revista do fórum drs - edição 4

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REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 1 FÓRUM DRS Revista Eletrônica Revista Eletrônica Ano 2 | Edição 4 | março/2013 Ano 2 | Edição 4 | março/2013 www.iicaforumdrs.org.br ISSN 2227-6599 Venezuela teje nueva ruralidad, con tecnología y Buen Vivir

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Quarta edição da Revista do Fórum DRS. publicação bilíngue (espanhol e português) sobre temas do Desenvolvimento Rural Sustentável. Lançado em Abril de 2013.

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Page 1: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 1

F Ó R U M D R SRevista EletrônicaRevista EletrônicaAno 2 | Edição 4 | março/2013Ano 2 | Edição 4 | março/2013

www. i i c a f o r umd r s . o r g . b r

ISSN

222

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Venezuela teje nueva ruralidad, con tecnología y Buen Vivir

Page 2: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 2

SEMEANDO

INOVAÇÃO

PARA COLHER

PROSPERIDADE

Page 3: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 3

EDITORIAL EDITORIAL

En un período turbulento de impases e indecisiones

que atraviesan las discusiones sobre el futuro sostenible y

social del mundo, sobre todo en cuestiones relacionadas

con los cambios temáticos, la seguridad alimentaria y la

desigualdad social, existe una evidente falta de liderazgo

y falta de compromisos concretos por parte de nuestros

representantes. Esto es aún más evidente en las zonas ru-

rales, que cada vez más parece carecer de voces activas en

la esfera pública. Por lo tanto, la Revista Foro DRS - Revista

Electrónica trae al lector, en esta edición, un perfil para

inspirar a los líderes y servir de espejo para futuros por-

tavoces y defensores de la igualdad social, especialmente

en las zonas rurales: Carlos Miranda, un estímulo para los

que viven en las zonas rurales y para aquellos que deseen

ingresar en el oficio de operarios de un mundo sostenible.

Para enriquecer el carácter Latinoamericano de la Re-

vista Foro DRS – Revista Electrónica, seleccionamos dos

gestores públicos de entidades que desempeñan un papel

importante en el logro de la política pública y el desarrollo

rural en el continente. Por un lado, Víctor Villalobos, Di-

rector General del IICA que habla de la importancia de la

innovación tecnológica y social para el progreso de la regi-

ón. Por otra parte, Andrea Butto, Secretaria de Desarrollo

Territorial, analiza las políticas brasileñas enfrentamiento

de las desigualdades sociales.

Además de los tres artículos de opinión sobre temas

actuales del DRS, en esta cuarta edición destacamos tres

reportajes sobre la amplitud de los proyectos no solo a nivel

nacional como también internacional. En el primer caso,

como materia principal, se presentan los resultados de un

proyecto Venezolano que tiene como objetivo “construir

una nueva ruralidad en el país con tecnología productiva

asociada al buen vivir de la población del campo”.

El Segundo artículo trata del debate realizado en el Se-

nado sobre el proyecto brasileño “Repensar el Concepto de

Ruralidad en el Brasil y sus implicaciones sobre las políticas

públicas”. Para concluir esta edición, presentamos un infor-

me con avances logrados en la aplicación de la Estrategia

de Desarrollo Rural y Tierras en América Central - ECADERT.

Buena lectura!

In a troubled period of conflicts and indecision, appe-

ar a series of discussions related to the wold sustainable

and social future, mainly on issues related to the thematic

changes, food security and social inequality, there is an

evident lack of leadership as well as the lack of concrete

commitments of our representatives. This is even more

sensible in rural areas, which increasingly seems to have a

lack of active voices in the public sphere. In this context, the

DRS Forum Magazine brings to the reader, in this edition,

a profile to inspire leaders and serve as a mirror for future

spokespersons and advocates of social equality, especially

in rural areas: Carlos Miranda, an encouragement to those

living in the countryside and for those wishing to join the

workers context in a fair sustainable world.

To enrich the Latin American character of the DRS Fo-

rum Magazine, we selected two managers of public entities

that play an important role in the achievement of public po-

licies and rural development in the continent. One of them

is Victor Villalobos, General Director of IICA that speaks of

the importance of technological and social innovation for

the region’s progress. The other one is Andrea Butto, Secre-

tary of territorial development, she analyzes the Brazilian

policies against social inequalities.

Besides the three opinion articles on DRS current to-

pics, this fourth edition highlights three articles on broad

range projects not only nationally but also internationally.

The first case, as cover material, presents the results of a

Venezuelan project that aims “to build a new rurality in the

country associated with productive technology to the life

quality of rural population”.

The second article is about the debate that took place in

the Brazilian Senate about the project “Rethinking the Con-

cept of Rurality in Brazil and its implications on public po-

licy.” To conclude this edition, we present an article about

the achievements of the implementation of the Strategy for

Rural and Land Development in Central America - ECADERT.

Have a nice reading!

Page 4: Revista do Fórum DRS - Edição 4

Siga-nos: http://twitter.com/forumdrs

EDITORIAL

Em um período conturbado, de impasses e indecisões,

pelo o qual atravessam as discussões sobre o futuro susten-

tável e social do mundo, principalmente, em temas relacio-

nados às mudanças temáticas, a segurança alimentar e a de-

sigualdade social, fica evidente a escassez de líderes e a falta

de comprometimentos concretos por parte de nossos repre-

sentantes. Isto é ainda mais sensível no meio rural, que cada

vez mais parece carecer de vozes atuantes nas esferas públi-

cas. Assim, a Revista do Fórum DRS traz ao leitor, nesta edição,

um perfil para inspirar líderes e servir de espelho para futuros

porta-vozes e defensores da igualdade social, principalmente

no meio rural: Carlos Miranda, um alento para àqueles que

vivem no campo e pra àqueles que pretendem ingressar no

ofício de operários de um mundo sustentável justo.

Para enriquecer o caráter latinoamericano da Revista do

Fórum DRS, selecionamos dois gestores públicos de entidades

que jogam um papel importante na consecução das políticas

públicas e de desenvolvimento rural no continente. De um

lado Victor Villalobos, diretor geral do IICA que fala da impor-

tancia da inovação tecnologica e social para o progresso da

região. De outra parte, Andrea Butto, secretária de desenvol-

vimento territorial, analisa as politicas brasileiras de enfren-

damento das desigualdades sociais.

Além dos três artigos de opinião sobre temas atuais do

DRS, nesta quarta edição destacamos três reportagens sobre

projetos de amplitude não só nacional como internacional. No

primeiro caso, como materia de capa, apresenta-se os resulta-

dos de um projeto Venezuelano que visa “construir una nue-

va ruralidad en el pais con tecnología productivas asociada al

buen vivir de la población del campo”. A segunda reportagem

trata do debate realizado no Senado Federal brasileiro sobre

o projeto “Repensando o Conceito de Ruralidade no Brasil

e suas implicações sobre as políticas públicas”. Finalizando

essa edição, apresentamos um reportagem com os avenços

logrados na execução da Estratégia de Desenvolvimento Rural

e Territorial na América Central - ECADERT.

Boa leitura!

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA

Diretor Geral: Víctor Villalobos

Representante do IICA no Brasil: Manuel Rodolfo Otero

Coordenação de Comunicação: Mário Salimón

Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável

Coordenador Executivo: Carlos Miranda

Assessor Técnico: Breno Tiburcio

Assistente Técnico: Renato Carvalho

Jornalista: André Kauric

Secretária Executiva: Tatiana Cassimiro

REVISTA FÓRUM DRSwww.iicaforumdrs.org.br

Conselho Editorial: Manuel Otero, Carlos Miranda,

Breno Tiburcio, Byron Miranda, Alberto Adib e

João Torrens.

Redação

Editora de Arte e Editoração Patricia Porto

Jornalista responsável André Kauric

Foto de Capa IICA

Foto 4a capa: Cortesía RSIP Antonio José de Sucre

Fotos Arquivo IICA

Entre em contato com a redação

Representação do IICA no Brasil

SHIS QI 03, Lote A, Bloco F, Centro Empresarial

Terracotta

CEP 71605-450, Brasília-DF, Brasil.

Telefone: (55 61) 2106-5477

Fax: (55 61) 2106-5458 / 5459

[email protected]

A REVISTA FORUM DRS É UMA PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA

TRIMESTRAL. OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS E

MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS

AUTORES, NÃO REFLETINDO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO

DO FÓRUM DRS.

É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DA REVISTA, DESDE QUE

CITADA A FONTE.

Page 5: Revista do Fórum DRS - Edição 4

SUM

ÁRIO

Víctor M. Villalobos

Mexicano, ingeniero agrónomo, maestro en Ciencias en

Genética Vegetal, Director General del IICA

Andrea Butto

Brasileira, Mestre em antropologia e Secretária de Desenvolvimento Territorial do MDA

Venezuela teje nueva ruralidad, con tecnología y Buen Vivir

Conceito de rural é debatido no Senado Federal do Brasil

ECADERT: una estrategia de desarrollo que se consolida

Silvana Vallejo PáeLos Desafíos del Buen Vivir Rural

Sérgio Sepulveda Políticas para la Agricultura Familiar (PAF) en América Latina:

potencial y desafíos

André KauricInforma-se muito, comunica-se pouco

Entrevista

Desafios do DRS

Artigo

1010

38

16

16

22

45

30

9

37

45

Carlos Miranda

Coordenador Executivo do Fórum DRS e Especialista em Desenvolvimento Rural do IICA no Brasil

Perfil

6

6

Page 6: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 66

PERFIL

Raio X

Carlos Miranda

Não vou parar. Eu quero mais. Mais desafios. Fiz uma opção política de lutar contra a desigualdade social

quando ainda era pequeno e vou continuar.

Graduado em Direito pela

Universidade Federal

de Pernambuco e com

especializações em

desenvolvimento econômico e

planejamento do desenvolvimento

rural pela CEPAL e Escolatina,

da Universidade do Chile.

Atualmente é Coordenador

Executivo do Fórum DRS e

Especialista em Desenvolvimento

Rural do IICA no Brasil.

Foto: Arquivo IICA

Page 7: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 7

Esta edição do “Perfil” começa com um pedido de desculpa ao leitor por um provável episódio que não será aqui relatado. Do pe-ríodo entre o qual foi produzido até este momento, no qual você está lendo esta editoria, provavel-mente, Carlos Miranda já terá fina-lizado outra importante negocia-ção e, assim, assumido um novo desafio em sua vida dedicada a enfrentar as desigualdades sociais e que, infelizmente, não será ex-plicitado aqui.

No entanto, talvez isto sirva para ilustrar a inquietude de Car-los Miranda por novos desafios e o faro por conquistar novos proje-tos voltados para a área rural. Não queremos levar o leitor a criar o estereótipo daquele executivo usando terno e gravata, com três celulares nos bolsos e presença ativa em eventos políticos. Não se equivoque. Para o perfil deste mês, a arte de negociar não tem receita, não é um dom. Para Mi-randa, negociar um projeto para o meio rural é simplesmente de-dicar tempo e energia na aposta que fez quando ainda era adoles-cente. Talvez ai esteja o segredo do sucesso.

Zona da Mata, interior de Pernambuco, Brasil, foi lá, próxi-mo da cidade de Canhotinho, onde nasceu, que Miranda teve sua primeira experiência com o tema das desigualdades sociais. Seu pai, um dos gerentes da Usi-na Catende, a maior de açúcar e álcool da América Latina naquela época, o levou para morar na Usi-na. Foi o primeiro impacto com as desigualdades sociais. “Foi minha primeira percepção do que era riqueza e pobreza. Ver o traba-lhador, o operário e o dirigente é ver os que tinham tão pouco e os que tinham demais”, lembra. Para Miranda, a convivência com as desigualdade sociais destacou um traço político em sua perso-nalidade.

Após a experiência em Caten-de, Miranda cursou Direito e Eco-nomia em Recife. A experiência em Catende e as leituras dos livros “Geografia da Fome” e “Geopolíti-ca da Fome”, do médico Josué de Castro, o levaram a desenvolver sua primeira monografia a respei-to do tema Economia Canavieira e o Tratamento dado ao Trabalha-dor rural. À época, Miranda conci-liava os estudos com seu primeiro

emprego: professor de português. O exercício do ofício despertou em Miranda outra vocação, a de formação de pessoas, além de ter aprimorado muito bem sua didá-tica. Mais tarde, Miranda foi convi-dado para dar aulas de Economia Rural na faculdade de Economia da Universidade Católica de Per-nambuco. “Me impressionava e ainda impressiona o baixo nível em português dos nossos alunos. É essencial dominar a língua para ser um profissional de sucesso, in-dependente da área”.

Em 1958 um fato iria alterar a vida de Miranda. Durante a forte seca que atingia o Nordeste na-quele ano, bispos formaram um movimento para solicitar auxílio ao Governo Federal para a região. O resultado da ação foi a criação da Superintendência do Nordeste, a Sudene. Miranda acompanhou tudo de perto e fez concurso para formar parte da equipe técnica do novo órgão criado. Deu certo e em 1962 Miranda começou sua jornada de dez anos na instituição fazendo o Curso de Especialização em Planejamento e Desenvolvi-mento Econômico. O curso tinha entre os professores o primeiro

77

PERFIL

Um homem, vários desafios e um objetivo: enfrentar as desigualdades sociaisDa cidade de Canhotinho, no interior de Pernambuco, para o mundo. Nesta edição, o leitor vai viajar pela vida de Carlos Miranda e entender porque é considerado um grande negociador de projetos para o meio rural e o desenvolvimento

Page 8: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 88

PERFIL

superintendente da Sudene, nada mais nada menos que Celso Fur-tado. “Foi uma honra tê-lo como professor”, ressalta. Durante uma década Miranda participou de diversas atividades no órgão que, na opinião dele, pesou muito em sua formação.

