revista mater

29
MATER Ed. 03 | MAI/JUN/JUL/ 2012 Uma publicação do Hospital Santa Brígida ARTIGO HISTÓRIA Câncer de mama: divulgação de medidas preventivas é urgente Residência: uma das marcas do HMSB ANOS HMSB

Upload: hospital-santa-brigida

Post on 30-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Uma publicação do Hospital e Maternidade Santa Brígida.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Mater

MATEREd

. 03

| MAI

/JUN

/JUL

/ 201

2

Uma publicação do Hospital Santa Brígida

ARTIGO

HISTÓRIA

Câncer de mama: divulgação de medidas preventivas é urgente

Residência: uma das marcas do HMSB

ANOS

HMSB

Page 2: Revista Mater

ÍNDICE

15

09HISTÓRIA

TURISMO

GASTRONOMIA05 PERFIL

04 PALAVRA DA DIRETORIA

Page 3: Revista Mater

21

25

29

Expediente

Projeto gráfico, linha editorial e conteúdo:

Vogg Branded [email protected]

Editora executiva:Silvia Elmor (MTb 4417)

Coordenação de conteúdo:

Tatiane Franco (MTb 7602)

Sugestões e Crí[email protected]

www.hmsantabrigida.com.br

Redação:Felipe Mendes

Lilian Júlio Viana

Diagramação:Jean Alberge Ribas

Revisão:Sabrina Becker

Atendimento:Ana Carolina Resende

A MATER é uma publicação trimestral 100% digital, desenvolvida pelo Hospital e

Maternidade Santa Brígida.

A revista Mater valoriza a arte paranaense.A cada edição uma capa exclusiva é produzida

por artista convidado.

GASTRONOMIA

ARTIGO

ARTISTA

Conselho EditorialAgostinho Noronha

Maria Izabel Checchia Kloss

Direção TécnicaLeônidas Noronha Silva

CRM 11686

Page 4: Revista Mater

4

A terceira edição da revista Mater

traz na editoria História uma mereci-

da referência à Residência Médica do

Hospital e Maternidade Santa Brígida

(HMSB). Achamos que esse seria o

momento ideal para tratarmos des-

sa atividade médico-científica, que

para nosso gáudio, vem trazendo

ao HMSB um grande diferencial no

atendimento e condução de nossas

pacientes.

O momento é oportuno porque ao

inaugurarmos o Pronto-Atendimento

Dra. Lúcia Checchia Franklin em-

prestamos o nome de uma das fun-

dadoras do Hospital Santa Brígida. A

também diretora do HMSB teve sua

vida profissional pautada pelo orgulho

e respeito à profissão, bem como pela

correta postura do médico no trato

com os pacientes.

Nesse agradável retorno ao passa-

do, lembramo-nos da luta empreendi-

da por essa médica, para que jovens

PALAVRA DA DIRETORIAque ingressam na profissão tratem-na

com respeito, orgulho e dignidade.

Certamente o desejo da Dra. Lúcia

foi, ao longo dos anos, amplamente

compreendido e disseminado entre

os jovens médicos, que criaram e

oficializaram a Residência Médica do

HMSB, formando profissionais com

um perfeito aprendizado técnico-

-científico e preparando-os para uma

carreira profícua e realizada.

Hoje, nossa residência médica ofe-

rece, aos obstetras e suas pacientes,

um enorme grado de segurança e

qualidade, trazendo para a comunida-

de um atendimento humanizado e de

respeito, valores sempre presentes na

vida da Dra. Lúcia Checchia Franklin

e de aqueles tantos outros que, com

seu trabalho, tornaram um sonho na

realidade que hoje é a Maternidade

Santa Brígida.

Obrigado a todos,

Diretoria do HMSB

Palavra da Diretoria

Page 5: Revista Mater

5

PERFIL

José Fernando Macedo: luta pela classe médicaAtuação política marcou a vida profissional desse cirurgião vascular

Já são 35 anos desde a formatura,

30 de atuação em consultório e em

centros cirúrgicos e quase 20 atuando

politicamente em favor da classe. José

Fernando Macedo, pai de um médico

cirurgião vascular, Dr. Rodrigo Mace-

do, e de uma nutricionista, Gabrielle

Macedo Salomão, é um profissional

incansável, não apenas nas áreas de

angiologia, cirurgia vascular e endovas-

cular, nas quais trabalha, mas também

na atuação política em defesa dos di-

reitos da classe.

