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REVISTA Nº 2 Novembro de 2013 LEITURA OBRIGATÓRIA Informativo COLINS As últimas novidades da Confraria Literária Poesia Belíssimos versos de poetas do Norte Pioneiro Grandes Mestres Helena Kolody: a diva da poesia paranaense VIDA DE ESCRITOR “Escrever não é oficio para qualquer um. O peso é grande. A responsabilidade também”. As dificuldades e desventuras por que passa um literato em busca do (utópico) texto perfeito! COLINS – CONFRARIA LITERÁRIA NEWTON SAMPAIO Notícias literárias COLINS participa de evento cultural na UENP Pág. 11

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REVISTA Nº 2 – Novembro de 2013

LEITURA

OBRIGATÓRIA

Informativo COLINS As últimas novidades

da Confraria Literária

Poesia

Belíssimos versos de

poetas do Norte Pioneiro

Grandes Mestres Helena Kolody: a diva da

poesia paranaense

VIDA DE ESCRITOR “Escrever não é oficio para qualquer um. O peso é grande. A

responsabilidade também”. As dificuldades e desventuras por

que passa um literato em busca do (utópico) texto perfeito!

COLINS – CONFRARIA LITERÁRIA NEWTON SAMPAIO

Notícias literárias COLINS participa de

evento cultural na UENP

Pág. 11

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Editorial 2

Sumário

Caro(a) leitor(a). A COLINS está se consolidando cada dia mais.

Com a entrada de novos membros e a participação da Confraria na 2ª

Semana de Diversidade Cultural na UENP, podemos afirmar, sem

sombra de dúvidas, que estamos mostrando ao Norte Pioneiro quem

somos e o que pretendemos. À primeira vista, pode soar um pouco

estranho para quem não conhece. O que um bando de escritores

desconhecidos podem fazer de tão diferente e inovador? Na verdade,

nem nós sabemos ainda, mas queremos deixar bem claro que nossa

força de vontade é muito grande, e que temos uma missão muito

importante pela frente. Sonhamos com o dia em que a literatura

nortepioneirense seja reconhecida em todo o Brasil. Almejamos que

nossos escritores vendam seus livros, sejam convidados para eventos e

entrevistas, e que nossa arte entre para a história. Muita pretensão

nossa? Não acho. Se ninguém lutar por nós, quem lutará? Ninguém.

Portanto, estamos por ai, declamando nossos versos e divulgando

nossos livros. Quem viver, e ler, verá. Boa leitura!

Eder Ferreira, Editor ([email protected])

Informativo COLINS

- As últimas da Confraria, pág. 3

Noticias literárias

- COLINS participa de evento

cultural da UENP, pág. 4

Artigo

- Vida de Escritor, pág. 5

- Acelerado mundo novo, pág. 6

Grandes mestres

- Helena Kolody, pág. 7

Teoria literária

- Soneto – Parte 2, pág. 8

Bate-papo

- A. Zhoras – Parte 2, pág. 9

Perfil

- Are Siqueira, Claudeci Oliveira e

Leticia Godoy, pág. 10

Obras-primas

- Suicídios em Bom Jesus e Jornal

Cândido, pág. 11

Prosa - Crônica e Minicontos, pág. 13

Poesia

- Versos... e mais versos, pág. 15

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Informativo COLINS 3

Nova logomarca e novos membros

A COLINS possui uma nova

logomarca. Criada pelo escritor, e

presidente da Confraria, Leandro Muniz,

a nova logo possui a cor amarela, porém,

a cor poderá ser variada de acordo com a

ocasião. Outra novidade é a entrada de

novos membros, além daqueles citados na última edição. Confira:

- André Oliveira de Souza (Conselheiro Mairink)

- Letícia Godoy (Siqueira Campos)

- Lucélia Demeu (Joaquim Távora)

- Luiz Matheus Macedo Périco (Jacarezinho)

- Maria Eugênia dos Santos (Salto do Itararé)

- Ricardo Leme Vilela (Guapirama)

- Tiago France (Salto do Itararé)

A COLINS está aberta aos escritores do Norte Pioneiro. Entre em

contato, e venha fazer parte da nova literatura nortepioneirense.

