revista gestão global - edição 9

11
O MUNDO EMPRESARIAL NAS SUAS MÃOS A PRIMEIRA PARAPSICÓLOGA EM PORTUGAL Entrevista com Vera Santos #009 SET. 2013 Mensal CUIDAR DE QUEM CUIDOU DE NÓS A INDÚSTRIA MAIS SEXY DA EUROPA OS LARES COMO FAMÍLIA CALÇADO PORTUGUÊS ENTREVISTA Paulo Gonçalves porta-voz da APICCAPS

Upload: tm

Post on 07-Mar-2016

227 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

O MUNDO EMPRESARIAL NAS SUAS MÃOS

A primeirA pArApsicólogA

em portugAlEntrevista com Vera Santos

#009SET. 2013

Mensal

Cuidar de quem Cuidou de nós

A indústriA mAis sexy

dA europA

os lAres como

fAmíliA

Calçado português

entrevista paulo Gonçalves

porta-voz da APICCAPS

2 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 3setembro 2013GESTÃO GLOBAL

3 - Editorial Contra a corrente

8 - opinião João Ferreira de almeida associação de lares de idosos

9 - lar tapadinha

10 - lar 3 anJos

11 - ClubE rEsidEnCial são MiguEl

12 - goodliFECliniC

13 - hpp

14 - opinião a imprensa escrita: qual o caminho?

16 - EntrEvista a indústria mais sexy da europa

18 - FErJor

19 - bQ pElEs

diretor geral António Matos a m a t o s @ g e s t a o g l o b a l . p t editora R ita Almeida e Silva [email protected] redação Raquel Rego Bernardo P in h e i ro R i t a P in h o Ma tos departamento Comercial Gestão Global paginação Tiago Serafino Fotografia Banco de Imagens Gestão Global

propriedade livrecrónica s.A.

D i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a co m o D i á r i o d e N o t í c i a s Publicação editada ao abrigo do novo acordo ortográfico

g e r a l @ g e s t a o g l o b a l . p t w w w . g e s t a o g l o b a l . p t fa cebook.com/g estaog loba l t l f : . 2 2 9 0 2 3 9 8 4 t l m : . 9 3 8 3 4 3 0 8 3

“Toda a gente procura a sua essência, num mundo repleto de alta tecnologia. O encontro com o “eu” é uma mais valia, de que vale ter e não ser?”

Vera Santos

ÍNDICE

PASSOS FIRMES

Editorial

EStRAnhA FORMA dE vIdA

por: Raquel Rego

por: Rita Pinho Matos

Os anos passam por todos nós. Os dias de calor, sol, vento e chuva passam. As datas que esperamos com ansiedade che-gam, acontecem e acabam por ficar para trás. A vida passa.

Na era medieval, quando a esperança média de vida era curta e se morria aos 30 anos, a forma de encarar a vida era diferen-te. Num abrir e fechar de olhos morria-se de tuberculose, peste negra ou outra qualquer epidemia.

Hoje, a esperança média de vida é de 80/90 anos. Isso dá-nos a oportunidade de encarar o futuro de outra forma. Temos a oportunidade de programar cada etapa das nossas vidas.

No entanto, envelhecer continua a ser um pesadelo para as pessoas. A ideia de entrar na idade dos “enta” e não voltar a sair, preocupa-nos. Lidar com as rugas é uma luta que não que-remos travar. E uma indústria prospera por detrás desta bata-lha. Cirurgiões prometem juventude instantânea, fabricantes de cosméticos impingem-nos o elixir da beleza e tintas para esconder indesejados cabelos brancos. Os próprios media são

responsáveis por toda a mediatização que se dá a esta luta inú-til, e por vezes patética, pela juventude eterna.

A velhice tem uma conotação negativa e por isso assusta-nos.

Ao longo desta edição, e através do contato que tivemos com os lares e residências para seniores, apercebemo-nos de que o processo de envelhecimento deve ser encarado de forma natural.

Entender que a velhice está implícita na juventude é o primei-ro passo para programarmos o nosso futuro de forma sábia.

Devemos educar-nos diariamente para a velhice do mes-mo modo que educamos uma criança para ser honesta e verdadeira.

Ouvimos muitas vezes os nossos avós dizer: “No meu tem-po…”, mas o dia de hoje é de todos nós e quem não percebe isso é velho, mesmo que tenha 20 anos.

Quem sustenta o peso do nosso corpo o dia inteiro, as nos-sas roupas, carteiras, os nossos cachecóis, brincos e demais acessórios? Quem nos leva para todo o lado, nos passeia, nos faz correr e pular? Quem é o espelho da nossa saúde e o sinal primário de doenças como a diabetes ou a artrite? Nada mais nada menos que os nossos pés.

Embora estejamos cientes disso, nem sempre lhes damos a devida atenção, mesmo quando se queixam. Mas eles merecem cuidados especiais, sendo elementar a escolha de calçado de qualidade e adaptado à atividade em questão.

Na arte de bem calçar, Portugal caminha sobre saltos altos na vastidão do mercado externo. Só no mês passado, mais de 120 empresas portuguesas participaram em sete feiras inter-nacionais do setor, com destaque para as feiras alemã GDS e italiana MICAM.

Para rematar, mas devagarinho para não sujar o sapato, a in-dústria tem conseguido saltar as barreiras impostas pela con-juntura económica, sendo louvável o facto de conseguir criar de novos postos de trabalho em solo nacional.

facebook.com gestãoglobal.pt

4 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 5setembro 2013GESTÃO GLOBALgestÃo gloBal

Life-CoaChing: Criar pontes para o auto-ConheCimento

Quem somos? Que caminho devemos trilhar?

Em que áreas da vida devemos arriscar?

O termo “Parapsicologia” foi criado em 1889 pelo psicólogo Max Dessoir e adotado pelo Dr. Joseph Banks Rhine em 1930. Vem do grego “para” [além de], “psique” [alma, espírito, mente, essência] e “logos” [estudo, ciência, essência cósmica] e sugere o significado etimológico de tudo que está além. É com esta sapiência que Vera Santos, a primeira Parapsicóloga reconhecida em Portugal, tenta

responder a estas perguntas.

Gestão Global: Como nasce a “Vera Santos Parapsicóloga”?

