revista ordem dos médicos nº113 novembro 2010

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Revista Ordem dos Médicos Ano 26 - Nº113 Novembro 2010

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Page 1: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010
Page 2: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

Candidaturas aosÓrgãos Regionais eDistritais

40 Conselho Regional doNorte

54 Conselho Regional doCentro

70 Conselho Regional doSul

Vêm aí as comemora-ções dos 500 anos donascimento de AmatoLusitano

Faleceu figura ímpar daMedicina – Jacinto Simões(1925-2010)

07 Comunicado: Vagas parainternos na Madeira

Candidatura a Presidenteda Ordem dos Médicos

08 Isabel Caixeiro

18 Jaime Teixeira Mendes

26 José Manuel M. C. Silva

34 Manuel Brito

HISTÓRIAS DA HISTÓRIA105

INFORMAÇÃO06

NOTA DE ABERTURA04

S U M Á R I O

Ano 26 – N.º 113 – Novembro 2010

PROPRIEDADE:

Centro Editor Livreiro da Ordem

dos Médicos, Sociedade Unipessoal, Lda.

SEDE: Av. Almirante Gago Coutinho, 151

1749-084 Lisboa • Tel.: 218 427 100

Redacção, Produção

e Serviços de Publicidade:

Av. Almirante Gago Coutinho, 151

1749-084 Lisboa

E-mail: [email protected]

Tel.: 218 437 750 – Fax: 218 437 751

Director:

Pedro Nunes

Directores-Adjuntos:

José Moreira da Silva

José Ávila Costa

João de Deus

Directora Executiva:

Paula Fortunato

E-mail: [email protected]

Redactores Principais:

José Ávila Costa,

João de Deus e Paula Fortunato

Secretariado:

Miguel Reis

Dep. Comercial:

Helena Pereira

Dep. Financeiro:

Maria João Pacheco

Dep. Gráfico:

CELOM

Impressão:

SOGAPAL, Sociedade Gráfica da Paiã, S. A.

Av.ª dos Cavaleiros 35-35A – Carnaxide

Depósito Legal: 7421/85

Preço Avulso: 1,60 Euros

Periodicidade: Mensal

Tiragem: 40.500 exemplares

(11 números anuais)

Isento de registo no ICS nos termos do nº 1, alínea

a do artigo 12 do Decreto Regulamentar nº 8/99

Nota da redacção: Os artigos de opinião e outros artigos assinados são da inteira responsabilidade dosautores, não representando qualquer tomada de posição por parte da Revista da Ordem dos Médicos.

Ficha TécnicaFicha Técnica

MédicosOrdem dos

REVISTA

ELEIÇÕES 2011-201308

Page 3: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

4 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

NOTA DE ABERTURA

Esta edição da ROM inclui os progra-mas de todas as candidaturas que, deNorte a Sul do continente e das regiõesautónomas, vão disputar as eleições,cujo acto de votação presencial é nopróximo dia 15 de Dezembro.A face mais visível deste pleito é a dis-puta eleitoral entre quatro conceituadosmédicos pelo lugar de Bastonário, figuraque em mãos terá a liderança da Or-dem nos próximos três anos, mas é dig-no de registo o número de candidatosaos mais diversos cargos, o que revelade facto sinais de grande envolvimentodos médicos com a Ordem.São três as secções regionais da Or-dem e se, no Norte, não haverá combateeleitoral, uma vez que será uma lista aconcorrer aos órgãos regionais, serãoduas as listas a concorrer ao ConselhoRegional do Centro e três ao ConselhoRegional do Sul. Só nestes órgãos dacúpula regional estão envolvidos 66médicos, mas há ainda as respectivascandidaturas aos conselhos fiscais (cadaum com 3 membros) e disciplinares (5)e às assembleias regionais (4) de cadauma das secções; mais doze elementos,portanto, por cada uma das listas.Ao nível dos Distritos Médicos, que são22 – cinco no Norte, seis no Centro e

Vitalidadeonze no Sul –, multiplica-se o númerode candidatos a cada um dos órgãosde base distrital (Conselho com cincomembros; e Mesa da Assembleia comquatro) e também a membros consul-tivos, que têm assento no Plenário dosConselhos Regionais.Repare-se que só os membros consul-tivos, delegados ao Plenário dos Con-selhos Regionais, são quase centena emeia em todo o país. Por exemplo, doDistrito Médico de Lisboa-Cidade são31, do Distrito Médico da Grande Lis-boa são 19, no Distrito Médico do Por-to são 36 e no de Coimbra são 14.Registe-se, de resto, neste caso, a exis-tência de mais do que uma lista con-corrente ao sufrágio eleitoral em vári-os Distritos Médicos. Por exemplo: emCoimbra, duas listas, tal como no Al-garve, Lisboa-Cidade e Madeira. O Dis-trito Médico de Grande Lisboa é oúnico, no contexto nacional, onde con-correrão três listas.Caso único é o do Distrito Médico doRibatejo, que não entregou lista den-tro do prazo eleitoral estabelecido,onde as eleições serão mais tarde, jáno próximo ano, depois de cumpridostodos os prazos regulamentarmenteestabelecidos.

O dever do bom nomeNo Verão passado agitaram-se entidades diversas, com ampliação grave e significativa na comunicação social, sobre aaplicação aos Drs. Pedro Nunes e Miguel Leão de uma sanção pecuniária e obrigação de devolução de valores queteriam alegadamente recebido de forma indevida.Diziam as notícias que se tratava de um processo instaurado em Espanha pela Dirección General de Seguros y Fondosde Pensiones (DGSFP) contra os referidos médicos e dirigentes da Ordem por estes terem recebido montantes indevidosna qualidade de membros do Conselho de Administração da seguradora mutualista AMA e violado as leis espanholasque regulam estas sociedades.As reacções a esta informação, que cruzou toda a imprensa portuguesa, foram imediatas e muitas delas especialmenteatentatórias do carácter e do bom-nome do Bastonário da Ordem dos Médicos, que procurou esclarecer, sem êxito, queo procedimento da DGSFP não tinha fundamento de facto nem motivação legal.Explicou-se, então, que se havia interposto um recurso contencioso no tribunal competente e que se aguardava umadecisão da jurisdição espanhola.É, pois, da mais elementar justiça noticiar agora que a decisão judicial espanhola já foi proferida tendo dado provimentointegral aos recursos dos Drs. Pedro Nunes e Miguel Leão.O Tribunal não deu como provadas as infracções que lhes haviam sido imputadas e anulou todas as sanções e obriga-ções que lhes tinham sido administrativamente impostas, confirmando que a sua conduta não tinha sido ilícita, nemilegal e não haviam sido pagas quaisquer quantias indevidas.Qualquer cidadão tem direito ao seu bom nome e à sua dignidade e não pode ser condenado na praça pública pelacomunicação social, com base numa leitura primária de assuntos que pedem prudência e uma ponderação complexa. É,pois, da mais elementar justiça que esta decisão seja devidamente divulgada, nomeadamente aos médicos, como é o caso.

Sem necessidade de grandes dotes arit-méticos, somando as parcelas, atinge-se um número de candidatos envolvi-dos que supera os 500! É um sinal devitalidade.Estas eleições exigem uma logística ágil,que já começou, com a preparação eenvio dos votos aos médicos – a maio-ria vota por correspondência – e sóterminará no apuramento oficial dosresultados, passando pelo acto eleito-ral presencial, que será dia 15 de De-zembro.Há ainda um pormenor que pode impe-dir que todos os órgãos não fiquem elei-tos nesse dia. Como se sabe, no caso daeleição do Bastonário, se nenhum dosquatro candidatos obtiver nesta data umnúmero de votantes que seja superiorao número de votantes em todos osoutros candidatos – isto é, 50% dos vo-tos mais um – haverá uma segunda vol-ta, marcada para dia 19 de Janeiro, comos dois candidatos mais votados.Vamos entrar então agora em plenoperíodo eleitoral, com uma Ordemviva. Haverá poucas instituições nopaís que envolvam tanta gente, comtodos os órgãos preenchidos.

Diamantino Cabanas

Page 4: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

6 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

José Jacinto de Sousa Gonçalves Si-mões, enquanto médico, foi uma figu-ra de grande destaque, responsável, nonosso país, pelos primeiros tratamen-tos da insuficiência renal, por hemo-diálise e por transplante. Nesse cam-po, para além da dimensão clínica dasua actividade, deixou também impor-tantes artigos e, num dos seus escri-tos, publicados em 2004 na Revista Por-tuguesa de Nefrologia e Hipertensão,relata como se desenvolveu a especia-lidade de Nefrologia em Portugal ecomo ele próprio deu a primeira liçãoteórica sobre insuficiência renal agu-da, em 1961, num curso organizadopara internistas pela Sociedade Portu-guesa de Medicina Interna, de que veioa ser dirigente destacado.Reconhecido como figura ímpar da Me-dicina, Jacinto Simões herdou de seu paio republicanismo e o desejo de in-tervenção política. Está associado, mui-to jovem, ao MUD-Juvenil e fez parte daComissão Executiva do MUNAF (Movi-mento de Unidade Nacional Anti-Fascis-ta), a que pertenceu representando o sec-tor dos republicanos independentes.Nesta sua actividade política anti-fas-cista, relaciona-se com figuras de cor-

Faleceu figura ímpar da Medicina

Jacinto Simões, destacado médico que se notabilizou também nos campos das letras

e da política, morreu no passado dia 7 de Novembro, aos 85 anos de idade. Pioneiro

no tratamento da insuficiência renal crónica e professor catedrático, nascera a 1 de

Novembro de 1925, em Lisboa, onde se licenciou, em 1949, com 18 valores.

rentes diversi-ficadas, comoMário Azeve-do Gomes,Bento de JesusCaraça, Antó-nio Sérgio, Câ-mara Reis ouJaime Corte-são, com quemconspira naclandestinida-de. Com algunsdeles privatambém comomembro do movimento cultural e polí-tico Seara Nova, a que aderiu em 1946.Curiosamente, a sua dimensão de médi-co é de tal ordem reconhecida que,mesmo sendo um opositor político, veioa ser, no estertor do salazarismo, um dosmédicos da equipa multidisciplinar queacompanhou António de Oliveira Sala-zar, nomeadamente quando houve ne-cessidade de o submeter a hemodiálise.De facto, a sua notoriedade vem daactividade clínica e foi na carreira mé-dica que apostou com determinação,com ponto de partida nos HospitaisCivis de Lisboa. Para além da sua im-

portância no desenvolvimento da Ne-frologia e particularmente do estudo etratamento da insuficiência renal, Ja-cinto Simões desempenhou tambémfunções de Director Clínico do Hospi-tal de Santa Cruz, onde, de acordo comos relatos, realizou uma obra notável.Médico interessado nas questões téc-nicas e éticas, dedicou-se também à Or-dem dos Médicos, onde foi presidenteda Assembleia Regional do Sul, desde1993 até 2004, e membro da direcçãodo Colégio de Nefrologia, entre Janei-ro de 1982 e Junho de 1984.E esta intensa actividade como clínicoe a ocupação com a intervenção polí-tica não impediram Jacinto Simões dedesenvolver ainda uma actividade lite-rária de mérito. Tem três livros publi-cados: Latitudes (1999), Recaídas (2001)e Poemas Imprevistos (2003).Na sua carreira universitária, JacintoSimões doutorou-se na Faculdade deCiências Médicas da Universidade No-va de Lisboa e aí se jubilou como pro-fessor catedrático.

Diamantino Cabanas

«A unidade da Medicina resulta essencialmente

e forçosamente do seu objectivo: o Homem»

Jacinto Simões

In Contribuição para a história da Nefrologia em

Portugal, Revista Portuguesa de Nefrologia e

Hipertensão 2004

I N F O R M A Ç Ã O

Jacinto Simões (1925/2010)

Page 5: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

7Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Partilhava o seu caminho com as equipasEmbora tenha sido pioneiro do tratamento da insuficiência renal, Jacinto Simões nunca esque-cia a importância das equipas que o acompanhavam.No seu artigo «Contribuição para a história da Nefrologia em Portugal», publicado na RevistaPortuguesa de Nefrologia e Hipertensão em 2004, revela bem esse carácter, quando escreve:“Nesta memória do nascimento da Nefrologia em Portugal como disciplina clínica, não possodeixar de falar daquilo que se fez no Centro de Reanimação do Hospital Curry Cabral, masquero acentuar que nada podia ter sido realizado por um só pessoa. O chefe de serviço nãoconhecia sequer, de parte alguma, a não ser do próprio serviço, os médicos e enfermeiras quefizeram parte do grupo inicial do Centro de Reanimação. Tinham-se encontrado todos naquela esquina do destino. Aúnica coisa que pôde oferecer-se aos que seguiram este caminho foi a miragem do desconhecido e a oportunidade deaprender.”

I N F O R M A Ç Ã O

Comunicado

Vagas para internos na MadeiraFace a notícias recentes sobre um alegado «corte de relações» entre a estrutura da Ordem dos Médicos na Madeirae a sua direcção nacional, importa esclarecer o seguinte:

1. A organização estatutária da Ordem dos Médicos define a existência de um órgão de cúpula, o ConselhoNacional Executivo, que por sua vez é presidido pelo Bastonário, órgão uninominal.2. Ao nível regional, a Ordem tem três secções – Norte, Centro e Sul – cujos órgãos executivos são os conselhosregionais. Cada uma dessas secções regionais tem a tutela de vários distritos médicos. A Secção Regional do Sulengloba 11 distritos médicos, entre os quais os das regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Sendo assim, o Distrito Médico da Região Autónoma da Madeira depende, em primeira instância, do ConselhoRegional do Sul, que por sua vez depende hierarquicamente do Conselho Nacional Executivo, a que preside oBastonário. É, pois, muito clara a pirâmide de decisão estatutária da Ordem dos Médicos.Neste contexto, um «corte de relações» é um acto completamente estranho ao funcionamento de uma instituiçãocomo a Ordem dos Médicos. Tão estranho como seria, por exemplo, um «corte de relações» entre uma delegaçãoregional ou local de um ministério e a sua tutela ou da sucursal local de uma grande empresa com a própriaempresa.Assinale-se, de resto, que o próprio presidente do Conselho Médico da Madeira, em entrevista publicada num jornaldiário, rectifica que não houve, como naturalmente não poderia haver, qualquer «corte de relações».Quanto à questão das vagas para internos de especialidade este ano não atribuídas aos serviços hospitalares daMadeira, importa também clarificar o seguinte:

1. A Ordem dos Médicos decidiu por unanimidade do Conselho Nacional Executivo, reunido em 7 deSetembro de 2010, não atribuir, em 2011, capacidade formativa para novos internos aos serviços da RegiãoAutónoma da Madeira.2. Tal decisão baseou-se na mais elementar prudência, dado que informações sucessivamente veiculadas juntoda Ordem dos Médicos apontavam para disfunções nos serviços do Centro Hospitalar do Funchal, quecareciam de avaliação.3. Tal avaliação, que a Ordem tentou fazer de forma extraordinária, atempadamente, foi inviabilizada peloGoverno Regional da Madeira que, assim, assume a total responsabilidade pelo ocorrido.

O Presidente da Ordem dos Médicos,

Dr. Pedro M. H. NunesLisboa, 15 de Novembro de 2010

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8 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

POR UMA ORDEM

DE RAZÕES

www.isabelcaixeiro.bastonaria2010.com

Acredito que a participação empenha-da de cada um de nós é a única opçãopara a evolução positiva da sociedadee das suas organizações.

Tenho assim a firme convicção de que,como médicos, temos uma clara res-ponsabilidade cívica em pugnar poruma sociedade defensora da dignida-de de cada cidadão e que, nos momen-tos de maior fragilidade, proteja e apoiecada um, consoante as suas necessi-dades.

É na realização deste acto, cívico emédico, que decidi candidatar-me aosufrágio directo de todos os médicospara a todos representar e defender,com o firme propósito e objectivo queespelha a nossa missão em favor dosupremo interesse do doente.

Motivam-me o querer, o saber e o fa-zer a que me proponho. Quero umaOrdem dos Médicos incontornável naafirmação de cada médico e da medi-cina. Sei que desafios e dificuldadesenfrentamos. Tudo farei para que amedicina e o doente sejam primadosna nossa sociedade.

Acredito que todos os colegas saberão

«FIRMEZA • INDEPENDÊNCIA • MODERNIDADE

• PARTICIPAÇÃO»

reconhecer neste programa de acçãoas razões que me levam a avançar paraum projecto desta responsabilidade.

Como espaço de todos os médicos, aOM tem que se assumir como o baluar-te da defesa de cada médico e da me-dicina, dos seus valores e tradiçõesmilenares, mas também da moderni-dade, da renovação e da inabalável es-perança no futuro.

Defendo uma medicina moderna, cien-tificamente evoluída e independentedas pressões da indústria farmacêuti-ca. Uma medicina humanizada sem des-lumbramentos pela técnica cintilantea que, frequentemente, alguns parecemquerer reduzir a nobreza dos actos mé-dicos e ofuscar a nossa missão de defe-sa do cidadão nos momentos mais frá-geis da vida.

O meu percurso pessoal e profissio-nal espelha esta atitude e inconformis-mo. Creio que represento assim a gran-de maioria dos médicos.

Trabalhei na periferia, em extensõesrurais de centros de saúde e num gran-de hospital universitário, participei naformação dos mais jovens, fiz consul-tas num pequeno consultório de bair-ro e fui médica do trabalho de gran-des empresas. Julgo, sem falsa modés-tia, que construí ao longo da minhavida um percurso diverso e enrique-cedor que me habilita a conhecer eperceber diferentes facetas da profis-são médica e, como tal, ciente das suas

dificuldades, anseios e desejos.

O meu trajecto mais recente de dedi-cação às causas da Ordem de todosos médicos ilustra também que é pos-sível intervir activamente nas causascomuns de todos nós e, com firmeza,seriedade e independência apresentar-me neste momento com a credibilidadee experiência necessárias à mais ele-vada representação médica.

Represento um capital de confiança doscolegas que nos últimos anos traba-lharam na Ordem e que, com vitóriase derrotas, permitiram o progresso daOM nos últimos anos.

Apresento-me a votos perante todosos médicos com provas dadas de sercapaz de liderar uma organização mé-dica. Quer como Presidente da Sec-ção Regional do Sul, quer como Presi-dente da organização europeia de me-dicina familiar UEMO, julgo sempre meter sido reconhecida a capacidade deestar à altura dos desafios e de sem-pre ter prestigiado a profissão médicae a Ordem dos Médicos.

É desta forma, comprometida e empe-nhada, com orgulho em ser médica, queme apresento neste acto eleitoral. Comtotal transparência e responsabilidade,sem filiação partidária ou agência demarketing/comunicação que mascaremo que sou, que retoquem tacitamenteo que quero ou que venham a condi-cionar aquilo que todos os médicospodem esperar de mim. Tenho um ca-

Isabel Caixeiro

Page 7: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

9Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

rácter, um percurso e uma atitude que,ao serviço de ideais médicos, me pro-ponho colocar sob escrutínio de to-dos os médicos portugueses.

Será também fruto desta dedicação eempenho que, desde a primeira horame estimula e apoia um vasto conjun-to de colegas, médicos cujo reconhe-cimento inter-pares, a nível nacional einternacional, testemunha a sua dimen-são humana, científica e técnica.

O Programa de Acção que defendo éindissociável de uma empenhada par-ticipação activa de todos os colegasde diversas gerações, áreas de activi-dade e contextos de trabalho. Preten-do que, independentemente de onde,como e de que forma exerce medici-na, cada médico se sinta representadoe se reveja nas linhas de actuação queapresento e reconheça a sua Ordemcom uma intervenção firme, sensata edigna.

Estou neste projecto de me propor sera imagem e porta-voz dos médicos edos valores da Medicina perante a so-ciedade portuguesa, consciente da ár-dua tarefa que assumo. Esta missão étanto mais árdua quanto, no momen-to actual, as dificuldades e necessida-des crescem de forma exponencialperante crises, para além da económi-ca, que ameaçam pilares fundamentaisda coesão da nossa sociedade. Julgoque, uma vez mais, caberá aos médi-cos assumirem as suas responsabilida-des e não permitirem que os governossubordinem os valores dos médicos eo interesse dos doentes aos podereseconómicos.

Aprendi com o meu pai, médico mili-tar, a colocar o interesse dos doentese das instituições à frente dos interes-ses pessoais, a prezar a ética e a leal-dade entre colegas em detrimento devaidades e a cultivar respeito pelos quediscordam de nós. É este o meu regis-

to e a minha atitude no combate elei-toral que se aproxima. Haverá discor-dâncias, pontos de vista diferentes eprojectos distintos. Contudo, não con-tem comigo para estados de almaeleitoralistas, críticas fáceis oudestrutivas, propostas oportunis-tas ou promessas irrealizáveis.Candidato-me a favor de todos os mé-dicos portugueses e não contra nin-guém.

Nas eleições de 15 de Dezembropróximo confrontam-se projectos que,em comum, se irão propor a merecera confiança dos médicos portugueses.

Existirão porventura ideias e propos-tas similares porquanto se espera queidentifiquem as necessidades da medi-cina e dos médicos.

Contudo, existirão assinaláveis diferen-ças em relação ao modo como se apre-sentam, à coerência dos seus protago-nistas, à credibilidade de executar aqui-lo a que se propõem ou na capacida-de de demonstrar obra feita.

Estou certa de que este programa deacção encontrará em cada médico oeco mobilizador e participativo que tor-nará este projecto na realidade que osmédicos querem encontrar na sua Or-dem dos Médicos no próximo triénio.

Conto convosco, porque comigo sa-bem desde já que podem contar.

PROGRAMA DE ACÇÃO

Principais eixos de actuação

1. Reposicionar os valores da Me-dicina e do ser humano na socie-dade

• Defendo que a Ordem dos Médi-cos deve ser parceiro incontornável,intervindo activamente na definição dapolítica de saúde em Portugal, basea-

da na ética médica, centrada no serhumano e apoiada na qualidade doexercício profissional.

Proporei um Pacto para a Saúde aospartidos políticos com assento naAssembleia da República, para que sejadesenhada a Carta Nacional de Saú-de, que dê resposta em rede às neces-sidades em saúde de maneira integra-da e coerente (Hospitais, Cuidados deSaúde Primários, Saúde Pública, Medi-cina Legal, Cuidados Continuados eCuidados Paliativos) e defina uma ver-dadeira Política do Medicamento quepermita uma real contenção de cus-tos, sem prejudicar o adequado trata-mento dos cidadãos, em vez de confu-sos, desarticulados e ineficazes remen-dos a que vimos assistindo.

Estabelecerei na OM um Observa-tório para as Políticas Públicas de Saú-de, convidando médicos e personali-dades da sociedade civil de reconhe-cido mérito.

• Defendo um Serviço Nacional deSaúde tendencialmente gratuito no actoda prestação, como base estruturantede cuidados de saúde acessíveis, comqualidade e equidade, assegurando aliberdade de escolha do médico pelodoente, base indispensável de uma re-lação médico-doente esclarecida.

Considero que a sustentabilidade doSNS é da responsabilidade dos deter-minantes macroeconómicos e da de-cisão política mas também de cada umde nós, médicos, na correcta utiliza-ção de recursos baseada em critériostécnicos e éticos, sem sujeição a quais-quer regras arbitrárias que coarctemos direitos dos doentes.

Cada cidadão tem também a obriga-ção de não usufruir do SNS de modoabusivo.

Organizarei programas de informa-

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10 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ção ao cidadão sobre a correcta utili-zação do SNS – deveres e direitos dosdoentes – em colaboração com asso-ciações de doentes, organizações devoluntariado na saúde e outras asso-ciações cívicas, em que se divulguecomo funciona o SNS e os respectivoscustos de forma a adequadamente va-lorizar o papel estruturante do SNS epromover a utilização responsável dosrecursos por todos os cidadãos.

• Defendo que a qualidade do exer-cício médico nas suas diversas com-ponentes técnico-científicas, éticas ehumanas apenas deva ser avaliadainter-pares, através de um rigorosoexercício de auto-regulação a cargo daOM, independentemente do modelo oulocal de trabalho: privado, público, so-cial, seguros, indústria farmacêutica,investigação e desenvolvimento.

Criarei um Departamento de Audito-ria de Qualidade para o exercício mé-dico, que estruture e coordene a ava-liação de serviços e unidades de saúde,no âmbito da idoneidade assistencial nassuas vertentes técnica, científica e ética.

• Defendo a urgência de demonstraraos decisores políticos a inutilidade damultiplicação de estruturas sem qual-quer competência técnica (como aEntidade Reguladora da Saúde), cujasactividades se resumem a burocrati-zar o sistema ou a multar médicos ehospitais do SNS, consumindo aindapreciosos recursos desviados damelhoria dos cuidados de saúde.

Proporei a todos os médicos umaPetição à Assembleia da República paraextinção da ERS.

• Defendo a urgência de publicaçãoda Lei do Acto Médico como salvaguar-da da saúde e segurança dos cidadãose para clarificar os espaços de inter-venção e a liderança médica das equi-pas multidisciplinares em saúde.

Criarei a Comissão Médica para o Par-lamento, para acompanhar os trabalhoslegislativos na área da Saúde e servir deplataforma para a apresentaçãoproactiva de propostas dos médicos.

• Defendo a inviolabilidade da pres-crição médica no interesse da segu-rança do doente e a permanente clari-ficação das relações dos médicos coma indústria farmacêutica, impossibilitan-do a persistência de ataques em rela-ção à idoneidade moral e científica dosmédicos.

Continuarei a opor-me com firmezaa qualquer tentativa da AssociaçãoNacional de Farmácias de forçar a subs-tituição da receita médica na farmácia.

Desenvolverei o Protocolo Ético en-tre a OM e a Apifarma, com mecanis-mos expeditos de adequada fiscaliza-ção do seu cumprimento e a denúnciade situações que põem em risco a se-gurança dos doentes.

• Defendo que a OM promova a uti-lização correcta e segura das novastecnologias de informação na área mé-dica, salvaguardando a segurança doscidadãos, a protecção dos dados desaúde e o primado do sigilo profissio-nal médico.

Criarei um Conselho Nacional paraas Tecnologias de Informação e e-Health, que estabeleça as normas deboa prática obrigatórias para uma cor-recta e segura utilização destas ferra-mentas, indispensáveis para uma me-dicina moderna.

• Defendo, num exercício de trans-parência e modernidade, que as máspráticas médicas sejam rápida e ade-quadamente avaliadas e punidas, atra-vés da mudança do Estatuto Discipli-nar dos Médicos.

Criarei uma Comissão para a Revisão

do Estatuto Disciplinar, para propor aoGoverno um Estatuto Disciplinar quepermita o exercício eficaz dos poderesde regulação delegados na OM.

Serão ponderados, entre outros aspec-tos, o número de elementos dos Con-selhos Disciplinares (garantindo pro-porcionalidade face ao número de mé-dicos inscritos), a possibilidade de apli-cação de penas de multa que revertampara o Fundo de Solidariedade, a cria-ção das figuras de suspensão preventi-va e restrição ao exercício profissional,garantindo a segurança do doente.

• Defendo que a OM assegure a legíti-ma defesa da competência e dignidadedo médico, erradicando as injustas acu-sações a médicos relativas a Acidentesem Saúde, frequentemente rotulados deerro ou negligência médica.

Proporei a criação de um Gabinetede Apoio ao Médico, dotado de umaLinha de Apoio e um Fundo para De-fesa do Médico injustamente acusadoou difamado.

• Defendo que cabe à ordem dos Mé-dicos liderar o processo da segurançado doente («Patient Safety»), assegu-rando o direito dos cidadãos a umaprestação de cuidados de saúde dequalidade e em segurança.

Criarei uma Comissão para a Segu-rança do Doente que elabore, em co-laboração com os Colégios, um Manu-al de Segurança do Doente, com nor-mas gerais e específicas aplicadas acada especialidade e local de exercí-cio, a ser implementado progressiva-mente com a colaboração e parceriado Ministério da Saúde.

• Defendo o papel fundamental dasOrdens Profissionais na defesa de umexercício profissional com indepen-dência técnica nas diferentes áreas doconhecimento. As Ordens Profissionais

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

Page 9: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

11Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

devem ser repositórios da verdadeiraauto-regulação dos seus membros, comfidelidade a éticas e princípios que nãomudam ao sabor das modas, das con-veniências político-partidárias ou daspressões económicas.

Desenvolverei a cooperação com oConselho Nacional das Ordens Pro-fissionais e uma maior articulação comas Ordens da área da saúde.

2. Uma ORDEM mais Próxima eParticipativa

Acredito que uma permanente pro-ximidade entre a OM e os médicos épossível e sempre desejável. Desde omomento da inscrição de cada médi-co na OM, a interactividade estabele-cida definirá uma maior participaçãode todos nos assuntos que aos médi-cos dizem respeito.

A OM necessita de promover a profis-sionalização, reorganização e articula-ção dos seus diferentes departamen-tos, garantindo uma melhor alocaçãode recursos, ampliando a eficácia dasua intervenção e respondendo melhoràs solicitações de cada médico.

A Cédula Profissional deve manter-secomo o documento basilar da identifi-cação do médico, à qual se devemacrescentar novas funcionalidadestecnológicas, que garantam a sua invio-labilidade e permitam a certificação daprescrição, o acesso ao processo clíni-co e a assinatura electrónica.

• Defendo a actualização do nossoenquadramento institucional através daRevisão do Estatuto da OM.

Desencadearei um processo, lidera-do por um dinâmico Grupo de Traba-lho para a Revisão do Estatuto da OM,com colegas com reconhecida experi-ência de intervenção na Ordem e naárea da saúde. Desde já proponho-me

a convidar para este Grupo, de formarepresentativa das diferentes sensibili-dades médicas, elementos de todas aslistas concorrentes ao sufrágio do pró-ximo 15 de Dezembro. Este deverá serum exercício cuidado e exigente, comconsciência de ameaças e oportunida-des decorrentes da pendência de apro-vação do Estatuto da OM na Assem-bleia da República.

• Defendo e Proporei maior articu-lação com as Faculdades de Medicinae Sociedades Científicas, cativandosinergias de todas as instituições parao desenvolvimento da Medicina e daqualidade técnico-científica dos médi-cos portugueses.

• Defendo e Activarei a coopera-ção estratégica da OM com outrasorganizações médicas, como elo im-prescindível de aproximação entre to-dos os médicos e reforço da interven-ção de cada uma, assegurando o res-peito pela autonomia e responsabili-dades específicas, nomeadamente comsindicatos (SIM e FNAM), associaçõesprofissionais (APMCG, AMCH, AMSP,AMPIF, APEGS).

• Defendo e Proporei a articulaçãoda OM com Associações de AntigosAlunos das Faculdades de Medicina.

• Defendo o empenho da OM na di-vulgação cultural junto dos médicos eda sociedade, promovendo iniciativasdesta índole a serem desenvolvidaspelos órgãos regionais e distritais.

Congregarei as inúmeras actividadesdispersas, com a constituição de umConselho para a Cultura na OM, queentre outros, analise a hipótese da cri-ação de um Museu da Medicina Por-tuguesa e da História da OM.

• Defendo que todos os médicosdevem conhecer o destino que é da-do às suas quotizações e acabar de

vez com o clima de suspeição e dúvi-das infundadas que alguns têm fo-mentado.

Farei uma Auditoria externa às con-tas da OM, por concurso público comcaderno de encargos rigoroso, elabo-rado por ROC, com acompanhamen-to permanente da aplicação de novosprocedimentos internos rigorosos eharmonizados, uma vez que a Ordemdos Médicos é uma única entidade ju-rídica e fiscal.

Promoverei um esforço de conten-ção económica com orçamento parti-cipativo da OM, abrindo a possibilida-de de apresentação de propostas pormédicos e escrutinadas pelo CNE,congelamento de quotas no esca-lão 2 e redução em 50% nos esca-lões 1 e 3, e ainda aumento de provei-tos (visitas de idoneidades pagas, ren-tabilização de salas).

• Defendo uma melhor e mais mo-derna organização interna, a revisão eactualização dos regulamentos da OM,maior abertura dos espaços físicos edescentralização dos debates.

Irei:

- Instituir a figura da ConsultaReferendária para as decisõesmais sensíveis ou fracturantes,como fórmula democrática depronunciamento dos médicosportugueses.

- Estruturar um Departamentode Comunicação profissiona-lizado, na dependência do CNE,que divulgue inter-pares e nasociedade, o papel, intervençãoe propostas da OM.

- Reformular a Revista da Ordemdos Médicos, como veículo deinformação, divulgação e pro-moção da actividade médica e

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12 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

da OM, promovendo o debatede diferentes opiniões.

- Reformular o site nacional daOM, instrumento de excelênciana comunicação interna e ex-terna da OM, que, em articula-ção funcional com os das sec-ções regionais, permitirá maiorinteractividade e participaçãodos médicos e tornará a OMmais presente na actividade quo-tidiana dos médicos (voto elec-trónico, inscrição em actividades,pagamentos online, participaçãoem fóruns online, actualizaçãode dados dos médicos).

- Reavaliar os objectivos e o in-teresse da Acta Médica Portu-guesa no contexto das publi-cações científicas médicas ac-tuais.

- Realizar Presidências Abertasem todas as secções regionais,distritos médicos e regiões au-tónomas, com a organização desemanas temáticas associadas aum distrito ou região, levandoo conhecimento das realidadeslocais a todos os colegas e re-colhendo o seu contributo paraas posições nacionais.

- Elaborar Regulamentos que for-malizem a autonomia de cadaDistrito Médico das RegiõesAutónomas dos Açores e daMadeira, com a participação dasrespectivas direcções eleitas,atendendo as suas especifici-dades próprias, quer geográfi-cas e culturais, quer pela exis-tência de Serviços Regionais deSaúde autónomos.

- Convocar reuniões regulares edescentralizadas com os Colé-gios de Especialidade e os Mem-bros Consultivos eleitos.

- Promover debates regularessobre Ética Médica e a sua inte-gração no exercício médicoquotidiano.

- Desenvolver modelos de segu-ros, de consultoria fiscal e deapoio jurídico adaptados àsnecessidades dos médicos.

3. Compromisso com os médicosmais jovens

O futuro da Ordem dos Médicos e daMedicina exige uma participação cadavez maior dos colegas mais jovens logodesde o início da vida profissional. Ainscrição na OM deve ser encaradacomo a oportunidade de intervir acti-vamente, para que cada médico tenhaa noção que tem uma quota-parte deresponsabilidade quando diz que «aOrdem não faz nada».

• Defendo que a OM desenvolva umestudo sério e rigoroso sobre os recur-sos humanos médicos, coordenandodados já obtidos por alguns Colégiosde Especialidade e promovendo a ac-tualização do registo dos médicos, paraultrapassar as eternas discussões so-bre a falta ou excesso de médicos.

Oponho-me com firmeza à prolifera-ção de mais faculdades e cursos de Me-dicina. Exigirei que o número de va-gas para Medicina e para as especiali-dades reflicta uma política de âmbitonacional sustentada em critérios téc-nicos e de reais necessidades, contra-riando impulsos ao sabor de alternân-cias partidárias, clientelismos populis-tas ou critérios económicos.

• Defendo uma formação especializadade qualidade, respeitando escrupulosa-mente os critérios de idoneidade e ca-pacidade formativa definidos pelos Co-légios de Especialidade e a participaçãodos colegas em especialização na defini-ção do seu próprio percurso formativo.

Fomentarei a participação dos cole-gas mais jovens na construção do fu-turo, apoiando as Comissões de Inter-nos nos diversos locais de formação.

Reforçarei o papel de representaçãodo Conselho Nacional dos MédicosInternos (CNMI), com a indicação deum representante junto de cada Colé-gio de Especialidade e do CNE.

Fomentarei a criação de Núcleos deInternos em cada especialidade.

• Defendo que a investigação básicae clínica deve fazer parte do trajectoformativo de qualquer médico.

Estimularei e apoiarei o doutora-mento em fases precoces da carreira,acompanhado com a adequada regu-lamentação dos Internos Doutorandos.

Privilegiarei o acesso a Fundo deFormação e Investigação a médicosinternos e jovens especialistas.

• Defendo que a participação cívicae associativa deve ser estimulada des-de o início do percurso profissional.

Articularei com a Associação Naci-onal dos Estudantes de Medicina e pro-mover a apresentação formal da OMaos alunos do 6.º ano de Medicina nasdiferentes faculdades.

Estimularei a participação dos jovensem associações médicas (sindicatos esociedades científicas), na OM e emprojectos de índole humanitária.

Promoverei a criação de Núcleos deApoio aos Médicos no Estrangeiro, aosMédicos Estrangeiros e aos Jovens Es-pecialistas, que permitam uma melhororientação no início da carreira, divul-gando on-line ofertas de trabalho exis-tentes e acompanhando os contratosindividuais de trabalho nas suas com-ponentes éticas e deontológicas.

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4. Formação Especializada e De-senvolvimento Profissional Con-tínuo

A OM detém indeclináveis responsabi-lidades na especialização e qualificaçãodos médicos. O conhecimento especí-fico e único que cada Colégio de Espe-cialidade possui e a intervenção na for-mação dos médicos mais jovens sãomais-valias únicas que a OM coloca aoserviço dos médicos e da sociedade.

A evolução da Medicina, da tecnologiae da sociedade, a par da mobilidadede profissionais e doentes num mun-do global, obriga-nos a reflectir sobrea dimensão nacional e europeia dosprocessos de especialização médica.Lançarei com a participação de todosos médicos, o debate que permita re-centrar o exercício médico numa vi-são holística do ser humano como úni-ca forma de não desagregar a práticamédica na hiper-especialização pulve-rizadora da essência da Medicina.

• Defendo que a OM é responsávelpor que todos os médicos, em parti-cular os mais jovens, tenham forma-ção especializada de qualidade e aces-so a carreiras médicas que os defen-dam da pressão económica e dos nú-meros ajustados com estatísticas depropaganda e privilegiem a evoluçãotécnica e científica, independentemen-te do exercício público ou privado.

Bater-me-ei por uma articulação es-tratégica com os Sindicatos Médicosque vise a valorização profissional e adefesa de carreiras para todos os mé-dicos como pilares fundamentais daqualificação médica, do sistema de saú-de e do Desenvolvimento ProfissionalContínuo de qualidade.

• Defendo que a gestão empresarialimposta na Saúde tem que ser substi-tuída por um modelo que privilegieuma gestão suportada na governação

clínica. Em vez de números, linhas deprodução e meras estatísticas, deve serrespeitada a decisão médica centradano doente.

Farei com que a OM lidere e envolvaactivamente todos os intervenientesnum debate gerador de um novo mo-delo organizativo baseado na decisãomédica que retome as necessidades evalores essenciais de um sistema desaúde moderno e eficiente.

• Defendo que os Colégios de Espe-cialidade e as suas direcções eleitasentre pares, são reserva de conheci-mento técnico e do estado da arte emcada especialidade. Os seus parecerese propostas, quer na área pericial querna definição de critérios e da atribui-ção de idoneidades e capacidades for-mativas, são indispensáveis para o de-sempenho, pela OM das funções deformação, avaliação e auto-regulação.O CNE tem um papel fundamental nofuncionamento harmónico de todas asespecialidades.

• Promoverei medidas para melhorar ofuncionamento e estruturação do Depar-tamento de Colégios, das quais saliento:

- Revisão do Regulamento Geraldos Colégios, com actualizaçãoe uniformização dos Registosdos Colégios.

- Desenvolvimento e actualiza-ção periódica de Manuais deBoas Práticas, de normas de ori-entação técnica e terapêutica.

- Actualização da Tabela de No-menclatura e Valor Relativo deActos Médicos.

- Possibilidade de apresentaçãopresencial ao CNE das propos-tas/pareceres elaborados pelosColégios, dando oportunidadede debate esclarecedor que

fundamente e reforce as posi-ções da Ordem dos Médicos.

- Envio dos relatórios das visitasde verificação para atribuiçãode idoneidades e capacidadesformativas, às instituições queas solicitam, para possibilitarcorrecção das deficiências de-tectadas.

- Avaliação, por inquérito aosmédicos internos, após a con-clusão da especialidade, da opi-nião sobre qualidade, estrutu-ra, pontos fortes e fracos dorespectivo percurso, integradanum processo de melhoria daqualidade do Internato Médico.

- Desenvolvimento, a nível naci-onal, do Departamento de For-mação da OM, que deverá evo-luir para um Instituto de For-mação Contínua de forma afomentar a actualização dosmédicos e a replicar os Cursosde Orientadores de Formaçãopara o Internato Médico.

- Criação de um Fundo para aFormação e a Investigação, fi-nanciado com as jóias de ins-crição nos colégios de especia-lidade e outros patrocíniosinstitucionais.

Proporei abertura de vagas para osInternatos de Medicina do Trabalho eMedicina Desportiva.

5. Intervenção Internacional

Apesar dos diferentes modelos de Siste-mas de Saúde na Europa e da subsi-diariedade a que obedece a definição daspolíticas europeias neste âmbito, é cadavez mais a nível europeu que são toma-das as decisões que influenciam a nossaprática diária e a prestação de cuidadosde saúde no futuro. Não é mais possível

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14 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

presidir a uma organização como a OMisolada na realidade regional.

A globalização, a mobilidade de pro-fissionais e cidadãos, as doenças emer-gentes e o ressurgimento de velhasdoenças, as técnicas de gestão de saú-de que não conhecem fronteiras e sãofocadas apenas no lucro, obrigam aPresidente da OM a conhecer bem arealidade internacional.

• Defendo uma forte participação daOM na área internacional, fundamenta-da na experiência e conhecimentos ad-quiridos ao presidir a uma organizaçãomédica europeia que representa mais demeio milhão de médicos, e com o traba-lho realizado e reconhecido noutras or-ganizações médicas internacionais.

Definirei uma estratégia nacional coe-sa, com a realização de reuniões perió-dicas com as delegações da OM às di-versas organizações médicas e os re-presentantes de cada especialidade àssecções mono especializadas da UEMS.

Promoverei a elaboração de relató-rios de cada reunião internacional, pa-ra divulgação e acompanhamento dotrabalho realizado e em curso, com au-mento da visibilidade do impacto dasintervenções a nível internacional naprática médica quotidiana.

Na Europa liderarei a intervenção daOM com o objectivo prioritário de in-fluenciar as políticas de saúde reforçan-do a participação nas diferentes orga-nizações médicas europeias, em quedetém actualmente quatro presidênci-as (AEMH, CEOM, UEMO e PWG).

Continuarei a fazer um acompanha-mento próximo e a participar na dis-cussão das diversas Directivas Euro-peias com impacto na saúde nacional ena segurança dos cidadãos portugue-ses e do resto da Europa sobre tempode trabalho, mobilidade de pacientes ede profissionais de saúde, prestação de

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

serviços de saúde transfronteiriços e derecursos humanos da Saúde.

Continuarei a pugnar activamentepela revisão da Directiva 36/2005 so-bre Qualificações Profissionais quepermite o reconhecimento automáti-co das qualificações de médico e deespecialista.

Empenhar-me-ei para que os tem-pos mínimos de formação, há muitoultrapassados na maioria dos países,sejam substituídos pela estrutura cur-ricular e competências de cada espe-cialidade de modo a permitir um re-conhecimento automático de reais qua-lificações profissionais. Na Directiva, asespecialidades de Oncologia, Genéti-ca Médica e Medicina Geral e Familiartambém deverão ser incluídas.

No Espaço Lusófono, apoiarei odesenvolvimento da Comunidade Mé-dica de Língua Portuguesa e do seuCentro de Especialização Pós-gradua-da, já reconhecido e financiado pelaCPLP, e manterei a articulação com asOrdens dos Médicos dos países quefalam português, como suporte de umacooperação coordenada que privilegiea cultura médica lusófona.

Reforçarei a intervenção da OM naAssociação Médica Mundial e noFórum das Associações Médicas coma Organização Mundial da Saúde.

6. Apoio Social aos Médicos

• Defendo que a OM, para além doseu papel de auto-regulação, tem tam-bém o dever de solidariedade para comtodos os seus membros, com especialincidência em períodos mais sensíveisda vida (doença, acidentes, viuvez, or-fandade).

Criarei a Comissão de Apoio Socialaos Médicos, que, em conjunto com oFundo de Solidariedade, coordene odesenvolvimento de projectos de ín-

dole social nomeadamente:

- Programa de Apoio Integradoao Médico Doente.

- Diagnóstico e prevenção doBurnout nos Médicos, já inicia-do na Região Sul sob a minhapresidência.

- Protocolos com residências as-sistidas e apoio domiciliário.

- Apoio a órfãos e viúva(o)s.

- Protocolos para a abertura decreches e infantários, com horá-rios alargados e serviço de«babysitting», para apoiar os mé-dicos mais jovens quando noinício da carreira se defrontamcom a dificuldade em compati-bilizar o horário das urgênciascom a maternidade e a pater-nidade.

- Casas do Médico adaptadas àsnecessidades dos médicos notodo nacional, à semelhançados projectos já concretizadosno Porto e em Sines, mas comoutros modelos que contem-plem situações de grande de-pendência, no intuito de digni-ficar os médicos até ao limitefinal da existência.

Estou certa que saberei unir todosos médicos/as em torno da nossa

Ordem e dos valores éticos e cívicosda Medicina centrada no ser humano.

Se concorda que a Bastonária deveser firme e independente dos

poderes políticos e económicos, massensata e interventiva, vote em

quem demonstra coerência,credibilidade e capacidade.

Vote Isabel CaixeiroPor uma Ordem dos Médicos forte,

moderna e participativa.

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15Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

Abílio GomesAdriano NatárioAlbino ArosoAlfredo LoureiroAmélia FerreiraAna ArosoAntero da Palma CarlosAntónio M. Pereira CoelhoAntónio RendasAntónio Vaz CarneiroAugusta MotaBugalho de AlmeidaCaldas de AlmeidaCardoso de OliveiraCarvalho AraújoCiro CostaCristina OliveiraDaniel SerrãoEduardo PachecoFernando José OliveiraFerraz de AbreuFreitas e CostaGermano de SousaGorjão ClaraHenrique Lecour

Jacinto SimõesJoão Rodrigues PenaJoão Sequeira CarlosJorge SoaresJosé Luiz AmaralJosé Pedro Moreira da SilvaLuis MonteiroManuel CarragetaMaria de Lurdes LevyMaria Graça Castel-BrancoMário da Silva MouraMário LoureiroNuno Cordeiro FerreiraPaula BrancoPaulo FerrinhoPedro NunesPinto HespanholRaul Amaral MarquesRosado PintoRui BentoRui NunesSerafim GuimarãesSollari AllegroWalter Osswald

LISTA DE MANDATÁRIOS

Mandatário Nacional Paulo MendoMandatário Norte Agostinho MarquesMandatário Centro António Reis MarquesMandatário Sul Faustino Ferreira

Mandatário Açores Rego CostaMandatário Terceira Rui BettencourtMandatário Faial Aida PaivaMandatário Madeira Manuel França Gomes

Mandatários DistritaisAveiro Agostinho LoboBeja Emília DuroBraga Artur Sousa BastoBragança Fernando AndradeCastelo Branco Carlos LeitãoCoimbra Rui NogueiraÉvora José CorreiaFaro Carlos Larguito ClaroLisboa Cidade Caldeira FradiqueGrande Lisboa Rui Sobral de CamposGuarda Rui TeixeiraLeiria Dulce MendesOeste Pedro CoitoPortalegre Jaime AzedoPorto Carlos MagalhãesRibatejo José SalgadoSetúbal Ana Paula OliveiraViana do Castelo Nelson RodriguesVila Real Margarida FariaViseu Fidalgo Freitas

Mandatário Cuidados Paliativos Isabel Galrriça NetoMandatário Gestão em Saúde João Gamelas

Mandatário Jovens EspecialistasBernardo Barahona Corrêa

Mandatário Medicina DesportivaBernardo Vasconcelos

Mandatários Medicina Geral e FamiliarMandatário MGF Nacional Isabel SantosMandatário MGF Norte Jaime Correia de SousaMandatário MGF Centro Elsa MachadoMandatário MGF Sul Vítor Ramos

Mandatário Medicina HospitalarMandatário Hospitalar Nacional Barros VelosoMandatário Hospitalar Centro António VieiraMandatário Hospitalar Norte Miguel LeãoMandatário Hospitalar Sul Fonseca Ferreira

COMISSÃO DE HONRA

Mandatário Medicina Ind Farmacêutica Ester FreitasMandatário Medicina Legal Teresa MagalhãesMandatário Medicina Liberal Pedro Ponce

Mandatários Medicina MilitarExército Esmeraldo AlfarrobaForça Aérea Eduardo SantanaMarinha Eduardo Teles Martins

Mandatário Medicina Trabalho António Sousa UvaMandatário Médicos Estrangeiros Larisa BercoMandatário Médicos no Estrangeiro Tiago Reis Marques

Mandatário Médicos InternosMandatário Médicos Internos Nacional Ricardo MexiaMandatário Médicos Internos Norte Lara QueirósMandatário Médicos Internos Sul Hugo EstevesMandatário Médicos Seguradoras Rui AguiarMandatário Saúde Pública Carlos Daniel Pinheiro

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16 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Formação Académica• Licenciada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médi-cas da Universidade Nova de Lisboa, curso de 1977• Pós-graduação em Saúde Pública e Medicina Tropical doInstituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa, 1985• Curso de Especialização em Medicina do Trabalho da Es-cola Nacional de Saúde Pública, 1996• Pós-graduação em Gestão de Unidades de Saúde da Uni-versidade Católica de Lisboa, 2004

Qualificação Profissional• Especialista em Medicina Geral e Familiar, 1994• Especialista em Medicina do Trabalho, 2000• Competência em Gestão de Unidades de Saúde, 2004

Trajecto Profissional• Internato Geral no Hospital de Santa Maria, 1978-1980• Serviço Médico à Periferia, Tavira, 1980• Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Santa Ma-ria, Lisboa, a aguardar acesso à especialidade, 1981-1982• Prova de Acesso ao Internato Complementar, 1982• Internato Complementar de Patologia Clínica noHSM,1982-1985• Ingresso na Carreira de Clínica Geral, por opção pessoal,Centro de Saúde de Loures, 1985• Assistente de Clínica Geral, Centro de Saúde de Loures, 1993• Orientadora de Formação do 7.º Programa de FormaçãoEspecífica em Exercício, 1994• Assistente Graduada de Medicina Geral e Familiar, Centrode Saúde Loures, 1995• Médica dos Serviços Clínicos da Fundação CalousteGulbenkian, 1997-1998• Competência de Formador pelo Sistema Nacional deCertificação Profissional, 2000• Formadora do Curso de Orientadores do Internato Médi-co do Departamento de Formação da Ordem dos Médi-cos,2001-2007• Médica do Trabalho nas OGMA, Auto Europa, Estoril Sole Casino Estoril, 1999-2004

Actividade Internacional• Membro da Delegação Portuguesa no Fórum Europeudas Associações Médicas Nacionais com a OrganizaçãoMundial de Saúde (EFMA-WHO), 2000-2010

Curriculum Vitae

Maria Isabel Agostinho de Sousa Caixeiro

Cédula Profissional nº 19036Nascida a 28 de Agosto de 1954, no Mindelo

Filha de Rafael António de Sousa Caixeiro, médico, e de Maria Leonor Simplício Agostinho de Sousa Caixeiro

• Membro da Delegação Portuguesa da Ordem dos Médi-cos na Federação Europeia de Médicos Assalariados(FEMS),1999-2004• Representante da Ordem dos Médicos na Associação In-ternacional das Autoridades Reguladoras Médicas (IAMRA)• Membro da Delegação Portuguesa no Comité Permanen-te de Médicos Europeus (CPME), 1999-2007• Membro da Delegação Portuguesa na União Europeia deMédicos de Clínica Geral (UEMO),1999-2003• Membro da Delegação Portuguesa no Conselho Europeudas Ordens dos Médicos (CEOM), 1999-2010• Membro da Delegação Portuguesa na Associação MédicaMundial (WMA), 2006-2009• Chefe da Delegação Portuguesa à União Europeia deMédicos de Clínica Geral (UEMO), 2000• Vice-Presidente do Comité de Medicina Preventiva e Am-biente do Comité Permanente dos Médicos Europeus(CPME), 2004-2005• Vice-Presidente da União Europeia de Médicos de ClínicaGeral / Médicos de Família (UEMO), 2004-2007• Presidente do Comité Permanente para a Igualdade deOportunidades da União Europeia de Médicos de ClínicaGeral (UEMO) 2001-2007• Consultora da Delegação Portuguesa à Assembleia Geralda Organização Mundial de Saúde (OMS), Genebra, 2006-2008• Consultora/Expert da Área Médica da Missão TAIEX daComissão Europeia para o reconhecimento das qualifica-ções profissionais no âmbito da adesão da Croácia à UniãoEuropeia, Croácia, 2008• Presidente da União Europeia de Médicos de Clínica Ge-ral/Médicos de Família (UEMO), 2007-2010

Percurso Associativo na Ordem dos Médicos• Membro Consultivo do Distrito Médico da Grande Lisboada Ordem dos Médicos,1996-1998• Vogal do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médi-cos, triénio 1999-2001• Coordenadora da Comissão de Avaliação dos Cuidadosde Saúde do Algarve, 2000-2001• Secretária Adjunta do Conselho Regional Sul da Ordemdos Médicos, triénio 2002-2004• Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dosMédicos, 2005-2007 e 2008-2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Isabel Caixeiro

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18 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

Introdução

Os valores da Democracia orientarama minha formação como homem e des-de muito cedo bebi os ideais da Justi-ça e da Liberdade.