COLINS na Internet

Estamos divulgando a Confraria por meio da rede mundial de

computadores. No Facebook, temos dois grupos: “Confraria Literária

Newton Sampaio”, que é aberto, e serve para divulgar as ações da

Confraria e “COLINS – Membros Associados”, que é um grupo fechado,

e serve de comunicação entre os escritores filiados. Temos ainda um blog,

confrarialiterarians.blogspot.com.br, e em breve estará no ar nosso site.

Revista Leitura Obrigatória impressa e em PDF

Temos duas versões da Revista Leitura Obrigatória, uma impressa,

que é distribuída nos eventos em que a COLINS participa, e outra em

PDF, que pode ser baixada pelo blog da Confraria (e em breve pelo site).

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Notícias literárias 4

COLINS participa de evento cultural na UENP

Os escritores da Confraria Literária Newton Sampaio participaram

da 2ª Semana de Diversidade Cultural ocorrida no campus da UENP de

Jacarezinho, Paraná. O evento, que teve inicio no dia 21 de outubro e foi

até o dia 25, juntou várias manifestações artísticas, como teatro, musica e

literatura, e foi organizado pelo Diretório Acadêmico. A COLINS

participou no dia 24, com apresentação dos escritores associados, leitura

de poemas e distribuição de livretos e exemplares da revista.

Feira Literária em novembro

A cidade de Wenceslau Braz realizará uma

Feira Literária no dia 8 de novembro, que terá

como homenageado o escritor Vinicius de Moraes.

O evento acontecerá no CESP, durará o dia todo e

será aberto ao público.

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Artigo 5

Vida de Escritor, por Eder Ferreira

Sempre que inicio um novo trabalho

literário, seja um texto, ou mesmo um livro,

um milhão de coisas passam pela minha mente

(hipérbole descarada!). Penso se alguém irá

gostar, ou ao menos ler, aquilo que escreverei.

Analiso os pormenores desse oficio fatídico.

Pergunto-me se não estaria prestes a perder

uma parcela valiosa de meu tempo. Ou seja,

não penso em nada que preste.

Depois, de tanto torrar neurônios à toa, começo então a escrever.

As palavras vão surgindo. Se for um poema, tenho que digladiar com

minha criatividade, para ver se arranco dela alguma metáfora ou algum

lirismo ponderado. Se for um texto em prosa ficcional, tipo um conto, ou

mesmo não ficcional (como esse que agora você lê), tento trabalhar as

palavras de maneira a solidificar a aquosidade das ideias que teimam no

caos de meu cérebro já cansado.

Veja então, meu caro leitor, o quanto é difícil escrever. Se ainda

não viu dificuldades, pense nos vestibulandos. Quantos se preparam por

meses, ou até anos, para esbarrarem na famosa e temida redação. Montar

um texto que agrade a banca examinadora não é tarefa fácil. Agora,

imagine meu caso, onde tenho que agradar uma banca ilimitada, formada

por pessoas que não tem a menor obrigação de ler quaisquer linhas que

me atrevo a escrever. E, ao invés de notas, essa banca dá apenas pitacos.

Ao invés de aprovação, a confiança necessária para vasculharem as

prateleiras de uma livraria ou biblioteca atrás de um livro meu. E, ao

invés de reprovação, a pior de todas as punições: o desdém.

Mas, a pior parte, vem assim que o texto, ou livro, fica pronto. O

que fazer? Publicar o texto na internet? Sair atrás de patrocínio para o

livro? Só resta caçar algum concurso literário que dê como prêmio a tão

sonhada publicação, ou uma boa grana.

Escrever não é oficio para qualquer um. O peso é grande. A

responsabilidade também. As únicas coisas pequenas são o dinheiro e o

reconhecimento. Ah, e a vontade de desistir.