Vera Santos: As premonições começaram desde sempre, eu é que não sabia o que significava “premonição”. Geralmente é à nascença, que este “dom” se desenvolve, se bem que há pessoas que o desenvolvem mais tarde com certos acontecimentos como por exemplo a gravidez. Nasce com as pessoas mas pode manifestar-se mais tarde, com alguma alteração a nível cerebral ou com muito treino de meditação mas esta última via é quase impossível, teria de ser o Dalai Lama.

Quando comecei a fazer coisas que eu achava que eram normais e que as pessoas me mostravam não ser, como por exemplo curar doenças a animais ou pessoas que estavam quase a morrer com doenças consideradas até estranhas. Como o fazia? Colocava as mãos e de repente as pessoas começavam a ficar com mais energia, era imediato. Sempre tive também uma relação muita próxima com a Natureza. Percebi que era uma pessoa diferente quando via coisas que as outras pessoas não viam, coisas que iam acontecer e entretanto aconteciam.

6 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 7setembro 2013GESTÃO GLOBAL

GG: A mãe da Vera está também ligada a esta área. Considera existir uma espécie de linhagem genética em relação à parapsicologia?

V.S.: Sim. Considero que poderá existir essa mesma linhagem genética, tal como existem coisas que achamos naturais hoje em dia, como o fenómeno da luz elétrica e que no passado eram impensáveis. O reiki por exemplo, que agora é considerado uma ciência, pratica-se em alguns hospitais. Eu sempre passei energia pelas mãos, fa-zia reiki sem saber o que era. Hoje em dia é uma ciência. Tem um nome. Muitas das coisas que eu faço cientificamente não se podem provar mas considero que isso de tudo é o menos importante. O importante para mim é o bem-estar da pessoa.

GG: É verdade que começou a trabalhar com apenas 15 anos de idade?

V.S.: Sim, abri a primeira Ervanária com 15 anos. Passado algum tempo saí desta área por ser muito pesada e ener-geticamente muito desgastante. Adoecia por estar muito tempo sem trabalhar, porque não conseguia passar a minha energia às outras pessoas. Não nasci para ficar parada, na altura estive gravemen-te doente. Tive epilepsia e fibromialgia, diagnosticada por cinco médicos, estive a morrer, caiu-me o cabelo e as pestanas, era tão grave que uma vez tentei ir traba-lhar e tiveram que me levar ao colo para o hospital, tinha dores horríveis, perdi a memória.

Desde pequena que pessoas com pro-blemas mentais me procuravam a pedir ajuda. Por exemplo, uma vizinha esquizo-frénica e eu entendia-a. Claro que os es-tudos psicológicos ajudam mas este dom já nasce com a pessoa. Tem que haver um entendimento natural. Com 15 anos, para dar resposta a essa gente toda que me procurava sim, abri a Ervanária.

GG: Disse que os estudos psicoló-gicos ajudavam. Continua em bus-ca de mais formação como apoio para o seu dom?

V.S.: Sim. Faço formações, estou sempre atualizada com aquilo que sai dentro da área mas mesmo assim é muito, muito pouco. Já li imensos livros, estudo todas as pessoas que conheço. Todo o estudo é muito pouco, a comprovação científica requer máquinas específicas que estão homologadas e isso está ultrapassado. Eu não sigo a linha de ninguém, tenho a minha própria. As linhas são muito limi-tadoras. É por isso que não me associa a nenhuma terapia e faço a minha própria.

GG: A sua terapia? Qual é o método que a Vera escolhe para curar/

ajudar alguém de forma mais adequada?

V.S.: Eu sou completamente anti meto-dologia. Guio-me pelos meus sentidos. A pessoa está à minha frente, eu faço a minha análise e mediante o que ela me diz, procedo a uma triagem. Na minha consulta existe uma avaliação natural, eu sinto os níveis da pessoa e avalio-a logo involuntariamente. Eu nem sequer fide-lizo o paciente, existem pessoas às quais eu faço uma só consulta e nunca mais as vejo. Fiz recentemente um workshop para potencializar a capacidade dos campeões mundiais de dança com o meu próprio método, eles estão sujeitos a muita pres-são e eu vou ajuda-los a gerir as emoções. Isto é um paradigma que devia ser com-pletamente alterado em Portugal, devia ser obrigatório ter aulas na escola de ges-tão emocional. Existem pessoas com Q.I. elevadíssimos e Q.E. que os destroem. Pessoas muito inteligentes que não dão nada na vida por causa disso. Depois são pessoas frustradas, não conseguem so-cializar, com fobias, que morrem sem se conhecerem.

GG: Para além do “Método Vera Santos”, sabemos que o tarot é um fio condutor nas suas consultas.

V.S.: Eu faço o que me apetece na con-sulta. O que acho melhor para cada caso. Se uma pessoa liga e diz que quer uma consulta de tarot eu não faço. Como sa-berei se é o método mais indicado? Quem vem ate mim tem de querer ser realmente ajudado. Criei duas terapias uma delas é a harmonização energética e o meu método de Cura.

GG: E o que faz com que as pessoas cheguem até à Vera sem acharem q é apenas “mais uma”?

V.S.: Eu nunca fiz publicidade, as pes-soas vêm pela minha energia. Entretanto achei que era importante criar um site, mais para divulgar as minhas terapias até. Só agora comecei a dar entrevistas. Porquê? Porque as pessoas me pedem, por existir uma necessidade de explicar às pessoas esta ponte. Houve uma pessoa que me disse que eu fazia mal em não dar entrevistas, exatamente por existir mui-ta gente que precisa de da minha ajuda. Aquilo tocou-me, nesse dia ligaram-me da televisão e eu aceitei. Claro que funcio-na muito por passa a palavra, mas o mais importante é que aquilo que eu faço mais ninguém faz.

GG: E o que seria “isso”? Parapsicologia?

