revista nosso alho - abril de 2012

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NOSSOALHOVENDA PROIBIDANMERO 13ABRIL 2012ISSN 2177-2959Fotografia: Mahdi AbdulrazakEDITORIALPiisioixri Rafael CorsinoVici-iiisioixriOlir SchiaveninPiisioixri oi uoxiaMarco Antnio LuciniJuioico Jean Gustavo MoissClovis VolpeCoianoiaooiisAnita de S. D. GutierrezCamila P. da CunhaClovis VolpeFernanda R. FernandesFrancisco Vilela ResendeHermes Bomfim NetoJadir Borges PinheiroJean Gustavo MoissJos Baldin PinheiroJos Luis BurbaRicardo Borges PereiraWarley M. NascimentoTisouiiiioDarci MartarelloSiciiriio Exicurivo Renato MendesJoixaiisra iisioxsviiMariana Leal R. Campos | [email protected] i oiaciaxaoMarina Mendes da RochaForo CaiaMahdi Abdulrazakabout.me/mahdiabEscritrio da AnapaSRTVS Quadra 701 Bloco A Sala 813Centro Empresarial BrasliaBraslia-DFTelefone: (61) 3321-0821Fax: (61) [email protected] Alho uma publicao da Associao Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA) com uma tiragem de 5.000 exemplares. As concluses dos artigos tcnicos e as opinies so de responsabilidade de seus autores. Nosso AlhoISSN 2177-2959ParceirosColaboradoresANAPAAssociao Nacional dos Produtores de AlhoINDUCORCaro Leitor,Iniciamos2012compositivismoecertosdorduotrabalhoque enfrentaremos pela frente: a renovao do direito antidumping, que tem validade por cinco anos, e o julgamento da Arguio do Des-cumprimento do Preceito Fundamental (ADPF 177), que tem por objetivo garantir o efetivo pagamento das tarifas de importao. Sendo assim, renovamos os votos de valorizao do produtor ru-ral brasileiro e evidenciamos a luta diria de cada cultivo do alho. Por isso, que em mais esta luta, o setor precisar estar unido para garantiracontinuidadedaatividadeemnossopas.Destaforma, convidamos todos a estar atentos s demandas que surgiro no de-senrolar destes pleitos. Ademais, reiteramos o compromisso da Associao Nacional dos Produtores de Alho com o produtor brasileiro e a produo nacio-nal e relembramos que o Brasil merece uma produo agrcola digna e reconhecida. Tenha uma tima leitura! A ANAPA valoriza o produtor brasileiroRafael Jorge CorsinoPresidente da ANAPA06Mercado de alhoargentino e Baiano08caParenovao da Tarifa Antidumpinge Julgamento da adPF 177cUrTaS 04leITUrarecoMeNdada62 crdito: Marco Antnio Lucinio poder de condimentao do alho 23caracterizao molecular de bancos de germoplasma de alho e implicaes no melhoramento gentico29ARTIGOS aGeNda58 RECEITASorvete de alho Negroe Morango 60Melhoria no estabelecimento de plntulas em lavouras de cenouras40Mal do P da Batata-doce4718ChOnAnPioneiro do Alho no Brasil Alho industrializado perde propriedades teraputicasSegundo pesquisa feita na Agncia Paulista de Tec-nologia do Agronegcio (APTA), o alho perde pra-ticamentetodasassuaspropriedadesfuncionais dependendo do tipo de processamento ao qual submetido.AagrnomaPatrciaPraticomparou trs processos de industrializao do alho: picado e frito, fatiado e frito e em forma de pasta.Fonte: Karina Toledo - Agncia FapespCurtasProdutores solicitam desonerao de IPI para embalagensEmaudinciarealizadadia03/04, com o Ministro da Integrao Na-cional Fernando Bezerra, os produ-toresruraissolicitaramadesone-raodoIPIparaembalagensde cebola,alhoecenoura.Opleito se deve a Soluo de Consulta n.13 da Receita Federal, que veda uma interpretaoabrangenteedeter-minaqueoprodutorruraldeva recolher o Imposto sobre Produtos (IPI) incidente na compra de em-balagens. O Ministro recebeu a co-mitivaemBraslia,formadapelo presidentedaAssociaoNacional dos Produtores de Alho (ANAPA), RafaelJorgeCorsino,oprodutor rural Joo Amaral, e Luis A. de Ca-margo, Jarinelson Menezes e Fran-cisco Herculano, representantes da indstria de embalagens. Fonte: ANAPANovo siteCurtas Inseticida para o tratamento de sementes Frmula FMC: proporciona ao sistmica e de contato Protege contra pragas iniciais Protege a raiz e a parte area da planta Excelente arranque inicial e velocidade na emergnciaROCKS. TRANSFORMANDO SEMENTES EM RESULTADOS.poder de transformao para a semente.Fazendo Mais pelo Campo fmcagricola.com.brEsteprodutoperigososadehumana,animaleaomeioambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instrues contidas no rtulo, na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteo individual. Nunca permita autilizaodoprodutopormenoresdeidade. FaaoManejoIntegradode Pragas. Descartecorretamenteasembalagenserestosdeprodutos. Uso exclusivamente agrcola.CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRNOMO. VENDA SOB RECEITURIO AGRONMICO.ATENOProduto em fase de Cadastro Estadual nos Estados do Paran e Esprito Santo.NossoAlho | Abril de 2012 6Mercado de AlhoVamos pensar um pouco sobre a situao do alho em Cuyo(regiogeogrfcadaArgentinaformadapelas provncias de La Rioja, San Juan, San Luis e Mendoza) Sabemos que o volume da produo argentina no acarreta muitas oscilaesnospreos,especialmentequandoplantamosmuitoe vendemos pouco. China um pas exportador de alho? na realidade sim, mas a Chi-na s exporta 4% de toda produo que dispe. Para a sua econo-mia, deixar de exportar alho no alteraria as fnanas; Argentina um pas exportador de alho? Claro que um grande exportador j que vende mais de 65% do que produz e portanto, caso deixasse de exportar, enfrentaria um grande problema; Por que vender o mesmo que a China se podemos diferenciar? A Chinavendeoquepode,alhodeboaapresentaoetamanho, mas de baixa conservao e qualidade gastronmica (por isso que um alho barato); Cuyotemtimasopesdeproduzir,promovereaumentarsua ofertanoqueinternacionalmentesechamaalhosnobres,dife-renciados e de boa conservao, contudo, pretendemos competir com os chineses produzindo nosso prprio alho e tentando vend--lo para os mesmos clientes;Acreditamos que a estratgia cuyana tem que ser modificada: Abasteceromundocomalhosnobres(dealtaqualidadeculin-ria), durante os 12 meses do ano como se fossem recm-colhidos (existe a tecnologia e no cara); Oferecer alhos de alto valor agregado na origem (ricos em Alicina e Selnio como preventivos de doenas cardacas e diferentes tipos de cncer, aptos para diferentes usos gastronmicos e industriais, doces ou picantes, em diferentes embalagens e apresentaes, etc); Mobilizar o setor para a lei FIDA (Fundo para Integrao e Desen-volvimento de Alho), que ainda no est em vigncia; Melhorar a infraestrutura ps-colheita na fazenda e no galpo de armazenamentoedispordasferramentasfnanceirasadequadas para enfrentar 8 meses de cultivo e vrios outros de venda; Pode-se comparar os preos e as condutas dos mercados de uvas f-nas, suco de uva, uvas passas ou uvas de mesa? A resposta no. Da mesmamaneiraquenosepodecompararosnegciosdealhos roxos, brancos, vermelhos ou marrons. Cada um produzido em momentos diferentes, tem custos, conservao e destinos diferen-tes. A espcie a mesma, mas o produto fnal diferente. PensemosProjeto Alho/INTA Fevereiro 2012Jos Luis Burba Coordenador Nacional Projeto Alho/INTA La Consulta Mendoza Argentina [email protected] ArgentinoPor Jos Luis Burba Traduo: Camila Spohr MachryMercado de AlhoNos municpios de novo horizonte e Boninal, per-tencentesao TerritriodaChapadaDiamantinana Bahia, existem 300 pequenos agricultores familiares quecultivamaproximadamente200hadealho,e produzemanualmentecercade1.600toneladas.A produo gera 800 empregos diretos, podendo che-gar a 1000 contrataes indiretas.Opequenoagricultorfamiliarvemsofrendoa concorrnciacomoprodutoimportado,eisso refetenaestimativadequenoprximoplan-tio,entreosmesesdeabrilemaio,haveruma reduodereaplantadadeaproximadamente 60%,decorrentedofatocitadoacima.Casono seja solucionada com urgncia essa questo, a pro-duo de alho realizada pela agricultura familiar na Panorama da Cultura do Alho na Chapada Diamantina - BahiaPor humberto Carvalho Morais Tcnico da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrcola [email protected], deixar de existir causando um enorme xo-do rural e diminuio na arrecadao de impostos por parte do governo.nos ltimos cinco anos, observamos uma reduo de rea plantada, conforme tabela abaixo:ANO REA TONELADAS MUNICPIO2007 200 1.600 Novo Horizonte2007 80640 Boninal2008 180 1.440 Novo Horizonte2008 60480 Boninal2009 150 1.200 Novo Horizonte2009 50400 Boninal2010 150 1.200 Novo Horizonte2010 30240 Boninal2011 100800 Novo Horizonte2011 20160 BoninalNo ano em que as determina-es jurdicas sero fundamen-taispara a manuteno e desen-volvimentodaculturadoalho no Brasil (a renovao do direi-to antidumping e o julgamento da Arguio do Descumprimen-todoPreceitoFundamental ADPF177)outrasquestes acentuam o fato de que a cultu-radoalhonoBrasilextrapola uma lgica de mercadoPanorama do AlhoQuem quer maior produtividade, exige qualidadeProdutoGesso 16% de S 20% de CaOCalcrio DolomticoCalcrio DolomticoCalcrio CalcticoCalcrio CalcticoCalcrio CalcticoCalcrio DolomticoCalcrio DolomticoFbricaOuricur (PE)Ita de Minas (MG)Sobradinho (DF)Sobradinho (DF)Rio Branco do Sul (PR)Pinheiro Machado (RS)Itapeva (SP)Paracat (MG)PN (%)1009095908010085PRNT (%)95 a 10085 a 9085 a 9075 a 8075 a 8080 a 8585 a 95CaO (%)41 a 4540 a 4342 a 4542 a 4540 a 4428 a 3026 a 30MgO (%)6 a 105 a 63 a 53 a 53 a 519 a 2116 a 18www.vcimentos.com.br|SAC: 0800 701 9895|F: (16) 3019.8110|[email protected] 21X7z.indd 1 10/08/11 14:41Rafael Jorge Corsino Presidente da ANAPAAorganizaodosetoremumaentidaderepresentativadeclasseevidencia a nsia dos produtores em uma busca real de manter viva a cultura do alho no Brasil. Apenas desta forma que conseguimos pleitear algumas aes que visamgarantirapermanncianocampo,afnal,somuitosanosdelutae crena na busca de uma gradativa retomada da produo. No fcil! Muito seinvestiuemtecnologia,desenvolvimento,produtividadeequalidade,mas tambm acompanhamos a desistncia de vrios produtores da atividade. Assis-timos perplexos entrada cada vez maior do produto importado, a fragilidade no controle da importao e a inadequada fscalizao de qualidade do bulbo. Entretanto, este ano, mais uma vez, graas iniciativa dos PRODUTORES BRASILEIROS, estaremos frente a duas