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Revista online com o tema "REDE SOCIAIS" desenvolvida para um projeto da Uni-BH.

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editorial

@pontocom | Edição 01 3

Neste momento, vamos con-textualizar o processo de comu-nicação, desde o seu surgimento, necessidade, objetivo e a evolução para que se entenda, com maior clareza, como chegamos às con-temporâneas redes de relaciona-mento on-line. Isso nos servirá como um “guia” para entendi-mento das etapas comunicacio-nais, para detalharmos, em outros momentos, todas as ações dispo-níveis e possíveis atualmente.

Todo processo se iniciou no mo-mento que o homem teve neces-sidade de comunicar com seus se-melhantes para que sobrevivesse. As novas descobertas proporcio-naram facilidades para essas tro-cas de informações, sendo o fogo, a roda, a eletricidade, o carro, o avião, até chegarmos à internet.

Essas mudanças drásticas quanto aos meios de comunicação muda-ram muito o cenário atual. Afinal, passou-se da época em que se tinha uma televisão em preto e branco na sala, para o acesso a internet em altíssima velocidade, redes de comunicação e acesso a sites de pesquisa que já possuem um ban-co de memórias que gravam saus preferências, reconhecidamente. Isso proporcionou um avanço das mídias fenômenos econômicos e sociais como a globalização.

Universalizar informações, “apro-ximar” regiões e pessoas que se en-contram em distâncias continentais são só algumas das muitas vanta-

gens dessa evolução que possibilita um enorme fluxo de informações, quebrando qualquer fronteira.

Esse novo mundo aparenta ser perfeito, pois em apenas um cli-que pode-se entrar em contato com novas culturas, fazer novas amizades, ou até mesmo con-seguir um emprego. É um mun-do de possibilidades em nossas mãos. Mas os aspectos negativos também existem, visto que, uma pesquisa revela que muitos jovens têm passado mais de quatro ho-ras seguidas em frente ao compu-tador. Esse dado revela que nossa sociedade vem se transformando por inteiro em relações online, pois a falta de tempo e a correria do dia-a-dia exigem praticidade. Um exemplo disso é conversar via MSN em lugar de marcar um en-contro e colocar o papo em dia.

Esse exemplo nos defronta com a seguinte indagação: será que es-tamos mais globalizados no que se refere à comunicação ou esta-mos indo em direção ao distância-mento das relações reais?

O nosso objetivo geral, neste tra-balho, é mostrar como se desen-volveu a comunicação e mostrar o rumo que ela tem tomado, in-formando e alertando as possíveis consequencias, procurando utili-zar desse novo modelo de comu-nicação que se tornou tão popular, apenas como uma nova ferramen-ta e uma forma de entreterimento para todos os internautas.

Da palavra ao hiperlink

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4 @pontocom | Edição 01@pontocom | Edição 014

direção de arte e edição: Tamara Lacerda

Ilustração: Tamara Lacerda, Filipe Muniz,

Planejamento: Cynthia Enoque F. de Oliveira

Colunistas: Filipe Baxter

Bruno Martins, Lauro Monteiro, Mario Silva,

Adriean Koleric, Etore Cavaliere e Marcelo Augusto

Gabriela Mourão

Giselle Tamara

Raphael Pires

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expediente

Page 5: Revista @pontocom

cibercomunicação

sumárioTeorias da Cibercomunicação

Cultura das mídias e linguagens Híbridas

Mediação

Interação Mútua e Reativa

Comunicação praxiológica

Pós-modernidade

Linguagens híbridas

O que é virtual?

2.0

Remediação, hipermediação e imediação

Complexidade

Gaviões da Fiel: Paixão ou confronto?

Redes Socias e o novo consumidor

Cidadania e Redes Sociais

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cibercomunicação

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cibercomunicação

Nos moldes da sociedade atu-al, está cada vez mais difícil defi-nir o certo ou o errado, o belo e o feio, o bom e o ruim. Em tempos de “transmodernidade”, as coisas nunca estiveram tão “à escolha das pessoas”, as barreiras foram que-bradas. Comunicação em qualquer lugar e à sua maneira, pois o indivi-dualismo reina em meio às tribos, que tentam impor suas marcas. O futuro nunca foi tão misterioso quanto agora. Em vez de se olhar para frente, olha-se para trás.

Não é a toa que vemos o retrô em todos os setores. E ele não vem sozinho. O retrô, o remix, a mistura de estilos estão se tornando cada vez mais comuns em um mercado em que o consumidor quer se asse-melhar a um grupo, mas, ao mes-mo tempo, quer impor sua perso-nalidade. Em um mercado em que o consumidor não quer novidades, e sim afirmação do que já sabe. Não quer novas tecnologias, quer acesso e personalização da mesma. Tais circunstâncias levam à ciber-comunicação, tempo em que todos se encontram e que a convivência com a comunicação em si, nunca foi tão interativa.

Caracterizada por uma época de transformações, com excesso de informação, heterogeneidade e individualismo, esse processo teve início com a necessidade de apri-moramento da comunicação, a par-tir do momento em que o receptor

já se sente entediado em somente absorver, tornando-se necessário criar meios de interatividade.

Trata-se, então, de um momento de multifuncionalidade. Temos toda uma rede com recursos infinitos, o que torna fácil o questionamento e a interação com as respostas, o que gera então uma nova fase, tornado o indivíduo dependente das mídias para sua dose de atualização diária, dose que se faz necessária para a interação no meio.

Não é mais necessário sermos idênticos, afinal diante da informa-ção e da personificação não existe somente um modelo com um re-sultado para a massa, mas sim uma especialização do que voce indiví-duo pensante e recíproco deseja.