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Artigo 6

Acelerado mundo novo, por Eder Ferreira

Muita gente diz hoje em dia que o tempo

passa rápido demais. Inclusive, já ouvi algumas

pessoas de mais idade dizerem que antigamente

o tempo parecia correr mais lentamente. Mesmo

que o cientista Albert Einstein tenha provado sua

famosa teoria da relatividade, onde o tempo pode

variar, de acordo com a velocidade em que um objeto se locomove, não

podemos conceber que o tempo varie tanto, a ponto dessa variação ser

percebida por nós.

Isso se deve ao fato da teoria da relatividade se referir a

velocidades muito grandes, próximas à da luz. Portanto, essa percepção,

de que o tempo passa mais rápido em nossos dias, deve ter outra

explicação. E não só tem, como é bem simples.

Antigamente, as pessoas não tinham tantas coisas para fazer. Não

tinham TVs, computadores, muito menos internet. As opções de lazer

eram bem limitadas, se comparadas aos dias atuais. As atividades

existentes requeriam tempo para serem executadas, como a leitura de um

livro ou a afinação de um piano de calda.

Hoje, temos mais coisas disponíveis do que podemos realizar. E as

que existem, não requerem muito tempo. Vejamos as pesquisas feitas na

internet. Antigamente, para que pudéssemos descobrir alguma

informação, precisávamos de horas lendo vários livros. Hoje em dia,

basta acessarmos o Google, e qualquer informação já esta disponível.

Além disso, o mundo de hoje está muito competitivo, tanto no

trabalho, como em outras atividades. Isso faz com que as pessoas

queiram as coisas em menor tempo, o que ajuda na percepção de que o

tempo passa mais rápido. Até para cozinhar. Nesses tempos de comida

enlatada e macarrão instantâneo, muita gente nem se dá ao trabalho de

cozinhar, preferindo comer fora.

E é nesse mundo de gente apressada que vivemos. Queremos tanto

saber como será o futuro que fazemos de tudo para que ele chegue mais

rápido. Será que vale a pena viver assim? Isso, só o tempo dirá.

Artigo publicado originalmente na Revista Cultura Siqueirense nº 2 (Junho de 2012)

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Grandes mestres 7

Helena Kolody

Helena Kolody (Cruz Machado, 12 de

outubro de 1912 — Curitiba, 15 de fevereiro de

2004) foi uma poetisa brasileira. Seus pais foram

imigrantes ucranianos que se conheceram no

Brasil. Helena passou parte da infância na cidade

de Rio Negro, onde fez o curso primário.

Estudou piano, pintura e, aos doze anos, fez seus

primeiros versos.

Seu primeiro poema publicado foi A Lágrima, aos 16 anos de

idade, e a divulgação de seus trabalhos, na época, era através da revista

Marinha, de Paranaguá.

Aos 20 anos, Helena iniciou a carreira de professora do Ensino

Médio e inspetora de escola pública. Lecionou no Instituto de Educação

de Curitiba por 23 anos. Helena Kolody, segundo o que consta em seu

livro Viagem no Espelho, foi professora da Escola de Professores da

cidade de Jacarezinho, onde lecionou por vários anos.

Seu primeiro livro, publicado em 1941, foi Paisagem Interior,

dedicado a seu pai, Miguel Kolody, que faleceu dois meses antes da

publicação.

Helena se tornou uma das poetisas mais importantes do Paraná, e

praticava principalmente o haicai, que é uma forma poética de origem

japonesa, cuja característica é a concisão, ou seja, a arte de dizer o

máximo com o mínimo. Foi a primeira mulher a publicar haicais no

Brasil, em 1941.

Prêmios e homenagens:

1985 - Recebe o "Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba".

1987 - Recebe o título de "Cidadã Honorária de Curitiba".

1988 - Criação do "Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody",

realizado anualmente pela Secretaria da Cultura do Paraná.

1991 - Eleita para a Academia Paranaense de Letras.