Além da atuação na medicina, o

senhor também tem um forte his-

tórico de trabalho político junto à

classe. Hoje ocupa quais cargos e

quais os outros que já ocupou?

José Fernando Macedo (JFM):

Atualmente, sou vice-presidente da

Associação Médica Brasileira (AMB),

vice-presidente da Associação Médica

Luta pela classe médica

José Fernando Macedo

DIV

ULG

ÃO

Page 6: Revista Mater

6

do Paraná (AMP) e diretor de defesa

profissional da Sociedade Brasileira de

Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv).

Sou ex-presidente nacional da Sbacv

(de 1997 a 1999), ex-presidente da AMP

(nos anos de 1991 a 1995 e de 2005 a

2011) e ex-presidente da Academia Pa-

ranaense de Medicina (de 2006 a 2008).

Em seu dia a dia, o senhor trabalha

para que os profissionais do Estado e

do país tenham melhores condições

de trabalho e remuneração. A relação

dos médicos com os planos de saú-

de é um dos seus focos de atuação?

(JFM): Por que o médico é obrigado

a atender de acordo com a tabela das

operadoras? O consultório é do médi-

co. Os custos dele podem ser muito

elevados e quem paga é o médico.

Se somados os valores das consultas

pagas pelas operadoras, o consultório

aberto pode dar prejuízo. Estamos tra-

balhando de graça e isso só aconteceu

por que os médicos deixaram. Temos

uma perda histórica de 500% em nos-

sos honorários. Os planos de saúde só

existem por que nós, profissionais, fomos

deixando as coisas acontecerem. Se

não existissem médicos, não existiriam

planos de saúde. O médico tem de olhar

para dentro de si e avaliar qual o valor do

atendimento a um paciente. Será que os

valores pagos pelas operadoras são cor-

retos? A classe também precisa investir

na educação continuada para que, cada

vez mais, o profissional perceba que tem

valor e que merece uma remuneração

mais digna.

Sabemos que hoje os planos de

saúde têm grande participação na

Luta pela classe médica

“ O médico tem de olhar

para dentro de si e avaliar

qual o valor do atendimento

a um paciente. Será que os

valores pagos pelas opera-

doras são corretos? “

Page 7: Revista Mater

7

PERFIL

realidade da medicina no Brasil.

Há alternativas?

(JFM): Eu defendo mudanças na

legislação, ou a implantação de novos

produtos e serviços para financiamen-

to das consultas. Já fiz uma pesquisa

em meu consultório: a maioria dos pa-

cientes não se incomodaria de pagar

pelas consultas. Elas não são o fator

determinante para alguém ter um pla-

no de saúde. As pessoas pagam os

planos para ter acesso, quando neces-

sário, aos serviços de urgência, emer-

gência, cirurgia, UTIs etc. Se houvesse

um novo produto, o mercado regularia

o preço da consulta. Quanto mais qua-

lificado o médico, quão melhor for sua

atuação, mais reconhecido pela socie-

dade ele será. Isso representaria um

resgate da relação médico-paciente.

O senhor pode citar medidas

práticas que tenham trazido resul-

tados efetivos?

(JFM): Sim. Quando diretor científi-

co da AMB, de 1995 a 1999, participei,

junto com o presidente da associação,

doutor Antônio Celso Nassif, da criação

de um modelo de atendimento médico

Luta pela classe médica

“ Quanto mais qualificado

o médico, quão melhor for

sua atuação, mais reco-

nhecido pela socie¬dade

ele será. Isso representa-

ria um resgate da relação

médico-paciente. “

DIV

ULG

ÃO

Page 8: Revista Mater

8

associação médica, com valores de

consulta reduzidos em relação ao aten-

dimento particular. Não há cobrança de

mensalidade nesse modelo e o usuário

paga apenas uma ficha cadastral para

manutenção do sistema.

do Sistema Nacional de Atendimento

Médico (Sinam), que surgiu em 1996.

Nesse modelo, os interessados fazem

seu cadastro e são atendidos nos

consultórios particulares de médicos

especialistas cadastrados e sócios da

Luta pela classe médica

Paralisação Efetiva

A mobilização e a união da classe médica podem trazer grandes frutos.

