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Publicação Mensal do ICNB| Ano I| Nº 01 Novembro 2011 Preço 3€ (Isento de Iva)

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Revista Extincao

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Page 1: Revista Extincao

Publicação Mensal do ICNB| Ano I| Nº 01 Novembro 2011

Preço 3€ (Isento de Iva)

Page 2: Revista Extincao
Page 3: Revista Extincao
Page 4: Revista Extincao

“O animal selvagem e cruel não é aquele que está atrás das grades. É o que está na frente delas.”

Axel Munthe.

Page 5: Revista Extincao

LISTA VERMELHA

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nº1 Novembro 2011

Arara-azul-de-Lear

Touit melanonota (Wied, 1820). Nome popular: apuim--de-cauda-vermelha.

2.10 Cuculiformes - Jacus Família CuculidaeNeomorphus geoffroyi dulcis (Snethlage, 1927). Nome po-pular: aracuão, jacu-molam-bo, jacu-porco, jacu-verde, jacu-taquara.

2.11 Caprimulgiformes - Bacuraus

Família CaprimulgidaeCaprimulgus candicans (Pel-zeln, 1867). Nome popular: bacurau, rabo-branco.

Macropsalis creagra (Bona-parte, 1850). Nome popular: bacurau, tesoura-gigante.

Família NyctibiidaeNyctibius leucopterus (Wied, 1821). Nome popular: mãe--da-lua.

2.12. Apodiformes - Beija-fl ores Família TrochilidaePhaethornis superciliosus margarettae (Ruschi, 1972). Nome popular: besourão-de--rabo-branco.

Ramphodon dohrnii (Boucier Mulsant, 1852). Nome popu-lar: balança-rabo-canela.

2.13. Piciformes - Pi-ca-paus e martins-

-pescadoresFamília PicidaeCampephilus robustus (Li-chtenstein, 1819). Nome po-pular: pica-pau-rei.

Celeus torquatus tinnunculus (Wagler, 1829). Nome popu-lar: pica-pau-de-coleira.

Família GalbulidaeJacamaralcyon tridactyla (Vieillot, 1817). Nome popu-lar: cuitelão, bicudo, violeiro.

2.14. Passeriformes - Passarinhos

Família EmberizidaeAmaurospiza moesta (Har-tlaub, 1853). Nome popular: negrinho-do-mato.

Família TyrannidaeAlectrurus risoria (Vieillot, 1824). Nome popular: galito, tesoura-do-campo, bandeira--do-campo.

Hemitriccus furcatus (Lafresnaye, 1846). Nome popular: papa-moscas-estre-la.

Família FormicariidaeCercomacra carbonaria (Scla-ter Salvin, 1873).

Megaxenops parnaguae (Rei-ser, 1905). Nome popular: bico-virão-da-caatinga.

Ganso-cor-de-rosa

Família Icteridae

Curaeus forbesi (Sclater, 1886). Nome popular: anu-mará.

Família RhinocryptidaeMerulaxis stresemanni (Sick, 1960).

Família TurdidaeMyadestes leucogenys leuco-genys (Cabanis, 1851). Nome popular: sabiá-castanho.

3.0. Reptilia - Répteis

3.1. Chelonia - Tarta-rugas Família ChelonidaeDermochelys coriacea (Lin-naeus, 1758). Nome po-pular: tartaruga-de-couro, tartaruga-gigante, tartaruga--de-pele.

3.2 Squamata - Co-bras Família ViperidaeLachesis muta rhombeata (Wied, 1825). Nome popular: surucucu-pico-de-jaca, suru-cucu.

3.3 Crocodilia - Jaca-rés Família CrocodilidaeCaiman latirostris (Daudin, 1802). Nome popular: jaca-ré-de-papo-amarelo.

4.0 Amphibia - Rãs Família Leptodactyli-daeParatelmatobius gaigeae (Cochran, 1938).

5.0 Insecta - Insetos

5.1 Lepidoptera - Bor-boletas Família Nymphalidae*Dasyophthalma vertebralis (Butler, 1869).

*Hyalyris fi ammetta (Hewit-son, 1852).

1

ÍNDICE

nº1 Novembro 2011

F I C H A T É C N I C A

Ano I

Revista Extinção nº1

Novembro2011

Propriedade: Instituto da Conservação da Natureza e

Biodiversidade

Directora: Dora Estevão

Coordenação: Ana Vaz

Redacção: Marina VidalAvª Miguel Fernandes, nº 12

7800-450 Beja

Colaboradores: Fernando Afonso, Ana Maria Pinto,

Mónica Faísca

Mail geral: extinçã[email protected]

Fotografi a: José Fonseca

Ilustração: Diana Correia

Design e Paginação:

Atelier Gráfi co MourariaRua das Portas de Moura, 30

7800-025 Beja

Impressão: Lisgráfi ca – Casal de Sta

Leopoldina2730-054 Barcarena

Distribuição:CTT – Correios

Rua de São José, nº107800-001 Lisboa

Tiragem: 10000 exemplares

Depósito Legal nº 41115/10

ISSN 0871-0720

ÍNDICE

0 1 Í n d i c e

0 2 E d i t o r i a l

0 3 D e s t a q u e s

0 4 N o t í c i a s

0 8 P e g a d a

0 9 G a l e r i a d e f o t o s

1 0 E u r o p a

1 4 L e g i s l a ç ã o

1 7 L i s t a V e r m e l h a

Page 6: Revista Extincao

EDITORIAL

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nº1 Novembro 2011

De-pois de mais de

160 milhões de anos de reinado, os dinossauros mis-

teriosamente há 65 milhões de anos desaparecem do planeta para sempre. O que aconteceu? Afi nal, um gru-

po que foi um verdadeiro sucesso evolucionário durante centenas de milhares de anos não podia desaparecer assim, mas eles não foram os únicos, os répteis marinhos, os pterossauros, as amonites além de

muitas espécies vegetais também se ex- tinguiram. E o mais intrigante: os mamíferos, as aves, os crocodilos, as tartarugas e os lagartos,

que conviveram com eles sobreviveram. Des-de que a terra existe, muitas espécies de

animais foram desaparecendo, princi-palmente de- vido à destruição

imposta pelo Homem.

