revista educativa - ed.1 ano 1

39
EDU c a a R E V I S T A Edição 001 • Ano 01 • Nº 01 Uberaba • Minas Gerais • Brasil A educação além da sala de aula

Upload: tcc-comunicacao

Post on 25-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista idealizada e produzida pela aluna Livia Zanolini como exigência a conclusão do curso de Comunicação Social habilitação em Jornalismo da Universidade de Uberaba.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

EDUca aR E V I S T A

Ed

içã

o 0

01

• An

o 0

1 • N

º 01

Ub

era

ba

• Min

as G

era

is • Bra

sil

A educação além da sala de aula

Page 2: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Trabalhar com Educação foi uma vontade que surgiu a partir de

minha participação em um programa de Iniciação Científica, junto

ao Mestrado de Educação da Universidade de Uberaba, em 2007.

Responsável pela Comunicação desenvolvida no projeto, percebi

a visão equivocada de educadores sobre o verdadeiro papel do

comunicador. Esse fato me incentivou a trabalhar com temas que

mostrassem que a Educação pode encontrar aliados para cumprir

com o verdadeiro sentido de educar.

Em todas as produções como bolsista no projeto e em ambos os

relatórios que elaborei para apresentar à Pró-reitoria de Pesquisa e

Pós-graduação, com o objetivo de avaliação e evolução nas

pesquisas, busquei abordar sobre a relevância de unir as áreas da

Comunicação e da Educação nos processos de ensino-

aprendizagem. Nesses estudos, minha orientadora no projeto –

admirável professora que tanto faz falta a todos! – Mirna Tonus,

percebendo os caminhos que vinha seguindo nessa área,

apresentou-me um tema novo: a Educomunicação.

Evoluir dos artigos que abordavam a simples relação entre as

áreas da Comunicação e da Educação para a Educomunicação

não foi muito difícil. Mas, confesso, é um tema que vai além, muito

além, dessa inter-relação entre as áreas ou do uso de tecnologias

nos processos educativos. É um campo que busca o

conhecimento priorizando a prática social. Pelo menos é isso que

me mostrou o pai do campo da Educomunicação, professor Ismar

de Oliveira Soares, que vocês conhecerão ao longo dessa revista.

Esta Educativa procura mostrar exatamente o objetivo da

Educomunicação: educar de forma cativante e ativa, promovendo

o saber além dos conhecimentos sistematizados nas disciplinas,

que promova transformações íntimas nos indivíduos tornando-os

ativos e agentes das transformações sociais. Preparando-os para

viver, de fato, em sociedade.

Acredito na Educação como a melhor forma de tornarmos

indivíduos autônomos e ativos. Quando falo em educomunicar,

não imagino uma sala de aula repleta de alunos sentados, com

seus lápis e cadernos, olhando fixamente para a lousa, mas

imagino um pátio escolar repleto de alunos envolvidos em

atividades recreativas. Quando falo em educomunicar, penso em

novos recursos, novas abordagens, novos pensamentos. Penso

em participação, integração, união, criatividade, imaginação.

Penso em crescimento individual e, acima de tudo, coletivo. A

Educomunicação é absolutamente DE todos e PARA todos.

Editorial

EDUca os

Jornalista: Lívia Zanolini

Projeto Gráfico: Luciano Guimarães

Fotografia: Michelle Parron

Diagramação: Claudineia Santos

e José Adolfo

Professora Responsável: Indiara Ferreira

Edição 001 • Ano 01 • Nº 01

Uberaba • Minas Gerais • Brasil

EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Page 3: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Foto: Michelle Parron

Educomunicação e as Novas Abordagens Educativas

Aprender a Educomunicar

Conversa com Professor Ismar

A Educomunicação nas Universidades

Educomunicação na Intercom

Rádio Corina - Em Sintonia com a Educação

As Mídias e os Muros da Escola

Educação em Pauta

Os Diários Virtuais

Luz, Câmera, Criação!

Recursos Tecnológicos na Educação

Como Montar um Projeto Educomunicativo

Dicas sobre Educomunicação

4

8

9

13

16

19

20

24

28

29

32

33

37

Índice

Page 4: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

4

participem das transformações sociais atuando pelo

bem comum.

Você, como professor, já deve ter sentido a influência

das mídias sob os jovens. Quantas vezes você viu

alunas exibindo algum modelito de personagens de

novelas? E os ditos populares dos programas que

ficam entre as frases mais pronunciadas? Lembra-se

de um caso verídico e chocante que tenha saído em

algum veículo de comunicação e que foi o assunto do

dia? De fato, os jovens, como qualquer pessoa, são

bombardeados pela quantidade de informações que

recebem dos meios de comunicação. É impossível

negar sua presença na formação deles.

Percebendo a presença da comunicação no cotidiano

e nos processos educacionais e a importância de se

fazer educação nos meios midiáticos, o coordenador

do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de

Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo

(ECA-USP), Ismar de Oliveira Soares, começou a

estudar essa inter-relação entre as áreas da

Comunicação e Educação. A Educomunicação, como

é chamado o novo campo, ultrapassa os limites dos

terrenos escolares e estende-se a todo o contexto

social no qual o ser humano está inserido. Busca

promover a educação por meio da convivência com o

outro e a cultura, submetendo, tanto educadores,

quanto educandos, à aceitação das diferenças e à

valorização dos diversos discursos.

