10. filosofia - a polifonia da razão

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8/18/2019 10. FILOSOFIA - A Polifonia Da Razão http://slidepdf.com/reader/full/10-filosofia-a-polifonia-da-razao 1/7 Filosofia e Educação ^| 1 O Ã r c Éil i m Wê i - y L J íj v LV.MLv^ o v Formada em Filosofia pelo departamento de Filosofia da Faculdade de Fi osofia,leras e Ciências Humanas da Univers idade de São Paulo ÍFFLCH USPj ' Mestre em Filosofia pela Universidade de Paris l, Sorbonne Doutora em Filosofia pala FFICH - USP Livre-dccente pela FFICH • USP Proíessora-Siluhr pela FFLCH - USP editora scipione

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Filosofia e Educação

|̂1 O Ã rc Éil i m Wêi - y L J íj v LV.ML v^ ov

Formada em Filosofia pelo departamento de Filosofia da Faculdade de Fi osofia,le ras

e Ciências Humanas da Univers idade de São Paulo ÍFFLCH • USPj' Mestre em Filosofia pela Universidade de Paris l , Sorbonne

• Doutora em Filosofia pala FFICH - USP

• Livre-dccente pela FFICH • USP

• Proíessora-Siluhr pela FFLCH - USP

edi tora scipione

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e i tor s ipioneDIRETORIA

Luiz Esteves SaliumVicente P az FernandezJosé Gal lafassi FilhoAntónio Carlos Fiore

GERÊNCIA EDITORIALAurélio Gonçalves Filho

RESPONSABILIDADE EDITORIALHeloísa Pimentel

E I T O R FILI D

REVISÃOchefia -Sãmia Rios

assistência - Míriam d e Carvalho Abões

preparação -Thereza Pozzolirevisão - Andrea Rachel CaitanoCristina YamagamiClaudia Loureiro Virgílio e

Fernanda BottalloGERÊNCIA D E PRODUÇÃO

Gil NaddafARTE

coordenação geral - Sérgio Yutaka Suwakiedição de artí Didier p. C. Dias de Moraes

coordenação de arte - Maria do Céu Pires Passuel oassistência - Cláudio Faustino da Silvaprojeto vsual de capa - Jayme Leão

ilustração cê cepa A página ein brancode R. Magritte

ilustração de ébertura de capítulo A Filosofiaafresco de Rafael Sanzio

pesquisa icorográfica - Edson Rosa Lou rdesGuimarães e Luciano R. de Carva lhoCOORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO

Jjsé António FerrazCOMPOSIÇÃOPAGINAÇÃO

Diarte Eciora e Comercial de Livroscoordenado geral - Nelson S. Uratagerénciade produção - Silvio Vivian

assistência - Rogério SardeJIacomposiêo e paginação eletrônica -

Débcra M. dos Reis OlivettiIMPRESSÃO E ACABAMENTO

Edtora Scipione Lida

MATRIZPraa Carlos Gomes. 460 1 3 1 0 4 0 Sã o P a u l o S P

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fija Fagundes 1210133-030 São Paulo SP

UIOID 2428411feixa Postal 65131

Agradecimentos da autora ao CNPq pelo apoio

m úcio c Lorenafelicidade e inspiração

de minhas horas.

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1E N 85 262 3375 0

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Em L a Rochefoucauld, sentenças e máximas moraismostra.m como os homens caem cada vez mais em con-tradiçã<o; suas ações sã o dúbias e recaem no não-justifi-cável: o homem nada tem de estável e seguro: as pai-xões mui tas vezes engendram outras que lhes são opos-tas: a avareza produz à s vezes prodigalidade, e a pro-digalidade, avareza; somos muitas vezes f i rm es porfraqueza e audaciosos por timidez .

Nietzsche recupera a sondagem do humano realizadapelos moralistes para sua filosofia e, com seu discursosurpreendente e dissidente, que abala certezas, dogmase convicções, desestabiliza a crença na estabilidade daRazão. O filisteu é o oposto simétrico do moraliste. Ofilisteu, ncapaz de criar, limita-se à imitação e consomebens culturais. Su a avaliação cultural se vale da quanti-dade, conduzindo à massificação. A quantidade dissim u-

la o esvaziamento da criação cultural, a massificaçãomascara a pobreza espiritual. A cultura homogénea euniforme é uma marca registrada , um rótulo . A padronização da cultura é a uniformidade não de estUom as na ausência de estilo. É etiqueta e tem preço. Asociedade, na cultura e na produção, passa a ser ava-liada exclusivamente pelos valores do preço e do lucro.Moral de rebanho e coletividade dissolvem o indivíduonum a totalidade abstraia, repetitiva, previsível.