decises importantssimas ao setor: a renovaododireitoantidumpingeojulgamentodaADPF177.Casotais iniciativas sejam regulamentadas, a concorrncia desleal praticada pelo proces-so de importao ser inibida. Esse ser um modo de impedir que a produo brasileira venha a sucumbir. Afnal, quando produzimos em solo nacional geramos, alm de tudo, emprego e renda. So milhares de trabalhadores no campo, uma populao rural que provavelmente no seria abarcada em outros segmentos da economia e conta-bilizamos 10 pessoas empregadaspor hectare de alho plantado. Comprovamos ainda, que o cultivo de alho uma das principais alternativas aosprodutoresdaagriculturafamiliar,quedegeraoemgerao,hanos apostam e investem na produo de alho brasileiro, e fazem do cultivo do bulbo a construo da histria do setor. Por fm, fomentamos a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia. Logo, nosso papel enquanto produtores, empregadores e representantes sociais, est explci-to. O que queremos daqui para frente so a proteo e a valorizao da agri-cultura brasileira.Panorama do AlhoNossoAlho | Abril de 2012 10A NECESSRIA E LEGTIMA RENOVAO DO DIREITO ANTIDUMPING SOBRE O ALHO CHINSO ano de 2012 ser de crucial importncia paraosetoralheiro.Estaafrmaotem sentido quando se constata que o direito antidumping, atualmente incidente sobre oalhochins,temvalidadeparaat 13/11/2012.Esseprazofnal,queiniciousuacontagemem 14/11/2007comavignciadaResoluo52/07, da CAMEX, tem por consequncia eliminar o de-ver do importador do alho chins de recolher US$ 5,20 por caixa de 10 kg, quando do desembarao. Em termos prticos, o alho chins entrar no Bra-silcercadedezreaismaisbarato,levando-seem conta a cotao mdia atual.Casoissoocorresse,certamente,seriaofmda produo de alho em solo brasileiro. Se com o di-reito antidumping em vigor o alho chins consegue imporseupreo,emumafagranteconcorrncia desleal,apontodeoalhoservendidoabaixodo preodecusto,semesseinstrumentooprodutor nacional certamente sucumbiria.Jean Gustavo Moiss e Clovis Alberto Volpe Filho Diretores Jurdicos da Associao nacional dos Produtores de Alho - AnAPAPanorama do Alho11 NossoAlho | Abril de 2012Daanecessidadedeserenovarodireitoanti-dumping, conforme j vem sendo feito desde 1996. Todo direito antidumping institudo tem validade decincoanos,eparacontinuaravigerporigual perodo, precisa passar por um processo de reviso, que dura em mdia um ano.Paraquehajaoprocessodereviso,aAnAPA ter que peticionar junto ao Ministrio do Desen- volvimento,IndstriaeComrcioExterior (MDIC), para formalizar seu interesse na renova-o. Aps isso, a AnAPA ter que provar que ainda existeodumping,fcandoprorrogadooatualdi-reito antidumping durante esse perodo de reviso.Atualmente,odireitoantidumpingestsedi-mentadoemnossoordenamentojurdiconaLei no9.019/95enoDecreton.1.602/95,dispondo ambossobreaaplicaodosdireitosprevistosno AcordoAntidumpingenoAcordodeSubsdiose Direitos Compensatrios.1Mas,oqueaAnAPAprecisafazerparaqueo direito antidumping seja prorrogado por mais cin-co anos? Basicamente, provar que a importao do alhochinscontinuaacausardanoaomercado interno;paratanto,aAnAPAdeveseguirrigo- rosamentetodososprocedimentos,protocolos eformaslegaisexigidasparaafxaododireito antidumping, apoiando o corpo jurdico com dados e provas documentais. Provado que o dano oriundo do dumping, renova-se o direito antidumping.A prova do dumping, em se tratando de merca-dochins,sedmedianteaanlisedosdadosde um terceiro pas, no caso a Argentina. Explicando melhor: a legislao em vigor autoriza que, para a apurao da prtica de dumping do alho chins, se-jam considerados dados colhidos em terceiro pas (a Argentina), segundo a metodologia prevista no art. 7 do Decreto 1.602/95.1h informaes que um novo arcabouo jurdico sobre a matria est sendo preparado pelo atual Governo Federal, com a inteno de agilizar todo o procedimento relativo a fxao do direito antidumping.Areferida met odol ogi a lcitaeestde acordo, tambm, com o Protocolo de Acesso da Repblica Popular da Chi-naOrganizaoMundial de Comrcio (integrado ao direi-to brasileiro pelo Decreto 5.544/2005). Comefeito,noreferidoprotocolofcou reservada aos demais membros da OMC a faculdade de utilizar, nos casos de in-vestigaodeprticadedumpingque envolvaprodutoschineses,ametodo-logia apropriada a pases de economia de mercado ou a aplicvel a pases que no o so. Estabeleceu, ainda, em seu inciso d, que essa faculdade ter du-raode15anoscontadosdadata da acesso da China Organizao, ou seja, at 2016.note-se,assim,queodireito antidumping se trata de mecanis-mo jurdico utilizado pelo Esta-doparaaproteodesuapro-duo interna, contra eventuais prticasdesleaisdecomrcio exterior,tendocomonico objetivoadefesacomercial dopas,atualmenteditada pelaliberalizaoeglobali-zao comercial, preservan-do,repita-se,aindstria Panorama do Alhodomstica do pas im-portadordepossveis prejuzoscomerciais. Paraessefm,utiliza-se de medidas antidumping.Paraosetoralheiro, demaneiraespecfca,a medidaantidumpingfxada em2007possibilitouama-nutenodaclasse.Entre 2008 e novembro 2011, so-mente a ttulo de direito an-tidumping do alho chins, o GovernoFederalarrecadou maisdeUS$191milhes (Fonte Aliceweb).Este montante sinaliza a importn-cia em se manter o direito antidumping sobreoalhochins,nosemrespeitoa uma histria de lutas, mas tambm como for-ma de continuar a proteger o produtor da con-corrnciadeslealperpetradaacadadiapelos importadoreseexportadoresdesteproduto to importante para economia nacional.A AnAPA e seu Departamento Jurdico esto preparados para enfrentar esse desa- fo,masserprecisooapoioincondi-cionaldaclasseprodutoraedosentes envolvidos, para que assim possamos, em conjunto e lado a lado, vencer mais essa batalha.CRONOGRAMA DERENOVAO DO DIREITO ANTIDUMPINGAResoluon.52/07,daCAMEX,publicadanodia 17/11/2007, temvalidade de5anos. Assim,em16/11/2012 odireitoantidumpingincidentesobreoalhochinsser extinto caso no seja feita a renovao.Para realizar a renovao do direito antidumping, alguns procedimentos necessitam ser adotados: Requerimento de reviso dirigido ao Diretor do DECOM com antecedncia mnima de 5 meses da data do trmi-nodoantidumping.Ouseja,atofnaldomsdemaio; Aps esse requerimento, que no precisa ser instrudo, a ANAPA ter que providenciar a Petio de Reviso, a qual deve ser protocolizada at noventa dias da data do trmino do direito antidumping, isto , at no mximo 10deagostode2012; Esta Petio de Reviso a mais importante, pois deve estar bem instruda para comprovar o dumping; Continuavalendoaregradomercadoargentino,em facedanaturezadaChina(noeconomiademercado); Todos os documentos devero ser traduzidos por tradu-torofcial; Apsoprotocolodesteinstrumento,noprazode12 meses dever ser fnalizado o procedimento de reno-vao, devendo, neste perodo, permanecer inalterado o direito antidumping; necessrio contrapor todos os argumentos dos impor-tadores e exportadores. A aplicao da medida antidumping no garantiu ao setor que os preos praticados no mercado fossem equilibrados. Mes-mo com a determinao de recolhimento e pagamento detaxas,algumasempresasimportadorasconseguiam najustialiminaresdejuzesfederaisconcedendo-lhes odireitoaonopagamentodasmesmas.Paraconter essa situao a AnAPA cassou mais de 50 liminares que vigoravamemfavordosimportadoresecontraaclas-seprodutora,masissonoimpediaquenovasfossem proferidas. Ento, em julho de 2009, foi interposta uma ao no Supremo Tribunal Federal, a Arguio de Des-cumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 177, que teve porobjetivoduasquestesprincipais:cassarasliminaresem vigor e impedir que novas decises fossem proferidas. Alicer-adasobosfundamentosdeofensasoberaniaeconmica; ofensa concorrncia; e ofensa ao princpio da separao dos poderes, deve ser julgada em breve. Confra a entrevista com o doutor Clovis A. Volpe Filho, da Dire-toria Jurdica da AnAPA, sobre a ADPF 177. NOSSOALHO-Podemosconsiderarindependentementedore-sultado, a interposio da ADPF um marco para a classe produtora?Sim. Primeiro porque ps fm a um ciclo de liminares concedidas sem fundamentao por juzes federais. Segundo em razo de ter pos-sibilitadoumequilbrioentreoprodutoimportadoeonacional,j ADPF 177 Arguio de Descumprimento de Preceito FundamentalArtigoque com o recolhimento do antidumping a concor-rnciafcoumaisleal,muitoembora,aindahoje, identifcamosoutrosartifciosqueimpedemum ambientemaisprsperoparaoprodutonacional, comoporexemplo,atriangulaoeosubfatura-mento.Eterceiro,emvirtudedeterpossibilitado ao produtor um novo horizonte, acreditando mais no produto nacional e no potencial do setor alheiro. Por fm, a ADPF 177 tambm um marco para a defesacomercial,hajavistaquetrabalhaamatria em benefcio da soberania econmica brasileira.NOSSOALHO-AADPFdeveserjulgadaem breve, tendo em vista que o relator da ao minis-tro Carlos Ayres Britto foi eleito como novo pre-sidentedoSupremo TribunalFederal(STF)ese aposenta em novembro?Independente desses dois fatos, o jurdico sempre teve como cronograma o julgamento antes de outu-brode2012.Obviamentequeessenovocontexto pode contribuir para que o mesmo seja cumprido.NOSSO ALHO - Como voc avalia as chances de xito no julgamento da ADPF em favor dos pro-dutores de alho?Deformamuitootimista,nosemrazodos pareceres favorveis da AGU e da PGR, mas tam-bm pela certeza de que a tese defendida na ADPF constitucionalerefeteumaquestodejustia para a produo nacional.NOSSO ALHO -A interposio da ADPF e seu brevejulgamentopodembenefciardealguma formaoutrossetoresdaagriculturaquetambm sofram com a concorrncia desleal?Com certeza, ser um precedente que benefciar nososetoragrcola,mastodosetorquetem difculdades em razo da concorrncia desleal com produto chins. Todos os segmentos sero benef-ciados, ainda que indiretamente. NOSSO ALHO - Como a deciso ou a interposi-o da ADPF podem contribuir para a efetivao do direito antidumping? ComorecebimentodaaopeloSupremo,e otrabalhodebasefeitonos TribunaisInferiores, os juzes passaram a analisar com mais acuidade a matria,formando,inclusive,umarobustajuris-prudnciasobreotema.bomressaltarqueos