revista do xli congresso mundial das academias do bacalhau - maputo 2012

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14,15 e16 de SETEMBRO de 2012 MAPUTO BEIRA MOÇAMBIQUE

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Uma Edição Exclusiva, produzida e editada por ocasião do 41º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, em Maputo, de 14 a 16 de Setembro de 2012. A Academia do Bacalhau, sua História, suas Regras e Tradições, a expansão e presença Global das Academias, artigos de fundo sobre Moçambique e alguns notáveis Compadres e Comadres, a Obra das Academias do Bacalhau Moçambicanas e ainda um prático Guia de Moçambique.

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Revista Anual 2012 1 3 Revista Anual 2012Moçambique / Maputo 2

14,15 e16 de SETEMBRO de 2012

MAPUTO

BEIRA

MOÇAMBIQUE

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Moçambique / Maputo2 5 Revista Anual 2012Moçambique / Maputo 4

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Moçambique / Maputo4

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Editorial

Maputo, 20 de Janeiro de 2010

Quero manifestar a minha admiração pelas actividades que a academia tem realizado em prol da solidariedade. Tudo quanto tenho observado nas reuniões da academia é que os jantares são pretexto para juntar amigos que se solidarizam para uma ajuda a outros. A Academia do Bacalhau é um elemento que através dum apoio às crianças tem como fim uma preparação para assegurar o futuro da Criança que será o responsável do amanhã de Moçambique.Muitos parabéns e um obrigado a todos que iniciaram a criação da Academia!

Malangatana Valente Ngweniya

Ao comemorarmos o XLI Congresso Mundial da Academia do Bacalhau, que congrega em Moçambique pessoas oriundas de diferentes lugares e de cinquenta e duas Academias espalhadas por vários continentes, onde o bacalhau, mais conhecido por “fiel amigo”, cons-titui motivo bastante para reunir os “fiéis amigos” neste País, não com interesses gastronómicos, mas sim filantrópicos, que se traduzem “em pequenos gestos de grande ajuda”, não podemos deixar de honrar e saudar um Fiel Amigo, um Com-padre que sempre nos assistiu, apoiou e contribuiu pessoalmente e com as suas obras, para o crescimento e a divulgação desta Academia, no desenvolvimento dos seus projetos de solidariedade à Casa do Gaiato, ao Centro Cultural de Matalana… entre tantos outros realizados, com espe-cial enfoque, para os miúdos da rua.

Foi ele, o grande Malangatana Ngweniya Valente que, infelizmente hoje, não pode estar fisicamente connosco neste convívio Mundial das Academias do Bacalhau, quem nos inspirou na materialização deste documento que vai ser levado a todos os presentes, para uma melhor divulgação da terra que viu nascer o grande Mestre Malangatana, cujas obras espalhadas pelas Galerias de Arte de todo o Mundo, colocam Moçambique no topo do que há de melhor na expressão plástica africana.

Quando lhe explicámos a missão da nossa Academia, em que havia o sentido de ajudar o próximo, sobretudo os mais desfavorecidos e o convidámos para o primeiro jantar do “bacalhau”, ele aceitou sentar-se connosco à mesa, e a partir daí, nunca mais se arredou do nosso convívio.

Era assim o Compadre Malangatana que, infelizmente, nos deixou para sempre no ano findo de 2011.

O seu pensamento em relação à Acade-mia do Bacalhau levou-o, um dia, em 21 de Janeiro de 2010, a pegar numa caneta

e a expressar, desta maneira, o que sentia na alma, deixando registado num pedaço de papel, para testemunho das gerações vindouras, o texto que redigiu ali na hora e a seguir passamos a transcrever abaixo. Esta, uma sentida Homenagem da nossa

Academia ao nosso grande Compadre Malangatana, com a certeza de que tudo faremos para prosseguir com a obra que tanto apoiou e elogiou.

Os nossos reconhecidos e póstumos agradecimentos. Bem-haja, Malangatana!

Compadre António FonsecaAcademia do Bacalhau de Maputo

XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau

Ficha TécnicaEdição 2012XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau – Moçambique

Editor e MarketingAntónio Alves Fonseca João Trincheiras

Coordenação EditorialSavoir FaireRose Costa Marinho Falcã[email protected]

Design, Paginação e Produção GráficaGabriel Borges [email protected]

CapaIlustração de Gabriel

Impressão Luiz Mateus - 0027 0840618496Intrepid Printers (PTY) LTD – PO BOX 4175Pietermaritzburg 3200 – Àfrica do SulNuit: 4550 189 304Import/export nº 201 98 352

Propriedade: Academia do Bacalhau

Edição especial de 1.000 exemplares preparada pela Comissão Organizadora do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau (Maputo e Beira)

Distribuição gratuita - Proibida a venda

ÍndiceEditorial .................................................3Presidente Honorário das Academias do Bacalhau ..............5Cônsul-Geral de Portugal em Maputo ............................................7Presidente da Academia-Mãe.............9Normas da Academia ..........................11História da Academia do Bacalhau .......................14Lista das das Academias ....................16Presidente da da A. B. M .....................18Presidente Honorário da A. B. M ........19Presidente Honorário da A. B. M ........20Órgãos Sociais da A. B. M ..................21Reuniões da A. B. M ............................22Apresentação Maputo .........................25Casa do Gaiato ....................................28Compadre Malangatana .....................34Academia do Bacalhau da Beira ........41Reuniões A. B. da Beira .......................45Apresentação Beira .............................46Moçambique Pérola do Indico ...........51Programa/ Agradecimento ..................62

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Moçambique / Maputo6

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Presidente Honorário das Academias do Bacalhau

Compadre Durval MarquesPresidente Honorário das Academias do Bacalhau

Compadre Durval Marques com Compadre António Capucho em 1991 no que hoje é a Casa do Gaiato.

Com um Gavião de Penacho,

Passados quarenta e quatro anos sobre a abertura, em Joanesburgo, da nossa primeira Academia, em 10 de Junho de 1968, é consolador verificar que o nosso movimento de Amizade e Bem-Fazer é hoje constituído por 52 Tertúlias, que se espalham por 4 continentes e todas elas seguindo os mesmos Princípios e Objecti-vos que nortearam a criação da Academia-Mãe, nessa já longínqua data de 1968.

Esses nossos Princípios – em que a mesa é o pretexto para estarmos juntos, a ami-zade o veículo que nos une a todos e a solidariedade a razão principal da nossa existência – são os motivos fundamentais que nos trouxeram até ao que represen-tamos hoje.

É pois com muito prazer e imensa satisfação que saúdo efusivamente todos os Compadres e Comadres que estarão presentes no XLI Congresso das Academias do Bacalhau, que se realiza em Maputo a 14, 15 e 16 de Setembro de 2012, e que tem como anfitriãs as Academias do Maputo e da Beira, fazendo os melhores votos para que todos beneficiem do carinho, cortesia e hospitalidade, que é habitual receber-se nestas duas lindas cidades do Índico.

Desejando que o Congresso seja coroado dos melhores êxitos e que nele sejam discutidas e aprovadas propostas que se revistam do maior interesse para a vida das nossas Academias, aproveito para enviar um grande e afectuoso abraço para todos, ao mesmo tempo que deixo aqui uma palavra muito especial de agradeci-mento às Academias Anfitriãs, por todos os trabalhos e canseiras que tiveram para a realização deste XLI Congresso.

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Moçambique / Maputo8

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É com o maior gosto e admiração que endereço as minhas saudações muito especiais ao Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, que este ano se realiza em Moçambique, nesta aco-lhedora cidade de Maputo.

Com efeito, desde que tomei contacto com as actividades das Academias do Bacalhau em todo o mundo, por ocasião da minha associação à empre-endedora Academia de Maputo, logo percebi a mais valia da sua existência. Cedo entendi, também, o que signi-ficava, e o empenhamento que era necessário, manter aceso o espírito de solidariedade em que as Academias se baseiam e que tão bem vêm prosse-guindo.

Muito se deve à aposta nas pessoas e na mobilização do seu espírito e capa-cidade de entre-ajuda. A mobilização dessas capacidades, que exige algum esforço e persistência, gera dedicação e boa vontade. Durante o meu tempo de missão em Moçambique como Consul Geral de Portugal em Maputo,

tudo o que vi da acção e conduta da Academia tocou-me bem fundo.

Foi por isso com alegria e entusiasmo que rapidamente me tornei comadre e que incentivei a adesão da Comunidade Portuguesa aqui residente à Academia do Bacalhau. E foi com muita satisfação que fui registando a acção determinada das diversas direcções da Academia nesta cidade, no seu propósito de con-solidar, através de acções concretas, o espírito da Academia.

Não posso também deixar de aqui referir a participação empenhada do sexo fe-minino, que presenciei na Academia de Maputo, participação essa que reflete a modernização dos métodos de trabalho, a mais valia contida na associação das mulheres aos trabalhos das Academias, bem como a vontade de ajudar a causa comum que elas corporizam.

Vi já essa evolução no Congresso Mun-dial que se realizou em Pietermaritzburg, no qual tive o gosto de participar, evolução essa que se vem tornando consensual,

com a qual me congratulo e registo com grande apreço, uma vez permite alargar de forma substancial o alcance da acção das Academias.

Não me competirá comentar a escolha de Maputo para realização do Con-gresso Mundial de 2012, não podendo porém deixar de referir, como residente aqui durante algum tempo, a beleza des-ta cidade e de Moçambique, bem como o acolhimento tão simpático dos seus habitantes, que certamente configuram este país como um dos mais aprazíveis locais para viver em África.

Espero assim que todos os compadres e comadres tirem partido desta oportu-nidade de contacto com Moçambique, neste abraço de convívio, amizade e ligação ao mundo global que os encon-tros das Academias proporcionam. É gratificante saber e viver a circunstância de os mesmos ideais e propósitos esta-rem vivos em comunidades espalhadas pelos 4 cantos do mundo.

Com as minhas saudações

Cônsul-Geral de Portugal em Maputo

Comadre Graça Gonçalves PereiraConsul Geral de Portugal em Maputo, de

Setembro de 2008 a 9 de Agosto de 2012

Com alegria e entusiasmo me tornei comadre

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Presidente da Academia-Mãe

Sem desprimor para todas as Aca-demias espalhadas pelo mundo, não queria deixar de elogiar, e ao mesmo tempo agradecer a todos os presiden-tes que ao longo dos anos tão bem têm sabido gerir os destinos da Academia de Maputo, pois a obra por eles levada a efeito está à vista de todos nós e, direi até, é um exemplo que me alegraria imenso ver repetido por todas as outras academias.

Espero que o XLI Congresso, a ter lugar nos dias 14, 15 e 16 de Setembro, cons-titua mais um marco na nossa história, iniciada no já longínquo ano de 1968, por quatro jovens que tão bem soube-ram compreender os problemas sociais das nossas comunidades criando, através de muito esforço e dedicação, infra-estruturas e meios de apoio, que hoje trazem algum conforto aos mais desprotegidos.

Mensagem do Presidente

Compadre Nelson ReisPresidente da Academia-Mãe

De acordo com as directrizes emanadas pelo Congresso do Recife, e porque existem algumas academias de que quase não se ouve falar, o que nos leva a inquirir se estarão a servir os fins para os quais foram criadas, a Academia--Mãe tem, ao longo do último ano, desenvolvido um trabalho de pesquisa, e, ao mesmo tempo oferecendo os seus préstimos para a resolução de quaisquer problemas que possam ter contribuído para a inactividade dessas academias. Para ser sincero, não temos tido grande sucesso nessa área, o que lamentamos.

Faço votos para que o Congresso de Moçambique seja para todos nós mais um encontro de Compadres e Amigos.

Aos compadres que infelizmente nos deixaram, vai a nossa eterna saudade. Para aqueles que gostariam de es-tar presentes mas que, por qualquer motivo não puderam, vai um abraço de grande amizade

Com um Gavião de Penacho

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Moçambique / Maputo12

Best Commercial Bank– Mozambique 2011 and 2012

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Normas da Academia

As Normas das Academias do Bacalhau foram definidas e aprovadas pela Academia-Mãe, aquando da sua fundação, sendo por isso universais para todas as Academias no mundo, só podendo ser alteradas, sob proposta, em Congres-so Mundial, único órgão com autoridade para o efeito. Os únicos artigos em que diferem são os seguintes:•ValordasquotasousubscriçõesanuaisdasváriasAcademiasedefinidaspelas

respectivas Direcções;•OrganigramasquemelhorsatisfaçamofuncionamentodasváriasAcademias

para cumprimento dos seus objectivos e igualmente definidos pelas respecti-vas Direcções.

ARTIGO I - CompadresChamam-se Comadres e Compadres aos membros das Academias do Baca-lhau. No restante texto usar-se-á a palavra Compadre como abrangendo as duas formas.

ARTIGO II – Admissão1. Todo o candidato deverá ser proposto por um Compadre efectivo.2. Todo o candidato deverá efectuar um período de tirocínio não inferior a três

meses durante o qual será solicitada a sua presença nas reuniões das Aca-demias, de modo a ser conhecido pelos restantes Compadres.

3. Todo o candidato necessitará de aceitação unânime das respectivas Aca-demias, pelo que, durante o período de tirocínio, qualquer Compadre que julgue possuir razões válidas de objecção à admissão proposta, o deverá comunicar à Direcção.

4. Os Compadres transferidos de outras Academias estão dispensados do tirocínio, considerando-se automaticamente Compadres da Academia para onde foram transferidos.

5. O candidato é considerado admitido, desde que tal lhe seja comunicado pela Direcção, com a entrega do respectivo Diploma que lhe confere a sua nova condição de Compadre e cumpra com o pagamento da subscrição anual correspondente.

ARTIGO III - DemissãoPerde a qualidade de Compadre aquele que:1. Peça a sua demissão.2. Ostensiva e repetidamente se recuse a colaborar e participar nas actividades

das Academias do Bacalhau por manifesto desinteresse, ou por qualquer forma desprestigie ou difame, as Academias do Bacalhau em si, ou seus Compadres individualmente.

