revista polifonia

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POLIFONIA Bruno Coimbra Bruno Coimbra e o movimento autoral de BH e o movimento autoral de BH A intervenção social de Cris do Morro As melhores casas de shows da capital mineira A intervenção social de Cris do Morro Conheça a banda Chuva a Granel As melhores casas de shows da capital mineira Conheça a banda Chuva a Granel ano 1 - nº 01 - junho 2013

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A Polifonia é uma revista laboratorial foi desenvolvida pelos alunos do módulo JRM3A do curso de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), como produto final da disciplina de Trabalho Interdisciplinar de Graduação V - Jornalismo Especializado.

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Page 1: Revista Polifonia

POLIFONIAPOLIFONIA

Bruno CoimbraBruno Coimbrae o movimento autoral de BHe o movimento autoral de BH

A intervenção social de Cris do Morro

As melhores casas de shows da capital mineira

A intervenção social de Cris do Morro

Conheça a banda Chuva a Granel

As melhores casas de shows da capital mineira

Conheça a banda Chuva a Granel

ano 1 - nº 01 - junho 2013

Page 2: Revista Polifonia

EMDESTAQUE!

Page 3: Revista Polifonia

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Cris do MorroFeito em casa pág. 20

Chuva a GranelAutorais! pág. 22

Chuva a GranelAutorais! pág. 22

Bruno CoimbraEspecial pág. 12

Page 4: Revista Polifonia

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A Polifonia é uma revista laboratorial foi desenvolvida pelos alunos do módulo JRM3A do curso de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), como produto final da disciplina de Trabalho Interdisciplinar de Graduação V - Jornalismo Especializado. O objetivo da publicação é abordar a cena musical independente mineira.

Nesta edição destacamos o processo de criação, em matéria com a banda A Fase Rosa, que acaba de lançar seu primeiro disco. O trabalho dos grupos que tocam apenas repertório autoral e como o mercado absorve este conteúdo também é apresentado, em conversa com a Chuva a Granel. A editoria contempla ainda a participação governamental no processo de desenvolvimento de ações sociais, que colaboram para a divulgação da nossa cultura, exemplo disso, é o projeto Vozes do Morro.

Os espaços de divulgação e as casas de shows de BH também ganham espaço na revista, que oferece dicas dos melhores lugares para assistir às apresentações, desfrutar da gastronomia local e se divertir. Aproveitando a passagem do ex-beatle Paul McCartney por Belo Horizonte, o crítico Kiko Ferreira comenta o projeto musical da oficina instrumental UAKTI, que transforma as canções dos meninos de Liverpool, dando nova roupagem aos grandes sucessos dos Beatles.

O trabalho do artista mineiro Vander Lee é descrito pela crônica do jornalista e músico Maurício Guilherme. Além disso, nossos repórteres conversaram com a banda Valsa Binária, que fala das dificuldades em conseguir gravar e divulgar o trabalho no cenário da música independente, e como o auxílio de um projeto de incubadora de bandas pode facilitar isso.

EDITORIALEDITORIAL

Page 5: Revista Polifonia
Page 6: Revista Polifonia

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A MELHOR

DAS FASESA MELHOR

DAS FASES

SAINDO DO FORNO

Page 7: Revista Polifonia

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Homens lentos tem 12 faixas autorais e caracteriza com propriedade a cultura urbana e o som produzido pela banda. Preocupados com a qualidade das músicas, e com o processo de produção, “esses homens” representam acontecimentos do mundo globalizado e contradições da condição humana, enquanto caminham lentamente pela sociedade. “O fato de sermos uma banda independente nos permite ter mais liberdade de escolhas, o que está bem identificado no som que produzimos”, comenta Thales.

Com carreira consolidada e reconhecida no cenário da música independente mineira, A Fase Rosa tenta, pela primeira vez, neste ano, conseguir investimento da Lei de Incentivo à Cultura. “Já organizamos toda a documentação e estamos concorrendo ao edital. Agora, é torcer para dar certo. Com o recurso financeiro do projeto, conseguiríamos divulgar melhor nosso trabalho e dar mais visibilidade à banda”, explica o vocalista.