prpriosimportadoresafrmaramnaADPFque no mais iriam pleitear a liberao sem o recolhi-mento do antidumping, o que gerou um aumento na arrecadao incidente sobre o alho chins.NOSSO ALHO - Alguma outra considerao? O ano de 2012 um ano chave para, pelo me-nos, os prximos cinco anos do setor alheiro. Alm do julgamento da ADPF, teremos que enfrentar a revisoerenovaododireitoantidumping,que envolve um procedimento com durao de aproxi-madamente 18 meses. Assim, a AnAPA precisar contar com o apoio incondicional da classe, alm de unir todos os especialistas do setor para um s objetivo: manter viva a cultura do alho, fomentan-do a produo e a criao de emprego no setor.DAS REALIZAES Foi interposta em julho de 2009; h dois pareceres favorveis AnAPA: Procurado-ria Geral da Repblica e Advocacia Geral da Unio; h quatro interessados: CnA, AnIA, SAGASP eSindicatodos TrabalhadoresRuraisdeFlores da Cunha; O relator o Ministro Carlos Ayres Britto; Esta pronta para ser julgada. NossoAlho | Abril de 2012 18Umbreveresgatehistricodopioneirodoalhono Brasil,compostodesaudosaslembranaseexcelen-teshistrias.Perseverana,coragemedeterminao, fazemdeChonan,ojaponsquefalaumportugus carregado de sotaque, o cone da produo do bulbo brasileiro, que inquestionavelmente leva seu nome.naprimeiraediodaRevistanossoAlho, Takashi Chonanfoimatriadecapa. Trsanosdepoise,no anodassignifcativasconquistasdaclasseprodutora dealho,umahomenagemqueleque,desementea semente, se props a mudar defnitivamente o rumo do alho no Brasil. Pois, saindo do Japo aos 21 anos de idade, sozinho, com um diploma de tcnico agr-cola e quase 60 dias dentro de um navio, chegou ao pas com a esperana de mudar sua vida e acabou mo-difcando a de tantos outros.Pioneiro do AlhoPor Mariana LealFotos: Mariana Leal19 NossoAlho | Abril de 2012Pioneiro do AlhoNossoAlho | Abril de 2012 20Recm-chegadoSoBernardodoCampo,em 1958, Chonan comeou atrabalhar em uma gran-jaeaosfnaisdesemanavendiaosovosnafeira. Atento, observara que o alho consumido no pas era quasequetotalmenteimportado.Eseperguntou: SerquedparaproduziralhonoBrasil?Minha ideiaeraproduzirsemelhantescaractersticasdo importado. Mas antes da resposta, resolveu conhe-cer melhor outras regies do pas e seguiu rumo ao Sul. no meio do caminho reencontrou um compa-nheiro de viagem de navio, Sidahiro Jimbo, que se tornou personagem importante na histria de Cho-nan. Em 1961, estava casado e morando na colnia japonesaemFreiRogrio,municpiodeCuritiba-nos em Santa Catarina, e iniciava o plantio de alho. Coletou algumas sementes de diferentes regies e comeou a plantar. Como? Experimentando. E so-zinho.Aolongodedezanos,iniciadosem1963, Chonan, testou, mudou, corrigiu, plantou, selecio-nou e melhorou as sementes at conseguir um pa-dro, em uma poca em que no haviam registros tcnicos,basestericasepesquisasquepudessem fundament-lo ou auxili-lo. Era tudo pioneirismo mesmo.Encontrava-se por a alguns alhos brancos, pequenos, de baixo valor comercial. Mas alho roxo erasodeleecolheualgoemtornode500qui-los. Inclusive, muitos consideravam excntrica essa ideia,epoucosachavamqueoalhoteriafuturo. Mas seu amigo Jimbo, disse: Esse alho no vai per-der em nada para o importado, exclamou Chonan. Ecompleta,Foiaprimeirapessoaquevalorizou meu trabalho, justo no momento em que pensei em desistir da produo. Mas Jimbo, alm de empre-endedor, era seu principal motivador. Um ano depois, em 1974, ilu-minado por lampio, recebera a visitadeSrgioMrioRegina, representantedoMinistrio daAgricultura,quandoouviu: EsseomelhoralhodoBra-sil.nomesmodia,iriacom Srgioaumareunionaprefeituraeacaminho, dentro de uma Kombi com outras pessoas, algum questionou: como nomear essa variedade? Respon-deram: Como foi o Chonan quem se dedicou tan-to a isso, pode ser o nome dele mesmo. Achei que estava bom, mas fcou uma conversa entre a gente, descompromissada, diz Chonan. Passados alguns minutos do incio da reunio, Srgio levantou-se e disse: apresentamos a melhor descoberta na cultu-ra do alho: a semente Chonan e falou por mais de duas horas sobre isso. SrgioMrioRegina:En-genheiroAgrnomo,ex-tensionistadaEMATER e,noMinistriodaAgri-cultura,criouaSecretaria nacionaldeProduoe Abastecimento,ondeim-plantou os planos nacionais de produo de alho, bata-ta, cebola, ma e tomate. 21 NossoAlho | Abril de 2012Depois desse dia, Srgio Mario Regina esteve por diversas vezes com Chonan. Assim como por muitos anos recebeu a visita de diversos tcnicos e agrno-mos que pesquisavam o desenvolvimento da cultu-ra. A notcia se espalhou, e a semente Chonan comeou a ser difundida por todo o pas.neste momento, Chonan j era referncia. Criouumavariedade,ganhoureconheci-mento, foi presidente da Associao nacional dos Produtores de Alho AnAPA e prefeito dacidadedeFreiRogrio-SC.Lutoupela cadeiaprodutiva,aessaalturaoalhoproduzido no Brasil compunha o cenrio de 90% de abaste-cimento interno, e as disputas comerciais com os importadores j estavam sendo travadas. Fez hist-ria. no incio colheu 500 quilos, depois produzia 3toneladasporhectares,entretantopermitiuaos demaisprodutoresepesquisadoresodesenvolvi-mento de tecnologia e a elevao de todos esses n-meros atualmente. Sobre seu pioneirismo, brinca: Parafnalizar,questionadosesuavidadedicada produo de alho valeu pena, Chonan respon-de com os olhos marejados: Sei que ajudei mui-to, mas o maior lucro que tive com o alho foram asamizadesqueconstruiaolongodetodosesses anos. S por isso, j valeu muito, fnaliza. Quando o preo do alho est bom, ando pela cidade de cabea erguida. Quando no, me escondo, risos.O alho utilizado como condimento e tambm como remdio pela humanidade h milhares de anos. Existe grande diversidade nas centenas de variedades, fruto do trabalho contnuo de seleo e melhoramento gentico que diferem em produtividade, ciclo de produo, re-sistncia a pragas e doenas, tamanho e formato do bul-bo, no nmero de bulbilhos por bulbo, na colorao do bulbo e do bulbilho, nas caractersticas do catflo e o mais importante: no poder de condimentao.A variedade predominante na produo brasileira o Alho nobre Roxo Chonan, introduzida pelo Sr. Takashi Chonan, no fnal da d-cada de 1970. Esta variedade conhecida pelo seu elevado poder de condimentao. nos ltimos vinte anos (1990 a 2010), a produo brasileira de alho cresceu, passando de 71 mil para 104 mil tonela-das: um crescimento de 46%. A importao do alho fresco cresceu neste mesmo perodo 625% (tabela 01). A Pesquisa de oramentos familiares (POF) de 2008-2009 do Ins-titutoBrasileirodeGeografaeEstatstica(IBGE)indicouumau-mento de 21% no consumo do alho em relao pesquisa anterior (2002-2003). O consumo brasileiro (nacional + importado) do alho fresco ou refrigerado cresceu de 92 mil toneladas em 1990 para 257 mil toneladas em 2010 um aumento de 179%.Profa Dra Marta Helena Fillet Spoto Engenheira Agrnoma - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz [email protected] Por Marta helena Fillet Spoto e Anita de Souza Dias GutierrezO PODER DE CONDIMENTAO DO ALHOArtigoDra Anita de Souza Dias Gutierrez Engenheira Agrnoma - Centro de Qua-lidade em Horticultura da CEAGESP [email protected],conhecidacomo WhiteouBrancoreconhecidaportermenor poder de condimentao que o alho Roxo brasilei-ro. Os principais pases exportadores para o Brasil no perodo de 1990 a 2010 foram: China, Argen-tina, Mxico, Chile e Espanha (fgura 01).A participao da China como fornecedora ofcial de alho cresceu nos ltimos 20 anos 658%, seguida da Argentina com crescimento de 458% (fgura 02).Os produtores brasileiros de alho vm tentando, h mais de 15 anos, atravs de medidas na Justia, difcultaraentradadoalhochins,quechegaao Brasilcompreosmuitobaixos,subsidiadopelo governo chins.A maior valorizao do alho Roxo um reconhe-cimentodoseumaiorpoderdecondimentao. Entretanto,acompetiodeslealdoalhochins impedeomaiorcrescimentodaproduobrasi-leira de alho. As afrmaes de que so necessrios cincobulbilhosdoalhochinsparaconseguira mesmacondimentaodeumbulbilhodoalho brasileiro e que na fritura o alho brasileiro (Roxo) fca dourado e o alho chins (Branco) queima, so comuns no mercado atacadista da CEAGESP pau-listana.Se assim for, o alho brasileiro pode custar cinco vezes mais que o alho chins, para o mesmo poder de condimentao. hoje a diferena mdia de preo entre o alho brasileiro e o chins em tor-no de 20% no mercado atacadista da CEAGESP.Ano Chins Argentino Mexicano Chileno Espanhol1990 0 9692 372 491 102421995 37998 45124 0 757 11562000 13325 56565 879 1476 165192005 71768 55585 196 481 25112010 97190 54083 286 231 1089Figura 01.Evoluo do volume de importao do alho fresco ou refrigerado por origem0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 19901995200020052010 Volume

(t)

AnoChins Argen6no Mexicano Chileno Espanhol Figura 02. Evoluo do volume de importao do alho fresco ou refrigeradoANO Chins Argentino1990 0 96921991 0 178071992 0 242831993 12814 268561994 27082 264441995 37998 451241996 40667 522181997 32159 472881998 13878 708861999 18260 527102000 13325 565652001 13049 598092002 31274 416582003 33410 560242004 31011 652222005 71768 555852006 62907 566902007 57786 746982008 86899 582142009 91916 548982010 97190 54083A Associao nacional dos Produtores de Alho AnAPA, solicitou ao Departamento de Agroinds-tria,AlimentosenutriodaEscolaSuperiorde AgriculturaLuizdeQueiroz-ESALQdaUni-versidade de So Paulo USP, a realizao de uma pesquisa cujo objetivo principal avaliar a diferena do poder de condimentao entre o alho Roxo (na-cional) e alho Branco (chins) atravs de anlise sen-sorial.Estapesquisaservircomobaseparaoutros estudos futuros como, por exemplo: as caractersticas fsico-qumicas,responsveispelopoderdecondi-mentao do alho Branco e do alho Roxo; a evoluo do poder de condimentao na ps-colheita; o efeito do tamanho do alho no seu poder de condimentao e o efeito de diferentes sistemas de armazenamento no poder de condimentao do alho.Acomprovaoeadivulgaodadiferenado poderdecondimentaoentreosalhosRoxoe Branco (brasileiro e chins), o caminho para mu-darofuturodaproduodoalhobrasileiroeda sua competitividade em relao ao alho chins. PRAZO: A pesquisa ter incio em 10 de abril e estar concluda em 180 dias.0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Volume