Em 1972 Miranda recebe con-vite do BID para coordenar pro-

des sociais. A experiência do SNPA destacou um traço marcante de Miranda: a formação de pessoas. Isso se comprovou com a criação do Curso de Pós Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA), um programa interdisciplinar de ensino, pes-quisa, extensão e intercâmbio em Ciências Sociais aplicadas ao

mais uma vez inovou ao montar um curso de capacitação para desenvolvimento, planejamento e projeto.

Sete anos depois, em 1988, Mi-randa desembarca na Costa Rica para trabalhar no Instituto Intera-mericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Ali, durante seis anos, viaja por diversos países da América Latina e o Caribe e co-nhece a dura realidade da popu-lação rural na região.

Em 1994, ainda pelo IICA, volta ao Brasil e começa a desenvolver uma série de ações e atividades que re-sultaram na criação do Fórum Per-manente de Desenvolvimento Rural Sustentável, o Fórum DRS.

Miranda, desde 2005, é coorde-nador executivo do Fórum DRS, coordenador da área de Desen-volvimento Rural da representa-ção do IICA no Brasil e continua procurando temas na fronteira do conhecimento com o propósito de enfrentar as desigualdades e a pobreza. “Sempre comecei as coi-sas partindo do zero. Nada existia. Vou persistir na minha escolha po-lítica de contribuir para melhoria do povo, pela superação da pobre-za. Vou ser fiel a isso”, explica. Para isso, Miranda vem desenvolvendo o projeto Repensando o Concei-to de Ruralidade no Brasil que vai contribuir com a proposição de políticas públicas para o meio rural, tanto no Brasil quanto na América Latina. Além disso, está engajado no desenvolvimento de outros projetos, voltados para a área de Comunicação Pública e enfrenta-mento da pobreza.

jeto na Bahia. Três anos depois, um novo desafio. Desta vez en-comendado pelo Ministério da Agricultura do Brasil e, talvez, um dos mais importantes de sua car-reira: organizar o Sistema Nacional de Planejamento Agrícola (SNPA). Durante seis anos, Miranda per-correu todo o país organizando as Comissões Estaduais de Pla-nejamento Agrícola, as Cepa´s; aumentou ainda mais seu conhe-cimento e mapeou as desigualda-

conhecimento do mundo rural e áreas afins. Foi criado como Mes-trado em 1977.

Chegamos à década de 80 e Miranda é convidado pelo go-verno baiano para um novo de-safio no projeto de interiorização do desenvolvimento no estado: a criação de uma empresa, que mais tarde viria a se chamar Companhia de Desenvolvimen-to e Ação Social, a CAR. Miranda

Foto: André Kauric

Page 9: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 999

Los Desafíos del Buen Vivir RuralSilvana Vallejo Páez é Viceministra de Desarrollo Rural Ministerio de Agricultura, Ganadería, Acuacultura y Pesca - Ecuador

Durante décadas, el De-sarrollo Rural fue enten-dido como un proceso

de inversión pública que atiende los pequeños productores, a los sectores marginados y por eso se generó un sesgo paternalista y sin aspiración de crecimiento. Lo rural vino explicado como sinónimo de agricultura con lo cual se genera-ba una intervención separada de su interrelación con lo urbano y políti-cas intervencionistas centralistas y con enfoque sectorial. Por años, la intervención del Estado ofreció res-puestas débiles, desarticuladas y sin reconocer su heterogénea realidad y su espacio multidimensional.

La ruralidad ecuatoriana del presente debe indudablemente rescatar las lecciones aprendidas del pasado y debatir las actuales estrategias en el marco del reco-nocimiento de su carácter multidi-mensional y multisectorial y de su rol hacia un proceso de cambio de la matriz productiva. Se puede afir-mar que al menos parcialmente, la solución de problemas fundamen-tales que tendrán que definirse en las estrategias de desarrollo rural pasan por salir de la pobreza y la

exclusión social, el ajuste al cambio climático y gestión del riego, la pro-tección a la biodiversidad, la valora-ción de las culturas tradicionales y de la interculturalidad, el reconoci-miento del derecho a la alimenta-ción como base de la dignidad del ser humano, entre otros aspectos.

El nuevo enfoque del Desarrollo Rural adquiere una dimensión inno-vadora, que en Ecuador la hemos denominado el Buen Vivir Rural, que no es sino una estrategia que reconoce la necesidad de honrar una deuda social e histórica con el campesinado ecuatoriano, los pueblos indígenas, montubios y afroecuatorianos.

En este sentido se hace pruden-te establecer las políticas y estrate-gias que conciban los siguientes desafíos como un cambio de para-digma que configura el Buen Vivir Rural:

• Entender el espacio rural no como un mundo agropecua-rio sino como un espacio de dinámica multisectorial.

• Saber que el paradigma productivista no ha logrado resolver los problemas de marginación y exclusión, es necesario incorporar las di-mensiones ambiental, políti-ca y social.

• Consolidar una alianza rural–urbana ya que hay que reco-nocer que el espacio rural es progresivamente invadido

por el crecimiento de con-glomerados urbanos.

• Reconocer como un factor clave el rol que pueden asu-mir los gobiernos autónomos descentralizados como factor de éxito en la implementaci-ón de la estrategia de desar-rollo rural.

• Fortalecer la articulación in-terinstitucional para lograr sinergia entre las políticas sectoriales y, al mismo tiem-po, impulsar alianzas públi-co–privadas y estrategias de mejora competitiva.

• Preparar un nuevo “contrato social” para que la transfor-mación y cambio de matriz productiva sea un proceso compartido.

• Transferir poder a los ciuda-danos, aumentando su parti-cipación efectiva en procesos decisorios.

Considerando estos desafíos, el Buen Vivir Rural es aquel que se articula a procesos sociales, tecno-lógicos, organizacionales e institu-cionales, que permiten fortalecer la seguridad y soberanía alimenta-ria, mejorar los niveles de ingreso, distribuir el poder, participar del cambio de la matriz productiva y cuidar de la naturaleza. Por lo tanto, el debate constructivo que afiance este enfoque será la tarea de los ciudadanos y ciudadanas que cre-emos que es posible ir hacia una verdadera Revolución Rural y Agro-pecuaria.

9

ART IGOARTIGO

Foto

: San

tiago

Argu

ello

Page 10: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 10

Víctor M. Villalobos, de nacionali-

dad mexicana, es el Director Gene-

ral del Instituto Interamericano de

Cooperación para la Agricultura

(IICA) desde 2010. Anteriormente

fue Subsecretario de Recursos Na-

turales y Subsecretario de Agricul-

tura de México.

Durante su gestión en el IICA ha

impulsado un cambio de paradig-

ma en la agricultura de las Améri-

cas, orientado hacia una agricul-

tura más productiva, más inclusiva

y más sustentable, un reposiciona-

miento basado en la innovación, el

intercambio de buenas experien-

cias entre países y la incorporación

de una cultura de transparencia en

la gestión institucional.

Villalobos destaca en la entrevis-

ta la importancia de las redes de

conocimiento para promover la

innovación en la agricultura de las

Américas.

¿Usted lidera una organizaci-ón reconocida y de larga trayec-toria en las Américas, ¿cómo se siente con esa responsabilidad?

Es un honor presidir una insti-

tución reconocida a nivel hemis-

férico y que atiende el tema al que

he dedicado mi vida profesional y

mis aspiraciones éticas. Me sien-

to satisfecho porque al frente del

IICA me acompaña gente que

comparte mi visión y mi forma de

ver la agricultura.

Líderes políticos y expertos coinciden en señalar que los de-safíos de las Américas giran en tornoa la búsqueda de la inclusi-ón social, la competitividad, la se-guridad alimentaria y la goberna-bilidad en democracia. ¿Coincide con esta apreciación?

Coincido. En muchos de nues-

tros países el sector rural, parti-

cularmente la agricultura de pe-

queña y mediana escala, ha sido

Redes de conocimiento son clave para la innovación agrícola de las Américas

Mexicano, ingeniero agrónomo de la Escuela

Nacional de Agricultura de Chapingo, México, maestro

en Ciencias en Genética Vegetal del Colegio de Post-

Graduados de Chapingo y doctor en Morfogénesis

Vegetal de la Universidad de Calgary, en Canadá. Como

investigador, ha promovido el desarrollo de la biotecnología

agrícola como herramienta para la producción

sustentable y la seguridad alimentaria mundial.

1010

Víctor M. Villalobos

ENTREV ISTA

Por Byron Miranda Fotos Rafa Cartín

Page 11: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 11

el más rezagado, por lo que incor-

porar a los productores a la diná-

mica de progreso general debe

ser la aspiración de todos.

Labaja competitividad de la

agricultura de pequeña y media-

na escala esparte de este proble-

ma; es necesario superar la visión

tradicional de asistencia, com-

pensación y subsidios y cambiarla

por una que, si bien reconoce que

los pequeños productores tienen

recursos limitados, comprende

que estos, debidamente organi-

zados y con tecnología adecua-

da, pueden alcanzar importantes

niveles de competitividad que les

permita superar las condiciones

de pobreza.

En cuanto al cambio climáti-

co, la clave es cómo adaptarnos

a esos cambios que están ocur-

riendo producto de nuestro de-

sarrollo, por lo que tenemos que

practicar una agricultura con res-

ponsabilidad ambiental que se

adapte mejor a las cambiantes

condiciones ambientales.

El tema de gobernabilidad en

democracia es el colofón de todo

esto.La democracia es una con-

dición indispensable para el de-

sarrollo, se requieren gobiernos

que asuman la responsabilidad

de liderar estos procesos con un

horizonte de largo plazo.

Usted habla de una agricultu-

ra más productiva, más inclusiva

y más sustentable. ¿Qué significa

en la práctica?

La agricultura que hemos veni-

do practicando ha resuelto las de-

mandas y los retos que se le han

presentado en el pasado reciente,

pero por sus costos ambientales y

¿Cuáles son los principales lo-

gros de su gestión al frente del

IICA?

Hemos logrado el fortaleci-

miento técnico de nuestra or-

ganización, reconociendo que

por su naturalezael IICA es una

entidad para la cooperación téc-

nica, cuyas fortalezas estratégicas

11

ENTREV ISTA

La nueva forma de hacer agricultura se debe fundamentar en al menos tres principios: debe ser más productiva, debe ser más inclusiva y debe ser más sustentable.

el impacto en los recursos natu-

rales es difícil mantenerla en los

mismos términos. Por esto, la nue-

va forma de hacer agricultura se

debe fundamentar en al menos

tres principios: debe ser más pro-

ductiva, es decir, producir más en

la misma superficie destinada a la

producción agropecuaria; debe

ser más inclusiva, no concibo una

agricultura que excluya a un im-

portante sector de la población

rural; y debe ser más sustentable,

porque es indispensable hacer

un uso racional de los recursos

naturales para mantenerlos, con-

servarlos y mejorarlos en el futuro.

están siendo aprovechadas por los países en la reformulación de políticas y el desarrollo de capaci-dades, por ejemplo en fuentes al-ternas de energía y bioseguridad.

Además hemos hecho apor-tes en el fortalecimiento de las capacidades nacionales en mu-chos temas, por ejemplo en las sanidades, en el que más allá de una simple capacitación, estamos formando escuela.

La implementación de la estra-tegia IICA-país ha sido un buen instrumento que nos permite es-tar más en contacto con las prio-ridades de los Estados Miembros.

Page 12: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 12

También hemos incursionado

con éxito en programas regio-

nales, como en desarrollo rural y

agronegocios, en los que trabaja-

mos con una visión más allá de lo

nacional.

¿Cuál es el papel del IICA en

apoyo a los gobiernos de sus paí-

ses miembros?

tende consolidar en grupos de

consenso en las diferentes regio-

nes, como el Consejo Agropecua-

rio del Sur, el Consejo Agropecua-

rio Centroamericano, el CARICOM

y otras redes donde participan los

ministerios.

Como parte de esa política de

diálogo, se procura que el Direc-

mento a la producción, agricultu-

ra sustentable o sanidades, pues

la mujer está participando igual

que el hombre, aunque no sea

reconocida.

Los indígenas están todavía

mucho más abandonados, no

hemos logrado despertar aten-

ción respecto al papel que ellos

han jugado en la agricultura, pero

debemos reconocer que han sido

los depositarios no solo de los

recursos genéticos que hoy nos

dan los alimentos, sino también

de todo el acervo cultural asocia-

do a la agricultura, que va más allá

de la simple producción.

Se debe partir de que todos los

productores cuentan, pequeños,

medianos y grandes; yo no hago

una diferenciación para mujeres

o indígenas, todos cuentan y hay

que dar valor a cada uno.

¿Qué se puede hacer para que

el mundo rural sea más atractivo

para los jóvenes?

El tema de la mejora de la ca-

lidad de vida del sector rural tie-

ne que ir más allá de agricultura,

si los jóvenes tienen más acceso

al conocimiento y a la tecnología

pueden aspirar a una mejor vida

de la que se le ha ofrecido a sus

padres o abuelos, entonces se

estará en capacidad de retener

esa fuerza, esa capacidad; que no

1212

ENTREV ISTA

La mujer en la agricultura no se le ha hecho justicia. Yo no creo que se le tengan que hacer programas especiales de incremento a la producción, agricultura sustentable o sanidades, pues la mujer está participando igual que el hombre, aunque no sea reconocida.

