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Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão: efeito da preferência podal e da atividade física Diana Lopes da Rocha Porto, 2015

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Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa

visão: efeito da preferência podal e da atividade física

Diana Lopes da Rocha

Porto, 2015

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Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa

visão: efeito da preferência podal e da atividade física

Orientadora: Professora Doutora Paula Cristina Santos Rodrigues

Coorientadora: Professora Doutora Maria Olga Fernandes Vasconcelos

Autora: Diana Lopes da Rocha

Porto, setembro de 2015

Dissertação apresentada à Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto, no

âmbito do curso do 2º Ciclo de Estudos

conducente ao grau de Mestre, em

Atividade

Física Adaptada, nos termos do Decreto-lei

nº74/2006, 24 de março.

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Ficha de Catalogação

Rocha, D. (2015). Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão:

efeito da preferência podal e da atividade física. Porto: D. Rocha. Dissertação

apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto para obtenção

do grau de Mestre, na área de Atividade Física Adaptada.

Palavras-chave: PREFERÊNCIA PODAL, EQUILÍBRIO, DEFICIÊNCIA

VISUAL, ATIVIDADE FÍSICA.

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V

Dedicatória

“Don't believe what your eyes are telling you. All they show is limitation.

Look with your understanding. Find out what you already know and you will see

the way to fly"

-Richard Bach

Aos meus pais

Por todo o esforço durante todos estes anos

O meu obrigada

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VII

Agradecimentos

A realização desta dissertação não teria sido possível sem a ajuda, apoio,

conhecimentos e incentivo de várias pessoas. Assim, gostaria de expressar o

meu agradecimento:

À Professora Doutora Paula Rodrigues, orientadora da presente

dissertação, pelo acompanhamento contínuo, pela disponibilidade, apoio e

dedicação.

À Professora Doutora Olga Vasconcelos, minha coorientadora, pelo

conhecimento transmitido, disponibilidade e incentivo.

A todas as crianças e jovens pela dedicação e empenho na realização dos

testes. A sua participação foi crucial e imprescindível para a concretização deste

trabalho.

Ao Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas, em especial à

Professora Rosa Bastos e Eugénia Cardoso, por autorizarem e colaborarem

nesta investigação.

A todos os encarregados de educação e professores que acompanham

diariamente estas crianças pela autorização e tempo dispensado para a

execução dos testes. Assim como, pelas informações, observações e

esclarecimentos prestados, sempre que necessário.

A todos os meus amigos pelo apoio, compreensão e carinho demonstrados.

À minha amiga Andreia Garcia, à Adriana Pereira e à Gabriela Oliveira por

todo o apoio, incentivo e paciência.

Aos meus colegas de turma pelo apoio e espírito de equipa.

E ainda a todos aqueles, que apesar de não estarem mencionados,

contribuíram de alguma forma, para esta realização.

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IX

Índice geral

Dedicatória ......................................................................................................... V

Agradecimentos ............................................................................................... VII

Índice de Quadros ............................................................................................. XI

Índice de Anexos .............................................................................................. XII

Resumo ........................................................................................................... XIII

Abstract ............................................................................................................. XI

Lista de Abreviaturas ......................................................................................... XI

CAPÍTULO I - Introdução ................................................................................... 1

1.1. Introdução geral................................................................................. 2

1.2. Estrutura da Dissertação ................................................................... 4

1.3. Referências Bibliográficas ................................................................. 6

CAPÍTULO II – Revisão da Literatura .............................................................. 10

2.1. Deficiência Visual ............................................................................ 12

2.1.1. Definição e classificação ......................................................... 12

2.1.2. Atividade Física e Deficiência Visual....................................... 15

2.2. Equilíbrio ......................................................................................... 19

2.2.1. Definição, conceito e classificação ......................................... 19

2.2.2. Alterações do Equilíbrio e Deficiência Visual .......................... 20

2.2.3. Equilíbrio e Prematuridade na Deficiência Visual ................... 24

2.2.4. Equilíbrio e Orientação & Mobilidade na Deficiência Visual .... 25

2.2.5. Equilíbrio e Atividade Física na Deficiência Visual .................. 26

2.3. Lateralidade ..................................................................................... 29

2.3.1. Definição ................................................................................. 29

2.3.2. Índices de Preferência Lateral ................................................ 31

2.3.3. Classificação dos Índices de Preferência Lateral .................... 38

2.3.4. Preferência Manual e Deficiência Visual ................................. 40

2.4. Referências Bibliográficas ............................................................... 41

CAPÍTULO III – Estudo empírico ...................................................................... 77

Resumo ...................................................................................................... 79

Abstract ...................................................................................................... 80

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X

3.1. Introdução ....................................................................................... 81

3.2. Metodologia ..................................................................................... 82

3.3. Resultados ...................................................................................... 85

3.4. Discussão ........................................................................................ 87

3.5. Conclusão ....................................................................................... 88

3.6. Referências Bibliográficas ............................................................... 89

4.1. Conclusões ............................................................................................ 96

4.2. Sugestões para futuros estudos ............................................................ 96

CAPÍTULO V – Anexos .................................................................................. xcix

Anexo 1 - Consentimento Informado ........................................................... ci

Anexo 2 - Questionário .............................................................................. ciii

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XI

Índice de Quadros

Quadro 1 - Estrutura da dissertação de mestrado .............................................. 5

Quadro 2 - Classificação da cegueira e da visão subnormal (adaptado de OMS,

1989) ................................................................................................................ 13

Quadro 3 - Caracterização da amostra. Número de indivíduos........................ 83

Quadro 4 - Efeito do Sexo, tipo de deficiência visual, prática desportiva, Curso

de Orientação & Mobilidade e prematuridade, no equilíbrio, média, desvio de

padrão, valores de t e p. ................................................................................... 85

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XII

Índice de Anexos

Anexo 1 - Consentimento Informado .................................................................. ci

Anexo 2 - Questionário ..................................................................................... ciii

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XIII

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar o nível de equilíbrio dos sujeitos com

deficiência visual em função da preferência podal (PP) e da prática de atividade

física regular. Pretendeu-se ainda analisar o nível de equilíbrio dos sujeitos com

deficiência visual em função do tipo de deficiência, do género, da detenção de

Curso de Orientação & Mobilidade (COM), da preferência manual (PM) e da

prematuridade. A amostra foi constituída por 23 crianças e adolescentes, de

ambos os géneros, com deficiência visual (9 com cegueira e 14 com baixa visão),

com idades compreendidas entre os 9 e os 18 anos, praticantes (n=17) e não

praticantes (n=6) de atividade física regular. Relativamente à PM, verificaram-se,

22 destrímanos (DES) e 1 sinistrómano (SIN), assim como 20 sujeitos de PP

direita, 1 de PP esquerda e 2 sem PP. Quanto à prematuridade, foram

considerados prematuros os participantes com menos de 37 semanas de

gestação (n=8) e nascidos a termo aqueles com 37-42 semanas de gestação

(n=15). Quanto à detenção do COM 13 sujeitos tinham o curso e 10 não tinham.

A análise do equilíbrio foi realizada através da aplicação da Escala de Equilíbrio

de Berg (Soares et al., 2011), na versão traduzida e adaptada para a língua

portuguesa (Brasil) do The Berg Balance Scale, de Berg et al. (1992). A análise

da PP e da PM foi efetuada através do Questionário de Preferência Podal, de

Porac e Coren (1981) e do Questionário de Preferência Manual de Edinburgh

(modificado) (Oldfield, 1971) respetivamente. Os resultados revelaram um efeito

no equilíbrio estatisticamente significativo do tipo de deficiência visual, e do COM

tendo os sujeitos com baixa visão e as crianças sem COM obtido desempenhos

superiores. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos

fatores no género, na prematuridade e na prática de atividade física. Concluímos

que o nível de equilíbrio varia com o tipo de deficiência visual e que a detenção

do COM não afeta os níveis de equilíbrio.

Palavras-Chave: PREFERÊNCIA PODAL E MANUAL, EQUILÍBRIO,

DEFICIÊNCIA VISUAL, ATIVIDADE FÍSICA.

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XI

Abstract

The aim of this study was to characterize the effect of footedness and physical

activity in the level of balance of people with visual impairment. It was intended

to further analyze balance of the visually impaired subjects depending on the

factors: degree of visual impairment, gender, Orientation & Mobility Training

(OMT), handedness and prematurity. The sample consisted in 23 children and

teenagers, of both genders, with visual impairment (9 with blindness and 14 with

low-vision), aged between 9 and 18 years old, physical activity practitioners

(n=17) and non- practitioners (n=6). Relatively to handedness, 22 were right-

handed and 1 was left-handed as well as 20 subjects were right-footed, 1 left-

footed and 2 without foot preference. As to prematurity, were considered

premature the subjects born with less than 37 weeks of gestation (n=8) and term-

born the subjects born between 37-42 weeks of gestation (n=15). As for OMT, 13

had training and 10 hadn’t. The Portuguese (Brazil) translated version of The

Berg Balance Scale (Berg et al., 1992) in 2005 was used to evaluate balance,

Porac and Coren (1981) was used to evaluate footedness and a modified version

of the Edinburgh Handedness Inventory (Oldfield, 1971) to evaluate handedness.

The results indicated a significant effect on the degree of visual impairment and

OMT, which subjects with low vision and children with no OMT having higher

performances. No statistical differences of the factors: gender, prematurity and

physical activity was found. In conclusion, the level of balance varies with the

degree of visual impairment and having OMT doesn’t affect the level of balance.

Keywords: FOOT AND HAND PREFERENCE, BALANCE, VISUAL

IMPAIRMENT, PHYSICAL ACTIVITY.

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XI

Lista de Abreviaturas

BOT-2 Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proeficiency - 2 short form

COM Curso de Orientação & Mobilidade

DES Destrímano

e.g. Exemplo

INE Instituto Nacional de Estatística

OMS Organização Mundial de Saúde

MABC-2 Movement Assessment battery for Children – second edition

PM Preferência Manual

PNp Pé Não Preferido

Pp Pé Preferido

PP Preferência Podal

SIN Sinistrómano

SPSS Statisitic Package for the Social Siences

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CAPÍTULO I - Introdução

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2

1.1. Introdução geral

O presente estudo insere-se no âmbito da Dissertação de Mestrado em

Atividade Física Adaptada, a apresentar na Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Em 2010 estimou-se que 32,4 milhões de pessoas no mundo fossem

cegas e 191 milhões tivessem baixa visão (Stevens et al., 2013). Em 2001

haviam 636 059 pessoas com deficiência em Portugal, das quais 163 467 tinham

deficiência visual, o que representava mais de um quarto da população com

deficiência (INE, 2001).

De uma forma geral, a deficiência visual entende-se como a perda parcial ou

total da capacidade visual, em ambos os olhos, levando a pessoa a uma

limitação na sua performance visual (Munster & Almeida, 2005).

Consensualmente, a classificação de uma pessoa com deficiência visual é feita

de acordo com a acuidade visual do melhor olho e o campo visual alcançado

pelo sujeito (OMS, 2014).

O desenvolvimento da criança cega, em termos posturais e de

deslocação, é mais lento que o da criança normovisual (Le Boulch, 1992).

Também Castro (2005) menciona que algumas características motoras da

criança cega são: o atraso no desenvolvimento motor, deficiência na

lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação

espacial comprometidos, esquema corporal deficiente, defeitos no alinhamento

postural, expressão corporal e faciais raras, coordenação motora desfasada,

falta de resistência física. Farias (2004), refere ainda que quando a estimulação

da criança cega não é precoce, a coordenação motora, o tónus e o equilíbrio

estático e dinâmico são afetados.

As dificuldades no equilíbrio podem ser contornadas através da atividade

física, como foi apurado no estudo de Çolak et al. (2004). Os autores avaliaram

o equilíbrio, a força de preensão, a flexibilidade, o salto vertical, o pico de torque,

em praticantes e não praticantes de goalball. Os resultados favoreceram os

praticantes comparativamente aos não praticantes em todos os parâmetros

analisados.

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3

A preferência lateral pode ser definida como o uso assimétrico dos

membros ou sentidos, sendo a preferência manual (PM) a mais estudada, apesar

de verificar-se assimetrias também nos pés, olhos e ouvidos (Annett, 2004, Bagi

et al., 2011, e Mohr et al., 2003).

Os estudos sobre a preferência manual (PM) têm mais de 100 anos. No entanto,

depois de uma pesquisa subordinada ao tema da PM nas pessoas com

deficiência visual, constatamos que o seu estudo é bem mais recente. Os

estudos encontrados tendem a avaliar a PM entre pessoas com deficiência visual

e normovisuais ou pessoas com deficiência visual e normovisuais vendados

(Caliskan & Dane, 2009; Ittyerah, 2000; Ittyerah et al., 2007; Larsen & Hakonsen,

1983) ou apenas um tipo de deficiência visual (Argyropoulos et al., 2014; Pointer,

2001). Cratty e Sams (1968) concluíram que a idade média do desenvolvimento

da PM numa criança com deficiência visual rondava os 9 anos. No entanto, se a

criança tivesse a devida estimulação, poderia ter a expressão da PM definida

aos 7 anos.

Peters (1988) menciona que o pé preferido (Pp) é usado para atividade

de manipulação de objetos, enquanto o pé não preferido (PNp) é utilizado para

o suporte postural. Não foram encontrados estudos sobre a preferência podal

(PP) na deficiência visual, tendo, Argyropoulos et al. (2014) evocado a

necessidade do estudo da relação entre a preferência lateral e deficiência visual.

No estudo de Lorefice et al. (2015), os autores compararam o equilíbrio

estático e dinâmico, em crianças prematuras e nascidas a termo. Constatando

que, as crianças nascidas a termo tinham desempenhos superiores

comparativamente às crianças prematuras. Não foram encontrados estudos

sobre o efeito da prematuridade no equilíbrio de pessoas com deficiência visual.

Como podemos verificar os estudos na área do equilíbrio na deficiência

visual, com as variáveis: tipo de deficiência visual, atividade física, preferência

podal, preferência manual, género, prematuridade e COM têm sido pouco

estudadas.

Os estudos sobre a preferência podal têm sido muitas vezes associados

tanto a PM como ao equilíbrio, procurando encontrar associações. A PM tem

sido estudada na deficiência visual, mas é principalmente investigada com

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4

normovisuais, sendo poucos os estudos onde o objetivo seja encontrar

diferenças entre a PM nos diferentes tipos de deficiência visual. Também o

equilíbrio tem sido estudado nas pessoas com deficiência visual e mais uma vez

procurando diferenças entre as pessoas com “visão normal”. Porém, nenhum

estudo até ao momento procurou caracterizar o equilíbrio nas pessoas com

deficiência visual, e o efeito da: lateralidade, atividade física e prematuridade.