Diante dessas diferenciações dos indivíduos, deparamo-nos com a necessidade de uma mediação em qualquer passagem de infor-mação, pois as diferentes culturas resultam em vários sentidos atri-buidos nas coisas, e é essa media-ção que proporcionará o sentido único, direto.

Estamos vivendo em proces-so de adaptação às tecnologias e suas mídias, onde o homem têm buscado cada vez mais vivenciar diferentes sensações, que ultra-passem o mundo real, através do mundo virtual.

Todo esse processo se dá a uma constante busca do prazer, do conforto e à fuga do previsível.

Teorias da cibercomunicação

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Ilustração: Etore Cavaliere

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cibercomunicação

Em meio a tantas evoluções e mudanças no dia--a-dia, é comum as pessoas pensarem que estão na era digital, que tudo está completamente re-volucionado e não tem mais volta. Não estão de todo errado.

As novas tecnologias mudaram e ainda estão mudando drasticamente o cotidiano do contex-to atual, porém, é justamente nesse “ainda” que esbarramos. A cada dia surgem turbilhões de no-vidades, informações advindas de todos os luga-res, mas, estas não conseguiram extinguir outras formas de comunicação.

Todas estão convivendo e convergindo no espa-ço. Essa convivência e convergência simultâneas, caracterizam, agora, a chamada Cultura das mí-dias, de acordo com Lúcia Santaella.

Nesse momento, podemos dizer que a socie-dade se encontra em transição. Nem cultura de massas, nem cultura digital. É fato que a comu-nicação está cada vez mais individualizada, cada vez mais novas tecnologias estão sendo utiliza-das, mas ainda faz parte do dia-a-dia a mídia im-pressa, mídias analógicas etc.

Cultura das mídias e Linguagens

Híbridas

Ilustração: Etore Cavaliere

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@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Nesse contexto de conver-gência e cnvivência de mídias a que Santaella denomina “cul-tura das Mídias”, os aparatos tecnológicos são extremamente importantes. No entanto, para explicar as mudanças comuni-cacionais experimentadas na cultura das mídias, faz-se neces-sária a análise de algo que vai além da superficialidade delas em si: a linguagem.

Por mais que haja uma digi-talização (que ainda não ocor-reu propriamente), não existe comunicação sem linguagem e o que está acontecendo ago-ra é que elas estão apontando para uma única direção. A lin-guagem áudio se mistura com a escrita, que se mistura com a visual e assim por diante. As matrizes da lingiagem, ante se-paradas e encerradas em mí-dias específicas, agora se tor-nam fluidas com a presença do comutador, capaz de abrigar todas, ao mesmo tempo.

As mídias que proporciona-ram e ainda estão proporcio-nando essa convergência das linguagens estão nos treinando e incentivando a buscar a indi-vidualização da mensagem, o que provavelmente será algo comum na era digital. A cultu-ra das mídias permite a mistu-ra das linguagens e aos poucos

está preparando a sociedade para o digital. Um treino, um momento de transição, pode--se assim dizer.

Para uma melhor compreen-são do fenômeno, foi propos-ta, por Santaella, uma divisão em eras de cultura, mas não de uma forma linear e sim de uma forma simultânea e mais uma vez, caindo na convivência de linguagens. As eras são as culturas oral, escrita, impressa, de massa, das mídias e a digi-tal; mas isso não quer dizer que toda mensagem deve se encai-xar a apenas uma delas.

As linguagens e mídias vão se transformando, sofrendo muta-ções. Pegam um que daqui, ou-tro dali e vão assim formando novas formas de comunicação. Talvez essa seja a principal ca-racterística da Cultura das mí-dias: a mutação e mistura cons-tantes da mensagem.

É importante também saber que, além da mutação da men-sagem, a sociedade em que ela se propaga é o principal objeto de mudança, pois as mídias não passam de meios para a comu-nicação, que é feita, sem exce-ções, por pessoas. A linguagem que as mídias carregam, segun-do Santaella, promove mudan-ças em nós, afetando predispo-sições cognitivas e estéticas.

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cibercomunicação

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Vários comportamentos podem ser observa-dos diante dessas mudanças: Santaella catego-riza quatro:

Realista ingênuo, Idealista das redes, Cético e Realista Virtual.

Há aqueles que acreditam que a cibercultura irá “salvar o mundo”, os que esperam acontecer e a que acredito que seja a melhor das posições que é utilizar e estar por dentro das novidades, porém com um olhar crítico em relação a isso.

Enfim, a cultura das mídias é a grande tran-sição de culturas na qual tudo se volta para o individual e, ao mesmo tempo, coletivo. A convi-vência junto à convergência e, principalmente, o humano e a tecnologia. O objetivo é a fusão para que, em um futuro próximo, possamos es-tar acostumados e compartilhar o “verdadeiro” digital com naturalidade, percebendo que as tecnologias estão mudando as pessoas não só no que se diz respeito à mentalidade, mas os costumes, comportamentos e porque não, o as-pecto natural, biológico.

Ilustração: Bruno Martins

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cibercomunicação

Ilustração: Marcelo Augusto (adaptada)

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cibercomunicação

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A teoria da Mediação, de Jesús Martin-Barbero, nos traz algo bem interessante que é a multipli-cidade da interpretação dos sentidos e de como a cultura e a formação da sociedade analisada em seus aspectos diferenciados pode influenciar no entendimento de uma mensagem. Uma coisa que é para um, não é para outro. Barbero coloca em foco a cultura como elemento mediador, retiran-do de cena, a exemplo do que faz Santaella, os aparatos tecnológicos.

A teoria tende a mostrar que por mais que se estabeleça um conceito muito bem definido, a mensagem será desvirtuada em pelo menos al-gum aspecto, mesmo que este seja pequeno. A mensagem será um tanto quanto individualizada, única para cada individuo de acordo com sua in-serção social, cultural etc. Noutros termos, a ten-são social, política, ideológica experimentada em um contexto cultural tende a ser pano de fundo para as significações.

