrantes presentes neste evento.

próximo, tal como já sucedeu no passado, as diferentes iniciativas possam unir esforços.

JC – Qual a reformulação que preten-dem fazer ao registo?

JFS – A reformulação do Registo Nacio-nal de SCA passa por redefinir algumas das variáveis que se encontram desadequadas à realidade actual, aproximando-se do for-mato europeu CARDS. Adicionalmente, será criada uma nova plataforma informática que pretende facilitar a introdução de dados, o acesso aos mesmos e oferecer aos inves-tigadores ferramentas de trabalho para auxiliar nas tarefas clínicas do dia-a-dia. O registo deve ser visto como um instrumento de trabalho essencial para monitorizarmos e melhorarmos a qualidade dos cuidados prestados aos doentes com SCA.

JC – Quais os objectivos definidos para o novo método de recolha de dados?

JFS – A recolha e o registo de informação clínica são consumidores de tempo, um pre-cioso bem na nossa rotina diária. A duplicação de registos em processos em papel, em bases de dados locais e na base de dados do Regis-to Nacional de SCA deve ser evitada a todo o

custo. Estamos a tentar reunir condições para que os centros que tiverem as próprias bases de dados e quiserem exportar os dados para o Registo Nacional de SCA o possam fazer. Por outro lado, os centros que ainda registam a informação em papel poderão passar a re-gistar a mesma na plataforma do registo e a mesma ficará acessível quando necessário e de modo fácil e imediato. Desta forma, pre-tendemos motivar a participação dos centros que, entretanto, perderam fôlego.

JC – Quando é que pretendem iniciar a nova fase do registo?

JFS – Teremos uma reunião durante o XXXI Congresso Português de Cardiologia, onde esse é um dos pontos em discussão. Vamos dar algum tempo para reflexão so-bre a nova fase do Registo Nacional de SCA e de imediato «lançar mãos à obra» para continuar a ver crescer este aliciante pro-jecto da Sociedade Portuguesa de Cardiolo-gia e de todos nós.

Um pouco mais sobre o pintor

Foi em 1968 que o Lubango viu nascer o pintor Carlos Manuel Góis Pino. O seu destino artístico foi traça-do pelas influências que recebeu do mestre Fernando Gonçalves, pintor, escultor, músico e ceramista. Góis Pino representa diversas colecções em Portugal e no estrangeiro, entre as quais, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, onde reside actualmente, o Palácio do Governador do Recife, no Brasil, o BPN Leiria Lions Club de Aveiro e o Banco Fomento de Angola, a Associação Nacional de Municípios de Coimbra e o Ministério da Justiça, entre outras. Já fez exposições em ho-téis, galerias e feiras de Arte e salões um pouco por todo o País. A origina-lidade dos seus trabalhos chegou a ilustrações de livros, de DVD e painéis para hotéis.

Anfiteatro Mário Moreira10 de Abril13.00-14.30 h

NOTÍCIAS doJORNAL do

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NOTÍCIAS do 6

9 de Abril 2010

Após a sessão inaugural deste XXXI Con-gresso Português de Cardiologia, que acon-tecerá hoje, pelas 18.00 h, na sala Sociedade Portuguesa de Cardiologia, terá lugar a ac-tuação do grupo musical «Maria Lua», um projecto com três anos de existência.

«Nós já nos conhecíamos músicos e juntámo-nos para um espectáculo em que nos foi pedido uma linguagem de fado fora da vertente tradicional», começa por escla-recer e enquadrar Manú Teixeira, percus-sionista dos «Maria Lua».

A reacção não podia ter sido a melhor e «após esse concerto, concluímos que aquela mistura de sons soava, de facto, muito bem».

Com o sucesso da iniciativa, os músicos concordaram que não podiam ficar por um es-pectáculo isolado. Quase em simultâneo, fo-ram integrados numa companhia de dança da zona em que musicaram uma série de fados, que, posteriormente, foram coreografados.