Por tudo o que foi exposto, a presente investigação tem como propósito

caracterizar o nível de equilíbrio dos sujeitos com deficiência visual em função

da preferência podal (PP) e da prática de atividade física regular. Pretendeu-se

ainda analisar o nível de equilíbrio dos sujeitos com deficiência visual em função

do tipo de deficiência, do género, da detenção de COM, da preferência manual

(PM) e da prematuridade.

1.2. Estrutura da Dissertação

A presente dissertação está organizada segundo o “Modelo

Escandinavo” e dividida em cinco capítulos, como ilustra o Quadro 1.

Quadro 1 - Estrutura da dissertação de mestrado

Capítulos Conteúdo

Capítulo I - Introdução

1.1. Introdução Geral;

1.2. Estrutura da Dissertação;

1.3. Referências Bibliográficas;

Capitulo II – Revisão da

literatura

2.1. Deficiência visual;

2.1.1. Definição e classificação;

2.1.2. Atividade Física e Deficiência

visual;

2.2. Equilíbrio;

2.2.1. Definição e conceito;

2.2.2. Alterações do Equilíbrio e

Deficiência Visual;

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5

2.2.3. Equilíbrio e Prematuridade na

Deficiência Visual;

2.2.4. Equilíbrio e Orientação &

Mobilidade na Deficiência Visual;

2.2.5. Equilíbrio e Atividade Física na

Deficiência Visual;

2.3. Lateralidade;

2.3.1. Definição;

2.3.2. Índices de Preferência Lateral;

2.3.3. Classificação dos Índices de

Preferência Lateral;

2.3.4. Preferência Manual e Deficiência

Visual;

2.4. Referências Bibliográficas;

Capítulo III – Estudo Empírico

3.1. Introdução;

3.2. Metodologia;

3.3. Resultados;

3.4. Discussão de resultados;

3.5. Conclusão;

3.6. Referências Bibliográficas;

Capítulo IV – Conclusão &

Propostas de trabalho futuras

4.1. Conclusões gerais;

4.2. Sugestões para futuros estudos;

Capítulo V - Anexos

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6

1.3. Referências Bibliográficas

Argyropoulos, V., Sideridis, G., & Papadimitriou, V. (2014). Hand preference

of individuals with blindness in everyday activities: The effects of age of sight loss,

age, and gender [Versão eletrónica]. Res Dev Disabil, 35(8), 1885-1898. Consult.

9 Set 2014, disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24767801.

Caliskan, E., & Dane, S. (2009). Left-handedness in blind and sighted

children [Versão eletrónica]. Laterality, 14(2), 205-213. Consult. 7 Set 2014,

disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19142794.

Çolak, T., Bamaç, B., Aydin, M., Meriç, B., & Özbeka, A. (2004). Physical

fitness levels of blind and visually impaired goalball team players [Versão

eletrónica]. Isokinetics & Exercise Science, 12(4), 247-252. Consult. 20 Abr 2015,

disponível em

http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=s3h&AN=15805601&la

ng=pt-br&site=ehost-live.

Cratty, B., & Sams, T. (1968). The Body-Image of Blind Children [Versão

eletrónica]. New York: American Foundation for the Blind, 70. Consult. 13 Jan

2015, disponível em http://files.eric.ed.gov/fulltext/ED035153.pdf.

De Meur, A., Staes, S., Galuban, A., & Ono, S. (1991). Psicomotricidade:

educação e reeducação: níveis maternal e infantil. São Paulo: Editora Manole.

Farias, G. (2004). Intervenção precose: reflexões sobre o desenvolvimento

da criança cega até dois anos de idade [Versão eletrónica]. Pensar a Prática,

7(1), 85-102. Consult. 8 Maio 2015, disponível em

http://h200137217135.ufg.br/index.php/fef/article/view/68.

Friedrich, M., Grein, H., Wicher, C., Schuetze, J., Mueller, A., Lauenroth, A.,

Hottenrott, K., & Schwesig, R. (2008). Influence of pathologic and simulated

visual dysfunctions on the postural system [Versão eletrónica]. Experimental

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7

Brain Research, 186(2), 305-314. Consult. 12 Abr 2015, disponível em

http://dx.doi.org/10.1007/s00221-007-1233-4.

INE. (2001). Análise de População com Deficiência.

Ittyerah, M. (2000). Hand skill and hand preference in blind and sighted

children [Versão eletrónica]. Laterality, 5(3), 221-235. Consult. 18 Set 2014,

disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15513143.

Ittyerah, M., Gaunet, F., & Rossetti, Y. (2007). Pointing with the left and right

hands in congenitally blind children [Versão eletrónica]. Brain Cogn, 64(2), 170-

183. Consult. 18 Set 2014, disponível em

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17408828.

Larsen, S., & Hakonsen, K. (1983). Absence of ear asymmetry in blind

children on a dichotic listening task compared to sighted controls [Versão

eletrónica]. Brain Lang, 18(2), 192-198. Consult. 18 Set 2014, disponível em

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6839138.

Le Boulch, J. (1992). O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 6

anos: a psicocinética na idade pré-escolar. Porto Alegre: Artes Médicas.

Lieberman, L. (2011). Visual Impairment. In J. Winnick (Ed.), Adapted

physical education and sport (5th ed., pp. 233-250). Champaign : Human

Kinetics.

Lorefice, L., Galea, M., Clark, R., Doyle, L., Anderson, P., & Spittle, A.

(2015). Postural control at 4 years in very preterm children compared with term-

born peers [Versão eletrónica]. Developmental Medicine & Child Neurology,

57(2), 175-180. Consult. 1 Jun 2015, disponível em

http://dx.doi.org/10.1111/dmcn.12550.

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8

Munster, M.; Almeida, J. (2005). Actividade Fisíca e Deficiência Visual. In

Costa R. e Gorgatti, M. Atividade Fisíca Adaptada: Qualidade de Vida para

pessoas especiais. Editora Manole, 33-51.

OMS. (2014). Visual impairment and blindness. Consult. 16 Mai 2015,

disponível em http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs282/en/

Peters, M. (1988). Footedness: Asymmetries in foot preference and skill and

neuropsychological assessment of foot movement [Versão eletrónica].

Psychological Bulletin, 103(2), 179-192. Consult. 6 Abr 2015, disponível em

http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=pdh&AN=1988-16116-

001&lang=pt-br&site=ehost-live.

Pointer, J. (2001). Sighting dominance, handedness, and visual acuity

preference: three mutually exclusive modalities? [Versão eletrónica]. Ophthalmic

Physiol Opt, 21(2), 117-126. Consult. 2 Set 2014, disponível em

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11261346.

Schmid, M., Nardone, A., De Nunzio, A., Schmid, M., & Schieppati, M.

(2007). Equilibrium during static and dynamic tasks in blind subjects: no evidence

of cross-modal plasticity [Versão eletrónica]. Brain, 130(8), 2097-2107 disponível

em http://brain.oxfordjournals.org/content/130/8/2097.abstract.

Stevens, G., White, R., Flaxman, S., Price, H., Jonas, J., Keeffe, J.,

Leasher, J., Naidoo, K., Pesudovs, K., Resnikoff, S., Taylor, H., & Bourne, R.

(2013). Global Prevalence of Vision Impairment and Blindness: Magnitude and

Temporal Trends, 1990–2010 [Versão eletrónica]. Ophthalmology, 120(12),

2377-2384. Consult. 12 Jan 2015, disponível em

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0161642013004806.

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CAPÍTULO II – Revisão da Literatura

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12

2.1. Deficiência Visual

2.1.1. Definição e classificação

A visão desempenha um papel extremamente importante no dia-a-dia das

pessoas, uma vez que a sociedade em que vivemos é pensada e organizada

para as pessoas normovisuais (Watkinson & Graham, 2005). Rodney (2003)

afirma que 70% da informação do meio que nos envolve deriva da visão. Por

conseguinte, ausência da visão posiciona a pessoa com deficiência visual em

desvantagem em alguns aspetos (e.g. psicomotores, emocionais e sociais)

(Júnior & Santos, 2001), e também um desempenho diminuído nas suas tarefas

diárias comparativamente às pessoas normovisuais (West et al., 2002).

Para Pereira (1989) citado por Rodrigues (2006, p. 6) é considerada pessoa

com deficiência visual, qualquer pessoa que tenha um grande déficit visual e em

alguns casos há a necessidade de ensinar a ler caracteres impressos recorrendo

a auxiliares óticos.

De acordo com Rodrigues (2002), o termo “deficiência visual” é utilizado

para reunir as pessoas com cegueira (total ou parcial) ou ambliopia. Sendo que

ao longo da vida há uma necessidade de recorrer a apoios técnicos e humanos.

Segundo Munster e Almeida (2005), a pessoa com deficiência visual é

caracterizada pela perda parcial ou total da capacidade visual, em ambos os

olhos, levando a uma limitação da performance visual. O simples uso de óculos

ou lentes de contacto não é suficiente para caracterizar a pessoa com deficiência

visual, já que a prescrição de uma correção ótica adequada pode conferir-lhe

uma condição visual ideal. Contudo, mesmo recorrendo a recursos óticos

especiais ou à intervenção cirúrgica, existem algumas pessoas com a

capacidade visual severamente comprometida, sendo consideradas deficientes

visuais. Existem várias terminologias associadas ao termo “deficiência visual”

que tem sido alvo de muitas discussões como: deficiente visual, cego, portador

de deficiência visual, pessoa com baixa visão e portador de visão subnormal.

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Castro (2005) assim como Sousa (2006), referem que o termo deficiente

visual não é aplicado a todas as pessoas com déficit visual, mas sim às pessoas

que mantém o déficit após a medicina e/ou cirurgia terem tentado corrigir.

Já para Lieberman (2011), o termo deficiência visual refere-se à cegueira

total e à baixa visão. Para a autora, a maioria dos cegos ainda possuí alguma

visão remanescente.

Apesar de haver várias formas de classificação do grau de deficiência

visual, a classificação é normalmente feita através da acuidade visual e do

campo visual (OMS, 2014) (consultar

Quadro 2). A acuidade visual diz respeito à capacidade do sistema visual

discriminar formas. A sua classificação é feita de acordo com a relação entre o

tamanho do objeto e a distância onde este se encontra (Pereira, 1998). Os

valores de acuidade visual de um indivíduo devem expressar a relação entre o

tamanho do ângulo de um determinado detalhe. Por outro lado, o campo visual

é a área dentro da qual os objetos conseguem ser vistos quando os olhos estão

fixados num ponto em frente. Sendo que cada globo ocular atinge sensivelmente

130˚ a 140˚ (Sherrill, 2004).

Quadro 2 - Classificação da cegueira e da visão subnormal (adaptado de OMS,

1989)

Categorias da

visão

Grau de

deficiência Acuidade Visual

Definições

alternativas

Visão normal Nulo

Ligeira

0,8 ou superior

Menor de 0,8

Visão normal

Visão quase

normal

Baixa visão (ou

ambliopia)

Moderado Menor de 0,3 Ambliopia

moderada

Grave Menor de 0,12

Ambliopia grave –

cegueira legal em

alguns países

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Cegueira

Profundo Menor de 0,05

Ambliopia

profunda ou

cegueira moderada

Quase total Menor de 0,02 Cegueira grave ou

quase total

Total Ausência de

perceção de luz Cegueira total

Em Portugal a deficiência visual divide-se em duas categorias: cegueira e

ambliopia. A cegueira subdivide-se em: (i) cegueira total (pessoas sem perceção

luminosa); (ii) cegueira prática (pessoas com perceção luminosa e com uma

acuidade até 0,05); e (iii) cegueira legal (pessoas com acuidade visual menos

que 1/10 no melhor olho depois de corrigida ou menos de 20º de campo visual)

(Moura & Castro, 1993).

Segundo Arnaiz e Martinez (1998), cegueira congénita é aquela que surge

no nascimento ou até à idade de um ano. E a cegueira adquirida é aquela que

ocorre após o primeiro ano de vida.

Também Lieberman (2011) define a cegueira congénita, como a cegueira

presente ao nascimento e cegueira adquirida como a cegueira que surge depois

do nascimento.

A baixa visão ou ambliopia pode ocorrer a qualquer idade, no entanto,

torna-se mais recorrente com o incremento da idade (Thielsch, 1994 citado por

Colenbrander & Fletcher, 1995, p. 865). A baixa visão pode suceder-se devido à

perda da acuidade visual ou deterioração do campo visual (Colenbrander &

Fletcher, 1995).

Segundo a OMS (2014), uma pessoa com baixa visão é alguém cujo

funcionamento visual está comprometido, mesmo depois da correção de erros

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15

ou devido tratamento, e de uma acuidade visual inferior a 6/60 ou 18/60 e/ou um

campo visual inferior a 20˚ - 50˚ do seu ponto de fixação, e que consegue utilizar

a visão para movimentar-se e realizar tarefas. Em Portugal, a pessoa com baixa

visão ou ambliope, tem a acuidade visual entre 0,5 e 0,1, e subdivide-se em dois

grupos: (i) pequenos ambliopes (acuidade visual ente 0,5 e 0,3) e (ii) grandes

ambliopes (acuidade visual entre 0,1 e 0,3) (Moura & Castro, 1993).

As causas da cegueira congénita são apontadas para as seguintes

patologias: albinismo, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade. As causas

para a cegueira adquirida ou a baixa visão estão relacionadas com: cataratas,

deficiência no córtex visual, glaucoma, degeneração macula e retinopatia

pigmentosa (Lieberman, 2011). Em Portugal, a maior causa de cegueira é a

diabetes, seguida das cataratas Rodrigues (2002).

Com base na pesquisa realizada, podemos dizer que existem enumeras

definições, classificações e terminologias associadas à deficiência visual. No

entanto, todas elas referem-se à deficiência visual como um déficit visual parcial

ou total, proveniente de diversas doenças.

2.1.2. Atividade Física e Deficiência Visual

A importância e os benefícios da atividade física estão bem documentados

na literatura (OMS, 2015). Na deficiência visual a prática desportiva torna-se

ainda mais importante e benéfica. Uma das consequências da deficiência visual

é o imobilismo (Moura & Castro, 1993) e, por conseguinte, a sua integração da

sociedade. O desporto é um dos meios mais importantes de integração na

sociedade (Moura & Castro, 1993).

