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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO PEDAGOGIA EMPRESARIAL MONOGRAFIA “A ÉTICA SOBRE A ÓTICA DA EDUCAÇÃO CIDADÂ’’ ORIENTADOR: MARY SUE PEREIRA RIO DE JANEIRO 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO

PEDAGOGIA EMPRESARIAL

MONOGRAFIA

“A ÉTICA SOBRE A ÓTICA DA

EDUCAÇÃO CIDADÂ’’

ORIENTADOR: MARY SUE PEREIRA

RIO DE JANEIRO

2003

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PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES”

PEDAGOGIA EMPRESARIAL

MONOGRAFIA

“A ÉTICA SOBRE A ÓTICA DA EDUCAÇÃO CIDADÃ’

ELABORADO POR: ISRAEL DE OLIVEIRA

ORIENTADOR: MARY SUE PEREIRA

RIO DE JANEIRO

2003

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AGRDECIMENTOS:

“AOS COMPANHEIROS DE JORNADA SEMPRE PRESENTE DURANTE ESTE PERCURSSO”

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DEDICATÓRIA

A dama das Camélias

Sras e Srs, o comandante dá as boas vindas desejando a todos uma boa viagem.

Andando da praça xv á central, saindo do hospital o negro chora pedindo esmola.

Do outro lado nos cartazes das barcas, ônibus e metrô, nos jornais e na tv, o

presidente ri ao lado da secretária do FMI.

Choro e riso se misturam

Um; chora a sua vida-morte.

O outro ri de sua sorte, pois esse ano exportou mais para o norte o suor negro

espoliado.

_Tomou no sul!

Falando do negro azul.

_Mad in Brasil!!??

Pergunta o barão senil.

Em Brasília 19:00!!

O presidente da cadeia nacional falou:

_Eu amo os negros, nem sou racista!!

E ele, o negro, acreditou. Caminhou pela rua da amargura até o lago de mentira

presidências mergulhando de cabeça.Passou no jornal nacional, negro a sete

palmos, enterrado, atolado, sufocado, humilhado, encurralado assaltado,

sacrificado, amarrado, enjaulado, esfomeado, apunhalado, estraçalhado,

esquartejado, desalmado.

T’aqui mais um corpo “in natura” estendido no chão!

Chão de medo,

Chão de morte,

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Chão de trigo,

Chão de pão,

Chão de flores, camélias que escalam as paredes da vergonha botando a cara na

reta; e o estampido de tiro que se ouve é de 12, 38, 22, 9mm, ar-15, até bazuca na

cara do brazuca.

Camélia é morta na esquina da vida aos 18, 19, 20 anos; Pai pedreiro, Mãe

faxineira, favelada e separado esse foi o seu pecado que herdado por camélia que

queria ser doutora, mas nasceu na manjedoura lá do morro do Timbau.

E o negro sem alma chorou.

O presidente na tv falou!

Viva o negro, viva a raça!

Ele(o negro)acreditou, pegou sua esmola e foi embora.

_Obrigada pela sua preferência volte sempre!!

E a barcaça segue seu rumo, sem Camélia, com tumbeiro.

Tumba aê caboclo!!

“ÁQUELES QUE FAZEM DA ÉTICA MEIO PARA ATINGIR SEU FIM”

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Epigrafo

“Ele olhou de sua alma através de um telescópio. O que parecia irregular eram belas

constelações: Então acrescentou à consciência mundos ocultos dentro de outros

mundos”.

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Resumo

Nosso trabalho aborda a questão ética na sociedade atual, analisando as atitudes

(in)conseqüentes do delir deste valor que a muito vem incomodando a sociedade civil

como um todo.

Fazemos uma observação dos atores sociais objetivando trazer luz sobre esse

mistério que são as relações sociais que hierarquiza e promove castas, na educação

formal e informal.Observamos os paradigmas formadores vigentes na educação

analisando seus principais atores; Educador e educando.Buscando caminhos para

transmutar este cenário que já mostras sua estrutura corroída pelo sistema onde os fins

justificam os meios(ainda).

Enfim, verificaremos como essas relações de poderes são percebidas pelo

indivíduo no mundo do trabalho, quais os pontos de superação apresentados pelos

mesmos no campo das relações sociais e, o papel atribuído á escola nesse contexto.

Com esta base, desenvolveremos este estudo pensando a educação como um

todo vinculado à vida em sociedade, visto que a sociedade é processo de transição e

transformação, e o papel atribuído á educação é o desenvolvimento de indivíduos que

exercerão sua cidadania dentro de um projeto de sociedade calçada pela ética.