Nos últimos meses, entrou em pauta a Medida Provisória (MP) 568, que trata

dos salários de diversas categorias do serviço público. O texto original da MP

previa perdas salariais para os médicos, que teriam que dobrar o volume de

trabalho para manter os rendimentos.

Revoltados com a situação, os servidores públicos da área se uniram e

mostraram a indignação com a medida. Entre as ações tomadas, protestos

e paralisações, que atingiram, por exemplo, o Hospital de Clínicas (HC) da

Universidade Federal do Paraná (UFPR). A mobilização surtiu efeito: o texto foi

alterado pela Câmara dos Deputados e os ganhos foram respeitados. A MP

definitiva prevê a condição do contrato de 20 horas e os profissionais têm a

opção de trabalhar por 40 horas semanais, com vencimento dobrado.

“Essa MP atingiria diretamente os médicos dos hospitais universitários e já

caiu. Era um absurdo, depois de 30, 40 anos de atuação, o salário diminuir

pela metade”, afirma José Fernando Macedo, que acredita: outros grupos de

profissionais podem se inspirar na luta por seus rendimentos. “A greve do HC

foi fantástica, pois essa mudança não foi aprovada. Precisamos criar um plano

de cargos e salários para os novos médicos”, conclui.

Page 9: Revista Mater

9

Uma história com mais de 30 anos

e centenas de atores. A Residência

Médica de Obstetrícia e Ginecologia

é um dos principais diferenciais do

Hospital e Maternidade Santa Brígi-

da (HMSB) e representa muito para

a entidade. Lançado em 1975, ainda

como especialização em obstetrícia,

o programa transformou em realida-

de um desejo das fundadoras Elisa

Checchia Noronha e Lúcia Checchia

Franklin.

De lá para cá, muita coisa mudou.

No início, o programa durava um ano.

Em 1989, porém, passou a abor-

dar também a área da ginecologia e

teve a duração aumentada para dois

anos. O número de médicos atendi-

dos também dobrou: passou de seis

para 12. Outra importante mudança

veio no final da década de 90, com

o credenciamento junto ao Ministério

da Educação (MEC). Concluído no

ano 2000, o processo garantiu o título

oficial de Residência Médica.

Em paralelo à chancela do MEC,

o programa foi reconhecido também

pela Federação Brasileira de Gineco-

logia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo

Conselho Federal de Medicina (CFM).

O diferencial na formaçãoResidência médica em ginecologia e obstetrícia é um dos marcos do HMSB

HISTÓRIA

Residência: o diferencial na formação

Muitos ex-residentes seguem no HMSB, outros levam o nome do hospital para fora de Curitiba.

DIV

ULG

ÃO

Page 10: Revista Mater

10 Residência: o diferencial na formação

Em 2006, passou a ser realizado em

três anos curriculares, com cinco alu-

nos em cada turma anual – totalizan-

do 15 em todo o programa. Desde

então, tem como órgão responsável

a Comissão de Residências Médicas

(Coreme), que é subordinada à Co-

missão Estadual de Residências Mé-

dicas (CERM) e à Comissão Nacional

de Residência Médica (CNRM).

Contando todos os anos de his-

tória, cerca de 290 médicos já par-

ticiparam do programa. Muitos deles

permanecem fazendo parte do dia

a dia do HMSB. Cerca de 90% dos

médicos que atuam no hospital atu-

almente foram alunos da residência.

História profissional liga-

da à residência

Formado médico em 1976, o dou-

tor Celso Carlos Losso fez parte da

turma de 1977 da especialização.

Anos mais tarde coordenou o progra-

ma e permanece até hoje no HMSB.

Losso acompanhou de perto o de-

Cada turma anual conta com cinco alunos; hospital recebe 15 residentes simultaneamente

DIV

ULG

ÃO

Page 11: Revista Mater

11Residência: o diferencial na formação

senvolvimento do próprio hospital e

do programa, e afirma: “A estrutura

do hospital foi crescendo junto com

a residência. Posso dizer que tenho

uma grande relação com a residên-

cia. Tudo evolui, e eu percebo melho-

rias em todos os sentidos, principal-

mente em termos da formação”.

