nosso alho setembro 2011

VENDA PROIBIDA NMERO 12 SETEMBRO 2011

ISSN 2177-2959

NOSSO

ALHOSaiba o que realmente ameaa a produo de um belo e bom alho roxo brasileiroE ainda...

Inulina, um composto funcional Odio em pimento Georreferenciamento

Nosso AlhoISSN 2177-2959

EditorialPresidenterafael Corsino

Caro leitor, Ao tempo em que acompanhamos a colheita de alho na regio do Cerrado Brasileiro, verificamos uma enxurrada de alho importado sendo desembaraado nos principais portos brasileiros. Para elucidar um pouco o cenrio que se tem delineado em nosso pas, trouxemos ao longo de vrios textos, algumas perspectivas, questionamentos e crticas a esse contexto, pois aos poucos, vemos o mapa brasileiro ficar vermelho. Acompanhe os artigos China impe toque de recolher ao Brasil, China Economia de mercado? Uma conjuno devastadora, Governo se prepara para incluso da China como economia de mercado e Importaes. Alm disso, cabe ressaltar, que ns produtores brasileiros estamos em processo de reviso da normativa vigente do alho e trabalhamos para que os anseios da cadeia produtiva sejam alcanados. Leia tambm os artigos sobre Georreferenciamento e suas implicaes polticas por Valdir Colatto, Inulina um composto funcional por Mara Gabriela Quadri, Odio em Pimento por Ricardo Pereira, Gilvaine Lucas e Jadir Pinheiro, pesquisadores da Embrapa Hortalias. Finalizo convidando a todos integrantes da cadeia produtiva e interessados, para o XXIV Encontro Nacional dos Produtores de Alho que se realizar em 4 de novembro em Santa Catarina. Acompanhe a programao em nosso site. Tenha uma tima leitura! A ANAPA valoriza o produtor brasileiro

Vice-presidenteolir Schiavenin

Presidente de honraMarco antnio lucini

JurdicoJean Gustavo Moiss Clovis Volpe

ColaboradoresFabrcio Marques rodrigues Gilvaine Ciavareli lucas Jadir Borges Pinheiro Mara Gabriela Novy Quadri ricardo Borges Pereira Valdir Colatto

Tesoureirodarci Martarello

Secretrio Executivorenato Mendes

EditoraMariana leal r. [email protected]

Arte e diagramaoMarina Mendes da rocha

Jornalista responsvelMariana leal ricardo Campos8575-dF

Gerente Geraltatiana Monteiro reis Escritrio da anapaSrtVS Quadra 701 Bloco a Sala 813 Centro Empresarial Braslia Braslia-dF telefone: (61) 3321-0821 Fax: (61) 3321-0822 [email protected]

Rafael Jorge Corsino Presidente da ANAPA

Nosso Alho uma publicao da Associao Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA) com uma tiragem de 5.000 exemplares. As concluses dos artigos tcnicos e as opinies so de responsabilidade de seus autores.

www.anapa.com.br

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CAPA

Saiba o que realmente ameaa a produo de um bom e belo Alho Roxo Brasilieiro

CHINA

Economia da mercado?

CURTASARTIGOS

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Georreferenciamento, uma utopia Reviso de normas e padres do alho Tneis portteis de secagem rpida para alho Importaes de alho Inulina, um composto funcional Odio em pimento

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34 37 43

AGENDA

RECEITA Mingau de Alho LEITURA RECOMENDADA

crdito: Marco Antnio Lucini

CurtasAlho no Jornal HojeVeiculada pelo Jornal Hoje da Rede Globo no dia 14 de setembro a matria: Alho contm propriedades que ajudam no combate e controle de doenas. Considerado um medicamento por causa das propriedades anti-inf lamatrias, tambm ajuda no controle da glicose e na preveno de doenas cardacas. Assista ao vdeo no site da ANAPA em www.anapa.com.brFonte: ANAPA

Produtores do Sul do pas acompanham a colheita do alho no Cerrado

15 produtores estiveram entre os dias 8 e 10 de setembro em Braslia para acompanhar a colheita, produo e tecnologia empregada no cultivo do alho, cenoura, cebola e batata na Agrcola Wehrmann na regio de Cristalina Gois. O vice-presidente da ANAPA Olir Schiavennin acompanhou o grupo e ressaltou que a tecnologia empregada pela empresa , sem duvidas, a mais avanada do mundo. Os produtores salientaram a organizao da empresa, alm da alta produtividade, diminuio do custo de produo, qualidade e uniformidade do produto, higiene, processo de lavagem, classif icao, embalagem e carregamento. um exemplo a ser seguido, pois nos dias de hoje, quem no trabalhar dessa forma, dif icilmente ser competitivo. Essa experincia dever contribuir muito para que nossos produtores se conscientizem cada vez mais sobre a necessidade de modernizar a produo para sobreviver na atividade, af irma Olir.

Fonte: ANAPA

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NossoAlho | Setembro de 2011

