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Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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REVISTA NPI – NÚCLEO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR
http://www.fmr.edu.br/npi.html
ENDEREÇO POSTAL
Faculdade Marechal Rondon – FMR
Endereço: Estr. Vicinal Dr. Nilo Lisboa Chayasco, 5000 - Chácara Saltinho, São
Manuel - SP, 18650-000 Telefone: (14) 3842-2000
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EQUIPE EDITORIAL Editor Chefe: Prof. Dr. Anselmo Jose Spadotto – [email protected] Diretor Acadêmico: Prof. Jefferson Capeletti - [email protected] Suporte Técnico: Kleber Aparecido Rossi - [email protected]
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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SUMÁRIO
A IMPORTÂNCIA EM IMPLANTAR UM DEPARTAMENTO DE MARKETING EM UMA
EMPRESA DE MÉDIO PORTE
Vera Lucia Lima de Oliveira
03 - 08
ATUALIDADES EM LEIS SOBRE AÇÕES ABUSIVAS POR PARTE DE
AUTORIDADES POLICIAIS
Fabíola Casimiro Soares, Rosilene Ribeiro Padilha
09 - 13
ESTUDO DE FATORES DE AUMENTO DA PRODUTIVIDADE E DIMINUIÇÃO DOS
CUSTOS PELA MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES
Luiz Alfredo Rodrigues Alves Marzochi
14 - 20
ESTUDO SOBRE DIFICULDADES DE INTERCONEXÃO ENTRE ÀREAS INTERNAS
EM EMPRESAS DO SETOR PRIVADO
Aparecida do Carmo Ramos de Oliveira do Prado
21 - 28
IMPACTOS DAS ATITUDES NEGATIVAS DOS LIDERES SOBRE OS LIDERADOS
Valdemir Bueno
29 - 44
MUDANÇAS NO PERFIL ORGANIZACIONAL DE EMPRESAS PRIVADAS NA
ATUALIDADE BRASILEIRA
Fabíola dos Santos Passanha
45 - 49
O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Luciana Jacomini
50 - 56
OBRIGAÇÕES E DEVERES DO PROVEDOR E DO USUÁRIO DE INTERNET
Guilherme Rodrigues Camargo Valente
57 - 63
REFLEXOS DA MOTIVAÇÃO E DO ESTIMULO EM UM AMBIENTE JURÍDICO
CORPORATIVO
Fábio Augusto Cucci
64 - 88
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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A IMPORTÂNCIA EM IMPLANTAR UM DEPARTAMENTO DE MARKETING EM
UMA EMPRESA DE MÉDIO PORTE
Vera Lucia Lima de Oliveira
RESUMO
Este artigo teve como objetivo sugerir a implantação do departamento de
Telemarketing em uma organização, demonstrando a necessidade, importância e
utilização. Observou-se que hoje representa um veículo dos mais promissores para
colocar a equipe de vendas ou prestadora de serviços de uma empresa no caminho do
sucesso. Para praticidade será demonstrado o custo desta implantação. No intuito de
contribuir como um auxiliar útil na implantação do departamento de Telemarketing
demonstrando como pode ser utilizado pelas empresas como uma estratégia de
marketing direto que, utilizando aparelhos de comunicação (principalmente telefone) e
colaboradores qualificados buscando uma relação individual com cada cliente,
oferecendo produtos ou serviços tendo as vantagens de poupar tempo e minorar
custos de mercadologia, aperfeiçoando a eficácia da introdução de produtos e serviços
no mercado, é um componente importante das estratégias de “melhoria da qualidade”
das empresas.
Palavras-chave: marketing, organização, comunicação.
INTRODUÇÃO
Quando se trata de utilização de novas tecnologias da informação
aplicadas ao incremento de negócios, o Telemarketing é tema obrigatório, portanto é
uma das mais eficazes ferramentas para se enfrentar os desafios de mercados cada
vez mais competitivos. O Telemarketing é hoje um instrumento inegavelmente útil para
vários segmentos da sociedade. Desenvolve o crescimento da economia, gera
empregos diretos e indiretos, auxilia na resolução rápida e barata de questões
envolvendo aquisição e venda de produtos e prestação de serviços. Assim sendo, tais
benefícios devem ser expandidos para além dos grandes centros empresariais,
abrangendo cidades e empresas de menor porte. Devemos encarar o departamento
de telemarketing como um complemento da área comercial. Obter um bom
conhecimento sobre todos os setores comerciais de uma empresa é sumamente
importante para que se faça a sua planificação e implantação, assim ele será
agregado de modo harmônico e sincronizado com as outras atividades da empresa.
Este artigo pretende fazer uma breve inclusão de ideias mais relevantes, no
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Telemarketing, considerando a importância da implantação do departamento de
Telemarketing em uma empresa de médio porte.
O Telemarketing pode ser definido como sendo “toda e qualquer atividade
desenvolvida através de sistemas de telemática e múltiplas mídias, objetivando ações
padronizadas e contínuas de marketing”. (ABT, 2005).
O objetivo deste trabalho foi de estudar a importância de um departamento
de Telemarketing em uma empresa de médio porte.
DESENVOLVIMENTO
Os operadores devem ser coordenados por um gerente com experiência
em organizar o trabalho de campo, para se obter uma ação altamente qualificada.
Depois de definida a estratégia, pode-se escolher os operadores que melhor abordam
o produto e a estratégia escolhida. (COULOMB, 2010) É sabido que o principal capital
interno de uma organização são seus funcionários, no caso do Telemarketing é o
operador. Nas palavras de Cocco (2008), operador de Telemarketing é o profissional
que:
[…] permanece na central de atendimento das empresas e entra em contato com as pessoas, via telefone, para oferecer algum serviço, produto ou promoção, ou recebe ligações de clientes com o objetivo de fornecer informações, solucionar problemas ou sanar dúvidas. É quem torna o serviço cada vez mais pessoal, individualizando a forma de tratar os clientes. (COCCO, 2008, P 5)
O SAC (Serviço de atendimento ao consumidor) dá informações, elucida
dúvidas, resolve problemas e proporciona os serviços que melhor atendam às
expectativas dos clientes. É uma fonte de informações que assessora o
direcionamento estratégico e norteia deliberações nas empresas. (FAQ ATTENDER,
2010).
Call Center é um recurso competitivo que o mundo consagrou, trata-se de
um sistema que estabelece um diálogo entre as empresas e a sociedade. Sem entrar
em aspectos complicados da tecnologia, pode-se dizer que o Call Center é a
associação dos meios de telecomunicações com os bancos de dados de uma
empresa ou organização, de modo a permitir que seus clientes possam dispor de um
Centro de Atendimento rápido, eficiente e completo. De acordo com Possas (2004),
pode-se simplificar Call Center da seguinte forma:
As empresas oferecem um canal de comunicação aos clientes, que o utilizam para os mais variados objetivos: obter informações, reclamar de algum problema, comprar algum produto, pagar as contas, saber o
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saldo no banco, normalmente através do número 0800 (ligação gratuita para os clientes).
O Telemarketing começou a se desenvolver no Brasil com a vinda de
empresas americanas. Atualmente, o maior número de pessoas atendidas pelo
telefone são clientes de estabelecimentos financeiros e de editoras (RODARTE, 2005).
Conforme Stone e Wyman (1992, p. 6), “as grandes empresas eram as únicas
responsáveis pelo desenvolvimento do Telemarketing no Brasil. Devido ao custo
elevado de manutenção e da tecnologia de suporte, somente as grandes organizações
detinham conhecimento e técnicas para implantar e manter esse tipo de marketing”.
Entretanto, isso mudou nos últimos anos expõe que hoje, no Brasil, o Telemarketing
vem sendo empregado também por pequenas e médias empresas, e até por
microempresas; por esse fato, o Telemarketing está entre as áreas de atuação
profissional que mais vem aumentando seus postos de trabalho no país.
Na parte legal, o Ministério do Trabalho e Emprego segundo a Portaria nº
9, de 30 de março de 2007 (DOU de 02/04/07) aprova o anexo II da RN-17 – Trabalho
em Teleatendimento/Telemarketing. A Secretária de Inspeção do Trabalho e o Diretor
do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, no uso de suas atribuições
legais, tendo em vista o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho
e no artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 e considerando a proposta
de regulamentação apresentada pelo Grupo de Trabalho Tripartite do Anexo II da NR-
17, aprovada pela Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP, de acordo com o
disposto na Portaria n.º 1.127, de 02 de outubro de 2003, RESOLVEM:
Art. 1º Aprovar o Anexo II da Norma Regulamentadora n.º 17 – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing, nos termos do Anexo I desta Portaria. Art. 2º Os prazos estabelecidos nesta Portaria não implicam a dispensa da obrigação de cumprir as demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Art. 3º O disposto no anexo da Norma Regulamentadora obriga todos os empregadores, inclusive os constituídos sob a forma de microempresa ou empresa de pequeno porte. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor da data de sua publicação. (PORTARIA N.° 09, DE 30 DE MARÇO DE 2007)
Uma central de atendimento é composta por:
1. Pessoal – coordenador ou supervisor e operadores (atendentes/operadores);
2. Equipamento de telefonia – composto por: central telefônica digital, headsets,
equipamento de pré atendimento URA e correio de voz;
3. Microcomputadores – servidor: servidores de CTI para controle e operacionalização
das funções da central telefônica, estações de trabalho (PA) onde para cada PA é
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necessário uma estação de trabalho (microcomputador) para que o operador registre
os contatos de clientes e fornecedores nos sistemas de atendimento, seja qual for o
segmento da empresa.
4. Softwares básicos - Windows 2000 Server / NT - Servidor de Aplicação,
Gerenciador de Banco de Dados e Windows 2000 professional / Nt Workstation /
Windows 9x / ME
5. Sistemas de atendimento – os sistemas de atendimento devem complementar as
funções de pré-atendimento (CTI e URA) e pós- atendimento (SAC, Helpdesk e
telemarketing) relacionadas nos processos de atendimento. (FAQ ATTENDER, 2010)
Quadro 1: Custo por PA (ponto de atendimento).
Computador R$ 1300,00
Licença de software de telemarketing R$ 500,00
Linha telefônica R$ 90,00
Mesa com divisória R$ 600,00
Cadeira R$ 40,00
Salário + benefícios (vale transporte, vale refeição e assistência médica) + conta telefônica/por operador
R$ 2250,00
TOTAL POR PA R$ 4780,00
Fonte: MONTEIRO (2010) (adaptado).
Caso a empresa não tenha uma rede à sua disposição, haverá os custos adicionais
de:
Servidor de rede R$ 4600,00
Software para servidor de 5 pontos R$ 2399,00
Software para CPU “Windows XP” R$ 859,00
TOTAL R$ 7858,00
Somando-se tudo, obtém-se o valor de R$ 12.638,00.
Hoje, ofertas por telefone já superam a mala direta como forma de
divulgação de produtos e serviços. O Telemarketing ativo oferece à empresa a
oportunidade de fazer chamadas de vendas; realizar prospecção; acelerar o fluxo de
caixa através de contas a receber; recuperação de crédito; agendar encontros para os
representantes de vendas e, em muitos casos, pode ser um novo meio para a
empresa recuperar clientes que pararam de comprar. Telemarketing está entre as
estratégias de melhor custo-benefício existentes na atualidade. Saber que tipo de
telemarketing está sendo usado ajudará no desenvolvimento de um plano de ação
adequado para realizar os objetivos esperados.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando as consultas efetuadas ressalto a importância em uma
empresa implantar um departamento de Telemarketing investindo na aquisição do
aparelhamento básico e da estrutura física necessária para o funcionamento do citado
PA, e é imprescindível que o atendente, antes de começar a trabalhar no cargo, passe
por um processo de treinamento e desenvolvimento em curso especializado, que
ensina ao futuro operador as técnicas para trabalhar na área de telemarketing,
estimulando sua desenvoltura, para que ele envolva o cliente, fazendo um
atendimento com qualidade e presteza.
É também importantíssimo que ele conheça a fundo o produto que oferece,
passando segurança aos clientes. As pressões sobre o trabalhador de Telemarketing
são muito grandes como problemas físicos e psíquicos, portanto é fundamental que a
empresa minimize estes riscos com a prática de ginástica laboral, períodos diários de
folga para aliviar tensões e acatamento da jornada de trabalho prevista em lei.
É importante a instalação do Departamento de Telemarketing, pois é uma
realidade que não se pode mais ignorar, os empreendedores que recusam a aceitar
sua importância, que têm medo de investir no novo, ou acham que Telemarketing é só
um modismo, correm o risco de, num futuro próximo, verem suas empresas relegadas
ao ostracismo.
REFERÊNCIAS
ABT. Técnicas de Telemarketing. Disponível em: http://www.tmkt.jex.com.br
/o+que+e+Telemarketing/o+que+e+Telemarketing>. Acesso em 18 jun. 2011.
COCCO; A. Operadora de Telemarketing. Disponível em: . Acesso em 18 jun. 2011.
COULOMB; D. G. C. Dicas de ouro para Telemarketing. Rio de Janeiro. Disponível
em: . Acesso em 18 jun. 2011.
FAQ ATTENDER. Conceitos: SAC - O que é? 2010. Disponível em: . Acesso em 18
jun. 2011.
______________b. Conceitos: Call Center – O que é? 2010. Disponível em: . Acesso
18 jun. 2011.
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______________c. Conceitos: Telemarketing - O que é? 2010. Disponível em: .
Acesso em 18 jun. 2011.
MONTEIRO, A. M. M. Telemarketing: quanto custa implantar um Call Center? Revista
Venda Mais. 2010. Disponível em: . Acesso em 18 jun. 2011.
PORTARIA N.° 09, DE 30 DE MARÇO DE 2007. Disponível em . Acesso em 01 jul.
2011.
POSSAS, P. H. A importância dos Recursos Humanos no processo de
Informatização e a Lógica Competência: O Estudo de Caso do Call Center RGE -
Rio Grande Eletricidade. REAd - Edição 37, v. 10, n. 1, jan-fev 2004.
RODARTE, G. N. Caminhos da atuação fonoaudiólogica no Telemarketing. 2005.
Disponível em: . Acesso em 18 jun. 2011.
STONE, B.; WYMAN, J. Telemarketing. São Paulo: Nobel, 1992. Disponível em: .
Acesso em 30 jun. 2011.
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ATUALIDADES EM LEIS SOBRE AÇÕES ABUSIVAS POR PARTE DE
AUTORIDADES POLICIAIS
Fabíola Casimiro Soares, Rosilene Ribeiro Padilha
INTRODUÇÃO
A Violência Policial tem sido mostrada muitas vezes na mídia na
atualidade. Segundo notícia veiculada recentemente na mídia, um dos grandes
elementos que rege a violência de um militar é a falta de democratização, trazendo –
lhes insatisfações e conflitos internos. Os superiores atribuem a mesma função para
todos os militantes, resultando assim em uma falta de controle, no qual um quer ser
melhor que o colega, mostrando que é mais competente, gerando assim o abuso de
autoridade, cujo o tal denigre os princípios de sua função. Há diversas possibilidades
desse problema resolve-se, melhorando assim sua eficácia, embutindo em cada
policial os princípios que norteiam sua profissão, pois a falta de Democratização
geram lacuna para a violência.
Nota-se a visível, falta de valor atribuídas as prisões para averiguação,
pelo fato de seu flagrante ferir as normas ou preceito da Constituição Federal,
ocasionando em um total desrespeito ao direito a liberdade situadas no direito de
todos os indivíduos art. 5º da Constituição cujo mesmo são sujeitos de
responsabilização Civil, Criminal e improbidade administrativa. Assim sendo,
constatamos, que quando se vê um abuso praticado por uma autoridade pública, os
próprios agentes devem agir dentro de suas próprias atribuições para que os mesmos
cessem. A problemática resiste quando o infrator é a própria autoridade dentro da
entidade pública, o que torna sub escura qualquer tentativa de socorro do ofendido,
pois se tem baixas provas subordinadas.
Caso ocorram ilegalidades pode-se recorrer ao Ministério publico, cujo tal é
o fiscal da lei, fazendo cessar o ocorrido. Constata-se em lei a punição para abuso de
autoridade, ou seja, qualquer ato que atente aos Direitos e garantias individuais do
Homem. Enfatizamos que a dignidade e caráter se faz presentes em todos, no entanto
existem exceções de autoridade Pública, que não deixa o mesmo se consolidar
abrindo lacuna para a mutação de personalidade cujo este usam de suas funções para
satisfazerem prazeres próprios, contrariando a todos e em principal a justiça.
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OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi o de analisar alguns dispositivos de leis que
envolvem ações abusivas por parte de autoridades policias.
DESENVOLVIMENTO
A violência policial origina-se devido a deficiência do Estado ao tentar
promover justiça social. O policial que não teve uma boa educação escolar e
domestica, passa por dificuldades para alcançar seu posto exercido, ainda é mal
reconhecido pelo seu Estado empregador, sendo mal remunerado e conhecendo os
riscos gerados pela profissão; assim expondo suas revoltas, através de violência
contra seu próprio semelhante, que quase sempre enfrentou essas mesmas
dificuldades. Na verdade, a polícia como um todo, acha que a violência funciona de
alguma forma, como resistência forte a uma outra violência que contra a sociedade se
projeta. Contudo, as violências não se esgotam umas nas outras, e o resultado de
uma é sempre multiplicado. Acreditamos, que se a polícia for humanizada e nela
infundida os princípios fundamentais que regem as profissões, as práticas abusivas
que hoje vemos estampada em todos os meios de comunicação envolvendo agentes
policiais, não reduziriam e com isto, seriam reduzidos também o crescente índice de
criminalidade, porque a revolta, o ódio e o rancor de suas vítimas seriam amenizados
passando-se a aflorar os freios morais e não mais veríamos como hoje, o marginal
matador de policiais, ser recebido no presídio, por seus pares, com aplausos e
honrarias de herói.
A conclusão obtida é que o maior responsável pela Violência Policial que é
retratada não apenas no filme, mas em todo rol da sociedade é de certa forma
responsabilidade do governo por não investir melhor na segurança. Sendo os policiais
tão mal remunerados e passando por treinamentos tão violentos para ingressarem no
policiamento público. Com isso os policiais vêem na violência uma forma de sancionar
o tráfico e outros problemas sociais. (OLIVEIRA, FIGUEIREDO, et al. 2011).
A organização da Justiça Militar brasileira é de complexidade ímpar, no
tocante à matéria de competência. Os legisladores não tratam com uniformidade de
assuntos inerentes à Justiça Militar (federal e estadual), gerando um cenário de maior
desordem. No dia 1 de abril de 2008, a Justiça Militar brasileira fez 200 anos de
instalação no Brasil, originariamente chamado de Conselho Supremo Militar e de
Justiça. Possui, além de inúmeros desafios estruturais, um sistema de organização
ímpar, frente aos outros países que a possui, segundo nos dá noticia o eminente
Promotor de Justiça Militar Jorge César de Assis (2008), pois ela é gênero que
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apresenta duas espécies: a Justiça Militar da União e a Justiça Militar Estadual. A
Justiça Militar, em razão da pessoa, deveria ser a responsável para julgar o militar
incurso desse crime, pela razão jurídica de se manter uma justiça castrense forte,
além de preservar práticas típicas e costumes típicos da caserna, inerentes à função
de militar, em homenagem ao princípio constitucional militar da hierarquia e disciplina
(art. 142, CR/88).
Certamente, o pequeno contingente alocado na Justiça Militar, aliado ao
descompasso legislativo, fizeram com que os tribunais ditassem esse entendimento
dominante. O militar que pratica um crime, seja qual for e contra quem o fizer, deve ser
submetido à Justiça Castrense, pois esta é mais rigorosa quanto à previsão e
aplicação da lei penal militar, ressalvado os casos em que o militar comete crime
doloso contra a vida humana, competência constitucional intocável do Júri Popular.
Portanto, até que se legisle disposições em contrário, o que não é uma eventualidade
do Poder Legislativo tipicamente positivista, o militar que pratica crime de abuso de
autoridade contra um civil, no exercício da função, será submetido à Justiça Comum
para ser processado e condenado, observadas as ressalvas e especificidades da
complexa legislação militar brasileira. (NUNES, 2008).
Segundo Araújo (2009), que abordou a historia da tortura e sua evolução
até os dias atuais, percebe - se que apesar de se confundirem os crimes de tortura e
abuso de autoridade, tem suas peculiaridades, e, é percebendo essas peculiaridades
que dá pra se julgar e penalizar corretamente a autoridade que excedeu suas
prerrogativas. A tortura é a inflição de castigo corporal ou psicológico violento, por
meio de expedientes mecânicos ou manuais, praticados por agentes no exercício de
sua funções públicas ou privadas, com o intuito de compelir alguém a admitir ou omitir
fato lícito ou ilícito, sendo ou não responsável por ele. Já o crime de abuso de
autoridade, se constitui, quando uma autoridade, no uso de suas funções, pratica
qualquer atentado contra a liberdade de locomoção, a inviolabilidade do domicílio, o
sigilo da correspondência, a liberdade de consciência e de crença, o livre exercício do
culto religioso, a liberdade de associação, os direitos e garantias legais assegurados
ao exercício do voto, o direito de reunião, a incolumidade física do indivíduo e, aos
direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
É sabido que muitas das ações violentas cometidas por parte dos policiais
é arbitrária, mas o Estado delega a autoridade policial o uso da força e da arma de
fogo. Nem sempre que a autoridade usa da força física é arbitrária, e há que se levar
em consideração os casos legítimos do uso da força policial. Caso contrário, a
autoridade pratica um dos crimes acima citados. É possível sintetizar que a violência
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policial origina-se de um mau reconhecimento para com os mesmos, causando-lhes
revolta, conflitos e violência, agindo assim possuem um errôneo pensamento, de que
com seu ato ia amenizar os problemas com tráficos. É notório que a violência gera
violência, em decorrência de rinchas policiais com traficantes e até mesmo com
pessoas inocentes, é preciso que os policiais hajam com a razão aderindo os
princípios fundamentais que regem sua profissão.
A Justiça Militar Brasileira tem um maior destaque com referências a
outros países, pois possui uma complexidade ímpar, exercendo a sua competência.
Um Militar que abusa de outra autoridade deveria ser submetido à Justiça Castrense,
no qual a mesma usufrui de um tratamento mais rigoroso, no entanto não é o que
ocorre, havendo um abuso de autoridade o mesmo é submetido a uma Justiça comum
para ser processado e julgado conforme a legislação de seu exercício. É visível as
peculiaridades de crimes de tortura e abuso de autoridades, exercidos por policiais se
delega crimes de tortura, art. 1º da Lei nº9455 constranger alguém com emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental... Já abuso de
autoridade cita-se, prática de qualquer atentado contra a liberdade de locomoção, a
incolumidade física do indivíduo entre outros. O Militante exercendo sua função cuja
sua ação é reconhecida pelo Estado como arbitrária, sendo usada sua força e arma de
fogo apenas em situações merecedoras de mesmas, porém muitos extrapolam
fazendo uso de crimes denotados no contexto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que as normas legais brasileiras em relação a violência
policial promovem segurança institucional e social. Entretanto, o próprio ambiente da
instituição policial deveria realizar certo controle da violência dos seus membros em
relação a população.