(t)

AnoChinsArgen6no Fonte: IBGE (SIDRA) e AliceWebAno Produo (t) Importao Total Importao %1990 71.087 21.133 92.220 231991 85.165 23.099 108.264 211992 78.889 26.919 105.808 251993 86.936 46.844 133.780 351994 84.172 53.780 137.952 391995 59.017 85.382 144.399 591996 52.455 102.293 154.748 661997 60.749 92.445 153.194 601998 55.217 103.960 159.177 651999 69.787 93.451 163.238 572000 84.141 88.807 172.948 512001 101.925 77.827 179.752 432002 114.436 79.334 193.770 412003 123.099 91.565 214.664 432004 85.597 101.164 186.761 542005 86.199 132.581 218.780 612006 87.779 120.565 208.344 582007 99.002 133.095 232.097 572008 91.714 145.811 237.525 612009 86.752 151.720 238.472 642010 104.126 153.141 257.267 60Tabela 01. Evoluo da produo e importao do alho fresco no Brasil em toneladas29 NossoAlho | Abril de 2012Camila Pinto da CunhaEngenheira Agronma e Mestre em Gen-tica e Melhoramento de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP).Poucas culturas agrcolas tm uma histria to fasci-nantes como a do alho (Allium sativum), usado por antigas civilizaes h mais de 5000 a.C. Mais do que ummerocondimentoparaconferirsaborearoma aos pratos, o alho era usado na ndia, China, Egito, Roma e Grcia como medicamento, principalmente, paradoenasgastrintestinaiseinfecciosas,citadona Bblia, Tor e no Codex Eber, famoso compndio de frmulas medicinais egpcio (1550 a.C.). hoje, devi-do s inmeras pesquisas cientfcas baseadas na tra-dio popular, o alho um ftoterpico aprovado pela Agncia nacional de Vigilncia Sanitria (AnVISA) epelaOrganizaoMundialdaSade(OMS),que atua no fortalecimento do sistema imune e no com-batedeproblemascardacos,hipertenso,diabetes, asmaealgunstiposdecncer,comodeestmagoe colo (Rana et al., 2011).Apesardaimportnciadacultura,afaltadeestudosbsicos,em especial,paraacompreensodainfertilidademasculina,foresci-mento, citogentica e hibridizao, compromete o desenvolvimento de programas de melhoramento gentico, mais efcientes, cujo xito ainda dependente da variabilidade gentica existente em bancos de germoplasma unidades de conservao e manuteno de recursos genticos vegetais (variedades e cultivares em uso e desuso, alm de gentipos exticos), em que cada exemplar nico chamado acesso. Por isso, vrios pases como Alemanha, Argentina, Austrlia, Chile, Coria do Sul, Estados Unidos, holanda, Itlia, Japo, Reino Unido, Turquia e Brasil mantm colees de alho. CARACTERIZAO MOLECULAR DE BANCOS DE GERMOPLASMA DE ALHO E IMPLICAES NO MELHORAMENTO GENTICOPor Camila Pinto da Cunha Francisco Vilela Resende e Jos Baldin Pinheiro Jos Baldin PinheiroEngenheiro Agronmo pela Universidade Federal de Lavras, Mestre e Doutor em Gentica e Melhoramento de Plantas e professor do Departamento de Gentica, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo (ESALQ/USP), Piracicaba, SP. E-mail: [email protected] Vilela ResendeEngenheiro Agronmo, Mestre e Doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal de Lavras, pesquisador do Centro Nacio-nal de Pesquisa de Hortalias, Embrapa Hortalias, Braslia, DF. E-mail: [email protected] colees mais fcil identifcar caractersti-casdeinteresseagronmico,comoporexemplo, resistnciaaestressesbiticoseabiticosoual-gumaspectomorfolgicodeinteresse.Devido incapacidadedeproduodesementesbotnicas verdadeirasnoexistepossibilidadedeimplanta-o de programas de melhoramento gentico con-vencionaisnaculturadoalho.novascultivares surgempelaocorrnciademutaesnaturaisem condies de campo, identifcadas pela observao minuciosa de produtores, tcnicos e pesquisadores. Acaracterizaomorfolgicadeacessosauxilia tcnicos e produtores na identifcao daqueles de maiorinteressecomercial.Dadosquantitativose qualitativos da parte area, bulbos, bulbilhos, fo-rescimento,rendimento,produtividade,ciclofe-nolgico, ps-colheita, resistncia a pragas e doen-as armazenados em bancos de dados, so usados nadistinodevariedades.noentanto,aclassi-fcao deacessos baseada somente no fentipo considerada ambgua e incompleta, por apresentar critrios diferentes em nvel nacional e internacio-nal, alm da alta infuncia do ambiente, impossi-bilitando estudos comparativos. nesse contexto, o uso de marcadores molecula-res,sequnciasdeDnAquerevelempolimorfs-mo entre indivduos, vantajoso. Entre os vrios tipos de marcadores moleculares existentes, os mi-crossatlites ou SSR (microsatellite ou simple se-quence repeats) apresentam destaque pela alta de-teco de polimorfsmos e ampla distribuio nos genomas,almdetimareprodutibilidadeentre laboratrios,sendoferramentaindispensvelem estudosgenticos,incluindoacaracterizaode bancos de germoplasma. Atualmente,avariabilidadegenticadoalhono Brasil est assegurada em quatro principais bancos degermoplasma:CentronacionaldePesquisade hortalias(Embrapahortalias),InstitutoAgro-nmicodeCampinas(IAC),EscolaSuperiorde AgriculturaLuizdeQueiroz(ESALQ/USP)e Empresa de Pesquisa Agropecuria e Extenso Ru-ral de Santa Catarina (Epagri/CEPA). no entanto, a grande quantidade de clones com denominaes regionaisoupopulareslevamacaracterizaesdu-vidosas do material, alm de excesso de duplicatas, reduzindo a efcincia de conservao desse impor-tante recurso gentico, devido necessidade de in-fraestrutura e mo de obra, muitas vezes limitantes. notrabalhoconduzidonoDepartamentode Gentica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) por Camila Pinto da Cunha(Cunha,2011),soborientaodoProf. Dr.JosBaldinPinheiro,novosmarcadoresSSR especfcosparaalhoforamdesenvolvidoseutili-zados pela primeira vez na caracterizao conjunta de acessos mantidos por diferentes instituies de pesquisabrasileiras,entreelasEmbrapahortali-as, IAC e ESALQ/USP. Parte dos resultados dessa pesquisa foi publicado na revista American Journal of Botany (Cunha et al., 2012) e outro manuscrito est em fase de preparao para publicao. Ospesquisadoresobservaramqueexisteuma alta incidncia de redundncia (aproximadamente 60%) entre os acessos avaliados, sendo 73 genti-pos diferentes encontrados com base na avaliao de17marcasSSRpolimrfcas,setedelasdesen-volvidasporpesquisadoresdaCoriadoSul(Ma etal.,2009).Aprticacomumentrealhicultores de renomear acessos localmente, especialmente de acordo com algum aspecto morfolgico particular ou com o nome do local de produo pode ser uma das explicaes para a alta incidncia de duplicatas nascoleesavaliadas,comacessosprovenientes dediferentesestadosbrasileiros:Acre,Bahia,Es-pritoSanto,Gois,MinasGerais,MatoGrosso do Sul, Mato Grosso, Paran, Rio de Janeiro e So Paulo.Deoutrolado,aaltavariabilidademorfo-lgica observada por hoogerheide (2009) entre os acessos considerados duplicatas nesse estudo, pode ser atribuda plasticidade fenotpica presente na espcie,ouseja,aoefeitodoambientenocresci-mento, bulbifcao e ciclo produtivo da cultura. Emcasosemquedadosagromorfolgicosno esto disponveis, o uso de marcadores SSR apre-senta vantagens que vo alm da informatividade, entre elas destacam-se a possibilidade de amostra-gemdetecidovegetalemqualquerfasedociclo produtivo e rapidez para obteno de dados, des-de que as marcas estejam bem otimizadas, permi-tindoclassifcaoprecisadosacessos.Atravsde diferentesmtodosestatsticosdeestruturaoda diversidade gentica (anlise Bayesiana, hierrqui-caeAMOVA),osautoresidentifcaramaforma-odedoisgruposdistintos,nomeadosS1eS2, concordantescomaclassifcaoquantoaociclo fenolgico, (i) precoces e tardios e (ii) intermedi-rios, respectivamente. Agrupamentos semelhantes j haviam sido documentados em trabalhosante-riores realizados no Brasil e no exterior, utilizando marcadores isoenzimticos e outros tipos de mar-cadoresmolecularesmenosinformativos,dotipo dominante(distinoentreausnciaepresena debandas),comoRAPDeAFLP(Bradleyetal., 1996; Buso et al., 2008; Ipek et al., 2003; Morales etal.,2010;Motaetal.,2004,2006;Pantheeet al., 2006; Pooler et al., 1993; Siqueira et al., 1985; Vieira et al., 2007; Volk et al., 2004).Adiferenciaoentreestesdoisgrupos,S1eS2 (Tabela 1), coerente com a histria dos acessos e com caractersticas morfolgicas (comunicao pes-soal com Dr. Francisco Vilela Resende da Embrapa hortalias e Dr. Walter Jos Siqueira do IAC). Os acessos precoces, entre elas Branco Mineiro, Canela de Ema e Sacaia Goinia, do grupo S1, esto entre as primeiras cultivares de alho introduzidas no Bra-sil durante a colonizao portuguesa. hoje, apenas pequenascomunidadesnonordeste(Piau,Para-ba,RioGrandedonorteeCear)cultivamesse tipoalho,daclasseconhecidacomoBrancoMi-CMYCMMYCYCMYKNunhems - Meia Pag - Cenoura.pdf 1 13/05/11 17:18neiro,menosexigenteemrelaocondiocli-mtica(fotoperodoetemperatura)paraformao de bulbos. As principais caractersticas desse grupo incluem:cicloculturalvariandoentre120e150 dias; tnica dos bulbos e pelcula dos bulbilhos de colorao esbranquiada; elevado nmero de bulbi-lhosporbulbo(maisde20);ocorrnciafrequente de palitos, bulbilhos pequenos, fnos e compridos no interior do bulbo; e suscetibilidade alta ao pseu-doperflhamento. Essas duas ltimas caractersticas so indesejadas em cultivares comerciais. Os acessos tardios, tambm agrupados no grupo S1,sodeorigemargentina,europiaeasitica, grandeparteprovenientedointercmbiodema-terialvegetalcombancosdegermoplasmanorte--americanos(USDAeUniversityofWisconsin--Madison). Com ciclo cultural superior a 180 dias, esses acessos so menos exigentes em fotoperodo, com mnimo de 13 horas de luz por dia para inicio dabulbifcao.Adaptam-sebemaoextremosul doBrasil,maspodemsercultivadosnoSudeste, Centro-Oeste e parte do nordeste, desde que em-pregada a vernalizao dos bulbos antes do plantio. Osbulbosapresentamatnicaexternadecolo-raobranca,formatoarredondado-achatado,e bulbilhosgradoscompelcularoxaintensa,em geral,empequenonmero(oitoa15bulbilhos por bulbo). A elevada qualidade dos bulbos e boa capacidadedeconservaops-colheitaconferea essegrupomaioraceitaocomercialemrelao aosclonesdosgruposprecoceeintermedirio.A elevada suscetibilidade ao pseudoperflhamento