Pesquisa mapeia diversidade gentica do alhoNa antiguidade, para indianos, egpcios, gregos, hebreus, russos e chineses a importncia do alho era equiparada a do sal, usado na conservao de carnes e cadveres e essencial na dieta de escravos, alm da conotao mstica devido proteo contra doenas e o mal. Hoje estes poderosos bulbos vm sendo extensivamente estudados pela cincia. So mais de 3600 artigos publicados relacionados a pesquisas nas reas mdica, farmacolgica e nutricional (PubMed). O consumo regular de alho comprovadamente reduz o risco de doenas cardiovasculares, diabetes, asma e alguns tipos de cncer. Para a agricultura as propriedades antifngicas, bactericidas e inseticidas podem ser usadas no controle de pragas. No Brasil, o consumo de alho apresenta aumento de 4% ao ano, enquanto a rea plantada vem reduzindo, por isso, h dependncia de importaes. Devido s inmeras aplicaes da espcie e o potencial econmico, o interesse em conhecermos a diversidade de nossas colees aumenta. Muitos pases, como Alemanha, Austrlia, Brasil, Chile, Coreia do Sul, EUA e Turquia, possuem bancos de germoplasma, mas somente a partir da caracterizao fenotpica e molecular ser possvel traar estratgias ef icazes para o melhoramento gentico da espcie, afirma Camila Pinto da Cunha, engenheira agrnoma e autora da pesquisa Desenvolvimento de marcadores microssatlites e caracterizao da diversidade gentica molecular de acessos de alho. O estudo foi executado no programa de ps-graduao em Gentica e Melhoramento de Plantas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ), sob orientao do professor Jos Baldin Pinheiro. Na prtica, a autora desenvolveu locos microssatlites, tambm conhecidos pela sigla em ingls SSR (Simple Sequence Repeats) especf icos para alho, utilizando-os para a caracterizao da diversidade gentica dos bancos de germoplasma do Departamento de Gentica (LGN) da ESALQ, do Instituto Agronmico de Campinas (IAC) e da Embrapa Hortalias. Segundo a pesquisadora, a caracterizao dos bancos de germoplasma feita principalmente por caracteres agromorfolgicos, cuja alta inf luncia ambiental e os diferentes critrios em nvel nacional e internacional inviabilizam estudos comparativos. Por isso, os marcadores moleculares, como os SSR, so hoje os mais indicados para estudos em gentica, de diversidade gentica, mapeamento gentico e associativo at f ilogenia, destacando-se pela alta deteco de polimorf ismo e segregao mendeliana. No laboratrio Com o aumento do interesse no alho como f itoterpico, o desaf io ser conhecer melhor a espcie, hoje pouco estudada em termos genticos. No incio do projeto no haviam marcas SSR desenvolvidas para alho. No f inal de 2009, oito marcas polimrf icas foram publicadas por um grupo de pesquisadores da Coreia do Sul. Ns desenvolvemos outras 16, dez polimrf icas. O nmero reduzido de marcas SSR especf icas para alho, quando comparado a outras espcies, se deve a complexidade do genoma, que dif iculta o desenvolvimento e otimizao das mesmas, salienta. Com o uso dos marcadores SSR desenvolvidos, a pesquisa relatou uma riqueza de tipos diferentes de alho, difcil de ser identif icada pelo fentipo. Considerando que a propagao da espcie vegetativa, espervamos um maior nmero de acessos duplicados. A autora ressalta ainda, que as marcas SSR abrem portas para futuros estudos em gentica com a espcie. A diversidade dos acessos de alho de nossas colees so a base para um futuro programa de melhoramento gentico, para desenvolvimento de novas variedades, conclui.Fonte: Assessoria de Comunicao USP ESALQ

ABC dA BoA MesA

19 a 21 de agosto de 2011 | Cristalina GOwww.abcdaboamesa.com.br

A ANApA agradece sua presena8 NossoAlho | Setembro de 2011

Artigo

Georreferenciamento, uma utopiaPor Valdir Colatto

Veio tona mais uma questo que provoca grande polmica e busca de soluo no meio rural Brasileiro. O Decreto Presidencial 5.570/2005, assinado pelo ex-presidente Lula, obriga, agora, aps oito anos, o georreferenciamento de todas as reas rurais at 500 hectares (ha). Recordo que h alguns anos, a obrigatoriedade do georreferenciamento em propriedades acima de 500 hectares aflorou uma situao de insatisfao e revolta entre os produtores por vrios motivos.

tada. So 5,170 milhes de propriedades rurais no Brasil, segundo o IBGE, totalizando em torno de 350 milhes de ha. Segundo, porque no temos tcnicos no pas para fazer o georreferenciamento, nem em um prazo de cem anos. No h 2% das propriedades georreferenciadas, hoje, em funo da geografia extremamente complexa. Tambm a morosidade na ao do Incra que precisa certificar in loco, pois sabemos que tem levado mais de cinco anos para dar um parecer, aos projetos apresentados pelos proprietrios rurais. Com base no decreto 5.570/2005 os cartrios j emitiram avisos que a partir de 1/11/2011 nenhum imvel rural ser registrado se no tiver o georreferenciamento, que a medio da terra por meio de coordenadas identificadas por satlite. A medida ser obrigatria para a alterao de titularidade de terra, vendida, desmembrada ou parcelada e tambm para averbaes de Reserva Legal (RL) adiadas pelo decreto 7.497/2011 para 11/12/2011. A situao de impasse e exige da presidente da Repblica uma ao imediata, dando maior prazo ou revogando o decreto presidencial. Temos sim que buscar soluo urgente.Valdir Colatto Engenheiro Agrnomo, deputado Federal e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuria (FPA) no Congresso Nacional

O primeiro deles por no ter base lgica e viabilidade de ser execu-

O decreto 5.570/2005, em vigor, impede qualquer registro de imveis rurais no Brasil sem georreferenciamento. Imaginemos os transtornos nas operaes imobilirias, de crdito, jurdicas, fiscais, problemas com relao a heranas, entre outros tantos que aparecero. O pas aguentar

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essa imposio burocrtica? Claro que no. Revogar esse decreto mais que urgente, fundamental. Tambm considerar que o Decreto 4.449/2002 em vigor determina, no seu artigo 8 e pargrafos 1, 2, 3 e 4, que os custos financeiros para a medio das reas por georreferenciamento sejam arcados pelo Incra em propriedades com at quatro mdulos fiscais - cerca de 80 ha na regio Sul e 150 ha na Amaznia. Nessas reas esto aproximadamente 3,5 milhes de imveis no Brasil.

Quanto custar isso aos cofres pblicos? Quantos tcnicos precisam e em quanto tempo faro? o Brasil do achismo, sem planejamento da sua ocupao territorial desde a sua origem. Agora, por presso e abuso dos tecnocratas, querem consertar a questo ambiental e fundiria, esquecida nos ltimos 511 anos de histria do pas. Bom senso e caldo de galinha no fazem mal a ningum. A Presidenta Dilma, com a palavra!

MDA e Incra garantem prorrogao de georreferenciamento ser anunciados nos prximos dias. Colatto vemDeterminao passaria a valer a partir de 1 de novembroPor Assessoria de Imprensa Deputado Federal Valdir Colatto (PMDB/SC)

acompanhando a problemtica quando comeou a circular a informao da aplicao do decreto 5.570 de 31 de outubro de 2005.

Confirmada a prorrogao de decreto que passaria a valer em 1 de novembro, exigindo o georreferenciamento de imveis rurais com at 500 hectares em todo territrio brasileiro. A prorrogao foi confirmada pelo ministro do Desenvolvimento Agrrio (MDA) Afonso Florence, presidente do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra), Celso Lisboa de Lacerda ao deputado federal Valdir Colatto (PMDB/ SC), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuria no Congresso Nacional em reunio na Comisso de Agricultura e Comisso de Fiscalizao e Controle da Cmara. Novos prazos devero

O georreferenciamento a medio da rea por meio de coordenadas identificadas por satlites. O parlamentar afirma que impossvel fazer o georreferenciamento no Brasil nos prximos anos. Outra questo, explica o deputado, o pagamento do servio de georreferenciamento, com a possibilidade do governo criar linha de crdito para que o produtor possa acessar. Segundo Colatto, o prprio Incra reconhece que no tem condies de atender a demanda no pas. Tem pedidos que esto parados no Incra h cinco anos a espera de homologao, acrescenta o parlamentar, lembrando que o Brasil tem 850 milhes de hectares e 5,5 milhes de propriedades rurais.