Século XXI. Grande influência da mídia na sociedade e necessidade cada vez maior de se preparar para o mercado e para a vida. A Educomunicação é um campo que traz propostas que podem revolucionar a Educação no país e preparar os futuros profissionais para lidar com essa avalanche de transformações sociais.

Você conhece a frase “educação é aquilo que fica

depois que você esquece o que a escola ensinou” de

Albert Einstein? O autor já se foi há quase 55 anos e a

afirmação ainda faz sentido, como se tivesse sido

escrita ontem. Bem, se educação é o que fica depois

que seus alunos esquecem todas as teorias e fórmulas

que aprenderam na escola, pressupõe-se que a

educação formal – aquela presente no ensino escolar

institucionalizado, baseada em livros e apostilas

escolares – não é a única forma de construir o

conhecimento. Ela é essencial, mas sozinha não

cumpre com o verdadeiro sentido de educar.

De acordo com o professor de Filosofia da Educação e

Filosofia Política, Eduardo Chaves, a educação deve

ser vista como algo capaz de formar pessoas

preparadas para sobreviver em uma sociedade que

precisa mais do que conhecimentos ligados somente

às ciências do saber. Mas que saibam, também,

conviver com os demais, que tenham atitudes

coerentes perante as diversas situações e que

Educomunicação e asNovas Abordagens Educativas

É impossível negar a presença

dos meios de comunicação

na formação dos jovens.

Page 5: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

5

Foto: Michelle Parron

Educar é cativar.

Page 6: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

6

Para ele, a Educomunicação, como um campo

disposto entre a comunicação e a educação, usufrui

da mídia e das tecnologias para criar espaços

educativos que visam ao aprendizado mútuo e onde

todos têm direito – e dever – à participação. Contrário

ao conceito da educação tradicional, que valoriza a

lógica dos objetos e os produtos obtidos com estudos

sistematizados, a Educomunicação se detém nos

processos educativos e estimula o envolvimento dos

sujeitos com suas individualidades.

Ismar Soares concorda com o pensamento do

professor da Universidade Ibero-Americana do

México, Leonardo Méndez Sánchez, quando ele

relembra que a educação necessita reestruturar-se e

voltar-se, também, para a valorização do sujeito e da

sensibilidade no processo educativo, pois o homem é

um ser repleto de vivências e sentimentos tão

importantes no processo educativo, quanto à

presença das teorias e conceitos. Enfim, que sentido

teria a educação se ficasse restrita apenas ao que é

exterior ao homem?

Por isso, a Educomunicação é um campo que concilia

todas as partes que envolvem a inteligência e incentiva

a vivência de todas para o verdadeiro aprendizado. A

apreensão da realidade dá-se por meio das

experiências e, a partir disto, o ser humano constrói

seu conhecimento. Afinal, não é possível estabelecer

uma cultura que se ampare apenas em teorias e

conceitos. Mais do que isso, a cultura se constitui de

ações comuns da realidade de um povo, como

crenças, comportamentos e valores.

De acordo com os princípios educomunicativos, as

escolas são palcos de intersecção de idéias que

podem ser utilizadas a favor da educação. Por meio de

ferramentas comunicativas, os professores incentivam

os alunos a produzirem conteúdos educativos de

forma lúdica e criativa por meio da execução de

projetos a serem desenvolvidos na escola. A proposta

é promover educação por meio da comunicação para

a compreensão não somente do conteúdo formal de

âmbito escolar, mas também para compreensão da

sociedade e da cultura.

Nesse processo, além dos benefícios pedagógicos, os

alunos aprendem a expor suas idéias e a respeitar os

pensamentos alheios. Desenvolvem a cidadania,

pesquisam, aprendem para sat is fazer as

necessidades próprias e as do projeto, além de

mostrar seu potencial fora das salas de aula. Aprender

a conviver com as diferenças, com as diversas

culturas, conquistar novos saberes e tornar-se mais

seguros na tomada de suas decisões, passar a

entender o poder da mídia e a utilizá-la a seu favor, sem

deixar-se manipular por ela, também estão entre os

objetivos da Educomunicação.

Mesmo depois de estudos que comprovaram a

relevância desta inter-relação, Ismar Soares percebe

que ainda há resistências e teorias que neguem a

aproximação entre os campos da comunicação e da

educação. “No entanto, no mundo latino, certa

aproximação foi constatada, graças à contribuição

teórico-prática de filósofos da educação como

Célestin Freinet ou Paulo Freire, ou da comunicação,

como Jésus Martín-Barbero e Mário Kaplún”. Além

Educomunicação nas escolas

O homem é repleto de vivências

e sentimentos tão importantes

no processo educativo, quanto à

presença das teorias e conceitos.

A Educomunicação concilia todas as

partes que envolvem a inteligência

para o verdadeiro aprendizado.