Para melhor categorizar essas influências, Bar-bero propõe a ideia de “Mediação”. A mensagem emissor-receptor não é pura, existe a mediação através da cultura.

Mediação

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cibercomunicação

@pontocom | Edição 0114

Levando para a área da publicidade, existem alguns elementos mediadores de maior influência, principalmente, no que tange à opinião do público-alvo. Um ele-mento mediador que, nas configurações atuais, tem sido muito influente, é o líder de opinião (Two-step-flow- Lazarsfeld).

A mensagem que o emissor transmite sempre passa primeiro pela “análise” do líder de opinião. Em muitos casos, ele direciona seu público ao seu raciocínio, “distorcendo” um pouco a mensagem emitida, ou seja, o caminho seguido tor-na-se emissor-líder de opinião-receptor. Da mesma forma, existem as mediações das instituições sociais.

Como o próprio nome diz, são opini-ões influenciadas por instituições, princi-palmente a Igreja, o Estado, pois mesmo hoje, são instituições de muita influência. Dessa forma, mais uma vez o sentido, a significância da mensagem podem ser al-terados. Outro tipo de mediação, talvez o mais importante, seja o filtro Conjuntural.

Esse se refere à cultura, contexto so-

cial, contexto econômico etc. A mensa-gem emitida por um emissor não pode ser interpretada da mesma maneira por classe A e classe C, por exemplo. Uma mensagem propagada inserida no con-texto cultural brasileiro dificilmente será aceita no Oriente Médio, mais uma vez exemplificando.

A formação das classes ou tribos são determinantes quando se trata do enten-dimento de significados, o que se torna uma mediação considerável em se tra-tando de comunicação. Por fim, ainda existe a mediação Tecnológica. As novas tecnologias trazem novas formas de per-cepção da mensagem, o que da ainda mais possibilidades de o receptor inter-pretá-la à de formas diferentes, depen-dendo do suporte.

A mediação vem nos propor a varia-bilidade de significado, de sentido, que podem ser obtidas de diversas maneiras e que, uma mesma mensagem, pode vi-rar inúmeras dependo do contexto em que será inserida.

Ilustração: Lauro Monteiro

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cibercomunicação

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A constante evolução no mundo da informáti-ca tem movimentado várias questões a respeito da palavra interação. Visto que antigamente ape-nas o emissor era o soberano na comunicação, a interatividade veio para causar diversas dúvidas quanto ao seu conceito.

Alguns estudiodos se propuseram em dedicar seus estudos em busca desse conceito, basendo--se na comunicação interpessoal. Os atores Wat-zlawick, Beavin e Jackson, que escreveram Prag-mática da Comunicação Humana, destacaram em sua obra a relação do indivíduo com seu meio, na qual cada comportamento individual é afetado pelo comportamento dos outros. Concluindo, as-sim que a interação humana é um sistema aberto.

Esse sistema tem como uma de suas proprieda-des a Globalidade, na qual existe apenas um sis-tema e uma interrelação das suas partes. Relação essa que por ser complexa quanto à sua origem conseguimos apenas perceber a sua significação explicada pelo seu próprio sistema.

Interação mútua e reativa

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Interatividade

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cibercomunicação

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Concluido, assim que a interação depende de

todo um contexto e dos seus participantes para

que ela ocorra.

O autor coloca em debate dois tipos de interação:

a mútua e a reativa, percebendo-as nas dimensões

de seu sistema, processo, operação, fluxo, throu-

ghput, relação e interface.

O tipo de interação reativa é aquela que o emis-

sor programa, roteiriza a participação do receptor

emuma gama de escolhas pré-determinada, que a

caracteriza como um tipo de interação limitada.

Sua decodificação se liga por programação (ação in-

voluntária), havendo apenas relações lineares. Essa

relação não efetua trocas com o ambiente sem evo-

lução no sistema.Se baseiam no objetivismo.

O tipo de interação mútua se dá a uma resposta

autônoma, criativa e não prevista pela audiência, na

qual cada mensagem recebida poderá ser interpre-

tada e decodificada, gerando uma nova codificação.

Isso ocorre pela relação constantemente construí-

da pelos integrantes que se baseiam no relativismo

voltados para a evolução e para o desenvolvimento.

Esses estudos foram feitos para contribuir o

aprendizado a respeito da interação. Portanto tor-

na-se necessário a ampliação e o envolvimento em

participar da construção de todo o processo.

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cibercomunicação

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Ilustração: Filipe Muniz e Tamara Lacerda

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cibercomunicação

19@pontocom | Edição 01

De acordo com os processos que a comunicação vem sofrendo, pode-se considerar duas concepções de comunicação: comunicação epistemológica X comunicação praxiológica.

Em suma, a epistemologia (ref. Ciência) ressalta apenas a transferência da informação, diferente-mente do modelo praxiológico (ref. prática social) na quaç a informação é constituída de maneira orgânica e coletiva.

O modelo epistemológico a natureza comunica-ção como uma ciência que tem como papel a fun-ção a transmissão de mensagens pré-determinadas. Os sujeitos participantes são monológicos e univa-lentes e a linguagem é mera representação do real de maneira descontextualizada.

Na relação comunicação/vida social, elas são instâncias separadas pois a comunicação é “ar-quitetada” para otimizar as relações.Dicotomia mundo-comunicação.

O modelo praxiológico, em contrapartida, conce-be a comunicação como uma construção coletiva do sentido em um dado contexto. A comunicação é concebida como uma ação. O papel da linguagem é prestar-se como espaço de constituição e negocia-ção dos sujeitos que são multifacetados.