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Artigo

Por Valdir Colatto

Nossas florestasA primeira unidade de conservao criada no Brasil foi em 1934, a Floresta Nacional de Lorena, em So Paulo. Nos ltimos anos, as unidades de conservao (UC) aumentaram, chegando hoje a 1,5 milhes de quilmetros quadrados ou seja 150 milhes de hectares, algo em torno de 17% do territrio nacional. So 310 unidades federais, 503 estaduais, 84 municipais e 973 Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN).

Comparativamente, o Brasil tem 17% do seu territrio continental

protegido por unidade de conservao. No planeta, apenas 12,8% dos territrios esto protegidos legalmente. O Brasil ocupa o 4 lugar em quantidade de rea continental destinada a unidades de conservao, ficando atrs apenas dos Estados Unidos, Rssia e China. As florestas cobrem 31% da superfcie da terra. No Brasil so 516 milhes de hectares de florestas nativas e plantadas, ou seja, 60,7% do territrio nacional. Com todos esses dados favorveis do Brasil, sofremos presso inexplicvel de outros pases e ONGs internacionais, o que est por trs disso? Um Brasil de fome, de volta ao passado, importando alimentos? As Unidades de Conservao esto em duas categorias: de uso sustentvel (APA, ARIE, RF, RDS e RPPN) e de Proteo Integral, as estaes ecolgicas, reservas biolgicas, monumentos naturais e refgio de vida silvestre. O Brasil, entre 2003 e 2010, criou 74% de todas as reas destinadas a conservao da natureza no mundo, poltica to festejada pelo ambientalismo e os acordos dos governos na rea internacional. A meta do governo brasileiro a criao de mais 10 milhes de hectares de unidades de Conservao nos prximos quatro anos. A estrat-

Valdir Colatto Engenheiro Agrnomo, deputado Federal e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuria (FPA) no Congresso Nacional

gia integrar a gesto do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC) com outras reas protegidas, tais como terras indgenas e territrios quilombolas que passariam a ser pblicos a partir da criao. Os nmeros das metas das unidades de conservao 2011-2020, por biomas esto assim projetadas: Bioma Amaznia de 25% atingido para 30%; Caatinga de 7% para 10%; Cerrado de 8% para 10%; Mata Atlntica de 9% para 10%; Pampa de 3% para 10%; Pantanal de 5% para 10% e rea Marinha de 2% para 10%. Todos esses nmeros e dados so oficiais do Ministrio do Meio Ambiente do Brasil. Dados que todos os brasileiros precisam conhecer, analisar e buscar consenso no debate pblico. uma deciso

que deve ser resultado de uma poltica planejada, construda na busca de um planejamento de ocupao territorial e ambiental para o pas. O Brasil no pode ser o responsvel pela preservao do meio ambiente do planeta. Tantos e todos se preocupam e tentam interferir na legislao florestal brasileira. Ouo afirmaes das mais diversas de que o nosso Cdigo Florestal o mais avanado, o melhor, e deve ser preservado a todo custo. As pessoas esto sendo convencidas que temos no Brasil o melhor Cdigo Florestal para salvar o planeta. Ora, se de fato temos esse avano, precisamos propor no Rio +20, em 2012, que a nossa legislao ambiental se transforme no Cdigo Florestal Internacional, adotado por todos os pases do mundo. Se bom para ns, deve ser bom para todas as 6,5 bilhes de pessoas no planeta!

Artigo

Por Rafael Corsino

China impe toque de recolher ao BrasilVoc deve estar pensando no absurdo desta informao. Ou, ainda, que no mnimo houve um erro de redao. Ou ento, que isso no passa de uma piada de muito mau gosto. Infelizmente no. Quisera estar totalmente errado.sil est fadado ao fracasso no tocante produo agrcola de alho. Aqui no pas, nossos produtores nadam contra a correnteza. Ou melhor... nadam, nadam, e morrem na praia. No, nos portos. No adianta o produtor brasileiro respeitar as legislaes vigentes, empregar mais de 80.000 trabalhadores e produzir alimentos com qualidade. Se me permitem dizer: ainda tem muita gente em nosso pas que acredita sim, que o que vem de fora melhor. Sabe aquele comportamento ultrapassado de valorizar o que estrangeiro em detrimento do que seu? Voc talvez no saiba, mas com certeza, em busca de uma alimentao saudvel, consome alho chins. Uma dica: faa uma busca rpida no Google e descubra as precrias condies de produo por l. Um tanto quanto contraditrio: o Brasil produtor de alimentos, no produziria alho? claro que sim. Um dos alimentos mais consumidos em nossa culinria e com maior propriedade nutricional. Inclusive a renomada Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA, j constatou: Para obter sabor similar a 1 dente do alho nacional so necessrios 5 dentes do alho chins;

A China j definiu: o Bra-

Rafael Jorge Corsino Presidente da Associao Nacional dos Produtores de Alho - ANAPA

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O alho nacional contm 40% a mais de alicina do que o chins, seu principal ativo composto, responsvel pela maioria das propriedades farmacolgicas, com ao antioxidante e antibitica, alm de combater bactrias, fungos e vrus. Ento, porque um cidado BRASILEIRO no consome alho BRASILEIRO? Porque imposto a esse BRASILEIRO que consuma o alho CHINS. Por diferentes motivos: esse alho desembaraado nos portos brasileiros a valor abaixo do praticado em solo nacional (o que impede a concorrncia com o alho brasileiro), muitas vezes os importadores no recolhem todos os impostos necessrios transao, h ainda a triangulao da mercadoria, isso tudo gera automaticamente, que o mercado da esquina opte por um produto mais barato. E tambm, porque ns, produtores brasileiros, temos tecnologia, clima e investimento adequados produo nacional, mas no nos enxergam, e porque continuam insistindo que voc, consumidor, brasileiro, gere emprego na China em detrimento dos empregos no seu pas, consuma alimento que no tem qualidade garantida e que continue por muitos e muitos anos sem saber de onde est vindo o alho que voc consome. Afinal, isso no seria uma questo de escolha, no ? Enquanto representantes dos produtores de alho nacional cumprimos nossa obrigao. Lutamos pelos direitos e deveres de nossos produtores. Exigimos do Ministrio da Agricultura, da Receita Federal do Brasil, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais de Justia, dos Parlamentares, medidas que visem a proteo e manuteno da cultura do alho no Brasil.