Page 7: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

7

disso, o avanço tecnológico e os estudos cada vez

mais direcionados apontam ainda mais para este

ajuntamento entre os dois campos do saber.

O técnico e coordenador do Serviço Social do

Comércio (SESC) São José dos Campos, Sérgio

Seabra, esclarece, ainda, sobre a importância do

diálogo entre mídia e escola. “‘Apáticos’ ou ‘rebeldes’,

o comportamento dos alunos é reativo à clausura de

um ambiente em que não se pode expressar-se com

liberdade: a sala de aula – e, em sentido mais amplo, o

mundo”. Ele acredita o quanto os elementos

midiáticos, quando utilizados na escola, podem atuar

em benefício, tanto individual, quanto coletivo. Isso

mostra que o poder da comunicação, aliado à

educação, tende a atrair mais a atenção dos

educandos, podendo conquistar melhores resultados.

A mestre em Ciências Sociais e doutora em

Comunicação e Cultura, Ângela Schaun, enfatiza a

impor tânc ia da Educomun icação para o

desenvolvimento dos princípios de cidadania. Para ela,

a prática educomunicativa torna possível viver em uma

sociedade em que há diferenças, pois elas serão

respeitadas; em uma sociedade em que há novas

tecnologias e constantes transformações, pois haverá

inclusão; em uma sociedade em que há líderes, mas

que, apesar disso, haverá comunicação democrática e

com a participação de todos que querem se

manifestar.

Os estudos e a prática da Educomunicação fazem

com que os envolvidos nos processos educativos

passem a olhar a educação não somente como forma

de atingir boas notas, mas como forma de tornarem-se

pessoas autônomas, compromissadas com a

realidade e persistentes em relação aos seus

objetivos.

Foto: Michelle Parron

Falar de Educomunicação é falar de união pelo bem comum.

Page 8: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

8

Aprender a EducomunicarProfa. Dra. Mirna Tônus

A primeira vez em que comunicação e educação se

mostraram unidas em minha carreira acadêmica foi

ainda na graduação em Jornalismo, na Universidade

Metodista de Piracicaba (Unimep), no início da década

de 1990. Desde aquela época, tem sido um longo e

prazeroso período de aprendizagem, no qual separar

as duas áreas se tornou impensável, ainda mais

depois da tentativa de fomentar um diálogo entre elas

no mestrado em Educação, na mesma instituição, e de

estender essa reflexão para as Tecnologias da

Informação e da Comunicação no doutorado em

Multimeios na Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp).

Certa vez, publiquei um pequeno artigo – Entre a

comunicação e a educação –, no qual busquei refletir

sobre o trânsito nas duas áreas. Hoje, porém, ao

pensar sobre o conceito de Educomunicação, que tem

no professor Ismar de Oliveira Soares, da Escola de

Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo

(ECA/USP), um dos maiores entusiastas e um

importante especialista, percebo que se trata não de

“entre”, mas de “com”. Educação com comunicação.

E de “para”. Educação para comunicação e,

igualmente importante, comunicação para educação.

Essa concepção, cada vez mais fortalecida em minhas

pesquisas e atividades acadêmicas, tem encontrado,

satisfatoriamente, reflexos em alguns alunos que, a

meu ver, já pensavam de maneira semelhante. Assim,

estamos todos, continuamente, aprendendo a

educomunicar, seja por meio do ensino, em disciplinas

que abordam esse diálogo; seja no desenvolvimento

de pesquisas, nas quais aprofundamos as discussões

teóricas e conhecemos melhor se, onde e como a

educomunicação tem se realizado; seja em projetos

de extensão, ao sensibilizar professores e outros

atores sociais relacionados à escola para a

importância do tema.

Nesse tripé que caracteriza a universidade, deparo-me

com os ecos dessa aprendizagem nos projetos de

pesquisa e extensão que coordeno na Universidade

Federal de Uberlândia (UFU), com foco em

educomunicação e meio ambiente.

Se o mundo humano é um mundo de comunicação,

como afirmava o educador Paulo Freire, que essa

comunicação possa ser vista, por campos como a

educação, como uma importante aliada na promoção

de uma sociedade mais consciente e humana, no mais

pleno sentido que o “humano” pode ter.

FotoMirna

Foto: Arquivo Pessoal

Page 9: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Falar de Educomunicação é abordar a união

entre a Educação e Comunicação. É falar de

criatividade, prática social, interação e

desenvolvimento. O coordenador do Núcleo

de Comunicação e Educação (NCE) da Escola

de Comunicação e Artes da Universidade de

São Paulo (ECA-USP), Ismar de Oliveira

Soares, apesar de mostrar-se otimista,

considera que a oferta de formação na área

da Educomunicação ainda é pequena. A

equipe do núcleo tem trabalhado ao redor de

30 mil pessoas, nesses últimos anos, e,

atualmente, orienta cerca de cinco mil

professores do estado de São Paulo. “O Brasil

tem três milhões de professores, o que é

falar em 30 mil? Não é nada. Então, na

verdade, a formação aos poucos está

surgindo”.

