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A contribuição do curso superior de administração, para a educação empreendedora Área temática: Educação em Sistema de Gestão Antonio Carlos Andrade [email protected] Kenio Roberto Sturião da Costa Dorigo [email protected] Mayra Miranda Gualandi [email protected] Tayllon Lupes Miguel [email protected] Resumo: O presente artigo inicia-se com uma introdução, onde são abordados conceitos sobre o empreendedorismo, a importância da aproximação das faculdades com o mundo e a disseminação da cultura empreendedora. Em seguida retrata os principais motivos para a falência das empresas, onde demonstra que a falta de informação antes de montar um negocio é um dos principais motivos. A estratégia metodológica utilizada foi a pesquisa de campo, que foi realizada com os discentes do curso de Administração, de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, de Cachoeiro de Itapemirim- ES. O objetivo é demonstrar a relação entre os fatores ligados ao empreendedorismo e a contribuição das IES em estimular e desenvolver nos alunos, habilidades e capacidades necessárias à gestão de um empreendimento. Palavras-chaves: ISSN 1984-9354

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A contribuição do curso superior de administração, para a

educação empreendedora

Área temática: Educação em Sistema de Gestão

Antonio Carlos Andrade

[email protected]

Kenio Roberto Sturião da Costa Dorigo

[email protected]

Mayra Miranda Gualandi

[email protected]

Tayllon Lupes Miguel

[email protected]

Resumo: O presente artigo inicia-se com uma introdução, onde são abordados conceitos sobre o empreendedorismo,

a importância da aproximação das faculdades com o mundo e a disseminação da cultura empreendedora. Em seguida

retrata os principais motivos para a falência das empresas, onde demonstra que a falta de informação antes de montar

um negocio é um dos principais motivos. A estratégia metodológica utilizada foi a pesquisa de campo, que foi realizada

com os discentes do curso de Administração, de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, de Cachoeiro de

Itapemirim- ES. O objetivo é demonstrar a relação entre os fatores ligados ao empreendedorismo e a contribuição das

IES em estimular e desenvolver nos alunos, habilidades e capacidades necessárias à gestão de um empreendimento.

Palavras-chaves:

ISSN 1984-9354

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XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015

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1. INTRODUÇÃO

O empreendedorismo mostra-se como um dos fatores que contribuem consideravelmente para a saúde

financeira do país, por causa desta importância, nas ultimas décadas vem ganhando grande notoriedade

em pesquisas e estudos para melhor entender esta atividade e os indivíduos que nelas estão inseridos, e

a partir desta grande relevância que tem o empreendedorismo surge à necessidade das universidades

não apenas formar bons profissionais, mas mostrar e preparar estes profissionais para a possibilidade

de ser um empreendedor.

Segundo o GEM- Global Entrepreneurship Monitor (2013), demostra com suas pesquisas que ser um

empreendedor no Brasil é uma realidade para muitos brasileiros, abrir uma empresa, ganhar clientela e

sobreviver diante de um mercado cada vez mais competitivo e globalizado ainda é uma tarefa difícil,

mas sempre há espaço para vencer os obstáculos e ter seu próprio negócio. Dados das pesquisas

mostram que a cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio no Brasil, 71 são motivados por

uma oportunidade de negócios e não pela necessidade, e que o perfil do empreendedor brasileiro é hoje

mais escolarizado e também mais jovem, sendo 50% dos empreendedores com até três anos e meio de

atividade têm entre 18 e 34 anos.

A preparação e formação universitária no Brasil, geralmente, em sua maioria, é voltada para a

estabilidade e segurança na empresa em que se irá exercer uma profissão, independente de qual seja.

Em outros países, esta formação já está sendo focada na formação de um empreendedor sendo que, em

alguns destes países, empreendedorismo não é apenas uma disciplina ou um módulo, mas sim um

Curso Superior. Muitos jovens pensam em se aventurar em um empreendimento após a conclusão da

faculdade, porém, se existisse um planejamento executado no decorrer do curso superior ou a

orientação voltada à abertura de uma nova empresa, isso não seria apenas uma aventura, mas poderia

contribuir de forma positiva para o sucesso do novo empreendimento.

2. EMPREENDEDORISMO

Empreendedorismo é um tema de ampla discussão na sociedade há algumas décadas e apesar de ser

um assunto conhecido ainda ocorrem muitos debates sobre esse tema. O empreendedorismo tornou-se

essencial para as empresas preocupadas em inovação e também para os órgãos governamentais.