Mas por coincidncia acompanhamos a cada colheita brasileira, justamente em plena comercializao, uma enxurrada de alho chins sendo desembaraado nos principais portos brasileiros. E ponto. As consequncias da ausncia do poder pblico ficam por aqui: nossos produtores so desestimulados a continuar suas atividades e contabilizamos a extino de milhares de agricultores familiares. E no fim dessa histria os navios retomam seu curso a espera de uma prxima encomenda brasileira... Ridculo, no? Ns, produtores de alho nacional exigimos respeito. Se voc tambm exige respeito e se sente envergonhado com as polticas pblicas adotadas pelo seu pas, partilhe a verdadeira histria da produo de alho mundial. Divulgue, noticie e comente o que realmente acontece por aqui.

Valorize o que se produz no Brasil. Consuma o alho roxo brasileiro.


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Artigo

China: Economia de Mercado?UMA CONJUNO DEVASTADORAPor Rafael Jorge Corsino

Ultimamente tem-se noticiado que a China dever ser considerada pelo Brasil como economia de mercado para efeitos de comrcio exterior, tendo em vista normativa da Organizao Mundial de Comrcio. Para entender esse tema, faz-se necessrio transcorrer sobre a relao da Repblica Popular da China com a OMC.

Com efeito, o Protocolo de Acesso da Repblica Popular da China

Organizao Mundial de Comrcio (integrado ao direito brasileiro pelo Decreto 5.544/2005), foi aprovado para ocorrer, no de forma imediata e integral, mais sim de forma gradual e mediante condies. A mesma norma que inclura a China OMC traz regras transitrias, que possibilita a adoo de medidas excepcionais (como, por exemplo, o antidumping com regramento distinto), as quais foram aceitas pela prpria China. No referido protocolo ficou reservada aos demais membros da OMC a faculdade de utilizar, nos casos de investigao de prtica de dumping que envolva produtos chineses, a metodologia apropriada a pases de economia de mercado ou aplicvel a pases que no o so. Estabeleceu, ainda, em seu inciso d, que essa faculdade ter durao de 15 anos contados da data da acesso da China Organizao, ou seja, at 2016, conforme redao do Art. 15, do Protocolo de Acesso da Repblica Popular da China Organizao Mundial de Comrcio. A grande questo a seguinte: como economia de mercado, o procedimento para imposio de medidas protetivas do mercado interno deve se pautar pelo preo praticado, no por um terceiro pas, mas sim de acordo com o prprio mercado Chins. Isto fatalmente vai dificultar, seno impedir, a prtica de direito antidumping, uma vez que o Brasil no tem condies de colher e manusear informaes teis verificao do dumping. Como bem informou a secretria de Comrcio Exterior do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, entrevistada sobre o tema pela Agncia Cmara de notcias: a tarefa no ser fcil, porque no interior da China, a contabilidade no segue padres ocidentais.

Rafael Jorge Corsino Presidente da Associao Nacional dos Produtores de Alho - ANAPA


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Percebe-se, pois, que extremamente nocivo o efeito que a transmutao da China para economia de mercado acarretar. Assim, pergunta-se: o que fazer? Na viso da ANAPA, que h muito vem sofrendo com as mazelas da concorrncia desleal do alho chins, o Brasil deve encabear uma modificao no texto normativo que inseriu a China OMC. Em outras palavras, nada, absolutamente nada, impede que a China, em determinados segmentos e produtos, possa continuar a ser tratada como pas de economia emergente, sem estar afeta s regras de economia de mercado. Mesmo com as restries, a China alavancou suas exportaes para os quatro cantos do mundo; logo, no h motivos para que sejam extintas as restries j no ano de 2016. Caso isso ocorra, o efeito vai ser devastador em vrios ramos da economia. Em ltima anlise, deve ser feita uma prorrogao desta data, para que o Brasil e o mundo absorvam melhor a ideia de encarar a China como economia de mercado. Por fim, a ANAPA considera que a Constituio Federal de 1988 impede que a regra contida no mbito da OMC possa afetar a soberania econmica, bem como o mercado interno, o qual patrimnio nacional.Leia na pgina 22 a matria Governo se prepara para incluso da China como economia de mercado.

Aplicao do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comrcio de 1994 (Acordo Antidumping) e o Acordo SMC, em conformidade com o seguinte: a) Na determinao da comparabilidade de preos, sob o artigo VI do GATT 1994 e o Acordo Antidumping, o Membro importador da OMC utilizar, sejam os preos e os custos chineses correspondentes ao segmento produtivo objeto da investigao, ou uma metodologia que no se baseie em uma comparao estrita com os preos ou os custos domsticos chineses, com base nas seguintes normas: i) se os produtores investigados puderem demonstrar claramente que, no segmento produtivo que produz o produto similar, prevalecem condies de economia de mercado no que diz respeito manufatura, produo e venda de tal produto, o Membro da OMC utilizar os preos ou custos prevalecentes na China do segmento produtivo objeto da investigao, para determinar a comparabilidade dos preos; ii) o Membro da OMC importador poder utilizar uma metodologia que no se baseie em uma comparao estrita com os preos internos ou custos prevalecentes na China se os produtores investigados no puderem demonstrar claramente que prevalecem no segmento produtivo, que produz o produto similar, condies de economia de mercado no que diz respeito manufatura, a produo e venda de tal produto.

