xxv congresso da sociedade mineira de cardiologia

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www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 105, Nº 1, Supl. 2, Julho 2015 Resumo das ComuniCações XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia BeLo HoRiZonTe - mG

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Page 1: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 105, Nº 1, Supl. 2, Julho 2015

Resumo das ComuniCações

XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

BeLo HoRiZonTe - mG

Page 2: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia
Page 3: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Conselho EditorialBrasilAguinaldo Figueiredo de Freitas Junior (GO)Alfredo Jose Mansur (SP)Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho (ES)Amanda G. M. R. Sousa (SP)Ana Clara Tude Rodrigues (SP)Andre Labrunie (PR)Andrei Sposito (SP)Angelo A. V. de Paola (SP)Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antonio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Claudio L. Nobrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP)Ari Timerman (SP)Armenio Costa Guimaraes (BA)Ayrton Pires Brandao (RJ)Beatriz Matsubara (SP)Brivaldo Markman Filho (PE)Bruno Caramelli (SP)Carisi A. Polanczyk (RS)Carlos Eduardo Rochitte (SP)Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP)Charles Mady (SP)Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Claudio Tinoco Mesquita (RJ)Cleonice Carvalho C. Mota (MG)Clerio Francisco de Azevedo Filho (RJ)Dalton Bertolim Precoma (PR)Dario C. Sobral Filho (PE)Decio Mion Junior (SP)Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Djair Brindeiro Filho (PE)Domingo M. Braile (SP)Edmar Atik (SP)Emilio Hideyuki Moriguchi (RS)Enio Buffolo (SP)

Eulogio E. Martinez Filho (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP)Fabio Vilas-Boas (BA)Fernando Bacal (SP)Flavio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP)Gilson Soares Feitosa (BA)Glaucia Maria M. de Oliveira (RJ)Hans Fernando R. Dohmann (RJ)Humberto Villacorta Junior (RJ)Ines Lessa (BA)Iran Castro (RS)Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP)Joao Pimenta (SP)Jorge Ilha Guimaraes (RS)Jose Antonio Franchini Ramires (SP)Jose Augusto Soares Barreto Filho (SE)Jose Carlos Nicolau (SP)Jose Lazaro de Andrade (SP)Jose Pericles Esteves (BA)Leonardo A. M. Zornoff (SP)Leopoldo Soares Piegas (SP)Lucia Campos Pellanda (RS)Luis Eduardo Rohde (RS)Luis Claudio Lemos Correia (BA)Luiz A. Machado Cesar (SP)Luiz Alberto Piva e Mattos (SP)Marcia Melo Barbosa (MG)Maria da Consolaçao Moreira (MG)Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC)Mauricio I. Scanavacca (SP)Max Grinberg (SP)Michel Batlouni (SP)Murilo Foppa (RS)Nadine O. Clausell (RS)Orlando Campos Filho (SP)Otavio Rizzi Coelho (SP)Otoni Moreira Gomes (MG)Paulo Andrade Lotufo (SP)

Paulo Cesar B. V. Jardim (GO)Paulo J. F. Tucci (SP)Paulo R. A. Caramori (RS)Paulo Roberto B. Évora (SP)Paulo Roberto S. Brofman (PR)Pedro A. Lemos (SP)Protasio Lemos da Luz (SP)Reinaldo B. Bestetti (SP)Renato A. K. Kalil (RS)Ricardo Stein (RS)Salvador Rassi (GO)Sandra da Silva Mattos (PE)Sandra Fuchs (RS)Sergio Timerman (SP)Silvio Henrique Barberato (PR)Tales de Carvalho (SC)Vera D. Aiello (SP)Walter Jose Gomes (SP)Weimar K. S. B. de Souza (GO)William Azem Chalela (SP)Wilson Mathias Junior (SP)

Exterior

Adelino F. Leite-Moreira (Portugal)Alan Maisel (Estados Unidos)Aldo P. Maggioni (Italia)Cândida Fonseca (Portugal)Fausto Pinto (Portugal)Hugo Grancelli (Argentina)James de Lemos (Estados Unidos) Joao A. Lima (Estados Unidos)John G. F. Cleland (Inglaterra)Maria Pilar Tornos (Espanha)Pedro Brugada (Belgica)Peter A. McCullough (Estados Unidos)Peter Libby (Estados Unidos)Piero Anversa (Italia)

Diretora CientífiCa Maria da Consolação Vieira Moreira

eDitor-Chefe luiz Felipe p. Moreira

eDitores assoCiaDos

CarDiologia ClíniCa José augusto Barreto-Filho

CarDiologia CirúrgiCa paulo roBerto B. eVora

CarDiologia intervenCionista pedro a. leMos

CarDiologia PeDiátriCa/Congênitasantonio augusto lopes

arritmias/marCaPasso MauriCio sCanaVaCCa

métoDos DiagnóstiCos não-invasivos Carlos e. roChitte

Pesquisa BásiCa ou exPerimental leonardo a. M. zornoFF

ePiDemiologia/estatístiCa

luCia CaMpos pellanda

hiPertensão arterial

paulo Cesar B. V. JardiM

ergometria, exerCíCio e reaBilitação CarDíaCa

riCardo stein

Primeiro eDitor (1948-1953) † Jairo Ramos

REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948www.arquivosonline.com.br

Page 4: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos

Sociedade Brasileira de Cardiologia

PresidenteAngelo Amato V. de Paola

Vice-PresidenteSergio Tavares Montenegro

Presidente-EleitoMarcus Vinicius Bolivar Malachias

Diretor FinanceiroJacob Atie

Diretora CientíficaMaria da Consolaçao Vieira Moreira

Diretor AdministrativoEmilio Cesar Zilli

Diretor de Qualidade AssistencialPedro Ferreira de Albuquerque

Diretor de ComunicaçãoMauricio Batista Nunes

Diretor de Tecnologia da InformaçãoJose Carlos Moura Jorge

Diretor de Relações GovernamentaisLuiz Cesar Nazario Scala

Diretor de Relações com Estaduais e RegionaisAbrahao Afiune Neto

Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular – SBC/FuncorCarlos Costa Magalhaes

Diretor de Departamentos Especializados - Jorge Eduardo Assef

Diretora de PesquisaFernanda Marciano Consolim Colombo

Editor-Chefe dos Arquivos Brasileiros de CardiologiaLuiz Felipe P. Moreira

Assessoria Especial da PresidênciaFabio Sândoli de Brito

Coordenadorias Adjuntas

Editoria do Jornal SBC Nabil Ghorayeb e Fernando Antonio Lucchese

Coordenadoria de Educação ContinuadaEstevao Lanna Figueiredo

Coordenadoria de Normatizações e DiretrizesLuiz Carlos Bodanese

Coordenadoria de Integração GovernamentalEdna Maria Marques de Oliveira

Coordenadoria de Integração RegionalJose Luis Aziz

Presidentes das Soc. Estaduais e Regionais

SBC/AL - Carlos Alberto Ramos Macias

SBC/AM - Simao Gonçalves Maduro

SBC/BA - Mario de Seixas Rocha

SBC/CE - Ana Lucia de Sa Leitao Ramos

SBC/CO - Frederico Somaio Neto

SBC/DF - Wagner Pires de Oliveira Junior

SBC/ES - Marcio Augusto Silva

SBC/GO - Thiago de Souza Veiga Jardim

SBC/MA - Nilton Santana de Oliveira

SBC/MG - Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas

SBC/MS - Mercule Pedro Paulista Cavalcante

SBC/MT - Julio Cesar De Oliveira

SBC/NNE - Jose Itamar Abreu Costa

SBC/PA - Luiz Alberto Rolla Maneschy

SBC/PB - Helman Campos Martins

SBC/PE - Catarina Vasconcelos Cavalcanti

SBC/PI - Joao Francisco de Sousa

SBC/PR - Osni Moreira Filho

SBC/RJ - Olga Ferreira de Souza

SBC/RN - Rui Alberto de Faria Filho

SBC/RS - Carisi Anne Polanczyk

SBC/SC - Marcos Venicio Garcia Joaquim

SBC/SE - Fabio Serra Silveira

SBC/SP - Francisco Antonio Helfenstein Fonseca

SBC/TO - Hueverson Junqueira Neves

SBC/DA - Jose Rocha Faria Neto

SBC/DECAGE - Josmar de Castro Alves

SBC/DCC - Jose Carlos Nicolau

SBC/DCM - Maria Alayde Mendonça da Silva

SBC/DCC/CP - Isabel Cristina Britto Guimaraes

SBC/DIC - Arnaldo Rabischoffsky

SBC/DERC - Nabil Ghorayeb

SBC/DFCVR - Ricardo Adala Benfati

SBC/DHA - Luiz Aparecido Bortolotto

SOBRAC - Luiz Pereira de Magalhaes

SBCCV - Marcelo Matos Cascado

SBHCI - Helio Roque Figueira

SBC/DEIC - Dirceu Rodrigues Almeida

GERTC - Clerio Francisco de Azevedo Filho

GAPO - Danielle Menosi Gualandro

GEECG - Joel Alves Pinho Filho

GEECABE - Mario Sergio S. de Azeredo Coutinho

GECETI - Gilson Soares Feitosa Filho

GEMCA - Alvaro Avezum Junior

GECC - Mauricio Wanjgarten

GEPREC - Glaucia Maria Moraes de Oliveira

Grupo de Estudos de Cardiologia Hospitalar - Evandro Tinoco Mesquita

Grupo de Estudos de Cardio-Oncologia - Roberto Kalil Filho

GEEC - Claudio Jose Fuganti

GECIP - Gisela Martina Bohns Meyer

GECESP - Ricardo Stein

GECN - Ronaldo de Souza Leao Lima

GERCPM - Artur Haddad Herdy

Page 5: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Os anúncios veiculados nesta ediçao sao de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados sao de

exclusiva responsabilidade de seus autores, nao refletindo necessariamente a opiniao da SBC.

Material de distribuiçao exclusiva à classe medica. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia nao se responsabilizam pelo acesso indevido a seu conteúdo e que contrarie a determinaçao em atendimento à Resoluçao da Diretoria Colegiada

(RDC) nº 96/08 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitaria (Anvisa), que atualiza o regulamento tecnico sobre Propaganda, Publicidade, Promoçao e informaçao de Medicamentos. Segundo o artigo 27 da insignia, "a propaganda ou publicidade de medicamentos de venda sob prescriçao deve ser restrita, única e exclusivamente, aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar tais produtos (...)".

Garantindo o acesso universal, o conteúdo cientifico do periodico continua disponivel para acesso gratuito e integral a todos os interessados no endereço:

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Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 33020020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil

Tel.: (21) 3478-2700

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SciELO: www.scielo.br

Arquivos Brasileiros de Cardiologia

Departamento ComercialTelefone: (11) 3411-5500

e-mail: [email protected]

Produção EditorialSBC - Tecnologia da Informaçao e

ComunicaçaoNúcleo Interno de Publicações

Produção Gráfica e Diagramação

SMC - OGAFreitas

Volume 105, Nº 1, Suplemento 2, Julho 2015Indexaçao: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM),

SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed

Page 6: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Resumo das Comunicações

XXV CONGRESSO DA SOCIEDADE MINEIRA DE CARDIOLOGIA

BELO HORIZONTE - MG

Page 7: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

DIRETORIA SMC - SBC/MG

PRESIDENTEOdilon Gariglio Alvarenga de Freitas

VICE-PRESIDENTEJosé Carlos da Costa Zanon

DIRETOR CIENTÍFICOJosé Luiz Barros Pena

DIRETOR ADMINISTRATIVOEpotamenides Maria Good God

DIRETOR FINANCEIROCarlos Eduardo de Souza Miranda

DIRETOR DE COMUNICAÇÃOThiago da Rocha Rodrigues

DIRETOR QUALIDADE ASSISTENCIALEduardo Dias Chula

DIRETOR DO FUNCOR SBC-MGHeberth Cesar Miotto

ASSESOR RELAÇÕES INSTITUCIONAISEustáquio Guerino

PRESIDENTE 25o CONGRESSO SMCEpotamenides Maria Good God

COMITÊS E GRUPOS DE ESTUDO

PRESIDENTES COMITÊ DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Murilo Carvalho de RezendeMarco Antônio Cotta Peralva

PRESIDENTES COMITÊ DE CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA Maria da Glória Cruvinel HortaTaiza de Castro Costa Diamantino

PRESIDENTES COMITÊ DE ECOCARDIOGRAFIA Bárbara Athayde Linhares Martins VrandecicGlauco Franco Santana

PRESIDENTES COMITÊ DE ARRITMIARose Mary Ferreira Lisboa da SilvaHélio Lima de Brito Júnior

PRESIDENTES COMITÊ DE HEMODINÂMICA Marco Túlio Vilaça CastagnaAntônio Fernandino de Castro Bahia Neto

PRESIDENTES COMITÊ ERGOMETRIA E REA-BILITAÇÃO Luiz Alberto Bueno ZicoÉzio Guilherme da Silva

PRESIDENTES COMITÊ CORONARIOPATIAS Bárbara Campos Abreu MarinoFrank Nunes

PRESIDENTES COMITÊ DE CARDIOLOGIA NA MULHER Marildes Luiza de Castro

PRESIDENTES COMITÊ MIOCARDIOPATIAS Estêvão Lanna FigueiredoNoasses Neiva Diamantino PRESIDENTE COMITÊ CIRURGIA CARDÍACARodrigo de Castro Bernardes

PRESIDENTE COMITÊ DE ATEROSCLEROSEArtur Peretz Lichter

PRESIDENTES COMITÊ CARDIOGERIATRIAJosé Maria PeixotoAlmir Fernando Loureiro Fontes

PRESIDENTES COMITÊ CIÊNCIAS BÁSICASRosália Morais Torres Elmiro Santos Resende

PRESIDENTES COMITÊ DE VALVOPATIASLúcia Maria Amorim FenelonJosé Ronaldo Moreira Júnior

PRESIDENTE COMITÊ ASSUNTOS INTERIORRodrigo Penha de Almeida

PRESIDENTES COMITÊ REANIMAÇÃO CAR-DIOPULMONARYorghos Lage Michalaros Rodrigo Pinheiro Lanna

PRESIDENTES COMITÊ TERAPIA INTENSIVA Carlos Henrique Garcez de Carvalho Patrícia Martins

PRESIDENTES COMITÊ MEDICINA TRÁFEGOHeloisa Borges Figueiredo Ricardo Alkmim Teixeira

PRESIDENTES COMITÊ CARDIO-ONCOLOGIAAriane Vieira Scarlatelli MacedoFernando Carvalho Neuenschwander

GRUPO DE ESTUDO DE REABILITAÇÃORosália Antônia AzevedoJúlio Cesar Moraes Lovisi

GRUPO ESTUDOS CARDIOLOGIA ESPORTEHaroldo Christo AleixoLennon Leonardo de Oliveira

GRUPO DE ESTUDOS ECG Sônia Francisca de SouzaCláudia Madeira MirandaNorberto de Sá Neto

GRUPO ESTUDOS CARDIOLOGIA NUCLEARIvana Sena do Nascimento Abinar Nunes de Moraes Júnior

COMISSÃO DE DEFESA E ÉTICA MÉDICA Luiz Antônio Alves de Abreu Francisco Rezende SilveiraMaria da Consolação Vieira Moreira

COMISSÃO DE PREVENÇÃO Marconi Gomes da Silva Ricardo WangSilamar Breder de SouzaGustavo de Araujo Assis Júnior José Nicoliello Viotti

PRESIDENTES DAS REGIONAIS

REGIONAL SULFrederico Toledo Campo Dall’Orto

REGIONAL LESTELuiz Antônio Avelar

REGIONAL LESTE/NORDESTEAdmilson de Oliveira Terra

REGIONAL CAMPO DAS VERTENTESLeonor de Oliveira Diniz

REGIONAL CENTRO /OESTEEduardo Dias Chula

REGIONAL NORTEEvânio Rodrigues Cordeiro

REGIONAL TRIÂNGULORodrigo Penha de Almeida

Sociedade Mineira de Cardiologia - SBC/MG

02 a 04 de julho 2015 | Minascentro - Belo Horizonte

Congresso da Sociedade Mineira de Cardiologia

“Inovações e Estratégias para a Prática Cardiológica Atual”

Page 8: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Prezados(as) Colegas,

ASociedadeMineiradeCardiologia–SBC/MGapresenta,comenormesatisfação,aspesquisasoriginaisselecionadasparao25oCongressodaSociedadeMineiradeCardiologia,noMinascentro-BeloHorizonte/MinasGerais. Agradecemos à comunidade científica pelo envio de expressivo número de temas livres (TL),consolidando o Congresso como um foro amplo de estímulo à pesquisa e congregação de inúmerospesquisadoresbrasileiros,atuantesnasmaisdiversasáreaseinstituições. Recebemos pesquisas de oito Estados brasileiros e estas foram revisadas e avaliadas por trêsjulgadoresdaSBC/MG,demaneiracega.Oprocessodecorreunosprazosestipuladoseaofinalforamaprovadas149pesquisas,dasquais,30paraapresentaçãooral(emseisSessõesdeTemasLivresOrais)e119paraapresentaçõesemtrêsSessõesdePôstereseRelatodeCasos. Algumasnovidadesimportantes,implementadasapartirdesteanoforam:-acriaçãodaCategoriaRelatodeCaso,adicionalmenteàsCategoriasPôstereOral;- temas livresdacategoriaPôstereRelatodeCasoserãoapresentadosnoformatodigital (emmonitorLCD).Maisecológico,semcustosdeimpressão,práticoecommaiorcomodidadeaospesquisadores;-aumentodaspremiaçõesaosmelhorestrabalhoscientíficos. Lembramos que serão concedidos certificados adicionais de premiação “PRÊMIO JOVEMINVESTIGADORDACARDIOLOGIAMINEIRA”aosprimeirosautorescomaté10anosdeformadoemenosde35anos,cujaspesquisasforamrealizadasintegralmentenoBrasil,equeobtiveramamelhorclassificaçãoentreosTemasLivresCategoriaOral,CategoriaPôstereCategoriaRelatodeCasos. OutrodestaqueéapremiaçãoespecialcomoCertificadode“INSTITUIÇÃOINCENTIVADORADEPESQUISAS EMCARDIOLOGIA” concedidoà instituição commaior númerode trabalhos aprovadosnoCongresso.

Parabenizamos e agradecemos o empenho da Comissão Científica, Comissão Julgadora de Temas Livres e todos os pesquisadores que tanto contribuiram para o sucesso científico do Congresso!

Mensagem da SMC

Sociedade Mineira de Cardiologia - SBC/MG

02 a 04 de julho 2015 | Minascentro - Belo Horizonte

Congresso da Sociedade Mineira de Cardiologia

“Inovações e Estratégias para a Prática Cardiológica Atual”

Odilon Gariglio Alvarenga de FreitasPresidentedaSMC-SBC/MG

Epotamenides Maria Good GodPresidente25oCongressoSMC

José Luiz Barros PenaDiretorCientíficoSMC-SBC/MG

Page 9: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

39636AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DA CALICREÍNA TECIDUAL HUMANA NA URINA DE PACIENTES COM DOENÇA CORONARIANA CRÔNICA ESTÁVEL, ANGIOGRAFICAMENTE DETERMINADA

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, CAROLINA ANTUNES MAGALHAES, JOSE CARLOS DE FARIA GARCIA, ARI MANDIL, KARLYSE CLAUDINO BELLI, AMINTAS FABIANO DE SOUZA FIGUEIREDO E LUCIA CAMPOS PELLANDA

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, BRASIL - FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFMG, BELO HORIZONTE, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, PORTO ALEGRE, BRASIL.

Fundamento: A calicreína tecidual humana (hK1) é a enzima chave do sistema calicreína-cinina (SCC). A atividade amidásica da hK1 está reduzida na urina de pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca. Entretanto, seu papel na doença arterial coronariana (DAC) não está esclarecido.

Objetivo: Avaliar a atividade amidásica da hK1 na urina de pacientes com DAC crônica e estável, angiograficamente documentada.

Métodos: Sessenta e cinco indivíduos (18-75 anos) que se submeteram ao cateterismo cardíaco (Cate) coletaram amostra do jato médio de urina imediatamente antes do Cate. Baseando-se na presença de lesões coronarianas os pacientes eram classificados em dois grupos: DAC (43 pacientes) e não-DAC (22 indivíduos). A atividade amidásica da hK1 foi estimada com o substrato cromogênico D-Val-Leu-Arg-Nan. Creatinina foi determinada pelo método de Jaffé. A atividade amidásica da hK1 urinária foi expressa em µM/(min . mg de creatinina) para corrigir diferenças no fluxo urinário.

Resultados: A atividade amidásica da hK1 urinária foi semelhante entre os pacientes com DAC [0,146 µM/(min . mg de creatinina)] e os indivíduos não-DAC [0,189 µM/(min . mg de creatinina)] (P=0,803) e permaneceu entre os valores previamente publicados para pacientes com hipertensão primária [0,210 µM/(min . mg de creatinina)] e para pacientes com IC [0,104 µM/(min . mg de creatinina)], respectivamente. Nenhum efeito estatisticamente significativo da gravidade da DAC e da hipertensão sobre a atividade amidásica da hK1 urinária foi observado.

Conclusão: A atividade amidásica da hK1 na urina humana foi reduzida nos pacientes com DAC, o que pode sugerir que a atividade do SCC renal pode estar suprimida nesta doença.

39640EVENTOS CARDIOVASCULARES MAIORES APÓS UM ANO DE UMA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA, EM IDOSOS: SUB-ANÁLISE DO REGISTRO ACCEPT

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, GUSTAVO FONSECA WERNER, ILNEI PEREIRA FILHO, HUGO VARGAS FILHO, ANTONIO CARLOS CARVALHO, LUIZ ALBERTO PIVA E MATTOS, JADELSON PINHEIRO DE ANDRADE, OTAVIO BERWANGER, FERNANDA MARCIANO CONSOLIN COLOMBO E ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL DO CORAÇÃO, SÃO PAULO, SP, BRASIL - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Fundamentos: Idade determina desfechos nas síndromes coronarianas agudas (SCA) em todo o mundo; a prática médica geral demonstra menor uso de terapias baseadas em evidências entre idosos com SCA. Avaliamos a prescrição de intervenções baseadas em evidências e correlacionamos com o prognóstico após uma SCA, de acordo com faixas etárias pré-definidas. Métodos: O ACCEPT é um registro da prática clínica em síndrome coronariana aguda, de âmbito nacional, promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Neste sub-estudo, analisamos eventos cardíacos maiores – re-infarto, parada cardíaca, acidente vascular cerebral e morte - e intervenções baseadas em evidências em até 1 ano de acompanhamento após uma SCA, de acordo com as faixas etárias (≤60, 61-65 , 65-75, 75-85,> 85 anos). As curvas de sobrevida foram analisadas por modelos de Kaplan-Meier e Cox. Resultados: De agosto/2010 a dezembro/2011, 2.608 pacientes foram incluídos. Destes, 1504 eram ≥ 61 anos (63% homens); 490 (32,5%) tiveram angina instável, 583 (38,8%) infarto agudo do miocárdio (IAM) sem supra-ST, 431 (28,7%) IAM com supra-ST. Comparados àqueles ≤ 60 anos, pacientes mais velhos receberam menos trombolíticos (p = 0,036), submeteram-se a menos angioplastias e/ou implantes de stents coronários (p <0,001 e p <0,001, respectivamente) e tiveram maior mortalidade intra-hospitalar (p <0,001). À alta hospitalar, pacientes idosos receberam menos prescrições de betabloqueadores (p = 0,002). Menos idosos foram mantidos com betabloqueadores e inibidores da ECA (IECA) em 30 dias (p = 0,001 e p = 0,024, respectivamente) e seis meses (p = 0,001 e p = 0,016, respectivamente) após a alta. Depois de 1 ano, menos idosos estavam tomando aspirina (p = 0,019), betabloqueadores (p = 0,008), IECA (p <0,001) e estatinas (p = 0,023). Com o Modelo de Cox ajustado para co-variáveis (diabetes, IAM prévio, uso de betabloqueadores , aspirina, IECA e estatinas), os subgrupos ≥75 anos (RR 1,8 p = 0,01) e 65-75 anos (RR 1.4 p = 0,04) foram preditores de eventos combinados. Sem este ajuste, o risco de eventos foi 2,09 vezes maior nos pacientes ≥75 anos (p < 0,01). Conclusões: Idade é fator determinante independente de eventos. No Registro ACCEPT, a sub-utilização de terapias baseadas em evidências pode ter contribuído para a elevada taxa de eventos cardiovasculares observada entre os pacientes idosos.

39643ADESÃO ÀS TERAPIAS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS E A INCIDÊNCIA DE DESFECHOS CLÍNICOS ENTRE PACIENTES DE ALTO RISCO CARDIOVASCULAR: SUB-ANÁLISE DO REGISTRO REACT

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, GUSTAVO FONSECA WERNER, MARGARET ASSAD CAVALCANTE, SABRINA BERNARDEZ PEREIRA, OTAVIO BERWANGER, JORGE ILHA GUIMARÃES, LUIZ ALBERTO PIVA E MATTOS, JADELSON PINHEIRO DE ANDRADE, FERNANDA MARCIANO CONSOLIN COLOMBO E ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL DO CORAÇÃO, SÃO PAULO, SP, BRASIL - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Fundamentos: Diretrizes nacionais e internacionais recomendam o uso de aspirina, estatinas e inibidores da enzima de conversão de angiotensina (IECA) para pacientes de alto risco cardiovascular. O objetivo deste sub-estudo foi testar a associação da adesão às terapias baseadas em evidências com a incidência de eventos cardiovasculares maiores em pacientes de alto risco no Brasil. Métodos e Resultados REACT é um registro multicêntrico que visa documentar a prática clínica atual de pacientes com alto risco cardiovascular no Brasil. Os doentes eram elegíveis se fossem mais de 45 anos com ou em risco de doença aterotrombótica. De julho de 2010 a maio de 2013, 3145 pacientes consecutivos (idade média de 65,9 anos, 51,4% do sexo masculino) foram incluídos neste estudo. A prescrição combinada de aspirina, estatina e inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA) foi baixa na visita inicial e manteve-se inalterada durante o seguimento (29,2% no início do estudo, 28,4% em 6 meses, e 27,8% em 12 meses; p> 0,05). Cerca de 50% dos pacientes diabéticos tinham níveis de hemoglobina glicada abaixo de 7%; 55,9% dos pacientes hipertensos apresentaram pressão arterial dentro das metas recomendadas pelas diretrizes (<140/90 mmHg), e 41% da população global permaneceu com LDL acima de 100 mg / dL. Durante um período de acompanhamento de 12 meses, 232 pacientes (7,4%) sofrem um evento (desfecho combinado de mortalidade por todas as causas, infarte do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco não fatal). Análise de regressão logística multivariada mostrou que o principal preditor independente de eventos foi o uso de estatina por pelo menos 6 meses (RR: 0,48, intervalo de confiança 95% 0,36-0,63). Conclusões: Há lacunas importantes na adesão de terapias baseadas em evidências para pacientes com alto risco cardiovascular no Brasil. O uso de estatinas foi independentemente associado com uma redução do risco de eventos combinados, independentemente da presença de eventos cardiovasculares prévios.

39680INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBICO NA CAPACIDADE FÍSICA, NO REMODELAMENTO VENTRICULAR E NA RESPOSTA NEURO-HUMORAL EM PACIENTES COM INFARTO DO MIOCÁRDIO

GIOVANI LUIZ DE SANTI, EDUARDO ELIAS VIEIRA DE CARVALHO, DANIELA CAETANO COSTA, JÚLIO CÉSAR CRESCÊNCIO, ANDRE SCHMIDT e LOURENÇO GALLO JUNIOR

LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO DO HCFMRP-USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Fundamentação: Os efeitos do treinamento aeróbico sobre o remodelamento ventricular e ativação neuro-humoral após o infarto do miocárdio não foram completamente elucidados. Investigou-se a influência do treinamento aeróbico na aptidão física, no remodelamento do ventrículo esquerdo (VE) e na resposta neuro-humoral após infarto do miocárdio. Métodos: Dezesseis pacientes (54,6 ± 10,5 anos) com infarto do miocárdio de parede anterior foram randomizados em dois grupos: treinamento (GT = 8) e controle (GC = 8). Os pacientes do GT realizaram treinamento aeróbico de intensidade moderada. Antes e após o período de 12 semanas de seguimento, todos os pacientes foram submetidos à ressonância magnética cardíaca, teste de esforço cardiopulmonar e coleta de sangue para dosagem de NT-proBNP. Resultados: No seguimento, houve um aumento estatisticamente significante do VO2 pico de 19,3 ± 4,0 para 22,4 ± 4,5 ml.kg-1.min-1 (p=0,007) no GT, enquanto os valores no GC não se alteraram (18,9 ± 4.0 para 17.6 ± 5,1 ml.kg-1.min-1, p=0,15). Houve um aumento estatisticamente significativo no Δ pulso de O2, calculado a partir do repouso até o pico do esforço, no GT de 6,4 ± 1,2 para 8,1 ± 1,7; p=0,01), sem alteração significativa no GC de 7,0 ± 2,3 para 6,9 ± 3.0 ; p>0,99). Observou-se um aumento na relação massa do VE / volume diastólico final (VDF) de 0,72 ± 0,19 para 0,96 ± 0,30 g.ml-1 (p=0,007) no GC, mas nenhuma mudança no GT de 0,89 ± 0,33 para 0,96 ± 0,26 g.ml-1 (p=0,54). Houve uma diminuição significativa de NT-proBNP em repouso e no pico do esforço em ambos os grupos. Conclusões: O treinamento físico aeróbico parece ter um efeito protetor sobre o processo espontâneo de remodelamento concêntrico do ventrículo esquerdo após infarto do miocárdio; e promove um aumento da aptidão física, além de uma melhora da performance sistólica do ventrículo esquerdo durante esforço físico dinâmico, sem desencadear ativação neurohumoral adversa.

TEMAS LIVRES - 02 e 03/07/2015APRESENTAÇÃO ORAL

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Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

40288COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES COM SÍNDROME DE TAQUICARDIA POSTURAL ORTOSTÁTICA E PACIENTES COM SÍNCOPE VASOVAGAL COM TESTE DE INCLINAÇÃO NEGATIVO.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO, JESSICA SILVA DE PAULA E POLLYANNA ANTONIA DUARTE VITOR

FACULDADE DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BRASIL.

Taquicardia postural ortostática taquicardizante (TPOT) é uma síndrome de intolerância ortostática, que ocorre principalmente em jovens e mulheres. Apresenta uma prevalência de 0,17% na população geral. É caracterizada por um aumento absoluto de 30 bpm na frequência cardíaca (FC) dentro de 10 min ao assumir o ortostatismo. Sua fisiopatologia não está bem elucidada e há escassa literatura sobre este tema. Objetivo: Comparar pacientes (pts) submetidos ao teste de inclinação (TI) com resposta de TPOT, com os pts com síncope vasovagal e TI negativo, e pts sem história de síncope e com TI negativo, constituindo esse último o grupo controle (GC). Métodos: Foram estudados 109 pts (72 com história de síncope e TI negativo, 14 com TPOT e 21 pts GC), sendo 59 mulheres. A idade média foi de 40,9 anos. Os pts foram submetidos à avaliação clínica e ao TI, a 70 graus, sob monitoramento digital pelo Holter, para análise espectral da FC. Foram obtidos os componentes de alta frequência (AF), que representa a atividade vagal, o de baixa frequência (BF), que representa principalmente o simpático, e a relação BF/AF, antes e durante o TI. Resultados: Entre os pts com intolerância ortostática, o tempo de evolução do quadro foi de 37,9 meses, com um número médio de episódios de 3,5, sendo o último há 54,7 dias, e com recorrência ≥ 3 em 53,4% e trauma em 40,6% pts. Entre os 3 grupos, a média da idade foi menor (28,7 anos, p=0,00, teste ANOVA), a proporção de mulheres (85,7%, p=0,01) e a FC supina foram maiores (80,2 bpm, p=0,00) nos pts com TPOT, porém a média da pressão arterial média calculada foi menor no GC (88,6mmHg, p=0,01). Não houve diferença quanto ao tempo de evolução, número de episódios, presença de trauma, de pródromos, e recorrência dos episódios de síncope entre pts com síncope TI negativo e pts com TPOT. Houve aumento da BF/AF (2,1 vs 19,6; p=0,00, teste de Wilcoxon), com a inclinação, porém sem diferença entre os três grupos em ambas as posições. Pela análise multivariada por Stepwise para variável TPOT, p=0,006 para a FC supina (IC 95%: 0,01-0,06). Conclusões: Pts com TPOT foram os mais jovens, com maior proporção de mulheres e com FC maior na posição supina entre os grupos. Não houve diferença entre pts com TPOT e com síncope e TI negativo quanto à história clínica. O perfil autonômico foi semelhante entre os grupos. A FC supina foi preditora de TPOT.

40560CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E AUTONÔMICAS DE PACIENTES HIPERTENSOS COM SÍNCOPE.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, JESSICA SILVA DE PAULA, MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO E POLLYANNA ANTONIA DUARTE VITOR

FACULDADE DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BRASIL.

A hipertensão arterial e a síncope são condições clínicas frequentes. Estudos em idosos hipertensos demonstraram haver maior prevalência de hipotensão postural naqueles com níveis pressóricos basais mais elevados. Há poucos estudos sobre o perfil clínico, autonômico e a resposta ao teste de inclinação de pacientes (pts) hipertensos com síncope, constituindo esses os objetivos deste trabalho. Métodos: foram estudados 97 pts hipertensos, consecutivos, em tratamento, sem uso de antiarrítmico, em ritmo sinusal e com história de síncope, média de idade de 61,7 anos e 57 mulheres. Os pts foram submetidos à avaliação clínica e ao teste de inclinação a 70 graus, após 10 min na posição supina. Foi feita a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pela transformação de Fourier na posição supina e, em média, no 10º min do teste de inclinação, após correção de extrassístoles e artefatos. Resultados: a média da pressão arterial (PA) supina foi de 141/84 mmHg e da frequência cardíaca (FC) de 69 bpm. O teste de inclinação foi negativo em 43 pts (44,3%) e demonstrou resposta vasodepressora em 14 (14,4%), hipotensão postural em 36 (37,1%) e taquicardia postural em 4 pts. Não houve diferença quanto à idade (p=0,08), gênero (p=0,19), PA (p=0,12) e VFC na posição supina entre os pts com as distintas respostas ao teste de inclinação. Entretanto, pelo teste de Kruskal-Wallis, a FC na posição supina foi de 70,2; 71,4; 63,8 e 95,7 bpm, p=0,000; e o componente de alta frequência da VFC no teste de inclinação foi de 954,2; 112,3; 320,8 e 15,0 ms2, p=0,04, para pts com teste negativo, com resposta vasodepressora, hipotensão postural e taquicardia postural, respectivamente. Entre os gêneros, não houve diferença quanto a idade, PA e VFC, sendo a FC supina de 72,3 bpm, nas mulheres, e de 64,3 bpm, nos homens, com p=0,009 (teste de Mann-Whitney). Conclusões: A causa mais frequente de síncope nesses pts hipertensos ao teste de inclinação foi a hipotensão postural, porém sem diferença quanto ao perfil clínico, inclusive quanto à PA na posição supina. Todavia, a FC naquela posição foi menor nos pts com hipotensão postural e houve maior atenuação parassimpática nos pts com taquicardia postural e resposta vasodepressora com a inclinação, sem influência da idade.

40579RASTREAMENTO DA CARDIOPATIA REUMÁTICA ATRAVÉS DE ECOCARDIOGRAMA PORTÁTIL EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE MINAS GERAIS: RESULTADOS DO ESTUDO PROVAR

IARA M CASTRO, MARIA D C P NUNES, EDUARDO L V LOPES, KACIANE K B OLIVEIRA, CASSIO M OLIVEIRA, GRAZIELA CHEQUER, MICHELLE C GALBAS, ANA C A M DAMASCENO, ANTONIO L P RIBEIRO E BRUNO R NASCIMENTO

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - CHILDREN’S NATIONAL HEALTH SYSTEM, WASHINGTON-DC, E.U.A - FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A sensibilidade do exame do exame clínico é limitada para o diagnóstico precoce da Cardiopatia Reumática (CR), a diretriz de 2012 da World Heart Federation (WHF) recomenda a realização de rastreamento ecocardiográfico em escolares, especialmente em regiões de baixa renda. Ainda não existem dados consistentes sobre a prevalência da CR no Brasil. Objetivos: Avaliar a prevalência da CR em escolares de 6 a 17 anos de escolas da rede pública em áreas de baixo IDH da região metropolitana de Belo Horizonte, através de ecocardiografia portátil (ECO) realizada por não-médicos. Métodos: De Janeiro a Dezembro de 2014, foi realizado um treinamento de 12 semanas de equipe composta por enfermeira e técnico em imagens para realização do ECO de rastreamento preconizado pela WHF. A qualidade das imagens e a reprodutibilidade do método foram avaliados por 2 equipes independentes (Brasil e EUA). Nas escolas foi realizado um programa educativo sobre a CR, seguido da realização do ECO, interpretado à distância por ecocardiografistas através do sistema on-line LifeImage®. Os pacientes cujos exames foram considerados anormais (borderline ou definitivos) foram encaminhados para ecocardiograma completo e profilaxia secundária. Resultados: Foram avaliados 836 escolares em 4 escolas, sendo 56,7% do sexo feminino. A idade média foi de 13,1±3,2 anos, 79% residiam em casa própria, com média de 4,8±1,9 moradores por residência. Em relação aos ECOs, a concordância entre os observadores nos 36 casos selecionados para leitura dupla foi de 100%. A prevalência de exames anormais foi de 41/1000 (N=36), sendo 32/1000 (N=27) com alterações borderline e 5/1000 (N=4) com alterações definitivas de CR. Em 5 crianças foram encontradas outras alterações morfológicas. A prevalência de exames borderline ou definitivos foi de 28/1000 na faixa etária de 6 a 9 anos, 27/1000 de 10 a 13 anos e 47/1000 ≥14 anos (p=0,67). Após os ecos completos, 10 pacientes foram encaminhados para acompanhamento ambulatorial, 4 para profilaxia secundária. Conclusões: A realização de rastreamento escolar através do ECO teve resultados significativos para a detecção precoce de CR em regiões vulneráveis, onde a prevalência foi relativamente elevada. Sua custo-efetividade deve ser avaliada visando a incorporação do método a políticas públicas de saúde.

40595O IMPACTO DA REABILITAÇÃO CARDÍACA NA CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM UM GRUPO DE CARDIOPATAS GRAVES

RODRIGO SANTOS AGUILAR, ANA FLAVIA BACCARINI ALVES, JULIANO PEREIRA CANDIDO, LARA MARTINS PINTO, SERGIO NAPOLEAO GONCALVES, MARIO HENRIQUE VEIGA MEIRELES, LAURO CESAR DOS SANTOS, LUCIANA FERREIRA LEITE, JOSEPH FABIANO G SANTOS E YORGHOS LAGE MICHALAROS

CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS - IPSEMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - SERVIÇO DE CARDIOLOGIA E FISIOTERAPIA DO IPSEMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e fração de ejeção baixa tem suas capacidades funcional (CF) e laboral significativamente reduzidas com impacto negativo no campo psico-social. A reabilitação cardíaca (RC) é reconhecidamente uma das estratégias coadjuvantes na abordagem da IC. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da RC na CF e qualidade de vida de um grupo de pacientes atendidos em um ambulatório de IC. METODOLOGIA: Selecionamos 22 pacientes consecutivos, com idade entre 50 e 90 anos, portadores de IC com fração de ejeção baixa. Critérios de exclusão: pacientes com IC descompensada, quadro infeccioso, aqueles que já praticavam alguma atividade física regular ou incapazes de realizar atividade física. Intervenção realizada: duas sessões semanais de atividade física supervisionada, com duração de uma hora, durante 12 semanas, compostas por 10 minutos de aquecimento, 15 minutos de ciclo ergômetro, 20 minutos de caminhada e 15 minutos de atividades de resistência e força para os membros inferiores e superiores e 10 minutos para recuperação. Medidas de desfecho: avaliou-se o impacto da intervenção no índice de massa corporal (IMC), na circunferência do quadril (CQ), nos questionários EQ5D e VSAQ, e no resultado do teste de caminhada de seis minutos, antes e 12 semanas após a intervenção. RESULTADOS: Dos 22 pacientes incluídos, 72,7% eram homens, a idade média foi de 66,5 ± 9,0, além disso 95,5% dos pacientes tinham ao menos uma comorbidade importante. A etiologia isquêmica foi a mais frequente (50% do total), sendo desconhecida em 9,1% dos participantes. A fração de ejeção média foi de 34,3 ± 10,7%. Após a intervenção observamos redução significativa na medida da CQ (CQ= 97 ± 9,7 cm para 93,7 ± 10,7 cm p< 0,001). Houve melhora significativa na estimativa do consumo de O2 corporal pelo questionário VSAQ ( 3,6 ± 1,6 METs para 5,3 ± 2,0 METs – p= 0,004), no desempenho do teste de caminhada de 6 minutos (332,8 ± 92,5 m para 442,4 ± 127,3m – p= 0,001) e no questionário de qualidade de vida EQ5D (EQ5D= 66,1 ± 17,4% para 81,5 ± 17,6% – p< 0,001). Os resultados não sofreram influencia do gênero ou fração de ejeção. CONCLUSÃO: O programa de RC adotado na amostra do estudo melhorou significantemente os parâmetros de capacidade física, qualidade de vida e medidas antropométricas.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

40620EXPERIÊNCIA INICIAL DO USO DE CONTRASTE COM MICROBOLHAS EM SERVIÇO DE ECOCARDIOGRAFIA DO HOSPITAL FELÍCIO ROCHO - BELO HORIZONTE/MG

DEBORA M SOUZA, LILIAM F RIBAS, NADIR P S CRUZ, ALINE B RODRIGUES, ISAAC H SAMPAIO, CARLOS H F FONTES, JOSE L B PENA E FÁBIO Á TÓFANI

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Apesar da evolução tecnológica, ainda hoje a ecocardiografia fica limitada devido às janelas acústicas subótimas. A ecocardiografia contrastada utiliza agentes de contraste com microbolhas que atravessam a barreira pulmonar, atingindo as câmaras esquerdas e melhorando o sinal ecocardiográfico. Métodos: Selecionados quatro pacientes do sexo feminino; três submetidas a ecocardiogramas transtorácicos em repouso e uma ao exame sob estresse com dobutamina. As participantes foram orientadas sobre o procedimento. Realizada punção em veia periférica e preparo do contraste hexafluoreto de enxofre, Sonovue®. Após posicionamento adequado e aquisição das imagens iniciais, feitas injeções em bolus de cerca de 1,0-1,2 ml em momentos distintos para avaliar o endocárdio e a cavidade do ventrículo esquerdo (VE). As pacientes permaneceram em recuperação por 30 minutos após término do exame. Resultados: Caso 1, 64 anos, coronariopata, em avaliação de sopro cardíaco. Caso 2, 44 anos, em avaliação cardiológica pós quimioterapia. Em ambos, o contraste melhorou a definição do espessamento e delineamento endocárdico e não evidenciou alterações em repouso. Caso 3, 77 anos, em pré-operatório, realizou ecocardiograma sob estresse com injeções do contraste Sonovue® em todos os estágios, com resultado negativo para isquemia. Caso 4, 59 anos, em investigação de massa em ápice do VE. O contraste foi útil no diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica com VE não compactado. Não ocorreram efeitos colaterais. Discussão: O uso do contraste com microbolhas é uma ferramenta útil em pacientes com janelas limitadas em repouso, no eco de estresse, no diagnóstico diferencial. Permite melhor visualização do endocárdio e avaliação da estrutura e da função do VE quando dois ou mais segmentos contíguos não são vistos em imagens sem contraste. Favorece medições precisas e reprodutíveis do VE e o diagnóstico ecocardiográfico de anomalias estruturais do VE. Além disso, melhora a avaliação diagnóstica da motilidade segmentar, espessamento em repouso e estresse, aumentando a proporção de estudos diagnósticos e a confiança do médico que interpreta o exame. Conclusão: O uso de contraste com microbolhas traz benefícios, sem acarretar efeitos colaterais significativos. Os contrastes atuais apresentam boa persistência e melhoram a imagem bidimensional nas diversas modalidades do exame ecocardiográfico. Além da praticidade, pode reduzir a necessidade de exames invasivos e de alto custo.

40644IMPLANTAÇÃO DE REDE DE ATENÇÃO AO INFARTO EM ÁREA PREDOMINANTE-MENTE RURAL EM MINAS GERAISL: RESULTADOS PRELIMINARES

MILENA S MARCOLINO, BÁRBARA C A MARINO, ANDRE P ANTUNES, OLIVIA P LOIOLA, RASIVEL R S JUNIOR, PRISCILLA F O PASSOS, THAIS R LEMOS, ANA L N FRANA, MARIA B M ALKMIM E ANTONIO L P RIBEIRO

FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - CENTRO DE TELESSAÚDE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Fundamentos: A mortalidade hospitalar por infarto se mantém elevada em Minas Gerais, fato que se agrava no norte do estado, área predominantemente rural, onde as grandes distâncias retardam o atendimento dos pacientes. A Rede de Atenção ao Infarto foi implantada na região, a fim de reduzir o tempo para o diagnóstico e tratamento adequado. O objetivo deste estudo é avaliar os resultados preliminares da implantação da Rede de Atenção ao Infarto na região.

Métodos: Estudo quase-experimental, em 3 etapas: linha de base, implantação e pós-implantação. A implantação envolveu reorganização do fluxo de atendimento, implantação de tele-eletrocardiograma, trombólise pré-hospitar e treinamento teórico-prático das equipes, envolvendo simulação avançada, além de pré e pós teste. Dados da linha de base de pacientes com infarto com supradesnivelamento de ST (IAMCSST) serão comparados com dados preliminares de 4 meses pós-implantação.

Resultados: Foram registrados 100 casos de IAMCSST atendidos pelo pré-hospitalar na linha de base e 28 pós-implantação. Foi observado aumento progressivo da proporção de pacientes que realizaram ECG pré-hospitalar (28,5% no mês inicial, 54,5% com 2 meses e 69,2% 4 meses pós-implantação), aumento da proporção de pacientes submetidos a terapia de reperfusão (40% na linha de base vs. 100% pós-implantação, sendo 14,8% trombólise e 85,2% angioplastia primária), além de redução da mortalidade (29,5% vs. 17,8%). A heparina não era administrada no pré-hospitalar na linha de base e foi administrada em todos os casos de pacientes submetidos a trombólise. No total, 75 médicos e 167 enfermeiros participaram do treinamento clínico e responderam a ambos os testes. O tempo mediano de profissão foi 3 anos (intervalo interquartil [IIQ] 3-8) para médicos e 5 anos (IIQ 3-8) para enfermeiros. Quando comparados pré e pós-teste, houve melhora do desempenho em 63% dos médicos e 82,5% dos enfermeiros.

Conclusão: Este estudo demonstra que é factível implantar Rede de Atenção ao Infarto em área predominantemente rural. Além disso, mostra a importância de envolver e treinar as equipes e monitorar periodicamente indicadores de qualidade. Dados preliminares apontam aumento do acesso dos pacientes a terapia de reperfusão e redução da mortalidade.

40648 40651O FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO ESTÁ ASSOCIADO À FUNÇÃO SISTÓLICA E AO COMPONENTE FÍSICO DA QUALIDADE DE VIDA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA

HENRIQUE SILVEIRA COSTA, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA, GIOVANE RODRIGO DE SOUSA, NICOLE DE PAULA AARÃO FALEIRO MAIA, PEDRO DAMIAO JANSEN, BRUNO RIGHI SANTANA SILVA, ANTONIO LUCIO TEIXEIRA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO E MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, DIAMANTINA, MG, BRASIL.

Introdução: A disfunção autonômica e o intenso processo inflamatório são achados patológicas comuns em vários graus na cardiopatia chagásica (CCh), a manifestação clínica mais importante da doença de Chagas. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) é uma neurotrofina que desempenha papel importante no sistema nervoso autônomo, em fenômenos inflamatórios e metabólicos. Objetivo: Verificar a relação entre a concentração sérica de BDNF com a função sistólica e diastólica e qualidade de vida em pacientes com CCh. Metodologia: Setenta e cinco pacientes com CCh (48,36±8,01 anos, 45 homens) foram selecionados para o estudo e estratificados em tercis de acordo com a concentração sérica de BDNF: baixa concentração (115,42 a 2829,74 pg/mL), média concentração (3656,66 a 12318,68 pg/mL) e alta concentração (12757,68 a 22060,46 pg/mL). A dosagem sérica do BDNF foi realizada pelo método ELISA. Os pacientes também foram submetidos ao ecocardiograma e à avaliação da qualidade de vida pelo SF-36. Resultados: O grupo com alta concentração de BDNF apresentou, em relação aos grupos com média e baixa concentração maior fração de ejeção do ventrículo esquerdo (p=0,032 e p<0,001). O mesmo grupo também apresentou menor diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e melhor qualidade de vida pelo componente físico apenas em relação ao grupo com baixa concentração de BDNF (p=0,005 e p=0,004, respectivamente). Não houve diferença entre os grupos quanto à idade, gênero, razão E/e’ e qualidade de vida pelo componente mental. Conclusão: Em pacientes com CCh, o BDNF pode ser um indicador de alterações ecocardiográficas e está relacionado à percepção do paciente quanto ao impacto da doença na sua capacidade física.

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS HIPOCOLESTEROLEMIANTES POR PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: A elevação do colesterol plasmático é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Diferentes estudos demonstram que a associação da hipercolesterolemia com a hipertensão arterial e o tabagismo potencializa a gênese da aterosclerose. Em função da gravidade de suas complicações, bem como da alta morbi mortalidade decorrente das mesmas, representa um importante problema de saúde pública no mundo. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar a utilização de medicamentos hipocolesterolemiantes por pacientes hipertensos cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal, realizado entre os meses de novembro e dezembro de 2012, com 162 pacientes (31 homens e 131 mulheres), faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana, Minas Gerais. Foram coletados dados secundários de gênero, idade e medicamentos utilizados obtidos a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência das variáveis categóricas com valores de frequência percentual, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.6 ± 10.6 anos, sendo 80.9% do gênero feminino. Aproximadamente um quarto dos indivíduos avaliados (24.1%) utilizava alguma medicação para o controle de dislipidemias, sendo as estatinas a droga de escolha entre 100% deles. Discussão: Conforme descrito na literatura, as estatinas são os fármacos de escolha em terapias de prevenção primária e secundária, com grau de recomendação/nível de evidência 1A. Além da terapêutica farmacológica, o controle da hipercolesterolemia e de outras dislipidemias inclui implementação de atividades físicas regulares, terapia nutricional e cessação do tabagismo. Conclusão: As estatinas foram a droga de escolha entre todos os pacientes hipercolesterolêmicos. Foi observada elevada prevalência de hipercolesterolemia nesta população, fato que é preocupante, uma vez que estes indivíduos estão sujeitos ao desenvolvimento de numerosos eventos adversos.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

40652FATORES DETERMINANTES DA FRAQUEZA MUSCULAR INSPIRATÓRIA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA

HENRIQUE SILVEIRA COSTA, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA, PEDRO HENRIQUE SCHEIDT FIGUEIREDO, JOICE COUTINHO DE ALVARENGA, NICOLE DE PAULA AARÃO FALEIRO MAIA, CHEYENNE ALVES FONSECA, FERNANDA RODRIGUES DE ALMEIDA, GIOVANE RODRIGO DE SOUSA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES E MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, DIAMANTINA, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A fraqueza muscular inspiratória é um achado clínico comum em pacientes com insuficiência cardíaca, contribuindo para à intolerância ao esforço e piora do prognóstico. Entretanto, a relação entre a fraqueza muscular inspiratória e as variáveis ecocardiográficas e de medida direta da capacidade funcional permanece desconhecida na cardiopatia chagásica (CCh), considerando as peculiaridades desta população. OBJETIVO: Verificar os fatores associados à fraqueza muscular inspiratória em pacientes com CCh. METODOLOGIA: Pacientes com CCh (n=44; 57,2±9,9 anos; 13 homens) foram avaliados pela pressão inspiratória máxima (PImax) e estratificados de acordo com a presença de fraqueza da musculatura inspiratória (PImax≤70% do predito). Foram também realizados o ecocardiograma, Teste de Esforço Cardiopulmonar e avaliação da qualidade de vida pelo Minnesota Living with Heart Failure e o nível de atividade física pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). RESULTADOS: Os pacientes com fraqueza muscular inspiratória (n=15) apresentaram menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (p=0,005), maior diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (p=0,006) e maior inclinação VE/VCO2 slope (p=0,007) em relação aos sem alteração na musculatura inspiratória (n=29). A classe funcional NYHA, o nível de atividade física, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo, o diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo e o VE/VCO2 slope foram determinantes na presença de fraqueza muscular inspiratória, entretanto, apenas o VE/VCO2 slope permaneceu como preditor independente (OR 1,15; IC 95% 1,03 a 1,30; p=0,017). CONCLUSÃO: Há coexistência da fraqueza muscular inspiratória com alterações ecocardiográficas e funcionais em pacientes com CCh. O VE/VCO2 slope, considerado um indicador de fibrose e processo inflamatório, foi o único determinante da fraqueza dos músculos inspiratórios.

40666FECHAMENTO PERCUTÂNEO DA COMUNICAÇÃO INTERATRIAL OSTIUM SECUNDUM (CIA OS) COM PRÓTESE AMPLATZER EM CRIANÇAS MENORES QUE 20 KG.

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA E JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA

HOSPITAL VILA DA SERRA, BH, MG, BRASIL - HOSPITAL FELICIO ROCHO, BH, MG, BRASIL.

Introdução: O tratamento da CIA OS tem sido realizado por via percutânea como método de escolha pelo alto índice de sucesso, associado à baixa morbimortalidade. Entretanto em crianças, principalmente aqueles com menos que 20 kg, cuidados especiais devem ser tomados pelo maior risco de complicações. Objetivo: Mostrar a experiência do serviço com o fechamento percutâneo de CIA em pacientes com menos 20 kg. Método: Trinta e seis crianças foram referidas para fechamento percutâneo de CIA entre março de 2010 e outubro e 2013. Os procedimentos foram realizados sob anestesia geral acompanhados por ECO TE com sonda infantil. AAS na dose de 3 a 5mg/kg/dia foi iniciado uma semana antes e mantido por seis meses após o mesmo. Os tamanhos das próteses foram escolhidos de 1 a 2 mm maior que o diâmetro distendido do orifício com balão até parada do fluxo. O disco do átrio esquerdo foi aberto usando imagem em 4 câmaras para avaliar a relação da prótese com as valvas atrioventriculares. Usando o corte transversal o disco foi aproximado do septo com posterior abertura do colo e do disco direito. Após conferir a posição em todos os cortes a prótese era liberada. Alta hospitalar após 24 horas com reavaliação com um, seis, 12 meses após o procedimento. Análise estatística: As variáveis quantitativas foram descritas através de média ± DP e as qualitativas através das frequências absoluta e porcentagem. Foram ilustrados os dados através dos gráficos: histograma, de pontos e de setores. Resultado: o procedimento foi realizado com sucesso em 100% dos casos. A menor e a maior prótese implantada foi 14 e 28 mm, respectivamente (m=18). A relação prótese/peso foi menor que 1 em 15 pacientes (13,6%) e maior que 1 em 31 (86,1%). TPSV ocorreu em dois pacientes com conversão química, cefaleia em quatro (11%) com duração de sete a 25 dias. Shunt residual trivial foi visto em dois pacientes e ausência de shunt em 34 (94,4%) na avaliação de seis e 12 meses. As câmaras cardíacas se normalizaram e não foi encontrado complicações nesse período de seguimento. Discussão e conclusões: O fechamento do CIA em crianças < 20 kg deve ser indicada na presença repercussão hemodinâmica importante com aumento progressivo do tamanho da lesão ou complicações secundárias ao hiperfluxo. Nos casos bem selecionados, o fechamento percutâneo de CIA OS pode ser feito com segurança e baixa incidência complicações, constituindo, em nossa no opinião, o método de escolha para tratamento desses pacientes.