La diversidad de países que

atiende el IICA es el reflejo de la

diversidad de problemas que se

pueden presentar en el sector

agrícola. No es lo mismo la re-

lación y las expectativas que se

tienen respecto al IICA en un país

con menos recursos y menos ca-

pacidades, que las que se pueden

concebir en países con más cono-

cimiento, más tecnología o más

recursos.

Es muy difícil para una instituci-

ón tener agendas específicas para

cada país, de modo que parte de

esa vinculación con los gobier-

nos, que se da entre el IICA y el

Ministerio de Agricultura, se pre-

tor General del IICA participe en

las reuniones de Ministros, eso

nos ha ayudado a mantener un

flujo permanente de información,

ajustar nuestras agendas y opti-

mizar nuestro papel como insti-

tución que ofrece cooperación

técnica.

¿Cómo apoya el IICA la parti-

cipación en la agricultura de las

mujeres rurales y los pueblos in-

dígenas?

He señalado, y lo repito aquí,

quea la mujer en la agricultura

no se le ha hecho justicia. Yo no

creo que se le tengan que hacer

programas especiales de incre-

Page 13: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 13

vean la agricultura como una acti-

vidad de expulsión, sino más bien

como una actividad en la que se

puede forjar un futuro.

¿Cómo trascender el carácter

asistencial de apoyo al sector rural

para convertirlo en una inversión

estratégica?

conocimiento, es muy probable

que ese recurso sí tenga una re-

percusión en el tiempo.

¿Cómo cambiar de mentali-

dad? Yo creo que es a partir del

reconocimiento de que en la

misma zona rural hay capacidad;

más que cambiar la política pú-

blica de arriba hay que partir de

Entre estas redes puedo men-cionar INNOVAGRO, la red Agri-cultura G20 y los PROCI. Seguiré fortaleciendo los mecanismos de redes, pues la comunicación es fundamental y por eso buscamos facilitar el diálogo entre actores y países.

Algunos países han incorpora-do políticas de fomento a la agri-cultura familiar y al mismo tiempo de fomento al desarrollo territo-rial, con aparatos públicos que caminan en paralelo. ¿Qué opina?

Lo importante es que haya transparencia, que haya mecanis-mos de rendición de cuentas que permitan evaluar cuáles son las contribuciones de las entidades en función de lo que se invierte. En una agenda tan rica como es la agenda de la agricultura tendrí-amos que enfocarnos en temas mayores y orientar las dependen-cias en una visión multisectorial, en la que cada quien defina cuál es su papel, con la existencia de un mecanismo de coordinación y rendición de cuentas.

Tiene que haber una política de Estado que diga que al sector rural lo llevaremos‘de aquí a acá’ en 20 años y tienen que participar diversos ministerios no solo el de Agricultura, sino otros como Edu-cación, Salud y Ambiente. Una política de Estado es una ley que permite medir ese proceso de

ENTREV ISTA

13

Si solo se les da dinero, nunca se les sacará de la pobreza, pero si ese dinero se pone en un esquema de asociatividad, en un esquema de competitividad, orientándoles y acercándoles el conocimiento, es muy probable que ese recurso sí tenga una repercusión en el tiempo.

El subsidio distorsiona, no

quiero decir que no es necesa-

rio, sino que hay que tener muy

claro qué se subsidia y cómo. Es

muy diferente dar US$100 por

hectárea a unos campesinos que

en su tierra no tienen posibilidad

de producir nada, que darles ese

mismo dinero en semilla adap-

tada a sus condiciones de suelo,

o para comprar una bomba para

usar mejor el agua.

Si solo se les da dinero, nunca

se les sacará de la pobreza, pero

si ese dinero se pone en un es-

quema de asociatividad, en un

esquema de competitividad,

orientándoles y acercándoles el

abajo hacia arriba, a través de un

sistema de organización que per-

mita sacar a una comunidad de la

pobreza.

¿Qué hace el IICA para colo-

car en la agenda de los países

el apoyo a la agricultura de pe-

queña escala y el desarrollo rural,

así como para comunicar entre

países las experiencias exitosas?

Esa decisión que hemos toma-

do de promover y fortalecer la co-

municación entre los países a tra-

vés de los sistemas de redes nos

ha permitido descubrir espacios y

experiencias a la que difícilmente

hubiéramos podido acceder.

Page 14: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 141414

ENTREV ISTA

mejora; los países que lo han lo-

grado, como Brasil y México, nos

han demostrado que han tenido

éxito en sacar al sector rural de la

pobreza, en involucrarlo en el de-

sarrollo y en hacer de la actividad

agrícola una actividad tan pro-

ductiva como la de manufacturas

o alguna otra.

Entonces este tema tiene que

ver con cultura y decisión política

de rendición de cuentas.

Lo importante es que ya sean

ministerios, dependencias o di-

recciones generales, esas estruc-

turas cumplan su responsabilidad

y haya un mecanismo de rendici-

ón de cuentas sobre la inversión

que se hace.

Yo tuve a mi cargo a directores generales en el Ministerio de Agri-cultura, cuando se les asignaba el presupuesto me decían “ya cumplí mi trabajo porque ya entregue to-dos los recursos”, y yo les decía “no, aquí es donde empiezas, tienes que darle seguimiento y me tienes que demostrar que ese dinero lle-gó adonde tenía que llegar”.

Hablamos de recursos públi-cos, tienen un destino y en con-secuencia deben tener un meca-nismo de rendición de cuentas.

¿Cómo percibe al mundo rural en cinco años?

Lo veo en situación más críti-ca, veo mucha más presión sobre las áreas rurales, sobre los recur-sos naturales, veo que seguirá

estimulándose la emigración en

los próximos años. La situación

económica mundial no mejorará,

entonces el escenario no es muy

halagüeño, es complicado.

Ante esos escenarios, el IICA

debe tener un papel cada vez

más estratégico, cuando la inercia

y las fuerzas van en una dirección,

el Instituto y otras organizaciones

deben aglutinar esfuerzos y tratar

de revertir esos procesos.

En el contexto mundial, si bien

las situaciones se pueden hacer

mucho más extremas para algu-

nas regiones, la nuestra, afortuna-

damente, tiene mucho espacio

para seguir creciendo, para seguir

produciendo, para seguir lideran-

do la agricultura mundial.

Page 15: Revista do Fórum DRS - Edição 4

Disseminando conhecimentos de melhores práticas em desenvolvimento rural sustentável.

www.iicaforumdrs.org.br

Acesse o site do Fórum DRS e fique por dentro de todas atividades

desenvolvidas pela Instituição e seus parceiros

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Page 16: Revista do Fórum DRS - Edição 4

1616

DESAFIOS do DRS

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS

Page 17: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 1717

Venezuela teje nueva ruralidad, con tecnología y Buen Vivir

El espacio rural venezolano ha cambiado, sustancial-

mente, con políticas públicas que activan una distribu-

ción equitativa del territorio y de las riquezas. Actual-

mente, el 70% de los alimentos que se consumen, en

Venezuela, provienen de la producción nacional prima-

ria. Bajo la premisa zamorana “Tierras y hombres libres”,

el Gobierno Nacional está impulsando una economía

basada en la producción local, la inclusión social, la in-

corporación de nuevas tecnologías, y el reconocimien-

to de los derechos del campesinado. Programas como

las Redes Socialistas de Innovación Productiva repre-

sentan un ejemplo exitoso de la voluntad política y el

trabajo comunal, autogestionado y planificado, en la

formación de una nueva conciencia para el desarrollo

de los espacios agropecuarios.

Foto

: Age

ncia

Vene

zolan

a de N

otici

as

Con la Revolución Agraria, Venezuela tiene

una distribución más igualitaria de las tierras

Veja mais fotos dessa reportagem emwww.iicaforumdrs.org.br

FOTOS

Page 18: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 18

Durante los últimos 40

años del siglo XX, Vene-

zuela experimentó un

continuo deterioro de

su proceso de producción agro-

alimentario. Los campesinos eran

explotados, con la complicidad del

Estado; y los campos de produc-

ción venezolanos estaban más en

los puertos que en las tierras.

Frente a los daños de un

modelo que empobreció a los

productores, el Gobierno actual

asumió el reto de recuperar los

territorios rurales. Desde el año

2003, más de 8 millones de hec-

táreas productivas han sido regu-

larizadas, y 235 mil instrumentos

de tierra han sido entregados a

pequeños y medianos produc-

tores, según cifras publicadas, en

noviembre 2012, por el Ministerio

del Poder Popular para Agricultura

y Tierras (MAT). Se estima que di-

cha regularización de la tenencia

de la tierra ha beneficiado a cerca

de 1 millón 250 mil campesinos y

campesinas de Venezuela.

Para el antropólogo César Ben-

como, estudioso de las variacio-

nes de la cultura latinoamericana,

el campo venezolano ya no es co-

lonia de los grandes empresarios.

“En Venezuela, los campesinos de-

jaron de ser peones explotados y

se convirtieron en productores de

su propio alimento, y de riqueza

local. Es la dignificación de quie-

1818

nes siempre ocuparon y trabaja-

ron la tierra, y nunca tuvieron la

oportunidad de poseerla”.

Integración multisectorial para el tejido social

Tras promulgar una nueva

Constitución en 1999, la primera

medida que tomó el Gobierno

Nacional, en su reto por cambiar

los patrones y condiciones pro-

ductivas, fue aprobar la Ley de

Tierras y Desarrollo Agrario, como

un instrumento para la reducción

de las brechas de desigualdad, y

para garantizar la soberanía agro-

alimentaria.

Tal como concluye la inves-

tigadora del Departamento de

Ciencias Sociales de la Universi-

dad de Los Andes-Táchira, Lucía

Martínez, en su artículo “El espacio

rural venezolano”, publicado en la

revista Agrária, de São Paulo, en

2006, la Ley de Tierras permitió

“la revalorización de lo rural en

Venezuela”.

Las estadísticas 2012 del MAT

y el Ministerio del Poder Popular

para la Alimentación revelan el

impacto de la sinergia entre las

instituciones públicas y el pueblo

organizado: 50% de crecimiento

en la superficie cosechada; 70%

de los alimentos que se consu-

men provienen de la producción

nacional primaria; incremento su-

perior a 3000% de la inversión de

la banca pública en el agro; resca-

te del 55% de las tierras ociosas;

colectivos urbanos que tienen

tierras en el campo; programas

de cooperación agraria con Ar-

gentina, Cuba, Nicaragua y Brasil.

La tecnología aplicada al desarrollo productivo

Venezuela es una nación don-

de — como dice Martínez — “lo

urbano se ruraliza y lo rural se

urbaniza”. Bajo esta visión, una

experiencia que se debe reseñar

es la de las Redes Socialistas de

Innovación Productiva (RSIP), cre-

adas desde 2001, con el apoyo del

Ministerio del Poder Popular para

Ciencia, Tecnología e Innovación

(Mppcti) y el Fondo Nacional de

Ciencia, Tecnología e Innovación

(Fonacit).

Estas redes son una forma de

organización popular que sirve de

espacio para el aprendizaje conti-

nuo y el intercambio de saberes

sobre la producción de alimentos,

bienes y servicios, a través de pro-

cesos de innovación tecnológica.

Los productores que confor-

man las RSIP deben estar organi-

zados en cooperativas, consejos

comunales, asociaciones, empre-

sas de producción social. Una vez

en la Red, se crean 3 comités: Ad-

ministración; Innovación, Tecnolo-

DESAFIOS do DRS

Page 19: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 19

gía y Productividad; y Formación y

Articulación Comunitaria.

Según el registro de la Direc-

ción de Innovación en Ciencia y

Tecnología, actualmente, Vene-

zuela tiene 548 Redes Socialistas

de Innovación Productiva, en las

que participan y actúan más de

17 mil productores y productoras.

Por ahora, las Redes se agru-

pan en 4 grandes categorías: au-

toconsumo, producción artesanal;

producción semiindustrial y pro-

ducción industrial.

El 62% de estas redes se de-

dica a la producción de frutas,

hortalizas y cacao; a la ganadería

bovina doble propósito; al turis-

mo; a la creación de artesanía; y a

la pesca, piscicultura y acuicultura.

La metodología establecida

para formular, evaluar, aprobar y

ejecutar proyectos productivos es

la siguiente: 1) Identificación de

potencialidades y necesidades

productivas, a través de diagnós-

ticos participativos. 2) Articulación

con productores, universidades,

centros de investigación cien-

tífica, instituciones financieras,

autoridades locales y regionales.

3) Formulación del proyecto con

el acompañamiento técnico del

Fonacit. 4) Evaluación y aproba-

ción del proyecto. 5) Asignación

y transferencia de recursos. 6)

Ejecución, seguimiento y control.

Guillermo Barreto, viceminis-

tro para el Fortalecimiento de la

Ciencia y de las Tecnologías, afir-

ma que “el diálogo directo con

los productores permite conocer

sus inquietudes y necesidades, y

mejorar los programas de finan-

ciamiento y apoyo. De esta forma,

estamos logrando que las innova-

ciones tecnológicas se incorporen

a los procesos productivos”.

19

Esta dimensión política de la

tecnología está incluida en el II

Plan Socialista de la Nación Simón

Bolívar, para el período 2013-2019,

con dos objetivos claves: 1) Im-

pulsar la innovación y producción

de insumos tecnológicos para la

pequeña agricultura, con miras a

incrementar los índices de efica-

cia y productividad. 2) Fomentar

la organización y formación del

Poder Popular y las formas co-

lectivas para el desarrollo de los

procesos productivos a nivel local.