LA ROCHEFQUCAULD (173)p. 16-7.

La Rochefoucauld (1613-1680).

FR U E OS DESCONTENTESD CIVILIZ ÇÃO

Destacando os aspectos sombrios e noturnos da ci-vilização, Freud descreve o dilema da vida civilizadacomo a antítese entre a busca individual de gratifica-ção e a iccessidade de princípios gerais de justiça, aosquais devem submeter-se todos os membros da socie-dade — é a antítese entre Eros, que busca combinarseres humanos em un idades cada vez maiores, eTanathcs, que tende à dispersão e dissolução dessasunidade. Em outras palavras, para compreender a ten-são sociil, deve-se considerar a luta entre o desenvolvi-mento iidividual e o da sociedade. As tendências hos-tis e ant-sociais não se originam no instinto de mortem as na jrópria energia vital, que procura a auto-satisfa-ção libicnal: quase todas as relações emocionais mui-to íntims entre duas pessoas que duram algum tempo

F R E U (81), p . 31

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— casamento, amizade, relações entre pais e filhos —deixam um sedimento de sentimentos de aversão e hos-tilidade que escapa da percepção como resultado darepressão . Se tal aversão e hostilidade são constitutivasou,pelo menos,presentes, até mesmo em relações ínti-mas, então pode-se imaginar o quanto mais manifestasestão nas relações em que não se encontram ligaçõeslibidinais primárias .

Freud coloca a questão da hostilidade no interior danoção de narcisismo, elemento que concorre paraautoconservação e integridade do ego. Ao fazê-lo, eli-mina a possibilidade de os seres humanos serem indife-rentes uns aos outros. Em função desta característicanarcísica, a tendência mais universal é a do ódio recí-proco: odeia-se a todos que sejam diferentes de nós. Namedida em que nenhum indivíduo é igual a outro, con-

clui-se que a condição humana primordial é a de ódiode uns contra os outros. A auto-estima resulta em ódiopelo outro ser, de f o r m a que a possibilidade da vidasocial é algo problemático. Em grupo esta intolerância

F R E U (81), p . 43 - t tende a desaparecer: desde que o grupo persista ouaté o ponto a que se estenda, os indivíduos do grupocomportam-se como se fossem uniformes, toleram pe-culiaridades dos outros membros, identificam-se comeles . A identificação com o outro corre permanente-mente o risco de ser desmascarada pela percepção dasdiferenças, que são sempre vividas como um desafio àintegridade do eu. Os laços sociais não podem derivar,portanto, da percepção de que todos são diferentes. Avida em sociedade possui uma estabilidade precária. Pormais que os mecanismos civilizatórios eduquem oshomens para a contenção de impulsos destrutivos, asatisfação dos desejos de cada um necessita do outro— a quem se odeia por ser independente de si, no sen-tido em que as exigências do outro são por vezes con-trárias à nossa própria gratificação instintiva.

Freud considera o aparelho psíquico,emtrês partes: ego, superego e id. Ego: instânciado aparelho psíquico, moderadora entre osimpulsos instintivos inconscientes e os da-dos de realidade exteriores que os limitam.Suas operações cie adaptação se fazemcomo formação de defesa da personalida-de com respeito a percepção de sentimentode angústia. : '

Superego: instância da vida psíquica queinternaliza as interdições de impulsosedipianos e é fonte da consciência moral. Osuperego terá valor de modelo e unção de juizna vida anímica. Id: opolopulsional da perso-nal idade, integrado ao mesmo tempo por con-teúdos inatos e outros recalcados — adquiri-dos e esquecidos. O Id constitui-se de orças des-conhecidas e incontroláveis por st mesmas. -

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< NIETZSCHE, 157), p. 212.

Mecanismos latentes na vida social produzem a ilusãonecessária de que a sociedade deve tender para a justiça,para um tratamento igual a todos. Ta l exigência resulta,para Freud, da impossibilidade de se obter o amor exclu-

sivo dos pais ou de outro objeto e funciona como com-pensação parcial a esta renúncia. Toda educação deveconsiderar, antes de mais nada, que o espírito de grupoou a solidariedade se originam no ciúme. A essência dasolidariedade é a exigência por igualdade , raiz do sen-timento social e do senso do dever. Os laços sociais im- o F R E U D 8i), p. 67.plicírrFque recusemos a nós mesmos muitas coisas, demodo que os outros também devam viver sem elas, ou ,o que é a mesma coisa, que não tenham condições depedi-las . A ustiça é a vingança socializada. Ao contrário «

de Kant, para quem o princípio da justiça é uma lei raci-onal mantida pela boa vontade, para Freud o surgimentoda obrigação moral mascara um sentimento egoísta e

reativo — o ciúme. A essência da justiça é o dese jo de. negar aos outros certos privilégios em recompensa pelaauto-renúncia forçada aos mesmos privilégios.