V.S.: Eu não posso catalogar o que faço, mas sim temos que chamar a “isto” pa-rapsicologia porque anda a volta de tudo

o que não se vê a olhos nus, mas funcio-na. É muito difícil ser um seguidor sem ter um dom. O meu filho é extremamente intuitivo, tem dez anos, poderá acontecer com ele. A nível de telepatia, sonhos, trato muita gente, gente que nem sequer conhe-ço. Às vezes vou a passar na rua e sinto o sofrimento daquela pessoa e não tenho coragem de a abordar mas telepaticamen-te passo energia para aquela pessoa. Hoje em dia, no cinema são só filmes sobre “energias”, houve uma explosão louca. As pessoas foram obrigadas de certa forma a aceitar este cenário das “energias”.

GG: As pessoas que a procuram vão desesperadas? Procuram-na como última via?

V.S.: Não, é falso. Tenho aqui pessoas como empresários de sucesso, mesmo a nível internacional, que querem conse-lhos para a vida. No fundo o que faço, é ser uma espécie de conselheira espiritual. Os conselhos que dou a nível de finanças, gestão é um life coaching. Quem vem a mim não são apenas pessoas que estão a morrer, muitas pessoas estão bem na vida e procuram-me porque querem manter-se assim. Em pleno século XXI, a facili-dade com que conseguimos as coisas é muito fácil, internet e afins, no entanto as pessoas estão cada vez mais isoladas e o que faço é procurar a essência da pes-soa e mostrar-lhe que ela tem capacida-des. Depois temos o caso das pessoas que estão perdidas e sem saída, essas sim com doenças terminais. Pessoas com problemas de saúde e problemas sociais também. Mas a maior parte dos meus pacientes são médicos ou psicólogos. São pessoas que por algum motivo fizeram medicina, psicologia ou psiquiatria mas não tem coragem para assumir que es-tudam o oculto. Nestes cursos que tenho feito ultimamente, cada vez há mais casos destes profissionais a estudarem a pa-rapsicologia, tentam ir buscar aí algumas respostas qua não encontram nas outras ciências.

GG: Nunca se sentiu revoltada com as pessoas que não entendem aquilo que faz?

V.S.: Isso já me aconteceu há uns anos atrás, agora passa-me completamente ao lado. Até porque as pessoas que não acreditam são as primeiras a recorrer. O ceticismo é a cegueira da alma, as pes-soas que avançam são pessoas que são como eu, não se assustam. Devem preo-cupar-se mais com o ser, com o sentir. As pessoas deviam seguir mais a intuição. Não me quero limitar, podia dar-lhe um nome específico mas acabo por tirar um pouco de todas as filosofias. Neste mo-mento estou a estudar a filosofia budista

mas não sou budista. Eu sou uma espiri-tual diferente, tenho regras minhas e não me deixo limitar pelas crenças e imposi-ções dos outros e da sociedade. Enquanto assim for, trabalharei. Tenho pensado em trabalhar menos porque comecei a traba-lhar muito nova, estou desgastada inte-lectualmente e preciso de fazer coisas que não fiz, tenho quase 40 anos, privei-me da minha juventude, não vivi muito a vida em prol disto.

GG: Há pessoas que pensam que por levar dinheiro pelas consultas anula a sua vontade de fazer o bem. O que acha?

V.S.: De facto é preciso ser-se uma boa empresária para conseguir algo na vida. A ideia de que os gurus ou os ilumina-dos têm de viver enrolados num lençol é uma hipocrisia. A natureza deixou-nos de tudo, até o dinheiro e as coisas têm de ser usadas. Eu faço muito trabalho gratuito mas sou eu que escolho. Não teria de co-mer ou de vestir se o fizesse sempre. Uma vez um professor meu contou-me que ha-via uma mulher que tinha uma quinta, vivia com o marido e os filhos. Descobriu um poço com água magica que curava. Passado algum tempo toda a gente sabia da água. A mulher dedicou-se aquilo e deixou de trabalhar na quinta, deixou de ter de comer, de ter vida, de ter marido, os filhos abandonaram-na, no dia em eu pre-cisou de um copo de água para se curar não tenha forças para lhe pegar e acabou por morrer. As coisas têm que ser pagas, se queremos qualidade, eu faço forma-ções e não tenho que mendigar. Um dom é uma mais-valia com certeza, mas todos temos o nosso dom. Para isso, um profes-sor que tem o dom de ensinar trabalharia de graça. É uma hipocrisia porque, não

vivemos num sistema de trocas. Como é que eu posso ter mão de obra, material? É uma falsidade criada muito pelas reli-giões. Eu considero-me uma empresária de sucesso. Sou muito genuína mas tam-bém sei impor as minhas barreiras. Já fui muito pobre e as pessoas eram humildes mas ricas a nível sentimental.

GG: As clínicas da Vera são todas Ervanárias. As plantas medicinais estão para a parapsicologia como os medicamentos estão para a medicina?

V.S.: Sim. Há um provérbio antigo que diz: “Deus deixou todas as doenças no mundo, mas também deixou todas as plantas para as curar”. Ainda recente-mente tive uma formação com um bió-logo, sobre vários estudos acerca de plantas. O tema foi as doenças degenera-tivas, por exemplo. Faço tratamentos que aprendi com a minha mãe, que já vêm de há muito tempo. Foi através dela que che-guei às plantas, mas faz tudo parte do tra-tamento holístico: corpo, mente e alma. Tive um paciente que tinha amputado uma perna e já se estava a preparar para amputar a outra, era mais para o tratar a nível psicológico. Mas entretanto, tentei ajudar e fiz um preparado que lhe fechou a ferida. Não teve de amputar a perna. E tenho a certeza que se o tivesse conhecido antes não tinha nunca amputado a outra. Aquilo que eu faço mais ninguém faz, e cada vez mais as pessoas dão valor a isso. O que procuro é ir ao encontro máximo da natureza, as plantas, não nos devíamos tratar com químicos. Há situações extre-mas, dores que necessitam de químicos. Mas o estudo das doenças é tão limitador, eu consigo tratar qualquer pessoa epiléti-ca em poucas sessões. Sou contra os me-dicamentos em grande parte, a indústria farmacêutica é um lobby. Só é cego quem quer e até aqui os produtos naturais eram os melhores, até à geração dos nossos avós. Na geração dos nossos pais, os pro-dutos naturais começaram a ser mal fala-dos, retiram-nos a nós, as ervanárias para os colocar à venda nas farmácias, nós que sabemos trabalhar melhor com plantas. Ainda assim existem aquelas pessoas que se recusam a medicamentos. Depois tam-bém há os bons profissionais e os maus.