Pueblos que siembran lo que comen

Según Carlos Carbonell Ar-

reaza, biólogo del Centro de In-

vestigaciones del Estado para la

Producción Experimental Agroin-

dustrial (Ciepe), en Venezuela, se

vive una evolución en términos

ideológicos, metodológicos y

operativos. “Hemos aprendido

a trabajar con las poblaciones

rurales más necesitadas. En los

DESAFIOS do DRS

La agricultura urbana y periurbana es otra de las estrategias agroalimentarias venezolanas Viceministro Guillermo Barreto

Foto: Agencia Venezolana de Noticias Foto: Fonacit

Page 20: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 20

últimos años, hemos desarrolla-do paquetes tecnológicos para producir alimentos de alto con-tenido nutricional y a bajo costo, a partir de especies autóctonas piscícolas, como la cachama, el

coporo, el bagre y otros peces de agua dulce”.

Desde los laboratorios del Ciepe, se han producido embu-tidos, salchichas, enlatados, cuya materia prima es el pescado. A di-ferencia de los embutidos y otros productos a base de cerdo —para los que se utiliza carne de segun-da, o residuos—, los alimentos a base de pescado son hechos con carne de primera, y son más be-neficiosos para la salud humana.

El conocimiento obtenido por el Ciepe ha sido socializado con los productores de la Red Socia-lista de Innovación Productiva Antonio José de Sucre, en Soco-pó, estado Barinas; y antes de que

culmine 2013, se va a comenzar

a ejecutar un proyecto de escala-

miento que permitirá obtener la

primera producción venezolana

semiindustrial de embutidos a

base de cachama. Esto es funda-

mental; porque —como indica el

ministro para las Industrias, Ricar-

do Menéndez—, “si el prototipo

realizado queda como una curio-

sidad, y no termina en una fábrica

o en una unidad de producción,

resolviendo como un esquema

alternativo de producción, no es-

tamos haciendo nada”.

Signos de campesinos y campesi-nas que transforman

Integrada por 86 productores

—de los cuales 24 son mujeres—,

la Red Antonio José de Sucre co-

menzó con un proyecto inicial

que incluyó la formación de los

86 productores en el área de cría,

reproducción y procesamiento

de cachamas. Luego, presentó

un prototipo de un oxigenador

que permite ampliar la produc-

ción piscícola. El Mppcti certi-

ficó el prototipo, y entregó los

recursos para la elaboración de

20 oxigenadores. El proyecto de

escalamiento actual comprende

la instalación de una fábrica de

alimentos para peces, una plan-

ta procesadora de pescado y un

laboratorio de reproducción de

alevines. Asimismo, contempla

la fabricación chinchorros para la

“La tecnología armoniza la rapidez, calidad e inocuidad de los procesos productivos. En nuestro caso, pudimos cam-biar todos los utensilios de madera y aluminio, por otros de acero inoxidable. De trabajar con gas, pasamos a trabajar al vapor”. ( José Gregório González)

2020

Red Socialista Innovación Productiva Siembra Vida

DESAFIOS do DRS

Foto: Inces Lara

Page 21: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 21

pesca y la capacitación de otros

productores.

La RSIP Antonio José de Sucre

ha recibido apoyo del Institu-

to Nacional de Investigaciones

Agrícolas, del Ciepe, de Petróleos

de Venezuela, y de universidades

nacionales reconocidas, como

la Universidad Centroccidental

Lisandro Alvarado y la Universi-

dad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel

Zamora. David Saturno, uno de

los productores de la Red Anto-

nio José de Sucre, de los Llanos

venezolanos, expone que el Go-

bierno entrega un financiamiento

“no retornable”, que se debe tra-

ducir en desarrollo local. Para él,

la investigación, la formación, el

financiamiento, la asistencia téc-

nica y el acompañamiento son los

principales componentes para el

desarrollo rural y el Buen Vivir de

los campesinos.

Otro pequeño productor que

expresa su postura sobre la aplica-

ción de la tecnología y las buenas

prácticas agrícolas es José Grego-

rio González, miembro de la Red

de Queso Telita (un queso fresco,

bajo en sal) de Upata, estado Bo-

lívar. “La tecnología armoniza la ra-

pidez, calidad e inocuidad de los

procesos productivos. En nuestro

caso, pudimos cambiar todos los

utensilios de madera y aluminio,

por otros de acero inoxidable. De

trabajar con gas, pasamos a tra-bajar al vapor”.

González destaca, además, los resultados: “Se duplicó la pro-ducción: ahora, producimos 2 mil kilos de queso diarios. El queso, refrigerado, duraba 3 días; ahora, dura 30 días. Se involucraron otros productores pecuarios: 10 pro-ductores participan en la produc-ción del queso, y 60 productores proveen la leche. Y otro elemento importante: la Red ha involucrado a las escuelas y consejos comuna-les para ir multiplicando el cono-cimiento sobre cómo se prepara el queso telita”.

Visión femenina del desarrollo rural

En la nueva ruralidad vene-zolana, también, emergen las mujeres en las políticas públicas. Alcira Vargas, una de las 23 tec-nólogas populares apoyadas por el Mppcti, es consciente de la participación activa de la mujer en los procesos de innovación para el desarrollo rural. “En la Red Siembra Vida, lideramos las mu-jeres. De los 68 productores, 57 son mujeres. Cultivamos cilantro, apio españa, cebollín... Todos los viernes, hacemos una dinámica de compartir rubros. En total, so-mos 865 personas que estamos participando en la red”.

Esta mujer campesina, de 47 años de edad, se hizo merecedo-

ra del Premio de Innovación del estado Lara, con un proyecto de producción artesanal de alimen-to para gallinas ponedoras, a base de cortezas de frutas y verduras, y cáscaras de huevos. La fórmula, que tiene 17.8 de proteína, asegu-ra la producción de huevos con colesterol cero.

Vargas añade: “Yo informé al Ministerio sobre la necesidad de adquirir un molino, un deshidra-tador y una mezcladora a gran escala; y enseguida, recibimos el apoyo. Antes de obtener las má-quinas, producíamos un saco de alimento por día; ahora, sacamos hasta 20 sacos, que sirven para alimentar cerca de 2 mil gallinas, durante 3 días... Las máquinas fueron elaboradas por tecnólogos populares”.

Aprendizajes y saberes compartidos

Para los productores venezola-nos, es cuestión de “conciencia y de que lo que se produzca no se vaya del territorio”. Ahí, Venezuela tiene un camino bien andado. En este país, se están promoviendo relaciones sociales de cooperaci-ón, y no de competencia. La po-lítica rural venezolana prioriza la propiedad social, el autoconsumo, la articulación colectiva y la movili-zación de las energías sociales.

Nerliny Carucí, periodista colaboradora de la Revista do Fórum DRS.

21

DESAFIOS do DRS

Page 22: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 222222

DESAFIOS do DRS

Page 23: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 2323

Conceito de rural é debatido no Senado Federaldo Brasil

No último dia 22 de março, o Senado Federal do Bra-

sil abriu as portas da casa para discutir o futuro do rural

no País por meio de uma reconceitualização da área

rural. Especialistas ouvidos pela Comissão de Agricul-

tura e Reforma Agrária chamaram a atenção para o real

tamanho da população no campo e para a importância

da agropecuária para o país. Eles pediram mais investi-

mento em políticas públicas para melhorar a qualida-

de de vida e a produtividade na área rural. O encontro,

transmitido ao vivo para todo o País, aumentou ainda

mais a discussão em torno do tema. Conheça os princi-

pais pontos debatidos

Page 24: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 242424

“Brasil rural” precisa de políticas públicas diferenciadas

Tendo como ponto de partida o projeto do Instituto Interameri-cano de Cooperação para a Agri-cultura (IICA) que busca redefinir os critérios de ruralidade, especia-listas ouvidos em audiência pela Comissão de Agricultura e Refor-ma Agrária (CRA) esperam que a consciência do tamanho e da di-versidade do Brasil rural estimule políticas públicas mais favoráveis e realistas para o setor.

Acir Gurgacz (PDT-RO), vice-presidente da CRA, destacou que, segundo levantamentos oficiais do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), em 2010 o Brasil tinha menos de 16% de população rural. A partir desse dado, o Brasil passa a ser consi-derado um país mais urbanizado que muitos países europeus e até mesmo que os EUA. No entanto, os debatedores chamaram a aten-ção para o tamanho da popula-ção no campo — maior do que as estatísticas oficiais apontam — e a expressiva importância da agro-pecuária na economia brasileira.

Víctor Villalobos, diretor-geral do IICA, defendeu um lugar cen-tral nas políticas públicas em face do potencial agrícola do Brasil, ressaltando que conhecimento e inovação serão determinantes para fazer frente à demanda crescente

DESAFIOS do DRS

As discussões em torno do projeto “Repensando

o conceito de Ruralida-

de no Brasil: implicações

para as Políticas Públicas” se am-pliam cada vez mais. O tema de proporções mundiais está esti-mulando o interesse de outras esferas da sociedade. Prova disso foi o interesse do Senado Federal brasileiro em discutir o tema.

Neste sentido, a instituição promoveu, no último 22 de mar-ço, no marco do Ciclo de Pales-tras e Debates da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária um evento dedicado ao tema. O senador Acir Gurgacz (PDT/RO), vice-presidente da Comissão, conduziu o debate, que contou com as participações do diretor-geral do IICA, Víctor Villalobos; a embaixadora do México, Beatriz Paredes; a secretária de desenvol-vimento territorial, representado o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Andrea Butto; o repre-sentante do IICA no Brasil, Manuel Otero; o consultor do IICA, Hum-berto Oliveira e a coordenadora do Projeto, Tânia Bacelar.

Para Otero a discussão no Se-nado foi importante para a visibi-lidade do projeto e a diversidade de participantes. “Reconheço que nesses dois anos de projeto, trabalhamos muito próximo do executivo e, agora, a discussão se aproxima do legislativo. Assim,

estamos muito contentes e espe-rançosos pelo aprofundamento do diálogo. Estou convencido que é uma contribuição não apenas para o Brasil, mas para toda Amé-rica Latina”, explicou. “Há que se destacar que as conclusões desse projeto podem ser apresentadas na reunião dos Ministros de Agri-cultura, a JIA”, lembrou.

A apresentação do projeto foi feita por Tânia Bacelar e Humber-to Oliveira. Tânia registrou que o Projeto visa a construção de uma tipologia atualizada dos espaços rurais no Brasil e implicações para as políticas públicas, abordando 4 componentes principais, cuja execução está a cargo do IICA:

• (I) análise das concepções de ruralidade, seus alcances e limitações, no Brasil e em 8 países da América Latina e Europa;

• (II) formulação e validação no campo de propostas de tipologias dos espaços rurais no Brasil;

• (III) análise das implicações e impactos de uma releitura do rural e suas tipologias nas políticas públicas de desen-volvimento rural; e

• (IV) elaboração de subsídios técnicos e institucionais para a realização de iniciativas se-melhantes em outros países da América Latina.

Page 25: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 25

por alimentos. “E os demais países latino-americanos também deve-rão investir no aumento da produ-tividade agrícola”, disse.

“Sabemos que, para 2050, se requererá duplicar a quantidade de alimentos que hoje se produz, enquanto a produtividade agrope-cuária também deverá atender as demandas de derivados agrícolas para seus crescentes usos alimen-tícios. Os territórios rurais também requerem um lugar central nas políticas e nas ações do Estado”, defendeu.

A embaixadora do México, Bea-triz Paredes, considerou importante mudar o paradigma cultural e in-vestir em educação no campo de modo a combater o êxodo rural.

“Construir uma nova ruralida-de é indispensável para o mundo. Ainda mais para o Brasil, que conti-nuará sendo um país agrícola. Este

estudo vai reorientar os investi-mentos públicos no rural”, afirmou.

Visão integrada

A secretária de Desenvolvimen-to Territorial do Ministério do De-senvolvimento Agrário, Andrea Lo-rena Butto Zarzar, reivindicou uma “visão integrada sobre o rural” e a articulação dele com um projeto de desenvolvimento nacional. Ela ressaltou a importância de discutir o conceito de ruralidade no país.

“Para nós, do ministério, é algo muito importante socializar o co-nhecimento acumulado, difundir uma pesquisa que é de muita

25

relevância para pensar o rural e pensá-lo integrado ao nacional, não pensá-lo de forma isolada. Fazer isso no âmbito do Senado, na CRA, é também muito impor-tante”, afirmou.

Urbanizar o rural e ruralizar o urbano

Durante o debate na CRA, a professora Tânia Bacelar, da Uni-versidade Federal de Pernambu-co (UFPE), propôs uma “releitura do rural contemporâneo” de modo a questionar as políticas públicas de hoje para o mundo rural.

Ela considera positivo que, desde os anos 90, a agricultura

DESAFIOS do DRS

Foto: Arquivo IICA

Há que se destacar que as conclusões desse projeto podem ser apresentadas na reunião dos Ministros de Agricultura, a JIA. (Manuel Otero)

Da esquerda para direita: Humberto Oliveira, Victor Villalobos, Beatriz Paredes, Acir Gurgacz, Tânia Bacelar, Manuel Otero e Andrea Butto.

Page 26: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 262626

DESAFIOS do DRS

familiar tenha voltado a ser vista como patrimônio do país — con-ceito que, lembrou, já sofreu muita resistência.

Cristovam Buarque (PDT-DF) classificou como preconceituosa a visão de que riqueza é sinôni-mo de urbano, afirmando que até hoje a base da balança comercial do país tem sido o produto rural. “É preciso definir progresso pela qualidade de vida, não por ren-da, -consumo e técnica moderna.” Para o senador, será preciso “urba-nizar o rural e ruralizar o urbano”.