O goalball é um desporto adaptado concebido para cegos (Çolak et al.,

2004). Foi criado em 1946 por Hanz Lorenzen e Sepp Reindle com o objetivo de

reabilitar veteranos da 2º Guerra Mundial e foi apresentado ao Mundo em 1976,

durante os Paralímpicos de Toronto, e desde a data pertence às modalidades

paralímpicas.

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O goalball é praticado por duas equipas de três jogadores num campo com

marcas tácteis para que os jogadores consigam orientar o seu posicionamento

no recinto. O objetivo é lançar a bola para que esta ultrapasse os adversários e

seja introduzida na baliza adversária. A bola é repleta de sinos, de forma a

permitir a sua localização através da audição. Os jogadores defensores devem

intercetar a bola antes de ela ser introduzida na baliza. A equipa que conseguir

introduzir a bola mais vezes na baliza adversária ganha o jogo, que consiste em

duas partes de dez minutos com 5 minutos de intervalo.

De forma a nivelar os jogadores, todos devem utilizar vendas que impedem

a visualização do campo (Çolak et al., 2004).

Segundo Moura e Castro (1993) o leque de atividades desportivas para as

pessoas com deficiência visual é abrangente. No entanto, estudos (Houwen et

al., 2010; Lieberman et al., 2010; Lieberman & McHugh, 2001; Longmuir & Bar-

Or, 2000) demonstram que as pessoas com deficiência visual têm baixos níveis

de participação desportiva.

A ausência de prática regular de exercício físico em pessoas com

deficiência visual poderá trazer consequências a longo prazo. Como má postura

e problemas com imagem corporal (Crocker, Major e Steele, 1998 citados por

Shaw et al., 2012, p. 140) e ainda uma reduzida capacidade funcional (Moura &

Castro, 1993).

De seguida analisaremos os níveis e fatores associados a prática de

atividade física em pessoas com deficiência visual.

Houwen et al. (2009) examinaram os níveis de atividade física em 48

crianças com deficiência visual e 48 normovisuais, com idades compreendidas

entre os 6 e os 12 anos. Os resultados revelaram que as crianças com deficiência

visual tinham níveis mais baixos de atividade física comparativamente às

normovisuais. No entanto, ambos os grupos apresentaram grandes níveis de

sedentarismo, (78,1% para as crianças normovisuais e 81,4% para as crianças

com deficiência visual).

No estudo de Oh et al. (2004) os autores comparam os níveis de atividade

física em 957 crianças com idades compreendidas entre os 6 e 20 anos, com

deficiência motora, deficiência auditiva e deficiência visual. Verificando que as

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17

crianças com deficiência visual tinham níveis de atividade física inferiores às

restantes deficiências.

Holbrook et al. (2009) avaliaram os níveis de atividade física, o índice de

massa corporal e a perceção de qualidade de vida em 25 adultos com deficiência

visual e 25 normovisuais. Os autores referiram que não só as pessoas com

deficiência visual tinham níveis de atividade física inferiores aos normovisuais,

como também passavam apenas uma pequena percentagem do seu dia-a-dia a

praticar atividade física (aproximadamente 20%).

Longmuir e Bar-Or (2000) estudaram os fatores que influenciam os níveis

de atividade física em jovens com deficiência motora, doenças crónicas,

deficiência visual e deficiência auditiva. A amostra foi constituída por 987 jovens

de ambos os sexos. Os jovens com deficiência motora e deficiência visual

participavam menos em atividades desportivas comparativamente às outras

deficiências.

Lieberman et al. (2002) estudaram as conceções dos professores de

educação fisica face às barreiras da inclusão das crianças com deficiencia visual

nas aulas. Os autores desenvolveram um questionário com 12 possíveis

barreiras à inclusão das crianças com deficiencia visual nas aulas, que foi

aplicado em 148 profissionais de educação fisica. As respostas mais comuns ao

questionário foram: falta de preparação (66%), falta de equipamento (63%), falta

de programas/currículo (57%) e falta de horário (56%).

Mais tarde, Stuart et al. (2006) estudaram as conceções dos pais e filhos

com deficiência visual (cegueira e baixa visão) relativas às barreiras face à

prática desportiva. A amostra foi constituída por 50 crianças (25 participavam em

campos de férias desportivas), com idades compreendidas entre os 10-12 anos,

de ambos os sexos. Após a análise dos dados, os pais de crianças cegas

referiram: o medo relativo a possíveis lesões relacionadas com a prática

desportiva, carência de atividades desportivas e falta de competência por parte

dos professores de educação física na assistência dos seus filhos. Os pais de

crianças com baixa visão referiram: a falta de professores especializados em

educação física adaptada, a falta de companhia para a prática desportiva e falta

de oportunidades. Já as crianças com cegueira referiram: “ser gozado”, falta de

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18

atividades e falta de companhia. Por outro lado as crianças com baixa visão

referiram: não saber o que fazer, falta de companhia e “ser gozado”. No entanto,

várias crianças com baixa visão afirmaram não haver barreiras face à prática

desportiva.

Ponchillia et al. (2002) entrevistaram 159 sujeitos, com deficiência visual,

da Associação dos Estados Unidos de Atletas Cegos. Os resultados

demonstraram: cerca de dois terços dos entrevistados afirmaram estar

integrados nas aulas de educação física da escola, haviam participado em

equipas desportivas da escola e participaram em eventos desportivos da escola

abertos ao público. Demonstrando o aumento de oportunidades de prática

desportiva para as pessoas com deficiência visual assim como a inclusão

escolar.

No estudo, de Ayvazoglu et al. (2006) os autores reportaram que as

crianças com deficiência visual que mais participavam em atividades desportivas

tinham pais mais envolvidos.

Mais recentemente, Haegele e Porretta (2015) escreveram um artigo de

revisão sobre a atividade física em crianças em idade escolar. Os autores

encontraram 18 artigos sobre o tema publicados entre os anos 1982 e 2013.

Após a análise dos artigos encontrados, os autores concluíram que os baixos

níveis de atividade física em crianças em idade escolar devem-se à falta de

oportunidades apropriadas e à falta de professores de educação física com

conhecimentos sobre desporto adaptado.

Em suma, a atividade física na deficiência visual é muito importante não só

para o desenvolvimento das capacidades motoras, como também para o

desenvolvimento das capacidades interpessoais. Os baixos desempenhos

desportivos nas pessoas com deficiência visual podem não estar relacionados

diretamente com a ausência da visão, mas sim com um conjunto de fatores

internos (e.g. motivação para a prática) e externos (e.g. recursos humanos).

Page 37: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

19

2.2. Equilíbrio

2.2.1. Definição, conceito e classificação

Para Kandel et al. (2000) e MacEwen et al. (1999) equilíbrio é a capacidade

de manter o corpo orientado no espaço, sendo que está dependente da

transmissão contínua de informação visual, propriocetiva e vestibular ao

cerebelo e tronco cerebral.

Para Spirduso et al. (2005), equilíbrio é a capacidade de manter a posição

do corpo sobre uma base de sustentação. Onde há uma constante utilização de

informações externas e internas, com o objetivo de manter a estabilidade e

estimular os músculos, para que trabalhem coordenados, face a uma

perturbação do equilíbrio.

Para McLeod e Hansen (1989), assim como Shumway-Cook e Woollacott

(2012), a manutenção do equilíbrio resulta da integração de três sistemas. O

sistema visual, que nos dá a relação ambiente-corpo e vice-versa; sistema

vestibular, que fornece informação sobre a gravidade e o sistema

somatossensitivo ou propriocetividade, onde é recolhida a informação relativa ao

tipo de superfície de apoio.

Já para Barela (2000), a manutenção do equilíbrio resulta de um

mecanismo complexo, que envolve informações sensoriais de várias estruturas

corporais e da coordenação de padrões de recrutamento motor. Um equilíbrio

eficaz resulta do controlo dos segmentos corporais e destes com o meio

envolvente, e da integração da informação sensorial e da atividade motora. A

informação sensorial é recolhida e transmitida por mecanorreceptores

localizados nos músculos, tendões e articulações, e posteriormente enviada para

o sistema nervoso central. O sistema nervoso central irá processar a informação

recebida, e depois enviará o comando para que haja a contração muscular e o

ajuste articular, de modo a manter o equilíbrio (Aquino et al., 2004).

O equilíbrio é normalmente subdividido em estático e dinâmico. Sendo

que o equilíbrio estático refere-se a capacidade de manter o corpo sustentado

sobre uma base de apoio com o mínimo de movimento possível (Hrysomallis,

Page 38: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

20

2007). O equilíbrio dinâmico diz respeito à capacidade de executar uma tarefa,

mantendo ou recuperando uma posição estável ou a capacidade de manter ou

recuperar o equilíbrio sobre uma superfície estável com o mínimo movimento

possível (Kioumourtzoglou et al., 1997).

Apesar da informação propriocetiva e vestibular ser de extrema importância

para a manutenção do equilíbrio, aparentemente a informação visual

desempenha um papel fundamental no equilíbrio (An et al., 2009; Duarte &

Zatsiorsky, 2002). Uma vez que a manutenção do equilíbrio estático e dinâmico

resulta de 80% da informação recolhida através da visão (Friedrich et al., 2008).

A visão processa e integra os feedbacks ambientais (Giagazoglou et al., 2009;

Schmid et al., 2007), fornecendo informação antecipatória sobre a posição e

tarefas a serem executadas (Duarte & Zatsiorsky, 2002; Monteiro, 1999).

Adotando a melhor estratégia para manter o equilíbrio (Giagazoglou et al., 2009;

Schmid et al., 2007).

As perturbações do equilíbrio levam à diminuição da capacidade funcional.

O equilíbrio é fundamental para a aquisição da marcha (Williams, 1983), uma

vez que, enquanto caminha o ser humano procura restabelecer o equilíbrio a

cada passo (Monteiro, 1999). Para além do caminhar, as atividades do nosso

dia-a-dia exigem que o sujeito seja capaz de manter o equilíbrio (Bugnariu &

Fung, 2007; Horlings et al., 2008; Shaffer & Harrison, 2007; Williams, 1983).

Em resumo, a manutenção do equilíbrio é feita através das informações

recolhidas através dos sistemas: visual, vestibular e somatossensorial. Estes

sistemas enviam constantemente informação ao sistema nervoso central, que

por sua vez processa e envia as respostas aferentes para os músculos e

articulações, assegurando assim o equilíbrio.

.

2.2.2. Alterações do Equilíbrio e Deficiência Visual

O desenvolvimento da criança cega, em termos posturais e de deslocação,

é mais lento que o da criança normovisual (Le Boulch, 1992). Por isso a

estimulação da criança com deficiência visual deve ser precoce, caso não seja

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21

a coordenação motora, o tónus e o equilíbrio estático e dinâmico são afetados

Farias (2004).

Os atrasos no desenvolvimento motor resultam da falta de referências

visuais, (Meacham et al. (1987) citados por Uysal et al., 2010, p. 2) que resultam

em perturbações do equilíbrio, perda de agilidade e mobilidade, e ainda a

possibilidade de desenvolver assimetrias posturais compensatórias (Figueiredo

& Iwabe, 2007; Sanchez et al., 2008).

As assimetrias posturais compensatórias surgem como forma de diminuir

as inseguranças das crianças com deficiência visual, como forma de proteger-

se de quedas e/ou cair em falso (Russel & Nagaishi, 2005, cit. por Uysal et al.,

2010). Estas assimetrias podem ser observadas nos estudos de Horak et al.,

1989 citados por Giagazoglou et al. (2009, p. 572), Horvat et al. (2004), Horvat

et al. (2003) e Rougier e Farenc (2000). Os autores verificaram o uso da anca

como forma de manter o equilíbrio corporal, em vez do joelho e/ou tornozelo. A

anca é uma articulação onde estão inseridos muitos músculos e as cabeças dos

fémures, sendo uma articulação mais estável comparativamente à do joelho e

do tornozelo.

De seguida, apresentaremos alguns estudos desenvolvidos que têm como

objetivo de promover uma melhor compreensão e entendimento deste tema.

Gipsman (1981) estudou o equilíbrio dinâmico em 48 crianças, divididas em

duas faixas etárias: 8-10 e 12-14 anos. Dentro destas faixas etárias, as crianças

estavam distribuídas pelas categorias: normovisuais, normovisuais vendadas,

cegueira e baixa visão. Em ambas as faixas etárias, as crianças normovisuais

tiveram desempenhos superiores, seguidas pelas crianças cegas, ambliopes e

normovisuais vendadas. O autor explica que os desempenhos superiores das

crianças cegas comparativamente às crianças ambliopes, resultam de uma

maior confiança na informação propriocetiva e muscular, na manutenção do

equilíbrio. Enquanto as crianças ambliopes integravam informações visuais

negativas.

No estudo de Murphy e O’Driscoll (1989) citados por Uysal et al. (2010, p.

6) demonstrou-se que crianças em idade pré-escolar normovisuais têm o mesmo

desenvolvimento motor do que as crianças cegas. Porém, quando atingem as

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idades 6-7 anos as crianças cegas apresentam um atraso nas capacidades

motoras básicas, como controlo postural, equilíbrio, controlo dos membros

superiores e inferiores e no planeamento de movimentos corporais quando

comparando com as normovisuais.

Rodrigues (2002) estudou o equilíbrio em sujeitos com ambliopia, cegueira

congénita e cegueira adquirida. Apesar de não terem sido encontradas

diferenças estatisticamente significativas, o autor, indicou que os desempenhos

foram superiores nos sujeitos ambliopes, seguidos dos sujeitos com cegueira

congénita e adquirida.

Schmid et al. (2007) investigaram o equilíbrio estático e dinâmico em

pessoas com cegueira congénita e adquirida e normovisuais, tendo os

resultados demonstrado que a ausência de feedback visual afetou o equilíbrio.

No mesmo ano Figueiredo e Iwabe (2007) avaliaram o equilíbrio em

crianças com deficiência visual e normovisuais, com idades compreendidas

entre os 2 e os 5 anos. As crianças com cegueira, da faixa etária 2-3 anos,

apresentaram desempenho inferiores no equilíbrio, tanto estático como

dinâmico, comparativamente às normovisuais. Com 5 anos as crianças com

deficiência visual apresentavam equilíbrio estático e dinâmico correspondente à

idade de 4 anos.

