boletim do fórum drs - edição 51

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F ÓRUM DRS FÓRUM PERMANENTE DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA FEVEREIRO DE 2009 - 51ª EDIÇÃO - ANO 3 BOLETIM ELETRÔNICO MENSAL Boletim Especial IICA colabora com o Programa Iberoamericano de Cooperação em Gestão Territorial Entrevista Manoel José dos Santos, Presidente da CONTAG

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Confira a última Edição do Boletim do Fórum DRS - Edição 51

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Fórum DrSFórum Permanente de desenvolvimento rural sustentável InstItuto InteramerIcano de cooperação para a agrIcultura

Fevereiro de 2009 - 51ª edição - ano 3Boletim eletrônico mensal

Boletim

EspecialIICA colabora com o Programa Iberoamericano de Cooperação em Gestão Territorial

EntrevistaManoel José dos Santos, Presidente da CONTAG

Portal do Fórum DRS

Quer saber mais sobre o Fórum DRS,cadastre-se e participe.

Acesse:

www.iica.forumdrs.org.br

Divulgando a gestão do conhecimento latino-americano em desenvolvimento rural

IICA colabora com o Programa Iberoamericano de Cooperação em Gestão Territorial

Nesta edição

ExpEdiEntE

04 EspEcial

06 NotíciasdoFórumdrs

10 EvENtosdrs

12 ENtrEvista

24 sobrEdrs

26 câmaradEJuvENtudErural

30 iNtErNacioNal

32 publicaçõEs

diagramação

Patricia Porto

tExtos

Rodrigo GermanoMaria Augusta CoelhoFernanda Tallarico

apoio à produção Jornalística

Michela Alves

ENtrEvistacomoprEsidENtEdacoNtaG,maNoElJosédossaNtos

Fotos

Rodrigo Germano/Arquivo IICAFernanda Tallarico/Arquivo IICAMaria Augusta Coelho/Arquivo IICA

Foto capa

Projeto São JoséFernanda Tallarico/Arquivo IICA

iicacolaboracomoproGramaibEroamEricaNodEcoopEraçãoEmGEstãotErritorial

Fórum DrSFórum Permanente de desenvolvimento rural sustentável InstItuto InteramerIcano de cooperação para a agrIcultura Boletim

Fevereiro de 2009 - 51º edição - ano 3Boletim eletrônico mensal

12

coordEnador ExEcutivo

Carlos Miranda

assEssor técnico

Breno Tiburcio

04

coordEnação Jornalística

Fernanda Tallarico

Os governos dos países: México, Brasil, Espanha, Argentina, Panamá, Guatemala, Colômbia,

Costa Rica e El Salvador assinaram, no dia 18 de fevereiro, o convênio que firma o Programa

Iberoamericano de Cooperação em Gestão Territorial, na Cidade do México.

Segundo o documento base, o Programa se configura como uma estratégia de

desenvolvimento institucional orientado a responder as demandas das equipes de atores

sociais e agentes públicos envolvidos nas políticas de desenvolvimento territorial dos nove

países.

Como objetivo geral, o texto apresenta como prioridade a melhoria da qualidade, eficiência

e impacto das políticas e gastos públicos, por meio dos processos de desenvolvimento de

capacidades em gestão territorial nas instituições, organizações sociais, atores e agentes

públicos.

Para a organização do Programa, serão formados um comitê técnico intergovernamental e

uma secretaria técnica, responsável pela execução da programação técnica da Rede.

O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), junto com os governos

dos países signatários e o grupo iberoagencial, está colaborando com a montagem da

agenda de cooperação internacional, que apontará como deve atuar cada organização.

A parceria entre os países surgiu da IX Conferência Iberoamericana de Ministros da

Agricultura, realizado em 17 de setembro de 2008, em El Salvador, onde se discutiu o tema

Segurança Alimentar e Juventude Rural.

esPecial

IICA colabora com o Programa Iberoamericano de Cooperação em Gestão Territorial

Países preparam-se para assinatura do convênio

Promovendo a gestão do conhecimento

latino-americano em desenvolvimento rural

Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável

notícias do Fórum drs

IICA-Fórum DrS ApreSentA

O Instituto Interamericano de

Cooperação para a Agricultura

(IICA) e o Fórum DRS, em

conjunto com a Secretaria de

Desenvolvimento Territorial

(SDT-MDA), apresentaram, este

mês, ao Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID), uma

proposta para o financiamento

de um Projeto de Apoio à

Promoção da Comercialização e

do Cooperativismo da Agricultura

Familiar em Territórios Rurais, na

Representação do IICA no Brasil

(RIB), em Brasília.

O objetivo do projeto é formular

e validar uma Política Nacional de

Comercialização para os territórios

rurais brasileiros, que fortaleça o

acesso da agricultura familiar aos

mercados.

Foram realizadas duas reuniões,

uma com o BID e outra com a

SDT, para as negociações sobre a

implementação do projeto.

Com o BID, os participantes

debateram a primeira versão do

projeto de Política Nacional de Comercialização

projeto e o orçamento com o

valor previsto de 2 milhões de

dólares por componente e fonte

de financiamento.

Entre as próximas ações,

prevê-se a realização de uma

videoconferência entre IICA, BID e

SDT para aprofundar as discussões

sobre o projeto e a realização dos

trabalhos de campo para avaliação

das ações de comercialização nos

territórios do Sisal, na Bahia; Vale

do Curu Aracatiaçu, no Ceará; e

Borborema, na Paraíba, durante

três meses.

A primeira etapa será realizada até

o final de março e terá o propósito

de aperfeiçoar a primeira versão

do projeto, incorporando

os comentários e sugestões

colocadas na reunião com o BID.

Na segunda etapa, será concluído

o documento do projeto,

constando do orçamento

detalhado por fontes, o

cronograma de desembolso,

a matriz lógica, o plano de

aquisições de bens e serviços e o

regulamento operacional.

Representantes do IICA, BID,

SDT e consultores participaram

das reuniões de negociação e

planejamento.

notícias do Fórum drs

notícias do Fórum drs

Representantes do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), da

Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf ),

da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do MDA e do Observatório de Políticas Públicas

para a Agricultura (OPPA) do CPDA-UFRRJ reuniram-se, no dia 6 de fevereiro, para definir as

atividades da segunda etapa do Plano de Trabalho 77.

Entre os acordos firmados estão o de ampliar o número de políticas públicas correlatas ao

desenvolvimento rural a serem analisadas, entre outras: educação do campo, mulheres,

Pronaf, juventude rural, reforma agrária e Política Nacional de Desenvolvimento Regional

(MI).

Sobre o marco jurídico para o DRS, ressaltou-se que o tema é estratégico para o CONDRAF

e que o próximo produto deverá apontar um conjunto de questões necessárias para a

construção de um marco legal e jurídico para o desenvolvimento territorial no Brasil.

“Também foi solicitado incluir nas análises outras legislações, temáticas e setoriais, assim

como as contribuições do CONDRAF quanto ao tema”, lembrou Carlos Miranda, especialista

em DRS do IICA.

