revista global 2015

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RIO 450 ANOS

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Venha viver toda a sua beleza em boticario.com.br/vivalinda

elezagera Beleza

A gente acredita

que a sua beleza gera beleza.

Não só aquela que você traz

no rosto, na pele, no cabelo.

Mas gera a beleza

que você transparece.

Aquela que se nota na sua voz,

no seu sorriso, na sua atitude.

O tipo de beleza que se multiplica.

Porque quando você se sente linda,

sente que pode mais.

Liberta uma alegria de viver

o seu melhor.

E quando você vive o seu melhor,

o mundo inteiro

também fica mais lindo.

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Venha viver toda a sua beleza em boticario.com.br/vivalinda

elezagera Beleza

A gente acredita

que a sua beleza gera beleza.

Não só aquela que você traz

no rosto, na pele, no cabelo.

Mas gera a beleza

que você transparece.

Aquela que se nota na sua voz,

no seu sorriso, na sua atitude.

O tipo de beleza que se multiplica.

Porque quando você se sente linda,

sente que pode mais.

Liberta uma alegria de viver

o seu melhor.

E quando você vive o seu melhor,

o mundo inteiro

também fica mais lindo.

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4www.gasnaturalfenosa.com.br

Agenersa: 0800-0249040

A energia que pensa.

Gás natural.Na sua casa,no seu trabalho,na sua vida.

É a energia da Cegque leva maisbem-estar e confortopara você.

Porque através do gás natural,você pode tomar banho quente,cozinhar e andar no seu carro.Para conhecer mais, acessea nossa fanpage. E aí, curtiu?

/gasnaturalfenosa.brasil

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5www.gasnaturalfenosa.com.br

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A alegria que contagia todos. Essa é a marca registrada do carnaval brasileiro. Nesses dias de festas, mostramos o me-lhor do caráter do nosso povo: hospitalidade, energia, bom humor e superação. No carnaval do Rio de Janeiro, outros aspectos também se sobressaem, como o trabalho em equi-pe, o profissionalismo, a inovação e a disciplina.

Todos os anos, as escolas de samba nos presenteiam com apresentações fantásticas que nos fazem celebrar e também refletir sobre temas como a preservação do meio ambiente, nossos rios e florestas, nossa história e personagens mar-cantes. De uma forma ou de outra, a temática da sustenta-bilidade está presente no carnaval carioca. Mas as escolas vão além e nos brindam com lições de reuso, reciclagem e criatividade na utilização de materiais, demonstrando que discurso e prática e que samba-enredo e produção estão de mãos dadas nesse que é o maior espetáculo da terra.

Para tudo dar certo, as escolas de samba trabalham com afinco, meses antes do desfile, no planejamento de cada de-talhe e na coordenação de equipes multidisciplinares para que carros alegóricos e fantasias fiquem prontos a tempo e com a qualidade que conquista a nota 10 na avenida e o aplauso do público na Sapucaí.

Esta revista e a organização de um ambiente muito especial para assistir ao desfile das Escolas de Samba têm sido mar-cas da Global no apoio a essa impressionante manifestação cultural do Rio de Janeiro. Com um espaço de convivência para as empresas que apoiam a iniciativa e seus convidados, essa ação contribui com a divulgação do evento para forma-dores de opinião em todo o mundo.

Nós, da Tractebel Energia – empresa que é a maior geradora privada de energia elétrica do Brasil, com usinas situadas em 12 estados –, temos apoiado essa iniciativa da Global para o financiamento da arte popular, além de nos permi-tir dividir bons momentos com amigos, clientes e parceiros dos nossos negócios.

Com nosso apoio à iniciativa da Global, reafirmamos nosso compromisso em Gerar Energia para a Vida, estratégia que está no cerne de nossa atuação empresarial. Afinal, a come-moração da vida também está na manifestação popular, que é celebrada com muita energia. Por isso, convidamos todos a desfrutar dessa festa com muita alegria e disposição. E se precisar, conte com a nossa energia! Ficamos muito satisfei-tos em poder atendê-los.

Contagious joy. This is the hallmark of Brazilian carnival. These festive days feature the best of our national character: hospitality, energy, good humor and the will to succeed. At the carnival in Rio de Janeiro, other aspects, like teamwork, professionalism, innovation and discipline, also stand out.

Every year, the samba schools present us with a fantastic spectacle that bids us to celebrate and reflect on themes like environmental conservation, our rivers and forests, our history and notable personalities. One way or another, the theme of sustainability is always present in the Rio carnival. But the schools do one better and provide us with lessons on how to creatively use, reuse and recycle materials, demonstrating that discourse and practice and samba-theme and carnival production walk hand in hand at the world’s greatest spectacle.

To get it all right, work at the samba schools starts months before the parade, every detail carefully coordinated by a multidisciplinary team to ensure the allegorical floats and costumes will be ready in time to score a perfect 10 on the avenue and win the applause of the public lining the Sapucaí Sambadrome.

This magazine and the organization of a very special viewing experience for the samba school parade are prominent examples of Global’s support of this impressive cultural event in Rio de Janeiro. Featuring an exclusive meeting space for the companies who support the initiative, along with their guests, this effort contributes to the dissemination of the event to opinion leaders throughout the world.

We, at Tractebel Energia—Brazil’s largest private generator of electricity, with plants in 12 states—support this initiative by Global to fund popular art, which also gives us the opportunity to share good times with friends, clients and business partners.

With our support of this initiative organized by Global, we reaffirm our commitment to Generate Energy for Life, the strategy at the heart of our business. After all, celebration of life is also an integral part of this popular event, which is commemorated with loads of energy. We invite all of you to enjoy this event with great joy and abandon. And if you need, you can count on our energy! It would be our pleasure to serve you.

Prefácio

Manoel A. Zaroni TorresPRESIDENTE | TRACTEBEL ENERGIA

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www.tractebelenergia.com.br

GERAR ENERGIA É O QUE NOS FAZACORDAR TODOS OS DIAS. FAZER ISSO COM

SUSTENTABILIDADE É O QUE NOS FAZ DORMIR BEM TODAS AS NOITES.

Produzir energia de forma sustentável é um compromisso da Tractebel com o futuro. Por isso, além de utilizar fontes renováveis em mais de 80% de tudo o que produz, a empresa investe em melhorias ambientais, apoia as comunidades em que está inserida e contribui para o desenvolvimento social e cultural de diversas regiões. É a Tractebel gerando desenvolvimento, oportunidades e a energia de que o futuro precisa.

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Editorial

Caros amigos e leitores,

Em 2015, a Global Marketing & Eventos considerou priori-tária a renovação estética, estrutural e tipográfica da nossa revista. O exemplar que homenageia os 450 anos do Rio de Janeiro marcou a estreia de uma produtiva parceria com um incansável time de redatores, produtores gráficos e designers, que se juntaram aos colaboradores de primeira hora da publicação. Novas ideias encontraram, nesse ciclo de trabalho, o momento oportuno e os profissionais certos para executá-las. Assim, é com muita alegria e orgulho que apresentamos a presente edição, que procurou conjugar o material informativo de forma leve, arejada e homogênea, tornando a leitura mais agradável e fluente.

A missão de buscar uma renovação editorial não alterou, contudo, o foco de nossa atuação. Como em todo empre-endimento, buscamos manter as bases do que sempre funcionou e agregar elementos que alavanquem os ne-gócios. Em suma, conservar melhorando. Tivemos uma excelente procura ao longo de todo o ano. Atingimos o objetivo de ser uma empresa com amplo leque de ativida-des e serviços. Basta dizer que, em plena Copa de Mundo, estávamos cuidando para que convidados seletos que nos conheceram em tempos de Carnaval assistissem aos jo-gos em seus camarotes no Maracanã. Nosso transporte e cronograma satisfizeram aos padrões de um evento como esse, atestando que a confiança conquistada hoje vai além dos desfiles na Sapucaí.

Mas foi aqui que começamos e estaremos. Agora de volta ao lado ímpar da avenida, no setor 9, uma medida que se revelou tão estratégica quanto necessária para melhor acomodar o público que nos prestigiou com uma demanda sem precedentes. Pelo Elevado 31 de março, o traslado dos convidados será feito em ônibus maiores e mais confortá-veis, que terão melhor área de manobra e desembarque, reduzindo o percurso entre o veículo e o acesso ao camaro-te. A proximidade com o Túnel Santa Bárbara permite que se chegue e saia do Sambódromo com maior facilidade e em menos tempo, abrangendo vários bairros e alinhando a logística, que visa à melhor experiência possível para o cliente, dentro e fora das nossas instalações. Esse fator foi decisivo na escolha da mudança.

Que a nova revista e a nova localização do espaço lhe agra-dem e façam jus ao tão propalado “maior espetáculo da Terra”. A todos uma ótima leitura e um Carnaval único!

Carlos Xavier | Alexix de VaulxDIRETORES EXECUTIVOS | EXECUTIVE DIRECTORS

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Todos os dias nós contamos com a expertise de quase 220.000 homens e mulheres ao redor do mundo para trazer a você servicos essenciais: eletricidade, gás natural, aquecimento, água e gestão de resíduos. É também por isso que somos o 1º distribuidor de gás natural na Europa, assim como o 1º produtor independente de eletricidade e o 2º fornecedor de servicos ambientais no mundo. www.gdfsuez.com

NA GDF SUEZ, NOS TRAZEMOS

TODA A ENERGIA QUE VOCE PRECISA

PARA O SEU BEM-ESTAR.

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Expediente

Marcelo Sá

Betina Dowsley (MTb 35211/RJ)

Vincent Rosenblatt (fotos Clóvis) Alan Chaves (fotos) Annie Sidro (Texto e fotos “Carnavais do mundo”)

Carla Paes Leme

Paulo Pelá

Silvana de Oliveira

Edigráfica

Milan (foto Avenida Presidente Vargas)

Liesa / Riotur / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/ Comitê Rio450 / Secretaria de Estado de Cultura / Aliança Francesa / Mural Comunicação / CWeA Comunicação

A GLOBAL preocupa-se cada vez mais em exercer o papel de uma empresa socialmente responsável através de seus valores: Responsabilidade Social e Sustentabilidade

Carlos Xavier [email protected]

Alexis De Vaulx [email protected]

Marcelo Sá [email protected]

Rafael Martino [email protected]

William Evilásio [email protected]

Letícia Costa

PAUTA E EDITOR RESPONSÁVEL

REDATORA-CHEFE

COLABORADORES

REVISÃO

PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO DE ARTE

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO

IMPRESSÃO

AGRADECIMENTO ESPECIAL

AGRADECIMENTOS

DIRETORES EXECUTIVOS

DIRETOR COMERCIAL E EDITORIAL

COMERCIAL

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO CULTURAL

SECRETÁRIA

Revista Global

Global Marketing & Eventos

Av. Rio Branco, 4, Grupo 1501 a 1503, Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20090-000 www.globalmkteventos.com.br

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Job: 22127-035 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 22127-035-RENAULT-INST-AN-REV-GLOBAL-20.8x27.5_pag001.pdfRegistro: 161302 -- Data: 10:45:27 19/12/2014

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Sumário

08 Prefácio

10 Editorial

12 Expediente

14 Sumário

18 Agenda

20 Comitê Rio450

22 Hospedagem | Hotel Santa Teresa

24 Gastronomia | Rubaiyat Rio

25 Gastronomia | Confeitaria Colombo

26 Arte | Casa Daros

27 Música | Sala Cecília Meireles

28 Lazer | Jardim Botânico

30 Rio 450 Carnavais

40 Clóvis

42 Avenida Presidente Vargas 70 anos

48 Festival de Parintins

54 Uma pequena atitude que faz toda diferença

56 Carnavais do Mundo

58 Dia e hora dos desfiles

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Sumário

60 Viradouro

64 Mangueira

68 Mocidade

72 Vila Isabel

76 Salgueiro

80 Grande Rio

84 São Clemente

88 Portela

92 Beija-Flor

96 União da Ilha

100 Imperatriz

104 Unidos da Tijuca

108 Gente Global

110 Epílogo

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Você monta. Você conquista.Você vive bem assim.

São Paulo, Barueri, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santo André, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília, Goiânia, Curitiba, Londrina, Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Uberlândia, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza e Maceió.

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Norte Shopping – Tel.: (21) 3344-5750Casa & Gourmet Shopping – Tel.: (21) 3344-6200Plaza Shopping Niterói – Tel.: (21) 3515-6500Shopping Cassino Atlântico – Tel.: (21) 3344-6100Barra da Tijuca – Av. José Silva de Azevedo Neto, 75 – Tel.: (21) 3344-6500

Em 1978, montamos nossa

marca com design, conforto e qualidade. Deve ser por isso que, até hoje, ela não sai de moda, nem da

casa dos brasileiros.

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Agenda

7 de fevereiro | sábado Banda de Ipanema (16h) – concentração na Praça General Osório (Ipanema)

8 de fevereiro | domingo Suvaco do Cristo (9h) – Jardim Botânico

Gigantes da Lira (10h) – infantil, concentração na rua General Glicério (Laranjeiras)

Bloco Simpatia é quase amor (16h) – concentração na Praça General Osório (Ipanema)

13 de fevereiro | sexta-feira Rei Momo recebe as chaves da cidade (13h)

Desfile das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (21h) – Sambódromo

Baile do Cordão do Bola Preta (23h) – Scala Clube (Centro)

Bloco Carmelitas (18h) – Santa Teresa

14 de fevereiro | sábado Cordão do Bola Preta (9h30) – Centro

Banda de Ipanema (16h) – concentração na Praça General Osório (Ipanema)

Desfile das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (21h30) – Sambódromo

Baile Magic Ball (23h) – Hotel Copacabana Palace (Copacabana)

15 de fevereiro | domingo Bloco Simpatia é quase amor (16h) – concentração na Praça General Osório (Ipanema)

Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial (21h30) – Sambódromo

Baile da Cidade Maravilhosa (22h) – Scala Clube (Centro)

16 de fevereiro | segunda-feira Bloco Sargento Pimenta (15h) – Aterro do Flamengo

Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial (21h) – Sambódromo

17 de fevereiro | terça-feira Banda de Ipanema (16h) – concentração na Praça General Osório (Ipanema)

Bloco Carmelitas (10h) – Santa Teresa

Desfile das Escolas de Samba Mirins (21h) – Sambódromo

Baile Gala Gay (23h) – Scala Clube (Centro)

21 de fevereiro | sábado Desfile das Campeãs (21h30) – Sambódromo

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Marcelo Calero, presidente do Comitê Rio450, está à frente da organização de mais de 200 eventos na cidade O tijucano Marcelo Calero formou-se em Direito na UERJ para seguir a carreira de diplomata. Por causa do trabalho, morou em Brasília e no exterior. A principal credencial para assumir a presidência do Comitê Rio 450 foi seu desempenho como responsável pela logística dos aeroportos na Rio+20.