Trata-se, aqui, de uma abordagem à qual Nietzschedenominou ressentimento . forças reativas , um ata-

i que ao outro, à energia e ao crescimento da vida: aigualdade dos direitos poderia muito bem converter-senuma igualdade de não direitos . Segundo o comentá-rio de Scarlett Marton, salvaguardar as liberdades indi- < t M A R T O N144), p. 86-7,viJuais teria por sinónimo exigir de todos o mesmopídrão de comportamento [...]. Membros da mesmaccletividade, talvez acreditassem que os indivíduos li-vns são todos fundamentalmente iguais [...]. Vivendogngariamente, esperavam enfrentar os que, mais for-te; do que eles, pudessem vir a ameaçá-los [...]. Assimteiia surgido a noção de direito. Reconhecendo-mediíeitos e permitindo-me preservá-los, cada membrodo grupo comportava-se com prudência, porque metonava como aliado contra uma terceira força que nosarreaçasse; com receio, uma vez que temia confrontar-se :omigo; com astúcia, já que esperava, em troca, queeu reconhecesse os seus direitos e lhe permitissepr<servá-los . Na sequência destas considerações,Freid e Nietzsche se aproximam: um direito é sem- < N I E T Z S C H E154), f 54.príum privilégio . Eis por que cada um de nós é umininigo potencial da civilização, e porque o desenvol-vinento científico e o tecnológico não previnem demoio duradouro o retorno à barbárie que secretamentea cíólização preserva. —

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Apesar disso, Freud volta ao projeto das Luzes da tra-dição filosófica ocidental, à ideia de uma imposiçãoda Razão . H m O porquê d a guerra fala d a possibilida-de de criar-se uma comunidade de homens submetidosà Razão, cujo núcleo seriam os intelectuais, aquelesem quem as coerções externas são exitosamente in-ternalizadas pelo superego. E na obra O uturo de umailusão Freud diz que aqueles indivíduos nos quais tevelugar um superego forte deixam de ser adversários dacivilização e se convertem em seus mais firmes garanti-dores. Quanto maior for o seu número numa área dacultura, mais segura esta se achará e tanto mais cedo

F R E U D 82). t poderá prescindir dos meios externos de coerção: Doshomens cultos e dos trabalhadores inte lectuais, a civili-zação não tem muito a temer .

Sigmttnd Freud 1856-1939).

Homens com aptidão à auto-elaboração e à simbo-

lização, aqueles que desenvolvem um sentimento deculpa insconsciente , por paradoxal que pareça, colo-cam o pensamento no lugar da atuação do impulso.

C fF R E U D 80). > Do artista, Freud dizia ser perverso sem perversão , neurótico sem sintoma . Conserva dentro de si, in-tacta, a parte sonhada na infância, em vez de repetir(como o perverso) ou imitar (como o neurótico) osprazeres que em outra época experimentou. O artistanão se aprisiona no passado de criança, mas o prolon-ga e atualiza constantemente. O trabalho artístico

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,. í • : - i C <aproxima-se, também, do luto: há sempre ausências aconsolar. Sublimando a dor, o sofrimento produz bele-za e transcendência.

A Ra:zão destinada a propiciar a contenção daagressividade e da destrutividade não é, no entanto,dissipadlora de ilusões, tal como a razão do Iluminismodos séculos XVII e XVIII estabelecia. Se para a filosofiailuminista as determinações sócio-culturais provocamo obscurecimento dos juízos e a submissão, enquantoas crenças são assimiladas a erros a serem dissipadospelas luzes da razão, para Freud a ilusão é uma catego-ria q ue se diferencia do erro. Mesmo quando o pro-gresso das ciências desfaz as crenças originadas nomedo e na impotência dos homens frente ao desco-nhecido, as ilusões permanecem. Se o erro é uma igno-rância provisória, devido às carências no conhecimen-to da natureza, a ilusão, como dimensão fundamental

das crenças, nasce de

desejos e é uma estrutura inter-

mediaria entre a verdade e o erro. A ilusão oculta arealidade mas não se opõe a ela: se a ideia delirante ,escreve Freud, está essencialmente em contradiçãocom a realidade, a ilusão não é necessariamente falsa,isto é, irrealizável ou contraditória com relação à reali-dade . Há que considerar ainda na ilusão seu caráterde defesa contra a angústia.