Como se observa atualmente no noticiário muitos problemas tem surgidos
nessa área, o que pode significar ou uma falha normativa em sentido amplo ou uma
falha nos procedimentos internos da instituição policial.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Luciano Bernardino de. A criminalização da conduta dos agentes policiais
em face dos crimes de tortura e abuso de autoridade. Âmbito Jurídico, Rio Grande,
2009 Disponível em
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_i
d =6814 . Acesso em 27 maio 2011.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Constituição da República Federativa do
Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://legis.senado.gov.br/con1988/CON1988_08.03.2006/CON1988.htm>. Acesso
em: 24 maio 2011.
NUNES, Julio Cesar da Silva . A competência da Justiça Militar brasileira e o abuso de
autoridade praticado por militar. Jus Navigandi. 2008. Disponivel em: . Acesso em: 27
maio 2011.
OLIVEIRA, Bianca Marques. FIGUEIREDO, Cláudia Campos Santos. MACHADO
BORGES, Dayane. GONÇALVES, Renan Silva. O direito e a violência policial. Âmbito
Jurídico, Rio Grande, 88, 2011. . Disponível em <
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_i
d=9469> . Acesso em 3 jun. 2011.
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ESTUDO DE FATORES DE AUMENTO DA PRODUTIVIDADE E DIMINUIÇÃO DOS
CUSTOS PELA MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES NAS ORGANIZAÇÕES
Luiz Alfredo Rodrigues Alves Marzochi
RESUMO
Este trabalho explanou sobre as principais vantagens da motivação dentro de uma
empresa, principalmente traçando um paralelo com o aumento do faturamente e
diminuição dos custos, com base em uma equipe motivada e consequentemente
comprometida, onde desempenha suas funções com muito mais eficiência, o que
desencadeia em um aumento na proutividade e uma redução nos custos
principalmente por equívocos humanos.
Palavras-chave: motivação, rentabilidade, custo e desempenho.
INTRODUÇÃO
Na época que precedeu a fábrica, o trabalho industrial era desempenhado
nas casas das próprias pessoas, assim chamadas indústrias artesanais. A grande
maioria do povo trabalhava mais na agricultura do que nas indústrias. A recompensa
pelas atividades dos trabalhadores era uma bagatela em dinheiro ou em espécie, o
que, quando muito, representava a quantia apenas suficiente para a subsistência e,
nas condições piores, permitia apenas ao trabalhador o mínimo para permanecer vivo.
Com o passar do tempo a mecanização se tornou cada vez mais
sofisticada e os empregos resultantes se tornaram especializados, e a contribuição do
trabalhador individual, ou do grupo de trabalho, começou a ter maior significância, foi
então que a partir da década de 70 que o processo motivacional começou a ter maior
intensidade. A palavra “motivar”, significa dar motivo, causar, expor motivo. E o
sinônimo da palavra motivação é causa, razão, fim e infinito logo a palavra “motivação”
vem da palavra “motivo” mais o sufixo “ação”, que quer dizer movimento, atuação ou
manifestação de uma força uma energia, um agente. Daí surge que a motivação é
intrínseca, é um impulso que vem de dentro, isto é, que tem suas fontes de energia no
interior de cada pessoa, é uma força que direciona a pessoa para alguma coisa, ou
seja, um objetivo.
A motivação verdadeira nasce das necessidades intrínsecas onde
encontram sua fonte de energia, nas necessidades e ações do ser humano, assim
também é nas organizações. Desta forma com a compreensão da motivação,
certamente poderemos traçar um paralelo entre o aumento da rentabilidade da
empresa, bem como, a diminuição dos custos. Quando falamos em aumento de
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rentabilidade, estamos focando na parte em que pessoas, ou melhor dizendo
colaboradores internos, mais motivados, certamente produzem muito mais que os
desmotivados, ou com pouca motivação, o que conseqüentemente acaba acarretando
em um aumento das receitas da organização. Já no momento em que falamos em
diminuição dos custos, estes estamos relacionando com a diminuição, ou mesmo,
extinção dos custos diretamente ligados aos equívocos ou prejuízos causados pelos
empregados através da inobservância dos procedimentos internos da empresa, ou
mesmo, pela pura simples falta de atenção no momento da execução das tarefas, o
que acaba acarretando em uma economia de tempo, materiais e dinheiro que se teria
que despender para a indenização de eventuais prejuízos.
Assim, pelo acima exposto, seja pelo aumento da rentabilidade, bem
como, pela diminuição dos custos, fica mais que claro que a motivação é uma
excelente fonte e aumento de faturamento da empresa.
OBJETIVOS
Geral Conhecer alguns reflexos da motivação sobre o aumento do
faturamento da empresa. Específicos Identificar alguns fatores motivacionais que
influenciam diretamente na rentabilidade e na redução dos custos de uma empresa.
DESENVOLVIMENTO
Como estamos em uma era de extrema competição entre as empresas,
além das estratégias de marketing e administração, precisamos voltar nossa atenção
para a motivação, pois atualmente a mesma se mostra como um diferencial no cenário
mercadológico, onde podemos identificar que as empresas que possuem seus
funcionários motivados, conseqüentemente, são as que possuem maior sucesso no
mundo corporativo.
A motivação de uma pessoa depende da força de seus motivos (motivos
aqui entendidos como desejos ou impulsos que ocorrem no interior dos indivíduos). Os
motivos é que impulsionam e mantém o comportamento dos indivíduos, são, por assim
dizer, as molas da ação, também se pode identificar os motivos com as necessidades
e dizer que os indivíduos são movidos pelas necessidades. Existem algumas teorias
clássicas, além de outras tantas mais atuais, que tentam explicar ou mostrar como é
que a motivação surge. Entre as clássicas encontramos a de MASLOW(1954) e a de
HERZBERG(1959).
Maslow(1954) formulou o seu conceito de hierarquia das necessidades,
que influenciam o comportamento humano. Maslow concebeu essa hierarquia porque
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o homem é uma criatura que expande as suas necessidades no decorrer da vida. À
medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas, outras mais elevadas
tomam o predomínio do comportamento. A hierarquia das necessidades de Maslow
nos traz que as necessidades fisiológicas são as que respondem pela manutenção da
vida e conservação da espécie, como as de alimentação, de moradia e de sexo. As
necessidades de segurança correspondem ao desejo do indivíduo de proporcionar
para si e para os seus um ambiente físico e emocional seguro e livre de ameaças. Já
as necessidades sociais estas vinculam-se à vontade da pessoa de ser aceita por
outras de seu convívio, bem como de desenvolver, com as mesmas, um
relacionamento amistoso. Posteriormente vem as necessidades de estima, que
correspondem ao desejo da pessoa de desenvolver uma auto-imagem positiva e de
receber atenção e reconhecimento dos outros, desde que tenham sido satisfeitas as
necessidades sociais, a satisfação das necessidades provoca, por sua vez,
sentimentos de auto-confiança, de prestigio, de poder e de ser útil e necessário. Como
ultima necessidade, Maslow coloca as necessidades de autorealização, que após
terem sido satisfeitas as necessidades de estima, surgem as de autorealização, que
correspondem a categoria mais alta na escala, que se referem à realização máxima do
potencial individual e, segundo Maslow(1954), resumem-se na idéia de que “o que um
homem é capaz de ser, deve ser”. Já Herzberg desenvolveu uma teoria de motivação
no trabalho, verificou e evidenciou através de muitos estudos práticos a presença de
que dois fatores distintos devem ser considerados na satisfação do cargo, são os
Fatores Higiênicos e os Motivacionais. Os fatores higiênicos referem-se às condições
que rodeiam o funcionário enquanto trabalha, as condições físicas e ambientais de
trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o salário, os tipo de
supervisão recebido, o clima de relações entre a direção e os funcionários, os
regulamentos internos, as oportunidades existentes, etc.
Herzberg(1959), contudo, considera esse Fatores Higiênicos muitos
limitados na sua capacidade de influenciar poderosamente o comportamento dos
empregados. Quando esses fatores do ambiente de trabalho são ótimos,
simplesmente evitam a insatisfação. Já os fatores motivacionais, estes fatores referem
ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si. São
os Fatores Motivacionais que produzem algum efeito duradouro de satisfação e de
aumento de produtividade em níveis de excelência. O termo motivação, para
Herzberg, envolve sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento
profissional. Quando os Fatores Motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a
satisfação, quando são precários, provocam ausência de satisfação. A motivação
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surge no interior das pessoas, ninguém pode motivar ninguém, o que se pode tentar
de alguma forma, baseados em técnicas e sensibilidades adequadas, é somente
despertar a motivação de dentro das pessoas, mas não adianta tentarmos motivar as
pessoas se não se tem um Líder que desperte essa motivação, que mostre que as
pessoas fazem parte da empresa, que trate os funcionários como se fosse uma
família, que saiba lidar com pessoas difíceis, que seja simpático, alegre, que transmita
segurança. Motivar pessoas não é fácil, pois cada um tem pensamentos, idéias e
gostos diferentes, então por isso devemos encontrar uma pessoa adequada para
liderar, pois com pessoas Motivadas a empresa vai conseguir obter resultados
positivos, a produtividade irá aumentar, e com isso levará a empresa há obter um
grande sucesso. Quantas vezes a gente se pergunta porque algumas pessoas vão
mais longe, avançam mais rápido e conseguem melhores resultados do que outras?
Diferentes pessoas, vivendo sob as mesmas condições, tem resultados tão variáveis
quanto suas digitais. Isso é no mínimo, muito intrigante, principalmente porque todos
desejamos ser as pessoas que dão certo. Há, sem dúvida, algum tipo de habilidade
especial, talento, para a atividade que se propõe mas só isso não se explica. Quanta
gente talentosa fica no meio do caminho, estagnada na vida, que não se desenvolve
que nunca chega lá.
Não o talento, por si só não justifica os resultados. Talvez seja o esforço
acima da média. Entretanto, aí também encontramos dificuldades em formar um
padrão. Se por um lado os mais bem sucedidos trabalham com muita persistência, e
determinação, por outro lado tem muita gente, suando a camisa que não decola na
vida. Assim, a persistência é um componente, mas não determina a vitória. Se a
fórmula "talento e persistência" não garante os melhores resultados, então o que falta?
Educação? Não pode ser, pois existiram muito semi-analfabetos, que revolucionaram
a história do mundo. Einsten por exemplo, foi expulso da escola, após três meses de
aula, sob a alegação dos professores de que ele não possuía capacidade mental para
o aprendizado. Justo ele, o cientista autodidata que mais tarde influenciou a vida de
toda a humanidade com sua "teoria da relatividade". Seria ainda, a inteligência a
resposta para quem quer vencer a partida? Quantos gênios estão circulando na vida,
sem expressão neste exato momento, sem ter trabalho ou ocupação? Na filosofia
clássica encontramos algumas pistas que nos dizem que o fracasso e o sucesso são
parentes de primeiro grau e a linha que os separa é incrivelmente milimétrica.
Depende mesmo da escolha do ser humano em ser positivo ou negativo, ter metas,
ser seta e não alvo, isto é, correr na frente para obter a vitória, afinal, quem corre atrás
se cansa e não alcança.
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O pensador romano Sêneca, que viveu nos tempos de Cristo, dizia : "Se o
ser humano não sabe para qual porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável".
Pensei ainda, que o incentivo poderia ser a grande diferença. O mundo nos dá o
incentivo em forma de planos, trabalho, mercado, oportunidade e família. Porém, o
incentivo só é útil, se encontra uma pessoa motivada. Motivação é a diferença que faz
a diferença. É a diferença entre os que dão certo. É a chave que abre a porta e reúne
na mesma pessoa o talento, a persistência, a educação, a inteligência e o incentivo. E
essa "equipe" acaba por dar consistência à construção dos nossos propósitos
individuais, transformando nossos sonhos em realidade. Não existe nenhum truque
para vencer. E estar motivado representa 90% do caminho a se percorrer para ter um
comportamento positivo e uma vida de resultados. (MORAES, 2004).
Neste diapasão, as organizações que pretendam ser competitivas deverão
olhar para os seus colaboradores numa perspectiva mais humanista e social do que
instrumentalista, como aconteceu durante décadas. As organizações terão que ter
uma preocupação crescente com a qualidade de vida dos trabalhadores com o
objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, o que garante
a presença de colaboradores motivados e mais produtivos. Esta preocupação, faz com
que as empresas sejam essenciais para a vida das pessoas, possibilitando-lhes
competência, autonomia, iniciativa e significado para as suas vidas, pois as empresas
ajudam os seus colaboradores a estabelecer um equilíbrio entre a vida pessoal e
organizacional, o que conseqüentemente acarreta as organizações um elevado
desempenho corporativo. (MARTINS, 2006).
Motivar é perceber as necessidades do funcionário e criar estratégias para
que ele realize melhor o seu trabalho, com segurança, competência, eficácia e aliado
aos objetivos da organização. Qualquer pessoa que realiza suas atividades motivada,
consequentemente incentivará aos outros que estão ao seu redor. Motivar não é
apenas aumentar o salário ou dar bônus, o administrador necessita compreender que
a partir de práticas simples, como um curso de capacitação, palestras,
reconhecimento, entre tantos outros, trarão maiores benefícios não só a empresa
como também aos envolvidos nela, principalmente o cliente. O desempenho dos
funcionários está diretamente ligado à sua motivação e o desempenho da
organização, de maneira geral, depende do desempenho dos funcionários, a partir de
então, percebe-se a importância de se compreender aspectos referentes à motivação
dentro de uma empresa. Assim, concluímos que a motivação é um fator importante e
que quando motivados os benefícios refletem-se na produtividade e no próprio
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desempenho. Assim, a organização será cada vez melhor, quando o homem que nela
atua for cada vez mais valorizado e motivado ao crescimento. (FILHO, 2009).
Costa (2010) aponta que as organizações devem proporcionar espaços de
trabalho saudáveis, preocupar-se com a qualidade de vida dos seus colaboradores e
serem atrativas para trabalhar, privilegiando a existência de pessoas motivadas. Num
ambiente económico global e competitivo, torna-se urgente atuar em consonância,
num contexto organizacional capaz de manter o equilíbrio, entre a incerteza e a
insegurança económica. As organizações devem proporcionar segurança e confiança
aos trabalhadores, para que estes continuem a garantir um desempenho elevado e
eficaz, contribuindo assim para elevar a performance organizacional.
A chave do sucesso para um elevado desempenho das organizações está
na congruência entre os elementos da organização, principalmente entre a estratégia,
a estrutura, as pessoas e a própria cultura organizacional. Ao relacionar-se as
principais teorias da motivação verifica-se que são inúmeras e distintas as razões
motivacionais de cada pessoa, apesar de partilharem o mesmo espaço organizacional.
Conclui-se que, apesar de existirem várias definições dos conceitos e diferentes
teorias de diversos autores, relativas ao mesmo tema, o objetivo final é similar, ou
seja, fazer com que os trabalhadores se sintam satisfeitos e motivados no seu local de
trabalho e, na realização das tarefas inerentes à função que desempenham,
contribuindo de forma decisiva para o aumento da performance da organização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pôde-se identificar quão importante é a motivação para uma organização,
a mesma acarreta diretamente no sucesso da empresa e de seus funcionários, tanto
no âmbito profissional como pessoal, pois sempre uma área acaba refletindo na outra,
por isto esta preocupação com o bem estar dos clientes internos. Quando nos
deparamos com uma empresa com uma equipe motivada, é eminente identificarmos o
bom desempenho da organização como um todo, visto que a motivação além da
satisfação pessoal dos funcionários, também está direta e proporcionalmente ligada ao
aumento da rentabilidade e diminuição dos custos, visto que os clientes internos
satisfeitos refletem em aumento da produção, face a otimização do tempo, boa
vontade e atenção no desempenho de suas funções, o que acarreta em economia de
matéria prima e ausência de dispêndio monetário com indenizações por equívocos
cometidos no mau desempenho da função, além de outros benefícios indiretos como
diminuição da rotatividade e a ociosidade na empresa.
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Assim, verificamos que as grandes organizações de sucesso, cada vez
mais investem em planos de motivação para seus funcionários, pois fica nítido que um
funcionário motivado além de possuir uma presença agradável, o que proporciona um
excelente clima organizacional na empresa, este também, acarreta em um aumento do
faturamento da empresa face au aumento da rentabilidade e a diminuição dos custos.
REFERENCIAS
COSTA, Paula Cristina. Motivação no Trabalho. RH Portal, Lisboa, out. 2010. Seção
Artigos RH Portal Disponível em:
http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=x9oif4v7j. Acesso em:
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Elaborados. Disponível em:
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Seção Monografias. Disponível em:
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http://univen.noip.biz/listamono/monografias%5CAdministra%C3%A7%C3%A3o%20de
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ESTUDO SOBRE DIFICULDADES DE INTERCONEXÃO ENTRE ÀREAS INTERNAS
EM EMPRESAS DO SETOR PRIVADO
Aparecida do Carmo Ramos de Oliveira do Prado
RESUMO
Atualmente a maioria das organizações procuram melhores resultados, mas
esquecem que esse resultado também depende de cada área interna e que algumas
áreas tem objetivos que muitas vezes não se alinha com as outras áreas, dificultando
o entendimento entre elas, por isso o objetivo deste trabalho foi de tentar identificar as
dificuldades entre as áreas internas em empresas do setor privado, através de
pesquisa bibliográfica e exploratória na busca de informações em diferentes autores
que abordam o assunto de interconexão entre áreas internas em empresas do setor
privado, identificando em livros, artigos e revistas, através de uma leitura reflexiva e
interpretativa sobre o assunto. Sendo possível observar que na maioria das empresas
necessitam mais de comunicações e interações entre as áreas internas, não
esquecendo que todas as áreas estão interligadas de uma forma ou de outra, pois
uma depende da outra, no entanto se a empresa que valoriza as pessoas incentivando
e motivando para suprir as dificuldades através de um gestor profissionalmente
especializado, conhecendo um pouco de todas as áreas, conseguindo resolver
conflitos e evitando dificuldades entre as áreas internas da organização, essa
organização pode ser mais competitiva no mercado. Palavras-chave: alinhamento,
dificuldade, valorização.
INTRODUÇÃO
As organizações nos dias atuais está cada vez mais comprometida com a
tecnologia, vencendo todos obstáculos, sempre inovando, melhorando seu
posicionamento diante da concorrência, superando as expectativas dos consumidores
e clientes, enfim a organização atual atinge de uma forma global todos aqueles que
dela fazem parte. A procura por especialistas em cada área da empresa tornou-a
muito dividida e com isso o gestor de uma determinada área não conhecia a outra,
mas isso não foi o suficiente e as empresas começou a buscar no mercado de
trabalho, especialistas em cada área e com visões generalistas, com conhecimento de
uma cadeia de processos e mais globalizada, para obterem melhores resultados.
Com todas inovações que as organizações obteve até o momento, foi
muito importante, resultando em melhorias, mas mesmo assim as empresas ainda tem
dificuldade entre suas áreas, aonde uma determinada área não consegue entender
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uma outra área, ou seja, muitas vezes tem dificuldades em se comunicar, não
entendendo o objetivo da outra área, dificultando a interconexão entre elas, mas as
organizações lutam constantemente com as diversificações entre as áreas, pois para
as empresas todas as áreas estão interligadas de uma forma ou de outra, dependendo
uma da outra, porém o resultado de cada área define o resultado geral da empresa.
Para as empresas que querem cada vez mais ser competitivas e se manter no
mercado, elas procuram sempre estar municiada de informações e conhecimentos
amplos para assim estarem sempre atentas as ameaças e oportunidades, podendo
procurar o melhor para a própria organização, observando que algumas áreas tem
objetivos que muitas vezes não se alinha com as outras áreas e dificulta o
entendimento entre elas.
O objetivo deste trabalho foi de estudar algumas dificuldades de
interconexão entre as áreas internas em empresas do setor privado.
DESENVOLVIMENTO
A maioria das empresas do setor privado, procuram melhorias em suas
áreas internas, pois pretende-se colocar em debate as questões mais dificultantes
dentro das organizações, no entanto a valorização dos Recursos Humanos como a
melhor estratégia para alcançar expressivos resultados em suas áreas e também na
comunidade em geral.
Para Bosan (2009) a maioria ainda se sustentam na visão das atividades
inerentes à área de Recursos Humanos, sendo para a maioria o RH só uma nova
nomenclatura dada ao antigo departamento pessoal. Considerando importante
somente as funções como atrair, recrutar e manter colaboradores, esquecendo sua
importância e valorização. A área de Recursos Humanos tem uma nova definição que
é Gestão de Pessoas, aonde as empresas pretendem desenvolver talentos, criar
modelos motivacionais adequados, trabalhando atividades motivacionais adequadas,
além das outras funções clássicas do antigo RH. Segundo Bosan (2009) “ É evidente
que, por se tratar de um sistema , ele abrange toda a organização, não ficando restrito
a uma área ou departamento”, pois haverá a ordenação do conjunto das relações
entre outras áreas que existem elementos pertencentes ao sistema de RH, que é
preciso para resultados de outras áreas e os fins empresariais. Sendo que o
conhecimento coletivo sobre a organização, sua concorrência, seus clientes, as
tecnologias e entre outras é de extrema importância para a empresa, pois as áreas
estão interligadas. Através de um contexto histórico a sociedade industrial da
produção em massa teve mudanças para customização em massa, mudou também
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ambiente competitivo com a inovação, as tecnologias e a globalização dos mercados,
com isso a empresa precisa trabalhar mais em todas as áreas para que elas possam
chegar juntas à um mesmo objetivo. Assim como a tecnologia faz parte da empresa e
nos dias atuais a empresa não consegue caminhar sem essa tecnologia, podemos
verificar que a Tecnologia da Informação é uma necessidade para a empresa, pois a
TI é usada em todas as áreas internas da empresa interligando uma com a outra, ou
seja, é usada na empresa como um todo.
Segundo Severo, 2008:
“pode-se afirmar que a qualidade no ambiente de software é uma necessidade, e que um ambiente preparado e adequado para elaboração e execução de testes em todo o ciclo de vida do software é de suma importância para garantir tal qualidade”.
A participação dos gerentes das áreas envolvidas no desenvolvimento de
software ajuda a detectar falhas encontradas em todas as áreas e a responsabilidade
dos gestores, pois é muito importante nesse envolvimento dentro da organização.
Para Severo (2008) “O setor da área de qualidade tem pouco tempo de existência,
mas está ganhando aos poucos o seu lugar de destaque, conquistando assim o apoio
de outros setores”. Os gestores de TI podem orientar os usuários nos problemas em
relação a tecnologia, sendo que é muito importante a sua comunicação e
responsabilidade, pois as empresas tendo pequenos problemas, pode ter impactos na
cultura organizacional, no entanto o gestor de TI sendo responsável evitará mudanças
no sistema.