A linguagem é concebida como um elemento vivo, que só significa em relação ao contexto, a quem diz, a quem ouve, a que se destina, a quem ficou de fora, a que meio lhe serviu de suporte. E sua relação vida/social é tida como um fenômeno social e de instân-cia fundamental para a vida coletiva.

Comunicação praxiológica

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@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

20Ilustração: Adriean Koleric

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21@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

A pós-modernidade é um movimento contem-porâneo. Autores não entram em consenso sobre o começa e o fim da pós-modernidade, e nem so-bre o que ela realmente pode ser considerada.

Alguns dizem ter começado nos anos 60 e cul-turalmente entendida por lógica do capitalismo tardio segundo Frederic jameson, conceituando-a como: verdade, razão, legitimidade, universaida-de, sujeito e progresso. Já Jean-François diz que: “Pós-modernidade caracteriza-se pela increduli-dade do metadiscurso filosófico metafísico”.

A pós-modernidade pode ser caracterizada como uma reação cultural dos ideais modernos, associada à perda de otimismo e confiança no po-tencial universal do projeto moderno, com essa reação cultural a pós-modernidade traz consigo a contraposição aos valores modernos.

O termo “pós-modernidade’ parece ser algo após a modernidade, o que nunca parece acabar, no sentido literal da palavra, o que pode ser con-siderado moderno hoje amanha já nao seja. En-tão, não podemos deixar de ser contemporâneos e assumir de vez a pós-modernidade.

Pós-modernidade

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Ilustração: Filipe Muniz e Tamara Lacerda

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cibercomunicação

Ilustração: Mario Silva (adapatada)

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@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

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Com o avanço da digitalização, o cotidiano tem-se modificado. Entre estas mudanças, algu-mas têm um papel de destaque – estamos expe-rimentado as chamadas convergência de midias e convergência de linguagens.

Texto não é mais apenas texto, e nao se apre-senta somente na forma impressa; áudio não é mais apenas áudio, e não se apresenta somen-te na forma sonora, e daí por diante. A partir do momento que estas linguagens passam a convergir em uma mídia única, ou caminham para isso, surgem dois tipos de documentos cujo prefixo é hiper.

Foi esta digitalização que permitiu que surgisse uma nova forma de apresentação de texto, uma reviravolta na capacidade humana de acesso à informação. O texto, em seu suporte tradicional, rígido e linear – o livro, torna-se uma barreira para o acesso ao conhecimento, uma vez que esta estrutura impõe uma seqüência a ser se-guida pelo receptor da mensagem, muitas vezes desestimulante.

Linguagens híbridas

Ilustração: Mario Silva (adapatada)

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26 @pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Com o hipertexto, a informa-ção pode ser acessada através de vínculos entre os temas à medida que se faz necessário, sem hierarquia entre os tópi-cos. Isso significa que o ho-mem passa a interagir com o texto, e não mais apenas acompanhá-lo. Com esta nova forma, o receptor escolhe qual caminho vai seguir em relação a um determinado tema, se vai se aprofundar nele ou não.

Isso acontece porque o hiper-texto é constituído de partes ou fragmentos de texto, que serão acessados de forma não--obrigatória pelo destinatário. A página (entende-se, a tela), é apenas o vínculo entre aquele texto e um próximo link, de acordo com a escolha do leitor. “O hipertexto não é feito para ser lido do começo ao fim, mas sim através de buscas, desco-bertas e escolhas”. Com isso, o mesmo texto pode ser visto de diversos ângulos, pois seu sen-tido é alterado de acordo com o contexto em que é acessado.

A mensagem passa a ser con-tinuamente variável, dando ao texto a sensação de ter sido dirigido a quem o lê. Não há começo, meio ou fim, pois o mundo digital torna as idéias não-lineares. E este é apenas um dos méritos desta digita-

lização. Os hiperdocumentos (nota-se que “hiper” refere-se à estrutura complexa a-linear da informação), constituem-se não apenas de textos, mas são capazes de disponibilizar som, fala, ruído, desenhos, gráficos, vídeos, fotos, etc, ou seja, mul-timídias. E é a “combinação de hipertexto com multimídias, multilinguagens, que passou a ser chamada de hipermídia”.

A hipermídia é uma exten-são do hipertexto, pois permi-te acrescentar aos textos to-das as espécies de elementos audiovisuais, além dos diver-sos grafismos já utilizados (fi-guras, diagramas, etc). Mérito da digitalização. “Antes dela, os suportes eram imcompatí-veis: papel para texto, pelícu-la para fotografia, fita magné-tica para som”.

O desenvolvimento da mul-timídia permitiu (ou vem per-mitindo) a convergência das mídias, surgindo uma nova linguagem capaz de unir todas aquelas em uma mesma esfera, o computador.

A imagem, o filme, o som, passam a ser vistas como o texto, devendo ser “aten-ciosamente lidas, analisadas, comparadas a seu contexto, como aprendemos a fazê-lo no campo da escrita”.

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cibercomunicação

Ilustração: Lauro Monteiro

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28 @pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Fonte: flick.com

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29@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Levando-se em consideração as conseqüências dos impactos causados pela novas tecnologias de comunicação, a principal é a “virtualização” de muitos aspectos da vida humana.

Mas afinal o que é virtual? E o principal até que ponto nossa vida permanece na realidade?

Para Pierre Lévy, a virtualização afeta, direta-mente, os corpos, a economia, a sensibilidade e a inteligência das pessoas. E a prova disso, é a atual reconfiguração da sociedade devido aos efeitos das novas tecnologias em nosso dia-a-dia.

Temos como características, o constante fluxo de pessoas por todo o mundo, transações finan-ceiras virtuais, o que altera totalmente o proces-so antigo de compra e venda, temos próteses, transfusões, cirurgias plásticas, academia, e to-dos aparatos tecnológicos que nos aproximam a uma tendência virtual.