Como investimento na carreira, os garotos sempre divulgaram a banda nas redes sociais e em outras plataformas digitais. Em pouco mais de um mês, o site do grupo registrou quatro mil acessos referentes somente ao primeiro disco. O número é bem expressivo para uma banda independente. Thales diz que “A intenção é conseguir levar nosso som a outros estados. Já tocamos em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas queremos mais e estamos nos qualificando para isso. Redes sociais são ferramentas muito importantes neste sentido”, comenta.

Fotos: Ana Eisbãer e Fernanda Navegando

Paola Gomes

Page 8: Revista Polifonia

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A oficina instrumental UAKTI encontra o repertório dos Beatles e transfere para seu idioma original 16 temas dos Fab Four. “Beatles” é um disco para estar na relação das recriações das obras primas de John, Paul, George e Ringo e seduzir ouvidos de latitudes e gostos musicais variados.

Sem jamais perder a dicção que deu ao grupo um status mundial de originalidade, o UAKTI fez um apanhado que vai do espírito rock de “Get Back” à dramaticidade e ao tom emocionado de “Julia”, passando pelo psicodelismo de “Lucy in the Sky with Diamonds”, a universalidade de “Mother Nature´s Sun” e “Across The Universe” , as cores épicas de “Come Together”, “A Day in the Life” e “With a Little Help from My Friends” e uma cesta básica com algumas das melodias mais marcantes da história da civilização, como “For No One”, “Eleanor Rigby”, “Golden Slumbers”, “She´s Leaving Home” e as duas mais belas contribuições de George Harrison ao portfólio construído por John e Paul, “Something” e “ “Here Comes the Sun”. E ainda sobrou espaço para surpreender, com um lado B revalorizado, “Dig a Pony”, e um tema que ganha nova dimensão, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.

Responsável pelos arranjos e mentor da ideia, o beatlemaníaco Marco Antonio Guimarães cresceu ouvindo os Beatles e já pensava no projeto há alguns anos. No ano passado, começou a trabalhar os arranjos e foi definindo o repertório final após encontrar detalhes e chegar a soluções diferenciadas em cada caso. “Quem conhece o gigantesco repertório deles sabe que nada é ruim. Quem critica a primeira fase se esquece que era o padrão da época, e que eram adolescentes fazendo música para adolescentes. Foi a banda que mais evoluiu musicalmente na história. Os Rolling Stones, por exemplo, são muito bons, mas não mudaram muito. A evolução musical dos Beatles, principalmente depois que eles deixaram de se apresentar ao vivo e passaram a trabalhar mais no estúdio, é inacreditável”. Como todo trabalho do UAKTI, “Beatles” é a tradução de uma visão da música a partir de tubos de PVC, cabaças, apitos e materiais inusitados, tratados com o rigor de um grupo de parceiros e amigos que compartilham um modo de fazer único, original, inimitável. E, pela primeira vez, o grupo usa o piano solo para conduzir uma melodia, de “Come Together” e a guitarra numa gravação, num solo diferenciado em “Get Back”.

UAKTI MEET THE BEATLES

CRÍTICA - KIKO FERREIRA

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Aliás, para quem estranha que um compositor de formação erudita tenha os Fab Four como ídolos, Marco Antônio lembra que “Get Back” tem só dois acordes , lá e ré, e é uma prova contra os críticos que reclamam dos famosos três acordes que formam a base de boa parte dos clássicos do rock.

Seja na transformação de “A Day in the Life” (“uma das melodias mais interessantes da história da música pop”, segundo Marco) numa balada mais marcante, seja aproximando do minimalismo de Philip Glass, numa brincadeira rítmica, de “Lucy in the Sky with Diamonds” e “Julia”, ou, ainda, reforçando a influência da música indiana em “Here Comes the Sun”, os arranjos cuidadosamente elaborados reinventam cada tema com elementos inesperados e caminham para um encerramento que lembra uma caixinha de música, com “Something”.