Conheça o trabalho do pesquisador que

ampliou o conceito da Educomunicação.

9

Conversa com Professor Ismar

Ismar de Oliveira SoaresFoto: Divulgação

Page 10: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

10

EDUCATIVA

Ismar Soares

- A partir do que surgiu o interesse de

estudar a Educomunicação?

- Ao longo da recente história,

especialmente a partir dos anos 40, as pesquisas em

Comunicação identificaram a hegemonia de alguns

pensamentos. Desde a escola chamada funcionalista,

passando por uma escola crítica, como a Escola alemã

de Frankfurt, e se desenvolvendo em uma perspectiva

estruturalista até chegar aos estudos culturais.

E o que acontecia é que a Comunicação tinha pontos

de vista sobre a Educação, e a Educação pontos de

vista sobre a Comunicação. Nesse caso, os dois

campos não se integravam. A Educação temia pelo

impacto da mídia e desenvolvia programas de

formação crítica frente à mídia, por exemplo. Ou senão

a Educação pretendia fazer uso de alguns

instrumentos da Comunicação, chamada tecnologias

educativas. Nesse caso, tanto esse olhar crítico,

quanto o uso, eram secundários, optativos. Não faziam

parte, portanto, do ideário da Educação. Porque para a

Educação, o que ela fazia já era comunicação

suficiente e não necessitava se preocupar com isso.

No entanto, ao longo dos últimos, pessoas dos dois

campos, da Comunicação e da Educação, passaram

a agir de uma forma diferenciada com relação a essas

teorias. Eram pessoas que, através daquilo que se

chamou antigamente de comunicação alternativa,

comunicação popular, passaram a dar uma

intencionalidade educativa para os processos

comunicativos. Aí, vamos ter práticas alternativas e um

pensamento alternativo.

Então, uma pesquisa realizada pelo Núcleo de

comunicação e Educação da ECA-USP examinou

essas práticas, no Brasil, América Latina e no mundo e

percebeu que muitas pessoas pensavam de forma

semelhante, tinham dúvidas semelhantes, ainda que

não se conhecessem. Aí, nós resolvemos usar um

termo Educomunicação, que é novo em termos de

constituição. Não absolutamente novo, pois tinha sido

usado há um tempo pela própria UNESCO –

Organização das Nações Unidas para a educação, a

ciência e a cultura – para designar a leitura crítica da

mídia.

- Como funciona o trabalho do NCE?

- O NCE tem trabalhado de forma

variada, dialogando com instituições. Exemplo,

dialoga com o canal Futura, que é uma mídia. Dialogou

com o Jornal da Tarde, quando produziu 80 páginas

para a mídia impressa. Não devemos ver a

Educomunicação como algo da escola, mas como

algo da sociedade. O núcleo ajudou a fundar uma

associação chamada Redecep, que é a Rede de

Experiência em Comunicação, Educação, formada por

dez organizações que trabalham com a prática

educomunicativa. Por funcionar em uma universidade

públ ica, se integra às organizações não

governamentais dialogando com o chamado terceiro

setor e também dialoga com as escolas. A conversa

com a escola é uma conversa decorrente do diálogo

com a sociedade, atendendo à educação formal. Isto

quer dizer que a Educomunicação está presente na

sociedade e vai caminhando até chegar à escola. A

esco la ser ia o ú l t imo reduto em que a

Educomunicação entra. Nessa conversa sobre o

diálogo, o que o NCE propõe sempre são trabalhos,

programas, projetos mediatizados. A gente entende

que viver em uma sociedade midiática em que a

juventude já está alfabetizada ou tem uma

aproximação ao alfabeto da linguagem audiovisual,

digital – que vai da produção impressa à própria

produção digital, através do uso de celular, passando

pelo vídeo, pelo rádio – possibilita um diálogo mais

profundo. O rádio tem sido um instrumento forte em

termos de trabalho em redes públicas. Agora, o rádio

leva à Internet, e o resultado é a web rádio por exemplo.

- A rede pública, pó si só, é capaz de

desenvolver projetos educomunicativos com os

currículos que possui?

- Dificilmente. Os currículos são

fragmentados dentro da perspectiva nacional da

educação bancária de Paulo Freire. Isso não significa

que toda a educação pública seja bancária. O que

EDUCATIVA

Ismar Soares

EDUCATIVA

Ismar Soares

Foto: Portal Niterói Comunidades

«Não devemos ver a

Educomunicação como algo

da escola, mas como »algo da sociedade.

Page 11: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

11

significa é que as redes têm de cumprir determinadas

tarefas e funções esperadas pela sociedade. As

pessoas esperam que a escola desenvolva

determinados procedimentos e t ransmi ta

determinados conhecimentos. O ingresso da

Educomunicação só acontece quando lideranças no

âmbito escolar percebem a necessidade de

mudanças. Então, isso eles vêem quando as

autoridades escolares percebem que determinadas

organizações pequenas, como ONGs, que trabalham

com mídia e educação, alcançam excelentes

resultados com os jovens. As melhores escolas nas

avaliações de desempenho são aquelas que

desenvolvem projetos na linha da cultura, da produção

midiática, da Educomunicação. Isso tudo tem

sensibilizado o poder público.