“Precisaremos de uma política que mantenha a qualidade urba-na, que leve a qualidade rural a quem não está nas próprias cida-des e case o rural com o urbano. Fazer com que as pequenas ci-dades se transformem também nas produtoras de alimentos, dos bens agrícolas, e ter uma vida ru-pestre, digamos, perto da cidade.”, disse.

Para Humberto de Oliveira, consultor do IICA, no Brasil há “es-tados inteiros rurais”, o que torna necessário modificar o orçamento público para auxiliar os 70% dos municípios brasileiros que têm menos de 20 mil habitantes: “O meio rural não reivindica apenas política agrícola e agrária, mas também políticas de saúde, edu-cação, comunicação, entre outras. Não podemos ter uma educação que nos expulse de nosso lugar”, afirmou.

Análise - Ausência de Políticas Públicas para o rural

Humberto Oliveira

A contagem da população pelo IBGE apresenta um índice de urbanização que coloca o Brasil entre os países mais urbanizados do mundo, gerando uma distor-ção que impacta negativamente o meio rural, na medida em que se interpreta que a sua população diminui a cada década e que as políticas públicas devem se voltar com prioridade para as regiões metropolitanas e as médias e gran-des cidades brasileiras.

A ausência de uma política de desenvolvimento rural que tenha como premissa essa nova defini-ção sobre o que é rural no Brasil agrava essa situação. A falta de uma política de desenvolvimen-to para o meio rural exclui uma significativa parcela da popula-ção brasileira do planejamento governamental e do desenho de políticas públicas, cuja prioridade é urbana e está voltada para as áreas de maior concentração populacio-nal (municípios com mais de 100 mil habitantes) e cuja prioridade rural é o setor econômico primá-rio - agricultura, pecuária, pesca e extrativismo - e não o espaço rural.

Aliás, essa confusão entre o rural território e o rural setor é responsável por deixar sempre em segundo plano, quando não

É preciso definir progresso pela qualidade de vida, não por renda,

consumo e técnica

moderna.

(Cristovam Buarque)

Cristovam Buarque

Foto:Arquivo IICA

Page 27: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 2727

DESAFIOS do DRS

muitas vezes esquecidos os pe-quenos municípios brasileiros. É só observar que muitas ações governamentais voltadas para os municípios são priorizadas para municípios com mais de 50 mil habitantes, quando 89% dos muni-cípios do país possuem população igual ou inferior a esse número.

Um importante indicador reve-lado pelo Censo 2010 é sobre cres-cimento da população nos muni-cípios de acordo com o tamanho da população, onde se constata que o conjunto dos municípios com menos de 10 mil habitantes tem taxa de crescimento negativa, ou seja, perde população, os mu-nicípios de 10 a 20 mil habitantes praticamente estão estagnados, pois a taxa de crescimento é de apenas 0,07%, enquanto os muni-cípios que crescem acima da mé-dia nacional que é de 1,17% são os municípios com população acima de 100 mil habitantes.

O mais grave é que uma parte significativa desses municípios es-tão concentrados em territórios es-sencialmente rurais, fazendo com que a ausência de prioridade para municípios com menos de 50 mil habitantes, prive toda uma região, as vezes várias regiões contíguas, de serviços e infraestrutura públi-ca, dificultando enormemente o acesso dessa população, que é obrigada a deslocar-se a grandes distâncias para ser suprida pelo atendimento do estado, fato que

certamente incentiva a migração e novas concentrações popula-cionais. Essa realidade é muito frequente no Norte do Brasil.

É importante admitir que uma cidade com menos de 50 mil ha-bitantes, e milhares delas com menos de 20 ou 10 mil habitan-tes, deva ter todos os serviços pú-blicos e infraestrutura que possui um município de 100 mil ou mais pessoas. Por isso se faz necessário uma política de desenvolvimento rural que tenha estratégias, instru-mentos, mecanismos e ferramen-tas apropriadas ao planejamento e gestão pública de acordo com essa realidade, como planos dire-tores das cidades adequados ao papel que elas desempenham nesses lugares, planos territoriais de desenvolvimento, planos de apoio a cadeias produtivas, planos de educação, entre outros.

Um exemplo de estratégia adequada ao meio rural é o uso da abordagem territorial, que con-siste em prover o território e não obrigatoriamente cada um dos municípios, tanto de infraestrutu-ras e serviços públicos necessários e de qualidade como outros inves-timentos para o desenvolvimento do território como um todo, be-neficiando toda a sua população. Significa que é possível incluir no planejamento público anual e plurianual, a implantação em cada território de universidades, institui-ções de ensino técnico profissio-

nalizante, serviços hospitalares de média ou alta complexidade, ser-viços de segurança pública, lazer, esporte, cultura, comunicação, ins-titutos de pesquisa e tecnologia e investimentos públicos e privados para atividades produtivas nos se-tores primário, secundário e terciá-rio. Some-se isto os investimentos em projetos ambientais, primando pela escolha de uma visão multi-dimensional e multisetorial do de-senvolvimento sustentável.

O Projeto “Repensando o con-ceito de ruralidade no Brasil: impli-cações para as políticas públicas” tem como objetivo construir uma tipologia atualizada dos espaços rurais do Brasil, tomando por base os avanços conceituais da temáti-ca da ruralidade e territorialidade desenvolvidas no âmbito da aca-demia, de entidades governamen-tais gestoras de políticas agrárias e dos movimentos sociais, para impactar políticas públicas desti-nadas a atender a população do meio rural brasileiro, ampliando os resultados da ação do estado e melhorando o desempenho dos governos na entrega de bens e serviços a essas populações.

Foto: Arquivo IICA

Page 28: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 28

Bruno Moraes, jornalista da Revista do Fórum DRS, com informações da Comuni-cação do Senado Federal.

2828

DESAFIOS do DRS

Conheça o projeto

O projeto Repensando o conceito de Ruralidade no Brasil: implicações para as Políticas Públicas tem como objetivo a construção de uma tipologia atualizada dos espaços rurais do Brasil, tomando por base os avanços conceituais da temática da ruralidade e territo-rialidade desenvolvidos no âmbito da academia, de entidades governamentais gestoras de políticas agrárias e dos movimentos sociais. Além disso, uma parte do estudo estará centrada em conhecer os espaços rurais de outros oito países: Holanda, França, Espanha, México, Costa Rica, Chile, Equador e Uruguai.

O estudo explicitará também as implicações desta releitura atualizada do rural bra-sileiro nas políticas públicas de promoção do seu desenvolvimento. Proporcionará um novo instrumento para ampliar e consolidar o debate acerca do lugar e importância dos espaços rurais e das populações que deles dependem no processo de construção de um projeto nacional de desenvolvimento sustentável, em suas distintas dimensões: política, econômica, social, cultural e ambiental.

O projeto é desenvolvido em parceria pelo Fórum DRS, pelo Ministério do Desenvolvi-mento Agrário, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e do Núcleo de Estudos Agrários (Nead), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Planejamento e Orçamento e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Mais:

• Assista video reportagem sobre o evento no Senado Federal;

• Assista entrevista em vídeo com o coordenador-executivo do Fórum DRS, Carlos Miranda, especialista em Agricultura, Territórios e Bem Estar Rural do Instituto In-teramericano de Cooperação para a Agricultura (IICA);

• Notícias, galerias de imagens, vídeos e outros no link: http://iicaforumdrs.org.br/iica2011/noticias/lernoticia/396

Veja mais fotos dessa reportagem emwww.iicaforumdrs.org.br

FOTOS

Page 29: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 29

Mais que uma Série.Uma referência no tema do Desenvolvimento Rural Sustentável.

conheça todos os títulos em: www.iicaforumdrs.org.br

Volume 1 - Pobreza Rural

Volume 2 - Pobreza Rural

Page 30: Revista do Fórum DRS - Edição 4

3030

DESAFIOS do DRS

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS

Page 31: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 3131

ECADERT:una estrategia de desarrollo que se consolida

Visto en el mapamundi, el istmo centroamericano

puede parecer un puente pequeño que une a las dos

grandes masas continentales. Sin embargo, esta fran-

ja de tierra compuesta por siete países, es un amplio

mosaico de convivencia para más de cuarenta millones

de de personas de diversos grupos étnicos. Gran parte

de ellas habitan y se desarrollan en los territorios rura-

les. Articular, fortalecer e impulsar las potencialidades

en las zonas rurales centroamericanas, así como en la

República Dominicana, es parte del propósito de la Es-

trategia Centroamericana de Desarrollo Rural Territorial

ECADERT 2010-2030, con el fin de mejorar las condicio-

nes de vida en todos los ámbitos de los pobladores ru-

rales centroamericanos. Dos años después de su crea-

ción, algunos resultados son elocuentes y alentadores.

Foto

: ECA

DERT

Participación de los actores territoriales en los

procesos ECADERT es uno de los pilares del éxito de la

implementación de esta iniciativa.

Page 32: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 32

ECADERT, dos Años Después, los Sueños Empiezan a Concretarse

Antes de que se formula-ra la Estrategia Centroa-mericana de Desarrollo Rural Territorial para

Centroamérica y República Do-minicana, conocida como ECA-DERT, los habitantes rurales cen-troamericanos, históricamente no solo habían sido excluidos del de-sarrollo socio económico, educati-vo y comercial, sino también de la toma de decisiones sobre asuntos que los afectan directamente. Si bien los territorios centroameri-canos comparten problemáticas afines, cada territorio tiene su propia historia e identidad. Para aprovechar su potencialidad es-pecífica, es necesario que su po-blación pueda definir un proyecto de futuro para el territorio y orga-nizarse para impulsarlo.

Algunos hechos marcaron la vida de muchos centroamerica-nos y repercutieron en el desar-rollo social y económico de la región. Conflictos armados cos-taron miles de vidas, una sangría económica y el desequilibrio so-cial y emocional en las décadas de 1970 y 1980. Aun donde no se sufrió de manera directa la dura etapa bélica, hubo flujos masivos de inmigrantes y dificultades co-merciales. Por otra parte, fenóme-nos naturales como terremotos, huracanes, explosiones volcánicas

3232

y sequías afectaron a zonas rurales y urbanas, provocando pérdidas humanas y trastornos mayores en las economías, acentuando las condiciones de pobreza rural. Hoy debemos sumar los eventos extemos y fuertes variaciones en la distribución de las lluvias, pro-vocadas por el cambio climático.

Estas situaciones, aunadas a problemas heredados de la his-toria de la región, sumieron a los pobladores rurales de Centroa-mérica en un estado de angustia y deterioro. Surgieron múltiples proyectos, propuestas y acciones por parte de los Estados, de incon-tables NG´S y organismos interna-cionales que trabajaron en la bús-queda de soluciones inmediatas. Sin embargo, a pesar del trabajo y fuertes inversiones que se ejecu-taron, muchos de estos esfuerzos fueron insuficientes para resolver los profundos y acentuados pro-blemas en la región.

La ECADERT, una estrategia de integración y desarrollo

La ECADERT es una estrategia regional aprobada primero por el Consejo Agropecuario Centroa-mericano y avalada por la Cumbre de Jefes de Estado y de Gobier-no del Sistema de la Integración Centroamericana SICA, en el 2010, después de un proceso de con-sulta ampliamente participativo. Busca generar oportunidades y

fortalecer las capacidades de la población de los territorios rurales de Belice, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicaragua, Panamá y República Dominicana, para que puedan mejorar signifi-cativamente la calidad de la vida en ellos y construir una sólida ins-titucionalidad social que impulse y facilite un desarrollo solidario, incluyente y sostenible.

Desde su elaboración, la ECA-DERT ha contado con la partici-pación de hombres y mujeres, jóvenes, las familias rurales, los pueblos indígenas y comunida-des afrodescendientes, así como las comunidades y las organiza-ciones públicas y privadas del territorio.

Parte del trabajo desarrollado por la ECADERT durante estos dos años de ejecución ha estado en la formación de capacidades, tanto en el ámbito regional como nacional y territorial. Este ha co-brado fuerza y ha comprometido a todos los componentes que se entrelazan para su ejecución, in-cluyendo tanto a la sociedad civil como a las instituciones estatales, gobiernos locales y otras autori-dades territoriales.

Hoy, dos años después, el ba-lance sobre la Estrategia de parte de dirigentes comunitarios, cam-pesinos, acaldes, representantes indígenas, jóvenes, representan-

DESAFIOS do DRS

Page 33: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 33

tes gubernamentales y de orga-

nismos de cooperación extranje-

ra, es optimista.

En voz de beneficiarios

Hoy después de dos años de

trabajo de la ECADERT en algunos

territorios rurales de Centroaméri-

ca y República Dominicana, don-

de tiene incidencia la Estrategia,

las dudas, los temores y la descon-

fianza han empezado a disiparse

conforme se madura el trabajo y

el proceso empieza a dar resul-

tados positivos. En palabras de

pobladores rurales, ¨La ECADERT

expresa una voluntad política de

nuestros gobernantes, especial-

mente el sector agropecuario

que responde a una demanda

muy antigua de parte de actores

locales, productores, redes de mu-

jeres, grupos indígenas¨, expresó

el costarricense Wilson Campos,

vice alcalde y dirigente comunal

y campesino de Guatuso, uno de

los cantones más pobres de Cos-ta Rica. ¨Estamos muy motivados porque sentimos que por prime-ra vez hay una voluntad política clara, que ve el desarrollo rural como una responsabilidad de los actores locales, pero que tie-ne que tener responsabilidad de parte de los Estados. La ECADERT expresa esa intención y estamos trabajando para que se convierta en proyectos y en desarrollo para los habitantes del sector rural¨, agregó Campos.