3. Nos casos previstos no número anterior, a demissão será decidida por maioria do número total de Compadres presentes em Reunião convocada para o efeito. Esta decisão só será válida desde que 2/3 do número total de Compadres da Academia exerça o seu direito de voto. Se à primeira Reunião não compareçam 60% do número de Compadres efectivos, uma segunda Reunião será convocada, com uma antecedência de 21 dias, a qual decidirá por maioria total dos Compadres.

ARTIGO IV – Direitos e DeveresSão direitos e deveres dos compadres:1. Usar as insígnias das Academias.2. Participar generosamente nas suas reuniões e actividades, contribuindo de

todas as formas ao seu alcance, para a expansão e promoção efectiva e constante das Academias na realização dos seus objectivos, defendendo o seu bom nome, prestígio e promovendo o fortalecimento da unidade entre as diferentes Academias e seus Compadres.

3. Pagar a subscrição anual estabelecida.4. Desenvolver o melhor do seu esforço e boa vontade, quando solicitado

a contribuir nas actividades das Academias, exercendo os cargos para os quais foram designados, cumprindo e fazer cumprir fielmente as tarefas ou funções que lhes forem distribuídas.

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ARTIGO V – Direcção1. A Direcção das Academias do Bacalhau é entendida como um Conjunto de

Compadres a quem compete, representar, gerir e orientar as Academias.2. A Direcção é composta por um mínimo de cinco Compadres, sendo um o

Presidente, dois Vice-Presidentes, um Tesoureiro e um Secretário, que serão eleitos anualmente em Reunião Geral de Compadres.

3. A Direcção poderá solicitar a colaboração de outros Compadres, constituin-do as Comissões que entender necessárias para o melhor funcionamento das Academias.

4. O exercício directivo tem a duração de um ano, a começar em 1 de Janeiro.5. Só poderão ser eleitos Presidente e Vice-Presidentes Compadres com mais

de três anos de actividade nas Academias do Bacalhau.6. Nas Academias recém-formadas esta disposição não se aplicará.

ARTIGO VI - SubscriçãoO montante a pagar como subscrição dos Compadres nas Academias será definido pelas respectivas Direcções locais.

ARTIGO VII - Reuniões1. As Academias do Bacalhau fazem as suas reuniões em Almoços ou Jantares

Convívio, com periodicidade entendida como óptima pelos seus Compadres.2. Sempre que entenda necessário, a Direcção convocará uma Reunião Geral

de Compadres para decidir assuntos que considere de importância para a vida da Academia. Nestas reuniões apenas podem participar os Compadres que tenham a sua subscrição anual actualizada.

3. A convocação de uma Reunião Geral poderá ser solicitada à Direcção por um mínimo de 10 Compadres.

4. Anualmente haverá uma reunião de todas as Academias do Bacalhau, a que se chama Congresso Mundial, o qual se realizará, nas áreas geográficas de cada Academia.

5. Nesses Congressos serão discutidos assuntos de interesse comum às diferentes Academias e a orientação dos mesmos compete ao Presidente da Academia organizadora.

ARTIGO VIII – SímbolosSão símbolos das Academias do Bacalhau, o Badalo, o Estandarte, o Diploma, a Gravata e o Emblema.

ARTIGO IX – Aditamentos e AlteraçõesQuaisquer aditamentos ou alterações a estas Normas, terá, obrigatoriamente, de ser aprovadas em Congresso Mundial das Academias do Bacalhau.

ARTIGO X – Novas AcademiasQualquer proposta para abertura de novas Academias, terá, obrigatoriamente, de ser votada em Congresso Mundial e aprovada pela maioria dos Compa-dres presentes. AGENDA DE CADA REUNIÃO1. O Presidente toca o Badalo, dando início ao almoço/jantar. 2. Indica quem dá o mote para o Gavião de Penacho. 3. Nomeia o Carrasco. (alguém que goste de farra e possa contar uma ou

outra graça/anedota, etc.) (A sopa e o prato principal são servidos).4. Assuntos diversos bem como dá a palavra a elementos da Direcção. 5. Os compadres apresentam os seus convidados. 6. Expediente. 7. Sorteio/Leilão. (se houver) 8. Os compadres pedem a palavra e falam sobre assuntos diversos. 9. É dada a palavra aos convidados. 10. O Carrasco tem a palavra. Aplica uma pequena multa (pode ser monetária

etc.) em forma de brincadeira a quem se portou mal ou não aderiu às nor-mas e conta uma anedota ou história engraçada antes de terminar).

11. Encerram-se os trabalhos com um Gavião de Penacho.

Normas da Academia

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História da Academia do Bacalhau

UMA HISTÓRIA DE 44 ANOS

Estiveram presentes a esse jantar, além daquele jornalista, o Eng.º José Ataíde (já falecido e que ao tempo era Administra-dor-Delegado da Sonarep - África do Sul), Ivo Cordeiro (recentemente falecido), Rui Pericão e o Doutor Durval Marques.

Depois desse jantar, realizaram-se algumas reuniões entre os quatro, para se estabelecer alguns princípios e pôr a ideia em marcha. No dia 10 de Junho desse mesmo ano, realizou-se então um grande jantar no Restaurante Chave d’ Ouro, em que se inaugurou a Aca-demia do Bacalhau de Joanesburgo, a que hoje se chama de Academia-Mãe.

Foi seu primeiro presidente o Eng.º José Ataíde, que era a pessoa mais idosa daquele grupo e que costumava referir-se ao facto de ter sido escolhido como presidente com as palavras que nos ficaram na memória.

E por falar em badalo, instrumento que se entendeu dever ser usado para impor alguma ordem nos almoços, ele foi feito (e oferecido à Academia) pela Bronzarte, de que eram sócios os compadres Paulo dos Santos, Latino Carocho e também Guy Ferraz, que foram dos primeiros a aderir ao movi-mento da Academia.

Foi também a Bronzarte que ofereceu os badalos a outras Academias que se foram criando e se não favoreceu a todas elas foi porque, entretanto, a firma acabou por encerrar a sua actividade.

O “Gavião de Penacho” foi importado

do “Orfeão Universitário do Porto”, organismo no qual fez parte o Doutor Durval Marques durante 5 anos da sua vida académica, e que era cantado pelos estudantes quando, em grupo, davam azo à sua alegria, à sua boa disposição e até a uma certa dose salutar de alguma irreverência.

É de salientar que, quando o “Orfeão Universitário do Porto”, em 1969, fez a sua primeira digressão pela África do Sul, os estudantes sentiram-se como que em casa, pois podiam cantar juntamente connosco o seu “Gavião de Penacho”.

Os almoços começaram por ter lugar às sextas-feiras porque a maior parte dos membros eram católicos, sendo esse dia considerado como dia de jejum não se devendo, portanto, comer carne. Alguns anos depois, mudaram--se esses almoços para as quintas--feiras por ser mais conveniente para a maioria dos compadres.

Escolheu-se o bacalhau como prato dos almoços, porque se pretendia estreitar e consolidar uma verdadeira e sã amizade entre todos os membros e o bacalhau, conhecido como “fiel ami-go”, era o símbolo dessa amizade.

Além do bacalhau, o vinho era por-tuguês, o azeite também e até o pão (papo-seco) era confeccionado por padaria portuguesa.

Com o nome de Academia pretendeu dar-se-lhe um significado de mais uma

A Academia do Bacalhau é uma velha amizade lusófona, criada há 44 anos em Joanesburgo, com emigrantes portugue-ses, radicados na África do Sul.

A ideia de se criar a Academia do Ba-calhau surgiu num jantar oferecido ao jornalista de “O Primeiro de Janeiro” do Porto, Manuel Dias, que na altura estava de visita à África do Sul e que teve lugar no “Hotel Moulin Rouge”, em Hillbrow - Joanesburgo, durante Março de 1968.

“Na Academia somos todos

iguais, pelo que todos somos

presidentes, mas como alguém

tem que dirigir os almoços e

tocar o badalo, é só nessa

acepção que me considero

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Revista Anual 2012 17

Tertúlia que congregava pessoas liga-das por uma sólida amizade e que pre-tendiam valorizar-se e obter o merecido reconhecimento no país de acolhimento sem qualquer conexão com habilita-ções académicas, que os seus mem-bros pudessem ou não possuir.

De resto, como na Academia os títulos, as posições sociais e de negócios não tinham cabimento nas salas das nossas reuniões, uma tal ligação com habilita-ções escolares estaria totalmente fora de qualquer contexto.

Decidiu-se pelo nome de Compadre, porque é assim que se chama ao melhor amigo que se escolhe para ser padrinho dos nossos filhos e na Acade-mia o denominador comum de união era exactamente a amizade.

Segundo os “Princípios e Objectivos da Academia”, que foram feitos para a Academia-Mãe e que foram depois adoptados por todas as outras Tertúlias que sucessivamente se foram formando.

Na Academia-Mãe sempre se praticou assistência, desde os seus primeiros tempos de existência. Quando necessá-rio, o dinheiro sempre aparecia em cima da mesa dos almoços, cada um contri-buía com o que quisesse e pudesse.

Ninguém olhava o que o vizinho dava porque o importante era conseguir o montante necessário para ajudar uma família carente ou acudir qualquer outro caso imperioso.

E assim nasceu o movimento das Aca-demias do Bacalhau, hoje constituído por cerca de 52 Tertúlias espalhadas pelos quatro cantos do mundo e todas elas ligadas pelos mesmos princípios de amizade e solidariedade.

Todas elas apoiam uma ou mais obras de beneficência. Em Maputo, por exem-plo, apoiam a Casa do Gaiato, Obra de Rua do Padre Américo liderada pelo Padre José Maria, ajudando a construir o edifício das oficinas e também a capela, bem como apoio ao Centro Cultural de

Matalana, localidade onde nasceu o saudoso Compadre Mestre Malangata-na. Na cidade da Beira, apoiam diversos orfanatos e centros de acolhimento de crianças.

Realizam-se todos os anos Congressos das Academias do Bacalhau, em sistema rotativo por Continente (África, Europa, América) e por ordem de antiguidade das tertúlias.

“ Tertúlia de amigos, que se

reúnem sem finalidades

políticas, religiosas ou comerciais.”

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Moçambique / Maputo18

Lista das das Academias por data de fundação

VENEZUELA

Caracas .................1996/05/10

Maracay ................2005/10/01

Valencia .................2005/10/02

CANADAToronto ..................1998/09/19

Kitchener ...............2008/10/14

ESTADOS UNIDOSNew Jersey ...........2000/04/29

New England ........2002/04/27

Dandury ................2005/10/16

New York ...............2006/08/21

Long Island ...........2011/06/25

AFRICA DO SUL

Academia-Mãe

Joanesburgo .......1968/06/10

Cidade Do Cabo ...1968/10/15

Durban ..................1969/06/04

Port Elizabeth ........1972/02/04

Welkom .................1985/09/15

Pietermaritzburg ...1986/03/01

Pretoria ..................1987/06/22

East London ..........1987/11/27

Rustenburg ...........2004/03/21

Klerkdorp ..............2010/03/21

ANGOLA

Luanda ..................1995/05/27

BRASILBrasilia ..................1999/04/29

Niteroi ....................1999/05/01

Rio De Janeiro ......1999/05/02

Recife ....................2000/05/01

Belo Horizonte ......2000/05/06

Teresopolis ............2000/05/09

Fortaleza ...............2011/10/13

LUXEMBURGO

Grão Ducado ........2003/05/15

Madeira .................1987/07/22

Lisboa ...................1988/09/10

Porto ......................1989/08/16

Algarve ..................1990/07/28

São Miguel ............1994/10/13

Costa Do Estoril ....1996/12/28

Viseu .....................2000/09/20

Estremoz ...............2001/09/08

Aveiro ....................2001/09/15

Braga ....................2001/09/16

Terceira .................2003/04/22

Coimbra ................2003/04/25

Faial .......................2004/05/27

Porto Santo ...........2010/10/02

Setubal ..................2010/10/23

PORTUGAL

2

5

3 7 11

10

15

1

NAMIBIA

Windhoek ..............1978/02/04

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Revista Anual 2012 19

Hino da Academia-Mãe

Letra e música foram da autoria do nosso Compadre Leonel Canha, um dos fundadores da Academia do Bacalhau de Welkom, tendo o Hino sido aprovado nao XVII Congresso das Academias do Bacalhau, realizado de 19 a 21 de Fevereiro de 1988 na bonita cidade sul--africana de Porth Elizabeth.

VERSO ITemos por símbolo o badaloQue toca repenicandoQuando alguém quiser falarPõe-se o badalo a tocarFicando o resto caladoTambém temos a gravataC’um bacalhau estampadoSe és amigo de verdadeE quiseres ser compadreCom ela és condecorado

REFRÃOCaminhamos confiantesSomos todos tripulantesDa mesma nauQue é vista com simpatiaE se chama AcademiaDo BacalhauVamos compadres, comadresQ’esta nossa AcademiaJá tem raízesLevamos a nau ao portoPara dar algum confortoAos infelizes

VERSO IIE quando nos reunimosNum jantar de amizadeTomamos a ocasiãoDe fazer algum tostãoPara dar a caridadeE a meio do repastoVai acima e vai abaixoÉ um acto bem distintoBrindamos com vinho tintoO Gavião de Penacho

REPETE O REFRÃOSOLO DE GUITARRAREPETE O REFRÃO

FRANÇAParis ......................1998/07/17

Lyon ......................2006/06/15

MOÇAMBIQUEMaputo ..................1991/04/15

Beira ......................1993/08/15

AUSTRALIAPerth ......................2011/03/05

2 1

2

2

SUAZILÂNDIA

Mbabane ...............1969/10/11

Manzini ..................1993/03/20

www.academiamae.com

Page 20: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Moçambique / Maputo20

AVIN3955915671951

QR Code

CASA FERREIRINHA ESTEVA TINTO 2010

TIPO: Tranquilo

COR: Tinto

TONALIDADE: Rubi

DESIGNAÇÃO DE ORIGEM: DOP Douro

REGIÃO: Douro

PAÍS DE ORIGEM: Portugal

O VINHO

Esteva é um vinho tinto do Douro atractivo e elegante, que alia carácter e versatilidade a uma escolha muito

acessível, ideal para o dia-a-dia. Esteva integra a gama de vinhos da celebrada Casa Ferreirinha, a marca

com maior tradição na produção de vinhos de qualidade do Douro e uma das maiores referências mundiais

desta região.