Mas temos como principal aspecto a mudança do cognitivo, a grande oportunidade de troca de expe-riências e interação, proporciona um conhecimento coletivo, aprimorado, e principalmente acessível.

O virtual não é então algo contrário a realida-de, já que o idealizado pode vir a ser concretiza-do. Para Levy, o virtual é algo contrário ao atual, todos nós pensamos estarmos em uma fase ‘vir-tual’, enquanto Pierre afirma que estamos em um momento de transição, e ainda não alcança-mos essa fase virtualizada.

Cabe a sociedade então somente tirar proveito do momento para o aperfeiçoamento individual, nos tornando questionadores e ativos.

O que é Virtual?

Page 30: Revista @pontocom

30 @pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Ilustração: Mario Silva

Page 31: Revista @pontocom

31@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Nas atuais relações do homem com as mídias,

reconfiguram-se algumas maneiras de intera-

ção. Bolter e Grusin nos apresentam a Reme-

diação, por meio da qual informações anterior-

mente passadas são novamente veiculadas.

Claro que com as desvirtuações comuns, po-

rém com técnicas de persuasão e melhorias.

Melhorias, que são proporcionadas por uma re-

modelação no modo qual serão transmitidas,

ou seja ocorre uma repaginação na mídia a ser

utilizada. Estas alterações permitem que ao re-

ceptor mútua alteração e um maior número de

recursos para o repasse desta mensagem.

Essas mudanças ocorrem de forma que o re-

sultado seja proveitoso, o que proporciona o

que é chamado de Hipermediação, que é o au-

mento já desejado do número de mídias, a mes-

ma funciona com uma explicitação da própria

mídia para o observador.

Remediação, Hipermediação e

Imediação

Page 32: Revista @pontocom

@pontocom | Edição 0132Ilustração: Lauro Monteiro

Page 33: Revista @pontocom

33@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Outro tipo de relação com a mídia é a Imidia-

ção, que tem como função entreter o observa-

dor de forma que ele se esqueça da presença

mídia, ou que perceba que é um veículo de pu-

blicidade. A forma para isso é fazer apresenta-

ções estimulando a realidade.

Estes segmentos proporcionam o que pode-

mos chamar de confortável, afinal a mensagem

a ser passada será transmitida com tanta ênfa-

se quanto se faz necessário para que seja cap-

tada, porém discretamente de forma que não

seja invasiva, nem perturbadora.

Todas estas técnicas atuam para uma espe-

cialização no cliente \ observador, e claro, em

uma personalização do produto, afinal, para se

passar uma mensagem que seja efetivamente

vendida é necessário ser convincente a ponto

de mostrar que aquilo que esta sendo passado

é necessário ao receptor.

Page 34: Revista @pontocom

34 @pontocom | Edição 01

cibercomunicação

Ilustração: Tamara Lacerda

Page 35: Revista @pontocom

35@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

De todas as nossas relações, se analisarmos, sem-pre haverá algo que pode ser visto de forma diferen-te. Na nossa vida, nos deparamos á possibilidades e diferentes análises desde o momento que resol-vemos de que lado da cama acordar até em quais situações iremos ou não nos fazer presentes.

A partir do segundo em que fomos colocados no mun-do estamos sujeitos a análises simplistas e complexas.

Nossa sociedade desde o primeiro momento é CRIADA para análises simplistas, por meio das quais a informação passada é assimilada e consentida. Po-rém, o simplismo nos leva então ao pensamento de que toda e qualquer situação só existe uma forma de análise e que todas as pessoas que a fizerem não terão questionamentos.

Porém, como existem formas diferentes de pensar, conseguimos chegar a teoria de Maturana, na qual a estrutura muda continuamente de acordo com a interação do organismo no meio”. Conseguimos, en-tão, chegar à percepção de que o pensamento com-plexo foi criado por ninguém mais que nós mesmos, afinal as análises secundárias, entrando em choque com as primarias, criam um novo sistema.

Este sistema é caracterizado pela diversidade, que é considerada a essência da cidadania, por exemplo, sem um olhar crítico sobre diferentes atitudes ou ações dos que nos rodeiam, não podemos julgar o que considera-mos certo ou errado, para convivermos em sociedade, deve-se respeitar o próximo, e para que haja esse con-senso, deve existir participação nas redes de conver-sação, o que gera crescimento em uma cultura, que é então adquirir e desenvolver a cidadania.

As considerações principais são a percepção de que é ne-cessário a junção das visões lineares com a sistêmica, para que tenhamos uma visão mais ampla sobre as formas de entender o ser humano e suas culturas e o aperfeiçoamen-to da comunicação e das relações interpessoais.

Complexidade

Page 36: Revista @pontocom

Redes Socias

@pontocom | Edição 0136

Redes sociaise o novoconsumidoR

>>>

Page 37: Revista @pontocom

@pontocom | Edição 01 37

Redes Sociais

Rede Social é uma forma de

relacionamento afetivo ou pro-

fissional fundamentada por

interesses comuns. Por meio

dela, pode-se compartilhar

amigos, ideas, discussões, troca

de conhecimentos entre várias

outras coisas.

Hoje em dia já existem várias

ferramentas que proporcionam

esas trocas, os sites de redes so-

ciais online, como Orkut, Face-

book, Hi5 etc.

Apesar de ser mais ágil e

abrangente a relação via site

de redes sociais diminui o rela-

cionamento interpessoal afas-

tando certos laços de amizades

próprios do presencial, além

de colocar em contato pesso-

as desconhecidas que poderão

criar um vínculo, seja ele qual

for com pessoas de outras cida-

des, estados e países.