do grupo tardio exige aplicao de estresse hdrico para inibiroaparecimentodestaanormalidadefsiol-gica. Acessos desse grupo incluem Chonan, Jonas, Roxo Perla de Caador, Quitria e San Valentin, para citar alguns exemplos , e os norte-americanos com as siglas PI, W6, DDR, RAL, UO e RE.Os acessos do grupo S2 foram introduzidos em grande parte do Mxico, Amrica Central e do Sul esia,comciclodeproduointermedirio,va-riando de 150 a 180 dias, com algumas poucas ex-ceesdeacessosclassifcadoscomoprecoces.Os acessosintermediriospossuemmenorexigncia em fotoperodo para bulbifcao (fotoperodo cr-tico, superior a nove horas de luz por dia). As plan-tastmhbitodecrescimentoereto,comfolhas no sentido vertical e limbo foliar largo, conferindo aspecto palmado a planta. So resistentes ao super-brotamento,pormsusceptveissdoenasfolia-res, principalmente, alternariose (Alternaria porri) eferrugem(Pucciniaalii).Osbulbossoalonga-dos e ovais, com tnica externa grossa e de colora-opalhacomincrustaesarroxeadas.Apresen-tam de oito a 15 bulbilhos por bulbo, com pelcula de colorao variando entre branca a rsea. Alguns exemplosdeacessosdessegrupoincluemCateto Roxo, Caturra, Formosa, Lavnia, Gravat, Gigan-te de Curitibanos e Gigante Roxo. Os dois grupos so bem distintos geneticamente e,provavelmente,possuemancestraisdiferentes. no entanto, a falta de correlao dos grupos com a origem geogrfca dos acessos, comum em estudos commarcadoresSSRemoutrasculturaserecen-temente com alho na Coria do Sul (Zhao et al., 2011),podeserconsequnciadanomeaodife-rente de acessos geneticamente idnticos em dife-rentesregiesdopas;acmulodemutaesso-mticas em clones idnticos crescendo por sculos o desequilbrio de ligao (ausncia de segregao independente)entregenesresponsveispeloalto grauadaptativo.Possivelmente,avariabilidade gentica das cultivares atuais foi mantida pela alta taxa de mutaes espontneas e a impossibilidade demelhoramentogenticotradicionalnacultura do alho (Figura 1). A inferncia sobre a base gentica e a histria dos 171 acessos avaliados somente foi possvel pelo de-senvolvimento de marcadores SSR especfcos para alho.Essesmarcadorestminmerasaplicaes emestudosdegentica,entreeles,construode mapas genticos, seleo assistida, limpeza clonal, identifcao de variedades e cultivares atravs fn-gerpriting e flogenia, para citar alguns exemplos, econstituemumgrandeavanoparaacultura. Futuramente,poderoseusadoscomoferramen-ta de auxilio aos pesquisadores na difcil tarefa de desenvolvercultivaresmaisadaptadasasdiversas condies ambientais do pas, com melhor quali-dadeps-colheita,oucommaiorquantidadede compostos medicinais como a alicina.emregiescomcondiesambientaisdiferentes; ou intercmbio e coleta de acessos sem informao precisa da origem geogrfca. Osacessosdosbancosdegermoplasmabrasi-leirosavaliadosapresentamgrandevariabilidade gentica,apesardoaltondicederedundncia. Acredita-se que ancestrais selvagens do atual alho comercial apresentavam reproduo sexuada, mas acabaram seguindo trajetrias distintas, em que a domesticaoocorreusimultneaeindependen-tementeemdiversasregies,principalmente,na regio da sia Central e do Mediterrneo, centro de origem primrio e secundrio, respectivamente. Acredita-se que durante o processo de domestica-odoalho,baseadoexclusivamentenousodos bulbilhos, houve a perda da capacidade de produ-odesementebotnicaverdadeira.Obulbilho, nesse sentido, uma estrutura vegetativa que imita umasementeverdadeira,compostopelagemade brotao e tecido de reserva. A dormncia dos bul-bos poderia ser vantajosa sobrevivncia da planta em condies adversas, seca ou frio, perpetuando Tabela 1 Descrio de 130 acessos de alho mais representativos entre os avaliados no estudo realizado por Cunha et al. (2011).Identificao acessos/nome tradicional Origem BAG Maturao GrupoMLG-1Canela de Ema, Car, Mineiro, Do Reino I-2118 (Araras), Mossor, Santa Catarina Branco, Roxo de Minas (Dr. Joaquim)desconhecido IAC precoce S1Sacaia de Goinia GO, Brasil EH precoce S1BGH-5936 desconhecido IAC desconhecido S1Inhumas A GO, Brasil EH precoce S1Inhumas Casca Roxa GO, Brasil EH precoce S1Jacobina BA, Brasil EH precoce S1Jundia SP, Brasil EH precoce S1Juiz de Fora MG, Brasil EH precoce S1Novo Cruzeiro MG, Brasil EH precoce S1Pinheral RJ, Brasil EH precoce S1Mucug BA, Brasil EH precoce S1Ugarte SP, Brasil EH precoce S1Branco Mineiro MG, Brasil EH precoce S1Centralina A MG, Brasil EH precoce S1Cuiab MG, Brasil EH precoce S1Juria SP, Brasil EH precoce S1Hozan China EH intermediriodesco-nhecidoPeruano Peru EH intermediriodesco-nhecidoPI540318/ W6 4143* Peshawar White Paquisto USDA tardio S1PI38383 - desconhecido USDA tardio S1PI540351/ W6 4185* - Polnia UWM tardio S1W6 12832* 870825 desconhecido USDA tardio S1MLG-2 Chonan, Roxo Prola de Caador, Jonas SP, Brasil EH tardio S1Quitria desconhecido EH tardio S1MLG-3 San Valentin, Ito, Roxo Caxiense, Bergamota desconhecido EH tardio S1PI615422/ W6 8407* Blanco de Huelma Zamora IEspanha USDA tardio S1W6 10735* - Bulgria USDA tardio S1DDR6024 - Alemanha USDA tardio S1DDR6822 - Alemanha UWM tardio S1DDR6807 - Alemanha UWM tardio S1RAL27 - desconhecido UWM tardio S1RAL41 - desconhecido UWM tardio S1UO73 - Uzbequisto UWM tardio S1RAL75 - desconhecido UWM tardio S1RAL159 - desconhecido USDA tardio S1UO74 - Uzbequisto USDA tardio S1RAL751 - desconhecido UWM tardio S1UO79-3 - Uzbesquisto UWM tardio S1UO94-11 - Uzbequisto UWM tardio S1RE PSK - desconhecido UWM tardio S1RE6820 - desconhecido UWM tardio S1UO94-5 - Uzbequisto UWM tardio S1DDR6804 - Alemanha UWM tardio S1DDR6811 - Alemanha UWM tardio S1 Copyright 2011, DuPont do Brasil S.A. - Todos os direitos reservados. DuPontTM, Curzate BR, Midas BR, Equation, Kocide WDG*, Rumo WG, Lannate BR, Premioe AltacorTM so marcas registradas da DuPont. Manzate WG produzido pela United Phosphorus Limited e distribudo pela DuPont do Brasil SA. *Kocide WDG: Marca registrada no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) como Kocide WDG Bioactive.Saiba mais:www.dupontagricola.com.brFaa o Manejo Integrado de Pragas.Produto de uso agrcola. Descarte corretamente as embalagens e restos de produto.NossoAlho | Abril de 2012 36BGH-0525 desconhecido IAC desconhecido S2MLG-4BGH-4823, Roxo de Araras, Andradas Manoel Lo-pez, BGH-5935, BGH-4842, Chins Mogi, Gigante Vinte, Ouro Fino, Sergipedesconhecido IAC desconhecido S2ESALQCajuru, Mineiro Branco, Chins Quatapara desconhecido ESALQ precoce S2Assa I-3703, Piedade, Santa Catarina Roxo, Ama-rante, Mexicano Br, Roxo Capim Branco I-3969, Cateto Precoce I-1634, Alho Bepe, Lavnia I-3208, Catetinho Paran I-1234, Mendona I-5062, Tatu I-3705, Gigante de Tiet I-4652, Gigante de Curiti-banos, Chins-ESALQ, Cateto Roxo I-99desconhecido IAC intermedirio S2MLG-5BGH-5947, BGH-5963, BGH-6394, BGH-5952, Sr. Wilson (Bairro Godo)desconhecido IAC desconhecido S2Babs desconhecido ESALQ precoceCaiano Branco desconhecido ESALQ desconhecido S2Crespo desconhecido ESALQ desconhecido S2Formosa I-4713 desconhecido IAC intermedirio S2MLG-6 Peruano Biso, BGH-4814desconhecido IAC desconhecido S2Gigante, Gigante Dez, Cateto BrancoESALQChins I-4653, Roxinho I-5063, Lavnia I-1632, Bom Repouso I-5085, So Jos I-4999, Areal n 2 I-3968, Vera Cruz I-5004desconhecido IAC intermedirioCentenrio desconhecido ESALQ tardioRoxo Dourado MS, Brasil EH precoce S2Gravat AC, Brasil EH intermedirio S2MLG-7 Gigante Roxo, Gigante de Lavnia SP/MG, Brasil EH intermedirio S2Araguari MG, Brasil EH precoce S2Barbado SP, Brasil EH precoce S2Mexicano B Mxico EH precoce S2MLG-8 Santa Izabel, Seleo I PR/MG, Brasil EH precoce S2Tempero de Bode ES, Brasil EH precoce S2Gigante Roxo MG, Brasil EH intermedirio S2Mexicano Mxico EH precoce S2Mexicano A Mxico EH precoce S2Gigante de Inconfidentes MG, Brasil EH intermedirio S2Chins Real China EH intermedirio S2Catigu PR, Brasil EH precoce S2Chileno (PR) PR, Brasil EH precoce S2Dourado MS, Brasil EH precoce S2Paraba III PR, Brasil EH precoce S2Piracicabano Amaralino SP, Brasil EH precoce S2Branco Dourado MS, Brasil EH precoce S2Caturra PR, Brasil EH intermedirio S2Morano Arequipeno Mxico EH precoce S2Inconfidentes II MG, Brasil EH precoce S2Legenda: Estados brasileiros: AC, Acre; BA, Bahia; ES, Esprito Santo; GO, Gias; MG, Minas Gerais; MS, Mato Grosso do Sul; PR, Paran; RJ, Rio de Janeiro; SP, So Paulo. Bancos de Germoplasma (BAG): Embrapa Hortalias (EH); Instituto Agronmico de Campinas (IAC); Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de So Paulo (ESALQ/USP); University of Wisconsin-Madison (UWM); United States Department of Agriculture (USDA). Grupos de acessos idnticos geneticamente com base na anlise de 17 marcadores SSR, nomeados MLG-1 a MLG-8. * Descrio de acessos disponvel no GRIN National Genetic Resource Program, USDA.37 NossoAlho | Abril de 2012Precoce Tardio IntermedirioFigura 1. Exemplo da variabilidade gentica de acessos de alho.RefernciasBRADLEY,K.F.etal.ClassifcationofAustralian garlic cultivars by DnA fngerprinting. Australian Journal of Experimental Agriculture, v. 36, p. 613-618, 1996.BUSO,G.S.C.etal.Geneticdiversitystudiesof Braziliangarliccultivarsandqualitycontrolof garlic-clover production. Genetics and Molecular Research, v. 7, n. 2, p. 534-541, 2008.CUnhA,C.P.Desenvolvimentodemarcadores microssatlites e caracterizao da diversidade ge-nticamoleculardeacessosdealho(Alliumsati-vumL.).2011.91f.Dissertao(Mestradoem GenticaeMelhoramentodePlantas)Escola SuperiordeAgriculturaLuizdeQueiroz,Uni-versidade de So Paulo, Piracicaba, 2011.CUnhA, C. P. et al. new microsatellite markers forgarlic,Alliumsativum(Alliaceae).American Journal of Botany, v. 99, p. e17-e19, 2012.hOOGERhEIDE,E.S.S.Divergnciagentica entre acessos de alho avaliados em ambientes dis-tintos baseada em variveis quantitativas e qualita-tivas. 2009. 