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SUMÁRIO

Introdução--------------------------------------------------------------------------------Pág.09, 14 Metodologia------------------------------------------------------------------------------ Pág.15,16 CAPÍTULO I. Ética e cidadania-------------------------------------------------------------------------Pág.17,18 CAPÍTULO II Na sala de aula--------------------------------------------------------------------------- Pág.21,23 CAPITILO III A prática pedagógica-------------------------------------------------------------------- Pág.24,25 CAPÍTULO IV.O estudante, este cidadão- -----------------------------------------. Pág.26,27 Conclusão-------------------------------------------------------------------------------- Pág.28,29 Anexos------------------------------------------------------------------------------------ Pág.30,35 Bibliografia--------------------------------------------------------------------------------- Pág. 37 - Índice--------------------------------------------------------------------------------------------

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Introdução Neste novo século que se inicia observamos no que se transformou o exercício da

cidadania resultado das inúmeras investidas políticas autoritárias reduzindo o sistema

educacional a um mero divisor de classe social, reproduzindo mão-de-obra para a

indústria e o comércio, enfim, consolidando essa estrutura de classe onde a igualdade

dos desiguais é o “top” de linha da ideologia dominante.

Com a invenção da modernidade, desde o século XVI, o clero, a burguesia e mais

recentemente os empresários têm desenvolvido estratégias sinistramente burlescas para

perpetuarem-se no poder; outrora a ferro e a fogo.Hoje, nas retóricas pregações liberais

eles disputam o monopólio de formas possíveis e inimagináveis de manipular o

indivíduo alijando-o de qualquer idéia cidadã, porém tudo dentro da democracia¹.

A modernidade e suas revoluções, nos países sul-americanos, especificamente no Brasil,

com ideologias desenvolvimentistas formaram e conformaram a sociedade através de

programas educativos como o do professor norte-americano Rudholf Atcom, com seu

programa Atcom para as Universidades Brasileiras.Este senhor priorizou as relações da

Universidade com a comunidade, visto que a relação com a mesma era quase que

nula.Convém lembrar que comunidade para Atcom eram as EMPRESAS.

Pioneiros como Anísio Teixeira, Paulo Freire e outros foram de encontro a essa

pedagogia gato-por-lebre apontado um caminho dialético-construtivo.

Não obstante, nossa condição de mozambos tem sido um obstáculo constante na estruturação do indivíduo como real cidadão, visto que o mesmo tem como legítimo aquilo que a ciência credencia como verdade, resultando desta condição o excessivo valor ao que vem de fora, e as titulações outorgadas verticalmente. Nossa educação vem ¹na antiga Grécia, berço da democracia, somente possuíam poder de voto os patrícios(nascidos no país), maiores de vinte e um anos e do sexo masculino. Em conseqüência disso as mulheres, os jovens, estrangeiros ou seus descendentes, e escravos, obviamente, encontravam-se excluídos de qualquer participação nos destinos da acrópole. Partindo do princípio de que a população era de 5.000.000 de habitantes; sendo 2.000.000 de escravos, 1.000.000 mulheres, 500.000 abaixo de vinte e um anos, e outros tantos descendentes de estrangeiros, podemos então constatar a falácia que tem sido está tão propalada democracia, visto que um pequeno grupo de iluminados que de acordo com suas conveniências criavam e mantinham seus privilégios através de acordo espúrios, troca de favores, negociatas e falcatruas, e desta forma, em nome da democracia, legislavam em causa própria na administração do destino de milhões. Daí nossa herança democrática acompanhada de exímios retóricos e sofistas, modelo este corroborado pelos cientistas como o melhor para a humanidade.

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Construindo indivíduos desprovidos de amor-próprio e com dosagem excessiva da

baixo alto-estima promovendo um vazio de expectativas.O exercício da cidadania se

resume numa expressiva frase; “você sabe com quem está falando?” Isto é, nas relações

hierarquizadas.

A educação nunca se questionou pelo fato Dela estar substituindo o conhecimento

vulgar que se tem da natureza, partilhado por homens e mulheres de nossa sociedade,

pelo conhecimento científico produzido por um pequeno grupo e inacessível a maioria

aumentando cada vez mais o fosso existente entre a cidadania real e virtual.Nos

momentos críticos do cenário social e político brasileiro, como o golpe de 1964, por

exemplo, a Universidade jamais se pronunciou ou se posicionou comprometendo-se

com a coletividade a qual supostamente deveria estar a serviço.

Neste jogo, o chão desse fosso tem servido de anestésico mental fabricando

pensamentos ingênuos e/ou passivos enredadas em discurssos retóricos solidificando a

sensação de inacessibilidade á liberdade e igualdade de oportunidade.Tais discurssos

tem banalizado escândalos e falcatruas transformando-os em motivos momentâneos de

arroubos de pseudo-indignação para mais tarde cair no esquecimento diluídos por

propagandas enganosas subliminares veiculadas competentemente pela mídia. Além do

estado de sucata em que se encontra a educação, constatamos que 90% do P.E.A.

encontram-se alijados do sistema educacional, visto que tal grupo se divide em

analfabetos e analfabetos funcionais.