40682DOIS MILHÕES DE ELETROCARDIOGRAMAS ANALISADOS À DISTÂNCIA: UM MARCO PARA A TELECARDIOLOGIA NO BRASIL

MILENA S MARCOLINO, MARIA B M ALKMIM, LEONARDO BONISSON E ANTONIO L P RIBEIRO

FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - CENTRO DE TELESSAÚDE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A telessaúde surgiu no Brasil como uma estratégia para melhorar o acesso da população de municípios pequenos e remotos ao serviço de saúde especializado. O objetivo deste estudo e descrever a experiência exitosa de um serviço de telessaúde de larga escala.Metodologia: Trata-se de relato de experiência um serviço público de telessaúde de larga escala, formado por uma rede de 6 instituições públicas universitárias de Minas GeraisResultados: O serviço foi criado em 2006 e atende atualmente 730 municípios em Minas Gerais, com atividades de telecardiologia (análise de eletrocardiogramas, Holter e monitorização ambulatorial da pressão arterial) e teleconsultorias. O apoio financeiro é fornecido pelos governos federal, estadual e municipal. Usando equipamentos de baixo custo e tecnologia simples, o serviço empregou várias estratégias para superar as barreiras para o uso da telessaúde. O software da telecardiologia usa linguagem PHP e banco de dados PostgreSQL para manter a compatibilidade com outros softwares desenvolvidos no serviço. O foco inicial era apenas a Atenção Primária, mas o sucesso neste nível de atenção levou a expansão também para outros níveis de assistência: atualmente, 890 Unidades Básicas de Saúde, 2 Centros de Especialidade Médica em Belo Horizonte, 7 Unidades de Pronto Atendimento em Belo Horizonte e 48 unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da Região Ampliada Norte de Minas. Para garantir a qualidade do serviço, são realizadas auditorias periódicas. Já foram realizados mais de 2,2 milhões de eletrocardiogramas, um marco notável para a telessaúde no Brasil. Atualmente constitui serviço de saúde regular no estado, integrado ao sistema de saúde. Os principais fatores de sucesso do serviço foram a rede de trabalho integrado e a parceria do governo com a instituição de ensino e pesquisa, que viabilizaram o atendimento às necessidades reais dos usuários e o uso de uma tecnologia simples e de baixo custo, através da combinação adequada entre processo virtual e pessoal e viabilidade econômica.Conclusão: O modelo de telessaúde desenvolvido em Minas Gerais tem produzido bons resultados. Como consequência, é agora um serviço de saúde regular no estado, integrado ao sistema de saúde na Atenção Primária, e em constante expansão nos outros níveis de atenção.

40691TRATAMENTO PERCUTÂNEO DE FISTULAS ARTERIOVENOSAS PULMONARES (FAVP)

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA E JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA

HOSPITAL VILA DA SERRA, BH, MG, BRASIL - HOSPITAL FELICIO ROCHO, BH, MG, BRASIL.

Introdução: FAVP são anormalidades onde há comunicação do sangue arterial pulmonar com o sistema venoso pulmonar, podendo causar cianose de diversos graus, dispneia, embolia paradoxal e predispor a infecções como abcesso cerebral. As manifestações clínicas podem iniciar em qualquer idade, sendo mais comuns na idade adulta. A disponibilidade de materiais de diversos tamanhos e formas tem permitido que o tratamento percutâneo seja utilizado em substituição ao tratamento cirúrgico. Objetivo: Mostrar a experiência do serviço com o fechamento percutâneo de FAVP utilizando diferentes materiais. Método: Entre março de 2005 a Janeiro de 2015 18 pts foram submetidos a 21 procedimentos. 11 pacientess. encaminhados devido cianose e dispneia; seis por cianose e um devido embolia paradoxal. Diagnósticos pela clínica, teste com microbolhas, TC e/ou por angiografia. As FAVP foram ocluídas usando próteses Amplatzer (PLUG, PCA I e II, mola, mola+cola). Resultado: Idade quatro a 32 anos(média 22), 55% masculino. Eliminação total da fístula em 15 pacientes e normalização da saturação e melhora dos sintomas em três pts. Procedimento repetido por shunt residual ou múltiplas fístulas (síndrome de RenduOslerWeber). Em um paciente. com múltiplas fístulas e piora da cianose foi depositado cola após implante de 14 molas, com normalização da saturação. Um paciente apresentou dor pleurítica após sete dias com internação para tratamento clínico. Conclusões: FAVP é rara, com sintomas relacionados ao seu tamanho. Pacientes sintomáticos ou fístulas > três mm tem indicação de tratamento cirúrgico ou percutâneo. A disponibilidade de dispositivos de diferentes formas e tamanhos tem possibilitado a oclusão das mesmas com alto índice de sucesso e baixa morbimortalidade. Houve sucesso em todos casos e em 1 paciente. foi usado cola, até então sem descrição na literatura médica para essa finalidade. Pela segurança e resultados, a disponibilidade de materiais adaptáveis faz com que o tratamento percutâneo seja o método de escolha para essa doença.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

40693OCLUSÃO PERCUTÂNEA DOS DEFEITOS INTERATRIAIS (FOP E CIA) GUIADA PELO ECO INTRACARDÍACO.

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA E JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA

HOSPITAL VILA DA SERRA, BH, MG, BRASIL - HOSPITAL FELICIO ROCHO, BH, MG, BRASIL.

Introdução: O tratamento percutâneo de CIA OS e FOP tem sido o método de escolha pela baixa morbimortalidade e alto índice de sucesso. Os procedimentos têm sido guiados pelo ECO TE na maioria das vezes.. A necessidade de um outro profissional, nem sempre disponível de acordo com o desejo do operador, a intolerância em procedimentos mais demorados, necessidade de sedação ou anestesia geral constitui os inconvenientes do seu emprego. ECO IC por poder ser realizado pelo mesmo operador, necessitando apenas de anestesia local com ou sem leve sedação apresenta como boa alternativa ao ECO TE sem os inconvenientes descritos acima. Objetivo: Mostrar a experiência do serviço com a oclusão das Comunicações inter-atriais usando o ECO IC. Método: Entre 30/04/11 a 24/01/205 201 procedimentos foram realizados com essa técnica. A veia femoral direita foi puncionada em dois pontos em 195 (97%) pacientes e punção bilateral em 6(3%) ptspacientes. A sonda do ECO IC era introduzida sob fluoroscopia e posicionada em átrio direito. A partir desse ponto, movimentos caudal, cranial, rotação e inclinações póstero-anterior foram realizadas para obter as imagens desejadas. O procedimento para estudo da anatomia, posicionamento e liberação das prótese seguiram os passo clássicos utilizado com ECO TE. Terminado o procedimento, os introdutores eram retirados e feito compressão manual por cinco a 20 minutos. Caminhada no quarto liberada após quatro horas e alta hospitalar dentro de 24 horas. Controle uma semana, um, seis e 12 meses eram realizados incluindo no exame ausculta da região puncionada e em caso de sopro novo realizava-se ultrassom vascular. Resultado: Procedimentos realizados em 100% dos pacientes com sucesso com as seguintes características: 129(64%) masculino; idade sete a 78 anos( m=36,6±19,3); peso 28 a 92 kg (m=62,5±13); fluoroscopia (m=5,7±2,4 mi ), tempo de procedimento (m= 21,5±6,4min); 4/201 (2,0% arritmia transitória) e 20/201(9,9%) apresentaram cefaleia com duração de uma a três semanas. Duas pacientes apresentaram pequena fistula arteriovenosa no local da punção com resolução espontânea dentro do primeiro mês. Não houve complicações maiores. Conclusões e Resultado: O ECO IC é de fácil realização, bem tolerado pelos pacientes, com a vantagem de pode ser realizado pelo mesmo operador. Apresenta imagens semelhantes ao ECOTE, podendo ser a primeira opção para esses procedimentos.

40706QUINZE ANOS DE EXPERIÊNCIA COM FECHAMENTO PERCUTÂNEO DAS COMUNICAÇÕES INTERATRIAIS( CIA/FOP).

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA E JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA

HOSPITAL VILA DA SERRA, BH, MG, BRASIL - HOSPITAL FELICIO ROCHO, BH, MG, BRASIL.

Introdução: A disponibilidade de dispositivos seguros e eficazes na eliminação das comunicações interatriais tem permitido a oclusão desses defeitos com sucesso e baixa morbidade. Objetivo: Mostrar a experiência do serviço com o fechamento percutâneo das comunicações interatriais em 1020 pacientes durante 15 anos. Método: Pacientes com CIA ostium secundum (CIA OS) com repercussão hemodinâmica e FOP com evidência de embolia paradoxal, sem outras causas para justificar o evento, foram aceitos para os procedimentos. AAS na dose de 3 a 5 mg/kg/dia foi iniciado uma semana antes e mantido pelo menos por 6 meses após o procedimento. Ecocardiograma transesofágico, transtorácico ou intracardíaco foram utilizados para guiar o implante das próteses. Foi usado anestesia geral em crianças e leve sedação nos demais pacientes. Após alta hospitalar em 24 horas os pacientes foram reexaminados em uma semana, um mês, 6 e 12 meses após o procedimento. Análise estatística: As variáveis quantitativas foram descritas através de média±DP e as qualitativas através das frequências absoluta e porcentagem. Foram ilustrados os dados através dos gráficos: histograma, de pontos e de setores. O software utilizado foi o SPSS versão 20.0. Resultado: Os procedimentos foram realizados com sucesso em 1018/1020 (99,8%) dos casos. Dois pacientes foram enviados para cirurgia (0,2%). Peso de 13 a 92 Kg (m= 36), idade de três a 78 anos (m= 36) com 58% de pacientes do sexo feminino. Observamos normalização do tamanho cardíaco ou diminuição significativa em todos os casos. Arritmia SV transitória em 30 (2,9%,) cefaleia em 89 pacientes(8,7%). Ausência de shunt residual em 97,5% e shunt residual em 2,5%. O ECOTE foi usado em 807 pacientes (79,1%), ECOIC em 201 (19,7% ) e ECO TT em 12 (1,2%). Foram realizados 295 fechamentos de FOP (29%) e 725 fechamentos de CIAs (71%). Tamanho das próteses usadas em mm: <20=231(31,9%), 21 a 30= 341 (47,0%0 e > 30 em 153 pacientes (21,1%). Discussão e Conclusões: O fechamento percutâneo de CIA OS e FOP tem sido realizado com sucesso e baixa morbimortalidade. Permite aos pacientes retornarem às suas atividades em curto período, além ser praticamente indolor e sem cicatriz, constituindo no o método de escolha para tratamento dessas doenças no momento.

40928 40948TILT TEST EM OCTAGENÁRIOS

CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA, MITERMAYER REIS BRITO E ROBERTO LUIZ MARINO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Sincope é a principal causa de quedas em idosos resultando em injúrias físicas com consequente comprometimento funcional e redução expectativa de vida. A multicausalidade e as várias co morbidades caracterizam esta população e a distingue de jovens com sincope.Métodos : foram analisados 96 idosos octagenários , no período de Dez /2013 a Nov/2014 encaminhados para realização de Tilt Test ( TT).Resultados: a idade média dos ptes foi de 83 +/- 3 anos, sendo 56.3% do sexo feminino. O motivo do exame foi esclarecimento de sincope em 55.2% e de pré sincope em 18.8% dos ptes. No grupo analisado, 78.2% eram hipertensos, 22.9% portadores de cardiopatia e 20.8% com doença neurológica . Trauma ocorreu em 18.8% dos ptes. O uso diário de 3 a 5 medicamentos estava presente em 52% dos ptes. Não foi realizada sensiblização farmacológica com nitrato sublingual em 58.3% dos ptes sendo o principal fator limitante a hipotensão arterial ao final da fase passiva. Dentre os resultados obtidos, 14.6% apresentaram hipotensão ortostática (HO), 22.9% padrão disautonômico( DT), 5.2% vasovagal e 4.2% hipersensibilidade do seio carotideo. Em 15.6% houve associação de respostas, sendo as principais HO e DT. Não ocorreram complicações durante a realização do exame.Condlusão: em octagenários houve predominio de co morbidades e de polifarmacia.Sendo a hipotensão ortostática mais frequente, seu diagnóstico também pode ser realizado em atendimento ambulatorial de rotina do idoso , orientando a prescrição de medicamentos que afetam a pressão arterial. O TT em octagérios mostrou-se seguro, porém limitado em relação a possiblidade de sensiblização farmacológica com nitrato sublingual.

TERAPIA ANTICOAGULANTE PRECOCE APÓS IMPLANTE PRÓTESE VALVAR MECÂNICA: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE.

LUIZ GUILHERME PASSAGLIA, MARCOS ROBERTO DE SOUSA E GUILHERME MONTEIRO DE BARROS

HOSPITAL DAS CLINICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, BRASIL.

INTRODUÇÃO: as diretrizes são contraditórias quanto à indicação de anticoagulação parenteral como terapia de ponte no pós-operatório de implante de válvula cardíaca mecânica.

METODOS: cinco bases de dados foram pesquisadas para avaliar a segurança (taxa de sangramento) e eficácia (taxa de eventos tromboembólicos) da anticoagulação oral sem (ACO) ou com ponte com heparina não-fracionada (HNF) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM). Mortalidade também foi analisada. A escala de Newcastle Ottawa foi utilizada para análise da qualidade dos estudos. O Software Comprehensive Meta Analysis foi usado para combinar os resultados dos estudos de modelo de efeitos aleatórios. Heterogeneidade e viés de publicação foram avaliados através do Teste I2 e Teste de Egger, respectivamente. Para o Teste de Egger positivo, o método de Trim and Fill foi utilizado para estimar o impacto teórico de viés de publicação.

Resultados: Vinte e três estudos foram incluídos com um total de 9534 pacientes. A taxa de sangramento foi de 1,8% (IC 95% 1,0-3,3) no grupo que recebeu a OAC, de 2,2% (IC 95% 0,9-5,3) no grupo OAC + HNF e 5,5% (95% CI 2,9-10,4) na OAC + grupo HBPM (p = 0,042). A taxa de eventos tromboembólicos foi de 2,1% (IC 95% 1,5-2,9) no grupo que recebeu OAC em comparação com 1,1% (IC 95% 0,7-1,8) ao combinar os grupos de terapia de ponte - OAC + UFH e LMWH + OAC (p = 0,035). A maioria das análises exibiu heterogeneidade moderada e testes negativos para viés de publicação.

Conclusões: terapia de ponte após a cirurgia de válvula cardíaca foi associada a uma taxa de eventos tromboembólicos menor, embora a diferença foi pequena e com uma considerável sobreposição dos intervalos de confiança. A terapia de ponte com HNF parece ser segura; no entanto, esta observação tem risco de viés. O tratamento precoce com HBPM parece estar associado consistentemente com altas taxas de sangramento. Mais estudos são necessários para estabelecer a relevância clínica da ponte terapia e a segurança do uso da HBPM neste contexto.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

40954EFEITOS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE O EXERCÍCIO FÍSICO E A SOJA NO PERFIL LIPÍDICO E NA ATEROGÊNESE EM CAMUNDONGOS

TATIANA RAMOS FONSECA, E JACQUELINE ISAURA ALVAREZ LEITE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA, BETIM, MG, BRASIL.

Objetivos: Avaliar os efeitos do exercício físico e do extrato de soja, administrados juntos ou isolados, no perfil lipídico e na aterosclerose em camundongos deficientes do gene para o receptor de LDL.Métodos e Resultados: Foram utilizados camundongos LDLr-/- com 9 a 10 semanas de idade. Estes foram subdivididos em: grupo que não realizou exercício e recebeu dieta controle (CT; n=8); grupo que realizou exercício e recebeu dieta controle (EX; n=8); grupo que não realizou exercício e recebeu dieta contendo extrato de soja (ES; n=8); grupo que realizou exercício e recebeu dieta contendo extrato de soja (EX+ES; n=8). Os pesos corporais (g) foram avaliados semanalmente. O perfil lipídico (mg/dL) foi determinado por ensaio enzimático. Foi realizada a análise histomorfométrica da lesão aterosclerótica na válvula aórtica (mm2) e na aorta torácica e abdominal (%). No perfil lipídico, nos grupos que consumiram o extrato de soja houve aumento do HDLc (CT: 21,01 + 2,05; EX: 22,92 + 3, 46; ES: 36,02 + 4,37; ES+EX: 32,77 + 6,52 mg/dL, p<0,05) e redução das frações aterogênicas (CT: 650,77 + 86,10; EX: 668,03 + 55,07; ES: 551,29 + 63,63; ES+EX: 601,20 +106,59 mg/dL, p<0,05). Além disso, o exercício físico e o extrato de soja, quando presentes em conjunto ou separados, promoveram redução da lesão aterosclerótica na raiz aórtica (CT: 599 x 103 + 146 x 103; EX: 319 x 103 + 91 x 103; ES: 298 x 103 + 70 x 103 ; EX + ES: 188 x 103 + 36 x 103 µm2, p<0,05) em relação ao grupo CT.Conclusão: Este estudo mostrou que tanto o exercício físico quanto a ingestão do extrato de soja reduzem a evolução da aterosclerose. Porém, a associação dos dois tratamentos não levou a ações adicionais em todos os parâmetros estudados.

40976FUNÇÃO VENTRICULAR DIREITA NAS MIOCARDIOPATIAS CHAGÁSICA E IDIOPÁTICA: COMPARAÇÃO DOS VÁRIOS PARAMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS E IDENTIFICAÇÃO DOS PREDITORES DE MORTALIDADE

MARIA D C P NUNES, MARCIA M BARBOSA, JOICE COUTINHO DE ALVARENGA, PEDRO F S CUNHA, STELLA C S SOUZA, BRUNO R S SILVA, GABRIELA A GOEBEL, THAIS A R LAGE, FERNANDA M E LEITE E MANOEL O C ROCHA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: INF. E MED T, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A miocardiopatia chagásica (MCh) apresenta certas peculiaridades fisiopatológicas, além de considerável variabilidade na evolução clínica. A função do ventrículo direito (VD) estaria implicada nesta heterogeneidade de apresentação e prognóstico. Contudo, poucos estudos avaliaram as condições funcionais e anatômicas do VD na MCh comparando-as às de outras miocardiopatias dilatadas. Este estudo foi desenhado para analisar a função do VD nas miocardiopatias dilatadas chagásica e idiopática (MDI) e determinar os parâmetros de função do VD preditores de mortalidade. Métodos: Incluíram-se 40 pacientes com MCh e 40 com MDI, sem outras comorbidades, pareados por idade, sexo, classe funcional e fração de ejeção. A função do VD foi sistematicamente analisada utilizando-se várias variáveis ao ecocardiograma, incluindo o strain e o strain rate. Os níveis séricos de BNP foram obtidos em ambos os grupos. O desfecho analisado foi morte cardíaca ou necessidade de transplante de urgência. Resultados: A idade dos grupos estudados foi de 43 ± 11 anos, 62% de homens, 74% em classe funcional I e II com fração de ejeção do VE de 30 ± 10%. Não houve diferença entre os pacientes com MCh e MDI em relação aos diâmetros ventriculares, funções sistólica e diastólica do VE e níveis de BNP. Todos os parâmetros de função do VD, incluindo strain e strain rate foram semelhantes entre os grupos. Durante o seguimento de 3,6 anos (variou de 2 meses a 13 anos), 35 pacientes morreram e três foram transplantados, com incidência de 13,5 eventos cardíacos por 100 pacientes-anos. Na análise multivariada pelo modelo de Cox, o índice de performance miocárdica do VD (HR 1,175, IC 95% 1,028 – 1,343; p=0,018), velocidade sistólica do anel tricúspide ao Doppler tecidual (HR 0,812, IC 95% 0,680 – 0,969; p=0,021) e o grau da regurgitação tricúspide (HR 2,192, IC 95% 1,157 – 4,151; p=0,016) foram preditores independentes de desfechos adversos, após ajuste por fatores prognósticos estabelecidos como classe funcional e fração de ejeção. Conclusão: Parâmetros ecocardiográficos de função do VD constituem preditores independentes de desfechos adversos em pacientes com MCh e MDI, insuficiência cardíaca e expressiva disfunção sistólica ventricular esquerda, com grau semelhante de comprometimento do VD.

41010EFEITO DA VALVULOPLASTIA MITRAL PERCUTÂNEA NO REMODELAMENTO ATRIAL ESQUERDO

JULIANA RODRIGUES SOARES, LUCAS LODI JUNQUEIRA, GUILHERME RAFAEL SANT`ANNA ATHAYDE, BRUNO R NASCIMENTO, REGIANE URBANO, LUISA FREIRE PEDERNEIRAS BARBOSA, DAYANE AMARAL MADUREIRA, THIAGO NEVES DA ROCHA REIS, WILLIAM ANTONIO M. ESTEVES E MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES

PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: INFECT E MED. TROPICAL , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

A estenose mitral reumática (EM) resulta em sobrecarga pressórica do átrio esquerdo (AE) com consequente remodelamento atrial e seus efeitos adversos, incluindo o aparecimento de arritmias atriais. O caráter reversível do remodelamento estrutural e funcional do AE após a valvuloplastia mitral percutânea (VMP), especialmente na presença de fibrilação atrial (FA), não se encontra definido.Objetivos: Avaliar o efeito agudo e crônico da VMP sobre o remodelamento do AE e identificar os determinantes da função atrial em longo prazo após o procedimento valvar.Métodos: Incluiu-se 84 pacientes com EM submetidos à VMP entre março/2010 e janeiro/2014. A função do AE foi avaliada por meio da ecocardiografia tridimensional (ECO3D), calculando-se a fração de esvaziamento atrial (FEAE) através da fórmula: FEAE(%) = (Volume máximo-mínimo)/(Volume máximo) x 100. A FEAE foi calculada pré, 48 horas após a VMP e com um ano de seguimento.Resultados: A idade média foi de 43 ± 12 anos, 73 (87%) mulheres, 30 (36%) em classe funcional III/IV e 15 (18%) estavam em FA antes da VMP. A VMP resultou em aumento da FEAE, de 20,4 ± 10,1% para 28,7 ± 11,4% 48 horas pós VMP (p <0,001) e para 32,6 ± 13,3% em 1 ano de seguimento (p=0,003). Comparando-se o remodelamento atrial conforme o ritmo cardíaco, pacientes com FA apresentaram aumento da FEAE imediatamente após a VMP (13,8±7,5% vs 21±9,3%; p=0,039), mas sem posterior aumento com um ano de seguimento (p=0,946). Entretanto, pacientes em ritmo sinusal apresentaram aumento progressivo da FEAE após a VMP e em um ano de seguimento. Idade, FA basal e o gradiente médio após a VMP foram preditores da FEAE em longo prazo.Conclusões: O AE apresenta um remodelamento reverso após VMP. Esse remodelamento é maior imediatamente após o procedimento, mas continua a ocorrer nos próximos meses. Em pacientes com FA, esse remodelamento também ocorre, embora em menor extensão, e a melhoria da FEAE ao longo dos meses após a VMP não é significativa.

41046RELATO DA EXPERIÊNCIA DO USO DA CORREÇÃO DE ATENUAÇÃO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NA CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICE

IVANA SENA DO NASCIMENTO, MARCELO CÉSAR GARCIA CARNEIRO E RODRIGO RODRIGUES BATISTA

CEU DIAGNÓSTICOS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução:Cintilografia de Perfusão Miocárdica (CPM) é um método amplamente utilizado no diagnóstico e acompanhamento da Doença Arterial Coronariana(DAC); evoluiu de imagens planares para tomográficas (SPECT), associadas a análise da função ventricular esquerda (VE) com GATED SPECT(GS), aumentando a acurácia na detecção de DAC. Artefatos de atenuação(AA) gerados pela interposição de mama esquerda, próteses mamárias, adiposidade torácica,diafragma e outros, podem resultar em exames falso-positivos (FP).Tomografia Computadorizada (CT) de baixa dosagem foi incorporada às gama-câmaras modernas a fim de eliminar estes artefatos através da correção de atenuação ( AC )Métodos: Utilizado equipamento híbrido (SPECT-CT) de baixa dosagem (2,5mA, 140 kV),análise de dados no período de Agosto/12 a Abril/15; exames em 5526 pacientes,3205 do sexo feminino (58%),2321 do sexo masculino (42%), idade de 24 a 92 anos(média 70 anos);etapas de repouso e pós-estresse (61% físico,38% farmacológico com Dipiridamol e 1% com Dobutamina), utilizando-se AC e GS em ambas as etapas. As imagens foram interpretadas com AC (ACCT) e sem AC (NAC),por dois médicos nucleares independentes.Resultados:ACCT utilizado em todos os pacientes, reduziu AA em paredes inferior e anterior, assim como AA em cardiomegalias, Bloqueios de Ramo Esquerdo e adicionou apenas 5,0 minutos ao estudo.Discussão:CPM é um método de alta sensibilidade, porém apresenta resultados FP em DAC devido a AA. Segundo literatura, o uso de AC aumenta a acurácia da CPM e reduz a necessidade de exames diagnósticos adicionais. A utilização da ACCT é uma opção factível, dispensando o paciente do desconforto de realizar imagens em prona, com um aumento não-significativo de 1,2 mSv na dose efetiva recebida em cada etapa.Conclusão:O uso da ACCT de baixa dosagem na CPM reduziu os artefatos de atenuação,aumentando a especificidade e acurácia do método na DAC. O emprego desta técnica ainda reduziu a variabilidade inter e intraobservador, aumentando a confiança na interpretação das imagens.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

41048RELATO DA EXPERIÊNCIA DO USO DE IMAGENS HÍBRIDAS SPECT CT NA CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO E INALAÇÃO PULMONAR

MARCELO CÉSAR GARCIA CARNEIRO, IVANA SENA DO NASCIMENTO E RODRIGO RODRIGUES BATISTA

CEU DIAGNÓSTICOS , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A Medicina Nuclear vem utilizando imagens bidimensionais para a realização de Cintilografia Pulmonar de Perfusão e Inalação(V/P) para auxílio diagnóstico no tromboembolismo pulmonar (TEP).Nestes últimos 45 anos, foram elaborados vários critérios probabilísticos para interpretação das imagens planares como PIOPED e suas revisões, porém, ainda apresentavam elevado percentual de estudos com probabilidade intermediária e /ou indeterminada, devido a utilização de imagens planares bidimensionais. De acordo com a literatura, a utilização de SPECT aumenta a sensibilidade, especificidade e acurácia no TEP pela V/P, reduzindo para menos de 5% os estudos indeterminados se utilizado SPECT e para menos de 1% se associado a tomografia (CT) de baixa dosagem.Métodos: Foram analisados 858 exames de V/P no período de Julho/09 a Abril/15, sendo adquiridas imagens planares convencionais e tomográficas SPECT, de Inalação e Perfusão, para fins comparativos, associadas a CT de baixa dosagem, em aparelho híbrido SPECT CT.Resultados: A utilização de imagens SPECT V/P, associadas ao CT de tórax, aumentou a detectabilidade de defeitos perfusionais e/ou ventilatórios em relação às imagens planares em média em 47% dos pacientes, especialmente em defeitos subsegmentares e de segmento basal medial inferior direito. Além disto, o CT proporcionou o diagnóstico de alterações parenquimatosas associadas, relacionadas ou não ao TEP, além de facilitar o diagnóstico cintilográfico de TEP em portadores de comorbidades, como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, cardiomegalia e derrames pleurais.Discussão: As imagens planares ainda são realizadas em muitos serviços de Medicina Nuclear e apresentam elevado índice de estudos inconclusivos (20-80%) no TEP, fazendo-se necessário estudos adicionais para definição diagnóstica em um grupo com elevada mortalidade (10-30%) se não tratados.Conclusão: A utilização de V/P SPECT é factível em qualquer serviço de Medicina Nuclear, adicionando apenas 15 minutos ao tempo de estudo; se utilizado o CT, acrescenta uma dose efetiva não significativa, evitando estudos adicionais como a angioCT do tórax, contraindicada em pacientes nefropatas e com alergia ao contraste iodado.

41056ANÁLISE DAS PERTURBAÇÕES DO EQUILÍBRIO CORPORAL OCORRIDAS DURANTE TESTE ERGOMÉTRICO EM PROTOCOLO DE RAMPA

LIGIA ARANTES NEVES DE ABREU, BERNARDO ARANTES NEVES DE ABREU, BRUNA FERNANDA GOMES DE MORAIS, LEONARDO ANTUNES MESQUITA, NOEMIA DA COSTA, GLAUCO FRANCO SANTANA, JOSE CARLOS DA COSTA ZANON, LUIZ ANTÔNIO ALVES DE ABREU, SILAMAR BREDER DE SOUZA E ODILON GARIGLIO ALVARENGA DE FREITAS

MINASCOR CENTRO MÉDICO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - SANTA CASA DE BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: As sensações de perturbação do equilíbrio corporal são relativamente frequentes na população, principalmente em idosos, e também ocorrem durante o teste ergométrico (TE). Hoje faltam estudos nacionais sobre sua incidência, apresentação e impactos nos TE realizados no protocolo de Rampa. Objetivos: analisar as perturbações do equilíbrio corporal, intensas e incapacitantes, em pacientes submetidos a TE no protocolo de Rampa e suas associações com os parâmetros obtidos no exame. Metodologia: foram analisados TE realizados entre janeiro 2008 e março 2015, em clínica especializada, no protocolo de Rampa conforme as Diretrizes da SBC de TE, correspondendo a um total de 35.912 exames. Considerado: tontura = manifestação de desequilíbrio, sensação de instabilidade espacial ou “de estar flutuando no ar”; vertigem rotatória = sensação de estar girando (rodando) em torno do ambiente ou vice-versa. Análise estatística com IBM SPSS versão 19 e p<0,05. Resultados: a Tabela 1 apresenta os dados pacientes (peso, altura, IMC) e variáveis do TE no momento dos sintomas. Na Tabela 2 foram verificados os sintomas, intensidade, alterações neurovegetativas (náuseas, vômitos, palidez) e alterações específicas tais como pressão arterial, arritmia, freqüência cardíaca (FC). No total ocorram 257 pacientes com sintomas, idade média de 55,07 anos (19 a 87 anos) e desvio padrão (DP) 14,92. Do total, 74 eram homens com idade média 59,53, e 183 mulheres com 61,28 anos. A incidência foi de 0,72%. Na comparação dos sintomas entre gêneros, os homens apresentaram os sintomas em FC, porcentagem da FC máxima prevista, em VO2 e déficit aeróbico funcional (FAI) significativamente maiores. Discussão/Conclusão: As perturbações do equilíbrio, intensas e incapacitantes, durante o TE no protocolo de Rampa ocorreram em 0,72% dos exames analisados, foram mais comuns em mulheres em FC, VO2 e FAI menores que do que nos homens.

41058 41061TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA POR IMPLANTE TRANSCATETER DE PRÓTESE VALVAR AÓRTICA (TAVI VALVE-IN-VALVE) EM PACIENTES DE ALTO RISCO

MARCELO BRAGA IVO, RODRIGO DE CASTRO BERNARDES, LUIZ CLAUDIO MOREIRA LIMA, ERNESTO LENTZ DA SILVEIRA MONTEIRO, WALTER RABELO, MARCOS ANTONIO MARINO, ROBERTO LUIZ MARINO E FERNANDO ANTONIO ROQUETE REIS FILHO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: implante de prótese aórtica transcateter (TAVI) é uma alternativa à substituição valvular aórtica cirúrgica convencional em pacientes com estenose aórtica (EA) grave e risco cirúrgico inaceitável. O implante de TAVI nas disfunções protét icas aórt icas ainda carece de val idação. Métodos: Apresentamos a experiência com o implante de prótese aórtica transcateter para o tratamento de próteses aórticas disfuncionantes (valve-in-valve) em nosso centro. No período de novembro de 2011 a abril de 2015 52 pacientes foram avaliados para implante de TAVI, destes 5 eram portadores de disfunção de bioprótese valvar aórtica. Eles apresentavam um Euroscore médio de 23% e uma idade média de 80 anos. Estes 5 doentes foram seguidos de modo prospectivo desde sua cirurgia. Resultados: O índice de sucesso no implante foi de 100%. Não ocorreram óbitos na fase hospitalar. Como complicações foram observadas necessidade de transfusão (20%), colocação de marca-passo definitivo (20%) e reinternação para tratamento clínico de endocardite (20%). Após um follow-up médio de 30 meses não se registou nenhum caso de disfunção protética nem de morte cardiovascular. Houve apenas uma morte após um ano devido a complicações psiquiátricas. Conclusões: O tratamento da disfunção de prótese valvar aórtica em pacientes de alto risco para cirurgia convencional com TAVI (valve-in-valve) é seguro e eficaz. Desta forma constitui-se uma excelente alternativa terapêutica e suscita a discussão sobre a idade de corte na seleção do tipo de prótese valvar.

TRATAMENTO DA VALVOPATIA AÓRTICA SEVERA SINTOMÁTICA POR IMPLANTE DE PRÓTESE AÓRTICA TRANS-CATETER OU CIRURGIA CONVENCIONAL EM PACIENTES DE ALTO RISCO.

FERNANDO ANTONIO ROQUETE REIS FILHO, LUIZ CLAUDIO MOREIRA LIMA, ERNESTO LENTZ DA SILVEIRA MONTEIRO, WALTER RABELO, ROBERTO LUIZ MARINO, ANTONIO CARLOS NEVES FERREIRA, BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, MARCOS ANTONIO MARINO e RODRIGO DE CASTRO BERNARDES

HOSPITAL MADRE TERESA, Belo Horizonte, MG, BRASIL - HOSPITAL MATER DEI, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: O advento do implante de prótese valvar transcateter (TAVI) trouxe uma esperança de tratamento da estenose aórtica severa sintomática em pacientes que antes eram recusados devido ao alto risco operatório. Entretanto a cirurgia convencional ainda é considerada padrão ouro no tratamento destas patologias. OBJETIVO: Avaliar a seleção e os resultados do tratamento cirúrgico convencional e do implante de prótese transcateter em um grupo de pacientes de alto risco portadores de estenose aórtica severa sintomática ou disfunção de bioprótese aórtica e encaminhados para o tratamento invasivo. MÉTODOS: No período de Novembro de 2011 a Abril de 2015, 51 pacientes foram encaminhados para avaliar o tratamento da estenose aórtica severa sintomática ou correção de disfunção de bioprótese aórtica. Destes, 5 foram submetidos a terapia não invasiva (TTC), 29 para TAVI e 16 para cirurgia convencional com CEC (TVAoC). A seleção se baseou na possibilidade técnica de realização de implante transcateter ou sua contra-indicação e ainda por critérios clínicos ou pela presença de outras patologias. RESULTADOS: A média de idade foi de 82,5 anos no grupo TAVI, 79,9 anos no grupo TVAoC e 80 anos no grupo TTC. O Euroscore II e o STS foram respectivamente 20% e 26,5% no grupo TAVI, 15% e 19,5% no grupo TVAoC e 27% e 36,6% no grupo TTC. Os dados clínicos e ecocardiográficos eram comparáveis entre os grupos. Todos os pacientes dos grupos TAVI e TVAoC tiveram a prótese adequadamente implantadas, sendo que no grupo TVAoC nenhum paciente apresentou regurgitação paraprotética e no grupo TAVI 4 pacientes tiveram regurgitação moderada. Ocorreram 4 óbitos no grupo TTC, 3 óbitos no grupo TAVI e 4 no grupo TVAoC. O tempo de internação foi de 10 dias no grupo TAVI e 38 no grupo TVAoC. CONCLUSÃO: Mesmo com indicadores de maior gravidade (idade, Euroscore e STS maiores) o grupo que foi submetido a implante de prótese transcateter teve menor permanência hospitalar e menor mortalidade (10,3% x 25%). Assim o implante de prótese aórtica transcateter demonstra ser mais seguro e eficaz que a cirurgia convencional neste grupo de pacientes considerados de alta morbi-mortalidade.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

41065COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE PROTEÇÃO MIOCÁRDICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIAS DA VALVA MITRAL, UMA COORTE RETROSPECTIVA

RAFAEL ALVES CARVALHO, EDUARDO AUGUSTO VICTOR ROCHA, THIAGO AMORE DE CASTRO, MATEUS DINIZ FREIRE, RENATO ALVES CARVALHO E LUCAS CARVALHO DURAES PENA

FACULDADE DA SAÚDE E ECOLOGIA HUMANA, VESPASIANO, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Cardioproteção é o conjunto de estratégias que visam atenuar a lesão cardíaca por isquemia-reperfusão e suas consequências. Comparamos dois métodos de proteção miocárdica, pinçamento intermitente da aorta e cardioplegia cristaloide hipotérmica, em pacientes submetidos a cirurgias da valva mitral. MATERIAL E MÉTODOS: Realizamos coorte retrospectiva com coleta de dados de prontuários de pacientes submetidos a cirurgias da valva mitral no Hospital Universitário Ciências Médicas entre 2010 e 2014. Comparamos as características pré-operatórias (sexo, idade e Euroscore II) e desfechos: óbito cirúrgico, tempos de terapia intensiva e permanência hospitalar pós-operatórios, tempos de circulação extracorpórea e de isquemia, uso de marcapasso, uso e tempo de uso de aminas e tempo de intubação. O custo total do material exclusivo à cardioplegia foi calculado mediante três índices e, estimado pela média dos resultados obtidos. RESULTADOS: Os grupos foram comparáveis para as variáveis pré-operatórias. Não encontramos diferença em nenhum desfecho exceto tempos de circulação extracorpórea e de isquemia miocárdica, favorecendo o pinçamento intermitente (Circulação extracorpórea: RR 0,19, 95% IC: 0,09 – 0,41; Isquemia: RR 0,20, 95% IC: 0,10 – 0,43). A média dos valores totais corrigidos do material para cardioplegia foi R$321,03.CONCLUSÃO: O pinçamento intermitente apresentou menor tempo cirúrgico e pode reduzir custos de cirurgias da valva mitral, sem alterar morbidade e mortalidade. Estudos comparativos em mais serviços e/ou outros tipos de cirurgia cardiovascular são necessários para validar os resultados.

41069INCIDÊNCIA E PADRÃO DE FLUXO EM KINKING DE CARÓTIDAS DETECTADOS PELO DUPLEX SCAN DE CARÓTIDAS EM PACIENTES COM MAIS DE 75 ANOS

NOEMIA DA COSTA, BRUNA FERNANDA GOMES DE MORAIS, LEONARDO ANTUNES MESQUITA, LIGIA ARANTES NEVES DE ABREU, BERNARDO ARANTES NEVES DE ABREU, SILAMAR BREDER DE SOUZA, LUIZ ANTÔNIO ALVES DE ABREU, GLAUCO FRANCO SANTANA, JOSE CARLOS DA COSTA ZANON E ODILON GARIGLIO ALVARENGA DE FREITAS

MINASCOR CENTRO MÉDICO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - SANTA CASA DE BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: O envelhecimento da população é um fenômeno mundial mas poucos são os estudos nacionais levantando a presença do kinking de carótida e os achados ao duplex scan de carótidas em pacientes com mais de 75 anos. Esta tortuosidade de carótida se torna mais freqüente com a idade e pode, dependendo dos movimentos da cabeça, levar a compressão maior ou menor da artéria, gerando diminuição do fluxo sangüíneo e aparecimento de sintomas o que aumenta substancialmente a necessidade de sua investigação.Objetivo: levantar a presença do kinking de carótida ao duplex scan, suas características e gravidades em pacientes com mais de 75 anos.Método: estudo transversal descritivo de indivíduos com 75 ou mais anos, que realizaram duplex scan de carótida entre março de 2006 e abril de 2015.Análise estatística: variáveis quantitativas expressas em valores médios e desvio padrão (DP); qualitativas ou categóricas em frequências absolutas e relativas. Utilizado IBM SPSS versão 19.Resultados: avaliado 1.219 exames dos quais, 389 exames foram de pacientes com mais de 75 anos. Foram encontrados kinkings em 61 exames. Ocorreram em 37 mulheres com idade média de 79,6 anos e 24 homens com idade média de 80,8 anos. A Tabela 1 apresenta os dados clínicos, os parâmetros estruturais e suas correlações por sexo e faixa etária. Parâmetros descritivos apresentando levantamento do grau de turbulência do fluxo, pico de velocidade sistólico e relação com segmentos tortuosos. Observado maior gravidade em paciente com HAS e nos homens.Discussão / Conclusões: A presença de kinking em muito idosos é relativamente freqüente, em 15,68% dos exames levantados, apresentando nesta população estudada uma predominância nas mulheres e grande variação de tipos de tortuosidade.

APRESENTAÇÃO ORAL

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Resumos Temas Livres

39573RELAÇÃO ENTRE INTERNAÇÕES POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E DIABETES MELLITUS DURANTE O ANO DE 2014 EM MINAS GERAIS

VINICIUS GABRIEL COSTA LOPES, E BRENA DE PAULA FROES ARANTES

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG, GURUPI, TO, BRASIL.

Introdução: Definido como uma lesão vascular, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), ocasiona ausência ou diminuição acentuada da perfusão sanguínea no coração, privando o local acometido, de oxigênio e de nutrientes, podendo levar a necrose, conforme o tempo de duração e intensidade do evento. O IAM pode resultar de uma série de agressões acumuladas ao longo da vida, como tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol, estresse, sedentarismo, entre outros. Os distúrbios do metabolismo glicêmico e o infarto agudo do miocárdio (IAM) compartilham uma íntima relação. Os eventos cardiovasculares são as causas mais frequentes de óbitos entre os pacientes diabéticos, pois estes carregam uma carga aterosclerótica mais extensa devido às consequências da hiperinsulinemia e a hiperglicemia. Método: Estudo epidemiológico com base em textos retirados da Scielo, Medline e dados do DATASUS. Após analise parcial os dados foram submetidos ao teste estatístico Teste T com de significância de 5%. Resultados: Foi observada uma relação diretamente proporcional entre os números de internações por DM e por IAM durante os meses de 2014 em Minas Gerais. Os números obtidos foram: janeiro: 895 internações por IAM e 1442 internações por DM; fevereiro: 835 por IAM e 1277 por DM; março: 971 por IAM e 1340 por DM; abril: 998 por IAM e 1259 por DM; maio: 1031 por IAM e 1334 por DM; junho: 1001 por IAM e 1216 por DM; julho: 1033 por IAM e 1337 por DM; agosto: 1030 por IAM e 1394; setembro: 894 por IAM 1378 por DM; outubro: 847 por IAM e 1307 por DM; novembro: 751 por IAM e 1086 por DM e dezembro: 383 por IAM e 840 por DM. Discussão: O tecido endotelial sintetiza e libera diferentes fatores vasoprotetores incluindo prostaciclina e óxido nítrico (NO) que previnem as interações plaquetárias e leucocitárias com a parede vascular. Alterações metabólicas primordiais do diabetes como hiperglicemia, excesso de ácidos graxos livres e resistência à insulina, comprometem a função endotelial reduzindo os níveis séricos desses fatores, predispondo os vasos a lesões ateroscleróticas. A hiperinsulinemia assim como as lipoproteínas LDL, além de diminuir a produção de prostaciclina, estimula a síntese de fatores aterogênicos. Conclusão: A íntima relação entre DM e casos de IAM como descrita na literatura se expressou no Estado de Minas Gerais em 2014 através dos números de internações em períodos semelhantes.

40199MEDICINA DEFENSIVA: UMA VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS - ANÁLISE JURÍDICA DE TERMOS DE CONSENTIMENTO INFORMADO EM CARDIOLOGIA

SAULO CERQUEIRA DE AGUIAR SOARES, E IVNA MARIA MELLO SOARES

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: O foco da pesquisa é a Medicina Defensiva. Essa prática consiste na busca do médico e/ou hospital de eximir-se de quaisquer responsabilidade sobre eventuais erros. Estuda-se o tema aplicado ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ou termo de consentimento informado. Esse documento está previsto no Código de Ética Médica, no capítulo sobre direitos humanos, em favor do paciente. Os Direitos Humanos são os inerentes a pessoa humana, fundamentais para a dignidade da pessoa humana. Métodos: A metodologia foi traçada a partir de uma análise documental. Foram buscados termos de consentimento em sítios eletrônicos, nacionalmente, referentes a área de Cardiologia. Resultados: Encontrou-se termos de diversos estados do Brasil, entre os procedimentos: angioplastia percutânea com stent; ecocardiografia; eletrocardiografia; cateterismo cardíaco; estudo eletrofisiológico; marcapasso cardíaco; holter; mapa. Basearam-se no art. 22 do Código de Ética Médica e no art. 6°, III e 39, VI da Lei n° 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), alguns ainda no art. 9° do código consumerista e art. 34 do código de deontologia médica. Trechos dos termos indicam: que o paciente fez perguntas respondidas satisfatoriamente; teve opção entre tratamentos; apresentadas possíveis complicações cirúrgicas, infecciosas, anestésicas, vasculares; que não há garantia de cura. Um termo chega a prever multa pecuniária ao paciente. Hospital afirma que os termos tem como “objetivo proteger nosso corpo clínico [...] que livra os envolvidos de eventuais contestações na Justiça”. Discussão: O uso do termo para procedimentos médicos, vem sendo aplicado de forma antiética, configurando-se como um contrato de adesão da Medicina Defensiva, prejudicial ao paciente por atentar contra o princípio da autonomia, ocasionando, a invalidade do negócio jurídico. Buscam ser uma excludente de responsabilidade. Nenhum apresentou referências bibliográficas médicas dos índices apresentados, nem garantiu uma via ao paciente. Conclusões: Foi observado no uso dos termos o desvirtuamento de sua aplicação, violando direitos humanos. Não basta ter consentimento, deve ser livre, o que não é alcançado nos termos avaliados. É relevante que os médicos cardiologistas tenham conhecimento para se absterem desse tipo de documento capaz de interferir negativamente na relação médico-paciente, tornando-a burocratizada, posto que, o consentimento pode ser a qualquer momento revogado pelo paciente.

40266 40290ENDOCARDITE BACTERIANA RELACIONADA À INFECÇÃO DE DISPOSITIVOS CARDÍACOS ELETRÔNICOS IMPLANTÁVEIS.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, ALESSANDRA DE SOUZA MACIEL, EDSON FERREIRA E MARYANE MONIQUE MAGALHAES

FACULDADE DE MEDICINA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BRASIL.

Com o aumento do implante de dispositivos cardíacos eletrônicos (DCE), houve, também, um aumento expressivo, de 210%, na incidência de infecções relacionadas a esses dispositivos nos últimos 15 a 20 anos. E ocorre endocardite bacteriana (EB) associada em 10 a 20% dos casos, segundo dados da literatura. Dessa maneira, é de suma importância a análise das variáveis associadas à ocorrência de EB nos pacientes (pts) com estes dispositivos, constituindo este o objetivo do trabalho. Métodos: trata-se de um estudo retrospectivo, observacional e longitudinal, com 1809 pts submetidos ao implante de DCE no período entre janeiro de 2010 e junho de 2014, em um único hospital universitário. Foram identificados 38 pts com infecção relacionada aos DCE e foram avaliadas suas variáveis clínicas e laboratoriais e a ocorrência de EB e sua evolução. Foram utilizados os testes de qui-quadrado e paramétricos para análise estatística. Resultados: A média da idade dos pts foi de 65,3 anos (15 a 97 anos), 22 homens, com uma média de 1,7 procedimentos de implante de DCE. A média da fração de ejeção (FE) foi de 0,43 e 22 pts apresentavam miocardiopatia dilatada. Os DCE eram marca-passo DDD em 15, VVI em 13, cardioversor-desfibrilador em 7 e ressincronizador em 3 pts. A mediana do intervalo entre o implante e o diagnóstico de infecção foi de 81 dias. O principal agente etiológico foi o estafilococo (48,6%). Pelos critérios de Duke, 20 pts apresentaram também EB. O tempo médio de internação foi de 33,3 dias, sendo feita também a remoção total do sistema em 28 pts, além do uso de antibióticos. A média do tempo de seguimento foi de 14,3 meses. Não houve associação entre gênero, tipo de dispositivo, FE, número de procedimentos de implante de DCE e a ocorrência de EB. A idade dos pts com EB foi de 67,8 anos e daqueles sem EB foi de 62,7 anos (p=0,04). O estafilococo foi isolado em 65% dos pts com EB, e 34% dos pts com miocardiopatia dilatada cursaram com EB. Evoluíram para óbito 7 pts. Pela análise multivariada, somente a variável infecção por estafilococo apresentou significância estatística para a variável estável EB (p=0,02; IC 95% 0,06-0,70). Conclusão: A taxa de EB foi de 52,6% e a de óbito foi de 18,4% entre pts com infecção. Houve predomínio de pts com idade mais avançada entre aqueles com EB, sem influência do gênero, FE, tipo e número de procedimentos de DCE. Foi feita remoção do sistema em quase ¾ dos pts. A variável preditora de EB foi a infecção por estafilococo.

EFEITO DA PASSIFLORA INCARNATA NA DISLIPIDEMIA, HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA E ATEROSCLEROSE EM CAMUNDONGOS

ANA HELENA D ARCADIA DE SIQUEIRA, FRANCISCO MONTEIRO DE ALMEIDA MAGALHAES, JOSE ANTONIO DIAS GARCIA E DELCIO BUENO DA SILVA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO, ALFENAS, MG, BRASIL.

Introdução: A área da saúde vem ampliando os conhecimentos terapêuticos que integram as plantas medicinais. A associação entre hiperlipidemia e doença coronariana mostra que o colesterol tem um importante papel durante o desenvolvimento da aterosclerose. A patogênese dessa enfermidade é complexa, mas um dos fatores determinantes está relacionado à oxidação das LDL, induzindo a formação da placa ateromatosa. Motivados por esta temática, o objetivo foi analisar o efeito dos flavonoides(FL), através do extrato de Passiflora Incarnata 3,5%, na dislipidemia e hipertrofia ventricular esquerda em camundongos, visto que ao FL’s têm merecido destaque sobre a redução de colesterol e suas frações.

Métodos: Os camundongos foram divididos em 5 grupos experimentais (n=6):Grupo 1- camundongos selvagens que receberam ração padrão por 45 dias(WT);Grupo 2- camundongos LDLr-/- que receberam ração padrão por 45 dias(S);Grupo 3- camundongos LDLr-/- que receberam ração padrão e tratamento com Passiflora Inc. Extrato Seco 3,5% durante 45 dias, administrada via IP, uma vez ao dia (S+ FL) Grupo 4- camundongos LDLr-/- que receberam ração hiperlipídica com 20% de gordura total, 1,25% de colesterol e 0,5 % de ácido cólico por 45 dias (HL).Grupo 5- camundongos LDLr-/- que receberão ração hiperlipídica com 20% de gordura total, 1,25% de colesterol e 0,5 % de ácido cólico e tratamento com Passiflora Inc. Extrato Seco 3,5% durante 45 dias, via IP, uma vez ao dia (HL+OC).

Discussão: Verificou-se que o extrato, com uma concentração de 3,5% de flavonoide aumentou os níveis plasmáticos do HDLc no grupo HLFA em relação aos grupo HL (45±6 e 28±2c mg/dL, respectivamente) e preveniu o aumento dos níveis de triglicérides (71±4 e 163±7 mg/dL, respectivamente) e dos níveis de VLDL (14±2 e 33±1 mg/dL, respectivamente.

Conclusão: O Extrato seco de Passiflora Incarnata mostrou ser um suplemento funcional na prevenção das dislipidemias neste modelo animal, principalmente na prevenção da hipertrigliceridemia.

TEMAS LIVRES - 02 e 03/07/2015APRESENTAÇÃO PÔSTER

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Resumos Temas Livres

40580ADEQUAÇÃO DAS INDICAÇÕES DE CINEANGIOCORONARIOGRAFIA EM PACIENTES DO SISTEMA PÚBLICO E PRIVADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS

PAULA T B ELIAS, PRISCILA B BARBOSA, VIVIANE S JANUARIO, DANIEL P CRUZ, FILIPPE A V SILVA, ROBERT W A ALCANTARA, CARLOS A F AREAS, IVAN F FREITAS, PEDRO H A LIBÓRIO E BRUNO R NASCIMENTO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CIÊNCIAS MÉDICAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A doença coronariana (DAC), uma das principais causas de morte no mundo, tem uma grande variabilidade de apresentações clínicas, tornando desafiadora a decisão entre a sua estratificação invasiva e não invasiva. Algumas diretrizes estão disponíveis para a normatização da indicação dos testes diagnósticos, com base em evidências científicas.Objetivos: Avaliar a adequação das indicações de coronariografia (CATE) em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e privados, com base nas recomendações da Diretriz Brasileira de DAC estável (2014).Métodos: Estudo observacional, prospectivo e unicêntrico, que incluiu pacientes consecutivos admitidos para realização de CATE eletivo por DAC estável, de Mar/2014 a Mar/2015. Foi realizada avaliação clínica padronizada e verificados os testes funcionais e o ecocardiograma de repouso, sendo considerada a impressão diagnóstica original do examinador. O resultado do CATE foi avaliado qualitativamente por equipe de Hemodinâmica, e considerada DAC significativa a presença de lesões <70% de obstrução luminal, e DAC severa lesões ≥70%. A classe de indicação do exame foi estratificada de acordo com a Diretriz Brasileira de DAC estável. Resultados: Foram incluídos 198 pacientes, com média de idade de 61,1±10,7 anos, sendo 54% do sexo masculino, 84,3% hipertensos, 30,8% diabéticos e 14,6% tabagistas. 14,7% tinham alguma revascularização prévia. O tempo entre a solicitação e a realização do exame foi de 25 [11/64] dias. 36,8% dos pacientes tinham angina CCS II-IV, e 23,7% eram assintomáticos. 23,7% e 12,6% tinham respectivamente teste ergométrico ou cintilografia com critérios de alto risco. Em relação às indicações, 64,6% dos pacientes tinham indicação classe I ou IIa para CATE, e 16,7% indicação classe III. Dentre os pacientes com indicação classe I ou IIa, apenas 43,9% tinham DAC significativa ou severa (18,7% bivasculares e 13% trivasculares), contra 33,8% daqueles com indicação IIb ou III (p=0,002).Conclusão: Apesar de termos observado uma razoável adequação das solicitações de CATE, as proporções de exames alterados nos grupos com indicação classe I e IIa foram baixas em relação à literatura. As dificuldades em relação à coleta da história clínica e a indicação e interpretação inadequada dos testes funcionais podem estar entre os fatores causais.