Em todo

o Mundo, o tráfi co ilegal de animais vivos, fl oresce. Os coleccionadores privados, labo-

ratórios de pesquisa, lojas de animais, jardins zoológicos, circos e até curandei-ros são o principal mercado consumidor. É o

terceiro maior negócio em contrabando depois das drogas e das armas.

Nos últimos 300 anos provocámos a extinção em massa de milhões de espécies diferentes. Interesses

económicos, poluição, crescimento urbano, introdução de espécies mais dotadas em habitats onde não existiam e outras

manifestações da nossa “civilização” fazem com que, de 15 em 15 minutos, desapareça para sempre, uma espécie vegetal ou

animal.O planeta azul está a perder a biodiversidade de diversas

espécies. Esta revista pretende chamar a atenção de to-dos os cidadãos para uma responsabilidade social mas também daqueles que tem um papel fundamental nestas questões. Não podemos nos conformar

com tudo o que se passa à nossa volta. Temos que lutar para um futuro melhor!

Directora: Dora Estevão

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LISTA VERMELHA

nº1 Novembro 2011

Taoniscus nanus (Temmink, 1815). Nome popular: co-dorna-buraqueiira, perdigão, inhambu-carapé.

Tinamus solitarius (Vieillot, 1819). Nome popular: macu-co, macuca.

2.2. CiconiiformesFamília Threskiornithi-daeEudocimus ruber (Linnaeus, 1758).. Nome popular: guará.

Família ArdeidaeTigrisoma fasciatum fascia-tum (Such, 1825). Nome po-pular: socó-boi.

Socó-boi

2.3 Phoenicopterifor-mes Família Phoenicopteri-daePhoenicopterus ruber (Lin-naeus, 1758). Nome popular: fl amingo, ganso-do-norte, ganso-cor-de-rosa, mara-nhão.

2.4 Anseriformes Família Anatidae

Mergus octosetaceus (Vieillot, 1817). Nome popular: mergu-lhão, patão, pato-mergulhão.

2.5 Falconiformes - Falcões e Águias Família AccipitridaeAccipiter poliogaster (Tem-

minck, 1824). Nome popular: tauató-pintado, gavião-pom-bo-grande.

Harpia harpyja (Linnaeus, 1758). Nome popular: gavião--real, gavião-de-penacho, uiraçu-verdadeiro, cutucurim, harpia.

Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot, 1817). Nome popu-lar: águia-cinzenta.

Leucopternis lacernulata (Temminck, 1827). Nome po-pular: gavião-pomba.

Leucopternis polionota (Kaup, 1847). Nome popular: ga-vião-pomba

Morphnus guianensis (Dau-din, 1800). Nome popular: gavião-de-penacho, uiraçu--falso.

Spizastus melanoleucus (Vieillot, 1816). Nome po-pular: gavião-preto, gavião--pato.

Família FalconidaeFalco deiroleucus (Temminck, 1825). Nome popular: falcão--de-peito-vermenho.

2.6. Galliformes - Mu-tuns Família CracidaeCrax blumembachii (Spix, 1825). Nome popular; mu-tum-do-sudeste.

Crax fasciolata pinima (Pel-zeln, 1870). Nome popular: mutum-de-penacho, mutum--pinima.

Mitu mitu mitu (Linnaeus, 1766). Nome popular: mu-tum-cavalo, mutum-etê, mu-tum-da-várzea, mutum-piry, mutum-do-nordeste.

Penelope jacucaca (Spix, 1825). Nome popular: jacu-caca.

Penelope obscura bronzina (Hellmayr, 1914). Nome po-pular: jacuguaçu, jacuaçu.

Penelope ochrogaster (Pel-zeln, 1870). Nome popular: jacu-de-barriga-castanha.

Pipile jacutinga (Spix, 1825). Nome popular: jacutinga.

2.7. Charadriiformes - Maçaricos Família Scolo-pacidaeNumenius borealis (Forster, 1772). Nome popular: maça-rico-esquimó.

2.8 Columbiformes - Pombos Família ColumbidaeClaravis godefrida (Temmin-ck, 1811). Nome popular: pa-raru, pomba-de-espelho.

Columbina cyanopis (Pelzeln, 1870). Nome popular: roli-nha-do-planalto, rolinha-do--Brasil-central.

2.9 Psittaciformes - Papagaios, periquitos e araras Família PsittacidaeAmazona brasiliensis (Lin-naeus, 1758). Nome popu-lar: papagaio-da-cara-roxa, chauá.

*Anodorhynchus glaucus (Vieillot, 1816). Nome popu-lar: arara-azul-pequena.

Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1720). Nome popu-lar: arara-azul-grande, ara-raúna.

Anodorhynchus leari (Bona-parte, 1857). Nome popular: arara-azul-de-Lear.

Page 7: Revista Extincao

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nº1 Novembro 2011

LISTA VERMELHA

Família FelidaeFelis colocolo (Molina, 1810). Nome popular: gato-palheiro

Felis concolor (Linaeus, 1771). Nome popular: sussu-arana, onça-parda.

Felis geoffroyi (d’Orbigny Gervais, 1844). Nome popu-lar: gato-do-mato.

Felis pardalis (Linaeus, 1758). Nome popular: jaguatirica.

Felis tigrina (Scheber, 1775). Nome popular: gato-do-ma-to.

Felis wiedii (Schinz, 1821). Nome popular: gato-do-ma-to, maracajá.

Panthera onca (Linnaeus, 1758). Nome popular: onça--pintada, canguçu, onça-can-guçu, jaguar-canguçu

Família MustelidaeGrammogale africana (Des-marest, 1818). Nome popu-lar: doninha amazônica.

Lutra longicaudis (Olfers, 1818). Nome popular: lontra.

Pteronura brasiliensis (Gme-lin, 1788). Nome popular: ari-ranha.

1.3. Xenarthra - Des-dentados Família BradypodidaeBradypus torquatus (Desma-rest, 1816). Nome popular: preguiça-de-coleira.

Família Mymercophagi-daeMymercophaga tridactyla (Linnaeus, 1758). Nome po-pular: tamanduá-bandeira.