NOTAS DE PROVA

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 apresenta uma forte cor rubi e um aroma com boa intensidade e

harmonia, com evidência para os frutos vermelhos, como morango e framboesa, para os componentes

balsâmicos e para ligeiras notas de especiarias, em particular pimenta e cravinho. Na boca tem um ataque

suave e uma boa estrutura, com taninos bem integrados, notando-se ainda a presença de frutos

vermelhos. A acidez encontra-se muito bem envolvida e o seu final é elegante e harmonioso.

ANO VITÍCOLA

O ano vitícola de 2010 será sempre lembrado por um Inverno frio e sobretudo muito chuvoso, em

grande contraste com os últimos três anos que foram bastante secos. Um Inverno com este rigor veio

ajudar à reposição da humidade no solo, tão importante para o bom crescimento da videira e maturação

da uva. No Douro não houve mesmo qualquer precipitação durantes os meses de Julho e Agosto, o que

veio criar alguma heterogeneidade ao nível das maturações e atrasos no arranque da vindima. Neste

contexto, 2010 foi verdadeiramente uma longa vindima, que obrigou a uma boa gestão na apanha da

uva.

ENÓLOGO: Luís Sottomayor

CASTAS: Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Touriga Nacional

VINIFICAÇÃO

Os cachos foram vindimados à mão e vinificados com a mais apurada tecnologia. Após suave

desengace e esmagamento, as uvas fermentaram em cubas de aço inox, com remontagem e

maceração das películas, sob temperatura controlada de 28ºC. Depois da maceração, seguiu-se a

fermentação maloláctica.

MATURAÇÃO

Os vinhos seleccionados para Esteva 2010 passaram o Inverno no Douro, em cubas de aço inox.

Sujeitos às baixas temperaturas naturais, os vinhos clarificaram naturalmente antes de serem trasfegados e transportados para V.N.Gaia. O lote final foi

elaborado com base numa selecção cuidada e em inúmeras provas.

GUARDAR

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 foi concebido para consumo num estádio jovem, embora a sua qualidade se mantenha durante 3-5 anos após a

colheita, desde que a garrafa deve ser mantida deitada, em lugar fresco e seco, ao abrigo da luz.

SERVIR

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 está não necessita de ser decantado, excepto se for guardado alguns anos. Servir entre os 14ºC-16ºC.

DESFRUTAR:

Esteva é um vinho muito versátil, ideal para acompanhar todo o tipo de aves, carnes variadas, fumeiro e queijos, alguns peixes como o bacalhau e uma

variedade de massas e saladas ricas.

DETALHES TÉCNICOS

Álcool: 13% | Acidez Total: 4,81 g/l (ácido tartárico) | Açúcar: 1,8 g/l | pH: 3,64

CONSUMO RESPONSÁVEL E QUALIDADE

A Sogrape Vinhos é signatária da iniciativa europeia "Vinho com Moderação",

sendo certificada, nas áreas da Qualidade e Segurança alimentar,pelos

referenciais mais exigentes a nível mundial.

INOVAÇÃO E SOGRAPE VINHOS

A Sogrape Vinhos é uma empresa de cariz familiar e vocação internacional,

focada na produção de vinhos de qualidade, na inovação e no desenvolvimento

de marcas portuguesas de nível global.

Rua 5 de Outubro, 4527, 4430-852 Avintes, Portugal Email: [email protected] Seja responsável.

Telf:+351-227 838 104 Fax: +351-227 833 719 Website: www.sograpevinhos.eu Beba com moderação.

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Revista Anual 2012 21

AVIN3955915671951

QR Code

CASA FERREIRINHA ESTEVA TINTO 2010

TIPO: Tranquilo

COR: Tinto

TONALIDADE: Rubi

DESIGNAÇÃO DE ORIGEM: DOP Douro

REGIÃO: Douro

PAÍS DE ORIGEM: Portugal

O VINHO

Esteva é um vinho tinto do Douro atractivo e elegante, que alia carácter e versatilidade a uma escolha muito

acessível, ideal para o dia-a-dia. Esteva integra a gama de vinhos da celebrada Casa Ferreirinha, a marca

com maior tradição na produção de vinhos de qualidade do Douro e uma das maiores referências mundiais

desta região.

NOTAS DE PROVA

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 apresenta uma forte cor rubi e um aroma com boa intensidade e

harmonia, com evidência para os frutos vermelhos, como morango e framboesa, para os componentes

balsâmicos e para ligeiras notas de especiarias, em particular pimenta e cravinho. Na boca tem um ataque

suave e uma boa estrutura, com taninos bem integrados, notando-se ainda a presença de frutos

vermelhos. A acidez encontra-se muito bem envolvida e o seu final é elegante e harmonioso.

ANO VITÍCOLA

O ano vitícola de 2010 será sempre lembrado por um Inverno frio e sobretudo muito chuvoso, em

grande contraste com os últimos três anos que foram bastante secos. Um Inverno com este rigor veio

ajudar à reposição da humidade no solo, tão importante para o bom crescimento da videira e maturação

da uva. No Douro não houve mesmo qualquer precipitação durantes os meses de Julho e Agosto, o que

veio criar alguma heterogeneidade ao nível das maturações e atrasos no arranque da vindima. Neste

contexto, 2010 foi verdadeiramente uma longa vindima, que obrigou a uma boa gestão na apanha da

uva.

ENÓLOGO: Luís Sottomayor

CASTAS: Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Touriga Nacional

VINIFICAÇÃO

Os cachos foram vindimados à mão e vinificados com a mais apurada tecnologia. Após suave

desengace e esmagamento, as uvas fermentaram em cubas de aço inox, com remontagem e

maceração das películas, sob temperatura controlada de 28ºC. Depois da maceração, seguiu-se a

fermentação maloláctica.

MATURAÇÃO

Os vinhos seleccionados para Esteva 2010 passaram o Inverno no Douro, em cubas de aço inox.

Sujeitos às baixas temperaturas naturais, os vinhos clarificaram naturalmente antes de serem trasfegados e transportados para V.N.Gaia. O lote final foi

elaborado com base numa selecção cuidada e em inúmeras provas.

GUARDAR

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 foi concebido para consumo num estádio jovem, embora a sua qualidade se mantenha durante 3-5 anos após a

colheita, desde que a garrafa deve ser mantida deitada, em lugar fresco e seco, ao abrigo da luz.

SERVIR

Casa Ferreirinha Esteva Tinto 2010 está não necessita de ser decantado, excepto se for guardado alguns anos. Servir entre os 14ºC-16ºC.

DESFRUTAR:

Esteva é um vinho muito versátil, ideal para acompanhar todo o tipo de aves, carnes variadas, fumeiro e queijos, alguns peixes como o bacalhau e uma

variedade de massas e saladas ricas.

DETALHES TÉCNICOS

Álcool: 13% | Acidez Total: 4,81 g/l (ácido tartárico) | Açúcar: 1,8 g/l | pH: 3,64

CONSUMO RESPONSÁVEL E QUALIDADE

A Sogrape Vinhos é signatária da iniciativa europeia "Vinho com Moderação",

sendo certificada, nas áreas da Qualidade e Segurança alimentar,pelos

referenciais mais exigentes a nível mundial.

INOVAÇÃO E SOGRAPE VINHOS

A Sogrape Vinhos é uma empresa de cariz familiar e vocação internacional,

focada na produção de vinhos de qualidade, na inovação e no desenvolvimento

de marcas portuguesas de nível global.

Rua 5 de Outubro, 4527, 4430-852 Avintes, Portugal Email: [email protected] Seja responsável.

Telf:+351-227 838 104 Fax: +351-227 833 719 Website: www.sograpevinhos.eu Beba com moderação.

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Moçambique / Maputo20

Caras Comadres, Caros CompadresCaros amigos das Academias do Bacalhau

44 anos52 Academias4 Continentes13 PaísesDezenas de nacionalidades

1 Objectivo, a solidariedade

Bem vindos a esta terra maravilhosa, chamada Moçambique, numa altura em que Mo-çambique comemora 20 anos de Paz e esta cidade de Maputo comemora 125 anos de existência.

É com muito orgulho, respeito e entusiasmo que dou, em nome de todas as comadres e compadres de Maputo, as boas vindas ao XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, que apelidámos de MOÇAMBIQUE 2012, pois é uma organização conjunta das Academias do Bacalhau da Beira e Maputo.

Com muita pena não temos presente neste Congresso o nosso saudoso Compadre e Mestre Malangatana, que antes de nos deixar já sabia que era a intenção de Moçambi-que acolher o Congresso Mundial em 2012. Não está fisicamente connosco, mas está espiritualmente nas nossas acções de solidariedade com as crianças moçambicanas, e isso está comprovado na sua mensagem que em 2010 manuscreveu no Livro de Honra da Academia do Bacalhau de Maputo uma mensagem ao movimento das Aca-demias, a qual pode verificar no Editorial desta revista.

Vão ser 3 dias de muita acção, muita cultura moçambicana, muita gastronomia mo-çambicana, muita amizade, convívio, e muita solidariedade, e contamos com todos para que o nosso Congresso seja um sucesso e que levem de Moçambique um carimbo de VOLTE SEMPRE.

Aos Congressistas, iremos debater e tomar decisões em prol do bem e do crescimen-to das Academias pelo mundo fora, com o respeito que este movimento merece e que nós, por carolice, sem interesses, com paixão, abraçámos e continuaremos a abraçar algo que nasceu há 44 anos e que ainda hoje um dos seus fundadores, Compadre Durval Marques, nos dá a honra e prazer de estar sempre presente em todos os Con-gressos.

Bem haja a todos e Kanimambo

Um Gavião de Penacho

Compadre João Trincheiras Presidente da Academia de Maputo

Academia do Bacalhau de Maputo

Mensagem do Presidente

Page 23: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Revista Anual 2012 21

Academia do Bacalhau de Maputo

Caras Comadres e Compadres

É com especial carinho que lhes envio estas poucas linhas pois é um grande orgulho pertencer a tão prestigiosa Aca-demia apesar de há mais de 8 anos estar a mais de 11000 Km.

Nem sempre é fácil conseguir manter o espírito altruísta de ajuda levando algum conforto aos mais necessitados quer seja a Casa do Gaiato, a obra do nosso queri-do Malangatana em Matalana e a muitos pequenos outros.

É a seiva para a qual as Academias nas-ceram e se multiplicaram. Neste Congres-so estou certo que mais uma vez o nome da Academia de Maputo será lembrado por uma reunião proveitosa e deixará por muito tempo uma boa lembrança

Um Gavião de Penacho,

Compadre António E.C.Capucho PauloPresidente Honorário da Academia de Maputo

Mensagem do Presidente

Honorário

Page 24: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Moçambique / Maputo22

Academia do Bacalhau de Maputo

Caras comadres e Caros compadres, congressistas presentes no Congres-so de 2012 que se realizará pela, segunda vez, neste lindo e hospitaleiro país - Moçambique.

… tal como em 91 abril que belo mêsaqui no Maputo nós começamos de vezapoiando os putos que na rua vagueandonosso gavião se transforma em Kanimambo”.Esta e uma quadra da nossa marcha e identifica a Academia de Maputo. Para vós, o nosso bem haja e um Kanimambo.

Sei que a maior parte de vós veio de longe mas também sabemos que são assim, os compadres, uma vez por ano procuram encontrar aqueles amigos que se encontram distantes. Além de discutirem as orientações das nossas academias vêm também com a intenção de ajudar aqueles que mais neces-sitam.Em Abril de 1991 recebemos a bandeira e o badalo para iniciarmos, de forma oficial, a nossa academia. Daí para cá a Academia foi crescendo e atingiu, se assim podemos dizer, o seu auge em 1997 com a realização do XXXVI Congresso Mundial ao qual presidi.

Dizem os que estiveram presentes que foi um sucesso em todos os aspec-tos. Hoje, estamos novamente a realizar o XLI. Uma vez mais estou pre-sente, desta vez numa posição diferente mas mantendo a que sempre me orientou, a de compadre de uma das tertúlias mais nobres que conheço. Não foram fáceis estes anos que nos separaram. Desde o último congresso até hoje tivemos os nossos problemas, tivemos as nossas alegrias e triste-zas quando alguns compadres partiram.

Estou na academia desde o primeiro dia que se oficializou. Relembro que numa das piores fases da nossa academia afirmei que enquanto eu estiver em Maputo a academia não se extingue por razão nenhuma e hoje reafirmo o mesmo. Não quero ficar a contar a história da nossa academia que no fundo é muito igual a todas as outras, mas não posso terminar sem trans-mitir ao nosso querido presidente honorário e fundador da Academia do Bacalhau, Compadre Durval Marques, Kanimambo por tão brilhante e feliz idéia que o norteou a si e aos outros fundadores.