O senhor tem uma trajetória profissional muito bem su-cedida como diplomata de carreira. O que levou o senhor a fazer parte do Comitê Rio 450? O convite do prefeito Eduardo Paes para comandar o Comitê Rio 450 me deixou extremamente honrado. A comemoração de 450 anos é um momento histórico. Sou carioca da gema. Contribuir de alguma forma para essa celebração representa um grande momento da minha vida.

A cidade do Rio de Janeiro comemorou, há 50 anos, o IV Centenário. Fazendo uma analogia, o que o senhor destacaria nos dois eventos? Assim como no IV Centenário, nós procuramos proporcionar com que o carioca aproveite esta efeméride para celebrar as conquistas que fomos capazes de alcançar nestes quatro sé-culos e meio. Claro que ainda existem muitos desafios para a cidade, mas temos de celebrar o fato de ter construído um arcabouço cultural, por exemplo, invejável. O quarto centená-rio tinha a perspectiva de se pensar a cidade nos próximos anos, mas não tão forte como agora. Essa reflexão sobre o futuro ganha, agora, forma mais robusta. Ao mesmo tempo, temos a preocupação de espalhar as comemorações por toda a cidade, por todas as zonas e bairros.

O Rio de Janeiro comemora 450 anos. Qual a importân-cia desta data? O Rio de Janeiro é uma cidade muito jovem ainda se com-parada a outras, mas, sem dúvida, tem muito o que come-morar. No último grande jubileu, em 1965, já tinha celebrado nossa história com grande entusiasmo e desta vez não será diferente. Estamos valorizando as manifestações mais genui-namente cariocas. Foi a linha curatorial estabelecida desde o início do projeto, até pelo fato de estarmos espremidos por dois grandes eventos internacionais, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Será o momento de olhar para nós mesmos, para aquilo que faz do estilo de vida carioca algo admirado e reverenciado mundo afora.

O que podemos esperar para o Rio de Janeiro em um fu-turo próximo? Podemos esperar em 2015 uma cidade em festa, com os ca-riocas mais orgulhosos e com mais conhecimento sobre sua trajetória. Nossa principal preocupação era de que as come-morações não se transformassem em um simples oba-oba. Queríamos que elas contribuíssem para ampliar o conheci-mento do carioca sobre sua própria cidade e os personagens que ajudaram a construir os repertórios artístico e cultural do Rio de Janeiro, tão vastos e ricos. Em nossa opinião, quanto

maior a autoestima e o conhecimento do carioca sobre sua cidade, melhor será a recepção que o Rio fará para o público que nos visitará nas Olimpíadas.

Quais os destaques da programação do Rio 450? Os pilares das comemorações do calendário já fazem parte da memória afetiva dos cariocas, mas ganharão uma relevân-cia maior. Foi o caso do Réveillon, que marcou a abertura do calendário. A decoração do carnaval de rua está toda voltada para os 450 anos, e as escolas de samba Estácio e Portela cantam em seus enredos o aniversário da Cidade Maravi-lhosa. Em março, mês de aniversário, teremos cinco finais de semana temáticos: Cidade Maravilhosa, Gentileza Gera Gentileza, Do Leme Ao Pontal, Minha Alma Canta e Aquele Abraço. Depois teremos o Dia do Choro, uma temporada de grandes festivais, a festa da Penha e 15 dias para reverenciar nossa memória africana. Além disso, contaremos com cinco iniciativas que perpassam todo o calendário. O Pavilhão Rio 450 vai abrigar uma grande exposição sobre a civilização e a paisagem cariocas. O Passaporte dos Museus Cariocas reu-nirá as principais instituições da cidade, dando descontos e gratuidade para visitar as exposições temáticas sobre os 450 anos. Já a coleção Biblioteca Rio 450 contará com mais de 70 livros sobre a história e a cultura do Rio. Além do projeto Me-mória Carioca, com o qual vamos pedir aos cariocas a com-partilharem conosco objetos, fotos e artefatos que ajudem a contar a relação afetiva de cada um com a própria cidade;

Entre todas as características que tornam o Rio de Janeiro tão singular, qual o senhor destacaria? A cidade do encontro, do diálogo, em que várias tendências culturais se mesclam, se conectam, se influenciam mutua-mente. Essa característica resultou numa outra, igualmente marcante, que é a nossa musicalidade. Nenhuma outra no mundo pode se orgulhar de ter sido berço de tantos gêneros musicais. Desde o samba, o choro e o funk, que são mais óbvios, até os mais inusitados, como o fado.

O que é ser carioca? E a carioquice, qual o significado dessa expressão? Ser carioca – como diria meu colega Vinicius de Moraes, di-plomata como eu – é um estado de espírito. Essa identidade carioca foi construída ao longo desses quatro séculos e meio. Não é preciso nascer no Rio de Janeiro para ser carioca, basta compartilhar desse jeito de levar a vida de forma mais leve, de encarar os desafios com seriedade, mas sem perder o jeito otimista, e estar sempre aberto às novidades, de forma es-pontânea e inclusiva.

Comemoração dos anos do Rio se

estenderá por meses

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Hospedagem

Único estabelecimento com selo Relais & Châteaux (asso-ciação de hotéis e restaurantes mais charmosos do mun-do) no Rio de Janeiro, o Hotel Santa Teresa é destaque na Cidade Maravilhosa há cinco anos. O hotel – refúgio de paz e conforto, com toques de luxo na medida certa – en-canta por sua localização e pela vista panorâmica que pro-porciona aos hóspedes: de todos os quartos e jardins, é possível desfrutar do belíssimo visual da Baía de Guanaba-ra, do centro da cidade e da região do porto. O bairro que empresta seu nome ao hotel é conhecido como a “Mont-matre carioca” por suas casas coloniais e vocação artística.

O bom gosto de seus proprietários foi fundamental para fazer do Hotel Santa Teresa um dos mais charmosos do Rio. A antiga fazenda histórica foi restaurada com sofis-ticação, tomando por referência o design brasileiro, com

móveis de Sérgio Rodrigues, Studio Vitty e Zemog; e obras e artesanato do Norte e do Nordeste do país. O estilo tro-pical está presente na luz, nos contrastes e nos materiais naturais escolhidos, como algodão, linho, madeira e fibras de coco e de bananeira.

No hotel, funciona o Le Spa, que oferece tratamentos de beleza e massagens relaxantes, incluindo ofurôs, sauna e day spa. O restaurante Térèze oferece o melhor da cozinha brasileira contemporânea e sustentável, baseada em in-gredientes frescos e locais. Completa o leque de opções o Bar dos Descasados que, apesar do nome, revela-se como local ideal para namorar. Aos domingos, o hotel oferece brunch com cara de piquenique gourmet, com direito a pães da confeitaria francesa Guerin, doces, geleias, sucos, crepes e até algodão doce para as crianças!

Hotel Santa Teresa

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Gastronomia

Mesmo que você já tenha ido a um dos outros sete estabe-lecimentos da rede Rubaiyat – três em São Paulo e um em cada uma das cidades de Brasília, Madri, Cidade do México e Buenos Aires –, a filial do Rio de Janeiro merece sua visi-ta. Depois de várias tentativas de abrir um restaurante na Cidade Maravilhosa e de oito anos de negociação, a casa foi inaugurada durante a Copa do Mundo 2014, em junho, no Jockey Club Brasileiro, em frente ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A longa espera valeu a pena: ao todo são 1.400m2, com móveis de madeira e ferro, cozinha envidra-çada e adega com 5 mil garrafas de 15 países diferentes.

Mas o melhor não está dentro do espaço. De seus 240 lugares, os mais disputados são os 160 localizados na va-

randa, da qual é possível se deliciar com a ampla paisagem das pistas de corrida do hipódromo, com a benção do Cris-to Redentor!

Comandada pelo chef espanhol Carlos Valentí, a cozinha do Rubaiyat Rio agrega sabores mediterrâneos aos tradi-cionais cortes do Baby Beef Rubaiyat, que fizeram a fama da rede. Além dos pratos de carnes nobres – selecionadas em sua própria fazenda, no Mato Grosso do Sul –, há tam-bém opções com peixes e frutos do mar. O principal objeti-vo da casa é agradar aos cariocas, com um menu equilibra-do e diversificado. Nem a clássica feijoada de sábado foi esquecida e vem acompanhada de batidas, cachaças e um farto bufê de sobremesas.

Rubaiyat Rio

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Visitar a Confeitaria Colombo é como fazer uma viagem à época de ouro do centro do Rio de Janeiro. Inaugurada em 1894, quando a cidade era a capital federal do país, o estabelecimento chegou a ter restaurante, mercado, fá-brica de doce e um serviço de buffet que atendia, com frequência, as recepções do Palácio do Itamaraty. Insta-lada na rua Gonçalves Dias há 120 anos, a Colombo é, atualmente, ponto turístico e patrimônio histórico e ar-tístico do Rio.

Em seu apogeu, a casa foi frequentada pelos mais importan-tes personagens dos cenários político e cultural brasileiros. Com suas vitrines de louças, espelhos bisotados e piso de azulejo hidráulico até hoje preservados, o salão foi ponto de encontro de intelectuais, políticos, empresários e artistas, como os escritores Olavo Bilac (que costumava pedir em-

panado de camarão) e Machado de Assis (cuja preferência era pelos salgadinhos folhados da casa). Também passaram por ali os presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves, além do rei Alberto da Bélgica (1920) e da rainha Elizabeth II, da Inglaterra (1968).

Com a transferência da capital para Brasília, a Colombo viu sua clientela minguar. Foi somente em 1999, com o resgate de algumas de suas tradicionais receitas, que a casa come-çaria a se reorganizar e a atrair novos frequentadores. Atual-mente, a Colombo serve, em média, 3 mil pessoas por dia em suas duas unidades. A segunda delas foi criada em 2003, no Forte de Copacabana. Se a filial da Zona Sul não possui o décor imponente da original, um outro item igualmente invejável atrai e sacia os visitantes: a vista deslumbrante da praia de Copacabana.

Confeitaria Colombo

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No Rio de Janeiro, poucos são os lugares em que é pos-sível encontrar e interagir com a arte contemporânea lati-no-americana. Inaugurada em 2013, a Casa Daros veio para diminuir essa carência. O espaço é vinculado à suíça Daros Latinamerica Collection, de Ruth Schmidheiny, cujo acer-vo reúne cerca de 1200 obras, entre pinturas, fotografias, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas.

Dedicada à arte contemporânea da América Latina, a pro-gramação da Casa Daros busca promover a aproximação entre o público e o pensamento dos artistas e suas obras, estimulando a reflexão, a experimentação e o diálogo. Desde sua abertura, a casa foi ocupada por exposições de peso, como “Cantos Cuentos Colombianos”, com obras de dez artistas da Colômiba, e “Le Parc Lumière”, do artista argen-tino Julio Le Parc.

De março a agosto de 2015, o espaço receberá “Made in Brazil”, exposição inédita, com cerca de 60 obras de artistas brasileiros contemporâneos reconhecidos no circuito inter-

nacional, entre os quais estão Cildo Meireles, Vik Muniz e Waltércio Caldas. A mostra tem curadoria de Hans-Michael Herzog e Katrin Steffen e contará com uma publicação e ações educativas, com a participação dos artistas.

A instituição ocupa um casarão neoclássico do século XIX, em Botafogo, projetado por Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, discípulo do arquiteto francês Grandjean de Montigny. Inteiramente restaurado, o espaço possui ampla área de ex-posições, auditório para 100 pessoas, biblioteca com mais de sete mil títulos relativos à arte latino-americana contem-porânea, loja de souvenirs, restaurante e café. Mais do que um museu, a Casa Daros é um ponto de encontro e refle-xão. Suas exposições geram oficinas para crianças e adultos, debates e exibição de filmes relacionados ao tema de cada uma delas. Quase todas as atividades são gratuitas e atraem pessoas de várias idades e nacionalidades, somando um pú-blico de cerca de 160 mil visitantes em menos de dois anos de funcionamento.

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Reinaugurada em dezembro do ano passado, a Sala Cecília Meireles está festejando 50 anos em 2015. Como presen-te de aniversário, passou por um processo de retrofit, que renovou sua fachada e – mais importante – instalou um sistema acústico mais moderno.

O novo projeto, que manteve o espaço fechado por quatro anos, é acessível a cadeirantes e pessoas com dificulda-de de locomoção, além de contar com banheiros em seus quatro pavimentos. O foyer principal aumentou de tama-nho, e o segundo piso ganhou um café aberto o dia todo, com vista para a Lapa, onde a Sala Cecília Meireles está localizada. A ideia era tirar o ar conservador do espaço e atrair todo tipo de público, especialmente os jovens, que circulam em grande número pelo bairro.

Já o Espaço Guiomar Novaes, anexo à Sala Cecília Meire-les, foi transformado em sala multiuso e conta com 150

lugares para pequenos concertos e recitais, com cabine de som e luz.

A Sala Cecília Meireles é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura, e seu nome é uma homenagem do governa-dor Carlos Lacerda à poetisa, que morreu no ano anterior à inauguração. Construído em 1896 e tombado pelo Ins-tituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o prédio funcionou, inicialmente, como Grande Hotel e, em 1939, transformou-se no Cine Colonial.

A partir de 1965, já como sala de concertos, recebeu gran-des nomes do cenário musical internacional, como o pia-nista brasileiro Nelson Freire, o maestro alemão Karl Rich-ter e o compositor argentino Astor Piazzolla. Em 2015, a programação está mais diversificada, incluindo apresenta-ções de jazz e de música contemporânea. Confira a agenda completa em www.salaceciliameireles.rj.gov.br.

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Jardim Botânico do Rio de JaneiroO Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos pontos mais visitados da cidade por turistas nacionais e estrangeiros. A rai-nha Elizabeth II, da Inglaterra, e Albert Einstein fizeram ques-tão de conhecê-lo. Já o maestro, cantor e compositor Tom Jo-bim, que por anos frequentou o parque diariamente, mereceu uma placa indicativa de seu cantinho favorito, próximo à Aleia dos Jambeiros, em frente ao Chafariz Central, bem embaixo de uma sumaúma, árvore de origem amazônica.

O arboreto do Jardim Botânico conta com cerca de cinco mil espécies – incluindo o raro pau-brasil, que deu nome ao país. Grande parte dessa enorme variedade é cultivada em estufas e em espaços exclusivos: Orquidário, Bromeliário, Cactário, Jardim Japonês, Coleção de Plantas Medicinais, Estufa de Plantas Insentívoras e Jardim Sensorial, criado especialmente para pessoas que apresentam dificuldade visual.

Um breve passeio pelo parque pode se transformar tam-bém em uma aula de história. Em suas aleias, encontram--se verdadeiras obras de arte, como a estátua da Deusa Tethys, de Louis Sauvageau, no Lago Frei Leandro; o Me-morial Mestre Valentim, um dos maiores artistas do perí-odo colonial brasileiro; e o portal da antiga Academia de Belas Artes, projetado por Grandjean de Montigny, que ar-remata a Aleia Barbosa Rodrigues ou das Palmeiras, princi-pal cartão postal do parque.