Família DasypodidaePriodontes maximus (Kerr, 1792). Nome popular: tatu--canastra, tatuaçu.

Tolypeutes tricinctus (Lin-naeus, 1758). Nome popular: tatu-bola, tatuapara.

1.4. Sirenia - Peixes--boi Família TrichechidaeTrichechus inunguis (Natterer, 1883). Nome popular: peixe--boi, guarabá.

Trichechus manatus (Lin-naeus, 1758). Nome popular: peixe-boi-marinho, manati.

1.5 Cetacea - Baleias e Golfi nhos Família BaleanidaeEubalena australis (Desmou-lins, 1822). Nome popular: baleia-franca, baleia-franca--austral.

Família Balaenopteri-daeMegaptera novaeangliae (Bo-rowsky, 1781).. Nome popu-lar: jubarte.

Família PontoporiidaePontoporia blainvillei (Gervais d’Orbigny). Nome popular: toninha, boto-cachimbo.

1.6 Rodentia - Roedo-res Família CricetidaeAbrawayaomys ruschii (Cunha Cruz, 1979).

Família ErethizontidaeChaetomis subspinosus (Ol-fers, 1818). Nome popular: ouriço-preto.

Família Cricetidae*Juscelinomys candango (Moojen, 1965).

Kunsia tomentosus (Lichten-stein, 1830).

Phaenomys ferrugineus

(Thomas, 1894). Nome po-pular: rato-do-mato-ferrugí-neo.

Rhagomys rufescens (Tho-mas, 1886). Nome popular: rato-do-mato-laranja.

Wilfredomys oenax (Tho-mas, 1928). Nome popular: rato-do-mato.

1.7 Artiodactyla - Ve-ados Família CervidaeBlastocerus dichotomus (Illi-ger, 1815). Nome popular: cervo-do-pantanal.

Odocoileus viginianus (Zim-mermann, 1780). Nome po-pular: cariacu.

Ozotocerus bezoarticus (Lin-naeus, 1758). Nome popu-lar: veado-campeiro..

Perguiça-de-coleira

2.0. Aves

2.1. Tinamiformes - CodornasFamília Tinamidae

Crypturellus noctivagus (Wied, 1820). Nome popu-lar: jaó-do-sul, zabelê, juó.

Nothura minor (Spix, 1825). Nome popular: codorna-mi-neira, codorna-buraqueira, buraqueira.

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DESTAQUES

nº1 Novembro 2011

Cerca de um quarto dos mamíferos do Mundo corre o risco de extinção. A rev-elação faz parte de um es-tudo internacional apresen-tado esta segunda-feira, em Barcelona, no congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza. A destruição dos habitats naturais e a caça são as principais ameaças para cerca de 1139 das 4651 es-pécies de mamíferos estu-dados pelos cientistas. O estudo mais compreensivo até hoje realizado, que en-volveu 1700 investigadores, mostra que quase metade das 5847 espécies conhecid-as de mamíferos está quebra.“Os mamíferos estão num de-clínio mais rápido do que aq-uilo que pensávamos – uma em cada quatro espécies está em risco de extinção”. A observação, colhida pela Agência Reuters, foi feita por Jan Schipper, líder da equipa que fez a “Lista Vermelha” das espécies ameaçadas.

No mundo existem mais de 1000 espécies de morcegos e, em Portugal Continental, existem 24 espécies, que representam 40 por cento da fauna de mamíferos ter-restres do país. Nove das espécies existentes em Por-tugal são classifi cadas como criticamente em perigo, em perigo, ou como vulneráveis no Livro Vermelho dos Ver-tebrados de Portugal (2005). Os morcegos são impor-tantes porque controlam pragas agrícolas e fl orestais contribuindo para um menor uso de pesticidas na agri-cultura e são os mais im-portantes predadores de in-sectos nocturnos voadores. Algumas espécies chegam a comer metade do seu próprio peso numa só noite em insectos. Os morcegos têm, assim, GRANDE IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA para as co-munidades de invertebrados cavernícolas que aí vivem.

Os Morcegos

O Dia Mundial do Animal é comemorado a 4 de Outubro.Um pouco por todo o país, estão previstas activi-dades de consciencialização e protecção dos animais.Desde 15 de outubro de 1978 que os direitos dos animais estão fi xados na Declaração Universal dos Direitos do Ani-mal, criada pela UNESCO. O objectivo deste memorando é assegurar a preservação das espécies de todo o plan-eta e garantir o seu bem-estar. O Dia Mundial do Ani-mal celebra-se desde 1930 em homenagem a São Fran-cisco de Assis, um protec-tor dos animais, que mor-reu a 4 de Outubro de 1226.

“Todas as coisas da criação são fi lhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo

direito a ser protegida.” - São Francisco de Assis.

Dia Mundial do Animal

Page 8: Revista Extincao

NOTÍCIAS

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nº1 Novembro 2011

SEPNA - Denuncie Maus tratos e abandonos!O SEPNA é um organismo da GNR criado para defender o Ambiente e os Animais.

Uma das suas missões é “Velar pela observância das disposições legais no âmbito sanitário e de protecção animal”.

Sempre que assistir maus tratos e abandonos não fi que indiferente!Faça a sua denúncia através do número 808 200 520.

A matança das focas bebés recomeça e aumenta rapidamente. Apenas o uso reduziu, pois por um período de tempo se tornou politicamente incor-recto o uso dos fi lhotes, para confeccionar um casaco de pele. Mas, as grandes griffes estimulam novamente o seu uso. Propa-gandas de casacos de pele recomeçam.

Matança das focas no Canadá

O crescimento económico ameaça o Panda Gigante da ChinaO panda-gigante da China pode desaparecer “em duas a três gerações” devido ao rápi-do crescimento económico que tem vindo a destruir o habitat natural destes animais, aler-tou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).Segundo a organização não governamental WWF, o grande problema é que o habitat natu-ral do panda gigante, o emblemático urso preto e branco que é um dos símbolos da China, está a ser dividido em pequenos territórios, o que difi culta que diferentes populações de animais entrem em contacto para se reproduzirem.

O crescimento económico ameaça o Panda

Gigante da China

“Virá o dia em que a ma-tança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de

um homem.”Leonardo da Vinci.