Porto et al (2000) aponta que “… uma vez que toda mudança tende a
causar apreensão nos funcionários por causa de possíveis substituições por pessoas
tecnicamente mais capacitadas, pelas dificuldades de adaptação a novas tecnologias,
etc”. Muitas vezes a implantação de um software na empresa depende dos gestores
financeiros, querendo ás vezes diminuir gastos, mas gerando problemas na utilização
dos sofwares, com isso pode ocorrer dificuldades na sua utilização por falta de
compatibilidade com outros sistemas, estando os gestores mais preocupados com
valor financeiro (PORTO et al, 2000) .
Para Silva (2001) o comportamento dos modelos de gestão e das políticas
empresariais refletidas nos relacionamentos interpessoais podem de uma forma ou de
outra dificultar os relacionamentos entre as áreas internas, quando falta a
comunicação entre os gestores, quando os objetivos não são bem elaborados, quando
não cumprem com sua responsabilidade de lideres e quando não incentivam os
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colaboradores à participação na empresa com opiniões, resultando em dificuldades de
relacionamento entre as áreas da empresa.
Segundo Lima et al (2008) a relação entre indivíduo e organização é muito
importante, através dessa interação entre eles e o ambiente, identifica diferentes
formas que pode a organização falhar quando não permite o crescimento e o
desenvolvimento do indivíduo na sua carreira, tanto pessoal como profissional e
incentivando a sua participação em busca de desenvolvimento de suas competências
e qualificações. Quando a empresa identifica os problemas de relação entre indivíduos
dentro de cada área da empresa, começando pelos colaboradores e procura resolver
através de motivação, com incentivos para que fique bem claro e definidos os
objetivos e consiga que todas as áreas da empresa possam se comunicarem entre si,
melhorando o ambiente e suas relações, a empresa consegue melhores resultados
(LIMA et al, 2008 ).
Nos dias atuais o que mais preocupa é a valorização e a motivação dos
colaboradores, fazendo com que a organização seja mais competitiva no mercado,
desenvolvendo o máximo possível de qualidade no processo interno e externo
(GIBSON & IVANCEVCH, et al, 2006).
O alinhamento entre a estratégia de negócio e estratégia de TI e suas
relações entre vários fatores pode ser um modelo que auxilie os profissionais dessas
áreas a compreender melhor o que é esse alinhamento e quais os fatores para que
eles sejam atingidos (VALENTE, 2006).
Segundo Valente (2006) “O fator interconexão e adequação estratégica
entre o processo de planejamento de negócio e de SI, reflete uma tentativa de
interconectar, através de um processo, a estratégia de TI e a estratégia de negócio”,
conseguindo esse alinhamento seria melhor a compreensão entre essas duas áreas e
melhores os resultados estratégico, resultando então em melhor vantagem competitiva
e adicionar valor aos produtos e serviços, isso quando a área de TI não está sendo
utilizada somente como área de suporte.
Para Torres (2007) entre as áreas internas existem algumas dificuldades,
como no nível operacional, o mínimo de colaboradores compreende a estratégia do
objetivo, já no nível gerencial possui incentivos ao alcance da estratégia, mas é o
mínimo de pessoas que recebem esse incentivos, no entanto a maioria das empresas
evitam não vincular recursos financeiros à estratégia e a maioria dos gestores gastam
menos de uma hora por mês discutindo processos estratégicos. O atingimento das
metas organizacionais depende de todas as áreas e que é fundamental princípios
determinados pela organização sejam colocados em prática através de suas políticas,
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estruturas, processos e práticas operacionais, com uma arquitetura estratégica
adequada, as pessoas e os processos que estão presentes na cadeia de valor da
organização serão exatamente compreendido pelos gerentes de todas as empresas.
No entanto a mudança é constante na vida das empresas e a adaptação é muito
importante passando a ser uma características intrínsecas a qualquer modelo de
gestão a ser implantado em uma organização (TORRES, 2007).
Os resultados financeiros da empresa e sua vinculação direta entre capital
humano não é evidente nas práticas contábeis. No entanto quando começar medir os
ativos intangíveis com mais exatidão, os profissionais de finanças começarão a
valorizar o capital humano, como outro indicador do valor da organização. (TORRES,
2007).
METODOLOGIA
Os tipos de pesquisa utilizadas foram as pesquisas bibliográficas e
exploratórias. Na pesquisa bibliográfica foi feita o levantamento de informações em
diferentes autores que abordam o assunto de interconexão entre áreas internas em
empresas do setor privado e na pesquisa exploratória foi feita através de levantamento
bibliográficos no assunto abordado nesse trabalho.
Através da análise da pesquisa bibliográfica que procuramos identificar as
dificuldades de interconexão entre áreas internas em empresas do setor privado,
selecionando alguns livros, alguns artigos científicos na internet, algumas monografias
na internet e também em revistas científicas na internet, dos quais foi feita uma leitura
reflexiva e interpretativa sobre o assunto.
Na análise da pesquisa exploratória foi feita em todos os livros, artigos,
revistas e monografias para conseguir chegar ao objetivo, obtendo vários conceitos
que proporcionam maior entendimento do tema, usando livros, computador e internet
para as pesquisas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a pesquisa bibliográfica, pode se observar que existem
algumas dificuldades entre as áreas internas em empresas do setor privado, podendo
essas dificuldades interferirem nos resultados de cada área, quando são ignoradas
podem até prejudicar a empresa. A empresa possui recursos financeiros, recursos
humanos, recursos materiais e recursos tecnológicos, todos esses recursos são os
pilares de uma organização, faltando algum deles a empresa não consegue se manter,
no entanto a organização que quer se manter competitiva e atuante no mercado,
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precisa começar à valorizar esses recursos em igual valor, estabelecendo alinhamento
estratégico entre eles, para que se possa evitar o gasto desnecessário.
Na área de gestão de pessoas, o antigo Recursos Humanos a dificuldade
foi na sua relação com a área financeira, tendo a dificuldade dos gestores financeiros
não aceitarem que o capital humano é importante para a organização, ou seja, a área
financeira muitas vezes deixa de investir no capital humano por evitar custos para a
empresa, ou quando os gestores financeiros valorizam o capital humano acaba
investindo o mínimo possível e quando deveria ser o máximo possível (BOSAN, 2009).
Atualmente estudos são voltados mais para a área de gestão de pessoas
pela valorização que está sendo o capital humano para muitas empresas, apesar
dessas informações e estudos voltados para esse assunto, muitas empresas ainda
não investem e as que procuram investir não conseguem alinhar estrategicamente aos
recursos financeiros. Na área da Tecnologia da Informação a grande dificuldade com
as outras áreas é quando o sistema de software não funciona completamente
apontando falhas no sistema e uma determinada área não consegue uma
interconexão com a outra área exigindo muito mais responsabilidade e atenção dos
gestores de TI, podendo os gestores investir mais em qualidade no ambiente de
software e buscar melhores sistemas interligando com as outras áreas (SEVERO,
2008).
A implantação de um software na organização muitas vezes pode ser uma
dificuldade, pois para essa implantação depende dos gestores financeiros que muitas
vezes procuram adquirir um sistema de software de valor razoável ao custo para
empresa e através desse comportamento pode-se gerar problemas futuros na
utilização do software e até entre outras áreas (PORTO et al, 2000).
O alinhamento estratégico de negócio da empresa e o alinhamento
estratégico de TI é importante que tenha uma interconexão e adequação, para se
conseguir a compreensão entre as duas áreas e melhores resultados estratégico,
através desse modelo pode auxiliar os profissionais à resolverem os problemas com TI
e evitando dificuldades em suas interconexões (VALENTE, 2006).
Muitas empresas não discutem seus processos estratégicos, deixando de
verificar a compreensão de cada área interna da empresa, quanto a estratégia, quanto
ao incentivo do alcance da estratégia, porém o atingimento das metas da empresa
depende de todas as áreas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Com a elaboração desse trabalho foi possível observar a empresa que se
preocupa com seus resultados, consequentemente se preocupa com pessoas,
valorizando-as e respeitando-as, nota-se que as pessoas necessitam de motivação e
incentivos para suprir as dificuldades através de um gestor profissionalmente
especializado, que conheça um pouco de todas as áreas e principalmente seus
objetivos de forma eficiente, conseguindo alinhar todos esses requisitos à
organização, resolvendo conflitos e evitando dificuldades entre as áreas internas da
empresa.
Com toda a tecnologia que as empresas tem para explorar, antes mesmo
precisa buscar informações para que possa alinhar estrategicamente em todas as
áreas interna da empresa, evitando dificuldades entre elas, pois observando que a
maioria das empresas necessitam mais de comunicações e interações entre as áreas
internas, não esquecendo que todas as áreas estão interligadas de uma forma ou de
outra, pois uma depende da outra. Atualmente a maioria das organizações procuram
melhores resultados, mas esquecem que esse resultado também depende de cada
área interna, todavia se a empresa deixar de observar os resultados de cada área,
fazendo análise e procurando o seu alinhamento com os objetivos, os resultados pode
não serem os esperados.
As organizações que desejam participar de um mercado tão competitivo e
seletivo, pois sem um posicionamento e um planejamento estratégico, sem
profissionais especialistas em várias áreas, que possuam uma visão generalista e
mais globalizada, sem estar municiada de informações e conhecimentos amplos,
principalmente sem pessoas altamente competentes, torna distante as possibilidades
de sucesso e competitividade.
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Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2011.
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IMPACTOS DAS ATITUDES NEGATIVAS DOS LIDERES SOBRE OS LIDERADOS
Valdemir Bueno
RESUMO
As atitudes negativas dos líderes podem causar vários tipos de reações em seus
liderados, com isso o presente trabalho procurou demonstrar quais são essas reações
e seus impactos, para que as organizações possam detectar à forma de como seus
lideres estão desenvolvendo sua equipe e poderem tomar medidas que busquem
sempre o bem estar e a motivação do colaborador. Dependendo do tipo de atitude
negativa que o líder tem, pode-se afetar significativamente a operacionalização da
empresa, aumentando as despesas e diminuindo o faturamento, acarretando grandes
prejuízos à organização, uma vez que para o sucesso e o bom desempenho, todos
devem estar caminhando com o mesmo objetivo e para que esse seja atingido com
eficiência e eficácia, todos da equipes devem estar utilizando toda sua força, ou seja,
desempenhando suas funções com motivação, gostando do que faz, confiando nos
líderes e na sua organização. Portanto, é importante destacar a importância do líder
para o liderado e destacar que uma de suas funções é procurar manter a motivação
em seus liderados, desenvolvendo atitudes que possam desenvolver sua equipe e
buscar a maximização dos resultados.
Palavras Chaves: liderança; motivação; atitudes; impacto
INTRODUÇÃO
O ambiente das organizações se ampliou e, na literatura especializada,
passou-se a analisar fenômenos que pudessem impactar negativamente nas
organizações, incorporado assim os processos de mudanças e como esse novo
cenário pode impactar nos colaboradores. Com os estudos ambientais, o pesquisador
procurou analisar as atitudes dos líderes, seus impactos nos liderados, na organização
e como essas atitudes podem afetar a organização. Nesse sentido, exige-se do capital
humano, assim chamado os colaboradores da organização, aptidão para trabalhar em
equipe, para adaptar-se a mudanças no tipo de atividade que irá desempenhar e
exercer liderança.
Toda organização tem o desafio de estabelecer uma política motivacional
com a finalidade de fazer aparecer à capacidade profissional de seus colaboradores,
visando usá-la no processo de conquista de suas metas e objetivos, mas para tanto, o
líder tem um papel fundamental para o sucesso dessa política e isso implica muitas
vezes nas atitudes que ele têm em relação aos seus liderados. Essas atitudes podem
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ser percebidas através do tratamento entre líder e liderado, o modo como
desenvolvem sua equipe, a maneira com que se comunicam, os exemplos dados pelo
líder, como se portam, etc. Muitos líderes têm atitudes muitas vezes vistas como
negativas pelos seus liderados, e muitas vezes não percebem, portanto a justificativa e
a motivação para esse trabalho é mostrar as atitudes consideradas negativas pelos
liderados e o impacto que essas atitudes podem causar a organização, pois muitas
dessas atitudes podem acabar desmotivando os liderados no ambiente de trabalho e
causar prejuízos para a organização. Destacar atitudes negativas dos líderes,
permitem a organização corrigir o líder de maneira que não se cause maiores danos a
organização. No mercado atual, várias são as transformações e que impactam
diretamente na economia e muitas organizações para sobreviverem, necessitam do
trabalho em conjunto com seus colaboradores, procurando construir um espírito de
equipe, respeito e compromisso, práticas essas que dependem e muito da liderança e
sua maneira de liderar.
A necessidade de mudança tem sido imposta através de avanços
tecnológicos, processo de globalização e abertura de novos mercados e competição
acirrada no mercado de trabalho que impõem novas formas de liderar e motivar as
pessoas. Com isso, o perfil dos líderes está mudando e junto, suas atitudes também,
umas positivas e outras negativas, dependendo da situação. Para tanto, o líder tem
que saber desenvolver seu grupo de trabalho, motivar seus liderados e não causar
desmotivação e desconforto nos colaboradores. As práticas de motivação e liderança
estão cada vez mais aplicadas nas organizações, e o modelo de liderar considerando
o colaborador um recurso na organização está cada vez mais distantes das
organizações modernas, portanto é importante saber como lidar com as pessoas, pois
constituem o princípio fundamental e essencial na dinâmica organizacional, porque
delas resultam a verdadeira fonte de vantagem competitiva, são essas pessoas que
imprimem vitalidade, dinamicidade, criatividade e inovação as atividades e que podem
levar a organização a uma posição de destaque no mercado. Diante dessa evidência,
liderar pessoas torna-se vital, não só para a sobrevivência de qualquer organização,
mas também para o próprio sucesso do líder, liderar pessoas passou a ser uma
grande desafio para toda e qualquer organização (CHIAVENATTO, 2004).
Os líderes, por sua vez têm um papel nessa administração, uma vez que
sua relação é mais próxima do colaborador, portanto suas atitudes e ações podem
impactar diretamente no colaborador. Não obstante, ainda encontra-se lideranças que
exercem a gestão de pessoas centradas no controle, ancoradas por modelos mentais
que não mais possuem aderência ao mundo atual, pois desencorajam a criatividade,
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desmotivam, desanimam e inibem o potencial humano. O presente trabalho procurou
as principais atitudes negativas dos líderes e demonstrar como essas atitudes podem
impactar nos colaboradores, principalmente no que diz respeito a sua motivação para
o trabalho.
OBJETIVOS
Objetivo geral:
Demonstrar como as atitudes negativas podem impactar nos colaboradores Objetivos
específicos:
• Elaborar referencial teórico sobre o tema;
• Identificar as principais atitudes negativas dos líderes e de que maneira elas
impactam nos liderados;
DESENVOLVIMENTO
Para Chiavenato (2005), todos os seres humanos possuem valor
intrínseco. A noção de capital humano surgiu recentemente. Humano, do latim
hominem (para humanos), está relacionado a pessoas. Determina nossa espécie: o
ser humano é uma pessoa. Capital, do latim caput (para cabeça), tem muitas
interpretações. No uso comum significa o primeiro, maior ou melhor. Na contabilidade
moderna denota lucro líquido – os ativos restantes de um negócio após todos os
passivos serem deduzidos. O capital humano é o patrimônio inestimável que uma
organização pode reunir para alcançar competitividade e sucesso. O Capital humano
para existir, precisa estar dentro de um contexto, onde tenha liberdade e apoio para
crescer, o líder, tem um papel fundamental sobre isso, pois é ele o responsável para
esse apoio, por isso a importância de suas atitudes, uma vez que ela impacta
diretamente em seu liderado. Atualmente o talento humano passou a ser tão
importante para as organizações quanto o próprio negócio, pois é o elemento
essencial para sua preservação, consolidação e o sucesso organizacional. As
organizações estão buscando um relacionamento melhor entre as pessoas,
incentivando o trabalho em equipe, a harmonia no grupo e enfatizando a importância
dos líderes para o desenvolvimento destes talentos (VERGARA, 2003).
Com a globalização, a formação e a manutenção de equipes
comprometida e motivada é um desafio constante para as organizações, para a
manutenção do comprometimento e da motivação. Portanto, a equipe precisa sentir-se
como parte do negócio e entender a importância do seu trabalho para alcançar a
superação de metas, sendo esse um papel primordial esperado da liderança, não
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basta às organizações fornecer ótimas recompensas para a equipe, se essa equipe
não for liderada com atitudes positivas como: ética, respeito e reconhecimento das
características e das necessidades individuais (MATOS, 2008).
A Liderança passou a ser fundamental nas organizações e com isso pode-
se observar que as atitudes dos líderes impactam diretamente na reação dos
liderados, portanto ter atitudes negativas pode desencadear problemas nas
organizações com relação aos seus colaboradores.
Para Maximiano (2002), a liderança é a influência inter-pessoal exercida
numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à execução de
um ou de diversos objetivos específicos. Pode-se também definir a liderança como
sendo o processo pela qual uma pessoa consegue influenciar outras a seguirem suas
idéias e ou ações, é obter resultado através de outras pessoas, é a capacidade de
fazer com que os indivíduos se envolvam voluntariamente em determinadas tarefas
para a concretização de objetivos comuns, é fazer com que outras pessoas sonhem os
seus sonhos, lutem a sua luta (CHIAVENATO, 2005).
Liderar é obter resultado através de outras pessoas, é influenciar pessoas
ou grupos de pessoas para que esses desenvolvam mecanismos para atingir um
objetivo comum, é a utilização de todos os recursos disponíveis para promover a
motivação entre os liderados e a realização dos objetivos comuns é controlar as
emoções para poder gerenciar a própria motivação e a dos liderados (LEVEK;
MALSCHITZKY, 2002).
Para Maximiano (2002), liderar é o processo de conduzir as ações ou
influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas. Pois, os verdadeiros
líderes são os que em grupo, ocupam uma posição de poder, que tem condições de
influenciar, de forma precisa todas as decisões estratégicas.
De acordo com Chiavenato (2005), a influência do líder pode ser exercida
normalmente ou pode vir ainda do cargo ocupado pelo indivíduo na organização, o
que é permitido dizer que os líderes surgem naturalmente dentro de um grupo, como
através de indicação formal. Portanto, a liderança é a essência da capacidade de
influenciar outras pessoas para atingir determinados objetivos e metas, essa
habilidade ou capacidade depende especialmente do processo de comunicação, ou
seja, da habilidade que o líder tem em falar e agir com seus liderados.
A necessidade dos líderes do passado desenvolver novas habilidades e
atitudes com relação ao direcionamento de sua equipe de trabalho é fundamental para
a condução das pessoas, que hoje esperam uma nova postura de seus “chefes”, já
que os requisitos exigidos para desempenho das atividades nas empresas modernas
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também mudaram. Líder é a pessoa que conduz seus liderados com eficiência e
eficácia a realização de determinados objetivos comuns, fazendo com que todos se
dediquem voluntariamente, sempre motivados, é usar do conhecimento para crescer e
desenvolver o crescimento de todos a sua volta (CHIAVENATO, 2005).
Para que a liderança traga bons resultados para o líder, liderados e
organização é preciso saber liderar, ter atitudes positivas com os colaboradores. Mas
muitos líderes ainda não sabem como liderar, têm ainda a mentalidade de chefia
(liderança do passado), de tirania, e hoje sabemos que o líder tem que ser uma
pessoa flexível, que saiba ouvir seus liderados, que ofereça ajuda que saiba se
comunicar, entre outras características. Os líderes precisam descobrir que seu papel
mudou de forma significativa e como consequência, o comportamento também precisa
mudar. O desafio crítico em que se encontram se refere ao fato de assumir novas
responsabilidades, que devem estar envolvidas não apenas o atingimento das metas
organizacionais, como também para o desenvolvimento de pessoas e novos líderes
capazes de dar continuidade ao constante processo de adaptação das organizações
no contexto em que se inserem (CHIAVENATO, 2005).
Portanto, o papel do líder deve ser o de conhecer profundamente a arte da
formação de equipes e aprender a trabalhar com elas, as vitórias devem ser
partilhadas e deixar de lado a ambição pessoal em prol do grupo. Os líderes que
aprendem a cooperar trabalhando em equipes, em vez de dirigir por manuais e
políticas internas “engessadas“ da organização, verão o valor do sucesso de grupo
(ULRICH, 1996).
Certamente o líder eficaz não pode ignorar o fato de que as pessoas
possuem qualidades humanas, com personalidades diferentes que mudam de acordo
com a cultura, com suas necessidades e com o clima organizacional. Para isso, o líder
precisa ser capaz de compreender e lidar com problemas que envolvem trabalho em
equipe, criatividade, mudança e principalmente motivação.
Segundo Vergara (2003), para realizar uma boa liderança, o líder também
deve possuir humildade, paixão e inteligência emocional para formar um ambiente de
trabalho movimentado pela ética, integridade, confiança, respeito mutuo, transparência
e pro atividade, só dessa forma conseguirá um desenvolvimento continuo de seus
liderados, ajudando as pessoas a identificar com clareza os objetivos pretendidos,
motivando para que cada membro da equipe dê sempre o melhor de si, superando o
esperado. Os lideres necessitam estar sempre atentos, pois seu comportamento pode
desmotivar seus liderados, já que pessoas são diferentes umas das outras e a
diversidade de interesse faz com que cada indivíduo executem suas tarefas por razões
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diferentes, e o líder tem que explorar as individualidades de cada um aplicando
mecanismo e gerenciando as informações para manter a motivação e promover o
desenvolvimento continuo de sua equipe (CHIAVENATO, 2005).
Quando um líder não apresenta todas as características necessárias
podem trazer muito prejuízo para a organização, promovendo a desmotivação, a
insegurança, o desequilíbrio e o terrorismo, inibindo o desenvolvimento das pessoas a
sua volta. Ninguém poderá ser um líder eficaz se não entender a significância que seu
trabalho assume para os liderados, portanto seus exemplos, sua maneira de agir,
pensar, se comunicar, de motivar, etc., influenciam diretamente as atitudes dos líderes
e afetam o clima organizacional, portanto esse trabalho assume um papel de influência
mútua. O processo de liderança dá-se por meio de relações entre os líderes e
liderados, em que um ou mais líderes, têm sucesso ao tentar retratar, definir, apoiar e
motivar a realidade dos liderados.
Para Motta (2001), o verdadeiro líder é basicamente um sujeito capaz de
investir parte de sua vida no futuro da empresa, e motivar seus liderados para o
mesmo, uma vez que se comprometer os objetivos organizacionais ajuda e muito no
clima organizacional. A essência da liderança não está no poder, mas em colocar
poder nas mãos das pessoas certas. Portanto, o verdadeiro líder desenvolve no
liderado, a percepção de relacionamento interpessoal significativo, positivo e proativo,
capaz de estimular à ação e envolver a parte emocional do liderado.
Segundo Chiavenato (2005), os liderados precisam de autonomia para
sentir-se comprometidos, precisam que seus líderes saibam delegar. Se os liderados
precisam participar com ideias criativas, precisam de líderes que estimulem a
participação. Precisam-se assumir a responsabilidade de suas tarefas necessita de
líderes que conduzam um processo de amadurecimento rumo a esta responsabilidade.