A cultura marca presença no Jardim Botânico graças ao Gal-pão das Artes e ao Teatro Tom Jobim, com exposições e es-petáculos de música, dança e teatro. Sem falar no Museu do Meio Ambiente, logo na entrada do parque. É possível ainda fazer visitas guiadas e/ou temáticas, como a Observando Aves e a Trilha Histórica, e os passeios Botânico e Noturno.

Fundado há mais de 200 anos pelo então Príncipe Regente Dom João VI, o parque chamou-se, inicialmente, Jardim de Aclimação e, depois, Horto Real. Em 1937, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e, por constituir uma das coleções botânicas mais impres-sionantes do mundo, foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1992.

Mas, além de imperial, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é também virtual e oferece portal na internet e aplicativo para celular e tablet, em português e inglês, que pode ser baixado gratuitamente. A ferramenta disponibiliza roteiros de visita-ção e informações sobre o parque, um ótimo programa em qualquer época do ano!

A visita pode ser feita a pé ou em carrinhos elétricos para os que têm mais de 60 anos, mulheres grávidas ou pessoas com dificuldade de locomoção. O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 8h às 17h. Às segundas-feiras, o parque abre apenas a partir do meio-dia.

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Eu sou o samba / a voz do morro, sou eu mesmo, sim senhor / quero mostrar ao mundo que tenho valor / sou o rei dos terreiros / eu sou o samba / sou natural daqui do rio de janeiro / sou eu quem levo a alegria /

para milhões de corações brasileiros – Zé Kéti, 1952

Nestes 450 anos, a história do Rio de Janeiro vem sendo cantada em inúmeros sucessos, como “A voz do morro” (citada acima), ou por sambas-enredo que, direta ou indire-tamente, homenagearam a Cidade Maravilhosa ao longo do tempo, como “Rio através dos séculos” (Mangueira/1954); “Rio cidade eterna” (Portela/1960); e “História do carnaval carioca” (Salgueiro/1965, ano do IV Centenário da cidade).

Para entender como tudo começou, é preciso voltar ao pe-ríodo do descobrimento, de quando datam as primeiras referências ao carnaval, trazidas para o Brasil pelos portu-gueses. Era época do entrudo, manifestação popular basea-da em brincadeiras simples, como jogar água e farinha em alguém. Posteriormente, nos séculos XVII e XVIII, o entrudo assumiu características próprias da miscigenação do povo daqui e separou as brincadeiras em familiares (em casa ou entre amigos) e populares (nas ruas, com a participação das camadas mais desfavorecidas da população).

No século XIX, essa separação entre ricos e pobres continua-va a dividir o Carnaval em duas partes. Havia o Grande Carna-val, das Grandes Sociedades e dos bailes de máscaras, como os de Veneza (Itália) e Nice (França). Já o – dito – Pequeno Carnaval era formado pelos ranchos, cordões e pela figura do Zé Pereira, mais perfeita encarnação do folião ou grupo de foliões que saía às ruas tocando tambor. Ainda hoje, o Zé Pereira é considerado o Rei da Folia Brasil afora, sendo asso-ciado à criação dos blocos de carnaval, tão presentes na festa carioca deste século.

Os cordões tiveram origem no Brasil Colonial, em festas re-ligiosas nas quais as pessoas saíam às ruas mascaradas e fantasiadas de palhaços, velhos, reis ou rainhas. A popula-ção de ascendência africana era maioria em seus cortejos. Dessa época, sobrou apenas o Cordão da Bola Preta, o mais antigo bloco da cidade, criado em 1918. No ano passado, a prefeitura, por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humani-dade, reconheceu o Bola Preta como Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro. Não é para menos, o bloco é um dos ícones do carnaval carioca, a cada ano arrasta milhares de pessoas pela Avenida Rio Branco, no centro da cidade, e já foi até ho-menageado por uma ala da Estação Primeira de Mangueira, no desfile de 2014.

“Quem não chora não mama! / Segura, meu bem, a chupeta / Lugar quente é na cama / Ou então no Bola Preta / Vem pro Bola, meu bem / Com alegria infernal! / Todos são de coração! / Todos são de coração / (Foliões do carnaval) / (Sensacional!)” Nelson Barbosa e Vicente Paiva, 1962

Os ranchos, por sua vez, usavam violões e flautas para se diferenciarem dos demais. Naquela época, já se percebia semelhança entre sua estrutura e a das escolas de samba atuais, com abre-alas, comissão de frente, alegorias, mestre-sala e porta-bandeira, mestres de canto, coros feminino e masculino, figurantes e orquestra.

Aurora do sambaFoi no início do século XX, nos arredores da Praça Onze de Junho, que o samba começou a se criar, mais especificamente na casa da baiana Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata. Naquele reduto de sambistas, teria sido composta “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, primeira mú-sica do gênero a ganhar registro fonográfico, em 1916.

“Oh, Praça Onze, tu és imortal / Teus braços embalaram o samba / A sua apoteose é triunfal” Aluízio Machado e Beto Sem Braço, 1982

Nos anos 1920, compositores como Ismael Silva, Bide e Heitor dos Prazeres foram figuras fundamentais para o surgimento das escolas de samba. A primeira delas, Deixa Falar, foi criada por eles em agosto de 1928 e desfilou pela

primeira vez no ano seguinte, entre os ranchos. A escola durou quatro anos e deu origem à Unidos do Estácio de Sá. Sua maior contribuição, porém, foi na formação da bateria, com a invenção do surdo (por Bide) e da cuíca (por João da Mina, outro integrante do grupo). Impossível imaginar um desfile de escolas de samba sem tais instrumentos.

Da Praça Onze e do Estácio, o gênero espalhou-se pela ci-dade, passando pelo Morro da Mangueira, Oswaldo Cruz e Tijuca, onde surgiram, respectivamente, a Estação Primeira de Mangueira, a Portela e a Unidos da Tijuca.

“Quem é você que não sabe o que diz / meu Deus do céu, que palpite infeliz / Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz / que sempre souberam muito bem / que a Vila não quer abafar ninguém / só quer mostrar que faz samba tam-bém” Noel Rosa, 1935

A ideia de criar um concurso para eleger a melhor escola de samba foi do jornalista esportivo Mário Filho, cujo nome bati-zou o estádio do Maracanã. Na falta de notícias sobre futebol para abastecer o seu “Mundo Sportivo” durante as férias dos jogadores, acabou responsável pelo surgimento do “maior espetáculo da Terra”. O primeiro desfile aconteceu em 1932, na antiga Praça Onze, e reuniu Mangueira, Vai como Pode (Portela), Segunda Linha do Estácio, Para o Ano Sai Melhor e Unidos da Tijuca, sendo que as duas primeiras alcançaram o primeiro e o segundo lugares, respectivamente.

"Entrudo", de Jean-Baptiste Debret

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pal naquela época) desfilaram, pela primeira vez, na Avenida Marquês de Sapucaí. A inauguração do Sambódromo foi em 1984 e marca uma nova era no Carnaval do Rio. Anos mais tarde, em 2008, o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, concederia aos desfiles das escolas de samba status de Patrimônio Cultural da Cidade.

Hinos cariocasIndependentemente dos lugares por onde as escolas passa-vam, muitos sambas-enredo fizeram história, como o clássi-co “Aquarela Brasileira” (de Silas de Oliveira/1964), regrava-do com sucesso por Martinho da Vila, que falava “O Rio de sambas e batucadas, de malandros e mulatas de requebros febris”. Também não faltam exemplos de homenagens a figuras importantes do cenário carnavalesco carioca: Pixin-guinha (“O mundo melhor de Pixinguinha” / Portela 1974), Lamartine Babo (“O teu cabelo não nega – só dá Lalá” / Im-peratriz 1981) e Cartola (“Verde que te quero rosa... semente viva do samba” / Mangueira 1983). Já “Domingo” (Aurinho da Ilha), samba da União da Ilha em 1977, virou hino de to-das as torcidas cariocas e é entoado até hoje no Maracanã. Cinco anos depois, a mesma escola consagrou “É hoje”, de Didi e Mestrinho, regravado posteriormente por Caetano Ve-loso e Fernanda Abreu.

Mas não foi só com os desfiles de escolas de samba que o Carnaval marcou a história do Rio de Janeiro. Composta em 1930 por André Filho, a marchinha “Cidade Maravilhosa” foi gravada por Aurora Miranda em 1934, mas só estourou mes-mo no Carnaval de 1936, transformando-se no maior sucesso carnavalesco de todos os tempos. Em 1961, “La Marseillaise carioca” virou hino oficial da cidade, por decisão de Carlos Lacerda, então Governador do Estado da Guanabara (esta-do formado apenas pela cidade do Rio de Janeiro, criado em 1960, quando o município deixou de ser Distrito Federal, e

extinto em 1975, após a fusão com o Estado do Rio de Janei-ro). Desde então, é uma das canções mais tocadas, seja em festividades – como as do IV Centenário –, seja no final dos bailes de carnaval nos clubes do Rio e de outras cidades. Em 2003, por meio da Lei Municipal 3611, a música foi oficializada como o Hino Oficial da Cidade do Rio de Janeiro.

“Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade mara-vilhosa / Coração do meu Brasil / Berço do samba e de lindas canções / Que vivem n’alma da gente / És o altar dos nossos corações / Que cantam alegremente / Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil/ Jardim florido de amor e saudade/ Terra que a todos seduz / Que Deus te cubra de felicidade / Ninho de sonho e de luz” André Filho, 1930

Nos anos seguintes, novas escolas surgiram, e o regulamen-to do desfile foi tomando forma. Pela primeira vez, em 1937, o desfile contou com um automóvel, ainda raro nas ruas àquela época. Os desfiles seguiram na Praça Onze até 1942. De 1943 a 1945, aconteceram no obelisco do final da avenida Rio Branco. No ano seguinte, mudaram para a recém-inau-gurada avenida Presidente Vargas.

Poucas foram as ocasiões, desde a criação dos desfiles, que o Carnaval seria temático: em 1946, quando o enredo para todas as escolas foi o sucesso brasileiro e dos aliados na Se-gunda Guerra Mundial; em 1965, em homenagem aos 400 anos da Cidade Maravilhosa; e, em 2000, em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil.

O grande vencedor de 1965 foi o Salgueiro, que homena-geou a efeméride da cidade com enredo desenvolvido pelo carnavalesco Fernando Pamplona, um dos nomes mais im-portantes do carnaval carioca. A escola tijucana conquistou o título, embalada pelo samba-enredo “História do Carna-val Carioca”, que misturava versos da primeira marchinha, composta por Chiquinha Gonzaga, em 1899:

“Salve o Rio de Janeiro / Seu Carnaval, seu quatrocentão / Fe-liz abraço do Salgueiro / À cidade de São Sebastião / Ó abre alas, que eu quero passar, / Eu sou da Lira, não posso negar, / Rosa de Ouro é quem vai ganhar!” Geraldo Babão e Valdelino Rosa, 1965

No mesmo ano, o segundo lugar ficou com a Império Ser-rano, que levou para a avenida “Os cinco bailes da história do Rio”. O samba-enredo, de Silas de Oliveira e Bacalhau, tinha versos de Dona Ivone Lara, que entraria para a história como a primeira mulher compositora de samba-enredo.

“Ao erguer a minha taça com euforia / Brindei aquela linda val-sa / Já no amanhecer do dia / Era o fim da monarquia” Silas de Oliveira, Bacalhau e Dona Ivone Lara, 1965

Com o aumento do número de agremiações e de seus com-ponentes, as ruas e avenidas já não supriam as necessida-des dos desfiles. Esses, por sinal, foram ficando cada vez mais profissionais em termos de espetáculo e passaram a cobrar ingresso. Da avenida Presidente Vargas para a Rio Branco, passando pelo canal do Mangue e até pela Avenida Presidente Antônio Carlos, muitos foram os endereços da competição, até que, em 1978, as escolas do Grupo I (princi-

Entardecer em Ipanema

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O carnaval de ruaA partir dos anos 2000, constatamos um resgate da esponta-neidade da festa popular com o surgimento de blocos de car-naval e o crescimento de vários antigos. Há blocos para todos os gostos: os que tocam as tradicionais marchinhas (Bola Preta e Banda de Ipanema), os que têm seus próprios sambas (Sim-patia é Quase Amor e Suvaco do Cristo), com repertório de músicas bregas (Fogo e Paixão) e de MPB e pop (Monobloco e Empolga às 9), e os criados em homenagem a ídolos como Ro-berto Carlos (Exalta Rei), Beatles (Sargento Pimenta) e Michael Jackson (Thriller Elétrico). Até os fãs da música sertaneja e do punk encontram sua turma no Rio de Janeiro durante o carna-val. O importante, no caso, é botar seu bloco na rua, de prefe-rência, fantasiado. O humor e a criatividade marcam o figurino dos foliões, inspirados em personagens conhecidos – nacional e até internacionalmente – e nas mazelas da cidade.

A explosão do carnaval nas ruas do Rio, com a execução exaus-tiva das antigas marchinhas – compostas, em sua maioria, há mais de meio século –, levou à criação do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas, que tem por objetivo estimular o surgimento de novos sucessos. Criado em 2005, o concurso já recebeu mais de oito mil composições vindas de todos os estados brasileiros. Em 2014, a vencedora foi “Cadê a viga?”, que ironizava o sumiço de seis vigas do elevado da Perimetral, na região portuária do Rio, que começava a ser demolido:

“Senhor prefeito / não é intriga / aonde foi que enfiaram aquela viga / Senhor prefeito / então me diga / aonde foi que enfiaram aquela viga / Aquela viga / É grossa pra chuchu / Vai ver até / que esconderam no Caju / Aquela viga / ninguém sabe, nin-guém viu / Mandaram a viga lá pra ponte que partiu!” Cássio e Rita Tucunduva, 2014

Depois de um período de ostracismo, os grandes bailes da ci-dade voltaram a fazer parte do cenário carnavalesco. Os mais tradicionais são os do Hotel Copacabana Palace e o Gala Gay e Cidade Maravilhosa, que acontecem no Scala; além do Baile Oficial da Cidade, que marca a abertura do carnaval no Rio.

Outros eventos tradicionais do período são o Concurso Na-cional de Fantasias e a Feijoada do Amaral. Depois de um intervalo de sete anos, o concurso foi retomado em 2011 e segue premiando as melhores nas categorias Fantasia Show, Originalidade, Luxo Masculino e Luxo Feminino, nas quais são julgados glamour, requinte e criatividade. Já a famosa fei-joada é promovida há mais de 35 anos pelo empresário da noite Ricardo Amaral e conta com a participação de DJ, ba-teria de escola de samba ou mesmo de um grande bloco de carnaval. Suas camisetas-convite podem ser compradas ou dadas de presente a VIPs nacionais e internacionais.