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LISTA VERMELHA

nº1 Novembro 2011

A nova “lista vermelha” mostra que o número de animais em risco de extinguir-se quase du-plicou. Seria uma grande alegria para a natureza que acontecesse justamente o contrário: que ela estivesse cada vez mais reduzida, na contramão da crescente desordem natural que domina

o mundo.

208 animais em extinçãoAtravés da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril

de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista ofi cial de espécies da fauna brasileira

Espécies marcadas com aste-risco (* ) estão provavelmen-te extintas

1.0. Mammalia - Ma-míferos

1.1. Primates - Maca-cos Família CebidaeAlouatta belzebul belzebul (Linnaeus, 1766). Nome po-pular: guariba.

Alouatta fusca (E. Geoffroy, 1812). Nome popular: barba-do, guariba.

Ateles belzebuth (E. Geoffroy, 1806). Nome popular: maca-co-aranha.

Ateles paniscus (Linnaeus, 1758). Nome popular: maca-co-aranha.

Brachyteles arachnoides (E. Geoffroy, 1806). Nome popu-lar: muriqui, mono-carvoeiro.

Cacajao calvus (I. Geoffroy, 1847). Nome popular: uacari.

Cacajao melanocephalus (Humbolt, 1812). Nome po-pular: uacari-preto.

Callicebus parsonatus (E. Ge-offroy, 1812). Nome popular: guigó, sauá.

Família CallitrichidaeCallimico goeldii (Thomas, 1904). Nome popular: calimi-co.

Callithrix argentata leucippe (Thomas, 1922). Nome po-

pular: sagui.

Callithrix aurita (Humbolt, 1812). Nome popular: sagui--da-serra-escuro.

Callithrix fl aviceps (Thomas, 1903). Nome popular: sagui--da-serra.

Callithrix humeralifer (E. Geoffroy, 1812). Nome popu-lar: sagui.

Família CebidaeCebus apella xanthosternos (Wied, 1820). Nome popular: macaco-prego-do-peito-ama-relo.

Chiropotes albinasus (I. Geof-froy Deville, 1848). Nome po-pular: cuxiu-de-nariz-branco.

Chiropotes satanas utahicki (Hershkovitz, 1.985). Nome popular: cuxiu.

Lagothrix lagotricha (Hum-bolt, 1812). Nome popular: barrigudo.

Pithecia albicans (Gray, 1860). Nome popular: pa-rauacu-branco

Saimiri vanzolinii (Ayres, 1985). Nome popular: mico--de-cheiro

Familia CallitrichidaeLeontopithecus chrysomelas (Kuhl, 1820). Nome popular: mico-leão-de-cara-dourada.

Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1923). Nome popu-lar: mico-leão-preto.

Leontopithecus rosalia (Lin-

naeus, 1766). Nome popular: mico-leão-dourado.

Leontopithecus caissara (Persson, 1990). Nome popu-lar: mico-leão-da-cara- preta.

Saguinus bicolor (Spix, 1823). Nome popular: soim-de-colei-ra.

Saguinus imperator (Goeldi, 1907). Nome popular: sagui--bigodeiro.

1.2. Carnivora - Carní-voros Família CanidaeAtelocynus microtis (Scal-ter, 1883). Nome popular: cachorro-do-mato-de-orelha--curta.

Chrysocyon brachyurus (Illi-ger, 1815). Nome popular: lobo-guará. guará, lobo-ver-melho.

Speothos vinaticus (Lund, 1842). Nome popular: ca-chorro-do-mato-vinagre.

Lobo-vermelho

Page 9: Revista Extincao

LEGISLAÇÃO

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nº1 Novembro 2011

CAPÍTULO IIComércio e espectáculos com animais

Artigo 2.ºLicença municipalSem prejuízo do disposto no capítulo III quan-to aos animais de companhia, qualquer pessoa física ou colectiva que explore o comércio de animais, que guarde animais mediante uma remuneração, que os crie para fi ns comerciais, que os alugue, que se sirva de animais para fi ns de transporte, que os exponha ou que os exiba com um fi m comercial só poderá fazê-lo mediante autorização municipal, a qual só po-derá ser concedida desde que os serviços mu-nicipais verifi quem que as condições previstas na lei destinadas a assegurar o bem-estar e a sanidade dos animais serão cumpridas.

Artigo 3.ºOutras autorizações

1 - Qualquer pessoa física ou colectiva que uti-lize animais para fi ns de espectáculo comercial não o poderá fazer sem prévia autorização da entidade ou entidades competentes (Inspec-ção-Geral das Actividades Culturais e municí-pio respectivo. 2 - É lícita a realização de touradas, sem pre-juízo da indispensabilidade de prévia autori-zação do espectáculo nos termos gerais e nos estabelecidos nos regulamentos próprios.

Artigo 4.Proibição de utilização de animais feri-

dos

Os vertebrados que exibam feridas aparente-mente provocadas por acções contrárias à le-gislação sobre a protecção aos animais podem ser proibidos de entrar em território nacional, bem como nos circuitos comerciais, no caso de a sobrevivência dos animais em questão só ser possível mediante sofrimento considerável, devendo neste caso os animais ser abatidos.

CAPÍTULO IIIEliminação e identifi cação de animais

pelas câmaras municipaisArtigo 5.º

Animais errantes1 - Nos concelhos em que o número dos ani-mais errantes constituir um problema, as câ-maras municipais poderão reduzir o seu núme-ro desde que o façam segundo métodos que não causem dores ou sofrimentos evitáveis.

Artigo 6.ºReprodução planifi cada

As câmaras municipais deverão:1) Aconselhar os donos dos animais a reduzir a reprodução não planifi cada de cães e gatos, promovendo a sua esterilização quando tal se revele aconselhável.

Artigo 7.ºTransportes públicos

Salvo motivo atendível - designadamente como a perigosidade, o estado de saúde ou de higiene - os responsáveis por transportes públicos não poderão recusar o transporte de animais de companhia, desde que devidamen-te acompanhados e acondicionados.

Artigo 8.ºDefi nição

Para os efeitos desta lei considera-se «animal decompanhia» qualquer animal detido ou des-tinado a ser detido pelo homem, designada-mente no seu lar, para o seu prazer e como companhia.