Ainda conservo um quadro que seencontrava pendurado numa parededo escritório do meu Pai, que o ama-relo dos anos não apagou os dizeres:«Democracia! Imortal! Nunca serásvencida! / Creio em ti, e esta crença étoda a minha fé! / Um ideal como oteu não cai nem se intimida / Enquan-to um Dr. Abílio Mendes, ainda restarcom vida / Enquanto um filho teu ain-da existir de pé!»

Durante a minha infância e adolescên-cia ouvi frases simples, mas de fortesignificado, como: «várias cabeças pen-sam melhor que uma só», «da discus-são nasce a luz» ou ainda «não há nadamelhor para um homem do que quan-

Programa de Acçãopara o triénio 2010-2013

«In the End, we will remember not the words of our enemies, but the silence of our friends»,Martin Luther King, Jr

do se vê pela manhã ao espelho nãoter vergonha do que vê». Estes con-ceitos mantêm-se plenos de significa-do nos dias de hoje em que impera oindividualismo e a falta de ética.

Assim, enveredei pelo caminho maisdifícil e com menos glamour: o da lutaem defesa dos mais fracos e contra asinjustiças sociais.

Tudo isto dá a garantia de que nãoconcorro ao cargo de Bastonário daOrdem dos Médicos para me servir daOrdem mas sim para servir, na Ordem,os médicos, a Medicina e a saúde daspopulações.

Razões da candidatura

A minha candidatura a Presidente daOrdem dos Médicos começou por serlançada por um grupo aberto de médi-cos, o Movimento Alternativo para aOrdem dos Médicos (MAOM), que emreuniões periódicas, desde há quatroanos, estuda e discute os problemasque afectam os médicos e a saúde emPortugal.

O Movimento tem ainda como objec-tivo a busca alargada de uma soluçãopara salvar a Ordem dos Médicos dacrise de orientação estratégica em quese tem afundado nos últimos anos.

A defesa dos valores éticos e deonto-lógicos da profissão médica, o direitoconstitucional à saúde, a dignificaçãodas Carreiras Médicas tornou-se tam-bém, entre outras razões, a força impul-sionadora da minha candidatura.

É minha profunda convicção que sóuma candidatura de rotura poderá cum-prir os objectivos programáticos que

proponho: a defesa da qualidade daMedicina; a continuação da defe-sa das Carreiras Médicas na pers-pectiva técnico-científica; a defe-sa em progresso do Serviço Naci-onal de Saúde (SNS) constitucio-nal; a defesa dos interesses dosjovens médicos; a reorganizaçãodemocrática da Ordem; o apoio àMedicina liberal e a promoçãosocial e cultural dos médicos.

IQUALIDADE DA MEDICINA

«O objectivo dos cuidados de saúde é pre-venir, diagnosticar ou tratar enfermidadese manter e promover a saúde das popula-ções. A meta da avaliação da qualidadeem cuidados de saúde é a melhoria contí-nua da qualidade dos serviços prestadaao doente e às populações, e dos meiosde produzir esses serviços.» (49ª Assem-bleia Médica Mundial)

A qualidade é intrínseca ao exer-cício da profissão e a Ordem dosMédicos deve ser o garante da quali-dade da medicina praticada no nossopaís, quer no público quer no privado,actuando com prazos limitados sem-pre que houver denúncia ou suspeitasde má prática, despida de qualquerespírito corporativista.

O prestígio da profissão médica temvindo a agravar-se nas últimas décadas.As causas são multifactoriais, o que nãoinocenta a Ordem das suas responsa-bilidades neste processo. Contudo, éuma das razões que leva cerca de 40%dos utentes dos sistemas de saúde arecorrer às chamadas «medicinas alter-nativas» ou «doces». Enquanto Presi-dente da OM darei um combate semtréguas ao charlatanismo.

Jaime Teixeira Mendes

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19Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

A qualidade da medicina está intima-mente ligada à organização do tra-balho médico, à formação e àsCarreiras Médicas.

A Medicina encontra-se num momen-to de viragem, o avanço tecnológicoacelerado e por outro lado os limitesda prática clínica exigem que se aban-done os métodos de trabalho artesa-nais e se equacione uma nova orga-nização do trabalho médico e dagovernação clínica dos estabelecimen-tos de saúde com risco do agravamen-to da perda de prestígio da profissão.

O trabalho médico deve organi-zar-se em equipas multidiscipli-nares e de transdisciplinaridade,no sentido que lhe deu Piaget, o quenão tem acontecido.

Pelo contrário, a fragmentação dos co-nhecimentos médicos, devido à pletorade especialidades e sub especialidades,ao não serem integrados em equipasmultidisciplinares, não raras vezes têmoriginado o aumento dos custos médi-cos sem melhorar o tratamento dosdoentes.

Apesar de várias iniciativas em con-trário, a formação universitária aindaprivilegia muito o ensino da patologiaorgânica em detrimento de um conhe-cimento holístico.

Cabe à direcção da OM, juntamentecom os docentes das Faculdades deMedicina e os Directores de Serviço,definir a formação perante as modifi-cações da Medicina neste século. Efec-tivamente, a investigação de ponta, como desenvolvimento de novas tecnolo-gias, vai conduzir-nos à subespeciali-zação precoce e à necessidade do tra-balho de equipa e de continuidade deterapêuticas, centradas no doente e nãona doença.

A Ordem intervirá junto das Fa-culdades de Medicina para a me-lhoria do ensino e para a intro-dução de áreas das ciências hu-manas, como a Sociologia, Psico-

logia, técnicas de comunicação oude dinâmicas de interacção soci-al, preparando o jovem para en-frentar a prática clínica e paramelhorar o contacto com osdoentes.

A criação de especialidades esubespecialidades médicas iráobedecer a um critério rigorosodas necessidades do país e não vaiestar sujeita à pressão de lobbies, comose tem verificado até agora.

A qualidade da medicina praticadapassa pela formação dos médicos, naqual os Colégios da Especialidadedeverão ter um papel fundamental.

Os Colégios da Especialidade sãoa razão de ser da Ordem. Efectivamen-te, são eles, através das suas direcçõeseleitas, que definem os programas deformação pós graduadas e que verifi-cam periodicamente a idoneidade dosserviços, pugnando pela Qualidade daMedicina praticada.

As últimas direcções da OM têm feitotudo para a desvalorização destes ór-gãos, assoberbando-os de trabalho ju-rídico-administrativo e tornando-osórgãos meramente consultivos, comono passado quando as direcções eramnomeadas.

É indispensável uma reformulação dospoderes das direcções dos colégios ea criação de condições para que pos-sam exercer as suas funções com auto-nomia, dignidade e eficácia. Para tal pro-ponho as seguintes medidas:

• Passem a ser verdadeirosboards proactivos, com le-gitimidade científica e téc-nica a nível nacional;

• Estejam habilitadas a darde forma célere o seu pare-cer técnico e/ou cientificojunto dos responsáveis doMinistério, da DirecçãoGeral de Saúde e de outrosorganismos que intervenham naárea da saúde;

• Sejam ouvidas nas aberturas denovas vagas;

• Tenham condições de tra-balho condignas: apoio desecretariado, de arquivo e jurí-dico, com cedência de um es-paço físico dentro da Ordem;

• Realizem reuniões inter-colégi-os sempre que necessário, semter de pedir autorização aoCNE, não obstando a presençade um dos seus membros;

• Estabeleçam critérios paracriação de novos colégiosde especialidade, com o co-nhecimento do plenáriodos colégios, não cedendo ainfluência de lobbies, mas tendoapenas em vista os ganhos emsaúde para o País.

A OM deverá também reactivar o sis-tema de creditação, em colaboraçãoactiva com as sociedades médicas, paratodos os eventos científicos.

IIDEFESA DAS CARREIRAS

MÉDICAS

«(…) conjugar as necessidades sanitáriasda população do País, sobretudo as dasregiões mais desfavorecidas com as aspi-rações da classe médica (…)». (in Relató-rio sobre as Carreiras Médicas, Lisboa,1961)

A defesa das Carreiras Médicas, numaperspectiva técnico-científica é umaconstante da nossa actuação, sendo abase da organização do trabalho mé-dico a construção de uma hierarquiapor competência.

As Carreiras Médicas são um dos su-portes da qualidade, efectividadee eficiência da prestação de cuida-dos médicos e a garantia da realizaçãoprofissional dos médicos.

A formação profissional e as CarreirasMédicas são indissociáveis, a sua defe-sa intransigente, modernização e dig-nificação estarão sempre no centro danossa acção, única forma de contrari-

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20 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ar a desvalorização da profissão que,em apenas umas décadas, perdeu o seutradicional prestígio.

A minha candidatura defende:

• A hierarquização dos cuidadose dos profissionais por critéri-os de formação demonstrada;

• A integração de todos os pro-fissionais na estrutura de car-reiras. As Carreiras Médicas sãounas e como tal devem ser valo-rizados todos os níveis de forma-ção, a começar pelo internato;

• A garantia do trabalho em equi-pa e das condições de trabalhomédico;

• A actualização e a estruturaçãodas carreiras, conteúdos, níveise meios de acesso, bem como aavaliação de desempenho aolongo da vida, devem ser umapreocupação permanente daOM, nomeadamente nos con-teúdos funcionais e na promo-ção do internato a grau de car-reira;

• A maior responsabilidade dos jú-ris de concursos, quanto à fun-damentação das suas decisões eo cumprimento dos prazos legais.

IIIA DEFESA EM PROGRESSO

DO SERVIÇO NACIONALDE SAÚDE

«(…) Porque a saúde não será uma mer-

cadoria que se compre e se venda, mas

um bem colectivo como o ar e o sol (…)».

(Arnaut, A., Mendes, M., Guerra, M., in

Serviço Nacional de Saúde, ed. Atlântida,

1979)

O Serviço Nacional de Saúde conti-nua a ser uma medida politicamentemoderna, socialmente avançada, cien-tificamente correcta e com provas da-das na efectividade e eficiência doscuidados prestados, em particular, dosganhos em saúde alcançados.

Os médicos portugueses são obreirosdo SNS e também beneficiários das con-dições de exercício profissional, técni-co e científico. O SNS tem sido o ga-rante da qualidade da medicina e daboa prática médica e, como tal, os mé-dicos têm assumido a sua defesa a pardas populações. O SNS tem possibilita-do aos médicos portugueses atingiremníveis de excelência comprovada na-cional e internacionalmente, permitin-do a sua realização pessoal e humana.

Neste contexto, a nossa reflexão con-junta evidencia 10 razões que justifi-cam a defesa em progresso do SNS.

1 – O SNS tem sido uma estruturade organização de cuidados de saú-de global, integrada e acessívelcorrespondendo, no essencial, àsnecessidades de saúde da popula-ção portuguesa;2 – O SNS tem sido uma modalida-de de prestação de cuidados de saú-de e de doença efectiva, eficiente esem alternativa comparativa (emtermos de qualidade global e decustos benefício);3 – O SNS tem ido inexoravelmentea par da organização do trabalhomédico em Carreiras Médicas hie-rarquizadas, técnica e cientifica-mente, de forma auto sustentada ecom resultados positivos compro-vados;4 – O SNS tem assegurado o maisalto nível de diferenciação dos cui-dados médicos e a sua adequaçãoàs necessidades reais dos doentes;5 – O SNS tem tido sempre emperspectiva o desenvolvimento fun-damental dos cuidados primáriosde saúde e de doença, garantindoo bem-estar e os ganhos em saúdeduradouros das populações;6 – O SNS, na sua perspectiva ho-lística de intervenção (prevenção,promoção, tratamento e reabilita-ção) tem considerado que a saúdeestá em todas as políticas (econó-micas, sociais e culturais) e não so-

mente na organização de serviços.Só o SNS permite dar sentido or-ganizado, qualificado e útil à com-plementaridade do sector privado;7 – O SNS tem virtualidades in-trínsecas que lhe têm permitido aatracção dos profissionais de saú-de, em particular dos médicos. Osataques e desvirtuamentos recen-tes só reconfirmam este motivo paradefender o SNS;8 – O SNS nasceu com potenciali-dades de intervenção dos utentese dos representantes das popula-ções que, a serem concretizadas,serão o garante da sua continuida-de em progresso;9 – O SNS acolheu e acolhe na suaestrutura (com óptimos resultados)a governação clínica por parte dosmédicos ao mesmo tempo partici-pada, responsável e efectiva;10 – O SNS tem sido o melhor emais efectivo garante da equidadeem saúde, identificando e intervin-do nos múltiplos factores determi-nantes da má saúde e da doença.

A minha candidatura irá assumir cla-ramente a defesa do SNS não só empalavras, ou perante factos consuma-dos, mas intervindo directamente noprocesso.

IVA DEFESA DOS INTERESSES

DOS JOVENS MÉDICOS

«O médico é por definição um estudante

permanente». (Mendes, A., Notícias Mé-

dicas, 1986, Ano XV; nº 1 552)

A melhor defesa dos jovens médicospassa pela defesa do Serviço Nacionalde Saúde e pelas Carreiras Médicas,como referido nos pontos anteriores.

O Prof. Miller Guerra e os outrossubscritores do Relatório das Carrei-ras Médicas, afirmaram nesse sentido,que «a formação mais válida é a dasreuniões de serviço, periódicas, em que

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21Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

os mais experientes, os colegas comgraus de carreira médica mais eleva-dos, ensinam os mais novos».

A formação pós graduada, e com mai-or enfoque a especialização, constituium processo complexo na transmis-são dos mais velhos para os mais no-vos do saber e do saber fazer, muitasvezes passado em torno das mesas ope-ratórias ou durante as conversas nasvelas, chegando quase a um ritualismoiniciático que lembra as corporaçõesmedievais.

Os problemas, que antigamente se re-solviam à mesa do café entre o assisten-te e o interno, não se compadecem coma exigência e a mudança dos tempos.

A transformação de um licenciado emMedicina num especialista, numa áreade medicina ou de cirurgia, exige hojeum programa de formação que irá cer-tamente ser regulado em cada país daUnião Europeia de acordo com direc-trizes comunitárias.

Não me vou alongar na formação prégraduada, não querendo isto dizer queé menos importante na formação doMédico, antes pelo contrário. A peda-gogia constatou, com espanto, que osmelhores alunos não vão ser obriga-toriamente os melhores clínicos.

Muitos pedagogos apontam para a in-trodução de novos temas durante aformação médica como o saber ouvire comunicar, fornecendo aos estudan-tes conhecimentos sobre dinâmicas deinteracção social e de aquisição decompetência em matéria de gestão.Abreviando, o ensino da medicina nãopode restringir-se às ciências exactas,mas deve incluir outros conhecimen-tos da área das ciências humanas, comoa sociologia, a economia ou o direito.

A minha experiência de vários anos nadirecção do colégio da especialidadediz-me que os programas de formação

devem ser suficientemente flexíveis parapermitir ao jovem médico planear o seufuturo profissional de especialista. Istoé, pode haver preferências por certasáreas da prática clínica ou da investiga-ção que um programa de formação rí-gido pode coarctar ou obrigar a pro-longar os anos do internato.

Devemos também estimular a rotati-vidade por outros hospitais nacionaise/ou estrangeiros.

A formação como especialistadeve ser programada com o tu-tor e o director do serviço sem-pre com o acordo do interno.

As funções e a acreditação dos tuto-res, que constituem um dos pilares fun-damentais do processo formativo, de-vem ser objecto de regulamentação.Hoje em dia, os tutores são escolhidospelo director de serviço entre os as-sistentes graduados, muitos deles nun-ca frequentaram nenhum curso paraformador, o que pugno de fundamen-tal, e que a Ordem devia continuar apromover e a ministrar.

O perfil do tutor deve ser estatuído euniforme a nível nacional. Entre outrascoisas, defendo que o tutor deve, porexemplo, ter mais de sete anos de servi-ço e serem-lhe atribuídas horas sema-nais dedicadas ao ensino do interno.

É desejável, como já acontece noutrospaíses, a realização de encontros na-cionais de tutores por áreas de for-mação (cirurgia, medicina, pediatria,etc.) promovidos pelos colégios de es-pecialidade.

O nosso programa dá toda a autono-mia e força às Direcções eleitas doscolégios da especialidade para, entreoutras atribuições, concederem anual-mente a nível nacional a idoneidadeformativa dos serviços públicos e pri-vados, vigiando a qualidade da medi-cina praticada.

A Ordem deve também participar ac-tivamente na abertura de novas vagaspropostas pela tutela, assim como naatribuição da idoneidade formativa aosserviços.

Deste modo, evitaremos criar especia-listas com possíveis deficits formativose enviar outros para o sub empregoou mesmo o desemprego.

Por fim, as comissões de internos noshospitais devem ser mais activas e vigi-lantes no seguimento do processo for-mativo dos seus membros. Devem exi-gir um limite para as horas de urgên-cia (quatro a seis dias/mês), tempo paracongressos, para formação e investi-gação e o regresso ao tempo de dedi-cação exclusiva, com a respectiva com-pensação salarial, durante a formação(única forma de realizar um treino ade-quado).

Na minha apresentação da candidatu-ra assumi o compromisso de:

1. Dar maior poder aos colégios,de forma a garantirem a qualidadena formação dos internos e a pro-cederem a uma avaliação justa;2. Defender o jovem em formaçãode toda a prepotência, inclusivedos Directores de Serviço;3. Pugnar por um mapa de vagastransparente, que não seja feito àpressa e apenas para tapar deficiên-cias imediatas.

Comigo como Bastonário, pelaprimeira vez, os médicos maisjovens não só terão uma voz ac-tiva, como serão eles os verdadei-ros protagonistas da viragem damedicina no século XXI, exigidapelas sucessivas modificações so-ciais, prestigiando de novo a nos-sa profissão.

VA REORGANIZAÇÃO DEMO-

CRÁTICA DA ORDEM

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

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22 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

«O mandatário eleito pelos seus conci-

dadãos por maioria de votos, sobre uma

questão de princípios, não representa nem

a minoria, nem todas as nuances da mai-

oria; nada garante que ele compreendeu

ou não atraiçoará a vontade dos seus elei-

tores». (in «A Democracia», Lima, M.,

1888).

A revisão dos estatutos deve, em li-nhas gerais, permitir uma DemocraciaRepresentativa, Participativa eDeliberativa.

Nesse sentido, lutarei para que se esta-beleça um saudável convívio democrá-tico, no respeito pelas minorias e nacriação de um estatuto da oposição.Em democracia, a oposição deve teros mesmos meios para chegar aos elei-tores que aqueles que estão no poder.

Eleito Bastonário irei nomear uma co-missão alargada para a Revisão dos Es-tatutos, na qual os antigos bastonáriose os actuais candidatos serão convi-dados a fim de obter um largo con-senso.

A minha candidatura defende ainda:• Princípios de proporcionalidade

na construção de órgãos ple-nários que permitam a repre-sentação das várias sensibilida-des médicas, bem como a cons-tituição de executivos resultan-tes destes. Este órgão deve terpoderes deliberativos gerais edeve eleger um pequeno órgãoexecutivo;

• Eleição directa, pelos médicos,do Bastonário com introduçãodo voto electrónico presencialou no domicilio, por computa-dor, por intermédio de uma cha-ve pessoal, à semelhança doque já se faz em muitas socie-dades científicas internacionais;

• Garantia da pluralidade, com aexistência de um estatuto daoposição;

• Assembleias distritais, regionais

e gerais com poderes delibera-tivos;

• Eleição pelo Plenário dos Colé-gios de representantes ao órgãonacional (Conselho Nacional);

• Nomeação de comissões de éti-ca, da qualidade da medicina eainda de outras para estudo deproblemas importantes a colo-car à discussão e deliberaçãodos médicos;

• Limitação de mandatos para aeleição do Bastonário.

A Comissão de Revisão de Estatutosirá criar um método eleitoral propor-cional para as direcções dos colégiosque permita a participação de elemen-tos das listas minoritárias. O plenáriodos colégios deverá também eleger umrepresentante para o CNE.

VIAPOIO À MEDICINA LIBERAL

«uma sociedade que não cuida dos seus

curadores é uma sociedade doente» (Men-

des, J., in Declaração do candidato a Pre-

sidente da SRS da OM, 2007)

A medicina liberal, a chamada medici-na de consultório, está a sofrer um ata-que violento não só por parte dos se-guros como dos hospitais privados einclusive dos responsáveis da tutela.

O papel deste tipo de medicina foi fun-damental na assistência às populaçõesdurante muitos anos e aquele que exer-cia apenas no consultório era, muitasvezes e injustamente, pouco respeita-do pelos médicos hospitalares. Os ser-viços hospitalares nunca souberamabrir as portas ao convívio com estescolegas que optaram ou foram obriga-dos a seguir esta via.

Embora a maioria não dispusesse demeios complementares de diagnósti-co, esses médicos tinham grande expe-riência clínica e humanismo, e tinham,e têm, tempo para ouvir os doentes.

A Ordem tem por obrigação defenderestes colegas, nomeadamente apoian-do a constituição de Associações deMédicos de Medicina Liberal, dignifi-cando a sua missão de assistência àcomunidade.

A medicina convencionada deve con-tinuar a ser também praticada, no âm-bito dos consultórios e policlínicas.

Eleito Bastonário defenderei, junto dasseguradoras, o pagamento de um va-lor digno do factor K e pedirei aos co-légios de especialidade a revisão doCódigo Deontológico da Ordem.

Oponho-me, desde já, à obriga-toriedade dos consultórios adopta-rem as novas receitas electrónicas.

VIIA PROMOÇÃO SOCIAL E

CULTURAL DOS MÉDICOS« O médico que só sabe Medicina, nem

Medicina sabe». (Abel Salazar)

A promoção social e cultural dos mé-dicos é um dos objectivos desta can-didatura, que atribui às ciências hu-manas a mesma importância na medi-cina do que as ciências naturais.

A reflexão do mestre Abel Salazar, nosanos 30 do século passado – ‘quem sósabe Medicina, nem Medicina sabe’ –,é uma evidência esquecida, despreza-da e muitas vezes negada na prática.

O prestígio da profissão médica tem vin-do a agravar-se nas últimas décadas.Contra esse facto, a Ordem nada temfeito para o contrariar, embora, em abo-no da verdade, não seja só em Portugal.

Assiste-se a uma deserção das profis-sões ligadas à Saúde, devido ao descon-tentamento, à falta de reconhecimentosocial e de realização profissional, à in-suficiente remuneração e aos proble-mas de formação, entre outros. Comoalertou a Organização Mundial de Saú-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

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23Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

de, o deficit de recursos humanos emtodo o Mundo é um dos grandes pro-blemas de saúde à escala global.

É premente aumentar o prestígio daactividade médica.

As medidas a tomar neste capítulo são:• A valorização do potencial so-

cial da nossa actividade;• O enriquecimento cultural dos

médicos;• O convívio cultural entre pares

e outros sectores da sociedade;• A fruição do ambiente, da be-

leza e do património nacionale internacional;

• A solidariedade entre colegas,em especial para com os que seencontram em dificuldades, cri-ando um fundo de entreajuda;

• A criação, nas instalações daOrdem em Lisboa, de um Cen-tro de Convívio e Tertúlia paraos médicos seniores, muitasvezes afastados do convíviomédico.

VIIIREPRESENTAÇÃO EXTERNA

«A representação externa é o espelho da

Organização»

Queremos uma Ordem pró-activa epresente na definição das grandes li-nhas estratégicas dos diversos órgãosdeliberativos do Ministério da Saúde.

Actuaremos com propostas junto aoGoverno, grupos parlamentares e tri-bunais. Iremos colaborar intimamentecom as sociedades médicas, essencial-mente por intermédio dos colégios daespecialidade.

Reactivaremos o fórum médico, numaestreita cooperação com outras asso-ciações, incluindo as sindicais.

Colaboraremos com as Associações deUtentes da Saúde.

Na política externa, daremos preferên-cia à relação com os PALOP (PaísesAfricanos de Língua Oficial Portugue-sa), garantiremos a presença nas orga-nizações médicas internacionais, dan-do especial atenção aos países da Co-munidade Europeia.

Finalmente a OM deve estar disponí-vel para prestar apoio a todos os mé-dicos imigrantes e refugiados, colabo-rando nos projectos específicos pro-movidos pelo Alto Comissariado parao Diálogo Intercultural (ACIDI), a Fun-dação Calouste Gulbenkian e as Orga-nizações Não Governamentais (ONG)especializadas na matéria.

IXOUTRAS MEDIDAS

«Atrevo-me a dizer que quase tudo deve

ser mudado na Ordem». (Mendes, J., in

entrevista à Semana Médica, p. 14, nº

602)

Eleito Bastonário, a mudança será sen-tida além da estratégia nos métodosde trabalho, incrementando o traba-lho de equipa, com medidas técnicasbaseadas na evidência, busca de con-sensos com auscultação dos médicose promoção das sondagens e do refe-rendo inter-pares.

Proponho:• Auditoria externa às contas da

Ordem dos Médicos, uma dasprimeiras medidas necessárias;

• Redução do valor das quotas eisenção de pagamento no casode obtenção de títulos de es-pecialista por consenso;

• Criação de boas condições detrabalho, valorizando a saúdedos médicos;

• Organização e agilização dosprocessos com ou sem impli-cação disciplinar;

• Penalização exemplar eatempada dos casos disci-plinares justificados;

• Colaboração com a Inspecção-Geral da Saúde na componen-te técnica da acção médica;

• Manutenção e melhoramento do

espaço Web, tornando-o mais útil

e acessível para os médicos, per-

mitindo que o sitio se torne num

espaço de participação activa com

discussão de temas e a criação

de fóruns que os médicos acha-

rem necessários;

• Reorganização das publicaçõesescritas da Ordem;

• Realização e publicação obriga-tória, no boletim e no site, deum relatório anual de activida-des da Ordem;

• Reorganização dos gabinetes decontabilidade, jurídico e de as-sessoria de imprensa da Ordemdos Médicos.

Promoção do estatuto do Volun-tário

Os voluntários dão uma inestimávelcontribuição para o trabalho nos hos-pitais, permitindo melhorar a qualida-de dos serviços e impulsionar activida-des inovadoras. Por outro lado, fazervoluntariado possibilita recompensaspessoais, tais como, a valorização curri-cular, conhecer novas pessoas e apoiaruma causa em que se acredita.

A OM deverá apoiar os voluntáriosatravés de acções de formação e pon-do à disposição das diversas ligas dosamigos dos Hospitais, o Know How daOrdem.

Comprometo-me igualmente a estudar,com a Associação Portuguesa dos Mé-dicos de Clínica Geral, a forma de or-ganizar um grupo de especialistas des-tinado a dar resposta, por via electró-nica e num prazo útil, a dúvidas sur-gidas na consulta pelos médicos nosCentros de Saúde.

Jaime Teixeira MendesOutubro de 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Jaime Teixeira Mendes

dava entrada nos hospitais dos EUA e do Canadá), 4 con-cursos da carreira hospitalar todos com provas públicas.

ACTIVIDADE CIENTÍFICA• Publicou mais de 18 artigos científicos em revistas e jor-nais nacionais e estrangeiros e mais de 70 comunicaçõesem reuniões e congressos nacionais e estrangeiros.• Prelector convidado e moderador de cerca de 31 mesasredondas em Congressos• Responsável da Organização de vários congressos, fórunse conferências científicas

ESPECIALIDADES• Especialista de Cirurgia Pediátrica pela Ordem dos Médicos • Especialista em Cirurgia Pediátrica pelo European Board inPaediatric Surgery (UEMS)• Sub-especialidade em Oncologia Pediátrica (por consenso)

ACTIVIDADE DOCENTE• Leccionou cirurgia pediátrica, integrada na cadeira de Pe-diatria do 6º ano Médico 1986/87 e 94/95• Leccionou Cirurgia pediátrica ao 3º ano da Escola deEnfermagem de S. Vicente de Paula

VIDA ASSOCIATIVA• 1º Presidente da Comissão Pró-Associação dos Estudan-tes Liceais• Membro da Direcção da Comissão Pró-Associação (*) dosEstudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa• Sócio fundador do Sindicato Médico da Zona Sul• Membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria• Membro da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Pediátricae Tesoureiro da Direcção no triénio 1993/1995

CARGOS JÁ DESEMPENHADOS PELO DR. JAIMETEIXEIRA MENDES NA ORDEM DOS MÉDICOS• Membro da actual Direcção do Colégio de Cirurgia Pediátrica • Membro da Comissão Instaladora da Especialidade de Ci-rurgia Pediátrica em1993 (esta comissão teve como incum-bência preparar o acto eleitoral para a Direcção do Colégio)• Membro da 1ª Direcção eleita do Colégio de Especialida-de de Cirurgia Pediátrica (1994/1996)• Co-redactor e relator do Programa de Formação do In-ternato Complementar de Cirurgia Pediátrica• Presidente da Direcção do Colégio de Especialidade deCirurgia Pediátrica (1997/2000)• Membro da Direcção do Colégio de Especialidade de Ci-rurgia Pediátrica no triénio (2005/2007)

* Anos antes a Associação de Estudantes de Medicina tinha sido proi-bida pelo Governo de então

Cirurgião PediatraNascido a 2 de Maio de 1943, em LisboaResidente em LisboaCasado, 2 filhos e 2 netosLicenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina daUniversidade de Lausana, Suíça

CARGOS MÉDICOS• Estágios nos Hospitais de Lausana e Genebra (Radiologia,Neurologia, Cirurgia, Medicina, Ginecologia e Obstetrícia,e Dermatologia)• Assistant Titulaire de Cirurgia pediátrica no Hôpital deL’Enfance, Lausanne• Assistant Responsable de la Policlinique Chirurgical, no Hôpitalde L’Enfance, Lausanne• Assistant Titulaire de Pediatria no mesmo Hospital.• Assistente Hospitalar de Cirurgia Pediátrica no Hospitalde Santa Maria (HSM)• Assistente Hospitalar Graduado no Hospital de Santa Mariae no Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil• Responsável pelo programa de prevenção de acidentesinfantil e juvenil, na Divisão de Saúde Materno Infantil eAdolescentes da Direcção Geral de Saúde a convite doMinistro da Saúde, Prof. Dr. Correia de Campos• Chefe de Serviço de Cirurgia Pediátrica no Departamen-to da Criança e da Família do HSM• Serviço militar obrigatório (1975/1976): Participou nascampanhas de dinamização cultural - acção cívica do MFA,no distrito de Viseu, dando assistência médico-sanitária àspopulações dos concelhos de Sernancelhe e Penedono (Maioa Dezembro de 1975). Trabalhou como alferes milicianomédico no Hospital Militar Principal e na Casa de Saúde daFamília Militar, nas consultas de Pediatria.• Aposentado dos hospitais públicos desde Abril de 2009.• Actualmente exerce clínica livre no consultório e no Hos-pital Particular de Lisboa ACTIVIDADES DE FORMAÇÃO• Frequentou mais de 16 cursos profissionais no país e noestrangeiro.• Prelector e Coordenador de vários cursos de formaçãopara cirurgiões pediátricos, pediatras e clínicos gerais • Vários Cursos de Formação para profissionais de saúdeem prevenção de acidentes para crianças e jovens, no âm-bito do XXI Programa de Saúde Operacional.• Obtenção do Diploma de Gestão em Serviços de Saúdepela Ordem dos Médicos.

CONCURSOS E EXAMESDurante a sua carreira médica efectuou 4 exames entre osquais o doEducational Council for Foreign Medical Graduates (que

Curriculum Vitae

Jaime Teixeira Mendes

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – José Manuel M. C. Silva

Introdução

«Só é subjugado quem não sabeou desiste de lutar»!

Esta frase traduz de forma fiel e íntima oespírito que quero recuperar, cultivar etransportar para a Ordem dos Médicos.

Nos últimos anos, os Médicos e a Or-dem dos Médicos têm sofrido um mo-vimento uniformemente acelerado dedesvanecimento de dignidade e pres-tígio, fruto de intervenções desgarra-das, da ausência de qualquer estraté-gia coerente e da desprestigiante evi-dência e reconhecimento da sua inca-pacidade de auto-regulação. As con-sequências são a óbvia diminuição dorespeito público e da capacidade deinfluência e intervenção na política dasaúde. Este é um facto inquestionávele sentido por todos. São múltiplos osexemplos, que colocam sérias dificul-dades para o futuro, principalmentepara os mais jovens.

Na verdade, a Ordem não tem cum-prido os seus grandes desígnios, ma-

Defender os Médicos,os Doentes e a SaúdeQUALIDADE – ESTRATÉGIA – DIGNIDADE – RIGOR – FIRMEZA

– PROFISSIONALISMOgistralmente resumidos numa frase doProf. Jaime Celestino da Costa, citadapelo Prof José Fernandes e Fernandes,num texto sobre «Os Médicos, a Or-dem e a Sociedade», incluído no seulivro «Nó Górdio», «A Ordem servedois objectivos fundamentais: defenderos Médicos da Sociedade e a Socieda-de dos Médicos».

Decorrente desta circunstância, torna-se imperioso imprimir um novo rumo,uma nova orientação e uma nova di-nâmica à Ordem dos Médicos.

Considero que a Ordem dos Médicosnecessita de uma nova liderança. Umaliderança firme, assertiva, independentee respeitada, porque «o fraco rei fazfraca a forte gente» e porque se avi-zinham problemas extraordinariamen-te graves para os Médicos, para osDoentes e para a Saúde. Os Médicosquerem mudança serena mas firme edecidida, não a apagada e inoperantecontinuidade!

A Ordem dos Médicos deve mudar oseu paradigma de organização, de pos-tura e de intervenção, para poder reas-sumir o papel relevante na sociedadeque desejamos que tenha e que nuncadeveria ter perdido. Actualmente, a Or-dem dos Médicos não é respeitada porpolíticos, cidadãos e doentes, nem se-quer pelos próprios médicos. Por isso,a sua capacidade de intervenção, emtermos de influência nas decisões po-líticas da saúde, está reduzida à suaexpressão mínima. É necessário inflec-tir a condução da Ordem em 180 grause recolocar a Ordem dos Médicos nocentro das decisões políticas na saú-de. A Ordem dos Médicos conhece osproblemas da saúde melhor do que nin-

guém, pode colaborar proactivamentena sua resolução, de forma construti-va, independente e crítica, tornando-se num bastião inexpugnável na defe-sa da Qualidade da Saúde e da forma-ção dos Médicos.

Sinto que a globalidade dos Médicosnão se resigna e quer uma Ordem di-ferente da actual. Uma Ordem moder-na, organizada, interventiva, pró-acti-va e independente. Uma Ordem capazde marcar a agenda política da saúdede forma responsável, competente parafazer face aos desafios do século XXI,habilitada para enfrentar a plétora deobstáculos e dificuldades que vêm sen-do progressivamente anunciados e dis-ponível para colaborar positivamentee sem reservas na resolução dos pro-blemas da Saúde em Portugal.

Neste âmbito não posso deixar de re-cuar e recordar 1961, em que, sob aégide da Ordem dos Médicos e tendoJorge da Silva Horta, Miller Guerra,Albino Aroso, Mário Mendes e AntónioGalhordas, entre muitos outros, comograndes impulsionadores e dinamiza-dores, pela primeira vez a ideia e osfundamentos de uma reforma profun-da da Saúde e do esboço de um Servi-ço Nacional de Saúde foram lançados,em Portugal, com o Relatório das Car-reiras Médicas. Outros tempos.

Infelizmente, a generalidade dos Mé-dicos habituou-se a ver a Ordemcomo uma Instituição cobradora dequotas (muitos milhões de euros…)que não assume a plenitude das suasresponsabilidades e obrigações, salva-guardando-se o trabalho de organi-zação do Internato Médico e das Es-pecialidades.

José Manuel M. C. Silva

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – José Manuel M. C. Silva

A Ordem pode e deve servir paramuito mais e é exactamente essa ideiaque quero explicitar com o meu pro-grama de candidatura. Quando os Mé-dicos têm um qualquer problema pro-fissional, raramente se lembram derecorrer à Ordem, inequívoco sinto-ma da incapacidade e insuficiências daOrdem dos Médicos. Seria interessan-te que, por momentos, os Colegas fi-zessem um exercício mental de imagi-nar o que poderia conseguir e concre-tizar uma Ordem que funcionasse efec-tivamente, que elegesse como primei-ra prioridade a defesa dos Médicos, dosDoentes e da Saúde e que dialogassefrancamente com as outras organiza-ções profissionais dos Médicos, nomea-damente os Sindicatos!... Tanta coisa!!!É preciso mudar!

Este sentimento generalizado de pre-mente renovação e a indesmentível ne-cessidade de uma Ordem dos Médicosque honre e prossiga a sua própria his-tória transformaram-se no motor, mo-tivação e inspiração desta candidatura,das suas propostas e de todos aquelesColegas que a alimentam e apoiam.

O objectivo nuclear talvez se possaresumir numa frase muito simples masprofundamente significativa:

Pugnar para que a Ordem dosMédicos e a sua liderança sejamum exemplo para o país e não oespelho do País.

Nada mais é necessário dizer sobre opassado, porque esta candidatura édefinitiva e decididamente virada parao futuro.

A Ordem dos Médicos tem de consti-tuir-se como uma Instituição Nacionalque represente verdadeira e conse-quentemente todos os Médicos Portu-gueses, na sua diversidade profissio-nal, e que assuma a sua Missão de de-fender e promover a Qualidade e Au-tonomia da Medicina, exigindo as con-dições necessárias a um exercício pro-fissional responsável e moderno,defendendo a Ética e a Deontologia

profissionais e assumindo sem hesita-ção ou contemporização a defesa dodireito inalienável ao acesso universal,socialmente equilibrado e justo e emtempo útil de todos os cidadãos, semdescriminação de qualquer espécie, àSaúde e a uma moderna Medicina Pre-ventiva, Curativa e de Reabilitação.

Daí o meu lema ser, convicta e assumi-damente, «Defender os Médicos, OsDoentes e a Saúde», com base numasérie de princípios e valores comoQUALIDADE, ESTRATÉGIA, DIGNI-DADE, RIGOR, FIRMEZA, PROFIS-SIONALISMO.

No integral cumprimento desta Mis-são, a Ordem dos Médicos, sob minhaorientação, actuará com intransigenteindependência na defesa da Ética Mé-dica, na propugnação duma rigorosapolítica pública de Saúde centrada naQualidade da formação médica eda prática clínica, na garantia dumarelação médico-doente persona-lizada e independente, na promo-ção da Governação Clínica, namaximização dos ganhos em Saú-de, na eliminação do desperdício,na defesa de um Serviço Nacionalde Saúde eficiente e que cumpraos seus desígnios ético-constitucionaise na modernização da organiza-ção e gestão do Sistema Nacio-nal de Saúde, ao serviço dos Portu-gueses e da Saúde.

Pelas suas características e indepen-dência e na prossecução dos seus maisnobres objectivos, a Ordem dos Médi-cos, tal como afirmei e propus publi-camente antes de qualquer outro can-didato a Presidente do CNE, tem con-dições únicas e ideais para promovere alimentar um diálogo alargado naSociedade portuguesa e pugnar acti-vamente por um Pacto da Saúde.Pacto esse que deve comprometer to-dos os partidos políticos, que respeiteo SNS, a Medicina Liberal e as novasformas de gestão da Saúde e garantaque o Sistema Nacional de Saúde ser-ve de forma adequada os Doentes e oPaís. Portugal, o SNS e os stakeholders

da Saúde merecem e necessitam deses-peradamente de uma Política de Saú-de estável, coerente e moderna. Con-vém recordar que, estatutariamente,entre outras finalidades essenciais, aOrdem dos Médicos tem a obrigaçãode «colaborar na política nacional desaúde em todos os aspectos» (artº 6º,DL 282/77).

Para além das ideias e propostas, igual-mente importante é a forma e a garan-tia de cumprimentos desses objectivos.A centelha podemos ir buscá-la ao dis-curso que a sufragista EmmelinePankhurst proferiu nos EUA, em 1913:«O mesmo sucede na política. Deveisfazer o maior ruído possível, deveis sero mais incómodas possível, deveis ocu-par o maior espaço possível na impren-sa para que todo o mundo se dê con-ta de que estais aí e que não parareisaté conseguir os vossos objectivos».

Um século depois não é necessário re-correr a manifestações, agitação e sa-botagens, mas é essencial manter amesma vontade e determinação, alia-das a inteligência estratégica, capacida-de e sagacidade diplomática, habilida-de de adaptação às ocorrências, liga-ção à realidade, um bom gabinete decomunicação e imprensa e, acima detudo, ideias claras, bem definidas, cor-rectamente apresentadas e fundamen-tadas e incansavelmente defendidas.

Para a prossecução dos objectivos fun-damentais acima resumidos proponhoaos Médicos portugueses um Programade Acção baseado em cinco capítulosprincipais, que a seguir se desenvolvem.

Para terminar e porque não é demaissalientá-lo, a minha candidatura apre-senta-se como a candidatura das idei-as (posteriormente reproduzidas nou-tras candidaturas…), da mudança, darenovação, da democratização, datransparência, da credibilização, dodinamismo, da assertividade.

Com o cargo de Bastonário pre-enchido por alguém que interpre-te estes valores que eu e a minha

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equipa personalizamos, ficare-mos todos a ganhar, os Médicos,os Doentes, a Saúde e o País.

1 – Maior e Melhor Organização,Funcionalidade, Transparência eRepresentatividade da Ordemdos Médicos (OM)

Os Estatutos actuais não asseguram amelhor e mais adequada representa-tividade e funcionalidade da OM, difi-cultando a prossecução eficiente dasua Missão.Por isso proponho uma Revisão dosEstatutos e Regulamentos da Or-dem dos Médicos baseada nosseguintes pontos:

A. Constituição de um Conselho deRevisão dos Estatutos, integrandoColegas de reconhecido mérito, compe-tência e idoneidade, assessorado peloDepartamento Jurídico e com eventualconsultadoria externa, para, até ao fimde 2011, elaborar uma proposta de no-vos Estatutos a ser aprovada em Conse-lho Nacional Executivo (CNE) e no Ple-nário dos Conselhos Regionais e discu-tida com a Assembleia da República.

B. Discussão e avaliação da opor-tunidade de criar mais SecçõesRegionais, permitindo assim assegu-rar uma maior democraticidade inter-na e representatividade mais equilibra-da da OM. A proposta base, sujeita aampla discussão entre a Classe e refle-xão e aprovação em Plenário, seria ade ampliação para cinco Secções Re-gionais, cada uma com dois repre-sentantes no CNE (em média), que se-riam: Norte, Centro, Sul (Alentejo eAlgarve), Grande Lisboa e Ilhas (Aço-res e Madeira) [a considerar algum fac-tor de ponderação em função do nú-mero de médicos por Região, nomea-damente atribuindo três representan-tes à maior Secção e apenas um à maispequena Secção do Continente]. Osrepresentantes das Ilhas no CNE se-rão um dos Açores e um da Madeira.

C. Separação clara dos poderesExecutivo, Disciplinar e Fiscal naOM, evitando acumulação de funçõese eventuais conflitos de interesse. En-quanto os Estatutos não forem revis-tos, assumo o compromisso de, respei-tando as regras estatutárias, delegar asfunções de Presidente dos ConselhosDisciplinar e Fiscal nacionais e de Pre-sidente da Mesa do Plenário.

D. Garantia de representação doConselho Nacional do Médico In-terno (CNMI), com todos os direitos,no CNE, que assim passaria a ter onzeelementos permanentes (eventualmen-te doze elementos, ou outro montan-te, consoante a solução encontradapara o número e representatividade dasSecções Regionais).

E. Limitação de Mandatos sucessi-vos em todos os órgãos eleitos a ummáximo de dois para os cargos de pre-sidente de órgão e de três para os res-tantes elementos.

F. Dinamização e agilização dos proce-dimentos de auto-regulação e refor-ço da acção, independência e consti-tuição dos Conselhos Disciplinares. Aeventual criação de mais Regiões, logode mais Conselhos Disciplinares, tam-bém melhoraria o funcionamento daOrdem a este nível. A experiência temdemonstrado que, nas maiores Regi-ões, o número ideal de elementos dosConselhos Disciplinares deverá sercerca de um por cada mil inscritos narespectiva Secção, assunto a ser anali-sado pelo Conselho de Revisão dos Es-tatutos.

G. Efectivo Reforço e Dignificaçãoda Missão dos Colégios como ór-gãos de consulta obrigatória do CNEem questões científicas e do exercícioprofissional, como promotores da Qua-lificação da Profissão e como respon-sáveis pela definição em cada momen-to do Estado da Arte, na sua área deintervenção, e da emissão das respec-

tivas orientações clínicas. Promoveruma participação mais activa, discuti-da e consequente dos Colégios dasespecialidades nos «boards» europeusrespectivos.

H. Institucionalização da figura de Pre-sidente da Mesa do Plenário daOrdem dos Médicos e maior repre-sentatividade do Plenário, nomeada-mente incluindo os Presidentes dosConselhos Distritais, antigos Presiden-tes do CNE e Presidentes das SecçõesRegionais. O Plenário não pode ficarrefém dos ausentes, pelo que devemser discutidas medidas para auxiliar aexistência de quórum, como, porexemplo: 1) Reduzir o limiar do quórumpara 40%, não podendo funcionar comcarácter deliberativo com menos de 1/4dos representantes de cada Região?2) Instituição de membros suplentespara substituir atempadamente os fal-tosos? 3) Marcação dos Plenários or-dinários para todo o triénio, permitin-do o agendamento em devido tempo?

I. Introdução nos Estatutos dos cargosde Secretário-Geral e Tesoureirodo CNE, com voto de qualidade res-pectivamente no Conselho de Secre-tários e Conselho de Tesoureiros e paraapoio ao CNE, agilizando as decisõesde assuntos burocrático-administrati-vos e de gestão financeira.

J. Tornar estatutariamente obrigatória apublicação anual do relatório decontas da Ordem na Revista daOrdem, para que todos os Médicossaibam como são gastos os cerca detrês milhões de euros anuais do orça-mento do CNE e os cerca de seis mi-lhões de euros anuais de cobrança dequotas, sem contabilizar outras fontesde rendimento da Ordem. Comigo naPresidência da Ordem dos Médicosessa divulgação começará de imediato,mesmo antes da revisão dos Estatutos.