Assim como o Carnaval do IV Centenário da Cidade Mara-vilhosa, os 450 anos do Rio de Janeiro estarão presentes no desfile das escolas de samba em 2015. Sem qualquer tipo de imposição, a Portela leva para a avenida o enredo “Imaginá-Rio – 450 janeiros de uma cidade surreal”, que narra as trans-formações pelas quais a cidade passou nas artes, na música, na poesia e até no jeito de viver dos cariocas.

“A natureza lhe foi generosa / Na Guanabara, formosa mulher / Despertou cobiça, beleza sem fim / Delícias de um nobre jar-dim / Eu vi o Menino do Rio versar / Um lindo poema / Para impressionar a Princesinha do Mar / Sonhando com a Garota de Ipanema” Noca da Portela, Celso Lopes, Charles André, Vinícius Ferreira e Xande Azevedo, 2015

Bloco Suvaco do Cristo desfila no Jardim Botânico

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“Só você / Enche minh’alma de alegria e pra-zer, / Dá ao sol o mais sublime amanhecer, / Quero lhe abraçar e desejar / Muitos anos de existência. / Oh! Meu Rio de Janeiro, / Mar aberto sob o sol, / Como é belo o seu arrebol!” Rico Medeiros, 1981

A celebração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro teve início na virada do ano, nas várias festas de Réveillon espalhadas pela cidade. As comemorações vão se estender ao longo do ano, sendo que o ponto alto da festa será logo depois do carnaval, em março, mês de funda-ção da cidade por Estácio de Sá, como explica Marcelo Calero, Presidente do Comitê Rio450:

- Nos 450 anos do Rio de Janeiro, vamos reve-renciar nossa história, nosso vasto repertório ar-tístico, cultural e paisagístico, e os personagens que ajudaram a construir esse arcabouço. Os fins de semana temáticos do mês de março fo-ram pensados justamente nesse sentido e bati-zados com expressões tipicamente cariocas. No primeiro deles, “Cidade Maravilhosa”, teremos uma agenda institucional com lançamento de medalha e selo comemorativos – exemplifica.

Para a festa não acabar na quarta-feira!Programação do mês de aniversário:

• 28 de fevereiro e 1º de março: “Cidade Maravilhosa” – dias dedicados à cidade e à irreverência dos cariocas

• 7 e 8 de março: “Gentileza gera gentileza” – para inspirar a cidadania

• 14 e 15 de março: “Do Leme ao Pontal” – dedicados ao esporte e a atividades ao ar livre

• 21 e 22 de março: “Minha alma canta” – celebração da musi-calidade

• 28 e 29 de março: “Aquele abraço” – para ressaltar o jeito hospitaleiro do carioca

A cada mês, serão criados novos eventos: Em abril, duas festi-vidades serão amplificadas: Dia de São Jorge, padroeiro extra-oficial da cidade; e o Dia do Choro, gênero musical genuina-mente carioca. Já em julho, mês de férias, a programação será voltada para o público infantil.

A agenda festiva será detalhada ao longo do ano. O samba – cla-ro! – não será esquecido. Em seu dia nacional, comemorado em 2 de dezembro, serão organizados shows e rodas de samba por toda a cidade. Afinal: “Quem não gosta de samba / bom sujeito não é / é ruim da cabeça / ou doente do pé” Dorival Caymmi, 1940

Amanhecer na Lagoa Rodrigues de Freitas

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Enquanto o mundo inteiro está voltado para os suntuosos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, figuras ale-gres e ao mesmo tempo assustadoras invadem as ruas do subúrbio da cidade. Tradição desde o início do século XX, os grupos de clóvis – ou bate-bola como ficaram conhecidos – disputam entre si as melhores fantasias e animação. Não há premiação, só reconhecimento por parte dos amigos, vizi-nhos e – acima de tudo – dos rivais!

As fantasias coloridas e bastante elaboradas contrapõem-se às máscaras – inicialmente negras – que escondem o rosto dos foliões e metem medo na criançada. Esse é o espírito dos gru-pos de clóvis. A provocação apresenta-se em bolas de plástico ou de borracha que eles batem no chão de forma ameaçadora.

A rivalidade, na maior parte das vezes, não passa da verbal, mas o encontro de grupos diferentes pode resultar em con-frontos muito além da saudável comparação de suas fanta-sias. Nesse quesito, aliás, muitas são as variantes: há os que querem maior mobilidade ou volume, outros que privilegiam um determinado tema. Em todos os casos, o figurino comple-to leva o ano inteiro para ser confeccionado – em casa ou por profissionais do ramo – e é guardado em segredo até a hora de ganhar as ruas.

Diferentemente das escolas de samba, cujas fantasias preci-sam impressionar à distância, os trajes de bate-bola não po-dem ter defeitos, uma vez que são observados bem de perto. A inspiração pode vir de personagens ou de fatos contempo-râneos. A cada ano, modismos e novos materiais são incor-porados ao figurino: tintas florescentes, tecidos que brilham no escuro, efeitos espelhados nas roupas, nylon e até espuma para tornar as fantasias mais imponentes.

Por vezes, porém, a brincadeira e a provocação transfor-mam-se em violência e vão parar nas machetes dos jornais. Mesmo que casos como esses sejam minoria, alguns grupos acabaram adotando outros acessórios – como guarda-chu-

vas, bandeiras, leques e bonecos – no lugar das bolas para ca-racterizar seus princípios pacíficos e evitar confusão. Assim, há turmas de leque-e-sombrinha, bola-e-bandeira e por aí vai.

Atualmente, mais de 70 turmas de clóvis desfilam no Rio de Janeiro. Cada uma com suas tradições. O bairro de Marechal Hermes (Zona Norte do Rio) é considerado a capital dos ba-te-bolas devido à grande rivalidade e à sofisticação das fanta-sias de grupos como o Enigma. Outras turmas representati-vas são Índio (Guadalupe), Agonia (Madureira) e Abusados (Cidade de Deus). As competições são organizadas e trazem inovações a cada ano, com direito a hits do funk, queima de fogos, churrasco e carros de som.

Amado e temido nas zonas Norte e Oeste, o movimento é praticamente desconhecido na Zona Sul. Mesmo longe da mídia, os grupos de clóvis foram reconhecidos como Patri-mônio Cultural Carioca em 2012 e seguem cada vez mais em-penhados em fazer a alegria do carnaval suburbano.

OrigemNos primórdios, a fantasia de clóvis – corruptela do inglês clown – parecia-se muito com a de um palhaço, só que com máscaras negras e aterrorizantes. A tradição chegou ao Brasil pelos portugueses e reflete também influência dos carnavais de Veneza.

Já o nome de bate-bola foi porque os foliões batiam no chão com bexigas de boi, presas por corda ou atadas a uma vara ou cabo. A brincadeira ganhou popularidade na Zona Oeste graças ao Matadouro de Santa Cruz, que fornecia as bexigas de boi, secas ao sol e ensebadas antes do uso. Com o fecha-mento do estabelecimento, as bexigas foram substituídas por bolas de plástico ou de borracha, mas a atitude intimidadora dos bate-bolas continua.

ClóvisFolia suburbana com a bola cheia

Exposição: Bate-bola | Rio Carnaval SecretoFotos: Vincent Rosenblatt | Agência Olhares

De 13 a 21 de fevereiro de 2015Camarote Samba Carioca – Setor 9 do Sambódromo (para convidados)A partir de 25 de fevereiro na Aliança FrancesaRua Muniz Barreto, 730 – Botafogo (Rio de Janeiro)Patrocínio: Aliança Francesa

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História e geografia do Rio de Janeiro em 70 anos de avenida Presidente Vargas

“Oh! Sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, (...) ruas aristocráticas, ruas amorosas, ruas covardes...”

Se alguém ainda duvida de que as ruas têm alma, um olhar mais atento à avenida Presidente Vargas e à sua história pode, facilmente, confirmar a suspei-ta acima de João do Rio em “A alma encantadora

das ruas”, de 1908. A avenida em questão foi criada muito depois, mas carrega toda a rica herança carnavalesca de seu entorno, a imponência de suas construções e a urgência dos fatos aos quais serve de cenário.

A via que hoje liga o centro à Zona Norte da cidade, com 4km de extensão e 80m de largura, concentra empresas e grandes lojas, instituições de ensino e órgãos públicos. Palco de paradas militares – a avenida foi inaugurada jus-tamentamente com um desfile de 7 de setembro, data de

independência do Brasil –, o endereço é um dos preferidos para inúmeras e variadas manifestações populares, do mo-vimento das Diretas Já, em 1984, às passeatas mais recen-tes, de 2013.

Para ser construída, porém, mais de mil imóveis foram de-molidos ou removidos da região, provocando uma verda-deira polêmica na cidade. Prédios da administração pública – como o antigo da Prefeitura, o Paço Municipal e a Escola Benjamin Constant (marco educacional do Império) – fo-ram abaixo. Nem as igrejas foram poupadas. A fé não foi suficiente para preservar a joia barroca de São Pedro dos Clérigos ou as construções de 1700 devotadas a São Do-mingos, Senhor do Bom Jesus do Calvário e Nossa Senhora M

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Comício das “Diretas Já”,

em 1984

da Conceição. Até o ateliê de Mestre Valentim – cujos cha-farizes e trabalhos em talha dourada marcaram o período colonial e ainda hoje podem ser vistos em praças e igrejas da cidade – foi demolido.

Até então nenhuma outra intervenção urbana tinha sido tão radical, destruindo tantos prédios importantes para a his-tória da cidade. A grita deu até samba: “Vão acabar com a Praça Onze, não vai haver mais escolas de samba, não vai, chora o tamborim, chora o morro inteiro”, gravada em 1941 pelo Trio de Ouro.

A preocupação era justificada. A Praça Onze era tida – com o Estácio e a Pedra do Sal – como o berço do samba desde o início do século XX. Ali vivia Tia Ciata, que vendia doces de tabuleiro vestida com os trajes típicos da Bahia. Ela era também mãe de santo do Centro Religioso Tia Ciata, fre-quentado por políticos, figurões da sociedade, autoridades civis e militares, jornalistas e músicos. Mas, além da comida baiana, todos deleitavam-se com o samba que começava a surgir ali, ainda que o gênero fosse considerado ‘maldito’ naquela época, e seus admiradores, marginalizados.

Apesar da previsão apocalíptica da composição de Herivel-to Martins e Grande Otelo, as escolas de samba nascidas e criadas nos arredores da Praça Onze resistiram e con-sagraram-se em desfiles na avenida Presidente Vargas, de 1947 a 1974.

HistóriaApesar de ter destruído tantos imóveis numa das regiões de maior densidade demográfica da época, a avenida Presiden-te Vargas ainda guarda uma rica história arquitetônica, agora misturada a prédios modernos. E, se hoje passam pela ave-nida milhares de pessoas por dia e ali estão instaladas várias empresas, é importante lembrar que a região começou a ser ocupada em 1852, pelo Barão de Mauá, responsável pela instalação da Companhia de Iluminação e Gás, próximo de onde fica hoje a estação de metrô da Cidade Nova.

A abertura de uma grande avenida era desejada desde o sé-culo XIX, quando Dom João percorria o Caminho das Lan-ternas, uma via com lampiões que passava pelo Mangual de São Diogo (Canal do Mangue) e ia do Campo da Aclamação (Campo de Santana) até a Quinta da Boa Vista. O traçado atual da via foi idealizado e executado pelo próprio presi-dente Getúlio Vargas em seu primeiro mandato (de 1930 a 1945), contando com seus incentivos pessoal e governa-mental ao uso de automóveis.

Para a construção da nova avenida, quatro ruas sumiram do mapa: Senador Eusébio, São Pedro, General Câmara (conhecida como Rua do Sabão) e Visconde de Itaúna. Era nessa última, no sobrado número 117, que ficava a casa da Tia Ciata. Ela foi tão importante para o carnaval que os ran-

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chos (agremiações carnavalescas surgidas entre os séculos XIX e XX) faziam questão de desfilar em frente ao endereço da mãe de santo, falecida em 1924, em sinal de reverência.

A própria Praça Onze de Junho foi parcialmente engolida pela nova avenida, perdendo o chafariz projetado pelo fran-cês Grandjean de Montigny, em 1846, e parte de sua me-mória. O que se vê hoje no local pouco tem a ver com os sobrados da chamada Pequena África, que, demolidos, dei-xaram não só os descendentes de escravos sem lugar para morar. A região servia de moradia e de trabalho também para ciganos, portugueses, italianos e, principalmente, ju-deus de várias nacionalidades, funcionando como local de acolhimento a quem chegava à cidade.

Antes chamada São Sebastião (primeiro colégio da Fregue-sia de Sant’anna nas proximidades da Central do Brasil), a Escola Benjamin Constant também não resistiu. Criada em 1872 com recursos da campanha que ficou conhecida como “Escolas do Imperador”, era uma das únicas instituições de instrução pública do Centro que aceitava alunos de todas as raças e classes sociais que viviam no entorno da Praça Onze. A escola foi demolida em 1938.

Melhor sorte teve a casa do Marechal Deodoro da Fonseca. Foi em frente ao sobrado de número 197 do então Campo da Aclamação que ele viria a proclamar a República e onde a Bandeira Nacional teria sido idealizada, em novembro de 1889. No ano seguinte, o logradouro passou a chamar-se Praça da República, em referência ao relevante marco da história do Brasil. A Casa Histórica de Deodoro é aberta ao público com exposição permanente sobre o primeiro presi-dente do Brasil.

Iniciadas em 1941, as obras da Presidente Vargas foram con-cluídas em três anos e custaram 270 mil contos de réis, uma verdadeira fortuna na época. A avenida, grandiosa e moder-na, seria um dos marcos mais importantes do Estado Novo, na então capital federal.

A avenida hojeAtualmente, a avenida Presidente Vargas continua a fazer his-tória. Um passeio por seus 4 km aponta a importância da via na cidade. Ao longo de sua extensão, encontramos o Arquivo Geral da Cidade, o Teleporto, o Panteão e o Palácio Duque de Caxias (sede do antigo Ministério da Guerra, que hoje abriga o Comando Militar do Leste), o Centro Administrativo do município (mais conhecido como Piranhão), a Biblioteca Parque Estadual e a Escola Municipal Rivadávia Correa (de 1877), além da igreja da Candelária (cuja primeira missa foi celebrada em 1811) e o monumento a Zumbi dos Palmares.

A avenida é também sede de grandes empresas, como os Correios, Detran, Embratel, Eletrobras e Transpetro. Muitos prédios vêm passando por retrofit, visando a ajudar a pre-servar o meio ambiente. É o caso da Torre Vargas, onde hoje funciona a operadora de telefonia Oi. Já o prédio da Nova Cedae foi construído com tecnologia verde, com reuso de água e redução de 30% no consumo de energia.