Confira a redao do Art. 15, do Protocolo de Acesso da Repblica Popular da China Organizao Mundial de Comrcio: Nos procedimentos relacionados a importaes de origem chinesa por um Membro da OMC, aplicar-se-o o artigo VI do GATT 1994, o Acordo relativo

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b) Nos procedimentos regidos pelas disposies das partes II, III e V do Acordo SMC, quando se tratarem de subsdios descritos nos itens a), b), c) e d) do artigo 14 do referido Acordo, aplicar-se-o as disposies pertinentes do mesmo; no obstante, se houver dificuldades especiais, o Membro da OMC importador poder utilizar, para identificar e medir o benefcio conferido pelo subsdio, metodologias que levem em conta a possibilidade de que os termos e condies prevalecentes na China nem sempre podem ser utilizados como bases de comparao adequadas. Para aplicar tais metodologias, sempre que factvel, o Membro da OMC importador dever proceder a ajustes desses termos e condies prevalecentes antes de considerar a utilizao de termos e condies prevalecentes fora da China. c) O Membro importador da OMC notificar as metodologias utilizadas em conformidade com o item a) ao Comit de Prticas Antidumping e as utilizadas em conformidade com o item b) ao Comit de Subsdios e Medidas Compensatrias. d) Uma vez tendo a China estabelecido, em conformidade com a legislao nacional do Membro importador da OMC, que uma economia de mercado, ficaro sem efeito as disposies do item a), desde que a legislao nacional do Membro importador preveja critrios para aferir a condio de economia de mercado, na data de acesso. Em quaisquer casos, as disposies do item a)

ii) expiraro aps transcorridos 15 anos da data de acesso. Ademais, nos casos em que a China estabelecer, em conformidade com a legislao nacional do Membro importador da OMC, que em um segmento produtivo particular ou indstria prevalecem condies de economia de mercado, deixar-se-o de aplicar a esse segmento produtivo particular ou indstria as disposies do item a) referentes s economias que no so economias de mercado.

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Inseticida/AcaricidaACARIS ACARISTOP AKITO APPLAUD ATABRON FENTROL KRAFT METHOMEX ORTHENE ORTUS STALLION WARRANT

FungicidaBELLKUTE CAPTAN EMINENT ENVOY FLARE FOLPAN KASUMIN MANAGE MERTIN ORTHOCIDE PENNCOZEB PREVENT RANMAN TAIREL PLUS

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Governo se prepara para incluso da China como economia de mercadoPor Luciene Cruz Reprter da Agncia Brasil Em 11/09/2011

Braslia O governo federal comea a se preparar para a incluso da China como economia de mercado, para fins de defesa comercial. Segundo regras estabelecidas pela Organizao Mundial do Comrcio (OMC), a partir de 2016, todos os pases sero obrigados a reconhecer a China como economia de mercado. Na prtica, a mudana significa que vai ficar bem mais difcil aplicar medidas antidumping contra os produtos chineses. Das 81 medidas antidumping aplicadas pelo Brasil, a metade contra produtos chineses. Para se preparar para essa mudana, o governo estuda como ir combater o ataque chins ao mercado brasileiro. Segundo a secretria de Comrcio Exterior do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, o pas j est preocupado com a questo. Isso vai fazer com que seja muito mais difcil a aplicao de antidumping contra a China. um momento em que h mudana radical em defesa comercial porque a China o principal player (negociador), principal objeto das nossas investigaes, por isso ter que receber tratamento distinto. Estamos nos preparando para esse momento, analisando como outros pases esto se preparando para isso, informou Tatiana Agncia Brasil.

Atualmente, apesar de a China ser considerada economia emergente, tratada como economia de no mercado. Com isso, ao abrir um processo de investigao na OMC, os pases no precisam considerar os preos dos produtos chineses. Quando a China alvo de denncia, o governo ou o setor produtivo tem que indicar um terceiro pas que seja parmetro para o produto, a fim de o governo definir se existe dumping (preo abaixo do praticado no mercado) nos preos. H duas semanas, tcnicos do MDIC estiveram nos Estados Unidos para compartilhar medidas de proteo comercial. O pas norte-americano tem realizado investigaes na China, com o objetivo de conhecer os processos de precificao e composio do custo. O Brasil ter que fazer cada vez mais isso [investigaes in loco] porque no poder usar dados de outros pases. A tarefa no ser fcil porque no interior da China, a contabilidade no segue padres ocidentais. No falam ingls, ser desafio na operao e no entendimento dos cadernos de contabilidade, comentou. A China o maior parceiro comercial do pas. Dados da balana comercial de agosto apontam que no acumulado de oito meses foram exportados US$ 29,050 bilhes frente a US$ 19,914 bilhes no mesmo perodo do ano passado. As importaes somaram US$ 20,947 bilhes, de janeiro a agosto, ante US$ 15,485 bilhes no mesmo perodo de 2010.

Importaes

Artigo

Estudo da CNA aponta que faltam frutas e hortalias no prato do brasileiroPor Assessoria de Comunicao da CNA

saudvel e que previne doenas. Mas o hbito no est presente na mesa dos brasileiros, que admitem estar insatisfeitos com a qualidade da sua alimentao. Essas concluses esto em pesquisa indita, realizada entre fevereiro e abril de 2011, a pedido da Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil (CNA), para avaliar os hbitos alimentares da populao. So dois os principais benefcios relacionados pelos entrevistados ao consumo de frutas e hortalias: 37% consideram esses alimentos saudveis e 26% avaliam que eles previnem doenas. Do total de entrevistados, 17% admitem no estar contentes com a qualidade da prpria alimentao e 32% reconhecem a necessidade de melhorar os hbitos alimentares, ingerindo maior quantidade de frutas, verduras e legumes. Foram ouvidas 1.420 pessoas responsveis pela alimentao de suas famlias, com diferentes nveis de escolaridade, de todas as classes sociais e regies do Pas. O estudo mostra que o consumo de frutas no Brasil est abaixo do recomendado pela Organizao

O consumo de frutas e hortalias um hbito

Mundial da Sade (OMS). Na vspera da pesquisa, 63% dos entrevistados informaram que no consumiram frutas. Somente 8% dos brasileiros comeram frutas no caf da manh, 16% consumiram esse item no perodo entre o caf da manh e o almoo; e 2% ingeriram frutas no almoo. O levantamento mostra, tambm, que apenas 34% das pessoas ouvidas comem frutas pelo menos seis vezes na semana. Apesar dos benefcios de uma alimentao saudvel, apenas 18,2% dos brasileiros ingerem a quantidade de frutas recomendada pela OMS, de 400 gramas/ dia, segundo o Ministrio da Sade. O Brasil o terceiro maior produtor de frutas do mundo, mas so poucos os que tm o hbito de consumi-las, afirmou a presidente da CNA, senadora Ktia Abreu. Segundo a pesquisa, o consumo de frutas considerado, muitas vezes, tapa buraco, dificultando a constituio de um hbito regular.