L. Reformulação dos Conselhos Con-sultivos, actualmente pouco operantes,

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no âmbito da revisão dos Estatutos.

M. Os principais cargos da Ordem dosMédicos deverão poder ser exercidosa tempo inteiro, com remuneração ade-quada (a definir em Plenário).

N. Necessidade de reuniões suplemen-tares do CNE sempre que haja assun-tos ou correspondência com mais dedois meses de espera.

O. Criação de um mecanismo de des-tituição do Presidente do CNE porreincidência no incumprimento dosEstatutos.

P. Criar regime de incompatibilidades,nomeadamente impedindo acumula-ção de membro do CNE com cargosde nomeação governamental directaou de dirigente sindical.

Q. Desburocratizar o CNE, nomeada-mente pelo funcionamento do Conse-lho de Secretários, a fim de ser possí-vel dedicar mais tempo e atenção àdiscussão política e estratégica, que de-verá ser extensiva ao Plenário dos Con-selhos Regionais.

R. Dinamizar e qualificar a Revista daOrdem dos Médicos (ROM) paraalargar a comunicação com as SecçõesRegionais, com incorporação dos seusBoletins respectivos, participação ac-tiva dos Colégios, cujos Presidentes fa-rão parte do Conselho Científico daRevista, e criação de Secções Especia-lizadas, entre as quais:- Internacional, para acompanhamen-to da participação e acção dos seusrepresentantes nos fóruns internacio-nais em que a Ordem participa- Jurídica, com a publicação regular depareceres jurídicos de interesse geral- Científica, da responsabilidade dosColégios.O Presidente do CNE não deverá sero Director da ROM, para que esta as-suma uma linha editorial independen-te, tendo como paradigma a polivalên-

cia, qualidade e interesse do BritishMedical Journal.

S. Desenvolver, dinamizar e modernizarum verdadeiro Portal da Ordem dosMédicos, moderno, útil, que funcione eonde os Médicos se consigam registar!

T. Criação de um departamento jurídi-co autónomo, sem qualquer ligação aoConselho Disciplinar, especializado emdefesa de processos contra médicos.2 – Defesa da Qualidade e Valo-res da Medicina e da Ética e Deon-tologia Médicas

A Ordem dos Médicos assume comclareza e sem equívocos a promoçãoda Qualidade do Exercício Profissio-nal como garantia indispensável dodireito dos Cidadãos à Saúde e à BoaMedicina através das seguintes acções:

A. Desenvolver iniciativas consequen-tes, pró-activas, empenhadas e persis-tentes na publicação de uma Lei doActo Médico adequada ao tempopresente e à evolução da prestação decuidados clínicos.

B. Aceitação e cumprimento das deli-berações dos Sindicatos sobre o perfilprofissional do Médico, nomeadamen-te «O médico exerce a sua actividadecom plena responsabilidade profissio-nal e autonomia técnico-científica, atra-vés do exercício correcto das funçõesassumidas, coopera com outros profis-sionais cuja acção seja complementarà sua e coordena as equipas multi-disciplinares de trabalho constituídas».

C. Revisão e Modernização do Estatu-to Disciplinar dos Médicos e do seuCódigo de Ética, considerando os no-vos desafios dos avanços técnicos daMedicina, nomeadamente no que res-peita à BioMedicina.

D. Estímulo à adopção de programasde Governação Clínica das Institui-ções Médicas, públicas e privadas, que

necessariamente incluem a organiza-ção de:

• Programas de Educação Médi-ca Continuada e Desenvolvi-mento Profissional, com avalia-ção de desempenho dos pro-fissionais conforme critérios de-cididos exclusivamente inter-pares.

• Elaboração de um Livro Bran-co sobre avaliação do desem-penho dos Médicos por umaComissão Independente mascom participação Médica.

E. Creditação isenta e rigorosa dasacções de formação, de modo a asse-gurar Qualidade e Independência téc-nica. Iniciativas não creditadas pelaOrdem não deverão ser curricular-mente valorizadas.

F. Requalificação das Carreiras Mé-dicas: compete à Ordem dos Médi-cos a liderança do processo de mo-dernização da formação médica e dagarantia da sua Qualidade. Deve serpromovido o debate interno das ques-tões suscitadas pela corrente europeiade recertificação.

G. Compromisso na aplicação dos DLs176 e 177 de 2009, relativos às Car-reiras Médicas, na defesa do direito àeleição do Director Clínico hospitalare dos ACES, como elementos consulti-vos, independentes, dos Conselhos deAdministração respectivos, no exercí-cio efectivo das funções de auto-regu-lação da Profissão Médica e no direitodos Médicos à inviolabilidade da suaprescrição.

H. Criação dum Fórum Nacionalpara o diálogo entre os Colégios daEspecialidade, as Sociedades Científi-cas e as Escolas Médicas para a discus-são dos Programas de Formação Mé-dica pré e pós graduada e para a defe-sa da Qualidade da Medicina.

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I. Institucionalização de um ConselhoNacional de Avaliação da Quali-dade da Medicina, profissionalizado,para, a pedido e pró-activamente, pro-mover a apreciação das condições doexercício médico e para a implemen-tação de um Programa de Monitoriza-ção e Avaliação da Actuação Profissi-onal. Deste modo visa assegurar-se ocumprimento do Dever de Competên-cia Médica e de Auto-Regulação da Pro-fissão. O Objectivo futuro é seguir obom exemplo dos EUA e avançar parauma entidade acreditadora no âmbitoda Ordem dos Médicos, tendo a JointComission como paradigma. Efectiva-mente, em 1951 o American Collegeof Physicians (ACP), a American Hos-pital Association (AHA), a AmericanMedical Association (AMA) e a Cana-dian Medical Association (CMA) jun-taram-se ao American College ofSurgeons (ACS) para criar a JointCommission on Accreditation ofHospitals (JCAH), uma organizaçãoindependente, sem fins lucrativos, cujoprimeiro papel era o de colaborar edisponibilizar acreditação voluntária.

J. A Ordem deve assumir-se como averdadeira e consequente EntidadeReguladora da Saúde, conforme re-ferido no ponto anterior, desta formapodendo e devendo, de modo persis-tente, determinado e incansável, exigirsustentada e coerentemente o fim efec-tivo da ERS e do inaceitável e injustoimposto que a alimenta.

L. Reformulação do Exame de Seriaçãopara o acesso à Especialidade e repre-sentação da OM no processo de defi-nição do mapa de vagas de Especiali-dade. As vagas deverão ser suficientespara todos os Médicos que completa-ram a Educação Pré-Graduada nas Es-colas Médicas, desse modo combaten-do a institucionalização de Médicosindiferenciados para serviço das institui-ções públicas e privadas.

M. Colaboração na realização dum es-

tudo técnico independente, com o Go-verno e representantes dos Cidadãos,sobre as futuras necessidades deMédicos em Portugal e oposição àPolítica de proliferação de Escolas Mé-dicas, tendo como objectivo a defesada Qualidade da Educação Médica, orespeito pelos direitos e expectativasda População e a defesa dos Doentes.

N. Defesa de exigência e padrões dequalidade na gestão do Sistema de Saú-de, Público, Privado e nas Parcerias Pú-blico-Privadas, com rigorosa avaliaçãoe divulgação pública de resultados ena selecção das Instituições com ca-pacidade para Formação dos Internosmediante garantia pela Ordem da Ido-neidade dos Serviços e da Qualidadeda Formação.

O. Fomento de uma política demeritocracia na exigência de Com-petência e da Transparência nas nomea-ções para cargos de gestão, adminis-tração e direcção nas instituições daSaúde.

P. A Ordem deve assumir-se como umparceiro activo e liderante na ela-boração da Política da Saúde adop-tando um papel activo na defesa dosrequisitos indispensáveis para a Qua-lidade do Exercício Profissional em to-dos os sectores da actividade médicadesde os Cuidados de Saúde Primári-os, Cuidados Hospitalares, Cuidados deReabilitação, Cuidados Continuados,Rede de Urgências e Emergência, Polí-tica do Medicamento, Gestão Hospita-lar, na avaliação técnico-científica e nadefesa da Ética em todos os domíniosda Política de Saúde.

Q. Ao invés do estranho, inaceitável etotal alheamento do passado recente,a Ordem passará a atribuir a máximaprioridade à Medicina Geral e Fa-miliar. As palavras escritas de um Co-lega de MGF, que em Outubro de 2010publicou um pertinente artigo no Jor-nal Médico de Família, intitulado «Dos

Indicadores à Saúde das Pessoas», ilus-tram o muito que ainda há por fazer ea necessidade de todos os intervenien-tes colaborarem, de forma atenta, acti-va e construtiva, na reforma dos CSP.O ostracismo a que a Ordem dos Mé-dicos votou esta reforma, a mais im-portante em curso no país, é absoluta-mente indesculpável.Muitas coisas boas têm sido feitas naMGF, mas o que ainda está por fazer égigantesco e exige a dedicação e pre-ocupação colectiva. É absolutamenteessencial que a Ordem confira ao Co-légio de MGF uma maior preponde-rância e intervenção, interna e exter-na, em todas as questões relacionadascom os CSP. O Colégio de MGF deixa-rá de sofrer a asfixia que lhe foi im-posta no passado recente e a Ordem,em diálogo franco e aberto com todosos stakeholders da área, constituir-se-ácomo parceiro e perito activo, cons-trutivo, independente e intervenientena Reforma dos Cuidados de SaúdePrimários. Comigo a presidente daOrdem dos Médicos, o Colégio de MGFassumirá a voz e a defesa pública detodos os Médicos de Família, satisfei-tos e/ou insatisfeitos.A Ordem dos Médicos prestará a mai-or atenção à melhoria das condiçõesde trabalho, à defesa da relação médi-co-doente personalizada e independen-te, bem como ao Desenvolvimento Pro-fissional Continuado de todos os Mé-dicos de Família, que constituem pilaressencial e nuclear de um bom e efec-tivo Serviço Público e/ou Privado deSaúde.

R. Defesa e empenhamento no aumen-to da capacidade interventiva dos es-pecialistas de Saúde Pública no âm-bito da vigilância epidemiológica e nadefinição de estratégias de acção so-bre factores de risco para a saúde co-munitária. Também neste pilar nuclearde qualquer sistema público de pre-venção e saúde o competente Colégioserá chamado a assumir um papel maisrelevante e decisivo.

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S. Colaboração com outras instituições,com o objectivo de definir programasqualificados em áreas de intervençãotransversal como gestão clínica, inter-natos e de gestão de equipas profissio-nais, assim como áreas de interesse paraa protecção da actividade clínica.

T. Promover-se-á, sob os auspícios daOrdem e com um rigoroso métodocientífico, um estudo sobre Burnoutdos Médicos, em termos globais, porespecialidade e por escalão etário.

A Ordem dos Médicos pugnará publi-camente e sem equívocos pela defesados mais elevados Valores da ProfissãoMédica, da Ética e Deontologia, daqualificação profissional dos Médicose do Direito à Boa Medicina.

3 – Promoção do Diálogo e Uniãodos Médicos Portugueses e outrosProfissionais da Saúde e RelaçõesExternas.

A Ordem dos Médicos assume comoobjectivos primordiais a concretizardurante a duração do mandato a queme candidato os seguintes pontos:

A. Reactivação do Fórum MédicoNacional e colaboração com os Sindi-catos e Associações Profissionais, o queé essencial para a defesa do ExercícioMédico, para o fortalecimento da ClasseMédica como elemento estruturante daSociedade, para a garantia das condi-ções técnicas e contratuais adequadaspara a Prática Médica nas instituiçõespúblicas e privadas e para assegurar oDireito dos Cidadãos à Boa Medicina.

B. Promoção do dialogo com os re-presentantes profissionais da Medici-na Privada de modo a assegurar a suadefesa profissional, pelo que a Ordemestimulará a criação duma Associa-ção Nacional da Medicina Libe-ral e promoverá a actualização e ela-boração dum Código de Nomenclatu-ra e Valorização dos Actos Médicos em

estreita colaboração com os Colégiosdas Especialidades e os Parceiros Ex-ternos interessados.

C. Na defesa dos Médicos, a Ordempromoverá protocolos para o exercí-cio da Solidariedade Social para comos profissionais mais carenciados e lu-tará pela criação de um fundo de pen-sões voluntário – Fundo de Solida-riedade Médica – para apoio sociale económico aos Médicos sempre quenecessário.

D. Planear e desenvolver um Projec-to Financeiro para a Ordem, cri-ando uma Associação Médica específi-ca para a gestão dos recursos financei-ros e imobiliários da Ordem, que deveser qualificada e profissionalizada, pres-tando contas anualmente. Como sinalda nova transparência da Ordem dosMédicos, o Relatório de Contas doCNE passará a ser publicado naROM.

E. Estabelecimento de cooperação ediálogo permanentes com as Facul-dades de Medicina para discussãodos problemas comuns da EducaçãoMédica em toda a sua dimensão Pré ePós – graduada e implementação deprogramas de Educação e Desenvol-vimento Profissional ao longo da vidaactiva dos Médicos. Entre outros te-mas, há muito tempo que a Ordem dosMédicos devia ter reunido com as Fa-culdades de Medicina para análise donúmero de vagas e da capacidadeformativa das Faculdades.

F. Fomento do diálogo construtivo epermanente com as Ordens e Associ-ações Representativas de todos os Pro-fissionais da Saúde, tendo como ob-jectivo assegurar a melhor cooperaçãoentre todos, a promoção da qualidadedos serviços prestados à população eo Direito à Saúde e à Medicina Curati-va de todos os cidadãos portugueses,sem distinção de raça, credo ou situa-ção sócio-económica.

G. Reanálise das regras de relacionamen-to entre a Classe Médica e a IndústriaFarmacêutica. Reconhecendo a enormeimportância da Indústria Farmacêuticana formação Médica pós-graduada, éessencial aprimorar a transparência des-sa relação, balizá-la com regras claras eobjectivas e implementar novas soluções,evitando situações que podem atingir ahonorabilidade de toda a Classe.

H. Nas relações internacionais a Or-dem deverá privilegiar e intensificar oseu envolvimento e o desenvolvimen-to da Comunidade Médica de Lín-gua Portuguesa (CMLP) e dar maiordivulgação e alargar a discussão e aná-lise às suas actividades noutras orga-nizações internacionais.

4 – Institucionalização do Diálo-go permanente com os Doentes

É essencial estabelecer um Fórum dediálogo permanente com as associa-ções de Doentes para assegurar a de-fesa intransigente dos anseios, neces-sidades e direitos dos Doentes queconfiguram a Cidadania da PessoaDoente. O Presidente da Ordem deveassumir-se como defensor duma Me-dicina Científica e duma Gestão da Saú-de verdadeiramente centradas no Do-ente e como paladino da humanizaçãoda Saúde, o que só pode fazer-se eminteracção constante com os Doentes.Neste sentido proponho a criação doProvedor do Doente, personalidadenão médica de mérito reconhecido que,actuando junto do Presidente da Or-dem, assegure a defesa dos direitos dosDoentes e que ambos presidam ao Fó-

rum, o qual deverá reunir regularmente.Neste âmbito e em parceria com osDoentes será criada uma estruturapara receber participações deMédicos relativas a situações em quesejam impostas pela tutela/administra-ção medidas/restrições que coloquemem causa o Estado da Arte da Medici-na e a Qualidade dos Cuidados pres-tados aos Doentes. Estas medidas são

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intoleráveis, resultam em consequên-cias potencialmente graves para osDoentes e são depois consideradascomo «Erros Médicos». Em situação li-mite a Ordem dos Médicos tomará ainiciativa de accionar e responsabili-zar juridicamente os responsáveis portais medidas/restrições. No SistemaNacional de Saúde todos terão de as-sumir as suas responsabilidades.No Portal da Ordem dos Médicos seráigualmente criada uma página infor-mática onde o Doente possa re-gistar todas as situações que conside-rar como insuficiências/deficiências doSistema Nacional de Saúde, para quepossam ser devidamente analisadas eestudadas pela Ordem dos Médicos.

Os interesses dos Médicos e dos Do-entes são comuns: Medicina de Quali-dade, Médicos com sólida formação eactualização contínuas, Profissionais deSaúde em número adequado, motiva-dos e disponíveis, Cuidados de Saúdeatempados e segundo o estado da arte,Complementaridade de Sistemas e De-fesa à outrance do Direito inalienávele universal dos Cidadãos à Saúde eà Medicina Curativa.

Estes objectivos são fundamentaispara a Ordem dos Médicos reafir-mar, perante a opinião pública, oEstatuto de Parceiro Social inde-pendente, qualificado, rigoroso,sério e inultrapassável, uma ver-dadeira referência ética, moral ecientífica, e não um mero grupoorganizado de defesa corporativacom posições cada vez mais frá-geis e menos consequentes.

5 – Auditoria Externa

Face às dúvidas legítimas de muitosColegas sobre decisões financeiras eeconómicas da Ordem dos Médicostomadas nos últimos mandatos e como objectivo de poder assumir integral-mente todas as minhas futuras respon-sabilidades, caso eleito, pedirei uma ri-gorosa Auditoria Externa às contas e

procedimentos da Ordem dos Médi-cos, a ser analisada no Plenário dosConselhos Regionais.

Apelo

Termino com uma referência ao Ensaiosobre a Lucidez, de José Saramago. Semo dramatismo deste magnífico romance,mas tendo na mente as mensagens ex-plícitas e implícitas que o laureado es-critor nos transmite, que aconteceria àOrdem dos Médicos se, inesperadamen-te, mais de 80% dos seus eleitores vo-tasse? Eventualmente também em bran-co, mas preferencialmente optando en-tre os candidatos existentes. Seguramen-te a Classe Médica daria uma lição degrande lucidez, preocupação, unidadee intervenção, fortalecendo-se a si pró-pria e ao Presidente eleito.

Tal como no citado romance, certamen-te o poder político olharia para essaparticipação maciça e essa recriadaOrdem dos Médicos com um justifica-do receio e indisfarçável inquietude,mas também com profundo respeito,atenção e consideração…

Perante as constantes ameaças à Qua-lidade e Independência de uma Medi-cina responsável, consciente e genui-namente centrada no doente, a nossaresposta deveria ser como aquela queaconteceu e que Barack Obama elo-giou no seu discurso de vitória, emChicago, «É a resposta dada… por pes-soas que esperaram três a quatro ho-ras, pela primeira vez na vida, porqueacreditaram que, desta vez, isto deviaser diferente e que a sua voz podiafazer a diferença.»

A nossa voz colectiva pode, deve e faráa diferença! Nós queremos fazer e va-mos fazer a diferença!

Tal como Winston Churchill afirmou pe-rante a Câmara dos Comuns, em 1940,«… sem vitória não há sobrevivência. …Venham, pois, e vamos fazer frente, todosjuntos, com as nossas forças unidas.»

Fica o fortíssimo apelo para uma vi-vência cívica intensa, participada eesclarecida das próximas eleições daOrdem dos Médicos.

A Ordem dos Médicos, o nosso futu-ro, é e será o que quisermos e cons-truirmos.

Conto com todos vós.

Nota final

A minha vontade de fazer mais e melhornão se esgota neste programa, que, ape-sar de exaustivo, nunca estará completo.Espero, essencialmente, que dele trans-pareça a profunda determinação de tra-balhar por uma Ordem muito diferente,tanto nas palavras como, sobretudo, naseriedade, nos actos e na capacidade, ní-vel e independência de intervenção.

O meu percurso nos últimos noveanos, com dezenas de artigos publica-dos sobre política de saúde e múlti-plas intervenções públicas, em momen-tos particularmente difíceis, mais doque quaisquer intervenções ou promes-sas limitadas ao período eleitoral, é amelhor garantia de que, em caso devitória, a minha postura como respon-sável da Ordem dos Médicos, traba-lhando em conjunto com as SecçõesRegionais e Distritais, com os Conse-lhos Consultivos, com os Colégios ecom todas as Organizações e EscolasMédicas, será esclarecida, tecnicamen-te fundamentada, independente, deter-minada, ousada e perseverante.

Considero igualmente que o meu per-curso profissional activo e o respeitointer-pares entretanto granjeado, coma realização de centenas de conferên-cias e a publicação de dezenas de arti-gos científicos, em ambiente nacionale internacional, aliado à vasta práticaclínica, pedagógica e de serviço de ur-gência e emergência pré-hospitalar,constituiu uma garantia adicional dequalidade, capacidade, saber, experiên-cia e respeitabilidade.

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – José Manuel M. C. Silva

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – José Manuel M. C. Silva

Curriculum Vitae

José Manuel Monteiro de Carvalho e Silva

de de Lipidologia dos HUC.- Chefe de Equipa na Urgência dos HUC.- Vogal da Comissão de Qualidade e Segurança doDoente dos HUC.Formação complementar:

- Curso de Iniciação Científica de JovensFundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 3 a 26 de Setem-bro de 1975- Estatística em Investigação MédicaDATINVEST – Consultores em Investimentos e Organi-zação Industrial, 1990- Curso de Gestão de Serviços de SaúdeCentro de Oncologia de Coimbra, IPOFG, Setembro aDezembro de 1995.- Curso de Técnicas de Emergência Médica da VMER de CoimbraINEM, Coimbra, Outubro a Novembro de 1996.- Curso de Formação Pedagógica Inicial de FormadoresInstituto do Emprego e Formação Profissional, 1997- ATLS Course for doctorsAmerican College of Surgeons – Sociedade Portuguesade Cirurgia; HUC, 2000.- Curso de Gestão de Unidades de Saúde da Universidade CatólicaCoimbra, 2/10/03 e 5/03/05. Aprovado com Distinção.

ACTIVIDADE CIENTÍFICAPrimeiro autor ou co-autor em 485 comunicações, 38posters e 84 artigos científicos, apresentadas ou publicadosem congressos ou revistas nacionais e internacionais, mo-derou 50 mesas redondas e debates e publicou um livro eum CD de slides em lipidologia.Recebeu onze prémios de posters e comunicações livres.Participou em inúmeros estudos de fase II, fase III e Fase IVcom fármacos correctores das dislipidemias.Organizou múltiplas Reuniões, Jornadas e Congressos, com res-ponsabilidades que variaram de Secretário-Geral a Presidente.É membro de diversas sociedades científicas nacionais einternacionais.Presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose.

INTERVENÇÃO SOCIAL e ASSOCIATIVATeve uma intervenção activa na discussão pública sobre osriscos da co-incineração.Publicou dezenas de artigos sobre questões do meio ambi-ente e de política de saúde, nomeadamente no Diário deCoimbra, Diário as Beiras, Público, Sol, Tempo Medicina,Revista da Ordem dos Médicos e Boletim da Secção Regio-nal do Centro da Ordem dos Médicos, alguns com signifi-cativa repercussão pública e política.Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dosMédicos em dois triénios.

Nascido em Pombal a 18 de Setembro de 1959

CARREIRA ACADÉMICAEnsino Secundário: Em 1976, concluiu o Curso Comple-mentar, no Liceu Nacional José Falcão, com 17 valores (18às então «nucleares» para Medicina).Licenciatura: Concluiu os estudos na Faculdade de Medici-na de Coimbra, em 1983, com a classificação de Bom comDistinção (17 valores).Mestrado em Saúde Ocupacional: Aprovado em 1987 coma classificação final de Muito Bom.Doutoramento: A 9-1-98 foi aprovado por Unanimidade,Distinção e Louvor nas provas de Doutoramento Académicoem Medicina Interna na Faculdade de Medicina de Coimbra.Ensino Universitário: Fisiologia: De 1986 a 1994 foi, suces-sivamente, assistente estagiário, assistente e assistente con-vidado. Medicina do Trabalho: De 1989/90 até 1993/94,leccionou, no Curso de Pós-Graduação em Medicina doTrabalho da Faculdade de Medicina de Coimbra, os temasrelacionados com a fisiologia cardio-respiratória do traba-lho. Endocrinologia: Assistente convidado de 1994/95 a1997/98. Actualmente cumpre funções como ProfessorAuxiliar de Medicina Interna da Faculdade de Medicina deCoimbra (contratado a 1-2-98).Regente da Cadeira de Clínica Geral da Faculdade de Me-dicina de Coimbra.Pró-Reitor da Universidade de Coimbra: tomou posse a 18/12/03, assumindo o pelouro de captação de novos públi-cos, formação contínua pós-graduada e e-learning. Substi-tuído a 13/10/04, a seu pedido, para se dedicar às eleiçõespara a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.Orientou diversas Tese de Mestrado e uma Tese de Doutoramento

CARREIRA MÉDICA- Adquiriu o grau de Assistente Hospitalar de Medicina In-terna (AHMI) em 29/01/94, nos Hospitais da Universidadede Coimbra (HUC), com 19,5 valores. Foi AHMI do quadrodo Centro de Oncologia de Coimbra de 1-7-95 a 31-1-98.A 1-2-98 regressou aos HUC. Actualmente desempenha asfunções de Assistente Graduado no Serviço de Medi-cina Interna dos HUC.- Participou em cinco Júris de Exames de Especialidade deMedicina Interna.- Trabalhou na Viatura Médica de Emergência e Rea-nimação do INEM/HUC, de Dezembro de 1996 a Julho de2003, e fez transporte de helicóptero em Santa Comba Dão.- Em Outubro de 2004 foi convidado para ministrar umaaula sobre efeitos pleiotrópicos das estatinas na EscolaEuropeia de Medicina Interna, em Alicante, Espanha.- Em 16/09/04 tomou posse como Coordenador da Unida-

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Manuel Brito

A – O ENQUADRAMENTO DAMINHA CANDIDATURA

A condição de «Ser médico» em 2010não pode ignorar o contexto onde hojese move a sociedade portuguesa nemsubestimar o momento que a própriaEuropa atravessa.

A profunda crise económica e financei-ra que arrasta consigo uma profundainstabilidade social e condiciona o frágilpoder político, também ele à beira deuma crise, exige a todos os médicos, paraalém da sua condição de cidadãos destePaís, uma responsabilidade acrescida.

A intervenção dos médicos, referen-ciada pela sua competência técnica epor um forte compromisso ético, serádecisiva na salvaguarda do acesso detodos os portugueses aos cuidados desaúde e às boas práticas clínicas. Estecompromisso para com os nossos do-entes e perante a sociedade no geral,tem que estar para além dos constran-gimentos económicos que já hoje pres-sionam o quotidiano das nossas insti-tuições de saúde e sobre as quais pai-ra, um pessimismo negro.

Os tempos actuais, com os desafios econdicionalismos inéditos que nos im-põem, preocupam-me como cidadãoe particularmente como médico. Estapreocupação foi também uma das ra-zões que pesou de forma essencial nadecisão da minha candidatura.Não posso deixar pois de lhe dar orelevo necessário no âmbito deste meuprograma. Entendo que a Ordem dosMédicos é a única instituição capaz evocacionada para regular, colaborar evigiar o Poder Político nas decisões so-bre a redução das despesas na saúde,sem que isso ponha em causa a segu-rança dos doentes. E garantindo a to-dos os portugueses, que haverá umalinha clara e bem definida que limitaráaté onde poderão ir as tomadas de posi-ção dos governantes sem prejuízo daSaúde dos Portugueses.

Só uma Ordem credível, coesa, bemorganizada, pró-activa e com sentidode missão, poderá liderar este desafiodifícil, mas ao qual não pode nem devefugir.

Mas é esta a Ordem que hoje temos?

Nesta ultima década, a Ordem dosMédicos foi seguindo um trajecto pe-rigosamente descendente. A ausênciade pensamento estratégico, tanto noque se refere aos legítimos e naturaisinteresses dos médicos como no acom-panhar dos desafios de uma Medicinamoderna, levou a Ordem dos Médicosa optar por uma postura defensiva pe-rante ameaças de outros poderes insti-tucionais, nomeadamente os políticos.Esta atitude apenas reactiva, tem gera-do respostas frágeis, quase sempre in-consequentes e imediatistas.

A falta incompreensível na Ordem dosMédicos de um núcleo de reflexão es-tratégica médica nacional permitiu quedecisões tecnicamente inconsistentes,

parcelares e desarticuladas na área dasaúde, surgissem e tivessem o seu de-senvolvimento, sem qualquer interven-ção visível da Ordem. A ausência deum pensamento estruturado ou dequalquer projecto consistente levoucertamente a que o poder político ig-nore sistematicamente a Ordem dosMédicos. O reordenamento das Urgên-cias, a reforma dos Cuidados Primári-os, dos Cuidados Continuados, e areestruturação dos Hospitais são dis-so um bom o exemplo. Temas essenci-ais na reorganização dos serviços desaúde dos quais a Ordem dos Médi-cos esteve infelizmente arredada.

O recurso a um discurso eminente-mente corporativo de alguns dirigen-tes da Ordem, perdeu de forma caricatae humilhante todo o sentido, quandoo próprio Bastonário vem reconhecerpublicamente, a incapacidade da Or-dem dos Médicos em exercer as fun-ções de auto-regulação, delegadas peloEstado.

A forma desajustada como foi geridao processo do «Acto Médico», das«Medicinas Alternativas», do «Códigode Ética» das «Carreiras Médicas», da«Prescrição por DCI», contribuiu de-cisivamente para um desgaste da ima-gem da classe médica na sociedade ea perda da credibilidade perante ospoderes políticos.

A cultura de uma atitude demasiada tác-tica, privilegiando segredos que vivem epoluem os gabinetes e os corredores dopoder, conduziu a Ordem dos Médicosa um progressivo isolamento em rela-ção ao exterior e aos olhos de muitosMédicos. A Ordem ficou mais opaca ecinzenta. Acabou por se fechar sobre siprópria. E quando tal acontece, as ins-tituições engordam por dentro e as dis-putas internas ganham espaço, toman-do conta do seu quotidiano.

Programa de Candidatura

– triénio 2010-2013

Manuel Brito

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura a Presidente da Ordem dos Médicos – Manuel Brito

Foi exactamente neste contexto e nomandato que agora termina, que sur-giram duras e frontais acusações porparte do Presidente da Secção Regio-nal do Centro, que abriram um proces-so fracturante interno, e que tocou deforma directa, a figura do próprio Bas-tonário. Como consequência desta cri-se intestina, profunda e contundente,a pouca operacionalidade da Ordemficou totalmente bloqueada, a estrutu-ra executiva de topo definitivamentepartida e o relacionamento entre mé-dicos, gravemente comprometido.Este processo fracturante interno, evi-denciou a frágil consistência de umaOrdem divida, a ausência de uma lide-rança consensual e a necessidade demais transparência.Foi o sinal claro e definitivo, que o tra-jecto descendente da Ordem dos Mé-dicos nestes últimos anos, chegara aofim de um ciclo.

B – RAZÕES DA MINHA CANDI-DATURA

Candidato-me, porque perante a gran-de desilusão e enorme desencanto emrelação à atitude e desempenho da Or-dem por todos constatado, decidi daro meu contributo para liderar um pro-jecto para mudar o actual panorama ea representatividade e missão que a Or-dem dos Médicos deverá ter, por direi-to próprio, na Sociedade Portuguesa.

A minha candidatura não é um fim emsi mesmo. Pretende sim ser um contri-buto importante e um ponto de parti-da para a criação e desenvolvimentode uma nova liderança médica, que seprojecte com prestígio na nossa socie-dade e que dê uma resposta inovado-ra às variadas questões que se colo-cam hoje à Medicina, à profissão e aoSistema de Saúde.

C – O QUE CARACTERIZA EDISTINGUE A MINHA CANDI-DATURA

1. Há mais de 12 anos que não ocupoqualquer cargo na Ordem dos Médi-cos. Não tive qualquer intervenção nos

conflitos internos que fracturaram aOrdem, especialmente neste últimomandato, e que envolvem duas das can-didaturas presentes a esta eleição. Che-go a estas eleições sem qualquer reser-va ou ressentimento em relação a qual-quer colega ou grupo organizado den-tro da classe. Não transporto para opróximo mandato nenhum contencio-so por resolver.É para mim importante poder afirmare sentir esta minha condição, pois en-tendo que uma candidatura só sairárealmente vencedora, se conseguir li-derar um projecto que una todos osmédicos em vez de os dividir.

2. É uma candidatura de fora para den-tro. Uma candidatura que pretendelevar para dentro da Ordem, as vivên-cias do quotidiano de muitos colegase das instituições onde trabalham. Assuas preocupações, expectativas, frus-trações, receios e ambições legitimasde todos os médicos, que a Ordem temignorado por estar distante ou mesmoausente.Quero levar para dentro da Ordem,a realidade que há muitos anos par-tilho com doentes, médicos e outrosprofissionais, ao longo de um trajec-to onde fui Interno, Especialista, Con-sultor, Tutor de Internos, Responsá-vel de uma Unidade Cirúrgica, Di-rector de Internato, Director de Ser-viço de Urgência, Director Clínico deum Hospital Público e de um Hospi-tal Privado, e Membro de um Conse-lho de Administração de um CentroHospitalar.

É esta visão, feita de experiência clíni-ca e de gestão, que será uma mais va-lia quando a Ordem tiver que defen-der as boas praticas de uma Medicinamoderna, proteger os doentes e cui-dar e restaurar o prestígio tão abala-do dos médicos.

3. Sem qualquer compromisso prévio,a minha candidatura apenas quer as-sumir e cumprir o pensamento e aspropostas que defendo na minha cam-panha e no meu programa. Não tenhoassim que gerir ou suportar qualquer

promessa feita no passado para garan-tir apoios futuros, nem negociar, emnome de uma estratégia, eventuaisapoios ou posições não enquadráveisno programa apresentado.

O preço que a minha candidatura pagapara poder garantir este espaço aber-to e livre de compromissos de basti-dores, reflecte-se na ausência de qual-quer máquina de apoio. Todo o esfor-ço da campanha, repousa então sobreum grupo de colegas e bons amigos,que tal como eu, querem uma Ordemdiferente, mais arejada e sem gavetasfechadas.

Esta independência, é facilitadora deuma verdadeira mudança e protege aminha convicção de que posso levar aOrdem dos Médicos a iniciar um novociclo.

D – PROPOSTA DE UM NOVOCICLO

Há três grandes referências que sãolinhas de orientação para este novociclo e que agrupam programas sec-toriais que sustentam o seu desenvol-vimento, ao longo dos três próximosanos.

- Recuperar o prestígio Médico e de-fender a Medicina e as boas práticas- Aproximar a Ordem de todos osmédicos.- Dar sentido a uma Ordem que te-nha uma agenda própria, que sejainterventiva e não apenas reactiva.

* Prestígio Médico e Defesa da Medici-na e das Boas Práticas

O novo ciclo que propomos para aOrdem dos Médicos, assenta numamatriz que eleja como paradigma a de-fesa da Medicina. Uma Medicina mo-derna, de boas práticas, cada vez maishumanizada e acessível a todos os por-tugueses. Só defendendo a Medicina,podemos tratar melhor os nossosdoentes sem estigma de um corporati-vismo primário e devolver o prestígioaos médicos.

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1 – Formação pré-graduada: defende-mos uma aproximação às Universida-des, não só na procura de uma massacrítica indispensável e até agora, su-bestimada pela Ordem, como tambémpermitindo um acompanhamento daformação dos futuros médicos, nas di-versas Faculdades existentes. Umaaproximação que se deve materializarnuma maior colaboração a nível da re-flexão e decisões de nível pedagógicoe científico. As Faculdades e os seus cor-pos docentes são peças essenciais e es-truturais em todo o sistema de saúde ea Ordem tudo deve fazer para potenciaressa colaboração e mais valias.

2 – Formação pós-graduada: comonota de preocupação importante e avalorizar, registamos a progressiva di-ficuldade em conseguir tutores com aexperiência necessária para garantiruma boa formação.Sugerimos uma valorização nos curri-cula da investigação clínica e um apoiomais consistente ao internato, atravésdo Conselho do Médico Interno.

• Apoio a novas áreas de sub-es-pecialização que envolvam vá-rias especialidades, com a par-ticipação dos Colégios das Es-pecialidades;

• Definir de forma clara as regrasde idoneidade, adaptando-asaos tempos actuais de diferen-ciação e organização de unida-des de saúde, e aplicando-as deforma equivalente ao sector pú-blico e privado;

• Iniciar um debate interno so-bre um sistema de actualizaçãode conhecimentos que sejaconsensual e adaptado à reali-dade médica nacional.

3 – Medicina Geral e Familiar: As re-centes reformas na área dos CuidadosPrimários devem continuar, seremmonitorizadas, identificados e ultrapas-sados os constrangimentos.As actuais diferenças entre as diversasestruturas que asseguram CuidadosPrimários devem ser corrigidas e a arti-culação, ainda deficiente e pouco apro-fundada, com os hospitais, promovida.

4 – A falta de recursos humanos pordemais evidente, deve obrigar a deci-sões politicas mais flexíveis e eficazes,repensando com um horizonte de mé-dio prazo, um problema que é estru-tural.

5 – Carreiras Médicas: como trajectode diferenciação técnico-científica, comgraduação obtida em provas publicase sob a responsabilidade da Ordem.Abrangendo o sector público e priva-do, as carreiras terão de voltar a ser agarantia, para o cidadão, da compe-tência técnica reconhecida inter-pares.

6 – Governação Clínica: a gestão emsaúde é essencialmente um exercíciode governação clínica. No modelo ac-tual, nomeadamente na gestão doshospitais EPE, assistimos a uma evolu-ção marcadamente de carácter admi-nistrativo, com a valorização da pro-dução. Porém, a organização do sec-tor clínico, não acompanhou este pro-cesso e perdeu espaço de intervençãoe alguma autonomia. Quando se pre-tende equacionar uma reforma doshospitais, ela deverá incidir essencial-mente sobre uma reestruturação da suaorgânica e da sua actividade clínica.Neste contexto, há que proteger opoder de decisão do médico para quepossa assumir a sua responsabilidade,o que implica o seu envolvimento di-recto na gestão clínica das instituições.

7 – Colégios das Especialidades: o re-forço da sua autonomia técnica e ummaior peso das suas decisões, devemser considerados, pois os Colégios sãoo braço armado, da competência téc-nica da Ordem.Gerindo a lógica da diferenciação quenão deve pulverizar as Especialidadesexistentes, privilegiando o espaço dasEspecialidades estruturantes como aMedicina Geral e Familiar, MedicinaInterna, Cirurgia Geral e Pediatria osColégios devem garantir o equilíbriodesejado.

8 – Medicina defensiva: o aumento deconflitualidade na saúde tem gerado,por parte dos médicos, uma atitude

mais defensiva com o recurso a meiosde diagnóstico e terapêutica em ex-cesso.Este comportamento pode condicionaras práticas médicas e consumir recur-sos em demasia.

9 – Linhas de orientação de diagnósti-co e terapêutica: Patrocinadas pela Or-dem dos Médicos e desenvolvidas peloColégios das Especialidades, e em cola-boração com as Sociedades Científicas,ganham particular relevo na actual con-juntura de «cortes cegos» na saúde.Ainda no âmbito da medicina defensi-va e cruzando a função reguladora daO.M., deverá ser colocada a questãopertinente, de uma legislação que regu-lamente a Responsabilidade Objectiva.

10 – Função Reguladora: O Estado de-legou na Ordem dos Médicos a capa-cidade dos médicos se auto-regularem,reconhecendo assim tratar-se de umamatéria muito sensível e complexa. La-mentavelmente a Ordem não cuidouem garantir esta relevante delegaçãodo Estado. Desta função reguladorareleva-se pela sua importância, paradoentes e médicos, a função discipli-nar que dela deriva.Há pois que garantir a eficácia desteno cumprimento e assegurar esta fun-ção. É essencial que os processos se-jam analisados e tenham uma decisãoem tempo útil. É inaceitável, como foireferido a existência de mais de milprocessos acumulados desde 2004.A solução poderá passar pela cria-ção de uma Estrutura de Apoio aosConselhos Disciplinares, contratandomédicos que devidamente remunera-dos, estivessem disponíveis para as-segurar o funcionamento regular des-te órgão.Para garantir a Transparência nesteprocesso, indispensável para que sejareconhecida a credibilidade deseja-da, proponho convidar as outras Or-dens a abrir um debate, nesta ques-tão tão sensível que também as pre-ocupa. Se esta capacidade regulado-ra for plenamente exercida a Ordemsairá prestigiada e os médicos maisrespeitados.

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* Promover a proximidade entre a Or-dem e os Médicos:

1 – Um primeiro projecto passa poruma aproximação às Faculdades, es-tando a Ordem presente junto dos alu-nos, desde do primeiro ano, e comacesso, protocolado, a um tempo dohorário, para assim poder transmitirnão só os valores e princípios subja-centes aos princípios Hipocráticos, mastambém dar a conhecer a história, aorganização, e os projectos da Ordemdos Médicos. Por outro lado, ter aoportunidade de conhecer a sensibili-dade dos jovens alunos em relação aoensino, às suas expectativas, o que pen-sam do exercício da Medicina e saberem que é que a Ordem lhes poderáser útil e ajudar nessa fase da sua vida.No âmbito deste projecto, a Ordemdinamizaria o diálogo com a Associa-ção Nacional de Alunos de Medicina.

2 – A Ordem, através dos membrosdirigentes das suas diversas estruturas(distritais ou regionais), promoveráreuniões de trabalho periódicas como corpo clínico e o concelho de admi-nistração das diferentes Unidades deSaúde públicas, privadas e sociais.Este contacto regular, permitirá quea Ordem se mantenha informada dasituação vivida pelo sector clínico nes-sas instituições. A presença da Ordemnas unidades de saúde, deixaria de serentendida como uma visita que só sur-ge em momentos de grave crise oude campanha eleitoral. Por outro lado,seria uma oportunidade para a Or-dem transmitir informação regular dasua actividade, agenda e projectos emcurso.

* Uma Ordem com Agenda eInterventiva:

1 – Gabinete de Estudos: É necessáriocriar uma estrutura que, de forma per-manente, reúna um grupo de médicosde perfil reconhecido, para analisar eelaborar propostas técnicas, de acor-do com uma agenda pré-estabelecidapelo Conselho Nacional Executivo, ga-rantindo desta forma uma actuação sus-

tentada e credível por parte da Or-dem dos Médicos.Esta estrutura deverá actuar em inte-racção com os Conselhos Consultivosjá existentes e utilizar as novas tecno-logias, para reforçar o contacto per-manente com todos os médicos.

2 – Estatutos: É consensual a necessi-dade de uma revisão do actual Estatu-to da Ordem. Manifestamente desa-justado nos dias de hoje, tem-se reve-lado um constrangimento à sua funcio-nalidade.Consideramos porém excessivo ser obode expiatório de todas as ineficiên-cias e justificar a falta de iniciativa quemarcou a Ordem nos últimos anos.Como linhas de orientação para queo Estatuto corresponda às exigênciasque hoje se colocam à Ordem dosMédicos, propomos:

a – Agilização do poder de análise edecisão, nomeadamente entre as reu-niões do Conselho Nacional Executi-vo. Neste contexto, sugerimos a cria-ção de uma estrutura de topo, consti-tuída pelo Bastonário e os Presidentesdas diferentes Secções Regionais.Permanentemente disponível, este ór-gão deverá concertar as posições pú-blicas assumidas pela Ordem, evitan-do que temas eventualmente fractu-rantes possam isolar a posição do Bas-tonário ou dos Conselhos Regionais ecomprometer, em tempo útil, a toma-da de uma posição.Esta solução proposta, deverá permi-tir que a Ordem fale a uma só voz,sem prejuízo do debate interno e quequalquer intervenção do Bastonário oudas Regionais, ganhe o peso que sóuma Ordem unida pode garantir.

b – Para proteger a pluralidade nosórgãos não executivos e assim tradu-zir melhor as sensibilidades manifesta-das no acto eleitoral, propomos a suarepresentação, eventualmente utilizan-do o método de Hondt.

c – Limitação a dois mandatos, para oBastonário e Presidentes dos Conse-lhos Regionais.

d – Rever a Presidência do ConselhoDisciplinar e Fiscal, no sentido de reti-rar essa função ao Bastonário, tornan-do mais transparente e isenta, a suaposição;

e – Considerar como pertinente, a cri-ação do cargo de Secretário Geral daOrdem dos Médicos;

f – Instituir como acto de gestão cor-rente o recurso a auditorias externas.

3 – Relação Ordem/Sindicatos: O es-paço de intervenção dos SindicatosMédicos e da Ordem está actualmen-te bem definido, necessitando de umaarticulação permanente e sinergética,institucional.A importância desse relacionamentoficou bem explicita na recente fractu-ra entre a Ordem e os Sindicatos, veri-ficada na negociação das Carreiras Mé-dicas, fragilizando o poder negocial dosmédicos e comprometendo provavel-mente uma intervenção útil e por cer-to conveniente, da Ordem dos Médi-cos neste processo.

Os contratos individuais de trabalhocom que os médicos são cada vez maisconfrontados, ainda mais reforça a ne-cessidade absoluta de uma articulaçãopróxima entre os Sindicatos e a Or-dem, pois há questões de ordem labo-ral que devem ser seguidas pelos Sin-dicatos e propostas de carácter técni-co ou mesmo com implicações éticas,que a Ordem deve acompanhar.

9 – Relações Internacionais: A partici-pação regular nas organizações médi-cas, nomeadamente europeias e nospaíses de expressão portuguesa, é deregistar como positiva e deverá sermantida.Importa, no entanto, dar a conhecer atodos os médicos o trabalho desen-volvido nessas organizações e qual oseu impacto na classe médica.

E – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este programa de candidatura procu-ra criar as condições necessárias para

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Nasceu em Coimbra a 10 de Fevereiro 1948

Licenciado pela faculdade de Medicina da Universidade deCoimbra em 1973

Medico Especialista em Cirurgia Geral 1980

Bolseiro em Londres no Hospital St. Mary’s e no Hospital deCharing Cross em Cirurgia Vascular de 83/85

Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular

Consultor de Cirurgia Geral desde 1987

Director Clínico do Hosp. Privado (Stª Catarina)

Membro Fundador da Sociedade Portuguesa de Angiologiae Cirurgia Vascular

um novo ciclo, onde a Ordem dos Mé-dicos assuma uma postura pró-activano processo evolutivo da Medicina nu-ma contextualização histórica, que re-centre o movimento médico como fac-tor determinante na Sociedade de hoje.Por uma Ordem com Sentido:- Que tenha sentido para os médicosnela participarem.- Que tenha sentido para os doentes

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nela acreditarem.- Que tenha sentido para o poderpolitico nela delegar e ouvi-la.- Que tenha sentido para os portu-gueses em geral a entenderem, aceita-rem e respeitarem.Para uma Ordem de todos vós e paratodos vós.Conto consigo:- Agora para este debate.

- Na votação para conseguirmos, to-dos nós uma Ordem em que todosacreditemos.- No futuro para construirmos umaOrdem forte e coesa que garanta oprestigio de uma classe que há muitosente a falta de uma verdadeira

Ordem dos MÉDICOS

Curriculum Vitae

Manuel Veloso de Brito

Responsável pela criação da Unidade de Cirurgia Vasculardo CHF

Presidente do Conselho Médico da Ordem dos MédicosDa R.A.M, de 1992 a 1998

Representante da Ordem dos Médicos na União Europeiados Médicos Especialistas (UEMS) de 1998 a 2000

Director Clínico do CHF de 2000 a 2206

Membro do Conselho de Administração do Centro Hospi-talar de Lisboa Central de 2006 a 2007

Membro do Conselho de Administração do Centro Hospi-talar de Lisboa Central EPE desde de 2007

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Norte

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista A

PROGRAMA DE ACÇÃO

• CONSOLIDAR REFORMAS

• PREPARAR MUDANÇAS

• PROJECTAR O FUTURO

Mandatário Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva(Professor Catedrático FMUP/Escola de Ciências daSaúde da UM)

Delegado José Nelson Coelho Pereira (Cirurgia Geral)

Mesa da Assembleia RegionalPresidente José Pedro da Fonseca Moreira Da Silva

(Imunoalergologia)Vice-Presidente José Luís Medina Vieira (Endocrinologia)Secretários Maria Manuela Selores Azevedo Gomes Meirinhos

(Dermatologia)Raul Jorge Fernandes da Cunha(Medicina Geral e Familiar)

Conselho Fiscal RegionalAntónio Gouveia Strecht Ribeiro (Medicina Interna)Edgar Ribeiro Lopes (Anestesiologia)Emídio dos Santos Carreiro (Pediatria)

Conselho RegionalAlberto António Moreira Caldas Afonso (Pediatria)Alberto Augusto Oliveira Pinto Hespanhol (Medicina Geral e Familiar)Amílcar Manuel Ribeiro Costa Silva (Ortopedia)André Filipe Monteiro Santos Luís (Interno Estomatologia)António Manuel Ferreira Araújo (Medicina Interna/Oncologia Médica)Avelino Manuel Fraga Ferreira (Urologia)José António Guimarães Martins Soares (Medicina Geral e Familiar)José Miguel Ribeiro de Castro Guimarães (Urologia)Manuel Alexandre Guimarães Pais de Figueiredo (Anestesiologia)Maria de Lurdes Triana Esteves Gandra (Cirurgia Geral)Maria Marlene Lemos da Silva e Sousa (Medicina Geral e Familiar)

Conselho Disciplinar RegionalDamieta Isabel Figueiredo (Anestesiologia)João Francisco Montenegro de Andrade Lima Bernardes (Ginecologia)Manuel Carlos Costa Carvalho Dias (Medicina Interna)Manuel Rodrigues e Rodrigues (Otorrinolaringologia)Maria de Fátima Soares da Costa Carvalho (Cirurgia Pediátrica)

Na actual crise de valores e princípi-os transversal a toda a sociedade por-tuguesa, esta candidatura só faz sen-tido com base em razões fortes quesuportem os seus pilares fundamen-tais:

• Defender a Dignidade dosMédicos e da Medicina.