Sem dúvida, o ponto mais movimentado da avenida Presi-dente Vargas é a Central do Brasil, cujo nome original era estação Dom Pedro II. Apesar de haver uma estação de trem no local desde 1858, o prédio atual – em estilo art déco e torre com relógio de quatro faces que pode ser avistado de vários pontos do centro da cidade – só foi erguido em 1946. A Central é ponto final de cinco linhas de trem, que ligam o centro da cidade a cerca de 100 estações das zonas Norte e Oeste. O lugar e o enorme fluxo de pessoas que circulam por ali diariamente tornaram-se internacionalmente conhe-cidos graças ao filme “Central do Brasil”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Montenegro, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988.

Quem vê hoje a moderna Biblioteca Parque Estadual (BPE) nem imagina que ela foi criada em 1873, por Dom Pedro II, em prédio anexo ao do Arquivo da Câmara Municipal. É verdade que muita coisa mudou de lá para cá, mas, des-de 1943, a biblioteca estadual funciona no atual endereço e

Manifestação na Avenida

Pres. Vargas, em 2013 LU

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hoje, depois de inúmeras reformas, ocupa um edifício de 15 mil m2. Sua mais recente renovação, concluída em 2014, in-cluiu a modernização do acervo e a ampliação dos serviços. As instalações atuais oferecem também biblioteca infantil, teatro com 240 lugares, auditório com 90 lugares, estúdios de som e de vídeo, salas multiusos para laboratórios, cafe-teria, restaurante, jardim suspenso, pátio e bicicletário. Seu acervo é composto por mais de 250 mil itens. Além de livros e revistas em quadrinhos, há 20 mil filmes e três milhões de músicas digitalizadas.

Outro local para fazer uma pausa e descansar no coração do centro da cidade é o Campo de Santana. O jardim cons-truído na Praça da República é um oásis em meio ao caos urbano, com grutas, fontes, lagos, riachos e até uma peque-na cachoeira, tudo isso cercado por grades de ferro e impo-nentes portões datados de 1873. O lugar foi projetado pelo

Monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares

paisagista e botânico francês Auguste Glaziou, que veio ao Brasil a convite de Dom Pedro II, em 1858. Apesar de sua ori-gem europeia, Glaziou soube valorizar a flora brasileira na-tiva e sugeriu o plantio de figueiras, casuarinas, alamandas e palmeiras, que até hoje oferecem sombra aos visitantes e aos “habitantes” do lugar: cotias, pavões, patos selvagens e gansos.

E o carnaval – quem diria! – continua arraigado à locali-dade. Todos os anos, trechos da Presidente Vargas são interditados durante o Reinado de Momo para facilitar o acesso dos carros alegóricos e dos integrantes das escolas de samba ao Sambódromo, que há 31 anos abriga os desfi-les. Bem pertinho dali também está o Terreirão do Samba, uma área destinada a shows e eventos, a maior parte deles ligados ao samba – claro! Uma coisa é certa: há ruas que dão samba!

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ParintinsA Festa do Boi da Amazônia

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M úsica, dança, fantasias, luxo, talento, engenhosidade e ani-mação. Se você pensou em Carnaval, acertou. Mas, se acres-centarmos lendas do folclore brasileiro, um tom religioso e rituais tribais, estamos falando do Festival de Parintins, um

dos maiores espetáculos da cultura popular, realizado anualmente no último final de semana de junho, no coração da Floresta Amazônica.

O Festival Folclórico de Parintins é baseado na lenda do bumba-meu-boi, uma das mais tradicionais do Brasil, representada de Norte a Sul do país, especialmente no Nordeste. O auto – que combina comédia, drama, sátira e tragédia – mistura elementos das culturas europeia, africana e principalmen-te indígena, no caso da Festa do Boi de Parintins, como também é conhecido o festival.

De um lado, a estrela azul. Do outro, o coração vermelho. No meio da dispu-ta dicromática, a paixão de um povo por sua cultura, suas lendas e tradições. É esse entusiamo que todos os anos embala os bois-bumbás Caprichoso e Garantido.

Segundo a lenda, para satisfazer o desejo incontrolável de comer língua de boi de “Mãe Catirina”, grávida, “Pai Francisco” mata o boi preferido de seu patrão, que descobre o feito e passa a persegui-lo. Após pedir ajuda a um pajé, que consegue ressucitar o boi, “Pai Francisco” é perdoado e comemora com uma grande festa.

Mesmo contando a mesma história todos os anos, cada apresentação é úni-ca e inesquecível, revelando talento e criatividade na escolha dos aspectos a serem abordados. Apesar do festival ter seu início ligado às tradições ca-tólicas, uma análise mais cuidadosa dessa manifestação folclórica, porém, revela traços do período escravocrata, da fome e do papel da pecuária na for-mação do povo brasileiro. Tudo isso está presente no espetáculo, em cenas bem-humoradas, típicas da tradição carnavalesca do povo brasileiro.

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A celebração do boi não é de hoje. O animal foi símbolo sagrado no antigo Egito; feito em ouro, o bezerro tornou--se ídolo profano; transportou Krishna e Buda pelo território indiano; encarnou o mítico Minotauro; formou uma conste-lação; e até assustou criancinhas com sua cara preta. Temos também o boi dos rodeios, das touradas, da Farra do Boi, do Bumba-meu-boi, do Boi-Bumbá, ou outra denominação, de acordo com a região do Brasil: Boi-mamão, em Santa Catarina; Boizinho, no Rio Grande do Sul; ou Boi-de-Reis, em diversos estados do Nordeste.

A lenda do bumba-meu-boi ou boi bumbá chegou à Amazônia no início do século XX por meio de imigrantes nordestinos que foram para lá trabalhar na extração da borracha. Em Parintins, a primeira ce-lebração aconteceu há mais de 100 anos, em forma de procissão. Com o tempo, a história foi se alimentando das particu-laridades da cultura dos cablocos e de questões ecológicas da região Norte do Brasil, incorporando personagens da mitologia indígena: Iara, Cururpira, Gigante Juma, São João, Formiga do Fogo e Boto cor-de-rosa.

O atual formato do festival foi adotado em 1964, quando já se destacava a rivalidade entre as torcidas do Boi Garantido e do Boi Caprichoso. Atualmente, a Festa do Boi de Parin-tins tornou-se uma das mais espetaculares do Brasil, mis-turando música, dança, teatro, lendas, crenças e religiões. Uma das características mais marcantes do espetáculo é a competição, que nos remete à disputa acalorada das es-colas de samba do Rio, com o agravante de que, no caso de Parintins, há apenas duas opções: o Boi Garantido e o Boi Caprichoso.

O Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes – onde acontece o festival – foi inaugurado em 1988 e tem capa-cidade para 35 mil espectadores. Mas, mesmo quem não tem lugar na arquibancada não perde a disputa e assiste às apresentações em telões instalados na parte externa do Bumbódromo, como ficou conhecido.

Os primeiros integrantes a entrar na arena são o apresenta-dor, o mestre de cerimônias do espetáculo; o levantador de toadas, uma espécie de ‘puxador de escola de samba’; e a batucada, formada um grupo de mais de 400 ritmistas, que utilizam tambores, maracás e palmas para marcar o ritmo com tom tribal. Muitas toadas incluem também sons da flo-resta e cantos de pássaros.

No terceiro dia de festival, as equipes são avaliadas por seis jurados, sorteados na véspera, provenientes de outras regiões do país e de diferentes estados dos representados no ano anterior. A única exigência é ser estudioso da arte, da cultura e do folclore brasileiros. Eles escolhem os me-lhores em 22 quesitos. Além dos já citados – apresentador, levantador de toadas e batucada –, são avaliados também os seguintes itens: ritual; porta-estandarte; amo do boi; si-nhazinha da fazenda; rainha do folclore; cunhã poranga; boi bumbá (evolução); toada (letra e música); pajé; tribos masculinas; tribos femininas; tuxaua (cacique das tribos tupis) luxo; tuxaua originalidade; figuras típicas regionais; alegorias; lenda amazônica; vaqueirada; coreografia, orga-nização, animação e conjunto folclórico; e galera.

A torcida, aliás, é um show à parte. A vibração é fundamen-tal, mas o respeito reina na arena em formato de cabeça de boi: enquanto uma equipe se apresenta, a outra fica em silêncio absoluto.

O festival dura três dias, mas sua preparação ocupa a ci-dade e seus moradores praticamente o ano inteiro. As-sim como a arena, a cidade de Parintins é dividida entre as duas torcidas, cada habitante tem suas raízes ligadas a um dos bois, sem meio termo. A paixão da população local revela-se nas cores vermelho ou azul das roupas, fachadas de casas, pintura de carros, decoração e tudo o mais que a imaginação permitir, em um processo de afirmação de identidade. Até grandes empresas, como a Coca-Cola e o Bradesco – que têm suas marcas tradicio-nalmente estampadas na cor vermelha –, exibem suas lo-gomarcas também em azul para não perderem a clientela simpatizante do Boi Caprichoso.

Entretanto, foi somente no início dos anos 2000 que o Festi-val de Parintins ganhou visibilidade para o resto do país com as primeiras transmissões televisivas nacionais do evento. O reconhecimento do talento de artistas, figurinistas e téc-nicos locais pode ser medido pelo número de profissionais da região “exportados” para os bastidores das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Carro alegórico do carnaval de Parintins

O sagrado e o profano do boi amazonense

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Amazonas, em parceria com a prefeitura da cidade, e soma mais de R$ 50 milhões à economia do Estado.

Além do festival, o turismo de natureza é outra importante fonte de renda para o município. Aproveitando os recursos hídricos da região, há um leque variado de atrações: pesca, mergulho, passeios de barco e de jet-ski.

Com forte influência indígena, a gastronomia e o artesana-to são marcados por produtos típicos, à base de semen-tes, raízes, penas, palha e juta. Sem falar no guaraná, que começou a ser beneficiado pelos índios da região e que é homenagea do em outra festa da cidade, também chamada de Terra do Guaraná.

O clima tropical, úmido e chuvoso, apresenta temperatu-ras entre 22º e 30º. A vegetação é formada por florestas de várzea e terra firme. A região produz abacate, banana, ca-cau, café, mandioca, melancia, melão, abacaxi, batata-doce, coco, milho e feijão. O relevo é composto por lagos, ilhas e uma pequena serra, que marca a divisa dos estados de Amazonas e Pará.

Com mais de 100 mil habitantes, Parintins está localizada no arquipélago fluvial de Tupinambarana, a cerca de 400 km a leste de Manaus, no meio da Floresta Amazônica. Fundada em 1793, a cidade foi primitivamente habitada por índios Tupinambás, Maués e Sapupés. Mas foi o Festival de Parintins que colocou a cidade no mapa dos turismos nacional e internacional.

Não se pode negar a relevância da manifestação folclóri-ca para o desenvolvimento da cidade, que ocupa hoje a segunda colocação no ranking do IDHM do Amazonas. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômi-ca Aplicada (IPEA), a renda per capita média de Parintins cresceu mais de 50% nas duas últimas décadas. Atualmen-te, o Festival de Parintins é organizado pelo Governo do

Durante o Festival Folclórico de Parintins, a população da cida-de dobra e os visitantes são acomodados em hotéis espalhados nas ilhas vizinhas ou em iates ancorados na própria localidade. Assim como no Carnaval do Rio, a Global Marketing e Eventos – empresa voltada para publicidade, divulgação, desenvolvi-mento de ações de relacionamento no Brasil e no exterior – en-carrega-se de tudo para que seus clientes aproveitem a festa ao máximo, da reserva de passagens e hotéis até a organização de passeios personalizados pela região.

O Hospitality Center da Global na 50ª edição do festival é o mais exclusivo do Bumbódromo, com ambiente diferenciado e conforto em primeiro lugar. A visão privilegiada dos camarotes centrais é ainda mais valorizada pela decoração tropical chic, com forte presença de produtos amazônicos. O cardápio, com destaque para os sabores da região, completa a experiência úni-ca do espetáculo.

A programação da Global Marketing e Eventos para o Festival de Parintins 2015 abrange quatro dias, incluindo os deslocamen-tos de ida e volta de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, bem como recepção nas salas VIP dos aeroportos.

O festival pela Global

Desenvolvimento econômico bicolor

A chegada a Parintins, na sexta-feira, dia 26 de junho, será em voo fretado exclusivo, e as acomodações serão na Ilha Empório, onde haverá welcome drinks, entrega de brindes e disponibilida-de de diversas terapias de relaxamento e embelezamento, além de atividades esportivas e jantar. O translado para o Bumbódro-mo será realizado em micro-ônibus climatizado, e o camarote contará com coquetel.

No sábado e no domingo subsequentes, a programação diurna pode ser escolhida por cada convidado, com opções na própria Ilha Empório ou passeios de barco e city tour em Parintins. O almoço e jantar serão oferecidos no próprio hotel, mas todos os dias ha-verá coquetel no camarote da Global. Na segunda-feira, dia 29, o voo fretado pela Global partirá de Parintins pela manhã, com destino a Manaus, de onde saem os voos às capitais de origem.

Seja qual for sua preferência de cor, capriche na animação, que a satisfação é garantida!

Mais informações sobre os pacotes da Global Marketing e Eventos para o Festival de Parintins 2015 podem ser ob-tidas por telefone ou e-mail: (21)2553-6628/ (21)2553-6629/ [email protected] / www.globalmkteventos.com.

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Uma pequena atitude

Você conhece o Green Nation, a Sustentarte e o Climate Reality Project? Em comum, estas organizações atuam para garantir o futuro do planeta. Por anos as empresas têm es-tudado e buscado contribuir para a redução da emissão de CO2, criando formas de reutilização da água através do uso consciente e investindo na diminuição do consumo de ener-gia ou em novas matrizes energéticas.

O desafio está em como fazer com que essas mudanças de atitude atinjam o maior número possível de pessoas? E como transformar ações em reação?

A educação em sustentabilidade é o caminho de convergên-cia destas organizações, pois através das nossas crianças e jovens, os mais importantes agentes de multiplicadores desta ação, tem-se obtido resultados sólidos e consistentes, gerando resultados reais no planeta.

A Sustentarte tem como principal objetivo ministrar pales-tras nas escolas com sua equipe pedagógica e multidiscipli-

que faz toda diferença

Imersão sensorial no Green Nation

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nar. O tema: evitar que as concentrações de CO2 alcancem as 450 P.P.M (medida utilizada para quantificar a concen-tração de partículas na atmosfera), que será abordado na Conferência de Paris de 2015 (COP21).

Em âmbito nacional, o Green Nation, movimento que tem como missão mudar atitudes em relação à sustentabilidade, ao bem-estar, aos negócios e à cidadania através da arte, da educação, da cultura e da experimentação. A sustentabilida-de é uma atitude. Para entendê-la é preciso experimentar. O Green Nation propõe um olhar sobre a sustentabilidade que une música, cinema, animação, experimentação, fotografia, internet, mídias sociais, esporte e interatividade para cons-truir uma sociedade nova de verdade em palavras, ações, pessoas e o meio ambiente.