Com este projecto, andaram em tourné durante mais de um ano, «o que nos deu um enorme traquejo, e começámos a pensar em compor os nossos originais. Desde há um ano que estamos em fase de pré-pro-dução do nosso álbum e estamos a poucos meses de lançá-lo».

A origem do nome de «Maria Lua» deve--se à letrista Eugénia Ramos. «Uma das le-tras que ela nos deu intitulava-se, precisa-

mente, Maria Lua. Achámos a conjugação de palavras muito interessante, porque, Maria é a mãe de todos os nomes, princi-palmente na Língua Portuguesa, e a Lua, devido às suas diversas fases», esclarece Manú Teixeira.

Hoje em dia, o músico declara que «trouxemos para este projecto a essência e a personalidade de cada um enquanto mú-sicos e, acima de tudo, enquanto pessoas, e com elas criámos diálogos musicais de uma sonoridade simples, mas intensa».

Para o percussionista, nunca se falou tanto sobre fado e hoje «estamos confron-tados com várias “roupagens” que, em mui-tos casos, transformam o fado numa outra cultura. O que tentámos fazer foi agarrar no fado e interpretá-lo da forma que o senti-mos, de tal modo que as sonoridades dos nossos instrumentos nada têm a ver com sonoridade do fado. Não temos a guitarra portuguesa; o acordeão, apesar de portu-guês, tem uma aproximação muito france-sa e europeia; as linhas do contrabaixo e da guitarra não são as do fado, e temos a pre-cursão que é algo que não existe no fado».

É aqui que começa a música dos «Maria Lua». Manú Teixeira descreve a sonoridade deste grupo peculiar:

«Começamos na percussão, que dá início à viagem interna. Deixamo-nos agarrar pela estrutura e rigor do contrabaixo, que nos guia

mesmo no improviso. Sorrimos com os acor-des da guitarra, que livremente vão colorindo o ritmo e lançando perguntas no ar. A res-posta vem do acordeão que, sem limites nem pudor, enche de brilho a nossa música. Por fim, chega-nos a voz, feminina e envolvente, que conta histórias em Português, em tom de fado, em tom de gente, uma voz do mundo.»

Em suma, Manú Teixeira afirma que «quem já nos viu ao vivo, sabe que “Ma-ria Lua” vai muito para além da música. É uma forma de comunicar de cada um dos seus elementos. É do diálogo entre sons, instrumentos e músicos que nasce a nos-sa música, comprometida com a cultura portuguesa, com o seu passado e as suas raízes, com as tendências do hoje, e acima de tudo com um futuro no qual queremos

ser cada vez mais portugueses, cada vez mais capazes de expressar a nossa arte em português».

Os «Maria Lua» são formados por: Lara Afonso – voz Carlos Lopes – acordeão Manú Teixeira – percussão Rui Silva – contrabaixo Tiago Oliveira – guitarra clássica

«Maria Lua»: conceito musicalúnico num evento ímpar

No decorrer do congresso vamos estar submetidos a esforço intelectual intenso, que condicionará alguma fadiga mental, so-bretudo ao fim do dia.

Para combater essa sensação desagra-dável, nada melhor do que participar na pro-va de marcha de 2 Km da mini-maratona. Só necessita de uns sapatos confortáveis, desa-pertar o colarinho e atravessar a passagem supradesnivelada que sai à direita do Centro de Congressos para a zona ribeirinha, a par-tir das 17h de sábado, dia 10 de Abril. Vai ter oportunidade para se descontrair, passeando à beira-rio, respirando ar puro e desfrutando da habitual luz dos fins da tarde de Lisboa.

Se for mais atlético, já se recomenda que traga roupa adequada e ténis para par-ticipar na corrida de 4 Km.

Tem à sua disposição uma tenda, ins-talada no local da partida, para mudar de roupa, ficando mais confortável para a cor-rida.