Na temática Sistemas de Financiamento para Projetos Estratégicos Territoriais, os

participantes sugeriram realizar na segunda etapa do trabalho um exercício para o Estado

da Bahia ou Sergipe, visando identificar as possíveis fontes de financiamento necessárias à

implantação e viabilização dos planos e projetos estratégicos territoriais.

10ª Publicação da Série DRS

Na ocasião, o IICA e seus parceiros acordaram o conteúdo do Volume 10 da Série DRS

sobre Gestão Social dos Territórios, que incluirá textos assinados pelos especialistas: Ignacy

Sachs, Tânia Barcelar, Arilson Favareto, Rafael Echeverri, Relatoria e Memória elaboradas

pelo CPDA/OPPA.

IICA e pArCeIroS InICIAm SegunDA etApA

Plano visa formulação de uma nova geração de políticas públicas e desenvolvimento rural, com

enfoque territorial

do Plano de Trabalho 77

Por proposta do CPDA/OPPA, os

participantes concordaram na

publicação de um livro contendo os

produtos elaborados no contexto

do PT-77 sobre a temática das novas

políticas de desenvolvimento rural

sustentável, com enfoque territorial.

Agenda

O CPDA/OPPA participará da

construção da proposta do

intercâmbio técnico e do curso

intensivo Políticas Públicas de

Desenvolvimento Rural Sustentável

com enfoque territorial, que

acontecerá no Rio de Janeiro e

Brasília, em outubro de 2009.

Conheça outras atividades do IICA

e seus parceiros na temática da

geração de políticas públicas e

desenvolvimento rural, acessando:

www.iicaforumdrs.org.br

A SÉRIE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL expressa a efetiva colaboração tanto da Representação do IICA no Brasil quanto do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável em busca do desenvolvimento agrícola e do bem-estar das comunidades rurais.

Reúne artigos assinados por renomados profissionais nacionais e internacionais com o objetivo de difundir e suscitar o intercâmbio de conhecimentos e de iniciativas bem-sucedidas de desenvolvimento sustentável no meio rural, promovidos por instituições acadêmicas, instituições governamentais e não governamentais e organizações da sociedade em geral.

sérIe desenvolvImento rural

sustentável

Conheça toda Série no site:

www.iicaforumdrs.org.br

eventos

InterleIte Sul 2009 – 1º SImpóSIo Sobre proDução CompetItIvA De leIte – regIão Sul

Edição inédita, voltada para as necessidades da Região Sul do Brasil, com abordagem focada em sistemas de produção, custos e gestão, e temas técnicos atualizados. O evento será um fórum para discutir as potencialidades e as soluções para o leite no Sul do país.

Local: Chapecó –SCDias 26 a 28 de março de 2009

Mais informações acesse: http://www.milkpoint.com.br/interleite09/

11º CongreSSo InterAmerICAno De CIênCIA Do pACíFICo

O evento tem por objetivo promover a avaliação, a previsão e o desenvolvimento de estratégias para lidar com as mudanças climáticas, tão fundamentais para o meio ambiente e para a sustentabilidade econômica e cultural do planeta.

Local: Thaiti – Polinésia FrancesaDias 02 a 06 de março de 2009

Mais informações acesse: http://www.psi2009.pf

I moStrA nACIonAl De DeSenvolvImento regIonAl

O objetivo é apresentar, promover e incentivar o debate sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Regional – PNDR; propagar as ações que estão sendo implementadas e abrir espaço de comercialização para os produtos apoiados pelos programas do Ministério da Integração Nacional (MI), vinculadas e parceiros.

Local: Salvador –BADias 24 a 27 de março de 2009

2ª eSColA InternACIonAl De verão - SAúDe públICA e InoCuIDADe De AlImentoS

O objetivo é promover a formação de redes e familiarizar-se com importantes tópicos necessários para melhorar a saúde humana e animal nas Américas.

Local: Valdivia –ChileDias 02 a 06 de março de 2009

I SImpóSIo InternACIonAl Sobre gerenCIAmento De reSíDuoS De AnImAIS – SIgerA

O objetivo do evento é discutir os temas ambientais de maior relevância para sustentabilidade das produções animais; apresentar resultados de pesquisas; identificar e fomentar o estabelecimento de parcerias entre os participantes; internalizar o tema nas cadeias produtivas animais; e sensibilizar a sociedade para a importância do tema.

Local: Florianópolis –SCDias 11 a 13 de março de 2009

eventos

Entrevista com Manoel José dos Santos

Presidente da CONTAG

entrevista

Como evoluíram as prioridades na gestão da CONTAG em seus 11 anos de mandato?

A CONTAG completou, em 2008, 45 anos. Foi um processo de evolução e de discussão das suas prioridades, ao longo desse tempo. A CONTAG era, inicialmente, uma organização que tinha uma direção administrativa, focada mais no presidente, no secretário e no tesoureiro. Ao longo do tempo discutiu-se a necessidade de ampliação da direção, em função das demandas dos trabalhadores por força de luta, como para a reforma agrária, para os assalariados, para a política agrícola, ações na área de políticas para as mulheres e juventude. Tivemos essa discussão para o conjunto do movimento, a partir dos sindicatos, das federações e da CONTAG, discutimos qual o foco de prioridades. As ações da CONTAG, eram, inicialmente, mais reivindicativas.

Com as ideias neoliberais, a partir do final dos anos 80 e início dos anos 90, percebemos que o movimento sindical, como toda CONTAG, suas instituições e sindicatos, não poderiam ficar numa condição de reivindicação, tínhamos que ser propositivos. Para isso, um dos elementos centrais foi exatamente a construção da proposta do chamado Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável. Isso é fruto de uma discussão das 27 federações dos trabalhadores, da CONTAG, da CUT e entidades parceiras, como organizações não governamentais, o IICA, a OXFAM e outras organizações que discutiram conosco a construção desse projeto.

Manoel José dos Santos é pernambucano, natural de Serra Talhada, começou a ajudar sua família na agricultura desde muito cedo e logo envolveu-se com a militância do movimento em defesa dos trabalhadores rurais.

Aos 20 anos, participou da Ação Católica, movimento da Igreja Católica de organização dos trabalhadores rurais.

Em 1975, filiou-se ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e foi escolhido como delegado sindical pela comunidade. Três anos mais tarde, foi eleito como suplente da diretoria do sindicato.

Em 1990, foi eleito para a Secretaria Geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAPE), onde liderou manifestações importantes. Nas eleições seguintes, assumiu o cargo de presidente da federação por dois mandatos consecutivos.

Atualmente, cumpre o terceiro mandato à frente da CONTAG. A sua experiência de 25 anos de compromisso com a luta dos trabalhadores rurais o conduziram à direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Nesta entrevista, Manoel fala de sua gestão na direção da CONTAG e sua relação com os movimentos sociais.

Portanto, entendemos que o período foi de consolidação dessas políticas focadas nas diversas frentes, mantendo uma coordenação, mas ao mesmo tempo, ampliando essa direção, com a preocupação também do avanço da democracia interna.