Artigo 9.ºSanções

As sanções por infracção à presente lei serão objecto de lei especial.

Artigo 10.ºAssociações zoófi las

As associações zoófi las legalmente constituí-das têm legitimidade para requer a todas as autoridades e tribunais as medidas preventi-vas e urgentes necessárias e adequadas para evitar violações em curso ou iminentes.

Aprovada em 21 de Junho de 1995. O Pre-sidente da Assembleia da República, António Moreira Barbosa de Melo. Promulgada em 24 de Agosto de 1995. Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendada em 29 de Agosto de 1995. O Primeiro-Minis-tro, Aníbal António Cavaco Silva.

2 - Estas medidas deverão implicar que, se esses animais tiverem de ser capturados, isso seja feito com o mínimo de sofrimento físico ou psíquico, tendo em consideração a natu-reza animal, e, bem assim, que, no caso de os animais capturados deverem ser detidos ou mortos, tal seja feito em conformidade com métodos não cruéis

5

NOTÍCIAS

nº1 Novembro 2011

Hoje em dia, com o avanço da tecnologia é-nos possível aceder a qualquer tipo de produtos quase todos os dias, mas pouco se sabe onde e como são testados antes de saírem para o mercado.Potencialmente, muitos produtos cosmé-ticos, produtos de limpeza e de higiene pessoal foram testados em animais em várias fases do seu desenvolvimento.Antes de saírem para o mercado, esses produtos passam por um longo e complexo processo de experiência que deixam mil-hões de animais mutilados, queimados, en-venenados e expostos à acção de gases.Os fabricantes alegam que os testes garantem a segurança dos produtos utilizados em circun-stâncias normais ou em caso de acidente, como a ingestão dos mesmos, sendo, no entanto, o verdadeiro interesse, limitar a responsabili-dade da companhia perante um possível caso de acção judicial movida por um consumidor.O primeiro passo contra a utilização de animais neste tipo de exames foi dado pela Inglaterra, em 1998, que decretou a proibição de testes em ani-mais no processo de fabricação de cosméticos.

Testes laboratoriais em animais

Tráfego de animais

Com a redução das fl orestas e o trá-fi co de animais selvagens, muitas espé-cies de animais estão em extinção. Gov-erno de diversos países e sociedades protetoras de animais tem investido recursos para evitar tal violência contra os animais. Pesquisas e causas da ex-tinção de espécies animais As últimas pesquisas apontam que mil-hares de espécies animais foram extintas nos últimos cem anos. Muitas destas espé-cies jamais serão conhecidas por gerações futuras. Sabemos que, muitas delas, pode-riam revelar ao homem informações impor-tantes sobre o meio ambiente e até mesmo a cura para determinados tipos de doenças. Os cientistas não conseguem calcular com ex-actidão o número de espécie de seres vivos que habitam o nosso planeta. A diversidade biológica é muito grande, porém estima-se que haja em torno de 10 a 15 milhões de espécies da fauna, fl ora e microorganismos. Deste total, de 5 a 8 milhões seriam insec-tos, 400 mil seriam plantas, 60 mil de animais vertebrados, 5 mil mamíferos e 10 mil aves.

Page 10: Revista Extincao

NOTÍCIAS

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nº1 Novembro 2011

O relatório Planeta Vivo, elaborado pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza), aponta uma queda signifi cativa na quantidade de espécies entre 1970 a 1995. Este estudo monitorou diversas espécies e chegou a triste conclusão de que 35% dos animais de água doce foram extintos neste período. Com relação aos animais marinhos, a perda foi maior, pois atingiu a ordem de 44%.Um outro relatório importante, fruto de pesquisas, também apontou dados preocupantes. A União para a Conservação da Natureza ( UICN ) mostrou que um quarto das espécies conhecidas pelo homem estão ameaçadas de extinção. Entre estes animais, podemos destacar: o panda gigante da China, o ele- fante africano, o cervo-da-tailândia, o cava- lo selvagem da Europa Central, o bisão da França, a baleia-azul, o leopardo, o lobo- vermelho, o orangotango, entre outros. En- tre as espécies vegetais, podem desaparecer do planeta as orquídeas de Chiapas, no Mé- xico, e as bro-mélias da América e da África. No ano 2000, a revista Nature divulgou a existência de 25 locais da biodiversidade mundial que devem receber uma atenção urgente por parte das autoridades, pois são regiões que concentram um maior número de animais em vias de extinção. Entre es- tas regiões, a revista destacou: as fl ores- tas africanas, Cordilheira dos Andes, Mata Atlântica e Cerrado Brasileiro. Infelizmente o homem tem demonstrado uma difi culdade grande em viver em harmonia com a na- tureza. As es-pécies animais e vegetais sempre foram vítimas da violência e degradação proporcionadas pelo ser humano. A ganância e o desrespeito do ser humano sempre foram constantes na relação entre homem e natureza. Temos muito a aprender com os indígenas neste aspecto. Eles sempre souberam respeitar a natureza, pois sabem que sua existência depende diretamente do meio am-biente. Pena que o homem branco “civilizado” também tem ameaçado de extinção dos indígenas.

Comércio ilegal de espécies protegidas

o ICNB enquanto autoridade nacional de conservação da natureza e autoridade ad-

ministrativa principal CITES, tem vindo a trabalhar no sen-tido de limitar o imenso vol-ume desse tipo de tráfi co.Para além de nos últimos anos ter sido possível, num esforço conjunto das diferentes enti-dades nacionais de fi scalização, como a Polícia Judiciária (PJ), as Alfândegas (DGAIEC) e o Serviço de Protecção da Na-

tureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA/GNR), desmantelar qua-tro redes de trafi cantes de espécies prote-

Sabendo-se que o tráfi co de espécies de fauna e fl ora protegidas é considerado o ter-ceiro mais importante a nível mundial, logo a seguir ao trá-fi co de armas e de droga, e que o Brasil é um dos países com maior biodiversidade do mundo, não admira que Por-tugal seja considerado uma porta de entrada na UE deste tipo de tráfi co. Aliás, Portugal é o país, dentro da União Euro-peia, que apresenta mais voos directos provenientes daquele país. Estando conscientes desse facto, e embora o problema não seja exclusivo do nosso país,

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Artigo 10º1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem. 2.As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo 11ºTodo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um cri-me contra a vida.