40603USO DO ACESSO ULNAR COMO ALTERNATIVA EM SERVIÇOS QUE UTILIZAM A TÉCNICA RADIAL ROTINEIRAMENTE.

ISMAEL XAVIER RIBEIRO, E FLAVIA TATIANE DE PAULA PREREIRA

HEMODINÂMICA HOSPITAL MONTE SINAI, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Uso do acesso Ulnar como alternativa em serviços que utilizam a técnica radial rotineiramente.Introdução: O uso da técnica radial na realização de procedimentos Hemodinâmicos reduz a incidência de complicações vasculares, os custos e o tempo de permanência hospitalar, além de propiciar maior conforto ao paciente. No entanto, seu emprego encontra-se prejudicado em 5% a 15% dos casos por variações anatômicas da artéria radial, vasoespasmo e teste de Allen negativo. O objetivo do trabalho é demonstrar a eficácia do acesso ulnar como via alternativa na realização dos procedimentos coronários. Método: Pacientes submetidos a procedimento Hemodinâmicos no Serviço, são submetidos a Sistematização de Atendimento da Enfermagem onde é levantado os dados epidemiológicos, realizado o gerenciamento do risco e a aplicação do Teste de Allen, escolhendo assim a melhor opção de via de acesso. Resultados: No período de dezembro de 2014 a março de 2015 obtivemos os seguintes resultados: Diabéticos 20%, Hipertensos 54%, Fumantes 54%, Ex-fumantes 30%, Dislipêmico 39%, Antecedentes familiar 44%, sedentários 54%. Dos procedimentos realizados pela equipe de Cardiologia Intervencionista 27% foram realizados Via Femural, 71% Via Radial e 1.5% Via Ulnar Conclusão: O acesso ulnar mostrou-se seguro e eficaz na realização de procedimentos coronários, com elevada taxa de sucesso e virtualmente isento de complicações no sítio de punção. Trata se de uma via de acesso alternativa em serviços que utilizam a técnica radial rotineiramente.

40604A INCLUSÃO DO TESTE DE ALLEN NA VERIFICAÇÃO DA PATÊNCIA DAS ARTÉRIAS RADIAL E ULNAR NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM.

ISMAEL XAVIER RIBEIRO, E FLAVIA TATIANE DE PAULA PREREIRA

HEMODINÂMICA MONTE SINAI, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

A inclusão do Teste de Allen na verificação da patência das artérias radial e ulnar na Sistematização da Assistência de Enfermagem.Introdução: Além de proporcionar maior conforto e comodidade aos pacientes, o acesso radial e ulnar oferecem menores taxas de complicações vasculares e sangramento grave, com potencial impacto na morbimortalidade. Assim é de suma importância à adoção de ações estratégicas que visam à minimização dos riscos de oclusão destas artérias após seu uso em procedimentos Hemodinâmicos possibilitando seu reuso. Metodologia: Ao realizar a SAE, realizamos o teste de Allen onde verificamos a perfusão da artéria ulnar e da artéria radial, a partir deste resultado determinamos a opção mais viável para a realização do procedimento. Resultado: Dos procedimentos realizados no ano de 2014 pela equipe de cardiologia, 67% foram via radial, 33% via femural, dos realizados pela via femural os motivos foram cineangiocoronariografia com estudo de ponte que impossibilita o uso da via e teste de Allen negativo. Dos procedimentos realizados pela via radial não obtivemos nenhuma complicação vascular. Conclusão: O teste de Allen é um método seguro e eficaz na determinação da patência das artérias radial e ulnar, sendo seguro seu uso para identificação de possíveis riscos que os procedimentos que utilizam estas vias podem oferecer.

40635IDENTIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR EM UNIVERSITÁRIOS.

VINICIUS DOS REIS SILVA, ANGELA MARIA DRUMOND LAGE E FLAVIO RODRIGUES OLIVEIRA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO, PATROCÍNIO, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbimortalidade no Brasil. O levantamento de fatores de risco cardiovasculares modificáveis constitui uma medida eficaz para o controle e redução da mortalidade. O estudo teve como objetivos identificar o risco cardiovascular em universitários da área da saúde de um Centro Universitário do Estado de Minas Gerais, bem como determinar o risco cardiovascular de acordo com o Escore de Risco de Framingham e correlacionar os fatores de risco mais prevalentes. MÉTODO: Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, tendo como cenário uma instituição de ensino superior. A amostra foi constituída por 26 universitários, com idade igual ou maior a 30 anos. O instrumento de coleta de dados adotado foi baseado no Escore de Risco de Framingham. A análise dos dados foi obtida por meio de medidas e testes estatísticos. RESULTADOS: Os participantes foram, em ordem decrescente, alunos dos cursos de Enfermagem (38,46%), Educação Física (26,92%), Fonoaudiologia (15,38%), Fisioterapia (11,54%) e Nutrição (7,70%). Houve predomínio do sexo feminino. Quanto à análise do risco de evento cardiovascular, maior nos próximos 10 anos, o percentual médio de ocorrência ficou registrado em 2,00% ± 2,00%, tendo sido identificado o risco moderado, com 11% de risco, em apenas uma participante de Educação Física. Em relação ao uso de bebidas alcoólicas, 34,62% afirmaram o seu uso. A prática regular de atividade física foi encontrada em apenas 30,77%, sendo a musculação e a caminhada as atividades físicas mais relatadas (25,00%). A média de IMC identificada foi indicativa de sobrepeso (27,60 ± 6,22 kg/m²). DISCUSSÃO: Resultados semelhantes aos riscos imutáveis, bem como aos mutáveis, relacionados a atividade física, foram encontrados em outros estudos com universitários. Houve divergência, entretanto nos resultados associados ao consumo de bebidas alcoólicas. CONCLUSÕES: O estudo possibilitou identificar o risco cardiovascular baixo entre os universitários. Os fatores de proteção relativos à idade, ao não uso do tabaco e a ausência de comorbidades presentes na maioria dos participantes podem ter contribuído para esse risco. Por outro lado, os fatores de risco associados ao sedentarismo e sobrepeso apresentaram percentuais significativos. Assim sendo evidencia-se a importância de ações educativas direcionadas a este público, relacionadas à promoção da saúde e prevenção dos fatores de risco mutáveis.

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Resumos Temas Livres

40636ANORMALIDADES ELETROCARDIOGRÁFICAS DOS ASSISTIDOS DE UMA UNIDADE DA ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS

VINICIUS NASSER DE CARVALHO, MARCUS VINICIUS HENRIQUES DE CARVALHO E PRISCILA NASSER DE CARVALHO

HOSPITAL DE TRANSPLANTES EURYCLIDES DE JESUS ZERBINI, SÃO PAULO, SP, BRASIL - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ, JUNDIAÍ, SP, BRASIL - FACULDADE DE MEDICINA DE ITAJUBÁ, ITAJUBÁ, MG, BRASIL.

Introdução: As anormalidades no eletrocardiograma de repouso têm sido usadas na tentativa de identificar doenças cardiológicas incipientes, já tendo sido demonstrado que podem ser variáveis independentes para mortalidade cardiovascular. Além disso, há determinadas alterações eletrocardiográficas mais prevalentes em certos grupos populacionais, mesmo sendo estes assintomáticos.Objetivo: Avaliar eventuais alterações eletrocardiográficas dos assistidos de uma unidade da APAE (Associação de Pais e Amigos do Excepcional) e comparar com dados existentes na literatura referentes a outros grupos populacionais. Métodos: Foram realizados eletrocardiogramas de repouso em assistidos de uma unidade da APAE com idade entre cinco e vinte e cinco anos, avaliando-se: alterações do ritmo, alterações de condução do estímulo, sobrecarga/hipertrofia atrial e ventricular e alterações da repolarização ventricular. Também foram analisadas algumas informações do próprio paciente, como uso de medicações e patologias de base.Resultados: Foram encontrados 44,82% de eletrocardiogramas dos assistidos com anormalidades, sendo as anormalidades de ritmo as mais prevalentes e a taquicardia sinusal a principal alteração do ritmo.Conclusões: A prevalência de alterações eletrocardiográficas encontrada foi, em geral, maior do que a evidenciada na maioria dos estudos analisados.Discussão: Ressalta-se que na literatura há ampla variação da prevalência de alterações eletrocardiográficas, provavelmente devido à avaliação de populações bastante distintas nos diferentes estudos. Como os assistidos pela APAE têm habitualmente mais dificuldade em expressar os seus sintomas e muitos fazem uso de várias medicações, algumas das quais podem levar a estas alterações, esta avaliação é uma ferramenta imprenscindível e deve ser usada regularmente para que se faça um acompanhamento cardiológico rigoroso nesta população.

40637O PAPEL DA CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO DE ACESSOS VASCULARES PARA HEMODIÁLISE.

ANTONIO C M BEDETI, GERSON MARQUES PEREIRA JÚNIOR, RICARDO WANG, CARLOS RAFAEL DE ALMEIDA FELIPE, CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA, VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM, SAULO A LIMA, MILTON SOARES CAMPOS NETO, GUSTAVO MARIO CAPANEMA SILVA E AUGUSTO LIMA FILHO

SANTA CASA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A disfunção de acessos vasculares é uma das principais causas de morbimortalidade em pacientes dialíticos. A abordagem endovascular é o tratamento de escolha em vários casos, promovendo maior durabilidade dos acessos vasculares definitivos, reduzindo a necessidade de implante de cateteres, de longa ou de curta permanência, para a realização de hemodiálise. Neste contexto foi criado o grupo de acesso vascular composto pela nefrologia, cirurgia cardiovascular e cardiologia intervencionista.

Métodos: No período de outubro de 2013 a fevereiro de 2015, 38 pacientes renais cronicos com disfunção de acesso vascular para hemodiálise foram submetidos a tratamento endovascular pela equipe de cardiologia intervencionista. Resultados: A média de idade dos pacientes tratados foi de 55,5 anos, com tempo médio de diálise de 5,6 anos, sendo 63,1% do sexo masculino, 44,7% diabéticos, 91,1% hipertensos, 34,2% dislipidêmicos e 18,4% tabagistas. Até a data da realização do procedimento, cada paciente havia perdido em média 3,39 acessos vasculares e o tempo médio de uso de cada acesso até a falência foi de 3,3 anos. As causas da disfunção do acesso vascular foram: 07 em decorrência de trombose do acesso; 23 por estenose e 08 por edema limitante do membro do acesso vascular. O procedimento foi considerado como sucesso quando houve retorno da utilização do acesso tratado para realização de hemodiálise, sem necessidade de implante de cateter, sendo obtido em 94,7% dos casos. Durante o segmento médio de 267 dias, seis pacientes faleceram, nenhum de causa relacionada ao procedimento. Neste período, considerando, 32 pacientes a patência primária e secundária foram de 78,2% e 93,7% respectivamente.

Conclusão: O tratamento endovascular realizado pela equipe de cardiologia intervencionista mostrou-se seguro e eficaz com grande importância no reestabelecimento da funcionalidade de acessos vasculares para hemodiálise, neste estudo, evidenciamos bons resultados imediato e médio prazo.

40647 40649AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS HIPOGLICEMIANTES POR PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: A hipertensão arterial e o diabetes mellitus são doenças inflamatórias crônicas altamente prevalentes, constantemente interligadas por possuírem mecanismos etiológicos e fisiopatológicos comuns. São responsáveis por elevado número de mortes prematuras na população adulta, representando importante problema de saúde pública no mundo. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar os medicamentos hipoglicemiantes utilizados por pacientes hipertensos cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal, realizado entre os meses de novembro e dezembro de 2012, com 162 pacientes (31 homens e 131 mulheres), faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana, Minas Gerais. Foram coletados dados secundários de gênero, idade e medicamentos utilizados obtidos a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência das variáveis categóricas com valores de frequência percentual, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.6 ± 10.6 anos, sendo 80.9% do gênero feminino. Dentre os indivíduos avaliados, a quase totalidade (93.2%) utilizava medicação hipoglicemiante. As classes de medicamentos mais utilizadas foram as biguanidas (64.2%), seguidas por sulfoniluréias (35.1%) e insulinas (35.1%). Discussão: Os antidiabéticos orais podem ser separados em biguanidas (diminuem a produção hepática de glicose), sulfoniluréias e glinidas (incrementam a secreção pancreática de insulina) e inibidores das alfaglicosidades (reduzem a velocidade de absorção de glicídios). Embora não haja consenso, diferentes estudos recomendam a associação destes medicamentos com a insulina. A escolha da terapêutica deve ser individualizada, levando-se em conta aspectos gerais do paciente, comorbidades, valores de glicemias de jejum/pós prandial e da HbA1c, além de possíveis interações medicamentosas, reações adversas e contraindicações. Conclusão: As drogas hipoglicemiantes mais utilizadas nesta população foram as biguanidas, as quais estão associadas à redução significativa dos riscos de doença cardiovascular e da mortalidade relacionada ao diabetes.

AVALIAÇÃO DOS MEDICAMENTOS ANTIHIPERTENSIVOS UTILIZADOS POR PACIENTES ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: A hipertensão arterial, caracterizada pela elevação dos níveis tensionais, possui caráter multifatorial e associa-se a alterações genéticas, metabólicas e humorais, com consequente aumento da morbi mortalidade cardiovascular. Representa um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo, com prevalências superiores a 40% na população com idade superior a 25 anos. O tratamento medicamentoso da hipertensão visa à redução de eventos adversos. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o perfil de utilização de antihipertensivos por pacientes cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal, realizado nos meses de novembro e dezembro de 2012, com 162 pacientes, faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana-MG. Foram coletados dados secundários sobre medicamentos utilizados obtidos a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência percentual da variável categórica, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.6 ± 10.6 anos, sendo 80.9% do gênero feminino. Do total de indivíduos avaliados, 18.5% não realizavam tratamento farmacológico. As classes de medicamentos antihipertensivos utilizadas foram diuréticos (61.5%), inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores do receptor AT1 (71.5%), antagonistas dos canais de cálcio (16.9%), betabloqueadores (17.9%) e inibidores adrenérgicos (9.2%). Adicionalmente, 9.2% não sabiam informar a medicação em uso. Discussão: Estudos clínicos demonstram redução de morbi mortalidade decorrente da utilização de diuréticos, inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina, betabloqueadores e antagonistas dos canais de cálcio com grau de recomendação/nível de evidência 1A. Além da terapêutica medicamentosa, o sucesso do tratamento depende da adesão do paciente ao tratamento e de mudanças relacionadas ao estilo de vida, tais como controle de peso, hábitos alimentares saudáveis, atividade física regular, cessação do tabagismo e alcoolismo. Conclusão: As classes de antihipertensivos mais utilizados por esta população foram os diuréticos, os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os bloqueadores do receptor AT1.

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Resumos Temas Livres

40650PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: A urbanização associada a alterações no estilo de vida, sobretudo, aos hábitos alimentares inadequados e a reduzida prática de atividade física justificam as elevadas prevalências de doenças cardiovasculares no mundo, dentre as quais destaca-se a hipertensão arterial. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o perfil sociodemográfico, clínico e nutricional entre pacientes hipertensos cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal realizado nos meses de novembro e dezembro de 2012, com 162 pacientes (131 mulheres e 31 homens), faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana-MG. Foram coletados dados secundários de idade, gênero, etnia, escolaridade, tabagismo, alcoolismo, glicemia, colesterolemia, índice de massa corporal e nível de atividade física, obtidos a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência das variáveis categóricas com valores de frequência percentual, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.6 ± 10.6 anos, sendo 80.9% do gênero feminino. Houve predomínio de indivíduos que se auto declararam brancos (50.3%), com baixa escolaridade (70.9%), excesso de peso (74.7%), normocolesterolêmicos (74.5%), hiperglicêmicos (55.2%) e sedentários (55.6%). Foram observadas baixas prevalências de tabagismo (8.0%) e alcoolismo (3.7%). Discussão: Diferentes pesquisas demonstram a importância da detecção, do tratamento e do controle da hipertensão para a redução dos desfechos cardiovasculares fatais. Baixos índices de conhecimento e adesão ao tratamento da doença são evidenciados de modo geral. No entanto, em municípios com ampla cobertura do programa de saúde da família, o tratamento e o controle da hipertensão são mais eficazes. Conclusão: A amostra foi constituída predominantemente por indivíduos do gênero feminino, com baixa escolaridade e excesso de peso. Por outro lado, fatores como alcoolismo e tabagismo parecem não serem relevantes nesta população.

40653CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA: UM ESTUDO SOBRE AS REPERCUSSÕES CLÍNICAS E HEMODINÂMICAS

MARCELO M COELHO, MATHEUS G F SANTOS, JOAO G G C MELLO, IGOR B OLIVEIRA, MARCUS DE OLIVEIRA E LAUREN M POCAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE - SUPREMA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Introdução: Na última década muito tem sido divulgado a respeito da morte súbita em atletas jovens, principalmente entre os jogadores de futebol, mas pouco é entendido pela população sobre os mecanismos fisiopatológicos bem como as alterações anatômicas do miocárdio que levam a tal desfecho. A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é caracterizada por hipertrofia ventricular esquerda (HVE), tipicamente com uma câmara não-dilatada, sem causa explicável, associada a uma função sistólica hiperdinâmica. Até o presente momento, evidências apontam a CMH para uma etiologia genética, classificada como herança autossômica dominante e enquadrada como a doença genética cardiovascular mais comum. Objetivo: relacionar as alterações anatômicas da CMH com suas repercussões clínicas e hemodinâmicas. Métodos: revisão sistemática utilizando as bases indexadoras MedLine e Scielo. A busca foi realizada com os seguintes descritores: a) cardiomiopatia hipertrófica; b) hipertrofia ventricular esquerda; c) morte súbita. Os artigos selecionados para o estudo foram: estudos de revisão, casos controles, coortes, ensaios clínicos e metanálises publicados entre 1997 e 2015. Resultados: selecionamos 14 artigos (1 metanálise, 1 ensaio clínico e 12 estudos descritivos), nos quais verificamos que as alterações anatômicas do septo interventricular decorrentes da CMH promovem em 70% dos casos, obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo. A principal repercussão desse fenômeno é a síncope observada durante a prática de atividades físicas, na qual um aumento do débito se faz necessário. Além do alargamento do septo interventricular, observa-se um desarranjo na arquitetura miocárdica com grande aumento da massa ventricular, predispondo os portadores de CMH a arritmias cardíacas, sintomas anginosos e morte súbita. Conclusão: é grande a responsabilidade médica sobre o diagnóstico, pois se considerarmos um indivíduo com CMH como um atleta com HVE fisiológica, estaremos contribuindo para uma provável morte súbita desencadeada por esforço físico extenuante e ao rotular um atleta com CMH poderemos dar como encerrada sua carreira esportiva.

40654AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE GENERALIZADA E TRANSTORNO DO PÂNICO EM PACIENTES ATENDIDOS PELA PRIMEIRA VEZ NO AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO.

ALINE SIMÕES ARANDA, FELIPE AUGUSTO CAMPOS CAVALCANTI, GIOVANI MANHABUSQUI PACIFICO JUNIOR, LUCAS PINHEIRO CARDOSO DIAS, MARILIA RIBEIRO DE AZEVEDO AGUIAR, MARINA TACLA SAAD E FELIPE RODRIGUES BAPTISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFRÉE E GUINLE, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Doenças psiquiátricas são mais frequentes em indivíduos com comorbidades. O transtorno de pânico (TP) é diagnosticado em 10% das consultas de saúde mental. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é o mais comum em pacientes com doença crônica. Doenças psiquiátricas exacerbam o sofrimento que acompanha a doença cardíaca, aumentam a morbimortalidade, e têm relação com a não adesão ao tratamento. O presente estudo objetiva verificar a prevalência de TP e TAG nos pacientes que se consultaram pela primeira vez no ambulatório de cardiologia de um hospital universitário no Rio de Janeiro, através de um estudo transversal realizado entre 03 e 06/2014, incluindo os pacientes maiores de 18 anos, que assinaram o TCLE e que tinham condições de responder. As prevalências de TP e de TAG foram avaliadas através do questionário MINI 5.0. A avaliação seguiu o sistema de pontuação do MINI. Escore, dados demográficos e diagnósticos foram incluídos em uma planilha para a análise. A amostra incluiu 60 pacientes: 38 mulheres e 22 homens. 21,7% se adequaram ao critério diagnóstico para TAG e 6,7% para TP, enquanto 11,7% para ambos. Entre as mulheres temos 26,3% com critério diagnóstico para TAG, 7,9% para TP e 13,1% para ambos. Entre os homens temos 13,6% com critério diagnóstico para TAG, 4,5% para TP e 9,1% para ambos. 65% dos participantes tinham hipertensão arterial sistêmica e 10% outras doenças cardiovasculares. 25,64% dos hipertensos se adequaram ao critério diagnóstico para TAG e 10,3% para TP; enquanto 10,3% para ambos. Destaca-se neste estudo, a alta prevalência encontrada de TAG, 33,3%, 10 vezes maior que da população geral, 3%. Este estudo corrobora pesquisas norte-americanas, nas quais mulheres tiveram probabilidade significativamente maior do que homens de desenvolver TAG (6%/3%) e TP (7,7%/2,9%). Neste estudo, valores ainda maiores foram detectados: TAG (39,5%/22,7%) e TP (21,1%/13,6%). Na população hospitalar os níveis de TAG são superiores, a prevalência brasileira fica entre 30% e 50%. Fato ratificado por este estudo (33,3%). A prevalência global do TP varia de 1,4 a 2,9%. Neste estudo foi de 18,3%. Com base no estudo, podemos comprovar a relação entre doenças afetivas e doenças cardiovasculares e também o efeito do sexo, sendo ambos os distúrbios mais prevalentes em mulheres. Esses resultados levam à reflexão de um tema cada vez mais prevalente dentro da medicina, a Medicina Psicossomática. O estudo dessa área é importante para a completa formação médica.

40661PREVALÊNCIA DE EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR E TRANSTORNO DISTÍMICO EM PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO

NATALIA MARTINS BERNARDES, VIVIANE MARIA MAIOLINI, ROBERTA ROMEIRO VANNUCCHI, YURI C RODRIGUES BECKEDORFF BITTENCOURT, MÁRCIO ABDALLA DE ABREU PIMENTA, JÚLIA BARBOSA DE MELO GOMES E FELIPE RODRIGUES BAPTISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Introdução:Os transtornos psiquiátricos são comuns entre pacientes que buscam atendimento ambulatorial. A depressão maior (DM), segundo DSM IV, pode apresentar caracteres clínicos diversos, até sintomas cardíacos. O transtorno distímico (TD), por sua vez, é uma forma de depressão crônica, não episódica, de sintomatologia menos intensa do que as chamadas depressões maiores. A dificuldade do seu diagnóstico e sua cronicidade prejudicam a vida do paciente, acarretando comorbidades, inclusive cardíacas. O presente trabalho objetiva verificar através de questionários a prevalência de sintomas de DM e TD nos pacientes encaminhados pela primeira vez ao ambulatório de cardiologia de um hospital universitário do Rio de Janeiro. Metodologia:Trata-se de um estudo transversal com objetivo de avaliar a prevalência de Episódio Depressivo Maior e TD em pacientes encaminhados pela primeira vez, no período de fevereiro a junho de 2014, ao ambulatório de Cardiologia de um hospital universitário. Foram utilizados os questionários MINI-Mental e Inventário de depressão de Beck com posterior análise dos dados. Resultados:Foram entrevistados 60 pacientes. Através da aplicação do MINI-Mental, 27(45%) dos pacientes apresentaram DM e 5(8,3%) apresentaram TD. De acordo com o BDI, 26 pacientes não apresentaram depressão ou apenas uma depressão leve, 18 pacientes apresentaram depressão de leve a moderada, 12 pacientes depressão moderada a grave e 4 pacientes depressão grave. Sendo assim, 56,7% dos pacientes, apresentaram depressão moderada a grave. Discussão:Pesquisas em comunidades representativas regionais ou nacionais em 14 países constataram que a prevalência de depressão unipolar maior e transtorno depressivo persistente ou transtorno distímico é de 12%. A DM é mais comum do que o TD, sendo este de difícil diagnóstico devido seu caráter crônico. Os transtornos psiquiátricos são duas a três vezes mais frequentes em indivíduos com doenças físicas do que na população geral, como confirmado na amostra do presente estudo. Conclusão:A maior prevalência de DM e TD na amostra de pacientes em relação à população geral evidenciam a necessidade do preparo do especialista na suspeita e diagnóstico das doenças psiquiátricas em pacientes, a princípio, apenas com sintomas cardiovasculares, já que estabelecer esses diagnósticos diferenciais é de grande importância para o bem estar e terapia correta do paciente.

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40668VALOR PROGNÓSTICO DA REGURGITAÇÃO TRICÚSPIDE EM PACIENTES COM ESTENOSE MITRAL SUBMETIDOS À VALVULOPLASTIA MITRAL PERCUTÂNEA

ANA LUIZA HORTA DE SÁ CARNEIRO, PRISCILA LIMA TAVARES, JULIANA RODRIGUES SOARES, GUILHERME RAFAEL SANT`ANNA ATHAYDE, DAYANE AMARAL MADUREIRA, GABRIEL PRADO SAAD, LUCAS QUEIROZ FERNANDES CAMPOS, THAIS LINS DE SOUZA BARROS, WILLIAM ANTONIO M. ESTEVES E MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES

FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A regurgitação tricúspide (RT) é uma expressão do remodelamento das câmaras direitas nos pacientes com estenose mitral (EM). A redução da pressão arterial pulmonar pós-plastia apresenta efeito benéfico sobre a função ventricular direita, mas o impacto do procedimento sobre a gravidade da RT não está bem estabelecido. O presente estudo avaliou o efeito imediato da valvuloplastia mitral percutânea (VMP) sobre o grau de RT e seu impacto na sobrevida a longo prazo pós-plastia. Métodos: 194 pacientes com EM elegíveis para VMP no período de 2000 a 2014 foram incluídos. O ecocardiograma convencional foi realizado antes e 24 horas após o procedimento com medida de vários parâmetros para avaliar a função ventricular direita (VD), incluindo Doppler tecidual e fração de mudança de área (FAC). A intervenção percutânea foi feita utilizando-se o balão único de Inoue, guiada pelo ecocardiograma transtorácico. O desfecho analisado foi morte cardiovascular. Resultados: A idade foi de 42 ± 12 anos, 173 mulheres (89%). Foi detectada RT moderada ou grave em 34 pacientes no pré-procedimento. Após a VMP houve redução nos valores da PSAP (53 ± 19 mmHg para 39 ± 12,6mmHg) com melhora da função do VD (FAC de 47,1 ± 10,9% para 51.7 ± 8.7 %) , porém não houve alteração significativa do grau de RT. Durante o seguimento médio de 29 meses, 4 pacientes submeteram à nova VMP, 15 à troca valvar e 15 morreram. Na análise multivariada, ajustando por idade (HR de 1,104; CI de 95% 1,047-1,163; p<0,001), a presença de RT moderada ou grave foi preditor independente de morte durante o seguimento (HR=3,406; CI de 95% 1,029-11,268; p=0,045).Conclusões: A gravidade da RT funcional está associada à mortalidade a longo prazo pós-VMP, sugerindo que o remodelamento desfavorável do VD possa persistir, mesmo após a abertura valvar com redução da PSAP.

40677ANÁLISE RETROSPECTIVA DE DADOS OBTIDOS DA MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MAPA), DE INDIVÍDUOS ALEATORIZADOS POR USO OU NÃO DE FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS

DANIELA CORREIA LEITE ANDRADE, ANDERSON ROCHA THOMAZ, MARYANNE CARNEIRO MERCES E PAULO SERGIO DE OLIVEIRA CAVALCANTI

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO- UNIFENAS, BH, MG, BRASIL - CLÍNICA SALUDE, BH, MG, BRASIL.

Introdução: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), síndrome clínica multifatorial que se caracteriza por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PA). Critérios para diagnóstico de HAS já foram estabelecidos na literatura médica. Sabe-se que o controle adequado dos níveis da PA, reduz mortalidade e morbidade cardiovascular. A MAPA vem sendo empregado com segurança e eficácia como método adjuvante de diagnóstico e de aferição da eficácia do controle da HAS. Métodos: Propõe-se neste estudo retrospectivo, análise de dados do exame MAPA realizado em 125 pacientes consecutivos considerados hipertensos, entre junho de 2011 e 2012, divididos em 3 grupos (sem fármacos/monoterapia/politerapia). Avaliado adequado controle da PA, associação de tabagismo, IMC e o controle da PA. Variáveis utilizadas foram as médias da pressão arterial diastólica e sistólica no período total, vigília e sono. Resultados: Análise univariada não evidenciou diferença entre os 3 grupos, com importante tendência ao não controle da PA. Único parâmetro que evidenciou significância foi controle da PA em polifármacos na pressão arterial sistólica média durante o sono (p=0,0451). Identificado 15 pacientes tabagistas, estando todos associados a inadequação da PA nos 3 grupos. Notado 87% de pacientes com IMC>30 apresentando inadequação da PA nos 3 grupos. Conclusão: Uso de fármacos (mono/poli) não apresenta diferença estatística entre dados analisados da MAPA nesta população de hipertensos aleatorizados. Tabagistas e obesos apresentam pior índice de controle da PA a despeito da terapêutica proposta.

40678 40696RESULTADOS DE UM PROCESSO EDUCATIVO EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA SOBRE VALVOPATIA REUMÁTICA - DADOS DO ESTUDO PROVAR

KACIANE K B OLIVEIRA, EDUARDO L V LOPES, CASSIO M OLIVEIRA, IARA M CASTRO, GRAZIELA CHEQUER, ANA L M COSTA, MICHELLE C GALBAS, ANTONIO L P RIBEIRO, ANDREA Z BEATON E BRUNO R NASCIMENTO

FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - CHILDREN´S NATIONAL HEALTH SYSTEM, WASHINGTON-DC, E.U.A.

Introdução: A Cardiopatia Reumática (CR) ainda é causa de importante morbimortalidade no Brasil, e a conscientização da população sobre suas causas e sobre a importância da profilaxia primária e secundária é uma etapa importante para a redução de seu impacto. Objetivos: avaliar os efeitos de um programa educativo estruturado sobre CR ministrado em escolas públicas sobre o conhecimento geral relativo à doença. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo, de braço único, realizado em escolas da rede estadual de ensino de Belo Horizonte. De Setembro/14 a Março/15, foi realizado um processo educativo em 5 escolas, ministrado por enfermeira e técnico de imagens através de slides educativos estruturados adequados às diferentes idades. As aulas foram ministradas a escolares de 6 a 17 anos, e testes pré e pós compostos por 15 questões cobrando conhecimentos básicos sobre causas, sinais diagnósticos, prevenção e tratamento da CR foram aplicados a estudantes da 6ª série ao 3º ano do 2º grau. O processo antecedeu a realização de um programa de rastreamento de CR através de ecocardiografia portátil nestas escolas. Foram comparados os resultados pré e pós, com o objetivo de se medir a retenção de conhecimento sobre o tema. Resultados: O processo educativo foi ministrado a cerca de 3200 escolares, e 1025 alunos da faixa etária selecionada realizaram os testes, sendo 403 (39%) da 6 e 7ª séries (G1), 360 (35%) da 8ª e 9ª (G2), e 261 (26%) do 2º grau (G3). O teste pré foi realizado imediatamente antes do processo educativo, e o intervalo médio entre os testes foi de 10±10 dias. No teste pré, a mediana geral de acertos foi de 46,7% (40,0/60,0), sendo significativamente maior no G3 (60,0% (53,3/73,3)), p<0,001, e similar entre G1 e G2. Houve com melhora geral significativa no teste pós: 60,0% (40,0/73,3), p<0,001. De forma similar, o desempenho de G3 também foi superior no pós-teste: 73,3% (60,0/80,0), versus G1: 53,3% (33,3/66,7) e G2: 56,7% (40,0/73,3), p<0,001. Entretanto, o ganho percentual em acertos foi similar entre os grupos: G1: 6,7% (-6,7/20,0), G2: 6,7 (-6,7/20,0), G3: 6,7% (0,0/20,0), p=0,59. Resultados: O processo educativo sobre CR para escolares teve resultado positivo na melhora do conhecimento sobre o tema. Apesar de estudantes do 2º grau terem maior conhecimento prévio, observou-se ganho em todas as faixas etárias. A melhora foi ainda modesta e o processo precisa ser otimizado, lançando mão de outras tecnologias.

UM MILHÃO DE ELETROCARDIOGRAMAS EM PACIENTES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ESTUDO DE UM SERVIÇO DE TELECARDIOLOGIA

MILENA S MARCOLINO, EMMANUEL CHAZARD, DANIEL M F PALHARES, MARIA B M ALKMIM, PETER MACFARLANE E ANTONIO L P RIBEIRO

FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - CENTRO DE TELESSAÚDE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Fundamentos: O conhecimento da prevalência de alterações em grandes bases de dados de eletrocardiogramas (ECG) é importante para determinar o valor preditivo de alterações observadas em pacientes da prática clínica. Nosso objetivo é avaliar a prevalência de alterações ECG em pacientes da Atenção Primária. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, que avaliou banco de dados de ECG de serviço de telessaúde, que atende 730 municípios em Minas Gerais. O banco de dados inclui exames realizados de 2009 a 2013 (n=1.101.993). Foi utilizada a interpretação automática usando o software de Glasgow. Resultados: A idade média dos pacientes foi 51,0 (19,5) anos, sendo 59,3% mulheres. Hipertensão foi relatada em 33,2%, obesidade 22,8%, tabagismo 6,9%, diabetes 5,8%, dislipidemia 3,1% e doença de Chagas 3,0%. O uso de diuréticos foi referido por 20,7%, betabloqueadores 7,9% e digitálicos 2,8% dos pacientes. A prevalência de ECGs normais foi 69,6%, sendo menor em homens (65,8%) que em mulheres (72,3%. As medidas automáticas dos ECGs normais estão mostradas na Tabela 1. As alterações mais frequentes foram alterações inespecíficas da repolarização (39,4%), possível infarto agudo do miocárdio (11,6%), possível sobrecarga ventricular esquerda (9,5%), extrassistola supraventricular (8,2%) e ventricular (7,7%), bloqueio de ramo esquerdo (6,0%), bloqueio atrioventricular de primeiro grau (5,8%), bloqueio de ramo direito (4,2%)e fibrilação atrial (3,6%). Conclusão: A grande amostra permitiu uma descrição precisa das alterações eletrocardiográficas mais importantes em pacientes na Atenção Primária. Uma proporção considerável de pacientes apresentou ECG com alterações segundo a interpretação de Glasgow, com impacto no manejo clínico e prognóstico.

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Resumos Temas Livres

40705OCORRÊNCIA E PREDITORES ANATÔMICO, LABORATORIAL E DEMOGRÁFICO DE DISFUNÇÃO SISTÓLICA VENTRICULAR ESQUERDA APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO TRATADO COM INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA

HENRIQUE A B CAMPOS, DEBORA M SOUZA, GUSTAVO F C CAMPOS, RENATO S VENTURA, DANIELA BARRETO LINARES, RENATO R RABELLO, RAIMUNDO A MELO, AUGUSTO L FILHO, MANOEL AUGUSTO BAPTISTA ESTEVES E UBIRAJARA LIMA FILHO

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: É notório que a insuficiência cardíaca (IC), nas últimas décadas, vem se tornando um dos mais importantes problemas de saúde entre as afecções cardiovasculares. Dentre suas principais causas, está a causa isquêmica aguda e seu melhor entendimento é importante para melhorarmos sua abordagem. Métodos: Foram incluídos 102 pacientes consecutivos, de janeiro de 2012 a dezembro de 2014, que apresentaram infarto agudo do miocárdio com supra de segmento ST (IAMCSST) e foram submetidos à angioplastia primária. Realizou-se, nas primeiras 24 horas, avaliação ecocardiográfica da função sistólica do ventrículo esquerdo pela fração de ejeção com técnica de Teichholz, aferida “troponina I” na admissão, e associadas à artéria culpada. Foram também coletados os dados demográficos dos pacientes. Resultados: A população do estudo foi composta de 64,7% homens e 35,3% mulheres. A média de idade foi de 64 anos, sendo maior a média no sexo feminino (68 anos versus 62 anos). Dos 36 pacientes do sexo feminino, 55% tinham disfunção sistólica, sendo que 33% apresentavam disfunção leve e 22% disfunção moderada a importante. Já dos 66 pacientes masculinos, 45% cursaram com disfunção sistólica do Ventrículo Esquerdo (VE), sendo 27% com disfunção leve e 18% com disfunção moderada a importante. Com relação à artéria culpada, 47% das vezes foi a artéria descendente anterior (DA), 35% foi a coronária direita e 13% foi a circunflexa. Dentre os pacientes com disfunção moderada a importante, a artéria DA foi responsável em 87,5% das mulheres e 66,6% dos homens. Não houve relação significativamente estatística (p<0,05) entre troponina e artéria acometida, nem entre troponina e grau de disfunção. Discussão: Dados literários relataram piores resultados em pacientes do sexo feminino, creditados, ao menos em parte, a um tratamento menos agressivo e à apresentação clínica menos padronizada. Os nossos dados confirmam essa relação entre grau de disfunção e gênero. Além disso, a disfunção está muito mais relacionada com a artéria culpada do que ao valor da troponina.Conclusões: Pacientes do sexo feminino submetidos à ICP primária demonstram pior função sistólica do VE, estando a disfunção moderada a grave mais relacionada à artéria DA. O valor da troponina na admissão não parece estar relacionada ao grau de disfunção.

40707ADESÃO DOS INDIVÍDUOS HIPERTENSOS A TERAPIA MEDICAMENTOSA

LUCIANA FERREIRA STAUFFER, BEATRIZ D ALKMIN BELTRAN RIBEIRO E ROBERTO DELLA ROSA MENDEZ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL, TRÊS LAGOAS, MS, BRASIL.

A hipertensão arterial é responsável por 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana. Essa doença apresenta alta prevalência e baixas taxas de controle, sendo considerada um dos principais fatores de risco cardiovascular modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública. O presente estudo tem como objetivo avaliar a adesão medicamentosa dos indivíduos hipertensos atendidos pelo sistema único de saúde em um município do Estado de Mato Grosso do Sul. Trata-se de um estudo exploratório, prospectivo realizado no Centro de Especialidades Médicas, a população do estudo foi composta por 54 indivíduos hipertensos em seguimento ambulatorial. Os dados foram coletados no período de dezembro de 2014 a março de 2015, por meio de entrevista estruturada, em local privativo no referido serviço. Para avaliação da adesão medicamentosa foi utilizada a Escala de Adesão Terapêutica de Morisky de oito itens. Os dados foram submetidos à análises descritiva com auxílio do programa SPSS versão 17.0. Os resultados evidenciaram uma população com predomínio do sexo feminino (66,7%), com idade média 58,1 anos, de cor branca (57,4%), casados (53,7%), com escolaridade média de 5,6 anos de estudo e aposentados (42,6%). A maioria dos participantes do estudo (53,9%) foram considerados como indivíduos com uma média adesão ao tratamento medicamentos. Quando comparado à adesão medicamentosa entre os sexos, foi observado que nos indivíduos do sexo masculinos a classificação como alta (27,8%) e baixa (27,8%) adesão terapêutica foi maior que nos indivíduos de sexo feminino, alta (13,9%) e baixa (19,4%). Os resultados do estudo demonstraram a importância de implementação de estratégias para aumentar a adesão dos pacientes hipertensos ao tratamento medicamentoso. É importante a atuação do enfermeiro no desenvolvimento, implementação e avaliação de estratégias que facilitem uma melhor adesão às medidas de controle da hipertensão e o uso da Escala de Adesão Terapêutica de Morisky poderá auxiliá-lo na identificação da adesão ao tratamento da hipertensão arterial.

40817OBESIDADE X ARRITMIAS NO TESTE ERGOMÉTRICO: ESTUDO PILOTO

JOSÉ RICARDO COSTA DE OLIVEIRA,

NCOR, ITAJUBÁ, MG, BRASIL - MAGSUL, ITAJUBÁ, MG, BRASIL.

Introdução. A obesidade pode comprometer o sistema cardiovascular gerando arritmias graves, sendo o Teste Ergométrico (TE) um exame útil para identificação das mesmas. O presente estudo visa identificar nos pacientes que tiveram TE alterado por arritmias, aqueles com IMC > 25 kg/m2.Métodos. Avaliou-se 755 pacientes submetidos TE e destes selecionou-se os que tiveram arritmia no teste. E então selecionaram-se aqueles com IMC > 25 kg/m2 e nestes foi estudada a forma de apresentação das arritmias, presença da(s) mesma(s) já no eletrocardiograma (ECG) de repouso, idade e sexo.Resultados. 177 (23,44%) dos pacientes que realizaram o TE tiveram arritmia, sendo que 105 (59,32%) tinham IMC > 25 Kg/m2. As formas mais comuns foram as EsV (89), seguidas das EsSV (36), e outras (4). A faixa de IMC > 25 foi a mais representada e a idade mais comum, dos 51 aos 70 anos, principalmente do sexo masculino. 81 (77,14%) apresentavam eletrocardiograma de repouso normal e 24 (22,85%) tinha alguma forma de arritmia, sendo mais comuns as EsV.Discussão. A obesidade tem alta prevalência no Brasil (40% da população), com ligeira prevalência em homens. A faixa de IMC > 25 kg/m2 teve mais arritmia em comparação com aqueles com IMC menor como resultados prévios do estudo Framingham, porque o excesso de tecido adiposo causa depósitos de gordura subepicárdica e infiltração no miocárdio, favorecendo as arritmias. A arritmia mais encontrada foram as EsV, o que está conforme literatura, assim como nossos dados de que as EsSV são a segunda forma mais comum. A obesidade é uma das causas desencadeantes ou de piora das arritmias, sendo muito importante a detecção delas nesses pacientes, seja pelo ECG de repouso, Holter de 24h, mas principalmente pelo TE já que, como pôde ser visto, muitos obesos não a apresentam arritmias ao ECG de repouso, mas apenas quando durante o TE, já o exercício interfere no ritmo cardíaco através de modificações neuro-humorais. Dessa forma, é muito importante a identificação de arritmias em obesos de modo precoce e não invasivo, e o TE é um exame seguro, rápido, preciso, de grande reprodubitilidade e disponibilidade para definir o binômnio arritmias-obesidade.

40837PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES ENTRE PACIENTES HIPERTENSOS E DIABÉTICOS ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO - BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: O comprometimento aterosclerótico das artérias coronarianas, cerebrais e dos membros inferiores é bastante comum em pacientes com hipertensão arterial (HA) e diabetes mellitus II (DM II), constituindo a principal causa de morte dos mesmos. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência de complicações cardiovasculares entre pacientes hipertensos e diabéticos cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal realizado nos meses de novembro e dezembro de 2012, com 110 pacientes (86 mulheres e 24 homens), faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana-MG. Foram coletados dados secundários de idade, gênero e complicações cardiovasculares, obtidos a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência das variáveis categóricas com valores de frequência percentual, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.72 ± 10.94 anos, dos quais 78.2% eram do gênero feminino. Observou-se a presença de comorbidades cardiovasculares em 24.5% dos pacientes avaliados, sendo o infarto agudo do miocárdio (46.2%), a doença renal (19.2%), o pé diabético (7.7%), o acidente vascular encefálico (3.9%) e outras coronariopatias (23.1%) as complicações mais comuns. Discussão: A importância da detecção, do tratamento e do controle da HA e do DM II na redução dos desfechos cardiovasculares fatais está consolidada na literatura científica. Complicações macroangiopáticas podem ocorrer mesmo em estágios precoces do DM. Além disso, em estágios mais tardios, pacientes podem apresentar microangiopatias, como distúrbios visuais, doença renal e comprometimento neuronal. A frequência de complicações varia conforme a população estudada. Conclusão: Foi encontrado alto número de complicações cardiovasculares nesta população, dentre as quais destacaram-se o infarto agudo do miocárdio e a doença renal.

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Resumos Temas Livres

40867A IMPORTÂNCIA DO QRS FRAGMENTADO NO PROGNÓSTICO DAS CARDIOPATIAS

BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, MILENE SOUZA CASTRO, LUIZ CHAVES MENDES, LEONARDO ALEXANDRE GANDRA, FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO, PEDRO GONTIJO PUBLIO, JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR, JOSANA LUCAS ARAUJO, ANA LUISA CALIXTO RODRIGUES E THIAGO DA ROCHA RODRIGUES

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução : QRS fragmentado (QRSF) é a presença de ondas R’ adicionais ou entalhes em S ou > 1 R´ em 2 ou mais derivações contíguas do ECG. O QRSF em bloqueios de ramo caracteriza-se por vários padrões RSR´ ou mais de 2 ondas R ou 2 entalhes nas ondas S. Alguns estudos correlacionam o QRSF com pior prognóstico nas cardiopatias. Objetivos - Comparar as características do bloqueio completo de ramo esquerdo (BCRE) com e sem fragmentação e correlacionar com a gravidade da cardiopatia. Métodos e resultados - Apresentamos 5 ECGs com BCRE, 4 com QRSF e 1 sem fragmentação. O paciente (PT) 1 é CAC, 78 anos, portador de miocardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca (IC) classe funcional IV e várias internações para uso de dobutamina. PT 2 (MG), 47 anos, portadora de miocardiopatia hipertrófica obstrutiva grave, alcoolização septal e implante de cardiodesfibrilador implantável (CDI), o qual foi acionado 2 vezes por taquicardia ventricular (TV) polimórfica sustentada. PT 3 (GMA), 56 anos, portador de cardiopatia chagásica, TV recorrente e CDI com vários acionamentos. PT 4 (MHS), 78 anos, portadora de miocardiopatia dilatada com IC refratária e submetida a implante de ressincronizador cardíaco. PT 5 (RRA), 74 anos, não apresenta cardiopatia estrutural. Os 4 primeiros PTs apresentam BCRE com QRSF caracterizados por QRS com várias espículas ou entalhes nas ondas R ou S, ou ondas RR´ separadas por > 40 ms em 2 ou mais derivações contíguas. O 5o PT apresenta BCRE não fragmentado caracterizado por ausência das características acima. Os PTs com QRSF apresentaram cardiopatias graves (IC refratária ou cardiopatias arritmogênicas com necessidade de CDI). O PT sem fragmentação apresentou hipertensão arterial e hipertrofia ventricular esquerda leves. Discussão - Das et al. mostraram que o QRSF está associado a morte e IAM (RR = 1,62). Em outro estudo de 879 PTs, o QRSF foi associado a maior mortalidade (RR = 1.41). Há distorção do sinal de condução devido a cicatriz, fibrose e isquemia, resultando em condução em zig-zag através da cicatriz e aparecimento de múltiplas espículas no QRS. Conclusão: QRSF sugere a presença de cicatriz e fibrose miocárdica e é marcador de risco para eventos cardíacos. Sua análise é subjetiva e necessita critérios mais objetivos que melhor o definam. Mais estudos devem ser realizados para definir a sensibilidade, especificidade e valores preditivos para eventos cardíacos e morte nas cardiopatias.

40926TAVI E DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA: DADOS DO REGISTRO MADRE TERESA (REMAT)

RONALD DE SOUZA, CASSIO MENEZES NOGUEIRA, ROBERTO LUIZ MARINO, WALTER RABELO, FERNANDO ANTONIO ROQUETE REIS FILHO, RODRIGO DE CASTRO BERNARDES, MAURO ISOLANI PENA, ROBERTO JOSE DE QUEIROZ CREPALDI, BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO E MARCOS ANTONIO MARINO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, BRASIL.

INTRODUÇÃO A coexistência entre doença arterial coronária (DAC) e estenose valvar aórtica (EAo) grave em pacientes submetidos a implante percutâneo de valvula aórtica (TAVI) é aproximadamente 50%, todavia as implicações prognósticas da gravidade da DAC em pacientes idosos com EAo submetidos a TAVI ainda não estão estabelecidas na literatura. Não há consenso entre a avaliação e escores de risco para quantificar a extensão e complexidade das lesões coronarianas bem como o manuseio destas. OBJETIVO Relatar e descrever as características clínicas basais e angiográficas coronarianas, em uma série de 18 casos consecutivos em portadores de estenose aórtica grave submetidos à TAVI, e avaliar segurança e eficácia da intervenção. RESULTADOS Um total de 18 pacientes com EAo grave submetidos a TAVI foram incluídos em um registro prospectivo entre maio de 2012 e dezembro de 2014. A média de idade foi de 83 (± 4) anos, com mínimo de 69 e máximo de 90, ocorreu predomínio do sexo masculino (61%). Dezessete pacientes portadores de Hipertensão arterial (94%), seis diabéticos (33%), três portadores de DPOC (17%), treze portadores de IRC (72%). EuroScore logístico (22,6± 14) e STS score (11,6± 9). Nove pacientes (50%) apresentaram DAC significativa. Destes foi determinado o escore SYNTAX (SS) pré-procedimento a partir das coronariografias basais e classificados como baixo SS (0-22, n = 8), intermediário SS (23-32, n=0) e alto SS ( ≥33, n=1). Dos pacientes portadores de DAC significativa (09) a revascularização completa foi alcançada em 04 (44%). No período periprocedimento (<30dias). Ocorreu 01 óbito no grupo sem DAC siginificativa e não ocorreu Infarto agudo do miocárdio nos 18 pacientes . DISCUSSÃO A incidência de DAC em pacientes submetidos à TAVI é elevada. Neste estudo 50% dos pacientes eram portadores de DAC siginificativa. A estratégia de revascularização é comparável em pacientes sem DAC siginificativa mesmo com revascularização completa em apenas 44% dos pacientes com DAC siginificativa. CONCLUSÃO A incidência de DAC em pacientes submetidos à TAVI alta. A estratégia de abordagem das lesões coronarianas seletivamente antes do TAVI parece ser segura e eficaz.

40962 40988AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE MARIANA-MG

ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA, ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES E FERNANDA RIBEIRO ROSA

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO - BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, UBERLÂNDIA, MG, BRASIL.

Introdução: A obesidade, caracterizada pelo excesso de tecido adiposo no organismo, resulta do prolongado desequilíbrio entre ingestão alimentar e gasto energético. Representa um importante problema de saúde pública no mundo, com prevalências superiores a 50% na população adulta. Associa-se de forma independente com outras doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o estado nutricional de pacientes hipertensos cadastrados no “Hiperdia” de Mariana-MG. Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal, realizado nos meses de novembro e dezembro de 2012, com 162 pacientes (31 homens e 131 mulheres), faixa etária entre 33 e 91 anos, atendidos em uma Estratégia de Saúde da Família de Mariana-MG. Foram coletados dados secundários de idade, peso e altura a partir de prontuários clínicos do “Hiperdia” do município. A partir da razão do peso pelo quadrado da altura foi calculado o índice de massa corporal (IMC). Foram utilizados os pontos de corte propostos pela Organização Mundial de Saúde (1998) e por Lipschitz (1994) para classificação do estado nutricional de adultos e idosos, respectivamente. Para descrever o perfil da amostra segundo as variáveis estudadas foi feita a distribuição de frequência percentual da variável categórica, e estatística descritiva da variável contínua com valores de média e desvio padrão. A comparação entre os grupos foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson, adotando-se índice de significância de 95%. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 61.6 ± 10.6 anos. Foram observadas altas taxas de excesso de peso tanto em idosos (67.4%) quanto em adultos (85.5), sendo significativamente maior neste grupo (p<0.01). Discussão: Verificou-se altas prevalências de excesso de peso na amostra avaliada, concordante com numerosos estudos disponíveis na literatura. Diferentes instrumentos são empregados na triagem nutricional de indivíduos, dentre os quais destaca-se a antropometria, em função de sua fácil aplicabilidade, baixo custo e caráter pouco invasivo. Embora não discrimine a localização da gordura corporal, o IMC é o indicador antropométrico mais utilizado na avaliação de populações, por ser altamente reprodutível. Conclusão: Houve amplo predomínio de indivíduos com excesso de peso nesta população, sobretudo entre adultos. Medidas de prevenção e controle são necessárias, com objetivo de evitar outras complicações cardiovasculares.

OBESIDADE E HIPERTENSÃO NA SAÚDE ESCOLAR.

FERNANDA ALDRIGUES CRISPIM SILVA, E CRISTHIAN KENNY FIRMINO LUCIO DE SOUZA

ESCOLA ESTADUAL FERNANDO DUARTE RABELO, VITORIA, ES, BRASIL.

A obesidade é uma doença complexa e multifatorial, envolve interação de aspectos metabólicos, fisiológicos, comportamentais e sociais.Segundo a OMS, é um problema de saúde pública.A incidência é cada vez maior de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de muitos países.Os fatores de risco ambientais mais associados à obesidade são a dieta, atividade físicas e excesso de peso. A cada ano, ao menos 7,1 milhões de pessoas morrem devido a hipertensão arterial com prevalência de 2,3% a 17,3% em crianças e adolescentes.Objetivo:Correlacionar hábitos alimentares em adolescentes numa escola pública do município de Vitoria ES com a predisposição para hipertensão.Metodologia:Estudo descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvida na Escola Estadual de Ensino Médio do município de Vitória.A amostra foi composta de 56 adolescentes matriculados na referida escola no período de 16 de junho a 20 de junho de 2008. Foi elaborado como instrumento de coleta de dados um questionário semi-estruturado e os escolares foram avaliados com relação a estatura, peso e pressão arterial.Resultado:O sexo feminino predomina em 62,5% da amostra.A idade média foi de 16 anos. A ingestão de bebida alcoólica foi observada em 42,8% dos adolescentes.O sedentarismo aparece em 25% dos casos e 30,4% negam ter alimentação saudável. Quanto ao papel da escola na promoção de saúde dos mesmos, 78,5% declaram que apenas na aula de Educação Física é abordada a questão de hábito saudável de vida, como a prática de atividade física; 83,5% não consideram a alimentação da cantina escolar saudável.Quanto ao conhecimento sobre HAS, 76,7% não conhecem os fatores de risco causadores da HAS e 64,2% não têm conhecimento sobre suas consequências para a saúde.73,4% dos adolescentes obtêm colaboração dos pais para a mudança de sua alimentação.Conclusao:Os entrevistados não têm conhecimento satisfatório sobre o assunto. A instituição de ensino não proporciona informações de saúde aos alunos.Destaca se a importância da verificação da pressão arterial regularmente em adolescentes escolares.Crianças com sobrepeso ou obesidade merecem atenção quanto aos níveis pressóricos, o excesso de peso constitui marcador de risco para a manifestação precoce da doença. A preocupação precoce é pertinente para o perfil epidemiológico da população brasileira no que se refere à elevada prevalência de doenças crônicas na vida adulta e a adoção de medidas preventivas é a melhor forma para uma vida saudável.

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Resumos Temas Livres

41037PERFIL DO IDOSO NO CENTRO OESTE DE MINAS GERAIS

ELVIO MARQUES DA SILVA,

UNIVERSIDADE DE ITAUNA, ITAUNA, MG, BRASIL - HOSPITAL MANOEL GONÇALVES, ITAUNA, MG, BRASIL.