118 p. Tese (Doutorado em Gentica e Melhoramento de Plantas) Escola Superior de AgriculturaLuizdeQueiroz,Universidadede So Paulo, Piracicaba, 2009.AgradecimentosAo Dr. Walter Jos Siqueira e ao apoio da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior e a Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (auxlio pesquisa 2008/02936-5 e bolsa de mestra-do 2009/03577-1). A Talita Moreira Val e Jaqueline Bueno de Campos pela assistncia tcnica durante os experimentos e aquisio de imagens.IPEK, M. et al. Comparison of AFLPs, RAPD ma-rkers, and isozymes for diversity assessment of garlic anddetectionofputativeduplicatesingermplasm collections. Journal of the American Society of hor-ticultural Science, v. 128, n. 2, p. 246-252, 2003.MA , K.-h. et al. Isolation and characteristics of eightnovelpolymorphicmicrosatellitelocifrom the genome of garlic (Allium sativum L.). Scientia horticulturae, v. 122, p. 355- 361, 2009.MORALES,R.G.F.etal.Identifcaodeculti-vares de alho por marcadores AFLP. horticultura Brasileira, v. 28, p. S195-S199, 2010.MOTA,J.h.etal.Diversidadegenticadecul-tivaresdealho(AlliumsativumL.)pormeiode marcadormolecularRAPD.CinciasAgrotcni-cas, v. 28, n. 4, p. 764-770, 2004.MOTA, J.h. et al. Similaridade gentica de cultiva-res de alho pela comparao de caracteres morfolgi-cos, fsico-qumicos, produtivos e moleculares. hor-ticultura Brasileira, v. 24, n. 2, p. 156-160, 2006. PAnThEE, D.R. et al. Diversity analysis of garlic (Allium sativum L.) germplasms available in nepal based on morphological characters. Genetic Resour-ces and Crop Evolution, v. 53, p. 205-212, 2006.POOLER, M.R.; SIMOn, P.W. Characterization andclassifcationofisozymeandmorphological variationinadiversecollectionofgarlicclones. Euphytica, v. 68, p. 121-130, 1993.SIQUEIRA, W.J. et al. Caracterizao isoenzim-tica e morfolgica de clones e introdues de alho. 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Diferentemente da maioria das hortalias, o plantio da lavoura da cenourafeitoobrigatoriamentepormeiodesemeaduradireta,j que a planta no tolera o transplantio.neste caso, as sementes so semeadas diretamente no local defnitivo, sobre canteiros. A utilizao de sementes de elevada qualidade fsiolgica e sanitria fundamental quando se adota o sistema de semeadura direta para assegurar um estande adequado, uniforme, tendo assim refexos po-sitivossobreodesenvolvimentodasplantase,consequentemente, sobreaproduofnal.Aqualidadedasementeparticularmente crtica quando so utilizadas novas cultivares ou hbridos, onde o alto custo unitrio dessas sementes determina a necessidade de utilizao de tecnologias efcientes para maximizar a germinao e a emergn-cia das plntulas. Em geral, considera-se semente de alta qualidade aquela que germina rapidamente, originando uma plntula normal esadia,livredecontaminaes,comtodasasestruturasessenciais desenvolvidas, tanto razes quanto parte area. A qualidade fsiolgica da semente, representada pela germinao e pelo vigor, motivo de preocupao, recebendo maior ateno do agricultor, por estar diretamente relacionada ao estabelecimento das plntulas em campo e obteno de um estande uniforme, com re-fexos diretos no desenvolvimento inicial da lavoura. Sementes vigo-rosas tendem ainda a suportar melhor as condies de estresses, como por exemplo, altas temperaturas durante a germinao e o estabele-cimentodeplntulas.Poroutrolado,sementesdebaixaqualidade tendem a originar estandes desuniformes, com falhas na emergncia deplntulasquecomprometemnoapenasaprodutividadecomo tambm a qualidade e padronizao do produto colhido. Alm do atributo fsiolgico, outro aspecto relacionado s sementes a qualidade sanitria que inclui a presena de pragas e microrganismos ftopatognicos como fungos, bactrias, nematoides e virus, sendo os Warley Marcos NascimentoPesquisador Embrapa Hortalias [email protected] no estabelecimento de plntulas em lavouras de cenouraSementes incrustadas acima e nuas a baixo.ArtigoPorWarleynascimentoArtigofungos os mais frequentes. Pragas e patgenos afe-tam tanto a conservao das sementes durante o ar-mazenamento como tambm o estabelecimento das plntulasemcampoapsasemeadura.Sementes contaminadas atuam ainda como veculo de disse-minao de patgenos para diferentes reas. Alguns fungoscomoAlternariadauci,quandoassociados comsementesdecenoura,podemcausarreduo na germinao e tombamento de plntulas. A ocor-rncia deste patgeno em sementes de cenoura re-sultanoestabelecimentodeinculoprimrioem campos de produo de razes. Assim, autilizao de sementes isentas de microrganismos, bem como a utilizao de sementes tratadas com produtos es-pecfcoscomofungicidas,minimizaaocorrncia de tombamento e contribui para melhorar o estabe-lecimento de plntulas no campo.Assementes,duranteoperododegerminao, sonormalmenteexpostasadiferentescondies edafo-climticassobreasquaisoprodutornem sempretemtotalcontrole.Destaforma,diversos fatorespodeminterferirnoestabelecimentodas plntulasdecenouraemcampo.Fatoresexternos, como temperatura, umidade do solo, profundidade deplantio,texturadosolo,entreoutros,afetama germinao e a emergncia das plntulas. Entre os fatorescitados,atemperaturapodervirasero mais importante, uma vez que geralmente o produ-tor de cenoura no tem o controle sobre este fator. Cadaespcietemexignciasdiferentesquando temperaturamnima,mximaetimaparaager-minaoe,dentrodaespcie,podemexistirdife-renas entre as cultivares quanto temperatura mais adequadaparaagerminao. Temperaturasmuito baixas ou muito altas podero alterar tanto a velo-cidade quanto a porcentagem fnal de germinao. Emgeral,temperaturasbaixasreduzem,enquanto temperaturas mais elevadas aumentam a velocidade degerminao.Contudo,oaumentodatempera-turaprovocareduosignifcativanaporcentagem fnal de germinao, devido inativao de enzimas relacionadasaoprocessogerminativo.nascondi-estropicais,principalmenteduranteovero, bastante comum a ocorrncia de temperaturas ina-dequadas para a germinao e emergncia das pln-tulasdecenoura,sendofrequenteaocorrnciade temperaturas muito altas, fora da faixa considerada idealparaagerminaodestaespciequevariade 20a30C. Temperaturasdosoloacimade35C reduzem drasticamente a germinao das sementes da maioria das cultivares comerciais de cenoura.Outro fator geralmente mais fcil de ser contro-ladoaumidadedosolopormeiodeirrigao. A irrigao deve ser realizada imediatamente aps asemeadura,tomando-seocuidadoparanose fornecerguaemexcesso.Aumidadeexcessiva podecausardanosssementesprovocadospela embebio rpida, bem como causar defcincia de aeraonosoloefavoreceraaodospatgenos de solo, reduzindo a germinao; adequado supri-mentodeoxignioextremamenteimportante nestafaseinicialdegerminao.Poroutrolado, se houver falta de gua ocorrer reduo tanto da velocidade como da porcentagem de germinao. A profundidade de semeadura importante para que o solo no seja uma barreira fsica emergn-cia da plntula. Este quesito muito importante no caso da cenoura, onde se utiliza a semeadura direta - as sementes so pequenas, possuem poucas reservas e as plntulas que emergem so tenras e delicadas. Asemeaduraemprofundidadeadequadaespe-cialmente importante nos solos de textura argilosa, ondeoriscodeformaodeumacrostasobreas sementespodecomprometeroestandeinicialem campo.Estasituaoseagravaespecialmenteaps chuvas fortes ou irrigao por asperso mais intensa. Se a profundidade de semeadura for muito superior a 2 cm, as plntulas de cenoura podero ter difcul-dades em emergir ou at mesmo no emergirem. Se for muito superfcial, menos de 1 cm, poder haver falhasdegerminaodevidasaosecamentodaca-mada superfcial do solo ou ao arraste das sementes pela gua de irrigao ou chuva forte.O adequado preparo do solo facilita a semeadura, com refexos na germinao e no estabelecimento de plntulas de cenoura, alm de facilitar a colheita mecnica. no caso da cenoura, solos mal prepara-dos, com incidncia de torres ou restos de cultura podemcontribuirparaareduodaemergncia dasplntulasemcampo,causandodesuniformi-dade no estande e queda de produtividade. Falhas naemergnciadasplntulasemcampotambm podem afetar a qualidade fnal das razes colhidas, umavezquerazesmuitoespaadastendemase desenvolvermais,sendomaisgrossasergidas,o que no agrada ao mercado consumidor. Tratamentos de sementes objetivando um melhor estabelecimentodeplntulastmsidoutilizados pelas empresas de sementes, seja incrementando a germinao e vigor das sementes, seja facilitando a distribuio das sementes durante a semeadura. As-sim, alm do tratamento antifngico das sementes, o condicionamento osmtico (seed priming) de sementes pode ser utilizado como uma importante ferramenta para melhorar o estabelecimento e o de-sempenho da lavoura, especialmente em condies de vero. Os efeitos do condicionamento osmtico tm sido evidenciados principalmente sobre a por-centagemevelocidadedeemergnciadasplntu-las em campo, especialmente sob condies de es-tresse. Trata-se de um tratamento interessante para hortaliassemeadasdiretamentenocampo,como o caso da cenoura. O condicionamento osmtico baseia-se no equilbrio da hidratao das sementes, em um nvel que permita a ocorrncia da ativida-de metablica, mas iniba o elongamento celular e a emergncia da raiz primria. Aincrustaooutrotipodetratamentoque vemsendoutilizadoemsementesdecenoura. umtratamentointermedirioentreapeliculiza-o e a peletizao, em que as sementes adquirem maiortamanho,devidoaomaterialinerteadi-cionado,sem,contudo,modifcarasuaforma. utilizado,comonapeletizao,parafacilitara semeadura. A combinao dos tratamentos de os-mocondicionamento e de incrustao de sementes de cenoura pode ser altamente vivel no aumento da velocidade de germinao e na emergncia das plntulas de cenoura. Sementes classifcadas (cali-bradas)emdiferentestamanhossotambmdis-ponveisnocomrcio,permitindocomissouma melhoria na distribuio das sementes por ocasio dasemeaduracomconsequnciasdiretasnauni-formidade da lavoura. Finalmente,aqualidadedassementestorna-se de suma importncia quando se adota o sistema de semeaduradireta,principalmenteparaprodutores mais tecnifcados que utilizam semeadoras mecni-cas ou de preciso (com sistema de semeio a vcuo). Ambos equipamentos tm a vantagem de, simulta-neamente,abrirossulcos,distribuirassementese cobri-lascomgrandeefcincia.Ousodasemea-dura de preciso tem reduzido os custos com mo de obra, pois