Por su parte Roger Rodríguez Cruz, Director General de Política del Ministerio Agropecuario Fo-restal de Nicaragua, expresó que la ECADERT es el concurso de to-dos los sectores que habitan en las áreas rurales. ¨La ECADERT tie-ne algo significativo y es que nos permite desarrollarnos con base en las potencialidades del terri-torio. No es un esquema ya de-finido, sino que se trabaja en los

33

DESAFIOS do DRS

territorios y con la población prin-

cipalmente. Esta es una estrategia

para el desarrollo rural y el territo-

rio rural. No es solamente la parte

agrícola o la parte agropecuaria,

sino que hay agroindustria, turis-

mo y otras actividades mas allá de

la parte agropecuaria que llevan

al desarrollo del territorio partien-

do de las necesidades del mismo¨,

acotó Rodríguez. Su compatriota

Deisy Pérez Vásquez, representan-

te del pueblo indígena San Lucas,

del Departamento de Madríz, al

norte de Nicaragua, hace eco de

esta afirmación, al decir de mane-

ra animada: ¨la ECADERT significa

el rescate de nuestra cultura, de

nuestra forma de sembrar, cultivar

y comercializar nuestros produc-

tos tradicionales. Para nuestros

pueblos originarios, también sig-

nifica seguir en la lucha por me-

jorar las condiciones de vida de

nuestras familias tanto indígenas

como campesinas.¨

Foto: ECADERT

I Congreso de Desarrollo Rural Territorial en Cen-

troamérica y República Dominicana donde destacó

la participación de los Ministros de Agricultura del

Consejo Agropecuario Centroamericano (CAC) y de

autoridades de los países y las organizaciones socias

de ECADERT.

Page 34: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 343434

DESAFIOS do DRS

Una particularidad de esta estrategia es la integración de República Dominicana, que si bien por su naturaleza insular no intercambia frontera terrestre con ningún país del istmo, vio la necesidad de sumarse al trabajo

centroamericano para enfrentar y mejorar las condiciones de vida rural en el país caribeño. ¨Estamos fuera del istmo pero no fuera del área y la organización nos obliga a trabajar de manera unida para lograr resultados impactantes y las experiencias de Centroaméri-ca. Para nosotros es la clave para lograr el desarrollo que estamos buscando. Nuestro gobierno so-licitó su incorporación al Sistema de Integración Centroamericana y fue aceptada y eso demuestra que los países necesitan estar juntos para poder aprender de las experiencias. El haber entrado al SICA y poder ser parte de todo este proceso es muy importante, porque ya no nos sentimos solo una isla en el Caribe, ahora tam-bién somos parte de Centroamé-

rica, eso fortalece las relaciones entre los países.¨ De esta manera se expresó la dominicana Oneida Felix Medina, miembro de la Co-misión Nacional para la Ejecuci-ón de la ECADERT y coordinadora para Centroamérica y República Dominicana de la red regional de Grupos de Acción Territorial.

Proyectos en el marco de la ECADERT

En la actualidad existen 38 territorios focales que fueron designados por las comisiones nacionales. También hay varias propuestas de territorios trans-fronterizos y de territorios afines, con características o identidades comunes y situados en varios pa-íses. Con el objetivo de impulsar y estimular el trabajo en el marco de la Estrategia, 23 proyectos de desarrollo rural territorial, fueron seleccionados en dos convoca-torias del Fondo Regional para la ejecución de la ECADERT, con recursos del Fondo España-SICA. Entre otros objetivos, algunos de estos proyectos procuran mejorar los servicios de salud en un ter-ritorio de Honduras, fortalecer la identidad cultural en el distrito de Río Jesús en Panamá, promover acciones de manejos sostenible en la Cuenca Bahía de Jiquilisco en El Salvador, fortalecer la insti-tucionalidad y el desarrollo eco-nómico rural en el sur de Costa Rica, fomentar la fruticultura para dinamizar el desarrollo de la eco-

ECADERT está incluyendo a todos, sin distingo de raza, de sexo ni religión, todos estamos trabajando juntos por el desarrollo rural del territorio de Mariato

La ECADERT se orienta al rescate de

la cultura territorial, de las formas de

sembrar, cultivar y comercializar los

productos tradicionales.

Foto: ECADERT

Page 35: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 35

Luis Gamboa Hernández, periodista cola-borador de la Revista do Fórum DRS.

35

DESAFIOS do DRS

nomía rural territorial en Huista de Guatemala y desarrollar el turismo eco-cultural en la zona de River Valley en Belice. Dichos proyectos deben contribuir en forma directa con el cumplimiento de una o va-rias acciones estratégicas conte-nidas en los planes de desarrollo territorial. En total se asignaron un millón ochocientos mil dólares distribuidos entre los proyectos seleccionados, que serán ejecu-tados y administrados exclusiva-mente por las organizaciones en los territorios.

¨ECADERT nos ha brindado apoyo para desarrollar proyectos en medio ambiente, economía, comercialización de productos, agricultura y turismo, y esto nos favorece enormemente, ya que nuestro municipio y otros muni-cipios vecinos, están instalados en uno punto altamente turístico en la provincia de Veraguas¨, externó Ángel Batista, alcalde del munici-pio panameño de Mariato. ¨ECA-DERT está incluyendo a todos, sin distingo de raza, de sexo ni reli-gión, todos estamos trabajando juntos por el desarrollo rural del territorio de Mariato. Al 2030 se supone que tendremos resulta-dos y Mariato va a ser un polo de desarrollo turístico, económico y comercial gracias al apoyo de Eca-dert,¨ concluyó el alcalde.

Para la cooperación española, mediante el fondo España SICA,

que ha jugado un papel impor-tante en la formulación y apoyo de la ECADERT, los resultados ob-tenidos en el proceso de dos años de trabajo han sido suficientes para justificar el seguimiento y la colaboración de parte de de esta instancia de cooperación.

¨El fondo España SICA es un instrumento conjunto creado por la Cooperación Española y el Sis-tema de Integración Centroameri-cana. Pretende canalizar el apoyo institucional español al proceso de integración regional. El instru-mento de la cooperación españo-la y el desarrollo rural ha sido uno de los componentes centrales de la cooperación española en Cen-troamérica y se justifica porque la ECADERT es una de las estrate-gias que más sólidamente se han creado en el seno del proceso de integración¨, adujo Vicente Gon-zález, Asesor Principal del Fondo España-SICA.

Para el Consejo Agropecuario Centroamericano CAC, instan-cia que tiene la responsabilidad político-institucional por la ejecu-ción coordinada de la ECADERT, esta propuesta es la que más ex-pectativas ha despertado, ya que según Julio Calderón Secretario Ejecutivo del Consejo Agropecu-ario Centroamericano la ECADERT pasó de ser solamente un acuer-do a ser una iniciativa viva. ¨Hoy debemos continuar con la ejecu-

ción de las iniciativas regionales que están en curso. Hay mucho que hacer todavía en apoyo a los despachos de los ministerios de agricultura, en las diversas ins-tancias que tienen que ver con el desarrollo agropecuario de la región, los avances en el tema de unión aduanera centroamericana, el fortalecimiento de agricultura familiar y el trabajo intersectorial como lo es la iniciativa de segu-ridad alimentaria y nutricional de Centroamérica y República Domi-nicana¨, concluyó Calderón.

Por último Ernest Banner, co-ordinador de desarrollo rural del Ministerio de Trabajo, Gobierno Local y Desarrollo Rural de Beli-ce, externó sus sueños sobre el futuro de la ECADERT. ¨En algún momento quiero ver la estrate-gia implementada, quiero ver las herramientas utilizadas, a la gente beneficiándose del desarrollo y de lo que ellos necesitan y la ECA-DERT les permite a las personas que digan qué es lo que quieren y qué necesitan. Creo que es un ideal que se va cumpliendo, aun frente cambios de gobiernos o cambios de personal a nivel lo-cal,… es un desarrollo sostenible continuo y hay que continuar trabajando para lograr nuestras metas,¨ finalizó el señor Banner.

Page 36: Revista do Fórum DRS - Edição 4

Diálogos do Fórum DRSEdição 6

Ano 1

Dezembro/2012

Nelson Martins

Humberto Oliveira

Maria Nazareth Wanderley

Os Desafios Políticos e Institucionais para Gestão do Desenvolvimento Rural

Carlos Eduardo Barbosa

Diálogos do Fórum DRS

A inclusão Socioprodutiva sob a óptica dos movimentos sociais

Edição 1

Ano 1

Março/2012

Cândido Grybowski

Alberto AdibJean Marc

Ivanilson Guimarães

Diálogos do Fórum DRS

Inclusão Socioprodutiva no Equador

Edição 4

Ano 1

Julho/2012

Miguel Carvajal Aguirre

Diálogos do Fórum DRS

Desenvolvimento Rural, Território e Políticas Públicas de

enfrentamento da Pobreza

Edição 5

Ano 1

Agosto/2012

Jerônimo Souza

Sérgio LeitePhilippe Bonnal

Joaquim Soriano

TODO MÊS UM NOVO DIÁLOGO! NÃO PERCA!

Gestores públicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil

discutindo o rural brasileiro.

Diálogos do Fórum DRSEdição 7

Ano 2

Fevereiro/2013

Cândido Grybowski

Leonilde Medeiros

Camilo Santana

Os Desafios Políticos para a Gestão

Territorial do Desenvolvimento RuralHumberto Oliveira

www.iicaforumdrs.org.br

Diálogos do Fórum DRS

Page 37: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 37

Políticas para la Agricultura Familiar (PAF) en América Latina:

potencial y desafíos

Sérgio Sepulveda es Director de la B & C Asociados. San José. Costa Rica.

Las PAF han evolucio-nado en los países de la región a través de

programas desiguales en con-cepción, tamaño de esfuerzo y resultados obtenidos. Sin embar-go, en la última década se ha he-cho más obvia la importancia de concebirlas con objetivos de mayor cobertura social y productiva. Esa tendencia es el resultado de factores generados por el ambiente volátil en los mercados globales de alimentos y la aparición de escenarios so-ciales y ambientales inestables en los países. Definitivamente se ha reconocido la importancia vi-tal de la contribución de la AF a la oferta interna de alimentos, así como su potencial para acoplar-se favorablemente a procesos de globalización que salvaguarden la identidad cultural, respeten el capital natural y fortalezcan pro-cesos democráticos de toma de decisiones.

En ese contexto es crucial reconocer que la inercia secto-rial preponderante del esque-

ART IGOARTIGO

ma institucional responsable por las PAF, dificulta la consolidación de mecanismos que aprovechen sinergias intersectoriales. Esa tendencia ha inducido a focali-zar esfuerzos en la producción agrícola primaria, dificultando la aplicación de un enfoque de cadenas de valor, así como la incorporación de opciones pro-ductivas que amplíen el espectro de bienes y servicios ofrecidos.

Por otro lado, las instituciones públicas deben afinar su enten-dimiento de la lógica de la AF, para perfeccionar las políticas e innovar sus métodos, conte-nidos y estructura acordes con la diversidad étnica, social, econó-mica y de género que caracteriza a la AF. No obstante los países han reconocido el rol crucial de la formación de capacidades en gestión del negocio rural, sus esquemas didácticos requieren ser actualizados y escalados para preparar un número mayor de emprendedores rurales.

Para que las PAF contribuyan a transformaciones productivas, sociales, ambientales y organi-zacionales, se hace necesario

comprender que el sistema actual requiere de ajustes en el ámbito macro, meso y micro. Por ende, las PAF deben ser concebidas y ejecutadas como componentes de una política de Estado de largo plazo que contri-buya a un desarrollo solidario e incluyente.

De igual manera debe que-dar claro que las PAF tienen que ser complementadas por políticas habilitantes que empa-rejen el terreno, superando te-mas críticos de acceso a la tierra, capital e innovación tecnológica y, que a la vez, fortalezcan y promuevan formas asociativas de la producción, sumadas a agendas para la formación de capacidades en gestión de em-prendimientos y mercados.

En síntesis, las PAF deben adoptar un marco de análisis y operativo innovador que per-mita articular factores econó-micos, sociales, ambientales y políticos tendientes a equilibrar las fuerzas de la sociedad civil or-ganizada, del estado y del merca-do en procesos participativos de toma de decisiones.

37

Foto

: Arq

uivo I

ICA

Page 38: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 38

DESAFIOS do DRS

Com grande experiência na área

de Antropologia, com ênfase em

Antropologia e Gênero, atuando

principalmente nos temas de gê-

nero, mulher, trabalho e políticas

públicas, Andrea Butto, como se-

cretária de desenvolvimento ter-

ritorial, analisa nesta entrevista

que o desafio de integrar políticas

é uma imensa tarefa do governo

e da sociedade civil; passa por

uma apropriação por parte das

populações beneficiárias das polí-

ticas existentes, uma aproximação

entre os órgãos responsáveis por

cada uma das políticas públicas,

de construir um olhar de conjunto

e mais aprofundado sobre os pro-

cessos econômicos e sociais dos

territórios, nos estados, regiões e do

país. Saiba mais o que Butto falou

para a Revista Fórum DRS.

O Brasil é conhecido por ser mui-to desigual, mas há uma desigual-dade entre o rural e o urbano e entre as regiões, que incide forte-mente nas questões de gênero e etnia. Qual a importância da abor-dagem territorial para as políticas públicas e a implicação desta so-bre as desigualdades?