Lamentavelmente, não é só a falência das instituições que se constata neste processo

caótico e traumático de autoritarismo, mas a tentativa de privatização do estado de

direito, social e político, Em suma, uma ditadura branca, onde a educação e a saúde vêm

sendo submetidas a um estado de constante terrorismo, que de tão constantes, tornaram-

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se banais, não sendo nem dignos de pseudo-arroubos de indignação de uma sociedade

cuja ciência privatizada a muito(vide Hiroshima e Nagasaki, e inúmeros desastres

ecológicos pelo orbe afora), o ser social encontra-se destituído de seus valores, pois vive

no mundo de Alice onde tudo se encontra invertido, principalmente os princípios morais

e a ética.O homem de bem se confunde com o canalha.A liberdade e igualdade,

condições básicas para o bem viver, tornaram-se sonhos de uma noite de verão.

Como a muito dizia Diderot: As instituições destinam-se a subjugar o ser humano, e são

dirigidas por um punhado de meliantes

O objetivo da educação é melhorar o homem em todas as suas dimensões ,

lamentavelmente , tem seguido uma filosofia “boodstrap” sua prática tem se mostrado

altamente paradoxal com um discurso alijado da prática quando prega um ideal de

sociedade baseado na filosofia norte-americana; O prof . Rodouf Atcom traçou um

plano de ação para as Universidades Brasileiras através do “plano Atcom”, aumentando

a dicotomia entre o trabalho manual e mental conferida pelo sistema capital ,

consolidando a estrutura de classe a partir do momento que vem negando a liberdade e a

igualdade de direitos ao indivíduo.A educação tem usado o princípio utilitarista¹ na

construção do ser social, na criação de valores justos e adequados à vida em

sociedade.Neste cenário distingui-se claramente a Instalação do pensamento ingênuo no

indivíduo, através de suas reações perante as deterministicas verticais que conformam

seu “modus-vivendi”, reações por muitas das vezes violentas resultado da realidade

objetiva que torna o ambiente extremamente competitivo gerando conflitos e

hostilidades.

¹Doutrina pregada pelo filósofo inglês Jeremy Bentheam.

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Indivíduos com tal histórico de vida são geralmente levados a um movimento quase que

reflexo-motor, como por instinto ele reage em seu meio numa tentativa de sobreviver ao

mesmo quando se defende atacando.Desta forma, torna-se,

como na maioria das vezes mais um n° estatístico, sendo invariavelmente coisificado

pelo sistema, ironicamente em nome do bem –estar e da felicidade humana pregada em

altos brados pelo cientificismo social que vem fazendo da democracia e da cidadania em

protagonista de uma tragédia grega.Deste modo , o ser humano vem sofrendo um

processo constante de desconstrução. Sua história de vida traz um histórico de servidão

desde seus primórdios. No Brasil este episódio tem uma cruel peculiaridade foi o da

exploração do ser humano com fins econômicos.Este são os caminhos percorridos pelo

trabalho que deixou de ser fonte de prazer para tornar-se uma forma de castigo com as

benções do clero , é claro! Que se consolida com o advento taylorita-fordista

fragmentando cientificamente o trabalho de modo a desqualifica-lo.

Este desenvolvimento tem apresentado um quadro de recessão e inflação de modo

acentuado provocando como efeitos colaterais a subproletarização e o desemprego

criando um ambiente racista e xenofóbico, com indivíduos formalistas e conformistas,

famílias desagregadas e falências das instituições . Está tem sido nossa herança social

, proporcionado pelo processo desenvolvimentista do sistema capital. Como agiria ou

reagiria o indivíduo nesta condição de cidadão virtual?O fato é que já podemos

vislumbrar os resultados dos valores adquiridos por este indivíduo, nossa maior

preocupação e a de com migrar tais valores e minorar suas desastrosas conseqüências.

O paradigma atual está com suas bases carcomidas , já não oferece mas um porto seguro

para a manutenção do modelo capital. A cena esta posta , a metaxis iniciada.Não será de

bom alvitre ignorar este momento crítico de transição na mudança de paradigmas , num

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momento em que a cidadania reclama seu espaço. Estas novas questões estão servindo

de removedor das neblinas de ingenuidade

num processo de derrocada da pseudo-concreticidade que gera desconfiança em

todo e qualquer discurso sobre de que se arvoram manter a ordem. As desigualdades

civis , políticas e sociais têm criado elementos removedores que acenam com agitações

e perturbações sociais sem precedentes.

Medidas maquiadores e paliativas vem dando o tom do discurso retórico do poder

constituído na administração destes conflitos; Na construção de mais presídios e na

modificação do código penal , e paralelamente , na contra-mão de seus discursos vêm

sucateando o sistema público de educação na tentativa última de manutenção de

privilégios adquiridos à revelia.