Introduçao- Apesar da melhoria da qualidade de vida da populaçao idosa, doenças cronicas ainda são bastante comuns entre pessoas com 65 ou mais anos. Fatores de risco que contribuem para essas doenças, como peso acima da tabela (sobrepeso) , sedentarismo, são possíveis de modificaçao.Objetivo-Traçar o perfil da populaçao de 65 anos, quanto a aspectos patologicos e de estilo de vida.Metodologia- Estudo realizado com 60 idosos na faixa etaria de 65 anos, no Centro Oeste mineiro, onde os entrevistados eram solicitados aresponder através de um questionário perguntas sobre idade,altura,peso,historia familiar, medicamentos em uso,sdentarismo,etilismo, tabagismo e doenças que tratam no momento.Resultados- Dos 60 idosos entrevistados, 50% eram homens com idade média de 65 anos. Destes 41,66% eram sedentários, 15% com sobrepeso e 5% obesos. As doenças mais comuns entre eles foi: hipertensão 73.3%, diabetes 40%, hipercolesterolemia e osteoporose 10% cada uma. A prevalência do tabagismo foi de 18% e do etilismo 6%.Conclusões- Neste estudo as mais frequentes doenças foram a hipertensão arterial seguida da diabetes e osteoporose.

41064O QUE OS CENTENÁRIOS TEM EM COMUM?

ELVIO MARQUES DA SILVA,

UNIVERSIDADE DE ITAUNA, ITAUNA, MG, BRASIL - HOSPITAL MANOEL GONÇALVES, ITAUNA, MG, BRASIL.

Introdução- A população brasileira encontra-se e,m franco processo de envelhecimento. Assistirermos um verdadeiro boom de idosos até 2025, quando o Brasil terá a sexta maior populaçao de idosos do planeta. O aumento da expectativa de vida acha-sde tradicionamente ligadoà melhor qualidade de vida de sua populaçao e os avanços médico-tecnológicos em prática há vários anos.Objetivo - A pesquisa realizada teve como finalidademostrar o que as pessoas com cem ou mais anos tem em comum.Metodologia- Foram realizadas entrevistas com cinco centenários que foram encontrados aleatoriamente na região Centro Oeste de Minas Gerais, dos quais 80% do sexo feminino. Os dados coletados foram baseados em questionário amplo sobre informaçoes pessoais, habitos de vida, doenças e uso de medicaçao atual.Resultados- Com base nos dados coletados, obsdervou-se que: todos os entrevitados eram brancos; nenhum deles foi sendentario ; quatro dos cinco ou 80% nunca fizeram uso de bebida alcoólica em suas vidas; apenas um em cinco ou 20% deles esta acamado; fazem pequenas caminhadas quatro dos cinco centenários;tres dos cinco eram donas de casa; a hipertensão arterial é a doença mais comum entre eles, tres deles ou 60%.Conclusões- Neste estudo os centenários eram na maioria do sexo feminino, branco, nunca fizeram uso de bebida alcoólica e tem na hipertensao arterial a doença mais frequente.

41068NONAGENÁRIOS, RETRATO ATUAL!!!

ELVIO MARQUES DA SILVA,

UNIVERSIDADE DE ITAUNA, ITAUNA, MG, BRASIL - HOSPITAL MANOEL GONÇALVES, ITAUNA, MG, BRASIL.

Introdução- O envelhecimento populacional é uma realidade nacional e mundial.Dentro deste grupo populacional, os idosos longevos têm apresentado um crescimento significativo.Objetivo- Descrever as características das pessoas com noventa ou mais anos em busca de pontos em comum nesta populaçao.Metodologia- Foi utilizado um questionário contendo dados sobre habitos de vida, infofrmaçoes pessoais, doenças e medicametnos em uso e os idosos foram cadastrados aleatoriamente.Resultados- Foram entrevistados 28 idosos, sendo 18 do sexo feminino. As seguintes características foram observadas: 60% sedentarios, 30% abaixo do peso, 20% tabagistas, 10% fazem uso de bebida alcoólica.Conclusões- O presdente estudo mostrou que a maioria dos nonagenários era do sexo feminino e sedentários.

APRESENTAÇÃO PÔSTER

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Resumos Temas Livres

38467ARTRITE REUMATOÍDE E DOENÇA CORONARIANA

MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS, DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, WALDIANE FERNANDES, TIAGO FABRÍCIO GUALBERTO SILVA PEREIRA, AGNALDO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR, GUILHERME HENRIQUE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA, THIAGO MARINHO G. V. PRADO, JOÃO PAULO MENEZES DE OLIVEIRA E IDÁLIA DE SOUSA ANDRADE

CIRCC, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL - HOSPITAL BALBINO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica qu acomete 0,2 a 2% da população, principalmente as mulheres, com pico entre os 30 e 50 anos. O risco de mortalidade por doença arterial coronariana (DAC) é 59% maior em pacientes portadores de AR comparando com a população geral.Há crescente evidência, por estudos clínicos controlados, de que pacientes com AR apresentam aterosclerose e calcificação coronária mais extensa em relação a indivíduos sem AR, sugerindo que este aumento de eventos cardiovasculares seria reflexo de maior e mais precoce atividade aterosclerótica.Os fatores de risco clássicos, como tabagismo, hipertensão arterial sistémica, diabetes mellitus e dislipidemia atuam na gênese da doença aterosclerótica em pacientes portadores de AR, porém, como será descrito trabalho, é o estado de inflamação crônica com aumento de citocinas e auto-anticorpos que levará à instabilzação da placa aterosclerótica, aumentando seu risco de ruptura. Relato de Caso: Paciente, MMB, feminina, 71 anos, dislipedêmica, portadora de artrite reumatóide há 25 anos, interna com quadro de angina instável. Ao eletrocardiograma de admissão apresentava bloqueio de ramo esquerdo completo, com frequência cardíaca de 100bpm. Realizou ecocardiograma que mostrava função sistólica do ventrículo esquerdo preservada com hipocinesia lateral e déficit de relaxamento. Não apresentou alteração de marcadores de necrose miocárdica. Foi à coronariografia que evidenciou descendente anterior com lesão obstrutiva grave de 80% no terço proximal. Foi então realizado angioplastia com 1 stent farmacológico. Para melhor avaliação do resultado foi passsado ultrassom intracoronariano que mostrou uma expansão das hastes do stent com árealuminal final de 6,53mm.Conclusão: o trabalho visa aprofundar a relação entre artrite reumatóide e SCA, como apresentações diferenciadas da doença e novas armas utilizadas na terapêutica específica.

38613SOPRO CARDÍACO SUBITAMENTE PERCEBIDO PELO PRÓPRIO PACIENTE: DADO SEMIOLÓGICO INDICATIVO DE DISFUNÇÃO DE PRÓTESE VALVAR MITRAL

HENRIQUE P M PENA, PAULO C F FURTADO, AUGUSTO C M VILELA E RITA C L PAULA

REDE DE SAÚDE MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS MINAS GERAIS - FELUMA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Atualmente, a anamnese e o exame clínico cuidadosos, imprescindíveis para o diagnóstico e seguimento da doença valvular, têm sido, inadvertidamente, pouco valorizados na prática clínica, em função da crescente disponibilidade e maior especificidade do Ecocardiograma. O sopro sistólico, bem caracterizado por Levine em 1933, integra o capítulo de semiologia dos importantes livros-textos de Cardiologia. Entretanto, o sopro cardíaco percebido pelo próprio paciente é achado clínico menos frequente, descrito na literatura em pequenas series de casos. O objetivo é descrever um caso em que o próprio paciente percebeu o sopro cardíaco e discutir a importância deste achado semiológico. Relato de caso: “Estou ouvindo um som diferente vindo do meu coração, doutor”. Esta frase foi dita pelo paciente em estudo, iniciais C.P, sexo masculino, 45 anos de idade. Apresenta histórico de valvulopatia mitral de etilogia reumática e, em 2005, devido a insuficiência mitral grave, foi submetido à cirurgia de implante de bioprótese em posição mitral. Em setembro/14, diagnosticado Fibrilação Atrial. Ecocardiograma, nesta ocasião, mostrava prótese mitral com regurgitação mitral de leve intensidade. Em dezembro/14, percebeu, subitamente, “um ronco no coração”, “sempre a cada batimento cardíaco”. Cursou, a seguir, com dispneia progressiva, desencadeada por mínimos esforços, além de dispneia paroxística noturna. Exame clínico confirmou a presença de sopro holossistólico, envolvendo a primeira bulha, piante, mais audível em foco mitral e irradiando para axila. Ecocardiograma mostrou ruptura de folheto de bioprótese mitral e insuficiência mitral grave, aumento de átrio esquerdo (52 mm), fração de ejeção 58%.Confirmado diagnóstico de disfunção de bioprótese mitral. Submetido cirurgia de retroca valvar mitral (prótese mecânica duplo disco). Achado cirúrgico confirmou a ruptura de folheto da protése mitral. Apresentou boa evolução pós-operatória. Conclusão: A percepção do sopro cardíaco pelo próprio paciente, neste caso, foi o primeiro sintoma que alertou para a hipótese diagnóstica de disfunção grave da bioprótese valvar mitral. Este dado clínico subsidiou o prosseguimento da propedêutica, possibilitando o diagnóstico preciso e terapêutica efetiva. A percepção de sopro cardíaco pelo próprio paciente é achado semiológico peculiar e raro, que deve ser valorizado pelo cardiologista no seguimento clínico do paciente portador de doença valvar.

39032 39679ANGIOTOMOGRAFIA COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR NAS ANOMALIAS DE CORONÁRIAS: RELATO DE CASO

HUGO LEONARDO MARQUES MAGNO, MARIANA BARRETO MARINI E GIOVANI LUIZ DE SANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

Introdução: As anomalias das artérias coronárias são alterações congênitas raras cujas apresentações clínicas em adultos são decorrentes de isquemia miocárdica, e manifestam-se sob a forma de angina pectoris, arritmias, síncopes, infarto agudo do miocárdio (IAM) ou morte súbita. Descrição do caso: O tema livre em questão descreve um relato de caso cujo objetivo é demonstrar a importância da angiotomografia de coronárias na avaliação complementar das anomalias das artérias coronárias. Trata-se de paciente do gênero masculino, 41 anos, ausência de fatores de risco e história familiar negativa para doença arterial coronária. Procurou pronto-atendimento com história de ter sido acordado por dor precordial inédita, tipo queimação, de forte intensidade, com irradiação para membro superior esquerdo e duração superior a 30 minutos. O ECG da admissão evidenciou ritmo sinusal, FC=84 spm, atraso de condução pelo ramo direito do feixe de Hiss e alteração inespecífica de repolarização ventricular na parede inferior. Documentou-se elevação dos marcadores de necrose miocárdica: CKMB massa (ΔT6hs) = 58,60 ng.ml-1 e troponina I (ΔT12hs) = 13,83 ng.ml-1. Definiu-se o diagnóstico de IAM sem supradesnivelamento do segmento ST. Dessa forma, solicitou-se uma cineangiocoronariografia com intuito de avaliar a anatomia coronária e que mostrou coronária direita dominante sem lesões obstrutivas, artéria descendente anterior sem lesões obstrutivas, e artéria circunflexa com origem anômala no seio de valsalva direito e tortuosidade acentuada no terço proximal. Com a finalidade de avaliar o ângulo na origem, o trajeto proximal, bem como a sua relação com os vasos da base, solicitou-se uma angiotomografia de coronárias que evidenciou artéria coronária circunflexa com origem em ângulo oblíquo no seio coronariano direito e trajeto retroaórtico, entre o átrio esquerdo e a aorta, com ausência de placas ateroscleróticas ou redução luminal. Conclusões: A angiotomografia de coronárias, comparativamente à cineangiocoronariografia, possibilita uma análise tridimensional do ângulo na origem e do trajeto proximal das artérias coronárias anômalas. Esses aspectos anatômicos representam os principais preditores de gravidade e são fatores de grande relevância para definição de conduta clínica ou cirúrgica nas anomalias de artérias coronárias.

RELATO DE CASO: MANEJO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA EM PACIENTE COM MIOCARDITE AGUDA FULMINANTE

ERICA SILVA, JOÃO PAULO CHAVES DE MELO, IGOR ULLOA DA CUNHA e RODRIGO CUNHA DE SOUSA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MARIO PALMÉRIO – UNIUBE, Uberaba, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Miocardite é uma entidade clínica grave com incidência estimada em até 12%. Manifesta maior prevalência no sexo masculino, adulto jovem, sendo causa importante de morte súbita em menores de 40 anos. Pode decorrer de diversas causas sendo a miocardite viral a forma mais prevalente. A forma fulminante é a mais grave, caracterizada por curso agudo, rapidamente progressivo (insuficiência cardíaca congestiva classe funcional IV e choque cardiogênico) e alta letalidade quando não tratada adequadamente. RELATO DE CASO: N.J.B, masculino, 22 anos, hígido, admitido com quadro clínico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada de início súbito. Apresentava radiografia de tórax com cardiomegalia grau III e congestão pulmonar. Ao ecocardiograma transtorácico, fração de ejeção de 16%, hipocinesia ventricular esquerda difusa importante, dilatação de câmaras cardíacas e hipertensão pulmonar grave (PSAP: 69 mmHg). Foi iniciado medidas para insuficiência cardíaca agudamente descompensada perfil C necessitando de altas doses de drogas inotrópicas e vasodilatadoras parenterais, suporte dialítico e reversão de episódio de morte súbita em fibrilação ventricular. Para elucidar a causa etiológica, foram realizados diversos exames que apresentaram resultados negativos, incluindo investigação para doenças auto-imunes, testes sorológicos para HIV, hepatites, doença de Chagas e síndrome mono-like. A cintilografia miocárdica com Gálio-67 evidenciou intenso processo inflamatório em atividade no miocárdio, compatível com miocardite. Após longo tempo de internação, foram otimizadas medicações por via oral na maior dose tolerada pelo paciente, sendo então encaminhado para seguimento ambulatorial. DISCUSSÃO: O quadro de miocardite fulminante acarreta em alta morbimortalidade, prolongamento do tempo de internação e não raramente, evolui para necessidade de transplante cardíaco. A biópsia endomiocárdica de ventrículo direito é o método padrão ouro para o diagnóstico, possui grande importância na orientação terapêutica como o uso de imunossupressores, imunomoduladores e antivirais, porém não está disponível na maioria dos centros médicos. Na prática clínica, o diagnóstico não raramente torna-se obscuro sendo realizado através de dados clínico-epidemiológicos e com auxílio de exames laboratoriais e de imagem. Pela dificuldade diagnóstica, a terapêutica adotada frequentemente baseia-se no suporte hemodinâmico intensivo.

TEMAS LIVRES - 02 e 03/07/2015APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

39697INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO E CORONARIOPATIA GRAVE EM ARTÉRIAS NÃO RELACIONADAS AO INFARTO. RELATO DE 3 CASOS SEMELHANTES, MAS COM CONDUTAS DISTINTAS: A IMPORTÂNCIA DO HEART TEAM

MONICA H FALEIROS, JOS LUCCA NETO, MARCOS A M A JUNIOR E HENRIQUE P M PENA

REDE MATER DEI DE SAÚDE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS - FELUMA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: No contexto das constantes inovações tecnológicas e da crescente disponibilidade de publicações científicas, a abordagem das doenças cardiovasculares tem se tornado cada vez mais complexa. O Heart Team, grupo de discussão em busca da melhor prática médica, é recomendação classe I das Diretrizes e tem sido incorporado na prática dos grandes centros. Objetivo: Descrevemos 3 casos clínicos de pacientes que apresentaram infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento ST (IAMsupra) e, ao cateterismo cardíaco (cat) foi diagnosticado lesão em tronco de coronária esquerda (TCE) e coronariopatia grave não relacionada ao IAM. Apesar das apresentações clínicas semelhantes, as abordagens clínico-intervencionistas foram distintas, com decisões fundamentadas pela discussão clinica - Heart Team. Caso 1: Homem 54 anos, admitido com IAMsupra. Cat de urgência identificou oclusão total de a. Ventricular Posterior (VP). Apresentava, ainda, lesão moderada em TCE e lesões graves em aa. Diagonal, Desdendente Anterior (DA), Circunflexa (CX) e primeiro marginal obtuso. Após discussão clínica, realizado angioplastia e implante de stent convencional em a. VP (lesão culpada). Após 01 mês, realizado revascularização miocárdica: v. safena-marginal CX, mamária-DA e radial-diagonal. Caso 2: Homem 64 anos, admitido com IAM supra. Cat de urgência mostrou a. Coronária Direita (CD) ocluída (lesão culpada) e TCE com obstrução ostial de 80% e lesão de 50% em porção distal; a. DA com lesões moderadas e a. CX sem lesões. Realizado tratamento com stent farmacologico em artéria culpada (a.CD). Após 2 dias, as lesões de TCE foram tratadas com stent farmacológico, guiado por tomografia coerência óptica. Caso 3: Homem 63 anos, admitido com IAMsupra. Cat de urgência mostrou TCE com lesão ostial grave, a. CD com lesão subtotal no terço distal com fluxo pós-lesão lento (TIMI II). Após discussão clínica, decidido pela não intervenção percutânea imediata da lesão culpada (a.CD). Após 48 horas, realizado cirurgia de revascularização miocárdica. Conclusão: Os casos clínicos demonstram claramente a aplicabilidade e importância do Heart Team: pacientes de alta complexidade clínica, decisões difíceis, abordagens distintas. O Heart Team promove o pleno exercício da discussão e fundamentação da decisão na prática médica, trazendo à luz os dados da medicina baseada em evidências científicas, mas com a decisão clínica centrada no paciente em questão, com respeito à particularidade de cada indivíduo.

39698INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E FIBRILAÇÃO VENTRICULAR EM MULHER JOVEM SEM OS TRADICIONAIS FATORES DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE: DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DE ARTÉRIA CORONÁRIA. RELATO DE CASO

AUGUSTO C M VILELA, LEONARDO S RIBEIRO, ARIANE V S MACEDO E HENRIQUE P M PENA

REDE MATER DEI DE SAÚDE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Dissecção espontânea de artéria coronária (DEAC) é doença rara que, apesar de tipicamente afetar pacientes jovens, predominantemente mulheres, e sem os tradicionais fatores de risco para aterosclerose, caracteriza-se por alto risco de complicações agudas. Manifesta-se, clinicamente, como Infarto Agudo do Miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMCSST) em 49% dos casos, e como IAM sem supradesnivelamento ST em 44%. Arritmias graves, taquicardia e fibrilação ventricular, ocorrem em 14%. Descrevemos um caso de IAMCSST e Fibrilação Ventricular devido a DEAC e discutimos suas particularidades. Relato de caso: Paciente 52 anos, sexo feminino, não obesa, sem antecedentes de diabetes, hipertensão arterial, tabagismo ou dislipidemia. Sem história familiar para doença arterial coronariana. Historia clínica: Após estresse emocional, apresentou dor torácica de início súbito. Atendida no Hospital 40 minutos após o início do sintoma. ECG: Supradesnível do segmento ST em região antero-lateral (D1, AVL, V1 a V5). Após 13 minutos da admissão, apresentou Fibrilação Ventricular sendo submetida a desfibrilação imediata e tratamento suportivo (ventilação mecânica, noradrenalina, dobutamina, amiodarona). Cineangiocoronariografia de urgência mostrou lesão compatível com dissecção em terço médio-distal de artéria descendente anterior, comprometendo 95% da lúmen da artéria, com fluxo TIMI-II. Ventriculografia com acinesia antero-apical. Decidido por não realizar intervenção coronariana. Tratamento clínico intensivo com acido acetilsalicílico, prasugrel, enoxaparina. Evolução clínica sem sequelas neurológicas, sem recorrência de angina e em Killip I. Cateterismo controle, no 7º dia pós-IAM mostrou lesão em terço distal de artéria descendente anterior resultando em redução de 20% do lúmen e com fluxo TIMI-III. Conclusão: O presente caso demonstra a importância do emergencista e hemodinamicista considerarem a possibilidade de diagnóstico de dissecção coronariana espontânea, principalmente frente a mulher jovem com sintoma anginoso, sem antecedentes de outras doenças e sem os tradicionais fatores de risco para aterosclerose. A terapêutica da dissecção coronariana é diferenciada: A angiografia de urgência e o tratamento clínico intensivo se impõem como nas demais causas de síndrome coronariana aguda, entretanto, a abordagem intervencionista é geralmente conservadora.

39699INSUFICIÊNCIA CORONARIANA EM PACIENTE PORTADOR DE ANOMALIA CORONARIANA: UM DESAFIO TERAPÊUTICO

JOAO P M RIBEIRO, HEBERT G MUNIZ, JOSE G CARNEIRO E HENRIQUE P M PENA

REDE MATER DEI DE SAÚDE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS - FELUMA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Anomalias das artérias coronarianas são encontradas em 0,6 a 1,55 % das angiografias. Dentre estas anomalias, a origem anômala de artéria circunflexa é a mais encontrada, ocorrendo em 0,18 a 0,67% das angiografias. Não há consenso na literatura se esta anomalia, devido ao ângulo agudo na saída da artéria aorta, seria fator predisponente independente para doença aterosclerótica. Entretanto, reconhece-se que este desvio do padrão anatômico dificulta tecnicamente a realização de procedimentos intervencionistas terapêuticos. Descrevemos um caso de paciente portador de insuficiência coronariana (angina estável) que apresentava lesão obstrutiva grave em artéria circunflexa com origem anômala em seio coronariano direito. Relato do caso: paciente 71 anos, sexo masculino. Histórico de síndrome coronariana aguda em 2010 e implante de stent em artéria coronária direita. Reconhecido, nesta ocasião, anomalia coronariana: origem da artéria circunflexa em seio coronariano direito. Em 2014, apresentou angina estável. Cintilografia miocárdica mostrou isquemia ínfero-lateral. Cineangiocoronariografia evidenciou lesão suboclusiva proximal ao stent implantado há 4 anos e lesão grave em óstio e terço médio de artéria circunflexa anômala. Artéria Descendente Anterior com aterosclerose difusa discreta. Realizado angioplastia e implante de stents farmacológicos (3,5x18 mm e 3,5x16 mm) em1/3 proximal e médio artéria Coronária Direita. Após 3 dias, realizado angioplastia e implante de 2 stents farmacológicos (2,5x16mm e 2,5x18mm) para tratamento das lesões em artéria circunflexa anômala. Procedimento intervencionista muito dificultado devido à angulação de saída da artéria circunflexa. O resultado angiográfico, entretanto, foi muito bom, com redução da lesão obstrutiva para zero. Conclusão: No caso clínico em discussão, a constatação de lesão culpada em artéria circunflexa anômala (origem anômala em óstio de artéria coronária direita), por não oferecer uma anatomia favorável devido angulação de saída, dificultou, mas não impediu que a intervenção percutânea fosse realizada e que houvesse bom resultado angiográfico e clínico. A intervenção coronariana percutânea, em paciente portador de anomalia coronariana, no contexto da insuficiência coronariana, é um desafio terapêutico para o cardiologista e para o hemodinamicista.

39757HIPERTENSÃO PULMONAR E COR PULMONALE SECUNDÁRIOS ÀS SÍNDROMES DA APNÉIA DO SONO E HIPOVENTILAÇÃO PULMONAR

ANA HELENA D ARCADIA DE SIQUEIRA, FRANCISCO MONTEIRO DE ALMEIDA MAGALHAES E EVANDRO MONTEIRO DE SA MAGALHAES

UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO, ALFENAS, MG, BRASIL.

Introdução: A Hipertensão pulmonar(HP) é definida pelo aumento da pressão arterial pulmonar, cursando com intolerância progressiva aos esforços e perda dos mecanismos de adaptação do ventrículo direito(VD). Utiliza-se atualmente a classificação de Dana Point 2008, para orientar a causa, diagnóstico e conduta. A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono(SAOS) e a Síndrome de Obesidade-Hipoventilação(SOH) são causas reconhecidas de HP. Cor pulmonale é alteração da função e/ou estrutura do VD resultante de doenças do parênquima pulmonar e/ou sua vasculatura. Relato de caso: Paciente, sexo feminino, 67 anos, portadora de obesidade mórbida, com histórico de Asma brônquica grave refratária à terapêutica instituída. Fazia uso regular de Formoterol e Budesonida, prednisona, aminofilina e inalações com fenoterol e ipratrópio. Hipertensão arterial em uso de Losartana, Nifedipina, Enalapril, Furosemida e Espironolactona. Refere dispneia progressiva, atualmente para higiene pessoal e alimentação. Nega sibilância ou expectoração. Confirma sonolência diurna excessiva e roncos. Episódios de apneia confirmados por familiares. Ao exame, pletórica, sinais de corticodependência, cianose de extremidades e edema de membros inferiores. PA: 110x80mmHg, Hiperfonese de segunda bulha em foco pulmonar, respiração superficial, discretas crepitações em bases pulmonares, ausência de sibilos, abdome globoso. Exames solicitados: Hemograma e Função tireoidiana normais, Gasometria arterial (pH 7.21, pCO2 56mmHg, pO2 46mmHg, sO2 77% e HCO3 28mmol/L), Ecocardiograma com Hipertensão arterial pulmonar importante, VD com diâmetros aumentados e com contratilidade diminuída, ventrículo esquerdo com hipertrofia concêntrica discreta. Polissonografia demonstrou apnéia e hipopnéia do sono severa, com importante comprometimento da oxigenação, apresentando durante o exame dispneia, tosse e cianose de extremidades. Hipótese diagnóstica: HP e Cor Pulmonale secundários à SAOS e SOH. Conduta: Paciente foi orientada a reduzir o peso, foi realizada retirada lenta e gradual da corticoterapia, iníciado suporte de ventilação não invasivo BiPAP e prescrito oxigênioterapia domiciliar contínua. Conclusões: Destaca-se a importância do conhecimento sobre SAOS e SOH, por serem condições com incidências crescentes, sub-diagnosticadas e que possuem grande impacto na vida dos portadores. Reafirmamos a importância da abordagem multidisciplinar, do diagnóstico e tratamento precoce, prevenindo assim suas complicações.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

39790COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES APÓS INFARTO DO MIOCARDIO COM OCLUSÃO TOTAL DA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA E ANEURISMA DE ARTÉRIA POPLÍTEA.

VIVIANE DINIZ DE RESENDE, NATALIA SALDANHA NUNES SANTOS, RAISSA SOUSA AMARAL E PAOLA ISABELLE MARIANO

FAMINAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Trata-se de um estudo de caso, paciente de 71 anos, hipertenso não controlado e com hábito de praticar atividade física. Em fevereiro/2014 iniciou com epigastralgia. Após 15 dias, apresentou um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) infero-lateral ao ECG e alteração de CkMB em Killip I, sendo encaminhado ao pronto atendimento e posteriormente ao Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital particular. Após a internação apresentou um IAM com supra de ST sendo realizado um cateterismo cardíaco, onde evidenciou oclusão do tronco da coronária esquerda. Foi submetido à cirurgia de revascularização do miocárdio em 18/02/2014, sendo necessário implante de três pontes de safena para DP, DI e ME e uma mamária para DA. Foi reencaminhado ao CTI instável com choque cardiogênico, em uso de Balão Intra Aórtico, com tempo de Circulação Extra Corpórea superior a 140 minutos, em uso de droga vasoativa, dobutamina, com desmame difícil. Apresentou derrame pleural, miocardiopátia dilatada grave, fração de ejeção ventricular de 31%. Recebeu alta do CTI após 22 dias, sendo reinternado por quadro de pneumonia comunitária e congestão pulmonar. Em Julho/2014, apresentou claudicação de MIE, com baixa perfusão capilar e membro friável, foi realizado duplex scan e arteriografia, que evidenciaram aneurisma de artéria poplítea, optado por tratamento com anticoagulante. Em 17/11/2014, apresentou taquiarritmia com leve dor retroesternal e alteração de enzimas, foi encaminhado a Unidade Coronariana (UCO), onde evidenciaram taquicardia ventricular e implantado CDI. Os dados foram coletados no prontuário, exames complementares, exame físico e acompanhamento contínuo. O paciente permanece estável hemodinamicamente e sob controle ambulatorial.

40160CHOQUE CARDIOGENICO EM PACIENTE COM TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AGUDO E FLUTTER ATRIAL

SAMIR IDALÓ, NATHALIA PASSOS ALVES, ANNA LETICIA MELLO E ERICA SILVA

UNIVERSIDADE DE UBERABA, UBERABA, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma entidade clínica com alta taxa de mortalidade, sendo a terceira doença cardiovascular aguda mais comum estando atrás somente de doenças cardíacas e isquemias cerebrais. Além disso, a doença é diagnosticada em menos de 30% dos doentes com suspeita clínica que evoluem para óbito. A mortalidade por evento agudo ocorre, nas primeiras horas dos sintomas variando entre 6% e 15% e na presença de instabilidade hemodinâmica chega a 30%. São complicações que surgem pela formação de trombos localizados no sistema venoso profundo ou êmbolos oriundos de patologias cardíacas direitas.

RELATO DE CASO: I.D.J, 46 anos, masculino, etilista, portador de obesidade grau III e diabetes tipo II em tratamento irregular com hipoglicemiantes orais. História familiar de eventos tromboembólicos com mãe falecida aos 63 anos por infarto do miocárdio e pai sequelado de acidentes vasculares encefálicos ocorrido aos 45 e 55 anos de idade. Atendido com quadro de dispnéia progressiva há 2 semanas com piora súbita associada à ortopneia e desconforto respiratório. À admissão, apresentava palidez cutâneo-mucosa, sudorese profusa e extremidades frias. Saturação de 88% em ar ambiente, pressão arterial 80x60mmHg, frequência cardíaca de 150bpm, taquidispneia com frequência respiratória de 32 irpm e sibilos esparsos. Rx de tórax com cardiomegalia II, ECG com flutter atrial (padrão 2:1) e marcadores cardíacos normais. Aventou-se as hipóteses diagnósticas de insuficiência cardíaca descompensada e flutter atrial agudo causada por TEP. Doppler venoso de membros inferiores sem sinais de trombose, ecocardiograma com hipocinesia difusa e função sistólica do ventriculo direito deprimida em grau acentuado e angiotomografia de tórax com TEP bilateral. Manteve instabilidade hemodinâmica necessitando de trombólise farmacológica com Alteplase. No dia seguinte, evoluiu com piora do padrão respiratório e hemodinâmico com hipoperfusão tecidual e sinais de baixo débito. Necessidade de intubação orotraqueal e infusão de drogas vasoativas. Manteve instabilidade e óbito 3 dias após admissão.

CONCLUSÃO: Trata-se de um caso grave, que apresentou inúmeras complicações de um TEP maciço, corroborando com as estatísticas de morbimortalidades elevadas.

40191 40196TROMBOSE NA VIA DE SAÍDA DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM PORTADOR DE PRÓTESE MECÂNICA AÓRTICA SOB REGIME DE ANTICOAGULAÇÃO COM DABIGATRANA

PAULA CRISTINA DE FREITAS, ADRIANA DE NAZARÉ MIZIARA, JOSE DE OLIVEIRA FERREIRA E GIOVANI LUIZ DE SANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

Introdução: A dabigatrana é um anticoagulante oral aprovado para prevenção de eventos tromboembólicos em pacientes portadores de fibrilação atrial não valvar, sendo contraindicada como estratégia de anticoagulação em portadores de prótese valvar mecânica. Descrição do caso: Paciente do gênero masculino, 60 anos, portador de prótese mecânica aórtica há 7 anos, relatou precordialgia atípica, dispneia progressiva aos esforços e edema de membros inferiores de início recente. Referiu que há aproximadamente 06 meses, seguindo orientação médica, substituiu varfarina por dabigatrana devido à dificuldade de controle do INR. À admissão, apresentava-se em regular estado geral e afebril; ausculta pulmonar com estertores crepitantes bibasais; ausculta cardíaca com sopro sistólico ejetivo no foco aórtico (3+/6+), irradiação para região cervical e fúrcula esternal, FC=70bpm e PA=140x90mmHg; edema de membros inferiores (3+/4+). O ECG apresentava ritmo sinusal, FC=70bpm e alteração difusa de repolarização ventricular. Não houve alteração dos marcadores de necrose miocárdica. O ecocardiograma transtorácico evidenciou a presença de massa heterogênea aderida à região subvalvar da prótese mecânica aórtica, sugestiva de trombo, obstruindo parcialmente o fluxo pela via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE) e determinando gradiente máximo através da prótese valvar estimado em 75mmHg. Considerou-se as seguintes hipóteses diagnósticas: endocardite infecciosa de prótese valvar e trombose na VSVE secundária à substituição de varfarina por dabigatrana. Foram colhidas três amostras de hemoculturas que não apresentaram crescimento bacteriano. Adicionalmente, o paciente não preenchia os demais critérios de DUKE para a instituição de antibioticoterapia. Optou-se por reiniciar varfarina e manutenção da heparinização plena com heparina de baixo peso molecular até o INR alcançar alvo terapêutico. Após 30 dias de anticoagulação oral, realizou-se novo ecocardiograma transtorácico que demonstrou presença de imagem filamentar residual de 1,4cm na região subvalvar da prótese mecânica aórtica, com gradiente máximo estimado em 37mmHg, não se observando massa na VSVE e com a prótese mecânica aórtica normofuncionante. Conclusão: A prescrição de dabigatrana não deve ser entendida como estratégia alternativa de anticoagulação à varfarina para a prevenção de fenômenos tromboembólicos em pacientes portadores de prótese mecânica aórtica com dificuldade de manutenção do INR em nível terapêutico.

BLOQUEIO COMPLETO DE RAMO ESQUERDO ASSOCIADO À PRECORDIALGIA NO TESTE ERGOMÉTRICO COMO PREDITORES DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA GRAVE

PAULA CRISTINA DE FREITAS, FREDERICO RODRIGUES DA CUNHA PEREIRA, RODRIGO CUNHA DE SOUSA E GIOVANI LUIZ DE SANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: O bloqueio completo de ramo esquerdo esforço-induzido (BCRE-EI) é um achado eletrocardiográfico raro e corresponde a aproximadamente 0,5% de todos os pacientes submetidos ao teste ergométrico (TE). Consideram-se anormais, porém inespecíficos para o diagnóstico de isquemia miocárdica, a ocorrência de bloqueios de ramo durante o TE. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do gênero masculino, 53 anos, branco, sobrepeso, dislipidêmico e antecedente familiar de coronariopatia relatou história de precordialgia em aperto, desencadeada aos moderados esforços, associada à dispneia e com melhora no repouso. O ECG basal evidenciou ritmo sinusal, FC=79 bpm e alteração de repolarização ventricular do tipo isquemia subepicárdica na parede inferior. Conforme a anamnese e o ECG basal, definiu-se a hipótese diagnóstica de angina estável. Realizou TE segundo protocolo de BRUCE que aos 25 segundos do esforço, com FC=100 bpm, observou-se a presença de BCRE-EI. Ainda em vigência desse, aos 3 minutos e 43 segundos do esforço, com FC=133 bpm, o paciente queixou-se de dor precordial típica e solicitou a interrupção do exame. Referiu remissão completa da sintomatologia ao final do segundo minuto da recuperação. Contudo, o BCRE-EI manteve-se até o período tardio da recuperação. Com intuito de se investigar doença arterial coronariana (DAC), realizou cineangiocoronariografia que documentou comprometimento coronariano obstrutivo triarterial. Posteriomente, foram realizadas angioplastias coronárias percutâneas com stents convencionais na artéria descendente anterior, artéria circunflexa e artéria coronária direita. CONCLUSÃO: Pacientes com BCRE-EI associado à precordialgia típica devem ser cuidadosamente investigados em relação à presença de DAC, particularmente quando ocorrem com FC menor ou igual a 125 bpm, seguindo-se os mesmos princípios que guiam a investigação de um paciente com TE exibindo depressão do segmento ST esforço-induzida.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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40220ENDOCARDIOMIOFIBROSE COMO ABORDAR?

PAULO YURI S DE ANDRADE, E MAGNA CRISTINA SILVA MOREIRA

HOSPITAL UNIMEC, VITORIA DA CONQUISTA, BA, BRASIL.

Identificação: mja,60 anos,motorista,casado,natural de itabuna-ba.Queixa: dispnéia há 2 anos.História pregressa da doença: relata que há 2 anos iniciou dispnéia progressiva, atualmente aos mínimos esforços e importante edema maleolar.Refere ainda, dispnéia paroxistica noturna e ortopnéia, episódios frequentes de síncope.Obteve leve melhora com tratamento para ic.Medicações em uso: aldactone 50mg e lasix 40mg.Exame físico:Sinais vitais pa 130/85 e fc 90bpmGeral; lúcido, orientado,acianótico, anictérico,eupneico.Coração;rcr em 2t com sopro sistólico em foco mitral ++/4Mmii; edema +++/4+Exames subsidiários:Ecg:ritmo sinusal, fc 90bpm, sobrecarga de câmaras esquerdas, brd.Rx tórax: aumento da área cardíaca e leve derrame pleural bilateral.Ecocardiograma: obliteração do apice com função biventricular preservada. Aumento importante do volume biatrial.Regurgitação mitral moderada.Disfunção diastolica grau ii.Cateterismo cardíaco: coronarias normais, obliteração do ápice do ve e vd.Rm: mostra aumento do realce tardio no endocárdio biventricular, padrão de emf.Holter de 24h: extrassistoles ventriculares frequentes.Conduta: foi encaminhado a cirurgia para ressecção da fibrose por estar em classe funcional iii sem melhora com medicação.

40253MIXOMA ATRIAL: DA ANAMNESE À HISTOPATOLOGIA. RELATO DE CASO

RAFAEL DA CUNHA COSTA MUNDIM, JORDANA RAFAELLA FONSECA, MARCELO HENRIQUE BORGES E GIOVANI LUIZ DE SANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

Fundamento: Os tumores cardíacos primários são raros, e cerca de 75% apresenta caráter benigno. O mixoma é o tumor cardíaco primário mais frequente e pode originar-se em qualquer câmara cardíaca, sendo mais comum no átrio esquerdo. A tríade clássica do mixoma cardíaco é caracterizada por sintomas obstrutivos, eventos tromboembólicos e, eventualmente, sintomas constitucionais. Descrição do caso: Paciente 74 anos, gênero feminino, antecedente de tabagismo pregresso (carga tabágica: 50maços/ano), com história de dispneia há aproximadamente 06 meses, de caráter progressivo, na ocasião da avaliação aos mínimos esforços. Negou sintomas constitucionais, dispneia paroxística noturna, edema de membros inferiores e síncope. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, ausência de turgência jugular, boa perfusão periférica; ausculta pulmonar com murmúrio vesicular globalmente diminuído, sem ruídos adventícios; ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular, FC=72spm, PA=100x60mmHg, sopro protossistólico no foco mitral (2+/6+); e ausência de edema de membros inferiores. Inicialmente, estabeleceu-se o diagnóstico sindrômico de doença pulmonar obstrutiva crônica. O ECG mostrou ritmo sinusal, FC=68spm, bloqueio completo de ramo esquerdo e alteração secundária de repolarização ventricular. O doppler-ecocardiograma evidenciou câmaras cardíacas de dimensões normais, desempenho sistólico do ventrículo esquerdo preservado (FEVE=64%), presença de massa heterogênea séssil aderida a porção distal do septo interatrial, medindo cerca de 3,2cm no seu maior diâmetro, sugestiva de mixoma no átrio esquerdo, valva mitral com refluxo leve e valva tricúspide com refluxo discreto permitindo estimar PSAP=33mmHg. A paciente foi submetida à cirurgia cardíaca para ressecção do tumor tendo o procedimento transcorrido sem intercorrências. A análise histopatológica evidenciou células neoplásicas apresentando núcleos arredondados, cromatina fina e citoplasma amplo, eosinofílico. Essas células com frequência se agrupam em torno de vasos sanguíneos dispostos em estroma frouxo e basofílico sugestivo de mixoma atrial. Conclusão: O mixoma atrial é um tumor cardíaco primário de curso habitualmente benigno. Eventualmente, pode apresentar evolução desfavorável nas apresentações com fenômenos tromboembólicos. O diagnóstico precoce e o planejamento cirúrgico melhoram indiscutivelmente o prognóstico, minimizando o risco de complicações e mortalidade perioperatórias.

40582ACESSO TRANSJUGULAR COMO VIA DE ACESSO ALTERNATIVO PARA VALVOPLASTIA MITRAL PERCUTÂNEA

DIOGO A G TIAGO, LUCAS L JUNQUEIRA, GUILHERME R S ATHAYDE E BRUNO R NASCIMENTO

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A Valvoplastia mitral percutânea por balão (VMP) é uma terapêutica para a estenose mitral (EM) grave. Punção venosa femoral é a via de escolha, porém anomalias congênitas ou adquiridas podem dificultar ou impedir o procedimento. Objetivo: Relatar uma paciente portadora de EM com ausência de veia cava inferior (VCI) submetida à VMP por punção transjugular. Relato do caso: Paciente com 49 anos, portadora de fibrilação atrial permanente, com história de EM reumática com comissurotomia mitral cirúrgica aberta há 24 anos e que reiniciou os sintomas há 1 ano. Atualmente em classe funcional NYHA III. O ecocardiograma demonstrou área valvar mitral (AVM) de 0,7 cm², escore de Wilkins-Block de 9 e ausência de regurgitação mitral. Foi então indicada VMP. Durante a punção femoral para tentativa de realização de VMP eletiva, foi observada descontinuidade da VCI, impossibilitando a progressão do fio-guia. Angiotomografia evidenciou agenesia da VCI e retorno venoso pelas veias ázigos e paravertebrais. Posteriormente, a VMP foi realizada pela técnica de Inoue através de punção da veia jugular interna direita com anestesia geral e ecocardiografia transesofágica. O septo interatrial foi puncionado com agulha de punção transeptal de Brockenbrough®, avançado o introdutor vascular 8F e substituído pelo introdutor vascular 16F. Introduzidos no átrio esquerdo o fio-guia em caracol e o balão de Inoue®, avançados até o ventrículo esquerdo. Após três dilatações com controle ecocardiográfico seriado foi observada a AVM de 1,70 cm², a ausência de regurgitação mitral e a queda do gradiente transvalvar. Discussão: Anomalia da VCI encontra-se em 0,3 a 8,7% da população, assintomática ou associada à trombose venosa profunda ou hematúria. Vias de acesso alternativo para VMP devem ser ponderadas, tais como as veias jugular e hepática e o uso da técnica do duplo balão. Na via transjugular a agulha para punção transeptal pediátrica facilita a punção. Esta deve ser direcionada entre 7 e 8 horas, e não 5 horas como na via femoral; a rotação do estilete para alcançar o ventrículo esquerdo é horária, e não anti-horária. Conclusão: A via transjugular demonstrou ser segura e eficaz para a realização da VMP.

40587VALVULOPLASTIA PERCUTANEA POR BALÃO. AUMENTO DA SOBREVIDA E REDUÇÃO DOS RISCOS DE PARTO EM GESTANTE COM ESTENOSE MITRAL GRAVE.

CAROLINA MENEZES UAQUIM, PAULA JANUÁRIA FIGUEREDO BRAGA E ROBERTO MAGNO VIEIRA DE OLIVEIRA

FAMINAS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: O evento da estenose é comumente associado à descompensações cardíacas mais evidente em pacientes grávidas. Os parâmetros clínicos de gravidade em gestantes portadoras de valvopatias são fatores de grande morbidade. Descrição do caso: R.A.B, 27 anos, procedente de Belo Horizonte, avaliada na 34ª semana de gestação – idade gestacional datada pela data da última menstruação- com história obstétrica de quatro gestações sendo todos partos normais, sem nenhum aborto, procurou o IPSEMG da Santa Casa de Misericórdia em 05/02/2015, apresentando queixa de dispneia aos pequenos esforços, ortopneia, precordialgia e edema de membros inferiores há aproximadamente 4 meses. Paciente relata fazer controle por doença reumática desde os 5 anos de idade, em que faz uso de penicilina benzatina de 21 em 21 dias. Portadora de asma crônica, com histórico de internação em novembro de 2014 – com 20 semanas de gestação - devido a quadro de edema agudo pulmonar hipertensivo (EAPH). Nega internações hospitalares ou complicações em demais gestações, tabagista, afirmando parar após quadro de EAPH. Fazia uso de furosemida 40 mg/dia, atenolol 25 mg/dia, brometo de ipratrópio e budesonida. Ao exame físico: bem orientada em tempo e espaço, corada, hidratada, acianótica, eupneica; Ritmo regular em 2 tempos, com sopro diastólico +3/+6 e estalido de abertura mitral protomesodiastólico. Pressão arterial (PA) em membro superior direito 100/60 mmHg e PA em membro superior esquerdo 90/60 mmHg. Murmúrios vesiculares positivos sem sibilos e crepitações. Abdome gravídico; Membros inferiores com edema 2+/5+ e pulsos periféricos presentes e simétricos. O eletrocardiograma, ritmo sinusal regular, com sobrecarga atrial esquerda com onda P mitrale. O ecocardiograma (ECO), átrio esquerdo 52 mm, área mitral 0,76 cm². Pressão sistólica em artéria pulmonar (PSAP) 78 mmhg. Hipótese diagnóstica: Suspeitado de estenose mitral . Conduta: A paciente então foi submetida à valvuloplastia percutânea por balão, procedimento realizado com sucesso no dia 20/02/2015 e sem intercorrências. Novo ECO, átrio esquerdo 49 mm.Área valvar estimada em 1,3 cm ³. PSAP de 41 mmhg. Conclusões: A descrição do presente caso decorre da relevância da valvuloplastia percutânea por balão no aumento da sobrevida e boa condução da gestação. Comprova-se a possibilidade de tratar a lesão de maneira menos agressiva com resultado satisfatório sem riscos cardiovasculares no parto em paciente com estenose mitral grave.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40596SINDROME DE TAKO TSUBO (STT) COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGUIMENTO ST (SCACSST) NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA.

THIAGO R FAGUNDES, ANA C M ARAUJO, JAILTON N FERNANDES, GILSELE R PURIFICATE, JAIME O AGUIAR, RICARDO N B MELLO, ESTELA M M COSTA, NAYANNE A TEIXEIRA, ADRIANO BIZARRO E RENZO A L MAIA

HOSPITAL VILA DA SERRA, NOVA LIMA, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO(FELUMA) , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

IntroduçãoA STT é rara, porém subdiagnosticada, foi descrita primeiramente no Japão em 1990, havendo posteriormente relatos de casos em todo o mundo Acomete mulheres (6:1)(>60 anos), pós-menopausa, sem doença cardíaca prévia, manifestando-se como dor precordial típica de leve a moderada intensidade dispnéia e/ou alterações em exames laboratoriais e de imagem. Na maioria das vezes apresenta quadro clínico sugestivo de SCACSST, sendo o diagnóstico realizado no laboratório de hemodinâmica após os achados angiográficos típicos disfunção sistólica apical transitória, artérias coronárias isentas de estenoses. Etiologia não bem definida, sendo o espasmo microvascular e a injúria miocárdica direta pelas catecolaminas (adrenérgicos), as principais hipóteses para explicar a disfunção sistólica apical transitória. Na maioria dos casos existe correlação prévia com um fenômeno que gere estresse físico e/ou emocional, tais como morte na família, cirurgia, procedimentos invasivos ou exacerbações de doenças sistêmicas.Relato do caso MAMS, 72 anos, HAS, DMNID, Pós-operatório de tumor de cabeça de pâncreas com metátase para vaso mesentérico superiorEvolução Admitida na unidade de terapia intensiva paciente evolui com instabilidade hemodinâmica e evidenciando Supradesnivevamento do seguimento ST em parede anterior, sendo iniciado protocolo de SCACSST e encaminhada a cineangiocoronariografia de urgência(CATE) que evidenciouArtérias coronarianas isentas de estenoses significativas e ventrículo esquerdo com acinesia ântero-apical (imagem sugestiva de TAKO Tsubo)Troponina negativaObjetivo Mostrar a importância do diagnóstico diferencial de STT com SCACSST em pacientes no pós-operatório imediato

ConclusãoReforçar que naqueles casos onde os pacientes sem história prévia de doença coronariana quando são submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte e que evoluem com quadro de SCACSST deve ser considerado a suspeita de STT. Sendo mandatória a realização do CATE para definição diagnóstica.

40597TAQUIARRITMIA DE COMPLEXO QRS ALARGADO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO–RELATO DE CASO

DANIEL SOARES DE SOUSA, SAVIO AUGUSTO SILVA DE SOUZA, CAMILA LOPES ZICA, CAMILA DE OLIVEIRA FERNANDES, TIAGO F G S PEREIRA, CLAUDIO LUIZ AMARAL, FABRICIO S SIMOES, MARILIA DOS SANTOS ANTONIETTO E CELINA CRISTINA DA FONSECA TEIXEIRA

HOSPITAL SAO JOAO DE DEUS, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SANTA LUCIA, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SANTA MONICA, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL.

Introdução: O diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS alargado é às vezes desafiador. Algoritmos como o de Brugada e Vereckei, com limitações, podem ajudar no diagnóstico eletrocardiográfico. Segue relato de caso no qual as peculiaridades eletrocardiográficas e clínicas foram de extrema importância para a tomada de conduta em relação ao diagnóstico e terapia. Descrição do caso: Paciente G.J.A, masculino, 52 anos, etilista social, tabagista, negava uso de medicamentos, morador da zona rural, com quadro de palpitações paroxísticas e história familiar de doença de Chagas. Admitido no Pronto Atendimento queixando-se de palpitações taquicárdicas e mal estar após esforço físico, sem precordialgia, hemodinamicamente estável. Eletrocardiograma (ECG) da admissão: taquicardia de QRS alargado, FC: 215 bpm, sugestiva de Taquicardia Ventricular (TV) pelos algoritmos de Brugada e Vereckei. Medicado com amiodarona, com reversão para ritmo sinusal. ECG: ritmo sinusal, duração do PR: 120ms, distúrbio de condução do ramo direito, inatividade elétrica e supradesnivelamento do segmento ST de 2 mm em parede inferior e questionável onda delta. Hipóteses diagnósticas: TV secundária à isquemia coronariana ou à cicatriz de Miocardiopatia Chagásica, Taquicardia Supraventricular Paroxística com condução aberrante e Taquicardia por reentrada atrioventricular (TRAV) antidrômica. Não realizado coronariografia de urgência devido à ausência de dor torácica, estabilidade clínica, ausência de alterações evolutivas do ECG compatíveis com Infarto Agudo do Miocárdio e padrão eletrocardiográfico sugestivo de TRAV antidrômica (sinal da agulha e onda R amplas nas derivações precordiais direitas e anteriores). Ecocardiograma de urgência: normal. Troponinas negativas. Conduta: administração de propafenona e metoprolol e encaminhamento eletivo para estudo eletrofisiológico (EEF), pelo qual, percebeu-se a presença de via acessória em região pósterolateral do anel mitral. Durante ablação por cateter da mesma, observou-se desaparecimento da onda q patológica e do supra ST inferior, assim como da onda R inicial em V1, evidenciando-se a relação dessas alterações com a presença de despolarização ventricular pela via acessória. Conclusões: As taquicardias com QRS alargado são um desafio diagnóstico. Atenção às peculiaridades clínicas e eletrocardiográficas são de extrema importância para a correta tomada de decisão. O EEF teve papel fundamental na elucidação diagnóstica e tratamento.

40598 40600ANEURISMA DE CORONÁRIA COMO ACHADO ANGIOGRÁFICO EM PACIENTE COM INFARTO DO MIOCÁRDIO

RAFAEL M MARIANP, LAIS L N SANTOS, ISABELA V PAIVA E GUSTAVO F WERNER

HOSPITAL LIFECENTER , BELO HORIZONTE, BRASIL - INSTITUTO DE PESQUISA E POS GRADUAÇÃO CIÊNCIAS MÉDICAS, BELO HORIZONTE, BRASIL.

INTRODUÇÃO : aneurisma coronário define-se pela presença de uma dilatação superior a uma vez e meia o valor do diâmetro normal da artéria coronária. São identificados em 0,15 % a 4,9 % de pacientes submetidos a coronariografia e mais frequentes associados à aterosclerose em adultos e à doença de Kawasaki em crianças e jovens. As mortes geralmente resultam de trombose aguda de artéria coronária em aneurismas que se formam após vasculites. A história natural e o prognóstico permanecem obscuros. As controvérsias persistem entre tratamento clínico , angioplastia e cirurgia. DESCRIÇÃO DO CASO: paciente do sexo masculino, 27 anos, previamente assintomático e sem fatores de risco para doença coronariana , foi admitido no serviço de emergência com quadro de dor retroesternal em aperto, iniciada após esforço físico intenso, sem irradiações ou outros sintomas associados. Paciente negava fazer uso de drogas ilícitas. Primeiro letrocardiograma (ECG) evidenciando infradesnivelamento do segmento ST em parede infero septal . Os marcadores de necrose miocárdica estavam elevados. Iniciado protocolo para síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST . Após admissão na Unidade Coronariana, houve recidiva da dor e novo ECG mostrou supradesnivelamento do segmento ST em parede antero-septal. Realizou cineangiocoronariografia (CAT) de urgência : aneurisma trombosado em terço proximal da artéria Descendente Anterior (DA) acometendo o primeiro ramo Diagonal de bom calibre e artéria Circunflexa (CX) com aneurisma no terço proximal. Durante o CAT foi realizada aspiração de grande quantidade de trombos , obtendo-se fluxo TIMI III . Iniciou-se Tirofiban . Evoluiu estável hemodinamicamente , sem recorrência da dor retroesternal . Repetido CAT que mostrou artérias sem trombos e lesão grave,focal, no início do aneurisma de DA. Após avaliação conjunta , paciente recebeu alta hospitalar terapia tripla (ácido acetil salicílico, clopidogrel e varfarina). Submetido cintilografia miocárdica que mostrou isquemia grande em parede anterior. Após rediscussão do caso, inclusive com equipe de outros países, optado pelo implante de stent farmacológico em DA , ato sem intercorrências. CONCLUSÃO: este caso mostrou um achado incomum de aneurisma coronária, trombosado, com evolução grave. Pela idade do paciente, levantamos a hipótese de Doença de Kawasaki.

BRADICARDIA SINUSAL EM JOVEM : HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO OU DOENÇA NÓ SINUSAL?

RODRIGO V PAIVA, ISABELA V PAIVA, LUIZ F P NORONHA E GUSTAVO F WERNER

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - INSTITUTO DE PESQUISA E POS GRADUAÇÃO CIÊNCIAS MÉDICAS, BELO HORIZONTE, BRASIL.