Kanimambo uma vez mais a todos os congressistas convidados e amigos. Abracem, divirtam-se e, àqueles amigos que agora reencontramos - alguns dos quais só vemos uma vez por ano aquando do congresso - sejam felizes, não esquecendo nunca que temos a obrigação de dar algum conforto aos infelizes, como o refrão da marcha da academia nos lembra:

um copo, dois copos, um Gavião de Penacho, são três copos, são muitos copos Vai acima bota abaixo (este é o refrão da marcha de Maputo)

Compadre Antonio CostaPresidente Honorário da Academia de Maputo

Mensagem do PresidenteHonorário

Marcha da Academia do Maputo

Um fiel amigo, regado com amizade, Um copo de vinho que se perde na idade e um abraço amigo, cheio de emoções nesta Academia somos todos foliões. Refrão x2 Um copo, dois copos, um Gavião de Penacho são três copos, são muitos copos vai acima e bota abaixo. Em 91 Abril que belo mês Aqui no Maputo nós começámos de vez apoiando os putos que na rua vagueando nosso gavião se transforma em Kanimambo. Refrão x2 Nós temos orgulho de sermos assim compadres porque além de tudo, de tudo somos capazes como um rio que corre, neste Mundo que balança amanhã daremos a outros nova esperança. Refrão x2

Autor

George d´Almeida

Telex com a lista de compadres fundadores enviado a Academia-Mãe em abril de 1991

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Revista Anual 2012 23

Academia do Bacalhau de Maputo

Órgãos Sociais

Presidentes Honorários: António Capucho Paulo e António Costa DirecçãoPresidente .......................João TrincheirasVice Presidentes .............Luis Canteiro, Carlos Lopes e António Capucho Paulo (Topi)Tesoureiro........................José GodinhoMarketing ........................Luis Pereira (Stewart Sukuma)Secretariado ....................Fernando PimentelVogais ..............................Elsa Amaral, Mutxini Malangatana e Ben Cumbe

Momento em que se prepara a SOPA DO LEÃO, criada pelo Com-padre Adriano Leão, colocando a bebida dentro de uma terrina cheia de gelo e depois servir com concha de sopa nos copos

Page 26: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Moçambique / Maputo24

Reuniões Academia do Bacalhau Maputo

A Academia do Bacalhau de Maputo, fundada de Abril de 1991, orgulha-se de ser a 15ª Academia das 52 existentes no Mundo, e a primeira em Moçambi-que. Começou como todas a outras através de vários amigos que se foram juntando e propuseram-se a continuar o movimento em Moçambique. Por coin-cidência, no mesmo ano, arranca de novo o Projecto da CASA DO GAIATO, no qual a nossa Academia se associou

desde o início, e ajudando naquilo que pôde o Compadre Padre Zé Maria neste seu sonho, que hoje já é uma realidade. Uma realidade tão grande, mas que também é uma dor de cabeça diária cuidar de 150 crianças, infantários de mais de 1000 crianças, escolas com mais de 1500 alunos, etc etc.

A Academia do Bacalhau teve o prazer de contribuir com o Pavilhão das Ofi-

cinas que hoje ainda faz trabalhos de carpintaria e serralharia para efeitos internos e externos. São 1000 hecta-res de tirar a respiração a cerca de 40km de Maputo, a caminho de Goba/Namacha.

A mesma distância, mas para os lados de Marracuene, temos o Centro Cultural de Matalana, onde nasceu o nosso sau-doso Mestre Malangatana, e que hoje é

Compadres de Maputo

Page 27: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Revista Anual 2012 25

um Centro Cultural em fase de relança-mento e que a nossa Academia está a fazer o que pode para que tal aconteça rapidamente.

Também apoiamos outros projectos em função das nossas capacidades, nomeadamente o projecto “Um Peque-no Gesto” (www.umpequenogesto.org) onde apadrinhamos 5 crianças na zona de Chongoene.

Desde 1991 muitos foram os sítios onde os compadres se encontravam para as suas reuniões, desde o Restaurante Costa do Sol, Zé Verde, Polana, etc., etc.. Actualmente, reunimos mensalmente na segunda quinta-feira de cada mês, no Girassol Bahia Hotel, onde mais de uma centena de comadres, compadres e ami-gos das academias se reúnem num jantar, convivendo e em prol de fazer o bem.

Temos sempre a presença da Casa do Gaiato e do Centro Cultural de Matalana nestes convívios e participamos durante o ano em actividades em prol da criança e dos mais necessitados.

Junte-se a nós neste movimento de Maputo e faça parte de uma familia cada vez maior.

OBJECTIVOSFomentar, encorajar e desenvolver rela-ções de amizade, cooperação e confra-ternização entre compadres e comadres, independentemente da posição social e do grau de cultura de cada um;

Fomentar, encorajar e desenvolver rela-

ções de convívio e amizade entre as dife-rentes Comunidades onde está inserida.

Fomentar, encorajar e desenvolver inicia-tivas que contribuam para a difusão da cultura e valores tradicionais dos países em que está inserida.

Fomentar, encorajar e desenvolver a assistência moral e material a pesso-as e instituições de beneficência mais carenciadas.

DEFINIÇÃOAs Academias do Bacalhau são Tertúlias de amigos, os quais independentemente da sua posição social e nível cultural, se congregam sem finalidades políticas, religiosas, comerciais ou lucrativas, para fomentar, encorajar e desenvolver laços de amizade, cooperação, confra-ternização, entre outros, defendendo o bom nome e prestígio da lusofonia e dos países onde estão inseridas, bem como os seus valores histórico-culturais e fundamentalmente, concretizar acções de solidariedade e de assistência moral e material a pessoas e instituições de beneficência mais carenciadas

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Moçambique / Maputo26

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Revista Anual 2012 27

anúnciogianni

Apresentação Maputo

Limitada a Norte pela Província de Gaza, a Sul pela África do Sul, a Oeste pela Suazilândia e Leste pelo Índico, a Província de Maputo oferece aos visitantes o turismo urbano na cidade de Maputo, a belíssima capital do País e da Provín-cia, com as suas largas avenidas revestidas de acácias rubras e jacarandás, o turismo de sol e mar, nas magníficas praias da costa do Índico, e o turismo de montanha no interior com visitas à reserva especial de Maputo, à barragem dos pequenos Libombos ou à idílica vila da Namaacha.

A Baía de Maputo que juntamente com os rios Incomati e Maputo limita a capital, confina em frente, a 40 km de Maputo, com a Ilha de Inhaca, conside-rada património biológico da humanidade onde se podem admirar magníficos corais multicores, tartarugas marinhas, mamíferos marinhos e uma diversidade piscícola que inclui espécies únicas.

Inhaca, a 15 minutos de vôo a partir de Maputo e com boas instalações turísticas, é uma mostra de toda a costa moçambicana, com os seus mangais, praias maravilhosas, fauna e vegetação. Junto a Inhaca, dois ilhéus desabita-dos, Santa Maria e a ilha dos Portugueses, que podem ser alcançados por bar-co e proporcionarem um bom dia de praia e de observação da fauna marítima que se encontra junto aos bancos de corais aí existentes. As etnias dominantes na província são ronga e changana.

Como chegar

Por avião, vindo da Europa, via Lisboa, ou da África do Sul, Angola, Quénia e Maurícias com vôos diários a partir de Joanesburgo.

De carro, através das fronteiras de Ressano Garcia, Goba e Namaacha, vindo respectivamente da África do Sul e da Suazilândia.

Pela EN 1, vindo das restantes Províncias.

Maputo espera por si!

Estação Central dos Caminhos de Ferro, construída no início do séc. XX,

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Moçambique / Maputo28

Desportos

Maputo dispõe de ginásios, campos de ténis, um campo de golfe, clube de tiro, centro hípico. A pesca de linha no mar alto ou a caça submarina também são bastante praticadas.

As modalidades de pára-quedismo e aeromodelismo podem ser praticadas por via do Aero Clube de Moçam-bique que é membro da Federação da Aeronáutica internacional, está a ganhar bastantes adeptos.

Festas e eventos

Maio - Peregrinação à NamaachaAgosto - Festival de Agosto (Teatro)Setembro - FACIM - Feira Internacio-nal de MaputoDezembro - Corrida de S. Silvestre na Passagem do ano

Onde comer

Restaurantes oferecem boas refeições confeccionadas com produtos fres-cos, sendo de salientar a qualidade dos peixes, mariscos e crustáceos.

Onde comprar

Nos estabelecimentos, nas ruas, junto aos principais hotéis, na feira da Praça 25 de Junho que se realiza aos Sábados, na Loja da Associação de Artesanato dos Deficientes Físicos, no Mercado Central e nos bazares infor-mais podem ser encontradas belas peças originais de artesanato, como

esculturas em madeira, osso e pedra, batiques, quadros a óleo, etc., que exprimem bem a cultura e o espírito africanos.

Onde divertir-se

Noites agradáveis e simpáticas podem ser passadas em bares, discotecas ou até mesmo no casino onde a diversidade e a animação são constantes.

O teatro é também uma das principais atracções ao fim de semana.

Onde relaxar

As imensas e belas praias convidam a bons mergulhos e ao descanso na areia fina e despoluída, entre elas destacam-se:

Catembe, de onde se pode ter uma vista fabulosa da cidade de Maputo.

Ilha de Inhaca, com as suas praias, Farol, Santa Maria e Ilha dos Portu-gueses, onde se podem observar magníficas barreiras de coral e praticar o mergulho.

A Praia da Macaneta, com ondas altas e areia branca, que pode ser alcançada por barco ou indo pela estrada por Marracuene;

Ponta de Ouro, no extremo Sul do País, a 117 km de Maputo, acessível por picadas em veículos 4x4 ou por estrada através da África do Sul:

Ponta de Malongane, a 5 km a norte da Ponta de Ouro.

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Revista Anual 2012 29

Para visitar na

Cidade de Maputo:

01 A Casa de Ferro, desenhada por Gustave Eiffel, trazida da Exposição Universal de Paris, na Av. Samora Machel;

02 O Jardim Botânico de Tunduru com o portão de entrada de estilo Manuelino na Av Samora Machel;

03 Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição presentemente transfor-mada em museu militar, na Praça 25 de Junho;

04 O Mercado Central também conhe-cido pelo Bazar da Baixa, cons-truído em 1901, onde se podem adquirir produtos frescos, ervas aromáticas e medicinais, e grande variedade de artesanato, na Av 25 de Setembro;

05 A Sé Catedral, construída em 1944, que se ergue na Praça da Indepen-dência frente ao Centro Cultural Franco-Moçambicano;

06 A Mesquita da Baixa construída no início do séc. XX, na Rua da Mesquita;

07 Estação Central dos Caminhos de Ferro, construída no início do séc. XX, na Praça dos Trabalhadores; no interior tem uma locomotiva bastan-te antiga.

08 A Casa Amarela, na Rua Consiglieri Pedroso, que foi sede do primeiro Governo Colonial e é hoje o Museu da Moeda;

09 O Museu de História Natural, na Praça Travessia do Zambeze, onde estão expostas várias espécies de animais existentes em Moçambique e uma colecção única no Mundo de fetos de elefantes mostrando a sua evolução em cada mês de gestação;

10 O Museu Nacional de Arte, com colecções de pinturas e esculturas de artistas moçambicanos, na Av. Ho Chi Min;

11 Museu de Geologia, na Av. 24 de Julho;12 Museu da Revolução, na Av. 24 de Julho;13 O Mercado do Peixe, na Av. da Marginal.14 A Ilha de Inhaca, a 15 minutos de

Maputo por via aérea e a 20 minu-tos por barco, com os seus magnífi-cos corais, onde pode ser visitado o Museu de Biologia Marítima.

A Barragem dos Pequenos Libom-bos construída no rio Umbelúzi em Boane.

A Reserva Especial de Maputo, a sul da cidade, no caminho para a Ponta de Ouro no extremo Sul do País, famosa pelas suas manadas de elefantes e pelos bandos de flamingos existentes nos lagos formados junto à costa.

A Vila da Namaacha, onde se pode admirar uma fabulosa cascata en-quadrada numa paisagem magnífica

O REQUINTE DE SABER SERVIR

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Casa do Gaiato

CASA DO GAIATO, PADRE AMÉRICO E A SUA OBRA EM MOÇAMBIQUE

Page 33: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Revista Anual 2012 31

Depois de dezassete anos a trabalhar, no Chinde, como despachante da Companhia British Central Africa e em Maputo na Breyner e Wirth como ge-rente comercial, a riqueza que seduzia a muitos enjoava-o, perante o atraso e miséria que ia conhecendo. Com 36 anos, Américo Monteiro de Aguiar partiu para um Convento Franciscano, onde não se adaptou e no Seminário de Coimbra, com quarenta e dois anos foi ordenado Padre. Foi radical na pobreza pessoal, para se entregar totalmente à pobreza social que então atormentava o país.

Fundou a Obra da Rua em 1940, depois de muito trabalhar com os Po-bres. Como síntese da sua dedicação à criança abandonada, deixou-nos esta palavra que marca a sua visão penetrante do problema e a adequada resposta na Casa do Gaiato por ele fundada: “Não há Rapazes maus: Eis os felizes habitantes da Casa do Gaia-to, cada um deles ocupado naquilo que é seu. Não serão àmanhã os nos-sos acusadores no banco dos réus, se

a tempo os fomos livrar da pior escola que há no mundo, a rua. Eles eram da rua. Métodos? Amar. E como prendê--los numa casa sem prisões? Pelo amor. E que fazer dos mais difíceis, mais repelentes, mais viciados? Amá--los mais, amá-los até ao fim. Baste--lhes a desgraça de o serem.”

A Casa do Gaiato de Maputo é uma réplica da primeira que levantou em Paço de Sousa, Portugal, a partir de 1943. Primam todas pelo respeito à criança abandonada, de modo a acolher condignamente aqueles que nunca tiveram uma cama com lençóis lavados, nem mesa para as refeições. Assim nas Escolas, Oficinas e em tudo quanto constitua alicerce de formação humana.

Apesar da grandeza da estrutura física, o lema é constituir uma família para os sem família, que se desenvol-ve no ambiente de convívio com os outros e quem vela pela sua educa-ção. Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos Rapazes, implica que sejam os mais velhos actores educativos dos mais novos. A educação para a liber-dade, responsabilidade, capacidade de chefia e autogoverno são linhas fundamentais na vida de casa. Um Rapaz mais velho, sujeito à votação

...o lema é constituir uma família para os sem família

A finalidade de cada Casa do Gaiato é acolher, educar e integrar na sociedade crianças e jovens que, por qualquer motivo, se viram privados de meio familiar normal. No dizer do fundador

P. Américo Monteiro de Aguiar

Page 34: Revista do XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau - Maputo 2012

Moçambique / Maputo32

de todos, assume durante um ano ou mais, o funcionamento de todas as actividades de Casa, que ele, desde cedo, aprendeu a fazer.

A escola é fundamental para o desen-volvimento. Temos presentemente até à 10ª classe. Já tivemos até à 12ª, mas foi entregue ao governo, pois metade dos salários são pagos por nós que vivemos de doações. Aten-demos alunos vizinhos desde que paguem o transporte e uma propina para os salários dos professores. Estes são 430. Os nossos 154 mais 52 a estudar fora em Cursos técnicos e universitários.