GG: Sabemos que a Vera atinge um público bastante heterogéneo, tanto na sua faixa etária como na sua posição social. A curiosidade pelo ‘auto-conhecimento’ é geral?

V.S.: Toda a gente procura a sua essên-cia, num mundo repleto de alta tecnologia as pessoas cada vez mais sentem-se sós e vazias. O encontro com o “eu” é uma mais valia, de que vale ter e não ser? Tenho des-

de o humilde carpinteiro e camponês a fi-guras públicas. Tenho pessoas de todas as religiões. Todos necessitam de orienta-ção para a vida, até eu! Existem grandes empresas a nível mundial que estão a con-tratar gurus, há muita gente que precisa de acompanhamento para a vida, se vão mudar de profissão, etc.

GG: Como encara a Vera Parapsicóloga a morte?

V.S.: A morte... vivia com muito medo dela, chorava muito com medo de perder a minha mãe, isto é, quando era pequena. Depois de muitos estudos que fiz e de ver como as coisas funcionam concluí que a morte é apenas a morte do corpo, o es-pírito continua sempre. Há clientes que vão a vidas passadas, através da regres-são, que vão até ao momento da morte… O espírito continua, e se eu estou próxi-mo de ti, numa próxima reencarnação eu vou encontrar-te. Tenho uma teoria: se eu pego num vaso, numa orquídea, está com-pletamente morta, antigamente deitava ao lixo. Passado algum tempo, começa a renascer, com a primavera, é um proces-so que acontece na natureza, porque não haveria de acontecer connosco? As almas vêm por grupos e o meu trabalho é sobre-tudo desformatar as mentes, fazer com que as pessoas se encontrem a elas mes-mas e não um fruto da sociedade, uma manada.

GG: Quem se consulta com a Vera pode estar à espera de uma resposta para o seu destino?

V.S.: Eu jamais diria a uma pessoa o seu destino daqui até ao fim da vida dela, isso seria a morte precoce das pessoas. O meu objetivo é só guiá-la, abrir os horizontes. O destino constrói-se.

Capa Capa

Avenida Brasil nº 843Centro Comercial da Foz, loja X4150-154 Nevogilde Porto

Rua Vitorino Leao Ramos nº 694580-219 - Paredes

tlm: 916 935 080tlf: 220 982 [email protected]

8 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 9setembro 2013GESTÃO GLOBAL

[...] as empresas do sector debatem-se com um problema

terrível, que não têm possibilidade de combater, e

que se prende com a explosão de casas ilegais/clandestinas que destroem a imagem profissional

e humana dos empresários deste sector.

O panorama mé-dio dos lares de idosos me-

lhorou muito nos últi-mos 10/15 anos, quer a nível do tratamento que é prestado aos ido-sos quer, também, a ní-vel das instalações. Há hoje uma preocupação com o bem estar dos idosos que não existia antes e há, também, uma melhor capacida-de técnica e de recur-sos humanos que per-mite responder muito melhor aos problemas que a idade e situação sócio-económica dos idosos colocam. Isto é o resultado de dois factores principais, a evolução do perfil dos responsáveis dos lares e a melhoria substan-cial das instalações.De facto, o perfil dos

empresários do sector alterou-se substancial-mente, sobretudo com a percepção de que há que assegurar que os idosos se sintam bem no lar, de forma a com-pensar, na medida do possível, o sentimento de perda por ter deixa-do a sua casa e uma al-teração das suas vidas tão radical.Para deixar uma ideia

mais concreta, entre 1998 e 2012 a legisla-ção em vigor obrigava, como única solução possível construções de raiz que, em média, custavam 2 a 2,5 mi-lhões de euros, para instalar apenas cer-ca de 40 idosos. E foi

assim que, apesar da violência do esforço financeiro e da ren-tabilidade da activi-dade, nasceram por todo o país instalações fantásticas, ao nível do melhor que há por toda a Europa.Obviamente que o re-

flexo inevitável é o pre-ço que as empresas se vêem obrigadas a pra-ticar, para rentabilizar a actividade e a amor-tização do investimen-to, sendo certo que esse preço também corresponde a um ní-vel de serviço que não se praticava antes.Paralelamente a esta

melhoria, as empresas do sector debatem-se com um problema terrível, que não têm possibilidade de com-bater, e que se prende com a explosão de ca-sas ilegais/clandes-tinas que destroem a imagem profissional e humana dos empresá-rios deste sector. Isto é especialmente

grave se tivermos em conta que os idosos es-tão achegar aos lares com muito mais idade e muito mais debilita-dos e/ou demenciados, fazendo aumentar as exigências do serviço. Apesar dos alertas da Associação, deixou-se crescer brutalmente esta clandestinidade que, em geral, não têm a mínima capacidade de assistência e à altu-ra do que é necessário. Ou seja, quando o grau

de exigência subiu, e muito, permitiu-se que o nível de resposta bai-xasse, e muito.A hipocrisia disto

tudo é a diferença com a preocupação tão ri-gorosa e “socialmente correcta” com o bem estar dos idosos nos Lares Privados licen-ciados e a falta dessa preocupação nos clan-destinos. A não ser quando aparecem no-tícias na televisão ou nos jornais e que é ou-tro drama nosso, com a ideia instalada de que todos os lares são aquilo. E não são, até porque nem se deve chamar lar à maio-ria dessas casas.

[...] entre 1998 e 2012 a legislação em vigor obrigava, como única solução possível constru-ções de raiz que, em média, custavam 2 a 2,5 milhões de euros, para insta-lar apenas cerca de 40 idosos.

Opinião

Memorandop o r J o ã o F e r r e i r a d e A l m e i d a *

* Presidente da Associação de

Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos

a família

da Casa de repouso da tapadinha

Costuma dizer-se que os vinhos ficam melhores com o passar dos anos. Em terra de vinhos, são as pessoas que ficam melhor com o tempo.

O local é Arruda dos Vinhos, um vale vinícola de solos férteis situado no dis-trito de Lisboa. É também a morada da Casa de Repouso da Tapadinha, lugar de sossego onde vivem 17 residentes.