Assim, acabamos expondo

informações pessoais nessas

redes sociais e acabamos fican-

do cada vez mais vulneráveis a

elas, tendo vantagens e desvan-

tagens tão fortes não podemos

prever. Onde isso acabará, só

nos resta esperar.

Page 38: Revista @pontocom

38 @pontocom | Edição 01

cibercomunicação

2.0”

Page 39: Revista @pontocom

39@pontocom | Edição 01

cibercomunicação

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2.0

tdoor, e continua online em uma

plataforma interacionista.

A web é apenas um setor de

mudança da era 2.0. Ela mudou os

anúncios, mudou o consumidor,

mudou o profissional e porque

não até a própria publicidade. A

proposta é a participação. Hoje,

percebe-se claramente que as

configurações dos anúncios estão

se modificando. Novos formatos,

novas propostas.

Um anúncio não tem mais uma

idéia pronta e sim, algo a ser

construído. O consumidor deve

se sentir parte do anúncio. Como

consequência, vêm surgindo tam-

bém as agências 2.0, nas quais a

divisão de setores não mais existe,

a criação trabalha junto com a re-

dação, que trabalha junto ao setor

de mídias e assim por diante.

As barreiras das profissões estão

sendo quebradas e a tendência é

de que as equipes dentro de uma

agência sejam cada vez menores.

Esbarramos então em uma nova

forma de relacionamento, também

2.0, a qual envolverá dois elemen-

tos que estão com uma configu-

ração completamente diferente: o

consumidor e publicitário 2.0.

A convergência das mídias têm

propiciado cada vez mais a fusão e

a evolução dos meios de comunica-

ção. Essa evolução nos tem levado

a experimentar uma nova era que

podemos indentifica-la como 2.0.

Esse termo está sendo larga-

mente utilizado em sites, anún-

cio, consumidor , produtos e por

ai vai. Podemos defini-lo, simplifi-

cadamente, como o novo. E esse

novo vem carregado com algu-

mas características peculiares.

A web 2.0, por exemplo, é um

termo criado para definir a nova

geração de comunidades e servi-

ços na internet. A mesma, trata

a web como uma plataforma de

interação, onde vários usuários

podem modificar o meio virtual.

Além de sites de relacionamen-

to, que hoje são os mais comuns,

traz também uma aplicação do

termo em web sites. Relaciona-se

com participação, oportunidade

de escolha. Isso acarretou alte-

rações bruscas para as áreas de

marketing e de publicidade, onde

agora, deve-se criar modos de par-

ticipação do consumidor, como

por exemplo, um anúncio que co-

meça na televisão ou em um ou-

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Cidadania e as redes

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2.0

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Com essas novas tendências, o

consumidor está se tornando cada

vez mais exigente e extremamen-

te infiel. Ele não quer mais infor-

mações e sim confirmações. Não

acredita mais em qualquer coisa e

sobretudo quer exercer a sua indi-

vidualidade, porém, se identifican-

do a um grupo.

Para acompanhar esse consu-

midor, o publicitário também

se transformou. Ele não é mais

aquela pessoa que apenas lança a

notícia para determinado tipo de

público. É do interesse dele saber

o que o consumidor quer, como

ele age, como vive. Tem de haver

uma relação de interpessoalidade.

Exemplo disso pode ser o acompa-

nhamento de pós-venda.

O publicitário quer saber sobre

e agradar o consumidor, mesmo

após a venda, pois sabe que este

consumidor pode ser perdido fa-

cilmente. Enfim, algo que traduz

toda essa “inovação 2.0” podem

ser as redes sociais.

Ali, temos a convivência de di-

versas pessoas, consumidores exi-

gindo o tempo todo, buscando in-

formações e confirmações, mídias

de todas as maneiras agindo si-

multaneamente, relação individu-

al, comunidades específicas entre

outros. Tudo o que o publicitário

precisa para conseguir agradar

e manter relação com este novo

consumidor, que tanto se refinou

na era 2.0 de comunicação.

O comunicador 2.0 é cercado por

tecnologias, está sempre on-line

e se mantém informado através

da net, além de também produ-

zir conteúdo. Ele atua e participa

de um mundo digitalizado e ado-

ra a inovação. Sua geração pode

ser nomeada como “Geração C”,

ou seja,a geração do conteúdo,da

conexão e da colaboração.

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cibercomunicação

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2.0

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Antropologia

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GAviõeS dA Fiel O que move a torcida:

paixão pelo clube ou pelo confronto?

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cibercomunicação

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GAviõeS dA Fiel O que move a torcida:

paixão pelo clube ou pelo confronto?

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Tendo como objeto de pesquisa a torcida orga-nizada Gaviões da Fiel, este estudo antropológi-co pretende, através da observação da comunida-de FIEL BELO HORIZONTE (http://www.orkut.com.br/Man#Community?cmm=81618741) do Orkut, conhecer melhor as ideologias, pensamentos, comportamentos, relacionamentos e costumes desse grupo. Observando alguns fatores presentes dentro da comunidade e ten-do também como informação fatos presentes na mídia, percebemos que existe uma certa agressividade de parte dos membros, o que nos levou a formular o nosso pro-blema de pesquisa:“O que move a torcida: paixão pelo clube ou pelo confronto?”

Para respondê-lo, primeiramente, é preciso que saiba-mos exatamente o que é uma torcida organizada. Assim como qualquer outra forma de descanso ou de distra-ção, as torcidas surgem como forma de lazer de um gru-po de pessoas com uma característica comum, que é a preferência por determinado time. Inicialmente agrega pessoas que querem assistir a um jogo de futebol, mas, com o tempo, começam a se aglomerar e se aliar umas às outras. Assim nasce uma torcida organizada.