Convidamo-lo a participar de forma não competitiva, qualquer que seja a distância e o tipo de esforço escolhidos. Pretendemos proporcionar-lhe um momento agradável e transmitir para a população uma men-sagem de que os cardiologistas defendem a prática de actividade física regular e mo-derada para si próprios, para a população e até para alguns grupos de doentes que vão estar representados.

Apesar de se tratar de uma actividade de lazer e de contarmos com o apoio do INEM, não desejamos testar a qualidade de resposta da Emergência Médica, que já

sabemos de antemão que é exemplar. De qualquer forma, o primeiro nível de segu-rança começa em cada participante, que deverá ter uma atenção particular para não ultrapassar o seu nível de esforço habitual e para interromper a actividade se sentir qualquer sintoma desagradável durante a mesma.

Para além do aspecto lúdico, esta ac-tividade também terá a participação de personalidades da sociedade civil e atletas de nomeada que, graciosamente, se vão associar aos congressistas para reforçar a mensagem que queremos passar para a população.

Também contamos consigo, com os seus acompanhantes e colegas amigos! Ve-nham todos!

Informações práticasInscrições e levantar camisolas:

Stand da Boheringer Ingelheim (stand A 21 a 24), durante todo o dia 9 (6.ª fei-ra) e até às 16h de dia 10 (sábado).

Local: Zona ribeirinha adjacente ao Centro de Congressos, junto ao Tejo.

Horário:17.00 h – Concentração17.30 h – Aquecimento18.00 h – Partida das 2 provas19.00 h – Final das provas

Dr. Miguel Mendes

Mini-maratona cardioprotegidaMembro da Comissão Organizadora

Zona RibeirinhaMini-maratona10 de Abril17.00 h

Anfiteatro Sociedade Portuguesa de CardiologiaSessão Inaugural9 de Abril18.00-19.30 h

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9 de Abril 2010

Programa13.30-15.00 hComunicações orais

Anfiteatro Jaime Celestino da Costa Índices de prognóstico na insuficiência cardíaca: comorbilidades, biomarcadores ou scores?Moderadores: Rui M. Soares (CHLC, EPE, Hospital de Santa Marta), António Ventosa (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz)

Anfiteatro Arsénio Cordeiro Doenças do miocárdio: da etiopatogenia ao diagnósticoModeradores: Francisco Rocha Gonçalves (Hospital de S. João, EPE), Carlos Catarino (Hospital de Garcia de Orta, EPE)

Anfiteatro João Porto Revascularização miocárdica complexaModeradores: José Baptista (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz), Filipe Seixo (CHS, EPE, Hospital de São Bernardo)

Anfiteatro Alfredo Franco Ablação de substratos complexos – aspectos técnicos e implicações clínicasModeradores: Manuel Nogueira da Silva (CHLC, EPE, Hospital de Santa Marta), Luís Adão (CHVNGaia/Espinho, EPE)

Anfiteatro Mário Moreira Estenose valvular aórtica: o que há de novo?Moderadores: Alberto Rodrigues (CHVNGaia/ /Espinho, EPE), Rui Rodrigues (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz)

Sala David Von Bonhorst Hipertensão arterial e dismetabolias lipídicas em diferentes populações: da prevalência à terapêuticaModeradores: J. Braz Nogueira (CHLN, EPE, Hospital de Santa Maria), Maria João Lima (Hospital de S. João, EPE)

Sala Eduardo CoelhoCardiopatias congénitas para todas as idadesModeradores: Manuel Ferreira (Hospital da Cruz Vermelha), Ana Carriço (CHVNGaia/Espinho, EPE)