Dias atuais

Atualmente, a Coreme é com-

posta pelos médicos Claudio Wiens,

Amauri do Rosário e Afonso C. To-

sin Lopes, também ex-residentes do

próprio HMSB. Os três partilham o

orgulho de fazer parte da história do

hospital e acreditam que as posições

que ocupam representam o cumpri-

mento do dever como profissional e

formador, “principalmente a formação

como pessoa. Levaremos pela vida o

nome Santa Brígida. Sentimos orgu-

lho de ter participado dessa residên-

cia, por muitos chamada de família

Santa Brígida”, resume Amauri.

O programa de residência com-

HISTÓRIA

Claudio Wiens, Amauri do Rosário e Afonso Lopes compõem a Coreme atualmente.

DIV

ULG

ÃO

Page 12: Revista Mater

12

preende toda a Saúde da Mulher.

Além de obstetrícia e ginecologia ge-

ral, são abordados temas como ges-

tação de alto risco, vitalidade fetal,

ultrassonografia e infertilidade huma-

na, entre muitos outros. O convênio

mantido com o Hospital Erasto Gaer-

tner contempla as áreas de oncologia

ginecológica e UTI. Em um hospital

de Araucária, da rede do Sistema

Único de Saúde (SUS) são realizados

em conjunto cerca de 280 procedi-

mentos mensais, entre partos, cesa-

rianas, curetagens e diversos outros

procedimentos cirúrgicos.

Outro importante convênio é o que

é mantido com a Pontifícia Universi-

dade Católica do Paraná (PUC-PR).

A universidade realiza o processo

de seleção dos novos residentes do

HMSB, enquanto o hospital recebe

anualmente cerca de 120 alunos do

curso de medicina da PUC-PR para

estágio. “Estamos permanentemen-

te preocupados em qualificar a parte

docente e em equipar e estruturar

o hospital para que os profissionais

saiam daqui qualificados”, afirma Le-

ônidas Noronha da Silva, que tam-

bém foi coordenador do programa.

Residência: o diferencial na formação

Atualmente, alunos passam três anos no programa de residência.

DIV

ULG

ÃO

Page 13: Revista Mater

13

A chancela do MEC para a residência

– que até hoje é única em hospitais

particulares em Curitiba – foi conquis-

tada em sua gestão.

Os profissionais que deixam o

hospital e partem para outras loca-

lidades, principalmente no interior

do Paraná e no Estado de Santa

Catarina, levam o nome da entidade

e da residência. “O HMSB vira uma

referência também em todo o meio

médico e estudantil. O fato de ter

uma residência faz a instituição ga-

nhar prestígio perante o meio médi-

co”, complementa Claudio Wiens.

Em sua história, a Especialização e Residência Médica em Ginecologia

e Obstetrícia teve os seguintes coordenadores e preceptores:

Alfred Krawiek

Odete Veronica Dellatorre

Celso Carlos Losso

Walter Matheus F.Pereira

Farage Khouri

Amauri do Rosário

Mauricio Palmeira Checchia

Antonio Paulo Mallmann

Gleden Teixeira Prates

Jucenir Ferreira Marques

Álvaro Pigatto Ceschin

Francisco Losso

Leonidas Noronha Silva

Afonso C. Tosin Lopes

Claudio Wiens.

HISTÓRIA

Residência: o diferencial na formação

Dr. Leonidas Noronha Silva.

DIV

ULG

ÃO

Page 14: Revista Mater

14

CURTAS

INAUGURAÇÃO DO PA

No dia 07 de maio foi inaugurado o novo Pronto Atendimento (PA) do Hospital e

Maternidade Santa Brígida. Segundo Helena Nicoleti, supervisora do PA, a prin-

cipal mudança foi a instalação do sistema de triagem. “Com ele fazemos uma

pré-avaliação da paciente e classificamos os riscos pela Escala de Manchester.

Portanto, o atendimento não é mais por ordem de chegada e sim pela urgência

do caso”, explica Helena. As mudanças no PA são refletidas no número de con-

sultas. “Antes da reforma eram cerca de 30 a 40 pacientes atendidas por dia.

Agora o número de consultas diárias fica entre 50 e 60”, revela a supervisora.

COMISSÃO DE GESTÃO DE RISCO

O Santa Brígida possui uma Comissão de Gestão de Riscos interdisciplinar,

composta por enfermeiros, médicos e membros do administrativo e da dire-

ção. Semanalmente os integrantes da comissão se reúnem, identificando pos-

síveis riscos e elaborando indicadores que melhorem a segurança em cada

setor do Hospital. A comissão atua desde outubro de 2011 com trabalhos con-

duzidos pela Dra. Carla Martins.