INTRODUÇÃO: o Hipotireoidsmo Subclínico (HSC) é definido bioquimicamente pela elevação do hormônio estimulador da tireóide (TSH) e níveis normais do hormônio tireoideanos (T4 livre). Mais comum em mulheres e idosos, pode vir acompanhado de sintomas, muitas vezes inespecíficos. A Doença Nó Sinusal (DNS) caracteriza-se pelo espectro de distúrbios eletrocardiográficos e eletrofisiológicos que envolvem o nó sino-atrial e suas conexões, associado a sintomas. Atinge, mais freqüentemente, pacientes do sexo feminino, com maior morbidade registrada na faixa etária entre 60 e 69 anos. A forma primária, no entanto, pode ocorrer também em indivíduos mais jovens (menos de 40 anos) e mesmo em crianças. A literatura demonstra que em apenas 2% dos casos de DNS que acometem o jovem indica-se implante de marcapasso definitivo. DESCRIÇÃO DO CASO : paciente de 38 anos, admitida no setor de emergência com queixa de dispnéia, tonteiras, mal estar e fraqueza em membros inferiores. Eletrocardiograma mostrava bradicardia sinusal , com frequênca cardíaca (FC) em torno de 40 bpm. Informou que já apresentava bradicardia desde os 20 anos e tinha acompanhamento médico regular. Relatava teste ergométrico e ecocardiograma normais. Holter prévio com FC média de 50 bpm, sem outras alterações significativas. Dosagens de hormônios tireoideanos mostraram um TSH de 13 mU/L e T4 livre normal. Apresentou melhora parcial dos sintomas, mantendo FC entre 40 e 50 bpm. Durante caminhada no quarto, apresentou pequena elevação da FC, porém com pouca tolerância ao esforço , o que impossibilitou realização do teste ergométrico. Discutido caso entre as equipes de cardiologia clínica, arritmologia e endocrinologia sobre a indicação de marcapasso: optado por iniciar reposição de hormônio tireodeano e, após 4 a 6 semanas, observar melhora dos sintomas e da FC. CONCLUSÕES: diante da dúvida diagnóstica da causa dos sintomas, da baixa prevalência de ambas patologias em jovens , do quadro crônico da paciente e da possibilidade de se evitar um procedimento invasivo, optamos pelo tratamento clínico do HSC e acompanhamento.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40601TROMBOEMBOLISMO PULMONAR E TROBÓLISE: RELATO DE CASO

RODRIGO V PAIVA, ISABELA V PAIVA, GUSTAVO F WERNER E LUIZ F P NORONHA

HOSPITAL LIFECENTER , BELO HORIZONTE, BRASIL - INSTITUTO DE PESQUISA E POS GRADUAÇÃO CIÊNCIAS MÉDICAS, BELO HORIZONTE, BRASIL.

FUNDAMENTOS: O tromboembolismo pulmonar (TEP) maciço é uma causa de mortalidade de grande relevância. Resulta da obstrução por trombo em ramos ou da própria artéria pulmonar, ocasionado, em grande parte dos casos, por trombos no sistema venoso profundo que se desprendem e alcançam a circulação pulmonar. O TEP maciço está associado a alta morbidade e mortalidade e alguns estudos revelam que a mortalidade hospitalar pode ultrapassar 30%. A causa mais comum que leva ao óbito é a disfunção do ventrículo direito (VD), resultante da alta resistência ao seu fluxo de ejeção. A sobrevida dos pacientes depende da rápida recanalização da artéria pulmonar e da redução da resistência ao fluxo de ejeção do VD. O uso de trombolíticos e a embolectomia pulmonar representam opções terapêuticas para diferentes cenários de TEP. RELATO DO CASO: paciente 32 anos, sexo feminino, hipertensa, obesa, evoluindo com quadro de palpitações e dispnéia de moderada intensidade há 5 dias da internação, de evolução e intensidade crescente. Procurou pronto atendimento, sendo solicitado na admissão d-dímero , muito elevado. Gasometria mostrou hipoxemia e hipocapnia. Submetida a angiotomografia de tórax que mostrou presença de TEP , com trombo ‘a cavaleiro’ em tronco pulmonar. Iniciado enoxaparina . Mantida em oxigênio suplementar por cateter nasal, ainda taquipneica. Internada na Unidade de Terapia Intensiva. Doppler de membros inferiores mostrou trombose venosa profunda em veia poplítea a direita e ecocardiograma VD hipocontrátil e pressão sistólica de artéria pulmonar (PSAP) DE 91 mmHg . Após 48 horas de internação, apresentou piora clínica: hipotensão arterial e piora do padrão respiratório, sendo necessário intubação orotraqueal. Seguiu-se com choque grave e parada cardiorrespiratória , retornando ao ritmo sinual(rs) após instituição das medidas de reanimação cardiopulmonar. Iniciada trombólise . Evoluiu nas 12 horas subsequentes com melhora do choque, tolerando redução de aminas e melhora ventilatória. Novo ecocardiograma após trombólise mostrou queda da PSAP para 60 mmHg e melhora da disfunção de VD. Paciente, após 24 horas, despertou sem déficits neurológicos e evoluiu com melhora total do quadro, recebendo alta hospitalar com anticoagulação oral. CONCLUSÃO : mostrou-se nesse relato de caso que o diagnóstico precoce de TEP e terapêutica adequada são imprescindíveis para diminuição da mortalidade.

40602SÍNDROME DE KOUNIS SECUNDÁRIA A MÚLTIPLAS PICADAS DE ABELHAS

LUCAS CORCINO DOS SANTOS, RAFAEL DA CUNHA COSTA MUNDIM, MARCELO HENRIQUE BORGES E GIOVANI LUIZ DE SANTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

Introdução: Descrita pela primeira vez em 1991 por Kounis y Zavras, angina pectoris ou infarto agudo do miocárdio (IAM) podem ser provocados por reação alérgica aguda, sendo denominada síndrome da angina alérgica ou síndrome de Kounis (SK). Casos têm sido reportados em associação a uma variedade de fármacos, picadas de inseto, alimentos, exposições ambientais e condições médicas. Relato do caso: O tema livre em questão descreve o relato de caso de um paciente que apresentou quadro clínico de reação anafilática seguida por parada cardiorrespiratória decorrente de IAM com supradesnivelamento do segmento ST compatível com SK. Trata-se de paciente de 79 anos, gênero masculino, morador de zona rural, antecedente de hipertensão arterial sistêmica e tabagismo, atendido pela equipe do serviço de atendimento móvel de urgência, com história de ter sido vítima de múltiplas picadas de abelhas. Inicialmente o paciente encontra-se consciente e orientado, notava-se a presença de pápulas eritematosas e placas urticariformes na superfície corporal. Após avaliação médica, optou-se pela administração de corticoide, anti-histamínico e antagonista de receptor H2. Logo em seguida, apresentou 02 episódios de parada cardiorrespiratória, sendo o primeiro em fibrilação ventricular, prontamente desfibrilado, e o segundo em atividade elétrica sem pulso com retorno da circulação espontânea após 02 ciclos de reanimação cardiopulmonar. Conduzido ao pronto atendimento de um hospital universitário, foi admitido sob intubação orotraqueal, instável hemodinamicamente e necessitando de amina vasoativa. Após estabilização clínica, foi realizado eletrocardiograma que evidenciou supradesnivelamento do segmento ST de parede inferior. Dessa forma, realizou-se uma cineangiocoronariografia com a finalidade de avaliar a anatomia coronária que documentou a presença de coronária direita ocluída no terço médio, descendente anterior com lesão ostial de 50% e 80% no terço médio e artéria circunflexa sem lesões ateroscleróticas significativas. Foi submetido à angioplastia coronária transluminal percutânea primária com implante de stent convencional na artéria coronária direita tendo o procedimento transcorrido sem intercorrências. Conclusão: A SK é uma enfermidade subdiagnosticada e sua apresentação pode ser potencialmente fatal. O diagnóstico diferencial de SK deve ser considerado em situações clínicas nas quais se observa o aparecimento de sintomas cardíacos concomitante a um episódio de anafilaxia.

40609TROMBOEMBOLISMO PULMONAR MACIÇO

EDER FREDERICO ANDRADE DA SILVA, CONRADO LEMOS REBOUÇAS, FELIPE FRANCO FONSECA E JOSE MARCOS GIRARDI

SERVIÇO DE CARDIOLOGIA HU UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Introdução: O diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP) permanece subestimado, dificultando o tratamento precoce.Relato do caso: Masculino, 66 anos, com diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica, doença renal crônica, hiperuricemia e insuficiência venosa crônica, foi admitido no HU UFJF com quadro de dispnéia progressiva há 3 meses e piora da sintomatologia nos últimos 3 dias associado a edema em MMII.Exame físico: Restrito ao leito, dispnéico, cianótico em lábios e extremidades e com edema ++/4+ MMII. Bulhas hipofonéticas, ritmo cardíaco regular 63 bpm, pressão arterial de 160/80mmHg, turgência venosa de jugular patológia a 30º, crepitações discretas em base direita, frequência respiratória 22 irpm e saturação periférica de O2=92%. Exames complementares: LABORATÓRIO:Hemoglobina 16,1g/dl; leucócitos totais 8030mm³; plaquetas 173000mm³; uréia 43mg/dl; creatinina 1,25mg/dl; sódio 133mEq/L; potássio 4,1mEq/L.ELETROCARDIOGRAMA: Ritmo Sinusal, Eixo: +30º, FC: 60bpm. Hipertrofia Ventricular Esquerda(VE) e Distúrbio Secundário de Repolarização Ventricular em paredes lateral alta e ântero-apical. ECOCARDIOGRAMA: Hipertrofia concêntrica de grau moderado de VE, função sistólica do VE preservada, sinais de disfunção sistólica e de sobrecarga de pressão do Ventrículo Direito, disfunção diastólica grau I do tipo alteração de relaxamento do VE, regurgitação valvar aórtica de grau discreto. Diâmetros cavitários: AE 51mm; DDFVE 51mm; DSFVE 28mm; Septo 15mm; DPP 15mm; FE 76%. DOPPLER DE MMII: Evidenciou trombose profunda de veias femoral e polplítea direitas. ANGIOTOMOGRAFIA DE TÓRAX: Falha de enchimento após emergência da artéria pulmonar esquerda e direita.Hipóteses Diagnósticas: Tromboembolismo pulmonar; Cardiopatia Hipertensiva.Condutas: Terapia de anticoagulação com administração endovenosa de heparina não-fracionada; otimização das medicações anti-hipertensivas. Conclusão: Suspeição diagnóstica do TEP é importante; trombose venosa profunda pode auxiliar no direcionamento diagnóstico.

40610ESTENOSE MITRAL EM PRÓTESE BIOLÓGICA - TRATAMENTO PERCUTÂNEO COM VALVOPLASTIA NO PACIENTE CORONARIOPATA.

DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS, WALDIANE FERNANDES, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, AGNALDO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR, JOÃO PAULO MENEZES DE OLIVEIRA, TIAGO FABRÍCIO GUALBERTO SILVA PEREIRA, THIAGO MARINHO G. V. PRADO, GUILHERME HENRIQUE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA E IDÁLIA DE SOUSA ANDRADE

CIRCC, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL - HOSPITAL BALBINO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

HPS, mascu l ino , 62 anos , h iper tenso , d iabé t i co , d is l ip idêmico , doença pulmonar obstrutiva crônica, portador de insuficiência renal moderada (Clearence creatinina 36), cirurgia de revascularização miocárdica há 13 anos, angioplastia coronariana prévia com stent e troca valvar mitral com implante de prótese biológica há 7 anos, deu entrada com queixa de dispnéia aos pequenos esforços que progrediu para dispnéia em repouso (CF IV - NYHA).Ao exame físico, o paciente encontrava-se algo confuso, hipocorado, bastande emagrecido, dispnéico e com notável desconforto respiratório. Sinais vitais: PA 100x60mmHg, FC 85bpm, SO2 85%, FR 35 irpm. Ritmo cardíaco regular em 3 tempos com B3 e sopro diastólico em foco mitral. Internado em UTI e iniciada infusão de dobutamina e diuréticos com melhora clínica relativa em 24h. Realizou ecocardiograma que evidenciou disfunção do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção de 33%, aumento átrio esquerdo (AE 49mm), prótese mitral biológica espessada com pouca mobilidade gerando estenose mitral (EM) moderada a grave com área valvar 0,8cm², gradiente médio AE-VE de 18mmHg, pressão de artéria pulmonar (PSAP) 55mmHg (Fig. 1).Devido as comorbidades e escore de risco (EUROSCORE II 59%) extramente elevado, indicou-se realização de valvoplastia de prótese biológica em posição mitral. Procedimento realizado com cateter balão pela técnica de Inoue, procedendo-se a insuflação do mesmo com 26mm, obtendo-se como resultado gradiente diastólico de 3mmHg, área valvar de 1.5cm² (Fig. 2) e melhora clínica exuberante (CF II). Recebeu alta 2 dias após o procedimento e na evolução ambulatorial, 1 mês após o procedimento, encontra-se estável do ponto de vista funcional (CF II).Conclusão: No caso em questão a indicação do procedimento percutâneo de valvoplastia foi a modalidade terapêutica de escolha devido ao alto risco cirúrgico, a despeito da pouca experiência da literatura médica no com tange a dilatação de próteses biológicas em posição mitral.Vale ressaltar asignificativa melhora clínica obtida com o procedimento.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40611TRATAMENTO PERCUTANÊO DE CIA EVOLUINDO COM FÍSTULA AE-AORTA - COMPLICAÇÃO RARA.

DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA, WALDIANE FERNANDES, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, TIAGO FABRÍCIO GUALBERTO SILVA PEREIRA, IDÁLIA DE SOUSA ANDRADE, JOÃO PAULO MENEZES DE OLIVEIRA, AGNALDO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR, GUILHERME HENRIQUE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA, THIAGO MARINHO G. V. PRADO E VIOLETA BENDEZÚ GARCÍA

CIRCC, RIO DE JANEIRO, MG, BRASIL - BENEFICÊNCIA PORTUGUESA, SÃO PAULO, BRASIL.

Introdução: As oclusões de CIA são cada vez mais frequentes através de técnicas percutâneas, com segurança comparável as técnicas cirúrgicas convencionais, uma alta percentagem de sucesso, e raras complicações.Não existe ainda, na literatura consultada, reporte de fístula entre aorta e AE como complicação após implante de prótese via percutânea para o tratamento de CIA, por tanto, motivo desse relato de caso. Relato de Caso: Paciente feminino de 26 anos de idade, nascida em São Paulo, com história de fechamento percutâneo de CIA, procedimento este realizado dois meses antes. Durante avaliação pós-operatória de rotina em nosso serviço, a paciente queixava-se de dispnéia leve e palpitações. Após Exame físico detalhado e ECO, detectou-se uma pequena comunicação localizada no seio de valsalva não coronariano, da valva Ao, com comunicação com o átrio esquerdo, havendo fluxo continuo aorto-átrio esquerdo, de forte intensidade até o teto do átrio, com gradiente máx de 77 mmHg. Angiotomografia computadorizada revelou presença de prótese metálica na topografia do septo atrial e identifica-se diminuta solução de continuidade envolvendo bulbo e o átrio esquerdo. Adicionalmente, pequeno derrame pericárdico. A paciente foi submetida à atrioseptoplastia, através de toracotomia, canulação da aorta ascendente e veia cava superior e inferior e instalada a circulação extra-corpórea. Após a retirada da prótese, a CIA foi corrigida com patch de teflon com sutura continua de prolene 6.0. A fistula foi suturada e fechamento posterior do átrio direito com sutura continua prolene 5.0. Os batimentos cardíacos foram recuperados, o ritmo sinusal foi restabelecido e a circulação extra-corpórea foi desligada. O tórax foi fechado por planos anatômicos.Conclusão: As técnicas percutâneas são um método de baixo risco e reduzida morbi-mortalidade para o fechamento de CIA tipo ostium secundum. Algumas complicações são relatadas, sendo a maioria nos primeiros dias após o procedimento. Esperamos, com este caso, tornar mais conhecidas as técnicas de fechamento de defeitos atriais por via percutânea e algumas complicações, raras, advindas deste procedimento.

40612INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA COM PROVÁVEL ETIOLOGIA POR SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO.

EDER FREDERICO ANDRADE DA SILVA, CONRADO LEMOS REBOUÇAS, FELIPE FRANCO FONSECA E JOSE MARCOS GIRARDI

SERVIÇO DE CARDIOLOGIA HU UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Síndrome do anticorpo antifosfolipídeos (SAF) é uma doença autoimune caracterizada por tromboses arterial e venosa, morbidade gestacional, níveis séricos de anticorpos antifosfolipídes elevados e persistentemente positivos. Microangiopatias trombóticas, importantes na fisiopatologia da doença, são caracterizadas pela presença de anemia hemolítica microangiopática e oclusão microvascular generalizada pela deposição de trombos. É frequente o acometimento no tecido renal, sendo o cardíaco mais relatado a nível valvar. Objetivo é relatar ocorrência incomum de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) por provável etiologia decorrente de microangiopatipatia trombótica miocárdica devido à SAF. DESCRIÇÃO DO CASO: Mulher de 24 anos com diagnóstico prévio de trombose venosa em veia basílica e cefálica direitas por dissecção venosa, foi admitida no HU UFJF com quadro de ICC (disfunção sistólica grave, dispnéia- classe funcional NYHA II). Hidratada, corada, anictérica, acianotica, afebril. Bulhas normofonéticas, ritmo cardíaco regular (B3), 84 bpm, pressão arterial 110/90mmHg, turgência venosa jugular patológica, murmúrio vesicular preservado, estertores basais. Edema bilateral moderado em mmii, panturrilhas livres. EXAMES COMPLEMENTARES: DADOS LABORATORIAIS: hemoglobina 7,81g/dl; leucócitos totais 17000mm³ (70% segmentados e 6% bastões); troponina C 0,038. SOROLOGIAS: anticoagulante lúpico: positivo. ELETROCARDIOGRAMA: sinusal; sobrecarga atrial e hipertrofia de ventrículo esquerdo (VE), alterações difusas de repolarização ventricular. ECOCARDIOGRAMA: diâmetros cavitários aumentados, disfunção sistólica grave de VE, Fração de Ejeção 19%, hipocinesia difusa de VE, PSAP 57 mmhg. Ressonância do encéfalo: trombose de seios venosos durais, falha de enchimento em veia jugular direita, seio sigmóide, transverso e sagital superior direito. HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS: ICC por etiologia infecciosa; por microangiopatia trombótica em decorrência de SAF; idiopática. CONDUTAS ADOTADAS: Instituída terapêutica otimizada para tratamento da ICC, anticoagulação oral, acompanhamento ambulatorial. CONCLUSÕES: Microangiopatia trombótica é fenômeno possível no curso clínico da SAF; envolvimento miocárdico tem descrição rara; lembrar da etiologia por SAF em vigência de ICC com histórico de tromboembolismos.

40614 40623UM CASO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E DOENÇA CORONARIANA SECUNDÁRIAS AO USO DE ANABOLIZANTES

RODOLFO FERREIRA QUEIROZ DE MELO, RENAN SANDOVAL DE ALMEIDA, MATEUS ARANTES PRATA E SERGIO CORREA PRATA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.

Introdução: Paciente de 27 anos, fisiculturista em uso de anabolizantes há dois anos e com períodos de restrição hídrica. Apresentou quadro de Insuficiência Cardíaca (IC) Perfil C, Insuficiência Hepática e Insuficiência Renal Aguda (IRA). Após terapêutica clínica otimizada houve resolução do quadro hepático e renal, porém mantendo um comprometimento severo do miocárdio. Encaminhado para realização de transplante cardíaco. Descrição do Caso: U.A.S., 27 anos, admitido dia 14/01/15 com dor precordial intensa há 1 dia, com episódio semelhante há 3 semanas, associado a náuseas e vômitos. Evoluiu com dispnéia progressiva aos mínimos esforços, edema de membros inferiores e oligúria. Referiu uso de anabolizantes nos últimos 2 anos em regime cíclico seguido de restrição hídrica total por 02 dias. Exame físico: mau estado geral, ictérico, estertores crepitantes em bases bilateralmente, fígado a 8 cm do rebordo costal direito e edema de membros inferiores. Exames admissionais: (1) Laboratoriais: Ur=118,8 Cr=3,61 TGO=4691 TGP=7.710 BbT=10,335; (2) ECG: ritmo sinusal e zona elétrica inativa em parede lateral e lateral alta; (3) ECO: FE=34%, aneurisma em parede anterior e diafragmática, insuficiência mitral moderada, insuficiência tricúspide importante e PSAP = 48mmHg. Hipóteses diagnósticas: IC perfil B, Insuficiência Hepática e IRA secundária ao uso de anabolizantes. Condutas adotadas: Durante a internação o paciente piorou clinicamente com instabilidade hemodinâmica devido a choque séptico, necessidade de terapia de substituição renal e descompensação da IC para Perfil C. Foram adotadas medidas de controle clínico com estabilização hemodinâmica e melhora progressiva da função hepática (TGO=33,4 TGP=93,9 BbT=1,56) e renal (Ur=28,6 Cr=1,02). Foi submetido à cinecoronariografia em 23/01 apresentando oclusão da artéria descendente anterior em terço proximal e hipocinesia ântero-apical severa optando-se por não intervenção. ECO (03/02) com piora da FE (17%). No dia 12/02/15 foi encaminhado para realização de transplante cardíaco.

Conclusão: O uso de anabolizantes possui grande importância médica, social e econômica, podendo causar danos cardiovasculares e sistêmicos em indivíduos em idade produtiva. A equipe médica deve ficar atenta a estes pacientes e às repercussões clínicas do uso indevido dessas drogas.

DESAFIOS DO DIAGNÓSTICO DA PERICARDITE CONSTRICTIVA

MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS, THIAGO MARINHO G. V. PRADO, TIAGO FABRÍCIO GUALBERTO SILVA PEREIRA, MICHELE PALMEIRA DA SILVA, MARCELLE SA MACHADO DE ARAUJO, JOÃO PAULO MENEZES DE OLIVEIRA, GUILHERME HENRIQUE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA, ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES, AGNALDO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR E FABIO RODRIGUES DE ANDRADE

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFREE GUINLE, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Trata-se de relato de dois casos de pacientes imunocompetentes e de diferentes sexos, atendidos no hospital universitário Gaffree Guinle (HUGG) no Rio de Janeiro, com o diagnostico de pericardite constrictiva de etiologia indefinida, mesmo apos exames complementares. A principal hipótese diagnostica foi de tuberculose. Nosso objetivo e demonstrar que pericardite constrictiva e diagnostico de alta suspeição inicial e que sua prevalência pode ser maior que a esperada. Caso 1 e de paciente masculino, 30 anos, previamente hígido, sem vícios, com historia de 8 meses de quadro de síndrome edemigenica, 3 internações em instituições diferentes no período, hipótese diagnostica de carcinomatose abdominal. Admitido em regular estado geral, estável hemodinamicamente, em anasarca, com insuficiência cardíaca classe funcional III (NYHA). TC de tórax com derrame pleural bilateral e atelectasia passiva em pulmão esquerdo. Exame de escarro e de liquido pleural negativos para BAAR, Ecocardiograma com sinais de insipiente pericardite constrictiva, TC de abdômen e pelve com nódulo cálcico no lobo inferior do pulmão esquerdo e ascite. Complicado com uma discrasia sanguínea. Realizada pericardiectomia apos liberação da hematologia; seguida de manutenção de corticoterapia, diurético e esquema RIP. Caso 2 de paciente feminino, 23 anos, hígida, com dor torácica ventilatório dependente e derrame pleural, transferida para o HUGG com diagnostico de insuficiência cardíaca descompensada por pneumonia em tratamento. Admitida taquicardicá e taquipneica, com bulhas cardíacas hipofoneticas e em anasarca. Eletrocardiograma com baixa amplitude dos complexos QRS. Submetida a ecocardiograma que demonstrou espessamento pericárdico e sinais de restrição diastólica com alternância respiratória no fluxo da via de saída do ventrículo esquerdo e no fluxo mitral. Realizada pericardiectomia de urgência pela restrição diastólica, seguiu-se corticoterapia e esquema RIP com melhora.< a name=”_GoBack”>

Concluímos que a pericardite constrictiva tem gravidade significativa e seu diagnostico e muitas vezes esquecido, sendo muitos pacientes subdiagnosticados. Apesar de variados métodos diagnósticos, para diagnostico etiológico os exames se mostram inconclusivos.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40628ESTENOSE AÓRTICA X SANGRAMENTO GASTROINTESTINAL X FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)

ROBERTA VALERIO DE ARAUJO NAVES, LIVIA ARAUJO PEREIRA, JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR E PEDRO GONTIJO PUBLIO

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Há uma associação entre estenose valvar aórtica e sangramento gastrointestinal, a síndrome de Heyde. A fisiopatologia parece ser uma deficiência adquirida do fator de Von Willebrand que leva ao sangramento de angiodisplasias. A troca da válvula parece oferecer resolução a longo prazo do sangramento. Mulher, 79 anos, com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada por estenose aórtica, diabetes mellitus tipo II, colelitíase, FA crônica, acidente vascular cerebral isquêmico com cegueira em olho esquerdo, hipertensão e síndrome de Heyde. Em uso: Losartana 25mg BID, furosemida 40mg MID, sulfato ferroso 300mg BID, citalopram 20mg MID, amiodarona 200mg MID, omeprazol 40mg MID e glifage 500mg BID. HAS – BLED: 03 e CHA2DS2VASC: 07. Não fazia uso de anticoagulante por episódio prévio de sangramento gastrointestinal com repercussão hematimétrica. Ecocardiograma transtorácico (ECO TT) 03/2014: Fração de ejeção 66%, valva aórtica com gradiente de pico 90mmHg e médio 60mmHg, área valvar de 0,5cm. Em 09/2014 houve descompensação da estenose aórtica. Discutido a melhor abordagem da mesma. EURO SCORE=3. Optado por realização de valvuloplastia por balão em 11/2014. Após procedimento foi observado melhora do gradiente ventrículo esquerdo - aorta em torno de 50%. ECO TT 06/11/14: Fração de ejeção 64%, PSAP 59 mmHg, área valvar aórtica 0,5cm; gradiente de pico 52mmHg e médio 33mmHg. Em 03/2015 reinterna por traumatismo crânio encefálico e hemorragia digestiva com repercussão hematimétrica, novo ECO TT: fração de ejeção 63%, PSAP 76mmHg, área valvar aórtica 0,6cm; gradiente de pico 75mmHg e médio 49mmHg. Teve edema agudo pulmonar com resposta à ventilação não invasiva. Exames mostraram aumento de troponina (0,999 – 0,466). Cateterismo coronariano 09/2014: lesão em descendente anterior. O Guideline Europeu de Manejo de Doença Cardíaca Valvar, 2012, indica troca valvar aórtica em paciente com estenose aórtica severa ou qualquer sintoma relacionado a mesma, classe I, nível B. Em razão do EuroSCORE = 3, foi aventado a possibilidade de implante valvar aórtico percutâneo (TAVI) porém, como possui síndrome de Heyde, há aumento do risco de sangramento associado anticoagulação. Optado por realização de valvuloplastia por balão, uma medida paliativa em indivíduos selecionados quando a cirurgia é contraindicada por comorbidades severas e quando a TAVI não é uma opção.

40633OBSTRUÇÃO EXTRÍNSECA DO TRONCO DA CORONÁRIA ESQUERDA POR DILATAÇÃO DA ARTÉRIA PULMONAR SECUNDARIA A HIPERTENSÃO PULMONAR GRAVE.

BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, ARI MANDIL E FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

A esquistossomose mansônica é uma doença endêmica no nosso meio, complicada em alguns casos, por hipertensão pulmonar. Nesses quadros, é comum a ocorrência de queixa de dor torácica e dispneia, usualmente interpretadas como secundárias à hipertensão pulmonar. O caso abaixo retrata a importância de se considerar outras hipóteses diagnósticas. Paciente 64 anos, sexo masculino, portador de esquistossomose na forma hepatoesplênica, de longa data, complicada por hipertensão arterial pulmonar secundária grave (diagnóstico em 1988), com dilatação do tronco da artéria pulmonar (vizualizada previamente por exame de imagem). Uso regular de sildenafil, warfarin e furosemida. Foi internado em Julho/2014, devido quadro de dor torácica típica, em repouso, de início recente. O eletrocardiograma não evidenciou alterações, porém houve elevação dos marcadores de necrose miocárdica. Recebeu o diagnóstico de síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST. Optado por estratégia invasiva, cuja cineangiocoronariografia evidenciou obstrução grave, suboclusiva, no tronco da artéria coronária esquerda, sem evidências de outras obstruções. Considerando o diagnóstico prévio de dilatação da artéria pulmonar, foi realizada angiotomografia das artérias coronárias que confirmou dilatação importante da artéria pulmonar, exercendo compressão extrínseca sobre o tronco da artéria coronária esquerda. Pelo alto risco cirúrgico, o paciente foi encaminhado para o setor de hemodinâmica onde foi realizado o implante de stent farmacológico no tronco da coronária esquerda, com excelente resultado angiográfico. O paciente apresentou boa evolução clínica, recebendo alta hospitalar após dois dias do procedimento. Durante o controle ambulatorial, houve melhora da classe funcional, com tolerância para os exercícios maiores, o que não existia previamente, sem recorrência de novos episódios de dor.CONCLUSÃO: A obstrução extrínseca do tronco da coronária esquerda é uma condição rara, de grande gravidade, que requer alta suspeita clínica para o seu diagnóstico. Em pacientes portadores de hipertensão pulmonar grave, com dilatação da artéria pulmonar, tal hipótese deve ser clinicamente aventada na ocorrência de um quadro de dor torácica.

40639SÍNDROME DE VEIA CAVA SUPERIOR. RELATO DE CASO.

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI, CARLOS RAFAEL DE ALMEIDA FELIPE;, CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA, GERSON MARQUES PEREIRA JÚNIOR, RICARDO WANG, MILTON SOARES CAMPOS NETO, VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM, MIGUEL ANGEL FLORES NUNEZ, GUSTAVO MARIO CAPANEMA SILVA E AUGUSTO LIMA FILHO

SANTA CASA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A Síndrome de Veia Cava Superior resulta da obstrução do fluxo venoso da cabeça, pescoço e membros superiores através da veia cava superior principalmente ocasionado por neoplasias torácicas. No entanto, as causas de natureza benigna estão em ascensão devido ao uso mais frequente de dispositivos intravasculares como cateteres venosos centrais e marcapassos. As manifestações clinicas mais comuns são edema de face e pescoço e nos casos extremos a insuficiência respiratória e coma. A gravidade está associada a velocidade de progressão da obstrução e o desenvolvimento de colaterais. Neste cenário o tratamento endovascular, quando disponível, deve ser considerado a opção de escolha. Relato de caso: Trata-se do paciente, A.C.S, 47 anos, masculino, hipertenso, dislipidêmico, portador insuficiência renal crônica secundária à doença renal policística autossômica dominante em hemodiálise por cateter implantado em veia jugular interna direita. Evoluiu tardiamente com quadro dispnéia, pletora facial, edema importante de cervico-facial associado cefaleia, roquidão e disfagia. Encaminhado a angiotomografia (crânio, cervical e torácica) que visualizou oclusão de veia cava superior associada a oclusão de veias subclávia, jugular interna, braquiocefálica direita e braquiocefálica esquerda. Optado por retirada do cateter mas sem melhora do quadro. Desta forma paciente foi encaminhado a sala de hemodinâmica em caráter de urgência com piora do quadro respiratório e neurológico. Realizado flebografia central que confirmou os achado da angioTC e realizado recanalização mecânica da veia cava superior e veia braquiocefálica devido ao recolhimento elástico importante sendo necessário o implante de stent autoexpansivel. Houve melhora importante da dispnéia, cefaléia e roquidão logo após o procedimento e completa regressão do demais sintomas em 24 horas. Paciente assintomático retornou após 3 meses encaminhado para nova flebografia devido a planejamento de nova fistula. A flebografia mostrou stent com resultado mantido e patência dos vasos tratados. Conclusão: Neste relato de caso, o tratamento endovascular foi determinante para resolução dos graves sintomas ocasionados pela síndrome da veia cava superior.

40641EMPREGO DE TROMBÓLISE QUÍMICA COM ALTEPLASE EM UM CASO DE TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) MACIÇO EM PACIENTE CONSIDERADO HIPOTENSO COM BASE NOS SEUS NÍVEIS PRESSÓRICOS AMBULATÓRIAIS

WILLE DINGSOR SOUZA PEREIRA, GERSON MIRANDA, DANIELA LOPES GOMES E IGOR ROCHA BARROS

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA, MONTES CLAROS, MG, BRASIL.

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) apresenta quadro clínico variável, que vai desde e assintomáticos, com diagnóstico incidental, até situações de êmbolos maciços que levam o paciente rapidamente à morte. A fisiopatologia da TEP está intrinsecamente ligada à da trombose venosa profunda (TVP), pois aproximadamente 79% dos pacientes com TEP têm evidência de TVP nos membros inferiores1 e 50% dos pacientes com TVP apresentam embolização pulmonar. Descrição do caso: S.F.C.O., 42 anos, hipertenso grave, obeso, dislipidemico, diabético, deu entrada no serviço com queixa de dispneia súbita e desconforto toracico inespecífico. Relata que a uma semana apresentou quadro de dispneia de leve intensidade sendo avaliado em pronto socorro e liberado em seguida sem diagnostico definido. Queixava-se ainda dor e edema em panturrilha direita. Ao exame físico apresenta PA 101x74 mmHg, FC 105 bpm, FR 30 ipm, oximetria 93% em ar ambiente. Ausculta pulmonar e cardiaca sem alterações. Panturrilha direita edemaciada com aspecto empastado. Radiografia de torax sem alterações. Eletrocardiograma evidenciando padrão S1Q3T3. Angiotomografia mostrava tromboembolismo pulmonar maciço bilateral e ecocardiograma apresentava sinais de hipertensão pulmonar e cor pulmonale. Com base nos achados do exame físico e na queda de mais de 60 mmHg da pressão arterial sístólica do paciente (comparada aos niveis basais ambulatoriais), o paciente foi considerado como instável hemodinamicamente e submetido à trombolise química com alteplase na dose de ataque de 30 mg em bolus seguido de 70 mg em bomba de infusão em 60minutos. O paciente foi monitorado durante todo o procedimeneto de trombólise em unidade de terapia intensiva. Ao término da infusão de alteplase o paciente foi reavaliado e já apresentava melhora significativa da dispneia e do quadro clínico em geral. No seguimento foi realizado nova angiotomografia que evidenciou dissolução dos trombos, bem como novo ecocardiograma que já mostrava melhora dos sinais de hipertensão pulmonar e suas repercussões. Conclusões: Atualmente existem controvérsias acerca do emprego de terapêutica trombolítica em casos de TEP sem comprometimento hemodinâmico. Contudo, nos pacientes com diagnostico de TEP, a terapêutica trombolítica esta indicada na presença de hipotensão ou choque, pois evidencias apontam que a trombolise química nestes pacientes, previne a deterioração clinica e a progressão da terapêutica.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40642RELEVÂNCIA DOS ACHADOS CLÍNICOS NO DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

LUIZ PAULO ARREGUY NOGUEIRA, LUIZA CORRADI DE FARIA, MARINA PEREIRA MAYRINK E CAMILA BRUGGER SILVA

FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: O diagnóstico de Insuficiência Cardíaca (IC) é feito por meio de sintomas e sinais típicos resultantes de uma anormalidade cardíaca estrutural ou funcional. Por vezes, o diagnóstico é retardado pela inespecificidade de sintomas e sinais e pelo exame físico cardiológico realizado de maneira mal estruturada. Descrevemos o caso de paciente com IC grave, inicialmente investigado para disfunção do trato gastrointestinal. Descrição do caso: Paciente masculino, 41 anos, etilista, admitido no Hospital João XXIII em 21/11/2014, com dor epigástrica há 40 dias, perda ponderal, hiporexia, prostração. Exames realizados na atenção primária evidenciaram gastrite enantematosa de leve intensidade em EDA e líquido livre na pequena pelve em US abdominal. À admissão hospitalar apresentava-se hipocorado, emagrecido, com abdome distendido e doloroso em epigástrio, edema em MMII, taquicardia e bulha acessória à ausculta cardíaca; fígado palpável a 6cm de RCD, borda lisa; sem dispneia. Novo US abdominal mostrou hepatomegalia de textura homogênea; ascite não quantificada; sinais de congestão venosa. Transaminases, bilirrubina e enzimas canaliculares discretamente aumentadas. Hemoglobina 17,3mg/dL. Questionada presença de hepatopatia – hemocromatose/ Hepatite. Ambas hipóteses foram descartadas após exames de cinética do ferro e sorologias virais sem alterações . Exame clínico mais apurado em 24/01 evidenciou ictus cordis desviado a 4 cm em linha axilar média, terceira bulha, sopro sistólico em foco mitral III/IV. ECG: RS Eixo QRS -30º, sinais de sobrecarga de AE e VE, supradesnivelamento de V2-V4, inversão de onda T em V5 e V6. Ecocardiograma transtorácico: Aumento importante do AE e VE. Hipocinesia difusa do VE (FE 10%) e do VD. I n i c i a d o t r a t a m e n t o p a r a I C c o m B - b l o q u e a d o r, i n i b i d o r e s d a E C A e diuréticos. Evoluiu com melhora clínica e resolução dos sintomas. Encaminhado p a r a a c o m p a n h a m e n t o a m b u l a t o r i a l e o t i m i z a ç ã o d o t r a t a m e n t o . Conclusões: Alguns dados devem chamar a atenção médica para o diagnóstico de IC. A presença da terceira bulha é o sinal com maior acurácia preditiva e é associado, junto de pressão venosa jugular elevada, a maior risco independente de hospitalização por IC e morte. Um ECG completamente normal possui um alto valor preditivo negativo para esta condição (likelihood <2% em casos agudos). Por outro lado, a medida do peptídeo Natriurético Atrial é o teste de maior valor diagnóstico e auxilia principalmente em dispneia de causa desconhecida

40643FÍSTULA CORONÁRIO-PULMONAR. RELATO DE CASO.

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI, SAULO AUGUSTO DE LIMA, RICARDO WANG, CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA, MIGUEL ANGEL FLORES NUNEZ, VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM, FREDDY GARCIA MONTECINOS, PATRICIA MARTINS, MARIO LUCIO FRANCO PEREZ E AUGUSTO LIMA FILHO

SANTA CASA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, BRASIL.

Introdução: As fístulas de artéria coronária são conexões anormais entre a artéria coronária e uma câmara cardíaca ou um vaso importante (veia cava, artéria pulmonar). Representam em torno de 3,7% das anomalias congênitas coronárias podendo está associadas em metade dos casos a insuficiência cardíaca, endocardite, isquemia e morte. As fístulas têm sua origem principalmente em coronária direita, drenando em 90% dos casos para câmaras direitas, gerando shunt esquerda-direita. O diagnóstico pode ser realizado pela angiografia, angiotomografia e angioressonância. O tratamento dos pacientes sintomáticos consiste na oclusão do fistula que pode ser realizado endovascular ou ligadura cirúrgica.Trata-se paciente V.L.S, 47 anos, masculino, hipertenso, dislipidêmico, tabagista, apresentando quadro de dor torácica associada a dispnéia de iniciada há 3 anos evoluindo com piora progressiva, atualmente aos pequenos esforços CF III NYHA. Devido a piora dos sintomas procurou a unidade de pronto atendimento e posteriormente encaminhado para nosso serviço com diagnóstico de IAMSST. Ao exame fisico presença de sopro sistolico discreto borda esternal direita. ECG: Ritmo sinusal regular e alteração difusa da repolarizaçao ventricular. O ecocardiograma transtorácico: Ventrículo esquerdo com aumento diâmetros sisto-diastólico, associado a hipocinesia difusa em grau leve (FEVE=46%). Regurgitação mitral leve. Cineangiocoronariografia e ventriculografia mostrou: Coronária esquerda dominante sem obstruções significativas, coronária direita hipoplásica com grande fistula de alto debito para ramos da artéria pulmonar e ventrículo esquerdo com hipocinesia difusa moderada. Após discussão do caso pela cardiologia optado por oclusão endovascular da fistula. Realizado cateterismo superseletivo do trajeto fistuloso com microcateter seguido de liberação de 3 micromolas com oclusão completa da fistula. O paciente evoluiu sem intercorrências recebendo alta com 3 dias. Atualmente, o paciente encontra-se assintomático em acompanhamento ambulatorial com seguimento de 4 anos. Conclusão: Este relato apresentamos um caso de fistula coronário-pulmonar como causa de insuficiência cardíaca abordada por tratamento endovascular

40645 40646TRATAMENTO CLÍNICO DA COARCTAÇÃO CRÔNICA DE AORTA ASCENDENTE: RELATO DE CASO

RAFAEL O CARDOSO, ROSALEE B MAULAZ, THIAGO D BRAGA E DELFINO C M FILHO

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO Destacando-se entre as maiores causas de mortalidade em todo o mundo, as doenças cardiovasculares permanecem como um grande desafio. Nesse quesito, destaca-se a dissecção aórtica, doença de baixa incidência, mas de altíssima mortalidade, chegando a 1% por hora, nas primeiras 24 horas e a 50% após 30 dias nos casos do acometimento da aorta ascendente sem tratamento cirúrgico. Descrição do caso Paciente, sexo masculino, 80 anos, previamente hipertenso, desnutrido e ex-tabagista, encaminhado eletivamente para a realização de cateterismo após diagnóstico de dilatação importante de aorta ascendente (74 mm) e insuficiência aórtica em ecocardiograma transtorácico. No procedimento foi diagnosticado insuficiência aórtica importante e dissecção de aorta tipo A de Stanford. Após discussão clínico-cirúrgica, foi optado pelo tratamento clínico do paciente, pelas suas atuais condições. Houve boa evolução e estabilidade hemodinâmica com a manutenção da terapêutica com trimetazidina, atenolol e furosemida após 30 dias de internação.HD: Dissecção cônica de aorta ascendente Conduta adotada: Tratamento clínico com trimetazidina, atenolol e furosemida.Conclusão: Embora o tratamento cirúrgico esteja bem fundamentado nos casos de dissecção aórtica ascendente, nos pacientes com condições cirúrgicas desfavoráveis, o tratamento clínico pode ofertar um mínimo de qualidade de vida.

TRATAMENTO DE LESÃO DISTAL DE TRONCO DE CORONÁRIA ESQUERDA NÃO PROTEGIDO COM SEGUIMENTO TARDIO.

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI, RICARDO WANG, CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA, GUSTAVO LOBATO ADJUTO, VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM, MIGUEL ANGEL FLORES NUNEZ, SAULO AUGUSTO DE LIMA, PATRICIA MARTINS, MARIO LUCIO FRANCO PEREZ E AUGUSTO LIMA FILHO

SANTA CASA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, BRASIL.

Introdução: O avanço da cardiologia intervencionista proporcionou o tratamento com segurança de lesões obstrutivas do tronco de coronária esquerda(TCE), antes exclusivamente cirúrgico. A criação do “Heart Team” para discussão e individualização de condutas em pacientes coronariopatas graves constitui o estado da arte neste cenário. Histórico Clínico: JSL 84 anos, sexo masculino, com antecedentes de HAS e dislipidemia. Paciente com quadro anginoso de inicio recente e progressivo ao esforços evoluindo para IAMSST. Cineangiocoronariografia: TCE subocluido distal comprometendo a trifurcação. DA com lesão moderada segmento proximal. CX importante e DGL(2mm). CD sem obstruções significativas. VE com hipocinesia anterior moderada. Considerações: Após discussão do caso pelo “Heart Team” da nossa instituição, considerando risco aumentado para cirurgia de revascularização miocárdica (EuroSCORE logistic 17,88%), o grau de complexidade angiográfica(SYNTAXscore 14) e visto não existia contraindicação a terapia antiplaquetaria dupla prolongada foi optado por angioplastia com stents farmacológicos(SF). Procedimento: Realizamos angioplastia com 2 SF utilizando a técnica de “MiniCrushing” finalizada com “kissing-balloon”.A angiografia de controle mostrou completa regressão da obstrução com boa expansão dos stents, sem dissecções e fluxo final TIMI III em ambas as artérias. Evolução hospitalar: Paciente manteve-se estável hemodinamicamente durante todo o procedimento e internação hospitalar recebendo alta hospitalar em 48hs com orientação de manter da terapia antiplaquetária dupla indefinidamente. Evolução tardia: O paciente retornou após 9 meses assintomático para controle angiográfico que mostrou resultado mantido. Atualmente paciente encontra-se assintomático com 5 anos de seguimento. Conclusão: Este relato de caso contextualiza uma realidade crescente da cardiologia contemporânea mundial na prática nacional – a revascularização percutânea do TCE não protegido com a utilização de stents farmacológicos e a discussão de casos pelo “Heart Team”.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40655ORIGEM ANÔMALA DA CORONÁRIA ESQUERDA NA ARTÉRIA PULMONAR. RELATO DE CASO.

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI, MARIA DA GLORIA C.HORTA, RICARDO WANG, FOLMER QUINTAO TORRRES, CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA, MIGUEL ANGEL FLORES NUNEZ, SAULO AUGUSTO DE LIMA, VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM, MARIO LUCIO FRANCO PEREZ E AUGUSTO LIMA FILHO

SANTA CASA DE BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, BRASIL.

A origem anômala da coronária esquerda do tronco pulmonar(OACETP),também conhecida como Síndrome de Bland-White-Garland, é uma patologia congênita rara, ocorrendo em cerca de 1 em 300.000 nativivos, constituindo 0,24% de todas cardiopatia congênitas. Oitenta a 90% dos pacientes falecem no primeiro ano de vida. A evolução dependerá do grau de anastomoses intercoronarianas, que se desenvolveu após o nascimento. A ausência destas anastomoses leva a quadros graves de insuficiência cardíaca secundário a isquemia coronariana. O tratamento consiste na correção cirúrgica reestabelecendo a circulação coronária dupla, através da conexão entre coronária esquerda e a aorta. Reportamos um caso de OACETP em criança cujo diagnóstico começou a ser elaborado numa avaliação de risco cirúrgico. Trata-se de G.S.P masculino, 8anos, melanoderma, 30 Kg, encaminhado à nosso serviço para propedêutica devido a alterações eletrocardiográficas isquêmicas solicitado durante risco cirúrgico para adenoidectomia. A anamnese, mãe relatou que seu filho apresentava cansaço fácil e já tinha queixado de dor no peito. Relatou caso de morte súbita na família(Tio materno aos 28 anos). Ao exame físico não observamos anormalidades. O ECG apresentava ritmo sinusal , ondas Q profundas e empastadas em D1 e AVL, supradesnível do segmento ST de V2 -V4 e alterações difusas da repolarização ventricular. O RX de tórax evidenciou discreto aumento da área cardíaca. Ao ecocardiograma, o ventrículo esquerdo(VE) apresentava-se levemente aumentado e difusamente hipocontrátil em grau moderado. Não se visualizou a coronária esquerda. O estudo hemodinâmico demonstrou: Coronária direita hiperplásica e tortuosa. Contrastação por colaterais de toda a árvore coronariana esquerda, cujo tronco se originava na artéria pulmonar. Observou-se também hipocinesia difusa acentuada de VE, hipertrofia trabecular moderada de VD e hipertensão arterial pulmonar moderada. Após a confirmação diagnóstica foi optado pelo tratamento cirúrgico objetivando o restabelecimento a circulação coronariana normal. O paciente foi submetido anastomose da artéria coronária esquerda com aorta por meio de um enxerto venoso. A criança evoluiu no pós operatório sem intercorrências. Atualmente assintomático com 14 anos de seguimento. As anomalias coronárias congênitas são raras, mas devem fazer parte do diagnóstico diferencial de todo cardiologista por agregarem risco de eventos cardiovasculares maiores como infarto e morte súbita.

40656IMPORTÂNCIA DO SEGMENTO DOS PACIENTES COM DOENÇA DA AORTA - RELATO DE CASO

LIVIA ARAUJO PEREIRA, ROBERTA VALERIO DE ARAUJO NAVES, NADIR PRISCILA SILVA DA CRUZ E JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, BRASIL.

A coarctação de aorta (CoAo) é uma malformação cardiovascular frequente, predominando no sexo masculino. A CoAo pode se apresentar como lesão isolada ou associada a outras anomalias, tais como a valva aórtica bivalvular, comunicação interventricular, estenose aórtica valvar ou subvalvar, entre outras. R.P., homem, 59 anos, hipertenso, dislipidêmico, tabagista, submetido à correção de coarctação de aorta aos 15 anos e troca valvar aórtica por prótese mecânica há 21 anos. Estava em seguimento de aneurisma de aorta sinotubular. Assintomático. Admitido em 26/01/15 eletivo para abordagem cirúrgica do mesmo. Em uso: varfarina; metoprolol 50mg BID; naprix 5mg; lipless 100mg; foraseq 12/400mcg. Angiotomografia de tórax: Dilatação acentuada de raiz de aorta 9 x 7,9cm em uma extensão de aproximadamente 8,3cm; valvoplastia aórtica com grande dilatação aneurismática de raiz aórtica; prótese na aorta descendente proximal. Ecocardiograma transtorácico: função biventricular preservada, prótese valva aórtica sem disfunção, área orifício valvar 1,75. Angiotomografia coronariana: lesão moderada em descendente anterior e lesão moderada em ramo intermediário de tronco trifurcado, prótese valvar aórtica, gradiente médio de 12 mmHg. Euroscore 7,23%. Realizado cirurgia em 02/02/15 para correção do aneurisma de aorta sinotubular com tubo reto, reimplante de coronárias e preservação da prótese aórtica. Admitido em ventilação mecânica, instável hemodinamicamente. Evoluiu com sepse pulmonar aguda em 04/02/15, iniciado meropenem e teicoplanina. Extubado em 11/02/15. Nova tomografia de tórax com efusão pleural esquerda pequena e moderada a direita com atelectasias, coleção grande no mediastino anterior chegando ao subcutâneo, efusão importante peri tubular aórtico, deiscência da sutura esternal, consolidações pulmonares com halo de vidro fosco. Encaminhado ao bloco cirúrgico em 17/02/15 para tratamento de mediastinite com omentoplastia. Gram de fragmento do mediastino: ausência de bactérias. Evoluiu com estabilidade hemodinâmica e melhora clínica, apresentou drenagem de pequena fístula esterno - cutânea - osteíte, optado então manter antibioticoterapia prolongada. Alta hospitalar em 13/03/15. É comum a associação das doenças da aorta na prática clínica. Então, não podemos deixar de acompanhar o paciente portador de uma aortopatia. A tomada de decisão sobre momento de intervenção precisa ser feita com base nesse seguimento, visando diminuir a morbimortalidade cirúrgica.

40662OTIMIZAÇÃO DOS PARÂMETROS DA TERAPIA DE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA ATRAVÉS DA ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL EM TEMPO REAL

DANIEL S SOUSA, RALDNER B E REGES, MARCELA F RIBAS, JULIA M LAMOUNIER, CELINA CRISTINA DA FONSECA TEIXEIRA, EDUARDO DIAS CHULA, LISSANDRO GUALBERTO TEIXEIRA, CHRISTIAN NERY FREITAS E CHRISTIANA CONCEICAO DE OLIVEIRA

HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS, DIVINOPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SANTA LÚCIA, DIVINOPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SANTA MÔNICA, DIVINOPOLIS, MG, BRASIL.

Introdução: A ecocardiografia tridimensional (Eco 3D) tem se mostrado muito útil na seleção e avaliação da resposta à terapia de ressincronização cardíaca (TRC). O índice de dissincronia de 16 segmentos (Tmsv16-SD), tem sido o principal parâmetro utilizado para avaliação da dissincronia intraventricular ( valor normal / sem dissincronia < 5% ), sendo os bons respondedores a TRC aqueles com valor pré implante > 10%. Porém, é escassa na literatura a descrição da utilização da ECO 3D para a otimização dos parâmetros nos já portadores de ressincronizador cardíaco. Descrição do caso: Relatamos o caso de dois pacientes com quadro de insuficiência cardíaca grave. Trata-se de uma mulher, 65 anos, portadora de miocardiopatia isquêmica em classe funcional III/IV (NYHA), fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 30% – paciente A; e de um homem, 79 anos, com quadro de miocardiopatia chagásica classe funcional IV (NYHA), FEVE 19% – paciente B. Ambos preenchiam os critérios preconizados pelas Diretrizes Brasileiras de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis para TRC e foram, portanto, submetidos ao procedimento. Após aproximadamente 3 anos ( paciente A) e 1,5 ano ( paciente B ) do implante do dispositivo, os pacientes se encontravam em NYHA II. Foi realizada, Eco 3D ( 3D Philips IE 33 X Matrix ) e avaliação simultânea da TRC por telemetria, com o objetivo de otimização do intervalo intraventricular, tendo como alvos a avaliação: da FEVE e do Tmsv16-SD. Os resultados obtidos foram: pré ajuste de parâmetros - Paciente A: FEVE de 51,1% e Tmsv16-SD de 12,59% ( Valor normal / sem dissincronia < 5% ). Paciente B: FEVE de 19,1 % e Tmsv16-SD de 23.31%. Imediatamente após ajuste do intervalo intraventricular - Paciente A: FEVE de 54,2% e Tmsv16-SD de 1.65%. Paciente B: FEVE de 37,8% e Tmsv16-SD de 2.49%. Ambos obtiveram melhora da classe funcional para NYHA I, após 1 mês de seguimento.Conclusão: A Eco 3D é um metodo promissor na seleção dos pacientes e avaliação da resposta desses à TRC. Porém, o seu emprego como instrumento auxiliar na otimização do dispositivo, para que o paciente obtenha intervalo intraventricular ótimo, ainda é pouco estudado. Este trabalho mostra dois casos que sugerem o papel valioso da Eco3D nessa função.Trabalhos subseqüentes necessitam ser realizados para confirmar tal hipótese.