Segundo Salim e Silva (2010) empreendedorismo vem crescendo no mundo inteiro e, mais que isso é

tratado como uma questão fundamental para realizações de pessoas e para o desenvolvimento

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econômico. Dentro dessa ótica é que Empreendedorismo vem obtendo maior apoio de governantes,

universidades e da sociedade em geral. O ato de empreender não está apenas ligada a pessoas que

abrem novas empresas, o empreendedor vai além, eles transformam a tecnologia, o modo de fazer

negócio e a própria sociedade, não apenas se tornam prósperos, mas também trazem a prosperidade

para muitos outros.

No empreendedorismo existem várias formas e características diferentes de empreendedores que

atuam de maneiras distintas no mercado. Uma definição geral seria:

Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o

esforço necessários, assumindo os riscos financeiramente, psíquicos e sociais

correspondentes e recebendo as conseqüências recompensas da satisfação financeira

pessoal. (HISRISH; PETERS; SHEPHERD, 2009, p.30).

Sabendo que cada área de atuação do empreendedor tem sua definição especifica, podemos ter

definições variadas sobre o assunto, pois para o economista o empreendedor é aquele que combina

recursos, trabalhos matérias e outros ativos para tornar seu valor ainda maior que antes; também é

aquele que introduz mudanças e inovações e uma nova ordem. Para um psicólogo, geralmente essa

pessoa é impulsionada por certas forças – a necessidade de obter ou conseguir algo, de experimentar,

de realizar ou talvez de escapar à autoridade de outros. Para alguns homens de negócios, um

empreendedor é interpretado como uma ameaça, um concorrente agressivo, enquanto outros, o mesmo

empreendedor pode ser um aliado, uma fonte de suprimento, um cliente ou alguém que gere riquezas

para outros assim como encontra melhores maneiras de utilizar recursos, reduzir o desperdício e

produzir empregos que outros ficarão satisfeito em conseguir. (HISRISH; PETERS; SHEPHERD, 2009)

2.1. Características do Empreendedor

Para uma pessoa ser considerada empreendedora, deve possuir algumas habilidades técnicas, gerenciais

e algumas características pessoais, no campo técnico, deve ser capaz de captar informações, ter o dom

da oratória, liderança, trabalhar em equipe, dentre outros fatores. As habilidades gerenciais fazem com

que o empreendedor sabe lidar com marketing, finanças, logística, produção, tomada de decisão e

negociação. Deve possuir como características pessoais, disciplina, persistência, habilidade de correr

riscos, inova

r, e outras características inerentes a este individual. (DORNELAS, 2001 apud PREVIDELLI; SELA,

2006).

De acordo com Maximiano (2005) os empreendedores estão atuando em vários setores no mercado,

mas existem características que os distinguem dos demais profissionais. Características essas como:

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a) Criatividade e capacidade de implementação.

b) Disposição para assumir riscos.

c) Perseverança e otimismo.

d) Senso de independência.

Chiavenato (2005) considera o empreendedor uma pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem,

pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar

oportunidades. Com tudo isso, o empreendedor consegue transformar idéias em realidade, e idéias

simples e mal estruturadas em algo concreto e bem- sucedido.

Segundo Maximiano (2005), tanto o empreendedor que vai abrir uma empresa inovadora, oferecendo

produtos e serviços que não existem no mercado, quanto um empreendedor que vai abrir uma empresa

que irá oferecer algo já existente, assume praticamente os mesmos riscos, exceto algumas

peculiaridades. O inovador depende de ser revolucionário vendo oportunidades que outros

empreendedores nunca viram no mercado, já o empreendedor que vai abrir algo já existente, não

depende de ser revolucionário, mas sim de ter uma visão de demanda de mercado ainda não explorada

por nenhum concorrente.

Ainda, segundo o GEM-Global Entrepreneurship Monitor (2013) existe dois tipos de empreendedores.

Os empreendedores por necessidade, que são aqueles que iniciam um empreendimento autônomo,

abrindo um negócio a fim de gerar renda para si e sua família e os empreendedores por oportunidade,

que são os que identificam uma chance de negócio e decidem empreender.

Hisrich e Peters (2009) mencionam que a busca de um novo empreendimento esta incorporada ao

processo de empreender que envolve mais que uma simples solução de problemas, pois o

empreendedor precisa encontrar, avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as forças que

resistem a criação de algo novo.

Na visão de Dolabela (2006), o empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em

realidade é protagonista e autor de si mesmo e da comunidade em que vive. Sendo assim, contribui de

forma considerável para o crescimento econômico e desenvolvimento social, dinamizando a economia

por meio da inovação.