Houwen et al. (2008) examinaram o desempenho motor em crianças com

deficiência visual e normovisuais, com idades compreendidas entre os 7 e os 10

anos de idade. As crianças com deficiência visual tiveram desempenhos

inferiores comparativamente às normovisuais nas tarefas: velocidade manual,

coordenação olho-mão, equilíbrio estático, equilíbrio dinâmico e equilíbrio

enquanto caminha lentamente. No mesmo estudo os autores referem ainda que

os baixos desempenhos das crianças não se devem ao grau de visão, mas sim

ao sentido da visão diminuído ou ausente.

Giagazoglou et al. (2009) compararam a força isocinética e isométrica dos

músculos do joelho e do tornozelo e as oscilações do centro de pressão, em 20

mulheres, sendo que 10 eram cegas (6 com cegueira congénita) e 10

normovisuais. Os autores verificaram que as mulheres com deficiência visual

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tinham uma menor capacidade de manter o equilíbrio nas direções antero-

posterior e médio-lateral, do que as normovisuais.

No estudo de Uysal et al. (2010), realizado em crianças com deficiência

visual e normovisuais, concluiu-se, que as que tinham deficiência visual

conseguiam permanecer menos tempo equilibradas num pé do que as

normovisuais.

Ainda no mesmo ano, Matos et al. (2010), testaram, o equilíbrio estático de

crianças com baixa visão com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos,

tendo verificado que este foi afetado negativamente devido ao reduzido feedback

visual.

Schwesig et al. (2011), referem que as pessoas com cegueira congénita

tinham melhor desempenhos no equilíbrio do que as com cegueira adquirida.

Estes resultados podem ser explicados através da teoria das compensações por

parte sistema vestibular e propriocetivo, que ocorreram desde o nascimento.

Estas compensações têm como objetivo compensar a ausência de input visual.

Ainda no mesmo ano, Maggi et al., (2011), comparam o equilíbrio estático

e dinâmico em 30 crianças, com idades compreendidas entre os 10-12 anos, de

ambos os sexos, com cegueira congénita (n=10), normovisuais (n=10) e

normovisuais vendadas (n=10). Os resultados revelaram que as crianças

normovisuais obtiveram desempenhos superiores comparativamente às

normovisuais vendados e às crianças cegas, tanto na tarefa de equilíbrio estático

como dinâmico.

Ilić-Stošović e Nikolić (2012) avaliaram o equilíbrio em 83 crianças, com

idades compreendidas entre os 7-14 anos, com deficiência visual. Os autores

concluíram que os adolescentes com deficiência visual e com idades

compreendidas entre os 13-14 tinham maus desempenhos no equilíbrio.

Mais recentemente, Sobry et al. (2014) avaliaram o equilíbrio estático em

38 pessoas com deficiência visual e 36 normovisuais, com idades

compreendidas entre os 7 e os 70 anos. As pessoas foram classificadas com

deficiência visual se pertencessem a primeira categoria uma acuidade visual

binocular corrigida, entre 1/10 e 3/10, e um campo visual de pelo menos 20˚. O

equilíbrio estático foi avaliado através de uma plataforma de pressão. Os

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24

resultados demonstraram que o equilíbrio estático é semelhante em pessoas

com deficiência visual e normovisuais com os olhos fechados. No entanto,

quando há o incremento da velocidade de deslocamento do centro de gravidade,

as pessoas com deficiência visual têm mais dificuldades em manter o equilíbrio.

Os autores referem ainda que o equilíbrio das pessoas com deficiência visual é

eficaz, mas é mais instável do que os normovisuais. Esta observação é

acentuada quando a proprioceção é perturbada.

Com base no referido, a investigação do equilíbrio na deficiência visual tem

vindo a ser estudado ao longo dos anos, constatando-se que os sujeitos com

deficiência visual apresentam perturbações do equilíbrio. Relativamente ao tipo

de deficiência visual, as pessoas com baixa visão apresentam melhores

desempenhos no equilíbrio que os restantes tipos de deficiência visual.

2.2.3. Equilíbrio e Prematuridade na Deficiência Visual

Não foram encontrados estudos onde estas três variáveis estivessem

presentes. No entanto, sabemos que o nascimento prematuro está relacionado

com a deficiência visual (Boonstra et al., 2012; Evensen et al., 2009), mais

propriamente relacionado cegueira congénita (Cumberland et al., 2010; Pai et

al., 2011). Uma vez que o nascimento prematuro está diretamente relacionado

com o peso (Costeloe et al., 2013), as crianças prematuras tornam-se propensas

lesões na substância branca do cérebro, que por sua vez levam a anormalidades

no nervo ótico (Engle et al., 2007).

As crianças prematuras também têm maior probabilidade de ter desordens

coordenativas do desenvolvimento e do equilíbrio quando comparadas com

crianças nascidas a termo (Gallahue & Ozmun, 2005; Kieviet et al., 2009).

Evensen et al. (2004), Hughes e Cooke (2003) e Yan et al. (2004) compararam

o equilíbrio em crianças e adolescentes prematuros e nascidos a termo, tendo

observado que as crianças e os adolescentes prematuras têm piores

desempenhos que as crianças nascidas a termo.

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Por sua vez a compreensão do equilíbrio e controlo postural em crianças

prematuras pode ajudar a compreender os seus baixos desempenhos, assim

como ajudar na construção de guidelines (Lorefice et al., 2015).

2.2.4. Equilíbrio e Orientação & Mobilidade na Deficiência Visual

A metodologia da orientação & mobilidade surgiu em 1872, e foi concebida

por W. Hanks Levy. O método de Levy consistia em deslizar uma bengala de um

lado ao outro enquanto o deficiente visual caminhava. Richard Hoover, membro

do exército americano e do programa de administração de veteranos,

aperfeiçoou o método desenvolvido por Levy. Durante e depois da Segunda

Guerra Mundial ensinou o método aos cegos veteranos. E mais tarde Russel

Williams, um veterano cego da guerra, desenvolveu e documentou os

procedimentos (Welsh & Blasch, 1987).

Orientação ensina os sujeitos a utilizar a informação sensorial. Ajudando a

determinar a sua posição no espaço envolvente assim como à dos objetos. Com

a orientação os sujeitos conseguem determinar onde estão, onde querem ir e

como chegar até lá. A mobilidade diz respeito às técnicas utilizadas para

“navegar” no espaço, de forma segura e independente, do ponto A-B. Recorre

normalmente à utilização de um aparelho (e.g. bengala), cão guia ou um guia

normovisual (Ramsey et al., 2003; Zijlstra et al., 2009).

Existe uma grande interdependência entre o funcionamento físico (e.g.

caminhar, equilíbrio) e a capacidade de realizar as atividades do dia-a-dia (e.g.

movimentar-se eficazmente e de modo seguro) que é um dos ensinamentos do

COM (Ramsey et al., 2003).

Embora não tenham sido encontrados estudos sobre o efeito do COM no

equilíbrio sabemos que, o equilíbrio é importante para o desenvolvimento da

marcha (Williams, 1983).

Page 44: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

26

2.2.5. Equilíbrio e Atividade Física na Deficiência Visual

A visão estimula a aquisição das habilidades motoras, uma vez que

incentiva a criança a mover-se. Dá informação sobre a distância e direção dos

objetos e movimentos; ajuda na prevenção de possíveis situações perigosas,

ajuda a detetar erros e por conseguinte, a correção deles e ajuda ainda a copiar

movimentos efetuados por outras pessoas (Brambring, 2006). Deste modo, a

ausência de visão pode levar à diminuição da prática desportiva, a dificuldades

na orientação, à depressão, a dificuldades no equilíbrio e a problemas posturais.

De seguida, procederemos à apresentação dos resultados encontrados

nos estudos elaborados sobre a influência da atividade desportiva regular no

equilíbrio estático e dinâmico das pessoas com deficiência visual.

No estudo de Çolak et al. (2004), os autores compararam os níveis de

aptidão motora em 103 adolescentes do sexo masculino, com deficiência visual,

praticantes (n=51) e não praticantes de goalball (n=52). Os níveis de aptidão

motora foram os seguintes: equilíbrio estático, salto vertical, força de apreensão

e “senta e alcança”. Os resultados revelaram diferenças significativas para todos

os níveis de atividade física. Os autores sugerem que a prática do goalball é um

bom meio para melhorar as habilidades motoras nas crianças com deficiência

visual uma vez que foi concebido para pessoas com deficiência visual.

Silva et al. (2008) avaliaram a influência da dança no equilíbrio estático e

dinâmico, após a aplicação de um programa de dança. A amostra foi constituída

por 30 pessoas com deficiência visual, posteriormente divididos em dois grupos,

o grupo de controlo (constituído por 8 cegos e 7 ambliopes) e grupo experimental

(constituído por 11 cegos e 4 ambliopes). O grupo controlo foi submetido a

atividades manuais. E o grupo experimental submetido a um programa de dança

durante 8 semanas com 2 aulas semanais de 50 minutos de duração. Os dados

foram recolhidos em dois momentos no pré-teste (antes de iniciar o programa de

dança) e no pós-teste (depois da aplicação do programa). No pré-teste ambos

os grupos foram estatisticamente iguais. No pós-teste o grupo experimental

obteve resultados significativos no equilíbrio estático e dinâmico.

Page 45: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

27

Selçuk e Kıral (2009) avaliaram o equilíbrio estático e dinâmico em

adolescentes praticantes e não praticantes de atividade física, onde não

houveram diferenças estatisticamente significativas.

Na investigação de Haibach et al. (2011), os autores estudaram a eficácia

do equilíbrio dinâmico e estático em 44 adolescentes, dentro dos quais: 11 eram

cegos, 11 tinham baixa visão, 11 normovisuais e 11 normovisuais vendados.

Todos os adolescentes estavam há uma semana num campo de férias

desportivas. Os autores estudaram ainda a influência da visão no equilíbrio e a

perceção do autoequilíbrio. Os autores concluíram que a visão influencia o

equilíbrio, mas não a sua perceção. Os normovisuais vendados obtiveram

desempenhos superiores comparativamente aos adolescentes cegos e com

baixa visão, contrariamente ao esperado. Os autores sugerem que a experiência

visual ajudou-os a adaptar melhor à exigência da tarefa.

Apesar dos desempenhos dos adolescentes com deficiência visual não terem

sido superiores aos normovisuais vendados, os autores revelaram que os

adolescentes com deficiência visual tiveram altos níveis de autoeficácia nas

tarefas propostas. Indicado que os adolescentes interessavam-se na prática

desportiva tanto a nível funcional como recreativa.

Mavrovouniotis et al. (2013) analisaram a influência de um programa de

exercício composto por danças gregas e pilates, no equilíbrio estático e dinâmico

de adolescentes cegos (n=14). Os adolescentes foram separados em dois

grupos, o grupo de controlo, (n=4) e o grupo experimental (n=11). O grupo de

controlo realizou um programa de 8 semanas de aulas de educação física na

escola, com a frequência de 2 aulas por semana de 45 minutos por sessão. O

grupo experimental realizou um programa de 8 semanas de aulas de dança

grega e pilates, com a frequência de 2 aulas por semana de 45 minutos por

sessão. As tarefas relativas ao equilíbrio estático e dinâmico do MABC-2

(Movement Assessment battery for Children – second edition) para a banda de

idade 3 (11-16 anos) e do BOT-2 (Bruininks-Oseretsky Test of Motor

Proeficiency- 2 short form) foram utilizadas para avaliar o equilíbrio dinâmico e

estático da amostra. O equilíbrio foi avaliado em dois momentos, antes e depois

da aplicação dos programas. Os resultados demonstraram diferenças

Page 46: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

28

significativas entre para todas as tarefas de equilíbrio no grupo experimental.

Não foram encontradas diferenças significativas no grupo de controlo.

Relativamente aos desempenhos do equilíbrio em diferentes desportos,

Rodrigues (2006), estudou o equilíbrio em 56 pessoas com deficiência visual,

onde 26 praticavam atividade física regular, nomeadamente, futebol de 5,

goalball, natação ou musculação. Os resultados mostraram valores de equilíbrio

significativamente superiores nos praticantes de futebol comparativamente aos

praticantes de goalball.

Gagliardi e Shibata (2009) avaliaram o equilíbrio estático e dinâmico em

pessoas com deficiência visual praticantes de goalball e atletismo. A amostra foi

constituída por 20 adultos, com idades compreendidas entre os 18 e 45 anos,

com cegueira congénita, divididos por modalidade desportiva. O equilíbrio

estático foi avaliado através do apoio unipodal e o dinâmico através da marcha

anterior e posterior. Não foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas no equilíbrio estático entre modalidades. No equilíbrio dinâmicos os

atletas de goalball obtiveram melhores desempenhos que os praticantes de

atletismo.

Um estudo interessante foi realizado por Scherer et al. (2011), os autores

procuraram relacionar a prática do goalball com a orientação & mobilidade em

pessoas com deficiência visual. O estudo foi realizado em 79 atletas, de ambos

os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 58 anos, com cegueira e

baixa visão. O instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista semiestruturado

criado especificamente para a pesquisa, constituído por 28 itens. Os resultados

do estudo demonstraram que a prática de goalball ajuda no desenvolvimento da

mobilidade, assim como: da lateralidade, da coordenação, da marcha, do

equilíbrio, da agilidade e da noção espacial. Os autores referem ainda que o

desenvolvimento do goalball na (re)habilitação deve auxiliar a orientação &

mobilidade, com base no desenvolvimento sensório-motor, uma vez que ajuda a

melhorar o equilíbrio, concentração, coordenação, entre outros.

Em suma, a prática de atividade física nas pessoas com deficiência visual,

melhora não só o equilíbrio, mas também as várias habilidades motoras. A

Page 47: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

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prática do goalball demonstra ter efeitos benéficos para o desenvolvimento das

habilidades motoras nas pessoas com deficiência visual.

2.3. Lateralidade

2.3.1. Definição

A lateralidade não é a capacidade de diferenciar esquerda-direita, mas sim

a preferência lateral em relação ao outro (Le Boulch, 1992). A preferência de um

lado em relação ao outro é estabelecida na infância. Onde é definido que lado

terá mais força, precisão e agilidade (De Meur et al., 1991).

Para Annett (2004), Bagi et al. (2011) e Mohr et al. (2003) preferência lateral

é definida por o uso assimétrico dos membros ou sentidos, sendo a preferência

manual (PM) a mais estudada, apesar de verificar-se assimetrias também nos

pés, olhos e ouvidos.