Artigo 12º1.Todo o acto que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um geno-cídio, isto é, um crime contra a espécie. 2.A poluição e a destruição do ambiente natu-ral conduzem ao genocídio.

Artigo 13º1.O animal morto deve de ser tratado com res-peito. 2.As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fi m de-monstrar um atentado aos direitos do animal.

Artigo 14º1.Os organismos de protecção e de salvaguar-da dos animais devem estar representados a nível governamental. 2.Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.

Lei n.º 92/95de 12 de Setembro

Lei n.º 92/95 de 12 de SetembroA Assembleia da República decreta, nos ter-mos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º 3, da Constituição, o seguinte:

CAPÍTULO IPrincípios gerais

Artigo 1.ºMedidas gerais de protecção1 - São proibidas todas as violências injustifi -cadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infl igir a morte, o sofrimento cruel e prolon-gado ou graves lesões a um animal.2 - Os animais doentes, feridos ou em perigo devem, na medida do possível, ser socorridos.3 - São também proibidos os actos consisten-tes em:a) Exigir a um animal, em casos que não sejam de emergência, esforços ou actuações que, em virtude da sua condição, ele seja obviamente

incapaz de realizar ou que estejam obviamen-te para além das suas possibilidades;b) Utilizar chicotes com nós, aguilhões com mais de 5 mm, ou outros instrumentos perfu-rantes, na condução de animais, com excep-ção dos usados na arte equestre e nas toura-das autorizadas por lei;c) Adquirir ou dispor de um animal enfraque-cido, doente, gasto ou idoso, que tenha vivi-do num ambiente doméstico, numa instalação comercial ou industrial ou outra, sob protec-ção e cuidados humanos, para qualquer fi m que não seja o do seu tratamento e recupe-ração ou, no caso disso, a administração de uma morte imediata e condigna;d) Abandonar intencionalmente na via pública animais que tenham sido mantidos sob cui-dado e protecção humanas, num ambiente doméstico ou numa instalação comercial ou industrial;e) Utilizar animais para fi ns didácticos, de trei-no, fi lmagens, exibições, publicidade ou acti-vidades semelhantes, na medida em que daí resultem para eles dor ou sofrimentos consi-deráveis, salvo experiência científi ca de com-provada necessidade;f) Utilizar animais em treinos particularmente difíceis ou em experiências ou divertimentos consistentes em confrontar mortalmente ani-mais uns contra os outros, salvo na prática da caça.4 - As espécies de animais em perigo de extin-ção serão objecto de medidas de protecção, nomeadamente para preservação dos ecossis-temas em que se enquadram.

LEGISLAÇÃO

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LEGISLAÇÃO

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Proclamada em 15 de Outubro de 1978 na casa da UNESCO, Paris, pela Liga Internacio-nal dos Direitos do Animal e as Ligas Nacionais afi liadas. A Declaração Universal dos Direitos dos Ani-mais - ONU. Preâmbulo: 01 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida. 02 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.03 - Nenhum animal deve ser maltratado.04 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.05 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abando-nado. 06 - Nenhum animal deve ser usado em expe-riências que lhe causem dor.07 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.08 - A poluição e a destruição do meio ambien-te são consideradas crimes contra os animais.09 - Os directos dos animais devem ser defen-didos por lei.10 - O homem deve ser educado desde a in-fância para observar, respeitar e compreender os animais. Proclama-se o seguinte:

Artigo 1ºTodos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Artigo 2º1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado. 2.O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os

seus conhecimentos ao serviço dos animais 3.Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.

Artigo 3º1.Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessá-rio matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.

Artigo 4º1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir. 2.Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fi ns educativos, é contrária a este direi-to.

Artigo 5º1.Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberda-de que são próprias da sua espécie. 2.Toda a modifi cação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fi ns mercantis é contrária a este direito.

Artigo 6º1.Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural. 2.O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Artigo 7ºTodo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

Artigo 8º1.A experimentação animal que implique sofri-mento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científi ca, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação. 2.As técnicas de substituição devem de ser uti-lizadas e desenvolvidas.

Artigo 9ºQuando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transpor-tado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

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NOTÍCIAS

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gidas que envolviam cidadãos portugueses, o ICNB coordena o Grupo de Aplicação da CITES que inclui diversas entidades com competências nesta matéria, como as polí-cias, alfândegas, serviços veterinários, Pro-curadoria-Geral de Republica e autoridades regionais de ambiente dos Açores e Madeira. Naturalmente, o controlo do tráfi co de es-pécies protegidas é uma das suas priori-dades, e a colaboração com as alfândegas, nomeadamente no aeroporto de Lisboa, permitiu a detecção de 5 casos de tráfi co de ovos (140 ovos) de psitacídeos (araras, papagaios) nos últimos cinco meses, to-dos provenientes do Brasil, transportados à cintura de forma camufl ada, por “correios”.

Cinco casos de tráfi co ilegal de ovos, apreendidos no Aeroporto de Lisboa

25 de Maio: Brazil - TocantinsUm cidadão brasileiro que foi extraditado no mesmo dia para o Brasil, transportava, 30 ovos da espécie Graydidascalus brachyurus, Papagaio de cauda curta, de valor comercial de cerca de

3.000 – 4.000 Euros o casal, no mercado legal.

25 de Agosto: Brasil - Belo HorizonteUma cidadã portuguesa trans-portava, 29 ovos de psitacídeos.

14 de Setembro: Brasil - Belo HorizonteUm cidadão português trans-portava 11 ovos de araras.15 de Setembro: Bra-sil - Victoria, via S. PauloDuas cidadãs portuguesas, transporta-vam 58 ovos de psitacídeos e tucanos.

12 de Outubro: Brasil – BrasiliaUm cidadão português, o mesmo de 14 de Setembro, transportava 12 ovos de tucano.Todas as pessoas supracitadas foram ob-jecto de processos de contra-ordenação.