O perfil do líder diferencia muito do papel de gerente ou chefe, enquanto este,
centraliza e delega, o líder não possui postura de executor e sim de servidor. Suas
atribuições deixam de ser: comandar, controlar e executar, passando a ser de:
delegar, debater, ouvir sugestões, compartilhar objetivos, informar, apoiar, etc. A
principal característica do líder é a delegação, pois significa fornecer aos liderados a
chance de assumir seus próprios riscos e de participar do processo criativo que
permeia as organizações atualmente. Através da delegação, os liderados passam a
expandir sua consciência crítica, sua criatividade, sua vontade própria. Com isto,
sentem-se comprometidos com o que fazem e com o sucesso da organização
(CHIAVENATO, 2005).
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Quando os liderado participam mais dos processos de decisão e uma
organização, a motivação, a moral e o desempenho profissional do liderado
aumentam. Quanto maior a participação do liderado, maior será seu compromisso
tanto com o trabalho como com a organização (BERGAMINI, 1994).
Manter a energia motivacional, também é um outro fator importante dentro
da liderança, pois manter o liderado motivado, não é muito fácil, mas por outro lado é
muito fácil desmotivá-lo. Portanto, é possível conceituar o processo de liderança como
a capacidade de acionar e manter a motivação dos trabalhadores para o alcance dos
objetivos propostos pela organização.
O líder pode ser considerado um administrador voltado para a busca do
crescimento de seus liderados na participação da criatividade, utilizando-se da
delegação como ferramenta eficaz na gestão e acima de tudo ser uma pessoa
servidora, na qual o liderado sempre pode se apoiar. Como já demonstradas, os
lideres devem sempre ter atitudes positivas para poderem extrair de seus liderados o
que eles têm de melhor, mas nem sempre acontece dessa maneira, muitos lideres tem
atitudes negativas e que impactam diretamente no contentamento ou não do
colaborador. O Quadro 1 demonstra algumas atitudes negativas que os líderes tem em
relação aos seus liderados.
Quadro 1: Atitudes negativas do líder e suas causas.
Atitudes negativas Causas das atitudes negativas
Atitudes negativas Causas das atitudes negativas
Arrogância Segundo a Bíblia a soberba que inclui arrogância e vaidade é um dos setes pecados capitais, o dicionário Aurélio define arrogância como orgulho excessivo, exagerado de satisfação pela capacidade, sentimento elevado de dignidade pessoal, soberba, já João Paulo II definiu arrogância como “tendência para dominar os outros para além dos próprios e legítimos direitos e méritos”, ou seja, é um Reino sem coroa como descritos em textos Judaicos. Arrogância é um sentimento de superioridade para com o próximo, caracterizado pela falta de humildade, pelo desprezo do valor alheio, pela falta de capacidade de empatia. Um líder arrogante, jamais reconhece seu erro, assim como não reconhece as qualidades de seus liderados, provocando a desmotivação, devido o líder se coloca muito acima de seus liderados, desprezando suas idéias, seus talentos, inibindo e impedindo o desenvolvimento da equipe.
Agressividade Sentimento que visa provocar o outro, feri-lo na sua auto-estima, violência psicologia ou mental no trabalho, humilhação e constrangimento. Um dos principais problemas causado pela
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agressividade, muito discutido mundialmente é o chamado “assédio moral” que acaba com a alto-estima do agredido provocando problemas físicos, psicológicos, financeiros, enfim produzindo grandes prejuízos tanto na vida profissional como na vida pessoal, trazendo grandes problemas para as organizações, pois alem da queda de desempenho do individuo, do absenteísmo e da rotatividade, tem sido alvo de grandes discussões judiciais, passiva de grandes indenizações por danos Moraes e materiais. Definido pela ONG Assédio Moral como exposição do trabalhador a situações ofensivas, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho no exercício de suas funções. Esse tipo de atitude causa a insegurança e o medo.
Desonestidade Um líder deve atrair seguidores e para isso precisa ser admirado e respeitado, se possuir um caráter duvidoso despertará a desconfiança e num ambiente onde prevalece a desconfiança é impossível manter a harmonia e a motivação da equipe, pois a desonestidade destrói os relacionamentos.
Irresponsabilidade Falta de comprometimento do líder, não assume seu papel, transferindo a responsabilidade para outros. O líder não busca soluções para os problemas, somente busca culpados, nunca reconhece o seu erro. Essa atitude acaba bloqueando o desenvolvimento da equipe, pois o liderado para não correr risco de errar e sofrer sanções com o erro, somente realiza suas tarefas sem apresentar novas idéias, porque correr risco, se a gloria sempre será do líder e a culpa será sempre de quem ofereceu a idéia ou executou a tarefa, quem irá correr risco se a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco?
Bajulação Dirigir elogios interesseiros a alguém, enaltecer com exagero visando à obtenção de favores e privilégios. A desmotivação ocorre devido somente o bajulador ser recompensado e muitas vezes sem ter a capacidade ou pessoas realmente capaz se deslocarem para outros setores ou outras organizações devido ás injustiças que sempre ocorrerá nos setores onde a liderança é movida por bajulação.
Omissão Um dos maiores pecados corporativo, é a falta de atitude diante dos problemas, é a temência de tomar qualquer atitude diferente das conhecidas, um líder omisso não reconhece o valor de seus liderados e só lembra-se desses quando algo de errado acontece, tomando-se para si toda a gloria dos sucessos e transferindo para seus liderados o ônus do fracasso. Pois velhos ditados fazem referencia a omissão, “ errar por omissão é pior que errar por ação.” “mais vale a lágrima da derrota do que a vergonha de nunca ter lutado”.
Pessimismo Segundo dicionário Aurélio é um estado de espírito com tendência para encarar tudo pelo lado negativo. “ ou seja se algo pode dar errado, dará da pior forma possível, assim descrito na lei de Murphy.Um líder pessimista desmotiva a equipe, e faz com que as organizações perca muitas oportunidades de melhorias, pois o líder desacredita em muitas idéias que pode trazer grandes benefícios na realização dos objetivos, deixando de executá-la devido dar muito ênfase nas possibilidades negativas deixando de observar os pontos positivos.
Perfeccionismo Segundo definição do dicionário Aurélio é a tendência exagerada para atingir a perfeição na realização de algo.Um líder
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perfeccionista foca demais em detalhes que não trará tantos resultados, nunca está contente, pois consegue ver falhas em tudo, é muito critico com sigo mesmo e com os outros, causando angustia, sofrimento e insegurança, prejudicando assim a relação do trabalho
Centralizador O líder centralizador por medo de delegar funções e dividir poder, se compromete a maior parte de seu tempo com tarefas que poderiam ser delegadas a outras pessoas da equipe, como tende a puxar para si todas as responsabilidades, acaba inibindo o crescimento da equipe causando a desmotivação e a falta de comprometimento da equipe, fazendo com que a equipe não se sintam como parte do processo, prejudicando assim o seu verdadeiro papel que é “liderar”, alem de prejudicar sua vida familiar por estar sempre sobrecarregado no trabalho comprometendo o tempo com a família, amigos enfim a vida social que é algo muito importante para a saúde física e mental do ser humano.
Passividade A passividade, é o ajuste a uma situação da qual discorda, é a falta de força de vontade, falta de esperança, falta de comando, falta de capacidade, falta de atitude para resolver o problema é a reação de ignorância ou distorção das dimensões do problema na busca de soluções, é um estado de espírito de obediência, submissão, e a grande necessidade de aprovação é o bloqueio ou inibição da reação. A passividade desmotiva os colaboradores, pois porque se empenhar tanto na realização de uma tarefa sabendo que não terá reconhecimento.
Fonte: Adaptado pelo autor.
Motivação é o impulso interno que leva à ação, é uma força, uma energia
interna que provoca a ação em direção a satisfação do objetivo. Segundo Bergamini
(1997):
“(...) aquela capacidade responsável pela busca de adaptação ao meio ambiente. De acordo com ele, Esse processo de adaptação comporta necessariamente a utilização de um tipo de energia interna, que gera uma espécie de tensão que conduz a uma seqüência predeterminada de comportamentos com vistas à busca de um esquema especifico que tem por função diminuir ou fazer desaparecer a tensão”
A Motivação pode ser dividida em:
• Motivação intrínseca: é a força interna, relacionada à recompensa psicológicas como
reconhecimento, respeito status;
• Motivação extrínseca: é aquela relacionada com recompensas externas como
salário.
Segundo Chivenato (2005), Maslow, afirma que o homem se motiva, quando suas
necessidades são todas supridas de forma hierárquica, surgindo sempre uma nova
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necessidade a cada conquista, formando assim o ciclo motivacional organizado da
seguinte forma:
• Auto realização: são as necessidades mais elevadas é a superação, é a plena
realização;
• Auto-estima: é o próprio reflexo no espelho, a maneira pela qual a pessoa se vê e se
avalia, auto-avaliação e auto-estima;
• Sociais: surge após satisfação relativa das necessidades fisiológicas e segurança, é
a vida associativa entre as pessoas, a troca de amizade, afeto, amor;
• Segurança: segundo nível das necessidades humanas, surge após a satisfação das
necessidades fisiológicas, é a proteção de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou
abstrato, é o desejo de estabilidade;
• Fisiológica: nível mais baixo de todas as necessidades, denominada de
necessidades biológicas ou básicas necessárias para a sobrevivência do individuo.
Pessoas motivadas enfrentam os problemas e desafios com confiança, com mais
vontade, pois estão encantados e ligados as estratégia da empresa, e é de
fundamental importância que seus pontos fortes sejam valorizados, principalmente no
desenvolvimento de seu potencial. Segundo Bergamini (1997), Herzberg formulou a
chamada Teoria dos dois fatores para melhor explicar o comportamento das pessoas
em situação de trabalho. Para ele dois fatores orientam fortemente o comportamento
das pessoas:
Fator higiênico:
São fatores localizados no ambiente que abrange as condições dentro das quais as
pessoas desempenham seu trabalho. Os principais fatores higiênicos são: o salário, os
benefícios sociais, o tipo de gerência recebidas as condições físicas e ambientais de
trabalho, as políticas e diretrizes da empresa, o clima organizacional, os regulamentos
internos, em fim são fatores que se situam no ambiente externo que circunda o
individuo e como esses fatores são decidida pelas empresas estão fora do controle
das pessoas. O trabalho antigamente era considerado uma atividade desagradável e
para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo
para prêmios e incentivos salariais, políticas empresariais abertas e estimuladoras ou
seja incentivos situados externamente ao individuo em troca do seu trabalho e
dedicação. Outros ainda incentivavam as pessoas a trabalharem por meio de
recompensas (motivação positiva) ou punições (motivação negativa). A principal
característica dos fatores higiênicos é que quando eles são ótimos conseguem apenas
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evitar a insatisfação das pessoas e não consegue elevar consistentemente a
satisfação e quando a elevam não consegue sustentá-la elevada por muito tempo.
Porem, quando são péssimos ou precários, os fatores higiênicos provocam a
insatisfação das pessoas. Devido a essa influência mais voltada para a insatisfação,
Herzberg lhes dá o nome de fatores insatisfacientes. São higiênicos porque são
essencialmente preventivos e apenas evitam a insatisfação, mas não provocam a
satisfação.
Fator motivacional:
Também denominados fatores intrínsecos, devido estar relacionado com o conteúdo
do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Assim sendo, os fatores
motivacionais estão sob o controle da pessoa, pois estão relacionados com aquilo que
ela faz e desempenha. Os fatores motivacionais envolvem sentimentos de crescimento
individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de auto realização. A
característica mais importante dos fatores motivacionais é que quando são ótimos,
eles elevam a satisfação das pessoas no trabalho. Porém, quando precários, evitam a
satisfação. Pelo fato de estarem relacionados com a satisfação das pessoas, recebem
também o nome de fatores satisfacientes, conforme demonstra o Quadro 4.
Para Chiaventao (2000), a desmotivação é a perca da força interna, é a
ausência da ação, ou falta de desejo por algo, é a falta de incentivo, entusiasmo que
provoca a ação, logo se não existe vontade não haverá ação ou de uma forma menos
intensa, é um estado de espírito onde não apresenta força para provocar uma ação ou
se apresenta com uma intensidade bem menor do que realmente poderia ser. A não
satisfação das necessidades causa frustração provocando problemas na vida
profissional, na vida social, vida pessoal e até mesmo pode causar problemas com a
saúde, tanto física como mental. O Quadro 2 mostra as principais causas da
desmotivação.
Quadro 2 – Principais causas da desmotivação
Causas da desmotivação
Pessoal Na vida pessoal pode causar insegurança, pessimismo, desequilíbrio emocional, baixa moral, desinteresse, alem de causar problemas com a saúde física e psicológica.
Social Na vida social, devido a alto-estima baixa, a insegurança, o individuo tende a se isolar do convívio social até mesmo no relacionamento com os colegas de trabalho.
Profissional Na vida profissional pode causar queda de desempenho, passividade, pessimismo, insegurança, baixa produtividade, aumento de ausência, desinteresse pelo trabalho.
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Fonte: Adaptado pelo autor.
Segundo Chiavenato (2005),
“a motivação não é uma qualidade individual, nem uma característica do trabalho, não existe indivíduos que estejam sempre motivados, nem tarefas igualmente motivadoras para todos. Na realidade a motivação é bem mais que um processo estático, trata-se de um processo que é ao mesmo tempo função dos indivíduos e das atividades especificas que eles desenvolvem. É por isso que a força, a direção e a própria existência da motivação estarão estreitamente ligado á maneira pessoal pela qual cada um percebe, compreende e avalia sua própria ação no trabalho...(CHIAVENATO, 2005, p. 60)”
Pode ser as mais variáveis possíveis as razões para a perda da motivação
de membros da equipe como a falta de feedback entre os profissionais de uma
organização, a dificuldade de implementação de novas ideias ou projetos, problemas
de relacionamento, pressão exagerada, responsabilidade incompatível com o
potencial, ausências de planos de carreira, salários e beneficio desproporcional ao
oferecido pelo mercado, pressão exagerada por resultados entre outras, porem uma
coisa é comprovadamente certa, a desmotivação provoca a queda nos rendimentos
operacionais, afetando o faturamento e até mesmo o crescimento da empresa e por
esse motivo que os responsáveis pelo RH das empresas precisam estar sempre
atento procurando identificar e desenvolver mecanismo para corrigir as características
dos seus lideres passivo de promover a desmotivação nos colaboradores Inúmeras
pesquisas de satisfação profissional realizadas comprovam que o salário é importante,
porem não está entre os principais motivos de desmotivação, que está mais
relacionado com tratamento entre os membros da equipe, o líder e a organização, a
falta de reconhecimento, a falta de liberdade de desenvolver seu potencial. Quadro 3 –
demonstra a Causas das atitudes negativas nos liderados.
Quadro 3: Causas das atitudes negativas nos liderados.
Causas Descrição
Medo É um sentimento fruto da arrogância, da agressividade, da desonestidade, da irresponsabilidade, do pessimismo e do perfeccionismo, onde o colaborador deixa de desenvolver o seu potencial, de sugerir idéias, de crescer, de correr risco, de errar, pois teme a punição diante do fracasso.
Raiva Sentimento momentâneo fruto da presença de qualquer uma ou de todas características negativas dos lideres, onde o colaborador pode apresentar diversas reações, como a agressividade, a rotatividade, surge mediante a uma atitude desonesta, e as injustiças causadas pelo líder
Desinteresse Impacto da arrogância, da passividade, da desonestidade, onde o
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colaborador perde parcialmente ou totalmente o desejo de desenvolver o seu potencia
Auto-estima (baixa)
Resposta a arrogância, a agressividade e a desonestidade, fazendo com que o colaborador deixe de acreditar em si mesmo, desenvolvendo um sentimento de incapacidade diante dos desafios do dia-a-dia
Falta de Comprometimento
Decorrente das injustiças efetivada devido a bajulação, a desonestidade, a omissão, a arrogância, e a passividade, onde o colaborador desenvolve suas funções porem não se empenha, não se envolve deixando de desenvolver o seu potencial.
Falta de harmonia na equipe
Causado pela agressividade e pela desonestidade, criando um ambiente movido pela desconfiança que acaba com os relacionamentos, prejudicando consideravelmente o trabalho em equipe
Aumento da Rotatividade
Aumento da Rotatividade Todas essas características juntas ou isoladamente impacta na rotatividade, pois causa a infelicidade no colaborador que pode se desligar da empresa ou também pode provocar a queda no desempenho do colaborador, dificultando o cumprimento de metas, estipulado, gerando o descontentamento da empresa provocando seu desligamento
Insegurança Fruto da agressividade e da desonestidade, pois o colaborador não tem por certo a sua posição na organização, não se sente parte da empresa e teme por qualquer mudança, se envolve facilmente em boatos e fofocas e sua alto-estima é prejudicada.
Desconfiança Decorrente principalmente da desonestidade, desenvolvendo um ambiente movido pela desconfiança, inibindo o colaborador de aplicar todo o seu potencial, de relacionar-se verdadeiramente com a liderança, de expor seus projetos e as suas dificuldades.
Desmotivação Todas característica negativa, presente nas lideranças, isoladamente ou em conjunto, desenvolve a infelicidade nos colaboradores, com isso contribuem profundamente, para a queda da motivação, transformando um colaborador que de costume cumpre e até supera as metas estabelecidas, a diminuir sua produção, e perder o interesse e a força para desenvolver o seu potencial ou até mesmo de continuar na equipe ou na empresa. Com a desmotivação todos são prejudicados: o líder que deixa de cumprir o seu papel que é de desenvolver outros lideres, o liderado com a queda da produção e a organização com a queda do faturamento, perda de talentos e aumento das despesas para formar outros talentos, alem de exportar conhecimento para a concorrência.
Fonte: Adaptado pelo autor.
Contudo, o Quadro 4 mostra os principais impactos causados nos liderados e nas
organizações diante de uma liderança com atitudes negativas.
Quadro 4: Principais impactos negativos nas organizações e nas pessoas.
Organizações Liderados
Diminuição da Produção Queda na produtividade
Queda no Faturamento Falta de Comprometimento
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Queda nas vendas Pessimismo
Falta de assiduidade Desinteresse pelas tarefas ou objetivos
Absenteísmo Auto-estima baixa
Alto Turn Over Descontentamento
Falta de Comprometimento Rotatividade
Geração de fofocas e boatos Insegurança
Perdas de Talentos e transferência de conhecimento para a concorrência
Irritabilidade
Despesas com reposição de vagas Surgimento de doenças físicas e psicológicas
Fonte: Adaptado pelo autor.
Quando é formada uma equipe, a motivação é muito importante, e como já
demonstrado anteriormente, com as atitudes negativas dos líderes ela é a primeira a
aparecer nos liderados.
O desejo de aprender novidades, de encarar novos desafios, de
conhecerem novos ambientes e novas pessoas é excitante e agradável, porém todo
esse estado de espírito pode se perder devido às características e atitudes negativas
dos líderes que impactam diretamente na motivação de seus liderados. As atitudes
negativas dos líderes podem impactar tanto nos liderados como para a organização,
pois contribuem significativamente na queda da produção, no aumento da rotatividade,
do absenteísmo, no desperdício e perda de talentos. Tais atitudes impedem o
desenvolvimento da equipe causando nos liderados a falta de interesse, a auto-estima
baixa, falta de comprometimento, a insegurança, a inibição do crescimento, devido
criar nos liderado o medo de correr riscos alem de prejudicar o trabalho em equipe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho identificou que a ação do líder tem como desafio
construir seu próprio estilo de liderança, afinada com seus princípios e valores
pessoais que atenda a necessidade da empresa e da equipe de trabalho, buscando
dentro de uma finalidade o alcance de maior qualidade, produtividade, bom
relacionamento interno e externo, autoconfiança e segurança nas atividades de
trabalho através de uma filosofia mais humanista onde é valorizado o talento humano
(VERGARA, 2003).
Na empresa estudada muitos líderes, ao buscar esse estilo, têm atitudes
negativas, a atitude mais apontado foi à centralização de funções, o que gera
principalmente a desmotivação por parte dos colaboradores, uma vez que ele não é
incentivado a aprender algo novo ou algo que exige uma maior responsabilidade, pois
a motivação para Chiavenato (2000), é a perca da força interna, é a ausência da ação,
ou falta de desejo por algo, é a falta de incentivo, entusiasmo que provoca a ação,
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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logo se não existe vontade não haverá ação ou de uma forma menos intensa, é um
estado de espírito onde não apresenta força para provocar uma ação ou se apresenta
com uma intensidade bem menor do que realmente poderia ser.
Outra impressão que a centralização pode passar ao colaborador é de
incapacidade de realizar aquela determinada tarefa ou que o líder tem medo de passar
a tarefa e o colaborador “roubar” sua função, o que demonstra insegurança e falta de
confiança em seu liderado. Portanto, ao invés de conseguirem maior qualidade,
produtividade, bom relacionamento interno e externo, auto-confiança e segurança nas
atividades acabam prejudicando seus liderados, os coagindo, o que resulta muitas
vezes em demissão ou total desmotivação. Assim, não basta ter capital humano com
talentos nas empresas, é necessário ter esses talentos inseridos no contexto
organizacional, participando e apoiando as decisões juntamente com seus liderados,
no qual lhes proporcione liberdade e motivação para crescer e desempenhar suas
atividades. Se esse contexto não é adequado, os talentos ficam acuados ou fogem.
Portanto, a liderança da empresa deve se preocupar com suas atitudes, pois elas são
perceptíveis pelos liderados e impactam diretamente em suas atitudes, como foi
demonstrada na pesquisa.
Consequentemente, muitos líderes para não perder esses talentos, têm
que rever suas atitudes e seu posicionamento dentro da organização, proporcionando
um clima mais apropriado para o crescimento de seu liderado. Ter boas atitudes com
seus liderados é um vetor de motivação na vida profissional desses colaboradores,
uma vez que a motivação é o impulso interno que leva à ação, é uma força, uma
energia interna que provoca a ação em direção a satisfação do objetivo (BERGAMINI,
1997).
Contudo, pode-se constatar através dos objetivos propostos pelo trabalho,
que as atitudes negativas dos lideres pode afetar significativamente a
operacionalização da empresa, diminuindo o faturamento, aumentando as despesas,
provocando a queda de produção, gerando dificuldade de relacionamento entre as
equipes, prejudicando a auto-estimas de seus liderados, provoca o absenteísmo, e a
rotatividade, fazendo com que a organização além de perder grandes talentos, acaba
aumentando suas despesas para repor a vaga e o talento perdido. As atitudes
negativas dos líderes afetam os fatores pessoais, sociais, financeiros e até
psicológicos dos liderados que em contrapartida afetam o nível motivacional das
pessoas. Com isso, o impacto é diretamente na vida profissional do colaborador, que
perde o rendimento e pode ser levado a adquirir até mesmo uma doença ocupacional
relacionada com o stress, fadiga e absenteísmo.