O UAKTI abre sua caixinha de surpresas e cumpre com brilhantismo mais uma tarefa ousada e coerente com sua trajetória de riscos que rimam com sucesso.

KIKO FERREIRA é jornalista e crítico musical.Com passagens em várias rádios e Tvs de Minas Gerais,atualmente é Diretor executivo da rádio e TV UFMG.

foto de divulgação

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ENTREVISTA

Valsa Binária

Paola Gomes

foto: Rodrigo Valente

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O quarteto conquistou em 2011, menção honrosa com o clipe da música Por esse lugar no festival musical Fest Clip, na cidade de São Paulo. Para você qual é a importância dos festivais para as bandas independentes?

Os festivais são importantíssimos. É o melhor meio que os artistas têm para fazer a divulgação das bandas e dos trabalhos já lançados. Participamos de vários festivais como o (In) Fluências, que acontece em São Paulo, Grito Rock Mundo, na cidade de Vespasiano, e o Palco Rampa, que acontece em Belo Horizonte.

Os artistas independentes sofrem com as dificuldades para conseguir gravar e produzir seus discos. Dentre os problemas encontrados, estão a ausência de profissionais qualificados, falta de estúdios bem estruturados e de recurso financeiro. Esta também é a realidade de vocês?

Não. Nós temos o domínio de tudo que produzimos, sem nenhuma dificuldade. O vocalista é dono de um estúdio com ótima estrutura e somos beneficiados por isso. Quanto ao recurso financeiro é mais complicado, pois não temos patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura, mas participamos de uma incubadora de bandas, que consegue captar os recursos. É mais forte conseguir vender as ideias de um coletivo, ao invés de artistas únicos.

Você acredita que é mais fácil conseguir produzir um disco nos dias atuais?

Sim. Antes este processo era caro, não existiam bons estúdios e o material físico era muito importante. Hoje com os recursos tecnológicos disponíveis é possível gravar um EP, com investimentos financeiros mais acessíveis, e a plataforma digital auxilia bastante na divulgação do trabalho por meio das redes sociais.

O Valsa em si não tem recurso de incentivos governamentais, mas participa do Rampa. O que é o projeto? Como ele funciona?

O Rampa é um projeto coletivo de bandas independentes, que surgiu em 2011 a partir de um programa de qualificação do Sebrae Minas. Fazem parte dele, os grupos Aldan, A Fase Rosa, Valsa Binária e Vitrolas. A intenção era capacitar as bandas para a autogestão de suas carreiras. A função da incubadora é organizar a divulgação, estrutura e os shows de cada uma das quatros bandas, que acontecem semanalmente. O coletivo tem mais força e temos projetos musicais aprovados para ele.Quais são as pretensões da Valsa Binária para o futuro da banda? Queremos continuar com o nosso trabalho, agora o cenário musical é bom, está profissionalizado. Acredito que o fato de sermos uma banda independente nos dá uma liberdade maior de produção e colabora para o amadurecimento de nossas músicas.

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MOVIMENTOS QUE IMPULSIONAM

Açõesqueaquecemo mercadoindependente

Ione Caetano

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Fortalecer as ações que fazem parte do cenário da música

independente da capital mineira é o intuito do Movimento Autoral de Belo

Horizonte (MOVA BH). Fundado há quatro meses, ele disponibiliza uma

equipe de produção para os artistas envolvidos no Movimento. “A

proposta do MOVA é segmentar as atividades de uma produção

independente. É muito comum que os artistas se envolvam em diversas

funções, na tentativa de disseminarem seu trabalho. Isso não é bom! Se

você toca guitarra e canta, cabe a você, tocar e cantar. Deixe a fotografia e

edição, por exemplo, por conta de quem entende”, afirma Bruno Coimbra.

Page 14: Revista Polifonia

A divisão de tarefas em uma produção independente é vista por Bruno

Coimbra, como uma das principais dificuldades encontradas por quem

pretende se consolidar no cenário musical. Com seus 13 anos de carreira e

atual vocalista da banda 'Eu e Outros Loucos', ele sempre acompanhou os

desafios que fazem parte da rotina dos que optam pela música. “Quando um

artista está começando ele se encarrega de produzir seu próprio release, aceita

a ajuda de diversas pessoas, inclusive daquelas que se dizem profissionais,

para realizarem, por exemplo, o serviço de assessoria de imprensa”, comenta.