NÚMERO DE NASCIMENTOS NO HMSB

Nos últimos dois anos o Santa Brígida ocupa o primeiro lugar na lista de hospi-

tais curitibanos que mais fazem partos, com 20% dos nascimentos da cidade

em 2010 e 21% em 2011. Só no último ano foram 5.352 partos, sendo que

92,6% dos nascimentos foram com a gestação a termo e 64,4% das pacientes

eram residentes na capital do Paraná.

Curtas

Page 15: Revista Mater

15

TURISMOMoradores da cidade do Porto, em Portugal, expressam seu

orgulho até nas telas do cinema. Entenda o porquê.

Page 16: Revista Mater

16

Porto: mais que vinhosCidade portuguesa é um dos principais destinos europeus na atualidade

“Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal

e Invicta Cidade do Porto”. O título

reflete bem o orgulho dos morado-

res da segunda cidade portuguesa.

Conhecida mundialmente por seus

vinhos e fundada oficialmente no

ano de 1123, deu origem ao nome

do país e até hoje mantém com Lis-

boa uma saudável rivalidade.

O Porto é, na atualidade, um dos

principais destinos turísticos de bra-

sileiros que visitam a Europa. Não

apenas pela facilidade da língua e

pela proximidade entre os países (há

voos que ligam a cidade a São Pau-

lo e ao Rio de Janeiro, além de inú-

meras conexões), mas também pelo

custo mais baixo, se comparado a

outros países do continente euro-

peu. E quem visita não se arrepende.

Porto: mais que vinhos

Rio Douro faz a divisa entre Porto e Vila Nova de Gaia

Page 17: Revista Mater

17Porto: mais que vinhos

TURISMO

A fama dos vinhos (falaremos

mais sobre eles na página 24) espa-

lhou o nome da cidade pelo mundo.

Entretanto, ela tem muito mais a

oferecer. O Centro Histórico é Patri-

mônio da Humanidade, reconhecido

pela Organização das Nações Uni-

das para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO). Entre os séculos

13 e 18, a área foi cercada pelas Mu-

ralhas Fernandinas, das quais, hoje,

restam apenas pequenos trechos.

A região central, também chama-

da de Baixa, viveu anos de degrada-

ção e abandono. Entretanto, foi cria-

do, em 2004, o Porto Vivo, programa

de reabilitação. Desde então, investi-

mentos públicos e privados valoriza-

ram a área, que pode ser percorrida

a pé e está repleta de atrações.

Visitas às caves do vinho do Porto são imperdíveis

PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

Page 18: Revista Mater

18 Porto: mais que vinhos

LIVRARIA DE HARRY POTTER

Entre os principais pontos

da região está a Livraria Lello,

reconhecida internacionalmen-

te como uma das mais bonitas

do mundo, foi fonte de inspira-

ção para a escritora J.K. Ro-

wling, de Harry Potter, e serviu

de cenário para filmes da série.

As igrejas também merecem

atenção especial. A principal

delas é a Sé Catedral. As curio-

sas igrejas do Carmo e das

Carmelitas, construídas lado a

lado, valem a visita.

O centro também abriga a

Avenida dos Aliados, local de

construções como a Câmara

Municipal e a Praça da Liber-

dade, considerada o coração da ci-

dade. Pertinho dali estão a Torre dos

Clérigos, que permite uma bela vista

de toda a cidade, e a estação de São

Bento, uma bela construção do final do

século 19 de onde partem trens para ci-

dades próximas, como Braga, Aveiro e

Guimarães.

Livraria Lello

Page 19: Revista Mater

19Porto: mais que vinhos

TURISMO

RIBEIRA

PONTES

Parte do Centro Histórico, a re-

gião da Ribeira, junto ao Rio Douro,

é um dos principais pontos de en-

contro de turistas e moradores da

cidade. Com restaurantes, bares e

lojas, é um excelente ponto para ca-

minhadas e para embarcar em um

dos cruzeiros pelo rio, a bordo dos

Os passeios de barco, aliás, reve-

lam ângulos interessantes das pon-

tes, que marcam a paisagem da ci-

dade. Ligando o Porto a Vila Nova de

Gaia (cidade conurbada, onde ficam

as caves de envelhecimento de vi-

nho), as construções estão entre as

imagens mais conhecidas do Porto.