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As organizações, através da alta gerência, necessitam estar sempre
atentas na forma como seus lideres estão desenvolvendo sua equipe, buscando
prevenir e demonstrar as consequências de uma liderança despreparada, e o reflexo
destes despreparo em seus liderados. Assim sendo, o trabalho deixa para a empresa
a sugestão de ser realizada periodicamente uma avaliação de clima organizacional,
para que esses problemas sejam detectados e supridos, para que não acarrete
maiores conseqüências para a organização. Uma vez detectada precocemente os
problema, eles não se estendem e não contaminam o clima organizacional da
empresa.
REFERENCIAS
CARVALHO, I. M. Introdução à psicologia das relações humanas. 13. ed. Rio de
Janeiro: FGV, 1983.
CAVALCANTI, V. L; CARPILOVSKY, M.; LUND, M.; LAGO R. A. Liderança e
motivação. Série Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
CHIAVENATO, I. Gerenciando com as pessoas: transformando o executivo em
um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier Campus, 2005.
___________. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier -
Campus, 2004.
___________. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier - Campus, 2004.
FAAC – Faculdade de Arquitetura. Artes e Comunicação. Disponível em: <
http://www.faac.unesp.br>. Acesso em: 05 set. 2010.
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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MUDANÇAS NO PERFIL ORGANIZACIONAL DE EMPRESAS PRIVADAS NA
ATUALIDADE BRASILEIRA
Fabíola dos Santos Passanha
RESUMO
Adotar estratégias de mudança que sejam efetivas envolve compreender aspectos do
ambiente, dos indivíduos e da organização como um todo. Dessa forma, identificar
previamente as variáveis do contexto que provocam as mudanças, sejam continuas ou
descontinua, apresenta-se como uma vantagem para os gerenciadores da mudança.
Na medida em que esse conhecimento pode permitir o manejo e a implantação da
mudança da eficácia organizacional. O desafio é ainda maior quando se planeja a
mudança em ambientes internos, onde os profissionais responsáveis pela condução
do processo não conhecem todas as atividades e pessoas envolvidas.
Palavras-Chave: mudança organizacional, impacto, processo, cultura organizacional.
INTRODUÇÃO
Mudança organizacional é um processo natural decorrente das
interferências sofridas pela organização em seus ambientes internos e externos. É
importante conhecer as reais necessidades da mudança, visto que estas causarão
impacto em seus processos. Conhecer os fatores que impactam esse processo torna-
se importante para o desenvolvimento de um planejamento estratégico de uma nova
gestão. Alguns atributos, como a capacidade de solucionar problemas dos brasileiros
e atenção dada ao trabalho coletivo, mereceu elogios por parte dos estrangeiros.
Tendo em vista que a cultura se transmite a partir do compartilhamento,
entende-se que eles buscarão socializar o que perceberam de positivo, e vice-versa. A
mudança organizacional implica mudança de relações e envolve as emoções dos
indivíduos. Desta forma, o clima organizacional influencia o estado motivacional das
pessoas e o estado motivacional influencia o clima organizacional, causando impacto
direto no desempenho e no comprometimento dos profissionais.
Os causadores de mudança organizacional dentro da instituição possuem
basicamente duas fontes: o ambiente externo e as características da própria
organização. Por aspectos ligados ao ambiente externo entende-se: política mundial,
crises e tendências macroeconômicas, mudanças legais e regulamentação, recessão
econômica, competição e inovação tecnológica; e por características da própria
organização entende-se desempenho, características pessoais dos executivos,
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natureza da força do trabalho, crescimento, representatividade e descontinuidade na
estrutura organizacional, ou seja, mudança de diretoria.
Neste breve estudo, a principal reação à mudança encontrada foi a
resistência, principalmente devido ao medo de perder o emprego. No entanto, este
medo parece variar de acordo com a idade, o nível de escolaridade e a função
exercida. Neste ponto, seria interessante sugerir pesquisas posteriores que pudessem
investigar a relação entre: reação negativa às mudanças X percepção de
empregabilidade. Em suma, os conteúdos que mais se destacaram foram: a
sobrevivência organizacional, o impacto negativo das mudanças percebido pelos
indivíduos e o papel do líder. Quanto à implementação de processos de mudança, os
gestores devem se preocupar em desempenhar adequadamente seu papel,
possibilitar uma comunicação efetiva, incentivar a participação dos empregados,
respeitar/compreender as diferenças individuais frente à mudança, e que este é um
processo lento, que pode envolver alterações na cultura da empresa e, geralmente,
causa desconforto para os seus membros.
O objetivo desse trabalho foi o de analisar mudanças no perfil
organizacional em empresas brasileiras privadas na atualidade brasileira.
DESENVOLVIMENTO
A estrutura horizontalizada, em contrapartida, exigia poucos requisitos de
informação para fluir verticalmente, com menor fluxo de informação vertical para
conexão dos diferentes níveis hierárquicos. Obteve-se ganho utilizando-se um menor
número de sistemas de informação e ao mesmo tempo em que ocorria um ganho com
a otimização de cada processo sistêmico em decorrência de que regras de decisão
foram internalizadas em cada sistema de informação.
AUTORES TIPOS DA MUDANÇA
Silva (1999) Incremental/ Organizacional Aumento da eficiência e do uso dos recursos, mudança na arquitetura da empresa.
Transformacional/ Institucional Questionamento e mudança da missão, natureza e objetivo da organização.
Weick & Quinn (1999) Contínua Mudança constante, cumulativa e evolutiva. Podem ser pequenos avanços que ocorrem quotidianamente em toda a organização, cujo acúmulo pode propiciar uma mudança significativa na organização.
Episódica É uma mudança infrequente, descontínua e intencional, que ocorre durante períodos de divergência, quando as empresas saem de sua condição de equilíbrio.
Robbins (1999) 1ª Ordem Mudança linear e 2ª Ordem Mudança
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contínua. Não implica mudanças fundamentais nas pressuposições dos funcionários sobre o ambiente e sobre aspectos que podem causar melhorias na empresa
multidimensional, multinível, descontínua e radical, que envolve re-enquadramento de pressupostos sobre a empresa e o ambiente em que ela se insere.
Nadler, Shaw, Walton e cols. (1995)
Incremental/ Contínua Continuação do padrão existente, pode ter dimensões diferentes, mas são realizadas dentro do contexto atual da empresa.
Descontínua Mudança do padrão existente, que ocorre em períodos de desequilíbrio e envolve uma ou varias reestruturações de características da empresa.
Porras & Robertson (1992)
1ª Ordem É uma mudança linear e contínua, que envolve alterações nas características dos sistemas sem causar quebras em aspectos chaves para a organização.
2ª Ordem É uma mudança multidimensional, multinível, radical e descontínua que envolve quebras de paradigmas organizacionais.
Ao se promoverem mudanças organizacionais significativas nas
organizações privadas, a falta de inclusão do funcionário nesse processo pode gerar muitas dúvidas, temores e desequilíbrio. Isso pode ser fruto de uma falha no planejamento estratégico, resultado de problemas de comunicação, falta de informação ou pode tratar de descaso com o sujeito que faz parte da organização, criando um clima de desconfiança do funcionário.
AUTORES CAUSADORES (TRIGGERS)
Robbins (1999) Natureza da força do trabalho Tecnologia Choques econômicos Concorrência Tendências sociais Política mundial
Nadler e cols. (1995) Descontinuidade na estrutura organizacional Inovação tecnológica Crises e tendências macroeconômicas Mudanças legais e regulamentação Força do mercado e competição Crescimento Organizacional
Pettigrew (1987) Recessão econômica Mudanças no ambiente de negócios
A minimização da resistência à mudança nas empresas é ponto importante
para a garantia de sucesso dos resultados no processo de mudança. A efetividade
dessa mudança somente será conseguida através do comprometimento de todos os
níveis hierárquicos, sem distinção.
“Uma das descobertas mais bem documentadas nos estudos sobre comportamento individual e organizacional é que as organizações e seus membros resistem às mudanças. De certo modo, essa resistência é positiva. Proporciona certo grau de estabilidade e previsibilidade no interior das organizações. Se não houvesse resistência, o comportamento organizacional assumiria características de casualidade caótica... mas existe
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uma serie de desvantagem à mudança: ela impede a adaptação ao progresso.” (ROBBINS, 2003, p.455).
As mudanças geram insegurança, mas representam uma grande
oportunidade de crescimento e aprendizagem. O ser humano é naturalmente
resistente às mudanças, ela é encarada como uma situação de conflito que irá tirá-lo
do seu estado de conforto e segurança.
Contexto da Mudança: representa os fatores contextuais fora da empresa e que podem afetar o processo de mudança, como taxa de desemprego, leis trabalhistas, etc.; Conteúdo da Mudança: significa o que vai ser mudado. Pode ser desde uma máquina, equipamento ou material utilizado (“hard”), ou mudanças na estrutura organizacional ou maneiras e procedimentos utilizados (“soft”). Processo de Mudança: é o aspecto relacionado ao estilo de liderança utilizada na mudança, que pode variar do participativo ao autocrático, é a velocidade da mudança. (PETTIGREW e WHIPP,1992)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender a cultura organizacional da empresa é de suma importância
para a implementação de um sistema de gestão da qualidade. Porém é difícil dizer se
devemos analisá-la para modificá-la, ou se devemos produzir treinamentos que
ajudem as pessoas ali presentes, a ultrapassar o estágio de condicionamento pela
cultura, pelo menos nos seus comportamentos mais importantes para a sobrevivência
da organização. Na maior parte dos casos, parece infrutífero tentar simplesmente
substituir na empresa um credo ou valor anterior por um outro novo: as mudanças
ambientais que impactam a empresa são hoje muito acentuadas no sentido de mudar
o condicionamento da cultura.
A instituição analisada não possui um manual de procedimentos e desta
forma, o gestor tem uma grande dificuldade de implantar processos que possam
ajudar no crescimento profissional de seus liderados. A mudança organizacional é um
processo bastante importante e às vezes doloroso para o corpo funcional, cabendo ao
gestor administrar as dificuldades para que os processos de mudança possam ser
realizados de forma harmoniosa, sem grandes traumas, visando preservar os
envolvidos.
REFERÊNCIAS
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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DA SILVEIRA, Luciana Fagundes; GARCIA, Fernando Coutinho. Mudanças
organizacionais e impacto cultural: Um estudo de caso de aquisição. Alcance, 2010.
Disponível em:
<http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/ra/article/viewFile/2270/1608>.
Acesso em 18 jun. 2011.
STACHELSKY, Leonardo. O impacto da implantação da estratégia de gestão da
qualidade total na cultura organizacional: Um estudo de caso. Scribd, 2001.
Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/7262243/Impacto-Da-Gestao-DaQualidade-
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BRESSAN, Cyndia Laura. Mudança organizacional: Uma visão gerencial. FAE.
Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/art_cie/art_25.pdf>. Acesso em 02
jul. 2011.
QUEIROGA, Adriana. Gestão da Mudança Organizacional. UMA. Disponível
em:<http://jogart.com.br/moodle/file.php/1/artigos/cultura_
e_mudanca_organizacional/gestao_da_mudanca_organizacional.pdf>. Acesso em 18
jun. 2011.
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Luciana Jacomini
RESUMO
A comunicação interna é uma ferramenta fundamental para as organizações no que se
refere à obtenção de excelentes resultados como: aumento de produtividade e ganho
financeiro. Porém, quando há falhas ou barreiras na comunicação interna, gera vários
transtornos que podem levar a organização ao descrédito, ou até mesmo ao fracasso.
A comunicação quando mal feita ou feita de forma insatisfatória gera ruído,
insegurança, desmotivação e falta de comprometimento dos clientes internos.
Palavras-chave: comunicação; comunicação interna; organizações.
INTRODUÇÃO
As organizações estão inseridas em ambientes vulneráveis e em
constantes mudanças, nos quais a grande volatilidade de informações e a
concorrência influenciam em seu desempenho, exigindo agilidade e competitividade.
Devido a esta atual competitividade entre as organizações, somente as com melhores
estratégias e diferenciais sobreviverão. Por isso, valoriza-se cada vez mais qualidade
e eficiência nos processos organizacionais, fatores que refletem diretamente nos
produtos e serviços.
Considerando esta realidade atual, a comunicação torna-se fundamental e
o suporte necessário ao bom relacionamento entre uma organização e seu público
interno e externo. Por meio da comunicação é possível obter uma integração de
recursos, em um processo no qual os participantes comunicam-se ininterruptamente a
fim de atingir objetivos previamente determinados. A comunicação bem estruturada é
resultado do trabalho em equipe, da atuação sinérgica entre as áreas que a compõem.
Assim, a interação e integração das áreas relacionadas às atividades e ações de
comunicação são fundamentais para consolidar o relacionamento de uma organização
com seus públicos (interno e externo), como também sintonizar as expectativas e
interesses específicos de cada área com os objetivos organizacionais. A comunicação,
tanto interna quanto externa, é uma ferramenta de extrema importância para qualquer
organização e determinante no que se refere ao sucesso, independente do porte e da
área de atuação. É uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser
atribuídos às falhas de comunicação.
Portanto, um sistema de comunicação eficaz é fundamental para as
organizações que buscam o crescimento e cultura organizacional É necessário às
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organizações conhecerem as características das várias formas de comunicação, pois
cada uma influenciará de forma peculiar o planejamento comunicacional e o seu
planejamento administrativo estratégico. Uma das formas mais importantes de
comunicação dentro das organizações que é a comunicação interna, também
conhecida como endocomunicação. Sua grande importância deve-se a ampliação da
visão dos clientes internos, que se tornam verdadeiros parceiros.
Quanto mais bem informados estiverem, mais envolvidos com a missão e,
consequentemente aumentará a sua produtividade. A comunicação interna é
considerada de extrema importância para uma boa gestão organizacional, visto que
integra os recursos humanos às tarefas a serem executadas, além de estimular a
motivação das pessoas com intuito de compartilhar estratégias e agregar valor à
organização. Constitui uma ferramenta estratégica que compatibiliza interesses à
medida que compartilha valores, promove o diálogo, a troca de informações, de
experiências e a participação de todos os níveis organizacionais, além de viabilizar
ações voltadas prioritariamente aos clientes internos. Em outras palavras, a
comunicação interna é um processo de troca, é próprio relacionamento dentro de uma
organização. Ela é responsável por circular informação e conhecimento,
plurilateralmente, isto é, de forma vertical quando circula da liderança para os níveis
subordinados e de forma horizontal, entre os empregados do mesmo nível hierárquico,
com a finalidade de interação entre as várias áreas das organizações.
A comunicação interna atua na empresa como vários fatores de sucesso:
1.Fator Estratégico quando proporciona a troca de conhecimento, na divulgação de
informações, de objetivos estratégicos e aspectos da cultura organizacional, criando
uma linguagem única compreensíveis a todos os níveis e incentivando o debate em
um ambiente no qual os colaboradores têm liberdade para discutir questões relevantes
em um espaço realmente integrado.
2.Fator de Integração quando incentiva o diálogo e por meio deste são estabelecidas
relações estáveis e duradouras, fundamentais para a criação um ambiente favorável à
troca de experiências e de conhecimentos, integrando os clientes internos aos
objetivos e metas da organização.
3.Fator Motivação e Satisfação, quando os clientes internos têm acesso às
informações e a oportunidade de externar suas opiniões - liberdade de participação.
Este artigo tem como proposta mostrar que é possível alcançar os
objetivos organizacionais com um orçamento enxuto, além de otimizar os resultados,
customizar as ações, motivar os funcionários e minimizar os conflitos, desenvolvendo
uma comunicação interna eficiente e customizada nas organizações. Fazer com que
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as organizações utilizem a comunicação interna como uma ferramenta fundamental,
para obtenção de excelentes resultados no que se refere ao aumento de
produtividade, ao ganho financeiro e a própria sobrevivência delas.
Tem por objetivo também, aumentar a motivação dos funcionários,
acabando com desperdício de tempo com a rádio-peão e com as consequências que
esta traz aumentar o engajamento do funcionário com a empresa, aumentar o
conhecimento dos clientes internos e todos os outros benefícios que esta ferramenta
de suma importância traz para as organizações. Por fim, teve como objetivo propor às
organizações o entendimento da importância da comunicação interna, para que se
evite o acontecimento de falhas no processo como um todo.
DESENVOLVIMENTO
De acordo com Marchiori (1995), executivos que querem obter sucesso
organizacional devem dirigir sua atenção para as necessidades com o público interno
em primeiro lugar, porque este é o público responsável pela sustentação da
organização, pois é por meio do desempenho de sua função que a organização
alcança seus objetivos e metas. Os colaboradores são parceiros fundamentais da
organização, já que são os maiores interessados no sucesso das atividades, visto que
este sucesso representa não apenas a sua permanência nela, mas sim uma excelente
oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Segundo Pinto (2009), a comunicação interna precisa ser vista dentro de
conceitos estratégicos, desempenhando a função de coordenar o processo de
formulação das mensagens que a corporação transmitirá a todos os seus públicos,
especialmente quando se tratar dos temas sensíveis. Destaca também, que é preciso
desenvolver os canais mais adequados para cada tipo de mensagem e para cada
público, desenvolver mecanismos de feedback sobre a efetividade da comunicação e
finalmente construir relacionamentos leais e duradouros por meio de processos
estruturados de diálogo. Para isso, a organização necessitará desenvolver um
planejamento integrado de ações de comunicação, estabelecendo os objetivos e
definindo programas de ação necessários para atingi-los.
A imagem de uma organização depende da impressão que ela gera em
cada um de seus públicos. A partir desse ponto, Pinto conclui que é fundamental o
bom planejamento da comunicação interna quando pretende construir ou renovar a
imagem de uma empresa. Primeiro porque o cliente interno é um dos públicos a ser
atingido pelo marketing total da empresa, para que trabalhe melhor e produza mais.
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Além disso, porque são os colaboradores da companhia que irão entrar em contato
com os clientes externos, levando a eles a própria impressão que possuem de seu
local de trabalho. Outro ponto que Pinto destaca, é o imenso poder que os
colaboradores internos têm na formação da opinião pública sobre a empresa. Por isso,
a comunicação externa é importante para a visibilidade de qualquer organização, mas
não se deve esquecer a importância estratégica da comunicação interna. Ela é a base
sem a qual a mera propagação fantasiosa de uma boa imagem pode ser facilmente
destruída.
Silva et al. (2009) buscou investigar a importância da comunicação interna
para o bom desempenho organizacional, abordando as principais vantagens
estratégias do marketing integrado na consolidação do sucesso de uma empresa.
Verificou que em um mercado totalmente competitivo, permeado por transformações
constantes, globalização da economia e com clientes cada vez mais exigentes, as
organizações precisam identificar fatores relevantes ao sucesso organizacional.
Propiciando satisfação contínua e melhorando o entrosamento entre indivíduos e
organizações para construir relacionamentos duradouros com os clientes internos e
externos. Para isso, a empresa deve investir em comunicação e marketing integrado.
Silva conclui que a comunicação representa um diferencial competitivo, pois ela é o
processo de troca de informações. Isto se dá devido necessidade de tornar os
colaboradores influentes, integrados e informados a respeito do que acontece na
empresa, fazendo-os sentir parte dela. Tal aspecto fez surgir à comunicação interna,
considerada hoje como algo imprescindível às organizações, merecendo, cada vez
mais, maior atenção.
Para Zanluchi (2006) é importante ressaltar os cuidados que devem ser
tomados perante o desenvolvimento da sua comunicação interna. Corroborando com
os estudos de Baldissera (2000) e Kunsch (2003), a comunicação deve ser refletida no
ambiente organizacional para que sejam evitadas as falsas crenças de que todos os
atos comunicativos causam os efeitos positivos desejados ou que todos são
automaticamente respondidos e aceitos da forma que foram intencionados pela
empresa.
De acordo com a pesquisa de Prochnow et al. (2005), conclui-se que as
falhas de comunicação interferem no bom andamento dos processos dentro das
empresas, causando prejuízos e interferindo desde a qualidade até o prazo de entrega
dos produtos finais. Os fatores responsáveis por falhas de comunicação dentro das
empresas de acordo com a pesquisa realizada, por ele, foram:
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- Falta de percepção das lideranças nas pessoas coordenadas, atuando de forma
única de acordo com as características cognitivas de cada indivíduo;
- Falta de feedback sobre o serviço realizado, causando desmotivação; - Preconceito
com os colegas de trabalho (intolerância à erros);
- Falta de humildade para aceitar que idéias alheias possam ser muito úteis para a
melhoria de processos.
A prática de desenvolvimento de equipes mostrou ser uma forte ferramenta
para melhorar a comunicação nos grupos de trabalho. A criação de departamentos de
comunicação também foi citada como uma das alternativas para padronizar
informações dentro da empresa. Outras alternativas citadas:
- Criação de programas de desenvolvimento profissional;
- Melhoria nas condições de trabalho.
Com a melhoria de ambiência e compreensão das pessoas naquilo que
fazem pode haver não apenas a melhora na comunicação como um ganho no
rendimento dos trabalhos dentro da empresa. Desta forma estará se buscando extrair
o potencial das pessoas, associando o trabalho ao bem estar de cada indivíduo.
Galasso et al. (2009), chamou a atenção para a circulação das
informações, que é de vital importância para a dinâmica da comunicação interna
dentro empresas de qualquer natureza e organizações. Embora tenham na
comunicação uma das preocupações primordiais, é sempre possível encontrar “ruídos”
de comunicação entre os setores mesmo os melhores organizados e mesmo aqueles
que se apoiam nas tecnologias as mais modernas.
Por filosofia da comunicação integrada entendemos as orientações que as organizações, por meio dos seus departamentos de comunicação, devem dar à tomada de decisões e à condução das práticas de todas as suas atividades comunicativas. Isto é, aliada as políticas de comunicação estabelecidas, a filosofia deverá nortear os melhores caminhos para o cumprimento da missão e da visão, o cultivo dos valores e a consecução dos objetivos globais da organização. (KUNSCH, 2003, p. 179 e 180)
Os procedimentos metodológicos empregados para o levantamento de
dados deste artigo foram à pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa. A
comunicação deve ser realizada de forma direta, adequada, precisa, clara e objetiva,
pois se assim não for, causará vários transtornos, comprometendo a produtividade da
organização, individualmente de um setor, ou da organização como um todo, e gerar
conflitos em um ou entre mais departamentos, além da perda de tempo para reverter
situações críticas, provenientes de um boato criado dentro de uma organização.
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Se não houver a comunicação interna imediata, clara, sem sigilos ou
rodeios e que seja utilizado o meio de comunicação mais apropriado para cada
informação, os clientes internos ficarão desmotivados, insatisfeitos, e farão a
propaganda negativa da empresa, perderão tempo e produtividade, tentando descobrir
se a informação que foi passada de maneira informal, como um simples boato,
realmente trata-se de informação verdadeiras, ou não.