Como diferencia o contexto político-institucional de quando tomou posse no seu primeiro mandato e atualmente?

Quando tomei posse, em maio de 1998, estávamos no governo Fernando Henrique, uma sequencia do que começou com Collor e seguiu com Itamar Franco, com algumas alterações, mas estava bastante centrada nessa idéia do neoliberalismo. Essas políticas levavam exatamente ao distanciamento do estado das reivindicações centrais dos trabalhadores, como a questão da reforma agrária, crédito, assistência técnica, políticas para saúde e educação.

A partir da minha posse e da discussão dessa gestão de 1998 a 2001, começamos a discutir a necessidade de entrarmos também na reivindicação da proposição que a CONTAG fazia para o Governo, de que era necessário implantar um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo, focado, prioritariamente, na reforma agrária, nas políticas para fortalecimento da agricultura familiar, no processo de valorização do trabalho dos assalariados, na geração de emprego para esses trabalhadores e avanço nas políticas públicas de infraestrutura como estradas, eletrificação, como postos de saúde ou escolas no campo.

Criar condições para os trabalhadores de viverem no campo com dignidade e não ter que fugir para a

cidade a procura, dessa chamada infraestrutura de condições mínimas, que se fazia ausente do campo. Entendemos que, a partir desse período, desse primeiro mandato, de 1998 a 2001, foi todo um processo de preparação, que desembocou depois na eleição do governo Lula, pois compreendemos que o presidente Fernando Henrique não acreditava nessa proposta.

Lembro que em 1994, o primeiro ano de negociação do Grito da Terra, o então presidente Fernando Henrique recebeu de pé, no Palácio do Planalto, com a faixa presidencial, me parece que para intimidar-nos, o presidente da CONTAG, na época, Urbano ,

e todos que representavam as federações. Não permitiu que sentássemos para discutir nossa pauta. Falou para o presidente da CONTAG que por essa reivindicação, por essa proposta de fortalecimento da agricultura familiar e da reforma agrária, a CONTAG estaria na contramão da história, porque o mundo estava se urbanizando e usou como exemplo, a Inglaterra, que chegou a

2% da população rural, portanto, o Brasil não seria diferente.

Então, compreendemos que reivindicação a esse Governo não valia à pena por haver outra preocupação e precisávamos fazer um movimento para mudar o governo, já que o governo não mudaria a sua política e a sua visão.

Nesse contexto, como analisa as relações da CONTAG com o governo, em especial, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)?

Acredito que muita coisa aconteceu. Primeiro, fizemos uma grande discussão, envolvendo os

entrevista

nossos 4 mil sindicatos de base e as 27 federações, na direção de que precisávamos ter uma posição mais unitária em relação ao apoio à candidatura presidencial. Conseguimos, em 2002, que 25 federações apoiassem a candidatura Lula no primeiro turno.

Porém, no segundo turno, as 27 federações apoiaram a candidatura Lula. Foi eleito um presidente apoiado pela CONTAG e tivemos desafios: manter as nossas reivindicações, o nosso projeto, cobrar do Governo ações na direção de fortalecimento dessas políticas e, ao mesmo tempo, ser independente.

A CONTAG, federações e movimentos sindicais não eram, não são e não devem ser Governo, mas precisamos ter uma relação onde as nossas propostas sejam apresentadas, negociadas e discutidas, independente de quem esteja no governo. Com o governo Lula, sem dúvida, tivemos uma facilidade maior de negociar essas propostas, mas, ao mesmo tempo, continuamos com processos de autonomia e crítica o governo na hora que é necessário.

Entendemos que esse é o papel que deve ser desempenhado pelo movimento sindical, de ter clareza, de ser um instrumento formador de opinião, de mostrar quem são os candidatos e as propostas políticas mais interessantes e mais próximas dos trabalhadores, sem com isso, transformar a organização sindical num instrumento, num aparelho de partido ou de governo.

Que importância confere as iniciativas como a Marcha das Margaridas, o Grito da Terra e o Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS)

da CONTAG para os resultados da sua gestão?

Isso significa muito. O Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário foi construído “a várias mãos” pela CONTAG, CUT e organizações não governamentais parceiras. Esse é o esteio, é o horizonte para o qual nós trabalhamos e vamos aos poucos construindo políticas nessa direção.

O Grito da Terra, a Marcha das Margaridas são momentos fortes, significativos, momentos macro das nossas mobilizações. O Grito da Terra se transformou na data base para os trabalhadores,

quando apresentamos, anualmente, a pauta para o governo e acumulando negociações ano a ano. Se considerarmos a primeira negociação feita em 95, com o governo Fernando Henrique, negociamos 200 milhões de reais para a agricultura familiar, através do PRONAF. Se olharmos, que no final do governo Fernando Henrique, já em 2002, a negociação foi de 4 bilhões, apesar dele só ter aplicado 2 bilhões.Com o presidente Lula foi crescendo,

no primeiro ano foram 5 bilhões e 400 milhões de reais, e continuamos avançando, no ano de 2008, a nossa negociação já foi 13 bilhões para a safra 2008/2009.

Com o governo atual, fruto das nossas reivindicações, pressões e negociações, avançamos em políticas como a compra direta, que é um instrumento de ajuda para fazer com que os trabalhadores que produzem tenham a quem vender e não depender dos atravessadores. Nós temos programas que foram criados para incentivo à participação das mulheres no crédito e incentivo para juventude. O seguro agrícola

A CONTAG, federações e movimentos sindicais não eram,

não são e não devem ser Governo, mas precisamos ter uma relação onde as nossas propostas sejam

apresentadas, negociadas e discutidas, independente de quem

esteja no governo.

entrevista

e o garantia safra também foram criados. Não tivemos nenhum registro, durante os oito anos do governo Lula, de que os trabalhadores do Nordeste e do semi-árido, onde existem famílias desamparadas que vão para as cidades, e como não obtem respostas dos prefeitos, terem de parar nas feiras livres para levar comida para a família. O motivo são essas políticas de criação do garantia safra, pelo Bolsa Família, que inclui as famílias mais carentes, pelo menos na possibilidade de continuar se alimentando. Portanto, consideramos que tudo isso é fruto das nossas mobilizações, nossas lutas e também fruto de um governo que se tornou mais próximo dos interesses dos trabalhadores, no dia a dia.

Como analisa o processo de criação do Conselho Nacional do Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF)? E em decorrência, a realização da I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (ICNDRSS)?

Consideramos que o CONDRAF é um espaço importante, porque é ali onde todos os segmentos, como os trabalhadores rurais, os indígenas, os quilombolas, os pequenos empresários da agricultura familiar, por meio das suas representações, apresentam proposições, lutam por ela e ajudam o governo a compreender as necessidades das prioridades políticas de serem implantadas.