2003 - Recebe o título de "Doutora Honoris Causa" pela UFPR.

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Teoria literária 8

Soneto: da métrica perfeita à oposição de idéias – Parte 2, por

Eder Ferreira

Vinicius de Moraes

"E assim quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angustia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure"

Vemos em “Soneto de Fidelidade” a

evidente oposição entre o que é finito e o

que é infinito, nesse caso em particular, o

amor entre duas pessoas. Essa dualidade vai de encontro com as

promessas feitas entre os apaixonados, que sempre juram amor eterno,

mas que, ocasionalmente, acabam se separando.

Augusto dos Anjos

"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!"

Em “Versos íntimos”, um dos poemas mais famosos do poeta pré-

modernista, a oposição entre atos carinhosos e demonstrações de

violência complementam o começo, regido pelo discurso pessimista e

claramente em defesa à retaliação, adiantando o que se veria no

modernismo.

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Bate-papo 9

Entrevista com o escritor tomazinense A. Zhoras – Parte 2

Recentemente você publicou o livro “Varal sem lei”.

Fale um pouco sobre ele.

- “Varal sem lei” é uma coletânea de poemas escritos

num período de dez anos, fase na qual eu encontrei

meu caminho poético. O título teve origem a partir de

uma crítica que recebi quando submeti a obra a uma

análise para publicação: um dos membros da banca

examinadora disse que o livro não merecia ser publicado pois não se

tratava de um conjunto particular de poemas, e sim de uma coletânea

esparsa, com temas e formas muito distintas. Ele tinha razão: os dez

últimos anos da minha vida me transformaram como pessoa e como

artista, e eu não poderia ter escrito uma obra tão uniforme num período e

que tudo foi improvável e inconstante (e o período em que conquistei

grande parte do meu público graças a toda essa versatilidade). Talvez

agora eu consiga escrever uma obra que se enquadre nos “padrões” do tal

crítico, mas não sei se vale a pena. Acho que não.

Você acha que as pessoas em geral ainda se interessam por poesia?

- Eu acredito muito que as pessoas ainda apreciam poesia, e talvez nunca

deixem de apreciar. A poesia faz parte da alma. Entretanto, os tempos são

outros. Os saraus de poesia já não fazem mais tanto sucesso como

antigamente, mas no contexto de um filme, por exemplo, um poema pode

levar a plateia à loucura. Realizando recitais, aprendi que, para seduzir

um público para a poesia, primeiro é preciso vesti-la com um traje

atraente, depois despi-la completamente. Se você combina poesia com

teatro, música, recursos audiovisuais, recursos gráficos, fotografia, se

você dinamiza a poesia, tenho certeza que seu público não permanecerá

inerte. Atualmente, poetas precisam também ter o respaldo técnico de

outras áreas (artísticas e técnicas).

Você tem algum poeta de que seja fã ou admirador?

- Paulo Leminki, pela genialidade, e Helena Kolody, pela sensibilidade

ímpar. Ambos são referências e são paranaenses, morreu o assunto.

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Perfil 10

Escritores nortepioneirenses

Are Siqueira

A professora, escritora e teatróloga

Aretusa Siqueira vem desenvolvendo um belo

trabalho com o teatro na região. Em Jaboti, onde

nasceu e reside, ela mantém um grupo, que se

apresenta em eventos culturais, encenando peças

de autoria própria, além de adaptações. Na

literatura, já participou de uma antologia, e é

membro fundadora da COLINS.

Claudeci Oliveira

Especializado em contos, o escritor saltense

Claudeci Oliveira, que trabalha no cartório de sua

cidade, e é graduado em Letras, está preparando

seu livro de estréia, que terá, além de contos,

alguns textos teatrais. Enquanto seu livro não sai,

ele mantém um blog, onde é possível ler alguns de

seus textos. Para conhecer seu trabalho acesse

www.escrescer.blogspot.com.br.