permite a reduo e/ou eliminao do desbaste,umavezquecadasementesercolocada no espaamento exato onde dar origem planta. Valesalientarqueopadrodegerminaopara sementesdecenouraestabelecidopelaPortarian 457 do Mapa (18 de dezembro de 1986) de 65%; padroinferioraosobtidospelasempresasdese-mentesnosdiferenteslotesdecultivaresnacionais etambmbemabaixodaquelesimportados.Uma daspossveisrazesdestebaixopadroestabeleci-do em nossas condies que as cultivares tropicais apresentam, geneticamente, qualidade fsiolgica de sementes inferior quando comparada com as culti-vares importadas. Isto tem contribudo, em alguns casos, para a obteno de baixos estandes no cam-po devido ao baixo vigor e germinao. Em outras ocasies, percebe-se situaes opostas, como um ex-cesso de plantas, em funo do gasto exagerado de sementes visando compensar a baixa qualidade das sementesegarantirumestandeadequado.neste caso, observa-se um aumento do custo de produo, devido a prtica do desbaste, cada vez mais onerosa em funo da escassez de mo de obra j observada emalgumasregiesprodutoras;abaixaqualidade fsicaefsiolgicadassementestemaindadifcul-tado a utilizao da semeadura de preciso e/ou da utilizao de sementes incrustadas e/ou peletizadas.Produto no cadastrado no Estado do Paran para a cultura do alho.Com a linha BASF para alho,voc controla as principais pragase doenas, alm de contar combenefcios extras e exclusivos. Aplique somente as doses recomendadas. - Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. - Incluir outros mtodos decontrole de doenas/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biolgico, etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas(MIP) quando disponveis e apropriados. Para mais informaes referente as recomendaes de uso do produto e ao descarte corretode embalagens, leia atentamente o rtulo, a bula e o receiturio agronmico do produto.CMYCMMYCYCMYK10217_An Alho_Simples.ai 1 5/16/11 5:26 PM47 NossoAlho | Abril de 2012ArtigoRicardo Borges Pereira Pesquisador Dr. em Fitopatologia Embrapa HortaliasFernanda Rausch Fernandes Pesquisadora Dra. em Fitopatologia Embrapa HortaliasJadir Borges Pinheiro Pesquisador Dr. em Fitopatologia Embrapa HortaliasINTRODUOEmbora seja menos consumida que a batata inglesa, abatata-docemuitoapreciadanonorteenordes-tedoBrasil.Apresentagrandepopularidadenaspo-pulaes de baixa renda e nas regies onde h grande limitao na disponibilidade de outros alimentos em perodoscrticosdeestiagemprolongada.Almde apresentarexcelentecontedonutricional,principal-mente como fonte energtica, a batata-doce tem gran-de importncia na alimentao animal e na produo industrial de farinha, amido e lcool. Como alimento, a batata-doce uma tima fonte de acar, carboidra-tos, clcio, ferro, e outros minerais e vitaminas.noBrasil,verifca-sebaixonveltecnolgicoda produo, evidenciado pelo pequeno emprego de ir-rigao,fertilizantesedefensivosagrcolas.Trata-se de uma cultura rstica e de alta diversidade gentica, apresentandodiversasvariedadescultivveis.Entre-tanto, algumas doenas incidem sobre a cultura, cau-sando grandes prejuzos.Omaldopoupodridodopdabatata-doce uma doena causada pelo fungo Plenodomus destruens. Opatgenosobrevivenosoloondeatacaocaule,as ramaseasrazesdasplantas,causandoanecrosedos tecidos,apodrecimentodasrazesemortedaplanta, ou parte dela. Uma vez aderido s razes aparentemente saudveis,opatgenopodecausarapodridodestas duranteoarmazenamento.Atualmenteestadoena tem sido motivo de preocupao pelos tcnicos e pro-dutores, principalmente em regies onde o cultivo de batata-doce intensivo, com uma, duas ou at trs sa-fras consecutivas por ano na mesma rea.Mal do P da Batata-DocePor Ricardo Pereira, Fernanda Fernandes e Jadir PinheiroSintomatologiaOpatgenoatacaasplantasemqualquerfasede desenvolvimento,demudasarazesduranteoar-mazenamento.P.destruenssedesenvolveeatacaas plantasnaregiodocoleto,ondeseformaumcan-cromarromescuroseguidodoanelamentodahas-te,queinterrompeaabsorodeguaenutrientes pelaplanta.medidaqueaculturasedesenvolve, observa-se grande quantidade de material vegetal seco e ramas com folhas inferiores murchas ou amareladas. As leses podem se estender pela haste at 10-20 cm acima do solo, e sob o solo at as razes, causando a podridodestas(Figura1e2).Plantasseveramente atacadas tornam-se amareladas, murcham e morrem.Figura 1Sintomas do mal do p em plantasdebatata-doce. Lesesnecrticasnas hastesacimadaregio docoletodasplantas. Foto: Ricardo B. PereiraPodridoderazesde batata-docecausadapor Plenodomusdestruens. Apodrecimentoinicialde razes naregio de inser-o do caule (A) e apodre-cimentototaldaraiz(B). Foto: Ricardo B. PereiraFigura 2S uma coisa cresce mais do que as plantas a partir da amontoa: a proteo de Innito.Voc j pode deixar sua lavoura mais protegida contraarequeima.ChegouInnito,onovo fungicidadaBayerCropSciencequeatuaa partirdafasedaamontoacomconsistncia emfolhas,hastesetubrculos.Umanova frmula eciente que se redistribui nos tecidos novosdaplantaeagecontinuamentenos momentos em que as plantas mais precisam.Innito proteo Estendida na batata.Innito - Proteo Estendida.Faa o Manejo Integrado de Pragas.Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos.Uso exclusivamente agrcola.CMYCMMYCYCMYKInfinito21x14_final.pdf 7/6/2011 15:25:52Durante a fase inicial da doena, algumas mudas infectadaspodemnoserdetectadaseplantadas no campo, onde a doena continua a se desenvol-ver.Casoaplantadesenvolvarazessufcientesa partir dos ns acima da infeco, a planta no che-ga a morrer (Figura 3).Leses causadas pelo fungo so recobertas por nu-merosospequenospontospretos,correspondentes sestruturasdereproduodopatgeno(picn-dios), os quais podem ser observados sobre as hastes e as razes (Figura 4). O patgeno cresce abaixo da periderme de razes frescas e causa na extremidade proximal uma podrido seca e escura, que continua asedesenvolverlentamenteduranteoarmazena-mento, danifcando parcialmente as razes tuberosas e tornando-as imprestveis ao consumo. numerosos picndios tambm podem ser observados nas razes ao se remover a periderme na superfcie das leses.EtiologiaOmaldopcausadopelofungoPlenodomus destruens,quepodeproduzirestruturasderesis-tncia(clamidsporos),capazesdesobreviverno Figura 4 PicndiosdePlenodomus destruens sobre raiz (A) e haste(B)dabatata-doce. Foto: Ricardo B. PereiraFigura 3Sintomas do mal do p em plantasdebatata-doce. Lesesnecrticasnas hastesacimadaregio docoletodasplantas. Foto: Fernanda R. Fernandes).solo por muitos anos, difcultando as estratgias de manejo a serem empregadas.EpidemiologiaAdisseminaodadoenaestdiretamentere-lacionada com o plantio realizado por propagao vegetativaembatata-doce.Ofungopodesobre-viveremrestosdeculturainfectadosdeumaes-taodecultivoparaoutra.Seusesporospodem sobreviver na superfcie de razes frescas durante o armazenamento, germinar e infectar razes feridas durante o armazenamento.Quandooplantiofeitopormeioderazes contaminadas,opatgenoatacabrotaesnovas, podendoserdisseminadoduranteotransplantio das mudas para campos de cultivo. Ventos acom-panhadosdechuva,insetos,ferramentaseroupas dostrabalhadorestambmpodemdisseminares-poros do patgeno. Estes germinam facilmente na presena de umidade e em temperaturas de 21C a 32C. P. destruens tem sido relatado como patog-nico somente a espcies da famlia Convolvulaceae.Algunsestudosmostramqueaadubaoorg-nica,promovidapeloestercodegado,composto delixoe,principalmente,camadefrango,pode Figura 5Aeliminaoderestos culturaisreduzosnveis deinfestaodePleno-domusdestruenspresen-tesnareadecultivo Foto: Jadir Borges Pinheiroacentuar a severidade da doena. nas infeces do caule, o perodo entre inoculao e expresso dos sintomas varia entre 30 e 35 dias.ControleApesardeabatata-doceserconsideradauma planta rstica, de fcil cultivo e ampla adaptao, nosedevenegligenciarosprincpiosgeraisde controlededoenasparaagarantiadeproduo sustentvel e economicamente vivel. Oefetivocontroledadoenaestintimamente associadoaosmtodospreventivosadotadosdu-ranteocultivo,manuteno,colheitaearmaze-Referncias ConsultadasAnURIOBRASILEIRODEhORTALIAS:BrazilianVegeta-ble Yearbook, 2010. Editora Gazeta.ARDEn,F.;ShERF,ALAn.A.M.Vegetablediseasesandtheir control. 2. ed., Wiley: new York, 1986. 728p.CAVALCAnTI, L.S.; COLhO, R.S.B.; PEREZ, J.O. Reao de cultivares de batata-doce mal-do-p, em condies de campo. Ci-ncia Rural, Santa Maria, v. 32, n.4, p.699-701, 2002.CLARK, C.A.; hOLMES, G.L.; FERRIn, D.M. Major fungal and bacterialdiseases.In:LOEBEnSTEIn,G.; TROTTAPPILLY,G. (eds.) Te sweet potato. Springer: EUA, 2009. 81-103.CLARK, C.A.; MOYER, J.W. Compendium of sweet potato disea-ses. APS Press, St. Paul, Mn., 1988. 74p.COELhO,R.S.B.;PIO-RIBEIRO,G.;MARIAnO,R.L.R.Do-enasdabatata-doce(Ipomoeabatatas)In:KIMATI,h.;AMO-RIn, L.; REZEnDE, J.A.M.; BERGAMIn FILhO, A.; CAMAR-GO, L.E.A. Manual de ftopatologia: doenas de plantas cultivadas. 4. ed. So Paulo: Agronmica Ceres, 2005. v. 2, p. 143-149.LOPES,C.A.;BOFF,P.;DUARTE,V.Footrotofsweetpotato inBrazil.PesquisaAgropecuriaBrasileira,Braslia,v.29,n.9,p, 1407-1410, set. 1994.LOPES, C.A.; BOITEUX, L.S. 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Agropecuria Tcnica, Areia, v. 21, n. 1/2, 2000.namentodasrazes.Aescolhacuidadosadolocal de plantio (solos no infestados e bem drenados), aeliminaodosrestosdecultura(Figura5)ea rotao de culturas por dois ou trs anos consecu-tivos so medidas de carter preventivo, que visam evitar a entrada e/ou a disseminao do patgeno.Duranteaobtenodasmudasparaoplantio, devem-se evitar todas aquelas que estejam fora do padrodacultivar,comdeformaes,crescimen-toreduzido,manchasoupontuaesestranhas. O ideal a erradicao destas e dar preferncia as ramas retiradas das partes mais novas das plantas, que resultam em menor incidncia da doena. importante tambm evitar adubao orgnica em campos onde se verifca a incidncia da doen-a.Aadubaonitrogenadaemexcessotambm predispe as plantas infeco pelo patgeno.O controle gentico tambm representa uma for-ma de controle da doena, tendo em vista a alta di-versidade gentica da batata-doce. Existem algumas cultivares resistentes ou moderadamente resistentes aomaldop.Comoexemplostem-seacultivar Princesa, resistente ao mal do p, e a cultivar Rainha Branca, tida como moderadamente resistente.Atualmentenoexistemfungicidasregistrados no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abasteci-mento (MAPA) para o controle do mal do p. importante que os programas de melhoramen-to da cultura priorizem a seleo de gentipos que apresentemresistncia/tolernciaaopatgeno, hajavistaadifculdadedocontroledesteapso seu estabelecimento em uma rea de cultivo. 