• Defender o Direito dosDoentes à Saúde.

• Defender a Qualidade e Au-tonomia da Medicina e doActo Médico.

• Defender a Ética e a Deon-tologia da Profissão Médica.

• Defender a Eficácia e Trans-parência dos Mecanismosde Auto-Regulação Médica.

• Defender e Unir os Médicos.

1. Promover a existência de uma agen-da politica activa que englobe to-das as matérias essenciais para a Saú-de e para os Médicos, e que resultenuma intervenção pública eticamenteconsistente e adequada, no sentido depositivamente ajudar a resolver os pro-blemas da Saúde em Portugal.

2. Não permitir que a Entidade Re-guladora da Saúde (ERS) interfiranas competências da Ordem dos Mé-dicos.

3. Defender o Serviço Nacional deSaúde na sua determinação constitu-cional como base estruturante da or-ganização da Saúde em Portugal. Lu-tar pela sua melhoria e eficiência combase:

- No respeito pelo direito à Saú-de e liberdade de escolha;

- Na qualidade da Medicina, For-mação e Investigação Médicase Desenvolvimento ProfissionalContínuo.

4. Defender as Carreiras Médicascomo suporte absolutamente indispen-sável do SNS e da qualidade da medi-cina portuguesa, e pugnar para que aqualificação médica e a compe-tência em gestão clínica sejam os

‘Que a ética e qualidade dos actos médicos praticados prevaleça sobre todas asoutras matérias, porque elas dependem mais de nós, médicos, e menos dosoutros.’

Miguel Guimarães

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Norte

Comissão de HonraAgostinho Guilherme Pinto Andrade (Ortopedia)Alexandre Alberto Guerra Sousa Pinto (Medicina Geral e Familiar/Medicina do Trabalho)António Carvalho Almeida Coimbra (Neurologia/Professor de Histologiae Embriologia FMUP)António Castro Oliveira Barreto (Ortopedia)António Franklin Ribeiro Ramos (Anatomia Patológica)António Germano de Pina da Silva Leal (Cirurgia Geral)António José Ferreira Santa Comba (Cirurgia Plástica)António José Matos de Oliveira (Ortopedia)António Manuel Pereira Ribeiro (Radiodiagnóstico)António Maria Pinheiro Torres de Meireles (Medicina Interna)Bernardo Maria Pereira Teixeira Coelho (Psiquiatria)Carlos Alberto Silva Vasconcelos (Medicina Interna)Carlos Manuel Carvalho Santos (Cirurgia Geral)Daniel dos Santos Pinto Serrão (Anatomia Patológica)Davide Maurício da Costa Carvalho (Endocrinologia)Eva de Miranda Xavier (Nefrologia)Fernando Gabriel Rodrigues da Costa Madureira (Ginecologia/Obstetrícia)Fernando Júlio Carvalho Príncipe (Hematologia Clínica)Fernando Manuel Mendes Falcão Reis (Oftalmologia)Francisco José Pereira Alves (Pneumologia)Henrique José Ferreira Gonçalves Lecour de Menezes (Infecciologia)Henrique Manuel da Silva Botelho (Medicina Geral e Familiar)Jorge Daniel Nunes do Couto e Silva (Cirurgia Geral)Jorge Manuel Mergulhão Castro Tavares (Anestesiologia)Jorge Pedro Teixeira Gonçalves Pereira (Medicina Nuclear)José Alberto Frey Ramos (Medicina Geral e Familiar)José Augusto Fleming Torrinha (Patologia Clínica)José Bárbara Branco (Ortopedia)José Carlos Neves da Cunha Areias (Cardiologia Pediátrica)José Guimarães dos Santos (Cirurgia Geral)José Henrique Dias Pinto de Barros (Gastroenterologia)José Luís Dias Delgado (Imunoalergologia)José Manuel Gomes Lourenço (Ortopedia)José Miguel Vieira Gomes de Carvalho (Urologia)Júlio Guilherme Ferreira Machado Vaz (Psiquiatria)Luís Alberto Martins Gomes Almeida (Ortopedia)Luís Filipe dos Reis Martins (Cardiologia)Luís Manuel Paiva Gomes Cunha Ribeiro (Imunohemoterapia)Manuel Alberto Coimbra Sobrinho Simões (Anatomia Patológica)Manuel Joaquim da Rocha Moreira (Medicina Interna)Maria do Carmo Chavez Martins da Cruz (Endocrinologia)Marianela Gaioso Henriques Vaz (Imunoalergologia)Mário Marques de Oliveira Reis (Urologia)Miguel Jorge Santos de Oliveira Leão (Neurologia/Neurologia Pediátrica/Genética)Serafim Correia Pinto Guimarães (Farmacologia)Valdemar Miguel Botelho Santos Cardoso (Cirurgia Geral)

critérios essenciais para ocupar cargosde direcção de serviços, unidades oudepartamentos.

5. Insistir na publicação de uma Leido Acto Médico, que respeite o Per-fil Profissional do Médico definido nalegislação sobre as Carreiras Médicase a formulação da União Europeia deMédicos Especialistas (UEMS).

6. Defender a Receita Médica comoacto médico por excelência, baseadona relação única de confiança médi-co-doente e que como tal, não deveser violada.

7. Defender o direito dos doentes àconfidencialidade e protecção dos da-dos clínicos, designadamente no âmbitodos Registos de Saúde Electrónicos.

8. Defender a complementaridade daMedicina Privada e Convenciona-da no Sistema Nacional de Saúde, querespeite os mesmos princípios e valo-res do SNS.

9. Promover a Governação Clínicano Sistema Nacional de Saúde comoforma de melhorar os índices de ges-tão, qualidade, competência e organi-zação dos serviços de saúde.Defender a extinção do controle bio-métrico digital e adoptar como ferra-menta essencial da avaliação da activi-dade médica a qualidade da medicinapraticada e a produtividade clínica,científica e de gestão, formação e actua-lização médicas.Não permitir que os critérios de avali-ação do desempenho médico sejam de-cididos por profissionais não médicos,exigindo que esta tarefa seja da respon-sabilidade da OM e em especial dos seusÓrgãos Técnicos das Especialidades,Sub-Especialidades e Competências.

10. Defender as condições físicas, téc-nicas e humanas essenciais para que oexercício da medicina possa ter níveisde qualidade referenciáveis. Neste sen-tido promover na OM a definição cor-recta dos padrões humanos e téc-nicos adequados ao exercício pro-

fissional, tendo em conta o nível dediferenciação dos actos médicos e dasunidades de saúde.

11. Promover a diferenciação mé-dica e lutar para que o trabalho de-senvolvido pelos Colégios de Espe-

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17. Apresentar uma proposta de revisão dos Estatutosda Ordem dos Médicos e dos seus RegulamentosInternos que permita corrigir situações menos claras eagilizar o funcionamento da Instituição, designadamente noque respeita à independência dos poderes executivo, disci-plinar e fiscal, à melhoria da eficácia da sua função de auto-regulação e ao reconhecimento e reforço da importânciada função dos Colégios de Especialidade e Comissões Téc-nicas das Sub- Especialidades e Competências.

18. Dignificar e respeitar o papel dos Conselhos Distritais,reforçando as suas funções e descentralizando algumas dasactividades da OM.

19. Reformar a organização e gestão interna da Or-dem dos Médicos com base em auditoria crítica de proces-sos e procedimentos, já iniciada na SRN, e auditoria finan-ceira caso se revele necessário. Redefinição do organigramafuncional da SRN para maior responsabilização de tarefas eatribuição da responsabilidade da Contabilidade da SRN aempresa externa à Instituição.

20. Criação e desenvolvimento de um gabinete de co-municação e informática que integre de forma eficaz ainformação em suporte físico e digital, que seja verdadeira-mente uma mais valia para os médicos, a comunidade e osistema nacional de saúde.

21. Respeitar o direito à diferença de opiniões no seio da Co-munidade Médica e da Ordem dos Médicos e aceitar as deci-sões que melhor servem os médicos e os doentes.

22. Colaborar de forma activa e positiva com as outrasestruturas representativas dos médicos, como os Sindica-tos Médicos e as Associações Médicas.

23. Colaborar de forma activa com as Associações deDoentes para melhor entender os problemas da saúde emPortugal e poder ter um papel mais relevante na defesa dosdireitos dos doentes e da medicina portuguesa.

24. Definir as necessidades de médicos das váriasespecialidades para os próximos 10 anos, tendo emconta, entre outros factores, a evolução da idade da popu-lação e dos métodos diagnósticos e terapêuticos, a variaçãoda frequência das várias patologias e a distribuição geográ-fica da população. Este objectivo, no qual os Colégios deEspecialidade terão um papel determinante, é absolutamenteessencial para que a OM possa definir, com a certeza dosnúmeros e estudos realizados, que médicos são necessáriospara os próximos anos, e assim, defender a qualidade daEducação Médica e o direito dos doentes à Saúde.

25. Estabelecer uma relação mais estreita com as Faculda-des de Medicina e as Sociedades e Associações Ci-

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cialidade seja respeitado e reconhecido:

- Na avaliação da qualidade da formação pós-graduada;- Na definição de programas de formação revistos e

actualizados;- Na definição das idoneidades e capacidades forma-

tivas dos serviços e consequente mapa de vagas deespecialidade;

- Na implementação de guias de orientação clínica emanuais de boas práticas em parceria com as Socie-dades e Associações Científicas;

- Na definição de grelhas com critérios objectivos porespecialidade para avaliação final do internato médico;

- Nos pareceres técnicos emitidos.

12. Monitorizar activamente as condições de funciona-mento e qualidade dos internatos médicos e da for-mação médica contínua em todas as unidades de saú-de, através de:

- Informação obrigatória disponibilizada pelos directo-res, orientadores de formação e internos em formação;

- Auditorias periódicas realizadas pela OM através dosColégios de Especialidade e Conselho Nacional doMédico Interno (CNMI).

Adicionalmente, defender, em articulação com o CNMI, aexistência de um Regulamento do Internato Médicoque corresponda às expectativas dos jovens médicos e con-sagre mudanças essenciais que melhorem a transparênciae a qualidade dos internatos médicos.

13. Participar de forma activa na Reforma dos Cuidadosde Saúde Primários, tendo sempre como base indispen-sável a relação médico-doente.

14. Assumir de forma decisiva e consequente a importânciafundamental da Saúde Pública no SNS.

15. Promover a investigação, definição e implementação deindicadores de qualidade por patologia e especialidade,sub-especialidade ou competência médica, que permitam es-tabelecer critérios de qualidade de base para o ‘soalho danossa Casa’ (o ‘tecto’ são naturalmente as ‘guidelines’ defini-das a nível internacional). Este papel é absolutamente essenci-al para que a Ordem dos Médicos possa com rigor definiractividade e serviços médicos com o nível de qualidade abai-xo do qual a medicina não é aceitável. Nesta matéria, os Colé-gios da Especialidade, as Comissões Técnicas de Sub-Especia-lidade e Competências, e as Sociedades e Associações Cientí-ficas terão naturalmente um papel crucial de liderança.

16. Promover a revisão do Código Deontológico e doEstatuto Disciplinar dos Médicos e respeitar e aplicaros mesmos com rigor e justiça.

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entíficas no sentido de aproximar a formação pré-gradu-ada e a formação pós-graduada, pugnando para que todosos médicos tenham uma formação sólida e uma educaçãomédica continuada de qualidade inquestionável, assumin-do em conjunto uma posição clara relativamente às ditas‘novas Faculdades de Medicina’.

26. Promover uma acreditação eficaz e credível das activi-dades de formação e desenvolvimento profissional contí-nuo e contribuir para o desenvolvimento da activida-de de Investigação básica e clínica em colaboraçãocom as Faculdades de Medicina, Institutos e Fundações, comoforma de melhorar a qualidade da medicina.

27. Manter e desenvolver áreas de colaboração estra-tégica com outras Instituições, designadamente Univer-sidades, em matérias transversais a todas as especialidadesmédicas, como por exemplo os cursos de pós-graduaçãoem Gestão de Unidades de Saúde e Direito da Medicina, ecursos de Controle e Melhoria da Qualidade em Unidadesde Saúde, Formação de Auditores Clínicos, Formação paraOrientadores, Suporte Avançado de Vida, entre outros.

28. Garantir um apoio jurídico eficaz e em tempo útil atodos os médicos da SRN, com base num gabinete jurídicoespecializado em Direito da Medicina.

29. Propor a revisão do Regulamento do Fundo deSolidariedade da Ordem dos Médicos no sentido demelhor apoiar e estar mais perto daqueles que têm necessi-dade.

30. Iniciar o projecto da criação de uma ‘Casa deApoio Social do Médico’ para o presente e o futuro detodos os médicos, como uma verdadeira demonstração desolidariedade inter-pares.

31. Manter e desenvolver a actividade cultural e socialcomo forma de aproximar os médicos, os médicos e a soci-edade, deixando uma marca da nossa visão da cultura e domundo.

32. Manter a participação na FORNOP, como formacomplementar de entender e participar na discussão dosproblemas da sociedade civil e simultaneamente dar umcontributo positivo para as diferentes alternativas.

33. Manter e rever a participação da SRN nas principais reu-niões internacionais em que a Ordem dos Médicos seencontra envolvida: Comité Permanente dos Médicos daUnião Europeia, União Europeia dos Médicos Especialistas(UEMS), UEMO, CEOM, FEMS e PWG. Uma organização in-ternacional que continuará a merecer uma aposta clara daSRN é a Comunidade Médica de Língua Portuguesa(CMLP), com a qual estão em curso alguns projectos nasáreas da formação e desenvolvimento profissional contínuo.

Porque acreditamos nos Valores e Princípios de base quedevem orientar a nossa forma de estar na sociedade.Porque acreditamos nas Reformas já iniciadas.Porque acreditamos nas Mudanças que são necessárias.Porque acreditamos no Futuro.

Somos candidatos aos Corpos Gerentes da Secção Regio-nal do Norte da Ordem dos Médicos.

Para a defesa e união dos médicos é preciso uma Ordemsólida.Participa neste acto eleitoral.

Bem hajam por acreditarem em nós.

Lista A

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COMISSÃO CONSULTIVA DA SEGURANÇA SOCIALDOS MÉDICOS

Aníbal António Gil de Sousa Justiniano (Cirurgia Geral)Maria Isabel Varela da Cunha (Endocrinologia)

COMISSÃO CONSULTIVA DE ACTIVIDADES CULTURAISE DE LAZER

Amélia Assunção Beira Ricon Ferraz (Ginecologia/Obs-tetrícia)António Manuel Bessa Paes Cardoso (Pneumologia)António Manuel da Silva Vieira Lopes (Medicina Interna)Bernardino António Ribeiro de Castro (Medicina Inter-na)Carlos Manuel Moreira Mota Cardoso (Psiquiatria)Ivo Bruno de Oliveira Lopes (Urologia – Interno)José Manuel Ferraz de Oliveira (Imunoalergologia)José Miguel Pereira de Jesus (Radiodiagnóstico)Levi Eugénio Ribeiro Guerra (Nefrologia)Manuel Carlos Bandeira Quintas (Medicina Interna)Rodrigo Gouveia Vasconcelos Rodrigues Liberal (InternoMedicina Interna)Rui Manuel de Melo Soares da Costa (Cirurgia Geral)

COMISSÃO CONSULTIVA DE ENSINO E EDUCAÇÃOMÉDICA

Alberto Manuel Barros da Silva (Ginecologia/Obstetrí-cia/Genética)Dalila Maria Rodrigues Gonçalves Veiga (InternaAnestesiologia)Francisco José dos Santos Botelho (Interno Urologia)Francisco José Miranda Rodrigues Cruz (Urologia)Horácio Urgel Silva Monteiro da Costa (Cirurgia Plásti-ca)Inês Quelhas Lima Bessa (Interna Cirurgia Geral)Jorge Manuel Nunes dos Santos (Cirurgia Geral)Jorge Pires Maciel Barbosa (Cirurgia Geral)José Agostinho Marques Lopes (Pneumologia)Maria da Conceição da Costa Outeirinho (Medicina Gerale Familiar)Nuno Jorge Carvalho de Sousa (Neurorradiologia)Serafim Manuel da Rocha Guimarães (Ginecologia/Obstetrícia)

COMISSÃO CONSULTIVA DE DEONTOLOGIA E ÉTICAMÉDICA

Eduardo Luís Fernandes Ribeiro Breda(Otorrinolaringologia)José António Saraiva Ferraz Gonçalves (Medicina Interna)José Maria Ferreira La Fuente Carvalho (Urologia)

Manuel Herculano de Castro Rocha (Pediatria)Miguel Jorge Santos de Oliveira Ferreira Leão (Neurolo-gia/Neurologia Pediátrica/Genética)Nuno Aires Mota de Mendonça Montenegro (Ginecolo-gia/Obstetrícia)Teresa Maria Salgado de Magalhães (Medicina Legal)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA A FORNOP

António Tomé da Costa Pereira (Ginecologia/Obstetrícia)Fernando Jorge Freitas Filgueiras (Clínica Geral)José Manuel Gonçalves de Aguiar (Anestesiologia)Ludovino António Fernandes (Ginecologia/Obstetrícia)Maria Helena Dias Alves (Imunohemoterapia)Nuno Eduardo Sevivas Sousa (Ortopedia)

COMISSÃO CONSULTIVA DE EXERCÍCIO DA MEDICI-NA LIVRE

António Carlos Gonçalves Miranda Rodrigues(Radiodiagnóstico)António Pedro Pinto Cantista (Medicina Física e Reabili-tação)Armando Amílcar Pires de Mansilha Rodrigues de Almeida(Cirurgia Vascular)Hernâni Troufa Lencastre (Cirurgia Cardio-Torácica)João Duarte Coelho do Sameiro Espregueira Mendes(Ortopedia)José Manuel Mateus Aparício (Pediatria)Leonardo José Ferreira Sousa Magalhães (Medicina Gerale Familiar)Manuel Laranjeira Gomes (Neurocirurgia)Maria Regina Pinto Brito Aguiar Andrade(Neurofisiologia)Ricardo de Carvalho Campos Costa (Radiodiagnóstico)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA A QUALIDADE

Dorinda Inês Marques Lopes (Imunoalergologia)Eurico Fernandes Monteiro (Otorrinolaringologia)Fernando Alberto da Conceição Ferreira (Medicina Ge-ral e Familiar)Isabel Maria Teixeira de Carvalho Pedroto(Gastroenterologia)Jorge Manuel Bastos Amil Dias (Pediatria)José Manuel Pedrosa Baptista Lopes (Anatomia Patológica)Luís Frederico Azevedo Dias Branco Lopes (InternoUrologia)Manuela Baptista Balsinha (Cirurgia Geral)Maria Augusta Frederico Soares Guerreiro EckenrothGuimarães (Patologia Clínica)Mário Jorge Dinis Ribeiro (Gastroenterologia)Rui Miguel Ribeiro Barbosa Farinha (Patologia Clínica)

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Norte

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COMISSÃO CONSULTIVA PARA AS CARREIRAS MÉDI-CAS

António Fernando Bastos Lima (Neurologia)Arnaldo Portas Alves Brito Lhamas (Urologia)Francisco António Videira Rocha Pinto (Medicina Gerale Familiar)Joaquim César Ferreira da Silva (Ortopedia)Joaquim Jesus Gonçalves (Ginecologia/Obstetrícia)Jorge Nuno Costa Marvão (Interno Anestesia)José Manuel Queimada da Silva Soares (Urologia)Maria de Fátima da Mota Barros Marinho Pina(Anestesiologia)Maria do Rosário Ferreira Cunha Figueirinhas Costa(Otorrinolaringologia)Rui Miguel Lemos Koehler (Pediatria)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA AS NOVASTECNOLOGIAS NA SAÚDE

Altamiro Manuel Rodrigues da Costa Pereira (ClínicaGeral)Fernanda Jesuína Rocha Gouveia Pinheiro Pereira(Medicina Geral e Familiar)Fernando José Oliveira Lopes (Médico Auditor emCodificação Clínica)Francisco Bernardo Paula Marques da Costa e Almeida(Ortopedia)Frederico Alexandre Moreira Alves do Carmo Reis(Urologia)Jaime Daniel Pacheco Martinho Vilaça (Cirurgia Geral)Joaquim Manuel da Costa Pereira (Cirurgia Geral)José Manuel Rodrigues Fonseca (Neurorradiologia)Mário Ferreirinha Caetano Nora (Cirurgia Geral)Paulo Manuel de Vasconcelos Aguiar Soares (CirurgiaGeral)Rui Manuel de Melo Vieira Machado (Cirurgia Vascular)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA AS RELAÇÕES INTER-NACIONAIS

António Jaime Botelho Correia de Sousa (Medicina Gerale Familiar)Isabel Maria Sousa Chaves Castro Santos Almeida (Medi-cina Geral e Familiar)José Guimarães dos Santos (Cirurgia Geral)Manuel Alexandre Negrais de Pinho Gonçalves Pereira(Interno Ortopedia)Mariana Nápoles Tudela Pinho Gomes (Medicina Geral eFamiliar)Rui Pedro Rodrigues Gonçalves Veiga (Interno MedicinaInterna)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA O DESENVOLVIMENTOPROFISSIONAL CONTÍNUO

Abílio Augusto Ferreira (Ginecologia/Obstetrícia)António Manuel Machado Henriques Carneiro (Medici-na Interna/Cuidados Intensivos)Carla Cristina Abreu Faria de Freitas Morna Almeida (Me-dicina Geral e Familiar)Carlos Manuel Pires Martins da Silva (Urologia)Carlos Rodrigo Magalhães Ramalhão (Cardiologia)José Manuel Lopes Teixeira Amarante (Cirurgia Plástica)Luís Pedro Machado Osório (Urologia)Pedro Manuel Morais Teixeira (Medicina Interna/OncologiaMédica)Pedro Tiago Sobrinos Guimarães Silva (Ginecologia/Obstetrícia)Rui Afonso Moia Pereira Cernadas (Medicina Geral e Fa-miliar)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA O EXERCÍCIO TÉCNI-CO DA MEDICINA

Ana Maria de Oliveira Aroso Monteiro (Ginecologia/Obstetrícia)António Alberto Malheiro da Fonseca Almeida (Medici-na Geral Familiar/Medicina do Trabalho)António Manuel Moreira Serrano (Medicina Geral Fa-miliar/Medicina do Trabalho)Carlos André Norton Mexedo (Anestesiologia)Jorge Manuel Simões Guerra e Paz (Patologia Clínica)José Manuel Carvalho Morais (Patologia Clínica)Maria Antónia Sampaio Trigo Cabral (Anestesiologia)Mário Gomes de Abreu Viana (Psiquiatria)Paula Maria Tavares Ramôa (Ginecologia/Obstetrícia)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA O MEDICAMENTOJorge Manuel Silva Junqueira Polónia (Medicina Inter-na/Cardiologia/Farmacologia Clínica)José Guilherme Machado Monteiro (Oftalmologia)José Luís de Almeida (Clínica Geral/Medicina Farmacêu-tica/Farmacologia Clínica)José Pedro Lopes Nunes (Medicina Interna/Cardiologia/Farmacologia Clínica)Luís Jorge Santos Grangeia (Medicina Interna)Maria Alberta Coelho de Magalhães (Medicina Geral eFamiliar)Maria Luciana Gomes Domingues Couto Carvalho (Me-dicina Geral e Familiar)Paulo Jorge da Silva Correia de Sá (Ortopedia)Rosa Sousa Martins da Rocha Begonha (Medicina Interna)

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Norte

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COMISSÃO CONSULTIVA PARA O SERVIÇO NACIONALDE SAÚDE

Aníbal António Braga de Albuquerque (Cardiologia)António Joaquim Freitas de Oliveira e Silva (MedicinaInterna)João Manuel de Sousa Almeida (Pneumologia)Jorge Luís da Costa Catarino (Medicina Geral e Familiar)Luís Manuel Estrela do Carmo Monteiro (Cirurgia Geral)Maria Cândida Machado Barreira (Saúde Pública)Maria Rosário Dias Capucho (Medicina Interna)Paulo Jorge Barbosa Carvalho (Medicina Interna)Paulo Miguel Pereira Sarmento Carvalho (Ginecologia/Obstetrícia)

COMISSÃO CONSULTIVA PARA PROMOÇÃO DE ACTI-VIDADES CIENTÍFICAS

António Carlos Megre Eugénio Sarmento (Infecciologia)Carlos Alberto Silva Lopes (Anatomia Patológica)Cláudia Raquel Ferrão de Melo (Interna Pediatria)Fernando Manuel de Castro Poças (Gastroenterologia)João Fernando Alturas da Silva (Urologia)Luís Filipe Vilela Pereira Macedo (Cardiologia)Luís Manuel de Lacerda Ferreira do Vale (Pediatria)Luís Manuel Rebelo Ruano (Interno do Ano Comum)Maria Agostinha Pereira do Souto (Pediatria)Miguel Nuno Gameiro Mascarenhas Saraiva (Gastroen-terologia)Pedro Miguel Alves Moreira Menéres (Oftalmologia)

NÚCLEO PARA A COOPERAÇÃO COM OS PAÍSESLUSÓFONOS

Maria Amélia Duarte Ferreira (Médica Professora daFMUP)

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Norte

Carla Maria Barreto da Silva Sousa Rego (Pediatria)Carlos Filipe Pinto Leite de Gonçalves Basto (MedicinaInterna)Joana Savva Bordalo e Sá (Interna Oncologia Médica)João Moreira Pinto (Interno Cirurgia Pediátrica)José Manuel de Lemos Pavão (Cirurgia Pediátrica)Vasco Rui da Gama Ribeiro (Cardiologia)

NÚCLEO PARA A REVISÃO DO CNVRAM

António Francisco Martingo Serdoura (Ortopedia)Júlio Manuel Afonso Guimarães (Anestesiologia)Nuno Maria Trigueiros da Silva Cunha (Otorrino-laringologia)

NÚCLEO PARA A REVISÃO DO ESTATUTO

Presidentes do CRNDagoberto Marílio Monteiro Moura (Medicina Geral eFamiliar)Henrique Manuel da Silva Botelho (Medicina Geral eFamiliar)José Carlos Neves da Cunha Areias (CardiologiaPediátrica)

PLATAFORMA DE OBSERVAÇÃO E ACOMPANHAMEN-TO DA SAÚDE

Adalberto Paulo da Fonseca Mendo (Neurorradiologia)Adriano da Silva Marques Cunha (Medicina Geral e Fa-miliar)José Augusto Fleming Torrinha (Patologia Clínica)José Castela Torres da Costa (Imunoalergologia)Maria Teresa Gonçalves Bragança Fernandes (MedicinaGeral e Familiar)

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Braga, Lista A

Mandatário: Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva (Professor Catedrático FMUP/Escola deCiências da Saúde da UM)

Delegado: Henrique Manuel da Silva Botelho (Medicina Geral e Familiar)

Mesa da Assembleia DistritalPresidente João Fernando Gomes da Costa e Cunha (Pneumologia)Vice-Presidente Narciso Alexandre Fernandes de Oliveira (Medicina Interna)Secretários Maria Teresa Oliveira Nogueira de Lemos (Medicina Geral e Familiar)

José Luís Carvalho da Fonseca (Pediatria)

Conselho DistritalÁlvaro Pratas Balhau Pereira (Cirurgia Geral)Jaime Franco da Rocha (Neurorradiologia)Lucinda Cerqueira Melo (Medicina Geral e Familiar)Maria Rosa Costa Marques (Medicina Geral e Familiar)Pedro Ricardo Luís Morgado (Clínica Geral)

Membros Consultivos ao Conselho RegionalAlberto Jorge Neves Bessa Peixoto (Psiquiatria)Anabela Rodrigues Correia (Imunohemoterapia)António Almeida Miguelote Castro (Medicina Geral e Familiar)António José Matos Marques (Pediatria)Artur José Queirós de Sousa Basto (Dermatologia)Carlos Henrique Calheiros da Silva Moreira (Medicina Interna)Jorge Miguel Amorim Cordeiro (Medicina Geral e Familiar)Serafim China Pereira (Clínica Geral)

Mandatário: Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva (Professor Catedrático FMUP/Escolade Ciências da Saúde da UM)

Delegado: Fernando Ferreira da Silva Andrade (Medicina Geral e Familiar)

Mesa da Assembleia DistritalPresidente António José Pereira de Andrade (Ortopedia)Vice-Presidente Hermínia Júlia Martins Milheiro de Oliveira (Cirurgia Geral)Secretários Rui Manuel Bastos Malgrand Tavares Amaral (Medicina Geral e Familiar)

Sílvia Maria Amaral da Costa (Medicina Geral e Familiar)

Conselho DistritalAntónio Óscar Vaz (Pediatria)Eugénia Maria Madureira Parreira (Medicina Interna)Marcelino da Conceição Oliveira Marques Da Silva (Medicina Geral e Familiar)Maria Manuela Sá Ferreira (Pediatria)Maria Teresa Pegado Lobo Barroso Monjardino (Medicina Geral e Familiar)

Membros Consultivos ao Conselho RegionalRaul Fernando Louro de Sousa (Medicina Geral e Familiar)

Esta Lista subscreve o Programa de Acção da Lista candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

DISTRITO MÉDICO DE BRAGA

Esta Lista subscreve o Programa de Acção da Lista candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

DISTRITO MÉDICO DE BRAGANÇA

Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Bragança, Lista A

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50 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Porto, Lista A

Mandatário: Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva (Professor Catedrático FMUP/Escolade Ciências da Saúde da UM)

Delegado: José Nelson Coelho Pereira (Cirurgia Geral)

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Isabel Maria Amorim Pereira Ramos (Radiodiagnóstico)Vice-Presidente Armando Jorge Mariz Rozeira (Dermatologia)Secretários João Carlos Bessa Cardoso (Medicina Geral e Familiar)

Margarida Maria Gomes Mota De Carvalho (Medicina Interna)

Conselho DistritalAntónio Rui Bomba Pais (Medicina Geral e Familiar)Ingride Vanessa Macedo Fernandes da Costa (Interna Medicina Interna)Jorge Manuel Roque Neves dos Santos (Anestesiologia)José Manuel Leite de Castro Fraga (Gastroenterologia)Lara Patrícia Mendes Queirós (Interna Oftalmologia)

DISTRITO MÉDICO DO PORTO

Alfredo José Correia Loureiro (Nefrologia)Alice Soledade Ribeiro Coimbra Peixoto (Imunoaler-gologia)Ana Filipa Martins Ferreira Castro (Interna OncologiaMédica)Ana Paula Tavares Branco (Ginecologia/Obstetrícia)António Aires Pereira Marinho (Oftalmologia)António Carlos Megre Eugénio Sarmento (Infeccio-logia)António Joaquim dos Santos Pereira Sá Marinho(Medicina Interna)António José Machado de Faria e Almeida Praça(Otorrinolaringologia)António José Polónia Coelho da Silva (Cirurgia Geral)António Marques da Silva (Anestesiologia)Bela Cristina Delgado Pereira (Cirurgia Geral)Carlos Manuel Vieira de Magalhães (Cirurgia Geral)Carmen Marisa Marques Gonçalves (Cirurgia Plástica)Cláudio Tomés Ramos Rebelo (Ginecologia/Obstetrícia)Gil Filipe Ramada Faria (Interno Cirurgia Geral)Isabel Margarida Moura Mesquita (Interna CirurgiaGeral)Isabel Maria Marques Aragão Fesch (Anestesiologia)João Geraldo dos Reis Correia Pinto (Estomatologia)João Paulo Ferreira Da Silva Oliveira (Nefrologia/Genética)John Rodrigues Preto (Cirurgia Geral)Jorge Madeira de Carmo e Silva (Medicina Gerale Familiar)

Membros Consultivos ao Conselho Regional

José Artur Garcia da Silva (Medicina Geral e Familiar)José Fernando Santos Almeida (Psiquiatria)José Luís Costa Lima (Medicina Geral e Familiar)José Manuel Gil Cardoso Soares de Oliveira(Cirurgia Geral)José Manuel Oliveira Teixeira (Ortopedia)Luís Almeida dos Santos (Pediatria)Manuel Luciano Correia Da Silva (Medicina Gerale Familiar)Manuel Maia de Oliveira Correia (Cirurgia Plástica)Maria Adelaide do Carmo Fernandes Pinto de Vascon-celos (Medicina Física e Reabilitação)Maria Antonieta Antunes Dias (Medicina Gerale Familiar/Medicina Legal/Medicina Desportiva)Maria de Lurdes Costa Barros (Medicina Gerale Familiar)Maria José Da Silva Antunes Machado Vaz (PatologiaClínica)Miguel Joaquim Silva Dias Galaghar (Saúde Pública)Nuno Paulo Alegrete da Silva (Ortopedia)Pedro Alexandre Simões Vendeira (Urologia)Raquel Soraia Calisto da Silva Gonçalves (InternaMedicina Interna)Ricardo Manuel Alves Monteiro Fontes de Carvalho(Interno Cardiologia)Rui Manuel Lopes Nunes (Otorrinolaringologia/ÉticaMédica)Serafim Miguel de Sousa Barreto Guimarães(Nefrologia)Venceslau José Coelho Pinto Hespanhol (Pneumologia)

Esta Lista subscreve o Programa de Acção da Lista candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

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51Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

RAZÕES DA CANDIDATURA

Três Razões fundamentais justificama candidatura desta lista para a eleiçãoaos Órgãos Sociais da Ordem dos Mé-dicos do Distrito de Viana do Castelo.

A mais relevante é sem dúvida a De-fesa da Dignidade dos Médicos eda Medicina, da Ética e da Deonto-logia desta profissão, mas também aDefesa do Direito dos Doentes àSaúde, da Promoção da Qualida-de e Autonomia da Medicina e doActo Médico, da Defesa da Eficá-cia e da Transparência dos Meca-nismos da Auto-Regulação Médi-ca, e provavelmente tão importantescomo as razões já apontadas, esta listapropõe-se Defender e Unir os Mé-dicos em particular no Distrito Médi-co de Viana do Castelo.

Nos tempos difíceis que vivemos, can-didatamo-nos também para promovera Defesa das Carreiras Médicas, aCompetência e Qualificação Mé-dicas, seja no Exercício Livre da Me-dicina, seja ao mais alto nível da Ges-

Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Viana do Castelo, Lista A

ELEIÇÕES 2011-2013

DISTRITO MÉDICO DE VIANA DO CASTELO

Mandatário: Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva (Professor Catedrático FMUP/Escola de Ciências da Saúde da UM)

Delegado: Jorge Manuel Bastos das Neves (Medicina Geral e Familiar)

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Jorge de Sousa da Veiga Torres (Cirurgia Geral)Vice-Presidente Manuel Luís Antunes Belo da Silva (Medicina Interna)Secretários Juan José Gomez Vasquez (Clínica Geral)

Luís António Pacheco de Oliveira (Medicina Geral e Familiar)

Conselho DistritalAlberto Jaime Marques Midões (Cirurgia Geral)António Nelson Gomes Rodrigues (Medicina Geral e Familiar)Diana Maria Pereira Gomes da Costa Guerra (Medicina Interna)Lourenço Fernandes Labandeiro (Pediatria)Manuel Gomes Afonso (Saúde Pública)

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDulce Helena dos Santos Leal (Medicina Geral e Familiar)Elisabete Fernandes Barbosa (Medicina Geral e Familiar)Pedro Meireles Vieira (Anestesiologia)

tão do Serviço Nacional de Saúde queé a base estruturante da organizaçãode saúde em Portugal, onde a maioriados Médicos exerce a sua actividadeprofissional.

Candidatamo-nos para Promover oDiálogo entre os Médicos, num de-bate vivo e participado, que garanta,entre pares, a continua avaliação daqualidade das práticas, Sem Intromis-sões de Terceiros estranhos à pró-pria Ordem dos Médicos, Impedin-do assim todas as Tentativas de Fa-zer da Avaliação de Desempenhoum Processo Politizado e Econo-micista.

Os princípios gerais que suportam estacandidatura são coincidentes com ospropósitos da candidatura de MiguelGuimarães a Presidente do Con-selho Executivo da Secção Regi-onal do Norte da Ordem dosMédicos e merecem, desde já, oApoio desta Lista que se apresentaaos Médicos do Distrito de Viana doCastelo empenhada e disponível para,Merecendo de Novo a Vossa Con-

fiança, dar verdadeiramente sentidoao lema:

«Unir para Agir»

No dia 15 de Dezembro Vote nes-ta lista

PROPOMO-NOS

- Concretizada a Aquisição da Se-de do Distrito Médico de Vianado Castelo importa Realizar Obraspara melhor funcionalização, criandocondições para dignificar e adequar aum Espaço Vivo e Dinâmico;

- No Distrito Médico e ainda benefici-ando do novo Espaço-Sede promovera Descentralização e Desburocra-tização das Funções Administra-tivas redefinindo novos circuitos dereferência;

- Num novo ciclo de gestão Reelegeros Delegados nos diversos locais detrabalho, nomeadamente Centros deSaúde e Unidades Hospitalares;

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52 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

DISTRITO MÉDICO DE VILA REAL

Mandatário: Joaquim Germano Pinto Machado Correia Silva (Professor Catedrático FMUP/Escola de Ciências da Saúde da UM)

Delegado: Mário Augusto Borges Mesquita Montes (Ortopedia)

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Manuel Fernandes Pinheiro (Saúde Pública)Vice-Presidente António Manuel Santos Pereira de Oliveira (Cirurgia Geral)Secretários Graça Maria de Carvalho Chaves (Medicina Geral e Familiar)

Eurico Jorge dos Santos Cardoso Gaspar (Pediatria)

Conselho DistritalAnabela Martins Morais e Cadavez (Medicina Interna)Carlos Esteves Pintado (Ortopedia)Joaquim Baptista da Fonseca (Clínica Geral)Margarida Andrade Anes Azevedo de Faria (Anestesiologia)Teresa Maria Pinto Furriel Sousa Cruz (Medicina Geral e Familiar)

Membros Consultivos ao Conselho RegionalJorge Mário Magalhães de Souza Cruz (Ortopedia)Rosa de Fátima Dinis Ribeiro (Medicina Geral e Familiar)

Candidatura aos Órgãos Distritais do Distrito Médico de Vila Real da Secção

Regional do Norte da Ordem dos Médicos Triénio 2011-2013

- Manter a Vigilância do ExercícioTécnico da Medicina e o cumpri-mento da Deontologia Médica. Re-forçar o Apoio do gabinete Jurídi-co da Ordem aos médicos do distritode Viana do Castelo;

- Manter e Reforçar a Proximida-de com outras Instituições de índoleProfissional, Sóciocultural eDesportivas promovendo e apoiandoa realização de iniciativas conjuntascomo aconteceu nas parcerias com a

Ordem dos Advogados, dos Enge-nheiros, dos Economistas e com oCentro Cultural do Alto Minho,numa afirmação da Universalidadedo desempenho da Ordem dos Mé-dicos.

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Viana do Castelo, Lista A

Candidatura aos Órgãos Distritais SRN – Vila Real, Lista A

Na candidatura para o triénio 2005-2007 assumimos o compromisso deconcretizar a criação de um espaçoespecífico para os médicos, Sede doDistrito Médico de Vila Real.

Este objectivo foi conseguido com ainauguração da Sede de Vila Real, em27 de Novembro de 2007, encon-trando-se desde então aberta duasvezes por semana com apoio admi-nistrativo.

Foi ainda promovida a sua dinamizaçãopara que cada vez mais seja um localde encontro, informação e formaçãode todos os médicos, aglutinador de

discussão dos inúmeros problemas queo médico como profissional e pessoaenfrenta todos os dias.

Actividades desenvolvidas:

- Curso de Directores de Serviço;- Debates sobre Carreiras Médicas eGestão de Serviços de Saúde;- Encontros e cursos sobre temas cien-tíficos;- Exposição de pintura;- Eventos sociais;- Encontros lúdicos.

Mantemos a defesa dos princípios quenos regem, a saber:

- Dignificar a profissão do médi-co;- Defender as carreiras médicas;- Contrariar o crescimento da ins-tabilidade profissional;- Promover formação actualiza-da em temas de interesse reco-nhecido;- Promover eventos sociais elúdicos;- Promover parcerias com outrasassociações profissionais de âm-bito cultural, desportivo ou lazer.

Contamos com o seu apoio para con-tinuar aDefender e Unir os Médicos

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54 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Programa de Acção

- Aos Colegas que acham que a Ordemnão devia existir e que só existe para co-brar quotas;

- Aos Colegas que acham que a Ordemnada faz, mas nem sequer fazem a míni-ma ideia do que é que a Ordem faz;

- Aos Colegas que acusam a Ordem detudo, até de não fazer aquilo que, esta-tutária e legalmente, lhe está vedado;

- Aos Colegas que acham que a Ordemnão devia exercer o poder disciplinar pas-sando-o para os Tribunais;

- Aos Colegas que fazem acusações nacomunicação social mas não participamno seu órgão máximo, a Assembleia Regio-nal, para os discutir;

- Aos Colegas que só se lembram que aOrdem existe quando há eleições;

- Aos Colegas que acham que a Ordemdevia fazer muito mais, mas não estãodisponíveis para trabalhar na Ordem;

- Aos Colegas que acompanham a Or-dem de forma criticamente construtiva;

- Aos Colegas que sabem exactamente oque significa trabalhar na Ordem;

- Aos Colegas que acreditam que a Or-dem pode continuar a melhorar;

- Aos Colegas que, apesar de tudo, achamque a Secção Regional do Centro da Or-dem está a trabalhar bem,

A TODOS os Colegas,

Está a terminar o triénio em que a lis-ta «Manter o Rumo, Manter a Diferen-ça» foi responsável pela gestão da Sec-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

ção Regional do Centro da Ordem dosMédicos (SRC-OM).Podemos afirmar que foi um triéniobastante agitado, em que cedo a suces-são do Bastonário minou a confiançamútua necessária para um trabalhoprofícuo do Conselho Nacional Exe-cutivo.

Os episódios estão documentados naROM e a responsabilidade dos seus au-tores também, para quem queira jul-gar com conhecimento de causa. Nãonos referimos, como é óbvio, aos quenão querendo conhecer os factos seapressaram a acusar, e até a mentir,em órgãos de comunicação que nãoos da Ordem. Curiosamente os mes-mos colegas, agora em lista opositora,que não compareceram na AssembleiaRegional expressamente convocadapara tal e que ao anunciarem a suacandidatura na comunicação social semostravam indignados com o «lavarde roupa suja com que os actuais diri-gentes se digladiam na praça pública»(Diário de Coimbra 17/12/09).

A leitura da documentação disponibi-lizada aos médicos torna claro quemusou a mentira para tentar descredi-bilizar uma intenção de candidatura aBastonário por contrariar planos pre-viamente elaborados. Cedo começaram«as alianças» a inquinar o trabalho dumcolectivo. Quem ler as actas do Conse-lho Nacional Executivo, que são públi-cas, poderá apreciar e julgar o compor-tamento da Secção Regional do Cen-tro, sempre coerente, e que em muitasocasiões foi o esteio do seu funciona-mento. Quem participou nos Plenári-os dos Conselhos Regionais tambémo pode comprovar.

Pelo nosso lado estamos tranquilos eplenamente convictos de que a actua-ção dos membros do Conselho Regio-

nal do Centro se pautou pela defesada verdade e do bom nome e indepen-dência da Ordem dos Médicos. Restaagora aos órgãos próprios apreciar ejulgar as matérias em causa.

Estas breves notas significam que o tra-balho foi difícil mas que se conseguiu,apesar de tudo, defender os objectivosdefinidos no Programa que apresentá-mos a sufrágio nas últimas eleições.

Este triénio, com dois Ministros da Saú-de, caracterizou-se por constantes avan-ços e recuos, num ataque à Ordem eaos Médicos e à sua autonomia indomesmo até à utilização dos tribunais paraameaçar e condicionar a OM na sua in-dependência. Relembremos alguns:

- Condenação da OM a pagar mais deduas centenas de milhar de euros peloprocesso levantado pela Autoridade daConcorrência contra a Tabela de No-menclatura e de Valorização dos ActosMédicos, estando ainda o CNE a pon-derar um eventual recurso para oTribunal Europeu;

- Ameaça de alterar o nosso CódigoDeontológico por via judicial, intençãogorada pois a Ordem soube revê-lo eactualizá-lo em tempo útil;

- Não revisão da receita médica exigidapela Ordem, apesar de anúncio públi-co feito há quase três anos pelo entãoMinistro Correia de Campos, no Con-gresso Nacional de Medicina;

- Proposta de definição do Acto Médi-co ... na gaveta ministerial;

- Criação de novas Faculdades de Me-dicina, com cursos de tipologia discutí-vel, contrariando a Ordem;

- Publicação de Diploma através do

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista A

DEFENDER OS MÉDICOS, OS DOENTESE A SAÚDE COM INDEPENDÊNCIA

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55Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Mandatário: Prof. Doutor Adriano Supardo Vaz SerraDelegado: Dr. Carlos Abílio da Costa Ferro

Mesa da Assembleia RegionalPresidente Profa. Doutora Catarina Isabel Neno Resende de OliveiraVice-Presidente Dr. Paulo Henrique Lages Coelho dos Santos1º Secretário Dr. João Carlos Araújo Morais2º Secretário Dra Beatriz Gusmão Pinheiro

Conselho RegionalDr. Fernando Manuel da Conceição GomesDr. José Ávila Rodrigues CostaDra Maria Teresa Gomes Fernandes LopesDra Maria dos Prazeres Gomes Figueiredo Reis Teixeira FranciscoDra Ana Sofia Bento de MatosDr. António Carlos de Paiva RamalheiraDr. António Manuel Pinto Brochado Moreira de MoraisDr. Bruno Alexandre Paulo dos Santos AlmeidaDr. Jorge Miguel Eva MiguéisDra Maria Filipa Cabral Antunes de Seabra PereiraDra Paula Cristina Aires Coutinho Figueira da Silva

Conselho FiscalPresidente Prof. Doutor José Humberto Santos Paiva de CarvalhoVogal Dra Ana Maria Amaro Soares Torres de AlmeidaVogal Dr. João José Santiago Alves Correia

Conselho DisciplinarDra Almerinda da Purificação Freitas Rodrigues MarquesDr. Décio Bernardino Pereira de SousaDr. José Manuel Morgado PereiraDr. José Manuel Pacheco PortelaDra Maria Zaida Monteiro Pereira Fernandes

Candidatura ao Conselho Regional do Centro

ELEIÇÕES 2011-2013

qual o Sr. Ministro da Ciência, Tecno-logia e Ensino Superior quer obrigar aOrdem a inscrever como médicos ospossuidores dum documento onde estáaposto um carimbo garantindo estardepositada na Direcção-Geral do En-sino Superior ou nas Reitorias a certi-ficação das licenciaturas, sem o prévioreconhecimento da validade e adequa-ção dos cursos feito pelas Faculdadesde Medicina portuguesas como man-dava a lei;

- Importação de médicos sem qualifi-cações adequadas para exercerem emPortugal;

- Alteração das condições de obten-ção da reforma que motivou uma cor-rida às aposentações do SNS, aliada àoferta dum sector privado florescentee remuneratoriamente mais atractivo;

- Não publicação do diploma de ex-tensão do Acordo Colectivo de Traba-lho a todos os médicos;

- Bloqueios na chamada Reforma dosCuidados Primários, que avança lenta-mente e com uma manifesta tentativa derecuperação do controlo centralizador.

A estas circunstâncias juntam-se odesalento e o descrédito com quemuitos colegas encaram a chamada«nova gestão», mais preocupada com«números» do que em tratar doentescom qualidade, a tempo e a horas.

Com a introdução dos Contratos In-dividuais de Trabalho, sujeitos ao Có-digo do Trabalho, os médicos vêem osseus lugares nas carreiras extintosquando vagam. Foi fundamental, aqui,o papel das duas estruturas sindicaisao negociarem a publicação dos doisdecretos das carreiras e ao iniciarema discussão e aprovação dum ACT. Se-gundo declarações sindicais, a conti-nuação dos trabalhos encontra-se blo-queada no Governo com o importan-te capítulo das remunerações. Tambémaqui existiram entraves ao entendimen-to da Ordem com as estruturas sindi-cais o que levou a atitudes de crispa-

ção e até tentativas de impedimentoda promulgação dos decretos das car-reiras. A actuação dos membros da Sec-ção Regional do Centro foi de granderelevância prática no sentido de se ul-trapassar esta situação.

A Ordem dos Médicos tem necessaria-mente que ter um relevante papel nadefesa da Qualidade da Medicina, de-fendendo assim os portugueses em ge-ral e os médicos em particular. E maiorrelevância tem este papel quando as-sistimos, em vários países do espaçoeuropeu e já também entre nós, a ten-tativas de retirar às Ordens dos Médi-cos os poderes que delas fazem a ga-rantia dessa Qualidade, que começa naformação dos futuros médicos e se apro-funda no exercício da Medicina.

Ao candidatarmo-nos ao ConselhoRegional do Centro da Ordem dos Mé-dicos pretendemos colocar o nossovoluntariado e a nossa experiência aoserviço dos Médicos, em coerência coma nossa prática de sempre.

A equipa que agora manifesta o firmepropósito de se candidatar congregaquem já tem provas dadas do seu em-penho ao longo dos anos, atingindoos desideratos acima referidos e reno-va-se com a responsabilização de maisjovens.