O debate da preferência lateral, foi inicialmente discutido por Paul Broca

em 1961, onde o hemisfério esquerdo foi referido como o preferido. Na opinião

de Giolo (2008) a especialização cerebral, lateralização, traduz a organização do

sistema nervoso de cada sujeito. Assim a lateralização do indivíduo pressupõe

a preferência de um lado do corpo sobre o outro. Negrine (1986) citado por Giolo

(2008, pp. 27-28) diferencia o termo lateralidade do termo noção de lateralidade.

Sendo que lateralidade refere-se ao espaço interno do indivíduo onde há a

dominância de um hemisfério cerebral em relação ao outro. E noção de

lateralidade refere-se ao espaço externo do indivíduo, a consciência que o

individuo tem de sim mesmo em relação ao mundo que o rodeia, estando

intimamente ligada à noção de direção, embora não sejam o mesmo. A noção

de lateralidade vai influenciar o desenvolvimento psicomotor da criança assim

como na velocidade, coordenação, preferência e precisão.

No geral, os autores defendem que as diferenças no uso do membro

preferido devem-se a diferenças nos mecanismos de controlo neural, contudo,

ainda não há consonância sobre os mecanismos responsáveis por estas

diferenças (Bagesteiro & Sainburg, 2002).

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A preferência de um membro em relação ao outro levanta duas questões.

O porquê de a maior parte das pessoas preferir o lado direito e porquê de não

afetar toda a população (Bishop, 2001). Deste modo, tem sido estudado o que

poderá influenciar a preferência lateral.

Annett (1996, 1998, 2002) formulou uma das teorias principais que explica

este efeito através da genética. A PM é uma variável contínua que pode ser

traduzida em frequências. Nas etapas precoces do desenvolvimento a

distribuição contínua das assimetrias interlaterais depende de diferenças

aleatórias do lado direito e esquerdo do corpo. Esta distribuição das assimetrias

entre os lados é deslocada à direita, devido ao gene RS (right-shift) que promove

a preferência do hemisfério cerebral esquerdo sobre o hemisfério direito para

funções do controlo motor. Deste modo haveria uma predisposição para a

preferência do lado direito do corpo. E a definição de um lado preferido seria

posteriormente influenciada pelo meio ambiente e pelo desenvolvimento.

Outra das explicações para a preferência do lado direito, baseia-se nas

pressões culturais e sociais que por sua vez explicam as diferentes percentagens

de sinistrómanos (SIN) em várias culturas (Perelle & Ehrman, 2005; Vuoksimaa

et al., 2009). Porac e Coren (1981) formulam a hipótese de um mundo orientado

à direita Right-based world. Esta hipótese destaca o facto do nosso ambiente

físico favorecer os DES e obriga a adaptação dos SIN (e.g. uso de tesouras, abre

latas,...), pois estes são obrigados a usar a mão não preferida na realização das

tarefas diárias (Judge & Stirling, 2003). A literatura (Bagi et al., 2011; Dellatolas

et al., 2003; Doyen et al., 2001; Gabbard et al., 1997; Gurd et al., 2006) promove

esta hipótese uma vez que já vários estudos comprovam que os SIN são menos

lateralizados que os destrímanos (DES). Para além disso, estudos mostram que

os SIN são mais proficientes que os DES com a mão não preferida (Annett &

Kilshaw, 1983; Bagi et al., 2011; Judge & Stirling, 2003) e também menos

assimétricos que os DES (Rousson et al., 2009 cit. por Freitas et al., 2014, p. 3).

Em suma, a lateralidade corporal diz respeito à preferência de utilização de

um dos membros ou órgãos do corpo (mão, pé, olho e ouvido). A preferência de

Page 49: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

31

um dos lados resulta de vários fatores tanto genéticos como socioculturais,

sendo que a maioria da população prefere o lado direito.

2.3.2. Índices de Preferência Lateral

A lateralidade pode ser classificada de acordo com o membro ou órgão,

podendo-nos referir à lateralidade como: auditiva, visual, manual e podal

(Hinojosa et al., 2003; Mohr et al., 2003; Porac & Coren, 1981; Vasconcelos,

2004).

Em alguns estudos tem sido observado correlações entre os índices de

lateralidade (Reiss et al., 1999).

Preferência Auditiva

Esta preferência é ainda pouco investigada. Uma vez que os resultados do

estudo deste índice dependem de muitas variáveis que são determinantes para

a validade dos resultados A acuidade auditiva do sujeito é um desses fatores,

pois se o sujeito ouvir pior num ouvido preferirá o ouvido contrário (Rocha, 2008).

O isolamento sonoro é outro aspeto a considerar (Ocklenburg et al., 2010a).

No estudo de Burke, Letsos e Butler (1994) citados por Ocklenburg et al.

(2010b, p. 210) foram utilizados estímulos auditivos para determinar a

localização do som. Os resultados mostraram que o hemisfério esquerdo foi o

mais preciso em comparação ao direito, para todos os participantes. Sugerindo

que o hemisfério esquerdo é direcionado mais para o processamento da

localização do som, enquanto o hemisfério direito para a origem do som

(Woldorff et al., 1999).

No entanto, Hausmann et al. (2005) demonstraram o envolvimento do

hemisfério direito no processamento da localização do som em pessoas com

lesões cerebrais. Assim como, Fujiki et al. (2002), Kaiser et al. (2000) e Palomäki

et al. (2000) que recorreram ao uso da neuroimagem.

Relativamente a possíveis relações entre a PM e a preferência auditiva,

Ocklenburg et al. (2010b) demonstraram diferenças entre DES e SIN. Sendo que

Page 50: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

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os SIN tinham preferência auditiva direita e os DES preferência auditiva

esquerda. Dufour et al. (2007) apontaram igualmente diferenças entre DES e

SIN em tarefas de cruzamento da linha média (auditory midline tasks). Todavia,

tanto DES como SIN demonstraram preferência auditiva esquerda, sendo a

diferença mais contrastante em SIN do que DES.

Jackson (2011) investigou a temperatura da membrana do tímpano para

determinar a preferência auditiva. A temperatura da membrana do tímpano

espelha a temperatura das estruturas cerebrais próximas, como o lobo temporal.

Portanto a ativação de um determinado hemisfério de acordo com ouvido

preferido poderia tornar-se um indicador direto da preferência auditiva. No

entanto, autor verificou precisamente o contrário, uma vez que a temperatura do

tímpano indicou atividade hemisférica contralateral. Corroborando os resultados

obtidos por Jackson (2005, 2008) e Kinsbourne (1970).

Preferência Visual

Cerca de 97% da população normovisual tem um olho preferido, sendo que

68% tem como olho preferido o direito e 32% tem o olho esquerdo (Porac &

Coren, 1978, citados por Reiss & Reiss, 1997, p. 7). A existência de um olho

preferido é sustentada pela teoria de que o cérebro não consegue suportar

movimentos oculares de ambos os lados, uma vez que o músculo reto medial

tem de ser coordenado com o reto lateral do outro olho. Por isso parece plausível

que o controlo seja unilateral (Bourassa et al., 1996).

Através do seu estudo Gronwall e Sampson (1971) mencionam o olho

preferido como aquele usado em situações de perseguição visual sighting and

aiming.

Porac e Coren (1976) citados por Reiss e Reiss (1997, p. 8) referem que a

preferência visual é determinada pelas seguintes medidas: testes de visão,

unconscious sight test, teste de rivalidade ocular, testes de acuidade visual, e

testes de eficiência motora. Porém, a correlação entre estes testes é baixa

(Porac & Coren, 1981).

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Annett (1981, 1996, 2002) sugeriu que a preferência visual era influenciada

por fatores genéticos, Também os autores, Reiss e Reiss (1997) e Warren et al.

(2006) demonstraram fortes relações entre a preferência visual e a

hereditariedade. No entanto, Reiss e Reiss (1997) apontam para que apenas

68% dos descendentes de pais com preferência visual esquerda têm o olho

esquerdo como preferido. Estes resultados diferem ligeiramente dos de

Brackenridge (1982) citado por Rocha (2008, pp. 28-29). O autor relata que

apenas 45% dos descendentes de pais com preferência visual esquerda, têm o

olho esquerdo como preferido. E os casais com preferência visual direita

originam 27% de descendentes com preferência visual esquerda, enquanto nos

casais mistos a percentagem aumentava para 36%.

No estudo de Birkett (1979), o autor estudou as relações entre a PM, a PM

da família, o sexo e a preferência visual. O autor não encontrou nenhuma relação

entre a preferência visual e a PM da família de homens e mulheres SIN. A

preferência visual esquerda era mais comum em homens DES ao passo que a

preferência visual direita era mais comum em famílias DES.

Bourassa et al. (1996), Porac e Coren (1981) e Redfern et al. (2001) assim

como Reiss e Reiss (1997) revelaram que muitos sujeitos não tinham preferência

visual.

Coren (1993) e Porac e Coren (1981) constaram que a preferência visual

esquerda era mais comum do que na PM esquerda, PP (preferência podal)

esquerda, e menos comum do que a preferência auditiva esquerda.

Preferência Manual

A maior parte da população mundial é destra (Annett, 1981; Bagesteiro &

Sainburg, 2002; Bishop, 2001; McManus, 1991; Perelle & Ehrman, 1994;

Vlachos et al., 2013). Sendo que apenas 10% na população é SIN (Annett, 1981;

Bishop, 2001; Corballis, 2003; Goble & Brown, 2008; McManus, 1991; Perelle &

Ehrman, 1994; Vlachos et al., 2013) no entanto, pode variar entre 0,6 %-19,8%,

dependendo das influências socioculturais (Porac & Buller, 1990).

Page 52: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

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Quando um indivíduo escolhe uma mão preferida para a realização de

várias tarefas, espera-se que a mão escolhida torne-se mais hábil do que a mão

não preferida (Ittyerah, 2000). Contudo, para Vasconcelos (2004) apesar de uma

mão ser a preferida, não significa que esta seja a mais eficiente ou a mais forte.

Assim habilidade e preferência podem não estar relacionadas (Ittyerah, 2000;

Corey et al., 2001 cit. por Rocha, 2008, p. 47; Vasconcelos, 2004). Por outro

lado, a mão que escolhemos para uma tarefa pode não ser a mesma que

escolhemos para outra tarefa (Annett, 1998).

Existe uma relação entre o desenvolvimento da criança e a lateralidade

manual. Os sujeitos com lateralidade cruzada tendem a ter atrasos no

desenvolvimento motor (Johnston et al., 2009).

Recentemente Lyle e Grillo (2014) concluíram que os sujeitos com menor

consistência na escolha da PM, são menos seguros e menos autoritários,

quando comparados com os que têm maior consistência na PM.

Nos estudos de Dassonville et al. (1997) os autores descobriram uma

associação entre a PM e a ativação funcional do córtex motor. A ativação do

córtex motor contralateral ao membro preferido foi superior durante os

movimentos do membro preferido em comparação aos do membro não preferido.

Assim quando o indivíduo apresenta “dominância” do hemisfério esquerdo, diz-

se que o indivíduo é DES, já a “dominância cerebral” do hemisfério direito num

indivíduo torna-o SIN (Giolo, 2008; Knecht et al., 2000; Mohr et al., 2003).

Contudo, para Vasconcelos (1991) um terço dos sujeitos com preferência

esquerda não apresenta “dominância cerebral” contralateral, como seria de

esperar. Os resultados do estudo de Tan (1990), sugeriram que o hemisfério

esquerdo do cérebro, estaria relacionado com a intensidade da PM esquerda.

No entanto, a intensidade da PM direita não estava relacionada com o hemisfério

direito.

Para além das diferenças na organização cerebral encontradas, no estudo

de Thilers et al. (2007) mencionou-se algumas diferenças anatómicas, entre DES

e SIN, no corpo caloso. Sendo que os SIN tendiam a ter o corpo caloso maior do

que os DES.

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Relativamente à diferença entre sexos, Bourassa et al. (1996), Johnston et

al. (2009), Papadatou-Pastou et al. (2008), Porac e Coren (1981) e Sacco et al.

(2006) constaram nos seus estudos, uma maior incidência de indivíduos SIN do

sexo masculino comparativamente ao sexo feminino.

Todavia, Gabbard (1992) citada por Rocha (2008, p. 37) não encontrou

diferenças entre sexos. Uma possível explicação para a maior incidência de SIN

do sexo masculino pode estar relacionada com pressões sociais sobre o sexo

feminino (Porac & Coren, 1981; Sato et al., 2008) ou poderá estar relacionada

com fatores genéticos ou hormonais (Stroganova et al., 2004).

Geschwind e Behan (1982) formulam a teoria que relaciona a sinistralidade

com a presença de testosterona. Segundo esta teoria a testosterona levaria à

diminuição do desenvolvimento do hemisfério esquerdo e por conseguinte, ao

desenvolvimento do hemisfério direito. Os sujeitos do sexo masculino como

sofrem uma maior exposição desta hormona fazia com que houvesse uma maior

predisposição para o uso da mão esquerda.

Os autores Pedersen et al. (2003) estudaram as diferenças entre sexos,

em crianças com idades compreendidas entre os 7 e 9 anos. Onde obtiveram

diferenças estatisticamente significativas entre sexos, na tarefa threading nuts

on bolt, sendo que as raparigas mostram-se mais lateralizadas que os rapazes.

Contudo, ainda no mesmo estudo, na tarefa placing pegs não foram encontradas

diferenças estatisticamente significativas.

No estudo de Johnston et al. (2009) realizado em 4942 crianças

australianas, com idades compreendidas entre o 4-5 anos, concluiu-se que

crianças do sexo masculino SIN e com lateralidade cruzada tinham piores

desempenhos do que as crianças do sexo feminino. Contudo, verificou-se ainda

que há uma menor tendência para as raparigas serem SIN.

Preferência Podal

Segundo Peters (1998) PP refere-se ao uso continuado de um pé em

relação ao outro em tarefas motoras unipodais. As tarefas podem ser

classificadas como estáticas (e.g. equilíbrio unipodal) e dinâmicas (e.g. chutar

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uma bola). No caso do equilíbrio estático o Pp (pé preferido) é o que executa o

apoio. E no caso do equilíbrio dinâmico o Pp é o usado para executar o

movimento e o PNp é usado como apoio (Hart & Gabbard, 1997). Já Sadeghi et

al. (2000) propõe a hipótese da assimetria funcional da marcha, sendo que a

perna preferida seria a responsável pela propulsão antero-posterior e a perna

não preferida responsável pelo suporte vertical e equilíbrio. As assimetrias na

marcha têm sido manifestadas tanto em crianças (Rodrigues et al., 2014) como

em adultos (Polk & Rosengren, 2010).