O CONDRAF é também resultado da manutenção de um ministério específico, que é o MDA, para tratar das políticas, a questão agrária, a reforma agrária e agricultura familiar. Sem dúvida, a CONTAG foi decisiva, sobretudo, no período no governo Lula, pela manutenção desse ministério e desse conselho e a construção da realização

da conferência. Primeiro, porque havia dentro do próprio PT, muitas divergências a respeito se era necessário, num governo dito democrático e popular, ter duas pastas a Agricultura. Porque se dizia que, se o governo é democrático, poderia ter os 2 ministérios e fortalecer as políticas da reforma agrária e agricultura familiar.

Afirmamos, desde o princípio, que não seria o melhor caminho extinguir o MDA e concentrar tudo no Ministério da Agricultura, como era antes, porque sabemos do peso que tem a agricultura empresarial patronal no Brasil, e que quem ia ficar com o Ministério da Agricultura e direcionar

as políticas seriam, com certeza, os empresários do setor. Empresário não tem tempo para pensar em agricultor que não tem terra ou agricultor que tem 10 hectares de terra, ou que perdeu a sua pequena propriedade, sua produção, seja por chuva, por sol ou por praga. Sem dúvida, era necessário mantermos um ministério do desenvolvimento agrário para tratar dessas

questões mais específicas.

O processo da conferência já havia sendo trabalhado no governo passado. Continuamos defendendo a necessidade de que ela se realizasse logo no primeiro mandato do governo Lula. Infelizmente, não foi possível, mas tivemos a oportunidade de realizar já no segundo mandato. Ali está colocada as prioridades das ações que o governo deve desenvolver apresentadas pela diversidade de realização dos trabalhadores no campo.

No tocante ao MDA, temos a avaliação de que o MDA tem perdido a oportunidade de ocupar de forma mais objetiva os espaços para o qual ele

entrevista

foi criado. Achamos que esse Ministério não se pauta, não se impõe, não se coloca no processo da disputa de modelo de desenvolvimento, o que é preciso ser feito. O governo continua sendo muito direcionado pela pressão e a mobilização dos grandes empresários. Então, mesmo negociando 13 bilhões de reais, mesmo o governo tendo feito o maior investimento para assistência técnica para agricultura familiar, de 390 milhões, em 2008, ainda acreditamos que era necessário fazer muito mais, sobretudo no que diz respeito ao planejamento para a reforma agrária.

O presidente Lula não conseguiu avançar no processo dessa apropriação e do enfretamento do latifúndio e dos assentamentos já existentes. O governo tem colocado muito dinheiro, mas não há planejamento, nem equipe técnica suficiente para promover o desenvolvimento desse segmento. Dinheiro todo mundo sabe gastar, agora gastar bem e mudar a vida do trabalhador, para que ele possa viver do seu negócio, precisa haver um planejamento.

Continuamos dizendo que o governo precisava ter dois instrumentos com funções definidas e separadas. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) precisa ter o seu papel de identificar as áreas, vistoriar, desapropriar. Deveria ter outro órgão para cuidar do processo de implantação dos assentamentos, porque quem faz tudo é difícil fazer bem, e é exatamente o que nós estávamos acompanhando.

O INCRA desapropria e também faz a implantação do assentamento e, portanto, poucos assentamentos vão bem, olhando as cinco regiões do país. Os que vão bem é pela capacidade dos

próprios produtores; os que tem mais organização, tem maior capacidade de pensar, porém, o INCRA não tem feito um trabalho para o desenvolvimento desses assentamentos, com a finalidade da valorização, de fato, da reforma agrária.

Temos observado uma tendência nos processos de desenvolvimento rural, não somente no Brasil, como na América Latina, das estratégias de desenvolvimento territorial. Como você observa isso e quais os desafios que você enxerga?

Compreendo que a proposta de desenvolvimento rural sustentável com foco na territorialidade é de grande valor, mas é uma estratégia nova, também

em construção.

Temos muitos segmentos da sociedade, do próprio meio rural que ainda não tem essa compreensão, não participam suficientemente e isso leva a não se ter ainda, em boa parte dos territórios, essa política avançando e construindo nessa direção.

A minha avaliação é que, em alguns territórios,

essa discussão anda bem, e está servindo de exemplo, inclusive para outros segmentos. Não podemos dizer que, a maioria dos territórios estão fortalecidos porque, historicamente, a nossa visão de organização, primeiramente é individualista, precisa sair do individual para o coletivo. O coletivo, para os territórios, tem uma visão muito mais ampla que faz o processo de entrelaçamento de política, desenvolvendo inclusive, o rural. O urbano, é o setor representativo dos trabalhadores, setor governamental, então é importante e necessário, porém não é fácil de se construir. Então, acho que é essa a realidade existente, mas sem dúvida, é necessário focarmos e persistirmos, porque se fosse bom e fácil, os outros já teriam feito. Então,

O CONDRAF é também resultado da manutenção de um ministério

específico, que é o MDA, para tratar das políticas, a questão agrária, a reforma agrária e agricultura

familiar.

entrevista

se não fizeram, precisamos continuar lutando para ir construindo, gradativamente. Não tenho sonhos que as coisas aconteçam em passe de mágica e esteja tudo resolvido, mas é nessa direção. Não conheço nenhuma outra proposta que seja melhor para distribuir responsabilidade, políticas e fazer. Caminhar de forma conjunta a visão diversa. No nosso caso, pensamos o rural, mas os outros que são de outros segmentos também estão lá, para pautar as suas reivindicações e procurar construir coletivamente.

Como avalia a evolução das relações da CONTAG com outros movimentos sociais rurais?

A CONTAG tem uma compreensão e o papel de dialogar com os diversos movimentos sociais. Isso acontece mais no chamado fórum da reforma agrária, que é um espaço onde os movimentos comparecem, fazem as suas questões, planejam ações conjuntas, como por exemplo, em 2003. Logo no segundo semestre, o presidente Lula não tinha ainda apresentado qualquer proposta para a reforma agrária e fizemos um processo de ação conjunta, envolvendo CONTAG, MST, CPT e outros movimentos de luta pela terra. A CONTAG fez um acampamento, em frente do Ministério da Fazenda, enquanto os outros movimentos estavam no parque da cidade. Isso levou à negociação da primeira proposta do governo, como metas para a reforma agrária.

Os momentos de discussão mais ampla, como negociação de dívidas, são momentos macro que os movimentos discutem, agem e negociam com o governo, conjuntamente. Porém, não podemos também deixar de compreender que, naturalmente, cada movimento tem sua agenda. A CONTAG não

pode se pautar somente pela agenda dos outros, nem temos a pretensão que os outros se pautem pela agenda da CONTAG.

Temos que ter clareza que tem espaço para todos trabalharem. Temos momentos que podemos fazer ações macro conjuntas e outros momentos em que, na maioria do tempo, é claro, cada movimento faz a sua agenda, define suas prioridades de acordo com suas prioridades e ações. Até porque, nós temos formas diferentes de fazer, temos pontos de vistas, muitas vezes diferentes, e isso precisamos respeitar e não entrar num processo de dizer quem é que faz melhor, quem é o mais importante.