Quem quer maior produtividade, exige qualidade

Produto Calcrio Dolomtico Calcrio Dolomtico Calcrio Calctico Calcrio Calctico Calcrio Calctico Calcrio Dolomtico Calcrio Dolomtico Gesso

Fbrica Ita de Minas (MG) Sobradinho (DF) Sobradinho (DF) Rio Branco do Sul (PR) Pinheiro Machado (RS) Itapeva (SP) Paracat (MG) Ouricur (PE)

PN (%) 100 90 95 90 80 100 85 16% de S

PRNT (%) 95 a 100 85 a 90 85 a 90 75 a 80 75 a 80 80 a 85 85 a 95

CaO (%) 41 a 45 40 a 43 42 a 45 42 a 45 40 a 44 28 a 30 26 a 30 20% de CaO

MgO (%) 6 a 10 5a6 3a5 3a5 3a5 19 a 21 16 a 18

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Preo acessvel, mudana de hbitos alimentares, maior facilidade de acesso ao ponto de venda e indicao de mdicos e nutricionistas so condies apontadas pelos entrevistados para o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras. O levantamento aponta que os brasileiros gastam, em mdia, 6,2% de sua renda com a aquisio de frutas, legumes e verduras. Enquanto a classe D gasta 8% de sua renda com esses alimentos. A maior despesa com frutas e verduras ocorre na faixa etria de 60 a 79 anos, com gastos de 6,8% da renda, enquanto os brasileiros de 20 a 29 anos comprometem 6% de sua renda com frutas e verduras. Entre as hortalias mais consumidas pelos entrevistados, esto cenoura (81%), alface (79%) e tomate (75%); no caso das frutas, as preferidas so banana (90%), ma (74%) e laranja (73%). A pesquisa da CNA identificou, ainda, que metade das pessoas ouvidas admitiu estar acima do peso ideal, ou seja, com problemas de sobrepeso (33,7%) ou algum grau de obesidade (16,3%). Em 11% das casas, o estudo constatou casos de hipertenso, e em 6%, de diabetes. Os dados do estudo e de outras pesquisas divulgados recentemente comprovam que a m alimentao uma ameaa sade das pessoas. Se o brasileiro consumir mais frutas, legumes e verduras, os gastos com sade vo diminuir, afirmou o presidente da Comisso Nacional de Fruticultura da CNA, Carlos Prado. No Brasil, s as polticas de combate s carncias nutricionais absorveram cerca de R$ 4 bilhes nos ltimos 10 anos, segundo dados do Ministrio da Sade. Se o consumo aumentar, o presidente da Comisso Nacional de Fruticultura da CNA garante que os produtores tero condies de atender s novas demandas.

A exemplo do Brasil, outros pases tambm enfrentam problemas de sade da populao em funo da alimentao inadequada. Os Estados Unidos, onde cerca de 30% das crianas e dos jovens so considerados obesos, deram incio a uma campanha para estimular o consumo de alimentos saudveis, bom exemplo que precisa ser seguido pelo Brasil, afirmou Carlos Prado.pesquisa quantitativa Consumo de Frutas e Hortalias 1420 entrevistados Ambos os sexos 20 a 79 anos Norte I Centro-Oeste Sudeste I Sul I Nordeste Classe A 7% Classe B 25% Classe C 43 % Classe D 26 % principal local de compra de FLVs % Feira livre Classe A 10% Classe B 8% Classe C 7% Classe D 7% Supermercado Classe A 84% Classe B 81% Classe C 78% Classe D 79% Frequncia de consumo de hortalias Todos os dias 6X na semana Classe A 62% Classe B 55% Classe C 50% Classe D 41% Entre os diferenciais sugeridos ao pblico tm destaque Selo de padronizao organolptica Selo de garantia de qualidade Informaes nutricionais na embalagem e benefcios do alimento para o organismo

A ntegra da pesquisa encomendada pela CNA pode ser acessada no site www.canaldoprodutor.com.br (Link Fruticultura)

Legislao

Reviso de Normas e padres do AlhoPor Mariana Leal

Cadeia produtiva se rene para alinhar Proposta de Reviso Norma de Identidade e Qualidade do Alho uma vez que a legislao vigente no acompanha a realidade da produo de alho no pas.

Considerando-se a Pauta de Negociaes em andamento no Mer-

cosul, foi sinalizado o agendamento da Reviso de todos os Regulamentos Tcnicos de Identidade e Qualidade de Produtos Vegetais in natura, entre o quais, encontra-se o Alho. A Associao Nacional dos Produtores de Alho - ANAPA, representada por seu presidente Rafael Jorge Corsino em consonncia com o Coordenador Geral de Qualidade Vegetal CGQV da Secretaria de Defesa Agropecuria do Ministrio da Agricultura, Fbio Florencio Fernandes, iniciaram o processo de reviso e adequao da legislao vigente, Portaria n 242/92, em conformidade s exigncias requeridas.

Apresenta-se ento a necessidade de um Projeto de Regulamento Tcnico para o bulbo, condizente com a atual realidade de comercializao do alho tanto no mercado interno como externo, a ser apresentado como proposta do Brasil para a reviso do Regulamento Tcnico Mercosul do Alho. Desta forma, a ANAPA proporcionou aos produtores brasileiros de vrias regies do pas, a oportunidade de sinalizarem no texto em vigor modificaes que atendessem suas expectativas de produo alinhadas ao que se pratica atualmente. Aps essa consulta prvia as sugestes foram apresentadas para diversos segmentos do setor em reunio no ltimo dia 21 de setembro no auditrio da Embrapa Hortalias CNPH em Braslia. Na ocasio estiveram presentes os representantes da ANAPA, Ministrio da Agricultura, pesquisadores da Embrapa, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecurio, produtores, compradores e embaladores de alho. Rafael Corsino salientou a importncia de reviso da normativa em busca de solues para o setor, vislumbrando a manuteno da cultura do alho no pas com uma legislao coerente atualidade, e tendo o comprometimento e atuao dos segmentos envolvidos com a cadeia produtiva da hortalia para que reflitam os anseios do setor nesta proposta. Por isso faz-se necessrio um Projeto de Regulamento Tcnico para o bulbo, condizente com a atual realidade de comercializao do alho tanto no mercado interno como externo, a ser apresentado como proposta do Brasil para a reviso do Regulamento Tcnico Mercosul do Alho, con-

forme sinaliza Fbio Fernandes do Ministrio da Agricultura: Uma vez harmonizado e aprovado por meio de Resoluo do Grupo Mercado Comum (GMC), ser internalizado pelo Brasil, por meio de Ato Normativo especfico, e dessa forma se constituir no Padro Oficial de Classificao do Alho, em substituio a Portaria n 242/92, e ser utilizado para a classificao desse produto, tanto no mercado interno, como na importao, quer seja dos Pases Membros do Mercosul, como de terceiros pas. Este processo de reviso requer um alinhamento conciso com as propostas levantadas uma vez que necessrio respaldo tcnico, principalmente da iniciativa privada, no que diz respeito aos conceitos que devem ser trabalhados ao longo do texto. O representante do Ministrio da Agricultura destacou que uma vez que as proposies sero levadas para negociao no Mercosul, os idealizadores do projeto tem que considerar se as alteraes sugeridas atendem a uma realidade brasileira assim como a de outros pases, para que dessa forma sejam aceitas e ainda, que sua internalizao seja eficaz. Francisco Vilella da Embrapa Hortalias ressaltou que a pesquisa pode dar suporte s questes sugeridas ao novo texto, e que a instituio est disposta a buscar juntamente com o setor produtivo, solues para a normativa. Para dar continuidade ao projeto de reviso, outros rgos competentes sero consultados a fim de que algumas lacunas quanto normativa sejam supridas. Discusses e avaliaes necessrias sero efetuadas para o posterior encaminhamento da proposta.