40665SÍNDROME DE TAKOTSUBO

LORENA SILVA FONSECA, FRANCISCO REZENDE SILVEIRA, NAYARA PERES AGUIAR E RAFAEL PINHEIRO DE AZEVEDO

HOSPITAL SEMPER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A síndrome de Takotsubo caracteriza-se pela disfunção sistólica transitória dos segmentos médio apicais do ventrículo esquerdo (VE) na ausência de doença arterial coronariana obstrutiva. Geralmente é precipitada por estresse emocional ou físico, podem ocorrer alterações no eletrocardiograma (ECG), no ecocardiograma e um padrão de balonamento do VE na ventriculografia.Descrição do caso T.T.H., sexo feminino, 75 anos, apresentou episódio súbito de dor precordial em queimação, de forte intensidade durante esforço físico, com irradiação para o dorso e membros superiores, sudorese e náuseas. ECG da admissão evidenciou supra desnivelamento do segmento ST em V2 a V6, DII, aVF. CK-MB e troponina alteradas. Iniciado protocolo de síndrome coronariana aguda (SCA), admitida em CTI estável e com melhora parcial da dor. Foi submetida à cineangiocoronariografia evidenciando artérias coronárias isentas de ateromatose significativa, ponte miocárdica discreta no 1/3 médio da artéria descendente anterior e ausência de trombos intraluminais. Angiotomografia não evidenciou sinais de tromboembolismo pulmonar, aneurismas ou sinais de dissecção de vasos mediastinais. Evoluiu com choque cardiogênico e com tratamento clinico otimizado apresentou melhora progressiva.Hipóteses diagnósticas: Síndrome coronariana aguda, Síndrome de Takotsubo, miocardite.Condutas adotadas: Paciente realizou ecocardiograma (ECO) que evidenciou discinesia apical do VE com FEVE 48%. Apresentou melhora clínica progressiva e realizou novo ECO que evidenciou melhora com FEVE 67%. Realizou ressonância do miocárdio que não evidenciou sinais de realce tardio miocárdico e/ou pericárdico anômalos. Recebeu alta assintomática.Conclusão A Síndrome de Takotsubo deve ser considerada no diagnóstico diferencial de SCA, principalmente quando os sintomas forem precipitados por algum estresse em mulheres na pós-menopausa, idade entre 60 e 75 anos. Apresenta bom prognóstico, baixa mortalidade, alta reversibilidade sem sequelas e baixa taxa de recorrência.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40673TROMBOEMBOLISMO PULMONAR CRÔNICO SECUNDÁRIO À TROMBOFILIA HOMOZIGÓTICA 4G/4G DO PAI-1

LEANDRO L FERREIRA, RODRIGO Q LINHARES, ANA L R PIUZANA E RITA C L PAULA

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

O tromboembolismo pulmonar (TEP) crônico é secundário a um ou mais epsódios de trombose com posterior cronificação dos trombos. O leito vascular obliterado aumenta a resistência vascular pulmonar levando à hipertensão arterial pulmonar e progressiva falência do ventrículo direito (VD).O inibidor do ativador do plasminogênio tipo1 (PAI-1) bloqueia o ativador fisiológico do plasminogênio (t-PA), desempenhando atividade reguladora da hemostasia, ou seja, PAI-1 tem atividade inibidora fibrinolítica. Homozigotos para alelo 4G têm concentrações 25% maiores de PAI-1 o que aumenta a chance de eventos tromboembólicos.RMA, 43 anos, masculino, hipertenso, história familiar morte súbita (pai aos 54anos). Iniciou em jul/2014 dispnéia de caráter progressivo. Internado em set/2014 devido dor torácica, hipoxemia (86% em ar ambiente), hipotensão (85/65mmHg), hipoperfusão, lactato 3,8, D-dímero 6468, NT-proBNP 4612. Eletrocardiograma em ritmo sinusal, má progressão R anterosseptal e inversão onda T em parede anterior. Ecocardiograma com VD dilatado em grau importante e hipocontrátil, aumento importante de átrio direito, regurgitação tricúspide moderada, pressão sistólica em artéria pulmonar (PSAP) 55mmHg, derrame pericárdico discreto. Angiotomografia de tórax evidenciou TEP central, múltiplos trombos bilaterais, segmentares e subsegmentares, pequenos infartos pulmonares no lobo inferior do pulmão esquerdo, derrame pleural direito. Foi monitorado em terapia intensiva devido instabilidade hemodinâmica. Pelo tempo evolutivo da doença não foi trombolizado e recebeu anticoagulação com heparina de baixo peso molecular seguido de warfarínico na alta hospitalar (out/2014), terapêutica padrão para insuficiência cardíaca (IC) e sildenafil devido elevação da PSAP até 82mmHg. Angiotomografia 6 meses após início do tratamento persiste com TEP crônico central e periférico e infarto pulmonar em base esquerda. Ecocardiograma com disfunção do VD e PSAP 77mmHg. Classe funcional II-III/IV NYHA, tem proposta de tromboendarterectomia visando a compensação clínica da IC. A pesquisa para trombofilia revelou homozigose para polimorfismo de PAI-1 (4G/4G) que cursa com risco aumentado de eventos tromboembólicos. A tromboendarterectomia, com retirada do êmbolo central pode normalizar a circulação arterial pulmonar e diminuir a pressão deste sistema, constituindo uma opção terapêutica ao TEP crônico central.

40676DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE DOR ABDOMINAL

ANA LUIZA RUSSO PIUZANA, LEANDRO LEO FERREIRA, RODRIGO QUINTINO LINHARES E RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - MG,.

A pancreatite aguda, definida como um processo inflamatorio agudo do pancreas, com envolvimento variavel de outros tecidos regionais. Entre as causa estão: Alcool; Causas metabolicas ;Uso de Farmacos;Infecciosas;idiopáticas;entre outras. O diagnóstico de pancreatite aguda faz-se, na presença de dor abdominal, intensa e de predominio nos quadrantes superiores, e de uma elevação das enzimas pancreaticas no sangue. Em termos terapêuticos a correçao de fatores precipitantes e a intervençao sobre o processo inflamatorio.MOPS,feminina, branca, 77 anos, portadora de de coronariopatia, com historia de IAM Antero-septal, miocardiopatia isquemica, com Fraçao ejeçao ventriculo esquerdo de 33%, HAS e diabetes melitus com controle dietetico.Iniciou quadro de dor epigástrica tipo colica associada a sudorese e nauseas durante o repouso, sem fator predisponente.Avaliada pela cirurgia geral, usg abdominal inconclusiva sendo então referenciada para cardiologia pois relata ter apresentado quadro clinico semelhante ao passado de IAM.ECG com alteração cicatricial na parede anteroseptal(onda q pataologica, BRD e inversao de onda T na parede anterior).Marcadores de necrose miocardica inalterados.Ainda com dor e hipotensao arterial foi encaminhada para UCO para propedeutica. TC de abdomem evidenciou Hernia de hiato volumosa com estomago e parte do pâncreas + derrame pleural com pequenas areas de atelectasias pleurais, aerobilia,sinais de pancreatite aguda, principalmente cabeça do pâncreas sem áreas de necrose, hérnia abdominal supra umbilical e da parede Antero lateral esquerda da pelve e ascite em pequeno volume.Elevaçoes de amilase, lipase e fosfatase alcalina sendo entao diagnosticada pancreatite aguda de causa a esclarecer.Durante internação evoluiu com necrose pancreática e crescimento de hemocultura positiva para estafilococus aureus MS.Foi submetida a tratamento clinico intensivo com antibioticoterapia,jejum e posteriormente dieta parenteral.Evolução favorável com alta hospitalar 30 dias após internação.Durante investigação das prováveis causas da pancreatite foi aventada hipótese de pancreatite por uso abusivo de aspartame em sua dieta.Portanto quadro de dor abdominal é importante a abordagem multisistemica e diante de caso relatado a anamnese é fudamental para esclareciemento de possíveis diagnósticos diferencias.A associação de pancreatite com uso de aspartamente é uma condição não muito descrita na literatura atual porem vem sendo cada mais estuda.

40679 40694PERFURAÇÃO MIOCÁRDICA PÓS IMPLANTE DE CDI

RODRIGO QUINTINO LINHARES, ANA LUIZA RUSSO PIUZANA, LEANDRO LEO FERREIRA E CARLOS EDUARDO ORNELAS

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Uma complicação rara da implantação de marcapasso/cdi é a perfuração miocárdica pelo eletrodo. O desenvolvimento de eletrodos de pequeno diâmetro e mecanismos de fixação ativa resultou no aumento da rigidez da extremidade dos eletrodos, aumentando a taxa dessa complicação incomum. Paciente, masculino, 26 anos, has, portador de miocardiopatia hipertrófia obstrutiva (mcho), deu entrada no mater dei no dia 23.06.14 Com relato de síncopes frequentes principalmente após esforço físico. Internado para propedêutica e possível implantação de cdi devido quadro de síncopes e história familiar de morte súbita. Realizado ecott com hipertrofia de ve, fração de ejeção preservada, siv 27 e aumento leve de ae. No dia 01.07 Foi implantado cdi para prevenção primária de morte súbita. No dia 03.07 Paciente foi submetido a novo ecott que apresentou leve derrame pericárdico. Dia 06.09 Paciente retorna ao hospital com relato de que apresentou dor restroesternal de forte intensidade, palidez cutaneo-mucosa e sudorese profusa, apresentou episódio prévio de síncope. No momento paciente apenas com dor leve. Ecg apresentava supra st difuso com infra de pr, ecott mostrava mcho com derrame pericárdico moderado. Realizado na internação telemetria sem eventos arrítmicos prévios que justificassem a síncope. Tc de tórax confirmou derrame pericárdico moderado, sendo optado no dia 12.09 Por mediastinotomia exploradora e implante de dreno de pericárdio, drenando 350ml de sangue escuro. Novo ecott eviedenciando resolução do quadro. Definido que o derrame se deu devido a transfixação do eletrodo em vd. No dia 10.12 Reinterna com quadro de síncope, telemetria sem alterações, ecott apresentando hipertrofia assimétrica do miocárdio com predomínio de siv e com extensão para parede lateral. Após discussão extensa, optado em realizar eco com estresse físico para avaliar gradiente de obstrução durante o esforço, pois o mesmo manteve-se sintomático no te, eco apresentou gradiente >50. Decidido por tratamento cirúrgico através de miectomia septal e plastia valvar mitral. Paciente manteve sem queixas e recebeu alta hospitalar. Pelo exposto, concluímos que a complicação de transfixação de eletrodo de cdi no miocárdio é um evento raro e de difícil diagnóstico. Portanto, exige uma atenção maior por parte do cardiologista a pequenos sinais que podem sugerir perfuração, como dor torácica ou abdominal e baixa impedância do marcapasso, bem como sensibilidade diminuída ou falha na captura da câmara envolvida.

ANEURISMA EM CARDIOMIOPATIA APICAL

ROCHELLE COPPO MILITÃO, ANA LUIZA RUSSO PIUZANA, RODRIGO QUINTINO LINHARES E LEANDRO LEO FERREIRA

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, - MG, , .

Cardiomiopatia hipertrófica é uma doença autossômica dominante do miocárdio, caracterizada por uma variedade na expressão morfologica e na evolução da história natural. A cardiomiopatia hipertrófica apical (CMPHA) é uma variante rara, onde a hipertrofia do musculo cardiaco envolve a porção apical do ventriculo esquerdo. Descrita por Sakamoto e Yamaguchi, consiste na presença de onda T negativa proeminente no eletrocardiograma (ECG) e a configuração da cavidade do ventrículo esquerdo em forma de espada no final da diastole a ventriculografia. Os pacientes geralmentes são homens de meia idade, com sintomas de palpitação, dor toracica e dispneia. A CMPHA pode estar associada a graves manifestações clinicas, como morte subita, arritmias ventriculares e infarto apical com formação de aneurisma. Entre os diagnosticos diferenciais, o trombo apical, a não compactação do ventriculo esquerdo e a endomiocardiofibrose podem criar imagens semelhantes ao ecocardiograma, devendo ser distinguindos da CMPHA com ressonância magnetica.Paciente feminina, 66 anos, hipertensa, diabetica, dislipidêmica, asmatica. Admitida com dor toracica opressiva de leve intensidade associada a dispneia , alivio espontâneo, sem relação com esforço fisico. Ao ECG apresentava onda T negativa e sinais de HVE, troponina e BNP elevados. Iniciado protocolo de sindrome coronariana aguda, com AAS, ticagrelor e fondaparinux e internada na unidade coronariana para extensão de propedeutica. Ecocardiograma: hipertrofia leve do ventrículo esquerdo com função sistolica global e segmentar sem alterações e fração de ejeção do ventriculo esquerdo 70%. Escore GRACE 147, sendo realizado cineangiocoronariografia miocardica, onde constatou ausência de lesões coronarianas, porem na ventriculografia foi identificada imagem sugestiva de aneurisma apical. Realizado ressonância magnética cardiaca que visualizou importante aneurisma apical com hipertrofia do miocardio apical, sem trombos, sugestivo de cardiomiopatia apical com complicação de aneurisma apical. Uma parcela do pacientes com CMPHA podem apresentar eventos clinicos desfavoraveis com complicações, como infarto do miocardio e acidente vascular cerebral, morte subita devido arritmias ventriculares, sendo necessário o implante de desfibrilador profilatico. Apesar destas significantes morbidades, a maioria dos pacientes não evoluem com deterioração da classe funcional e podem permanecer assintomaticos

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40695SUBSTITUIÇÃO TRANSCATETER DE VÁLVULA AÓRTICA EM IDOSO COM CARDIOPATIA GRAVE: RELATO DE CASO

FELLYPE BORGES DE OLIVEIRA, CAROLINA KUCHENBECKER SOARES, CAMILA SILVEIRA NOBRE, DANIEL CUNHA ARAUJO, BARBARA BUITRAGO PEREIRA E CECILIA FELIX PENIDO MENDES DE SOUSA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A Transcatheter Aortic Valve Replacement (TAVR) é uma cirurgia minimamente invasiva desenvolvida como alternativa terapêutica para pacientes com estenose aórtica grave e sintomática com alto risco para o método tradicional. O procedimento consiste na inserção de valva colapsada via cateter que, quando expandida, rechaça a valva defeituosa, assumindo sua função. DESCRIÇÃO DO CASO: Pac iente M.P.M.M. , 68 anos, natura l de Contagem-MG, com valvopatia reumática, submetida a três cirurgias valvares prévias (última com substituição de prótese mitral mecânica; com prótese aórtica biológica), história de dois acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e fibrilação atrial permanente. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) de 22/09/2014: Átrios com aumento importante; regurgitação em prótese mitral (gradiente médio 5mmHg), estenose moderada e regurgitação importante em prótese biológica aórtica (gradiente médio 37mmHg), pressão sistólica da a. pulmonar (PASP) de 60 mmHg. Em 03 /11 /2012 f o i i n t e rnada dev ido à I nsu f i c i ênc ia Ca rd íaca Conges t i va ( ICC). ECOTT revelou f ração de e jeção (FE) de 30% e Ventr ícu lo Esquerdo aumen tado . Esco re de r i sco 23 ,4% pa ra mor te na c i r u rg ia convenc iona l . HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS: ICC; Fibrilação Atrial; Estenose Mitral; Estenose Aórtica. CONDUTAS: No dia 03/11/14 escolheu-se tratamento transcateter da valvopatia. Em 18/12/14 fo i admit ida na Unidade Coronar iana do Hospi ta l Madre Teresa apresentando dispneia em repouso, hepatomegalia, ingurgitamento jugular e edema em membros inferiores 3+/4+. No dia 26/12/14 foi realizado TAVR com implante de corevalve em posição aórtica (inserção de marcapasso em ventrículo direito e introdução da prótese COREVALVE Nº 26 na valva aórtica). Manteve-se hemodinamicamente estável. Em 29/12/14, feito implante de marcapasso definitivo. ECOTT do dia 02/01/15: FE de 30%, prótese mitral normofuncionante, prótese aórtica com regurgitação residual moderada, pequeno leak paravalvar, regurgitação tricúspide moderada e PSAP de 40 mmHg. A l t a h o s p i t a l a r d i a 0 7 / 0 1 / 1 5 , e s t á v e l h e m o d i n a m i c a m e n t e . C O N C L U S Ã O : No caso apresentado foi indicada TAVR devido à idade da paciente, à ausência de melhora significativa com a cirurgia convencional de substituição da válvula aórtica e ao quadro sintomático de ICC, com alto risco cirúrgico (escore de risco 23,4%). Notam-se bons resultados após a realização do TAVR, permitindo a alta da paciente estável, com melhora significativa dos sintomas.

40698TAQUICARDIA VENTRICULAR POLIMORFICA COM ORIGEM NA VIA DE SAÍDA DO VD, RELATO DE CASO

BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO E LEONARDO ALEXANDRE GANDRA

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

TVP e FV idiopáticas sabidamente são iniciadas por EVs de acoplamento muito curto.4 Estas EVs têm usualmente origem no apex ou a parede inferior do VD, no entanto Hasseguerre e cols. observaram que uma minoria de indivíduos apresentavam EVs de VSVD como o evento iniciante. Usualmente as TVs idiopáticas da VSVD são arritmias benignas e de bom prognóstico. As formas potencialmente letais, geralmente estão associadas a acoplamento curto. Como relatado por Viskin e Belhassen os pacientes desenvolviam TVs polimórficas após EVs de VSVD que incidiam sobre a fase descendente da onda T precedente. Estas EVs apresentavam IA de 0,35 ± 0,02 s. Em contrapartida, os pacientes com EVs de VSVD benignas apresentavam IA de 0,44 ± 0,08 s. Os pacientes com fibrilação ventricular (FV) idiopática apresentavam EVs com IA ainda mais curtos (0,30 ± 0,04 s) e EVs tendendo a ocorrer no pico da onda T precedente. Desta forma, devemos ter em mente que as arritmias de VSVD também podem ter comportamento maligno e podem levar a morte súbita. Apresenta-se um caso de um paciente de 27 anos, homem, vivenciando intenso stress psíquico, usuário de cocaína e clomipramina, que procurou o serviço de urgência devido a vários episódios de pré-síncopes e palpitações, ECG com alterações compatíveis com TVP com acoplamento curto, origem na VSVD, sem cardiopatia estrutural e com uma possível associação com uso de cocaína e antidepressivo tricíclico, optado por tratamento clinico com bloqueador de canal de cálcio e suspensão do uso da cocaína e clomipramida, apos 6 meses de evolução o paciente se encontra bem e sem novos episódios de pré-sincope.Figura 1: Paciente no pronto Socorro, com pré-síncopes recorrentes e palpitações.

40699ALCOOLIZAÇÃO SEPTAL NA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA – RELATO DE CASO

NADIR PRISCILA SILVA DA CRUZ, CARLOS HENRIQUE FIGUEIREDO FONTES, FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO E LIVIA ARAUJO PEREIRA

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Trata-se de homem, 33 anos, diagnosticado com Cardiomiopatia Hipertrófica com obstrução da via de saída do VE (gradiente de 96mmHg, septo 18mm), com queixa de dor torácica inespecífica de longa data e piora recente associada a 1 episódio de síncope ao esforço mesmo com o uso de propranolol 40mg 2xdia. Exame físico: sopro holosistólico ejetivo em borda esternal esquerda grau III/VI. Alterado medicação para metoprolol 25mg 2xdia. Feito ecocardiograma que demonstrou Cardiomiopatia hipertrófica assimétrica septal do VE do tipo obstrutiva importante (gradiente de 96mmHg), insuficiência mitral leve. Decidido por aumentar metoprolol para 75mg 2xdia e iniciar verapamil 80mg 2xdia. Pct manteve dor torácica aos pequenos esforços então foi optado por alcoolização septal, procedimento realizado com cateterização mapeamento e alcoolização das artérias perfurantes septais sem intercorrências. ECO intra-operatório evidenciou acinesia septal após embolização, com queda do gradiente da via de saída do VE. Evoluiu sem recorrência da precordialgia. Paciente recebeu alta hospitalar no dia com melhora dos sintomas e usando metoprolol 100mg 2xdia e verapamil 80mg 2xdia. Há dois meses sem sincope relatando ainda episódios de dor torácica e dispneia aos esforços moderados, ECO TT - gradiente via saída do VE 67 mmHg, sem novas alterações.A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é definida pelo aumento da espessura de parede do ventrículo esquerdo (VE). Acomete mais o sexo masculino. Sua prevalência nos adultos é em torno de 0,02-0,23%. O diagnóstico de CMH é feito quando há espessura da parede > 15 mm em um ou mais dos segmentos do VE. Na maioria dos pacientes a hipertrofia acomete o septo interventricular no segmento basal do VE, mas pode se estender para parede lateral, septo posterior e ápice além de promover obstrução na via de saída do VE. O Tratamento inicial é tradicionalmente medicamentoso, porem em pacientes refratários a medicação, com sintomas classe NYHA III-IV e/ou sincope uma intervenção pode ser indicada, seja ela cirúrgica ou através de ablação com alcoolização septal, esta consiste em provocar infarto controlado por alcoolização das artérias perfurantes septais na aera afetada na tentativa de provocar necrose e consequentemente reduzir o gradiente na via de saída do VE.

40701HEMOCROMATOSE: RELATO DE CASO

JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR, BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, PEDRO GONTIJO PUBLIO, LIVIA ARAUJO PEREIRA, ROBERTA VALERIO DE ARAUJO NAVES, LEONARDO ALEXANDRE GANDRA E FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - MINAS GERAIS, , .

Hemocromatose é uma síndrome causada pelo acúmulo de ferro nos diversos tecidos orgânicos, causando toxicidade e disfunção sistêmica. Tem sua etiologia genética, autossômica recessiva ou adquirida. Manifestações clínicas raramente acontecem antes dos 20 anos. Sintomas com início insidioso e lento, muitas vezes inespecíficos atrasando o diagnóstico. Disfunção hepática com evolução para cirrose. As manifestações clinicas mais comuns são: Artropatia hemocromática, diabetes por acometimento pancreático, hipogonadismo hipogonadotrófico, hiperpigmentação cutânea acometimento cardíaco com acúmulo de ferro no miócito . Tendo em vista a raridade do acometimento cardíaco relataremos um caso de cardiomiopatia restritiva secundária a hemocromatose. Trata-se de paciente 56 anos, sexo masculino, portador de hemocromatose hereditária e hepatite C. Iniciou há cerca de 2 meses com quadro de dispnéia e internado para investigação. HP de pericardite constritiva há 33 anos, hepatite C, etilista social. Em uso domiciliar de furosemida, espironolactona, xarelto, digoxina e concardio. Admitido com turgência de jugular, b3, sopro mitral com irradiação para o dorso, crepitações em bases e edema discreto de membros inferiores. O eletrocardiograma na admissão apresentava com padrão de bloqueio de ramo direito completo, fibrilação atrial e sobrecarga de ventriculo direito. Após esses dados optamos na realização de ecocardiograma onde foi constatado uma hipetrofia disrcreta e desadaptada do VE, comprometimento miocárdico global e discreto da função sistólica do VE, disfunção sistólica de grau moderado do VD, prolapso valvar mitral, Insuficiência mitral de grau moderado a importante, hipertensão arterial pulmonar, FEVE:54%, VE-SÍSTOLE:39, VE-DIÁSTOLE:54. A analise da função diastolica ficou prejudicada devido a arritmia cardíaca presente. Nos exames laboratoriais o paciente apresentava alteração da função hepática TGO 196 TGP 104 GGT 270 FA 133 e no ultrassom abdominal a presença de fibrose hepática. Corroborando o quadro de cirrose hepática é presenciado varizes esofagianas na endoscopia digestiva alta. Conclusão: É uma doença grave subdiagnosticada, sendo assim, paciente apresentando quadro clínico compativel com hemocromatose deve se suspeitar da vigência da doença, procedendo invetigação laboratorial e histopatológica para diagnóstico da mesma.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40702SÍNDROME DO QT LONGO EM PUÉRPERA - RELATO DE CASO

DANIEL SOARES DE SOUSA, BRUNA LARYSSA XAVIER RICARDO, DIGIA MARINACK RAMOS MENDES BOTELHO, CRISTINA SILVA LOBATO, RALDNER BORGES E REGES, TIAGO FABRÍCIO GUALBERTO SILVA PEREIRA, FABRICIO SILVA SIMOES, ANTONIO JOSE DA CUNHA ALVES E GILDO ANTONIO DA SILVA

HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SANTA MÔNICA, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SÃO JUDAS TADEU, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A síndrome do QT longo (SQTL) com evolução para Torsades de Pointes (TdP) e morte súbita está frequentemente correlacionada a situações de estresse. O período puerperal, por suas alterações hormonais e de estresse é crÍtico para o aumento de eventos cardiovasculares em pacientes com SQTL. Relatamos um caso de uma paciente que desenvolveu TdP devido a SQTL no puerpério. DESCRIÇÃO DO CASO: R.S.O.F, puérpera, 40 anos, G2P2A0, previamente hígida com gestação sem intercorrências. No nono dia pós-parto, procurou o pronto-atendimento com quadro de contusão frontal após síncope. Foi medicada com sintomáticos e liberada. Retornou ao hospital no dia seguinte com queixas de pré-síncope, sudorese fria, dispnéia e palpitações taquicárdicas. Durante monitorização, foi evidenciada TdP, sendo prontamente realizada cardioversão elétrica com retorno para ritmo sinusal. Foi iniciado amiodarona e encaminhada ao Centro de Terapia Intensiva, onde cursou com repetidos episódios de TdP com degeneração para fibrilação ventricular, sempre com cardioversão elétrica imediata. Após análise criteriosa do ECG basal, observou-se intervalo QTc aumentado (789 ms) e bradicardia sinusal (FC: 44 bpm), mesmo antes do início da amiodarona, a qual foi suspensa nesse momento e substituída por lidocaína venosa. Implantado marcapasso provisório transvenoso, com programação de FC 100 bpm, e iniciado metoprolol. Após tais medidas, observou-se melhora temporária do quadro arrítmico. Laboratório: Potássio= 3,4; Magnésio=1,6. Mesmo após correção dos íons, uso de beta bloqueador e FC do MP provisório de 90bpm, manteve QTc aumentado e recorrentes episódios de TdP. Ecocardiograma (ECO): FEVE=42%, com hipocinesia septal. Coronariografia normal. Realizado implante de cardiodesfibrilador (CDI). No primeiro dia pós implante, com ritmo estimulado pelo CDI a 60 bpm, apresentou tempestade elétrica, com 17 episódios de TdP revertidos com choques do CDI e estimulação antitaquicardia. Resolvido quadro com reprogramação da FC do CDI para 90 bpm. Não recorreu episódios de arritmia. Em controle ambulatorial, 1 mês após implante do CDI, mantinha QTc prolongado (540 ms). Repetiu ECO: normal. CONCLUSÃO: A SQTL com TdP no puerpério é uma entidade rara, mas de alta mortalidade. Alterações hormonais e o estresse devido à insônia e choro do recém-nascido podem funcionar como possíveis gatilhos para o desmascaramento de intervalo QTc aumentado no ECG e aparecimento de TdP em puérperas com SQTL congênito.

40708O PAPEL DA ANGIOTOMOGRAFIA DE CORONÁRIAS NA IDENTIFICAÇÃO DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA

DANIEL CARVALHO DIAS, MONICA HERMONT FALEIROS, MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA E JOS LUCCA NETO

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO - FELUMA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A angiotomografia das artérias coronárias permite a avaliação de maneira não invasiva, rápida e segura da luz e das paredes arteriais. Sua crescente aplicação na prática clínica tem grande relação com os recentes avanços tecnológicos dos tomógrafos com múltiplos detectores, com consequente melhora da resolução espacial e temporal. RELATO DE CASO: Apresenta-se um caso de paciente do sexo masculino, 63 anos, tabagista, dislipidêmico, sedentário, histórico familiar positivo para doença arterial coronariana, sem uso de medicações. Deu entrada no pronto atendimento com queixa de dor torácica em hemitórax esquerdo associado a mal-estar e vômitos de início há 3 horas.

Eletrocardiograma de admissão evidenciando ritmo sinusal, com infradesnivelamento de segmento ST em derivações D1 e aVL associada a elevação de marcadores de injúria miocárdica (troponina positiva). Paciente foi encaminhado ao CTI e iniciado protocolo para síndrome coronariana aguda. Realizado a angiotomografia de coronárias que revelou tronco de coronária esquerda curto e bifurcado, apresentando placa ateromatose no óstio, com redução luminal significativa, além de artéria coronária direita com placa ateromatosa no segmento proximal causando redução luminal leve e placa ateromatosa envolvendo a bifurcação causando redução luminal significativa. Paciente foi submetido, em caráter de urgência, à cirurgia de revascularização do miocárdio com as seguintes pontes: Mamária Esquerda Descendente Anterior, Aorta Radial Primeira Marginal, Aorta Safena Coronária Direita. Evoluiu de forma estável no pós-operatório, recebendo alta hospitalar após 7 dias da admissão. CONCLUSÃO: Apesar de ser um método de início ainda recente, alguns estudos de custo-efetividade já demonstram análise favorável da angiotomografia frente a outras estratégias de abordagem em pacientes com dor torácica. De forma geral, quando avaliamos a acurácia da angiotomografia de coronárias, em comparação com outros métodos funcionais, observamos principalmente maior sensibilidade e maior valor preditivo negativo do método, quando pareados para a mesma prevalência de doença. Essa característica faz com que tal método seja excelente ferramenta diagnóstica, geralmente superior a métodos funcionais, quando o foco é excluir doença coronariana, a depender da população estudada. Com base em evidências representadas em estudos, o método é, nos dias atuais, uma importante ferramenta não invasiva para avaliação da doença arterial coronariana.

40709 40791ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NA HEMORRAGIA SUBDURAL AGUDA

FERNANDA NASCIMENTO SAMARA, DIEGO GONÇALVES SOUTO, LAYLLA KRISTYNA REZENDE BREVE, MATHEUS ALVIM SILVEIRA DINIZ MACHADO, MARIANA ANDRADE COSTA, MARINA SANGLARD SOARES E DANIEL ROCHA RABELO

FACULDADE ATENAS, PARACATU, MG, BRASIL.

Introdução: Várias anormalidades ao ECG tem sido descritas desde 1954 em pacientes com evento neurológico agudo, que vão desde distúrbios de repolarização, prolongamento do intervalo QT, alterações do segmento ST e arritmias.Objetivo: Relatar um caso de paciente jovem que apresentou alterações do eletrocardiograma após TCE e hematoma subdural agudo.Relato: Paciente 22 anos, sem comorbidades significativas foi vítima de acidente motociclístico onde deu entrada no P.S. apresentando confusão mental e náuseas. Glasgow = 14, exame físico sem outras alterações significativas.TCC evidenciou hematoma subdural em região frontal.ECG realizado ainda no pronto socorro mostrou onda T negativa de V2 a V5, com infradesnivelamento de ST de 2 a 4 mm. ECO e troponina normais.Paciente tinha ECG realizado na semana anterior (para admissão trabalhista) que mostrava ritmo sinusal regular, ÂQRS = 60º, PRi = 0,12 seg, QTc = 0,37 seg e FC = 65 bpm sem alterações significativas.Paciente foi submetido a drenagem cirúrgica do hematoma, evoluindo bem, sem intercorrências.Discussão: É sabido que eventos neurológicos agudos estão associados a alterações ao ECG que podem inclusive mimetizar isquemia cardíaca, dificultando o raciocínio clínico. Observa-se considerável variabilidade nas alterações eletrocardiográficas descritas na literatura. Esse amplo espectro de alterações parece estar relacionado com o tipo de lesão cerebrovascular e sua localização.Hemorragias no lobo frontal estão associados a prolongamento no intervalo QT e inversão de onda T. Hemorragias intraparenquimatosas estão associadas a edema pulmonar não cardiogênico e desenvolvimento de fibrilação atrial. Os mecanismos envolvidos em tais alterações ainda são incertos. O envolvimento do sistema nervoso autônomo parece ser a conjectura mais sugerida.Conclusão: Torna-se importante o conhecimento das possíveis alterações no ECG causadas primariamente pelo cérebro, tendo como corolário a otimização da propedêutica e melhor manejo terapêutico.

MIXOMA DE ÁTRIO ESQUERDO E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS

LEONOR DE OLIVEIRA DINIZ, TULIO VELOSO E LOPES E MAIRA MAGALHAES GOMES

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA, BARBACENA, MG, BRASIL.

Os tumores do coração são raros e, em sua maioria, benignos, o mixoma é o tumor benigno primário mais comum entre eles. Apesar de benignos, muitas vezes podem causar manifestações cardiovasculares graves.

M.C.S.; feminino; 65 anos; com dispneia aos pequenos esforços e cianose labial, acompanhadas de sudorese profusa, fraqueza, ortopneia, dispneia paroxística noturna e desconforto na região precordial que melhorava ao repouso, de início recente e caráter progressivo. História prévia de HAS e DPOC. Em uso de hidroclorotiazida e broncodilatador aerossol.

Exame físico: RCI em 2T, em fibrilação atrial, presença de ruflar diastólico mitral..ECG: fibrilação atrial. Ecocardiograma: volumosa massa em átrio esquerdo( 46mm x 25mm), com prolapso da massa através da valva mitral para o ventrículo esquerdo na diástole,com restrição ao fluxo diastólico. AE 55mm,regurgitação mitral e tricúspide leves.

Hipótese diagnóstica : Mixoma de átrio esquerdo

Conduta: Cirurgia cardíaca para ressecção da massa em átrio esquerdo.

Conclusão: O mixoma atrial, por ser raro e apresentar sintomatologia inespecífica, acaba tornando-se de difícil diagnóstico. No caso apresentado, o tumor atingiu dimensões suficientes para desencadear sintomas sugestivos de estenose valvar mitral.O ecocardiograma apresenta sensibilidade e especificidade elevadas para a detecção da massa. Portanto, o paciente deve ser submetido à cirurgia o quanto antes, evitando-se complicações tromboembólicas e insuficiência cardíaca, que interferem na morbimortalidade desses pacientes.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40816IMPLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DO TRATAMENTO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL

LEONOR O DINIZ, JULIA C MOURAO, JULIA M CLEMENTE E VITOR A B E SILVA

FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA, BARBACENA, MG, BRASIL.

A maioria dos pacientes com fibrilação atrial(FA) é portadora de hipertensão arterial.Três tópicos nunca podem deixar de ser lembrados na condução destes pacientes: prevenção de tromboembolismo,controle da frequência cardíaca e prevenção de recorrências. A amiodarona é um agente antiarrítmico efetivo no tratamento tanto das taquiarritmias ventriculares como atriais . Devido a 30% do conteúdo de seu peso ser iodo e sua estrutura ser similar à levotiroxina, pode causar anormalidades na função tireiodiana em quase 60% dos pacientes tratados por curtos ou longos períodos. Paciente de 68anos, masculino, hipertenso há 14 anos,em fibrilação atrial ( desconhecia o tempo de início da arritmia), com dispneia aos grandes esforços, sem relato de palpitações,tonturas, pré-síncope e síncope. Diabético tipo 2, asmático, sem doença tireiodiana prévia. Em uso de Losartana potássica 100mg/dia, Hidroclorotiazida 12,5mg/dia, Glimepirida 2mg/dia e broncodilatador aerossol nas crises de asma. Exame físico: PA: 130/70 mmHG, FC: 88bpm, RCI em 2T, em fibrilação atrial, bulhas normofonéticas,sem sopros.Exames complementares: ECG: FA e BRD. Ecocardiograma: aumento biatrial, VE com função sistólica preservada, RM e tricúspide discretas. Glicemia em jejum: 108mg/dL, T4l: 1,45 ng/dL e TSH: 5,338 micro UI/mL, creatinina: 0,7mg/dL, sódio: 142 e potássio: 4,6mEq/l, TGO: 36 e TGP:11 U/L HD: Fibrilação atrial, HASConduta: Rivaroxabana 20mg/dia e após 4 semanas, amiodarona 200mg/dia. Paciente retorna após 5 meses de tratamento, em BAVT, assintomático. Suspensão imediata do antiarrítmico, com nova avaliação laboratorial, sendo diagnosticado hipotireoidismo ( TSH: 66,333 microUI/mL e T4l: 0,82ng/dL ), iniciado Levotiroxina 50mcg/dia.Conclusão: A administração de amiodarona implicou em aparecimento de hipotireoidismo e BAVT. Após controle clínico da doença tireoidiana e decorrido prazo para eliminação dos efeitos da amiodarona, paciente retorna ao ritmo de fibrilação atrial sem necessidade de implante de marcapasso cardíaco.

40858ISQUEMIA MESENTÉRICA NÃO OCLUSIVA

JULIMAR PEREIRA DA SILVA, SERGIO CASTRO PONTES, JULIANA GOMES DE SOUZA, LEANDRO PIVA FIORAVANTE, LEANDRO CAETANO PIMENTEL, EDUARDO RODRIGUES BORATO, IGOR DE MELLO ALVIM E MARIA TERESA DE ABREU CURSINO

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Esse relato refere-se a um quadro de Isquemia Mesentérica Aguda Não Oclusiva, uma desordem de alta mortalidade, responsável por 20-30% dos casos de isquemia mesentérica aguda. Prevalece em pacientes com mais de 50 anos, com má perfusão sistêmica.Descrição do caso DLO, 74 anos. Apresenta-se com dor súbita, intensa em abdome superior, irradiada para região retroesternal e braço esquerdo; associada a mal estar e dispneia. Histórico de HAS; DM; dislipidemia; coronariopatia com passado de IAM e angioplastia com stent. Hipocorado, sudoreico; Ritmo irregular, 160 BPM, PA 250/140 mmHg; Ausculta pulmonar com estertores bilaterais, taquipnéia, saturando 98% em uso de cateter oxigênio ; ECG: Fibrilação atrial com alta resposta ventricularHipótese Diagnóstica: Edema Agudo Pulmonar, Síndrome coronariana aguda; Dissecção aguda de aorta; Tromboembolismo pulmonar; Isquemia intestinal por fonte cardioembólica; Abdome AgudoExames: Gasometria arterial: pH 7,41/pCO2 31/pO2 121 HCO3 19/BE -4 Sat 99% ; Na 131/k 3,8/ Ur 89/Cr 2,25/Glic 324 TTPa 30/ TP12,3/ RNI 1,03/CK 85/CKMB 28/TROPO 0,03Iniciado suporte ventilatório, digitálico, metoprolol, diurético, morfina, nitrato venoso, anticoagulacao, com bom controle da congestão pulmonar e da taquiarrtimia. Evolução com piora respiratória, necessitando intubação traqueal. Apresentava má perfusão periférica, hipotensão, abdome distendido, tenso, doloroso a palpação, sem sinais de irritação peritoneal. Na forte suspeita de isquemia mesentérica cardioembólica, foi encaminhado para angiografia: coronárias sem lesões obstrutivas, stent pérvio; tronco celíaco e artéria mesentérica superior sem evidencias de obstruções; Visto pneumoperitôneo. Paciente com grande instabilidade clinica, laparatomia exploradora revelando isquemia mesentérica extensa, não sendo possível tratamento cirúrgico. Retornou a unidade intensiva, com óbito horas após o procedimento.Conclusão: As síndromes isquêmicas intestinais representam desafio clinico. O caminho para melhora do prognostico requer uma combinação de alto grau de suspeição, métodos diagnósticos sofisticados e a escolha certa de tipo de intervenção para cada caso.

40859QUANDO TRATAR CARDIOMIOPATIA CHAGÁSSICA ARRITMOGÊNICA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA EM PACIENTES DEPENDENTES DE ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTIFICIAL QUE EVOLUI NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO COM IC?

RICARDO N B MELLO, RENZO A L MAIA, RICARDO A B SCARPELLI, JAIME O AGUIAR, JAILTON N FERNANDES, GILSELE R PURIFICATE, THIAGO R FAGUNDES, NAYANNE A TEIXEIRA, ESTELA M M COSTA E DANIELLE C P COSTA

HOSPITAL VILA DA SERRA, NOVA LIMA, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO(FELUMA) , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, .

Publicações recentes mostram que pacientes com cardiomiopatia chagássica arritmogênica que nescessitam de estimulação cardíaca artificial por doença nodal sinusal e/ou nodal atrioventricular, quando dependentes de estimulaçãio ventricular direita acima de 50% do tempo apresentam dissincronização interventricular que leva a queda da fração de ejeção ventricular esquerda e IC ObjetivoAvaliar o melhor momento para iniciar terapêutica famacológica e propedêutica complementar nos pacientes com CCA e FEP dependentes de ECA que evolui com ICCasoM.A.V Masculino, 52 anos, portador CCA, hipertenso com quadro de pré-sincope e arritmia ventricular complexaExames iniciaisECG BAV 1º grau, extrassístoles ventriculares monomórficasHolter > 30% arritmia ventricular polimórfica (AVP) episódios de TVNS , BAV 1º grau, periodos intermitentes de BAV 2º grau tipo Wenckeback e 2:1.Ecotranstorácico: FEVE 62%, diâmetro diastólica sistólico do ventrículo esquerdo e do átrio esquerdo normaisTE Cronotropismo deprimido ao esforço e AVPConduta Optou-se pela realização de estudo eletrofisiológico seguido por ablação de arritmia ventricular de via de saída do VD, com redução da densidade da arritmia ventricular. Foi facilmente induzida taquicardia ventricular polimórfica sustentada hipotensiva após a infusão de isoproterenol com necessidade de cardioversão de emergência, Sendo indicado implante de CDI para prevenção primária de morte súbita.Durante o implante do CDI observou-seBAV totalSeguimentoavaliações periódicas do CDI observou-se dependência exclusiva da ECA Pacing ventrincular acima de 94%Após 6 meses do implante do CDI evoluiu classe funcional NYHA III FEVE43%CondutaOtimizado tratamento farmacológico para IC ( espironolactone, losartana e carvedilol)Após 6 meses ecocardiograma FEVE 62%Conclusão: Sugerimos que o acompanhamento nesse grupo de paciente devem ser mais precoce possível, com um limite máximo de 3 meses após implante de marca passo (MP), devendo atentar para classe funcional e parâmetros ecocardiográficos, afim de priorizar o melhor momento para início do tartamento farmacológico apropriado.

40860AVALIAÇÃO DE RESPOSTA ISQUÊMICA ATRAVÉS DA ANÁLISE DE MULTIVARIÁVEIS (AM) NO TESTE ERGOMÉTRICO EM PACIENTE PORTADOR DE DONEÇA DO NÓ SINUSAL (DNS)

RICARDO N B MELLO, GILSELE R PURIFICATE, RICARDO A B SCARPELLI, THIAGO R FAGUNDES, JAILTON N FERNANDES, ESTELA M M COSTA, NAYANNE A TEIXEIRA, ADRIANO BIZARRO, DANIELLE C P COSTA E JAIME O AGUIAR

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IntroduçãoA AM inclui além da tradicional avaliação do segmento ST pelos critérios da III diretriz do teste ergométrico da sociedade brasileira de cardiologia, outras duas variáveis. A análise das amplitudes das ondas QRS nas derivações aVF e V5 no eletrocardiograma (ECG) basal e ápice do esforço. Define-se como um dos critérios para isquêmia se a resultante da diferença for menor ou igual a 5mm (escore de Atenas). E também a dispersão do QTc (QT corrigido), sendo calculado QTc no ECG basal e no ápice do esforço, considerando como critério para isquêmia se a resultante da diferença for maior que 60ms. Os estudos sugerem a necessidade de dois destes critérios serem positivos para sugerir comportamento isquêmico, possibilitando inclusíve a ultilização das AM mesmo que o paciente não atinja a frequência cardíaca (FC) submáxima, desde de que alcance FC maior ou igual a 63% da FC máxima prevista para a idadeCaso: M.G.M feminina, 61 anos, nega comorbidades, procura ambulatório de cardiologia com quadro de aproximadamente 6 meses com dispneia aos esforços habituais sem outras queixas, e já com registro de bradicardia sinusal ao ECGExames internaçãoECGBradicardia sinusal regular Holter 24 horas Fcmédia 40, mínima 33, máxima 48, automatismo sinusal anormal e escape ventricularEcocardiogramaRelaxamento diastólico anormal do ventriculo esquerdoTECronotropismo deprimido ao esforço na ausência de medicação cronotrópica negativa, atingiu 68% da FC máxima prevista para idade. Escore Atenas = 0mm, com critério; Dispersão do QTc = 36ms, sem critério; Segmento ST = sem crítério até a Fc atingidaDurante a internação evoluiu com dor torácica típica associada a bradicardia sendo sugerido a realização de coronariografia(CATE) onde a mesma evidenciou ausência de lesões significativasDevido ao diagnótico de DNS a paciente foi submetida ao implante de marco passo dupla câmara definitivoConclusão: Comprovamos neste caso que a AM apresenta uma boa acurácia na determinação da presença ou ausência de comportamento isquêmico no teste ergométrico mesmo que o paciente não atinja a FC submáxima prevista para idade

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40898DEISCÊNCIA DE PRÓTESE METÁLICA EM POSIÇÃO AÓRTICA, COMO COMPLICAÇÃO DE ENDOCARDITE BACTERIANA – RELATO DE CASO

KÉCIA CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA, FERNANDA MARTINS BRUNEL ALVES, ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA, NATHALIA BONFOGO, ANA PAULA TONIELLO, POLIANA DE SOUZA BRITO, GABRIEL A FAZZERI TEIXEIRA SIQUEIRA, ROBERTA LONGO MACHADO E SHIRLEY FERNANDA CALDEIRA COGO

HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Cirurgias prótese mecânica aórtica (PMA),principais complicações em nosso meio,é trombose de prótese(PV) devido uso incorreto da anticoagulação oral(ACO).No geral,cirurgias costumam evoluir com bom resultado.Endocardite infecciosa(EI)é complicação que pode ocorrer após o implante dePV,tecidual ou mecânica,incidência de 0,3% a 1,2% paciente/ano, pico nos primeiros três meses após o implante,podendo evoluir com abcesso,fístula,deiscência ou refluxo periprotético.Esses casos têm diferentes evoluções podendo ser muito graves evoluindo com deslocamento da prótese e outras.Estudo individualizado comEcocardiograma transesofágico(ETE)deve ser considerado para melhor elucidação.RELATODECASOPaciente sexo masculino,68anos,portador de valvulopatia aórtica prévia,tipo estenose,submetido troca valvar em 2007,implantePMA.Referia uso correto da ACO. 2014 evoluiu com quadro febre a esclarecer com três meses de evolução e dispnéia com piora progressiva.Ao chegar em nosso serviç o,apresentava inapetência, queda do estado geral, insuficiência cardíaca classe funcional NYHAIV .O ETE evidenciou PMA com imagem sugerindo abscesso periprotético, movimentação em báscula daPV, restrição da abertura de um dos folhetos,gradienteVE – Aomáximo:53mmHg,insuficiência periprotética importante;valva mitral (VM)apresentava restrição da abertura de sua cúspide anterior,devido deslocamento da PMA.Encontrava-se em uso de antibioticoterapia ambulatorial,hemocultura não positivou.Paciente realizou cirurgia de urgência,com retroca daPMA e plastia da VM.O ETE pós procedimento mostrou:PMA com boa abertura e refluxo periprotético moderado relacionado a junção mitro-aórtica,insuficiência mitral moderada.Até o termino desse relato paciente encontrava-se internado na instituição. DISCUSSÃO EI em PV é uma complicação infreqüente, mas, muito grave,diagnóstico tardio é um fator complicador.Ecocardiograma(ECO) tem papel fundamental nesses casos,sendo o ETE mais sensível; permitind o identificação de alterações mais raras como deiscência da PV,como visto no caso exposto.ETE utilizado corretamente permite tratamento precoce e melhor prognóstico.CONCLUSÃO Trata-se de um caso raro e de evolução reservada,em se tratando de PV. EI tem sido considerada por muitos anos uma doença de difícil diagnóstico e tratamento desafiador,com pior prognóstico quando associada a outra complicação,como abscesso e deiscência.O ECO é um exame essencial, permitindo rápida identificação da patologia e tratamento.

40899ORIGEM ANÔMALA DO TRONCO DE ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA NO SEIO DE VALSAVA DIREITO EM UM PACIENTE SEXAGENÁRIO

JOAO C B L DIAS, JAIME O AGUIAR, LUIZ G Z HERNANDES, LUCIANO L LUCCA, RICARDO N B MELLO, RAPHAEL C M IANI, ANA C M ARAUJO, GUILHERME H MOREIRA, GILSELE R PURIFICATE E ESTELA M M COSTA

HOSPITAL VILA DA SERRA, NOVA LIMA, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO(FELUMA) , BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - BELO HORIZONTE, BELO HORIZONTE, .

As anomalias de artérias coronárias (AC) são achados angiográficos nos quais número, origem, curso e terminações destas são raramente encontradas na população geral, podendo ocorrer de 1-5% dos pacientes submetidos à arteriografia.O principal objetivo em identificar e classificar estas anomalias é determinar sua propensão ao desenvolvimento de isquemia miocárdica fixa ou risco de morte súbita cardíaca, particularmente em indivíduos jovens e saudáveis, onde constituí a terceira causa de morte súbita. A confirmação de isquemia destas anomalias por métodos não invasivos apresentam baixa especificidade e sensibilidade.A origem anômala da AC esquerda (OACE) no seio de valsava direito é rara,com uma incidência estimada de 0,09 a 0,11%, sendo o trajeto interarterial o mais comum.Está frequentemente associada à morte súbita, sobretudo durante o esforço físico e em adolescentes ou jovens adultos, metade deles assintomáticos.A angiotomografia cardíaca é um meio complementar de diagnóstico para avaliação das AC já que apresenta uma elevada resolução espacial, permitindo uma avaliação tridimensional, com melhor definição da origem e porção proximal destes vasos, bem como do seu trajeto e relação com restantes estruturas cardíacasRelato M.A.R, sexagenário, masculino, aposentado, sem limitações para atividades diárias, sem déficit cognição, portador de Hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, ex-tabagista, doença arterial coronariana positiva familiar. Evolui com quadro de dor precordial aos moderados esforços, sem irradiação, com duração de 15 minutos, que aliviava em repouso, nega outros sintomas associadosExames condutasTeste ergométrico: inconclusivo devido sinais de repolarização precoceCineangiocoronariográfica Apresenta OACE em óstio único da AC direita (ACD) isentas de lesões significativasAngiotomografia: OACE do seio de valsalva direito com trajeto interarterialDiscussãoEmbora seja um tema ainda controverso, existem algumas orientações que preconizam a cirurgia de revascularização (CRM) coronária na OACE no seio de valsava direito, quando esta tem um trajeto interarterial. No entanto, este caso clínico apresenta particularidades onde a paciente ultrapassou a faixa etária mais afetada. Consideramos que a relação risco-benefício era favorável a uma atitude conservadora

40913 40927DISFUNÇÃO VENTRICULAR DIREITA AGUDA APÓS TRATAMENTO COM BORTEZOMIB - RELATO DE CASO

JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, FERNANDA NOBRE TORRES, HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA, FERNANDO CARVALHO NEVENSCHWANDER, RENATO SOARES VENTURA, DIOGO ARATAQUE, JOAO DE SOUZA CUNHA, RAQUEL DE SOUZA NOVAES COSTA E LEONARDO GRECO MACHADO

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Bortezomib (Velcade) é um agente quimioterápico utilizado no tratamento de mieloma multiplo. Dentre os efeitos colaterais extra-hematológicos principais encontramos neuropatia e sintomas gastrointestinais. Complicaçôes cardiovasculares são raras e pouco descritas. Relatamos um caso de disfunção ventricular direita aguda após utilização de bortezomib. Paciente M.C.D.S, sexo feminino, 74 anos, portadora de mieloma multiplo, estadiamento Durie Salmon I, refratária ao tratamento quimioterápico, realizou terapia com Bortezomib com duração de 9 meses. Após 2 meses de interrupção da medicação, iniciou com quadro de dispnéia aos esforços menores aos habituais associado a edema em membros inferiores. Realizado Ecocardiograma transtorácico que evidenciou função ventricular esquerda normal, ventrículo direito dilatado e hipocontratil difusamente com PSAP de 49 mmHg. Angiocoronariografia afastou doença isquêmica coronariana. Instituído terapia com inotropico positivo e diuretico. Angiotomografia pumonar sem evidencia de tromboembolismo, porém optado por anticoagulação devido a escore pré- teste indicando alta probabilidade. Afastada outras causas de disfunção ventricular direita e aventado a hipótese de complicação pós utilização do quimioterápico. Paciente encontra-se em tratamento, com resposta parcial a terapia instituida.Discussão: Insuficiencia cardíaca secundária a utilização de Velcade é rara. Quando presente acomete principalmente o ventrículo esquerdo. Existe apenas nove relatos na literatura de acometimento ventricular direito. Após exaustiva investigação e exclusão dos principais diagnósticos, aventamos a hipótese de ser secundária a utilização do quimioterápico. Porém não existe a capacidade efetiva de excluir a hipótese de tromboembolismo pulmonar. Objetivamos com esse relato, demonstrar a real necessidade de acompanhar mais casos de disfunção ventricular direita com utilização de Bortezomib, tendo em vista a recente liberação desse quimioterápico para utilização.Conclusão: Deve-se pensar na possibilidade da disfunção ventricular direita ser secundária a utilização do bortezomib.

ESTENOSE AÓRTICA BICÚSPIDE - VALVULOPLASTIA PERCUTÂNEA POR CATETER BALÃO

HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA, EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, MAIRA DUARTE FERREIRA, RENATO SOARES VENTURA, FERNANDA NOBRE TORRES, ISABELA LOPES TIAGO, LEONARDO GRECO MACHADO E DIOGO ARATAQUE

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Valva aórtica bicúspide (VAB) é uma doença autossômica dominante de penetrância incompleta. Acomete 1 % da populção e está presente em 9% dos parentes de primeiro grau. É 2 a 3 vezes mais comum em homens. Pode vir associada a outras lesãoes cardiovasculares, sendo mais comum a coarctação de aorta, dilatação da aorta ascente. Presente também em 30% das mulheres com sindrome de Turner. /div> A estenose aórtica pode ocorrer tanto pela limitação da abertura da valva em si desde a infância quanto pelo processo mais acelerado de calcificação. A valvuloplastia percutânea por cateter balão é uma modalidade de tratamento bastante útil para os paciente jovens, onde a valva ainda apresenta uma boa mobilidade com pouca calcificação, podendo retardar em vários anos a cirurgia aberta de troca valvar.Descrição do caso: Paciente MJON 29 anos, sexo masculino, evoluindo nos últimos meses com dispnéia e dor torácica aos esforços habituais que se intensificaram nas últimas semanas.Paciente sabidamente portador de estenose aórtica bicúspide grave com relato de indicação cirúrgica há 4 anos, porém recusou a fazer o procedimento (cirurgia aberta). Evoluindo com quadro de dispnéia e dor torácica nas últimas semanas prévias à internação. Admitido eletivamente para tratamento cirúrgico. Exame físico compátivel com Eao grave mas com boa mobilidade valvar. ECO TT 18/03/15 com EAO severa, gradiente máximo 117 mmHg e médio de 77 mmHg, área valvar 0.7 cm2, VED VES RAo leve, dilatação moderada da aorta ascendente (41mm), HVE moderada, função sistólica preservada. Discutido caso em Heart Team e decidido por valvuloplastia percutânea por cateter balão. Ato cirúrgico realizado sem intercorrências com resultado angiográfico satisfatório. ECO TT pós procedimento: gradiente pico 72 mmHg gradiente médio 45 mmHg, àrea valvar 1.3 cm2 VED 47mm VES 25mm, velocidade máxima de fluxo 4.24 m/s RAo leve. Apesar dos resultados ecocardiográficos compátiveis com EAo grave, paciente evoluiu em acompanhamento ambulatorial com melhora dos sintomas. considerações finais : VAB é uma importante causa de EAo. Uma vez feito o diagnóstico é obrigatório investigar a presença de outras lesões cardiovasculares. É recomendável pesquisar VAB em parentes de primeiro grau. Considerar a valvuloplastia percutanea por cateter balao naqueles pacientes com anatomia favorável.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40935TRATAMENTO ENDOVASCULAR DOS ANEURISMAS DE ARTÉRIA RENAL

CASSIO MENEZES NOGUEIRA, RONALD DE SOUZA, GUSTAVO DE FRANCISCO CAMPOS, MAURO ISOLANI PENA, ALEXANDRE J. VON SPERLING VASCONCELLOS, ROBERTO JOSE DE QUEIROZ CREPALDI, VIVIANE SANTUARI PARISOTTO MARINO, WALTER RABELO, ROBERTO LUIZ MARINO E MARCOS ANTONIO MARINO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Os aneurismas de artéria renal são raros e frequentemente assintomáticos, com uma incidência que varia na literatura entre 0.01% e 1%. Devido a sua baixa prevalência, constituem um desafio ao tratamento endovascular. Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de aneurisma de artéria renal em um paciente tratado no serviço terciário de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Descrição do caso: Paciente de 36 anos, sexo masculino, portador de hipertensão arterial sistêmica e fibrodisplasia, previamente submetido implantação de stent em artéria renal esquerda devido a estenose. Em uso de enalapril 20mg BID, anlodipina, AAS, atenolol 50mg MID. Procurou o pronto atendimento com dor abdominal súbita e intensa em fossa ilíaca e flanco esquerdos. Paciente foi internado no serviço, onde foram realizados exames laboratoriais e os seguintes exames de imagem: angiotomografia, arteriografia e cintilografia renal. Tal propedêutica evidenciou reestenose grave de 80% em artéria renal esquerda em stent previamente implantado no seu terço inicial, seguido de um volumoso aneurisma sacular trombosado de artéria renal esquerda associado a infarto desse órgão. A cintilografia demonstrou função renal comprometida, e o paciente apresentou níveis séricos de creatinina de 1,9mg/dL. Além disso, foi identificada uma estenose moderada de artéria renal direita (50-60%). Após internação paciente evolui com melhora da dor e recebeu alta hospitalar. Propedeutica revelou retorno da creatinina aos níveis basais de 1,5. Optado por cintilografia renal que revelou melhora da função do rim esquerdo. Nova arteriografia revelou aneurisma sacular sem trombos com fluxo na artéria renal. Hipótese diagnóstica: Aneurisma de artéria renal. Conduta: Após discussão do caso pela equipe médica, optou-se pela realização de angioplastia de artéria renal esquerda com duplo stent Plamaz Blue, seguido por embolização do saco aneurismático com destacamento de 9 micromolas Hidrocoil Azur. O controle angiográfico mostrou boa perfusão da artéria renal e compactação adequada do aneurisma. O procedimento foi bem sucedido e sem intercorrências. O paciente evoluiu com recuperação do órgão comprometido e reestabelecimento da função renal.