Mas uma torcida organizada não é simplesmente aquela que acompanha o time apenas no que diz res-peito a futebol. Como citado por Toledo em seu estudo, “uma torcida Organizada de prestígio é aquela que é no-tada pelos outros, isto é, ou xingada, odiada e vaiada, ou ovacionada e aplaudida pelos pares. Para os torcedores organizados não conta o anonimato. A postura perante o adversário deve exprimir beleza, coreografia, bravura, respeito e aversão”.

Por fim, a torcida organizada deve apoiar e cobrar de seu time e, sobretudo, se impor. No nosso caso, estamos lidando com uma das maiores torcidas organizada do país contando com mais de 80 mil associados fanáticos que levam muito a sério essa ligação da torcida-time, e por isso, são também muito rigorosos quanto ao regimento interno da torcida. Percebemos isso através do trecho de

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um torcedor: Nesse “habitat” corinthiano (estádio) te-mos a função de gritar os 90 minutos em prol de nos-sa ideologia mosqueteira. Ser Gavião é amar e lutar pelos cores do Coringão, não importando se existem ditadores contrários à nossa filosofia. Preto e branco são reflexões de uma vida inteira de dedicação, gló-rias e, acima de tudo, de muita paixão pelas cores do Sport Club Corinthians Paulista. Hoje essa união de corações, chamada GAVIÕES DA FIEL, forma a maior, melhor, mais respeitada e invejada torcida organizada do país. E há anos seguimos o mesmo lema- LEALDA-DE – HUMILDADE – PROCEDIMENTO. (Roberto Daga, sócio nº 03 dos GAVIÕES DA FIEL)

Na comunidade analisada percebemos esse zelo dos torcedores na figura do moderador que auto-riza ou não a participação das pessoas que querem entrar na comunidade avaliando o perfil online das pessoas. Nós vivenciamos essa experiência, esperan-do dias para nos aceitarem como membros. Outra prova do quanto os membros são realmente liga-dos às ações da torcida é vista nesse outro trecho: “Quando adentramos nos estádios, poucos podem

calcular quanto de sacrifício isso nos custa: financeiro, profissional, desprendimento pessoal etc. Mas vamos continuar, hoje e amanhã, pois sempre existirá o grande e eterno Corinthians. Nós somos os GAVIÕES DA FIEL.”

Primeiramente iremos retratar esse envolvimento emocional dos torcedores com o clube e para falarmos disso precisamos citar, mesmo que rapidamente, as raízes culturais que fazem do futebol a principal paixão nacional. Não foi difícil para o futebol, desde que chegou ao Brasil, trazido pelos ingleses, angariar os corações da população. Os motivos são mais simples do que se pode imaginar: precisa-se apenas de uma bola, mesmo que improvisada (pode ser uma laranja, uma meia…) para que

v Uma torcida Organizada de

prestígio é aquela que é notada

pelos outros, isto é, ou xingada,

odiada e vaiada, ou ovacionada

e aplaudida pelos pares.

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cibercomunicação

Ser Gavião é amar e lutar pelas cores do

Coringão, não importando se existem

ditadores contrários à nossa filosofia.Imagem: Rodrigo Gianesi

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cibercomunicação

Ser Gavião é amar e lutar pelas cores do

Coringão, não importando se existem

ditadores contrários à nossa filosofia.

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o esporte seja praticado. Alguns podem me questionar: “E as traves?” – Um par de chinelos, dois cocos verdes – e assim por diante. Em um país de maioria simples, hu-milde, escrava, um esporte em que pouquíssimos recur-sos precisam ser empregados pareceu chegar até como uma solução. “E por que surgem tantos jogadores em nossos campos de várzea?” – Pelo mesmo motivo que surgem tantos tenistas na Argentina, tantos judocas no Japão, tantos jogadores de basquete nos Estados Unidos: em toda esquina existe uma campo de futebol, sendo praticado por pessoas de todas as idades, cores, credos. Se existissem tantas quadras públicas como na Argen-tina, descobriríamos que somos tenistas talentosos. O mesmo acontece com os tatames no Japão, onde o judô é matéria obrigatória na escola, ou com as quadras nos Estados Unidos. A fórmula é simples: só descobrimos nossos talentos, se pudermos testá-lo. Por aí começamos a entender o porque do futebol como paixão nacional.

A paixão pelo confronto, cultural, chega a ser pratica-mente natural. O bairrismo, muito comum em um país onde as disputas de terras formaram, e continuam for-mando, a geografia política nacional, é transferido para o esporte que é a paixão nacional. O amor pelo clube é passado de pai para filho, geração por geração, e move a população. “Sou louco por ti Corinthians!”.

E esta paixão (ou seria esta loucura?), ultrapassa o bairrismo, e atinge mobilização nacional: O povo ca-rece de ídolos, e vai buscá-los onde consiga encontrá--los. Isto talvez explique o motivo do Corinthians, de enorme presença na mídia, conseguir mover pessoas por todo o território nacional. As declarações de amor presentes nas comunidades do clube, revelam esta mobilização: são manifestações das sub-sedes pre-sentes não só no estado de São Paulo, sua sede, mas também no Amazonas, no Mato Grosso e em Santa Catarina (para citar alguns).

A torcida organizada Gaviões da Fiel sabe como explo-

rar, no bom sentido, a paixão dos torcedores. Não é à toa

que sua outra “frente de batalha”, além do jogo entre

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cibercomunicação

as quatro linhas, é sua Escola de Samba. Não temos dúvida que após o futebol, samba e carnaval apare-cem como paixões nacionais, não coincidentemente marcadas pelo mesmo bairrismo e culto aos ídolos.

O envolvimento emocional com o Corinthians ul-trapassa o campo do esporte. Ele é cultural, social, faz parte da identificação regional e nacional, e como diz seu hino: “Salve o Corinthians, (…) Eternamen-te dentro dos nossos corações. (…) Figuras entre os primeiros do nosso esporte bretão. (…) És do Brasil, o clube mais brasileiro.”