2.2. Empreendedorismo no Brasil.

O empreendedorismo no Brasil ganhou força a partir da década de 90, quando ocorreu a abertura da

economia nacional. Com a entrada de produtos importados no mercado, algumas empresas brasileiras

passaram por certas dificuldades que as levaram a falência, mas por outro lado, isso também ajudou na

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regularização dos preços, pois si criou uma alta competitividade entre as empresas nacionais e

internacionais. (BERTASSO, 2006).

Salim e Silva (2010) citam que foi depois de todas essas transformações descritas acima, que o

empreendedorismo passou a ser estudado nas universidades, e grupos de cientistas procuraram a

entender o comportamento e as motivações do empreendedor. O empreendedorismo se tornou objeto

de pesquisa e diversos de seus aspectos passaram a ser analisados.

De acordo com Dornelas (2008), outro evento que também contribuiu para a disseminação do

empreendedorismo no Brasil foi a explosão do movimento de criação de empresas pontocom no país

de 1999 e 2000, o que motivou o surgimento de varias empresas start-up de internet, desenvolvidas por

jovens empreendedores.

Em cada década que passa o Brasil vem enfatizando mais o empreendedorismo. Segundo Maximiano

(2005)

Apesar das dificuldades, o Brasil apresenta algumas perspectivas positivas em relação ao

empreendedorismo. Desde alguns anos atrás, foram criados órgãos e iniciativas de apoio ao

empreendedor, como o SEBRAE, as fundações estaduais de amparos à pesquisa, as incubadoras

de novos negócios e as escolas superiores, que tem oferecido cursos e outros tipos de programas

sobre o empreendedorismo. (MAXIMIANO, 2005, 7 p)

Segundo a pesquisa do GEM-Global Entrepreneurship Monitor (2013), o perfil do empreendedor

brasileiro, é hoje mais escolarizado e mais jovem, de acordo com a pesquisa realizada pelo GEM em

2013, 50% dos empreendedores com até três anos e meio de atividade tem entre 18 e 34 anos,

enquanto as empresas que estão a mais tempo no mercado apenas 25% são dessa faixa etária. Os

resultados indicam também a vitalidade do empreendedorismo no Brasil, que vem emergindo a cada

ano.

3. É POSSÍVEL ENSINAR EMPREENDEDORISMO?

De acordo com Dolabela (1999, p. 23), “ainda não existe resposta científica sobre se é possível ensinar

alguém a ser empreendedor. Mas sabe-se que é possível aprender a sê-lo”. “Na verdade não se trata de

ensinar, mas de desenvolver, porque todas as pessoas nascem empreendedoras, assim como todo o

mundo nasce com potencial para andar, cantar, tocar um piano.” (Dolabela, 2005).

Segundo Filion (1991) o empreendedorismo não é fruto de uma herança genética, ou seja, é possível

que as pessoas aprendam a serem empreendedoras e Dornelas (2008) diz que os empreendedores

inatos continuam existindo e sendo excelentes referencias de sucesso, contudo, outros podem ser

habilitados para a criação de empresas resistentes e duradouras.

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[...] cada vez mais, acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e

entendido por qualquer pessoa e que o sucesso e decorrente de uma gama de fatores

internos e externos ao negocio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as

adversidades que encontra no dia-a-dia. (DORNELAS, 2001, p.38)

Dolabela (1999), diz que, se faz necessário desenvolver uma cultura empreendedora na sociedade,

desde os primeiros níveis da educação. Dornelas (2001) concorda com esse raciocínio e acrescenta que

os países que apóiam e incentivam novos empreendedores, desenvolvem um rápido crescimento

econômico, assim o empreendedorismo estimulado pelo ensino, pode ser um acelerador no

crescimento da economia local e da geração de novos empregos.

Porém segundo Hynes (1996), ensinar o empreendedorismo somente na sala de aula, não basta, é

necessário a integração da teoria com a prática. Alguns métodos didáticos apropriados, indicados pelo

autor, são: estudo de casos, visita a empresas, brainstorming (tempestades de idéias), projetos

desenvolvidos em grupos, simulações etc. Aplicando esses métodos no cotidiano o aluno desenvolverá

atributos (qualidade), habilidades e mudança de comportamentos para determinadas situações de

riscos. Drucker (1986, p.16) concorda e confirma em suas obras que o “Empreendimento não é nem

ciência nem arte. É uma prática”. A boa parte do conhecimento necessário para a execução de um

empreendimento é a pratica e a experiência.

As instituições de ensino superior além do conhecimento técnico e teórico transmitido em sala de aula

têm que enfrentar os desafios e aproximar o máximo possível os alunos da realidade do mundo

empresarial, conforme Dolabela (1999):

Pode-se dizer que o melhor ambiente “acadêmico” do aluno-empreendedor é aquele onde se

encontram e articulam forças produtivas, econômicas, sociais, políticas. É ali que o aluno vai

desenvolver sua percepção do negócio e aprender com os pares. (DOLABELA, 1999, p. 102).