Com a participação de todos e a troca de experiências, assim como a propagação da importância da mudança de compor-tamento em relação à sustentabilidade, podemos chegar à Conferência de Paris de 2015 (COP21), com um resultado lindo que será transmitido pela união das ações do Climate Reality Project, do Green Nation e da Sustentarte!

As mudanças climáticas atingirão a comunidade global de forma única e igualitária. No entanto, a decisão de revertê-las está nas mãos de alguns líderes políticos e na dos cidadãos que já entenderam ser nosso dever moral e ético emergencial.

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que faz toda diferença

Conheça mais sobre essas instituições e suas ações que tem feito uma grande diferença na vida de muitas pessoas através de seus sites:

http://www.greennation.com.br

http://sustentarte.org.br

http://climaterealityproject.org

Interação das crianças no Green Nation Fest

Público participando do Green Nation Fest

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Os Carnavais do MundoTexto e fotos de Annie Sidro | Presidente do Carnaval sans Frontières

Na Belle Époque, o carnaval de Nice era, sem dúvida, o mais famoso do mundo, com grande utilização do papel machê. Nas Américas, os carros alegóricos (na época carros de passeio enfeitados para o carnaval) marcaram os desfiles nos anos 1870, no Rio de Janeiro e em Nova Orleans, e a partir de 1884 em Quebec. Foi somente na segunda metade do século XX que o carnaval do Rio confirmou seu reinado na festa latino-americana.

Foram os europeus que transmitiram a tradição do carnaval ao Novo Mundo, onde acabou se misturando às culturas dos índios e dos negros. Hoje em dia, há cada vez mais carnavais, mas nem sempre eles seguem o calendário tradicional. Ao longo do ano inteiro, há carnaval fora de época nas principais capitais brasilei-ras, assim como em várias cidades do mundo.

O Rio de Janeiro tornou-se a capital mundial do carnaval graças às escolas de samba, a seus desfiles grandiosos no Sambódromo e ao crescimento dos blocos nas ruas. No Brasil, merecem destaque também o carnaval de Recife e Olinda, em Pernambuco, com o frevo e seus bonecos gigantes; e o de Salvador, da Bahia, com seus trios elétricos e foliões “pipoca”.

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Na América Latina, o carnaval da cidade colombiana de Barranquilla – declarado Obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO – e o de Trinidad e Tobago são considerados os mais bonitos graças à suntu-osidade de seus figurinos e à sensualidade de suas danças

A Europa dos CarnavaisOs carnavais europeus atuais têm suas especificidades de acordo com suas regiões e estações. Na Alemanha, na Itália, na Holanda e em Luxemburgo os carnavais são mar-cados pelo reinado passageiro dos Loucos e dos Bobos, sendo que a cerveja rola solta nas festas e nos banquetes de Colônia e Munique.

Os carnavais alpinos apresentam grupos de máscaras extra-ordinárias, esculpidas em madeira por grupos de homens selvagens do Appenzell ou do Lôtschental, regiões forte-mente ligadas à tradição. Já nas cidades suíças de Zurique e Lucerna, assiste-se a novos carnavais urbanos, influencia-dos pela música latino-americana.

Os carnavais mediterrâneos: reinado e arte do papel machêNice, Viareggio e Patras têm como particularidade apresen-tar desfiles, corsos carnavalescos, carros alegóricos e bone-cos gigantes em papel machê. Atualmente, novos materiais têm sido utilizados, como o poliestireno, para as esculturas monumentais; ou o plastazoto, em substituição à matéria--prima original, por serem mais resistentes à chuva.

Nos bastidores da festa, artistas anônimos trabalham o ano inteiro: carnavaliers e imagiers, em Nice; maghi, em Viare-ggio; carnavalescos, no Rio; falleros, em Valência – todos

representantes da arte popular, cujo trabalho merece maior reconhecimento. O ponto comum entre eles é a produção de carros alegóricos e bonecos gigantes para participar de desfiles imponentes, típicos da região mediterrânea.

Tenerife, maior ilha do arquipélago das Canárias, oferece um carnaval excepcional, aberto à mistura das culturas dos car-navais latino-americanos, mas que preserva tradições pou-co conhecidas, como o Enterro da Sardinha. O carnaval de Tenerife é o mais importante da Espanha, mais do que os de Barcelona, Madri ou Cádiz. O país é conhecido por suas festas e, no caso do carnaval, tudo começa no dia 6 de janei-ro, Dia de Reis, com animados desfiles de carros alegóricos e grupos nas ruas.

Já os carnavais escandinavos e britânicos são influenciados pelo carnaval do Rio e de Trinidad e Tobago. Na primavera do Hemisfério Norte, florescem escolas de samba em quase todos os países nórdicos: Finlândia, Noruega, Suécia e Di-namarca. A dinamarquesa Aalborg organiza o mais impor-tante carnaval jovem de toda a Escandinávia, com 150 mil participantes que desfilam fantasiados nas ruas.

No final de agosto, Notting Hill, em Londres, organiza o mais importante desfile carnavalesco europeu. Mais de um milhão de pessoas assistem ao grande desfile das Mas Bands, também influenciadas pelo carnaval caribenho, com steel bands e enormes caminhões sonoros. Os grupos dan-çam ao ritmo sensual do calypso.

O carnaval continua rodando o mundo e renasce em pa-radas latinas, seja na Cidade do Cabo (África do Sul), em Macau ou em Cingapura, onde acontece a Chingay Parade, no Ano Novo Chinês.

Como gostava de dizer Joãosinho Trinta, “o carnaval é uma coisa séria”. É como terapia da felicidade passageira, que recomeça a cada ano... Longa vida ao carnaval!

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Horário15 de Fevereiro

Domingo16 de Fevereiro Segunda-feira

21 de Fevereiro Sábado das Campeãs

21h30 Viradouro São Clemente 6° Colocada

entre 22h35 e 22h52 Mangueira Portela 5° Colocada

entre 23h40 e 00h14 Mocidade Beija-Flor 4° Colocada

entre 00h45 e 01h36 Vila Isabel União da Ilha 3° Colocada

entre 01h50 e 02h58 Salgueiro Imperatriz 2° Colocada

entre 02h55 e 04h20 Grande Rio Unidos da Tijuca 1° Colocada

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ViradouroO enredo do desfile da Unidos do Viradouro 2015 é baseado em dois sambas de autoria do músico e compositor Luiz Carlos da Vila, mestre em valorizar a heran-ça africana e a consicência negra. Na avenida, a vermelho e branco de Niterói vai exaltar a contribuição do negro para a cultura brasileira. A ideia central do tema é mostrar que o Brasil seria bastante diferente se os africanos não tivessem sido trazidos para cá durante o período colonial.

Ao assumir a escolha das obras do sambista que faleceu em 2008, a Viradouro canta a beleza da miscigenação do povo e retrata como a mistura forjou nossa alma verde e amarela. Como diz o samba adaptado pelo próprio presidente da escola, Gusttavo Clarão: “É preciso atitude / De assumir a negritude / Pra ser muito mais Brasil”.

Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça!

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PRESIDENTE

Gusttavo Clarão

CARNAVALESCO

João Victor Araújo

SAMBA-ENREDO

adaptação de Gusttavo Clarão para “Nas veias

do Brasil” e “Por um dia de graça”, de Luiz

Carlos da Vila

COMISSÃO DE BATERIA

Pedro (Magrão), Herinho (Heros Leonardo),

Vini Lemos, Thiago Pereira,

Gabriel Policarpo e Thalita Santos

INTÉRPRETE

Zé Paulo Sierra

COMISSÃO DE FRENTE

Luciana Yegros

MESTRE-SALA

Marlon Flores

PORTA-BANDEIRA

Alessandra Chagas

RAINHA DE BATERIA

Raíssa Machado

CORES

vermelho e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

24 de junho de 1946

Lá vem a Viradouro aí, meu amor!Vencedora do Grupo de Acesso em 2014, a Unidos do Vira-douro será a primeira escola a entrar na avenida pelo Grupo Especial em 2015. Fundada em 1946, a escola disputou os desfiles de Niterói por 39 anos. Após ser campeã niteroiense 18 vezes, a Viradouro veio para o Rio em 1986, chegando ao Grupo Especial em 1991. Três anos depois, sob o comando de Joãosinho Trinta, conquistou o terceiro lugar. O único título de campeã da escola no Grupo Especial foi em 1997, ainda com Joãosinho Trinta como carnavalesco, cargo ocupado também por outros grandes nomes do Carnaval carioca, como Max Lopes, Paulo Barros e Alexandre Louzada.

Desde 2011 no grupo de Acesso, a Viradouro volta apos-tando na ousadia para se manter entre o grupo de elite do Carnaval carioca. A inovação começou pela escolha do sam-ba-enredo: não houve disputa, mas uma adaptação de “Nas veias do Brasil” e “Por um dia de graça”, de Luiz Carlos da Vila, que resultou em “Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça”. O samba foi apresentado na quadra da agremiação – na avenida do Contorno, em Viradouro, bairro não oficial de Niterói, que faz parte de Santa Rosa – ainda em agosto, muito antes de seus concorrentes, que normal-mente só definem seus sambas no mês de outubro.

— Por sermos os primeiros a desfilar e termos vindo do Grupo de Acesso, temos de ousar por todos os lados. Já começamos pelo samba-enredo — disse o presidente da Viradouro, Gusttavo Clarão, na ocasião.

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MangueiraUm texto escrito em 2005 pelo então presidente da Mangueira Álvaro Luiz Ca-etano – associando o rosa da bandeira à importância das mulheres na vida da comunidade e no dia a dia da escola de samba – inspirou o carnavalesco Cid Carvalho dez anos depois. O enredo “Agora chegou a vez, vou cantar: Mulher de Mangueira, mulher brasileira em primeiro lugar!” é uma homenagem às mulhe-res mangueirenses e brasileiras.

Passarão pela avenida todo tipo de mulheres – das desconhecidas com latas de água na cabeça, cabrochas, mulatas e baianas às ilustres senhoras do Departa-mento Feminino e da Velha-Guarda, como Vó Lucíola, Dona Zica e Dona Neuma. O desfile reunirá figuras míticas da história do Brasil, como a cangaceira Maria Bonita e a escrava alforriada Xica da Silva. Também estarão representadas a can-tora Dalva de Oliveira, a artista plástica Tarsila do Amaral, a jogadora de futebol Marta, a modelo Gisele Bündchen e a atriz Fernanda Montenegro. Todas com a bênção da Mãe Menininha do Gantois.

O samba-enredo foi composto por um grupo de campeões em diferentes anos na Mangueira. Renan Brandão, Paulinho Bandolim, Deivid Domênico, Almyr, Ale-mão do Cavaco e Cadu Zugliani seguiram o desejo da escola de valorizar uma melodia mais cadenciada e venceram a disputa.

Agora chegou a vez, vou cantar: Mulher de Mangueira, mulher brasileira em primeiro lugar!

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PRESIDENTE

Francisco de Carvalho –

Chiquinho da Mangueira

CARNAVALESCO

Cid Carvalho

SAMBA-ENREDO

Renan Brandão, Cadu Zugliani,

Alemão do Cavaco, Paulinho Bandolim,

Deivid Domênico e Almyr

MESTRE DE BATERIA

Vitor Art

INTÉRPRETE

Luizito

COMISSÃO DE FRENTE

Carlinhos de Jesus

MESTRE-SALA

Raphael

PORTA-BANDEIRA

Squel

RAINHA DE BATERIA

Evelyn Bastos

CORES

verde e rosa

DATA DE FUNDAÇÃO

28 de abril de 1928

Nação mangueirenseO Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira é uma das mais antigas e tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro. Fundada em 28 de abril de 1928, muita gente pensa que a Magueira foi a primeira escola de samba a ser criada, mas seu nome, na verdade, deve-se ao fato de ser a primeira parada do trem onde havia samba, saindo da Estação de Dom Pedro para o subúrbio. Sua ori-gem vem de vários ranchos e cordões da comunidade. A escola contou, entre seus fundadores, com Carlos Cachaça e Cartola, este último, além de inúmeros sambas, sugeriu as cores da Verde e Rosa.

Ao longo de sua história, a escola conquistou 18 títulos, entre eles o do primeiro desfile de escolas de samba, em 1932, e o supercampeonato especial da inauguração do Sambódro-mo em 1984. Uma das figuras mais emblemáticas da escola foi o cantor Jamelão, intérprete dos sambas da escola entre 1949 e 2006 que não gostava de ser chamado de puxador.

Passados mais de 80 anos de sua fundação, a Mangueira é muito mais do que uma escola de samba. Dos 45 mil habi-tantes da comunidade, as ações sociais desenvolvidas pela Estação Primeira de Mangueira atendem diariamente 10 mil pessoas, apoiando os moradores do nascimento à formação universitária. Tudo gratuitamente graças às parcerias esta-belecidas com os governos federal, estadual e municipal e empresas privadas, que viabilizaram projetos como a Vila Olímpica da Mangueira, a Mangueira do Amanhã, Segundo Tempo da Educação e uma unidade da Faetec na comunida-de. O resultado reflete-se no índice de crianças analfabetas ou de mortalidade infantil, ambos de 0%.

A última vez que a Mangueira sagrou-se campeã foi em 2002, com o enredo “Brazil com ‘z’ é pra cabra da peste, Brasil com ‘s’ é nação do Nordeste”. Em 2014, a agremiação aderiu à tecnologia e lançou o projeto Mangueira Mobile, com aplicativo para celular, rádio e rede social. O objetivo é aproximar seus componentes e mostrar que suas opiniões têm vez no dia a dia da escola.

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MocidadeBaseado na música “O último dia”, de Paulinho Moska e Billy Brandão, o en-redo da escola verde e branca – “Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só lhe restasse um dia” – provoca a imaginação do público. O tema brinca com profecias e previsões sobre o fim do mundo, que pode estar mais próximo de nós do que imaginamos.

A ideia inicial foi do carnavalesco Paulo Barros: “Sempre ouvia essa música no trânsito e pensava nas muitas possibilidades que ela proporciona”. Em seu primeiro Carnaval pela Mocidade, Barros lutará pelo sexto título da escola no grupo especial.

Mas e você, já sabe como responder a essa pergunta? Como você imagina o fim do mundo? O que você faria se soubesse que só lhe resta um dia na Terra?

Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só lhe restasse um dia

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PRESIDENTE

Wandyr Trindade (Vô Macumba)

CARNAVALESCO

Paulo Barros

SAMBA-ENREDO

Dudu Nobre, Jefinho Rodrigues,

Marquinho Índio, Jorginho Medeiros,

Gabriel Teixeira e Diego Nicolau.

MESTRES DE BATERIA

Bereco e Dudu

INTÉRPRETE

Bruno Ribas

COMISSÃO DE FRENTE

Jorge Teixeira e Saulo Finelon

MESTRE-SALA

Diogo Jesus

PORTA-BANDEIRA

Lucinha Nobre

RAINHA DE BATERIA

Cláudia Leitte

CORES

verde e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

10 de novembro de 1955

Salve a Mocidade!Samba e futebol sempre andaram juntos. A criação do Grê-mio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel está aí para confirmar a tese. Uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro foi fundada, em 1955, a partir de um time de futebol amador da época, o Independente Futebol Clube.