A Obra da Rua nasceu como uma resposta à criança abandonada pela família e a sociedade, por isso somos

sensíveis a situações de injustiça e degradação social.

Temos um Posto de Saúde com labora-tório para várias análises.

Casa Esperança, para recuperação de portadores de Sida muito debilitados.

Posto de aconselhamento aos por-tadores de HIV com três gabinetes e sala de reuiniões e grupo treatral em cinco Aldeias.

Ófãos de Sida. Há trinta entre os nossos Rapazes e 560 na população atendida.

Crianças desnutridas - 300 em Ber-çários e 1.500 em Creches. Já foram duas mil e quatrocentas. Cinco Postos

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Materno-Infantis com cerca de 30.000 atendimentos anuais.

Para os sem abrigo, construímos cerca de 900, em alvenaria, e com latrinas no quintal e oito furos semiar-tesianos para água potável.

Para os desempregados, mantivemos quase 500 postos de trabalho.

Mais de 300 idosos foram alimentados e assistidos à domicílio.

Promoção da Mulher, cursos de alfabetização para adultos, chamado “Programa Despertar”, e cursos de corte e costura, culinária, formação de enfermagem básica e de laboratório de análises, informática, líderes comu-nitárias e artesanato.

E ainda, formação profissional para adultos, cursos de padeiro, carpinteiro,serralheiro, fabrico me-cânico de blocos, armador de ferro, pedreiro, canalizador e electicista.

“Associação de Mães” para desenvol-vimento agropecuário:

1. Distribuição de gado de corte e tracção animal e alfaias agrícolas, cabritos melhorados de raça lei-teira, organização de criadores de frangos com aviários.

2. Incentivo ao cultivo de mandioca e batata doce de polpa alaranjada com distribuição de mudas.

3. Incentivo à cultura de mandioca e soja, menos exigentes em água.

4. Microempresas para fabrico e embalagem de mandioca torrada e óleo de girassol e soja.

5. Viveiros de hortículas e frutiferas e distribuição de sementes.

Desde 1991, ano de fundação da Academia do Bacalhau de Maputo, em que a Academia-Mãe de Joannesburg nos apoiou na construção do primeiro pavilhão de oficinas de Serralharia e Carpintaria, e Fábrica de blocos de cimento, que temos tido sempre o amparo precioso da Academia de Ma-puto ao longo destes vinte e um anos.

Nos últimos em que todos os recursos vindos da Cooperação espanhola e portuguesa cessaram, o apoio au-mentou e cada vez mais é necessário para sermos a referência solidária das Academias.

A todas as Academias, reunidas em Congresso, saudamos com muita amizade e em nome dos nossos Ra-pazes desejamos o melhor para a vida de todos e cada um, com as maiores bênçãos de Deus.

Um Gavião de Penacho.

Compadre Padre Zé Maria

Eis os felizes habitantes da Casa do Gaiato

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Matalana fica a cerca de 40 kms de Maputo, com acesso pela estrada nacional N1 e por comboio até Marracuene. Nas proximidades encontram-se a Vila de Marracuene, a praia da Macaneta e as recentes instalações da Feira Anual Internacional da FACIM.

O Centro Cultural de Matalana foi funda-do há 20 anos com o propósito de ser um pólo cultural e artístico. Ao longo destes anos, o Centro Cultural mobilizou muitas vontades, apoios nacionais e interna-cionais. Inúmeras actividades vieram à luz do dia e várias delas contaram com a presença de ilustres personalidades estrangeiras ligadas às artes e letras.

Desde a época colonial que a comunida-de de Matalana apresentou um floresci-mento cultural próprio, fortemente estimu-lado pela acção de agentes externos que

ali encontraram um ambiente acolhedor para desenvolver suas actividades e apoiar o desenvolvimento. Estas condi-ções favoráveis propiciaram o surgimento de grupos e indivíduos de reconhecido talento e relevância para o país, tais como, dramaturgos, poetas, músicos, pintores, grupos de teatro, dança e mú-sica, e artistas, ao exemplo de Mankew Mahumana, Fernando Maxiyana, José Dias Machate, Mundau Oblino Magaia, Malangatana Ngwenya, Filipe Maxiyana, Lino Hilongo, Ema Maxiyana e outros.

A génese do Centro Cultural de Matalana vem dos anos 60, quando a população viu a Escola Primária da Missão Suíça ser encerrada pelas estruturas coloniais. Pe-rante o facto de Matalana ficar sem escola primária a população cria uma “Comissão Pró-Escolar” com vista a criar uma nova escola. Esta comissão era formada pelo Mestre Malangatana, Lino Hilongo, Belmi-ro Magule e muitos outros.

Em 1969, finalmente, a escola é inaugu-rada e nesta altura, o Mestre Malangata-na lança a ideia de fundar uma Associa-ção e começa a formar o primeiro grupo de sócios. O conflito armado provocou o êxodo para outras cidades e quando a paz foi restabelecida, as famílias come-çaram a regressar e é neste panorama que foi relançada a criação do Centro Cultural de Matalana.

A pedra fundamental do Centro Cultural de Matalana é ser um espaço livre para os artistas para criar, trabalhar, desen-

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Revista Anual 2012 35

volver e difundir actividades culturais, incluindo a do desenvolvimento integral da zona.

Este é o sonho que Malangatana sem-pre acarinhou e nutriu como fundador, mentor e principal animador do Centro Cultural de Matalana, local onde nas-ceu, viveu e viverá para sempre

O CC de Matalana tem acolhido sessões do Festival Internacional de Música Clássica no anfiteatro ao ar livre; sessões anuais do Festival da Marrabenta e também actividades do projecto UMOJA que agrupa artistas de 5 países. O CC de Matalana também tem a si associado o Coro de Matala-na, integralmente formado por pessoas da população local.

Ao longo dos anos aconteceram for-mações em pintura, serigrafia, edu-cação visual, cerâmica, arte em geral, e cursos de formação profissional de corte e costura, serralharia, carpintaria, informática, pasta de papel, tecnologias agrícolas de baixo custo e batique. Um grupo denominado Batalhão Zero, ou-trora, formado para jovens de Matalana, obteve bolsas de estudo e hoje, todos eles estão licenciados com diplomas alcançados em Portugal, Canadá, China e Moçambique.

Plantaram-se mais de 2.000 árvores tradicionais locais, fizeram-se recolhas musicais e antropológicas, publicaram--se alguns livros, projectaram-se filmes

e rodaram-se outros nestas terras de Matalana

O conjunto dos edifícios do centro de Matalana foi projectado pelo Arquitec-to Forjaz. O projecto urbanístico deu particular atenção à integração da vegetação e harmonia com os valores paisagísticos locais.

O Centro dispõe de vários edifícios, progressivamente construídos com base no apoio dos sócios, amigos e Co-operações Internacionais, sendo eles: o Edifício Polivalente que já funcionou como centro de formação profissional; a Casa Redonda, parcialmente termina-da com alojamento para 30 pessoas; a Casa da Música, com seus portões de-senhados pelo Mestre Malangatana; o Anfiteatro ao ar livre; um pequeno Res-taurante e, ainda, um edifício que pode funcionar com pequenas lojas e duas Palhotas, feitas em 1994, em memória dos dois primeiros edifícios construídos no seu princípio histórico.

Matalana HoyêSejam dados novos passos para a consolidação do Centro Cultural de Matalana., o que passa por renovar, manter a perspectiva de transversa-lidade, preservar o cunho do Centro Cultural de Matalana como Pólo Cultu-ral Universal quer sob o prisma local, regional, nacional e internacional.

Não vamos adormecer o que o mestre acordou!

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Compadre Malangatana

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Cruzei-me de perto com o Mestre du-rante a minha estadia em Maputo. Tive a honra de ele ter aceite o meu convite para ser parte da Exposição “Intersec-ções”, que viu, em 2011, a sua terceira edição, com base na única ideia de juntar artistas moçambicanos que se tenham cruzado com outros universos e artistas estrangeiros que se tenham cruzado com Moçambique. Malanga-tana é o expoente máximo e sublime deste cruzamento de universos.

Como o escritor Mia Couto referiu, tendo Malangatana erguido Matalana (onde nasceu) como emblema de raiz, ele olhou como terra natal todos os lugares onde renascia, desde Tóquio a Nova Iorque, sentindo-se à vontade em todos os recantos, trauteando com o mesmo à-vontade as canções tradicio-nais rongas, uma área de Verdi e um fado da Amália Rodrigues.

Trata-se, na realidade, de um persona-gem universal, para quem a pluralidade era uma imagem de marca. Auto didacta, procurou integrar no seu universo e na

sua individualidade componentes muito diversificadas do saber, da etnografia à sociologia, da linguagem à literatura, da música ao teatro, reflectindo uma forma-ção compósita como a que detinham os artistas da Renascença na Europa.

Desse interesse voraz é exemplo a sua biblioteca, que um dia poderá ser consultada pelos estudiosos da Arte nas futuras instalações da Fundação Malangatana em Moçambique. E desse interesse resultou uma obra que não se limita à pintura e cerâmica. O legado de Malangatana se estende à escultura, literatura, cenários, painéis em diversos materiais (um dos quais em mármore, no Barreiro, Portugal), desenho e pinturas sobre objectos, como por exemplo, um computador.

A experimentação e superação foi uma constante até ao fim da sua vida, es-tando bem reflectida na última obra - a execução de uma pintura integral num FIAT 500 - que designou por “A italia-na”, iniciada e acabada em Setembro de 2010, quando tinha 74 anos.

MALANGATANA MESTRE UNIVERSAL DE RAÍZES AFRICANAS

Texto de catálogo para exposição em Lisboa

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Em tudo podemos ver a sua genia-lidade. Como referiu o Arquitecto Forjaz na Cerimónia do seu douto-ramento Honoris Causa em Moçam-bique, se houvesse uma maratona de mãos, nem a Lurdes Matola (a campeã moçambicana e mundial dos 400 metros) lhe ganharia.

A universalidade de Malangatana é tanto mais autêntica e relevante quanto repousa numa assumida raiz e chancela africana e moçambicana. Como Diana Andringa referiu no catá-logo da última exposição de Malan-gatana na Casa da Cerca em Almada em Outubro de 2010 – Malangatana Novos Sonhos a Preto e Branco era uma vez um pintor que havia em Mo-

çambique e cujos quadros fotogra-favam coisas que sabíamos ser em África mesmo que nunca tivéssemos estado em África.

Descoberta a sua genialidade por conhecedores importantes no então universo moçambicano, nos finais dos anos 40 do século passado, seguiu o Mestre o conselho do arquitecto Pan-cho Guedes (em casa do qual fez de início o seu atelier e que lhe comprava 2 quadros por mês que lhe garantiam a subsistência), para ir viver de novo, por uns tempos, na sua terra natal Ma-talana, para mergulhar profundamente nas suas raízes - dançar, cantar, foto-grafar, ouvir e desenhar.

Malangatana sempre assumiu que este mergulho foi decisivo no seu percurso artístico e na autenticidade da sua obra. Voltando aliás, sempre, à sua terra natal onde está sepultado, Malangatana concebeu, ali uma parte importante da sua obra.

Compadre Malangatana

...em tudo podemos ver a sua genialidade.

Malangatana em frente a um painel para a Expo 98

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Malangatana impulsionou a criação do Centro Cultural de Matalana, local onde o Mestre recebeu personalida-des políticas e culturais estrangeiras de relevo. Isabel Noronha rodou um filme, que testemunha o Centro Cul-tural de Matalana como um pólo de atracção cultural e de artistas.

Hoje, esse Centro dispõe, entre muitas outras coisas, do maior Anfiteatro ao ar livre de Moçambique que é palco de variados concertos e festivais. Como foi dito numa crónica de um frequentador assíduo publi-cada em Moçambique por altura da morte do Mestre, ir a Matalana era como Malangatana assumir que era do mundo mas era dali.

Pela sua universalidade e pelo alcan-ce da sua obra, estou segura que muitos irão saber quem foi Malanga-tana durante muitos e muitos anos, tal como se sabe quem é Picasso ou Dali. Malangatana é e representa

muito mais do que tudo o que sobre ele e a sua obra se escreveu, disse ou filmou.

Parafraseando de novo Mia Couto,” Malangatana produziu tanto em vida que acabou ficando sem morte”. A descoberta e estudo do seu gigan-tesco legado está por isso na sua infância. Muito livro, ainda, há-de se escrever sobre a fascinante inter-secção de Malangatana com vários universos, reais e imaginários.

O mundo da Lusofonia deve contri-buir decisivamente para essa desco-berta e estudo.

Graça Gonçalves Pereira Cônsul Geral de Portugal em Maputo

Maputo, Abril de 2011

Malangatana. Última ceia

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e fados no toque das palmas suadas em mãos de carinho.

Porque durante a refrega pela emanci-pação, durante os anos sombrios das grilhetas e das grades que também sofri, nunca confundi os sistemas que nos governavam com os povos que somos, e, perante os olhos atónitos de muitos nacionalistas moçambicanos, fiz questão de acolher nesse tempo de “facas longas”, a saudosa e agora re-encontrada Amália Rodrigues na casa humilde onde vivia. Amália, sentada na esteira da tradição, comeu connosco a matapa e o caril de amendoim, assim como eu, nesses mesmos anos em terras lusas, ouvia o fado e dançava o “Vira” saboreando o gostoso bacalhau “à Zé do Pipo” e comendo o famoso “Cozido à Portuguesa”.

Por isso e por muito mais que a His-tória me ensinou e ainda me ensina, aceitei este desafio de uma obra minha em Portugal, cimentando por séculos este pedestal-arte de interac-ção cultural. Tal como se pode ler num dos versos do nosso ilustre poeta dos “vaticínios infalíveis”, aqui neste mo-numento “africanizei fados e broas”, fiz esvoaçar rostos de duas pátrias em

direcção à m’benga do céu, onde à noite todas as estrelas têm o mesmo brilho para todos os Homens. Fiz subir por cada uma destas colunas de arte, faces euro e africanas espelhan-do feliz fraternidade cultural, nossos caminhos incontornáveis para a paz e o progresso.