Em meio a esta dantesca cena, nosso projeto tem a preocupação de dialeticamente tentar

responder as seguintes questões:

_Como as relações de poderes são percebidas pelos envolvidos no trabalho?

_Que propostas alternativas os seus participantes podem construir no campo das

relações sociais?

_Qual o papel da escola diante das propostas?

-E o mais importante:Destacar o papel da ética como base do processo relacional como

forma de desconstrução de realidades corroídas pela indústria antiética.

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METODOLOGIA

A ciência moderna tem como prioridade saber “como funciona as coisas” em detrimento

do “agente” , ou do “fim” dessas coisas, o princípio que norteia nossa ciência reza que

pela interação das partes se conhece o todo , ou seja , pode-se chegar ao conhecimento

do todo somando-se as partes, tornando-se deste modo, uma ciência reducionista e

determinista, visto que fragmenta e o legitima como verdade.Michael foucaltl a

classificou como a mais poderosa invenção da modernidade como instrumento de

legitimação da verdade.Augusto Comte adotou este modelo criando a física social deste

modo supunha poder antecipar qualquer movimento social a partir do mesmo, sendo

que filósofos como Vico, e Montesquie foram os precursores desta ciência no momento

em que o primeiro comparou o mundo a uma máquina afirmando que seus movimentos

poderiam ser previstos, nascendo assim o mecanicismo.

Partindo do princípio da ciência clássica, observamos o modo em que se trataram uns

surtos de suicídio ocorridos na Europa.Em vez de analisarem a carta do suicida como

fonte na explicação do fenômeno, eles recorreram a dados como idade, sexo, cor dos

olhos, condições financeiras, etc. a fim de obter uma conclusão científica a respeito do

ocorrido.

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Nossa concepção tem uma visão holística sobre o objeto, considerando as variáveis e

não as variedades, procurando evitar o determinismo tendo uma postura dialética na

construção do ser, considerando não só suas diferenças, mas também suas

singularidades. Usando os postulados Freireanos e nas múltiplas inteligências

preconizadas por Haward Gardner considerando deste modo a inteligência emocional e,

por conseguinte o subjetivismo do ser em constantes transformações.

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ÉTICA E CIDADANIA

“Eu sou um cidadão; Não sou banqueiro, nem abade, nem favorito, nem

cortesão, nada daquilo que se chama uma potência. Eu sou um cidadão, isto é, aquilo

que devíes ser há 200 anos dentro de 20”.

Com essas palavras proferidas lá pelos idos de 1774, o professor de música,

escritor, relojoeiro e político Augustin Caron de Beaumarchais inaugura o conceito de

cidadania, numa das muita querela na qual o mesmo dispensou a figura do advogado

para fazer sua própria defesa. 15 anos após esse pronunciamento aconteceria o advento

da revolução francesa.

Hoje; o cidadão-é sabido-se resume ao seu poder aquisitivo que se tornou à

senha para atendimento ao mesmo.

Hoje; observamos os políticos-CIDADÃOS-tendo como carta de apresentação

seu currículo de corrupção, negociatas, e falcatruas.

Militares-CIDADÃOS-vingadores e torturadores.

Funcionários públicos-CIDADÃOS-expondo suas mazelas e dando seus

jeitinhos.

Juízes-CIDADÃOS-fazendo do tribunal, um palco teatral para encobrir

conveniências legislando em causa própria.

Filhos de poderosos-CIDADÃOS-que fazem habilmente uso do tráfico de

influência.

Gente comum-CIDADÃOS-que assiste a tudo isso e que também reclamam

sua parte do bolo através do jeitinho tão característico do “povo” brasileiro.A mídia

encoraja tais atitudes explicitamente através de sua programação dita normal,

programando a educação do indivíduo mantendo estabilidade político-cultural.

Enfim, está composto o cenário de um sistema falido de um país com um

meio-ambiente comprometido de consciências corroídas -mas convêm ressaltar- um

país democrático, formado por cidadãos, reconhecido internacionalmente pelo samba,

mulher, e futebol.Não necessariamente nessa ordem.

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ORDEM: ordem e progresso; um jargão estampado orgulhosamente no centro

de nossa bandeira, fazendo proselitismo de um país cuja indústria da seca vai de vento

em popa, com milhões de analfabetos, desempregados e subempregados, milhares de

famintos que servem de figurantes para campanha eleitorais.Um sistema prisional de

segurança máxima transformados em albergue da juventude, e uma constituição virtual

onde se deleta e se insere artigos e emendas de acordo com a conveniência do mercado

para que seja mantida a estabilidade, conseqüentemente a lei e a ordem.

ÉTICA: Uma palavra estranha ao ninho da ordem vigente, vindo para

desestabilizar, implante]ando a lei do caos, da incerteza, da instabilidade.Portanto não é

raro a mesma ser tratada com profunda desconfiança, agressividade, indiferença e afins

pelos atores sociais-cidadãos-acostumado á “lei a, ordem, e ao progresso” a todo custo e

a qualquer preço.