- Quais dicas o senhor daria para

professores que desejam aprofundar-se em

Educomunicação?

- A primeira recomendação é que o

professor se apodere de literaturas de respeito. Se

forem ao “Google” colocando o conceito de

Educomunicação certamente vão aparecer inúmeros

artigos e várias teorias diferentes. Nós, no núcleo,

defendemos a hipótese de que a Educomunicação é

EDUCATIVA

Ismar Soares

Foto: Michelle Parron

Foto: Michelle Parron

Escola Corina prova que, apesar

das dificuldades, é possível

desenvolver projetos educomunicativos eficientes.

Page 12: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

12

um paradigma importante e pode estar presente em

todo lugar. Até numa empresa, que é fechada. Essa

literatura é importante. A segunda recomendação é

também descobrir eventos que estejam acontecendo.

Na Internet, se colocar “educomunicação +

organizações”, no Google, vai cair no site da Redecep

onde haverá experiências sendo mostradas através

das publicações. Isto é, descobrir se há alguém

fazendo e verificar, ver alguma literatura ou alguma

prática que possa ser seguida.

- O senhor ainda nota resistência de

alguns profissionais da área da Educação em relação

ao conceito da Educomunicação?

- A resistência é muito grande. Existem

grupos que acham que a Educomunicação não é

necessária. Alguns acham que é um conceito vazio.

Isso não é novidade nenhuma porque, dentro da

Educação, já existem movimentos voltados para uma

prática social. O próprio conceito de Construtivismo

avalia essa visão. O próprio movimento em torno de

uma educação cognitivista, portanto voltado para

integrar a criança à alfabetização digital. Isso tudo já

existe para quem então persegue a Educomunicação.

Então, alguns negam a hipótese da Educomunicação

porque seria um conceito que estaria invadindo um

campo já constituído.

- Como pode o profissional da

c o m u n i c a ç ã o a u x i l i a r n o p r o c e s s o d a

Educomunicação?

- Eles são os mais habilitados, caso eles

queiram sair um pouco da capa de donos de uma

tecnologia e sentar junto com os alunos e, a partir

dessa perspectiva de conversa, de produção conjunta,

dar sua contribuição. O professor necessita desse

apoio, porque teme a tecnologia e tem receio de fazer

papel feio frente aos alunos que já conheçam mais do

que eles. Então, o professor necessita de apoio do

técnico e do comunicador. É impossível fazer um curso

desses apenas com educadores.

- De quem deve partir a iniciativa de

desenvolver projetos educomunicativos? Dos

professores, diretores de escolas ou Secretarias de

Educação?

- É muito difícil te responder porque cada

EDUCATIVA

Ismar Soares

EDUCATIVA

Ismar Soares

EDUCATIVA

Ismar Soares

caso é um caso. Nós necessitamos de ter pessoas

entusiasmadas. Entendemos que o melhor caminho é

a pedagogia de projetos. Porque a pedagogia de

projetos não pergunta pela estrutura inteira, mas por

um pedaço da estrutura. Então, a escola é autoritária?

Ok. Mas nenhum professor, na aula de Artes ou na aula

de Língua Portuguesa ou de Matemática, pode fazer

alguma coisa? Pode reunir os alunos? Pode

implementar o processo? Então, vamos começar por

aí. É preciso encontrar professores ou agentes

culturais animados. Em segundo lugar, precisamos ter

o apoio da direção, da coordenação pedagógica,

mesmo que ela não entenda o processo em si, mas

que dê apoio, que dê l iberdade para o

desenvolvimento. Em terceiro lugar, nós precisamos

de uma secretaria que dê substrato. Que dê um

suporte tecnológico, que está cada vez mais barato e

mais acessível. Então, acredito na congeminação de

várias políticas. Porque não adianta a secretaria

determinar a Educomunicação como norma e não ter

ninguém entusiasmado para sustentá-la.

- Como a Educomunicação pode auxiliar

na melhoria do ensino no país?

- Vai auxiliar no momento em que escola,

ao reconhecer que a criança vive na sociedade

midiática e que, portanto, para ela é natural a

integração das linguagens para o processo educativo,

se abrir para projetos na perspectiva da

Educomunicação, isto é, na perspectiva de uma

gestão participativa. Utilizar os recursos para que a

comunidade educativa se expresse, não apenas o

professor se expresse e o lado do aluno dele, mas a

comunidade em geral. Com isso, a auto-estima das

crianças vai ficar mais elevada, a vontade de ir para

escola aumenta e o conhecimento começa a surgir, a

ser construído porque essas crianças têm problemas

para resolver. A Pedagogia afirma que o aprendizado

acontece na resolução dos problemas.

EDUCATIVA

Ismar Soares

«A Pedagogia afirma que o

aprendizado acontece na»resolução dos problemas.