Letícia Godoy

Estudante do curso de Letras na UENP de

Jacarezinho, Letícia Godoy é siqueirense, e

acaba de participar de uma antologia em

conjunto com seus colegas acadêmicos. Mas, ela

não parou por ai, já que seu livro de estréia está

quase pronto, e em breve será publicado pela

editora Literata. Ela também estará na Bienal de

2014, onde divulgará sua obra.

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Obras-primas 11

Suicídios em Bom Jesus, de André Tressoldi

Jornal Cândido

Suicídios em Bom Jesus, do

escritor tavorense André Tressoldi, é

um romance surpreendente, com uma

leitura leve, ágil e cativante, capaz de

fornecer aos leitores momentos de

leitura prazerosa, sem deixar de conter,

nas entrelinhas, reflexões sutis e

poderosas. Publicado em 2012, pela

editora Multifoco, o livro trata de uma

serie de enigmáticos suicídios que

ocorrem numa pequena cidade do

interior gaúcho, e pode ser adquirido

pela livraria Cultura

(www.livrariacultura.com.br) ou

diretamente com o autor.

Dentre as várias publicações que tentam

manter viva a literatura no Brasil, uma paranaense

é destaque. O Jornal Cândido, que é publicado pela

Biblioteca Pública do Paraná, sob a direção de

Rogério Pereira, acaba de completar dois anos de

existência, e vem se consolidando como um

importante veiculo de comunicação no meio

literário. Com matérias que ressaltam a literatura

em todas as suas dimensões, o Jornal Cândido usa

suas páginas para mostrar aos leitores como a

produção literária deve ser valorizada, além de

divulgar autores novos e renomados. Além da

versão impressa, existe a versão em PDF, que pode

ser baixada pelo site www.candido.bpp.pr.gov.br

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Prosa (Minicontos) 12

Última chance, por Eder Ferreira

Estava com a faca e o queijo nas

mãos... a faca, usou para se matar... o

queijo, ficou lá, sendo vagarosamente

devorado pelos ratos que tomaram o

lugar...

Herança, por Eder Ferreira

O garoto se preparava para

pular a janela de uma casa quando seu

pai chegou e lhe disse:

- Filho, para já com isso! Cê tá loco muleque?! Hoje é seu

aniverário... vem, vô te levar pra assaltar uma casa de gente mais rica...

Terreninho no céu, por Eder Ferreira

- Desculpe, mas seu pagamento ainda não caiu em nosso sistema -

disse o anjo, às portas do céu, em tom de deboche.

Mais uma alma iludida a caminho do purgatório...

Miniconto 117, por Julio Damásio *

Promoveu a joaninha comandante de seu barco de papel. Na poça

da chuva de sua rua, por um filete de água, imaginava a embarcação

rumo ao alto mar.

Miniconto 121, por Julio Damásio

Ao ouvir a sirene, o afro-brasileiro ficou esperto, saiu correndo,

bateu o cartão e foi embora. Não iria fazer horas extras naquele dia.

* Julio Damásio é curitibano. Autor de livros de contos e minicontos, é um grande amigo

e apoiador da COLINS. Para conhecer melhor seu trabalho acesse

www.recantodasletras.com.br e pesuise pelo nome do autor (Julio Damásio)

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Prosa (Crônica) 13

Mais uma história de amor, por Mariane Souza *

Estavam todos sentados, olhos arregalados

e ouvindo mais uma história de amor. No fundo

da sala pessoas estavam falando, mas ela

continuava a contar sua história.

Naquele domingo eles iam embora e o

garoto franzino deixaria para trás aquilo que mais

sonhou e o único amor verdadeiro que teve em

toda a sua vida. Moravam em uma casa de barro,

pequena e simples. 5 filhos. Uma longa estrada pela frente, no estômago

somente o vento. A alguns metros residiam outra família. 13 filhos. E o

que tinham em comum? Dois corações ligados por um único sentimento.