A Ponte de Dom Luís, a mais

conhecida da cidade, foi realizada

segundo projeto do belga Teóphile

Seyrig. A estrutura metálica lem-

famosos barcos rabelos, que trans-

portavam os barris de vinho.

bra a Torre Eiffel, em Paris, e não

é por coincidência. Seyrig foi sócio

de Gustave Eiffel, responsável pela

torre. Com dois níveis (o superior

fica 40 metros acima do inferior), a

construção é adaptada à peculiar

topografia da região. No tabuleiro

superior atualmente circula uma das

linhas do metrô, enquanto a parte in-

ferior é reservada a carros e ônibus

(ambos têm espaço reservado para

pedestres).

Ribeira

Page 20: Revista Mater

20 Porto: mais que vinhos

Contemporaneidade

Película Portuguesa

O orgulho dos portistas e a rivalidade da cidade com a capital ficam

claros quando é analisada a história do cinema do país. O primeiro fil-

me português é “A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança”, de

1896. Realizada pelo pioneiro do cinema lusitano, Aurélio Paz dos Reis,

a película foi a primeira de uma série que conta com pelo menos outros

seis retratando a cidade – para lamento dos lisboetas, que só chegaram

às telas três anos depois, com “Aspectos da Praia de Cascais”, de Manuel

da Costa Veiga.

A tradição de retratar a cidade em filmes atravessou as décadas. Vários

profissionais realizaram ficções e, principalmente, documentários com a

intenção de mostrar o cotidiano da “Invicta”. Mais recentemente, “Porto da

Minha Infância”, documentário de Manoel de Oliveira, lançado em 2001,

mostrou a cidade pelos olhos de uma criança – no caso, o próprio diretor.

Rodado para marcar a escolha da cidade como Capital Europeia da

Cultura em 2001, “Porto da Minha Infância” foi aplaudido em diversos fes-

tivais de cinema pelo mundo – entre eles o de São Paulo. Entre outros,

conquistou o Prêmio C.I.C.T. UNESCO “Enrico Fulchignoni”, entregue du-

rante o Festival de Veneza. Para aqueles que desejam conhecer a cidade,

é um ótimo pontapé inicial.

Fora do centro, o Porto reserva

surpresas. Construções modernas

contrastam com a arquitetura clássi-

ca da Baixa. Destacam-se o Museu

de Arte Contemporânea de Serral-

ves e a Casa da Música – ambos

na região da Boavista. Para os fãs

de futebol, a pedida é o Estádio do

Dragão, casa do Futebol Clube do

Porto, um dos times mais vitoriosos

do futebol europeu.

Page 21: Revista Mater

21

GASTRONOMIACriados com dois ingredientes básicos – açúcar e gemas de

ovos – os doces estão entre os principais atrativos turísticos

de Portugal

Page 22: Revista Mater

22

Tão tradicionais quanto

o fado ou o bacalhau, os

doces são uma marca de

Portugal. Nascidos nos

conventos por volta do sé-

culo 15, eles atravessaram

os anos e até hoje encan-

tam lusitanos e visitantes.

A base da maioria das re-

ceitas é bastante simples:

açúcar e gemas de ovos –

que sobravam depois que

as freiras usavam claras

para engomar as roupas.

A tradição é tanta que

existem até os ovos moles

de Aveiro, que são feitos

exclusivamente de gema e açúcar,

envolvidos com uma fina capa de

hóstia. E para quem achou curioso

o nome dos ovos moles, há outras

nomenclaturas dignas de nota. De

sapatetas a velharocos, passando

por perronilhas, pescoços de frei-

ra, fataunços, arrufadas, melícias

e esquecidos. O fato é que, para

quem gosta de doce, qualquer

produto de uma pastelaria lusitana

é uma boa escolha.

DOCES SÃO MARCAS DE PORTUGAL

Doces e vinhos do Porto

De norte a sul, mistura de gemas e açúcar conquista os visitantes

Pastél de Santa Clara

De norte a sul, mistura de gemas e açúcar conquista os visitantes

Page 23: Revista Mater

23Doces e vinhos do Porto

GASTRONOMIA

Os doces portugueses mais co-

nhecidos são os pastéis de nata:

uma massa folhada com recheio

que, além das gemas e do açúcar,

leva creme de leite. A receita original

é da região de Belém, em Lisboa,

onde fica a Fábrica dos Pastéis de

Belém. Mas não se engane: Pastéis

de Belém, só os originais.