Diogo Figueira, diretor técnico, diz que são “uma casa pequenina”. É, no entanto, aí que reside a maior vanta-gem: quem lá mora é como uma família. “Temos utentes da segurança social que praticamente não têm família”. A família destas pessoas acaba por ser Diogo, os funcionários, o dono da casa e até os fa-miliares de outros residentes. “Por ser-mos se calhar uma casa mais pequena,

conseguimos dar cuidados que em casas maiores se perdem”.

Os laços criados entre todos e o tempo disponível para estar com as famílias e conhecer aquilo de que cada um gosta são aspetos cruciais para aguçar os cuidados personalizados. O Sr. Joaquim gosta de ajudar na cozinha e até deu nome a um prato: a “Pescada à Sr. Joaquim”. Outros hóspedes preferem ajudar nas tarefas domésticas. “É importante que eles se sintam ativos”, explica Diogo, “se eles gostam de fazer essas tarefas, desde que não seja em exagero, deixamo-los”. Há como que uma procura pelo meio-ter-mo: um balanço saudável entre o sosse-go e a atividade.

As atividades incluem passeios, ani-mação cultural e idas à missa. Existem ainda sessões de cinema, de expressão musical ou plástica. Quanto aos cuida-

dos de saúde, um enfermeiro visita a casa três vezes por semana bem como um médico, uma vez por semana, para observar os residentes e receitar a medi-cação necessária.

Estando situada a cerca de 30 quiló-metros de Lisboa, a Casa de Repouso da Tapadinha é atrativa pela tranquili-dade que contrasta com a barafunda da metrópole. Isto contribui também para a possibilidade de praticar preços mais baixos, como afirma Diogo Figueira: “o preço e o facto de termos alvará são mo-tivos para que as pessoas nos procurem”.

Casal da Tapadinha

Arruda dos Vinhos

tlf. 263 974 008

Saúde

10 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 11setembro 2013GESTÃO GLOBAL

e se 3 anJoS

Cuidassem de nÓs?

Estamos na Rua dos Eucaliptos, mas chegados ao número 102 é uma palmeira que nos dá as boas-vindas. A vivenda chama-se Maria. No entanto, os 3 Anjos desta casa de repouso de Alcabideche são homens. Em junho de 2000, Luís Fonseca - licenciado em Gestão e ex-delegado de informa-

ção médica - o pai e o cunhado - ambos enfermeiros -, uniram competências e experiência e fundaram a instituição.

Tocamos à campainha, e enquanto aguardamos que nos re-cebam, olhamos em redor. Um amplo jardim e uma varanda “onde cabe toda a gente” convidam-nos a entrar.

O espaço prima pela excelência e pelo conforto, pelo que não é à toa que este lar foi uma das primeiras empresas privadas a obter o certificado de qualidade do Instituto Português de Acreditação. Os nove quartos estão equipados com televisor e ar condicionado. A acessibilidade e a segurança são outros dos seus pontos fortes: a casa dispõe de elevador e siste-ma de videovigilância.

Aqui residem 19 utentes, haven-do ainda “lugar para mais um”, refere o administrador, que a curto prazo ficará sozinho à frente da unidade. Luís Fonseca nota com algum pesar que “99% dos utentes são dependentes” e desa-bafa: “Hoje em dia, os lares da terceira idade são quase Unidades

“... a nossa função é trazer alguma dignidade e qualidade de vida a estas pessoas.”

rua dos eucaliptos - Vivenda maria, 102

Abuxarda - Alcabideche

tlf:. 214 866 701 e-mail:. [email protected]

No sentido lato, a palavra “clube” sugere re-creio, descontração, confraternização. Em suma, lazer. E lazer, por sua vez, sugere in-dividualidade e liberdade. O que nos leva ao conceito no qual foi pioneiro o Clube Residencial S. Miguel, hoje prestes a celebrar

17 anos de existência. “Nessa altura, dentro de Lisboa, havia uma grande carência de unidades de qualidade”, explica José Henriques, fundador da instituição. Esta deve o nome a um benemérito da zona. Miguel, então “canonizado” pelo povo de-vido à sua generosidade, batizou ainda o bairro onde está ins-talado o lar e a entretanto extinta Clínica de S. Miguel, “onde nasceu metade de Lisboa”.

Com capacidade para 59 residentes, a unidade privilegia duas vertentes essenciais ao bem-estar e à felicidade de qualquer sé-nior: a assistência médica, garantindo a prestação de cuidados médicos e de enfermagem 24 horas por dia, e o ambiente fa-miliar: “Fazemos trabalhos de memória, pintura, jogos…”, diz Vanessa Guerreiro, diretora técnica e assistente social do clube residencial. Existe uma sala destinada às atividades de ani-mação sociocultural. O convívio estende-se também às salas-de-estar e de TV. Promovem-se sessões quinzenais de cinema, lanches no jardim e passeios. Todos os meses, o espaço acolhe uma exposição, feita pelos residentes ou artistas convidados.

Aliás, esta casa adora visitas, pelo que “a sala de jantar está sempre aberta aos familiares e amigos. Quando querem vêm cá e almoçam ou jantam com eles, não têm de avisar sequer”, conta José Henriques. E as datas mais importantes das suas

vidas merecem especial atenção: “Nas suas festas de anos, muitos deles chegam a ter aqui 25 a 30 pessoas”, acrescenta.

Por outro lado, este encontro à mesa permite às famílias ver e avaliar a alimentação que a instituição proporciona aos seus residentes e que contempla as necessidades de cada um. Assim, existem os pratos regular, de dieta e outros ajustados “a determinados requisitos de nutrição em casos específicos”.

Os quartos estão equipados com WC privado, televisor e ca-mas articuladas se necessário.

Mas o maior cartão-de-visita do Clube Residencial S. Miguel, entende o fundador da instituição, é o prestígio dos seus pró-prios residentes: “As nossas referências maiores são quem por aqui passou. Pessoas ligadas às artes, à política, às finanças, todo um conjunto de áreas da sociedade portuguesa… eles pró-prios e pais.”

um CoCKtail de

saÚdeSaúde

São Miguel - Clube Residencialrua frei tomé de Jesus, 5

lisboatlf:. 217 996 000

[email protected]

Saúde

de Cuidados Continuados. Basicamente a nossa função é trazer alguma dignidade e qualidade de vida a estas pessoas, quer elas estejam ou não conscientes disso”.