Mas, entendemos que o importante é que o conjunto dos movimentos precisa cada vez mais, ser realista, objetivo nas suas ações, propositivo, em cima de propostas que sejam capazes de serem viabilizadas, e fortalecer assim a unidade da luta dos trabalhadores.

Como observa o papel dos Organismos Internacionais em relação aos movimentos sociais?Sobre isso, temos uma

certa diversidade. Organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização das Nações Unidas (ONU), como o próprio IICA, que tem feito trabalho de parceria com a CONTAG, fortalecem o processo da mobilização e da organização. Essa proposição junto aos organismos de estado, seja no Brasil, seja em outros países, é importante. Existem outros organismos que também são internacionais, que não tem essa vivência ou tem interesses e são contraditórios, sob o ponto de vista dos interesses dos trabalhadores e suas representações.

Como analisa o impacto dessa crise mundial contemporânea no movimento sindical?

entrevista

Lamentamos que o processo de crise mundial esteja acontecendo, sobretudo, porque o impacto é maior para as comunidades mais carentes, para os trabalhadores mais vulneráveis. Mas, por outro lado, estamos vendo acontecer aquilo que dizíamos antes, essa crise é fruto de um modelo de gestão estabelecido, liderado pelos Estados Unidos, Inglaterra e Japão, que sempre defenderam que o mercado resolveria tudo e não seria prioridade investir nos segmentos produtivos, nos serviços sociais, nos estados. O estado não precisava ser regulador dessas relações entre as diversas camadas sociais.

Isso incentivou os grandes investidores apenas para o campo da especulação. Então, deixando incentivo ao setor produtivo, os estados se afastando do processo de regulamento, de regulação entre as camadas sociais, com certeza ia quebrar um dia. Hoje, acontece exatamente isso, quem produz riqueza é a mão de obra trabalhadora, porque esse processo de riqueza, divulgado até do ponto de vista virtual não é, de fato, riqueza produzida pelo trabalho.

Os trabalhadores estão sofrendo muito por causa do desemprego, está havendo diminuição de consumo e isso vai ter reflexo em todos os segmentos. Para nós, que somos agricultores familiares e produzimos mais alimentos para o consumo interno, a crise não chega a ter a mesma repercussão daqueles em que o foco prioritário da sua produção é a exportação. De qualquer forma, o desaquecimento do mercado, do consumo e o desemprego influencia a todos, principalmente, a agricultura familiar, pelo processo dos contatos que foram feitos, antecipadamente, e pela meta do processo do custo de produção, os preços estão caindo.

Tivemos uma grande preocupação, em 2007, com a crise dos alimentos. Todos buscavam recuperar alimentos. Menos de ano após, já estamos discutindo a queda de preços, as dificuldades nos custos de produção nesse segmento. Portanto, não dá para dizer agora até que ponto vai o aprofundamento dessa crise, pois a crise veio para ficar e os reflexos são acompanhados no dia a dia.

Como será o próximo congresso da CONTAG, em março?

O próximo congresso está no processo de preparação, as assembléias foram realizadas e terminaram na primeira quinzena de janeiro, com todas as plenárias realizadas em todos os estados, onde foram debatidos temas e escolhidos os delegados que regem o congresso.

O congresso terá dois elementos centrais. O primeiro é o temático, com temas que envolvem, desde a reforma agrária, a política agrícola, a valorização do salário para os assalariados, geração de emprego, combate ao desemprego, políticas para a juventude e

para as mulheres, para a educação, para a saúde. A segunda parte é eleitoral. Estou no processo de coordenação da discussão da formação da própria direção. Estamos desempenhando todo esforço, no sentido de construirmos uma chapa unitária, pois entendemos que uma divisão na CONTAG não seria bom para os trabalhadores nem para a organização sindical, mas isso tudo pode acontecer, eu sempre fui um defensor da unidade, desde que entrei no movimento sindical, mas já tive também que disputar eleição no meu sindicato, na federação, inclusive aqui na CONTAG, porque composição é como casamento, só acontece quando os dois lados afirmam e constroem para isso.

Os trabalhadores estão sofrendo muito por causa do desemprego,

está havendo diminuição de consumo e isso vai ter reflexo em

todos os segmentos.

entrevista

A nossa preocupação é que possamos construir uma chapa de composição com as políticas também definidas e dê continuidade às ações, sem retrocesso do trabalho que a CONTAG tem feito, sobretudo, nesses últimos anos. Se possível for, construir essa chapa de consenso, acredito que será o melhor para o conjunto, se não for possível, vamos torcer para que possa ganhar a chapa com maior presença e visibilidade nessa proposta de construção que nós aplicamos até aqui.

Como planeja o seu futuro político depois de três mandatos como presidente da CONTAG?

O primeiro planejamento que sempre fiz para a minha vida foi voltar para minha “roça”. Entrei no movimento em novembro de 1978, são quase 30 anos de dirigente sindical sem passar um dia sem mandato. Estive na direção ou do sindicato ou na federação ou da CONTAG, mas, durante todo esse período, a minha preocupação maior foi preservar a minha condição de agricultor, mesmo estando à frente da confederação. No dia que não tivesse ou devesse estar na direção da instituição, eu tinha para onde voltar. Já vi muitos dirigentes sindicais esquecerem da sua “roça” por causa do sindicato. Esquecer do seu sítio, perder a sua relação da sua profissão de agricultor e depois não ter para onde ir. Fazer acordos ou pedir para ficar na direção, porque não tinha como continuar sobrevivendo. Por isso, o que mais me satisfaz com o resultado destes anos de trabalho é que, graças a Deus, isso não aconteceu comigo se eu tiver que voltar hoje para minha “roça”, ela estará me esperando, está funcionando e vou com toda tranqüilidade.

Do ponto de vista político, precisamos discutir. Teremos eleição na CONTAG, em março, mesmo não sendo presidente, continuo na instituição, talvez na direção, em outro espaço. Existe a possibilidade de me candidatar a deputado estadual em 2010, no meu estado, Pernambuco, mas isso não está definido ainda. É preciso ter mais segurança da

entrevista

unidade, nas bases, mas pelo tempo que trabalho no movimento sindical, não seria o melhor caminho apenas ser candidato só para concorrer. Se ficar claro que a possibilidade de ganhar é inexistente, é melhor não ser candidato e eu não tenho nenhuma vaidade, não acho, que porque sou presidente da CONTAG, tenho que daqui para frente ser algo maior. Fico muito tranqüilo porque acho que tenho dado minha contribuição para o movimento da forma que é possível.