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PEGADA

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Examinando as marcas que as patas dos bichos deixam na neve, no lodo, na areia, na terra, é possível dizer muito a respeito do animal, que vida ele leva, se é herbívoro ou um caçador. As patas com dedos reunidos por membranas de-nunciam hábitos aquáticos. As marcas de cascos, que são unhas transformadas, denun-ciam o corredor das planícies, tipo cavalo ou boi, ou então um escalador das monta-nhas, tipo cabra saltadora. A pata do urso polar, é princi-palmente um “órgão para das patadas”, isto é, golpes mor-tíferos sobre a caça. Plantígrados - Urso marrom, Urso branco ou polar. Canídeos – Raposa, Chacal, Cão, Lobo. Insectívoros - Musaranho, Toupeira, Ouriço. Felídeos - Gato doméstico, Gato selvagem, Lince. Mustelídeos e Viverrídeos – Doninha, Arminho, Marta, Tourão, Gineta, Fuinha, Vi-são, Lontra, Texugo, Glutão. Ungulados - são bichos de casco em geral – Camurça, Capréolo, Cabra-dos-montes, Gamo, Javali, Cervo, Cavalo, Vaca, Bisão, Alce, Rena. Roedores - Rato do Cam-po, Rato Doméstico, Rato do mato, Rato almiscarado, Coe-lho, Lebre, Lebre alpina, Mio-pótamo, Castor.

Conheça as Pegadas dos Animais

Passatempo Pegada de AnimaisUma forma de identifi cares pegadas de animais é fazeres moldes em gesso. Procura-as na lama ou na areia molhada.

1- Descobre uma pegada. Prende a tira de cartolina de modo a formar um cír-culo que contorne a pega-da e enterra-o no terreno.

2 - Prepara o gesso e deita-o cuidadosamente no anel de cartolina. Deixa-o se-car cerca de 15 minutos.

3 - Desenterra o molde de gesso e o terreno à sua volta. Envolve o molde em papel de jornal e leva-o para a escola.

http://www.cienciaviva.pt/projectos/scienceduc/pegadas.pdfEscolas no projecto - Pedro Reis, ESE de Santarém

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EUROPA

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LontraNome popular: LontraNome Científi co: Lutra lutra Distribuição geográfi ca: Vive na Europa, Ásia, porção sul da América do Norte e ao lon-go de toda a América do Sul, incluindo o Brasil e a Argentina.Habitat natural: Associada a zonas húmi-das, ocorre em águas continentais como rios, ribeiras, pauis, lagoas e albufeiras, em águas salobras como os estuários.Hábitos alimentares: Possui uma dieta maioritariamente constituída por peixe mas que pode incluir crustáceos, anfíbios, aves e alguns mamíferos consoante a sua disponibili-dade e abundância no meio. Tamanho: Comprimento: 60 cm até 90 cm; mais cauda de 35 a 47 cm.Peso: 6 kg até 10 kg.Período de gestação: Cerca de 2 meses.Número de crias: A ninhada pode ter entre 1 a 5 crias, sendo 2 a 3 o mais usual.Tempo médio de vida: Vive entre 6 a 8 anos. Estado de conservação da espécie: Clas-sifi cada como Vulnerável pela União Internac-ional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre os vários factores que colocam a espécie em perigo contam-se: a poluição e destruição dos ambientes aquáticos e ripícolas, o uso de pesticidas na agricultura que afecta a quali-dade da água dos rios, os atropelamentos e a perseguição directa por parte do Homem devido à concorrência pelo peixe. Protecção Legal: Convenção de Berna, Decreto-lei 316/89 de 22 de Setembro, Con-venção de Washington (CITES), Decreto-lei 114/90 de 5 de Abril e Directiva Habitats, De-creto-lei 140/99 de 24 de Abril.

Lynce-Ibérico na Planície Alentejana

Crias de Lynce-Ibérico

Lynce de MalcataLontra Europeia

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EUROPA

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Lynce-IbéricoClasse: MammaliaOrdem: CarnivoraFamília: FelidaeNome popular: Lince-IbéricoNome Científi co: Lynx pardinus Distribuição geográfi ca: Portugal e Espan-ha.Habitat natural: Tem como habitats prefer-enciais os bosques e matagais mediterrânicos onde procura abrigo. Hábitos alimentares: Alimenta-se quase ex-clusivamente de coelhos-bravos, no entanto, a sua dieta pode ser complementada com roe-dores, aves e crias de cervídeos. Tamanho: Comprimento: 80 cm até 110 cm; mais cauda de 11 a 13 cm.Peso: 10 kg até 13 kg. Período de gestação: Varia entre 63 e 74 dias.Número de crias: 1 a 4Estado de conservação da espécie: O lince-ibérico é actualmente considerado o fe-lino mais ameaçado do mundo e encontra-se classifi cado como espécie em perigo de extin-ção pelos Livros Vermelhos de Portugal, Es-panha e UICN. Também se encontra protegido pela Convenção de Berna e pela Convenção que regulamenta o Comércio de Espécies Selvagens, sendo considerado pela Directiva Habitats como uma espécie prioritária. As principais ameaças à sua sobrevivência são a acentuada regressão do coelho-bravo e a destruição dos habitats mediterrânicos. Morfologia/Identifi cação: O lince-ibéri-co tem uma pelagem castanho-avermelhada coberta de manchas pretas que podem ser desde pequenos pontos a riscas. Como todas as espécies do Género Lynx apresenta como características mais distintivas uma cauda pequena, pinceis nas pontas das orelhas e barbas. O peso médio de um macho adulto é cerca de 12 Kg enquanto as fêmeas pesam em média cerca de 9 Kg.Reprodução:Época de reprodução: Janeiro a Julho, com um pico entre Janeiro e Fevereiro.Época de nascimentos: Março a Abril.Sobrevivência até à independência: 1-2 crias por fêmea.Idade de independência: 7 a 10 meses.

Idade da primeira reprodução: Fêmeas: primeiro Inverno; Machos: aos dois anos.Longevidade: Até 16 anos.