Apesar de aproximadamente 80% da população utilizar a perna direita

como preferida (Gabbard & Iteya, 1996 & Porac & Coren, 1981), há poucos

estudos realizados quando comparamos com a PM. Alguns estudos (Bryden &

Elias, 1998 e Bryden et al., 1997) mencionam a PP como sendo um melhor índice

da especialização cerebral do que a PM, uma vez que é menos propensa a

influências socioculturais (Calvert & Bishop, 1998 & Chapman et al., 1987).

Porém, no estudo realizado por Zverev e Mipando (2007), foram encontradas

pressões socioculturais na preferência do pé direito como Pp. Segundo os

autores, a ideia de que o pé esquerdo é “mais fraco” ou “menos hábil” que o

direito, foram as principais razões para a preferência. Para além disso os pais,

líderes das igrejas e amigos também influenciaram a mudança do pé esquerdo

para o pé direito.

A expressão da PP segundo Sobera et al. (2011) decorre entre os 2 e os 5

anos de idade, ficando determinada aos 6 anos de idade. E entre os 7 e 9 anos

decorre o desenvolvimento e aperfeiçoamento do controlo postural

(Roncesvalles et al., 2005).

Num estudo longitudinal realizado por Nonis (1996) citado por Hart e

Gabbard (1997, p. 10) a autora refere que as crianças dos 3 aos 6 anos, tendiam

a aumentar a PP mista (usam diferentes pernas para o equilíbrio unipodal)

quando realizavam equilíbrio estacionário e para “saltar ao pé-coxinho”.

Contudo, em tarefas bipodais a maior parte das crianças tinham PP direita.

Estudos realizados em atletas de futebol, revelam resultados interessantes.

Grouios et al. (2002) citados por Carey et al. (2009, p. 652) estudaram a PP em

368 jogadores profissionais de futebol, 389 jogadores semiprofissionais, 357

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jogadores amadores e 395 estudantes, através do Questionário de Preferência

Podal de Waterloo. Cerca de 46% dos jogadores profissionais, assim como cerca

de 30% dos jogadores semiprofissionais, a 13% dos amadores e 9% dos

estudantes apresentavam PP mista (classificações compreendidas entre -6 e

+6). Estes resultados podem ser explicados através do estudo de Oliveira et al.

(2003). Os autores sugerem ainda que os jogadores com PP mista são mais

eficientes não por razões técnicas, mas sim por motivos táticos.

Carey et al. (2001) defendem que os jogadores com PP mista são mais

proficientes e têm maior habilidade, do que os que têm uma Pp direita ou

esquerda. Estes resultados vão contra os resultados apresentados por Andrade

(2009). O autor estudou a PP recorrendo ao Teste de Tapping Pedal, em 342

crianças, sendo que 271 tinha PP direita e 71 PP esquerda. Ainda no mesmo

estudo, o autor revelou que de um modo geral as crianças eram mais proficientes

com o Pp. Porém, Porac e Coren (1981) estudaram a proficiência em jogadores

de futebol relativamente ao Pp esquerdo e Pp direito. Apesar de não terem

encontrado diferenças estatisticamente significativas, os autores referem que as

médias da proficiência em jogadores com PP esquerda eram superiores à média

da proficiência em jogadores com PP direita.

Relativamente à relação entre a PM e a PP, Barut et al. (2007) investigaram

a relação entre a PM e a PP entre homens e mulheres com nacionalidade turca.

Os resultados indicaram que homens com PM esquerda escolhiam

maioritariamente o “pé esquerdo” (56,9%) como preferido, seguido do “pé direito”

(32,3%) e “ambos os pés” (10,8%). Enquanto as mulheres com PM esquerda

escolhiam maioritariamente o “pé esquerdo” como preferido (79,4%), seguido de

“ambos os pés” (11,8%) e “pé direito” (8,8%). No caso de homens e mulheres

com PM direita, escolhiam o “pé direito” como o preferido (75,5%- homens;

89,9% -mulheres), seguido por “ambos os pés” (17,4% - homens; 8,9%-

mulheres) e “pé esquerdo” (7,1%-homens; 1,2%- mulheres). Estes resultados

demonstram que neste estudo as mulheres SIN foram mais fortemente

lateralizadas do que os homens SIN. E mulheres DES foram ligeiramente mais

lateralizadas que homens DES. E que tanto mulheres DES e SIN preferiam

Page 56: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

38

“ambos os pés” em vez de o PNp tal como os homens DES. Contrariamente aos

homens SIN que preferiam significativamente o PNp a “ambos os pés”.

No estudo de Eligar (2011) 50% dos homens com PP esquerda escolhiam

a mão esquerda e a outra metade escolhia a mão direita. Por outro lado, as

98,8% das mulheres com PP direita escolhiam a mão direita. Enquanto as

mulheres com PP esquerda tinham como mão preferida a esquerda, 20% das

mulheres com PM esquerda escolhiam PP direita. O que demonstra que os

homens foram menos lateralizados do que as mulheres.

Resumidamente, as assimetrias laterais podem-se manifestar, nos

membros ou nos órgãos sensoriais, sendo que a maior parte da população é

destra. Alguns estudos sugerem que as raparigas são mais lateralizadas que os

rapazes.

2.3.3. Classificação dos Índices de Preferência Lateral

Existem três fatores que influenciam a classificação dos índices de

preferência lateral considerados: a direção, a intensidade (ou consistência) e a

congruência (Rocha, 2008).

Direção

Coste (1992) citado por Lucena (2010, p. 6) define lateralidade em quatro

tipos: (i) dextralidade verdadeira, onde a preferência lateral é a direita; (ii)

sinistralidade verdadeira, onde a preferência lateral é o lado esquerdo; (iii) falsa

sinistralidade, o indivíduo adota a sinistralidade devido a uma paralisia ou

amputação e (iv) falsa dextralidade, ocorre uma organização inversa da

observada a falsa sinistralidade (nesta categoria estão incluídos também os SIN

contrariados, ou seja, são indivíduos que nascem com um potencial para ser

SIN, mas por influência social, utilizam a mão direita). Para Magalhães (2001)

citado por Andrade (2009, p. 15) destros são os sujeitos onde existe uma

preferência clara do lado direto. Os sujeitos com preferência lateral esquerda são

Page 57: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

39

os que apresentam a preferência do lado esquerdo. E ambidestros são aqueles

que usam tanto um lado como o outro com igual destreza.

Intensidade

A intensidade é dada através do Quociente de Lateralidade que resulta da

proporção entre a diferença do número de tarefas executadas com o lado direito

e o lado esquerdo sobre o número total de tarefas realizadas. Quanto mais

consistente for a escolha de um lado, como preferido mais lateralizado o sujeito

é (Leconte & Fagard, 2004). A classificação varia entre +100 e -100, sendo que

quanto mais perto o valor do quociente estiver destes extremos mais consistente

o sujeito é. Os indivíduos podem ser classificados de forma dicotómica

(consistentes e não consistentes); tricotómica (consistentes à esquerda,

consistentes à direita e não consistentes) e tetratómica (consistentes à

esquerda, não consistentes à esquerda, consistentes à direita, não consistentes

à direita) (Bishop et al., 1996).

Congruência

A congruência relaciona os quatro índices de preferência lateral (Reiss et

al., 1999). Segundo Porac (1997) a congruência pode ser classificada como:

dicotómica (quando o mesmo lado é escolhido pelos quatro índices, e cruzado,

quando pelo menos um dos índices tem preferência contrária aos restantes); e

tricotómica (congruente à direita, quando os quatro índices preferem o lado

direito, congruente à esquerda, quando os quatro índices preferem o lado

esquerdo e cruzado, quando pelo menos um dos índices tem preferência

contrária aos restantes). Para Negrine (1986), citado por Giolo (2008, pp. 25-27)

a lateralidade pode ser: homogénea definida (o indivíduo é DES ou SIN, e.g.

lateralidade manual, lateralidade podal e lateralidade visual = DES), definida

cruzada (o indivíduo possuí lateralidade igual em dois órgãos mas no terceiro

muda, e.g. – DES; preferência podal- DES; preferência visual – SIN.) e definida

Page 58: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

40

(um dos órgão não tem lateralidade indefinida, e.g. e preferência podal direita e

preferência visual - indefinida).

Em resumo, a preferência lateral, é definida segundo 3 índices, a direção,

a intensidade e a congruência. A direção diz-nos o tipo de lateralidade, a

intensidade a consistência do tipo de lateralidade e a congruência relaciona os

4 índices de preferência lateral.

2.3.4. Preferência Manual e Deficiência Visual

A PM de um sujeito é construída com base em vários fatores tais como: a

prática, a aprendizagem, a experiência (Scharoun & Bryden, 2014), assim como

as pressões sociais e o ambiente a que esteve exposto na infância (Suzuki &

Ando, 2014). No entanto, para as pessoas com deficiência visual outros fatores

estão incluídos, tais como: a familiaridade com o material, a maneira como lê

braille e requisitos específicos da tarefa (Sadato, 2005).

Num estudo realizado por Cratty e Sams (1968) os autores concluíram que

a idade média do desenvolvimento da PM numa criança com deficiência visual

rondava os 9 anos. Todavia, sugerem que se a criança for estimulada, a

expressão da lateralidade é definida aos 7 anos.

Num estudo realizado por Sampaio e Philip (1995) os autores avaliaram o

desempenho da leitura em braille nos cegos com cegueira congénita e adquirida,

concluindo-se que “experiência visual” e a PM estão relacionadas. Embora não

tenha sido observado totalmente. Os autores sugerem que a “experiência visual”

do indivíduo, pode influenciar a escolha da mão preferida, para aqueles que leem

apenas com uma mão. As pessoas com cegueira congénita obtiveram

desempenhos superiores com a mão preferida. Para as pessoas com cegueira

adquirida a PM não foi evidente.

Já Argyropoulos et al. (2014) sugerem que a ausência de input visual pode

não interferir na PM, mas sim na intensidade. Os autores apontam ainda que a

ausência de visão leva a proficiência de ambas as mãos em exercícios onde o

tato é recrutado e nas tarefas espaciais. Este fato é apoiado pela neurociência,

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41

pois a cegueira leva à reorganização das ativações neurais corticais (Roberts &

Wing, 2001). Porém, no estudo de Ittyerah (2000) realizado em 100 pessoas

cegos e 100 pessoas normovisuais a investigadora não encontrou nenhuma

diferença estatisticamente significativa entre a PM nas pessoas normovisuais e

cegas, que corrobora os estudos de Ittyerah (1993) e Röder et al. (1999).

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CAPÍTULO III – Estudo empírico

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EQUILÍBRIO EM CRIANÇAS E JOVENS CEGOS E DE BAIXA VISÃO: EFEITO DA

PREFERÊNCIA PODAL E DA ATIVIDADE FÍSICA

Equilíbrio em crianças e jovens cegos Diana Rocha1 Olga Vasconcelos1 Paula Cristina Rodrigues 1,2

1 Laboratório de Aprendizagem e Controlo Motor, CIFI2D, Faculdade de Desporto – Universidade

do Porto

2 RECI - Research in Education and Community Intervention - Instituto Piaget

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar o nível de equilíbrio dos sujeitos com

deficiência visual em função da preferência podal (PP) e da prática de atividade

física regular. Pretendeu-se ainda analisar o nível de equilíbrio dos sujeitos com

deficiência visual em função do tipo de deficiência, do género, da detenção de

Curso de Orientação & Mobilidade (COM), da preferência manual (PM) e da

prematuridade. A amostra foi constituída por 23 crianças e adolescentes com

deficiência visual, nomeadamente baixa visão (n=14) e cegueira (n=9) com

idades compreendidas entre os 9 e os 18 anos, praticantes (n=17) e não

praticantes (n=6) de atividade física regular. Relativamente à PM, verificaram-se,

22 destrímanos (DES) e 1 sinistrómano (SIN), assim como 20 sujeitos de PP

direita, 1 de PP esquerda e 2 sem PP. Foram excluídos todos os sujeitos com

outra deficiência associada ou défice cognitivo. Quanto à prematuridade, foram

considerados prematuros os participantes com menos de 37 semanas de

gestação (n=8) e nascidos a termo aqueles com 37-42 semanas de gestação

(n=15). Quanto à detenção do COM 13 sujeitos tinham o curso e 10 não tinham.

Esta análise do equilíbrio foi realizada através da aplicação da Escala de

Equilíbrio de Berg (Soares et al., 2011), na versão traduzida e adaptada para a

língua portuguesa (Brasil) do The Berg Balance Scale, de Berg et al. (1992). A

PM foi avaliada através do “Questionário de Preferência manual de Edinburgh”

(modificado) (Oldfield, 1971) e a PP através do Questionário de preferência podal

de Porac e Coren (1981). O t teste de medidas independentes revelou

relativamente ao equilíbrio, diferenças estatisticamente significativas no fator tipo

de deficiência visual, sendo que os sujeitos com baixa visão obtiveram

Page 98: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

80

desempenhos superiores. Também foram verificadas diferenças significativas na

detenção do COM, sendo que os sujeitos sem COM obtiveram desempenhos

superiores. Concluímos que o nível de equilíbrio varia com o tipo de deficiência

visual e que a detenção do COM não afeta os níveis de equilíbrio.

Palavras-chave: preferência manual e podal, equilíbrio, deficiência visual,

atividade física.

Abstract

The aim of the study was to characterize the effect of footedness and physical

activity in the lever of balance of people with visual impairment. It was intended

to further analyze balance of the visually impaired subjects depending on the

factors: degree of visual impairment, gender, Orientation & Mobility Training

(OMT), handedness and prematurity. The sample consisted in 23 children and

teenagers, of both genders, with visual impairment (9 with blindness and 14 with

low-vision), aged between 9 and 18 years old, physical activity practitioners

(n=17) and non- practitioners (n=6). Relatively to handedness, 22 were right-

handed and 1 was left-handed as well as 20 subjects were right-footed, 1 left-

footed and 2 without foot preference. As to prematurity, were considered

premature the subjects born with less than 37 weeks of gestation (n=8) and term-

born the subjects born between 37-42 weeks of gestation (n=15). As for OMT, 13

had training and 10 hadn’t. Balance was analyzed by the Portuguese (Brazil)

translated version of The Berg Balance Scale (Berg et al., 1992), Porac and

Coren (1981) was used to evaluate footedness and a modified version of the

Edinburgh Handedness Inventory (Oldfield, 1971) to evaluate handedness.