Aceitem esta minha breve apresenta-ção pela mão do Calane, um moçam-bicano-ronga como eu e que tão bem conhece a fala dos espíritos através dos nossos nyangas. Sia-Vuma!

Calane da Silva (Maputo. Junho de 2011)

Texto publicado no catálogo da Exposição

de Fotografia “Making of do Monumento para

a Paz no Barreiro”, exposição que esteve

patente na Festa da Comunidade Portuguesa

de celebração do Dia de Portugal em 2011,

exposição e catálogo coordenados pelo

Consulado Geral de Portugal em Maputo,

com base em material gentilmente cedido

por Filomena André”-

MONUMENTO SEMENTEPARA RAÍZES FECUNDAS DE PAZ

Nesta outra dimensão em que agora me encontro, minhas mãos de espírito abençoam de paz estas pedras-se-mentes que esculpi. Arquitecto gentil ergueu estes dedos de cimento para que neles escrevesse, com o fluido amoroso dos meus/ nossos olhos--alma, estas páginas no branco deste papel de mármore. Em cada polegar ou indicador, em cada anelar ou mindi-nho, em cada dedo do meio desenhei meu coração-sangue, minha moçam-bicana antropologia cultural, meus índi-cos caminhos à beira-Atlântico.

Assim, busco e sou: mãos-raízes, dedos de sonhos alados, fecundas rochas cósmicas onde gravei e gravo com um estilete de Matalana e com um formão de Almada vozes e gritos, plantas e flores, mares navegados de mim, marcas irmanadas de cultura-lidade de dois povos que anseiam conhecer-se.

Foi, também, com os sofridos dedos de Craveirinha e Torga que escrevi e dedilhei, nesta pauta de pedra, a música libertada pelos nossos/vossos xitendes e cavaquinhos, pelos nossos/vossos tambores ressoando em gui-tarras lusas, mesclando marrabentas

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Revista Anual 2012 41

que a afirmar que a sua obra em murais e painéis não foi episódica, nem esteve somente ligada à situação política e social do pós independência, antes transcende esse momento tão bonito e particular, o que se pode também constatar em murais posteriores e mais complexos.

E inserimos também , por serem obras em espaço público, um fabuloso Cristo, a par com uns quadros em painel, de 1973, que sempre estiveram e continuam a estar na Igreja anglicana de Chamanculo, cons-truída com projeto do arquiteto Pancho Guedes, em 1970. Assim assinalando, simultaneamente, a amizade entre estes dois seres superiores, que se alicerçou no génio de Malangatana . Fica também registada a evolução da técnica com que Malangatana trabalhou os murais e pai-néis, a culminar no eterno mármore.

Trata-se ainda de um levantamento muito incompleto, semente que porventura germinará com trabalho mais aturado dos que partilham o propósito de preservar a sua obra . Preservar em sentido geral e de Património, mas também no seu sentido físico. Uma vez que esta parte da obra do Mestre necessita efetivamente de cuida-dos de preservação especiais, para não ser perdida.

Sobre esta parte da obra do Mestre falam personalidades das artes e letras - Luis Bernardo Honwana, José Forjaz, Calane da Silva, Eduardo White, Filomone Mei-gos, Nelson Saute, Jorge Dias, Manuela Soeiro, Rocha de Sousa , Pintores Sitoe e Nhongwene, Maimuna Adam. O nosso

agradecimento muito especial vai ainda a Filomena André, que de Lisboa tanto nos ajudou a pôr de pé esta brochura. E ao Paulo Alexandre, que atualizou uma parte essencial das fotografias.

“Murais incluidos na Brochura “Paineis e

Murais de Malangatana”, editada e publicada

em Julho de 2012 pelo Consulado Geral de

Portugal em Maputo. A brocura inclui paineis

feitos antes e depois da independência de

Moçambique e outras obras em espaço

público (um Cristo de 1973, por exemplo,

na Igreja de Chamanculo). Pretendeu-se

proceder a um 1º levantamento, embora

ainda incompleto, desta parte essencial da

obra de Malangatana, incluindo-se um mapa

com a localização dos murais e chamando a

atenção para a necessidade de os estudar e

preservar . Brochura inclui textos de perso-

nalidades das artes e letras - Luis Bernardo

Honwana, José Forjaz, Calane da Silva,

Eduardo White, Filomone Meigos, Nelson

Saute, Jorge Dias, Manuela Soeiro, Rocha

de Sousa , Pintores Sitoe e Nhongwene,

Maimuna Adam. Filomena André teve papel

central na sugestão e evolução da ideia, bem

como em material cedido. Paulo Alexandre

atualizou uma parte essencial das fotografias.

Contou com o apoio da Brithol Michcoma

(que a imprimiu), da Fundação Malangatana

e da Fundação Mário Soares. E ainda com a

ajuda do FUNDAC, da Escola Portuguesa de

Moçambique e das entidades onde os murais

e paineis estão localizados.”.

Graça Gonçalves Pereira, Cônsul Geral de Portugal em Maputo

Junho de 2012

Pela sua universalidade e alcance da sua obra, Malangatana é e representa muito mais do que tudo o que sobre ele e a sua obra já se escreveu, disse, ou filmou. Como disse Mia Couto , Malangatana produziu tanto em vida que ficou sem mor-te. A análise da sua obra está ainda nos primórdios e virá a fazer correr muita tinta.

Ao pôr de pé esta brochura, pretendemos contribuir para acrescentar mais um pe-queno passo ao conhecimento e compre-ensão da genialidade da obra que deixou (da pintura à escultura. literatura, cenários, painéis, murais, desenho e pintura de objetos diversos).

A observação e fruição dos murais e painéis, deixam sensações similares às que Júlio Navarro observou a propósito da pintura do Mestre: “A pintura de Malan-gatana não termina na tela : prossegue trabalhando dentro de nós. Sai-se de uma exposição de Malangatana com a sensa-ção de que já não somos os mesmos que éramos quando entrámos”.

Esta parte da obra do Mestre é mais um dos caminhos da experimentação constante que fez no seu percurso, tão bem refletida na circunstância de, aos 74 anos, se ter abalançado pela primeira vez a pintar um carro, que acabou por ser a sua última obra.

Começamos com um painel que pintou na Beira antes da independência, em 1972,e antes com os painéis pintados para o então Banco Nacional Ultramarino (1964) e Banco Barclays (1967), como

Detalhe do Mural da UNICEF, 1989

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Todo o Mundo pareceJá ter descoberto a Gorongosa.

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Caros convidados, minhas senhoras e meus senhores

Queridos Compadres

Em nome da Academia da Beira e em meu próprio nome congratulamo-nos pela realização desta magna reunião na maravilhosa cidade das acácias.

Ela, face ao programa agendado e aos vários oradores previstos fácil é enten-der do interesse dos temas a tratar alem de possibilitar uma interação que nos unirá ainda mais e nos permitirá crescer como entidade, não só filantrópica mas também de camaradagem e de amiza-de tão próprias dos verdadeiros compa-dres, unidos pelo interesse comum de fazer o bem, prestando atenção a quem mais precisa.

Fazemos votos de verdadeiro sucesso tendo a garantia antecipada que todos aqueles que vieram na esperança de um encontro frutuoso não se sentirão defraudados e no seu rescaldo todos se sentirão mais informados dos aspetos positivos que justificam a nossa ação

Sabemos todos das calorosas boas vindas que Maputo sempre dispensa a quem a visita.

Uma vez mais, estamos certos, nos irá apoiar nestes dias de comunhão e em-penho a bem das comunidades a que pertencemos.

Está de parabéns a organização e com ela todos os seus membros

Daqui vos saudamos com um veemente Gavião de Penacho

Compadre Alberto OliveiraPresidente da Academia da Beira

Todo o Mundo pareceJá ter descoberto a Gorongosa.

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Academia do Bacalhau da Beira

Mensagem do Presidente

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Academia do Bacalhau Beira

A Academia de Bacalhau da Beira, criada em 1993, tem 31 membros efectivos que reúnem num jantar mensal com os seus cônjuges e amigos no intuito de angariar fundos para a Instituição que apoia e como não poderia deixar de ser, conviver e comungar do ideal que preside a todas as Academias de Bacalhau. A Academia do bacalhau da Beira faz as suas reuniões no Clube Náutico da Beira, com a presença em média de 60 pessoas.

A instituição que, actualmente, apoia denomina-se de Orfanato Santos Inocentes, situado na Manga, arredores da Beira, organização essa que apoia mais de uma centena e meia de jovens, meninos e meninas.

Direcção 2012Presidente Alberto OliveiraVice Presidentes Vitor RamosTesoureiro Raul PaivaVogais Nuno Almeida, Mónica Bastos

Orgãos Sociais

Orfanato Santos Inocen-tes, situado na Manga, arredores da Beira

O "Quinta da Rabiana" tinto é um vinho produzido exclusivamente a partir da casta Vinhão cultivada na sub-região do Ave. É um vinho fermentado em típicos lagares de pedra, com maceração prolon-gada, originando um vinho encorpado com aroma a frutos silvestres. Para preservar todas as suas qualidades organolépticas, este vinho não sofreu qualquer processo de filtração, estando sujeito ao aparecimento de depósito.Este vinho deve ser bebido jovem, decantado e servido à temperatura de 12ºC.

O "Quinta da Rabiana" branco é um vinho produzido a partir das castas

Loureiro e Trajadura cultivadas na sub-região do Ave.

É um vinho produzido segundo as modernas tecnologias de vinificação,

originando um vinho harmonioso com aromas florais e frutados.

Este vinho deve ser bebido jovem e servido à temperatura de 8ºC.

Todos sabemos que o verdadeiro Vinho Verde se faz de Séculos de Saber Português

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Os 31 da BeiraA Academia de Bacalhau da Beira, cria-da em 1993, tem 31 membros efetivos que reúnem num jantar mensal com os seus cônjuges e amigos no intuito de angariar fundos para a Instituição que apoia e como não poderia deixar de ser, conviver e comungar do ideal que preside a todas as academias de bacalhau. Actualmente faz as suas reu-

Reuniões Academia do Bacalhau da Beira

niões no Clube Náutico da Beira, com a presença em média de 60 pessoas.

A instituição que actualmente apoia, denomina-se de Orfanato Santos Inocentes, situa-se na Manga, arredo-res da Beira, organização essa que apoia mais de uma centena de meio de jovens, meninos e meninas

Saudamos com um Gavião de Penacho

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Moçambique / Maputo48

Apresentação Beira

A Beira também espera por si!

Sofala

Sofala encontra-se no Centro de Mo-çambique, sendo um importante Ponto de confluência nas ligações entre o Sul, o Norte e o Oeste; estas últimas através do corredor da Beira, uma via importante e muito antiga, para penetração para o interior e países vizinhos.

É limitada a Norte por Tete e Zambézia, a Sul por Inhambane, a Oeste por Manica e a Leste pelo Índico.

O principal centro urbano é a cidade da Beira, erguida um pouco a norte da antiga cidade de Sofala sobre terrenos anteriormente pantanosos junto a uma baía onde se localiza um dos principais portos do País e de África.

A sua designação deve-se ao Príncipe D. Filipe da Beira que no início do séc. XX aí desembarcou em visita oficial. As etnias mais representativas são os Sena e Ndau.

Como chegar

Do Sul, a partir de Maputo, com voos diários ou por estrada (EN1), do Zim-babwé e de Manica pela (EN 6) e do

Norte, por estrada ou por via aérea.

Desportos

Nas reservas de caça e coutadas, os entusiastas da caça podem experimen-tar os seus dotes de atiradores.

A subida à serra de Gorongosa acom-panhada de guias locais, nomeadamen-te ao pico com 1820 m, constitui uma oportunidade para uma experiência excitante e a possibilidade de admi-rar paisagens de rara beleza. Para os amantes do desporto, a cidade possui um campo de golfe.

Festas e eventos

Na estrada para Manica existe um Santuário onde, numa reminiscência de um passado anterior à chegada dos portugueses, se realiza uma peregrina-ção anual.

Também do passado se mantém a tradição de incisões pontuais no corpo, geometricamente distribuídas para realçar a beleza e a sensualidade e si-multaneamente, afastar os males deste e de outros mundos.

Cinema S. Jorge, painel de azulejo do Artista Plástico Jorge Garizo do Carmo

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Onde comprar

Na parte velha da cidade, em numero-sas lojas é possível adquirir artefactos locais e dos países vizinhos junto às praias e mercados informais.

Onde divertir-se

Bares e discotecas ajudam a descon-trair e a conviver.

Onde ficar

Hotéis e residenciais, proporcionam aos visitantes uma agradável estadia.

Onde Relaxar

A cerca de 10 Km para o interior, um local designado por “Six Miles”.

Uma série de ilhotas envolvidas por

pequenas lagoas ligadas entre si, num ambiente tropical, onde se pode nadar ou passear calmamente numa “gaivota” (pequeno barco movido a pedais).

Entre o farol do Macuti e o Clube Náutico pode-se desfrutar uma bela praia de águas límpidas e dispondo de infraestruturas adequadas

farol do Macuti

Cine-Teatro São Jorge atual Centro Cultural da U.P.

Catedral

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Reserva de Búfalos de Marromeu

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Para visitar

A Catedral, na Av Eduardo Mondlane, erigida em 1925. Na sua construção, foram aproveitadas pedras da fortaleza de Sofala do séc. XVI, entretanto desapa-recida no mar.

Casa Infante Sagres, localizada na praça do mesmo nome. Casa de Portugal, de es-

tilo colonial, situada na Praça do Metical.

Casa dos Bicos, na Av Samora Machel, um edifício de estilo moderno onde tem lugar feiras e exposições.

O Largo do Município, agradável con-junto urbano de estilo colonial situado

no Centro da cidade, com esplana-das, lojas, salões e outros estabeleci-mentos que proporcionam agradável convívio. Fora da cidade:

O parque nacional da Gorongosa, com uma fauna variadíssima de animais de grande porte e aves.