Viagem Tcnica

XII Curso Taller sobre produccin, Comercializacin e Industrializacin de Ajo

Entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro de 2011, a ANAPA promoveu viagem tcnica para o XII Curso Taller sobre Produccin, Comercializacin e Industrializacin de Ajo em San Juan na Argentina, organizado pelo Projeto Alho / Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuria (INTA Argentina) e coordenado por Jos A. Portela e Aldo M. Lopez. Com pblico de 160 participantes, do quais 10% do Brasil e Chile, entre tcnicos de rgos oficiais, empresas privadas, produtores e estudantes, foram apresentados 44 trabalhos de atualizao. Rafael Jorge Corsino, presidente da Associao Nacional dos Produtores de Alho ANAPA apresentou um panorama internacional do mercado de alho. No Dia de Campo os participantes visitaram as reas de mdios produtores que utilizam irrigao por gotejo e plantao mecnica, duas tecnologias em franca expanso. As informaes so da organizao do evento.Fotos: Bianca Romualdo

Aplique somente as doses recomendadas. - Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. - Incluir outros mtodos de controle de doenas/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biolgico, etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponveis e apropriados. Para mais informaes referente as recomendaes de uso do produto e ao descarte correto de embalagens, leia atentamente o rtulo, a bula e o receiturio agronmico do produto.

Com a linha BASF para alho, voc controla as principais pragas e doenas, alm de contar com benefcios extras e exclusivos.

Produto no cadastrado no Estado do Paran para a cultura do alho.

Artigo

Tneis portteis de secagem rpida para alhoPor Aldo M. Lopez e Jos Luis Burba

A secagem de alho imediatamente aps a colheita uma das etapas mais importantes quando se pretende uma adequada conservao do produto. Se ele no produzido de maneira adequada, o alho est sujeito a uma srie de alteraes bioqumicas naturais ou produzidas por doenas que se vem favorecidas pelo excesso de umidade.

Chuvas sobre a colheita, por mais escassas que sejam, comprometem ostradicionais cordes armados em campo, afetando a qualidade do produto, particularmente pela presena de queimaduras e a perda de folhas. Por outro lado h sistemas de produo / comercializao que requerem liberaes muito prximas colheita. Quando isto ocorre; o produtor, incentivado pelo empacotador, tenta secar o alho com a maior velocidade possvel, e o faz normalmente em ambientes mal ventilados, a temperaturas muito altas e em perodos muito curtos. Isto trs como consequncia a secagem brusca das folhas exteriores, que se transformam praticamente em impermeveis e no provocam a perda de umidade desde as partes internas do bulbo. O Projeto Ajo/ INTA vem desenvolvendo desde o final dos anos 90 modelos de pequena escala, com a secagem de ar forado. E com base nestas experincias props o desenvolvimento de tneis portteis de secagem forada de alhos verdes cortados, carregados em caixas.

Componentes: O tnel uma estrutura parablica de suportes metlicos (4,5 m de largura; 4 m de altura; 12 m de extenso ), coberto por uma tela de vinil (figura 1), e montada sobre trilhos de 28 m de comprimento que permite seu deslocamento em duas posies de funcionamento.Um aquecedor proporciona a gerao de calor dentro do tnel que lhe permite atingir temperaturas de 30oC a 32oC nos corredores fora do recinto. Este aquecedor deve ter a propriedade de ser reversvel para servir ao tnel em suas duas posies.Aldo M. Lopez e Jos Luis Burba Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuria INTA Argentina [email protected]

As 80 caixas bem ventiladas, com uma capacidade de 15.000 kg de alho verde esto espalhados sem talo e so divididos em duas partes de 4 caixas de altura. O corredor (frente e cume), formado por dois conjuntos de caixas cada um, coberto com vinil que obriga o ar quente a passar entre a massa dos bulbos.


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Figura 1: vista frontal do tnel de secagem rpidaTela vinlica para cobertura do tnel entre as caixas Arco do tnel coberto com tela vinlica

Caixas carregadas com alho sem talo Trilhos para movimentao do tnel Exaustor de ar

Figura 2: vista superior do tnel de secagem rpidaTnel Aquecedor

Exaustor de ar

Figura 3: vista da localizao do tnel de secagem rpida

Sentido do processo que segue o alho desde a colheita

Uma bomba fora o ar quente a passar entre as caixas e expuls-lo para fora.

Funcionamento:As etapas previstas para o funcionamento do tnel, o volume de alho e o perodo a que devem ser submetidos dependem de: a variedade; o grau de umidade da planta no momento da colheita; a altura em que foi cortada a folhagem ; a temperatura e umidade relativa do ambiente externo;Na primeira etapa (figura 2), dever:

Enquanto as caixas da primeira etapa esto secando, prepara-se a segunda etapa que consiste em repetir os passos anteriores comeando por ordenar outras 2 fileiras de 10 caixas cada uma. Quando a secagem da primeira etapa estiver finalizada deve-se: Desligar o aquecedor e exaustor; Reinstalar a lona vinlica do tnel, aquecedor e exaustor; Deslocar o tnel pelos trilhos at que cubra as caixas; Ligar o aquecedor e exaustor; Deixar aproximadamente 12 horas para cura e 24 horas para secagem;Localizao:

Ordenar duas fileiras de 10 caixas cada uma em pilhas de 4 com alho sem talo; Instalar a lona de vinil que cobre o corredor e o exaustor de ar; Mover o tnel sobre os trilhos para cobrir as caixas; Ligar o aquecedor e exaustor; Deixar aproximadamente 12 horas para cura e 24 horas para secagem;

Este sistema de tnel com duas posies dever ser localizado entre o setor de recepo das caixas com alhos sem talo e a rea de corte e limpeza dos bulbos, como mostra a figura 3.Rendimento:

Como expressado anteriormente, o perodo de secagem depende de inmeros fatores, contudo possvel com este modelo de tnel secar entre 5 e 14 hectares de alho (calculando rendimento de 10.000 kg de alho seco e limpo por hectare).