O MOVA BH espera não apenas criar uma equipe que se responsabilize

pela produção dos artistas, como também almeja fortalecer uma instituição

capaz de captar verbas em prol de um movimento artístico. “Infelizmente, a

música independente ainda é sinônimo de coisa ruim. Essa impressão exige

que os artistas desse mercado, tracem caminhos alternativos, para que o

cenário seja reconhecido por canções de boa qualidade”, reforça o vocalista.

Responsável por hospedar mídias em convergência, a internet é um

recurso muito utilizado por artistas do mercado independente. Além de

aproximar o público dos materiais, ela ainda transmiti ao internauta alguns

quesitos importantes, como: a trajetória, o repertório e gênero produzido por

uma determinada banda. “A internet percorre o caminho inverso da mídia

aberta. Nela você não é obrigado a consumir o que a maioria consome. Você

tem livre arbítrio para selecionar o que deseja consumir. Se você acompanha

uma apresentação independente, por exemplo, você pode chegar em casa e

acessar a todas as informações referentes àquela banda. A internet viabiliza

isso!”, ressalta Bruno.

Os espaços de apresentações é outro fator que desperta o interesse

dos artistas. Interessados em reunir o maior público em função de um único

show, lugares como o Grafinos, o Matrix e o Estúdio Bar, são referência no que

diz respeito às recepções e apresentações de artistas da nova cena musical.

“Em espaços como esses, o artista precisa ser bom o suficiente para ter

público. 14

Page 15: Revista Polifonia

Se em uma noite ele consegue levar entre 400 e 600 pessoas para

apreciar o trabalho dele, o dono da casa de show irá se interessar pelo seu

trabalho. Caso contrário, ela continuará dando prioridade as produções

conceituadas”.Ser conceituado no mercado musical está intimamente

relacionado à união existente entre os artistas do mesmo gênero. “Você sabe

por que o axé e o sertanejo, por exemplo, fazem sucesso e a música

independente, não? Eu te conto! Por pior que sejam as composições destes

estilos, seus artistas trabalham unidos”, conclui Bruno Coimbra.

Lei estadual de incentivo à cultura

Para captar recursos, iniciativas compostas por mais integrantes são

mais fortes. Pensando nisso, o MOVA BH espera se consolidar como um grupo

de artistas capaz de fazer o intermédio de ações que conquistem mais

investimentos para a proposta do movimento.

Uma das opções de captação de recursos é a da Lei Estadual de

Incentivo à Cultura que busca reconhecer e aprovar projetos inseridos no

mercado artístico de Minas Gerais. Ela viabiliza a apresentação de projetos

prioritariamente culturais, produzidos em diversas áreas, por pessoas físicas ou

jurídicas, com ou sem fins lucrativos.

O candidato interessado em captar recursos, por meio da Lei Estadual

de Incentivo, precisa preencher o protocolo e o formulário indicados no edital.

Aberto anualmente é ele que estabelece as normas de participação e ainda

informa os critérios de julgamento e análise dos projetos em questão. Além

disso, o artista precisa comprovar que reside em Minas Gerias e que

desenvolve um trabalho cultural. Na música os editais sempre são mais

concorridos. Em 2012, por exemplo, foram inscritos 1888 projetos, desses 753

eram musicais. Dos 1696 aprovados, 687 eram trabalhos desse segmento. A

prestação de contas dos projetos aprovados está disponível no site:

www.cultura.mg.gov.br

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Page 16: Revista Polifonia

O espaço é delesO espaço é deles

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CASAS DE SHOWS

Casa de show em Belo Horizonte prioriza as

manifestações autorais

por Poliana Micheletti.

or volta das 17 horas de uma terça-feira, naquele espaço

Psinples era exibido no telão o clipe musical When I Was Your

Man, do americano Bruno Mars, enquanto no palco a

mineira Laura Lopes e sua banda ensaiavam para a apresentação gratuita

de uma nova música. As paredes que pertenceram a um antigo cinema

viraram telas para duas obras do artista Eduardo Fonseca: na entrada ele

fez um enorme olho humano, que foi desenhado minuciosamente, no fundo

do bar pinturas diversas tornam o ambiente descontraído. No grande

balcão, há 15 tipos de cervejas, entre as nacionais, importadas e

artesanais.