4. MORTALIDADE PRECOCE NAS EMPRESAS

As últimas pesquisas dos órgãos responsáveis por estudar e apoiar o empreendedorismo no Brasil

como o SEBRAE e o GEM mostram que ocorreu uma diminuição na mortalidade das micro e

pequenas empresas, mas que ainda a aspectos que necessitam de melhorias para que esta taxa continue

a diminuir.

É essencial destacar que as pesquisas realizadas para descobrir a taxa de mortalidade das empresas, são

feita em um período de dois anos após sua abertura, pois é nestes dois anos que a empresa segundo o

SEBRAE, passa pelo momento mais delicado e é aonde tem a maior possibilidade de fechamento.

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No último levantamento do SEBRAE de julho de 2013, apresenta que em 2005 a mortalidade das

empresas no período de dois anos era de 26,4%, em 2007 diminuiu para 24,4%. Em termos gerais a

pesquisa mostrou que o Brasil vem evoluindo. Outro ponto importante, é a comparação da taxa de

sobrevivência das empresas entre os estados brasileiros, o Espírito Santo ficou em sétimo lugar com

uma taxa de sobrevivência de 77% das empresas.

A pesquisa do GEM de 2013 sobre o perfil do empreendedor brasileiro apresenta um dado alarmante,

cerca de 84,6% dos empreendedores não procuram nenhum órgão de apoio para auxiliar no seu

negócio. Este é um dos fatores que sem duvida contribuem para o fechamento das empresas, onde o

empreendedor busca sozinho tomar todas a decisões, sem ajuda e as vezes sem o conhecimento

necessário para tomar o melhor rumo para o seu negocio. O empreendedor se torna uma presa fácil

para o insucesso em um mercado de tanta concorrência.

Outro ponto importante para ser superado no começo de um novo negócio segundo Bonacim, Cunha e

Corrêa (2009) é que muitos empreendimentos de pequeno porte sucumbem diante de clientes de

grande porte por não possuírem condições para negociar preços e prazos. Assim, é necessário entender

como se dá a relação entre as empresas de pequeno porte que acabam por se submeterem aos mandos

dos clientes formados por grandes conglomerados como forma de sobrevivência, mas que por esse

motivo, acabam por não conseguir honrar seus próprios compromissos ligados a questões internas (por

exemplo, fornecedores) como externas (por exemplo, outros clientes). Verificar, além disso, os

motivos que resultam na incapacidade de negociação: falta de habilidade administrativa do

empreendedor, concorrentes dispostos a se submeter a tais práticas, prática consolidada no meio na

qual a empresa atua.

Dutra e Previdelli (2007) afirmam que é importante compreender o fenômeno de mortalidade de

empresas de forma que pesquisas sobre esse tema têm contribuído para o aprendizado a partir das

experiências empresariais mal sucedidas no sentido de compreender os erros e os acertos cometidos

para que se possa melhorar o desempenho futuro. Porém, são escassos os estudos voltados para análise

e entendimento da mortalidade de empresas, em especial, aquelas classificadas como micro e pequena

empresa.

5. MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa foi delineada como exploratória, com método qualitativo. A fim de atingir o objetivo da

pesquisa, optou-se por desenvolvê-la em duas etapas, sendo a primeira, por meio de uma pesquisa

bibliográfica, onde levantou-se os principais autores acerca do tema, empreendedorismo. A partir deste

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referencial, que procurou revisar a literatura que mais si assemelha ao estudo aqui desenvolvido,

passou-se para a segunda etapa a de coleta de dados no campo de estudo, esta se configurou com a

aplicação de um questionário com questões fechadas.

Foi aplicado o questionário com os discentes do 6° e 8° período do curso de administração, de uma

Instituição de Ensino Superior (IES) privada, de Cachoeiro de Itapemirim- ES.

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Dos 63 respondentes, 36 são discentes do 8° período e 27 do 6° período sendo no total, 39 mulheres e

24 homens. As idades variam entre 16 a 40 anos, concentrando nas faixas de meia idade, pois 3,17%

têm de 16 a 20 anos, 88,88% têm de 21 a 30 anos e 7,93% dos respondentes têm de 31 a 40 anos. A

maioria, ou seja, 82,53 % se declaram como solteiro, 14,28% declaram-se casados e 3,17% separados,

viúvos ou divorciados.