Importaes

IMpORTAES DE ALHO

Por Marco Antnio Lucini

VOLUME TOTAL IMpORTADOO Brasil importou em agosto de 2011, 1.575.176 caixas de 10 Kg de alho no valor declarado de US$ 15.798.241,00, com mdia por caixa de US$ 10,03. O preo mdio declarado est diminuindo a cada ms: passou de US$ 22,84 em janeiro/2011 para os US$ 10,03 de agosto/2011. Neste ano j foram importadas 10,969 milhes de caixas, valor total de US$ 210.983.235,00 com mdia de US$ 19,23/cx. A mdia anual at o momento de 1,37 milhes de caixas/ms contra as 1,27 milho de 2010.

COMpARATIVOSO Brasil importou da China no ms de agosto 1.575.176 caixas de alho no valor de US$ 10,03/caixa e em agosto do ano passado (2010) foram 955.196 caixas com preo mdio de US$ 15,16. Esse volume a mais importado em agosto de 2011, comparado ao de 2010, significa uma oferta maior em agosto/11 de 619.980 caixas e um consumo de 9,30 dias.

Marco Antnio Lucini Engenheiro Agrnomo, Pesquisador da Epagri - Santa Catarina [email protected]

Com base nos dados de janeiro a agosto de 2011 observamos que o volume importado pelo Brasil da China foi de 5,10 milhes de caixas contra 7,11 milhes no mesmo perodo em 2010, mas em contra partida o Brasil aumentou as importaes da Argentina nesse mesmo perodo. Em 2011 foram importadas 5,63 milhes de caixas da Argentina contra 4,09 milhes dos hermanos na safra de 2010, de janeiro a agosto.

Artigo

Inulina, um composto funcionalPor Mara Gabriela Novy Quadri

O conceito de que a natureza d aos alimentos funes curativas e de promoo sade no recente. Em pocas passadas, no Egito, Grcia e Roma antiga, j se estudavam aplicaes mdicas e espirituais das plantas. J em 500 AC, Hipcrates declarou: Seja o alimento seu medicamento. As primeiras experincias cientficas datam de 1920, quando pesquisadores foram capazes de isolar alguns componentes dos alimentos para realizao de experincias clnicas e laboratoriais, de modo a comprovar a eficincia de compostos nutracuticos (WILDMAN, 2001).ponsvel pela manifestao de diversas doenas como, por exemplo, diabetes, cardiopatias, cncer, osteoporose e doenas infecciosas, dentre outras, as pessoas tm adaptado suas dietas com alimentos ricos nos chamados componentes funcionais. No entanto nem sempre isto suficiente tendo em vista que estes componentes esto presentes nos alimentos, geralmente, de uma forma diluda. Com o intuito de obter doses concentradas, surge a indstria dos alimentos funcionais ou compostos funcionais. Esta indstria visa obter alimentos ou componentes em concentraes mais altas de modo que possam ser ingeridos em quantidades suficientes para suprir uma necessidade ou deficincia orgnica. Esta indstria tem a finalidade de oferecer ao mercado produtos que so vendidos tanto como alimentos (chamados funcionais) como componentes (nutracuticos), cujo limite de ingesto destes ltimos regulamentado por rgos governamentais como a ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria) no Brasil, FDA (Food and Drug Administration) nos EUA, dentre outras.

Com o conhecimento de que a m qualidade da dieta corres-

Mara Gabriela Novy Quadri Engenheira de Alimentos, com Mestrado em Engenharia de Alimentos na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Doutora em Engenharia Mecnica na Universidade Joseph Fourier Grenoble II. Pesquisadora e Professora da Universidade Federal de Santa Catarina.


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Os alimentos funcionais e/ou nutracuticos possuem substncias bioativas cuja classificao depende de sua natureza qumica ou molecular. Dentre estas se encontram os frutanos que so carboidratos resistentes ao de enzimas digestivas. Deste modo, chegam ao intestino grosso sem serem degradados, e ali so fermentados pela microflora local (RUPREz E BRAVO, 2001). Deste modo estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de uma ou mais bactrias do clon (ROBERFROID, 1996), tendo ento uma ao pr-bitica. Desta forma devem transformar a microbiota colnica em uma microbiota saudvel, sendo capaz de induzir um efeito fisiolgico importante sade (GIBSON, 1999). A recomendao diettica para efeito benfico dos prebiticos de 18 a 20g/dia, sendo que quantidades maiores podem estar associadas flatulncia (WAITzBERG, 2001). Os frutanos mais conhecidos so os frutooligossacardeos (FOS) e a inulina, que podem ser considerados como fibras dietticas. Visto que no so digeridos pelo organismo, tem valor calrico zero e podem ser utilizados por diabticos. Eles melhoram o metabolismo lipdico e as funes intestinais, modulam a flora microbiana, suprimem e previnem doenas intestinais crnicas, previnem o cncer, melhoram o sistema imunolgico e a absoro de minerais, e ainda melhoram a performance mental e o sentimento de bem estar. A frmula geral de ambos dada por GFn (Figura 1), sendo G uma molcula de glucose, F uma molcula de Frutose e n o nmero de vezes que a frutose se repete. Se n varia de 2 a 10, tem-se os frutooligossacardeo; se de 11 a 60, tem-se a inulina. Os FOS e a inulina podem ser obtidos tanto a partir de fontes vegetais como por sntese enzimtica (CRITTENDEN E PLAyNE, 1996).Figura 1: Estrutura da Inulina(Fonte: Naskar et al., 2010).

Tabela 1: Inulina, oligofrutose (FOS) e outros carboidratos encontrados em plantas comestveis. plantas Acar mascavo Alho Alho-porr Alcachofra Alcachofra Banana Cebola Centeio Cevada Chicria Dente de Leo Mel Tomate Trigo Yacon Barba de bode parte % inulina % FOS % em peso comestvel Bulbo Bulbo Folhas Tubrculo Fruta Bulbo Cereal Cereal Raiz Folhas Cereal Raiz Folhas 9-16 3-10 3-10 16-20 0,3-0,7 2-6 0,5-1 0,5-1,5 15-20 12-15 1-4 3-19 4-11 3-6 2-5

nosso alho setembro 2011

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