Page 17: Revista Polifonia

Frederico Garzon diz: "Música ruim é comercial! "

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Page 18: Revista Polifonia

não têm uma assessoria própria, e geralmente quem é o produtor deles

é um amigo ou um integrante da banda.

O Grupo Gad tem uma curadoria composta por uma

coordenadora de produção e o proprietário Frederico, para fazerem a

seleção das bandas que irão apresentar no local. A escolha é realizada

conforme a qualidade e o conhecimento musical que o artista possui,

se esse já tem um público ou não. Garzon argumenta que eles recebem

um número grande de bandas e músicos mineiros e de outros estados.

como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília querendo tocar no ambiente.

O proprietário diz que: "a intenção é que o CCCP se torne referência

para essa galera, que eles entendam que a Casa é para divulgar o

trabalho deles".

Novo no mercado, o estabelecimento foi inaugurado há nove

meses, e Frederico afirma que a Casa vai demorar a ficar pronta, pois há

outros projetos que serão implantados. Ele declara que uma das

propostas, será reunir pessoas que estão começando a carreira

musical, para tocarem no local a partir de junho deste ano, aos

domingos. "A ideia é abrir o espaço e apresentar esses novos artistas

para o público", finaliza.

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Page 19: Revista Polifonia

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Inaugurado em setembro de 2012,

o Cult Club Cine Pub (CCCP), é um espaço

multicultural, com música, cinema, artes em

geral e um pub. Situado no antigo Savassi Cine

Pub, o local se consolidou como um dos mais

tradicionais, no que se refere às apresentações

de bandas independentes.

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ONDE IR...

A cidade de Belo Horizonte é conhecida mundialmente como a capital dos bares. Foi pensando nisso, que a Polifonia destacou os melhores lugares para se divertir, dançar, beber, encontrar os amigos e como bom mineiro jogar conversa fora.

Granfino`s

Com uma programação diária diversificada, a casa dedica cada noite da semana a

um estilo musical diferente. Tocando sons que vão do

rock a música popular, entre canções autorais e covers.

O local possui dois mezaninos, três bares e

estacionamento próprio.

Avenida Brasil, 326, Santa Efigênia. Tel.: (31) 3241-

1482. Foto: Poliana Micheletti. www.granfinos.com.br

A Obra Bar Dançante

A Obra Bar Dançante destaca-

se na cena musical de BH por

ser um loca l que recebe

diferentes estilos da música independente.

Rua Rio Grande do Norte, 1168, Savassi. Tels.: (31) 3215-8077 / 3261-9431.

Foto: A Obra / Divulgação. www.aobra.com.br

Stonehenge Rock Bar

A casa noturna recebe as melhores bandas de rock da cena

independente de BH. A entrada do espaço é um corredor

estreito, que leva os frequentadores a vários locais

distintos, inspirados nos pubs londrinos.

Rua: Tupis, 1448, Barro Preto. Tel: (31) 32713476/92472020. Foto:

Dvulgação/Stonehenge www.stonehengerockbar.com.br

Page 21: Revista Polifonia

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Cult Club Cine Pub (CCCP)

A casa funciona no local onde antes existia o

antigo Savassi Cine Club. Após reforma,

ganhou novos espaços e um design moderno.

Os proprietários apostam no conceito de espaço

multicultural, trabalhando com a música, cinema

e as artes plásticas. Além disso, também é um

pub que se diferencia por transmitir jogos de futebol.