Sessenta anos depois, a Mocidade ainda carrega o espor-te na cadência do samba. Sua nova quadra, inaugurada em 2012 às margens da Avenida Brasil, foi logo apelidada de “Maracanã do samba”. Não é para menos: é a maior entre todas as quadras da cidade, com 33 mil m2, capacidade para 12 mil pessoas e duas mil vagas de estacionamento.

O primeiro desfile oficial da Mocidade Independente de Padre Miguel foi em 1957. Logo no ano seguinte, a escola entrou para a história com a célebre “paradinha da bateria” de Mestre André, ainda hoje sinônimo de perfeição no que-sito bateria. Aos poucos, a “paradinha” foi incorporada por outras escolas, e, atualmente, todas utilizam o recurso ao longo de seus desfiles.

Situada no subúrbio de Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, a Mocidade ganhou seu primeiro campeonato em 1979, com o enredo “O descobrimento do Brasil”. Sua verdadei-ra consagração, porém, viria mais de uma década depois, quando foi campeã três vezes: em 1990, 1991 e 1996. Em 2014, ficou na 9ª colocação e, este ano, promete brigar pelos primeiros lugares com a contratação do carnavalesco Paulo Barros, tricampeão com a Unidos da Tijuca.

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Vila IsabelA proposta da Unidos de Vila Isabel, este ano, é transformar a avenida Marquês de Sapucaí numa grande sala de concerto. Com o enredo “O maestro brasileiro na terra de Noel... Tem partitura azul e branca, da nossa Vila Isabel”, a escola homenageia Isaac Karabtchevsky, atual regente da Orquestra Sinfônica Petrobras.

Um dos idealizadores do Projeto Aquarius, o maestro sempre buscou a comu-nhão entre o popular e o erudito. Para ele, tornar-se enredo de uma escola de samba tradicional como a Vila Isabel é sua verdadeira apoteose: “É indescritível me apresentar na maior ópera a céu aberto do mundo”, exaltou Karabtchevsky.

A Vila Isabel levará para a avenida referências a grandes clássicos de Vivaldi (“Quatro estações”), Mozart (“As Bodas de Fígaro”) e Beethoven (“Nona sinfo-nia”). Os passistas entrarão no clima, evoluindo nos passos do “Lago dos cis-nes” e do “Quebra-nozes”, de Tchaikovsky.

O maestro brasileiro está na terra de Noel, a partitura é azul e branco, da nossa Vila Isabel

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PRESIDENTE

Elizabeth Aquino (Beta)

CARNAVALESCO

Max Lopes

SAMBA-ENREDO

Carlinhos Petisco, Serginho 20,

Machadinho, Paulinho Valença

e Henrique Hoffman

MESTRE DE BATERIA

Mestre Wallan

INTÉRPRETE

Gilsinho

COMISSÃO DE FRENTE

Jaime Arôxa

MESTRE-SALA

Diego Machado

PORTA-BANDEIRA

Natália Pereira

RAINHA DE BATERIA

Sabrina Sato

CORES

azul e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

4 de abril de 1946

Canta, canta, Vila Isabel!Berço de bambas, o bairro de Vila Isabel tem calçadas de-coradas com notas musicais em homenagem a Noel Rosa, que foi um de seus mais ilustres moradores. Nos dias de hoje, a escola conta com um dos mais consagrados com-positores da música brasileira: Martinho da Vila, figura tão arraigada à escola que faz referência a ela em seu próprio nome. Autor de inúmeros sambas-enredo, Martinho deu o primeiro título à sua escola de coração em 1988, com o enredo “Kizomba, a festa da raça”, cujo samba foi feito por Rodolfo, Jonas e Luiz Carlos da Vila. Depois de um período em que quase caiu em esquecimento, no Grupo de Acesso da Série A, a Vila isabel voltou a ganhar o campeonato no Grupo Especial em 2006 e 2013.

Atualmente, a Vila Isabel possui a segunda maior quadra do Rio de Janeiro, com capacidade para 11 mil pessoas, 4 mil m2 de área construída e palco de 300 m2. O local é de fácil acesso e, ao longo do ano, abriga shows de grandes artistas e bandas do projeto “Casa de Bamba”.

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SalgueiroPartindo do princípio de que o cartão de visitas de um local é a sua cozinha e que, por meio do sabor, tomamos conhecimento de vários ‘saberes’, o Salgueiro apresenta as delícias da culinária – e da cultura – mineira. Segundo o enredo, o segredo dos pratos típicos de Minas Gerais está na mistura da sofisticação luso-europeia com os ingredientes e o modo de preparo dos índios e dos africanos.

A inspiração para esse enredo de Márcia e Renato Lage veio do livro “História da arte da cozinha mineira”. A escola levará para a avenida ingredientes, utensílios e as muitas cores do tempero de Minas, regados com cachaça, amor e alegria. Fartura abençoada por Nossa Senhora do Rosário. Afinal, comida e fé são os sustentáculos da humanidade!

Com gostinho de “quero mais”, o samba-enredo do Salgueiro, pelo segundo ano consecutivo, é de autoria do cantor e compositor Xande de Pilares, ex-integrante do Grupo Revelação. Em “Tem amor nesse tempero”, Xande contou com os parceiros Jassa, Betinho de Pilares, Miudinho, Luiz Pião e W. Corrêa para engrossar o caldo.

Do fundo do quintal, saberes e sabores na Sapucaí

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PRESIDENTE

Regina Celi

CARNAVALESCOS

Renato e Márcia Lage

AUTORES

Xande de Pilares, Jassa, Betinho de Pilares,

Miudinho, Luiz Pião e W. Corrêa

MESTRE DE BATERIA

Mestre Marcão

INTÉRPRETES

Leonardo Bessa e Serginho do Porto

COMISSÃO DE FRENTE

Hélio Bejani

MESTRE-SALA

Sidclei

PORTA-BANDEIRA

Marcella Alves

RAINHA DE BATERIA

Viviane Araújo

CORES

vermelho e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

5 de março de 1953

Arrepia, Salgueiro!O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Sal-gueiro integrou o grupo das quatro grandes escolas do Rio de Janeiro, ao lado de Mangueira, Portela e Império Serrano. Até meados dos anos 1970, somente essas escolas haviam conquistado o título de campeã, sendo que o Salgueiro ven-ceu em 1960, 1963, 1965, 1969 e 1971, sob o comando de Fernando Pamplona. Já os dois títulos seguintes, em 1974 e 1975, revelaram o talento do novato Joãosinho Trinta. A escola foi campeã também em 1993 e em 2009 e, em 2014, ficou com o segundo lugar.

O morro do Salgueiro, na Tijuca, é a origem da escola for-mada pela união de dois blocos de carnaval da localidade: Azul e Branco e Depois eu digo. Atualmente, a quadra da escola – uma das mais badaladas da cidade – fica no Anda-raí e costuma atrair inúmeras celebridades para os ensaios.

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Grande RioJogos, destino e adivinhações estarão no centro das atenções do desfile da Acadêmidos do Grande Rio em 2015. Se para muitos o carnaval é um jogo, a escola dá as cartas na avenida: Ouros ao poder econômico; Espadas ao militar; Paus representando o poder político, e Copas, o religioso.

Com samba-enredo composto por um quinteto de jovens compositores, a Grande Rio entrará na avenida com a garra e a disposição da juventude. Para contar o enredo escolhido, a escola terá a participação de 3.300 componentes divididos em 31 alas.

Reis, damas e valetes podem formar uma sequência ou representar um perso-nagem nas mãos de uma cigana que prevê o futuro. Será? Na dúvida, é bom ter sempre uma carta na manga; melhor mesmo, só se for um ás ou um coringa.

A Grande Rio é do baralho!

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PRESIDENTE

Milton Perácio

CARNAVALESCO

Fábio Ricardo

COMPOSITORES

Rafael Santos, Lucas Donato, Gabriel Sorriso,

Rodrigo Moreira e Leandro Canavarro

MESTRE DE BATERIA

Thiago Diogo

INTÉRPRETE

Emerson Dias

COMISSÃO DE FRENTE

Priscilla Mota e Rodrigo Negri

MESTRE-SALA

Daniel Werneck

PORTA-BANDEIRA

Verônica Lima

REI DE BATERIA

David Brazil

RAINHA DE BATERIA

Susana Vieira

CORES

vermelho, verde e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

22 de setembro de 1988

Façam suas apostas!Fundado em 1988 a partir da união com a Acadêmicos de Duque de Caxias, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio é uma das escolas mais novas que desfilam na Sapucaí. Sua estreia na avenida foi em 1989 e, dois anos depois, ascendeu ao Grupo Especial, no qual estabilizou-se a partir de 1993.

Suas melhores colocações foram em 2006, 2007 e 2010, quando foi vice-campeã. Há quase uma década, a Grande Rio participa do Desfile das Campeãs, exceto em 2011, quan-do o barracão da escola pegou fogo. Em 2015, a escola vem revigorada com novos mestre-sala, porta-bandeira e comis-são de frente.

Famosa pela presença de inúmeras celebridades, a tricolor de Caxias inovou, há mais de 20 anos, com a presença de um Rei de Bateria. Este ano, a escola promete outra novi-dade à frente de sua bateria: o casal real formado pelo pro-moter David Brazil e pela atriz Susana Vieira, que ocupa a posição de Rainha de Bateria da Grande Rio pela quarta vez.

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São ClementeEm 2015, a São Clemente exaltará um dos nomes mais importantes e influentes do carnaval carioca: Fernando Pamplona, de quem a carnavalesca Rosa Maga-lhães foi pupila. O título do enredo é uma referência à infância do homenageado, que viveu em Rio Branco (AC), e às lendas locais.

Mas não será só essa etapa da vida de Pamplona que brilhará na Sapucaí. Serão evocados também outros momentos de sua trajetória, dos blocos de sujo dos antigos carnavais aos lugares onde trabalhou, como a Escola Nacional de Belas Artes e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O carnaval entrou em sua vida ao ser chamado para júri dos desfiles de escola de samba. Pamplona encantou-se com o Salgueiro e, por 12 anos, foi seu carnava-lesco, revolucionando a maneira de fazer carnaval até então. Foi ele quem levou – pela primeira vez, para a avenida – temas e personagens não-oficiais da história do Brasil, como Zumbi dos Palmares, Xica da Silva e Aleijadinho, que, este ano, voltam à cena engalanados com as cores preta e amarela da São Clemente.

A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da tocandira e da onça do pé de boi

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PRESIDENTE

Renato Almeida Gomes

CARNAVALESCA

Rosa Magalhães

AUTORES

Leozinho Nunes, W.Machado,

Diego Estrela, Ronni Costa,

Hugo Bruno e Victor Alves

MESTRES DE BATERIA

Caliquinho e Gilberto Almeida

INTÉRPRETE

Igor Sorriso

COMISSÃO DE FRENTE

Luis Arrieta

MESTRE-SALA

Fabrício Pires

PORTA-BANDEIRA

Denadir

RAINHA DE BATERIA

Raphaela Gomes

CORES

amarelo e preto

DATA DE FUNDAÇÃO

25 de outubro de 1961

Samba da Zona SulO Rio de Janeiro merecia mesmo uma escola de samba que representasse a Zona Sul. Fundado em 1961, o Grêmio Re-creativo Escola de Samba São Clemente tem como princi-pais características a irreverência, o bom humor e o apurado senso crítico em relação aos temas da atualidade. Essas ca-racterísticas foram fundamentais para que a escola se trans-formasse em uma das mais queridas da cidade.

Seus enredos dão voz ao povo, a seus asseios e necessida-des, embalados pela alegria dos brasileiros. Os resultados, porém, nem sempre lhe são favoráveis. A escola vai e volta do Grupo de Acesso ao Especial, no qual se vem mantendo desde 2011. Sua melhor colocação foi em 1990, quando fi-cou em sexto lugar no Grupo Especial.

A sede oficial da São Clemente fica em Botafogo, bairro onde surgiu, mas sua quadra de ensaios está localizada na avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. Em 2008, criou o Centro Cultural São Clemente, instalado em um ca-sarão centenário também no centro do Rio. O CCSC man-tém documentos e informações sobre a escola, exposição permanente de fantasias, fotos e troféus, além de oferecer oficinas de cavaquinho, samba no pé e adereços & fantasias.

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PortelaNada mais natural do que a Portela – única escola de samba a estar presente em todos os desfiles e que acumula o maior número de títulos (21) – renda homena-gem aos 450 anos do Rio de Janeiro.

O enredo do carnavalesco Alexandre Louzada – que comandou os desfiles da escola por outras seis vezes – exalta a cidade que é o cartão postal do país, com suas montanhas e praias, cachoeiras e cascatas. Uma cidade que, além da paisa-gem, é abençoada com sua criatividade e seus tons e que não se cansa de revelar novas bossas e maravilhas.

Alguns dos maiores talentos da Portela – Monarco (presidente de honra da agre-miação e líder da Velha Guarda Show), Paulinho da Viola, Tia Surica e outros baluartes da escola – foram convidados para fechar o desfile. Eles virão em carro alegórico representando o Portal do Samba no enredo.

ImagináRio, 450 janeiros de uma cidade surreal

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PRESIDENTE

Serginho Procópio

CARNAVALESCO

Alexandre Louzada

COMPOSITORES

Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo,

Waguinho, Edson Alves e J. Amaral

MESTRE DE BATERIA

Nilo Sérgio

INTÉRPRETE

Wantuir

COMISSÃO DE FRENTE

Gislaine Cavalcante

MESTRE-SALA

Alex Marcelino

PORTA-BANDEIRA

Danielle Nascimento

RAINHA DE BATERIA

Patrícia Nery

CORES

azul e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

11 de abril de 1923

Lá vem PortelaUma das mais antigas e cultuadas escolas do Rio de Janeiro, a Portela nasceu nas imediações dos bairros de Oswaldo Cruz e Madureira, a partir do bloco Vai Como Pode, em 1923. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela ganhou o pri-meiro concurso (não oficial) de escolas de samba em 1929. Desde então, a escola é uma das grandes responsáveis por moldar os desfiles na forma como acontecem atualmente: introduziu a comissão de frente e foi a primeira a usar cor-das na organização, além de reservar lugar de destaque para seu símbolo, a águia.

Apesar de estar há mais de duas décadas sem título (o últi-mo foi em 1984), a escola azul e branca é um grande celeiro de compositores do quilate de Aniceto da Portela, Manacéa, Candeia, Zé Keti, Wilson Moreira, Monarco, Noca da Porte-la, Paulinho da Viola e Paulo da Portela (Paulo Benjamin de Oliveira, um dos fundadores da agremiação da qual já foi en-redo). Em reconhecimento à sua contribuição para o samba carioca e para a cultura brasileira, a Portela foi agraciada, em 2001, com a Ordem do Mérito Cultural.