Page 13: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

13

A Educomunicação nas Universidades

Núcleo de Comunicação e

Educação da ECA-USP

Foto: JoseAdolfo.com.br

A Educomunicação ganha espaço. Algumas universidades organizam núcleos e grupos de pesquisas com o objetivo de estudar profundamente o tema, atraindo educadores e professores interessados no assunto, que desenvolvem projetos e trabalhos visando o estudo aprofundado do tema a fim de melhorar a educação na sociedade.

Núcleo de pesquisa ligados à Educomunicação

conquistam cada vez mais espaço nas

universidades brasileiras.

Page 14: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

14

Page 15: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

15

Núcleo de Comunicação Educativa da Intercom

Anped e GT deEducação & Comunicação

EducomAfro

Page 16: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

16

Educomunicação na Intercom

Foto: Michelle Parron

Valorização do trabalho acadêmico começa

na escola.

Page 17: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

17

Quando se fala de mídias e novas

tecnologias inseridas na

educação, é impossível não falar »em Educação à Distância

Page 18: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

18

Foto: Lívia Zanolini

O reconhecimento e a adesão à EAD

aumentam dia após dia.

Page 19: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

19

Rádio Corina

Rádio-escola envolve alunos e

professores da Escola Estadual

Professora Corina de Oliveira e

conquista um espaço importante

no cenário das melhores escolas

públicas da cidade.

Em sintonia com a educação

- Camila, vamos lá que hoje é sua vez de

fazer a locução – dizia a amiga.

- Eu? Eu não vou não, não consigo. Vocês

sabem! – retrucava amedrontada.

- Agora que você é locutora da rádio, precisa

dar as caras e enfrentar o público. Vem que

eles já estão esperando!

Foto: Michelle Parron

Page 20: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

20

Page 21: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

21

Os radialistas mirins

Márcia Gladys de Souza é graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela

Universidade de Uberaba, graduada e licenciada em Ciências Sociais pelo Centro de Ensino Superior

de Uberaba (CESUB) e atualmente é professora de Sociologia e Sociologia da Educação na Escola

Estadual Professora Corina de Oliveira.

Page 22: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

22

• Fala aí, professor:

• Agenda Cultural:

• Informativo Corina:

• Música e recadinhos:

• Reflexão:

• Canal do aluno:

• Paparazzo Corina:

• O tema do dia é:

• Plantão Corina:

• Músicas e recadinhos:

direcionado aos professores, em

que um deles é escolhido para ser entrevistado a fim de

que os membros da escola possam conhecê-lo

melhor.

apresenta os principais eventos

que acontecerão na cidade.

visa repassar informações

importantes, tanto de dentro da escola, quanto de fora

dela.

permite com que os alunos

possam transmitir seus recados e dedicar suas

músicas para toda a escola.

transmite mensagens positivas na

tentativa de proporcionar conforto aos colegas em

momentos difíceis.

espaço em que os estudantes

podem falar o que pensam a respeito de determinados

assuntos. Claro, opinar sem desrespeitar.

um quadro de fofocas que

mantém os alunos em dia com as novidades.

oferece espaço para discussão e

debates sobre temas de interesse coletivo.

é veiculado quando ocorrem fatos

que mereçam destaque fora do horário normal da

p r o g r a m a ç ã o e q u e d e v e m n o t i c i a d o s

momentaneamente.

acontece todos os dias no

programa exibido no intervalo das aulas. Para deixar os

recados, basta o aluno procurar algum membro da

rádio durante a transmissão. É o momento de maior

integração entre radialistas e ouvintes.

Quadros dos programas

A verba

Prós e contras

Page 23: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

23

A voz da moçada!O que você pensa da Rádio Corina?

“Acho a rádio bacana, as músicas tocadas e os temas

r

o

tratados. A minha c ítica é em relação a s integrantes.

c

Acho que eles aproveitam a parti ipação na rádio para

p

justificar o excesso de fal as nas aulas. Até ercebi que

t

n

o

uma alu a teve seu rendiment escolar prejudicado

r

por causa disso. A rádio é inte essante, mas teria que

s

r

a

e organizar melho . Conciliar projeto e ula é

n n

essencial”. Marco A tô i Ferreira Inácio, 15 anos.

o

Já iz t ste já n re , m tive que sair o

“ f e , e t i as nm sm d a or c das min n as

e o i p ausa has otque n es ão mui o rádio passa

ão t t boas. Ama co u icação muito p si va,

u m n o tiincen iva os alunos ficamos p de t o

t e

or n ros prin i ais f os que aconte em”.

d c p atcLuana G egório Balduin 16 an

ro, os.

“Para p rt ip d á é pr cis

a ic ar a r dio e oco romet n o. É muito po ta te

mp ime t im r n e exige e ponsa ilida e. A r dio r s b d ágiliza o tr balho o r f s or,

a a d p o e s fa il an o a com nicaç o n scola”.

c it d u ã a e Marco T lio Chag , 15 anosú as .

A d é um dos me r s rojetos a e cola. u é

“ rá iolho e p d s E at

o ece p rticip uma vez, m exig mui a dica ã e,

c m i a a ar as e t de ç o

o mom nto, e ão odia a ão outras atividades.

n e u n p brir m de

osto mu o pedir mú as” Brun T le, 15 ano

G it de sic . a ie s.