Rua Levindo Lopes, 358, Savassi. Tel.: (31) 3658-2156. Foto: Divulgação/CCCP.

www.cultclubcinepub.com.br

Nelson Bordello – Bar, Restaurante e Cabaré

O espaço fica próximo de pontos culturais da capital mineira,

como a Praça da Estação, Serraria Souza Pinto e o Viaduto

Santa Tereza. A casa é um bar, restaurante e também um

cabaré. Isso mesmo um cabaré, que homenageia os bordéis

que ficavam na antiga zona boêmia da cidade.

Rua Aarão Reis, 554, Centro. Tel: (31) 3564-3323. Foto:

Divulgação/Nelson Bordello www.nelsonbordello.com.br

Circus Rock Bar

A casa foi inspirada no filme “The Rolling Stones

Rock and Roll Circus”, de 1968. Com uma decoração

circense, o local se transformou no picadeiro do Rock

em BH, recebendo duas apresentações de bandas

por noite, nos dois ambientes que têm capacidade

para 600 pessoas.

Rua Gonçalves Dias, 2010, Lourdes. Tel: (31) 32754344/32230090. Foto:

Divulgação/Circus Rock Bar www.circusrockbar.com.br

Paola Gomes

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VOZES DO MORRO

Ione Caetano

O canto que nuncasilenciou

Reconhecido mundialmente, o projeto Vozes do Morro, tem levado

música para as vilas, favelas, comunidades, aglomerados e periferias de Belo

Horizonte, além de municípios da região metropolitana da capital. Fundado em

2008, ele foi idealizado por Cristiano da Silva, o Cris do Morro, já reconhecido

anteriormente por iniciativas como o 'Vila Viva', que realizava ações no mesmo

contexto.

Por considerar a intervenção social em sua comunidade, o principal

papel de um artista, Cris afirma que este é o diferencial mais importante,

daquele que se inscreve, no 'Vozes'. “Cantar, até passarinho canta! Este é o

último quesito que avaliamos em um artista. Para nós, importante mesmo, é o

valor social que ele desempenha em sua comunidade”, destaca Cris do Morro,

coordenador do projeto.

Com seletivas anuais, o 'Vozes do Morro' recebe mais de 1000

inscrições, mas apenas 10 artistas são selecionados e passam a ter seus

trabalhos, inseridos nos veículos de comunicação parceiros do projeto. Desta

forma, espera-se que o artista conquiste espaço no cenário musical. “Nossos

produtores não querem apenas eleger artistas, mas sim impulsioná-los

profissionalmente”, acrescenta o músico.

Para que essa inserção ocorra de maneira qualificada, os alunos são

capacitados a gerenciem suas carreiras, por meio de um curso oferecido pelo

SEBRAE-MG. Ao final de cada edição é produzida uma coletânea com as

principais canções desses artistas. Esse material passa a ser o meio de

divulgação do projeto daquele ano e serve de um impulso a mais na

disseminação do trabalho.

Page 23: Revista Polifonia

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Por meio do 'Vozes do Morro', alguns artistas já conquistaram

espaço no cenário internacional da música independente. Países como a

Itália, os EUA e a Suécia, já foram palco de apresentações dos integrantes

da iniciativa. O intercâmbio, intermediado pelo projeto, não só levou

artistas a outros países, como também despertou o interesse dos

profissionais estrangeiros em visitar o Brasil. Exemplo disso, foi à vinda

dos integrantes da produtora Play for Change – sucesso no You Tube, com

a canção Stand by Me, interpretada por artistas de diversas

nacionalidades – que quiseram conhecer o 'Vozes' e os aglomerados

mineiros.

Recentemente, outra produção, interessou o contexto

internacional. Também a frente da Assessoria de Vilas e Favelas do

estado, Cristiano da Silva, foi personagem de um curta metragem.

Produzido pelo cineasta brasileiro, Fernando Meireles, a produção,

intitulada 'Caminhe com Cris do Morro', venceu no ultimo mês de junho, o

prêmio Johnnie Walker, que selecionou seis curtas para o projeto “The

Walkers”, que busca manter o espírito “Keep Walking” das ações sociais.