Para tal, conta com uma vasta equipa de pro-fissionais devidamente credenciados que neste momento superam o número de residentes. A médica visita a instituição duas vezes por se-mana há 13 anos, o enfermeiro - o pai e sócio de Luís - fá-lo diariamente.

No dia-a-dia da unidade, a animação social não é esquecida, apostando sobretudo em ati-vidades que estimulem a memória. E para que-brar a rotina, em quadras festivas, como os

Santos Populares, procura-se “arranjar um dia diferente, que se promova algum convívio e que os familiares nos visitem.”

Aliás, na opinião do fundador, que é igualmente vice-presi-dente da Associação de Lares de Terceira Idade (ALI), a par-ticipação da família é essencial, começando no próprio ato da escolha da instituição a cujos cuidados pretende entregar os seus entes queridos. “Se eu vou pôr o meu pai num lar, vou ver vários lares e procurar aquele que mais de adequa àquilo que ele foi, ao seu estilo de vida e acompanhá-lo”, afirma. E exem-plifica: “Se o utente viveu sempre num ambiente rural, a famí-lia deve procurar um lar que contemple atividades agrícolas.”

São Miguel - Clube Residencial

12 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 13setembro 2013GESTÃO GLOBALgestÃo gloBal

Bem-vindos à saúde de Nova Geração”.

Foi este o slogan que marcou a lançamento da marca Oportonity to Feel Well, o primeiro produto português direcionado para o turismo com vertente de saúde. A ideia é criar um servi-ço de atração turística para o Porto e Norte do

país, num segmento que movimenta seis milhões de viajantes e prospera 20% ao ano. Este produto proporciona uma oferta global de serviços que contempla viagem, estadia, acompa-nhamento médico, cirurgia e ainda a oportunidade de conhe-cer a cidade.

A iniciativa resulta de uma parceria público-privada entre a Câmara do Porto, os Hospitais Privados de Portugal (no-meadamente o HPP Hospital da Boavista), a Associação de Turismo do Porto (ATP) e a Travel Health Experience (THE). Conta com a participação de agentes hoteleiros e está aberta à participação de novas entidades na área da saúde.

A ATP verifica que o Porto reúne as condições de segu-rança, qualidade e apoio médico certificado, o HPP da Boavista (Porto), que foi recentemente acreditado pela “Joint

Commission International” atesta a qualidade dos serviços e dos seus procedimentos e a THE, especialista em assistência em saúde, assegura-se de todo o processo de viagem e esta-dia de acordo com as preferências e condição clínica de cada turista.

Esta solução destina-se a turistas de países como os EUA, Médio Oriente, Alemanha e Reino Unido. Através do Porto Medical Tourism Simulator, poderão obter toda a informação relativa às intervenções bem como aos custos na respetiva moeda.

“A relação qualidade/preço e a redução do tempo de espera em relação ao seu país de origem são fortes razões que levam os turistas a escolher o Porto para realizar um procedimento médico”, atesta Vladimiro Feliz - Vice-presidente de Câmara do Porto e Pelouro do Turismo, Inovação e Lazer.

Assim a marca Oportonity to Feel Weel proporciona uma ex-periência de turismo tradicional aliada a uma oferta contem-porânea e cosmopolita de cuidados de saúde.

Raquel Rego

oportonity to feel Well

Produto turístico com fim cirúrgico coloca a cidade do Porto na rota dos países de turismo de saúde.

Saúde

gooDLifeCLiniC porque a vida

Continua

É na aldeia de Juso, em Cascais, que nasce este clube sénior. Mais do que uma residência, aqui a ex-pressão “lar doce lar” ga-nha outro sentido.

O ambiente é de aconchego e simplici-dade. Os motivos florais e a decoração cuidada convidam a entrar.

Isabel Rolim e Patrícia Jales, responsá-veis pelo projeto GOODLIFECLINIC, re-cebem-nos com simpatia e contam como este projeto ganha importância nas suas vidas.

“Não sentimos isto como uma institui-ção, mas como um local onde as pessoas vêm fechar um ciclo das suas vidas. Nós acompanhamos com carinho, com amor e com afeto”- explica Patrícia Jales.

A formação nas áreas da saúde e da psi-cologia permitem-lhes perceber aquilo que os seniores precisam, mas é a enor-me dimensão humana que faz delas as

pessoas certas para cuidar dos nossos familiares.

Referem-se aos residentes como “os nossos avozinhos” que passam de desco-nhecidos, a parte desta família. Segundo Isabel Rolim “cada um deve ocupar o seu lugar nesta casa e realizar tarefas de acordo com as suas capacidades para que se sinta útil e independente”.

Os serviços médicos e de enfermagem são assegurados por profissionais que têm como objetivo principal o bem-es-tar e a qualidade de vida na terceira idade, assente numa abordagem glo-bal com base no binómio sénior/famí-lia. Além dos serviços de saúde-base a GOODLIFECLINIC conta com serviços de psicologia, fisioterapia, audiologia e animação.

Segundo as empresárias, os residentes não devem ser afastados da sociedade. Assim sendo, promovem atividades ao ar livre, idas ao cabeleireiro e manicure,

podologia ou barbeiro. “É extremamente importante que se dê continuidade aos hábitos dos residentes para que se sin-tam integrados e felizes”- conta Isabel Rolim.

Os próprios quartos são caiados a di-ferentes cores baseadas nos quatro ele-mentos- água, terra, ar e fogo. Assim, cada um pode optar pelo que o faz sentir melhor.

Uma pequena horta onde possam plan-tar alimentos para o dia-a-dia é um pro-jeto que, segundo as empresárias, vai “mantê-los ativos e cultivar a alegria que muitos tinham perdido”.

De portas abertas a dez residentes a GOODLIFECLINIC está pronta para re-ceber mais elementos nesta família. Aqui têm lugar pessoas apaixonadas, umas pelas outras e pela vida que lhes resta pois, como dizem as empresárias, “tudo pode acontecer” porque a vida continua.