Uma comunicação interna eficaz reduz o esforço dispensado em conflitos
gerados pela falta de informação, aumenta produtividade através da capacitação dos
clientes internos que sabem o que fazer e como fazer, ganha-se tempo pois os
clientes internos param de desperdiçar tempo com fofocas e rumores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando há falhas ou barreiras na comunicação interna organizacional,
como por exemplo, a falta de comunicação, ou a informação passada de forma
incorreta, sendo por não utilizar o meio de comunicação mais apropriado, ou
simplesmente não passar a informação adiante, ocasionará vários transtornos, alguns
irreversíveis, que podem levar a organização ao descrédito, ou até mesmo ao
fracasso, extinguindo-se desta forma uma organização que já havia se consolidado no
mercado. Isto tudo, simplesmente, pelo mau uso da comunicação.
Uma boa saída – ou a única – para evitar esse tipo de problema é investir
em comunicação interna, criando e investindo em meios de comunicação adequados
que permitam com que os clientes internos e departamentos possam se comunicar de
forma correta, proporcionando treinamentos que estimulassem a endocomunicação.
Para a resolução do conflito gerado pelo boato, novamente perderemos
tempo e produtividade, que se resume em lucratividade para a organização. Em
resumo, a comunicação quando mal feita ou feita. Em resumo, a comunicação quando
mal feita ou feita de forma insatisfatória dentro das organizações gera ruído,
insegurança, desmotivação e falta de comprometimento dos clientes internos.
Uma comunicação interna eficaz reduz o esforço dispensado em conflitos
gerados pela falta de informação, aumenta produtividade através da capacitação dos
clientes internos que sabem o que fazer e como fazer, isso sem contar o ganho de
tempo e dinheiro.
REFERÊNCIAS
Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
56
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Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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OBRIGAÇÕES E DEVERES DO PROVEDOR E DO USUÁRIO DE INTERNET
Guilherme Rodrigues Camargo Valente
INTRODUÇÃO
A Internet vem crescendo em todo o mundo, sendo utilizada, cada vez
mais, como meio extremamente rápido e eficaz nas transações comerciais e nos mais
diversos seguimentos da comunicação. Em decorrência desse assustador
crescimento, diversos questionamentos surgem quanto às responsabilidades por
danos causados na utilização da internet em seus mais diversos seguimentos. Hoje, a
internet é utilizada para comunicação, para dar agilidade as relações comerciais e
para garantir um meio democrático de busca por conhecimento, onde o usuário tem
amplas possibilidades de encontrar informação, mas ela também é utilizada para o
cometimento dos mais diversos crimes em nosso meio social. Esses fatos, somados
ao fornecimento precário e abusivo dos serviços prestados por diversos provedores,
causam inúmeros danos aos seus usuários e levantam questionamentos quanto a falta
de legislação específica e quanto a responsabilidade, tanto daqueles que são
responsáveis diretamente por estes danos, quanto os que indiretamente concorreram
para que eles ocorressem.
DESENVOLVIMENTO
Do fornecimento de conexão à internet
O fornecimento do serviço de conexão é, sem dúvida alguma, o principal
serviço vendido pelos provedores de internet em todo o mundo, sendo que diversos
fatores podem influenciar na prestação desse serviço.
Diversos fatores excludentes de responsabilidade, que serão estudados
nos próximos tópicos, podem livrar o provedor da responsabilidade por perda ou falha
de conexão, mas algumas considerações devem ser feitas em relação a este serviço.
O provedor, ao vender e fornecer o serviço de conexão ao usuário, salvo por questões
de força maior ou atos de terceiros, deve manter a conexão disponível aos seus
usuários 24 horas por dia, sempre dentro dos parâmetros de velocidade contratados
por seus usuários. Qualquer manutenção por parte do provedor que venha causar a
queda de conexão deverá ser informada com antecedência. Este tempo de
antecedência deve estar previsto em contrato e deve ser inteiramente respeitado.
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Outro assunto de extrema importância diz respeito aos servidores DNS
(Domain Service Name), já analisados no tópico referente aos domínios. Tais
servidores são de importância vital para a prestação do serviço de conexão à internet
por parte do provedor. Isso porque o servidor DNS é o responsável pela resolução de
nomes, ou seja, quando o usuário digita em seu navegador um determinado site (ex:
www.google.com.br) é o servidor DNS que irá receber este endereço, verificar qual é o
número IP correspondente a este site, e direcionar o usuário para o acesso ao
conteúdo do referido site. Se um desses servidores DNS mantidos pelo provedor tiver
qualquer falha na resolução de nomes, todos os usuários que contratam o serviço de
conexão com este provedor terão graves problemas para acessar as páginas na
internet, pois ou as páginas não serão encontradas, ou os usuários serão remetidos
para endereços errados.
Assim, a manutenção periódica e um sistema de backup com mais de um
servidor DNS é obrigação do provedor de internet para garantir que seus usuários,
seja pessoa física ou jurídica, tenham acesso de qualidade dentro do tempo
contratado, não tendo, assim, transtornos imensuráveis como, por exemplo, falha na
autenticação de nota fiscal eletrônica no site da Receita federal, impossibilidade de
realização de negócios comerciais, impossibilidade de fornecimento de produtos e
serviços, impossibilidade de realização de pagamentos e movimentações financeiras
de extrema urgência e necessidade como verbas trabalhistas, dentre outros.
Do armazenamento e garantia dos dados utilizados pelos usuários
Muito se questiona quanto ao serviço de hospedagem de páginas e
armazenamento de arquivos prestado pelo provedor de internet. Nos dias de hoje esta
se tornou uma atividade de extrema importância no mundo digital, principalmente por
envolver questões comerciais. Hoje, é indispensável que toda empresa ou profissional
liberal divulgue seus serviços através de páginas na internet, sem contar na
possibilidade de comercialização de produtos com facilidades nunca vistas em
qualquer outro meio de negociação.
O número de usuários desse tipo de serviço cresce de forma
assustadora, e com esse crescimento também surgem os mais variados tipos de
fraudes e questionamentos envolvendo a hospedagem de sites e armazenamento de
arquivos. Os provedores costumam disponibilizar, mediante um determinado valor, um
espaço ao usuário ou empresa para que sejam hospedadas suas páginas com todo
seu conteúdo envolvendo textos, imagens, sons, animações, dentre outros, mas sem
realizar uma fiscalização inicial desse conteúdo. Muitos provedores fornecem até
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mesmo ferramentas prontas que ajudam o usuário a criar em tempo real sua própria
página e vê-la pronta para ser acessada de qualquer lugar do mundo em questão de
apenas alguns minutos. Quanto ao armazenamento, muitos provedores vendem tal
serviço para que seus usuários realizem backup de sistemas ou arquivos pessoais
diretamente pela internet, facilitando consideravelmente o trabalho dos internautas e
empresas que veem neste procedimento a forma mais fácil e rápida de realizarem
backup ou ter disponível seus arquivos pessoais em qualquer lugar onde possam
acessar a internet e pegar seus arquivos quando precisar. Ambos os serviços geram a
seguinte discussão: de que forma esses dados devem ser armazenados e até que
ponto vai a responsabilidade dos provedores na prestação desse serviço? Nosso
Código Civil, em seu artigo 186, atribui a responsabilidade extracontratual, ou seja, o
dever de indenizar, a todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem. Tal dispositivo é plenamente
aplicável em relação às condutas danosas praticadas “na Internet” ou “pela Internet”.
É óbvio que o causador direto do dano deverá ser o primeiro a ser
responsabilizado, mas muito ainda se discute sobre a eventual solidariedade, co-
autoria ou conivência dos provedores que fizeram circular os dados ou informações
que provocaram danos a terceiros, como se dá no exemplo clássico das alegações
difamatórias, injuriosas ou até caluniosas. Não se pode esquecer, porém, que segundo
a legislação pátria, a solidariedade não se presume, mas resulta, somente, da lei ou
da vontade das partes e, à luz desse princípio, será fixada a responsabilidade dos
provedores diante de cada caso concreto que se apresentar separado. Isso porque,
em que pese não existir, atualmente, nenhuma lei específica, o Código Civil pátrio
prevê que a obrigação de indenizar estende-se, solidariamente, àquele ente que,
eventualmente, tenha contribuído para a ação danosa, como autor ou cúmplice.
Portanto, a análise da responsabilidade de um provedor deverá se ater ao papel ou
função que ele exerça na Internet, o que, por sua vez, determinará o menor ou maior
grau de influência na ação ou omissão danosa.
De fato é impossível ao provedor armazenador conhecer o conteúdo de
todos os sites que abriga. Contudo, caso o provedor venha a ter ciência comprovada
do conteúdo prejudicial de um site por ele hospedado, terá que imediatamente
suspender a publicação daquela página, para não vir a ser responsabilizado civilmente
ou até criminalmente por cumplicidade oriunda de sua omissão. Todavia, há hipóteses
claras e corriqueiras em que não se pode eximir a responsabilidade dos provedores de
armazenamento. Podemos citar a falha nos seus serviços específicos, que, por
exemplo, impeça que o proprietário de um web site nele hospedado atualize os preços
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dos bens que comercializa através daquele espaço. É notório que o fornecedor tem a
obrigação de cumprir a oferta que publica, mesmo que ela esteja desatualizada ou até
errada. Nesse caso, o fornecedor e proprietário do web site que for prejudicado em
seu comércio pela negligência ou imperícia exclusiva do provedor de armazenamento
poderá pleitear frente a este último sua indenização.
Como bem salienta Albertin (2004, p. 214), confidencialidade,
confiabilidade e proteção das informações contra ameaças de segurança é um pré-
requisito crítico para a funcionalidade do comércio eletrônico. Quanto aos serviços de
backup on-line, empresas utilizam diariamente este serviço confiando que os
provedores mantêm os dados em completo sigilo e segurança, acreditando que, em
caso de incidentes que causem perda de dados da empresa, esta terá seus dados a
salvo junto ao provedor que os armazena.
Por isso a responsabilidade de armazenamento correto e seguro desses
arquivos é tarefa de grande responsabilidade por parte dos provedores que
responderão de forma objetiva pela perda, danificação ou publicação desses dados.
Do sigilo das informações dos usuários
É imenso o número de dados armazenados pelos provedores,
principalmente no que diz respeito aos sites hospedados e aos dados pessoais dos
usuários que contratam seus serviços. Para tanta informação é preciso que o provedor
mantenha um banco de dados bem estruturado e seguro, garantindo que essas
informações não serão alteradas ou utilizadas por terceiros, principalmente os dados
pessoais dos usuários internautas.
A maioria dos provedores possui parcerias com empresas comerciais que
procuram divulgar seus produtos a qualquer custo. Por isso, a exemplo dos cookies,
muitas vezes informações dos usuários que utilizam os serviços do provedor são
passados, indevidamente, a essas empresas de comércio eletrônico para que estas
possam divulgar seus produtos e serviços. Se a legislação brasileira ainda não tem
norma específica em relação à privacidade on-line, pode-se admitir que o Código de
Defesa do Consumidor é perfeitamente aplicável a estes casos. A coleta, o
processamento e a distribuição de informações pessoais, seja com a finalidade
comercial ou não, devem estar sujeitos ao prévio consentimento do usuário, a não ser
por determinação judicial ou disposição legal.
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Obrigações e deveres do usuário de internet
Como já mencionado anteriormente, os contratos firmados entre
provedores e usuários internautas costuma ser um contrato de adesão, com cláusulas
bem estabelecidas quanto às obrigações e deveres do usuário. Através do
preenchimento do formulário de cadastramento online, o usuário é obrigado a fornecer
ao provedor seu nome completo, data de nascimento, profissão, CEP, CPF, RG,
telefone para contato, nacionalidade, muitas vezes dados de conta bancária para
débito em conta, entre outros. Uma das exigências contratuais dos provedores
costuma ser o comprometimento do usuário em comunicar ao provedor o extravio,
perda ou roubo das senhas de acesso, imediatamente após o conhecimento do fato.
Enquanto, se essa comunicação não for efetivada, o usuário responderá
pelos gastos ou prejuízos decorrentes da eventual utilização das senhas de acesso
por terceiros. Geralmente, o provedor não se responsabiliza por quaisquer danos
decorrentes de tais fatos, enquanto não for informado pelo usuário sobre extravio,
perda ou roubo das senhas de acesso.
É muito comum no Brasil os provedores possuírem, em seu contrato de
adesão, uma cláusula que obriga o usuário a pagar multa diária por acesso
simultâneo. O acesso simultâneo ocorre quando dois usuários distintos utilizam o
mesmo usuário e senha para se conectarem à internet. O provedor busca, assim,
punir o usuário de forma que não forneça para várias pessoas o serviço de conexão,
pagando por apenas um único usuário e senha, pois diversas pessoas poderiam se
reunir, pagar apenas um serviço por um valor irrisório dividido entre eles, e acessar a
internet normalmente com esse único usuário em comum.
Não há dúvidas de que o provedor pode se precaver e buscar formas de
impedir o cometimento de fraudes por parte dos usuários, mas o erro está na forma
como é feita a fiscalização por parte do provedor, pois há casos em que o usuário não
agiu com culpa ou dolo, configurando-se apenas como vítima de fraude, não devendo
incidir, assim, qualquer punição ao usuário internauta. Há situações em que emails
infectados com vírus, enviados por pessoas interessadas em colher informações
pessoais de usuários internautas, passam pelos servidores de email do provedor
normalmente, sem que o serviço de antivírus e bloqueio de spams do provedor impeça
que este email chegue à caixa de mensagens do usuário.
O usuário não é obrigado a ter conhecimento técnico a ponto de estar livre
de qualquer tipo de ameaça, podendo, dessa forma, ser vítima dessa fraude e infectar
seu computador. Neste caso, o usuário não agiu com culpa ou dolo, mas apenas
acabou como vítima, podendo ter seus dados pessoais, senhas, etc, roubados por um
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terceiro que irá, sem sombra de dúvidas, auferir vantagens ilícitas com tais dados,
inclusive acessando internet sem pagar pelo serviço, utilizando-se dos dados
roubados do usuário internauta. Cabe ao provedor, antes de aplicar a multa, informar o
usuário da ocorrência do acesso simultâneo, dando prazo ao usuário para que este
proceda a troca das senhas de acesso e verificação de seu antivírus pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inquestionável que a Internet deixou de ser apenas uma ferramenta de
comunicação para adentrar à vida das pessoas, trazendo novas possibilidades e
novos questionamentos. Diversos seguimentos como a indústria, o comércio e a
educação sofreram uma profunda modificação com o surgimento da internet que
possibilitou novas formas de comércio, transporte de danos, comunicação,
aprendizagem, dentre outros. Em decorrência disso, surgiram novas espécies de
crimes e danos, obrigando o moderno operador do direito a buscar formas alternativas
para solução de conflitos.
Nesse novo mundo tecnológico de possibilidades imensas, a sociedade
passou a pensar e a conhecer melhor a importância e a função dos provedores, bem
como de seus direitos frente a estes. Isso desencadeou uma série de
questionamentos judiciais e legislativos para buscar a responsabilização de danos
praticados na internet e, também, a criação de projetos de leis que visam uma melhor
regulamentação dessas relações.
BIBLIOGRAFIA
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Revista NPI – Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Volume VI Número 6 2011
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REFLEXOS DA MOTIVAÇÃO E DO ESTIMULO EM UM AMBIENTE JURÍDICO
CORPORATIVO
Fábio Augusto Cucci
RESUMO
O presente trabalho procura demonstrar que a motivação e o estimulo têm sido
utilizados como uma ferramenta de poder, manipulação e manutenção para líderes de
equipes em grandes ambientes jurídico-corporativos visando o resultado certo e uma
maior produtividade especializada. É cediço que o profissional motivado e certo das
possibilidades de crescimento dentro de uma empresa que possui uma política de
cargos e salários eficiente, trabalha com mais afinco e visa a alta produtividade, pois
lhe é certo o retorno do esforço depreendido. Esta não é uma característica exclusiva
do profissional do direito, e sim compartilhada por todos aqueles que buscam atingir
altos cargos de responsabilidade e reconhecimento profissional. Praticar o espírito
empreendedor é incorporar ao dia a dia da organização uma cultura de busca de
oportunidades, de forma sistemática. Essa tarefa é bastante complexa, pois
empreendedorismo significa mudanças contínuas, o que, em geral, forçam pessoas e
organizações a saírem da “zona de conforto”. Essa prática impele as empresas à
superarem a acomodação natural de todo negócio. Pode-se pensar que existe um
conflito entre métodos gerenciais rígidos e espírito empreendedor, pois aparentemente
a padronização das rotinas de uma empresa se contrapõe ao avanço. No entanto,
esse conflito é apenas ilusório, pois é possível, e altamente necessário, para o
sucesso continuado de qualquer empreendimento, que a organização incorpore em
sua essência um processo de melhoria contínua, ou seja, mudanças sistemáticas, com
o objetivo de buscar a excelência em todas as atividades fins aliada a motivação de
seus colaboradores. É notável que a perfeição humana nunca é conseguida em todas
as áreas. Muitos profissionais podem ser competentes em uma área e ter fraquezas
em outras. Por isso deve-se minimizar as imperfeições dos colaboradores e trabalhar
com as contribuições que eles podem dar à organização, e uma forma eficaz de se
fazer isso é motivando-os para cada dia superarem a si mesmos. Com o avanço
tecnológico que atualmente desfrutamos, a gama de possibilidades dá a esses
grandes escritórios uma maior possibilidade de investir em seu próprio negócio bem
como gerir o conhecimento adquirido através do tempo e experiências.
Palavras-Chave: Estímulo, motivação, produtividade.
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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem o objetivo de apontar as novas alternativas utilizadas
por organizações de serviços jurídicos à motivação em ambientes de trabalho que
compreendem desde a atividade de menor intelecto a finalização da prestação
contratada, visto que todos migram ao mesmo fim: a satisfação do cliente e o reflexo
disto para o escritório e seus colaboradores internos.
É cediço que o profissional qualificado e bem remunerado é capaz de
manter uma melhor qualidade nos trabalhos que desempenha cujo retorno financeiro e
profissional lhe são assegurados dentre a política de cargos e salários da empresa em
que desempenha suas funções. Assim, a metodologia aplicada a realização desta, é o
que se pretende demonstrar por meio da pesquisa de campo, doutrinas e relatos de
profissionais lotados em grandes escritórios, especialmente no ramo da advocacia. Ou
seja, que o sucesso profissional está diretamente relacionado ao sucesso da
organização em que trabalha e o retorno financeiro que isso possa lhes assegurar.
1 SER HUMANO: UM SER MOTIVACIONAL E SOCIALMENTE CONSTITUÍDO
Uma das necessidades básicas do homem está em sua natural disposição
para viver e conviver em sociedade, ou seja, compartilhar de sua existência com
pessoas semelhantes a ele, porém, ao mesmo tempo, diferentes em vários aspectos.
Para que isso seja possível e produtivo (1) deve ser racionalmente organizado.
Para realizar a organização do convívio necessário, o homem cria
instituições (2) – família, estado, escola, empresas, instituições religiosas, artísticas,
etc. –, com finalidades específicas, estruturadas mediante normas que as orientam
para o alcance de tais finalidades.
O homem é um ser multidimensional. Contudo, não nasce com suas
faculdades já desenvolvidas. Precisa ser educado, amparado e protegido para
desenvolver-se plenamente como pessoa, pois somente mediante esta evolução
poderá atingir a finalidade maior de sua existência: ser feliz. Atualmente estar inserido
no mercado de trabalho e receber remuneração compatível com a função exercida
significam ao ser social uma valorosa conquista material, senão a maior delas. A vida
de todo profissional é recheada de momentos difíceis, desafios, pressões de todos os
lados. O sucesso é o troféu a ser conquistado, e para trilhar o caminho que nos leva
ao sucesso, precisamos estar sempre motivados. É neste cenário de recompensas
que o homem se constitui e se forma profissionalmente, galgando infindáveis
qualificações e promoções. Enquanto ser em constante mutação, o homem tem em
seu ambiente social e profissional o responsável direto pelas transformações havidas
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em seu cotidiano. É através das vivencias experimentadas no dia-a-dia que o homem
se reconhece como ser pertencente e descobre suas potencialidades.
Segundo estudos realizados pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do livro
“A Inteligência Emocional”, (Editora Campus/Elsevier, 1995), 90% da diferença entre
as pessoas que obtém grande sucesso pessoal e profissional, e aquelas com
desempenho apenas mediano, se deve a fatores relacionados a competências
comportamentais, mais do que às habilidades aprendidas na escola. O bem-estar
pessoal reflete diretamente na forma como tratamos as pessoas e nos relacionamos
com elas. Estar emocionalmente equilibrado faz do profissional uma pessoa receptiva
e apta a adquirir novos conhecimentos e reconhecido por este estado de espírito.
É preciso desenvolver a capacidade de motivar a si próprio, mesmo diante
de dificuldades e obstáculos profissionais, pois o profissional, seja qual for a sua
formação e busca pessoal, para ter sucesso precisará assumir riscos e enfrentar
dificuldades para superar as etapas necessárias ao desenvolvimento de seu
empreendimento ou da empresa em que está lotado. Atualmente, as grandes bancas
de advocacia já perceberam a importância de ter em seus quadros profissionais com
habilidades comportamentais que vão além das competências necessárias a
consecução do seu negócio. Sabem que treinar um jovem profissional com
conhecimentos técnicos é tarefa relativamente simples, bastando muitas vezes alguns
cursos de aperfeiçoamento ou uma pós-graduação. No entanto, encontrar
profissionais que tenham perfil empreendedor, sejam bons comunicadores, tenham
atitude de vencedores e saibam superar desafios é bem mais complicado. No
cotidiano prático, caracterizado por atividades que exigem alta interdependência, a
motivação e o estimulo como aspectos fundamentais na busca de maior eficácia e,
consequentemente, de maior qualidade na prestação de serviços, está diretamente
ligada a satisfação do cliente.
Assim, o líder de visão, que almeja maior produtividade e eficiência na
qualidade da prestação de resultado de sua equipe, deve mantê-la motivada e focada
em resultados. Aqui não se pode deixar de mencionar o pensamento de Schein Em
(1982) quanto ao profissional que trabalha por dinheiro e que ao longo do tempo deixa
de responder ao sistema de incentivo financeiro, assim como as pessoas que
evidenciam fazer uso de suas aptidões e depois recusam funções que representam
maior desafio e outras que, apesar de menos motivadas no trabalho, mantêm elevada
a qualidade do que fazem.
Muitos gerentes rotulam como preguiçosos empregados que parecem não
ter motivação. Segundo Stephen P. Robbins (1998) isto não é verdade. "A motivação
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é o resultado da interação entre o indivíduo e a situação." (Robbins, 1998:109- 121)
Conclui que para formar o conceito de motivação, devemos ter em mente que o nível
de motivação varia tanto entre indivíduos quanto para indivíduos em tempos
diferentes. Assim, motivação é definida como a vontade de empregar altos níveis de
esforço em direção a metas organizacionais, condicionada pela capacidade do esforço
de satisfazer alguma necessidade do indivíduo. A motivação existe dentro das
pessoas e se dinamiza através das necessidades humanas. Todas as pessoas têm
suas necessidades próprias, que podem ser chamadas de desejos, aspirações,
objetivos individuais ou motivos. Certas necessidades são basicamente semelhantes
quanto à maneira pela qual fazem as pessoas organizarem seu comportamento para
obter satisfação. Trabalhar a motivação e o estímulo do ser humano, em especial em
seu ambiente de trabalho, implica em reconhecer que todos somos diferentes entre si
e recebemos e reagimos ao agente motivador de formas diferentes.