A partir do governo Lula e no governo da Presidenta Dil-ma Russeff, o Estado brasileiro impulsionou uma importante transformação na economia bra-sileira, passou a combinar cres-cimento econômico e melhoria da distribuição de renda. A maior expressão dessa mudança está no aumento do PIB real em 29% entre 2001 a 2011 com uma evo-lução mais favorável na renda da população mais pobre.

Reduziram-se as desigualdades regionais com o incremento de renda nas regiões mais pobres. Os dados da PNAD/IBGE entre 2001

A importância da abordagem territorial e suas implicações nas desigualdades sociais

Mestre em antropologia pela Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE), 1996 e graduada em Ciências Sociais

pela mesma universidade (1992); Professora titular da Universidade Federal Rural

de Pernambuco; Atuou como Diretora de Políticas para

Mulheres Rurais da Secretaria- Executiva do Ministério do

Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA) e atualmente é Secretária de Desenvolvimento Territorial

do MDA.

3838

ENTREV ISTA

Foto: Pedro Ladeira

Por Redação da Revista Fórum DRS

Andrea Lorena Butto Zarzar

Page 39: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 39

DESAFIOS do DRS

e 2011 mostram que no nordeste, a renda do trabalho se expandiu em média 3,3% ao ano, acima do índice nacional que equivale a 2,1%. Associada à redução das desigualdades regionais, é impor-tante observar que é a renda dos mais pobres a que mais cresce. Entre 2001 a 2011 a renda dos 20% mais pobres aumentou em ritmo sete vezes maior do que a dos mais ricos. A população em situação de extrema pobreza pas-sou de 14% em 2001 para 4,2 em 2011 e os dados relativos a 2012 já nos indicam um patamar menor ainda, equivalente a 2,5 milhões de pessoas.

A pobreza rural teve uma que-da expressiva, com redução da taxa de 48,6%, em 2002, para 32%, em 2008, indicando a saída da pobreza de mais de quatro milhões de pessoas. A pobreza extrema também foi reduzida passou de 19,9% para 11,7% no mesmo período.

Entre 2003 e 2011, a renda mé-dia dos domicílios da agricultura familiar teve um crescimento real de 52% enquanto que a da po-pulação brasileira no período teve um crescimento real de 16% e a renda proveniente do trabalho agrícola foi de 47%.

Também deve-se considerar as desigualdades sociais, dentre elas as existentes entre homens

e mulheres, que foi impactada diretamente pelas políticas de redistribuição de renda. As medi-das adotadas para a valorização do salário mínimo e os programas de transferência de renda tiveram papel decisivo para o aumento de renda das mulheres. As políticas de apoio à agricultura familiar e reforma agrária e as políticas para

A promoção política articulada entre as três esferas de governo com participação social, o des-taque recai nos programas que foram criados na chamada agen-da social do governo Lula, e no Plano Brasil Sem Miséria, para além de um processo crescente e cada vez mais institucionalizado e inte-grado de participação social no

39

ENTREV ISTA

A pobreza rural teve uma queda expressiva, com redução da taxa de 48,6%, em 2002, para 32%, em 2008, indicando a saída da pobreza de mais de quatro milhões de pessoas. A pobreza extrema também foi reduzida passou de 19,9% para 11,7% no mesmo período.

as mulheres rurais resultaram na diminuição do trabalho não remunerado e no aumento da renda no chamado trabalho por conta própria.

Esta mudança integra uma clara estratégia de promoção do desenvolvimento nacional que se traduz na universalização dos direitos sociais e diminuição das desigualdades sociais e regionais e que se alia a outras duas frentes importantes, a da promoção de políticas articuladas entre as três esferas de governo com participa-ção social e; a da recuperação da capacidade de planejar e investir fortalecendo o mercado interno.

conjunto da agenda do governo

federal.

O destaque que cabe ser fei-

to é ao Programa Territórios da

Cidadania que promover a inte-

gração de políticas públicas num

arrojado plano de investimentos

comuns ao governo federal, e aos

governos estaduais e municipais e

a real efetivação de políticas num

ambiente inovador de governan-

ça pública que se desenvolve

a partir dos territórios rurais e a

partir dos acúmulos da política de

desenvolvimento territorial que

já estava em construção desde o

início do governo Lula.

Page 40: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 404040

ENTREV ISTA

Seguiremos fortalecendo a politica de desenvolvimento territorial, a participação social nas instâncias colegiadas e com maior sustentabilidade, promoveremos maior coordenação das entidades parceiras e dos entes federados.

A partir dos seus três eixos de atuação: apoio a atividades pro-dutivas; cidadania e direitos e; infraestrutura e de um ciclo de gestão que inclui o fortalecimen-to do pacto federativo e a parti-cipação social por meio de mais de 9 mil entidades da sociedade civil envolvidas, rompe-se com o paradigma do rural como atraso

e como apenas um espaço de produção de mercadorias, para afirmar o rural como espaço de vida, integrado a um projeto de desenvolvimento nacional justo e solidário e protagonizados por distintos setores sociais.

Alimentando-se desta experi-ência e buscando focalizar ações para a população extremamente pobre cria-se em 2011, o Plano Brasil Sem Miséria. Atuando nos mesmos eixos mas criando instru-mentos específicos em adequa-ção de uma estratégia mais focali-zada no público a ser beneficiado, este plano também prevê a inte-gração com as políticas publicas da agricultura familiar e reforma

agrária, bem como a participação social associada a uma estratégia de desenvolvimento territorial já que como disse recentemente a Presidenta Dilma Russeff : o fim da pobreza extrema é só o começo.

A ampliação da capacidade de planejamento e de investimento tem maior expressão do PAC2, o

maior programa de investimentos

em infraestrutura do país. A taxa

de investimentos do setor públi-

co cresceu em 51% no período

de 2003 a 2012, e como parte

deste programa não se expandiu

apenas investimentos em logís-

tica e energia, mas também em

infraestrutura social e urbana, a

exemplo do Comunidade Cidadã;

Minha casa, Minha vida; Água e

Luz para Todos, o que inclui obras

de saneamento, infraestrutura vi-

ária, equipamentos para estradas

vicinais, educação, saúde dentre

outros. Associado à melhoria da

infraestrutura obtivemos a maior

taxa de elevação do emprego,

que cresceu 75,4% .

Um importantíssimo destaque está na destinação dos investi-mentos no território nacional. Com exceção da ação de iniciação ao esporte todos os investimen-tos voltados para a infraestrutura social e urbana, comohabitação, creches e pré-escolas, unidades básica de saúde, pavimentação, saneamento, estradas vicinais e cidades digitais estão dirigidos para os municípios com até 50 mil habitantes excluídos aqueles que se encontram nas regiões metropolitanas.

Um bom exemplo de inves-timento em infraestrutura com rebatimento direto na renda dos produtores e provimento de serviços básicos, é a atuação do Ministério do Desenvolvimento Agrário na implantação e recu-peração de estradas vicinais que visa garantir o escoamento da produção da Agricultura Familiar. O programa é agora coordena-do pela SDT o que permitirá sua articulação com o Programa de Infraestrutura e Serviços da Agri-cultura Familiar, fortalecendo os vínculos com os governos locais e a participação social na gestão da política de desenvolvimento territorial.

Apesar das transformações estruturais em curso, o Brasil país ainda é um dos países mais desi-guais. Para consolidar este mode-lo inclusivo de desenvolvimento

Page 41: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 41

ENTREV ISTA

41

e potencializá-lo é muito impor-tante avançar na adoção da abor-dagem territorial, que considera o desenvolvimento rural como um processo social com distintas fa-ces e dimensões (econômica, so-cial e ambiental). E, ao fazer isso, estaremos fortalecendo alguns dos principais eixos do novo mo-delo de desenvolvimento, como a articulação das políticas setoriais, a valorização do protagonismo da população envolvida e o estimulo a processos locais que dinamizam as regiões e as integram ao desen-volvimento nacional.

Os principais motores desta estratégia fortalecem o modelo em curso já que: 1) articula as po-líticas setoriais e sua forma de exe-cução; 2) valoriza o protagonismo da população envolvida e 3) in-tegra o rural ao desenvolvimento nacional, estimulando processo locais,integrados às demais esca-las de forma a estimular a partici-pação de governos e sociedade civil na definição de projetos de desenvolvimento.

Como os resultados do Projeto “Repensando o conceito de Rura-lidade”, desenvolvido em parceria com a SDT/MDA, que pretende apresentar um olhar moderno da concepção do rural, podem influenciar essa abordagem ter-ritorial no País? E como isso pode ser repercutido a outros países da América Latina?

A pesquisa Repensando o Con-ceito de Ruralidade no Brasil: impli-cações para as políticas públicas retoma um debate importante sobre o que é o rural e o dimen-sionamento do rural no Brasil.

Tomando as distintas dimen-sões contidas no conceito, a pesquisa considera os conceitos vigentes e suas repercussões so-bre o ordenamento jurídico, tri-butário, geográfico e estatístico a fim de indicar como o rural foi reduzido e isolado na historia do nosso país.

Partindo da premissa que orural não pode estar associado exclusivamente à dimensão agrí-cola, nem concebido como um resíduo atrasado do urbano que necessita se modernizar, afirma o Brasil Rural Contemporâneo, como espaço de produção e re-produção de vida, da cultura bra-sileira, da preservação dos bens da natureza.

A elaboração de uma nova tipologia do rural a partir destas problematizações e da conside-ração das dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientais, já indicamuma ampliação do que vem a ser rural no Brasil quando comparada com as estatísticas oficiais. Os municípios rurais pas-sam arepresentar 89% da totali-dade dos municípios brasileiros e agregam 30% da população

total do país, o que representa um aumento do peso do rural na geografia nacional, elevando sua presença na definição da agenda das políticas que ainda hoje estão orientadas prioritariamente para a realidade urbana.

A pesquisa contribui, ainda, para avaliar a situação atual das ações dirigidas a um novo padrão de planejamento, integração e descentralização das políticas públicas destinadas ao rural. Per-mite, ainda, melhor caracterizar os territórios rurais e qualificar o planejamento territorial em suas distintas escalas.

A Senhora possui grande ex-periência na questão de gênero. Como avalia a atual situação das mulheres do campo na América Latina, mais especificamente no Brasil? Quais os desafios para as políticas públicas?

Na América Latina e Caribe, as mulheres estão consolidando o seu papel na soberania alimen-tar como as principais gestoras da produção de alimentos, dos serviços ambientais e da biodi-versidade.

As mulheres desenvolvem uma intensa carga de trabalho com jornadas superiores as dos homens, combinam o trabalho produtivo com atividades do-mésticas, incluindo a preparação

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Foto: MDA/SDT

de alimentos para suas famílias, o

trabalho comunitário e de cuida-

dos, participando de forma sig-

nificativa, na superação de crises

econômicas.

Contudo, esse trabalho não é

suficientemente valorizado e, por-

tanto, a renda das mulheres ainda

é menor do que a dos homens, o

que afeta também a capacidade

de tomar decisões.

As mulheres enfrentam muitas

restrições no acesso à terra, aos

recursos naturais, aos recursos

públicos de apoio a produção

(crédito, assistência técnica e tec-

nologias) e à educação.

No Brasil, as mulheres corres-

pondem a quase a metade da

população rural, as mais jovens são as mais afetadas pelos pro-cessos migratórios e a maioria delas não contam com o devido reconhecimento da sua condição de agricultora familiar.

A economia rural sempre este-ve marcada pela divisão sexual do trabalho. Os homens estão asso-ciados a atividades econômicas que geram emprego, ocupação e renda, enquanto as mulheres con-centram-se em atividades volta-das para o auto-consumo familiar, com baixo grau de obtenção de renda e assalariamento. Ocupam-se principalmente da criação de aves e pequenos animais e da horticultura. Esta realidade nos permite entender porque as mu-lheres rurais representam 64% do

total das mulheres trabalhadoras

brasileiras que não auferem renda.

O seu trabalho é considerado

como uma mera extensão dos

cuidados dos filhos e dos demais

membros das famílias, um traba-

lho concebido como uma ajuda,

decorrente também do oculta-

mento do trabalho delas.

Apesar disso, transformações

vem ocorrendo: o arrefecimento

da migração feminina, uma ten-

dência a maior igualdade entre os

sexos no rendimento dos ocupa-

dos e uma queda na proporção

de mulheres ocupadas sem re-

muneração.

A promoção do desenvolvi-

mento sustentável no país consi-

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ENTREV ISTA

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derou a necessidade de valorizar o protagonismo das mulheres considerando-as como sujeitas ativas e interlocutoras na relação com o Estado. Elas lideraram na família a efetivação do direito à habitação e às transferências de renda, através do Programa Minha Casa e Minha Vida e do Programa Bolsa Família, ganhando centra-lidade portanto na implementa-ção de programas estratégicos do governo federal e no desenvolvi-mento rural, políticas de promo-ção da igualdade buscaram reco-nhecer o seu trabalho e garantir seus direitos.

No Ministério do Desenvol-vimento Agrário, para além do Programa Nacional de Docu-mentação da Trabalhadora Rural e do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais, fo-ram promovidas ações afirmativas que qualificaram e ampliaram a participação das trabalhadoras rurais nas políticas de apoio à agricultura familiar e reforma agrária. Este esforço se traduziu desde o reconhecimento delas como agriculturas no cadastro da agricultura familiar brasileira, atra-vés da instituição da titularidade conjunta em caráter obrigatório na Declaração de Aptidão ao Pro-naf , passando pela instituição da política de credito especial para as mulheres, com o Pronaf Mulher, a criação de uma política setorial especializada na assistência téc-

nica e extensão rural, na adoção de um conjunto de medidas para favorecer e priorizar a compra da produção delas no Programa de Aquisição de Alimentos e do es-timulo à participação em eventos de promoção comercial a exem-plo da Feira Nacional da Agricul-tura Familiar e Reforma Agrária onde elas já são mais de um terço das expositoras.