OPINIÃO

Ode a um Líder nacional

por Humberto Oliveira,Secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA

Manoel de Serra Talhadada terra de Lampiãointeligência populardessas que dá no sertãodo sertanejo admirarquando ouve ele falarno rádio e televisãoora com o presidente,ora pra muita gentede cima de um caminhão

Vem da base sindicalLá na comunidade,ganhou respeito e moralquando, na oportunidadeem luta muito arrediacontra o patrão que invadiacom gado, a propriedadedos camponeses de Serra.Foi na luta pela terraque criou identidade

Na Fetape presidente,Pernambuco avançousindicatos combatentesa pauta se amplioualém dos canavieirostrabalhadores, meeiros,o sertão incorporoua agricultura familiarque veio pra completare o que era bom, melhorou

Em Brasília ao chegarFoi muito mais radicalfez sua gestão integrarum imenso cabedal:reforma agrária e agrícolae todo tipo de políticade desenvolvimento ruralA CONTAG elaboroue para o Brasil esboçouum Projeto Nacional

Hoje, Manoel de Serradeixando a presidênciaseu mandato encerra.Permanecerá na essênciapra LULA o amigo Manépra todos o amigo de fé.Isto não é coincidência,é mais um herói sertanejo!É assim que eu te vejoE te faço reverência.

Pedro Eugênio, Deputado Federal

Manoel Santos, o nosso Manoel de Serra, conclui o seu terceiro mandato à frente da Contag, como um dos mais respeitados homens públicos de nosso País.

Com trajetória reta e ascendente, das lutas de base dos trabalhadores rurais sertanejos, no sindicato, depois à frente da FETAPE, foi construindo um patrimônio que não é só seu, mas de nosso povo.

Soube articular coisas difíceis. Colocou o sistema Contag na vanguarda da luta pela terra, em defesa da reforma agrária, com firmeza, em sintonia com a defesa das conquistas democráticas.

Soube se colocar na vanguarda da questão fundiária sendo, ao mesmo tempo, construtor de proposições chave de uma política agrícola capaz de ouvir o grito da terra, vindo das vozes de milhões de agricultores familiares.

Soube apoiar o governo Lula sem jamais abrir mão de fazê-lo na perspectiva dos interesses dos agricultores familiares brasileiros.

Nordestino, tornou-se líder de todos os trabalhadores rurais brasileiros, de norte a sul. Agricultor familiar, lidera os trabalhadores rurais assalariados de todos os quadrantes.

À luta dos trabalhadores não contrapõe oposição irracional à empresa rural, agindo, entretanto, com extrema firmeza sempre que é necessário ir para o confronto.

Sendo homem de ação, tem sido também profundo formulador de políticas públicas. Todos os grandes avanços que a história registra na luta dos trabalhadores rurais brasileiros nos últimos tempos tem a marca deste homem público que orgulha seus conterrâneos e todos os brasileiros, da cidade e do campo.

entrevista

Carlos JaraDiretor de Desenvolvimento Rural Sustentável do IICA, em Costa Rica.

Minhas recordações do Brasil começam no despertar dos anos 90, quando Manoel Santos era ainda Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAPE). Anos turbulentos para um campo golpeado por uma profunda crise econômica, em que o neoliberalismo se fazia presente nos conteúdos das políticas públicas agrárias e rurais do Brasil, promovendo a modernização da grande agroindústria vinculada aos cultivos alimentícios mais rentáveis.

Conheci Manoel Santos nas lutas pelos trabalhadores rurais. Nele havia um lampejo de justiça e de compromisso. Encontrávamos-nos nos mais importantes seminários. Havia que escutá-lo, cuidadosamente, respeitosamente, porque seus olhos contemplavam um sonho de um Brasil rural em que todos tinham um lugar de dignidade e acesso a oportunidades, além da vontade de chamar a atenção dos governos, para que não perdessem o norte de construção de equidades de direitos.

Essa experiência pessoal me levou mais tarde, de forma intermitente, a trabalhar junto a CONTAG, onde refletimos sobre o desenvolvimento local sustentável, processos de planejamento, conselhos de desenvolvimento, as sementes teóricas e práticas da atual gestão social dos territórios. Refletimos juntos e acompanhamos as políticas do PRONAF, as contradições do crédito fundiário do Brasil, o tratamento fragmentado de algumas políticas.

Manoel dos Santos não ocupa uma posição, exerce uma efetiva liderança. Trata-se de ser um líder de um movimento sindical agrário de muita transcendência na América Latina. Os bons líderes são aqueles que nos acompanham a caminhar coletivamente e a estarem presentes na confiança do fluir de muitas lutas por um mundo melhor, por novas realidades, autenticamente sustentáveis e não excludentes.

Como líder indiscutível, Manoel Santos trabalha quase no limites do possível e representa o conjunto de um movimento que é um exemplo de democratização na América Latina. Em sua personalidade há modéstia e otimismo, há compromisso e empatia, há maturidade e incandescência, sobretudo, as sínteses dos sonhos de emancipação de milhões de trabalhadores rurais brasileiros. Ao recordá-lo, sinto alegria de haver compartilhado parte de minha vida profissional muito próxima a esses sonhos.

entrevista

Jornada Sistema de Gestão Estratégica Territorial16ª

Inscrição Gratuitade 02 a 20/março de 200940 vagase-mail: [email protected]

Data: 24 de março de 2009Horário: 9h00 às 13h00Local: Auditório do IICA no Brasil

Público Alvo: Gestores públicos de programa de desenvolvimento regional e territorial e dirigentes de organizações sociais

Palestrante: Rafael Echeverri

Informações:www.iicaforumdrs.org.br

Concepção e estrutura do sistema, � uxos e instrumentos de comunicação e informação

Realização:

O Fórum DRS Informa:

Divulgando a gestão do conhecimento latino-americano em desenvolvimento rural

soBre o drs

IICA assina Ajuste Complementar

O Diretor da Agência Brasileira

de Cooperação (ABC), Ministro

Marco Farani e o Representante

do IICA no Brasil, Carlos Américo

Basco, assinaram, no dia 5 de

fevereiro, o Ajuste Complementar

consolidando parceria para a

promoção da cooperação técnica

Sul-Sul na modalidade triangular

entre países da América Latina e

Caribe.

O documento permitirá a

execução de projetos de

cooperação técnica em vários

países em desenvolvimento, a

começar pelo Haiti, nas áreas de

Agricultura e Segurança Alimentar

e Nutricional.

A ação inicial, inédita para a

Representação do IICA no Brasil

(RIB), está focada na revitalização

de fazenda experimental do

Ministério da Agricultura daquele

país caribenho para que retome

seu papel estratégico de unidade

de extensão rural e pesquisa

agropecuária.

com a ABC

Haiti

O Haiti fica na América Central

e possui um dos mais baixos

índices de desenvolvimento

humano do planeta. A economia

baseia-se na exportação do

açúcar, frutas e tubérculos.

Desde 2004, o país está ocupado

por uma missão de paz da ONU

comandada pelo Brasil, para

ajudar na reestabilização dos

sistemas social e econômico,

abalados por conflitos políticos.

soBre o drs

O Programa Arca das Letras entregou dez bibliotecas para as comunidades dos Territórios da Cidadania, no Paraná, nos dias 27 a 29 de janeiro.

Foram beneficiadas as famílias de Cerro Azul, Itaperuçu e Tunas do Paraná, no Vale do Ribeira; e no território Cantuquiriguaçu, os municípios de Diamante do Sul, Guaraniaçu e Nova Laranjeiras. Com essa atividade, o Paraná passa a ter 215 bibliotecas em comunidades rurais, instaladas entre 2006 e 2009.