15.00-16.30 hSimpósios Indústria

Anfiteatro Jaime Celestino da Costa Mudança de abordagem no tratamento da fibrilhação auricular (simpósio satélite organizado pela sanofi-aventis)Moderadores: Cândida Fonseca (CHLO, EPE, Hospital de S. Francisco Xavier), João Primo (CHVNGaia/Espinho, EPE)Introdução - Cândida Fonseca (CHLO, EPE, Hospital de S. Francisco Xavier)Tratamento da fibrilhação auricular: que resultados são importantes? - Mário Martins Oliveira (CHLC, EPE, Hospital de Santa Marta)Fibrilhação auricular e insuficiência cardíaca: um pior prognóstico - Silva Cardoso (Hospital de S. João, EPE)Protecção efectiva de um acidente vascular cerebral em fibrilhação auricular - José Ferro (Faculdade de Medicina de Lisboa)Dronedarone na fibrilhação auricular: para além do ritmo e da taxa de controlo - Ihsen Merioua (Paris)O que aprendemos hoje? Mensagens a levar para casa - Miguel Mendes (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz)Conclusões - João Primo (CHVNGaia/Espinho, EPE)

15.30-17.00 hAnfiteatro J. Moniz de Bettencourt Doença aórtica (simpósio satélite organizado pela Medtronic)Presidente: Vasco Gama Ribeiro (CHVNGaia/ /Espinho, EPE)Moderadores: Joaquim Barbosa (presidente da SPAVC), Luís Vouga (CHVNGaia/Espinho, EPE), Lino Patrício (CHLC, EPE Hospital de Santa Marta), Regina Ribeiras (CHLO, EPE Hospital de Santa Cruz), Carlos Aguiar (CHLO, EPE Hospital de Santa Cruz)Estenose aórtica: prática actual e perspectivas futuras - Jean-Claude Laborde (Glenfield Hospital Leicester, Uk)Implementação em Portugal do tratamento percutâneo da doença valvular aórtica. Estabelecimento de um novo standard - José Pedro Braga (CHVNGaia/Espinho, EPE)Centro Valvular Cardíaco - do conceito à realidade. A experiência de Santa Cruz - Rui Campante Teles (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz)Estado da arte no tratamento endovascular da aorta - Christoph A. Nienaber (Hospital Universitário de Rostock)Experiência actual do tratamento endovascular da doença aórtica num centro de elevado volume - João Castro (CHLC, EPE, Hospital de Santa Marta)

16.00-17.30 hAnfiteatro João Porto Tredaptive - a terapêutica lipídica multidimensional (simpósio satélite organizado pela Merck Sharp & Dohme)Moderador: João Morais (Hospital de Santo André, EPE)Introdução - João Morais (Hospital de Santo André, EPE)Risco cardiovascular residual - o novo paradigma - Pedro Matos (Hospital da Cuf)Ácido nicotínico/Laropiprant – um sentido farmacológico - Pedro Marques da Silva (CHLC, EPE, Hospital de Santa Marta)Abordagem multidimensional da dislipidemia – Tredaptive - João Pereira Coutinho (Hospital da Arrábida)Discussão e Encerramento - João Morais (Hospital de Santo André, EPE)

16.30-18.00 hAnfiteatro Alfredo FrancoBloqueio selectivo da aldosterona na insuficiência cardíaca aguda (simpósio satélite organizado pelos Laboratórios Pfizer)Moderadores: Cândida Fonseca (CHLO, EPE, Hospital de S. Francisco Xavier), Silva Cardoso (Hospital de S. João, EPE)Abertura - Cândida Fonseca (CHLO, EPE, Hospital de S. Francisco Xavier)Insuficiência cardíaca aguda no contexto do enfarte agudo do miocárdio: prevalência e prognóstico - Jorge Santos Ferreira (CHLO, EPE, Hospital de Santa Cruz)Bloqueio da aldosterona na fase precoce do tratamento do enfarte agudo do miocárdio - Silva Cardoso (Hospital de S. João, EPE)Análise farmacoeconómica do bloqueio selectivo da aldosterona - Mónica Inês (economista da Saúde, Pfizer)Discussão e encerramento - Silva Cardoso (Hospital de S. João, EPE)

18.00-19.30 hAnfiteatro Sociedade Portuguesa de Cardiologia Evento CulturalSessão inaugural do XXXI Congresso Português de Cardiologia

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6.ª feira - 9 de Abril 2009

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