[email protected]

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Moçambique, as suas gentes e os seus encantos, a simpatia de um povo que sabe bem receber, terra índica, cheia de vida e de belezas escondidas, intocadas na sua natureza feita de praias sem fim, da Baía do Tungué passando pelas para-disíacas ilhas de Cabo Delgado à Ilha de Moçambique, com a sua cultura milenar e património da humanidade, das surpresas da Reserva Natural do Arquipélago de Ba-zaruto à dádiva de Inhambane, ponto de passagem obrigatória das baleias em mi-gração, da praia do Xai-Xai, (abrindo-nos

Pérola do Índico

o apetite com umas deliciosas ostras), à Ponta de Ouro, um dos destinos favoritos dos amantes por mergulho.

Moçambique é também um dos novos santuários do mundo, investindo na recu-peração da vida selvagem, com a sua va-riedade de reservas naturais e uma aposta forte no turismo cinegético de qualidade, onde se desenvolve uma consciência ambiental cada vez maior.

Nas cidades, que nos parecem tão fami-

liares com a sua arquitectura que cruza a história e culturas tão diversas, sente--se o pulsar da vida quotidiana, desde o burburinho dos seus bazares ao exotismo do artesanato aos museus, bares e restau-rantes.

Mas como não podemos contar tudo, preparamos este guia onde poderá encontrar as pistas para usufruir a cultura, as pessoas, a gastronomia e a beleza de um país à sua espera para ser descoberto e acarinhado.

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Moçambique / Maputo54

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HISTÓRIA

Os povos primitivos de Moçambique foram os Bosquímanes. Entre os anos 200 a 300 DC, ocorreram as grandes migrações de povos Bantu, oriundos da região dos Grandes Lagos a Norte que empurraram os povos locais para regiões mais pobres a Sul.

Nos finais do séc. VI, surgiram nas zo-nas costeiras os primeiros entrepostos comerciais patrocinados pelos Swahilá-rabes que procuravam essencialmente a troca de artigos vários pelo ouro, ferro e cobre vindos do interior.

No séc. XV, inicia-se a penetração portuguesa com a chegada de Pêro da Covilhã às costas moçambicanas e o desembarque de Vasco da Gama na Ilha de Moçambique.

Desde 1502 até meados do séc. XVIII, os interesses portugueses em Moçam-bique estavam sob a administração da Índia Portuguesa.

LOCALIZAÇÃO

Moçambique localiza-se na Costa Sudeste do Continente Africano, tendo como limites a Leste o Oceano Índico, a Norte a Tanzânia, o Malawi e a Zâmbia, a Oeste o Zimbabwe e a África do Sul, e a Sul este último País e a Suazilândia.

Com uma superfície total de 799 380 Km2, estende-se no sentido Norte-Sul voltado para o Índico com que se con-fronta ao longo de 2515 km de linha de costa. Estreitando de Norte para Sul, atinge a sua largura máxima no Centro Norte, entre a Costa e a confluência dos rios Aruângua e Zambeze e a me-nor a Sul, de apenas 47,5 km, na zona da Namaacha.

Dispõe-se em anfiteatro a partir da zona litoral, onde cerca de 40% do território com uma altitude que varia dos 0 aos 200 metros, a que se segue, na região que abrange as áreas de Cabo Delgado, de Nampula e interior de Inhambane, uma zona de planal-tos com altitudes entre os 200 a 600 metros, que se prolonga, entre Manica e Sofala, por uma região mais elevada com altitudes que atingem os 1000 metros. Esta zona é continuada junto à fronteira terrestre por uma região montanhosa onde se encontram os

pontos mais altos do País, 2436 metros no maciço de Massururero na escarpa de Manica e Sofala, 2419 metros nos Picos Namuli e 2000 metros na Serra de Gorongosa.

A disposição orográfica associada a um clima tropical origina numerosos rios que correm em paralelo para o Oceano Índico

POPULAÇÃO

Com uma posição estratégica privile-giada no Sul do Continente Africano, uma extensa costa de acesso fácil, rica em fauna piscatória, e terras férteis, Moçambique foi ao longo dos tempos ponto de chegada e de encontro de vários povos e culturas de que se destacam os povos Bantu da África Central, Árabes, Indianos e Europeus são, no entanto, os povos Bantu que, não constituindo uma raça específica mas um conjunto de gru-pos com uma cultura comum e uma linguagem similar, estão na origem das etnias dominantes, os “Yaos”, os “Macuas”, os “Angones”, os “Nhan-jas”, os “Tongas”, os “Bitongas” e os “Muchopes” que se distribuem por esta ordem de Norte para Sul do País. Estes grupos estão ainda divididos por sub-grupos.

Além dos descendentes dos grupos Bantu, são de salientar as comunidades Swahilis instaladas em áreas costeiras e responsáveis pela introdução do Isla-mismo em Moçambique, os Indianos e os Europeus dispersos por todo o País. Presentemente, a população moçam-bicana é da ordem dos 21 milhões de habitantes dos quais cerca de 30% vivem nos principais centros urbanos, de que se destacam: Maputo, Beira e Nampula

PRAIAS

A costa de Moçambique, voltada ao Índico, pela sua extensão, orografia e clima, é rica em todo o tipo de praias e berço de muitas espécies marinhas, al-gumas das quais em vias de extinção.·

No Norte predominam as praias ro-chosas, enquanto no centro, junto das embocaduras dos rios, se localizam as praias lodosas confinadas por extensos mangais e no Sul prevalecem as praias arenosas, com dunas altas e cobertas

de vegetação rasteira. Paralelamente à Costa, ilhas isoladas ou agrupadas em pequenos arquipélagos, algumas dispondo de boas estruturas turísticas, proporcionam a observação de variada vegetação e fauna ímpar.

Nelas se podem encontrar monumentos históricos que assinalam a passagem de Árabes e Europeus, águas transpa-rentes que convidam à natação e ao mergulho, barreiras de coral de uma beleza extraordinária, com ecossiste-mas ricos em espécies piscícolas raras, e um mar aberto onde é permitida a caça submarina e a pesca desportiva de algumas variedades cuja captura é o alvo mais desejado pelos amantes destes desportos.

Entre as muitas praias que se estendem ao longo da costa, salientam-se, por mais conhecidas ou dispondo de me-lhores estruturas de apoio aos visitan-tes, as de Pemba, Ilha de Moçambique, Fernão Veloso, Chocas, Vilanculos, Tofo, Morrungulo, Inhassoro, Inhamba-ne, Bazaruto, Zongoene, Xai-Xai, Bilene, Marracuene, Inhaca, Ponta de Ouro e Ponta de Malongane

CLIMA

O clima em Moçambique, influencia-do pelas monções do Oceano Índico e pela corrente quente do Canal de Moçambique, é de uma maneira geral tropical e húmido, com uma estação seca que, no Centro/Norte, varia de quatro a seis meses enquanto no Sul, com clima tropical seco, se prolonga por seis a nove meses. Nas montanhas, o clima é tropical de altitude.

Clima nas Regiões do País: no Norte do País e zona costeira, o clima é tropical húmido; no Interior, no Sul e na Provín-cia de Tete, tropical seco e no interior de Gaza, tropical árido.

Verificam-se uma época de chuvas, entre Outubro e Abril,

As chuvas ocorrem entre Outubro e Abril, com temperaturas entre 27º e 29º e uma época seca, entre Maio e Se-tembro, com temperaturas entre os 18º e 20º. As temperaturas médias são da ordem do 20º no Sul, enquanto a Norte esse indicador ronda o 26º. As tempe-raturas mais elevadas verificam-se na época das chuvas.

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CULTURA

Moçambique sempre se afirmou como pólo cultural com intervenções marcan-tes, de nível internacional, no campo da arquitectura, pintura, música, literatura e poesia.

Nomes como Malangatana, Mia Couto e José Craveirinha entre outros, já há muito ultrapassaram as fronteiras Nacionais.

Também na área do desporto se desta-cou em várias modalidades, designada-mente no atletismo com Lurdes Mutola.

Importante também e representativo do espírito artístico e criativo do povo moçambicano é o artesanato que se manifesta em várias áreas, destacando--se as esculturas em pau-preto dos Macondes do Norte de Moçambique

FLORA E FAUNA

Moçambique é rico em fauna e flora, terrestre e marítima. A orografia e o clima determinam três tipos de vegeta-ção: floresta densa nas terras altas do Norte e Centro do País, floresta aberta e savana no Sul e, na zona costeira, os mangais.

Estes ecossistemas constituem o habi-tat de espécies selvagens como elefan-tes, leões, leopardos, chitas, hipopóta-mos, antílopes, tartarugas, macacos e grande número de aves. A esta riqueza associam-se belas paisagens, quer nas zonas altas, quer nas zonas costeiras.

Para possibilitar aos visitantes uma vivência com esta riqueza, em grande parte afectada pela guerra, estão em recuperação parques, como o parque Nacional de Gorongosa que foi um dos melhores de África, este parque é um tesouro de Moçambique que proporcio-na benefícios ambientais, educacionais, estéticos, recreativos e económicos a toda a humanidade.

O parque está localizado na província de Sofala numa área de 3.770km2, no extremo sul do grande vale do Rift da África Oriental. A exuberância paisagís-tica e a particularidade da fauna bravia deste Parque tornam-no num perfeito destino turístico quer para quem procu-ra aventura quer para quem procura o lazer.

Destacando-se ainda as reserva de Ma-puto, rica em elefantes, a de Marromeu na foz do Zambeze onde predomina o búfalo, e reservas parciais como a de Gilé e a do Niassa respectivamente a nordeste de Quelimane e nas margens do rio Rovuma.

Também no parque da reserva natural de Bazaruto se podem avistar aves exóticas, recifes de corais e espécies marinhas protegidas como dugongos, golfinhos e tartarugas marinhas.

AEROPORTOS

Moçambique tem uma rede de aeropor-tos que permite a deslocação rápida e segura para qualquer parte do País.

Os aeroportos de Maputo, Beira e Nam-pula estão abertos ao tráfego interna-cional e os de Pemba e Vilanculos ao tráfego regional.

FRONTEIRAS TERRESTRES

Existem em:

Ressano Garcia .....(06h-22h), Namaacha .............(06h-20h)Goba .....................(06h 20h)Ponta d`Ouro ........(06h-17h30)Machipanda ..........(06h-18h)Cuchamano ...........(06h-18h)Zóbwè ...................(06h-18h)Milange ..................(06h-18h)Mandimba .............(06h-18h).

Recomenda-se aos viajantes a chegada à fronteira com alguma antecedência em relação à hora de encerramento.

PORTOS

Portos de Maputo, Beira, Nacala e Pemba.

VISTOS

Para entrar no País é necessário um visto emitido por um Consulado ou Em-baixada de Moçambique, sendo neces-sário para a sua obtenção a apresenta-ção do passaporte, duas fotografias e o preenchimento de um formulário.

Os vistos também podem ser obtidos junto das fronteiras para estadia até 30 dias. África do Sul, Suazilândia, Malawi, Tanzânia e Zimbabwe na base de acor-dos estão isentos de vistos

ALFÂNDEGA

À chegada a Moçambique o visitante deverá declarar os artigos sujeitos a taxas aduaneiras.

Estão isentos destas taxas e demais imposições aduaneiras: objectos de uso pessoal tais como vestuário, livros, máquinas fotográficas e de filmar; bens contidos na bagagem dos visitantes até aos seguintes limites:

- Tabaco: 400 cigarros ou 100 cigarri-lhas ou 50 charutos ou 250 gramas de tabaco para fumar;

- Bebidas alcoólicas: 1 litro de espiritu-osas e 2,25l de vinho;

- Perfumes: 50ml de perfume;- Especialidades farmacêuticas: quan-

tidades razoáveis consumo próprio;- Outros artigos cujo valor não exceda

os USD 50. São proibidos os narcóti-cos e material pornográfico.

O transporte de armas necessita de uma licença especial.

Para qualquer pagamento feito à Alfân-dega, deve ser solicitado o correspon-dente recibo.

Entrada de veículos em viagens de turis-mo ou negócios, pertencentes ou con-duzidos por não residentes é necessário obter-se uma licença de importação temporária na instância aduaneira de entrada. Os veículos importados tempo-rariamente não podem ser vendidos ou emprestados e os proprietários devem ter sempre presente o documento com-provativo da importação temporária.

IDENTIFICAÇÃO

É obrigatório o porte permanente de um documento de identificação ou de uma fotocópia autenticada do mesmo.

SAÚDE

Para entrar no País é necessário apresentar o certificado de vacinação contra a febre-amarela.Durante a estadia devem-se tomar medidas para evitar picadas de mosquitos e cuidados no consumo de alimentos e de água, de for-ma a minimizar os riscos de transtornos intestinais frequentes em zonas tropicais.

Em caso de necessidade de cuidados de saúde imediatos, devem recorrer aos hospitais, centros de saúde ou clínicas.

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Moçambique / Maputo58

ELECTRICIDADE

A corrente é de 220/240V 50 hz

ÁGUA

Embora a água corrente seja de razo-ável qualidade, é aconselhável beber água engarrafada.

Água engarrafada de boa qualidade está disponível praticamente em todos centros urbanos e turísticos.

CORREIO

O serviço de correios está implantado nos principais centros urbanos. A SKYNET, DHL e o EMS também estão disponíveis

CONDUÇÃO

A condução em Moçambique é feita pela esquerda. O condutor deve ser portador de

documento de identificação, carta de condução internacional, registo da viatura, certificado de seguro da viatura válido no País. O uso de cintos de se-gurança é obrigatório e o carro deverá dispor de triângulo de pré-sinalização de perigo.

O acesso a algumas zonas do País de-pende das condições climatéricas pelo que os condutores devem obter infor-mações sobre os itinerários a percorrer antes do início da viagem.

LÍNGUA

A língua oficial é o português.

O inglês é de uma maneira geral enten-dido e falado.

Numerosas línguas moçambicanas são comuns fora das áreas urbanas

MOEDA

A moeda local é o Metical.

O Dólar americano, o Euro e o Rand também são aceites em muitos locais.

O câmbio actualizado é facilmente obti-do nos bancos e casas de câmbio.

Os cartões de crédito e travellers che-ques também podem ser utilizados.