40945ALTERAÇÕES CARDÍACAS NA DOENÇA DE FABRY - RELATO DE CASO

LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, ADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO E EDUARDO ANTONIO VILAÇA DUARTE

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO - BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A doença de Fabry é uma desordem sistêmica de depósito lisossômico. Cromossomopatia recessiva ligada ao X, caracteriza-se por deficiente atividade da enzima alfa-galactosidase A. O acúmulo progressivo de proteoglicanos no interior do endotélio e músculo liso dos vasos sanguíneos leva a alterações renais, cardiovasculares e cerebrovasculares. Os casos heterozigotos podem desenvolver uma forma cardíaca exclusiva. Objetivo: descrever as alterações cardíacas em paciente com diagnóstico de doença de Fabry. Descrição do caso: paciente masculino, 49 anos, diagnóstico de doença de Fabry aos 30 anos. Sintomas iniciados com disfunção renal progressiva, dores articulares em membros e hipohidrose. Necessitou de transplante renal aos 37 anos. Iniciado tratamento enzimático em 2003. Eletrocardiograma (ECG) de 2006 sem anormalidades. Evoluiu para ritmo de fibrilação atrial em 2013. Ecocardiograma (ECO) evidenciava prolapso de ambas as cúspides da valva mitral, insuficiência mitral moderada e hipertrofia na porção basal do septo interventricular compatível com doença de depósito. Discussão: O comprometimento cardíaco na doença de Fabry pode envolver a musculatura cardíaca, o aparelho valvar e o sistema de condução. O ECO é fundamental para o diagnóstico precoce e para avaliação da resposta ao tratamento. Parece haver correlação entre reduções nas velocidades de relaxamento e contração do anel mitral, ao Doppler tecidual, nos estágios iniciais da doença. Podem ocorrer hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE), com fibrose do segmento basal da parede ínfero-lateral (típico). A hipertrofia ocorre nos estágios mais avançados, assim como a disfunção sisto-diastólica. A insuficiência mitral e doença coronariana também são descritas. A coexistência de HVE e alterações valvares associa-se a doença mais grave e constitui fator prognóstico da doença. O ECG pode evidenciar alterações do intervalo PR, bloqueios de ramo, arritmias, sobrecarga de câmaras esquerdas, ondas Q patológicas, depressão do segmento ST, onda T invertida e síndrome de pré-excitação. O ECO, do paciente, evidenciava alterações da valva mitral e hipertrofia ventricular, em fase mais avançada da doença. O ECG, entretanto, não apresentava alterações significativas, além da fibrilação atrial. Conclusão: As alterações cardíacas na doença de Fabry são, atualmente, as principais responsáveis pela mortalidade da doença. As alterações do ECG e do ECO são importantes marcadores prognósticos da patologia.

40956RELATO DE CASO DE PACIENTE PORTADOR DE SÍNDROME DE BRUGADA EM USO DE CILOSTAZOL

ANNA TERRA FRANCA, VITOR FREITAS FONTES, ANDRÉ ASSIS LOPES DO CARMO, HENRIQUE BARROSO MOREIRA, REYNALDO DE CASTRO MIRANDA E ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO

HOSPITAL DA CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Paciente de 28 anos, previamente hígido, encaminhado ao Ambulatório de Arritmia do HC/UFMG devido a dois episdódios de síncope sem pródromos (Novembro de 2013 e Janeiro de 2014), sem relação com atividade física. Possuía história familiar de morte súbita cardíaca (tio) e primo portador de Síndrome de Brugada, com necessidade de implante de CDI. Eletrocardiograma realizado em sua cidade de origem mostrou derivações precordiais direitas com supra de ST com padrão de Brugada tipo I.Propedêutica adicional com ecocardiograma demonstrou função biventricular preservada (FEVE = 67%), sem outras anormalidades; Holter de 24h que evidenciou 11 episódios de TVNS com 3 batimentos.Realizado implante de CDI câmara única pelo padrão eletrocardiográfico de Brugada e síncope associada.Após a alta hospitalar, em um intervalo de 20 dias, apresentou dois choques apropriados em zona de FV, sendo um deles acompanhado de síncope com trauma leve de face. Ajustados os parâmetros de detecção do CDI. Devido à indisponibilidade da quinidina no mercado e à recusa do paciente em submeter-se à ablação por cateter, optou-se pela prescrição do cilostazol 200 mg/dia baseado em estudo de relato de caso publicado na literatura médica em 2002. Avaliação eletrônica seriada do CDI após início da medicação demonstrou ausência de arritmias sustentadas.

40957FENÔMENO TROMBOEMBÓLICO NA CARDIOMIOPATIA NÃO COMPACTADA

MICHELLE MARTINS ABRAHÃO, TAMIRES FREITAS BRAGA, VITOR COLARES FERNANDES GIRALDES, PAULA SOUSA CARDOSO, PEDRO HENRIQUE MAIA NOGUEIRA DA SILVA, HUGO ASSIS MARTINS DA COSTA, FERNANDA NASCIMENTO SAMARA E NICOLAU ZACHARIAS ABRAHÃO FILHO

FACULDADE ATENAS, PARACATU, MG, BRASIL.

Indrodução: A cardiomiopatia não compactada (MNC) do ventrículo esquerdo (VE) é uma rara cardiomiopatia congênita caracterizada por múltiplas e proeminentes trabeculações e recessos intertrabeculares comunicando-se com a cavidade do ventrículo esquerdo. A prevalência real ainda é desconhecida, em torno de 0,014%. Desde a sua primeira publicação em 1984, a MNC tem sido associada à fenômenos tromboembólicos sistêmicos, insuficiência e arritmias cardíacas. Objetivo: Demonstrar um caso de acidente vascular encefálico isquêmico como primeira manifestação de cardiomiopatia não compactada, discorrendo sobre seus desafios e controvérsias. Caso: Paciente, 44 anos, sem comorbidades significativas, não fazia uso de medicamentos domiciliares, deu entrada no P.S. devido ao quadro súbito de hemiplegia esquerda, desvio de rima labial e confusão mental há 5 horas. Realizado TCC de imediato que não demonstrou alterações significativas. Durante internação em UTI, foram realizados Rx de tórax com aumento do índice cardiotorácico e ECG com ritmo sinusal regular e sinais de HVE. Duplex de carótidas sem alterações. ECO mostrou padrão de miocardiopatia dilatada, com hipocinesia difusa do VE (FE = 31%), com hipertrabeculação da parede do VE, característico de miocardiopatia não compactada (razão entre as camadas de endomiocárdio não-compactadas/compactadas era 3,0). TCC realizada 48 h após internação mostrou extensa área de hipodensidade no território da artéria cerebral média. Discussão: Durante o desenvolvimento embrionário do miocárdio, as trabeculações emergem da região apical dos ventrículos primitivos e então involuem através de um processo de reabsorção e remodelamento. O miocárdio então se condensa gradualmente e os grandes espaços dentro da trama trabecular achatam-se ou desaparecem. Uma falha nesse processo resulta em trabeculações múltiplas e recessos intertrabeculares sendo conhecido como hipertrabeculação/não-compactação do ventrículo esquerdo. A MNC pode se manifestar da infância ao início da idade adulta, com alta taxa de mortalidade. Os recessos intertrabeculares tem uma tendência à formação de trombos com risco potencial de embolismo sistêmico secundário. O diagnóstico geralmente é baseado com ECO. Conclusão: A MNC é uma patologia relativamente rara, potencialmente letal, podendo se apresentar de várias formas clínicas e evoluir de forma adversa. O seu diagnóstico precoce é essencial, levando-se sempre em consideração o risco de fenômenos tromboembólicos.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40964PREVENÇÃO PRIMÁRIA DE MORTE SÚBITA EM PÓS OPERATÓRIO TARDIO DE TETRALOGIA DE FALLOT

ANA CLÁUDIA MOREIRA ARAUJO, RICARDO NEGRI BANDEIRA DE MELLO, GUILHERME HONORIO MOREIRA, JAIME OLIVEIRA AGUIAR, JAILTON NEVES FERNANDES, THIAGO ROCHA FAGUNDES, GILSELE RODRIGUES PURIFICATE, ADRIANO BIZARRO, RENZO ANTÔNIO DE LARA MAIA E RAPHAEL CAMPOS DE MELO IANI

HOSPITAL VILA DA SERRA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: As arritmias ventriculares são eventos tardios frequentes após correção da Tetralogia de Fallot, sendo a morte súbita por arritmias responsável por aproximadamente 40% de óbitos tardios.DESCRIÇÃO DO CASO:J.C.A.S, 48 anos, correção cirúrgica de Tetralogia Fallot aos 4 anos de idade, procurou atendimento de urgência devido a quadro de dor epigástrica, sudorese e náuseas, com ECG inalterado em relação padrão basal , marcadores de necrose miocárdica negativos e alívio da dor com nitrato. Transferido para UCO , sendo submetido a USG abdominal que revelou colecistopatia litíasica. Durante preparo para procedimento apresentou um episódio de TV sustentada após bacteremia, revertida com amiodarona Encaminhado para avaliação pelo serviço de Arritmologia . Solicitado Holter, evidenciando: ritmo atrial ectópico, com duração do QRS habitual de 200ms. Indicado implante de CDI e solicitado RNM .Hipóteses diagnósticas: Tetralogia de Fallot corrigida cirurgicamente ha 44 anos/ TVConduta: Implante de CDIConclusões: As arritmias cardíacas são eventos tardios comuns após correção cirúrgica da Tetralogia de Fallot, sendo a morte súbita a causa mais comum de óbito tardio nestes pacientes. Vários estudos desde a década de 70 tem focado na duração do complexo QRS na tentativa de definir sinais preditores aumento de risco para arritmias ventriculares malignas nestes pacientes . Em trabalho publicado em 1984 na British Heart Journal mostrou que entre pacientes com QRS de mesma morfologia as arritmias ventriculares de maior risco ocorriam naqueles que apresentavam complexoa QRS mais alargados. Estudos subsequentes demonstraram a predição de morte súbita pelo surgimento de taquicardia monomórfica sustentada e duração do complexo QRS maior que 180 msec

40972IMPLANTE DE CDI EM GESTANTE COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA

CHRISTIANA CONCEICAO DE OLIVEIRA, CHRISTIAN NERY FREITAS, RALDNER BORGES E REGES, DANIEL SOARES DE SOUSA, ADRIANA CRISTINA PINTO SILVA, MIRIAN ELIZABETE DE SOUZA VIEGAS, CLAUDIO LUIZ AMARAL E GILDO ANTONIO DA SILVA

HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL - HOSPITAL SÃO JUDAS TADEU, DIVINOPOLIS, MG, BRASIL.

Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética autossômico dominante caracterizada por hipertrofia ventricular esquerda, frequentemente do septo, na ausência de outras causas de aumento da massa miocárdica. É considerada a principal causa de morte súbita cardíaca(MS) em jovens. A estratificação de risco para definição de um tratamento profilático eficaz tem sido um desafio clínico. Foram demonstrados fortes preditores de MS: síncopesinexplicadas, história familiar de MS, medida de parede do VE > 30 mm, TV e TVNS identificada ao holter, obstrução da vis de saída. A prevenção da MSC com o uso de cardioversor-desfibrilador automático (CDI) tem sido preconizada nestes casos. Existem poucos relatos de implante de CDI em gestantes, não havendo padronização para o procedimento nessa condição. O objetivo do presente relato é descrever o caso de uma paciente, com CMH e que foi submetida ao implante de CDI para prevenção de MSC no intercurso da gestação. Descrição do caso: HCS, 29 anos, na 26ª semana de gestação, queixava pré-síncopes iniciadas há 3 meses. Diagnóstico prévio de CMH. ECG: RS, SVE, BRD, inatividade elétrica em paredes lateral e inferior, alteração repolarização. O ecocardiograma mostrou CMH com septo ventricular de 20 mm, sem gerar gradientes patológicos na via de saída do VE. Holter de 24 horas detectou 2 episódios de TVNS, com 10 batimentos. Foi discutido o caso e baseado nas diretrizes brasileiras realizou-se o procedimento de implante do CDI sob sedação venosa e anestesia local. O abdome das paciente foi protegido por manta de chumbo. Não foi realizado teste de desfibrilação. A gestação transcorreu sem anormalidades. Durante o parto, o ritmo cardíaco foi monitorado e as terapias de choque desligadas, voltando-se à programação prévia do CDI após o procedimento. Conclusão: A identificação de TVNS ao holter justificou a indicação do uso de CDI neste momento, para prevenção primária de MS. O baixo risco de malformações congênitas pela radiação após o primeiro trimestre da gestação, permitiu o uso da fluoroscopia para o implante do CDI, neste caso, sem gerar repercussões negativas para mãe e feto. A busca por novos critérios para prevenção primária de MS em portadores de CMH tem motivado novos estudos clínicos, com intuito de selecionar melhor os pacientes candidatos a profilaxia com CDI.

40975 40980SÍNDROME DO ROUBO DE FLUXO CORONÁRIO-SUBCLÁVIO: RELATO DE CASO

JOSANA LUCAS ARAUJO, ARMANDO FAGUNDES MORATO NETO, BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, LUCIANA GONTIJO VIVIAN, EULER VILLELA, MILENE SOUZA CASTRO, JULIANA COSTA, LUIZ CHAVES MENDES E HEBERT SOARES BERNARDINO

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

A Síndrome de Roubo de fluxo coronário-subclávio refere-se à inversão do fluxo sanguíneo de uma coronária, através de enxerto mamário, em direção à subclávia, e ocorre por oclusão proximal desta última. Deve ser suspeitada em todos os pacientes submetidos à Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) com uso da artéria mamária interna esquerda (AMIE) e que apresentem angina típica ao esforço físico dos MMSS, podendo ainda apresentar vertigem, síncope, IAM ou disfunção do VE no pós operatório imediato ou tardio. O caso a seguir retrata a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. Paciente 78 anos, vasculopata grave submetida a CRM há 11 anos, isquemia mesentérica com colectomia há 3 anos, estenose bilateral de carótidas, DM insulino dependente e HAS, apresentou quadros de síncopes de repetição e dor retroesternal que, conforme familiares relatam, associava-se à mobilização de membros superiores, sendo um dos episódios de síncope ocorrido ao vestir a blusa. Ao exame físico apresentava assimetria de pulsos radiais (pulso em MSE de difícil percepção tátil), níveis pressóricos também divergiam, MSD de 162x84mmhg e MSE de 122x76mmhg, perfusão capilar distal fisiológica. Paciente foi submetida a angiografia coronária percutânea e constatada inversão de fluxo em artéria descendente anterior e visualizada oclusão de artéria subclávia esquerda na porção proximal. Foi realizado Eco-Doppler colorido de artérias cervicais onde constatou fenômeno de roubo de fluxo da artéria subclávia esquerda. Foi tentado angioplastia da subclávia, porém sem sucesso. Devido às várias comorbidades da paciente a família decidiu não estender terapêutica. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial, refere manter MSE com mobilidade restrita o que evita o surgimento dos sintomas que só aparecem em caso de movimentação ativa do mesmo. Conclusão: A estenose de artéria subclávia é relativamente rara, mas possui morbidade significativa e deve ser suspeitada em todos os pacientes submetidos a CRM com uso da AMIE e que desenvolvam sintomas cardíacos (angina recorrente), ou não cardíacos como vertigem ou síncope associados com o esforço físico de MMSS. O tratamento de escolha é a angioplastia com colocação de stent, porém alguns fatores podem dificultar o procedimento como placas crônicas e muito calcificadas além da oclusão total do vaso.

ABLAÇÃO EPICÁRDICA DE TAQUICARDIA VENTRICULAR EM PACIENTE PORTADOR DE CARDIOMIOPATIA ARRITMOGÊNICA DO VENTRÍCULO DIREITO (CAVD)

VITOR FREITAS FONTES, REYNALDO DE CASTRO MIRANDA, HENRIQUE BARROSO MOREIRA, ANNA TERRA FRANCA, FREDERICO BARTOLAZZI, TEREZA AUGUSTA GRILLO, ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO E ANDRÉ ASSIS LOPES DO CARMO

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - INCOR MINAS (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SÃO JOSÉ), BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: a CAVD é uma doença genética autossômica dominante, com penetrância variável, progressiva, comum em homens jovens e caracterizada pela substituição fibrogordurosa dos miócitos levando a dilatação ventricular e arritmias malignas. A distribuição das alterações é irregular, acometendo ambos os ventrículos (mais comumente o VD) e progredindo do epicárdio para o endocárdio. Em pacientes de alto risco o implante de CDI é o tratamento padrão para prevenção de morte súbita cardíaca (MSC). RELATO DE CASO: L.M, 27 anos, previamente hígido, apresentou MSC recuperada durante um jogo de futebol. A propedêutica confirmou a hipótese de CAVD, sendo submetido a implante de CDI em 11/2012. Evoluiu sem episódios de arritmias ventriculares até 03/2014 quando apresentou quadro de tempestade elétrica (9 choques apropriados por TV rápida), com diversas terapias apropriadas nos dois meses de segmento, mesmo com uso de amiodarona e betabloqueador. Optou-se então pelo mapeamento eletroanatômico endo e epicárdico e ablação por radiofreqüência TRATAMENTO: Após desabilitar as terapias do CDI, foram realizadas as punções subxifóide, em veia jugular interna direita e veia femoral. Os protocolos de estimulação ventricular programada (EVP) com isoproterenol (ciclo 400ms até S4) induziram duas taquicardias ventriculares (TV): TV 1 (ciclo 310ms, eixo superior, V1-V6+, transição V4-V5) e TV 2 (ciclo 300ms, eixo inferior, V1-V6+, transição V3-V4), ambas mal toleradas, revertidas com cardioversão elétrica. O mapeamento eletroanatômico do VD (EnSite), evidenciou grande área de baixa voltagem no epicárdio e pequena área compatível com fibrose no endocárdio. Feita modificação do substrato no endo e epicárdio, guiada por pace mapping (12/12), com sucesso. Testes com EVP e isoproterenol não induziram novas arritmias. Um ano após o procedimento o paciente não apresentou nenhum episódio de TV nas telemetrias de controle. DISCUSSÃO: A importância da ablação de TV refratária ao tratamento clínico em pacientes com CAVD tem papel fundamental na melhora dos desfechos. Sabe-se hoje que a abordagem endocárdica muitas vezes é insuficiente e que existe um grande substrato arritmogênico epicárdico. A abordagem simultânea e combinada de ablação epi/endocárdica, associada ao mapeamento eletroanatômico, traz novas perspectivas para o tratamento das TV recorrentes.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

40992TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA SÍNDROME DE COMPRESSÃO DA VEIA ILÍACA (MAY-THURNER)- RELATO DE CASO

GABRIEL ANTONIO DE SOUZA MUNIZ, ANTONIO JOSE MUNIZ, GABRIEL VICTOR DORNELAS, MATHEUS CASTELO PRUDENTE, FELIPE DE ABREU RODRIGUES, GIULIA CARRACA SOARES, FILIPE SILVEIRA REIS E LUCAS CIRILO FERNANDES

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA , JUIZ DE FORA, MG, BRASIL - SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL.

Introdução: A síndrome de May-Thurner constituiu-se da compressão da veia ilíaca comum esquerda, anteriormente, pela artéria ilíaca comum direita e, posteriormente, pela coluna lombar. Descrição do caso: Paciente EPF, 52a, sexo feminino, com queixa de edema persistente associado a dor e surgimento de varizes no MMII esquerdo. Ao exame físico: edema no MMIIE, com medida da circunferência da coxa 4 cm maior em relação ao MMIID, presença de varizes e alterações tróficas assimétricas no membro acometido. Avaliação através da angiotomografia: diâmetro anteroposterior da veia ilíaca esquerda junto a sua confluência com a veia ilíaca direita diminuída devido a compressão da mesma entre a coluna vertebral posteriormente e a artéria ilíaca comum direita anteriormente, sem sinais de trombose venosa profunda recente nos territórios ilíaco-fêmoro-poplíteo associados. Hipótese Diagnostica: Síndrome de May-Thurner. Condutas Adotadas: 8 horas antes do procedimento, paciente recebeu dose de ataque de AAS 200 mg e Clopidogrel 300 mg. Paciente sob sedação: punção da veia poplitea com agulha 18G, guiado com ultrassom, o fio guia hidrofílico 0,35 longo foi posicionado na veia cava inferior, seguido de passagem de bainha introdutora 12F e realização de flebografia pré-procedimento. Após a passagem da bainha: anticoagulação plena com heparina não fracionada na dose se 100UI/K. Empregando um cateter PIG TAIL 5F centimetrado, via bainha e sobre o fio guia posicionado na altura da lesão, utilizou-se o recurso do aparelho Siemnes Artis pelo Road Map de referência para estimar o comprimento da lesão e o diâmetro do vaso. Posteriormente, venoplastia, com cateter balão 8 x 60 mm na pré-dilatação, optando pelo implante de stent Self-Expanding 14/60/75 WALLSTENTr. A liberação do stent 1 a 2 cm acima da lesão, protuído dentro da veia cava foi feito antes da implantação definitiva e lentamente procedemos a abertura do DEVICE por manobra de pull back até 1/3 do seu comprimento, seguido de pós-dilatação com cateter over-the wire, Mustangr 12/40 mm para conseguirmos completa expansão e posicionamento na parede do vaso. Ao término do implante, realizou-se flebografia de controle. Conclusão: Uma nova perspectiva surgiu para o tratamento da síndrome de May-Thurner, com melhora dos sintomas, através da recanalização do sistema venoso, sendo a escolha do tratamento individualizada.

40997DIFÍCIL MANEJO DA DISPNEIA EM PACIENTE IDOSA CORONARIOPATA: RELATO DE CASO

LEONARDO ALEXANDRE GANDRA, BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO, JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR, FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO, LIVIA ARAUJO PEREIRA, ROBERTA VALERIO DE ARAUJO NAVES E PEDRO GONTIJO PUBLIO

HOSPITAL FELICIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

M.T.S.M, 71 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, hipotireoidismo, arritmia cardíaca, com passado de acidente vascular encefálico isquêmico e hemorrágico, trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. Admitida no pronto atendimento com queixa de tosse produtiva, dispneia progressiva e febre. Sem queixas de dor torácica. Ao exame físico apresentava-se hidratada, corada, acianótica, anictérica, afebril. Ritmo cardíaco regular, com bulhas normofonéticas em dois tempos, frequência cardíaca de 52 batimentos por minuto e pressão arterial de 127∕75 milimetros de mercúrio, taquidispneica com murmúrio vesicular diminuído à direita, sem ruídos adventícios. Realizado raio x tórax, coleta de exames laboratoriais e eletrocardiograma. Na sala de urgência paciente foi medicada com tridil, furosemida e realizado ventilação não invasiva(VNI). Optado por internação em centro de terapia intensiva para suporte intensivo e propedeutica. Realizado ecocardiograma que evidenciou fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 76%, hipertrofia concêntrica discreta e adaptada do ventrículo esquerdo, função sistólica biventricular preservada, sem alterações segmentares, insuficiência mitral leve e hipertensão pulmonar leve. Apresentou estridor laríngeo com necessidade de micronebulização com adrenalina. Evoluiu com insuficiência respiratória e foi realizado intubação orotraqueal. Aos exames laboratoriais apresentava alterações do coagulograma, da função renal, ions e marcadores de necrose miocárdica. Realizado cineangiocoronariografia que evidenciou lesão suboclusiva em terço médio da artéria coronária direita(CD), artéria descendente anterior com lesão discreta e primeiro diagonal fino com lesão. Realizado angioplastia com colocação de stent convencional em CD. Iniciado ticagrelor, porém paciente que já estava mantendo bradicardia, apresentou diminuição acentuada da frequência cardíaca apresentado ao monitor ritmo de fibrilação atrial com pausas cardíacas frequentes e extensas. Optado pela inserção de marcapasso transvenoso e troca do ticagrelor para clopidogrel. Paciente sedada, Ramsay 06, totalmente depende do marcapasso. Foi-se tentado várias vezes desmame da ventilação mecânica, sem suscesso. Realizado traqueostomia, paciente mantendo-se dependente da ventilação por Bilevel Positive Airway Pressure (BIPAP) e dependente marcapasso para manutenção da frequência cardíaca.Implantado marcapasso definitivo e mantido paciente em BIPAP até presente momento.

41000BIOFILME EXISTE?UM CASO DE ENDOCARDITE EM MARCAPASSO COM HEMOCULTURAS NEGATIVAS

FERNANDA NOBRE TORRES, JOAO ALEXANDRE BRIOSCHI, JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, CLAUDIO ALMEIDA PARRA, GIOVANNI LUIZ MUSSO, MARCUS VINICIUS MEDRADO AMORIM, DIOGO ARATAQUE, ISABELA LOPES TIAGO E NATALIA DE SA MORAES

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO:A estimulação cardíaca artificial foi introduzida na prática clínica nos anos 50. Entretanto, mesmo o implante de marca-passo sendo considerada de menor complexidade, é importante atentar que se trata de um procedimento invasivo com implante de um corpo estranho, o que coloca o paciente em risco para diversas complicações dentre elas infecções. A qual nem sempre pode ser identificada através de isolamento de microorganismos.O biofilme constitui-se de microcolônias heterogêneas de células microbianas, funcionalmente organizadas e protegidas da ação de macrófagos e antibióticos. A endocardite relacionada a marca-passo é incomum e estima-se que a mortalidade possa chegar a 73% quando não tratada adequadamente. Apesar de poucos dados disponíveis na literatura, estima-se que existam 4,8 casos/100 marca-passos implantados. DESCRICAO DO CASO:A.J.A. masculino, 67anos, coronariopata, diabético ID, portador de marca-passo(MP) há 07anos, evoluindo há 1 ano com hiporexia, calafrios, febre e leucocitose, passando por consultas sem evidencia de foco infeccioso. Recebeu esquemas antibióticos com melhora parcial, recorrendo com mesmos sintomas.Trazido ao pronto atendimento,apresentando-se hemodinamicamente estável,emagrecido,sem alterações ao exame físico.Sem sinais de endocardite infecciosa. Exames laboratoriais com elevação de provas infecciosas. ECO TE com evidencia de imagem móvel, aderida em cabo atrial de marca-passo estendendo desde entrada da veia cava superior para o interior do átrio direito medindo 3,2/0,9cm, sugestiva de vegetação. Iniciado antibioticoterapia e optado por abordagem cirúrgica. Submetido a remoção de vegetação e MP com implante de dispositivo epicárdico.Hemoculturas e cultura de vegetação sem crescimento bacteriano. Paciente evoluiu com resolução dos sintomas. CONCLUSÃO:Biofilme é um tema pouco estudado, principalmente quando relacionado a uso de MP. A natureza do biomaterial e os fatores de riscos inerentes aos pacientes caracterizam perfil de situação que merece atenção.As abordagens mais conservadoras em dispositivos cardioimplantados parecem cursar com maior recidiva ou falência de tratamento.As evidencias são contundentes que a melhor abordagem na erradicação da infecção por implantes de biomateriais é a intervenção cirúrgica sendo todo o sistema endocárdico removido.

41008PERICARDITE CONSTRITIVA COM CALCIFICAÇÃO SIGNIFICATIVA APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO

JOAO DE SOUZA CUNHA, JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, FERNANDA NOBRE TORRES, HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA, CLAUDIO ALMEIDA PARRA, MARCUS VINICIUS MEDRADO AMORIM, HUGO FREITAS BARROS, NATALIA DE SA MORAES E SILEMA TURIA MARINHO CARNEIRO

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: A pericardite constritiva é decorrente do espessamento do pericárdio, causando restrição do enchimento diastólico e diminuição do debito cardíaco. O resultado final é uma fibrose densa, geralmente com calcificação e adesões dos pericárdios parietal e visceral. Dentre as várias causas a principal em países desenvolvidos é a idiopática e em países subdesenvolvidos é a Tuberculose. Uma das causas descritas é pericardite constritiva pós-cirurgia cardíaca, que pode ocorrer de 2 semanas a vários anos, sendo que a maioria se desenvolve entre 3 a 12 meses. Relato de Caso: Paciente N.F.S., sexo masculino, 66 anos submetido a cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) em setembro de 2014, sem intercorrências. Apresentou em pós operatório tardio, quadro de dispnéia aos médios esforços, com piora progressiva. Ao exame físico, aparelho cardiovascular com ritmo cardíaco regular, atrito pericárdico, knock pericárdico, sinal de Kussmaul, sopro protossistólico regurgitativo em foco tricúspide grau I\VI. Pulsos simétricos e amplos e ingurgitamento jugular. Aparelho respiratório com murmúrio vesicular diminuído em bases pulmonares associado a crepitações. Abdome ascítico, fígado palpável 6cm abaixo do RCD. Edema em membros inferiores. ECOTT: FEVE: 68%, disfunção diastólica do VE grau III; espessamento pericárdico de grau significativo associado a área de sombra acústica compatível com fibrose e calcificação; dilatação das veias hepáticas e veia cava inferior. RNM com pericardite constritiva. RXTX derrame pleural moderado bilateral. US abdome com ascite volumosa. Submetido a pericardiectomia parcial por esternorrafia mediana, ato sem intercorrências. Realizou ECOTT após 10 dias do procedimento com FEVE: 67%, hipocontratilidade de parede livre e VD e derrame pleural bilateral. Discussão: Um dos sintomas mais comuns de complicação pós-CRVM é a dispneia e deve se aventar a hipótese de pericardite constritiva. Confirmado diagnóstico, a maioria dos pacientes necessitam de cirurgia. A pericardiectomia esta associada de 10% a 20% de mortalidade operatória nos pacientes com constrição. Conclusão: Quando diagnosticado pericardite constritiva com calcificação significativa pós cirurgia cardíaca, caso não houver contra indicações, o tratamento com pericardite nao deve ser postergardo.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

41012INFARTO RENAL POR EMBOLIA PARADOXAL NA PRESENÇA DE FORAME OVAL PATENTE

BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, HENRIQUE DE MATOS BALMANT BERBERT, ERISON COSTA MACHADO, WALTER RABELO, MARCOS ANTONIO MARINO E ROBERTO LUIZ MARINO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Aproximadamente 80% dos infartos renais (IR) são atribuídos a oclusão da artéria renal por fenômenos embólicos. O forame oval patente (FOP) está presente em cerca de 25% da população geral e pode ser encontrado em até 40% dos paciente com acidente vascular encefálico (AVC) criptogênico. Há poucos relatos na literatura de embolia paradoxal renal, uma vez que a maioria dos casos de IAM renal são confirmados na autópsia. Relatamos um caso de forte suspeita de embolia paradoxal para artéria renal.Caso Clínico: Paciente previamente hígido, 39 anos, masculino, sem passado de trombose ou de trauma, iniciou com dor em região lombar três dias antes, com piora no dia 21/02/15 procurando atendimento em nosso serviço. Tomografia de abdome revelou infartos parenquimatosos no rim esquerdo e trombose recente com oclusão da artéria renal. Exames laboratoriais sem alteração. Apresentou boa evolução, ecocardiograma transesofágico (ECOTE) AE=38, VE =31/50, FEVE= 67%, presença de FOP com sinais de patência ao doppler e no contraste com microbolhas, septo interatrial sem aneurismas. Duplex venoso de membros inferiores sem sinais de trombose venosa (TVP) e pesquisa de trombofilia negativa. Embora não identificada fonte de trombose venosa, devido a pouca mobilidade do paciente em função do seu trabalho, atribuímos o IR à migração de trombo venoso através do FOP. Optado por tratamento clínico e recebeu alta anticoagulado com varfarina, reavaliado ambulatorialmente com boa evoluçãoDiscussão: A maioria (70-80%) dos IR está relacionada a embolia, que pode ser de diversas causas como, endocardite infecciosa, fibrilação atrial, mixoma atrial esquerdo, ateromatose aórtica. Outras causas incluem trombose venosa, trauma, dissecção da artéria renal, displasia fibromuscular e idiopática. A fonte mais comum de embolia é a TVP, embora seja detectada pelo duplex em apenas de 10% dos casos. No entanto, não é raro que não se identifique a fonte da embolia.Conclusão: A embolia paradoxal na presença de FOP deve ser suspeitada na evidência de isquemia aguda de órgãos.

41014FÍSTULA CORONÁRIA: UM CASO INCOMUM DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA EM ADULTOS

BÁRBARA C A MARINO, ERISON C MACHADO, HENRIQUE M B BERBERT, WALTER RABELO, MAURO I PENA, MARCOS A MARINO E ROBERTO L MARINO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: As fístulas coronárias (FC), usualmente de origem congênita, são comunicações entre artérias coronárias e cavidades cardíacas ou grandes vasos (seio coronário, artérias ou veias pulmonares ou veia cava), são más formações pouco frequentes (0,4% das cardiopatias congênitas), diagnosticadas na proporção de 1:500 estudos cinecoronariográficos A FC pode produzir um débito cardíaco aumentado devido à sobrecarga de volume e/ ou isquemia miocárdica devido a roubo de fluxo.

Caso clinico: Paciente 75 anos, masculino, diabético e hipertenso, apresentou quadro de infarto com supra segmento ST inferior trombolisado com delta T de 4 horas. Evoluiu em Killip I, encaminhado a nosso serviço para terapia fármaco-invasiva. Cateterismo evidenciou lesão suboclusiva em coronária direita (CD) e fístula importante de descendente anterior (DA) para tronco da artéria pulmonar. Submetido a angioplastia de CD.ECOTT: FEVE 50% e artéria pulmonar de diâmetro normal não se observou shunt pela fístula, artéria pulmonar. Recebeu alta e programado realizar angiotomografia (AngioTC) de coronária ambulatoriamente para melhor avalição da fístula. AngioTC demonstrou fístula de DA para TP, optado à princípio por tratamento clínico. Evoluiu com quadro de dispneia grau II, e isquemia anterior na cintilografia miocárdica. Optado por fechamento da fístula por via percutânea com implante de coil com sucesso e sem intercorrências. Apresentou boa evolução hospitalar e no controle ambulatorial. Discussão: As fístulas da artéria CD são mais frequentes (cerca de 70% dos casos) e a comunicação com as câmaras direitas tem incidência maior, sendo em média de 39% para o ventrículo direito, 33% para o átrio direito, seio coronário e veia cava superior, e 20% para a artéria pulmonar. A fisiopatologia e quadro clínico dependem da magnitude do fluxo de sangue através da fístula e de sua localização. Pode ocorrer o fenômeno de fuga de fluxo coronário e a sintomatologia, nesses casos, seria precordialgia ou sinais de isquemia ao eletrocardiograma convencional ou de esforço. A manifestação isquêmica não depende do tamanho da fístula e tem sido descrita mesmo com pequeno fluxo.

Conclusão: FC são causas raras de isquemia e devem ser consideradas no diagnóstico diferencial dessa apresentação clínica.

41017 41019ENDOCARDITE BIVALVAR , SUBAGUDA , POR GERME MULTISSENSÍVEL , CULMINANDO COM CHOQUE SÉPTICO FATAL – RELATO DE CASO .

RAFAEL DA MOTA MARIANP, ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, GUSTAVO FONSECA WERNER, CLÁUDIO LÉO GELAPE, RODRIGO VIANA DE PAIVA, ISABELA VIANA DE PAIVA E KLEISSON ANTÔNIO PONTES MAIA

HOSPITAL LIFE CENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Fundamentos : A Endocardite Infecciosa (EI) é definida como uma infecção da superfície do endocárdio . É causada principalmente por bactérias e com menor freqüência por fungos, riquétsias e clamídias .Se não tratada, a doença é geralmente fatal. O diagnostico pode ser realizado através dos critérios de Duke, no qual combinam critérios clinicos, microbiológicos , patológicos e ecocardiográficos. Os antibióticos permanecem a base de tratamento para a EI. A cirurgia pode ser necessária como coadjuvante da antibioticoterapia e está indicada para corrigir complicações intracardíacas e na falência do controle da infecção.Métodos : Relata-se o caso de EI subaguda com evolução clínica de 4 meses , Ecocardiograma transtorácico ( ECO TT ) evidenciando endocardite bi-valvar grave (aórtica e mitral).Relato de caso : Paciente masculino , 72 anos , branco , casado .Há 4 meses sob investigação de anemia e emagrecimento de 10 Kg. Apresentava quadro progressivo de astenia, anorexia e nos 4 dias anteriores à internação evoluiu com náuseas, vômitos e febre.Procurou o Pronto Socorro onde foi internado para investigação.Após 36 horas resultado de 3 amostras de hemocultura com streptococus gordoni , sensível a penicilina com MIC < 0,15. Iniciado ceftriaxone 2 g 24/24 horas . Exames com disfunção renal e necessidade de hemodiálise de urgência .Foi encaminhado a Unidade de Terapia Intensiva , realizado ECO TT que mostrou vegetações bi-valvar (aórtica e mitral), sem disfunção sistólica .Evolui com necessidade de aminas vasoativas além de intubação orotraqueal. Após 7 dias de tratamento suportivo ,foi encaminhado ao Bloco cirúrgico e realizado troca valvar mitral e aórtica (biológica número 23 e 29, respectivamente ). Havia grande quantidade de vegetações em ambas as valvas. Após 4 dias da cirurgia nova instabilidade hemodinâmica , realizado novo ECO TT que evidenciou disfunção sistólica grave sem disfunção de próteses,tentado aumento da dose de inotrópicos mas sem resposta, constatado óbito no dia 28/04. Conclusão : Foi relatado um caso de endocardite subaguda com difícil diagnóstico em investigação inicial e evolução desfavorável devido choque séptico grave e insuficiência bivalvar .

IMPACTO DA DOENÇA CORONARIANA EM JOVENS LÚPICAS

FERNANDA NOBRE TORRES, JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, GERALDO MAGELA ALVARENGA JÚNIOR, LUCIANA MILAGRES DE LIMA, HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA, LEONARDO GRECO MACHADO, JOAO DE SOUZA CUNHA, SILEMA TURIA MARINHO CARNEIRO E RENATO SOARES VENTURA

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença auto-imune que pode cursar com diversas doenças cardiovasculares, sendo relatado em mais de 50% desses pacientes. A pericardite é a manifestação cardíaca mais comum, seguida de miocardite, hipertensão pulmonar e infarto miocárdico. A isquemia miocárdica é considerada a mais importante causa de mortalidade, variando de 3,5 a 36,4%. Cada vez mais chama-se atenção para ocorrência em mulheres jovens lupicas, com agravante de que episódios de angina são subestimados nesta faixa etária. Recentemente, foi relatado que infarto agudo do miocárdio é de 52 vezes mais frequente em lúpicas quando comparadas com controles pareadas por sexo e idade.

DESCRIÇÃO DO CASO: PFDS, 31 anos, feminino, portadora de LES sem atividade e sem acompanhamento. Ausência de comorbidades,sem história familiar para doença arterial coronariana(DAC). Admitida com relato de dor precordial em aperto irradiando para MSE associado a dispnéia, náuseas e vômitos. Informa ainda quadro diarréico há 3 semanas. Exame físico sem alterações. Marcadores enzimáticos cardíacos elevados (troponina 0,07/0,79/1,41). ECG seriado sem alterações isquêmicas. Realizou ECOTT com FE 66%, sem déficits segmentares. Aventada hipótese de pericardite/miocardite devido a maior prevalência em lúpicas, ausência fatores de risco para DAC e possível quadro infeccioso recente mas optado por manter protocolo para SCA. Solicitada RNM com estresse farmacológico que demonstrou defeitos perfusionais em paredes inferior e ínfero-lateral. Submetida a CATE, que mostrou ramo VP da CD ocluído segmento medio-distal, CX ocluída porção distal. Definido por tratamento clínico evoluindo sem recorrência dos sintomas. CONCLUSÃO:Não se pode afirmar que LES seja um fator independente no desenvolvimento da DAC, no entanto uma vez que há uma relação bem estabecida entre elas, devemos sempre pensar nesta com uma hipótese diagnóstica mesmo que não havendo fatores de risco cardiovascular. Perante os dados expostos, a avaliação funcional pode ser considerada de grande relevância em jovens lúpicas, mesmo que assintomáticas.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

41020ESTRATÉGIA DE ASSOCIAÇÃO DE DIURÉTICOS VENOSO E ORAL EM REGIME AMBULATORIAL NO TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DE DIFÍCIL CONTROLE

DANIEL CARVALHO DIAS, ETIENE MÁRCIO VARGAS, BRENO GONTIJO DE CAMARGOS E DARCY DE ALMEIDA NETO

HOSPITAL MATER DEI, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO - FELUMA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO:: Embora diuréticos intravenosos sejam rotineiramente utilizados na prática clínica diária, a dosagem ideal e a forma de administração não são bem compreendidas. O manejo clínico da insuficiência cardíaca descompensada na maioria das vezes necessita de doses mais elevadas de diurético para alívio dos sintomas, o que deve ser feito de forma adaptada às condições do paciente e de acordo com a tolerabilidade da dose. RELATO DE CASO: Apresenta-se o caso de M.A.G., sexo feminino, 63 anos, portadora de cardiomiopatia reumática em estágio C, classe funcional III (NYHA), internada em nosso serviço devido a descompensação aguda da insuficiência cardíaca (ICD) com queixa de dispnéia em repouso. Ao exame físico, apresentava-se à ausculta em ritmo cardíaco irregular e murmúrio vesicular diminuído difusamente, abdomen ascítico e presença de varizes grau IV bilateralmente nos membros inferiores. Exames complementares evidenciando ao eletrocardiograma, fibrilação atrial; à radiografia de tórax, dilatação avançada de câmaras cardíacas; ao ecocardiograma, átrio esquerdo com 70 mm, fração de ejeção de 37% e pressão em artéria pulmonar de 56 mmHg; dosagem do BNP (Peptídeo Natriurético Tipo B) em 5419 pg/mL. A partir do presente contexto, foi otimizado o tratamento clínico, com doses altas de furosemida por via intravenosa associada à formulação oral da medicação, de forma intermitente, além da otimização do tratamento com as outras classes de drogas indicadas ao controle da insuficiência cardíaca da paciente. A paciente evoluiu com melhora do quadro e diminuição considerável da sintomatologia após os primeiros dias da propedêutica. Alcançada a estabilidade clínica do quadro, a paciente recebeu alta hospitalar com receituário médico contendo 80 mg de furosemida oral duas vezes ao dia e 60 mg de furosemida intravenosa três vezes por semana, em regime ambulatorial, com monitoramento semanal de função renal e eletrólitos CONCLUSÃO: A condução e desfecho do caso corrobora com o estudo DOSE que procurou avaliar a segurança e eficácia de diferentes estratégias da dose diurética em pacientes com ICD, demonstrando não existir diferença no alívio dos sintomas, ou na função renal dos pacientes, entre as diferentes formas de infusão ou entre as doses de furosemida, mas com uma tendência de melhora dos desfechos clínicos com o uso de altas doses do fármaco no controle da insuficiência cardíaca descompensada.

41021USO DA RNM DO MIOCÁRDIO EM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SÍNDROMES CORONARIANAS.

FERNANDA NOBRE TORRES, SAULO EMANUEL BARBOSA DE OLIVEIRA, GERALDO MAGELA ALVARENGA JÚNIOR, JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO, HUGO FREITAS BARROS, DIOGO ARATAQUE, NATALIA DE SA MORAES, HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA E IGOR GENEROSO MAGALHAES BARROSO

HOSPITAL VERA CRUZ, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Algumas áreas diagnósticas dentro da cardiologia têm recebido atenção especial dos pesquisadores que trabalham com ressonância nuclear magnética(RNM), como é o caso da doença arterial coronária. A visualização das artérias coronárias e seus enxertos é um objetivo futuro da maior importância para a RM e para clínica cardiológica. A possibilidade de detectar e quantificar lesões coronárias, de calcular seu fluxo e reserva coronária e ainda caracterizar os componentes da lesão obstrutiva possui valor inestimável. Na técnica de realce tardio, é possível fazer o diagnóstico da doença tanto na fase aguda como após algumas semanas da manifestação da mesma. Este relato apresenta um caso de relevante importância da RNM no diagnóstico diferencial de miocardite e insuficiência coronariana. O padrão na miocardite muitas vezes é visto como sendo multifocal heterogêneo que poupa a região subendocárdica e sem relação com a topografia coronária bastante diferentes do padrão d e realce por isquemia miocárdicaDESCRIÇÃO DE CASO: Paciente W.S.O, masculino, 47 anos, previamente hígido, sem história familiar para doença arterial coronarina. Admitido no pronto-atendimento com quadro de precordialgia atípica, ventilatório-dependente, dispnéia e hiporexia há 10 dias. Realizou revisão laboratorial a qual mostrou troponinas positivas, ECG seriados sem alterações e ECOTT com FE 67%, com regurgitação mitral leve e VE com função sistodiastólica preservada. Devido ausência de fatores de risco, dor atípica, troponina positiva e demais exames normais, estendeu-se propedêutica para avaliação de possível miocardite. RNM miocárdio de stress com dipiridamol compatível com isquemia miocárdica. Realizado CATE que evidenciou coronária CX subocluída em porção médio-distal, com leito distal preenchida por colaterais, sendo optado por abordagem com dilatação por cateter balão e implante de stent convencional.CONCLUSÃO: A RNM tem sido um método cada vez mais difundido na cardiologia, representando um exame de alta acurácia no diagnóstico diferencial de doenças cardiovasculares. Na DAC, ela agrega informações únicas, integrando diversas respostas clínicas num mesmo exame, como a função ventricular, detecção e quantificação de infarto, definindo viabilidade miocárdica ou mesmo alterações congênitas.

41023MIXOMA DE ÁTRIO ESQUERDO LEVANDO A ESTENOSE MITRAL DINÂMICA

EDMAR SILVA DE ARAUJO JUNIOR, SHAIDY ALVES BOAVENTURA, LARISSA PEREIRA RIBEIRO, JOÃO PAULO PEREIRA CALDAS, RAFAEL AUGUSTO DE MELO VARGAS, LUANNA SILVA ALMEIDA, NICOLAU ZACHARIAS ABRAHÃO FILHO, SHEILLA ROCHA RABELO E MARIANA ANDRADE COSTA

FACULDADE ATENAS, PARACATU, MG, .

Introdução: O Mixoma é o tumor primário benigno, mais frequente na idade adulta, usualmente localizando-se na cavidade atrial esquerda. Embora, sob o ponto de vista histológico, se apresentem com características de benignidade, devido à sua localização podem apresentar evolução desfavorável, caracterizada por fenômenos tromboembólicos, podendo inclusive levar ao óbito. A correção cirúrgica apresenta-se imperativa para melhoria clínica. Objetivo: Descrever um caso de mixoma atrial esquerdo cursando com estenose valvar dinâmica. Relato de Caso: Paciente 57 anos, masculino, obeso, procurou atendimento devido quadro de dispnéia leve, episódica, sem relação com esforço físico de início recente. Sem histórico familiar de cardiopatias. Exames complementares e Evolução : Exame físico e ECG sem alterações significativas. RX de tórax: leve aumento do índice cárdio-torácico. ECO: Massa ecodensa móvel dentro do AE aderida ao septo interatrial, compatível com mixoma com obstrução dinâmica parcial do fluxo mitral. Função sistólica biventricular preservada, FE: 68 %, aumento leve do AE. Gradiente AE-VE de 15/5 mmHg CATE: Coronárias isentas de lesões, grande mixoma pediculado do átrio esquerdo com fístula para a cavidade e VE com função normal. Cirurgia: Atriotomia esquerda, visualizado grande mixoma (6cm /3 cm) pediculado e implantado no septo atrial. Realizada ressecção total do mixoma. Sem intercorrências no procedimento. Histopatológico: Abundante estroma mixóide, mostrando pequenas células redondas agrupadas ao redor de pequenos vasos. Padrão concróide, não observando mitoses, pleomorfismos ou necroses. Evolução pós-operatório: Boa evolução no pós-operatório imediato. Apresentando quadro de fibrilação atrial no 3º dia, cardiovertida com propafenona. Alta sem queixas em ritmo sinusal. Discussão e Conclusão: Aproximadamente em 50% dos casos, o tumor surge pediculado ao septo interatrial, porém pode aparecer em vários sítios. Os fenômenos obstrutivos dependem do tamanho, mobilidade e localização do mixoma. A obstrução dinâmica das valvas cardíacas ocorre pela movimentação da massa através destas. Os sintomas são variados, podendo ser assintomáticos ou levar a uma clínica bem variada com sinais de obstrução (síncope e ICC), embolismo (AIT e AVC) e arritmias atriais ou ventriculares. O tratamento do mixoma consiste na ressecção parcial ou total do tumor, permitindo na maioria dos pacientes a melhora ou completo desaparecimento dos sintomas.

41039OS EFEITOS DO VÍRUS HIV EM COEXISTÊNCIA COM O USO PROLONGADO DE COCAÍNA NO MÚSCULO CARDÍACO

MARIÁ LIBÓRIO P LEITE, SÉRGIO JUNIO DOS SANTOS, GÉSSYKA SOARES CASTRO, LAIANA ALVES ANDRADE, SHEILLA ROCHA RABELO, RUBENS MENDONÇA JÚNIOR, MARINA SANGLARD SOARES E DANIEL ROCHA RABELO

FACULDADE ATENAS, PARACATU, MG, BRASIL.

Introdução: O coração é acometido pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em vários aspectos, sendo reconhecido o comprometimento do pericárdio, endocárdio e miocárdio, variando de doença assintomática até a morte. O uso da cocaína tem sido associado a efeitos decorrentes da toxicidade aguda e crônica em praticamente todos os órgãos, particu larmente no sistema cardiovascular. Objetivo: Demonstrar os possíveis efeitos do vírus HIV em coexistência com o uso prolongado de cocaína no miocárdio. Caso: G.M.C., masculino, 38 anos, usuário de cocaína há 15 anos, procurou atendimento apresentando tosse e dispneia aos mínimos esforços com piora progressiva. Ao exame notava-se taquicardia, taquipnéia, turgência jugular, crepitação pulmonar bibasal e candidíase oral. Evoluiu com piora do quadro, apresentando febre e dispneia ao repouso. Sorologia para HIV foi reagente, com carga viral dosada de 500.000 cópias/ml. ECO: VE dilatado em grau moderado (Vol. Indexado do VE = 81ml/m²), com hipocinesia difusa associado a função sistólica global deprimida em grau leve (FE = 46%). RNM demonstrou aumento do volume do VE e FE = 48%. Discussão: A cardiomiopatia dilatada (CMD) associada ao HIV apresenta a miocardite como causa mais frequente de lesão dos miócitos. Além do impacto direto do HIV ou outros patógenos, a CMD foi associada a reações auto-imunes. Auto-anticorpos cardíaco-específicos (anticorpos anti-miosina-a) foram encontrados em mais de 30% de doentes infectados por HIV com CMD. O uso da terapia anti-retroviral combinada, que resultou no aumento da expectativa de vida, propiciou contudo, a ocorrência de doenças crônicas e de afecções relacionadas a fatores de risco comuns à população geral. A cocaína por sua vez produz estimulação adrenérgica central e periférica, bloqueando a recaptacão pré-sináptica de noradrenalina e dopamina. O seu uso pro longado está relacionado à alteração da função sistólica biventricular, aterosclerose, arritmias cardía cas e apoptose de cardiomiócitos. A fisiopatologia da isquemia miocárdica relacionada ao consumo de cocaína é multifatorial e decorre de eventos isolados ou da combinação entre aumento da demanda de oxigênio em situações de suprimento limitado ou fixo, vasoconstriccão arterial prolongada e agregação plaquetária. Conclusão: A CMD secundária a infecção pelo HIV totaliza 3% a 6% dos casos. A coexistência do vírus HIV e o uso prolongado da cocaína, agente tóxico, potencializam a disfunção ventricular desses pacientes.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

41045ACHADOS ELETROCARDIOGRÁFICOS NA DOR TORÁCICA AGUDA SEM ALTERAÇÕES DE ENZIMAS MIOCÁRDICAS EM PACIENTE COM DISTÚRBIO DE ANSIEDADE – UM RELATO DE CASO.

ELEN C MATA, NAJLA B S VAZ, ALEXANDRE B ANDRADE E PAULO S BRANDÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, OURO PRETO, MG, BRASIL.

Introdução: As alterações eletrocardiográficas indicativas de isquemia miocárdica que se apresentam sem alterações de enzimas cardíacas são de alta relevância para o diagnóstico diferencial do cuidado médico.Na exclusão de lesões agudas por exames laboratoriais mostra-se necessária uma investigação ambulatorial para descartar possíveis cardiopatias prévias em pacientes com distúrbio de ansiedade.Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 28 anos, IMC: 32kg/m2, sedentária, mal hábito alimentar, com histórico de ansiedade e coronariopatia em parente de 1°, sem uso de medicação regular, fora admitida na UPA de Cachoeira do Campo (Distrito de Ouro Preto-MG), com queixa de dor precordial, iniciada em repouso, irradiando para mandíbula e ombro esquerdo, associada a parestesias de membros superiores e ansiedade.Após admissão, foram dosadas enzimas cardíacas, com os seguintes resultados: CPK: 109 U/L, CKMB: 27 U/L iniciais e Troponina I em curva seriada abaixo dos valores compatíveis com sofrimento celular.A paciente apresentava-se nutrida, hidratada, corada, acianótica, anictérica, com boa perfusão capilar, sem edemas, com fácies de dor, sem alterações a ausculta pulmonar, frequência respiratória 20 irpm, bulhas normorítmicas, normofonéticas, em dois tempos, sem sopros, com Pressão Arterial Sistêmica-138x86 mmHg e frequência cardíaca-69 bpm. O eletrocardiograma (ECG) em questão apresenta um ritmo sinusal regular; frequência cardíaca de 69 batimentos por minuto; onda P com eixo, duração, polaridade e amplitude normais; intervalo PR de duração normal; eixo do QRS entre 30° e 60º, ausência de sinais de bloqueio de ramo, linha de base regular e duração normal do QRS. Observa-se a inversão assimétrica de onda T de V1 até V4. Observa-se, também, presença de onda Q provavelmente insignificante devido à sua localização em DI, DII e em V6.Conduta adotada: No centro de Saúde Amarantina (Distrito de Ouro Preto-MG), foi realizada avaliação propedêutica pela equipe de atenção primária após cinco dias do evento agudo com solicitações de: teste ergométrico, ecodopplercardiograma, glicemia de jejum, TSH, T4 livre, lipidograma completo, ionograma, ureia, creatinina e urina rotina.Ao mesmo tempo, a paciente fora encaminhada para referência técnica em psiquiatria.Conclusão: Mesmo com histórico de distúrbio de ansiedade pregresso, qualquer paciente que demonstre alteração eletrocardiográfica compatível com isquemia miocárdica aguda ou pregressa necessita de avaliação cardiovascular completa com objetivo de descartar cardiopatias.