Mantemos as razões porque anterior-mente nos candidatámos:

- Nas palavras, nos actos e nas inter-venções, a SRC-OM foi e será intran-

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56 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

sigentemente INDEPENDENTE departidos, sindicatos, associações, or-ganizações ou grupos de pressão;

- Continuaremos a ser, sempre quenecessário, polémicos, críticos e con-tundentes, para dentro e para forada Classe, num exercício de liberda-de responsável, mesmo que tenhamosque ser incómodos para alguns oupara alguém. É exactamente assimque pretendemos continuar a ser,pensadores e actores livres, descom-prometidos, objectivos e acutilantes.Para uma SRC-OM «obediente»,silenciosa e anódina terão deescolher outros;

- Enquanto muitos, apesar das suasresponsabilidades, se refugiaram emestranhos e comprometedores silên-cios, estivemos e estaremos critica-mente presentes. Enquanto alguns,sem dizer como, afirmam querer umaOrdem ainda mais crítica nunca ten-do a coragem de aparecer em públi-co, nós demos e daremos a cara pe-los Médicos e pelas nossas convic-ções!;

- Defendemos o Serviço Nacionalde Saúde e não a sua destruição, acoabitação com a iniciativa privada,com regras claras e transparentes, aigualdade de direitos e deveres nosistema público e privado e a livreescolha do cidadão. Não aceitaremosum SNS desqualificado para os demenores recursos económicos;

- Combateremos proactivamente,dentro das nossas competências, pelaqualidade do exercício da me-dicina não alinhando num silênciocolaboracionista dos que, sendo mé-dicos, pretendem sacrificá-la aoseconomicismos em moda, em trocade umas migalhas de poder. Isto sig-nifica que defendemos uma gestãoque contrarie o desperdício, queoptimize os recursos, mas que tenhana realidade, e não em expressõesocas, o doente no centro do proces-

so. Simultaneamente continuaremoscom persistência e tenacidade a lu-tar por uma Lei do Acto Médico;

- Pugnaremos para que a defesa daqualidade da prática da medici-na esteja sempre presente nas refor-mas dos Cuidados Primários e dosCuidados Hospitalares numa épocaem que a escassez de recursos hu-manos pode levar a «soluções» ina-dequadas quer para os doentes, querpara os profissionais;

- Comprometemo-nos a manter apostura responsável que já evitougraves prejuízos para a Classe Médi-ca, a paralisação e a descredibilizaçãoda própria Ordem. Foi e será esta apostura que manteremos no futuro,caso sejamos eleitos, respeitando etrabalhando com lealdade com oBastonário e os outros ConselhosRegionais que vierem a ser livremen-te eleitos pelos médicos;

- Manteremos as «PresidênciaAbertas» como mais uma forma deestreita colaboração com os Con-selhos Distritais que deverão as-sumir cada vez mais responsabilida-des nos seus distritos;

- Optámos, como anteriormente, porsó apresentar lista ao ConselhoDistrital de Coimbra. O seu entro-samento com o Conselho Regionalrepresentou uma enorme mais valiapara o trabalho da e na Ordem. Ficadada a garantia de total colaboração,e igual empenho no relacionamento,com todas as listas eleitas nos distri-tos, como comprovadamente temsido a nossa prática. A informati-zação das Distritais está quaseconcluída, sendo os atrasos em duasdelas alheios à nossa vontade e ex-teriores à Ordem. Esta informatiza-ção para além de facilitar aos médi-cos o acesso local a documentos irátambém permitir uma maior troca deinformação entre o Conselho Regio-nal e os Conselhos Distritais;

- Manteremos o programa de visi-tas aos nossos colegas mais ido-sos, os mais esquecidos dos Médi-cos, que nos recordam as suas me-mórias e as raízes da Medicina e aquem levaremos as nossas homena-gens, o nosso reconhecimento, a nos-sa presença e o nosso carinho;

- Continuaremos a dar apoio aos mé-dicos com dificuldades de saúde atra-vés do PAIM (Programa de ApoioIntegrado ao Médico), garantindo umapoio adequado a quem dele neces-sita;

- Prosseguiremos na concretizaçãodessa grande obra que iniciámos eque designámos Aldeia do Médico,empreendimento regional com pro-jecção nacional. Entendemos, contu-do, no actual CR, suspender o con-curso internacional de arquitecturatendo em conta não só a proximida-de das eleições de 15 de Dezembro,mas também o respeito que nos me-recem os colegas concorrentes à SRC.Porém queremos REAFIRMARque connosco o processo iráavançar, como foi o desejo expres-so pela maioria dos colegas em in-quérito e como tem sido o nossoconstatável empenho;

- Continuaremos a desenvolver umaactividade cultural e científica,em colaboração com o Conselho Dis-trital de Coimbra e com as activida-des dos outros Conselhos Distritaisque sempre apoiaremos e com quemcolaboraremos quando para tal soli-citados. Promoveremos mais e me-lhores acções e cursos de forma-ção. Continuaremos a dar o nossoapoio ao Grupo Coral da SRC-OMque com o Maestro Virgílio Caseirojá actuou fora de portas e espera-mos que esta ideia, que em bom tem-po concretizámos, continue o seubom trabalho;

- Continuaremos a estimular e apoi-ar as iniciativas dos médicos mais jo-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

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57Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

vens que se têm revelado úteis e im-portantes, e de que é exemplo aMOSTREM;

- Continuaremos a colaborar comorganizações dos médicos, Sindica-tos e Associações Médicas, no âmbi-to dum Fórum Regional, visandoapreciar e propor actuações conver-gentes para a resolução de proble-mas de âmbito regional no claro res-peito das funções de cada estruturaenvolvida;

- Procuraremos, cada vez mais, abrira Ordem aos cidadãos com a con-cretização de parcerias, sessões pú-blicas de divulgação e outras reali-zações. Continuaremos o profícuorelacionamento com as outrasOrdens, a nível regional;

- Comprometemo-nos a dar uma res-posta cada vez mais rápida às solici-tações dos médicos, nomeadamentereforçando o Departamento Ju-rídico e criando formas rápidas eexpeditas de esclarecimento por viaelectrónica;

- Continuaremos a assegurar umagestão transparente e rigorosados dinheiros da Ordem;

- O Boletim da Secção Regionaldo Centro continuará a ser publica-do e tentaremos dar-lhe um nível su-perior ao que já atingiu, sendo a ma-

nutenção da sua inclusão na ROMdependente das garantias que vier-mos a ter sobre o futuro da mesma.Certo será que incluso ou individua-lizado ele continuará aberto, comosempre, à colaboração dos médicos;

No âmbito nacional destacamoso nosso compromisso em:

- Pugnar por uma alteração dos Es-tatutos da Ordem que permita,entre outras, a agilização do funcio-namento do Conselho Nacional Exe-cutivo, a melhoria do funcionamen-to dos Conselhos Disciplinares, acorrecção de algumas distorções naatribuição de poderes ao Presiden-te do CNE e uma modificação nasatribuições dos Colégios de Especi-alidade dotando-os de poderes efec-tivos;

- Continuar e procurar agilizar a atri-buição de Benefícios do Fundo deSolidariedade aos familiares doscolegas falecidos, obra meritória e tãodesconhecida dos médicos em geral;

- Defender proactivamente a defini-ção legal do Acto Médico, cujainexistência tem levado a situaçõesde conflito no exercício face a ou-tras profissões da área da Saúde;

- Defender as Carreiras Médicas,em articulação com as estruturas re-presentativas dos médicos, nomeada-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

mente garantindo que a progressãodos médicos nos diversos graus seráefectivada pelos seus pares e com oreconhecimento da Ordem dos Mé-dicos. Consequentes com a defesados médicos e dos doentes seremosproactivos, na defesa da qualidadeda medicina, na oposição às pre-tensões de utilização de mão de obraindiferenciada e de recurso a inter-natos «voluntários»;

- Defender o Serviço Nacional deSaúde como garante constitucionalfundamental e estruturante do nos-so sistema de saúde.Por tudo isto propomo-nos defen-der inflexivelmente a independênciae unidade da Ordem, que preten-demos inclusiva, e continuar a elevá-la a um irredutível bastião e parcei-ro na defesa da verdade e transpa-rência na reforma da Saúde, na pre-servação do SNS, na manutenção doacesso universal e socialmente equi-librado e justo de todos os cidadãosao SNS e da qualidade da práticamédica, pública e privada, na mo-dernização e dignificação das Car-reiras Médicas, na assunção de fun-ções de verdadeiro Provedor doDoente.

Em suma, comprometemo-nos a con-tinuar a dar o melhor da nossa ex-periência e das nossas capacidadesna defesa e na dignificação do querepresenta SER MÉDICO.

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58 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Programa de Acção

À Ordem dos Médicos compete:

1. Defender a ética, a deontologia ea qualificação profissional médicas,a fim de assegurar e fazer respeitaro direito dos utentes a uma medici-na qualificada;

Vivemos hoje tempos em que se adivi-nham profundas transformações dasociedade. A instabilidade económicae social necessita de uma Ordem dosMédicos consciente e capaz de conser-var os princípios e os valores ances-trais que norteiam a actividade médi-ca desde há séculos: a honradez, a ho-nestidade, a responsabilidade, a gene-rosidade, a nobreza de carácter.

A prática médica é uma actividade que,apesar de necessariamente se reger porregras económicas, tem linhas de con-duta ética próprias. Nos tempos queatravessamos, de evidentes dificulda-des económicas e financeiras do Esta-do, a Ordem dos Médicos tem umaresponsabilidade particular na defini-ção e controlo do rigor técnico-cientí-fico e deontológico da Medicina emPortugal.

O papel da OM passa sempre porgarantir às populações os melhorescuidados de saúde, mantendo umsaber médico moderno e honrandoo percurso ascendente da MedicinaPortuguesa nas últimas décadas, cu-jos indicadores, ao contrário de ou-tros sectores sociais, têm alcançadouma boa prestação no panorama in-ternacional.

2. Fomentar e defender os interes-ses da profissão médica a todos osníveis, nomeadamente no respei-tante à promoção sócio-profissional,à segurança social e às relações detrabalho;

Desde a fundação do SNS, os médicostêm sido, duma forma entusiasta e de-dicada, o seu principal suporte. Têmimpedido a sua ruptura: empenhando-se nos serviços, suportando ritmos detrabalho alucinantes, realizando tare-fas que tantas vezes não se enquadra-riam nas suas funções.

Embora se assista à disseminação pro-gressiva de profissionais de outras áreasna gestão das unidades de saúde, com oafastamento progressivo dos médicosmais competentes na respectiva área, doscentros de decisão, é aos médicos que éatribuída, perante a opinião pública, aresponsabilidade pela ineficiência do sis-tema, pelo desperdício, pelos erros deorganização e administração.

Esta prática tem levado à transforma-ção dos médicos em funcionários passi-vos e submissos, através do controlo daschefias e «proletarização» do trabalhomédico. Temos assistido ao desprezo naimplementação das carreiras médicas, aodesinteresse pela formação médica, àfalta de estímulos pelo mérito ou pelafalha, conduzindo à elevada percentagemde profissionais que se deixaram cairnum trabalho rotineiro, sem horizontesnem esperança no futuro, com aconsequente desmotivação, ansiedadecrescente e desconcertante apatia, queos leva a abandonar o sistema.

É fundamental o papel da Ordem dosMédicos no aperfeiçoamento dos con-textos organizativos do exercício pro-fissional. É necessário devolver o pres-tígio a uma prática médica competen-te, responsável e empenhada. Para isso,a Ordem tem de se impor entre osseus parceiros de gestão em saúde, nãoprescindindo das suas funções nemabdicando das suas obrigações.

3. Promover o desenvolvimento dacultura médica e concorrer para oestabelecimento e aperfeiçoamen-

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista B

A Ordem somos todosto constante do Sistema Nacional deSaúde, colaborando na política naci-onal de saúde em todos os aspectos,nomeadamente no ensino médico ecarreiras médicas.

As mudanças bruscas e radicais a quetemos assistido nos últimos tempos,que colocam em causa as bases estru-turais do SNS, impõem aos médicosobjectivos inatingíveis e condições detrabalho deploráveis.

Esta exacerbação do trabalho, a insen-satez dos objectivos, a anarquia da ges-tão, a falta de clareza das prioridadesestratégicas dentro das unidades desaúde, a constante introdução e alte-ração de regras administrativas e denormas e procedimentos, a inconsisten-te nomeação de chefias e de organi-gramas funcionais nos serviços, tudoisto transforma o SNS numa estruturadesmotivadora para os médicos e ge-radora de desapontamento e frustra-ção para os utentes.

O furor legislativo de revogação e subs-tituição de leis e diplomas, duma formamais ou menos sub-reptícia, vai prepa-rando a introdução duma nova organi-zação na saúde, em que o papel do mé-dico e das estruturas organizativas queapoiam as «velhas» perspectivas de soli-dariedade e de humanização do SNS, vãosendo substituídas paulatinamente pororganizações dependentes do Estado,com uma perspectiva mais economicista,de que são exemplos a Entidade Regu-ladora da Saúde ou a Inspecção Geralde Actividades da Saúde.

Cabe à Ordem dos Médicos procederao equilíbrio entre a qualidade da ges-tão e a qualidade da clínica na políticada saúde em Portugal. Com uma Or-dem dos Médicos fraca, assistimos àsupremacia da vertente administrati-va/economicista da saúde em detrimen-to da qualidade do Acto médico. É, por

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

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59Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Mandatário: Prof. Doutor Américo Manuel da Costa FigueiredoDelegado: Prof. Doutor Duarte Nuno Pessoa Vieira

Mesa da Assembleia RegionalPresidente Prof. Doutor Joaquim Carlos Neto MurtaVice-Presidente Dr. Rui Artur Coutinho da Silva Nogueira1º Secretário Dr. Jorge Humberto Moura Pinto Tomaz2º Secretário Dr. Paulo Adalberto Ribeiro de Menezes Antunes

Conselho RegionalDr. Francisco Agostinho Rôlo Marques de OliveiraDr. António Manuel da Silva MarquesDr. António Augusto de Almeida VieiraDra Carla Sofia Rodrigues SerraDr. Carlos José Faria Diogo CortesDr. Cesário Ilídio Andrade SilvaDr. Francisco José Palma Maio de MatosDr. José Guilherme Lopes Rodrigues TralhãoDra Isabel Maria dos Santos LuzeiroDr. João Carlos Gomes Silva RibeiroDra Paula Cristina Silva Dias Sanches Pinto Alves

Conselho FiscalPresidente Prof. Doutor José Manuel Borges do Nascimento CostaVogal Dr. Luís Carlos Januário dos SantosVogal Dr. Mário Manuel Chaves Loureiro

Conselho DisciplinarDr. Frederico Fernando Monteiro Marques ValidoDr. António Maria Vieira PiresDr. Carlos Augusto Castelo-Branco OrdensDr. Júlio Fortunato Marques Soares LeiteDra Rosa Maria Crespo Ramalho Alves

isso, fundamental reforçar a influênciapolítica da Ordem. Para proveito dosprofissionais, mas fundamentalmentepara proveito dos utentes do SNS.

Por isso, defendemos uma renovaçãoprofunda no modelo institucional e fun-cional da Ordem dos Médicos: umaOrdem mais adaptada às novas exigên-cias, modernizada nos equipamentos efuncionalidades, melhorada nas suascompetências, com um perfil profissio-nal nos procedimentos administrativos,é fundamental para cumprir as respon-sabilidades que lhe são exigidas.

4. Dar parecer sobre todos os assun-tos relacionados com o ensino, como exercício da medicina e com a or-ganização dos serviços que se ocu-pem da saúde, sempre que se julgueconveniente fazê-lo, junto das enti-dades oficiais competentes ou quan-do por estas for consultada.

Compete à Ordem dos Médicos desen-volver e avaliar a prática médica a todosos níveis, emitir opinião sobre o ensinopré e pós-graduado da Medicina, na de-fesa do rigor científico e da sua qualidadepela garantia de uma supervisão e credi-tação credíveis das acções de formação.

Esta acção dinamizadora global possi-bilita não só uma melhoria dos cuida-dos prestados como também um in-cremento significativo no desempenhoe confiança das equipas médicas.

A acção da Ordem dos Médicos devereflectir-se na melhoria contínua doscuidados de saúde, na actualização per-manente dos conhecimentos técnico-científicos e no aperfeiçoamento dopapel do médico nos contextos organi-zativos do exercício profissional.

Cada vez mais, as deficientes condiçõesde trabalho em que os médicos reali-zam a sua actividade condicionam oerro e a insatisfação profissional.

Compete à Ordem, junto das autori-dades competentes, ser a voz activa eactuante na promoção e garantia da

melhoria de qualidade dos sistemas desaúde. Para isso, devem ser assegura-dos, nas condições contratuais dosmédicos, planos de formação contínua,como forma de actualização regular edesenvolvimento profissional.

Por outro lado, é nossa convicção queo desemprego médico, previsível coma actual política de ingresso nas Fa-culdades de Medicina, não melhoraráa qualidade da prática médica (embo-ra melhore, de acordo com as regrasdo mercado, os lucros dos emprega-dores) pelo que deve a Ordem pro-mover o levantamento e avaliação dasreais necessidades de médicos no País,como suporte para a adequação donúmero de vagas de ingresso nas Fa-

culdades de Medicina e nas diversasEspecialidades.

5. Velar pelo exacto cumprimento dalei, do presente Estatuto e respecti-vos Regulamentos, nomeadamenteno que se refere ao título e à profis-são de médico, promovendo proce-dimento judicial contra quem o useou a exerça ilegalmente.

A Ordem dos Médicos tem como mis-são a defesa da qualidade de presta-ção de cuidados de saúde, tanto doponto de vista individual, como atra-vés das linhas estratégicas globais dapolítica de saúde, assente num sistemanacional de saúde que reforce a digni-dade, a autonomia e consequentemen-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

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60 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

te a responsabilidade do acto médico.

Numa altura de mudança pré graduadaimposta pelas regras de Bolonha, exis-tem neste momento médicos licenciadose médicos com mestrado integrado. Poroutro lado, mestres pós Bolonha con-correm em vantagem com médicos li-cenciados pré Bolonha. Urge criar me-canismos de equivalência a nível decontratações e progressão profissional.

A formação profissional contínua é im-portante na manutenção da qualidadeda medicina. Todos os médicos devemser valorizados pelo seu empenho quer

como formandos quer como formado-res. Há que garantir, aos colegas inter-nos, as melhores condições para a suaformação e motivação, promovendo oseu envolvimento nas atribuições deidoneidades formativas.

Assistimos hoje, em Portugal, a umarealidade em que o médico licencia-do/especializado vê a sua relação como doente que o procura, influenciadae manipulada, legalmente, por váriosoutros profissionais (administrador, far-macêutico e outros) enquanto uma mi-ríade de cidadãos, sem formação emMedicina, se apresentam como profis-

sionais de saúde sem qualquer con-trole de qualidade!

Não permitir que qualquer outra enti-dade emita – sem prévia consulta daOrdem – opinião sobre assuntos rela-cionados com o ensino pós graduado,o exercício da medicina ou a organi-zação dos serviços de saúde é um dosobjectivos fundamentais da Ordem dosMédicos, para salvaguarda da saúde daspopulações.

Defendemos a necessidade de uma qua-lificação profissional médica, para a prá-tica de todo e qualquer Acto Médico.

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Centro

Foi recentemente apresentado na Salade Conferências do Hospital de DonaEstefânia, Lisboa o terceiro e últimovolume da obra intitulada TRATADODE CLÍNICA PEDIÁTRICA cujo edi-tor-coordenador é o médico-pediatraProfessor João M. Videira Amaral, Ca-tedrático Jubilado da Faculdade deCiências Médicas da UniversidadeNova de Lisboa e Director ex-officioda Clínica Universitária de Pediatriado referido hospital. No prefácio, quetem a assinatura do Professor NunoCordeiro Ferreira (figura de prestígioe decano da Pediatria portuguesa, comquem o coordenador-editor trabalhou,quer no Hospital, quer na Universida-de) é referido, logo no início: «Há mui-to que se sentia em Portugal a falta deum tratado de clínica pediátrica…»De facto, atendendo às característicasdo livro, e à «abrangência com queintencionalmente o livro foi concebi-do…», parafraseando o editor-coorde-nador no capítulo inicial de Apresenta-ção, pode considerar-se o primeiro tra-tado devotado à Medicina da Criança

Livros

e Adolescente, publicado em Portugal.De cariz prático, são abordados, comuma linguagem simples e acessível, eem estilo linguístico uniforme, os tópi-cos fundamentais da clínica pediátricana actualidade, de complexidade vari-ável, quer no âmbito do ambulatório,quer da prática hospitalar.Concretizado com a colaboração decerca de 170 autores convidados, namaioria nacionais, o livro é apresenta-do em três volumes, compreendendo32 partes e 374 capítulos, o que per-faz um total de 2072 páginas, em pa-pel de boa qualidade e aspecto atrac-tivo. Por razões didácticas, vislumbra-se a intenção do editor-coordenadorem considerar, para cada nosologia, ainclusão de alíneas, tais como, «defini-ção, importância do problema, aspec-tos epidemiológicos, etiopatogénese,manifestações clínicas, diagnóstico, tra-tamento, prevenção e prognóstico». Desalientar que os textos são acompanha-dos de figuras, quadros, organogramas,fotografias exemplificativas a cores, easpectos de diversos exames imagio-lógicos. Toda a iconografia apresenta-da decorre da experiência dos auto-res e, na sua maioria, fazendo parte doacervo do Núcleo Iconográfico do Hos-pital de Dona Estefânia. A bibliografiaseleccionada, que encerra cada capí-tulo ou parte, poderá contribuir paraesclarecimento complementar do lei-tor interessado.Cada volume é precedido de um glossá-rio e de tradução de abreviaturas uti-

lizadas nos textos. O No final do 3ºvolume, para além de um índice remis-sivo exaustivo (com 24 páginas a trêscolunas), inclui-se uma parte intituladaAnexos, onde são apresentados quadroscomplementares dizendo respeito avalores de referência sobre parâmetroslaboratoriais não citados nos diversoscapítulos, tabelas de conversão, fórmu-las e escalas utilizadas em reanimação,assim como informações úteis sobre do-enças infecciosas e Pediatria Social.Esta obra (na sua 1ª edição, em versãonão comercial, patrocinada e distribuí-da por Abbott Laboratórios, Lda) temcomo principais destinatários estudan-tes de Medicina e de áreas relacionadascom as Ciências da Saúde, internos declínica geral e de pediatria, pediatras ge-rais, médicos de família, assim como pro-fissionais de saúde interessados na Me-dicina da Criança e do Adolescente.De acordo com as palavras do editor-coordenador «o conteúdo foi escritoem espírito de missão por todos osautores», esperando-se que possa «con-tribuir para a saúde da criança e ado-lescente, e da comunidade em geral.

Page 53: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

62 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Propõe como Plano de Acção:

1. Sensibilizar para envolver

É nosso propósito promover, in-centivar e partilhar a organizaçãode colóquios, conferências, fórunsde debate, reuniões periódicas,exposições, espectáculos e outrasiniciativas que, pela sua actualida-de/visibilidade/qualidade, congre-guem os Médicos e outros mem-bros da comunidade em torno:

- Do esclarecimento sistemático dostemas que dizem respeito ao caráctersócio-profissional da sua actividade- Da formação e actualização técnicas e cien-tíficas, com clara metodologia pedagógica- Da arte e da cultura, como veículoscivilizacionais ímpares à compreensãomultifacetada do Homem de hoje.Sempre que possível faremos do espa-ço da Ordem um Centro privilegiadode convívio.

Mandatário: Dr. Francisco Ferreira Lopes CamõesDelegado: Dr. Artur Manuel Restani Graça Alves Moreira

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Dr. João Francisco da Paula TerrívelVice-Presidente Dr. José António Madail Ratola1º Secretário Dr. António Luís da Conceição Cardoso2º Secretário Dr. António Manuel Frias Coutinho

Conselho DistritalDra Constança Maria Tipping Bettencourt da Câmara de MirandaDra Maria Elvira de Magalhães Vilela Pires RitoDra Maria João Parracho VidalDra Marta Isabel Braz Parada Coutinho de CarvalhoDr. Luís Manuel Ferreira Elias Lopes

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDr. António Frederico Ramos de Morais CerveiraDr. António Carlos da Cruz MaiaDr. Manuel Nunes Simões dos SantosDra Maria de La Salette Figueiredo de Matos

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Aveiro, Lista B

A LISTA ao Conselho

Distrital da Ordem

dos Médicos2. Mobilizar para responsabilizar

É nosso objectivo colocar o Conse-lho Distrital à disposição dos Médicos,bem como manter uma estreita e pro-fícua colaboração com os ConselhosRegional e Nacional com o intuito de:

- Defender as prerrogativas de cadaMédico na defesa do seu estatuto pro-fissional quando ao serviço de institui-ções públicas ou privadas- Promover um relacionamento privilegi-ado com os diversos interlocutoresinstitucionais de forma a defender osMédicos nos diversos palcos em que hojesão agentes, assim como contribuir parao esclarecimento e resolução célere e justados problemas com que se deparem- Pugnar pela defesa das Carreiras Mé-dicas e pelo bom nome dos Médicos.

3. Humanizar para dignificar

É nosso desiderato procurar for-

mas de colaboração e de coopera-ção interinstitucional, bem como,criar sinergias que permitam:

- Melhorar a acessibilidade dos doen-tes aos cuidados médicos de que, efec-tivamente, carecem- Promover e incentivar, em concerta-ção com entidades representativas detodas as partes, as melhores formas decombate aos constrangimentos concre-tos detectados- Procurar as melhores soluções, osmeios tecnológicos mais apropriadose as condições estruturais adequadaspara a prática de Medicina de qualida-de e excelência, assim colaborandocom as instituições dos sectores pú-blico, privado e social que a tal se dis-ponham- Colaborar na procura de formas dearticulação mais eficientes entre Cui-dados Hospitalares, Cuidados Primá-rios, Cuidados Continuados e SaúdePública- Pugnar pela implementação e redi-mensionamento das Unidades da RedeNacional de Cuidados ContinuadosIntegrados necessárias ao Distrito daAveiro- Protocolar com a Universidade deAveiro planos que integrem os recur-sos tecnológicos e humanos existen-tes e que constituam respostas ade-quadas e inovadoras a problemas desaúde diagnosticados na comunidadeque mutuamente servimos

4. Prestigiar e reconhecer

É pois imprescindível assumiruma postura concertada, coesa econsistente de independência emrelação a interesses estranhos ànossa autonomia técnica e cien-tífica, assim como, criar as con-dições que permitam a todos osMédicos encararem a sua nobreprofissão, de autêntica servidãohumana, sem peias ou medos emrelação ao futuro.

Por isso, é nossa pretensão:- Contribuir para o justo reconheci-mento do mérito de todos aqueles

DISTRITO MÉDICO DE AVEIRO

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63Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Médicos que se destacaram pela suaacção profissional, social ou cultural- Promover deslocações do ConselhoDistrital a diversas Unidades de Saúdedo Distrito, com a intenção de dialo-gar com os Médicos com vista à suasensibilização e ao seu esclarecimen-to, mas também para os ouvir de vivavoz num contributo que se quer cons-trutivo para o prestígio da Classe, para

o reforço da humanização dos Cuida-dos e com ênfase no bem-estar dosDoentes- Diligenciar para a criação da Casado Médico de Aveiro, em articulaçãocom as entidades competentes e nogarante de uma obra que prestigie osMédicos do Distrito, integrando a com-ponente administrativa, social, científi-ca e de lazer.

5. Cronograma

Elaborado para divulgação, e ondeconste um balanço anual dos cumpri-mentos bem como uma análise dascondições por resolver.

Aveiro, 25 de Outubro 2010

A Lista proponente ao Conselho Distrital

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Aveiro, Lista B

Os actuais elementos que compõe osÓrgão Distritais de Castelo Branco daOrdem dos Médicos apresentaram-sea sufrágio em Dezembro de 1998 numaposição de independência face a dife-rentes grupos e correntes existentesna classe médica e fora dela, procuran-do, sobretudo servir os médicos, man-tendo-se com esta filosofia.Mantém-se uma equipa diversificadacom distribuição dos colegas pelo dis-trito médico, pelas diversas especialida-des e idades mantendo o espírito deentreajuda, lealdade e camaradagem ea mesma independência norteados aoanterior lema «Pelo Prestígio da Clas-se, com Solidariedade Médica»:

Nos últimos tempos as bases estrutu-rais em que assentava o Serviço Naci-onal de Saúde têm sido delapidadas ealteradas e desta forma os ideais paragarantir uma medicina de qualidadesão cada vez mais difíceis.O nosso papel como «provedores» dosdoentes está a ser substituído pela im-plementação de sistemas que nos levamao funcionalismo. A imagem de um técni-co superior que exerce a sua actividadeem parâmetros pré estabelecidos não secoaduna com a actividade médica.Este profissional deve exercer a suaprofissão de forma hipocrática e não deforma hipócrita, como diria um coleganosso que muito estimo. A actividade

médica está para além do diagnósticoe tratamento.Quem forma os colegas mais novos?Quem promove a formação médicacontínua? Quem é que fora do seu«horário laboral» promove tantas ac-tividades de forma gratuita e não re-conhecida (júris de exames nacionais,referees de artigos científicos, organi-zação e eventos para formação médi-ca, cargos nas instituições do estadoque não são remunerados...)

Manteremos os nossos objectivos:

1. Aproximar a Ordem aos colegas emtodo o Distrito2. Defender os colegas quandoinjustiçados3. Promover cursos e colóquios de in-teresse médico4. Fazer chegar aos órgãos mais cen-trais e de execução ideias e progra-mas de interesse médico5. Actuaremos de acordo e com o respei-to que o Código Deontológico e os Es-tatutos da ordem exigem e nos honram6. Fazer chegar aos órgãos mais cen-trais e de execução ideias e progra-mas de interesse médico7. Defenderemos a deontologia e ética deacordo com o juramento por nós feito8. Seremos independentes de qualquerpoder9. Defenderemos a qualidade do actomédico10. Estaremos com todos os colegas emsolidariedade sempre que injustiçados11. Não seremos neutros nem indiferen-tes aos problemas distritais e ou regio-nais mantendo sempre um diálogo abertoe franco com todos os colegas e institui-

PROGRAMA DE ACÇÃO

«SER MÉDICO»

Delegado: Dr. Álvaro Rascão Ferreira Pinto

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Dr. Francisco Manuel Dias do Coito EliasVice-Presidente Dr. Manuel Armindo de Oliveira Reis1º Secretário Dr. Luís Manuel Gomes Fernandes2º Secretário Dr. Pedro Renato Sousa da Silva Vaz

Conselho DistritalDr. Ernesto Fernandes RochaDr. Vitor Manuel dos SantosDr. Eduardo João Abrantes PereiraDr. Jorge Augusto Faria de Vilhena MonteiroDr. Filipe Reis Antunes

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDr. José Carlos da Fonseca RuaDr. Rui Miguel Alves Filipe

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Castelo Branco, Lista C

DISTRITO MÉDICO DE CASTELO BRANCO

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64 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Castelo Branco, Lista C

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Coimbra, Lista A

PROGRAMA DE ACÇÃO

«DEFENDER OS MÉDICOS, OS DOENTES EA SAÚDE COM INDEPENDÊNCIA»

ções de Saúde, procurando gerar e ge-rir os maiores consenso possíveis.

Vamos continuar a privilegiar o deba-te com os médicos do Distrito sobretodos os assuntos pertinentes da clas-se, dando oportunidade aos colegaspara manifestarem as suas opiniões ede as fazer chegar aos outros órgãosda Ordem, mantendo a recepção aoscolegas mais novos e homenageandoos colegas mais velhos.

Reconhecendo que estamos inseridosno segundo distrito com a populaçãomais idosa do país vamos promoverum curso de gerontologia.Sabemos que estatutariamente poucoou nada poderemos fazer mas é verda-de que esta Ordem Distrital tem esta-do aberta às inquietações, aos medosdenunciando nos locais próprios.Para isso é necessário que todos vo-tem, que os colegas se aproximem daOrdem Distrital para que em conjun-

to possamos alterar e melhorar a nos-sa acção e levar a que os órgãos cen-trais criem mais dinamismo, mais for-ça perante o poder central. Indepen-dentemente do sentido de voto pedi-mos a todos os colegas que enviem,por correio, em envelope pré pago, osboletins de voto, de modo a haver umamaciça votação.Deste modo mostraremos a todas as clas-ses sociais, e políticas, que estamos deforma activa e atenta neste nosso mister.

Mandatário: Dr. Celso Daniel da Cruz CruzeiroDelegado: Dra Ana Bela Grosso dos Santos Couceiro

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Prof. Doutor Salvador Manuel Correia Massano CardosoVice-Presidente Dra Luísa Maria de Abreu Freire Diogo Matos1º Secretário Dra Isabel Maria Gonçalves Costa2º Secretário Dr. Daniel dos Santos Brito

Conselho DistritalDr. Amândio José Correia Martins CouceiroDra Ana Luísa Machado Agudo Simões MateusDra Maria Fernanda da Silva Leite GouvêaDr. Ricardo Manuel Angélico Faria GabrielDra Teresa Paula Lopes Sousa de Santis

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDra Ana Maria Feijão Neves da Silva GomesDra Ana Sofia Morgadinho CarvalhoDra Andrea Alexandra Guerra Sancho Salgueiro da CostaProf. Doutor Carlos Alberto Fontes RibeiroDr. Emanuel San Bento FurtadoDr. Fernando Jaime Alves Dias MartinhoDra Gisela Margarida Monteiro Dias da CostaDr. Gonçalo Jorge Neves de Matos CostaDr. José Henrique Dias PereiraProf. Doutor Luiz Miguel de Mendonça Soares SantiagoProf. Doutor Manuel Teixeira Marques VeríssimoDra Maria Irene Baptista MartinsDra Maria Luísa Serra da Silva Paiva de CarvalhoDr. Maria da Luz Machado MartinsDra Marília Dias PereiraDr. Pedro Edgar Castelejo Rebelo

DISTRITO MÉDICO DE COIMBRAA nossa candidatura ao Distrito Médi-co de Coimbra subscreve e partilhainteiramente o programa da lista «De-fender os Médicos, os Doentes e a Saú-de com Independência», que se can-didata à Secção Regional do Centroda Ordem dos Médicos.Nesse programa estão claramente as-sumidos os princípios, ideias e com-promissos que assumimos com todosos colegas.Propomo-nos pois unir e dinamizar osMédicos do Distrito Médico de Coimbraem torno desses princípios e programa.Estes objectivos são vitais num mo-mento em que o SNS é diariamentesujeito a alterações, não discutidas, nãoplanificadas, por ministérios que se fur-tam ao diálogo e que irão utilizar asituação económica para continuar aprecarizar e desmantelar o SNS.Nos últimos anos o Conselho Regional,através das «Presidências Abertas» e emestreita colaboração com os ConselhosDistritais, visitou todos os Distritos daSecção Regional do Centro, com o úni-co intuito de dialogar e levar a Ordemao encontro dos colegas. Vamos conti-nuar este trabalho, procurando o diá-logo e antecipando soluções.Vamos manter e melhorar um conjuntode acções, em que os Médicos partilhemcom a sociedade envolvente a procurade respostas para os problemas da saú-

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65Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013

de. Vamos manter e incentivar as par-cerias com as autarquias locais, com asinstituições educativas e sociedade ci-vil, com estes mesmos objectivos.Vamos manter e valorizar a já existen-te produção cultural a que o ClubeMédico (CM) nos habituou, com assuas exposições mensais, conferênciase parcerias culturais, tornando-o cadavez mais como um espaço aberto atodos, contribuindo para a dignificaçãoe a imagem pública da classe médica.

Em paralelo, os Médicos ou Associa-ções Médicas vão continuar a ter aoseu dispor o CM, para realizações cul-turais e científicas, apresentação de li-vros e actividade do Grupo Coral.Mas, os nossos esforços irão no sen-tido da consolidação das próximas fa-ses da «Aldeia do Médico», empreen-dimento regional com projecção na-cional, que irá trazer outra dimensãoao trabalho da OM e de toda a classemédica.

Muitos de nós têm ao longo de muitosanos dado voluntariamente o melhor,tentando tornar a nossa Ordem a casade todos os Médicos.Os colegas que se identificam com esteobjectivo, têm neste momento de elei-ções a oportunidade de elegerem Con-selhos Distritais, Conselhos Regionaise um Bastonário com experiência, tra-balho e muitas provas dadas na defesados Médicos, dos Doentes e da Saúdecom independência.

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Coimbra, Lista A

À Ordem dos Médicos compete:

1. Defender a ética, a deontologia ea qualificação profissional médicas,a fim de assegurar e fazer respeitaro direito dos utentes a uma medici-na qualificada.

Vivemos hoje tempos em que se adivi-nham profundas transformações da so-ciedade. A instabilidade económica esocial necessita de uma Ordem dos Mé-dicos consciente e capaz de conservaros princípios e os valores ancestraisque norteiam a actividade médica des-de há séculos: a honradez, a honesti-dade, a responsabilidade, a generosi-dade, a nobreza de carácter.A prática médica é uma actividade que,apesar de necessariamente se reger porregras económicas, tem linhas de con-duta ética próprias. Nos tempos queatravessamos, de evidentes dificuldadeseconómicas e financeiras do Estado, aOrdem dos Médicos tem uma res-ponsabilidade particular na definição econtrolo do rigor técnico -científico edeontológico da Medicina em Portugal.O papel da OM passa sempre por ga-rantir às populações os melhores cui-dados de saúde, mantendo um sabermédico moderno e honrando o per-curso ascendente da Medicina Portu-guesa nas últimas décadas, cujos indi-cadores, ao contrário de outros secto-res sociais, têm alcançado uma boaprestação no panorama internacional.

2. Fomentar e defender os interessesda profissão médica a todos os níveis,nomeadamente no respeitante à pro-

PROGRAMA DE ACÇÃO

A Ordem Somos

Todos

Mandatário: Dr. Alberto Ferreira SeabraDelegado: Dr. João Eloi Gonçalves Pereira de Moura

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Prof. Doutor Luís Filipe Marreiros Caseiro AlvesVice-Presidente Prof. Doutor Carlos Manuel da Silva Robalo Cordeiro1º Secretário Dra Dulce Helena Saramago Diogo Cortes2º Secretário Dra Liana Maria Matoso de Miranda Negrão

Conselho DistritalDr. Luís Filipe dos Santos SilvaDr. Luís Manuel Barata TelesDr. Luís António Pimenta TrindadeDra Alice da Conceição Zamora LuzioDr. Carlos Alberto Marques Pereira

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDra Maria Alice Rego da Silveira e CastroDr. Álvaro Luís Portela SimõesDr. André Maria Sande Ribeiro Serpa OlivaDra Branca Isabel Teixeira Pires PereiraDr. António Camilo de Caldas Pires Pereira LeiteDr. Carlos Manuel dos Santos AndradeDr. Carlos Aragão Pereira de AthaydeDr. Carlos Alberto Lucas Cabral JanelasDr. Ciro Magalhães Guedes CostaDr. Fernando Lopes de Oliveira Loureiro MartinsDr. Frederico Teixeira Gabriel FurrielDra Maria da Graça Vaz de Carvalho RibeiroDr. Horácio António de Jesus FirminoDra Ivone Maria Saavedra Mateus DiasDr. João Paulo Gaspar de Almeida e SousaDr. José Manuel Azenha Tereso

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Coimbra, Lista B

DISTRITO MÉDICO DE COIMBRA

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66 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Coimbra, Lista B

moção sócio-profissional, à segurançasocial e às relações de trabalho.

Desde a fundação do SNS, os médicostêm sido, duma forma entusiasta ededicada, o seu principal suporte. Têmimpedido a sua ruptura: empenhando-se nos serviços, suportando ritmos detrabalho alucinantes, realizando tare-fas que tantas vezes não se enquadra-riam nas suas funções.Embora se assista à disseminação pro-gressiva de profissionais de outras áreasna gestão das unidades de saúde, como afastamento progressivo dos médi-cos mais competentes na respectivaárea, dos centros de decisão, é aos mé-dicos que é atribuída, perante a opi-nião pública, a responsabilidade pelaineficiência do sistema, pelo desperdí-cio, pelos erros de organização e ad-ministração.Esta prática tem levado à transforma-ção dos médicos em funcionários pas-sivos e submissos, através do controlodas chefias e «proletarização» do tra-balho médico. Temos assistido ao des-prezo na implementação das carreirasmédicas, ao desinteresse pela forma-ção médica, à falta de estímulos pelomérito ou pela falha, conduzindo à ele-vada percentagem de profissionais quese deixaram cair num trabalho roti-neiro, sem horizontes nem esperançano futuro, com a consequente desmoti-vação, ansiedade crescente e descon-certante apatia, que os leva a abando-nar o sistema.É fundamental o papel da Ordem dosMédicos no aperfeiçoamento dos con-textos organizativos do exercício pro-fissional. É necessário devolver o pres-tígio a uma prática médica competen-te, responsável e empenhada. Para isso,a Ordem tem de se impor entre osseus parceiros de gestão em saúde, nãoprescindindo das suas funções nemabdicando das suas obrigações.

3. Promover o desenvolvimento dacultura médica e concorrer para oestabelecimento e aperfeiçoamen-to constante do Sistema Nacional deSaúde, colaborando na política naci-onal de saúde em todos os aspectos,

nomeadamente no ensino médico ecarreiras médicas.

As mudanças bruscas e radicais a quetemos assistido nos últimos tempos,que colocam em causa as bases estru-turais do SNS, impõem aos médicosobjectivos inatingíveis e condições detrabalho deploráveis.Esta exacerbação do trabalho, a insen-satez dos objectivos, a anarquia da ges-tão, a falta de clareza das prioridadesestratégicas dentro das unidades desaúde, a constante introdução e alte-ração de regras administrativas e denormas e procedimentos, a inconsis-tente nomeação de chefias e de organi-gramas funcionais nos serviços, tudoisto transforma o SNS numa estruturadesmotivadora para os médicos e ge-radora de desapontamento e frustra-ção para os utentes.O furor legislativo de revogação e subs-tituição de leis e diplomas, duma formamais ou menos sub-reptícia, vai prepa-rando a introdução duma nova organi-zação na saúde, em que o papel do mé-dico e das estruturas organizativas queapoiam as «velhas» perspectivas de soli-dariedade e de humanização do SNS, vãosendo substituídas paulatinamente pororganizações dependentes do Estado,com uma perspectiva mais economicista,de que são exemplos a Entidade Regu-ladora da Saúde ou a Inspecção Geralde Actividades da Saúde.Cabe à Ordem dos Médicos procederao equilíbrio entre a qualidade da ges-tão e a qualidade da clínica na políticada saúde em Portugal. Com uma Or-dem dos Médicos fraca, assistimos àsupremacia da vertente administrati-va/economicista da saúde em detrimen-to da qualidade do Acto médico. É, porisso, fundamental reforçar a influênciapolítica da Ordem. Para proveito dosprofissionais, mas fundamentalmentepara proveito dos utentes do SNS.Por isso, defendemos uma renovaçãoprofunda no modelo institucional efuncional da Ordem dos Médicos: umaOrdem mais adaptada às novas exigên-cias, modernizada nos equipamentos efuncionalidades, melhorada nas suascompetências, com um perfil profissio-

nal nos procedimentos administrativos,é fundamental para cumprir as respon-sabilidades que lhe são exigidas.

4. Dar parecer sobre todos os assun-tos relacionados com o ensino, como exercício da medicina e com a or-ganização dos serviços que se ocu-pem da saúde, sempre que se julgueconveniente fazê-lo, junto das enti-dades oficiais competentes ou quan-do por estas for consultada.

Compete à Ordem dos Médicos de-senvolver e avaliar a prática médica atodos os níveis, emitir opinião sobre oensino pré e pós-graduado da Medici-na, na defesa do rigor científico e dasua qualidade pela garantia de uma su-pervisão e creditação credíveis das ac-ções de formação.Esta acção dinamizadora global possi-bilita não só uma melhoria dos cuida-dos prestados como também um in-cremento significativo no desempenhoe confiança das equipas médicas.A acção da Ordem dos Médicos devereflectir-se na melhoria contínua doscuidados de saúde, na actualizaçãopermanente dos conhecimentos técni-co-científicos e no aperfeiçoamento dopapel do médico nos contextos organi-zativos do exercício profissional.Cada vez mais, as deficientes condiçõesde trabalho em que os médicos reali-zam a sua actividade condicionam oerro e a insatisfação profissional.Compete à Ordem, junto das autori-dades competentes, ser a voz activa eactuante na promoção e garantia damelhoria de qualidade dos sistemas desaúde. Para isso, devem ser assegura-dos, nas condições contratuais dos mé-dicos, planos de formação contínua, co-mo forma de actualização regular edesenvolvimento profissional.Por outro lado, é nossa convicção queo desemprego médico, previsível coma actual política de ingresso nas Facul-dades de Medicina, não melhorará aqualidade da prática médica (emboramelhore, de acordo com as regras domercado, os lucros dos empregadores)pelo que deve a Ordem promover olevantamento e avaliação das reais ne-

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67Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Coimbra, Lista B

cessidades de médicos no País, comosuporte para a adequação do númerode vagas de ingresso nas Faculdades deMedicina e nas diversas Especialidades.

5. Velar pelo exacto cumprimento dalei, do presente Estatuto e respecti-vos Regulamentos, nomeadamenteno que se refere ao título e à profis-são de médico, promovendo proce-dimento judicial contra quem o useou a exerça ilegalmente.

A Ordem dos Médicos tem como mis-são a defesa da qualidade de presta-ção de cuidados de saúde, tanto doponto de vista individual, como atra-vés das linhas estratégicas globais dapolítica de saúde, assente num sistemanacional de saúde que reforce a digni-dade, a autonomia e consequentemen-te a responsabilidade do acto médico.

Numa altura de mudança pré gradua-da imposta pelas regras de Bolonha,existem neste momento médicos licen-ciados e médicos com mestrado inte-grado. Por outro lado, mestres pós Bo-lonha concorrem em vantagem commédicos licenciados pré Bolonha. Urgecriar mecanismos de equivalência anível de contratações e progressão pro-fissional.A formação profissional contínua é im-portante na manutenção da qualidadeda medicina. Todos os médicos devemser valorizados pelo seu empenho quercomo formandos quer como formado-res. Há que garantir, aos colegas inter-nos, as melhores condições para a suaformação e motivação, promovendo oseu envolvimento nas atribuições deidoneidades formativas.Assistimos hoje, em Portugal, a uma re-alidade em que o médico licenciado/es-

pecializado vê a sua relação com o do-ente que o procura, influenciada e ma-nipulada, legalmente, por vários outrosprofissionais (administrador, farmacêuti-co e outros) enquanto uma miríade decidadãos, sem formação em Medicina, seapresentam como profissionais de saú-de sem qualquer controle de qualidade!Não permitir que qualquer outra enti-dade emita – sem prévia consulta daOrdem – opinião sobre assuntos rela-cionados com o ensino pós graduado,o exercício da medicina ou a organi-zação dos serviços de saúde é um dosobjectivos fundamentais da Ordem dosMédicos, para salvaguarda da saúde daspopulações.

Defendemos a necessidade de umaqualificação profissional médica, paraa prática de todo e qualquer ActoMédico.

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Guarda, Lista B

Continuação do trabalho desenvolvi-do no último triénioMais participação pelos médicosFinalmente conseguimos a legalização

das instalações pelo que em brevepoderá ser aprovado o regulamentopara atribuição de alojamento tempo-rário para internos ou outros colegas.

Promover realização de eventos emcomum com outras Ordens, comoexemplo a realização em conjunto coma Ordem dos Advogados, conferencis-tas: Prof. Dr. Duarte Nuno (preserva-ção da prova pericial no Serviço deUrgência), Prof. Dr. Pinto Monteiro (odireito a não nascer e a responsabili-dade civil pelo dano de nascer?)Continuação dos contactos com opoder político local de que foi exem-plo a reunião promovida com o Go-verno Civil sobre «A Saúde no Distri-to da Guarda», que contou com a co-laboração da Universidade da BeiraInterior, Instituto Politécnico da Guar-da, Ordem dos Enfermeiros, Secretá-rio Geral e Director da Saúde.Continuação das acções de laser econvivio, como: «Venha tomar café con-nosco», «Magusto na Ordem dos Mé-dicos», «Prova de vinho do Dão» ori-entada pelo enólogo Eng. Miguel Oli-veira.Continuar a abrir a Ordem a todos oscolegas, desde os internos aos refor-mados, às outras Ordens e à socieda-de em geral.Por uma Ordem mais participada epela dignificação da classe médica.

PROGRAMA DE ACÇÃO

Pela Dignidade da

classe médica

Delegada: Dra. Ana Maria Rodrigues de Almeida Rocha

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Dr. Augusto José de Sousa RenteVice-Presidente Dra Maria Eugénia Serra Pereira1º Secretário Dra Ana Paula Valente da Silva Gonçalves2º Secretário Dr. Tiago Miguel Marques Saraiva

Conselho DistritalDr. Augusto Manuel de Almeida LourençoDr. Fernando Manuel Seromenho Sequeira MendesDr. Luís Manuel MarquesDr. Manuel Francisco de Almeida GomesDr. Ricardo Nuno Calado Cabral de Campos

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDr. Francisco José Fernandes Luís

DISTRITO MÉDICO DE GUARDA

Page 59: Revista Ordem dos Médicos Nº113 Novembro 2010

68 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013

O nosso projecto é independente e nãoassociado a outras candidaturas.

A pluralidade e independência da nos-sa lista é garante da boa articulaçãocom a estrutura nacional da Ordemdos Médicos.

DISTRITO MÉDICO DE LEIRIA

Mandatário: Dr. Belarmino Damião SpencerDelegado: Dr. José Luís de Melo Brandão

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Dra Maria Dulce Geraldes MendesVice-Presidente Dr. António Macedo Mota1º Secretário Dr. Rui Manuel da Silva Matias2º Secretário Dr. Fernando Gonçalves Travassos

Conselho DistritalDra Ana Maria Rodrigues de BarrosDr. Célio Ferreira FernandesDra Maria de Lurdes RochaDr. Rui Manuel Passadouro da FonsecaDr. Nuno José Gomes Rama

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDr. Carlos Alberto Faria FerreiraDr. Vítor Manuel Ribeiro de Faria

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Leiria, Lista C

PROGRAMA DE ACÇÃO

Pelas boas práticas– defender os médicos

A Ordem desempenha um papel ful-cral na defesa duma medicina de qua-lidade, na defesa da independência téc-nica, na defesa da deontologia, na regu-lação do exercício da Medicina.