Saúde

Clube Sénior da Aldeia de Juso - Cascais | tlf:. 214 674 035 | www.goodlifeclinic.pt | [email protected] GOODLIFECLINIC foi equipada pela segmed

14 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 15setembro 2013GESTÃO GLOBAL

1 – A indústria do calçado nacional auto-intitula-se a “indústria mais sexy da Europa”. Em que consiste este slogan?

Trata-se, no essencial, de uma «operação de charme» que pretende chamar a atenção para a qualidade e potencialidades do calçado português. Durante muito tempo percebemos que existia uma diferença muito significativa entre a qualidade in-trínseca do calçado português e a qualidade percebida pelos consumidores. Nos últimos anos, temos promovido uma cam-panha de comunicação e imagem integrada, de forma a colo-carmos o calçado português num local de relevo; num local que merece.

2 - Porque é que o nosso produto é tão atrativo para os mer-cados estrangeiros? A que se deve este sucesso?

A uma boa qualidade, um design vanguardista e um serviço inquestionável. As empresas portuguesas respondem ao nível das melhores, apresentam uma excelente qualida-de e um binómio quali-dade/preço altamente irrepreensível.

3 - Falando de merca-dos estrangeiros, tem havido uma investida no mercado asiático, nomeadamente na China. Que frutos po-dem ser colhidos des-te investimento?

O futuro da indústria portuguesa de calçado estará diretamente as-sociada à capacidade de, por um lado, consolidar a presença nos mercados tradicionais da Europa e, por outro, reforçar a pre-sença em novos merca-dos como os EUA, Japão, Rússia ou países Árabes. A China é um mercado es-pecial. Estima-se que 5% da população chinesa, qualquer coisa como 65 milhões de pes-soas, tenham um poder de compra elevado e adquiram, com frequência, produtos ocidentais. É essa importante parcela da população que estamos a abordar.

4 - Referiu em entrevista que a União Europeia tem ainda um grande peso no sucesso do calçado portu-guês. Este cenário poderá mudar no futuro com a en-trada em mercados por explorar?

Os mercados da UE serão sempre prioritários para as empre-sas portuguesas. Especializamo-nos na capacidade de respos-ta rápida e em pequenas encomendas, o que faz das empresas portuguesas de calçado uma grande referência no mercado eu-ropeu. Porém, os mercados europeus estão relativamente esta-bilizados, razão pela qual o crescimento do setor estará muito

dependente da capacidade de penetração em novos mercados fora da UE. Sem nunca descurar o grande mercado europeu.

5 - Registou-se recentemente um aumento nas ex-portações portuguesas. Qual é o peso do calçado português na nossa balança comercial?

Exportamos 95% da nossa produção para 132 países, nos cin-co continentes. No valor de 1600 milhões de euros anuais. Por outro lado, somos o setor que mais positivamente contribui para a balança comercial portuguesa, com um saldo líquido anual na ordem dos 1200 milhões de euros.

6 - Em Portugal, onde o desemprego é dos proble-mas mais graves, a indústria do calça-do parece ter algo a dizer na abertura de postos de trabalho. O que tem sido feito nes-te sentido?

O aumento das enco-mendas e das exporta-ções terá, naturalmente, repercussões ao nível da criação de postos de tra-balho, Ora, nas zonas de forte concentração da in-dústria, como Felgueiras, a mão-de-obra disponível está praticamente esgota-da, as empresas têm vin-do a investir e a criar pos-tos de trabalho no interior do país. Uma tendência que esperamos manter nos próximos meses.

7 - 5% da produção da indústria do calçado é direcionada para o mercado interno. A que se deve esta dis-paridade percentual em relação à maio-ria da produção que é exportada?

Portugal produz mais de 70 milhões de pares de sapatos por ano. Por esse motivo, desde cedo, para que o setor tivesse viabi-lidade (e futuro) teve de

se orientar para os mercados externos. O mercado domésti-co português é importante, mas terá de ser sempre mais um a somar aos outros 132 que receberam anualmente o nosso calçado.

8 - Quais são os principais obstáculos nesta indús-tria? E o que fazer para os superar e continuar a se-quência de bons resultados?

Os maiores obstáculos, neste momento, são de natureza conjuntural, com as principais economias europeias a reve-larem desempenhos economicamente modestos. Daí que a APICCAPS, em parceria com a AICEP e o apoio do Programa Compete, esteja a desenvolver uma grande ofensiva comercial, em mais de 20 países, de modo a criar novas oportunidades de negócio.

Entrevista

a indÚstria mais sexy da europaO calçado português tem batido recordes além-

fronteiras. Em entrevista à Gestão Global, Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e

seus Sucedâneos – explica as razões deste êxito e fala da importante contribuição desta indústria para

o país.

Entrevista

16 setembro 2013 GESTÃO GLOBAL 17setembro 2013GESTÃO GLOBAL

Procurar inovar, produ-zir sempre com a mesma qualidade, capacidade rápida de resposta e exer-cer preços acessíveis”. Eis o lema da Ferjor, situada

na vila de Barrosas. É sabido que em Felgueiras os sapatos são uma voca-ção natural, e como tal, Manuel Freire depressa aprendeu o ofício. Começou a trabalhar no ramo desde muito cedo “sem querer”, conta.

O acaso deu então lugar à paixão por esta arte. Estávamos em 1997. O empre-sário e a esposa, Fátima Ferreira, que começara também no ramo desde mui-to cedo, à data chefiava um pequeno ne-gócio de costura de calçado decidiram juntar os seus ofícios e criar a Ferjor, especialista na arte de bem calçar.

Hoje, a empresa conta com aproxima-damente uma centena de funcionários, divididos entre a fábrica e o escritório e produz diariamente cerca de 1500 pares. “Nunca pensei que fosse atingir esta dimensão”, declara Manuel Freire. O segredo? “Uma luta minuto a minuto.”

O calçado, maioritariamente masculi-no, corresponde a 95% da produção, ex-portada quase na totalidade para toda a Europa e resto do mundo. Países como a Holanda, Alemanha, Rússia, Polónia e França são exemplos dos maiores clientes da Ferjor. Há calçado para as mais diversas ocasiões e dos mais va-riados estilos: desportivo, casual, clás-sico. Tudo em pele e sempre na van-guarda das tendências que marcam as feiras anuais das capitais europeias do calçado.