O governo federal também garantiu o direito à terra para as mulheres, embora previsto em nossa constituição federal só em 2003 veio a se efetivar. O direito à terra foi complementado com estímulos à sua participação na economia por meio da oferta de assessoramento e financiamento da produção, através da ATES e do Credito Apoio Mulher.

O conjunto destas políticas foram articuladas à estratégia do desenvolvimento territorial, em parceria com ONG,s e movi-mentos sociais, constituíram-se comitês territoriais de mulheres, promoveram-se ações de capa-citação e articulação de políticas públicas nos territórios da cida-dania.

Penso que um desafio impor-tante é a incorporação da dimen-são não monetária da economia, presente no trabalho doméstico e de cuidados das pessoas. É neces-sário reconhecer que este traba-

lho não é remunerado, necessita

ser valorizado e compartilhado

com os homens. Deve-se tam-

bém ampliar a responsabilidade

do Estado, por meio de implan-

tação de serviços e de ações de

sensibilização e conscientização

sobre o valor e a necessidade de

socialização do trabalho domés-

tico e do cuidado.

A Senhora está à frente da

Secretaria de Desenvolvimento

Territorial do Ministério do Desen-

volvimento Agrário. Quais são os

principais desafios de sua gestão?

Grandes avanços marcaram a

primeira década da política de de-

senvolvimento territorial. A etapa

inicial da criação de uma politica

de desenvolvimento territorial

no MDA já foi alcançada princi-

palmente com a criação de uma

institucionalidade local – colegia-

dos, de sensibilização de gover-

nos estaduais e de outros órgãos

federais. A experiência do MDA

foi muito rica na criação de uma

nova institucionalidade de gover-

nança, já que fomos muito além

da criação de espaços de partici-

pação social – marca importante

do governo Lula e Dilma e afirma-

mos um conceito novo de gestão,

em que a participação social e o

pacto federativo se combinam e

formam um modo permanente

de promoção do desenvolvimen-

to rural.

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Também foi importante a ex-

perimentação de instrumentos

de planejamento, gestão social

implementados principalmente

a partir dos PTDRS e de outros

instrumentos de planejamento

específicos para a promoção da

inclusão produtiva, com destaque

especial para os Planos Safras Ter-

ritoriais e os Planos Territoriais de

Cadeias Produtivas.

Sem dúvida o maior resultado

desta experiência foi a resposta

de todo o governo federal a estas

iniciativas com a criação do Pro-

grama Territórios da Cidadania, à

medida que obtivemos uma res-

posta do conjunto do governo fe-

deral à agenda de promoção do

desenvolvimento rural de grande

alcance e sob coordenação do

núcleo de governo.

Foi um período também de

criação e consolidação das prin-

cipais políticas de fortalecimento

da agricultura familiar, dos assen-

tados, para as mulheres e comu-

nidades rurais tradicionais. Hoje

há um conjunto de política pú-

blicas diferenciadas que não havia

antes e que já alcançaram escala

e amadurecimento para ganhar

consciência da necessidade de

maior integração entre si.

O desafio de integrar políticas é

uma imensa tarefa de governo e

da sociedade civil, passa por uma

apropriação por parte das popu-

lações beneficiárias das políticas

existentes, uma aproximação en-

tre os órgãos responsáveis por

cada uma das políticas públicas,

de construir um olhar de con-

junto e mais aprofundado sobre

os processos econômicos e so-

ciais dos territórios, nos estados,

regiões e do país.

Com o que já foi feito, com o

Programa Territórios da Cidada-

nia, o Plano Brasil sem Miséria e

as possibilidades abertas no di-

álogo com a agenda territorial li-

derada pelo Ministério do Plane-

jamento, muito mais poderá ser

feito. O futuro da política deve

valorizar esta trajetória, buscar

qualificar a experiência, atualizar

a estratégia e sintonizá-la com

o projeto de desenvolvimento

nacional em curso.

Seguiremos fortalecendo a

politica de desenvolvimento ter-

ritorial, a participação social nas

instâncias colegiadas e com maior

sustentabilidade, promoveremos

maior coordenação das entidades

parceiras e dos entes federados.

Devemos investir num trabalho

complementar de planejamento

territorial, por meio de ações de

qualificação e atualização para

uma estratégia também de cur-

to prazo em sintonia com proje-

to local e global, de aproximação

com as chamadas frentes de ex-

pansão das dimensões estratégi-

cas do desenvolvimento nacional

expresso no Plano Plurianual e no

projeto Brasil 2022.

Os territórios da cidadania, são

uma referência para a priorização

de investimentos públicos é mui-

to importante que busquemos

aprofundar a experiência atri-

buindo a ele maior capacidade

de articulação local e setorial e

como parte desta estratégia ar-

ticular mais o PTC com o Plano

Brasil sem Miséria.

Promover um forte investi-

mento na integração de políticas

públicas, a começar pelo próprio

MDA e suas políticas de inclusão

produtiva. Ajustar a estratégia de

inclusão produtiva de forma a se

complementar com as unidades

do MDA e outorgar-lhe maior di-

mensão territorial.

Também é muito importante

promover estratégia de supri-

mento de infraestrutura rural em

especial diálogo com o PAC2, o

que a dimensão produtiva, viária,

hídrica e de inclusão digital supe-

rando a visão ainda presente de

projetos atomizados e concorren-

tes no território.

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ENTREV ISTA

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Informa-se muito, comunica-se pouco

É cada vez mais alarmante a

forma como o conhecimento

técnico e científico acumula-

do das instituições e organizações é

transmitido à população, especial-

mente para os micros e pequenos

empresários, agricultores familiares e

os membros das comunidades mais

carentes. Decide-se o quê e como se

fala, sem ter uma imagem fiel do re-

trato e realidade do cidadão.

Não há hoje nas organizações, com

raras exceções, uma preocupação com

a comunicação dos chamados conte-

údos complexos, ou seja, aqueles cujo

contexto cultural não é de domínio pú-

blico. O mais preocupante e o grande

problema dessa constatação é que

grande parte do conhecimento acu-

mulado, que inclui novas tecnologias e

inovações, tratados atualmente nas ins-

tituições e organizações são de temas

caracterizados como complexos para o

cidadão comum, ou seja, temas como

mudanças climáticas, desenvolvimento

sustentável, segurança alimentar, ener-

gia, recursos hídricos, gestão de risco,

entre outros.

Apesar de ser gritante a necessida-

de de se investir na comunicação pú-

blica desses conteúdos, os gestores pa-

recem se contentar com uma política de informação em grande quantidade para atingir o cidadão. São inúmeras in-formações de qualidade, acumuladas por meio de um processo de gestão do conhecimento, desenvolvidas por profissionais gabaritados e transmiti-das ao grande público por meio do que há de melhor em tecnologia da informação que se perdem nas mãos do cidadão comum. Um alto investi-mento em informação e que, sem dú-vida, traz alguns resultados positivos, no entanto, não garante o consumo dessa informação pela população e, consequentemente, não se consegue estabelecer um processo de comuni-cação, por meio do qual as pessoas irão interagir, criticar, dialogar e outros.

Continuar com essa política de in-formação em grande escala sem se agregar uma política dedicada à comu-nicação pública é escolher uma via de mão única, na qual só o emissor se be-neficia e a informação se torna objeto de comunicação apenas daqueles que dominam determinado assunto ou que fazem parte daquele contexto em torno da mensagem. Essa via propicia uma sensação de dever cumprido ao emissor que acredita ter disponibiliza-do determinada informação relevante ao cidadão, no entanto, é este último quem sai perdendo, pois tem acesso à informação, mas não consegue con-sumi-la, aproximá-la de seu contexto.

Para estabelecer uma comunicação eficaz da informação do tipo complexa com a população é preciso, entre ou-tros, se preocupar com a decodificação

do código linguístico; a contextualiza-

ção do tema; com a complexidade da

mensagem e, principalmente, com a

atribuição de relevância do receptor

com determinado tema. Este último

condiciona todo o processo de comu-

nicação, pois determina o quanto uma

pessoa está disposta a gastar tempo e

energia para consumir a mensagem. Se

não há atribuição de relevância, dificil-

mente será estabelecido um processo

de comunicação e os altos gastos com

informação serão inúteis.

Academicamente a comunicação

ocupa um patamar que oferece solu-

ções para este impasse. Em 2011, foi

reconhecida pela comunidade acadê-

mica uma nova área da comunicação:

a Comunicação Pública de Conteúdos

Complexos (CPCC), um modelo para

descrever e compreender os processos

e problemas da comunicação pública

da complexidade, particularmente da

ciência, tecnologia e inovação, forne-

cendo instrumentos novos e importan-

tes para a sua solução. Falta, agora, uma

aposta por parte dos gestores públicos

para investir nessas soluções.

Neste sentido, há que se destacar

o trabalho desenvolvido pelo IICA, por

meio do Fórum Permanente de Desen-

volvimento Rural Sustentável (Fórum

DRS), que vem desenvolvendo projeto

de Comunicação Pública no tema com

base na CPCC. Espera-se que a primei-

ra de muitas outras iniciativas para se

comunicar cada vez mais e de forma

eficiente o conhecimento técnico e

científico para a população.

ART IGOARTIGO

André Kauric é Jornalista e

Consultor do Fórum DRS

Foto

: Arq

uivo I

ICA

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JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 46

Frases DRSespecial

Sabemos que, para 2050, se requererá duplicar a quantidade de alimentos que hoje se produz, enquanto a produ-tividade agropecuária também deverá atender as demandas de derivados agrícolas para seus crescentes usos alimentícios. Os territórios rurais tam-bém requerem um lugar central nas políticas e nas ações do Estado.

Victor Villalobos, Diretor-geral do IICA

SET/OUT/NOV 2012 REVISTA FÓRUM DRS 46

Reconheço que nesses dois anos de projeto, trabalhamos muito próximo do executivo e, agora, a discussão se aproxima do legislativo. Assim, estamos muito contentes e esperançosos pelo aprofun-damento do diálogo. Estou convencido que é uma contribuição não apenas para o Brasil, mas para toda América Latina. Há que se destacar que as conclusões desse projeto podem ser apresentadas na reunião dos Ministros de Agriculturas, a JIA

Manuel Otero, Representante do IICA no Brasil

Importantes comentarios sobre la ruralidad, es-perando que el gran Brasil, en su razon Estatal, implemente politicas publicas, conducentes a mirar proactivamente el campo, donde se dan razones historicas, idiosincraticas, geograficas, que determinan la vocacion agricola de Lati-noamerica. Hay que empezar por la educacion y una mayor y real presencia del Estado en el sector rural, alli esta la despensa del futuro.

Oscar Alberto Roman Roman Cabra, comentario pelo

site do Fórum DRS

Page 47: Revista do Fórum DRS - Edição 4

REVISTA FÓRUM DRS JAN/FEV/MAR 2013 47 REVISTA FÓRUM DRS SET/OUT/NOV 2012 47

Há estados inteiros rurais, o que torna necessário modificar o orçamento pú-blico para auxiliar os 70% dos municí-pios brasileiros que têm menos de 20 mil habitantes. O meio rural não reivin-dica apenas política agrícola e agrária, mas também políticas de saúde, edu-cação, comunicação, entre outras. Não podemos ter uma educação que nos expulse de nosso lugar.

Humberto de Oliveira, consultor do IICA

É importante incluir no debate a ruralidade não agrícola, desde o turismo, o artesanato, os serviços ambientais, a arte e a cultura.

Alberto Viana, comentário pelo site do Fórum DRS

É preciso definir progresso pela qualidade de vida, não por renda, ¬consumo e técnica mo-derna. É preciso urbanizar o rural e ruralizar o urbano. Precisaremos de uma política que mantenha a qualidade urbana, que leve a qua-lidade rural a quem não está nas próprias ci-dades e case o rural com o urbano. Fazer com que as pequenas cidades se transformem tam-bém nas produtoras de alimentos, dos bens agrícolas, e ter uma vida rupestre, digamos, perto da cidade.

Cristovam Buarque, Senador (PDT-DF)

Para nós, do ministério, é algo muito importante socializar o conhecimento acumulado, difundir uma pesquisa que é de muita relevância para pensar o rural e pensá-lo integrado ao nacional, não pensá-lo de forma isolada. Fazer isso no âmbito do Senado, na CRA, é também muito importante

Andrea Lorena Butto Zarzar, Secretária de desenvolvimento territorial

Construir uma nova ruralidade é indispensável para o mundo. Ainda mais para o Brasil, que continuará sendo um país agrícola. Este estu-do vai reorientar os investimentos públicos no rural

Beatriz Paredes, Embaixadora do México no Brasil

Felicito a Brasil que ha puesto en la agenda “política” la discusión de los te-mas vinculados a la ruralidad y al De-sarrollo Territorial fundamentalmente. Saludos desde Uruguay.

Patricia Duarte, comentario site Fórum DRS

Page 48: Revista do Fórum DRS - Edição 4

JAN/FEV/MAR 2013 REVISTA FÓRUM DRS 48

En VenezuelaPolíticas para asegurar la cobertura y calidad de la

infraestructura, los servicios y la producción rurales