Devido a um incêndio acidental, em fevereiro de 2011 – que destruiu também os barracões da Grande Rio e União da Ilha –, pela primeira vez, desde 1932, seu desfile não foi ava-liado. Em 2014, a escola ficou com a terceira colocação.

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Beija-FlorNão resta dúvidas de que a história do Brasil está intimamente ligada à da África. O enredo da Beija-Flor em 2015 apresenta o suposto diálogo entre um jovem guinéu-equatoriano e um griô, sábio guardião da memória oral do país africano. O objetivo é valorizar a cultura da Guiné Equatorial – que também foi colonizada pelos portugueses –, revelando pontos em comum com nossa própria história.

A sugestão do enredo atravessou o oceano Atlântico pelas mãos de Elaine Lima (destaque) e Raíssa de Oliveira (rainha de bateria), que há alguns anos vêm se apresentando com outros componentes da escola na Guiné Equatorial. Segundo elas, o povo de lá é apaixonado pela Beija-Flor e ficou muito feliz com a escolha do tema para este carnaval. O intérprete Neguinho da Beija-Flor está confiante. Para ele, a agremiação sempre consegue bons resultados quando o tema é afro.

Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade

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PRESIDENTE

Farid Abrahão David

COMISSÃO DE CARNAVAL

Laíla, Fran Sérgio, Ubiratan Silva,

Victor Santos, André Cezari,

Bianca Behrends e Claudio Russo

COMPOSITORES

J.Velloso, Samir Trindade,

JR Beija-Flor, Marquinhos Beija-Flor,

Gilberto Oliveira, Elson Ramires,

Dílson Marimba e Sílvio Romai

MESTRES DE BATERIA

Plínio e Rodney

INTÉRPRETE

Neguinho da Beija-Flor

COMISSÃO DE FRENTE

Marcelo Misailidis

MESTRE-SALA

Claudinho

PORTA-BANDEIRA

Selminha Sorriso

RAINHA DE BATERIA

Raíssa de Oliveira

CORES

azul e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

25 de dezembro de 1948

Olha a Beija-Flor aí, gente!Todo mundo reconhece o grito de guerra de Neguinho da Beija-Flor. O intérprete é também um dos mais populares do mundo do samba e, em 2009, oficializou seu casamento em pleno Sambódromo, antes do desfile de sua escola de coração, quando se recuperava de um câncer.

O Grêmio Recrativo Escola de Samba Beija-Flor nasceu du-rante as comemorações do Natal de 1948. Informalmente, porém, a agremiação tornou-se conhecida como Beija-Flor de Nilópolis, em referência à sua cidade de origem. Logo em seu primeiro desfile como escola de samba, em 1954, foi campeã e chegou ao grupo I, no qual permaneceu até 1963. A volta ao grupo principal ocorreu em 1974 e, de lá para cá, a escola sagrou-se campeã por 12 vezes.

A história da agremiação pode ser dividida em antes e depois de Joãosinho Trinta. O coreógrafo e carnavalesco assumiu o cargo de diretor em 1976 com um enredo em homenagem ao jogo do bicho. Os desfiles assinados por Trinta foram antoló-gicos. Mesmo quando não venciam, provocavam admiração nos espectadores, como o polêmico “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia” (1989), que levou para a avenida uma réplica do Cristo Redentor. A imagem foi censurada pela Justiça e aca-bou passando pela avenida coberta por um plástico e uma faixa com os dizeres: “Mesmo proibido, olhai por nós”.

Durante os anos 2000, a escola manteve-se nas primeiras colocações, tendo sido cinco vezes campeã (2003, 2004, 2005, 2007 e 2008). Em 2003, a escola revelou a passista mirim Raíssa de Oliveira, que se tornou conhecida como a mais jovem rainha de bateria, com apenas 12 anos, função que desempenha até hoje.

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União da IlhaCantada em verso e em prosa nos quatro cantos do mundo, a beleza embala o samba-enredo da União da Ilha em 2015. Acostumada a abordar temas leves e do cotidiano, como futebol e o próprio carnaval, a escola vai levar para a ave-nida toda sorte de beleza: natural, artística, filosófica, superficial, de contos de fadas, da moda, dos concursos e dos artifícios, interior e imperfeita.

A ideia do carnavalesco Alex de Souza é fazer uma crítica às loucuras cometidas em nome da beleza, sem perder o bom humor. A escola localizada na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, chamará a atenção para a atual necessidade de ser belo – ou ao menos parecer belo. A sátira e o deboche prometem conta-giar os componentes da escola e o público na Sapucaí. Ao todo, a agremiação contará com sete carros alegóricos e 3.500 integrantes. Tudo para descobrir a verdadeira beleza da vida.

Beleza Pura?

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União da Ilha

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PRESIDENTE

Ney Filardi

CARNAVALESCO

Alex de Souza

COMPOSITORES

Djalma Falcão, Carlos Caetano,

Gugu das Candongas, Beto Mascarenhas,

Roger Linhares e Marco Moreno

MESTRE DE BATERIA

Mestre Ciça

INTÉRPRETE

Ito Melodia

COMISSÃO DE FRENTE

Patrick Carvalho

MESTRE-SALA

Marcinho

PORTA-BANDEIRA

Christiane Caldas

RAINHA DE BATERIA

Bruna Bruno

CORES

azul, vermelho e branco

DATA DE FUNDAÇÃO

7 de março de 1953

E a alegria atravessou o marFundado em 1953, o Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador tornou-se conhecido por seus temas irreverentes. Somente em 1964, a escola sagrou-se campeã do grupo de acesso e obteve seu passaporte para o Grupo Especial.

A União da Ilha já fez grandes desfiles e é considerada uma das escolas de samba mais simpáticas da disputa, graças a desfiles leves, baratos e animados. Essas são as marcas re-gistradas da União da Ilha. Suas fantasias não costumam ter grandes esplendores (adereços dos passistas), facilitando o desfile para seus componentes. A escola também consegue estabelecer uma ótima comunicação com o público.

Mesmo sem nunca ter sido campeã do Grupo Especial, a es-cola tem alguns dos mais memoráveis sambas-enredo, can-tados, gravados e regravados até hoje. “Domingo”, de 1977, tornou-se hino de todas as torcidas no Maracanã. No ano seguinte, “O amanhã” caiu na boca do povo e acabou gra-vado por Elizeth Cardoso e, cinco anos depois, pela cantora Simone, que popularizou ainda mais o samba. Outro sam-ba-enredo da Ilha que virou clássico da MPB foi “É hoje”, de 1982, regravado por Caetano Veloso e Fernanda Abreu. Mas o que melhor definiria a escola – e o que lhe garantiu a simpatia de inúmeros fãs de suas concorrentes – foi “Bom, bonito e barato”, de 1980.

Os anos 1990 e 2000 não foram os melhores para a escola. Depois de muitos altos e baixos, a União da Ilha voltou ao desfile das campeãs no ano passado, quando a escola ficou com a quarta colocação.

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ImperatrizO fio condutor do enredo da Imperatriz Leopoldinense este ano é a famosa frase de Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor de pele ou religião. Pessoas são ensinadas a odiar. E se elas aprendem a odiar, elas po-dem ser ensinadas a amar”. A ideia do carnavalesco Cahê Rodrigues é, acima de tudo, levar uma mensagem positiva para a Sapucaí, sem lamentações ou corren-tes, mas exaltando e valorizando os talentos dos afrodescendentes.

Nkenda (que significa amor no dialeto Kimbundu, de Angola), liberdade e igual-dade são desejos antigos de todos os povos e, mais do que nunca, atuais, pau-tando movimentos e manifestações sociais no mundo inteiro. Bastante aborda-dos pela literatura, cinema, música e artes plásticas, tais temas ganham destaque agora também em desfile de escola de samba.

O título do enredo faz referência ainda ao samba de 1989, com o qual a Impera-triz conquistou o tricampeonato: “Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós”, que, na época, homenageava o centenário da Proclamação da República.

Axé, NKenda! Um ritual de liberdade e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz

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Imperatriz

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PRESIDENTE

Luiz Pacheco Drumond

CARNAVALESCO

Cahê Rodrigues

COMPOSITORES

Zé Katimba, Marquinho Lessa,

Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna

MESTRE DE BATERIA

Mestre Noca

INTÉRPRETE

Negô

COMISSÃO DE FRENTE

Fábio de Mello

MESTRE-SALA

Phelipe Lemos

PORTA-BANDEIRA

Rafaela Theodoro

RAINHA DE BATERIA

Cris Vianna

CORES

verde, branco e dourado

DATA DE FUNDAÇÃO

6 de março de 1959

A Imperatriz do RioO Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldi-nense está sediado no bairro de Ramos, na Zona Norte do Rio. Seus desfiles, ricos e técnicos, tornaram a Imperatriz temida por suas adversárias. Não é para menos, é a única escola de samba do Rio de Janeiro que obteve por três vezes nota máxima em todos os quesitos no grupo principal: em 1980, com o carnavalesco Arlindo Rodrigues; em 1989, com Max Lopes; e em 2001, com Rosa Magalhães, que por 18 anos esteve à frente da escola.

Um acontecimento que marcou a trajetória da agremiação foi o fato de ter sido escolhida pelo dramaturgo Dias Gomes para servir de pano de fundo para a trama da novela da TV Globo “Bandeira 2”, estrelada por Paulo Gracindo e Marília Pêra, em 1972. Os primeiros títulos da Imperatriz, porém, viriam somente em 1980 e 1981. Nos 30 anos de Sambó-dromo, a escola foi seis vezes campeã, mas sofreu algumas críticas, especialmente durante a década de 1990, por fazer carnavais considerados, por vezes, excessivamente técnicos, voltados para os jurados e não para o público.

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Unidos da TijucaO tempo é o tema da Unidos da Tijuca para este carnaval. O enredo faz uma homenagem à Suíça, país repleto de histórias e lendas baseadas no tempo e – não à toa – sinônimo de qualidade na fabricação de relógios. Representando os bons tempos do carnaval, a escola enfocará também Clóvis Bornay, filho de suíço radicado no Brasil e carnavalesco da Tijuca em 1973. Bornay, que por anos foi declarado hors concours nos tradicionais concursos de fantasias do Rio de Janei-ro, conduz a viagem no tempo, passando por castelos, seres alados, relógios de pulso e objetos tecnológicos da atualidade que cabem na palma da mão.

Destacando os laços da Suíça e da Tijuca, “Um conto marcado no tempo – o olhar de Clóvis Bornay” mistura as histórias de ontem e de hoje com as de ama-nhã. O samba-enredo escolhido para empolgar a galera na avenida é uma junção de duas composições: a parceria de Gustavinho Oliveira, Caio Alves, Rafael Tin-guinha e Cosminho com a de Josemar Manfredini, Fadico, Zé Luiz e Carlinhos.

Um conto marcado no tempo – o olhar de Clóvis Bornay

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PRESIDENTE

Fernando Horta

COMISSÃO DE CARNAVAL

Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim,

Marcus Paulo e Carlos Carvalho

COMPOSITORES

Josemar Manfredini, Fadico, Zé Luiz,

Carlinhos, Gustavinho Oliveira, Caio Alves,

Rafael Tinguinha e Cosminho

MESTRE DE BATERIA

Casagrande

INTÉRPRETE

Tinga

COMISSÃO DE FRENTE

Alex Neoral

MESTRE-SALA

Julinho

PORTA-BANDEIRA

Rute Alves

RAINHA DE BATERIA

Juliana Alves

CORES

azul e amarelo

DATA DE FUNDAÇÃO

31 de dezembro de 1931

Não é segredo!A Unidos da Tijuca é uma das escolas de samba mais an-tigas do Rio de Janeiro ainda em atividade. A agremiação surgiu a partir da fusão de blocos existentes nos morros das redondezas do Morro do Borel, origem de boa parte de seus atuais 4.500 componentes. Além de sua quadra original junto à comunidade, a Unidos da Tijuca realiza en-saios também na Zona Portuária. Instalada há 22 anos na região, a escola deverá buscar novo endereço a partir de ju-lho de 2015, quando terá início a construção de um grande empreendimento imobiliário no local.

Fundada em 1931, a escola foi campeã, pela primeira vez, cinco anos depois, mas ganhou notoriedade a partir dos anos 2000, graças a duas figuras fundamentais: o presiden-te Fernando Horta e o carnavalesco Paulo Barros. O empre-sário português reestruturou a escola, e Barros conquistou o público e a imprensa com seus desfiles surpreendentes. Em 2010, depois de três anos afastado, Paulo Barros quebrou o jejum de 74 anos sem título no Grupo Especial. Ele con-quistou seu primeiro campeonato para a Unidos da Tijuca com o enredo “É segredo”, cujo maior destaque foi, sem dúvida, a comissão de frente, que se apresentou em eventos no Brasil e no exterior ao longo daquele ano. Com a mesma dupla criativa e inovadora no comando, a Unidos da Tijuca foi campeã também em 2012 e 2014.

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Prezados clientes e amigos,

A Global Marketing e Eventos completa mais um ciclo de Carnaval com a sensação do dever cumprido, levando aos leitores de nossa revista reportagens e informações de qua-lidade, além de proporcionar às empresas e a seus convi-dados do camarote uma experiência única em termos de ação de relacionamento. Durante o desfile, é possível trocar impressões com outros colegas e conhecer profissionais de variados segmentos do mercado, num ambiente propício e acolhedor.

A criação de um espaço exclusivamente corporativo no Sam-bódromo do Rio de Janeiro apresenta um certo grau de com-plexidade. Há quem ofereça outros modelos. Para a Global, receber grupos seletos de empresas, oferecendo serviços exclusivos e de alto padrão, é o que mais se coaduna ao perfil de nossos clientes. A fidelidade e confiança renovadas em nossos serviços atestam isso de forma bem clara. Além, é óbvio, de nos presentear com novos amigos a cada ano.

É natural que a maioria das pessoas só pense em Carnaval quando ele já se avizinha. Mas nunca é demais lembrar que existe uma indústria que trabalha em função dele o ano inteiro. Nós somos parte dela. Os desfiles são apenas a apoteose, o ponto culminante desse ciclo.

A Quarta-feira de Cinzas, porém, não interrompe as ativi-dades da Global Marketing e Eventos. Não há recesso para uma empresa que atua em diversas frentes e se propõe a atender clientes que desejam participar do Festival Folcló-rico de Parintins ou precisem organizar festas corporativas e de final de ano, eventos ou palestras.

Nossa expertise é, justamente, planejamento estratégico e logística em ocasiões como essas. Fica aqui o convite para que nos procure e nos faça uma visita quando quiser.

Envie-nos também sua opinião e sugestões: [email protected].

Nosso muito obrigado e um excelente 2015.

Epílogo

Marcelo SáEDITOR RESPONSÁVEL

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