Em tempos conturbados, como são os

actuais, a OM tem que continuar a lu-tar, a ser atenta e actuante na defesados Médicos, das Carreiras Médicas edo Serviço Nacional de Saúde.

A OM tem igualmente um papel im-portante a desempenhar na unidadedos Médicos.

QUEREMOS:

- Dinamizar o Distrito Médico deLeiria, aproximar os Colegas e me-lhorar as relações entre as instituiçõesde saúde;-Relançar o gabinete de apoio jurídi-co, de forma a dar uma respostarápida e eficaz às questões que secolocam cada vez com mais fre-quência;- Manter o ciclo de debates sobre as-suntos julgados pertinentes;- Dar continuidade às acções de forma-ção médica contínua;- Manter as realizações de caráctercultural e recreativo;

REIVINDICAMOS:

- Maior autonomia distrital;- Actualização dos limites geográficosdo distrito médico;- Informação actualizada das decisõese orientações internas da Ordem dosMédicos;- Aumento da dotação financeira.

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69Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013

• Reafirmar a Ordem dos Médicoscomo a Entidade acreditadora, regula-dora e certificadora do exercício daMedicina.

• Assegurar a qualidade e a continui-dade da formação pré e pós gradua-da.

• Valorizar a competência e reforçar aAutonomia dos Médicos.

• Promover a participação de todosos Médicos nas decisões da Ordem.

• Reafirmar a necessidade de uma SedeDistrital Digna, que seja um espaço dereflexão e debate, bem como, de acti-vidade lúdica e cultural.

DISTRITO MÉDICO VISEU

Delegado: Dr. António Francisco Pires Esteves Caldas

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Dra Rita Maria Ferreira FigueiredoVice-Presidente Dra Bela Marisa Torres Prata1º Secretário Dra Carla Margarida Alves Lunet2º Secretário Dra Carla Felisbela de Melo Amaro

Conselho DistritalDr. José Pedro Simões SaraivaDr. António Simões TorresDr. Américo Jerónimo Taveira da SilvaDr. Jorge Alberto da SilvaDr. António Júlio Simões da Silva Santos

Membros Consultivos ao Conselho RegionalDr. João Carlos de Almeida AlexandreDr. Carlos Alberto Leocádio DanielDr. Fernando José de Matos Marques

PROGRAMADE ACÇÃO

Candidatura aos Órgãos Distritais SRC – Viseu, Lista B

C U L T U R A

Art.º 1º – O Prémio CELESTINO GOMES destina-se adistinguir obras de Escultura, da autoria de Médicos ouestudantes de medicina, de nacionalidade portuguesa esócios da SOPEAM.Art.º 2º – Cada concorrente pode concorrer com o má-ximo de duas obras.Art.º 3º – O Prémio é atribuído de dois em dois anos,alternando com o Prémio Mário Botas de Pintura.Art.º 4º – O Prémio consiste no Troféu SERPIS e em Diploma.Art.º 5º – O Prémio é atribuído por um Júri escolhido pelaDirecção da SOPEAM e será constituído por críticos ouescultores de reconhecida competência e por um membroda Direcção da SOPEAM que só terá voto de desempate.Art.º 6º – Da decisão do Júri não cabe recurso.Art.º 7º – O Prémio poderá não ser atribuído se o Júrientender que nenhuma das obras apresentadas a concur-so merece tal distinção.Art.º 8º – Não é permitida atribuição de Prémios Ex-

Regulamento dos Prémios Artísticos 2010Prémio CELESTINO GOMES – Escultura

Prémio REVELAÇÃO

Aequo, mas podem ser atribuídas duas Menções Honrosas.Art.º 9º – Nenhum Artista poderá voltar a ser premiadonos três anos fiscais seguintes, na mesma modalidade.Art.º 10º – O concurso está aberto até 28 de Fevereirode 2011 e a apresentação da candidatura deverá ser feitana Ordem dos Médicos, Avenida Gago Coutinho, 151, emLisboa e ao cuidado da SOPEAM, fazendo referência aqual dos prémios é concorrente.Art.º 11º – Os Prémios serão entregues em Cerimónia So-lene, na Ordem dos Médicos, em data e hora a anunciar.Art.º 12º – A obra a concurso deverá ser entregue naOrdem dos Médicos, até ao dia 28 de Fevereiro de 2011,sendo o concorrente responsável pela entrega, permanên-cia e levantamento da obra.Art.º 13º – Esta Sociedade não se responsabiliza por da-nos que possam ocorrer.Art.º 14º – Os casos omissos serão resolvidos pela Direc-ção da SOPEAM

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70 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista A

Regenerar a Ordem, Credibilizaros Médicos

PROGRAMA DE ACÇÃO

Esta candidatura tem na sua origem umaconvergência de médicos e das suas idei-as no que diz respeito ao diagnósticoque fazem da situação do seu órgão re-presentativo, a Ordem dos Médicos, nadupla vertente de avaliação do funcio-namento interno e do papel que sentemdever ela assumir perante a sociedade.

A sua necessidade impôs-se pela cons-tatação que a múltiplos níveis é reco-nhecida da ineficiência progressiva daOrdem, nomeadamente do órgão a quepropomos agora candidatar-nos.

Com efeito, a lista vencedora do últi-mo acto eleitoral para a escolha doConselho Regional do Sul e RegiõesAutónomas propôs-se como objecti-vo de actuação congregar correntesde pensamento diversificadas, aparen-temente dispostas a eliminar o que asseparava em favor de uma unidadeconsiderada inadiável. A realidade e osfactos mostraram que, embora assen-te num programa aliciante, alicerçadonuma leitura precisa e, preconizandomedidas de actuação correctas e apa-rentemente exequíveis, o resultado glo-bal da prestação do Conselho Regio-nal do Sul no seu domínio específico ecomo parceiro privilegiado das deci-sões no seio do Conselho Nacional Exe-cutivo, ficou aquém da expectativa.

Na realidade, a incapacidade reveladapor algumas tendências e colegas paracolocar os valores colectivos acima dosprojectos e ambições individuais, tra-duzida numa disputa interna permanen-te, embora não assumida, dominada porconflitos pessoais não resolvidos, oumesmo definitivamente insolúveis, levou-nos à decisão de constituir uma listaem que a quase totalidade dos seus ele-mentos fosse alheia a esse clima.

Há que ter a coragem de assumir quenós médicos a título individual e, inte-grando aos mais diversos níveis de par-ticipação o organismo que nos repre-senta e deve defender, pouco contri-buímos para evitar o agravamen-to de uma situação que, se há trêsanos podia ser considerada alta-mente preocupante, está actual-mente em risco de implosão.

Temos que ser muito objectivos e críti-cos quanto à quota-parte de responsa-bilidade que devemos assacar-nos nocontexto actual: da imagem da Ordem

que transparece para o exterior ressaltaa noção de acentuada perda de capaci-dade de intervenção e de realização:

- Os médicos, que nela deviam sentir-se inseridos e participantes de há mui-to que têm vindo a revelar uma atitu-de de descrença e alheamento.

- Os doentes, nossa principal razão deser enquanto profissionais, também seafigura terem deixado de nos encararcomo o seu amparo de eleição, e en-caram-nos antes como coniventes noseu abandono.

Mandatário: José Germano Rego de SousaDelegado da Candidatura: Manuel Garcia Vazquez

Mesa da Assembleia RegionalPresidente António José de Barros VelosoVice-Presidente Maria Isabel Pereira dos Santos1º Secretário José Carlos Ferreira Guimarães2º Secretário Joaquim José Figueiredo Lima

Conselho FiscalPresidente Manuel Pedro Pereira Dias de MagalhãesVogais Joaquim Pedro Igreja Margalho Carrilho

Jorge Natalino Ramos Lima

Conselho RegionalAntónio Manuel da Silva Pereira e CoelhoCatarina Montenegro Carvalhais Baptista de Almeida Abecassis EmpisDora Susana Lemos Rodrigues da Cruz Sargento AlmeidaJoão Pedro Garcia Yglésias de OliveiraJosé Mendonça da CostaMaria Manuela Gomes dos SantosMaria Teresa Fernandes VenturaMário João Baptista Nunes de Mourão GamelasNuno Gonçalo Madeira de Athayde BanazolNuno José Farraia e Silva MeirelesNuno Manuel da Conceição Diogo

Conselho DisciplinarAmândio Martins SantanaManuel Marçal Fontes Mendes SilvaMaria Helena de Oliveira Morgado CanadaRosa Maria Meunier Gouveia de JesusRui Carlos Martins Rodrigues Costa

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

- Os decisores políticos, quer a nívelpúblico, quer privado, cada vez maissecundarizam o nosso papel interven-tivo e, procuram acentuar as nossasdivisões para mais facilmente reinaremnum espaço que fomos deixando es-vaziar e que terceiros se apressaramem ocupar.

Muitos de nós acreditam que nem tudoestá perdido e que ainda vale a penalutar pela reabilitação da classe, par-tindo de um processo de REGENE-RAÇÃO da nossa Ordem.

No concreto sentimos que haveria queapostar numa renovação alargada daslistas, recorrendo a colegas que, comprovas dadas ao longo das suas carrei-ras clínicas, têm estado em permanentecontacto com a realidade assistencial evivido a angústia do dia-a-dia da derro-cada do sistema de saúde em Portugal.

Algumas das circunstâncias já afloradas,impediram um normal funcionamento doConselho Regional do Sul e, consequen-temente, a avaliação da bondade dosprojectos então propostos. Retomamo-los agora convictamente, com a intro-dução de algumas ideias sugeridas peloaprofundamento do diagnóstico e pornovos contributos, em particular os su-geridos pelos colegas mais novos, queaderiram a esta lista e ao seu programa.

I – PAPEL DO MÉDICO NASOCIEDADE PORTUGUESA AC-TUAL

A desvalorização crescente da figurado médico a título individual e comomembro de uma classe, não advém dainadequação dos nossos valores tradi-cionais à realidade presente; pelo con-trário, a subordinação da nossa auto-nomia assente nesses princípios, àsimposições vindas de grupos de inte-resses que nos são alheios, tem vindoa arrastar-nos para comportamentosconducentes a uma degradação pro-gressiva, que urge travar e inverter.

Há que voltar a credibilizar a fi-gura do médico e da classe, atra-

vés de uma afirmação clara dorespeito pela ética e deontologia,de competência, rigor, profissio-nalismo, de um processo de paci-ficação interna, de unificação emtorno de objectivos essenciais, dadignificação nos comportamen-tos individuais e nas actuaçõesfirmes e decididas dos seus ór-gãos representativos.

Mesmo correndo o risco de nos tor-narmos repetitivos não podemos dei-xar de uma vez mais apelar à publi-cação urgente da LEI DO ACTOMÉDICO, essencial para a defesa dosprincípios acima enunciados.

Também na defesa desses princípiosreafirmamos que a qualidade da prá-tica médica nas suas diversas ver-tentes deva ser avaliada inter-pa-res, controlada pela OM num pro-cesso rigoroso de AUTO-REGU-LAÇÃO.

Para tornar viável esse objectivo con-sidera-se indispensável criar umDEPARTAMENTO de AUDITO-RIA de QUALIDADE para o exer-cício médico, destinado a avaliar aidoneidade assistencial de serviços eunidades de saúde nas suas vertentesética, técnica e científica e realizar atão persistentemente reclamada REVI-SÃO DO ESTATUTO DISCIPLI-NAR dos MÉDICOS, conduzida poruma Comissão expressamente consti-tuída com esse objectivo.

II – A NOSSA VISÃO DO PANO-RAMA DA SAÚDE EM PORTU-GAL

A estrutura da saúde em Portugal naúltima década, sofreu profundas trans-formações, que, sendo em muitos as-pectos irreversíveis e enriquecedoras,puseram simultaneamente em causa omodelo de prática clínica a que a clas-se médica e outros estratos profissio-nais ainda não souberam ajustar-se.

O Serviço Nacional de Saúde nos mol-des em que foi concebido, e com as trans-

formações a que necessariamente foi eirá sendo submetido nas décadas sub-sequentes, vai ter que manter-se como apedra angular da actividade assistenciale da formação médica continua.

A actividade médica privada irá tam-bém subsistir, que mais não seja peladefesa do inviolável princípio da livreescolha do médico pelo doente, princí-pio que deve tanto quanto possível seralargado e aplicado a outros sectores.

A actividade desenvolvida no âmbitodos grandes projectos assistenciaisprivados ou público/privados, de na-tureza predominantemente hospitalar,suportada por poderosos grupos finan-ceiros, tem indiscutíveis virtualidades,mas pode representar também umaameaça real à autonomia dos médicose à sua independência.

Subscrevemos a necessidade do esta-belecimento de um PACTO PARAA SAÚDE em conjunto com asforças políticas representadas naAssembleia da República, tal comoa de definição de uma CARTA NA-CIONAL DE SAÚDE e de uma ge-nuína e realista POLÍTICA DOMEDICAMENTO.

III – OS CUIDADOS DE SAÚDEPRIMÁRIOS

Continuam na nossa óptica a consti-tuir o alicerce fundamental da estrutu-ra do Serviço Nacional de Saúde. Al-guns dos aspectos relativos a novasperspectivas das políticas de saúdeaflorados nos pontos anteriores tive-ram uma repercussão evidente nos cui-dados de saúde primários, nomeada-mente com a introdução inovadoradas Unidades de Saúde Familiares e dosAgrupamentos de Centros de Saúde.Constata-se neste momento na sequên-cia das reformas instituídas, a existên-cia de uma desigualdade estrutural, quese traduziu também numa desigualda-de de satisfação.

Torna-se urgente efectuar uma ava-liação rigorosa e objectiva da si-

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tuação, de molde a poder corrigiraquilo que se considere errado, e as-sim travar a tendência para o abando-no, e devolver o muito que existe dealiciante num sector nuclear na políti-ca de saúde.

Para isso torna-se também indispen-sável a criação de incentivos, par-ticularmente para os jovens mé-dicos, criando-lhes nomeadamen-te a perspectiva de uma carreiraque se afigura ameaçada.

IV – REFORMA DA ORGANIZA-ÇÃO HOSPITALAR

De importância tão relevante quantoa anterior terá quiçá adquirido maiorvisibilidade a transformação dos hospi-tais públicos em EPE que subitamenteveio pôr em causa as Carreiras Médi-cas, um dos grandes pilares do Servi-ço Nacional de Saúde. Alguns aspec-tos da nova estrutura hospitalar sur-gem em grande parte de forma autó-noma, não por iniciativa política ouestatal, mas de grupos económicos nãoexclusivamente ligados à saúde.

Múltiplas serão as razões que podemser invocadas para explicar o fim dasCarreiras, mas de entre elas supomosque haverá um consenso fácil de es-tabelecer ao redor do processo decontratualização dos médicos desen-volvido pela gestão de tipo empresa-rial, contrariando o bem mais exigen-te e estimulante processo de progres-são por concursos de avaliação domérito.

Naquela que seria a virtualidade maisapontada e louvada da estrutura em-presarial, parece também já não exis-tirem dúvidas: como mecanismo de ra-cionalização económica das institui-ções não só não melhoraram os níveisdo desempenho tradicional, como emmúltiplos casos acentuaram o descon-trolo económico, retiraram recursoshumanos e técnicos a essas mesmasinstituições, e reduziram o grau de sa-tisfação do pessoal de saúde e dosdoentes.

Neste contexto torna-se urgenteacompanhar o desenvolvimentodo relatório sobre a «ORGANI-ZAÇÃO INTERNA E A GOVER-NAÇÃO DOS HOSPITAIS» elabo-rado pelo grupo de trabalho criado aoabrigo do Decreto-Lei 105/2007 de 3de Abril. Outra área que merecerá anossa intervenção será a reestru-turação do funcionamento dasurgências hospitalares.

V – DIRECÇÃO E GESTÃO DOSSERVIÇOS DE SAÚDE

Se, compreendemos e aceitamos quea política geral de saúde deva ser defi-nida globalmente pelos órgãos própri-os, para ela reivindicamos também umaparticipação dos médicos.

Nesta perspectiva, não compreende-mos nem aceitamos que no plano dasinstituições possa ser estabelecidauma hierarquização, que conduzidapor gestores não médicos, alguns dereconhecida competência geral e es-pecífica, dificilmente poderão contu-do, apresentar uma sensibilidade, umaforma de liderança e uma vivência dosproblemas específicos que lhes sãoinerentes.

Preconizamos um regresso urgentedos médicos mais diferenciados à Di-recção das unidades e serviços de saú-de eventualmente através de proces-sos eleitorais internos, reconhecendoembora que nos tempos actuais se de-ve exigir também a esses médicos umaformação tão completa quanto possí-vel na área da gestão.

Caberá em grande parte à OM aresponsabilidade pela organiza-ção de cursos de formação espe-cíficos nesta área.VI – A FORMAÇÃO MÉDICA

Tendo alguns de nós optado pela car-reira médica universitária, não pode-mos deixar de lançar um olhar parti-cularmente crítico e preocupado pe-las actuais condições do ensino pré-graduado.

Mais preocupante se torna ainda a nossaavaliação negativa, se constatarmos queela se acentuou enormemente numperíodo em que por força do «numerusclausus» o número de alunos das Fa-culdades de Medicina diminuiu drasti-camente o que presumivelmente seriafavorecedor da qualidade do ensino.

Se o panorama é sombrio nas Facul-dades tradicionais sê-lo-á talvez aindamais nas novas faculdades de instala-ção recente, com projectos pedagógi-cos pretensamente inovadores, mas emque a escassez de recursos humanos emateriais leva inclusivamente ao recru-tamento de docentes estrangeiros comum quase absoluto desconhecimentodas realidades locais.

Numa perspectiva de formação que seinicia com a entrada para as Faculdadesde Medicina haverá que realizar um es-forço de aproximação da Ordem comas instâncias universitárias para a defi-nição de objectivos comuns, numa fasetão precoce quanto possível, tendenteà criação de sinergias para esse efeito.

A formação pós-graduada afigura-separticularmente ameaçada pelo estadoquase ruinoso das carreiras médicas.

A redução prevista e já reconhecidados estratos médicos intermédios, emsimultâneo com a retirada por forçada idade, da geração ou gerações quecriaram e desenvolveram as carreirasmédicas em Portugal é dramático, pelodesaparecimento substancial dos mé-dicos orientadores/tutores encarrega-dos do apoio às novas gerações, espe-cialmente quando conjugado com oaumento indiscriminado de vagas parao curso de Medicina.

Essas carências tornam-se mais pre-mentes pela debandada que se vemconstatando dos quadros já diferenci-ados das unidades públicas para asunidades privadas, por vezes arrastan-do com eles equipas completas.

Neste contexto haverá que ter emconsideração as solicitações cada

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vez mais frequentes para o reco-nhecimento das idoneidades for-mativas de alguns serviços dosnovos hospitais privados, numprocesso em que têm um papelde relevo os Colégios das Especi-alidades numa acção concertadacom os organismos oficiais encar-regados desse fim, nomeadamen-te a CNIM.

VII – RELAÇÃO COM OS SINDI-CATOS

A maioria dos pontos previamenteenunciados e escalpelizados nas suasvertentes ética, deontológica e téc-nica têm implicações óbvias de na-tureza laboral, que extravasam acompetência e os objectivos da Or-dem e recaem abertamente na esfe-ra sindical. Torna-se-nos difícil con-ceber que possamos fazer valer mui-tas das propostas apontadas e corri-gir distorções instaladas sem ter anosso lado como parceiros privilegi-ados os Sindicatos actualmente re-conhecidos.

VIII – AS SEGURADORAS

Muito gostaríamos de poder afirmarque as seguradoras e o seu produtoseguros de saúde representam umamais-valia no panorama do financia-mento da assistência médica.

Mau grado o entusiasmo por eles des-pertado na população, que em muitascircunstâncias se sentia desprotegidapela ineficiência de muitos sectores doSNS, já não existem dúvidas neste mo-mento quanto à decepção que repre-sentam para quase todos os interve-nientes.

Sem condicionar a nossa perspectivapor uma análise corporativa, afigura-se à partida, que os médicos estarão aser mais lesados, a vários níveis. Rea-listicamente e desde logo em termoseconómicos: assistimos a uma depre-ciação de tal modo acentuada do va-lor dos actos médicos, que se tornalícita a aceitação do termo esmagamen-

to para caracterizar a situação desteponto de vista.

Mas talvez mais grave, por implicar umaintromissão abusiva na independênciae autonomia do médico e na singula-ridade da relação deste com o seudoente, na definição discricionária doscritérios de comparticipação.

IX – ORGANIZAÇÃO INTERNA

A Ordem deve ter uma organizaçãointerna melhor e mais moderna, tor-nando-se mais célere e participa-tiva perante os médicos e a soci-edade, definindo uma estratégia decomunicação exterior dinâmica eparticipativa onde o site e os meiospróprios de divulgação sejam instru-mentos essenciais e de excelência.

Ao mesmo tempo deve pugnar pelaboa utilização dos seus fundos, deven-do ser feito um esforço de conten-ção económica nos orçamentosdeste triénio, por um lado dimi-nuindo a despesa e por outro ladocongelando as quotas dos médi-cos no escalão 2 e reduzindo asquotas em 50% nos escalões 1 e 3.

X – RELAÇÕES INTERNACIO-NAIS

A mobilidade que se verifica em todosos ramos da actividade e, nomeada-mente na formação e, posteriormenteno exercício médico, levam-nos a nãodescurar a nossa representação insti-tucional nos organismos internacionaisonde temos uma presença significati-va nomeadamente a nível de direcção,detendo actualmente quatro presidên-cias (AEMH, CEOM, PWG e UEMO).

Há que prestar uma atenção par-ticular às Directivas Europeiascom reflexo na Saúde, nomeada-mente as que incidem sobre tem-po de trabalho, mobilidade depacientes e de profissionais desaúde, prestação de serviçostransfronteiriços e recursos hu-manos.

XI – CONCLUSÃO

Como quase sempre acontece na ela-boração programática de uma listacandidata a um qualquer Conselho Re-gional, dominam na sua apresentaçãoao eleitorado potencial os princípios ge-rais, que frequentemente se sobrepõemàs suas competências específicas.

Compreende-se que assim seja, porqueem última análise o contributo dadopela participação dos elementos dosConselhos Regionais no Conselho Na-cional Executivo é grandemente res-ponsável pela capacidade de actuação,ou pelo contrário pela ineficiência daOrdem como um todo.

Contudo, queremos acentuar que paraalém desta visão, considerada de primor-dial importância, os elementos desta listapretendem manter sempre e em todas ascircunstâncias uma estreita relação de pro-ximidade com todos os órgãos da Or-dem, naturalmente e antes de mais comos da sua área geográfica. Apresentamo-nos como os defensores indeclináveis dosseus interesses específicos e como o seucanal de comunicação preferencial comos órgãos de âmbito nacional.

Porque desde o início se estabeleceuuma relação preferencial com a Dr.ªIsabel Caixeiro, candidata a Bas-tonária nas próximas eleições, naqual reconhecemos qualidades de ex-cepção que seguramente irá pôr aoserviço da classe médica e da Ordemsua legítima representante, assumimostambém esta proximidade a nívelprogramático e de actuação.

Contudo, queremos aqui deixar bemclaro que o nosso propósito de serviresta candidatura em particular, e de nelainvestir todo o nosso empenhamento,capacidades e disponibilidade, não nosinibirá de colaborar genuína e lealmentecom listas ou colegas concorrentes, semposturas apriorísticas e com um genu-íno espírito democrático.

VAMOS REGENERAR A ORDEM,CREDIBILIZAR OS MÉDICOS

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

Mandatário: Rui Simões BentoDelegado da candidatura: Alcides Alves Carvalho

Mesa da Assembleia RegionalPresidente Paulo Sérgio de Matos Figueira da CostaVice-Presidente José Manuel Barreto Duarte Esteves1º Secretário Ana Isabel Gouveia Costa da Fonseca Lopes2º Secretário Maria José da Conceição Pereira Reis

Conselho FiscalPresidente João Alberto de Almeida SaavedraVogais António Norberto Costa Carregal Queiroz

Manuel Aleixo Coelho Ratão

Conselho RegionalÁlvaro Beleza de VasconcelosAnabela dos Santos LeitãoEdson dos Santos OliveiraGildásio Martins dos SantosJoão Miguel da Conceição Pedro de DeusJosé António do Nascimento AlvesJosé Luís Ribeiro GomesMaria de Fátima Rodrigues Clemente Figueira de AraújoPaulo Aníbal de Oliveira FidalgoPaulo Jorge Valejo CoelhoRasiklal Ranchhod

Conselho DisciplinarCarlos Manuel Teixeira de Melo SerenoFrancisco Manuel Canelhas Freire de AndradeJoão José da Silva FurtadoManuel Francisco de Freitas e CostaMaria Manuela Piedade Reis

PROGRAMA DE ACÇÃO

A candidatura desta lista à Secção Regio-nal Sul apresenta-se com uma ideia díficilmas ambiciosa: reformar a Ordem paraque se actualize, reforce a capacidadeinterventiva com mais forte ligação aosmédicos, através de uma renovação efec-tiva dos candidatos, assente porém na ex-periência e no saber fazer de parte dosseus membros e numa visão «por den-tro» do que é esta instituição grande, pe-sada e difícil.

Palavras necessárias

Fruto da diversificação profissional econtratual, num quadro de mudançasjurídicas e de tutela, agrega esta listavisões plurais que procuram, antes detudo, uma síntese a partir da diversi-dade. Saber convergir sem esmagar asdiferenças é pois um princípio estrutu-rador de um Conselho Regional do Sulque deseja mais Ordem na medicina emaior intervenção na modernizaçãodos serviços de saúde.

Ensaiado há 3 anos como convergên-cia entre correntes há muito desavindasno meio médico, a verdade é que estálonge de surtir o novo compromissointer-profissional, nem venceu totalmen-te divisões largamente secundárias. Per-mitiu inclusivé tomar a consciência deque a integração de correntes pluraisno trabalho da Ordem, então iniciada,longe de superar automaticamente osproblemas que vinham de trás, exigeafinal mais reforma e transformação doque aquela que foi possível apresentarao longo do mandato cessante. A insti-tuição e a sua pesada estrutura revela-ram-se afinal muito mais robustas àacção dos que perfilhavam e perfilhamum ponto de vista crítico e dos quevalorizam o legado da Ordem.

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista B

Novos Rumos em temposde Mudança

Ao insistir em levar por diante um com-promisso abrangente como eixo da suarenovação, tem hoje esta Lista maiorconsciência de como é crucial aumen-tar a transparência dos actos directivose dar toda a força ao funcionamentoescrupulosamente democrático dosseus órgãos fora de qualquer práticadirigista ou de pequenos comités in-formais de decisão. É porventura maispremente reorganizar o trabalho direc-tivo para não o afogar com pesadastarefas administrativas impeditivas dese pensar estrategicamente o futuro,

assim como importa promover a aber-tura a todos os órgãos distritais e àinteracção com os colégios de especi-alidade. Importa ainda dinamizar a im-prensa médica convocando à partici-pação os médicos e valorizando todoo dinanismo profissional e os sucessosda medicina por forma a projectar ain-da mais a profissão no concerto detoda a sociedade.

Precisamente porque vivemos numtempo de exigente busca de compro-missos respeitadores contudo da di-

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

versidade, não poderia esta lista dei-xar de vincar a sua autonomia facea todo o processo eleitoral nos restan-tes órgãos da Ordem e em relação àscandidaturas a bastonário que se per-filam.

O nosso compromisso é para com oscolegas do Sul, se bem que a regiãoseja parte do todo nacional e se ambi-cione uma actuação nacional mais co-esa da Ordem. A autonomia significaapenas trabalhar com os restantes Con-selhos Regionais e o bastonário quevierem a ser eleitos num espírito deleal cooperação. Para esta lista não háalternativa à linha de compromis-so plural representado nesta can-didatura. Sem abertura e inclusão nãohaverá caminho para dotar a Ordemde mais protagonismo e capacidade.Foi hesitante, contudo, o passo que sedeu. Mas foi real, ainda assim, para seiniciar um caminho que não deve re-troceder. Importa agora aprofundá-lo,pelo contrário, com a experiência for-necida por quem em boa medida jáaprendeu os processos internos dacasa, juntamente com uma aposta in-cisiva em novos elementos. A interven-ção necessária tem de conter porémum propósito reformador claro: resol-ver a crise de organização e direcção,da moldura estatutária e superar oamadorismo gestionário, sem o que fi-carão os médicos fragilizados no seupapel de impulsionadores da moder-nização da profissão e dos serviços desaúde.

A Ordem no centro da Auto-regulação e das Reformas daSaúde

É um notável marco que os médicosconquistassem uma moldura renova-da de carreiras em contra-ciclo comas crescentes desregulação e suprema-cia do poder económico e administra-tivo sobre a profissão. Deu-se a unifi-cação do percurso profissional dosmédicos, independentemente do regi-me contratual, e conquistou-se sobre-tudo um papel fulcral para a auto-regulação na Ordem assente nos Co-

légios de Especialidade. Esse papel con-densa-se na certificação e concessãodos títulos de habilitação para os graus,precedentes que se tornaram à pro-gressão na carreira, o que incita ao pri-mado do mérito técnico com base noreconhecimento inter-pares, condicio-nando de forma importante a consti-tuição das hierarquias profissionais.

Trata-se, no próximo mandato, de prio-ritariamente concretizar a nova mis-são da Ordem na formação de júris,montagem dos regulamentos das pro-vas e na organização das suas épocasanuais. Para esta Lista, é fulcral desen-volver no curto prazo uma ampla aus-cultação e debate em torno da filoso-fia a adoptar e dos objectivos a alcan-çar com o concurso de obtenção dotítulo de Consultor.

É também agora, mais premente, a su-pervisão dos Colégios na formação pós-graduada assente na independência téc-nica face aos interesses particularesinfluentes na saúde, por forma a alcan-çar uma medicina tecnico-cientifica-mente evoluída.

Constituí sem dúvida uma área a de-senvolver, em articulação com os Co-légios, a construção de listas de re-quisitos de qualidade para a pres-tação de cuidados de saúde, porespecialidade, para melhor habilitar afunção regulatória da Ordem sobre-tudo quando são notórias as falhas daEntidade Reguladora da Saúde e dospróprios serviços oficiais nestas maté-rias.

Contribuir para que a profissão se tor-ne fulcral na organização dos serviços,do seu desenvolvimento e moderniza-ção, é sem dúvida uma necessidade aque esta Lista procurará dar resposta.

São notórias as derivas no processoda reforma dos Cuidados Primários deSaúde, geradoras de assimetrias nasformas de trabalhar e abandono e atro-fiamento da parte da organização doscuidados primários que não integroua reforma. Para esta Lista, é ina-

ceitável a desigualdade no aces-so dos cidadãos a estes cuidadoscom divisão dos médicos quantoàs condições de exercício profis-sional. A Ordem dos Médicos não po-de ficar alheada da existência de cui-dados primários a duas velocidades edeve intervir na requalificação dosCuidados Primários no seu todo. Deveser nesta altura realizado um balançoda Reforma e redesenhá-la de modo abeneficiar todos. Não é aceitável, paraa Ordem, sobretudo para a defesa dosinteresses dos doentes, que não se ca-minhe para a requalificação de todo osector, não só com desenvolvimento dasUSF, mas igualmente com remodelaçãoe requalificação das restantes compo-nentes dos Cuidados Primários.

Cabe à Ordem dos Médicos, do mes-mo modo, intervir para desenca-dear um processo reformadornos hospitais. O governo vem-se atra-sando no seu compromisso eleitoralde lançar a reorganização hospitalar eapenas produziu em Junho de 2010,um documento genérico sem compro-missos ou propostas concretas, nego-ciáveis ou calendarizáveis. Para estaLista é tarefa prioritária dinamizar umconsenso nacional na Ordem, e comos sindicatos, por forma a pressionaro establecimento de compromissosconcretos, operacionalizáveis desde já,em torno das seguintes ideias-força:

• Procurar estabelecer metas relativasa número e prazos de desenvolvimen-to para a instituição de programas ino-vadores e respectivos instrumentosreguladores.

• Assumir como eixo prioritário omodelo legal de Centros de Respon-sabilidade Integrada, eventualmenteajustado, como base para o lançamen-to da reforma.

• Contribuir para a definição dos seusobjectivos, modalidades de integraçãomultidisciplinar preferencial e as mo-dalidades de compromisso produtivoe de financiamento plurianual a desen-volver.

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

• Contribuir com propostas para defi-nir os mecanismos da sua avaliaçãointerna e externa, as formas de selec-ção e recrutamento pluridisciplinar depessoal, o perfil das lideranças e as ba-ses económicas e técnico-científicasque enquadrem as propostas e inicia-tivas dos grupos.

• Definir os requisitos que tais candi-daturas deverão preencher relativa-mente à formação profissional e inves-tigação.

Se não se podem ignorar as dimensões,económica, administrativa e organizativada medicina, também é certo que deri-vas gestionárias e economicistas têm deser contrabalançadas pela voz autori-zada dos médicos.

Nos processos de reforma, não é acei-tável substituirem-se os ganhos reaisde saúde pela ideia de produção mera-mente quantitativa, independentemen-te de sua pertinência. Assim como nãose pode aceitar a falta de avaliação dequalidade da prestação, nem as pro-duções inadequadamente escrutinadase desenquadradas do olhar hierárqui-cotécnico e das equipas, sob a tutelados critérios inter-pares.

Definição Profissional e ActoMédico

«O Acto Médico engloba todas as acçõesprofissionais, isto é, científicas, do ensino,treino e educacão, ao nível organizacional,da clínica e prestações medico-técnicas,realizadas para promover a saúde e aaptidão, prevenir as doenças, fornecer cui-dados aos doentes, indivíduos, grupos oucomunidades, diagnósticas ou terapêuti-cas e de reabilitação no quadro de umamatriz de respeito pelos valores éticos edeontológicos. É responsabilidade do mé-dico ou sob a sua directa supervisão ouprescrição.»

Definição Europeia do Acto Médicoadoptada pela União Europeia dosMédicos Especialistas no seu encon-tro de Munique a 21 e 22 de Outubrode 2005 e emendada nos encontros

de Budapeste a 3 e 4 de Novembro de2006 e em Bruxelas a 25 de Abril de2009.

Foi já em 1999 o veto presidencial àLei do Acto Médico negociada entre ogoverno e Ordem dos Médicos de en-tão e por unanimidade aprovada naAssembleia da República. Apesar derecorrente na Ordem e na opinião mé-dica, a verdade é que não se conseguiureerguer o tema na agenda da saúde.

A manutenção do asssunto num limbo,não pode deixar de questionar os pró-prios médicos, quanto mais não sejapara repensarem o sentido e objecti-vos da iniciativa e as incompreensõese mesmo oposição à proposta em sec-tores da sociedade e do Estado.

Importa debater se tal lei visa defendersobretudo o perímetro do exercícioprofissional face às profissões conexasque se sobrepôem à medicina,ameaçandoa, ou se a Lei tem por ob-jectivo primeiro defender o cidadão,doente ou em risco, face a prestadoresinqualificados. Prestadores esses nãocobertos por regulação transparente esobre os quais a alçada da responsabi-lidade não pode ser devidamente acci-onada por clientes incautos, vítimas dedolo ou de publicidade enganosa e queacabam ofendidos por negligência.

Se um dos principais argumentos parainviabilizar a Lei foi a oposição de pro-fissões conexas, importa hoje desen-volver uma negociação, com o Estadoe com as outras profissões da saúde,para a uma definição dos actos parce-lares que complementem, excepcioneme restrinjam a definição genérica damedicina no espírito da multidiscipli-naridade e do trabalho em equipa. Seum tal processo negocial puder sererguido, será certamente superado umobstáculo à instituição do Acto Médi-co. Significa isto que a definição de umActo Médico, não tem de excluir ne-nhum território profissionalmente au-tónomo, na saúde, mas tem vantagemem articular-se com definições parce-lares e articuladas de actos definidores

das outras profissões de saúde, comode resto se adoptou noutros países.

Reforma dos estatutos para aOrdem avançar

Sem a reforma estatutária da Ordemdos Médicos não será superado um dosmais importantes travões à sua moder-nização. Para esta Lista, importa sufragar,no Sul e depois no país, um novo mo-delo estatutário ajustado às exigênci-as de agilidade, pluralidade e demo-cracia que se colocam à Ordem.

Sem prejuízo de consagrar práticas jáem desenvolvimento como é a eleiçãodos colégios, em precedência e condi-ção para a sua nomeação pela Ordem,serão 3 os princípios que nortearão oConselho Regional Sul nesta matéria:

• O princípio da representação pro-porcional no Plenário dos ConselhosRegionais de todas as correntes deopinião segundo o método de Hondt.É um princípio fundamental para estalista que a assembleia magna da Or-dem possa dar voz a diferentes olha-res sobre os caminhos que a Organi-zação deve traçar para si própria e querumos deve seguir.

• O princípio da limitação de manda-tos nos Colégios de Especialidade,Órgãos Regionais, Conselho NacionalExecutivo e no lugar de Presidente daOrdem dos Médicos. No exercício pro-fissional da medicina não deve haverlugar à criação de burocracias profis-sionais que cristalizem uma divisão depapéis entre representantes e repre-sentados, sendo pelo contrário de ge-neralizar a todos os médicos, nalgumafase da sua vida, o dever de assumi-rem funções de representação, porémnão mais do que num período ou pe-ríodos transitórios de uma vida profis-sionalmente activa e absorvente. Porregra, a proposta que se adianta é ade limitar os mandatos a 3 – nove anosde mandato.

• O princípio da separação temporalnas eleições dos órgãos da Ordem. Para

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

esta Lista, o evolucionismo da vida in-terna da Ordem dos Médicos mostracomo os períodos onde vigoraram can-didaturas coesas, do género um bas-tonário, três Conselhos Regionais eConselhos Distritais a ele fiéis, foramtransitórios e não estão mais presen-tes quando se olham os resultados elei-torais dos últimos anos. Embora sub-sistam as candidaturas alinhadas, oresultado final tem sido o da formaçãode órgãos plurais sem se impedirem aconcertação e a coesão suficientes parauma actuação eficaz. Ora, se a plurali-dade dos órgãos pode significar vitali-dade importa separar então bem asfunções e o momento que marcam aeleição nacional do presidente daque-le outro, diferenciado, onde se elejamos órgãos regionais e distritais de mo-do a saírem realçados os projectos es-pecíficos de cada candidatura. A sepa-ração de tempos vigora já de resto parao período eleitoral dos Colégios deEspecialidade.

Não pode contudo escamotear-se ofacto da revisão estatutária ser um pro-cesso de soberania reservada do Esta-do e da Assembleia da República, emconcreto. Daqui decorrem inerentesriscos de adulteração da missão e fun-ções da Ordem por correntes de opi-nião, existentes no Estado e na socie-dade, favoráveis à estatização das fun-ções regulatórias e à perda de rele-vância das Ordens.

Para obviar a este risco há que, emprimeiro lugar, obter uma sólida incli-nação dos médicos a favor de um dadomodelo estatutário, uma vez que a co-esão profissional tenderá a imprimiruma mais forte capacidade negocialjunto do poder. Isso poderá ser alcan-çado através de uma comissão de re-visão estatutária de prestígio, plural,com adequada representação regional,a qual apresentará a sua proposta, con-duzirá um período de auscultação, sub-meterá ao Conselho Nacional Execu-tivo a proposta final e delimitará asàreas de controvérsia para permitiruma decisão referendária nacional bemdelimitada e dicotómica.

Em segundo lugar, importa difundir nopúblico a importância que uma Ordemmais operativa poderá ter para a defe-sa dos interesses dos cidadãos, na me-dida em que é esse o caminho paramais qualidade na medicina e dos pró-prios serviços de saúde.

Em terceiro lugar, conduzir com senti-do de oportunidade o processo e ométodo de negociação com o Estado.Para esta lista, nas presentes circuns-tâncias, o caminho mais ágil para senegociar uma tal alteração é fazê-locom o Ministério da Saúde e desenca-dear a partir dele, e já com o texto docompromisso definido, a iniciativa dogoverno pedir uma autorização legis-lativa à Assembleia da República paralegislar.

A Ordem e a Formação Médicaprégraduada

Assim como faz sentido, para o bemdo país, entenderem-se o Ministério daSaúde e o Ministério do Ensino Supe-rior em relação ao volume de médicosem formação nas escolas portuguesase ao conteúdo curricular da sua for-mação, tanto quanto possível na basede um referencial objectivo de ratios,faz igualmente sentido que a Ordemprocure articular-se com as Faculda-des de Medicina, o Ministério do Ensi-no Superior e o da Saúde sobre omesmo problema.

A criação inusitada de Faculdades deMedicina com acesso, objectivos e es-trutura organizativa de duvidosos pro-pósitos requer uma clara tomada deposição da Ordem.

A Ordem é de facto parceiro desteprocesso porque também ela adminis-tra internatos, concessão de idoneida-des formativas, e está incumbida naprogramação de provas de titulação avários níveis. Conhecer os projectosdo governo nestas matérias é pois damais elementar necessidade para a boagestão dos recursos humanos. É van-tajoso por outro lado dar passos paramelhor articular o ensino prégraduado

com o pós-graduado, tendo em contaas mutações tecnico-científicas, as ten-dências para especialização e segmen-tação dos saberes, com necessidade aomesmo tempo de boa formação geralassistida porventura por troncos co-muns de formação para as áreas damedicina e da cirurgia.

Para esta Lista, importa conquistar umprograma de negociação e de auscul-tação, com o governo, sobre o débitoda formação dos novos médicos, bemcomo da sua articulação a projecçõesde vagas e de patamares de diferenci-ação profissional. O débito na forma-ção de médicos está hoje em francaexpansão, embora se tema que ao pe-ríodo precedente de escassez, se sigauma plétora sem racionalidade face àsnecessidades efectivas. Neste plano,cabe à Ordem acautelar as saídas pro-fissionais e evitar a todo o custo a ge-ração de desemprego médico, um des-perdício humano e económico, mani-festamente incomportável para o país.Sem dúvida que isso impõe um diálo-go directo com as próprias faculdadesde Medicina e para tal, tem esta Lista apropôr a criação de um conselhoconsultivo entre a Ordem e as Fa-culdades de Medicina.

Promoção das melhores práticasda medicina

O avolumar das restrições financeirase de todo o tipo de preocupações coma racionalidade económica da presta-ção de cuidados de saúde exige maisdo que nunca a definição de uma mol-dura reguladora da segurança e quali-dade das prestações. É indispensáveldefinirem-se regras quanto a temposde atendimento e execução de actos.É importante definir os mínimos, depessoal, equipamentos e instalações,para a prestação de cuidados ao níveldas urgências e nas diversas valências,sob pena de imperarem a desregulaçãoe a insegurança. É fundamental fomen-tar a qualidade da actividade médica,ao nível contratual, nas tabelas de con-venções e seguradoras, para que nãose comprometam os direitos dos doen-

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tes pelo contínuo esmagamento dospreços.

Nesse sentido deve a Ordem dina-mizar os colégios para passarem a ele-ger prioridades regulatórias comemissão de propostas de recomen-dações concretas que sirvam de re-ferencial para a actividade regulado-ra da Ordem.

Para a Ordem e os seus Colégios deEspecialidade, por outro lado, a auto-nomia não se confunde com com-placência em relação a práticasinsuficientes ou não fundamenta-das, ou com desvios injustificados àsrecomendações consensualizadas porcomissões idóneas da profissão. Pelocontrário, depende a autonomia dasujeição às boas práticas e do respeitopara com a excelência, comprometen-dose esta Lista na dinamização de to-dos os órgãos da Ordem com vista aaumentar a exigência no exercício pro-fissional.

Esta lista, no quadro da dispersão eincoerência das funções de regulação,entre Ministério, autoridades de saúdee inspecção dos serviços de saúde, aque acresce a ambiguidade e indefini-ção da Entidade Reguladora da Saúde,não pode deixar portanto de promo-ver as funções específicas, inalienáveis,de autoregulação profissional que ca-bem à Ordem dos Médicos. O poderde auto-regulação assume, natural-mente, um lugar central no poder dis-ciplinar.

Esta lista compromete-se a:

• Conceder as melhores condições detrabalho aos colégios de especialidadenas suas funções reguladoras

• Conceder as melhores condições aotrabalho do Conselho Disciplinar

• Estudar a criação de mecanismos decertificação da qualidade de serviçosmediante auditorias independentes ecredíveis, accionáveis numa base vo-luntária

• Favorecer a intervenção pública daOrdem em assuntos que questionemas práticas de membros da classe, comrespeito dos direitos de defesa, pru-dência na valorização dos contextos,consideração dos meios postos à dis-posição do médico, mas contrariandoenviesamentos corporativos.

Defende esta lista uma nova cultu-ra institucional de participação econcertação democráticas nasinstituições em oposição à ditaduraadministrativa e financeira hoje em de-senvolvimento. Evolução em tudooposta às promessas governamentaisde autonomia, contratualização e con-cessão de incentivos, escandalosamen-te desrespeitadas. É absurdo pensar-se que uma indústria tão sofisticada sedesenvolva sem forte participação enegociação internas com a sua baseprofissional. A defesa dos doentes, daeficiência médica e a melhoria nos ín-dices de saúde, obrigam ao urgenterelançamento da participação da hie-rarquia médica e dos profissionais naorganização dos cuidados, no desen-volvimento de novas apostas e no es-tabelecimento de metas e planos deacção. Mesmo que isso implique umaoposição aberta à Administração au-tista e à máquina opaca de comandodo ministério. A Ordem não pode es-tar alheada do combate necessário peladevolução à medicina do seu papelfulcral na organização da prestação!

Para esta lista, as necessárias, concer-tação, democracia, responsabilização eautonomia institucionais, só se materi-alizam e tornam credíveis junto dosmédicos, através da retoma da elei-ção pela base médica do Direc-tor Clínico, como membro não exe-cutivo do Conselho de Administraçãodo Hospital. É este o repto que lança-mos a todos os médicos para com elese comprometerem, e ao País e ao po-der político, para através dele compre-enderem a causa da modernização doSNS e a re-mobilização da sua impor-tante base profissional.

Neste sentido, promoverá esta Lista o

mais amplo acesso dos médicos àformação e competência em ges-tão, instrumento que pode constituir-se em factor poderoso na reconquistado espaço profissional que é e deveser a organização da prestação, a con-tratualização e a definição estratégicado desenvolvimento institucional.

Inerentes que são as reformas a umaindústria em constante inovação comoa saúde, importa combater a sua captu-ra por lógicas excessivas, administra-tivas e financeiras. As reformas detêma legitimidade do poder democrático,mas não podem afrontar os valores damedicina, o primado do interesse dodoente e da população, antes serãomais certamente bem sucedidas, namedida em que respeitem estes valo-res. O que se pede à Ordem é um papelresponsável na sua compatibilização.

Para esta lista, a verdadeira racionali-dade económica da saúde só poderáser alcançada com as melhores práti-cas e isso significa promover a quali-dade, a pertinência e a máxima efici-ência organizativa médica. Do mesmomodo não pode a Ordem alhear-se daevolução de políticas conexas com aprestação de cuidados de saúde, emconcreto a política do medicamento,onde se deverá incentivar uma polí-tica mais racional, no respeito dacentralidade médica na prescrição, fa-cilitadora porém de medidas regula-doras para se generalizarem nas insti-tuições as recomendações consensua-lizadas de prescrição.

Formação Médica

A formação médica é estruturante daprofissão, constituindo-se cada vezmais como condição de autonomia egarante da qualidade da medicina.

Esta lista bater-se-á para que os mé-dicos internos das especialidadesacedam ao melhor treino, indepen-dentemente do local onde essa forma-ção é realizada: sector público ou pri-vado desde que as condições de ido-neidade e capacidade formativa sejam

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respeitadas e desde que o Serviço ondeaquela decorre acorra a carreira mé-dica legalmente definida. Para tal devea Ordem contribuir, no âmbito dassuas competências e em articulaçãocom as estruturas sindicais, para o es-tabelecimento de um modelo de car-reiras médicas sobreponível ao do sec-tor público e empresarial do estado.Idealmente, este direito deveria mate-rializar-se na liberdade de escolha doserviço onde exista capacidade forma-tiva disponível, por ordem de classifi-cação. É por todas as razões desejávelgerar-se a possibilidade prática deintercomunicabilidade profissional en-tre o sector 14 público e o privado oque só poderá acontecer no contextode uma moldura de carreiras com re-conhecimento mútuo através dos títu-los obtidos. A Ordem não poderá con-tinuar a aceitar uma actuação incom-petente dos serviços na definição demapas de vagas, à última da hora, an-tes se exigindo a definição de um qua-dro plurianual que permita ao internoe aos serviços uma definição melhorinformada da respectiva estratégia.Deve continuar a ser um esteio da Or-dem a defesa da função formativa dosserviços e a verificação da sua idonei-dade e da sua capacidade formativapor parte dos colégios de especialida-de. A acção da Ordem deverá pautar-se pela pressão a favor da profissiona-lização do processo de acesso e ges-tão dos internatos, conjunta entre aOrdem e o Ministério da Saúde, comdinamização da participação dos colé-gios e maior apoio ao exercício da suaactividade. Deve ainda pautar-se pelaprofissionalização do internato médi-co em termos de remuneração, dedi-cação e concentração do trabalho naformação, acções estas que deverão serconcertadas entre a Ordem e os Sin-dicatos Médicos. No domínio das con-dições do exercício profissional deve-rá a Ordem conceder a maior aten-ção aos problemas recorrentementereportados de prestação de trabalhonão adequadamente tutelado, ao ex-cesso de carga horária na urgência comóbvios prejuízos na formação contínuana rotina do serviço e com impossibi-

lidade física, para atender às exigênci-as próprias de uma formação de qua-lidade. Neste domínio importará con-tinuar a promover as condições deexercício dos orientadores de forma-ção, com incentivos ao desempenho evalorização da sua função, estimulan-do o aprofundamento das suas com-petências pedagógicas.