41047TECIDO ACESSÓRIO MITRAL ASSOCIADO À VALVA AÓRTICA BICÚSPIDE: UM ACHADO INCIDENTAL - RELATO DE CASO

RENATA TEIXEIRA MARTINS, SUSANA DRUMOND PERES, EMILSON GERALDO VILARINO JUNIOR, FILIPE MENDONÇA CABRAL, EBERTHE FERNANDO MEDEIROS DIAS, SAULO RODRIGUES DE OLIVEIRA LEITE, HELDER PEREIRA DE FREITAS, RENATO AFONSO SALGADO E ALEXANDRE HENRIQUE COBUCCI SANTANA

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Tecido acessório mitral (TAM) é uma rara malformação cardíaca congênita que pode causar obstrução dinâmica da via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE). Com pouco mais de 100 casos relatados na literatura, caracteriza-se, na maioria das vezes, como um achado incindental em pacientes submetidos ao ecodopplercardiograma transtorácico (ECOTT) por diferentes indicações,e está associado frequentemente com outras malformações cardíacas. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 15 anos, sabidamente portador de valva aórtica bicúspide, encaminhado no dia 24/02/2015 para avaliação ecocardiográfica de controle anual da valvopatia. Assintomático, apresentava ao exame físico ritmo cardíaco regular, com sopro protodiastólico em foco aórtico acessório, 1+/4+. Realizado ECOTT que evidenciou a presença de redundância do aparato valvar mitral, de aspecto serpenginoso, com ampla mobilidade, compatível com TAM. Não houve evidência de obstrução dinâmica na VSVE, além de não serem detectadas alterações na textura valvar, prolapso em sístole e/ou regurgitação ao Doppler. Visualizada ainda valva aórtica bicúspide, com rafe localizada às 13 horas, associada à presença de leve regurgitação ao Doppler. Ventrículo esquerdo com função sistodiastólica normal. Paciente orientado a manter o acompanhamento com ECOTTs seriados conforme indicação pelo médico assistente. DISCUSSÃO: A causa exata da formação embriológica do TAM ainda é obscura, mas acredita-se ser devido à separação anormal ou incompleta da valva mitral (VM) pelo cochim endocárdico, o que justifica sua frequente associação com outras malformações intracardíacas e vasculares. A função da VM é quase sempre preservada, entretanto PAM pode cursar com obstrução da VSVE e ser foco cardioembólico, tornando os pacientes, dessa forma, sintomáticos. O ECOTT destaca-se como modalidade propedêutica principal no diagnóstico, manejo e seguimento dos pacientes. CONCLUSÃO: TAM é uma anomalia congênita cujo prognóstico é dependente de obstrução na VSVE e/ou outras lesões congênitas associadas. A cirurgia apenas tem sido considerada nos pacientes com gradiente importante na VSVE ou que serão submetidos à correção de outra anomalia ou exploração de massa intracardíaca.

41051 41052IMPACTO DO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR GRAVE

MARILIA DOS SANTOS ANTONIETTO, FABIO MONTEIRO MOTA, PAULO FREDERICO CAMBRAIA ESTEVES, WILLIAM ANTONIO M. ESTEVES, GABRIEL MAGALHÃES BRAGA, ALINE BATISTA DA SILVA, TOMAS FURTADO REIS, LANDERSON FURTADO FONSECA, DANIEL SOARES DE SOUSA E JULLIANO NOGUEIRA SANTOS

HOSPITAL SANTA MONICA, DIVINOPOLIS, MG, BRASIL.

Introdução: A hipertensão renovascular (HR) é definida como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) decorrente de uma isquemia renal, geralmente causada por uma lesão obstrutiva de uma ou ambas as artérias renais. Sua prevalência atinge 5% dos pacientes com HAS. A causa mais comum é aterosclerose. Cerca de 40% das obstruções arteriais acima de 75% evoluem para obstrução total entre um a cinco anos. O diabetes tipo I tem uma incidência de nefropatia de 25-45%. A doença renal crônica leva a aumento da morte cardiovascular e eventos cardiovasculares maiores como AVC isquêmico, Infarto agudo o miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva. Relato de Caso: Paciente CMAA, feminino, 37 anos, com história prévia de diabetes mellitus tipo I e HAS estagio III. Em outubro de 2014 apresentou quadro de edema agudo pulmonar hipertensivo (EAPH) e insuficiência respiratória aguda (IRA). Recebeu alta hospitalar com cinco dias de internação em uso de carvedilol 25 mg 2x/dia, amlodipina 10mg 2x/dia e enalapril 20mg 2x/dia. Em Maio de 2015 apresenta novo quadro de EAPH e IRA. Evoluiu com HAS refratária em uso de sete medicações antihipertensivas e altas doses de Nitroprussiato de Sódio venoso e piora evolutiva da função renal (CLCr= 40 mL/ min/ 1,73 m2). Iniciada investigação para HAS Secundária e realizada angiotomografia abdominal que evidenciou estenose renal bilateral, com assimetria renal. Realizada Arteriografia Renal Bilateral: Artérias renais únicas com estenoses graves e assimetria renal (Rim E (8,5 cm x 4,5 cm) e Rim D (11 cm x 6,2 cm)). Realizada Angioplastia Renal Bilateral com uso de Stents, com sucesso angiográfico final. Evoluiu no pós-operatório imediato com melhora importante da HAS, com redução de número de drogas e doses dos antihipertensivos e importante melhora de função renal ficando seu CLCr = 56 mL/ min/ 1,73 m2.Conclusão: A identificação de Hipertensão Renovascular com critérios clínicos mais judiciosos e com melhor utilização dos exames complementares pode beneficiar uma parcela considerável da população hipertensa visto que esta doença é geralmente subdiagnosticada. Seu tratamento leva a diminuição importante dos custos e redução da morbimortalidade cardiovascular. O tratamento de angioplastia renal com stent deve ser considerado nesta população de alto risco cardiovascular que apresenta edema agudo pulmonar recorrente de causa renovascular modificando assim a história natural de sua doença.

CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA POR AMILOIDOSE: RELATO DE CASO

GABRIEL ELIAS FIGUEIREDO,

FACULDADE DE MEDICINA DE MARILIA, MARILIA, SP, BRASIL - SAO PAULO.

A miocardiopatia restritiva é uma doença primária do miocárdio, que leva à redução significativa de sua complacência e consequente disfunção diastólica, sem haver comprometimento da função sistólica. As cavidades ventriculares encontram-se de tamanho normal ou diminuídas, e átrios aumentados.

Paciente masculino, 80 anos, hipertenso, coronariopata, insuficiência mitral importante e doença renal crônica, admitido com quadro de dor precordial em aperto sem irradiação. Exame Físico:PA 100x60mmHg, FC 102bpm, FR 28ipm, satO2 92%, regular estado geral, descorado (+/4+), hidratado, macroglossia; 2 bulhas arrítmicas hipofonéticas com sopro diastólico em foco mitral (3+/6+); Pulmonar: estertores grossos em bases;abdome:hepatomegalia. No protocolo de dor torácica constatada síndrome coronariana aguda sem supradesnível de ST. Eletrocardiograma (ECG): baixa voltagem. Cinecoronariografia (CCG):lesões multiarterias; realizada angioplastia. Evoluiu estável. Urina de 24h com proteinúria nefrótica. Ecocardiograma(ECO):ventrículo esquerdo hipertrófico sem disfunção, fração de ejeção preservada, hipertensão pulmonar importante, insuficiência mitral e tricúspide graves, aumento bi-atrial importante e septo interventricular (SIV) com hiperecogenicidade e espessura de 2,2 cm. Evolui com instabilidade hemodinâmica e óbito. A hipótese principal neste caso é de amiloidose cardíaca. As doenças infiltrativas como a amiloidose (AML) podem ocasionar aumentos importantes da espessura da parede ventricular, sem impactar na elevação da voltagem ao ECG; isso ocorre em 50% dos casos de AML. Aumento da espessura do SIV e das paredes ventriculares, ventrículos de volumes normais ou diminuídos, aumento atrial, e baixa voltagem no ECG sugerem AML isoladamente, sendo que baixa voltagem no ECG aliada a espessura aumentada do SIV são muito específicos para AML. Em regressão logística baseado em variáveis como espessura do SIV, baixa voltagem do ECG, idade, gênero e raça para diagnóstico de AML (sensibilidade de 72% e especificidade de 92%) aplicado neste estudo indica cardiomiopatia restritiva por AML. Além disso, dados da história clínica sugerem esse diagnóstico, como a hepatomegalia sem causa definida, rins de tamanho aumentado, com proteiúria nefrótica e macroglossia. Ve-se a relevância da história e da associação dos parâmetros de ECO e ECG descritos para o dignóstico de AML cardíaca, podendo-se guiar a indicação de biópsia endomiocárdica.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Resumos Temas Livres

41059VALOR DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA (RMC) NO ESTABELECIMENTO DO SUBSTRATO ANATÔMICO DESENCADEADOR DE ARRITMIAS MALIGNAS E MORTE SÚBITA NA DOENÇA DE CHAGAS - FORMA INDETERMINADA.

IGOR ROCHA BARROS, GERSON MIRANDA, WILLE DINGSOR SOUZA PEREIRA, FERNANDO ROTATORI NOVAES, DANIELA LOPES GOMES, KENIA EDMUNDA DAMASCENO ROCHA, ZANDONAI MIRANDA, VAGNER VINÍCIUS FERREIRA E WILSON LUIZ PRADO PENA

SANTA CASA DE MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL.

PÔSTER: Valor da ressonância magnética cardíaca (rmc) no estabelecimento do substrato anatômico desencadeador de arritmias malignas e morte súbita na doença de chagas - forma indeterminada. INTRODUÇÃO: A morte súbita (MS) é o mais frequente fenômeno da história natural da doença de Chagas (DC). A DC tem como uma de suas consequências histopatológicas fibrose miocárdica, mesmo com função ventricular preservada. A RMC pode identificar precocemente o envolvimento cardíaco indicativos de fibrose, permitindo, desse modo, a estratificação dos estágios de gravidade e estimar o risco para MS. OBJETIVO: Relatar o uso da RMC como método diagnóstico de substrato anatômico causador de arritmias com potencial de morte súbita.MATERIAIS E MÉTODOS: homem, 67 anos, pardo, admitido no Pronto Socorro após morte súbita recuperada durante partida de tênis, atendido pelo SAMU em TV, cardiovertido para ritmo sinusal. À cineangiocoronariografia: coronária circunflexa com presença de trombos foi aspirado, não identificado isquemia sem necessidade de implante de Stent. Ecocardiograma: átrio esquerdo levemente aumentado; doppler tecidual padrão disfunção diastólica grau I. Ventrículo esquerdo com dimensões normais e hipocinesia ínfero basal e apical, comprometendo de forma leve a função sistólica global (FE= 48% pelo Simpson bidimensional). RMC: cardiomiopatia segmentar do Ventrículo Esquerdo com disfunção sistólica global moderada (FE=46%); nas sequencias de realce tardio observa-se impregnação tardia do Gadolínio com padrão subepicárdico nos segmentos ínfero-lateral e apical, padrão mesocardio no segmento septal e transmural no segmento ínfero medial, totalizando 21,7g e aproximadamente 22% da massa do VE. Evoluindo, sem intercorrências no protocolo de implante de CDI. CONCLUSÃO: a forma indeterminada da Doença de Chagas é frequentemente diagnosticada de forma equivocada. A RMC é o melhor método para identificar as alterações de fibrose miocardica como substrato anatômico desencadeador de arritmias malignas. O realce tardio na DC apresenta-se com os quatros padrões possíveis: subendocárdico (26%); mesocardio (14%); subepicárdico (22%); transmural (36%), simulando as alterações de doença isquêmica (alteração da microcirculação) e das miocardites ( Myocardial involvement in Chagas disease: Insights from cardiac magnetic resonance. A Regueiro et al. / International Journal of Cardiology 165 (2013) 107–112).

41063PAPEL DA RESSONÂCIA MAGNÉTICA CARDIACA (RMC) NA INDICAÇÃO DE IMPLANTE CARDIOVERSOR DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (CDI) EM PACIENTES COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA (CMH) COM ALTO RISCO DE MORTE SUBITA

IGOR ROCHA BARROS, GERSON MIRANDA, ZANDONAI MIRANDA, DANIELA LOPES GOMES, WILLE DINGSOR SOUZA PEREIRA, WILSON LUIZ PRADO PENA, KENIA EDMUNDA DAMASCENO ROCHA, VAGNER VINÍCIUS FERREIRA E GERALDO GUINOMAR ALCANTARA

SANTA CASA DE MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL.

PÔSTER: PAPEL DA RESSONÂCIA MAGNÉTICA CARDIACA (RMC) NA INDICAÇÃO DE IMPLANTE CARDIOVERSOR DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (CDI) EM PACIENTES COM CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA (CMH) COM ALTO RISCO DE MORTE SUBITA CARDIACA (MSC) SEM CRITÉRIOS CLÁSSICOS DOS GUIDELINES. INTRODUÇÃO: A CMH é a doença cardiovascular de origem genética mais comum (prevalência=0,2%), principal causa de morte súbita em jovens. A RMC com realce tardio identifica e quantifica a fibrose miocárdica (FM), estratificando pacientes com alto risco de eventos adversos. A aplicação de terapia profilática na prevenção em pacientes com alto risco de MSC, que não preenchem os seguintes os critérios clássicos para implante do CDI. OBJETIVO: Relatar um caso CMH cuja RMC identificou fibrose miocárdica como substrato arritmogênico com indicação de implante de CDI.MATERIAIS E MÉTODOS: homem, 30 anos, pardo, com palpitações e dispneia aos mínimos esforços desde os 15 anos. Nega síncopes e história familiar de morte súbita. Ao exame: pulsos radiais rítmicos, FC: 88 bpm, pressão arterial: 130/70 mmHg. Ausculta cardíaca: ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, sem sopros. Holter: 01 TV polimórfica não sustentada. Ecocardiograma: átrio esquerdo dilatado; ausência de hipertensão pulmonar; cardiopatia hipertrófica assimétrica importante do ventrículo esquerdo; sem obstrução dinâmica na via de saída do ventrículo esquerdo em repouso; disfunção diastólica moderada. RMC: fibrose miocárdica (35% da massa miocárdica). A RMC identifica fibrose miocárdica com técnica de realce tardio identifica-se uma área de fibrose “clara” em oposição a áreas “escuras” do miocárdio sadio. Na presença de arritmia e de fibrose miocárdica foi encaminhado para implante de CDI. Após 02 meses sem arritmias identificáveis foram registrados dois episódios de Fibrilação Ventricular com cardioversão e restauração do ritmo sinusal. CONCLUSÃO: a identificação de FM através do realce tardio pela RMC tem se mostrado de grande valia como ferramenta na decisão terapêutica de pacientes com CMH. Em um estudo recente determinou-se o ponto de corte da massa miocárdica com fibrose 15% da massa do Ventrículo esquerdo, a partir do qual, o risco de eventos clínicos adversos foi estatisticamente significativo devendo considerar o implante de CDI mesmo sem os critérios clássicos, Circulation. 2014;130:484-495.).

41067PÔSTER: MIOCARDITE AGUDA E SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ – ASSOCIAÇÃO ATÍPICA

IGOR ROCHA BARROS, GERSON MIRANDA, ZANDONAI MIRANDA, DANIELA LOPES GOMES, WILSON LUIZ PRADO PENA, KENIA EDMUNDA DAMASCENO ROCHA, WILLE DINGSOR SOUZA PEREIRA E VAGNER VINÍCIUS FERREIRA

SANTA CASA DE MONTES CLAROS, MONTES CLAROS, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: a miocardite é uma doença inflamatória do miocárdio com disfunção ventricular, caracterizada por processo inflamatório e lesão miocárdica na ausência de isquemia. A etiologia é diversa e a causa infecciosa, principalmente, viral é a mais comum. A síndrome de Guillain-Barré consiste em uma polirradiculoneuropatia aguda ou subaguda que geralmente ocorre após uma doença infecciosa ou procedimento cirúrgico, sendo a ocorrência concomitante com a Miocardite Aguda infrequente.OBJETIVO: relatar um caso raro de Miocardite aguda seguida de síndrome de Guillain-Barré após amigdalite aguda.MATERIAIS E MÉTODOS: paciente do sexo masculino, 47 anos, branco, previamente hígido, admitido no Pronto Socorro, com quadro agudo de síncope, hemiplegia braquio-crural direita, hipotensão e queixa de dor torácica atípica. Eletrocardiograma: ritmo sinusal, inatividade elétrica em V1-V3 e enzimas de necrose miocárdica normais. Após cinco horas da admissão apresentou remissão do quadro neurológico, mantendo necessidade de droga vasoativa. Havia relato de faringoamigdalite bacteriana tratada adequadamente com antibiótico 30 dias antes da admissão. Diante da evolução com febre, adinamia e anemia o paciente foi internado para investigação de miocardite aguda. O ecocardiograma evidenciou hipocinesia difusa com fração de ejeção reduzida (FEVE: 43%), associado alterações das enzimas de necrose miocárdica e ausência de lesões obstrutivas graves na cineangiocoronariografia, mas com hipocinesia difusa na ventriculografia. Depois de instituído o tratamento de suporte houve melhora do quadro cardiológico, com alta hospitalar. Porém, após 05 dias da alta o paciente iniciou diparesia facial, tetraparesia assimétrica, maior à esquerda e arreflexia dos membros inferiores. Excluídas alterações parenquimatosas através de RNM de encéfalo, a punção liquorica evidenciou a dissociação proteíno-citilógica típica da síndrome de Guillain-Barré. O paciente tratado com suporte clínico com melhora do quadro neurológico e alta. No momento, segue em acompanhamento ambulatorial sem sequelas.CONCLUSÃO: A miocardite aguda e a síndrome de Guillain-Barré são complicações possíveis e raras da faringoamigdalite. Não foi encontrada descrição da associação entre elas na literatura brasileira. Portanto, há interesse científico na descrição do caso pela raridade do mesmo e como alerta dessa evolução incomum.

41070INSUFICIÊNCIA MITRAL AGUDA POR RUPTURA DE CORDOALHA EM IDOSO SUBMETIDO A TESTE ERGOMÉTRICO: RELATO DE CASO.

LEONARDO ANTUNES MESQUITA, BRUNA FERNANDA GOMES DE MORAIS, NOEMIA DA COSTA, LIGIA ARANTES NEVES DE ABREU, BERNARDO ARANTES NEVES DE ABREU, JOSE CARLOS DA COSTA ZANON, GLAUCO FRANCO SANTANA, SILAMAR BREDER DE SOUZA, LUIZ ANTÔNIO ALVES DE ABREU E ODILON GARIGLIO ALVARENGA DE FREITAS

MINASCOR CENTRO MÉDICO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - SANTA CASA DE BH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

A insuficiência mitral aguda (IMA) pode ocorrer por comprometimento de uma ou várias estruturas que compõem o aparelho valvar mitral. A ruptura de cordoalha com consequente falha na coaptação dos folhetos representa a causa mais comum de regurgitação mitral pura (90% dos casos agudos), onde em até 60% não apresentam fatores etiológicos preexistentes. O objetivo deste relato é de apresentar um caso de IMA ocorrido durante a realização do Teste Ergométrico (TE). Esta complicação é rara e possui poucos relatos em literatura.Relato do caso: homem, de 65 anos, encaminhado para realização de TE para avaliação de queixa de fadiga fácil e dispnéia progressiva aos esforços. Dislipidêmico, hipertenso em uso hidroclorotiazida, enalapril e sinvastatina. Sem: antecedentes familiares; diabetes; tabagismo; sedentarismo; estresse. Exame físico: estado geral preservado, sem edemas, eupnéico e sem alterações à ausculta cardíaca. ECG: ritmo sinusal regular, FC 68 bpm, dentro dos limites normalidade. Protocolo de Bruce. No terceiro estágio apresentou dispnéia súbita, similar à queixa de consultório, com palidez cutânea (2+/4+) e taquipnéia. Sem hipotensão. Interrompido o TE com realização de ausculta cardíaca apresentando RCR 3T B3, M1 hipofonética, sopro holossistólico 3+/4+ em foco mitral com irradiação para axila esquerda e foco tricúspide. Sem alterações ausculta pulmonar. Melhora da dispnéia aos três minutos recuperação. No momento de interrupção do TE e recuperação, ausência de alterações isquêmicas. Realizado ecodopplercardiograma que apresentou: ventrículo esquerdo com dimensões normais. Hipertrofia leve. Contratilidade global e segmentar preservada; valva mitral levemente espessada, com movimento sistólico de seus folhetos (com imagem sugestiva de cordoalha rota) com falha de coaptação permitindo refluxo de grau importante excêntrico. Internado onde realizou eco transesofágico e, pela faixa etária, estudo hemodinâmico (CAT) que mostrou coronárias normais. Encaminhado para troca valvar com implante de bioprótese mitral. Manteve-se assintomático no pré-operatório e pós-operatório imediato. Após 1 ano, clinicamente estável, assintomático a grandes esforços. Discussão: A ausência de alterações isquêmicas ao TE foi confirmada pelo CAT. Esta uma complicação rara do TE, mas necessita de uma intervenção adequada e rápida do médico ergometrista para redução de complicações e riscos.

APRESENTAÇÃO RELATO DE CASO

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Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

ANNA TERRA FRANCA - 40956, 40975

ANTONIO C M BEDETI - 40637

ANTONIO CARLOS CARVALHO - 39640

ANTONIO CARLOS MANSUR BEDETI - 40639, 40643, 40645, 40655

ANTONIO CARLOS NEVES FERREIRA - 41058

ANTONIO JOSE DA CUNHA ALVES - 40702

ANTONIO JOSE MUNIZ - 40992

ANTONIO L P RIBEIRO - 40579, 40644, 40678, 40682, 40696

ANTONIO LUCIO TEIXEIRA - 40651

ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO - 40651, 40956, 40975

ARI MANDIL - 39636, 40633

ARIANE V S MACEDO - 39698

ARMANDO FAGUNDES MORATO NETO - 40980

AUGUSTO C M VILELA - 38613, 39698

AUGUSTO LIMA FILHO - 40637, 40639, 40643, 40645, 40655,

40705

BBARBARA BUITRAGO PEREIRA - 40695

BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO - 40644, 40926, 41012, 41014,

41058

BEATRIZ D ALKMIN BELTRAN RIBEIRO - 40707

BERNARDO ARANTES NEVES DE ABREU - 41056, 41069, 41070

BRENA DE PAULA FROES ARANTES - 39573

BRENO GONTIJO DE CAMARGOS - 41020

BRUNA FERNANDA GOMES DE MORAIS - 41056, 41069, 41070

BRUNA LARYSSA XAVIER RICARDO - 40702

BRUNO DALA VEDOVA GOMES BEATO - 40633, 40698, 40701,

40867, 40980, 40997

BRUNO R NASCIMENTO - 40579, 40580, 40582, 40696, 41010

BRUNO R S SILVA - 40976

BRUNO RIGHI SANTANA SILVA - 40651

CCAMILA BRUGGER SILVA - 40642

CAMILA DE OLIVEIRA FERNANDES - 40597

CAMILA LOPES ZICA - 40597

AADEMAR GONÇALVES CAIXETA NETO - 40647, 40648, 40649,

40650, 40837, 40945, 40988

ADRIANA CRISTINA PINTO SILVA - 40972

ADRIANA DE NAZARÉ MIZIARA - 40196

ADRIANO BIZARRO - 40596, 40860, 40964

AGNALDO RODRIGUES DA SILVA JUNIOR - 38467, 40610, 40611,

40614

ALESSANDRA DE SOUZA MACIEL - 40290

ALEXANDRE B ANDRADE - 41045

ALEXANDRE DE ANDRADE PIRES - 38467, 40610, 40611, 40614

ALEXANDRE HENRIQUE COBUCCI SANTANA - 41047

ALEXANDRE J. VON SPERLING VASCONCELLOS - 40935

ALINE B RODRIGUES - 40620

ALINE BATISTA DA SILVA - 41052

ALINE SIMÕES ARANDA - 40654

AMINTAS FABIANO DE SOUZA FIGUEIREDO - 39636

ANA C A M DAMASCENO - 40579

ANA C M ARAUJO - 40596, 40899

ANA CLÁUDIA MOREIRA ARAUJO - 40964

ANA FLAVIA BACCARINI ALVES - 40595

ANA HELENA D ARCADIA DE SIQUEIRA - 39757, 40266

ANA L R PIUZANA - 40673

ANA L M COSTA - 40696

ANA L N FRANA - 40644

ANA LUISA CALIXTO RODRIGUES - 40867

ANA LUIZA RUSSO PIUZANA - 40676, 40679, 40694

ANA LUIZA HORTA DE SÁ CARNEIRO - 40668

ANA PAULA TONIELLO - 40898

ANDERSON ROCHA THOMAZ - 40677

ANDRÉ ASSIS LOPES DO CARMO - 40956, 40975

ANDRE P ANTUNES - 40644

ANDRE SCHMIDT - 39680

ANDRÉA CAIXETA GONÇALVES - 40647, 40648, 40649, 40650,

40837, 40988

ANDREA Z BEATON - 40696

ANGELA MARIA DRUMOND LAGE - 40635

ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA - 39640, 39643

ANNA LETICIA MELLO - 40160

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

39

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Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas LivresÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

DANIELA LOPES GOMES - 40641, 41059, 41063, 41067

DANIELLE C P COSTA - 40859, 40860

DARCY DE ALMEIDA NETO - 41020

DAYANE AMARAL MADUREIRA - 40668, 41010

DEBORA M SOUZA - 40620, 40705

DELCIO BUENO DA SILVA - 40266

DELFINO C M FILHO - 40646

DIEGO GONÇALVES SOUTO - 40791

DIGIA MARINACK RAMOS MENDES BOTELHO - 40702

DIOGO A G TIAGO - 40582

DIOGO ARATAQUE - 40913, 40927, 41000, 41021

EEBERTHE FERNANDO MEDEIROS DIAS - 41047

EDER FREDERICO ANDRADE DA SILVA - 40609, 40612

EDMAR SILVA DE ARAUJO JUNIOR - 41023

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA - 40666, 40691, 40693, 40706,

40913

EDSON FERREIRA - 40290

EDUARDO ANTONIO VILAÇA DUARTE - 40945

EDUARDO AUGUSTO VICTOR ROCHA - 41065

EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO - 40633

EDUARDO DIAS CHULA - 40662

EDUARDO ELIAS VIEIRA DE CARVALHO - 39680

EDUARDO L V LOPES - 40579, 40696

EDUARDO RODRIGUES BORATO - 40858

ELEN C MATA - 41045

ELVIO MARQUES DA SILVA - 41037, 41064, 41068

EMILSON GERALDO VILARINO JUNIOR - 41047

EMMANUEL CHAZARD - 40678

ERICA SILVA - 39032, 40160

ERISON C MACHADO - 41014

ERISON COSTA MACHADO - 41012

ERNESTO LENTZ DA SILVEIRA MONTEIRO - 41058, 41061

ESTELA M M COSTA - 40596, 40859, 40860, 40899

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO - 39636, 39640, 39643, 41019

ETIENE MÁRCIO VARGAS - 41020

EULER VILLELA - 40980

EVANDRO MONTEIRO DE SA MAGALHAES - 39757

CAMILA SILVEIRA NOBRE - 40695

CARLOS A F AREAS - 40580

CARLOS AUGUSTO BUENO DA SILVA - 40637, 40639, 40643,

40645, 40655

CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA - 40948

CARLOS EDUARDO ORNELAS - 40694

CARLOS H F FONTES - 40620

CARLOS HENRIQUE FIGUEIREDO FONTES - 40699

CARLOS RAFAEL DE ALMEIDA FELIPE - 40637, 40639

CAROLINA ANTUNES MAGALHAES - 39636

CAROLINA KUCHENBECKER SOARES - 40695

CAROLINA MENEZES UAQUIM - 40587

CASSIO M OLIVEIRA - 40579, 40696

CASSIO MENEZES NOGUEIRA - 40926, 40935

CECILIA FELIX PENIDO MENDES DE SOUSA - 40695

CELINA CRISTINA DA FONSECA TEIXEIRA - 40597, 40662

CHEYENNE ALVES FONSECA - 40652

CHRISTIAN NERY FREITAS - 40662, 40972

CHRISTIANA CONCEICAO DE OLIVEIRA - 40662, 40972

CLAUDIA MADEIRA MIRANDA - 40948

CLAUDIO ALMEIDA PARRA - 41000, 41008

CLÁUDIO LÉO GELAPE - 41019

CLAUDIO LUIZ AMARAL - 40597, 40972

CONRADO LEMOS REBOUÇAS - 40609, 40612

CRISTHIAN KENNY FIRMINO LUCIO DE SOUZA - 40962

CRISTINA SILVA LOBATO - 40702

DDANIEL CARVALHO DIAS - 40708, 41020

DANIEL CUNHA ARAUJO - 40695

DANIEL LUIZ CARDOSO LIMA - 38467, 40610, 40611

DANIEL M F PALHARES - 40678

DANIEL P CRUZ - 40580

DANIEL ROCHA RABELO - 40791, 41039

DANIEL S SOUSA - 40662

DANIEL SOARES DE SOUSA - 40597, 40702, 40972, 41052

DANIELA BARRETO LINARES - 40705

DANIELA CAETANO COSTA - 39680

DANIELA CORREIA LEITE ANDRADE - 40677

40

Page 49: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

G

GABRIEL A FAZZERI TEIXEIRA SIQUEIRA - 40898

GABRIEL ANTONIO DE SOUZA MUNIZ - 40992

GABRIEL ELIAS FIGUEIREDO - 41051

GABRIEL MAGALHÃES BRAGA - 41052

GABRIEL PRADO SAAD - 40668

GABRIEL VICTOR DORNELAS - 40992

GABRIELA A GOEBEL - 40976

GERALDO GUINOMAR ALCANTARA - 41063

GERALDO MAGELA ALVARENGA JÚNIOR - 41017, 41021

GERSON MARQUES PEREIRA JÚNIOR - 40637, 40639

GERSON MIRANDA - 40641, 41059, 41063, 41067

GÉSSYKA SOARES CASTRO - 41039

GILDO ANTONIO DA SILVA - 40702, 40972

GILSELE R PURIFICATE - 40596, 40859, 40860, 40899

GILSELE RODRIGUES PURIFICATE - 40964

GIOVANE RODRIGO DE SOUSA - 40651, 40652

GIOVANI LUIZ DE SANTI - 39679, 39680, 40191, 40196, 40253,

40602

GIOVANI MANHABUSQUI PACIFICO JUNIOR - 40654

GIOVANNI LUIZ MUSSO - 41000

GIULIA CARRACA SOARES - 40992

GLAUCO FRANCO SANTANA - 41056, 41069, 41070

GRAZIELA CHEQUER - 40579, 40696

GUILHERME H MOREIRA - 40899

GUILHERME HENRIQUE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA - 38467, 40610,

40611, 40614

GUILHERME HONORIO MOREIRA - 40964

GUILHERME MONTEIRO DE BARROS - 40928

GUILHERME R S ATHAYDE - 40582

GUILHERME RAFAEL SANT`ANNA ATHAYDE - 40668, 41010

GUSTAVO DE FRANCISCO CAMPOS - 40935

GUSTAVO F C CAMPOS - 40705

GUSTAVO F WERNER - 40598, 40600, 40601

GUSTAVO FONSECA WERNER - 39640, 39643, 41019

GUSTAVO LOBATO ADJUTO - 40645

GUSTAVO MARIO CAPANEMA SILVA - 40637, 40639

F

FÁBIO Á TÓFANI - 40620

FABIO MONTEIRO MOTA - 41052

FABIO RODRIGUES DE ANDRADE - 40614

FABRICIO S SIMOES - 40597

FABRICIO SILVA SIMOES - 40702

FELIPE AUGUSTO CAMPOS CAVALCANTI - 40654

FELIPE DE ABREU RODRIGUES - 40992

FELIPE FRANCO FONSECA - 40609, 40612

FELIPE RODRIGUES BAPTISTA - 40654, 40661

FELLYPE BORGES DE OLIVEIRA - 40695

FERNANDA ALDRIGUES CRISPIM SILVA - 40962

FERNANDA M E LEITE - 40976

FERNANDA MARCIANO CONSOLIN COLOMBO - 39640, 39643

FERNANDA MARTINS BRUNEL ALVES - 40898

FERNANDA NASCIMENTO SAMARA - 40791, 40957

FERNANDA NOBRE TORRES - 40913, 40927, 41000, 41008, 41017,

41021

FERNANDA RIBEIRO ROSA - 40647, 40648, 40649, 40650, 40837,

40988

FERNANDA RODRIGUES DE ALMEIDA - 40652

FERNANDO ANTONIO ROQUETE REIS FILHO - 40926, 41058,

41061

FERNANDO CARVALHO NEVENSCHWANDER - 40927

FERNANDO ROTATORI NOVAES - 41059

FILIPE JOSÉ COSTA MARINHO RIBEIRO - 40633, 40698, 40699,

40701, 40867, 40997

FILIPE MENDONÇA CABRAL - 41047

FILIPE SILVEIRA REIS - 40992

FILIPPE A V SILVA - 40580

FLAVIA TATIANE DE PAULA PREREIRA - 40603, 40604

FLAVIO RODRIGUES OLIVEIRA - 40635

FOLMER QUINTAO TORRRES - 40655

FRANCISCO MONTEIRO DE ALMEIDA MAGALHAES - 39757, 40266

FRANCISCO REZENDE SILVEIRA - 40665

FREDDY GARCIA MONTECINOS - 40643

FREDERICO BARTOLAZZI - 40975

FREDERICO RODRIGUES DA CUNHA PEREIRA - 40191

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

41

Page 50: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

JADELSON PINHEIRO DE ANDRADE - 39640, 39643

JAILTON N FERNANDES - 40596, 40859, 40860

JAILTON NEVES FERNANDES - 40964

JAIME O AGUIAR - 40596, 40859, 40860, 40899

JAIME OLIVEIRA AGUIAR - 40964

JESSICA SILVA DE PAULA - 40288, 40560

JOAO ALEXANDRE BRIOSCHI - 41000

JOAO C B L DIAS - 40899

JOAO DE SOUZA CUNHA - 40927, 41008, 41017

JOAO G G C MELLO - 40653

JOAO P M RIBEIRO - 39699

JOÃO PAULO CHAVES DE MELO - 39032

JOÃO PAULO MARTINS DE CASTRO - 40913, 40927, 41000, 41008,

41017, 41021

JOÃO PAULO MENEZES DE OLIVEIRA - 38467, 40610, 40611, 40614

JOÃO PAULO PEREIRA CALDAS - 41023

JOICE COUTINHO DE ALVARENGA - 40652, 40976

JORDANA RAFAELLA FONSECA - 40253

JORGE BIANCHI GAZOLLA JUNIOR - 40628, 40656, 40701, 40867,

40997

JORGE ILHA GUIMARÃES - 39643

JOS LUCCA NETO - 39697, 40708

JOSANA LUCAS ARAUJO - 40867, 40980

JOSE ANTONIO DIAS GARCIA - 40266

JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA - 40666, 40691, 40693, 40706

JOSE CARLOS DA COSTA ZANON - 41056, 41069, 41070

JOSE CARLOS DE FARIA GARCIA - 39636

JOSE DE OLIVEIRA FERREIRA - 40196

JOSE G CARNEIRO - 39699

JOSE L B PENA - 40620

JOSE MARCOS GIRARDI - 40609, 40612

JOSÉ RICARDO COSTA DE OLIVEIRA - 40817

JOSEPH FABIANO G SANTOS - 40595

JÚLIA BARBOSA DE MELO GOMES - 40661

JULIA C MOURAO - 40816

JULIA M CLEMENTE - 40816

JULIA M LAMOUNIER - 40662

JULIANA COSTA - 40980

JULIANA GOMES DE SOUZA - 40858

JULIANA RODRIGUES SOARES - 40668, 41010

HHEBERT G MUNIZ - 39699

HEBERT SOARES BERNARDINO - 40980

HELDER PEREIRA DE FREITAS - 41047

HENRIQUE M B BERBERT - 41014

HENRIQUE A B CAMPOS - 40705

HENRIQUE BARROSO MOREIRA - 40956, 40975

HENRIQUE CANDIDO GONCALVES DE OLIVEIRA - 40913, 40927,

41008, 41017, 41021

HENRIQUE DE MATOS BALMANT BERBERT - 41012

HENRIQUE P M PENA - 38613, 39697, 39698, 39699

HENRIQUE SILVEIRA COSTA - 40651, 40652

HUGO ASSIS MARTINS DA COSTA - 40957

HUGO FREITAS BARROS - 41008, 41021

HUGO LEONARDO MARQUES MAGNO - 39679

HUGO VARGAS FILHO - 39640

IIARA M CASTRO - 40579, 40696

IDÁLIA DE SOUSA ANDRADE - 38467, 40610, 40611

IGOR B OLIVEIRA - 40653

IGOR DE MELLO ALVIM - 40858

IGOR GENEROSO MAGALHAES BARROSO - 41021

IGOR ROCHA BARROS - 40641, 41059, 41063, 41067

IGOR ULLOA DA CUNHA - 39032

ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA - 40898

ILNEI PEREIRA FILHO - 39640

ISAAC H SAMPAIO - 40620

ISABELA LOPES TIAGO - 40913, 41000

ISABELA V PAIVA - 40598, 40600, 40601

ISABELA VIANA DE PAIVA - 41019

ISMAEL XAVIER RIBEIRO - 40603, 40604

IVAN F FREITAS - 40580

IVANA SENA DO NASCIMENTO - 41046, 41048

IVNA MARIA MELLO SOARES - 40199

JJACQUELINE ISAURA ALVAREZ LEITE - 40954

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

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Page 51: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

LIVIA ARAUJO PEREIRA - 40628, 40656, 40699, 40701, 40997

LORENA SILVA FONSECA - 40665

LOURENÇO GALLO JUNIOR - 39680

LUANNA SILVA ALMEIDA - 41023

LUCAS CARVALHO DURAES PENA - 41065

LUCAS CIRILO FERNANDES - 40992

LUCAS CORCINO DOS SANTOS - 40602

LUCAS L JUNQUEIRA - 40582

LUCAS LODI JUNQUEIRA - 41010

LUCAS PINHEIRO CARDOSO DIAS - 40654

LUCAS QUEIROZ FERNANDES CAMPOS - 40668

LUCIA CAMPOS PELLANDA - 39636

LUCIANA FERREIRA LEITE - 40595

LUCIANA FERREIRA STAUFFER - 40707

LUCIANA GONTIJO VIVIAN - 40980

LUCIANA MILAGRES DE LIMA - 41017

LUCIANO L LUCCA - 40899

LUISA FREIRE PEDERNEIRAS BARBOSA - 41010

LUIZ ALBERTO PIVA E MATTOS - 39640, 39643

LUIZ ANTÔNIO ALVES DE ABREU - 41056, 41069, 41070

LUIZ CHAVES MENDES - 40867, 40980

LUIZ CLAUDIO MOREIRA LIMA - 41058, 41061

LUIZ F P NORONHA - 40598, 40601

LUIZ G Z HERNANDES - 40899

LUIZ GUILHERME PASSAGLIA - 40928

LUIZ PAULO ARREGUY NOGUEIRA - 40642

LUIZA CORRADI DE FARIA - 40642

MMAGNA CRISTINA SILVA MOREIRA - 40220

MAIRA DUARTE FERREIRA - 40913

MAIRA MAGALHAES GOMES - 40709

MANOEL AUGUSTO BAPTISTA ESTEVES - 40705

MANOEL O C ROCHA - 40976

MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA - 40651, 40652

MARCELA F RIBAS - 40662

MARCELLE SA MACHADO DE ARAUJO - 40614

MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO - 40288, 40560

JULIANO PEREIRA CANDIDO - 40595

JULIMAR PEREIRA DA SILVA - 40858

JÚLIO CÉSAR CRESCÊNCIO - 39680

JULLIANO NOGUEIRA SANTOS - 41052

KKACIANE K B OLIVEIRA - 40579, 40696

KARLYSE CLAUDINO BELLI - 39636

KÉCIA CRISTINA FARIA DE OLIVEIRA - 40898

KENIA EDMUNDA DAMASCENO ROCHA - 41059, 41063, 41067

KLEISSON ANTÔNIO PONTES MAIA - 41019

LLAIANA ALVES ANDRADE - 41039

LAIS L N SANTOS - 40600

LANDERSON FURTADO FONSECA - 41052

LARA MARTINS PINTO - 40595

LARISSA PEREIRA RIBEIRO - 41023

LAUREN M POCAS - 40653

LAURO CESAR DOS SANTOS - 40595

LAYLLA KRISTYNA REZENDE BREVE - 40791

LEANDRO CAETANO PIMENTEL - 40858

LEANDRO L FERREIRA - 40673

LEANDRO LEO FERREIRA - 40676, 40679, 40694

LEANDRO PIVA FIORAVANTE - 40858

LEONARDO S RIBEIRO - 39698

LEONARDO ALEXANDRE GANDRA - 40698, 40701, 40867, 40997

LEONARDO ANTUNES MESQUITA - 41056, 41069, 41070

LEONARDO BONISSON - 40682

LEONARDO GRECO MACHADO - 40913, 40927, 41017

LEONOR O DINIZ - 40816

LEONOR DE OLIVEIRA DINIZ - 40709

LIGIA ARANTES NEVES DE ABREU - 41056, 41069, 41070

LILIAM F RIBAS - 40620

LILIAM FIGUEIREDO RIBAS - 40647, 40648, 40649, 40650, 40837,

40945, 40988

LISSANDRO GUALBERTO TEIXEIRA - 40662

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

43

Page 52: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

MATHEUS G F SANTOS - 40653

MAURO I PENA - 41014

MAURO ISOLANI PENA - 40926, 40935

MICHELE PALMEIRA DA SILVA - 40614

MICHELLE C GALBAS - 40579, 40696

MICHELLE MARTINS ABRAHÃO - 40957

MIGUEL ANGEL FLORES NUNEZ - 40639, 40643, 40645, 40655

MILENA S MARCOLINO - 40644, 40678, 40682

MILENE SOUZA CASTRO - 40867, 40980

MILTON SOARES CAMPOS NETO - 40637, 40639

MIRIAN ELIZABETE DE SOUZA VIEGAS - 40972

MITERMAYER REIS BRITO - 40948

MONICA H FALEIROS - 39697

MONICA HERMONT FALEIROS - 40708

N

NADIR P S CRUZ - 40620

NADIR PRISCILA SILVA DA CRUZ - 40656, 40699

NAJLA B S VAZ - 41045

NATALIA DE SA MORAES - 41000, 41008, 41021

NATALIA MARTINS BERNARDES - 40661

NATALIA SALDANHA NUNES SANTOS - 39790

NATHALIA BONFOGO - 40898

NATHALIA PASSOS ALVES - 40160

NAYANNE A TEIXEIRA - 40596, 40859, 40860

NAYARA PERES AGUIAR - 40665

NICOLAU ZACHARIAS ABRAHÃO FILHO - 40957, 41023

NICOLE DE PAULA AARÃO FALEIRO MAIA - 40651, 40652

NOEMIA DA COSTA - 41056, 41069, 41070

O

ODILON GARIGLIO ALVARENGA DE FREITAS - 41056, 41069, 41070

OLIVIA P LOIOLA - 40644

OTAVIO BERWANGER - 39640, 39643

MARCELO BRAGA IVO - 41061

MARCELO CÉSAR GARCIA CARNEIRO - 41046, 41048

MARCELO HENRIQUE BORGES - 40253, 40602

MARCELO M COELHO - 40653

MARCIA M BARBOSA - 40976

MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA - 40651, 40652

MÁRCIO ABDALLA DE ABREU PIMENTA - 40661

MARCO ANTÔNIO MOURA - 40666, 40691, 40693, 40706

MARCOS A M A JUNIOR - 39697

MARCOS A MARINO - 41014

MARCOS ANTONIO MARINO - 40926, 40935, 41012, 41058, 41061

MARCOS ROBERTO DE SOUSA - 40928

MARCUS DE OLIVEIRA - 40653

MARCUS VINICIUS HENRIQUES DE CARVALHO - 40636

MARCUS VINICIUS MEDRADO AMORIM - 41000, 41008

MARGARET ASSAD CAVALCANTE - 39643

MARIA B M ALKMIM - 40644, 40678, 40682

MARIA D C P NUNES - 40579, 40976

MARIA DA GLORIA C.HORTA - 40655

MARIA DE FATIMA MARTINS GIL DIAS - 38467, 40610, 40614

MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES - 40651, 40652, 40668, 41010

MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA - 40708

MARIÁ LIBÓRIO P LEITE - 41039

MARIA TERESA DE ABREU CURSINO - 40858

MARIANA ANDRADE COSTA - 40791, 41023

MARIANA BARRETO MARINI - 39679

MARILIA DOS SANTOS ANTONIETTO - 40597, 41052

MARILIA RIBEIRO DE AZEVEDO AGUIAR - 40654

MARINA PEREIRA MAYRINK - 40642

MARINA SANGLARD SOARES - 40791, 41039

MARINA TACLA SAAD - 40654

MARIO HENRIQUE VEIGA MEIRELES - 40595

MARIO LUCIO FRANCO PEREZ - 40643, 40645, 40655

MARYANE MONIQUE MAGALHAES - 40290

MARYANNE CARNEIRO MERCES - 40677

MATEUS ARANTES PRATA - 40623

MATEUS DINIZ FREIRE - 41065

MATHEUS ALVIM SILVEIRA DINIZ MACHADO - 40791

MATHEUS CASTELO PRUDENTE - 40992

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

44

Page 53: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

RALDNER B E REGES - 40662

RALDNER BORGES E REGES - 40702, 40972

RAPHAEL C M IANI - 40899

RAPHAEL CAMPOS DE MELO IANI - 40964

RAQUEL DE SOUZA NOVAES COSTA - 40927

RASIVEL R S JUNIOR - 40644

REGIANE URBANO - 41010

RENAN SANDOVAL DE ALMEIDA - 40623

RENATA TEIXEIRA MARTINS - 41047

RENATO AFONSO SALGADO - 41047

RENATO ALVES CARVALHO - 41065

RENATO R RABELLO - 40705

RENATO S VENTURA - 40705

RENATO SOARES VENTURA - 40913, 40927, 41017

RENZO A L MAIA - 40596, 40859

RENZO ANTÔNIO DE LARA MAIA - 40964

REYNALDO DE CASTRO MIRANDA - 40956, 40975

RICARDO A B SCARPELLI - 40859, 40860

RICARDO N B MELLO - 40596, 40859, 40860, 40899

RICARDO NEGRI BANDEIRA DE MELLO - 40964

RICARDO WANG - 40637, 40639, 40643, 40645, 40655

RITA C L PAULA - 38613, 40673

RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA - 40676

ROBERT W A ALCANTARA - 40580

ROBERTA LONGO MACHADO - 40898

ROBERTA ROMEIRO VANNUCCHI - 40661

ROBERTA VALERIO DE ARAUJO NAVES - 40628, 40656, 40701,

40997

ROBERTO DELLA ROSA MENDEZ - 40707

ROBERTO JOSE DE QUEIROZ CREPALDI - 40926, 40935

ROBERTO L MARINO - 41014

ROBERTO LUIZ MARINO - 40926, 40935, 40948, 41012, 41058,

41061

ROBERTO MAGNO VIEIRA DE OLIVEIRA - 40587

ROCHELLE COPPO MILITÃO - 40679

RODOLFO FERREIRA QUEIROZ DE MELO - 40623

RODRIGO CUNHA DE SOUSA - 39032, 40191

RODRIGO DE CASTRO BERNARDES - 40926, 41058, 41061

RODRIGO Q LINHARES - 40673

RODRIGO QUINTINO LINHARES - 40676, 40679, 40694

PPAOLA ISABELLE MARIANO - 39790

PATRICIA MARTINS - 40643, 40645

PAULA CRISTINA DE FREITAS - 40191, 40196

PAULA JANUÁRIA FIGUEREDO BRAGA - 40587

PAULA SOUSA CARDOSO - 40957

PAULA T B ELIAS - 40580

PAULO C F FURTADO - 38613

PAULO FREDERICO CAMBRAIA ESTEVES - 41052

PAULO S BRANDÃO - 41045

PAULO SERGIO DE OLIVEIRA CAVALCANTI - 40677

PAULO YURI S DE ANDRADE - 40220

PEDRO DAMIAO JANSEN - 40651

PEDRO F S CUNHA - 40976

PEDRO GONTIJO PUBLIO - 40628, 40701, 40867, 40997

PEDRO H A LIBÓRIO - 40580

PEDRO HENRIQUE MAIA NOGUEIRA DA SILVA - 40957

PEDRO HENRIQUE SCHEIDT FIGUEIREDO - 40652

PETER MACFARLANE - 40678

POLIANA DE SOUZA BRITO - 40898

POLLYANNA ANTONIA DUARTE VITOR - 40288, 40560

PRISCILA B BARBOSA - 40580

PRISCILA LIMA TAVARES - 40668

PRISCILA NASSER DE CARVALHO - 40636

PRISCILA OLIVEIRA BARBOSA - 40647, 40648, 40649, 40650, 40837,

40988

PRISCILLA F O PASSOS - 40644

RRAFAEL M MARIANP - 40600

RAFAEL O CARDOSO - 40646

RAFAEL ALVES CARVALHO - 41065

RAFAEL AUGUSTO DE MELO VARGAS - 41023

RAFAEL DA CUNHA COSTA MUNDIM - 40253, 40602

RAFAEL DA MOTA MARIANP - 41019

RAFAEL PINHEIRO DE AZEVEDO - 40665

RAIMUNDO A MELO - 40705

RAISSA SOUSA AMARAL - 39790

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

45

Page 54: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

THIAGO AMORE DE CASTRO - 41065

THIAGO D BRAGA - 40646

THIAGO DA ROCHA RODRIGUES - 40698, 40867

THIAGO MARINHO G. V. PRADO - 38467, 40610, 40611, 40614

THIAGO NEVES DA ROCHA REIS - 41010

THIAGO R FAGUNDES - 40596, 40859, 40860

THIAGO ROCHA FAGUNDES - 40964

TIAGO F G S PEREIRA - 40597

TIAGO FABRICIO GUALBERTO SILVA PEREIRA - 38467, 40610,

40611, 40614, 40702

TOMAS FURTADO REIS - 41052

TULIO VELOSO E LOPES - 40709

UBIRAJARA LIMA FILHO - 40705

VVAGNER VINICIUS FERREIRA - 41059, 41063, 41067

VINICIUS DOS REIS SILVA - 40635

VINICIUS GABRIEL COSTA LOPES - 39573

VINICIUS NASSER DE CARVALHO - 40636

VINICIUS PEDRO ALMEIDA VALENTIM - 40637, 40639, 40643,

40645, 40655

VIOLETA BENDEZÚ GARCIA - 40611

VITOR A B E SILVA - 40816

VITOR COLARES FERNANDES GIRALDES - 40957

VITOR FREITAS FONTES - 40956, 40975

VIVIANE S JANUARIO - 40580

VIVIANE DINIZ DE RESENDE - 39790

VIVIANE MARIA MAIOLINI - 40661

VIVIANE SANTUARI PARISOTTO MARINO - 40935

WWALDIANE FERNANDES - 38467, 40610, 40611

WALTER RABELO - 40926, 40935, 41012, 41014, 41058, 41061

WILLE DINGSOR SOUZA PEREIRA - 40641, 41059, 41063, 41067

WILLIAM ANTONIO M. ESTEVES - 40668, 41010, 41052

WILSON LUIZ PRADO PENA - 41059, 41063, 41067

YORGHOS LAGE MICHALAROS - 40595

RODRIGO RODRIGUES BATISTA - 41046, 41048

RODRIGO SANTOS AGUILAR - 40595

RODRIGO V PAIVA - 40598, 40601

RODRIGO VIANA DE PAIVA - 41019

RONALD DE SOUZA - 40926, 40935

ROSALEE B MAULAZ - 40646

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA - 40288, 40290, 40560

RUBENS MENDONÇA JÚNIOR - 41039

SABRINA BERNARDEZ PEREIRA - 39643

SSAMIR IDALÓ - 40160

SAULO A LIMA - 40637

SAULO AUGUSTO DE LIMA - 40643, 40645, 40655

SAULO CERQUEIRA DE AGUIAR SOARES - 40199

SAULO EMANUEL BARBOSA DE OLIVEIRA - 41021

SAULO RODRIGUES DE OLIVEIRA LEITE - 41047

SAVIO AUGUSTO SILVA DE SOUZA - 40597

SERGIO CASTRO PONTES - 40858

SERGIO CORREA PRATA - 40623

SÉRGIO JUNIO DOS SANTOS - 41039

SERGIO NAPOLEAO GONCALVES - 40595

SHAIDY ALVES BOAVENTURA - 41023

SHEILLA ROCHA RABELO - 41023, 41039

SHIRLEY FERNANDA CALDEIRA COGO - 40898

SILAMAR BREDER DE SOUZA - 41056, 41069, 41070

SILEMA TURIA MARINHO CARNEIRO - 41008, 41017

STELLA C S SOUZA - 40976

SUSANA DRUMOND PERES - 41047

TTAMIRES FREITAS BRAGA - 40957

TATIANA RAMOS FONSECA - 40954

TEREZA AUGUSTA GRILLO - 40975

THAIS A R LAGE - 40976

THAIS LINS DE SOUZA BARROS - 40668

THAIS R LEMOS - 40644

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

46

Page 55: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia

Arq Bras Cardiol 2015; 105(1 Supl.2): 1-47

Resumos Temas Livres

YYORGHOS LAGE MICHALAROS - 40595

YURI C RODRIGUES BECKEDORFF BITTENCOURT - 40661

ZZANDONAI MIRANDA - 41059, 41063, 41067

ÍNDICE REMISSIVOPOR AUTOR E Nº DO TEMA

47

Page 56: XXV ConGResso da soCiedade mineiRa de CaRdioLoGia