“ rá o é m it pos iva Tr s i e

A di u o it . an m tmui as i for ações i po e .

t n m m rtant s

e h v tad de pa t c par Se

T n o on e r i i . desse, por o ta m to d espo es,

pu g s r ui e rt

gostari de f z um quadr esp ia

a a er o ec l

s b e a f in l do ampeo a o

o ra C

n tB asi ro” B no l ndr Barbo

r lei . ru A exa e saRo set i, 5 a os

s t 1 n .

o e mpd r nt s

.

“A rádio é ótima p r star se re tratando e vá ios assu o importantes

mu o s o me a c

Acho it importante a transmis ão nã so nte de notícias d es ola,

é nd rp

mu ta

como tamb m do mu o. Gosta ia de partici ar, mas exige i

ã c q C v s i a

dedicaç o. A ho ue a amila Pai a er a uma ótima profissional se lev sse

s e r ti d O i A 4 .

es e des jo de jo nalis a adiante”. M chelle e l veira breu, 1 anos

Page 24: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

24

Foto: Claudinéia Ferreira

Page 25: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

25

Foto: Claudineia Santos

O Jornal Gração nunca valeu nota.

Surgiu como iniciativa dos alunos

pelo simples prazer de escrever

e desenvolver um projeto relevante

na escola.

O Patrocínio

Page 26: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

26

Repercussão e resultados

Foto: Arquivo Pessoal

Meninas da Redação do Jornal Gração:

Ingrid, Yulli, Geisla e Rúbia.

Page 27: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

27

A voz da moçada!O que você pensa do Jornal Gração?

O jor al tin matéri s mu t lega s. Eu osta a muito

“ n ha a i o i g vd s ntrevist as men nas escolhia em os

a e as, i m bentre ist os” ndré L z atista Júnior, 13 an s

v ad . A ui Bo .

“ h v ega u l gen d a r s n i

Ac a a l l, porq e á a te po i exp e sar ossa op nião

ar u q e se i . ma e rti i i en u

p a q em uis s ouv r U v z eu pa c pe escrev do m

o ô a. so l go o

p ema sobre a Amaz ni O pes a stou muito e, clar ,

d a u s o L c el r a l a, 3 o .

a orav o vir o elogi s”. u i en C istin Si v 1 an s

l r a o E

“O Jorna Gração e a leg l até no n me! u

oo

o r

g stava das n tícias e as fot s e am muito

c p t s

legais. Prin i almen e as fotos dos aluno

e l ”r i

aqui da sco a . Guilherme Sa k s Pales

y , oNer dos Santos 11 an s.

“A fo g af s q a menin s

s to r ia ue s al ca a jo n l e am uito

co o v m no r a r m int re n A ov a es

e ssa tes. s n id d defilme r s a ém ra u

s e liv o t mb e m m itog s” Elia Ir e Neto a os.

le ai . s in u , 11 n

“ ito Legal! Eu o tav de

Mu g s a

m d ecad para A a Fl a, an ar r o n ávi

m nh ex-n mor da . i a a a !”

J ã tor Roc a Marti s, 11 an .o o Vi h n os

Page 28: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

28

Os Diários Virtuais (blogs)

Page 29: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

29

Page 30: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

30

A avaliação e os custos

Maria Cléria Fernandes

Coordenadora do Projeto FECIC

Foto: Michelle Parron

Page 31: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

31

Contribuições do projeto

Sirlene de Castro Oliveira

Coordenadora Pedagógica

Foto: Michelle Parron

Foto: Michelle Parron

Page 32: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

32

André Azevedo da Fonseca é graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade de

Uberaba, especialista em História do Brasil pela Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC-MG),

mestrando em Histórica Cultural/Política (Unesp-Franca). Professor e coordenador do curso de

Comunicação Social na Universidade de Uberaba e coordenador do Memorial Mário Palmério.

Recursos Tecnológicos na Educação

O uso e a aplicação dos recursos tecnológicos têm

entendimentos diferentes por parte de professores e

instituições, da mesma forma, entre gestores e

pesquisadores da área pedagógica.

Algumas instituições adotam os recursos tecnológicos

como ferramentas educacionais, aliando-se eles. Outras

instituições os antagonizam.

Ao mesmo tempo, é preciso verificar também o

posicionamento do professor. Não significa que se uma

instituição os adota, todos os professores devem utilizá-los

efetivamente em suas aulas, como também não significa

que, se todos os professores queiram utilizar os recursos,

que as instituições irão adotá-los.

A adoção ou não de recursos tecnológicos pelas instituições

ou pelo professor, pode estar diretamente relacionada com

as concepções das práticas pedagógicas..

Cabe à educação, uma parcela da responsabilidade da

compreensão crítica das transformações que o país está

passando, principalmente no tocante às dinâmicas sociais

de comunicação e à informação.

É necessário haver uma escola próxima da comunidade,

que caminhe na mesma velocidade que as tecnologias e

que não fique aquém delas. Que lance mãos dos recursos

tecnológicos disponíveis e que deles faça-se uma aliada nos

processos mais eficazes da educação.