O gerente deve saber como extrair do ambiente de trabalho as condições
externas para elevar a satisfação profissional. A comunicação envolve muito mais do
que apenas palavras. Na verdade, as palavras representam apenas uma pequena
parte de nossa forma de expressão como pessoa. Estudos demonstram que a
comunicação não verbal, aquela que se realiza através do tom de voz e da expressão
corporal, tem um impacto bem maior na influencia que exerce nas pessoas do que as
palavras utilizadas. A persuasão é um componente específico da comunicação e visa
fazer as pessoas agirem apelando não apenas para o seu lado racional, mas também
para suas emoções. Lendo Stephen P. Robbins, sua obra Comportamento
Organizacional (p. 109-142), fica evidente a função do gerente de motivar o
empregado. Isto fica evidenciado na colocação em que os empregados tem
necessidades diferentes e, portanto, não devem ser tratados da mesma forma. Devem
ser estabelecidas metas e dados os respectivos feedbacks sobre seu progresso. Os
empregados devem participar de decisões que os afetem, com o objetivo de motivá-
los a aumentar a produtividade e o compromisso de trabalhar metas.
É importante também vincular recompensas a desempenho, pois se os
indivíduos perceberem essa relação como baixa, os resultados serão: baixo
desempenho, diminuição da satisfação no trabalho e aumento nas estatísticas de
rotatividade e absenteísmo. Neste ponto cabe ao líder conhecer sua equipe para saber
com quais aspectos trabalhar a sinergia e a criatividade de seu ambiente, pois tanto a
motivação como o estímulo compreendem fatores psicológicos, intelectuais e afetivos
que agem entre si e determinam a conduta de cada individuo. O grande desafio dos
gestores atuais e os do futuro é encontrar métodos e processos ideais para conseguir
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o comprometimento e empenho de seus colaboradores em prol do crescimento e
desenvolvimento da empresa.
2 A MOTIVAÇÃO E O ESTIMULO NAS GRANDES ORGANIZAÇÕES
O surgimento de novas formas de organizações despertou a gerência de
grandes empresas que se formaram após a Revolução Industrial a efetivarem meios
que levassem ao aumento da produtividade humana. Antes de tecer quaisquer
considerações sobre o tema, primeiramente devemos trazer a baila ao menos uma
tentativa de se pontuar motivação e estimulo. Por motivação podemos considerar
aquilo que leva alguém a agir em direção do alcance de seus objetivos. É sempre uma
conseqüência e não a causa. O movimento é uma situação passageira. Só dura
enquanto persistirem os estímulos que o geraram. Além disso, a eliminação dos
estímulos normalmente provoca insatisfação e um comportamento indesejável. Nesta
linha é o pensamento abaixo transcrito:
Se todas as vezes que alguém falta, ou atrasa, houver punição com uma perda de vencimentos mensais, a partir do momento que tal conseqüência desagradável deixar de existir, o comportamento indesejável reaparecerá, isto é, as faltas e os atrasos voltarão a se repetir. Por outro lado, se um aumento nos níveis de vendas for premiado por uma gratificação especial, a partir do momento em que este prêmio deixar de existir, o empenho dos vendedores diminuirá e as vendas voltarão a cair e, provavelmente, a níveis inferiores àqueles já atingidos antes da concessão do prêmio (BERGAMINI, 1986, p.6).
Para Bergamini (1986) o movimento pode até mesmo gerar desmotivação,
independentemente da permanência dos estímulos geradores.
Como as pessoas não se deixam manipular, embora aparentemente continuem se movendo, o montante de energia pessoal investida nas atividades condicionadas vai gradativamente diminuindo e cada vez mais o indivíduo vai rendendo menos. O nível de satisfação pessoal vai baixando com o decorrer do tempo e, com ele, diminuindo o conceito de estima que as pessoas experimentam a respeito de si mesmas. Em pouco tempo, como indicam algumas pesquisas, será possível reconhecer alguém inteiramente desmotivado.
A motivação, por sua vez, dura enquanto a necessidade interior não for
suprida. De maneira oposta ao movimento, o alcance dos objetivos propostos, fim do
potencial motivador, gera no indivíduo um sentimento de estima e autorealização que
lhe traz satisfação e o predispõe a empreendimentos cada vez mais ousados, em
busca da concretização de novas necessidades e potencialidades. A partir destas
colocações pode-se, então, entender a motivação como uma energia, uma tensão,
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uma força, ou ainda, um impulso interno aos indivíduos. Sobretudo, o que é relevante
considerar é que a motivação é interior a cada indivíduo e leva-o a agir
espontaneamente para alcançar determinado objetivo. Assim, não é possível motivar
uma pessoa, o que é possível é criar um ambiente compatível com os objetivos da
pessoa, um ambiente no qual a pessoa se sinta motivada.
Em 1924, especialistas em eficiência da empresa Western Electric
Company, em Hawthorne, Estados Unidos, iniciaram uma pesquisa que tinha por
objetivo estudar os efeitos da iluminação na produtividade. Elton Mayo (1933) e sua
equipe realizaram vários experimentos com grupos de trabalhadores que eram
submetidos a diferentes condições de iluminação e incentivos. Observou-se que,
independentemente das condições a que eram submetidos os trabalhadores, sua
produtividade, em grupo, aumentava. Chegou-se à conclusão de que o aumento da
produtividade era decorrente não dos aspectos técnicos do experimento, mas da
dimensão social do ser humano. Uma vez em grupos experimentais, as pessoas
sentiam-se valorizadas pela empresa. Além disso, como membros participantes de um
grupo coeso e afim, começaram a desenvolver sentimentos de participação,
envolvimento, competência e realização. Dando continuidade à pesquisa, a equipe de
Mayo realizou entrevistas com mais de 20 mil empregados da companhia, tendo por
objetivo descobrir quais os sentimentos que levavam à satisfação no trabalho e como
isto poderia estar relacionado com a produtividade. O fato de terem sido realizadas
entrevistas com os trabalhadores teve, por si só, resultados muito positivos.
As pessoas sentiram-se importantes e respeitadas. O sentimento de
envolvimento e participação gerou uma atitude geral favorável em relação à
companhia. A partir destas pesquisas, Mayo concluiu que o fator de maior influência
na produtividade eram as relações interpessoais desenvolvidas no trabalho e não
tanto os incentivos salariais. A necessidade social de integração foi demonstrada por
Mayo através da constatação da importância dos grupos informais na produtividade.
Observou-se que as pessoas, para serem aceitas pelo grupo, comportam-se de
acordo com as normas e expectativas de produção tacitamente estabelecidas. Mayo
observou também que quando os grupos informais sentiam que seus objetivos se
identificavam com os da administração, a produtividade aumentava, e quando sentiam
que estes objetivos eram opostos, ela diminuía. Assim, a supervisão rígida e a
imposição de padrões levariam à diminuição da produtividade do grupo. Por outro
lado, o envolvimento dos trabalhadores no planejamento, na organização e no controle
de seu próprio trabalho proporcionaria ganhos de produtividade. A escola das relações
humanas propôs o modelo do homo social que vinha contestar o conceito de homo
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economicus da fase tayloriana. Concebeu-se como fator de motivação maior nas
pessoas a necessidade de participação social e de relacionamento interpessoal Em
um ambiente corporativo a motivação se mostra como uma importante ferramenta na
manutenção do trabalho em equipe. Porém, a motivação não é fator suficiente a
obtenção de metas e resultados, dependendo sobremaneira de outros fatores que se
somam a ela. Outro fator que está entrelaçado a motivação é o estímulo, sendo que
ambos não se confundem. Ainda não se chegou a uma definição exata do que poderia
ser considerado um fator de motivação ou estímulo em um ambiente de trabalho em
uma grande organização jurídica, pois assim como uma empresa, cada ser humano,
possui intrinsecamente valores e desejos que o motivam. Assim podemos considerar
que a motivação é uma força interna. Ou seja, a ação que parte de dentro para fora do
ser é como ele reage àquela situação, enquanto que o estimulo se dá externamente e
pode ser diverso da vontade do individuo, sendo estas as duas principais diferenças
para se analisar o comportamento profissional. Se o comportamento é eficaz, o
indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, em consequência, a descarga da
tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de
equilíbrio anterior e a sua forma natural de adaptação ao ambiente.
O ciclo da motivação pode resumir-se da seguinte maneira. Considerando
Davis (1992), com a repetição do ciclo da motivação (reforço) e a aprendizagem que
de ali se deriva, os comportamentos ou ações se tornam gradualmente mas eficazes
na satisfação de certas necessidades. Uma necessidade satisfeita não é motivadora
de comportamento, já que não causa tensão, incomodidade nem desequilíbrio. Em
consequência, uma pessoa que não tem fome não esta motivada a procurar alimento
para comer. A necessidade pode ser satisfeita, frustrada ou compensada (transferida a
outro objeto). No ciclo da motivação existe um estado de equilíbrio interno (da pessoa)
alterado por um estímulo (interno) ou incentivo (externo), que produz uma
necessidade. A necessidade provoca um estado de tensão que leva a um
comportamento ou ação que conduz à satisfação daquela necessidade. Satisfeita
esta, o organismo humano retorna ao equilíbrio interno anterior. No entanto, nem
sempre se satisfaz a necessidade.
Muitas vezes, a tensão provocada pelo surgimento da necessidade
encontra uma barreira ou um obstáculo para sua libertação. Ao não encontrar saída
normal, a tensão represada no organismo procura um mecanismo indireto de saída,
seja através do social (agressividade, descontentamento, tensão emocional, apatia,
indiferença, etc), seja através da fisiologia (tensão nervosa, insônia, repercussões
cardíacas ou digestivas etc). Isto se denomina frustração, já que a tensão não se
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descarrega e permanece no organismo provocando certos sintomas psicológicos,
fisiológicos. Para Chiavenato (2000) em outras ocasiões, a necessidade não é
satisfeita nem frustrada, é transferida ou compensada. A transferência ou
compensação se apresenta quando a satisfação de uma necessidade serve para
reduzir ou aplacar a intensidade de outra necessidade que não pode ser satisfeita. É o
que sucede quando a promoção a um cargo esta rodeada de um bom aumento de
salário ou de um novo escritório de trabalho. O indivíduo tende a desenvolver suas
forças motivacionais como produto do ambiente cultural no qual vive, de maneira pela
qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram suas vidas.
Há forças motivacionais dominantes no indivíduo e que demonstram a
importância da motivação.
- Motivação para a Realização: É um impulso para vencer desafios, avançar e crescer
na busca de seus objetivos. A realização é importante em si mesma,
independentemente das consequências que possam acompanhá-las.
Rod Auerbach, treinador, gerente-geral e presidente do time de basquete, citado por
Davis e Nenstron, muitas vezes campeão mundial, “Boston”, tinha uma única resposta
simples quando lhe pergutavam como motivava seus jogadores. Recorria ao orgulho
pela excelência, ao orgulho de fazer parte do maior time do mundo, era desafio de
procurar e a alegria de usar o anel de campeão como símbolo da realização coletiva
do grupo.
- Motivação por Afiliação: É um impulso para relacionar-se eficazmente com as
pessoas. As pessoas motivadas pela afiliação trabalham melhor quando são elogiadas
por atitudes favoráveis e cooperação. Elas tendem a escolher amigos para estarem a
sua volta. Experimentam satisfação interior quando estão com amigos e desejam
liberdade no trabalho para desenvolverem estes sentimentos.
- Motivação para a Competência: É o impulso para realizarem o trabalho de alta
qualidade. Os colaboradores motivados pela competência do domínio do trabalho, e
desenvolvimento das atividades de resolução de problemas, esforçam-se para serem
inovadores. O mais importante é tirar proveito das próprias experiências. Novamente
citando Bergamini, por exemplo, uma estilista que se sente bem consigo mesma
quando recebe o reconhecimento dos outros ao criar um excelente desenho.
Entretanto, deixa seu supervisor furioso quando não atende seus prazos e antagoniza-
se com seus colegas de trabalho, uma vez que não consegue interagir com eles. De
modo bastante claro, sua orientação para a competência é mais forte do que sua
necessidade de afiliação.
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- Motivação para o Poder: É o impulso para influenciar pessoa e situações. Por sua
vez, querem criar um impacto em suas organizações e assumem riscos ao fazê-lo. As
pessoas se tornam excelentes administradores caso suas necessidades sejam de
poder institucional em lugar de poder pessoal.
O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a compreenderem
as atitudes de seus colaboradores no trabalho, podendo lidar com cada colaborador
de maneira particular, levando em consideração o impulso motivacional mais forte em
cada caso. Em um ambiente corporativo de uma grande empresa é importante
identificar o que motiva e estimula o funcionário. É neste cenário que devem ser
envolvidos o departamento de Recursos Humanos no que tange a Gestão de Pessoas
e a liderança daquele profissional que mantém o contato mais próximo sendo
conhecedor do perfil individual.
2.1 Práticas Administrativas que geram motivação
Herzberg, que foi psicólogo clínico e professor de Gestão na University of
Utah, ficou conhecido pelos estudos sobre motivação humana e a teoria dos dois
fatores: os de higiene (como as condições de trabalho, salário, status e segurança),
cuja ausência cria insatisfação; e os de motivação (realização, reconhecimento,
satisfação no trabalho, responsabilidade e desenvolvimento pessoal), que são
necessários à satisfação. Como cediço, citado autor divide as necessidades pessoais
de cada individuo em seu ambiente de trabalho como sendo de satisfação e de
motivação. A satisfação no trabalho está relacionada com as condições em que o
trabalho é realizado - supervisão, relações interpessoais, condições físicas, salários,
benefícios etc.
Estas condições podem ser chamadas de fatores higiênicos, pois estão
relacionados com a necessidade de se afastarem de condições desagradáveis. Já as
necessidades de motivação no trabalho estão diretamente relacionadas com a tarefa
ou o trabalho, e tratam das necessidades de desenvolvimento do potencial humano e
da realização de aspirações individuais- liberdade, criatividade e inovação. Aguiar
(1992, p. 269) chega a conclusão que Herzberg transforma o indivíduo num meio para
se atingir os fins da organização.
Ainda, observando Herzberg, nota-se que o mesmo:
(..) toma o meio social, a organização, como a fonte motivadora do indivíduo. Toma o indivíduo como meio e transforma os seus desejos na necessidade da organização. A organização através dos fatores motivacionais manipula o indivíduo, motiva-o. Reduz a autorealização à realização da tarefa. O indivíduo se motiva no trabalho pelos fatores que se relacionam diretamente com o trabalho.
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É sobremodo importante assinalar que Herzberg (1968) elaborou uma
metodologia que deve sistematicamente ser utilizada pelos administradores que
buscam o enriquecimento das tarefas de seus subordinados. Esta metodologia
abrange as seguintes medidas: a) Escolher os cargos nos quais:
1) o investimento feito em engenharia industrial não encareça demais as modificações,
2) as atitudes sejam más,
3) a higiene esteja ficando muito dispendiosa e
4) a motivação faça diferença no desempenho.
b) Encarar esses cargos com a convicção de que podem ser modificados.
c) Fazer um brainstorm para elaborar uma lista de modificações que possam
enriquecer os cargos.
d) Fazer uma triagem na lista, eliminando sugestões referentes à higiene, e não à real
motivação.
e) Fazer outra triagem na lista, eliminando generalidades do tipo "atribuir-lhes maior
responsabilidade".
f) Fazer mais uma triagem na lista, eliminando sugestões de lastreamento horizontal.
O lastreamento horizontal refere-se às medidas que buscam ampliar o cargo, e não
enriquecê-lo, como por exemplo: aumentar a produção esperada por empregado,
acrescentar uma tarefa sem significado a outra já existente, fazer a rotação de vários
cargos que precisariam ser enriquecidos, eliminar funções mais difíceis para que o
empregado possa executar mais intensamente as mais fáceis.
g) Evitar a participação direta do funcionário no planejamento do processo de
enriquecimento, pois a sensação de participação resulta apenas em movimento pouco
duradouro.
h) Iniciar as primeiras tentativas com experiências controladas.
i) Estar preparado para uma queda no desempenho nas primeiras semanas,
decorrentes do natural impacto com as mudanças.
j) Esperar que os supervisores de primeira linha demonstrem alguma apreensão e
hostilidade para com as mudanças que estão sendo feitas.
Herzberg (1968, p.13) salienta ainda que "nem todos os cargos podem ser
enriquecidos, como também nem todos os cargos precisam ser enriquecidos. [...] O
argumento em favor do enriquecimento de cargos pode ser resumido muito
simplesmente da seguinte maneira: se você tiver alguém ocupando um cargo, use-o.
Se você não puder usá-lo, livre-se dele, ou pela automação ou pela escolha de outra
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pessoa com menor capacidade. Se você não puder usá-lo nem puder livrar-se dele,
está enfrentando um problema de motivação".
PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS FATOR MOTIVADOR
Eliminar alguns controles, mas manter a obrigatoriedade de prestar contas.
Responsabilidade e realização pessoal.
Aumentar a obrigatoriedade de cada empregado prestar contas de seu próprio trabalho.
Responsabilidade e reconhecimento.
Dar a uma pessoa uma unidade natural completa de trabalho (módulo, divisão, área).
Responsabilidade, realização e reconhecimento.
Conceder mais autoridade a um empregado em sua atividade; liberdade no cargo.
Responsabilidade, realização e reconhecimento.
Fornecer relatórios periódicos diretamente ao próprio empregado e não ao supervisor
Reconhecimento interno.
Acrescentar tarefas novas e mais difíceis, não executadas anteriormente.
Desenvolvimento e aprendizagem.
Atribuir tarefas específicas ou especializadas a cada um dos empregados, permitindo-lhes que se tornem especialistas
Responsabilidade, desenvolvimento e progresso.
Fonte: Herzberg (1968, p.9)
DA FORMAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
Este capitulo se inicia sob as primeiras impressões de Abraham Maslow
que propôs uma influente teoria de necessidades da motivação, na década de 1940. A
teoria de Maslow é um exemplo da psicologia humanista, em que as pessoas são
vistas como seres holísticos que se esforçam para chegar à realização pessoal. Na
motivação, os humanistas focalizam a pessoa. Segundo a perspectiva humanista, os
seres humanos são únicos entre os animais porque tentam melhorar continuamente.
Um estado de auto-realização ocorre quando os sonhos e as aspirações da pessoa
são realizados. A pessoa auto-realizada vive de acordo com o seu potencial e,
portanto, é verdadeiramente feliz.
Maslow escreve: “O músico precisa fazer música, o artista precisa pintar, o
poeta precisa escrever, para que possam ficar em paz consigo mesmo. O que um
homem pode ser, ele precisa ser” (MASLOW, 1968, p. 46) Maslow acreditava que os
humanos são impulsionados por muitas necessidades, que ele organizou numa
hierarquia de necessidades, em que as de sobrevivência (como fome e sede) são
inferiores e as necessidades de crescimento pessoal são superiores em termos de
prioridade. Maslow acreditava que a satisfação das necessidades inferiores da
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hierarquia permitia que os humanos funcionassem num nível superior. As pessoas
precisam ter suas necessidades biológicas satisfeitas, precisam sentir-se seguras,
amadas e ter uma boa opinião de si mesmas para experimentar crescimento pessoal e
atingir a auto-realização.
O conceito de auto-atualização tem relevante papel na teoria de Maslow
que o definiu como o uso e a exploração plenos de talentos, capacidades,
potencialidades etc. (FADIMAN, 1979). Para Maslow, auto-atualizar significa fazer de
cada escolha uma opção pelo crescimento, escolha esta que depende de o indivíduo
estar sintonizado com sua própria natureza íntima, responsabilizando-se por seus
atos, independentemente da opinião dos outros. A hierarquia das necessidades de
Maslow há muito tempo foi adotada na educação e na administração, mas de modo
geral ela não tem apoio empírico. Independentemente de precisarmos ser auto-
realizados para sermos felizes, a classificação das necessidades não é tão simples
como Maslow sugere. Por exemplo, algumas pessoas passam fome até morrer para
demonstrar a importância de suas crenças pessoais, ao passo que outras que têm
satisfeitas suas necessidades fisiológicas e de segurança são solitários que não
buscam a companhia dos outros. Além disso, o conceito de autorealização é difícil de
definir e medir com precisão. A hierarquia de Maslow, portanto, é mais útil no nível
descritivo do que no nível empírico. Ao analisarmos a pirâmide que retrata a hierarquia
das necessidades segundo Maslow identificamos que a motivação não aparece como
fator primordial a satisfação pessoal de um prestador de serviços.
Para Maslow as necessidades que compõe a satisfação e bem-estar em
um ambiente de trabalho envolvem a auto-realização, a estima, aspectos sociais,
segurança (pessoal, profissional e financeira) e necessidades fisiológicas. Ainda
segundo Maslow:
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Quanto mais saudáveis nós somos emocionalemnte, mais importante se tornam nossas necessidades de preenchimento criativo no trabalho. Ao mesmo tempo, menos nós toleramos a violação de nossas necessidades para tal preenchimento.
Como tecido, motivação e estímulos são aspectos que se completam e
não se confundem. Outro fator relevante e pouco considerado entre gestores de RH e
líderes de equipe é tentar formar uma equipe em que seus membros possuam alguma
característica em comum. A sinergia entre os colegas de trabalho se mostra como
fator relevante a boa fluência do ambiente até mesmo porque é neste local que, muitas
vezes, passamos a maior parte do dia. E em se tratando de um local onde há o desejo
de se manter e firmar carreira profissional o bom e equilibrado trato com os demais
colegas torna-se fator de diferenciação na escolha ou promoção quando o
merecimento é computado nos planos de cargos e salários. A parceria com o colega
de trabalho nada mais é do que um casamento de características pessoais e
profissionais que, como outro qualquer, exige muita dedicação, flexibilidade e força de
vontade para fazer o relacionamento dar certo.
Muitos profissionais esquecem-se de que as relações no ambiente de
trabalho funcionam de forma muito parecida com os relacionamentos afetivos e por
isso podem enfrentar problemas de incompatibilidade. A diversidade engrandece o
ambiente, nos faz ir além, buscar mais, superarmos a nos mesmos, ela traz a soma de
forças. Mas é preciso saber cultivá-la. Dentro de um contexto diversificado,
encontramos personalidades e backgrounds diferentes que, juntos, formam uma
personalidade maior - a empresa, cujos objetivos e metas devem estar em sintonia
com os objetivos pessoais. Acredita-se que a diferença entre dois profissionais não
está no trabalho que desenvolvem, mas sim na dimensão que cada um dá ao seu
trabalho. Desta forma, o networking de relacionamentos e a inteligência emocional
influenciarão diretamente na busca do sucesso.