PREÇO: O preço a ser pago por esse “progresso”, e essa pseudo-estabilidade

tem transformado cofres, bolsas, gente, consciências em coisa nenhuma.Descobriu-se

que pagamento de tal monta será penoso, quiçá impossível de se realizar em seus níveis

político-social-ecológico e de direito. As promissórias estão vencendo, o tempo urge, a

contagem regressiva já se iniciou.

CIDADÃO: Sujeito transformado em objeto das circunstâncias

mercadológicas, sociológicas, psicológicas e de direito.Tendo sido em sua história de

vida estuprado de verde e amarelo.

DEMOCRACIA: Pano de fundo no cenário da ideologia dominante.

Estes itens por si só já justificam a necessidade urgente de exercitar o olhar, a

postura, a consciência ética, enfim, glocalizar a ética neste contexto sinistro de

impunidade, injustiça, incompetência, intolerância, e hipocrisia.

E necessário que estranhemos este processo de coisificação, de virtualização

de sentimentos, e programação de afetividade e de resolução de problemas através do

“jeitinho”, olvidando a ética, base da cidadania e da democracia.

Esta nova(antiga)ótica sobre a ética exige que a mesma seja o centro das

ações, isto é, que seja o combustível que movimente toda e qualquer ação, no sentido de

resgatar valores, conseqüentemente transmutando posturas, migrando consciências

corroídas.

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Ética; para que não tenhamos mais idosos, mulheres e crianças em óbitos

conseqüência de medicamentos adulterados.Ética; para que possamos assistir a uma

propaganda política sem nos sentir manipulados.Ética; para que um contrato assinado

não se transforme numa arapuca.Ética; para olharmos nosso semelhante como igual,

desta forma estaremos abalando os alicerces indústrias da antiética, não aceitando

informações negras, valorizando o capital humano, fazendo com que as ciganas e

cartomantes não mais necessitem explorar a boa-fé alheia.Colocando os colarinhos

brancos em seus devidos lugares, e finalmente, fazendo da ética a melhor política e não

o melhor abandonado, com o intuito de desconstruir a mentalidade da “lei de Gerson”

inferindo que só existe ganho real a partir da sistema de cooperação.No mais, qualquer

vitória é fulgás, que pode transformar-se em perdas quiçá irreversível.As estatísticas

regstrando os inúmeros desastres ecológicos, políticos, e religiosos vêm nos comprovar

esta tese.

Se observarmos o sistema educacional vigente, perceberemos que regras e

princípios são palavras com sentidos diferentes, e aplicadas indiscriminadamente dentro

das escolas, a mesma trabalha com exesso de regras, e pouco ou quase nenhum

princípio, dificultando assim as relações no ambiente escolar. Segundo o psicólogo

Yves de la taille, professor do instituto de psicologia da universidade de São

Paulo(USP).”Moral é um conjunto de regras precisas;Ética é um conjunto de princípios

norteadores de condutas, de onde se deduzem as regras.Assim, a ética relaciona-se com

a autonomia”.

Portanto, as queixas de indiciplinas nas escolas por parte dos alunos, deve-se a

este contexto.Para se ter uma idéia, o uso do uniforme é mais importante do que a

proibição uso da violência dentro da mesma.Esta cobrança de obediência as regras

acabam por surtir efeito contrário ao desejado.Se dessemos o devido valor à ética neste

cenário e a escola deixasse claro tais princípios a relação entre alunos, pais, e

professores seriam mais transparentes e certamente o convívio norteados por tais

princípios construiriam relações mais pacíficas e ricas.

O respeito mútuo certamente inspirariam criações de regras de conduta, e

melhor ainda, as discussões destas regras de maneira a traduzi-los; isto é

autonomia.Este é o caminho apontado pela ética.Ela seria um contrato no qual nos

responsabilizamos por nossa palavra e nos engajamos para cumpri-la.Na sala de aula os

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alunos podem estabelecer metas de cunho ecológico, social, etc, conjuntamente através

desse princípio. Assim, o respeito as regras e as sanções cabíveis seriam decididas pelo

grupo.

Deste modo é o “nós” e não o “ele” que incutirá a sensação de vergonha do

juízo de um membro do grupo e não o medo da punição “d’ele”, tal sentimento -de

vergonha- é ativo mesmo na ausência de outrem -do grupo- fiscalizando sua conduta,

visto que o temor a retaliações desaparece quando se tem certeza da falta de punição.