Para breve está prevista a abertura de mais uma linha de produção, o que per-mitirá à Ferjor dar resposta à procura que, felizmente, é muita.

O projeto caminha a passos largos. A Ferjor é uma empresa que cresceu “com empenho”, dedicação e muito trabalho de todos. Como explica Fátima Ferreira, “é uma casa onde todos se sentem bem”. Aqui trabalham várias famílias, inclu-sive os sobrinhos do casal. A harmonia entre os empresários e os seus funcio-nários é um dos fatores que permite à Ferjor continuar a palmilhar a estrada com garra, ambição e sucesso.

caminhando e alargando novos horizontes

calçado ferjor

Calçado Ferjorrua senhor saúde,

Barrosas - idãesfelgueiras

255 330 [email protected]

“1997 fundámos a FerjorProdução e inovação,

dando o seu melhorCom dedicação, empenho

e flexibilidadeApostamos sempre na qualidade

Pelas capitais europeias vamos caminhandoE novos horizontes

vamos desvendandoLutando por um mercado

com solidezDignificamos o mercado

Português”

(*Aut. Fátima Ferreira)

Calçado Português

“ Fluidez, cor, elegância e glamour são as impressões que Fernanda Henriques transmite quando descreve a matéria-prima que dá ori-gem ao seu negócio- a pele. Para a empresária, este modelo é muito mais do que um negócio, é uma forma de vida. “Nasci no seio da indústria dos curtumes. Tenho o cheiro do couro”, explica com or-gulho. Mas tem muito mais que isto, tem a experiência, a paixão e

a sensibilidade feminina que fazem dela uma mulher de sucesso num mercado maioritariamente masculino.

A BQ Peles nasce em 1996. Surge como um modelo de mediação de interesses entre a indústria de curtumes e a indústria de calçado. Mas Fernanda Henriques percebe que para ir mais longe é preciso estar mais perto: “É muito importan-te estar próximo dos profissionais da indústria do calçado para perceber in-trinsecamente as necessidades do dia-a-dia, pois este tipo de negócio está em constante mutação, o artigo de ontem já não serve para amanhã”, esclarece a empresária.

Com sede social em Guimarães e novo armazém em Felgueiras, cidade onde se concentra a maioria dos industriais de calçado e, mais precisamente, os seus clientes, a BQ Peles não pode estar mais próxima de responder à exigente de-manda. Como novidade, e para aumentar a eficácia dos seus serviços, vão inau-gurar um espaço, aberto permanentemente, para receber os agentes das marcas e os seus clientes.

O calçado cada vez mais é moda. A moda é totalmente mutável, adaptável e sub-jetiva. Então como é que se capta esta essência para os sapatos? “Desenvolvemos de seis em seis meses uma nova coleção baseada nas tendências de grandes ca-pitais internacionais da moda, como Itália”, atesta Fernanda Henriques. Assim, oferecem aos clientes um leque de cores e artigos que seguem harmoniosamente as tendências.

O industrial de calçado procura parcerias, procura, sobretudo, apoio e respos-tas rápidas. É nesta relação de corresponsabilidade que entra a BQ Peles. Um parceiro de rigor que valoriza a inovação, a qualidade e a diferenciação.

“Desenvolvemos de seis em seis meses uma nova coleção baseada nas tendências de grandes capitais internacionais da moda, como Itália.”

BQ PelesRua do Empresário,126Sta Luzia - Lagares4610-409 Felgueiras

932 315 420 / 932 569 [email protected]

O calçado cada vez mais é moda.A moda é totalmente mutável, adaptável e subjetiva.

BQ PeLeSa pele que fala por si.

Calçado Português

18 setembro 2013GESTÃO GLOBAL

O universo empresarial da imprensa escrita tem vindo a navegar por mares turbulentos há já uns tempos. Há casos em que se espreita a bo-

nança e há outros em que ainda se ajei-tam as velas para fugir à tempestade.

Existe um problema, ou melhor, dois problemas que não vivem um sem o ou-tro: a imprensa tem de vender, o leitor tem de querer comprar. As previsões não auguram a chegada da imprensa portuguesa a bom porto: de acordo com o estudo setorial DBK, divulgado no dia 22 de Julho, espera-se uma queda de 8% nas receitas da imprensa nacional ,devido à diminuição do investimento publicitário e à conjuntura económica desfavorável (fonte: Jornal i).

Como criar novos canais de receitas? Através dos conteúdos multimédia? Da informação exclusiva? Surge um novo dilema: a necessidade do leitor. Em primeiro lugar, o leitor perguntar-se-á do que precisa realmente quando con-frontado com mais um valor a pagar. Ademais, quando terá já acesso, even-tualmente, a notícias através da televi-são ou rádio. Para além de que “exclusi-vo” só por si significa “só para alguns”.

Em segundo lugar: a qualidade. É com certeza um dos fatores fortes que in-fluenciam a decisão final do consumi-dor. Tal como a sua relação com o pre-ço. Alta qualidade acarreta preços mais elevados…e nos tempos que correm o preço é senhor da razão. Assim a quali-dade dos conteúdos tem mais tendência para ser sacrificada.

Em Portugal, a adaptação da imprensa às plataformas multimédia tem vindo a observar-se, ainda que sob um modelo híbrido: papel e e-paper. O New York Times, por exemplo, é exclusivamente digital e o acesso, tanto ao site como às aplicações, é pago. Mas haveria essa disponibilidade em Portugal?

Apesar das perguntas e dos proble-mas, o caminho terá de ser semelhante, pelo menos para as grandes empresas da imprensa nacional, e deverá passar pelo desaparecimento dos jornais e re-vistas das bancas. Como diria o Bob Dylan, “aprende a nadar ou afundas-te como uma pedra pois os tempos estão a mudar”.

imprensa esCrita:

qual o Caminho?

por Bernardo Pinheiro

Opinião

NETOS FÁBRICA DE CALÇADO, S.A.

Rua António Luis da Costa,100 Telf. +351 256 202 640

P.O. Box 86 Fax +351 256 832 155

3701-909 S. João da Madeira PORTUGAL Email: [email protected]

www.maronet.com/netos

20 setembro 2013GESTÃO GLOBAL