A hora da partida chegara, e lá longe via-se uma linda menina

correndo pelos capins verdinhos, cabelos claros ao vento e coração

palpitando. As pernas não mais suportavam, mas a mente não a deixava

parar. Na casa de barro eles arrumavam a mala. O garoto com uma camisa

azul clara, velha e gasta pelo tempo, os outros de chinelinho nos pés,

estavam prontos para seguir viagem. De repente aponta em meio às flores

e a poeira da estrada, a garotinha de saia rodada, lágrimas escorriam pelas

bochechas avermelhadas e voavam com o vento, respiração fadigada pela

pressa escondendo a voz com a palavra adeus. Um encontro. Ele chora.

Abraçam-se. Dois corações puros e ingênuos separados pela miséria e

transbordando em lágrimas de sofrimento. Na camisa azul as lágrimas

mais doces e singelas pingavam e ali ficariam por toda a eternidade; No

suor do seu corpo ela carregava o cheiro e a tristeza de seu amado...

Todos se levantam o sino badala, hora de ir embora. Meninas saem

curiosas com os olhos mergulhados em lágrimas e os meninos sonhando

com o final daquela linda e real história. Infelizmente a aula acabou e a

professora deixa o final para outro dia. Na mente só ficou a lembrança das

delicadas palavras proferidas pelos encantados lábios da fascinante

contadora de história.

* Mariane Souza é de Wenceslau Braz. Trabalha no jornal Folha Extra, e é uma grande

colaboradora da COLINS. Para ler mais textos da autora acesse

universodaspalavrasup.blogspot.com.br

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Poesia 14

Compêndio dos Parafusos, por Ricardo Leme Vilela

A volta do mundo

da ferrugem ao fundo

do uso e desuso

este é Parafuso

Para tanto buraco

existe emenda

para tanto fuso

chave de fenda

Meus olhos, por Maria Eugênia dos Santos

Talvez os meus olhos, jamais,

Voltarão a contemplar o teu sorriso.

Mas Deus que do infinito tudo vê,

Irá velá-los por mim.

O simples momento em que

Estive ao seu lado, não se apagará

Da minha mente, mesmo que a flor

Da minha juventude se esmoreça.

A noite te trouxe e te levou,

Como o vento que sopra e se dispersa,

Como a chuva que cai e se consome,

Como o sol que nasce e morre.

Há! Se Deus atendesse o meu pedido,

Num milagre estaria nos teus braços;

Não para pecar como os insensatos,

mas para te amar como os anjos.

Enquanto tudo é tão difícil

E requer tantos esforços,

Te lembrar é tão fácil...

Basta fechar os olhos.

Aperto – atrito

atroz pressão

espana o grito

de um giro em vão

Desce em espiral

amor a dentro

paixão de metal

em acasalamento.

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Poesia 15

Enquanto tudo é tão difícil

E requer tantos esforços,

Te lembrar é tão fácil...

Basta fechar os olhos.

Sedex Kiss, por Tiago France

Dom poético dizer a palavra certa na

hora certa, mil linhas e no concreto tudo

o que me completa.

Bonita, eu disse tu é linda, e na real você

nem tem como contestar, ser bela é a sua

sentença.

E no agora, travar um duelo com todos os

caras mais que devem estar aos seus pés,

eu vou passar todos para trás e tentar roubar

um beijo seu.

Diz que é meu, e os meus por sedex são

todos seus, mas se tiver algo mais rápido

diz ai que eu te mando já.

Que tal sairmos pra tomar um guaraná,

a pé borá andar a luz do luar, a passo de

quem com a alegria está a caminhar.

Se você reside na região conhecida como Norte Pioneiro do

Paraná e escreve contos, crônicas, poesias, ou outros tipos de

textos literários, mandem-os para nós, pelo e-mail

[email protected], que teremos o maior prazer em

publicá-los na Revista Leitura Obrigatória.

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Eder Ferreira Editor e redator

Impressão e distribuição COLINS - Departamento de Divulgação

Acesse o blog:

confrarialiterarians.blogspot.com.br

Importante: caso imprima esta revista, não jogue-a

no lixo, repasse-a para outra pessoa