Tabela 1- Perfil Sócio Econômico dos Alunos

Gênero N° de respondentes (%)

Feminino 39 61,9

Masculino 24 38,1

Total 63 100

Estado Civil

Solteiro 52 82,53

Casado (conjugue ou parceiro) 9 14,28

Separado, Viúvo, Divorciado 2 3,19

Total 63 100

Idade dos Alunos por Faixa Etária

Entre 16 a 20 anos 2 3,19

Entre 21 a 30 anos 56 88,88

Acima de 30 anos 5 7,93

Total 63 100 Fonte: Dados coletados na pesquisa de campo.

Quanto a situação sócio econômica da família, segundo podemos observar na tabela 2, a distribuição

da renda familiar se concentra nas faixas de até 3 salários mínimos, ficando 1,58% menos de 1 salário

mínimo, 3,17% um salário mínimo, 63,49 até três salários mínimos e 31,74% acima de 4 salários

mínimos.

Tabela 2- Renda Familiar em Salários Mínimos

Renda Familiar por Faixas N° de respondentes (%)

Menos de um salário mínimo 1 1,58

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Um salário mínimo 2 3,09

Até três salários mínimos 40 63,49

Acima de quatro salários mínimos 20 31,74

Total 63 100 Fonte: Dados coletados na pesquisa de campo.

A faculdade de ensino que você esta inserida, te auxilia ou utiliza alguma ferramenta para desenvolver

a sua formação empreendedora?

Você acha que o empreendedorismo pode ser ensinado?

Pensando em seu futuro profissional, o que você pretende?

O Brasil é um país de pessoas empreendedoras?

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Você conhece o SEBRAE, algum órgão governamental ou privado que auxilia as micro- pequenas

empresas, a consolidar seu negócio.

Você conhece alguma micro ou pequena empresa que não sobreviveu nos seus 2 primeiros anos?

Com os conhecimentos já adquiridos na instituição que você estuda, você se considera capaz de abrir

seu próprio negócio?

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Você considera que o empreendedorismo, contribui para o crescimento do país, auxiliando no

desenvolvimento econômico?

Na sua visão, ser empreendedor é a mesma coisa que ser inovador:

Você considera que uma pessoa com formação profissional tem mais capacidade de empreender um

negócio de sucesso que uma pessoa sem formação acadêmica?

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Você acredita que os micro e pequenos empreendimentos suportam o mercado atual?

Na sua opinião, a mortalidade precoce das empresas ocorre por:

Independente se você quer ou não abrir o seu próprio negócio, você consegue visualizar uma demanda

de mercado ainda não explorada por nenhuma empresa.

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Analisando os dados obtidos através da pesquisa nota-se que existe uma abordagem significativa da

instituição de ensino sobre o tema empreendedorismo os resultados foram em sua grande maioria

positivos, analisando individualmente algumas questões fica claro que os graduandos tem um bom

conhecimento sobre o tema, observando os resultado da questão 05(cinco) 90% dos graduandos

responderam que a instituição ajuda na utilização e suporte de ferramenta que incentivo o

empreendedorismo, na questão seguinte 06(seis) 92,60% afirmaram ter conhecimento que o

empreendedorismo pode ser ensinado, estas afirmativas comprovam que ocorre a abordagem do tema

na instituição.

Cerca 88,88% dos graduandos considerarem o Brasil um país de pessoas empreendedoras e 95%

afirmam que a atividade empreendedora é de suma importância para o desenvolvimento do país, sedo

que 50% responderam que uma pessoa com formação superior tem maior capacidade de sucesso em

seus empreendimento, e ainda 67,69% afirma que consideram-se capaz de abrir seu próprio negócio

com os conhecimentos adquiridos pela instituição, porem 39,68% sonham em abrir seu próprio

negocio. Outro informação relevante é que mesmo não pretendendo abrir um empreendimento 65%

dos graduando consegue visualizar uma oportunidade de negocio ainda não explorada no mercado.

7. CONCLUSÃO

Com todas as informações coletadas podemos considerar que a instituição de ensino analisada, apesar

de não ser uma instituição com o método de ensino diferenciado sobre o empreendedorismo, ela

consegue transmitir para os graduandos os principais conceitos sobre o tema sendo estes bem

explanados durante todo o curso. Mas com base nos argumentos dos autores citados no artigo, é que a

tendência de ensinar empreendedorismo tem de estar cada vez mais ousada, além de ser uma matéria

que esta na grade curricular dos graduandos, deve ser uma proposta real para a vivência dos alunos,

com projetos como de incubadora de empresas para que os discentes transformem esta ideia suscitada

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dentro da instituição em um negocio de sucesso, ajudando assim o desenvolvimento sustentável da

sociedade.

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