Independent-samples t-test indicated significant differences of the effect on the

degree of visual impairment and OMT, which subjects with low vision and children

with no OMT had higher performances. No statistic differences between the

factors: footedness, handedness, genders, prematurity and physical activity. In

conclusion, the level of balance varies with the degree of visual impairment and

OMT doesn’t affect the level of balance.

Page 99: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

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Key-words: footedness, handedness, balance, visual impairment, sport

participation.

3.1. Introdução

Em 2001 havia 636 059 pessoas com deficiência em Portugal das quais

163 467 tinham deficiência visual, representando mais de um quarto da

população com deficiência (INE, 2001).

O desenvolvimento da criança cega, em termos posturais e de

deslocamento, é mais lento que o da criança normovisual (Le Boulch, 1992).

Assim quando a estimulação da criança cega não é precoce, a coordenação

motora, tónus e o equilíbrio estático e dinâmico são afetados (Farias, 2004).

A capacidade de manter o corpo em equilíbrio quando este sofre alguma

perturbação é designada por estabilidade postural (Kandel et al., 2000;

Shumway-Cook & Woollacott, 2012). A manutenção do equilíbrio estático e

dinâmico em sujeitos com deficiência visual ou normovisual é feita através da

visão (cerca de 80%) (Friedrich et al., 2008), pois esta processa e integra os

feedbacks ambientais e escolhe a melhor estratégia para manter o equilíbrio

(Schmid et al., 2007). Shumway-Cook e Woollacott (2012) afirmam que a

estabilidade postural é mantida através de três sistemas. O sistema visual (dá a

relação ambiente-corpo e vice-versa), sistema vestibular (fornece informação

sobre a gravidade) e o sistema propriocetivo, (recolha da informação relativa ao

tipo de superfície de apoio). Quando um destes sistemas se encontra

comprometido, ocorre um déficit na estabilidade postural.

Giagazoglou et al. (2009) e Schmid et al. (2007) compararam o equilíbrio

entre normovisuais e sujeitos com baixa visão, verificando que a visão residual

existente pode levar ao aumento da oscilação corporal e postura. A capacidade

de manter-se equilibrado neste estudo provou que os sujeitos com cegueira

tinham melhores desempenhos do que os normovisuais vendados.

Skaggs e Hopper (1996) sugerem que a baixa performance motora dos

sujeitos com deficiência visual deve-se não só à ausência de input visual mas

também à falta de oportunidades de interagir com o meio. Contudo, num estudo

realizado por Çolak et al. (2004) em praticantes e não praticantes de goalball,

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82

tendo sido avaliados os parâmetros equilíbrio, força de apreensão, flexibilidade,

salto vertical pico de torque, os resultados demonstraram que os sujeitos

praticantes obtiveram melhores resultados do que os não praticantes.

A preferência lateral é definida pelo uso assimétrico dos membros ou

órgãos dos sentidos (visão e audição, no caso), sendo a PM a mais estudada,

apesar de também se verificarem verificar assimetrias ao nível podal, visual e

auditivo (Mohr et al., 2003). A preferência lateral é estabelecida na infância, onde

será definido que lado terá mais força, precisão e agilidade (De Meur et al., 1991)

Cratty e Sams (1968) concluíram que a idade média do estabelecimento da

PM numa criança com deficiência visual rondava os 9 anos. No entanto,

sugeriram que se uma criança tiver o devido treino, poderá ter a definição da sua

PM cerca dos 7 anos de idade.

Para além dos fatores biológicos e genéticos a PM de um sujeito é

construída com base: na prática, na aprendizagem e na experiência (Scharoun

& Bryden, 2014), tendo ainda em consideração as pressões sociais e o ambiente

a que o sujeito esteve exposto na infância (Suzuki & Ando, 2014).

Peters (1988) menciona que o Pp (pé preferido) é usado para atividade de

manipulação de objetos enquanto o PNp (pé não preferido) é utilizado para

suporte postural. Não foram encontrados estudos sobre a PP na deficiência

visual.

O objetivo geral deste estudo foi caracterizar o nível de equilíbrio de

crianças e jovens com deficiência visual, nomeadamente com cegueira e baixa

visão, e verificar o efeito, nesta capacidade, da preferência manual, preferência

podal, prática de atividade física, prematuridade e COM.

3.2. Metodologia

Amostra

Participaram neste estudo 23 crianças e adolescentes do Agrupamento de

Escolas Rodrigues de Freitas, do concelho do Porto, com idades entre os 9 e os

18 anos (14,83±2,44anos), de ambos os sexos, com deficiência visual,

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nomeadamente baixa visão (n=14) e cegueira (n=9), praticantes (n=18) e não

praticantes de atividade física (n=6). Relativamente à PM, verificaram-se, 22

DES e 1 SIN assim como 20 sujeitos de PP direita, 1 de PP esquerda e 2 sem

PP. Foram excluídos todos os sujeitos com outra deficiência associada ou défice

cognitivo. Relativamente à prática desportiva, apenas foram contabilizadas

atividades desportivas extracurriculares, com a frequência mínima de “uma vez

por semana”. Posto isto, 17 sujeitos foram considerados como “praticantes” e 6

como “não praticantes”. Relativamente à prematuridade, foram considerados

prematuros os participantes com menos de 37 semanas de gestação (n=8) e

nascidos a termo (37-42 semanas de gestação) (n=15). Quanto à detenção do

COM 13 sujeitos tinham o curso e 10 não tinham. Foram excluídos todos os

sujeitos com outra deficiência associada ou défice cognitivo. O Quadro 3

apresenta uma caraterização mais detalhada da amostra.

Quadro 3 - Caracterização da amostra. Número de indivíduos.

Instrumentos

Tipo de deficiência visual

Baixa visão Cegueira

Sexo Feminino

Masculino

6

8

3

6

Prática desportiva

Sim

Não

11

3

6

3

Prematuridade Prematuro

A termo

6

8

2

7

COM Sim

Não

4

10

9

0

Total 14 9 23

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Para a avaliação da preferência podal foi utilizado o Questionário de

Preferência podal (Porac & Coren, 1981). Este consiste em 5 itens relativos a

atividades simples, unipodais, da vida diária. Em cada item, o participante

responde ao avaliador se utiliza o pé direito, o pé esquerdo ou se não tem

preferência por qualquer deles para realizar as tarefas que estão descritas no

questionário.

Para a avaliação da PM, foi utilizado o “Questionário de Preferência Manual

de Edinburgh (modificado)” proposto por Oldfield (1971). A versão original é

constituída por 20 perguntas e a versão modificada inclui, dessas 20, 10

questões relacionadas com as atividades quotidianas do sujeito, em que este

refere preferir a mão direita, esquerda ou não ter preferência por qualquer delas

em várias atividades diárias. A versão modificada contém as seguintes

atividades: “lançar”, “usar a escova dos dentes”, “usar a colher”, “abrir uma

caixa”, “abrir a tampa de uma garrafa”, “usar o garfo”, “usar o pente”, “levantar

pesos leves”, “abrir/fechar o casaco”, “segurar uma caneca/copo”.

O equilíbrio foi avaliado através da Escala de Equilíbrio de Berg (Berg et

al., 1992). A escala de equilíbrio é constituída por 14 tarefas, onde cada uma é

pontuada de 0 a 4, de acordo com o desempenho do sujeito na tarefa. Na

pontuação 0, o participante é incapaz de fazer a tarefa solicitada ou necessita de

máximo auxílio para sua execução, e a pontuação 4 mostra que o participante é

capaz de completar a tarefa sem dificuldades, conforme solicitado. A pontuação

máxima do teste é de 56 pontos (Berg et al., 1992).

Na tarefa 5 (Transferências) para além da explicação verbal dada às

crianças cegas, foi dada a possibilidade de palpação, de forma a facilitar a

localização da cadeira.

Na tarefa 9 (Apanhar um objeto do chão) o objeto (sapato) foi substituído

por um novelo de lã, pois é de mais fácil apreensão tendo em conta o tipo de

população.

Os instrumentos citados encontram-se no Anexo II.

Procedimentos

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85

A recolha de dados foi realizada na escola que os sujeitos frequentavam,

no mês de Maio, e todos os responsáveis pelas crianças e jovens assinaram um

termo de consentimento (ver Anexo II), o qual explicava os procedimentos e

objetivos do estudo.

Todos os testes decorreram de forma individual, em locais com condições

desejáveis para o efeito, nomeadamente em termos de segurança e barulho

possibilitando assim bons níveis de concentração.

Após a recolha dos dados procedeu-se ao estudo e tratamento da

informação recolhida.

O tratamento estatístico foi precedido pela análise exploratória de dados

que garantiu a normalidade da distribuição através do teste de Shapiro-Wilk.

Posteriormente, utilizou-se o t teste de medidas independentes para efetuar as

comparações do equilíbrio entre os de deficiência visual (baixa visão; cegueira),

prática desportiva (P;NP), COM (sim; não), sexo (M; F), prematuridade

(prematuro; não prematuro). A análise estatística foi realizada por meio do

software estatístico SPSS, versão 21.0. O nível de significância assumida foi de

p <0.05.

3.3. Resultados

No Quadro 4 são apresentados os valores descritivos (média e desvio

padrão) e os valores concernentes à estatística inferencial das variáveis

analisadas, relativamente aos valores do equilíbrio.

Quadro 4 - Efeito do Sexo, tipo de deficiência visual, prática desportiva, Curso de

Orientação & Mobilidade e prematuridade, no equilíbrio, média, desvio de padrão,

valores de t e p.

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Equilíbrio

Nº de casos Média±𝐝𝐩 t p

Sexo dos sujeitos

Feminino

9

46,33±4,54 0,178 0,480

Masculino 14 44,64±6,03

Tipo de deficiência

visual

Baixa visão

Cegueira

14

9

48,21±3,31

40,78±5,10 4,264 0,001

Prática desportiva

Sim

Não

17

6

45,88± 5,17

43,67±6,27 0,851 0,404

Curso de Orientação &

Mobilidade

Sim

Não

13

10

42,92±5,68

48,40±3,27

-2,714 0,013

Prematuro

Sim

Não

8

15

47,25±4,06

44,27±5,92

1,268 0,219

O primeiro objetivo foi verificar diferenças entre o tipo de deficiência visual

no equilíbrio. Os resultados do t-teste de medidas independentes revelaram

diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos avaliados (t(21)

=4,264; p <0,001). O grupo com baixa visão obteve um resultado mais elevado

(48,21±3,31) do que o grupo com cegueira (40,78±5,10). O t-teste não revelou

diferenças significativas entre praticantes e não praticantes (t(21) =0,851;

p=0,404). Contudo, existem diferenças significativas entre os sujeitos com COM

e sem COM (t(21) = -2,714 p=0,013) sendo que os sujeitos que não tinham COM

foram os que obtiveram resultados mais elevados (48,40±3,27) do que os que

tinham COM (42,92±5,68). No t-teste também não foi observado qualquer

diferença entre os sexos (t(21) =0,718; p=0,480). Também não foram observadas

diferenças entre prematuros e a termo (t(21) =0,288; p=0,219). Como não houve

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87

nenhum sujeito SIN não foi possível verificar a possibilidade de lateralidade

cruzada mão-pé entre SIN e DES. Também não foi possível avaliar a relação

entre a PP e equilíbrio pois apenas um dos sujeitos tinha PP esquerda.

3.4. Discussão

O objetivo deste estudo foi caracterizar o nível de equilíbrio em crianças e

jovens com deficiência visual, nomeadamente com cegueira e baixa visão, e

verificar o efeito, nesta capacidade, da PM, da PP, da prática de atividade física,

da prematuridade e COM. Foram igualmente recolhidos dados sobre o género e

a idade, sendo apenas o género analisado, uma vez que dada as características

dos participantes não havia elementos suficientes para se formarem dois grupos.

O nível de equilíbrio variou em função do tipo de deficiência, apresentando

as crianças com baixa visão melhor equilíbrio do que aquelas com cegueira. Os

melhores desempenhos por parte das crianças com baixa visão relativamente às

crianças com cegueira devem-se à presença da visão residual, que ajuda na

manutenção do equilíbrio. Os nossos resultados confirmam os de Figueiredo e

Iwabe (2007) e dos de Rodrigues (2006). Por outro lado, não corroboram os

resultados do estudo de Houwen et al. (2007), uma vez que os autores não

obtiveram diferenças significativas entre as crianças com cegueira e baixa visão.

O efeito da prática desportiva regular no equilíbrio não foi estatisticamente

significativo. Porém, é necessário fazer-se notar que todos os sujeitos da

amostra frequentavam aulas de educação física na escola e praticaram desporto

como atividade extracurricular no passado. Este aspeto pode ter influenciado os

resultados. Os nossos resultados corroboram os resultados obtidos por

Rodrigues (2006) mas vão contra os resultados obtidos por Çolak et al. (2004).

Não foi possível verificar o efeito da prematuridade no equilíbrio.

Outro objetivo alcançado através do nosso estudo, foi verificar se o

equilíbrio modificava em função do COM. No nosso caso, os resultados foram

favoráveis para os sujeitos sem COM. O COM é normalmente lecionado a

pessoas com cegueira. No entanto, o curso foi ministrado em alguns casos de

baixa visão, onde a perda de visão é progressiva e a cegueira é uma

Page 106: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

88

possibilidade. Primeiramente é necessário compreender que dentro da baixa

visão existem dois graus (modera baixa visão, grave baixa visão). Das 10

crianças com baixa visão e que detinham o COM, estavam no grau de grave

baixa visão. Portanto, apesar de terem alguns vestígios visuais, estes não

chegam para manter os níveis de equilíbrio tão elevados como as crianças com

o nível de moderada baixa visão. Apesar de não haver estudos onde se avalie o

equilíbrio em pessoas com e sem o COM, sabemos que o curso ajuda a pessoa

com deficiência a movimentar-se no espaço utilizando informações sensoriais.

No entanto, a utilização de informações sensoriais não vai compensar a ausência

de visão nem nunca será suficiente para substituir a visão (Schmid et al., 2007).

Além disso, nestes casos, a visão residual pode fazer com que haja o aumento

da oscilação corporal como refere Giagazoglou et al. (2009). O que suporta os

desempenhos superiores das restantes 10 crianças com baixa visão quando

comparados com as crianças com baixa visão profunda e cegueira.