HORAS

GMT+2 horas

FERIADOS

São feriados em Moçambique, os dias:

01 de Janeiro Ano Novo

03 de Fevereiro Dia dos Heróis Moçambicanos

07 de Abril Dia da Mulher Moçambicana

01 de Maio Dia do Trabalhador

25 de Junho Dia da Independência

07 de Setembro Dia dos Acordos de Lusaka

25 de Setembro Dia das Forças Armadas

04 de Outubro Dia da Paz

25 de Dezembro Dia da Família

TELEFONES

É possível fazer ligações directas para todo o Mundo, marcando o indicativo internacional ou recorrendo a operado-ra. Para ligações a partir do estrangeiro marca-se 258 (indicativo internacional do País) seguido do número do posto telefónico.

Também existem três operadoras de rede Móvel Mcel (82), Vodacom (84) e Movitel (86)

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EMBAIXADAS DE MOÇAMBIQUE

(Países onde existem Academias do Bacalhau)

África do Sul529 Edmond Street, Arcadia 0083, P.O. 57465

Pretória0007 - Tel: (2712) 4010300/4 Fax: (2712) 3266388

AngolaRua Salvador Allende, 55 – Luanda - Tel: (244-2) 334871 / 331158 Fax: (244-2 332883 / 322250

Bélgica e União EuropeiaBd Saint Michel 97, 1040 Bruxelas - Tel: (32-2) 7360096 / 7362564 Fax:(32-2) 7320664

BrasilSHIS-QL 12 - Conjunto 07-casa 09 - Lago Sul - Brasília Distrito FederalTel: (55 61) 32484222 / 32485319 Fax: (55 61) 32483917

Estados Unidos da América e Canada1525 New Hampshire Avenue, NW Washington, DC. 20036 -Tel: (01202) 2937149 Fax: (01202) 8350245

PortugalAv de Berna 7 - 1050 – Lisboa - Tels: (351-21) 796172/7958113/7958 056 Fax: (351-21) 7932720

República Francesa82 Rue Laugiier 75017 - ParisTel: (33-1) 47649132 Fax: (33-1) 44159013 / 42673828

Grã-Bretanha e Irlanda do Norte21 Fitzroy square London W1T6ELTel: (44 20) 73833800 Fax: (44 20) 73833801

Nações Unidas - Nova York:420 East 50th Street, New York, 10022Tels: 1212644-6800/1212644-5965 Fax: 1212644-5972/1212644-0528

Suazilândia:Highlands View Princess Drive Road P.O. Box 1212 - MbabaneTels: (268) 4041296/7 Fax: (268) 4048482

CONSULADOS

(Países onde existem Academias do Bacalhau)

Brasil (São Paulo)R. Urano nº 399Tel: (287) 1978/311073102 Fax: 310 50 383

Cape Town (RSA):The Pinnacle Building - 8, Burg StreetTels: (27-21) 4262944/5 Fax: (27-21) 4262946

Durban (RSA):320 West Street 7ºth floor - Room 2719 P.O. Box 4608, DurbanTels: (27-31) 3040200 / 3040213 Fax: (27-31) 3040774

Johannesburg (RSA):1 Level, Wilds View, Isle of HoughtonP.O. BOX 2492 - JohannesburgTels: (27-11) 4846427/33 Fax: (27-11) 4845462/3

Nelspruit (RSA):Bell Street 32 PO Box 6516 NeslpruitTels: (27-13) 7532089 Fax: (27-13) 7551207

Porto (República Portuguesa)Rua Santos Pousada nº 441 sala 4C. Postal 4000 - 486 - PortoTels: (351) 225377535/5191712 Fax: (351) 225103405

Austrália4/8 Lauderdale Avenue, fair Light NSWTel: (61) 2 9078890 Fax: 99078891

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Moçambique / Maputo60

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GAZA

Limitada respectivamente a Norte e a Sul pelas Províncias de Manica e Mapu-to, a Oeste pela África do Sul e a Leste pela Província de Inhambane e pelo Oceano Índico, Gaza estende-se ao lon-go das bacias do Limpopo e Changane numa planície verdejante que apenas junto à fronteira com a África do Sul se prolonga em altitude.

A sua situação geográfica torna-a ponto de passagem obrigatório para quem de Maputo, da África do Sul ou da Suazi-lândia, procura as águas mais cálidas das praias a Norte.

No entanto, Gaza, cuja capital é Xai--Xai dista apenas 224 Km da cidade de Maputo, com as suas belas praias, complexos turísticos bem equipados, a espectacular foz do rio Limpopo e as extensas manchas verdes do vale deste rio, é um convite para umas boas férias ou um simples fim-de-semana relaxan-te. Também alguns dos Estabelecimen-tos Hoteleiros dispõem de estruturas adequadas para a realização de Reu-niões de negócio ou outros Eventos, associando o trabalho ao desfrute das atracções que proporcionam.

As etnias predominantes são Changana e Chopi.

INHAMBANE

Limitada a Norte pelas Províncias de Ma-nica e Sofala, a Sul e Leste pelo Índico e a Oeste pela Província de Gaza, Inhambane é uma das regiões de Moçambique mais dotadas para o turismo de qualidade.

Com efeito, para além das excelentes praias que se estendem ao longo da costa da Província e no arquipélago de Bazaruto, dispõe no interior, de par-ques naturais onde variadas espécies de vegetação e animais podem ser observadas.

Na cidade de Inhambane, capital da Pro-víncia, pode-se ocupar os tempos livres com visitas ao museu local, monumentos e lugares de culto que assinalam a passa-gem de vários povos.

As cidades de Maxixe, Quissico, e Vilankulos são outros centros urbanos a visitar para compras ou apreciar belezas naturais.

As etnias dominantes são os Mátshwa, os Bitonga e os Chopi.

MANICA

Localizada no interior do Centro do País, tem como limites a Norte a Pro-víncia de Tete, a Sul as Províncias de Inhambane e Gaza, a Leste a Província de Sofala, e a Oeste o Zimbabwé.

A Província de Manica encontra-se numa das zonas mais elevadas de Moçambique, sendo nela que nascem muitos dos rios que descem para Leste em direcção ao Índico.

Nas suas montanhas nascem águas de elevada pureza, sendo as da serra do Vumba já comercializadas, com distri-buição e excelente aceitação em quase todo o País.

A capital é Chimoio, importante centro económico da Província.

Vila Manica, cidade que vive do co-mércio fronteiriço, é o segundo centro urbano da região.

As etnias mais representativas são os Shona, os Sena e os Ndau.

PROVÍNCIAS DE MOÇAMBIQUE

Gaza Inhambane

Sofala

NampulaTete

Zambézia

Niassa

Maputo

Cabo Delgado

Manica

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Moçambique / Maputo62

TETE

Tete é uma Província privilegiada onde a natureza e o engenho humano compe-tem para constituir o ex-líbris da região.

De um lado, a beleza natural, onde, ao plano da estepe com os seus embon-deiros, árvores a que estão sempre associadas histórias transmitidas de ge-ração em geração, se sucedem os vales profundos e verdejantes do Zambeze e seus afluentes.

Do outro, essa obra gigantesca, a barra-gem de Cahora Bassa, a 2ª maior de África e a 5ª no Mundo, com uma albu-feira que ocupa uma área de 2000 Km2, com 270 Km de comprimento e que na sua maior largura atinge 30 Km.

Habitada predominantemente pelas etnias Nyanja, Nyungue e Sena, é uma região rica em recursos minerais e com aptidão para a agricultura e a pecuá-ria, tendo também no ecoturismo forte potencial para desenvolver.

Nas zonas mais recônditas abunda ainda uma grande variedade de fauna selvagem.

Embora situada numa zona interior, tem uma posição privilegiada com fronteiras a Norte com a Zâmbia, a Leste com o Malawi, a Oeste com o Zimbabwe, e Li-gandose a Sul às Províncias de Manica e Sofala

ZAMBÉZIA

Localizada no Centro/ Norte do País tem como limites a Norte as Províncias de Nampula e Niassa, a Sul Sofala, a Oeste o Malawi e a Província de Tete, e a Leste o Oceano Índico.

Dispondo-se em anfiteatro voltado para o Índico, a vegetação vai mudando à medida que a altitude aumenta. Assim, en-quanto nas zonas planas, junto à costa, se encontram extensos palmares, nas zonas mais elevadas do Gurué predominam as rasteiras e verdejantes plantações de chá.

Entre elas, as culturas de algodão, os pomares e espécies exóticas, marcam a paisagem com as suas diferentes colorações. Na plana orla costeira, junto ao rio dos Bons Sinais, assim designado por Vasco da Gama que encontrou aí a certeza de estar na rota certa para a Índia, ergue-se a bonita cidade de Quelimane, capital da Província e importante porto de cabotagem.

Um pouco mais a Sul, na embocadura do rio Zambeze, encontra-se Chinde, antigo pólo da produção de açúcar e que já alguém considerou a vila mais antiga da Zambézia.

A Zambézia, sulcada por numerosos rios de vales verdejantes, é um habitat privilegiado para uma fauna diversificada que inclui grandes mamíferos e aves que se podem observar na reserva do Gilé, no distrito do mesmo nome, na reserva natural florestal de Derre, no Distrito de Morrumbala, onde se pode encontrar a palapala cinzenta, e na reserva de caça Madal Safaris no Distrito de Chinde com uma enorme variedade de aves.

As etnias mais importantes na Província são os Chuabos, os Lomwè e os Macuas.

NAMPULA

Localizada no Norte do País, tem como limites a Norte as Províncias de Cabo Delgado e Niassa, a Sul e a Oeste a Zambézia e a Leste o Oceano Índico.

A Província de Nampula ou mais cor-rectamente a Ilha de Moçambique, hoje considerada património mundial, pode considerar-se o berço da unidade terri-torial que constitui actualmente a Nação Moçambicana.

A esta pequena ilha de coral, junto à costa, cujo nome é atribuído, por uns, à designação original de Muipiti, enquan-to outros assumem que a identificação de Moçambique, que passou a ser uti-lizada a partir do séc. XVI, teve origem no nome Mussa-Bin-Biki, filho do sultão, senhor da ilha, Bin-Biki, afluíram desde tempos remotos povos de diferentes origens, com predominância dos ára-bes que a utilizavam como entreposto para o comércio com o interior e ao longo de toda a costa moçambicana.

Foi aí também que, em 1498, aporta-ram os navegadores portugueses que expulsaram os interesses instalados e tornaram a Ilha num ponto estratégico a partir do qual iniciaram a expansão para outras regiões do País. Para o efeito construíram a fortaleza de São Sebas-tião e uma feitoria.

Nampula é uma Província rica em pai-sagens, passado histórico e posiciona-mento estratégico, reflectidos nas cida-des de Nampula, Ilha de Moçambique, Angoche e Nacala, um dos melhores portos naturais de África.

A etnia dominante é a Macua

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NIASSA

É a maior Província de Moçambique, com locais de extraordinária beleza e onde ainda se podem encontrar áreas cobertas de selva natural.

O Lago Niassa, o terceiro maior de África, e o Malawi delimitam a província a Oeste, enquanto a Este faz fronteira com a província de Cabo Delgado, a Norte com a Tanzânia e a Sul com as províncias de Nampula e Zambézia.

O principal centro urbano é Lichinga, localizado no planalto com o mesmo nome na parte ocidental da província não muito distante do Lago Niassa.

As etnias mais predominantes na Província são os Macua, os Nyanja e os Yao.

CABO DELGADO

É a Província mais setentrional de Mo-çambique, tendo como limites, a Norte o rio Rovuma que limita a fronteira com a Tanzânia, a Sul o rio Lúrio que a sepa-ra da província de Nampula, a Leste o Oceano Índico e a Oeste a província de Niassa.

Cabo Delgado é habitada predominan-temente por grupos étnicos: Maconde, Macua e os Mwani.

O centro urbano mais importante é Pemba, uma cidade histórica situada na baía com o mesmo nome, a terceira maior do mundo, que constitui também um importante centro turístico.

Para Norte, ao longo de 200 Km de costa, estende-se o arquipélago das Quirimbas, constituído por 32 ilhas, de que ressalta pela sua importância histó-rica, beleza natural e magníficas praias, a Ilha do Ibo que, no passado, foi um importante centro comercial, primeiro dominado pelos árabes e depois pelos portugueses.

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Moçambique / Maputo64

Moçambique 2012 XLI Congresso Mundial Das Academias Do BacalhauMaputo, 14 a 16 Setembro 2012www.academiadobacalhau.org www.Facebook.com/Academiabacalhau.maputo www.Twitter.com/ac_bacalhau_mpt

PROGRAMA

14 Setembro | Sexta-feira Chegada dos congressistas e Transfers personalizados Aeroporto x Hotel (ao longo da semana)

Registo dos Participantes Cocktail de Boas Vindas na Fortaleza de Maputo (17h00 as 20h00). Inclui entregas de prémios do torneio de Golfe das Academias

15 Setembro | Sábado 9h – 16h

Passeio sugerido para acompanhantes (Cidade de Maputo e seus encantos, com inicio no Polana Serena hotel e almoço na estação centenária dos CFM)

9h às 12h30h Congresso (Pestana Rovuma Hotel) 12h30 às 14h Almoço (almoço c/ bacalhau à nossa maneira) 14h às 16h

Congresso (continuação se necessário) 20h

Jantar de Gala (Girassol Indy Village)

16 Setembro | Domingo 11h – 17h

Almoço de despedida na Casa Mafurra (Matola), arredores de Maputo com buffets locais, grelhados, divertimentos variados com as crianças da Casa do Gaiato e do Centro Cultural de Matalana, e muito boa disposição.

Partida dos congressistas e Transfers personalizados para o Aeroporto x Hotel (toda a semana)

AGRADECIMENTOS

A Academia do Bacalhau de Maputo e a Academia do Bacalhau da Bei-ra agradecem a todas as Comadres, Compadres e amigos, em nome individual e institucional, o apoio dado sem o qual não teria sido possível realizar o XLI Congresso Mundial das Academias do Bacalhau e a Revista do Congresso

A todos um Kanimambo e um Gavião de Penacho!!!!!

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14,15 e16 de SETEMBRO de 2012

MAPUTO

BEIRA

MOÇAMBIQUE