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A SALA DE AULA

O espaço físico da sala de aula nos remete a rigidez militar, a austeridade monástica, e

principalmente a hierarquia, numa clara intimidação da livre expressão discente e

docente, numa franca cassação à palavra.Isso ocorre desde a disposição das cadeiras, à

lousa e ao giz como parcos e elementares recursos pedagógicos tornando o ambiente

pedagógico distante e enfadonho , levando o educando a longas e intermináveis

conversações a respeito de trivialidades do cotidiano. Por outro lado, temos o educador

minado por expectativas frustrantes somatizadas pela progressiva desvalorização

profissional embotando seus sentidos para uma visão holística da conjuntura como um

todo. Esvaecendo deste modo seu comprometimento com seu educando e a instituição,

que por tabela também se torna vítima do efeito dominó produzido pela situação.Isto se

reflete na ausência de um “benchmarkt” do profissional de educação, fruto do malogro

de suas expectativas, que por sua vez tem conseqüências indeléveis no educando, visto

que é inegáveis nossa influência na realidade objetiva e sua conseqüente transformação.

Criou-se desta forma um muro espelhado onde nossas certezas encontram-se

narcisamente escravizadas num obstáculo metodológico criado e cultivado regularmente

por nossos paradigmas.Acomodamo-nos a essa situação na assunção de uma postura

conformista, anestesiando nosso senso crítico e coletivo.Nas paredes de nossa classe

encontram-se gravadas essas nuances e sensações; onde , teoricamente deveria começar

a lida da educação na revisão destes conceitos reconstruindo, o pensamento crítico e o

senso coletivo a muito esvaecido pelo pensamento hegemônico promovido pela

ideologia dominante através de propagandas subliminares e pela retórica do sistema

capital.

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Hoje estamos superinflados de informações que chegam a cada segundo através de

veículos on-line como internet e intranet, como a televisão,que sem critério e a revelia

assalta nossas mentes após uma cansativa jornada de trabalho no recôndito de nosso lar ,

em nosso horário de não trabalho e ,competentemente ,

vem minando as bases morais construídas na sala de aula, quando o indivíduo encontra-

se prostrado num confortável sofá sendo incapaz de competir com o controle

remoto.Neste cenário WTC as quatro paredes da sala de aula representa o carro de

resgate de uma missão impossível, visto que o mesmo encontra-se sem os equipamentos

necessários para tamanha empreitada.

Esta sala necessita de um equipamento primordial para influir nesta realidade; A

dialética, onde junto com o educando o professor irá construir e destruir a realidade

vigente para ter condições de instrumentalizar o educando na migração da forma de

pensar esta mesma realidade.

A sala de aula sofre constante influência da sociedade refletindo seus valores, lidando

pois com a violência presente no cotidiano; no trânsito na mídia, na política, assaltos e,

até no próprio lar.A escola não deve se entregar como mera vítima desse contexto, mas

sim recebe-las criticamente.

É necessário que assimilemos que educação não é comercio, e alunos não são clientes.

Escolas particulares devem abandonar o discurso empresarial de considerar o saber um

produto,se assim não for , as relações de autoridade acabam por inverter-se e o respeito

do aluno para com o professor resume-se naquela bendita frase “meu pai ta te pagando,

que qui ce tem haver com isso!!??”

Não é de bom alvitre permitir que esse discursso penetre passivamente nas salas de aula,

pelo contrário, nela deve se iniciar uma discussão concernente as mesmas questões que

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tanto afligem e incomodam a sociedade, devolvendo está influência á comunidade, visto

que a ligação da escola com a mesma através dos alunos , pais , avós, professores, e

funcionários é uma constante e não deve ser olvidada.

Enfim, é importante que a sala de aula seja revolucionada dialeticamente desde sua

concepção estrutural-distribuição de mesas e cadeiras- até a concepção de princípios

éticos.

Convém assinalar que o processo de educação não se restringe, nem é exclusividade da

sala de aula; todos os ambientes concorrem ativamente para formação do indivíduo,

desde a família, amigos, até as ruas e o trabalho.enfim, tudo contribuí, dialeticamente,

para a educação e na construção ética-cidadã.Visto que todos temos algo a aprender e a

ensinar .Nesta linha de pensamento existe espaço para o erro, sem este receio e a

disposição de rever seus conceitos abriremos caminho para nova ordem após alcançado

o consenso.O exercício da ética implica a administração de conflitos, visto que nos leva

a constante batalhas com nossos próprios paradigmas.A assunção do erro nos leva a

repensa-lo; ao repensa-lo, refazemos melhor. Refazendo melhor, nos lapidamos de

maneira contínua e renovada, pois como dizia Fernando Pessoa; “navegar é preciso,

viver não é preciso”.

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A prática pedagógica

Segundo Michael Foucault todo conhecimento é provisório.Partindo deste princípio,

faz-se necessário uma prática pedagógica sabática onde se renova, recria, reinventa,

reestrutura, e revêem-se conceitos e certezas. A assunção de uma postura

epistemológica e hermenêutica deve estar presente nas avaliações e reavaliações

curriculares visando o subjetivismo do ser extrapolando o racional.Numa prática

multilateral transformando tal prática numa busca cotidiana do educador e da escola

baseada na ética.