Relativamente ao efeito do género no equilíbrio não foi encontrado nenhum

efeito estatisticamente significativo, podendo a proporção desequilibrada entre

os géneros (14 masculino e 9 feminino) ter tido alguma influência.

O objetivo de avaliar o efeito da PP e PM no equilíbrio não foi possível

alcançar no nosso estudo, pois apenas um dos sujeitos tinha PPE. No entanto,

foi recolhido o pé escolhido para o equilíbrio estático durante a tarefa nº14 da

Escala de Equilíbrio de Berg, e apenas 6 das 23 crianças e adolescentes

escolheram o pé direito como preferido, neste caso. Sendo que um dos 6 sujeitos

que escolheu o pé direito como preferido foi o sujeito com PP esquerda. O facto

de a maior parte da amostra escolher o pé esquerdo como preferido, e o sujeito

com PPE escolher o pé direito como Pp apoia a teoria que o PNp é usado para

tarefas de estabilidade, enquanto o Pp é usado para tarefas de mobilização (Hart

& Gabbard, 1997).

3.5. Conclusão

Page 107: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

89

No nosso estudo foi possível caracterizar o nível de equilíbrio nos diferentes

tipos de deficiência visual. Foram encontradas diferenças estatisticamente

significativas no efeito da detenção do COM. Não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas entre géneros e entre praticantes e não

praticantes de atividade física, e entre prematuros e a termo no equilíbrio. Não

foi possível analisar o efeito da PP e da PM no equilíbrio.

Sugerimos que em próximos estudos se avalie o efeito destas variáveis em

amostras maiores e que seja controlado o número de sujeitos de acordo com: o

género, a PP, a PM e a prematuridade.

3.6. Referências Bibliográficas

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CAPÍTULO IV – Conclusões e Sugestões para Futuros Estudos

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96

4.1. Conclusões

Neste ponto expomos as principais conclusões da presente investigação

tendo como referência os resultados obtidos. Verificamos, então, que: (i) grau de

deficiência visual influencia o equilíbrio, sendo que as crianças e jovens com

baixa visão obtiveram resultados superiores; (ii) as crianças e jovens sem COM

tiveram desempenhos superiores no equilíbrio; (iii) a maior parte da amostra

escolheu o pé esquerdo como preferido para o equilíbrio estático.

No que diz respeito às limitações subjacentes à elaboração deste trabalho,

salientamos a escassa informação a que tivemos acesso relativamente à

preferência lateral na população estudada, assim como os efeitos do COM no

desenvolvimento motor, mais concretamente do equilíbrio.

Apontamos ainda como limitação o desconhecimento da existência da Escala de

Berg Pediátrica (versão português-Brasil) e da Escala de Equilíbrio de Berg

traduzida para o português de Portugal, ambas validadas na literatura. Só

tomamos conhecimento da existência destas escalas, depois da recolha de

dados. Após a análise da Escala de Equilíbrio de Berg Pediátrica verificamos

que os autores reduziram o tempo e trocaram a ordem das tarefas.

Relativamente à Escala de Equilíbrio de Berg versão português (Portugal)

apenas mudaram algumas termos para o português (Portugal).

Consequentemente, os resultados do nosso estudo não se encontram

comprometidos, contudo, para futuros estudos sugerimos a utilização desta

escala.

4.2. Sugestões para futuros estudos

O presente estudo empírico, como qualquer estudo empírico, deixou em

aberto algumas questões relativas ao equilíbrio nas crianças e jovens com

deficiência visual, que podem ser exploradas em futuras investigações nesta

área. Neste âmbito sugerimos:

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97

A inclusão de crianças de diferente PM e PP com o objetivo de estudar

o efeito destas variáveis.

Análise de um maior número de crianças e jovens de géneros

diferentes de modo a averiguar o efeito desta variável, no equilíbrio,

na PM e na PP.

Controlar a variável prática desportiva, separando em três grupos: (i)

praticantes de atividade física regular, (ii) ex-praticantes de atividade

física regular e (iii) sem prática de atividade física regular ou não

praticantes há mais de 5 anos.

Comparar valores de equilíbrio nas pessoas com deficiência visual

praticantes de atividade física regular em função de outras variáveis

independentes, como a inteligência.

Usar a escala de equilíbrio pediátrica.

Analisar o equilíbrio antes e depois do COM.

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CAPÍTULO V – Anexos

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ci

Anexo 1 - Consentimento Informado

Ex.mo(a) Senhor(a) Encarregado de Educação

Assunto: Pedido de autorização para a realização de um estudo no âmbito do equilíbrio

e da preferência podal e manual.

Este estudo pretende avaliar o equilíbrio, a preferência podal e manual em crianças e

jovens com deficiência visual, pretendendo-se comparar aqueles que apenas possuem

educação física curricular com os que frequentam ainda desporto escolar ou praticam

uma modalidade desportiva extracurricular. A recolha de dados será efetuada na escola,

numa sala reservada para o efeito, onde individualmente o investigador irá fazer as

perguntas relativas à preferência podal e manual. Será realizada uma tarefa prática

simples através da Escala de Equilíbrio de Berg. A recolha de dados terá uma duração

aproximada de 10 min por criança e o tratamento dos mesmos obedecerá aos

protocolos éticos.

Para a participação do seu/sua educando/a no referido projeto será necessária a sua

autorização, a qual desde já agradeço. Para qualquer esclarecimento poderá contactar-

me através do n.º 917035492.

Porto, 5 de maio de 2015.

___________________________________________

(Diana Lopes da Rocha)

Eu, _____________________________________________, Encarregado/a de Educação,

autorizo a participação do/a meu/minha educando/a

_____________________________________ na investigação subordinada ao tema “Equilíbrio

em crianças e jovens cegos e de baixa visão: Efeito da preferência podal e da atividade física ”.

____/ Maio / 2015.

_______________________________________

(assinatura do/a Encarregado/a de Educação)

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ciii

Anexo 2 - Questionário

Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão: Efeito da

preferência podal e da atividade física

1. Sexo

Feminino

Masculino

2. Idade

3. Tipo de deficiência visual

Ambliopia

Cegueira adquirida

Cegueira congénita

4. Com que idade perdeu a visão?

Caso tenha selecionado a resposta "cegueira congénita" ou "baixa visão" na

pergunta anterior, passe para a pergunta 5.

5. Nasceu prematuro?

Page 122: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

civ

Sim

Não

6. Com que tempo de gestação nasceu?

Caso tenha selecionado a resposta "não" à pergunta anterior, passe para a

pergunta 7.

7. Tem curso de Orientação & Mobilidade?

Sim

Não

8. Pratica algum desporto?

Sim

Não

9. Qual?

Caso tenha selecionado a resposta "não" à pergunta anterior, passe para a

pergunta 12.

Goalball

Natação

Atletismo

Outra:

10. Á quanto tempo pratica?

Page 123: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cv

11. Quantas vezes pratica por semana?

1x por semana

2x por semana

3x por semana

4x por semana

5x por semana

6x por semana

7x por semana

12. Quanto tempo por sessão?

13. Toca algum instrumento?

Sim

Não

14. Toca regularmente?

Sim

Não

15. Quantas vezes toca por semana?

1x por semana

2x por semana

Page 124: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cvi

3x por semana

4x por semana

5x por semana

6x por semana

7x por semana

16. Questionário de Preferência Podal (Porec e Coren, 1984)

17. Inventário e Preferência Manual de Edinburgh (Oldsfield, 1971)

Mão Esquerda Direita Sem

preferência

1. Qual das mãos prefere para

pegar no lápis quando desenha?

Pé Esquerda Direita Qualquer

delas

1. Qual dos pés usa para saltar ao

pé-coxinho?

2. Qual dos pés usa para chutar uma

bola?

3. Qual dos pés usa para fazer um

desenho com o pé no chão?

4. Qual dos pés usa para subir para

um degrau?

5. Qual dos pés usaria se tivesse que

apanhar uma pedrinha com os

dedos?

Page 125: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cvii

2. Qual das mãos prefere para

segurar a escova quando lava os

dentes?

3. Qual das mãos prefere para

desenroscar uma garrafa de

água?

4. Qual das mãos prefere para

lançar uma bola?

5. Qual das mãos prefere para

dar as cartas de um baralho?

6. Qual das mãos prefere para

pegar numa raquete?

7. Qual das mãos prefere para

abrir a tampa de uma caixa?

8. Qual das mãos prefere para

pegar numa colher quando come

sopa?

9. Qual das mãos prefere para

apagar com uma borracha?

10. Qual das mãos prefere para

abrir uma porta com uma chave?

18. Escala de Equilíbrio de Berg (1992)

1. SENTADO PARA DE PÉ

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cviii

INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar as suas mãos como

suporte.

4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e de estabilizar

de maneira independente.

3 capaz de permanecer em pé independentemente, usando as mãos.

2 capaz de permanecer em pé usando as mãos, após várias tentativas

1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar

0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em

pé.

2. EM PÉ SEM APOIO

INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé durante dois minutos sem se segurar em

nada.

4 capaz de permanecer em pé em segurança durante 2 minutos.

3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão.

2 capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte.

1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem

suporte.

0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência. Se o

sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque

pontuação máxima na situação sentado sem suporte. Siga diretamente para o

item #4.

3. SENTADO SEM APOIO

INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos.

4 capaz de se sentar com segurança durante 2 minutos.

Page 127: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cix

3 capaz de se sentar com segurança durante 2 minutos sob supervisão.

2 capaz de se sentar durante 30 segundos.

1 capaz de se sentar durante 10 segundos.

0 incapaz de se sentar sem suporte durante 10 segundos.

4. EM PÉ PARA SENTADO

INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se.

4 capaz de se sentar com segurança com o mínimo uso das mãos.

3 controla a descida utilizando as mãos.

2 apoia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida.

1 senta­se independentemente mas apresenta descida descontrolada.

0 necessita de ajuda para se sentar.

5.TRANFERÊNCIAS

INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de

braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama).

4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos.

3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente.

2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão.

1 necessidade de assistência de uma pessoa.

0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para

segurança.

6. DE PÉ COM OS OLHOS FECHADOS

INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10

segundos.

4 capaz de permanecer em pé com segurança durante 10 segundos.

Page 128: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cx

3 capaz permanecer em pé com segurança durante 10 segundos com

supervisão.

2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos.

1 incapaz de manter os olhos fechados durante 3 segundos mas

permanece em pé.

0 necessidade de ajuda para evitar queda.

7. EM PÉ COM OS PÉS JUNTOS

INSTRUÇÕES: Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se

segurar .

4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com

segurança, durante 1 minuto.

3 capaz permanecer em pé com os pés juntos independentemente com

segurança durante 1 minuto, com supervisão.

2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e

de se manter por 30 segundos.

1 necessita de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé 15

segundos com os pés juntos.

0 necessita de ajuda para manter a posição as incapaz de se manter por

15 segundos.

8. INCLINAR À FRENTE COM OS PÉS JUNTOS

INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos

e tente alcançar a maior distância possível. O examinador coloca uma régua

no final dos dedos quando os seus braços estão a 90 graus. Os dedos não

devem tocar na régua enquanto executa a tarefa. A medida registada é a

distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima

inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que execute a

tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.

Page 129: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cxi

4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25 cm (10 polegadas).

3 capaz de alcançar acima de 12,5 cm (5 polegadas).

2 capaz de alcançar acima de 5 cm (2 polegadas).

1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão.

0 perda de equilíbrio durante as tentativas/necessidade de suporte

externo.

9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO

INSTRUÇÕES: Pegar num chapéu localizado á frente dos seus pés.

4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança.

3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita de supervisão.

2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança a distância de 2­5 cm (1­2

polegadas) do chinelo e mantém o equilíbrio de maneira independente.

1 incapaz de apanhar e necessita de supervisão enquanto tenta.

0 incapaz de tentar / necessita de assistência para evitar perda de

equilíbrio ou queda.

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E

ESQUERDO

INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o

direito. O examinador bate palmas para o lado que o sujeito deve virar para

encorajar o indivíduo a rodar.

4 olha para trás por ambos os lados com a mudança de peso adequada.

3 olha para trás por ambos os lados, mas um deles mostra menor

mudança de peso.

2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio.

1 necessita de supervisão ao virar.

Page 130: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

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0 necessita de assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda.

11. GIRAR 360 GRAUS

INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa.

Fazer o mesmo na outra direção.

4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos.

3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4

segundos ou menos.

2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente.

1 necessita de supervisão ou orientação verbal.

0 necessita de assistência enquanto vira.

12. COLOCAR PÉS ALTERNADAMENTE NUM BANCO

INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco.

Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes.

4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar

8 passos em 20 segundos

3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais

de 20 segundos.

2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão.

1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima

assistência.

0 necessita de assistência para prevenir uma queda / incapaz de tentar.

13. EM PÉ COM UM PÉ À FRENTE DO OUTRO

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cxiii

INSTRUÇÕES: Colocar um pé à frente do outro. Se o indivíduo perceber que

não pode colocar o pé diretamente na frente, deve tentar dar um passo longo

para que o calcanhar do seu pé permaneça à frente do dedo de seu outro pé.

(Para obter 3 pontos, o comprimento do passo deverá exceder o comprimento

do outro pé e a largura da base de apoio pode-se aproximar da posição normal

do passo do sujeito).

4 capaz de posicionar o pé independentemente e de o manter durante 30

segundos.

3 capaz de posicionar o pé à frente do outro independentemente e de o

manter durante 30 segundos.

2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e de manter

durante 30 segundos.

1 necessita de ajuda para dar um passo mas pode mantê-lo durante 15

segundos.

0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé.

14. EM PÉ APOIADO NUM DOS PÉS

INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado sobre uma perna o máximo de tempo

possível.

4 capaz de levantar a perna independentemente e de a manter durante

mais de 10 segundos.

3 capaz de levantar a perna independentemente e de a manter entre 5 e

a 10 segundos.

2 capaz de levantar a perna independentemente e de a manter durante 3

segundos ou mais.

1 tenta levantar a perna, sendo incapaz de a manter durante 3 segundos,

mas permanece em pé independentemente

0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar uma queda.

Page 132: Equilíbrio em crianças e jovens cegos e de baixa visão ... · lateralidade, equilíbrio insuficiente, mobilidade restrita, orientação e navegação ... Peters (1988) menciona

cxiv

32. Pé escolhido no Eq. estático

Direito

Esquerdo