Transformando a realidade de muitos artistas, Cris segue

acreditando na intervenção social desenvolvida pela música e pretende

incluir outras ações ao 'Vozes do Morro', visto por ele, como um projeto

consolidado. “Estamos pensando em maneiras de ampliar o 'Vozes do

Morro'. Se tratando de música, não temos mais como expandir. O projeto

deu certo e já tem seu espaço. Agora é o momento de estabelecer outras

ações transformadoras”.

O Projeto Vozes do Morro é desenvolvido em parceria com o

Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado e Cultura do Serviço

Voluntário de Assistência Social (SERVAS) e do Sindicato das Empresas

de Rádio e Televisão de Minas Gerais (SERT-MG). Todas as ações

realizadas pelo projeto podem ser acompanhadas pelo endereço

eletrônico: http://www.vozesdomorro.mg.gov.br

Page 24: Revista Polifonia

“Outro dia me perguntaram o que significa Chuva a Granel.

Lembrei-me que, para comprar a granel, é necessário que se faça

em larga escala.

Sendo assim, de súbito, disse que Chuva a Granel era mais ou

menos um bom toró!”.

É em versos que o gaitista Felipe Gaeta explica a peculiaridade do

nome da banda mineira Chuva a Granel. O quinteto é composto por Jardel

Rodrim (guitarra), Mário Lúcio (baterista), Felipe Gaeta (gaitista), Hugo

Bizzotto (piano e teclado) e pela voz doce e potente da vocalista Karine

Amorim.

A ideia de montar o grupo surgiu em 2008, durante conversa entre os

amigos Jardel e Karine. Desde então, já se passaram cinco anos. E muita coisa

mudou: assim como a composição dos integrantes se alterou com o tempo, a

sonoridade ganhou identidade e os fãs começaram a surgir. Entretanto, o que

nunca se modificou na proposta dos artistas foi à ideia inicial de criar uma

banda de músicas autorais. O guitarrista explica que diferentemente “da

maioria das bandas independentes, escolhemos começar com repertório

autoral e experimental, enquanto outras bandas preferem covers de artistas já

conhecidos”.

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AUTORAIS!

Chuva a Granel

Foto: Fabrício Belmiro

Paola Gomes

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As influências musicais para criar as canções vêm do gosto musical

de cada integrante, mas existe um elo entre eles, que é o apreço pelo blues

e o jazz. Os dois gêneros, de origem norte-americana, são os responsáveis

por conduzir grande parte da produção sonora do Chuva a Granel. Artistas

brasileiros como Tom Zé, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos e o músico

experimental Hermeto Pascoal são referências para o quinteto, que

trabalha com o elemento observador do olhar urbano, a poesia da cidade, o

cotidiano e as angústias pessoais do ser urbano.

O som produzido pela banda pode ser encontrado pelo público em

diferentes mídias online, como as redes sociais-Facebook, YouTube e

Twitter – e as plataformas digitais que permitem hospedar músicas

–SoundCloud e Reverbnation, e o site TNB e o próprio portal do grupo

(endereço). A relação dos músicos com os fãs é tão intensa que o primeiro

disco a ser lançado por eles, no fim de 2013, vai contar com processo de

financiamento colaborativo. Nesta ação, a banda vende as cópias dos CDs

antes de estarem prontos.

A gravação do disco vai ser viabilizada com o dinheiro arrecadado

por meio das vendas antecipadas. “O que os fãs estão fazendo é algo muito

especial. Eles não poderiam somente ganhar o disco, por isso terão

entrada gratuita no show de lançamento e o nome deles já está

mencionado em nosso site, como patrocinadores. Temos relação muito

pessoal com eles”, diz Jardel.

Para os músicos, a cena independente em Belo Horizonte é boa,

mas ainda existem poucas casas de shows e espaços de divulgação para

os artistas que trabalham com projetos autorais “Os donos das casas de

shows preferem apresentar bandas que tocam covers, pois é uma forma de

garantir retorno financeiro. Só prestigiam as apresentações dos grupos

autorais as pessoas que conhecem o trabalho e as letras das canções. É

preciso ter mais espaços para quem produz música própria”, lamenta

Karine.

Page 26: Revista Polifonia

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CRÔNICA VANDER LEE

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