Alimentação:Dentro das presas disponíveis nos habitats mediterrânicos da Península Ibérica, o lince selecciona fortemente o coelho-bravo que constitui entre 80 a 100% da sua alimentação. Esta elevada percentagem varia muito pouco entre áreas geográfi cas e entre as estações do ano. As necessidades energéticas de um lince adulto variam entre 600-1000 kcal, o que corresponde a aproxidamente à energia con-tida num coelho adulto. Uma fêmea com duas crias necessitará de caçar cerca de 3 coelhos por dia. Outros vertebrados podem também ser predados pelo lince. No entanto, em níveis signifi cativamente inferiores aos do coelho-bravo.

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GALERIA DE FOTOS

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Participa neste Con-

curso!Ajuda os animais

que estão desprote-gidos e a sofrer. As melhores fotogra-fi as terão

um prémio muito espe-

cial.

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EUROPA

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O continente europeu tem vindo a sofrer, ao longo dos tempos, uma enorme transformação na sua paisagem natural. Desde as zonas mais recônditas da Russia até às planícies de Portugal é possível encontrar uma grande biodiversidade. Assim como a fauna e a fl ora variam do Norte para o Sul da Europa, da Europa Oci- dental para a Europa de Leste, assim também há uma jurisdição não uniforme nos vários países europeus. Cada país tem as suas próprias leis de conservação e protecção da vida animal. Estas leis são insufi cientes e muitas vezes omissas o que levou à ex- tinção do Urso-pardo e do Cavalo selvagem, em alguns países eu- ropeus. Ameaçados de extinção estão também o Lobo e o Lince ibérico, outrora abundantes em toda a fl oresta mediterrânica, mas que só se encontram agora em algumas reservas natu- rais portuguesas e espanholas.Temos muito que fazer se queremos apreciar estas e outras espécies. Espé- cies em vias de extinção, são todas aquelas que es- tão em risco de extinção e cuja sobrevivência é considerada duvidosa se continuarem a actuar os mesmos factores que a ameaçam. Estima-se que em cada hora desaparecem do Mundo 3 espécies. Num dia de-saparecem mais de 70 espécies da biosfera. Tudo isto é devido ao Homem que destrói os habitats dos seres vivos, pondo assim em risco a “casa” de muitos deles e sua sobrevivência.

Nome popular: Águia-realNome Científi co: Aquila chrysaetosDistribuição geográfi ca: A águia-real dis-tribui-se geografi camente por grande parte

do Hemisfério Norte. Actual-mente, a popu-lação europeia estima-se en-tre os 5000 e os 7200 casais n id i f i cantes . A população nacional en-contra-se es-timada entre 56 e 63 casais n id i f i cantes , devendo estar a aumentar l igeiramente. Os demais casais dis-tribuem-se nas

serras da Peneda, Gerês, região do Tejo Inter-nacional, Marão, troço médio do Guadiana e pontualmente noutras áreas.Habitat natural: Espécie que essencial-mente nidifi ca em habitats rupícolas (rocho-sos), no entanto, se estes meios escassearem

pode construir os seus ninhos em árvores. Na Península Ibérica aproximadamente 90% dos casais constroem os seus ninhos em meios rupícolas. Hábitos alimentares: Alimenta-se de mamíferos, aves e répteis de tamanho médio, podendo recorrer de igual modo a animais mortos. Capturam as suas presas no solo, caçando preferencialmente em áreas abertas, evitando zonas muito arborizadas. Alimenta-se de sementes e frutas. Em cativeiro, é co-mum comer amendoim, milho verde e frutas.Tamanho: 95 cm de comprimento e até 2m de envergadura (é a maior das águias). Peso: De 3 kg até 6,125 kg. Período de gestação: A águia-real é uma espécie monogâmica, que realiza apenas uma postura por ano, sendo normalmente constituída por 2 ovos. As aves incubam os ovos durante 43-45 dias. Este trabalho é feito por ambos os elementos do casal, contudo a fêmea permanece mais tempo no ninho. Número de crias: 1 a 3 ovos.Tempo médio de vida: Máximo de 32 anos em liberdade; máximo de 46 anos em cativei-ro. Estado de conservação da espécie: Está em vias de extinção porque o homem destruiu o seu habitat e teima em roubar-lhe a sua fon-te de alimento: a caça.

Águia-real

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Lobo- IbéricoNome popular: Lobo-Ibérico.Nome Científi co: Canis lupus signatus Distribuição geográfi ca: Norte da Penín-sula Ibérica.Habitat natural: Florestas.Hábitos alimentares: A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e dos vários tipos de pas-toreio presentes em cada região. As principais presas selvagens do lobo são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais co-muns são a ovelha. Tamanho: Comprimento: 1,10 m até 1,40 m; mais 30 a 45 cm de cauda.Peso: Machos: 30-40 kg; Fêmeas: 25-35 kg.Período de gestação: cerca de 2 meses.Número de crias: 3 a 8Tempo médio de vida: Vivem um máximo de 15 anos.Estado de conservação da espécie: As causas do declínio do lobo são a sua perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e destruição do habitat e pelo aumento do número de cães va-dios/assilvestrados.

Urso PardoNome popular: Urso PardoNome Científi co: Ursus arctosDistribuição geográfi ca: América do Norte, Ásia e Europa.Habitat natural: São encontrados desde fl o-restas densas a pradarias subalpinas e tundra árctica.Hábitos alimentares: Omnívoro. Come mel, frutas, insectos, pequenos animais e peixes. Raramente caça gamos, alces e outros ani-mais.Tamanho: Comprimento: 1 m até 2,80 met-ros.Peso: de 80 kg até 600 kg. Período de gestação: Varia de 180 até 266 dias.Número de crias: 2 ou 3 Tempo médio de vida: 20 a 30 anos.Estado de conservação da espécie: A es-pécie encontra-se ameaçada, entre outros fac-tores, pela destruição do seu habitat natural e

pela poluição. O urso é um animal plantígrado, ou seja, a sola de seu pé toca totalmente o solo quando o animal se movimenta. A pel-agem dos ursos-pardos varia do branco ao castanho-escu-ro, passando pelo dourado. O urso-pardo é um animal omnívoro. Sua dieta abrange vários tipos de alimentos, in-cluindo maripo-sas, larvas, fru-tas silvestres, mel, pequenos roedores, car-niça e grandes animais como cervos e alces. Normalmente, evitam a presença de seres humanos.