Afirma a autora Bianca Alves que tão importante quanto a relação mantida
entre os colegas de trabalho que respondem à mesma liderança é o relacionamento
mantido com àquele que detém o comando devendo por ambos ser observado as
seguintes características que devem existir em uma relação profissional:
- Entusiasmo: Uma pessoa feliz, simpática e com paixão pelo que faz transmite isso
aos colegas e torna-se uma grande companhia. Contagia as pessoas com seu
otimismo e influenciará o outro a agir da mesma forma, trazendo melhores resultados
concretos para a empresa.
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- Autoconsciência: É preciso conhecer-se bem e conhecer o outro, entender as suas
razões e emoções para poder identificá-las nos outros e lidar com elas de forma
positiva.
- Atitude positiva: Acreditar no que você faz é meio caminho andado para o sucesso.
Quem tem energia positiva faz as coisas acontecerem e não se deixa desmotivar por
pequenas adversidades
- Comprometimento e lealdade: ter admiração pela empresa e pelo companheiro de
trabalho, caso contrário a parceira não funciona. Comprometimento significa conhecer
a fundo o negócio da empresa, o departamento, o chefe e sua forma de trabalho,
podendo auxiliá-lo de forma proativa e com iniciativa, pensando no impensado e
fazendo antes que algo seja dito. Assim como num casamento entre homem e mulher,
este item é crucial para a formação de uma base sólida para o relacionamento.
- Ser detalhista: e prover o chefe com o maior número de informações possíveis. A
relação fica melhor quando este pode dar, em troca, informações significativas para
uma atuação mais participativa e assertiva de sua equipe.
- Discrição e confiabilidade: Para haver transparência é necessário que haja a
confiança de ambos os lados de que tudo que é discutido no escritório é confidencial e
diz respeito apenas a quem está envolvido no projeto.
- Comunicação aberta: Um canal de comunicação sincero, honesto, objetivo e claro é
crucial para qualquer relacionamento, especialmente o profissional, onde tempo
significa negócios e dinheiro.
- Humildade: Para saber ouvir, saber pedir ajuda e saber reconhecer seus próprios
erros.
- Serenidade: Para ultrapassar períodos de estresse e tensão, de grande volume de
trabalho e sobrecarga emocional em função de prazos e importância dos projetos.
Outro fator que influencia a formação do ambiente de trabalho são os
impulsos dados a satisfação das necessidades para a formação deste ambiente. Estas
necessidades criam excitação (arousal), que motiva o comportamento que satisfarão
essas necessidades. Excitação (arousal) é um termo genérico empregado para
descrever ativação fisiológica (como atividade cerebral aumentada) ou respostas
autonômicas aumentadas (como batimentos cardíacos mais rápidos, sudorese ou
tensão muscular). Este estado de excitação é o impulso. A teoria do impulso mais
influente foi proposta por Clark Hull (1940), um dos principais behavioristas de seu
tempo. Hull propôs que os estados pulsionais têm raízes em necessidades biológicas
e que o comportamento pode ser predito por fatores ambientes. O estado pulsional
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leva à excitação e à ativação do comportamento e agimos até que um dos nossos
comportamentos satisfaça o impulso e reduza a excitação. Assim, a satisfação das
necessidades envolve a aprendizagem. Quando um comportamento satisfaz a
necessidade, ele é reforçado e, portanto, a probabilidade de sua ocorrência aumenta.
Com o passar do tempo, se um comportamento reduz consistentemente um impulso,
ele se torna um hábito; a probabilidade de um comportamento ocorrer deve-se tanto
ao impulso quanto ao hábito. Daí concluímos que a formação de um ambiente de
trabalho está diretamente ligada a fatores intrínsecos e extrínsecos do material
humano que o compõe. Um ambiente sadio, onde as pessoas são conhecidas,
motivas e estimuladas por seus líderes, sentem-se confiantes e retribuem com a
qualidade do seu trabalho, produzindo cada vez mais e melhor.
3.1 Objetivos e estratégia organizacional
Objetivo é um resultado desejado que se pretenda alcançar de um
determinado período. A visão organizacional se refere a um conjunto de objetivos
desejados pela organização. Daí a denominação de objetivos organizacionais para
diferenciá-los dos objetivos individuais desejados pelas pessoas para alcançar
proveitos pessoais. A visão organizacional proporciona o foco no futuro e oferece as
bases para a definição dos objetivos organizacionais a serem alcançados. Os
objetivos devem atender simultaneamente a seis critérios, que são:
1) Ser focalizado em um resultado a atingir e não em uma atividade
2) Ser consistente, ou seja, precisa estar amarrado coerentemente a outros objetivos e
demais metas da organização.
3) Ser específico, circunscrito e bem definido.
4) Ser mensurável, ou seja, quantitativo e objetivo.
5) Ser relacionado com um determinado período, como dia, mês, semana.
6) Ser alcançável, isto é, os objetivos devem ser perfeitamente possíveis.
Existem três tipos de objetivos:
• Objetivos rotineiros: objetivos do cotidiano e que servem como padrões de
desempenho do dia-a-dia.
• Objetivos de aperfeiçoamento: objetivos que servem para melhorar e alavancar os
atuais resultados da organização, no sentido de aperfeiçoar e incrementar aquilo que
já existe.
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• Objetivos inovadores: objetivos que incorporam ou agregam algo totalmente novo à
organização.
Objetivos rotineiros Objetivos de aperfeiçoamento
Objetivos inovadores
• treinar 100 pessoas por semana • produzir 20 pareceres em 30 dias • Entrevistar 120 candidatos • Manter nível de satisfação dos funcionários em 85%
• Aumentar a qualidade dos serviços em 3% a.n. • Elevar o nível de produtividade em 5% a.n. • Melhorar o atendimento ao cliente • Acelerar a entrega do pedido
• Criar e desenvolver um nova tese de defesa por mês • Desenhar um novo programa de treinamento para os melhores do ano • Obter 100 sugestões mensais dos funcionários • Implantar programa de qualidade total
Obs: Tabela meramente exemplificativa
Já a estratégia organizacional refere-se ao comportamento global e
integrado da empresa em relação ao ambiente que a circula. Quase sempre,
estratégia significa mudança organizada. Toda organização precisa ter um padrão de
comportamento holístico e sistêmico em relação ao mundo de negócios que a circunda
e onde opera.
A estratégia parte dos objetivos estratégicos da missão e da visão que se
pretende realizar e é balizada por dois tipos de análise: - analise ambiental – para
verificar e analisar as oportunidades que devem ser aproveitadas e as ameaças que
devem ser evitadas - analise organizacional – para verificar e analisar os pontos fortes
e fracos da empresa. Trata-se de um levantamento das habilidade e capacidades.
Assim, a estratégia organizacional é um conjunto de manobras em um ambiente
competitivo: aproveitar as oportunidades externas e esquivar-se das ameaças ao
mesmo tempo em que se aplicam mais intensamente as forças internas e se corrige
as fraquezas internas. Daí porque a estratégia precisa funcionar como um programa
global para a consecução de objetivos e de receber o consenso geral e ser capaz de
motivar e envolver todos os colaboradores da organização. Deve ser amplamente
difundida e comunicada para servir como fio condutor da ação organizacional. Os
funcionários estarão motivados quando estiverem encantados, conectados, plugados
nas estratégias da empresa. Afinal de contas, os bons resultados surgem quando as
organizações respeitam as pessoas em sua individualidade, valorizam seus pontos
fortes no dia-a-dia e, principalmente, oferecem oportunidade de exercerem seu
potencial criativo.
3.2 O papel do Plano de Cargos e Salários
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A importância de se estabelecer um Plano de Cargos e Salários – PCS –
que realmente seja efetivado dentro da empresa possui dentre suas variáveis funções
o primordial papel de assegurar psicologicamente um funcionário no que se refere ao
seu “direito de acesso” sem se deixar influenciar por amizades.
Ainda, o PCS traz consigo a certeza de que, mantidas as diretrizes e metas da
empresa no ambiente em que se está lotado e demais requisitos à promoção, esta
passa a ser considerada como certa deixando o status de mera expectativa. O Plano
de Cargos e Salários é considerado bem elaborado quando envolve aspectos e
requisitos que possam ser alcançados por todos, por exemplo, tempo de serviço,
idade, experiências, qualificação profissional em cursos correlatos a área, metas,
enfim, tudo o que pode ser realizado por qualquer membro da equipe. Outro aspecto
fundamental a ser observado quando da elaboração são as diretrizes legais que
fundamentam e justificam a diferenciação entre membros de uma mesma célula de
trabalho, dispondo a Consolidação das Leis do Trabalho a saber:
Art. 461 – Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. § 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. § 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. § 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade, dentro de cada categoria profissional. § 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
O princípio da isonomia, garantido no diploma constitucional, é amplo e
assegura ao indivíduo o direito de se insurgir contra a má utilização que possa ser feita
da ordem jurídica, prevenindo-o contra o arbítrio e a discriminação (BASTOS, 1989).
Ainda, o art. 461, da CLT, não exclui da equiparação salarial as pessoas
ocupantes de cargos de confiança, sendo vedado ao intérprete fazê-lo. É certo,
entretanto, que quando o desempenho da função exige predicados pessoais torna-se
mais difícil a avaliação da igualdade qualitativa dos trabalhos, o que, em geral, não
ocorre quando o cargo é de natureza estritamente técnica. Logo, se o postulante e
paradigma exerciam cargos com funções técnicas idênticas, não possuindo a direção
do negócio, tampouco detendo poderes de mando ou representação, não há sequer
de cogitar-se de atributos pessoais capazes de criar obstáculos à isonomia salarial
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deferida. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. (TRT-RO-18842/99 - 2ª T. - Rel. Juíza Alice
Monteiro de Barros - Publ. MG. 10.05.00) Hoje não há legislação trabalhista que trate
especificamente da Gestão de Cargos e Salários. No entanto, indiretamente, há
princípios que acabam por proteger o trabalhador de certas incoerências ou distorções
que possam ocorrer em suas remunerações. Estes princípios não afirmam que todos
são iguais na capacidade laboral, no intelecto ou na condição econômica. O que estes
princípios garantem é o tratamento igualitário e justo nos termos da lei, sem distinção,
em que os méritos iguais devem ser tratados igualmente.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece também através da
súmula nº 06 que o quadro de pessoal organizado em carreira só será valido quando
homologado pelo Ministério do Trabalho. Oportuno se torna expor o teor do enunciado,
a saber:
TST Enunciado nº 6 - RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969 - Incorporação das Súmulas nºs 22, 68, 111, 120, 135 e 274 e das Orientações Jurisprudenciais nºs 252, 298 e 328 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Quadro de Carreira - Homologação - Equiparação Salarial I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. - Nova Redação - Res. 104/2000, DJ 18.12.2000 II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. (exSúmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982) III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003) IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970) V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. (ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980) VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior. (ex-Súmula nº 120 - alterada pela Res. 100/2000, DJ 20.09.2000) VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298 - DJ 11.08.2003) VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977) IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res.
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121/2003, DJ 21.11.2003) X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002).
Outros fatores que têm relevância quando da elaboração do PCS é o
modelo adotado quando da sua idealização:
- modelo clássico ou tradicional: surgiu com a Administração Científica, pelos
defensores da burocracia. Segue o modelo de sistema fechado e atende á teoria da
máquina, uma vez que dá as pessoas o mesmo tratamento concedido às máquinas e
recursos físicos.
- modelo humanístico: foi desenvolvimento a partir da experiência de Hawthorne
Cuidou5 apenas do contexto do cargo e não do conteúdo em si.
- modelo contingencial: representa uma abordagem mais ampla e atual. Baseia-se nas
cinco dimensões essenciais do cargo: variedade, autonomia, significado, identidade e
retroação. Tais variedades provocam três estados psicológicos nas pessoas:
percepção pelo significado, das responsabilidades pelos resultados e conhecimento
dos resultados. Tão importante quanto o modelo a ser considerado ao padrão da
empresa outros fatores de especificidade devem ser levantados, tais como: requisitos
mentais (instrução, aptidão), requisitos físicos (esforço, habilidades),
responsabilidades e condições de trabalho. Para a empresa que implementa o PCS
este representa a um só tempo um custo e um investimento. Custo porque o salário se
reflete no custo do produto ou do serviço final e investimento, pois representa a
aplicação de dinheiro em um fator de produção – o trabalho como uma tentativa de
conseguir um retorno maior a curto ou médio prazos.
Por fim, qualquer que seja o método de análise, as informações sobre o
cargo (descrição) deve ser montada e registrada de forma padronizada para facilitar o
processo. Para que seja eficaz a política salarial deve atender aos seguintes critérios:
- ser adequado: aos padrões mínimos estabelecidos pelo governo ou pelo acordo
sindical;
- ser equitativa: em relação a esforço, habilidade e capacidade profissional;
- ser balanceada: subornos a benefícios deve proporcionar um pacote total de
recompensas;
- ter eficácia quanto a custos: em função do que a organização pode pagar;
- ser segura: motivar o trabalho produtivo;
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- ser aceitável para os empregadores: sistema sazonal para empregados e
organização.
3.3 Remuneração e Salário
Ao buscar definições e distinções quanto aos elementos que compõem a
remuneração e o salário verificamos que nem mesmo a própria Consolidação das Leis
do Trabalho traçou esta distinção. Para Sergio Pinto Martins (2009):
“ Remuneração é o conjunto de retribuições recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidade, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades básicas e de sua família
Deste modo alguns técnicos tentam classificar separadamente o salário da
remuneração, sendo a remuneração genérica e o salário específico. Embora o salário
possa se apresentar entre várias figuras, distingue da remuneração pela diversidade
que esta se apresenta. Como veremos a remuneração é formada por dois grupos de
salários, onde o salário fixo está relacionado com uma legislação que o constitui e o
salário variável que é dependente da relação de trabalho e da continuidade.
Salário Fixo é o valor devido pelo empregador, já definido em contrato de
trabalho, não dependendo de circunstâncias alheias, vinculado apenas à presença do
empregado no trabalho, podendo se apresentar através de diversas figuras:
a - salário-base: também chamado de salário contratual, é pago diretamente pelo
empregador e utilizado normalmente como base para os cálculos;
b - salário mínimo: fixado por lei, valor mínimo a ser recebido pelo empregado com
jornada mensal de 220hs, corrigido anualmente pelo governo;
c - piso salarial: valor determinado pela categoria do empregado ou atividade
econômica da empresa; previsto em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato);
d - salário profissional: exclusivo para as categoria dos profissionais liberais: médicos,
advogados, engenheiros, dentistas, etc. instituído pela legislação que regulamenta a
profissão.
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e - salário normativo: valor determinado pela categoria do empregado ou atividade
econômica da empresa; previsto em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato);
f - salário líquido: valor a ser recebido pelo empregado após os cálculos legais das
verbas trabalhistas devidas: folha de pagamento, rescisão, férias, décimo terceiro; e os
respectivos descontos: irrf, inss, contribuição sindical, vale refeição, vale transporte,
etc.
g - salário bruto: valor que se apresenta nos cálculos legais antes da redução dos
encargos e descontos devidos: folha de pagamento, rescisão, férias, décimo terceiro.
Salário Variável é uma retribuição fornecida pelo empregador; em dinheiro ou in
natura, podendo ocorrer em previsão contratual ou pela pratica habitualmente
adotada, podendo ser em percentagem, meta, prêmio, comissão, etc.
A Constituição Federal garante àqueles que recebem exclusivamente o
salário variável, remuneração nunca inferior ao mínimo - inciso VII, art. 7º. A CLT art.
457 preceitua: “compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber” Salário variável deve preencher
alguns requisitos para se transformar em remuneração, pois sua constituição depende
desses elementos:
- Habitualidade: entende-se por habitualidade o que é sucessivo ou contínuo, mesmo
que intermitente.
- Peridiocidade: a remuneração apresenta em período, podendo o mesmo variar, mas
certo que pagos em data pré-fixada ou após a prestação de serviço. O salário não
pode ser fixado em período superior a um mês. Já comissão, gratificação ou
percentagem podem ser pagos num período superior a um mês. Art. 459 CLT.
- Quantificação: é da natureza da relação de trabalho que ela seja onerosa, razão pela
qual poderá ser o valor quantificado.
- Essencialidade: é a remuneração objeto obrigatório na constituição do contrato
individual de trabalho, pois não é permitido ser gratuito.
- Reciprocidade: sendo o contrato de trabalho acordo entre as partes, os direitos e
obrigações.
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4 O VALOR DO CONHECIMENTO E A CERTEZA DE UMA PRESTAÇÃO
EFICIENTE
Devemos levar em consideração que atualmente a vida está acima de tudo
e não subordinada a tudo. A tecnologia não alterou a natureza humana, mas sim
novas formas de se abordar e conceituar temas como produtividade, eficiência e
espírito de equipe, presentes cada vez mais em ambientes competitivos.
O desenvolvimento histórico da humanidade demonstra que as
transformações e as evoluções acontecem desde que o homem desenvolveu os
conhecimentos e habilidades necessárias para trabalhar o meio físico, simplificá-lo e
transformá-lo segundo suas carências. O conhecimento prático-específico tornou-se
ferramenta fundamental no diferencial entre empresas que trabalham com processos
em massa. Gerir o conhecimento nada mais é do que o conjunto de pessoas,
apoiados por ferramentas de Tecnologia da Informação, voltados a capturar,
organizar, armazenar, proteger e, sobretudo, compartilhar o conhecimento das
pessoas, sob suas duas formas: conhecimento explícito (dados e informação) e
conhecimento tácito (habilidades e experiência).
O conhecimento que aqui se quer ver tecido envolve todo o material
codificado e posto a disposição dos prestadores de serviço de modo a facilitar e
padronizar o resultado oferecido pela empresa fazendo disto sua marca, sua razão.
Uma grande parte do valor em administrar o conhecimento fazendo-os disponíveis,
está em proteger os ativos e reduzir as perdas de capital intelectual. Particularmente,
me tempos de crise, quando há um provável aumento no turnover a empresa não quer
perder todo o valioso investimento despendido à sua equipe. Prova deste investimento
no campo da advocacia está em pesquisa do GVlaw, Programa de Especialização e
Educação Continuada em Direito da GV (Escola de Direito de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas), com 300 profissionais de todo o país, apontando diferença de 144%
entre os ganhos de advogados com mais de 12 anos de formação e os rendimentos
de recémformados. Os resultados foram classificados em 3 divisões: profissionais com
mais de 12 anos de formação (que perfizeram 34,58% do total); profissionais cujo
tempo de formação se localiza entre 6 e 11 anos (31,25% do total respondente); e,
profissionais com menos de 05 anos de formação (34,17%). A renda média individual
mensal do primeiro grupo ficou em R$ 10.463,90. Valor 83,59% superior ao grupo
intermediário, cuja renda mensal média foi de R$ 5,699,30. Já com relação ao grupo
com menos experiência, a média salarial ficou em R$ 4.273,2 mensais, elevando a
diferença para 144,87%. Um funcionário bem treinado, com capacidade de
desenvolver bem as atividades em qualquer ambiente da empresa é resultado de um
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investimento. Em artigo sobre gestão de grandes escritórios de advocacia
confeccionado pela autora Lara Salem, a mesma aponta que a habilidade de algumas
empresas em sobreviver está relacionada a capacidade de transferir o conhecimento
entre seus membros para conter efeitos da evasão dos indivíduos-chave. “O
conhecimento administrado não é apenas útil aos membros do escritório, como
também é um recurso para auxiliar estagiários e novos advogados a se integrar à
equipe e fazer com que eles próprios adquiram maior velocidade em seu trabalho.”
A busca constante de diferenciação profissional, a criação de novos
processos de atendimento, descoberta de novas demandas, novas necessidades não
atendidas de clientes, são fatores competitivos fundamentais para superar a
concorrência. Mas estas inovações só serão possíveis para o profissional que
sistematicamente desenvolver sua criatividade e capacidade de inovação criando
continuamente mudanças com o objetivo de atender cada vez melhor seus clientes e
ocupar espaços de mercados inexplorados. Por tais razões é que cada vez mais as
grandes organizações tem despendido maiores recursos para a atualização do
conhecimento profissional e tecnológico que possam de alguma forma auxiliar no
desenvolvimento de suas atividades e transmitindo segurança e confiança na
consolidação da empresa, ao passo que toda a gestão envolvida também participa do
novo ciclo de ambientação motivacional
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Das breves considerações tecidas quanto aos fatores de motivação e
estimulo das grandes organizações de serviços jurídicos nesta fase de globalização
generalizada, grandes empresas estão descobrindo em seus colaboradores sua maior
fonte de renda. Isto se deve ao fato da necessidade de intensificar a aplicação do
conhecimento em organizações bem-sucedidas, ao passo que elas demandam um
maior numero de pessoas com habilidades e destrezas indispensáveis à manutenção
e competitividade do negócio.
As pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e
promove o sucesso organizacional, passando a construir a competência básica do
negocio, principalmente no que tange a prestação de serviços jurídicos. Separar o
trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão impossível pois uma depende
da outra para subsistir. Crescer na vida e ser bem-sucedido quase que significa estar,
atualmente, dentro de grandes organizações. Assim, para que esta simbiose seja
reflexo de sucesso muitos escritórios já despertaram para a necessidade de se
trabalhar também com fatores motivacionais no interior de suas equipes. Desta feita, o
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que notamos é o aumento considerável da valorização do ser pessoa enquanto
material humano indispensável ao sucesso.
Ser este que deve ser nutrido e mantido com estímulos certos, segurança,
conhecimento, certezas, desafios e retribuições. O material humano pode aumentar ou
reduzir as forças e fraquezas de uma organização dependendo da maneira como são
tratadas. Para que o sucesso seja alcançado é indispensável tratá-lo como elemento
de eficácia!
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1. Aqui pensa-se no conceito de produtividade por Erich Fromm, o qual ao analisar a natureza e o caráter do homem identifica orientações improdutivas (receptiva, exploradora, acumulativa e mercantil) e orientação produtiva da caráter. Para o renomado psicanalista e filósofo de Frankfurt a “orientação produtiva” da personalidade “[...] refere-se a uma atitude fundamental, um modo de relacionamento em todos os setores da experiência humana. Abrange reações mentais, emocionais e sensoriais aos outros, a si e aos objetos. A produtividade é a capacidade do homem para usar de suas forças e para realizar as potencialidades a ele inerentes”. E completa: “Se dizemos que ele tem de usar suas forças subentendemos que é a livre e não depende de alguém que controle suas forças. Subentendemos, ademais, que é guiado por sua razão, porquanto só poderá usar suas forças se as conhecer, souber como usá-las e para que usá-las” (Cf. FROMM, 1981, p. 55- 105). 2. Estas servirão, principalmente, de base a um consenso sobre o certo e o errado, sobre o justo e o injusto, sobre o que vale e o que não vale, garantindo assim a segurança nas relações entre os homens, ao mesmo tempo em que permite a cada homem encontrar-se e definir-se num contexto ou universo significativo (Cf. MACHADO, 1991, p. 07-08).