As bibliotecas são instaladas na casa de um morador, ou na sede de uma associação rural, formadas, inicialmente, por cerca de 200 livros. As comunidades escolhem os assuntos para formação dos acervos e indicam os moradores que serão capacitados como agentes de leitura. Cada agente se responsabiliza pelo empréstimo dos livros, além de incentivar o hábito da leitura. O trabalho é realizado voluntariamente.

O acervo é formado por livros didáticos, literatura para crianças, jovens e adultos, livros técnicos e especializados, nas áreas de saúde, meio ambiente, educação, técnicas agrícolas e de pesca, além de publicações que orientam o exercício da cidadania, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, do Idoso, da Igualdade Racial, do Torcedor, a Lei Maria da Penha e a Constituição da República Federativa do Brasil.

Em todo o Brasil, o programa já implantou

entrega mais dez bibliotecas no ParanáAção prevê acesso ao livro e à leitura para mais de 19 mil famílias do campo

5.825 bibliotecas rurais em mais de 1.700 municípios brasileiros, desde 2003. Até agora, mais de 1,2 milhão de livros foram distribuídos, beneficiando mais de 700 mil famílias de agricultores. O trabalho de atendimento oferecido nas bibliotecas é feito por cerca de 12 mil agentes de leitura, que contribuem para melhorar os índices educacionais de suas comunidades, além de apoiar o trabalho e valorizar a cultura no meio rural.

O programa é realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), pela Delegacia Federal do MDA/PR e pelos Colegiados Territoriais do Vale do Ribeira e Cantuquiriguaçu, com o objetivo de incentivar e facilitar o acesso aos livros em comunidades rurais, como assentamentos, agricultores familiares, comunidades indígenas, populações ribeirinhas e remanescentes de quilombolas.

O Arca das Letras conta com parceiros como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC), o Banco do Brasil/Projeto BB Fome Zero, o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, o Ministério da Cultura, o Banco do Nordeste e outros órgãos públicos federais, estaduais e municipais. Também participam movimentos sociais e sindicais, editoras, artistas e a população urbana, que contribuem com a doação de livros.

Mais informações no site: www.mda.gov.br

Programa Arca das Letras

câmara de Juventude rural

Representantes do Centro de Desenvolvimento de Jovens Rurais (CEDEJOR), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA) estiveram em Brasília para ampliar atividades e a rede de parcerias do Centro.

Viviane Mendonça e Lisiane Cunha, do Centro de Desenvolvimento de Jovens Rurais (CEDEJOR), reuniram-se com o coordenador de projetos da Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),Fabiano Kempfer; com Raquel Santori, da Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA); e com o coordenador geral de Planejamento, Monitoramento e Avaliação da SRA, Marlon Duarte Barbosa, em Brasília, para ampliar atividades e a rede de parcerias do CEDEJOR e definir um formato de apresentação de seus projetos.

Para Viviane Mendonça, “a viagem foi importante para que o CEDEJOR pudesse alinhar seus projetos de acordo com as demandas dos territórios de sua atuação e as políticas públicas já existentes. O governo federal possui linhas de crédito para apoiar projetos de organizações não-governamentais, a partir de editais, demandas específicas e demandas espontâneas”

Articulando parcerias

com o Poder Público

A idéia de ampliar as parcerias surgiu depois da reunião de representantes dos três núcleos do CEDEJOR, o núcleo Centro Sul do Paraná, o Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul e Encostas da Serra Geral, em Santa Catarina para elaborar o planejamento e futuras parcerias. As parcerias procuram valorizar o potencial das regiões onde atua e inserir os jovens Agentes de Desenvolvimento Rural em suas ações de desenvolvimento.

A busca por novas parcerias e implementação de projetos, a partir das demandas dos territórios, soberania alimentar e políticas para a agricultura alimentar fortalecem o trabalho do CEDEJOR, além de colaborar com o desenvolvimento rural e o avanço das políticas públicas. Os projetos elaborados pelo CEDEJOR em parceria com as entidades são: Projeto Juventude Rural em Movimento,com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de Santa Catarina (SEBRAE-SC); Projeto Jovens Rurais em Movimento, em parceria com o Conselho Gestor do Território, no Centro Sul do Paraná; e o projeto de extensão Rural com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), no núcleo do Vale do Rio Pardo.

Mais informações no site: www.cedejor.org.br

ONG planeja suas futuras parcerias com o intuito de ampliar as atividades e estender as redes de contato

CEDEJOR busca articulações

câmara de Juventude rural

A Escola do Campo – Casa Familiar Rural implementou, em 2008, o projeto Reciclagem: O Campo participando ativamente no processo de conservação do meio rural, em Pato Branco, no Paraná.

O objetivo do projeto é despertar a consciência ecológica no meio rural e proporcionar alternativas para o descarte do lixo reciclável produzido pela comunidade escolar e comunidade rural. Prevê ainda a extinção de depósitos inadequados de lixo, evitando proliferação de doenças e insetos.

O projeto recebeu auxílio da Prefeitura Municipal para a construção de um local para a armazenagem do lixo e já arrecadou cerca de uma tonelada de lixo entre papel, alumínio e plástico, gerando um retorno econômico de, aproximadamente, quinhentos reais.

Mais informações no site: www.arcafarsul.org.br

no meio rural é implementado no Paraná

O Conselho Estadual de Educação do Pará reconheceu a Pedagogia da Alternância como metodologia de ensino, em sessão plenária, no dia 8 de janeiro, no Pará, fruto da mobilização do Fórum Paraense de Educação do Campo e dos defensores da metodologia.

O objetivo é que os próprios Centros Familiares de Formação por Alternância possam certificar seus alunos. A resolução também autorizou as Casas Familiares Rurais a oferecer ensino Fundamental e Médio, Educação de Jovens e Adultos e qualificação profissional em agricultura.

O CEFFA já deu início ao processo de certificação dos 500 alunos que concluíram a formação nas CFRs do Estado, dentre os quais, 171 já receberam o diploma.

O reconhecimento pelo Conselho Estadual de Educação era esperado pelos CEFFAs, pois há treze anos a Pedagogia da Alternância é aplicada e nesse período, nenhum aluno foi certificado.

Para Leônidas Martins, dirigente da Associação das Casas Familiares Rurais do Pará (ARCAFAR-PA), “esta é uma vitória de todos que lutaram e defenderam essa metodologia de ensino, em especial, dos que compõem o Fórum Paraense de Educação do Campo. É possível que essa medida seja também seguida por outros conselhos e estaremos à disposição para colaborar. Com o reconhecimento da formação profissional, estes alunos poderão concluir o ensino médio e cursar o ensino superior. É uma valorização desses jovens do meio rural”, conclui.

da Alternância

Projeto de reciclagem de lixo

Pará reconhece Pedagogia

câmara de Juventude rural

A SÉRIE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL expressa a efetiva colaboração tanto da Representação do IICA no Brasil, quanto do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável em busca do desenvolvimento agrícola e do bem-estar das comunidades rurais.