No Porto, o doce mais tradicional

e conhecido é o Bolo de São João,

PASTÉIS DE BELÉM: FAMA INTERNACIONAL

que é vendido durante todo o ano,

mas surgiu durante as tradicionais

festas joaninas, que acontecem em

junho. A iguaria lembra um pouco

os panetones, principalmente pela

presença de frutas cristalizadas.

Entretanto, a receita leva vinho e

conhaque, além de rum. Vendido

em várias confeitarias da cidade (e

também do resto do país), é uma

ótima pedida.

Pastéis de Belém

Page 24: Revista Mater

24 Doces e vinhos do Porto

VINHOSOs vinhos do Porto são produzidos, na verdade, com uvas da região demar-

cada do Douro (a cerca de 100km da cidade) e envelhecidos na cidade de Vila

Nova de Gaia, separada do Porto pelo próprio Douro. Os turistas que visitam o

Porto têm a oportunidade de conhecer a sede dos fabricantes, os espaços onde

armazenam o vinho e, de quebra, provar os vários estilos. Saiba um pouco mais

sobre alguns deles lendo os quadros abaixo.

RUBY

Produzidos a partir de uma seleção dos melhores vi-

nhos de cada ano, que são misturados. O resultado

é um vinho forte, frutado e intenso.

LATE BOTTLED VINTAGE (LBV)

Um ruby engarrafado com a produção de um só

ano, em safras de boa qualidade, envelhecido após

um período de quatro a seis anos. Em alguns casos,

é necessário envelhecimento na garrafa. É muito en-

corpado e de coloração vermelha bastante intensa.

TAWNY

Envelhecidos em barris de carvalho, os tawny têm

coloração mais alaranjada que os ruby. Com pro-

cesso de envelhecimento mais acelerado, têm idade

média de aproximadamente três anos.

Page 25: Revista Mater

25

O câncer de mama representa

um evidente problema de saúde

pública no Brasil. Segundo dados

do Instituto Nacional de Câncer

(INCA), para 2012 a taxa de inci-

dência estimada é de 52.680 novos

casos, com uma taxa de mortalida-

de de 12.852.

Assim, é inequívoca a necessi-

dade de divulgação das medidas

preventivas primárias, investimen-

tos em educação médica continua-

da e de programa de rastreamento

(screening) acessível à toda popu-

lação. A ideia de que o diagnósti-

co precoce do câncer de mama é

fundamental para a indicação de

tratamentos mais conservadores

e está associado ao aumento da

taxa de sobrevida é amplamente

conhecida.

Como fazer o diagnóstico pre-

coce?

Na prática estamos falando em

fazer o diagnóstico na fase subclí-

nica da doença, ou seja, antes de

qualquer alteração clínica palpável

ou suspeita. Portanto, o papel dos

exames de imagem (mamografia,

ecografia e ressonância magnéti-

ca) passam a ocupar espaço fun-

damental.

Entre esses, a mamografia é o

único exame para uso no rastrea-

mento populacional com evidência

clínica comprovada de diminuição

na taxa de mortalidade. Assim, nos

Câncer de mamaUma abordagem racional para o rastreamento

ARTIGO

Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce

Page 26: Revista Mater

26 Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce

nossos dias não cabe mais o ques-

tionamento se a mamografia deve

ou não ser solicitada como rotina,

mas sim qual a qualidade dos exa-

mes realizados!

Mas, nesse contexto algumas

questões ainda não foram res-

pondidas. Com que idade deve

ser iniciado o rastreamento? Qual

a periodicidade e com que idade

parar o rastreamento? De fato as

políticas governamentais de rastre-

amento populacional adotadas em

Portanto, um estudo mamográfi-

co com periodicidade anual a par-

tir dos 40 anos está bem indicado

países desenvolvidos e no Brasil

são distintas e não existe consen-

so. Pensando no dia a dia do con-

sultório, como deve atuar o médico

ginecologista e os demais profis-

sionais responsáveis pela atenção

primária à saúde da mulher?