Esta lista procurará promover a todosos níveis a formação pós-gradua-da e o desenvolvimento profissi-onal contínuo, em colaboração comos colégios e associações científicas daespecialidade. Neste domínio, deveráa Ordem agir para gerar um mecanis-mo de acreditação que valide a forma-ção médica pós-graduada, com trans-parência e independência. Serão de in-centivar iniciativas regulares de forma-ção a partir dos colégios, com foco na-turalmente nas valências dos respecti-vos internatos, que se prestigiem e seconstituam em referencial curricularpara os médicos.

Para esta lista, a concretização de ummomento de titulação no grau de Con-sultor, no âmbito do novo diploma dasCarreiras Médicas, constituirá não sóum tremendo desafio organizativo, massobretudo um momento de debate naprofissão sobre os objectivos a alcan-çar com os requisitos para a obtençãodesse título. Como compatibilizar umpercurso profissional que muitas ve-zes evoluiu para a subespecialização,com a natureza geral de cada especia-lidade? Que exigência no plano da res-ponsabilidade organizativa dos servi-ços se deve pedir ao candidato, quepreparação gestionária e organizativadeverá o médico demonstrar e quaisos mecanismos de formação nesta áreaque minimamente sejam colocados àsua disposição para se preparar? Qualo desenvolvimento e a maturidade nodomínio da investigação científica queo candidato deverá demonstrar? Semmobilizar a classe para o debate emtorno destes problemas, não será pos-sível responder à oportunidade únicaque poderá ter sido criada com a novalei para desenvolver uma verdadeira

meritocracia interpares, capaz não sóde ser reconhecida pelos médicos, mascom força para influenciar a constitui-ção das hierarquias nos serviços. Paraa Ordem e para os médicos, a monta-gem de um figurino exigente terá an-tes de tudo por objectivo garantir ofuturo da medicina portuguesa, commelhor e mais eficiente serviço aos ci-dadãos. Para que isso seja assegurado,é agora o momento de se escolher ocaminho, desejavelmente com maisautonomia e maior auto-regulação.

Dinamização do associativismomédico e convergência entre or-ganizações médicas

Esta lista suportará uma estratégia in-clusiva em relação aos médicos e às or-ganizações com trabalho na profissão,de índole científica ou sócio-profissionalcom os seguintes eixos de acção:

• Insistir para a retoma de encontrosregulares com os sindicatos médicos,no sentido de promover uma constan-te informação e procurar concertar assuas actividades complementares.

• Promover a articulação regular deencontros com as Ordens profissio-nais da saúde.

• Dinamizar o Fórum Médico.

• Estimular a auscultação regular dasorganizações de prestadores e da Me-dicina Liberal para defender a profis-são do colapso dos preços e da suafixação unilateral pelas entidadesfinanciadoras, públicas ou privadas.

• Promover uma auscultação regularcom médicos das diversas instituições,e com os colégios, no sentido de recen-sear os problemas e mobilizar a classepara as tarefas que se colocam.

• Incentivar a participação e a acçãodos órgãos locais, regionais e distritaisconvidando-os a serem parte activa edecisiva na solução dos diferentes pro-blemas identificados ao seu nível deinfluência.

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• Descentralizar a nível distrital as reu-niões regulares ou extraordinárias doConselho Regional.

• Privilegiar a presença de represen-tantes da Ordem em todos os forunsmédicos de nível nacional e inter-nacional.

Um Novo Papel para as Distritais

Esta lista considera prioritário ele-var o trabalho das secções distritaisa um maior nível de participação eprotagonismo. Desde logo constituiimportante desígnio para o Conse-lho Regional do Sul a chamada a fun-ções mais regulares as Distritais deLisboa e da Grande Lisboa, secçõesque representam uma percentagemelevada de médicos e que não têmconseguido ocupar, a não ser de for-ma intermitente, um corresponden-te lugar no associativismo profissio-nal muito pela falta de condições téc-nicas, de espaço físico de organiza-ção, de secretariado e de assunçãoconcreta de pelouros. Assim sendo,propõe-se uma reorganização ondeas duas grandes secções de Lisboa eda Grande Lisboa se tornem respon-sáveis pela dinamização cultural eassociativa da sede da Ordem dosMédicos, assumam um papel activonas iniciativas de formação e partici-pem regularmente através dos seuspresidentes nos trabalhos do Con-selho Regional do Sul.

Implica tal, uma desconcentração depelouros, uma efectiva atribuição derecursos por via de um orçamentoinequivocamente desconcentradotambém para que às novas compe-tências corresponda uma efectiva so-berania sobre novas disponibildadesfinanceiras.

Da mesma forma, deverá aumentar afrequência de contactos e de reuniãode coordenação entre o CRS e todasas Distritais com calendarização deiniciativas concretas, autónomas detodas elas.

Política Social e Acção Culturalda Ordem

A Ordem não pode ser apenas o es-paço definidor e regulador da profis-são, antes deve ligar todos os médicospor laços de interesse comum queacentuam a coesão entre colegas.

Têm crescido os equipamentos e osapoios sociais aos médicos de que sedeve realçar o desenvolvimento dasCasas dos Médicos e as Sedes Distri-tais. A questão prioritária nesta alturaé a de consolidar a viabilidade econó-mica destes equipamentos para defen-der o equilíbrio das contas da Ordeme assegurar o desenvolvimento sem so-bressaltos do seu trabalho. Só com mo-delos adequados de exploração pode-rão esses equipamentos permitir àOrdem apoiar mais os médicos ou fa-miliares dependentes em dificuldadespor motivos de doença, morte ou inca-pacidade. E desenvolver actividades lú-dicas, culturais, turísticas, desportivase sociais no âmbito da Ordem demodo regular e continuado. Entre asmodalidades a acolher estarão a cele-bração de contratos com empresas dosquais revertam inequívocos benefíciospara os médicos enquanto consumido-res e que não comprometam a indepen-dência e isenção da Ordem enquantoinstituição de utilidade pública, nem amissão social do seu fundo de solida-riedade. Continuará a ser um pontode atenção da acção do futuro Conse-lho Regional do Sul o apoio, consoanteas necessidades e os recursos disponí-veis, a médicos ou familiares depen-dentes em dificuldades por motivos dedoença, morte ou incapacidade.

Entre os projectos que importa con-cretizar é o de utilização da unidadehoteleira adjacente e já propriedadeda Ordem, para apoio aos médicosque se deslocam a Lisboa.

Os protocolos com Seguradoras ser-vem para uma mais eficiente cobertu-ra dos riscos a que os médicos estãosujeitos, nomeadamente a responsabi-lidade civil e vida, e permitem uma fon-

te de receita substancial que importaadministrar de forma transparente. Seé verdade que eles se tornaram umafonte para desenvolver os apoios soci-ais, foi também neste domínio que severificaram situações de desconformi-dade que afectaram muito a imagemda Ordem a nível nacional. O Conse-lho Regional do Sul deverá actuar paraa imediata regularização contratual efuncional destes protocolos, de acor-do com a lei, e procurar obter umamais eficiente cobertura dos riscos aque os médicos estão sujeitos.

Na sequência das iniciativas que aOrdem vem promovendo para chamarà atenção para as patologias que afec-tam tanto os Médicos como a restantepopulação, fruto das pressões múlti-plas a que estão sujeitos no desempe-nho da sua actividade, esta Lista com-promete-se a fazer avançar o projectomultidisciplinar do Burn out. É por es-tarem os médicos em risco de desen-volver situações de «burn out», pertur-bações do comportamento ou de adic-ção que a Ordem deve estar habilita-da para, enquanto entidade regulado-ra da profissão, agir face às situaçõesde doença que originem risco para osdoentes, sobretudo com o desenvolvi-mento de uma rede de apoio aos cole-gas doentes, do ponto de vista clínico,social e jurídico.

O apoio jurídico é de resto uma dasmissões que a Ordem não pode dei-xar de fornecer com apoio processualaos médicos vítimas de acusações pormá prática ou alvo de calúnias ouagressões no desempenho da sua pro-fissão.

A evolução da prestação de cuidadosde saúde tem priveligiado sobremanei-ra o apetrechamento das grandes su-perfícies hospitalares, quer públicasquer privadas, com relativo atrofia-mento da actividade da medicina libe-ral. É contudo na medicina de consul-tório e nas empresas cooperativas demédicos que se constrói uma relaçãode proximidade entre médicos e do-entes, e se consegue porventura em

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melhores condições uma atenção maisamigável às necessidades do doente, oque torna este sector de iniciativamédica substancialmente insubstituível.É por isso imperioso requalificar o sec-tor com mais apoios e no aconselha-mento quanto a modalidades de orga-nização, actuação em rede, software econtabilidade. A Ordem não tem, háque reconhecêlo, atribuído a necessá-ria atenção a esta frente e é por issoimportante que o futuro Conselho Re-gional do Sul consiga, no concreto, ge-rar uma solução que poderá ter a for-ma de gabinete de estudos, para o lan-çamento e debate de projectos derequalificação para este sector.

No domínio cultural a Ordem conti-nuará a desenvolver importantes co-laborações com a Sociedade Portugue-sa de História através do seu núcleode actividades ligado à Biblioteca His-tórica da Secção Regional do Sul, ondeestá depositado o maior acervo de 1asedições de obras de ficção escritas porautores médicos. Depois de uma ex-periência, bem sucedida mas ainda bas-tante insuficiente, com o ciclo de cele-bração centenário do escritor médicoFernando Namora, o futuro ConselhoRegional do Sul irá continuar a apoiara SOPEAM (Sociedade Portuguesa deEscritores e Artistas Médicos).

Imagem da Ordem e dos Médicos

A Ordem, pelo universo médico quereúne, pelas exigências científicas noexercício profisisonal, pelos desafios dopoder político e administrativo, masigualmente pela pressão concorrencialcom que a medicina liberal, individualou de pequenas empresas, é constan-temente confrontada, tem necessaria-mente de encetar uma resposta com-preensiva que promova o papel dosmédicos na saúde e no conjunto dasociedade. A Ordem deve ambicionarum maior papel porque a medicina émotriz na edificação de um sistema desaúde que desempenha melhor, noconcerto das nações desenvolvidas, doque a maioria das outras actividadesna nossa sociedade. E mobiliza e entu-

siasma as novas gerações de portugue-sas e portugueses. Constitui por outrolado uma plataforma, ainda que em con-dições deveras adversas, para mobili-zar o engenho e a criatividade de inves-tigadores de relevo. A Medicina Por-tuguesa vê serem reconhecidos mui-tos médicos e instituições como deten-do um saber e um desempenho ini-gualáveis, mesmo em comparações in-ternacionais e desperta enorme inte-resse no público pela constante ino-vação de que é portadora, pela curio-sidade por parte da sociedade em re-lação à medicina, à biologia, e em rela-ção aos constantes e prodigiosos avan-ços científicos.

Estes argumentos, são simultaneamen-te a base para a Ordem procurar umaainda maior afirmação e alcançar mai-or reconhecimento para a nossa pro-fissão. Perante as dificuldades, não épromover qualquer enconchamentoou elitismo bacoco o que se deve fa-zer, mas fomentar uma maior aberturaà sociedade, maior exigência profissio-nal e melhor organização.

Esta lista compromete-se a:

• Promover a imagem da Ordem e daMedicina no contexto da sociedadeportuguesa no sentido de aumentar oreconhecimento da sua importância eda importância da saúde nos proces-sos de decisão política e económica,na sociedade e no Estado.

• Desenvolver instrumentos de apoiocientífico à profissão, como constituio acesso em condições vantajosas aocartão de pesquisa bibliográfica, já dis-ponibilizado, susceptível de superar aslacunas reconhecidas nas instituiçõesdo Estado e privadas.

• Lançar um debate entre as nossasinstituições e profissionais mais envol-vidos na investigação sobre o rumo eas necessárias reestruturações a pro-por aos órgãos da Ordem em relaçãoà Acta Médica.

• Estudar o lançamento de novos apoi-

os em software, modalidades de orga-nização, de articulação em rede, con-tabilidade, apoios a empresas coope-rativas de médicos no sentido de re-dinamizar e prestigiar a oferta da me-dicina liberal carecida como está dereorganização e re-apetrechamento.

Internacional

A Ordem conquistou um importantepapel a nível internacional o que sópode traduzir o reconhecimento daexcelência da medicina portuguesa, daformação médica e da sua actividadepelas outras organizações médicas in-ternacionais. Para além disso, o de-senvolvimento da cultura médica delíngua portuguesa levou à criação daComunidade Médica de Língua Por-tuguesa.

Pela participação empenhada nas as-sociações europeias, Portugal detémneste momento a Presidência daUEMO, a Presidência da CEOM, a Pre-sidência do PWG e a Presidência daAEMH.

Esta lista compromete-se a:

• Apoiar as actividades decorrentes dosaltos cargos desempenhados a níveleuropeu, pelos nossos colegas.

• Apoiar o trabalho do DepartamentoInternacional da Ordem desenvolven-do a participação nas organizaçõesmédicas europeias e mundiais.

• Apoiar o desenvolvimento da Comu-nidade Médica de Língua Portuguesa ea apoiar o Instituto de Formação Médi-ca Pós-Graduada em Cabo Verde.

Colégios da Especialidade

Para lá do que atrás foi referenciadopretende esta lista desenvolver maio-res contactos com os Colégios de Es-pecialidade através de reuniões regu-lares com os membros do sul das di-recções de forma a proporcionar àque-les as melhores condições e maioroperacionalidade.

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82 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

O grande desafio que se colocará nofuturo próximo será a adaptação doscolégios à nova realidade das carrei-ras médicas e esta lista compromete-se a apresentar propostas que tenhamem consideração as opiniões dos dife-rentes colégios.

Delegados nos locais de trabalhoe ao Plenário

É um compromisso desta lista desen-volver um trabalho de proximidade

com os médicos. Para tal serão desig-nados delegados nos locais de traba-lho que receberão toda a informaçãodas decisões dos orgãos executivos e,por sua vez, informarão estes dos pro-blemas eventualmente existentes emcada instituição.

Sendo o Plenário dos Conselhos Regi-onais o órgão máximo de decisão daOrdem dos Médicos é compromissode todos os eleitos por esta lista a suapresença para evitar os condiciona-

lismos da falta de quórum que tantoprejudicaram a Ordem num passadorecente.

POR UMA ORDEM INTERVENTIVAE PROACTIVA

EM DEFESA DOS VALORES DOEXERCÍCIO MÉDICO

PELA CONVERGÊNCIA ENTRE ASDIFERENTES ORGANIZAÇÕES MÉ-DICAS

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

PROGRAMA DE ACÇÃO

É preciso fazer a rotura necessária, reer-guer a Ordem dos Médicos e instalar umanova praxis onde os médicos se revejam

Com o objectivo de construir um ver-dadeiro património de análise e refle-xão escrita com os recursos própriose em cooperação com o mundo aca-démico e da investigação em saúde eem serviços de saúde apresentamos umconjunto de propostas que, sendo dobastonário Jaime Teixeira Mendese de toda a Candidatura «Alter-nativa para a Ordem dos Médi-cos», devem ser consideradas comoprojectos a desenvolver e como talabertos a todos os contributos dosmédicos.

Para ultrapassar o actual estrangulamen-to no funcionamento da OM é precisopromover a unidade na diversidade épreciso ter uma visão estratégica paraos serviços de saúde, é preciso apro-fundar, com base técnico-científica o de-senvolvimento do SNS, é preciso ligara OM à Universidade e às associaçõesprofissionais e científicas. No fundo, criara unidade na acção em torno de pro-jectos, sem exclusões e sem dependên-cia de interesses menores.

ÓRGÃOS REGIONAIS – Lista C

A Alternativa para a Ordem dosMédicos – Vamos por ordem na Ordem

Mandatário: Luís Adriano das Neves Gonçalves SobrinhoDelegado da Candidatura: João Gama Marques Proença

Mesa da Assembleia RegionalPresidente Jorge Rodolfo Gil Guedes Cabral de CamposVice-Presidente António Machado Saraiva1º Secretário Francisco Manuel da Costa Domingues2º Secretário Nuno Filipe Ambrósio Lopes

Conselho FiscalPresidente Joaquim António Pancada CorreiaVogais Constança Jordão Madeira Chaveiro Ribeiro

Maria Gabriela da Silva Fraga Brum

Conselho RegionalÁlvaro de Ascenção Brás de AlmeidaAntónio da Assunção Mendes AraújoCarlos José Pereira da Silva SantosDionísia Isabel Osório Jara de CarvalhoFernando José Carrilho Ribeiro LeitãoGraciela Lopes Valente SimõesMaria Guilhermina GonçalvesPalmira Rodrigues César de Matos DiasPedro Manuel Matos MiguéisSérgio Morais Ribeiro SilvaTiago Augusto Ferreira Baptista

Conselho DisciplinarAntero do Vale FernandesHenrique Delgado Domingues MartinsMaria dos Anjos Marques de Almeida SantosMaria Carolina Mealha Tito de Morais Pereira de OliveiraMiroslava Gonçalves Gonçalves

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83Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

ter de pedir autorização ao CNE,não obstando a presença de umdos seus membros;

• Estabeleçam critérios para cri-ação de novos colégios de espe-cialidade, com o conhecimentodo plenário dos colégios, não ce-dendo a influência de lobbies, mas ten-do apenas em vista os ganhos em saú-de para o País.

II – CARREIRAS MÉDICAS

A defesa das Carreiras Médicas, numaperspectiva técnico-científica, é umaconstante da nossa actuação, porquea consideramos a base da organizaçãodo trabalho médico e o modo maisefectivo de construir uma hierarquiapor competência. As Carreiras Médi-cas são um dos suportes da qualida-de, da efectividade e da eficiên-cia da prestação de cuidados médi-cos e a garantia da realização profissi-onal dos médicos.

A nossa candidatura defende:

• A hierarquização dos cuidados e dosprofissionais por critérios de formaçãodemonstrada;

• A integração de todos os profissio-nais na estrutura de carreiras. As Car-reiras Médicas são unas e como tal de-vem ser valorizados todos os níveis deformação, a começar pelo internato;

• A garantia do trabalho em equipa edas condições de trabalho médico;

• A actualização e a estruturação dascarreiras, conteúdos, níveis e meios deacesso, bem como a avaliação de de-sempenho ao longo da vida, devem seruma preocupação permanente da OM,nomeadamente nos conteúdos funci-onais e na promoção do internato agrau de carreira;

• A maior responsabilidade dos júrisde concursos, quanto à fundamenta-ção das suas decisões, e o cumprimen-to dos prazos legais.

I – QUALIDADE DA MEDICINA

A qualidade é intrínseca ao exer-cício da profissão e a Ordem dosMédicos deve ser o garante da quali-dade da medicina praticada no nossopaís, quer no público quer no privado,actuando com prazos limitados sem-pre que houver denúncia ou suspeitasde má prática, despida de qualquer es-pírito corporativista.

A qualidade da medicina está intima-mente ligada à organização do tra-balho médico, à formação e àsCarreiras Médicas.

Os Colégios da Especialidade sãoa razão de ser da Ordem. Efectivamen-te, são eles, através das suas direcçõeseleitas, que definem os programas deformação pós graduadas e que verifi-cam periodicamente a idoneidade dosserviços, pugnando pela Qualidade daMedicina praticada.

É indispensável uma reformulação dasresponsabilidades das direcções doscolégios e a criação de condições paraque possam exercer as suas funçõescom autonomia, dignidade e eficácia.Para tal a Candidatura Alternativa pro-põe as seguintes medidas:

• Passem a ser verdadeiros boardsproactivos, com legitimidade cien-tífica e técnica a nível nacional;

• Estejam habilitadas a dar de for-ma célere o seu parecer técnico e/ou científico junto dos responsá-veis do Ministério, da DirecçãoGeral de Saúde e de outros organis-mos que intervenham na área da saúde;

• Sejam ouvidas nas aberturas denovas vagas;

• Tenham condições de trabalhocondignas: apoio de secretariado, dearquivo e jurídico, com cedência deum espaço físico dentro da Ordem;

• Realizem reuniões inter-colégi-os sempre que necessário, sem

III – DEFESA EM PROGRESSODO SNS

O Serviço Nacional de Saúde conti-nua a ser uma medida politicamentemoderna, socialmente avançada, cien-tificamente correcta e com provas da-das na efectividade e eficiência doscuidados prestados, em particular, dosganhos em saúde alcançados.

1 – O SNS tem sido uma estrutura deorganização de cuidados de saúde glo-bal, integrada e acessível correspon-dendo, no essencial, às necessidadesde saúde da população portuguesa;

2 – O SNS tem sido uma modalidadede prestação de cuidados de saúde ede doença efectiva, macro eficiente esem alternativa comparativa (em ter-mos de qualidade global e de custosbenefício);

3 – O SNS tem ido inexoravelmente apar da organização do trabalho médi-co em Carreiras Médicas hierarquiza-das, técnica e cientificamente, de for-ma auto sustentada e com resultadospositivos comprovados;

4 – O SNS tem assegurado o mais altonível de diferenciação dos cuidadosmédicos e a sua adequação às neces-sidades reais dos doentes;

5 – O SNS tem tido sempre em pers-pectiva o desenvolvimento fundamen-tal dos cuidados primários de saúde ede doença, garantindo o bemestar eos ganhos em saúde duradouros daspopulações;

6 – O SNS, na sua perspectiva holísticade intervenção (prevenção, promoção,tratamento e reabilitação) tem consi-derado que a saúde está em todas aspolíticas (económicas, sociais e cultu-rais) e não somente na organização deserviços. Só o SNS permite dar senti-do organizado, qualificado e útil àcomplementaridade do sector privado;

7 – O SNS tem virtualidades intrínse-cas que lhe têm permitido a atracção

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84 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

dos profissionais de saúde, em parti-cular dos médicos. Os ataques e des-virtuamentos recentes só reconfirmameste motivo para defender o SNS;

8 – O SNS nasceu com potencialidadesde intervenção dos utentes e dos re-presentantes das populações que, a se-rem concretizadas, serão o garante dasua continuidade em progresso;

9 – O SNS acolheu e acolhe na suaestrutura (com óptimos resultados) agovernação clínica por parte dos mé-dicos ao mesmo tempo participada,responsável e efectiva;

10 – O SNS tem sido o melhor e maisefectivo garante da equidade em saú-de, identificando e intervindo nos múl-tiplos factores determinantes da másaúde e da doença.

IV – A PROMOÇÃO SOCIAL ECULTURAL DOS MÉDICOS

A Candidatura alternativa pretendecontrariar o marasmo cultural e a fal-ta de convívio que se tem verificadona OM.

É preciso dar vida às instalações daOM com um vasto programa de ani-mação que traga de novo os médicosà sua associação profissional.

A participação cívica e cultural dosmédicos tem de voltar a ser relevantepelo que defendemos:

• A valorização do potencial social ecívico da nossa associação;

• O enriquecimento cultural dos mé-dicos;

• O convívio cultural entre pares e ou-tros sectores da sociedade;

• A fruição do ambiente, da beleza edo património nacional e internacio-nal;

• A solidariedade entre colegas, em es-pecial para com os que se encon-

tram em dificuldades, criando um fun-do de entreajuda;

• A criação, nas instalações da Ordemem Lisboa, de um Centro de Convívio eTertúlia para os médicos seniores, mui-tas vezes afastados do convívio médico.

V – A REORGANIZAÇÃODEMOCRÁTICA DA ORDEM

A revisão dos estatutos deve, em li-nhas gerais, permitir uma DemocraciaRepresentativa, Participativa e Delibe-rativa. Nesse sentido, defendemos quese estabeleça, dentro e fora da OM,um verdadeiro convívio democrático,a criação de um verdadeiro estatuto daoposição no respeito pelas minorias.

A nossa candidatura defende, entreoutros:

• Princípios de proporcionalidade naconstrução de órgãos plenários quepermitam a representação das váriassensibilidades médicas, bem como aconstituição de executivos resultantesdestes. Este órgão deve ter poderesdeliberativos gerais e deve eleger umpequeno órgão executivo;

• Eleição directa, pelos médicos, doBastonário com introdução do votoelectrónico presencial ou no domicí-lio, por computador, por intermédio deuma chave pessoal, à semelhança doque já se faz em muitas sociedades ci-entíficas internacionais;

• Garantia da pluralidade, com a exis-tência de um estatuto da oposição;

• Assembleias distritais, regionais e ge-rais com poderes deliberativos;

• Eleição pelo Plenário dos Colégiosde representantes ao órgão nacional(Conselho Nacional);

• Nomeação de comissões de ética, daqualidade da medicina e ainda de ou-tras para estudo de problemas impor-tantes a colocar à discussão e delibe-ração dos médicos;

• Limitação de mandatos para a elei-ção dos dirigentes da OM.

VI – A DEFESA DOS INTERESSESDOS JOVENS MÉDICOS

A melhor defesa dos jovens médicospassa pela defesa do Serviço Nacionalde Saúde e pelas Carreiras Médicas,

A formação como especialistadeve ser programada com o tu-tor e o director do serviço sem-pre com o acordo do interno.

A nossa candidatura assume o com-promisso:

1. Dar maior poder aos colégios, deforma a garantirem a qualidade na for-mação dos internos e a procederem auma avaliação justa;

2. Defender o jovem em formação detoda a prepotência, inclusive dos Direc-tores de Serviço;

3. Pugnar por um mapa de vagas trans-parente, que não seja feito à pressa eapenas para tapar deficiências imedia-tas.

VII – REPRESENTAÇÃO EXTERNA

Queremos uma Ordem pró-activa epresente na definição das grandes li-nhas estratégicas dos diversos órgãosdeliberativos do Ministério da Saúde.

Actuaremos com propostas junto aoGoverno, grupos parlamentares e tri-bunais. Iremos colaborar intimamentecom as sociedades médicas, essencial-mente por intermédio dos colégios daespecialidade.

Reactivaremos o fórum médico, numaestreita cooperação com outras asso-ciações, incluindo as sindicais.

Colaboraremos com as Associações deUtentes da Saúde.

Na política externa, daremos preferên-cia à relação com os PALOP (Países

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85Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura ao Conselho Regional do Sul

Africanos de Língua Oficial Portugue-sa), garantiremos a presença nas orga-nizações médicas internacionais, dan-do especial atenção aos países da Co-munidade Europeia.

VIII – REORGANIZAÇÃO INTER-NA DA OM

Na Secção Regional Sul da Ordem dosMédicos iremos promover uma mu-dança não só de estratégia mas tam-bém nos métodos de trabalho, incre-mentando o trabalho de equipa, a res-ponsabilização individual, a busca deconsensos com auscultação dos médi-cos e a promoção de sondagens e doreferendo inter-pares.

De imediato avançaremos para:

• Auditoria externa às contas regio-nais da Ordem dos Médicos;

• Proposta de redução do valor dasquotas e isenção de pagamento no ca-so de obtenção de títulos de especia-lista por consenso;

• Criação de boas condições de traba-lho nas instalações da OM, valorizan-do os seus trabalhadores;

• Organização e agilização dos proces-sos com ou sem implicação discipli-nar;

• Penalização exemplar e atem-pada dos casos disciplinares jus-t i f i c a d o s ;

• Colaboração com a Inspecção-Geralda Saúde na componente técnica daacção médica;

• Manutenção e melhoramento do espa-ço Web, tornando-o mais útil e acessível

para os médicos, permitindo que o sitiose torne num espaço de participação ac-tiva com discussão de temas e a criaçãode fóruns que os médicos acharem ne-cessários;

• Reorganização das publicações es-critas da Ordem e em especial da Sec-ção Regional do Sul;

• Realização e publicação obrigató-ria, no boletim e no site, de um re-latório anual de actividades da Or-dem;

• Reorganização dos gabinetes decontabilidade, jurídico e de assesso-ria de imprensa da Ordem dos Mé-dicos;

• Criação de espaço de trabalho dig-no para os Conselhos Distritais de Lis-boa e Grande Lisboa.

C U L T U R ARegulamento dos Prémios Literários 2010

- Prémio ANTÓNIO PATRÍCIO – POESIA

- Prémio MARCELINO MESQUITA – TEATRO

- Prémio REVELAÇÃO – POESIA E TEATRO

Art.º 1º – Os Prémios SOPEAM destinam-se a distinguirobras publicadas ou a publicar depois do último concursoda modalidade, de escritores médicos ou estudantes de me-dicina, de nacionalidade portuguesa, sócios desta Sociedade.Art.º 2º – Cada concorrente poderá concorrer com omáximo de duas obras.Art.º 3º – Estes Prémios são bienais, alternando com osde Ficção e Ensaio.Art.º 4º – Os Prémios consistem nos troféus SERPIS eDiplomas.Art.º 5º – Os Prémios serão atribuídos por um Júri esco-lhido pela Direcção da SOPEAM que será constituído portrês pessoas de reconhecida competência, duas das quaisda área da crítica ou da escrita literárias e uma terceiraescolhida entre os componentes da Direcção da SOPEAMque presidirá, mas que só terá voto de desempate.Art.º 6º – Os Prémios podem não ser atribuídos se o Júri

entender que nenhuma das obras apresentadas a concur-so possui valor literário suficiente para ser distinguida.Art.º 7º – Não é permitida a atribuição de Prémios Ex-Aequo, podendo ser atribuídas duas Menções Honrosas.Art.º 8º – Nenhum autor poderá voltar a ser premiadonos três anos fiscais seguintes, na mesma modalidade.Art.º 9º – Os concorrentes entregarão quatro exempla-res identificados da obra a concurso, até ao dia 28 deFevereiro de 2011, na sede da Ordem dos Médicos, naAvenida Gago Coutinho, 151, em Lisboa e ao cuidado daSOPEAM, com a indicação do Prémio a que concorrem.Art.º 10º – Das decisões do Júri não cabe qualquer recla-mação.Art.º 11º – Os casos omissos serão resolvidos pela Direc-ção da SOPEAM.Art.º 12º – A entrega dos Prémios será feita em sessãosolene na Ordem dos Médicos, em data e hora a anunciar.

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86 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Açores, Lista D

PROGRAMA DE ACÇÃO

O grupo de médicos que agora se pro-põe para a direcção do Conselho daRegião Autónoma dos Açores da Or-dem dos Médicos, entende primeira-mente que a sua acção seja uma con-tinuação do trabalho feito nos anos an-teriores e em que alguns participaramde forma activa. No entanto, existemnovas circunstâncias que obrigam aum esforço de adaptação; de um modomuito especial, há a registar uma pro-funda mudança na política de Saúde, ena metodologia administrativa, tantono plano nacional como regional.

Julgamos ser importante a procura de

CONSELHO MÉDICO DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Mandatário: Acácio José CordeiroDelegado da Candidatura: Hermano Chorão de Almeida Lima

Mesa da Assembleia DistritalPresidente João José EstevesVice Presidente Rui Manuel Lemos Bettencourt1º Secretário Aida Maria Brandão Paiva São João2º Secretário Maria Amália Neves Carrapa e Bettencourt

Conselho DistritalPresidente Jorge Correia dos SantosVogais Ana Isabel Pacheco Medeiros Amaral

Ana Sofia Rego ViveirosJosé Carlos Barranha AlvesMaria Madalena Bastos Nunes

Membros Consultivos do Conselho RegionalIrene Maria Antunes PereiraMaria Cristina Fraga Gomes Freire de Barros

um modelo de funcionamento mais co-legial e com sectores de actividade indi-vidualizados e distribuídos pelos mem-bros da direcção. Compreendemosque este modo de trabalhar venha aprejudicar a velocidade com que a im-prensa procura respostas sobre a po-sição da Ordem, mas actualmente osproblemas têm muitas vezes uma com-plexidade que obriga a uma refle-xão conjunta e algumas vezes a umaconsulta exterior.

Vamos assumir o compromisso de en-contrar uma maior autonomia parauma resposta atempada e forte aosproblemas específicos da regionalidadeda Saúde Açoriana; a este respeito será

fundamental a presença nos órgãosdirectivos superiores da Ordem e oacesso rápido a estrutura jurídica.

Faremos o maior esforço para mantera relação com os órgãos governativose legislativos regionais, tentando queas nossas críticas e comentários nãosejam vistas como formas de defesa deprivilégios corporativos, mas sim comoa tradução de um dever de manter asboas condições da intervenção médi-ca e a submissão desta intervenção aosimperativos legais e deontológicos. Osequívocos só podem ser desfeitos pordiálogo; diálogo a que não nos temosesquivado no passado e que continu-aremos a buscar no futuro.

Desde o início do nosso mandato que,de acordo com o que foi dito, iremosindividualizar sectores de actividade, daresponsabilidade de membros da di-recção mas participados por colegascom conhecimento e experiência nasmatérias em causa.

A política de Saúde, as estruturas, aorganização administrativa destas es-truturas, a metodologia de gestão dosserviços médicos, tudo, sofreu umaprofunda alteração nos últimos anos,no plano nacionale no plano regional.Essas mudanças, as quais não foramparticipadas pelos médicos, e que nãonos parecem ter melhorado o funcio-namento e mesmo a economia do sis-tema, exigem no entanto o nosso mai-or esforço para conservar as condi-ções aceitáveis para que os actos mé-dicos se mantenham na linha exigidapelos nossos princípios civilizacionais.

Envie-nos os seus artigosPara que a revista da Ordem dos Médicos possa ser sempre o espelho da opinião dos profissionais detodo o país, agradecemos a colaboração de todos os médicos que desejem partilhar as suas opiniões,experiências ou ideias com os colegas, através do envio de artigos para publicação na Revista daOrdem dos Médicos. Os artigos devem ser acompanhados de uma fotografia do autor (tipo passe) epoderão ser enviados para os contactos que se encontram na ficha técnica (morada da redação e/ourespectivo e-mail).

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87Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Algarve, Lista D

DISTRITO MÉDICO DO ALGARVE

Mandatário: Luís Manuel de Andrade Rodrigues BatalauDelegado da Candadidatura:Manuel José Machado Veloso Gomes

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Maria da Assunção Martinez Fernandez Macedo dos SantosVice Presidente Horácio Luís Guerreiro1º Secretário Ana Cristina Mariano Martins2º Secretário Ester Maria Coutinho de Albuquerque e Castro Coelho

Conselho DistritalPresidente Ulisses Saturnino Duarte de BritoVogais Ana Maria Barreto Mendonça Romão de Brito Camacho

João Paulo Pestana Fragoso de AlmeidaJoão Pedro Rodrigues Ferreira QuaresmaNuno Filipe da Costa Bernardino Vieira

Membros Consultivos do Conselho RegionalFrancisco Daniel Parraga NuñezJoão Manuel Fernandes de Brito CamachoJosé Pedro Castro Leão NevesMaria Helena Boavida Pontes GonçalvesPaulo Alexandre Miranda Simões

PROGRAMA DE ACÇÃO

Protagonizara Mudança

A lista Protagonizar a mudança can-didata aos Órgãos do Distrito Médicodo Algarve da Ordem dos Médicos reú-ne médicas e médicos com sensibilida-des diversas, norteados por princípiosde trabalho com competência, com in-

dependência e capacidade de interven-ção na defesa do desenvolvimento eactualização do papel da Ordem dosMédicos na Sociedade. Os seguintespontos programáticos, colocados paradiscussão no decorrer da campanha,

balizam os objectivos principais dacandidatura:

1 – Dinamizar a participação das mé-dicas e dos médicos nas actividadesda Ordem.

2 – Procurar que os Órgãos da Or-dem sejam mais interventivos na Socie-dade.

3 – Contribuir para uma revisão eactualização dos Estatutos e Códigosda Ordem.

4 – Incentivar a formação continuadade todos os médicos e o desenvolvi-mento da investigação, em colabora-ção com todas as entidades com res-ponsabilidades nessas áreas.

5 – Apoio especial às jovens médicase aos jovens médicos em formação edesempenho de funções na região doAlgarve.

6 – Procura incessante pela colabora-ção entre médicas e médicos de todasas áreas de cuidados de saúde, dasvárias especialidades, e com outros pro-fissionais de saúde.

7 – Em defesa de uma medicina dealta qualidade científica, de nível Eu-ropeu, mais humanizada e com eleva-do sentido ético.

Os candidatos aos Órgãos do DistritoMédico do Algarve, da Ordem dosMédicos, da candidatura Protagonizara mudança.

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88 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

Caro Colega,

Esta candidatura pretende mobilizar osmédicos do distrito na identificação eutilização dos instrumentos que lhessão próprios e caracterizam a sua pro-fissão. Os médicos reconhecem o im-pulso que os seus sindicatos têm im-primido no ordenamento da profissão.Contudo, o diagnóstico do que nossepara e atinge como grupo profissio-nal precisa ainda, de sair dos corredo-res, de ganhar maturidade e de ser afir-mado como um plano de mudança nasociedade. Os médicos não se resig-nam com os contornos com que oEstado tenta delimitar a sua profissão.Os médicos necessitam de fazer umgrande esforço de consciencialização,de iniciarem uma grande mobilizaçãopara exigir consequentemente o quelhes é devido:

• A definição e promulgação de actomédico.

• A avaliação da qualidade do exercí-cio técnico da Medicina.

• A auto-regulação profissional.

Todos sabemos que a defesa da profis-são médica é também a defesa do do-ente. A Ordem dos Médicos deve teruma responsabilidade exclusiva na ava-liação do acto médico e na fiscaliza-ção da sua aplicação prática.

É em representação do doente queexigimos utilizar os instrumentos danossa profissão: uma relação médico-doente qualificada; uma concepção mo-dular técnica do sistema de saúde.

A nossa ética profissional impõe-nos

isso. A nossa realização profissional, ea saúde do nosso doente disso depen-dem. Para não falar na saúde e bem-estar de uma região, ou de um país.

Todos sentimos os atropelos que o‘mercado’ da Saúde provoca em quemexerce medicina. Nas instituições pri-vadas, como nas instituições públicasde ‘novo tipo’. Onde os administrado-res e economistas vêem números, fac-turações, produtividade ou falta dela,os médicos vêem doentes, aportandoa humanização devida ao sistema desaúde.

Todos conhecemos a forma discricio-nária e aberrante como são encara-dos os médicos com maior diferencia-ção e responsabilidade. A forma comose fazem novas contratações, como seviolentam relações de trabalho e seprovocam assimetrias e soluções decontinuidade no tecido assistencial.

Os médicos sabem que o conceito dedirecção clínica é inseparável do con-ceito de colegialidade institucional.Uma direcção clínica deve passar a serum orgão técnico suportado e reco-nhecido por um colectivo médico; e asua função, auditável pela Ordem dosMédicos. O trabalho em equipa, segun-do uma hierarquia técnica, é a pedrabasilar de um qualquer serviço de (saú-de) acção médica.

Uma Administração Regional de Saúde nãodeve ser só um orgão político. Nemum plano de saúde se pode confundircom interesses alheados de um cor-recto exercício da medicina. A Ordemdos Médicos deverá ter aqui um papelexecutivo e fiscalizador e, não mera-mente consultivo, através de um novoConselho do Exercício Técnico daMedicina, que interaja com os Colé-gios e Sociedades médicas.

A Ordem deve ver reforçadas as suascompetências, responsabilidades e in-dependência técnicas descentralizadasno seio do poder político. Esta candi-datura distrital propõe-se pugnar peloreforço da regulação técnica da Medi-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Algarve, Lista E

DISTRITO MÉDICO DO ALGARVE

Mandatário: João Carlos Santos da PalmaDelegado da Candidatura: José Henrique Romão Santos

Mesa da Assembleia DistritalPresidente João Maria Larguito ClaroVice Presidente Manuel Henrique Miguel Vicente1º Secretário Ana Maria Gonçalves Lares2º Secretário Vanessa Alexandra Zacarias Guerreiro

Conselho DistritalPresidente Eduardo Manuel Brasão CostaVogais Fernão Vasco Barreira Pimenta de Castro

Jorge Manuel Domingues SalvadorLisete de Jesus Neves de RomãoMaria Clara de Sousa Pires

Membros Consultivos do Conselho RegionalÁlvaro José Alves PereiraDaniel João Freire CartuchoDomingos Amadeu dos Santos RodriguesIdalécio Silva BernardoManuel Francisco Ferreira Lourenço Godinho

PROGRAMA DE ACÇÃO

Por uma Medicina

Ética e de Qualidade

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89Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

cina, junto do Conselho Regional do Sul,do Conselho Nacional Executivo e, poracréscimo junto do legislador.

A luta por uma Medicina ética e dequalidade, em prol dos nossos doen-tes, está na base da autoregulaçãoprofissional. Essa auto-regulação,baseada no mérito clínico, técnico ecientífico, só é possível por uma avali-ação inter pares e não qualquer outra.São necessários mecanismos detitulação que dotem novamente os ser-viços de uma carreira baseada no mé-rito e na competência.

A própria auto-regulação profissionalexige que a formação pós-graduadaseja uma primeira prioridade de cadaserviço. Não há serviço assistencialqualificado sem formação médica dequalidade.

É também em nome da auto-regulaçãoprofissional que a Ordem dos Médi-cos deve manifestar a sua preocupa-ção com a proliferação desenfreada decursos de Medicina no país, o que vailevar a uma grande instabilidade dosjovens médicos, à fragilização da suacontractualidade laboral e, à diminui-ção da sua qualidade formativa.

O futuro da profissão médica está emcausa. Os médicos do Algarve vão ter deexigir e assumir respostas a este desafio.Para isso poderão e deverão contar comesta candidatura aos orgãos distritaisda nossa Ordem no próximo triénio.

Este é o nosso (primordial) Plano deAcção.

Para além deste desígnio propomo-nosmanter, a espaços regulares, discussões

temáticas sobre as grandes questões quedão cor à nossa profissão: a religião, ojornalismo, as questões médico-legais, opapel da formação e da profissão médi-ca na Saúde, na região e na nossa vizi-nha Andaluzia, bem como a avaliaçãoregular do estado da Saúde no Algarve,promovendo e incentivando estes en-contros do Barlavento ao Sotavento.

Propomo-nos também dar vida a ou-tras actividades culturais, que quere-mos construir com todos os médicosque nisso encontrem prazer.

Enquanto não tivermos a nossa Casado Médico no Algarve, necessidade sen-tida de todas as candidaturas, propo-mo-nos acolhê-lo e incentivar o usu-fruto da sede de todos nós, em Faro.

Os candidatos

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Algarve, Lista E

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Beja, Lista D

A presente Lista representa algumacontinuidade do elenco eleito há 3anos. O trabalho desenvolvido, numassinalável ambiente de colaboração,permitiu alcançarem-se vários dos ob-jectivos propostos, sob o lema, entãoescolhido, «Mudar: do Saber ao Viver»:

Adquiriu-se a Sede Distrital, inaugu-rada há 1 ano; realizaram-se iniciati-vas de âmbito profissional (debate «Saú-de: o Distrito e o Futuro»; sessão«Burnout»; recepção aos novos Inter-nos; palestra «Erro Médico ou Aciden-

PROGRAMA DE ACÇÃO

Consolidara Mudança

te em Saúde?»); protagonizou-se o pa-pel de moderação em problemas veri-ficados (como a obtenção de vaga paraInternato de Pediatria) ou deinterlocutores com agentes regionaisda Saúde em questões relevantes; to-maram-se posições públicas sobrematérias vitais, como a desertificaçãode quadros médicos no Distrito; orga-nizaram-se eventos culturais, já naSede, abertos à população (3 Exposi-ções de Fotografia e 2 de Pintura).Cremos, pois, que a palavra MUDARterá tido a concretização suficiente

para haver trabalho feito, mas incom-pleta para sentirmos o apelo determinálo.

Assim, propomo-nos, com o contributode todos :

1. Cimentar um enriquecido orgulhode ser-se Médico, quer pela divulga-ção das capacidades gerais dos profis-sionais e do seu trabalho, quer pelarealização de eventos partilhados pelacomunidade em que a prática médicase revele.

2. Pugnar pelo reconhecimento e va-lorização das reais competênciasdos Colegas e da boa qualidade dosserviços prestados, quer nos CuidadosHospitalares, quer nos Cuidados Pri-mários, nomeadamente pela verifica-ção das habilitações individuais parao seu exercício.

3. Prosseguir a função moderadoraem conflitos e de diálogo com tutelas.

4. Dinamizar mais Iniciativas Clíni-cas, abordando questões pertinentesda prática médica, nomeadamente aÉtica e a Deontologia, mas tambémde cariz Sócio-Cultural.

5. Visitar os cenários de trabalhodos Colegas do Distrito, atenuan-do o seu isolamento.

6. Negociar a obtenção de facilida-des para os Médicos em instituições eserviços, minorando uma parte dasdifíceis condições que a interioridadeimpõe, em especial para os Médicosrecém-instalados.

DISTRITO MÉDICO DE BEJA

Mandatário: José Bernardino Martins Cordeiro VazDelegado da Candidatura: Jorge Ângelo Ramos dos Santos

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Maurílio Domingos Agostinho GasparVice Presidente Edmundo José Bragança de Sá1º Secretário Maria da Conceição Lopes Baptista Margalha2º Secretário José Jaime Gaspar Caetano

Conselho DistritalPresidente Pedro Camilo de Araújo Lima de VasconcelosVogais António José Maia de Oliveira

Edite Maria Spencer ReisEmília de Jesus Antunes Ferreira DuroMaria Laura da Encarnação NobreCaeiro Maia de Oliveira

Membro Consultivo do Conselho RegionalJoão Manuel de Lemos Santos

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92 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Évora, Lista D

PROGRAMA DE ACÇÃO

Desde há vários anos que a profissãomédica tem estado sujeita a decisõeslegislativas que interferem, ou procuraminterferir, no acto médico, condicionandoa nossa actuação e negando os valoreséticos e deontológicos que semprenortearam a nossa profissão. Esta inter-ferência do poder políticolegislativo, alémde colidir com princípios deontológicos,vai minando a relação médico-doente ecoloca-nos numa posição de funcioná-rios de um sistema cujos pilares assen-tam basicamente na economia e na re-lação da tão apregoada humanização.

A lista que se candidata à Direcção daSecção Distrital de Évora, a par de ino-vações que achamos necessárias, pre-tende dar continuidade às acções daactual Direcção, da qual se candidatamconnosco vários colegas, sendo nossoMandatário o actual Presidente doConselho Distrital.

Linhas Programáticas

1 – Acto Médico- Defesa da qualidade do Acto Médico.

DISTRITO MÉDICO DE ÉVORA

Mandatário: José Eduardo Garcia CorreiaDelegado da Candidatura: Luis Guilherme Sobreira Leal Pereira

Mesa da Assembleia DistritalPresidente António Jorge de Paiva JaraVice Presidente Maria Celeste Estrela Nortadas Alves

de Sousa1º Secretário Henrique Augusto Coelho da Rocha

Terreiro Galha2º Secretário Sandra de Fátima Nunes Leal Borralho

Conselho DistritalPresidente Ireneia Santos LinoVogais António Luís Carreira Glórias Ferreira

António Maria Ribeiro Soares PiresRicardo Jorge Oliveira SantosSolange Pereira Gomes

Membros Consultivos do Conselho RegionalArtur Jorge Murta Canha da SilvaFernando Martins de Almeida

- Garantia do cumprimento das nor-mas éticas e deontológicas.- Garantia que os doentes tenhamacesso aos tratamentos indicados pe-las recomendações em vigor.- Crítica a intervenções administrati-vas, em actos diagnósticos outerapêuticos, que tenham unicamenteuma intenção economicista.

2 – Carreiras Médicas

- Defender as Carreiras Médicas, comoforma de valorização profissional e damelhoria do sistema nacional de saúde.

3 – Exercício da medicina

- Promover e defender condições dignasdo exercício profissional dos médicos doDistrito em todos os estabelecimentos desaúde na defesa da liberdade, indepen-dência e autonomia dos médicos.

4 – Formação Pós-Graduada

Manter um interesse acrescido na For-mação Pós-Graduada dos Médicos,promovendo cursos ou outras acçõesde formação de reconhecido valor

curricular e utilidade prática, em cola-boração com entidades idóneas, aexemplo do que foi realizado no triénioanterior. Apoiar e dinamizar o que con-tribua para que o médico possa man-ter e desenvolver a sua visão humanista.

5 – Jovens Médicos

- Defesa e apoio aos jovens médicosna sua integração profissional.- Criação de um Gabinete de Apoioao Interno que o oriente do ponto devista legislativo.- Defesa dos Internatos Médicos comoforma de garantir a Qualidade na me-dicina futura.- A nossa Lista integra um Interno doInternato Complementar no ConselhoDirectivo, e vários jovens especialistase que, também eles, serão garante des-tes nossos propósitos.

6 – Instalações da Ordem dos Mé-dicos

Dinamizar a Sede da Ordem dos Mé-dicos em Évora, com as seguintes ini-ciativas:- Exposições de pintura, de fotografia eoutras expressões de Arte – como músi-ca – nomeadamente de artistas médicos.- Apresentação de conferências e de-bates sobre temas médicos ou nãomédicos, abertos, com a presença deoradores e convidados, nacionais ouestrangeiros, de reconhecido mérito.

7 – Descentralização da Ordemdos Médicos

A exemplo do triénio anterior, propo-mos manter a descentralização da Or-dem dos Médicos. Pretendemos conti-nuar a promover reuniões, fora de Évora,noutras sedes concelhias, e os vários ti-pos de iniciativas, anteriormente citadas.