Apesar das tecnologias serem acessíveis, mesmo nos

países atrasados e estarem com os custos caindo

vertiginosamente, seu acesso está longe de ser igualitário.

Por conta das novas tecnologias digitais, passa a existir um

novo modo de produção da informação, do conhecimento e

da cultura.

Heloísa Maria Marques Lessa é graduada em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras de Ituverava, graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Uberaba, Pós-graduada em

Docência no Ensino Superior pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Pós-graduanda em Crítica

Literária pela UFTM, Pós-graduada em Educação Especial (Deficiência Mental) pela Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).Foto: divulgação

Profa. Heloísa Maria Marques Lessa

Se não houver uma mudança radical na postura dos

educadores no sentido de se aliarem às novas tecnologias,

os métodos educacionais atualmente adotados se tornarão

cada vez mais obsoletos e ineficientes, não atingindo o

objetivo de educar bem para que os indivíduos alcancem a

prática da cidadania.

É sabido que o jovem tem muita “afinidade” com os recursos

tecnológicos, o que torna o seu uso facilitado. Utilizar esses

meios para disseminação da cultura é um ato inteligente de

aliar interesses em prol da educação.

O jovem de hoje idolatra os aparelhos eletrônicos e, por esse

motivo, as vias de comunicação que mais os atingem devem

ser veiculadas, preferencialmente, nesses meios. Por

exemplo: um jovem lerá, com certeza, um jornal virtual de

seu interesse, mas talvez não leia o mesmo jornal impresso.

A participação de alunos e professores na confecção de

informativos desse porte só faz aumentar o conhecimento

dos envolvidos, tanto quanto das pessoas que

compartilharem dos resultados dos mesmos.

É sempre uma forma prazerosa participar de um projeto

educomunicativo, principalmente se for de uma forma ativa.

Os alunos se integram mais, demonstram interesse por

assuntos que interferem na vida de todos da comunidade

escolar.

Há que se ressaltar que o cidadão só participa ativamente

do processo democrático de uma nação se tiver

informações suficientes sobre os fatos relevantes à sua

implicação social. Esse é o princípio básico de cidadania.

Que lugar melhor para colocá-lo em prática do que na

escola? Afinal, formar cidadãos é a meta da educação!

Page 33: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

33

Como Montar um Projeto Educomunicativo

Agora que você já sabe o que é

Educomunicação e conhece um

pouco sobre a prática

educomunicativa, é o momento

de refletir sobre o que pode

fazer para montar seu próprio

projeto educomunicativo.

Foto: Michelle Parron

Page 34: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1
Page 35: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

35

Projeto com material impresso

O material impresso vai além dos

domínios escolares com mais

facilidade. Isso se torna instigante

para os participantes.

Page 36: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

36

Foto: Michelle Parron

Projeto com vídeo

Independentemente da mídia utilizada no projeto desenvolvido na escola,

as reuniões de pauta são essenciais.

Page 37: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Educomunicação

Dicas

37

Dica

s so

bre

Educ

omun

icaç

ão

Se deseja conhecer sobre alternativas para políticas públicas na área da

Educomunicação a fim de apoiar projetos educomunicativos na sua escola,

acesse http://rossetti.sites.uol.com.br/

No endereço você terá todo o relatório produzido pela equipe da Educarte, com

o apoio do O Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, contendo uma

pesquisa feita com nove experiências brasileiras que utilizam a

Educomunicação no contexto escolar. É um conteúdo bastante formativo para

você, professor, que se interessa por trabalhar com conteúdos

educomunicativos com seus alunos.

Educarte

Para conhecer uma dica de projeto educomunicativo interessante na internet,

acesse http://200.244.52.177/embratel/assistaAgora.do que você vai conhecer

a TVPontoCom. O projeto é uma iniciativa do Instituto Embratel, que transmite

produção cultural e educativa 24h por dia. Pra você, professor de escola

pública, a TVPontoCom transmite conteúdo específicos para sua escola de

segunda à sexta, das 8h às 18h. Converse com seus diretores, pense nas

possibilidades de aproveitar esse material, Nos outros horários a programação

é destinada para todos os tipos de público.

TVPontoCom

Se você procura por mais conteúdo que aborde sobre a relação das áreas da

Educação com a Comunicação e vice versa, existem sites que podem oferecer

diversas abordagens acerca do assunto.

Acessando http://www.redecep.org.br/educomunicacao_bibliografia.php,

você estará diante da chamada Rede de Experiências em Comunicação,

Educação e Participação (Redecep) que reúne organizações, centro de

pesquisa e colaboradores com experiência no campo da Educomunicação. A

Redecep proporciona rica bibliografia e conteúdo com o objetivo de disseminar

o campo e beneficiar alunos e professores de todo o Brasil.

Redecep

Page 38: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Educomunicação

Dicas

38

Page 39: Revista Educativa - Ed.1 Ano 1

Universidade de Uberaba – Curso de Comunicação Social – Bloco L Av. Nenê Sabino, 1801 – Uberaba/MG • Telefone: (34) 3319 8953 •