A pedagogia sabática valoriza o subjetivismo do ser procurando sua inserção na

construção deste mesmo ser, consciente de seu inacabamento.

É impossível se negar a existência generalizada de desconfiança nas instituições visto

que as mesmas não têm correspondido minimamente com suas responsabilidades

objetiva.O que dizer da política educacional nesta atual conjuntura, da prática

pedagógica, e das avaliações?

O educador necessita ter em mente que o mundo não é de um único jeito, e nunca dar

crédito imediata a discursos que se dizem representar a realidade.Urge um exercício

constante de criação, a educação do olhar em seus diferentes ângulos, e principalmente

não julgar antecipadamente a novidade como algo sempre melhor que seu oposto, e

principalmente não cristalizar nossas certezas, dada as constantes mudanças a que

somos submetidos.Devemos procurar sempre o diálogo, mostrar nossas idéias sem

receio da crítica, enfim, nos expor, pois os que se encerram em suas próprias idéias

corre o risco de tornar-se anacrônico.

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Não esquecer nunca que a tão propalada neutralidade é um mito, visto que no jogo de

poder a alguém ou a algo vai ser útil tal neutralidade.A assunção desses itens faz do

educador um profissional digno de credibilidade, dignificado por sua postura.

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O estudante, este cidadão.

São muitos os motivos que levam o aluno à sala de aula; uns são obrigados pelos pais,

outros pelos amigos que lá estão, ou porque tem muita menina bonita e/ou

principalmente porque precisa do bendito diploma, sem falar nos motivos intrigantes,

engraçados, ou sem lógica e inclassificáveis.

São tantas incertezas, e inseguranças que acabam resultando numa ausência de

expectativas nesta senda de estruturação do ser, tornando esse trabalho deveras penoso

para ele mesmo e para os que o cerca.

Como professor as perguntas que mais ouço é a seguinte: _ Para que preciso aprender

isso??Meditando sobre tal questão fiz uma reflexão sobre nossa história da educação e

relembrando a determinante influência do clero na mesma, notei que só usaria

logaritmo, por exemplo, somente e unicamente na construção da cúpula de uma

catedral. Percebi a inutilidade de decorar tabela periódica, e fórmulas matemáticas como

equações, etc. tais conhecimentos só me foram úteis até o vestibular, obviamente,

servindo de funil para ingresso no terceiro grau.O sistema sempre na sua lida de

promover a dicotomia entre estudantes privado e público, pobres e ricos, brancos e

negros, e fazendo-os acreditar que são eles os culpados pelos conflitos verificados,

instalando um profundo desencanto nestes pseudocidadãos que acreditam não fazer

diferença perante a realidade apresentada.A conjuntura que se apresenta ao educando

intimida e oprime sua estruturação e formação é acaba sendo determinante em seu

futuro exercício de real cidadania.

O educando neste contexto é estimulado a não expressar-se, numa realidade em que

quem mais “fatura” é aquele que mais fala.Essa prática conjuntural paradoxa confunde

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o educando quando são exigidas competências que vão na contra-mão da estrutura

(im)posta.Ele - o estudante – reconhece e sabe perfeitamente o que deve ser feito ou

não, como ninguém o faz, por que ele faria correndo o risco de ser marginalizado por

agir diferente quando o normal é ser igual, é se deixar levar-se passivamente pela

hegemonia do pensamento dominante, evitando deste modo o conflito e por tabela

mantêm-se a lei, a ordem, e o progresso.

Estudante formado – posto numa forma – , cidadão coagido resultando num indivíduo

objeto, mais um gado marcado a engrossar a massa programada diariamente e com

muita competência pela mídia, mantendo o padrão espetaculoso de vida de alguns

através da ignorância de milhares.O sucesso mecanicista da home-school, cieps, e ciacs

justificam esta receita de projetos miraculosos negando o fator contigente e a

holisticidade.

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CONCLUSÃO

Inferimos que o educador de pensamento crítico necessita de novos olhares sobre o ser

subjetivo, e qual detetive, problematiza-lo iniciando a partir da realidade apresentada

sua construção de mundo.Sintetizando as possíveis contradições para chegar-se a uma

ideal de pensamento concreto, mas tendo a consciência de não ser o mesmo definitivo.

Esta é uma condição “sine qua nom” no trabalho formação do indivíduo como

cidadão.Não uma cidadania passiva de direitos conquistados ou concedidos de cima

para baixo , editados e reeditados nos livros institucionais , mais sim uma real cidadania

, vicária. Com tal concepção, a ação no sentido de influenciar nesta realidade, novas

perspectivas floresceram na percepção de novas relações sociais.Não sendo este um

ponto de partida nem de chegada, mas uma ponte dentre muita outra na trilha da

cidadania onde estaremos decididamente sendo sujeitos da história.