8 – Interface com a Ordem doMédicos- Propomos a criação de delegados daOrdem dos Médicos a nível da medi-cina geral e familiar e da medicina hos-pitalar em todos os estabelecimentosde saúde do Distrito.

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Grande Lisboa, Lista A

Esta lista subscreve o Programa de Acção da Lista A, candidata aos Órgãos

Regionais da Secção Regional do Sul.

PROGRAMA DE ACÇÃO

Regenerar a Ordem,Credibilizar os Médicos

Mandatário: José Germano Rego de SousaDelegado da Candadidatura:

Marina Paula Ferreira Silvestre

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Santiago Pedro Magalhães Jervis

PonceVice-Presidente Fernando Manuel Moreira dos Santos1º Secretário Graça Maria de Almeida Rodrigues2º Secretário Júlio Manuel Pais Ribeiro

Conselho DistritalPresidente Humberto Manuel da Conceição

MessiasVogais Augusto João Amoedo Pereira

Kátia Regina Viegas CardosoMaria Clara Laia Caetano AlvesFernandes PaisRui Mário Albarran Sobral de Campos

Membros Consultivos do Conselho RegionalAna Maria dos Santos Rodrigues de Mendonça CostaBernardo Porral Paes de VasconcelosCarlos Alberto Ferreira Rodrigues de OliveiraCristina Gomes de Novais Paiva de Mourão GamelasGil João Aniceto JacintoHelder Joaquim Coelho ViegasJoão António da Fonseca PereiraJosé Augusto BarataJúlio Augusto Gonçalves Guedes CarvalhalManuel Francisco Milheiro Costa de SousaManuela Augusta Franco Rijo Agostinho RipadoManuela Augusta Pinto Cardoso de Oliveira GarciaMarcelo dos Santos FernandesMaria Deolinda Perfeito Brardo BarataMaria Helena Barbosa da Silva Baptista da CostaMaria Helena Branco Alves PereiraMaria Teresa Coelho da Costa OliveiraNuno José Teodoro Amaro dos Santos CatorzeRui Jorge Nunes Sequeira AguiarVictor Manuel Borges Ramos

DISTRITO MÉDICO DA GRANDE-LISBOA

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Grande-Lisboa, Lista B

Esta lista subscreve o Programa de Acção da Lista B, candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Sul.

PROGRAMA DE ACÇÃO

Novos Rumos em temposde Mudança

Esta lista subscreve o Programa de Acção da Lista A, candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Sul.

Mandatário: Rui Simões BentoDelegado da Candidatura: Maria Gabriela Onofre

Alves das Neves Reis Alves

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Jorge Manuel Alves Draper MineiroVice-Presidente Isabel Maria Rodrigues do Nascimento1º Secretário Beatriz Alda Henriques Costa Neves2º Secretário Eusébio Manuel Ferreira GomesMartins Porto

Conselho DistritalPresidente José Daniel Pereira Figueira de AraújoVogais Daniel António de Sousa

João Nuno André Martins RossaJosé António de Carvalho RodriguesMoisés Carlos Bentes Ruah

Membros Consultivos do Conselho RegionalAna Filipa Paulo Portugal Deveza

Ângela Maria dos Santos Moreira MarquesAntónio José Simões MarquesCarlos Manuel Nogueira da CanhotaFernando José da Silva Ramalho GomesGonçalo Mário de Miranda ProençaJoão Manuel Andrade MartinsJosé António Almeida DuarteJosé Carlos Lopes Martins da SilvaJosé Manuel Santos Silva Videira e CastroJosé Miguel Flores SantosManuel António Mendonça da Costa de MatosManuel Bernardo Clemente Figueira de AraújoMargarida Cabral Sacadura FaroMaria Cecília Craveiro Forte LongoMaria Isilda Ribeiro MiguelMaria José Baptista da Rocha BarrosNaod BerhanuRebeca Cifuentes SalvadoresRui Serejo Miranda Julião

DISTRITO MÉDICO DA GRANDE-LISBOA

PROGRAMA DE ACÇÃO

Regenerar a Ordem,Credibilizar os Médicos

Mandatário: José Germano Rego de SousaDelegado da Candadidatura: Paulo Fernando Estrela

Soares

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Faustino Manuel Leitão Nunes FerreiraVice Presidente Eduardo Jorge de Sousa Ferreira

Marques

DISTRITO MÉDICO DE LISBOA CIDADE

Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Lisboa Cidade, Lista A

1º Secretário José Carlos Gil de Morais2º Secretário João Décio Pereira Ferreira

Conselho DistritalPresidente Luís Afonso Zuquete DutschmannVogais Fernando Jorge Chiotte Tavares

Fernando Manuel Pimentel dosSantos

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95Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Grande Lisboa, Lista A

Isabel Maria da Cunha Silva RibeiroJosé Ezequiel Pereira Barros

Membros Consultivos do Conselho RegionalAna Maria de Oliveira JoaquimAntónio Carlos de Sousa MoedaAntónio Maria Trigueiros de Sousa AlvimAntónio Rafael da Silva Pereira PassarinhoDiogo Silva GomesEster Elfride Cruz Ferreira da Silva Moutinho de FreitasFrancisco Alves Carrasquinho GomesGonçalo dos Santos Costa Queiroz de SousaGraça Maria Freitas Olim MaroteGuilherme Augusto Bento Frazão FerreiraHenrique Manuel Guimarães de Sá CoutoJoão Bernardo Barahona Simões Regalo CorrêaJosé Alberto Noronha Marques RobaloJosé Antunes dos Reis

Inês Andrade Oliveira MaioLuís Pedro Santos de MendonçaManuel João Fernandes AlbertoMaria Helena Cargaleiro Delgado Figueiredo LopesMaria Manuela Aranha da CruzMaria Margarida Justo PereiraMaria Teresa de Jesus Vilhena ColaçoPaula Maria Broeiro GonçalvesPaulo Sarad Oliveira RatilalPedro Alexandre Gonçalves HenriquesPedro Ferreira Moniz PereiraPedro Manuel Ataíde Nogueira RamosPedro Miguel dos Santos GomesRudolfo de Almeida MontemorRui Manuel Bello da SilvaTito Miguel Palmela LeitãoVítor João Rodrigues Sousa Gabriel

Esta lista subscreve o Programa de Acção da Lista B, candidata aos Órgãos Regionais daSecção Regional do Sul.

Mandatário: Rui Simões BentoDelegado da Candidatura: Manuel Joaquim Pereira

dos Santos

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Leopoldo Maria Lemos da Cunha MatosVice Presidente Manuel Tavares Magalhães1º Secretário Joaquim Manuel Leitão Ribeiro Arenga2º Secretário Maria Teresa Sampaio da Costa Macedo

Conselho DistritalPresidente Nuno Maria Salema Pereira dos ReisVogais António Emílio Sampaio Correia

José Luís de Castro de França DóriaMaria da Graça Rocha OliveiraPedro Manuel Ferreira da CostaSutil Roque

Membros Consultivos do Conselho RegionalAnabela Gabriel Vicente RaimundoAna Margarida Leitão Ivo da Silva Duarte SilvaAna Maria Fernandes Serrão NetoCarlos Alberto Talhas dos SantosCarlos Manuel Correia e FrançaCarlos Manuel Pinto Veiga LopesFernando Manuel Palma Martelo

Isabel Maria Martins Bento CoelhoJoana da Veiga Ferro Jerónimo AntunesJoão António Frazão Rodrigues BrancoJoão Carlos Lopes Simões do PaçoJoão Luís Pacheco PereiraJoão Luís Raposo d’AlmeidaJoão Paulo Moreno Rosa Camilo MaltaJorge Paulo de Seabra Roque da CunhaJosé Eduardo Ferreira Rosado PintoJosé Fernando Bento LeitãoJosé Manuel Palma dos ReisJosé Neves Paulos AntunesLuís Manuel Caetano Paulino PereiraMaria Clara Pinheiro CapuchoMaria Gabriela da Cruz de AlmeidaMaria Helena Freitas BrazãoMaria Lourdes Silva Tavares RuelaMaria Madalena Cardoso Gonçalves Mourãode Carvalho CordeiroMaria Margarida Cardoso Chagas dos Santos CorreiaFrançaMaria Margarida Oliveira Gil Ejárque AlbuquerquePaulo Jorge Reino dos Santos FelicíssimoPedro Alberto Batista Brissos de Sousa EscadaPedro José Carreira da SilvaTeresa Maria Taylor da Silva Kay

DISTRITO MÉDICO DE LISBOA CIDADE

PROGRAMA DE ACÇÃO

Novos Rumos em tempos de Mudança

Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Lisboa Cidade, Lista B

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97Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Lisboa Cidade, Lista C

Mandatário: Luís Adriano das Neves GonçalvesSobrinho

Delegado da Candidatura: João Gama MarquesProença

Mesa da Assembleia DistritalPresidente José Manuel de Paiva JaraVice Presidente Gustavo Orlando Raposo Rodrigues1º Secretário Amílcar Araújo e Silva2º Secretário Clara Maria Porfírio Soares

Conselho DistritalPresidente António José dos Santos Pinto SaraivaVogais Augusto Manuel Tinoco Goulão

ConstâncioIsabel Anacleto ArrojaManuel Luís Dominguez GonçalvesTeresa Cristina Ferreira Galhardo

Membros Consultivos do Conselho RegionalAna Filipa Gonçalves de FariaAna Maria Nunes BrandãoAntónio José Morais ValenteAntónio Manuel Chiado de AndradeAntónio Manuel da Silva GomesAntónio Manuel Rolão de Albuquerque

DISTRITO MÉDICO DE LISBOA CIDADE

Catarina Bekerman das Neves CarneiroCristina de Fátima Branco SemedoEduardo Manuel Vieira Pereira MarquesFrancisco Casaca LacãoIsabel Maria Pais CameloJosé António Carreira Alves de MenesesJosé Manuel do Vale SantosManuel António Nisa PinheiroManuel da Conceição Martins de AlmeidaMaria Cristina de Salles Viana FerreiraMaria Daniela da Costa PiresMaria João Manzano e SilvaMaria José de Oliveira Soares LopesMaria Júlia Antunes da Silva MendesMaria Júlia Rebelo DuarteMaria Laura Ferreira Lourenço LuzMaria Madalena Ravasco Mendes Lopo TunaMaria Manuela de Matos OliveiraNuno Miguel Araújo Alves BentesNuno Ricardo Anselmo LourençoSara Gouveia e CunhaSara Soares Marques ProençaTeresa Guerreiro LaginhaVítor César Pais de Moura GonçalvesVítor Jorge Ribeiro Lopes

PROGRAMA DE ACÇÃO

A Alternativa para a Ordem dos

Médicos – Vamos pôr ordem na Ordem

Esta lista subscreve o Programa de Acção da Lista C, candidata aos Órgãos Regionaisda Secção Regional do Sul.

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98 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Madeira, Lista D

CONSELHO MÉDICO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Mandatário: José António Neves Sotero GomesDelegado da Candidatura: Pedro Augusto de Figueiredo da Silva

da Costa Neves

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Maria Amélia Rocha da Silva DuarteVice Presidente Gil Duarte Freitas Gomes da Silva1º Secretário Duarte Nuno Dória Freitas2º Secretário Nicodemos Filipe Henriques Cunha Fernandes

Conselho DistritalPresidente Maria Henriqueta Vieira Câmara ReynoldsVogais José Eduardo Tomás Cunha de Freitas

Manuel Correia RamosMaria Isabel Brazão Lusitano de FreitasMaria Margarida de Carvalho Machado GonçalvesTavares da Silva

Membros Consultivos do Conselho RegionalGonçalo Ribeiro de Andrade Faro da SilvaMaria Margarida Mancelos de Ornelas Monteiro Sotero GomesRafael Lourenço Vasconcelos e Castro de Freitas

Defendendo e reafirmando a im-portância da OM

Como Organismo que representa To-dos os Médicos que exercem na Ma-deira, com total independência em re-lação aos Órgãos Governativos e à Ad-ministração Hospitalar, com a missãode defender a boa Praxis, a Ética e aDeontologia Médicas;

Como parceiro essencial, interessadoe participante na organização dos Ser-viços de Saúde e no planeamento eimplementação das suas reformas;Como garante do direito de todos osMédicos serem tratados com respeitoe consideração;

Na defesa dos Utentes no seu direitoinalienável à Saúde;

PROGRAMA DE ACÇÃO

Queremos Ordempara Trabalhar

Na dinamização da formação pré e pósgraduada, programando reuniões re-gulares com a comissão de acompa-nhamento do ciclo básico do curso demedicina na Universidade da Madeira;

Na resolução dos conflitos referentesà idoneidade formativa, envidando to-dos os esforços para que esta seja man-tida e, recuperada a credibilidade danossa instituição e dos seus profissio-nais;

No acompanhamento dos jovens mé-dicos avaliando, sempre que necessá-rio e em articulação com os Colégiosdas Especialidades e Direcções dosServiços, as condições em que sãoefectuados os internatos;

No incentivo à contínua actualização

pós graduada face ao avanço científi-co e tecnológico, assegurando a com-petência técnica e profissional;

Na criação de protocolos de colabo-ração com a Universidade da Madeiraou outras Universidades, promoven-do a articulação da clínica com a inves-tigação e a docência em benefício daqualidade na formação;

Na defesa intransigente do melhor tra-tamento dos doentes e da relação deconfiança absoluta Médico/Doente. Oacto de prescrição é exclusivo do mé-dico, não se podendo admitir que ainterferência nesta relação, possa pre-judicar o doente;

Na resolução ou atenuação do eleva-do número de utentes em situação de«alta problemática», uma das questõesmais sensíveis do Serviço de Saúde daRegião Autónoma da Madeira;

Na reestruturação da convenção, mar-co histórico na Medicina Regional eNacional, pelo seu pioneirismo e ac-ção benéfica;

Na organização de formações emgestão na área da saúde para que osmédicos da RAM possam contribuirde forma eficaz e ponderada para amelhoria da saúde e do sistema desaúde;

No diálogo com todos os profissionaisde saúde (Enfermeiros, Técnicos, Auxi-liares) uma vez que uma actuação har-moniosa resulta em evidentes be-nefícios para o doente.

Incentivando a participação acti-va dos Médicos Madeirenses navida da Ordem

Estimulando os Médicos da Madeira afrequentar as instalações da Ordem dosMédicos, participando nas reuniões dosseus grupos de trabalho e das assem-bleias, bem como na discussão, vota-ção, requisição e apresentação de mo-ções e propostas que julgarem conve-nientes;

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99Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Madeira, Lista D

Convidando-os a solicitar o apoio daOrdem dos Médicos da RAM, sempreque dele necessitem, para a defesa dosseus interesses profissionais, garantiados seus princípios Éticos e Deonto-lógicos ou dos seus direitos, liberda-des e garantias enquanto Médicos depleno direito.

Nomeando elementos em cada estru-tura (Hospitais e Centros de Saúde)com capacidade para informar os Médi-cos acerca dos deveres e direitos quelhes são concedidos pelos estatutos edas actividades da Ordem dos Médi-cos da RAM.

Realizando Assembleias Gerais comperiodicidade anual (e sempre que seja

necessário), para discussão de temasfundamentais, resposta a perguntas eanseios dos Médicos, eventual votaçãode propostas e atitudes a tomar.

Dinamizando, qualificando e di-vulgando a Revista «Islenha»

Publicando-a com regularidade e dis-ponibilizando-a preferencialmente emsuporte informático.

Divulgando o calendário de eventos,científicos e outros, regionais, nacio-nais e internacionais.

Convidando Médicos Madeirenses aescrever artigos com conteúdos diver-sos de especial interesse, tais como «A

Medicina de Outros Tempos», «Gran-des Médicos – Pequenos Artistas» erubricas de interacção com os utentestipo «cartas do leitor ou consultor».

Reforçando a participação nas es-truturas Nacionais da Ordem dosMédicos

Fortalecendo a representatividade daDelegação Regional da Ordem no Con-selho Nacional Executivo, uma vez quese trata de um órgão periférico e comparticularidades específicas.

Porque os Médicos da Madeiranão se acomodam e querem umaOrdem DIFERENTE, DINÂMICAE TRANSPARENTE.

Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Madeira, Lista E

PROGRAMA DE ACÇÃO

Porque achamos que atravessamos ummomento difícil a nível social e econó-mico, e que fazemos parte importanteda nossa sociedade, decidimos candi-datarmo-nos às próximas eleições.

Pessoalmente era meu intuito fazerapenas um mandato. Entretanto, mui-tas mudanças aconteceram quer a ní-vel Regional, quer a nível Nacional, noque diz respeito aos médicos. Foramas mudanças no sector público regio-nal, a entrada em vigor das novas car-reiras médicas, o novo modelo de re-ceituário, entre outras.O actual Conselho Médico da RegiãoAutónoma da Madeira foi algumas ve-zes criticado de ter tido uma actuaçãode passividade. É completamente fal-so. Aquilo que fizemos foi resolver emlocal próprio e sem alarmismos, nãoexpondo em demasia à opinião públi-ca as situações que à Ordem compe-te. Provamos nas visitas que fizemosao longo do nosso mandato a pratica-mente todos os Serviços.

Os objectivos propostos no actualmandato foram integralmente cumpri-

dos, nomeadamente a revisão da con-venção, alargamento e obras de bene-ficiação da actual sede, realização decursos, palestras e conferências, parti-cipação na revisão das carreiras médi-cas, estando em processo de conclu-são a aplicação da convenção.

Tenho afirmado publicamente e reafir-mo-o que eu e o meu grupo somosimparciais, independentes e não liga-dos a qualquer estrutura político par-tidária ou outra. A nossa cor é a ban-deira da Ordem dos Médicos.

Relativamente à elaboração do progra-ma, este foi cuidadosamente adaptadoà realidade actual, porque apresentam-se muitos desafios pela frente que te-mos que estar juntos para os podervencer. Conto com todos, independen-temente se votarem ou não no nossogrupo para nos ajudarem no nossomandato, caso sejamos eleitos.O nosso programa não foi feito ape-nas por puro eleitoralismo, mas simnaquilo que às competências da Or-dem dizem respeito.

Desta forma, do nosso programa, cons-ta:

1 – REPRESENTAÇÃO DA CLAS-SE: Dignificar a profissão de Médico éo que qualquer candidatura deve de-fender. Propomo-nos representar coma máxima dignidade os cerca de 600Médicos da Região Autónoma da Ma-deira.

2 – CONVENÇÃO: Aplicação da re-visão feita no actual mandato. A revi-são da convenção dos exames com-plementares foi efectuada. É projectodeste grupo a aplicabilidade desta re-visão aos tempos actuais. Alguns nãoeram revistos há cerca de duas déca-das.

O Médico tem uma função social. Aconvenção apesar de ter mais de duasdécadas achamos que ainda faz senti-do em alguns sectores, porque permi-te a complementaridade ao Serviço pú-blico com benefício quer para o pres-tador quer para o utente. Vamos con-tinuar a aposta nesta, porque foi umainovação a nível do país, ainda que comalguns percalços ao longo dos anos.

3 – FORMAÇÃO: Para podermosenfrentar os novos desafios temos deestar preparados cientificamente. É fun-

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100 Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ção da Ordem dar formação. Vamos,como o temos feito até aqui fomentaresta área. Continuar com os cursos deformação de formadores para internos,cursos de gestão, entre outros.

4 – CONFERÊNCIAS E DEBATES:Porque hoje temos uma estrutura físi-ca condigna, permite-nos idealizar te-mas quer de carácter geral quer denatureza médica para podermos sermais interactivos com a sociedade ac-tual.

5 – CONSELHO NACIONAL EXE-CUTIVO: O número de médicos au-mentou substancialmente, mas essen-cialmente por razões político adminis-trativas e geográficas, vamos tentar queo Conselho Médico da Região estejarepresentado no Conselho NacionalExecutivo.

6 – PROTOCOLOS COM OU-TRAS ORDENS PROFISSIONAIS:Os tempos são difíceis razão pela qualdevemos estar unidos para poder ul-trapassar os obstáculos que possamsurgir. Tencionamos fazer protocoloscom algumas Ordens, nomeadamentedos Médicos Dentistas, Farmacêuticos,Enfermeiros e Biólogos.

7 – REVISTA: A revista sempre tevedificuldades, quer na execução, quer anível económico vamos tentar mantê-la apenas online. Os artigos de carác-ter científico poderão ser publicadosna Acta Médica e os de opinião naMEDICOM.

8 – RECEPÇAO AOS NOVOS IN-TERNOS: Fizemolo este ano e tenci-onamos manter esta iniciativa para que

os colegas mais novos se sintam inse-ridos na comunidade médica.

9 – CERIMÓNIAS COMEMORA-TIVAS: Porque achamos que é ummarco importante vamos continuar ahomenagear os colegas com 25 e 50anos de inscrição na Ordem dos Mé-dicos.

10 – ASSEMBLEIA GERAL ANU-AL: Pretendemos realizar uma assem-bleia-geral extraordinária anual, paraem conjunto fazermos uma análise re-trospectiva e uma planificação do anoseguinte.

11 – INFORMATIZAÇÃO DA OR-DEM: Apesar de muito ter sido feito,ambicionamos ainda mais nesta maté-

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Madeira, Lista E

CONSELHO MÉDICO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Mandatário: Carlos Miguel PestanaDelegado da Candidatura: Maria da Luz Andrade dos Reis Brazão

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Vítor Luís Gaspar MenezesVice Presidente José Manuel Freitas Morna dos Ramos1º Secretário Elizabeth Mendes Brazão Luís2º Secretário Miguel Alexandre Costa Reis

Conselho DistritalPresidente José Manuel Teixeira FrançaVogais Paula Cristina Santos Pinto

Pedro Herculano Spínola Faria Rebelo de FreitasRicardo Jorge Pestana FernandesRoberto Carlos França Dória Martins

Membros Consultivos do Conselho RegionalCarla Patrícia Sousa AndradeNivaldo Emanuel Ferreira NunesRicardo Andrade Rodrigues

ria, para que no futuro se possa fazerpraticamente tudo por meios informá-ticos.

12 – ACTIVIDADES LÚDICAS:Além do trabalho, é também apanágiodeste grupo dinamizar actividades lú-dicas e culturais, tais como passeios,cursos, exposições, etc.

Em traços gerais pretendemos comeste programa estar preparados paraos próximos tempos que não serãofáceis. É um programa ambicioso masperfeitamente exequível porque con-to com a juventude e capacidade detrabalho da minha equipa

Juntos vamos conseguir.

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101Revista ORDEM DOS MÉDICOS • Novembro 2010

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Oeste, Lista D

1. Na continuidade da opinião expressanas eleições anteriores e promovidasneste mandato, a nossa candidaturasurge da convicção de que, numa al-tura em que importantes mudançasocorrem, e outras se preparam, na áreada saúde, é possível e necessário quea Ordem dos Médicos assuma, jun-to de todos nós, um papel de maiorproximidade, mais actuante e conse-quente, deixando de ser uma entidadesentida como distante e ineficaz pelamaioria dos médicos, que mantêm coma sua Ordem uma relação que se limi-ta ao pagamento obrigatório de quo-tas.

2. Entendemos que a Ordem dosMédicos, no estrito cumprimento dassuas disposições estatutárias, pode edeve actuar, de forma mais credível evisível, na defesa dos médicos e dos

DISTRITO MÉDICO DO OESTE

Mandatário: Manuel Ferreira SeixasDelegado da Candidatura: Ana Maria Silva da Costa Rosa

Mesa da Assembleia DistritalPresidente António Rafael Nicolau GomesVice Presidente Helena Maria Amaral de Almeida1º Secretário Rui Miguel Alves Garcia2º Secretário Marinela Rodrigues Aniceto Branco

Conselho DistritalPresidente Pedro Dinis Madeira CoitoVogais Ana Cristina Martins Teotónio

António Manuel Pinto CuradoIsabel Maria de Azevedo RamosMaria do Rosário Mata Monteiro

Membros Consultivos do Conselho RegionalAna Maria Pipa de Matos da Costa MonteiroJoana Martins LouroNuno Lima Santa Clara da Cunha

PROGRAMA DE ACÇÃO

«Por uma Ordemmais presente e

Interventiva»doentes, que não se limite a questõeséticas e deontológicas ou ligadas à for-mação e reconhecimento de habilita-ções, mas que se traduza numa pre-sença real e interventora em todos osdomínios da nossa actividade profissi-onal.

3. No momento presente, pensamosque a Ordem dos Médicos deverá terpor objectivos principais da sua acti-vidade, nomeadamente, os seguintes:

a) a defesa do Serviço Nacional de Saú-de e das Carreiras Médicas, como ele-mentos fundamentais para a qualida-de da medicina praticada e para a saú-de dos portugueses

b) a valorização do exercício da medi-cina privada como sector igualmenteimprescindível na construção de um

sistema equilibrado de prestação decuidados de saúde

c) a defesa dos médicos, e da qualida-de do seu exercício profissional, nasrelações contratuais estabelecidas, in-dividual ou colectivamente, com enti-dades públicas e privadas

d) pugnar junto dos Órgãos Dirigen-tes Nacionais da Ordem, pelo fim dasobreposição de funções da ERS comas da Ordem dos Médicos

e) a defesa dos doentes e dos médicosno âmbito de reorganização e/ou rees-truturação de serviços de saúde nosector público

f) a defesa da qualidade da formaçãomédica, pré e pós-graduada, e o acom-panhamento sistemático da forma econdições concretas em que esta sedesenvolve, apoiando, neste sentido,internos e orientadores de formação

g) a colaboração com os SindicatosMédicos para a resolução de questõesem que a Ordem possa intervir positi-vamente

h) uma intervenção responsável e sis-temática com vista a restaurar o pres-tígio dos médicos e das instituições queos representam, contrariando, e des-mentindo de forma objectiva e credível,sucessivas campanhas demagógicas ecaluniosas de que temos sido alvo

i) defender o direito de livre escolhado médico pelo doente, ultrapassandoas limitações actualmente inerentes aofuncionamento do Serviço Nacional deSaúde

j) desenvolver esforços no sentido deapoiar todas as acções conducentes àaprovação da legislação sobre o ActoMédico

4. Somos uma candidatura de pesso-as coerentemente solidárias em tor-no de objectivos profissionais, dispos-tas a dar o contributo do seu traba-lho, e do seu empenhamento, para as

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mudanças que julgamos necessáriasna actividade e orientação da Ordemdos Médicos.

5. Para além dos aspectos programá-ticos de princípio já enunciados, pro-pomos, como objectivos específicospara o Distrito Médico do Oeste:

a) prosseguir a revitalização da pre-sença e actividade da Ordem no Dis-trito, proporcionando a comunicaçãoe troca de experiências entre colegas,e que possam contribuir para a melho-ria das condições do seu exercício pro-fissional e para a resolução de proble-mas comuns

b) pugnar pela transparência e facili-dade na comunicação entre os médi-

cos e os órgãos dirigentes da Ordem,começando pela publicação das con-tas referentes à presente candidatura

c) acompanhar permanentemente aseventuais alterações de fundo na es-trutura, funcionamento e natureza dosserviços, e suas consequências paramédicos e doentes, nomeadamente osque integram o Distrito Médico doOeste

d) inventariar em conjunto com oscolegas que o solicitarem, as carênciasrelativas à prestação de cuidados mé-dicos nos hospitais e Unidades de Saú-de dos ACES do Distrito, bem comopropor soluções

e) realizar auditorias aos serviços e às

instituições, no sentido de detectareventuais limitações no seu funciona-mento e na actividade médica, e apre-sentar propostas de melhoria

f) apoiar os médicos e as unidades fun-cionais na implementação de novas téc-nicas e metodologias, de acordo comas necessidades dos doentes e o esta-do da Arte

g) defender o sistema de convenções,como forma de suprir carências da acti-vidade assistencial

h) desenvolver acções e apresentarpropostas, no sentido de melhorar acomunicação e as formas de trabalhoentre os médicos das diferentes car-reiras

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Oeste, Lista D

PROGRAMA DE ACÇÃO

1– Na sequência do último mandato,a lista propõese continuar a pugnarpela melhoria das condições em que aMedicina é exercida no nosso Distri-to, seja na área hospitalar, seja na área

Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Portalegre, Lista D

DISTRITO MÉDICO DE PORTALEGRE

Mandatário: Fernando António Monteiro de Albuquerque GriloDelegado da Candidatura: Maria Érika Delgado Martinez

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Daniel António de Frias DiasVice Presidente Vítor Manuel Barbosa da Silva1º Secretário Maria Paula Santos e Silva Falcão Moreno Pinheiro2º Secretário Miguel Angel Fernandez Romero

Conselho DistritalPresidente António Jaime Correia AzedoVogais Ausenda Zaida Martins e Belo Martins

Fernando Manuel Pinto de PáduaJoão Fernando Sena Martins TransmontanoJoão Manuel Baptista Carvalho

Membro Consultivo do Conselho RegionalHugo Chichorro e Silva Capote

da Medicina Geral e Familiar ou na Saú-de Pública.

2 – Pretendemos concluir a instalaçãoda sede Distrital da Ordem dos Médi-cos, processo já iniciado e em fase deultimação. Na nossa sede, disporemos

de apoio administrativo para muitas dasquestões que precisamos, e que actu-almente requerem a nossa deslocaçãoa outras instalações da Ordem dosMédicos.

3 – Pretendemos dar uma atenção mui-to especial aos internos do ano comume de especialidade que exerçam a suaactividade no nosso Distrito. Sem in-ternos, e sem capacidade para os fixar,o envelhecimento e a perda de com-petências médicas no nosso Distritocontinuará a ser uma realidade.

4 – Preocupados com a organizaçãodos serviços de saúde no nosso Dis-trito, desencadearemos uma discus-são ampla e o mais participada pos-sível por todos os colegas, para queseja atingida uma plataforma de en-tendimento, que seja levada em linhade conta pela tutela e por quem temresponsabilidades directas nestaquestão.

5 – Assim que dispusermos da nossasede, esta servirá de espaço disponívelpara albergar exposições, apresentarobras e promover sessões de discus-são clínica sobre vários temas.

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ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Setúbal, Lista D

1 – PREÂMBULO

Colegas,Os signatários, médicos do Distrito Mé-dico de Setúbal, vêm manifestar publi-camente a sua disposição de se candi-datarem aos corpos dirigentes distritaisda Ordem dos Médicos e assumirem,no caso de serem eleitos, as responsa-bilidades decorrentes do papel decisi-vo, primordial, em que a Ordem estáinvestida, como garante da práticamédica conforme aos interesses dosdoentes.Fazem-no cientes das tremendas difi-culdades que hoje caracterizam os en-quadramentos científico, económico,político, social e ético-deontológico em

DISTRITO MÉDICO DE SETÚBAL

Mandatário: Jorge Ribeiro Marques de FreitasDelegado da Candidatura: Mário Duarte Parreira Rosa

Mesa da Assembleia DistritalPresidente Anita Conceição Birrento VilarVice Presidente Rogério da Conceição Palma Rodrigues1º Secretário Edgar Ruivo Ferreira2º Secretário Mário Rui Calado Puga de Brito

Conselho DistritalPresidente António Manuel Ferreira Amaral Barros CanelasVogais Francisco da Cruz dos Santos

Lina Maria GuardaManuel Pedro dos Santos Rodrigues PereiraMário Manuel Mendes Tomé Carqueijeiro

Membros Consultivos do Conselho RegionalDaniel Pires Paiva TravancinhaDeolinda Maria Gomes Rodrigues da Silva DinizEdison Pedro Alves DiasFilipe José Lopes Vieira Gonçalves do SeixoFrancisco Manuel Fernandes de GouveiaJorge Manuel Coelho do Espírito SantoManuel Vicente Lopes PrimoMaria da Conceição Martinho Rendeiro

PROGRAMA DE ACÇÃO

Manifesto aos

Médicos do Distrito

Médico de Setúbal

que a profissão médica é desempenha-da, seja no ambiente de mercadocompetitivo de cuidados, seja node serviço público de saúde.Assumem-se como paladinos do inte-resse dos doentes e seus agentes aquem é cometida a função de avaliaras necessidades de saúde, de recomen-dar pelo seu saber e de prestar comas suas mãos os cuidados de que ca-recem para readquirirem aquele bemde mérito inestimável.Por partilharem do conceito de que asaúde não é só um estado de ausên-cia de doença (OMS) pelo qual comotécnicos informados são particularmen-te responsáveis, não podem deixar deendossar aos poderes político e eco-

nómico a responsabilidade de criaremas condições propícias não só ao com-bate das doenças, mas também ao bem-estar físico, psicológico e social ou sejaa garantia dos «prérequisitos para asaúde: paz, habitação, educação, ali-mentação, salário, estabilidade do ecos-sistema, recursos sustentáveis, justiçasocial e equidade».Fazem-no por concordarem ainda coma Carta de Otava (1986) quando pro-clama que «a saúde é um recurso mai-or para o desenvolvimento social, eco-nómico e pessoal e uma importantedimensão da qualidade de vida».Não prescindem, por isso, na sua re-conhecida condição de actores decisi-vos das questões da saúde, de intervir,nos vastos termos em que a lei permi-te, em todas as situações nas quais aactividade médica careça de ser regu-lada ou perigue a independência doseu desempenho.Inspirados nos princípios éticos edeontológicos que juraram cumprir, es-tarão particularmente atentos ao cum-primento dos postulados de inspira-ção hipocrática da Declaração de Ge-nebra da Associação Médica Mundial.Mas não é aceitável que no plano dosprincípios a conduta médica seja tãocondicionada e exigente (e ainda bem)e na prática se submeta aos ditamesdessa disciplina emergente dita Econo-mia da Saúde, sem que as organizaçõesrepresentativas dos Médicos participemde modo decisivo na definição dos qua-dros em que a acção se realiza.Não é aceitável, por exemplo, o me-nosprezo a que são votadas nos Hos-pitais as hierarquias médicas no querespeita à definição estratégica de ob-jectivos institucionais bem como à exe-cução orçamental.Nem se aceita o ambiente de hostilida-de de diversos matizes que a tutela/ad-ministrações tão frequentemente cul-tivam em relação ao sector clínico e queinvariavelmente conduzem a uma hemor-ragia de recursos com resultados funes-tos a prazo para o SNS e, geralmente,frustrantes para o médico empurradopara o mercado livre da saúde.A destruição estrutural das instituiçõesao invés da positiva mudança e compor-

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tamento organizacional adequados a darresposta mais efectiva às crescentes ediferentes necessidades dos cidadãos,abala não só o SNS como também osoutros dois pilares do Sistema de Saúde,a saber as Carreiras Médicas e o Inter-nato Médico, momento imprescindível detransmissão do saber médico e forma-dor de novos profissionais.Presencia-se um processo de degrada-ção visível tanto nas Organizações Hos-pitalares como nos Cuidados de Saú-de Primários, apesar de nestes ter pa-recido esboçar-se alguma melhoriacom as medidas reformadoras dos úl-timos anos.Ciclópicas serão, então, as tarefas queesperam quem se propuser intervirnum meio como o da saúde que, paranossa desgraça, mais do que comple-xo é caótico.Mas, num simples exercício racional deavaliação das próprias capacidades,forças e insuficiências, reconhecem-semúltiplas oportunidades de interven-ção, embora de resultado incerto paraa classe Médica em face das ameaçassistémicas que pairam.Antes de elencar um conjunto de te-mas que farão o cerne da actividadedos corpos gerentes distritais da OM,fica uma palavra de apreço pelo traba-lho desenvolvido pelos órgãos dirigen-tes que vão terminar o mandato, pelametodologia de trabalho que im-plementaram num esforço conseguidode «aproximação dos médicos entre si

e destes aos Cidadãos e à Sociedade».Exemplo a seguir, sem dúvida.

2 – OBJECTIVOS PROGRA-MÁTICOS

1 – Manter e aprofundar uma certaautonomia relativamente aos órgãosregionais e nacionais, através da ade-quada e necessária descentralização dealgumas decisões que envolvam pro-blemas de índole eminentemente dis-trital.

2 – Trabalhar pela definição legal de ActoMédico, instrumento que permitirá tor-nar claro não só qual é o papel dosmédicos, mas também quais são as suasresponsabilidades em relação aos do-entes com benefícios para todos.

3 – Promover todas as condições paraque a Ordem dos Médicos intervenhade forma mais efectiva nas esferas dasua competência.

4 – Defender o Serviço Nacional deSaúde – SNS – porque o mesmo conti-nua a ser uma medida politicamentemoderna, socialmente avançada, cien-tificamente correcta e com provas da-das na efectividade e eficiência dos cui-dados prestados, e em particular, dosganhos em saúde alcançados, porqueo mesmo tem sido o garante da quali-dade da medicina e da boa práticamédica, da equidade em saúde e tem

possibilitado aos médicos atingirem ní-veis de excelência, permitindo tambéma sua realização profissional e humana.

5 – Realizar periodicamente Cursos deFormação Pós -Graduada, bem comoDebates sobre todos os temas que sir-vam o objectivo de informar, de susci-tar a discussão e de aproximar os mé-dicos entre si, e destes aos Cidadãos eà Sociedade.

6 – Estabelecer contactos regulares comas instituições prestadoras de cuidadosde saúde de todo o Distrito Médico.

7 – Manter o aperfeiçoamento e actua-lização do Livro Branco da Saúde doDistrito Médico.

8 – Prosseguir com a ideia de cons-truir uma Casa do Médico no DistritoMédico.

Cientes das responsabilidades e tam-bém das dificuldades com que nos ire-mos deparar, tudo faremos, porquemotivados, para honrar o compromis-so que agora assumimos. E, se for davossa vontade, sermos eleitos quere-mos ainda afirmar que contamosconvosco, com a vossa participaçãoactiva ao longo deste triénio duranteo qual todos os médicos, do serviçopúblico ou privado, se confrontarãocom novos e decisivos desafios que seperfilam cada vez de forma mais clara.

ELEIÇÕES 2011-2013Candidatura aos Órgãos Distritais SRS – Setúbal, Lista D

Confidencialidade da Informação Clínica e seu Impacto nos Seguros/Plataformas

O Instituto de Formação Actuarial irá promover no dia 14 de Dezembro de 2010, uma acção de formação subordina-da ao tema «Confidencialidade da Informação Clínica e Seu Impacto nos Seguros/Plataformas». A acção de formaçãotem como objectivo proporcionar a aquisição e/ou desenvolvimento de conhecimentos relativos à confidencialidadeda informação clínica, focando os aspectos e condicionantes associados à mesma. Quaisquer esclarecimentos relativosao conteúdo da formação podem ser obtidos por email ([email protected]) ou telefone (21 352 47 19).

Especialistas europeus em cirurgia vascular reúnem-se em Portugal

Decorreu no dia 19 de Novembro, a Reunião da Comissão Executiva da Secção de Cirurgia Vascular da UEMS (UniãoEuropeia de Médicos Especialistas). A reunião teve como principal objectivo a definição de um Curriculum Europeumínimo para internos da especialidade de Angiologia e Cirurgia Vascular, devido à necessidade de harmonizar euniformizar conteúdos e competências. Foi ainda discutida a definição de uma estrutura e critérios de avaliação paraa atribuição do título europeu de especialista em Cirurgia Vascular, assim como a determinação dos critérios deatribuição de créditos CME (Continuing Medical Education) e o registo europeu de Centros ou Unidades de Angiologiae Cirurgia Vascular com actividade formativa pós-graduada de internos da especialidade.

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Que seja por nossa natureza, que sejapor imposição geográfica que nos ati-ra para os confins da Europa, esta ten-dência portuguesa da modéstia atingeaspectos de autêntica heroicidade. De-fendemos a modéstia como se tratassede uma glória nacional.É assim que poucos portugueses co-nheciam a obra e o nome de AristidesSousa Mendes antes de o noticiário in-ternacional consagrar a sua obra e ain-da poucos haverá que saibam quemfoi Jaime Cortesão ou qual o arquitec-to que sustentou o Mosteiro da Bata-lha. Mesmo entre as classes que se en-tendem mais ilustradas, nada se sabesobre os nossos maiores homens por-que a tal modéstia emprenha o esque-cimento activo, imposto, compulsivo.Como corolário de tal situação, fala-semuito quando alguns mais esclareci-dos lembram que passa o centenáriodo nascimento de uma personalidade,agita-se a mole cultural, surgem unstítulos e parangonas nos jornais, pro-metem-se festejos principescos e cha-ma-se a esta situação uma efeméride.Chegada a oportunidade, a montanhaatira cá para fora um rato.Foi assim no centenário de Camões,no centenário do Marquês de Pombal.Naquele rol de ignorâncias e modés-tias cabem, claro está, nomes de médi-cos e, entre estes, o português maisfestejado no seu tempo, mais conside-rado e respeitado pelos seus pares detodo o Mundo civilizado: Amato Lusi-tano, de seu nome João Rodrigues Cas-telo Branco. Diga-se para já que, den-

VÊM AÍ AS COMEMORAÇÕES DOS 500ANOS DO NASCIMENTO DE AMATO LUSITANO

Por volta dos anos 50 frequentava o Grupo dos Modestos, à Rua Gonçalo

Cristóvão, no Porto, onde se exibiam actores dramáticos amadores, à moda

dos Castelinhos do filme O Pai Tirano. Foi ali, também, que assisti à primeira

sessão do 1.º Cine-Clube Português, o Clube Português de Cinematografia,

emergente de um grupo de alunos do Liceu Alexandre Herculano.

tro de 2 anos, passam cinco séculos so-bre o seu nascimento. A tal efeméride.Foi Castelo Branco a cidade que o viunascer em 1511, de origem judaica. Fezestudos em Salamanca e, com 18 anos,regressou a Portugal onde exerceu clí-nica. Perseguido pela Inquisição, viajoupara Antuérpia em 1534. Dois anosdepois publica a sua primeira obra IndexDiascoridis. Passa a assinar Amato Lusi-tano. A perseguição de que foi alvo le-vou-o a fugir para Ferrara, onde se en-contra em 1541, sendo ali Professor deAnatomia, além de atingir elevado pres-tígio como clínico. Inicia a escrita de umaobra que ainda hoje merece, da partedos estudiosos, trabalhos de naturezamédica, sociológica, psicológica, botâni-ca. Convive com as mais destacadaseminências médicas europeias. Sempreperseguido, de Ferrara vai a Roma em1547, onde é médico do Papa Júlio III edepois Pesaro em 1555. Por fim, decidepassar ao Império Otomano, estabelecen-do-se em Ragusa, depois em Salónica ondeveio a falecer em 1569, vítima da peste.Pela minha parte, creio firmemente quenão é possível traçar um resumo doque foi a sua obra, quer como clínicoquer como escritor e pedagogo. É ne-cessário ler e reler cada página da suaextensa escrita para fazer uma pálidaideia do que foi o trabalho deste por-tuguês e da imensa capacidade men-tal, sabedoria e competência de quese serviu. Cada página das Centúrias,num total de sete, ou seja setecentoscasos clínicos, é um exemplo de estu-do inesgotável, de um sabor requinta-

do pelo estilo simples e claro, pelo sis-tema e regra de exposição. Escritas emlatim, encontram-se traduzidas em 59línguas. Dominando o grego, o hebrai-co, o árabe, o castelhano, o italiano, oalemão, o inglês e, naturalmente, o por-tuguês, Amato dispunha da ferramen-ta fundamental ao estudo nas váriaslínguas, tornando-se um erudito a to-dos os níveis. Além da actividade clíni-ca, foi investigador e descreveu, pelaprimeira vez, as válvulas da veia ázigos,abrindo caminho à interpretação dafunção das válvulas venosas.Nas Centúrias não se limita à descri-ção das doenças. Além da indicaçãocuriosa das relações sociais dos doen-tes, segue cada um dos Casos ou Cu-ras, como lhes chama, de um Comen-tário, dado elucidativo que permitehoje observações de vária natureza.Seja dito que Amato deixou uma ver-são do Juramento Médico que mereceser conhecida. Direi mais: seria dignoque as Faculdades de Medicina ou aOrdem dos Médicos, em vez de acon-selharem os jovens médicos a repeti-rem o Juramento Hipocrático, o substi-tuíssem pelo Juramento de Amato, estelegitimamente português e, por certo,contendo doutrina mais actual. Incluí-do na VII Centúria, reza o seguinte:

Juro perante Deus imortal e pelos seusdez santíssimos sacramentos, dados noMonte Sinai ao Povo Hebreu, por in-termédio de Moisés, após o cativeirono Egipto, que na minha clínica nuncative mais a peito do que promover que

H I S T Ó R I A S d a H I S T Ó R I A

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Arte Médica;Fui sempre diligente no estudo e, por talforma, que nenhuma ocupação ou cir-cunstância, por mais urgente que fosse,me desviou da leitura dos bons autores;Nem o prejuízo dos interesses parti-culares, nem as viagens por mar, nemas minhas pequenas deambulações porterra, nem por fim o próprio exílio, meabalaram a alma, como convém ao Ho-mem Sábio;Os discípulos que até hoje tenho tido,

em grande número e em lugar dos fi-lhos, tenho educado, sempre os ensi-nei muito sinceramente a que se inspi-rassem no exemplo dos bons;Os meus livros de Medicina nunca ospubliquei com outra ambição que nãofosse o contribuir de qualquer modopara a saúde da Humanidade;Se o consegui, deixo a resposta ao jul-gamento dos outros, na certeza de quetal foi sempre a minha intenção e omaior dos meus desejos.

Feito em Salónica, no ano do Mundo5.319 (1559 da nossa Era).

A sua obra tem merecido a atençãocuidada e apaixonada de do Dr. AntónioSalvado e do Dr. António LourençoMarques, anestesista em Castelo Bran-co, que, de há 22 anos a esta parte, têmdedicado a sua melhor atenção às Jor-nadas em louvor de Amato Lusitano eda Medicina da Beira Interior, publican-

a Fé intacta das coisas chegasse ao co-nhecimento dos vindouros;Nada fingi, acrescentei ou alterei emminha honra ou que não fosse em be-nefício dos mortais;Nunca lisonjeei, nem censurei ninguém oufui indulgente com quem quer que fossepor motivo de amizades particulares;Sempre em tudo exigi a verdade;Se sou perjuro, caia sobre mim a irado Senhor e de Rafael seu Ministro eninguém mais tenha confiança no exer-cício da minha arte;Quanto a honorários, que se costumadar aos médicos, também fui sempreparcimonioso no pedir, tendo tratadomuita gente com mediana recompen-sa e muita outra gratuitamente.Muitas vezes rejeitei firmemente gran-des salários, tendo sempre mais emvista que os doentes por minha inter-venção recuperassem a saúde do quetornar-me mais rico pela sua liberali-dade ou pelos seus dinheiros;Para tratar os doentes, jamais cuideide saber se eram hebreus, cristãos, ousequazes da Lei Maometana;Nunca provoquei a doença;Nos prognósticos sempre disse oque sentia;Não favoreci um farmacêutico maisdo que outro, a não ser quando nalgumreconhecia, por ventura, mais perícia naarte e mais bondade no coração, por-que então o preferia aos demais;Ao receitar sempre atendi às possibilida-des do doente, usando de relativa pon-deração nos medicamentos prescritos;Nunca divulguei o segredo a mim con-fiado;Nunca a ninguém propinei poção ve-nenosa;Com a minha intervenção nunca foiprovocado o aborto;Nas minhas consultas e visitas médi-cas femininas nunca pratiquei a me-nor torpeza;Em suma, jamais fiz coisa de que seenvergonhasse um Médico preclaro eegrégio;Sempre tive diante dos olhos, para osimitar, os exemplos de Hipócrates eGaleno, os Pais da Medicina, não des-prezando as Obras Monumentais dealguns outros excelentes Mestres na

do nos Cadernos Culturais os traba-lhos apresentados, sob a orientação daDr.ª Maria Adelaide Neto Salvado, e queconstituem hoje um espólio notávelsobre a obra de Amato Lusitano.Pois bem, queridos amigos e colegas por-tugueses: dentro de 2 anos cumprem-se500 anos sobre o nascimento de Amato.É tempo de começarmos a agitar as nos-sas bandeiras em torno deste portugu-ês, de conhecer a sua obra.A Faculdade de Ciências Médicas em boahora publicou as Centúrias que estão,por isso, à disposição de quem as quiserler, apreciar ou produzir matéria de es-tudo, iniciando, desde já, a efeméride.Seja-me dado colocar uma questãoque alguns jovens me têm apresenta-do: para que serve todo este interessepelo passado? Afinal, para o que servea História? Vale a pena repetir todosos desmandos, experiências e aventu-ras em que a Humanidade se meteu?A resposta é simples e é a própria Natu-reza que no-la dá porque está escrita naVida. Do que foi o passado, nem tudoserve para elucidar o presente ou o fu-turo, mas o volume de ocorrências pro-veitosas, quanto mais não seja pela ne-gativa, é muito grande. A lição da Vida éque, entre a mãe e o filho existem trêselementos concretos: o útero, a placen-ta e o feto. Após o nascimento, o útero épassado, mas um passado que revive por-que pode gerar um novo feto. É, portan-to, um passado útil. A placenta é des-truída. É o passado a esquecer. O feto éa criança: o presente e o futuro. Mas éno útero que reside o passado fecundoque se renova. É a História que, a cadamomento, nos ensina sobre o futuro.No caso presente, quanta lição se poderetirar dos livros de Amato Lusitano. Háque divulgar a sua obra, dar a conhecero que foi este português do século XVIcujos textos são, ainda hoje, lidos comprazer e proveito. Para que a nossa mo-déstia ancestral não obrigue a que osjovens de hoje caminhem desorientados,desconhecendo valores, anódinos e amar-gos, presos de equívocos e desinteres-ses, culpas que cabem à geração que oscriou. Modéstia, sim, mas não tanta!

Armando Moreno

H I S T Ó R I A S d a H I S T Ó R I A