Do ponto de vista epidemiológi-

co a incidência do câncer de mama

é baixa antes dos 35 anos de idade

e aumenta de forma contínua e gra-

dativa após os 40 anos. (gráfico 1)

como rastreamento na população

de baixo risco.

No IDEPI - Diagnósticos por Ima-

26

79

2549

2

400

200

300

100

0

7

148188

20-24 30-34 40-44 60-64 70-74 80-84

INCA - Dados Epidemiológicos - Curitiba 2001/2005

50-54

223 233255

284324

370389

Gráfico 1

Page 27: Revista Mater

27

ARTIGO

Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce

gem, entre janeiro e maio de 2012

foram realizadas 7.982 mamogra-

fias onde observa-se um número

significativo de exames em pacien-

tes abaixo dos 35 anos. Evidente-

mente, parte desses exames foram

solicitados como investigação em

mulheres sintomáticas e não como

estudo de rastreamento.

Porém, de forma crítica deve-se

questionar qual o real benefício, qual

o potencial risco e qual o impacto

nos custos para as Operadoras de

Planos de Saúde (OPS) na indica-

ção de rastreamento em pacientes

jovens. Com relação aos custos, o

número exagerado de exames tem

sido apontado pelas OPS como fa-

tor impactante negativo na remune-

ração de honorários médicos. Com

relação ao risco, deve-se conside-

rar o potencial oncogênico causado

pela radiação.

Assim, quanto mais precoce o

início da mamografia maior será o

risco oncoindutor e maior a dose

cumulativa recebida pelas mamas

ao longo da vida. Esse dado é es-

pecialmente relevante e nocivo em

mulheres portadoras de mutação

deletéria no gene BRCA 1 e 2 (bre-

ast cancer gene - cancer hereditá-

rio), pois a ação de reparar o dano

causado no DNA pela radiação que

é exercida pelas proteínas codifica-

das por esse gene está prejudicada.

Na população de altíssimo risco há

uma tendência empírica de se lançar

mão de toda a propedêutica armada

disponível para aumentar a sensibili-

dade diagnóstica (tabela 1). Porém,

infelizmente, o rastreamento nessa

população é baseado em suposições

e que ainda não foram ou não podem

ser testadas de forma científica pros-

pectiva.

Page 28: Revista Mater

28

Dr. Leonidas Noronha Silva, Titular da Sociedade Brasileira de Mastologia

Mestre em Clínica Cirúrgica – Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Diretor Técnico do HMSB

Uma boa estratégia, e que encontra apoio em uma série de artigos na literatura,

é o uso da ecografia mamária como método adjuvante da mamografia no scree-

ning de mulheres com mamas densas e na população de alto risco.

Os dados publicados no Guidelines/2012 do National Comprehensive Cancer Ne-

twork (NCCN ) considera as seguintes recomendações para essa população:

mamografia anual + exame clínico a cada 6/12 meses

ressonância magnética e mamografia anual + exame

clínico a cada 6/12 meses

estratégias redutoras de risco (tratamento cirúrgico/clínico)

iniciar mamografia dez anos antes do caso familiar de

primeiro grau mais jovem

idade > 25 anos

Tabela 1. População de Alto Risco

• Portadora de mutação BRCA

• História familiar de Câncer Hereditário de Mama e Ovário (HBOC)

• Câncer de mama em parente de primeiro grau < 45 anos

• Dois ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama

• Um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de ovário

• História prévia de radioterapia de tórax < 30 anos

• História familiar de câncer de mama masculino

• Descendente de judeu Askenazi com história familiar de câncer demama e/ou ovário

Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce

Page 29: Revista Mater

29

Filha da artista plástica Vivian Vidal,

Georgiana é formada em pintura pela Es-

cola de Música e Belas Artes do Paraná

(EMBAP), possui licenciatura em educa-

ção artística pela Universidade Federal do

Paraná (UFPR) e especialista em história

da arte do século XX, também pela EMBAP.

Já realizou exposições individuais no

Centro Cultural de São Paulo (em 2007),

no Museu Alfredo Andersen (em 2004) e

na Casa de Portugal (em 2002). No ano

passado ficou em 2º lugar no Concurso

de Pintura do Clube Duque de Caxias, e

em 2005 recebeu o Prêmio da 7ª Mostra

João Turin.

AR

TIS

TA D

A C

APA

Georgiana N. Vidal Maceno