Chegamos então a principal parte deste longo processo teórico, que é justamente a

comprovação do mesmo pela prática. Prática essa que se resume à uma única

palavra:ÉTICA; nela reside o êxito dos “doze trabalhos”, é a chave, o cálice sagrado, a

resposta para um mundo menos traumático, de competitividade exacerbada, de stresses

contínuos, enfim , um lenitivo terapêutico na profilaxia do analfabetismo emocional

num momento chamado de pós-moderno onde o desenvolvimento tecnológico ocorre

hiper-aceleradamente e a evolução humana se encontra esquecida na UTI da idade

média .

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O equilíbrio desses extremos reside no olhar ético das diferenças e singularidades.Sem

tal ingrediente, sem esse tempero nosso repasto será “urubulino”.A princípio não

pereceremos de fome, mas o estômago a seguir naturalmente irá regurgitar tal alimento

em sua tentativa de manter-se saudável.

Ética não se teoriza, se pratica, é pessoal e intransferível

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ANEXO A seguir algumas sugestões de temas a serem trabalhados por algumas disciplinas de maneira interdisciplinar , se possível transdisciplinarmente nas escolas. No caso de empresas sugerimos - além – o método das múltiplas inteligências de Haward Gardner e Celso Antunes. Os temas devem ser selecionados de acordo com a realidade cultural da empresa ou escola.

GALERIAS TEMÁTICAS

Conhecimentos Didático – Pedagógicos

Em Ensino Fundamental

RELAÇÕES DE PODER NA ESCOLA

Educação Artística

O PODER TELEVISIVO

História e Filosofia da Educação

SABER E PODER

REPRESENTAÇÃO POPULAR

NO PODER

História

RELAÇÕES HUMANAS E TRABALHO NA SALA DE

AULA

Prática Pedagógica

EXCLUSÃO PELA ORGANIZAÇÃO URBANA

Sociologia

O PODER NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

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ANEXO

CENAS DO COTIDIANO ANTIÉTICO

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ÍNDICE AGRADECIMENTOS---------------------------------------------------------------Pág. 03. DEDICATÓRIA------------------------------------------------------------------- Pág.04,05. EPÍGRAFO----------------------------------------------------------------------------- --Pág. 06. RESUMO--------------------------------------------------------------------------- -------Pág. 07. SUMÁRIO-------------------------------------------------------------------------- -------Pág. 08. INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------- ---Pág.09, 14. As relações de poder e cidadania. METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------Pág.15, 16. CAPÍTULO 1----------------------------------------------------------------------- ----Pág.17, 20. Ética e cidadania; uma análise crítica. CAPÍTULO 2------------------------------------------------------------------------ ---Pág.21, 23. Na sala de aula; A postura do educador ante o educando como ser social em construção CAPÍTULO 3---------------------------------------------------------------------- ----Pág.24, 25. A prática pedagógica; migrando o comportamento autoritário ao dialético. CAPÍTULO 4 ---------------------------------------------------------------------- ----Pág.26, 27. O estudante, este cidadão;um completo complexo comportamental. CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------- ----Pág.28, 29. ANEXO--------------------------------------------------------------------------------- Pág.30, 35. Galerias temáticas Cenas do cotidiano anti-ético BIBLIOGRAFIA------------------------------------------------------------------ --------Pág.37. FOLHA DE AVALIAÇÃO------------------------------------------------------ ---------Pág.38.

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BIBLIOGRAFIA

1-Zioni, Cecília.”Abismo cruel”. Sesc on line, n.36, nov/dec.

1999.http//200.231.246.32/sesc/revistas/pb/index.htm

2-Santos, boaventura de Souza.Um discurso sobre as ciências ed. Afrontamento

3-Costa, mariza vorraber. Caminhos investigativos II: outros modos de fazer pesquisa

em edificação.RJ.Dpfa, 2002.

4-Gadotti, Moacir. Concepção dialética da educação.SP.Cortez/autores associados,

1983.

5-Konder, Leandro.O que é dialética?SP. Brasiliense, 1987(coleção primeiros passos).

6-Brandão, Zaia.(org). A crise dos paradigmas.SP. Cortez 1984.

7-Senai, “formação de formadores”.

“Educação e cidadania”

“ O mundo do trabalho”

“ O enigma do conhecimento”

“ O mundo da educação”

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“ Concepção atual acerca da educação”

FOLHA DE AVALIAÇAO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO PEDAGÓGICO.

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSO”.

“A ÉTICASOBRE A ÓTICA DA EDUCAÇÃO CIDADÔ

ENTREGA------------------------------------------------------------------------------------------

AVALIADO POR------------------------------------------GRAU---------------------------------

RIO---------------DE------------------------------------------------DE------------------------------