Reúne artigos assinados por renomados profissionais nacionais e internacionais, com o objetivo de difundir e suscitar o intercâmbio de conhecimentos e de iniciativas bem-sucedidas de desenvolvimento sustentável no meio rural, promovidos por instituições acadêmicas, instituições governamentais e não governamentais e organizações da sociedade em geral.

Série DeSenvolvimento rural SuStentável

Breve lançamento volumeS 7 e 9

Conheça toda Série no site: www.iicaforumdrs.org.br

internacional

A Representação do Instituto Interamericano de

Cooperação para a Agricultura (RIB) no Uruguai,

o Centro de Educación y Capacitación a Distancia

(CECADI) e a Área de Sanidade Agropecuaria e

Inocuidade de Alimentos (SAIA) promovem, no

período de 17 de março a 09 de maio, no Uruguai,

o Curso de Boas Práticas Agrícolas.

O objetivo é proporcionar o desenvolvimento de

competências técnicas e práticas sobre a segurança

na produção, manipulação, armazenamento e

transporte de produtos agrícolas frescos.

Será realizado com a metodologia de ensino à

distância e desenvolvido pelo Entorno Virtual

Interactivo de Aprendizaje para la Agricultura (e-Vida).

Cada aluno terá uma senha para acessar o material

didático, participar dos fóruns de discussão,

fazer consulta com os professores, trabalhos e

avaliações.

Ao final, será realizado um trabalho para integrar

os conteúdos baseados na resolução de um caso

teórico-prático. O tempo de estudo e trabalho é

estabelecido pelo próprio aluno, respeitando o

agendamento semanal do curso.

O curso é dirigido a produtores e técnicos agrícolas

do setor público e privado; gestores e executivos

corporativos do setor agrícola; profissionais de

serviços oficiais de regulação de exportações

e importações de produtos agrícolas; agências

governamentais envolvidas com a gestão da

produção agrícola; profissionais da área de controle

de qualidade, saúde animal e segurança alimentar;

e estudantes.

A programação do curso será dividida em módulos

com os temas: Introdução ao uso da Plataforma

e-Vida e Fórum de apresentação; Importância da

Formação para Melhorar a Segurança e Qualidade

de Frutas e Hortaliças Frescas; Boas Práticas

Agrícolas; Boas Práticas para a Manipulação,

Armazenamento e Transporte de Produtos Frescos;

Controle de Qualidade e Segurança Alimentar; Leis

e Normas Alimentares; Treinamento e Formação

dos Trabalhadores; e Trabalho Integrador Final.

A engenheira de Produção Industrial do Instituto

Tecnológico de Costa Rica, Marcela Ivankovich

Guillén, será a tutora do curso.

Mais informações no link:

http://www.iica.int/Esp/organizacion/LTGC/Educacion/

CECADI/Paginas/default.aspx

Representação do IICA no Uruguai promove curso de Boas Práticas Agrícolas

internacional

O Representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Chile, Gonzalo

González, participou de uma reunião com o Ministro de Agricultura do Chile, Reinaldo Ruiz, para tratar da

inauguração de uma nova Representação do IICA, em Valdivia, na Região dos Rios.

O objetivo da nova sede é fortalecer o trabalho realizado na área de agricultura da Região dos Rios.

A Representação terá a permanência do especialista em Desenvolvimento Rural Sustentável, Pablo Vigera.

Suas atividades começarão, em março, nas dependências da Universidade Austral de Valdívia.

Para o Representante do IICA no Chile, Gonzalo Gonzalez, “o trabalho realizado será em conjunto com a

Casa de Estudos e com as instituições que representam a agricultura da Região dos Rios, para proporcionar

qualidade de vida à população rural da região.

A chegada do Instituto em Valdivia tem causado grande interesse, não somente por parte das instituições

acadêmicas relacionadas com o meio rural, mas também pelo governo chileno.

Para Reinaldo Ruiz, “a abertura desta nova sede do Instituto é inédita e contribuirá para fortalecer o trabalho

do Ministério da Agricultura nas tarefas conjuntas como a elaboração de estudos, criação de estatísticas para

a nova região, intercâmbio docente e apoio à formulação de políticas orientadas ao desenvolvimento rural”,

ressalta Ruiz.

IICA inaugura Representação em Valdivia

Coordenação editorial: JANICE RODRIGUES

PLACERES BORGES

O livro busca compor um quadro do perfil

demográfico e dos problemas sócio-ambientais

vivenciados pelos moradores de dois

assentamentos paulistas, na região de Ribeirão

Preto, bem como, fornecer suporte analítico para a

formulação das estratégias necessárias à melhoria

das condições de vida e do meio ambiente

local. Tem por base pesquisa desenvolvida no

Departamento de Medicina Social da Faculdade

de Medicina de Ribeirão Preto, USP, e no Centro

de Ciências Agrárias da Universidade Federal de

São Carlos.

a situação da vulnEraBilidadE sÓcio-amBiEntal Em assEntamEntos da rEForma

Coordenação editorial: ÁLVARO LUIZ HEIDRICH, CLÁUDIA LUISA ZEFERINO PIRES, BENHUR PINOS DA COSTA, VANDA UEDA

Procura explorar a multiplicidade de abordagens sobre território e territorialidade, em enfoques políticos, culturais e econômicos, desde a clássica ligação entre território e Estado até as microterritorialidades urbanas, redes técnicas e informacionais, grupos culturais e movimentos populares e dinâmicas territoriais do atual período de globalização.

EmErgÊncia da multitErritorialidadE: a rEssigniFicação da rElação do Humano com o Espaço

Publicações

Coordenação editorial: GABRIELA COELHO

DE SOUZA, RUMI REGINA KUBO, LOVOIS DE

ANDRADE MIGUEL

Apresenta os resultados obtidos do trabalho

continuado com a samambaia-preta, incluindo

investigações e ações sistemáticas para uso e

conservação dessa espécie. Conservacionistas

encontrarão orientação sobre a exploração não-

predatória de recursos da Mata Atlântica, as mais

recentes informações geradas para a samambaia-

preta e a manutenção de remanescentes

florestais.

Extrativismo dE samamBaia-prEta no rio grandE do sul

Coordenação editorial: MARIA LUIZA PORTO

O livro reúne conhecimentos sistematizados sobre

abordagens em Ecologia Vegetal, Comunidades

Vegetais e suas bases fitossociológicas, bem

como estudos de casos relacionados à vegetação

terrestre e de áreas úmidas do sul do Brasil,

conhecimentos resultantes de experiências

didáticas e científicas nos cursos de Pós-

graduação em Ecologia e em Botânica da UFRGS.

comunidadEs vEgEtais E Fitossociologia: FundamEntos para avaliação E manEJo dE EcossistEmas

Publicações

Representação do IICA no BrasilSHIS QI 03, Lote A, Bloco F, Centro Empresarial TerracottaCEP 71605-450, Brasília-DF, Brasil.

telefone: (55 61) 2106-5477 Fax: (55 61) 2106-5458 / 5459

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