Visto que esse time consegue atrair torcedores do Brasil todo, surge então a delimitação de um espa-ço comum intitulado como “pedaço”, onde deter-minadas áreas da cidade são da torcida. Em Belo Horizonte a Gaviões da Fiel sempre escolhe bares como lugar de encontro para assitirem aos jogos ou as vezes também optam por fazerem caravanas. Podemos indentificá-los através dos seus uniformes. Exiatem também subsedes em vários estados brasi-leiros, ligados ao principal. Isso torna-se um fator muito relevante visto que, tratando-se de torcidas organizadas, estamos também lidando com rivalida-de. Essa rivalidade não se atém apenas aos estádios. Se estende por outras áreas da cidade e, atualmen-te, está muito presente na internet. Disputas atra-vés de símbolos da torcida, frases, palavras e ma-nifestações que às vezes não ocorrem no cenário do futebol ficam cada vez mais evidentes na Inter-net, como por exemplo as comunidades existentes no Orkut: eu odeio a gaviões da fiel (http://www.orkut.com.br/ain#Community?cmm=18143087), contra gaviões da fiel (http://www.orkut.com.br/ain#Community?cmm=56082730)

Acabamos de entrar num assunto que não chega

nem um pouco próximo a uma prova de amor ao

time. A violência e a falta de respeito começam a se

misturar nesse contexto, pois alguns membros da tor-

cida começam a se confrontanr com seus rivais. Po-

demos citar atos como jogar fogos de artifício contra o prédio em que se encontra o time oponente, mar-car um ponto de encontro entre os torcedores para “pegar” (brigar) com a torcida adversária, entre ou-tros. Também nesse sentido exis-tem músicas que estão longe de dar apoio ao time, antes incitam a violência e provocam a irritação no time adversário. Um exemplo é a música da Gaviões:“vem vem vem, venha T.U.P toma no nariz, Mancha Verde a gente pede bis, vem toda porcada, toda de uma vez!!A gente gosta de bater nos porco, de dar porrada e de dar paulada, a gente bate, bate, bate forte, e não quer parar”. Isso sem falar nos apelidos colocados nas outras torcidas adversárias: os palmeirenses como “porco” e são paulinos como “bambis”.

O ideal é que as torcidas orga-nizadas provem seu amor e dedi-cação pelo time, torcendo, vibran-do, acompanhando, promovendo ações beneficentes ou comprando produtos. Propomos uma ideia de que as manifestações que vão além disso, como brigas, provo-cações, xingamentos ou qualquer outra coisa que incite a violência, seja completamente banida des-se contexto. Sendo assim, cabe a cada torcida organizada promo-ver a paz e não aceitar de maneira nenhuma, qualquer membro que agir de maneira violenta.

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CIDA

DAnI

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e redes sociais

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Cidadania

Cidadania é ter ConsCiênCia de que o su-jeito é provido de direitos: à vida, à liberdade, à pro-priedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Pressupõe também deveres com a nação e o estado, cujo bom funcionamento depende da par-cela de contribuição de cada um. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum. Com a evolução constante da tecnologia, a cidadania tam-bém se modificou e está cada vez mais presente nas redes sociais. estas são, atualmente, a forma mais interativa de comunicação. envolvem a troca de in-formações dos mais variados tipos entre diferentes povos e culturas, em tempo real, através da inter-net. esse desenvolvimento da tecnologia propiciou novos tipos de relações entre as pessoas, que agora utilizam essa ferramenta como parte do seu cotidia-no; esta prática da comunicação via rede está se tor-nando cada vez mais usual, possibilitando aos usuá-rios mais oportunidades de se expressarem, abrindo portas para o exercício da cidadania.

As redes sociais vieram facilitar o processo de mobilização, visto que atinge um número elevado de pessoas em pouco tempo. Além disso, é associa-da com todo tipo de informação, o que facilita e esclarece o cidadão para que este possa formar sua opinião. Mobilizações desse tipo acontecem com freqüência no Brasil e servem de “ferramenta” para que as pessoas possam exercer sua cidadania. Ocor-rem na área política, mas é na área social em que ganham destaque. Como exemplo, podemos citar os seguidos desastres naturais que assolaram diver-sas regiões do país. Comunidades foram criadas no “orkut” visando a arrecadação de dinheiro, comi-da, mantimentos etc. para os desabrigados, houve a divulgação de diversas ONGs que atuavam nes-ses casos via twitter, entre outras redes. É evidente

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Cidadania

que as mobilizações online não substituirão as convencionais, pessoais; mas as redes podem possibilitar muitas alternativas antes inexistentes. No trecho de Alex Primo “[…] dispersas geogra-ficamente, e mesmo que nunca tenham antes interagido, pôde trabalhar em um projeto comum de grandes dimensões e de rele-vante impacto social. Parte des-sas pessoas pode ter como único interesse colaborar com a coleti-vidade […]”, analisa-se claramente que as redes possibilitaram uma maior interação nas relações de cidadania e abriram espaço para divulgação e ação de causas que antes despenderiam um trabalho e tempo muito maior. vimos isso na enchente de Santa Catarina, nas chuvas em São Paulo e, por último, no Rio de Janeiro. estas mobilizações foram de extrema importância para a amenização dos estragos nestes casos.

enfim, as redes sociais tornam--se hoje uma grande aliada da ci-dadania, permitindo uma abran-gência maior e cada vez mais eficaz de ações sociais. estas novas redes tornam-se pratica-mente essenciais para o cidadão que é interessado em colaborar com a sociedade cumprindo seus deveres e que pretende usufruir dos seus direitos como eles de-vem ser. isto é exercer a cidada-nia no seu conceito mais puro.

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