Aristótcles foi o primeiro a reconhecer a importân-cia do desejo (órexis) ao mostrar que o caráter adqui-rido de um homem — face às características congéni-tas — necessita, para ser adquirido, da eleição (esco-lha). O homem, além de sua vida biológica (Zoe), pos-sui vida biográfica Qyios), por isso diferem muito a svidas dos homens . O desejo é o âmbito no qual seengendran ilusões. Estas surgem como qualidades detrajetóriasde vida e dizem respeito à faculdade hum a-na de proetar e imaginar o futuro. Diante da insegu-rança e in:erteza da vida, da realização ou frustraçãodos desejes, instala-se a ilusão. Não é por uma coisa serboa que a desejamos: é porque a desejamos que se tor-na boa. O desejo é a verdade do valor, aquilo que lheproíbe praender à verdade. O desejo é ilusório nãopor ser fal» mas por se acreditar verdadeiro.

Freud rrflete sobre a importância das ilusões paraamenizar c mal-estar na civilização . A partir delas,considera t destino da s pulsões , a repressão e o re-calque do s instintos, a frustração prolongada na rea-lização de lesejos, para prevenir o retorno do repri-mido na cvilização . É a ilusão a estrutura capazde Eros .

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< F R E U D , (82), p. 44.

Ilusão e desejo

Ilusão provém do latim illusio, a quecoirespondeouerboittudcre, cuja forma s » i-plesé\uàzK, proveniente, por sua vez, í/eludo— jogo como ação de uma representação,diferente de iocus,jogo verbal. lludcre signi-fica jogar, divertir-se com algo, mas tambémenganar-se, ridicularizar. A palavra viria aser dominada pelo sentido do engano. Os di-cionários registram a ilusão como enganoespontâneo ou provocado; não faltam r e f e -rências ao Demónio ou à magia, ou a c e r -tos sonhos ou fantasmas agradáveis ou de-sagradáveis que tun'am a imaginação .Ilu-são associa-se, pois, à decepção: quimera,desvario, sonho, delírio,ficção ; en~o dos s e n -tidos ou do entendimento que az tomar a p a -rência por realidade .Deve-se, porém, consi-

derar os atributos positivos da ilusão, quesã o geralmente subestimados: deleite, algo qu e faria a felicidade se se realizasse . Se perder as ilusões é suceder ao encanto odesencanto, olhar com rieza o que antes se-duzia, desiludir-se , seu oposto, iludir-se, éganhar ilusão, alegria ou felicidade que se

experimenta com aposse, contemplação ouesperança de algo .

Recorde-se um exemplo notável em Nocaminho d e Swann, d e Pronst (J 73). Um diaSwann está expedindo uma soma em dinhei-ro a Odette , que lhe ora apresentada comouma mulher que se faz sustentar por ho -mens — condição que esquece assim quese apaixona. Swann s e pergunta se o que estáfazendo não é exatamente pagar uma mu-lher . Percepção fugaz, nota Proust, que apaixão logo afasta: não pôde aprofundaressa ideia , observa, pois um acesso de pre-guiça de espírito que lhe era congénita, in-termitente e providenc ial, veio apagar todaluz de sua inteligência . Uma tal preguiça

consiste, justamente, em tornar dois o que éum, no caso, criando a distinção entre a mu-lher amada e a entrenue. A ilusão é, pois,tornar uma cois a duas, dissociando-as. Suafunção: proteger-nos do real, não pela recu-sa, mas pela duplicação; não constitui, pois,simples., etro da faculdade de julgar .

f A I A R C U S E , (138). > Em Eros e civilização, como em outras obras, Mar-cuse coloca-se na senda freudiana, observando que seo medo e a destrutividade são as emoções subjacentesao totalitarismo, então Eros pertence à democracia. Paraliberar Eros das forças regressivas e destrutivas, é preci-so tomar conhecimento da dor reprimida, posto que

ADORNO, ( 5 ) , p. 56. > pertence ao mecanismo da opressão vetar o conheci-mento da dor que e la produz . Tais observações alimen-tam ainda a crítica à pedagogia entendida como cienti-ficação do real, que é mecanismo de dominação. Oconhecimento científico como única forma do conhe-cer determina um conceito de natureza como conjun-to de objetos disponíveis e manipuláveis por um saberque toma homens e coisas sob o modo da cientificidade,autoconcebida como único modo de pensar e de ser. É nesta modalidade que o conheciriíerito se vê credi-tado de um prestígio do qual jamais s e beneficiara an-tes. O homem vem a se reportar a seu trabalho por meioda tecnologia, a seu desejo por meio da sexologia, àalimentação pelo da dietética, à criança ou ao recém-nascido pelo da pedagogia ou da educação racional, à

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LEFORT, (133), p. 19-20. >

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