55 NossoAlho | Abril de 2012ArtigoA falta de utilizao de sistemas profssio-nais de gesto efciente da irrigao, tem comprometidoosresultadosdeproduti-vidade do alho. Um sistema de irrigao efciente deve conter medidas que defnam tecnicamentealminadeirrigao,po-tencializandoaprodutividadeedimi-nuindo o custo de produo. Ogerenciamentodairrigao,aliadaasprti-casagrcolas,constituiabaseparaagarantiada sustentabilidadenaculturadoalho.Oadequado mtodo de gesto de irrigao est fundamentado nos fatores de produo da cultura e sua integrao com as caractersticas do sistema de produo.nessecontextoatuaaIrriger,empresaespecia-lizadanaprestaodeservionaagriculturairri-gada.Oprincipalobjetivodaempresadentroda fazenda potencializar as ferramentas disponveis realizando ajustes quando necessrio. O sistema de gesto de irrigao da Irriger contm medidas que defnemtecnicamentealminadeirrigao,ma-ximizando a produtividade e diminuindo o custo de produo, por meio da energia eltrica, mo de obra, manuteno dos equipamentos, entre outras.Para realizar esse servio, a Irriger atua com a flo-sofa de servio assistido, envolvendo toda a equipe dafazenda,bemcomoodiagnsticodosequipa-mentos,dosolo,doclimaedaculturainstalada. Comoconhecimentodessascaractersticas,deter-mina quanto e quando se deve irrigar. O processo deixa de ser emprico onde ocorre excesso ou estres-sehdricoepassaasertcnicoeoperacionalpara propiciar uma lmina diria de irrigao, evitando problemasftossanitriospelairrigaoemexcesso ou perda de produtividade por dfcit hdrico. Hermes Bomfm NetoEng. Agrnomo MSc Irrigao [email protected] da irrigao na cultura do alhoPor hermes Bomfm neto55 NossoAlho | Abril de 2012 Foto: Mariana LealNossoAlho | Abril de 2012 56 Manejo de irrigao da cultura do alhoA deciso da lmina de irrigao, no pode ser base-ada em valores fxos de acordo com a idade da planta, elaexigemais.Oalho,assimcomoqualqueroutra cultura,temumademandahdricadiria,variando de acordo a idade, clima, solo e caractersticas fsio-lgicas. Assim, a deciso de irrigao, dinmica exi-gindo um sistema que acompanhe as variveis dirias.Aqualidadedairrigaoparaserefciente,de-pende da qualidade da engenharia do sistema. no possveldeterminarcritriostcnicosdeforma sustentvel, caso a uniformidade de distribuio de guanoestejaacimadoslimitesmnimosacei-tveis de efcincia. Para uma adequada uniformi-dade necessrio que o equipamento de irrigao trabalhedentrodascondiesdeterminadaspelo fabricante,casonoesteja,aIrriger,atravsde diagnstico realizado em campo, coloca o equipa-mentoemcondiestimasdefuncionamento, ajustando em especial a presso e vazo. OAlhonecessitadeatenoespecialaosnveis deexcessoedfcitdeguanacultura,essesdois interferem bruscamente na produtividade: o exces-sodeirrigaofavoreceaentradadedoenasna lavoura e o dfcit hdrico, sem critrio, ocasiona o menor enchimento do bulbo e por consequncia, queda de produtividade.Evoluodaumidadedo soloaolongodociclo da cultura do alho, desta-cando-seaocorrnciade estressecontroladopara favoreceradiferenciao e formao do bulbo. Figura 01(34) 3318.9014|[email protected]|www.PivotValley.com.brPiv ValleyProdutor, irrigue sua lavoura com um Piv Valley. o melhor investimento do mercado. Marca de conana, qualidade, tecnologia, durabilidade, preciso e ecincia. Com ele, voc garante segurana e certeza de retorno para o seu inves-timento. Em outras palavras: seu negcio ganha rentabilidade e sustentabilidade. O melhor custo/benefcio Valley.Anal, o seu patrimnio que est debaixo do Piv. E isso o que mais importa para voc, certo?O melhor investimento do mercado.E o que melhor: mais lucro e segurana para o produtor.PUBLIQUEAnuncio_Valley_210x140.indd 1 06/03/12 09:50AtenoO alho exige ateno especialna formao do estan-de da cultura e na diferenciao da formao do bulbo.O estande da cultura fortemente infuenciado nos primeiros dias de plantio. A defnio de um bomestandefavorecidapelaadequadaumida-dedosoloantesdoplantio,eamesmadeveser mantida atravs de irrigaes dirias, sem excesso, possibilitando que a cultura no sofra concorrn-cia com o Penicillim sp.Jnoperododediferenciaoadecisodair-rigaomaiscriteriosa,nessemomento,airri-gao suspensa porum curto espao de tempo, exigindocritriosmaisbemdefnidos,sendoque oaspectogeraldaculturaeoacompanhamento da umidade do solo tm forte infuncia nessa de-ciso. Um exemplo desse momento est represen-tado grafcamente na fgura 01. A linha vermelha representaaevoluodaumidadedosolodiria, quecomportaentreolimitemximodearmaze-namento de gua pelo solo, capacidade de campo (linha verde), o limite de segurana (linha azul) e o limite mnimo, ponto de murcha (linha amarela). naparteinferiordafguraobserva-seosestgios dedesenvolvimento1a5(linhaspontilhadasna horizontal)easirrigaesrealizadas(linhasverti-cais).Observa-se(Figura01),noperodocentral darepresentaogrfca,umdfcithdricocon-trolado em que ocorre a diferenciao para forma-o do bulbo do alho.SoluoOsistemaIrrigeratendeanecessidadedoprodu-torcriandopanoramasespecfcosparaasvariveis queinfuematomadadedecisodairrigao.no contexto do alho o acompanhamento dos elementos climticos, associado com a variao da umidade do solo e o estgio de desenvolvimento da cultura pro-porcionam maior segurana na tomada de deciso da irrigao, tornando mais fcil o controle no dia a dia.Aqualidadedacultura,aumentodeprodutivi-dade,reduodoscustosdedefensivoseenergia eltrica so benefcios presentes nos produtores as-sistidos pela Irriger. no entanto o maior benefcio est relacionado ao uso correto do insumo gua que passa a ser maximizado por unidade e qualida-de de alimento produzido.Voc quer participar da revista nosso alho?entre em contato conosco. www.anapa.com.br55 61 33210821ReceitaIngredientes350g de morango orgnico maduroe higienizado (sem cabinho) cerca de 2 caixinhas 170g de acar cristal orgnico1/2 cabea de alho negro descascado250g de creme de leite fresco340g de leite integral2,5ml de extrato de baunilha caseiroSorvete de Alho Negro e MorangoO sorvete fcou com sabor de alho negro bem evidente e criou um contraste interessante com o frutado e cido do morango.Se tem alguma dvida sobre as medidas e equivalncias dos ingredientes, acesse o site www.gourmandisebrasil.com Receita e fotos cedidas gentilmente por nina Moori do blog Gourmandise www.gourmandisebrasil.com twitterGourmandiseModo de preparoFatie o morango e leve ao fogo bem baixo com o acar. Cozinhe por cerca de 15 minutos, retirando a espuma que se forma na super-fcie. Troque de recipiente e una o alho negro fatia-do. Esfrie e gele. Misture o morango cozido com o creme de leite, leite e extrato. Gele bem. Coloque na sorveteira conforme as instrues.Leitura Recomendadaneste livro so apresentados e discutidososprincipaisaspec-tos e os princpios relacionados ao balano hdrico computacio-nalquepodeserautomatizado emtemporeal.Istopossvel considerando-seaestimativa doconsumohdricoindividu-alizadodecadarvoreoude umconjuntodervorescom portes (rea foliar) semelhantes nomesmopomar.Ospassos necessriosparaodesenvolvi-mento de tal sistema de contro-le hdrico so o foco deste livro visto que a tcnica de aplicao pode variar com a estratgia de manejo da gua, e ser aperfeio-ada com novas tecnologias. Balano Hdrico paraIrrigao de Preciso Aplicada em PomaresAutorAntonio Roberto PereiraApoio Fundag -Fundao de Apoio Pesquisa Agrcola1 Edio90 pginas Ano 2011Para adquirir o livroentre em contato pelo e-mail: [email protected] (19) 3233-8035EDITORIALPiisioixri Rafael CorsinoVici-iiisioixriOlir SchiaveninPiisioixri oi uoxiaMarco Antnio LuciniJuioico Jean Gustavo MoissClovis VolpeCoianoiaooiisAnita de S. D. GutierrezCamila P. da CunhaClovis VolpeFernanda R. FernandesFrancisco Vilela ResendeHermes Bomfim NetoJadir Borges PinheiroJean Gustavo MoissJos Baldin PinheiroJos Luis BurbaRicardo Borges PereiraWarley M. NascimentoTisouiiiioDarci MartarelloSiciiriio Exicurivo Renato MendesJoixaiisra iisioxsviiMariana Leal R. Campos | [email protected] i oiaciaxaoMarina Mendes da RochaForo CaiaMahdi Abdulrazakabout.me/mahdiabEscritrio da AnapaSRTVS Quadra 701 Bloco A Sala 813Centro Empresarial BrasliaBraslia-DFTelefone: (61) 3321-0821Fax: (61) [email protected] Alho uma publicao da Associao Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA) com uma tiragem de 5.000 exemplares. As concluses dos artigos tcnicos e as opinies so de responsabilidade de seus autores. Nosso AlhoISSN 2177-2959ParceirosColaboradoresANAPAAssociao Nacional dos Produtores de AlhoINDUCORCaro Leitor,Iniciamos2012compositivismoecertosdorduotrabalhoque enfrentaremos pela frente: a renovao do direito antidumping, que tem validade por cinco anos, e o julgamento da Arguio do Des-cumprimento do Preceito Fundamental (ADPF 177), que tem por objetivo garantir o efetivo pagamento das tarifas de importao. Sendo assim, renovamos os votos de valorizao do produtor ru-ral brasileiro e evidenciamos a luta diria de cada cultivo do alho. Por isso, que em mais esta luta, o setor precisar estar unido para garantiracontinuidadedaatividadeemnossopas.Destaforma, convidamos todos a estar atentos s demandas que surgiro no de-senrolar destes pleitos. Ademais, reiteramos o compromisso da Associao Nacional dos Produtores de Alho com o produtor brasileiro e a produo nacio-nal e relembramos que o Brasil merece uma produo agrcola digna e reconhecida. Tenha uma tima leitura! A ANAPA valoriza o produtor brasileiroRafael Jorge CorsinoPresidente da ANAPANOSSOALHOVENDA PROIBIDANMERO 13ABRIL 2012ISSN 2177-2959Fotografia: Mahdi Abdulrazak